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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA FLORESTAL CAMPUS DE PATOS - PB CÉSAR HENRIQUE ALVES BORGES IMPLANTAÇÃO DE PARCELAS EXPERIMENTAIS PARA ESTIMATIVA DE PERDAS DE SOLO E ÁGUA NO NÚCLEO DE DESERTIFICAÇÃO DO SERIDÓ Patos Paraíba 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA FLORESTAL

CAMPUS DE PATOS - PB

CÉSAR HENRIQUE ALVES BORGES

IMPLANTAÇÃO DE PARCELAS EXPERIMENTAIS PARA ESTIMATIVA DE

PERDAS DE SOLO E ÁGUA NO NÚCLEO DE DESERTIFICAÇÃO DO SERIDÓ

Patos – Paraíba

2014

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CÉSAR HENRIQUE ALVES BORGES

IMPLANTAÇÃO DE PARCELAS EXPERIMENTAIS PARA ESTIMATIVA DE

PERDAS DE SOLO E ÁGUA NO NÚCLEO DE DESERTIFICAÇÃO DO SERIDÓ

Monografia apresentada à Universidade Federal de Campina Grande, Unidade Acadêmica de Engenharia Florestal, como parte das exigências para obtenção do Grau de Engenheiro Florestal.

Orientador: Prof. Jacob Silva Souto, Dr.

Patos – Paraíba – Brasil

2014

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DEDICO este trabalho aos meus pais José Iromar Borges e

Rita Alves dos Santos Borges; A meu irmão Danilo César e

minha sobrinha Geovana, por terem acreditado na minha

pessoa e, que sempre estiveram presente em todas as

dificuldades e barreiras vencidas em minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse ао longo dе

minha vida, е nãо somente nestes anos como universitário, mas que em todos оs

momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer;

Aos meus pais José Iromar Borges e Rita Alves dos Santos Borges, MUITO

OBRIGADO!

A meu irmão Danilo César e minha sobrinha Geovanna (avós, tios, cunhada e

primos) pelo apoio, confiança e capacidade, o meu muito obrigado;

Ao orientador, Prof. Jacob Silva Souto, pela amizade, conselhos, confiança e

apoio na elaboração deste trabalho: MEUS SINCEROS AGRADECIMENTOS!

Aos membros da Banca Examinadora, Dr. Francisco de Assis Pereira

Leonardo e a Professora Drª Patrícia Carneiro Souto, pela disponibilidade da

participação e pelas valiosas contribuições, muito obrigado.

Ao amigo Mário Medeiros Damasceno por disponibilizar a área onde foi

realizada minha pesquisa, amizade, apoio e incentivo, muito obrigado.

Aos moradores da Fazenda Cachoeira de São Porfírio: Senhor João, Dona

Lourdes e Rossana.

Aos colegas do Grupo de Pesquisa/CNPq DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL NO SEMIÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO.

A equipe que realizou o trabalho de campo: Jacob Souto, Patrícia Souto,

Jorge Zea, Mario Damasceno, Roberto Barroso, Francisco Leonardo (Chicão),

Lauter Souto, Francisco Rufino, Fábio Lima, Valério Damásio, Sadry Airon, Mathaus,

Marília Pinto e João Henrique.

Ao amigo Tibério Alencar pela ajuda no Software TrackMaker.

A todo corpo docente da Unidade Acadêmica de Engenharia Florestal:

Patrícia Souto, Jacob Souto, Antônio Amador, Antônio Lucineudo, Naelza

Wanderley, Ivonete Bakke, Olaf Bakke, Eder Arriel, Diércules Rodrigues, Ricardo

Viegas, Elenildo Queiroga, Josuel Arcanjo, Lúcio Coutinho, Joedla Rodrigues, João

Batista, Maria do Carmo Learth, Gilvan Campelo, Assíria Ferreira, Rozileudo,

Elisabeth, Lendro Calegari, Carlos Lima, Rivaldo Vital, Alana Candeia, Valdir

Mamede, Paulo Bastos, Izaque, Maria das Graças que contribuíram diretamente e

indiretamente para minha formação.

As secretárias Ednalva Brito e Ivanice Ferreira, pela amizade e confiança.

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Aos queridos funcionário da UFCG: Francisco das Chagas (Chaguinha), Soró,

Fia, Quitéria, Robertão, Inês, Maria José, Suely, Neta, Camila, Damião, Corrinha, por

todo apoio e amizade.

A todos os meus amigos e companheiros de apartamento, Leonardo

Palhares, Lyanne Alencar, Ana Yasha e Roberto Barroso por todos os momentos

que passamos juntos. NUNCA ESQUECEREI!

Aos meus amigos da turma 2008.1: Marília Pinto, Aretha Martins, Felipe

Ragner, Raony Galvão, Ane Cristine, Yuri Lucas, Rosângela Viana, Jordânia Xavier,

Djailson Junior, Nadson Alecrin, Kelly do Ó, Allan Kardec, Camila Nóbrega.

A todos os meus amigos: Túlio Alencar, João Henrique, Tibério Alencar,

Rosivânia, Érika Pinto, Tatiana Tavares, Jessica Pessoa, Ikallo George, Talytta

Ramos, Rafaela Bezerra, Thannize Alencar, Rubens (Dezi), Bianca Maria, Walleska

Medeiros, Samara Cardoso, Simone Gomes, Aline Conceição, Camila Mendonça,

Beth Albuquerque, Camilla Cortez, Thiago Galvão, Giácomo Canário, Willian

Marcos, Mylla Raize, Kallyandra Cavalcante, Lydiane Cavalcante, Bianca Maria,

Quézia Grilo, Itallo (toshi), Francisco José (Franzé), Alciênia, Percillyane Yrlei,

Vanessa Nascimento, Jessica Rodrigues, Josias Lucena e Valério Damásio.

Enfim, a todos aqueles que por ventura tenha esquecido de citar seus nomes

e aqueles que por vários momentos compartilharam alegrias e tristezas em toda

essa minha trajetória, os meus sinceros AGRADECIMENTOS!!!

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 9

2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 11

2.1 Núcleo de Desertificação do Seridó .................................................................... 11

2.2 Erosão do solo .................................................................................................... 11

2.3 Erosão Hídrica ..................................................................................................... 14

2.4 Erosão hídrica em regiões áridas e semiáridas ................................................... 15

2.5 Parcelas Experimentais no monitoramento de erosão ........................................ 16

2.6. Uso de parcelas experimentais .......................................................................... 18

3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 19

3.1 Localização e caracterização da área de estudo ................................................ 19

3.2 Implantação das parcelas experimentais ............................................................ 21

3.2.1 Fase de reconhecimento da área experimental ............................................... 21

3.2.2 Abertura de trincheira e coleta de amostra de solo .......................................... 22

3.2.3 Monitoramento da precipitação ........................................................................ 24

3.2.4 classificação do solo próximo às parcelas experimentais ................................ 24

3.3 Procedimentos adotados para implantação das parcelas experimentais ............ 25

3.4. Estudos que poderão ser realizados utilizando-se as parcelas de perdas de solo

.................................................................................................................................. 26

3.4.1. Erodibilidade do solo ...................................................................................... 26

3.4.2 Avaliação das perdas de água e solo nas parcelas ......................................... 27

4 Considerações Finais .......................................................................................... 279

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 30

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BORGES, César Henrique Alves. IMPLANTAÇÃO DE PARCELAS EXPERIMENTAIS PARA ESTIMATIVA DE PERDAS DE SOLO E ÁGUA NO NÚCLEO DE DESERTIFICAÇÃO DO SERIDÓ. 2014. 38f. Monografia (Graduação em Engenharia Florestal). Curso de Engenharia Florestal, CSTR/UFCG, Patos – PB, 2014.

RESUMO

Pretende-se com o presente estudo desenvolver metodologia apropriada para o semiárido do Nordeste brasileiro no que tange a instalação de parcelas experimentais para estudos de perdas de solo e água. O experimento foi desenvolvido na Fazenda Cachoeira de São Porfírio, localizada no município de Várzea-PB, nas coordenadas 06º 48‟ 35” S e 36º 57‟ 15” W, a 271 m de altitude, em área inserida no Núcleo de Desertificação do Seridó. O experimento foi constituído de quatro parcelas experimentais de 5,55 m², com dimensões de 3,7 m × 1,5 m, com a maior dimensão no sentido do declive. As parcelas foram construídas com chapas metálicas de 30,0 cm de altura, sendo aproximadamente 10,0 cm cravados no solo, providas de um sistema coletor de enxurrada na sua extremidade inferior. O coletor é constituído de uma calha metálica conectada a uma estrutura de coleta posicionada na extremidade inferior, de menor cota da área experimental, consistindo de um recipiente plástico (50 litros). Este recipiente plástico tem uma saída composta por um divisor tipo 'Geib', provido de sete aberturas, e a abertura central é conectada a outro recipiente plástico de 50,0 litros que armazenará o volume de escoamento que passou pela fração de 1/9 do divisor „Geib‟. Quando se tratar de experimentos que visem quantificar perda de nutrientes, principalmente na enxurrada, recomenda-se que seja realizada análise química da água utilizada nos ensaios. O uso das parcelas experimentais por outros profissionais da área deverá ser incentivado, tendo em vista que, nas condições do Seridó oriental da Paraíba não há estrutura semelhante. Palavras-chave: semiárido brasileiro, erosão do solo, divisor “Geib”

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BORGES, César Henrique Alves. IMPLEMENTATION OF EXPERIMENTAL PLOTS

FOR ESTIMATED LOSS OF SOIL AND WATER IN THE NUCLEUS OF SERIDÓ

DESERTIFICATION. 38 pgs. Monograph (Graduation in Forestry). Course of

Forestry Engineering, CSTR / UFCG Patos- PB, 2014.

ABSTRACT

The aim of this study was to develop appropriate methodology for the semi-arid

northeastern Brazil regarding the installation of experimental plots for studies of soil

and water loss. The experiment was conducted at Cachoeira de São Porfírio Farm,

located in the municipality of Varzea-PB, the coordinates 06º 48 '35 "S and 36 57' 15"

W, to 271 m of altitude, in an area included in the Center for Seridó Desertification.

The experiment consisted of four experimental plots of 5.55 m², with dimensions of

3.7 m × 1.5m, with the longest dimension in the direction of the slope. The plots were

constructed with metal sheets of 30.0 cm, about 10.0 cm being driven into the soil,

are fitted a runoff collector system at its lower end. The manifold consists of a

structure connected to a collecting positioned at the lower end of the experimental

area smaller dimension metallic gutter, consisting of a plastic container (50 liters).

This plastic container has an output comprising a divider type 'Geib', fitted with seven

openings, and the central opening is connected to another plastic container of 50.0

liters to store the volume of runoff that passed by the fraction of the ninth 'Geib'

divisor. In the case of experiments aimed at quantifying nutrient loss, mainly in the

flood, it is recommended to be performed chemical analysis of the water used in the

tests. The use of experimental plots by other professionals should be encouraged,

given that, under the conditions of the eastern Seridó Paraíba no similar structure.

Keywords: Brazilian semiarid region, soil erosion, splitter "Geib"

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1 INTRODUÇÃO

O conhecimento das perdas de solo e água através da erosão hídrica, bem

como os outros fatores que compõem os modelos de predição do processo erosivo

(Universal Soil Loss Equation - USLE) é importante para o planejamento

conservacionista, contribuindo para o uso sustentável dos solos.

Dentre os fatores que atuam no processo erosivo do solo, a erosividade da

chuva (fator R) é um dos mais importantes, pois a precipitação é a força motriz da

erosão hídrica e tem uma influência direta na quebra dos agregados e no

escoamento superficial. O fator R é um índice numérico que expressa à capacidade

da chuva, esperada em dada localidade, de causar erosão em uma área sem

proteção. O EI30 é um dos índices de erosividade mais utilizados atualmente e

apresenta uma boa correlação com perdas de solo em diversos estudos no Brasil

(BERTONI; LOMBARDI NETO, 2010).

Quando se trata do clima, no semiárido brasileiro constata-se que há a

ocorrência de secas estacionais e periódicas, cujo prolongamento proporcionará

efeitos deletérios às atividades agrícolas e pecuárias, afetando de sobremaneira a

permanência da população rural no campo, causando, por conseguinte, o êxodo

rural.

A região semiárida do Nordeste do Brasil se caracteriza pela má distribuição

das chuvas no tempo e no espaço, apresentando um período chuvoso que, em

alguns anos, se concentra de fevereiro a junho, representado por chuvas de alta

intensidade e de curta duração, resultando em elevado risco de perda de solo.

O escoamento é o excesso de água que não infiltra no solo, podendo ser

influenciado pelas propriedades intrínsecas desse e pelo modo como a água atinge

sua superfície. Fatores tais como textura, estrutura do solo, porosidade, declividade

do terreno, rugosidade superficial e umidade influem no escoamento de água no

solo. A baixa condutividade hidráulica do solo, também é responsável por um

aumento no escoamento superficial de água em relação a um solo seco, resultando

em grandes perdas de água solo e fertilizantes.

A irregularidade das chuvas face às secas periódicas propiciou o

desenvolvimento de uma vegetação que se adaptou às condições ambientais locais,

conhecida por caatinga. Os vegetais que crescem e se desenvolvem no semiárido

brasileiro apresentam adaptações, a exemplo da caducifolia e de um sistema

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radicular extenso, que os fazem sobreviver a longos períodos de estiagem.

Entretanto, há a ocorrência de estrato herbáceo que sobrevive por curtos períodos

(plantas efêmeras).

Um problema que muito tem contribuído para a degradação ambiental é a

erosão, que corresponde ao desprendimento, transporte e deposição de partículas

de solo, ocasionados pela ação do vento (erosão eólica) e da água (erosão hídrica),

sendo as principais causas da degradação de terras agrícolas (PRUSKI, 2006).

A retirada da vegetação, principalmente para uso doméstico e produção de

energia, contribui favoravelmente para a erosão do solo, pois, deixará o solo

desnudo, favorecendo, assim, o impacto direto das gotas de chuva diretamente

sobre a superfície do solo. Neste momento tem início o primeiro tipo de erosão,

denominada de erosão por embate ou pancada, onde irá ocorrer a desagregação

das partículas do solo (salpicamento), o seu transporte e, por último, a sedimentação

dessas partículas.

A erosão dos solos é um dos mais importantes problemas ambientais em todo

mundo. No semiárido do Nordeste brasileiro não é diferente, pois, pesquisas sobre

erosão hídrica em regiões áridas e semiáridas são escassas.

No Estado da Paraíba, a erosão hídrica do solo tem prejudicado bastante os

agricultores, tendo em vista que causa enormes prejuízos, a exemplo da diminuição

da fertilidade do solo, arraste de camadas de solo para as partes mais baixas do

terreno, provocando assoreamento de córregos e rios e, em última escala,

diminuindo a produção agrícola. Diante dessa constatação, resta, na maioria das

vezes, o abandono da terra e, o êxodo rural.

O Núcleo de Desertificação do Seridó, localizado entre os Estados da Paraíba

e Rio Grande do Norte, apresenta índice de degradação elevadíssimo. Mister se faz,

portanto, ações de pesquisa no que tange o estudo das perdas de solo e água nesta

área. Diante disso, surge a necessidade de implantar parcelas experimentais

permanentes no Núcleo de Desertificação do Seridó.

O presente estudo objetivou a implantação de parcelas experimentais para

estimativa de perdas de solo e água no semiárido da Paraíba, dando-se ênfase aos

aspectos metodológicos.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Núcleo de Desertificação do Seridó

No Brasil, as áreas suscetíveis à desertificação alcançam 980.711 km2,

distribuídos em oito estados do Nordeste e no norte do Estado de Minas Gerais. Na

região do Seridó, localizada entre os Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, a

área afetada é de aproximadamente 2.341 km2 e a pressão antrópica, que contribuiu

para este processo, foi relativa às queimadas, ao cultivo do algodão, pastoreio e ao

desmatamento, principais responsáveis pela perda da diversidade florística

(LUETZELBURG, 1923; ANDRADE-LIMA, 1981).

Historicamente, a região sempre teve a pecuária extensiva como base de

atividade econômica, principalmente ligada à agricultura de subsistência.

Futuramente, o auge econômico da região vai ser atingido com o surgimento da

cultura do algodão, levando a um grande adensamento populacional. Já entre as

décadas de 1930 e 1940, a mineração, pontualmente, tornou-se outro fator de forte

impacto ambiental (SALES, 2006). Atualmente, a atividade ceramista é considerada

muito degradadora, visto que, além do desmatamento causado, é responsável pela

retirada de argila, o que, para Sampaio et al. (2003), favorece desnivelamento do

terreno e o surgimento de crateras desiguais, prejudicando as atividades agrícolas,

sem objetivos de sustentabilidade a longo prazo na região.

A vegetação do Seridó é denominada como hiperxerófila, com aspecto

arbóreo-arbustivo esparso e se fixa em solos rasos, predominando os Neossolos,

pedregosos e erodíveis. No estrato herbáceo predomina principalmente a espécie

capim panasco (Aristida setifolia), e as cactáceas estão representadas pelo xique-

xique (Pilosocereus gounellei) e mandacaru (Cereus mandacaru), ocorrendo

também variação fisionômica quanto ao porte, biomassa e densidade de plantas

(COSTA et al., 2002).

2.2 Erosão do solo

A erosão, segundo Cassol e Reichert (2002), é o processo de

desprendimento, arraste e deposição das partículas do solo. Este processo é

12

descrito como físico energético gerado a partir das interações de agentes ativo

(vento e chuva) e passivo (solo) do sistema natural. Dependendo das características

desses agentes e suas interfaces, este processo pode transformar em trabalho,

originando as perdas de solo, água e outras substâncias do solo.

Wischmeier e Smith (1978) ressaltam que quatro fatores e suas inter-relações

são considerados determinantes da taxa de erosão hídrica: o clima, principalmente a

precipitação pluviométrica; o solo, notadamente sua resistência à desagregação; a

topografia, especialmente o grau do declive e o comprimento de rampa; e a

cobertura do solo. Como os três primeiros fatores não podem ser modificados

facilmente, a cobertura do solo e o manejo das culturas assumem um importante

papel no que se refere ao controle da erosão provocada pela chuva. Bertoni e

Lombardi Neto (2010) afirmam que os diferentes sistemas de cultivo propiciam

diferentes condições finais de exposição do solo aos agentes erosivos, visto que

promovem mobilização e cobertura vegetal diferenciada, ocasionando diferentes

graus de proteção contra as perdas de solo e água. Assim, o manejo do solo tem

grande influência no processo erosivo.

A erosão do solo se caracteriza pela retirada de material superficial, levando

ao empobrecimento do solo e em situações extremas à desertificação. O processo

de erosão resultante de combinações de fatores que são submetidos e estão

interligados entre si, e apresentam uma maior variabilidade espacial e temporal,

transformando este fenômeno difícil de equacionar e quantificar (HAAN et al., 1994;

ÁLVARES; PIMENTA, 1998).

Segundo Silveira (1998), “O solo desprovido da cobertura vegetal e da ação

fixadora das raízes, exposto ao impacto direto das gotas de chuva, sofre

desagregação, efeito que é complementado pela energia do escoamento superficial

das águas, causando elevadas perdas de solo”.

A erosão é um dos problemas mais imediato da humanidade, tendo já afetado

milhões de hectares de terras antes cultiváveis e já reduziu muitos outros a uma

situação definitivamente submarginal. O solo perdido pela erosão hídrica é

geralmente mais fértil, contendo os nutrientes das plantas, húmus e algum

fertilizante (BERTONI; LOMBARDI NETO, 2010)

Em muitas localidades ainda se pratica o uso irracional do solo, ao lado do

uso indiscriminado do fogo, do pastoreio esgotante, da exploração desmedida das

matas. Quando a cobertura vegetal é total ou parcialmente removida, o impacto da

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gota da chuva e o resultante desprendimento das partículas de solo são um dos

principais fatores da erosão do solo por ação das chuvas. Assim, inicia a erosão,

provocando grande dano ao solo, enchentes ocorrem com maior frequência e com

maior intensidade (BERTONI; LOMBARDI NETO, 2010).

A erosão dos solos, além de reduzir a capacidade de produção das culturas,

pode causar sérios danos ambientais, como assoreamento e poluição das fontes de

água. Ainda assim, usando adequados sistemas de manejo do solo e adequadas

práticas conservacionistas, os problemas de erosão podem ser devidamente

resolvidos (COGO et al., 2004).

A determinação de fatores erosivos através da Equação Universal de Perda

de Solo auxilia para que se tenha uma estimativa mais precisa das perdas de solo,

servindo como guia para o planejamento do uso do solo e determinação das práticas

de conservação do solo mais apropriadas a uma dada área (BERTONI; LOMBARDI

NETO, 2010).

Braida e Cassol (1999) observaram que os resíduos vegetais, quando

mantidos sobre a superfície do solo, têm alta eficiência no controle da erosão.

Porém, essa eficiência está ligada ao tipo e à quantidade de resíduos vegetais

utilizados para tal controle. Verificaram, ainda, que as mesmas quantidades de palha

de milho e trigo, apesar de os resíduos de milho não cobrirem o solo tão

eficientemente quanto os do trigo, são igualmente eficientes em reduzir a erosão,

devido à similaridade dos seus efeitos sobre o fluxo superficial.

Diversos trabalhos abordam as perdas de nutrientes por erosão, para

diferentes sistemas de manejo e cobertura do solo, principalmente para culturas

anuais (HERNANI et al., 1999; BERTOL et al., 2004; BERTOL et al., 2007). Apesar

disso, para culturas como a da cana-de-açúcar, sob colheita mecanizada, há

carência de informações na literatura sobre as perdas de nutrientes por erosão.

A maioria dos estudos sobre erosão foram realizados em parcelas de

dimensões entre 100 e 2000m², sob chuva natural, medindo-se perdas de solo, de

água e de elementos arrastados ou dissolvidos, tendo como base a equação

universal de perdas de solo (WISCHMEIER; SMITH, 1978), que considera o efeito

da chuva como a média do volume e da intensidade anual. Mas existem poucos

estudos destacando o efeito das chuvas intensas.

A erosão geológica ocorre naturalmente no ambiente, sem ser percebida pelo

homem com o passar dos anos. Já na erosão acelerada, a ação antrópica

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desempenha um papel importante, implicando na remoção de grande massa de

material em curto prazo, abrindo sulcos mais ou menos profundos na superfície do

terreno e destruindo o solo na zona rural (BIGARELLA, 2007).

Os sedimentos originados pela erosão podem ser depositados no fundo dos

vales, provocando o assoreamento de cursos d‟água ou de reservatórios,

constituindo um dos mais graves impactos da erosão no meio ambiente, causando

um desequilíbrio das condições hidráulicas, promovendo enchentes, perdas da

capacidade de armazenamento de água, o incremento de contaminantes químicos e

gerando prejuízos ao abastecimento e produção de energia (KERTZMAN et al.,

1995).

2.3 Erosão Hídrica

A erosão hídrica é provocada pela ação inicial da gota de chuva incidindo

diretamente sobre a superfície do solo. Após golpear a superfície do solo, partículas

são lançadas à distância, provocando a degradação do solo, tornando-a mais

susceptível ao arraste pela água que se encontra na superfície do solo (SOUTO et

al., 2004).

Para Guadagnin et al. (2005) a erosão hídrica do solo é um processo natural

influenciado pela chuva, pela topografia, pela cobertura e manejo do solo e pelas

práticas conservacionistas. Entre esses fatores, a cobertura e o manejo do solo

apresentam maior influência sobre a erosão hídrica do que os demais.

A erosão hídrica é uma das principais causas da degradação dos solos

brasileiros. Ela se processa por meio da desagregação que é ocasionada tanto pelo

impacto direto das gotas de chuva e pelas águas que escorrem na superfície. Em

ambos os casos é uma excessiva forma de energia cinética (LEPSCH, 2002).

A erosão hídrica acarreta enormes prejuízos à vida no planeta, seja pela

poluição da água, redução da produtividade, fertilidade e sustentabilidade dos

sistemas agrícolas (SANTOS et al., 2011) ou pelo aumento da degradação

ambiental, com enormes implicações de ordem física, financeira e social (OLIVEIRA

et al., 2010).

A cobertura do solo com resíduos culturais deixados tem ação direta e efetiva

na diminuição de erosão hídrica, em virtude da dispersão de energia cinética das

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partículas da chuva, de modo que diminui a desagregação dos fragmentos de solo e

aumenta a infiltração de água (SLONEKER; MOLDENHAUER, 1977; COGO, 1981).

Sobre a influência da cobertura vegetal nos processos de erosão, Silva et al.

(2005) ressaltam que a vegetação pode atuar de duas maneiras: a) reduzindo o

volume de água que chega ao solo, por meio da interceptação; b) alterando a

distribuição do tamanho das gotas de chuva, afetando, portanto, a energia cinética

da chuva.

2.4 Erosão hídrica em regiões áridas e semiáridas

Em regiões semiáridas, a desintegração dos solos pela erosão hídrica é um

grave empecilho, por isso vem sendo estudada nos últimos tempos por órgãos e

pesquisadores que se preocupam com a aparência e as relações socioeconômicas e

físicas do semiárido (SANTOS et al, 2007).

Nas regiões áridas e semiáridas, onde há escassez de chuva e, a cobertura

vegetal é mínima, o solo se encontra em uma situação propícia às intempéries.

Geralmente, nestas regiões, as chuvas apresentam potencial erosivo alto, ou seja,

são de curta duração e alta intensidade. Estas características das chuvas favorecem

a erosão hídrica, visto que, os solos são, geralmente, jovens, rasos e com baixos

teores de matéria orgânica (SOUTO, 2002)

A região semiárida do Nordeste brasileiro sofre com a irregularidade

pluviométrica, pois a precipitação nessa região, além de apresentar má distribuição

espacial, apresenta também uma péssima distribuição temporal, influenciando

diretamente no escoamento superficial e na produção de sedimentos (SANTOS et

al., 2006).

Em regiões semiáridas, como é o caso de áreas ocorrentes no Estado da

Paraíba, a erosão dos solos é um grave empecilho, e, por isso, os aspectos físicos

do solo e suas relações ambientais e socioeconômicas vêm sendo estudados nas

últimas décadas por muitos pesquisadores (ALBUQUERQUE et al., 2005; SOUZA et

al., 2009; 2011).

16

2.5 Parcelas Experimentais no monitoramento de erosão

O desenvolvimento de equações preditivas da perda de solo iniciou-se na

década de 40 no Corn Belt nos Estados Unidos (BERTONI; LOMBARDI NETO,

2008), a partir disso, diversos cientistas ao redor do planeta vem desenvolvendo

novos modelos preditivos de erosão.

No Brasil, os primeiros sistemas coletores para a determinação das perdas de

solo, foram instalados em 1942, na antiga Escola de Agricultura de Minas Gerais,

atual Universidade Federal de Viçosa (BERTONI, 1949). Em São Paulo, a primeira

instalação de perda de solo iniciou-se em 1944, na estação experimental de

Pindorama, pertencente ao Instituto Agronômico de Campinas, seguida por

instalações em Campinas, Mococa e Ribeirão Preto.

Cogo (1978) instalou parcelas localizadas no sentido do declive, delimitadas

por folhas de aço parcialmente dentro do solo, entre 15 e 20 cm de profundidade,

permanecendo de 10 a 15 cm acima da superfície. Na extremidade inferior das

parcelas, são colocadas calhas coletoras para condução da enxurrada até dois

tanques coletores, sendo o primeiro tanque de sedimentação com capacidade de

250 L. O excedente da enxurrada passa por um divisor do tipo Geib, em que uma

parte da enxurrada é encaminhada para o segundo tanque com capacidade de 500

L.

Em Lavras-MG, Cogo (1981), para determinar perdas de solo e de água,

instalou seis parcelas com dimensões de 4,0 m de largura por 12,0 m de

comprimento, no sentido do declive do terreno, contornadas por chapas de zinco

galvanizadas. Nas extremidades inferiores de cada parcela foram instaladas duas

caixas coletoras de água e sedimentos, com capacidade para 250 litros cada uma,

ligadas entre si através de um divisor Geib com nove janelas, de forma que o

excedente da primeira caixa fosse conduzido para a segunda caixa através de uma

das nove janelas.

Na Estação Experimental de Sumé-PB, Cadier et al. (1983) conduziram

experimento com oito parcelas experimentais de 100 m², com 22,13 m de

comprimento e 4,52 m de largura, delimitadas por chapas galvanizadas e cravadas

15 cm no solo e, suas extremidades inferiores foram instalados sistemas coletores

de enxurrada, constituídos de uma calha conectada por um cano de PVC a um

primeiro tanque, localizado abaixo da parcela, que por sua vez estava conectado ao

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segundo tanque, através de um divisor de enxurrada do tipo “Geib” pelo qual, a nona

parte do extravasamento do primeiro tanque entrava no segundo.

Andrade et al. (1999), no município de Areia-PB, implantaram oito parcelas

medindo 20,0m de comprimento por 4,0m de largura. As parcelas foram delimitadas

nas laterais e na parte superior por chapas de ferro galvanizado de 25,0 cm de

altura, enterradas 15,0 cm e na parte inferior, utilizou-se também, uma chapa de

ferro galvanizada, com perfil em “L” invertido, com 50 cm de altura, a qual foi

enterrada até a superfície do solo. Também foram colocadas calhas coletoras de

enxurradas e dois tanques de alvenaria, com capacidade para 500 litros, para

armazenamento do material erodido, interligados por um divisor tipo Geib para

fração de 1/7 da enxurrada.

No município de Iguatu-CE, Franco et al. (2002) implantaram parcelas

experimentais no campo, cada um deles ocupou uma área de 30 m², consistiu de

uma estrutura de zinco com 0,20 m de largura, no qual foi inserida no solo e

acoplada a uma calha móvel que sustenta um saco plástico, coletada após uma

chuva. O coletor de solo e água foi utilizado para ser usado em plantios abertos, ou

seja, sem ser preciso delimitar áreas em declividades.

Santos (2006) implantou duas parcelas experimentais na Bacia Experimental

de São João do Cariri e um simulador de chuva. As parcelas possuíam área de 3 m²,

com dimensões de 1,0m × 3,0m, com a maior dimensão no sentido do declive. Estas

parcelas são construídas com chapas metálicas de 0,20 cm de altura, sendo

aproximadamente 0,10 cm cravados no solo, as quais possuem na parte inferior

uma calha para coleta da enxurrada.

Bertol et al. (2008), em São José do Cerrito-SC, estabeleceram oito parcelas

experimentais, cada uma delas media 3,5 m de largura por 11,0 m de comprimento,

no sentido paralelo ao declive, limitada na extremidade superior e nas laterais por

chapas galvanizadas com 0,2 m de altura e cravadas 0,1 m no solo. A extremidade

inferior era delimitada por uma calha coletora de enxurrada, que, conectada a um

tubo de PVC, a conduzia até o local de coleta, situado 6 m abaixo dela.

Santos (2009) instalou 18 parcelas experimentais em Pesqueira-PE, com

dimensões de 3,0 m de comprimento por 1,0 m de largura, fabricadas com chapas

metálicas de 20,0 cm de altura, sendo que a metade foi posta no solo. No sentido do

declive obteve a maior dimensão de sua parcela, acoplando uma calha de coleta de

enxurrada.

18

Em Seropédica (RJ), Carvalho et al. (2009) instalaram cinco parcelas

experimentais de perda de solo com dimensões de 22,0 m x 3,5 m, ocupando parte

do terreno, com declividade de 0,09 m m-1 foram utilizadas.

Martins Filho (2009), em Catanduva-SP, estabeleceu parcelas com 3,50 m de

largura e 11,0 m de comprimento (38,5 m²), a área foi delimitada com chapas

metálicas nas laterais e na parte superior, e por fim calhas coletoras em seus limites

inferiores. Amostras de enxurrada foram coletadas nessas calhas para quantificar as

perdas de solo e de água.

Suzuki et al. (2010), no município de Erechim-RS, implantaram calhas para

avaliação da erosão do solo, onde foram confeccionadas com material tipo PVC

(chapas lisas de PVC). As partes da calha foram montadas com o apoio de

encaixes, de modo a facilitar a montagem, desmontagem e transporte desse

material. As chapas que delimitam a área de 1,0 m² da calha possuíam dimensão de

1,0 m de comprimento e altura de 0,15 m, e foram encaixadas através de canos de

PVC com altura de 0,25m. Para a coleta do solo erodido foi utilizada garrafa PET

cortada ao meio. No campo, abriu-se uma trincheira no chão para fixação da garrafa

PET, onde sua borda permaneceu rente a superfície do solo.

2.6. Uso de parcelas experimentais

O uso de parcelas experimentais permite o trabalho em condições

controladas em termos de limites do terreno, de declividade e do tipo de solo,

englobando os efeitos do uso e manejo dos solos, que permitem o monitoramento

do escoamento superficial e da perda de solo. As parcelas têm sido utilizadas com

diferentes dimensões dependendo do objetivo de cada trabalho. Em áreas agrícolas

os estudos voltados para erosão utilizam geralmente a dimensão de 22,0m x 4,0m

(WISCHMEIER; SMITH, 1978).

A utilização de parcelas de monitoramento tem custo-benefício positivo, pois é

um método sensível a registrar a perturbação tornando-se verificador satisfatório da

erosão através de medidas que podem ser quantitativas ou qualitativas sem

equipamentos ou métodos complicados. A análise das substâncias e elementos

transportados no material erodido é um método qualitativo. A determinação

quantitativa ocorre quando a mensuração do volume de material erodido é realizada

19

de forma direta, principalmente através de parcelas experimentais (OLIVEIRA et al.,

2010).

Pode-se avaliar a influência da cobertura vegetal nas perdas de solo e água,

como foi realizado por Santos (2007) no semiárido da Paraíba, a partir da

comparação dos dados observados de escoamento superficial e de erosão

produzidos em oito parcelas de erosão na Bacia Experimental de Sumé e em duas

parcelas na Bacia Experimental de São João do Cariri, todas com área igual a 100

m² (4,5m 22,2 m). Essas parcelas de erosão foram mantidas sob condições distintas

no que tange à cobertura do solo.

3 MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi desenvolvido em etapas, sendo a primeira delas realizada com o

intuito de conhecer o tipo de solo da área experimental, onde foi necessária a

abertura de trincheiras nas partes superior, mediana e inferior do terreno. As demais

etapas consistiram da instalação das parcelas experimentais e dos coletores de

sedimentos e água.

3.1 Localização e caracterização da área de estudo

O trabalho foi conduzido na Fazenda Cachoeira de São Porfírio, localizada no

município de Várzea, Estado da Paraíba (PB), com coordenadas geográficas 06º 48‟

35” S e 36º 57‟ 15” W, a 271m de altitude (Figura 1).

20

Figura 1 ‒ Mapa do Estado da Paraíba com destaque (seta) indicando a localização do município de Várzea, local onde será desenvolvido o estudo.

Fonte – Governo da Paraíba 2013

A precipitação anual na região de estudo varia de 350 a 800 mm, com média

histórica de 600 mm e concentração de chuvas entre janeiro e abril. A temperatura

média anual é de 30,7 oC, com a máxima média ocorrendo em outubro (31 °C) e a

mínima média em fevereiro (29,3 oC). A umidade relativa média é de 63%, sendo

abril o mês mais úmido e novembro o mais seco. A insolação média anual é de 2981

horas (COSTA et al., 2009).

O município apresenta solos rasos, pedregosos e elevada suscetibilidade à

erosão, prevalecendo à associação de Neossolos Litólicos, Luvissolos e

Afloramentos rochosos (SANTOS e LEMOS (2013).

A vegetação é de caatinga hiperxerófila com diferentes graus de antropismo,

porte médio a baixo, não ultrapassando 7,0 metros de altura. A vegetação natural

dessa área foi retirada para a utilização agrícola, principalmente a cultura algodoeira,

por volta dos anos 1950. Após o abandono, esses campos foram utilizados como

áreas de pastejo de caprinos e bovinos, regenerando parte da vegetação.

A área se encontra em elevado estágio de degradação, apresentando sinais

intensos da intervenção antrópica, como a retirada total da vegetação (Figura 2).

Dessa forma, parte do solo encontra-se erodido, sendo rara a presença de espécies

vegetais, a exceção das espécies capim panasco (Aristida setifolia), faveleira

(Cnidoscolus quercifolius) e o pinhão manso (Jatropha curcas L.).

21

Figura 2 ‒ Imagem da área de estudo na Fazenda Cachoeira de São Porfírio, município de Várzea, Estado da Paraíba.

Fonte – Software Google Earth (2014)

3.2 Implantação das parcelas experimentais

3.2.1 Fase de reconhecimento da área experimental

A área de experimentação, com cerca de 10,8 ha, encontra-se inativa por

cerca de 30 anos e está ocupada por capim panasco (Aristida setifolia), plantas

herbáceas (malva: Cordia sp) e alguns indivíduos esparsos de jurema-preta

(Mimosa tenuiflora), faveleira (Cnidosculus quercifolius), catingueira (Poincianella

pyramidalis), umbuzeiro (Spondias tuberosa) e pinhão manso (Jatropha curcas).

Inicialmente realizou-se uma caminhada na área para escolha do local onde

seriam alocadas as parcelas experimentais. A partir do ponto mais alto do terreno,

utilizou-se o pé-de-galinha (Figura 3), aparato confeccionado com madeira, para

medição da declividade do terreno. Tomaram-se cinco medidas com este aparato e,

verificou-se que o terreno apresenta declividade de 6%, caracterizado como plano a

suave ondulado.

22

Figura 3 - Uso do pé de galinha pra marcar curvas em nível

Fonte – Borges, C.H.A. (2014)

3.2.2 Abertura de trincheira e coleta de amostra de solo

Quatro parcelas paralelas foram implantadas no local onde o terreno

apresenta maior declividade e características semelhantes, que se encontra na parte

mediana do terreno (Figuras 4A e 4B). Foram abertas trincheiras ao final de cada

parcela para acondicionar as caixas coletoras de solo e água.

Figura 4 ‒ Vista geral da Área Experimental em aclive (A) e declive (B).

Fonte – Borges, C.H.A. (2014)

As coletas de solo para a determinação de densidade aparente e umidade

solo serão realizadas na profundidade de 0-5 cm compondo cinco amostras de solo

A B

23

por perfil (Figura 5). As amostras serão identificadas e encaminhadas ao Laboratório

de Laboratório de Solos e Água/UAEF/UFCG, em Patos (PB). No apêndice 4 é

mostrado o resultado da análise química do solo da área experimental, realizado no

Laboratório de Solos da Faculdade de Ciências Agronômicas/UNESP/Botucatu.

Figura 5 ‒ Coleta de solo com anel metálico para determinação da densidade.

Fonte – Borges, C.H A (2014)

A densidade do solo será obtida através da equação:

onde:

D = densidade aparente assumida (g cm-3);

PS = peso de massa seca da amostra (g) determinado no laboratório;

VS = volume da amostra (cm3); (calculado pela formula do volume do cilindro).

Volume do cilindro será calculado através da seguinte equação:

onde:

V= Volume do cilindro (cm³)

d= Diâmetro interno (em cm)

h= Altura (em centímetro).

24

O conteúdo de água do solo será determinado a partir da seguinte equação:

onde:

US = umidade da amostra (%);

PU = peso de massa úmida da amostra (g);

PS = peso de massa seca da amostra (g).

3.2.3 Monitoramento da precipitação

Instalou-se pluviômetro no centro de cada parcela em uma haste de madeira

a 1,0 m de altura do solo, para evitar o salpicamento de materiais sólidos, permitindo

avaliar a lâmina de precipitação incidente sobre cada uma das parcelas.

Recomenda-se, que a cada mês, calcule-se o coeficiente de chuva (Rc),

utilizando-se os valores pluviométricos médios mensais. Determina-se o coeficiente

de chuva pela equação proposta por Bertoni e Lombardi Neto (2010):

em que Rc = coeficiente de chuva para o período entre coletas; Pm = precipitação

pluvial média no período entre coletas (mm); Pa = precipitação pluvial média anual

(mm).

3.2.4 Classificação do solo próximo às parcelas experimentais

Na área experimental foram abertas três trincheiras seguindo a declividade

maior do terreno, sendo aberta uma trincheira no topo do terreno, cuja classificação

morfológica dos horizontes está descrita no apêndice 1 (Neossolo litólico – Perfil 1),

outra na parte mediana da rampa de declive (apêndice 2) e, a última trincheira na

parte inferior ou na base da rampa (apêndice 3), ambas com a respectiva

classificação morfológica dos horizontes (Figura 6).

25

Neste estudo foi dada ênfase a descrição do perfil 2, localizado próximo as

parcelas experimentais. Estes solos apresentam horizonte A1 assentado

diretamente sobre a rocha ou sobre o horizonte C ou Cr ou sobre material com 90%

de ou mais de sua massa constituídas por fragmentos de rochas com diâmetro

maior que 2,0 mm (cascalho, calhaus e matacões), que apresentam um contato lítico

típico ou fragmentário dentro dos 50,0 cm da superfície do solo.

Figura 6 – Classificação do perfil do solo na área experimental.

Fonte – Borges, C.H.A. (2014)

3.3 Procedimentos adotados para implantação das parcelas experimentais

As parcelas amostrais foram devidamente delimitadas por chapas de zinco

com 0,30 m de altura e dimensões 3,7 m x 1,5 m, cravadas no solo cerca de 0,10 m,

com a maior dimensão no sentido do declive (Figura 7).

As parcelas apresentam um sistema coletor de enxurrada na sua extremidade

inferior, com abertura de 20,0 cm. Esse coletor foi confeccionado com uma calha

coletora metálica conectada a uma estrutura de coleta posicionada na extremidade

inferior de menor cota da área experimental, consistindo de um recipiente plástico

(50 litros). Este recipiente plástico apresenta uma saída composta por um divisor tipo

'Geib', provido de sete aberturas, e a abertura central é conectada a outro recipiente

plástico de 30,0 litros que armazena o volume de escoamento que passou pela

fração de 1/9 da calha Geib.

26

FIGURA 7 – Etapas da implantação: marcação (A) e delimitação da parcela (B), parcela delimitada (C) e parcela com sistema coletor e pluviômetro(D).

Fonte - Borges, C.H.A.

Para evitar perdas excessivas de solo e entupimento do sistema coletor

realizou-se a implantação de uma chapa de zinco em forma de “L” invertido na parte

inferior da parcela experimental, a 10,0 cm de profundidade.

3.4. Estudos que poderão ser realizados utilizando-se as parcelas de perdas de

solo

3.4.1. Erodibilidade do solo

A erodibilidade poderá ser determinada através de regressão linear simples (y

= a + bx), utilizando valores mensais de perdas de solo no eixo (y) e erosividade da

A B

C D

27

chuva no eixo (x) para fazer as correlações. O coeficiente de regressão linear “a” é o

resultado da influência de outros fatores e “b” corresponde à erodibilidade.

A regressão linear será corrigida para que as coordenadas iniciais partam da

origem (FERREIRA, 2005), assim o modelo é apresentado na forma y = bx, tendo

seus parâmetros o mesmo significado do modelo anterior (McGregor et al., 1969). O

valor de erodibilidade será corrigido pelo grau de declive (0,09 m m-1) e pelo

comprimento de rampa (22 m), referente à parcela padrão, representado pelo fator

LS, conforme preconizado por Bertoni et al. (1975) e Wischmeier e Smith (1978),

através da equação: LS = L0,5 × 100-1 × (1,36 + 0,975×S + 0,1385×S2) onde LS é o

fator topográfico da USLE, corrigido para as condições da parcela padrão

(adimensional), L é o comprimento do declive (m) e S a declividade do terreno (%).

A amostragem e a quantificação das perdas de solo e água serão realizadas

para cada evento de chuva considerada erosiva. Serão consideradas chuvas

individuais aquelas separadas por mais de 6 horas. As chuvas menores que 10 mm,

com intensidade máxima menor que 24 mm h-1, em 15 minutos ou energia cinética

menor que 3,6 MJ, serão consideradas não erosivas (MARIA, 1994).

Para quantificar as perdas de solo e água, amostras de enxurrada e

sedimentos serão retiradas dos tanques de coleta, segundo metodologia descrita por

Cogo (1978). Após agitação da suspensão, serão retiradas três alíquotas de volume

predeterminado, as quais serão transferidas para o laboratório e submetidas à

decantação. O material decantado será seco em estufa a 105ºC.

3.4.2 Avaliação das perdas de água e solo nas parcelas

A partir do início do escoamento superficial podem-se realizar coletas de

enxurrada na extremidade inferior da calha coletora, com duração de 10 segundos,

em intervalos de 5 minutos. As coletas poderão ser realizadas utilizando uma

proveta graduada de 1.000 mL, onde será lido o volume escoado em cada

amostragem durante o evento.

As taxas de perdas de solo podem ser determinadas pela pesagem do

material coletado durante 10 segundos em recipientes plásticos. Os recipientes

plásticos, após pesagem, podem ser deixados em repouso e após 24 horas, o

sobrenadante será succionado e os recipientes levados para secagem em estufa a

28

65º C, durante 72 horas, sendo em seguida pesados com o solo seco (SANTOS,

2006; BEZERRA; CANTALICE, 2006).

A produção de sedimentos pode ser obtida através da seguinte equação:

sendo: Ps a produção de sedimentos (kg/ha), Q a vazão (L/s), Cs a concentração de

sedimento (kg/L); t o intervalo entre as coletas (300 s), e a área da parcela (ha). A

concentração de sedimentos será obtida a partir da divisão da massa de solo seco

pela massa/ou volume da enxurrada em kg.

A taxa de escoamento superficial (mm/h) pode ser obtida a partir da divisão

do volume coletado (em mm) pela duração (h) da coleta. A taxa de infiltração (mm/h)

pode ser obtida pela diferença entre a intensidade da precipitação (I) e a taxa de

escoamento superficial, conforme Brandão et al. (2006) e Santos (2006).

29

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando se tratar de experimentos que visem quantificar perda de nutrientes,

principalmente na enxurrada, recomenda-se que seja realizada análise química da

água utilizada nos ensaios.

Cuidados especiais devem ser tomados no momento da instalação das

chapas de aço que delimitam as parcelas experimentais, pois podem perturbar de

forma significativa as condições físicas do solo dentro das mesmas. Neste sentido, o

ideal é que as chapas permaneçam instaladas no local em que os experimentos vão

ser conduzidos, principalmente quando estes forem para avaliar o efeito de

cobertura do solo, seja por plantas vivas em desenvolvimento ou restos culturais.

O uso das parcelas experimentais por outros profissionais da área deverá ser

incentivado, tendo em vista que, nas condições do Seridó oriental da Paraíba não há

estrutura semelhante.

30

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE

1

APÊNDICE 1 – Classificação Morfológica dos horizontes no perfil do solo 1 encontrados em Várzea – PB.

NEOSSOLO LITÓLICO - Perfil 1

HORIZONTE A HORIZONTE A1 HORIZONTE C

HORIZONTE R

Profundidade 0-38 0-9 38-62

Espessura 38 9 24

Tipo de Rocha Sedimentar Sedimentar Sedimentar

Forma de Transição Ondulada Ondulada Ondulada

Trans entre Horiz Abrupta Abrupta Abrupta

Cara

cte

rís

tic

as

Mo

rfo

lóg

icas

do

s

Ho

rizo

nte

s

Cor Seco 2,5Y6/2 (Cinzento Azulado Claro) 2,5Y6/2 (Cinzento Azulado Claro) 2,5Y6/2 (Cinzento Azulado Claro)

Úmido 2,5Y5/3 (Bruno Oliváceo Claro) 2,5Y5/3 (Bruno Oliváceo Claro) 2,5Y5/3 (Bruno Oliváceo Claro)

Textura Arenosa Arenosa Arenosa

Estrutura Granular Granular Granular

Tamanho dos Grânulos Pequeno Pequeno Pequeno

Consistência Seco Solta Solta Solta

Úmido Solta Solta Solta

Porosidade Visíveis, Muito pequenos Visíveis, Muito pequenos Visíveis, Muito pequenos

Cimentação Fraca Fraca Fraca

Coesão Moderadamente Fraca Moderadamente Fraca Moderadamente Fraca

2

APÊNDICE 2 – Classificação Morfológica dos horizontes no perfil do solo 2 encontrados em Várzea – PB.

NEOSSOLO LITÓLICO - Perfil 2

HORIZONTE A HORIZONTE A1 HORIZONTE Cr

Profundidade 0-49 0-7 49-85

Espessura 49 7 36

Tipo de Rocha Sedimentar Sedimentar Sedimentar

Forma de Transição Ondulada Ondulada Ondulada

Transição entre Horizontes Abrupta Abrupta Abrupta

Cara

cte

rís

tic

as

Mo

rfo

lóg

icas

do

s

Ho

rizo

nte

s

Cor Seco

10YR7/3 (Bruno Muito Claro Acinzentado) 10YR7/3 (Bruno Muito Claro Acinzentado) 10YR7/3 (Bruno Muito Claro

Acinzentado)

Úmido 10YR5/3 (Bruno) 10YR5/3 (Bruno) 10YR5/3 (Bruno)

Textura Arenosa Arenosa Arenosa

Estrutura Granular Granular Granular

Tamanho dos Grânulos Pequeno Pequeno Pequeno

Consistência Seco Solta Solta Solta

Úmido Solta Solta Solta

Porosidade Sem Poros Visíveis Sem Poros Visíveis Sem Poros Visíveis

Plasticidade Não Plástica/ Não Pegajosa Não Plástica/ Não Pegajosa Não Plástica/ Não Pegajosa

Cimentação Fracamente Cimentada Fracamente Cimentada Fracamente Cimentada

Coesão Moderadamente Coeso Moderadamente Coeso Moderadamente Coeso

3

APÊNDICE 3 – Classificação Morfológica dos horizontes no perfil do solo 3 encontrados em Várzea – PB.

NEOSSOLOS LITÓLICOS - Perfil 3

HORIZONTE A HORIZONTE B incipiente HORIZONTE R

Profundidade 0-43 43-61

Espessura 43 18

Tipo de Rocha Sedimentar Sedimentar

Forma de Transição Ondulada Ondulada

Transição entre Horizontes Abrupta Abrupta

Cara

cte

rís

tic

as

Mo

rfo

lóg

icas

do

s

Ho

rizo

nte

s

Cor Seco 10YR6/3 (Bruno Claro Acinzentado) 2,5Y7/2 (Cinzento Claro)

Úmido 10YR4/3 (Bruno) 10YR5/3 (Bruno) Textura Arenosa Argilosa

Estrutura Granular Blocos

Tamanho dos Grânulos Pequeno Pequeno

Consistência Seco Solta Solta

Úmido Solta Solta

Porosidade Sem Poros Visíveis Sem Poros Visíveis

Plasticidade ----------- Presente

Cimentação ----------- Fracamente Cimentada

Coesão Moderadamente Coeso Fortemente Coeso

4

APÊNDICE 4 - Atributos químicos do solo da área experimental*

(*) Fonte: Análises realizadas no Laboratório de Fertilidade do Solo/FCA/UNESP/Campus de Botucatu.

pH M.O PRESINA Al3+ H+Al K+ Ca2+ Mg2+ SB

CTC

V%

S B Cu Fe Mn Zn

CaCl2 g/dm3 mg/dm³ -------------mmol/dm³--------------- ---------------------------mg/dm³---------------------------

4,9 10 4 1 17 2,3 10 3 15,3 32,3 47 3 0,12 0,3 30 21,6 0,3