universidade federal de campina grande centro de saÚde e ... · quadro 2 - resultados da...

39
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL CAMPUS DE PATOS-PB CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA MONOGRAFIA ACHADOS CLÍNICOS, URINÁRIOS E DETERMINAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO BACTERIANA URINÁRIA DE GATOS COM DOENÇA DO TRATO URINÁRIO INFERIOR OBSTRUTIVA ISA MARIA CAETANO PALMEIRA 2018

Upload: lylien

Post on 19-Jan-2019

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

ACHADOS CLÍNICOS, URINÁRIOS E DETERMINAÇÃO DA

CONTAMINAÇÃO BACTERIANA URINÁRIA DE GATOS COM DOENÇA DO

TRATO URINÁRIO INFERIOR OBSTRUTIVA

ISA MARIA CAETANO PALMEIRA

2018

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

ACHADOS CLÍNICOS, URINÁRIOS E DETERMINAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO

BACTERIANA URINÁRIA DE GATOS COM DOENÇA DO TRATO URINÁRIO

INFERIOR OBSTRUTIVA

Isa Maria Caetano Palmeira

Graduanda

Prof. Dr. Almir Pereira de Souza

Orientador

Patos

Fevereiro de 2018

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença
Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

ISA MARIA CAETANO PALMEIRA

Graduanda

Monografia submetida ao Curso de Medicina Veterinária como requisito parcial para

obtenção do grau de Médica Veterinária.

APROVADA EM 09/02/2018. MÉDIA: 9,7 (NOVE VÍRGULA SETE)

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Almir Pereira de Souza

Orientador

Profª Drª. Rosangela Maria Nunes da Silva

Examinador I

Profª Drª. Annielle Regina F. Fernandes

Examinador II

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

DEDICATÓRIA

A Deus, por nunca ter desistindo de mim e por me mostrar que tudo tem seu tempo e

aos seus ensinamentos diários mostrando que a fé e o amor é o melhor caminho;

Aos meus Pais, por serem minha inspiração e o motivo de nunca parar de lutar pelos

meus sonhos;

A minha família, que mesmo em momentos de sofrimento damos as mãos e superamos

tudo;

Dedico.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

AGRADECIMENTOS

Primeiramente а Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, ao longo de

minha vida, е não somente nestes anos como universitária, mas que em todos os

momentos. Por ser essencial em minha vida, autor do meu destino, meu guia, socorro

presente nas horas da angústia e minha luz nos dias felizes.

Por meus pais lindos, Noroaldo Moura Palmeira e Maria Célia Caetano

Palmeira, por terem paciência comigo, me amarem acima de tudo e terem me apoiado

desde o início dessa caminhada.

À minha irmã, Vanessa Caetano Palmeira, que sempre me apoiou e amou os

nossos gatos sempre (só demora um pouco a trocar a água deles kkk).

Ao quinteto maravilha, Eu, Vanessa, Mariana, Ana Carolina e Ana Claúdia. As

melhores férias, roupas emprestadas e fofocas, foram/são com vocês.

Ao meu namorado Lucas Marques de Melo Neto, um dos médicos veterinários

que mais admiro. Obrigada pelo companheirismo, lealdade e amor. A família do meu

namorado por confiarem e me acolherem como se eu fosse da família.

Por meus amigos dos colégios, Cristo Rei e Geo, por mil vezes me fazerem

lembrar os nossos momentos ótimos de fundamental e ensino médio, esquecendo das

loucuras da universidade.

Aquele meu grupinho da frente da UFCG, Lucas, Mateus, Andressa, Lettícia e

Nathália, vocês fizeram meus dias melhores nessa universidade e seguraram minha mão

quando quis cair. (Minhas meninas L&M, amo vocês kkkkk).

Aos meus professores que me ajudaram, acreditaram em mim e até os que

duvidaram com certeza vocês mudaram minha vida. Agradeço em especial ao meu

orientador, Professor Almir por todo esse aprendizado.

Aos meus tios e tias da família Caetano e Palmeira, por sempre estarem comigo

e me ajudarem no que fosse preciso.

As minhas ótimas tias que foram minhas mães algumas vezes, Tia Geralda, Tia

Tina, Palmerisa (Fia) e Fátima (Fatinha). Obrigada pelo abrigo, pelas risadas, pelas

roupas e pelas moedas mensais kkkk.

A todos os animais que cuidei e salvei quando criança. Aos meus preciosos

gatos Penéllope, Enzo, Felícia e Susy (ordem hierárquica). Não esquecendo também da

“prima” beagle Nina e os “primos” Tom e Sarita II. Aos “vizinhos” pug Marie e ao

pinsher Stuart (Rip).

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

Em especial agradeço ao meu tio Chico Caetano (In memorian), que sempre foi

um homem íntegro e amava também os animais.

Ao meu amor de Tia, minha Raminha (In memorian), por ser tão presente no

meu coração e por acreditar em mim até nos últimos dias de vida. Eu te amarei pra

sempre minha fofinha.

A todos que de alguma forma contribuíram para o meu crescimento pessoal e

profissional.

E a minha fé, que permanece firme e forte para conquistar meus sonhos e

objetivos.

“A Cruz Sagrada seja minha Luz”.

Obrigada, Vida!

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

SUMÁRIO

Pág.

LISTA DE QUADROS............................................................................................ 7

LISTA DE FIGURAS............................................................................................. 9

RESUMO.................................................................................................................. 10

ABSTRACT.............................................................................................................. 11

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 12

2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 13

2.1 Fatores contribuintes para a enfermidade e epidemiologia................................. 13

2.2 Classificação da DTUIF..................................................................................... 15

2.3 Sinais Clínicos .................................................................................................... 17

2.4 Infecção bacteriana e isolamento........................................................................ 17

2.5 Diagnóstico......................................................................................................... 19

2.6 Tratamento.......................................................................................................... 20

3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 21

3.1 Coletas de urina.................................................................................................. 22

3.2 Variáveis urinárias............................................................................................... 22

3.3 Análise microbiológica....................................................................................... 22

3.4 Análise estatística................................................................................................ 23

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................... 24

6 CONCLUSÃO........................................................................................................ 34

REFERÊNCIA .......................................................................................................... 35

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

9

LISTA DE QUADROS

Pág.

Quadro 1 - Achados da anamnese de nove gatos (G1 a G2) atendidos no setor

de Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário

da Universidade Federal de Campina Grande (HV/UFCG) com

diagnóstico de DTUIF

obstrutiva........................................................................................... 25

Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9)

atendidos no setor de Clínica Médica de Pequenos Animais do

Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande

(HV/UFCG) com diagnóstico de DTUIF

obstrutiva........................................................................................... 27

Quadro 3 - Principais achados de urinálise de nove gatos (G1 a G9) atendidos

de Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário

da Universidade Federal de Campina Grande (HV/UFCG) com

diagnóstico de DTUIF

obstrutiva........................................................................................... 39

Quadro 4 - Resultados das análises da cultura bacteriana da urina e da sonda

uretral de nove gatos (G1 a G9) atendidos no setor de Clínica

Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da

Universidade Federal de Campina Grande (HV/UFCG) com

diagnóstico de DTUIF

obstrutiva........................................................................................... 31

Quadro 5 - Resultados da análises do antibiograma da urina de quadro gatos

(G1, G2, G6 e G9) atendidos no setor de Clínica Médica de

Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade

Federal de Campina Grande (HV/UFCG) com diagnóstico de

DTUIF

obstrutiva........................................................................................... 33

Quadro 6 - Resultados das análises do antibiograma da sonda de gatos (G1,

G2, G3, G4, G6 E G9) atendidos no setor de Clínica Médica de

Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade

Federal de Campina Grande (HV/UFCG) com diagnóstico de

DTUIF

obstrutiva........................................................................................... 34

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

10

LISTA DE FIGURAS

Pág.

FIGURA 1 - Predominância das causas da

DTUIF............................................................................................... 15

FIGURA 2 - Visualização de gato com obstrução uretral atendido no setor

Clínica Médica de Pequenos

Animais/HV/UFCG........................................................................... 16

FIGURA 3 - Exame ultrassonográfico de bexiga de um gato com DTUIF

atendido na Clínica Médica de Pequenos

Animais/HV/UFCG........................................................................... 20

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

11

RESUMO

PALMEIRA, ISA MARIA CAETANO. Achados Clínicos, Urinários e Contaminação Bacteriana

Urinária de Gatos com Doença do Trato Urinário Inferior Obstrutiva. 43 páginas. Patos- PB,

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, 2018. (Trabalho de Conclusão de Curso de

Medicina Veterinária).

Objetivou-se com a realização deste estudo avaliar os principais achados clínicos e urinários

de gatos diagnosticados com Doença do Trato Urinário Inferior Felino obstrutiva, atendidos

na Clínica Médica de Pequenos Animais, do Hospital Veterinário da UFCG, Patos-PB, com

ênfase na investigação de contaminação bacteriana no trato urinário dos animais. Para tanto,

foram utilizados nove gatos, machos, sem raça e idade definidas, atendidos na rotina do

Hospital Veterinário da UFCG, com diagnóstico confirmado de DTUIF obstrutiva, obtido

com base na anamnese e exame físico. Destes animais foram colhidas cinco ml de urina da

primeira lavagem vesical, as quais foram encaminhadas ao Laboratório de Patologia Clínica e

Microbiologia, para a realização de urinálise e urocultura. Em seguida os felinos foram

submetidos à ultrassonografia abdominal. Os animais foram mantidos internados e após o

tratamento as sondas uretrais utilizadas foram encaminhadas ao Laboratório de Microbiologia

para a realização de cultura e antibiograma. Pode-se observar que seis gatos dos nove animais

obteveram infecção bacteriana na urina e/ou na sonda uretral. As principais bactérias

encontradas foram Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Proteus mirabilis, Streptococcus

sp e Klebsiella pneumoniae. No antibiograma verificou-se que em cinco amostras analisadas

de urina e sonda, as mesmas apresentaram resistência aos antibióticos em análise. Deste

modo, o estudo demonstrou que o cuidado, vigilância e manejo correto com esses gatos, é de

importância significativa para a minimização de infecção bacteriana e que nenhuma etapa de

assepsia pode ser negligenciada, a fim de que o tratamento seja eficaz.

Palavras-chave: Doença urinária, felinos, infecção bacteriana, tratamento.

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

12

ABSTRACT

PALMEIRA, ISA MARIA CAETANO. Clinical, Urinary and Urinary Bacterial

Contamination of Cats with Obstructive Urinary Tract Disease. 43 pages. Patos-PB,

Federal University of Campina Grande, 2018. (Work of Completion of Veterinary Medicine

Course).

The objective of this study was to evaluate the main clinical and urinary findings of cats

diagnosed with Obstructive Feline Lower Urinary Tract Disease treated at the Small Animal

Medical Clinic of the UFCG Veterinary Hospital, Patos-PB, with emphasis on the

investigation of bacterial contamination in the urinary tract of animals. For this, nine cats,

male, unprocessed and defined age, attended in the routine of the Veterinary Hospital of the

UFCG, with confirmed diagnosis of obstructive STUD, obtained on the basis of anamnesis

and physical examination. Five ml of urine from the first bladder lavage were collected from

these animals, which were sent to the Laboratory of Clinical Pathology and Microbiology for

urinalysis and uroculture. Then the cats were submitted to abdominal ultrasonography. The

animals were kept hospitalized and after treatment the urethral catheters used were sent to the

Microbiology Laboratory for the culture and antibiogram. It can be observed that six cats of

the nine animals obtained bacterial infection in the urine and / or in the urethral catheter. The

main bacteria found were Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Proteus mirabilis,

Streptococcus sp and Klebsiella pneumoniae. In the antibiogram it was verified that in five

analyzed samples of urine and probe, they showed resistance to the antibiotics under analysis.

Thus, the study demonstrated that proper care, monitoring and management with these cats is

of significant importance for the minimization of bacterial infection and that no asepsis stage

can be neglected in order for the treatment to be effective

Key words: Urinary disease, felines, bacterial infection, treatment

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

13

1 INTRODUÇÃO

O gato doméstico pode desenvolver diversas patologias que preocupam os clínicos na

sua ocorrência, diagnóstico e tratamento. Dentre elas, uma enfermidade muito frequente na

clínica veterinária é a Doença do Trato Urinário Inferior dos felinos (DTUIF), cuja causa é

inespecífica e de tratamentos diversos.

De acordo com Pereira (2009), diversos estudos focados nessa enfermidade revelaram

uma semelhança quanto à doença idiopática felina e cistite intersticial humana. Cita-se,

portanto uma inflamação de caráter vesical, por fatores de comportamento e neurogênicos,

podendo apresentar recidiva em muitos casos.

A DTUIF é uma enfermidade que afeta o trato urinário inferior, causando na maioria

das vezes, uma obstrução uretral, que desencadeia quadros de dor ao urinar, aumento da

frequência de micções, fraqueza, desidratação, podendo resultar no óbito do animal.

Os animais quando apresentam os sinais clínicos e são percebidos pelos proprietários,

encontram-se em estágios emergenciais ou crônicos, que necessitam, portanto de intervenção

rápida no quadro. Para isso, o animal passa por procedimentos diversos pelos médicos

veterinários nas clínicas, como a anamnese, exames físicos e exames laboratoriais

complementares, a fim de encontrar uma causa específica e um tratamento que melhor atenda

o seu paciente.

Na DTUIF as bactérias presentes são raras, porém quando diagnosticadas exercem

grande importância na causa e no tratamento desses animais. Para o diagnóstico é utilizado o

recurso de coleta de urina para a identificação das bactérias por meio de urinálise e urocultura.

Segundo Dorsch et al., (2016), as bactérias comumente encontradas são as espécies de

Escherichia coli e Staphylococcus spp.

Assim, objetivou-se com este estudo a identificação de bactérias nas amostras de urina

e sonda uretral no acompanhamento de gatos diagnosticados com DTUIF obstrutiva,

avaliando o histórico do animal, os achados clínicos, exames laboratoriais, como

ultrassonografia, identificação e teste de sensibilidade aos antibióticos (antibiograma) quando

submetidos ao atendimento e ao internamento.

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

14

2 REVISÃO DE LITERATURA

A doença do Trato Urinário Inferior Felino (DTUIF), antes denominada por

“Síndrome Urológica Felina” (SUF), demonstra uma dificuldade entre os clínicos veterinários

na busca de um diagnóstico clínico eficiente. Esta doença reúne uma série de condições para

sua ocorrência, e não somente uma causa específica (PINHEIRO, 2009). Segundo Costa

(2009), o termo doença do trato urinário, constitui variadas condições que afetam a vesícula

urinária e a uretra dos felinos domésticos. As enfermidades, tais como cistite idiopática,

urolitíase, obstrução uretral, tampões uretrais, estenoses uretrais, associadas ou não podem

formar a DTUIF e possuem diagnósticos semelhantes em gatos entre um a 10 anos de idade

em comparação aqueles abaixo de um ano ou acima de 10 anos (OSBORNE et al., 2014).

Na anatomia do sistema urinário dos gatos, os rins são consideravelmente maiores,

mais curtos e espessos que o dos cães, são facilmente palpáveis e possuem certa mobilidade.

A bexiga localiza-se mais cranialmente dentro do abdome, uretra longa e estreita nos machos

e nas fêmas a uretra é mais larga. O autor cita também que o trato urinário superior

compreende aos rins e ureteres e o trato urinário inferior corresponde a bexiga e uretra

(DYCE, 2010).

De acordo com Nelson e Couto (2006), entre 30% a 70% dos gatos que tiveram algum

episódio de inflamação do trato urinário inferior, terão subsequentes recidivas. Esta

inflamação pode ocorrer conjunta aos urólitos de estruvita, microcálculo ou cristais que ferem

o uroepitélio. Para isso, deve haver uma concentração exacerbada de alguns formadores do

urólito, um pH desequilibrado e incontinência urinária.

A síndrome da DTUIF é observada em animais sedentários, consequentemente com

sobrepeso, isolados em casa ou em gatis, alimentando-se de ração seca. Porém essa doença é

verificada em gatos de qualquer sexo e idade, ocorrendo comumente entre machos de dois a

seis anos (RECHE JUNIOR; CAMOZZI, 2015).

2.1 Fatores contribuintes para enfermidade e epidemiologia

Os constituintes dos alimentos na nutrição dos gatos, especialmente os que contêm

magnésio, são conhecidos pelos clínicos por terem uma participação no desenvolvimento dos

cristais de estruvita e urólitos, que podem causar obesidade no animal, iniciando o processo

como causa principal ou agravando ainda mais a inflamação do trato urinário inferior. Os

alimentos secos, como a ração, ofertados aos felinos, possuem uma maior quantidade de

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

15

magnésio por quilocaloria que os alimentos enlatados ou semi-úmidos. Com isso, observa-se

que grande parte dos alimentos de constituição seca contêm alto teor de fibras, o que dificulta

a digestibilidade, em comparação aos alimentos semi-úmidos. Além do que, pode resultar

numa maior perda de água no volume fecal e consequentemente diminuir o volume urinário

(NELSON; COUTO, 2006).

Gerber (2008) citou que o fator de risco para a enfermidade idiopática, são os gatos

machos, com excesso de peso e que convivem com outro(s) gato(s) que possuem algum tipo

de conflito em casa. Com isso, demonstra-se que o estresse é um fator muito importante para

o desencadeamento da DTUIF. Associado a isso, animais que vivem dentro de casa,

sedentários e que se alimentam de ração prioritariamente seca, contribuem significativamente.

O autor mostrou que 27% dos gatos atingidos por DTUIF, foram alimentados com ração seca,

36% dos gatos tinham sedentarismo e excesso de peso e 73% viviam dentro das casas. De

acordo com Reche Junior; Hagiwara; Mamizuka (1998), para a ocorrência da doença, também

pode influenciar na obstrução, a idade, animais mais jovem tendem a ter maior probabilidade.

Quanto ao sexo, ocorre mais em machos que em fêmeas. Quanto à raça, os gatos persas tem

mais predisposição para a ocorrência. Em relação à castração, os animais tornam-se mais

sedentários e obesos, tornando-os susceptíveis.

Houston (2007) demonstrou que a maioria dos (Figura 1) urólitos vesicais são

constituídos por fosfato de amônio, magnésio ou por oxalato de cálcio. Houve uma

modificação, que consistiu numa prevalência do magnésio (estruvita) e de oxalato de cálcio

na alimentação felina. Essas modificações observadas em vários países incluem fatores, como

o clima e o modo de vida dos animais. Em estudo de Houston (2007), sobre urolitíase,

animais que permaneceram em ambientes fechados, que eram sedentários e tinham um

consumo de alimentos secos, estes fatores favoreceram para a ocorrência da doença.

Outro fator importante que contribui para a inflamação do trato urinário é o pH da

urina. De acordo com Gaskell (2006), o pH urinário é bem variável, mesmo que normalmente

seja ácido, essa instabilidade se dá pela composição da dieta. Em um animal que urina poucas

vezes e retêm na bexiga uma grande quantidade de urina, possuem um pH mais alcalino. A

infecção bacteriana no trato urinário inferior, pode associar-se significativamente com a

elevação do pH, por consequência da degradação da uréia na urina pelos microrganismos

produtores de uréase.

Observa-se em conformidade com Nelson e Couto (2006), que apesar da concentração

de magnésio, atuando na patogenia da cristalúria de estruvita seja importante, na

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

16

epidemiologia, o pH urinário é essencial na avaliação. A estruvita é, aproximadamente 100

vezes mais solúvel quando o pH urinário encontra-se em 6,4 do que em pH de 7,7.

De acordo com Reche Junior e Camozzi (2015), os estudos voltados a se descobrir a

etiologia específica da DTUIF foram falhos para encontrar o fator principal da inflamação do

trato urinário. Há hipóteses indicando que são primordiais, a inflamação neurogênica, com a

participação de mastócitos e irregularidade na camada superficial da mucosa urinária de

glicosaminoglicanas e infecções virais. Dessa forma, de acordo com Geber (2008), os fatores

mais relevantes para a ocorrência da doença estão relacionados mais com as características

dos animais do que com os fatores ambientais.

Figura 1 - Predominância das causas da DTUIF.

Fonte: Adaptado de Little, 2015.

2.2 Classificação da DTUIF

Segundo Santana et al., (2010) a DTUIF pode ser classificada como uropatia

obstrutiva ou não obstrutiva pela presença ou ausência de obstrução uretral (Figura 2),

respectivamente”. De acordo com Gaskell (2006), ocorre uma obstrução uretral devido a uma

mistura de cristais de estruvita e uma matriz proteica, que é mais prevalente em gatos machos

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

17

por fatores anatômicos da uretra e em gatos castrados. Observa-se cistite idiopática em ambos

os sexos. Essa obstrução nos machos faz com que haja um acúmulo de cristais de estruvita

(minerais), na extremidade externa da glândee ou nas glândulas bulbouretrais. A má

funcionalidade dos rins e no equilíbrio ácido-básico, com isso causa nos animais um efeito de

reduzir e interromper a filtração glomerular, causando acúmulo rápido de metabólitos

residuais na uretra.

Reche Junior e Camozzi (2015), demonstraram que as causas de DTUIF obstrutiva

mais relevantes são a cistite idiopática obstrutiva (29% a 53%), plugs uretrais (23% a 59%),

urólitos (10% a 18%) e outros associados a infecções bacterianas (2%). Afirma também que

os casos que DTUIF não obstrutiva apresenta caráter autolimitante, sendo assim a doença

tende a se resolver em um tempo de 5 a 10 dias. Os autores citaram que, 30 a 70% dos gatos

diagnosticados com a enfermidade apresentam recidivas dos sintomas. E estes animais

possuem uma taxa de mortalidade variável de 6 a 36%, verificando a maior ocorrência de

hiperpotassemia e uremia como causas de óbito.

Figura 2: Visualização do pênis do gato com obstrução uretral atendido no setor de Clínica

Médica de Pequenos Animais/HV/UFCG.

Fonte: Setor da Clínica Médica de Pequenos Animais/HV/UFCG, 2017.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

18

2.3 Sinais Clínicos

Os sinais clínicos variam de acordo com a classificação, no entanto alguns sinais

clínicos são semelhantes. Os gatos que não possuem obstrução uretral normalmente apresentam

polaciúria, disúria-estrangúria, hematúria e micção em locais inapropriados. Estes sinais são

observados facilmente quando os tutores possuem controle por seus felinos dentro de casa. No

entanto passam despercebidos quando os felinos vivem fora de casa. Os felinos machos com

obstrução uretral, dependendo do caso e da duração da obstrução, podem apresentar, entre 6 a

24 horas, ansiedade, tentativas incessantes de micção, vocalização característica, procura de

locais inapropriados e escondidos e lambedura de genitália. Se a uretra não for desobstruída

dentro de 36 a 48 horas, o animal apresentará azotemia, com isso, vômitos, desidratação,

fraqueza, anorexia, estupor, hipotermia, bradicardia e morte súbita (NELSON; COUTO,

2006).

Segundo Reche Junior e Camozzi (2015), é comumente observado no exame físico dos

animais com DTUIF, a bexiga repleta à palpação abdominal devido a obstrução, pulso

periférico fraco, aumento significativo da frequência respiratória, podendo ainda apresentar

bradicardia ou taquicardia, hipotermia ou hipertermia.

Os referidos sinais clínicos podem ser observados em gatos com cálculos vesicais,

neoplasias, infecções bacterianas do sistema urinário, dentre outras lesões. Desse modo não

caracteriza uma doença específica e em cerca de dois terços dos casos, os clínicos não

descobrem sua causa predisponente ou primária (WESTROPP, 2007). De acordo com Neves,

Wanderley e Pazzini (2011), é de extrema importância verificar as características das

principais afecções do trato urinário, bem como estudar as variações e suas manifestações,

para uma melhor compreensão, efetivando uma adequada qualidade de vida ao animal.

2.4 Infecção Bacteriana

Segundo Osborne et al., (2014), um dos problemas decorrentes da DTUIF é a

infecção bacteriana do trato urinário e geralmente não há uma detecção de bactérias

aeróbicas, pois o sistema imunológico dos felinos é bem eficaz. O grupo mais predisponente

são os gatos adultos jovens e os wde meia idade. No entanto quando uma infecção bacteriana

é detectada nesses animais, se dá por um fator geralmente secundário, principalmente em

casos de obstrução uretral. Nelson e Couto (2006), também afirmaram que essas infecções

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

19

secundárias por bactérias são comuns em felinos com cateteres urinários permanentes,

recebendo fluidos intravenosos propiciando a diurese.

As bactérias não são normalmente encontradas em uma DTUIF, porém isto não exclui

seu grau de importância quando diagnosticadas secundariamente, e segundo Dorsch et al.,

(2016), em um estudo feito sobre infecções do trato urinário, em um grupo de gatos, foram

detectados por meio de cultura microbiana, um isolamento de bactérias Gram positivas e

Gram negativas em animais que tinham apenas uma doença isolada do trato urinário, ou

animais que passaram por cirurgia urogenital, ou aqueles que foram tratados com sondas

vesicais, dentre outros, que possam causar infecção bacteriana. Dentre elas observou-se que

houve crescimento de Escherichia coli em comorbidade sistêmica e Streptococcus spp. e

Staphylococcus spp. foram encontrados em gatos com comorbidades locais. Neste estudo

ainda foram observados os agentes antimicrobianos que auxiliam no combate dessas

bactérias, dentre eles a Amoxicilina-Clavulanato ácido e Sulfametoxazol + Trimetoprim

foram os que melhor surtiram efeitos em algumas afecções decorrentes da DTUIF e de

doenças crônicas. E segundo o autor, a escolha do agente antimicrobiano deverá ser

administrada mediante resultados de cultura antimicrobiana e teste de sensibilidade.

Em outro estudo feito por Dokuzeylül et al. (2015), determinou-se as espécies

bacterianas encontradas no trato urinário inferior e a susceptibilidade a um agente

antimicrobiano, a cefovecina in vitro. O estudo demonstrou a Escherichia coli nos gatos com

sinais clínicos de infecção do trato urinário. No entanto foram isolados também Proteus spp.,

Staphylococcus spp. e Streptococcus spp. Foi realizada a atividade antibicrobiana da

Cefovecina de sódio, em que consistiu um antibiótico para tratamento de infecção do trato

urinário, infecções de pele e tecidos moles e foi comprovada sua eficácia em administração

subcutânea (SC). A terapia feita com antibióticos de forma indevida ou excessiva pode

provocar efeitos negativos aos pacientes, tais como resistência do antibiótico em futuros

tratamentos.

O diagnóstico de DTUI com infecção bacteriana em gatos deve ser feito a partir da

urinálise e na cultura urinária quantitativa (OSBORNE et al., 2014). Segundo Nelson e Couto

(2006), a cistocentese é a maneira mais eficaz para a coleta de urina a ser encaminhada para a

realização da cultura bacteriana. Faz-se também cultura microbiana quantitativa quando a

urina é coletada por micção espontânea, no entanto os resultados devem ser interpretados com

cautela.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

20

2.5 Diagnóstico

Para o diagnóstico correto da DTUIF, é necessário que tenha a investigação através da

anamnese, exames laboratoriais e de imagem. É importante que se avalie minuciosamente o

histórico ambiental e a alimentação e que posteriormente façam os exames fundamentais e

complementares (BARAL; LITTLE; BRYAN, 2015).

Em concordância, Reche Junior e Camozzi (2015), afirmaram que depois de toda a

anamnese, do exame físico, os exames complementares, devem ser realizados mediante

estabilização do quadro do animal, fazendo assim coleta de urina para avaliar o sedimento,

cultura e antibiograma e posteriormente exames de imagem. Se esses animais estiverem com

obstrução uretral é interessante que se avalie a gasometria e os eletrólitos sanguíneos (Sódio,

Cálcio, Cloreto, Magnésio), assim como se possível avaliação cardiorrespiratória do mesmo,

associando também com hemograma e bioquímica, e avaliando como um todo o animal para

buscar doenças concomitantes a DTUIF.

Os exames de imagem auxiliam no diagnóstico da DTUIF. A ultrassonografia está

sendo cada vez mais usada, por ter mais facilidade no manejo do animal e constitui uma

técnica menos invasiva e de rápida conclusão. Possibilita, portanto a visualização da bexiga e

rins e de outros órgãos, fazendo uma avaliação geral interna dos pacientes (BARAL; LITTLE;

BRYAN, 2015). Visualização da bexiga distendida, avaliar a espessura da parede, se há

lesões, coágulos sanguíneos, cálculos e outros possíveis achados (BARAL; LITTLE;

BRYAN, 2015).

Por mais que a ultrassonografia (Figura 3) seja de fácil acesso e manuseio, mas é

importante que seja feita também a radiografia investigativa na bexiga e nos rins para a

confirmação de algumas patologias, tais como urolitíase e rompimento de bexiga,

relacionadas com o trato urinário (BARAL; LITTLE; BRYAN, 2015).

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

21

Figura 3: Exame ultrassonográfico de bexiga de um gato com DTUIF atendido na Clínica

Médica de Pequenos Animais/HV/UFCG.

Fonte: Setor de Diagnóstico por Imagem /HV/UFCG, 2017.

O exame de diagnóstico por imagem da ultrassonografia e a radiografia são

rotineiramente utilizadas em gatos com DTUIF por apresentarem informações distintas e

importantes. A avaliação ultrassonográfica mostra como se encontra a parede da bexiga e o

conteúdo existente dentro da mesma (CARVALHO, 2016).

2.6 Tratamento

A DTUIF possui um carácter autolimitante, portanto poderá ser resolvida mediante

tratamento ou não, sendo a não obstrutiva. No entanto, para o manejo adequado desses

animais, é necessário que se investigue os diversos fatores contribuintes para a enfermidade,

se é a primeira ocorrência ou recidiva, se o animal está obstruído e seu estado clínico geral.

Com isso, para a instituição de um tratamento adequado, cada animal deverá ser avaliando

especificamente e individualmente para uma correta cura ou estabilização do quadro (RECHE

JUNIOR; CAMOZZI, 2015).

Os animais com DTUIF obstrutiva com plugs e pequenos cálculos, podem ser feitas

previamente com massagem peniana, a fim de que os sedimentos saiam naturalmente do

pênis, caso não aconteça, pode ser feita a sondagem uretral. Por ser dolorosa, a sondagem

deve ser feita mediante sedação do animal, para isso deverá avaliar o estado clínico e escolher

os anestésicos/sedativos corretos. Ou até mesmo tentar esvaziar a bexiga fazendo compressão

da mesma. Os autores cita que se não houver fluxo uretral normal, deverá utilizar o cateter, nº

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

22

24 ou nº 22, para a introdução de solução salina de 0,9%, tentando assim fragmentar o

material que esteja obstruindo a uretra (RECHE JUNIOR; CAMOZZI, 2015).

Reche Junior e Camozzi (2015) citam que no internamento, o animal deve ficar com a

sonda fixada por no máximo três dias, ou em casos de ruptura uretral, por sete a 10 dias.

Deve-se, portanto deixar um sistema de coleta de urina adaptado com o cateter, possibilitando

visualização da urina ou para novas avaliações urinárias. Os autores ainda recomendam que o

gato deva permanecer com o colar elisabetano durante o uso da sonda e que o ambiente

permaneça o mais limpo possível.

De acordo com Baral, Little e Bryan (2015), mesmo sendo que a infecção urinária em

gatos seja de difícil diagnóstico na sua ocorrência, os antibióticos ainda são prescritos a esses

animais. Em uma pesquisa realizada no Reino Unido, observou-se que os antibióticos são

associados ao tratamento em gatos na primeira consulta.

De acordo com a rotina das clínicas médicas, os clínicos veterinários continuam a

administrar a antibioticoterapia em gatos com DTUI, mesmo que o diagnóstico para infecção

urinária não tenha sido conclusivo, visto que essa doença tem caráter autolimitante e, portanto

estes animais parecem responder ao tratamento (BARAL; LITTLE; BRYAN, 2015).

Na intervenção do quadro, a fluidoterapia deverá ser aplicada nos gatos que se

encontram em quadro de obstrução, ou seja, estão possivelmente com azotmia e

hiperpotassemia. A solução que pode ser de escolha é a de Ringer com lactado, para gatos

com obstrução uretral (BARAL; LITTLE; BRYAN, 2015).

5 MATERIAL E MÉTODOS

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Biossegurança, sob o número de

protocolo CEP 06/2018.

O estudo foi realizado com 9 gatos, machos, sem raça e idade definidas, atendidos no

setor de Clínica Médica de Pequenos Animais (CMPA), situado no Hospital Veterinário da

Universidade Federal de Campina Grande, Patos-PB. Os animais diagnosticados com DTUIF,

com base na anamnese e no exame físico, foram encaminhados para o setor de diagnóstico

por imagem para a realização de ultrassonografia e identificação das alterações estruturais da

bexiga.

Inicialmente os animais foram submetidos à fluidoterapia, em seguida foram sedados

de acordo com o quadro clínico. Posteriormente os felinos foram sujeitos a sondagem vesical

com sonda número 4º e lavagem da bexiga.

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

23

5.1 Coletas de urina

No início da intervenção dos animais suspeitos com DTUIF obstrutiva, foram

coletados 5 ml de urina por cistocentese e via sonda urinária. E as amostras foram

identificadas e encaminhadas ao Laboratório de Patologia Clínica (LPC) e ao Laboratório de

Microbiologia (LM), ambos situados no Hospital Veterinário da Universidade Federal de

Campina Grande, Patos-PB, para exames de urinálise (sedimentoscopia) e urocultura

respectivamente.

5.2 Variáveis urinárias

A amostra de urina colhida da cistocentese ou pela sonda urinária foi encaminhada ao

laboratório de Patologia Clínica para a realização de urinálise onde foram determinados os

caracteres físico-químicos como, volume, cor, odor, densidade, aspecto, depósito, pH,

proteína, glicose, bilirrubina, urobilinogênio, cetona, nitrito, sangue e leucócitos. Também

analisada a sedimentoscopia, que consiste em avaliar a presença de hemácias, leucócitos,

cristais, cilindros, células epiteliais e microrganismos.

5.3 Análises Microbiológica

Para análise microbiológica da urina, o material coletado foi semeado em placas com

em meios Agar sangue, Agar Mac Conkey e Agar BHI, pelo método quantitativo e incubados

a 37ºC , em aerobiose. As leituras foram realizadas nos períodos de 24h, 48h e 72 h. Das

colônias bacterianas observadas nas amostras avaliadas foram realizadas esfregaços em

lâminas e submetidas à coloração de Gram. A identificação das espécies foi baseada no

Manual de Microbiologia Clinica (MURRAY et al. 1999).

Para a realização do teste de susceptibilidade in vitro aos antimicrobianos, foi utilizado

o método de difusão de discos em placas, com os seguintes antimicrobianos: Ampicilina 30

mcg, Amoxacilina / ácido Clavulanico 30/10 mcg, Sulfazotrim 30 mcg, Tetraciclina 30 mcg,

, Ciprofloxacina 30 mcg, Penicilina 10 UI, Norfloxacina 10 mcg, Cefalotina 30 mcg,

Cefoxitina 30 mcg, Azitromicina 30 mcg, Gentamicina 30 mcg e Cefalexina 30 mcg. A

interpretação dos resultados foi realizada com a leitura dos halos de inibição. Para o teste de

controle de qualidade foi utilizada a cepa de Staphylococcus aureus ATCC 25923 e

Escherichia coli ATCC 25922 (WATTS, 2013).

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

24

5.4 Análise Estatística

Os dados obtidos foram tratados individualmente e de forma descritiva.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

25

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nos achados da anamnese (Quadro 1), observou-se que dos animais atendidos, a

maioria apresentou vômito, sem ocorrência de diarreia, apresentavam também desidratação,

ingeriam pouca água e não urinavam.

Dentre os sinais clínicos observados correlacionados com a anamnese dos animais

com DTUIF obstrutiva, cita-se hematúria, apatia e disúria. A alimentação de 80% (7/9) desses

animais era ração seca de qualidade nutricional inadequada, apenas 10% (1/9) apresentou

diarreia, 60% (5/9) dos gatos não tinham uma boa disponibilidade de água em casa, 80% (7/9)

estavam com desidratação, achados estes também encontrados por Martins et al. (2013). Os

alimentos secos possuem quantidade de magnésio maior que os alimentos úmidos, estes

fatores podem agravar ainda mais o processo inflamatório, além de dificultar a absorção de

água pelo organismo, resultando numa menor excreção da urina (NELSON; COUTO, 2006).

Ainda pode constatar que na anamnese foi constatada que 90% (8/9) deles não eram

castrados. Sendo contrário, portanto a literatura informa que doença ocorre com mais

frequência em gatos machos castrados (GASKELL, 2006; COSTA, 2009 e MARTINS et

al,.2013). Tal discordância pode estar relacionada à quantidade de animais deste estudo (9),

que pode ter interferido neste fator de risco relacionado à castração.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

26

QUADRO 1 – Achados da anamnese de nove gatos (G1 a G9) atendidos no setor de Clínica

Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina

Grande (HV/UFCG) com diagnóstico de DTUIF obstrutiva.

ANIMAIS

ANAMNESE

G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9

Alimentação

Ração

Seca

Ração

Seca

Ração

Seca

Ração

Seca

Ração

Seca

Ração

Seca

Ração

Seca

Ração

Seca

Ração

Seca

Vômito

Não

Sim

NI

NI

NI

Sim

Sim

NI

NI

Diarreia

Não

Sim

Não

Não

Não

Não

Não

Não

Não

Ingestão de

Água

Não

Sim

(- +)

Não

Não

Não

Sim

(- +)

Sim

(- +)

Sim

Não

Sem urinar

(dias)

2

3

2

3

1

3

1

1

2

Castrado

Não

Não

Sim

Não

Não

Não

Não

Não

Não

Desidratação

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

NI

Sim

NI

Sim

NI = não informado.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

27

Dos casos avaliados (Quadro 2), em relação a sedimentoscopia da urina, essa foi

feita em oito animais, em virtude de uma amostra ter sido perdida no início do estudo. Em

90% (7/8) dos gatos foram observados achados de hematúria na lavagem vesical. De acordo

também com o estudo de (DIBARTOLA; WESTROPP e BARAL; LITTLE; BRYAN, 2015),

o exame laboratorial do sedimento urinário, indicou que as amostras devem ser avaliadas

quando frescas, pois os cilindros e elementos celulares da urina podem sofrer uma alteração

rapidamente quando em temperatura ambiente. Segundo estes, a presença de hemácias é

normal na avaliação da urina, no entanto, a quantidade em excesso é realmente associada a

enfermidades.

Nos exames dos gatos atendidos, 90% (7/8) tinham os valores de leucócitos acima

do referencial de 1 a 3 por campo. Segundo Dibartola; Westropp (2015), os leucócitos

encontrados na urina são normais quando contados em pouca quantidade. No entanto, um

número elevado (piúria), é indicativo de inflamação do trato urinário, infecção ou também ser

da contaminação do trato urogenital. De acordo com Costa (2009), quando na amostragem de

sedimento urinário houver presença de piúria, é necessário que se faça cultura microbiana e

antibiograma desta urina.

Na sedimentoscopia, as células epiteliais descamativas, foram encontradas em

pouca quantidade ou ausentes, cerca de 50% (5/8), as células túbulo renais 40% (4/8), células

de transição 30% (3/8). De acordo com Dibartola; Westropp (2015) e Martins et al., (2013), as

células epiteliais descamativas e células dos túbulos renais são consideradas normais no

achado de sendimentoscopia, com pouca significância no diagnóstico. Nos gatos com DTUI

obstrutiva foi pouco frequente. Assim como nos achados de células de transição, também

consideradas normais, quando elevadas podem ser significativo para infecção, irritação ou

neoplasia do trato urinário.

Na sedimentoscopia as bactérias encontradas podem ser associadas aos achados na

cultura microbiana da urina dos gatos. No estudo 40% (4/8) dos gatos apresentaram

moderados e raros cocos. Em relação à contaminação microbiana da urina, é válido ressaltar

que os microrganismos são muitas vezes difíceis de serem encontrados, pelo fato de que a

urina é considerada estéril e livre de bactérias. Animais que apresentem algum tipo de

contaminação externa seja por cateter ou obtidos por micção quando aparentes são

insuficientes para uma contagem correta. Mas se houver um grande número de bactérias na

urina observadas na sedimentoscopia, sugere uma infecção do trato urinário, e deve ser feito

analises concomitantes quanto à causa tais como, coleta, recipiente coletado, material de

análise e outros, pois pode resultar em um falso-positivo (DIBARTOLA; WESTROPP, 2015).

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

28

QUADRO 2- Resultados da sedimentoscopia de oito gatos (G2 a G9) atendidos no setor de

Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de

Campina Grande (HV/UFCG) com diagnóstico de DTUIF obstrutiva.

ANIMAIS

Sedimentoscopia G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9

Células epiteliais

Descamativas

0-2

p/c

<1

p/c

A

0-3

p/c

0-1

p/c

A

A

ICL

Células túbulo

Renais

0-2

p/c

A

A

A

0-1

p/c

0-3

p/c

A

ICL

Células de

Transição

A

A

A

A

A

0-1

p/c

IN

ICL

Hemácias

<1

p/c

<100

p/c

5

p/c

18-25

p/c

>100

p/c

>20

p/c

IN

IC

Leucócitos

1-4

p/c

2-6

p/c

3 p/c

8-12

p/c

<1

p/c

>10

p/c

4

p/c

IC

Bactérias

RC

MC

A

MC

A

A

A

MC

Cilindros

A

A

A

A

A

A

A

IC

Cristais

A

EST

EST

A

A

CGF

EST

IN

p/c = por campo; A = ausente; I = incontáveis; MC: moderados cocos; RC: raros cocos; EST

= estruvita; IC: incontáveis; ICL: inconclusivo; CGF: cilindro granular fino; IN: inúmeras por

campo

G1*: para o G1 não houve essa classificação, pois não foi solicitado o exame.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

29

Nos achados dos sedimentos urinários, verificou-se que na amostra de urina dos

gatos, apenas 10% (1/8) dos gatos obtiveram incontáveis cilindros na sua composição. Como

afirmou Dibartola; Westropp (2015), os cilindros no sedimento urinário é um achado

incomum, e quando há a presença deles é indicativo de lesão patológica renal de caráter

localizador, ou seja, estes achados indicam uma má funcionalidade no rim.

Os cristais na urina dos gatos com DTUI obstrutiva também foram avaliados. Foram

constatados que 60% (5/8) dos felinos apresentaram na urina os cristais, dentre eles estruvita e

cilindro granular fino. Citam-se sobre a sedimentoscopia, Dibartola; Westropp (2015), que os

cristais são achados comumente encontrados na urina e que o tempo de armazenagem dessa

urina antes de ser realizado o exame, pode influenciar no exame, pois a quantidade tende a

aumentar, por isto ressalta-se a importância da urina ser fresca para o detalhamento do exame.

Nos casos de gatos com DTUI, é um achado comum e importante ao ser associados com os

outros resultados obtidos. E em outras espécies os cristais podem indicar doença renal ou

hepática.

Segundo (COSTA ,2009; STOCKHAM, 2011) , quando o sedimento urinário

apresenta cristais, pode não ser indicativo de doença caso o gato não apresentar tampão uretral

ou urólito, pois normalmente estes cristais não danificam o urotélio vesical. Os cristais são

condições normais da urina que podem ou não serem sugestivos de urólitos ou cálculo.

Portanto não é um achado para a confirmação da DTUIF.

Nos gatos com DTUI obstrutiva observou-se na urinálise (Quadro 3) que a média

realizada da densidade urinária em 90% (7/8) dos gatos foi de 1,021, portanto dentro da

normalidade (ROSA , 2010; MARTINS et al., 2013).

No que diz respeito ao PH urinário, apresentou um valor médio de 6,9, visto que a

menor foi de 6,0 e a maior de 8,0. (OSBORNE et al., 2014; DIBARTOLA; WESTROPP,

2015) , defendem que o valor normal do pH da urina de cães e gatos varia entre 5,0 a 7,5. O

pH da urina dos gatos é normalmente acido, mas quando há alguma infecção no trato urinário

o pH torna-se alcalino. Costa (2009) afirma que se deve ter cuidado na avaliação do pH

urinário, visto que ele se torna alcalino normalmente após as refeições. E que o pH é

constantemente ácido quando pacientes são diagnosticados com urolítiase por oxalato de

cálcio.

Na urinálise foram constatados também os valores de proteína, que em 70% (7/8)

dos gatos apresentou-se positiva para proteína. E segundo Dibartola; Westropp (2015), nos

animais que apontam proteinúria de leve a moderada na urina pode ser indicativo de doença

glomerular, doença renal inflamatória ou DTUIF.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

30

As proteínas de menor peso molecular podem passar pela filtração glomerular e

nos animais saudáveis essas proteínas são reabsorvidas nos túbulos proximais, mostrando que

por isso as proteínas são praticamente inexistentes na urinálise. No entanto, ressaltou que nas

enfermidades que lesionam a barreira de filtração glomerular, as proteínas aumentam e

ultrapassam as barreiras dos túbulos proximais e são encontradas em grandes quantidades na

urina excretada (STOCKHAM, 2011; OSBORNE et al., 2014).

QUADRO 3- Principais achados da urinálise de nove gatos (G1 a G9) atendidos no setor de

Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de

Campina Grande (HV/UFCG) com diagnóstico de DTUIF obstrutiva.

URINÁLISE

ANIMAIS

Variável

G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9

Densidade

1,013

1,033

1,026

1,018

1,017

1,030

1,020

1,012

PH

6,0

6,5

7,5

7,0

8,0

6,0

7,5

7,0

Proteína

NI

++++

++

+++

+++

+

++

+++

Sangue

+++

+++

+

+++

+++

+++

+++

+++

NI: não informado

+ *: determina a quantidade de variável observada na urinálise

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

31

Dos gatos avaliados para o crescimento bacteriano (Quadro 4) da urina antes de

qualquer tratamento, 40%(4/9) obtiveram resultado Positivo. Desse crescimento positivo

pode-se constatar a presença de Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Proteus mirabilis.

As infecções bacterianas são raras no trato urinário dos felinos e estima-se que só ocorram em

2% dos casos. Para a realização do antibiograma é importante que os animais não estejam

recebendo tratamento a base de antibióticos, e caso estejam estes devem ser interrompidos

pelo menos 3 a 5 dias antes da coleta, para não adulterar os resultados. Na cultura bacteriana

da urina normalmente encontram-se Escherichia coli (COSTA, 2009; DORSCH et al., 2016)

Nos resultados para cultura microbiana das sondas vesicais dos animais internos

por três dias, pode-se certificar que 30% (3/9) apresentaram como resultado Negativo. E esses

mesmos três animais foram os que obtiveram resultados negativo para a cultura da urina (G5,

G7 e G8). No entanto, 70% (6/9) dos gatos tiveram como resultado Positivo, e as bactérias

encontradas foram Escherichia coli, Proteus mirabilis, Staphylococcus aureus, Klebsiella

pneumoniae e Streptococcus sp. Como afirma Costa (2009), os procedimentos de

desobstrução uretral, urestrostomia perineal, neoplasias e insuficiência renal, podem acarretar

em infecções bacterianas secundárias.

Em relação ao manejo com esses animais seria necessário que houvesse um

máximo de cuidados para que a contaminação não seja maior que aparenta. Os animais em

questão, por se tratarem de quadros emergenciais, eram colocados em mesas de atendimento,

que por muitas vezes não estavam assépticas. Na lavagem vesical as sondas foram usadas

estéreis, no entanto a desobstrução demorava mais que o esperado, e provavelmente pode ter

influenciado para a contaminação.

A cistocentese foi um método pouco empregado, visto que alguns animais eram

agressivos e mesmo com a tranquilização realizada anteriormente, o estresse era visto como

um fator agravante para o quadro do animal. Com isso foram feitas as desobstruções apenas

por cateterização e depois a passagem da sonda vesical. Desta maneira os animais eram

desobstruídos e logo depois realizada a lavagem da bexiga. Ao contrário do que dizem

(KINTOPP, 2006; ROSA, 2010; COSTA, 2013), recomendam o método de eleição para a

desobstrução é a cistocentese, que sendo feita à assepsia e tricotomia correta, evita novas

infecções, assim como diminui o risco de ruptura de bexiga.

Vários fatores podem ter contribuído para a infecção apresentada na sonda

urinária, uma vez que o internamento desses animais foi realizado em gaiolas e estas eram

higienizadas poucas vezes ao dia, possuiam tamanho regular, algumas tinham caixas de areia,

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

32

vasilha de água e comida. A sonda foi fixada no pênis no animal e foi colocada uma frauda

para evitar que esses animais tivessem o impulso de retira-la.

QUADRO 4 - Resultados das análises da cultura bacteriana da urina e sonda uretral de nove

gatos (G1 a G9) atendidos no setor de Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital

Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande (HV/UFCG) com diagnóstico de

DTUIF obstrutiva.

BACTÉRIAS

ANIMAL

ANTES (URINA)

DEPOIS (SONDA)

Gato 1

Staphylococcus aureus

Escherichia coli

Gato 2

Staphylococcus aureus

Staphylococcus aureus

Klebsiella pneumoniae

Gato 3

Negativo

Staphylococcus aureus

Klebsiella pneumoniae

Gato 4

Negativo

Streptococcus sp

Gato 5

Negativo

Negativo

Gato 6

Escherichia coli

Escherichia coli

Gato 7

Negativo

Negativo

Gato 8

Negativo

Negativo

Gato 9

Proteus mirabilis

Proteus mirabilis

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

33

Para os gatos com DTUI obstrutiva foram feitos os testes de sensibilidade aos

antibióticos (Quadro 5 e 6), de acordo com os resultados da cultura microbiana dos nove

gatos. No entanto foram observados infecções em apenas alguns animais. Em algumas

amostras a resistência foi de 100% para 13 tipos de antibióticos. E em outras amostras foram

satisfatórias para a sensibilidade dos tipos de antibióticos.

Walker (2009) sugeriu que os antibióticos como o grupo das Penicilinas

(amoxicilina, ampicilina, amoxicilina-clavulanato) ou Cefalosporinas (cefalexina, cefalotina,

cefazolina) podem ser administradas inicialmente no tratamento. E as Quinolonas

(levofloxacino) e Cefalosporinas (cefotaxima, ceftazidina) de terceira geração só poderão ser

usadas mediantes teste antimicrobiano.

No entanto Dibartola; Westropp (2015) citaram que a amoxicilina- ácido

clavulânico não é um fármaco indicado para tratamento urinário, devido a não necessidade do

clavulônico em associação. E afirma que a amoxicilina poderá ser usada, assim como a

enrofloxacina e cefovecina.

Os nove animais do estudo pareceram corresponder positivamente com a

antibióticoterapia empregada no internamento. A enrofloxacina foi empregada no tratamento

enquanto os animais ficaram internos. Mas vale ressalta que outros medicamentos foram

administrados e por isso auxiliado na recuperação do animais.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

34

QUADRO 5 - Resultados das análises do antibiograma da urina de quatro gatos (G1, G2, G6

e G9) atendidos no setor de Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da

Universidade Federal de Campina Grande (HV/UFCG) com diagnóstico de DTUIF

obstrutiva.

ANIMAIS

ANTIBIÓTICOS G1 G2 G6 G9

Ampicila R S R S

Amoxicilina+

Clavulanato

R S S S

Cefalexina R S R S

Cefotaxima R S R S

Ceftazima R R S S

Norfloxacin R R - -

Penicilina G R S - -

Tetraciclina R S R -

Sulfametaxozol+

Trimetoprim

R S R S

Imipenem R S S -

Azitromicina R - R S

Doxiciclina R S - S

Enrofloxacina - - - S

R: resistente; S: sensível

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

35

QUADRO 6 - Resultados das análises do antibiograma da sonda de gatos (G1, G2, G3, G4,

G6 e G9) atendidos no setor de Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário

da Universidade Federal de Campina Grande (HV/UFCG) com diagnóstico de DTUIF

obstrutiva.

ANIMAIS

ANTIBIÓTICOS G1 G2 G3 G4 G6 G9

Ampicila S R R - R R

Amoxicilina+

Clavulanato

R R R S R R

Cefalexina R R R R R R

Cefotaxima R R R S R R

Enrofloxacina S R - R - R

Imipenem S - R - S -

Sulfametaxozol+

Trimetoprim

R R R R R R

Tetraciclina S R R S R R

Penicilina G S R R S R R

Doxiciclina R R R S R R

Azitromicina S R R R R R

Cefazolima S R R - R -

Amicacina - - - S - -

R: resistente; S: sensível

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

36

7 CONCLUSÃO

A contaminação bacteriana está presente em pacientes diagnosticados com DTUIF

obstrutiva, decorrente principalmente do internamento com manejo inadequado da sonda

uretral. A DTUIF torna-se um desafio para os clínicos veterinários quanto às causas,

tratamento e manejo administrado a esses animais. É importante que cada etapa para a

confirmação e tratamento da DTUIF seja cumprida, de maneira que amenize os danos aos

animais. Deve-se dar orientação aos tutores quanto ao manejo adequado desses gatos para que

se evitem mais recidivas e promovendo o bem estar animal.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

37

REFERÊNCIA

BARAL, R. M.; LITTLE, S. E.; BRYAN, J. N.. Distúrbios do Trato Urinário. In: LITTLE, Susan

E.. O Gato: Medicina Interna. Ottawa: Editora Guanabara Koogan, 2015. Cap. 32. p. 1406-1443.

CARVALHO, C. F. Ultrassonografia de Pequenos Animais. 2. ed. São Paulo: Roca, 2016. 447. p.

COSTA, F. V. A. Contribuição ao estudo da doença do trato urinário inferior felino (DTUIF) –

Revisão de literatura. Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e

Animais de Estimação, Curitiba, v. 7, n. 23, p.448-463, 2009. Disponível em:

<http://medvep.com.br/wp-content/uploads/2016/04/Artigo225.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2016 e 29

jan. 2018.

DIBARTOLA, S. P.; WESTROPP, J. L.. Doenças do Trato Urinário: Testes Diagnósticos para o

Sistema Urinário. In: NELSON, Richard W.; COUTO, C. Guilhermo. Medicina Interna de Pequenos

Animais. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Cap. 5, p. 643-644-645-646-649-698. Small animal

internal medicine.

DYCE, K. M.. A pelve e os Orgãos Reprodutivos de cães e gatos. In: DYCE, K. M.; SACK, W. O.;

WENSING, C. J. G.. Tratado de Anatomia Veterinária. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. Cap.

15. p. 904-910. Renata Scavone de Oliveira.

DORSCH, R. et al. Urinary tract infections in cats. Prevalence of comorbidities and bacterial species,

and determination of antimicrobial susceptibility to commonly used antimicrobial

agents.Tierärztliche Praxis Kleintiere, v. 44, n. 4, p. 227-236, 2016.

DOKUZEYLÜL, B. et al. Bacterial species isolated from cats with lower urinary tract infection and

their susceptibilities to cefovecin. Irish Veterinary Journal, v. 68, n. 1, p.1-5, 2015.

GASKELL, C. J. Trato Urinário Inferior. In: CHANDLER, E. A.; GASKELL, C. J.; GASKELL, R.

M. Clínica e Terapêutica em Felinos. Tradução Paulo Marcos Agria de Oliveira 3. ed. São Paulo:

Roca, 2006. cap. 11. p. 256-265.

GERBER, B.. Feline lower urinary tract disease. Part I and Part II. University Of Zurich: Zurich

Open Repository and Archive. Rimini, p. 1-6. 01 jun. 2008. Disponível em:

<http://www.zora.uzh.ch/id/eprint/9270/1/Gerber_SCIVACCongressRimini_2008V2.pdf>. Acesso

em: 11 dez. 2017.

HOUSTON, D. M. Epidemiologia da urolitíase felina. Veterinary Focus, Boulogne, v. 17, n. 1, p.4-9,

2007. Disponível em: <http://conteudo.royalcanin.com.br/upload/FOCUS 17.1.pdf>. Acesso em: 11

ago. 2016.

KINTOPP, L. L. Doença do Trato Urinário Inferior dos Felinos Associada

à Obstrução Uretral por Tampões Uretrais e Urólitos. 2006. 162 f. Monografia

(Especialização) - Curso de Médica Veterinária., Universidade Tuiuti do ParanÁ, Curitiba,

2006. Cap. 3. Disponível em: <http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/09/doenca-trato-urinario-inferior-felinos.pdf>. Acesso em: 01 fev. 2018. MARTINS, G. S. et al. Avaliação clínica, laboratorial e ultrassonográfica de felinos com doença do

trato urinário inferior. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 5, p.2349-2355, 17 out. 2013.

Universidade Estadual de Londrina. http://dx.doi.org/10.5433/1679-0359.2013v34n5p2349.

Disponível em: <file:///C:/Users/vanes/Downloads/9418-68091-1-PB.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2018.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

38

MURRAY, P.R. et al. Manual of Clinical Microbiology. American Society for Microbiology. 7ed.

Washington. DC: ASM Press, 1999. 1773 p.

NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Inflamação do trato urinário inferior dos felinos. In:

______. Medicina Interna de Pequenos Animais. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. cap. 47. p.

617-623.

NEVES, L.; WANDERLEY, M. C.; PAZZINI, J. Doença do trato urinário em gatos (Felis Catus

Domesticus, LINNAEUS, 1758) atendidos em clínicas veterinárias da região de Ribeirão Preto -

SP. Nucleus Animalium, Ituverava, v. 3, n. 1, p. 115-136, maio 2011.

OSBORNE, C. A. et al. Doenças do trato urinário inferior dos felinos. In: ETTINGER, S. J.;

FELDMAN, E. C.Tratado de Medicina Interna Veterinária: Doenças do cão e do gato. 5. ed., v. 2.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. cap. 175. p. 1802-1841.

PEREIRA, J. D. B. DOENÇA DO TRATO URINÁRIO INFERIOR DOS FELINOS (DTUIF):

ASPECTOS ETIOLÓGICOS, DIAGNÓSTICOS E TERAPÊUTICOS. 65 f. Monografia

(Especialização) - Curso de Medicina Veterinária, Ciências Animais, Universidade

Federal Rural do Semi-Árido, Belém, 2009. Disponível em:

<https://www.equalis.com.br/arquivos_fck_editor/JULIANA DANIELE BRAGA PEREIRA - tcc

definitivo 2209.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2016.

PINHEIRO, A. P. Doença do Tracto Urinário Inferior Felino: um estudo retrospectivo. 47 f.

Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina Veterinária, Ciências Veterinárias, Universidade de Trás-

os-montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal, 2009.

RECHE JUNIOR, A.; CAMOZZI, R. B. Doença do Trato Urinário Inferior dos Felinos e Cistite

Intersticial. In: JERICÓ, M. M.; A. N., João Pedro de; KOGIKA, M. M. Tratado de Medicina

Interna de cães e gatos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2015. Cap. 17. p. 4463-4493.

RECHE JUNIOR, A.; HAGIWARA, M. K.; MAMIZUKA, E. Estudo clínico da doença do trato

urinário inferior em gatos domésticos de São Paulo. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci, São Paulo, v. 35, n.

2, p.69-74, fev. 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/bjvras/v35n2/35n2a04.pdf>. Acesso

em: 02 fev. 2018.

SANTANA, V. L. et al. Aspectos clínicos e epidemiológicos de gatos com doença do trato urinário

inferior felina atendidos no Hospital Veterinário na Universidade Federal de Campina

Grande. Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária de Pequenos Animais e Animais de

Estimação, Curitiba, v. 27, n. 8, p. 731-735, jun. 2010.

STOCKHAM, S. L.; SCOTT, M. A.. Sistema Urinário. In: STOCKHAM, Steven L.;

In____.. Fundamentos de Patologia Clínica Veterinária. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,

2011. Cap. 8. Cid Figueiredo.

ROSA, L. S. S.. DOENÇA DO TRATO URINÁRIO INFERIOR FELINO. 2010. 18 f. TCC

(Graduação) - Curso de Medicina Veterinária, Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,

Campo Grande, 2010. Disponível em:

<http://www.pubvet.com.br/uploads/a8b4bcfdb632a9178773d67f2739f2ce.pdf>. Acesso em: 14 dez.

2017.

WALKER, D. Feline urethral obstruction: A clinical refresher. Irish Veterinary Journal. Hatfield, p.

1-9. mar. 2009. Disponível em:

<http://www.veterinaryirelandjournal.com/oldsite/Links/PDFs/CESmall/CESA_March_2009.pdf>.

Acesso em: 30 jan. 2018.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Quadro 2 - Resultados da sedimentoscopia de nove gatos (G2 A G9) atendidos ... 2 REVISÃO DE LITERATURA A doença

39

WATTS, J. L. et al. Perfomance standars for antimicrobial disk and dilution susceptibility tests for

bactéria isolated from animals. Clinical And Laboratory Standards Institute, Wayne, v. 33, n. 7,

p.1-17, jul. 2013. Disponível em: <http://shop.clsi.org/site/Sample_pdf/VET01A4_sample.pdf>.

Acesso em: 18 ago. 2016.

WESTROPP, J. L. Gatos com sintomas do trato urinário inferior. Veterinary Focus, Boulogne, v. 17,

n. 1, p. 10-17, 2007. Disponível em: <http://conteudo.royalcanin.com.br/upload/FOCUS 17.1.pdf>.

Acesso em: 11 ago. 2016.