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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
INSTITUTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS E ENERGIA
Uso da norma IEC 61850 para a proteção adaptativa de microrredes.
Gustavo Oliveira Macedo
Itajubá, Outubro de 2017
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
INSTITUTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS E ENERGIA
Uso da norma IEC 61850 para a proteção adaptativa de microrredes.
Gustavo Oliveira Macedo
Monografia apresentada ao Instituto de
Sistemas Elétricos e Energia, da
Universidade Federal de Itajubá, como
parte dos requisitos para obtenção do
título de Engenheiro Eletricista.
Orientador: Carlos Alberto Villegas Guerrero
Coorientador: Robson Bauwelz Gonzatti
Itajubá, Outubro de 2017
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Resumo
Existem desafios relacionados à proteção de microrredes, um deles é a presença da
geração distribuída que faz com que a coordenação e a seletividade da proteção tenha que
ser repensada e replanejada, paralelamente existe a necessidade da implantação para fontes
de energia sustentável, buscando cada vez mais a redução de fontes emissoras de CO2,
através de fontes de energia sustentável.
A introdução de microrredes nas redes de distribuição convencionais interfere
diretamente no desempenho do sistema. Essa adição traz problemas como o aumento dos
níveis de reativos no sistema, mudança nos nívies de curto e alteração dos fluxos de
potência, entre outros problemas. A proteção deve responder tanto ao sistema da
concessinária quanto à microrrede. Se a falta acontece dentro da microrrede o sistema deve
operar de maneira rápida, desligando o menor número de unidades consumidoras possível.
Neste trabalho será estudada e simulada a coordenação e a seletividade da proteção,
quando se faz a implementação de uma proteção adaptativa para uma microrrede para
quando se introduz uma geração distribuída no sistema , utilizando o sistema de hardware in
the loop do RTDS.
Palavras chave: Proteção, microrredes, Geração distribuída.
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Abstract
There are several chalenges related to the protection of microgrids. One of them is the
presence os DERs that make the coordination and the selectivity of the protection must be
rethought and redesigned, also there is a necessity of the deployment of clean energy
sources, reducing the sources of CO2 on the atmosphere.
The introduction of microgrids to the distribution grids affects the performance of the
system.This addition brings problems like the increase of reactive at the grid, changes in the
short circuit levels, changes in the power flows and other problems. The protection must
respond to the system and to the utility grid, if the fault occurs inside the microgrid the
system must operate quickly, operating with selectivity.
This work will study and simulate the coordination and selectivity with the
implementation of an adaptive protection for a microgrid when a DER is introduced, using
the hardware in the loop system of RTDS.
Key words: Protection, microgrids, DER
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Lista de Figuras
Figura 1: Perda de coodenação da proteção na presença de geração distribuída. [1] ............ 13
Figura 2 - Curva típica de um relé de sobrecorrente [1]. ....................................................... 14
Figura 3 - Diagrama fasorial de um relé direcional [4]. ......................................................... 15
Figura 4 - Uma microrede de proteção adaptativa [6]. .......................................................... 16
Figura 5 - Estrutura da tabela de eventos [6]. ........................................................................ 17
Figura 6 - Falta com a geração distribuída desligada [6]. ...................................................... 17
Figura 7 - Falta com geração distribuída desligada [6]. ......................................................... 18
Figura 8 – Modelos típicos do RTDS [2]. .............................................................................. 20
Figura 9 - Tela do módulo do RSCAD/draft. ......................................................................... 21
Figura 10 - Tela do Módulo do RSCAD/Runtime. ................................................................ 22
Figura 11 - Esquema de teste de malha fechada [2]. .............................................................. 22
Figura 12 - Topologia da rede de distribuição de 34 nós [7]. ................................................ 23
Figura 13 - Modelo de gerador RSCAD. ............................................................................... 24
Figura 14 - Curvas de temporização normal inversa [11]. ..................................................... 25
Figura 15 - Curvas de atuação dos relés, sistema alimentado pela fonte. .............................. 30
Figura 16 - Curvas do sistema alimentado pelo gerador. ....................................................... 32
Figura 17 - Divisão de subsistemas. ....................................................................................... 32
Figura 18 - Divisão de subsistemas. ....................................................................................... 33
Figura 19 - Faltas entre os relés 1 e 2 e entre os relés 3 e 4. .................................................. 33
Figura 20 - Falta no trecho de baixa tensão. .......................................................................... 34
Figura 21 - Sistema implementado no RSCAD. .................................................................... 35
Figura 22 - Módulo de faltas Runtime. .................................................................................. 35
Figura 23 - Gerador implementado no sistema. .................................................................... 36
Figura 24 - Fonte implementada no sistema. ......................................................................... 36
Figura 25 - Lógica Booleana para saída de mensagens GOOSE. .......................................... 37
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Figura 26 - Interface cartão GTNET. ..................................................................................... 37
Figura 27 - Associação de variáveis no GTNET. .................................................................. 38
Figura 28 - Interface de relé no RSCAD. ............................................................................... 38
Figura 29 - Configuração das portas do GTAO (Corrente). .................................................. 39
Figura 30 - Configuração portas GTAO (Tensão). ................................................................ 39
Figura 31 - Representação dos TCs ideais. ............................................................................ 39
Figura 32 - Interface da placa GTAO. ................................................................................... 41
Figura 33 - Interface da placa GTFPI. ................................................................................... 41
Figura 34 - Comando para abertura e religamento de disjuntor. ............................................ 42
Figura 35 - Interface do Quickset. .......................................................................................... 42
Figura 36 - Grupos de parametrização no QuickSet. ............................................................. 43
Figura 37 - Interface do Architect .......................................................................................... 44
Figura 38 - Parametrização das mensagens GOOSE. ............................................................ 45
Figura 39 - Variáveis seletoras de grupo no Quickset. .......................................................... 45
Figura 40 - Posições das faltas na microrrede. ....................................................................... 46
Figura 41 - Teste relé 3. ......................................................................................................... 47
Figura 42 - Teste, trip 2. ......................................................................................................... 48
Figura 43 - Teste, trip 1. ......................................................................................................... 49
Figura 44 - Teste trip, falha no disjuntor 5. ............................................................................ 49
Figura 46 - Falta 3, trip 5. ...................................................................................................... 50
Figura 47 - Falta 4, caso 1 ...................................................................................................... 51
Figura 48 - Falta 2, caso 1. ..................................................................................................... 52
Figura 49 - Falta 1, caso 1. ..................................................................................................... 53
Figura 50 - Falta 1, caso 2. ..................................................................................................... 54
Figura 51 - Falta 2, caso 2. ..................................................................................................... 55
Figura 52 - Falta 4, caso 2. ..................................................................................................... 56
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Figura 53 - Teste de seletividade falta 1 caso 3. .................................................................... 57
Figura 54 - Teste de seletividade falta 2, caso 3. ................................................................... 58
Figura 55 - Teste de seletividade falta 4 casos 3. ................................................................... 59
Figura 56 - Erro de seletividade. ............................................................................................ 60
Figura 57 - Falta 1, caso 3. ..................................................................................................... 61
Figura 58 - Falta 2, caso 3. ..................................................................................................... 62
Figura 59 - Falta 4, caso 3. ..................................................................................................... 63
Figura 60 - Trip através do GOOSE no Quickset. .................................................................. 64
Figura 61 - Trip através do GOOSE no Architect. ................................................................. 64
Figura 62 - Sinais de trip de malha fechada e GOOSE. ......................................................... 65
,
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Lista de Tabelas
Tabela 1 - Status dos CBs e as constantes de tempo [6]. ....................................................... 18
Tabela 2 - Dados do gerador. ................................................................................................. 24
Tabela 3 – Relação de transformação dos TCs. ..................................................................... 26
Tabela 4 – Correntes de pick-up da função 50 (alimentação pela fonte). .............................. 27
Tabela 5 – Correntes de carga (alimentação pela fonte). ....................................................... 28
Tabela 6 – Correntes de pick-up função 51 (alimentação pela fonte). ................................... 28
Tabela 7 – Parâmetros função 51 (alimentação pela fonte). .................................................. 29
Tabela 8 – Parâmetros função 50 (alimentação pelo gerador). .............................................. 30
Tabela 9 – Correntes de Carga (alimentação pelo gerador). .................................................. 31
Tabela 10 – Parâmetros função 51 (alimentação pelo gerador). ............................................ 31
Tabela 11 – Parâmetros função 51 (alimentação pela fonte e gerador). ................................ 34
Tabela 12 – Parâmetros função 51, grupo 1. .......................................................................... 43
Tabela 13 – Parâmetros função 50, grupo 1. .......................................................................... 43
Tabela 14 – Parâmetros função 51, grupo 3 ........................................................................... 43
Tabela 15 – Parâmetros função 50, grupo 3. .......................................................................... 44
Tabela 16 – Cargas pontuais. ................................................................................................. 68
Tabela 17 – Cargas Distribuídas. ........................................................................................... 68
Tabela 18 – Tipo da linha de transmissão do sistema. ........................................................... 69
Tabela 19 – Configuração tipo 300. ....................................................................................... 70
Tabela 20 – Configuração tipo 301. ....................................................................................... 70
Tabela 21 – Configuração tipo 302. ....................................................................................... 70
Tabela 22 - Configuração tipo 303. ........................................................................................ 71
Tabela 23 – Configuração tipo 304. ....................................................................................... 71
Tabela 24 – Potências reativas dos capacitores shunt. ........................................................... 71
Tabela 25 – Demanda total do sistema. ................................................................................. 72
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Lista de Abreviaturas e Siglas
GD Geração Distribuída
PV Painel fotovoltáico (Photovoltaic Panel)
MT Microturbinas
FC Células de combustível (Fuel Cell)
RTDS Real Time Digital Simulator
TC Transformador de Corrente
MGCC Controlador Central (Micro Grid Central Controller)
CB Disjuntores (Circuit Breakers)
CLP Computador Lógico Programável
IED Dispositivo eletrônico inteligente (Intelligent Electronic Device)
GOOSE Mensagem direcionada à objeto (Generic Object Oriented Substation Event)
DER Distributed Energy Resource
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Sumário
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 12
1.1 Problemas para proteção de microrredes .......................................................... 12
1.2 Relés de proteção .................................................................................................. 14
1.2.1 Relés de sobrecorrente (função 50/51) ................................................................... 14
1.2.2 Relés direcionais (função 67) ................................................................................. 14
2 PROTEÇÃO ADAPTATIVA DE MICRORREDES ............................................... 15
2.1 Configurações pré calculadas para a proteção adaptativa .............................. 16
2.2 Exemplo de microrrede com Geração distribuída desligada em conexão com
a rede primária ..................................................................................................................... 17
2.3 Protocolos de comunicação para proteção adaptativa ..................................... 18
3 RTDS E RSCAD ........................................................................................................... 19
3.1 O hardware do RTDS .......................................................................................... 19
3.2 Software do RTDS (RSCAD) .............................................................................. 21
3.3 Teste de malha fechada no RTDS ....................................................................... 22
4 ANÁLISE DO SISTEMA DE PROTEÇÃO .............................................................. 23
4.1 Cálculo da função 51 ............................................................................................ 24
4.2 Especificando os TCs ........................................................................................... 25
4.3 Cálculo de parâmetros da função 50 (alimentação pela fonte) ........................ 26
4.4 Cálculo da função 51 (alimenteção pela fonte) .................................................. 27
4.5 Proteção do sistema com alimentação pelo gerador ......................................... 30
4.5.1 Cálculo da função 50 com a alimenteção pelo gerador .......................................... 30
4.5.2 Cálculo da função 51 (alimenteção pelo gerador) .................................................. 31
4.6 Cálculo dos parâmetros para o sistema alimentado pela geração e pela fonte
32
4.6.1 Proposta de solução para o caso ............................................................................. 32
5 MODELAGEM DO SISTEMA E PARAMETRIZAÇÃO DOS RELÉS ............... 35
5.1 Implementação da comunicação no RSCAD ..................................................... 36
5.2 Implementação do Hardware in the loop. .......................................................... 40
5.3 Parametrização dos relés ..................................................................................... 42
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................. 45
6.1 Teste de Seletividade e coordenação ................................................................... 46
6.2 Faltas para o sistema operando com alimentação pela fonte ........................... 50
6.3 Faltas para o sistema operando com alimentação pelo gerador ...................... 53
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6.4 Teste de seletividade e coordenação para o sistema operando com
alimentação do gerador e da fonte ...................................................................................... 56
6.5 Faltas para o sistema operando com alimentação do gerador e da fonte ....... 60
6.6 Análise da resposta de tempo de relés ................................................................ 63
7 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS ............................................................ 65
7.1 Conclusão .............................................................................................................. 65
7.2 Trabalhos futuros ................................................................................................. 66
8 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 67
9 APÊNDICE ................................................................................................................... 68
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1 Introdução
Uma microrrede é uma grupo de nós e recursos energéticos distribuídos
interconectados que podem operar de maneira independente ou conectada à rede, e com a
chegada do pensamento verde e após as crises de combustíveis fósseis que o mundo passou,
ganhou força o conceito de geração distribuída de energia elétrica que visa a maior
diversidade de fontes energéticas e atendimento mais eficiente à demanda. A microrrede
pode também possuir um sistema de controle e monitoramento para auxiliar o uso de seus
recursos de maneira mais adequada. Nelas são implantadas geralmente GDs (Geração
distribuída) que são tecnologias de geração local como painéis fotovoltaicos (PV),
microturbinas (MT), células de combustível (FC). Essas unidades são instaladas por
consumidores que também fornecem energia chamados de prosumers.
1.1 Problemas para proteção de microrredes
As dificuldades de se implantar a proteção em microrredes devem-se às configurações
de proteção convencionais que se baseiam em [1]:
• Fluxo de potência unidirecional
• Alta relação corrente de falta / corrente de carga
• Coordenação entre os equipamentos de proteção
• Seletividade na operação
• Religamentos automáticos.
A maior parte da proteção convencional de microrredes é baseada na detecção de
correntes de curto circuito. Quando se colocam GDs no sistema de distribuição esses podem
causar mudança na magnitude e na fase da corrente e levar à falhas na proteção, essas falhas
causam atuação indevida dos relés de proteção, prejudicando o sistema de distribuição e
seus fatores de qualidade.
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Neste exemplo da Figura 1 a seguir, tem-se a influência da geração distribuída no sistema de
proteção:
Figura 1: Perda de coodenação da proteção na presença de geração distribuída. [1]
Na falta F1 a contribuição da corrente de curto-circuito associada à microrrede faz com
que a corrente de falta que passa pelo fusível não seja a mesma medida pelo religador 1,
isso pode causar um erro de coordenação.
Na falta F2 a microrrede contribui com a falta de forma que a coordenação entre os
religadores pode ser afetada, já que a corrente medida pelo relidador 1 é desproporcional
à corrente de falta.
A falta F3 poderia causar um desligamento indevido, já que a microrrede contribui com
corrente para a falta o que causaria uma atuação do religador 1 para uma falta no ramal
do religador 2, o que é indesejável.
Pode-se perceber que são necessárias adaptações na proteção do sistema de forma a
garantir a confiabilidade e a seletividade.
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1.2 Relés de proteção
Os relés de proteção são equipamentos que trabalham sob o funcionamentos de
correntes ou tensões elétricas. Nesta seção será apresentado o funcionamento das principais
funções de proteção utilizadas neste trabalho.
1.2.1 Relés de sobrecorrente (função 50/51)
Como o próprio nome indica, são todos os relés que atuam para uma corrente maior do
que a corrente de pick-up parametrizada, podendo ser temporizado ou não.
Os relés de sobrecorrente responsáveis pela proteção convencional de redes de
distribuição, e geralmente baseados por uma curva com ajustes de tempo de atuação como
mostra a Figura 2, essa curva tem suas características definidas pelas variáveis de corrente
de pick-up e seu dial de tempo.
Figura 2 - Curva típica de um relé de sobrecorrente [1].
1.2.2 Relés direcionais (função 67)
Como o nome indica os relés direcionais tem a função direcional em relação ao
sentido do fluxo de energia que trafega pelo sistema. Esse sentido de fluxo é pré-
estabelecido de acordo com sua referência de polarização.
Essa referência é estabelecida de acordo com duas grandezas:
A tensão de polarização
A corrente de operação
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A região de operação é definida por uma Linha de Torque Máximo (LTM), para isso
tem-se como referência a tensão de polarização, a partir dela desloca-se o ângulo de ajuste
de relé, a região de atuação do relé forma um ângulo de 90 graus com cada lado da LTM.
Assim para T>0 o relé opera, para T<0 o relé não opera, na figura 7 tem-se que o
ângulo de ajuste é de 70 graus que é traçado a partir de VP até a linha de torque máximo
onde são delimitados as regiões de operação do relé.
Figura 3 - Diagrama fasorial de um relé direcional [4].
As variáveis mostradas na Figura 3 são:
Vp - tensão de polarização.
LTM - linha de torque máximo (T máximo).
Ip - corrente de polarização.
Ib - corrente na fase b.
Θ - ângulo de ajuste do relé.
Θp - ângulo de polarização.
2 Proteção adaptativa de microrredes
A proteção adaptativa de microrredes pode ser definida como uma operação que
modifica a proteção de acordo com as mudanças nas condições do sistema.
Os requerimentos técnicos e sugestões para uma implementação prática de
microrredes adaptativas são [6]:
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O uso de relés que possam mudar sua parametrização através de comandos remotos, já que
os eletromecânicos não tem a flexibilidade de mudança da parametrização e das condições
de atuação.
Uso de comunicação padronizada pelos protocolos da IEC 61850, para que os relés possam
comunicar-se e trocar informações com o computador central e entre diferentes relés de
forma rápida e confiável para garantir a performance da aplicação.
Neste trabalho estes relés são conectados através da rede Ethernet comunicando-se
através dos protocolos da IEC 61850. As mudanças na configuração do sistema devem ser
identificadas e reconfiguradas através de mensagens enviadas pelo controlador central aos
relés através das mensagens GOOSE.
2.1 Configurações pré calculadas para a proteção adaptativa
A Figura 4 mostra como é composta a hierarquia para um caso de proteção
adaptativa, o sistema é composto por uma controlador central (MGCC), esse controlador
tem a função de dar os comandos para a troca da parametrização dos relés associados aos
CBs (Circuit Breakers), que são capazes de trocar informações como MGCC através dos
protocolos padronizados pela IEC 61850.
Figura 4 - Uma microrede de proteção adaptativa [6].
O MGCC pode coletar dados dos CBs e modificar as características dos relés quando
necessário. No caso de alguma falta acontecer cada relé toma a decisão de atuação
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localmente de maneira independente do MGCC, esse por sua vez decide se precisa ou não
fazer a mudança nos parâmetros dos relés. Dessa forma os relés de sobrecorrente se adaptam
a situação do sistema naquele momento.
Para determinar quais os parâmetros para cada caso uma tabela com os resultados das
lógicas booleanas é calculada. Se o elemento tem o valor igual a 1, o CB está fechado e se o
valor é igual a 0 o CB está aberto como mostra a Figura 5. Para cada caso nessa tabela
existem parâmetros correspondentes para serem ajustados em cada relé.
Figura 5 - Estrutura da tabela de eventos [6].
2.2 Exemplo de microrrede com Geração distribuída desligada em conexão com a
rede primária
Para o caso de uma falta entre a barra 1 e a barra 2 como mostra a Figura 6, o
CBs 1.2 é o que deve atuar, pois é o relé à montante da falta.
Figura 6 - Falta com a geração distribuída desligada [6].
A alimentação desse sistema é radial de forma que a corrente em todos os disjuntores
à jusante de CB1.2 será zero, o sistema de proteção funciona para este caso, já que os
tempos de atuação estão ajustados de maneira a fazer com que o relé do CB1.2 atue primeiro
para esta falta.
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18
Porém se a microrrede funciona de maneira ilhada, com a alimentação vinda da
barra 3 como mostra a Figura 7, esse sistema de proteção não funciona.
Figura 7 - Falta com geração distribuída desligada [6].
.O fluxo de potência desse segundo caso continua radial, porém ele tem o sentido
inverso, se ocorre uma falta no mesmo lugar da microrrede o sistema de proteção tem de ser
adaptado. Nesse caso o relé à montante da falta é o relé do CB2.1, porém quem atua para
este caso é o relé do disjuntor CB3.1, já que para o sistema da Figura 10 ele tem o menor
tempo de atuação, portanto se o dial de tempo dos relés não for trocado isso vai causar um
erro de seletividade, desligando desnecessáriamente a carga da barra 2 o que causa um
impacto nos índices de qualidade da concessionária. A Tabela 1 mostra como deve ser
parametrizado o dial de tempo para os dois casos.
Tabela 1 - Status dos CBs e as constantes de tempo [6].
2.3 Protocolos de comunicação para proteção adaptativa
Para a implementação de uma proteção adaptativa inteligente é necessário que os
dispositivos de proteção sejam capazes de se comunicar, essa comunicação permite que
ocorra a troca de informações sobre a topologia do sistema e a execução das ordens de
mudança na parametrização.
As comunicações mais comuns para o caso de uma rede centralizada são
comunicações protocoladas como a MODBUS, IEC 60870-5-101/104 e IEC 61850 [6]. O
meio físico dessas comunicações pode ser via comunicação serial ou via rede Ethernet
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Existe a possibilidade da rede de proteção adaptativa ser descentralizada, porém essa
topologia é menos convencional, nessa arquitetura não é necessário o controlador central, de
forma que a tomada de decisão é feita pelos próprios IEDs (Dispositivos eletrônicos
inteligentes). Nesse caso cada IED recebe a informação de todos os IEDs da rede e assim
tomam as decisões de forma autônoma. Essa troca de dados acontece através de uma rede
Ethernet.
O sistema centralizado tem a vantagem de ser mais simples já que as decisões não são
tomadas localmente, as ordens de troca da parametrização vem do controlador central.
Um importante protocolo é o da norma IEC 61850 que garante a interoperabilidade
entre os IEDs e é uma peça fundamental na aplicação da rede de proteção adaptativa. As
principais vantagens da padronização pela norma IEC 61850 são [6]:
Podem ser aplicadas para todos os tipos de instalações elétricas e podem atender qualquer
aplicação.
Garantem a interoperabilidade entre dispositivos de diferentes fabricantes.
Modelos de dados padronizados.
Além disso a norma também possibilita as mensagens direcionadas a objeto chamadas
de mensagens GOOSE para a comunicação entre IEDs dentro de uma microrrede,
promovendo a troca de mensagens de forma rápida permitindo que os IEDs troquem
informações sobre as topologias da rede e sobre mudanças na mesma.
3 RTDS e RSCAD
O RTDS (Real Time Digital Simulator) é um equipamento desenvolvido para o estudo de
transitórios eletromagnéticos de sistemas elétricos de potência.
Este equipamento disponibiliza respostas em tempo real para aplicações de simulações
computacionais com dispositivos de controle e proteção, esses dispositivos podem ser
conectados ao RTDS de forma a realizar simulações graças à um sistema de placas ou
cartões que realizam o processamento.
3.1 O hardware do RTDS
O hardware do RTDS é composto de vários Processadores de Sinal Digital (DSPs –
Digital Signal Processors) em arquitetura de processamento paralelo. Este processamento
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possibilita alcançar a velocidade computacional requerida para manter sua operação
continua em tempo real [2].
O hardware do RTDS é composto em cartões agrupados em unidades chamadas de
racks, essas unidades são abrigadas em armários, cada um desses armários possuindo no
máximo 3 racks dependendo do modelo. A Figura 8 mostra o modelo físico dos racks.
Figura 8 – Modelos típicos do RTDS [2].
Esses racks possuem cartões com diversas finalidades, entre eles os cartões:
Cartão GPC (Giga-Processor Card)
Esse é o cartão de processamento usado na resolução dos modelos numéricos que
representam os componenetes do sistema de controle e os components do sistema de
potência do RTDS.
Cartão GTNET
Este cartão é um conversor de protocolos, que recebe informação através de uma rede
LAN, extraindo os dados e enviando ao cartão GPC.
O cartão GTNET é capaz de suportar 4 protocolos que são GSE/GOOSE (IEC-
61850), Sample Values (IEC-61850), DNP3 e playback.
Cartão GTAO
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Esse cartão faz a interface de sinais analógicos do RTDS para um dispositivo externo,
possui 12 canais de saída para tal.
Cartão GTFPI
Esse cartão é utilizado na interface com o cartão GPC, ele possui canais de entrada
para sinais digitais disponíveis no painel frontal do RTDS.
3.2 Software do RTDS (RSCAD)
Esse software foi desenvolvido para promover uma interface gráfica ao usuário na
modelagem e simulação de casos dentro do RTDS.
No RSCAD existem interfaces separadas em módulos como por exemplo:
RSCAD/Draft
Este módulo tem como objetivo realizar o desenho e a modelagem dos circuitos e
parâmetros dos componentes envolvidos. Esses componentes são fornecidos por uma
biblioteca e podem ser escolhidos e colocados na área do Draft de acordo com a
necessidade. A Figura 9 mostra a interface.
Figura 9 - Tela do módulo do RSCAD/draft.
RSCAD/RunTime
Este módulo foi concebido para monitorar as simulações em tempo real feitas pelo
RTDS.
As saídas das simulações podem ser apresentadas nessa interface como gráficos,
medidores, indicadores de luz, entre outros dispositivos.
Neste módulo também podem ser definidos equipamentos como Switchs, seletores,
botoeiras e variadores modelados no RSCAD/draft. A Figura 10 ilustra a tela desse módulo.
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Figura 10 - Tela do Módulo do RSCAD/Runtime.
3.3 Teste de malha fechada no RTDS
Uma das funções que o RSCAD executa é o teste de malha fechada, ou hardware-in-
the-loop. Este teste tem a capacidade de mostrar a resposta do relé na simulação de uma
falta, além de permitir a observação da reação do sistema na operação do relé [2]. A Figura
11 mostra como funciona este sistema.
Figura 11 - Esquema de teste de malha fechada [2].
Primeiramente os sinais de tensão, corrente e estados dos disjuntores são levados do
equipamento de teste aos relés, enquanto outro grupo de circuitos tem a função de retornar
os sinais de disparo e de religamento do relé de proteção ao equipamento de teste.
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No RTDS a execução de testes de malha fechada em relés de proteção pode ser
considerada a principal característica desse sistema, pois ele permite a execução desse
esquema em tempo real.
4 Análise do sistema de proteção
Para a simulação no RTDS foi usado como base o sistema de 34 nós do IEEE, nele
serão inseridos a geração distribuída para a análise da proteção adaptativa e feitas as
medições do tempo de atuação dos IEDs.
Esse sistema é um sistema padronizado é disponibilizado pelo IEEE e é geralmente
utilizado nos estudos de fluxo de protência e proteção, o sistema se localiza nos EUA-
Arizona, tem uma tensão nominal de 24.9 KV [7].
As cargas do sistema são desequilibradas e os valores da demanda de potência são
apresentados nas tabelas do Apêndice.
Colocou-se no sistema disjuntores, cada um associado à um relé de proteção,
parametrizou-se os relés de acordo com a necessidade de proteção para cada caso. A Figura
12 mostra como fica a topologia do sistema, os disjuntores 1 e 4 foram posicionados de
maneira a proteger a geração, os disjuntores 2 e 3 foram posicionados de maneira a proteger
as cargas e o disjuntor 5 protegendo o ramal de baixa tensão.
Figura 12 - Topologia da rede de distribuição de 34 nós [7].
Especificou-se também a geração distribuída para ser inserida no sistema de forma a
atender a demanda de potência do sistema, a demanda total é mostrada na Tabela 24. O
gerador foi especificado para que mesmo que o sistema opere com a fonte desligada, o
gerador seja capaz de atender a demanda do sistema. Assim como o transformador o
RSCAD também possui um modelo de gerador mostrado na Figura 13.
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24
Figura 13 - Modelo de gerador RSCAD.
Esse modelo de gerador possui os seguintes parâmetros.
Tabela 2 - Dados do gerador.
Potência nominal 300 MVA
Tensão nominal 24,9 KV
Frequencia 60 Hz
4.1 Cálculo da função 51
Para a proteção do sistema calculou-se os parâmetros de acordo com os níveis de
curto-circuito do sistema, estabelecendo os parâmetros para as funções 50 e 51.
A função 51 temporizada tem de ser parametrizada de forma a garantir a seletividade
do sistema, onde os disjuntores mais próximos a fonte têm um tempo de atuação maior, a
Figura 14 mostra as curvas normal inversa para diferentes diais de tempo.
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25
Figura 14 - Curvas de temporização normal inversa [11].
Para a curva normal inversa o tempo de atuação é definido por:
( )
(1)
Onde:
TMS é o dial de tempo parametrizado.
I é a corrente no secundário do TC.
IS é a corrente de pick-up no secundário do TC.
4.2 Especificando os TCs
Os TCs devem ser especificados para uma corrente de falta de até 20 vezes a corrente
nominal, através de simulações verificou-se que a maior corrente de falta para cada
disjuntor, mostrados na Tabela 3.
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26
Tabela 3 – Relação de transformação dos TCs.
Relé I Falta(A) RTC definido
1 17560,0 180
2 275,0 20
3 264,0 20
4 83250,0 870
5 191,0 20
4.3 Cálculo de parâmetros da função 50 (alimentação pela fonte)
Com os dados em mãos calculou-se os tempos de atuação do relé para cada curva,
sendo que os relés 4 e 5 devem ser os primeiros a atuar. O relé 5 está protegendo um ramal
de baixa tensão e caso não fosse parametrizado para atuar primeiro que os relés do trecho de
alta tensão à montante causaria um problema de coordenação, isso se deve ao fato de que os
relés do trecho de alta tensão tem uma coordenação entre si, independentemente do trecho
de baixa tensão.
As correntes de pick-up da função 50 foram calculados de acordo com as suas
correntes de carga de acordo com a equação 2.
(2)
Onde:
IFalta é a corrente de falta no final do trecho protegido pelo disjuntor.
RTC é a relação de transformação do TC.
1,25 é um fator de segurança de 25%.
A tabela 4 mostra as correntes de pick-up definidas.
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27
Tabela 4 – Correntes de pick-up da função 50 (alimentação pela fonte).
Relé I falta(A) Ipick-up(A) Ipick-up(secundário TC)(A)
1 367,0 451,0 2,5
2 587,0 243,0 36,7
3 859,0 233,0 53,7
5 141,0 168,0 8,8
4 4977,0 4977,0 7,1
4.4 Cálculo da função 51 (alimenteção pela fonte)
O relé 2 também tem de ser coordenado com o relé 3 à jusante de forma que seu tempo
de atuação seja maior que o tempo de atuação do relé 3. Assim usou-se um tempo de
coordenação Δt de 300 ms para separar os tempos de atuação da função 51.
Especifica-se a corrente de pick-up no relé para a função 51 através da corrente de
carga, usando a relação:
(3)
Onde:
Icarga é a corrente de carga no disjuntor.
FS é o fator de segurança.
RTC é a relação de transformação do TC.
ICC3 máx é o curto-circuito trifásico máximo do trecho protegido pelo disjuntor a
jusante.
Calculou-se as correntes de carga para os disjuntores associados aos relés, mostrados
na Tabela 5.
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28
Tabela 5 – Correntes de carga (alimentação pela fonte).
Relé Icarga (A)
1 75,4
2 49,5
3 33,4
5 17,7
Para o relé 3, não há um trecho a jusante portando define-se o pick-up pela equação 4.
(4)
Assim se calculam as correntes de pick-up mostrados na Tabela 6.
Tabela 6 – Correntes de pick-up função 51 (alimentação pela fonte).
Relé Ipick-up(A)
1 0,35
2 1,8
3 1,5
5 0,9
Para os relés 3 e 5 se escolheu o dial de tempo de 0,05 pois eles devem ser os
primeiros a atuar.
( )
(5)
Os resultados são:
(6)
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29
(7)
Assim o tempo de atuação mínimo é calculado.
(8)
Com esse valor pode-se calcular o seu dial de tempo, mostrado na equação 9.
(( )
)
(9)
Resultando em:
(10)
Para a curva Padrão adota-se o valor do dial de tempo mais próximo, no caso o valor
de 0,2, assim é possível calcular o tempo de atuação para t2.
( )
(11)
Repetindo o procedimento para o relé 1:
(12)
Os resultados de todo o procedimento são mostrados na Tabela 7 e na Figura 15.
Tabela 7 – Parâmetros função 51 (alimentação pela fonte).
Relé Tempo (s) Dial de tempo
1 1,044 0,300
2 0,719 0,200
3 0,167 0,050
5 0,152 0,050
As curvas de proteção têm a seguinte caracteristica apresentada na Figura 16.
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30
Figura 15 - Curvas de atuação dos relés, sistema alimentado pela fonte.
4.5 Proteção do sistema com alimentação pelo gerador
O processo para o cálculo da proteção do sistema alimentada pelo gerador segue o
caminho inverso, nesse caso o relé 4 deve ser o último a atuar para uma falta no final do
sistema, os relés a jusante neste caso (relé 3 e 2) devem ser parametrizados para atuar antes
de seu relé a montante, no caso o próprio relé 4.
4.5.1 Cálculo da função 50 com a alimenteção pelo gerador
Utilizando a equação 2 pode-se calcular as correntes de pick-up dos relés, os
resultados são apresentados na Tabela 8.
Tabela 8 – Parâmetros função 50 (alimentação pelo gerador).
Relé I falta(A) Ipick-up(A) Ipick-up(secundário TC)(A)
2 587,0 733,0 36,7
3 859,0 1073,0 53,7
5 141,0 176,0 8,8
4 4977,0 6221,0 7,1
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31
4.5.2 Cálculo da função 51 (alimenteção pelo gerador)
Utilizando um tempo de coordenação de Δt igual a 300ms pode-se obter as correntes
de pck-up para os relés, utilizando novamente as correntes de carga como parâmetro.
Tabela 9 – Correntes de Carga (alimentação pelo gerador).
Relé Icarga(A)
2 33,6
3 51,1
4 79,4
5 17,2
Utilizando a equação 2 pode-se calclar as correntes de pick-up, já que o sistema é o
mesmo sistema radial, porém com o fluxo na direção contrária.
Repetindo o mesmo procedimento do item 4.4, obtem-se a Tabela 10 para a
alimentação pelo gerador.
Tabela 10 – Parâmetros função 51 (alimentação pelo gerador).
relé Tempo (s) Dial de tempo
2 0,119 0,050
3 0,430 0,200
4 0,765 0,500
5 0,150 0,050
As curvas de proteção têm a seguinte caracteristica apresentada na Figura 16.
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32
Figura 16 - Curvas do sistema alimentado pelo gerador.
4.6 Cálculo dos parâmetros para o sistema alimentado pela geração e pela fonte
Os parâmetros para este caso não pode ser calculado como nos dois casos anteriores,
isso se deve ao fato de que o fluxo de potência que não é unidirecional. Casos como esse
podem causar problemas de coordenação e seletividade se um sistema de proteção radial for
implementado, é preciso uma solução pensada separadamente para esse caso.
4.6.1 Proposta de solução para o caso
Para a proteção deste caso foi proposta uma solução de separar a proteção em 2
subsistemas diferentes, usando relés com função direcional 67 para isolar o subsistema em
caso de falta, como exemplificado na Figura 17.
Figura 17 - Divisão de subsistemas.
Os subsistemas foram separados de maneira a acomodar as cargas alimentadas pela
geração distribuída e pela fonte, neste caso o subsistema 1 separa as cargas alimentadas pela
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33
fonte até o relé 2, e o subsistema 2 separa as cargas alimentadas pela geração distribuída até
o relé 3, o trecho entre eles tem um ponto em que a corrente converge para o trecho de baixa
tensão, assim quando houver uma falta dentro dos subsistemas as correntes dos relés 2 e 3
invertem o sentido.
O uso da função direcional se torna essencial neste caso pois a função 67 tem a função
de isolar o subsistema caso a corrente se inverta. Após o isolamento do sistema a proteção
trabalha de maneira radial como nos dois casos anteriores.
Se a falta acontecer no trecho entre os relés 2 e 3 eles atuarão pela função 50/51 já que
a corrente que passa por eles não inverte o sentido. A Figura 18 mostra o arranjo do sistema
para uma falta entre esses relés.
Figura 18 - Divisão de subsistemas.
Porém se a falta acontecer entre os relés 1 e 2 ou entre os relés 3 e 4, faz com que o
sentido da corrente medida pelos relés 2 e 3 se inverta, assim a função 67 isola o subsistema
de forma instantânea. Então, após a atuação da função 67, os relés 1 e 2 atuam pelas funções
(50/51), A Figura 19 exemplifica as faltas.
Figura 19 - Faltas entre os relés 1 e 2 e entre os relés 3 e 4.
Para uma falta no trecho de baixa tensão protegida pelo relé 5, esse relé atua apenas
pelas funções (50/51), o caso é exemplificado na Figura 20.
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34
Figura 20 - Falta no trecho de baixa tensão.
Dessa forma devem ser definidos os diais de tempo para os relés dos diferentes
subsistemas, fazendo-se a proteção de maneira radial e tratando os dois subsistemas de
maneira independente.
Novamente especifica-se as correntes de pick-up de acordo com as correntes de
carga, os diais de tempo e os tempos de atuação são obtidos a partir delas, a Tabela 11
mostra o resultado das respectivas análises e cálculos.
Tabela 11 – Parâmetros função 51 (alimentação pela fonte e gerador).
relé Icarga (A) Dial de tempo Tempo(s)
1 45,9 0,2 0,691
2 22,4 0,05 0,106
3 23,5 0,05 0,094
4 43,7 0,3 0,433
5 17,2 0,05 0,150
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
35
5 Modelagem do sistema e parametrização dos relés
Montou-se o sistema de acordo com as especificações do IEEE [7] para ser simulado
no RSCAD, um trecho do sistema é mostrado na Figura 21.
Figura 21 - Sistema implementado no RSCAD.
Nele implementou-se as cagas, as linhas de transmissão, os disjuntores e os blocos de
falta.
Na interface do RunTime implementou-se o sistema de controle de faltas através de
push buttons, bem como os gráficos para a obtenção das correntes de falta como mostra a
Figura 22.
Figura 22 - Módulo de faltas Runtime.
No sistema também se implementou a geração distribuída e a fonte, cada qual com seu
respectivo disjuntor associado, como mostram as Figuras 23 e 24.
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36
Figura 23 - Gerador implementado no sistema.
Figura 24 - Fonte implementada no sistema.
5.1 Implementação da comunicação no RSCAD
A proteção adaptativa exige a necessidade de comunicação entre os IEDs para prover a
capacidade de trocar a parametrização, as mensagens GOOSE provém essa capacidade para
esse sistema.
Assim como no item 4.1 uma lógica booleana na qual as variáveis de estado da fonte e
do relé são associadas de forma que as saídas das lógicas representem a configuração do
sistema, foram definidas as saídas a serem enviadas via mensagem GOOSE.
O papel de controlador central neste caso fica a cargo do RSCAD, sendo o responsável
por dar os comandos de mudança da parametrização, a lógica para esses comandos é
mostrada na Figura 25.
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37
Figura 25 - Lógica Booleana para saída de mensagens GOOSE.
As variáveis de entrada são os estados dos disjuntores da geração distribuída e da
fonte de forma que a variável BRK4 está associada à fonte e a variável BRK3 está associada
ao gerador, se a variável tem valor igual à 1 o elemento está ligado, se a variável tem valor
igual a 0 ele está desligado.
As variáveis GROUP1, GROUP2 e GROUP3 estão associadas à saídas de cada caso,
sendo a alimentação pela fonte, alimentação pela geração distribuída e alimentação por
ambos respectivamente.
Essas variáveis são implementadas no bloco de interface GTNET no RSCAD para
poderem ser enviadas aos relés, o cartão de interface da placa GTNET é apresentado na
Figura 26.
Figura 26 - Interface cartão GTNET.
Nele são associadas as variáveis como mostrado na Figura 27.
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38
Figura 27 - Associação de variáveis no GTNET.
Existem limitações técnicas para a utilização de relés de proteção nessa simulação,
devido às saídas do cartão GTAO e aos racks utilizados na simulação, a saída da placa
GTAO tem apenas 12 portas, tornando possível a utilização de apenas 2 relés.
Utilizou-se 2 racks, cada subsistema necessitava ser simulado em um rack
separadamente devido a capacidade de processamento de cada rack, os relés 1 e 2 estavam
sendo simulados no mesmo rack que continha a placa GTAO de forma que implementou-se
neles a operação com relés convencionais Schweitzer (SEL). Para os outros relés 3, 4 e 5
utilizou-se os relés disponibilizados na interface do RSCAD DRAFT como mostra a Figura
28.
Figura 28 - Interface de relé no RSCAD.
Para se conectar a saída de sinais do RSCAD com a entrada dos relés foi preciso
utilizar amplificadores conectados à placa GTAO, a qual recebe os sinais de corrente do
curto circuito simulado. A conexão deve ser configurada de forma que possa ser feita a
conversão de sua corrente numa forma que não extrapole os limites de tensão das conexões
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39
do relé e do RTDS. Basicamente, tem-se os seguintes componentes desde a saída do TC até
o relé mostrados na Figura 29.
Figura 29 - Configuração das portas do GTAO (Corrente).
Esse esquema representa os ganhos ao longo da conexão desde o RTDS até o relé. O
valor Y é a corrente que sai no secundário do amplificador. O termo SD é um valor que deve
ser aplicado para que o valor de X seja igual ao da entrada do amplificador, como o ganho
do amplificador usado é de 5 para a corrente, o valor de SD tem de ser igual a 25.
Existe também a relação de ganhos para a tensão utilizada na função 67, esses
ganhos são diferentes do ganho da corrente, para ele o ganho de SD tem de ser igual a 250,
já que existe um ganho de 50 no amplificador para a tensão. A Figura 30 ilustra a situação.
Figura 30 - Configuração portas GTAO (Tensão).
A entrada X é ligada à um TC ou TP ideal, cujas relações de correntes e tensões são
feitas através de blocos no RSCAD. Na Figura 31 estão representados os ganhos de cada TC
e TP ideais.
Figura 31 - Representação dos TCs ideais.
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40
As entradas ISA, ISB, ISC, são os sinais de corrente provindos do disjuntor 1, as
entradas IDIS2A, IDIS2B, IDIS2C são os sinais do disjuntor 2, as entradas N16, N17 e N18
são os sinais de tensão no disjuntor 2 usados para a Função 67.
Os valores inseridos no campo do ganho do TC ideal dependem da relação de
transformação dos TCs e TPs e dos valores do RTDS. Os sinais de entrada estão em kA e
em kV, de forma que a relação de transformação deve ser multiplicada pelo valor de 1000
como mostra o exemplo a seguir:
[
] (13)
[
] (14)
Para o disjuntor 1:
[
] (15)
Para o disjuntor 2
[
] (16)
Para a tensão do disjuntor 2, o ganho do TP é de 220, de forma que:
[
] (17)
5.2 Implementação do Hardware in the loop.
A interface da placa GTAO tem a função de fazer a conexão do RTDS ao
amplificador. Nela são colocadas as saídas dos TCs e TPs ideais como mostra a Figura 32.
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41
Figura 32 - Interface da placa GTAO.
Ligam-se as saídas analógicas da placa GTAO aos amplificadores, que por sua vez
são ligados nas entradas analógicas dos relés. As saídas digitais dos relés são ligadas às
entradas digitais da placa GTFPI por onde os sinais de TRIP retornam ao RTDS como
mostra a Figura 33.
Figura 33 - Interface da placa GTFPI.
Para completar o Hardware in the loop associa-se os sinais de TRIP aos comandos de
abertura e religamento dos disjuntores no RSCAD, exemplificado na Figura 34.
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42
Figura 34 - Comando para abertura e religamento de disjuntor.
5.3 Parametrização dos relés
Para a parametrização dos relés Schweitzer é necessário a utilização do software
QuickSet, esse software realiza a interface entre o relé e um Computador Pessoal (PC), cuja
interface é apresentada na Figura 35.
Figura 35 - Interface do Quickset.
Foram utilizados relés do modelo 421, que possui entre outras funções as funções de
sobrecorrente (50 e 51) e a função direcional (67). No relé é possível a parametrização de 6
grupos de parâmetros diferentes, de forma que cada relé pode operar para 6 cenários
distintos mostrados na Figura 36. No entanto para esse caso analisado são usados apenas 3
grupos de parametrização.
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43
Figura 36 - Grupos de parametrização no QuickSet.
Assim colocam-se os parâmetros previamente calculados nos grupos para os relés, as
Tabelas de 12 a 16 mostram a parametrização do relé 1.
Grupo 1
Tabela 12 – Parâmetros função 51, grupo 1.
Time overcurrent
51S1 O/C pickup Pickup função 51 0,35
51S1 Inv-Time O/C Time Dial Dial de tempo função 51 0,30
51S1 Inv-Time O/C Time Curve Curva utilizada na proteção C1
Tabela 13 – Parâmetros função 50, grupo 1.
Instantaneous Overcurrent
50P1P Pickup Pickup função 50 2,51
Grupo 3
Tabela 14 – Parâmetros função 51, grupo 3
Time overcurrent
51S1 O/C pickup Pickup função 51 0,35
51S1 Inv-Time O/C Time Dial Dial de tempo função 51 0,20
51S1 Inv-Time O/C Time Curve Curva utilizada na proteção C1
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44
Tabela 15 – Parâmetros função 50, grupo 3.
Instantaneous Overcurrent
50P1P Pickup Pickup função 50 2,51
Tabela 16 – Parâmetros de saída
Main Board Outputs
Out 103 Saída de sinais booleanos do relé TRIP
O procedimento é repetido para o relé 2, utilizando as funções 50, 51 e 67 de cada
grupo de ajustes.
A seleção do grupo de ajustes é feita através das variáveis que chegam através das
mensagens GOOSE, A configuração dessas mensagens é feita através de outro software da
SEL, o Architect ®. A interface deste é mostrada na Figura 37.
Figura 37 - Interface do Architect
Na Figura 38 mostra que com a parametrização, as variáveis GROUP1, GROUP2 e
GROUP3 chegam ao relé com o nome de CCIN001 CCIN002 e CCIN003 respectivamente.
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45
Figura 38 - Parametrização das mensagens GOOSE.
As variáveis parametrizadas, por sua vez, têm de ser associadas aos seletores de
grupo através do QuickSet. Como mostra a Figura 39.
Figura 39 - Variáveis seletoras de grupo no Quickset.
Assim se completa o sistema de comunicação da proteção da microrrede, de forma que
o RSCAD (Controlador Central) pode mandar os comandos para a mudar a parametrização
dos relés conforme a necessidade.
6 Análise dos resultados
Para testar as parametrizações do sistema foram testadas 4 faltas em lugares diferentes
na microrrede mostradas na Figura 40. A falta 1 entre o relé 2 e a fonte, a falta 2 entre os
relés 2 e 3, a falta 3 no ramo de baixa tensão e a falta 4 entre a geração distribuída e o relé 3.
Faltas trifásicas foram testadas pois representavam o pior caso, para assim testar sua
seletividade, coordenação e comunicação.
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46
Figura 40 - Posições das faltas na microrrede.
6.1 Teste de Seletividade e coordenação
Quando o sistema está alimentado apenas pela fonte, o disjuntor 4 já está aberto e a
geração distribuída encontra-se desligada, para testar a seletividade e coordenação do
sistema testes foram realizados de maneira a garantir que caso ocorra a falha de algum
disjuntor o relé de backup irá atuar.
Para a falta 4, o relé 3 deveria ser o primeiro a atuar, seguido por seus relés instalados
a montante simulando a falta temos o resultado apresentado na Figura 41, as variáveis
IDIS2A, IDIS2B e IDIS2C são as variáveis associadas ao disjuntor 2, sendo que as variáveis
IDIS3A, IDIS3B e IDIS3C são as variáveis associadas ao disjuntor 3.
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47
Figura 41 - Teste relé 3.
Pode-se ver que a seletividade e a coordenação são respeitadas. O relé 3 atua para a
falta 4, porém se o disjuntor 3 falhar a abertura, quem deve atuar é o relé 2. Simulando a
mesma falta novamente tem-se a Figura 42 onde as correntes ISA, ISB e ISC são as
correntes do disjuntor associado à fonte.
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
kA
IDIS2A IDIS2B IDIS2C
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
kA
IDIS3A IDIS3B IDIS3C
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48
Figura 42 - Teste, trip 2.
A seletividade e coordenação são novamente respeitadas, protegendo o sistema
adequadamente como esperado.
Novamente testando a seletividade e coordenação, caso o disjuntor 2 não opere o
relé 1 tem de operar, já que é o relé a montante. A Figura 43 mostra a simulação deste caso.
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
kA
ISA ISB ISC
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
kA
IDIS2A IDIS2B IDIS2C
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49
Figura 43 - Teste, trip 1.
O relé 1 opera isolando o sistema como esperado, fazendo a operação de back-up se os
disjuntores 2 e 3 falharem.
Se o disjuntor 5 falhar, o relé 2 deve ser o primeiro a atuar, já que é o relé a montante.
Simulando a falta o resultado é mostrado na Figura 44.
Figura 44 - Teste trip, falha no disjuntor 5.
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.66667 1.33333 2 2.66667 3.33333 4
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
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50
Pode-se ver que com a falha do disjuntor 5, a seletividade e coordenação são
respeitadas com o relé 2 atuando.
6.2 Faltas para o sistema operando com alimentação pela fonte
Com o sistema operando pela fonte se a falta 3 acontecer quem deve atuar é o relé 5
já que este é quem protege o trecho de baixa tensão. Esse relé não muda sua parametrização,
já que para todos os 3 casos ele tem a mesma demanda de potência, portanto tem a mesma
corrente de carga em todos os casos, portanto terá o mesmo Ipick-up e o mesmo dial de
tempo respeitando o critério que os relés a jusante devem ter o dial de tempo menor que os
relés a montante para um sistema radial. A simulação da falta 3 é mostrada na Figura 45.
Figura 45 - Falta 3, trip 5.
A proteção opera como desejado, com o relé 5 atuando para uma falta no ramal de
baixa tensão, isolando o devido ramal.
Para a falta 4 quem deve atuar é o relé 3, já que é o mais próximo. Simulando a falta
tem-se a Figura 46.
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
-0.1
0
0.1
0.2
kA
IDIS10A IDIS10B IDIS10C
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51
Figura 46 - Falta 4, caso 1
O relé 3 sendo o relé mais próximo à falta opera como esperado, isolando o trecho a
jusante do disjuntor 3.
Para a falta 2 quem deve atuar é o relé 2 já que é o mais próximo a falta. Simulando-
se a falta se tem esse resultado mostrado na Figura 47.
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
kA
IDIS3A IDIS3B IDIS3C
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
52
Figura 47 - Falta 2, caso 1.
O relé 2 sendo o relé mais próximo à falta opera como esperado, isolando o trecho a
jusante do disjuntor 2.
Para a falta 1 quem deve atuar é o relé 1 já que é o mais próximo a falta. A Figura 48
apresenta o resultado da simulação para essa falta.
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
kA
IDIS2A IDIS2B IDIS2C
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
53
Figura 48 - Falta 1, caso 1.
Quando a falta ocorre próxima ao relé 1, pode-se ver que o relé atende a coordenação
do sistema, operando como esperado.
6.3 Faltas para o sistema operando com alimentação pelo gerador
A coordenação e a seletividade desse caso são as mesmas do caso anterior, porém
com o fluxo de potência inverso, de forma que se a falta 1 acontecer, quem deve atuar é o
relé 2, já que é o relé a montante da falta. Além disso se a parametrização não for trocada a
proteção não funciona. A Figura 49 mostra o resultado da simulação da falta 1 para esse
novo grupo de ajustes.
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
-20
-10
0
10
20
kA
ISA ISB ISC
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
54
Figura 49 - Falta 1, caso 2.
Como se pode ver, a parametrização foi trocada e o relé 2 atuou como esperado
garantindo a proteção do sistema.
A falta 2 deve fazer com que o relé 3 opere já que é o próximo relé a montante a
partir da falta. Fazendo-se a simulação temos o resultado apresentado na Figura 50.
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
kA
IDIS2A IDIS2B IDIS2C
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
55
Figura 50 - Falta 2, caso 2.
O relé 3 opera como esperado, isolando o trecho do sistema protegido pelo disjuntor 3
respeitando a coordenação e seletividade do sistema.
Simulando a falta 4, o relé 4 deve operar pois a falta é próxima ao gerador e o relé 4 é
o relé mais próximo a montante. A Figura 51 mostra o resultado da simulação.
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
-1
-0.5
0
0.5
1
kA
IDIS3A IDIS3B IDIS3C
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
56
Figura 51 - Falta 4, caso 2.
No caso de uma falta próxima à geração distribuída como na falta 4, pode-se ver que
o relé 4 atua protegendo o sistema e respeitando a coordenação e seletividade.
6.4 Teste de seletividade e coordenação para o sistema operando com alimentação
do gerador e da fonte
Para testar a coordenação para o terceiro caso é feito o mesmo procedimento do item
9.1 onde é feito o teste da proteção de backup.
Começando pela falta 1, se o disjuntor 2 falhar em isolar o subsistema pela função 67
o relé de backup será o relé 3 que terá de atuar pela função 51 para isolar a falta. Testando
para uma falha do disjuntor 2 tem-se o resultado é apresentado na Figura 52.
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
-100
-50
0
50
100
kA
IBRKA3 IBRKB3 IBRKC3
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
57
Figura 52 - Teste de seletividade falta 1 caso 3.
Os relés 1 e 3 operaram como esperado garantindo a proteção do sistema mesmo
com a falha do disjuntor 2.
Para a falta 2 se os disjuntores 2 e 3 falharem os relés 1 e 4 tem que atuar como mostra
a Figura 53.
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
-20
-10
0
10
20
kA
ISA ISB ISC
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
kA
IDIS2A IDIS2B IDIS2C
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
kA
IDIS3A IDIS3B IDIS3C
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
58
Figura 53 - Teste de seletividade falta 2, caso 3.
Pode-se ver que mesmo com a falha dos disjuntores 2 e 3, os relés 1 e 4 protegeram o
sistema, isolando a falta.
A falta 3 será idêntica a falta 2. Para este caso, se a proteção do relé 5 não funcionar,
isso deixa a falta 4 como o ultima a ser testada, se o disjuntor 3 não isolar o sistema pela
função 67 o relé 2 tem de atuar pela função 51. Simulando a falta tem-se o seguinte
resultado na Figura 54.
0 0.33333 0.66667 1 1.33333 1.66667 2
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.33333 0.66667 1 1.33333 1.66667 2
-1
-0.5
0
0.5
1
kA
IBRKA3 IBRKB3 IBRKC3
0 0.33333 0.66667 1 1.33333 1.66667 2
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
kA
ISA ISB ISC
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
59
Figura 54 - Teste de seletividade falta 4 casos 3.
A proteção atuou como esperado, protegendo o sistema mesmo com a falha do
disjuntor 3.
0 0.33333 0.66667 1 1.33333 1.66667 2
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.33333 0.66667 1 1.33333 1.66667 2
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
kA
IDIS2A IDIS2B IDIS2C
0 0.33333 0.66667 1 1.33333 1.66667 2
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
kA
IDIS3A IDIS3B IDIS3C
0 0.33333 0.66667 1 1.33333 1.66667 2
-100
-50
0
50
100
kA
IBRKA3 IBRKB3 IBRKC3
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
60
6.5 Faltas para o sistema operando com alimentação do gerador e da fonte
Para um sistema convencional de proteção, casos como esse se mostram um desafio. A
proteção convencional radial não funciona para este caso, para a falta 1 por exemplo, os
relés que deveriam atuar são os relés 1 e 2, isolando a falta. Simulando-se a falta sem a troca
da parametrização tem-se o resultado da Figura 55.
Figura 55 - Erro de seletividade.
Sem a componente direcional quem atua são os relés 1 e 3, causando um erro de
seletividade.
Usando as lógica para a mudança de parametrização através das mensagens GOOSE
é possível proteger a microrrede para este caso, porém para a proteção de microrredes é
necessário que seja pensado e analisado separadamente cada caso de acordo com a situação.
Simulando-se o sistema já com a parametrização correta, para a falta 1 os relés 1 e 2
devem atuar como mostra a Figura 56. O relé 1 atua pelas funções (50/51), já o relé 2 tem de
isolar o subsistema atuando pela função 67 direcional antes que o relé 3 atue pela função
(50/51) o que poderia causar um desligamento desnecessário de carga, afetando os índices
de qualidade do sistema.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
61
Figura 56 - Falta 1, caso 3.
Como se pode ver o sistema de proteção atuou corretamente e a comunicação com o
relé foi feita de forma que o grupo de proteção fosse alterado. Apenas os relés 1 e 2 atuaram
como previsto.
Para a falta 2, os relés 2 e 3 devem atuar pela função (50/51) já que o sentido da
corrente nos mesmos não se inverte. Simulando a falta tem-se o resultado apresentado na
Figura 57.
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
-20
-10
0
10
20
kA
ISA ISB ISC
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
kA
IDIS2A IDIS2B IDIS2C
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
62
Figura 57 - Falta 2, caso 3.
A proteção atuou como esperado, isolando o sistema através dos relés 2 e 3. Agora,
resta apenas uma falta para ser testada, a falta 4. Neste caso apenas os relés 3 e 4 devem
atuar, sendo o relé 3 pela função 67 direcional e o relé 4 pela função (50/51), simulando a
falta obtem-se o seguinte resultado mostrado na Figura 58.
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
kA
IDIS2A IDIS2B IDIS2C
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
-1
-0.5
0
0.5
1
kA
IDIS3A IDIS3B IDIS3C
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
63
Figura 58 - Falta 4, caso 3.
Assim pode-se ver que o sistema de proteção funcionou de acordo com o esperado, os
relés atuaram como esperado, protegendo a microrrede para todas as 3 condições de
operação no sistema.
Com as mudanças automáticas na parametrização através das mensagens GOOSE, o
sistema garante a continuidade da proteção mesmo após uma falta que desligue um trecho
que é alimentado pelo gerador ou pela fonte, alterando a parametrização automaticamente
após a falta.
6.6 Análise da resposta de tempo de relés
Parametrizou-se as mensagens GOOSE através também dos softwares do Architect e
do Quickset. Os relés 421 da SEL tem variáveis pré – determinadas para as mensagens
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
TRIP1
TRIP2
TRIP3
TRIP4
TRIP5
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
kA
IDIS3A IDIS3B IDIS3C
0 0.16667 0.33333 0.5 0.66667 0.83333 1
-100
-50
0
50
100
kA
IBRKA3 IBRKB3 IBRKC3
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
64
GOOSE de alta velocidade. Neste caso a variável de saída do trip através do GOOSE foi
atribuída à variável de saída CCOUT001 como mostra a Figura 59.
Figura 59 - Trip através do GOOSE no Quickset.
Através do Architect essa variável foi associada à mensagem GOOSE com a variável
CCOOUTGGIO21, a Figura 60 mostra a interface de parametrização.
Figura 60 - Trip através do GOOSE no Architect.
Simulando a falta 1 para o sistema, analisou-se diferença de tempo da resposta para o
sistema em hardware-in-loop e para o sistema utilizando mensagens GOOSE. A Figura 61
mostra a diferença da resposta de tempo para o relé 1 e para o relé 2, as variáveis TRIP1 e
TRIP2 são os sinais de trip pelo hardware-in the-loop. As variáveis TRIP1G e TRIP2G são
os sinais de Trip das mensagens GOOSE.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
65
Figura 61 - Sinais de trip de malha fechada e GOOSE.
A diferença de tempo nos trips foi de 1.76 ms para o relé 1 e de 1.44 ms para o relé 2,
um ganho considerável para sistemas onde o tempo de atuação do relé é de demasiada
importância.
7 Conclusão e trabalhos futuros
7.1 Conclusão
Devido a crescente demanda por fontes renováveis, a geração distribuída em
microrredes tem grande tendência de crescimento, essa topologia gera grande dificuldades e
desafios na área da proteção. A proteção adaptativa da rede é uma possível alternativa para
garantir a confiabilidade e a seletividade do sistema, essa proteção é assistida pela norma
IEC 61850.
As mensagens GOOSE se mostraram uma alternativa para quando o tempo de atuação
do sistema é de grande importância, garantindo um tempo de atuação mais rápida que o
convencional e garantindo a comunicação e interoperabilidade entre relés de proteção.
0.61204 0.61243 0.61283 0.61322 0.61361 0.614 0.6144
TRIP1
TRIP1G
0.40498 0.40547 0.40596 0.40645 0.40694 0.40744 0.40793
TRIP2
TRIP2G
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
66
A função direcional 67 se mostrou de grande importância na proteção da microrrede,
devido à sua capacidade de detectar mudanças nos fluxos de potência, tornando assim
possível a detecção de faltas dentro dos subsistemas.
Para a proteção de microrredes se mostrou necessário que seja feito um estudo para a
proteção para cada caso, já que com a introdução da geração distribuída os fluxos de
potencia não são radiais. Além disso o local da escolha para a introdução da geração da
geração distribuída altera a distribuição dos fluxos de potência.
A quantidade de geradores inseridos no sistema também gera grandes desafios, pois a
quantidade de geradores interfere diretamente no número de casos de parametrização pré-
calculados para o sistema, portanto se alguma microrrede tiver muitos geradores, vai
obrigatoriamente precisar de um relé de proteção com múltiplos grupos de ajustes de relés
para implementar uma proteção adaptativa.
7.2 Trabalhos futuros
Um interessante trabalho seria a possibilidade de estudo da influência da geração
distribuída para os reguladores de tensão, já que esses reguladores de tensão estão
diretamentes associadas ao fluxo de potência unidirecional.
Outro estudo importante é a influência de geradores de energias renováveis na
microrrede, já que nesse caso foi usada um gerador diesel.
O estudo da proteção contra harmônicos no sistema se mostrou importante já que
com a inserção da geração distribuída o nível de harmônicos no sistema aumenta, podendo
afetar os índices de qualidade.
O efeito da quantidade de geradores no sistema também se mostrou importante, já
que com muitos geradores se mostra um desafio aplicar a proteção adaptativa, já que a
quantidade de grupos de ajustes nos relés é limitada.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
67
8 Referências
[1] RODRIGUES, Israel Resende A.; CONTI, Alberto de. Desafios na Proteção de
Microrredes. Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos, UFRN, Natal, 2016.
[2] GUERRERO, Carlos Alberto Villegas. USO DO RTDS EM TESTES DE
ESQUEMAS DE TELEPROTEÇÃO APLICANDO O PADRÃO IEC 61850. 180 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Elétrica, Unifei, Itajubá, 2011.
[3] KINDERMANN, Geraldo. Proteção de sistemas elétricos de
potência. Florianópolis: Edelbra, 1999.
[4] MARDEGAN, Cláudio. Proteção e seletividade. Disponível em:
<http://www.osetoreletrico.com.br/web/documentos/fasciculos/Ed51_abril_fasc_prot
ecao_seletividade_capIV.pdf>. Acesso em: 11 maio 2017.
[5] BERNARDES, Alexandre Paciência. Esquema completo de proteção
diferencial de transformadores para testes em um relé digital. 2006. 114 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Elétrica, Usp, São Carlos, 2006.
[6] HATZIARGYRIOU, Nikos. MICROGRIDS ARCHITECTURES AND CONTROL,
IEEE.
[7] IEEE 34 NODE TEST FEEDER. Disponível em:
<https://ewh.ieee.org/soc/pes/dsacom/testfeeders/>. Acesso em: 16 maio 2017.
[8] NIKKHAJOEI, H. Microgrid Protection, IEEE, 2007.
[9] OUDALOV, Alexandre et al. Advanced Architectures and Control Concepts for MICROGRIDS. 2012.
[10] R. E. Mackiewicz, Overview of IEC 61850 and Benefits, IEEE, 2006
[11] SCHWEITZER ENGINEERING LABORATORIES. RELÉ 421: Manual.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
68
9 Apêndice
Tabela 16 – Cargas pontuais.
Barra Modelo
de carga Ph-1 Ph-1 Ph-2 Ph-2 Ph-3 Ph-3
kW kVar kW kvar kW kVar
860 Y-PQ 20 16 20 16 20 16
840 Y-I 9 7 9 7 9 7
844 Y-Z 135 105 135 105 135 105
848 D-PQ 20 16 20 16 20 16
890 D-I 150 75 150 75 150 75
830 D-Z 10 5 10 5 25 10
Total 344 224 344 224 359 229
Tabela 17 – Cargas Distribuídas.
Barra Barra Modelo
de carga Ph-1 Ph-1 Ph-2 Ph-2 Ph-3 Ph-3
A B kW kVar kW kVar kW kVar
802 806 Y-PQ 0 0 30 15 25 14
808 810 Y-I 0 0 16 8 0 0
818 820 Y-Z 34 17 0 0 0 0
820 822 Y-PQ 135 70 0 0 0 0
816 824 D-I 0 0 5 2 0 0
824 826 Y-I 0 0 40 20 0 0
824 828 Y-PQ 0 0 0 0 4 2
828 830 Y-PQ 7 3 0 0 0 0
854 856 Y-PQ 0 0 4 2 0 0
832 858 D-Z 7 3 2 1 6 3
858 864 Y-PQ 2 1 0 0 0 0
858 834 D-PQ 4 2 15 8 13 7
834 860 D-Z 16 8 20 10 110 55
860 836 D-PQ 30 15 10 6 42 22
836 840 D-I 18 9 22 11 0 0
862 838 Y-PQ 0 0 28 14 0 0
842 844 Y-PQ 9 5 0 0 0 0
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
69
844 846 Y-PQ 0 0 25 12 20 11
846 848 Y-PQ 0 0 23 11 0 0
Total 262 133 240 120 220 114
Tem-se que as linhas de transmissão nesse sistema também representam grande parte
da potência demandada, os modelos de linhas utilizados são apresentados nas tabelas a
seguir.
Tabela 18 – Tipo da linha de transmissão do sistema.
Barra A Barra B Comprimento (pés) Tipo de configuração
800 802 2580 300
802 806 1730 300
806 808 32230 300
808 810 5804 303
808 812 37500 300
812 814 29730 300
814 850 10 301
816 818 1710 302
816 824 10210 301
818 820 48150 302
820 822 13740 302
824 826 3030 303
824 828 840 301
828 830 20440 301
830 854 520 301
832 858 4900 301
832 888 0 XFM-1
834 842 280 301
836 840 860 301
836 862 280 301
842 844 1350 301
844 846 3640 301
846 848 530 301
850 816 310 301
852 832 10 301
854 856 23330 303
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
70
854 852 36830 301
358 864 1620 302
858 834 5830 301
858 864 1620 302
860 836 2680 301
862 838 4860 304
888 890 10560 300
Os parâmetos dos tipos de configuração são apresentados a seguir:
Tabela 19 – Configuração tipo 300.
Z (R+JX) em ohms por milha
1,3368 1,3343 0,2101 0,5779 0,2130 0,5015
1,3238 1,3569 0,2066 0,4591
1,3294 1,3471
B em micro Siemens por milha
5,3350 -1,5313 -0,9943
5,0979 -0,6212
4,8880
Tabela 20 – Configuração tipo 301.
Z (R+JX) em ohms por milha
1,9300 1,4115 0,2327 0,6442 0,2359 0,5691
1,9157 1,4281 0,2288 0,5238
1,9219 1,4209
B em micro Siemens por milha
5,1207 -1,4364 -0,9402
4,9055 -0,5951
4,7154
Tabela 21 – Configuração tipo 302.
Z (R+JX) em ohms por milha
2,7995 1,4855 0 0
0 0
0
B em micro Siemens por milha
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
71
4,2251 0 0
0 0
0
Tabela 22 - Configuração tipo 303.
Z (R+JX) em ohms por milha
0 0 0
2,7995 1,4855 0
0
B em micro Siemens por milha
0 0 0
4,2251 0
0
Tabela 23 – Configuração tipo 304.
Z (R+JX) em ohms por milha
0 0 0
1,9217 1,4212 0
0
B em micro Siemens por milha
0 0 0
4,36 0
0
O sistema também possui capacitores shunt:
Tabela 24 – Potências reativas dos capacitores shunt.
Barra Ph-A (kVar) Ph-B (kVar) Ph-C (kVar)
844 100 100 100
848 150 150 150
Total 250 250 250
Contudo o sistema tem uma demanda total de: