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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
WILIAN NASCIMENTO LOPES
RESPONSABILIDADE TÉCNICA: CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE
UM PROFISSIONAL HABILITADO NO PROJETO E EXECUÇÃO DE UMA
EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL UNIFAMILIAR
Barra do Garças
2019
WILIAN NASCIMENTO LOPES
RESPONSABILIDADE TÉCNICA: CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE
UM PROFISSIONAL HABILITADO NO PROJETO E EXECUÇÃO DE UMA
EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL UNIFAMILIAR
Trabalho de conclusão de Curso
apresentado ao curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário
do Araguaia, como parte das exigências para obtenção do grau de bacharel em Engenharia Civil.
Orientadora: Prof.° Esp. Jéssica Nathália Florêncio
Zampieri
Barra do Garças
2019
Em memória ao meu avô Buluca e minha irmã Elisa, que
infelizmente não puderam estar presentes nessa etapa
tão importante da minha vida.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus pelo dom da vida e por não ter me
abandonado nessa caminhada em busca da realização desse sonho.
Ao meu pai Uhelio por ser a minha referência como ser humano, pela
compreensão e carinho, pelos conselhos e pela força, pois sem ele eu não
estaria aqui.
A minha mãe Lilian e a Camilla pelo amor, carinho e compreensão, me
apoiando sempre para que eu não desistisse dos meus objetivos,
principalmente nas horas mais difíceis durante esses anos.
As minhas irmãs Monisi e Priscila pela companhia e bons momentos,
me amando mesmo apesar dos meus erros.
A minha tia Cleide por ter sido uma segunda mãe para mim ao longo
desses quatro anos e as minhas avós Valdenora e Uacy, sempre me ajudando,
me incentivando e me mantendo da melhor maneira possível.
A minha Madrinha Cleidnar e ao meu padrinho Pethersen por cuidarem
de mim e serem exemplos na minha criação.
Aos meus amigos Fabiano Rabaneda e Marcos da Rosa que estiveram
presentes no decorrer do curso, agradeço a amizade e tenho orgulho em poder
tê-los como companheiros de profissão, além da certeza de que os dois
também serão excelentes profissionais.
A minha orientadora Prof. Esp. Jéssica Zampieri, por me direcionar e
por compartilhar seus conhecimentos, dando exemplo de profissionalismo e
competência, repassando seu conhecimento como professora e orientadora e
em especial à concretização deste Trabalho de Conclusão de Curso.
A todos os professores que participaram da minha formação, ao
Grings, ao Ferreto Matemática e outros canais de estudo.
Aos demais familiares e amigos que direta ou indiretamente
participaram dessa conquista e torceram por mim. A todos minha enorme e
humilde gratidão.
"Prosperei com o suor do meu trabalho. Me guardei,
lutei sem buscar atalho.”
Projota
RESUMO
Pesquisas encomendadas pelo CAU ao Datafolha e exibidas no
Fantástico em 11 de outubro de 2015, mostraram que 54% dos brasileiros construíram ou reformaram sua moradia, onde deste grupo 85,4% fizeram o serviço sem orientação técnica adequada. Segundo o Código de Obras de Rio
Verde- GO toda obra deve possuir responsável técnico legalmente habilitado para projeto e execuções realizadas dentro do município. O presente trabalho buscou por meio de estudo de caso e através de uma pesquisa de natureza
descritiva, com base em bibliografias, fotos, documentos e aplicação de questionários, estudar uma obra residencial, localizada no município de Rio Verde- GO, apresentando falhas de projeto e execução relacionadas às
consequências da falta de um profissional habilitado, quanto à sua responsabilidade sobre as atividades técnicas descritas na ART emitida por ele. Foi possível, em posse das fotos e dados obtidos, fazer uma análise e
concluir que a obra em estudo está sujeita a problemas como: elementos estruturais em desacordo com as Normas Técnicas e executados com concretos sem nenhum controle de qualidade, defeitos construtivos que podem
vir a gerar mais patologias futuras, execuções em desacordo com o projeto arquitetônico, redução da qualidade do serviço dentro do canteiro de obras e a necessidade de possíveis intervenções futuras para reparos, que segundo
Sitter (1984), o custo relativo para uma intervenção é aumentado em cinco vezes a cada etapa e fase da produção.
Palavras-chave: Responsabilidade Técnica; Estudo de caso; Projeto e
execução; Profissional Habilitado.
ABSTRACT
Surveys commissioned by the CAU from Datafolha and displayed on Fantástico on October 11, 2015, showed that 54% of Brazilians built or reformed their
homes, where 85.4% of them did the service without adequate technical guidance. According to the Code of Works of Rio Verde - GO, every work must have a legally qualified technician responsible for project and execution carried
out within the municipality. The present work sought through a case study and through a research of a descriptive nature, based on bibliographies, photos, documents and application of questionnaires, study a residential project,
located in the municipality of Rio Verde - GO, presenting project failures and execution related to the consequences of the lack of a qualified professional, as to their responsibility for the technical activities described in the ART issued by
him. It was possible, in possession of the photos and data obtained, to make an analysis and conclude that the work under study is subject to problems such as: structural elements in disagreement with the Technical Norms and executed
with concretes without any quality control, constructive defects that may come to generate more future pathologies, executions in disagreement with the architectural project, reduction of the quality of the service within the
construction site and the need for possible future interventions for repairs, which according to Sitter (1984), the relative cost for an intervention is increased in five times at each stage and stage of production.
Keywords: Technical responsability; Case study; Design and
execution; Qualified professional.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Exemplo de Projeto arquitetônico residencial (fachadas e
cortes). .................................................................................................................. 24
Figura 2 –Exemplo de Projeto arquitetônico residencial. ..................... 25
Figura 3 – Maquete eletrônica em três dimensões ............................... 26
Figura 4 – Esquema de instalação elétrica residencial. ....................... 27
Figura 5 – Planta de projeto elétrico residencial. .................................. 28
Figura 6 – Tubos de PVC soldáveis e roscáveis. ................................. 31
Figura 7 – Instalação predial de água fria. ............................................ 32
Figura 8 – Detalhe isométrico de instalação água fria para banheiro. . 33
Figura 9 – Partes da instalação de esgoto sanitário. ............................ 34
Figura 10 – Planta de um banheiro com detalhamento de esgoto
sanitário. ............................................................................................................... 35
Figura 11 – Perspectiva de parte de edifício: principais elementos
estruturais. ............................................................................................................ 36
Figura 12 – Exemplo de Detalhe da Planta de Forma de uma estrutura.
.............................................................................................................................. 38
Figura 13 – Garagem e posição dos pilares ......................................... 38
Figura 16 – Corrosão de armaduras em subsolo de edifício por
infiltração de água. ............................................................................................... 44
Figura 17 – Ataque em indústria têxtil ................................................... 45
Figura 18 – Ataque por água do mar. .................................................... 46
Figura 19 – Fundação de edifício com manifestação de reação álcali-
agregado. .............................................................................................................. 46
Figura 20 – Relação entre os conceitos de durabilidade e desempenho
das estruturas de concreto armado. .................................................................... 47
Figura 21 – Espaçador Circular. ............................................................ 49
Figura 22 – Utilização de espaçador circular em pilar. ......................... 49
Figura 23 – Espaçador Tipo Torre. ........................................................ 50
Figura 24 – Disposição de espaçadores em laje antes da concretagem.
.............................................................................................................................. 50
Figura 25 – Interferência geométrica entre viga, tubulação e conduítes.
.............................................................................................................................. 53
Figura 26 – Incompatibilização (arquitetura x estrutural)...................... 54
Figura 27 – Tubulação interceptando o pilar. ........................................ 54
Figura 28 – Integração e compatibilização entre projetos. ................... 55
Figura 29 – Trinca no encamisamento do tubo de decida de água
pluvial. ................................................................................................................... 58
Figura 30 – Trinca em piso de mármore. .............................................. 59
Figura 31 – Trinca em parede................................................................ 59
Figura 32 – Eflorescência causada por infiltração. ............................... 60
Figura 33 – Desenvolvimento metodológico. ........................................ 62
Figura 34 – Mapa da cidade de Rio Verde – GO. ................................. 64
Figura 35 – Planta Baixa ........................................................................ 65
Figura 36 – Prancha inicial do projeto arquitetônico. ............................ 67
Figura 37 – Prancha readequada do projeto arquitetônico. ................. 68
Figura 38 – Observações da SUDERV quanto ao Alvará de Licença. 70
Figura 39 – Carimbo do projeto arquitetônico inicial feito pela pessoa
não habilitada. ...................................................................................................... 71
Figura 40 – Carimbo do projeto arquitetônico refeito por um profissional
habilitado. ............................................................................................................. 72
Figura 41 – Plantas Baixas dos dois projetos arquitetônicos. .............. 73
Figura 42 – Corte B-B do projeto inicial................................................. 74
Figura 43 – Como deveria ser o corte B-B. ........................................... 74
Figura 44 – Erro de detalhe na Janela da Cozinha .............................. 75
Figura 45 – detalhe na Janela da Cozinha corrigido no projeto final ... 75
Figura 46 – Alterações da Atividade Técnica na ART .......................... 76
Figura 47 – Locação da tubulação sanitária do banheiro social .......... 77
Figura 48 – Exemplo de posicionamento correto de tubulação sanitária
.............................................................................................................................. 78
Figura 49– Vão criado para embutimento de armário na suíte 2 ......... 79
Figura 50 – Detalhe da suíte 2 no projeto aprovado ............................. 80
Figura 51 – Detalhe da suíte 2 no projeto aprovado ............................. 81
Figura 52 – Exposição da armadura em pilar ....................................... 81
Figura 53 – Exposição da armadura em viga........................................ 82
Figura 54 – Execução das vigas da sala ............................................... 84
Figura 55 – Esquema demonstrativo de ferragem 7x14 ....................... 85
Figura 56 – Conduítes na laje ................................................................ 87
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Registro de ARTs por ano em Mato Grosso. ..................... 21
Gráfico 2 - Capacidade de influenciar os custos do empreendimento ao
longo das fases. ................................................................................................... 52
Gráfico 3 – Lei de evolução dos custos ................................................ 61
Gráfico 4 – Respostas em acordo ou desacordo entre os profissionais
.............................................................................................................................. 90
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Classes de agressividade ambiental (CAA). ..................... 40
Quadro 2 – Correspondência entre a classe de agressividade e a
qualidade do concreto. ......................................................................................... 41
Quadro 3 – Correspondência entre a classe de agressividade
ambiental e o cobrimento nominal para Δc= 10 mm. ......................................... 41
Quadro 4 – Valores do coeficiente adicional γn para pilares ............... 86
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 15
2. OBJETIVOS ..................................................................................... 16
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................... 16
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS..................................................... 16
3. JUSTIFICATIVA .............................................................................. 17
4. REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................. 19
4.1 ENGENHARIA CIVIL ................................................................ 19
4.1.1 Breve Histórico ................................................................... 19
4.1.2 Responsabilidade Civil...................................................... 19
4.1.3 Assinatura de Responsabilidade Técnica (ART) ........... 20
4.2 PROJETOS ............................................................................... 22
4.2.1 Definição ............................................................................. 23
4.2.2 Projeto Arquitetônico ........................................................ 23
4.2.3 Projeto Elétrico ................................................................... 26
4.2.4 Projeto Hidrossanitário ..................................................... 30
4.2.4.1 Instalação predial de água fria ...................................... 30
4.2.4.2 Sistema de esgoto ......................................................... 34
4.2.5 Concepção Estrutural de estruturas de concreto ......... 36
4.2.5.1 ABNT NBR 6118:2014 .................................................. 39
4.2.5.2 Critérios de projeto para durabilidade de estruturas de
concreto armado .....................................................................................43
4.2.6 Controle de Qualidade....................................................... 51
4.2.7 Compatibilização ................................................................ 52
4.3 VISTORIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL .................................... 56
4.3.1 Conflitos relativos à construção civil ............................. 56
4.3.2 Vícios e Defeitos construtivos ......................................... 57
5. METODOLOGIA .............................................................................. 61
5.1 DEFINIÇÃO DA EDIFICAÇÃO ................................................. 63
5.2 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO .......................................... 66
5.3 CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO ........ 67
5.4 LEVANTAMENTO DE FALHAS E IRREGULARIDADES DE
PROJETO E EXECUÇÃO ................................................................................ 68
6. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................... 69
6.1 FALHAS DE PROJETO ............................................................ 69
6.1.1 Exigências para aprovação do Alvará de Licença e
falhas de
projeto...................................................................................................70
6.1.1.1 Análise das observações feitas pela SUDERV ............ 70
6.1.1.2 Considerações quanto a ART ....................................... 75
6.1.2 Falhas de execução da obra ............................................. 76
6.1.2.1 Locação da tubulação sanitária do banheiro social ..... 76
6.1.2.2 Vão criado para embutimento de armário na suíte 2 ... 79
6.1.2.3 Exposição da armadura em pilar e viga ....................... 81
6.2 ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO................................................ 83
7. CONCLUSÃO .................................................................................. 91
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................... 92
ANEXO I - Projeto arquitetônico da residência base........................... 103
ANEXO II - Questionários ..................................................................... 110
ANEXO III – Documentos ..................................................................... 111
15
1. INTRODUÇÃO
Os conhecimentos estudados durante a graduação em Engenharia
Civil trazem ampla visão para que o engenheiro possa analisar e aplicar
técnicas adequadas para cada tipo de situação, objetivando a otimização dos
dimensionamentos estruturais, economia de material e mão de obra, além de
agilidade e qualidade na execução.
O engenheiro civil possui um fundamental papel social e deve se
comportar de maneira profissional durante sua atuação, pois a construção civil
possui o intuito de alavancar e favorecer a sociedade para que o país possa se
desenvolver, seja melhorando estradas, proporcionando novas moradias,
encurtando distâncias ou realizando obras que melhore a qualidade de vida
das pessoas.
Segundo Silva et al. (2011) é fundamental que o engenheiro seja um
profissional coerente, que possua técnica e criatividade, que atue de maneira
crítica e que possua ética para avaliar os danos que uma obra possa causar ao
meio ambiente e se necessário saiba como recompensar para amenizar esses
danos ambientais.
A Lei 5.194 do Confea - Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
assegura o exercício da profissão de engenheiro à profissionais que possuam
diploma devidamente reconhecido no país e que estejam registrados nos
Conselhos Regionais. Em seu Art. 6° (item C) a Lei 5.194 trata como “exercício
ilegal da profissão” o ato de um profissional “emprestar seu nome a pessoas,
firmas, organizações ou empresas executoras de obras e serviços sem sua real
participação nos trabalhos delas”.
Os CREAs – Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia,
possuem o papel de fiscalizar o exercício profissional. De acordo com o Código
de Ética do Profissional da Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da
Geografia e da Meteorologia (2014) os CREAs possuem o papel de defender a
sociedade das práticas ilegais e orientar os profissionais registrados para que
atuem de maneira ética, profissional e de acordo com as Leis Vigentes. Ao
obter seu registro no Conselho de sua região cada engenheiro deve ter a plena
16
consciência de que contigo está a obrigação social de melhorar a qualidade de
vida das pessoas que usufruirão de seus serviços.
“Execução de projetos detalhados e planejamento cuidadoso de
insumos de fornecimento e serviços ainda são exceções nas obras brasileiras.
Este panorama começa a mudar nas grandes cidades.” (BURIN et al, 2009)
Nosso país ainda possui a política de promover manutenções corretivas,
deixando de lado as manutenções preventivas, que seria avaliar e manter a
estrutura bem cuidada de forma periódica ao invés de apenas tomar
providências após a ocorrência do problema. A Resolução n° 345 de 27 de
julho de 1990, do Confea, em seu artigo 3 deixa claro que apenas possui pleno
direito avaliações efetivadas por pessoas físicas ou jurídicas registradas nos
CREAs, ou seja, apenas profissionais habilitados podem realizar avaliações de
obras civis e emitirem parecer legal sobre esta.
O presente trabalho busca apresentar falhas de projeto e execução de
uma residência em estudo, visando a análise das consequências da falta de
um profissional habilitado, quanto à sua responsabilidade sobre as atividades
técnicas descritas na ART emitida por ele.
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Estudar as dificuldades que uma edificação pode vir a sofrer por falta de
acompanhamento técnico no projeto e execução.
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS
Identificar as consequências da falta de um profissional habilitado no projeto e
execução de uma edificação residencial unifamiliar;
Analisar os elementos estruturais executados em obra de acordo com a ABNT
NBR 6118:2014;
Apontar falhas de execução em fases distintas da obra;
17
3. JUSTIFICATIVA
O ramo da construção civil oscila frequentemente e está ligado
diretamente à economia do país, visto que para se construir é necessário
investimentos. Um dos grandes problemas ligados ao desenvolvimento no
ramo da construção é a baixa cultura do brasileiro em contratar um profissional
especializado para planejar e executar sua obra. Uma pesquisa encomendada
pelo CAU ao Datafolha e exibidas no Fantástico em 11 de outubro de 2015,
mostra que 54% dos brasileiros construíram ou reformaram sua moradia, onde
deste grupo 85,4% fizeram o serviço sem orientação técnica adequada.
Em dezembro de 2018 uma mulher de 57 anos morreu soterrada após
um barraco deslizar sobre sua casa na Região Nordeste de Belo Horizonte.
Segundo o corpo de bombeiros ao site de notícias G1 (2018), um temporal teria
ocasionado um deslizamento de terra em um talude de elevada inclinação, o
que levou ao desastre. Ainda de acordo com o G1 (2018), em reportagem, “o
sargento disse que o que causou o desabamento foi o excesso de chuva e a
provável construção de casas em locais irregulares.” Vale ressaltar que estes
são problemas ligados à engenharia e à fiscalização, uma vez que a
estabilidade de taludes e a regularização de obras além de serem atividades
pertinentes à engenharia civil também são assuntos base dessa tragédia.
Outro caso de desabamento ocorreu em Osasco – SP. Um sobrado de
três andares desabou após moradores escutarem estalos na estrutura e saírem
do local. Segundo o site G1 (2018) “A Sabesp informou ter vistoriado a casa
que desmoronou, em maio de 2017, após solicitação da Prefeitura de Osasco.”
Sabesp é a companhia de saneamento básico de São Paulo, que teria
realizado a vistoria na casa e identificado trincas ainda em 2017. O
desabamento ocorreu em 21 de março de 2018, atingindo todos os três
pavimentos da edificação.
Segundo Pati (2018) em reportagem do site EXAME, ao analisar dados
sobre os profissionais qualificados demitidos, destacou-se que o engenheiro é
o que possui maior índice de demissão, ocasionando sua migração para outras
áreas, ou até mesmo fazendo com que se “prostituam profissionalmente” ao
realizarem serviços cobrando preços incrivelmente baixos em busca de
18
minimizar os efeitos da concorrência, que liga a alta quantidade de
profissionais e baixa procura por serviços.
É notório que a construção civil no Brasil é fator fundamental no
desenvolvimento social e econômico do país gerando empregos formais,
informais e diretos, fazendo com que este setor seja um dos nossos grandes
empregadores.
Em reportagem, Silveira apresenta um fato relevante sobre
responsabilidade técnica de engenheiros:
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea/MT), engenheiro agrônomo João Pedro Valente, identificou no início de sua gestão um engenheiro que havia assinado 1.208 Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs), em apenas um ano, o que foi considerado absurdo pelo órgão. Além disso, o novo gestor afirmou que irá intensificar ações contra os conhecidos ‘canetinhas de ouro’, que apenas assinam o documento, mas não acompanham a obra. (SILVEIRA, 2018)
Em Rio Verde- GO a Lei n° 3.636/98 “Dispõe sobre o Código de Obras
do Município e dá outras providências” em sua SEÇÃO III Art. 8° parágrafo 5°
trata de que o requerente deverá, após a aprovação do Anteprojeto ou após
Consulta Prévia apresentar ao órgão competente da Prefeitura os projetos da
obra e a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Desta forma, toda obra
deve possuir responsável técnico legalmente habilitado para projeto e
execuções realizadas dentro do município.
A lei 5.194/96 “Regula o exercício das profissões de Engenheiro,
Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras providências” traz em seu
Capitulo II os seguintes artigos:
Art. 21 – “Sempre que o autor do projeto convocar, para o desempenho do seu
encargo, o concurso de profissionais da organização de profissionais
especializados e legalmente habilitados, serão estes havidos como
corresponsáveis na parte que lhes diga respeito.”;
Art. 22 “Ao autor do projeto ou aos seus prepostos é assegurado o direito de
acompanhar a execução da obra, de modo a garantir a sua realização, de
acordo com as condições, especificações e demais pormenores técnicos nele
estabelecidos.”
19
Diante de todas essas considerações, entende-se que a presença do
profissional habilitado dentro e fora do canteiro de obras é fundamental para
sanar ou minimizar efeitos da falta de capacitação da mão de obra, tirar
possíveis duvidas do empreiteiro, manter a obra regularizada e barrar decisões
sem fundamento técnico durante as etapas de execução, fazendo com que a
realidade siga o projeto e que caso necessário sejam feitas as alterações ainda
a tempo de compatibilizá-las.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 ENGENHARIA CIVIL
4.1.1 Breve Histórico
De acordo com Demétrio (1989) a Educação Profissional a nível
superior no Brasil começou com D. João VI, devido a transferência da Corte
Portuguesa, composta por cerca de 15 mil pessoas que deixava Portugal com
vinda para o Brasil em 1808. Demétrio (1989) relata ainda que través da Carta
Régia, de 4 de dezembro de 1810, foi criada a Academia Real Militar do Rio de
Janeiro, com o intuito de formar especialistas militares em fortificações. Em
1858 a Academia militar passou a se chamar Escola Central, e além de formar
engenheiros civis, também visava ensinar matemática e ciências naturais.
Segundo ele, foram criadas ainda outras escolas destinadas a formação de
engenheiros, sendo algumas delas a Escola de Minas e Metalurgia de Ouro
Preto em 1875, a Escola Politécnica de São Paulo em 1894 e o Mackenzie
College em 1897, hoje conhecido como Escola de Engenharia da Universidade
Mackenzie.
4.1.2 Responsabilidade Civil
A responsabilidade civil é a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros, em razão de ato por ela mesma praticado,
20
por pessoa por quem ela responde, por alguma coisa a ela pertencente ou de simples imposição legal. (DINIZ, 2008 apud SANTOS, p.38, 2008).
De acordo com o Código Civil a Responsabilidade Civil é classificada
em dois tipos que se diferenciam de acordo com a presença ou não de Culpa:
Subjetiva e Objetiva. Na Responsabilidade Subjetiva há a presença da culpa,
enquanto na Responsabilidade Objetiva não há a presença da culpa.
O Engenheiro “é um dos profissionais liberais que mais responde no campo da Responsabilidade Civil, e que eles podem ser responsabilizados tanto objetivamente como subjetivamente, isso vai decorrer da responsabilidade que assumirem.” (OLIVEIRA, 2016)
Ainda segundo Oliveira (2016) apenas com o descumprimento de uma
obrigação, devidamente comprovado por elementos que demonstrem como os
fatores estão interligados, é que surge a Responsabilidade Civil e que ela pode
ser aplicada. Para que danos sejam evitados, o engenheiro deve estar em
constante aperfeiçoamento, melhorando seu conhecimento e técnicas para que
evite ao longo de sua carreira fatores que possam gerar danos.
O artigo 618 do Código Civil (2002) diz que:
“Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo. Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da obra que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito”.
A Responsabilidade Civil está ligada também com o tipo de empreita que
foi negociada, podendo ela ser de dois tipos. O primeiro tipo se trata da
empreita de lavor (de mão de obra), onde o empreiteiro fornece apenas sua
mão de obra, ou a empreita mista (de material), onde o empreiteiro além de
fornecer sua mão de obra também se responsabiliza pelo material utilizado na
execução do serviço.
4.1.3 Assinatura de Responsabilidade Técnica (ART)
Segundo RESOLUÇÃO Nº 1.025, de 30 de outubro de 2009 a ART é o
instrumento que define, para os efeitos legais, os responsáveis técnicos pela
execução de obras ou prestação de serviços relativos às profissões abrangidas
pelo Sistema Confea/Crea. A LEI Nº 6.496 - DE 7 DE DEZ 1977 estabelece
21
que todo contrato verbal ou escrito para execução ou prestação de quaisquer
serviços de Engenharia, Arquitetura e Agronomia fica sujeito à “Anotação de
Responsabilidade Técnica” (ART).
Além disso, a LEI Nº 6.496 - de 7 DE dezembro de 1977 define que a
ART deve ser feita pelo profissional ou pela empresa no CREA, de acordo com
Resolução do próprio Confea, que por sua vez fixa os valores das taxas
referentes à emissão. A falta da ART sujeita o profissional ou a empresa a
multas previstas no Art. 73 da Lei nº5.194, de 24 DEZ 1966 e demais
penalidades legais.
De acordo com o site do CREA-GO, a cidade de Rio Verde- GO possui,
até a data da pesquisa feita em 07 de fevereiro de 2019, um total de 304
profissionais registrados com o título de Engenheiro Civil. O site não
disponibiliza dados de quantas ARTs foram emitidas anualmente, mas para
que se tenha uma ideia, pode-se analisar os dados estatísticos de emissões
anuais de ARTs em Mato Grosso, de acordo com o CREA-MT, conforme o
Gráfico 1.
Gráfico 1 – Registro de ARTs por ano em Mato Grosso.
22
Fonte: CREA-MT (07 de fevereiro de 2019)
De acordo com o gráfico, a média anual de emissões de ARTs é de
131025, desconsiderando o ano de 2019 que ainda não foi finalizado. Também
é notório que entre 2015 e 2018 o número de emissões aumentou
gradativamente em Mato Grosso. Dentre os tipos de ARTs que podem ser
emitidas, o engenheiro civil pode ser o responsável por elaborar projetos de
vários tipos e emitir suas ARTs. Os projetos estruturais, elétricos e hidro-
sanitários são alguns dos tipos de projetos que podem ser elaborados e
assinados pelo engenheiro civil.
4.2 PROJETOS
A busca pela racionalização na construção depende de um projeto bem elaborado. As falhas de projeto e o retrabalho custam infinitamente mais caro. Um projeto representa, em geral, 1 ou 2% do custo total da obra. Ao passo que uma solução bem desenvolvida gera uma economia de 15 a 20%. (BRANDÃO, 1998)
23
Graziano (2003) relata que por volta dos anos 60, o surgimento de
escritórios de arquitetura, instalações e estrutura começaram a surgir devido à
alta demanda imobiliária, constituídos por profissionais que antes trabalhavam
dentro de empresas que projetavam e construíam, desta forma, era possível a
coordenação dos trabalhos pelo mesmo profissional projetista. Ao longo dos
anos os construtores e projetistas foram tomando caminhos cada vez mais
voltados para seu papel, fazendo com que cada um cuidasse de sua etapa e
não mais participassem do projeto e da execução.
Ainda de acordo com Graziano (2013), foi em meados dos anos 80 que
surgiu então a necessidade das empresas em compatibilizarem seus projetos,
criando equipes extras, o que levava ao aumento dos custos também com
esses profissionais.
Mikaldo e Scheer (2008) afirmam que outros motivos que justificam a
necessidade de coordenar e compatibilizar projetos são a especialização nas
diferentes áreas de projeto, o aumento crescente de soluções tecnológicas
sendo aplicadas nas obras e a conformação de projetistas.
A compatibilização nos dias atuais pode ser realizada através de softwares, como o CAD e a tecnologia Building Information Modeling (BIM), baseados respectivamente na sobreposição de projetos de diferentes layers e no conceito de projeto integrado. O BIM aumenta a visibilidade dos resultados através do estabelecimento da comunicação entre as partes envolvidas. (ANDRADE et al., 2015)
4.2.1 Definição
De acordo com a NBR 5674:1999 Projeto é a “descrição gráfica e
escrita das características de um serviço ou obra de Engenharia ou de
Arquitetura, definindo seus atributos técnicos, econômicos, financeiros e
legais.”
4.2.2 Projeto Arquitetônico
Segundo Leite (2019) o Projeto Arquitetônico pode ser definido como a
materialização da ideia e do espaço imaginado, de forma que represente a
24
concepção projetual, tendo a função de servir como base e orientação para a
execução da edificação para que ela saia conforme planejada.
Rosso (1980) considera que o projeto arquitetônico é parte da família
de processos de decisão em que um projeto pode utilizar a descrição verbal,
gráfica ou simbólica, para antecipar analiticamente um modelo e seu
comportamento. De acordo com Kowaltowski et al., (2006) a legislação,
acesso, orientação, modulação, técnicas construtivas e custos, entre outros,
são parâmetros e exigências que devem ser atendidas durante o processo
projetivo.
Para Kowaltowski et al., (2006), as metodologias de desenvolvimento
de projeto arquitetônico abordam as áreas de conforto ambiental, psicologia
ambiental, processo de projeto, informática aplicada e avaliações de projetos e
obras em pós-ocupação. Para ele a complexibilidade do projeto vem
aumentando devido á cinco razões: avanço rápido da tecnologia, mudança de
percepção e de demanda dos proprietários de edificações, aumento da
importância do prédio como facilitador da produtividade, aumento da troca de
informações e do controle humano e a necessidade de criação de ambientes
sustentáveis, com eficiência energética. A Figura 1 mostra um exemplo de
prancha contendo os cortes e fachadas do projeto arquitetônico de uma
residência unifamiliar localizada no município de Rio Verde - GO.
Figura 1 – Exemplo de Projeto arquitetônico residencial (fachadas e cortes).
Fonte: do autor (2018)
25
Algumas das exigências trazidas no Código de Obras do Município de
Rio Verde - GO para aprovação dos projetos na prefeitura são a planta baixa
dos pavimentos, os cortes transversal e longitudinal, as vistas da fachada e da
lateral da edificação caso ela seja de esquina, telhado, planta de localização e
situação. De maneira geral, essas são exigências comuns em projetos
arquitetônicos para aprovação nos municípios. A Figura 2 exemplifica uma
prancha única de um projeto arquitetônico para aprovação na prefeitura,
também de uma residência em Rio Verde – GO e de acordo com o Código de
Obras Municipal.
Figura 2 –Exemplo de Projeto arquitetônico residencial.
Fonte: do autor (2018).
Para que se obtenha um bom resultado de projeto o autor deve elaborar
um Programa de Necessidades, que será base para muitas decisões da
arquitetura. Para isso, Salgado (2004) aponta que é necessário que sejam
abordadas questões que respondam quem é o verdadeiro “cliente” do projeto,
se este cliente possui algum processo de trabalho, se é um usuário especifico e
que tipo de usuário ele é. É preciso saber também quais áreas do
conhecimento deverão ser envolvidas no desenvolvimento do programa de
necessidades, juntamente com qual mensagem se pretende transmitir com o
projeto elaborado. Todo esse levantamento garante que o projeto final atenda
às necessidades reais do cliente.
26
No momento do desenvolvimento da planta, o projetista procura resolver os problemas funcionais, apresentados pelo programa de necessidades e pelas restrições vindas do local de implantação. A planta também serve para direcionar a opção formal do projeto. É nesse momento que a terceira dimensão é usada como referência de imagens, mas ainda sem preocupação de precisão. Os estudos volumétricos, comuns nessa fase, são um importante elemento, pois servem para a avaliação formal do projeto e verificação de interferências técnicas, das superfícies da cobertura, por exemplo. (KOWALTOWSKI et al., 2006)
A Figura 3 mostra uma maquete eletrônica em três dimensões de uma
residência unifamiliar.
Figura 3 – Maquete eletrônica em três dimensões
Fonte: do autor (2018)
Através da maquete eletrônica os envolvidos com o empreendimento
podem ter uma noção muito melhor e mais prática do que está sendo
projetado.
4.2.3 Projeto Elétrico
Segundo Ferreira (2010) as instalações elétricas são o conjunto de
materiais e componentes elétricos essenciais para o funcionamento de um
circuito ou sistema elétrico. De acordo com ele, as instalações elétricas são
projetadas de acordo com a ABNT, visando a segurança e a qualidade
energética, entre outros fatores.
Para Carvalho Júnior (2017) o projeto de instalações elétricas prediais
traz dados graficamente e escritos do que pretende ser instalado na edificação,
27
de forma detalhada e indicando as localizações de pontos de luz, tomadas,
interruptores, comandos, passagem e trajeto dos condutos. Ainda de acordo
com Carvalho (2017) na elaboração dos projetos elétricos deve ser feita a
consulta a Normas Técnicas da ABNT, destacando a NBR 5410:2004
(Instalações Elétricas de Baixa Tensão – Procedimentos) e também às
concessionárias de energia elétrica que fixam requisitos para a ligação das
unidades consumidoras.
A Figura 4 mostra o exemplo de esquema de instalação elétrica
residencial.
Figura 4 – Esquema de instalação elétrica residencial.
Fonte: Carvalho Júnior (2017, p.22)
Na Figura 4 a Rede da concessionária é responsável por fazer a
alimentação do medidor de energia através do ramal de ligação que os
conecta. O medidor possui a função de registrar o consumo de energia da
residência para que a concessionaria possa fazer a leitura e gerar a cobrança
da taxa de energia. O aterramento da caixa do medidor e do quadro de
distribuição é necessário para estabilizar a tensão em caso de sobrecarga de
energia no sistema. O circuito de alimentação principal é responsável por ligar
a energia elétrica do medidor até o quadro de distribuição, que por sua vez
alimenta os circuitos terminais da residência (luz e pontos elétricos).
28
A concessionária de energia Enel é responsável por administrar o
fornecimento de energia elétrica no município de Rio Verde – GO. Em seu
documento ITD-14 (Critérios para Análise de Projetos Prediais) a Enel
determina que para aprovação dos projetos elétricos devem ser apresentadas
nas Agências de Atendimento ou nos Departamentos Regionais o projeto em
duas vias e completos, juntamente da ART expedida pelo CREA.
De acordo com o item 6.1.8.1 da NBR 5410:2004 a instalação deve ser
feita com base em um projeto elétrico específico, que deve conter, no mínimo:
plantas; esquemas unifilares e outros, quando aplicáveis; detalhes de
montagem, quando necessários; memorial descritivo da instalação;
especificação dos componentes (descrição, características nominais e normas
que devem atender); parâmetros de projeto.
A Figura 5 apresenta um exemplo genérico da planta de um projeto
elétrico de uma residência.
Figura 5 – Planta de projeto elétrico residencial.
29
Fonte: Adaptado de Prysmian (2006)
Pode-se notar na Figura 5, que a partir da planta o profissional
responsável pela instalação elétrica pode obter dados necessários para fazer a
passagem dos cabos elétricos através dos eletrodutos e efetuar as ligações
dos pontos necessários. Além disso, o construtor também utiliza deste projeto
como base para posicionar os eletrodutos por dentro das lajes e paredes e
também para locar os pontos de luz, interruptores, campainhas, quadro de
30
distribuição ou qualquer outro componente que faça parte do sistema elétrico
da edificação.
4.2.4 Projeto Hidrossanitário
Cardoso (2017) conceitua as instalações hidrossanitárias como o
conjunto de tubulações, reservatórios, equipamentos que abastecem aparelhos
e pontos de utilização de água, caracterizando as instalações de água fria e
água quente, além também das tubulações para coleta, transporte, despejo e
tratamento de dejetos, que compõem a rede de esgoto da edificação.
A instalação hidráulica predial é dividida em quatro sistemas:
instalações de água fria, instalações de água quente, sistema de esgoto e
instalações de águas pluviais. Dentre esses quatro sistemas, podemos
destacar as instalações de água fria e o sistema de esgoto, presentes na
maioria das residências, de maneira geral.
4.2.4.1 Instalação predial de água fria
Segundo Botelho (2010) as instalações prediais de água fria devem
obedecer às recomendações trazidas pela NBR 5626:1998 “Instalações
Prediais de Água Fria”, que fixa as condições mínimas e as exigências
referentes ao projeto, execução e manutenção destas instalações.
A NBR 5626:1998 especifica que as instalações prediais de água fria
devem ser projetadas para que seja preservada a potabilidade da água, para
que se tenha economia de água e energia, para que o fornecimento de água de
forma continua com pressões e velocidades compatíveis com o funcionamento
dos aparelhos sanitários seja garantido, para que se evite ruídos inadequados
em ambientes da edificação e para proporcionar conforto atendendo as
exigências dos usuários.
“Uma instalação predial de água fria pode ser alimentada de duas
formas: pela rede pública de abastecimento ou por um sistema privado, quando
a primeira não estiver disponível” (CARVALHO, 2013)
A utilização da rede pública é sempre preferencial em função da água ser potável, o que pode não ocorrer em relação a
31
outras fontes, como poços ou mesmo rede privada de água (como no caso de grandes indústrias). O padrão de potabilidade é estabelecido por Portaria n. 518 de 2004 do Ministério da Saúde (BOTELHO, 2010)
Para CARDOSO & SILVEIRA (2017) um dos materiais mais
tradicionais usados (apesar de existirem outros) nas construções em sistemas
de água fria são os tubos e conexões de PVC, que são confeccionados pelo
processo de combinação de cloro e etileno. O PVC é um material que tanto
pode ser rígido como flexível e não compromete a qualidade da água.
Ainda de acordo com CARDOSO & SILVEIRA (2017), as peças de
PVC podem ser roscáveis (a extremidade da tubulação possui rosca e é
utilizado veda rosca para vedação) ou soldáveis (a união das tubulações é feita
por meio de adesivo plástico especifico). A Figura 6 traz do lado esquerdo
exemplos de tubo e conexão de PVC soldáveis (marrom), enquanto do lado
direito da figura é possível ver exemplo de tubo e conexão roscáveis (branco).
Figura 6 – Tubos de PVC soldáveis e roscáveis.
Fonte: Adaptado de TIGRE (2019)
Segundo Botelho (2010), a regra geral ao projetar redes de água fria
residenciais é empregar o sistema de reservatório interno, de modo a garantir o
abastecimento regular da residência mesmo em caso de falta de água na rua.
De acordo com ele a utilização de reservatório é sempre preferível em todos os
aspectos e preconizada pela NBR 5626:1998 e por vários Códigos Sanitários
Estaduais.
32
A Figura 7 demonstra um esquema de instalação predial de água fria
com o uso de reservatório interno.
Figura 7 – Instalação predial de água fria.
Fonte: Carvalho (2013)
De maneira geral, todo sistema público que fornece água exige a colocação de um medidor de consumo, chamado “hidrômetro”. Esse dispositivo é instalado em um compartimento de alvenaria ou concreto, juntamente com um registro de gaveta, e a canalização ali existente é chamada de “cavalete”. A canalização que liga o cavalete ao reservatório interno (alimentador predial), geralmente, é da mesma bitola (diâmetro) do ramal predial (interliga a rede pública à instalação predial). (CARVALHO, 2013)
Para Oliva (2017), ao projetar um sistema de água fria é importante
que cada ambiente tenha sua perspectiva isométrica desenhada, geralmente
na escala 1:20 ou 1:25, onde nesses detalhes isométricos são indicados os
posicionamentos e o encaminhamento vertical das tubulações. A Figura 8 traz
um exemplo.
33
Figura 8 – Detalhe isométrico de instalação água fria para banheiro.
Fonte: Oliva (2017)
Botelho (2010) considera que o projeto completo deve conter: Memorial
Descritivo e Justificativo; Memorial de Cálculo; Normas adotadas;
Especificações de materiais e equipamentos; Relação de materiais; Plantas
isométricas e todos os detalhes necessários ao entendimento do projeto.
34
4.2.4.2 Sistema de esgoto
As instalações prediais de esgoto sanitário são destinadas a coletar, conduzir e afastar da edificação os despejos provenientes do uso de equipamentos sanitários, dando a eles correta destinação. A destinação final do esgoto sanitário será a rede pública de coleta, quando disponível, ou o sistema particular de recebimento e pré-tratamento de efluentes, em regiões sem coleta e tratamento da rede pública (CARVALHO, 2013)
Pela NBR 8160:1999 – Instalações Prediais de Esgoto Sanitário, o
sistema predial de esgoto deve seguir algumas recomendações como: evitar a
contaminação da água; impedir que gases provenientes das instalações
sanitárias retornem dentro da rede de tubulação; permitir o escoamento
adequado dos rejeitos; permitir o acesso para inspeção da rede; impedir o
acesso de corpos ou objetos estranhos no sistema de esgoto.
Para o Sistema de Esgoto o material comumente utilizado também é o
PVC da linha sanitária, podendo também ser utilizada nas linhas normal ou
reforçada de acordo com o uso.
Na Figura 9 é possível ver o perfil de um exemplo de instalação do
esgoto sanitário de um banheiro.
Figura 9 – Partes da instalação de esgoto sanitário.
Fonte: Carvalho (2013)
O Ramal de ventilação e a Coluna de Ventilação possuem o papel de
possibilitar que o ar atmosférico escoe para o interior das tubulações de
esgoto, garantindo o bom funcionamento dos conectores instalados. A Caixa
35
sifonada deve estar localizada de forma que permita o recebimento dos ramais
de descarga, tendo como função impedir a passagem de gases no sentido
oposto ao deslocamento do esgoto. O Ramal de esgoto por sua vez recebe os
efluentes provenientes dos ramais de descarga da edificação, lançando-os
para o Tubo de queda que os encaminha para o sistema coletor sanitário.
Segundo (CARVALHO, 2013) os ramais que possuem efluentes
provenientes de gordura, como a pia de cozinha, devem ser conectados à
caixa de gordura, no caso de edificação térrea, ou em tubo de gordura, caso as
instalações estejam em pavimento superior.
A Figura 10 mostra um exemplo de planta com detalhamento de esgoto
sanitário de um banheiro.
Figura 10 – Planta de um banheiro com detalhamento de esgoto sanitário.
Fonte: Oliva (2017)
Oliva (2017) ainda ressalta a importância de ser levada em consideração
o fato de que o sistema de esgoto funciona por gravidade e, por isso, de modo
geral são atribuídas declividades mínimas de 2% para tubulações com
diâmetro nominal igual ou inferior a 75 mm, e 1% de declividade para
tubulações com 100 mm ou mais de diâmetro, exceto os subcoletores.
36
4.2.5 Concepção Estrutural de estruturas de concreto
De acordo com Albuquerque (1998) os primeiros edifícios em concreto
armado tiveram a adoção de lajes maciças e, posteriormente, lajes pré-
moldadas. Além disso, esses edifícios possuíam pilares com distancias
pequenas entre eles, sendo algo em torno de quatro metros. O comportamento
do sistema estrutural, a resistência do concreto e as várias simplificações na
modelagem da estrutura eram fatores limitantes na época. Nos dias atuais,
com a evolução tecnológica, fazemos o uso de concretos mais resistentes,
análises e cálculos mais refinados e utilizamos novas opções estruturais. Essas
evoluções permitiram uma maior diversificação nas peças de concreto e
possibilitaram melhores soluções para os edifícios.
A Concepção Estrutural é basicamente a primeira etapa do projeto
estrutural. Segundo Alva (2007) a concepção da estrutura consiste em
estabelecer um arranjo adequado dos vários elementos estruturais do edifício,
assegurando que ele possa atender as finalidades para as quais foi projetado
e, para isso, uma estrutura requer o emprego de diferentes tipos de peças
estruturais que adequadamente combinadas formam o conjunto estrutural
resistente. A Figura 11 aborda os principais elementos estruturais utilizados em
estruturas usuais de concreto armado.
Figura 11 – Perspectiva de parte de edifício: principais elementos estruturais.
Fonte: Alva (adaptado, 2007)
37
Segundo a NBR 6118:2014, as vigas e os pilares são considerados
como elementos lineares, em que o comprimento longitudinal supera em pelo
menos três vezes a maior dimensão da seção transversal. As vigas são
elementos em que a flexão é preponderante (item 14.4.1.1, NBR 6118:2014) e
os pilares são elementos de eixo reto, usualmente dispostos na vertical e que
possuem predominantemente forças normais de compressão (item 14.4.1.2,
NBR 6118:2014). As lajes, segundo o item 14.4.2.1 da Norma, são
consideradas como placas. Placas são elementos de superfície plana em que
as ações normais a seu plano são predominantes.
A alvenaria é o material com o qual são constituídas as paredes, e
usualmente é feita em bloco cerâmico. De acordo com a NBR 15270-1:2005 os
blocos cerâmicos de vedação são componentes da alvenaria de vedação que
possuem furos perpendiculares às faces que os contêm.
Albuquerque (1998) faz algumas considerações quanto à concepção da
estrutura e aponta que durante a locação dos pilares o projetista deve se
preocupar com o posicionamento da caixa d’agua e com a formação de
pórticos que suportem as ações do vento, de forma que esses pilares não
interfiram na arquitetura. Segundo ele, as vigas devem ser colocadas alinhadas
com as alvenarias e de acordo com o tipo da laje, vez que as vigas delimitam o
contorno das lajes, podendo ser que haja vigas para dividir painéis de lajes
com grandes vãos. Com as vigas sendo lançadas, Albuquerque (1998) afirma
que o posicionamento das lajes fica praticamente definido.
Na Figura 12 é mostrado o exemplo da planta de forma de um dos
pavimentos de um edifício. Nela é possível observar em destaque os pilares de
acordo com a concepção do projetista, além das vigas e lajes que compõem o
pavimento e suas dimensões e nomenclaturas.
38
Figura 12 – Exemplo de Detalhe da Planta de Forma de uma estrutura.
Fonte: Mohr (2019)
Já na Figura 13 é possível ver um exemplo de imposição arquitetônica,
onde os pilares no pavimento garagem devem estar locados de forma que
permitam a compatibilidade com áreas de manobras e de estacionamentos.
Figura 13 – Garagem e posição dos pilares
Fonte: Revista Téchne (2006)
Costa (1997) considera que a qualidade dos projetos é fator direto que
influencia na evolução do processo construtivo e entre os projetos de
39
construção civil, se destaca o projeto estrutural. A NBR 6118:2014 é principal
Norma que trata sobre o dimensionamento de elementos de concreto, trazendo
diversas considerações referentes a durabilidade, qualidade e execução de
estruturas em concreto, que devem ser seguidas tanto pelo projetista, quanto
pelo executor da obra.
4.2.5.1 ABNT NBR 6118:2014
A ABNT NBR 6118 foi elaborada no Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-02), pela Comissão de Estudo de Estruturas de Concreto – Projeto e Execução (CE-02:124.15). O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 08, de 15.08.2013 a 15.10.2013, com o número de Projeto ABNT NBR 6118. (ABNT NBR 6118, 2014)
De acordo com Carvalho & de Figueiredo Filho (2014) a ABNT -
Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 6118:2014 define os critérios
gerais e requisitos para o dimensionamento de estruturas de concreto simples,
armado e protendido para estruturas usuais.
Segundo a própria ABNT NBR 6118:2014, antigamente conhecida
como NB-1, a versão 2014 manteve a mesma filosofia que sua versão anterior
(2007).
De acordo com o capitulo 5 “Requisitos gerais de qualidade da
estrutura e avaliação da conformidade do projeto”, as estruturas de concreto
devem atender aos requisitos mínimos de qualidade classificados no capítulo,
durante sua construção e serviço, sendo eles: capacidade resistente,
desempenho em serviço e durabilidade. Além disso, também deve ser seguido
os requisitos adicionais propostos pelo autor do projeto estrutural e o
contratante.
Ao ser tratado sobre a durabilidade, a norma traz em seu capitulo 6
“Diretrizes para durabilidade das estruturas de concreto” recomendações para
que seja garantida a vida útil do projeto.
Por vida útil de projeto, entende-se o período de tempo durante o qual se mantêm as características das estruturas de concreto, sem intervenções significativas, desde que atendidos os requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor, conforme 7.8 e 25.3, bem como de execução dos reparos necessários decorrentes de danos acidentais. (NBR 6118, 2014)
40
No projeto de estruturas correntes, o projetista deve considerar a
agressividade ambiental de acordo com a Tabela 1, que traz a Classe de
agressividade ambiental, de acordo com as condições de exposição da
estrutura ou de suas partes.
Quadro 1 – Classes de agressividade ambiental (CAA).
Fonte: NBR 6118:2014, tabela 6.1.
De acordo com o capitulo 7 “Critérios de projeto que visam a
durabilidade”, podemos destacar alguns pontos importantes por parte do
projetista e que devem ser seguidos de forma criteriosa durante a execução
para que a estrutura tenha sua durabilidade resguardada. A qualidade do
concreto e o cobrimento da armadura são critérios tratados no item 7.4 da NBR
6118:2014, que traz algumas especificações como: a relação água/cimento do
concreto deve obedecer a Tabela 2, quando na falta de ensaios
comprobatórios.
41
Quadro 2 – Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto.
Fonte: NBR 6118:2014, tabela 7.1.
Vale destacar que a relação água/cimento está ligada diretamente a
resistência mecânica do concreto. “A melhoria das características mecânicas
da pasta e a redução de sua porosidade estão diretamente relacionadas à
redução da relação água/cimento.” (HELENE & ANDRADE, 2007)
Quanto ao cobrimento das armaduras, a NBR 6118:2014 considera
que deve ser respeitado o disposto na Tabela 3 abaixo, especificando que as
dimensões das armaduras e os espaçadores devem respeitar os cobrimentos
nominais estabelecidos pela tabela.
Quadro 3 – Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o cobrimento nominal para Δc= 10 mm.
42
Fonte: NBR 6118:2014, tabela 7.2.
De acordo com a NBR 6118:2014 item 7.5, para garantir um bom
adensamento do concreto as barras devem ser detalhadas de modo que
permita a entrada da agulha do vibrador, devendo estar dispostas dentro do
componente estrutural e facilitando a boa qualidade das operações de
lançamento do concreto.
Ao abordar sobre as condições de ductilidade em vigas a NBR
6118:2014 em seu item 17.2.3 diz que é necessário garantir boas condições de
ductilidade, respeitando os limites da linha neutra (x/d), sendo adotada
armadura de compressão quando necessário.
Linha Neutra é a reta do plano da seção transversal em que a tensão
normal é nula. Para concretos com fck ≤ 50 MPa. O item 14.6.4.3 indica que
x/d ≤ 0,45.
Segundo o item 17.2.2 da NBR 6118:2014, o estado-limite último
(estado-limite relacionado ao colapso, ou a qualquer outra forma de ruína
estrutural, que determine a paralisação do uso da estrutura) é caracterizado
quando a distribuição das tensões na seção transversal pertencer aos domínios
1, 2, 3 ou 4.
O Domínio 1 e Domínio 2 caracterizam a ruptura convencional por
deformação plástica excessiva, sendo: Domínio 1 - tração não uniforme, sem
compressão; Domínio 2 - flexão simples ou composta sem ruptura à
compressão do concreto (εc < εcu e com o máximo alongamento permitido).
43
Já o Domínio 3 e Domínio 4 caracterizam a ruptura convencional por
encurtamento-limite do concreto, onde: Domínio 3 - flexão simples (seção
subarmada) ou composta com ruptura à compressão do concreto e com
escoamento do aço (εs ≥ εyd); Domínio 4 - flexão simples (seção superarmada)
ou composta com ruptura à compressão do concreto e aço tracionado sem
escoamento (εs < εyd).
A introdução da armadura de compressão para garantir o atendimento de valores menores da posição da linha neutra (x), que estejam nos domínios 2 ou 3, não conduz a elementos estruturais com ruptura frágil. A ruptura frágil está associada a posições da linha neutra no domínio 4, com ou sem armadura de compressão. (ABNT NBR 6118:2014, item 17.2.3)
A ruptura frágil é caracterizada basicamente pela ruptura brusca do
elemento estrutural.
4.2.5.2 Critérios de projeto para durabilidade de estruturas
de concreto armado
Antigamente as estruturas só eram concebidas e projetadas para satisfazerem às condições de segurança e estabilidade perante as solicitações de origem mecânica que interagiam na mesma. Os aspectos relacionados à questão de durabilidade e desempenho que as estruturas deveriam apresentar durante a sua vida útil não eram levados em consideração, visto que imaginava-se que o concreto armado conservava as suas propriedades físicas, químicas e mecânicas praticamente inalteradas ao longo do tempo. (Andrade, 1997)
Ainda segundo Andrade (1997), este paradigma foi quebrado quando
começou a ser observado que as estruturas de concreto vinham apresentando
elevados níveis de degradação.
De acordo com Brandão (1998) é imprescindível que medidas sejam
tomadas para que seja garantida a durabilidade e qualidade das estruturas,
onde muitas destas medidas devem ser observadas ainda em fase de projeto.
Para isso a NBR 6118:2014 traz critérios que devem ser levados em conta e
atendidos no dimensionamento e execução da estrutura de concreto armado,
como: espessura do cobrimento, detalhamento das armaduras, limitação da
abertura de fissuras e classe de agressividade ambiental. Esses itens estão
ligados ao desempenho e ao conceito de vida útil da estrutura.
Segundo a NBR 6118:2014:
44
Por vida útil de projeto, entende-se o período de tempo durante o qual se mantêm as características das estruturas de concreto, sem intervenções significativas, desde que atendidos os requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor, conforme 7.8 e 25.3, bem como de execução dos reparos necessários decorrentes de danos acidentais. (NBR 6118:2014, item 6.2.1)
Para Helene (1997) as estruturas de concreto devem ser projetadas
levando em consideração as condições ambientais previstas na época do
projeto, visando conservar a segurança, estabilidade e aptidão da estrutura em
serviço durante no mínimo 50 anos (período de referência mínimo decidido
após muitas discussões da Comissão de Estudos da ABNT). Para ele, a
durabilidade está ligada a desaceleração do processo de deterioração das
partes críticas da estrutura, o que envolve as etapas de planejamento, projeto,
materiais, execução e utilização (operação e manutenção), e qualquer pessoa
que participe de alguma dessas etapas têm sua parcela de responsabilidade.
Helene (1997), assim como Brandão (1998), concorda que deve haver
uma cooperação entre as partes responsabilizadas em que o proprietário deve
definir e deixar clara suas expectativas presentes e futuras para o uso da
estrutura e os projetistas devem preparar especificações de projeto e impor
condições de execução, uso e manutenção, visando a garantia da qualidade.
Juntamente, os construtores devem cumprir as exigências e condições do
projeto e os usuários precisam obedecer às condições de uso da edificação e
efetuar a manutenção prevista para evitar manifestações patológicas na
estrutura.
A Figura 16 traz um exemplo de manifestação patológica, mostrando a
corrosão da armadura em um elemento de concreto armado.
Figura 16 – Corrosão de armaduras em subsolo de edifício por infiltração de água.
45
Fonte: Medeiros (2010)
A NBR 6118:2014 destaca em seu item 6.3 os “Mecanismos de
envelhecimento e deterioração”, e traz suas seguintes definições: Lixiviação - É
o mecanismo responsável por dissolver e carrear os compostos hidratados da
pasta de cimento por ação de águas puras, carbônicas agressivas, ácidas e
outras. Para prevenir sua ocorrência, recomenda-se restringir a fissuração, de
forma a minimizar a infiltração de água, e proteger as superfícies expostas com
produtos específicos, como os hidrófugos.
Na Figura 17 pode-se observar a exposição dos agregados pela
lixiviação da pasta de cimento em indústria têxtil.
Figura 17 – Ataque em indústria têxtil
Fonte: Medeiros (2010)
46
A NBR 6118:2014 conceitua a expansão por sulfato como a expansão
por ação de águas ou solos que contenham ou estejam contaminados com
sulfatos, dando origem a reações expansivas e deletérias com a pasta de
cimento hidratado. Segundo a própria Norma, a prevenção pode ser feita pelo
uso de cimento resistente a sulfatos, conforme ABNT NBR 16697:2018.
Um exemplo de efeitos da ação de sulfatos pode ser observado na
Figura 18, onde segundo Medeiros (2010) a água do mar contribui para
expansão, fissuração e desagregação do concreto devido à ação dos sulfatos.
Figura 18 – Ataque por água do mar.
Fonte: Medeiros (2010)
A NBR 6118:2014 também conceitua a álcali-agregado como a
expansão por ação das reações entre os álcalis do concreto e agregados
reativos. O projetista deve identificar no projeto o tipo de elemento estrutural e
sua situação quanto à presença de água, bem como deve recomendar as
medidas preventivas, quando necessárias, de acordo com a ABNT NBR 15577-
1:2018.
Abaixo, pode ser observado na Figura 19 a fissuração da fundação de
um edifício devido a reação álcali-agregado.
Figura 19 – Fundação de edifício com manifestação de reação álcali-agregado.
47
Fonte: Medeiros (2010)
A Figura 20 mostra a influência que o projeto, os materiais
empregados, a execução e a cura do concreto possuem sobre o processo de
deterioração da estrutura, demonstrando os efeitos do transporte de
substâncias químicas agressivas através dos poros do concreto, ocasionando
tanto a degradação do concreto quanto da armadura.
Figura 20 – Relação entre os conceitos de durabilidade e desempenho das
estruturas de concreto armado.
48
Fonte: CEB (1992)
Para garantir o cobrimento das armaduras dos elementos de concreto
armado o uso de espaçadores é indicado. Os espaçadores são peças que
distanciam a barra de aço da forma antes do processo de concretagem,
ajudando a manter o posicionamento longitudinal da armadura com relação ao
cobrimento até a etapa de concretagem.
Na Figura 21 é possível ver os detalhes de um espaçador circular da
fornecedora CONEKPLAS.
49
Figura 21 – Espaçador Circular.
Fonte: CONEKPLAS (2019)
A utilização desse tipo de espaçador circular é bastante simples,
devendo a peça ser encaixada na armadura, conforme exemplificado na Figura
22.
Figura 22 – Utilização de espaçador circular em pilar.
Fonte: Silva (2012)
Outro tipo comum de espaçador utilizado na construção civil é o tipo
torre, ou conhecido também como “cadeirinha”. A Figura 23 traz alguns
modelos de espaçadores tipo torre, comercializados também pela
CONEKPLAS.
50
Figura 23 – Espaçador Tipo Torre.
Fonte: CONEKPLAS (2019)
Na Figura 24 uma laje em concreto armado é preparada com a
disposição de espaçadores para as armaduras antes da etapa de concretagem.
Figura 24 – Disposição de espaçadores em laje antes da concretagem.
Fonte: Maran et al. (2015)
O espaçador tipo torre pode ser utilizado em lajes de concreto, porém,
por não possuir boa fixação na armadura, acaba sendo difícil manter seu
posicionamento correto durante a concretagem. Devido a isso, muitas vezes é
preferível o uso de outros modelos.
51
4.2.6 Controle de Qualidade
O projeto deve, sempre que possível, ser feito de modo a facilitar as atividades de garantia da qualidade e outras atividades do processo construtivo. Assim, todas as informações utilizadas durante o projeto devem ser documentadas para fins de garantia da qualidade. Além disso, sempre que for previsto o emprego de processos construtivos especiais, devem ser elaboradas especificações detalhadas, descrevendo tais processos. (BRANDÃO, 1998)
Para Novaes (2001) os projetos deixam a desejar na falta do
detalhamento de soluções que devem ser compatibilizadas e por falta de
gerenciamento quanto por exemplo no cumprimento de prazos. Para ele, a
desassociação do projeto com a produção das edificações faz com que sejam
desconsiderados aspectos produtivos indicados durante a elaboração do
projeto, ocasionando omissão nos detalhamentos e atribuindo indevidamente
ao pessoal no canteiro de obra a responsabilidade por decisões.
Assim, em variados níveis de intensidade, os profissionais de projeto devem participar, em conjunto com os demais agentes do processo, nas etapas que antecedem ou sucedem a elaboração dos projetos, desde o planejamento do empreendimento até as avaliações pós-ocupação, e eventuais atividades de manutenção, durante o uso, incluindo-se a produção da edificação. (NOVAES, 2001)
Garcia Meseguer (1991) considera que no processo de projetos de
edifícios, durante a elaboração do projeto o controle deve ser exercido pelo
próprio profissional, respeitando parâmetros relacionados ao tipo específico do
projeto e também respeitando dados trocados entre os profissionais envolvidos
no processo de produção.
Como melhoria na qualidade, Novaes (2001) cita também a análise
crítica de projetos, considerando um complexo exame dos aspectos técnicos
relacionados com a concepção, com o processo e com os resultados finais.
Esta análise deve ser considerada nas diversas etapas do processo do projeto
ou após seu término, incluindo as verificações de: Suposições de projeto;
Códigos e normas aplicáveis; Precisão de cálculos; Adequação de alternativas
selecionadas; Construtibilidade das soluções; Conformidade das soluções em
atendimento às exigências das empresas empreendedora e construtora e aos
objetivos dos profissionais de projeto.
52
4.2.7 Compatibilização
Segundo Avila (2011) os projetos no Brasil têm sido tratados pelas
empresas de construção como uma atividade secundária, onde os projetistas
são contratados preponderantemente por critérios de preço do serviço.
Outra característica dos projetos no setor é que eles são orientados para a definição do produto sem considerar adequadamente a forma e as implicações quanto à produção das soluções adotadas. Mesmo as especificações e detalhamentos de produto, muitas vezes, são incompletas e falhas, sendo resolvidas durante a obra, quando a equipe de produção acaba decidindo sobre determinadas características do edifício não previstas em projeto. (AVILA, 2011, p.12-13)
Nascimento (2013) considera que a compatibilização é fundamental no
processo do desenvolvimento dos projetos eliminando problemas ainda na fase
de concepção, evitando retrabalhos que geram custos e reduzindo também
prazos de execução, podendo dessa forma melhorar o empreendimento. O
Gráfico 2 mostra a capacidade de influenciar nos custos do empreendimento
em função das suas etapas ao longo do tempo.
Gráfico 2 - Capacidade de influenciar os custos do empreendimento ao
longo das fases.
Fonte: Costa, 2013 (Adaptado de CII, 1987)
De acordo com o gráfico, quanto antes é identificado e sanado um
possível problema ou interferência no empreendimento, menor são os custos
53
com correção e maior então a capacidade de influenciar no custo geral da
edificação.
A compatibilidade é definida como atributo do projeto cujos componentes dos sistemas ocupam espaços que não conflitam entre si e, além disso, que possui dados compartilhados com consistência e confiabilidade até o final do processo de projeto e obra. (GRAZIANO,2003)
Para Rodríguez e Heineck (2001) a compatibilização deve acontecer
dês dos estudos preliminares, passando pelo anteprojeto, projetos legais e
executivo, integrando soluções e verificando possíveis interferências
geométricas entre os elementos que irão compor a construção. Para ele, a
compatibilização quando iniciada a partir dos estudos preliminares, acaba se
tornando mais fácil. A Figura 25 traz um exemplo de interferência geométrica.
Figura 25 – Interferência geométrica entre viga, tubulação e conduítes.
Fonte: Dricas (2013)
Nascimento (2014) relata como resultado de entrevistas realizadas com
engenheiros que a falta de detalhamento de projetos está presente nas obras,
onde os entrevistados citaram erros referentes ao projeto de arquitetura e de
instalações hidrossanitárias que não possuíam detalhamentos dos shafts e tipo
de material a ser utilizado em fechamentos na área de visita de manutenção
destes shafts. Nota-se na Figura 26 um exemplo da interferência entre um pilar
54
e a janela de um edifício, gerando uma incompatibilização ainda na fase de
projeto.
Figura 26 – Incompatibilização (arquitetura x estrutural).
Fonte: Bedin et al. (2017)
Através do auxílio da computação hoje em dia identificar
incompatibilidade entre projetos vem se tornando cada vez mais fácil. A Figura
27 traz outro exemplo de interferência em fase de projeto, desta vez entre
tubulações e um dos pilares da edificação.
Figura 27 – Tubulação interceptando o pilar.
Fonte: Mikaldo e Scheer (2008)
55
Como solução atual para evitar interferências com relação aos
diferentes sistemas que compõem um edifício, podemos citar a tecnologia
Building Information Modeling (BIM). Segundo Ywashima e Ilha (2010) a BIM
vem sendo apresentada como tecnologia que agrupa de forma associada
processos para produção, comunicação e análise do modelo de construção,
envolvendo uma pratica de projetos em que todos os participantes da cadeia
da construção atuam de maneira integrada.
“A ferramenta BIM - ArchiCAD da Graphisoft, foi uma das primeiras,
comercialmente disponível no mercado de softwares” (IBRAHIM et al., 2004).
Em sistemas CAD- BIM, os componentes do edifício são objetos digitais codificados que descrevem e representam os componentes do edifício da vida real. Por exemplo, um objeto parede é um objeto com propriedades de paredes e age como uma. Isto quer dizer que este objeto é representado por dimensões como comprimento, largura e altura como também possui seus atributos parametrizáveis como materiais, finalidade, especificações, fabricante e preço. (CRESPO e RUSCHEL, 2007b)
Logo abaixo, na Figura 28, pode-se observar a integração entre o
estrutural, elétrico e hidrossanitário de um edifício através do software
QiBuilder da empresa AutoQi.
Figura 28 – Integração e compatibilização entre projetos.
Fonte: AutoQi (2019)
56
A AltoQi é uma forte empresa no ramo de softwares que auxiliam na
confecção de projetos de engenharia. Entre os softwares fornecidos pela
empresa estão o Eberick, Lumine, Hydros e o QiBuilder.
4.3 VISTORIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
De acordo com a NBR 14653-1:2001 da ABNT - Associação Brasileira
de Normas Técnicas, vistoria é a "constatação local de fatos, mediante
observações criteriosas em um bem e nos elementos e condições que o
constituem ou o influenciam". A vistoria de obras busca analisar a qualidade e
conformidades de atividades relacionadas à obra civil com o intuito de prevenir
imprevistos e fazer com que os critérios de contrato e de projeto sejam
cumpridos.
“Vistoria pode ser entendido como inspeção judicial feita por um perito
in loco, a partir de uma análise e descrição minuciosa do imóvel, para
caracterizar o bem, sem interesse das causas da vistoria” (VIDAL, 2013).
4.3.1 Conflitos relativos à construção civil
“Na construção civil, as fases necessárias para o planejamento e a
construção de um empreendimento envolvem profissionais de áreas distintas
com um objetivo comum. “ (COELHO, 2008)
Devido à série de particularidades Intrínsecas que possui, a construção civil tem potencial muito grande para geração de conflitos entre os envolvidos direta ou indiretamente, com a obra ou aqueles por ela afetados, desde as fases embrionárias de um projeto até o uso e manutenção de uma obra com idade avançada, passando por todas as etapas e relacionamentos possíveis. (BURIN et al, 2009)
Segundo Burin et al. (2009) a união entre não executar a vistoria e as
deficiências de especificação dos trabalhos ou ainda a contratação de
empresas ou profissionais não preparados ou não habilitados para executá-las,
são as falhas mais comuns que impedem que se aproveite o enorme potencial
que as vistorias possuem. Ao prestar o serviço de vistoria o engenheiro deve
analisar a complexibilidade do vistoriado e se atentar para a realização da
perícia em momento oportuno, colocando em prática a visão adquirida ao longo
57
de sua carreira com a finalidade de aumentar o nível de detalhe para cada
elemento do bem vistoriado, gerando resultados e laudos confiáveis.
Por mais que a solução dos conflitos seja hábil, é muito comum que
muitos acabem em discussões que podem tomar rumos judiciais.
Dês da instalação do CDC – Código de Defesa do Consumidor, em
1990, a sociedade vem se conscientizando dos seus direitos com relação a
utilização de produtos e serviços contratados. Segundo a Lei 8.078
“Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.”
O CDC, em sua seção II art. 12. considerada prática infrativa colocar
no mercado de consumo qualquer produto ou serviço em desacordo com as
normas técnicas da ABNT. Sendo assim, ao projetar ou executar qualquer tipo
de serviço de engenharia o prestador deve se atentar para que seus produtos
estejam de acordo com as Normas, fazendo valer sua responsabilidade sobre o
serviço prestado.
4.3.2 Vícios e Defeitos construtivos
De acordo com o item 3.75 da ABNT NBR 13752:1996 Vícios são
“anomalias que afetam o desempenho de produtos ou serviços, ou os tornam
inadequados aos fins a que se destinam, causando transtornos ou prejuízos
materiais ao consumidor.
“A falta de observação das normas, bem como deficiências no material e
na mão-de-obra, aliadas à eventual negligência dos construtores, podem
ocasionar vícios e defeitos construtivos” (VITÓRIO, 2003). Os Vícios podem ser
classificados entre aparentes ou ocultos.
Grandiski (2013) conceitua os vícios aparentes como falhas construtivas
detectáveis até mesmo por alguém que não entenda de construções, como por
exemplo cerâmicas com tonalidades diferentes, vidros quebrados ou mal
instalados, fissuras e material de acabamento incoerente com o especificado
no memorial descritivo.
Já os vícios ocultos, segundo Grandiski (2013) são caracterizados por
falhas que só podem ser identificadas por técnicos especializados ou que
sejam inexistentes no momento do repasse do imóvel, como por exemplo
58
recalques de fundação, problemas de curto circuito elétrico e desplacamento
de pastilhas em fachadas.
Ainda de acordo com o item 3.75 da ABNT NBR 13752:1996 os
Defeitos são “anomalias que podem causar danos efetivos ou representar
ameaça potencial de afetar a saúde ou segurança do dono ou consumidor,
decorrentes de falhas do projeto ou execução de um produto ou serviço, ou
ainda de informação incorreta ou inadequada de sua utilização ou
manutenção.” São alguns exemplos de Defeitos: uso de produtos tóxicos como
tintas não padronizadas, desplacamento de elementos de fachada que possam
cair sobre algum pedestre e elementos cortantes expostos que possam ferir
alguém.
As trincas são manifestações patológicas visivelmente notáveis e se
propagam pelo elemento, conforme pode ser visto na Figura 29.
Figura 29 – Trinca no encamisamento do tubo de decida de água pluvial.
Fonte: Oliveira (2012)
“Quando a solicitação é maior do que a capacidade de resistência do
material, a fissura tem a tendência de aliviar suas tensões.” TÉCHNE (2010). A
Figura 30 mostra o exemplo de trinca em piso de mármore.
59
Figura 30 – Trinca em piso de mármore.
Fonte: Oliveira (2012)
Segundo a NBR 9575:2010, as microfissuras possuem abertura
inferior a 0,05 mm. As aberturas com até 0,5 mm são chamadas de fissuras e
as maiores de 0,5 mm e menores de 1,0 mm são reconhecidas como trincas. A
Figura 31 demonstra a constatação de um exemplo de trinca em uma parede.
Figura 31 – Trinca em parede.
60
Fonte: Oliveira (2012)
De acordo com Oliveira (2012) a Figura 32 mostra o exemplo da
Eflorêscencia causada por infiltração em uma parede de uma residencia,
podendo ser caracterizada por manchas brancas em revestimentos devido a
alterações quimicas.
Figura 32 – Eflorescência causada por infiltração.
Fonte: Oliveira (2012)
Segundo Silva (2012) quaisquer componentes construtivos, sejam eles
por exemplo aço ou concreto, estão sujeitos a apresentarem manifestações
patológicas quando empregados de forma inadequada e grande parte delas
podem ser evitadas ainda em fase de projeto, como demonstram os
especialistas.
Para Bueno & Ferreira (2016) o lançamento e adensamento do
concreto são as causas mais comuns que geram defeitos em elementos de
concreto durante o processo de concretagem, porém, erros de detalhamento
das armaduras podem obstruir a passagem da brita entre as ferragens,
também ocasionando defeitos na peça de concreto.
Sitter (1984) aborda no Gráfico 3 que o custo relativo para uma
intevenção é almentado em cinco vezes a cada etapa e fase da produção.
61
Gráfico 3 – Lei de evolução dos custos
Fonte: (adaptado de SITTER, 1984)
Desta forma, de acordo com o Gráfico 3, pode-se reforçar o fato
de que quanto mais cedo é identificado e corrigido o problema menores são os
gastos com ele, o que condiz com os resultados analisados também no Gráfico
2.
5. METODOLOGIA
Para o desenvolvimento deste projeto foi realizado um estudo de caso
através de uma pesquisa de natureza descritiva, onde o objeto de estudo foi
uma obra residencial unifamiliar localizada no município de Rio Verde - GO. A
Figura 33 demonstra o desenvolvimento metodológico do trabalho.
62
Figura 33 – Desenvolvimento metodológico.
Fonte: Do autor (2019)
Para o embasamento teórico, na etapa 1 foi feita uma revisão
bibliográfica (com base em livros, Normas Técnicas, código de obra, sites da
internet, leis, artigos, monografias, teses de doutorado e dissertações de
mestrado), para abordar e descrever do ponto de vista teórico os principais
assuntos relacionados aos possíveis problemas que poderiam ser
identificados na obra estudada. Sendo assim, a revisão bibliográfica
aborda temas como: responsabilidade do engenheiro, noções importantes
de qualidade, elaboração de projetos e execução de estruturas em
concreto, considerações relevantes da NBR 6118:2014 e defeitos
construtivos.
Na etapa 2 foram realizadas visitas até o local da obra, com o objetivo
de obter dados que pudessem embasar o desenvolvimento do trabalho,
buscando registrar falhas de execução através de fotos, obter informações da
procedência dos projetos e dos métodos construtivos adotados, além da
aplicação de questionário para o engenheiro responsável técnico da obra e
para o construtor, que é proprietário da obra e atuou integralmente na
construção até a etapa da realização deste trabalho.
Durante a etapa 3, foi possível em posse das fotos obtidas, identificar
falhas de execução de alguns elementos da obra. Também foi possível analisar
se o layout executado era compatível com o layout do projeto da casa no
projeto aprovado pela prefeitura, ou se houveram alterações durante a
Etapa 1: Levantamento bibliográfico
Revisão bibliográfica
Etapa 2: Obtenção dos dados e fotos da obra e
aplicação do questionário
Etapa 3: Identificação de falhas e irregularidades de
projeto e execução
Etapa 4: Análise e resultados das causas e da
relação entre o engenheiro e os
problemas identificados
63
execução, além de verificar também se houve falhas na elaboração do projeto,
que inicialmente não foi desenvolvido por um profissional habilitado.
Para a etapa 4 que envolve o desenvolvimento e análise dos resultados
desse estudo de caso, foram utilizados o material e os dados coletados para
que pudessem ser expostas quais foram as consequências da falta do
envolvimento do engenheiro com relação aos problemas identificados.
Foram apresentadas, com base no levantamento fotográfico as falhas de
execução na edificação, bem como os fenômenos por observação visual, e a
indicação das prováveis causas acompanhadas da descrição do mecanismo de
ocorrência de cada falha e soluções.
No item 6.1.2 foi feita a interpretação das imagens das falhas coletadas.
O método como foi feita a análise foi adotado devido ao fato de possibilitar uma
descrição satisfatória das falhas, apontando o acontecimento, analisando o
efeito e solucionando o problema.
Dessa forma, optou-se inicialmente por fazer uma descrição visual
juntamente com a indicação do tipo de manifestação que a imagem
apresentava. Em seguida buscou-se entender que fatores seriam responsáveis
pelo surgimento da falha citada, seguido dos mecanismos de ocorrência
dessas falhas, para que fosse entendido como essas falhas pudessem ter
surgido, finalizando com a indicação de possíveis soluções, buscando
alternativas para soluciona-las através da análise dos mecanismos de
ocorrência.
5.1 DEFINIÇÃO DA EDIFICAÇÃO
Para analisar quais tipos de dificuldade uma residência pode ter devido
à falta de acompanhamento técnico foi inicialmente escolhida uma residência
localizada no Bairro Residencial Jardim Europa no município de Rio Verde –
GO, como indicado em vermelho na Figura 34.
64
Figura 34 – Mapa da cidade de Rio Verde – GO.
Fonte: Google (2019)
A residência possui um pavimento. Segundo o projeto, o pavimento
térreo possui 182,28m² construídos contendo uma garagem, uma sala de tv,
uma sala de jantar, três quartos, três banheiros, uma cozinha, um jardim de
inverno e uma lavanderia. A edificação está locada em um terreno de 12x30m
totalizando 360 m². A vedação da casa foi feita toda em tijolo cerâmico. O
projeto arquitetônico da residência está disponível no Anexo I para maiores
informações. A Planta Baixa da casa pode ser vista na Figura 35.
65
Figura 35 – Planta Baixa
Fonte: Dados da obra (2018)
Atualmente a obra está em fase de execução da laje, que é pré-moldada
composta por trilho e enchimento de isopor.
66
Ao estudar ilegalidades e manifestações incorretas em uma obra,
observa-se a dificuldade de levantamento de dados. Fator esse que acaba
dificultando todo um estudo. Além disso, devido ao fato dela estar localizada
em outro município foram necessárias várias viagens para que pudesse ser
feito o acompanhamento e as fotos nas diferentes etapas da execução.
Com relação a parte de documentação dos projetos e relatório de
análise da Superintendência Municipal de Desenvolvimento Urbano de Rio
Verde- GO, foi possível reunir os documentos sem maiores problemas, pois o
engenheiro responsável pela obra os forneceu sem qualquer imposição.
5.2 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
Foram aplicados dois questionários diferentes destinados ao
engenheiro civil responsável técnico pela obra e para o mestre de obras que é
simultaneamente o empreiteiro e proprietário da residência em estudo. As
perguntas dos dois questionários foram abertas e respondidas pessoalmente
pelos entrevistados. Os questionários aplicados estão disponíveis no Anexo II.
O objetivo do questionário foi obter dois diferentes pontos de vista,
sendo um ponto de vista técnico do engenheiro civil, e um ponto de vista
voltado para o lado prático do mestre de obras, para que pudessem ser
comparados e analisados de que forma as diferentes visões de cada um
influenciaram nas etapas e processos da edificação.
Inicialmente pretendia-se entrevistar também os demais profissionais
que participaram da obra, porém, devida a alta rotatividade destes, os
colaboradores que atuaram no início da obra já não trabalhavam mais na fase
em que foram feitas as entrevistas.
A opinião do dono da obra com relação ao motivo dele não ter feito os
projetos desde o início com um profissional habilitado seria interessante e
fundamental, entretanto, como nesse estudo de caso o dono da obra é também
o próprio construtor não foi possível fazer uma abordagem desse levantamento
de forma direta.
67
5.3 CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO
O layout do projeto arquitetônico foi pensado pelos donos, que já
tinham em mente o modelo da casa que queriam e apenas precisavam que a
ideia fosse formalizada em projeto. O projeto arquitetônico pode ser
considerado em dois momentos diferentes. No primeiro momento, inicialmente,
o arquitetônico foi desenvolvido por um estudante de engenharia civil, sem o
acompanhamento técnico de um profissional habilitado. A prancha única do
projeto inicial desenvolvido pelo estudante para os donos da obra pode ser
vista na Figura 36.
Figura 36 – Prancha inicial do projeto arquitetônico.
Fonte: Dados da obra (2019)
No segundo momento, o projeto inicial foi assumido por um engenheiro
civil habilitado que realizou as adequações necessárias e a aprovação do
projeto junto à prefeitura do município de Rio Verde – GO. A Figura 37
demonstra a prancha única do projeto, nesse segundo momento, já adequado
e refeito pelo engenheiro civil responsável pela obra.
68
Figura 37 – Prancha readequada do projeto arquitetônico.
Fonte: Dados da obra (2019)
A contratação de um profissional habilitado pelo proprietário foi baseada
na exigência por parte da prefeitura de que a obra possuísse um responsável
técnico, e também pela dificuldade em dar entrada projetos na Secretaria de
Obras sem orientação técnica adequada. Em ambos os momentos foi optado
por manter todo o projeto em prancha única, em tamanho A0.
5.4 LEVANTAMENTO DE FALHAS E IRREGULARIDADES DE
PROJETO E EXECUÇÃO
Como já citado, as falhas e irregularidades de projeto e de execução da
edificação foram registradas por meio de fotografias, em que através delas,
podem ser identificadas falhas de execução de alguns elementos da obra.
Com o projeto arquitetônico em mãos, foi feito um comparativo entre a
execução e o projeto, com o intuito de verificar se a execução seguia o projeto
aprovado pela Secretaria de Obras do município.
69
Em posse das respostas dos dois questionários aplicados foi buscado
identificar mais algumas falhas e empecilhos que pudessem influenciar também
na qualidade e na conformidade da execução da obra de acordo com as
Normas Técnicas Brasileira: NBR 6118:2014, NBR 5674:1999, NBR
5410:2004, NBR 5626:1998, NBR 8160:1999, NBR 15270-1:2005, NBR
16697:2018, NBR 15577-1:2018, NBR 14653-1:2001, NBR 13752:1996, NBR
15575:2013 e NBR 9575:2010.
Durante essa etapa de levantamento de falhas e irregularidades, foram
observadas questões como: cobrimento das armaduras, posicionamento das
ferragens e quaisquer outros tipos de defeitos construtivos que pudessem ser
registrados.
Devido ao fato de a ART da laje ter sido emitida pela empresa
fornecedora e não pelo engenheiro responsável pela obra, não foram
analisadas questões referentes a laje da edificação.
6. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
6.1 FALHAS DE PROJETO
A seguir, são apresentas falhas através do Relatório de análise emitido
pela Superintendência Municipal de Desenvolvimento Urbano de Rio Verde-
GO (SUDERV) e através da comparação entre o projeto arquitetônico inicial
feito por uma pessoa não habilitada e o projeto refeito por um profissional
habilitado, bem como indicação das prováveis causas em conjunto com a
descrição do mecanismo de ocorrência de cada falha.
Como já mencionado, o projeto se divide em dois momentos. Inicialmente
ele foi feito por alguém sem habilitação técnica, e em um segundo momento ele
foi refeito por um profissional habilitado.
70
6.1.1 Exigências para aprovação do Alvará de Licença e
falhas de projeto
A figura 38 mostra, de acordo com o Relatório de análise disponível no
Anexo III, as observações feitas pela SUDERV após ser solicitado o Alvará de
Licença com base no projeto arquitetônico inicial feito por uma pessoa não
habilitada.
Figura 38 – Observações da SUDERV quanto ao Alvará de Licença.
Fonte: Dados da obra (2019)
Pode-se notar que todos os itens mencionados na observação, exceto o
primeiro e o terceiro, são de caráter de projeto, em que a responsabilidade de
apresenta-los corretamente em projeto é do autor do projeto.
6.1.1.1 Análise das observações feitas pela SUDERV
Na Figura 39 é possível ver que conforme notificado pela SUDERV, o
carimbo do projeto arquitetônico inicial não possui o campo para assinatura dos
dois proprietários no projeto e também não possui a metragem quadrada da
área permeável.
71
Figura 39 – Carimbo do projeto arquitetônico inicial feito pela pessoa não habilitada.
Fonte: Dados da obra (2019)
É possível também através da Figura 39 ver que, no carimbo, a pessoa
não habilitada que fez o projeto arquitetônico inicial é tratada como “Projetista”.
Quando comparado ao carimbo do projeto inicial, o carimbo do projeto
arquitetônico refeito por um profissional habilitado, apresentado na Figura 40,
atende às observações feitas pela SUDERV, além de ser mais detalhado e
profissional.
72
Figura 40 – Carimbo do projeto arquitetônico refeito por um profissional habilitado.
Fonte: Dados da obra (2019)
O carimbo da Figura 41, mais detalhado, traz o campo para assinatura
dos dois proprietários no projeto, a desconsideração da área da claraboia como
área construída e também as informações da metragem quadrada da área
permeável e outros dados, conforme solicitado pela SUDERV. É importante
também destacar o campo “Deferimento”, adicionado pelo profissional
habilitado e fundamental para o controle das revisões e análises do projeto.
Apesar de estar borrado na figura, no final do carimbo o projeto ainda traz o
logotipo do escritório do profissional habilitado.
Outro erro apontado no projeto arquitetônico inicial feito pela pessoa não
habilitada foi não apresentar a locação da Planta Baixa no terreno. A Figura 41
73
mostra em seu lado “A” a Planta Baixa inicial sem a devida locação no terreno
e em seu lado “B” a Planta Baixa com a devida correção feita pelo profissional
habilitado, fazendo a locação da planta baixa no terreno.
Figura 41 – Plantas Baixas dos dois projetos arquitetônicos.
Fonte: Dados da obra (2019)
Com relação à observação de corrigir a fachada lateral esquerda do
projeto inicial, o profissional habilitado optou por retirar a fachada lateral
esquerda do projeto, pois só seria obrigatória para a aprovação do projeto caso
a casa fosse de esquina com rua na lateral esquerda.
Na figura 42 é possível ver o erro no corte B-B plotado no projeto feito
pela pessoa não habilitada.
74
Figura 42 – Corte B-B do projeto inicial.
Fonte: Dados da obra (2019)
O erro consiste no esboço do muro do fundo do terreno no canto
esquerdo do corte B-B. A imagem 43 mostra como o corte B-B deveria ser.
Figura 43 – Como deveria ser o corte B-B.
Fonte: Dados da obra (2019)
Outra observação é a correção das janelas na Planta Baixa. A figura 44
traz como exemplo a janela da cozinha, que está esboçada sem detalhes que à
caracterize em projeto.
75
Figura 44 – Erro de detalhe na Janela da Cozinha
Fonte: Dados da obra (2019)
Os erros de janela foram corrigidos no novo projeto, padronizando os
dados das janelas e adequando-as como por exemplo na Figura 45.
Figura 45 – detalhe na Janela da Cozinha corrigido no projeto final
Fonte: Dados da obra (2019)
6.1.1.2 Considerações quanto a ART
Quanto a correção da ART, solicitada nas observações, o engenheiro
corrigiu o campo “Atividade Técnica”, conforme a Figura 46, emitindo uma ART
de Substituição.
76
Figura 46 – Alterações da Atividade Técnica na ART
Fonte: Dados da obra (2019)
De acordo com o Manual de Preenchimento de ART Obra ou Serviço do
CREA-SP, um dos casos em que a ART de Substituição pode ser feita é
quando houver a necessidade de corrigir dados que impliquem a modificação
da
caracterização do objeto ou da atividade técnica contratada.
Nesse caso, houve a necessidade da modificação da atividade técnica,
conforme o item 3.1 do Manual de Preenchimento de ART Obra ou Serviço do
CREA-SP citado anteriormente.
Segundo a SUDERV, o engenheiro deveria emitir ART de execução e
projeto elétrica, estrutural e hidrossanitário para regularização da Solicitação de
Alvará, o que foi corrigido após o engenheiro ter emitindo uma ART de
Substituição.
6.1.2 Falhas de execução da obra
6.1.2.1 Locação da tubulação sanitária do banheiro social
A instalação da tubulação sanitária da casa foi feita logo após o
assentamento da alvenaria de vedação. A Figura 47 mostra uma falha com
relação a execução da parte hidrossanitária da residência em estudo.
77
Figura 47 – Locação da tubulação sanitária do banheiro social
Fonte: Do Autor (2019)
Descrição visual: a figura apresenta o posicionamento da tubulação
sanitária de um dos banheiros, realizado de maneira indevida, onde a parte
inferior da viga baldrame foi quebrada para a passagem dos tubos.
Manifestação: observa-se que a baldrame que suporta a carga da
alvenaria sobre ela foi quebrada na sua região de tração, em três locais, para a
passagem de dois tubos de 100 mm e um tubo de 75 mm, comprometendo o
cobrimento das armaduras positivas da viga.
Causas prováveis: as causas foram a falta de Projeto Hidrossanitário
que conteria as devidas especificações técnicas e a falta de acompanhamento
da execução do serviço. A impossibilidade da compatibilização devido à falta
de projetos complementares também é uma das causas da falha, já que hoje
com a metodologia BIM citada em 4.2.7 falhas desse tipo podem ser evitadas
ainda em fase de projeto. Outra causa é a incorreta ordem cronológica da
execução do serviço.
Mecanismo de ocorrência: o mecanismo de ocorrência inicialmente é a
falta de acompanhamento, o que fez com que o pedreiro optasse por quebrar a
78
baldrame ao invés de escavar suficientemente para a passagem das
tubulações por baixo da viga. Outro mecanismo é a danificação do cobrimento
da armadura da viga baldrame em sua região de tração, podendo ocorrer a
exposição da armadura, que por sua vez pode estar sujeita ao processo de
corrosão. O cobrimento da armadura é previsto pela NBR 6118:2014 e
abordado no item 4.2.5.1 deste trabalho.
Solução: a solução é fazer a escavação do solo até um nível abaixo da
viga baldrame, em seguida inspecionar se o cobrimento da armadura foi
comprometido. Faz-se a averiguação do grau de comprometimento da
armadura para que se tenha um diagnóstico do seu estado de corrosão. Em
seguida deve ser feita uma limpeza do local, fazendo com que o aço fique
totalmente descoberto em toda a área que apresente oxidação.
Depois da limpeza, o aço que apresente ferrugem deve ser tratado com
a aplicação de inibidor de ferrugem, que tem propriedade fosfatizante,
permitindo uma proteção antioxidante, do tipo pintura, sobre a qual o concreto
novo tem uma boa aderência.
Para finalizar faz-se o cobrimento da parte danificada, utilizando
argamassa polimérica moldável com alta resistência mecânica e elevada
aderência ao concreto da estrutura existente, que impede a penetração de
água e agentes agressivos.
Após o reparo da baldrame, deve ser feita a impermeabilização do local
reparado e a tubulação deve ser reposicionada abaixo da viga, conforme
exemplificado na Figura 48.
Figura 48 – Exemplo de posicionamento correto de tubulação sanitária
79
Fonte: JR- Construção (2017)
6.1.2.2 Vão criado para embutimento de armário na suíte 2
Em desacordo com o projeto arquitetônico aprovado pela prefeitura, foi
feito sem a devida alteração do projeto um vão na suíte 2 para inserção de um
armário embutido. A análise dessa falha é feita com base na Figura 49.
Figura 49– Vão criado para embutimento de armário na suíte 2
Fonte: Do Autor (2019)
Descrição visual: na imagem é possível ver um vão incompatível com o
projeto, criado na suíte 2, para a instalação de um armário embutido.
Manifestação: o vão não foi previsto em projeto, o que ocasiona a
incompatibilidade entre o projeto aprovado pela SUDERV e a execução da
obra. A figura 50 traz o detalhe do cômodo no projeto aprovado pelo órgão
80
responsável e mostra que a parede da suíte 2 deveria ser contínua e sem o
vão.
Figura 50 – Detalhe da suíte 2 no projeto aprovado
Fonte: Do Autor (2019)
Causas prováveis: a deficiência da pessoa não habilitada em não saber
como estabelecer o programa de necessidades, (conforme abordado em 4.2.2)
para que pudesse ser captada a necessidade do dono da casa em ter o
armário embutido na suíte.
Mecanismo de ocorrência: o mecanismo de ocorrência é a falta de
comunicação entre o construtor e o engenheiro para que fosse feita a
modificação no projeto que foi refeito por ele.
Solução: a solução é a adequação do projeto conforme o que foi
executado no cômodo como exemplificado na Figura 51 e a atualização do
projeto junto ao órgão responsável.
81
Figura 51 – Detalhe da suíte 2 no projeto aprovado
Fonte: Do Autor (2019)
6.1.2.3 Exposição da armadura em pilar e viga
A Figura 52 e Figura 53 mostram respectivamente falhas em um
dos pilares e em uma das vigas da residência, onde a armadura dos
elementos estruturais tiveram seu cobrimento comprometido e ficaram
expostas.
Figura 52 – Exposição da armadura em pilar
82
Fonte: Do Autor (2019)
Figura 53 – Exposição da armadura em viga
Fonte: Do Autor (2019)
Descrição visual: pelas figuras é possível ver a ausência de cobrimento
da armadura.
Manifestação: é notório que a armadura longitudinal e o estribo estão
aparentes. O aço CA-50 possui uma tendência à oxidação e o concreto além
de possuir função estrutural, também possui função de proteger fisicamente a
armadura impedindo o contato direto como o exterior e proporcionar uma
83
proteção química, conferida pelo elevado pH do concreto, formando uma
película passivadora que envolve o aço.
Causas prováveis: a causa é a falta da conferência do uso de
espaçador na armadura além da falta de verificação do posicionamento das
ferragens por parte do engenheiro responsável, antes da etapa de
concretagem. Outra causa é a desforma feita com apenas um dia de cura após
a concretagem, onde o concreto não possui ainda resistência ideal.
Mecanismo de ocorrência: o mecanismo de ocorrência inicial da
exposição é a falta do uso de espaçador na armadura. Outro mecanismo de
ocorrência é a danificação da viga e do pilar no momento da desforma, devido
a uma possível baixa resistência do concreto utilizado, vez que o traço de
concreto não foi feito conforme o especificado pelo engenheiro.
Solução: a solução é a mesma do procedimento descrito no item
6.1.2.1
Primeiramente deve ser feita a averiguação do grau de
comprometimento da armadura para que se tenha um diagnóstico do seu
estado de corrosão. Em seguida deve ser feita uma limpeza do local, fazendo
com que o aço fique totalmente descoberto em toda a área que apresente
oxidação.
Após a limpeza, o aço que apresente ferrugem deve ser tratado com a
aplicação de inibidor de ferrugem, que tem propriedade fosfatizante, permitindo
uma proteção antioxidante, do tipo pintura, sobre a qual o concreto novo tem
uma boa aderência.
Para finalizar faz-se o cobrimento da parte danificada, utilizando
argamassa polimérica moldável com alta resistência mecânica e elevada
aderência ao concreto da estrutura existente, que impede a penetração de
água e agentes agressivos.
6.2 ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO
Através dos questionários presentes no Anexo II e aplicados ao
construtor e ao engenheiro responsável pela obra foi possível entender melhor
a relação entre os dois profissionais. Primeiramente foi constatado que o
construtor é um profissional sem formação técnica ou superior, porém, com
84
mais de trinta anos de experiencia em execução de obras, tendo construído
várias casas e atuado também na execução de grandes prédios. O engenheiro
civil, ao responder à questão de número 1 afirma que havia formado
recentemente na época em que foi contratado para essa obra, e hoje possui
aproximadamente um ano de atuação como profissional da área. Ele também
conta que essa foi sua primeira obra após formado.
Ao responder sua pergunta de número 2, que trata sobre ter sido
instruído ou não que fossem feitos os projetos estrutural, elétrico e hidráulico, o
engenheiro civil afirma que a questão de fornecer ou não os projetos é um
pouco delicada, e que de início seu pensamento era de instruir o cliente para
que fosse feita a contratação também desses três projetos, mas que o
construtor não demonstrou interesse e que essa situação fez com que ele não
tivesse confiança para como profissional impor a necessidade dos três
projetos. Em resposta a sua pergunta de número 6 o engenheiro afirma que
não foram feitos os projetos estrutural, elétrico e hidrossanitário. Sobre esse
assunto o construtor afirma que a prefeitura pede os projetos elétrico, estrutural
e hidrossanitário mas que não fiscaliza se o projeto foi realmente feito, apenas
verificando se possui ART de projeto e execução destes, alegando também
que em obras desse porte ele só necessita desses três projetos caso a casa
seja financiada, pois para o financiamento é necessário tê-los em mãos.
Em resposta à pergunta de número 3 feita ao construtor, que trata da
concepção estrutural e ferragem adotada, ele conta que foram baseadas em
sua experiencia de mais de 30 anos de construtor e que foram utilizadas
ferragens “sete por quatorze” (7x14 cm) tanto nas vigas quanto nos pilares,
além de vergas e contra vergas em altura de janela e porta. A altura das vigas
internas da casa foi definida com base na tabua de 30 cm utilizada para as
laterais da caixaria e ficaram com 28 cm de altura final. A Figura 54 mostra a
ferragem das vigas da sala já posicionadas, sem o uso de espaçadores,
apoiadas sobre a alvenaria e na esquerda da imagem parte da caixaria já
montada.
Figura 54 – Execução das vigas da sala
85
Fonte: Do Autor (2018)
Sobre a ferragem chamada de “sete por quatorze” pelo construtor,
trata-se de uma armação pronta e padronizada que já é compra pronta, com 4
barras longitudinais de 8 mm e comprimento de 6 metros, estribos de 5 mm a
cada 20 cm e 7 cm e 14 cm de espaçamento entre barras longitudinais,
conforme demonstrado na Figura 55.
Figura 55 – Esquema demonstrativo de ferragem 7x14
Fonte: Do Autor (2019)
86
Os pilares adotados pelo construtor para a edificação possuem seção de
10x25 cm, computando uma área de 250 cm². Quanto a área da seção desses
pilares podemos fazer uma análise de acordo com as Normas Técnicas
Brasileiras. A NBR 6118:2014 em seu item 13.2.3- Pilares e pilares-parede diz
que em qualquer caso, não é permitido pilar com seção transversal inferior a
360 cm², e apenas em casos especiais permite-se a consideração de
dimensões entre 19 cm e 14 cm para pilares, desde que os esforços
solicitantes sejam multiplicados por um coeficiente γn de acordo com o Quadro
4.
Quadro 4 – Valores do coeficiente adicional γn para pilares
Fonte: NBR 6118:2014, tabela 13.1
Porém, a NBR 15575-2:2013- Edificações habitacionais – Desempenho
por mais que seja um ano mais nova que a NBR 6118:2014, traz em seu item
7.2.2.1 a orientação de que para residências térreas unifamiliar e sobrados que
não tenham altura maior que 6,0 metros desde o respaldo da fundação mais
baixa até o topo da cobertura, não é necessário atender às dimensões mínimas
dos componentes estruturais estabelecidos pela ABNT NBR 6118 dês de que
seja feita a análise dos elementos conforme a NBR 6118:2014, dimensionando
a estrutura, garantindo segurança e estabilidade, recomendando também o
ensaio destrutivo de um corpo de prova do concreto.
Pelo projeto, presente no Anexo I, é possível verificar que a residência
em estudo possui 5,60 m de altura e é caracterizada como unifamiliar, sendo
assim, seus pilares poderiam ter seção com área inferior a 360 cm² caso
tivesse sido feita a análise dos elementos conforme a NBR 6118:2014,
garantindo os itens citados anteriormente. Como a residência não possui
projeto estrutural, não foi garantida a qualidade do concreto e os elementos
87
não foram calculados e verificados, os pilares da residência são então
considerados em desacordo com as Normas.
Referente as perguntas de número 4 e 5 feitas ao construtor e a
pergunta de número 5 feita ao engenheiro civil, que questionam se o
engenheiro esteve presente ou não nas etapas de concretagem e etapas da
execução do elétrico e do hidrossanitário e também se em alguma etapa da
obra o engenheiro civil fez falta para o construtor as respostas foram um pouco
divergentes.
O construtor afirma que o engenheiro fez falta principalmente na parte
da elétrica, pois geralmente pede pro engenheiro conferir pra ele. Segundo o
construtor o engenheiro deveria conferir a ferragem, a elétrica e fundação. Ao
perguntar ao construtor se o engenheiro esteve presente nas etapas para
realizar o acompanhamento técnico ele respondeu que o engenheiro esteve
presente como profissional realizando conferência apenas na etapa de
fundação.
O engenheiro ao responder sua questão de número 5 afirma que esteve
presente na maioria das etapas mencionadas na pergunta, mas não em todas
pois segundo ele, a obra estava paralisada e a etapa da elétrica ainda não
havia sido iniciada. Ao confrontar as respostas que dizem respeito a parte
elétrica da casa é possível notar que o engenheiro realmente não esteve
presente, pois dias antes ao que foi aplicado o questionário a parte da elétrica
já estava iniciada e com os conduítes já lançados, conforme mostrado na
Figura 56.
Figura 56 – Conduítes na laje
88
Fonte: Do Autor (2019)
Quanto as etapas de concretagem o engenheiro afirma que esteve na
maioria delas e que a principal questão não era a conferencia, mas sim a
dificuldade de realizar um acompanhamento de forma técnica devido a falta
dos projetos e que para ele esse era um acompanhamento mais voltado para o
aumento de sua experiencia. Ao analisar as respostas dos dois entrevistados
com relação ao acompanhamento da parte de execução do estrutural o
engenheiro afirma que de início estava presente praticamente em todas as
etapas e cita a etapa de fundação, concretagem dos pilares e concretagem das
vigas.
É possível também constatar uma divergência entre a resposta do
construtor e a resposta do engenheiro quanto ao acompanhamento. Um dos
possíveis entendimentos é que, para o construtor, o engenheiro atuou
tecnicamente fazendo verificações e empenhando seu papel apenas na etapa
de fundação, e que nas outras etapas ele pode até ter estado presente, mas
sem impor opiniões técnicas como engenheiro e apenas para adquirir
experiência observando como era feita a execução, seja ela de forma correta
ou não.
Com relação a pergunta de número 6 feita ao construtor e as perguntas
de número 3 e 5 feitas ao engenheiro, sobre ter havido ou não alguma
especificação técnica feita pelo engenheiro e que não tivesse sido seguida, os
89
dois relataram a mesma especificação que foi com relação ao traço do
concreto.
O engenheiro destacou a questão do traço do concreto passado por ele
e que não foi seguido em nenhum dos elementos estruturais da obra. De
acordo com ele, houveram várias especificações que tiveram resistência pelo
construtor, alegando não ter sabido lidar com a situação de imposição devido
novamente ao fato ser sua primeira obra e por não possuir experiência, além
também pela personalidade e reações do construtor.
O construtor relata a mesma especificação com relação ao traço do
concreto. Ele diz não ter seguido o traço devido ao fato de descordar que o
traço de concreto indicado pelo engenheiro tenha mais brita que areia em sua
composição e afirmar que pra prédio o traço pode até ser ideal, mas não para
casas baixas.
Ao fazer essa distinção entre casas baixas e prédios, já que durante o
processo de cálculo de um traço de concreto não é considerado em momento
algum o porte da obra em que ele é utilizado, o construtor passa a impressão
de que ousa opinar apenas em obras de pequeno porte e que quando se trata
de prédios ou obras grandes que fujam da sua experiência ele ai então
concorda com orientações técnicas.
Ao fazer uma análise englobando uma visão geral da entrevista, nota-se
que houve um certo conflito entre o construtor e o engenheiro dês do início da
obra, onde de um lado, o construtor por se afirmar experiente suficiente não se
demonstrou flexível em pelo menos trocar experiências com o engenheiro que
por outro lado tentava atuar e repassar a necessidade dos projetos estrutural,
elétrico e hidrossanitário.
É possível perceber também que devido à falta de experiência e por ser
sua primeira obra o engenheiro ao notar que suas imposições não eram
seguidas apenas aceitou e passou a acompanhar a obra somente como
observador, para adquirir experiência e não para atuar de forma técnica
realmente.
Quanto à questão de, segundo o engenheiro, não ter feito um
acompanhamento técnico devido a falta dos projetos há dois pontos a serem
vistos, onde o primeiro ponto é que realmente quando não se tem os projetos
em mãos, não há algo específico para a obra para ser consultado como
90
referência e que possa ser usado como base para comparar com a execução.
Porém, por estar se responsabilizando pela execução através da ART o
engenheiro mesmo com dificuldades deveria e poderia persistir em pontos
como pôr exemplo o uso de espaçadores, a verificação da porcentagem dos
desníveis das tubulações de esgoto para averiguar se estavam corretas e
estando presente também na etapa inicial da elétrica, verificando e instruindo o
lançamento dos conduítes.
O Gráfico 4 mostra uma análise numérica das respostas obtidas,
mostrando que, em 66,67% dos temas em comum abordados nos dois
questionários do Anexo II os profissionais estiveram em comum acordo ao
responderem as questões.
Gráfico 4 – Respostas em acordo ou desacordo entre os profissionais
Fonte: Do Autor (2019)
Um profissional habilitado se faz importante no planejamento e na
execução de obras também para evitar que teorias leigas e empíricas sejam
postas em pratica, sem fundamento teórico e muitas vezes sem controle de
qualidade. Dessa forma, é essencial que o engenheiro desempenhe sua
responsabilidade social e profissional, mantendo sua postura e coerência,
instruindo as técnicas corretas de execução da obra e trocando experiências ao
invés de se pôr em uma posição que o permita apenas adquiri-la.
Além disso, a correta comunicação entre o engenheiro e o construtor é
de grande importância, evitando conflitos e melhorando a troca de experiência,
66,67 %
33,33 %
Análise das respostas
Em comum acordo Em desacordo
91
formando profissionais melhores e proporcionando melhor qualidade na
execução dos serviços
7. CONCLUSÃO
O presente trabalho apresentou falhas de projeto e execução de uma
residência em estudo, visando a análise da influência da falta de um
profissional habilitado quanto à responsabilidade sobre as atividades técnicas
descritas na ART emitida por ele, porém, é importante destacar que quando
destina-se a fazer um estudo sobre ilegalidades e manifestações incorretas em
uma obra, observa-se a dificuldade de levantamento de dados. Fator esse que
acaba dificultando todo um estudo.
Com relação a parte de projeto, é notório que a qualidade e os níveis de
detalhe do projeto refeito pelo profissional habilitado foram muito maiores
quando comparado ao projeto inicial feito pela pessoa não habilitada. O
relatório de observações emitido pela SUDERV demonstra que a pessoa não
habilitada que inicialmente fez o projeto, por mais que soubesse faze-lo, não
possuía experiência suficiente na parte de detalhamento e também não
conhecia todas as exigências do órgão responsável para a aprovação do
mesmo.
Quanto as etapas de execução, conclui-se que realmente o engenheiro
esteve na fase de fundação realizando o acompanhamento técnico, porém, nas
etapas de instalações elétricas ele não esteve presente. Na execução do
hidrossanitário e concretagem dos pilares e vigas, dar-se a entender que o
engenheiro civil acompanhou, não de forma técnica vistoriando o serviço para
que fosse garantida a execução de acordo com as normas, mas sim, apenas
como observador, para aumentar sua experiência. Nesse caso, acredita-se
que, como mencionado pelo engenheiro, sua falta de experiência fez com que
ele não soubesse impor corretamente suas decisões como responsável técnico
pela obra, mesmo sabendo dos seus deveres como engenheiro ao emitir as
ART’s de projetos que não foram feitos e de execuções que em parte não
foram acompanhadas devidamente.
92
Com a análise de todos os dados expostos, é possível entender a
necessidade de que o profissional habilitado antes de assumir serviços de
engenharia conheça e de fato atue com sua responsabilidade em projetar e
acompanhar seus serviços, se preparando cada vez mais para que possa atuar
de forma profissional e de acordo com as Leis e Códigos de Ética profissionais.
Emitir ART’s de projetos que não foram feitos e obras que não foram
acompanhadas devidamente é uma infração e o profissional habilitado pode
ser penalizado por isso.
Sendo assim, pode-se concluir que devido à falta de acompanhamento
técnico, a edificação pode vir a sofrer problemas como: elementos estruturais
em desacordo com as Normas Técnica e executados com concretos sem
nenhum controle de qualidade, defeitos construtivos que podem vir a gerar
mais patologias futuras, execuções em desacordo com o projeto arquitetônico,
redução da qualidade do serviço dentro do canteiro de obras e a necessidade
de possíveis intervenções futuras para reparos, que segundo Sitter (1984), o
custo relativo para uma intervenção é aumentado em cinco vezes a cada etapa
e fase da produção.
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103
ANEXO I - Projeto arquitetônico da residência base.
104
105
106
107
108
109
110
ANEXO II - Questionários
Questionário destinado ao Construtor:
1- O senhor possui alguma formação profissional ou técnica, como cursos
técnicos ou graduação na área de construção civil?
2- Porque o senhor optou por não fazer o projeto estrutural, elétrico e
hidrossanitário da obra?
3- A concepção estrutural, as ferragens utilizadas na obra e as dimensões
dos pilares e vigas foram definidas com base em que?
4- Em alguma etapa da obra a presença do engenheiro civil fez falta? Ou
não foi preciso tirar nenhuma dúvida com relação ao projeto ou a
execução da obra até então?
5- O Engenheiro Civil esteve presente durante as etapas de concretagem
dos elementos estruturais para conferir as ferragens e a qualidade do
concreto utilizado, além também das etapas de execução da parte
elétrica e hidrossanitária da obra?
6- Houve alguma especificação técnica que o engenheiro responsável fez e
que foi ignorada, não sendo levada em consideração? Se sim, porque a
especificação não foi seguida?
Questionário destinado ao Engenheiro Civil responsável pela obra:
1- Qual sua formação profissional e quanto tempo você tem de formado?
2- Foi instruído ao dono da obra que fossem feitos os projetos estruturais,
elétrico e hidráulico, além do projeto para aprovação na prefeitura?
3- Houve alguma resistência por parte do construtor em seguir instruções
técnicas em alguma etapa da obra?
4- Houve alguma especificação técnica feita ao construtor que foi ignorada,
não sendo levada em consideração?
5- O senhor esteve presente durante as etapas de concretagem dos
elementos estruturais para conferir as ferragens e a qualidade do
concreto utilizado, e durante as etapas de execução da parte elétrica e
hidrossanitária da obra?
6- Foram feitos os projetos estruturais, elétrico e hidrossanitário para a
obra?
111
ANEXO III – Documentos
112
113
114
115