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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO GESTÃO DO CUIDADO EM SAÚDE DA FAMÍLIA EBERT EUSEBIO LEON MARTINEZ PREVENÇAO DE FATORES DE RISCO DA NEOPLASIA DE COLO DE ÚTERO EM MULHERES DE 25 ATÉ 64 ANOS NA UNIDADE BASICA DE SAUDE DA FAMILIA MARIA DE FATIMA NO MUNICIPIO RIO BRANCO, ESTADO ACRE RIO BRANCO-ACRE 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO GESTÃO DO CUIDADO EM SAÚDE DA

FAMÍLIA

EBERT EUSEBIO LEON MARTINEZ

PREVENÇAO DE FATORES DE RISCO DA NEOPLASIA DE COLO DE ÚTERO EM MULHERES DE 25 ATÉ 64 ANOS NA UNIDADE BASICA DE SAUDE DA FAMILIA MARIA DE FATIMA NO MUNICIPIO RIO BRANCO,

ESTADO ACRE

RIO BRANCO-ACRE

2018

EBERT EUSEBIO LEON MARTINEZ

PREVENÇAO DE FATORES DE RISCO DA NEOPLASIA DE COLO DE ÚTERO EM MULHERES DE 25 ATÉ 64 ANOS NA UNIDADE BASICA DE SAUDE DA FAMILIA MARIA DE FATIMA NO MUNICIPIO RIO BRANCO,

ESTADO ACRE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização Gestão no Cuidado na Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais, para obtenção do Certificado de Especialista. Orientador: Dra Marília Rezende da Silveira

RIO BRANCO-ACRE

2018

EBERT EUSEBIO LEON MARTINEZ

PREVENÇAO DE FATORES DE RISCO DA NEOPLASIA DE COLO DE

ÚTERO EM MULHERES DE 25 ATÉ 64 ANOS NA UNIDADE BASICA DE SAUDE DA FAMILIA MARIA DE FATIMA NO MUNICIPIO RIO BRANCO,

ESTADO ACRE

Banca examinadora Examinador 1: Professor(a). Dra.Marília Rezende da Silveira - UFMG Examinador 2: Dra. Maria Marta Amancio Amorim – Centro Universitário Una. Belo Horizonte. Aprovado em de de.2018

DEDICATÓRIA

A Deus, qυе mostrou-se criador, e criativo. Sеυ fôlego de vida em mіm fоі meu

sustento е dеυ-me coragem para questionar realidades е propor sempre um

novo mundo de possibilidades. À minha mãe e meus irmãos, por sua

capacidade de acreditarem е investirem em mim.

AGRADECIMENTOS

À minha equipe da Unidade Básica de Saúde “Maria de Fátima II” e à minha

Gerente, Josileidis, pela paciência e apoio no trabalho. Pessoas que fazem de

minha profissão, a mais linda do mundo. Agradeço também a minha

orientadora a Dra. Marília Rezende da Silveira pela ajuda na elaboração do

TCC. Muito obrigado.

“Aquele que não tem tempo para cuidar da saúde vai ter que arrumar tempo

para cuidar da doença”.

Lair Ribeiro

RESUMO

As neoplasias do colo de útero apresentam como a quarta causa de morte por câncer em mulheres no Brasil. A alta incidência dos fatores de risco e o não diagnóstico precoce são os principais problemas no seu surgimento e nas suas complicações. O presente trabalho trata-se de um plano de intervenção que objetiva prevenir os fatores de risco do câncer de colo de útero nas mulheres de 25 até 59 anos da Unidade Básica de Saúde da Família, no município Rio Branca, estado Acre. Para o desenvolvimento do Plano de Intervenção foi utilizado o método do Planejamento Estratégico Situacional, fundamentado pela revisão da literatura sobre a temática, na Biblioteca Virtual em Saúde, com os descritores: neoplasias do colo útero e fatores de risco. Como estratégia de ação procurou-se não apenas focar no controle dos fatores de risco e da doença, também uma atenção prioritária para a prevenção dos mesmos. Com a implantação do plano de ação a equipe da Unidade Básica de Saúde espera diminuir os fatores de risco do câncer de colo de útero das pacientes da área de abrangência, com mudanças de estilos de vida na população e da comunidade em geral.

Palavras chave: Neoplasias do Colo de Útero. Fatores de Risco. Atenção Básica.

ABSTRACT

Cervical neoplasms present as the fourth cause of cancer death in women in Brazil. The high incidence of risk factors and early non-diagnosis are the main problems in its onset and complications. The present study is an intervention plan that aims to prevent cervical cancer risk factors in women aged 25 to 59 years of the Basic Family Health Unit in the city of Rio Branca, Acre State. For the development of the Intervention Plan, the Situational Strategic Planning method was used, based on a review of the literature on the subject, in the Virtual Health Library, with the descriptors: cervical neoplasias and risk factors. As a strategy for action, we sought not only to focus on the control of risk factors and disease, but also a priority attention for the prevention of these factors. With the implementation of the action plan, the team of the Basic Health Unit hopes to reduce the cervical cancer risk factors of patients in the coverage area, with changes in lifestyles in the population and the community in general. Keywords: Uterine cervix neoplasms. Risk factors. Basic Attention.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABS Atenção Básica à Saúde

ACS Agente Comunitário de Saúde

APS Atenção Primária à Saúde

CCU Câncer de Colo de Útero

CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

DST Doenças sexualmente transmissíveis

ESF Estratégia Saúde da Família

HPV Papiloma Vírus Humano.

HIV Vírus de Imunodeficiência Humana

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

NESCON Núcleo de Educação em Saúde Coletiva

NIC Neoplasia Intra - Epitelial Cervical

OMS Organização Mundial da Saúde

PCCU Preventivo do Câncer de Colo de Útero

PUBMED Public Medline

SAERB Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco

SEMSA Secretaria Municipal de Saúde.

SCIELO Scientific Electronic Library online

SISCEL/SICLOM Sistema de Controle de Exames Laboratoriais/Sistema de Controle Logístico de Medicamentos

UBSF Unidade Básica de Saúde da Família.

UNINORTE Centro Universitário do Norte

UFAC Universidade Federal do Acre

URAP Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1- Classificação de prioridade para os problemas identificados no

diagnóstico da comunidade adscrita à equipe de Saúde Maria de Fátima II,

Unidade Básica de Saúde, Maria de Fátima, município Rio Branco, Estado

do Acre.................................................................................................... 19

Quadro 2 – Operações sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema “Alta

incidência de fatores de risco no aparecimento de câncer de colo de útero,

nas mulheres de 25 até 64 anos”, na população sob responsabilidade da

Equipe de Saúde da Família Maria de Fatima II, do município Rio Branco,

estado de Acre ..................................................................................... 37

Quadro 3 – Operações sobre o “nó crítico 2” relacionado ao problema “Alta

incidência de fatores de risco no aparecimento de câncer de colo de útero,

nas mulheres de 25 até 64 anos”, na população sob responsabilidade da

Equipe de Saúde da Família Maria de Fatima II, do município Rio Branco,

estado de Acre. ................................................................................ 39

Quadro 4 – Operações sobre o “nó crítico 3” relacionado ao problema “Alta

incidência de fatores de risco no aparecimento de câncer de colo de útero,

nas mulheres de 25 até 64 anos”, na população sob responsabilidade da

Equipe de Saúde da Família Maria de Fatima II, do município Rio Branco,

estado de Acre...................................................................................... 40

Quadro 5 – Operações sobre o “nó crítico 4” relacionado ao problema “Alta

incidência de fatores de risco no aparecimento de câncer de colo de útero,

nas mulheres de 25 até 64 anos”, na população sob responsabilidade da

Equipe de Saúde da Família Maria de Fatima II, do município Rio Branco,

estado de Acre. ..............................................................41

Quadro 6 – Operações sobre o “nó crítico 5” relacionado ao problema “Alta

incidência de fatores de risco no aparecimento de câncer de colo de útero,

nas mulheres de 25 até 64 anos”, na população sob responsabilidade da

Equipe de Saúde da Família Maria de Fatima II, do município Rio Branco,

estado de Acre......................................................................................... 42

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14

1.1 Aspectos gerais do município Rio Branco 14

1.2 Aspectos da Comunidade 16

1.3 O sistema municipal de Saúde. 17

1.4 A Unidade Básica de Saúde Maria de Fátima 17

1.5 A equipe de Saúde Maria de Fátima II, da UBS Maria de Fátima 19

1.6 O funcionamento da Unidade Básica de Saúde da equipe Maria de Fátima II

19

1.7 O dia a dia da equipe Maria de Fátima II 19

1.8 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade (primeiro passo)

19

1.9 Priorização dos problemas – a seleção do problema para plano de intervenção (segundo passo)

20

2 JUSTIFICATIVA 24

3 OBJETIVOS 25

3.1 Geral 25

3.2 Específicos 25

4 METODOLOGIA 26

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 27

6 PLANO DE INTERVENÇÃO 35

6.1 Descrição do problema selecionado (terceiro passo) 35

6.2 Explicação do problema (quarto passo) 35

6.3 Seleção dos nós críticos (quinto passo) 36

6.4 Desenho das operações (sexto passo) 37

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 44

REFERÊNCIAS 45

14

1 INTRODUÇÃO

1.1 Aspectos Gerais do município Rio Branco

Rio Branco é um município brasileiro, capital do Estado do Acre, na Região

Norte do país e principal centro financeiro, corporativo e mercantil do Estado.

Distante 3.030 quilômetros de Brasília, capital federal, localiza-se às margens

do Rio Acre, no Vale do Acre e na microrregião homônima. (IBGE, 2018)

Sua população, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE, 2018), é de 401 155 habitantes, fazendo de Rio Branco

a sexta cidade mais populosa da Região Norte do Brasil. Sua área territorial é

de 9.222,58 km², sendo o quinto município do estado em tamanho

territorial (IBGE, 2018).

O povoamento da região de Rio Branco se deu no início do século XIX, com a

chegada de nordestinos. O desenvolvimento do município ocorreu durante um

grande período dado pelo Ciclo da Borracha. Nessa época ocorreu ainda uma

miscigenação da população, com traços do branco nordestino com índios

Kulinaã, sendo que houve também influência de povos vindos de outras

regiões do mundo, como turcos, portugueses, libaneses e outros (AABB RIO

BRANCO, 2018).

Rio Branco se localiza a 9°58'29" sul e a 67°48'36" oeste, numa altitude de 153

metros acima do nível do mar. A cidade é cortada pelo rio Acre, que divide a

cidade em duas partes denominadas Primeiro e Segundo Distritos. Atualmente,

o rio é atravessado por seis passarelas - a mais nova é a Passarela Joaquim

Macedo. (IBGE, 2018).

A prefeitura de Rio Branco, divide a cidade em 7 áreas urbanas, denominadas

regionais. Cada regional possui peculiaridades, já que foram definidas com

base em fatores socioeconômicos, compreendendo bairros e conjuntos com

características semelhantes. Elas são numeradas de I a VII, sendo que cinco

delas se localizam no 1º distrito: II, III, IV, V, VI; e outras duas no 2º distrito: I,

VII. As regionais são compostas por aproximadamente 110 bairros. (AABB RIO

BRANCO, 2018)

15

A atividade económica fundamental de Rio Branco é a vegetal onde é

exportado o açaí e outros vegetais, também a produção de borrachas e a

comercialização de madeira (IBGE, 2018).

A comunicação está muito desenvolvida sendo principalmente pela internet,

tem emissora de rádio local e um canal de televisão TV Gazeta onde tem muita

variedade de programas informativos e culturais do município. A telefonia maior

é realizada pela Oi, Vivo e Claro facilitando a comunicação das pessoas (IBGE,

2018).

A educação no Rio Branco está bem estruturada com muitas escolas para

ensino fundamental e médio. Para o nível superior tem a Universidade Federal

do Acre (UFAC) e O Centro Universitário do Norte (UNINORTE) que são os

principais institutos universitários com possibilidade para estudar as diferentes

profissões, além disso tem Faculdade de Teologia e Filosofia, dentre outras,

sendo a UFAC, a única universidade pública estadual. (AABB RIO BRANCO,

2018)

A cidade tem boas condições nas moradias e nas ruas (quase todas

pavimentadas). Nas periferias os bairros ainda apresentam algumas

dificuldades pelos buracos que apresentam as ruas e, as condições de moradia

são mais difíceis nessas localidades. De forma geral o transporte funciona sem

dificuldade. Tem ônibus para o transporte público para quase a totalidade dos

locais do município, além dos taxis e as motos taxis também utilizadas pela

população. O abastecimento de água está bem estruturado também para

quase a totalidade da população que tem abastecimento de água potável. O

esgotamento sanitário do município está controlado pela empresa de Servicios

de Água e Esgotamento Sanitário (SAERB), bem estruturado também com

caminhões para este fim. (IBGE, 2018)

Enquanto nos centros comercias o município tem variedade, com centros

comerciais grandes como o Shopping, o Havans, os Araujos, as lojas Gazim,

16

Romera, Mercale, Pague Pouco, dentre outras, nos pequenos centros

comercias, a população também faz as principais compras. (AABB RIO

BRANCO, 2018)

A iluminação pública também é boa, todas as ruas são iluminadas facilitando o

transporte noturno e todas as moradias têm serviço de eletricidade para facilitar

a vida cotidiana. A empresa responsável é a Centrias Elétricas Brasileiras S.A

(ELETROBRAS) com serviço de eficiência. (IBGE, 2018)

O serviço de correio também apresenta adequada estrutura com um centro

principal de distribuição e as oficinas de correios onde é distribuído todo o

material de correio pelos bairros. (IBGE, 2018)

De forma geral o funcionamento da cidade está bem desenvolvido. Os

principais problemas que tem é o perigo das periferias por causa da violência

dentre facções e muito contrabando de drogas pela fronteira com Bolívia e

Peru. (IBGE, 2018)

1.2 Aspectos da comunidade

O território da Unidade Básica de Saúde (UBS) Maria de Fátima compreende

uma população de 9670 pessoas, num total de 2322 famílias, atendida por

duas equipes de saúde. Ela fica a uma distância de 3 km do centro da cidade.

Dentre as suas várias características podemos citar o alto índice de

analfabetismo; elevada migração da população rural; alta periculosidade por

problemas relacionados a drogas; alto índice de doenças infecciosas, como a

tuberculose, e de doenças sexualmente transmissíveis.

A maioria das casas possui condição aceitável. As ruas têm asfalto, o

abastecimento de água é bom, e dispõe de escolas públicas de ensino

fundamental e médio para a comunidade. A religiosidade da população é

17

variável, com maior predomínio da religião evangélica. Existem algumas igrejas

e pequenas comunidades nas casas dos próprios moradores da comunidade.

1.3 O sistema municipal de saúde

O Sistema de Saúde de Rio Branco possui, segundo o Cadastro Nacional de

Estabelecimentos de Saúde (CNES, 2017), 598 Centros de Saúde, dos quais

73 são UBS, 5 hospitais, 8 Programas de Agentes Comunitários de Saúde -

PACS (7 da zona urbana e 1 rural), 5 Unidades de Referência de Atenção

Primária (URAP), 3 Policlínicas, 2 Unidades Móveis para o atendimento da

populaçao rural (BRASIL, 2018).

A maioria das UBS possui equipe completa de profissionais, composta de

médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitarios de

saúde (ACS), cuja finalidade é garantir o atendimento da populaçao nas

comunidades, fazer o acolhimento dos pacientes de demanda espontânea, o

acompanhamento de pacientes crônicos, além de realizar atividades de

promoção e prevenção, bem como, estimular a participação social nas ações

de saúde. (COSTA; CARBONE, 2009)

1.4 A Unidade Básica de Saúde Maria de Fátima

A UBS Maria de Fátima tem sob sua responsabilidade o atendimento da

comunidade Bahia – Palheiral, que abrange os bairros Bahia Velha, Bahia

Nova, Glória, Pista e Carandá.

Nossa área de abrangência atendida pela equipe de saúde Maria de Fátima II

tem uma população de 3434 pessoas, distribuídos em 858 famílias, o resto da

população são atendidos pela equipe Maria de Fátima I.

Atualmente a UBS Maria de Fátima fica no bairro Bahia Nova, um pouco longe

do centro da cidade, mas, considerada área urbana, que segue os protocolos

do Ministério da Saúde e é integrada completamente às diretrizes do Sistema

Único de Saúde (SUS). Conta com a maioria dos ambientes descritos no

18

Manual de Estrutura Física das UBS, publicado pelo Ministério da Saúde

(BRASIL, 2006), quais sejam: uma sala de espera para 20 - 30 pessoas; sala

de reuniões; local para ações educativas e atividades de grupos; dois

consultórios médicos; dois consultórios de enfermagem; sala de vacina; sala de

curativos e procedimentos; farmácia; equipamento odontológico; área de

compressor; sanitário para usuários; banheiro para funcionários; copa/cozinha;

depósito de materiais de limpeza; sala de esterilização; abrigo de resíduos

sólidos e biológicos. Enfim, possui uma boa estrutura, com sinalização em

todos os ambientes descritos, acomodando muito bem os recursos humanos

que lá trabalham ou é atendido, o que facilita o desenvolvimento do trabalho.

Cada equipe possui 1 médico, 1 enfermeiro e 10 ACS, porém, há somente 1

técnico de enfermagem, 1 auxiliar de saúde bucal e 1 odontóloga para as duas

equipes. São realizados atendimentos das grávidas; puérperas; crianças;

mulheres entre 25 e 64 anos, as quais são acompanhadas na prevenção de

câncer de colo de útero; mulheres entre 50 e 69 anos, residentes na área,

acompanhadas na prevenção de câncer de mama; acompanhamento de

hipertensos e diabéticos. Também realizam-se ações de imunizações;

diagnóstico e tratamento dos problemas de saúde mental; alcoolismo;

obesidade; sedentarismo; tabagismo; promoção à saúde; educação sobre as

principais doenças bucais; doenças crônicas e planejamento familiar, todas

com um percentual de 100% de cobertura.

Todas as ações são registradas nos prontuários individuais dos pacientes e, as

consultas programadas, devidamente agendadas num livro de registros

exclusivo para esse fim.

O planejamento das ações educativas é feito conjuntamente com toda a equipe

de saúde, principalmente nos grupos especiais de idosos, hipertensos,

diabéticos, grávidas, crianças, puérperas, etc. O trabalho diário consiste em

consultas médicas e de enfermagem, bem como, das visitas domiciliares. Tudo

de maneira bem integrada e articulada, primando sempre por uma boa relação

com a comunidade.

19

1.5 A Equipe de Saúde da Família Maria de Fátima II da Unidade Básica de

Saúde Maria de Fátima.

A equipe Maria de Fátima II é responsável pelos atendimentos dos bairros

Gloria, Pista e parte do bairro Bahia Nova. Possui um médico, uma enfermeira,

um técnico de enfermagem e 10 ACS.

1.6 O funcionamento da UBS da equipe Maria de Fátima II

Os atendimentos são feitos de segunda a sexta feira, das 7:00 às 12:00 e das

14:00 às 17:00 para as consultas médicas, de enfermagem, vacinas, curativos.

Para o médico tem planejado um dia para o curso de especialização que é

todas quintas feiras, exigência para sua permanência no Programa. Há livro de

agendamento para as duas equipes de saúde no atendimento da demanda

espontânea e vagas para os atendimentos de urgências. Todos os

atendimentos são feitos pelo SUS (eletrônico).

1.7 O dia a dia da equipe Maria de Fátima II

De segunda até sexta feira sempre tem na recepção da UBS um ACS da

equipe para em conjunto com os outros ACS das outras duas equipes fazer o

acolhimento dos pacientes e o agendamento das consultas. A maior parte do

tempo são feitas visitas domiciliares para a área de abrangência visitando os

pacientes que estejam mais complicados, orientando a comunidade sobre os

atendimentos e fazendo o rastreamento da população. O médico é o

responsável pelos atendimentos em consultas e todas as terças feiras, no

horário da tarde, faz visitas domiciliares em conjunto com os ACS. A enfermeira

é a responsável de fazer todos os atendimentos de enfermagem. Todos em

conjunto procuramos levar saúde para toda a população da nossa área de

abrangência e promoção dos estilos de vida saudáveis.

1.8 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade

(primero passo)

Utilizou-se o Diagnóstico Situacional para a identificação dos principais

problemas da comunidade e, o método de Estimativa Rápida para o

20

levantamento dos dados, para os quais a principal fonte de informação

constituiu-se de entrevistas com informantes chaves, trabalhadores da Unidade

Básica de Saúde da Família (UBSF), moradores da área de abrangência, as

consultas médicas e de enfermagem, as visitas domiciliares e o acolhimento,

identificando os problemas de saúde prevalentes. Os dados secundários de Rio

Branco e da UBSF Maria de Fatima II foram extraídos do site da Prefeitura

Municipal de Rio Branco e disponibilizados ao acesso online bem como, os

registros existentes na UBSF.

Os problemas que afetam território e a comunidade foram:

1. Baixo rastreamento dos fatores de risco de câncer de colo de útero

nas mulheres de 25 até 64 anos.

2. Alto consumo de álcool e drogas.

3. Alto índice de patologias crônicas descontroladas como hipertensão

arterial e diabetes mellitus.

4. Cadastramento da população por microáreas incompleto.

5. Alto índice de infecções de transmissão sexual como sífilis,

gonorréia, condiloma.

6. Alto índice de vetores transmissores de doenças virais como dengue

e Zika.

7. Alto índice de infecções respiratórias agudas.

8. Dificuldade na disponibilidade de medicamentos na UBSF para o

tratamento das doenças.

1.9 Priorização dos problemas. (Segundo passo)

Com os critérios da equipe básica de saúde Maria de Fátima II e tendo em

conta a relevância, urgência e capacidade de enfrentamento dos problemas

identificados estabeleceu-se as prioridades em ordem decrescente. Um

aspecto importante para apontar na priorização foi a disponibilidade dos

recursos e a participação da comunidade.

Em ordem de prioridade decrescente os problemas priorizados foram:

21

1. Baixo rastreamento dos fatores de risco de câncer de colo de útero nas

mulheres de 25 até 64 anos.

2. Alto índice de infecções de transmissão sexual como sífilis, condiloma e

blenorragia

3. Alto índice de patologias crônicas descontroladas como hipertensão

arterial e diabetes mellitus.

4. Alto índice de vetores transmissores de doenças virais como dengue e

Zika.

5. Alto índice de infecções respiratórias agudas.

Estabeleceu-se a prioridade tomando em conta a importância, urgência,

capacidade de enfrentamento e a priorização.

No quadro 1 foi apresentada a classificação de prioridade dos problemas

identificados no diagnóstico de saúde da comunidade atendida pela equipe de

Saúde Maria de Fátima II.

Quadro 1 Classificação de prioridade para os problemas identificados no

diagnóstico da comunidade adscrita à equipe de Saúde Maria de Fátima II,

Unidade Básica de Saúde, Maria de Fátima, município Rio Branco, Estado do

Acre

Problemas Importância* Urgência** Capacidade de

enfrentamento***

Seleção/

Priorização****

Baixo rastreamento dos fatores de risco de câncer de colo de útero nas mulheres de 25 até 64 anos.

Alta 25 Total 1

Alto índice de infecções de transmissão sexual como sífilis, gonorreia,

Alta 20 Total 2

22

condiloma.

Alto índice de patologias crônicas descontroladas como hipertensão arterial e diabetes mellitus.

Alta 20 Parcial 3

Alto índice de vetores transmissores de doenças virais como Dengue e Zika

Média 15 Parcial 4

Alto índice de infecções respiratórias agudas.

Média 15 Parcial 5

Fonte: autoria própria (2018). *Alta, média ou baixa ** Total dos pontos distribuídos até o máximo de 30 ***Total, parcial ou fora ****Ordenar considerando os três itens

Os principais problemas identificados constituem a prioridade para o

planejamento das ações da equipe básica de saúde.

A pesquisa dos fatores de risco do câncer de colo de útero nas mulheres de 25

até 64 anos é muito importante para a atuação nos mesmos e procurar a

redução da sua incidência para evitar o aparecimento da doença. A realização

do Preventivo do Câncer de Colo de Útero (PCCU) com vistas ao diagnóstico

precoce do câncer de colo de útero é fundamental. Para isso, é necessário

intensificar as ações de educação em saúde, com ênfase para a detecção

precoce e a conscientização para evitar os fatores de risco.

Igualmente importante é o trabalho preventivo que se deve fazer para estimular

a população a fazer uso de preservativos para evitar as doenças sexualmente

23

transmissíveis, bem como, orientar quanto ao tratamento correto para evitar as

complicações decorrentes dessas doenças.

Outra prioridade é o trabalho com os portadores de doenças crônicas não

transmissíveis. Promover ações para orientar os pacientes sobre como evitar

os fatores de riscos, ressaltando a importância da alimentação adequada e do

tratamento medicamentoso certo, com vistas a prevenir as complicações.

O saneamento ambiental é a principal ação para a eliminação dos vetores

transmissores de doenças virais. A limpeza das moradias e a coleta e

destinação adequada do lixo é condição fundamental nesse processo. Requer

o planejamento e a execução de ações integradas entre a equipe de saúde, a

gestão da UBSF e a comunidade em geral.

O território de Rio Branco tem o clima onde há predominância das chuvas por

isso temos em nossa comunidade um alto índice de infecções respiratórias

agudas fundamentalmente nas crianças por isso, é identificado o problema

como um dos mais importantes.

24

2. JUSTIFICATIVA

O câncer do colo do útero é raro em mulheres até 30 anos e o pico de sua

incidência se dá na faixa etária de 45 a 50 anos. A mortalidade aumenta

progressivamente a partir da quarta década de vida, com expressivas

diferenças regionais (BRASIL 2017).

No Brasil, o controle de câncer do colo do útero constitui uma das prioridades

da agenda de saúde do país e integra o Plano de Ações Estratégicas para o

Enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). O Ministério

da Saúde, por meio da publicação "Diretrizes para o Rastreamento do Câncer

do Colo do Útero 2016", recomenda o exame citopatológico em mulheres

assintomáticas com idade entre 25 e 64 anos, a cada três anos, após dois

exames anuais consecutivos normais. Em caso de resultado de lesão de baixo

grau, a indicação é de repetição do exame em seis meses. Desde 2014, está

disponível, na rede pública, a vacina tetravalente contra os subtipos 6, 11, 16 e

18 do Human Papiloma Virus (HPV) para meninas de 9 a 13 anos; e, a partir de

2017, também para meninos de 11 a 13 anos. Apesar da sua importância

epidemiológica, o câncer do colo uterino possui alto potencial de cura quando

diagnosticado em estágios iniciais (INCA, 2017).

Nos bairros Bahia e Palheiral a neoplasia de colo de útero é um grande

problema para a equipe de saúde. Os fatores de risco já descritos

anteriormente estão presentes nas mulheres em idade fértil. O início precoce

da vida sexual, o uso de pílulas anticoncepcionais, o tabagismo e as infeções

por HPV são os principais deles, motivo que levou à elaboração desse projeto

de intervenção, que visa, fundamentalmente, melhorar o nível de conhecimento

da comunidade residente na área para prevenir os fatores de risco, evitar o

aparecimento do câncer de colo de útero, bem como, de suas complicações. O

projeto é viável tendo em vista que a Estratégia de Saúde da Família (ESF)

dispõe de profissionais e recursos para executá-lo.

25

3.OBJETIVOS 3.1 Geral:

Elaborar um projeto de intervenção para prevenir os fatores de risco do câncer

de colo de útero nas mulheres de 25 até 64 anos no território de atuação da

UBSF Maria de Fatima, no município Rio Branco, estado do Acre.

3. 2. Específicos: Estruturar o processo de revisão conceitual e atualização de câncer de colo de

útero e sua prevenção.

Elevar o nível de informação das mulheres sobre prevenção dos fatores de

risco câncer de colo de útero.

Propor um mecanismo de trabalho para melhorar o processo de monitoramento

das mulheres na faixa de idade de 25 até 64 anos de idade e organização de

fichário rotativo para o acompanhamento anual.

26

4. METODOLOGIA

Para realizar o projeto de intervenção três etapas aconteceram: diagnóstico

situacional com reconhecimento do território estudado, identificação dos

principais problemas na área de abrangência da Unidade de Saúde Maria de

Fátima, revisão de literatura e elaboração do plano de intervenção. O Método

do Planejamento Estratégico Situacional (PES) - Estimativa Rápida possibilitou

a identificação e a priorização do problema alvo que será objeto da

intervenção, sua descrição, explicação e a identificação dos nós críticos

(CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010).

Essa etapa contou com a colaboração da equipe de saúde. Para o

embasamento conceitual foi consultada a Bibliografia Virtual em Saúde do

NESCON. Para subsidiar a construção da proposta de intervenção, foram

utilizados trabalhos científicos publicados entre os anos de 2003 e 2017,

encontrados em bases de dados como: Biblioteca Virtual em Saúde, Public

Medline (PUBMED), Biblioteca Virtual da Universidade Federal de Minas

Gerais, Scientific Electronic Library online (SCIELO), dentre outros. Os artigos

foram selecionados conforme sua relevância e coerência com o tema proposto.

Outros dados importantes utilizados foram os disponíveis na Secretaria

Municipal de Saúde do município, dados do Ministério da Saúde e arquivos da

ESF local.

27

5.REFERENCIAL TEORICO

A Estratégia de saúde da família (ESF) foi implantada no Brasil, juntamente o

Pacto em Saúde (2006) que se divide em três componentes centrais: pacto

pela vida, em defesa do SUS e de gestão. O Pacto afirma surgir com a

finalidade de consolidar o SUS, buscando fortalecer principalmente a Atenção

Básica em saúde e focalizando em ações de promoção a saúde. Há evidencias

demonstradas em vários documentos que a ESF tem por princípios os mesmos

que norteiam o SUS, os da Atenção Básica em saúde e os próprios da

estratégia, que se constituem, no conjunto, como aspectos que visam à

garantia da saúde como direito de todo cidadão e dever do Estado, buscando à

qualidade dos serviços prestados e o acesso aos mesmos. (BRASIL, 2006)

A Atenção Básica em saúde, de acordo com a Política Nacional de Atenção

Básica – PNAB de 2006 - é orientada pelos seguintes princípios: “[...] da

universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e

continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da

equidade e da participação social” (p. 2). (BRASIL 2006). É válido salientar

que os princípios da atenção básica enfatizam a questão do cuidado, do

vínculo e da continuidade, que não são enfatizadas nos princípios do SUS. O

princípio do vínculo e da continuidade refere-se à construção de “laços” entre

os profissionais em saúde e a população usuária do SUS, garantindo a

permanência no atendimento dos mesmos. Esse princípio tem relação com o

da participação social, pois, a construção do vínculo também se dá através do

incentivo aos usuários de participarem na melhoria do SUS. Isso acontece,

principalmente, por meio das conferências e dos conselhos de saúde, que têm

espaço reservado para a participação dos usuários. (BRASIL, 2006.)

O objetivo da ESF é contribuir para a reorientação do modelo assistencial a

partir da atenção básica, em conformidade com os princípios do Sistema Único

de Saúde (SUS), imprimindo uma nova dinâmica de atuação nas unidades

básicas de saúde, com definição de responsabilidades entre os serviços de

saúde e a população, especificamente na prestação de assistência integral,

28

contínua, com resolubilidade e boa qualidade às necessidades de saúde da

população adscrita, seja na UBSF ou no domicilio; também intervir sobre os

fatores de risco aos quais a população está exposta; eleger a família e o seu

espaço social como núcleo básico de abordagem no atendimento à saúde;

humanizar as práticas de saúde através do estabelecimento de um vínculo

entre os profissionais de saúde e a população; proporcionar o estabelecimento

de parcerias através do desenvolvimento de ações intersetoriais; contribuir

para a democratização do conhecimento do processo saúde/doença, da

organização dos serviços e da produção social da saúde e fazer que a saúde

seja reconhecida como um direito de cidadania e, portanto, expressão da

qualidade de vida. (BRASIL, 2006)

As diretrizes da ESF foram definidas em 1997, pelo Ministério da Saúde (MS).

São diretrizes de caráter operacional, ou seja, referentes à implementação da

ESF. De acordo com o MS as diretrizes da ESF são: caráter substitutivo,

complementaridade e hierarquização; adscrição da clientela; cadastramento;

instalação das unidades de Saúde da Família; composição das equipes; e

atribuições das equipes. A Unidade de Saúde da Família é uma unidade

pública de saúde destinada a realizar atenção contínua no nível de proteção

social básica, com uma equipe multiprofissional habilitada a desenvolver as

atividades de promoção, proteção e recuperação à saúde. Ela é o primeiro

contato da população com o serviço de saúde e é a porta de entrada do

sistema local. Ela tem um território de abrangência, ou seja, uma área sob sua

responsabilidade. Uma unidade de Saúde da Família pode trabalhar com mais

de uma equipe de profissionais, o que irá depender do número de famílias a ela

vinculada, que é no máximo 4000 famílias, sendo que o recomendado é de

3000 famílias por equipe. Ela deve realizar o cadastramento das famílias

através de visitas domiciliares e essa etapa é o início do vínculo da unidade de

saúde/equipe com a comunidade. Elas devem ser instaladas nas UBS e

existem alguns critérios5 necessários para a implementação dessas equipes. A

equipe de saúde da família é multiprofissional, e composta por no mínimo um

médico, generalista ou de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem

29

ou técnico de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde. Outros

profissionais poderão fazer parte da equipe, isto dependerá da necessidade da

população cadastrada (BRASIL, 2006). O câncer é a denominação a um

conjunto de mais de cem doenças com crescimento desordenado de células

que invadem órgãos e tecidos. Estas células desordenadas dividem-se

rapidamente e tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a

formação de tumores denominados malignos que podem espalhar para outras

áreas do corpo. O tumor pode ter causas internas ou externas ao organismo ou

estarem inter-relacionados (ARAÚJO et al., 2014).

O câncer de colo de útero ocupa o sétimo lugar no ranking mundial, sendo o

quarto tipo mais comum na população feminina no Brasil. Em 2018, são

esperados 16.370 casos novos, com um risco estimado de 17,11 casos a cada

100 mil mulheres. É a terceira localização primária de incidência e de

mortalidade por câncer em mulheres no país, excluído pele não melanoma. Em

2015, ocorreram 5.727 óbitos por esta neoplasia, representando uma taxa de

mortalidade ajustada para a população mundial de 5,13 óbitos para cada 100

mil mulheres (BRASIL 2017).

As taxas de incidência estimada e de mortalidade no Brasil apresentam valores

intermediários em relação aos países em desenvolvimento, porém são

elevadas quando comparadas às de países desenvolvidos com programas de

detecção precoce bem estruturados. Países europeus, Estados Unidos,

Canadá, Japão e Austrália apresentam as menores taxas, enquanto países da

América Latina e, sobretudo, de regiões mais pobres da África, apresentam

valores bastante elevados. Segundo o Globocan no ano 2012, cerca de 85%

dos casos de câncer do colo do útero ocorreram nos países menos

desenvolvidos e a mortalidade por este câncer variou em até 18 vezes entre as

diferentes regiões do mundo, com taxas de menos de 2 por 100.000 mulheres,

na Ásia Ocidental e de 27,6 na África oriental (IARC, 2012).

30

Na análise regional, o câncer do colo do útero se destaca como o primeiro mais

incidente na região Norte do Brasil, com 23,97 casos por 100.000 mulheres.

Nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, ele ocupa a segunda posição, com

taxas de 20,72/100 mil e 19,49/100 mil, respectivamente, e é o terceiro mais

incidente na região Sudeste (11,3/100 mil) e quarto na Sul (15,17/100 mil).

(BRASIL, 2017).

Quanto à mortalidade, é também na região Norte que se evidenciam as

maiores taxas do país, sendo a única com nítida tendência temporal de

crescimento. Em 2013, a taxa padronizada pela população mundial foi de 11,51

mortes por 100.000 mulheres, representando a primeira causa de óbito por

câncer feminino nesta região. Nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, onde este

câncer representou a terceira causa, as taxas de mortalidade foram de

5,83/100 mil e 5,63/100 mil. As regiões Sul e Sudeste tiveram as menores

taxas (4,39/100 mil e 3,59/100 mil) representando a sexta colocação entre os

óbitos por câncer em mulheres. (SANTOS et al.,2010)

As neoplasias interepiteliais da cérvice (NICs) são caracterizadas por lesões

que se apresentam nas fases pré-invasivas e benignas. Na sua fase invasiva,

maligna ocorre o crescimento de uma lesão na cérvice, atingindo assim os

tecidos localizados na parte exterior do colo uterino e as glândulas linfáticas

anteriores ao sacro (SANTOS et al., 2010).

Entre os tipos de câncer existentes o câncer do colo de útero apresenta um dos

mais altos potenciais de cura e prevenção, chegando perto de 100%, quando

diagnosticado na fase inicial da doença. Com o uso de tecnologia simplificada e

tratamento de fácil acesso, o diagnóstico tem sido realizado de forma mais

rápida e prática (BRASIL, 2013).

Os fatores de risco relacionados à oncogênese cervical podem ser divididos em

dois grandes grupos: os documentados experimentalmente e os clínicos ou

epidemiológicos. Dentre os classificados no primeiro grupo, podem-se citar os

31

fatores imunológicos (resposta imune local e humoral), a associação com

Síndrome da Imuno-deficiência Adquirida (AIDS), os fatores genéticos (como o

polimorfismo da proteína p53), o tabagismo e o uso prolongado de

contraceptivos orais. No que se refere aos fatores de risco clínicos ou

epidemiológicos, destaca-se o início precoce da atividade sexual, a

multiplicidade de parceiros, a baixa escolaridade e renda, a multiparidade e a

história de doenças sexualmente transmissíveis (DST). (OMS, 2007).

A progressão tumoral, a partir da infecção de células normais por HPV, parece

estar condicionada a fatores relacionados ao vírus (subtipo do vírus, infecção

simultânea por vários tipos oncogênicos e a carga viral), a fatores relacionados

ao hospedeiro (imunidade e número de partos) e a co-fatores exógenos

(tabagismo, co-infecção pelo HIV ou outros agentes de transmissão sexual e

uso prolongado de contraceptivos orais) (PINTO; TULIO; CRUZ, 2002)

Atualmente, não se consegue relacionar diretamente tais fatores às lesões

cervicais, pois certas mulheres apresentam anormalidades no colo uterino e

não necessariamente os riscos descritos. Tal fato gera dúvidas na terapêutica,

nos encaminhamentos e no controle dos casos.

Com o estilo de vida moderno, as mulheres, em geral, adquirem hábitos de

vida que, muitas vezes, configuram riscos para determinadas doenças, as

quais elas nem desconfiam estarem sujeitas. No momento em que elas se

encontram na unidade de saúde, é que o profissional tem maior oportunidade

de conhecer as clientes e realizar orientações a respeito dos diversos fatores

de risco para o câncer cervical.

Estudos dessa natureza auxiliam aos profissionais da saúde que realizam

atendimento primário à mulher a reconhecer os fatores de risco para o câncer

de colo, a fim de melhor orientar, tratar e encaminhar ao serviço especializado

as clientes com maior potencial de desenvolver o CCU. Também são

relevantes no sentido de poder contribuir na definição de políticas públicas de

32

saúde adequadas à redução dessa doença, uma vez que sua morbidade

apresenta elevada vulnerabilidade (SILVA, et al. 2010).

É necessário para um programa nacional de combate ao CCU ter quatro

elementos importantes em sua realização: detecção precoce, prevenção

primária, diagnóstico/tratamento e cuidados paliativos (SANTOS;

GONÇALVEZ; GUIMARÃES, 2017).

A modalidade mais eficaz na redução do CCU é a detecção precoce

(VASCONCELOS et al., 2011). A prevenção pode ser realizada através das

atividades de rastreamento, dentre elas o exame citopatológico e a educação

em saúde (BRASIL, 2009). De um modo geral, a prevenção primária é

executada a partir do momento em que ocorre a identificação de fatores de

risco para a prevenção do surgimento da doença.

Já a prevenção secundária do CCU é executada através do exame cito

patológico para a detecção da doença. O exame tem sido utilizado nos

rastreamentos do CCU, proporcionando uma detecção precoce sendo tratável

e curável (SANTOS; GONÇALVEZ; GUIMARÃES. 2017). A estratégia de

rastreamento aconselhada no Brasil pelo Ministério da Saúde é o exame

citopatológico com preferência em mulheres de 25 a 64 anos. Portanto, faz-se

necessário assim garantir a integralidade, organização e a qualidade dos

programas de rastreamento, assim como o seguimento das pacientes ao

programa (INCA, 2011). Todas as etapas, dos procedimentos, desde a coleta

até os resultados e encaminhamentos, são de suma importância para ter

benefícios obtidos do exame de prevenção do CCU (MELO et al., 2009).

Estudos realizados por especialistas revelam que as campanhas de prevenção

e/ou detecção precoce dessa patologia não têm sido bem-sucedidas, sabendo-

se que esse tipo de câncer continua a se constituir em séria ameaça para a

população feminina brasileira. Diversas causas podem ser pontuadas para

explicar esse fenômeno, como por exemplo: a dificuldade em acessar os

serviços de saúde para a realização do exame de Papanicolau, a demanda

33

reprimida, a falta de oportunidade que a mulher tem para falar sobre si e sua

sexualidade, como também, pelo desconhecimento sobre o câncer

ginecológico acrescido de tabus e idéias preconceituosas sobre a mulher

(BARBOSA et. al, 2005).

O exame de Papanicolau, conhecido internacionalmente, é tido como

instrumento mais adequado, prático e barato para o rastreamento do câncer de

colo de útero, também denominado de colpocitologia e mais comumente

referido pela clientela como exame preventivo. O mesmo consiste no esfregaço

ou raspado de células esfoliadas do epitélio cervical e vaginal, tendo seu valor

tanto para prevenção secundária quanto para o diagnóstico, pois possibilita a

descoberta de lesões pré-neoplásicas e da doença em seus estágios iniciais.

Mesmo sendo um procedimento de baixo custo, não está incorporado a todos

os serviços de saúde, tendo utilização reduzida e não disponível a toda

população feminina (BARBOSA et. al, 2005).

Quando incorporado na rotina da vida adulta, o exame de Papanicolau tem

forte influência na redução da incidência do câncer de colo de útero e da

morbimortalidade de suas portadoras. Para tanto, o Ministério da Saúde (MS)

preconiza que toda mulher dos 25 aos 64 anos de idade, ou antes, se já iniciou

sua vida sexual, deve se submeter ao exame preventivo, com periodicidade

anual, inicialmente. Após dois exames consecutivos com resultados negativos

para displasia ou neoplasia do colo de útero, este adquire periodicidade tri

anual. Segundo estudos realizados, após resultado negativo, o risco cumulativo

de desenvolver a referida patologia é bastante reduzido, mantendo tal redução

nos cinco anos subsequentes (BARBOSA et. al, 2005).

Apesar de o Brasil ter sido um dos pioneiros na introdução do exame de

Papanicolau, o percentual de mulheres beneficiadas ainda é muito reduzido,

tendo em vista que sua cobertura não ultrapassa 8% das mesmas com idade

superior a 20 anos. Este fato fere as recomendações da OMS, que estabelece

uma cobertura de 85% da população feminina de risco, obtendo-se dessa

34

forma, um impacto epidemiológico com redução das taxas de mortalidade em

até 90%. O que se tem observado no país é que a maioria das mulheres

submetidas ao exame preventivo tem menos de 35 anos, sugerindo-se que o

acesso das mesmas às medidas de prevenção está relacionado ao

comparecimento nos postos de saúde pela necessidade de cuidados no

controle da natalidade (BARBOSA et. al, 2005).

Na área de abrangência da equipe Maria de Fátima II os fatores de risco do

câncer de colo de útero têm um aumento significativo. As pacientes, além da

pesquisa com a prova de Papanicolau, deverão receber educação para a

prevenção e diagnóstico precoce, criando uma consciência de risco favorável

para a saúde, e muito importante é o fortalecimento do processo de trabalho da

equipe de saúde no monitoramento e acompanhamento das mulheres de 25

até 64 anos.

35

6 PLANO DE INTERVENÇÃO

6.1 Descrição do problema

Na área de abrangência atendida pela equipe de saúde Maria de Fátima II,

pela vivência clínica e nos relatos da equipe, identificou-se que existe um

grande número de mulheres de 25 até 64 anos com fatores de risco para o

desenvolvimento de um câncer de colo de útero. Citamos, como exemplo,

exames de DST´s positivos, principalmente HPV, uso de métodos

anticoncepcionais, fumantes (muito frequentes) e troca frequente de parceiros

sexuais, o que é indicativo de uma alta incidência e prevalência dos fatores de

risco do câncer de colo de útero na área de saúde. Ainda, a maioria das

pacientes nessa faixa etária não tem feito o PCCU com a periodicidade que

precisa, principalmente pelo desconhecimento de sua importância no

diagnóstico precoce da doença.

6.2 Explicação do problema

O próximo passo para uma intervenção mais efetiva é a explicação do

problema, entender a sua origem a partir da identificação das suas causas. A

presença de fatores de risco de câncer de colo de útero em pacientes de 25 até

64 anos de idade está vinculada a muitos aspectos.

Observa-se, na vivência dos atendimentos e acompanhamentos das famílias,

as mulheres com algum tipo de patologia de colo de útero (inclui-se o câncer)

são aquelas que não tem feitos o PCCU frequentemente, a maioria por

desconhecimento dos benefícios da prevenção precoce.

Outro fator importante é a falta de uma estruturação no processo de trabalho

da equipe da UBSF de modo a garantir um acompanhamento adequado das

mulheres cadastradas porque não existe um mecanismo para monitorizar e

36

organizar, por exemplo, através de um fichário rotativo, que facilite o controle

de consultas e de realização do PCCU.

Percebe-se também que há uma descontinuidade na assistência às mulheres

já diagnosticadas com alguma patologia de colo de útero e ausência de

prevenção e promoção da população para prevenção dos fatores de risco do

câncer de colo de útero.

6.3 Seleção dos “nós críticos”

Os principais fatores de risco que podem produzir o aparecimento de câncer de

colo de útero, nas mulheres de 25 até 64 anos da área de abrangência da

equipe Maria de Fátima II foram:

1. Pouco nível de conhecimento sobre periodicidade e a importância do PCCU.

Nas caraterísticas da população feminina da nossa área, onde o nível de

escolaridade é baixo, o tema de educação em saúde tem pouca cobertura,

então, constitui um problema para a maioria das mulheres acreditarem na

importância que o PCCU tem, em ocasiões acontece que não conhecem o

preventivo e a sua utilização.

2. Elevadas condutas sexuais de risco.

As mulheres com condutas sexuais de risco, principalmente multiplicidade de

parceiros, têm maior probabilidade de contraírem doenças sexualmente

transmissíveis, como o HPV, principal causador de câncer de colo de útero.

3. Uso de pílulas anticoncepcionais e dispositivos intrauterinos.

Muitas pacientes fazem uso de pílulas anticoncepcionais e dispositivos

intrauterinos para evitar a gravidez. Algumas começando o uso deles no

período da adolescência, o que constitui um fator importante no aparecimento

de câncer de colo de útero.

37

4. Não uso do preservativo durante as relações sexuais.

Muitas mulheres da nossa área de saúde não fazem uso do preservativo nas

relações sexuais, algumas delas por desconhecimento de sua importância, o

que favorece a transmissão de DST como o HPV. Quase sempre o

desconhecimento da importância do uso do preservativo está associado a

outros fatores de risco como a baixa escolaridade.

5. Falta de uma estruturação no processo de trabalho da equipe da UBSF

de modo a garantir um acompanhamento adequado das mulheres

cadastradas.

A falta de uma estruturação no processo de trabalho da equipe para garantir

um adequado acompanhamento das mulheres cadastradas é um problema

importante porque não existe controle das pacientes quanto à periodicidade do

PCCU, também no acompanhamento daquelas que precisaram

encaminhamento para algum serviço especializado por ter o PCCU alterado.

Também a falta de estruturação não permite fazer uma avaliação comparando

resultados antigos com recentes e não atuar sobre os fatores de risco

apresentado pelas pacientes.

6.4 Desenho das operações: O desenho das operações foi representado nos quadros onde foi operado cada

um dos nós críticos relacionado ao problema “Alta incidência de fatores de

risco no aparecimento de câncer de colo de útero nas mulheres de 25 até 64

anos”

No quadro 2 estão representadas as operações sobre o “nó crítico 1” Quadro 2 – Operações sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema “Alta incidência de fatores de risco no aparecimento de câncer de colo de útero, nas mulheres de 25 até 64 anos”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Maria de Fatima II, do município Rio Branco, estado de Acre

38

Fonte: autoria própria (2018).

Nó crítico 1 Pouco nível de conhecimento sobre periodicidade e a importância do PCCU.

Operação (operações)

Elevar o conhecimento das mulheres de 25 até 64 anos de idade sobre a periodicidade e a importância do PCCU

Projeto Importância do PCCU na prevenção de câncer de colo de útero.

Resultados esperados

Maior cobertura das mulheres de 25 até 64 anos da área de abrangência para a realização do PCCU.

Produtos esperados

Maior número de PCCU feitos na UBSF.

Recursos necessários

Estrutural: Acompanhamento da equipe da UBS Maria de Fatima para as ações educativas. Cognitivo: Educação sobre o diagnóstico precoce do câncer de colo de útero. Financeiro: Apoio dos diretivos da UBS para a aquisição de recursos audivisuais. Político: Apoio da SEMSA.

Recursos críticos Estrutural: Disponibilização de espaços para reuniões. Cognitivo: Garantir informação sobre o PCCU e sua importância. Político: Adesão ao gestor local. Financeiro: Apoio dos diretivos da UBS com dispensas para encontros eventuais. .

Controle dos recursos críticos

Ator que controla: equipe de saúde de Maria de Fátima II, médico e enfermeira. Motivação: favorável.

Ações estratégicas

Não são necessárias

Prazo 1 mês

Responsável (eis) pelo acompanhamento das operações

Médico e enfermeira.

Processo de monitoramento e avaliação das operações

Gestão e acompanhamento pela equipe de saúde. Avaliação depois do cumprimento de prazo.

39

No quadro 3 foi representado as operações sobre o “nó crítico 2”.

Fonte: autoria própria (2018).

Quadro 3 – Operações sobre o “nó crítico 2” relacionado ao problema “Alta

incidência de fatores de risco no aparecimento de câncer de colo de útero, nas

mulheres de 25 até 64 anos”, na população sob responsabilidade da Equipe de

Saúde da Família Maria de Fatima II, do município Rio Branco, estado de Acre.

No critico 2 Elevadas condutas sexuais de risco.

Operação (operações)

Prevenir as condutas sexuais de risco nas mulheres de 15 até 64 anos.

Projeto Prevenção das condutas sexuais de risco nas mulheres de 15 até 64 anos na área de abrangência da equipe Maria de Fatima II

Resultados esperados

Diminuição das doenças sexualmente transmissíveis nas mulheres de 15 até 64 anos de idade da equipe Maria de Fatima II

Produtos esperados

Menor número de pacientes com DST´s.

Recursos necessários

Estrutural: Equipe da UBS Maria de Fatima para as ações educativas Cognitivo: Educação sobre as condutas sexuais de risco e suas consequências. Financeiro: Apoio dos diretivos da UBS para aquisição de recurso audiovisuais. Político: Apoio da SEMSA.

Recursos críticos Estrutural: Garantir espações para reuniões. Cognitivo: Garantir informação sobre DST´s. Político: Apoio da SEMSA. Financeiro: Apoio dos diretivos da UBS para despensas eventuais. .

Controle dos recursos críticos

Ator que controla: equipe de saúde de Maria de Fátima II, médico e enfermeira. Motivação: favorável.

Ações estratégicas

Não são necessárias

Prazo 1 mês

Responsável (eis) pelo acompanhamento das operações

Equipe de saúde Maria de Fatima 2 e diretivos da UBS.

Processo de monitoramento e avaliação das operações

Gestão e acompanhamento pela equipe de saúde. Avaliação depois do cumprimento do prazo.

40

No quadro 4 foram representadas todas as operações sobre o “nó critico 3”

Fonte: autoria própria (2018).

Quadro 4 – Operações sobre o “nó crítico 4” relacionado ao problema “Alta

incidência de fatores de risco no aparecimento de câncer de colo de útero, nas

mulheres de 25 até 64 anos”, na população sob responsabilidade da Equipe de

Saúde da Família Maria de Fatima II, do município Rio Branco, estado de Acre.

Nó crítico 3 Uso frequente de pílulas anticoncepcionais e dispositivos intrauterinos

Operação (operações)

Diminuir a quantidade de mulheres de 25 até 64 anos em uso de pílulas anticoncepcionais e dispositivos intrauterinos.

Projeto As pílulas anticoncepcionais e os dispositivos intrauterinos na aparição de câncer de colo de útero.

Resultados esperados

Menor quantidade de mulheres de 25 até 64 anos em uso de pílulas anticoncepcionais e dispositivos intrauterinos.

Produtos esperados

Pouca quantidade de mulheres em uso de pílulas anticoncepcionais e dispositivos intrauterinos.

Recursos necessários

Estrutural: UBS Maria de Fatima Cognitivo: Educação sobre o diagnóstico precoce do câncer de colo de útero. Financeiro: Apoio dos diretivos da UBS. Político: Apoio da SEMSA.

Recursos críticos Estrutural: Garantir local para reuniões Cognitivo: Garantir informação sobre métodos anticoncepcionais. Político: Apoio da SEMSA. Financeiro: Apoio dos diretivos da UBS .

Controle dos recursos críticos

Ator que controla: equipe de saúde de Maria de Fátima II, médico e enfermeira. Motivação: favorável.

Ações estratégicas

Não são necessárias

Prazo 1 meses

Responsável (eis) pelo acompanhamento das operações

Equipe de saúde Maria de Fatima 2 e diretivos da UBS.

Processo de monitoramento e avaliação das operações

Gestão e acompanhamento pela equipe de saúde. Avaliação pelo conselho de saúde.

41

No quadro 5 foram representadas todas as operações sobre o “no crítico 4”.

Fonte: autoria própria (2018).

Quadro 5 – Operações sobre o “nó crítico 4” relacionado ao problema “Alta incidência de fatores de risco no aparecimento de câncer de colo de útero, nas mulheres de 25 até 64 anos”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Maria de Fatima II, do município Rio Branco, estado de Acre.

Nó crítico 4 Não uso do preservativo durante as relações sexuais.

Operação (operações)

Elevar o conhecimento das mulheres de 25 até 64 sobre a importância do uso do preservativo durante as relações sexuais para prevenir as DST.

Projeto Promoção do uso do preservativo na prevenção das DST

Resultados esperados

Menor número de mulheres com DST principalmente HPV.

Produtos esperados

Maior número de mulheres com conhecimento dos riscos das relações sexuais sem proteção.

Recursos necessários

Estrutural: Equipe de saúde da UBS Maria de Fatima para acompanhamento das ações educativas. Cognitivo: Educação sobre os riscos das relações sexuais desprotegidas. Financeiro: Apoio dos diretivos da UBS. Político: Apoio da SEMSA.

Recursos críticos Estrutural: Garantir local para reuniões. Cognitivo: Garantir informação sobre o PCCU e sua importância. Político: Apoio da SEMSA. Financeiro: Apoio dos diretivos da UBS .

Controle dos recursos críticos

Ator que controla: equipe de saúde de Maria de Fátima II, médico e enfermeira. Motivação: favorável.

Ações estratégicas

Não é necessário

Prazo 1 meses

Responsável (eis) pelo acompanhamento das operações

Equipe de saúde de saúde Maria de Fatima 2 e diretivos da UBS.

Processo de monitoramento e avaliação das operações

Gestão e acompanhamento pela equipe de saúde. Avaliação depois do cumprimento do prazo.

42

No quadro 6 foram representadas todas as operações sobre o “nó critico 5”

Quadro 6 – Operações sobre o “nó crítico 5” relacionado ao problema “Alta

incidência de fatores de risco no aparecimento de câncer de colo de útero, nas

mulheres de 25 até 64 anos”, na população sob responsabilidade da Equipe de

Saúde da Família Maria de Fatima II, do município Rio Branco, estado de Acre.

Nó crítico 5 Falta de uma estruturação no processo de trabalho da equipe da UBSF de modo a garantir um acompanhamento adequado das mulheres cadastradas.

Operação (operações)

Organizar o processo de trabalho da equipe da UBSF de modo a garanti um acompanhamento adequado das mulheres cadastradas.

Projeto Organização do processo de trabalho das mulheres de 25 até 64 anos cadastradas na UBSF para o adequado acompanhamento do PCCU.

Resultados esperados

Maior controle e acompanhamento das pacientes de 25 até 64 anos da comunidade.

Produtos esperados

Todas as mulheres de 25 até 64 anos em acompanhamento pela equipe de saúde.

Recursos necessários

Estrutural: Acompanhamento do médico na organização do processo de trabalho. Cognitivo: Educação sobre o processo de trabalho. Financeiro: Apoio dos diretivos da UBS para facilitar médios audiovisuais. Político: Apoio da SEMSA.

Recursos críticos Estrutural: Garantir local para reuniões Cognitivo: Garantir informação sobre processo de trabalho. Político: Apoio da SEMSA. Financeiro: Apoio dos diretivos da UBS .

Controle dos recursos críticos

Ator que controla: equipe de saúde de Maria de Fátima II, médico e enfermeira. Motivação: favorável.

Ações estratégicas

Não são necessárias

Prazo 1 meses

Responsável (eis) pelo acompanhamento das operações

Equipe de saúde Maria de Fatima 2 e diretivos da UBS.

Processo de monitoramento e avaliação das operações

Gestão e acompanhamento pela equipe de saúde. Avaliação pelo conselho de saúde.

43

Fonte: autoria própria (2018).

44

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS A elaboração deste Projeto de Intervenção foi uma ferramenta importante para

o fortalecimento do papel da equipe de Saúde da Família. Por meio da

metodologia do PES, foram utilizados, de forma atualizada, os dados da

população da área de abrangência da equipe com a identificação e priorização

dos principais problemas da comunidade, com a proposta de soluções para o

melhoramento deles e estimulando a participação da comunidade e a

integração de projetos sociais.

Este método possibilitou ainda a priorização do problema “Alta incidência de

fatores de risco no surgimento de câncer de colo de útero”, na área de

abrangência da equipe de saúde da família “Maria de Fátima II”. Os principais

fatores de risco foram identificados e propostas de ações de saúde foram

elaboradas com vistas a diminuição da incidência destes.

Espera-se, com a implantação desse projeto, contribuir para modificar os

estilos de vida da população e incrementar a prevenção dos fatores de risco e

o surgimento câncer de colo de útero na população feminina na área de

abrangência da equipe,e, também, brindar à equipe de saúde com estratégias

para melhorar o processo de trabalho no acompanhamento das mulheres de 25

até 64 anos cadastradas na realização do PCCU, tratamento dos resultados

alterados e das que precisarem acompanhamento mais especializado.

Propõe-se ainda que este projeto seja levado a outros pontos da rede de saúde

de Rio Branco com o objetivo de propor de atividades de promoção de saúde e

evitar os fatores de risco na aparição do câncer de colo de útero.

A despeito de reconhecer que muito ainda há que se fazer, acreditamos que os

passos trilhados e os avanços alcançados são passíveis de ajustes,

formulações e discussões, no sentido de aprimoramento.

45

REFERÊNCIAS

AABB RIO BRANCO. Informações do Município. 2018. Disponível em: <

http://riobranco.aabb.com.br/informacoes-do-municipio> Acesso em 15 jan.

2018

AMARAL, M.S.; GONÇALVES, A.G.; SILVEIRA, L. C. G. Prevenção do

Câncer de Colo de Útero: A atuação do Profissional Enfermeiro nas

Unidades Básicas de Saúde. Art, Rev, vol 3. p.12 2017. Disponível em: <

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