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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Gilberto Reis Agostinho Silva PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE GOIÂNIA-GO Goiânia 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Gilberto Reis Agostinho Silva

PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES DA REDE

MUNICIPAL DE ENSINO DE GOIÂNIA-GO

Goiânia

2013

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TERMO DE CIÊNCIA E DE AUTORIZAÇÃO PARA DISPONIBILIZAR AS TESES E DISSERTAÇÕES ELETRÔNICAS (TEDE) NA BIBLIOTECA DIGITAL DA UFG

Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal de Goiás (UFG) a disponibilizar, gratuitamente, por meio da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD/UFG), sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o documento conforme permissões assinaladas abaixo, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.

1. Identificação do material bibliográfico: [ X ] Dissertação [ ] Tese 2. Identificação da Tese ou Dissertação

Autor (a): Gilberto Reis Agostinho Silva

E-mail: [email protected]

Seu e-mail pode ser disponibilizado na página?

Vínculo empregatício do autor Secretaria Municipal de Ensino de Goiânia-Go

Agência de fomento: Sigla:

País: Brasil UF:GO CNPJ:

Título: Prevalência da Síndrome Metabólica em adolescentes da Rede Municipal de Ensino de Goiânia-Go

Palavras-chave: Síndrome metabólica, adolescência, escolares

Título em outra língua:

Palavras-chave em outra língua:

Área de concentração: Dinâmica do processo saúde doença

Data defesa: (dd/mm/aaaa) 07/10/2013

Programa de Pós-Graduação: Ciências da Saúde

Orientador (a): Maria Sebastiana Silva

E-mail: [email protected]

Co-orientador (a):

3. Informações de acesso ao documento:

Liberação para disponibilização?1 [ X ] total [ ] parcial

Em caso de disponibilização parcial, assinale as permissões: [ ] Capítulos. Especifique: __________________________________________________ [ ] Outras restrições: _____________________________________________________ Havendo concordância com a disponibilização eletrônica, torna-se imprescindível o envio do(s) arquivo(s) em formato digital PDF ou DOC da tese ou dissertação. O Sistema da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações garante aos autores, que os arquivos contendo eletronicamente as teses e ou dissertações, antes de sua disponibilização, receberão procedimentos de segurança, criptografia (para não permitir cópia e extração de conteúdo, permitindo apenas impressão fraca) usando o padrão do Acrobat.

Assinatura do (a) autor (a) Data: 16/10/2013

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Gilberto Reis Agostinho Silva

PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES DA REDE

MUNICIPAL DE ENSINO DE GOIÂNIA-GO

Dissertação apresentada ao programa de pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Goiás, para obtenção do grau de Mestre em Ciências da Saúde, sob orientação da Profa Dra Maria Sebastiana Silva.

Goiânia

2013

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iv

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Goiás

Aluno(a): Gilberto Reis Agostinho Silva Orientadora: Maria Sebastiana Silva Membros:

1. Ademir Schimidt (Membro)

2. Marcus Fraga Vieira (Membro)

3. Lídia Andreu Guilo ( Suplente)

4.

5.

BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Data: 07/10/2013

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, por tudo que fizeram

e fazem por mim, pelo amor incondicional, me ensinaram

viver e reconhecer os valores mais importantes na vida.

Exemplos de garra, dedicação e de confiança. Tudo que

conquistei até então é reflexo de seus exemplos e

ensinamentos, é com muito orgulho que os tenho em

minha vida. Com vocês aprendi o verdadeiro significado

de caráter, honestidade e persistência em meus

trabalhos. A vocês quem tanto amo e tanto devo, ofereço

esta conquista.

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HOMENAGEM

A conclusão deste trabalho ofereço, em forma de

homenagem, ao primo (Carlos Augusto José Fernandes)

que em um trágico acidente perdeu sua vida, minutos

após realizar sua matrícula em um curso superior. Sei que

está ao lado de Deus nesse momento e que será

eternamente lembrado por sua vitalidade e vontade de

vencer.

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vii

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por tudo que me foi proporcionado até então,

pelas conquistas e a oportunidade de fazer parte do Programa de Pós-graduação

Ciências da Saúde.

Ao Laboratório de Fisiologia Nutrição e Saúde por ceder o espaço físico para

meus estudos e pesquisas.

Ao Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, que possibilitou a

realização da pesquisa, juntamente com a Universidade Federal de Goiás, esta

instituição de excelência, na qual me orgulho de ter a oportunidade de ser aluno de

mestrado.

A minha orientadora (Maria Sebastiana) que com muita paciência me

acompanhou e orientou nesse trabalho, agradeço pelo apoio nos momentos em que

as dificuldades surgiram, pelos ensinamentos, que com toda certeza, levarei para

sempre, não somente no campo acadêmico, mas para todos os momentos, contigo

aprendi a ser um profissional mais humano, disposto a lutar através da minha

profissão por um mundo mais digno. A você todo meu respeito e gratidão, pelo

exemplo de pessoa e profissional, obrigado por tantos ensinamentos e carinho

destinado a mim.

Ao meu pai, (João Agostinho da Silva) pelo exemplo de honestidade, caráter

e dedicação aos filhos, não estaria aqui senão fossem os teus sacrifícios, que se

ausentou do aconchego da família e do país, tendo que por sete anos residir no

exterior buscando condições para que pudéssemos estudar. Todo seu esforço

resultou em minhas conquistas, serei eternamente grato por tudo que me ensinou,

por me preparar para esse mundo e acima de tudo, por ser exemplo em minha vida.

À minha mãe, (Maria Francisca de Paula Silva) por todo amor e incentivo

durante minha vida, símbolo de trabalho e caráter, você foi nos momentos de

dificuldade um acalento, sempre me mostrou os verdadeiros valores a serem

seguidos: amor, honestidade, humildade e respeito aos outros. Obrigado por todo

apoio durante esse trajeto e por todo amor e incentivo durante minha vida.

A cada um dos meus irmãos, (Divino Agostinho de Paula Silva, João Kenedis

Agostinho Silva e Benedito Agostinho da Silva) que foram companheiros em todos

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os momentos, sempre se mostraram prontos a ajudar-me, e vibraram com minhas

conquistas, meus sinceros agradecimentos a cada um de vocês.

À minha querida sobrinha (Ana Carolina), pela pureza em seus sorrisos, que

sempre nos trouxe muita alegria, tornando nossas vidas melhores, pelo simples fato

de existir.

À minha querida avó (Joana Lourenço), a qual sempre salientou a importância

dos estudos, obrigado, por sempre me incluir em suas orações e preces, além do

carinho e amor a mim destinados.

Um agradecimento especial ao amigo e professor Ewerton Gassi, que foi o

grande incentivador desse trabalho, a quem devo a realização do mesmo, sem seu

incentivo e apoio seria mais difícil chegar aqui. Sempre esteve disposto em ajudar

nas pesquisas, em muitas vezes deixou seus afazeres e os momentos com a família

para estar presente nas coletas, e na produção desse trabalho, muito obrigado meu

amigo, por tudo que me ensinaste e acima de tudo o apoio.

Aos amigos Fagner Medeiros, Viviane Soares, Divina Kelly e Renata Carvalho

que se dispuseram a me auxiliar nesse trabalho, tanto na coleta de dados quanto na

realização das analises estatísticas além da ajuda nas correções, não seria possível

a realização desse trabalho se não fosse pela dedicação e empenho de vocês no

decorrer da pesquisa.

Aos professores que ministraram as disciplinas no programa de pós-

graduação que muito contribuíram na construção e finalização desta dissertação.

Aos adolescentes que fizeram parte desse estudo, não seria possível a

realização do mesmo se não fosse pela colaboração de todos.

Aos pais dos adolescentes que confiaram em nós e autorizaram a

participação de seus filhos.

A Secretaria Municipal de Educação em nome do Diretor do Departamento

Pedagógico, aos diretores, em especial ao Professor Cairo Ronaldo, que muito me

apoiou e contribuiu para a finalização deste trabalho, aos coordenadores e

professores das unidades educacionais que se mostraram dispostos em

participarem da pesquisa e em muitos momentos nos auxiliaram durante as coletas

de dados.

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Agradeço também a todos os professores do Colégio Estadual José Ribeiro

Magalhães, onde iniciei os primeiros passos em busca dos sonhos, sem sombra de

dúvidas, cada um dos professores, que tive contato naquela instituição, contribuiu

para com minhas conquistas, e me inspiraram a seguir os mesmos passos, em

especial ao Professor Eurípedes Alves.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS, QUADROS, FIGURAS, APÊNDICES E ANEXOS xii

LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS xiv

RESUMO xv

ABSTRACT xvi

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 1

2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 3

2.1 CONCEITO.................................................................................................. 3

2.2 PREVALÊNCIA........................................................................................... 4

2.3 PATOLOGIAS ASSOCIADAS.................................................................... 6

2.3.1 Obesidade e distribuição da gordura corporal...................................... 6

2.3.2 Dislipidemia............................................................................................... 9

2.3.3 Diabetes e resistência à insulina e diabetes.......................................... 10

2.3.4 Hipertensão................................................................................................ 11

3 Objetivos.................................................................................................... 13

3.1 GERAL........................................................................................................ 13

3.2 ESPECÍFICOS............................................................................................ 13

4 SUJEITOS E MÉTODOS............................................................................ 14

4.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA....................................................................... 14

4.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO............................................... 15

4.3 DELINEAMENTO DO ESTUDO................................................................. 15

4.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................... 18

4.4.1 Avaliação da síndrome metabólica ........................................................ 18

4.4.2 Estimativa da gordura abdominal........................................................... 19

4.4.3 Glicemia de jejum e perfil lipídico........................................................... 19

4.4.4 Avaliação dos níveis pressóricos........................................................... 20

4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA............................................................................. 20

5 PUBLICAÇÃO............................................................................................ 22

Artigo .................................................................................................................... 23

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 42

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xi

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 43

8 ANEXOS..................................................................................................... 48

8.1 ANEXO 1 – parecer consubstanciado do comitê de ética em pesquisa da

universidade federal de Goiás...................................................................

48

8.2 ANEXO 2 – quantitativo de alunos matriculados na rede municipal de

educação em 2012.................................................................................... 49

8.3 ANEXO 3 – Carta de anuência da secretaria municipal de educação

autorizando a coleta de dados nas escolas de

Goiânia........................................................................................................

51

8.4 ANEXO 4 - Termo de consentimento livre e esclarecido dos pais ou

responsáveis...............................................................................................

52

8.5 ANEXO 5 - Termo de consentimento livre e esclarecido dos

alunos.........................................................................................................

55

8.6 ANEXO 6 - Ficha para coleta de dados...................................................... 58

8.7 ANEXO – 7 Orientações para avaliação..................................................... 59

8.8 ANEXO 8 - Ponto de corte para circunferência de cintura a partir do p ≥

80 cm.........................................................................................................

60

8.9 ANEXO 9 - Percentis de PA para o sexo masculino, segundo idade e

percentil de estatura...................................................................................

61

8.10 ANEXO 10 - Percentis de PA para o sexo feminino, segundo idade e

percentil de estatura...................................................................................

62

8.11 ANEXO 11 – Curvas de crescimento para o sexo masculino – de 02 a 20

anos de idade- peso em kg x idade em

anos............................................................................................................

63

8.12 ANEXO 12 – Curvas de crescimento para o sexo feminino – de 02 a 20

anos de idade- peso em kg x idade em

anos............................................................................................................

64

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QUADROS, TABELAS, FIGURAS E ANEXOS

Quadro 1 Classificação dos fatores de risco utilizados na determinação da

síndrome metabólica em adolescentes.

Quadro 2 Distribuição das escolas da Rede Municipal de Ensino que integraram a

pesquisa, de acordo com o Distrito Sanitário onde estão localizadas.

Tabela 1 Valores de prevalência da síndrome metabólica de acordo com a faixa

etária e sexo, em adolescentes matriculados em escolas da Rede

Municipal de Ensino de Goiânia.

Tabela 2 Valores médios±DP e intervalo de confiança dos aspectos

fisiopatológicos associados a síndrome metabólica, em adolescentes

matriculados em escolas da Rede Municipal de Ensino de Goiânia.

Tabela 3

Prevalência de fisiopatologias associadas à síndrome metabólica, em

adolescentes matriculados em escolas da Rede Municipal de Ensino de

Goiânia..

Figura 1 Fluxograma do delineamento experimental da pesquisa

Anexo 1 Parecer consubstanciado do comitê de ética em pesquisa da

universidade federal de Goiás

Anexo 2 Quantitativo de alunos matriculados na rede municipal de educação em

2012

Anexo 3 Carta de anuência da secretaria municipal de educação autorizando a

coleta de dados nas escola de Goiânia

Anexo 4 Termo de consentimento livre e esclarecido dos pais ou responsáveis

Anexo 5 Termo de consentimento livre e esclarecido dos alunos

Anexo 6 Ficha para coleta de dados

Anexo 7 Orientações para avaliação

Anexo 8 Ponto de corte para circunferência de cintura a partir do p ≥ 80 cm

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xiii

Anexo 9 Percentis de PA para o sexo masculino, segundo idade e percentil de

estatura

Anexo 10 Percentis de PA para o sexo feminino, segundo idade e percentil de

estatura

Anexo 11 Curvas de crescimento para o sexo masculino – de 02 a 20 anos de

idade- peso em kg x idade em anos

Anexo 12 Curvas de crescimento para o sexo feminino – de 02 a 20 anos de

idade- peso em kg x idade em anos

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SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS

CA Circunferência Abdominal

CDC Centers for Disease Control and Prevention

CT Cholesterol Total

DCV Doenças Cardiovasculares

DEXA Absormetria de Raios X de Dupla Energia

DS Distrito sanitário

E.M. Escola Municipal

ES Espírito Santo

HAS Hipertensão Arterial Sistêmica

HDL High Density Lipoprotein

HOMA Homeostatic Model Assessment

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas

IDF International Diabetes Federation

IMC Índice de Massa Corporal

LDL Low Density Lipoprotein

NCEP-ATP III National Cholesterol Education Program`s Adult Treatment Panel III

NHANES Third National Health and Nutrition Surveys

OMS Organização Mundial de Saúde

OR Odds Ratio

PAD Pressão Arterial Diastólica

PAS Pressão Arterial Sistólica

PSE Programa Saúde na Escola

RI Resistência a Insulina

RME Rede Municipal de Ensino

SM Síndrome Metabólica

SME Secretaria Municipal de Eduacação

TCLE Termo de Consentimento Livre Esclarecido

TG Triglicerídeos

UFG Universidade Federal de Goiás

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RESUMO

Objetivo: Investigar a prevalência da síndrome metabólica e dos aspectos fisiopatológicos em adolescentes de escolas da rede municipal de Goiânia. Metodologia: O presente estudo avaliou a prevalência da síndrome metabólica em 200 adolescentes, sendo 114 do sexo feminino e 86 do sexo masculino, de 10 a 16 anos de idade, matriculados em escolas da Rede Municipal de Educação (RME) de Goiânia. A síndrome metabólica foi identificada de acordo com os critérios de diagnósticos estabelecidos pelo NCEP – ATP III, adaptados para crianças e adolescentes. As variáveis avaliadas foram circunferência abdominal, glicemia de jejum, concentração do HDL-colesterol e triglicérides do sangue e pressão arterial. Resultados: A partir dos fatores de risco encontrados foi estimada uma prevalência de 12% da síndrome metabólica entre os adolescentes da Rede Municipal de Ensino de Goiânia, sendo maior entre os meninos (15,1%) do que nas meninas (9,6%). Também foi observado que 32% dos adolescentes apresentavam alta concentração de gordura abdominal, 27,5% estavam com hipertrigliceridemia, 2% com hiperglicemia, 32% com baixos níveis de HDL-colesterol e 18,5% com alguma alteração da pressão arterial. A razão dos produtos cruzados indicou maiores chances de desenvolvimento da síndrome metabólica para a circunferência abdominal (CA) elevada (OR=35,09), seguido do HDL-colesterol reduzido (OR=21,65), triglicerídeos elevados (OR=8,85) e glicemia aumentada (OR=2,50). Conclusões: A partir dos resultados identificaram-se índices elevados da prevalência de síndrome metabólica e dos fatores associados, entre os adolescentes da Rede Municipal de Ensino de Goiânia. Esses achados são relevantes e indicam a necessidade de ações públicas efetivas para o tratamento e prevenção da síndrome metabólica. Palavras chave: síndrome metabólica, adolescentes, escolares.

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xvi

ABSTRACT

Objective: To investigate the prevalence of metabolic syndrome and associated pathophysiological aspects in adolescents of the municipal schools in Goiânia. Methodology: This study assessed the prevalence of metabolic syndrome in 200 adolescents, 114 females and 86 males, 10-16 years old, enrolled in the Municipal Education of Goiânia. Metabolic syndrome was identified according to the diagnostic criteria established by the NCEP - ATP III, adapted for children and adolescents. (2003). The variables evaluated were waist circumference, fasting glucose, the concentration of HDL-cholesterol and triglycerides and blood pressure. Results: We estimated a 12% prevalence of metabolic syndrome in adolescents of the Municipal School of Goiania, being higher among boys (15.1%) than in girls (9.6%) It was observed that 32% of adolescents had high abdominal fat, 27.5% hypertriglyceridemia, 2% hyperglycemia, 32% low levels of HDL-cholesterol and 18.5% elevated arterial blood pressure. Also identified was that the chances of developing metabolic syndrome was higher in adolescents with abdominal circumference (AC) high (OR = 35.09), followed by reduced HDL- cholesterol (OR = 21.65), high triglycerides (OR = 8.85) and blood glucose increased (OR = 2,50). Conclusions: We identified high rates of prevalence of metabolic syndrome and associated factors among adolescents from the Municipal Education of Goiânia in Goiania. These findings are relevant and indicate the need for effective public actions to treatment and prevention of metabolic syndrome.

Key words: metabolic syndrome, adolescents, school

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Introdução 1

1 INTRODUÇÃO

O interesse para realização do presente estudo surgiu no período em que

realizava o trabalho de conclusão do Curso de Licenciatura Plena em Educação

Física. Na época concluímos uma pesquisa com cerca de 1.000 crianças, de 7 a 12

anos de idade, da Rede Municipal de Ensino de Goiânia, na qual foi encontrado um

índice elevado de meninos e meninas com sobrepeso e obesidade, o que

surpreendeu toda equipe da pesquisa.

Depois da conclusão do curso de graduação, ingressei como professor da

Rede Municipal de Ensino de Goiânia, e durante dois anos em atividade, observei

que o número de adolescentes com peso acima do adequado aumentava

substancialmente, o que me instigou investigar sobre o tema, ou seja, identificar o

percentual de adolescentes da rede com sobrepeso e obesidade, bem como as

alterações da saúde e fatores associadas ao excesso de peso.

Aliado a este interesse, surgiu a oportunidade de ingressar no Programa de

Pós-graduação em Ciências da Saúde e então realizar um estudo no qual o

problema do excesso de peso entre os adolescentes pudesse ser tratado.

Neste contexto, existem diversos estudos na literatura que indicam alta

prevalência de sobrepeso e obesidade na população em geral, incluindo crianças e

adolescentes. Alertavam para as disfunções metabólicas associadas ao excesso de

peso, apontavam que a associação de diferentes disfunções metabólicas, aliadas ao

excesso de gordura corporal, que aumentava o risco para o desenvolvimento das

doenças cardiovasculares e, também, que a associação dos fatores de riscos

determinava uma condição caracterizada como síndrome metabólica (GRUNFELD,

et al.1994; PICON et al., 2006; ZIMMET et al., 2007;. MORAES et al., 2009;

BERGMANN et al., 2008).

Ainda nos levantamentos bibliográficos, encontrou-se que as alterações

comportamentais observadas nos últimos anos, principalmente relacionadas à

redução nos níveis de atividade física e aos hábitos alimentares inadequados, têm

colaborado para o aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade entre crianças

e adolescentes (BERGMANN et al., 2008).

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Introdução 2

Considerando os índices de patologias, relacionadas à síndrome metabólica,

que acometem crianças e adolescentes, torna-se de fundamental importância à

realização de estudos que identifiquem a sua prevalência nesta população, bem

como os fatores de risco mais fortemente associados. Estudos desta natureza

podem contribuir para tomadas de medidas preventivas adequadas que contribuam

para a saúde e qualidade de vida desses indivíduos.

Portanto, o objetivo deste estudo foi o de identificar a prevalência da

síndrome metabólica entre adolescentes matriculados em escolas da Rede

Municipal de Educação da cidade de Goiânia - GO.

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Revisão de literatura 3

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CONCEITO

O fenômeno da síndrome metabólica é caracterizado por um conjunto de

fatores de risco para as doenças crônicas e degenerativas que acometem pessoas

com idades mais avançadas. No entanto, as alterações comportamentais ocorridas

nos últimos anos fazem com que indivíduos com idades cada vez mais precoces

apresentem fatores de risco, assinalados como síndrome metabólica. Essa síndrome

foi identificada pela primeira vez em 1922. Desde então, tem sido descrita por

diversas nomenclaturas tais como quarteto mortal, síndrome X, síndrome

plurimetabólica e síndrome da resistência à insulina (LOPES, 2003).

De acordo com dados do National Cholesterol Education Program’s Adult

Treatment Panel III (NCEP-ATP III), a síndrome metabólica é estabelecida pela

ocorrência de pelo menos três das seguintes desordens: obesidade abdominal (≥

88cm) mulheres (≥ 102 cm) homens , hipertensão arterial (≥ 130mmHg ou ≥

85mmHg), elevação da glicemia (≥ 100mg/dL ou com diagnóstico de diabetes

mellitus), triglicerídeos elevados (≥150mg/dL ou em tratamento) e redução do HDL-

colesterol (≤ 50mg/dL ou em tratamento). Para a International Diabetes Fereration

(IDF), a presença de obesidade abdominal (≥ 80cm), acrescida de mais dois dos

distúrbios metabólicos, já citados, já são suficientes como critérios de identificação

da referida síndrome em adultos. No quadro 1 estão esquematizados os pontos

cortes de algumas variáveis clínicas e bioquímicas utilizadas na determinação da

síndrome metabólica.

Em se tratando de crianças e adolescentes, De Ferranti (2007) e Chen e

Berenson (2007), relatam que não há consenso sobre os critérios de diagnóstico da

síndrome metabólica, e que os mesmos partem de adaptações estabelecidas para

adultos. Nesse sentido, Cook et al., (2003) utilizaram adaptações dos pontos de

corte do Third National Health and Nutrition Surveys ( NHANES 1988-1994 1999-

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Revisão de literatura 4

2002), do National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III

(NCEPATP III) e do estabelecidos para adultos, para identificar a prevalência de

síndrome metabólica em adolescentes, sendo este último utilizado como critério no

presente estudo.

Quadro 1. Classificação dos fatores de risco utilizados na determinação da síndrome

metabólica em adolescentes.

2.2 PREVALÊNCIA

A prevalência da síndrome metabólica pode apresentar valores

diferentes,para um mesmo grupo de indivíduos, conforme os critérios estabelecidos

para seu diagnóstico, e ser influenciada pelo sexo, etnia e gravidade da obesidade

(JESSUP e HARREL, 2005).

Assim, Ferreira et al. (2011) em estudo realizado com 109 sujeitos, de 7 a 11

anos de idade, de ambos os sexos e com diferentes estados nutricionais, da cidade

de Taguatinga – DF detectaram diferentes graus de prevalência da síndrome

metabólica, entre meninos (13,3 %) e meninas (36%), e que essa foi encontrada

somente em crianças obesas.

Semelhante aos dados apresentados pelos autores acima, Costa et al. (2012)

em estudo com 121 adolescentes obesos, de 10 a 14 anos de idade, da Rede

Fator de risco Classificação Referência

Perímetro abdominal Percentil ≥ 80 Taylor et al. (2000)

Glicemia em jejum ≥ 110 mg/dL Cook el al. (2003)

HDL < 40 mg/dL

Triglicerídeos ≥ 100 mg/dL

Pressão arterial diastólica Percentil ≥ 90 I Diretriz de Prevenção da

Aterosclerose na Infância

e Adolescência (2005)

Pressão arterial sistólica Percentil ≥ 90

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Revisão de literatura 5

Municipal de Ensino da cidade de Porto Alegre – RS, utilizaram três diferentes

critérios de diagnóstico para identificar a síndrome metabólica. Foram utilizados:

International Diabetes Federation, Cook et al. (2003) e De Ferranti (2007). Todos

eles incluem cinco fatores associados à SM, sendo eles: perímetro abdominal,

pressão arterial, lipoproteína de alta densidade (HDL-colesterol), triglicerídeos e

glicemia em jejum, sendo necessária a alteração de pelo menos três destes fatores

para o diagnóstico da SM. Os resultados encontrados demonstraram alta

prevalência da síndrome metabólica entre os adolescentes, mas com percentuais

distintos, dependo do critério utilizado, ou seja, quando se utilizaram as

recomendações do International Diabetes Federation, ou de Cook et al. (2003) ou de

Ferranti et al. (2007), os valores foram 39,7%, 51,2% e 74,4%, respectivamente. Isso

pode ter se dado devido as diferentes formas de diagnóstico.

Moraes et al. (2009) fizeram uma revisão sistematizada sobre a prevalência

da síndrome metabólica e de seus componentes em crianças e adolescentes da

China, da Coréia do Sul, do México, do Irã, e da Turquia, além dos Estados Unidos

e Itália, no período de 2003 e 2007, na qual foram selecionados 16 estudos que

atenderam aos critérios impostos pelos pesquisadores. Desses, 13 apresentaram

prevalência de síndrome metabólica acima de 5%, enquanto que em oito a

prevalência foi superior a 10%.

Em estudo realizado nos Estados Unidos por Goodman et al. (2004), a

prevalência de síndrome metabólica foi de 8,4%, superior aos critérios estabelecidos

pela OMS (4,2%). Outro estudo no qual se utilizou os critérios da NCEP-ATP III para

estabelecer a prevalência da SM de 439 crianças e adolescentes norte-americanas,

eutróficas e com diferentes graus de obesidade, brancas, negras e de outra etnia, os

autores encontraram valores de 38,7% nos sujeitos com obesidade moderada e de

49,7% naqueles com obesidade severa. Os autores ainda informaram que a

prevalência da síndrome metabólica, segundo a etnia, foi de 27,0% entre sujeitos

negros com obesidade severa (WEISS et al. 2004),

Tavares et al. (2010) realizaram um estudo de revisão sobre a prevalência da

síndrome metabólica em crianças e adolescente brasileiros, bem como sobre os

critérios para sua identificação. Os autores selecionaram 15 artigos nacionais, sendo

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Revisão de literatura 6

11 de estudos na região sudeste, dois na região centro-oeste e dois na região

nordeste. A maioria dos trabalhos utilizaram os critérios do NCEP-ATP III para

diagnóstico da SM, com adaptações nos pontos de corte para crianças e

adolescentes. Os resultados desse estudo indicaram que a prevalência da SM, em

base populacional, oscilou de 0 a 11,9% entre crianças e adolescentes e foi mais

acentuada (11,3 a 42,4%) nas populações de risco ou com excesso de peso.

Em pesquisas realizadas especificamente com adolescentes brasileiros,

foram encontrados prevalência da síndrome metabólica de 6% entre os paulistanos

com história familiar de diabetes (SILVA et al., 2005) e de 16,6% nos atendidos em

Programa de Saúde de Viçosa-MG (GONTIJO et al., 2010). Vale ressaltar aqui que

os valores de prevalência da síndrome metabólica publicados na literatura foram

considerados para o cálculo do tamanho da amostra, definida no presente estudo.

2.3 PATOLOGIAS ASSOCIADAS

As patologias associadas à síndrome metabólica constituem fatores de

riscos para as doenças cardiovasculares, são elas: o aumento de gordura

abdominal, a resistência à insulina, a dislipidemia e a hipertensão arterial, as quais

estão descritas a seguir.

2.3.1 Obesidade e distribuição da gordura corporal

A obesidade é definida como a quantidade excessiva de gordura corporal

apresentada por um indivíduo (BOUCHARD, 2003). O aumento na quantidade de

gordura corporal frequentemente é acompanhado de disfunções, tais como: o

aumento da pressão arterial, a resistência à insulina, elevação nos teores do

colesterol total e do LDL-colesterol (Low Density Lipoprotein) e diminuição nas

concentrações de HDL-colesterol (High Density Lipoprotein), podendo encontrar a

presença de mais de uma dessas disfunções, o que torna mais grave o quadro de

saúde apresentado pelo indivíduo. Quando pelo menos três dessas disfunções estão

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Revisão de literatura 7

associadas têm-se uma condição que é descrita na literatura como síndrome

metabólica (BOUCHARD, 2003).

A localização da gordura corporal também é um fator de risco importante a

ser observado para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares (DCV). A

obesidade androide ou obesidade central (maior depósito de gordura na região

abdominal) apresenta íntima relação com as alterações metabólicas, tornando-se de

suma importância verificar a distribuição da gordura corporal e a sua relação na

etiologia da hiperinsulinemia e dos outros componentes da síndrome metabólica

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2005).

Na adolescência, a obesidade central também representa grande risco para

a saúde. Vários fatores têm contribuído para o aumento do peso corporal e aumento

da gordura abdominal nesse grupo de indivíduos. Destaca-se o estilo de vida

sedentário e alta disponibilidade de alimentos ricos em lipídios e calorias, servidos

em estabelecimentos alimentícios, em porções cada vez maiores, o que induz ao

alto consumo alimentar (DA SILVA et al., 2012).

Sabe-se que a obesidade é considerada uma doença de alta prevalência e

morbimortalidade, tornando-se ainda mais perigosa quando há um aumento da

concentração da gordura visceral (ROSA et al., 2005). Desse modo, vários estudos

têm sido empregados para avaliar a relação da gordura abdominal com o surgimento

da Síndrome metabólica (SM), em especial aqueles que envolvem metodologias

para avaliação da distribuição da gordura corporal e a determinação da adiposidade

central (FERREIRA et al. 2006).

O índice de massa corporal (IMC) não determina a composição corporal e

também é ineficaz para medir a distribuição do tecido adiposo, caso o indivíduo

tenha excesso de gordura corpórea. Por esse motivo, várias medidas

antropométricas de fácil execução vêm sendo adotadas para quantificar e detectar a

distribuição central da gordura corporal. Dentre esses, destacam-se as dobras

cutâneas, a circunferência da cintura, e a relação cintura-quadril (RIBEIRO FILHO et

al. 2006).

A obesidade é considerada uma epidemia, sendo esta potencialmente

agressiva, principalmente quando manifestada na infância, visto que, além das

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Revisão de literatura 8

complicações presentes, pode se estender até a fase adulta, aumentando

significativamente os riscos de desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas

associadas ao excesso de gordura corporal (OLIVEIRA, 2004). Vale destacar que as

complicações decorrentes da obesidade podem se manifestar em curto e longo

prazo (D’ALMO, 2009).

Em um estudo realizado por Neutzling et al., (2000) com 13.715

adolescentes brasileiros com idade entre 10 e 19 anos, foi detectado a prevalência

de sobrepeso e obesidade em 7,7% da amostra pesquisada, sendo que a maior

prevalência de obesidade se apresentou no grupo de adolescentes do sexo

feminino.

Brandão et al. (2004) com uma amostra de 385 indivíduos com idade média

de 21,6 anos da cidade do Rio de Janeiro em acompanhamento longitudinal,

identificou a síndrome metabólica em 9,3%. Dentre a amostra, foi observada a

prevalência de sobrepeso ou obesidade entre 88,5% dos indivíduos avaliados.

Levando em consideração o aumento das taxas de sobrepeso e obesidade, a

prevalência de síndrome metabólica tem aumentado significativamente.

Weiss et al. (2004), em estudo realizado com 439 crianças e adolescentes

americanos, demonstrou uma relação direta entre síndrome metabólica e o aumento

do grau de obesidade. Os autores identificaram que 38,7% e 49,7% das crianças

com síndrome metabólica apresentavam obesidade moderada e grave,

respectivamente. Estes dados apontam taxas preocupantes quando levado em

consideração à faixa etária.

Com relação à obesidade abdominal os estudos asiáticos (Coréia do Sul e

China) encontraram a prevalência de 29,7% e 25,1% respectivamente para esse

fator de risco. Para chegar a esses valores, foram utilizados os pontos de cortes

estabelecidos pelos ministérios do comércio, indústria e energia daqueles países.

Por outro lado, os demais estudos utilizaram os pontos de cortes apresentados por

um estudo neozelandês, no qual as prevalências estiveram entre 4,0 a 27,7%

mostrando que esse fator de risco está elevado, o que pode ser explicado pela

tendência de aumento de obesidade para essa faixa etária (Moraes et al. 2009).

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Revisão de literatura 9

Recentemente, um estudo foi realizado na cidade de Salvador por Marques

et al. (2013), em que participaram 1396 escolares de 10 a 17 anos de idade.

Detectou-se uma prevalência de 15,7% de adolescentes com excesso de peso

corporal; 9,3 % apresentaram sobrepeso, enquanto que 6,4 % estavam com um

quadro de obesidade instalado.

2.3.2 Dislipidemia

A dislipidemia é caracterizada por alterações metabólicas decorrentes de

distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico que ocasionem repercussão nos

níveis séricos das lipoproteínas. Estas são moléculas que transportam os lipídios no

meio aquoso plasmático (FAGHERAZZI et al. 2008). Evidências apresentadas ao

longo de várias décadas, incluindo epidemiológicas, animais, metabólicas e clínicas,

mostram que o aumento dos níveis de colesterol total, colesterol LDL e triglicerídeos

estão intimamente ligados com o acometimento de hiperlipidemia, hipertensão e

doença aterosclerótica (FREEDMAN et al. 2000).

De acordo com Rabelo (2001), a dislipidemia, alteração dos níveis de lipídeos

ou de lipoproteínas circulantes, é provocada pelas alterações na produção, no

catabolismo ou no clearence, em decorrência dos fatores genéticos e/ou ambientais,

dieta inadequada e/ou sedentarismo. Dentre os fatores ambientais citados

anteriormente, a dieta é a que exerce maior influência na determinação do perfil

lipídico.

Estudos têm alertado para o rápido aumento das dislipidemias em crianças e

adolescentes. No Brasil não existem dados epidemiológicos referentes à prevalência

dessa alteração que correspondam ao país como um todo. Entretanto, estudos

fidedignos têm apresentado altas prevalências de dislipidemia, oscilando entre 3,1%

a 46,5% em crianças e adolescentes em determinadas regiões do país (GRILLO et

al. 2005, RIBAS E SANTA DA SILVA, 2009). No mundo estima-se que a prevalência

de dislipidemia em crianças e adolescentes atinjam níveis alarmantes de 38,5%

(SCHERR E COLS, 2007, PERGUER et al. 2010).

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Revisão de literatura 10

Há variações importantes durante a fase de crescimento e desenvolvimento

do ser humano com relação aos níveis de lipídeos e lipoproteínas, havendo

diferenças quanto ao sexo e idade. Os níveis séricos de lipídeos e lipoproteínas são

superiores nas crianças e adolescentes do sexo feminino. Essa diferença se

apresenta mais acentuada no período da adolescência que compreende as idades

de 10 a 19 anos. Em média indivíduos do sexo feminino apresenta valores

superiores de colesterol total, HDL colesterol e LDL colesterol quando comparado

com indivíduos do sexo masculino (GIULIANO, 2005).

De acordo com o National Cholesterol Education Program (2001) o perfil

lipídico clássico da síndrome metabólica se caracteriza por elevação dos

triglicerídeos, elevação dos níveis de LDL, bem como redução do HDL-colesterol,

condições que se somam aos demais componentes para determinar um risco

cardiovascular elevado. Nesse sentido, Alcântara Neto (2010) sugere que a

identificação dos fatores que levam à dislipidemia são importantes, pois os mesmos

contribuem para o desenvolvimento de ações por parte dos órgãos de saúde,

visando programas com caráter preventivo, os quais incentivam a mudança do estilo

de vida, no intuito de promover hábitos saudáveis e, assim, evitar que milhares de

jovens desenvolvam prematuramente doença arterial coronariana.

2.3.3 Resistência à Insulina e diabetes

A resistência à insulina (RI) caracteriza-se pela resposta inadequada,

principalmente nos tecidos periféricos, à ação da insulina. Sendo anteriormente

identificada como o componente primário da síndrome metabólica. Uma das

nomenclaturas utilizadas para definir a síndrome metabólica era síndrome da

resistência à insulina. Não resta dúvida de que a RI tem importante influência nos

mecanismos da síndrome, sobretudo, não vem a ser uma alteração primária e sim

um fenótipo intermediário em sujeitos com predisposição genética que sofre

influência do meio ambiente (LOPES, 2007).

Existem alguns fatores que podem ser predisponentes para promover à

resistência a insulina, são eles: excesso de gordura corporal (em especial a

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Revisão de literatura 11

obesidade abdominal), o sedentarismo e a predisposição genética, que estão

intimamente relacionados à síndrome metabólica. Entretanto estes mecanismos

para tal associação ainda não são totalmente esclarecidos (EXPERT PANEL ON

DETECTION, EVALUATION, AND TREATMENT OF HIGH BLOOD CHOLESTEROL

IN ADULTS, 2001 ).

O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença endócrina caracterizada por um

grupo de desordens metabólicas, incluindo elevada glicemia de jejum (hiperglicemia)

e elevação das concentrações de glicose sanguínea pós-prandial, devido a uma

menor sensibilidade insulínica em seus tecidos alvo e/ou por reduzida secreção de

insulina (American Diabetes Association, 2005)

Da mesma forma a Sociedade Brasileira de Diabetes (2009) define o

Diabetes Mellitus (DM) como não sendo uma única doença, mas um grupo

heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum à hiperglicemia, a

qual é o resultado de defeitos na ação da insulina, na secreção da insulina ou de

ambos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2010).

A inibição da ação da insulina acarreta desenvolvimento de resistência à

insulina e o DM, podendo ter como causa a adiposidade central, fator clássico para o

aparecimento da resistência à insulina, tendo associação com o aumento dos níveis

de triglicérides, baixas concentrações de lipoproteína de alta densidade (HDL) bem

como a pressão arterial aumentadas (SAVAGE et al. 2005) resultando no

desenvolvimento de disfunções, como a Síndrome Metabólica, havendo a

associação de três ou mais dos fatores citados anteriormente (COOK et al. 2003).

2.3.4 Hipertensão

A hipertensão arterial sistêmica (HAS), uma alteração clínica multifatorial, foi

definida pelo III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial (1999) como uma

síndrome caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados associados a

alterações metabólicas, hormonais e a fenômenos tróficos (hipertrofia cardíaca e

vascular).

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Revisão de literatura 12

Estudos epidemiológicos realizados no Brasil, sobre a prevalência da

hipertensão (HAS) primária na infância e adolescência indicaram valores de 0,8% a

8,2% (Gus et al. 2004). Ribeiro et al. (2006) realizaram um estudo por meio do

inquérito epidemiológico com 1.450 crianças e adolescentes, de seis a dezoito anos

de idade, no município e Belo Horizonte (MG), com o objetivo de identificar os

principais fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de doenças

cardiovasculares. Os autores encontraram que os estudantes com sobrepeso ou

obesos, assim como os estudantes com baixos níveis de prática de atividade física

ou sedentários, foram os que apresentaram níveis de pressão arterial e perfil lipídico

de risco para o desenvolvimento de aterosclerose. Além disso, identificaram que os

estudantes com sobrepeso e obesos tiveram 3,6 vezes mais risco de apresentar

pressão arterial sistólica aumentada e 2,7 vezes para pressão arterial diastólica

aumentada, quando comparados aos estudantes com o peso normal.

Ferreira e Aydos (2010) realizaram um estudo, no qual foram avaliados 129

crianças e adolescentes obesos, de 7 a 14 anos de idade, de ambos os sexos. Os

pesquisadores encontraram uma prevalência de hipertensão de 15,8% para o sexo

masculino e de 26,4% para o sexo feminino. A prevalência entre os indivíduos de 13

e 14 anos foi expressivamente superior (52,4%) aos demais e, deve ser considerada

preocupante visto que o aumento do nível de gordura corporal pode alterar os

mecanismos responsáveis pelo funcionamento adequado do sistema cardiovascular.

Monego et al. (2006) em um estudo envolvendo 3.169 escolares com idades

entre sete e quinze anos, pertencentes a escolas públicas e privadas do município

de Goiânia, identificaram que 5,0% da amostra apresentaram um quadro de

hipertensão arterial e 6,2% de pressão normal-alta, na qual 6,4% dos meninos e

6,0% das meninas estavam com pressão normal-alta e 4,3% dos meninos e 5,7%

das meninas com hipertensão arterial, havendo associação significante (p = 0,01)

entre hipertensão arterial e excesso de peso.

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Objetivo 13

3 OBJETIVOS

3.1 GERAL

Determinar a prevalência da síndrome metabólica em adolescentes de

escolas da Rede Municipal de Goiânia, participantes do Programa Saúde na Escola.

3.2 ESPECÍFICOS

- Estimar o índice de gordura abdominal; a glicemia, o perfil lipídico e a

pressão arterial.

- Relacionar a gordura abdominal, glicemia, perfil lipídico, pressão arterial e

a presença da síndrome metabólica entre os sexos e faixa etária.

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Sujeitos e métodos 14

4 SUJEITOS E MÉTODOS

O processo de seleção da amostra e coleta de dados seguiu as

determinações da resolução 196/96, e foi aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Federal de Goiás - UFG, protocolo nº 401/11 (Anexo 1). O

presente estudo caracteriza-se de acordo com os objetivos como descritivo, de

acordo com os procedimentos metodológicos como de campo, sendo um estudo de

prevalência. Nele foram incluídos adolescentes matriculados em escolas da Rede

Municipal de Ensino de Goiânia.

4.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA

O presente estudo foi realizado com escolares matriculados na rede pública

municipal da cidade de Goiânia, localizada na região Centro Oeste do Brasil. É vista

como uma cidade de grande porte com o número de habitantes de 1.302.001, no

qual 211.065 são adolescentes na faixa etária de 10 a 19 anos. Destes, 177.959

adolescentes são residentes na área urbana e frequentavam a escola. A cidade

possui 732,802 km2 de área da unidade territorial e uma densidade demográfica

1.776,75 hab/km². (IBGE, 2010).

A população estudada foi representada por adolescentes, de ambos os

sexos, matriculados em escolas da Rede Municipal de Ensino do município de

Goiânia (RME). A amostra (n= 200 adolescentes) foi estimada considerando-se a

população de escolares de 10 a 16 anos (n= 48.074) matriculados em escolas

públicas da Rede Municipal de Goiânia em 2012 (Anexo 2), o índice de prevalência

da síndrome metabólica de 9,5%, (valor acatado a partir dos índices publicados nos

estudos de Tavares et al. (2010) e Silva et al. (2005), erro amostral de 3,0%, índice

de confiança de 95,0% e perda amostral de 22%. O programa estatístico utilizado

para o cálculo do tamanho da amostra foi o Epi Info 6.0.

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Sujeitos e métodos 15

4.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Os critérios de inclusão dos indivíduos na pesquisa foram: estar dentro da

faixa etária estabelecida, assinar o Termo de Consentimento Livre Esclarecido -

TCLE (Anexo 4), por parte dos pais bem como do próprio avaliado (Anexo 5).

Considerou-se como critérios de exclusão: adolescentes portadores de alguma

necessidade especial que impedisse a realização das medidas antropométricas,

gestantes, adolescentes que utilizassem medicamentos que interferissem no

resultado da pesquisa, tais como: Anti-hipertensivo (betabloqueadores e diuréticos)

hipoglimiciantes (Sulfoniluréias, Biguanidas, Glitazonas, inibidores da alfa-

glicosidases, Glinidas e Gliptinas) remédios para redução do colesterol e

triglicerídeos (Estatinas, Niacina, Fibratos, Sequestradores de ácidos biliares,

Ezetimiba, Lovaza).

4.3 DELINEAMENTO DO ESTUDO

O delineamento da pesquisa está esquematicamente representado na figura

1. Para recrutamento dos adolescentes foi realizado contato prévio com a Secretaria

Municipal de Educação (SME), que autorizou a realização da pesquisa na condição

que somente as escolas que integravam o Programa Saúde na Escola (PSE)

pudessem participar da pesquisa.

De posse da autorização da SME (Anexo 3), foram selecionadas 15 escolas,

dentre as 52 escolas da Rede Municipal cadastradas no PSE, distribuídos em cinco

distritos sanitários.

A cidade de Goiânia é composta por sete Distritos Sanitários (DS), sendo

eles: Noroeste, Norte, Oeste, Sudoeste, Sul, Leste e Campinas Centro. Como citado

anteriormente a SME autorizou realizar a pesquisa com uma condição, que as

coletas ocorressem somente nas escolas participantes do PSE, alegando que os

dados que iríamos coletar seriam importantes para o programa, e, além disso, não

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Sujeitos e métodos 16

interromperíamos o andamento das aulas dos alunos, afetando assim o rendimento

dos mesmos.

Figura 1- Fluxograma do delineamento experimental da pesquisa.

No total participaram do Programa Saúde na Escola (PSE) 54 instituição de

ensino, sendo que três destas pertenciam à Rede de Educação Estadual e o

restante (n= 51) pertenciam à Rede Municipal, divididas em seis dos sete distritos

sanitários (DS), sendo que 12 escolas estavam localizadas no DS Noroeste, 11 no

DS Norte, 8 no DS Sudoeste, 10 no DS Leste, 9 no DS Oeste e apenas 1 escola no

População: adolescentes

Secretaria Municipal de Educação (2012) (n= 48.074)

Cálculo amostra: prevalência da SM de 9,5%, índice de

confiança de 95%, erro de 3% e 22% de perdas (n= 200)

Apreciação e aprovação pelo comitê de Ética em Pesquisa

da Universidade Federal de Goiás – Protocolo 401/2011

Contato com as escolas e com os pais ou responsáveis

legais e agendamento da coleta de dados

Coleta de dados

Apreciação e aprovação da pesquisa pela da Secretaria

Municipal de Educação de Goiânia

Análise dos dados

Estimativa da

gordura

abdominal

Avaliação da

glicemia e perfil

lipídico

Avaliação da

pressão arterial

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Sujeitos e métodos 17

DS Campinas Centro. Para compor a amostras de adolescentes, foram selecionadas

por meio de sorteio três escolas de cada distrito, conforme o quadro 2. Ressalta-se

que no Distrito Sanitário Campinas-Centro, havia somente uma escola, que também

foi selecionada para integrar a pesquisa, no entanto, foi excluída do estudo devido

não ter sido autorizada a coleta de dados pelo seu representante legal. Escolas do

DS Sul não foram incluídas por não ter nenhuma unidade ligada ao PSE. Sendo

assim, somente os cinco distritos sanitários citados abaixo integraram a pesquisa.

Quadro 2. Distribuição das escolas da Rede Municipal de Ensino que integraram a

pesquisa, de acordo com o Distrito Sanitário onde estão localizadas.

Distrito Sanitário Escolas

Noroeste E. M. Nossa Senhora Aparecida

E. M. Marcos Antnio Dias Batista

E. M. Alto do Vale

Norte E. M. Aristoclides Teixeira

E. M. Professor Lourenço Ferreira Campos

E. M. Pedro Costa Medeiros

Sudoeste E. M. Luzia de Souza

E. M. Monteiro Lobato

E. M. Renascer

Leste E. M. José Alves Vila Nova

E. M. Senador Darcy Ribeiro

E. M. Virgiínia Gomes Pereira

Oeste E. M. Laurindo Sobreira Amaral

E. M. Honestino Monteiro Guimarães

E. M. Residencial Buena Vista

Após a seleção das escolas, foram encaminhadas, aos diretores de cada

unidade escolar a carta de anuência expedida pela SME (ANEXO 3).

Posteriormente, foi agendada uma reunião com o responsável pela direção da

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Sujeitos e métodos 18

escola para obtenção de uma lista com os nomes dos alunos de 10 a 16 anos de

idade e para organização do cronograma da coleta de dados. A partir da lista dos

alunos foi realizado um sorteio a fim de definir quais seriam os sujeitos do estudo.

Feito o sorteio, os alunos e seus responsáveis legais foram contatados e

convidados para uma reunião, na escola, onde receberam esclarecimentos sobre a

pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

(Anexos 4 e 5). Os alunos que não aceitaram participar ou que os responsáveis não

assinaram o TCLE foram substituídos por outros, também por sorteio, até que se

conseguisse o número necessário de adolescentes para compor a amostra

determinada para o estudo. As coletas de dados ocorreram entre fevereiro e abril do

ano de 2013.

4.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Toda a coleta de dados (Anexo 6) foi realizada nas dependências de cada

escola integrante da pesquisa. No período de uma semana de antecedência da

pesquisa, os alunos recebiam um roteiro com as orientações sobre os

procedimentos necessários para a coleta (Anexo 7)

4.4.1 Avaliação da síndrome metabólica

Para a definição da síndrome metabólica foram considerados os critérios

sugeridos por Cook et al. (2003) que adaptaram os critérios do NCEP – ATP III para

adultos e propuseram critérios específicos para crianças e adolescentes. As

variáveis consideradas foram circunferência abdominal, glicemia de jejum,

concentração do HDL-colesterol, triglicerídeos e pressão arterial. No que se refere à

medida de circunferência abdominal de adolescentes, Taylor et al. (2000)

padronizaram pontos de cortes para faixas etárias e sexo, considerando alteradas

medidas acima do percentil 80. Nesse sentido o indivíduo é portador da síndrome

metabólica quando possui três ou mais dos fatores associados citados acima.

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Sujeitos e métodos 19

4.4.2 Estimativa da gordura abdominal

Para estimar a gordura abdominal foi realizada a medida da circunferência

de abdome utilizando-se fita métrica da marca Sanny® com precisão de 0,1 cm. A

medida foi mensurada posicionando a fita métrica entre o último arco costal e a

crista ilíaca dos avaliados, conforme normas estabelecidas por McCarthy et al.

(2001). Para a análise aplicaram-se os critérios de ponto de corte propostos por

Taylor (2000) (Anexo 8).

4.4.3 Glicemia de jejum e perfil lipídico

Para dosagem de colesterol, triglicerídeos, lipoproteínas de alta densidade

(HDL), lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e glicose, foi coletado

aproximadamente 8 ml de sangue de cada sujeito por uma biomédica inscrita no

Conselho Regional de Biomedicina. Os sujeitos foram previamente orientados sobre

os cuidados necessários para coleta sanguínea como jejum prévio obrigatório de 10

horas, evitar o consumo de álcool três dias antes da coleta e evitar o abuso

alimentar (especialmente de gordura e açúcar) no dia anterior a coleta. Todas as

coletas foram realizadas no período entre 7 e 9 horas da manhã, período que

antecede o lanche escolar. Após as coletas, o material foi acondicionado em

recipiente adequado e encaminhado para análise laboratorial. Todas as análises

foram realizadas pelo Laboratório Rômulo Rocha, vinculado à Faculdade de

Farmácia da Universidade Federal de Goiás.

A análise laboratorial da glicose plasmática foi feita segundo metodologia

GOD-Trinder, em equipamento Lab Max 240. Para análise do nível de colesterol e

triglicerídeos foi utilizado o método enzimático-Trinder em equipamento LabMax 240.

Todas as análises foram feitas de forma automatizada. Para a classificação dos

resultados de cada variável bioquímica foram adotados os critérios do NCEP-ATP III,

para adultos, adaptado por Cook et al. (2003) para crianças e adolescentes.

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Sujeitos e métodos 20

4.4.4 Avaliação dos níveis pressóricos

A pressão arterial foi obtida utilizando esfigmomanômetro aneroide e

manguito pré-escolar adolescente e adulto, adequando-se à circunferência braquial

dos adolescentes, e estetoscópio adulto da marca BD. Antes das coletas os

aparelhos foram calibrados, no intuído de reduzir erros durante a medida. Para

obtenção dos valores referentes à pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial

diastólica (PAD) foram realizadas duas medidas, com o adolescente sentado com o

antebraço direito na posição supina. Com repouso de cinco minutos para a primeira

medida e intervalo de dois minutos para a segunda medida, a pressão arterial

sistólica foi determinada no aparecimento do primeiro som (fase I de Korotkoff) e a

pressão diastólica com o aparecimento do som (fase V de Korotkoff), depois da

realização das duas medidas, a primeira medida foi desprezada, como sugere o

protocolo da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007). A pressão arterial foi

classificada conforme os valores de referência proposto pela I Diretriz de Prevenção

da Aterosclerose na Infância e Adolescência (2005), com ajustes para idade, sexo e

percentil de altura (ANEXO 9, 10, 11 e 12).

4.5 Análise estatística

Os fatores de risco para doenças metabólicas foram submetidos à análise de

frequência. Os valores obtidos das medidas da circunferência da cintura e dos níveis

de glicose, triglicerídeos, HDL-colesterol, bem como da pressão arterial sistólica e

diastólica, foram comparados entre os sexos, por meio do Teste t para amostras

independentes.

A prevalência da síndrome metabólica foi estimada considerando a

frequência de indivíduos que apresentaram pelo menos três das seguintes

alterações clínicas: circunferência abdominal aumentada, hipertrigliceridemia,

hiperglicemia, redução do HDL-colesterol e hipertensão arterial.

A prevalência dos fatores de risco e a prevalência da síndrome metabólica

foram associadas ao sexo e à faixa etária (< 13 anos e >13 anos de idade) por meio

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Sujeitos e métodos 21

do teste Qui-quadrado. Para razão dos produtos cruzados (correlacionar a SM aos

fatores associados) foi calculado o risco estimado (Odds Ratio) com intervalo de

confiança de 95%. Todas as análises foram realizadas no pacote estatístico SPSS e

onível de significância adotado foi p<0,05.

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Publicação 22

5 PUBLICAÇÃO

ARTIGO - PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES

DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE GOIÂNIA-GO

Gilberto R. A. Silva¹, Ewerton Gassi², Fagner A. Medeiros¹, Viviane Soares¹,

Maria S. Silva¹

¹ Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil

² Instituto Federal de Goiás, Anápolis, Goiás, Brasil

Periódico: Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia

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Publicação 23

Artigo

PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES DA REDE

MUNICIPAL DE ENSINO DE GOIÂNIA-GO

Gilberto R. A. Silva¹, Ewerton Gassi², Fagner A. Medeiros¹, Viviane Soares¹,

Maria S. Silva¹

¹ Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil

² Instituto Federal de Goiás, Anápolis, Goiás, Brasil

Endereço para correspondência Gilberto R. A. Silva, E-mail: [email protected]

Resumo

Objetivo: Investigar a prevalência da síndrome metabólica e dos aspectos

fisiopatológicos associados, em adolescentes de escolas da rede municipal de

Goiânia.

Metodologia: O presente estudo investigou a prevalência da síndrome metabólica

em 200 adolescentes, sendo 114 do sexo feminino e 86 do sexo masculino, de 10 a

16 anos de idade, matriculados em escolas da Rede Municipal de Educação (RME)

de Goiânia. A síndrome metabólica foi identificada de acordo com os critérios de

diagnósticos estabelecidos pelo NCEP – ATP III, adaptados para crianças e

adolescentes. As variáveis avaliadas foram circunferência abdominal, glicemia de

jejum, concentração do HDL-colesterol e triglicérides do sangue e pressão arterial.

Resultados: A partir dos fatores de risco encontrados foi estimada uma prevalência

de 12% da síndrome metabólica entre os adolescentes da Rede Municipal de Ensino

de Goiânia, sendo maior entre os meninos (15,1%) do que nas meninas (9,6%).

Também foi observado que 32% dos adolescentes apresentavam alta concentração

de gordura abdominal, 27,5% estavam com hipertrigliceridemia, 2% com

hiperglicemia, 32% com baixos níveis de HDL-colesterol e 11,5% dos avaliados

apresentaram pré-hipertensão, 6% hipertensão arterial grau I e 1% hipertensão

arterial grau II. A razão dos produtos cruzados indicou maiores chances de

desenvolvimento da síndrome metabólica para a circunferência abdominal (CA)

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Publicação 24

elevada (OR=35,09), seguido do HDL-colesterol reduzido (OR=21,65), triglicerídeos

elevados (OR=8,85) e glicemia aumentada (OR=2,50).

Conclusões: A partir dos resultados identificaram-se índices elevados da

prevalência de síndrome metabólica, e dos fatores associados, entre os

adolescentes da Rede Municipal de Ensino de Goiânia. Esses achados são

relevantes e indicam a necessidade de ações públicas efetivas para o tratamento e

prevenção da síndrome metabólica.

Palavras chave: síndrome metabólica, adolescentes, obesidade.

Abstract

Objective: To investigate the prevalence of metabolic syndrome and associated

pathophysiological aspects in adolescents of the municipal schools in Goiânia.

Methodology: This study assessed the prevalence of metabolic syndrome in 200

adolescents, 114 females and 86 males, 10-16 years old, enrolled in the Municipal

Education of Goiânia. Metabolic syndrome was identified according to the diagnostic

criteria established by the NCEP - ATP III, adapted for children and adolescents.

(2003). The evaluated variables were waist circumference, fasting glucose, the

concentration of HDL-cholesterol and triglycerides and blood pressure.

Results: We estimated a 12% prevalence of metabolic syndrome in adolescents of

the Municipal School of Goiania, being higher among boys (15.1%) than in girls

(9.6%) It was observed that 32% of adolescents had high abdominal fat, 27.5%

hypertriglyceridemia, 2% hyperglycemia, 32% low levels of HDL-cholesterol and

18.5% elevated arterial blood pressure. Also identified was that the chances of

developing metabolic syndrome was higher in adolescents with abdominal

circumference (AC) high (OR = 35.09), followed by reduced HDL- cholesterol (OR =

21.65), high triglycerides (OR = 8.85) and blood glucose increased (OR = 2,50).

Conclusions: We identified high rates of prevalence of metabolic syndrome and

associated factors among adolescents from the Municipal Education of Goiânia.

These findings are relevant and indicate the need for effective public actions to

treatment and prevention of metabolic syndrome.

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Publicação 25

Key words: metabolic syndrome, adolescents, obesity

Introdução

A Síndrome Metabólica (SM) vem sendo discutida desde a década de 80 e

os primeiros estudos a associavam a síndrome da resistência à insulina (1,2). Com o

avanço dos estudos vários critérios foram postulados para definir a síndrome

metabólica e a proposta mais aceita foi a sugerida pela Organização Mundial da

Saúde, em 1998, que a caracteriza como um conjunto de distúrbios considerados

fatores de risco para as doenças crônicas (3,4,5).

Desde sua definição, em 1998, os critérios para caracterização da síndrome

metabólica foram modificados e um dos critérios mais utilizados, atualmente, foi

proposto pelo National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III

(NCEP-ATP III) que a atrelou a, pelo menos, três dos seguintes fatores de risco para

as doenças cardiovasculares: obesidade abdominal, hipertensão arterial,

hipertrigliceridemia, elevados níveis de glicemia de jejum e baixos níveis de

lipoproteína de alta densidade (HDL-colesterol) (6).

Apesar dos diversos estudos e discussões sobre a síndrome metabólica na

população em geral, ainda não há consenso sobre os critérios para sua

caracterização em crianças e adolescentes. De modo geral, para essa população,

eles têm sido estabelecidos a partir de adaptações dos índices de riscos indicados

para adultos (7,8).

No que se refere à prevalência da síndrome metabólica em crianças e

adolescentes, o número de pesquisas vem crescendo exponencialmente nos últimos

anos em diferentes partes do mundo. Foram realizadas pesquisas na China, Coréia

do Sul, México, Irã e Turquia, além dos Estados Unidos e Itália, no período de 2003

a 2007 e a prevalência da síndrome metabólica oscilou entre 5% e 10% (9).

Em estudo no qual se empregou os critérios da NCEP-ATP III para

estabelecer a prevalência da síndrome metabólica em 439 crianças e adolescentes

norte-americanas, de diversas raças e com estado nutricional distintos, foram

encontrados valores de prevalência de 38,7% nos que apresentaram obesidade

moderada, e de 49,7% naqueles com obesidade severa (10).

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Publicação 26

Em pesquisa realizada, em 2005, com adolescentes brasileiros com história

familiar de diabetes, foi encontrado 6% de prevalência para a síndrome metabólica

(11). Mais recentemente, estudo de revisão sobre a prevalência da síndrome

metabólica em crianças e adolescente brasileiros, das regiões sudeste, centro-oeste

e nordeste foi encontrado que a prevalência da síndrome metabólica, em base

populacional, oscilou de 0 a 11,9% entre crianças e adolescentes e foi mais

acentuada (11,3 a 42,4%) nas populações de risco ou com excesso de peso (12).

Portanto, o objetivo deste estudo foi determinar a prevalência da síndrome

metabólica e dos aspectos fisiopatológicos associados, entre adolescentes

matriculados em escolas da Rede Municipal de Educação da cidade de Goiânia-

GO.

Métodos

Sujeitos e delineamento do estudo

Para estimar a prevalência de síndrome metabólica e dos aspectos

fisiopatológicos associados foi realizado um estudo transversal e descritivo realizado

com uma amostra de 200 adolescentes, 114 do sexo feminino e 86 do sexo

masculino, de 10 a 16 anos de idade, matriculados em escolas da Rede Municipal

de Ensino de Goiânia (RME-Goiânia) Para o cálculo da amostra foi considerado o

tamanho da população de adolescentes (48.074 estudantes) matriculados na

referida Rede, o índice de prevalência da síndrome (9,5%), média estimada a partir

dos índices publicados na literatura (11,12), erro amostral de 3,0%, índice de

confiança de 95,0% e perda amostral de 22%, O programa estatístico utilizado para

o cálculo da amostra foi o Epi Info 6.0.

Os critérios de inclusão dos indivíduos na pesquisa foram: estar dentro da

faixa etária estabelecida, assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido,

por parte dos responsáveis legais, bem como do próprio adolescente. Considerou-se

como critérios de exclusão: adolescentes portadores de alguma necessidade

especial que dificultasse a realização das medidas antropométricas, gestantes e

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Publicação 27

aqueles que utilizavam medicamentos que pudessem interferir no resultado da

pesquisa.

Para recrutamento dos adolescentes foi realizado contato prévio com a

Secretaria Municipal de Educação (SME), que permitiu a realização da coleta de

dados nas escolas que integravam o Programa Saúde na Escola (PSE). 52 escolas

de da Rede Municipal de Educação de Goiânia integrava o PSE no ano de 2012,

para seleção as mesmas foram separadas por distrito sanitário, em seguida foram

recortados papeis e em cada papel foi descrito uma escola e colocadas em

diferentes recipientes, após esse processo, foi retirado de cada recipiente três

papéis, correspondentes a três escolas, totalizando 15 escolas, distribuídas em

cincos distritos sanitários, localizadas em diferentes regiões da cidade de Goiânia.

Posteriormente, os diretores de cada unidade escolar foram contatados para

esclarecimentos sobre os procedimentos, anuência e agendamento da coleta de

dados. Ainda na vistita às escolas foi solicitada a lista de alunos com idade de 10 a

16 anos (adolescentes) para a realização do sorteio daqueles que participariam da

coleta de dados.

Cada aluno selecionado foi contatado para solicitar seu consentimento e de

seus responsáveis legais, por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre

Esclarecido (TCLE). Os alunos que não aceitaram participar ou que os responsáveis

não assinaram o TCLE foram substituídos por outros, também por meio de sorteio,

até que se conseguisse o número de adolescentes determinado para cada unidade

escolar. As coletas ocorreram entre fevereiro e abril de 2013. O processo de seleção

da amostra e coleta de dados seguiu as determinações da resolução 196/96, e foi

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás -

UFG, protocolo nº 401/11.

Avaliação da síndrome metabólica

Para a definição da síndrome metabólica foram utilizados os critérios do

NCEP – ATP III (2001) adaptados para crianças e adolescentes (13). As variáveis

consideradas foram circunferência abdominal, glicemia de jejum, concentração do

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HDL-colesterol e triglicerídeos. No que se refere à medida de circunferência

abdominal de adolescentes (14), padronizaram-se pontos de cortes para faixas

etárias e sexo, considerando alteradas medidas iguais ou acima do percentil 80.

Estimativa da gordura abdominal

Para a estimativa da gordura abdominal foi realizada a medida da

circunferência de abdome utilizando-se fita métrica da marca Sanny® com precisão

de 0,1 cm. A medida foi mensurada posicionando a fita métrica entre o último arco

costal e a crista ilíaca dos avaliados, conforme normas estabelecidas (15). Para a

análise aplicou-se os critérios de ponto de corte já propostos (14).

Glicemia de jejum e perfil lipídico

Para dosagem de colesterol, triglicerídeos, lipoproteínas de alta densidade

(HDL), lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e glicose, foi coletado

aproximadamente 8 ml de sangue de cada sujeito por uma biomédica inscrita no

Conselho Regional de Biomedicina. Os sujeitos foram previamente orientados sobre

os cuidados necessários para coleta sanguínea como jejum prévio obrigatório de 10

horas, evitar o consumo de álcool três dias antes da coleta e evitar o abuso

alimentar (especialmente de gordura e açúcar) no dia anterior a coleta. Todas as

coletas foram realizadas no período entre 7 e 9 horas da manhã, período que

antecede o lanche escolar. Após as coletas, o material foi acondicionado em

recipiente adequado e encaminhado para análise laboratorial.

A classificação dos resultados seguiu as recomendações de Cook et al (13)

que adaptaram os critérios do NCEP-ATP III para adultos e propuseram o critério da

SM para crianças e adolescentes. A análise laboratorial da glicose plasmática foi

feita segundo metodologia GOD-Trinder, em equipamento Lab Max 240. Para

análise do nível de colesterol e triglicerídeos foi utilizado o método enzimático-

Trinder em equipamento LabMax 240 e todas as analises foram feitas de forma

automatizada.

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Avaliação dos níveis pressóricos

A pressão arterial foi obtida e utilizando esfigmomanômetro aneroide e

manguito pré-escolar adolescente e adulto, adequando-se à circunferência braquial

dos adolescentes, e estetoscópio adulto da marca BD. Antes das coletas os

aparelhos foram calibrados, no intuído de reduzir erros durante a medida. Para

obtenção dos valores referentes à pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial

diastólica (PAD) foram realizadas duas medidas, com o adolescente sentado com o

antebraço direito na posição supina. Com repouso de cinco minutos para a primeira

medida e intervalo de dois minutos para a segunda medida, a pressão arterial

sistólica foi determinada no aparecimento do primeiro som (fase I de Korotkoff) e a

pressão diastólica com o aparecimento do som (fase V de Korotkoff), depois da

realização das duas medidas, a primeira medida foi desprezada, A pressão arterial

foi classificada conforme os valores de referência propostos pela I Diretriz de

Prevenção da Aterosclerose na Infância e Adolescência (2005) (16), com ajustes

para idade, sexo e percentil de altura.

Análise estatística

Os fatores de risco para doenças metabólicas foram submetidos à análise de

frequência. Os valores obtidos das medidas da circunferência da cintura e dos níveis

de glicose, triglicerídeos, HDL-colesterol, bem como da pressão arterial sistólica e

diastólica, foram comparados entre os sexos, por meio do Teste t Student para

amostras independentes.

A prevalência dos fatores de risco e a prevalência da síndrome metabólica

foram associadas ao sexo por meio do teste Qui-quadrado. Para razão dos produtos

cruzados (correlacionar a SM aos fatores associados) foi calculado o risco estimado

(Odds Ratio) com intervalo de confiança de 95%. Todas as análises foram

realizadas no pacote estatístico SPSS e o nível de significância adotado foi p<0,05.

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Publicação 30

Resultados

No presente estudo foram analisados 200 adolescentes, sendo 114 do sexo

feminino e 86 do sexo masculino, com média de idade de 12,1±1,2 anos. Os

resultados da análise de prevalência da síndrome metabólica indicaram valores de

12% (Tabela 1), quando se considerou o total de sujeitos avaliados. Quando se

agruparam os adolescentes por sexo, a prevalência foi maior entre os meninos

(15,1%) do que entre as meninas (9,5%). No agrupamento por faixa etária, também

se observaram maiores valores entre aqueles com idade superior a 13 anos (8,1%)

do que entre os menores de 13 anos (6,9%).

Também foi calculado o risco estimado da síndrome metabólica a partir da

associação dos aspectos fisiopatológicos e da idade à SM. Os resultados obtidos

indicaram maior risco de ocorrência da SM entre os meninos (OR=1,67) e nos

adolescentes com CA elevada (OR=35,09), HDL-colesterol reduzido (OR=21,65),

triglicerídeos elevados (OR=8,85) e glicemia aumentada (OR=2,50).

Tabela 1 Valores de prevalência da síndrome metabólica de acordo com a faixa etária e sexo, em

adolescentes matriculados em escolas da Rede Municipal de Ensino de Goiânia.

Faixa etária e sexo

Prevalência da síndrome metabólica

Não Sim Total

n % n % n %

Menor que 13 anos Meninas 64 92,8 5 7,2 69 100

Meninos 45 88,2 6 11,8 51 100

Maior que 13 anos Meninas 39 86,7 6 13,3 45 100

Meninos 28 80,0 7 20,0 35 100

Total 176 88,0 24 12,0 200 100

Na tabela 2 estão dispostos os valores médios e desvio padrão, bem como o

intervalo de confiança dos fatores associados à síndrome metabólica dos

adolescentes avaliados. Os resultados indicaram que os meninos apresentaram

valores mais elevados de circunferência abdominal, de triglicerídeos sanguíneos,

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glicemia e pressão arterial e menores valores de HDL-colesterol do que as meninas,

com diferença significativa somente para medida de circunferência abdominal.

Tabela 2. Valores médios±DP e intervalo de confiança dos aspectos fisiopatológicos associados a

síndrome metabólica, em adolescentes matriculados em escolas da Rede Municipal de Ensino de

Goiânia.

Aspectos

fisiopatológicos

Meninas Meninos Valor de

p Media±DP IC(95%) Media±DP IC(95%)

CA 70,1±9,7 68,3-71,9 73,1±14,0 70,2-73,6 0,032*

TRI 82,3±36,9 81,3-93,3 87,0±32,6 74,6-90,0 0,888

GLI 89,4±12,4 87,1-91,5 91,6±10,4 89,3-93,7 0,225

HDL 46,6±9,9 42,8-46,6 43,9±8,8 42,0-45,8 0,802

PAS 105,5±16,5 102,2-108,0 107,1±11,5 104,6- 09,6 0,399

PAD 69,5±9,8 67,7-71,5 70,3±8,4 68,5-72,1 0,925

CA - circunferência abdominal; TRI – triglicerídeos; GLI – glicose; HDL – colesterol (lipoproteína de

alta densidade transportadora de colesterol); PAS – pressão arterial Sistólica; PAD – pressão arterial

diastólica.

*Valor de p obtido pelo Teste t Student, com nível de significância P <0,05.

A presença de alterações metabólicas é evidente na população estudada,

como demonstrado na Tabela 3. Entre os adolescentes foi observada alta

prevalência de circunferência aumentada (32,0%) triglicerídeos elevados (27,5%),

HDL-colesterol reduzido (32,0%) e PA 11,5% dos avaliados apresentaram pré-

hipertensão, 6% hipertensão arterial grau I e 1% hipertensão arterial grau II. sendo

estes de maior ocorrência entre os meninos, somente os valores de triglicerídeos foi

encontrado maior concentração entre as meninas. A glicemia foi o índice bioquímico

que apresentou os menores valores de alterações, apenas 2% dos adolescentes

avaliados possuíam níveis elevados e o sexo masculino foi o que apresentou maior

valor (3,5%).

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Tabela 3 Prevalência de fisiopatologias associadas à síndrome metabólica, em adolescentes

matriculados em escolas da Rede Municipal de Ensino de Goiânia.

Aspectos

fisiopatológicos Classificação

Meninas Meninos Total

n % n % N %

CA Adequado 82 71,9 54 62,8 136 68,0

Aumentado 32 28,1 32 37,2 64 32,0

TRI Adequado 78 68,4 67 77,9 145 72,5

Aumentado 36 31,6 19 22,1 55 27,5

GLI Adequado 113 99,1 83 96,5 196 98,0

Aumentado 1 00,9 3 03,5 4 02,0

HDL colesterol Adequado 80 70,2 56 65,1 136 68,0

Reduzido 34 29,8 30 34,9 64 32,0

PA Normal 95 83,3 68 79,1 163 81,5

Pré-hipertenso 13 11,4 10 11,6 23 11,5

Hipertensão I 5 04,4 7 08,1 12 06,0

Hipertensão II 1 00,9 1 01,2 2 01,0

CA - circunferência abdominal; TRI – triglicerídeos; GLI – glicose; HDL – colesterol (lipoproteína de

alta densidade transportadora de colesterol); PA – pressão arterial.

Discussão

A síndrome metabólica é forte preditora de morte ocasionada pelas doenças

cardiovasculares e sua prevalência vem aumentando a cada ano, em diferentes

segmentos da população (17), o que tem estimulado a realização de estudos

relacionados à sua etiologia, em indivíduos de diferentes faixas etárias,

especialmente em crianças e adolescentes.

Em estudo de revisão sistematizada foram selecionados 16 publicações

referentes à prevalência da síndrome metabólica e dos fatores associados em

crianças e adolescentes de países como China, Coréia do Sul, México, Irã, Turquia,

Estados Unidos e Itália, no período entre 2003 e 2007 (9). Do total dos trabalhos

analisados, em 13 foram encontradas prevalência de síndrome metabólica entre

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2,2% e 52,0%, e, em oito a prevalência foi superior a 10,0%. Comparando-se os

dados publicados desses com os encontrados no presente estudo (12,0%), os

valores mais próximos foram os encontrados por Fu et al. (18), realizado na China, e

por Sanders (19), nos Estados Unidos, que detectaram prevalência de 10,3% para

síndrome metabólica, a partir dos critérios da WHO e NCEP-ATP III (3,6).

Comparando-se os resultados de prevalência da SM, nos adolescentes

desse estudo com o de estudos publicados recentemente, observou menores

valores entre os adolescentes iranianos (2,6%), sendo de 3,8% no sexo masculino e

de 1,6% no sexo feminino (20). Em outro estudo realizado nos Emirados Árabes foi

encontrado prevalência de SM de 21,0% nos adolescentes obesos, de 3,8% nos

com sobrepeso e de 1,2% naqueles com peso normal (21).

Em se tratando de pesquisas nacionais, em 2009, Moraes et al. (9)

realizaram um estudo de revisão sobre a prevalência de síndrome metabólica em

adolescentes e afirmaram que, no Brasil, existe uma carência de estudos que

estimem a prevalência de SM nesse público. No mesmo ano, foi publicada uma

pesquisa realizada com 380 adolescentes, de 10 a 14 anos, da cidade de Vitoria-ES,

onde foi encontrada prevalência de 1,1% para o sexo masculino e 1,5% para o

feminino (17), valores bem inferiores ao encontrado no presente estudo (12,0%). A

diferença encontrada pode estar relacionada ao tempo decorrido entre a pesquisa

realizada na cidade de Vitória e deste estudo, à diferença nos estilos de vida dos

adolescentes das duas regiões e dos critérios utilizados pelos autores para

identificar a SM.

Outro estudo com adolescentes atendidos no Programa de Saúde de Viçosa

(22) a prevalência da SM foi superior ao do presente estudo. Os autores

encontraram valores de 16,6% entre todos adolescentes avaliados e de 35,5%

quando foram considerados somente os obesos, demonstrando uma associação

positiva e significativa entre obesidade e a SM.

Em estudo recente, com adolescentes paranaenses a prevalência geral da

SM foi de 6,7%, mas para os com sobrepeso os índices alcançaram cifras de 17,2%

e para os obesos de 37,1% (23). Considerando a população geral de adolescentes,

a prevalência da SM entre os paranaenses foi superior à encontrada entre os

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goianienses (12,0%), contudo não foram considerados os índices de prevalência da

síndrome nos grupos como sobrepeso e obesidade.

Em pesquisa realizada com 321 adolescentes (10 a 16 anos de idade)

atendidos no Ambulatório do Adolescente da Faculdade de Medicina de Botucatu,

entre 2009 e 2011, foi encontrada em torno de 18% da SM (24).

Ainda sobre os índices encontrados entre adolescentes da Rede Municipal

de Ensino de Goiânia (12%), os resultados são preocupantes e alertam para a

necessidade de estudos com uma população mais abrangente, ou seja, com maior

número de sujeitos de todas as idades, que constitui o grupo de adolescentes, níveis

socioeconômicos diferentes, e distribuídos proporcionalmente em todas regiões do

município. Aliado a isto, destaca-se a necessidade de padronização dos critérios de

avaliação da SM para este grupo populacional.

Neste contexto, os resultados encontrados em Goiânia, aliados a outros

estudos nacionais, constituem um importante referencial para construção de novas

pesquisas que abordem a síndrome metabólica em diferentes regiões do país.

Quanto às patologias associadas à síndrome metabólica, os valores médios

(Tabela 2), encontrados entre os adolescentes da RME de Goiânia, estavam de

acordo com os padrões considerados adequados para idade, mas os meninos

apresentam maiores valores de circunferência abdominal, glicemia e pressão arterial

e menores valores de HDL-colesterol e triglicerídeos sanguíneos do que as meninas.

Em pesquisa realizada com 172 adolescentes de Viçosa-MG encontrou

concentrações de glicemia maiores em meninas, enquanto que os valores de PA e

triglicérides foram maiores entre os meninos (25) resultado contrario ao encontrado

no atual estudo .

Em outro estudo realizado em Londrina, adolescentes do sexo feminino

apresentaram os maiores valores de PA, glicemia e triglicérides e os do sexo

masculino nível reduzido de HDL-colesterol (26).

Em estudo comparativo, realizado em duas regiões do Brasil, que utilizou os

mesmos critérios do presente estudo, encontraram menores valores de prevalência

de obesidade abdominal em adolescentes catarinenses (6,3%) e mineiros (2,1%) em

ambos os sexos(27).

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Em outro estudo com 4.138 estudantes pernambucanos, de 14 a 19 anos de

idade, foi identificado prevalência de obesidade abdominal significantemente maior

para o sexo feminino (6,7%), em comparação com o sexo masculino (4,9%) (24),

mas também foram inferiores aos índices encontrados no presente estudo (37,2%

para as meninas e 28,1% para os meninos) (Tabela 3).

Na literatura o índice de gordura abdominal, em adolescentes, oscila

dependendo do país de origem e da presença da síndrome metabólica (21). Isto

pode ser observado em estudo onde se utilizou dados do National Health and

Nutrition Examination Survey (EUA NHANES 2003 2004 e Coréia NHANES 2005)

para identificação de fisiopatologias associadas á sindrome metabólica. Os autores

observaram valores mais elevados de gordura abdominal nos adolescentes dos

Estados Unidos (34,7%) do que nos Coreanos (8,4%), no entanto, entre os obesos,

a prevalência da síndrome foi semelhante, sendo de 20.8% e 24.3% para

americanos e coreanos, respectivamente (28).

Outro estudo realizado nos emirados árabes encontrou que uma das

alterações metabólicas mais comuns entre indivíduos com SM foi a circunferência da

cintura elevada (96,2%) (21).

Em estudo brasileiro publicado recentemente foi encontrado que um dos

fatores de risco mais prevalentes para síndrome metabólica, em adolescente com

excesso de peso, foi a circunferência abdominal elevada (55%) (24).

Quanto ao perfil lipídico de adolescentes, de uma escola particular do

município de Carazinho-RS, onde se avaliou a prevalência da síndrome metabólica,

os resultados foram distintos dos encontrados entre os adolescentes goianienses.

Nos adolescentes de Carazinho, de ambos os sexos, foi detectada alta prevalência

(86%) de HDL-Colesterol baixo e, valores superiores ao encontrados no atual

estudo, já os triglicerídeos elevados, os valores encontrados no atual estudo foram

superiores aos encontrados em adolescentes de Carazinho-RS (3,5%) (29).

Em relação à hiperglicemia, foi o fator de risco associado à síndrome

metabólica que apresentou menores níveis de alteração dentro da população

pesquisada. Estudo realizado, em Viçosa-MG, com 199 adolescentes de 10 a 19

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anos, a prevalência de hiperglicemia foi de 5,5% (22), superior à encontrada na

presente pesquisa, onde 2% da população apresentaram hiperglicemia.

Em pesquisa sobre fatores de risco para doença coronarianas, em

estudantes de Iretama-PR, com idades entre 6 e 17 anos, foi identificado que 2,9%

deles tinham índices glicêmicos elevados, resultado similar aos encontrado no

presente estudo (30). Em outro estudo, realizado há quase 10 anos, com

adolescentes norte-americanos e coreanos foi encontrado maior prevalência de

glicemia elevada nos norte-americanos (11,8%) do que nos coreanos (3%) (28),

sendo encontrados, neste último, valores semelhantes aos da presente pesquisa.

No que se refere à avaliação da pressão arterial dos adolescentes da Rede

Municipal de Goiânia, foi encontrado 11,5% de pré-hipertensos, 6% de hipertensão

estágio I e 1% de hipertensão estágio II, sendo mais prevalente no sexo masculino

(Tabela 3). Comparando-se os resultados encontrados no presente estudo com o

realizado com 3.169 escolares (de 7 a 14 anos) do município de Goiânia, apesar da

diferença na faixa etária, pode-se inferir que aumentou o percentual de escolares

com pressão arterial elevada (31). No estudo realizado em Goiânia, no período de

2001-2002, foram encontrados 5,0% de escolares com hipertensão arterial e 6,2%

de pressão normal-alta. Neste mesmo estudo os autores estratificaram a amostra

por sexo e observaram que 6,4% meninos e 6,0% meninas tinham pressão normal-

alta e 4,3% meninos e 5,7% meninas apresentaram hipertensão arterial.

Ainda, para efeito de comparação, foram encontrados resultados diferentes

em 102 adolescentes paranaenses, com idade entre 6 a 17 anos, onde 78% possuía

a idade entre 6 e 12 anos e 22% com idade entre 13 e 17 anos, apesar da diferença

de idade foi encontrado (4,9%) de prevalência de hipertensão (30), em relação aos

adolescentes da Rede Municipal de Goiânia os valores foram maiores.

Os resultados encontrados no presente estudo, sobre os índices da

prevalência da síndrome metabólica, e de seus fatores associados, são relevantes e

devem ser considerados como problema de saúde pública. Destaca-se que as

condições metabólicas encontradas entre os adolescentes são preocupantes, por

um lado por aumentar as possibilidades, de quando adultos, apresentarem a

síndrome metabólica, e pelo outro de aumentar o risco precoce de morte entre eles.

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Desse modo, espera-se que os resultados encontrados nesta pesquisa

possam contribuir para o desenvolvimento de estratégias que tenham como objetivo

o controle e a prevenção de alterações metabólicas, com o intuito de reduzir os

índices de prevalência da SM, bem como os riscos decorrentes dessa condição

patológica, e que estes dados possam servir como referência para futuras

investigações, de modo a contribuir para identificação da prevalência da síndrome

metabólica em adolescentes brasileiros.

Conclusão

Os resultados encontrados no presente estudo indicaram alta prevalência de

síndrome metabólica entre os adolescentes na RME-GO, sendo maior entre os

meninos do que nas meninas.

Quanto às fisiopatologias associadas à síndrome metabólica foi encontrada

alta prevalência de adolescentes com obesidade central, baixos níveis de HDL

colesterol e elevada pressão arterial, enquanto os índices de glicemia elevada foram

baixos.

Os resultados encontrados entre os adolescentes da Rede Municipal de

Ensino de Goiânia são relevantes e necessitam de maior atenção por parte dos

órgãos públicos de saúde no sentido de que sejam tomadas medidas emergências

visando à prevenção da síndrome metabólica e as fisiopatologias associadas que

são fatores de riscos para as doenças cardiovasculares.

Além disso, são importantes ações de esclarecimento da população quanto

aos riscos que as crianças e adolescentes detêm quando apresentam aumento da

gordura na região abdominal. Neste sentido a escola parece ter papel fundamental

em ações que promovam esclarecimento e ações direcionadas a população

estudada.

Ainda, destaca-se a necessidade de mais estudos sobre a síndrome

metabólica, em Goiânia e outros municípios do Estado, que abarquem maior número

de adolescentes, de diferentes raças e condições sociais e econômicas.

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Agradecimentos

Aos adolescentes que fizeram parte desse estudo, não seria possível a

realização do mesmo se não fosse pela colaboração de todos. Aos pais dos

adolescentes que confiaram em nós e autorizaram a participação de seus filhos.

A Secretaria Municipal de Educação em nome do Diretor do Departamento

Pedagógico, aos diretores em especial ao Professor Cairo Ronaldo, aos

coordenadores e professores das unidades educacionais que se mostraram

dispostos em participarem da pesquisa e em muitos momentos nos auxiliaram

durante as coletas de dados.

A biomédica Ana Carolina pelo auxílio na coleta de sangue dos adolescentes.

Ao Laboratório Rômulo Rocha da Universidade Federal de Goiás pelas análises

bioquímicas.

A professora Renata Carvalho que auxiliou na formatação do trabalho.

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Considerações Finais 42

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados encontrados no presente estudo mostram alta prevalência de

síndrome metabólica entre os adolescentes da Rede Municipal de Ensino, sendo

maior entre os meninos.

Com relação aos fatores associados à síndrome metabólica, identificou-se

alta prevalência da obesidade central, de concentrações baixas de HDL-colesterol e

de pressão arterial elevada. Somente a hiperglicemia apresentou baixa prevalência.

Apesar de ainda não haver pontos de corte estabelecidos para adolescentes, a alta

prevalência da síndrome metabólica e fatores associados merecem atenção e

cuidados especiais.

Destaca-se que os adolescentes constituem um grupo importante de

investigação sobre a síndrome metabólica, bem como seus fatores associadas,

devido a sua exposição a fatores de risco como o sedentarismo e o consumo

elevado de alimentos ricos em gorduras e açúcares simples. Nesse aspecto, os

resultados encontrados no presente estudo são relevantes e deveriam ser

considerados pelos órgãos de saúde para que sejam tomadas medidas emergentes

de prevenção e controle das patologias associadas à síndrome metabólica, bem

como redução de risco para as doenças cardiovasculares.

Os estudos de base populacional são de grande importância social e

científica, mas são difíceis de serem executados por demandarem infraestrutura

física, humana e orçamentária complexa para sua efetivação. O presente estudo não

configura um estudo de base populacional, mas fornece dados importantes que

sugerem as condições atuais de saúde dos adolescentes da Rede Municipal de

Ensino.

Ainda, sobre as condições de realização da pesquisa, foram encontradas

algumas limitações que são importantes de serem apontadas, como por exemplo, a

dificuldade de acesso às escolas e a falta de compromisso e desinteresse dos

adolescentes e seus responsáveis legais durante a coleta dos dados.

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Referências Bibliográficas 46

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Referências Bibliográficas 47

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Anexos 48

ANEXOS

ANEXO 1

PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

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Anexos 49

ANEXO 2

QUANTITATIVO DE ALUNOS MATRICULADOS NA REDE MUNICIPAL DE

EDUCAÇÃO EM 2012

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Anexos 50

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Anexos 51

ANEXO 3

CARTA DE ANUÊNCIA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

AUTORIZANDO A COLETA DE DADOS NAS ESCOLAS

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Anexos 52

ANEXO 4

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DOS PAIS OU

RESPONSÁVEIS

Prezado (a) Senhor (a),

Os pesquisadores da Universidade Federal de Goiás em parceria com a Secretaria

Municipal de Saúde convidam o seu filho a participar deste estudo, cujo objetivo é

avaliar a prevalência de síndrome metabólica. A síndrome metabólica é

caracterizada pela presença de obesidade, pressão alta, presença de gordura no

sangue, diabetes e outros fatores de risco para o desenvolvimento das doenças

cardiovasculares.

Caso concorde com a participação do seu filho, ele será submetido a uma batelada

de teste e responderá um questionário sobre as condições de moradia, situação

econômica a presença de doenças. Em caso de dúvida sobre a pesquisa, você

poderá entrar em contato com o(s) pesquisador(es) responsável(is) Gilberto Reis

Agostinho Silva e Maria Sebastiana da Silva nos telefones: 62 – 85042240

35211256. Em casos de dúvidas sobre os seus direitos como participante nesta

pesquisa, você poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal de Goiás, nos telefones: 3521-1075 ou 3521-1076.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A PESQUISA

Título: Prevalência da síndrome metabólica em adolescentes matriculados na rede

municipal de ensino de Goiânia-GO

Resumo: A Síndrome metabólica representa uma situação clínica caracterizada por

hipertensão arterial, dislipidemia, obesidade visceral e diabetes, entre outras

disfunções metabólicas, que são fatores de risco para as doenças cardiovasculares.

O objetivo desse estudo é investigar a prevalência da síndrome metabólica em

adolescentes de escolas da rede municipal de Goiânia. Por se tratar de um estudo

envolvendo seres humanos, o projeto foi previamente apreciado e aprovado pelo

Comitê de ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás, com o parecer nº

401/11. Para tanto os adolescentes terão que responder um questionário sobre a

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Anexos 53

situação de moradia, econômica e os riscos de doenças, serão pesados e medidos

quanto à altura e a circunferência da cintura, para avaliar o crescimento,

desenvolvimento e a saúde. Também será realizada a coleta de sangue por

profissionais capacitados, para realizar exames sobre a quantidade de açúcar e

gordura e tomada medida da pressão arterial. Os dados coletados serão utilizados

somente nesta pesquisa e serão divulgados na forma de trabalhos a serem

publicados em revistas e eventos científicos. Todos os procedimentos para coleta e

análise dos dados serão realizados de forma a garantir o sigilo e anonimato das

pessoas pesquisadas. Esta pesquisa tem como benefício identificar a ocorrência de

síndrome metabólica em adolescentes de Goiânia e indiretamente alertar os

sistemas públicos de saúde e educação na busca de estratégias para tratar e

prevenir esta doença. Os riscos físicos inerentes a esta pesquisa estão associado

aos procedimentos para coleta de dados, Os sujeitos envolvidos no procedimento

experimental poderão sofrer constrangimentos ou riscos durante a coleta de dados

como permanecer com o mínimo de roupas durante a tomada das medidas

antropométricas, sentirem-se constrangidos para responder alguma questão do

questionário, queixar-se de dor ou ficarem com ferimentos ou marcas rochas após a

coleta de sangue. Entretanto serão tomadas todas as providências para que os

riscos sejam mínimos. Além disso, o indivíduo poderá deixar de responder qualquer

pergunta ou desistir de participar em qualquer etapa da pesquisa, sem que isto lhe

traga qualquer prejuízo. Para a tomada das medidas antropométricas e coleta de

sangue serão disponibilizadas profissionais habilitados, equipe treinada,

equipamentos calibrados em boas condições de uso e, ambiente adequado.

Nome e Assinatura do pesquisador _______________________________________

Eu, _____________________________________, RG/ CPF

______________________________, abaixo assinado, responsável por

_______________________, autorizo sua participação no estudo

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Anexos 54

_____________________________________________, como sujeito. Fui devidamente

informado(a) e esclarecido(a) pelo pesquisador(a) ______________________________

sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e

benefícios decorrentes da sua participação. Foi-me garantido que posso retirar meu

consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção

do acompanhamento/ assistência/tratamento prestado ao sujeito pesquisado.

Local e data

Nome e Assinatura do responsável: ___________________________________

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Anexos 55

ANEXO 5

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DO ALUNO

Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário(a), de uma

pesquisa. Meu nome é Gilberto Reis Agostinho Silva, sou o pesquisador responsável

e minha área de atuação é Educação Fisíca. Após receber os esclarecimentos e as

informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste

documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador

responsável. Em caso de recusa, você não será penalizado(a) de forma alguma. Em

caso de dúvida sobre a pesquisa, você poderá entrar em contato com o(s)

pesquisador(es) responsável(is) Gilberto Reis Agostinho Silva e Maria Sebastiana da

Silva nos telefones: 62 – 85042240 35211256. Em casos de dúvidas sobre os seus

direitos como participante nesta pesquisa, você poderá entrar em contato com o

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás, nos telefones:

3521-1075 ou 3521-1076.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A PESQUISA

Título: Prevalência da síndrome metabólica em adolescentes matriculados na rede

municipal de ensino de Goiânia-GO

Resumo: A Síndrome metabólica representa uma situação clínica caracterizada por

hipertensão arterial, dislipidemia, obesidade visceral e diabetes, entre outras

disfunções metabólicas, que são fatores de risco para as doenças cardiovasculares.

O objetivo desse estudo é investigar a prevalência da síndrome metabólica em

adolescentes de escolas da rede municipal de Goiânia. Por se tratar de um estudo

envolvendo seres humanos, o projeto foi previamente apreciado e aprovado pelo

Comitê de ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás, com o parecer nº

401/11. Para tanto os adolescentes terão que responder um questionário sobre a

situação de moradia, econômica e os riscos de doenças, serão pesados e medidos

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Anexos 56

quanto à altura e a circunferência da cintura, para avaliar o crescimento,

desenvolvimento e a saúde. Também será realizada a coleta de sangue por

profissionais capacitados, para realizar exames sobre a quantidade de açúcar e

gordura e tomada medida da pressão arterial. Os dados coletados serão utilizados

somente nesta pesquisa e serão divulgados na forma de trabalhos a serem

publicados em revistas e eventos científicos. Todos os procedimentos para coleta e

análise dos dados serão realizados de forma a garantir o sigilo e anonimato das

pessoas pesquisadas. Esta pesquisa tem como benefício identificar a ocorrência de

síndrome metabólica em adolescentes de Goiânia e indiretamente alertar os

sistemas públicos de saúde e educação na busca de estratégias para tratar e

prevenir esta doença. Os riscos físicos inerentes a esta pesquisa estão associado

aos procedimentos para coleta de dados, Os sujeitos envolvidos no procedimento

experimental poderão sofrer constrangimentos ou riscos durante a coleta de dados

como permanecer com o mínimo de roupas durante a tomada das medidas

antropométricas, sentirem-se constrangidos para responder alguma questão do

questionário, queixar-se de dor ou ficarem com ferimentos ou marcas rochas após a

coleta de sangue. Entretanto serão tomadas todas as providências para que os

riscos sejam mínimos. Além disso, o indivíduo poderá deixar de responder qualquer

pergunta ou desistir de participar em qualquer etapa da pesquisa, sem que isto lhe

traga qualquer prejuízo. Para a tomada das medidas antropométricas e coleta de

sangue serão disponibilizadas profissionais habilitados, equipe treinada,

equipamentos calibrados em boas condições de uso e, ambiente adequado.

Nome e Assinatura do pesquisador _______________________________________

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO DA PESQUISA

Eu, _____________________________________, RG/ CPF/ n.º de prontuário/ n.º de

matrícula ______________________________, abaixo assinado, concordo em participar do

estudo _____________________________________________, como sujeito. Fui

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Anexos 57

devidamente informado(a) e esclarecido(a) pelo pesquisador(a)

______________________________ sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos,

assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me

garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a

qualquer penalidade (ou interrupção de meu acompanhamento/ assistência/tratamento, se

for o caso).

Local e data:________________________________________________

Nome e Assinatura do sujeito: ____________________________________

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Anexos 58

ANEXO 6

FICHA DE COLETA DE DADOS

FICHA DE AVALIAÇÃO

Nome:

Data de nascimento ___/___/_____ Idade ___ Sexo ( ) Masc ( ) Fem

Escola ________________________________________ Turma ________

Peso ________________Kg Estatura __________cm

Circunferências

Cintura _________cm Abdome __________cm Quadril ___________cm

Dobras Cutâneas

Tríceps ______mm

Subescapular______mm

Pressão arterial

PAS____________mmHg

PAD__________mmHg

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Anexos 59

ANEXO 7

ORIENTAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO NAS AVALIAÇÕES

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Anexos 60

ANEXO 8

PONTO DE CORTE PARA CIRCUNFERENCIA DE CINTURA A PARTIR DO P ≥ 80

cm.

Taylor, 2000.

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Anexos 61

ANEXO 9

PERCENTIS DE PA PARA O SEXO MASCULINO, SEGUNDO IDADE E

PERCENTIL DE ESTATURA

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Anexos 62

ANEXO 10

PERCENTIS DE PA PARA O SEXO FEMININO, SEGUNDO IDADE E PERCENTIL

DE ESTATURA

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Anexos 63

ANEXO 11

CURVAS DE CRESCIMENTO PARA O SEXO MASCULINO – DE 02 A 20 ANOS

DE DICADE – PESO EM KG X IDADE EM ANOS

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Anexos 64

ANEXO 12

CURVAS DE CRESCIMENTO PARA O SEXO FEMININO – DE 02 A 20 ANOS DE

DICADE – PESO EM KG X IDADE EM ANOS

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Anexos 65