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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA SAGHIA MARTINS RACHIK PRODUÇÃO DE LEITE DE BÚFALAS: FAZENDA SÃO JOÃO DA BARRA CUIABÁ-MT 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA

CURSO DE ZOOTECNIA

SAGHIA MARTINS RACHIK

PRODUÇÃO DE LEITE DE BÚFALAS: FAZENDA SÃO JOÃO DA BARRA

CUIABÁ-MT 2018

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SAGHIA MARTINS RACHIK

PRODUÇÃO DE LEITE DE BÚFALAS: FAZENDA SÃO JOÃO DA BARRA Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Nelcino Francisco de

Paula

CUIABÁ-MT 2018

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TERMO DE APROVAÇÃO

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Ao meu Soberano Deus, minha família, amigos e professores.

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus que me fortaleceu e abençoou todos os dias,

proporcionando fé ao meu coração; sem Ele não seria possível esse final. Obrigada

Senhor por ter me consolado nos momentos de angústia e aflição. Obrigada por me

ensinar a ter confiança e esperança em Ti, vários momentos de alegria e felicidade,

Graças lhe dou.

A minha Rainha que no seu amor incondicional esteve ao meu lado com sua

sabedoria estimável, mencionando palavras de carinho e conforto. Sim, minha mãe

não mediu esforços para me ver feliz.

Ao meu pai que me inspira pelo seu caráter e temor a Deus. As minhas irmãs

Monaliza e Sayda que juntas estiveram do meu lado, Malu e Maria Clara que são as

cadelas mais arteiras e engraçadas.

Ao Professor Nelcino que esteve presente desde meu segundo semestre de

graduação, agradeço pela oportunidade de conviver um pouco, realmente foi um

privilégio ser sua aluna. Confesso que no começo não foi fácil, entretanto com o

passar do tempo esse Professor conquistou meu coração e tornou- se um amigo de

confiança; irei sentir saudades até da sua implicância.

As Professoras Lívia e Rosemary por terem aceitado o pedido de participar

da minha banca no dia do TCC e todos os professores do curso de Zootecnia que

contribuíram para a minha formação, obrigada por tudo.

Ao Senhor Joaquim e Dona Bada que de maneira tão carinhosa me recebeu

de braços abertos e trataram como uma filha. Sinto me honrada pela amizade, pelas

palavras sábias, por sugestões, por cada ato de amor. Aos funcionários pela ótima

recepção.

As minhas amigas Suzanne Almeida, Bruna Almeida, as quais estiveram de

longe presente. Maúna Renata gratidão pelas aventuras (não foram poucas) e

segredos compartilhados.

Kevin Lucas e Wanderley são amigos que ganhei na Zootecnia, entretanto

estão em outra área sendo anjos para outras pessoas.

Carla, Danilo que desde primeiro semestre estão sendo companheiros dessa

jornada, sou eternamente grata a vocês, não tenho palavras pra descrever meu

amor e admiração.

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Thainara Matilde que nessa reta final, participou de vários momentos

marcantes. Você é especial.

Jéssica Lemos é uma garota incrível.

Drielle, Helen, Camila, Sirley, Stefanni Leventi, Rafael, Pipoca (Jefferson),

Larissa Tereza, Nayara Mattos (que parceria), amizades que levarei para vida

inteira.

Aos que desacreditaram de mim, uma muito obrigada, pois seus

pensamentos negativos foram usados como combustível, para que concluísse o

curso.

Enfim, agradeço todas as pessoas que fizeram parte dessa etapa importante

em minha vida, contribuindo de alguma forma.

Muito Obrigada!

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“Então minha alma canta a Ti, Senhor: Quão Grandes es Tú”.

Salmos 104:1

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Raças de búfalas no Brasil ......................................................................... 4

Figura 2 - Vista aérea da Fazenda São João da Barra ............................................. 11

Figura 3 - Rebanho bubalino com predomínio da raça Murrah ................................. 12

Figura 4 - Doce de leite (A) ,Muçarela (B) e (C) ........................................................ 13

Figura 5 - Búfala maior produtora de leite no ano de 2016 ....................................... 16

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição do rebanho bubalino por região ............................................. 7

Gráfico 2 - Ranking dos efetivos de bubalinos em MT ............................................... 8

Gráfico 3 - Produção mundial de queijo de búfala ....................................................... 9

Gráfico 4 - Peso do leite (fevereiro até junho) ........................................................... 15

Gráfico 5 - Peso do leite (junho até outubro) ............................................................. 16

Gráfico 6 - Precipitação pluviométrica total período seca e águas ............................ 17

Gráfico 7 - Relação precipitação pluviométrica e produção de leite .......................... 18

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Produção mundial de leite de búfala .......................................................... 5

Tabela 2 - Variável efetivo dos rebanhos de bubalino ................................................. 6

Tabela 3 - Rebanho efetivo de bubalino no Centro-Oeste .......................................... 8

Tabela 4 - Composição química dos leite de búfala e vaca (g/100g) .......................... 9

Tabela 5 - Composição do leite ................................................................................... 9

Tabela 6 - Rendimento do leite de búfala e de vaca ,na produção de derivados ...... 10

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABCB Associação Brasileira de Criadores de Búfalos

a.C antes de Cristo

F.S.J.B Fazenda São João da Barra

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

KG Quilo

L Litros

g gramas

mg miligramas

MT Mato Grosso

PA Pará

RAE Equivalentes atividade retinol

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1 2. OBJETIVOS ........................................................................................................... 2

3. REVISÃO ............................................................................................................... 3 3.1 Classificação Zoológica ................................................................................................... 3

3.1.1 Características da espécie ................................................................................. 5 3.2 Produção mundial de leite bubalino ...................................................................... 5

3.2.1 Rebanho Brasileiro ............................................................................................. 6 3.2.2 Rebanho do Centro-Oeste ........................................................................................... 7 3.3 Características do leite bubalino ..................................................................................... 8

4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO ................................................................................. 11 4.1 Fazenda São João da Barra ......................................................................................... 11

4.2 Infraestrutura ....................................................................................................... 12 5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO ............................................... 14 5.1.1 Ordenha ......................................................................................................................... 14

5.1.1.2 Pré-dipping .................................................................................................... 14 5.1.1.3 Pós-dipping ................................................................................................................ 14

5.1.1.4 Manejo do curral ............................................................................................ 14 5.2. Controle leiteiro .............................................................................................................. 14

5.2.1 Pesagem do leite .............................................................................................. 15

5.2.2 Produção de leite F.S.J. B ................................................................................ 15 5.3 Discussões .......................................................................................................... 16 5.3.1 Sazonalidade da espécie ................................................................................. 16

6. CONCLUSÕES .................................................................................................... 19 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 20

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 21

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RESUMO

O leite de búfala apresenta atributos peculiares que distingue de qualquer outra

espécie, possui coloração branco-opaco devido à quase ausência de β-caroteno na

gordura, sabor adocicado e teores de proteína, gordura e minerais maiores se

comparado ao leite de vaca. Objetivou-se analisar índice pluviométrico e a produção

de leite quinzenal na fazenda São João da Barra,localizada no município de

Jangada em Mato Grosso. A fazenda possui rebanho de bubalino com aptidão para

produção de leite com predomínio da raça Murrah. A fazenda tem como finalidade a

produção de derivados do leite. Devido ao maior valor agregado não é

comercializado o leite na fazenda, apenas é fabricado de forma artesanal derivados

do leite especialmente a produção de queijos e doce de leite. O sistema da ordenha

é mecanizado sendo realizada todos os dias, uma vez por dia, às 5h. A ordenha é

do tipo tandem (ou fila indiana), com bezerro ao pé. Como forma de controle na

produção de leite eram realizadas a pesagem do leite a cada 15 dias, durante um

mês eram realizados duas pesagens A sazonalidade reprodutiva da espécie se

reflete na distribuição da oferta de leite de búfalas à indústria. Foi possível concluir

que a produção de leite sofreu influência: do mês do controle leiteiro, período,

estação reprodutiva índice de pluviosidade. Os conhecimentos são importantes para

registrar como também estimar a produção de leite de cada animal, além disso, é

uma ferramenta para selecionar os melhores animais.

Palavras-chaves: Bubalus bubalis, Jangada-MT, produção de queijos.

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1. INTRODUÇÃO

Os búfalos domésticos possuem raças com aptidão para produção de leite e

produção de carne, também podem ser utilizados para tração, sendo útil para

trabalho no campo, visto que possuem um potencial de força, diante de várias

situações podem atuar da mesma maneira que máquinas agrícolas.

São animais ruminantes com diversas características zootécnicas positivas

para produção de leite entre as quais são: dóceis, resistentes ao calor, excelente

habilidade materna, possuem vida longa, maior resistência a ectoparasitas, menor

frequência de mastite.

Em relação ao bovino, a espécie possui aparelho digestivo com maior espaço

e melhor produção microbiana, sendo mais eficaz na realização da conversão

alimentar, o que também o torna um “melhorador de campos”, por não ser tão

seletivo como o bovino (BERNARDES, 2013).

Embora o leite de búfala possua enorme vantagem em relação ao leite de

vaca no quesito nutricional, não encontra se disponível no comércio para o

consumo. Entretanto, estão presentes derivados do leite como por exemplos: queijo

muçarela, requeijão, ricota, doces e etc.

Os produtos lácteos de leite bubalino são importantes opções disponíveis nas

prateleiras dos supermercados para consumidores que estão à procura de um

produto diferenciado, não só pelo seu sabor especial e característico, mas também

por um produto de alta qualidade e segurança alimentar (ARAUJO et al.,2012).

A produção de leite de búfalas e seus derivados são importantes, pois contém

nutrientes que proporciona à saúde humana benefícios, devido ao alto valor

biológico de seus componentes. Dessa maneira, para a indústria processadora de

leite, torna se mais lucrativa a obtenção de produtos derivado sendo melhor

rendimento para fins no processo de produção de queijos e produtos fermentados.

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2. OBJETIVOS

Geral

O objetivo foi acompanhar as atividades realizadas na fazenda.

Específico

Objetivou-se analisar índice pluviométrico e a produção de leite quinzenal na

fazenda São João da Barra, localizada no município de Jangada em Mato Grosso.

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3. REVISÃO

3.1 Classificação Zoológica

A respeito da classificação zoológica dos búfalos domésticos: são mamíferos

e pertencem à Ordem Artiodactyla, Subordem Ruminantia, Infraordem Pecora,

Bovidea, Família Bovidae, Subfamília Bovinae.

Na subfamília Bovinae distinguem-se em seis gêneros: Bos, Bison, Bibos,

Syncerus, Anga e Bubalus, o qual originou a espécie: Bubalus bubalis. Desse

modo, os búfalos domésticos pertencem a uma única espécie: Bubalus bubalis.

Constantemente os búfalos domésticos são confundidos e comparados pela

espécie Syncerus caffer, popularmente denominado de búfalos africanos, os quais

pertencem ao gênero Syncerus. Essa confusão é devida apenas às semelhanças

físicas. A espécie Syncerus caffer ainda não foi domesticada e encontra se em

estado selvagem, são animais que vivem em manadas e habita as pradarias

africanas, além disso, sua genética é diferente constitui de 52 cromossomos.

A espécie Bubalus bubalis também é chamada de búfalo d’água (water

buffalo) e originou três subespécies: Bubalus bubalis variedade bubalis, Bubalus

bubalis, variedade Kerebau e Bubalus bubalis variedade fulvus.

A variedade bubalis pode ser denominada búfalo de rio possui 50

cromossomos, são os animais mais difundidos nos países. Já Bubalus bubalis,

variedade Kerebau conhecida como búfalo de pântano, possui 48 cromossomos e

Bubalus bubalis variedade fulvus, a qual ainda não foi domesticada e possui um

pequeno rebanho localizado apenas na Índia.

Segundo relatos a espécie bubalina (Bubalus bubalis) foi presumivelmente

domesticada durante o terceiro milênio, na Mesopotâmia e Vales Hindus, na China,

durante o segundo milênio a.C.

Inicialmente a espécie foi difundida em vários locais próximos e depois

distantes como o continente europeu, africano e Oceania. Na América Latina os

primeiros animais permaneceram no Brasil, Bolívia, Colômbia e Costa Rica. Embora

haja diversas raças presentes no continente asiático, no Brasil são reconhecidas

segundo Associação Brasileira de Criadores de Búfalos – ABCB quatro raças (Figura

1), as quais são descritas abaixo:

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Figura 1 - Raças de búfalas no Brasil

Fonte: ABCB,2018

Murrah - Originária no Sul Índia, o nome Murrah, significa "caracol" na língua

hindu. Os chifres são inclinados para trás e depois para cima (formando um caracol).

Considerada a raça mais leiteira, sendo indicada para produção de muçarela.

Jafarabadi - O nome desta raça vem da cidade de Jafarabad localizada no

oeste da Índia. É a raça menos compacta e de maior porte. Os chifres são grossos e

estão inclinados para baixo e depois para cima.

Mediterrâneo - também denominado como búfalo preto ou italiano, origina de

animais importados, em diversas épocas, da Itália para a Ilha de Marajó (PA) e mais

tarde, para diversas regiões do Brasil. Os chifres são médios, grossos e curvos

voltados para o alto, possui formato semelhante de meia lua. Foi o primeiro a ser

importado para o Brasil, sendo o bubalino mais difundido no nosso país.

Carabao – ou búfalo Rosilho tem sua origem no norte das Filipinas. Possui

chifres grandes, largos, pontiagudos, voltados para trás. É a raça mais utilizada para

tração.

A fim de diferenciar as raças presentes no Brasil, é importante mencionar

que o formato do chifre e o tamanho são características que permitem distinguir uma

da outra.

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3.1.1 Características da espécie

Os búfalos domésticos adaptam a diversos ambientes e por isso são capazes

de viver em lugares que outros animais ruminantes não consigam sobreviver sejam

em solos pobres de nutrientes, climas secos e áridos, seja em campos alagados e

várzeas, entretanto apesar da ‘’facilidade ‘’ de adaptar a diferentes lugares os

animais precisam de um manejo nutricional eficiente, a fim de conseguir melhores

resultados na produção.

Em geral, as búfalas apresentam uma longevidade alta e ainda se destaca

pela vida útil produtiva pelas matrizes e reprodutores, de aproximadamente 15 anos,

pela alta taxa de natalidade, em torno de 80%, e uma mortalidade inferior a 3% ao

ano (MOREIRA et al., 1994).

Também são características marcantes da espécie bubalina a mansidão e a

calmaria, porém o manejo é um fator importante para contribuir e manifestar com tais

comportamentos.

Os animais apresentam rusticidade, capacidade de aclimatação em

diferentes locais, apreensão de plantas existentes em locais de difícil acesso, maior

resistência a ectoparasitas, menor frequência de mastite; maior resistência às

infecções parasitárias e às intoxicações por plantas tóxicas (AMARAL; ESCRIVÃO,

2005; BASTIANETTO; BARBOSA, 2015).

3.2 Produção mundial de leite bubalino

A bubalinocultura de leite representa uma atividade na pecuária importante,

visto que de acordo com os anos, é possível verificar um aumento na produção

mundial de leite de búfalas (Tabela 1).

Tabela 1 - Produção mundial de leite de búfala

ANOS Toneladas

2000 66.639.473

2010 92.419.231

2016 111.000.836

Fonte: Faostat, 2016

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3.2.1 Rebanho Brasileiro

No Brasil a bubalinocultura apresenta uma divergência em relação ao

tamanho do rebanho, isso ocorre porque a Associação Brasileira de Criadores de

Búfalos (ABCB) declara aproximadamente três milhões de cabeças. Entretanto, o

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reconhece um rebanho com

números reduzidos de animais, atualmente em 2016 com 1.370.941 cabeças.

O IBGE não segmenta os animais destinados para produção de leite nem

para produção de corte. É possível verificar ao longo dos anos um aumento do

rebanho de búfalos domésticos. O rebanho efetivo de bubalinos no Brasil possui

distribuição desuniforme em relação às regiões (Tabela 2).

Tabela 2 - Variável efetivo dos rebanhos de bubalino

Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal, 2016.

Sendo assim, conforme os dados visualiza a evolução do rebanho e

atualmente na liderança encontram-se a região Norte e posteriormente Sudeste e

em último lugar está à região Centro - Oeste (Gráfico 1).

Variável - Efetiva dos rebanhos de bubalinos

Brasil e Grande Região

Nº de cabeças

Ano

2000 2010 2016

Brasil 1.102.551 1.184.511 1.370.941

Norte 700.084 752.830 906.867

Nordeste 85.251 120.458 130.059

Sudeste 82.689 122.312 173.509

Sul 163.292 124.133 100.757

Centro-Oeste 71.235 64.778 59.749

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Gráfico 1 - Distribuição do rebanho bubalino por região

Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal, 2016.

No Brasil habitualmente a bubalinocultura é expressiva em áreas onde o

produtor não consegue estabelecer animais como bovinos, caprinos e ovinos isso

porque obtém dificuldade na produção de alimentos em regiões alagadas e áreas

pantanosas, diante disso a maior concentração do rebanho bubalino está situada na

região Norte, onde o destaque é a produção de carne.

Diante dos dados, infere-se que a grande extensão territorial e diferentes

climas e biomas no Brasil, o búfalo doméstico foi capaz de adaptar em distintas

pastagens e ambientes.

Assim, nota-se que com o decorrer do tempo a bubalinocultura está cada vez

mais crescente no Brasil com dados evidentes de ser uma cultura promissora tanto

para produção de leite ou produção de corte. Tal crescimento do rebanho é devido

às características zootécnicas marcantes da espécie como sua longevidade,

rusticidade mansidão ,assim como sua adaptação as distintas regiões ,bem como

biomas, climas e solos nas regiões brasileiras.

3.2.2 Rebanho do Centro-Oeste

De acordo com os dados do IBGE no ano de 2016, constitui-se o rebanho

estimado na região Centro - Oeste 59.749 cabeças de bubalinos. Em primeiro lugar

Goiás e por último Distrito Federal (Tabela 3).

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Tabela 3 - Rebanho efetivo de bubalino no Centro-Oeste

ESTADOS

REBANHO (cabeças)

TOTAL (%)

Mato Grosso 19.308 32%

Mato Grosso do Sul 13.268 22%

Goiás 26.278 44%

Distrito Federal 895 2%

TOTAL 59.749 100%

Fonte: IBGE- Pesquisa Pecuária Municipal, 2016.

No Mato Grosso, o município de Rondonópolis lidera a maior concentração

de rebanho bubalino (Gráfico 2). Tal liderança pode estar relacionada à presença de

um expressivo laticínio. Gráfico 2 - Ranking dos efetivos de bubalinos em MT

Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal, 2016

3.3 Características do leite bubalino

O leite de búfala apresenta atributos peculiares que distingue de qualquer

outra espécie, possui coloração branco-opaco devido à quase ausência de β-

caroteno na gordura, sabor adocicado e teores de proteína, gordura e minerais

(cálcio e fósforo) maiores se comparado ao leite de vaca (Tabela 4).

2470

1416 1281 1063 1010 1010

Rondonopólis Alta Araguaia Vila Rica Cocalinhos Jangada Nova Brasilândia

Ranking dos 6 maiores municípios

Rebanho (cabeças)

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Tabela 4 - Composição química dos leite de búfala e vaca (g/100g)

Componente Leite de búfala Leite de vaca Proteína (g) 3,82 2,93 Cálcio (mg) 180 107 Ferro (mg) 0,12 0,07 Fósforo (mg) 120 82 Fonte: TBCA (2007)

Por apresentar grandes micelas de caseína, proporciona rápida coagulação

no processamento, com menor quantidade de água e, consequentemente, produto

de corpo mais firme além de possuir gorduras especifica e ácidos em quantidade

menor, que quando liberados aos derivados lácteos contribuem com sabor e aroma

característico (ROCHA, 2008).

Apresenta também maior porcentagem de constituintes, principalmente

gordura, proteína, lactose e sólidos totais (Tabela 5).

Tabela 5 - Composição do leite

Origem Gordura Proteína Lactose Sólidos Totais

Búfala 7,64 4,36 4,83 17,96

Raça de vaca

europeia 3,90 3,47 4,75 12,82

Raça de vaca

zebuína 4,97 3,18 4,59 13,45

Humano 3,90 1,30 7,00 12,45

Fonte: Charles e Jonson (1975)

A quantidade de gordura e proteína assume maior relevância por serem

responsáveis pelas características físicas (estrutura, cor, sabor) do leite (BRITO e

DIAS, 1998), além de serem os componentes de maior valor econômico para os

laticínios, proporcionando melhor rendimento na obtenção de derivados

(MADALENA, 1986). Já o sólido total representa todos os componentes do leite

exceto a água.

Sem dúvida, o derivado mais conhecido é o queijo de búfala. Segundo a

Faostat, o Egito é o país que mais produz o queijo, seguido da Itália (Gráfico 3).

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Gráfico 3 - Produção mundial de queijo de búfala

Fonte: Faostat,2014

A exploração leiteira é um forte atrativo aos produtores devido ao retorno

econômico e comercial, já que o leite é destinado em sua totalidade à produção de

queijo "mozzarella", apresentando, desta forma, mercado assegurado com preços

compensatórios (MACEDO, 2001).

O leite de búfala apresenta maior concentração de sólidos totais em virtude

disso, o rendimento industrial de derivados lácteos também será maior e

consequentemente terá maior remuneração no mercado financeiro se comparado ao

leite de vaca (Tabela 6).

Tabela 6 - Rendimento do leite de búfala e de vaca, na produção de derivados

Tipo de derivado Rendimento Litros/Quilo leite de vaca (média)

Rendimento Litros/Quilo leite de búfala

Queijo Minas Frescal 5,5 L/Kg 3,45 L/Kg

Queijo Minas Padrão 7,5 L/Kg 4,75 L/Kg

Muçarela 10 L/Kg 6 L/Kg

Doce de leite pastoso 2,3 L/Kg 1,7 L/Kg Requeijão de corte 12L/Kg 7,2 L/Kg

Fonte: Castro (2016)

Atualmente, o mercado está cada vez mais competitivo, por outro lado os

consumidores estão exigentes e em busca de algo novo, assim estão presentes uma

diversidade de diferentes produtos oriundos do leite de búfala, a fim de agradar a

diferentes paladares entre os derivados estão: provolone, requeijão, ricota,

manteiga, queijo tipo minas, provola, rapadura, doce de leite entre outros.

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4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO

O estágio foi realizado no município de Jangada que é um município brasileiro

do estado de Mato Grosso.

4.1 Fazenda São João da Barra

A Fazenda São João da Barra está localizada no município de Jangada –

MT, com área aproximada de 400 hectares (Figura 2), cujos proprietários são:

Joaquim Junqueira e Madalena Ferraz Junqueira.

Figura 2 - Vista aérea da Fazenda São João da Barra

Fonte: Joaquim Junqueira

A fazenda possui rebanho de bubalino com aptidão para produção de leite

com predomínio da raça Murrah (Figura 3) e alguns animais pertencentes a raças

Jafarabadi. A fazenda tem como finalidade a produção de derivados do leite.

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Figura 3 - Rebanho bubalino com predomínio da raça Murrah

Fonte: Arquivo Pessoal

4.2 Infraestrutura

Possui uma sede com escritório e a casa dos funcionários. Entre seus

maquinários, 1 trator, 1 arado, 1 roçadeira e 1 motocicleta. Dentro da fazenda não

existe fábrica de ração, porém possui forragem disponível para o consumo dos

animais. Para o consumo de sal e concentrado, os quais são utilizados no manejo

dos animais advém de empresas externas localizada em Cuiabá e Várzea Grande.

Setor Ordenha

A fazenda possui mão de obra contratada, dois funcionários são responsáveis

no manejo da ordenha.

Setor do manejo dos animais

O manejo sanitário e nutricional dos bezerros, búfalas em: lactação, pré-parto,

pós-parto e vazias são feitos pelos funcionários da ordenha com mais um auxiliar.

Setor Laticínio

Duas funcionárias atuam no laticínio na fabricação dos queijos e doces.

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Setor de Administração

O gerenciamento, controle leiteiro e controle do rebanho são realizados e os

dados dos animais são atualizados no programa de computador (Excel®) por uma

funcionária do laticínio, que anota e registra as informações pertinentes com ajuda

dos funcionários.

Os funcionários residem na fazenda em casas separadas. As mulheres que

trabalham são esposas dos funcionários. Para auxiliar as tarefas do manejo de pasto

e serviços gerais foi contratado um funcionário. No período de maior produção de

leite o proprietário contrata mais 2 pessoas para não sobrecarregar os funcionários.

Devido ao maior valor agregado não é comercializado o leite apenas é

fabricado de forma artesanal derivados do leite especialmente a produção de queijos

e doce de leite (Figura 4).

Figura 4 - Doce de leite (A), Muçarela (B) e (C)

Fonte: Arquivo Pessoal

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5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO

5.1 Atividades desenvolvidas

5.1.1 Ordenha

O sistema da ordenha é mecanizado sendo realizada todos os dias, uma vez

por dia, às 5h. A ordenha é do tipo tandem (ou fila indiana), com bezerro ao pé.

No período da manhã, os funcionários apartavam as búfalas para a ordenha,

pois passavam a noite a pasto, depois da ordenha as búfalas ficavam juntas com o

bezerro. Entretanto, os bezerros permaneciam à noite com alimentação e água no

cocho dentro do curral, a fim de que não procurasse a mãe durante a noite e

esgotasse o leite e evitar perda ou ataques de predadores.

5.1.1.2 Pré-dipping

Era visível o cuidado da higiene pelos ordenhadores com roupas limpas e

unhas curtas. Não havia presença de cachorros ou outros animais. Além disso, o

local era limpo sem presença de moscas. As tetas das búfalas não eram lavadas

com sabão apenas com água corrente.

5.1.1.3 Pós-dipping

Após a ordenha, os bezerros permaneciam com a mãe com objetivo de evitar

contaminação de mastite, já que com a saliva do bezerro reduz de riscos

de mastite ambiental.

5.1.1.4 Manejo do curral

Após a ordenha de todas as búfalas, o curral era limpo. Todos os utensílios

utilizados durante a ordenha eram lavados com detergente neutro.

5.2. Controle leiteiro

O controle leiteiro é feito 2 vezes durante o mês. Cada búfala possui um

brinco de identificação localizado na orelha, sendo possível determinar no momento

da ordenha a mensuração da produção de leite de cada animal, o registro do peso

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do leite é determinado por meio de uma balança, a qual definiu o peso do leite em

quilo.

5.2.1 Pesagem do leite

A pesagem do leite era feita a cada 15 dias, durante um mês eram realizados

duas pesagens. Entretanto, apenas no mês de fevereiro foi verificado 3 pesagens do

leite durante o ano 2016.

5.2.2 Produção de leite F.S.J. B

No gráfico 3 estão apresentados os dados da produção média de leite em

quilo no rebanho durante cinco meses: períodos de fevereiro até junho, referente ao

ano de 2016.

Gráfico 4 - Peso do leite (fevereiro até junho)

Fonte: Joaquim Junqueira Já o gráfico 4, é possível visualizar a produção de leite total durante cinco

meses nos períodos de junho a outubro, referente ao ano de 2016.

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Gráfico 5 - Peso do leite (junho até outubro)

Fonte: Joaquim Junqueira

5.3 Discussões

Diante dos dados ,a búfala que apresentou conforme as pesagens ,maior

quantidade de quilo foi a búfala que possui o brinco 356, a qual nos períodos

analisados num total de 9 meses (fevereiro a outubro) sendo realizada 19 pesagens

,produziu 245 kg de leite .

Figura 5 - Búfala maior produtora de leite no ano de 2016

Fonte:Arquivo Pessoal

5.3.1 Sazonalidade da espécie

A espécie bubalina é poliéstrica estacional de dia curto, apresentando

aumento da atividade reprodutiva nos meses de outono e inverno (BARUSELI et al.,

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2007; BASTIANETTO, 2005). A sazonalidade reprodutiva da espécie se reflete na

distribuição da oferta de leite de búfalas à indústria.

No mercado brasileiro, a demanda por derivados é relativamente constante

durante o ano daí, alguns estabelecimentos, particularmente os que possuem

rebanhos próprios, vêm buscando desestacionalizar às parições a fim de atingir uma

maior regularidade na oferta de matéria prima durante todo o ano, através do uso de

biotecnologias adequadas de reprodução (BERNARDES, 2007).

O gráfico 5 evidencia o controle total dos índices pluviométricos nos períodos

da seca e águas durante 10 anos, de modo que é perceptível a heterogenia dos

períodos analisados. Tal efeito é esperado, em virtude das mudanças climáticas,

fatores externos e ações provocadas do homem como: excesso de poluição,

desmatamento entre outras causas.

Gráfico 6 - Precipitação pluviométrica total período seca e águas

Fonte: Joaquim Junqueira

O gráfico 6 indica a influência dos índices pluviométricos em relação à

produção de leite no ano de 2016. Dessa forma, é justificável mencionar que

acontece uma maior produção de leite nos períodos que ocorre chuva. É também

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um fator associado a tal situação é a estacionalidade reprodutiva, ou seja, a

concentração de parição das búfalas ocorre nos picos de dezembro a março.

Gráfico 7 - Relação precipitação pluviométrica e produção de leite

Fonte: Joaquim Junqueira

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6. CONCLUSÕES

Foi possível concluir que a produção de leite sofreu influência: do mês do

controle leiteiro, período, estação reprodutiva, índice de pluviosidade. Tais

conhecimentos são importantes para registrar como também estimar a produção de

leite de cada animal, além disso, é uma ferramenta para selecionar os melhores

animais.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O profissional de Zootecnia trabalha para que os animais vivam em boas

condições, cuidando do peso, da saúde e da alimentação. Na cadeia produtiva da

bubalinocultura não é diferente, torna-se fundamentais novos profissionais a fim de atuar

e aumentar a produtividade, respeitando sempre o bem estar dos animais.

É importante mencionar que o leite de origem bubalina apresenta

características favoráveis no que tange a qualidade nutricional, de modo que é

preciso difundir seja pelo meio de comunicação (jornais, rádio, revistas) seja por

rede social (Facebook, Instragram) os benefícios do consumo.

Além disso, torna- se pertinente fomentar a bubalinocultura no Brasil com

projetos do governo federal e estadual, a fim de incentivar pequenos produtores para

iniciar tal atividade agropecuária.

O estágio oferecido pela Fazenda São João da Barra, possibilitou aprender e

vivenciar na prática os conceitos vistos em sala de aula, além de conhecer novas

alternativas e formas para resolução de problemas envolvendo a bubalinocultura de

leite.

A realização do estágio permitiu experiência pessoal, no convívio e

aprendizado no crescimento interpessoal.

.

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REFERÊNCIAS

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