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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E TURISMO RELAÇÕES PÚBLICAS WANESSA FELIX COUTINHO SÃO JOÃO COM FARTURA Uma Ação de Relações Públicas JOÃO PESSOA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E TURISMO

RELAÇÕES PÚBLICAS

WANESSA FELIX COUTINHO

SÃO JOÃO COM FARTURA

Uma Ação de Relações Públicas

JOÃO PESSOA

2013

2

WANESSA FELIX COUTINHO

SÃO JOÃO COM FARTURA

Uma Ação de Relações Públicas

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Universidade Federal da Paraíba em

cumprimento as exigências para a obtenção do

título de Bacharel em Comunicação Social,

habilitação em Relações Públicas.

Orientador: Prof. Dr. Severino Alves de Lucena

Filho.

JOÃO PESSOA

2013

3

WANESSA FELIX COUTINHO

SÃO JOÃO COM FARTURA

Uma Ação de Relações Públicas

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Universidade Federal da Paraíba em

cumprimento as exigências para a obtenção do

título de Bacharel em Comunicação Social,

habilitação em Relações Públicas.

Resultado: _____________________

João Pessoa,____de ______________2013.

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________

Prof. Dr. Severino Alves de Lucena Filho

Orientador (Universidade Federal da Paraíba)

__________________________________________

Profa. Ms. Patrícia Morais de Azevedo

Examinadora (Universidade Federal da Paraíba)

__________________________________________

Profa. Ms. Gislene Pereira da Silva

Examinadora (Universidade Federal da Paraíba)

JOÃO PESSOA

2013

4

Dedico este trabalho à memória do meu avô,

Izaías Felix do Nascimento, que acreditava em

uma sociedade mais justa e colaborou com as

negociações do Trem da Fartura e do Forró em

2011, mesmo com problemas de locomoção

física. Aos meus pais, Demilson Pereira

Coutinho e Ana Nery Felix Coutinho, por me

ensinarem antes mesmo da vida acadêmica a

ser proativa durante a organização de eventos,

como também dedico a todos da minha família

que apoiaram o Projeto São João com Fartura.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro a Deus, por ter me guiado todos os dias e por me proteger durante as

rotinas das organizações de cada evento na volta para casa durante a madrugada.

Agradeço ao Professor Pós Doutor Severino Alves de Lucena Filho pela sensibilidade em

perceber a minha aptidão em gestão de eventos e me incentivar na área, me oferecendo

sempre um novo desafio e confiando nas atividades desenvolvidas.

Agradeço a todos os professores que tiveram influência direta e indireta na minha formação

acadêmica, em especial o Professor Dr. Júlio Afonso Sá de Pinho Neto, a Professora Ms.

Josilene Ribeiro de Oliveira e a Professora Ms. Patrícia Morais de Azevedo, que

desenvolveram atividades fundamentais para o meu desenvolvimento acadêmico e

mercadológico.

Colegas da Universidade Federal da Paraíba, obrigada por tantas vivências e aprendizagens no

decorrer desse curto período de nossas vidas. Congressos, eleições acadêmicas, atividades

acadêmicas que nos fizeram crescer como profissionais e como humanos.

Empresa Júnior de Comunicação da UFPB: muitíssimo obrigada a todos que fizeram e fazem

parte desse pedaço diferenciado da universidade. Uma experiência que me tornou uma

profissional mais qualificada e determinada em minhas atividades.

Turma que entrou em 2007.2 na UFPB para Comunicação Social – Relações Públicas,

obrigada pelas risadas, pelas apostilas emprestadas, pelos trabalhos nas calouradas e por

tantos momentos que fizeram a faculdade ser mais proveitosa.

Citar nomes é complicado, porém duas pessoas são fundamentais na minha caminhada

acadêmica e profissional: Gustavo Freire e Stella Valentim. Deu algum trabalho para o

destino nos colocar em uma equipe, mas deu certo! Gustavo sempre preocupado com que

entendêssemos a importância dos conceitos e a sua aplicabilidade e Stella com a sua

compreensão de que tudo poderia ser mais prático, talvez não tão prático como eu quisesse, e

dessa maneira conseguimos realizar muitos projetos juntos, inclusive o fim deste.

Obrigada.

2

“A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não seremos capazes de resolver os

problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo”.

Albert Einstein

3

RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso traz a história do projeto São João com Fartura com todas

as especificidades das sete edições realizadas pelos alunos da Universidade Federal da Paraíba

do curso de Comunicação Social/ Relações Públicas, com caráter didático e social. O trabalho

teve por objetivo elaborar um programa de Relações Públicas para o projeto São João com

Fartura, com a finalidade de fortalecer a marca junto aos seus públicos, sendo fundamentado

na comunicação organizacional e direcionado para a organização de eventos e marketing

social, dando suporte teórico para a sua importância acadêmica e social, como também

evidenciando o diferencial da presença de um profissional de Relações Públicas nesta área.

Com a elaboração do briefing do São João com Fartura, pudemos elaborar o projeto de

pesquisa junto aos principais organizadores e colaboradores do evento diagnosticando os

problemas, o que deu base para a elaboração do programa de Relações Públicas e a execução

das ações deste trabalho.

Palavras-chave: Evento, Relações Públicas, São João, São João com Fartura.

ABSTRACT

This final paper shows the history of São João com Fartura project with all the specifics from

the seven editions achieved by the students of Federal University of Paraíba (UFPB) from the

Social Communication/Public Relations Course, with social and didactical intentions. The

paper aimed to elaborate a Public Relation program to the São João com Fartura project, with

the purpose to strengthen the brand with its audience, based on organizational communication

and directed to event organization and social marketing, giving theoretical support for its

academic and social importance, as well as demonstrating the importance of a Public Relation

professional in this area. Within the São João com Fartura briefing, we could develop the

research project on diagnosing problems along with the main organizers and collaborators of

the event, which gave bases to elaborate the Public Relations program and the implementation

of the actions from this work.

Key-words: Event, Public Relations, São João, São João com Fartura.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 12

2.1 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E A SUA IMPORTÂNCIA NA

ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS .................................................................................. 12

2.2 EVENTO: ACONTECIMENTO ESTRATÉGICO DE RELAÇÕES PÚBLICAS ....... 19

2.3 MARKETING SOCIAL ................................................................................................. 21

3 HISTÓRICO DO CICLO JUNINO ............................................................................ 22

3.1 ORIGEM, EVOLUÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO SÃO JOÃO ............................. 22

3.1.1 Tradição junina ............................................................................................................ 25

3.1.2 Ritual do fogo e da fogueira ........................................................................................ 25

3.1.3 Os Santos Juninos ........................................................................................................ 26

3.1.4 Comidas Juninas .......................................................................................................... 29

3.1.5 Vestimentas, balões e bandeirolas .............................................................................. 31

3.1.6 Música, instrumentos musicais e danças.................................................................... 32

3.1.7 Superstições e simpatia ................................................................................................ 34

4 BRIEFING – SÃO JOÃO COM FARTURA ............................................................ 36

4.1 SÃO JOÃO COM FARTURA: ORIGEM, CARACTERÍSTICAS, ESTRUTURA E

METAS ........................................................................................................................... 36

4.1.1 Origem ........................................................................................................................... 36

4.1.2 Características, estruturas e metas ............................................................................. 37

4.2 SITUAÇÃO ATUAL ..................................................................................................... 52

4.2.1 Relações com os públicos de interesse ........................................................................ 52

4.2.2 Parceiros ....................................................................................................................... 57

4.3 ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO ....................................................................... 59

4.3.1 Institucional .................................................................................................................. 59

4.4 ANÁLISE S.W.O.T. ....................................................................................................... 60

5 PROJETO DE PESQUISA .......................................................................................... 62

5.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 62

5.2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................... 62

5.3 HIPÓTESES ................................................................................................................... 62

5.4 OBJETIVOS ................................................................................................................... 63

5.4.1 Objetivo geral ............................................................................................................... 63

5.4.2 Objetivos específicos .................................................................................................... 63

5.5 METODOLOGIA .......................................................................................................... 63

5.5.1 Identificação de universo e seleção da amostra ......................................................... 63

5.6 CRONOGRAMA ........................................................................................................... 64

5.7 ORÇAMENTO .............................................................................................................. 64

5.8 TABULAÇÃO E ANÁLISE DA PESQUISA .............................................................. 64

2

6 DIAGNÓSTICO ........................................................................................................... 70

7 PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS PARA O SÃO JOÃO COM

FARTURA ...................................................................................................................... 71

7.1 OBJETIVOS .................................................................................................................. 71

7.2 ESTRATÉGIAS ............................................................................................................. 71

7.3 PÚBLICO-ALVO .......................................................................................................... 71

7.4 PROPOSTAS DE AÇÕES ............................................................................................ 71

7.4.1 São João com Fartura – Projeto de extensão ............................................................ 72

7.4.2 Produtos São João com Fartura ................................................................................. 73

7.4.3 São João com Fartura de Janeiro a Janeiro .............................................................. 74

7.4.4 Modelo de avaliação para o Trem da Fartura e do Forró ....................................... 75

8 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DAS AÇÕES EXECUTADAS ........................... 77

8.1 PRODUTOS SÃO JOÃO COM FARTURA ................................................................ 77

8.1.1 Justificativa ................................................................................................................... 77

8.1.2 Objetivo ......................................................................................................................... 77

8.1.3 Público-alvo .................................................................................................................. 77

8.1.4 Operacionalização da ação .......................................................................................... 77

8.1.5 Cronograma .................................................................................................................. 78

8.1.6 Recursos empregados .................................................................................................. 78

8.1.7 Avaliação dos resultados ............................................................................................. 79

8.2 MODELO DE AVALIAÇÃO PARA O TREM DA FARTURA E DO FORRÓ ......... 79

8.2.1 Justificativa ................................................................................................................... 79

8.2.2 Objetivo ......................................................................................................................... 80

8.2.3 Público-alvo .................................................................................................................. 80

8.2.4 Operacionalização da ação .......................................................................................... 80

8.2.5 Cronograma .................................................................................................................. 81

8.2.6 Recursos empregados .................................................................................................. 81

8.2.7 Avaliação dos resultados ............................................................................................. 81

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 85

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 86

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIOS ...................................................................................... 89

10

1 INTRODUÇÃO

O trabalho teve por objetivo elaborar um programa de Relações Públicas para o

projeto São João com Fartura, com a finalidade de fortalecer a marca junto aos seus públicos.

Cumprindo às exigências para a conclusão do curso de Comunicação Social com habilitação

em Relações Públicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o projeto também

procurou alcançar resultados positivos e satisfatórios para o evento, a partir, do equilíbrio

entre teoria e prática das funções de comunicação. Dessa maneira, foi possível desenvolver

atividades de Relações Públicas dentro da organização das ações do evento.

O São João com Fartura é um projeto edificado com caráter didático, desenvolvido

com o objetivo de arrecadar alimentos não perecíveis a serem distribuídos aos segmentos

carentes da sociedade pessoense, através da parceria com o Banco de Alimentos do SESC

Paraíba, bem como, propagar a atividade de Relações Públicas perante as instituições públicas

e privadas da grande João Pessoa.

Este trabalho de conclusão de curso se divide em sete partes, as quais são voltadas

para o planejamento e execução de ações propícias que compõem o Programa de Relações

Públicas. A primeira etapa apresenta a fundamentação teórica do trabalho, isto é, conceitos

que aportam o conteúdo de comunicação a partir de alguns autores da área de Comunicação

Social. A conceituação serviu como base na condução de todas as outras etapas a serem

realizadas e às melhores estratégias a serem seguidas.

Já a segunda parte relata da história do ciclo junino junto com a sua origem, evolução

e característica, dando sequência à terceira etapa com o briefing do São João com Fartura, que

possui todos os dados e características das sete edições realizadas, na qual é possível conhecer

os públicos de interesse e a atual situação do projeto.

Na quarta parte do trabalho foram expostos os resultados da pesquisa realizada com

os principais organizadores do São João com Fartura, a fim de avaliar o projeto e levantar

outros aspectos até então desconhecidos.

O diagnóstico é apresentado na quinta parte do trabalho, onde este é essencial para

que os próximos organizadores conheçam os pontos suscetíveis das atividades desenvolvidas,

facilitando a execução das ações corretivas e preventivas de acordo com o que foi

diagnosticado a partir dos resultados da pesquisa e da análise do briefing.

O Programa de Relações Públicas é composto por projetos e ações localizados na

sexta parte do trabalho, onde podemos encontrar os públicos-alvo de cada projeto, suas

justificativas, estratégias e a forma como cada ação deve ser avaliada.

11

Finalizando o trabalho, a sétima etapa traz a execução das ações escolhidas para o formato do

projeto atual. Por conseguinte, analisamos as ações e sugerimos algumas ações futuras de

acordo com os resultados obtidos.

12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E A SUA IMPORTÂNCIA NA

ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS

A comunicação representa um fator relevante em toda e qualquer organização

humana. É por meio dela que os homens se relacionam entre si. Representa a interação

humana, realizada através do uso de signos, de símbolos e da troca de vivências. A

comunicação está na base de todas as relações entre os seres humanos: entre Estados,

organizações, etc., e constitui o verdadeiro ponto de apoio de toda a atividade pensante. Ela só

tem sentido e significado no contexto das relações sociais que a originam, nas quais ela se

integra e sobre as quais influi.

Para Motta (2003, p. 8),

[...] todo ato comunicativo é um processo dinâmico, um jogo dialético de

criação de sentidos entre um sujeito emissor e um sujeito destinatário. [...].

Em todo ato comunicativo, o emissor transmite parte do seu conteúdo de

forma explícita, parte de forma implícita. [...]. Há em todo ato comunicativo

uma confrontação entre a estrutura de sentido produzida pelo emissor em sua

manifestação e os modelos de mundo que o leitor traz consigo.

Portanto, entendemos que o ato comunicacional, nas organizações, é um processo

dinâmico, pautado no jogo dialético da mobilização de sentidos entre os enunciadores e os

seus públicos de interesse.

Para Baldissera (2000, p. 27), “a comunicação [deve ser entendida] como processo

de construção de sentidos, enquanto o termo informação compreenderá um conjunto de dados

constantes na fonte, posto em circulação na cadeia de comunicação”. (Grifo do autor).

Acrescenta Baldissera, que é profícuo conceber emissores e receptores, não como indivíduos

isolados, mas enquanto lugares de emissões/recepções nas relações sociais, inseridas no

processo cultural.

A comunicação organizacional atingiu o auge na década de 80, sobretudo a partir de

1985, com a reabertura política no Brasil. “É quando as empresas e as instituições começaram

a entender melhor a necessidade de serem transparentes em suas relações com a sociedade,

que devem se dar pelas vias democráticas”, segundo Kunsch (1997, p. 64).

A comunicação possui poder de expressividade capaz de modificar estados

comportamentais e, dependendo das maneiras de uso, são determinantes para o tipo de

13

participação do público e para a eficácia global dos programas de comunicação integrada das

empresas, como afirma Goldhaber:

a comunicação organizacional é considerada como um processo dinâmico,

por meio do qual as organizações se relacionam com o meio ambiente e por

meio do qual as subpartes da organização se conectam entre si. Por

conseguinte, a comunicação organizacional pode ser vista como o fluxo de

mensagens dentro de uma rede de relações interdependentes (GOLDHABER

apud KUNSCH, 1997, p. 68).

Portanto, a comunicação organizacional, enquanto processo dinâmico propõe-se a

combater o desconhecimento a respeito de uma instituição, a falta de informação sobre seus

produtos e serviços. Visa à integração entre públicos ligados a ela, a fim de que, internamente,

assegure-se boa produtividade e, externamente, consiga-se aumentar as vendas ou obter

lucros, sempre sintonizado com as necessidades e as mudanças presentes no ambiente onde tal

instituição atua.

Para Kunsch (1997, p.70):

[...] a comunicação é imprescindível para qualquer organização social. O

sistema organizacional viabiliza-se graças ao sistema de comunicação nela

existente, que permitirá sua realimentação e sua sobrevivência. Caso

contrário, ela entrará num processo de entropia e morte.

Concordando com a autora, atualmente no mundo dos negócios, não se admitem

organizações fechadas em si, que não divulguem suas ações, não mostrem seus produtos ou

serviços à sociedade, não procurem captar ideias e desejos dos clientes, para orientar suas

metas em busca do desenvolvimento.

Kunsch (2003) defende a proposição de que a comunicação eficiente envolve um

composto comunicacional que compreende a comunicação institucional, a comunicação

mercadológica, a comunicação interna e a administrativa.

No contexto atual, as organizações através da comunicação organizacional integrada,

buscam mediante estratégias específicas promover a aceitação dos seus produtos e serviços,

graças as ações culturais que incorporem e sedimentem valores, sentidos e costumes

partícipes das vivências populares, junto aos seus consumidores.

Dessa maneira, a organização na intenção de promover a comunicação institucional

utiliza o evento como instrumento de marketing para a construção de relações sociais entre os

públicos, o que favorece a troca de ideias e informações.

Os eventos se constituem como uma vitrine para que as organizações públicas e

privadas utilizem suas marcas e produtos junto aos seus públicos.

14

Segundo Giácomo (1993, p. 12),

[...] como linguagem, a técnica de eventos especiais precisa estar no nível

correto de cada público e precisa portanto, respeitar suas próprias regras de

sintaxe, porque será sempre parte de uma atividade de comunicação, com

objetivo de levar uma certa mensagem nas condições mais propícias, no

momento certo, debaixo da luz certa no ambiente mais receptivo. [...]. O

evento é um instrumento de comunicação e um dos elementos mais

poderosos na estratégia comunicacional.

Dessa forma, os eventos têm como finalidade promover a integração dos

funcionários, parceiros, clientes e patrocinadores, além de propiciarem benefícios para os

negócios e a imagem das empresas. Estas, como parte integrante da sociedade, também

participam e organizam eventos no ambiente interno e externo, com objetivos institucionais e

mercadológicos.

Algumas considerações evidenciadas por autores de Relações Públicas em seus

discursos são: o evento como oportunidade de visibilidade, vendas dos produtos e serviços; a

importância de evidenciar a imagem da empresa nesses acontecimentos; o encontro com seus

públicos específicos e em geral; a possibilidade de promover trocas de experiências e

informações nos cenários do evento.

O São João com Fartura constitui uma vitrine no contexto da comunicação

organizacional integrada, para que as empresas públicas e privadas, parceiras do evento

possam dar visibilidade a seus produtos e serviços, além de começar a fazer parte de uma

realidade mais responsável junto à sociedade.

Alguns autores apresentam características singulares, assim como semelhanças em

suas classificações de eventos, uma vez que os princípios básicos e as técnicas práticas gerais

acabam sendo aplicados a todos. Ao fazer uma conjunção de diversas opiniões de autores e

profissionais de eventos, Duarte (2009, p. 7) classifica os eventos em cinco categorias

diferentes, as quais estão simplificadas a seguir:

Micro evento: orientado para um público muito específico, no qual o número de

participantes não vai muito além de 100 (cem) pessoas;

Pequeno evento: existe a consideração da promoção de algo mais significativo para

a organização ou público aderente, mantendo certa especificidade do público-alvo que varia

entre 100 (cem) e 500 (quinhentos) participantes;

Médio evento: maior investimento na divulgação, na logística, diversificação do

público e possui variação de participantes entre 500 (quinhentos) a 3.000 (três mil) pessoas.

15

Grande evento: necessita de uma grande logística, participação de patrocinadores ou

parceiros, a divulgação ganha dimensão nacional e o público participante ficam entre 3.000

(três mil) e 80.000 (oitenta mil) pessoas.

Mega evento: necessita de mobilização política e econômica para a realização,

planejamento feito com muita antecedência, escala de divulgação a nível internacional e/ou

mundial. O número de participantes pode chegar de 100.000 (cem mil) a milhões de pessoas.

No tocante a classificação de eventos, o São João com Fartura pode ser classificado

como médio evento. Isto se deve ao fato do projeto conter na junção de suas ações um número

de participante superior a 500 (quinhentos), tendo como base a ação de maior público, o Trem

da Fartura e do Forró, que consegue reunir mais de 700 (setecentos) participantes, além de

possuir um investimento considerável na divulgação.

A tipologia de um evento pode ir além da simples classificação em institucionais ou

promocionais. Para Lukower (2006) a tipologia está estruturada da seguinte maneira:

Eventos Sociais: Almoço, Café da Manhã, Brunch, Coquetel, Open House, entre

outros;

Eventos Profissionais: Colóquios, Cursos, Desfiles, Leilões, Visitas Institucionais,

etc.;

Eventos Mistos: Condecorações, Homenagens e Premiações, Inaugurações, Posses;

Eventos Técnico-Científicos: Ciclo de Palestras, Conferências, Congressos, Fórum,

Mesa Redonda, Painel, Seminário, Semana, etc.;

Eventos de Caráter: Convenção, Feira, Exposição, entre outros;

Eventos Artísticos: Mostra, Vernissage, etc.;

Eventos Culturais: Concurso, Formatura, Tarde de Autógrafos, Torneio Esportivos;

Eventos Religiosos: Batizado, Casamento, Conclave, Primeira Comunhão, Bar e

Bat-mitzvá, entre outros.

Já na opinião de Duarte (2009), a tipologia dos eventos está estruturada em nove

tipos:

Culturais: São todos os eventos que possuem ligação com uma das artes (música,

pintura, escultural, cinema, etc.);

Técnico-científicos: Tratam de assuntos relacionados com a área técnicas e

específicas (medicina, engenharia, jornalismo, etc.);

Desportivos: Estão ligados à concentração de praticantes e participantes que se

juntam à volta de qualquer modalidade desportiva (futebol, natação, atletismo);

16

Turísticos e de Lazer: Eventos que agrupam pessoas no sentido de lhes

proporcionar momentos lúdicos e descansos (excursões, programas de visitas, feiras de

campismo e lazer, etc.);

Religiosos: Organizados com uma temática religiosa (procissões, encontros

evangélicos, etc.);

Comerciais e Industriais: Possuem caráter promocional de um produto ou empresa,

tendo também um objetivo de vender (feiras, salões, mostras, etc.);

Políticos: organizados com uma temática política (congressos partidários, debate,

tomadas de posse, etc.);

Sociais: Eventos que possuem um componente de socialização e confraternização

(Coquetéis, festas privadas, angariação de fundos, etc.);

Diversos: Eventos que não podem ser incluídos com exatidão nas demais tipologias

acima (concurso, jornada, Follow-up, etc.).

Em relação ao evento São João com Fartura, podemos atribuir algumas tipologias

anteriormente citadas por Duarte (2009), como: Cultural por envolver a música e outros

elementos culturais; Turístico e de Lazer por possuir no roteiro de sua última edição do Trem

da Fartura e do Forró a Fortaleza de Santa Catarina na cidade de Cabedelo. Entretanto ainda

há uma característica fundamental nesse evento específico, a solidariedade, pois as ações

desenvolvidas têm como objetivo primordial o objetivo de arrecadar alimentos não perecíveis

para serem doados aos cidadãos que não possuem o mesmo privilégio que muitos, de possuir

uma mesa farta de alimentos.

No projeto São João com Fartura, além do objetivo acima citado, outro que se faz

pertinente é a vivência teórica e prática dos alunos do curso de Comunicação Social -

habilitação em Relações Públicas da Universidade Federal da Paraíba. No processo de

operacionalização, os alunos desenvolvem uma atividade prática, expondo ao empresariado

local a potencialidade do profissional desta área na condução do planejamento, gestão e

operacionalização de campanhas sociais, com o diferencial da agregação de valor na

manifestação do ciclo das festas juninas para os possíveis parceiros, apoiadores e

patrocinadores.

Agregar valor social à empresa é o grande diferencial competitivo e, segundo Oded

Grajew (2004), empresário e ex-presidente do Instituto ETHOS, é uma forma filosófica de

gestão; um importante fator de mudanças nas empresas; considera que através da mudança do

comportamento empresarial poderemos promover mudanças sociais que levarão o país a uma

prosperidade econômica.

17

A forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa

com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento

de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da

sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações

futuras, respeitando a diversidade e a redução das desigualdades sociais.

(INSTITUTO ETHOS, 2004).

Os eventos estão relacionados diretamente com a vida do ser humano, seja ele

esportivo, político, econômico, cultural, etc. É nessa perspectiva em que o projeto São João

com Fartura deve ser desenvolvido, disseminando a importância da Responsabilidade Social

junto aos empresários da grande João Pessoa. Além de criar um relacionamento próximo de

maneira a sensibilizar os empresários a quererem manter a parceria nos anos seguintes do

projeto.

Atualmente, possuir a Responsabilidade Social como parte dos valores de uma

empresa, não é mais uma estratégia de marketing. Assim, a empresa que promove a cidadania

passa a ser denominada de empresa-cidadã, a qual, segundo Melo Neto e Froes, possui as

seguintes características:

A empresa-cidadã tem como a promoção da cidadania e o desenvolvimento

da comunidade os seus diferenciais competitivos. E é reconhecida pela

excelência da sua atuação na área social trazendo confiança, respeito e a

admiração dos consumidores. Portanto cidadania empresarial corresponde ao

exercício pleno da responsabilidade social da empresa. Esta torna-se cidadã

quando contribui para o desenvolvimento da sociedade através de ações

sociais direcionadas para suprimir ou atenuar as principais carências dela em

termos de serviços e infra-estrutura de caráter social (MELO NETO;

CÉSAR FROES, 2001, p. 101).

Assim como uma empresa está ligada a sociedade, o evento está direcionado a um

público e deve ser planejado de forma detalhada e antecipada, pois o mesmo “acontece ao

vivo, e qualquer falha comprometerá o conceito/imagem da organização para a qual é

realizado” (Cesca, 1997, p. 41). Portanto, para obter sucesso o evento precisa passar por

etapas como planejamento, divulgação, realização e uma avaliação dos resultados ao término

do mesmo, sendo definido por Giácomo (1997) como pré-evento e pós-evento.

Os eventos ou acontecimentos especiais, de qualquer tipo, são criados e recriados

com objetivos claros de influenciar a opinião pública. Servem de meios por si sós, como

pontos focais para o uso de outros instrumentos de comunicação, massivos ou dirigidos. Eles

registram a participação da organização que os patrocina ou de que são parceiros, também

funcionando como vitrine para a divulgação de suas marcas.

Dias (1996, p. 15) define o evento como uma “estratégia gerencial da modernidade

que tem o objetivo de conquistar os públicos de interesse de uma organização persuadindo-os

18

e atraindo-os através do exercício do poder que a legitima”. Já Giácomo (1997, p. 54) define o

mesmo como um “acontecimento previamente planejado, a ocorrer num mesmo tempo e

lugar, como forma de minimizar esforços de comunicação, objetivando engajamento de

pessoa a uma idéia ou ação”.

As definições de eventos são muitas, embora distintas, elas possuem pontos em

comum. Qualquer uma das definições aborda o evento pelo ponto de vista da comunicação e

estabelecem com ele uma relação entre organização, sua imagem e interesses e seu público.

O evento possui seus próprios objetivos. Alguns deles segundo Dias (1996) são:

atingir determinados públicos com finalidade ostensiva de vender uma boa imagem; integrar

de forma a sintonizar os interesses dos públicos de uma comunidade, organização ou grupo de

pessoas; informar as pessoas o sentido promocional do acontecimento, despertando nelas o

interesse pelo produto, a preferência pela marca e a participação da organização na vida da

comunidade.

Uma das principais etapas da organização de um evento é o planejamento, ele é

quem irá guiar os procedimentos da realização do mesmo, sendo este, a forma teórica do

evento antes de sua prática. Desta maneira, Kunsch (1986, p. 102) atesta que “a importância

da realização de um evento está, sobretudo, no aproveitamento do instante, do ambiente ou da

presença de pessoas, pois dessa atitude resulta a impressão final”.

Um bom planejamento deve conter, além de todos os passos que ocorrerão no

evento, os mínimos detalhes que possam, no decorrer o processo, evitar as surpresas e

imprevistos que em muitos casos, geram crises. É nesta etapa que o organizador deve buscar

os meios de propor parcerias as empresas, através da elaboração de projetos coerentes com o

evento a ser realizado junto à empresa que irá propor parceria.

Para evitar as crises, autores descrevem passos denominados de formas distintas para

desenvolver o planejamento. Dias (1996) denomina os passos como: estabelecimento dos

objetivos, elaboração do projeto, verificação das providências a serem tomadas, planejamento

do desenvolvimento do evento e aprovação do projeto. Para Cesca (1997) as etapas são:

objetivos, públicos, estratégias, recursos, implementação, fatores condicionais,

acompanhamento e controle, avaliação e orçamento. Já para Giácomo (1997) é no

planejamento que se define o que ela denomina de fatores estruturais, comuns e específicos

sendo: data, local, tema, clima, identificação e análise dos participantes, estratégias de

comunicação, planejamento de recursos materiais e financeiros, serviços e equipamentos,

esforços de vendas, transporte, recepção, hospedagem, etc.

19

Apesar das diferentes etapas apresentadas pelos autores, o planejamento deve conter

tudo que seja relevante para quem o produz e quem irá executá-lo, porque o evento quando

bem planejado e executado, criará fatalmente um conceito positivo para organização que o

promove. Um bom planejamento é importante, pois o evento é uma atividade dinâmica, no

qual cada caso sempre revela alguma coisa nova e o sucesso está diretamente ligado à sua

divulgação, que deve estar previamente definido no planejamento.

Com base nas referencias acima relatadas, cuja temática possui o foco em

planejamento, o São João com Fartura também passa por essa importante etapa, na qual

através de um relatório do ano anterior, os alunos identificam as empresas em potencial para

parceria da campanha, elaboram as melhores ações para a arrecadação de alimentos não

perecíveis da edição. Em relação ao ano de 2011, duas ações conseguiram agregar um público

ainda mais diferente, a Feira de Livros, que chamou a atenção de alunos de outras áreas como,

psicologia, administração, sociologia, entre outros, e a parceria com a Companhia de Teatro

Argonautas, que em sua apresentação teve a temática com o foco no público infanto-juvenil.

2.2 EVENTO: ACONTECIMENTO ESTRATÉGICO DE RELAÇÕES PÚBLICAS

Com o intuito de facilitar o entendimento sobre a função das Relações Públicas na

organização de eventos, José Fernando Fonseca da Silveira, professor de Comunicação Social

da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, resgatou alguns itens da Resolução

Normativa nº. 43, de 24 de agosto de 2002 que define as atividades privativas do profissional

de Relações Públicas, que advoga:

Art. 3º, Cap. I, Item 6: organizar, e dirigir visitas, exposições e mostras que sejam do

interesse da organização.

Cap. IV, Item 4, Letra E: Apoio ao marketing, dentro das atividades de comunicação

dirigida.

Cap. IV, Item 9: Conceber, criar, planejar, implantar e avaliar eventos, encontros

institucionais que tenham caráter informativo para contribuir e manter imagem.

As atividades listadas acima são algumas atribuições da profissão de Relações

Públicas, a qual é definida pela Associação Brasileira de Relações Públicas (1955)

oficialmente como a “atividade e o esforço deliberado, planejado e contínuo para estabelecer

e manter a compreensão mútua entre uma instituição pública ou privada e os grupos de

pessoas a que esteja diretamente ou indiretamente ligada”.

20

Por conseguinte, os programas de Relações Públicas devem ser cuidadosamente

planejados e elaborados de maneira contínua para que se estabeleça e mantenha a

compreensão mútua entre a instituição e os públicos de interesse.

Para Ferrari (2003, p. 2),

a estratégia é indispensável para a garantia da qualidade do relacionamento

da organização com seus públicos e para a criação de valores a serem

incorporados pelos funcionários, clientes, fornecedores e acionistas, que

resulte, entre outras vantagens, na maximização de seus negócios.

Equilibrar os interesses da sociedade com os interesses dos clientes com os quais o

profissional de relações públicas trabalha, torna essa função estratégica essencial para ajudar a

organização a atingir seus objetivos, deixando-a o máximo possível em sinergia com os seus

públicos. Nesse contexto é que compreendemos os eventos como ações planejadas, com

gestão de objetivos direcionados para o resultado da organização, sempre em busca da

construção e manutenção de relacionamentos duradouros e confiáveis.

Porto Simões (1995) explica a relação existente entre o modelo simétrico de duas

mãos com os eventos, estes capazes de viabilizar e estimular o diálogo, e os classifica como

instrumento misto,

pois permitem o intercambio de informações através de um mesmo canal.

São técnicas ou canais de dupla via, perfeitos para realizarem a comunicação

no seu sentido de processo e resultado, o que os torna particularmente

adequados à consecução do objetivo essencial das relações públicas: a

legitimação.

A necessidade em identificar as oportunidades de participação em eventos, seja como

patrocinador, participante ou promotor, torna necessária a presença do relações públicas.

Fortes (2003, p. 58) lembra que “o conceito e a constatação da existência de públicos que

podem afetar os objetivos das empresas fazem que as organizações precisem das relações

públicas”.

Realizar a sétima edição do São João com Fartura nos mostrou a dimensão que um

profissional de relações públicas pode atuar no mercado de trabalho, principalmente no setor

cultural e no desenvolvimento da Responsabilidade Social por parte das empresas. No

planejamento da campanha em 2012 e na busca por parceria, verificamos a necessidade dos

empresários em conhecer mais sobre a profissão e como pode o profissional estar atuando

dentro da empresa, agregando valores a sua organização.

21

2.3 MARKETING SOCIAL

Com o avanço das tecnologias e a acessibilidade as informações, os consumidores

começaram a exigir mais atenção das empresas para a comunidade que está ao seu redor. O

Marketing Social, que também pode ser chamado de responsabilidade social das empresas,

pode ser entendido como a obrigação que têm os administradores de empreender ações que

protejam e desenvolvam o bem-estar como um todo, junto com os seus próprios interesses e

de suas organizações, podendo desenvolver ou melhorar a comunidade em que atuam. Desta

forma, podemos destacar dois aspectos principais: o de obrigação, que implica em um dever

moral, e o relativo a empreender, isto é, colocar ênfase na iniciativa voluntária.

O autor Fontes (2001, p. 78) afirma que o Marketing Social

[...] é a gestão estratégica do processo de introdução de inovações sociais, a

partir da adoção de comportamentos, atitudes e práticas, individuais e

coletivas. Estas inovações sociais são orientadas por preceitos éticos e

fundamentadas nos direitos humanos, na equidade social.

Portanto, o Marketing Social é uma visão ampliada das relações de troca da

corporação com a sociedade considerando-se que não só os aspectos econômicos, mas

também as relações de confiança, ideias e normas éticas são decisivas no processo

mercadológico. Ele não pode ser usado como um instrumento político ou simplesmente de

promoção, pois não é um instrumento de barganha. A empresa, então, começa a ampliar o seu

papel na sociedade que além de ser agente econômico, passa a ser também agente social. Este

é, por consequência, o novo modelo comportamental das relações sociais, econômicas e

políticas, o que deixa bem claro que não há Marketing Social sem Responsabilidade Social.

As instituições que buscam desenvolver essa responsabilidade acabam encontrando uma

forma de devolver para a sociedade aquilo que ela tira na forma de produção e consumo.

O projeto São João com Fartura dissemina a solidariedade para com as famílias de baixa

renda que necessitam de alimentos o ano inteiro. No decorrer de um ano, pouco se fala na

doação de alimentos, exceto no período natalino devido à divulgação da solidariedade estar

presente há décadas através de alguns projetos tendo como base o apoio dos meios de

comunicação de massa. O projeto aqui em questão faz uso do principal evento nordestino para

lembrar a sociedade local que não é só no Natal que as famílias necessitam da doação de

alimentos. No São João é comum a comemoração com uma mesa repleta de alimentos

tipicamente juninos e muitas famílias não possuem esse privilégio.

22

3 HISTÓRICO DO CICLO JUNINO

3.1 ORIGEM, EVOLUÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO SÃO JOÃO

A origem da festa de São João vem das terras do Egito, pois lá havia a tradição de

cultuar o Sol e a fertilidade, símbolos vivos de comemoração das colheitas. Mais tarde, como

o ritual festivo foi incorporado pelos egípcios, disseminou-se pelo continente europeu,

principalmente na Espanha e em Portugal. O Cristianismo transformado em religião oficial do

Ocidente incorpora a festa ao calendário cristão quando, no século VI, a religião católica

instituiu o dia 24 de junho para a comemoração do nascimento de São João Batista.

Entretanto, os povos europeus já celebravam a chegada do Sol e do calor com grandes

fogueiras, os quais se tornaram a principal característica da celebração do nascimento de São

João Batista (MORIGI, 2001).

Evidencia ainda o autor Morigi, que a origem das festas juninas, no século XII, está

intimamente associada ao solstício de verão europeu, na região da França, onde era

comemorado nos dias 22 e 23 de junho, véspera do início das colheitas, enquanto no

hemisfério sul, no mesmo período, ocorre o solstício de inverno (noite mais longa do ano). As

festas juninas eram festas profanas, rituais pagãos que celebravam a abundância e a

fertilidade, onde existiam sacrifícios de animais e oferendas de cereais para afastar os

demônios das pestes agrícolas e da estiagem. O Cristianismo tomou a tradição pagã e a

transformou em festa católica.

Segundo Benjamin (1987), não é apenas uma coincidência a data hagiográfica dos

festejos juninos. Os antigos rituais agrários, no Velho Mundo, por ocasião do solstício de

verão, marcavam o início da colheita dos cereais. A relação do homem com a terra era muito

forte e os ritos de fertilidade do plantio, também estavam associados à fertilidade humana.

Plantar e colher eram mais que um ato profano. Benjamin (1987) afirma que:

[...] a Igreja Católica situou a festa de São João nas proximidades da

mudança de estação (solstício de verão), procurando absorver os cultos

agrários pagãos. Para a hierarquia da Igreja, a festa de São João constitui

uma antecipação do anúncio do Advento, considerando o papel de João

Batista, como precursor de Cristo.

As práticas de antigas hierofanias em homenagem ao Sol de verão, pelos povos da

Europa, estão incorporadas aos vários sistemas religiosos da atualidade. Passaram pelo tempo

23

e chegaram à atualidade de formas diferentes, mas conservando suas arcaicas manifestações,

representadas no folclore.

A festa que se realiza em junho, compreende o ciclo junino que leva a denominação

de São João. Em Portugal e em quase todos os países da Europa, ocorre a festividade com

perfil popular e com suas significações vinculadas às virtudes das ervas, do fogo e das águas.

Na noite do festejo junino, as fogueiras e banhos rituais, as práticas adivinhatórias e

propiciatórias, ligadas, sobretudo ao casamento, a saúde e a felicidade, são vivenciadas entre

as celebrações tradicionais desse evento religioso popular.

Oliveira (1995, p. 124) relata que,

[...] por toda a parte em Portugal, o São João é uma festa pública e coletiva

interessando as comunidades totais ou parciais. Esse caráter não é

evidentemente exclusivo desta celebração; mas em nenhuma outra como

nesta, especialmente no caso citadino, ela atinge o nível de totalidade crítica

da população, que nela participa com alegria, exuberância e espontaneidade

tais, que fazem dela um acontecimento festivo sem igual, no qual tomam

parte todas as classes, que nessa ocasião esquecem os seus quadros habituais

e se misturam nas variadas diversões.

Continua o autor evidenciando que em Lisboa, o ciclo junino abrange as celebrações

em nome dos três santos populares – Santo Antônio, São João e São Pedro - e consta de

iluminações festivas, desfiles e marchas de bairro, bandeiras e luminárias, bailes populares

nos mercados, fogueiras em ruas e bairros populares e a venda de ervas aromática.

A referência acima, do pesquisador português, guarda muitas semelhanças com os

ritos de celebrações da festa junina comemorada no Nordeste do Brasil, devido à permanência

do modelo do colonizador português.

Para Cascudo (1969, p. 21), o Carnaval, o Natal e o São João, no Brasil,

constituíram-se em expressões das convergências dos folguedos populares. Os demais

folguedos são complementares. Segundo o autor, Natal e São João foram as duas formas de

regozijo público que mais se caracterizaram pelo seu solidarismo cristão, espontâneo,

incontido e aliciante.

Trazida para o hemisfério sul por portugueses e espanhóis, a festa de São João veio a

se situar em pleno inverno. Um inverno diferente da estação fria e cheia de neve do

hemisfério norte. No Nordeste brasileiro, ela se adequa a uma situação propícia em uma

sociedade agrícola - a colheita do principal cereal plantado na região: o milho. Por isso, ali, a

festa junina manteve o seu caráter de festa agrícola e encontrou a sua motivação de culto à

fecundidade, segundo Benjamin (1994 APUD ALENCAR, 1994), ainda que invertendo os

motivos do plantio para a colheita.

24

O ritual da festa vivencia as fronteiras simbólicas do profano e do religioso com

características de uma manifestação popular. Apesar da urbanização e da tecnificação, nos

grandes centros ou na zona rural, as marcas do sinc retismo religioso cristão e dos cultos

antigos – de natureza agrária – permaneceram presentes.

As festas juninas, no Brasil, remontam a um passado que vai mais além. Essas festas

enraizaram-se em todo o país e em cada região apresentam características específicas, as quais

abordaremos em seguida de maneira resumida, com destaques para as cidades de Caruaru,

Mossoró e Campina Grande.

Na região Nordeste, o São João é comemorado nos sítios, nas paróquias, nos arraiais,

nas casas e nas cidades. A importância dessa festa pode ser avaliada pelo número de

nordestinos e turistas que escolhem esses locais para participar dos festejos juninos. As

cidades de Caruaru, em Pernambuco, e Campina Grande, na Paraíba, são as que mais atraem

visitantes para conhecer as festas de São João. Em 2011, ambas reuniram um público

aproximado de dois milhões de pessoas.

Caruaru criou uma cidade cenográfica, a Vila do Forró, réplica de uma cidade típica

do sertão, com casas coloridas, de arquiteturas simples habitadas pela rainha do milho, pela

rezadeira, pela rendeira, pela parteira, etc. Ali, há também correios, posto bancário, delegacia,

igreja, restaurantes e teatro de mamulengo. Atores encenam nas ruas o cotidiano dos

habitantes da região. O maior cuscuz1 do mundo, segundo o Guines de Recordes, é feito lá,

numa cuscuzeira que mede 3,3 metros de altura e 1,5 metros de diâmetro, comportando 700

quilos de massa.

Campina Grande construiu o Parque do Povo2, que recebe todos os anos milhões de

pessoas que se divertem, assistindo a apresentações do tradicional forró pé-de-serra,

quadrilhas, cantores, bandas e desfiles de jegues; participam de jogos e brincadeiras e

deleitam-se com as comidas típicas vendidas nas barracas.

A segunda maior cidade do Rio Grande do Norte também realiza há 15 anos o

Mossoró Cidade Junina, considerado um dos maiores arraiás do Brasil, que começa a ganhar

destaque nacional e a entrar no roteiro dos amantes das festas juninas. Durante o mês de junho

é realizado ao ar livre o espetáculo “Chuva de Bala” que conta a história de bravura e

resistência dos mossoroenses ao bando de lampião. Entretanto, quando se fala em tradição

junina dentro do estado Potiguar, o destino passa a ser o município de Assu, de acordo com

1 Cuscuz – alimento feito de farinha de milho, com água e sal.

2 Parque do Povo – espaço público, onde ocorrem os festejos juninos.

25

relatos de moradores e autoridades locais. Em tal cidade, as homenagens a São João Batista

ocorrem há 280 anos, aliando as comemorações religiosas ao forró.

As principais características da festa junina, no país, estão centradas em suas danças,

crenças, comidas típicas, os santos louvados, a dimensão estrutural das festividades e suas

marcas evolutivas que buscam atender às demandas do processo capitalista.

3.1.1 Tradição junina

As festas juninas são projetos de estudo do pesquisador Lucena Filho, que estão

ligadas diretamente com as festas agrárias, ou seja, estão ligadas a terra e a sua fertilidade.

Estas por sua vez, são remanescentes de civilizações pré-cristãs, onde os ciclos naturais

marcavam efetivamente a passagem do tempo, adaptaram-se ao longo dos séculos.

Conduzido pelo colonizador, os costumes das festas juninas entraram para a cultura

brasileira no ambiente rural e dali passou para o urbano, mantendo, porém, os costumes

rurais. Nesse contexto, são evidenciados os ritos, os mitos e os símbolos, expressos através do

ritual do fogo e da fogueira; da louvação aos santos juninos; das comidas típicas; das

vestimentas e das decorações com balões e bandeirolas; das danças, músicas e instrumentos e

das superstições, simpatias e adivinhações.

3.1.2 Ritual do fogo e da fogueira

Na festa junina, a fogueira é um dos símbolos encontrado tanto na zona rural quanto

na zona urbana do Nordeste, acesas geralmente na frente das casas onde as pessoas em volta

dela assam milho, se aquecem e se confraternizam.

Segundo Alencar (1994, p. 8),

[...] o fogo simboliza também a purificação e há os que afirmam que as

almas danadas serão consumidas pelo fogo do inferno. O fogo também é

considerado como uma representação do sol e sua utilização é milenar.

Chineses, indianos e árabes já usavam o fogo nos seus festejos. [...] do

sacrifício à comemoração o fogo se projetou. Da pira ardente ao artifício, seu

simbolismo ganhou identidade com o povo. No São João também o ritual do

fogo se faz presente e de forma muito intensa.

26

Nas fogueiras das festas juninas (imagem 1), o fogo, entre outros simbolismos, faz a

“ligação” dos pedintes de graças e favores aos santos reverenciados. Além de ser um elemento

de reunião das comunidades e famílias, que se colocam a sua volta.

Imagem 1 – A fogueira como símbolo da festa junina.

Fonte: arquivo da pesquisadora, 2013.

Diz à lenda, que

[...] o costume de acender a fogueira no dia de São João se deve ao fato de

Maria, mãe de Jesus, ter visitado sua prima Isabel, mãe de João Batista, nas

proximidades do nascimento deste. Zacarias e Isabel nem esperavam mais

ter filhos, pois já estavam em idade avançada, mas Deus lhes mandou um

filho para preparar a vinda de Cristo. E este filho foi João Batista, que

depois, nas águas do Rio Jordão, veio a batizar Jesus (ALENCAR, 1994, p.

8).

A crença de que pular fogueira ou dançar a sua volta facilita casamentos, é a ideia

correlata ao da energia sexual. O fogo é, até hoje, símbolo dessa energia: fogo é paixão, o

fogo é correlacionado ao desejo.

3.1.3 Os Santos Juninos

Conforme já exposto, os santos que durante o mês de junho dividem as louvações da

Igreja Católica são: Santo Antônio, São João e São Pedro.

Santo Antônio (imagem 2) é festejado no dia 13 de junho. Também conhecido como

Santo Antônio de Pádua ou Santo Antônio de Lisboa, nasceu em Lisboa, no dia 15 de agosto

de 1195, e morreu em Pádua, em 13 de junho de 1231. Foi monge da Ordem Franciscana e

doutor da Igreja. É o santo patrono de Portugal e carrega o menino Jesus em seus braços.

27

Imagem 2 – Imagem de Santo Antônio

Fonte: arquivo da pesquisadora, 2013.

Segundo Alencar (1994, p. 11), o Santo tem

[...] sua fama como milagroso, sendo que a maioria das graças alcançadas

envolve casamento e amor. Como o casamento e o amor são dois aspectos

que mantêm grande identidade popular, não demorou em se estabelecer entre

o povo e o santo, um relacionamento tão grande que permitiu o surgimento

de dito, piadas e até mesmo versos irreverentes, envolvendo o tema.

Acrescenta a autora que o devocionário junino fez de Santo Antônio o responsável

pelos casamentos, descoberta de objetos perdidos, obtenção de emprego e aprovação de

estudantes nos exames finais.

São João Batista, o anunciador de Cristo (imagem 3) – a comemoração de seu

nascimento foi fixada em 24 de junho. Quando viu ao longe a fumaça da fogueira, Maria

soube que sua prima Isabel dera à luz naquele dia a um menino chamado João, que não só

preparou a vinda do Messias como o batizou, nas águas do rio Jordão.

Imagem 3 – Imagem de São João Batista

Fonte: arquivo da pesquisadora, 2013.

28

Segundo Santos (2002, p. 48), “no interior do Nordeste costuma-se tomar banho à

meia noite (sic) do dia 23 para lembrar o batismo de Cristo por São João”. Segundo a crendice

popular, a samambaia floresce exatamente à meia-noite do dia 23 de junho e sua flor vive

poucos minutos. Quem conseguir sentir o seu perfume será feliz para sempre.

O mastro de São João é uma das cerimônias mais populares, que está vinculada ao

aspecto religioso, com procissão e cantos. O mastro pode ser usado como forma de louvar aos

santos juninos ou para reverenciar aos deuses da colheita. Na cerimônia do mastro, no ritual

popular, penduram-se fitas, flores e frutos – acredita-se que assim, se tem o poder de

neutralizar raios e trovões (CASCUDO, 1984).

A bandeira de São João é paramentada com um estandarte trazendo a figura de São

João Menino, ornado de fitas e flores, erguido em mastro; o andor, com a imagem decorada

com flores e buchas; estrelas iluminadas, carregadas com estandartes; lanternas feitas com

garrafas plásticas e música, executada em instrumentos de sopro e percussão.

São Pedro (imagem 4) – é representado nos Evangelhos como o primeiro apóstolo.

Nos momentos decisivos em que a missão de Cristo envolve crise é ele o porta-voz dos

apóstolos. O santo é comemorado no dia 29, data da sua morte. É o guardião das portas do céu

e o comandante das chuvas. Nasceu em Betsaida, Galiléia. Pescador de Carfanaum se tornou

discípulo de Jesus, que o escolheu como líder do colégio apostólico.

Imagem 4 – Imagem de São Pedro

Fonte: arquivo da pesquisadora, 2013.

Como ficou viúvo, São Pedro acabou se tornando o protetor das viúvas. São elas que

organizam a festa desse dia, junto com os pescadores que promovem procissões marítimas.

Conta a lenda que, neste dia, todo homem que tiver Pedro ligado ao seu nome deve acender

29

uma fogueira na porta de sua casa e, se alguém amarrar-lhe uma fita, este se vê na obrigação

de dar um presente à pessoa que o amarrou. Popularmente, ele é conhecido como o chaveiro

do céu.

3.1.4 Comidas Juninas

No período da festa junina, o banquete tem o significado de alegria, de renovação, de

agradecimento pela colheita e de uma boa mesa onde o beber e o comer são expressões de

celebração.

Segundo Del Priore (1994, p. 65),

[...] na Colônia, parte da comida consumida em determinadas festas tinha

relações diretas com as colheitas. O beju, a canjica ou a pamonha, presentes

no cardápio de algumas regiões, tinham, por exemplo, maior consumo por

ocasião de festas [O cardápio tem assim a ver com a produção agrícola que

se colhe por ocasião do evento].

O banquete associa-se organicamente a todas as imagens da festa popular. É uma

peça integrada ao cenário das manifestações populares.

As imagens da festa popular do comer e do beber não têm nada de comum

com a vida cotidiana imóvel e de contentamento de um indivíduo privado

[...]. Elas são universais, porque têm por fundamento a abundância crescente

inextinguível do princípio material. Elas são universais e mostram-se

organicamente às noções de vida, morte, renascimento e renovação [...]

(BAKHTIN, 1993, p. 264).

Junho é a época das comidas a base de milho. As plantações são feitas geralmente no

dia de São José, 19 de março, como manda a tradição. Permitindo assim, que no mês junino

estejam à mesa suas delícias: pamonha, bolo, canjica, munguzá, pipoca, manuê, cuscuz, angu

e o milho cozido ou assado na brasa da fogueira, conforme mostra a imagem 5.

30

Imagem 5 – Comidas típicas servidas em Festas Juninas

Fonte: arquivo da pesquisadora, 2013.

O milho sempre presente nessa festa é produto da civilização mesoamericana. É

colhido no período entre maio e junho, em muitas regiões rurais do Nordeste do país. A

colheita é também época da transformação desse produto agrícola em comidas típicas. O

milho junto com o amendoim, batata-doce e mandioca3, cultivados pela população indígena,

tornam-se a base da alimentação dos brasileiros.

No Nordeste o milho é vendido nas feiras populares – a mão de milho4 - durante o

mês de junho. Ele constitui o cardápio básico da festa junina, acrescentando-se segundo a

regionalidade, produtos como o pinhão sulino, castanha-de-caju e do Pará, e coco5 ralo ou o

leite.

A culinária presente na festa do ciclo junino é uma representação da temperança da

cultura do povo nordestino. Nesse cenário, as comidas juninas não podem faltar na mesa, que

recebe toalha de tecido colorido, chita6 ou peças rendadas e bordadas. Sobre elas colocam-se

arranjos com palhas de milho e travessas fartas, com as comidas típicas da região, aguardando

o momento de participar do banquete em comemoração aos santos do ciclo junino, onde a

alegria, o agradecimento e a felicidade integram os cenários cotidianos da festividade.

3 Mandioca – Raiz tuberosa, rica em amido e de amplo emprego na alimentação.

4 Mão de milho – medida para venda de espigas de milho e que varia de valor segundo a região onde é aplicada.

Uma mão de milho contém 50 espigas. 5 Coco – Trazido pelos colonizadores portugueses, foi plantado nas áreas do litoral. O fruto do coqueiro – o coco

– é usado na cozinha brasileira, seja industrial ou artesanal, em forma de óleo, ou leite. 6 Chita – tecido ordinário com estampa, usada na confecção de roupas femininas, lençol de cama, toalha de mesa

e em especial para os vestidos de damas que fazem parte da quadrilha junina.

31

3.1.5 Vestimentas, balões e bandeirolas

O vestuário expressa uma relação de natureza simbólica com o contexto sócio

cultural que ela representa. Esta é desenvolvida seguindo um processo dinâmico considerando

o espaço rurbano (rural X urbano) e as influências da cultura de massa, que propiciam

reelaborações e apropriações em nível local e regional.

O vestuário (imagem 6) mais comum nos acontecimentos desse período é composto

por camisa quadriculada7, simulações de remendos nas calças e nas camisas, chapéu de palha,

lenço colorido no pescoço, botas de cano e colete, e, para os cavalheiros, alpercata8. As

mulheres usam vestidos rodados com estampas de cores fortes, babados9 e rendas, além das

mangas bufantes e laçarotes no cabelo com trança, ou chapéu de palha.

Imagem 6 – As vestimentas

Fonte: arquivo da pesquisadora.

Na tradição urbana, o vestuário típico das festas do ciclo junino não difere de outros

eventos celebrados nas comunidades. O que permanece como obrigatório é usar as melhores

roupas durante as celebrações.

Segundo a tradição popular, os balões simbolizam a oferenda aos céus para a

realização de pedidos ou agradecimento de desejos alcançados aos santos reverenciados nas

7 Camisa quadriculada – peça de roupa feita de tecido com listras na horizontal e vertical, principal traje dos que

participam da quadrilha e festas juninas. 8 Alpercatas – calçado de sola, que se prende ao pé por tiras de pano.

9 Babados – faixa de pano franzida ou pregueada que serve para enfeitar vestidos, saias e outras peças de roupas.

32

festas do ciclo junino. O balão, segundo o sentido popular, leva as promessas a São João e

traz saúde e dinheiro.

As bandeirolas e os balões (imagem 7 e 8) são símbolos sempre presentes decorando

os cenários durantes as festividades juninas, tanto nos terraços de uma simples casa na

periferia urbana, nos sítios da zona rural, como nas ruas - onde moradores se organizam,

cotizando-se para comprar o material e enfeitar sua vila, beco ou viela. Outros espaços

públicos e privados também são contaminados pelo espírito junino e decoram seus locais para

vivenciar o clima da festa.

Imagem 7 – Balões Juninos Imagem 8 – As bandeirolas

Fonte: Júlio Leite. Fonte: arquivo da pesquisadora.

Ao lado do sentimento religioso, que as manifestações do ciclo junino promovem na

população, também o sentido de festejar se amplia com as brincadeiras, as superstições, a

musicalidade e a dança, expressões e marcas da identidade da cultura nordestina.

3.1.6 Música, instrumentos musicais e danças

A musicalidade das festas juninas ecoa em nosso imenso país continental, com maior

ênfase nas regiões Norte e Nordeste, através do forró, do baião, do coco, do xaxado, do xote.

Os instrumentos que operacionalizam as páginas musicais são o pífano, a rabeca, a sanfona, a

zabumba e o triângulo, repercutindo a mistura preponderante da nossa formação étnica. A

imagem 9 demonstra alguns desses instrumentos.

Com a diversificação musical crescente no país, o São João também traz a nova

geração do forró que utiliza outros instrumentos como a bateria, o trompete, a guitarra, o

33

baixo, etc. Discussões por todo país ainda cercam esse novo estilo, caracterizado como Forró

Eletrônico (imagem 10), um forró que cresceu através da indústria cultural e que consegue

aglomerar multidões.

Imagem 9 – Instrumentos musicais típicos Imagem 10 – Encontro do Forró tradicional

do forró pé-de-serra com o eletrônico

Fonte: arquivo da pesquisadora, 2013. Fonte: arquivo da pesquisadora, 2013.

Danças - os festejos juninos se tornaram a mais expressiva manifestação folclórica

do Nordeste, durante o mês de junho, buscando preservar marcas da cultura popular rural, ao

mesmo tempo em que se vive a modernização percebida nos trajes, nas músicas e, em

especial, nas danças.

As danças vivenciadas no período de São João são uma das características marcantes

dos festejos juninos, como: a quadrilha, o baião, o xaxado, o xote, o coco, o forró e o arrasta-

pé. Estas são apresentadas em grupos coordenados ou mostrados de forma espontânea nas

comunidades com os objetivos de entretenimento e comemoração.

Segundo Alencar (1994, p. 16),

[...] por volta de 1820, a quadrilha já era dançada no Brasil. O costume,

vindo da Europa, como dança aristocrática, trazia porém influencia de

antigas danças folclóricas da Inglaterra onde, desde 1815, já era dançada,

sendo, no entanto, de origem francesa.

A quadrilha junina (imagem 11) se destaca por ser um dos símbolos mais constantes

no evento do ciclo junino. Esta dança é de origem européia, e chegou ao Brasil trazido pelos

colonizadores portugueses. Era uma dança de elite, formada nos salões dos palácios, depois

desceu as escadarias do palácio e caiu no gosto popular, sofrendo várias modificações

estética, musical e coreográfica.

34

Imagem 31 – Quadrilha Junina em apresentação

Fonte: arquivo da pesquisadora.

Os dois focos de maior visibilidade da festa junina encontram-se na representação

camponesa da festa agrária, que são evidenciadas na cidade: a quadrilha e o casamento

matuto.

Conforme Roberto Benjamin (1989, p. 100),

[...] a quadrilha, hoje associada ao casamento matuto, vai se transformando

em um folguedo de natureza complexa. O casamento matuto é a

representação onde os jovens debocham com muita liberdade e malícia da

instituição do casamento, da severidade dos pais, do sexo pré-nupcial e suas

consequências, do machismo, etc. tal representação crítica acaba por reforçar

os papeis sociais e os valores da moral tradicional.

A quadrilha é o baile de comemoração do casamento. Esta representação inseriu-se

na dinâmica da cultura, passando por criações e recriações estabelecendo certa tradição como

forma de preservar as origens, embora influenciada pela modernização pelo poder da mídia,

do capitalismo e da indústria massiva. Registramos que a quadrilha torna-se, na Região

Nordeste, durante os festejos juninos, o cerne da festa. O caráter agrário se diluiu em função

da cultura urbana, embora as origens nunca faleçam, pois está viva na memória e na

historicidade do povo.

3.1.7 Superstições e simpatia

35

Nas festividades do ciclo junino, o cotidiano rural e urbano é permeado pelas

adivinhas10

, superstições, simpatias e crendices, transmitidas oralmente das velhas gerações

para os jovens.

Cascudo (1969, p. 28) relata que é suficiente, nas adivinhas, a presença

[...] da interação da união conjugal, para denunciar o velho caráter

orgiástico, telúrico, primário e perpétuo da festividade que contemporiza,

resume-se e defende a permanência de centenas de ritos da vida agrícola, dos

problemas da comunidade rural esperando os prognósticos e decisões divinas

para suas soluções imediatas e naturais.

O autor também registra que as adivinhas, foram trazidas pelos colonizadores

portugueses para o Brasil, e aqui sofreram adaptações oriundas das culturas indígenas e

africanas, com base na historicidade, religiosidade, dança e gastronomia presente nas festas do

ciclo junino.

10

Adivinha – também chamadas de adivinhação, é uma sentença para ser decifrada, muitas vezes sem caráter de

grande seriedade, apenas pela intuição ou pela experiência. Adivinhação é comum a todos os povos e atravessa

séculos sem ninguém saber quem foi o criador. Durante os festejos juninos, as adivinhações são usadas para

vários pedidos, em especial, pelas moças solteiras que recorrem a Santo Antônio.

36

4 BRIEFING – SÃO JOÃO COM FARTURA

De acordo com o projeto “São João com Fartura” (2006), o período junino também

pode ser uma oportunidade de olharmos para as necessidades do próximo, tornando-se uma

grande chance de despertamos na sociedade o sentimento de solidariedade, assim como a

Responsabilidade Social no empresariado, através de ações culturais, educativas e solidárias

do mesmo.

4.1 SÃO JOÃO COM FARTURA: ORIGEM, CARACTERÍSTICAS, ESTRUTURA E

METAS

4.1.1 Origem

Na capital paraibana, João Pessoa, o período junino ficou por muito tempo restrito a

pequenas celebrações típicas na cidade, causando a saída de muitos residentes da capital em

busca de diversão nas cidades vizinhas e em outros estados.

Com pouca movimentação junina em João Pessoa, pouca oportunidade de diversão

para os menos favorecidos da sociedade e a consciência do significado do festejo junino para

o nordestino, o pesquisador da Rede Brasileira de Folkcomunicação e membro da comissão

Pernambucana de Folclore, o Professor Doutor Severino Alves de Lucena Filho, responsável

pela disciplina Planejamento em Eventos da Universidade Federal da Paraíba no curso de

Comunicação Social, habilitação em Relações Públicas, viu através da ação cotidiana de um

catador de latinhas que vestia uma camisa “Natal sem Fome”, a possibilidade de criar uma

campanha11

de cunho social, na qual pudesse movimentar a sociedade pessoense durante o

período do São João e arrecadar alimentos não perecíveis para contemplar os menos

favorecidos da sociedade e proporcionar uma mesa mais farta de alimentos no festejo do ciclo

junino.

Desta maneira, surgiu o projeto12

“São João com Fartura” no ano de 2006, o qual

mobilizou alunos, professores da Universidade Federal da Paraíba, parceiros, doadores e a

imprensa local em todas as edições realizadas. No decorrer das sete edições do projeto, foram

11

Campanha – Entendemos por ser uma atividade com data de início e fim. 12

Projeto – Esforço para produzir produto ou serviço único, temporários que possuem um início e um fim

definidos.

37

arrecadados mais de 24 (vinte e quatro) mil quilos de alimentos não perecíveis e distribuídos

entre instituições cadastradas no Mesa Brasil da grande João Pessoa.

4.1.2 Características, estruturas e metas

A cada ano de realização do São João com Fartura, um professor ou professora torna-

se responsável pelo desenvolvimento do projeto, isto se deve ao fato da mudança por semestre

do(a) professor(a) que leciona a disciplina Planejamento em Eventos.

Com a mudança das equipes responsáveis pela execução do projeto à medida que as

turmas vão cursando a disciplina, em cada edição houve particularidades e ações

diferenciadas com vistas a alcançar o objetivo do evento. No entanto, a essência do projeto

permaneceu consonante em todas as edições, que tem como base a arrecadação e distribuição

de alimentos não perecíveis aos segmentos carentes da sociedade pessoense. Além, de

oferecer aos alunos a vivência prática da organização de um evento, desde o planejamento até

a avaliação do mesmo.

As sete edições realizadas do projeto São João com Fartura encontram-se relatadas

logo abaixo, no qual constam características singulares, como: gestores, metas alcançadas,

materiais divulgados e meios de comunicação utilizados para difundir o projeto em cada

campanha.

1ª edição: 2006 – “São João com Fartura - Alimente essa Festa”.

Gestor e orientador do projeto: Prof. Dr. Severino Alves de Lucena Filho.

Meta alcançada: 3.000 kg (três mil quilos) de alimentos não perecíveis.

Ações:

Shopping Sul: Café da manhã com funcionários; brincadeiras com as crianças durante

os domingos; apresentações artísticas; carro de som circulando pelo bairro dos

Bancários; panfletagem nas escolas próximas ao shopping;

Ações nas academias Coliseum, Superação, Up e Corpore: participaram de um

concurso, no qual uma aluna da academia teve que arrecadar alimentos não perecíveis

para concorrer a um prêmio e ser “A Rainha da Solidariedade”. Divulgação com

panfletos, cartões e cartazes;

Ações no SICOOB (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil): Divulgação do

evento com toda a rede de relacionamento do SICOOB e realização de um almoço

38

com os funcionários durante o jogo do Brasil, sendo a entrada 1 kg de alimento não

perecível;

Escolas: doações de alimentos não perecíveis em troca da entrada na festa junina das

escolas parceiras. Participaram dessa ação as escolas: Motiva, Lourdinas, Interativo,

Educandário Afonso Junior, Instituto Educ. em Sapé;

Prefeitura de João Pessoa: Ponto de arrecadação no Centro Administrativo sem

sucesso e falta de interesse dos funcionários, apesar do apoio do prefeito.

Biblioteca Central e Reitoria da UFPB: café da manha regional, apresentação

artística do grupo de melhor idade do SESC – PB;

Cidade de Sapé – PB: evento no Clube Atlético Sapeense com apresentações de

quadrilhas juninas e uma banda; divulgação dos pontos de coletas na cidade e

concurso de forró;

Encerramento da campanha: SESC - PB com apresentações artísticas.

Veículos de comunicação utilizados na divulgação:

Jornal impresso - O Interiorano, Sapé – PB.

Portais de notícias e sites:

Portal Paraíba;

Agência de Notícias da UFPB;

A União;

Agência Paraíba;

O Norte Online;

Click PB;

FAMUP;

Vitrine do Cariri;

Virgulino.com;

Site institucional da Gráfica JB.

Mídia televisiva:

Programa Feminíssima – TV Tambaú;

A Hora do Chibata – TV Tambaú;

39

Imagem 4 – Panfleto de divulgação do projeto (ano 2006)

Fonte: arquivo da pesquisadora, 2013.

2ª edição: 2007 – “São João com Fartura: Alimente essa Festa”.

Gestor e orientador do projeto: Prof. Dr. Severino Alves de Lucena Filho.

Meta Alcançada: 5.000 kg (cinco mil quilos) de alimentos não perecíveis.

Ações:

Supermercados Aquarius, Bem Mais e Latorre: Parceria com a FACENE que se

constituiu na disponibilização de uma equipe de profissionais de enfermagem que

verificasse a pressão arterial dos clientes nos supermercados já citados, em troca ou

não de doações de alimentos não perecíveis, e; venda de trufas com a marca do evento,

revertendo-se o dinheiro em alimentos não perecíveis nos próprios estabelecimentos;

2º Fórum do Consumidor – FESP (Faculdade de Ensino Superior): inscrição no

evento através da doação de 2 kg de alimentos não perecíveis. A ação superou as

expectativas.

HI HAPPY: Apresentação do grupo de teatro “Gato de Botas”, grupo de xaxado do

SESC-PB;

Colégio QI: Entrada na abertura dos jogos internos da escola através da doação de 1

kg de alimento não perecível;

Colégio Seta: Palestra com alunos sobre o Processo Seletivo Seriado da UFPB 2008.

40

Colégio Motiva: Entrada nas festividades juninas da escola através da doação de 02

kg de alimentos não perecíveis;

Colégio Lourdinas: Arrecadou alimentos entre os alunos, mas não desenvolveu ações

com a campanha São João com Fartura.

Pastoril Profano: Entrada no espetáculo através da doação de 02 kg de alimentos não

perecíveis;

Orquestra Sinfônica da Paraíba: Entrada para assistir as apresentações através da

doação de 1 kg de alimento não perecível. Parceria formada com seis apresentações;

Biblioteca Central da UFPB: Ação interna com os funcionários durante um dia que

arrecadou 114 quilos de alimentos não perecíveis;

Adesivos “Essa Idéia Cola”: Adesivos vendidos ao preço simbólico de um real para

divulgar a marca São João com Fartura. A quantia arrecadada foi revertida em

alimentos.

Veículos de comunicação utilizados na divulgação:

Jornal impresso O Norte;

Jornal impresso de circulação no Manaíra Shopping.

Portais de notícias:

Agência de Notícias UFPB;

Click PB;

WSCOM;

Portal Jacumã.

Mídia televisiva:

TV Cabo Branco;

TV Correio Paraíba;

TV Tambaú.

41

Imagem 5 – Panfleto de divulgação do projeto (ano 2007)

Fonte: arquivo da pesquisadora, 2013.

3ª edição: 2008 – “São João com Fartura: Alimente essa Festa”

Gestor e orientador do projeto: Prof. Dr. Severino Alves de Lucena Filho.

Meta Alcançada: 5.000 kg (cinco mil quilos) de alimentos não perecíveis.

Ações:

Supermercado Atavarejo: Abordagem face a face ao som de música junina e

panfletagem para arrecadação de alimentos não perecíveis com os clientes;

Colégio Motiva: Parceria firmada com a escola para arrecadar alimentos durante a

festa junina da escola;

Colégio Colibri: Arrecadação feita após as festas juninas com resultado satisfatório;

Gincana Cultural na Escola Estadual Burity: Uma das provas da gincana era a

arrecadação de 100 kg de alimentos não perecíveis por equipe. O resultado foi

satisfatório;

Grupo Pastoril Profano: Espetáculo beneficente com entrada pela permuta de 2 kg

de alimentos não perecíveis;

Trem da Fartura e do Forró: Considerada a principal ação do projeto. Com saída de

João Pessoa em direção à Santa Rita, com cinco vagões animados por trios pé-de-

serra, a entrada custava R$ 10,00 ou três quilos de alimentos não perecíveis.

42

Veículos de comunicação utilizados:

Jornal O Norte;

Jornal de circulação do Manaíra Shopping.

Portais de notícias:

Agência de Notícias UFPB;

Click PB;

WSCOM;

Portal Jacumã.

Mídia televisiva:

TV Cabo Branco.

Imagem 6 – Adesivo de divulgação do projeto (ano 2008)

Fonte: arquivo da pesquisadora, 2013.

4ª edição: 2009 – “São João com Fartura: Alimente essa Festa”

Orientador do projeto: Prof. Dr. Severino Alves de Lucena Filho.

Gestoras do Projeto: Profª. Ms. Ana Paula Campos Lima e Profª. Ms. Patrícia Morais da

Silva.

Meta Alcançada: 3.618 kg (três mil seiscentos e dezoito quilos) de alimentos não perecíveis.

Ações:

43

Vendas de rifas, imãs e adesivos: Para financiar os custos do início da campanha,

foram realizadas a venda de tais produtos no valor de R$ 2,00 cada item;

Orquestra Sinfônica da Paraíba: Entrada na apresentação da orquestra ao custo de 1

kg de alimento não perecível. Apesar das apresentações serem sempre gratuitas, a

arrecadação dessa ação foi de 157 kg de alimentos;

Grupo Pastoril Profano: Espetáculo beneficente com entrada pela permuta de 3 kg

de alimentos não perecíveis ou R$ 10,00 revertidos em alimentos para a campanha;

Trem da Fartura e do Forró: Segundo ano de parceria com a Companhia Brasileira

de Trens Urbanos – CBTU. O ingresso eram 5 kg de alimentos (preferencialmente

arroz e feijão) ou R$ 15,00 para cobrir as despesas da ação.

Veículos de comunicação utilizados na divulgação:

Jornal impresso Correio da Paraíba;

Jornal impresso O Norte;

Informativo da Superintendência de Trens Urbanos de João Pessoa.

Portais de notícias e sites:

Agência de Notícias UFPB;

Click PB;

WSCOM;

Paraíba Online;

Site Institucional da CBTU;

PS Online Br;

Virgulino.com;

Portal Correio.

Mídia televisiva:

TV Tambaú;

TV Cabo branco.

44

Imagem 7 – Arte produzida pelo artista Clóvis Júnior13

para divulgação do projeto (2009)

Fonte: arquivo da pesquisadora, 2013.

5ª edição: 2010 – “São João com Fartura: Alimente essa Festa”

Orientador do projeto: Prof. Dr. Severino Alves de Lucena Filho.

Gestoras do Projeto: Profª. Ms. Andréa Carla Bezerra e Profª. Jamile Paiva.

Meta Alcançada: 3.065 kg (três mil e sessenta e cinco quilos) de alimentos não perecíveis.

Ações:

Grupo Pastoril Profano: Espetáculo beneficente com entrada pela permuta de 2 kg

de alimentos não perecíveis ou R$ 10,00 revertidos em alimentos para a campanha;

Trem da Fartura e do Forró: Terceiro ano de parceria com a CBTU, ingresso no

trem através de 5 kg de alimentos (em preferencial arroz e feijão) ou ao custo de R$

15,00 para cobrir as despesas da ação.

Mídia televisiva:

TV Tambaú;

TV Cabo Branco;

13

Clóvis Júnior – Artista paraibano que trabalha com pinturas, esculturas e gravuras.

45

Imagem 8 – Cartaz de divulgação de ações do projeto (ano 2010)

Fonte: arquivo da pesquisadora, 2013.

6ª edição: 2011 – “São João com Fartura: Alimente essa Festa”

Orientador do projeto: Prof. Dr. Severino Alves de Lucena Filho.

Gestores do Projeto: Prof. Dr. Severino Alves de Lucena Filho, Alunos do curso de

Comunicação Social – Relações Públicas da UFPB, Antônio Procópio, David Anderson

Pereira, Romário Maxwell, Stella Valentim e Wanessa Félix.

Meta Alcançada: 2.512 kg (dois mil quinhentos e doze quilos)

Ações:

Companhia de Teatro Argonautas: Apresentação teatral da peça “Dubu no País das

Maravilhas” com entrada ao custo de R$ 10,00 ou 3 kg de alimentos. Com o dinheiro

arrecadado, 50% foram destinados ao pagamento da pauta do teatro e os outros 50%

para compra de alimentos para a campanha;

Feira de Troca - Troca: Durante quatro dias foi montado um stand na Praça da

Alegria no CCHLA da UFPB com livros doados para serem trocados por 2 kg de

alimentos (arroz/feijão) ou R$ 5,00 cada exemplar;

46

Imagem 9 – Panfleto de divulgação da Feira de Troca

Fonte: arquivo da pesquisadora, 2011.

Grupo Pastoril Profano: Espetáculo beneficente com entrada pela permuta de 2 kg

de alimentos não perecíveis (arroz ou feijão) mais R$ 5,00;

Festa Julina: Festa organizada pela turma do curso de Turismo na APCEF –

Associação da Caixa Econômica Federal;

Trem da Fartura e do Forró: No quarto ano de realização do trem, o ingresso era

obtido a partir da troca de 5 kg de alimentos não perecíveis mais R$ 5,00. A

necessidade de cobrar uma taxa além dos alimentos se deu em decorrência de um

aumento considerável pela CBTU para a realização das ações e pela pouca parceria de

empresas e órgão públicos para com o projeto.

47

Imagem 10 – Panfleto de divulgação do Trem da Fartura e do Forró

Fonte: arquivo da pesquisadora, 2011.

Veículos de comunicação utilizados:

Jornal impresso Correio da Paraíba;

Jornal impresso O Norte;

Informativo da Superintendência de Trens Urbanos de João Pessoa.

Portais de notícias e sites:

Agência de Notícias UFPB;

Innova Comunicação – UFPB;

Portal Siderall Mídia;

Jornal O Norte;

Click PB;

Portal CODISMA - Cooperativa Cultural Universitária da Paraíba Ltda.;

WSCOM;

Paraíba Online;

Site Institucional da CBTU;

PS Online Br;

48

Virgulino.Com;

Portal Correio;

Visite João Pessoa;

Usina Musical;

O Fuxiqueiro;

Blog da Programação Cultural de João Pessoa;

Repórter Junino;

Paraíba Hoje;

Ampliar PB;

Patrícia Morais;

ASTAJ - Associação dos Técnicos, Auxiliares e Analistas do Judiciário;

PB1;

Guia Cenário.

Mídia Radiofônica:

Rádio Tabajara FM.

Mídia televisiva:

TV Tambaú;

TV Cabo branco;

TV Arapuan;

Canal Prime na internet.

7ª edição: 2012 – “São João com Fartura: Alimente essa Idéia”

Orientador do projeto: Prof. Dr. Severino Alves de Lucena Filho.

Gestores do projeto: Prof. Dr. Severino Alves de Lucena Filho, Cândida Farias e Nayara

Queiroz.

Meta alcançada: 2.625,5 kg (Dois mil seiscentos e vinte e cinco quilos e quinhentos gramas).

Ações:

VIII Seminário e exposição sobre profissões: Parceria com o Colégio Lourdinas,

Instituto João XXIII e Colégio Dorotéias, em que foi solicitado 01 kg de alimento não

perecível no ato da inscrição;

49

O Lendário Chucrobillyman: Show realizado no “Espaço Mundo” com

apresentação das bandas: Licenciosa, Rieg e uma monobanda de Curitiba, O Lendário

Chucrobillyman. O ingresso na ação se deu através de um 01 kg de alimento não

perecível;

Imagem 19– Panfleto de divulgação do show realizado no “Espaço Mundo”

Fonte: arquivo pesquisadora, 2013.

Companhia Argonautas: Apresentação teatral da peça “Dubu no País das

Maravilhas” no Teatro Santa Roza com entrada ao custo de R$ 5,00 mais 2 kg de

alimentos.

Grupo Pastoril Profano: Apresentação da peça “Um São João Maior que o Mundo”

realizada no Teatro Santa Roza, com entrada pela permuta de 2 kg de alimentos (arroz

ou feijão) mais R$ 5,00;

Show Solidário: Ação realizada no bar “O Bosque” com as atrações: Samba da Elite,

Abala e Forró Primeira D‟ Luxo. A entrada custava R$ 10,00 mais 01 kg de alimento

não perecível;

50

Imagem 20 – Panfleto de divulgação do Show Solidário

Fonte: arquivo da pesquisadora, 2013.

Trem da Fartura e do Forró: No quinto ano de realização da ação em questão, a

entrada era permitida a partir da troca 3 kg de alimentos não perecíveis mais R$ 10,00

pela camisa do evento, equivalente ao ingresso.

Imagem 11 – Panfleto de divulgação do Trem da Fartura e do Forró

Fonte: arquivo da pesquisadora, 2013.

Veículos de comunicação utilizados:

Redes sociais: Facebook e Twitter;

Jornal impresso Correio da Paraíba;

51

Jornal impresso O Norte;

Jornal da Paraíba;

Informativo da Superintendência de Trens Urbanos de João Pessoa.

Portais de notícias e sites:

Agência de Notícias UFPB;

Atividade.FM;

PB Agora;

Sai da Rede;

Diário PB;

Inter Jornal;

Letz;

Jornal da Paraíba;

Portal Siderall Mídia;

Jornal O Norte;

Lazer JP;

Paraíba Urgente;

PB News;

Cenário Cultural;

SESC Paraíba;

SNN;

Portal CODISMA - Cooperativa Cultural Universitária da Paraíba Ltda.;

WSCOM;

Site Institucional da CBTU;

Paraíba Hoje;

PB1;

JC Online;

Tambaú 247.

Mídia televisiva:

TV Arapuan;

TV Cabo Branco;

TV Correio;

52

TV Clube;

TV Master;

TV Tambaú;

TV O Norte.

4.2 SITUAÇÃO ATUAL

4.2.1 Relações com os públicos de interesse

Os principais públicos do São João com Fartura são: a comunidade carente de João

Pessoa, a comunidade acadêmica da Universidade Federal da Paraíba, a Companhia Brasileira

de Trens Urbanos – CBTU, o SESC PB, a Mesa Brasil João Pessoa, as Instituições receptoras

dos alimentos arrecadados, as empresas e organizações que aceitam as parceiras e a imprensa.

Comunidade Carente de João Pessoa: Público a quem é destinado os alimentos

arrecadados durante todas as ações da campanha São João com Fartura.

Comunidade Acadêmica: Alunos do curso de Comunicação Social da UFPB que se

interessam pela disciplina Planejamento em Eventos e optam por serem agentes

transformadores da sociedade.

CBTU: Parceiro que contribui com para a realização da ação do “Trem da Fartura e do

Forró” com uma taxa cobrada relativamente mais baixa pela utilização do espaço e do

trem. Além da confecção de material impresso para a divulgação da ação, e também

da divulgação em redes televisivas.

SESC PB e Mesa Brasil: Parceiros que contribuem com a disponibilidade de

funcionários para recolher os alimentos arrecadados em cada ação, confecção das

camisas utilizadas no Trem da Fartura e do Forró e com divulgações das ações na

mídia impressa e televisiva.

Empresas e organizações parceiras: São os que aceitam patrocinar através de cotas o

evento em cada edição.

Imprensa: Responsáveis por divulgar a campanha junto à sociedade pessoense.

Instituições receptoras dos alimentos arrecadados: Público beneficiado diretamente

pelas ações desenvolvidas pela campanha São João com Fartura. As instituições que já

receberam doações do projeto nas sete edições são:

53

Quadro 1 – Resumo das Instituições beneficiadas

ORDEM NOME DA

INSTITUIÇÃO ENDEREÇO

TELEFONE

(83)

MODALIDADE

DE

ATENDIMENTO

1. Comunidade Cordão

Encantado II Centro, João Pessoa - PB --

Atendimento à

comunidade

2. Tia Nerita Rua Feliciano Dourado, 1232

– Torre, João Pessoa – PB. 3244-4369 Creche

3. Instituto Dom Ulríco

Av. João Machado, 1214 -

Centro

João Pessoa - PB

3222-4699 Orfanato

4. Paróquia Virgem Mãe dos

Pobres

Rua José Carneiro, S/N –

Funcionários I. -- Igreja

5.

Associação de Moradores

da comunidade salinas

Ribamar e adjacentes

R. São Pedro, s/n, salinas

Ribamar, cabedelo, em frente

à escola Antonio Vieira.

-- Atendimento à

comunidade

6.

União Espírita Uma Luz

no Caminho – Recanto

André Luiz

Rua Diógenes Chianca, 271,

Sesi – Bayeux. 3253-3641

Atendimento à

comunidade

7. Comunidade Maná Rua Orlando Soares de

Oliveira, 299 – Miramar. 3226-2876

Atendimento à

comunidade

8. JOCUM BR 101, Km 105, S/N Mata

Redonda Alhandra 8852-0070

Atendimento à

comunidade

9. Donos do Amanhã Av. Capitão José Pessoa,

1097 – Jaguaribe. 3242-2710

Atendimento à

crianças e

adolescentes com

câncer

10. Núcleo de Apoio à Criança

com Câncer (NACC)

Av. Odon Bezerra, 215 –

Roger. 3222-8113

Atendimento à

crianças com câncer

11. Toca de Assis Endereço atual não

localizado. -- Acolhimento

12.

AMEM- Ass.

Metropolitana de

Erradicação da

Mendicância

Entrada de Cabedelo, BR

230, Km 11, Av presidente

Kennedy, s/n, Tambauzinho.

3245-2761

3224-7237

Atendimento à

idosos e crianças

13.

APOITCHÁ – Ass. De

apoio ao trabalho cultural

histórico e ambiental.

Rua: Projetada, loteamento

sol de Lucena, s/n, Lagoa dos

Homens, Lucena.

3293-1376

8813-1128

Atendimento à

crianças e

adolescentes

54

14.

ARCA - Associação

Recreativa Cultural e

Artística

Av. Redenção.473. Ilha do

Bispo, João Pessoa.

3045-1650

8835-8957

8846-8163

Atendimento à

crianças e

adolescentes

(Atividade escolar)

15. ASPA - Associação

Promocional do Ancião

Rua Dr João Pimentel, s/n

Alto do Popular-Santa Rita. 3229-3451 Abrigo de Idosos

16. ASPAN - Associação

Promocional do Ancião

Rua Antônio Correia de

Matos, 55 Cristo Redentor. 3223-2163 Abrigo de Idosos

17. Abrigo Amor de Mãe R. Severina Evangelista de

França, 210 Centro - Lucena

8710-2634

8716-7859

50 creche / 22

prática de esportes

18.

ACMCSC. Ass. Moradores

da Comunidade Santa

Clara

Castelo Branco 9308-2977 Associação

Comunitária

19. Associação Beneficente

São José

Rua 18 de maio, 195

Mandacaru.

3248-2529

3224-4506

8816-0600

Atendimento à

comunidade

20. Ass. Jardim Laranjeiras R. Luiz Gonzaga Mendes,

473, Jardim Laranjeiras 8813-6113

Associação

Comunitária

21. Associação Evangélica

Sarah Kalley

Av. da fraternidade, 394,

Cristo Redentor

3042-1487

8801-1451

Oficina de apoio

pedagógico -

Artes, música e

Cultura Padre Zé

22. Casa da Paz Maria de

Nazaré

Rua Antonieta Sátiro S/n

José Américo 3264-1251

Atendimento à

comunidade e

(Abrigo)

23. Casa Divina Misericórdia

Rua Zélia Medeiros de

Araújo. 77 Jardim Cidade

Universitária

3235-0396 Abrigo de idosos

24. Casa dos Sonhos

Rua Projetada, 64, Boa

Vista- Várzea Nova, Santa

Rita

3232-6649

8873-6873

8834-8221

Abrigo

25. Casa Pequeno Davi

Rua João Ramalho n°195,

Roger

3241-5263

3222-2900

Oficinas

Música, artes, ludo

pedagógico, flauta e

esportes

26. Casa Shalon Rua Francisco de A C Dantas

s/n Bessa 3246-2880 Abrigo

27. Casa de Apoio Refúgio em

Jesus

R. Diórgenes Chianca nº 434,

SESI - Bayeux

8701-3435

3232-7234

Idosos e mães

dependentes

55

28.

CENDAC - Centro de

Apoio a Criança e ao

Adolescente

R. João Machado, Centro 8839-1098

Oficinas de artes

E cursos

profissionalizantes

29. Centro Cultural Piolin Rua Prof Sizenando Costa,

S/N Roger

8849-0207

3241-6343

3241-7436

8738-79-7373

Oficinas de artes e

cultura

30. Centro de Recuperação

Leão Judá

Rua Projetada S/N

Mangabeira 8670-7751 Abrigo

31. Comunidade Católica

Famuel

Rua Golfo San Matias, s/n

Intermares Cabeldelo

3248-2871

8896-5920

Abrigo para Idosos

32. Comunidade Católica

Shallon

R. Amapar, 63 Bairro dos

Estados

3211-6075

8819-4533

8885-5347

8818-8521

Ação Comunitária

33. Creche Amiguinhos Rua Anísio Salatiel, 133,

Roger

3241-7848

3241-8885

9106-7102

Creche

34. Educandário Allan Kardec Rua dos Milagres, 954,

Cristo 3223-3494 Apoio pedagógico

35. Fundação Educar Conde Rua Projetada S/N Conde 3298-1207

Apoio pedagógico,

creche e oficinas de

esportes e cultura.

36.

Fundação Padre Pio-

Comunidade Filhos da

Misericórdia

Rua Esportista Aurélia

Rocha, 515, Bairro dos

Estados

8802-5337

8802-4024

Atendimento aos

moradores de rua

37. Fundação CIDADE VIVA R. Luzia Simões

Bartolini,nº100 - Aeroclube

3041-7450

8833-8083

Comunidade

38. Hospital João Soares Avenida Cruz das Armas

S/N, Cruz das Armas 3241-2157 Hospital

39. Hospital Padre Zé Paraça Dom Adauto, 117.

Centro

3241-5845

3241-8080 Hospital

40. Hospital São Vicente de

Paula

R. João Machado, 1234,

Centro 2107-9500 Hospital

41. Hospital Flávio Ribeiro

Coutinho

Av. Flávio Ribeiro Coutinho,

202 – Santa Rita

3229-1039

9979-6677 Hospital

56

42. Instituição Espírita Nosso

Lar

Pça Obdon Milanez, 115,

Castelo Branco

3244-1261

9952-9805

3224-8008

Abrigo

43. LABOP – Lar Alternativo

Bom Pastor

Av. Jesus de Nazaré, 150 –

Jaguaribe

3222-0372

9928-0045 Abrigo

44. Lar da Criança R. Waldemar M. Acioly.

Bancários 3235-1165

Apoio pedagógico e

oficinas

45. Lar da Criança Reviver R. Rio Paraíba s/n

Camboinha II 3228-0647 Abrigo

46. Lar da Providência Av. Santa Catarina, 05 Bairro

dos Estados 3224-3072 Abrigo

47. LBV – Legião da Boa

Vontade

Rua das Trincheiras,

Jaguaribe 3198-1500

Atendimento de

Assistência Social

48. MAANAIM

R. Joaquim Pereira da Silva,

62

Bancários

3235-1617

3222-3954

8893-4020

8883-9054

Abrigo e

atendimento de

famílias carentes

49. Missão Atalaia de Jesus R. Nô Costa, 340

3043-5795

3223-5600

8822-4966

Casa de Apoio

50. Missão e Restauração R. Artur Batista, 414-

Jaguaribe

3221-5528

8863-9407

8887-8450

Abrigo

51. Missão Nova Esperança Av. Cap. José Pessoa, 985 –

Jaguaribe 8847-1508

Apoio social e

psicológico aos

portadores HIV,

(oficinas)

educativas)

52. NACC - Núcleo de Apoio

à criança com câncer

Av. Dep. Odon Bezerra, 215

Tambiá – Centro

3241-3233

8640-8367

8841-4650

Abrigo com

crianças portadoras

de câncer

53. Projeto Beira da Linha R. Padre Luiz Félix, 49 -

Alto do Mateus

3212-8666

3212-6180

Oficinas de música

Flauta e Apoio

Pedagógico

54. Rede Feminina de

Combate ao Câncer

Av. 12 de outubro, 858

Jaguaribe

3241-5373

8802-0054 Casa de Apoio

55. União Espírita Diogo de

Vasconcelos

R. Coronel Vicente nº. 310 –

Costa e Silva

3225-3296

9302-8646

9993-3232

8831-5214

Atendimento à

comunidade

(entrega de cesta

básica e sopas)

57

56. Vila Vicentina Júlia Freire

R. Etelvina Macedo de

Mendonça, 327

Torre

3224-6988 Abrigo

Fonte: Banco de alimentos do SESC/PB, 2012.

4.2.2 Parceiros

Para que a campanha São João com Fartura aconteça, além do empenho de alunos e

professores do curso de Comunicação Social - habilitação em Relações Públicas, é necessário

mobilizar o empresariado local e os órgãos públicos. Durante os sete anos de existência do

projeto, mais de 190 (cento e noventa) parcerias foram firmadas entre o São João com Fartura

e empresas privadas, organizações, órgãos públicos e a imprensa pessoense.

Abaixo segue o quadro com todos os parceiros que alimentaram o São João com

Fartura nas sete edições:

Quadro 2 – Resumo dos parceiros por ano

ANO PARCEIROS

2006

Em João Pessoa: 16º RCMEC, A Base Coquetel Bar, Açúcar Ouro Branco,

Alexandre Pé de Serra, Ambassador Flat, Antares Publicidade, Banco de alimentos

do SESC, Bem Mais Supermercados, Casa dos Fotógrafos, Colégio Interativo,

Colégio Lourdinas, Colégio Motiva, Comvídeo Produções, Corpore Academia,

Coliseum Academia, Daniel Araújo Costa, Gráfica JB, Gráfica 2001, Governo

Municipal de João Pessoa, Instituto Alpargatas, Nutriday, Paulo Albuquerque,

Recorte Sinalização, Shopping Sul, SICOOB, Superação Academia, TV Cabo

Branco, UP Academia, Vox áudio Studio, Zona Franca Presentes.

Em Sapé: Armazém Paraíba, Banda Classe A, Câmara Municipal de Sapé, Clube

Atlético Sapeense, Distribuidora Mota, Educandário Afonso Júnior, Instituto Educ,

Jornal O Interiorano, Mel Shopping, ONG Cidade Cristã, Ouro Bom

Supermercados, Rádio Sapé FM, Secretaria de Educação e Desportos, Secretaria

de Produção Social, Supermercado Feirão da Economia, Supermercado Quatro

Irmãos, Supermercado Superbox, Utilar Móveis.

58

2007

TV Cabo Branco, UFPB, FACENE, IESP, ASPER, Colégio QI, Colégio Seta,

Colégio Meta, Colégio Lourdinas, Colégio Motiva, CPC Concursos, Mag

Shopping, Ri Happy, Planeta Túlio, Loja VR, Tambaí, Pirâmide Engenharia,

Gráfica JB, Gráfica 2001, Almeida Construção, PPQ, Edif. Rio Nilo, Orquestra

Sinfônica da Paraíba, Banco de Alimentos do SESC, Rádio BCN, Copplyne, Cia

Paraibana de Comércio, Nutiday, Chão Base, Collecion, Gabinete do Fuba,

Mundial Lanches, Sindicato dos Policiais Federais, Imprimix, Supermercado Bem

Mais, Supermercado Aquarius, Supermercado Latorre.

2008

Microlins, Prefeitura de João Pessoa, UFPB, Sebo Cultural, Paulinas Livraria,

Instituto Alpargatas, Gabinete do Fubá, Paraí Soluções Inovadoras, Esfera

Engenharia LTDA., Atavarejo, CBTU, Prefeitura de Bayeux, SESC Paraíba, Ri

Happy, Teatro Santa Roza, Doceria Sonho Doce, Colégio Colibri, Rivaldo Leite de

Oliveira – intermediador, Oficina do Pão, Companhia Paraibana de Comédia –

Pastoril Profano, ADUF PB, Colégio Motiva, Empresa Júnior de Comunicação da

UFPB - Innova Comunicação, Hiper Bom Preço, Shekinah Comunicação Visual,

Edmilson Araújo Soares, TV Cabo Branco e Jornal O Norte.

2009

Banco de Alimentos SESC Paraíba, CBTU, Prefeitura de Bayeux, Clóvis Júnior,

Doceria Sonho Doce, Funjop, DEC-CA da UFPB, Logocurvas, CDL, Grupo de

Teatro Pastoril Profano, TV Cabo Branco, TV Tambaú, Jornal Correio da Paraíba

e Jornal O Norte.

2010

Banco de Alimentos SESC Paraíba, CBTU, Grupo de Teatro Pastoril Profano,

Governo Federal, Ministério da Pesca e Agricultura, Governo da Paraíba,

Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Paraíba, TV Cabo Branco.

2011

UFPB, Faculdade Maurício de Nassau, Banco de Alimentos SESC Paraíba, CBTU,

Lojas Herrero, Instituto Aprender Mais, Portal Siderall Mídia, Prime Veículos,

PAMESA, VM Info Shop, Lins Fotografias, Padaria Doce Pão, O Sebo Cultural,

Fundação Getúlio Vargas, Editora Abril, Persona, Companhia de Teatro

Argonautas, Grupo Pastoril Profano, Fortaleza de Santa Catarina, Jornal O Norte,

Jornal Correio da Paraíba, TV Cabo branco, TV Arapuan e Rádio Tabajara.

2012

UFPB, Faculdade Maurício de Nassau, SESC PB, Mesa Brasil, CBTU João

Pessoa, Gil Designer, Gráfica 2001, Colégio Lourdinas, Colégio Dorotéias,

Instituto João XXIII, Conca Construções, Sebo Cultural, Coletivo Mundo, Rose

Refeições, ShopWell Importados, Loja TIM no Shopping Tambiá, CIA Paraibana

de Comédia, Doce Infância & Doce Vida, Cacau Show, Geórgia Pontes

Cabeleireira, Instituto Alpargatas, O Bosque Bar, Castilho & Advogados, Editora

Universitária UFPB, Banda Samba da Elite, Fortaleza de Santa Catarina, TV

Arapuan, TV Cabo branco, TV Correio, TV Clube, TV Máster; TV Tambaú e TV

O Norte.

Fonte: Relatórios de todas as edições do Projeto São João com Fartura.

59

4.3 ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO

4.3.1 Institucional

A campanha São João com Fartura - Alimente essa Ideia possui uma visibilidade

positiva em nível de comunicação institucional para a Universidade Federal da Paraíba, para o

SESC PB/Mesa Brasil e para a Companhia Brasileira de Trens Urbanos na região

metropolitana de João Pessoa. Isto se deve ao fato dessas três instituições se unirem com

ações que trazem melhorias para a sociedade na qual estão inseridas.

Com as ações do projeto São João com Fartura, a UFPB consegue valorizar a

extensão das atividades da sala de aula, com uma formação acadêmica que não está alheia aos

acontecimentos da sociedade.

Jezine (2004, p. 3) defende que

a nova visão de extensão universitária passa a se constituir parte integrante

da dinâmica pedagógica curricular do processo de formação e produção do

conhecimento, envolvendo professores e alunos de forma dialógica,

promovendo a alteração da estrutura rígida dos cursos para uma flexibilidade

curricular que possibilite a formação crítica.

Nesse sentido, é verificável que a extensão nas Instituições de Ensino Superior (IES)

é uma atividade essencial para a formação do senso crítico do profissional, além de posicionar

este fora dos portões da universidade, para que vivencie a prática, onde em alguns poucos

anos ele estará em busca do seu espaço no mercado extremamente competitivo.

Andrade e Silva (2001, p. 65) afirmam que

Se aceitarmos que a extensão tem sido, historicamente, fonte de

possibilidades para o aprimoramento da instituição universitária, cabe a nós,

membros da instituição, ampliar as ações extensionistas e, assim,

caminhando juntos com a sociedade, equacionar e mesmo solucionar os

problemas que afligem o país, mantendo, no entanto, o operar autônomo

desta instituição que vem realizando a rede de conversações acadêmico-

científicas que a define.

Para a Companhia Brasileira de Trens Urbanos, esta de economia mista, ter o nome

da instituição associado ao projeto como parceiro remete ao seu público um compromisso

com os menos favorecidos economicamente da sociedade, que precisam de auxílio para ter do

que se alimentarem. A CBTU tem o compromisso de transportar os cidadãos que necessitam

se deslocar intermunicipalmente a um baixo custo. Por possuir a característica de atender a

uma população mais carente, o público alvo da CBTU João Pessoa, torna-se muito próximo

60

ao público contemplado pelo São João com Fartura. O que vem a ser um dos fatores a

caracterizar o Trem da Fartura e do Forró como sendo a principal ação da campanha. E, pelo

fato de ser uma ação desenvolvida nas cinco últimas edições de maneira contínua, o Trem da

Fartura e do Forró pela ampla divulgação na mídia passa a se consolidar no imaginário das

pessoas como uma ação já recorrente e certa de sua existência anualmente.

O Mesa Brasil faz parte do setor social do Serviço Social do Comércio – SESC – que

na Paraíba está presente atualmente nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Patos e

Sousa. O Programa visa o apoio social, à solidariedade e à responsabilidade compartilhada

entre os parceiros doadores e voluntários, através da doação de alimentos que seriam

desperdiçados, sensibilizando a sociedade e combatendo a fome. Além do trabalho de

distribuição de alimentos aos mais necessitados, o SESC também realiza ações educativas

com as instituições e comunidades beneficiadas, como: oficinas, palestras, aulas,

apresentações artísticas, entre outras atividades que estimulam a educação, saúde, cultura e

qualidade de vida.

Através da parceria firmada com o Mesa Brasil do SESC Paraíba e com a CBTU

João Pessoa, o projeto São João com Fartura consegue atingir diretamente o seu público-alvo,

as famílias carentes, tornando-se primordiais a parceria com essas duas instituições para a

realização do São João com Fartura.

4.4 ANÁLISE S.W.O.T.

Na busca de traçar um perfil do cenário atual do projeto São João com Fartura,

buscamos fazer uso da análise S.W.O.T. como forma de evidenciar os pontos fortes e fracos,

as oportunidades e ameaças tendo por base a sétima edição, realizada em 2012. Assim,

buscamos ter dados condizentes com a realidade em que se encontra o projeto.

Pontos Fortes:

Comissão organizadora devidamente identificada durante as ações da campanha;

Articulação da CBTU com a imprensa;

Divulgação na internet, emissoras de TV e rádio;

Divulgação massiva para a principal ação da campanha, o Trem da Fartura e do Forró;

Boa localização do ponto de troca do alimento pela camisa como ingresso para entrada

no Trem da Fartura e do Forró. Como ponto de troca foi escolhido dois locais: o

61

primeiro que permaneceu por cinco dias na Faculdade Maurício de Nassau, localizado

na Av. Epitácio Pessoa devido a sua proximidade a um supermercado e por ser rota do

tráfego de várias linhas de ônibus da cidade, além de ter sido um local elogiado na

edição anterior pelos participantes. O segundo ponto foi a Estação CBTU João Pessoa

que o ponto de troca permaneceu durante dois dias, o sábado e o domingo (dia do

evento), pois muitos participantes já estão acostumados a fazer a troca no dado local.

Pontos Fracos:

Dificuldade de fechar parcerias: o empresariado paraibano ainda está relutante em

apoiar projetos acadêmicos de cunho social. A maioria das empresas que já apoiou o

projeto se deu através de contatos e relacionamento pessoal dos integrantes que

organizaram o evento. E, poucos foram os que se sensibilizaram com a proposta em

levar alimento a quem tem fome.

Falta de apoio das Prefeituras de João Pessoa e Cabedelo;

Falta de sinalização no trajeto feito a pé da Estação CBTU em Cabedelo até a

Fortaleza de Santa Catarina onde os trios pé-de-serra se reúnem como forma de criar

um espaço único de diversão.

Oportunidades:

Visibilidade do curso de Relações Públicas;

Oportunidade do mercado conhecer parte da atuação do profissional e recorrer ao

serviços dele quando necessário.

Ameaças:

Possibilidades de eventos concorrentes gratuitos;

Desinteresse acadêmico da UFPB;

Clima chuvoso desfavorável no dia das ações.

62

5 PROJETO DE PESQUISA

5.1 JUSTIFICATIVA

A pesquisa é a premissa básica no desenvolvimento do planejamento das atividades

para o profissional de Relações Públicas, o qual pode diagnosticar problemas e numa

compreensão mais abrangente prognosticar situações futuras. Assim, compreender a opinião

dos públicos de interesse sobre o que se deseja é essencial para desenvolvê-lo de todo o

processo que se segue.

Lesley (apud KUNSCH, 2003, p. 279) afirma que,

com a pesquisa é possível para as relações públicas: confirmar suposições e

„palpites‟ acerca da posição da opinião pública sobre uma organização, seu

produto ou serviço; clarificar questões sobre as quais há dados contraditórios

ou poucas informações; e reorientar pensamentos ou conceitos a respeito de

um problema de relações públicas.

A pesquisa aplicada teve como propósito conhecer a opinião dos principais

organizadores e colaboradores do São João com Fartura das sete edições realizadas, sobre

questões intrínsecas ao próprio evento com o objetivo de planejar e estruturar as próximas

ações, e assim propor novas formas de prospecção de parcerias para o projeto.

Desenvolvida através dos relatórios das sete edições realizadas e com a contribuição

dos gestores, a pesquisa buscou conhecer a opinião sobre o projeto em relação à profissão de

Relações Públicas, sobre o Trem da Fartura e do Forró e os interesses demonstrados pelas

empresas locais, na visão dos colaboradores, gestores e executores.

5.2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

Conforme os estudos realizados durante a elaboração da historicidade do São João

com Fartura e com o que foi analisado no briefing, conseguimos verificar a seguinte

problemática que norteou o processo de investigação: Como criar novas ações promocionais

para fortalecer a marca São João com Fartura?

5.3 HIPÓTESES

O projeto precisa receber o apoio de mais parceiros;

63

As ações do projeto propiciam pouca visibilidade ao curso de Comunicação Social –

Relações Públicas;

Existência da interação entre a teoria e a prática para os alunos do curso.

5.4 OBJETIVOS

5.4.1 Objetivo geral

Conhecer a opinião dos principais organizadores e colaboradores do São João com

Fartura através de questionário para desenvolver novas ações promocionais para o projeto.

5.4.2 Objetivos específicos

Conhecer a opinião dos principais gestores do projeto sobre as edições passadas;

Conhecer a situação atual do projeto;

Elaborar ações promocionais que fortaleçam o projeto.

5.5 METODOLOGIA

A pesquisa se desenvolveu no primeiro momento de forma exploratória, através da

análise dos relatórios proporcionando uma maior familiaridade com o problema em questão,

dando assim, suporte para que a segunda etapa pudesse ser colocada em prática, após a

realização do briefing na primeira etapa.

Na segunda etapa realizada, os métodos utilizados para a elaboração da presente

pesquisa são quantitativos com a finalidade de conhecer a opinião dos principais

colaboradores do São João com Fartura. Optamos pela junção das abordagens qualitativas e

quantitativas em forma de questionários aplicados aos gestores, executores e colaboradores do

projeto. Dessa forma, utilizamos o método quantitativo para obter conhecimentos com menos

possibilidades de erros de interpretação e o método qualitativo para saber a intensidade do

fenômeno pesquisado.

5.5.1 Identificação de universo e seleção da amostra

64

Universo pesquisado: Colaboradores diretos do Projeto São João com Fartura. A

pesquisa foi desenvolvida com 56% do número total de colaboradores do evento. Assim,

participaram 28 dos 50 colaboradores diretos identificados.

5.6 CRONOGRAMA

ETAPAS 15/01 a 30/01 01/02 a 29/02 01/03 a 05/03 06/03 a 14/03

Elaboração do questionário X

Aplicação da pesquisa X

Tabulação da pesquisa X

Análise e interpretação dos dados X

5.7 ORÇAMENTO

O valor da aplicação da pesquisa foi nulo devido à utilização da ferramenta Google

Docs na internet que proporcionam rapidez e custo zero.

5.8 TABULAÇÃO E ANÁLISE DA PESQUISA

Para a pesquisa, usamos uma abordagem quantitativa e qualitativa em forma de

questionários de múltipla escolha e com questões abertas direcionado aos gestores, executores

e principais colaboradores.

Para gerar os gráficos usamos a ferramenta Create A Graph14 como programa de

tabulação.

14

Create A Graph – site que gera gráficos online.

65

Gráfico 1 – Perfil dos entrevistados

Fonte: pesquisadora, 2012.

Em relação ao perfil dos entrevistados na pesquisa, o gráfico 1 mostra que houve

uma equivalência na quantidade de pessoas que se encaixaram no perfil de executores e de

colaboradores com mais de 35% das respostas. A quantidade de gestores que responderam à

pesquisa foi inferior, entretanto é um número considerável devido à importância da visão dos

que planejaram e estiveram à frente do evento, totalizando 28,5% dos entrevistados.

O motivo da escolha desses três perfis para a aplicação do questionário se deve ao

fato de precisarmos das informações mais assertivas para que não prejudique as execuções das

ações futuras do projeto.

66

Gráfico 2 – Slogan mais adequado para o São João com Fartura

Fonte: pesquisadora, 2012.

O gráfico 2 mostra que o slogan mais adequado escolhido pelos entrevistados para o

São João com Fartura é o “Alimente essa Ideia”, de acordo com 18 do total de respondentes.

Esse slogan faz referência direta à história do projeto que busca difundir a solidariedade nas

organizações incentivando as empresas a apoiarem ações sociais e a despertarem para a

Responsabilidade Social, uma política institucional crescente entre as organizações

brasileiras.

Gráfico 3 – Melhor opção de destino para o Trem da Fartura e do Forró

Fonte: pesquisador, 2012.

67

Em relação ao destino do Trem da Fartura e do Forró, a cidade de Cabedelo foi

escolhida com 78,57% (22 entrevistados) das respostas devido ao fato de Cabedelo ser uma

cidade turística. Esse fato consegue maior visibilidade da mídia e da população para a ação.

Outro fator relevante para o alto número da escolha foi a junção do forró executado dentro do

trem com a visita e continuação da festa dentro da Fortaleza de Santa Catarina, agregando

mais valor cultural ao evento. Desta maneira, essa ação junto às peças teatrais se tornaram as

principais ações solidárias do projeto.

Gráfico 4 – Contribuições do Projeto para a habilitação de Relações Públicas

Fonte: pesquisadora, 2012.

O quarto gráfico traz uma questão que permitiu que os entrevistados escolhessem

mais de uma alternativa como resposta sobre as contribuições do projeto São João com

Fartura proporcionadas à habilitação em Relações Públicas. Percebe-se uma unanimidade

quando se trata do projeto trazer algum benefício para o curso devido a nenhuma marcação na

alternativa que menciona que o projeto não contribui.

22 respondentes concordaram que o evento contribui para o aprendizado dos alunos

no que concerne ao Planejamento e Gestão de Eventos, 10 entrevistados apontaram que o

projeto desenvolve na prática o que é visto no curso, assim como, a mesma quantidade de

entrevistados fizeram referência à contribuição para o desenvolvimento do trabalho em

equipe. E, ainda, 25% apontaram outras contribuições como: experiência na elaboração de

projetos e os benefícios se concentram apenas para os alunos que participam da disciplina.

68

Com essa questão sobre a contribuição do projeto perante o curso, é notória a

contribuição positiva que o São João com Fartura oferece aos alunos e a profissão de Relações

Públicas em nossa universidade, pois o aluno que vivencia experiências de projetos

desenvolvidos dentro da universidade e executa-o junto à sociedade possui a oportunidade de

se tornar um profissional diferenciado para o mercado de trabalho.

Gráfico 5 – As contribuições do Projeto despertadas no empresariado local

Fonte: pesquisadora, 2012.

No que diz respeito à importância que o projeto desperta no empresariado local, o

gráfico 5 mostra que 40% dos entrevistados disseram que o projeto serve apenas como

Marketing para as empresas, 35% responderam que desperta a importância da

Responsabilidade Social, 10% disseram que desperta a importância do Relações Públicas em

sua empresa, assim como, desperta novas formar de ajudar pessoas. Apenas 5% disseram que

o projeto não traz alguma contribuição no empresariado.

Presume-se que esta alta percepção em relação ao marketing seja porque as empresas

locais são prematuras em relação à Responsabilidade Social aliado à grande divulgação das

ações do São João com Fartura verificada na mídia local.

69

Gráfico 6 – Contribuições do São João com Fartura na visibilidade da profissão de Relações Públicas

Fonte: pesquisadora, 2012.

O último gráfico (6) nos mostra como o São João com Fartura contribui para dar

mais visibilidade à profissão de Relações Públicas admitindo no questionário a possibilidade

de marcar mais de uma alternativa. Todos os entrevistados concordaram que o projeto São

João com Fartura proporciona visibilidade à profissão de Relações Pública, dos quais mais de

38% afirmaram que essa contribuição se dá através da apresentação do projeto na hora de

propor parceria; 35% disseram que a visibilidade do curso acontece através da divulgação na

imprensa, enquanto que 23% acreditam que a visibilidade vem através das ações sociais

desenvolvidas pelo projeto e 4% acrescentaram que em tudo que for realizado pelo projeto,

deve-se dar ênfase aos alunos da habilitação que estão à frente da organização.

70

6 DIAGNÓSTICO

Entre os aspectos analisados durante o briefing do São João com Fartura e a pesquisa

aplicada, podemos diagnosticar como um problema para projeto a dispersão das parcerias ano

após ano e a não continuidade do projeto no ano corrente, deixando lacunas entre uma edição

e outra.

O projeto possui um número elevado de parcerias ao longo das sete edições,

entretanto, percebemos que muitas não se repetiram. Nos relatórios analisados, algumas

empresas alegaram dificuldades financeiras ou que já estão engajadas em outros projetos

sociais. Sabemos que muitas parcerias são feitas através de contatos já conhecidos dentro das

empresas privadas e que são poucas as que se disponibilizam a conhecer o projeto e investir

na causa. Estes fatos dificultam a prolongação da parceria por mais de uma edição.

Alguns parceiros permaneceram desde a primeira participação como são os casos:

Banco de Alimentos do SESC PB, os grupos de teatro Pastoril Profano e Argonautas, a

Companhia Brasileira de Trens Urbanos de João Pessoa (CBTU) e a Faculdade Maurício de

Nassau, em João Pessoa.

Outro fator negativo do projeto é a baixa visibilidade que tem perante docentes do

curso de Comunicação Social da Universidade Federal da Paraíba e dos outros segmentos

universitários. O projeto precisa crescer diante dos docentes, discentes e funcionários da

instituição. A maior parte de adesão dentre os servidores da UFPB ao projeto, está localizada

na Biblioteca Central, isso devido ao fato das aulas de Planejamento em Eventos serem

realizadas em um de seus ambientes e pelo setor de Recursos Humanos a partir da

colaboração dos funcionários.

Através da pesquisa com os organizadores e colaboradores, pudemos identificar que o

slogan “alimente essa ideia” é a melhor opção para o projeto, fazendo referência a

arrecadação de alimentos não perecíveis e a difusão da solidariedade. Diagnosticamos

também os pontos positivos que o São João com Fartura proporciona para o curso, como:

elaboração de projetos, prospecção de parcerias, planejamento e gestão de eventos, entre

outras atividades relacionadas ao profissional de Relações Públicas.

71

7 PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS PARA O SÃO JOÃO COM FARTURA

A partir dos dados coletados no briefing e na pesquisa, obtivemos as informações

necessárias para a elaboração do Programa de Relações Públicas, o qual propõe ações para a

melhoria do projeto e a manutenção prolongada dos parceiros.

7.1 OBJETIVOS

Desenvolver ações para transformar o evento em Projeto de Extensão da Universidade

Federal da Paraíba;

Fortalecer a marca São João com Fartura;

Elaborar um modelo de questionário de avaliação para o Trem da Fartura e do Forró

junto ao seu público;

Manter as parcerias já existentes.

7.2 ESTRATÉGIAS

Estimular o envolvimento e o comprometimento dos alunos de Comunicação Social

através do Projeto de Extensão da UFPB;

Fortalecimento da identidade do projeto através de ações promocionais;

Divulgação da marca dos parceiros atuais por um tempo predefinido em site e redes

sociais.

7.3 PÚBLICO-ALVO

Reitora da UFPB;

Pró-Reitoria de Extensão da UFPB;

Faculdade Maurício de Nassau;

SESC PB e Mesa Brasil;

Companhia Brasileira de Trens Urbanos da Paraíba;

Participantes do Trem da Fartura e do Forró.

7.4 PROPOSTAS DE AÇÕES

72

7.4.1 São João com Fartura – Projeto de extensão

Como constatado no diagnóstico, o projeto São João com Fartura não possui apoio

efetivo da Universidade Federal da Paraíba. Em todas as edições se fez necessário percorrer o

mesmo caminho com explicações e apresentações do projeto para buscar apoio para

realização das ações.

O projeto São João com Fartura conquistou um espaço considerável na mídia local e

se tornou um evento no calendário do SESC Paraíba e da Companhia Brasileira de Trens

Urbanos da Paraíba. Com o propósito de transformar esse evento em um projeto de extensão

da UFPB, a universidade poderá proporcionar aos alunos do curso de comunicação melhores

condições de planejamento, realização e manutenção desse projeto. Com a devida valorização

da extensão das atividades acadêmicas desenvolvidas por graduandos para com a sociedade, a

universidade conseguirá se tornar parte integrante da dinâmica pedagógica curricular do

processo de formação e produção de conhecimento, envolvendo professores e alunos de forma

dialógica possibilitando uma formação mais crítica destes, assim como ampliará as ações

extensionistas para caminhar mais próximo da sociedade.

Objetivos específicos

Incentivar a participação voluntária dos alunos;

Garantir a continuação do projeto durante o ano inteiro;

Vincular efetivamente o projeto à Universidade Federal da Paraíba.

Ações

Apresentar o projeto São João com Fartura a Reitora e ao Pró-reitor de Extensão;

Inscrever o projeto na Pró-reitoria de Extensão.

Público-Alvo

Reitora da UFPB;

Pró-Reitor de Extensão da UFPB.

Recursos necessários

Cópias do projeto São João com Fartura;

73

Formas de avaliação

Através do Método de Avaliação por Resultados que consiste em programas de

administração por objetivos, baseia-se numa comprovação periódica entre os resultados

fixados do projeto e os efetivamente alcançados. As conclusões a respeito dos resultados

permitem a medição do comprometimento e empenho dos extensionistas, bem como a

indicação dos pontos fortes e fracos do projeto.

7.4.2 Produtos São João com Fartura

A confecção de peças publicitárias com a marca do projeto pode se utilizado como

alternativa para uso do marketing com foco nos parceiros, assim como um dos meios de

arrecadar verbas para os custos das ações.

Objetivos específicos

Criar peças publicitárias para atrair novos parceiros;

Promover a marca do projeto e do patrocinador;

Vender as peças para arrecadação de dinheiro.

Ações

Confeccionar peças publicitárias com a marca “São João com Fartura”;

Divulgar a marca “São João com Fartura”.

Público-alvo

Pequenas e médias empresas;

Público participante das ações desenvolvidas durante o evento.

Recursos necessários

Confecção das canecas;

Frete das canecas.

74

Formas de avaliação

Para avaliar a receptividade das peças publicitárias perante o público do São João

com Fartura, será analisada a quantidade da oferta e da procura das peças confeccionadas,

assim como observações durante a utilização das mesmas nas ações do projeto.

7.4.3 São João com Fartura de Janeiro a Janeiro

A ação São João com Fartura de Janeiro a Janeiro se trata da manutenção da marca e

das informações do projeto durante todo o ano. Assim, os parceiros já existentes poderão

acompanhar o desenvolvimento das atividades e terão a sua marca divulgada por período pré-

estipulado.

Objetivos específicos

Divulgar as ações e informações do projeto;

Otimizar o uso da mídia digital através do website;

Tornar a relação entre projeto/parceria mais aproximativa.

Ações

Contratar uma empresa responsável pela criação de um website, com design temático e

um layout pautado na identidade do São João com Fartura, definido pelas cores da

logomarca: vermelho, verde e amarelo;

Criar um espaço para divulgação de todas as parcerias já realizadas;

Disponibilizar os dados das arrecadações e instituições beneficiadas de todas as

edições realizadas.

Público-alvo

UFPB;

Parceiros;

Sociedade.

75

Recursos necessários

Contratação de uma empresa de website, para elaboração e manutenção do site;

Formas de avaliação

Para avaliarmos se o site está alcançando o efeito desejado, realizaremos o

levantamento da quantidade de acessos e o tempo de navegação na página, através de

ferramentas estatísticas, a exemplo do Google Analytics15

, além da formulação de enquetes

destinadas aos usuários.

7.4.4 Modelo de avaliação para o Trem da Fartura e do Forró

Criar um padrão de pesquisa na realização da principal ação do projeto sugerindo a

aplicação de um questionário durante a execução do Trem da Fartura e do Forró.

Objetivos específicos

Criar um modelo de avaliação da organização do evento;

Manter um bom padrão de qualidade.

Ações

Desenvolver um questionário padrão;

Aplicar o questionário;

Avaliar os resultados.

Público-alvo

Participantes do Trem da Fartura e do Forró.

16

Ferramenta disponibilizada na internet utilizada para identificar as características de acesso dos usuários de

website, seja em relação à quantidade de acessos, tempo de duração no acesso de cada página, como no

levantamento dos links mais acessados.

76

Recursos necessários

Impressão dos questionários;

Aplicadores dos questionários;

Canetas.

Formas de avaliação

A avaliação será feita da análise dos pontos negativos a serem minimizados/sanados.

77

8 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DAS AÇÕES EXECUTADAS

8.1 PRODUTOS SÃO JOÃO COM FARTURA

8.1.1 Justificativa

Para conquistar mais parcerias se faz necessário criar novas ferramentas para a

divulgação das marcas dos parceiros, assim como promover a marca do projeto de maneira

mais atrativa e expressiva.

Dessa maneira, elaboramos as canecas em acrílico com a impressão da marca “São

João com Fartura”, tornando-se mais uma peça promocional para o uso do marketing do

projeto e dos parceiros, além de ser mais uma maneira de arrecadar verba para custear as

ações.

8.1.2 Objetivo

Disponibilizar mais uma forma de divulgação para o projeto e seus parceiros, como

também ser uma alternativa para arrecadar dinheiro para custear as ações.

8.1.3 Público-alvo

Pequenas e médias empresas;

Participantes das ações do projeto.

8.1.4 Operacionalização da ação

Para a confecção das peças promocionais, entramos em contato com a empresa MM

Desing‟s em São Paulo através do site www.canecasdechopp.com.br, que trabalha com

personalização de canecas em acrílico e alumínio. Optamos pelo uso do material em acrílico

devido à possibilidade de visualização do liquido em seu interior, o que a torna mais atrativa

aos olhos do público.

As canecas confeccionadas receberam apenas a marca do São João com Fartura por

ser uma ação experimental e devido à falta de tempo hábil para a prospecção de parceiros e

78

inserção de suas marcas no material. A negociação foi efetuada através de e-mails e em um

prazo de 20 dias as canecas foram enviadas através de frete aéreo, pois não poderíamos correr

o risco das mesmas serem extraviadas e não chegarem a tempo para a divulgação e venda na

ação do Trem da Fartura e do Forró.

A divulgação e venda ao custo de cinco reais das canecas (imagem 22) “São João

com Fartura” foi iniciada no dia 2 de julho de 2012, nas redes sociais, com uma boa

repercussão imediata dentre os que já conheciam o projeto.

Imagem 12 – Fotografia das canecas divulgada nas redes sociais

Fonte: Pesquisadora, 2012.

8.1.5 Cronograma

ATIVIDADES MAIO

2012

JUNHO

2012

JULHO

2012

Elaboração da peça publicitária. X

Confecção das canecas. X

Divulgação e venda das canecas. X

8.1.6 Recursos empregados

Humanos

o MM Desing‟s – Empresa contratada para confeccionar as canecas em acrílico.

79

Financeiros

o Confecção de 100 canecas – R$180,00

o Frete aéreo São Paulo/ João Pessoa – R$ 95,00

8.1.7 Avaliação dos resultados

Para a realização dessa ação foram confeccionadas 100 canecas (imagem 23) das

quais 20 foram separadas para brindes. As 80 unidades que disponibilizamos tiveram uma

grande aceitação dos participantes da ação do Trem da Fartura e do Forró. A venda de 100%

(cem porcento), sem dificuldades aparente, mostrou que ação deve ser repetida no ano

seguinte, e deverá confeccionar entre 150 e 200 unidades devido a grande procura.

Imagem 23 – Canecas São João com Fartura no Trem

Fonte: Lins Fotografia, 2012.

8.2 MODELO DE AVALIAÇÃO PARA O TREM DA FARTURA E DO FORRÓ

8.2.1 Justificativa

De acordo com o que constatamos no diagnóstico, a principal ação dentro do projeto

São João com Fartura é o Trem da Fartura e do Forró. Para que exista um comprometimento

dos organizadores na realização dessa ação, elaboramos um questionário padrão que deverá

ser aplicado a uma amostra de 30% dos participantes aplicados na metade do percurso -

Fortaleza de Santa Catarina.

80

8.2.2 Objetivo

Criar uma ferramenta para manter a qualidade no evento Trem da Fartura e do Forró.

8.2.3 Público-alvo

Participantes do Trem da Fartura e do Forró.

8.2.4 Operacionalização da ação

Imagem 24 – Cartão utilizado na avaliação da organização do evento

Fonte: Wanessa Felix, 2013.

A elaboração do questionário foi realizada pelos Relações Públicas Stella Valentim e

Gustavo Freire, os quais também foram organizadores da edição do Trem da Fartura e do

Forró em 2011, o que garantiu maior assertividade na elaboração das questões de acordo com

a realidade do projeto.

Para a aplicação do questionário, disponibilizamos sete entrevistadores no pátio da

Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, para captarem 209 entrevistados. Após a tabulação

da pesquisa, tivemos o seguinte resultado:

81

8.2.5 Cronograma

ATIVIDADES 29 e 30 de

Junho de

2012

1 e 2 de

Julho de

2012

3 e 4 de

Julho de

2012

8 de Julho

de 2012

10 e 11 de

Julho

2012

Elaboração do

questionário. X

Aplicação do questionário

teste. X

Impressão dos

questionários.

X

Aplicação dos

questionários.

X

Tabulação da pesquisa. X

8.2.6 Recursos empregados

Humanos

o Elaboração do questionário: Stella Valentim e Gustavo Freire;

o Aplicação dos questionários: Eduardo Carielo, Gustavo Freire, Jessyka

Carvalho, Saskya Carvalho, Stella Valentim, Vanessa Rocha e Wanessa Felix.

Financeiros

o Impressão dos questionários em papel cartão – R$52,00.

8.2.7 Avaliação dos resultados

De acordo com a pesquisa de opinião aplicada na ação do Trem da Fartura e do Forró os

organizadores da ação precisam estar atentos para otimizar os serviços oferecidos na

infraestrutura do evento, assim como buscar novos meios de divulgação, pois o quesito

recebeu a classificação regular seguido de boa.

As respostas obtidas na pesquisa de opinião estão tabuladas nos gráficos abaixo, como

também as sugestões para as próximas edições.

82

Gráfico 7

FONTE: Pesquisadora

A Organização do Trem da Fartura e do Forró foi o primeiro quesito a ser pesquisado

perante os participantes dessa ação, na qual recebeu de modo geral uma avaliação positiva

com 97% das respostas entre ótima e boa.

Gráfico 8

FONTE: Pesquisadora

Na questão sobre a infraestrutura disponibilizada para o Trem da Fartura e do Forró,

como banheiro, segurança, ponto de troca e recepção, os participantes avaliaram de maneira

83

equilibrada devido a reclamações na quantidade de banheiros disponibilizados no evento.

36% avaliaram como boa a infraestrutura, 27% avaliou como regular, 23% disseram estar

ótima e 13% opinou como ruim a questão abordada.

Gráfico 9

FONTE: Pesquisadora

Em relação à divulgação do Trem da Fartura e do Forró, 38% avaliaram como regular,

30% avaliaram como boa, 17% disseram ter achado ótima a divulgação e os outros 15%

disseram estar ruim. Apesar da divulgação em mais de 35 locais diferentes de notícias a

pesquisa mostra que estas não estão atingindo a maioria dos participantes do evento.

Gráfico 10

FONTE: Pesquisadora

84

Sobre o projeto como um todo, questionamos os participantes do Trem da Fartura e do

Forró sobre o projeto São João com Fartura ser um Evento Solidário que arrecada e distribui

alimentos para comunidade carente, 93% disseram ter o conhecimento da solidariedade do

evento e apenas 7% desconheciam.

Gráfico 11

FONTE: Pesquisadora

Sugestão na divulgação: Criar um VT da ação do Trem da Fartura e do Forró, buscar

parcerias com as emissoras locais de televisão e veicular chamadas e fazer sorteios de

ingressos para o Trem da Fartura e do Forró nos programas de rádios massivos, atingindo

dessa maneira a maior parte do público participante dessa ação.

Na infraestrutura as principais queixas foram pela baixa quantidade de banheiros

químicos disponibilizados e a dispersão no trajeto da estação Cabedelo à Fortaleza de Santa

Catarina.

Sugestão: Disponibilizar mais banheiros químicos nas estações da CBTU e na Fortaleza de

Santa Catarina e para o trajeto pode ser feito um caminho indicativo com sinalizadores.

85

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização deste trabalho nos fez entender e constatar a importância da

participação de um profissional de Relações Públicas na organização de um evento estratégico

seja ele solidário ou não. Desenvolver o projeto São João com Fartura por duas edições

possibilitou uma visão ampla do evento, como também detalhes minuciosos que a experiência

nos proporciona.

Durante a coleta de dados nos relatórios das sete edições, mapeamos mais de 190

parceiros do projeto que ajudaram a mais de 56 instituições carentes da Grande João Pessoa.

Não há dúvidas sobre a importância que o São João com Fartura representa para a grade

curricular do atual curso de Relações Públicas e para a sociedade que participa das ações com

um baixo custo nas peças teatrais e no passeio com o Trem da Fartura e do Forró.

A situação atual do projeto é delicada devido ao desinteresse por parte dos

professores em desenvolverem o projeto por já estar desgastado com a disciplina de

Planejamento em Eventos. Os alunos já não se sentem motivados para realizar o evento,

desenvolvem as atividades por obrigação acadêmica e não por vocação. A sugestão no

Programa de Relações Públicas para que o São João com Fartura se torne um projeto de

extensão, estimularia os alunos que gostam de organizar eventos a participarem do projeto

que já se tornou uma vitrine forte para o curso de Relações Públicas, com um grande espaço

conquistado na imprensa paraibana, assim como daria o suporte necessário para a manutenção

do projeto.

As evidências de que o São João com Fartura contribui para a formação acadêmica,

profissional e social dos organizadores estão presentes na pesquisa de opinião realizada junto

aos principais organizadores e colaboradores do projeto quando todos afirmam que o mesmo

contribui para o curso, seja na aplicação da teoria na prática, no planejamento e gestão de

eventos ou na realização do trabalho em equipe.

A conclusão desse trabalho nos permitiu desenvolver ações que fortaleceram a marca

São João com Fartura, além disso, constatamos a importância do projeto para o curso de

Relações Públicas e para os alunos que querem se qualificar para o mercado de trabalho e não

apenas para a academia. Desenvolver esse projeto nos dá um leque de oportunidades no

mercado de trabalho, seja para a organização de eventos, para o desenvolvimento de projetos

socioculturais, viés de atual em marketing, elaboração de projetos ou prospecção de parceiros.

É um projeto ímpar na UFPB e que não deve ser menosprezado.

86

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agosto 2012

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APÊNDICE A – Questionário de pesquisa com os organizadores e colaboradores do São

João com Fartura.

A presente pesquisa tem como propósito conhecer a opinião dos organizadores e

principais colaboradores que fizeram parte de pelo menos uma das edições do projeto São

João com Fartura, para que possamos melhor planejar e estruturar ações futuras, inclusive

novas formas de prospecção de parcerias para o projeto. A sua contribuição é muito

importante na minha formação acadêmica.

1 – Em que perfil você se encaixa:

( ) Gestor

( ) Executor

( ) Colaborador

2 – Qual slogan é o mais adequado para o São João com Fartura:

( ) Alimente essa festa

( ) Alimente essa idéia

( ) Aproveite a festa e alimente essa idéia

3 – Em relação ao Trem da Fartura e do Forró, qual o melhor destino em sua opinião?

( ) Bayeux/ Santa Rita

( ) Cabedelo

( ) Outro

4 – Em relação à questão anterior, explique por que escolheu esse destino?

5 – Quais contribuições profissionais o projeto São João com Fartura oferece para a

habilitação de Relações Públicas?

( ) Desenvolve na prática o que é visto no curso

( ) Trabalho em equipe

( ) Planejamento e Gestão de eventos

( ) Não contribui, existem outros projetos que contribuem

( ) Outro

6 – Que importância o projeto desperta no empresariado local?

( ) Importância da Responsabilidade Social

( ) Importância das Relações Públicas em sua empresa

( ) Novas formas de ajudar as pessoas

( ) Para as empresas, o projeto serve apenas como Marketing

( ) Não atinge ao empresariado

90

7 – Como o São João com Fartura contribui para dar mais visibilidade a Profissão de Relações

Públicas?

( ) Através das ações sociais

( ) Através da divulgação na imprensa

( ) Através da apresentação do projeto na hora de propor parceria

( ) Não dá visibilidade ao profissional

( ) Outro

8 – Cite três pontos fracos do projeto São João com Fartura.

9 – Como participante do evento, que sugestões você daria a próxima edição?