universidade federal da paraiba centro de … · gráfico 1 – avaliação da ... sabe-se que a...

33
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCAS HUMANAS, LETRAS E ARTES UFPB VIRTUAL CURSO DE LICENCATURA PLENA EM LETRAS JUCELI DE SOUSA ALMEIDA PRÁTICAS DE LEITURA EM TURMAS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA DO MUNICÍPIO DE POMBAL/PB POMBAL-PB NOVEMBRO/ 2013

Upload: truongkhanh

Post on 12-Feb-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

0

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

CENTRO DE CIÊNCAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

UFPB VIRTUAL

CURSO DE LICENCATURA PLENA EM LETRAS

JUCELI DE SOUSA ALMEIDA

PRÁTICAS DE LEITURA EM TURMAS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA DO MUNICÍPIO

DE POMBAL/PB

POMBAL-PB

NOVEMBRO/ 2013

1

JUCELI DE SOUSA ALMEIDA

PRÁTICAS DE LEITURA EM TURMAS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA DO MUNICÍPIO

DE POMBAL/PB

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao Centro de Ciências

Humanas, Letras e Artes, em cumprimento

aos requisitos para obtenção do título de

Licenciado em Letras, pela Universidade

Federal da Paraíba - EaD.

ORIENTADORA: PROFª Drª MARINEUMA DE OLIVEIRA COSTA CAVALCANTI

POMBAL-PB

NOVEMBRO/ 2013

2

JUCELI DE SOUSA ALMEIDA

PRÁTICAS DE LEITURA EM TURMAS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA DO MUNICÍPIO

DE POMBAL/PB

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao Centro de Ciências

Humanas, Letras e Artes, em cumprimento

aos requisitos para obtenção do título de

Licenciado em Letras, pela Universidade

Federal da Paraíba - EaD.

APROVADA EM __ /__ / __

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________

Profª Drª Marineuma de Oliveira Costa Cavalcanti

________________________________________________

Profª Maria Cleide Soares de Sousa

________________________________________________

Profª Eliana Vasconcelos da Silva Esvael

3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus, porque me deu a oportunidade de chegar até aqui,

iluminando os meus pensamentos e me ajudando a enfrentar todos os obstáculos encontrados

durante a trajetória dessa jornada.

Agradeço a minha família, que sempre foi meu porto seguro em todos os momentos

(meu pai José Pereira, meus irmãos Francisco e José Filho, minhas cunhadas Fernanda e

Regilane e meu sobrinho Murilo). Um obrigado especial vai para minha mãe, Maria Honoria,

que sempre me apoiou e me deu forças nos momentos mais difíceis e vibrou comigo nos

momentos mais felizes. Obrigada a todos!

A todos os meus professores/as, tutores/as que participaram da minha vida escolar

desde os anos iniciais a passar pelo ensino médio e chegar ao curso superior, com os quais

tive a oportunidade de adquirir imensos aprendizados, ao mesmo tempo em que agradeço pelo

apoio recebido, em todos os momentos ao longo dessa caminhada, pois sem estes não teria

conseguido chegar até aqui.

Agradecer veemente as escolas, que me permitiram realizar a pesquisa, contribuindo

assim com o estudo aqui apresentado.

Aos meus colegas de curso, em especial a Humberto Sousa e Kellison Feitosa, com

os quais compartilhei momentos de aprendizagem, troca de conhecimentos e, acima de tudo, a

oportunidade de ter construído com estes uma relação de amizade. Estivemos juntos nos

momentos difíceis, mas também comemoramos juntos os momentos mais felizes.

O agradecimento é extensivo também a todos os que fizeram e fazem parte do Polo

de Apoio presencial “Jairo Vieira Feitosa”, do munícipio de Pombal-PB, do qual faço parte.

Os responsáveis pela direção, biblioteca e nossos queridos tutoras/as presenciais.

A equipe da disciplina TCC, as Professoras Maria Alice Serrano e Sônia Brandão e a

tutora Ana Carolina. Obrigada pelas recomendações, pelo incentivo e apoio sempre que

precisávamos.

Um obrigado especial vai para minha orientadora, a professora Drª Marineuma de

Oliveira Costa Cavalcanti. Agradeço pelo apoio e presteza de sempre, ao longo desse

processo de construção do TCC. Obrigada!

4

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................7

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .........................................................................................9

2.1. CONCEITUANDO A LEITURA ..................................................................................9

2.2. BREVES CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PERCURSO HISTÓRICO DA

LEITURA ............................................................................................................................10

2.3. A LEITURA E SEU PAPEL SOCIAL........................................................................ 11

2.4. A LEITURA NO CONTEXTO ESCOLAR................................................................ 12

3. METODOLOGIA ................................................................................................................16

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 17

5. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 26

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 27

APÊNDICES ........................................................................................................................... 29

APÊNDICE A – INTRUMENTO DE COLETA DE DADOS FUNDAMENTAL................ 29

APÊNDICE B – INTRUMENTO DE COLETA DE DADOS MÉDIO................................. 31

5

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Avaliação da prática leitora .................................................................................17

Gráfico 2 – Avaliação da compreensão da leitura...................................................................18

Gráfico 3 – Relação da leitura no contexto escolar ................................................................19

Gráfico 4 – Base leitora do aluno concluinte do ensino fundamental.....................................20

Gráfico 5 – Avaliação da prática leitora no ensino médio.......................................................21

Gráfico 6 – Avaliação da compreensão da leitura ..................................................................22

Gráfico 7 – Influência da leitura na escolha profissional ........................................................23

Gráfico 8 – Base leitora do aluno concluinte do ensino médio ...............................................24

6

RESUMO

Considerando a indiscutível importância da leitura na aquisição do conhecimento e as

dificuldades apontadas por professores e alunos, no que diz respeito ao processo de ensino e

aprendizagem da mesma, uma inquietação que vem sendo alvo de inúmeras pesquisas e

estudos no cenário acadêmico. A finalidade deste projeto é contribuir com as discussões e

reflexões já existentes, e outras que venham a surgir, acerca da prática da leitura,

especificamente no contexto escolar. Os objetivos que guiaram o presente trabalho buscaram

avaliar o gosto dos alunos, quanto à atividade leitora, as possíveis dificuldades encontradas

em seu aprendizado, além de outros aspectos inerentes ao campo pesquisado. O estudo adotou

como parâmetro de investigação a experiência leitora dos alunos concluintes do Ensino

Fundamental e Médio de uma escola pública e de uma escola privada do município de

Pombal-PB. Para tanto, realizou-se uma pesquisa que permitiu, por meio de questionários

aplicados ao público acima mencionado, coletar dados norteadores ao estudo aqui

apresentado. Os resultados alcançados com a pesquisa apontam um considerável avanço com

relação à atividade leitora, no contexto escolar, mas revela também que ainda há uma

significativa fragilidade no que diz respeito a esta atividade, sobretudo quando o assunto é

compreender o que se lê, resultado que ratifica discussões apresentadas em outras literaturas

que antecederam esta. Além disso, apresenta outros aspectos que, direta ou indiretamente,

interferem no processo de ensino e de aprendizagem da leitura.

Palavras-chave: Leitura, contexto escolar, ensino.

7

1 INTRODUÇÃO

Ultimamente, o trabalho com a leitura tornou-se um fato preocupante para os professores.

Isso é apontado por pesquisas e estudos realizados na área. Dentre as principais razões,

estaria o desinteresse do aluno pela atividade leitora e a dificuldade encontrada em seu

aprendizado. Quando questionados sobre esse assunto, essa realidade é confirmada pela

grande maioria dos discentes, nos mais variados graus de ensino. O processo de ensino e de

aprendizagem da leitura no contexto escolar é motivo de diversas discussões no universo

acadêmico. De acordo com Dias, Otonni e Lima (2010, p. 173):

Muito se discute acerca da prática do ensino da leitura ministrada nas escolas

brasileiras e, essas discussões, por vezes, são realizadas em congressos,

seminários, textos publicados e nos cursos de formação de professores de

Língua Portuguesa e Literatura.

Sabe-se que a escola ainda é vista como o principal espaço de contato com a leitura.

Essa é uma visão que vem desde a criança que está começando os primeiros contatos com

esse universo até chegar ao adulto, que já dispõe de uma capacidade critica mais aguçada.

Nesse sentido, cabe à instituição escolar incorporar esse papel que lhe é conferido e fazer

valer a importância da atividade leitora para seu alunado, propondo e dando condições para

que esses adquiram essa importante habilidade. No entanto, a questão que vem sendo refletida

é que, no espaço escolar, muitas vezes, há certos desencontros, quando o assunto é leitura.

Inúmeras razões contribuem para esse conflito existente em torno da prática de leitura no

ambiente escolar. Segundo Silva e Fecchio (2004, p. 155):

Fatores importantes como má formação dos professores de leitura, falta de

boa estrutura das escolas e bibliotecas, falta de motivação, falta de objetivos

para as aulas de leitura podem estar influenciando e mascarando a realidade

sobre esta atividade tão importante.

Assim, visando a apresentar algumas reflexões e possíveis respostas em relação à

atividade leitora no espaço escolar, principalmente no tocante ao valor da leitura e à

dificuldade encontrada em seu aprendizado, justifica-se a realização desse projeto. Há

possibilidade de algumas dessas razões serem identificadas neste estudo, mas também a de

outras ficarem além do alcance deste trabalho, levando em consideração a amplitude de

aspectos e de condições que estão envolvidos, direta ou indiretamente, no processo de ensino

e aprendizagem da leitura.

8

O presente estudo objetivou no geral, avaliar a experiência leitora dos alunos que estão

concluindo o Ensino Fundamental e Médio, bem como relacioná-los entre o contexto público

e privado, para que se tenha uma dimensão de como o trabalho com leitura é visto e

direcionado nesses dois espaços, trazendo, assim, mais subsídios para as discussões

apresentadas ao longo desse estudo. Para tanto, faz-se necessário averiguar especificamente o

gosto do aluno pela prática leitora, a importância que este atribui ao exercício da mesma e,

por fim, identificar possíveis dificuldades encontradas pelos discentes no aprendizado da

leitura.

9

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Conceituando a leitura

De acordo com Paulo Freire, “a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e

a leitura desta implica a continuidade da leitura daquela” (FREIRE, 1994, p. 13).

Para o educador, a leitura de mundo, que são os conhecimentos adquiridos por meio

do contato com um mundo particular do leitor, antecede a leitura da palavra; aquela realizada

por meio dos livros, proposta pela escola. No entanto, o desempenho da segunda é a

continuidade da primeira, o que nos assegura que ambas precisam estar sempre em harmonia.

Sobre o ato de ler, Paulo Freire (1992) diz que:

ler um texto é algo sério (...) é aprender como se dão as relações entre as

palavras na composição do discurso. É tarefa de sujeito crítico, humilde e

determinado. (...) Implica que o (a) leitor (a) se adentre na intimidade do

texto para aprender sua mais profunda significação.

Para Silva (1996, p. 13), “um indivíduo só pode ser considerado leitor quando passa a

compreender o que lê”. Podemos afirmar neste caso que ler é, antes de tudo, compreender, por

isso não basta decodificar sinais e signos; é necessário portar-se diante do texto,

transformando-o e sendo transformado. Compreender a mensagem, compreender-se na

mensagem e compreender-se pela mensagem”.

Naiel Safady (1996), em seu livro “Introdução à análise do texto”, afirma que o leitor

curioso e interessado é aquele que está em constante conflito com o texto, conflito

representado por uma ânsia incontida de compreender, de concordar, de discutir conflito.

Enfim, quem lê não somente capta o objeto da leitura, como transmite ao texto lido cargas de

sua experiência humana e intelectual (SAFADY apud THEODORO, 1996).

De acordo com Martins (1994), as concepções sobre leitura, grosso modo, podem ser

sintetizadas em duas caracterizações:

1) Como decodificação mecânica de signos linguísticos, por meio de aprendizado

estabelecido a partir do condicionamento estimulo-resposta (perspectiva behaviorista-

skinneriana):

2) Como processo de compreensão abrangente, cuja dinâmica envolve componentes

sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos, tanto quanto culturais,

econômicos e políticos (perspectiva cognitivo-sociológico); tendo esta última

condição para uma abordagem mais ampla.

10

Para Koch e Elias (2006, p.11),

a leitura é uma atividade interativa altamente complexa de produção de

sentidos”. Para as autoras, o leitor deve construir o sentido do texto a partir

da relação que estabelece da leitura do mesmo com sua leitura de mundo. O

foco da leitura deve estar na interação autor-texto-leitor.

Diante dos conceitos acima apresentados, percebe-se que todos defendem a leitura

como uma atividade de compreensão que requer do sujeito leitor o desenvolver de um

posicionamento crítico e reflexivo, ao passo em que este deve encarar a atividade leitora com

criatividade e entusiasmo, procurando fazer sempre uma relação entre aquilo que está sendo

lido e seu (do leitor) contexto social.

2.2 Breves considerações acerca do percurso histórico da leitura

A leitura é uma das formas mais legítimas e antigas de comunicação entre os povos,

seja esta verbal ou não-verbal. Qualquer mensagem transmitida a alguém pode ser

considerada um objeto de leitura, uma vez que quem a produz faz isso com a intenção de

transmitir uma informação, um conhecimento, uma comunicação. Então, se esse propósito é

alcançado da forma mais completa possível, temos a prática de leitura. Nos primórdios da

humanidade, o homem expressava-se através de pinturas nas paredes de cavernas, que eram

pinturas chamadas de pictografia. Guardavam suas informações em tijolos de barro, faziam

livros em folhas de plantas, dentre outras formas de comunicação/leitura. Com a evolução da

humanidade, novas ideias, conhecimentos e habilidades vão surgindo, e o “papel” foi uma

destas invenções, facilitando, assim, a prática da escrita e da leitura.

Durante muito tempo, a leitura foi restrita a uma pequena parcela da sociedade. Quem

tinha acesso eram os nobres, classes sociais dominantes, a exemplo de aristocratas e filósofos.

Com o passar do tempo, a leitura passou a ser administrada/vigiada pela igreja, que tinha

domínio sobre qualquer forma de comunicação, a qual oferecesse riscos de expressar algo

além de seus interesses, passando a ter caráter religioso, limitando seu aprendizado apenas

aqueles que seguiriam a vocação religiosa.

Segundo Soares (1995, p.48.):

a leitura tem sido historicamente um privilégio das classes dominantes: sua

apropriação pelas classes populares significa a conquista de um instrumento

imprescendivel não só à elaboração de sua própria cultura, mas também à

transformação de sua condições sociais.

11

Para Cavallo e Chartier (1998,p.2):

A leitura foi fundamental desde os primórdios da história, e sua utilização

sempre foi influenciada pelas classes dominantes e pelo contexto social,

cultural, religioso e político de cada época. Ainda hoje o acesso à leitura se

apresenta, muitas vezes, como prática restrita.

Partindo dessas reflexões, percebe-se que a leitura esteve presente na história da

humanidade, desde os tempos mais remotos até os dias atuais, ocupando espaços

diferenciados, mas fundamentais em cada tempo. Contudo, sua aquisição não foi do alcance

de todos, o que a tornou, muitas vezes, um mero instrumento de interesses de alguns,

descartando, assim, sua função social, capaz de transformar e liberar o sujeito leitor para

pensar, refletir e agir criticamente perante o contexto no qual esteja inserido, contribuindo,

desse modo, com a sociedade como um todo.

2.3 A leitura e seu papel social

A leitura é entendida como um processo indispensável na construção do

conhecimento, uma vez que sua aprendizagem contribui de forma plena para a formação

cidadã do indivíduo. É importante ressaltar que é por meio desta que podemos formar

cidadãos críticos, capazes de participar ativamente na construção de sua própria cidadania. Ao

passo em que o indivíduo empondera-se de conhecimentos passa a compreender as inúmeras

situações que o cercam e tem propriedade para pronunciar-se e posicionar-se diante dos

desafios que a vida oferece, uma vez tomando conhecimentos de seus direitos, passa a lutar

por eles. Portanto, a leitura é uma das formas mais legítimas de preparar o indivíduo para uma

formação cidadã e social. Ao ler um texto, construímos uma relação de diálogo entre o

conhecimento que já possuímos e aquilo que o texto nos traz de novo, o que nos garante um

maior respaldo para fundamentar nossos argumentos perante situações em que se faz

necessário defender nosso ponto de vista e resolver problemas inerentes ao contexto social no

qual estamos inseridos.

Martins (1994, p.31) define de uma forma bem simples e objetiva o que é ler,

mostrando que este ato não é simplesmente um aprendizado qualquer, e sim uma conquista de

autonomia, que permite a ampliação dos nossos horizontes. O leitor passa a entender melhor o

seu universo, rompendo, assim, as barreiras, deixando a passividade de lado, encarando

melhor a face da realidade.

12

Dessa forma, ler significa apropriar-se de conhecimentos e transformá-los em ideias

que possam contribuir significativamente com a vida do sujeito leitor, ao passo que garante

autonomia e formação cidadã. Ampliando essas capacidades, o sujeito vai disseminar esse

aprendizado no grupo social no qual esteja inserido e, consequentemente, na sociedade. Para

tanto, essa leitura deve ser feita partindo de um senso crítico e reflexivo, e não como uma

atividade de mera decodificação.

A aprendizagem da leitura está ligada ao processo de formação geral de um

indivíduo e sua capacitação dentro da sociedade, como por exemplo: a

atuação política, econômica e cultural, o convívio com a sociedade, seja

dentro da família ou no trabalho (BRITO, 2010, p.9).

2.4 A leitura no contexto escolar

São muitas as discussões em torno da prática de ensino e de aprendizagem da leitura

no contexto escolar. Percebe-se que o trabalho com leitura tem se tornado cada vez mais

dificultoso para os professores e mal aceito pelos alunos. Pesquisas e estudos realizados sobre

o assunto têm mostrado que essa dificuldade está presente nos vários graus de ensino e pode

estar sendo motivada principalmente por práticas errôneas no ensino da leitura, seja por

lacunas existentes na formação de nossos professores, seja pela falta de condições de trabalho,

falta de incentivo para que os nossos discentes possam desenvolver um maior interesse pela

prática leitora, metodologias usadas, exigências do próprio currículo escolar; enfim, o fato é

que essa dificuldade existe e é bastante agravante.

Caberá à escola enquanto espaço formal de articulação e promoção das

práticas leitoras possibilitar ao educando condições favoráveis para que ele

possa exercer o ato de ler de forma plena, sendo capaz de praticá-lo com

autonomia e criticidade, no sentido de saber estabelecer múltiplas relações

entre texto e contexto de uma forma dinâmica e construtiva. (ROSA, 2005,

p. 3)

Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira1 (INEP, 2003), cerca de 59% dos estudantes brasileiros chegam

à 4ª série do ensino fundamental sem desenvolver competências e habilidades básicas de

leitura. No Sul do país, região que concentra a maior parte da riqueza nacional, cerca de 50%

dos alunos estão em situação crítica para seguir adiante no 2ºciclo do ensino fundamental.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais-PCN (BRASIL, 1997), o ensino de Língua

Portuguesa tem sido marcado por uma sequenciação de conteúdos que poderia ser chamada de

aditiva: ensina-se a juntar sílabas (...) juntar frases para formar textos.

13

De acordo com estatísticas apresentadas pela Revista Nova Escola, o último Indicador

Nacional de Analfabetismo Funcional (INAF), divulgado início de 2008 pelo Instituto Paulo

Montenegro e pela ONG Ação Educativa, revela que apenas 28% dos brasileiros com idade

entre 15 e 64 anos têm domínio pleno da leitura e da escrita, conseguem ler textos longos,

relacionar os assuntos abordados ou ao menos comparar os dados apresentados e os 72%

possuem habilidades básicas e rudimentares limitando-se à compreensão de título frases e

textos curtos (LINARDI, 2008).

Os dados apresentados nas pesquisas acima são bastante preocupantes, pois trazem a

reflexão de que algo de “errado” está acontecendo no ensino e aprendizagem da leitura em

sala de aula. Acredita-se que essa deficiência seja reflexo de como esse processo vem sendo

“abarcado” no âmbito escolar, ora como pretexto para trabalhar o ensino de gramática, ora

como interpretação de aspectos estruturais da língua, caracterizando, assim, um ensino de

leitura pautado na decodificação, de caráter estreitamente tradicionalista. Dessa forma, o

contexto escolar “não favorece a delimitação de objetivos específicos em relação à atividade

da leitura. Nele, ela é difusa e confusa, muitas vezes se constituindo apenas em um pretexto

para cópias, resumos [...] e outras tarefas do ensino da língua” (KLEIMAN, 2011, p. 30).

Uma das questões que tem nos chamado a atenção em relação a esse tema é

que muitos professores, por várias razões, ainda continuam a tratar a leitura

de forma reducionista. Ora, alguns docentes do ensino fundamental e médio

ainda tratam a leitura como um simples objeto escolar, por vezes

desvinculado da realidade e de sua função social, histórica e cultural.

Percebemos que o professor continua sem saber o que fazer (e como) para

ampliar e melhorar a prática pedagógica do ensino da leitura. (DIAS,

OTTONI e LIMA, 2010, p. 173).

A formação leitora é algo que deve ser estimulada desde os anos iniciais, para que o

aluno chegue pelo menos ao segundo ciclo do Ensino Fundamental e Médio com habilidades

de leitura mais aguçadas, capazes de entender melhor a função social da leitura e sua

contribuição perante a vida e a sociedade, ao passo em que esta deve contribuir para que o

discente possa adquirir uma formação cidadã mais completa e eficaz. Mas, infelizmente, o

que se vê, na maioria das vezes, é os nossos discentes chegarem a essas etapas vendo a leitura

como uma mera atividade do currículo escolar, que precisam realizar para obter uma nota,

“devorar” partes fragmentadas de obras literárias para fazer provas de vestibular, enfim,

questões como estas podem e estão contribuindo negativamente para o aprendizado dos

nossos alunos, no tocante à atividade leitora, mas também com relação a outras disciplinas,

haja vista a contribuição desta para um bom desempenho das demais.

14

O propósito do ensino de leitura na escola deveria ser o de oferecer suportes

que tornem o ato de ler uma ação dinâmica e produtiva. Infelizmente, nas

observações que os alunos estagiários do Curso de Letras fazem, percebem

que, ainda hoje, muitas aulas de leitura se constituem em apresentar o texto

como um objeto pronto e acabado. Dessa forma, percebe-se que o aprendiz

não tem a oportunidade de manter um contato crítico e reflexivo com os

textos. (DIAS, OTTONI e LIMA, 2010, p. 174).

Paulo Freire também fala sobre o assunto em seu livro A importância do ato de ler:

Creio que muito de nossa insistência, enquanto professoras e professores, em

que os estudantes “leiam”, num semestre, um sem-número de capítulos de

livros, reside na compreensão errônea que às vezes temos do ato de ler. Em

minha andarilha pelo mundo, não forma poucas as vezes em que jovens

estudantes me falaram de sua luta às voltas com extensas bibliografias a

serem muito mais “devoradas” do que realmente lidas ou estudadas.

Verdadeiramente “lições de leitura” no sentido mais tradicional desta

expressão, a que se achavam submetidos em nome de sua formação

científica e de que deviam prestar contas através do famoso controle de

leitura. Em algumas vezes cheguei mesmo a ler, em relações bibliográficas,

indicações em torno de que páginas deste ou daquele capitulo de tal ou qual

livro deveriam ser lidas: “Da página 15 à 37” (FREIRE, 1989).

Ainda de acordo com Paulo Freire, saber ler não é uma tarefa fácil e exige do sujeito

leitor o desenvolvimento de diversas habilidades, e o ensino correto da prática leitora também

é de fundamental importância nesse processo.

Ler é uma operação inteligente, difícil, exigente, mas gratificante. Ninguém

lê ou estuda autenticamente se não assume, diante do texto ou do objeto da

curiosidade a forma crítica de ser ou de estar sendo sujeito da curiosidade,

sujeito da leitura, sujeito do processo de conhecer em que se acha. Ler é

procurar buscar criar a compreensão do lido; daí, entre outros pontos

fundamentais, a importância do ensino correto da leitura e da escrita. É que

ensinar a ler é engajar-se numa experiência criativa em torno da

compreensão. Da compreensão e da comunicação. (FREIRE, 2001, p. 261).

Além de pesquisas e estudos realizados no campo da leitura, com o intuito de buscar

mais conhecimentos sobre as lacunas existentes em seu ensino e aprendizagem, documentos

oficiais, a exemplo dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, também apresentam

reflexões com relação à prática da leitura no âmbito escolar. Para os documentos, a leitura tem

sido vista na sala de aula como um mero objeto de ensino, perdendo, assim, seu valor,

enquanto importante subsídio de aprendizagem e tornando-se mais uma atividade de

“obrigação” para os nossos alunos. Ainda segundo os PCN’s, para que a leitura possa ser vista

também como objeto de aprendizagem, é importante que esta seja significativa para o aluno,

15

ou seja, ofereça a ele a oportunidade de compreendê-la em um sentido amplo, próximo de seu

conhecimento de mundo, de seu convívio social. Para tanto, o professor tem a seu dispor a

diversidade textual que pode ser usada para oferecer práticas de leituras mais atraentes e

significativas aos nossos discentes.

Faz se necessário que professores gestores, pais, alunos e as instituições

governamentais enxerguem que a instituição escolar é de suma importância

para a democratização do conhecimento e para a socialização do saber

acumulado ao longo do tempo, pois, é através da leitura que tomamos posse

desta bagagem cultural (BRASIL, 1997).

Diante das reflexões acima apresentadas, é possível entender que as dificuldades mais

frequentes encontradas no ensino e aprendizagem da leitura estejam vinculadas a uma má

compreensão sobre a verdadeira função da leitura e como esta deve ser trabalhada no âmbito

escolar. Esse desentendimento acaba resultando em práticas de leituras saturadas e

enfadonhas para o nosso alunado.

A escola deve valorizar a leitura, elegendo-a como atividade fundamental

que possibilite a formação integral do aluno, dando acesso aos alunos a

diversos tipos de materiais de leitura, como revistas, fotonovelas, histórias

em quadrinhos, etc. Assim os alunos se motivariam a ler, demonstrando mais

interesses do que encontram na leitura de livros didáticos apenas. (LOPES et

al, 2004)

Por fim, acredita-se que o que falta para que se tenha uma aprendizagem de leitura

mais completa e significativa consiste em os nossos professores oferecerem práticas de

leituras mais atraentes que despertem e convidem os nossos discentes a tomar gosto pela

leitura, colocando-os em contato com a diversidade textual e suas inúmeras funcionalidades

que circulam em nosso meio. Caso contrário, a leitura continuará sendo vista apenas como

uma mera decodificação de signos linguísticos, desvinculada de sua função social e cidadã. A

escola, como instituição legitima e responsável em promover a atividade leitora, deve dar

condições para que os nossos alunos tenham esse acesso da melhor forma possível.

16

3 METODOLOGIA

Este trabalho tem como objeto pesquisado a relação da leitura com o contexto escolar.

O estudo aqui apresentado tem como campo de pesquisa a sala de aula, precisamente as

turmas do 9º ano do ensino fundamental e 3º ano médio da Escola Estadual de Ensino

Fundamental e Médio “Monsr. Vicente Freitas” e do Colégio Menino Jesus – GEO, do

município de Pombal/PB, escola pública e privada, respectivamente.

Antes de me dirigir ao campo de pesquisa, foi feito um contato prévio com os

responsáveis legais pelas instituições de ensino, assim como com os professores responsáveis

pelas turmas onde a pesquisa foi aplicada, para falar sobre a proposta do trabalho e ver a

disponibilidade da instituição em contribuir com o processo.

A pesquisa realizada apresenta-se na abordagem quantitativa e qualitativa, pois, além

de quantificar e sistematizar graficamente as informações coletadas, apresentara discussões

acerca desses dados, buscando possíveis entendimentos e reflexões para a realidade apontada

no campo pesquisado, tendo ainda caráter subjetivo, o que caracteriza uma abordagem

qualitativa.

Quanto ao procedimento utilizado para coleta dos dados, foi aplicado um questionário

aos alunos dos anos acima identificadas. Os questionários contaram com 10 (dez) questões,

dentre estas algumas de múltipla escolha e outras subjetivas, com o uso de justificativa para

auxiliar com mais precisão na discussão dos dados coletados. As questões foram elaboradas

da forma mais precisa possível a responder o objetivo maior desse projeto. Para preservar a

identidade dos participantes, o instrumento de avaliação apresenta como informações pessoais

apenas a idade e sexo dos sujeitos envolvidos na pesquisa.

Quanto à análise dos dados, esta será expressa através de gráficos, e suas discussões

serão respaldadas nos estudos que nortearam a fundamentação teórica deste trabalho.

17

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com os dados obtidos no questionário aplicado, as turmas do 9º ano do

ensino fundamental de uma escola púbica e de uma privada, participaram da pesquisa 66

alunos, dentre estes, 47 da rede privada e 19 da rede pública, de faixa etária de 13 a 17 anos,

sendo 36 homens e 30 mulheres.

O gráfico 01 apresenta os resultados obtidos na aplicação do questionário aos alunos

do 9º ano do ensino fundamental, quanto ao gosto, hábito e a importância pela leitura.

Gráfico 1 – Avaliação da prática leitora

Dos 66 alunos que responderam a pesquisa, 69,7% disseram gostar de ler, enquanto

30,3% responderam que não gostam de ler, além disso, revelou-se que está entre as mulheres

o maior gosto pela leitura. Quando questionados quanto à importância da leitura, obtivemos

um dado bastante interessante, pois apesar de 30,3% dos discentes afirmarem que não gostam

de ler, o que pode ser considerado um resultado significativo e ratifica aquilo que é discussão

por parte de professores, pesquisadores e outros profissionais em educação, quanto ao gosto

do aluno pela leitura. Estes reconhecem em 100% a leitura como uma atividade importante.

Esse contexto aponta que alguns fatores podem estar interferindo no processo de ensino e

aprendizagem da leitura, haja vista que o aluno não gosta de ler, mas reconhece a leitura como

sendo importante.

Sobre o hábito da leitura, do contingente pesquisado, 57,57 % revelaram que tem o

hábito de ler, enquanto 42,43% que não têm o hábito de ler. Apesar de não ser uma diferença

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

SIM NÃO

Você gosta de ler? 69,7 30,3

Você acha a leitura uma

atividade importante?100 0

Você tem o hábito de ler? 57,57 42,43

18

tão expressiva, pode ser considerado um resultado satisfatório. Os alunos ainda formam

questionados quanto ao incentivo à leitura. A maioria respondeu que vinha da escola, uma

parcela menor, que vinha da família e o restante de outros, citados amigos, sites na internet e

livros que acharam interessantes. Essas informações vêm nos revelar que o aluno ainda vê a

escola como principal incentivador a prática da leitura. Por isso, a necessidade de que esta

esteja preparada para atender e corresponder da melhor forma possível às necessidades de

nossos alunos, no tocante ao ensino e aprendizagem da leitura.

O gráfico 02 discute os resultados obtidos sobre a dificuldade encontrada pelos alunos

do 9º ano do ensino fundamental, em compreender o ler, além de que, ao longo das

discussões, estes apresentaram sugestões de atividades que a escola poderia desenvolver para

incentivar o aluno à prática da leitura.

Gráfico 2 – Avaliação da compreensão da leitura

Quando os alunos foram questionados se teriam dificuldades em compreender o ler, o

gráfico 02 nos revela que dos 66 alunos que responderam a pesquisa, 34,85% disseram que

sim, que têm dificuldades em compreender o ler, e 65,15% responderam que não. O dado

revela que uma significativa parcela de nossos alunos ainda sentem dificuldades em

compreender as leituras que realizam, o que vem ao encontro do analfabetismo funcional

apontado em outras pesquisas: aluno consegue ler, mas não compreende a mensagem

transmitida pelo texto. Como consequência, este aluno perde o caráter critico e reflexivo que a

leitura oferece. As principais dificuldades citadas pelos alunos estão representadas nas

seguintes falas:

“Quando termino de ler o texto não sei sobre o que ele fala principalmente se for

um texto grande”. F.A.R

34,85

65,15 SIM

NÃO

19

“Quando o professor pede para ler para a turma fico com medo de errar as palavras”.

M.A.R.

“Minha dificuldade é interpretar o texto”. J.P.A.F.

“Minha maior dificuldade é interpretar os poemas”. A.A.R.

“Não compreendo quando acho a leitura chata” M.S.A.

Na opinião dos alunos sobre o que a escola deveria fazer para incentivá-los à prática

da leitura, está entre o professor trazer para a sala de aula textos mais “interessantes”, como

revistas em quadrinhos e leituras que tragam acontecimentos do dia a dia. Um acervo maior

de livros nas bibliotecas também foi citado, e que estes sejam diversificados. A maior

reivindicação foi de uma sala para leitura e que fosse reservado um dia por semana só para

essa prática. Outra sugestão foi exposição de livros por toda escola, que estes não ficassem

somente na biblioteca, além de que as escolas desenvolvessem projetos de leitura que

envolvessem todos os alunos. As reivindicações aqui apresentadas nos revelam que as nossas

escolas ainda deixam muito a desejar no incentivo à prática da leitura e que essa realidade está

presente, tanto no setor público, quanto privado, uma vez que as solicitações aqui

apresentadas vêm de ambos os contextos.

O gráfico 03 exibe os resultados obtidos na aplicação do questionário aos alunos do 9º

ano do ensino fundamental, quanto à forma de como a escola trabalha as aulas de leitura e

facilita o aprendizado e ao material didático disponibilizado.

Gráfico 3 – Relação da leitura no contexto escolar

0 20 40 60 80 100

SIM

NÃO

SIM

NÃO

78,45

21,05

68,42

31,58

91,49

8,51

93,62

6,38

A forma como

escola trabalha as

aulas de leitura

facilita sua

aprendizagem?

O material didático

disponibilizado

pela escola estimula

sua prática de

leitura?

Privada Pública

20

O estudo preocupou-se em saber se as formas de abordagem da escola na prática da

leitura facilitam a aprendizagem do aluno, assim como se os materiais didáticos

disponibilizados estimulam a prática leitora, apontando ainda essa relação no contexto público

e privado. Com relação ao primeiro questionamento, 6,38% (privada) e 31, 58% (pública) dos

alunos que participaram da pesquisa responderam que não. Os que responderam sim

correspondem a 93,62% (privada) e 68,42 (pública). Sobre o segundo questionamento, 8,51%

dos alunos da escola privada que responderam a pesquisa acreditam que os materiais didáticos

disponibilizados pela escola não estimulam a prática leitora e 21,05% dos alunos da escola

pública também acreditam nessa realidade. Os que acreditam que os materiais didáticos

disponibilizados pela escola estimulam a prática leitora somam 91,49% da escola privada e

78,45 da escola pública.

Esse contexto nos revela que, apesar dos alunos solicitarem das escolas mais

estímulo à prática da leitura, como vimos nos resultados anteriores, uma parcela considerável

acredita que a forma como a escola vem trabalhando as aulas de leitura facilita sua

aprendizagem, além de acreditarem que os materiais didáticos utilizados nas escolas são

eficazes no estimulo a leitura. No entanto, há uma disparidade bastante significativa entre o

setor público e privado, quanto aos dados discutidos. O privado é o mais favorecido em

ambos os questionamentos.

O gráfico 04 expõe os resultados alcançados na aplicação do questionário aos alunos

do 9º ano do ensino fundamental, quanto à base leitora que carregaram na transição para o

ensino médio.

Gráfico 4 – Base leitora do aluno concluinte do ensino fundamental

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Pública Privada

NÃO 36,84 23,4

SIM 63,16 76,6

21

Como último questionamento feito aos alunos do ensino fundamental, a pesquisa

quis saber se esses discentes, enquanto concluintes de um dos ciclos mais importantes da

trajetória escolar, chegam ao ensino médio com uma boa base leitora, 36,84% da escola

pública e 23,4% da escola privada, responderam que não, enquanto que 63,16% da escola

pública e 76,6 da escola privada, responderam sim. O estudo nos revela que um índice

significativo de alunos que estão concluindo o ensino fundamental acredita que vão chegar ao

ensino médio com uma boa experiência leitora, mesmo que o número dos que discordam

dessa realidade seja também considerável, fato preocupante. Aqui a diferença entre o contexto

público e o privado não apresenta tanto distanciamento, quanto em outros momentos

revelados na presente pesquisa.

De acordo com os dados obtidos no questionário aplicado, as turmas do 3º ano do

ensino médio de uma escola púbica e de uma privada participaram da pesquisa 57 alunos,

dentre estes 27 da rede privada e 30 da rede pública, de faixa etária de 16 a 20 anos, sendo 26

homens e 31 mulheres.

O gráfico 05 apresenta os resultados obtidos na aplicação do questionário aos alunos

do 3º ano do ensino médio, quanto ao gosto e importância da leitura.

Gráfico 5 – Avaliação da prática leitora no ensino médio

Na análise dos 57 alunos que estão concluindo o ensino médio das duas escolas em

questão, 80,7% responderam que gostam de ler, enquanto 19,3% disseram que não.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

SIM NÃO

Você gosta de ler? 80,7 19,3

Você acha a leitura uma

atividade importante?100 0

22

Comparando ao resultado obtido no gráfico 01 do ensino fundamental, pode-se constatar que

os alunos do ensino médio apreciam mais a leitura do que os alunos do ensino fundamental.

Quanto à importância da leitura, 100%, dos alunos acreditam que a leitura é

importante, mesmo aqueles que dizem não gostar de ler. O mesmo resultado foi apresentado

pelos alunos do ensino fundamental, o que nos revela que a leitura é muito bem aceita entre os

nossos alunos. Questionados sobre de onde vem o incentivo ao hábito da leitura, a opinião

ficou dividida entre a escola e a família, sendo que um terceiro dado aparece assíduo,

afirmando que veio deles mesmos o desejo de ler, o que vem ratificar o expressivo número

que disseram gostar de ler.

Paralelamente a esses questionamentos, a pesquisa ainda procurou saber, com

relação à escola, se a prática de leitura foi incentivada desde os anos iniciais ou se com mais

frequência depois de chegar ao ensino médio, haja vista outros interesses, a exemplo dos

vestibulares, levando em conta que estamos falando de alunos do 3º ano. O resultado fica bem

dividido entre os dois aspectos, mas há um favorecimento que veio desde os anos iniciais. No

entanto, um bom índice respondeu que começaram a ser “cobrados” mais a partir do ensino

médio, com destaque para a escola pública. Esse dado só vem confirmar o que muitas

pesquisas apontam: que o incentivo à prática da leitura pelas escolas ainda está muito ligado a

outros interesses, como um bom resultado nos vestibulares, por exemplo.

O gráfico 06 apresenta os resultados obtidos na aplicação do questionário aos alunos

do 3º ano do ensino médio, mediante a dificuldade em compreenderem o que leem.

Gráfico 6 – Avaliação da compreensão da leitura

28%

72%

SIM NÃO

23

O aluno que está concluindo o ensino médio, que já deve levar consigo uma boa

“bagagem” leitora, ainda tem dificuldades em compreender o que lê, mesmo que esse índice

não seja tão alarmante. Dos 57 que responderam a pesquisa, 28% disseram que sim, que leem,

mas não compreendem o que leem, e 72% responderam que não sentem dificuldades em

compreender o que leem, um dado que pode ser considerado relevante, diante de toda uma

discussão que se tem sobre a dificuldade do nosso alunado em compreender o que lê apontada

em outras pesquisas. Isso não significa dizer que devemos fazer vista grossa aos 28% que

disseram que ainda sentem dificuldades em compreender o ler. De forma nenhuma: isso

aponta que ainda há muito a ser feito e melhorado para que esse índice venha a ser reduzido

cada vez mais.

Dentre as dificuldades apontadas pelos discentes, a maioria diz respeito a:

“Não consigo ler textos longos”. A.P.F.

“Não entendo a mensagem que o autor quis passar”. S.S.M.

“Leio o texto muitas vezes, e mesmo assim não consegue interpretá-lo”. K.M

Fazendo uma comparação desse ponto entre os discentes do ensino fundamental e

médio, percebe-se que são praticamente as mesmas dificuldades apontadas por ambos os

públicos, o que deve despertar a escola para buscar uma maior reflexão para essa realidade

apresentada.

O gráfico 07 exibe os dados obtidos na aplicação do questionário aos alunos do 3º

ano do ensino médio, diante a contribuição da prática da leitura na escolha profissional.

Gráfico 7 – Influência da leitura na escolha profissional

0 10 20 30 40 50

SIM

NÃO

43,85

8,8

42,1

5,25

A prática da

leitura pode

contribuir com

a sua escolha

profissional?

Privada Pública

24

O estudo questionou ainda os alunos se a prática da leitura pode contribuir com a

escolha profissional, onde 5,25% (escola privada) e 8,8% (escola pública) responderam que

não, enquanto 42,1% (escola privada) e 43,85% (escola pública) disseram que sim. Diante dos

dados apresentados, conclui-se que um número expressivo dos alunos que participaram da

pesquisa acredita que a leitura pode, sim, contribuir com a escolha profissional. Essa questão

solicitou uma justificativa e muitos alunos responderam que, independentemente da área

escolhida para seguir uma carreira profissional, uma boa experiência leitora conta muito, pois,

,segundo eles, lendo mais o aluno consegue compreender melhor a função da profissão que

pretende exercer. Percebe-se também que os números são equivalentes, quanto ao contexto

público e privado.

O gráfico 08 mostra os dados obtidos na aplicação do questionário aos alunos do 3º

ano do ensino médio, quanto à base leitora dos concluintes do ensino médio.

Gráfico 8 – Base leitora do aluno concluinte do ensino médio

Quanto à base leitora levada pelo aluno que está concluindo o ensino médio, a

pesquisa nos revela que 5,26% (escola pública) e 3,51% (de escola privada) disseram que não

estão concluindo o ensino médio com uma boa experiência leitora, enquanto 47,37% (escola

pública) e 43,86% (escola privada) responderam que estão, sim, concluindo o ensino médio

com uma boa base leitora. Vale salientar que esse considerável índice revela uma opinião dos

alunos, o que não significa afirmar que, na prática, estes estejam realmente saindo do ensino

84%

86%

88%

90%

92%

94%

96%

98%

100%

Pública Privada

NÃO 5,26 3,51

SIM 47,37 43,86

25

médio com toda essa experiência leitora, uma vez que não foram aplicadas atividades práticas

para tal comprovação.

Ainda seguindo esse contexto, e aqui foram questões de caráter discursivas, a pesquisa

buscou saber se na opinião dos alunos a escola trabalha a leitura na perspectiva de contribuir

com a formação cidadã do indivíduo ou seu maior objetivo é trabalhar outras questões

inerentes ao ensino de Língua Portuguesa, a exemplo de questões gramaticais. As respostas

foram bem divididas entre as duas opções. A maioria dos alunos acha que a escola trabalha

sobre as duas perspectivas e um pequeno número respondeu que a escola trabalha a leitura

com intuito de fazer só atividades avaliativas. Um 01 (um) dos questionários respondidos me

chamou atenção pela seguinte reflexão:

“Como um meio de trabalhar outros recursos linguísticos, pois ela segue uma

dinâmica de conteúdos que não permite o uso de outras leituras, por exigir que os

alunos prossigam com os assuntos esquematizados ao longo do ano letivo”. F.S.A.

Diante dessas reflexões, podemos tirar algumas conclusões sobre como a leitura é

vista no contexto escolar.

Por fim, quis-se saber se as escolas pesquisadas onde o projeto realizou o estudo

desenvolvia algum projeto que incentivasse o aluno a prática da leitura. A professora da

escola pública desenvolve 02 (projetos) intitulados de “Leitura em ação” e o outro “Leio e

Recomendo”. O primeiro consiste em trabalhar a leitura sobre o gênero jornalístico. A

docente traz para a sala de aula diversos suportes textuais sobre o referido gênero e faz

leituras, estuda suas características, especificidades e situações de uso. Em seguida, os alunos

montam grupos de estudos e saem às ruas fazendo coberturas de possíveis eventos que

estejam acontecendo no município, a exemplo de campanhas educativas. Em seguida,

sistematizam as informações, socializam com a escola e também divulgam em redes sociais

etc. Este é desenvolvido, infelizmente, apenas com os alunos do 3º ano médio. O segundo

projeto acontece diariamente, de uma forma bem simples, envolvendo todos os anos

escolares. Os alunos vão à sala de leitura, leem um livro e, achando a leitura interessante,

recomendam esse livro para outro aluno, e assim sucessivamente. O ciclo de leitura acontece

em toda a instituição. A escola privada 01 desenvolve um projeto, intitulado de “Sarau

Literário”. Esse projeto consiste em realizar uma noite de atividades direcionadas ao gênero

literário. Na oportunidade, são realizadas apresentações de poesia criadas pelos próprios

alunos, peças de teatro, músicas e danças. Para tanto, os discentes leem diversas obras,

estudam autores, enfim.

26

5 CONCLUSÃO

Apesar das fragilidades existentes no tocante ao processo de ensino e aprendizagem da

leitura no contexto escolar, um considerável índice dos alunos que participaram desse estudo

demonstra interesse pela leitura e a reconhece como sendo uma atividade importante. Vale

salientar que este entendimento está tanto nos alunos do ensino fundamental quanto nos

alunos do ensino médio, sendo extensivo ao contexto público e privado.

Paralelamente a esse resultado, evidenciou-se também que uma significativa parcela

ainda vê dificuldades no que diz respeito ao aprendizado da leitura, principalmente quando a

questão é compreender o que se lê. Esse resultado vem a confirmar o que já foi identificado

em outras pesquisas e estudos que antecederam este.

No que se refere ao contexto escolar em si, envolvendo incentivo da escola, quanto à

prática da leitura, materiais utilizados nas aulas, possíveis projetos desenvolvidos pelas

instituições de ensino, dentre outros questionamentos direcionados, a pesquisa revelou que

essa realidade vem sendo bem vista por um número considerável de alunos que participaram

deste estudo, o que não desvia a cobrança de outros, por leituras mais interativas em sala de

aula, maior acervo de livros nas bibliotecas, diversidade textual, dentre outras sugestões,

ratificam que, apesar de alguns avanços, as instituições de ensino ainda deixam a desejar no

que diz respeito ao incentivo à leitura.

Por fim, o estudo mostra que a prática da leitura em sala de aula continua oscilando

entre fragilidades e alguns avanços, estas presentes em ambos os públicos pesquisados, alunos

do ensino fundamental e médio, dos contextos público e privado. Essa realidade coloca

escola, professores e outros seguimentos competentes em alerta para reajustes e/ou

implementação de ações que venham a contribuir, significativamente, para o desenvolvimento

de habilidades leitoras em nosso alunado.

Para essa parcela que ainda revela dificuldade quanto ao exercício da leitura, o

trabalho em sala de aula com gêneros textuais é recomendável para despertar e incentivar o

aluno a tomar gosto pela leitura, uma vez que essa diversidade o colocará em contato direto

com textos que, na maioria das vezes, estão inseridos em seu convívio social, o que tornará a

leitura significativa e interessante para ele. Em um contexto mais amplo, a escola pode

desenvolver projetos que venham a envolver e incentivar os discentes a participarem do

universo da leitura. Assim, com desempenho e abordagens pedagógicas mais criativas,

teremos efetivamente resultados mais positivos, no tocante à atividade leitora no contexto

escolar, e consequentemente, na vida dos nossos alunos.

27

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua

Portuguesa: 1º e 2º ciclos. Brasília: SEF, 1997.

BRITO, D. S. A importância da leitura na formação social do indivíduo. REVELA-

Periódico de Divulgação Científica da FALS Ano IV - Nº VIII- JUN / 2010. p.9.

CAVALLO, G.; CHARTIER, R. História da leitura no Mundo Ocidental. Ática. São

Paulo, 1998. Vol.1.p.2.

DIAS, E.; OTTONI, M. A. R. e LIMA, M. C. Reflexões sobre o ensino da leitura na

perspectiva interativa. Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI. IV Congresso

Internacional das Linguagens – URI/Erechim/RS, Vol.6, N.9: p.172-176, Maio/2010. p.174

FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam/Paulo Freire -

São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.

FREIRE, P. Pedagogia da Esperança: Um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Ed.

Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1992.

FREIRE, P. Ensinar – aprender: leitura do mundo, leitura da palavra. In:__________

Professor sim, tia, não. 4ª ed. São Paulo, Olho D’água, 1994.p.13

FREIRE, P. Carta de Paulo Freire aos professores: Ensinar, aprender: leitura do mundo,

leitura da palavra. Editora Olho D’Água, 10ª ed., 2001. p. 27-38.

KLEIMAN. A.; Texto e Leitor, Aspectos cognitivos da leitura. Campinas: Pontes, 2011.

p.30

KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto,

2006.p.11.

LINARDI, Fred. O X da questão_ Num país castigado pelo analfabetismo, projetos de

incentivo à leitura são muito mais do que bem-vindos: são fundamentais. Nova Escola

edição especial, São Paulo: Abril, nº. 18, 2008. p.7-9.

LOPES, D.M.P.; ROSOLEN, K.F.R.; MORELLI, S.M.D. O hábito e o prazer na leitura:

uma fonte de conhecimento. AKRÓPOLIS – Revista de Ciências Humanas da UNIPAR,

v.12, n. 3, 2004. p.149-151.

MARTINS, M.H. O que é leitura?/ Maria Helena Martins, 1994. p.31.

ROSA, C.S.S. Leitura: uma porta aberta na formação do cidadão. Trabalho de

conclusão do curso de graduação em Normal Superior Anos Iniciais do Ensino

Fundamental. Faculdades Jorge Amado – FJA, 2005. p.3.

SAFADY, N. 1968. Apud SILVA, E. T. O Ato de Ler: fundamentos psicológicos para

uma nova pedagogia de leitura. 7ª ed. São Paulo. Cortez, 1996.

28

SILVA, E. T. O Ato de Ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia de

leitura. 7ª ed. São Paulo. Cortez, 1996.

SILVA, M.J.R.; FECCHIO, M. Leitura: Hábito ou gosto?. AKRÓPOLIS – Revista de

Ciências Humanas da UNIPAR, v. 12, nº 3, 2004. p. 155

SOARES, M. Linguagem e escola – uma perspectiva social. 10ª ed. São Paulo. Ática, 1993.

SOARES, Magda Becker. Comunicação e expressão: o ensino da leitura. In: ABREU,

Márcia. (Org.). Leitura no Brasil: antologia comemorativa pelo 10.º COLE. Campinas – SP:

Mercado Aberto, 1995. p.48.

29

APÊNDICES

APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS FUNDAMENTAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

UFPBVIRTUAL

CURSO DE LICENCATURA PLENA EM LETRAS

Idade: __________ Sexo: ____________ ano: 9º ano

1. Você gosta de ler?

( ) Sim ( ) Não

2. Você acha a leitura uma atividade importante?

( ) Sim ( ) Não

3. Você tem o hábito de ler?

( ) Sim ( ) Não

4. De onde vem seu incentivo ao hábito da leitura, da escola? Ou de outro? Se de outro,

de quem?

_____________________________________________________________________

_____________________________

5. Você tem dificuldade em compreender o que ler?

( ) Sim ( ) Não

6. Qual a dificuldade encontrada por você no aprendizado da leitura?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_________________________________________________________

7. Em sua opinião, a forma como a escola trabalha as aulas de leitura facilita sua

aprendizagem?

( ) Sim ( ) Não

8. Você acredita que o material didático disponibilizado pela escola estimula sua prática

de leitura?

30

( ) Sim ( ) Não

9. Em sua opinião, o que a escola deveria fazer para incentivar o aluno a desenvolver o

gosto pela leitura?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_________________________________________________________

10. Você, enquanto aluno concluinte do ensino fundamental acredita que chega ao ensino

médio com uma boa base leitora?

( ) Sim ( ) Não

31

APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS MÉDIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

UFPBVIRTUAL

CURSO DE LICENCATURA PLENA EM LETRAS

Idade: __________ Sexo: ________________ ano: 3º ano médio

1. Você gosta de ler?

( ) Sim ( ) Não

2. Você acha a leitura uma atividade importante?

( ) Sim ( ) Não

3. De onde vem seu incentivo ao hábito da leitura, da escola? Ou de outro? Se de outro,

de quem?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________

4. Você tem dificuldade em compreender o que ler?

( ) Sim ( ) Não

5. Qual a dificuldade encontrada por você no aprendizado da leitura?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________

6. A prática da leitura em sua vida escolar foi incentivada desde os anos iniciais ou se

tornou uma necessidade devido às exigências de vestibulares, como o ENEM, por

exemplo?

_____________________________________________________________________

_________________________________________

_____________________________________________________________________

_________________________________________

7. Em sua opinião, a prática da leitura pode contribuir com sua escolha profissional?

( ) Sim ( ) Não

Justifique sua resposta:

32

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________

8. Você, enquanto aluno concluinte do ensino médio acredita que adquiriu ao longo de

sua trajetória escolar uma boa experiência leitora?

( ) Sim ( ) Não

9. Você acha que a escola trabalha a leitura com o intuito de contribuir com a formação

cidadã de seus alunos ou como um meio para trabalhar outros recursos linguísticos?

Justifique sua resposta.

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

____________

10. Sua escola promove algum evento ou atividade similar que incentive a prática da

leitura? Cite-os:

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

____________