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OBJETOS E ESPAÇOS ESCOLARES COMO INDICADORES DE CULTURASESCOLARES PROMOTORAS DE APRENDIZAGEM DE HABILIDADES DE
LEITURA: UM ESTUDO EM TRÊS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DORIO DE JANEIRO
Roberta Araujo TeixeiraMestranda em Educação (PUC-Rio)
RESUMO
O artigo, situado no âmbito das escolas eficazes, constitui parte do estudo “Arqueologia
das Escolas”, etapa qualitativa do Projeto GERES no Rio de Janeiro que busca
complementar os dados sobre fatores escolares que impactam no aprendizado dos
alunos, minimizando o efeito da origem social na aprendizagem.
Ao investigar três escolas públicas municipais das 68 escolas públicas e privadas
participantes do GERES na cidade do Rio de Janeiro, escolhidas em função da
proficiência das turmas da primeira série (ou seu equivalente no sistema de ciclos) do
Ensino Fundamental, foram focalizados aspectos da infra-estrutura física e organização
das salas de aula e da presença e utilização de recursos pedagógicos, tendo como fio
condutor os fatores promotores de aprendizagem de habilidades de leitura e escrita.
No intuito de identificar evidências relativas às práticas escolares de leitura e escrita,
foram fotografadas e descritas dimensões físicas de suporte da escrita escolar, tais como
salas de leitura, bibliotecas, salas de apoio, laboratórios de informática, murais, cartazes,
cantinhos de leitura, trabalhos escolares e carteiras.
Na continuidade desta pesquisa, pretende-se analisar a descrição dos registros
fotográficos comparando-os a documentos como entrevistas com professores das
instituições investigadas, relatórios de observação de aula e questionários contextuais da
escola e do professor.
Acredita-se que este estudo poderá contribuir para uma nova perspectiva acerca da
análise da eficácia das instituições escolares sob o ponto de vista dos discursos visuais
da escola e para uma maior compreensão dos fatores escolares promotores de
aprendizagem.
Palavras-chave: Escolas Eficazes, Culturas Escolares; Organização do Espaço-
tempo Escolar; Disposições Escolares.
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INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, o Brasil tem contado com importantes indicadores na área da
Educação, em parte produzidos a partir da implementação de avaliações em larga
escala, como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), a Prova Brasil e
outros projetos de avaliação de redes de ensino desenvolvidos por determinados
Estados, além do aperfeiçoamento dos sistemas de informação educacional, bem como a
participação do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA).
Vale ressaltar, que estas avaliações da realidade educacional, apontam novos desafios a
serem enfrentados por pesquisadores, formadores de professores e educadores em geral
(Oliveira, 2007).
Segundo avaliações do SAEB dos anos de 2001, 2003 e 2005, o país ficou com médias
165,1; 169,4 e 172,3, respectivamente, no que se refere aos indicadores de desempenho
dos alunos em leitura ao final da quarta série. Embora se perceba o aumento das médias,
é importante frisar que o patamar atingido pelos alunos da quarta série está abaixo do
considerado adequado à consolidação e ao desenvolvimento das habilidades de leitura
que permitirão aos alunos continuar a estudar com bom aproveitamento.
No Brasil, os estudos sobre a eficácia escolar, em geral, usam dados do SAEB (Oliveira,
2007) para investigar os fatores escolares que influenciam o desempenho dos alunos e
devem ser ou não priorizados nos investimentos relativos aos sistemas de ensino.
Nesta direção, estudos atuais revelam que, no Brasil, e em outros países da América
Latina, ao contrário dos países desenvolvidos, os recursos escolares aparecem como
aspectos fundamentais para o desempenho dos alunos em sala de aula, mesmo
considerando-se a importância da origem social dos alunos (Gomes 2005, Bonamino e
Franco, 2005). Dentre muitos aspectos, esses estudos apontam os fatores materiais
(aqueles relacionados aos materiais didáticos, à infra-estrutura escolar e aos recursos
pedagógicos, ao tamanho das turmas etc.) como importantes responsáveis pela
mediação na aprendizagem dos alunos. Neste âmbito, a ênfase não recai sobre a
associação entre fatores materiais e resultados, mas sim nas características das próprias
escolas, na sua organização e nos processos que nelas se desenvolvem para alcançar os
determinados resultados escolares (Bonamino e Franco, 2005).
Os estudos sobre escolas eficazes envolvem tipicamente formas diversificadas de
colaboração entre abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa. Pesquisas que
adotam abordagens quantitativas só podem investigar aspectos da realidade antecipados
e incluídos nos seus instrumentos de mensuração. Dessa forma, pesquisas quantitativas
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tendem a ser ‘epistemologicamente conservadoras’, no sentido de que nada pode ser
dito sobre aquilo que não é incluído nos instrumentos de medida adotados. No âmbito
do projeto Geres a tendência ao ‘conservadorismo epistemológico’ é contrabalançada
via pesquisas qualitativas, como o estudo exploratório de natureza qualitativa que vem
sendo conduzido desde 2005, no Rio de Janeiro, em escolas do Projeto, escolhidas a
partir dos resultados iniciais.
Na linha de investigação das escolas eficazes no contexto brasileiro, o Projeto GERESi,
o qual subsidia o estudo que deu origem a este artigo, tem colaborado para a
compreensão dos fatores promotores de aprendizagem em escolas de cinco cidades do
país. O estudo exploratório visou complementar o levantamento dos dados sobre fatores
escolares realizados nas 68 escolas participantes do Geres no município do Rio de
Janeiro, realizado por meio de aplicação de testes de Leitura e Matemática aos alunos e
de questionários contextuais a diferentes atores da comunidade escolar. No estudo
exploratório denominado ‘Arqueologia das Escolas’ii, no qual se inscreve o presente
trabalho, cada uma das 68 escolas foi visitada por uma equipe de pesquisadores entre os
meses de Maio e Setembro de 2005 e foram documentados seus aspectos materiais e
pedagógicos, relativos à infra-estrutura escolar e das salas de aula, aos tipos de rituais e
interações desenvolvidas e aos recursos pedagógicos utilizados, a partir de diferentes
instrumentos, como roteiros de observação, registros fotográficos e entrevistas com
professores e diretores.
Face ao interesse em investigar quais características estão presentes nas escolas que
apresentam altos níveis de proficiência em Leitura, foi desenvolvido o estudo
exploratório em seis escolas municipais da cidade do Rio de Janeiro que apresentaram
bons resultados nas duas primeiras avaliações do Geres realizadas em 2005. Nesta
etapa, foi realizada uma investigação mais adensada de diferentes aspectos espaciais e
materiais das escolas, efetuaram- se novos registros fotográficos e foram observadas, ao
longo de uma semana, as turmas participantes do GERES.
No intuito da dar continuidade ao estudo das escolas, foram escolhidas, no início de
2007, três das seis instituições de ensino com desempenhos diferenciados nas duas
primeiras ondas de aplicação do GERES, denominadas Escolas A, B e C. É importante
ressaltar que, em Leitura, o intervalo total da escala de proficiência do Projeto vai de
‘menor que 50’ a 200, sendo ela dividida em sete intervalos de 25 pontos.
Assim, no patamar mais elevado, encontra-se a Escola A, com as maiores proficiências
nas escalas das duas ondas (131,94 e 140,96); já Escola B, próximo ao patamar mais
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baixo da escala, apresenta uma das menores proficiências (96,71 e 116,1) e a Escola C,
próxima da Escola A, também apresenta proficiências elevadas (122,48 e 137,51).
Estas escolas foram visitadas novamente com o olhar mais direcionado para as
evidências de fatores promotores de aprendizagem de habilidades de leitura. Realizou-
se outra bateria de registros fotográficos, o que tornou possível verificar o contraste
entre as escolas investigadas e perceber mudanças ocorridas ao longo dos três anos.
Com isso, os registros fotográficos de determinados aspectos das escolas foram
utilizados para a descrição de indícios de características estruturais e materiais
relacionados à promoção da aprendizagem de habilidades de leitura, tais como salas de
leitura, bibliotecas, salas de apoio, laboratórios de informática, murais, cartazes,
cantinhos de leitura, trabalhos escolares e carteiras.
Na seqüência deste artigo, são apresentados os principais referenciais teóricos do
estudo, os pressupostos metodológicos que nortearam as incursões ao campo, bem como
uma descrição preliminar dos registros fotográficos da pesquisa.
1 - Principais referências teóricas que nortearam o trabalho
Conforme indicado na introdução do artigo, o estudo ora apresentado situa-se no âmbito
das escolas eficazes. Neste âmbito, pesquisadores brasileiros apontam para o fato de
que, no país, a existência e a conservação dos prédios, de equipamentos, condições de
funcionamento de recursos pedagógicos e espaços adicionais para atividades escolares
têm efeito positivo sobre o desempenho dos alunos (Franco e Bonamino, 2005, cit. Em
Bonamino et all, 2005). No entanto, é importante enfatizar que somente a existência
destes aspectos nos estabelecimentos de ensino não é suficiente, pois é o uso efetivo
destes que faz a diferença nos resultados escolares.
A respeito das características das escolas relacionadas à organização dos espaços,
processos e aspectos materiais, autores como Viñao Frago e Escolano (2001) e Vidal
(2005) as concebem como indicadores culturais de práticas escolares e padrões de
socialização.
Segundo os autores, estes elementos expressam indícios das diferentes composições
curriculares, inseridos nas diferentes culturas das escolas, delineadas pelo conjunto de
práticas, imagens, normas, idéias e procedimentos que se expressam em modos de fazer
e pensar o cotidiano da escola, e de um sistema de padrões de socialização partilhados
pelos membros da comunidade escolar, que varia de instituição para instituição. Nesta
direção, o conceito de dimensões tácitas é utilizado para compreender estas diferentes
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composições escolares e de salas de aula. O espaço escolar, concebido em sua dimensão
tácita, opera como um:“(...) construto cultural que expressa e reflete, para além de suamaterialidade, determinados discursos (...) é, além disso, ummediador cultural em relação à gênese e formação dosprimeiros esquemas cognitivos e motores, ou seja, umelemento significativo do currículo, uma fonte de experiência eaprendizagem” (Frago, 2001, p. 26).
Vidal (2005) ressalta ainda que, por meio do estudo das culturas das escolas refletidas
em objetos utilizados na escola como, por exemplo, exercícios, cadernos, cartazes,
quadros, entre outros, é possível revelar aspectos das práticas escolares, aumentando,
assim, o “entendimento do conjunto de fazeres ativados no interior da escola” (Vidal,
2005, p.64). No âmbito das dimensões físicas de suporte de escrita escolar, a autora
atenta para o fato de que elementos tais como o formato de quadro-negros, lousas,
trabalhos escolares, cartazes, faixas, quadros, associação do papel a outros materiais,
etc. trazem as marcas da modelação das práticas escolares, quando observados na sua
regularidade. Faria Filho, Gonçalves, Vidal e Paulilo (2004) acrescentam ainda que:Investigações como aquelas que estudam as práticas de ensinoda leitura e da escrita estão a nos revelar que a materialidadeda escola é fator às vezes preponderante na constituição dedeterminadas práticas escolares e, sobretudo, constrangem ouestimulam a disseminação social de certos conhecimentos oucompetências. (Faria Filho, Gonçalves, Vidal e Paulilo, 2004,p. 151)
Neste sentido, concebe-se o espaço escolar, a existência e a utilização dos recursos
pedagógicos, os objetos, as imagens e os discursos nele presentes como mediadores
culturais em relação à formação de disposições escolares e, portanto, como elementos
tácitos significativos na dimensão do ensino-aprendizagem.
Nesta direção, busca-se caracterizar, nas três escolas selecionadas, as relações entre a
proficiência na aprendizagem de habilidades básicas de leitura com três fatores de
eficácia escolar reportados pela literatura brasileira e que orientaram este estudo: i)
infra-estrutura das escolas e das salas de aula; ii) recursos pedagógicos e iii) práticas
pedagógicas de sala de aula.
Com relação ao fator infra-estrutura, procurou-se registrar a presença de murais nos
pátios e corredores das escolas e no interior das salas de aula no tocante à atualização, à
quantidade e autoria dos materiais expostos.
No que tange ao fator recursos pedagógicos, foram observados e registrados espaços
de apoio pedagógico destinados a práticas de leitura e escrita na escola, tais como
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laboratório de informática, sala de leitura e/ou biblioteca. Nas salas de aula, atentou-se
para a presença de espaços como cantinhos de leitura e/ou bibliotecas de sala,
focalizando-se o estado de conservação e a disposição dos mesmos no espaço, tipo e
diversidade de materiais disponibilizados e acessibilidade.
No que diz respeito ao fator práticas pedagógicas, focalizamos o formato e a forma de
utilização de quadro-negros e brancos, presença de materiais expostos em quadro de
avisos, cartazes e faixas que indiquem o desenvolvimento de habilidades de leitura e
escrita, bem como a forma de organização das carteiras nas salas de aula.
Todos os fatores acima descritos foram analisados tendo em vista não só a sua
existência na instituição escolar, mas, principalmente, a sua condição e freqüência de
uso pela comunidade escolar.
2 - Incursões ao Campo
Conforme indicado no início do artigo, o presente trabalho envolve um estudo de
natureza eminentemente qualitativa, que utiliza dados quantitativos e qualitativos
relevados nas duas primeiras avaliações do Projeto GERES no município do Rio de
Janeiro. De posse dos resultados de Leitura, foi possível identificar as escolas em
relação à média geral de proficiência.
Paralelamente, buscou-se analisar o corpus coletado ao longo das duas etapas
qualitativas do estudo ‘Arqueologia das Escolas’, por meio de instrumentos tais como
roteiros de observação de aulas e entrevistas realizadas com os professores das turmas
participantes do Geres e com os diretores das escolas nos períodos de Maio a Novembro
de 2005 e de Outubro a Novembro de 2006. Na análise foram explorados os aspectos
materiais relacionados à infra-estrutura das escolas e das salas de aula.
Desta forma, os critérios para a escolha das escolas recaíram sobre aqueles
estabelecimentos que obtiveram resultados divergentes em relação ao nível de
proficiência nos testes de Leitura aplicados aos alunos no contexto do Geres e em
relação aos aspectos levantados nas duas etapas qualitativas do Projeto.
Restringiu-se, assim, ao estudo de três instituições da rede municipal de ensino (escolas
A, B e C) localizadas em bairros de periferias da Baixada Fluminense e da Zona Oeste
do Rio de Janeiro, respectivamente, e que atendem um público constituído por alunos
provenientes de classes populares.
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Após este recorte, as três escolas selecionadas foram revisitadas no mês de Junho de
2007 e foram fotografadas, novamente, nos seus aspectos infra-estruturais e materiais
relacionados ao desenvolvimento de práticas de leitura e escrita.
Com isso, os registros fotográficos das etapas anteriores da ‘Arqueologia das Escolas’
relativos às escolas ora escolhidas puderam ser comparados e analisados junto às
fotografias obtidas no ano de 2007. Como as incursões ao campo foram realizadas em
momentos estratégicos do calendário escolar, como início, meio e término do ano letivo,
foi possível verificar, além dos conteúdos, a atualização dos murais ao longo do ano.
Foi dado um enfoque especial às posições dos murais e à contextualização dos mesmos
em relação ao espaço em que se encontram situados.
A ênfase no uso de registros fotográficos como recurso metodológico deve-se à riqueza
que estes podem proporcionar às pesquisas educacionais. A respeito do uso da
fotografia como fonte documental de pesquisas, Vidal (2005) explicita:“O concurso de outras fontes – sempre analisadas com basenas especificidades da linguagem que utilizam e tendo emconta as condições de produção documental, o que provoca onecessário exercício da crítica – como fotografia, história orale de vida, para citar algumas delas, pode, ainda, aumentar acompreensão desses ‘fazeres com’, das rotinas escolares e daconstituição de corporeidades nos sujeitos das escolas.” (Vidal,2005, p. 65)
Na continuidade desta pesquisa, pretende-se realizar outras duas incursões ao campo a
fim de analisar a descrição dos registros fotográficos comparando-os a documentos
como entrevistas com professores das instituições investigadas, relatórios de observação
de aula e questionários.
3 - Descrição preliminar dos registros fotográficos
Escola A
A Escola A localiza-se em Campo Grande, bairro situado na Zona Oeste da cidade do
Rio de Janeiro. A região tem o maior contingente populacional da cidade em números
absolutos e a maior área territorial, destacando-se como um importante pólo industrial e
comercial do Estado. A escola atende um público constituído, basicamente, de crianças
provenientes de comunidades ou favelas situadas nos arredores da região. Há uma turma
participante do Projeto GERES cujos alunos atingiram maior média de proficiência na
escala de habilidades de Leitura e Matemática.
Escola B
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A Escola B funciona num CIEP e atende a uma clientela composta basicamente por
moradores das comunidades ou favelas do seu entorno. Situada em Costa Barros, bairro
da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, está localizada próxima a várias
comunidades carentes que apresentam alto índice de violência. 4 turmas participam do
GERES, das quais três delas encontram-se na média das escala de proficiência avaliado
no Projeto e uma encontra-se abaixo da média.
Escola C
Na Escola C, localizada no bairro Barra da Tijuca na Zona Oeste, existe uma forte
mobilização educacional por parte dos pais dos alunos no que diz respeito à procura de
vagas e à permanência dos alunos na escola. Constatamos que a maioria do corpo
discente mora em bairros distantes da escola. A própria localização da instituição não
favorece o acesso, pois está situada dentro de um condomínio de luxo numa das
avenidas mais movimentadas do bairro. Duas das turmas desta instituição estão
participando do GERES e ambas tiveram a proficiência em Leitura acima da média
geral da escola.
3.1.1 - Infra-estrutura das escolas
Escola A
Pode-se verificar a existência de diversos murais nos pátios e corredores. Os pátios
internos, em especial, têm as paredes tomadas por murais e trabalhos dos alunos. Os
murais do pátio externo são destinados ao diálogo com os pais e responsáveis, contendo
informes da escola, cartazes da Prefeitura do Rio de Janeiro e anúncios de cursos
oferecidos na região (Fotografia 1). Os demais murais expõem diferentes produções de
alunos, desde desenhos até gráficos e tabelas. Percebe-se que todos os trabalhos são
produzidos pelo corpo discente e atualizados permanentemente (Fotografias 2 e 3).
Fotografias 1, 2 e 3
Escola B
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Nas duas primeiras incursões, foram observados poucos murais nos corredores,
principalmente no segundo pavimento do CIEP (Fotografia 4) onde funciona a Escola
B. Percebeu-se que há uma concentração de trabalhos no primeiro andar, próximo à
secretaria da escola. Os murais expunham desenhos estilizados, montados pelas
professoras (Fotografia 5). Percebeu-se a existência de muitos cartazes disponibilizados
pela Prefeitura do Rio de Janeiro colados diretamente nas paredes que permaneceram
nos mesmos lugares durante a realização deste trabalho de campo. Havia também
alguns trabalhos pendurados em varais, contendo atividades realizadas pelas turmas da
escola, produzidas, predominantemente, pelas professoras. A Fotografia 6 expõe
produções de alunos cujo título é “Espaço Histórico”; estas produções, todas iguais
umas às outras, apresentam o mapa do Brasil dividido em capitanias hereditárias. Os
demais varais expunham, de maneira geral, recortes de palavras e figuras de revistas, a
maioria em estado de conservação regular.
Fotografias 4, 5 e 6
Escola CExistem murais espalhados pelos corredores da escola e próximos à secretaria, todos em
excelente estado de conservação, expondo, em geral, diferentes trabalhos realizados por
alunos (Fotografias 7, 8 e 9).
Fotografias 7, 8 e 9
3.1.2 - Infra-estrutura das salas de aula
Escola A
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As salas de aula possuem murais que expõem, basicamente, produções de alunos e
apresentam as seqüências dos projetos desenvolvidos pelas turmas (Fotografias 10, 11 e
12). Na sala de aula analisada, o número de trabalhos é bastante grande e fica evidente a
preocupação com a diversidade textual e de linguagens e a valorização da auto-estima
dos educandos.
Fotografias 10, 11 e 12
Escola B
Assim como nos corredores, existem poucos murais no interior das salas de aula das
turmas participantes do GERES da Escola B. A Fotografia 13 chama atenção pelo fato
de ilustrar a exposição de trabalhos relativos ao ‘Dia da Árvore’ cujos desenhos são
todos iguais. Valendo-se da informação recolhida pela última visita à escola realizada
no mês de Junho, foram encontrados murais desatualizados, versando assuntos como as
férias escolares de final de ano, que aconteceram entre os meses de Dezembro, Janeiro e
Fevereiro e ‘Dia Internacional da Mulher’, comemorado em março (Fotografia 14). A
maioria dos trabalhos expostos encontrava-se em mau estado de conservação
(Fotografia 15).
Fotografias 13, 14 e 15
Cada uma das salas de aula da Escola B possui, ao fundo, um grande mural. Em duas
das salas analisadas estes murais não sofreram alteração alguma ao longo dos três anos
da pesquisa (Fotografias 16, 17 e 18). Estes murais expunham desenhos montados pelas
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professoras, de figuras estilizadas (Fotografia 19) e de personagens infantis, alguns
deles de orientação religiosa (Fotografia 20).
Fotografias 16, 17 e 18
Fotografias 19, 20 e 21
Escola C
Os murais presentes nas salas de aula das turmas GERES da Escola C expõem trabalhos
e atividades realizados pelos alunos das turmas. Percebe-se a preocupação com a
diversidade textual e com a valorização do trabalho dos alunos. Conforme se pode
observar nas Fotografias 22 e 23, são tratados temas atualizados (chegada da primavera,
na incursão realizada em 2005; Dia da Comunicação e Dia das Mães em 2007) e
relacionados a assuntos recentes trabalhados em classe (Fotografia 24). Verifica-se a
presença de personagens infantis na decoração do mural ilustrado na Fotografia 22.
Fotografias 22, 23 e 24
3.2 - Recursos pedagógicos
Escola A
A escola A possui uma Sala de Leitura onde se encontra disponível um diversificado
acervo contendo livros infanto-juvenis e técnicos, revistas, gibis, enciclopédias e
dicionários, que é constantemente freqüentada por alunos, professores e funcionários da
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escola (Fotografias 25, 26, 27 e 28) e conta com um profissional responsável pela
organização do espaço e pelo desenvolvimento de atividades e projetos envolvendo
atividades de leitura e escrita.
Fotografias 25, 26, 27 e 28
Na Fotografia 29 é possível observar uma estante destinada ao cantinho de leitura onde
encontra-se uma quantidade variada de livros, gibis, e revistas ao alcance das crianças.
O espaço é freqüentemente utilizado pelos alunos, que têm autorização para levar os
livros para casa ou para o recreio. Na terceira incursão à escola, a professora, que
acompanha esta mesma turma desde o ano letivo de 2005, mostrou outros espaços
destinados à leitura naquela sala de aula, além do Cantinho de Leitura. A turma possui
três caixas de livros, montadas por iniciativa dos próprios alunos e da professora: uma
somente com gibis (Fotografia 30), outra contendo livros diversos doados pelos pais dos
alunos (Fotografia 31) e uma terceira contendo os livros da ‘Ciranda da Leitura’, projeto
da escola que acontece entre todas as salas de escola.
Fotografias 29, 30 e 31
Escola B
A Escola B dispõe de uma sala de leitura (Fotografias 32 e 33) que mantém um pequeno
acervo de livros de literatura infantil, mas que não é utilizada pelos alunos da escola
devido à falta de profissionais responsáveis. Existe um espaço onde são armazenados
gibis, dicionários, livros didáticos e materiais sobre a história do CIEP que também não
é utilizado com freqüência.
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Fotografias 32 e 33
Em duas das quatro salas de aula investigadas havia um pequeno espaço destinado ao
cantinho de leitura, uma espécie de estante, igual nas classes, pregada no alto da parede,
ao fundo das salas ficando, portanto, fora do alcance das crianças menores. Em uma das
classes o espaço encontrava-se vazio, conforme pode-se observar na Fotografia 34. No
acervo do cantinho de leitura presente na outra sala de aula, havia, na visita realizada
em 2006, cerca de 10 gibis (Fotografia35) e, na incursão de 2007, foram encontrados
somente dois gibis (Fotografia 36).
Fotografias 34,35 e 36
Escola C
A escola possui uma sala de leitura - com recursos multimídia e biblioteca – (Fotografia
37), uma sala de informática equipada com computadores conectados via banda larga
(Fotografia 38), e uma sala de apoio destinada à realização de atividades com as
crianças portadoras de necessidades educacionais especiais (Fotografia 39), todos em
pleno funcionamento. Vale destacar que a instituição funciona, na rede municipal de
ensino, como uma escola pólo, onde espaços como a Sala de Leitura e a biblioteca,
localizadas numa mesma sala, são utilizados não somente pelos professores e alunos da
própria escola, como também para realização de reuniões e cursos com os professores
das escolas vizinhas. Existe uma programação regular de seu uso por alunos e há um
profissional com carga horária exclusiva dedicada ao espaço.
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Fotografias 37, 38 e39
Uma das salas de aula da Escola C possui dois cantinhos de leitura contendo livros
infantis, gibis e revistas organizados em pequenas estantes e em cima de carteiras
(Fotografias 40 e 41). Na outra turma, o cantinho de leitura (Fotografia 42) ilustra um
trabalho peculiar: a professora constrói, junto aos alunos, portfólios divididos por
assunto, contendo diversas produções da turma anteriormente expostos em murais da
sala de aula e da escola. Estes materiais, junto a gibis e livros infantis, constituem o
acervo.
Fotografias 40, 41 e 42
3.3 - Práticas pedagógicas
Escola A
Foi possível perceber que a lousa é utilizada com freqüência pela professora e pelos
alunos para correção de tarefas, cópia de exercícios e explicação de conteúdos
(Fotografia 43). A diversidade textual fica explícita nas ilustrações dos murais da turma.
Há exposição de poesias elaboradas por alunos associadas a desenhos também de
alunos, textos jornalísticos descrevendo a rotina dos alunos na escola e a visita de uma
emissora de TV ao local, textos informativos sobre a prevenção da Dengue (também
elaborados por alunos), críticas de livros infantis lidos pela turma, havendo a presença
de um quadro de avisos sobre o cotidiano da turma e da escola (Fotografia 44). Isto nos
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sugere o desenvolvimento de práticas com ênfase em atividades de letramento e
reflexão sobre o uso social da escrita e da leitura.
Fotografias 43 e 44
As carteiras são individuais e organizadas para comportar grupos de 4, 5 ou 6 alunos,
algumas posicionadas de frente para o quadro negro e outras viradas de lado, conforme
pode ser visualizado nas Fotografias 45, 46 e 47. Este padrão de organização, que se
manteve ao longo de toda a pesquisa, indica o desenvolvimento de práticas que
valorizam a interação e a troca de experiências entre os alunos do grupo.
Fotografias 45, 46 e 47
Escola B
As fotografias revelam que, além de serem utilizados para fins de correção de tarefas,
cópia de exercícios e explicação de conteúdos, os quadros-negros e as lousas presentes
nas salas de aula onde estudam as turmas GERES da Escola B expõem cartazes feitos
pelo corpo docente, contendo o alfabeto associado a imagens estilizadas e sílabas
(Fotografias 48 e 49), e aos nomes das imagens (Fotografia 50) demonstrando
preocupação com a apropriação do código alfabético.
Fotografias 48, 49 e 50
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As Fotografias 51 e 52 mostram cartazes iguais, confeccionados pela professora,
utilizados por dois anos consecutivos (2006 e 2007 respectivamente) que expõem
imagens estilizadas associadas a sílabas. Isto revela novos indícios de práticas nas quais
a ênfase encontra-se na apropriação do código alfabético. Ademais, as bordas enroladas
e amassadas evidenciam o mau estado de conservação do material.
Fotografias 51 e 52
Há alguns trabalhos pendurados em varais contendo aspectos formais do uso da língua
escrita associados a imagens aleatórias e lembretes gramaticais escritos pelas
professoras (Fotografias 53 e 54), vestígios de práticas pedagógicas com ênfase nos
aspectos formais da língua. Foram encontrados outros cartazes nas salas de aula,
conforme pode-se observar na Fotografia 55, também confeccionados pela professora,
contendo explicações sobre tempos verbais.
Fotografias 53, 54 e 55
Nas salas de aula observadas, as carteiras estavam organizadas em duplas. Em algumas
classes as carteiras são individuais (Fotografia 56) e em outras o mobiliário é próprio
para a organização dos alunos em duplas (Fotografias 57 e 58).
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Fotografias 56, 57 e 58
Não foram encontrados quadros de recados e avisos em nenhuma das turmas
observadas.
Escola C
Nas salas de aula da Escola C, o uso do quadro-negro e quadros-brancos não fica
restrito à cópia de conteúdos, explicação e correção de exercícios. Pelo fato de conter
em uma das classes os dois recursos, um deles (o quadro-negro) exerce função de
quadro de avisos contendo informativos acerca do cotidiano da turma e da escola, além
de expor bilhetes dos alunos para a professora e o calendário do mês (Fotografia 59),
enquanto o quadro-branco é utilizado para os fins convencionais (Fotografia 60).
Encontram-se murais expondo diversas produções textuais das crianças, como bilhetes,
redações livres, preenchimento de cheques, histórias em quadrinho e poesias, ao lado de
cartazes contendo lembretes de conteúdos ortográficos - produzidos pela professora a
partir dos ‘erros freqüentes’ identificados nas produções textuais dos alunos (Fotografia
61). Estes indícios, em conjunto, sugerem o desenvolvimento de práticas centradas na
preocupação com o uso social da língua e, ao mesmo tempo, com a sua utilização
correta.
Fotografias 59, 60 e 61
Nas classes são utilizadas carteiras individuais organizadas em duplas (Fotografias 62,63 e 64).
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Fotografias 62, 63 e 64
4 - Considerações Finais
Após a descrição preliminar dos dados acerca dos fatores descritos (infra-estrutura da
escola e das salas de aula, recursos e práticas pedagógicas associadas ao
desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita), foi possível observar aspectos
similares e divergentes entre as escolas investigadas.
Em relação à questão da infra-estrutura, tanto da escola como das salas de aula, o que
se percebe, de maneira geral, é que a situação da Escola B se difere bastante das Escolas
A e C. Esta diferença torna-se marcante ao comparar-se a quantidade e o tipo de
trabalhos expostos. Enquanto nas Escolas A e C encontram-se murais marcados pela
diversidade de trabalhos e pela valorização da criatividade dos alunos, na Escola B é
grande o número de trabalhos expostos de autoria dos professores e, dos trabalhos
expostos de alunos, a maioria era padronizada.
No que se refere ao fator recursos pedagógicos, fica claro que a Escola C apresenta
melhores condições do que as demais instituições pelo fato de dispor de espaços
importantes como laboratório de informática, sala de apoio para alunos portadores de
necessidades especiais e sala de leitura com recursos multimídia, todos supervisionados
por profissionais específicos e à disposição dos alunos. Embora não tenha os mesmo
recursos, a Escola A apresenta sala de leitura, também sob a supervisão de um
profissional específico, bem equipada e com um acervo diversificado à disposição de
toda a comunidade escolar. Já a escola B além de possuir um acervo pequeno e pouco
diversificado, limita o uso de sua sala de leitura aos professores devido à ausência de
um profissional responsável pelo espaço. No que tange aos recursos presentes nas salas
de aula, as Escolas A e C novamente se destacam não só pela presença de cantinhos de
leitura, mas pela qualidade, diversidade e quantidade de materiais de leitura
disponibilizados aos alunos. Em contrapartida, nem todas as salas de aula da Escola B
possuem este recurso, e, aquelas que os possuem parecem colocá-los pouco à disposição
dos alunos, além de apresentar acervos bastante reduzidos ou até mesmo inexistentes.
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Quanto aos indícios de práticas pedagógicas desenvolvidas no interior das salas de
aula, as Escolas A e C pareceram estar mais sintonizadas com o processo de ensino-
aprendizagem baseado na formação de leitores conectados com a diversidade social de
utilização da língua, enquanto na Escola B a ênfase parece estar no ensino de aspectos
formais da língua. A organização das carteiras em duplas e trios em todas as salas de
aula observadas indicam que, independentemente do trabalho pedagógico realizado, é
dado atenção especial à interação e à troca de experiências entre os alunos.
Em suma, os dados descritos e associados aos resultados quantitativos do GERES
revelaram indícios de culturas escolares diferenciadas no que se refere à formação de
leitores e que parecem interferir no desempenho dos seus alunos.
Por fim, vale lembrar que, pelo fato de estarmos trabalhando, neste artigo, com
resultados preliminares, ainda não é possível estabelecer relações consolidadas entre as
diferentes culturas escolares e os níveis de proficiência das escolas investigadas. Por
isso, na continuidade desta pesquisa, pretende-se enriquecer a análise e a descrição dos
registros fotográficos comparando-os a documentos como entrevistas com professores
das instituições investigadas, relatórios de observação de aula e questionários.
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arquitetura como programa. DP&A, 2001.
i O Projeto Geres, estudo longitudinal que teve início em 2005 e acompanhará a evolução daaprendizagem de Leitura e Matemática de alunos de escolas públicas e privadas das séries iniciais doEnsino Fundamental por quatro anos, levando em consideração os fatores escolares e sócio-familiares queincidem sobre o desempenho escolar. O GERES pesquisa uma amostra de 303 escolas eaproximadamente 21.000 alunos em cinco cidades brasileiras, a saber: Belo Horizonte (MG), Campinas(SP), Salvador (BA), Campo Grande (MS) e Rio de Janeiro (RJ), por meio de testes de Leitura eMatemática que focalizam as habilidades básicas dos alunos das séries/anos iniciais do EnsinoFundamental. No Rio de Janeiro, a amostra corresponde a 3.454 alunos distribuídos em 176 turmas de 68escolas pertencentes às redes municipal (90 turmas), privada (55 turmas) e federal (31 turmas). Além dosinstrumentos cognitivos, outros dados são coletados, por meio de questionários contextuais da escola, dosalunos, dos professores e diretores das escolas investigadas, com o objetivo de identificar característicasescolares que aumentam o aprendizado dos alunos.e minimizam o efeito da origem social dos alunos naaprendizagem.
ii Na vertente qualitativa, o Projeto GERES, no pólo do Rio de Janeiro, conta com um estudo exploratóriodenominado ‘Arqueologia das Escolas’. A primeira etapa do estudo, em 2005, consistiu numa exploraçãopreliminar de um conjunto de características relacionadas à infra-estrutura e às rotinas escolares, bemcomo às práticas pedagógicas de sala de aula de professores da primeira série/ano do ensino fundamentaldas escolas cariocas que participam do Geres. Nessa etapa, foram registrados fotograficamente e porescrito aspectos do prédio e das instalações escolares e do material exposto nos murais das escolas e salasde aula.Na segunda etapa, em 2006, o objetivo foi o de coletar informações sobre aspectos relacionados à sala deaula e à gestão escolar em seis escolas públicas municipais que revelaram altos níveis de proficiência naprimeira e na segunda avaliação do Geres ocorridas entre a primeira e a segunda avaliação ocorridas noinício e no final do ano letivo de 2005, no intuito de identificar práticas e políticas escolares, isto é,aspectos da estrutura organizacional das escolas, das interações que nelas acontecem e seus possíveisefeitos sobre a aprendizagem dos alunos medida pelo Geres. (Para maiores esclarecimentos verBONAMINO ET ALL, Da “arqueologia” das escolas às práticas escolares: um estudo exploratóriosobre as características das escolas participantes do Projeto GERES no pólo Rio de Janeiro. ABAVE,2006. [Publicação eletrônica])