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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA Diretoria de Educação Continuada e Pesquisa Mestrado Profissional em Administração BÁRBARA MADUREIRA WANDERLEY DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UMA ESCALA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE PERCEBIDA E DAS ATITUDES E INTENÇÕES COMPORTAMENTAIS DE ESTUDANTES DE ESCOLAS DE INGLÊS Belo Horizonte 2012

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

Diretoria de Educação Continuada e Pesquisa

Mestrado Profissional em Administração

BÁRBARA MADUREIRA WANDERLEY

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UMA

ESCALA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE PERCEBIDA

E DAS ATITUDES E INTENÇÕES COMPORTAMENTAIS

DE ESTUDANTES DE ESCOLAS DE INGLÊS

Belo Horizonte

2012

BÁRBARA MADUREIRA WANDERLEY

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UMA

ESCALA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE PERCEBIDA

E DAS ATITUDES E INTENÇÕES COMPORTAMENTAIS

DE ESTUDANTES DE ESCOLAS DE INGLÊS

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Administração do Centro Universitário UNA, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Área de Concentração: Inovação e Dinâmica Organizacional. Linha de Pesquisa: Inovação, Redes Empresariais e Competitividade. Orientador: Prof. Dr. Gustavo Quiroga Souki.

Belo Horizonte

Centro Universitário UNA

2012

Ficha catalográfica desenvolvida pela Biblioteca UNA campus João Pinheiro

W245d Wanderley, Bárbara Madureira

Desenvolvimento e validação de uma escala de avaliação da qualidade

percebida e das atitudes e intenções comportamentais de estudantes de escolas de

inglês/ Bárbara Madureira Wanderley. – 2012.

186f.: il.

Orientador: Prof. Dr. Gustavo Quiroga Souki

Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário UNA, 2013. Programa de

Mestrado Profissional em Administração.

Bibliografia f. 168-178.

1. Ensino, língua estrangeira, qualidade. 2. Consumidor, comportamento,

avaliação. I. Souki, Gustavo Quiroga. II. Centro Universitário UNA. III.

Título.

CDU: 338.486.3

Aos meus maiores amores:

meu Senhor Deus e a Jesus Cristo,

meu marido, Fred,

minha mãe, Léa,

meu pai, Elmo,

meu irmão, David,

e minha saudosa vovó, Maria.

AGRADECIMENTOS

A Deus, por todas as bênçãos que sempre tem derramado sobre minha

vida e pela grande oportunidade de concluir com êxito este trabalho. É, de fato,

um sonho realizado e, sem a vontade Dele, e somente Dele, nada disso seria

possível. E a Cristo Jesus, por ser minha sustentação, a minha fortaleza.

Ao professor Doutor Gustavo Quiroga Souki, pela sabedoria e tranquilidade

na condução deste trabalho e pela habilidade na transmissão de seus

conhecimentos, que foram valiosos para cada palavra aqui escrita. Minha gratidão

não se restringe às suas orientações formais, mas ao apoio e presença

constantes.

Às escolas de ensino médio (Promove Pampulha, Magnum Buritis, Colégio

Padre Eustáquio e aos demais), que gentilmente abriram suas portas para a

aplicação de questionários junto a seus alunos que, concomitantemente, são

estudantes de escolas externas de inglês. Foram contribuições valiosas, tanto do

ponto de vista qualitativo quanto quantitativo.

À Camila e à Luciana, pelo apoio e zelo nas coletas e aplicação dos

questionários, fazendo do meu trabalho um projeto possível de ser alcançável.

Aos líderes, colegas e parceiros de trabalho da UNA, ANIMA e UNIBH,

pelo incentivo, parceria, torcida e apoio nesse período.

Ao meu amado marido, Fred, por todo apoio (material, espiritual e

emocional), pela compreensão nestes dois anos de ausências e cansaço, pelo

incentivo nas horas mais difíceis, pela companhia nas madrugadas afora e pelo

compartilhamento das emoções e sentimentos mais paradoxais que senti ao

longo desta dissertação. Todo o meu amor, admiração e gratidão vão para esse

marido e companheiro maravilhoso que Deus me deu.

À minha mãe, Léa, pelo incentivo, incondicional amor, pela torcida, força e

paciência! A ela todo meu amor e admiração.

Ao meu irmão, David, pelo encorajamento e amizade.

Ao meu pai, que mesmo ausente está presente sempre que pode.

Aos meus familiares, amigas (Natacha, Morgana, Clarissa, Marina e Carol)

e amigos, pela compreensão de minhas constantes ausências, sempre com a

mesma justificativa.

À minha, avó Maria, por ter sido o maior exemplo de serenidade e pelo

amor tão incondicional que foi a mim dedicado enquanto esteve aqui.

Ao Madu, por ser um exemplo ético e dedicado com a carreira e por todos

os apoios adjacentes que sempre me concede.

Aos amigos do grupo de estudo bíblico e ao Rev. Edson, pelas orações,

palavras de ânimo e fortalecimento da fé como irmãos em Cristo.

Recebam, todos que contribuíram de alguma forma com este trabalho, a

minha humilde gratidão!

RESUMO

O presente trabalho foi realizado com o objetivo de desenvolver uma escala de avaliação de qualidade percebida e atitudes e intenções comportamentais de estudantes de escolas de inglês em Belo Horizonte, Minas Gerais. Para tanto, foi realizado levantamento do tipo survey, de natureza descritiva, com base em um corte transversal, com variáveis quantitativas. Além disso, esta pesquisa foi feita por meio de questionário estruturado, composto somente de questões fechadas, com uso de escala do tipo Likert adaptada para 11 pontos, totalizando 366 questionários válidos coletados por meio da técnica de amostragem denominada bola-de-neve. Os resultados obtidos permitem concluir que a qualidade percebida pelos estudantes de escolas de inglês em relação aos serviços prestados e produtos oferecidos é um construto multidimensional que pode ser avaliado com base nos seguintes fatores: professores, infraestrutura, biblioteca, qualidade dos serviços, organização administrativa e comunicação, funcionários e atendimento, ambiente da escola, método de ensino, atividades extras, rapidez no aprendizado, marca e tradição, status e endosso social e acessibilidade e comodidade oferecida. A escala desenvolvida neste estudo apresentou níveis adequados de confiabilidade e validade convergente e discriminante. As hipóteses testadas tiveram suporte dos pelos dados empíricos da pesquisa, com exceção da influência direta do preço sobre a satisfação. A qualidade percebida global apresentou elevada capacidade preditiva em relação à satisfação e este construto, por sua vez, mostrou impactos elevados sobre a preferência, a propensão à lealdade, o orgulho e a comunicação boca a boca/recomendação. Verificou-se, ainda, que o valor percebido exerce menos influência sobre a satisfação do que a percepção de qualidade. Além disso, constatou-se que o preço não impacta diretamente na satisfação, mas apenas por meio do valor percebido. Finalmente, cabe destacar que o modelo ofereceu ajuste satisfatório. Palavras-chave: Qualidade percebida. Satisfação. Atitudes e intenções comportamentais. Estudantes de escolas de inglês.

ABSTRACT

This research paper was composed with the objective of developing a perceived quality evaluation scale with respect to attitudes as well as the behavioral intentions of students enrolled in English schools in Belo Horizonte, Minas Gerais. For that purpose, a descriptive survey, based on a transversal section with quantitative variables was developed. Furthermore, this present research was conducted through a structured questionnaire, composed of multiple choice questions with a Likert scale adapted to eleven points, totaling 366 valid questionnaires collected through the sampling technique known as “snowball.” The results obtained draw the conclusion that the quality perceived by the English school students in relation to the service and product offered is a multidimensional construct that may be evaluated based on the following factors: teachers, infrastructure, library, service quality, administrative organization and communication, employees and treatment, school environment, teaching method, extra activities, celerity in learning, brand and tradition, status and social endorsement and accessibility and conveniences offered. The scale developed in this study presented adequate levels of converging and discriminating reliability and validity. The hypotheses tested were supported by the empirical data of the research, with the exception of the direct influence of the price over satisfaction. The overall quality heeded presented an elevated predictive capacity in relation to satisfaction, and this construct, on the other hand, presented elevated impacts on preference, propensity to loyalty, pride and word of mouth communication or recommendation. It was verified that the value perceived has a lesser influence on the satisfaction than on the perception of quality. Nonetheless, it was found that price did not present a direct impact on satisfaction, but only through the value perceived. Finally, it is remarkable to note that the model presented a satisfactory adjustment. Key words: Perceived quality. Satisfaction. Behavioral attitudes and intentions. English school students.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Modelo do processo de decisão de compra dos consumidores. .............. 31

Figura 2 – Fontes de informação para uma decisão de compra ............................... 56

Figura 3 – Matriz de fidelidade .................................................................................. 83

Figura 4 – Diagrama de caminhos .......................................................................... 112

Figura 5 – Modelo hipotético da pesquisa ............................................................... 114

Figura 6 – Modelo testado da pesquisa .................................................................. 159

Gráfico 1 – Escolas de inglês onde os entrevistados estudam. .............................. 116

Gráfico 2 – Renda familiar dos entrevistados.......................................................... 117

Gráfico 3 – Gênero dos entrevistados. .................................................................... 118

Gráfico 4 – Nível de escolaridade dos entrevistados. ............................................. 118

Gráfico 5 – Estado civil dos entrevistados. ............................................................. 119

Gráfico 6 – Faixa etária dos entrevistados. ............................................................. 120

Quadro 1 – Tipos de comportamento de compra do consumidor ............................. 51

Quadro 2 – Características da solução limitada versus as da solução ampliada ...... 52

Quadro 3 – Diferenças entre as concepções básicas de pesquisas exploratória,

descritiva e causal ..................................................................................................... 93

Quadro 4 – Tipos de amostragem ........................................................................... 100

Quadro 5 – Citações dos construtos e variáveis da pesquisa (questionário) .......... 104

Quadro 6 – Critérios para adequação da solução fatorial e confiabilidade ............. 133

Quadro 7 – Resultados da avaliação das hipóteses ............................................... 164

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Instituições de ensino de idiomas em Belo Horizonte em 2004 e em

2012 .......................................................................................................................... 19

Tabela 2 – Informações sobre o estudo do inglês por parte dos entrevistados ...... 117

Tabela 3 – Estatística descritiva .............................................................................. 121

Tabela 4 – Teste de adesão à normalidade de Kolmogorov-Sminorv ..................... 128

Tabela 5 – Solução fatorial do construto B3: professores da escola ....................... 133

Tabela 6 – Solução fatorial do construto B4: infraestrutura da escola .................... 134

Tabela 7 – Solução fatorial do construto B5: qualidade de serviços, organização

administrativa e comunicação da escola ................................................................. 134

Tabela 8 – Solução fatorial do construto B6: funcionários e atendimento da escola135

Tabela 9 – Solução fatorial do construto B7: ambiente da escola........................... 135

Tabela 10 – Solução fatorial do construto B: método de ensino da escola ............. 136

Tabela 11 – Solução fatorial do construto B9: rapidez da aprendizagem da escola136

Tabela 12 – Solução fatorial do construto B10: marca e tradição da escola ........... 137

Tabela 13 – Solução fatorial do construto B12: status e endosso social da escola 137

Tabela 14 – Solução fatorial do construto B13: acessibilidade e comodidade

oferecida pela escola .............................................................................................. 138

Tabela 15 – Solução fatorial do construto B14.1: preço .......................................... 138

Tabela 16 – Solução fatorial do construto B14.2: valor percebido .......................... 138

Tabela 17 – Solução fatorial do construto B15.1: satisfação .................................. 139

Tabela 18 – Solução fatorial do construto B15.3: comunicação boca a boca/

recomendação ........................................................................................................ 139

Tabela 19 – Solução fatorial do construto B15.4: orgulho ....................................... 139

Tabela 20 – Solução fatorial do construto B15.5: lealdade ..................................... 140

Tabela 21 – Solução fatorial do construto B16: preferência .................................... 140

Tabela 22 – Avaliação da validade convergente dos construtos de primeira ordem

do modelo com base no método de Bagozzi, Yi e Philips (1991) ........................... 147

Tabela 23 – Avaliação da AVE dos construtos de primeira ordem do modelo ........ 151

Tabela 24 – Avaliação da validade discriminante dos construtos de primeira

ordem com base no método de Fornell e Larcker (1981) ....................................... 152

Tabela 25 – Avaliação da CC e do AC dos construtos de primeira ordem ............. 153

Tabela 26 – Avaliação da validade convergente do construto de segunda ordem

com base no método de Bagozzi, Yi e Philips (1991) ............................................. 154

Tabela 27 – Avaliação da validade discriminante do construto de segunda ordem

com base no método de Fornell e Larcker (1981) ................................................... 155

Tabela 28 – Avaliação da validade discriminante do construto de segunda ordem

com base nos cross-loadings .................................................................................. 156

Tabela 29 – Resultado das hipóteses do modelo proposto. ................................... 160

Tabela 30 – Q² dos construtos endógenos do modelo ............................................ 160

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Alfa de Cronbach

ACAA Completamente aleatórios ao acaso

CC Confiabilidade composta

AFC Análise Fatorial Confirmatória

AVE Variância Média Extraída

CF Carga fatorial

COM Comunalidade

GoF Goodness of fit

ICBEU Instituto Cultural Brasil Estados Unidos

KMO Kaiser-Meyer-Olkin

NC Não consta

PLS Partil Least Square

SEM Modelagem de Equações Estruturais

SPSS Statistical Package for Social Sciences

TEB Teste de Esfericidade de Bartlett

VE Variância explicada

SUMÁRIO1

1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA .............................................. 14

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 25

2.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 25

2.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 25

3 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 26

3.1 Comportamento do consumidor .......................................................................... 26

3.1.1 Influências ambientais ...................................................................................... 32

3.1.1.1 Fatores culturais ............................................................................................ 32

3.1.1.2 Fatores sociais .............................................................................................. 33

3.1.1.3 Fatores familiares .......................................................................................... 35

3.1.1.4 Fatores pessoais ........................................................................................... 37

3.1.1.5 Fatores psicológicos...................................................................................... 42

3.1.1.6 Fatores situacionais ...................................................................................... 49

3.1.2 Processo de decisão de compra do consumidor .............................................. 49

3.1.2.1 Reconhecimento da necessidade ................................................................. 53

3.1.2.2 Busca de informações ................................................................................... 54

3.1.2.3 Avaliação de alternativas pré-compra ........................................................... 57

3.1.2.4 Compra ......................................................................................................... 61

3.1.2.5 Consumo ....................................................................................................... 64

3.1.2.6 Avaliação pós-consumo ................................................................................ 65

3.1.2.7 Descarte ........................................................................................................ 89

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 91

4.1 Tipo da pesquisa ................................................................................................. 91

4.2 População e amostra da pesquisa ...................................................................... 98

4.3 Métodos e técnicas utilizadas para a coleta de dados ...................................... 104

4.4 Tratamento dos dados ...................................................................................... 108

1 Este trabalho foi revisado de acordo com as novas regras ortográficas aprovadas pelo Acordo

Ortográfico assinado entre os países que integram a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em vigor no Brasil desde 2009. E foi formatado de acordo com a ABNT NBR 14724 de 17.04.2011.

4.4.1 Modelagem de equações estruturais (Structural Equations Modeling -SEM). 109

5 MODELO HIPOTÉTICO DA PESQUISA ............................................................. 113

6 RESULTADOS .................................................................................................... 115

6.1 Análise exploratória dos dados ......................................................................... 115

6.1.1 Caracterização da amostra ............................................................................ 115

6.1.2 Análise descritiva dos dados .......................................................................... 120

6.1.3 Análise de dados ausentes ............................................................................ 124

6.1.4 Análise de outliers .......................................................................................... 126

6.1.5 Normalidade dos dados ................................................................................. 127

6.1.6 Linearidade .................................................................................................... 131

6.2 Dimensionalidade dos construtos da pesquisa ................................................. 131

6.3 Método de equações estruturais: teste das hipóteses ...................................... 141

6.3.1 Outer model: validade convergente, discriminante e confiabilidade ............... 146

6.3.1.1 Construtos de primeira ordem ..................................................................... 146

6.3.1.2 Construtos segunda ordem ......................................................................... 153

6.3.2 Modelos estruturais: validade nomológica e ajuste do modelo .................... 157

7 CONCLUSÕES .................................................................................................... 161

7.1 Limitações e sugestões para futuras pesquisas ................................................ 165

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 168

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA ................................................. 179

14

1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

A realidade das escolas de idiomas remonta a um passado histórico

baseada na necessidade que as pessoas possuem de se comunicar, de

estabelecer conexões e relacionamentos desde os primórdios. Conforme Thayer

(1972) e Schuler (2004), o relacionamento humano está pautado na comunicação,

iniciada desde seu nascimento e imprescindível para sua existência. A

comunicação pode ser definida como um processo inerente à existência humana,

à sua evolução, crescimento e às transformações de todos os sistemas vivos,

sejam comunidades, organizações ou grupos de pessoas, além de fundamental

na interação com o ambiente (THAYER, 1972). Desta forma, o ato de comunicar-

se está intimamente ligado à troca de informações, ideias e pensamentos por

meio de mecanismos como a fala, a escrita e símbolos por duas ou mais pessoas

que atuam como emissores e receptores de mensagens diversas (SCHULER,

2004; THAYER, 1972).

De acordo com Mattelart e Mattelart (2005), a comunicação é um fator

fundamental de integração das sociedades humanas, centrada, principalmente,

na visão da sociedade como um organismo, formado por um conjunto de órgãos

em que cada um deles exerce importante e relevante função para o bom

funcionamento desse organismo como um todo.

O processo de comunicação sofre profunda transformação, iniciando a

partir de pinturas rupestres primitivas às mais sofisticadas formas de escrita,

passando, nesse período, por evoluções contínuas (DUARTE, 2007). Esse

processo deu-se a partir da necessidade do desenvolvimento de tecnologias que

favorecessem a comunicação, visto que novas terras e novas fronteiras vinham

sendo buscadas e alcançadas pelo homem (DUARTE, 2007). A partir daí, o

alfabeto, como é conhecido nos dias atuais, foi ganhando forma e a construção de

linguagens e do vocabulário foi sendo concebida por meio da conexão dos

elementos que, gradativamente, iam sendo descobertos e aprimorados, chegando

aos formatos de internet, telefone, rádio e telégrafo, além de tantos outros

existentes nos dias atuais (MATTELART, 2001). O autor conclui, portanto, que a

língua passa a ser a forma universal de comunicação e transmissão de

15

informações, cujos caminhos são encurtados pelos recursos tecnológicos

modernos existentes, conferindo mais agilidade e confiabilidade em sua

disseminação. Logo, os distintos sistemas de comunicação existentes e

desenvolvidos pelo homem garantiram a ele as possibilidades de interação e

trocas sociais como ser social que é (CASADO, 2002).

Além disso, a comunicação exerce papel cada vez mais importante,

sobretudo a partir do século XVIII, no tocante à organização do trabalho coletivo

no interior de fábricas, e exercendo relevante papel na estruturação dos espaços

econômicos (MATTELART; MATTELART, 2005).

Inaugurado em 1793, o telégrafo, primeiro sistema de comunicação à

distância, foi criado com a finalidade principal de atendimento a demandas

militares. A partir daí, surgiram diversas necessidades de encurtamento de

distâncias e otimização de processos relacionados ao trabalho e à circulação

monetária entre cidades, estados e países. O encurtamento dessas distâncias

geográficas poderia ser promovido a partir do desenvolvimento de eficientes

ferramentas de comunicação, seja para aplicação dentro de um mesmo espaço

físico, seja para comunicar-se com localidades do outro lado do globo. Nesse

sentido, Mattelart e Matellart (2005) defendem a ideia de que a comunicação

exerceu importante papel na industrialização, sobretudo a partir do século XIX.

No entanto, ainda que modernos e eficientes mecanismos de comunicação

sejam amplamente difundidos por todo o mundo, há e sempre houve grande

necessidade de universalização de uma língua comum para transmissão do

grande fluxo de informações que circulam diariamente entre as nações com

finalidades diplomáticas, comerciais e humanitárias. Logo, uma língua haveria de

ser definida a fim de padronizar a comunicação entre todos os povos existentes

sobre a Terra.

Em virtude da relevância histórica do Reino Unido e sua ampla atuação e

domínio colonialista em diversas partes do mundo, a língua inglesa passa a ser,

portanto, um dos idiomas universalmente falados na comunicação entre as

nações. Além disso, esse processo está diretamente relacionado à supremacia

econômica dos Estados Unidos da América, cuja língua pátria é o inglês,

corroborando ainda mais a definição do referido idioma para universalização da

comunicação em todo o mundo. Dessa forma, o inglês é o idioma mais usado na

16

comunicação entre países de todas as partes do globo (DUARTE, 2007). O

idioma inglês, a partir daí, passou a ter grande relevância não somente no cenário

comercial e econômico mundial, mas tornou-se, também, condição imprescindível

para a competitividade de profissionais do mundo moderno que desejam

ingressar, manter-se e desenvolver-se no mercado de trabalho, já que este deve

estar pronto a comunicar-se com qualquer parte do mundo, a qualquer momento.

As organizações modernas deparam com grandes desafios referentes ao

atendimento das necessidades e satisfação dos consumidores em todo o globo,

principalmente se levados em consideração o dinamismo e a rapidez com que

mudanças acontecem em todos os aspectos micro e macroambientais

(CHRISTINO, 2004). Esses desafios devem-se ao fato de que o homem possui

uma infinidade de necessidades e desejos, além de que seus modelos

comportamentais se modificam rapidamente, exigindo padrões de qualidade e

variedade cada vez mais elevados por parte das organizações (TAMASHIRO et

al., 2007).

Pode-se dizer que essas mudanças comportamentais sofrem influência das

constantes mudanças nos ambientes tecnológico, social, econômico, político e

cultural, gerando novas tendências de mercado (SOUKI; GONÇALVES FILHO;

SILVA, 2006) e exigem que as organizações se adaptem constantemente a essa

nova realidade (PINHO, 2006). Tais mudanças conferem ao consumidor mais

acesso à informação, tornando-o mais criterioso e exigente em suas escolhas.

Além disso, esse novo perfil de consumidor é cada vez mais exigente quanto à

qualidade e serviço oferecidos pelas organizações.

Dessa forma, o consumidor possui a expectativa de que as organizações

trabalhem em níveis praticamente customizados para atender às suas

necessidades de forma individualizada, suficientemente satisfatória e

praticamente artesanal (COBRA; BREZZO, 2010; KOTLER, 2005). Assim, as

empresas modernas devem se colocar em uma posição de constante

levantamento de necessidades latentes de seu mercado consumidor a fim de

oferecer mais valor agregado e garantir a satisfação de seu público-alvo,

assediado constantemente pela concorrência e novos entrantes (SILVA, 2005;

HAWKINS; MOTHERSBAUGH; BEST, 2007). Além disso, essas organizações

devem ser dotadas da capacidade de rápida resposta às mudanças ambientais e

17

de promover revisão e reformulação constante de suas estratégias a fim de se

manterem competitivas frente ao mercado e aos concorrentes (DUARTE, 2007).

Não obstante, é importante salientar que a competitividade e a disputa

entre as organizações modernas oferecem uma infinidade de opções para o

mercado consumidor, o que corrobora ainda mais o elevado padrão de exigência

e variedade requerido por ele. As mudanças nos padrões comportamentais e

interesses do consumidor ocorrem a partir desse cenário em que a variedade

torna-se cada vez mais atrativa, impondo desafios cada vez maiores às

organizações que desejam manter-se competitivas e na disputa pela liderança de

mercado. Essas organizações devem diferenciar-se, inovar e permanecer atentas

ao mercado a fim de sempre saírem à frente dos concorrentes e concentrar

esforços na dominação de técnicas e procedimentos desconhecidos pelo

mercado, conferindo-lhes exclusividade à frente das demais. Além disso, as

empresas contemporâneas necessitam focar seus esforços e atenções no

mercado, tomando-o como base em suas decisões estratégicas (RICHERS,

1986). Para isso, é importante a realização de profundas e completas pesquisas

na área, a fim de conhecer e dominar as características mais relevantes do

mercado e do público consumidor, com o intuito de diferenciar-se no segmento

em que atuam (DUARTE, 2007).

Conforme Silva (2005), compreender e absorver as necessidades dos

consumidores é tarefa árdua e delicada, visto que não é estrategicamente

possível compreender e atender às necessidades de forma individual de seu

mercado-alvo, ainda que este já esteja segmentado e bem definido. No que se

refere ao mercado de ensino de idiomas, esse cenário não se mostra diferente.

Em resposta a essa grande necessidade e exigência por parte do mercado

em relação à fluência do idioma inglês e pelo fato de a língua pátria do Brasil não

possuir relações com este, diversas escolas de idiomas, sobretudo do idioma

inglês, surgem por todo o Brasil a fim de atender a essa demanda latente. Souki e

Pereira (2004) e Kotler e Fox (1994) afirmam que a realidade das instituições de

ensino brasileiras não é diferente das demais em termos de competitividade e

necessidade de adaptação ao dinamismo e mudanças ambientais pelos quais o

mundo moderno passa. Conforme os autores, tais instituições são profundamente

afetadas pelas turbulências e alterações nos ambientes micro e

18

macroeconômicos, o que exige nova postura e estratégias por parte dos

administradores a fim de garantir a manutenção dessas organizações nesses

ambientes competitivos.

Silva (2005) destaca o exponencial crescimento que as escolas de inglês

vêm atingindo na cidade de Belo Horizonte. Para se manterem no mercado, essas

instituições têm buscado rever suas práticas, suas estratégias e suas decisões no

sentido de orientarem-se quanto à qualidade e eficácia dos serviços que

oferecem. Desta forma, as instituições de ensino de idiomas saem de uma

posição passiva experimentada ao longo de várias décadas para uma postura

prospectiva diante da realidade desse mercado. Silva (2005) ainda destaca que,

na década de 60, a escola de inglês de mais destaque da cidade de Belo

Horizonte era o Instituto Cultural Brasil Estados Unidos (ICBEU) em meio às

poucas que existiam nessa época. Já no início da década de 70, o autor destaca

a entrada de escolas potenciais no estado de Minas Gerais, que começaram a

competir pelo mercado até então atendido por restrito conjunto de instituições

atuantes nesse segmento. A partir dos anos 2000, o mercado de escolas de

idiomas na cidade de Belo Horizonte passou a ser dividido por diversas escolas

concorrentes entre si, algumas delas provenientes de elevadas redes de

franquias, como outras provenientes de escolas de menor porte, além de uma

infinidade de professores particulares (SILVA, 2005).

A fim de retratar a realidade do mercado no ano de 2004, Silva (2005)

realizou levantamento da quantidade de escolas de inglês na cidade de Belo

Horizonte. A TAB. 1 a seguir demonstra o número de escolas existentes em Belo

Horizonte em 2004 e 2012, que busca comparar a quantidade de escolas

existentes nos referidos anos e demonstrar a evolução do setor em Belo

Horizonte nesse intervalo de tempo.

19

TABELA 1 – Instituições de ensino de idiomas em Belo Horizonte em 2004 e em

2012

2004 2012

Escolas de Idiomas Número de

Escolas Escolas de Idiomas

Número de Escolas

Berlitz 1 Berlitz 1

Brasas 3 Brasas 3

CCAA 9 CCAA 9

CNA 3 CNA 3

Cel-lep 1 Cel-lep 1

Cultura Inglesa 6 Cultura Inglesa 12

Fisk 3 Fisk 8

ICBEU 1 ICBEU 1

Number One 21 Number One 34

Skill 3 Skill 1

Wisdom 5 Wisdom 0

Wizard 7 Wizard 13

Yazigi 4 Yazigi 2

Greenwich 3 Greenwich 4

GreenSystem 1 GreenSystem 5

Greenway 5 Greenway 1

Luziana Lanna 13 Luziana Lanna 15

MAI English 3 MAI English 9

UPTIME NC* UPTIME 6

Park Idiomas NC* Park Idiomas 7

The Best NC* The Best 5

Inglês e Cia NC* Inglês e Cia 9

Rizvi NC* Rizvi 3

Outras escolas 76 Outras escolas 89

TOTAL GERAL 168 TOTAL GERAL 241

Legenda: *NC = não constava relacionada na pesquisa de Silva (2005). Fonte: adaptado de Silva (2005) com base nos dados do Guiatel.

Ainda hoje é possível verificar grande pulverização de escolas pela cidade

de Belo Horizonte. Entretanto, a disputa pelo atendimento da alta demanda pelo

domínio no idioma inglês fez com que a expansão e crescimento fizessem parte

das estratégias de muitas marcas já existentes no mercado no ano de 2004. Nota-

se, pelos números expostos na TAB. 1, que o mercado cresceu de forma

considerável e foi marcado pelo aumento do número de escolas, além do

surgimento e fortalecimento de diversas marcas que já existiam ou passaram a

existir nesse intervalo de tempo. Em um mercado em franco crescimento e de

demanda cada vez mais representativa, exige-se dos competidores postura

20

prospectiva e voltada para o atendimento das demandas desse consumidor que

busca o aprendizado do idioma inglês. Esse cenário certamente não se aplica ao

caso das marcas de escolas, que têm demonstrado decréscimo ou que

simplesmente deixaram de existir no intervalo de 2004 e 2012.

Visando atender de forma eficiente e garantir a satisfação de seu público-

alvo, as organizações desse segmento devem, continuamente, buscar

informações e práticas que visem compreender novos padrões de comportamento

do consumidor. Além disso, é fundamental focar pontos que garantam a

satisfação desse mercado e atacando de forma efetiva pontos que gerem

desconforto, insatisfação ou mesmo arrependimento para clientes de seu

segmento.

Não se pode deixar de lado, contudo, a necessidade de aliar a necessidade

de manter a saúde financeira e estrutural da empresa com o atendimento das

necessidades e desejos dos alunos de instituições educacionais, o que é uma

tarefa árdua e delicada (KOTLER; FOX, 1994). Para tornar esse intento menos

oneroso, a obtenção de informações acerca da imagem e reputação dos

concorrentes frente ao seu mercado-alvo, aliada ao conhecimento do

comportamento do consumidor e suas aspirações, são processos fundamentais

para o confronto com os desafios impostos pelo mercado e para o sucesso de

estratégias mercadológicas (SOUKI; GONÇALVES FILHO; SILVA, 2006).

Esse conjunto de informações oferece uma base sólida para a formulação

de estratégias e tomada de decisões que possam vir a garantir a vantagem

competitiva sustentável dessa organização frente às demais (SOUKI;

CHRISTINO; GONÇALVES FILHO, 2005). Tais ações, conjuntamente adotadas,

contribuem para o sucesso de estratégias de marketing, além de manter, de fato,

as organizações competitivas e mais eficazes diante dos concorrentes (DUARTE,

2007). Essa condição torna-se possível a partir da orientação da organização na

busca por uma base de informações sólidas e confiáveis para a definição de seu

mercado, além de promover melhor compreensão das ameaças e oportunidades

mercadológicas existentes no segmento (SOLOMON, 2002).

O mercado brasileiro de cursos de idiomas vem se tornando cada vez mais

relevante nos últimos anos. Esse crescimento justifica-se pelo fato de que falar

outro idioma além da língua natal é condição sine qua non para a competitividade

21

de profissionais, em todo o globo, que atuam no mundo corporativo. Embora esse

cenário seja uma realidade cada vez mais presente no cotidiano de jovens e

profissionais de todo o mundo, os índices de fluência no idioma, sobretudo no

Brasil, demonstram resultados alarmantes. De acordo com Oliveira (2012a),

muitos estudantes brasileiros têm perdido a oportunidade de estudar fora do país

por meio de financiamento governamental, por falta de fluência em outros

idiomas, sobretudo o inglês. Ainda conforme a autora, as ousadas metas

definidas pelo Brasil no tocante ao envio de estudantes e pesquisadores para o

exterior podem ser seriamente comprometidas em virtude do desempenho cada

vez menor que esse grupo tem apresentado no teste de proficiência.

Em publicação posterior, Oliveira (2012b) destaca que, atualmente, o Brasil

ocupa a 46ª posição no ranking de proficiência entre 54 países, sendo classificado

com proficiência muito baixa. Considerando que o Brasil será sede dos eventos

esportivos mais importantes do mundo em 2014 e 2016, o segmento tem buscado

se aperfeiçoar e intensificar as ações de atendimento cada vez mais rápido e

eficiente da demanda pela fluência no idioma inglês (PIO, 2012a), principalmente

se se considerar que o brasileiro ainda tem muito a evoluir nesse quesito

(OROSCO, 2012).

Pio (2012b) afirma que o alto crescimento de franquias e empresas do

setor justifica-se pela iminência de tais eventos, sendo comprovado pelas altas

cifras de faturamento e sua grande participação no setor de educação e

treinamento. Orientados para o atendimento dessa demanda, diversos grupos têm

realizado altos investimentos em expansão, fusões e aquisições. Alguns

empresários citados na publicação do referido autor estimam que o setor deve

crescer em torno de 70% até 2016 na busca de garantir a fluência desejada no

idioma pelo consumidor, além de projetar o Brasil de forma diferenciada no

cenário internacional.

Outra matéria de Pio (2012b) na mesma publicação retrata o ponto de vista

de outros executivos da área, que afirmam que a demanda pelos cursos de inglês

já cresceu 30% e pode chegar a 200% até o ano de 2017, ou seja, um ano após

encerrados todos os grandes eventos esportivos esperados. O autor refere que as

empresas e franquias do ramo têm buscado ampliar sua fatia de mercado,

buscando desenvolver métodos de ensino inovadores e eficientes que visem a

22

atender a todas as idades, classes, perfis e disponibilidade de tempo e renda.

Essa customização de serviços tende a contemplar grande parte dos indivíduos

que demandam fluência no idioma inglês, especialmente pelas empresas mais

atentas e orientadas para as reais necessidades e desejos desse público.

Considerando o vertiginoso crescimento desse mercado, que busca suprir

essas necessidades, a presente pesquisa busca compreender e decifrar nuanças

acerca do comportamento do consumidor de escolas de inglês de Belo Horizonte,

bem como suas atitudes e intenções comportamentais em relação às escolas

onde estão matriculados. Pesquisas anteriores acerca do tema já foram

realizadas com focos e abordagens diversos, deixando lacunas abertas ainda não

abordadas por outros pesquisadores da área, dando, assim, abertura a pesquisas

inéditas sobre o assunto.

O ineditismo desta investigação, portanto, baseia-se no interesse em

preencher tais lacunas do ponto de vista científico e gerencial acerca do

comportamento dos estudantes regularmente matriculados em escolas de inglês

de Belo Horizonte, complementando conceitos e atribuições não contemplados

em trabalhos anteriormente realizados por outros pesquisadores da área.

Silva (2005) desenvolveu estudo acerca do comportamento de evasão de

estudantes em mais de 20 franquias de escolas de inglês em Belo Horizonte. O

referido autor buscou desvendar as atitudes e comportamentos dos clientes

dessas franquias, levando em conta construtos como satisfação, identificação,

arrependimento, comunicação boca a boca, lealdade e desejo de evadir. Dessa

forma, Silva (2005) aprofundou-se em diferentes componentes do processo de

compra do consumidor cujo foco está na etapa de pós-compra.

Ainda que a presente pesquisa apresente, também, enfoque no

comportamento pós-compra do consumidor, o viés adotado para a análise

mostra-se distinto do abordado por Silva (2005). Esta afirmação se justifica pelo

fato de que a presente pesquisa leva em conta construtos como orgulho,

preferência, valor percebido e preço, que não foram alvos do estudo de Silva

(2005), embora construtos como comunicação boca a boca, satisfação e lealdade

coincidam em ambas as abordagens. Assim, seu estudo focou-se no

comportamento pós-compra, voltado para as razões e atributos que fariam os

23

estudantes evadir das escolas onde estavam matriculados, o que abre espaço e

lacunas para estudos de outros atributos e variáveis.

Já Duarte (2007) desenvolveu uma escala de validação de atitudes e

intenções comportamentais para a escolha de escolas de inglês na cidade de

Belo Horizonte, ou seja, seu estudo direcionou-se para outra etapa do processo

de comportamento de compra do consumidor, que é a avaliação de alternativas

pré-compra. Dessa forma, o foco do estudo estava no que levaria o estudante a

escolher por determinada escola, distinguindo-se dos atributos e construtos que

foram utilizados para o presente trabalho, que foca a etapa de pós-compra do

processo de compra do consumidor.

Desta forma, embora os resultados de ambas as pesquisas tenham sido

satisfatórios para os fins aos quais se destinavam, não foi contemplado o que de

fato fazia os estudantes manterem-se matriculados nas escolas de inglês onde

estavam ou o que impactava seu comportamento e suas atitudes e intenções

comportamentais em relação a elas. Ainda assim, ambos os autores realizaram

estudos aprofundados e desvendaram nuanças relacionadas ao consumidor de

serviços de inglês em Belo Horizonte, o que fortalece ainda mais e corrobora a

relevância da presente pesquisa para esse mercado específico sob o ponto de

vista científico e gerencial.

Assim sendo, a presente pesquisa busca responder tais questões e

compreender o comportamento “pós-compra” dos estudantes das escolas de

inglês de Belo Horizonte, ou seja, quais são suas atitudes e intenções

comportamentais em relação às escolas em que estão atualmente matriculados.

Este estudo, portanto, busca desvendar a situação presente do estudante, e não

as situações de escolha prévia ou evasão das referidas escolas, respondendo a

problemas científicos e gerenciais.

Tomando como base todo o exposto, o problema do presente trabalho

fundamenta-se no fato de que a manutenção de estudantes em escolas de inglês

depende da percepção de qualidade que eles possuem quanto aos produtos

oferecidos e serviços prestados, bem como das suas atitudes e intenções

comportamentais em relação a elas.

Com base nesse problema, surgem as seguintes questões norteadoras da

pesquisa:

24

1. Como os estudantes percebem a qualidade das escolas de inglês onde

estão matriculados?

2. Quais são as atitudes e intenções comportamentais dos estudantes no

tocante às escolas de inglês onde estão matriculados?

25

2 OBJETIVOS

Considerando-se o referido problema, foram estabelecidos os objetivos:

2.1 Objetivo geral

A presente pesquisa busca desenvolver e validar uma escala de avaliação

da qualidade percebida e das atitudes e intenções comportamentais de

estudantes de escolas de inglês.

2.2 Objetivos específicos

Especificamente, buscou-se:

a) Identificar as percepções de qualidade de estudantes de escolas de inglês

de Belo Horizonte.

b) Detectar as percepções dos estudantes de escolas de inglês em relação ao

preço praticado pelas escolas onde estão matriculados.

c) Apurar o valor percebido pelos estudantes de escolas de inglês em relação

às escolas onde estão matriculados.

d) Levantar a satisfação dos estudantes em relação às escolas de inglês onde

estão matriculados.

e) Estabelecer as atitudes e intenções comportamentais de estudantes em

relação às escolas de inglês onde estão matriculados, com ênfase nos

seguintes construtos: preferência de compra, propensão à lealdade,

orgulho e comunicação boca a boca/recomendação.

f) Identificar os impactos da qualidade percebida, do valor percebido e do

preço sobre a satisfação e em relação às atitudes e intenções

comportamentais (preferência de compra, propensão à lealdade, orgulho e

comunicação boca a boca/recomendação) dos estudantes de escolas de

inglês.

26

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Comportamento do consumidor

Sheth, Mittal e Newman (2001, p. 29) definem o comportamento do

consumidor como “as atividades físicas e mentais realizadas por clientes de bens

de consumo e industriais que resultam em decisões e ações, como comprar e

utilizar produtos e serviços, bem como pagar por eles”. Kotler (2005, p. 122) ainda

descreve que a área do comportamento do consumidor “estuda como os

indivíduos, os grupos e as organizações selecionam, compram, utilizam e

descartam produtos, serviços, ideias ou experiências para satisfazer às suas

necessidades e desejos”.

Diversos conceitos surgem acerca do comportamento do consumidor na

tentativa de compreender de que forma as organizações podem buscar e alcançar

o atendimento e satisfação de necessidades e desejos de determinados

segmentos de atuação (ALVES, 2008). Mowen e Minor (2003, p. 3) utilizam a

definição do comportamento do consumidor como “um estudo das unidades

comparadoras e dos processos de troca envolvidos na aquisição, no consumo e

na disposição de mercadorias, serviços, experiências e ideias” na busca de

compreender a origem e finalidade das ações comportamentais dos indivíduos.

Cobra (2005) e Silk (2006) afirmam que estudar e conhecer o

comportamento do consumidor é conhecer os fatores que determinam a compra

do indivíduo e, portanto, podem ser a chave para a vantagem competitiva das

organizações (OLIVEIRA et al., 2008). No entanto, ainda que o conhecimento do

comportamento seja fundamental para a competitividade e vantagem

mercadológica das organizações, estas devem buscar sempre conhecer ações e

estratégias de seus concorrentes (CORREA et al., 2009).

Em consonância com as descrições anteriormente mencionadas, estudar e

desvendar o comportamento do consumidor é buscar conhecer os meandros que

envolvem o processo de seleção, compra, uso e descarte de produtos, serviços e

experiências na busca das necessidades e desejos que as pessoas e grupos

possuem (HAWKINS; MOTHERSBAUGH; BEST, 2007; SOLOMON, 2011). Além

27

disso, conhecer o comportamento do consumidor-alvo pode ser a chave de

vantagem competitiva para competir em mercados altamente concorridos e

demandados (COBRA, 2005). Desta forma, Solomon (2011) refere que a busca

pela interação com o consumidor não deve se restringir no momento da compra

em que ele paga e leva o produto ou serviço, mas deve ser um processo

contínuo, em que todas as etapas desse comportamento são fundamentais para a

compreensão e o atendimento de suas necessidades.

De acordo com Blackwell, Miniard e Engel (2005), o consumidor não toma

a decisão de comprar um produto ou usufruir de um serviço de forma aleatória. Ao

contrário, o consumidor opta pela compra de algum produto ou serviço partindo

de uma necessidade ou desejo que visa a solucionar algum problema rotineiro

que o leva ao consumo de produtos de diversas naturezas e variedades. Quando

deparado com um processo de compra, o consumidor não decide pelo ato de

comprar isoladamente, mas leva em consideração uma série de associações e

experiências anteriores que o munem de informações capazes de influenciar no

processo da compra (COBRA, 2005). Na busca por preencher essa lacuna deste

estado de carência, as organizações devem conhecer essas necessidades e

desejos a fim de desenvolverem as estratégias de marketing adequadas e

eficazes para que o comportamento do consumidor seja influenciado de forma

positiva e socialmente desejável (HAWKINS; MOTHERSBAUGH; BEST, 2007).

Para Cobra (2005, p. 114), “o comportamento de compra do consumidor é

fortemente influenciado por fatores econômicos, tecnológicos e governamentais”.

Desta forma, o consumo por parte das pessoas está diretamente ligado às

condições proporcionadas pelo ambiente. De modo geral, o ambiente como um

todo influencia e impacta no comportamento do consumidor nas mais diversas

dimensões, como: meio ambiente, regulamentações, cenário político, econômico,

entre outros.

Ainda assim, não somente os fatores ambientais influenciam o

comportamento do consumidor de forma representativa, mas sua decisão de

compra está baseada inicialmente na identificação de uma carência que desperta

necessidade ou desejo em supri-la. No intuito de compreender essa dinâmica e

de que forma esse processo se dá, Blackwell, Miniard e Engel (2005), Kotler e

Keller (2006), Mowen e Minor (2003), Karsaklian (2004) e diversos teóricos e

28

autores na área do comportamento do consumidor discorrem acerca do processo

decisório de compra do consumidor e as etapas pelas quais esse processo passa

desde o reconhecimento da necessidade, até o descarte final. Assim, o modelo

central a ser utilizado passa pelas fases de: reconhecimento da necessidade,

busca de informações, avaliação de alternativas pré-compra, compra, consumo,

avaliação pós-consumo e descarte.

Diversos fatores e distintas variáveis presentes no ambiente podem

influenciar o comportamento do consumidor, além do processo anteriormente

descrito pelo qual o consumidor passa ao decidir pela compra de algo, partindo

pelo reconhecimento da necessidade. Alguns desses fatores podem ser citados e

estudados em detalhes, tais como: fatores culturais, sociais, familiares, pessoais,

psicológicos e situacionais (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005). Para Kotler

e Keller (2006), o fator que exerce a mais profunda influência no comportamento

do consumidor são os culturais e, por isso, os profissionais de marketing devem

buscar conhecer e compreender de forma ampla e profunda o comportamento do

consumidor, tanto no âmbito teórico como prático. Não menos importantes, os

demais fatores são fundamentais no comportamento de compra e determinam os

limites, desejos, especificidades e satisfação pela compra do produto ou serviço.

Na tentativa de decifrar e compreender o comportamento de compra do

consumidor, diversos modelos surgiram, sobretudo, a partir da década de 60.

Karsaklian (2004) descreve diversos deles, tais como:

a) Modelo de Nicosia: busca pela análise das decisões do consumidor cuja

origem é baseada em um processo possivelmente dividido em “campos de

atividade” e que estes se subdividem em “subcampos”. Nesse sentido, o

campo de ação de compra é produto de um processo composto pela

pesquisa e avaliação da informação que precede a exposição a uma

mensagem, na grande maioria das vezes de caráter publicitário. Esse

modelo, conforme Karsaklian (2004), foi uma das primeiras tentativas de

integração de diversas pesquisas relacionadas à área de ciências sociais e

economia, originado no ano de 1966. No entanto, o modelo não foi testado

e validado. Ainda assim, foi tomado como base para diversas pesquisas

futuras e desenvolvimento de modelos posteriores.

29

b) Modelo de Howard e Sheth: de acordo com Karsaklian (2004), esse

modelo pode ser considerado um dos mais completos e mais

representativos em pesquisas realizadas acerca da temática do

comportamento de compra do consumidor. Publicado no ano de 1969, o

modelo tem origem na escola behaviorista e busca realizar a análise da

forma como o consumidor se transforma por meio de instrumentos como a

aprendizagem, os inputs e os outputs. Os inputs caracterizam-se por

estímulos de marketing e diversos instrumentos presentes no meio

empresarial, enquanto os outputs caracterizam-se pelas decisões de

compra como resposta do consumidor a tais estímulos. A dinâmica central

do modelo gira em torno da aprendizagem, o que faz do modelo um dos

mais validados pela clareza das variáveis e pelas relações que as unem.

Ainda assim, Karsaklian (2004) preleciona que o modelo não tem garantia

de efetividade em termos de previsão de compra, fazendo dele um

instrumento de referência mais importante nos estudos acerca do

comportamento do consumidor do que para previsão de certos

comportamentos específicos.

c) Modelo de Engel, Kollat e Blackwell: Karsaklian (2004) ressalta que esse

modelo possui características de um modelo essencialmente científico.

Busca a proposição de uma estrutura explicativa em torno do

comportamento do consumidor no momento de escolher a marca do

produto ou serviço que irá adquirir. Tal modelo propõe a existência de

cinco fases:

Reconhecimento do problema: sentimento de divergência e

discrepância por parte do consumidor entre o estado atual e o

desejado. Vislumbrar e desejar um estado diferente do atual é

imprescindível para o desencadeamento do processo, mas não se

restringe somente a essa condição, já que as dificuldades financeiras

ou temporais podem ser obstáculo para a evolução;

busca pela informação: o desejo de resolver o problema existente é

produto, basicamente, de uma análise das informações armazenadas

na memória que serão complementadas por pesquisas externas,

quando se fizer necessário;

30

avaliação das alternativas: nesta etapa, os elementos disponíveis são

comparados e confrontados com os critérios estabelecidos pelo

consumidor e estes orientarão as preferências para a concretização da

próxima etapa;

a escolha: uma das alternativas anteriormente analisadas será

escolhida, não deixando de observar a possibilidade de ocorrência de

fatores situacionais que podem impactar nessa escolha, podendo até

mesmo levar à reconsideração do processo de avaliação;

a análise após a compra: nesta fase, o consumidor avalia a adequação

da solução do problema em relação aos critérios previamente

estabelecidos. Buscas complementares podem ser realizadas a fim de

anular possíveis incoerências que exercerão influência sobre as

primeiras etapas do processo de decisão.

O modelo de Engel, Kollat e Blackwell foi desenvolvido e aprimorado

posteriormente por Blackwell, Miniard e Engel (2005), fazendo dele uma réplica

do fenômeno e das etapas do processo decisório do consumidor. Esse novo

modelo recebeu ajustes e adaptações em relação ao modelo anterior com a

inclusão de novas variáveis que demonstram a ligação entre as etapas dos

fenômenos e a correlação existente entre elas. Assim, surge o modelo que

explicita o processo decisório de compra do consumidor, que auxilia na

compreensão da maneira como o consumidor decide, desde a fase da busca das

alternativas à fase de descarte final, conforme demonstrado na FIG. 1:

31

FIGURA 1 – Modelo do processo de decisão de compra dos consumidores

Fonte: Blackwell, Miniard e Engel (2005).

Ao buscar, comprar, usar e avaliar um produto ou serviço, o consumidor

espera que essa aquisição solucione parte de problemas existentes e supra

necessidades ainda latentes. Logo, para compreender o comportamento do

consumidor desde a etapa de reconhecimento da necessidade ao descarte, o

modelo proposto por Blackwell, Miniard e Engel (2005) será utilizado para

conduzir o estudo detalhado de cada uma das etapas pelas quais o consumidor

passa e a forma como se comporta em cada uma delas. Essas etapas, portanto,

serão as de: reconhecimento da necessidade, busca de informações, avaliação

de alternativas pré-compra, compra, consumo, avaliação pós-consumo e

descarte.

Dominado pelo

profissional de

Marketing

Dominado por

profissionais não

mercadológicos

Exposição

Atenção

Compreensão

Aceitação

Retenção

Memória

Busca Interna

Busca Externa

Reconhecimento da

Necessidade

Busca de Informação

Avaliação de Alternativas

Compra

Consumo

Avaliação Pós-consumo

Insatisfação Satisfação

Descarte

Influências Ambientais

Cultura

Classe Social

Influências Pessoais

Família

Situação

Diferenças Individuais

Recursos do Consumidor

Motivações e Envolvimento

Conhecimento

Atitudes

Personalidade, Valores e

Estilos de Vida

32

3.1.1 Influências ambientais

Blackwell, Miniard e Engel (2005) descrevem detalhadamente os fatores

ambientais que podem influenciar o comportamento do consumidor por meio: a)

fatores culturais; b) fatores sociais; c) fatores familiares; d) dos fatores pessoais;

e) dos fatores psicológicos; f) dos fatores situacionais.

3.1.1.1 Fatores culturais

De acordo com Kotler e Keller (2006), Kotler (2005) e Cobra (2005), o fator

cultural é o elemento de mais influência no comportamento do consumidor, visto

que é determinante do comportamento e desejos de um indivíduo. Desde a

infância e as primeiras tentativas de socialização, as crianças passam a sofrer

forte influência do meio em que vivem, iniciando pela família, pela escola e,

posteriormente, por diversas outras instituições e organismos que virão a

transmitir diversas mensagens e informações ao longo do tempo. Logo, desde a

mais tenra idade, as pessoas absorvem valores, percepções, adquirem hábitos,

desenvolvem preferências e comportamentos provenientes, em sua maioria, do

meio em que convivem ao longo da vida (KOTLER; KELLER, 2006) e que fazem

sentido somente nessa determinada cultura (ROCHA, 2004). Ainda de acordo

com os autores, esses aspectos culturais tornam-se ainda mais preponderantes

por meio das subculturas, visto que estas fornecem mecanismos de identificação

mais específica e alto grau de socialização entre os membros que a compõem.

Essas subculturas podem ser caracterizadas por meio de mecanismos comuns

divididos entre os membros como a nacionalidade, religião, grupo racial, entre

outros.

A cultura relaciona-se aos atributos existentes na sociedade que permitem

ao indivíduo se comunicar, agir e pensar como membros participantes de uma

sociedade (BLACKWELL; MINARD; ENGEL, 2005). Logo, o comportamento que

esse indivíduo manifesta no âmbito social refere-se à sua cultura adquirida, que,

por sua vez, refere-se ao conjunto de valores, comportamentos, pensamentos,

33

ideias, crenças e diversos outros mecanismos que determinam a forma de ação

dos indivíduos inseridos na sociedade.

Já Mowen e Minor (2003) definem a cultura como um emaranhado de

padrões comportamentais socialmente aceitos e adquiridos que são transmitidos

dentro das sociedades por meio da linguagem ou por meio de outras formas de

transmissão de informações. O que caracteriza e distingue as culturas umas das

outras são as regras estabelecidas de comportamento, crenças, valores, grau de

aceitação e relacionamento em relação a outras culturas, atitudes, entre outros

fatores. Em suma, Mowen e Minor (2003) sintetizam a ideia de cultura em um

modo estabelecido de vida, munido de objetos e símbolos que caracterizam cada

uma delas e as diferenciam entre si. Logo, componentes culturais como

costumes, tradições e convenções são aprendidos e transmitidos de geração em

geração, transformando a forma de agir dos indivíduos sociais ao longo do tempo.

3.1.1.2 Fatores sociais

As classes sociais, no entendimento de Blackwell, Miniard e Engel (2005),

são camadas criadas dentro da sociedade, que exercem o papel de junção ou

agrupamento de indivíduos que compartilham e dividem ideias, comportamentos,

ações, desejos, etc. Cobra (2005) destaca que o padrão de consumo é

determinado pela classe social das pessoas. Assim, diferentes grupos sociais que

possuem diferentes tipos de enquadramentos socioeconômicos trazem, por

conseguinte, diferentes desejos e necessidades que afetam sobremaneira o

comportamento do consumidor (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005).

Mowen e Minor (2003) abordam a temática da influência dos fatores sociais

sobre o comportamento de compra à luz das diferenças comportamentais entre

distintas camadas das classes sociais. O clássico exemplo que os autores citam é

a diferença entre comportamento de compra de mulheres de classe social alta

entre as mulheres de classe social inferior. Geralmente, segundo os autores, as

mulheres de alta classe social buscam lojas e estabelecimentos luxuosos e

imagem sofisticada, enquanto as mulheres de classe social inferior geralmente

buscam o melhor preço e estabelecimentos que comercializem produtos de

34

massa. Esse exemplo de comportamento, portanto, demonstra alta diversificação

de comportamento do consumidor conforme a sua posição social e econômica,

consequentemente. Mowen e Minor (2003) ainda fazem uma análise acerca da

classe social sobre o comportamento de consumo, citando aspectos importantes

dessa temática, a saber:

a) Influência que a classe social exerce sobre o estilo de vida das pessoas;

b) a classe social obedece aos recursos que o consumidor possui;

c) a compra não está necessariamente ligada a uma necessidade, mas a um

desejo para criar ou reforçar símbolos de status;

d) o consumidor desenvolve habilidades para consumir seus símbolos de

status.

Logo, os autores concluem sua análise enfatizando que há clara diferença

psicológica entre as classes, o que torna ainda mais distintas as classes entre si.

Essa temática será abordada adiante no tópico “fatores psicológicos”.

Kotler e Keller (2006), Kotler (2005) e Rocha (2004) abordam os fatores

sociais como um dos fatores de grande influência sobre o comportamento do

consumidor, sobretudo se levados em conta os aspectos relacionados a grupos

de referência, família, papéis sociais e status. Em relação aos grupos de

referência, Kotler e Keller (2006) salientam que estes exercem alguma forma de

influência sobre o comportamento e as atitudes de um indivíduo, seja de forma

direta ou indireta. Esses grupos podem assumir papéis de: grupos de afinidade

(quem podem ser primários ou secundários), grupos de aspiração ou grupos de

dissociação (KOTLER, 2005; KOTLER; KELLER, 2006). Os grupos de afinidade

primários são formados por pessoas que estão mais próximas do indivíduo e,

consequentemente, podem exercer papel mais incisivo em sua opinião,

caracterizados por elementos como a família, os amigos, colegas de trabalho, etc.

De forma geral, esses grupos são formados por pessoas com quem o indivíduo

convive de forma mais direta e mais frequente. Os grupos de afinidade

secundários são elementos que também exercem grande influência sobre o

comportamento desse indivíduo, mas que, via de regra, não interagem de forma

tão direta com o indivíduo e geralmente são mais formais, como os grupos

35

religiosos, por exemplo. Logo, se há menos interação, a influência existe, mas é

em menor grau quando comparado aos grupos primários.

Referindo-se aos grupos de aspiração, Kotler e Keller (2006) continuam

sua análise acerca dos grupos de influência sobre o comportamento do

consumidor. Os grupos de aspiração, segundo os autores, são formados por

grupos de pessoas que despertam interesse e desejo de pertencimento do

indivíduo. Ou seja, trata-se de um grupo ao qual o indivíduo ainda não pertence,

mas aspira a dele fazer parte. Quanto aos grupos de dissociação, os autores os

descrevem como grupos aos quais o indivíduo desenvolve sentimentos de

rejeição, ou seja, não possui interesse em fazer parte deles. Nesse sentido,

surgem líderes de opinião e estes podem agir de forma positiva ou negativa na

influência do comportamento do consumidor, fornecendo-lhe dicas e opiniões

acerca de produtos e serviços sobre os quais este possui alguma experiência ou

indicação, seja boa ou ruim (KOTLER, 2005; KOTLER; KELLER, 2006).

3.1.1.3 Fatores familiares

A família é considerada uma unidade de decisão primária, ou seja, é um

dos indicadores que possuem a capacidade de exercer grande influência sobre o

comportamento do consumidor (COBRA, 2005). De acordo com Mowen e Minor

(2003), a família é considerada um subconceito que está contido no conceito de

domicílios. Logo, “os domicílios são compostos de todas as pessoas que vivem

em uma residência” (MOWEN; MINOR, 2003, p. 273). Diversos exemplos são

citados por Mowen e Minor (2003) e Cobra (2005) a fim de ilustrar e desvincular o

referido conceito de relações consanguíneas como pais e filhos, irmãos, marido e

esposa, etc. Mowen e Minor (2003), ao contrário, associam o conceito de

domicílio também a grupos de amigos que dividem o mesmo apartamento, casais

que vivem juntos mesmo não sendo oficialmente casados, etc. Sendo assim, pais

e filhos que compartilham do mesmo lar são, ao mesmo tempo, uma família e um

domicílio.

Mowen e Minor (2003) seguem com sua análise da relevância e grande

influência que a família exerce no comportamento do consumidor, distinguindo-a

36

em: família nuclear, família por extensão e família nuclear separada. A família

nuclear, sob o ponto de vista dos autores, é composta pelos cônjuges e filhos,

conceito este que se assemelha ao de família de procriação, exposto por Kotler e

Keller (2006). Esse subgrupo exerce influência mais incisiva e direta no

comportamento do indivíduo diariamente. Já o conceito de família por extensão é

baseado na composição familiar que agregue outros membros à família nuclear,

como, por exemplo, a entrada dos pais do marido no núcleo familiar (MOWEN;

MINOR, 2003). Por fim, o conceito de família nuclear separada baseia-se na

tendência à formação de novas famílias (cônjuges e filhos), separada da presença

dos pais, que anteriormente formavam a família nuclear. Desta forma, em vez de

ocorrer a formação de novas famílias ainda no interior da casa dos pais, as

famílias dos dias atuais constituem-se separadamente, formando uma nova

família nuclear, composta dos pais e irmãos (MOWEN; MINOR, 2003). Daí

denomina-se esse cenário de família nuclear separada, que se iguala ao conceito

de família de orientação descrito por Kotler e Keller (2006).

A família tem sido um foco de intensas pesquisas na área, visto que

apresenta um padrão complexo e delicado no tocante aos papéis e funções

variadas que exerce na sociedade (BLACKWELL; MINARD; ENGEL, 2005).

Comumente, nota-se uma dicotomia nos fatores familiares, já que são nestes em

que acontecem as relações de cooperação e conflito com mais intensidade e

simultaneidade, fornecendo os resultados mais interessantes e instigantes em

termos de comportamento.

Mowen e Minor (2003), bem como Kotler e Keller (2006), discorrem acerca

das mudanças dos padrões comportamentais familiares que a sociedade vem

experimentando nas últimas décadas. Mowen e Minor (2003) retratam dados

relevantes da mudança desse padrão. Os tamanhos dos domicílios diminuíram

consideravelmente nos Estados Unidos desde 1970, caindo de 3,14 para 2,67

pessoas nos dias atuais, assim como o tamanho médio da família também

apresentou queda no mesmo período, passando de 3,58 para 3,20 pessoas. Os

autores afirmam que esses dados podem estar relacionados a uma diversidade

de fatores, como aumento dos índices de divórcios, o interesse em casar-se mais

tardiamente, a participação tanto do marido quanto da mulher no mercado de

trabalho, com proporção cada vez mais equilibrada, entre outros fatores.

37

Kotler e Keller (2006) aprofundam na temática e realizam uma análise dos

casamentos tardios e tomam como exemplo os Estados Unidos para ilustrar uma

realidade que se estende a diversas partes do mundo, o que influencia

drasticamente no comportamento de compra dos consumidores como um todo.

Eles retratam a acentuada relevância e participação dos solteiros na sociedade

americana, que nos dias atuais corresponde a: a) 42% da força de trabalho

americana; b) 40% dos detentores de casas próprias; c) 35% dos eleitores.

Esses indicadores, portanto, tornam os jovens solteiros uma maioria na

sociedade americana, fazendo dele um dos mais poderosos grupos de consumo

existentes.

De acordo com Blackwell, Miniard e Engel (2005), a família exerce forte

influência no comportamento do consumidor, sobretudo pelo fato de que grande

parte dos produtos é adquirida pela unidade familiar como um todo e em virtude

da influência que os demais membros de uma família exercem no comportamento

de compra. Os autores alertam para a necessidade de atenção dos gerentes de

marketing quanto às circunstâncias de consumo e da estrutura familiar antes de

optar por qualquer veículo de comunicação, bem como propagandas que visem a

atrair e reter o público-alvo definido.

Mowen e Minor (2003) concluem a análise da importância da família no

comportamento de compra do consumidor salientando pontos relevantes, a saber:

a) Relativa influência dos indivíduos detentores da maior influência na tomada

de decisão (esposa e marido juntos ou separadamente, etc.);

b) influência de alguns indivíduos no contexto familiar;

c) a influência dos filhos na decisão familiar;

d) modelos de socialização do consumidor.

3.1.1.4 Fatores pessoais

Conforme Blackwell, Miniard e Engel (2005), pessoas e grupos são

grandes influenciadores no comportamento de compra do indivíduo,

independentemente de fatores como nacionalidade, sexo, raça ou etnia. Essa

verdade se deve ao fato de que o ser humano se esforça em diferentes medidas

38

para fazer parte ou se encaixar em determinado grupo e busca se associar àquele

que mais se assemelha aos seus valores, crenças, ou seja, que para ele é um

grupo de referência. Logo, Blackwell, Miniard e Engel (2005, p. 414) descrevem

grupos de referência como “qualquer pessoa ou grupo que influencia o

comportamento de um indivíduo de forma significativa”.

Há diferentes tipos de influência descritos por Blackwell, Miniard e Engel

(2005) que os grupos podem exercer sobre os indivíduos, visto que os grupos de

referência promovem a socialização dos indivíduos, além de serem valiosos

instrumentos de desenvolvimento e avaliação do autoconceito e da comparação

desses indivíduos com os demais, bem como se tornam um modo de obter

aceitação às normas e padrões definidos pela sociedade. Tais pontos, portanto,

são brevemente descritos a seguir:

a) Socialização: os autores descrevem o processo se socialização como um

mecanismo que permite ao indivíduo identificar os tipos e padrões de

comportamentos que poderão oferecê-lo estabilidade e segurança, assim

como para o próprio grupo. Mowen e Minor (2003) destacam os fatores que

podem vir a afetar o contexto da socialização, tais como: classe social,

religião, idade, entre outros. Logo, os agentes de socialização mais

influentes sobre o comportamento do indivíduo são aqueles que mais se

relacionam com este com mais frequência, com maior profundidade e pela

forma de controle, punições e gratificações dadas a esse indivíduo.

b) Autoconceito: refere-se àquilo que pensamos de nós mesmos e é

influenciado por nossas relações sociais cujos valores e opiniões dos

outros são compartilhados ou respeitados em caso de discordância

(BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005). Portanto, quando o consumidor

adquire um produto, este busca transmitir significado aos demais ao seu

redor, já que os produtos que se compra ou se usa refletem parte daquilo

que o indivíduo é e pensa de si mesmo.

c) Comparação social: trata-se de um fator em que muitas pessoas

necessitam realizar para se avaliar em relação aos outros (BLACKWELL;

MINIARD; ENGEL, 2005; MOWEN; MINOR, 2003). Para que essa

comparação se estabeleça, geralmente o indivíduo avalia seu status atual

em determinada circunstância comparando-se ao status atual em que seus

39

grupos ou pessoas de referência se encontram. Ainda assim, de acordo

com os autores, o indivíduo usa como ponto de comparação não somente

seus grupos de referência, mas também personagens televisivos e

pessoas que não necessariamente compartilham de seu dia-a-dia diário,

mas também pessoas vinculadas às mídias de comunicação em massa

que, de certa forma, exercem influência sobre seu comportamento e ações.

Os autores destacam alguns exemplos desses influentes agentes de

socialização, citando professores, membros da família, a própria mídia e

colegas do dia-a-dia que reforçam e solidificam os mecanismos de

aprendizagem e de modelagem comportamental.

d) Conformidade: de acordo com Blackwell, Miniard e Engel (2005) e Mowen

e Minor (2003), o processo de aceitação de um indivíduo a um

comportamento, a crenças e valores pode se dar de duas formas pelo

desejo de pertencimento a um grupo de referência específico. O individuo

pode agir com aceitação, modificando verdadeiramente suas crenças e

comportamentos por aqueles que são característicos do grupo e passando

a agregar determinadas ações e crenças em seu comportamento. Por

outro lado, o indivíduo pode agir de forma submissa, ou seja, se submete

às crenças, atitudes e valores do grupo sem, verdadeiramente, aceitar e

compartilhar com seus valores, crenças e ações características do grupo.

Kotler e Keller (2006) e Kotler (2005) abordam distintos fatores pessoais

que podem vir a influenciar o comportamento de compra do indivíduo, tais como:

características pessoais, estágio do ciclo de vida, ocupação, valores,

autoimagem, entre outros. Ao tentar evidenciar a influência de tais fatores no

comportamento de compra do consumidor, os autores agrupam esses fatores a

fim de buscar compreender e evidenciar de forma mais clara o valor e a influência

exercida por cada um deles, descrevendo-os, conforme a seguir:

a) Idade e estágio no ciclo de vida: os autores ressaltam que o gosto, as

prioridades e os padrões de consumo estão diretamente relacionados à

idade e, consequentemente, ao ciclo de vida em que a pessoa se encontra.

Ao longo da vida, o consumidor passa por diferentes estágios,

atravessando períodos de mudanças e transições ao migrar de um estágio

40

para outro. Um exemplo que ilustra essa realidade é a mudança

comportamental do indivíduo na ocasião do casamento, do nascimento dos

filhos, da mudança de carreira, da mudança de filhos, entre outros fatores

que modificam comportamentos e atitudes ao longo da vida. Nesse

sentido, para cada estágio e momento da vida, o consumidor tende a se

comportar de formas distintas dadas às mudanças de seus padrões de

gostos e prioridades.

b) Ocupação e circunstâncias econômicas: o cargo, a profissão e a ocupação

influenciam sobremaneira o comportamento do consumidor, sobretudo

considerando os recursos disponíveis para a compra. Kotler (2005) afirma

que a ocupação é um fator que exerce grande influência na capacidade e

poder de compra de um consumidor. Kotler e Keller (2006) exemplificam

essa realidade por meio da comparação entre o padrão de compra de um

presidente de uma grande empresa com o padrão de compra de um

operário fabril. Certamente, não somente por sua ocupação, mas

principalmente pela diferença de disponibilidade de recursos entre eles, o

padrão de compra há de se distinguir, atraindo a atenção de gerentes de

marketing que devem atentar para as necessidades de todos os

consumidores potenciais em seu segmento. Os autores ainda destacam

que, ao escolher um produto, o consumidor leva em conta aspectos como:

renda disponível, débitos, capacidade de endividamento, economias, etc.

c) Personalidade e autoimagem: conforme análise de Kotler e Keller (2006) e

Kotler (2005), cada indivíduo se distingue em relação aos demais no

tocante às características peculiares que possuem, conferindo a cada um

alguns atributos próprios que interferem no comportamento de compra.

Segundo os autores, a personalidade está diretamente ligada a

autoconfiança, autonomia, sociabilidade, adaptabilidade, etc., de modo que

é uma das importantes variáveis para análise do comportamento do

consumidor. A personalidade interfere, também, na escolha da marca, visto

que o consumidor tende a adquirir produtos de marcas que mais se

assemelham à sua personalidade, conforme a visão dos autores. De

acordo com Solomon (2011), a personalidade permeia a formação

psicológica peculiar e única de um indivíduo, que é o que o move a agir de

41

determinada forma e influenciar o ambiente ao seu redor e reagir a ele. A

personalidade da marca pode sugerir diversos atributos aos quais o

consumidor se assemelha como, por exemplo: seriedade, jovialidade,

entusiasmo, rebeldia, autenticidade, etc. Tais atributos, portanto, fazem

com que o consumidor se identifique e associe a personalidade da marca à

sua, fazendo-o decidir por qual marca e produto comprar. O estilo de vida

pode ser definido como “a um padrão de consumo que reflete as escolhas

da pessoa quanto à forma de gastar seu tempo e seu dinheiro”

(SOLOMON, 2011, p. 253). Em outras palavras, trata-se das escolhas que

as pessoas fazem para adquirir produtos e serviços que lhes conferem

uma identidade social que permite que estas interajam e se comuniquem

com o ambiente.

d) Estilo de vida e valores: Kotler (2005) e Kotler e Keller (2006) descrevem o

estilo de vida do consumidor como um padrão de vida que um indivíduo

possui baseado em suas atividades, sua rotina, opiniões e interesses, que

independem de sua subcultura, classe social ou ocupação. Conforme os

autores, o estilo de vida pode ser moldado de acordo com os recursos

financeiros e os recursos de tempo, variando de indivíduo para indivíduo.

Os autores exemplificam o perfil dos consumidores com restrições de

tempo como multitarefa, ou seja, buscam otimização do tempo fazendo

duas ou mais coisas ao mesmo tempo. No quesito valores, a decisão de

compra é baseada nos valores centrais, conforme Kotler e Keller (2006).

Esses valores centrais são responsáveis pelas decisões voltadas para o

longo prazo, ou seja, em que o vínculo do consumidor irá se perpetuar por

longo espaço de tempo, que é o grande foco das empresas modernas a fim

de fidelizar e manter esse vínculo com seu consumidor. Conforme Solomon

(2011), a decisão de compra de determinado produto ou serviço pelo

consumidor muitas vezes é motivada pela crença que estes possuem de

que esse bem ou serviço adquirido os ajudará a conquistar algum resultado

ou meta relacionados a algum valor.

e) Psicografia: para Kotler (2005, p. 127), a psicografia é “a ciência que avalia

e classifica os estilos de vida do consumidor”. Comumente, o software da

SRI Internacional - VALS (values e lifestyle) - é utilizado para definir os

42

valores e estilos de vida do consumidor. A classificação realizada por esse

instrumento leva em consideração fatores como: características

demográficas, atitudes e comportamentos e até mesmo questões

relacionadas à frequência de uso da internet. Os grupos mais comuns

identificados pelo software são descritos por Kotler (2005) como:

atualizados (pessoas bem-sucedidas e sofisticadas), satisfeitos (pessoas

maduras e satisfeitas), empreendedores (consumidores bem-sucedidos e

orientados para a carreira), experimentadores (público jovem e vigoroso),

crédulos (consumidor convencional e conservador), batalhadores (pessoas

instáveis e inseguras), executores (consumidor prático e autossuficiente) e

esforçados (público mais velho e resignado). Tais segmentações, segundo

o autor, são definidas levando-se em conta, também, a cultura em que o

consumidor está inserido. Solomon (2011) discorre acerca da psicografia,

afirmando que se trata de um processo pelo qual o consumidor é estudado

e compreendido por meio do:

[...] uso de fatores psicológicos, sociológicos e antropológicos para determinar como o mercado é segmentado de acordo com as tendências dos grupos dentro dele – e suas razões – para tomar uma determinada decisão sobre um produto, uma pessoa ou uma ideologia para manter uma atitude ou para usar um meio (SOLOMON, 2011, p. 261).

3.1.1.5 Fatores psicológicos

Mowen e Minor (2003) acreditam que as diferenças nos padrões de

consumo das classes sociais têm fundamento nas diferenças de percepções e

visões em relação ao mundo que as pessoas possuem. Segundo os autores, há

certos padrões psicológicos associados a determinadas classes sociais como, por

exemplo, para a classe média. A classe média possui a tendência a pensar e agir

visando ao futuro e são autoconfiantes, têm disposição para o risco e enxergam

amplas possibilidades e horizontes adiante. As classes inferiores possuem um

padrão comportamental oposto. Essa categoria social tende a se prender ao

presente e ao passado, além prezarem pela segurança, pela família e por si

próprios (MOWEN; MINOR, 2003).

43

Importantes estudos realizados nos últimos 20 anos demonstram que as

classes inferiores apresentam características imutáveis nesses últimos anos,

como limitação de horizontes e busca pela centralidade da família (MOWEN;

MINOR, 2003). Dessa forma, quando há mudança de atitudes e há abertura para

a modernidade, as classes sociais inferiores tendem a concentrar seus esforços

na aquisição de posses e bens e não agem no sentido de focar-se na mudança

das relações humanas e novas formas de pensamento e ideias.

Kotler e Keller (2006) e Kotler (2005) realçam que o processo de compra é

fortemente influenciado pelos fatores psicológicos relacionados ao consumidor,

combinados a diversas características que o fazem peculiares. E citam quatro

fatores psicológicos que podem vir a influenciar o comportamento do consumidor

em resposta a estímulos de marketing, descritos a seguir:

a) Motivação: trata-se de uma necessidade identificada por um indivíduo no

momento em que esta toma proporções mais profundas e alcança níveis

elevados de prioridade (KOTLER, 2005). Assim, Kotler e Keller (2006)

descrevem a motivação como um motivo que apresenta uma necessidade

relevante e importante de forma suficiente para que leve o indivíduo a agir.

A motivação, de acordo com Solomon (2011, p. 154), “refere-se aos

processos que fazem as pessoas se comportar do jeito que comportam”.

Segundo o autor, a motivação ocorre no momento em que uma

necessidade surge e o consumidor anseia por saciá-la. Karsaklian (2004,

p. 23) afirma que “a base das motivações encontra-se no equilíbrio

psicológico do indivíduo”. Para a autora, uma situação de desconforto é

naturalmente gerada a partir do momento em que se descobre uma

necessidade ainda não suprida, corroborando Solomon (2011). A

motivação, portanto, é a mola propulsora que move o indivíduo na busca

por uma solução viável para o encontro do equilíbrio psicológico por meio

da busca do atendimento e suprimento dessa necessidade. Mowen e Minor

(2003) descrevem a motivação como um estado alterado em que se

encontra o ser humano, que o conduz a determinado comportamento na

busca pelo suprimento de necessidades e desejos. Diversas teorias

buscam explicar o comportamento do consumidor sob o ponto de vista dos

aspectos psicológicos que o influenciam, como a teoria de Freud, teoria de

44

Maslow, teoria de Herzberg, a teoria behaviorista e teoria cognitivista

(KARSAKLIAN, 2004). A autora conclui que é fundamental estudar para o

desenvolvimento do conhecimento das motivações do consumidor a fim de

orientar os esforços de propaganda, marketing e demais estratégias ao

sucesso. Blackwell, Miniard e Engel (2005) desenvolvem a análise acerca

da motivação sob a ótica da necessidade que o ser humano possui de

satisfazer necessidades de ordem fisiológica e psicológica, buscando, para

este fim, a compra de um bem ou serviço. Os autores citam os tipos de

necessidade que o indivíduo possui, categorizando-as em grandes grupos,

tais como: necessidades fisiológicas, necessidades de segurança e saúde,

necessidades de amor e companhia, necessidade de recursos financeiros

e tranquilidade, necessidade de prazer, necessidade de imagem social,

necessidade de possuir, necessidade de doar, necessidade de informação,

necessidade de variedades. Assim, são amplas e infinitas as necessidades

do consumidor na medida em que algumas que vão sendo supridas e que

dão origem a outras cada vez mais complexas e prioritárias.

b) Percepção: conforme Kotler (2005, p. 128-129), a percepção é “o processo

por meio do qual uma pessoa seleciona, organiza e interpreta as

informações recebidas para criar uma imagem significativa do mundo”. De

acordo com Mowen e Minor (2003), a percepção é um processo pelo qual o

consumidor é exposto a uma informação, foca sua atenção nela e a

compreende de forma plena. Karsaklian (2004, p. 47) define a percepção

como “[...] um processo dinâmico pelo qual aquele que percebe atribui um

significado a matérias brutas oriundas do meio ambiente”. Dessa forma,

para que o indivíduo desenvolva sua percepção, é necessário que essa

informação passe por um processo de tratamento e processamento para

que os mecanismos mercadológicos alcancem o consumidor e que se

obtenha êxito nos investimentos de marketing. Esse processamento da

informação, no entendimento de Blackwell, Miniard e Engel (2005), passa

por estágios como transformação, redução, elaboração, armazenamento,

redescobrimento e recuperação para que alcance a percepção do indivíduo

e desenvolva o envolvimento deste com a informação à qual foi exposto

para que a atenção, memorização e processamento ocorram de forma

45

efetiva. Cobra (2005) e Solomon (2011) definem a percepção no

consumidor sob três diferentes óticas: sensação (uso dos recursos

sensoriais humanos para desenvolver alguma sensação em relação ao

produto, como som, cheiro, aspecto, etc.), organização (da memória de

forma que sejam construídas informações que favoreçam a aceitação ou a

rejeição do produto) e interpretação (forma como o indivíduo julga

determinado produto ou serviço com base em experiências anteriores ou

referências externas).

c) Aprendizagem: de acordo com Kotler (2005) e Kotler e Keller (2006), a

aprendizagem acontece por meio da exposição dos indivíduos a

experiências que promovem mudança comportamental e de atitudes, de

forma que grande parte do comportamento humano provém do

aprendizado adquirido ao longo do tempo. Karsaklian (2004) estreita o

conceito, definindo aprendizagem como um processo proveniente da

modificação de um comportamento durável do indivíduo a partir da

experiência adquirida de fatos e acontecimentos do passado, de modo que

este se adapte perpetuamente ao seu ambiente. Logo, as mudanças

ambientais fatalmente haverão de provocar mudanças comportamentais,

emocionais, de atitudes e até mesmo de pontos de vista anteriormente

consolidados e em acordo com o ambiente (KARSAKLIAN, 2004).

Blackwell, Miniard e Engel (2005) acreditam que a aprendizagem é um

processo de memorização e armazenamento de longo prazo de ações e

informações armazenadas na memória de curto prazo. Conforme os

autores, existem diversas e extensas formas de aprendizado, como:

ensaio, representações mentais, resgates, recordações, esquecimentos,

etc. Muitos teóricos na área de aprendizagem acreditam que esta provém

de um conjunto de impulsos, estímulos, sinais, etc. Solomon (2011)

complementa tais conceitos, demonstrando que as pessoas podem ser

expostas a um processo de aprendizagem até mesmo quando não o

desejam, que é a chamada aprendizagem incidental. Além disso, o autor

afirma que a aprendizagem, conforme as teorias behavioristas, pode se dar

por meio de condicionamento, repetição, generalizações de estímulo e

observação. Logo, os profissionais de marketing devem concentrar seus

46

esforços na criação de produtos e serviços que associem o consumidor a

fortes impulsos, além de fazer uso de reforço positivo e sinais motivadores

no intuito de reter o aprendizado consciente (KOTLER; KELLER, 2006).

d) Memória: Kotler e Keller (2006) afirmam que todo o aprendizado,

informações e experiências vividas ao longo do tempo tentem a ser

acumuladas e armazenadas na memória de longo prazo de cada indivíduo.

Karsaklian (2004) define a memória como um processo de memorização e

codificação de informações que passa pelo processo de aquisição e

registro da informação para que tenha utilidade para uso no futuro. A

autora ressalta que a forma de representação e armazenamento na

memória depende da forma como a informação é registrada. Karsaklian

(2004) afirma que as chances de armazenamento de novas informações na

memória são maiores quando estas estão associadas a informações já

existentes e registradas nela. Logo, a autora exemplifica esse processo de

forma prática, por meio de marcas brasileiras fortemente associadas na

memória do consumidor, que se referem a produtos de determinadas

categorias e até mesmo produzidos por outras organizações, mas que

possuem forte carga na memória de consumidor, como, por exemplo, Fofo

(amaciante de roupas), Elefante (molho de tomate) e outros. Solomon

(2011) descreve que memória é coberta de etapas e processos que vão

desde o recebimento da informação até a sua armazenagem. Dessa forma,

a memória passa por um processo de codificação (em que a informação

passa pelo reconhecimento), em seguida é armazenada (transformando-se

em conhecimento) e, por fim, é recuperada (quando o indivíduo deseja

acessar a informação anteriormente “estocada”). A memória, como

apregoam Kotler e Keller (2006), Karsaklian (2004) e Mowen e Minor

(2003), pode assumir o papel de um reservatório temporário de

informações, sendo definida como memória de curto prazo, ou pode

assumir o papel de um reservatório permanente, constituindo-se em uma

memória de longo prazo. Kotler e Keller (2006) ainda atentam para o fato

de que a memória de longo prazo provém de associações e ligações que a

caracterizam como permanente com diferentes graus de intensidade.

Mowen e Minor (2003) alertam para o fato de que as organizações devem

47

buscar fixar e guardar na mente do consumidor as mensagens e

informações por elas emitidas, ou seja, estimular a memória do indivíduo

para que recorde tais mensagens e não torne em vão todo o investimento

realizado em recursos mercadológicos e publicitários. Mowen e Minor

(2003) e Karsaklian (2004) salientam que o indivíduo pode ter sua atenção

retida e focada por meio da memória sensorial, ou seja, esse tipo de

memória é desenvolvido por meio de estímulos como o tato, o olfato,

paladar, entre outros. Mowen e Minor (2003) ainda retratam a temática

acerca da memória de trabalho descrita como um repositório temporário

em que a informação é provisoriamente armazenada enquanto a

informação é processada. Logo, por ser um processo temporário, os

gerentes de marketing devem buscar, incessantemente, a retenção da

atenção do consumidor, estimular em grau máximo o processamento da

informação para que esta seja armazenada e gere associações positivas

na mente do consumidor. Por fim, Mowen e Minor (2003) e Karsaklian

(2004) abordam a temática da memória permanente, que está associada a

mecanismos ilimitados de armazenamento, processamento e retenção da

informação. O interesse verdadeiro dos profissionais de marketing das

organizações está em alcançar esse nível de memória do consumidor a fim

de reter todos os aspectos da informação de forma permanente, seja a

mensagem em si de forma individual e nos seus aspectos semânticos, ou

seja, o aspecto visual da informação (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL,

2005). Reforçar e repetir, segundo os autores, colabora para uma

associação positiva e duradoura da marca na memória do consumidor.

Para que esse processo de armazenamento ocorra, é importante

compreender de que forma a informação pode ser processada e

armazenada na memória do consumidor sob o ponto de vista favorável.

Para Mowen e Minor (2003) e Kotler e Keller (2006), os processos de

memória podem ocorrer por meio da codificação, que é de que forma e em

que local a informação é armazenada no espaço da memória, ou por meio

da recuperação, que se refere ao processo pelo qual a informação é

buscada e extraída da memória. Portanto, demonstra-se extremamente

relevante no processo de memorização do consumidor a maneira como a

48

informação será obtida, processada e armazenada. Além disso, deverá

estar intimamente ligada à forma como essa informação será resgatada e

utilizada na realidade pelo consumidor.

e) Crenças e atitudes: Kotler (2005) ainda descreve a crença sob a

perspectiva de uma forma de pensamento que uma pessoa mantém, de

forma descritiva, acerca de determinada coisa. As crenças podem ter como

base pensamentos, fé, opinião, possuindo ou não qualquer carga

emocional. As pessoas agem a partir da imagem que criam acerca de

marcas e produtos, despertando, portanto, grande interesse das

organizações em conhecer e perseguir essas crenças.

Blackwell, Miniard e Engel (2005) ainda complementam a análise com mais

uma forma de influência psicológica que pode impactar no comportamento do

consumidor:

Mudança de comportamento e atitude: após o desenvolvimento e

compreensão das motivações, percepções, do processo de aprendizagem

e memorização do indivíduo, torna-se necessário avaliar em que

intensidade todo esse processo se deu, além de verificar se, de fato,

promoveu impacto no comportamento do consumidor. Blackwell, Miniard e

Engel (2005) retratam a formação de opinião como um processo pelo qual

um indivíduo desenvolve, pela primeira vez, certas crenças, sentimentos ou

comportamentos em relação a algum estímulo ou acontecimento. Dessa

forma, todo o processo pelo qual o indivíduo passa ao ser exposto a

determinada informação ou estímulo, aliado aos recursos mercadológicos e

publicitários realizados pela organização, deve ser capaz de promover

mudança comportamental no indivíduo. Deve, portanto, ser capaz de torná-

lo adepto a novas crenças, atitudes, valores distintos ou modificados em

relação aos que existiam anteriormente. Cobra (2005) corrobora tais

argumentos, enfatizando que as pessoas podem passar por motivações de

mudança de comportamento e atitudes a partir de sensações positivas ou

negativas associadas ao produto ou serviço em questão. Assim, as

pessoas reagem a estímulos recebidos, processam-nos e agem conforme

a associação realizada.

49

3.1.1.6 Fatores situacionais

A análise do comportamento do consumidor deve ser criteriosamente

realizada não somente pelos fatores objetivos anteriormente citados, mas o

momento e situação atual do consumidor afetam sobremaneira sua intenção de

compra e seu comportamento. Blackwell, Miniard e Engel (2005) afirmam que os

comportamentos se modificam e se moldam em um estado temporal ou definitivo

de acordo com a situação momentânea do consumidor. Segundo os autores,

essas situações são definidas como acontecimentos inesperados, abruptos e

imprevisíveis que, ao acontecer, são capazes de modificar o comportamento do

consumidor, tal como, por exemplo, a demissão de um emprego tido como

relativamente estável.

Nesses casos, as organizações não possuem alto nível de controle e

capacidade de ação, visto que os fatores situacionais afetam cada indivíduo de

forma particular e única, ou seja, não são fatores que atingem determinada classe

ou segmento. Ao contrário, trata-se de fatores isolados e peculiares que

interferem no interesse e prioridade de compra do consumidor em que a

organização interessada em conquistá-lo e retê-lo poderá intervir de forma nula

ou bastante restrita (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005).

3.1.2 Processo de decisão de compra do consumidor

De acordo com Blackwell, Miniard e Engel (2005) e Cobra (2005), nenhum

consumidor deseja adquirir um produto ou serviço se antes não for identificada a

existência de um problema ou necessidade ainda não suprida. Solomon (2011)

afirma que a tomada de decisão pelo consumo parte de uma perspectiva racional

e que os níveis de dispêndio de esforço, financeiros e de tempo variam de acordo

com a complexidade e relevância da compra ou contratação do serviço que será

feito. Dessa forma, o nível de esforço para cada compra difere um do outro de

acordo com o grau de importância que esta representa para o consumidor.

Na busca pela competitividade no mercado em que atuam, as

organizações e profissionais de marketing devem buscar alternativas para

50

descobrir e desvendar as influências pelas quais os compradores passam e tentar

compreender a forma como os consumidores tomam suas decisões (KOTLER,

2005). Solomon (2011) acentua que a decisão do processo de compra para

algumas situações pode levar segundos, ou seja, ser praticamente instantânea,

enquanto outros podem levar dias, meses ou ainda mais tempo para que a

decisão seja efetivamente tomada. O processo decisório, ainda segundo o autor,

torna-se cada vez mais difícil para o consumidor, em se tratando da variedade e

das inúmeras opções disponíveis no mercado. Solomon (2011) conclui que nos

dias atuais o problema que o consumidor enfrenta não é a falta de opções, mas

sim o excesso.

Kotler (2005) ainda descreve cinco tipos diferentes de papéis que pessoas

ao redor do consumidor podem exercer em um processo de compra, a saber: o

iniciador (é quem inicia a ideia de comprar um produto ou serviço), o influenciador

(é aquele que exerce influência na decisão por meio de seu ponto de vista ou

conselho), o decisor (é quem decide verdadeiramente sobre o que comprar,

quando e onde fazê-lo), o comprador (que é quem, de fato, realiza e efetiva a

compra) e o usuário (que é quem consome ou utiliza o produto ou serviço). Dessa

forma, o processo de decisão de compra do consumidor pode variar de acordo

com o nível de complexidade da compra e do tipo de decisão envolvida. Kotler

(2005) afirma que compras de alto nível de complexidade requerem do

consumidor mais ponderações e envolvimento de mais participantes,

diferentemente de compras de baixo nível de complexidade, que, por sua vez,

requerem baixo envolvimento e ponderações. O QUADRO 1 a seguir, elaborado e

adaptado de Kotler (2005), distingue os níveis de envolvimento requeridos do

consumidor x diferença de marcas dos produtos.

51

QUADRO 1 – Tipos de comportamento de compra do consumidor

Alto Envolvimento Baixo Envolvimento

Diferenças significativas

entre as marcas

Comportamento de compra complexo: Envolve produtos e serviços de alto valor agregado; não ocorre com frequência; envolve riscos; é autoexpressiva; comprador desenvolve crenças sobre o produto para, em seguida, desenvolver atitudes em relação a ele; faz uma escolha pensada e ponderada.

Comportamento de compra em busca de variedade: comprador muda de marca em busca da variedade e não por insatisfação; comprador possui algumas crenças sobre o produto; comprador escolhe uma marca sem muitos critérios de avaliação; comprador avalia o produto simultâneo ao consumo.

Pouca diferença entre as marcas

Comportamento de compra com dissonância reduzida: Envolve produtos e serviços de alto valor agregado; compra envolve riscos; compra não ocorre com frequência; comprador avalia opções no mercado e escolhe com relativa rapidez; em seguida, experimenta dissonância, mas fica atento às informações que sustentam sua decisão de compra.

Comportamento de compra habitual: produto de baixo valor agregado; compra realizada com frequência; comprador não segue uma ordem normal de crença, atitude e comportamento; comprador toma a decisão baseado na familiaridade com a marca.

Fonte: adaptado de Kotler (2005, p. 131).

Os processos de decisão de compra podem distinguir-se entre si, como

aduzem Solomon (2011) e Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007). Estes podem

ser definidos por Solomon (2011) como: solução ampliada do problema (também

denominada tomada de decisão estendida por Hawkins, Mothersbaugh e Best,

2007), solução limitada do problema (também denominada tomada de decisão

limitada por Hawkins, Mothersbaugh e Best, 2007) e tomada de decisão habitual

(também denominada tomada de decisão nominal por Hawkins, Mothersbaugh e

Best, 2007). O QUADRO 2 a seguir demonstra sinteticamente a diferença entre

as duas formas de solução do problema, que são a solução ampliada do

problema e a solução limitada do problema, de acordo com Solomon (2011).

52

QUADRO 2 – Características da solução limitada versus as da solução ampliada

Solução Limitada do

Problema Solução Ampliada do

Problema

Motivação Baixo risco e envolvimento Alto risco e envolvimento

Busca de Informações

Pouca pesquisa Muita pesquisa

Informações processadas passivamente

Informações processadas ativamente

Provável decisão na loja Várias fontes consultadas antes da visita às lojas

Avaliação de

alternativa

Crenças fracas Crenças fortes

Somente critérios relevantes são usados Muitos critérios são usados

Alternativas percebidas como sendo basicamente semelhantes

Diferenças significativas percebidas entre as alternativas

Uso de estratégia não compensatória

Uso de estratégia compensatória

Compra

Tempo de compra limitado e possível preferência pelo autoatendimento

Compras em muitas lojas, se necessário

Escolha frequentemente influenciada pelas vitrines das lojas

Comunicação com a equipe de vendas é desejável

Fonte: adaptado de Solomon (2011, p. 335).

A tomada de decisão habitual baseia-se em escolhas que, geralmente, não

requerem do consumidor muito esforço na tomada de decisão (SOLOMON,

2011). Esse tipo de compra habitual, embora requeira baixos níveis de esforço,

exige do consumidor mínima consciência para que não haja com

“automaticidade”.

Na tentativa de compreender o comportamento do consumidor, as razões

pelas quais desenvolve necessidades e desejos e a forma como se comporta no

processo de decidir ou não pela compra, diversos autores e estudiosos da área

buscam desenvolver modelos e teorias na busca de compreender de que forma o

consumidor age desde a fase inicial de reconhecer a existência de uma

necessidade.

53

3.1.2.1 Reconhecimento da necessidade

De acordo com Sheth, Mittal e Newman (2001), Honorato (2004), Kotler

(2005), Cobra (2005) e Kotler e Keller (2006), o processo decisório de compra do

consumidor inicia-se a partir da identificação da existência de um problema

pendente de solução ou de uma necessidade a ser suprida. Diferentemente da

abordagem de outros autores, Giglio (2010) aborda que o processo de decisão de

compra é influenciado pelas experiências pelas quais o indivíduo passa e

vivencia. Conforme o autor, as experiências são o que fornecem subsídios para o

surgimento e ascensão das expectativas.

Blackwell, Miniard e Engel (2005, p. 74) acreditam que o reconhecimento

da necessidade parte de “quando o indivíduo sente a diferença entre o que ele ou

ela percebem ser o ideal versus o estado atual das coisas”. Solomon (2011) e

Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007) corroboram tais argumentos quando

afirmam que o reconhecimento do problema parte de uma situação em que o

consumidor percebe diferença entre o estado atual em que se encontra e o

estado de coisas em algum estado que almeja. Nesse sentido, os consumidores

compram produtos e contratam serviços na certeza de que serão capazes de

suprir as necessidades existentes, superando o custo inerente ao comprá-lo.

Dessa forma, surge o primeiro passo da venda do produto, partindo de uma

necessidade a ser atendida. Solomon (2011) acrescenta que, ao tentar passar de

um estado (de carência) para o outro (de suprimento), o indivíduo deve resolver

um problema existente, que varia em diferentes graus de complexidade e

dispêndio de tempo.

A identificação da necessidade pode partir de estímulos internos ou

externos (COBRA, 2005; KOTLER, 2005; KOTLER; KELLER, 2006; SHETH;

MITTAL; NEWMAN, 200). Os estímulos internos partem da percepção de um

desconforto percebido, de natureza física, psicológica que chegam ao nível

consciente e tornam-se impulsos. Já os estímulos externos são impulsos

provocados por agentes externos, provocando uma necessidade que

anteriormente não existia. Os autores consideram que, geralmente, esses

estímulos externos são provocados por agentes do mercado, como propagandas,

publicidade ou mesmo agentes influentes ao redor do indivíduo, como o vizinho, o

54

colega de trabalho ou um familiar próximo que adquiriram algo que passou a

despertar neles uma necessidade.

Mowen e Minor (2003) ainda complementam essa análise do ponto de vista

de visões de consumo que os consumidores podem possuir. Essas visões de

consumo podem ser definidas como uma forma de simulação mental que o

indivíduo produz na tentativa de simular situações futuras de consumo e de

satisfação ao comprar algo que deseja.

Sendo assim, Blackwell, Miniard e Engel (2005), Hawkins, Mothersbaugh e

Best (2007) e Kotler e Keller (2006) alertam para a importância de os profissionais

de marketing compreenderem as situações e circunstâncias que colocam o

indivíduo em uma situação de necessidade e desejo não atendidos ou, ainda, de

provocar e despertar a atenção dos consumidores para conveniências e desejos

que eles mesmos ainda não haviam percebido existir. Dessa forma, o consumidor

é motivado a realizar compras potenciais que anteriormente não faziam parte de

suas carências, além de considerar realmente relevante e útil para o atendimento

de uma necessidade antes não percebida.

3.1.2.2 Busca de informações

O segundo estágio do modelo de comportamento decisório de compra co

consumidor desenvolvido por Blackwell, Miniard e Engel (2005) refere-se à busca

de informações que precede o estágio de reconhecimento da necessidade. Após

reconhecer a existência do problema ou da necessidade, o consumidor irá buscar

formas alternativas para resolvê-lo (COBRA, 2005; SHETH; MITTAL; NEWMAN,

2001; SOLOMON, 2011). Sheth, Mittal e Newman (2001) ressaltam que,

geralmente, os consumidores não incluem nessa busca todas as marcas

disponíveis no mercado. Ao contrário, os clientes buscam alternativas em um

grupo seleto (subconjunto) de marcas, que pode ser dividido em conjunto

conhecido, conjunto evocado e conjunto considerado, descritos, também, por

Solomon (2011).

O conjunto conhecido refere-se às marcas já previamente conhecidas pelo

cliente. O conjunto evocado refere-se às marcas de determinada categoria de

55

produtos ou serviços lembrados pelo cliente no momento de tomar a decisão, mas

que nem todas elas serão capazes de atender às necessidades que ele possui de

forma plena. Dessa forma, todas aquelas consideradas inadequadas já são

desconsideradas de imediato. Já o conjunto considerado refere-se às marcas que

o consumidor, de fato, irá considerar para comprar (SHETH; MITTAL; NEWMAN,

2001).

Kotler e Keller (2006) e Kotler (2005) afirmam que o consumidor

verdadeiramente interessado em consumir um produto ou serviço tende a buscar

mais informações a respeito das opções que o mercado dispõe para o consumo.

Os autores diferenciam a intensidade de atenção do consumidor de acordo com o

grau de interesse que possui em efetivar a compra. Surgem, portanto, dois níveis

de interesse:

Estado de busca moderado: é também conhecido como estado de busca

de atenção elevada. Neste estágio, o indivíduo é receptivo às informações

acerca do produto, mas age de forma mais passiva e receptiva;

estado de busca ativa: o indivíduo encontra-se em um estágio ativo de

busca de informações, até mesmo de literatura, indicações, visitação de

lojas e pesquisas na Internet para conhecer com mais profundidade o

produto que aspira a comprar.

As diferenças dos níveis de profundidade da busca por informações são

abordadas por Blackwell, Miniard e Engel (2005, p. 77), mostrando que elas

variam de acordo com “personalidade, classe social, renda, tamanho da compra,

experiências passadas, percepção da marca e satisfação dos consumidores”. Os

autores, assim como Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007), ainda esclarecem

que essa busca pode ser interna – quando o indivíduo resgata conhecimentos

armazenados na memória ou sem suas próprias tendências – ou pode ser externa

– quando o indivíduo decide por buscar informações junto aos seus grupos de

influência, como familiares, amigos, colegas de trabalho, no mercado, etc.

Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007) e Solomon (2011) ainda destacam que a

busca de informações pode ser contínua, que se trata da situação em que o

consumidor procura informações para uso posterior possível do produto ou

porque julga o processo por si só agradável. A FIG. 2 visa a demonstrar o

56

processo e fontes de busca de informações proposto por Hawkins, Mothersbaugh

e Best (2007).

FIGURA 2 – Fontes de informação para uma decisão de compra

Fonte: Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007, p. 313).

Kotler e Keller (2006) ainda abrangem mais as fontes de busca, definindo

quatro grupos de fontes de informação para o consumidor:

Fontes pessoais: busca por informações junto aos amigos, familiares,

conhecidos, etc.;

fontes comerciais: busca por meio de propagandas, anúncios, vendedores,

mostruários, etc. Ainda que diversas fontes de informação possam

alcançar o consumidor, Kotler e Keller (2006) reconhecem que a maior

parte das informações sobre um produto é obtida por meio de fontes

comerciais;

fontes públicas: busca de informações em meios de comunicação de

massa, como a televisão, Internet, redes sociais, etc.;

fontes experimentais: busca de informações por meio do conhecimento

físico do produto, manuseando-o, examinando-o ou, ainda, usando-o de

forma experimental.

Fontes de

Informação

Informação interna

Informação externa

Ativamente adquirida

Passivamente adquirida

Ativamente adquirida

Experiência pessoal

Buscas passadas

Aprendizado de baixo

envolvimento

Grupos indepen-dentes

Contatos pessoais

Informações do fabricante

Experi-mental

57

Blackwell, Miniard e Engel (2005) destacam que, na medida em que o

consumidor é exposto a um conjunto de informações obtidas por meio de buscas

externas, ele inicia um processamento das informações e estímulos obtidos com a

busca realizada. Esse processamento de informações inclui algumas etapas,

como:

Exposição: em primeiro lugar, o consumidor deve ser alcançado e

impactado pela comunicação persuasiva e a carga de informação que ela

possui. Em seguida, esse indivíduo tem diversos sentidos ativados, o que o

torna atento para a etapa que virá em seguida;

atenção: após a exposição, a informação deve ser alocada (ou não) na

capacidade de armazenamento e processamento da informação. Dessa

forma, quanto mais relevante a informação for para o indivíduo, mais

atenção será atraída. Geralmente, a persuasão comercial é ignorada pelos

consumidores neste estágio e foca mais a atenção seletiva;

compreensão: alcançada a atenção do consumidor, a informação será

analisada conforme as categorias de sentidos arquivadas na memória do

indivíduo. A expectativa dos profissionais de marketing nesta etapa é de

que ocorra alto grau de compreensão, ou seja, que esta seja mais apurada

e seleta;

aceitação: a informação pode ser inaceitável e, por conseguinte, será

descartada ou aceitável. Nesta fase, o foco da mensagem é promover uma

mudança de comportamento, de crenças e atitudes preexistentes. No

entanto, a mensagem deve ser aceita antes desse processo acontecer;

retenção: nesta última etapa, o objetivo central de quem persuade é fazer

com que a informação seja aceita e armazenada na memória de modo que

seja acessível e utilizável no futuro.

3.1.2.3 Avaliação de alternativas pré-compra

Nesta etapa, o consumidor compara as opções obtidas que são certamente

capazes de suprir a necessidade existente ou de resolver, de fato, o problema

que gerou todo o processo de decisão (MOWEN; MINOR, 2003). Segundo os

58

autores, ao comparar alternativas, o consumidor desenvolve novas crenças,

atitudes e comportamentos em relação às alternativas por ele consideradas.

Kotler (2005) enfatiza que, nesta etapa, os consumidores formam seus

julgamentos em relação aos produtos e serviços de forma racional e consciente.

Mowen e Minor (2003) ainda complementam a análise acrescentando que

essa etapa de avaliação de alternativas sofre grande influência do tipo de

hierarquia de efeitos que ocorre. Em outras palavras, ao considerar uma tomada

de decisão de alto envolvimento, a avaliação de alternativas segue o modelo de

aprendizagem-padrão, em que o consumidor desenvolve afeição por meio das

crenças preexistentes, o que resulta em intenções comportamentais e

comportamentos (KOTLER, 2005).

Em contrapartida, quando a tomada de decisões é de baixo envolvimento,

a avaliação de alternativas é relativamente primária e precária diante das opções

consideradas. Cobra (2005) reforça os argumentos de Mowen e Minor (2003) de

que, nesta etapa, o consumidor se confronta com a decisão de compra levando

em consideração as conveniências e custos-benefícios. Embora todas essas

considerações sejam válidas na etapa de avaliação de alternativas, Solomon

(2011) mostra que, com certa frequência, os consumidores avaliam poucas

opções de alternativas disponíveis no mercado, ainda que haja tanta fartura de

oferta nos dias atuais.

Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007) descrevem que a avaliação e

seleção de alternativas podem se dar de duas formas distintas que orientam as

escolhas do consumidor, a saber:

Escolha baseada em atributos: exige do consumidor o conhecimento prévio

de atributos específicos no ato da escolha. Envolve comparação de cada

atributo de diferentes marcas;

escolha baseada em atitudes: exige envolvimento do consumidor com a

utilização de “atitudes gerais, impressões breves, intuições ou métodos

heurísticos” (p. 324). Nesse tipo de escolha não é realizada alguma

comparação dos atributos do produto ou serviço em questão.

O consumidor, nesta etapa, se questiona em relação a todas as opções

disponíveis para a escolha do melhor produto que atenderá com melhor custo-

59

benefício às necessidades inicialmente identificadas, ou seja, o questionamento

de estende na busca de compreender qual delas é a melhor para se escolher

(BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005). Os autores distinguem os atributos que

baseiam a avaliação das alternativas em dois grupos: dos atributos salientes e

dos atributos determinantes.

Atributos salientes: são considerados mais relevantes e importantes para

os consumidores. Os autores exemplificam a compra de um carro para

ilustrar de que forma esses atributos impactam no comportamento

decisório do consumidor. No caso da compra de um carro, os

consumidores tenderão a avaliar com critério o preço, a confiabilidade e

fatores que certamente variariam pouco entre os tipos semelhantes de

carros.

Atributos determinantes: são atributos que irão definir a marca ou a loja que

o consumidor irá escolher para a compra do produto, por exemplo, de um

carro, ou seja, pequenos detalhes serão determinantes nessa escolha,

como o estilo do carro, seu acabamento, detalhes extras e demais outros

que farão diferença ao decidir.

Os mesmos autores ainda salientam que o consumidor monitora

constantemente atributos que são considerados importantes para ele nos

produtos, como, por exemplo, as variações de preço, quantidade, tamanhos,

qualidade, etc. Esses atributos poderão ser relevantes na escolha da marca ou do

local, principalmente quando a percepção de justiça torna-se presente. Dessa

forma, se o consumidor acredita que modificações dos atributos do produto de

seu interesse não são justas, há redução da intenção de compra por aquele

produto daquele determinado lugar (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005).

Para Kotler e Keller (2006, p. 191), “[...] o consumidor vê cada produto

como um conjunto de atributos com diferentes capacidades de entregar os

benefícios para satisfazer aquela necessidade”. Assim, o consumidor é atraído

por atributos que o interessam de acordo com cada produto específico, por

exemplo, a câmera fotográfica, em que a definição da imagem, o tamanho e preço

são relevantes para o consumidor. Assim, os autores demonstram que os

consumidores certamente focarão sua atenção nos atributos que fornecem a

60

maior quantidade de benefícios buscados e, por isso, o mercado para

determinado produto pode ser segmentado de acordo com o que é mais relevante

para diferentes tipos de consumidores (KOTLER, 2005).

Essa análise é corroborada por Sheth, Mittal e Newman (2001), dividindo a

escolha do consumidor em dois modelos:

Modelo compensatório: trata-se da situação em que o consumidor chega a

determinada escolha considerando todos os atributos de um produto.

Nesse caso, o consumidor busca a compensação mental dos pontos fracos

de alguns atributos com equivalentes pontos fortes de outros atributos.

Esse modelo pode ser utilizado quando o consumidor soma a quantidade

de atributos positivos subtraindo da quantidade de atributos negativos de

cada alternativa. Dessa forma, ele opta por escolher o máximo de atributos

positivos e o mínimo de atributos negativos. Hawkins, Mothersbaugh e Best

(2007, p. 334) definem tal modelo como baseado em “motivos

consumatórios”. Os autores descrevem que esses motivos de tal modelo

“fundamentam comportamentos que são intrinsecamente

recompensadores para o indivíduo envolvido”;

Modelo não compensatório: divide-se em quatro grandes grupos, que são -

modelo conjuntivo, em que o cliente começa determinando os limites

mínimos de todos os atributos que considera importante, eliminando

qualquer alternativa que ultrapasse os limites mínimos; modelo disjuntivo,

em que o cliente está disposto a compensar um atributo por outro; modelo

lexicográfico, em que os atributos das alternativas são classificados em

graus de importância para o consumidor e são examinadas todas as

alternativas tomando como referencial o critério mais importante;

eliminação por aspectos, em que o cliente classifica os atributos em ordem

de importância e, além disso, define valores para eliminação. Hawkins,

Mothersbaugh e Best (2007) definem tal modelo como baseados em

“motivos instrumentais”. Os autores descrevem que esses motivos de tal

modelo são capazes de ativar comportamentos projetados com vistas ao

alcance de um segundo objetivo.

61

3.1.2.4 Compra

Após formar intenções de compra na fase de avaliação de alternativas, o

consumidor passa para a fase de realmente decidir pela compra de determinado

produto ou serviço (COBRA, 2005). Nessa fase, ele pode passar por dois

estágios, de acordo com Blackwell, Miniard e Engel (2005). No primeiro estágio, o

consumidor opta por um vendedor em relação ao outro ou qualquer outra forma

de varejo, como catálogos, vendas diretas, vendas pela Internet, etc. No segundo

estágio, o cliente se vê diante de escolhas que podem ser realizadas dentro do

próprio local de venda que possam ser influenciadas pelo vendedor, pelas

vitrines, por propaganda no ponto de venda, por outros aspectos visuais, etc.

Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007) ainda comentam que após o

consumidor reconhecer o problema, ele reconhece que é necessário o processo

de escolha de uma loja/empresa. Em seguida, envolve-se na busca interna e

externa para, em seguida, avaliar alternativas possíveis para compra. Por fim,

aplica regras de decisão para fazer sua escolha, efetivamente.

Nessa etapa, o resultado final, que é a compra, pode diferir bastante da

primeira opção vislumbrada pelo cliente nas etapas anteriores do processo de

decisão de compra. Conforme Blackwell, Miniard e Engel (2005), diversas

situações podem acontecer entre o estágio de reconhecimento da necessidade e

a compra efetiva, que podem afetar de forma significativa a decisão do

consumidor. Os autores exemplificam o atendimento ao cliente por meio de um

vendedor, que pode modificar sobremaneira sua decisão e desejo inicial. Dessa

forma, Blackwell, Miniard e Engel (2005) acreditam que o melhor vendedor é

aquele que é capaz de gerenciar os atributos gerais que são buscados pelo

consumidor, aliado à imagem da loja e de sua credibilidade, o que faz com que a

decisão de compra possa ser modificada e maximizada por boas experiências e

aspectos positivos diversos que são percebidos pelo consumidor ao longo do

processo.

Kotler e Keller (2006) e Kotler (2005) abordam fatores de interferência no

comportamento do consumidor, sobretudo na fase atual, que é a compra

propriamente dita. O primeiro fator que pode influenciar a decisão do consumidor

é a “atitude dos outros”. Os autores afirmam que o comportamento e atitude

62

alheios podem interferir de duas formas no comportamento do cliente. A primeira

delas é a intensidade da atitude negativa de outras pessoas comparada à

alternativa preferida escolhida pelo consumidor. Nessa situação, conclui-se que,

quanto maior o negativismo associado à outra pessoa e quanto maior a

proximidade for esse comportamento do consumidor, mais este buscará ajustar e

adaptar sua intenção e decisão de compra. Em outras palavras, quanto maior o

repúdio de um indivíduo a um consumidor de uma marca, menos desejo de

adquirir aquele produto ele terá dado o seu sentimento de reprovação e negação.

A segunda delas é a motivação do consumidor para acatar e replicar os desejos

de outro indivíduo. De acordo com Kotler e Keller (2006) e Kotler (2005), nessa

situação, quanto maior a preferência de um consumidor por uma marca e quanto

maior o respeito atribuído ao outro consumidor já adepto de determinado produto,

maior a aceitação desse indivíduo em relação àquele produto e mais tendencioso

a adquiri-lo ele ficará.

O segundo fator que pode influenciar a decisão de compra do indivíduo, na

visão de Kotler e Keller (2006) e Kotler (2005), são os fatores situacionais

imprevistos. Estes podem surgir de forma abrupta e modificar completamente a

intenção de compra do consumidor. Os autores citam a perda de um emprego

para ilustrar a mudança de prioridades e percepção do consumidor quanto às

urgências e preferências momentâneas do cliente. Além disso, associam o fator

risco percebido como um mecanismo capaz de modificar, adiar ou mesmo rejeitar

uma compra. Os autores dividem o risco percebido em seis tipos distintos,

brevemente descritos a seguir:

a) Risco funcional: trata-se da situação quando o produto não corresponde

plenamente às expectativas;

b) risco físico: quando o produto ou serviço pode impor algum tipo de ameaça

ou insegurança quanto ao bem-estar físico, saúde ou integridade do

consumidor ou a outras pessoas;

c) risco financeiro: quando o consumidor não percebe correspondência do

valor cobrado pelo produto;

d) risco social: trata-se da situação em que o consumidor acredita que o

produto pode resultar em alguma situação de constrangimento que pode

ser causado por outros;

63

e) risco psicológico: quando o produto pode vir a afetar o estado mental do

consumidor;

f) risco de tempo: quando existe a percepção de ineficiência do produto e que

este fator pode comprometer o custo de oportunidade na busca pela

escolha de um substituto.

Dessa forma, Kotler e Keller (2006) e Kotler (2005) concluem que o risco

percebido está associado à quantidade de valor monetário envolvido, à certeza de

eficiência e garantia dos atributos do produto ou mesmo ao nível de autoconfiança

do consumidor. A minimização do risco pode se dar pela fuga das decisões ou

pela busca por compartilhá-las, a fim de que o resultado positivo ou negativo seja

compartilhado com outros.

Sheth, Mittal e Newman (2001) ainda citam outros fatores que podem

comprometer a fase de compra no processo de decisão do consumidor. Alguns

desses fatores são mencionados pelos autores, tais como: falta do produto

escolhido no mercado, o que pode forçar o consumidor à escolha de um produto

semelhante ao preferido por ele; novas informações obtidas dentro da própria loja

acerca de outros produtos ou atributos disponíveis; ou mesmo as condições

financeiras do cliente que inviabilizam o fechamento efetivo do negócio, levando-o

a descartar a compra completamente ou optar por opções acessíveis para suprir

parcialmente sua necessidade, ainda que a opção final não faça parte das

preferidas por ele na etapa de avaliação das alternativas.

Outras duas variáveis comuns nessa fase do comportamento de compra do

consumidor são sugeridas por Mowen e Minor (2003), que são a compra por

impulso e a compra pela busca de variedade. No caso da compra por impulso, o

consumidor realiza a compra sem que antes tenha reconhecido qualquer

problema ou necessidade a ser suprido. Esse comportamento se deve à ânsia

repentina e não planejada de comprar algo de imediato e geralmente não é

acompanhada pela consciência das consequências que essa abrupta decisão

pode trazer. Logo, os autores concluem que a compra por impulso é um ato

reativo e negligente e que, após pesquisas e estudos citados pelos autores,

descobriu-se que 39% das compras feitas em lojas de departamento e 67% das

compras de supermercado não eram planejadas previamente.

64

Já a compra pela busca por variedade trata-se de um ato de consumo que

visa à aquisição de uma nova marca de um produto, ainda que expressem alto

grau de satisfação com a marca ou produto já conhecido e utilizado. Mowen e

Minor (2003) afirmam que esse comportamento existe na tentativa de reduzir o

tédio e aumentar os estímulos, procurando promover novidades na vida do

consumidor.

Karsaklian (2004) destaca a existência de compra compulsiva, que reflete o

desejo de compra por parte do consumidor para satisfazer uma forte ansiedade.

Segundo a autora, trata-se de um reflexo presente em consumidores que

apresentam quadros de situações emocionais difíceis, caracterizados por um

comportamento conturbado, psicologicamente tenso e seguido de um sentimento

de culpa após realizar a compra. Conforme a autora, o que diferencia a compra

impulsiva da compra compulsiva é que a primeira tem o foco no produto

comprado e a segunda no ato de compra propriamente dito.

Pode ocorrer, ainda, o adiamento da compra, que é caracterizado pela

situação em que a intenção de compra do consumidor não se transforma em

compra e, ao adiar uma compra por motivos alheios à sua vontade, geralmente o

consumidor apresenta sentimento de frustração (KARSAKLIAN, 2004).

3.1.2.5 Consumo

Após a compra do produto e depois de adquirir sua efetiva posse, o

indivíduo pode consumir o produto, ou seja, ponto crucial em que ele o

experimenta e faz uso de seus atributos considerados importantes (BLACKWELL;

MINIARD; ENGEL, 2005). Esse consumo pode ocorrer imediatamente após a

compra ou posterior a ela, como, por exemplo, aproveitar uma liquidação de

alimentos congelados para consumir posteriormente. Os autores ainda afirmam

que a forma como o indivíduo consome o produto irá impactar em sua satisfação

ou não com este e a recompra acontecerá ou não. A durabilidade do produto será

determinada pela forma como os consumidores cuidam, armazenam e mantêm

esse produto, sendo uma determinante em possíveis compras futuras. Solomon

(2011) reforça que o ambiente social e físico do consumidor afeta os motivos que

65

o consumidor possui para fazer uso de produtos ou serviços, assim como a forma

que ele os avalia.

Mowen e Minor (2003, p. 218) definem a experiência de consumo como

“[...] o conjunto de conhecimentos e sentimentos experimentados por uma pessoa

durante o uso de um produto ou serviço”. Os profissionais da área de marketing

identificaram três situações relacionadas ao consumo que são variáveis

impactantes na avaliação do uso do produto: a frequência do consumo, a

quantidade de consumo e o propósito do consumo. A frequência do consumo é

algo determinante no comportamento de compra do indivíduo, ainda que grande

parte dos produtos e serviços relevantes que o consumidor adquire seja utilizada

de forma descontínua, como, por exemplo, máquinas de lavar roupas, carros, etc.

Já a quantidade de consumo refere-se à repetição e quantidade média de

consumo de determinado produto ou serviço. O maior alvo das organizações

modernas é fazer com que o consumidor aumente sua quantidade média de

consumo de determinado produto e, para isso, fazem uso de estratégias diversas

(disposição nas prateleiras, modificação de embalagens, investimentos

publicitários, etc). Por fim, o propósito do consumo é uma das variáveis

desafiadoras para as organizações dos dias atuais. O consumidor deve perceber

mais funcionalidade e utilidade em um produto que adquiriu para determinada

finalidade, mas que pode ser utilizado para outra finalidade diferente da qual o

motivou a comprá-lo. Exemplo citado pelos autores é o uso do bicarbonato de

sódio, que é usado tanto para escovar os dentes quanto como antiácido ou para

fins culinários.

3.1.2.6 Avaliação pós-consumo

Nesse estágio, segundo Blackwell, Miniard e Engel (2005) e Kotler (2005),

o consumidor experimenta a sensação de satisfação ou insatisfação, visto que é a

fase que precede o consumo e experimentação do produto ou serviço adquirido.

O sentimento de satisfação acontece quando a percepção de desempenho

confirma o que o consumidor esperava. A insatisfação ocorre quando o oposto

acontece, ou seja, o sentimento de frustração é gerado pela percepção de

66

desempenho inferior do produto ao que era esperado. Hawkins, Mothersbaugh e

Best (2007) corroboram descrevendo que a dissonância pós-compra ocorre

quando o consumidor possui qualquer tipo de dúvida quanto à sabedoria e

efetividade da escolha que fez na compra. Segundo os autores, o consumidor

pode apresentar dissonância pós-compra em virtude: do grau de compromisso ou

irrevogabilidade da decisão, da dificuldade de escolher entre alternativas ou da

tendência do indivíduo a apresentar ansiedade.

Os resultados obtidos nessa etapa são extremamente relevantes em todo o

processo de decisão de compra do consumidor, visto que este armazena

informações valiosas em sua memória que certamente serão resgatadas para uso

futuro (COBRA, 2005; SOLOMON, 2011). Blackwell, Miniard e Engel (2005) e

Kotler (2005) ainda afirmam que se o grau de satisfação do cliente for elevado,

grandes serão as chances de decisões posteriores serem tomadas com mais

segurança e rapidez. Logo, a mente e os desejos dos consumidores são mais

difíceis de serem alcançados quando determinada marca ou produto atingiu o

grau de satisfação esperado. O contrário acontece com os consumidores

insatisfeitos. O consumidor que tem suas expectativas frustradas fica

desapontado ou insatisfeito com o desempenho obtido (KOTLER, 2005). Logo, os

concorrentes atingirão facilmente o consumidor que porventura tenha passado por

experiências de insatisfação com determinada marca e serão conduzidos a uma

nova experimentação, cujos resultados podem ser definitivos.

Segundo Mowen e Minor (2003), é imprescindível para as empresas

competitivas buscarem manter e maximizar a satisfação de seu consumidor e

buscar conquistar sua preferência (KOTLER, 2009). Logo, as organizações

devem focar nos pontos de qualidade percebida pelos consumidores e alguns dos

mais importantes são a qualidade do produto e a avaliação de desempenho. Bons

profissionais de marketing, portanto, devem buscar compreender e conhecer

constantemente as razões pelas quais o consumidor poderia ficar insatisfeito, a

fim de que possam melhorar e aprimorar processos e produtos futuros (JATO et

al., 2008; SOLOMON, 2011;). Mowen e Minor (2003) sintetizam pontos

importantes acerca da qualidade percebida pelos clientes, como: desempenho,

atitudes dos funcionários, confiabilidade, durabilidade, oportunidade e

conveniência, estética e valor da marca. Combinados esses fatores, Mowen e

67

Minor (2003) acreditam ser efetivas as tentativas de despertar no consumidor a

análise da qualidade de produtos e serviços na busca por maximizar sua

participação de mercado e da satisfação do consumidor.

Na busca pela garantia da satisfação do consumidor, as empresas vêm

buscando desenvolver instruções de uso mais detalhadas, garantias e serviços

que asseguram o consumidor da qualidade do produto até mesmo quando este é

mal utilizado pelo próprio usuário (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005). Os

consumidores frequentemente se questionam quanto à efetividade da escolha

que fizeram, ainda que os produtos adquiridos funcionem bem e tenham obtido

alto grau de satisfação, sobretudo para itens de alto valor agregado. Além disso,

fatores emocionais, físicos e psicológicos são determinantes na percepção do

consumidor e, consequentemente, em sua análise acerca da satisfação ou

insatisfação com o produto.

Kotler e Keller (2006, p. 196) afirmam que se o consumidor “[...] perceber

certos aspectos inquietantes ou ouvir coisas favoráveis sobre outras marcas, ele

pode experimentar alguma dissonância cognitiva”. Dessa forma, o consumidor irá

reter informações que corroborem sua decisão e, por isso, os esforços de

marketing devem buscar reforçar o sucesso e qualidade de sua escolha,

promovendo nele bons sentimentos em relação à escolha realizada. No entanto,

Sheth, Mittal e Newman (2001) alertam para o cuidado necessário que os

profissionais de marketing devem ter com as promessas e garantias dadas ao

consumidor. Os autores alertam que prometer demais pode criar expectativas que

a organização pode não conseguir cumprir, acarretando um processo de

insatisfação do cliente. Deve-se, portanto, criar expectativas realistas e buscar,

dentro das possibilidades conhecidas pela organização, atender de forma

suficiente e plena o consumidor que se deseja atingir. Dessa forma, não somente

a satisfação poderá ser alcançada, mas até mesmo superada, encantando o

consumidor, superando suas expectativas.

A presente pesquisa foca-se no estudo das atitudes e intenções

comportamentais de estudantes regularmente matriculados em escolas de inglês

de Belo Horizonte, de forma que todo o trabalho está voltado para essa etapa do

comportamento pós-compra desse cliente. O aprofundamento em construtos

como a qualidade percebida, o valor percebido, a satisfação e o preço é de suma

68

importância para avaliar as atitudes e intenções do consumidor e os impactos dos

referidos construtos sobre a preferência de compra, a propensão à lealdade, a

comunicação boca a boca/recomendação e orgulho desse consumidor. Tais

conceitos que compõem o modelo da pesquisa e que serão nela

operacionalizados serão aqui explorados para melhor compreensão da ênfase

dada a essa etapa do processo de compra.

Satisfação

De acordo com Cobra (2005), Farias e Santos (2000), Rossi e Slongo

(1998) e Oliveira et al. (2008), o ponto-chave para a competitividade das

organizações em termos de administração mercadológica é conquistar a

satisfação do consumidor por meio da qualidade, que se configura como fator

determinante de lealdade. Cobra (2005) e Solomon (2011) entendem que a

satisfação de um consumidor é construída por meio da qualidade e valor que

estão atrelados a um bem ou serviço e que são repassados a ele. Para Kotler

(2005), Larán e Espinoza (2004), Marchetti e Prado (2004) e Hoffman et al.

(2010), a satisfação é baseada na sensação de contentamento ou decepção

experimentada por um consumidor, que é fruto da comparação que este faz entre

o resultado percebido de um produto ou serviço e suas expectativas anteriores

existentes.

Assim, quando o desempenho fica aquém das expectativas, o consumidor

torna-se insatisfeito com o resultado. Quando o desempenho fica dentro das

expectativas, o consumidor torna-se satisfeito (HAWKINS; MOTHERSBAUGH;

BEST, 2007; OLIVER, 1997). No caso do consumidor que percebe o desempenho

superior às expectativas, este se torna encantado, ou seja, apresenta alto grau de

satisfação. Assim, a satisfação conquistada do consumidor após usufruir o bem

ou serviço adquirido irá depender totalmente do desempenho que este apresentar

em relação às expectativas que o mesmo tiver sobre esse bem ou serviço.

Não obstante, Anderson, Fornell e Lehmann (1994), Marchetti e Prado

(2001) e Marchetti e Prado (2004) acreditam que a experiência com o produto

(consumo) é condição necessária para que ele defina o quão satisfeito ou não ele

está. Além disso, Anderson, Fornell e Lehmann (1994) afirmam que a percepção

69

de qualidade que o consumidor possui é determinada pelo valor que este paga

pelo produto ou serviço ou mesmo pelos benefícios que ele percebe implícitos a

esse consumo.

Corroborando as afirmações anteriores, Kotler (2005) realça que os

consumidores constroem expectativas com base nas opiniões de referências

pessoais que já tenham experiência com o consumo de determinado produto ou

serviço, baseiam-se em conselhos de grupos pessoais que o rodeiam, além de

serem influenciados por “promessas” de profissionais de marketing e

concorrência.

Cobra (2005) complementa os mesmos argumentos dos autores

anteriormente citados, reiterando que as pessoas que estão em estado de plena

satisfação com as experiências de compra são as menos tendenciosas a

mudanças. Os demais consumidores que estiverem meramente satisfeitos e,

sobretudo, os insatisfeitos estarão mais propensos à mudança. Buscar a

satisfação de um consumidor e alcançá-la não se limita apenas à descoberta do

que o que ele almeja, visto que grande parte dos consumidores não sabe

exatamente o que quer (COBRA, 2005). Nesse sentido, cabe às empresas

interessadas nesse cliente descobrir o que ele deseja, mas não consegue

expressar em palavras.

Altos graus de satisfação tendem a criar vínculos emocionais e afetivos

com a empresa e sua marca e não significam para o cliente uma mera preferência

racional (HAWKINS; MOTHERSBAUGH; BEST, 2007; KOTLER, 2005). Cobra

(2005) acentua que os clientes certamente haverão de consumir nas

organizações em que eles perceberem que os maiores valores agregados lhes

serão entregues. E o cliente insatisfeito pode se tornar fonte de descontentamento

e propaganda negativa.

O cliente satisfeito será conduzido a ações de recompra e,

consequentemente, representará uma comunicação boca a boca favorável e

positiva em relação à empresa pela qual demonstra satisfação (CARDOZO,

1965). No entanto, Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007) relatam que clientes

satisfeitos não necessariamente serão sempre leais à marca. Clientes satisfeitos

podem vir a trocar de marca. No entanto, esse grupo apresenta mais

probabilidade de continuarem compradores frequentes do que os consumidores

70

insatisfeitos. Compradores frequentes, portanto, podem continuar comprando de

determinada marca, ainda que não possuam uma ligação emocional com ela, mas

podem estar mais vulneráveis às ações da concorrência (HAWKINS;

MOTHERSBAUGH; BEST, 2007).

Qualidade percebida

A qualidade é tudo aquilo o que o cliente percebe na aquisição de um bem

ou na contratação de um serviço (COBRA, 2005). Tal construto pode apresentar

duas dimensões: funcional e técnica. O autor relaciona a dimensão de qualidade

funcional ao processo que envolve os aspectos técnicos do bem, assim como seu

funcionamento e uso que o consumidor fará. Já a dimensão técnica está

relacionada ao processo de fabricação e concepção do produto.

Ainda assim, a percepção de qualidade do consumidor pode ser afetada se

for feito desse produto qualquer espécie de mau uso. Logo, o produto pode estar

em perfeitas condições de fabricação, mas pode apresentar resultado

insatisfatório se o consumidor não souber usá-lo e aproveitá-lo. Cobra (2005)

sublinha que a qualidade é baseada na junção de processos objetivos e

subjetivos. As instruções de uso e recursos do produto são, portanto, uma peça

fundamental para que as características técnicas do produto não sejam

subestimadas por falta de instruções.

Silva Leite e Gonçalves Filho (2007) sugerem que a qualidade pode ser

percebida pelo consumidor sob a perspectiva da qualidade do produto ou da

qualidade do serviço. E afirmam que a qualidade do produto está relacionada aos

atributos do produto físico, enquanto a qualidade dos serviços está relacionada à

“associação interativa entre os clientes e os elementos do serviço, como, por

exemplo, o comportamento dos funcionários da empresa” (SILVA LEITE;

GONÇALVES FILHO, 2007, p. 182-183).

Há alternativas, segundo Solomon (2011), para que as organizações

modernas administrem as expectativas dos consumidores. A organização deve

buscar se adequar dentro dos limites máximos de sua capacidade de atender a

essas necessidades e desejos dos consumidores. No entanto, quando se

identifica que não há viabilidade de atender às expectativas do consumidor,

71

Solomon (2011) recomenda que a organização aja no sentido de posicionar-se

quanto à qualidade do serviço ou do produto e, se preciso for, “dispensar” o

cliente por não ser ela a organização apta a acatar e atender à suas

necessidades.

Reforçando os argumentos e definições acerca da qualidade apresentada

por Cobra (2005), Parasuraman, Berry e Zeithaml (1985) definem a qualidade sob

a ótica de cinco macrodimensões, a saber: tangibilidade, confiabilidade, presteza,

garantia e empatia. Não somente pelas macrodimensões, mas a qualidade é

percebida pelo consumidor, também, de acordo com a forma como o produto ou

serviço são entregues a ele. A percepção do consumidor em relação à qualidade

é fruto da junção dessas cinco dimensões unidas à entrega do produto ou serviço

ao consumidor, segundo o ponto de vista de Parasuraman, Berry e Zeithaml

(1985) e Marchetti e Prado (2001).

A qualidade nada mais é do que a comparação que o consumidor faz entre

as expectativas que possuía do produto ou serviço com o desempenho

apresentado por ele após dele usufruir (PARASURAMAN; BERR; ZEITHAML,

1985; SOLOMON, 2011). Ou seja, o consumidor deve perceber e receber

“conformidade com os requisitos" (p. 2) que foram definidos por ele anteriormente,

em que foi formada uma rede de expectativas acerca do desempenho esperado.

Solomon (2011), Farias e Santos (2000) e Marchetti e Prado (2001)

propõem que há desconfirmação de expectativa quando o resultado é diferente do

esperado, tanto de forma positiva (encantamento) quanto de forma negativa

(decepção). Essa percepção ainda é influenciada por fatores subjetivos e

variáveis que tornam a avaliação da qualidade de serviços uma tarefa árdua e

delicada (PARASURAMAN; BERRY; ZEITHAML, 1985). Na tentativa de definir a

qualidade, os consumidores empregam diversas variáveis para encontrá-la, tais

como o nome da marca e o preço, e leva em consideração até mesmo o

dispêndio financeiro da organização na promoção do produto em campanhas

publicitárias (SOLOMON, 2011).

Ainda aplicando o conceito de qualidade a serviços, Cobra (2005) refere-se

à qualidade, contextualizando para o exemplo de uma escola. Uma escola pode

ter a si atribuídos diversas variáveis que impactam na percepção de sua

qualidade. Dessa forma, a qualidade de uma escola pode ser vista como uma

72

reunião de diversos fatores, como: bons professores, que usem recursos e

técnicas instrumentais pedagógicas adequadas, e bons alunos, que farão

aproveitamento máximo do conhecimento transmitido pelos professores.

Para Pinho (1996, p. 48), “a percepção global de qualidade associada a

uma marca influencia decisivamente nas decisões de compra e na fidelidade à

marca, além de possibilitar que a empresa pratique preços premium e promova a

extensão da marca para outros produtos”. Logo, a qualidade percebida é um

construto que influencia diretamente na lealdade do consumidor e,

consequentemente, em sua elasticidade ou inelasticidade em relação ao preço

praticado pela empresa.

A qualidade é um fator extremamente importante para as organizações,

pois reflete significativamente em sua competitividade e sustentabilidade

(TAMASHIRO et al., 2007). Se a qualidade é um fator garantido pela organização

ao consumidor, os impactos positivos refletirão diretamente na “lealdade à marca,

comunicação boca a boca, lucratividade e participação no mercado”

(TAMASHIRO et al., 2007, p. 20).

Parasuraman, Berry e Zeithaml (1985) definem que a prestação de

serviços é marcada pela subjetividade e que precisar a qualidade para uma

atividade dessa natureza é tarefa complicada. Essa dificuldade deve-se ao fato de

que a avaliação de desempenho e qualidade por parte do consumidor pode variar

de acordo com: o produtor de determinado serviço ou a pessoa que o atendeu

naquele momento, o cliente que terá sua percepção de qualidade testada e o dia

específico em que isso pode ocorrer. Em outras palavras, a percepção que um

cliente pode ter hoje baseada em determinada experiência, considerando, por

exemplo, a percepção dos atributos de qualidade e atendimento pode ser

completamente diferente de tudo o que ele pode ter percebido ontem ou poderia

perceber posteriormente, com base nos mesmos atributos de comparação.

Por fim, os mesmos autores descrevem mais uma dificuldade na

mensuração de qualidade na prestação de serviços: os serviços são prestados

concomitantemente ao “consumo” que o cliente faz. Como os serviços não são

como produtos (que são previamente produzidos e são passíveis de correção ou

retificação caso algo não saia como o esperado), o cliente experimenta o serviço

ao mesmo tempo em que a empresa o oferece. Dessa forma, determinar a

73

percepção de qualidade por parte do consumidor é ainda mais difícil quando se

trata de produtos tangíveis e palpáveis.

Valor percebido

De acordo com Cobra (2004), a construção do conceito de valor para o

consumidor parte de experiências anteriores positivas vividas por ele e estas, por

sua vez, compõem um sistema interconectado de atributos e aspectos

relacionados que se sobrepõem e se combinam. No tocante aos atributos de

serviço, o cliente percebe atributos de natureza intrínseca e de natureza

extrínseca (COBRA, 2004). Os atributos intrínsecos estão relacionados à

natureza e características do serviço-padrão. Já quanto aos atributos de natureza

extrínseca, Cobra (2004, p. 76) afirma que:

[...] decorrem da anexação de outros serviços terceirizados que se façam necessários e que constituem a qualidade percebida em relação ao custo monetário e não monetário do serviço (isto é, o sacrifício percebido pelo cliente). O balanceamento entre a qualidade percebida e o sacrifício percebido resulta no valor percebido.

Dessa forma, o autor continua na conceituação do valor percebido

relacionando o balanceamento entre os benefícios que o consumidor busca obter

no serviço com o sacrifício que terá que fazer para obtê-lo. Cobra (2008) ainda

acrescenta a esse conceito que o alto valor percebido se dá quando o consumidor

acredita que há uma boa relação de custo-benefício na compra ou contratação de

um serviço, ou seja, que os benefícios do produto ou serviço são mais valiosos

que o preço praticado. O autor propõe que o valor percebido pode ser medido por

meio da razão entre o benefício percebido (capacidade que o produto possui de

satisfazer e atender às necessidades que o consumidor possui) pelo sacrifício

percebido (preço pago na compra ou contratação do serviço), ou seja, pelo

dispêndio financeiro que o consumidor fez para adquirir tais benefícios adjacentes

ao produto ou serviço em questão.

O valor percebido, para Silk (2006, p. 150), é “o valor que o consumidor

entende que o produto lhe proporciona”. Em certas situações, o benefício do

produto ou serviço está facilmente visível pelo consumidor, aproximando o

74

conceito de valor percebido ao valor objetivo, o que demanda pouco esforço por

parte da empresa (SILK, 2006).

Brei e Rossi (2005) atestam que o conceito mais utilizado para definir valor

percebido em toda a literatura de marketing é o proposto por Zeithaml (1988, p.

14), que descreve: “valor percebido é a avaliação geral pelo consumidor da

utilidade de um produto baseado em percepções do que é recebido e do que é

dado”. A percepção de valor pelo cliente parte de uma relação existente de

confiança deste com um parceiro de negócios e o compromisso para com ele.

Dessa forma, Brei e Rossi (2005) concluem essa análise reconhecendo que os

clientes veem mais valor no próprio relacionamento do que nos atributos do

produto ou serviço em si.

Em contrapartida, Silk (2006) descreve que o preço praticado por

concorrentes ou produtos substitutos pode influenciar sobremaneira a visão de

valor que o cliente tem pelo produto ou serviço. Não obstante, Rocha (2004) opina

que o valor percebido por um cliente em relação aos mesmos atributos de

determinado produto ou serviço pode variar de acordo com o estágio de vida e

níveis de prioridade dados por ele, que variam ao longo do tempo. Silk (2006)

ainda comenta que não somente o estágio de vida do indivíduo pode impactar em

sua percepção de valor, mas também o preço cobrado pelo produto ou serviço

demandado por ele, já que a sensibilidade deste em relação ao valor cobrado

varia de acordo com interesse, disponibilidade de recursos e capacidade de

pagamento, entre diversas outras variáveis.

Em seu estudo acerca da relação de confiança, valor percebido e lealdade

dos consumidores de serviços de internet banking, Brei e Rossi (2005) apuraram

que há forte relação entre o valor percebido e a confiança, assim como a

lealdade. E clientes que possuem forte percepção de valor em serviços e

produtos de determinada organização tendem a demonstrar mais confiança e

lealdade para com a marca ou organização. Santos e Fernandes (2008), nessa

análise, confirmam que o valor percebido pelo cliente influencia positivamente sua

intenção de recompra e a recomendação por meio da comunicação boca a boca.

Sirdeshmukh, Singh e Sabol (2002) ainda corroboram as afirmativas

anteriores na medida em que definem o valor percebido pelo cliente como

resultado e mediador do efeito da confiança e da lealdade. Assim, os autores

75

sintetizam a ideia do valor como a percepção que o consumidor possui dos

benefícios obtidos, subtraindo destes os custos de manutenção de um

relacionamento duradouro com determinada organização.

Convergindo com essa análise, Gronroos (2000) percebe que clientes

voltados para a relevância do relacionamento são mais impactados pela

existência da confiança e do compromisso contínuo com a empresa do que com a

satisfação do produto ou serviço propriamente dita. Já os clientes “transacionais”

não atribuem a mesma relevância ao relacionamento. Ao contrário, esperam que

toda transação seja bem-sucedida e satisfatória.

Preço

Embora o valor percebido por um cliente seja marcado por subjetividade e

julgamento pessoal do consumidor, o valor econômico e monetário de um produto

ou serviço impacta sobremaneira em seu comportamento e atitudes relacionadas

a determinada marca ou organização (SILK, 2006). Embora muitos consumidores

percebam valor na intensidade relacional e confiança com determinada

organização, o relacionamento tende a tornar-se menos atrativo para o

consumidor na medida em que lhe são impostos altos custos de manutenção e,

consequentemente, a relação de lealdade será menos evidente (SANTOS;

FERNANDES, 2008).

Silk (2006, p. 157) evidencia que: “quando o valor varia entre clientes, um

programa de precificação deve considerar se se customiza o preço segundo o

valor percebido, cobrando assim um preço mais alto daqueles que valorizam mais

o produto”.

O autor contextualiza esse enunciado e confirma que o preço do produto

deve falar por si. No entanto, produtos de preços muito baixos poderão se

submeter a altos riscos de não serem comprados pelos consumidores por estes

perceberem baixo valor (em termos subjetivos e emocionais) e,

consequentemente, atribuírem a ele baixo valor percebido. Para reverter esse

cenário, Silk (2006) contesta que a empresa pode ampliar o investimento em

marketing, aumentar a percepção de valor pelo cliente e, por conseguinte, captar

esse valor criado para que a margem necessária possa ser arrecadada para arcar

76

com os custos de marketing despendidos. Ainda assim, “o valor percebido de um

produto a um consumidor deve ser igual ao preço máximo que o consumidor

pagará pelo produto” (SILK, 2006, p. 150).

O preço é definido por Cobra (2008) como o valor que o consumidor se

dispõe a pagar em função do valor percebido. O consumidor possui uma visão

relativa de valor, uma vez que avalia ou julga os preços praticados de forma

comparativa. Assim, o produto que ele tem em mente passa pela comparação à

percepção do preço, assim como o preço de determinada marca ou empresa

passa por uma comparação em relação aos seus concorrentes em seu segmento.

Grecco (1977) contribui que a definição de preço de um produto deve ser

baseada na constatação da preferência do consumidor. Desse modo, o preço é

estabelecido após certificar-se de que o cliente já possui familiaridade com o

produto, que já o adquire com frequência e já manifestou, portanto, sua

preferência por ele ou pela marca.

Cobra (2005) ainda identifica que a determinação de preços deve passar

por uma análise no tocante aos aspectos econômicos e psicológicos do

consumidor. Se a percepção de valor e estima do produto tem valor elevado, o

produto certamente poderá vir acompanhado de preço alto. Caso contrário, o

preço deve passar por ajustes para que o consumidor possa obter o que espera

com a posse do produto ou contratação do serviço.

O preço é definido pela quantidade monetária ou renúncia de bens ou

serviços que deve ser feita para adquirir a propriedade de um produto ou

permissão de uso de um serviço (CHURCHILL JÚNIOR; PETER, 2000). Ainda, o

preço é um componente fundamental e desempenha duas importantes funções no

composto de marketing: além de influenciar a compra do produto e mensurar o

quanto dele será adquirido pelo cliente, atua como um mecanismo de indicação

se a comercialização de determinado produto ou serviço será lucrativa ou não.

Segundo Santos (2010), as organizações devem buscar manter coerente a

relação do preço e os demais componentes do mix de marketing a fim de

posicionar bem o produto. Para Kotler (1998), via de regra, o preço tem atuado

como um dos principais fatores determinantes para a escolha do consumidor.

Ainda que outros fatores venham desempenhando forte influência no

77

comportamento do cliente, o preço ainda é um fator determinante na participação

no mercado e na rentabilidade das organizações.

A percepção de preço que o consumidor possui pode variar em função de

aspectos como sua cultura, costumes, valores e experiências (MONTEIRO et al.,

2012). Schiffmann e Kanuk (2000) concluíram que a forma como o consumidor

percebe e avalia o preço de determinado produto ou serviço (avaliações como

alto, baixo, justo, injusto) impacta sobremaneira nas intenções de compra e na

satisfação de compra do consumidor. Já conforme Urdan e Urdan (2001), o

consumidor faz uso de três grandes importantes variáveis que antecedem a

decisão de compra por um produto ou serviço: qualidade, preço e valor percebido.

O autor refere, ainda, que o consumidor correlaciona as percepções e os

julgamentos acerca dos conceitos de qualidade, preço e valor da oferta que lhe é

feita até decidir efetivamente pela compra.

Atitudes

O conceito de atitude perpassa amplamente pelas teorias relacionadas ao

comportamento do consumidor e deságua nas teorias comportamentais

estudadas pela psicologia. Ajzen (2001) e Kokkinaki (1999) afirmam que a atitude

é um dos construtos mais pesquisados na área de ciências sociais e

comportamentais, sobretudo no que se refere ao comportamento do consumidor.

De acordo com Fishbein e Ajzen (1972), a atitude de um indivíduo em relação a

determinado objeto é, em primeira instância, a predisposição que ele possui para

reagir a esse objeto de forma consciente, positiva ou negativa.

Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007) reportam que é por meio do arranjo

de processos emocionais, motivacionais e cognitivos que o indivíduo demonstra

certa predisposição de posicionar-se de determinada forma diante de dado objeto,

tanto de forma favorável quanto desfavorável. Fishbein e Ajzen (1972) corroboram

argumentando que a atitude trata-se do posicionamento do indivíduo quanto às

avaliações de dimensões opostas e paradoxais desse objeto como ser favorável

ou desfavorável, achar bom ou ruim, ter interesse e não ter interesse, etc.

Na avaliação de Moura (2010, p. 72), “as atitudes podem ser entendidas

como um composto formado por itens cognitivos oriundos das crenças dos

78

indivíduos e itens afetivos, formados pelas emoções e sentimentos das pessoas”.

Já para Sheth, Mittal e Newman (2001) as crenças são a base formadora das

atitudes e, não menos importante, estão na mente das pessoas, além de serem

aprendidas por meio de exposição a informações, produzindo, assim, respostas

conscientes.

O construto atitude é composto de três distintos componentes sugeridos

por Ajzen e Fishbein (2005) e Solomon (2002): cognição, conação e emoção. A

cognição trata-se do aspecto racional da atitude, enquanto a conação refere-se à

ação propriamente dita relacionada à atitude. Por fim, a emoção refere-se ao

aspecto afetivo da atitude. A cognição é o mecanismo responsável pela formação

das crenças do indivíduo, solidificadas por suas características técnicas ou

emocionais. Em outras palavras, a cognição é o que relaciona o objeto aos seus

benefícios e desempenho que ele apresente. Hawkins, Mothersbaugh e Best

(2007) e Sheth, Mittal e Newman (2001) acrescentam, quanto às crenças, que

estas podem ser normativas (em relação a aspectos morais e de valor),

avaliativas (quanto à avaliação do objeto) e descritivas (respeitantes à qualidade

do objeto ou seu resultado).

Já considerando o componente afetivo, Hawkins, Mothersbaugh e Best

(2007) o relacionam à avaliação emocional do indivíduo quanto ao objeto. Ou

seja, trata-se dos sentimentos e emoções que o objeto desperta no indivíduo

(HAWKINS; MOTHERSBAUGH; BEST, 2007; SHETH, MITTAL; NEWMAN,

2001). E o componente conativo está relacionado à predisposição que um

indivíduo possui de agir em relação ao objeto.

Moura (2010, p. 74) reforça que, juntos, os três componentes são

formadores das atitudes e, de modo geral, “são coerentes e consistentes entre si”

e a mudança em um dos componentes certamente haverá de provocar impacto

nos demais. Ainda assim, é válido que todos eles sejam representados de forma

independente, mas mutuamente influenciados entre si. Assim, segundo Hawkins,

Mothersbaugh e Best (2007) e Sheth, Mittal e Newman (2001), a mudança em um

dos componentes da atitude haverá de provocar mudanças em todos os seus

aspectos.

Em situações de compatibilidade do afeto e da cognição, Ajzen (2001)

mostra que ambos corroboram de forma significativa e igual a predição

79

comportamental. No caso de indivíduos cuja formação de atitude é mais forte a

partir da cognição, as crenças exercem papel extremamente importante em sua

formação. Já no caso de pessoas cujas crenças são desenvolvidas a partir dos

sentimentos, o componente afetivo exerce maior peso na formação das atitudes.

A formação de atitudes, portanto, é vinculada à forma como os indivíduos

percebem a realidade por meio dos seus componentes.

Sheth, Mittal e Newman (2001) e Mowen e Minor (2003) observam que as

atitudes podem representar diversas funções para os indivíduos, a saber:

utilitárias (auxílio na tomada de decisões), defesa do ego (traz para si ou repudia

objetos que podem comprometer ou fortalecer seu status), conhecimento (auxilia

na tomada de decisões e favorece o processo de busca de informação, tornando

mais rápida e eficiente a etapa de seleção de alternativas) e expressiva de valor

(expressa valores coerentes com o comportamento a partir das atitudes). Etzel,

Walker e Stanton (2001) ressaltam que as atitudes podem passar por um

processo de aprendizagem, de modo que podem sofrer influências de outrem e

são voltadas para determinado alvo, ou seja, são contingenciais de acordo com o

objeto focado.

A atitude pode sofrer modificações diversas, de acordo com cada um dos

componentes, conforme brevemente descritos a seguir (HAWKINS;

MOTHERSBAUGH; BEST, 2007; SHETH; MITTAL; NEWMAN, 2001). Sob o

ponto de vista do componente cognitivo, as atitudes podem sofrer alterações

diversas, como: baseadas na percepção das pessoas quanto às características

do objeto (cognitivo, propriamente dito), ao objeto (por meio de comunicação

mercadológica), ao acréscimo de novo atributo ou característica (que pode alterar

a percepção de valor), à mudança da situação desejada pelo indivíduo, em

relação à influência de outras pessoas e a alterações da percepção das

consequências de certos comportamentos e ações.

No tocante ao componente afetivo, Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007) e

Sheth, Mittal e Newman (2001) entendem que as atitudes podem sofrer

alterações, conforme: a comunicação direcionada à pessoa e a exposição

continuada do objeto, relacionando-o com outros estímulos agradáveis.

Por fim, os autores concluem que mudanças de atitude a partir do

componente conativo podem dar-se de diferentes maneiras: mudança no

80

comportamento em virtude de promoções ou incentivos, influências situacionais

ou contingenciais, ações governamentais de restrição ou liberação de certos

comportamentos e atitudes ou por meio de avanços no processo de comunicação

e fornecimento de informações.

Portanto, é importante frisar que as atitudes são formadas a partir de uma

série de fatores e componentes que podem, positiva ou negativamente, influenciar

as intenções comportamentais das pessoas com base nos julgamentos de valor e

sentimentos que forem despertados no indivíduo. Essas afirmações, portanto,

possuem relação direta dos impactos das influências (influências de natureza

social, pessoal, psicológicas, familiares, etc.) que o ambiente exerce nos

indivíduos sobre suas atitudes e intenções comportamentais em relação a

determinado produto, serviço, marca ou objeto.

Preferência de compra

Em um mercado altamente competitivo e de grande oferta de produtos e

serviços ao consumidor, as marcas mais conhecidas e famosas são as que mais

merecerão a preferência do consumidor em relação a todas as demais

desconhecidas (PINHO, 1996). Segundo o autor, uma marca mais relevante e

conhecida no mercado apresenta mais chances de ser escolhida já que o

consumidor dá preferência ao produto ou serviço que lhe é mais familiar. De

acordo com Viana et al. (2010), os profissionais de marketing são cada vez mais

demandados na criação de diferenciais competitivos das organizações, no sentido

de criarem e adotarem estratégias que conquistem a preferência de compra do

cliente.

Kotler e Keller (2006) e Kotler (2005) inferem que quanto maior a

preferência de um consumidor por uma marca, mais aceitação ele apresenta em

relação a ela e mais possibilidades apresentará de adquirir dela produtos ou

serviços. Já para Pinho (2006), uma empresa introduz um produto ou serviço no

mercado por meio do mix de marketing, que é o que faz os consumidores tomar

consciência de sua existência aos consumidores potenciais. A partir daí, os

consumidores são induzidos a dar preferência pela compra do produto dessa

organização em detrimento dos demais concorrentes disponíveis.

81

Clientes satisfeitos geralmente tendem a permanecer clientes na medida

em que a qualidade percebida por eles é superior às expectativas existentes,

como apregoam Zacharias, Figueiredo e Almeida (2008). Esse processo vem

reforçar ainda mais seu comportamento de compra e preferência pela marca ou

produto no longo prazo. Ratificando tais argumentos, Woodruff (1997) indica que

o valor percebido pelo cliente está diretamente ligado às percepções e avaliações

relacionadas aos diversos atributos e características de determinado produto ou

serviço, bem como ao seu desempenho e às consequências decorrentes de seu

uso. E que, sob o ponto de vista dos clientes, o produto tem seu valor percebido

por seus atributos e, à proporção que o consumidor faz uso desse produto ou

serviço e de seus atributos relacionados, ele desenvolve preferências e desejos

por determinadas características. Dessa forma, os atributos desse bem ou serviço

produzem as consequências desejadas pelo consumidor, construindo valor

percebido que acarreta em satisfação e êxito nos objetivos.

A preferência do consumidor é uma combinação de marca e características

associadas ao produto ou a um bem que permitem a maximização da

funcionalidade e utilidade do mesmo para o consumidor (ROBERTSON;

ZIELINSKI; WARD, 1984). Segundo Hemzo (2002), a decisão de consumo por

parte do cliente é pautada pela construção dessa preferência baseada em

atributos e desempenho percebidos pelo consumidor. Além disso, essa

preferência sofre influência direta de fatores ambientais e restrições, como, por

exemplo, “consciência, disponibilidade, preços, promoções”, entre outros. Hemzo

(2002) ainda afirma que o consumidor tende a demonstrar mais preferência por

marcas globais do que pelas marcas locais no tocante a produtos de alto

envolvimento de compra. No caso dos produtos de baixo envolvimento, a

preferência não é influenciada pela relevância da marca.

Na visão de Queiroga et al. (2005), a preferência do consumidor moderno é

orientada para produtos e empresas que demonstram comportamento

socialmente responsável, sempre que as discussões acerca do meio ambiente e

sustentabilidade passam, cada vez mais, a fazer parte do cotidiano do

consumidor e das organizações. Em sua pesquisa, os autores obtiveram

resultados favoráveis à preferência do consumidor por produtos que causam

menos poluição e menos danos ao meio ambiente.

82

Essas abordagens são reforçadas por Larán e Espinoza (2004), para quem

o cliente que não possui preferência apresenta baixo comprometimento atitudinal

e, consequentemente, é menos propenso a ser um cliente leal. Partindo disso, a

lealdade é um estado acentuado de preferência do consumidor e seu

comprometimento deve ser estimulado pela organização que o tem como cliente a

fim de construir um processo cognitivo-afetivo com vistas ao atendimento de suas

expectativas.

Propensão à lealdade

A condição de satisfação do consumidor não garante sua lealdade, ainda

que conquistar a condição total de satisfação do consumidor não seja tarefa fácil

(COBRA, 2005). Cobra (2005) e Kotler (2005) asseveram que um cliente

extremamente satisfeito e totalmente encantado pode demonstrar afinidade com a

marca e a empresa, fortalecendo, consequentemente, sua imagem e aumentando

as possibilidades de recompras futuras.

Por conseguinte, a probabilidade de mudança quando do aparecimento de

uma oferta aparentemente melhor é reduzida, visto que o cliente já se encontra

não somente com suas expectativas atendidas, mas superadas. Esse cliente,

segundo Cobra (2005), apresentará como resultado alta lealdade à organização

que promoveu encantamento e alta satisfação. No entanto, os clientes meramente

satisfeitos são totalmente suscetíveis de mudança quando algo melhor surge e

este percebe melhor custo-benefício no consumo (COBRA, 2005).

Silva Leite e Gonçalves Filho (2007) definem um cliente leal como

potencializador de rendimentos e lucros de uma empresa, além de ser mais

propenso à compra de produtos e serviços adicionais e, não menos importante,

disseminador de boca a boca positivo para a organização, possibilitando a

geração de novos negócios. Anderson, Fornell e Lehmann (1994) acreditam que o

principal ponto que leva um consumidor à lealdade é a satisfação que sente pelo

produto ou serviço adquirido em seu fornecedor. Complementam essa afirmativa

listando grandes benefícios que as organizações ganham quando conquistam a

lealdade de seus clientes, a saber: redução da elasticidade quanto ao preço,

redução da sensibilidade dos consumidores quanto ao assédio da concorrência,

83

ganho na redução de custos de transação, custos mais baixos na atração de

clientes e aumento de valor da organização em termos de reputação.

Sirdeshmukh, Singh e Sabol (2002) relatam que a lealdade do consumidor, uma

vez adquirida, impactará sobremaneira nas atitudes e comportamentos do

consumidor de forma positiva no que se refere a recompra, queda na

sensibilidade ao preço, formação de laços afetivos e recomendação dessa

organização por meio do boca a boca positivo.

O conceito dado por Lovelock e Wright (2001) à lealdade baseia-se no

interesse de um cliente permanecer prestigiando uma empresa durante

prolongado período prolongado de tempo. Essa permanência envolve

continuidade e periodicidade na compra de produtos e na utilização de serviços,

além de recomendações voluntárias dos produtos e serviços dessa empresa. De

acordo com Oliveira et al. (2008) e Espartel, Sampaio e Perin (2008), a lealdade

já foi entendida como um processo de mera repetição de compra. Posteriormente,

pesquisas que foram amadurecendo ao longo do tempo confirmaram que a

recompra não é um indicativo de lealdade, como também reconhecem Larán e

Espinoza (2004). Logo, a atitude do consumidor diante da marca define a decisão

de recompra nas relações de troca, de modo que o conceito de lealdade se

aproxima cada vez mais do conceito de comprometimento.

Um cliente fiel não necessariamente está garantindo compras e

comprometimento futuro, como adverte Aaker (2005). Aaker (2005) desenvolveu

uma matriz de fidelidade do consumidor, que visa a identificar o nível de escolha

relacionado à fidelidade do consumidor à empresa. Por meio da matriz, o autor

revela que os clientes fiéis e até mesmo os concorrentes devem ter alta

prioridade.

FIGURA 3 – Matriz de fidelidade

Baixa

Fidelidade Fidelidade Moderada

Fiel

Cliente Média Alta Mais Alta

Não Cliente Baixa a Média Alta Zero

Fonte: Aaker (2005).

Aaker (2005) aduz que a melhor estratégia na busca de manter a

fidelização do cliente é recompensá-lo. Essa ação tem como finalidade sempre

84

relembrar e trazer à memória do consumidor as experiências e expectativas de

forma consistente, além de buscar fortalecer e reafirmar uma relação contínua por

meio de ofertas de bônus que o agradem e o surpreendam.

Há concordância de estudos realizados por diversos renomados autores da

área do comportamento do consumidor que identificaram forte relação da

qualidade com lealdade do cliente (ANDERSON; FORNELL; LEHMANN, 1994).

Os autores ainda preconizam que clientes satisfeitos tendem a apresentar

elevados índices de lealdade e, consequentemente, são valiosos instrumentos de

manutenção da rentabilidade e da saúde organizacional, conforme também

abstraem Farias e Santos (2000). Esse processo se dá em virtude do alto grau de

satisfação que o consumidor possui na compra em determinada organização, o

que o move a atitudes de recompra e fidelidade à organização que conquistou

seu alto grau de satisfação, mantendo-se fiel no hall de compradores da empresa

(LARÁN; ESPINOZA, 2004). Cardozo (1965) e Prado e Santos (2007)

corroboram salientando que o cliente altamente satisfeito tende a manifestar

atitudes de recompra e é fortemente leal à empresa e/ou à marca que preencheu

lacunas que as outras organizações não o fizeram.

Conforme Fornell et al. (1996) e Gonçalves Filho, Guerra e Moura (2003),

há forte relação da lealdade do consumidor com: as expectativas que possuía

anteriormente em relação ao produto ou serviço almejado, a percepção de

qualidade após o consumo e o valor monetário que foi pago por ele (relação

custo-benefício). Esses fatores, juntos e positivamente avaliados pelo

consumidor, tendem a demonstrar que ele se torna fiel quando tais atributos são

harmonicamente combinados: expectativas surpreendidas pelo desempenho

superior ao esperado, percepção de qualidade favorável e sensação de ter sido

contemplado com excelente relação de custo-benefício.

A lealdade à marca é definida por Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007, p.

399) como “uma reação comportamental tendenciosa expressada ao longo do

tempo por uma unidade de tomada de decisão em relação a uma ou mais marcas

alternativas em um conjunto de marcas que é função de processos psicológicos”.

Logo, um consumidor fiel e comprometido com a marca ou a organização tende a

demonstrar um vínculo emocional com esta. Larán e Espinoza (2004) registram

que a propensão à lealdade de um cliente está diretamente relacionada às

85

consecutivas experiências bem-sucedidas com a organização ou com a marca,

favorecendo o estreitamento desses laços (consumidor x empresa) para o futuro.

Orgulho

O conceito do termo orgulho é encontrado no Dicionário Michaelis (2009)

como: “1. Conceito muito elevado que alguém faz de si mesmo; altivez, brio. 2.

Amor-próprio exagerado. 3. Empatia, Bazófia, Soberba. 4. Ufania. 5. Aquilo de

que alguém pode orgulhar-se: o bom filho é o orgulho de seus pais”. Harter (1996)

afirma que o orgulho trata-se de uma construção no campo teórico que o

indivíduo faz de si mesmo na medida em que interage com o meio social.

Segundo Costa e Almeida (2007), o orgulho compõe uma das etapas dos

níveis de lealdade identificados nos consumidores, sendo ele o último nível de

lealdade identificado dentre os cinco descritos por Aaker (2005), a saber: clientes

indiferentes, compradores habituais, clientes satisfeitos, clientes que gostam da

marca e clientes comprometidos. Neste último nível, os clientes comprometidos

são descritos como aqueles que sentem orgulho de fazerem uso da marca ou de

terem-na descoberto. Costa e Almeida (2007) referem que os clientes

enquadrados nesse nível certamente recomendariam a marca para sua rede de

relacionamento.

O consumidor chega a ter orgulho de determinado produto ou marca

quando o sentimento que possui em relação a eles excede a sua função prática

ou palpável, para a qual foi realmente adquirido/contratado (CARDOSO et al.,

2010). Ainda para Cardoso et al. (2010), esse cliente pode vir a ter orgulho de

determinado bem ou serviço em virtude de razões sentimentais, de status que foi

a ele conferido por essa aquisição, pelo contexto histórico, pelas características

físicas e sensoriais que ele apresenta ou, ainda, por valor associado aos aspectos

social, afetivo e emocional que este possui para ele. Corroborando os argumentos

anteriores, Vieira e Troccoli (2011) afirmam que o consumidor pode desenvolver

orgulho pela posse de determinado produto ou serviço, mas quando enfatiza mais

o conhecimento proporcionado por um produto do que o próprio orgulho de

possuí-lo trata-se de uma satisfação cognitivamente orientada.

86

Já Weiner (1984) aborda a temática do orgulho no que se refere aos

impactos que este pode provocar no indivíduo. O orgulho impacta na autoestima,

no autoconceito que o indivíduo faz de si mesmo e em suas expectativas. Os

indivíduos que alcançaram sucesso em determinada situação depararam com a

experimentação do orgulho quando realizaram atribuições internas; e quando

realizadas em uma situação de fracasso, os levaram a sentir vergonha da

situação. Por fim, que quando os indivíduos percebem a sensação de fracasso

como algo interno, mas também como controlável, estes deparam com o

sentimento de culpa por não terem agido proativamente em sua precaução.

Em sua pesquisa, Weiner et al. (1971) identificaram que quando a

atribuição do sucesso está relacionada à habilidade ou capacidade, o indivíduo é

capaz de vivenciar emoções como felicidade, competência, confiança e orgulho.

No caso da atribuição do sucesso ao esforço, ele é capaz de experimentar

emoções como felicidade, orgulho, competência e satisfação. Os autores ainda

encontraram outras emoções oriundas do sucesso, como: sucesso atribuído à

sorte, a sensação é de surpresa e culpa; e o sucesso atribuído à ajuda a resposta

é de gratidão. Weiner et al. (1971) ainda contrapuseram a análise relacionando o

fracasso a alguns sentimentos com os quais o indivíduo poderia se deparar.

Quando o fracasso é atribuído à falta de habilidade, os indivíduos se sentem

incompetentes, enquanto sua atribuição com a falta de esforço causa-lhes culpa e

vergonha. Por fim, o fracasso relaciona-se à sorte, que suscita surpresa; e

quando relacionado à interferência de outros, o sentimento final é de hostilidade e

desprezo.

Comumente veem-se as empresas modernas buscando colocar-se nos

rankings de classificações de melhores empresas para se trabalhar no país. À luz

da perspectiva organizacional, Levering e Moskowitz (2002) mostram que a

pesquisa que é realizada junto aos trabalhadores para consideração nesses

rankings é pautada em cinco grandes dimensões: credibilidade, respeito, justiça,

orgulho e camaradagem. Tolfo e Piccinini (2001) confirmam o papel do orgulho

em tais pesquisas referindo que as organizações mais bem avaliadas foram

aquelas cujos empregados apresentavam elevados índices de orgulho de a elas

pertencer. Tais afirmações, portanto, denotam o valor subjetivo e emocional que o

87

orgulho representa para os indivíduos, independentemente da situação em que tal

construto é avaliado.

Comunicação boca a boca/recomendação

Embora neste estudo se reconheça que há diversas nuanças da

comunicação boca a boca que se diferenciam da recomendação no que se refere

ao comportamento do consumidor e suas atitudes e intenções comportamentais,

ambos os conceitos serão aqui tratados na mesma esfera, visto que grande

volume da literatura o faz, ainda que sejam conceitos distintos no âmbito do

marketing.

De acordo com Solomon (2011, p. 424), o boca a boca é “a informação

sobre produtos transmitida de indivíduos para indivíduos”. Nesse sentido, as

recomendações que recebemos por meio do boca a boca tendem a ser mais

confiáveis na escolha de um produto ou serviço do que a recomendação obtida

por meio de canais de comunicação e marketing. Para Costa (2007), o boca a

boca é um dos elementos comportamentais mais importantes em marketing e no

estudo do comportamento do consumidor.

Harrison-Walker (2001) enfatiza que o boca a boca constitui uma

comunicação pessoal e não comercial entre um comunicador e um receptor –

marcada pela informalidade – e está diretamente ligada a determinada marca,

produto, empresa ou serviço. Ainda, o boca a boca apresenta dados

surpreendentes em termos de efetividade quando comparado às demais formas

de tornar a marca ou produto conhecidos (meios de comunicação pessoal ou de

massa). Os dados fornecidos por Harrison-Walker (2001) mostram que o boca a

boca pode chegar a ser sete vezes mais efetivo comparado a anúncios de revista,

quatro vezes mais efetivo comparado a vendas pessoais, duas vezes mais efetivo

que anúncio em rádio, além de ser nove vezes mais efetivo comparado à

realização de propagandas que visam a converter clientes de forma favorável que

estão em postura neutra ou desfavoráveis. Cobra (2005, p. 174) contribui para

tais análises sugerindo que “a recomendação boca a boca é a propaganda mais

encorajadora para estimular compradores hesitantes”.

88

Um consumidor insatisfeito pode fornecer uma resposta particular negativa

à organização, promovendo um boca a boca negativo acerca desta ao seu ciclo

de convivência (familiares, amigos e outros). Essa ação pode comprometer

significativamente a reputação da organização no mercado em que atua já que a

propaganda influencia sobremaneira as atitudes do consumidor em relação ao

produto ou à marca (SOLOMON, 2011). Estudo realizado pelo White House Office

os Consumer Affairs, em que a referida instituição concluiu que 90% dos

consumidores insatisfeitos com a empresa com a qual se desapontou não

voltarão a fazer mais negócios com esta (SOLOMON, 2011). Desse montante, é

provável que cada pessoa compartilhe sua insatisfação com pelo menos nove

outras e aproximadamente 13% desses consumidores desapontados chegarão a

transmitir a outras 30 pessoas sua experiência negativa.

Farias e Santos (2000) destacam que a comunicação boca a boca positiva

está diretamente ligada à satisfação alcançada pelo consumidor. Silva Leite e

Gonçalves Filho (2007) concordam quando discorrem acerca do comportamento

de um cliente fiel. Esse cliente satisfeito e leal demonstra grandes chances de

recomendar as empresas onde compra e é satisfeito com os produtos e serviços,

disseminando, portanto, a imagem positiva da organização por meio do boca a

boca.

Na era do conhecimento e da Internet, Bentivegna (2002) referencia que as

organizações modernas passam a preocupar-se com a utilização dos canais

interpessoais dos consumidores como uma forma de propagação do marketing

boca a boca, sobretudo nas redes sociais (SOLOMON, 2011). Solomon (2011) e

Bentivegna (2002) alertam para os cuidados com o boca a boca, pois um cliente

busca enfatizar e dar mais valor aos comentários negativos, dando a eles mais

peso do que quando possuem algum comentário positivo a fazer. Solomon (2011)

atesta que o consumidor tem mais tendência a prestar atenção nos pontos e

informações negativas do que nas positivas. Além disso, a mensagem transmitida

pelo consumidor sofre desvios à medida que se dissemina, em completa

desconformidade com a mensagem original.

Brown et al. (2005) relatam resultados de estudos que comprovam que o

boca a boca é considerado atualmente uma das mais importantes e relevantes

respostas de esforços das organizações que buscam fortalecimento do elo com o

89

cliente. O boca a boca atua como o principal mecanismo de teste de eficiência e

efetividade dos programas desenvolvidos que visam a estreitar o relacionamento

com o consumidor.

A medida da intensidade e interesse do cliente em realizar uma

recomendação positiva é um relevante indicador de desempenho da empresa,

visto que diversos estudos a identificam como o mecanismo mais adequado para

projetar e prever o crescimento desta (REICHHELD, 2003). Tal indicador,

segundo o autor, é mais relevante do que a própria medida de satisfação.

3.1.2.7 Descarte

Último estágio no modelo do processo de decisão de compra do

consumidor, é um dos pontos de grande atenção para os profissionais de

marketing, visto que é a forma como os consumidores descartam os produtos

utilizados. Os consumidores podem dar três tipos de finalidades diferentes em um

produto: descarte completo, reciclagem ou revenda (BLACKWELL; MINIARD;

ENGEL, 2005). Utilizando o exemplo da compra de um carro, Blackwell, Miniard e

Engel (2005) sugerem que o consumidor, ao finalizar o uso do carro que adquiriu,

pode revendê-lo a outros, trocá-lo por outro modelo ou marca ou, ainda, desfazer

dele em um ferro velho.

O processo de descarte pode ocorrer quando o produto já cumpriu

completamente sua função ou porque estes não mais se enquadram na forma

como o consumidor vê a si próprio (SOLOMON, 2011). Hawkins, Mothersbaugh e

Best (2007) ainda afirmam que o descarte pode acontecer antes, durante ou

depois do uso do produto, sobretudo das embalagens que os envolvem. Além

disso, o consumidor pode optar pela manutenção da embalagem ou do produto

por meio de uma loja ou uso para um objetivo original ou, ainda, o uso para um

novo objetivo. Este ainda pode optar pelo descarte por meio da reciclagem, jogar

fora como lixo, trocar, vender, doar ou emprestar (HAWKINS; MOTHERSBAUGH;

BEST, 2007).

Kotler e Keller (2006), Solomon (2011) e Blackwell, Miniard e Engel (2005)

alertam para a consciência ambiental e ecológica quanto ao descarte de produtos

90

no meio ambiente. Kotler e Keller (2006) advertem que os profissionais de

marketing devem conhecer e conscientizar os consumidores para um descarte

sustentável que não promova impactos significativos no meio ambiente, como o

de pilhas, baterias, embalagens de bebidas e outros.

91

4 METODOLOGIA

Nesta etapa são descritos e apresentados os métodos e as técnicas que

foram utilizadas na realização desta pesquisa, contemplando o tipo e a natureza

da pesquisa, bem como a população pesquisada, a descrição da amostra

investigada, as técnicas utilizadas para a coleta de dados e, por fim, as análises

estatísticas realizadas.

4.1 Tipo da pesquisa

A presente pesquisa é essencialmente de natureza descritiva e, na

tentativa de responder aos objetivos propostos, teve como base variáveis

quantitativas, além de ter sido realizada com base em um levantamento do tipo

survey, com corte transversal, como descreve Malhotra (2006). Froemming et al.

(2000) e Malhotra (2006) prelecionam que a pesquisa de natureza descritiva

possui grande importância, sobretudo pelo fato de que tem como finalidade

principal descrever as características de determinados grupos relevantes, estimar

percentuais de unidades de uma população que exibe determinado

comportamento, estabelecer percepções de características de produtos ou

serviços, fazer previsões específicas, entre outras.

De acordo com Gil (2006, p. 42):

Entre as pesquisas descritivas, salientam-se aquelas que têm opor objetivo estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental, etc. Outras pesquisas deste tipo são as que se propõem a estudar o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as condições de habitação de seus habitantes, o índice de criminalidade que aí se registra, etc. São incluídas neste grupo as pesquisas que têm como objetivo levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população. Também são pesquisas descritivas aquelas que visam descobrir a existência de associações ente variáveis, como, por exemplo, as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre preferência político-partidária e nível de rendimentos ou de escolaridade.

A pesquisa descritiva tem como finalidade observar, registrar e

correlacionar fenômenos e variáveis da realidade sem, contudo, manipulá-la

92

(CHURCHILL JÚNIOR, IACOBUCCI, 2009; RAMPAZZO, 2005). Rampazzo

(2005), Gil (2006), Honorato (2004) e Dantas (2005) ainda descrevem que a

pesquisa descritiva busca, essencialmente, descobrir a frequência com que

determinado fenômeno ou fato ocorrem e qual a relação e conexão que eles

possuem entre si, bem como a natureza dessa correlação, e demais

características diversas. Dessa forma, a pesquisa descritiva visa a desvendar

situações e acontecimentos da vida social, econômica e demais dimensões do

comportamento humano, seja individual ou coletivamente, e é destinada aos

pesquisadores que se preocupam com a atuação social prática (GIL, 2006).

Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (2001) expõem que grande parte das

pesquisas de natureza descritiva se destina ao preenchimento de lacunas no

conhecimento, partindo a minoria deles do plano teórico. Tais lacunas estão

relacionadas à necessidade de compreensão de fenômenos ou processos que

ocorrem em determinada instituição, sociedade, grupo, comunidade, etc. Assim,

as pesquisas que derivam de tal necessidade, em geral, são definidas como

exploratórias ou descritivas.

As pesquisas de natureza descritiva pressupõem que o pesquisador

possua vasto conhecimento prévio acerca da situação ou problema a ser

pesquisado (MALHOTRA, 2006).

Malhotra (2006) e Vieira (2002) afirmam que os principais e mais comuns

tipos de pesquisa de marketing são as de natureza exploratória e conclusiva. A

pesquisa conclusiva é subdividida em pesquisa descritiva ou causal, sob o ponto

de vista de Malhotra (2006).

Para Vieira (2002), as pesquisas descritivas abrem amplo leque de opções

de métodos para coleta de dados. Entre as formas disponíveis, destacam-se as

entrevistas pessoais, envio de questionários pelos correios, aplicação de

questionários pessoais e observação. Cobra (2009) vai ao encontro das

afirmações de Vieira (2002) com o argumento de que a entrevista pessoal é

veementemente o método mais relevante na coleta de dados, principalmente por

contar com a presença física do entrevistador, o que viabiliza as observações em

torno do entrevistado.

A seguir, o QUADRO 3 distingue claramente a diferença entre as

concepções básicas de pesquisa, que são as pesquisas de natureza exploratória,

93

descritiva e causal, cujos construtos e definições foram desenvolvidos por Vieira

(2002, p. 67) e Malhotra (2006, p. 100).

QUADRO 3 – Diferenças entre as concepções básicas de pesquisas exploratória,

descritiva e causal

Item Exploratória Descritiva Causal

Objetivos

Descoberta de ideias e percepções.

Provisão de critérios e compreensão.

Descrever características ou funções de mercado.

Determinação de relação de causa e

efeito.

Finalidades

Formulação de um problema ou definição deste com mais

precisão. Melhor compreensão do

problema. Identificar caminhos alternativos de ação. Desenvolvimento de

hipóteses. Isolar variáveis e relações-chave para exame futuro. Obtenção de critérios para desenvolvimento de uma abordagem do problema.

Estabelecimento de prioridades para pesquisas

futuras.

Estudos de mercado que possibilitem ao pesquisador

conhecer o tamanho do mercado, o poder de compra dos consumidores, disponibilidade de

distribuidores e perfil dos consumidores.

Estudos detalhados de participação de mercado.

Estudos acerca de análise de vendas por região, linha de

produto, etc. Estudos de imagem.

Estudo da frequência do uso de produtos.

Estudos de distribuição. Estudos de preço.

Estudos de propaganda que descrevem hábitos de consumo

de mídia.

Compreensão das variáveis

independentes (que são a causa) e das variáveis dependentes (que são o efeito) de determinado

fenômeno. Determinação da

natureza da relação entre as variáveis causais e o efeito

a ser previsto.

Características da

pesquisa

Flexível Versátil

Por vezes, é tomada como base do ponto de partida de

toda a concepção da pesquisa.

Formulação prévia de hipóteses específicas.

Concepção de estudo pré-planejado e estruturado.

Controle de outras variáveis intermediárias.

Controle de outras variáveis indiretas.

Manipulação de uma ou mais variáveis independentes.

Métodos utilizados

Entrevistas com especialistas.

Levantamentos-piloto. Fonte de dados secundários.

Pesquisa qualitativa. Focus-group.

Dados secundários. Levantamentos (sobretudo,

survey). Painéis, scanner.

Dados de observações e outros dados.

Experimentos.

Sistemas para análise dos

dados

Análise de conteúdo. Análise de corpo léxico e conteúdo com software

Sphinx.

SPSS; SAS; Excel; Sphinxs; Statistics; BMDP; Minitab.

SPSS; SAS; Excel; Sphinxs; Statistics;

BMDP; Minitab; Lisrel.

Característica da amostra

Pequeno número de amostras.

Grande número de amostras. Médio número de

amostras.

Fonte: adaptado de Vieira (2002, p. 67) e Malhotra (2006, p. 100).

94

De acordo com Vieira (2002) e Malhotra (2006), a pesquisa descritiva é

baseada em grandes e representativas amostras, visto que sua finalidade é expor

características de determinada população ou fenômeno e, consequentemente,

auferir conclusões mais realistas desse universo. Para atender a essa finalidade,

Vieira (2002) realça que para esses casos os levantamentos do tipo survey são os

mais usuais.

O uso de surveys em pesquisas descritivas pode requerer do pesquisador

a validação de alguns critérios que possam contribuir para o sucesso da

investigação. Gonçalves e Meirelles (2004) inferem que quando o pesquisador

detém conhecimento das variáveis e seus operacionalizadores que descrevem o

problema e se esse levantamento survey já passou pela etapa de ter

questionários validados e escalas já validadas, ele deverá:

Elaborar o instrumento de pesquisa (questionário, no caso);

realizar pré-teste para a validação da linguagem e compreensão dos

significados das variáveis que são utilizadas nesse questionário;

realizar a aplicação desse instrumento (questionário) e teste de viés de não

resposta;

validar as variáveis do referido instrumento de pesquisa, sendo comumente

usados recursos tais como: alfa de Cronbach, análise fatorial oblíqua, entre

outros disponíveis para uso;

por fim, elaborar e analisar os resultados.

No que se refere ao presente estudo, o levantamento survey foi

desenvolvido com a finalidade de responder aos objetivos propostos e já passou

pela validação de questionários e escalas anteriormente desenvolvidos por outros

pesquisadores da área, conforme QUADRO 5 (Citações dos construtos e

variáveis da pesquisa). Parte das variáveis e dos construtos utilizados no

questionário desenvolvido pela autora foi recortada, modificada e utilizada na

presente pesquisa.

Segundo Gil (2006), as pesquisas baseadas em levantamentos são

marcadas pela interrogação direta e abordagem às pessoas cujo comportamento

desperta interesse no pesquisador, o qual deseja conhecê-las melhor. Para

realização de estudos baseados em levantamento, o pesquisador deve,

95

primeiramente, solicitar e coletar informações de significativo grupo de pessoas

que estejam relacionadas ao problema avaliado. Em seguida, torna-se possível,

por meio de análises quantitativas, obter informações que permitam tirar

conclusões que sejam correspondentes aos dados coletados.

Gil (2006) ainda preleciona que há grande dificuldade operacional e

material de realização de levantamentos junto a toda a população que integra o

universo pesquisado. Se assim for possível, esse processo caracteriza-se como

censo e somente o governo ou instituições que possuam amplos recursos de

natureza financeira, material e operacional são capazes de promover pesquisas

que abordem toda a população pesquisada. Desta feita, Gil (2006) afirma que as

conclusões e resultados obtidos com a amostra da população pesquisada são

atribuídos e projetados para todo o universo, não deixando de se considerar a

margem de erro que pode ser calculada por meio de tratamentos e cálculos

estatísticos.

Gil (2006) ainda indica algumas vantagens no uso de levantamentos, tais

como:

“Conhecimento direto da realidade”: o autor afirma que na medida em que

as pessoas informam características de seu próprio comportamento,

características, opiniões próprias, crenças e atitudes, a pesquisa em

questão torna-se mais desvinculada de possibilidades de interpretações

subjetivas por parte dos pesquisadores;

“economia e rapidez”: grande quantidade de dados pode ser obtida em

curto espaço de tempo, desde que se disponha de uma equipe bem

treinada de entrevistadores, codificadores e tabuladores. Além disso, o uso

de questionários torna o custo da pesquisa mais baixo;

“quantificação”: os dados obtidos na pesquisa por meio de levantamentos

podem ser traduzidos em tabelas, gráficos e outros recursos que

evidenciem a natureza quantitativa dos dados e a análise estatística. Além

disso, o estabelecimento de correlações entre as variáveis torna-se

possível se estas forem quantificadas. Por fim, pode-se conhecer a

margem de erro dos resultados obtidos sempre que os levantamentos se

basearem em amostras probabilísticas.

96

Em contrapartida, Gil (2006) registra algumas limitações e desvantagens

apresentadas pelos levantamentos, a saber:

Ênfase nos aspectos perceptivos: no caso dos levantamentos, as coletas

de dados para as pesquisas são baseadas na opinião que as pessoas

possuem acerca de si mesmas. Considerando que a percepção é uma

variável subjetiva e que há grande diferença na forma como as pessoas

pensam, falam e agem, logo, a pesquisa pode sofrer viés e fornecer dados

distorcidos da realidade expressa por toda a população do universo

pesquisado;

“pouca profundidade no estudo da estrutura e dos processos sociais”:

ainda que por meio dos levantamentos seja possível obter grande

quantidade e variedade de informações acerca dos indivíduos, estes não

se apresentam como o melhor método capaz de aprofundar nos

fenômenos sociais, visto que estes são formados por fatores interpessoais

e institucionais, nem sempre captados por pesquisa de natureza alguma;

“limitada apreensão do processo de mudança”: os levantamentos, em

linhas gerais, oferecem visão engessada da realidade social,

assemelhando-se a uma fotografia do mundo social em determinado

momento no tempo, sendo, portanto, incapaz de projetar possíveis

tendências à variação ou mudanças estruturais. Outras formas

metodológicas buscam preencher essa lacuna, como, por exemplo, os

painéis, que buscam basear-se na coleta de dados da mesma amostra em

diferentes momentos do tempo.

Ainda que haja essa contraposição de vantagens e desvantagens do uso

de levantamentos, Gil (2006) mostra que esse método é o mais adequado para

pesquisas de natureza descritiva do que para pesquisas de natureza explicativa.

Assim, levantamentos tornam-se sobremaneira úteis no estudo de opiniões e

atitudes e pouco indicados no caso de pesquisas relacionadas a problemas que

se referem a estruturas sociais mais complexas.

Malhotra (2006) assegura que as pesquisas descritivas fazem uso de dois

tipos distintos de estudos: transversal e longitudinal, sendo o primeiro deles usado

para a presente investigação. O autor afirma que o estudo transversal é a forma

97

de estudo mais frequentemente usada em pesquisas descritivas, principalmente

em pesquisas de marketing.

Vieira (2002) e Malhotra (2006) discorrem acerca dos estudos transversais

como forma de coleta de informações e dados da população, que é realizada

somente uma vez. Tais estudos ainda se dividem em transversais únicos (nos

quais é extraída somente uma parcela de entrevistados da população-alvo e as

informações acerca dessa amostra são obtidas somente uma vez) e em

transversais múltiplos (em que há duas ou mais amostras de respondentes da

população e a informação de cada uma das amostras é obtida somente uma vez).

No caso dos estudos transversais múltiplos, Malhotra (2006) acredita que

periodicamente são coletadas informações de diferentes amostras ao longo de

largos intervalos de tempo, além de se darem em momentos distintos, o que

descreve de forma mais evidente a natureza da presente pesquisa. O autor ainda

indica uma grande vantagem nos estudos transversais múltiplos, que se baseia

no fato de que esse tipo de estudo possibilita ao pesquisador realizar

comparações não de forma individual, mas de forma agregada, como um todo.

Comparativamente, conforme Malhotra (2006, p. 104):

Nos estudos longitudinais, uma mostra fixa de elementos da população (ou várias amostras) é medida repetidamente com as mesmas variáveis. Um estudo longitudinal difere de um estudo transversal porque a amostra (ou as amostras) permanece a mesma ao longo do tempo. Em outras palavras, as mesmas pessoas são estudadas ao longo do tempo.

Vieira (2002) corrobora as afirmações de Malhotra (2006), afirmando,

ainda, que o estudo longitudinal baseia-se na coleta de dados e informações ao

longo do tempo, enquanto o transversal baseia-se na coleta de informações e

dados somente uma vez no tempo. Desta feita, Souki (2003) reporta que os

cortes transversais são mais utilizados nas pesquisas de marketing por

apresentarem: baixos custos em relação às pesquisas que fazem uso de cortes

longitudinais, demandam menos esforço do pesquisador e do entrevistado,

apresentam tempo reduzido de coleta dos dados e são capazes de retratar a

realidade do objeto estudado de forma satisfatória. Tais vantagens, portanto,

justificam mais uso dos cortes transversais em pesquisas de marketing do que os

cortes longitudinais.

98

4.2 População e amostra da pesquisa

De acordo com Marconi e Lakatos (2009) e Malhotra (2006), a descrição do

universo ou população caracteriza-se pelo conjunto de seres ou objetos ou que

apresentam uma ou mais características e/ou comportamentos em comum.

Diversas outras definições são dadas para conceituar a amostra de uma

pesquisa. Marconi e Lakatos (2006) e Marconi e Lakatos (2010) definem amostra

como uma parcela do universo que é selecionada convenientemente, ou seja,

refere-se a uma espécie de subconjunto do universo a ser pesquisado. Para o

caso da presente pesquisa, o universo desta é composto pelos estudantes de

escolas de inglês da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Gil (2006) preleciona que, como os levantamentos geralmente abrangem

um universo cuja quantidade de elementos é significativamente grande, é

necessário que se selecionem amostras, ou seja, uma parte reduzida dos

elementos que compõem todo o universo. Se for rigorosamente selecionada, os

estudos realizados baseados na amostra tenderão, com grande margem de

segurança, a demonstrar os resultados e comportamentos do universo ou da

população como um todo. Dessa forma, Cooper e Schindler (2001) esclarecem

que a seleção de uma amostra destina-se a obter conclusões acerca da

população, ou seja, que sejam encontradas características e comportamentos que

reflitam a realidade do universo pesquisado.

Cooper e Schindler (2001) detectam diversas vantagens no uso de

amostras, tais como:

Custo mais baixo: a pesquisa indica custos mais baixos se realizada em

uma parcela da população em vez de se abranger toda ela;

mais acuidade dos resultados: a investigação pode ser mais aprofundada e

específica do que se feita junto à população. Logo, a qualidade do estudo

tende a ser melhor e a retratar a realidade com mais fidedignidade;

mais velocidade na coleta de dados: a velocidade de execução da

pesquisa em amostras é infinitamente maior do que pesquisas realizadas

com toda a população; e o tempo entre o reconhecimento de necessidades

de informações e a obtenção dessas informações é consideravelmente

menor;

99

disponibilidade dos elementos da população: a amostragem é o único

processo viável de realização para uma investigação quando uma

população é infinita.

Para a presente pesquisa, a técnica de amostragem utilizada foi não

probabilística que, conforme Malhotra (2006) e Samara e Barros (2002), é

baseada na confiança do julgamento pessoal do pesquisador. Dessa forma, o

pesquisador é quem define de forma voluntária ou arbitrária quais são os

elementos que irão compor a amostra (MALHOTRA, 2006). Reafirmando os

pareceres de Malhotra (2006), Cooper e Schindler (2001), a amostragem não

probabilística é arbitrária, ou seja, não aleatória, além de subjetiva. Logo, “os

membros não têm uma chance conhecida diferente de zero de serem incluídos”

(COOPER; SCHINDLER, 2001, p. 152). A probabilidade de seleção de

determinados elementos da população é desconhecida e, por esse motivo, as

estimativas obtidas podem não serem estatisticamente projetáveis para toda a

população (MALHOTRA, 2001).

Cooper e Schindler (2001) ensinam que a amostragem não probabilística

cuja coleta é cuidadosamente conduzida pode produzir grandes resultados, além

de apresentar vantagens como baixo custo e menos tempo de coleta, se

comparada às técnicas de amostragem probabilísticas. Além disso, Malhotra

(2006) descreve a amostragem não probabilística como uma forma relativamente

segura para a obtenção de confiáveis estimativas dos atributos e características

da população, embora não seja o mecanismo mais seguro para realização de

avaliação objetiva da precisão dos resultados amostrais (MARCONI; LAKATOS,

2006).

O QUADRO 4 distingue os tipos de pesquisa conforme a técnica de

amostragem escolhida pelo pesquisador sem, contudo, detalhar cada um dos

tipos e finalidades de cada tipo delas.

100

QUADRO 4 – Tipos de amostragem

Base de Apresentação

Seleção do Elemento Probabilística Não Probabilística

Irrestrita Aleatória simples Por conveniência

Restrita

Aleatória Complexa Sistemática Por conglomerado Estratificada Dupla

Intencional Por julgamento Por quota Bola-de-neve

Fonte: Cooper e Schindler (2001, p. 152).

Para a presente pesquisa, a amostra foi obtida por meio da técnica de

amostragem bola-de-neve, em que os respondentes são identificados e

localizados a partir de redes de referência (COOPER; SCHINDLER, 2001, p.

170).

No estágio inicial da amostragem bola-de-neve, as pessoas são descobertas e podem ser ou não selecionadas através de métodos probabilísticos. Esse grupo então é usado para localizar outras pessoas que possuem características similares e que, por sua vez, identificam outras pessoas. Similar a uma pesquisa reversa de fontes bibliográficas, a “bola-de-neve” reúne sujeitos à medida que avança.

Rea e Parker (2000), Babbie (2012) Hair Jr. et al (2003), Malhotra (2006) e

Babbie (2009) detalham o processo de amostragem bola-de-neve que se dá a

partir de alguns entrevistados iniciais. Após alguns respondentes serem

identificados, é solicitado a eles que indiquem outras pessoas que seriam

potenciais entrevistados, e daí em diante. A amostra ganha forma

gradativamente, ou seja, na medida em que a pesquisa é executada e novos

participantes são incluídos no processo até que a amostra alcance o tamanho

desejado e necessário para o estudo.

Tais argumentos são convergentes com os de Malhotra (2006), para quem

o processo ocorre em “ondas sucessivas”, de modo que o pesquisador obtém

informações a partir de informações, o que caracteriza um efeito “bola-de-neve”.

O autor conclui que “as referências terão características demográficas e

psicográficas mais semelhantes às pessoas que as indicam do que poderia

ocorrer ao acaso” (MALHOTRA, 2006, p. 329). Relevante e principal vantagem do

101

uso de “bola-de-neve” é que há significativo aumento da possibilidade de se

identificar e localizar a característica desejada na população estudada.

Quanto ao tamanho da amostra, Hair Jr. et al. (2003) aconselha que deve

ser compatível com a pesquisa ou estudo que for realizado, sobretudo se a

população ou universo foram consideravelmente grandes. Determinar o número

exato da amostra é um procedimento complexo, pois há de se buscar equilíbrio

entre fatores como custo, tempo, tangibilidade e capacidade de resposta aos

objetos pesquisados, além de outros fatores. O pesquisador, portanto, ao deparar

com diversas formas estatísticas de determinar o tamanho da amostra a ser

avaliada, deverá tomar importantes decisões, conforme descrito por Hair Jr. et al.

(2003):

Determinar o grau de segurança (geralmente, determina-se 95%);

definir o nível de precisão especificado, ou seja, a margem aceitável de

erros;

determinar a variabilidade da população, ou seja, a sua homogeneidade.

Hair Jr. et al. (2003) afirmam que o nível de precisão pode ser definido pelo

próprio pesquisador em virtude do prévio conhecimento que este possui acerca

da população a ser pesquisada. Os autores ainda reconhecem que o grau de

segurança é, historicamente, definido como 95% para grande parte dos estudos

estatísticos realizados com populações. Por fim, a variabilidade da população

pode ser mensurada de acordo com o desvio-padrão da população, de modo que

populações homogêneas tendem a possuir baixo desvio-padrão, enquanto

populações predominantemente heterogêneas tendem a apresentar alto desvio-

padrão (HAIR JR. et al., 2003). Em se tratando de amostragens não

probabilísticas, Honorato (2004, p. 103) propõe que abranjam entre 300 e 500

indivíduos avaliados em caso de estudos de mercado-teste, que reflete o caso da

presente pesquisa.

De acordo com Samara e Barros (2002), é possível determinar o tamanho

confiável de uma amostra de um universo desconhecido ou para populações

potencialmente grandes. Para isso, usa-se a fórmula conforme descrito a seguir:

102

Zn

qpp

(1)

em que:

p = desvio-padrão da proporção

p = proporção ou porcentagem dos elementos da amostra favoráveis ao

atributo pesquisado

q = proporção ou porcentagem dos elementos da amostra desfavoráveis ao

atributo pesquisado

n = tamanho da amostra

Z = número do desvio-padrão

Levando em consideração que o nível de confiança para a presente

pesquisa foi de 95%, o valor de 1,96 para o desvio-padrão é obtido por meio da

tabela de porcentagem de área relacionada à curva de distribuição normal, assim

como são definidos outros valores para outros níveis de confiança (SAMARA;

BARROS, 2002, p. 95-96).

A margem de erro definida para este estudo foi de 5%, que correspondente

ao desvio-padrão da proporção, ou seja, considera-se que a margem de erro

esperada para esse processo seja de cinco pontos percentuais para mais ou para

menos considerando intervalo de confiança de 95%. Assim, ainda que a

amostragem bola-de-neve não seja o método mais confiável para auferir

conclusões acerca da população por meio de amostra, esperou-se que fosse

possível ter grande fidedignidade ao comportamento do consumidor de escolas

de inglês de Belo Horizonte por meio do uso das fórmulas a seguir para definir um

tamanho confiável de amostra que reflita as características de toda a população.

Samara e Barros (2002) propõem o uso da fórmula (1) para definir

tamanhos amostrais cujo universo é desconhecido ou é superior a 10.000

elementos. Considerando margem de erro da proporção de 5%, p=50% e q=50%

(se não se sabe quem será favorável ou desfavorável, deve-se estimar 50% para

os atributos, considerando 50% da probabilidade de ambos ocorrem), o tamanho

confiável para a amostra da presente pesquisa é de 384 indivíduos, como

demonstram os cálculos a seguir:

103

384

960025

84,3250025

84,35050

25

96,15050

5

n

n

n

n

n

Zn

qpp

(2)

Para esta investigação, foram considerados potenciais entrevistados

alunos regularmente matriculados em qualquer escola de inglês de Belo

Horizonte, Minas Gerais. Não foram levados em conta aqui estudantes do idioma

inglês de professores e aulas particulares, visto que os construtos e variáveis

estudadas estão diretamente relacionadas às atitudes e intenções

comportamentais dos estudantes em relação aos atributos ligados à escola onde

estudam. Ainda que os cálculos de definição amostral recomendem a coleta junto

a pelo menos 384 indivíduos, optou-se pela realização da aplicação de 459

questionários para conferir mais credibilidade e confiabilidade à pesquisa.

O pré-teste do questionário a ser aplicado em campo é recomendado por

diversos autores e tem como finalidade confirmar a adequação do questionário

aos objetivos do estudo, bem como a clareza e entendimento dos entrevistados

quanto às variáveis e construtos pesquisados (SAMARA; BARROS, 2002). O pré-

teste foi realizado junto aos primeiros 50 entrevistados e não demonstrou

necessidades de adaptações, visto que houve clareza no entendimento das

questões e nas variáveis estudadas, não suscitando dúvidas ou dificuldades que

exigissem adaptações. Logo, sua avaliação foi qualitativa, que teve como

finalidade constatar qualquer necessidade de ajustes. O tempo de aplicação foi de

cerca de 10 minutos, mostrando-se adequado ao que outrora fora proposto.

104

4.3 Métodos e técnicas utilizadas para a coleta de dados

Para a realização desta pesquisa, foi feito levantamento do tipo survey que,

para ser operacionalizado, foi desenvolvido questionário estruturado (APÊNDICE

A). Esse questionário foi aplicado por meio de autopreenchimento e fez uso de 14

construtos e diversas variáveis adaptadas, ambos oriundos de outros estudos

realizados por diversos pesquisadores (QUADRO 5). Tais construtos e variáveis

foram selecionados com base em sua relação com as atitudes e intenções

comportamentais dos estudantes em relação às escolas em que estão

regularmente matriculados.

QUADRO 5 - Citações dos construtos e variáveis da pesquisa (questionário) cont.

VARIÁVEL CITAÇÃO

PROFESSORES

B3.1) Apresentam excelente conhecimento do idioma inglês

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B3.2) Têm excelente didática (sabem transmitir o conteúdo das aulas)

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B3.3) Estão bastante atualizados em relação ao inglês

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B3.4) São pontuais (chegam para a aula na hora certa)

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B3.5) Não faltam às aulas (assiduidade)

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B3.6) Têm excelente relacionamento com os alunos

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007), Vieira (2007)

B3.7) Preocupam-se em ajudar alunos a aprenderem inglês Duarte (2007)

B3.8) Estimulam os alunos a desenvolverem as suas habilidades na língua inglesa

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

INFRAESTRUTURA

B4.1) Possui excelente infraestrutura Duarte (2007)

B4.2) Possui infraestrutura com uma boa aparência

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007), Vieira (2007)

B4.3) Possui salas de aula confortáveis

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B4.4) Possui os equipamentos necessários para auxiliar no processo de ensino

Duarte (2007)

B4.5) Possui infraestrutura adequada para uma boa aprendizagem

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B4.6) Possui biblioteca com uma boa infraestrutura Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B4.7) Possui biblioteca com um bom acervo de livros Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

105

QUADRO 5 - Citações dos construtos e variáveis da pesquisa (questionário) – cont.

VARIÁVEL CITAÇÃO

QUALIDADE DE SERVIÇOS, ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E COMUNICAÇÃO DA ESCOLA

B5.1) Possui excelente organização administrativa

Duarte (2007), Sales (2006), Vieira (2007), Bernardes Neto (2007)

B5.2) Oferece serviços de elevada qualidade Duarte (2007)

B5.3) Preocupa-se em solucionar os problemas dos alunos de forma rápida e eficiente

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007), Vieira (2007)

B5.4) Atende às minhas solicitações à secretaria, diretoria, etc. de maneira rápida e eficaz

Duarte (2007), Vieira (2007)

B5.5) Preocupa-se sinceramente com a satisfação dos alunos

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B5.6) Preocupa-se em comunicar os fatos de forma clara

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B5.7) Tem funcionários sempre disponíveis para escutar os alunos

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B5.8) Mostra coerência entre o que fala e o que faz Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B5.9) Cumpre os compromissos firmados com os alunos

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B5.10) É honesta e transparente com os alunos

Sales (2006), Santos Júnior (2012), Vieira (2007), Bernardes Neto (2007)

FUNCIONÁRIOS E ATENDIMENTO DA ESCOLA

B6.1) Atendimento rápido por parte dos funcionários

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B6.2) Atendimento eficiente por parte dos funcionários

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B6.3) Atendimento cordial por parte dos funcionários

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007), Vieira (2007)

B6.4) Funcionários bem aparentados

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007), Vieira (2007)

B6.5) Funcionários competentes Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

AMBIENTE DA ESCOLA

B7.1) É acolhedor e amigável (faz com que eu me sinta bem recebido)

Sales (2006), Vieira (2007), Bernardes Neto (2007)

B7.2) Faz com que eu me sinta na minha própria casa Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B7.3) É bastante informal Bernardes Neto (2007)

B7.4) Possui excelente relacionamento entre as pessoas (professores, funcionários e alunos)

Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B7.5) Tem pessoas simpáticas e legais nas turmas Duarte (2007)

MÉTODO DE ENSINO DA ESCOLA

B8.1) Possui excelente método de ensino Duarte (2007)

B8.2) Oferece cursos personalizados de acordo com as minhas necessidades e expectativas

Duarte (2007)

B8.3) Tem método de ensino que não exige que os alunos “decorem” o conteúdo da matéria

Duarte (2007)

106

QUADRO 5 - Citações dos construtos e variáveis da pesquisa (questionário) – cont.

VARIÁVEL CITAÇÃO

B8.4) Oferece flexibilidade de horários

Duarte (2007), Sales (2006), Vieira (2007), Bernardes Neto (2007)

B8.5) Possui horário de aulas que atende às minhas necessidades

Duarte (2007), Vieira (2007), Bernardes Neto (2007)

B8.6) Tem muitas atividades de conversação Duarte (2007)

B8.7) Oferece atividades extracurriculares (ex. eventos, feiras, extensão) que permitem a integração dos alunos

Duarte (2007), Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B8.8) Proporciona aplicação prática do inglês no dia-a-dia por meio de músicas, filmes, etc.

Duarte (2007)

B8.9) Estimula o aprendizado por meio de convidados/palestras com norte-americanos/ingleses para prática do inglês

Duarte (2007)

RAPIDEZ DA APRENDIZAGEM DA ESCOLA

B9.1) Oferece aprendizado rápido Duarte (2007)

B9.2) Oferece cursos de curta duração Duarte (2007)

B9.3) Auxilia-me a ter fluência no idioma inglês rapidamente Duarte (2007)

MARCA E TRADIÇÃO DA ESCOLA

B10.1) É bastante tradicional no mercado de cursos de idiomas

Duarte (2007), Santos Júnior (2012), Vieira (2007), Bernardes Neto (2007)

B10.2) É bastante conhecida no mercado de cursos de idiomas Duarte (2007), Santos Júnior (2012)

B10.3) Tem boa reputação no mercado de cursos de idiomas Duarte (2007), Santos Júnior (2012)

B10.4) É famosa no mercado de cursos de idiomas

Duarte (2007), Santos Júnior (2012), Bernardes Neto (2007)

B10.5) Tem nome bastante reconhecido no mercado de cursos de idiomas

Duarte (2007), Vieira (2007), Bernardes Neto (2007)

B10.6) Tem marca sólida no mercado de cursos de idiomas

Duarte (2007), Santos Júnior (2012), Vieira (2007)

INTERCÂMBIO INTERNACIONAL DA ESCOLA

B11.1) Possui intercâmbio com escolas e/ou universidades internacionais

Duarte (2007)

B11.2) Promove viagens ao exterior para os seus estudantes Duarte (2007)

B11.3) Prepara os seus alunos para viagens internacionais Duarte (2007)

B11.4) Possibilita-me fazer intercâmbio em outros países Duarte (2007)

STATUS E ENDOSSO SOCIAL DA ESCOLA

B12.1) É bastante valorizada pelos meus amigos e/ou familiares

Duarte (2007)

B12.2) É frequentada por alunos de elevado nível social Duarte (2007)

B12.3) Dá prestígio aos seus estudantes Duarte (2007)

B12.4) É um lugar onde as pessoas com quem eu quero conviver estudam

Duarte (2007)

B12.5) É uma instituição chique Duarte (2007)

B12.6) É o lugar onde as pessoas bem-sucedidas estudam ou estudaram

Duarte (2007)

107

QUADRO 5 - Citações dos construtos e variáveis da pesquisa (questionário) – cont.

VARIÁVEL CITAÇÃO

ACESSIBILIDADE E COMODIDADE OFERECIDAS PELA ESCOLA

B13.1) Tem excelente localização

Duarte (2007), Vieira (2007), Bernardes Neto (2007)

B13.2) Fica perto do meu trabalho Duarte (2007), Vieira (2007)

B13.3) Fica perto da minha casa

Duarte (2007), Sales (2006), Vieira (2007), Bernardes Neto (2007)

B13.4) É de fácil acesso Vieira (2007)

B13.5) Oferece facilidade de estacionamento

Duarte (2007), Vieira (2007), Bernardes Neto (2007)

PREÇO E VALOR PERCEBIDO

B14.1) Oferece cursos baratos Duarte (2007)

B14.2) Possui baixo valor de mensalidade Duarte (2007)

B14.3) Possui boa relação custo-benefício Santos Júnior (2012)

B14.4) Oferece qualidade compatível com o valor cobrado pela mensalidade

Sales (2006), Vieira (2007)

B14.5) Tem valor de mensalidade que vale a pena pagar Sales (2006)

ATITUDES E INTENÇÕES COMPORTAMENTAIS EM RELAÇÃO À ESCOLA

B15.1) A escola de inglês em que eu estudo atende totalmente às minhas expectativas

Santos Júnior (2012)

B15.2) Estou satisfeito com a minha decisão em estudar na escola de inglês onde estou matriculado

Sales (2006), Santos Júnior (2012), Vieira (2007), Bernardes Neto (2007)

B15.3) Sinto prazer em estudar na escola de inglês onde estou matriculado

Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B15.4) Estou arrependido(a) por ter escolhido a escola de inglês onde estou matriculado

Sales (2006), Santos Júnior (2012), Vieira (2007), Bernardes Neto (2007)

B15.5) Sinto-me frustrado (a) por estudar na escola de inglês onde estou matriculado

Sales (2006), Santos Júnior (2012), Vieira (2007), Bernardes Neto (2007)

B15.6) Eu acredito que se tivesse me matriculado em outra escola de inglês estaria mais satisfeito(a)

Sales (2006)

B15.7) Se eu pudesse voltar atrás, escolheria outra escola de inglês para estudar

Sales (2006), Santos Júnior (2012), Vieira (2007), Bernardes Neto (2007)

B15.8) Eu só falo coisas positivas sobre a escola de inglês onde eu estudo para meus parentes e amigos

Sales (2006), Santos Júnior (2012), Vieira (2007), Bernardes Neto (2007)

B15.9) Eu estimulo as pessoas a estudarem na escola de inglês onde eu estudo

Santos Júnior (2012)

B15.10) Eu recomendo as pessoas a estudarem na escola de inglês onde eu estudo

Sales (2006), Santos Júnior (2012), Bernardes Neto (2007)

B15.11) Sinto orgulho em estudar na escola de inglês em que estou matriculado

Sales (2006), Santos Júnior (2012), Bernardes Neto (2007)

B15.12) Fico envaidecido ao contar para os outros que eu estudo na escola de inglês onde estou matriculado

Sales (2006)

B15.13) Para mim, é uma honra estudar na escola de inglês em que estou matriculado

Sales (2006)

B15.14) Mesmo que eu recebesse uma proposta para estudar em outra escola de inglês, eu continuaria estudando na escola onde estou matriculado

Santos Júnior (2012)

108

QUADRO 5 - Citações dos construtos e variáveis da pesquisa (questionário) – conclui

VARIÁVEL CITAÇÃO

B15.15) Eu acredito que estaria perdendo muito se eu trocasse a escola de inglês onde eu estudo por outras escolas existentes no mercado

Sales (2006), Bernardes Neto (2007)

B15.16) Eu considero a minha escola de inglês a primeira opção entre as existentes no mercado

Sales (2006), Santos Júnior (2012), Bernardes Neto (2007)

B15.17) Eu pretendo continuar estudando na escola de inglês onde eu estou matriculado

Sales (2006), Santos Júnior (2012), Bernardes Neto (2007)

PREFERÊNCIA

B16.1) A escola onde eu estudo é superior às demais escolas de inglês existentes no mercado

Santos Júnior (2012)

B16.2) Faz mais sentido estudar na escola onde eu estudo em vez de em outras escolas de inglês existentes no mercado, mesmo que elas ofereçam cursos semelhantes

Santos Júnior (2012)

B16.3) Ainda que outras escolas de inglês ofereçam os mesmos cursos que a escola onde eu estudo, eu prefiro estudar nela do que em qualquer outra

Santos Júnior (2012)

B16.4) Mesmo que outras escolas de inglês sejam consideradas tão boas quanto a escola em que eu estudo, eu prefiro estudar nela do que em qualquer outra

Santos Júnior (2012)

Fonte: elaborado pela autora.

Não houve critério específico para a seleção dos respondentes, já que a

técnica de amostragem utilizada para a referida pesquisa foi a “bola-de-neve”, em

que a aplicação se dá de forma sucessiva e fazendo uso de referências. O

questionário aplicado fez uso de uma escala do tipo Likert adaptada para 11

pontos, variando de zero (discordo totalmente) a 10 (concordo totalmente). A

aplicação dos questionários iniciou-se no dia 15/07/2012 e finalizou-se no dia

15/10/2012, contemplando: eventos acadêmicos, instituições de ensino superior,

escolas de ensino médio e em referências fornecidas pelos entrevistados.

4.4 Tratamento dos dados

Os dados referentes à pesquisa survey foram tratado por procedimentos

estatísticos, por meio do uso de análises multivariadas, que serão mais bem

descritos no capítulo de análise dos dados e resultados. A ferramenta principal

utilizada para esse processo foi a Modelagem de Equações Estruturais (SEM).

Para o tratamento estatístico dos dados e realização das análises foram utilizados

109

os softwares Statistical Package for Social Sciences (SPSS) 17.0, Excel 2007 e

SmartPLS.

Considerando as características do instrumento da pesquisa, algumas

técnicas foram utilizadas, a saber:

Fase de consistência inicial dos dados:

- Análise de normalidade dos dados;

- Análise de outliers;

- Análise de viés de não resposta;

- Análise descritiva como estudo exploratório e classificatório.

Fase de validação interna:

- Uso de métodos de validação interna: Alfa de Cronbach;

- Análise discriminante inicial com a utilização da técnica de Análise

Fatorial Exploratória.

Fase de análise descritiva conclusiva e validação interna:

- Análise fatorial confirmatória: Modelagem de Equações Estruturais (SEM);

- Análise multivariada (análise fatorial).

4.4.1 Modelagem de Equações Estruturais (Structural Equations Modeling –

SEM)

De acordo com Hair et al. (2009), a Structural Equations Modeling (SEM) é

resultado da evolução das modelagens multiequação, desenvolvidas

principalmente nas ciências econométricas e originadas dos princípios de

mensuração da Psicologia e Sociologia. A modelagem de equações estruturais é

uma continuidade de algumas técnicas de análise multivariadas, principalmente

da análise de regressão múltipla e análise fatorial. O que a difere das demais

técnicas multivariadas é examinar diversas relações de dependência ao mesmo

tempo, enquanto as demais técnicas são capazes de verificar e examinar um

único relacionamento entre as variáveis de cada vez. Hair et al. (2009) ainda

entendem que as SEMs se distinguem por duas características: estimação de

múltiplas e inter-relacionadas relações de dependência e habilidade de

110

representar conceitos não observados nessas relações, além de ser capaz de

explicar o erro de mensuração no processo de estimação.

Além disso, na modelagem de equações estruturais uma variável

dependente pode ser uma variável independente na medida em que

relacionamentos subsequentes são avaliados (BERNARDES NETO, 2007). A

aplicação e uso da modelagem de equações estruturais não se limitam à análise

de dependência simultânea, mas também podem contribuir para uma transição da

análise exploratória para uma ótica confirmatória de dados e relações (SANTOS

JÚNIOR, 2012). A SEM é também usada para avaliar um conjunto de

relacionamentos de dependência que, empiricamente, são testados por meio de

um modelo que operacionaliza a teoria (HAIR et al., 2009). Segundo os autores, o

modelo, portanto, tem como finalidade a representação dos relacionamentos

examinados, que é formalizado por meio de um diagrama de caminhos ou de um

conjunto de equações estruturais. Conforme Hair et al. (2009) o modelo estrutural

expressa relações entre as variáveis dependentes e independentes, ainda que

uma dependente se torne independente quando testadas outras relações. As

relações propostas são demonstradas em uma série de equações estruturais para

cada variável dependente.

À luz da teoria como base para a formação do diagrama de caminhos ou

da montagem das equações, o processo é passível de inclusão ou omissão de

relacionamentos. Nessas propostas de relacionamentos podem surgir conceitos

que não foram observados anteriormente. Daí, portanto, emerge uma nova

característica da modelagem de equações estruturais. Outra relevante

característica da SEM é a capacidade de incorporação de dimensões latentes na

análise (BERNARDES NETO, 2007; SANTOS JÚNIOR, 2012). Os autores

demonstram que uma variável latente pode ser definida como hipotética, que não

pôde ser observada diretamente, mas que só pode ser medida e mensurada por

meio de variáveis manifestas ou observáveis.

Conforme Klem (2002), o ponto de mais atenção no uso dessa técnica é a

ordem em que as variáveis são dispostas. Traçando um paralelo com a

regressão, uma variável X influencia uma variável Y. Na SEM, uma variável X

influencia Y, que por sua vez influencia Z. Dessa forma, a SEM possui uma

característica básica que gira em torno da possibilidade de se testar uma teoria de

111

ordem causal em meio a um conjunto de variáveis. O autor cita como exemplo a

imagem de determinada marca. Hipoteticamente, a teoria propõe que a imagem

exerce influência sobre o brand equity e que este pode levar à predisposição ou

intenção de compra. Por meio do SEM é possível estabelecer e determinar essa

relação de causalidade.

Klem (2002) ainda afirma que o uso de tal técnica permite ao pesquisador a

realização de investigação de quão bem as variáveis preditoras (predictors) são

capazes de explicar a variável dependente (criterion) e qual dessas variáveis

preditoras é a mais importante. Embora a regressão também possa ser usada

para essas finalidades, a SEM mostra-se mais adequada, pelo fato de se poder

ter mais de uma variável dependente em um único modelo.

Ainda segundo Klem (2002), a formulação básica da SEM pode se dar

conforme demonstração em termos de equações, como se segue:

Y1 = X11 + X12 + X13 + ....+X1n (1)

Y2 = X21 + X22 + X23 + ....+X2n (2) (3)

Y3 = Xm1 + Xm2 + Xm3 + ....Xmn (3)

(métrica) (não métrica)

De acordo com Hair et al. (2009), a ilustração dos relacionamentos entre as

variáveis na modelagem de equações estruturais é feita por meio do diagrama de

caminhos. No modelo, as setas representam a influência das variáveis

independentes sobre as dependentes. As setas curvas representam a correlação

entre as variáveis, enquanto as setas de duplo sentido denotam relacionamento

mútuo entre os construtos. A elipse é o símbolo usado para representar os

construtos no diagrama de caminhos e o retângulo é usado para representar as

variáveis manifestas. Os construtos exógenos possuem setas saindo deles e não

são preditos por qualquer outro construto no modelo.

Ainda segundo Hair et al. (2009), quando um construto recebe setas

provenientes de outras variáveis, este é considerado construto ou variável

endógena. Nesse caso, o diagrama de caminhos é a análise que tem como

finalidade realizar o cálculo da intensidade das relações representada nesse

diagrama, fazendo uso de matriz de correlação ou covariância como entrada.

Quando se trata de uma correlação simples (bivariada), que se refere à relação

112

entre duas variáveis quaisquer, a representação se dá por meio da soma dos

caminhos compostos, conectando, portanto, esses pontos. O caminho composto

caracteriza-se pelo caminho ao longo dessas setas que deve seguir três

princípios básicos: a) após seguir por um caminho, uma seta não pode retroceder

novamente, mas pode seguir para trás indistintamente antes de ir adiante; b) o

caminho não pode seguir com a mesma variável mais de uma vez; c) o caminho

pode incluir somente uma seta curvada, ou seja, um par de variáveis

correlacionadas.

Como descreve Hair et al. (2009) na FIG. 4 a seguir, as variáveis X1, X2 e

Y são descritas como construtos. X1 e X2 são considerados construtos exógenos

e independentes; enquanto Y é considerado um construto endógeno e

dependente. Além disso, alguns outros significados são descritos a seguir:

Os indicadores “i” são representados pelos retângulos;

as setas retas são representadas por b;

os relacionamentos causais são indicados por c;

a seta curva representa a correlação entre os construtos X1 e X2;

“e” são os erros relacionados a cada indicador.

FIGURA 4 – Diagrama de caminhos

Fonte: adaptado de Hair et al. (2009, p. 15).

Assim, as influências de uma variável em outra são incluídas no diagrama

de caminhos e, quando não há seta ligando duas variáveis, pode-se dizer que

elas não estão diretamente relacionadas.

X1

Y1

X2

a

b

c

113

5 MODELO HIPOTÉTICO DA PESQUISA

O modelo hipotético testado que serviu como diretriz para esta pesquisa

pressupõe que a qualidade percebida em relação aos serviços prestados pelas

escolas de inglês é um construto multidimensional com impacto sobre as atitudes

e intenções comportamentais dos estudantes de tais escolas. Dessa forma, a

qualidade percebida global foi concebida como um fator de segunda ordem, ou

seja, entende-se que as diversas dimensões de qualidade compõem tal construto.

A FIG. 5 apresenta o modelo hipotético da pesquisa.

Em seguida, são apresentadas e descritas as hipóteses propostas para o

presente trabalho, que descrevem tal modelo e que serão testadas para seu

desenvolvimento. Cada uma das hipóteses corresponde às relações esperadas

entre os construtos e dimensões de qualidade (FIG. 5).

114

FIGURA 5 – Modelo hipotético da pesquisa

H1: A qualidade percebida global apresenta uma relação monotônica positiva sobre o valor percebido pelos estudantes de escolas de inglês; H2: A qualidade percebida global apresenta uma relação monotônica positiva sobre a satisfação dos estudantes de escolas de inglês; H3: O valor percebido apresenta uma relação monotônica positiva sobre a preferência dos estudantes de escolas de inglês; H4: O valor percebido apresenta uma relação monotônica positiva sobre a propensão à lealdade dos estudantes de escolas de inglês; H5: O valor percebido apresenta uma relação monotônica positiva sobre a satisfação dos estudantes de escolas de inglês; H6: O valor percebido apresenta uma relação monotônica positiva sobre o orgulho dos estudantes de escolas de inglês; H7: O valor percebido apresenta uma relação monotônica positiva sobre a comunicação boca a boca e recomendação pelos estudantes de escolas de inglês; H8: O preço apresenta uma relação monotônica positiva sobre o valor percebido pelos estudantes de escolas de inglês; H9: O preço apresenta uma relação monotônica positiva sobre a satisfação dos estudantes de escolas de inglês; H10: A satisfação apresenta uma relação monotônica positiva sobre a preferência dos estudantes de escolas de inglês; H11: A satisfação apresenta uma relação monotônica positiva sobre a propensão à lealdade dos estudantes de escolas de inglês; H12: A satisfação apresenta uma relação monotônica positiva sobre o orgulho dos estudantes de escolas de inglês; H13: A satisfação apresenta uma relação monotônica positiva sobre a comunicação boca a boca e recomendação pelos estudantes de escolas de inglês. Fonte: dados da pesquisa.

115

6 RESULTADOS

Neste capítulo da dissertação serão apresentados os resultados encontrados,

cujo objetivo é tornar possível responder às hipóteses testadas. Para tanto, foram

utilizados os softwares SPSS 17.0, Excel 2007 e SmartPLS. Entretanto, em um

primeiro momento, fez-se necessária a realização de diversas análises.

6.1 Análise exploratória dos dados

Após a coleta e tabulação dos dados, faz-se fundamental realizar uma

preliminar análise exploratória dos dados. Essa análise tem como objetivo aprimorar

as medições e identificar possíveis problemas, diagnosticando-os e resolvendo-os de

forma adequada, a fim de evitar distorções nos resultados da análise (TABACHNICK;

FIDEL, 2001). Logo, neste capítulo serão verificadas: a caracterização da amostra, a

análise descritiva dos dados, a existência de dados ausentes no banco de dados

(missing values), a existência de outliers univariados e multivariados, a normalidade

dos dados e a linearidade.

6.1.1 Caracterização da amostra

A caracterização da amostra é um importante instrumento que visa a conhecer

o perfil dos entrevistados, visto que, ao final da pesquisa, pretende-se que os

resultados sejam explorados de maneira mais ampla. Dessa forma, é importante que

o perfil da amostra seja semelhante ao da população, representando os diversos

extratos.

O GRÁF. 1 exibe as escolas de inglês nas quais os entrevistados estudam.

Verifica-se elevado percentual de respondentes nas escolas Number One (17%),

116

9%13% 11% 8%

17%

5% 5%

33%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

CCAA Cultura

Inglesa

Fisk Luziana

Lanna

Number

One

Wizard The Best Outras*

seguida da Cultura Inglesa (13%) e da Fisk (11%). Na categoria “outras” foram

agrupadas as escolas que receberam menos de 5% de citações.

GRÁFICO 1 – Escolas de inglês onde os entrevistados estudam

* Escolas com menos de 5% de citações. Fonte: dados da pesquisa.

A TAB. 2 mostra algumas informações sobre o estudo do inglês por parte dos

entrevistados. A primeira variável é referente a quanto tempo o entrevistado estuda

inglês. Alguns iniciaram o estudo da língua há apenas um mês, enquanto no outro

extremo existem entrevistados que já estudam o inglês há 37 anos. Em média, os

entrevistados estudam inglês há três anos e meio e o desvio-padrão é de três anos e

cinco meses.

A segunda variável refere-se ao tempo que os entrevistados estão

matriculados na escola de inglês atual. Verifica-se que o tempo mínimo é de um mês

e o máximo de 10 anos. Em média, estes estão matriculados há dois anos e dois

meses e o desvio-padrão é, também, de dois anos e dois meses, aproximadamente.

A terceira variável diz respeito ao valor pago como mensalidade na atual

escola dos entrevistados. Verifica-se que alguns entrevistados nada pagam, pois

possuem bolsa de estudos. Por outro lado, a mensalidade mais cara é de R$ 750,00.

Em média, os entrevistados pagam R$ 211,00 e o desvio-padrão é de R$ 122,00.

117

6% 8%12% 13% 16%

12%8% 5%

19%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Até R$ 2.000

R$ 2.001 a 3.000

R$ 3.00 a 4.000

R$ 4.001 a 5.000

R$ 5.001 a 6.000

R$ 6.001 a 7.000

R$ 7.001 a 8.000

R$ 8.001 a 9.000

Acima de R$ 9.000

TABELA 2 – Informações sobre o estudo do inglês por parte dos entrevistados

Variáveis n Mínimo Máximo Média Desvio- padrão

B1.2) Há quanto tempo você cursa inglês? (em meses)

345 1 444 44 42

B1.3) Há quanto tempo você cursa inglês na escola onde está matriculado? (em meses)

341 1 120 27 26

B1.4) Qual é o valor que você paga atualmente de mensalidade na escola em que está matriculado(a)? (R$)

234 0 750 211 122

Fonte: dados da pesquisa.

O GRÁF. 2 exibe a renda familiar dos entrevistados. Observa-se boa

distribuição nos diversos extratos de renda. O extrato de mais alto percentual foi o

"acima de R$ 9.000", com 19% das citações. E os extratos de mais baixo percentual

foram "R$ 8.001 a 9.000", com 5% e "até R$ 2.000", com 6%.

GRÁFICO 2 – Renda familiar dos entrevistados

Fonte: dados da pesquisa.

O gênero dos entrevistados pode ser visualizado no GRÁF. 3. Verifica-se que

58% são do gênero feminino e 41% do gênero masculino. Os outros - menos de 1% -

não responderam a esta questão.

118

41%

58%

0%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Masculino Feminino NR

1% 1%

68%

15%9% 6%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

GRÁFICO 3 – Gênero dos entrevistados

.

Fonte: dados da pesquisa.

No GRÁF. 4 constata-se o nível de escolaridade dos entrevistados, sendo que

a maior parte possui ensino médio em curso ou já concluído (68%). Outros 15%

estão cursando o ensino superior e outros 15% já terminaram o ensino superior,

sendo que, destes, praticamente um terço já fez algum curso de especialização.

Quanto aos outros 2% os dados mostram que ou não possuem algum nível de

escolaridade ou cursaram o primário.

GRÁFICO 4 – Nível de escolaridade dos entrevistados

Fonte: dados da pesquisa.

119

85%

11%

1% 0% 2%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Solteiro Casado / Amigado

Divorciado / Separado

Viúvo NR

O GRÁF. 5 apresenta o estado civil dos entrevistados. Observa-se que 85%

dos entrevistados são solteiros e que 11% são casados/amigados. Outros (1%) são

divorciados/separados e 2% não responderam a esta questão.

GRÁFICO 5 – Estado civil dos entrevistados

Fonte: dados da pesquisa.

No tocante à faixa etária dos entrevistados, observa-se mais concentração na

faixa de "até 17 anos", totalizando 61% das citações. Outros 19% possuem idade

entre 18 e 24 anos e 15% possuem idade entre 25 e 34 anos. Os outros 5% dos

entrevistados possuem 35 anos ou mais. Verifica-se, também, que a idade mínima é

de 14 anos e a idade máxima de 74 anos. A idade média é de 20 anos e o desvio-

padrão é de sete anos, conforme descrito no GRÁF. 6.

120

61%

19%15%

3% 1% 1% 0%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Até 17 anos De 18 a 24 anos

De 25 a 34 anos

De 35 a 44 anos

De 45 a 54 anos

55 anos ou mais

NR

Mínimo: 14 anosMáximo: 74 anosMédia: 20 anosDesvio padrão: 7 anos

GRÁFICO 6 – Faixa etária dos entrevistados

. Fonte: dados da pesquisa

6.1.2 Análise descritiva dos dados

Neste item serão apresentadas as estatísticas descritivas das variáveis da

pesquisa. A TAB. 3 exibe o valor mínimo (mínimo), o valor máximo (máximo), a

média e o desvio-padrão de cada variável.

A média foi adotada como medida de tendência central, que é calculada

somando todos os valores e dividindo pelo número de entrevistados. Nesse caso,

quanto maior o seu valor, maior a concordância. Já como medida de variabilidade

dos dados foram adotados dois tipos: amplitude e desvio-padrão. A primeira é

calculada subtraindo-se o valor máximo pelo valor mínimo, de modo que quanto

maior a amplitude, maior a variabilidade. Por outro lado, o desvio-padrão revela se a

média reflete consenso ou não do que os entrevistados responderam. Nesse sentido,

um desvio-padrão reduzido indica que os dados estão próximos da média e,

portanto, existe consenso dos entrevistados. Já os desvios-padrão mais altos

significam que os dados estão mais distantes da média, ou seja, que os

entrevistados apresentam opinião mais divergente sobre o assunto (ANDERSON;

SWEENEY; WILLIAMS, 2009).

121

TABELA 3 – Estatística descritiva – cont.

Variáveis Mínimo Máximo Média Desvio- padrão

B3.1) Apresentam excelente conhecimento do idioma inglês 1,00 10,00 8,95 1,59

B3.2) Têm excelente didática (sabem transmitir o conteúdo das aulas)

2,00 10,00 8,67 1,52

B3.3) Estão bastante atualizados em relação ao inglês 2,00 10,00 9,06 1,21

B3.4) São pontuais (chegam para a aula na hora certa) 1,00 10,00 9,10 1,48

B3.5) Não faltam às aulas (assiduidade) 0,00 10,00 9,34 1,24

B3.6) Têm excelente relacionamento com os alunos 2,00 10,00 9,21 1,43

B3.7) Preocupam-se em ajudar os alunos a aprenderem inglês 1,00 10,00 9,23 1,25

B3.8) Estimulam os alunos a desenvolverem as suas habilidades na língua inglesa

1,00 10,00 9,08 1,37

B4.1) Possui excelente infraestrutura 0,00 10,00 8,47 1,62

B4.2) Possui infraestrutura com boa aparência 1,00 10,00 8,74 1,50

B4.3) Possui salas de aula confortáveis 0,00 10,00 8,53 1,72

B4.4) Possui os equipamentos necessários para auxiliar no processo de ensino

2,00 10,00 8,84 1,53

B4.5) Possui infraestrutura adequada para uma boa aprendizagem

1,00 10,00 8,82 1,55

B4.6) Possui biblioteca com boa infraestrutura 0,00 10,00 7,36 2,55

B4.7) Possui biblioteca com bom acervo de livros 0,00 10,00 7,12 2,57

B5.1) Possui excelente organização administrativa 0,00 10,00 8,24 2,00

B5.2) Oferece serviços com elevada qualidade 0,00 10,00 8,54 1,74

B5.3) Preocupa-se em solucionar os problemas dos alunos de forma rápida e eficiente

0,00 10,00 8,41 1,94

B5.4) Atende às minhas solicitações à secretaria, diretoria, etc. de maneira rápida e eficaz

0,00 10,00 8,33 1,98

B5.5) Preocupa-se sinceramente com a satisfação dos alunos 0,00 10,00 8,50 1,85

B5.6) Preocupa-se em comunicar os fatos de forma clara 1,00 10,00 8,59 1,75

B5.7) Tem funcionários sempre disponíveis para escutar os alunos

0,00 10,00 8,48 1,82

B5.8) Mostra coerência entre o que fala e o que faz 1,00 10,00 8,72 1,67

B5.9) Cumpre os compromissos firmados com os alunos 0,00 10,00 8,91 1,71

B5.10) É honesta e transparente com os alunos 0,00 10,00 8,79 1,84

B6.1) Atendimento rápido por parte dos funcionários 0,00 10,00 8,48 1,80

B6.2) Atendimento eficiente por parte dos funcionários 0,00 10,00 8,63 1,69

B6.3) Atendimento cordial por parte dos funcionários 2,00 10,00 8,76 1,59

B6.4) Funcionários bem aparentados 2,00 10,00 8,88 1,44

B6.5) Funcionários competentes 0,00 10,00 8,89 1,47

B7.1) É acolhedor e amigável (faz com que eu me sinta bem recebido)

1,00 10,00 8,85 1,61

B7.2) Faz com que eu me sinta na minha própria casa 0,00 10,00 7,79 2,34

B7.3) É bastante informal 0,00 10,00 7,22 2,70

B7.4) Possui excelente relacionamento entre as pessoas (professores, funcionários e alunos)

0,00 10,00 8,91 1,57

122

TABELA 3 – Estatística descritiva – cont.

Variáveis Mínimo Máximo Média Desvio- padrão

B7.5) Tem pessoas simpáticas e legais nas turmas 0,00 10,00 9,15 1,42

B8.1) Possui excelente método de ensino 2,00 10,00 8,66 1,70

B8.2) Oferece cursos personalizados de acordo com as minhas necessidades e expectativas

0,00 10,00 8,19 2,24

B8.3) Tem método de ensino que não exige que os alunos “decorem” o conteúdo da matéria

0,00 10,00 8,21 2,27

B8.4) Oferece flexibilidade de horários 0,00 10,00 7,68 2,72

B8.5) Possui horário de aulas que atende às minhas necessidades

0,00 10,00 8,14 2,54

B8.6) Tem muitas atividades de conversação 0,00 10,00 8,42 2,15

B8.7) Oferece atividades extracurriculares (ex. eventos, feiras, extensão) que permitem a integração dos alunos

0,00 10,00 6,95 3,14

B8.8) Proporciona aplicação prática do inglês no dia-a-dia por meio de músicas, filmes, etc.

0,00 10,00 7,96 2,44

B8.9) Estimula o aprendizado por meio de convidados/ palestras com norte-americanos/ ingleses para prática do inglês

0,00 10,00 5,48 3,71

B9.1) Oferece aprendizado rápido 0,00 10,00 7,74 2,37

B9.2) Oferece cursos de curta duração 0,00 10,00 7,27 2,64

B9.3) Auxilia-me a ter fluência no idioma inglês rapidamente 0,00 10,00 7,85 2,44

B10.1) É bastante tradicional no mercado de cursos de idiomas 0,00 10,00 7,67 2,61

B10.2) É bastante conhecida no mercado de cursos de idiomas 0,00 10,00 7,75 2,70

B10.3) Tem boa reputação no mercado de cursos de idiomas 0,00 10,00 8,13 2,43

B10.4) É famosa no mercado de cursos de idiomas 0,00 10,00 7,75 2,74

B10.5) Tem nome bastante reconhecido no mercado de cursos de idiomas

0,00 10,00 7,84 2,75

B10.6) Tem marca sólida no mercado de cursos de idiomas 0,00 10,00 7,96 2,65

B11.1) Possui intercâmbio com escolas e/ou universidades internacionais

0,00 10,00 6,71 3,28

B11.2) Promove viagens ao exterior para os seus estudantes 0,00 10,00 6,54 3,40

B11.3) Prepara os seus alunos para viagens internacionais 0,00 10,00 7,22 3,11

B11.4) Possibilita-me fazer intercâmbio em outros países 0,00 10,00 6,82 3,28

B12.1) É bastante valorizada pelos meus amigos e/ou familiares

0,00 10,00 8,13 2,11

B12.2) É frequentada por alunos de elevado nível social 0,00 10,00 7,75 2,05

B12.3) Dá prestígio aos seus estudantes 0,00 10,00 8,09 1,99

B12.4) É um lugar onde as pessoas com quem eu quero conviver estudam

0,00 10,00 7,70 2,33

B12.5) É uma instituição chique 0,00 10,00 6,99 2,51

B12.6) É o lugar onde as pessoas bem-sucedidas estudam ou estudaram

0,00 10,00 7,08 2,53

B13.1) Tem excelente localização 0,00 10,00 8,49 2,02

B13.3) Fica perto da minha casa 0,00 10,00 7,27 3,14

B13.4) É de fácil acesso 0,00 10,00 8,56 2,12

123

TABELA 3 – Estatística descritiva – conclui

Variáveis Mínimo Máximo Média Desvio- padrão

B13.5) Oferece facilidade de estacionamento 0,00 10,00 5,80 3,36

B14.1) Oferece cursos baratos 0,00 10,00 5,96 3,04

B14.2) Possui baixo valor de mensalidade 0,00 10,00 5,71 3,05

B14.3) Possui boa relação custo-benefício 0,00 10,00 7,25 2,52

B14.4) Ofereça qualidade compatível com o valor cobrado pela mensalidade

0,00 10,00 7,75 2,44

B14.5) Tem valor de mensalidade que vale a pena pagar 0,00 10,00 7,75 2,52

B15.1) A escola de inglês em que eu estudo atende totalmente às minhas expectativas

0,00 10,00 8,02 2,18

B15.2) Estou satisfeito com a minha decisão em estudar na escola de inglês onde estou matriculado

0,00 10,00 8,26 2,24

B15.3) Sinto prazer em estudar na escola de inglês onde estou matriculado

0,00 10,00 8,16 2,37

B15.8) Eu só falo coisas positivas sobre a escola de inglês onde eu estudo para meus parentes e amigos

0,00 10,00 7,06 3,07

B15.9) Eu estimulo as pessoas a estudarem na escola de inglês onde eu estudo

0,00 10,00 7,31 2,81

B15.10) Eu recomendo as pessoas a estudarem na escola de inglês onde eu estudo

0,00 10,00 7,60 2,66

B15.11) Eu sinto orgulho em estudar na escola de inglês em que estou matriculado

0,00 10,00 7,57 2,64

B15.12) Eu fico envaidecido ao contar para os outros que eu estudo na escola de inglês onde estou matriculado

0,00 10,00 6,43 3,14

B15.13) Para mim, é uma honra estudar na escola de inglês em que estou matriculado

0,00 10,00 7,01 2,89

B15.14) Mesmo que eu recebesse uma proposta para estudar em outra escola de inglês, eu continuaria estudando na escola onde estou matriculado

0,00 10,00 6,56 3,25

B15.15) Eu acredito que estaria perdendo muito se eu trocasse a escola de inglês onde eu estudo por outras escolas existentes no mercado

0,00 10,00 6,72 3,12

B15.16) Eu considero a minha escola de inglês a primeira opção entre as existentes no mercado

0,00 10,00 6,65 3,32

B15.17) Eu pretendo continuar estudando na escola de inglês onde eu estou matriculado

0,00 10,00 7,82 2,96

B16.2) Faz mais sentido estudar na escola onde eu estudo em vez de em outras escolas de inglês existentes no mercado, mesmo que elas ofereçam cursos semelhantes

0,00 10,00 6,88 3,00

B16.3) Ainda que outras escolas de inglês ofereçam os mesmos cursos que a escola onde eu estudo, eu prefiro estudar nela do que em qualquer outra

0,00 10,00 6,94 3,10

B16.4) Mesmo que outras escolas de inglês sejam consideradas tão boas quanto a escola em que eu estudo, eu prefiro estudar nela do que em qualquer outra

0,00 10,00 7,00 3,05

Fonte: dados da pesquisa.

Verificando os resultados, observa-se comportamento diferenciado nas

variáveis da pesquisa no tocante à média e ao desvio-padrão. Algumas variáveis

124

tiveram médias altas e desvios-padrão reduzidos, enquanto outras tiveram médias

baixas ou regulares e desvios-padrão superiores.

Percebe-se que a mais alta média foi obtida para a variável "B3.5 - Não faltam

às aulas (assiduidade)", da ordem de 9,34. Já a variável que apresentou o mais

baixo desvio-padrão foi a "B3.3 - Estão bastante atualizados em relação ao inglês",

de 1,21. No outro extremo, a variável que obteve a mais baixa média foi a "B8.9 -

Estimula o aprendizado por meio de convidados/palestras com norte-americanos/

ingleses para prática do inglês", de 5,48. Já a variável que apresentou o maior

desvio-padrão foi a "B13.2 - Fica perto do meu trabalho", da ordem de 3,78,

indicando mais variabilidade às respostas dadas a essa variável.

6.1.3 Análise de dados ausentes

Os dados ausentes são as células sem resposta existentes nos bancos de

dados, que podem ocorrer por diversos motivos (DAVIS, 2001; HAIR et al., 2009). Os

entrevistados podem se recusar a dar a sua opinião sobre determinada variável ou

podem acontecer erros no momento da coleta de dados ou, ainda, algum erro no

momento da tabulação dos dados, entre outras possibilidades. A ocorrência de

dados ausentes geralmente é bastante frequente em pesquisas e pode se consistir

em um problema, dependendo da quantidade e da qualidade. Assim, Hair et al.

(2009) sugerem realizar um diagnóstico dos mesmos por meio de um método de

quatro passos, de modo a evitar problemas posteriores.

O primeiro passo consiste em verificar se os dados ausentes estavam

previstos no planejamento da pesquisa, ou seja, se de fato algumas perguntas não

eram para ser respondidas por todos os entrevistados ou se ocorreram devido a

motivos externos ao pesquisador, como a recusa do entrevistado a responder

determinada questão. Neste estudo, a priori, não eram esperados dados ausentes,

uma vez que as variáveis presentes no questionário poderiam e deveriam ser

respondidas por qualquer membro da população de interesse, ainda que a opção

"Não sei / Não respondeu" tenha sido oferecida aos entrevistados.

125

No segundo passo, os autores propõem avaliar a quantidade de dados

ausentes que apareceram no banco de dados e que não eram esperados. Seguindo

tal diretriz, apurou-se o percentual dos dados ausentes existentes, sendo que, de

acordo com os autores, valores superiores a 10% começam a ficar preocupantes. De

forma a avaliar o percentual de dados ausentes por variável, foi utilizado o

procedimento denominado missing value analysis, que demonstrou que quatro

variáveis (B11.1, B11.2, B11.4 e B13.2) tinham mais de 10% de dados ausentes.

Além disso, foram encontradas 1.654 células em branco na base de dados, no total

de 41.078, o que corresponde a apenas 0,04%. As variáveis do bloco 11 referem-se

a serviços e oferta de intercâmbio. Dessa forma, acredita-se que a não resposta por

parte dos entrevistados pode ser decorrente do fato de que muitos dos estudantes

não procuram por esse tipo de serviço ou mesmo quando o querem o buscam por

meio de outras empresas especializadas para tal. Já a variável B13.2 diz respeito à

proximidade do local de trabalho em relação à escola. Como a amostra é composta

de alto número de indivíduos cuja idade é inferior a 17 anos, é de se esperar que

grande parte ainda não exerça atividade profissional e, portanto, não teria como

emitir uma opinião acerca dessa variável. Avaliaram-se, também, os dados ausentes

existentes por respondentes, criando uma nova variável denominada count, e

detectou-se que 248 respondentes deixaram alguma questão em branco. Destes,

entretanto, 71 tiveram volume superior a 10% de dados ausentes. Diante de tais

resultados, optou-se por excluir as variáveis do bloco 11, a variável B13.2 e os 71

respondentes com mais de 10% de dados ausentes, dando, então, prosseguimento à

análise.

Segundo os autores, o terceiro passo consiste no levantamento da existência

de algum padrão de ocorrência dos dados ausentes. Quando nenhum padrão é

identificado, eles são definidos como dados completamente aleatórios ao acaso

(ACAA). Para obter essa informação, Hair et al. (2009) preconizam realizar o teste

denominado Little's MCar. Caso a significância do teste seja inferior a 1%, não é

possível atestar que os dados são ACAA. O resultado revelou que os dados não são

ACAA, uma vez que a significância foi >1% (Little's MCar test: Chi-Square =

10.779,920, DF = 9.819, Sig. = 0,000).

126

Os autores revelam que o quarto, e último, passo consiste na adoção de

algum método de substituição para que não se tenha mais dados ausentes, uma vez

que as técnicas multivariadas que serão utilizadas não permitem a existência dos

mesmos. Com as eliminações dos indivíduos e variáveis, o banco de dados passou a

apresentar menos de 10% dos dados ausentes e a amostra passou a contar com

366 respondentes. Dessa forma, optou-se por substituir os dados ausentes pela

média, por ser um dos métodos mais adequados a esse diagnóstico observado.

6.1.4 Análise de outliers

De acordo com Hair et al. (2009), os outliers são observações que apresentam

um padrão de respostas muito distinto das outras observações. Os autores revelam

que deve ser realizado um diagnóstico inicial para melhor compreendê-las e que, a

princípio, não devem ser rotuladas como prejudiciais às análises. Além disso, os

referidos autores explicitam a existência de quatro tipos de outliers: a) erros na

tabulação dos dados ou falhas na codificação; b) observações decorrentes de algum

evento extraordinário; c) observações extraordinárias para as quais o pesquisador

não tem uma explicação; d) observações que estão no intervalo usual de valores

para cada variável, mas são únicas em sua combinação de valores entre as

variáveis.

Em relação ao primeiro tipo, não foram encontrados valores fora do intervalo

da escala (de zero a 10). Entretanto, análise primária do banco de dados constatou a

existência de alguns questionários duplicados. Devido ao tipo de método de coleta

empregado, que torna mais difícil um controle rigoroso, optou-se por eliminar esses

21 casos. Além disso, outro caso ocorrido foi quanto aos questionários que tiveram

como resposta 10 em todas as variáveis, o que também é um comportamento

excêntrico e suspeito, levando, portanto, à sua eliminação. Tais casos foram

retirados antes mesmo da análise de dados ausentes, reduzindo o banco de dados,

que contava com o total de 459 questionários, para o total de 438.

Contando com um banco de dados composto de 366 entrevistados, percebeu-

127

se a existência de outliers univariados, com base em um método comumente

utilizado. Esse método consiste na padronização dos resultados, de forma que a

média da variável seja zero e o desvio-padrão um. Sugere-se que escores

padronizados fora do intervalo de |3,29| sejam consideradas outliers (HAIR et al.,

2009), para amostras maiores que 300, como é o caso desta pesquisa. Com base

nesse critério, foram encontradas 272 observações com escores fora da faixa de

-3,29 a 3,29, distribuídos em 43 variáveis, divididos em 81 casos. Por se tratar de

observações supostamente válidas da população, uma vez que todas as respostas

estavam dentro dos valores aceitáveis para a escala (zero a 10), e visando manter a

consistência da amostra, preferiu-se manter tais casos na análise, com exceção de

apenas seis respondentes, que se apresentaram como outliers em mais de 10% das

questões, optando-se por excluí-lo.

Foi encontrada também a existência de outliers multivariados (tipo 4) com

base na medida D² de Mahalanobis. Hair et al. (2009) ressaltam que tal medida

indica a posição de cada observação comparada com o centro de todas as

observações em um conjunto de variáveis. Com base nesse teste, os outliers são

aqueles que apresentam significância da medida inferior a 0,001, baseado em um

teste qui-quadrado. Com base no teste foram encontrados 91 casos de observação

atípica multivariada.

Ao final, foram excluídos somente os seis indivíduos com excesso de valores

atípicos na avaliação univariada, ficando o banco de dados com 360 entrevistados.

Isso porque se acredita que as outras observações sejam casos válidos da

população e, se fossem eliminadas, correr-se-ia o risco de melhorar a análise

multivariada, mas limitar sua generalidade (HAIR et al., 2009).

6.1.5 Normalidade dos dados

Um dos pressupostos do Método de Equações Estruturais é a distribuição

normal das variáveis. Esta afirmativa justifica-se pelo fato de que o método de

estimação a ser utilizado depende dos resultados obtidos (HAIR et al., 2009). Para

128

tanto, foi empregado o teste de Kolmogorov-Smirnov, para avaliar se as variáveis

têm distribuição normal, uma vez que, de acordo com esse teste, uma variável pode

ser considerada normal se o valor da significância da estatística for superior a 0,01

(nível liberal). A TAB. 4 apresenta o resultado do teste para as variáveis da pesquisa.

TABELA 4 – Teste de adesão à normalidade de Kolmogorov-Sminorv – cont.

Variáveis Est. Sig.

B3.1) Apresentam excelente conhecimento do idioma inglês 5,14 0%

B3.2) Têm excelente didática (sabem transmitir o conteúdo das aulas) 4,18 0%

B3.3) Estão bastante atualizados em relação ao inglês 4,92 0%

B3.4) São pontuais (chegam para a aula na hora certa) 5,72 0%

B3.5) Não faltam às aulas (assiduidade) 7,21 0%

B3.6) Têm excelente relacionamento com os alunos 6,25 0%

B3.7) Preocupam-se em ajudar os alunos a aprenderem inglês 6,12 0%

B3.8) Estimulam os alunos a desenvolverem suas habilidades na língua inglesa 6,06 0%

B4.1) Possui excelente infraestrutura 3,54 0%

B4.2) Possui infraestrutura com boa aparência 4,33 0%

B4.3) Possui salas de aula confortáveis 4,30 0%

B4.4) Possui os equipamentos necessários para auxiliar no processo de ensino 4,58 0%

B4.5) Possui infraestrutura adequada para boa aprendizagem 4,49 0%

B4.6) Possui biblioteca com boa infraestrutura 3,14 0%

B4.7) Possui biblioteca com bom acervo de livros 2,91 0%

B5.1) Possui excelente organização administrativa 3,94 0%

B5.2) Oferece serviços com elevada qualidade 4,00 0%

B5.3) Preocupa-se em solucionar os problemas dos alunos de forma rápida e eficiente

3,89 0%

B5.4) Atende às minhas solicitações à secretaria, diretoria, etc. de maneira rápida e eficaz

4,19 0%

B5.5) Preocupa-se sinceramente com a satisfação dos alunos 4,61 0%

B5.6) Preocupa-se em comunicar os fatos de forma clara 4,56 0%

B5.7) Tem funcionários sempre disponíveis para escutar os alunos 4,02 0%

B5.8) Mostra coerência entre o que fala e o que faz 4,28 0%

B5.9) Cumpre os compromissos firmados com os alunos 5,29 0%

B5.10) É honesta e transparente com os alunos 5,28 0%

B6.1) Atendimento rápido por parte dos funcionários 4,16 0%

B6.2) Atendimento eficiente por parte dos funcionários 4,03 0%

B6.3) Atendimento cordial por parte dos funcionários 4,42 0%

B6.4) Funcionários bem aparentados 4,59 0%

B6.5) Funcionários competentes 4,82 0%

B7.1) É acolhedor e amigável (faz com que eu me sinta bem recebido) 4,88 0%

B7.2) Faz com que eu me sinta na minha própria casa 3,88 0%

B7.3) É bastante informal 3,90 0%

129

TABELA 4 – Teste de adesão à normalidade de Kolmogorov-Sminorv – cont.

Variáveis Est. Sig.

B7.4) Possui excelente relacionamento entre as pessoas (professores, funcionários e alunos)

5,28 0%

B7.5) Tem pessoas simpáticas e legais nas turmas 5,56 0%

B8.1) Possui excelente método de ensino 4,35 0%

B8.2) Oferece cursos personalizados de acordo com as minhas necessidades e expectativas

4,32 0%

B8.3) Tem método de ensino que não exige que os alunos “decorem” o conteúdo da matéria

4,20 0%

B8.4) Oferece flexibilidade de horários 3,89 0%

B8.5) Possui horário de aulas que atende às minhas necessidades 4,73 0%

B8.6) Tem muitas atividades de conversação 4,40 0%

B8.7) Oferece atividades extracurriculares (ex. eventos, feiras, extensão) que permitem a integração dos alunos

3,74 0%

B8.8) Proporciona aplicação prática do inglês no dia-a-dia por meio de músicas, filmes, etc.

3,83 0%

B8.9) Estimula o aprendizado por meio de convidados/palestras com norte-americanos/ ingleses para prática do inglês

2,72 0%

B9.1) Oferece aprendizado rápido 3,22 0%

B9.2) Oferece cursos de curta duração 3,24 0%

B9.3) Auxilia-me a ter fluência no idioma inglês rapidamente 3,88 0%

B10.1) É bastante tradicional no mercado de cursos de idiomas 3,53 0%

B10.2) É bastante conhecida no mercado de cursos de idiomas 3,83 0%

B10.3) Tem boa reputação no mercado de cursos de idiomas 4,34 0%

B10.4) É famosa no mercado de cursos de idiomas 4,12 0%

B10.5) Tem nome bastante reconhecido no mercado de cursos de idiomas 4,10 0%

B10.6) Tem marca sólida no mercado de cursos de idiomas 4,18 0%

B11.1) Possui intercâmbio com escolas e/ou universidades internacionais 3,83 0%

B11.2) Promove viagens ao exterior para os seus estudantes 3,43 0%

B11.3) Prepara os seus alunos para viagens internacionais 3,74 0%

B11.4) Possibilita-me fazer intercâmbio em outros países 3,84 0%

B12.1) É bastante valorizada pelos meus amigos e/ou familiares 4,04 0%

B12.2) É frequentada por alunos de elevado nível social 2,82 0%

B12.3) Dá prestígio aos seus estudantes 3,55 0%

B12.4) É um lugar onde as pessoas com quem eu quero conviver estudam 3,25 0%

B12.5) É uma instituição chique 2,82 0%

B12.6) É o lugar onde as pessoas bem-sucedidas estudam ou estudaram 2,83 0%

B13.1) Tem excelente localização 4,97 0%

B13.3) Fica perto da minha casa 3,91 0%

B13.4) É de fácil acesso 5,13 0%

B13.5) Oferece facilidade de estacionamento 2,37 0%

B14.1) Oferece cursos baratos 2,33 0%

B14.2) Possui baixo valor de mensalidade 2,11 0%

B14.3) Possui boa relação custo-benefício 2,62 0%

130

TABELA 4 – Teste de adesão à normalidade de Kolmogorov-Sminorv – conclui

Variáveis Est. Sig.

B14.4) Oferece qualidade compatível com o valor cobrado pela mensalidade 3,85 0%

B14.5) Tem valor de mensalidade que vale a pena pagar 3,70 0%

B15.1) A escola de inglês em que eu estudo atende totalmente às minhas expectativas

3,98 0%

B15.2) Estou satisfeito com a minha decisão em estudar na escola de inglês onde estou matriculado

4,26 0%

B15.3) Sinto prazer em estudar na escola de inglês onde estou matriculado 4,25 0%

B15.8) Eu só falo coisas positivas sobre a escola de inglês onde eu estudo para meus parentes e amigos

3,51 0%

B15.9) Eu estimulo as pessoas a estudarem na escola de inglês onde eu estudo

3,44 0%

B15.10) Eu recomendo as pessoas a estudarem na escola de inglês onde eu estudo

3,50 0%

B15.11) Sinto orgulho em estudar na escola de inglês em que estou matriculado 3,54 0%

B15.12) Eu fico envaidecido ao contar para os outros que eu estudo na escola de inglês onde estou matriculado

2,79 0%

B15.13) Para mim é uma honra estudar na escola de inglês em que estou matriculado

3,54 0%

B15.14) Mesmo que eu recebesse uma proposta para estudar em outra escola de inglês eu continuaria estudando na escola onde estou matriculado

2,76 0%

B15.15) Eu acredito que estaria perdendo muito se eu trocasse a escola de inglês onde eu estudo por outras escolas existentes no mercado

2,97 0%

B15.16) Eu considero a minha escola de inglês a primeira opção entre as existentes no mercado

3,64 0%

B15.17) Pretendo continuar estudando na escola de inglês onde eu estou matriculado

4,37 0%

B16.2) Faz mais sentido estudar na escola onde eu estudo em vez de em outras escolas de inglês existentes no mercado, mesmo que elas ofereçam cursos semelhantes

2,86 0%

B16.3) Ainda que outras escolas de inglês ofereçam os mesmos cursos que a escola onde eu estudo, eu prefiro estudar nela do que em qualquer outra

3,06 0%

B16.4) Mesmo que outras escolas de inglês sejam consideradas tão boas quanto a escola em que eu estudo, eu prefiro estudar nela do que em qualquer outra

3,14 0%

Fonte: dados da pesquisa.

Com base nos resultados da TAB. 4, nota-se que todas as variáveis rejeitaram

a hipótese nula de normalidade dos dados. Pode-se confirmar, ainda, a não

existência da normalidade multivariada, pois esta exige a distribuição normal

univariada (TABACHNICK; FIDEL, 2001). Dessa forma, será escolhido um método

de estimação no modelo de equações estruturais adequado a esse tipo de dados.

131

6.1.6 Linearidade

Outro pressuposto da técnica multivariada a ser utilizada no teste de hipóteses

é a linearidade dos dados. Ela pode ser avaliada por meio da correlação das

variáveis par a par, de modo que se a correlação apresenta um coeficiente

significativo (no nível de 5%), há um indicativo da existência de linearidade (HAIR et

al., 2009). O coeficiente mais adequado, quando não há normalidade, é o de

Spearman (MALHOTRA, 2006) e, por esse motivo, foi o empregado na presente

pesquisa. Ressalta-se que foram obtidas 3.375 de 3.901 relações significativas no

nível de 5%, a partir da análise da matriz de correlação, o que representa 87% das

correlações possíveis. Dessa forma, foi dado prosseguimento às análises, uma vez

que os dados são adequados ao tipo de técnica a ser aplicada posteriormente.

6.2 Dimensionalidade dos construtos da pesquisa

Para início das análises, é importante esclarecer o que são construtos. Eles

podem ser entendidos como o agrupamento de diversas variáveis e de formas de

mensurar conceitos abstratos que não são possíveis de serem captados por meio de

apenas uma variável (NETEMEYER; BEARDEN; SHARMA, 2003). Após a

operacionalização (criação das diversas variáveis), é importante que os construtos

sejam medidas válidas e confiáveis do conceito que pretendem mensurar. Para

tanto, é realizada uma Análise Fatorial Confirmatória (AFC). Entretanto, em um

primeiro momento, é importante conhecer a dimensionalidade dos construtos, que é

realizada por meio de uma Análise Fatorial Exploratória (AFE). Esse caminho é

necessário, visto que cada construto teórico deve tratar de dimensões distintas do

fenômeno estudado. Além disso, a unidimensionalidade implica que os itens do

questionário devem estar altamente relacionados uns aos outros, formando um

único conceito (HAIR et al., 2009).

Como este estudo utilizou construtos que já haviam sido validados em outras

pesquisas, optou-se por realizar uma AFE para cada um deles. Para isso, foi

132

utilizada a análise de componentes principais como método de extração e o varimax

como método de rotação. Segundo Mingoti (2005), tal método de extração é mais

adequado quando se espera que as cargas fatoriais das variáveis carreguem no

primeiro fator e que, caso seja encontrado mais de um fator, estes sejam

correlacionados. Além disso, para definir o número de fatores foi utilizado o critério

do Eigenvalue, ou seja, somente fatores que apresentaram eigenvalues

(quantidade de variância explicada por um fator) acima de um foram considerados

significantes (HAIR et al., 2009).

Após rodar a AFE, duas medidas devem ser analisadas e constatou-se que a

aplicação mais apropriada da mesma foi feita aos dados da pesquisa: a medida de

adequação da amostra de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e o Teste de Esfericidade de

Bartlett (TEB). O KMO indica a proporção da variância dos dados, que pode ser

considerada comum a todas as variáveis. De acordo com Malhotra (2006), ele varia

de 0,000 a 1,000 e a solução fatorial é adequada se apresentar valor entre 0,500 e

1,000. Além disso, quanto mais próximo de 1,000 (unidade), mais adequada é a

amostra à aplicação da análise fatorial. Já o TEB indica se a matriz de correlação

populacional não é uma identidade, o que pode ser comprovado quando o resultado

revela valor significativo (p<0,01) - isso se a matriz de identidade não é adequada à

aplicação da AFE.

Após garantir que o KMO e o TEB são adequados, é importante avaliar outras

três medidas de modo a aferir a qualidade da solução encontrada, a saber: a

variância explicada (VE), a comunalidade (Com) e a carga fatorial (CF). A VE indica

o quanto a redução dos dados consegue explicar o construto, de modo que um

mínimo adequado é de 50%. Já a Com reflete o quanto determinada variável

compartilha de significado com as outras variáveis do construto, sendo que, nesta

pesquisa, adotou-se que valores superiores a 0,400 eram adequados. Por fim, a CF

representa o quanto determinada variável compartilha de significado o seu

respectivo fator, sendo que valores acima de 0,400 são considerados adequados.

Além disso, caso a variável apresente CF muito semelhante em dois fatores ou

mais, esta deve ser eliminada, sob o risco de causar falta de validade discriminante

entre os mesmos (HAIR et al., 2009).

133

O QUADRO 6 apresenta de forma resumida os critérios para verificar a

adequação e a qualidade da solução fatorial encontrada.

QUADRO 6 – Critérios para adequação da solução fatorial e confiabilidade

Medida Parâmetro de aceitação

Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) > 0,500 (duas variáveis) ou >0,600 (três variáveis ou mais)

Teste de Esfericidade de Bartlett (TEB) Valor significativo inferior a 1%

Variância explicada (VE) > 50%

Comunalidade (h²) > 0,400

Carga fatorial (CF) > 0,400 (para somente um fator) Fonte: Mingoti (2005), Malhotra (2006) e Hair et al. (2009).

A primeira solução fatorial encontrada para o construto B3 - Professores da

escola - apresentou KMO de 0,853, o TEB foi de 1.335,93 (sig. a 1%) e a variância

explicada foi de 53,66%. A TAB. 5 exibe a carga fatorial e a comunalidade das

variáveis.

TABELA 5 – Solução fatorial do construto B3: professores da escola

Variáveis Comunalidade Carga fatorial

B3.1) Apresentam excelente conhecimento do idioma inglês 0,557 0,746

B3.2) Têm excelente didática (sabem transmitir o conteúdo das aulas) 0,570 0,755

B3.3) Estão bastante atualizados em relação ao inglês 0,508 0,713

B3.4) São pontuais (chegam para a aula na hora certa) 0,418 0,646

B3.5) Não faltam às aulas (assiduidade) 0,485 0,696

B3.6) Têm excelente relacionamento com os alunos 0,603 0,777

B3.7) Preocupam-se em ajudar os alunos a aprenderem inglês 0,572 0,756

B3.8) Estimulam os alunos a desenvolverem as suas habilidades na língua inglesa

0,580 0,762

Fonte: dados da pesquisa.

A segunda solução fatorial registrada foi para o construto B4 – Infraestrutura

da escola, que demonstrou a existência de dois fatores. Apresentou KMO de 0,802

e o TEB foi de 2.006,02 (sig. a 1%); a variância explicada foi de 81,17%. O primeiro

fator foi denominado de B4.1 - Infraestrutura da escola - e o segundo fator de B4.2 -

Biblioteca. A TAB. 6 exibe a carga fatorial, a comunalidade e a variância explicada

para os fatores encontrados.

134

TABELA 6 – Solução fatorial do construto B4: infraestrutura da escola com base no

método de extração denominado componentes principais e definição

do número de fatores livres

Variáveis Comunalidade Variância explicada

Carga fatorial

Fator 1 Fator 2

B4.1) Possui excelente infraestrutura 0,768

61,15%

0,880

B4.2) Possui infraestrutura com uma boa aparência 0,776 0,882

B4.3) Possui salas de aula confortáveis 0,789 0,879

B4.4) Possui os equipamentos necessários para auxiliar no processo de ensino

0,717 0,850

B4.5) Possui infraestrutura adequada para a boa aprendizagem

0,763 0,873

B4.6) Possui biblioteca com boa infraestrutura 0,932 20,02%

0,949

B4.7) Possui biblioteca com bom acervo de livros 0,937 0,981

Fonte: dados da pesquisa.

A terceira solução fatorial obtida foi para o construto B5 - Qualidade de

serviços, Organização Administrativa e Comunicação da escola, que apresentou

KMO de 0,944, TEB de 3.327,07 (sig. a 1%) e variância explicada de 71,19%. Na

TAB. 7 encontram-se a carga fatorial e a comunalidade das variáveis.

TABELA 7 – Solução fatorial do construto B5: qualidade de serviços, organização

administrativa e comunicação da escola

Variáveis Comunalidade Carga fatorial

B5.1) Possui excelente organização administrativa 0,608 0,780

B5.2) Oferece serviços com elevada qualidade 0,681 0,825

B5.3) Preocupa-se em solucionar os problemas dos alunos de forma rápida e eficiente

0,771 0,878

B5.4) Atende às minhas solicitações à secretaria, diretoria, etc. de maneira rápida e eficaz

0,771 0,878

B5.5) Preocupa-se sinceramente com a satisfação dos alunos 0,800 0,895

B5.6) Preocupa-se em comunicar os fatos de forma clara 0,685 0,827

B5.7) Tem funcionários sempre disponíveis para escutar os alunos 0,628 0,793

B5.8) Mostra coerência entre o que fala e o que faz 0,777 0,881

B5.9) Cumpre os compromissos firmados com os alunos 0,722 0,850

B5.10) É honesta e transparente com os alunos 0,676 0,822

Fonte: dados da pesquisa.

A quarta solução fatorial detectada foi para o construto B6 – Funcionários e

atendimento da escola, que apresentou um KMO de 0,870, TEB de 1.486,11 (sig. a

135

1%) e a variância explicada foi de 77,62%. A TAB. 8 mostra a carga fatorial e a

comunalidade das variáveis.

TABELA 8 – Solução fatorial do construto B6: funcionários e atendimento da escola

Variáveis Comunalidade Carga fatorial

B6.1) Atendimento rápido por parte dos funcionários 0,820 0,906

B6.2) Atendimento eficiente por parte dos funcionários 0,841 0,917

B6.3) Atendimento cordial por parte dos funcionários 0,829 0,910

B6.4) Funcionários bem aparentados 0,699 0,836

B6.5) Funcionários competentes 0,692 0,832

Fonte: dados da pesquisa.

A quinta solução fatorial encontrada foi para o construto B7 – Ambiente da

escola, com KMO de 0,783, TEB de 609,58 (sig. a 1%) e a variância explicada foi de

68,32%. Vale ressaltar que, para tanto, foi necessária a retirada da variável "B7.3 – É

bastante informal", pois esta apresentou comunalidade de 0,192. A TAB. 9 revela a

carga fatorial e a comunalidade das variáveis.

TABELA 9 – Solução fatorial do construto B7: ambiente da escola

Variáveis Comunalidade Carga fatorial

B7.1) É acolhedor e amigável (faz com que eu me sinta bem recebido) 0,720 0,848

B7.2) Faz com que eu me sinta na minha própria casa 0,619 0,786

B7.4) Possui excelente relacionamento entre as pessoas (professores, funcionários e alunos)

0,771 0,878

B7.5) Tem pessoas simpáticas e legais nas turmas 0,624 0,790

Fonte: dados da pesquisa.

A sexta solução fatorial registrada foi para o construto B8 – Método de

ensino da escola, que demonstrou a existência de dois fatores. Ela apresentou

KMO de 0,886, TEB de 1.968,02 (sig. a 1%) e a variância explicada foi de 70,69%. O

primeiro fator foi denominado de B8.1 – Método de ensino da escola; e o segundo

fator de B8.2 - Atividades extras. A TAB. 10 exibe a carga fatorial, a comunalidade e

a variância explicada para os fatores encontrados.

136

TABELA 10 – Solução fatorial do construto B8: método de ensino da escola

Variáveis Comunalidade Variância explicada

Carga fatorial

Fator 1 Fator 2

B8.1) Possui excelente método de ensino 0,668

58%

0,848

B8.2) Oferece cursos personalizados de acordo com as minhas necessidades e expectativas

0,683 0,757

B8.3) Tem método de ensino que não exige que os alunos “decorem” o conteúdo da matéria

0,673 0,860

B8.4) Oferece flexibilidade de horários 0,724 0,796

B8.5) Possui horário de aulas que atende às minhas necessidades

0,673 0,850

B8.6) Tem muitas atividades de conversação 0,696 0,720

B8.7) Oferece atividades extracurriculares (ex. eventos, feiras, extensão) que permitem a integração dos alunos

0,764

13%

0,808

B8.8) Proporciona aplicação prática do inglês no dia-a-dia por meio de músicas, filmes, etc.

0,699 0,638

B8.9) Estimula o aprendizado por meio de convidados/palestras com norte-americanos/ ingleses para prática do inglês

0,783 0,943

Fonte: dados da pesquisa.

A sétima solução fatorial obtida foi para o construto B9 – Rapidez da

aprendizagem da escola, com KMO de 0,728, TEB de 603,20 (sig. a 1%) e variância

explicada de 80,97%. A TAB. 11 exibe a carga fatorial e a comunalidade das

variáveis.

TABELA 11 – Solução fatorial do construto B9: rapidez da aprendizagem da escola

Variáveis Comunalidade Carga fatorial

B9.1) Oferece aprendizado rápido 0,825 0,908

B9.2) Oferece cursos de curta duração 0,755 0,869

B9.3) Auxilia-me a ter fluência no idioma inglês rapidamente 0,850 0,922

Fonte: Dados da pesquisa

A oitava solução fatorial detectada foi para o construto B10 – Marca e

tradição da escola, que apresentou KMO de 0,904, TEB de 3.652,23 (sig. a 1%) e

variância explicada de 90,43%. A TAB. 12 informa a carga fatorial e a comunalidade

das variáveis.

137

TABELA 12 – Solução fatorial do construto B10: marca e tradição da escola

Variáveis Comunalidade Carga fatorial

B10.1) É bastante tradicional no mercado de cursos de idiomas 0,866 0,931

B10.2) É bastante conhecida no mercado de cursos de idiomas 0,926 0,962

B10.3) Tem boa reputação no mercado de cursos de idiomas 0,867 0,931

B10.4) É famosa no mercado de cursos de idiomas 0,947 0,973

B10.5) Tem nome bastante reconhecido no mercado de cursos de idiomas

0,935 0,967

B10.6) Tem marca sólida no mercado de cursos de idiomas 0,885 0,941

Fonte: Dados da pesquisa

A nona solução fatorial encontrada foi para o construto B12 – Status e

endosso social da escola, que apresentou KMO de 0,837, TEB de 1.058,10 (sig. a

1%) e variância explicada de 60,61%. A TAB. 13 exibe a carga fatorial e a

comunalidade das variáveis.

TABELA 13 – Solução fatorial do construto B12: status e endosso social da escola

Variáveis Comunalidade Carga fatorial

B12.1) É bastante valorizada pelos meus amigos e/ou familiares 0,513 0,716

B12.2) É frequentada por alunos de elevado nível social 0,589 0,767

B12.3) Dá prestígio aos seus estudantes 0,665 0,816

B12.4) É um lugar onde as pessoas com quem eu quero conviver estudam

0,492 0,701

B12.5) É uma instituição chique 0,695 0,834

B12.6) É o lugar onde as pessoas bem-sucedidas estudam ou estudaram

0,682 0,826

Fonte: dados da pesquisa.

A décima solução fatorial apurada foi para o construto B13 – Acessibilidade e

comodidade oferecida pela escola: KMO de 0,608, TEB de 273,77 (sig. a 1%) e

variância explicada de 65,09%. Vale ressaltar que, para tanto, foi necessário retirar a

variável "B13.5 - Oferece facilidade de estacionamento", que teve comunalidade de

0,148. A TAB. 14 traz a carga fatorial e a comunalidade das variáveis.

138

TABELA 14 – Solução fatorial do construto B13: acessibilidade e comodidade

oferecida pela escola

Variáveis Comunalidade Carga fatorial

B13.1) Tem excelente localização 0,703 0,838

B13.3) Fica perto da minha casa 0,467 0,684

B13.4) É de fácil acesso 0,782 0,885

Fonte: dados da pesquisa.

A 11a. solução fatorial registrada foi para o construto B14.1 - Preço, que

apresentou KMO de 0,500, sendo o TEB de 536,34 (sig. a 1%) e a variância

explicada de 94,07%. Na TAB. 15 notam-se a carga fatorial e a comunalidade das

variáveis.

TABELA 15 – Solução fatorial do construto B14.1: preço

Variáveis Comunalidade Carga fatorial

B14.1) Oferece cursos baratos 0,941 0,970

B14.2) Possui baixo valor de mensalidade 0,941 0,970

Fonte: Dados da pesquisa.

A 12a. solução fatorial detectada foi para o construto B14.2 - Valor percebido,

que mostrou KMO de 0,729, TEB de 733,11 (sig. a 1%) e variância explicada foi de

83,89%. A TAB. 16 exibe a carga fatorial e a comunalidade das variáveis.

TABELA 16 – Solução fatorial do construto B14.2: valor percebido

Variáveis Comunalidade Carga fatorial

B14.3) Possui boa relação custo-benefício 0,774 0,880

B14.4) Oferece qualidade compatível com o valor cobrado pela mensalidade

0,879 0,937

B14.5) Tem valor de mensalidade que vale a pena pagar 0,864 0,930

Fonte: dados da pesquisa.

A 13a. solução fatorial encontrada foi para o construto B15.1 - Satisfação,

que apresentou KMO de 0,747, TEB foi de 931,69 (sig. a 1%) e variância explicada

de 88,36%. A TAB. 17 informa a carga fatorial e a comunalidade das variáveis.

139

TABELA 17 – Solução fatorial do construto B15.1: satisfação

Variáveis Comunalidade Carga fatorial

B15.1) A escola de inglês em que eu estudo atende totalmente às minhas expectativas

0,877 0,936

B15.2) Eu estou satisfeito com a minha decisão em estudar na escola de inglês onde estou matriculado

0,918 0,958

B15.3) Eu sinto prazer em estudar na escola de inglês onde estou matriculado

0,856 0,925

Fonte: dados da pesquisa.

A 14a. solução fatorial obtida foi para o construto B15.3 - Comunicação boca

a boca/recomendação, que teve KMO de 0,654, TEB de 663,68 (sig. a 1%) e

variância explicada de 78,32%. Na TAB. 18 percebem-se a carga fatorial e a

comunalidade das variáveis.

TABELA 18 – Solução fatorial do construto B15.3: comunicação boca a boca/

recomendação

Variáveis Comunalidade Carga fatorial

B15.8) Eu só falo coisas positivas sobre a escola de inglês onde eu estudo para meus parentes e amigos

0,615 0,784

B15.9) Eu estimulo as pessoas a estudarem na escola de inglês onde eu estudo

0,853 0,923

B15.10) Eu recomendo as pessoas a estudarem na escola de inglês onde eu estudo

0,882 0,939

Fonte: dados da pesquisa.

A 15a. solução fatorial registrada foi para o construto B15.4 - Orgulho, que

apresentou KMO de 0,693, TEB de 600,47 (sig. a 1%) e variância explicada de

79,74%. A TAB. 19 mostra a carga fatorial e a comunalidade das variáveis.

TABELA 19 – Solução fatorial do construto B15.4: orgulho

Variáveis Comunalidade Carga fatorial

B15.11) Eu sinto orgulho em estudar na escola de inglês em que estou matriculado

0,813 0,901

B15.12) Eu fico envaidecido ao contar para os outros que eu estudo na escola de inglês onde estou matriculado

0,709 0,842

B15.13) Para mim, é uma honra estudar na escola de inglês em que estou matriculado

0,870 0,933

Fonte: dados da pesquisa.

140

A 16a. solução fatorial encontrada foi para o construto B15.5 - Lealdade, cujo

KMO foi de 0,849, o TEB foi de 1.170,19 (sig. a 1%) e a variância explicada foi de

82,11%. Na TAB. 20 visualizam-se a carga fatorial e a comunalidade das variáveis.

TABELA 20 – Solução fatorial do construto B15.5: lealdade

Variáveis Comunalidade Carga fatorial

B15.14) Mesmo que eu recebesse uma proposta para estudar em outra escola de inglês, eu continuaria estudando na escola onde estou matriculado

0,837 0,915

B15.15) Eu acredito que estaria perdendo muito se trocasse a escola de inglês onde eu estudo por outras escolas existentes no mercado

0,858 0,926

B15.16) Eu considero a minha escola de inglês a primeira opção entre as existentes no mercado

0,858 0,926

B15.17) Eu pretendo continuar estudando na escola de inglês onde eu estou matriculado

0,731 0,855

Fonte: dados da pesquisa.

A 17a., e última, solução fatorial obtida foi para o construto B16 - Preferência,

que apresentou KMO de 0,745, sendo o TEB de 952,11 (sig. a 1%) e a variância

explicada de 88,38%. A TAB. 21 exibe a carga fatorial e a comunalidade das

variáveis.

TABELA 21 – Solução fatorial do construto B16: preferência

Variáveis Comunalidade Carga fatorial

B16.2) Faz mais sentido estudar na escola onde eu estudo em vez de em outras escolas de inglês existentes no mercado, mesmo que elas ofereçam cursos semelhantes

0,838 0,915

B16.3) Ainda que outras escolas de inglês ofereçam os mesmos cursos que a escola onde eu estudo, eu prefiro estudar nela do que em qualquer outra

0,915 0,957

B16.4) Mesmo que outras escolas de inglês sejam consideradas tão boas quanto a escola em que eu estudo, eu prefiro estudar nela do que em qualquer outra

0,898 0,948

Fonte: dados da pesquisa.

141

6.3 Método de equações estruturais: teste das hipóteses

Após serem realizadas análises exploratórias, de modo a conhecer melhor os

dados e definir a estrutura dos construtos utilizados na pesquisa, procedeu-se à

utilização do Método de Equações Estruturais (MEE ou SEM). Tal método permite

estudar modelos mais complexos com relações de dependência simultâneas, além

de possibilitar a utilização de variáveis não observáveis (construtos) mais adequadas

para mensuração de conceitos complexos e levar em conta o erro de mensuração

(HAENLEIN; KAPLAN, 2004; MACKENZIE, 2001). Assim, o método foi ao encontro

das necessidades da pesquisa, que operacionalizou os conceitos estudados por

meio de construtos e possui um modelo com diversas relações de dependência.

Haenlein e Kaplan (2004) enfatizam que os parâmetros no MEE podem ser

estimados por meio de dois grandes métodos: o primeiro é baseado na matriz de

covariância, como o método da máxima verossimilhança, e o segundo é baseado na

variância, como o Partil Least Square (PLS). De acordo com Henseler, Ringle e

Sinkovics (2009), o segundo método possui algumas vantagens em relação ao

primeiro. Entre essas vantagens, é possível citar a não exigência da normalidade

multivariada como pressupostos e não levar a problemas de mensuração ou a

resultados impróprios ou não convergentes. Fornell e Bookstein (1982) revelam,

ainda, que o PLS trabalha bem com tamanhos de amostras limitados, sendo possível

sua aplicação em amostras que apresentem até menos de 100 observações.

Como os dados da pesquisa em questão não apresentam distribuição normal,

a rede de relações a ser testada é complexa e o número de respondentes é

reduzido. Para tanto, optou-se por utilizar o PLS como método de estimação dos

parâmetros do modelo, por meio do software SmartPLS (RINGLE; WENDE; WILL,

2005).

Para constatar se os 366 entrevistados eram suficientes para aplicar o PLS na

estimação dos parâmetros do modelo, foi utilizado o critério estabelecido por Chin

(1998). Para ele, a amostra deve possuir cinco a 10 vezes o número de indicadores

do construto com mais alto número de indicadores. Na presente pesquisa, o

construto com o maior número de indicadores é o “qualidade percebida global”,

142

composto de 12 indicadores. Dessa forma, para adequado teste do modelo, seriam

necessários, no mínimo, 60 a 120 respondentes. Como a amostra possui quase três

vezes além do necessário, pode-se considerar adequada a aplicação do método de

estimação PLS para os dados coletados.

Hair et al. (2009) conceituam que um modelo é um conjunto sistemático de

relações, que fornecem uma explicação consistente e abrangente de fenômenos,

delineado com base em uma teoria. Na SEM, geralmente são testados dois modelos:

o modelo de mensuração e o modelo estrutural, que no PLS-SEM são denominados

de Outer Model e Inner Path Model, respectivamente.

O teste do Outer Model também pode ser chamado de Análise Fatorial

Confirmatória (AFC). Na AFC são verificadas a validade convergente, a validade

discriminante e a confiabilidade dos construtos da pesquisa (HAIR et al., 2009).

A validade do construto é mensurada por dois conceitos: a validade

convergente e a validade discriminante. A primeira garante que os indicadores de um

construto estão correlacionados o suficiente para medir o conceito latente

(MALHOTRA, 2006), enquanto a segunda avalia se os construtos, efetivamente,

medem diferentes aspectos do fenômeno de interesse, tratando de conceitos distintos

(TABACHNICK; FIDEL, 2001).

De modo a testar a validade convergente dos construtos, foram utilizados dois

critérios: o proposto por Bagozzi, Yi e Philips (1991) e o proposto por Fornell e

Larcker (1981). Com base no primeiro, um construto apresenta validade convergente

quando a significância das cargas padronizadas dos mesmos, decorrentes do

modelo de equações estruturais, é inferior a 5 ou 1%, por meio de testes t

unicaudais, em que o t crítico corresponde a 1,65 (=0,05) ou 2,236 (=0,01). Já o

critério proposto por Fornell e Larcker (1981) garante tal validade caso a Variância

Média Extraída (AVE), que indica o percentual médio de variância compartilhada

entre o construto latente e seus indicadores e varia de 0 a 100% (HAIR et al., 2009),

seja superior a 50% (HENSELER; RINGLE; SINKOVICS, 2009; TABACHNICK;

FIDEL, 2001).

Já para a realização do teste da validade discriminante, foi utilizado,

primeiramente, o método proposto por Fornell e Larcker (1981). Para que os

143

construtos apresentem validade discriminante, a correlação elevada ao quadrado de

todos os pares de construtos do modelo devem ser inferiores às AVEs dos

construtos comparados. Uma outra forma de se testar a validade discriminante dos

construtos é por meio dos cross-loadings, ou cargas cruzadas, que indicam a

correlação das variáveis com todos os construtos do modelo. Neste caso, para que

um construto seja diferente dos demais, suas variáveis devem possuir carga superior

no mesmo, comparada às suas cargas nos outros construtos. Vale ressaltar que

quando um modelo apresenta variáveis com cargas superiores em outros construtos

comparadas com o construto que ela pretende mensurar, tal variável deve ser revista

(CHIN, 1998; GÖTZ; LIEHR-GOBBERS; KRAFFT, 2009).

Por fim, o construto deve apresentar, ainda, confiabilidade adequada, que

revela a consistência e capacidade das medidas em mensurar o conceito que

pretendem medir (HAIR et al., 2009). Nesse caso, duas medidas podem ser

utilizadas: a confiabilidade composta (CC) ou o Alfa de Cronbach (AC). Tanto o CC

quanto o AC variam de 0 a 100%, sendo que quanto mais próximo de 100%, maior a

confiabilidade da escala. Além disso, o CC diz o quanto da variância dos construtos é

livre de erros aleatórios (HAIR et al., 2009), enquanto o AC representa a proporção

da variância total da escala, que é atribuída ao verdadeiro escore do construto

latente que está sendo mensurado (NETEMEYER; BEARDEN; SHARMA, 2003). De

acordo com Hair et al. (2009), elas devem apresentar valor superior a 70%.

Após garantir que os construtos possuem validade convergente, discriminante

e confiabilidade, é avaliado o Inner Path Model. Ele é utilizado para aferir a validade

nomológica, em que são testadas as hipóteses estabelecidas (HUNT, 2002) e o

ajuste do modelo (HAIR et al., 2009). Para isso, são analisados quatro aspectos: o

primeiro é o percentual das variações dos construtos endógenos, que são explicadas

pelos construtos exógenos (R²). Já em relação às cargas da regressão, devem ser

observadas a significância, a magnitude e o sentido das mesmas. Para testar a

significância das cargas, faz-se uso do procedimento bootstrapping (HENSELER;

RINGLE; SINKOVICS, 2009), que tem valor t, para cada carga, inferior a 1,66

(=0,05) ou 2,36 (=0,01) (ANDERSON; SWEENEY; WILLIAMS, 2009). De modo a

avaliar a magnitude, deve-se considerar que as cargas variam de -1 a 1 e, quanto

144

mais próximas dos extremos, maior o impacto. Por fim, deve-se avaliar o sentido da

relação, ou seja, se a carga foi positiva ou negativa, sendo que Henseler, Ringle e

Sinkovics (2009) reconhecem que caminhos que possuem um sinal algébrico

contrário ao esperado levam à rejeição da hipótese testada.

De modo a avaliar o ajuste do modelo, foram utilizadas duas medidas: o

Goodness of fit (GoF), com base na fórmula proposta por Amato, Esposito Vinzi e

Tenenhaus (2004), e o Stone-Geisser’s Q² (Q²). Para calcular o GoF, deve-se tomar

a média das AVEs dos construtos e a média dos R² do modelo. Ao final, deve-se

realizar a média geométrica das duas médias anteriores obtidas no GoF. Tal valor

varia de 0 a 100%, não havendo, ainda, valores de corte para considerar um ajuste

como bom ou ruim. No entanto, quanto mais próximo de 100%, melhor o ajuste. Já o

Q², que reflete se o modelo foi capaz de predizer adequadamente os construtos

endógenos, deve ser superior a zero (HAIR; RINGLE; SARSTEDT, 2011).

Antes de prosseguir com as análises, é importante esclarecer algumas

denominações utilizadas no MEE: construtos exógenos x construtos endógenos;

construtos reflexivos x construtos formativos; e construtos de primeira ordem x

construtos de segunda ordem.

Em relação ao primeiro par de termos, construtos exógenos x construtos

endógenos, deve-se entender que o MEE assume nomenclaturas diferentes para

denominar as relações de dependência e independência, uma vez que diversas

relações, sejam de dependência ou independência, são testadas em um mesmo

modelo. Dessa forma, os construtos exógenos são aqueles que apresentam impacto

hipotético em algum outro construto. Já os construtos endógenos são aqueles

hipoteticamente explicados por outros construtos. Além disso, vale ressaltar que um

mesmo construto/ variável pode ser exógeno e endógeno simultaneamente, em

equações diferentes (BREI; LIBERALI NETO, 2006).

O segundo par de termos a se referenciar são construtos reflexivos x

construtos formativos. No caso dos construtos reflexivos, variações nos mesmos

causam variações nas variáveis que os compõem. A divisão em variáveis é um

mecanismo para simplificar o entendimento acerca do conceito, pois isso não é

possível na realidade, e tais variáveis são altamente correlacionadas. Já os

145

construtos formativos são aqueles cujas mudanças nas variáveis causam variações

no construto, visto que as variáveis, nesse caso, são formadoras do construto em

questão e funcionam de maneira independente umas das outras. Vale ressaltar que,

nesta pesquisa, foram empregados apenas construtos reflexivos (GOSLING;

GONÇALVES, 2003).

Por fim, deve-se esclarecer o que são construtos de primeira ordem e

construtos de segunda ordem. Tais nomenclaturas são mais bem compreendidas

quando relacionadas à unidimensionalidade ou não da variável latente. Os construtos

de primeira ordem são mensurados por meio de variáveis. Entretanto, existem outros

tipos de conceitos, mais complexos, que são mensurados por outros construtos (que

estão sendo denominados de subconstrutos) e são, desta forma, denominados de

construtos de segunda ordem (HAIR et al., 2012; HENSELER; RINGLE; SINKOVICS,

2009).

No caso desta pesquisa, o construto “qualidade percebida global” foi

considerado de segunda ordem, composto de 12 dimensões. Entretanto, o software

utilizado para testar o modelo proposto (SmartPLS) não comporta o teste de

construtos de segunda ordem. Como forma de ascender a essa limitação, Wilson e

Henseler (2007) propõem a utilização do método de dois passos (The Two-step

approach), que consiste em rodar o Outer Model utilizando somente os construtos de

primeira ordem. Após garantir a validade e confiabilidade dos mesmos, é feita uma

transformação dos construtos de primeira ordem em variáveis, utilizando a seguinte

fórmula:

X X

Construto de primeira ordem (variável) X = (Σ (L * E)) / ((Σ L)) (4)

i=1 i=1

em que:

L = carga estrutural padronizada da variável no construto

E = nota de concordância / discordância atribuída pelo entrevistado

X = número de variáveis que irão compor o índice

146

Após a realização de tal cálculo, o modelo é rodado novamente. Nesse

momento, o construto de segunda ordem é mensurado por meio de variáveis (que

são os construtos de primeira ordem transformados por meio da média ponderada).

Então, faz-se necessário garantir que os construtos de segunda ordem também

apresentem validade e confiabilidade adequadas, para, então, verificar o Inner Path

Model. A seguir são apresentados os resultados para o modelo proposto, separando

o Outer Model e o Inner Path Model.

6.3.1 Outer Model: validade convergente, discriminante e confiabilidade

Num primeiro momento, foi verificado o Outer Model dos construtos de

primeira ordem. Após garantir que os mesmos são validados e confiáveis, os

construtos que compõem a segunda ordem denominada “qualidade percebida

global” foram transformados em variáveis para, então, testar o seu Outer Model. O

relatório dos resultados foi, então, dividido dessa forma.

6.3.1.1 Construtos de primeira ordem

A TAB. 22 apresenta o resultado da validade convergente, com base no método

de Bagozzi, Yi e Philips (1991) para as variáveis dos construtos do modelo. A

significância das cargas, inferiores a 1%, indicam que todas as variáveis têm

validade convergente com o construto. As cargas padronizadas das variáveis são

positivas e estão entre 0,52 e 0,98, indicando expressiva relação com próprio o

construto.

147

TABELA 22 – Avaliação da validade convergente dos construtos de primeira ordem

do modelo com base no método de Bagozzi, Yi e Philips (1991) - cont.

Construto Variável Amostra Pop. Desv. Erro Valor T Sig.

B3 - Professores da escola

B3.1) Apresentam excelente conhecimento do idioma inglês

0,74 0,73 0,05 0,05 15,60 0%

B3.2) Têm excelente didática (sabem transmitir o conteúdo das aulas)

0,81 0,81 0,02 0,02 35,81 0%

B3.3) Estão bastante atualizados em relação ao inglês

0,73 0,73 0,04 0,04 18,32 0%

B3.4) São pontuais (chegam para a aula na hora certa)

0,64 0,64 0,05 0,05 12,46 0%

B3.5) Não faltam às aulas (assiduidade) 0,66 0,66 0,05 0,05 13,16 0%

B3.6) Têm excelente relacionamento com os alunos

0,75 0,75 0,04 0,04 19,42 0%

B3.7) Preocupam-se em ajudar os alunos a aprenderem inglês

0,73 0,73 0,05 0,05 13,92 0%

B3.8) Estimulam os alunos a desenvolverem as suas habilidades na língua inglesa

0,76 0,76 0,03 0,03 26,01 0%

B4.1 – Infraestrutura

da escola

B4.1) Possui excelente infraestrutura 0,86 0,86 0,03 0,03 30,94 0%

B4.2) Possui infraestrutura com boa aparência 0,86 0,86 0,03 0,03 25,95 0%

B4.3) Possui salas de aula confortáveis 0,89 0,89 0,02 0,02 54,39 0%

B4.4) Possui os equipamentos necessários para auxiliar no processo de ensino

0,86 0,86 0,03 0,03 34,21 0%

B4.5) Possui infraestrutura adequada para a boa aprendizagem

0,89 0,89 0,02 0,02 43,85 0%

B4.2 - Biblioteca

B4.6) Possui biblioteca com boa infraestrutura 0,98 0,98 0,01 0,01 136,98 0%

B4.7) Possui biblioteca com um acervo de livros

0,95 0,95 0,03 0,03 31,28 0%

B5 - Qualidade de

serviços, organização

administrativa e

comunicação da escola

B5.1) Possui excelente organização administrativa

0,78 0,78 0,04 0,04 22,22 0%

B5.2) Oferece serviços com elevada qualidade

0,83 0,83 0,03 0,03 27,77 0%

B5.3) Preocupa-se em solucionar os problemas dos alunos de forma rápida e eficiente

0,89 0,88 0,02 0,02 46,29 0%

B5.4) Atende às minhas solicitações à secretaria, diretoria, etc. de maneira rápida e eficaz

0,88 0,88 0,02 0,02 46,41 0%

B5.5) Preocupa-se sinceramente com a satisfação dos alunos

0,89 0,89 0,01 0,01 62,03 0%

B5.6) Preocupa-se em comunicar os fatos de forma clara

0,82 0,82 0,03 0,03 25,74 0%

B5.7) Tem funcionários sempre disponíveis para escutar os alunos

0,80 0,80 0,03 0,03 28,11 0%

B5.8) Mostra coerência entre o que fala e o que faz

0,88 0,88 0,02 0,02 57,77 0%

B5.9) Cumpre os compromissos firmados com os alunos

0,84 0,84 0,02 0,02 41,15 0%

B5.10) É honesta e transparente com os alunos

0,52 0,53 0,05 0,05 10,07 0%

148

TABELA 22 – Avaliação da validade convergente dos construtos de primeira ordem

do modelo com base no método de Bagozzi, Yi e Philips (1991) - cont.

Construto Variável Amostra Pop. Desv. Erro Valor T Sig.

B6 – Funcionários e atendimento da

escola

B6.1) Atendimento rápido por parte dos funcionários

0,91 0,91 0,01 0,01 69,46 0%

B6.2) Atendimento eficiente por parte dos funcionários

0,92 0,92 0,02 0,02 59,63 0%

B6.3) Atendimento cordial por parte dos funcionários

0,91 0,91 0,02 0,02 48,57 0%

B6.4) Funcionários bem aparentados 0,82 0,82 0,04 0,04 22,06 0%

B6.5) Funcionários competentes 0,84 0,83 0,04 0,04 19,15 0%

B7 – Ambiente da escola

B7.1) É acolhedor e amigável (faz com que eu me sinta bem recebido)

0,87 0,87 0,03 0,03 29,62 0%

B7.2) Faz com que eu me sinta na minha própria casa

0,78 0,78 0,03 0,03 24,30 0%

B7.4) Possui excelente relacionamento entre as pessoas (professores, funcionários e alunos)

0,90 0,90 0,02 0,02 56,46 0%

B7.5) Tem pessoas simpáticas e legais nas turmas

0,75 0,74 0,06 0,06 13,11 0%

B8.1 – Método de ensino da

escola

B8.1) Possui excelente método de ensino 0,80 0,80 0,03 0,03 26,41 0%

B8.2) Oferece cursos personalizados de acordo com as minhas necessidades e expectativas

0,82 0,83 0,02 0,02 36,91 0%

B8.3) Tem método de ensino que não exige que os alunos “decorem” o conteúdo da matéria

0,80 0,81 0,03 0,03 23,76 0%

B8.4) Oferece flexibilidade de horários 0,86 0,86 0,02 0,02 39,23 0%

B8.5) Possui horário de aulas que atende às minhas necessidades

0,83 0,83 0,02 0,02 37,12 0%

B8.6) Tem muitas atividades de conversação 0,83 0,83 0,02 0,02 36,54 0%

B8.2 - Atividades

extras

B8.7) Oferece atividades extracurriculares (ex. eventos, feiras, extensão) que permitem a integração dos alunos

0,86 0,86 0,02 0,02 38,46 0%

B8.8) Proporciona aplicação prática do inglês no dia-a-dia por meio de músicas, filmes, etc.

0,89 0,89 0,01 0,01 60,97 0%

B8.9) Estimula o aprendizado por meio de convidados/palestras com norte-americanos / ingleses para prática do inglês

0,80 0,80 0,03 0,03 29,87 0%

B9 – Rapidez da

aprendizagem da escola

B9.1) Oferece aprendizado rápido 0,91 0,91 0,02 0,02 51,68 0%

B9.2) Oferece cursos de curta duração 0,86 0,86 0,02 0,02 37,77 0%

B9.3) Auxilia-me a ter fluência no idioma inglês rapidamente

0,92 0,92 0,01 0,01 87,96 0%

149

TABELA 22 – Avaliação da validade convergente dos construtos de primeira ordem

do modelo com base no método de Bagozzi, Yi e Philips (1991) - cont.

Construto Variável Amostra Pop. Desv. Erro Valor T Sig.

B10 – Marca e tradição da

escola

B10.1) É bastante tradicional no mercado de cursos de idiomas

0,92 0,91 0,02 0,02 57,43 0%

B10.2) É bastante conhecida no mercado de cursos de idiomas

0,94 0,94 0,01 0,01 79,60 0%

B10.3) Tem oa reputação no mercado de cursos de idiomas

0,94 0,94 0,01 0,01 89,96 0%

B10.4) É famosa no mercado de cursos de idiomas

0,95 0,95 0,01 0,01 88,81 0%

B10.5) Tem nome bastante reconhecido no mercado de cursos de idiomas

0,94 0,94 0,01 0,01 71,39 0%

B10.6) Tem marca sólida no mercado de cursos de idiomas

0,93 0,93 0,01 0,01 70,97 0%

B12 – Status e endosso social

da escola

B12.1) É bastante valorizada pelos meus amigos e/ou familiares

0,77 0,78 0,03 0,03 29,08 0%

B12.2) É frequentada por alunos de elevado nível social

0,75 0,75 0,04 0,04 17,66 0%

B12.3) Dá prestígio aos seus estudantes 0,84 0,84 0,02 0,02 37,20 0%

B12.4) É um lugar onde as pessoas com quem eu quero conviver estudam

0,72 0,72 0,04 0,04 17,79 0%

B12.5) É uma instituição chique 0,78 0,78 0,03 0,03 23,32 0%

B12.6) É o lugar onde as pessoas bem-sucedidas estudam ou estudaram

0,78 0,78 0,03 0,03 23,10 0%

B13 – Acessibilidade e comodidade oferecida pela

escola

B13.1) Tem excelente localização 0,87 0,87 0,03 0,03 31,80 0%

B13.3) Fica perto da minha casa 0,61 0,61 0,07 0,07 8,59 0%

B13.4) É de fácil acesso 0,90 0,90 0,02 0,02 56,39 0%

B14.1 - Preço B14.1) Oferece cursos baratos 0,97 0,97 0,01 0,01 174,94 0%

B14.2) Possui baixo valor de mensalidade 0,97 0,97 0,00 0,00 210,09 0%

B14.2 - Valor percebido

B14.3) Possui boa relação custo-benefício 0,88 0,88 0,02 0,02 43,88 0%

B14.4) Oferece qualidade compatível com o valor cobrado pela mensalidade

0,94 0,94 0,01 0,01 74,20 0%

B14.5) Tem valor de mensalidade que vale a pena pagar

0,93 0,93 0,01 0,01 69,42 0%

B15.1 - Satisfação

B15.1) A escola de inglês que eu estudo atende totalmente às minhas expectativas

0,94 0,94 0,01 0,01 92,56 0%

B15.2) Estou satisfeito com a minha decisão em estudar na escola de inglês onde estou matriculado

0,96 0,96 0,01 0,01 152,43 0%

B15.3) Sinto prazer em estudar na escola de inglês onde estou matriculado

0,92 0,92 0,01 0,01 75,03 0%

B15.3 - Comunicação boca a boca /

recomendação

B15.8) Eu só falo coisas positivas sobre a escola de inglês onde eu estudo para meus parentes e amigos

0,75 0,75 0,05 0,05 16,46 0%

B15.9) Eu estimulo as pessoas a estudarem na escola de inglês onde eu estudo

0,94 0,93 0,01 0,01 72,45 0%

B15.10) Eu recomendo as pessoas a estudarem na escola de inglês onde estudo

0,95 0,95 0,01 0,01 145,85 0%

150

TABELA 22 – Avaliação da validade convergente dos construtos de primeira ordem

do modelo com base no método de Bagozzi, Yi e Philips (1991) - conclui

Construto Variável Amostra Pop. Desv. Erro Valor T Sig.

B15.4 - Orgulho

B15.11) Eu sinto orgulho em estudar na escola de inglês em que estou matriculado

0,92 0,92 0,01 0,01 76,37 0%

B15.12) Eu fico envaidecido ao contar para os outros que eu estudo na escola de inglês onde estou matriculado

0,81 0,80 0,03 0,03 23,45 0%

B15.13) Para mim, é uma honra estudar na escola de inglês em que estou matriculado

0,94 0,94 0,01 0,01 105,14 0%

B15.5 - Lealdade

B15.14) Mesmo que eu recebesse uma proposta para estudar em outra escola de inglês, eu continuaria estudando na escola onde estou matriculado

0,91 0,90 0,01 0,01 65,29 0%

B15.15) Eu acredito que estaria perdendo muito se eu trocasse a escola de inglês onde eu estudo por outras escolas existentes no mercado

0,92 0,92 0,01 0,01 71,56 0%

B15.16) Eu considero a minha escola de inglês a primeira opção entre as existentes no mercado

0,92 0,92 0,01 0,01 96,32 0%

B15.17) Eu pretendo continuar estudando na escola de inglês onde eu estou matriculado

0,87 0,87 0,02 0,02 47,43 0%

B16 - Preferência

B16.2) Faz mais sentido estudar na escola onde eu estudo em vez de em outras escolas de inglês existentes no mercado, mesmo que elas ofereçam cursos semelhantes

0,91 0,91 0,02 0,02 50,42 0%

B16.3) Ainda que outras escolas de inglês ofereçam os mesmos cursos que a escola onde eu estudo, eu prefiro estudar nela do que em qualquer outra

0,96 0,96 0,01 0,01 108,02 0%

B16.4) Mesmo que outras escolas de inglês sejam consideradas tão boas quanto a escola em que eu estudo, eu prefiro estudar nela do que em qualquer outra

0,95 0,95 0,01 0,01 103,84 0%

a) Amostra: é o peso padronizado obtido para amostra completa; b) Pop.: é o peso médio obtido na população; c) Desv.: é o desvio-padrão da estimativa; d) Erro: é o erro estimado da estimativa; e) valor T: é a razão entre o peso não padronizado pelo seu erro-padrão. Fonte: dados da pesquisa.

Entende-se, portanto, que, conforme o critério sugerido por Bagozzi, Yi e

Philips (1991), todos os indicadores atingiram os valores mínimos necessários para

atender ao pressuposto de validade convergente.

A TAB. 23 apresenta os valores de AVE dos construtos de primeira ordem

do modelo. De acordo com o critério de Fornell e Larcker (1981), pode-se atestar,

151

também, a validade convergente dos mesmos, uma vez que todas as AVEs são

superiores a 50%.

TABELA 23 – Avaliação da AVE dos construtos de primeira ordem do modelo

Construtos AVE

B3 - Professores da escola 53%

B4.1 – Infraestrutura da escola 76%

B4.2 – Biblioteca 93%

B5 - Qualidade de serviços, organização administrativa e comunicação da escola 72%

B6 – Funcionários e atendimento da escola 78%

B7 – Ambiente da escola 68%

B8.1 – Método de ensino da escola 68%

B8.2 - Atividades extras 73%

B9 – Rapidez da aprendizagem da escola 81%

B10 – Marca e tradição da escola 79%

B12 – Status e endosso social da escola 60%

B13 – Acessibilidade e comodidade oferecida pela escola 65%

B14.1 – Preço 94%

B14.2 - Valor percebido 84%

B15.1 – Satisfação 88%

B15.3 - Comunicação boca a boca / recomendação 78%

B15.4 – Orgulho 79%

B15.5 – Lealdade 82%

B16 – Preferência 88%

Fonte: dados da pesquisa.

Já a TAB. 24 disponibiliza os resultados para analisar a validade

discriminante entre os construtos, com base no critério de Fornell e Larcker (1981).

152

TABELA 24 – Avaliação da validade discriminante dos construtos de primeira ordem com base no método de Fornell e

Larcker (1981)

Construtos B3 B4.1 B4.2 B5 B6 B7 B8.1 B8.2 B9 B10 B12 B13 B14.1 B14.2 B15.1 B15.3 B15.4 B15.5 B16

B3 - Professores da escola 53%

B4.1 – Infraestrutura da escola 31% 76%

B4.2 - Biblioteca 2% 16% 93%

B5 - Qualidade de serviços, organização administrativa e comunicação da escola

41% 32% 9% 72%

B6 – Funcionários e atendimento da escola

36% 28% 8% 49% 78%

B7 – Ambiente da escola 35% 32% 8% 46% 45% 68%

B8.1 – Método de ensino da escola

34% 29% 5% 41% 36% 30% 68%

B8.2 - Atividades extras 10% 15% 12% 16% 15% 13% 40% 73%

B9 – Rapidez da aprendizagem da escola

20% 13% 3% 20% 22% 16% 52% 31% 81%

B10 – Marca e tradição da escola

18% 31% 7% 28% 17% 20% 25% 16% 20% 79%

B12 – Status e endosso social da escola

15% 26% 15% 24% 24% 30% 30% 28% 22% 34% 60%

B13 – Acessibilidade e como- didade oferecida pela escola

11% 21% 4% 18% 11% 18% 20% 5% 11% 18% 21% 65%

B14.1 - Preço 3% 1% 0% 5% 3% 4% 15% 13% 18% 3% 5% 6% 94%

B14.2 - Valor percebido 15% 11% 3% 23% 13% 19% 29% 19% 19% 17% 28% 20% 34% 84%

B15.1 - Satisfação 24% 19% 10% 33% 19% 32% 49% 31% 40% 29% 38% 23% 12% 36% 88%

B15.3 - Comunicação boca a boca / recomendação

18% 17% 6% 28% 13% 22% 31% 16% 22% 28% 37% 19% 11% 32% 51% 78%

B15.4 - Orgulho 14% 15% 7% 27% 13% 24% 27% 20% 23% 28% 41% 18% 11% 32% 48% 68% 79%

B15.5 - Lealdade 9% 10% 5% 17% 6% 16% 27% 21% 23% 19% 27% 14% 9% 27% 54% 45% 57% 82%

B16 - Preferência 11% 11% 5% 18% 8% 18% 29% 20% 23% 24% 38% 16% 8% 32% 51% 43% 46% 57% 84%

Os valores na diagonal principal correspondem à variância média extraída dos construtos. Os valores abaixo da diagonal correspondem ao quadrado do coeficiente de correlação entre os valores fatoriais da amostra, estimados no PLS. Fonte: dados da pesquisa.

153

Infere-se que, para todos os pares de construtos, a correlação ao quadrado

é menor que a AVE de ambos os construtos, confirmando, assim, a validade

discriminante entre os construtos de primeira ordem.

Por fim, é investigada a confiabilidade dos construtos de primeira ordem

por meio da CC e do AC, estando os resultados na TAB. 25.

TABELA 25 – Avaliação da CC e do AC dos construtos de primeira ordem

Construtos CC AC

B3 - Professores da escola 90% 88%

B4.1 – Infraestrutura da escola 94% 92%

B4.2 - Biblioteca 96% 93%

B5 - Qualidade de serviços, organização administrativa e comunicação da escola

96% 95%

B6 – Funcionários e atendimento da escola 95% 93%

B7 – Ambiente da escola 89% 84%

B8.1 – Método de ensino da escola 93% 91%

B8.2 - Atividades extras 89% 82%

B9 – Rapidez da aprendizagem da escola 93% 88%

B10 – Marca e tradição da escola 96% 95%

B12 – Status e endosso social da escola 90% 87%

B13 – Acessibilidade e comodidade oferecida pela escola 84% 73%

B14.1 - Preço 97% 94%

B14.2 - Valor percebido 94% 90%

B15.1 - Satisfação 96% 93%

B15.3 - Comunicação boca a boca / recomendação 91% 86%

B15.4 - Orgulho 92% 87%

B15.5 - Lealdade 95% 93%

B16 - Preferência 96% 93%

Fonte: dados da pesquisa.

Os resultados obtidos mostram que todos os construtos de primeira ordem

apresentaram CC e AC acima dos limites aceitáveis (que são de 60%), o que

indica adequada confiabilidade dos construtos de primeira ordem.

6.3.1.2 Construtos de segunda ordem

Os construtos de primeira ordem foram transformados em variáveis, de

acordo com a fórmula de cálculo da média ponderada descrita anteriormente,

154

conforme sugerem Wilson e Henseler (2007). Com base nessas novas variáveis,

foi feito novo teste do modelo, agora incluindo os construtos de segunda ordem.

A TAB. 26 informa o resultado da validade convergente, com base no

método de Bagozzi, Yi e Philips (1991), no tocante ao construto de segunda ordem

do modelo da presente pesquisa (qualidade percebida global). Observa-se que

todas as variáveis apresentam validade convergente com o construto, uma vez que

as significâncias são inferiores a 1%, exibindo, ainda, altas cargas padronizadas,

com valores entre 0,46 e 0,85.

TABELA 26 – Avaliação da validade convergente do construto de segunda ordem

com base no método de Bagozzi, Yi e Philips (1991)

Construtos de primeira ordem (variáveis) Amostra Pop. Desv. Erro Valor

T Sig.

B3 - Professores da escola 0,67 0,67 0,03 0,03 20,85 0%

B4.1 – Infraestrutura da escola 0,71 0,70 0,04 0,04 17,46 0%

B4.2 - Biblioteca 0,46 0,46 0,05 0,05 8,51 0%

B5 - Qualidade de serviços, organização administrativa e comunicação da escola

0,79 0,79 0,03 0,03 30,13 0%

B6 – Funcionários e atendimento da escola 0,74 0,74 0,03 0,03 24,23 0%

B7 – Ambiente da escola 0,75 0,75 0,03 0,03 23,16 0%

B8.1 – Método de ensino da escola 0,85 0,85 0,02 0,02 43,09 0%

B8.2 - Atividades extras 0,71 0,71 0,03 0,03 21,03 0%

B9 – Rapidez da aprendizagem da escola 0,70 0,70 0,03 0,03 20,42 0%

B10 – Marca e tradição da escola 0,63 0,63 0,04 0,04 14,09 0%

B12 – Status e endosso social da escola 0,75 0,75 0,03 0,03 28,98 0%

B13 – Acessibilidade e comodidade oferecida pela escola

0,58 0,58 0,04 0,04 14,50 0%

Amostra: é o peso padronizado obtido para amostra completa; b) Pop.: é o peso médio obtido na população; c) Desv.: é o desvio padrão da estimativa; d) Erro: é o erro estimado da estimativa; e) Valor T: é a razão entre o peso não padronizado pelo seu erro padrão. Fonte: dados da pesquisa.

A validade convergente pode, também, ser atestada com base no critério

de Fornell e Larcker (1981), uma vez que a AVE do construto foi de 49%. Apesar

da sua AVE não ter atingido 50%, seu valor ficou muito próximo do valor de

referência, podendo-se perceber, assim, que ele possui validade convergente.

Além disso, Nunnally e Bernstein (1994) afirmam que, em pesquisas

exploratórias, AVEs superiores a 40% também são tidas como aceitáveis. Como a

escala de qualidade percebida global possuía novos itens, além de outros

adaptados de instrumentos já validados na literatura, é possível atestar que o

155

mesmo apresentou um resultado que garante a sua validade convergente,

considerando, também, o segundo critério adotado.

A validade discriminante foi testada com base no critério de Fornell e

Larcker (1981), conforme descrito anteriormente. Os resultados estão descritos na

TAB. 27.

TABELA 27 – Avaliação da validade discriminante do construto de segunda

ordem com base no método de Fornell e Larcker (1981)

Construtos 01 - Qualidade percebida

global AVE

01 - Qualidade percebida global - 49%

B14.1 - Preço 12% 94%

B14.2 - Valor percebido 35% 84%

B15.1 - Satisfação 58% 88%

B15.3 - Comunicação boca a boca / recomendação 42% 78%

B15.4 - Orgulho 43% 79%

B15.5 - Lealdade 33% 82%

B16 - Preferência 37% 84%

Os valores na diagonal principal correspondem à variância média extraída dos construtos. Os valores abaixo da diagonal correspondem ao quadrado do coeficiente de correlação entre os valores fatoriais da amostra, estimados no PLS. Fonte: dados da pesquisa.

Apreende-se que todas as correlações ao quadrado entre os pares de

construtos são menores do que as AVEs dos mesmos, com exceção apenas do

par 01 - Qualidade percebida global e 15.1 - Satisfação. Tal relação é muito forte,

como descrito na literatura, o que pode acarretar esse tipo de problema. Dessa

forma, optou-se por avaliar a validade discriminante, ainda com base em outro

método, que foi o Cross-loading, cujos resultados estão descritos na TAB. 28.

156

TABELA 28 – Avaliação da validade discriminante do construto de segunda

ordem com base nos cross-loadings

Variáveis 01 -

Qu

alid

ad

e

Perc

eb

ida

Glo

bal

B14.1

- P

reço

B14.2

- V

alo

r

Perc

eb

ido

B15.1

- S

ati

sfa

ção

B15.3

- C

om

un

ica

ção

bo

ca a

bo

ca /

Reco

men

da

ção

B15.4

- O

rgu

lho

B15.5

- L

eald

ad

e

B16 -

Pre

ferê

nc

ia

B3 0,67 0,16 0,37 0,48 0,42 0,37 0,29 0,31

B4.1 0,72 0,09 0,30 0,46 0,39 0,39 0,33 0,34

B4.2 0,48 0,03 0,16 0,31 0,24 0,27 0,23 0,23

B5 0,79 0,22 0,48 0,57 0,53 0,52 0,41 0,42

B6 0,74 0,19 0,35 0,43 0,36 0,37 0,25 0,30

B7 0,74 0,20 0,43 0,56 0,48 0,50 0,40 0,44

B8.1 0,85 0,42 0,54 0,70 0,55 0,54 0,55 0,55

B8.2 0,71 0,30 0,42 0,54 0,40 0,42 0,44 0,42

B9 0,70 0,42 0,44 0,63 0,47 0,48 0,48 0,47

B10 0,63 0,14 0,37 0,48 0,50 0,49 0,40 0,43

B12 0,74 0,21 0,50 0,60 0,58 0,62 0,52 0,59

B13 0,57 0,25 0,43 0,46 0,40 0,41 0,37 0,40

B14.1 0,34 0,97 0,55 0,35 0,33 0,31 0,29 0,25

B14.2 0,32 0,97 0,57 0,33 0,31 0,33 0,31 0,27

B14.3 0,50 0,63 0,88 0,49 0,47 0,44 0,43 0,47

B14.4 0,58 0,46 0,94 0,58 0,53 0,55 0,49 0,53

B14.5 0,54 0,51 0,93 0,57 0,56 0,56 0,50 0,54 B15.1 0,72 0,35 0,59 0,94 0,66 0,65 0,68 0,68

B15.2 0,74 0,32 0,60 0,96 0,69 0,66 0,71 0,72

B15.3 0,68 0,32 0,50 0,92 0,66 0,65 0,67 0,64

B15.8 0,37 0,24 0,32 0,43 0,74 0,56 0,42 0,41

B15.9 0,62 0,31 0,54 0,66 0,94 0,76 0,63 0,58

B15.10 0,67 0,32 0,60 0,74 0,95 0,83 0,69 0,69

B15.11 0,67 0,32 0,61 0,73 0,84 0,93 0,74 0,67

B15.12 0,44 0,29 0,38 0,43 0,62 0,81 0,52 0,45

B15.13 0,59 0,27 0,48 0,64 0,73 0,94 0,72 0,62

B15.14 0,48 0,27 0,41 0,61 0,57 0,67 0,91 0,66

B15.15 0,50 0,28 0,46 0,65 0,61 0,68 0,92 0,67

B15.16 0,54 0,26 0,48 0,67 0,64 0,71 0,92 0,70

B15.17 0,55 0,28 0,50 0,72 0,62 0,66 0,87 0,66

B16.2 0,57 0,27 0,54 0,65 0,62 0,64 0,65 0,91

B16.3 0,55 0,25 0,52 0,70 0,61 0,62 0,71 0,96

B16.4 0,57 0,24 0,52 0,69 0,59 0,62 0,73 0,95

Fonte: dados da pesquisa.

157

Com base nesse outro método, foi possível abstrair que todos os

construtos possuem validade discriminante, uma vez que as suas variáveis têm

cargas superiores no seu construto, comparadas às suas cargas nos outros

construtos. Daí, também foi possível verificar a validade discriminante entre a

qualidade e a satisfação, sendo possível prosseguir com a análise do modelo.

Por fim, foi atestada a confiabilidade do construto de segunda ordem, que

apresentou CC de 92% e AC de 90%. Com base nesses resultados, é possível

afirmar que o construto de segunda ordem possui confiabilidade adequada

(HENSELER; RINGLE; SINKOVICS, 2009). Tais resultados garantem que o Outer

Model é adequado, podendo, então, ser avaliado o Inner Path Model, de modo a

testar as hipóteses da pesquisa.

6.3.2 Modelos estruturais: validade nomológica e ajuste do modelo

A FIG. 6 ilustra o teste realizado do modelo proposto pela pesquisa. A

“qualidade percebida global” é um construto de segunda ordem reflexivo,

composto de 12 subdimensões. A subdimensão de maior carga foi a "método de

ensino" e a de menor carga foi a "biblioteca".

O construto valor percebido apresentou R² de 51%, sendo explicado pelos

construtos qualidade percebida global e pelo preço. Os dois têm carga positiva e

significativa no nível de 1%, com praticamente a mesma magnitude, de 0,44 e

0,43, respectivamente. Este revela que ambas possuem peso moderado e variam

no mesmo sentido que o valor percebido. Vale ressaltar que a escala de preço

refere-se ao fato de o preço ser baixo. Nesse sentido, quanto mais qualidade e

quanto mais baixo o preço, maior o valor percebido.

O teste realizado ainda mostra que 61% da satisfação são explicados pela

qualidade percebida global, pelo valor percebido e pelo preço. Entretanto, dos

três, apenas os dois primeiros possuem relação estatisticamente significativa no

nível de 1% e positiva. A qualidade possui peso maior, da ordem de 0,62,

enquanto o valor percebido tem peso de 0,24. Pode-se notar que quanto mais

qualidade e quanto mais alto o valor percebido, maior a satisfação. Por outro lado,

158

o preço não impacta na satisfação, sendo baixo ou não. Seu impacto é indireto,

por meio do valor percebido.

A satisfação e o valor percebido apresentam impacto estatisticamente

significativo e positivo em outros quatro construtos. O primeiro deles é a

preferência, sendo que 55% das suas variações são explicados pelos dois

primeiros. Entretanto, a satisfação tem peso superior ao valor percebido (0,60 e

0,20, respectivamente). O segundo é a propensão à lealdade, sendo que 54% das

suas variações foram explicados pelos dois construtos (satisfação e valor

percebido). O primeiro construto exógeno teve peso de 0,66 (sig. <1%) e o

segundo, peso de 0,12 (sig. <5%). Em terceiro lugar, aparece o construto orgulho,

com R² de 52%. Nesse caso, a satisfação mostrou carga de 0,55 (sig. <1%) e o

valor percebido de 0,23 (sig. <1%). Como quarto e último construto, tem-se a

comunicação boca a boca/recomendação. A satisfação e o valor percebido são

responsáveis por 54% de suas variações, sendo que o primeiro apresentou carga

de 0,58 (sig. <1%) e o segundo de 0,22 (sig. <1%).

No tocante ao ajuste do modelo, todos os construtos endógenos tiveram Q²

superior a 0%, indicando adequada mensuração dos mesmos. Já o GoF foi de

64%. Ainda que não exista um critério de avaliação desse valor, o mesmo pode

ser considerado elevado, o que significa que o modelo possui bom ajuste.

159

FIGURA 6 – Modelo testado da pesquisa

Fonte: dados da pesquisa

Qualidade Percebida

Global

Preço Valor

percebido R² = 51%

Preferência R² = 55%

Boca a boca / Recomen .

R² = 54%

Orgulho R² = 52%

Prop. Lealdade R² = 54%

Professores

Infraestrutura

Biblioteca

Qual. de serviços,

Org. Administrativa e Comunicação

Funcionários e

atendimento

Ambiente da escola

Método de ensino

Atividades extras

Rapidez no aprendizado

Marca e tradição

Status e endosso social

Acessibilidade e comodidade

oferecida

0,67**

0,71**

0,46**

0,79**

0,74**

0,75**

0,85**

0,71**

0,70**

0,63**

0,75**

0,58**

0,43** 0,44**

0,24**

0,60**

0,66** 0,55**

0,58**

Ajuste do Modelo

GoF = 64% Q²s> 0%

Legenda : ** significância <1%

0,62**

Satisfação R² = 61%

0,01

0,22**

0,23**

0,12**

0,20**

160

A TAB. 29 apresenta o resultado das hipóteses do modelo proposto em

forma de tabela, conforme exibido na FIG. 6.

TABELA 29 – Resultado das hipóteses do modelo proposto

Construtos R² Amostra Pop. Desv. Erro

Valor T

Sig. Exógenos Endógenos

01 - Qualidade percebida global B14.2 - Valor

percebido 51%

0,44 0,45 0,05 0,05 9,21 0%

B14.1 - Preço 0,43 0,43 0,05 0,05 9,34 0%

01 - Qualidade percebida global

B15.1 - Satisfação 61%

0,62 0,62 0,05 0,05 13,52 0%

B14.1 - Preço 0,01 0,01 0,03 0,03 0,26 40%

B14.2 - Valor percebido 0,23 0,23 0,06 0,06 4,19 0%

B14.2 - Valor percebido B15.3 - Comunicação boca a boca/ recomendação

54% 0,22 0,22 0,06 0,06 3,82 0%

B15.1 - Satisfação 0,58 0,58 0,05 0,05 10,80 0%

B14.2 - Valor percebido B15.4 - Orgulho 52%

0,23 0,23 0,05 0,05 4,28 0%

B15.1 - Satisfação 0,55 0,56 0,05 0,05 11,93 0%

B14.2 - Valor percebido B15.5 - Lealdade 54%

0,12 0,12 0,06 0,06 1,94 3%

B15.1 - Satisfação 0,66 0,66 0,05 0,05 12,39 0%

B14.2 - Valor percebido B16 - Preferência 55%

0,20 0,20 0,04 0,04 4,41 0%

B15.1 - Satisfação 0,60 0,60 0,04 0,04 14,58 0%

a) Amostra: é o peso padronizado obtido para amostra completa; b) Pop.: é o peso médio obtido na população; c) Desv.: é o desvio-padrão da estimativa; d) Erro: é o erro estimado da estimativa; e) Valor T: é a razão entre o peso não padronizado pelo seu erro padrão. Fonte: dados da pesquisa.

Já a TAB. 30 demonstra os Q² para todos os construtos endógenos do

modelo. Conforme já mencionado anteriormente, todos são superiores a 0%,

indicando adequado poder de previsão do modelo.

TABELA 30 – Q² dos construtos endógenos do modelo

Construtos endógenos Q²

B14.2 - Valor percebido 0,42

B15.1 - Satisfação 0,54

B15.3 - Comunicação boca a boca / recomendação 0,39

B15.4 - Orgulho 0,40

B15.5 - Lealdade 0,41

B16 - Preferência 0,47

Fonte: dados da pesquisa.

161

7 CONCLUSÕES

A presente pesquisa buscou desenvolver uma escala de avaliação da

qualidade percebida e das atitudes e intenções comportamentais de estudantes

de escolas de inglês de Belo Horizonte.

Os resultados obtidos permitiram concluir que a qualidade percebida global

é um construto multidimensional composto de diversos atributos de qualidade,

sobre os quais os estudantes conferem ou mais ou menos peso, conforme

exposto no modelo hipotético testado da pesquisa. Estas afirmações se

confirmam com os argumentos apresentados por Cobra (2005), outrora descritos

na revisão de literatura acerca da qualidade percebida, de forma que a qualidade

percebida é composta de diversos atributos e dimensões. Para o referido

construto, a dimensão que apresentou mais peso foi o “método de ensino”,

enquanto a menor carga foi atribuída à “biblioteca”.

O modelo testado sugere a existência do impacto da qualidade percebida

sobre a satisfação e o valor percebido, confirmando os achados que

Parasuraman, Berry e Zeithaml (1985) e Solomon (2011) Assim, a revisão

bibliográfica fornece base a essa relação existente no modelo, de modo que

quando o consumidor tem suas expectativas confirmadas e percebe qualidade do

produto ou serviço utilizado, haverá uma relação direta e significativa da

qualidade percebida com a sua satisfação e com o valor percebido por ele.

Os resultados obtidos pelo modelo testado permitiram abstrair, ainda, a

relação existente e o impacto do valor percebido sobre a preferência de compra e

sobre a comunicação boca a boca, o que é sugerido pela literatura descrita por

Brei e Rossi (2005), no tocante à preferência, e por Santos e Fernandes (2008),

no que se refere à comunicação boca a boca. Santos e Fernandes (2008) ainda

propõem a relação positiva existente do valor percebido sobre a propensão à

lealdade, cuja relação é confirmada, de acordo com o que pode ser observado

nos resultados obtidos no modelo testado da presente pesquisa.

Embora a revisão bibliográfica não tenha abordado a relação direta positiva

do valor percebido sobre o orgulho e sobre a satisfação, os resultados obtidos

pelo teste do modelo permitem inferir indícios de que essa relação existe, com

162

cargas de 0,23 e 0,24, respectivamente. Logo, sugere-se que tais relações sejam

contempladas na revisão literária de pesquisas futuras, a fim de corroborar tais

relações que foram encontradas no modelo.

O modelo hipotético da presente pesquisa previa uma relação de impacto

direto do preço sobre a satisfação do consumidor. Essa hipótese não foi

evidenciada pelos resultados obtidos pelo teste do modelo da pesquisa, que

demonstrou que o preço pode exercer impacto sobre a satisfação, porém esta

relação só se deu de forma indireta por meio do valor percebido. Dessa forma,

não se confirmou uma relação direta entre ambos os construtos.

O modelo proposto para a presente pesquisa teve amparo na hipótese de

que o preço exerce impacto sobre o valor percebido, conforme afirma Silk (2006).

Assim, o preço pode ser um instrumento de comparação que o consumidor usa

para atribuir valor subjetivo a um produto ou marca específicos - ressalta o autor.

Embora Kotler (2009) afirme que o preço é um determinante nas escolhas do

consumidor, não foram encontrados indícios na literatura de que exerça impactos

na satisfação do consumidor pelo produto ou serviço propriamente ditos, ainda

que tenham sido encontrados indicativos de seus impactos em outras dimensões

como lealdade e percepção de qualidade, não contemplados no modelo. Logo,

embora a presente pesquisa não tenha demonstrado relação direta do preço com

a propensão à lealdade, Santos e Fernandes (2008) evidenciam a existência de

tal relação, no sentido de quanto mais altos forem os custos de manutenção da

relação do consumidor com o produto ou marca, menor será a sua relação de

lealdade com ela.

Os resultados revelam, ainda, que a satisfação pode exercer influência

direta sobre a propensão à lealdade e sobre a preferência dos alunos de escolas

de inglês de Belo Horizonte, cujas conclusões são, ainda, corroboradas pelos

argumentos propostos por Zacharias, Figueiredo e Almeida (2008), Cobra (2005),

Anderson, Fornell e Lehmann (1994) e Kotler (2005). Embora o presente estudo

não tenha demonstrado relação direta do valor percebido sobre a preferência de

compra e propensão à lealdade dos consumidores, Zacharias, Figueiredo e

Almeida (2008) citam indicativos de que exista tal relação, que não foram

contempladas no modelo da pesquisa. Além disso, não se observou nesse

trabalho a existência de relação direta entre a lealdade e a comunicação boca a

163

boca. Silva Leite e Gonçalves Filho (2007) acreditam que tal relação pode existir,

o que pode ser objeto de estudos e investigações futuras.

A presente investigação não buscou demonstrar a evidência de uma

relação direta entre a qualidade percebida e a lealdade. Contudo, Pinho (1996)

sugere existir tal relação, que no modelo proposto é contemplada de forma

indireta por meio da satisfação.

A relação positiva direta da satisfação sobre o orgulho teve suporte no

modelo da pesquisa, sendo, ainda, corroborada pelas afirmações de Costa e

Almeida (2007) acerca de tais construtos. A mesma relação direta positiva da

satisfação foi encontrada em relação à comunicação boca a boca/recomendação,

o que pode ser sugerido, também, por autores como Solomon (2011), Farias e

Santos (2000) e Silva Leite e Gonçalves Filho (2007). Embora aqui não se tenha

demonstrado relação direta da qualidade percebida com a comunicação boca a

boca, Tamashiro et al. (2007) listam indícios de que pode haver tal relação, que

no modelo proposto existe de forma indireta por meio da satisfação.

Considerando que a qualidade percebida global tem elevada capacidade

preditiva da satisfação e que esta exerce impactos significativos na preferência,

na propensão à lealdade, no orgulho e na comunicação boca a

boca/recomendação, é de extrema importância que as escolas estejam atentas

para a oferta de serviços de alta qualidade.

Por fim, diferentemente do que se havia proposto no modelo inicial da

pesquisa, constatou-se que o preço não impacta diretamente na satisfação dos

estudantes de escolas de inglês, embora exista impacto indireto por meio do valor

percebido. Todas as demais hipóteses do modelo puderam ser confirmadas,

como mostra o QUADRO 7.

164

QUADRO 7 – Resultados da avaliação das hipóteses

Hipóteses Resultados

H1 A qualidade percebida global apresenta relação monotônica positiva sobre o valor percebido pelos estudantes de escolas de inglês. Suportada

H2 A qualidade percebida global apresenta relação monotônica positiva sobre a satisfação dos estudantes de escolas de inglês. Suportada

H3 O valor percebido apresenta relação monotônica positiva sobre a preferência dos estudantes de escolas de inglês. Suportada

H4 O valor percebido apresenta relação monotônica positiva sobre a propensão à lealdade dos estudantes de escolas de inglês. Suportada

H5 O valor percebido apresenta relação monotônica positiva sobre a satisfação dos estudantes de escolas de inglês. Suportada

H6 O valor percebido apresenta relação monotônica positiva sobre o orgulho dos estudantes de escolas de inglês. Suportada

H7 O valor percebido apresenta relação monotônica positiva sobre a comunicação boca a boca e recomendação pelos estudantes de escolas de inglês.

Suportada

H8 O preço apresenta relação monotônica positiva sobre o valor percebido pelos estudantes de escolas de inglês. Suportada

H9 O preço apresenta relação monotônica positiva sobre a satisfação dos estudantes de escolas de inglês.

Não Suportada

H10 A satisfação apresenta relação monotônica positiva sobre a preferência dos estudantes de escolas de inglês. Suportada

H11 A satisfação apresenta relação monotônica positiva sobre a propensão à lealdade dos estudantes de escolas de inglês. Suportada

H12 A satisfação apresenta relação monotônica positiva sobre o orgulho dos estudantes de escolas de inglês. Suportada

H13 A satisfação apresenta relação monotônica positiva sobre a comunicação boca a boca e recomendação pelos estudantes de escolas de inglês. Suportada

Fonte: dados da pesquisa.

As implicações acadêmicas da presente pesquisa baseiam-se na

abordagem de construtos e relações inovadoras que aqui foram testadas e

validadas, como, por exemplo, o orgulho e a preferência de compra, que diferem

de outras produções e pesquisas acerca do comportamento do estudante de

escolas de inglês outrora realizadas. Logo, a presente pesquisa contribui, de

forma inovadora e distinta, para a produção científica já existente acerca do tema.

Quanto às implicações gerenciais, estas residem na contribuição e no

fornecimento de subsídios para a tomada de decisão e orientação estratégica de

165

gestores e administradores do ramo de ensino de inglês em diversas partes do

país, no que se refere ao comportamento e atitudes de seu mercado.

7.1 Limitações e sugestões para futuras pesquisas

Como fatores limitadores da pesquisa podem ser citadas algumas

ponderações, descritas a seguir. O presente trabalho foi realizado com base em

um corte transversal, ou seja, baseia-se em um retrato de determinada realidade

em determinado momento no tempo. Considerando que o mercado de cursos de

inglês tem sofrido profundas transformações em virtude da crescente

competitividade do ramo, esse corte transversal mostra-se um fator limitador, pois

reflete um único momento histórico-temporal. Esse corte permite visualizar uma

realidade em um único momento social, econômico, político, que pode

demonstrar-se bem diferente do que já fora em tempos anteriores ou que se

mostrará em tempos futuros.

Além disso, o modelo de amostragem bola-de-neve é um tipo de

amostragem não probabilística, o que limita a expansão e atribuição dos

resultados obtidos com a amostra para a população como um todo. O referido

modelo permite, então, mensurar indicativos das percepções de qualidade e das

atitudes e intenções comportamentais de estudantes de escolas de inglês de Belo

Horizonte e não é adequado para se inferirem características e percepções de

toda a população.

A presente pesquisa ainda mostra como limitação a restrição de sua

aplicação em uma única cidade do Brasil, que foi a cidade de Belo Horizonte, no

estado de Minas Gerais. Os resultados obtidos pela pesquisa realizada na cidade

de Belo Horizonte podem ser distintos de possíveis resultados em outras cidades

ou regiões do Brasil. Portanto, o quesito relacionado à aplicação da pesquisa na

referida cidade mostra-se um fator limitador e impede que os resultados sejam

atribuídos para o comportamento de estudantes de escolas de inglês de outras

localidades. Não menos importante, a aplicação da pesquisa deu-se, em sua

maioria, em uma amostra de jovens estudantes de ensino médio (concluídos ou

concluintes). Esse fator pode ser considerado uma limitação, visto que pode

166

conferir viés ao estudo que não corresponda a todos os extratos sociais e de faixa

etária compreendidos entre os estudantes de escolas de inglês de Belo Horizonte,

em geral.

Por fim, a forma de coleta dos questionários utilizada, que foi por

autopreenchimento, demonstra-se um fator limitador. Isso porque, ao longo do

preenchimento, o entrevistado pode ter se deparado com dúvidas que não foram

devidamente esclarecidas, o que contribui para a redução da consistência dos

dados. Com o intuito de minimizar essa possibilidade, um grande volume de

questionários com qualquer indício de problemas de preenchimento foi eliminado,

com o objetivo de conferir mais confiabilidade e consistência aos dados.

Fica a sugestão para investigações futuras, a fim de que outras lacunas

desse universo do comportamento de estudantes de escolas de inglês possam

ser preenchidas e respondidas, sob o ponto de vista científico e gerencial. Uma

recomendação para pesquisas vindouras é a realização de pesquisas correlatas

em outros momentos histórico-temporais, em que a realidade econômica, social,

política e tecnológica desse mercado pode mostrar-se diferente em momentos

diversos do tempo. Além disso, sua aplicação em outras localidades do estado de

Minas Gerais, do Brasil e até mesmo do mundo pode mostrar-se resultados

distintos dos aqui obtidos, visto que o comportamento do consumidor pode sofrer

influências diversas do ambiente externo, e uma delas é a geográfica.

Outra sugestão é a aplicação e uso da escala para outras finalidades que

não cursos de idiomas. A escala pode ser adaptada e válida para outras

modalidades de prestação de serviços educacionais presenciais, em escolas que

prestam serviços de ensino de idiomas de outras línguas (que não o inglês) e

para estudo de outros fenômenos.

O uso de amostragens probabilísticas, como a aleatória simples ou

estratificada, mostra-se, também, sugestão válida para a aplicações da pesquisa

em momentos futuros. Isso porque dessa forma pode conferir mais confiabilidade

aos resultados e permitir sua atribuição à população como um todo, não se

restringindo, assim, à amostra.

Como a presente pesquisa baseou-se no uso de atributos e variáveis de

pesquisas já realizadas acerca das atitudes e intenções comportamentais de

consumidores, sugere-se que, para pesquisas futuras, sejam realizadas

167

pesquisas qualitativas, a fim de mensurar se há atributos de qualidade que não

foram incluídos no modelo e que poderiam interferir nas atitudes e intenções

comportamentais dos estudantes de escolas de inglês. Além disso, recomenda-se

que os serviços de intercâmbio também sejam incluídos em pesquisas futuras,

ainda que para o presente estudo não tenha apresentado relevância para o

público pesquisado. Isso se deve à procura pela fluência in loco do idioma, que

tem crescido consideravelmente e os serviços de intercâmbio podem mostrar-se

de grande relevância para estudos futuros.

Por fim, pesquisas dessa natureza devem ser aplicadas diretamente nas

escolas de inglês a fim de conferir mais confiabilidade à opinião da amostra

analisada. Muitos questionários desta investigação foram coletados em escolas

de ensino médio, com alunos que fazem cursos de inglês concomitante com os

estudos do ensino médio. Ainda assim, a aplicação in loco nas escolas poderia

fornecer dados mais contundentes e confiáveis, além de demonstrar com mais

fidedignidade o comportamento da população por meio dessa amostra.

168

REFERÊNCIAS

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179

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

PESQUISA DE OPINIÃO

ESTUDANTES DE ESCOLAS DE INGLÊS

Prezado (a) aluno (a), meu nome é Bárbara Madureira Wanderley, aluna do Mestrado Profissional em

Administração do Centro Universitário UNA. Estamos realizando uma pesquisa que tem por objetivo

verificar a percepção de qualidade e as intenções comportamentais dos alunos de escolas de inglês da

cidade de Belo Horizonte. Sua participação é muito importante para o êxito do nosso trabalho. Cabe

ressaltar que o sigilo das informações será plenamente preservado. Por sua especial colaboração,

antecipamos nossos mais sinceros agradecimentos!

.

Bloco 1 – Seleção dos entrevistados (Crivo)

B1.1) Em qual das escolas abaixo você estuda atualmente?

Caso o (a) entrevistado (a) não estiver matriculado em alguma das escolas abaixo, especificar a escola onde está atualmente:

1. CCAA

2. Cultura Inglesa

3. Fisk

4. Luziana Lanna

5. Mai English

6. Number One

7. Uptime

8. Wizard

9. Outras: ______________________

B1.2) Há quanto tempo você cursa inglês? ________________________________________________

B1.3) Há quanto tempo você cursa inglês na escola onde está matriculado? _____________________

B1.4) Qual é o valor que você paga atualmente de mensalidade na escola em que está matriculado(a)? R$ ___________

.

Bloco 2 – Informações Pessoais

B2.1) Sexo: 1. Masculino 2. Feminino B2.2) Idade (anos):_______________________

B2.3) Bairro onde você reside: _________________________________________________________

B2.4) Nome completo: __________________________________________ B2.5) Telefone: _________

B2.6) Renda familiar (favor incluir todos os membros da família que possuem renda)

1. Até R$ 2.000,00

2. R$ 2.001,00 a R$ 3.000,00

3. R$ 3.001,00 a R$ 4.000,00

4. R$ 4.001,00 a R$ 5.000,00

5. R$ 5.001,00 a R$ 6.000,00

6. R$ 6.001,00 a R$ 7.000,00

7. R$ 7.001,00 a R$ 8.000,00

8. R$ 8.001,00 a R$ 9.000,00

9. Acima de R$ 9.000,00

B2.7) Escolaridade

1. Não possui

2. Primário

3. Ensino médio

4. Superior incompleto

5. Superior completo

6. Especialização

7. Mestrado/doutorado

B2.8) Estado Civil

1. Solteiro

2. Casado / Amigado

3. Divorciado / Separado

4. Viúvo

Nos próximos blocos você deverá responder às questões avaliando A ESCOLA ONDE ESTUDA

ATUALMENTE. Dessa forma, favor dar notas que melhor representem a sua opinião, sendo 0 para

DISCORDO TOTALMENTE e 10 para CONCORDO TOTALMENTE. Favor dar notas intermediárias para

níveis médios de concordância ou discordância. Caso o entrevistado não saiba responder ou não se

sinta habilitado, favor marcar NÃO SEI (NS). .

180

Bloco 3 – Professores da escola

Os professores da escola de inglês

em que eu estudo...

N

S

Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

B3.1) Apresentam excelente

conhecimento do idioma inglês

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B3.2) Têm excelente didática (sabem

transmitir o conteúdo das aulas)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B3.3) Estão bastante atualizados em

relação ao inglês

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B3.4) São pontuais (chegam para a aula

na hora certa)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B3.5) Não faltam às aulas (assiduidade) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B3.6) Têm excelente relacionamento

com os alunos

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B3.7) Preocupam-se em ajudar os

alunos a aprenderem inglês

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B3.8) Estimulam os alunos a

desenvolverem as suas habilidades na

língua inglesa

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

.

Bloco 4 – Infraestrutura da escola

A escola de inglês em que eu estudo... NS Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

B4.1) Possui excelente infraestrutura 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2) Possui infraestrutura com boa aparência 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.3) Possui salas de aula confortáveis 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.4) Possui os equipamentos necessários

para auxiliar no processo de ensino

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.5) Possui infraestrutura adequada para

uma boa aprendizagem

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.6) Possui biblioteca com boa infraestrutura 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.7) Possui biblioteca com bom acervo de

livros

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

.

181

Bloco 5 – Qualidade de serviços, organização administrativa e comunicação da escola

A escola de inglês em que eu estudo... NS Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

B5.1) Possui excelente organização administrativa 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B5.2) Oferece serviços com elevada qualidade 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B5.3) Preocupa-se em solucionar os problemas

dos alunos de forma rápida e eficiente

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B5.4) Atende às minhas solicitações à secretaria,

diretoria, etc. de maneira rápida e eficaz

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B5.5) Preocupa-se sinceramente com a

satisfação dos alunos

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B5.6) Preocupa-se em comunicar os fatos de

forma clara

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B5.7) Tem funcionários sempre disponíveis para

escutar os alunos

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B5.8) Mostra coerência entre o que fala e o que

faz

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B5.9) Cumpre os compromissos firmados com os

alunos

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B5.10) É honesta e transparente com os alunos 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

.

Bloco 6 – Funcionários e atendimento da escola

A escola de inglês

em que eu estudo possui...

NS Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

B6.1) Atendimento rápido por parte dos

funcionários

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.2) Atendimento eficiente por parte dos

funcionários

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.3) Atendimento cordial por parte dos

funcionários

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.4) Funcionários bem aparentados 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.5) Funcionários competentes 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

.

182

Bloco 7 – Ambiente da escola

O ambiente da escola de inglês

em que eu estudo...

NS Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

B7.1) É acolhedor e amigável (faz com que eu

me sinta bem recebido)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B7.2) Faz com que eu me sinta na minha

própria casa

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B7.3) É bastante informal 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B7.4) Possui excelente relacionamento entre

as pessoas (professores, funcionários e

alunos)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B7.5) Tem pessoas simpáticas e legais nas

turmas

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

.

Bloco 8 – Método de ensino da escola

A escola de inglês

em que eu estudo...

NS Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

B8.1) Possui excelente método de ensino 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B8.2) Oferece cursos personalizados de

acordo com as minhas necessidades e

expectativas

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B8.3) Tem método de ensino que não exige

que os alunos “decorem” o conteúdo da

matéria

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B8.4) Oferece flexibilidade de horários 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B8.5) Possui horário de aulas que atende

às minhas necessidades

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B8.6) Tem muitas atividades de

conversação

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B8.7) Oferece atividades extracurriculares

(ex. eventos, feiras, extensão) que

permitem a integração dos alunos

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B8.8) Proporciona aplicação prática do

inglês no dia-a-dia por meio de músicas,

filmes, etc.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B8.9) Estimula o aprendizado por meio de

convidados/palestras com norte-

americanos / ingleses para prática do inglês

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

183

Bloco 9 – Rapidez da aprendizagem da escola

A escola de inglês

em que eu estudo...

NS Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

B9.1) Oferece aprendizado rápido 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B9.2) Oferece cursos de curta duração 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B9.3) Auxilia-me a ter fluência no idioma

inglês rapidamente

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Bloco 10 – Marca e tradição da escola

A escola de inglês em

que eu estudo...

NS Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

B10.1) É bastante tradicional no mercado

de cursos de idiomas

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B10.2) É bastante conhecida no mercado

de cursos de idiomas

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B10.3) Tem boa reputação no mercado

de cursos de idiomas

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B10.4) É famosa no mercado de cursos

de idiomas

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B10.5) Tem nome bastante reconhecido

no mercado de cursos de idiomas

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B10.6) Tem marca sólida no mercado de

cursos de idiomas

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

.

Bloco 11 – Intercâmbio internacional da escola

A escola de inglês em

que eu estudo...

NS Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

B11.1) Possui intercâmbio com escolas

e/ou universidades internacionais

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B11.2) Promove viagens ao exterior para

os seus estudantes

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B11.3) Prepara os seus alunos para

viagens internacionais

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B11.4) Possibilita-me fazer intercâmbio

em outros países

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

.

184

Bloco 12 – Status e endosso social da escola

A escola de inglês em

que eu estudo...

NS Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

B12.1) É bastante valorizada pelos meus

amigos e/ou familiares

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B12.2) É frequentada por alunos de

elevado nível social

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B12.3) Dá prestígio aos seus estudantes 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B12.4) É um lugar onde as pessoas com

quem eu quero conviver estudam

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B12.5) É uma instituição chique 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B12.6) É o lugar onde as pessoas bem-

sucedidas estudam ou estudaram

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Bloco 13 – Acessibilidade e comodidade oferecida pela escola

A escola de inglês em

que eu estudo...

NS Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

B13.1) Tem excelente localização 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B13.2) Fica perto do meu trabalho 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B13.3) Fica perto da minha casa 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B13.4) É de fácil acesso 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B13.5) Oferece facilidade de estacionar 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

..

Bloco 14 – Preço e valor percebido

A escola de inglês em

que eu estudo...

NS Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

B14.1) Oferece cursos baratos 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B14.2) Possui baixo valor de mensalidade 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B14.3) Possui boa relação custo-

benefício

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B14.4) Oferece qualidade compatível com

o valor cobrado pela mensalidade

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B14.5) Tem valor de mensalidade que

vale a pena pagar

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

.

185

Bloco 15 – Atitudes e intenções comportamentais em relação à escola

Afirmativas NS Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

B15.1) A escola de inglês em que eu estudo

atende totalmente às minhas expectativas

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.2) Estou satisfeito com a minha decisão

em estudar na escola de inglês onde estou matriculado

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.3) Eu sinto prazer em estudar na escola

de inglês onde estou matriculado

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.4) Eu estou arrependido(a) por ter

escolhido a escola de inglês onde estou matriculado

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.5) Eu me sinto frustrado(a) por estudar

na escola de inglês onde estou matriculado

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.6) Eu acredito que se eu tivesse me

matriculado em outra escola de inglês estaria mais satisfeito(a)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.7) Se eu pudesse voltar atrás,

escolheria outra escola de inglês para estudar

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.8) Eu só falo coisas positivas sobre a

escola de inglês onde eu estudo para meus parentes e amigos

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.9) Eu estimulo as pessoas a estudarem

na escola de inglês onde eu estudo

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.10) Eu recomendo as pessoas a

estudarem na escola de inglês onde eu estudo

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.11) Eu sinto orgulho em estudar na

escola de inglês em que estou matriculado

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.12) Eu fico envaidecido ao contar para

os outros que eu estudo na escola de inglês onde estou matriculado

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.13) Para mim, é uma honra estudar na

escola de inglês em que estou matriculado

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.14) Mesmo que eu recebesse uma

proposta para estudar em outra escola de inglês, eu continuaria estudando na escola onde estou matriculado

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.15) Eu acredito que estaria perdendo

muito se eu trocasse a escola de inglês onde eu estudo por outras escolas existentes no mercado

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.16) Eu considero a minha escola de

inglês a primeira opção entre as existentes no mercado

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B15.17) Eu pretendo continuar estudando na

escola de inglês onde eu estou matriculado

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

.

186

Bloco 16 – Preferência

Em minha opinião... NS Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

B16.1) A escola onde eu estudo é superior

às demais escolas de inglês existentes no

mercado

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B16.2) Faz mais sentido estudar na escola

onde eu estudo em vez de em outras

escolas de inglês existentes no mercado,

mesmo que elas ofereçam cursos

semelhantes

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B16.3) Ainda que outras escolas de inglês

ofereçam os mesmos cursos que a escola

onde eu estudo, eu prefiro estudar nela do

que em qualquer outra

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B16.4) Mesmo que outras escolas de inglês

sejam consideradas tão boas quanto a

escola em que eu estudo, eu prefiro estudar

nela do que em qualquer outra

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B16.5) Mesmo que a escola de inglês onde eu estudo atualmente ofereça cursos semelhantes aos oferecidos

por outras escolas existentes no mercado, eu estou disposto a pagar:

1. Muito menos pela escola de inglês onde eu

estudo atualmente.

4. Mais pela escola de inglês onde eu estudo

atualmente.

2. Menos pela escola de inglês onde eu estudo

atualmente.

5. Muito mais pela escola de inglês onde eu estudo

atualmente.

3. O mesmo valor pela escola de inglês onde

eu estudo atualmente.

B16.6) Mesmo que a escola de inglês onde eu estudo atualmente ofereça cursos semelhantes aos oferecidos

por outras escolas existentes no mercado, eu estou disposto a pagar:

1. R$____________ a MENOS pela escola de inglês onde eu estudo atualmente do que para outras

escolas.

2. O mesmo valor pela escola de inglês onde eu estudo atualmente do que para outras escolas.

3. R$____________ a MAIS pela escola de inglês onde eu estudo atualmente do que para outras escolas.

Favor utilizar o verso desse questionário para incluir qualquer comentário que o(a) entrevistado(a) julgar importante. Ressaltar que todas as respostas individuais permanecerão em sigilo e agradecer pelas informações prestadas.