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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAMPUS PATOS-PB WINÍCIUS RODRIGUES PEREIRA DE MEDEIROS REGISTROS DE ATAQUES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO HOSPITAL REGIONAL DE PATOS, PB, BRASIL. Patos PB 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAMPUS PATOS-PB

WINÍCIUS RODRIGUES PEREIRA DE MEDEIROS

REGISTROS DE ATAQUES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO HOSPITAL

REGIONAL DE PATOS, PB, BRASIL.

Patos – PB

2014

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WINÍCIUS RODRIGUES PEREIRA DE MEDEIROS

REGISTROS DE ATAQUES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO HOSPITAL REGIONAL DE PATOS, PB, BRASIL.

Trabalho de monografia apresentado como requisito para obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas, pela Universidade Federal de Campina Grande, Campus Patos-PB.

Orientador: Prof. MSc. Stephenson Hallison Formiga Abrantes

Patos – PB 2014

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSTR

M488r

Medeiros, Winícius Rodrigues Pereira de

Registros de ataques por animais peçonhentos no hospital regional de Patos, PB, Brasil/ Winícius Rodrigues Pereira de Medeiros. – Patos, 2014. 28f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) - Universidade

Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural.

“Orientação: Prof. MSc. Stephenson Hallison Formiga Abrantes”

Referências.

1.Serpentes. 2. Acidentes. 3. Epidemiologia.

4. Soroterapia. 5. Peçonha. 6. Sinan. I. Título.

CDU 591.619

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Dedico este trabalho primeiramente а Deus, que sempre me

iluminou nessa caminhada, por me amar incondicionalmente como seu filho, por ser meu guia, minha luz, meu refúgio e minha salvação, e, por ser meu querido e magnífico Pai Celeste. A toda minha família, em especial a minha mãe, que é minha base e que sempre me apoiou em todos os meus passos dados nessa caminhada. A meu pai que, mesmo com todas as dificuldades, sempre mostrou que a educação é a base de uma pessoa. A minha irmã que tanto amo. Aos meus amigos e colegas pela torcida.

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“A atenção é a mais importante de todas as

faculdades para o desenvolvimento da

inteligência humana.”

Charles Darwin

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AGRADECIMENTOS

Meus agradecimentos são de tamanha importância primeiramente ao dom da vida e a força de vontade que sempre tive diante de todos os meus desafios e ao Grande Arquiteto do universo a qual se fez presente na minha grande caminhada me fazendo forte para que nunca desistisse. Ao meu querido Orientador Stephenson Hallison Formiga Abrantes que aos trancos e barrancos se fez presente e acreditou em mim até o ultimo instante e que se fez de suma importância diante dos problemas e contra tempos ocorridos e a sua querida mulher Marcela Meira Abrantes que se fez presente no período da monografia. Não posso esquecer de agradecer aos meus pais, Wilson Xavier de Medeiros e Solange Aparecida R. Pereira de Medeiros, que sempre me incentivaram e se fizeram presente na minha educação, bem como o esforço que sempre tiveram para que a minha educação fosse presente em minha vida e sempre com as boas maneiras e os bons costumes. Jamais esquecerei da força e ajuda de três grandes amigas, aquelas que nunca mediram esforços para estar ao meu lado, as três pessoas em que confiei muito dos meus segredos e tive um braço forte diante dos desafios que a vida propôs, a vocês devo a minha maior gratidão Cecilia Corcino, Thaelmanna Moura e Amanda Figueirêdo. A você Yago Wanderley que se fez meu irmão na vida, afinal 12 anos de amizade e companheirismo. A meus tesouros Andréa Coeli e Ingrid Gisely, que se fizeram mais que colegas de universidade, mas irmãs da vida. A vocês jamais poderei agradecer de tamanha forma, já que se não fosse por vocês hoje não estaria aqui! A Kamila Rodrigues que sempre foi mais mãe do que irmã, que de sua forma mais bruta, mostrava uma preocupação em me fazer uma pessoa melhor. Não poderia dos meus ‘irmãos pela fé”, Lídia Oliveira e Diego Lucena, que com todas as formas mais brutas, me aconselhavam e me guiavam no melhor caminho da vida! A Jéssica Sousa, mas conhecida como Jessy, que se não fosse seus lembretes, seus áudios do whatsapp e todas as suas ligações, eu talvez não fizesse muitos dos meus afazeres. Leydiane Morais a você não sei exatamente a gratidão que devo dar, pois os trancos e barrancos, esteve ao me lado.

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Aos meus colegas de universidade o caminho foi longo, mas não desistimos e mostramos a vida, o quanto pode ser difícil, mas com perseverança estamos aqui sempre! A todos vocês devo uma grande parte da minha vitória pessoal e profissional.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------- 14 2 MATERIAL E MÉTODOS ---------------------------------------------------------------------- 17 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ---------------------------------------------------------------- 17 4 CONCLUSÃO --------------------------------------------------------------------------------------- 22

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------------------- 23 ANEXOS --------------------------------------------------------------------------------------------- 27

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Média do índice pluviométrico por mês e quantidade de acidentes ofídicos do

ano de 2010 à 2013. Patos, PB. Medeiros, W.R.P. de. ----------------------------------------- 19

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Gênero das espécies causadoras dos acidentes peçonhentos de 2010 à 2013 no

Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE), Patos - PB. -------------------------------------- 17

Tabela 2. Caracterização dos casos de acidentes ofídicos atendidos e notificados no NHE,

segundo as variáveis de sexo, faixa étaria e demográficas. Patos, Paraíba, 2014 ----------- 18

Tabela 3. Cidades de origem dos casos de acidentes com animais peçonhentos atendidos e

notificados no NHE entre os anos de 2010 e 2013. -------------------------------------------- 19

Tabela 4. Região anatômica que registra a quantificação nos anos de 2010 à 2013. Patos,

Paraíba. 2014. ---------------------------------------------------------------------------------------- 20

Tabela 5. Distribuição dos acidentes com animais peçonhentos de acordo com: tipo de

animal, e a classificação dos casos registrados no CHE –PB, de 2010 à 2013. ------------- 21

Tabela 6. Tipo de soro utilizado na soroterapia* nos acidentes com animais peçonhentos no

HRDJC, Patos – PB. (*)SAB – soro antibrotálico; SABC – soro antibrotalico-crotalico;

SAC – soro anticrotálico; SAE – soro antieládico; ---------------------------------------------- 22

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LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 - Ficha do SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação Anexo 2 - Regras da Revista Brasileira de Epidemiologia

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REGISTROS DE ATAQUES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO HOSPITAL REGIONAL DE PATOS, PB, BRASIL.

REGISTERS OF ATTACKS IN VENOMOUS ANIMALS IN REGIONAL HOSPITAL OF PATOS, PB, BRAZIL.

Winícius Rodrigues Pereira de MedeirosI; Stephenson Hallison Formiga Abrantes

II

I – Aluno vinculado a Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, PB, Brasil.

II – Professor da Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, PB, Brasil.

RESUMO

Acidentes com animais peçonhentos vêm aumentando no Brasil: entre 2003 e 2013, o número de ocorrências pulou de 75.642 para 162.234, assim evidenciando que os números de ataques crescem segundo a invasão do habitat desses animais pelo homem. Existem aproximadamente 250 espécies de serpentes, sendo que destas, 70 são peçonhentas. A maioria dos acidentes deve-se a serpentes do gênero Bothrops, Crotalus, Lachesis e Micrurus. Foram observados que os ataques acontecem principalmente no sexo masculino com faixa etária entre 19 aos 29 anos, esses acidentes são caracterizados principalmente os membros inferiores. Outro dado importante estudado sobre esses ataques foi o uso da soroterapia pelos profissionais da área de saúde.

PALAVRA-CHAVE: SERPENTES; ACIDENTES; EPIDEMIOLOGIA; SOROTERAPIA; PEÇONHA; SINAN;

ABSTRACT

Accidents with poisonous animals are increasing in Brazil: between 2003 and 2013, the number of cases jumped from 75,642 to 162,234, thus showing that the numbers of attacks grow according to the invasion of the habitat of these animals by man. There are about 250 species of snakes, and of these, 70 are venomous. Most accidents due to Bothrops, Crotalus, Lachesis and Micrurus. We observed that the attacks occur primarily in males aged between 19 to 29 years, these accidents are mainly characterized the lower limbs. Another important factor studied about these attacks was the use of serumtherapy by health professionals.

KEYWORDS: SERPENT; ACCIDENTS; EPIDEMIOLOGY; SERUMTHERAPY; VENOM; SINAN;

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Introdução

Acidentes com animais peçonhentos constituem um problema dos dias atuais. Apesar de constituírem um importante problema de saúde pública no Brasil atual (Bochner 2002), temos casos históricos relatados desde 1560 pelo jesuíta José de Anchieta causados por diversos gêneros de serpentes brasileiras (Bochner 2003). Neste mesmo documento são descritas ainda uma série de aranhas peludas e lagartas que somente a partir de 1989 se tornaram um problema mais evidente no país (Bochner 2003).

Os distúrbios ambientais, mais evidentes nos nossos tempos, são um importante fator para a causa destes acidentes. Grande aumento da implantação agrícola e diminuição dos hábitats naturais, o acúmulo de lixo e de materiais que propiciam o abrigo de presas, são as principais causas que proporcionam o encontro das pessoas com as serpentes (Bochner et al. 2003).

Um fator importante é que a população não sabe diferenciar o veneno e a peçonha, já que existe diferenças entre elas. O veneno ele pode ser encontrado em animais, como também em minérios e plantas, os tratos digestórios e respiratórios, bem como a pele são meios de entrada das toxinas. A peçonha altera o mecanismo das presas ou da espécie atacada, lembrando que a peçonha é produzida por glândulas especificas no corpo do animal. Tanto a peçonha como o veneno têm a maior característica dela a defesa da espécie que a possui. (Szpilman, 2012).

O Brasil como o maior país Sul-americano apresenta números gravíssimos de acidentes/ano com animais peçonhentos. Como o território brasileiro apresenta uma fauna riquíssima, conta com 250 espécies de serpentes, sendo 70 delas consideradas peçonhentas (Ministério da Saúde, 2013).

As serpentes peçonhentas do gênero Bothrops, Crotalus e Lachesis possuem dentes inoculadores bem desenvolvidos e fosseta loreal, um orifício situado entre o olho e a narina, sendo um órgão termorreceptor que indica que a serpente é peçonhenta (Pinho, 2001). As serpentes do gênero Micrurus são uma exceção, pois, apesar de serem peçonhentas, não apresentam fosseta loreal e possuem dentes inoculadores pouco desenvolvidos (Pereira, 2001).

As serpentes do gênero Bothrops formam o grupo popularmente conhecido como “jararacas” e compreendem cerca de 30 espécies, distribuídas por todo o território nacional. Para a região da caatinga encontramos a Bothrops erythromela e a Bothrops

neuwiedi encontradas em todo território nacional, exceto região norte do país (Lira da Silva, 2010).

As cascavéis, pertencentes ao gênero Crotalus, estão representadas no Brasil por apenas uma espécie, a Crotalus durissus, com cinco subespécies, mas a única

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encontrada nas áreas da caatinga do nordeste é a Crotalus durissus cascavella. (Ministerio da Saúde, 1998; Lira da Silva, 2010). Estas serpentes são encontradas em campos abertos, áreas secas, arenosas e pedregosas, raramente na faixa litorânea. Não têm hábito de atacar e, quando ameaçadas, denunciam sua presença pelo ruído característico do guizo ou chocalho, presente na cauda (Bernarde, 2006, 2008).

As serpentes do gênero Micrurus apresentam anéis vermelhos, pretos e brancos em qualquer tipo de combinação. Consideradas animais de pequeno a médio porte são conhecidas por coral, coral verdadeira, ibiboboca ou boicorá. Compreendem 18 espécies distribuídas em todo o território brasileiro. A única espécie encontrada na região do estado da Paraíba é a Micrurus ibiboboca (Bernarde, 2006, 2008). Estas serpentes são bem menos agressivas, tem habitat subterrâneo, apresentam presa inoculadora pequena e não tem a mesma possibilidade de abertura da boca que as outras serpentes. Raramente causam acidentes, e quando o fazem, geralmente picam os dedos da mão de indivíduos que as manipulam (Ministerio da Saúde, 1998; Bernade, 2008; Lira da Silva 2010).

O Filo dos Artrópodes corresponde a mais de 80% das espécies animais existentes e, dentre os principais grupos deste filo estão os aracnídeos (subfilo Chelicerata, classe Arachnida), dos quais fazem parte as aranhas (ordem Araneae, composta de cerca de 40.000 espécies) e os escorpiões (ordem Scorpiones, com cerca de 1.600 espécies). (Brasil, 2009; Canter, 2009)

Os aracnídeos apresentam o corpo dividido em duas partes: o cefalotórax (cabeça fundida ao tórax), coberto dorsalmente por uma carapaça sólida (prossoma), onde está inserido um par de quelíceras (usado para triturar alimentos e onde se abre o ducto de uma glândula de veneno), um par de pedipalpos (pinças ou mãos), bem como quatro pares de pernas locomotoras e abdômen (opistossoma). Os escorpiões apresentam em sua extremidade caudal um artículo chamado telson que termina em um ferrão usado para inocular sua peçonha (Brasil, 2009).

As aranhas são animais de vida livre, vivem dentre outros, em teias geométricas ou irregulares, buracos e próximo ou dentro das moradias; alimentam-se principalmente de insetos, sendo que espécies maiores utilizam pequenos vertebrados como alimento. Onde no Nordeste Brasileiro observamos que os gêneros Phoneutira (aranha-armadeira), Loxosceles (aranha-marrom), Latrodectus (viúva-negra). (Canter, 2009; Cardoso, 1997)

Os escorpiões têm hábitos noturnos, vivem isolados ou em grupos (quando as condições favorecem sua instalação) e, em condições estressantes, costumam praticar canibalismo; alimentam-se de baratas, cupins, grilos, aranhas e pequenos vertebrados, podendo sobreviver vários meses sem alimento e mesmo sem água. Durante o dia, escondem-se sob cascas de árvores, pedras e dentro de domicílios, principalmente em sapatos (Brasil, 2009; 2007). Os escorpiões do gênero Tityus são os responsáveis pelos acidentes mais graves: T. serrulatus (escorpião amarelo); T. bahiensis (escorpião marrom ou preto); T. pusillus; T. stigmurus, que é a espécie com maior distribuição no Nordeste,

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sendo também o maior causador de escorpionismo nessa região. (Brasil, 2001; 2007; 2009; Cardoso, 1997)

De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) em 2013, foram registrados 159.124 envenenamentos por animais peçonhentos, dentre os quais as serpentes contribuíram com 27.181 casos (18,52%). Dentro dos aproximadamente 27 mil acidentes envolvendo serpentes todos os anos, em média 117 casos culminam em óbitos (Bernard, 2014).

Após a notificação obrigatória desses acidentes no país, iniciou-se uma permuta de informações epidemiológicas por soro entre as Secretarias Estaduais e o Ministério da Saúde e isso ajudou a controlar as informações de ofidismo por todo o país (Bochner & Struchiner, 2002). Contudo, ainda existem motivos de omissão em alguns casos no âmbito hospitalar, e devido a essa questão foi incentivada a criação de Centros Epidemiológicos, junto com os centros hospitalares para maior fiscalização dos casos, como também manter fichas cadastrais para o controle dos casos que acontecem na região. (Lemos et al. 2009).

Hoje o Brasil conta com: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), Sistema de Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox/Fiocruz), Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde/MS e o SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade), para obtenção de casos com animais peçonhentos. Lemos (2009) cita que apesar de todos estes sistemas, os dados epidemiológicos disponíveis não controlam de forma clara a forma o problema, provavelmente devido à subnotificação dos casos, caracterizada pelas dificuldades de acesso aos serviços de saúde de muitos municípios brasileiros e a falta de incentivo até mesmo do governo em virtude de campanhas.

O Nordeste é a região com a menor incidência de ataques de serpentes peçonhentas (7,65 casos / 100.000 habitantes); no entanto, ele tem a maior taxa de letalidade relacionada com estes incidentes (0,81%, aproximadamente o dobro da média nacional de 0,45%) (Brito, 2012). No estado da Paraíba, a incidência de acidentes ofídicos (9,53 casos / 100.000 habitantes) é menor que a média nacional (13,9 casos / 100.000 habitantes), mas ainda superior à média da região Nordeste (7,65 casos / 100.000 habitantes) (Leite 2009; Brito, 2012;). Apesar de uma série de investigações anteriores, 0s acidentes ofídicos na região nordeste do Brasil ainda não é bem compreendida, especialmente à luz das mudanças sociais e ambientais que ocorreram nas últimas décadas e a consideração de existir poucos estudos no local. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi verificar o perfil clínico-epidemiológico dos acidentes com animais peçonhentos registrados entre os anos entre 2010 e 2013 no Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) do Hospital Regional Deputado Janduhy Carneiro, na cidade de Patos, sertão da Paraíba, nordeste do Brasil.

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Material e Métodos

A Região Metropolitana de Patos, (RMP) ou Grande Patos é uma região metropolitana brasileira localizada no estado da Paraíba. É a terceira maior região metropolitana do estado, com mais de 230 mil habitantes, a 7ª maior do interior do Nordeste e a 3ª maior do Sertão do Nordeste. Patos, encontra-se a 305 km de João Pessoa, capital do estado e 180 km de Campina Grande, segundo maior centro urbano da Paraíba.

O acesso é feito principalmente por rodovias, sendo bem servida por ligações rodoviárias. Além disso, a região metropolitana conta com ligação ferroviária, proveniente da Capital da Paraíba, João Pessoa. Devido sua localização privilegiada na porção central do estado, a região metropolitana é responsável por ser um entreposto econômico no estado, tendo a cidade de Patos, sede da mesma, que polariza geograficamente cerca de 70 municípios de 3 estados (Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte), atingindo um raio de 170 km, totalizando uma população superior a 700 mil pessoas.

A pesquisa foi realizada com a ajuda do Hospital Regional Deputado Janduhy Carneiro (HRDJC), juntamente com o Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE). Trata-se de uma pesquisa de forma transversal, baseada com informações de forma indireta de através de fichas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), para obtenção dos dados. Todos os dados tabulados e submetidos à analises estatísticas descritas no Microsoft Excel, versão 2010.

Resultados e Discussão

Foram analisadas 158 fichas correspondentes à acidentes causados por animais peçonhentos, sendo 110 causados por serpentes, 24 escorpiônicos e 16 não foram identificados (Tabela 1.)

Tabela 1. Gênero das espécies causadoras dos acidentes peçonhentos de 2010 à

2013 atendidos no Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE), Patos - PB.

Table 1 Gender of causing species of venomous accidents 2010 to 2013 treated

at Hospital Epidemiology Center (NHE), Patos - PB.

ESPECIE 2010 2011 2012 2013

BOTRÓPICO 22 (83,20%) 27 (58,69%) 30 (65,40%) 15 (45,46%)

ELAPÍDICO 1 (3%) 0 (0%) 1 (1,50%) 0 (0%)

CROTÁLICO 0 (0%) 9 (19,57%) 6 (13,10%) 2 (6,06%)

ESCORPIÃO 4 (11,20%) 4 (8,69%) 5 (11,00%) 11 (33,33%)

IGNORADO 1 (3%) 6 (13,05%) 4 (9,00%) 5 (15,15%)

Um ponto que devemos ressaltar é que em comparação a outros estudos ocorrido no estado da Paraíba, mas em outras regiões do estado, mesmo com mudanças climáticas, os ataques por gênero Brothops continua com altos índices de ataques, o mesmo

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ocorrendo com outras regiões de diferentes estados brasileiros. (Brito, 2012; Albuquerque, 2002; Leite, 2013)

A Tabela 2 é caracterizada por variáveis como socioeconômicas, faixa etária e

local de ocorrência dos acidentes com animais peçonhentos, onde foram atendidos e

notificados os casos de acidentes com homens e mulheres na faixa etária de 20 aos 29 anos,

onde também podemos notar casos com maior incidência na faixa etária de 50 aos 59 anos.

Tabela 2. Caracterização dos casos de acidentes ofídicos atendidos e notificados no NHE, segundo as

variáveis de sexo, faixa étaria e demográficas. Patos, Paraíba, 2014

Variáveis demográficas e socioeconômicas

2010 2011 2012 2013 TOTAL

Sexo Masculino 23 37 36 23 99 Feminino 5 9 12 11 37 Faixa étaria (anos) 1 ¬ 9 0 1 5 4 10 10 ¬ 19 4 6 10 6 26 20 ¬ 29 7 9 7 7 30 30 ¬ 39 4 8 7 4 23 40 ¬ 49 7 8 8 2 25 50 ¬ 59 4 8 8 7 27 60 e > 2 6 2 3 13 Ignorado 0 0 1 0 1 Zona de ocorrência Urbana 6 8 14 11 39 Rural 22 38 34 22 116

No presente estudo, assim como em outros encontrados na literatura (Lima,

2009), a maioria das vítimas mostraram-se homens, que predominam em atividades de

trabalho não-domésticos em áreas rurais, ou seja, onde os ataques de serpentes são mais

comuns. Em termos de faixa etária das vítimas, a maioria deles foi de 20 aos 29 anos. Este

resultado reflete o aumento do trabalho infantil na população brasileira, mas também o

número expressivo de pessoas mais novas em atividade rural. Também foi observado um

grande número de casos ofídicos entre os indivíduos entre 50 e 59 anos que é a faixa etária

com a maior concentração de pessoas envolvidas em atividades rurais (Leite et. al., 2009)

Os acidentes com animais peçonhentos ocorrem ao longo do todo o ano,

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foram frequentes entre os meses de Janeiro a Agosto (Figura 1). O mês com menos casos

notificados foi o de setembro, onde pode ser visto que o índice pluviométrico foi

significativamente baixo. Este período coincide com a estação das chuvas, quando as

atividades agrícolas são mais intensas. O aumento da presença de trabalhadores em áreas

rurais implica uma maior probabilidade de ataques de cobras, principalmente porque pode

reduzir essa distância em que o animal se sente seguro de agressão humana. Outro motivo

relevante é a expansão da zona urbana na vegetação e o desmatamento para criação de

áreas de cultivo. (Marques et. al., 2001).

Figura 1. Média do índice pluviométrico por mês e quantidade de

acidentes ofídicos do ano de 2010 à 2013. Patos, PB. Medeiros, W.R.P. de

Em relação às cidades circunvizinhas que são atendidas pelo HRDJC, foram

identificadas 36 cidades onde seus habitantes procuram o âmbito hospitalar da cidade de

Patos para consultas (Tabela 3). As cidades com maior frequência de casos foram Patos

com 28 casos, seguidas das cidades de São Mamede com 12 casos e Imaculada com 11

casos, seguidas das demais cidades que obtiveram resultados menores.

Tabela 3. Cidades de origem dos casos de acidentes com animais peçonhentos atendidos e notificados

no NHE entre os anos de 2010 e 2013.

LOCAL DE OCORRENCIA 2010 2011 2012 2013 TOTAL

PATOS 5 5 11 7 28

SÃO MAMEDE 2 1 5 4 12

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IMACULADA 0 3 6 2 11

CACIMBAS 3 2 4 0 9

MATUREIA 0 3 3 2 8

SANTA LUZIA 3 3 1 1 8

OLHO D'ÁGUA 0 4 2 1 7

SÃO JOSE DE ESPINHARAS 2 1 1 3 7

DESTERRO 2 2 1 1 6

CACIMBA DE AREIA 3 0 1 1 5

SÃO JOSE DO BONFIM 3 1 1 0 5

CATINGUEIRA 1 2 1 1 5

TEXEIRA 0 1 1 3 5

JUNCO DO SERIDO 2 3 0 0 5

QUIXABA 0 1 1 2 4

SANTA TERSINHA 0 2 0 1 3

SANTA GERTRUDES 0 0 1 1 2

CAJAZEIRINHAS 0 1 1 0 2

SÃO BENTINHO 0 1 1 0 2

AREIA DE BARAUNAS 1 1 0 0 2

POMBAL 0 2 0 0 2

VARZEA 0 2 0 0 2

AGUIAR 0 0 1 0 1

CONCEIÇÃO 0 0 1 0 1

EMAS 0 0 1 0 1

IBIARA 0 0 1 0 1

IGARACI 0 0 1 0 1

JIAZEIRINHO 0 0 1 0 1

MALTA 1 0 0 0 1

CONDADO 0 0 0 1 1

COREMAS 0 0 0 1 1

PASSAGEM 0 0 0 1 1

AGUA BRANCA 0 1 0 0 1

JOÃO PESSOA 0 1 0 0 1

MÃE D'ÁGUA 0 1 0 0 1

PAULISTA 0 1 0 0 1

Quanto a região anatômica com maior incidência de acidentes podemos

perceber que as quantificações de maior caso encontram-se com os membros inferiores,

sendo o “o pé” com a maior quantificação, principalmente nos anos de 2011 e 2012.

Tabela 4. Região anatômica que registra a quantificação nos anos de 2010 à 2013. Patos, Paraíba. 2014

Local da Picada 2010 2011 2012 2013

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ANTE-BRAÇO 1 (4,3%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (3%)

BRAÇO 2 (8,7%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (3%)

CABEÇA 0 (0%) 0 (0%) 1 (2,1%) 1 (3%)

COXA 0 (0%) 0 (0%) 2 (4,2%) 0 (0%)

DEDO DA MÃO 5 (21,8%) 4 (8,9%) 6 (12,5%) 5 (15,2%)

DEDO DO PÉ 2 (8,7%) 4 (8,9%) 6 (12,5%) 2 (6,1%)

MÃO 6 (26,1%) 10 (22,2%) 9 (18,8%) 6 (18,2%)

PÉ 9 (39,1%) 21 (46,7%) 21 (43,8%) 8 (24,2%)

PERNA 3 (13%) 5 (11,1%) 2 (4,2%) 6 (18,2%)

TRONCO 0 (0%) 1 (2,22%) 0 (0%) 1 (3%)

IGNORADO 0 (0%) 0 (0%) 1 (2,1%) 2 (6,7%)

TOTAL 23 45 48 33

Na tabela 5 os acidentes foram classificados de acordo com a gravidade e tipo

dos acidentes por animais peçonhentos e a evolução dos casos. Não foram disponibilizados

dados sobre óbito de algum paciente no período estudado.

Tabela 5. Distribuição dos acidentes com animais peçonhentos de acordo com: tipo de animal,

e a classificação dos casos registrados no CHE –PB, de 2010 à 2013.

TIPO DE ACIDENTE

CLASSIFICAÇÃO DOS CASOS (N= 153)

LEVE MODERADO GRAVE

BOTRÓPICO 86 7 1

CROTÁLICO 17 0 0

ELÁPIDO 2 0 0

ESCORPIÔNICO 22 1 1

IGNORADO 16 0 0

TOTAL 143 8 2

Conforme os acidentes registrados, durante o estudo também foram analisados

os tipos de soroterapia utilizados, dentre eles o soro Antibotrópico (SAB) utilizados na

maioria dos casos, o soro Antibotrópico - Crotálico (SABC) e o soro Antiescorpiônico

(SAEs). Tabela 6.

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Tabela 6. Tipo de soro utilizado na soroterapia* nos acidentes com

animais peçonhentos no HRDJC, Patos – PB. *SAB – soro

antibrotálico; SABC – soro antibrotalico-crotalico; SAC – soro

anticrotálico; SAE – soro antieládico;

SORO 2010 2011 2012 2013

SAB 20 26 23 16

SABC 4 6 7 1

SAC - 6 5 1

SAE - - 1 1

SAEs 4 4 3 11

IGNORADO - 4 8 3

Quanto ao tipo de soro utilizado no tratamento aos acidentados percebemos

que o material utilizado no âmbito hospitalar estava presente, mas em alguns casos existiu a

necessidade de usar outro tipo de soro por conta que da não identificação da espécie de

serpente associada ao acidente. Com tudo, alguns dos acasos analisados o soro

antibotrópico – crotálico foi utilizado por existir duvidas no tipo de picada do animal, já

que é um soro que permite a utilização para os dois gêneros. Nossos resultados indicam que

a quantidade de ampolas utilizadas por acidente variou em torno de 6 ampolas/paciente

durante a sua estadia no ambiente hospitalar. Se adicionarmos a este dado as informações

sobre a evolução clínica dos casos pode-se perceber um indicativo de eficiência da

soroterapia inicial. Esta informação é fundamental para o conhecimento sobre os

tratamentos ofídicos locais e regional, analisados em estudos realizados no estado do Rio

Grande do Norte (Brito, 2012) e no Cariri do estado da Paraíba (Leite, 2013).

Patos é ponto de referência na Paraíba por ser um polo na saúde, também onde

se encontra um maior âmbito hospitalar do sertão da Paraíba. O NHE toma por base várias

características ligadas aos ataques de animais peçonhentos, como ela a zona de ocorrência,

local que é bastante usado no sertão como modo de sustento.

Conclusão

A conclusão tende-se que os casos notificados e registrados no NHE de Patos, que todos os agravantes o sexo masculino se sobressaiu conforme a suas atividades

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corriqueiras de trabalho e de localidade dos ataques, priorizando os membros inferiores o maior número desses ataques, a faixa etária mostra também que os jovens são cada vez mais atacados devido as necessidades de trabalho deles no campo. O sertão da Paraíba aos longos dos anos vem sendo explorada cada vez mais pela agricultura de subsistência, vendo que as dificuldades levam o homem a explorar cada vez mais o campo, como também o número crescente do perímetro urbano.

Podemos observar que o ser humano cada vez mais invade o habitat que pertence a outros seres vivos, muito desses animais atacam por defesa, já que se sente ameaçados, a devastação de desmatamento para as atividades do ser humanos podem acabar de certa forma com a alimentação desses animais, onde eles percorrem atrás de seu alimento e indiretamente invadindo o perímetro urbano.

A omissão dos dados pelos trabalhadores da saúde tem uma significância, que foi na forma do preenchimento das fichas analisadas, já que muitos casos foram negadas essas informações ou simplesmente marcados com “ignorados”, devido também a forma que os casos podem ter chegado ao âmbito hospitalar ou até mesmo por falta de informações antes do atendimento.

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Anexo 1 Ficha do SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação

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Anexo 2 Regras da Revista Brasileira de Epidemiologia