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1 3º Seminário de Relações Internacionais Graduação e Pós-Graduação Data: 29 e 30 de setembro de 2016. Local: Florianópolis (campus da Universidade Federal de Santa Catarina), nos Data e Local do Evento Área temática: Economia Política Internacional A “NOVA NORMALIDADE” DO DESENVOLVIMENTO DA CHINA: O INVESTIMENTO ESTRATÉGICO EM ENERGIAS RENOVÁVEIS Walter Barbieri Junior Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) Resumo Nos últimos anos, a China estabeleceu um novo programa de desenvolvimento que está atrelado a preocupações ambientais. Considerada por décadas como a “fábrica do mundo”, os desequilíbrios de sustentabilidade provocado pelo processo de industrialização exercem pressão sobre o Estado chinês da necessidade de políticas ambientais no país. Além de problemas estruturais como o aumento constante do custo da mão de obra e o endividamento crescente do Estado, decorrente do excesso de investimento em infraestrutura principalmente após a crise de 2008. O característico pragmatismo da burocracia estatal na condução do desenvolvimento conduziu a um planejamento de transformação do modelo discutido no 18.º Comitê Central do Partido Comunista em 2013. O desenvolvimento econômico elaborado pelo Estado chinês é conhecido por “nova normalidade” na qual há uma altera no foco do país, a prioridade da China é a qualidade do crescimento em substituição ao antigo desenvolvimento que era baseada na velocidade. Esse processo se constitui na expressão utilizada no novo contexto, “As Quatro Novas Modernizações”, que baseia-se no desenvolvimento industrial harmonioso, na aplicação da Tecnologia da Informação, na urbanização e na modernização da agricultura. Nesse sentido coerente com as diretrizes, a China tende a transformar-se em um dos principais polos de criação de produtos com alto valor agregado, como também um importante centro de serviço e de consumo mundial.

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3º Seminário de Relações Internacionais Graduação e Pós-Graduação

Data: 29 e 30 de setembro de 2016.

Local: Florianópolis (campus da Universidade Federal de Santa Catarina), nos Data e Local

do Evento

Área temática: Economia Política Internacional

A “NOVA NORMALIDADE” DO DESENVOLVIMENTO DA CHINA: O INVESTIMENTO

ESTRATÉGICO EM ENERGIAS RENOVÁVEIS

Walter Barbieri Junior

Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

Resumo

Nos últimos anos, a China estabeleceu um novo programa de desenvolvimento que

está atrelado a preocupações ambientais. Considerada por décadas como a “fábrica do

mundo”, os desequilíbrios de sustentabilidade provocado pelo processo de industrialização

exercem pressão sobre o Estado chinês da necessidade de políticas ambientais no país.

Além de problemas estruturais como o aumento constante do custo da mão de obra e o

endividamento crescente do Estado, decorrente do excesso de investimento em

infraestrutura principalmente após a crise de 2008.

O característico pragmatismo da burocracia estatal na condução do desenvolvimento

conduziu a um planejamento de transformação do modelo discutido no 18.º Comitê Central

do Partido Comunista em 2013.

O desenvolvimento econômico elaborado pelo Estado chinês é conhecido por “nova

normalidade” na qual há uma altera no foco do país, a prioridade da China é a qualidade do

crescimento em substituição ao antigo desenvolvimento que era baseada na velocidade.

Esse processo se constitui na expressão utilizada no novo contexto, “As Quatro Novas

Modernizações”, que baseia-se no desenvolvimento industrial harmonioso, na aplicação da

Tecnologia da Informação, na urbanização e na modernização da agricultura. Nesse sentido

coerente com as diretrizes, a China tende a transformar-se em um dos principais polos de

criação de produtos com alto valor agregado, como também um importante centro de

serviço e de consumo mundial.

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Ao longo do processo de desenvolvimento, a matriz energética chinesa foi baseada

na combustão de carvão. A intensa utilização da energia fóssil provocou uma série de

problemas ambientais que levou o Estado chinês, em reestruturação do caminho da

modernização chinesa.

O movimento chinês é atravessado pela expansão de crescentes investimentos nas

fontes de energia solar, eólica e hidrelétrica pelo Estado chinês. A estratégia objetiva

desenvolver alternativas de sustentabilidade ambiental, ao mesmo tempo, diminui a

exposição do país a característica volatilidade no valor do mercado de hidrocarboneto.

Dessa forma o artigo se propõe a analisar a política de desenvolvimento do Estado

chinês, principalmente na área de investimento estratégico em energia renovável, no

contexto da “nova normalidade“ do desenvolvimento chinês.

Palavras-chave: China, Desenvolvimento, Energia Renovável

Introdução

O processo de desenvolvimento econômico na China provocou desequilíbrios

ambientais, dado que a utilização da matriz energética com base no carvão para suprir a

demanda industrial e atrair empresas para o seu território gerou problemas que desafiam a

modernização efetiva do país.

A China com uma população aproximadamente de 1,3 bilhão, segunda maior

economia internacional, considerada a “fabrica do mundo” produziu graves complicações

referentes à sustentabilidade ambiental. Nos últimos anos, a China representa o principal

País na construção de programas ambientais que são implementados como uma política

estratégica de Estado. Além de enfrentar o problema da degradação ambiental, a expansão

do investimento no campo da sustentabilidade ambiental tem produzido importantes

avanços tecnológicos industriais.

O investimento em energia renovável representa uma das principais estratégias dos

Estados nacionais na questão geopolítica no século XXI dentre os motivadores estão a

preocupação em independência energética, a segurança energética e o ar limpo, razões

estas que impactam o desenvolvimento econômico e a capacidade de poder no sistema

interestatal internacional.

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1- A degradação ambiental da China: o esgotamento do modelo “fábrica do

mundo”

Nas últimas décadas, a China foi considerada a “fábrica do mundo”, o país asiático

tornou-se a principal base produtiva das empresas transnacionais do capitalismo

contemporâneo, o que representou uma profunda alteração na divisão internacional do

trabalho. O processo de inserção da China foi iniciado com as reformas de mercado em

meados de 1978 que foram dirigidas pela burocracia do Partido Comunista Chinês (PCC)

então liderado por Deng Xiaoping1· através do “Programa das Quatro Modernizações”2.

Neste período, o PIB (Produto Interno Bruto) chinês cresceu a uma taxa média de 9,5% ao

ano, três vezes a média dos Estados Unidos”3. A transformação estrutural permitiu a China

transitar no sistema interestatal de um país semiperiférico para o status de potência global. 4

Após a crise internacional de 2008, o desenvolvimento chinês passou a apresentar

problemas estruturais que foram provocados principalmente pelo excessivo investimento do

Estado no setor imobiliário, o objetivo dos dirigentes chineses era manter os altos índices de

crescimento como uma alternativa a contração da demanda global. A consequência do

programa foi o aumento da dívida pública.5

O total da dívida acumulada da China, que inclui governo central, os operadores

residentes na China, incluindo as famílias, empresas e do Estado está próxima de 210% do

PIB. No entanto, se limitarmos a dívida pública, o índice fica abaixo de 45% do PIB, o que

coloca em relativa tranquilidade quanto a ameaça de crise da dívida quando comparamos o

índice dívida/PIB de países como Japão 245%, Grécia 174%, Itália 136%, e os Estados

Unidos, 105%. Além disso, somente 10% da dívida chinesa é controlado pelo capital

estrangeiro, valor muito menor do que a quantidade de reservas cambiais do Estado

chinês.6

O esgotamento do modelo “fábrica do mundo” não se limita aos fatores econômicos,

ao longo do desenvolvimento chinês, o padrão industrial exportador gerou desequilíbrios de

sustentabilidade o que impôs a China a necessidade de políticas ambientais. A matriz

1 Deng Xiaoping foi o secretário-geral do Partido Comunista Chinês entre 1978 e 1992. É considerado um dos principais líderes da Revolução Socialista de 1949. 2 O Programa das Quatro Modernizações representou uma politica de metas públicas de fomento de setores estratégicas: indústria, agricultura, a área de ciência e tecnologia e as Forças Armadas. 3 LYRIO, Mauricio Carvalho. A ascensão da China como potência: fundamentos políticos internos. Brasília: FUNAG, 2010. Disponível em: <http://funag.gov.br/loja/download/902Ascensao_da_China_como_Potencia_A.pdf>. Acesso em: 01 de outubro de 2015. 4 BARBIERI JUNIOR, Walter. China: o papel do Estado no desenvolvimento econômico e inserção no capitalismo internacional. Saarbrucken; Omnis Scriptum GmbH & Co. KG, Ed. Novas Edições Acadêmicas, 2015 5 BARBIERI JUNIOR, Walter . O atual revisionismo do modelo de desenvolvimento chinês. In: 5 Congreso Uruguayo de Ciencia Politica, Montevideo, 2014. 6 AMIGHINI, Alessia Xi’s Policy Gambles: The Bumpy Road Ahead, ISPI Report , Axel Berkofsky (Eds.), 2015.

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energética chinesa é baseada na combustão de carvão mineral em termelétricas, fonte

responsável por grandes emissões de gases prejudiciais para o meio ambiente, como o gás

carbônico (CO2), grande parte das usinas não possui quaisquer sistemas elétricos de filtros.

O carvão representa proximamente 66% da geração da matriz energética da China.7

2- A “nova normalidade” do desenvolvimento chinês: reestruturação energética

“No desenvolvimento de uma civilização ecológica é necessário pôr em

prática o espírito do 18º Congresso Nacional do Partido...é preciso formar

a consciência ecológica, aperfeiçoar o sistema ecológico, manter a

segurança ecológica e otimizar o meio ambiente, formando nossos

espaços geográficos, nossa estrutura industrial, nosso modelo de

produção e nossa maneira de viver com base na economia de recursos e

na proteção ambiental”

(Presidente Xi Jinping na 6º sessão de estudo coletivo do Birô Político

do 18º Comitê Central do Partido Comunista Chinês8)

Em 2013 a China realizou o 18.º Comitê Central do Partido Comunista com vistas

para reformular o modelo de desenvolvimento na direção de maior valor agregado e

sustentabilidade ambiental. O desenvolvimento industrial produziu desequilíbrios ambientais

na China, porem nos últimos anos, o país representa o principal investidor na área da

economia sustentável. O cenário de desequilíbrio ambiental exerce forte pressão sobre o

Estado chinês da necessidade de implementação de políticas ambientais. No Comitê foi

anunciado o replanejamento do Estado chinês que se constitui na expressão “As Quatro

Novas Modernizações”9, que baseia-se estrategicamente no desenvolvimento industrial

harmonioso, na aplicação da Tecnologia da Informação, na urbanização e na modernização

da agricultura.

Nesse sentido, a China converge para se transformar em um dos principais pólos de

criação de produtos com alto valor agregado, e tornar-se um importante centro de serviço e

de consumo mundial. A reformulação do desenvolvimento da China reflete a concepção da

sociedade chinesa no século XXI. O processo de industrialização e urbanização elevaram a

renda do povo chinês, que está cada vez mais aparece interessado em qualidade de vida.

7 CAMPBELL Richard J.. China and the United States—A Comparison of Green Energy Programs and Policies. Congressional Research Service, 2014 8 XI Jinping. Inaugurar uma nova era de ecocivilização socialista. In: A Governança da China. Editora de Linguas Estrangeiras. Beijing, China, 2014. 9 DEVELOPMENT RESEARCH CENTER OF THE STATE COUNCIL –RPC. Chinas’s New Development.

Beijing: China Intercontinental Press, 2013. p. 149

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Questões como a saúde e um meio ambiente saudável para a prática do lazer estão cada

vez mais cobiçadas pela sociedade.10

No contexto da chamada “nova normalidade”, a China busca um desenvolvimento

mais equilibrado, que diferente da expansão de dois dígitos no PIB de décadas recentes, os

dirigentes chineses planejam um crescimento econômico anual de aproximadamente, porem

deve ser salientado que essa taxa de crescimento menor garante a condição de amplo

trabalho por meio da criação de 10 milhões de empregos por ano, número considerado

suficiente pelas autoridades públicas para manter a taxa de desemprego urbano menor que

4,5%.11

O foco das reformas estratégicas na questão ambiental do Estado chinês é baseado

no incentivo a inovação, por meio do combate ao excesso de capacidade nas indústrias

pesadas de poluentes, ao mesmo tempo programas de incentivo a fábricas que agregam

maior tecnologia na cadeia de valor global. Neste momento de transição, deve ser

ressaltado que a própria preocupação com o desenvolvimento verde contribuiu para a

desaceleração da economia com o fechamento de indústrias sujas. A reforma econômica no

contexto da “nova normalidade” permitirá uma maior atuação do mercado, o que não

significa um afastamento da direção do Estado na condução do processo de

desenvolvimento.12

Segundo Stiglitz13, a transição do modelo de desenvolvimento chinês de uma

economia baseada de exportação para o mercado interno, fortalecimento do setor de

serviços e maior participação de forças de mercado representa um importante desafio para

a manutenção da estabilidade econômica da China. O quadro de degradação ambiental

implica a necessidade de criação de cidades habitáveis, investimentos em saúde pública,

educação, infraestrutura e tecnologia.

A pressão internacional sobre a China em relação a questão ambiental tende a

crescer nos próximos anos, estima-se que, até 2020, a China será responsável por 32% das

emissões globais de dióxido de carbono (CO2), o que corresponde a uma produção 70%

maior do que nos EUA, segundo ranking de poluição mundial. No período de 2010 a 2030

há uma previsão de expansão de emissões de 250% enquanto o resto do consumo do

mundo permanecerá relativamente estabilizado.14

10 SHUO, Li. The End of China’s Coal Boom. Greenpeace 2014 p. 12 11 AMIGHINI, Alessia Xi’s Policy Gambles: The Bumpy Road Ahead, ISPI Report , Axel Berkofsky (Eds.), 2015. 12 Idem. 13 STIGLITZ, Joseph E.. China’s Bumpy New Normal. Project Syndicate, 2016. https://www8.gsb.columbia.edu/faculty/jstiglitz/sites/jstiglitz/files/China%E2%80%99s%20Bumpy%20New%20Normal%20by%20Joseph%20E.pdf acesso em 4 de maio de 2016. 14 THE CLIMATE GROUP. China’s Fast Track to a Renewable Future. 2015. Acesso em 06 de junho de 2016. https://www.theclimategroup.org/sites/default/files/archive/files/RE100-China-analysis.pdf

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Em 2016 a China e os Estados Unidos ratificaram o acordo estabelecido na Cúpula de

Clima de Paris (COP 21)15, os dois países são responsáveis por mais de 40% das emissões

globais. O compromisso chinês estabelece que o país atingirá o ápice das emissões de

carbono em 2030, a partir deste ponto iniciará a redução de sua emissões. Neste período, a

China possui uma condição contraditória, porque será responsável pelo aumento das

emissões de carbono, ao mesmo tempo estará realizando o maior investimento em energia

limpa do que qualquer outro Estado nacional.

Importante destacar que o processo de reestruturação do modelo de desenvolvimento

chinês na “nova normalidade” associado a preocupação politica na área ambiental, não

alterou a atratividade produtiva chinesa para as grandes empresas transnacionais. Segundo

o Relatório dos Investimentos Mundiais de 2015, publicado pela UNCTAD, a China é o

principal receptor de fluxos de Investimento Direto Estrangeiro, o segundo lugar aparece os

Estados Unidos. Do mesmo modo, o país asiático também lidera a lista das economias mais

atrativas para as empresas em 2015-201716.

A pressão internacional sobre a China, e a crescente preocupação doméstica17

referente questão ambiental e a segurança energética são fatores que impulsionam o

Estado a investir no desenvolvimento de energias renováveis,18 assim, com o objetivo de

transformar a sua estrutura energética, como uma parte importante da sua estratégia

energética nacional.19

3- O Estratégico Investimento Chinês em Energias Renováveis

A questão ambiental alcança uma importância progressiva na agenda global. O movimento

de investimento em energia renovável é progressivo. Em 2015, o investimento realizado no

setor alcançou o investimento de US$ 286 bilhões, o que representa um volume seis vezes

maior do que foi atingido em 2004, ale disso, pela primeira vez, mais de 50% da capacidade

de geração de energia adicionado é originado de fontes renováveis. 20

15 Realizado em dezembro de 2015, a Cúpula de Clima de Paris representa o primeiro acordo de extensão global para frear as emissões de gases do efeito estufa e para lidar com os impactos da mudança climática 16SANTANDER: Trade Portal. China: Fluxo de IDE. Disponível em: <https://pt.santandertrade.com/internacionalize-se/china/fluxos-de-ied-2>. Acesso em 09 de maio de 2016. 17 Desde 2005, o Estado chinês demostrou preocupação quanto a questão energias renováveis, neste ano foi implementada a uma Lei que tinha como objetivo incentivar o desenvolvimento de fontes de energia limpas, como também a criação de um fundo para fomentar a investigação de energias renováveis e a criação de projetos pilotos baseado no desenvolvimento de energias limpas em áreas rurais. STERNFELD, Eva; WALDERSEE, Christoph Graf Von. A situação do meio ambiente na China. Internationale Politik – China, China, China, DGAP, n. 12, 2005 18 SHUO, Li. The End of China’s Coal Boom. Greenpeace 2014 19 WORLD BANK; DEVELOPMENT RESEARCH CENTER OF THE STATE COUNCIL – RPC. China 2030:

Building a Modern, Harmonious, and Creative Society. Washington DC: The World Bank, 2013., 29 20 FRANKFURT SCHOOL-UNEP Centre. Global Trends in Renewable Energy Investment. Frankfurt School of Finance &

Management gGmbH, 2016. http://fs-unep-

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O Estado chinês planeja construir um modelo baseado no desenvolvimento sustentável21, na

qual a transformação da matriz energética em renovável representa um dos principais

pilares. O desenvolvimento econômico chinês das últimas décadas provocou intenso

processo de urbanização, crescimento da renda e foi capaz de retirar da pobreza milhões de

chineses22, porem gerou desequilíbrios ambientais na qual o os dirigentes do PCC expõe a

necessidade o processo de conscientização a respeito do tema no contexto da “nova

normalidade” chinesa:

“O governo e o povo chinês chegaram em um consenso...alguns projetos

não são economicamente viáveis. Percebemos que o que demos a

população chinesa foi poluição. Empregos foram criados, mas a poluição

esta conosco. Então precisamos mudar isso. É nosso desejo diminuir o

ritmo de crescimento. Em torno de 6,9% até 2020”

(Fórum Econômico Mundial em Davos. O Futuro dos Brics, Liu

Mingkang, Instituto Global Fung, jan.2014)23

A China pratica um conjunto de programas que promovem pesquisa e

desenvolvimento de tecnologias de energias renováveis que estão inseridas em uma grande

política estratégica do Ministério da Ciência e Tecnologia. Desde o 12º Plano Quinquenal

(2011-2015), o Estado chinês expõe sua preocupação com a eficiência energética e

energias renováveis que incluem metas de investimento específicas por meio de

mecanismos tributários e contratos preferenciais em biotecnologia, novas forma de energia,

fabricação de equipamentos high-tech e conservação de energia. São áreas industriais que

compõe a "espinha dorsal“ da economia da China que se projetam para competir nos

mercados internacionais.24

centre.org/sites/default/files/publications/globaltrendsinrenewableenergyinvestment2016lowres_0.pdf. acesso em 10 de Agosto de 2016 21 O conceito de sustentável relaciona-se a um conjunto de fatores que implica em uma convergência

entre o desenvolvimento econômico, a equidade social e a proteção ambiental. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o desenvolvimento sustentável é caracterizado como uma espécie de desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras em satisfazerem as suas próprias necessidades. UNITED

NATIONS. Sustainable development: from Brundtland to Rio 2012, New York.. 2010. Disponível em: <

http://www.un.org/wcm/webdav/site/climatechange/shared/gsp/docs/GSP1-

6_Background%20on%20Sustainable%20Devt.pdf. Acesso em 05 de maio de 2016. 22 BARBIERI JUNIOR, Walter. China: o papel do Estado no desenvolvimento econômico e inserção no

capitalismo internacional. Saarbrucken; Omnis Scriptum GmbH & Co. KG, Ed. Novas Edições Acadêmicas,

2015 23 FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL. Davos 2014. Brics, 2014. http://www.weforum.org/ 24 CAMPBELL Richard J.. China and the United States—A Comparison of Green Energy Programs and Policies. Congressional Research Service, 2014

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O Estado chinês possui um grande controle sobre o setor de energia, e que não se

limita a questão da regulação, tanto na geração como na distribuição as empresas são

estatais. Há cinco corporações de geração na China: Huaneng, Guodian, Datang, Huadian,

Zhongdiantou. Enquanto que no ramo de transmissão é monopolizado por duas empresas: a

Southern Power Grid Company e a State Grade Corporation of China, que são responsáveis

respectivamente pela transmissão e distribuição da energia no sul e norte do país.25

A China desenvolve um plano ambicioso para a expansão de energia limpa. Em 2014

a matriz energética chinesa para fontes renováveis representava 11,4% de sua energia de

renováveis, o alvo para 2020 é alcançar 15%.26

Em 2014 no campo de energia renovável, a China realizou um investimento de US$

89,5 bilhões, o que representou 73% maior que o aporte norte-americano.27 No ano

seguinte, o valor investido pelos chineses foi US$ 103 bilhões, o que representa 36% do

total mundial, enquanto os EUA realizaram um investimento menor que 50%

comparativamente a China. 28

Os principais setores de energia limpa promovidos pelo Estado chinês são o

hidráulico, eólico e solar. O país asiático é o maior produtor de energia hidrelétrica global,

com mais de 229 GW29 de capacidade instalado, estima-se que seja tecnicamente viável a

geração de hidrelétricas em 542 GW, no entanto o Estado está estabelecendo restrições

legais devido ao impacto ambiental, como a proibição de constituição de novas usinas

hidroelétrica de médio e grande escala. Os novos projetos seguem a construção de

barragens nos rios Huanghe, Jinshangjiang,Yalongjhiang, Daduhe, Nujiang e Lancangjiano,

assim para o ano de 2020, o país asiático planeja alcançar a capacidade de 380 GW.30

Entretanto no campo da energia renovável, os principais setores estratégicos da

China são o eólico e solar. A expectativa para estes setores é decuplicar até 2020, enquanto

que neste mesmo período, a projeção de capacidade de geração hidráulica é “apenas”

duplicar.

Em termos de capacidade de geração de energia, no ano de 2014, o eólico tinha a

capacidade de 19,81 gigawatts (GW) e as instalações solares, com 10,60 GW. A previsão

25 THE CLIMATE GROUP. China’s Fast Track to a Renewable Future. 2015. Acesso em 06 de junho de 2016. https://www.theclimategroup.org/sites/default/files/archive/files/RE100-China-analysis.pdf 26 Idem. 27 Idem. 28 Segundo relatório anual sobre as tendências globais em energia renovável, o total do investimento em 2015

atingiu o valor de US$ 286 bilhões, o investimento chinês ultrapassou US$ 100 bilhões, o norte-americano foi de

US$ 44.1 bilhões, seguido do Reino Unido com US$ 22.2 bilhões e Japão com US$ 36.2 bilhões. (http://fs-unep-

centre.org/sites/default/files/publications/globaltrendsinrenewableenergyinvestment2016lowres_0.pdf)

29 0.000001 gigawatt = 1 kilowatt 30 CAMPBELL Richard J.. China and the United States—A Comparison of Green Energy Programs and Policies. Congressional Research Service, 2014

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de expansão do Estado chinês para 2020, no setor eólico e solar é respectivamente 200 GW

e 100 GW.31

A figura 0132 apresenta a capacidade de geração de energia eólica distribuída nas

províncias da China.

A capacidade de geração de energia solar distribuída nas províncias da China é

apresentada na figura 0233

31 THE CLIMATE GROUP. China’s Fast Track to a Renewable Future. 2015. https://www.theclimategroup.org/sites/default/files/archive/files/RE100-China-analysis.pdf. Acesso em 25 de julho de 2016 32 Idem. 33 THE CLIMATE GROUP. China’s Fast Track to a Renewable Future. 2015. https://www.theclimategroup.org/sites/default/files/archive/files/RE100-China-analysis.pdf. Acesso em 25 de julho de 2016

Fig.01 Energia Eólica por Província

2014 Maior que 10 GW 7.5-10 GW 5-7.5 GW 2.5-5 GW Menor que 2.5 GW

Fig.02 Energia Solar por Província

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Conforme demostrado nas figuras 01 e 0234 a capacidade de geração de energia

respectivamente eólica e solar da China aparece principalmente nas províncias do norte do

País. Esse quadro ocorre devido as melhores condições naturais para a geração

energéticas nestas províncias, porem não possui um grande desenvolvimento econômico

comparativamente as províncias costeiras.

Esse cenário aponta para a necessidade estratégica do Estado chinês desenvolver

linhas de transmissão de energia para maior distância territorial, porque grande parte da

produção chinesa se realiza no sudeste do país, principalmente as província de Guangdong

e Fujian, sudeste chinês, porta da Nova Rota Marítima da Seda35. Como alternativa para

impulsionar o setor de infraestrutura de distribuição, em 2015, o Estado chinês apresentou

um plano de reforma de energia que descreve diretrizes políticas no sentido de incentivar

mecanismos de concorrência no setor de distribuição, inclusive com a permissão da

participação de empresas privadas e estrangeiras.36

34 THE CLIMATE GROUP. China’s Fast Track to a Renewable Future. 2015. https://www.theclimategroup.org/sites/default/files/archive/files/RE100-China-analysis.pdf. Acesso em 25 de julho de 2016 35 Cinturão econômico estratégico chinês que pretende interligar regiões asiáticas, africanas e europeias. O nome é uma alusão a antiga Rota da Seda formada por caravanas de comerciantes que cruzavam mercadorias entre a China e a Europa. Representa um ambicioso plano estratégico geopolítico do Estado para consolidação da China como potência global no século XXI. 36 THE CLIMATE GROUP. China’s Fast Track to a Renewable Future. 2015. https://www.theclimategroup.org/sites/default/files/archive/files/RE100-China-analysis.pdf. Acesso em 25 de julho de 2016

Maior que 4 GW ~3 GW ~2 GW ~1 GW Menor que 1 GW

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O planejamento estratégico energético do Estado chinês para 2050 estima-se uma

geração de energia total de 15.200 bilhões de kwh37 que inclui 1.038 bilhões de kwh de

energia de carvão (6,6% do total), 466 bilhões de kwh de energia de gás natural, 649 bilhões

kwh da energia nuclear, 2.187 bilhões de kwh de energia hidrelétrica, 5.350 bilhões de kwh

de energia eólica (35% do total), 4.130 bilhões de kwh de energia solar (27% do total) e

1.100 bilhões de kwh de energia de biomassa38. Esses números apontam a grande

transformação energética pela qual a China estrutura o seu desenvolvimento, e devido a

crescente importância do país asiático no sistema internacional, o movimento chinês

produzirá forte impacto na geopolítica energética mundial.

No campo da energia solar, calcula-se que a China apresenta 2.200 horas de sol por

ano em um território cujo dois terços são apropriados para a geração de energia proveniente

desta fonte,39 assim, a energia solar40 representa a fonte mais abundante na China,

principalmente na região oeste do país.41 Segundo Esposito e Fuchs42, a China possui um

conhecimento completo de fabricação das cadeias tecnológicas de energia solar43, desde o

silício purificado até a fabricação de células e painéis fotovoltaicos.44

Há uma corrida tecnológica em curso no setor produtivo mundial da energia solar, a

ascensão chinesa é vertiginosa, assim no campo estratégico, a China possui alta

capacidade de ampliar suas políticas de parceria com países principalmente do Hemisfério

Sul, devido a alta incidência de raios solares na maior parte desses países, além das

carências estruturais econômicas deste grupo em realizar grandes investimentos na área

de infraestrutura. O grande potencial de internacionalização da indústria solar da China

aumentaria a participação tecnológica do país asiático numa das áreas mais cobiçadas no

âmbito da cadeia global de valor do século XXI.

37 1 kilowatt = 0.000001 gigawatt 38 ENERGY RESEARCH INSTITUTE NATIONAL DEVELOPMENT AND REFORM COMMISSION. China 2050 High Renewable Energy Penetration Scenario and Roadmap Study. 2015. http://www.efchina.org/Attachments/Report/report-20150420/China-2050-High-Renewable-Energy-Penetration-Scenario-and-Roadmap-Study-Executive-Summary.pdf. Acesso em 08.08.2016 39 STERNFELD, Eva; WALDERSEE, Christoph Graf Von. A situação do meio ambiente na China. Internationale Politik – China, China, China, DGAP, n. 12, 2005. 40Em 212 a capacidade de geração de energia solar instalada na China era de 7 milhões de quilowatts, esse dado representa dois terços da geração da energia solar do mundo. REPORTLINKER. China Thermal Power Denitration Industry Report, 2014-20172015. < http://www.prnewswire.com/news-releases/china-thermal-power-denitration-industry-report-2014-2017-300046497.html> 41 WORLD BANK; DEVELOPMENT RESEARCH CENTER OF THE STATE COUNCIL – RPC. China 2030:

Building a Modern, Harmonious, and Creative Society. Washington DC: The World Bank, 2013., p. 16 42 ESPOSITO, Alexandre Siciliano e FUCHS, Paulo Gustavo. Desenvolvimento tecnológico e inserção da energia solar no Brasil. Revista do BNDES 40, dezembro 2013. 43 A cadeia de produção da indústria fotovoltaica começa na extração do quartzo e seu beneficiamento para produção de lingotes de silício. Seguem-se a fabricação das células e painéis fotovoltaicos e a produção dos equipamentos eletromecânicos complementares. Fonte: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA DO BRASIL. Análise da Inserção da Geração Solar na Matriz Elétrica Brasileira. 2012. 44 A capacitação tecnológica chinesa foi adquirida através de um processo de catching-up tecnológico, a

realização engenharia reversa e da absorção de conhecimento tecnológico importado de empresas da Europa, dos EUA e do Japão. A China aglomera os principais fabricantes de painéis fotovoltaicos. Empresas fabricantes chinesas no setor da energia solar: Yingli Green Energy, Trina Solar, Suntech Power, JA Solar, Jinko Solar e Hareon Solar (fonte: ESPOSITO, Alexandre Siciliano e FUCHS, 2013)

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O grande aporte de investimento realizado pela burocracia estatal da China no setor

de energia renovável não se limita apenas a uma estratégia de sustentabilidade ambiental,

mas também se associa a capacidade de ascensão da China em posições de relevo na

cadeia global produtiva, e ao mesmo tempo, aumentar o seu poder geopolítico internacional,

na medida que, a expansão dos setores eólico e solar promove maior valor tecnológico a

economia chinesa por meio do desenvolvimento de sua capacidade de fabricação de

turbinas eólicas e painéis solares, assim o setor de energia limpa torna-se um ativo de

exportação coerente com as ambições internacionais estabelecido em 2002, o chamado

Going Global45. Entende-se neste trabalho que a indústria de energia renovável representa

um campo crucial no rumo de projeção geopolítica internacional.

Dessa forma, a China representa hoje o maior investidor do mundo em energias

renováveis. A estratégia do Estado chinês contempla dois objetivos, primeiramente constituir

uma alternativa de fontes renováveis para aliviar o problema da degradação ambiental e,

segundo a modernização tecnológica do setor industrial com maior valor agregado aumenta

a competitividade das empresas chinesas no sistema interestatal. Essa política ambiental

associada a modernização tecnológica está em sintonia com o planejamento do Estado

chinês em tornar-se uma sociedade de alta renda nas próximas décadas.

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