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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
UFPB VIRTUAL
CURSO DE LICENCATURA PLENA EM LETRAS
JUCELI DE SOUSA ALMEIDA
PRÁTICAS DE LEITURA EM TURMAS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA DO MUNICÍPIO
DE POMBAL/PB
POMBAL-PB
NOVEMBRO/ 2013
1
JUCELI DE SOUSA ALMEIDA
PRÁTICAS DE LEITURA EM TURMAS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA DO MUNICÍPIO
DE POMBAL/PB
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes, em cumprimento
aos requisitos para obtenção do título de
Licenciado em Letras, pela Universidade
Federal da Paraíba - EaD.
ORIENTADORA: PROFª Drª MARINEUMA DE OLIVEIRA COSTA CAVALCANTI
POMBAL-PB
NOVEMBRO/ 2013
2
JUCELI DE SOUSA ALMEIDA
PRÁTICAS DE LEITURA EM TURMAS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA DO MUNICÍPIO
DE POMBAL/PB
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes, em cumprimento
aos requisitos para obtenção do título de
Licenciado em Letras, pela Universidade
Federal da Paraíba - EaD.
APROVADA EM __ /__ / __
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________
Profª Drª Marineuma de Oliveira Costa Cavalcanti
________________________________________________
Profª Maria Cleide Soares de Sousa
________________________________________________
Profª Eliana Vasconcelos da Silva Esvael
3
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, a Deus, porque me deu a oportunidade de chegar até aqui,
iluminando os meus pensamentos e me ajudando a enfrentar todos os obstáculos encontrados
durante a trajetória dessa jornada.
Agradeço a minha família, que sempre foi meu porto seguro em todos os momentos
(meu pai José Pereira, meus irmãos Francisco e José Filho, minhas cunhadas Fernanda e
Regilane e meu sobrinho Murilo). Um obrigado especial vai para minha mãe, Maria Honoria,
que sempre me apoiou e me deu forças nos momentos mais difíceis e vibrou comigo nos
momentos mais felizes. Obrigada a todos!
A todos os meus professores/as, tutores/as que participaram da minha vida escolar
desde os anos iniciais a passar pelo ensino médio e chegar ao curso superior, com os quais
tive a oportunidade de adquirir imensos aprendizados, ao mesmo tempo em que agradeço pelo
apoio recebido, em todos os momentos ao longo dessa caminhada, pois sem estes não teria
conseguido chegar até aqui.
Agradecer veemente as escolas, que me permitiram realizar a pesquisa, contribuindo
assim com o estudo aqui apresentado.
Aos meus colegas de curso, em especial a Humberto Sousa e Kellison Feitosa, com
os quais compartilhei momentos de aprendizagem, troca de conhecimentos e, acima de tudo, a
oportunidade de ter construído com estes uma relação de amizade. Estivemos juntos nos
momentos difíceis, mas também comemoramos juntos os momentos mais felizes.
O agradecimento é extensivo também a todos os que fizeram e fazem parte do Polo
de Apoio presencial “Jairo Vieira Feitosa”, do munícipio de Pombal-PB, do qual faço parte.
Os responsáveis pela direção, biblioteca e nossos queridos tutoras/as presenciais.
A equipe da disciplina TCC, as Professoras Maria Alice Serrano e Sônia Brandão e a
tutora Ana Carolina. Obrigada pelas recomendações, pelo incentivo e apoio sempre que
precisávamos.
Um obrigado especial vai para minha orientadora, a professora Drª Marineuma de
Oliveira Costa Cavalcanti. Agradeço pelo apoio e presteza de sempre, ao longo desse
processo de construção do TCC. Obrigada!
4
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................7
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .........................................................................................9
2.1. CONCEITUANDO A LEITURA ..................................................................................9
2.2. BREVES CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PERCURSO HISTÓRICO DA
LEITURA ............................................................................................................................10
2.3. A LEITURA E SEU PAPEL SOCIAL........................................................................ 11
2.4. A LEITURA NO CONTEXTO ESCOLAR................................................................ 12
3. METODOLOGIA ................................................................................................................16
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 17
5. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 26
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 27
APÊNDICES ........................................................................................................................... 29
APÊNDICE A – INTRUMENTO DE COLETA DE DADOS FUNDAMENTAL................ 29
APÊNDICE B – INTRUMENTO DE COLETA DE DADOS MÉDIO................................. 31
5
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Avaliação da prática leitora .................................................................................17
Gráfico 2 – Avaliação da compreensão da leitura...................................................................18
Gráfico 3 – Relação da leitura no contexto escolar ................................................................19
Gráfico 4 – Base leitora do aluno concluinte do ensino fundamental.....................................20
Gráfico 5 – Avaliação da prática leitora no ensino médio.......................................................21
Gráfico 6 – Avaliação da compreensão da leitura ..................................................................22
Gráfico 7 – Influência da leitura na escolha profissional ........................................................23
Gráfico 8 – Base leitora do aluno concluinte do ensino médio ...............................................24
6
RESUMO
Considerando a indiscutível importância da leitura na aquisição do conhecimento e as
dificuldades apontadas por professores e alunos, no que diz respeito ao processo de ensino e
aprendizagem da mesma, uma inquietação que vem sendo alvo de inúmeras pesquisas e
estudos no cenário acadêmico. A finalidade deste projeto é contribuir com as discussões e
reflexões já existentes, e outras que venham a surgir, acerca da prática da leitura,
especificamente no contexto escolar. Os objetivos que guiaram o presente trabalho buscaram
avaliar o gosto dos alunos, quanto à atividade leitora, as possíveis dificuldades encontradas
em seu aprendizado, além de outros aspectos inerentes ao campo pesquisado. O estudo adotou
como parâmetro de investigação a experiência leitora dos alunos concluintes do Ensino
Fundamental e Médio de uma escola pública e de uma escola privada do município de
Pombal-PB. Para tanto, realizou-se uma pesquisa que permitiu, por meio de questionários
aplicados ao público acima mencionado, coletar dados norteadores ao estudo aqui
apresentado. Os resultados alcançados com a pesquisa apontam um considerável avanço com
relação à atividade leitora, no contexto escolar, mas revela também que ainda há uma
significativa fragilidade no que diz respeito a esta atividade, sobretudo quando o assunto é
compreender o que se lê, resultado que ratifica discussões apresentadas em outras literaturas
que antecederam esta. Além disso, apresenta outros aspectos que, direta ou indiretamente,
interferem no processo de ensino e de aprendizagem da leitura.
Palavras-chave: Leitura, contexto escolar, ensino.
7
1 INTRODUÇÃO
Ultimamente, o trabalho com a leitura tornou-se um fato preocupante para os professores.
Isso é apontado por pesquisas e estudos realizados na área. Dentre as principais razões,
estaria o desinteresse do aluno pela atividade leitora e a dificuldade encontrada em seu
aprendizado. Quando questionados sobre esse assunto, essa realidade é confirmada pela
grande maioria dos discentes, nos mais variados graus de ensino. O processo de ensino e de
aprendizagem da leitura no contexto escolar é motivo de diversas discussões no universo
acadêmico. De acordo com Dias, Otonni e Lima (2010, p. 173):
Muito se discute acerca da prática do ensino da leitura ministrada nas escolas
brasileiras e, essas discussões, por vezes, são realizadas em congressos,
seminários, textos publicados e nos cursos de formação de professores de
Língua Portuguesa e Literatura.
Sabe-se que a escola ainda é vista como o principal espaço de contato com a leitura.
Essa é uma visão que vem desde a criança que está começando os primeiros contatos com
esse universo até chegar ao adulto, que já dispõe de uma capacidade critica mais aguçada.
Nesse sentido, cabe à instituição escolar incorporar esse papel que lhe é conferido e fazer
valer a importância da atividade leitora para seu alunado, propondo e dando condições para
que esses adquiram essa importante habilidade. No entanto, a questão que vem sendo refletida
é que, no espaço escolar, muitas vezes, há certos desencontros, quando o assunto é leitura.
Inúmeras razões contribuem para esse conflito existente em torno da prática de leitura no
ambiente escolar. Segundo Silva e Fecchio (2004, p. 155):
Fatores importantes como má formação dos professores de leitura, falta de
boa estrutura das escolas e bibliotecas, falta de motivação, falta de objetivos
para as aulas de leitura podem estar influenciando e mascarando a realidade
sobre esta atividade tão importante.
Assim, visando a apresentar algumas reflexões e possíveis respostas em relação à
atividade leitora no espaço escolar, principalmente no tocante ao valor da leitura e à
dificuldade encontrada em seu aprendizado, justifica-se a realização desse projeto. Há
possibilidade de algumas dessas razões serem identificadas neste estudo, mas também a de
outras ficarem além do alcance deste trabalho, levando em consideração a amplitude de
aspectos e de condições que estão envolvidos, direta ou indiretamente, no processo de ensino
e aprendizagem da leitura.
8
O presente estudo objetivou no geral, avaliar a experiência leitora dos alunos que estão
concluindo o Ensino Fundamental e Médio, bem como relacioná-los entre o contexto público
e privado, para que se tenha uma dimensão de como o trabalho com leitura é visto e
direcionado nesses dois espaços, trazendo, assim, mais subsídios para as discussões
apresentadas ao longo desse estudo. Para tanto, faz-se necessário averiguar especificamente o
gosto do aluno pela prática leitora, a importância que este atribui ao exercício da mesma e,
por fim, identificar possíveis dificuldades encontradas pelos discentes no aprendizado da
leitura.
9
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Conceituando a leitura
De acordo com Paulo Freire, “a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e
a leitura desta implica a continuidade da leitura daquela” (FREIRE, 1994, p. 13).
Para o educador, a leitura de mundo, que são os conhecimentos adquiridos por meio
do contato com um mundo particular do leitor, antecede a leitura da palavra; aquela realizada
por meio dos livros, proposta pela escola. No entanto, o desempenho da segunda é a
continuidade da primeira, o que nos assegura que ambas precisam estar sempre em harmonia.
Sobre o ato de ler, Paulo Freire (1992) diz que:
ler um texto é algo sério (...) é aprender como se dão as relações entre as
palavras na composição do discurso. É tarefa de sujeito crítico, humilde e
determinado. (...) Implica que o (a) leitor (a) se adentre na intimidade do
texto para aprender sua mais profunda significação.
Para Silva (1996, p. 13), “um indivíduo só pode ser considerado leitor quando passa a
compreender o que lê”. Podemos afirmar neste caso que ler é, antes de tudo, compreender, por
isso não basta decodificar sinais e signos; é necessário portar-se diante do texto,
transformando-o e sendo transformado. Compreender a mensagem, compreender-se na
mensagem e compreender-se pela mensagem”.
Naiel Safady (1996), em seu livro “Introdução à análise do texto”, afirma que o leitor
curioso e interessado é aquele que está em constante conflito com o texto, conflito
representado por uma ânsia incontida de compreender, de concordar, de discutir conflito.
Enfim, quem lê não somente capta o objeto da leitura, como transmite ao texto lido cargas de
sua experiência humana e intelectual (SAFADY apud THEODORO, 1996).
De acordo com Martins (1994), as concepções sobre leitura, grosso modo, podem ser
sintetizadas em duas caracterizações:
1) Como decodificação mecânica de signos linguísticos, por meio de aprendizado
estabelecido a partir do condicionamento estimulo-resposta (perspectiva behaviorista-
skinneriana):
2) Como processo de compreensão abrangente, cuja dinâmica envolve componentes
sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos, tanto quanto culturais,
econômicos e políticos (perspectiva cognitivo-sociológico); tendo esta última
condição para uma abordagem mais ampla.
10
Para Koch e Elias (2006, p.11),
a leitura é uma atividade interativa altamente complexa de produção de
sentidos”. Para as autoras, o leitor deve construir o sentido do texto a partir
da relação que estabelece da leitura do mesmo com sua leitura de mundo. O
foco da leitura deve estar na interação autor-texto-leitor.
Diante dos conceitos acima apresentados, percebe-se que todos defendem a leitura
como uma atividade de compreensão que requer do sujeito leitor o desenvolver de um
posicionamento crítico e reflexivo, ao passo em que este deve encarar a atividade leitora com
criatividade e entusiasmo, procurando fazer sempre uma relação entre aquilo que está sendo
lido e seu (do leitor) contexto social.
2.2 Breves considerações acerca do percurso histórico da leitura
A leitura é uma das formas mais legítimas e antigas de comunicação entre os povos,
seja esta verbal ou não-verbal. Qualquer mensagem transmitida a alguém pode ser
considerada um objeto de leitura, uma vez que quem a produz faz isso com a intenção de
transmitir uma informação, um conhecimento, uma comunicação. Então, se esse propósito é
alcançado da forma mais completa possível, temos a prática de leitura. Nos primórdios da
humanidade, o homem expressava-se através de pinturas nas paredes de cavernas, que eram
pinturas chamadas de pictografia. Guardavam suas informações em tijolos de barro, faziam
livros em folhas de plantas, dentre outras formas de comunicação/leitura. Com a evolução da
humanidade, novas ideias, conhecimentos e habilidades vão surgindo, e o “papel” foi uma
destas invenções, facilitando, assim, a prática da escrita e da leitura.
Durante muito tempo, a leitura foi restrita a uma pequena parcela da sociedade. Quem
tinha acesso eram os nobres, classes sociais dominantes, a exemplo de aristocratas e filósofos.
Com o passar do tempo, a leitura passou a ser administrada/vigiada pela igreja, que tinha
domínio sobre qualquer forma de comunicação, a qual oferecesse riscos de expressar algo
além de seus interesses, passando a ter caráter religioso, limitando seu aprendizado apenas
aqueles que seguiriam a vocação religiosa.
Segundo Soares (1995, p.48.):
a leitura tem sido historicamente um privilégio das classes dominantes: sua
apropriação pelas classes populares significa a conquista de um instrumento
imprescendivel não só à elaboração de sua própria cultura, mas também à
transformação de sua condições sociais.
11
Para Cavallo e Chartier (1998,p.2):
A leitura foi fundamental desde os primórdios da história, e sua utilização
sempre foi influenciada pelas classes dominantes e pelo contexto social,
cultural, religioso e político de cada época. Ainda hoje o acesso à leitura se
apresenta, muitas vezes, como prática restrita.
Partindo dessas reflexões, percebe-se que a leitura esteve presente na história da
humanidade, desde os tempos mais remotos até os dias atuais, ocupando espaços
diferenciados, mas fundamentais em cada tempo. Contudo, sua aquisição não foi do alcance
de todos, o que a tornou, muitas vezes, um mero instrumento de interesses de alguns,
descartando, assim, sua função social, capaz de transformar e liberar o sujeito leitor para
pensar, refletir e agir criticamente perante o contexto no qual esteja inserido, contribuindo,
desse modo, com a sociedade como um todo.
2.3 A leitura e seu papel social
A leitura é entendida como um processo indispensável na construção do
conhecimento, uma vez que sua aprendizagem contribui de forma plena para a formação
cidadã do indivíduo. É importante ressaltar que é por meio desta que podemos formar
cidadãos críticos, capazes de participar ativamente na construção de sua própria cidadania. Ao
passo em que o indivíduo empondera-se de conhecimentos passa a compreender as inúmeras
situações que o cercam e tem propriedade para pronunciar-se e posicionar-se diante dos
desafios que a vida oferece, uma vez tomando conhecimentos de seus direitos, passa a lutar
por eles. Portanto, a leitura é uma das formas mais legítimas de preparar o indivíduo para uma
formação cidadã e social. Ao ler um texto, construímos uma relação de diálogo entre o
conhecimento que já possuímos e aquilo que o texto nos traz de novo, o que nos garante um
maior respaldo para fundamentar nossos argumentos perante situações em que se faz
necessário defender nosso ponto de vista e resolver problemas inerentes ao contexto social no
qual estamos inseridos.
Martins (1994, p.31) define de uma forma bem simples e objetiva o que é ler,
mostrando que este ato não é simplesmente um aprendizado qualquer, e sim uma conquista de
autonomia, que permite a ampliação dos nossos horizontes. O leitor passa a entender melhor o
seu universo, rompendo, assim, as barreiras, deixando a passividade de lado, encarando
melhor a face da realidade.
12
Dessa forma, ler significa apropriar-se de conhecimentos e transformá-los em ideias
que possam contribuir significativamente com a vida do sujeito leitor, ao passo que garante
autonomia e formação cidadã. Ampliando essas capacidades, o sujeito vai disseminar esse
aprendizado no grupo social no qual esteja inserido e, consequentemente, na sociedade. Para
tanto, essa leitura deve ser feita partindo de um senso crítico e reflexivo, e não como uma
atividade de mera decodificação.
A aprendizagem da leitura está ligada ao processo de formação geral de um
indivíduo e sua capacitação dentro da sociedade, como por exemplo: a
atuação política, econômica e cultural, o convívio com a sociedade, seja
dentro da família ou no trabalho (BRITO, 2010, p.9).
2.4 A leitura no contexto escolar
São muitas as discussões em torno da prática de ensino e de aprendizagem da leitura
no contexto escolar. Percebe-se que o trabalho com leitura tem se tornado cada vez mais
dificultoso para os professores e mal aceito pelos alunos. Pesquisas e estudos realizados sobre
o assunto têm mostrado que essa dificuldade está presente nos vários graus de ensino e pode
estar sendo motivada principalmente por práticas errôneas no ensino da leitura, seja por
lacunas existentes na formação de nossos professores, seja pela falta de condições de trabalho,
falta de incentivo para que os nossos discentes possam desenvolver um maior interesse pela
prática leitora, metodologias usadas, exigências do próprio currículo escolar; enfim, o fato é
que essa dificuldade existe e é bastante agravante.
Caberá à escola enquanto espaço formal de articulação e promoção das
práticas leitoras possibilitar ao educando condições favoráveis para que ele
possa exercer o ato de ler de forma plena, sendo capaz de praticá-lo com
autonomia e criticidade, no sentido de saber estabelecer múltiplas relações
entre texto e contexto de uma forma dinâmica e construtiva. (ROSA, 2005,
p. 3)
Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira1 (INEP, 2003), cerca de 59% dos estudantes brasileiros chegam
à 4ª série do ensino fundamental sem desenvolver competências e habilidades básicas de
leitura. No Sul do país, região que concentra a maior parte da riqueza nacional, cerca de 50%
dos alunos estão em situação crítica para seguir adiante no 2ºciclo do ensino fundamental.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais-PCN (BRASIL, 1997), o ensino de Língua
Portuguesa tem sido marcado por uma sequenciação de conteúdos que poderia ser chamada de
aditiva: ensina-se a juntar sílabas (...) juntar frases para formar textos.
13
De acordo com estatísticas apresentadas pela Revista Nova Escola, o último Indicador
Nacional de Analfabetismo Funcional (INAF), divulgado início de 2008 pelo Instituto Paulo
Montenegro e pela ONG Ação Educativa, revela que apenas 28% dos brasileiros com idade
entre 15 e 64 anos têm domínio pleno da leitura e da escrita, conseguem ler textos longos,
relacionar os assuntos abordados ou ao menos comparar os dados apresentados e os 72%
possuem habilidades básicas e rudimentares limitando-se à compreensão de título frases e
textos curtos (LINARDI, 2008).
Os dados apresentados nas pesquisas acima são bastante preocupantes, pois trazem a
reflexão de que algo de “errado” está acontecendo no ensino e aprendizagem da leitura em
sala de aula. Acredita-se que essa deficiência seja reflexo de como esse processo vem sendo
“abarcado” no âmbito escolar, ora como pretexto para trabalhar o ensino de gramática, ora
como interpretação de aspectos estruturais da língua, caracterizando, assim, um ensino de
leitura pautado na decodificação, de caráter estreitamente tradicionalista. Dessa forma, o
contexto escolar “não favorece a delimitação de objetivos específicos em relação à atividade
da leitura. Nele, ela é difusa e confusa, muitas vezes se constituindo apenas em um pretexto
para cópias, resumos [...] e outras tarefas do ensino da língua” (KLEIMAN, 2011, p. 30).
Uma das questões que tem nos chamado a atenção em relação a esse tema é
que muitos professores, por várias razões, ainda continuam a tratar a leitura
de forma reducionista. Ora, alguns docentes do ensino fundamental e médio
ainda tratam a leitura como um simples objeto escolar, por vezes
desvinculado da realidade e de sua função social, histórica e cultural.
Percebemos que o professor continua sem saber o que fazer (e como) para
ampliar e melhorar a prática pedagógica do ensino da leitura. (DIAS,
OTTONI e LIMA, 2010, p. 173).
A formação leitora é algo que deve ser estimulada desde os anos iniciais, para que o
aluno chegue pelo menos ao segundo ciclo do Ensino Fundamental e Médio com habilidades
de leitura mais aguçadas, capazes de entender melhor a função social da leitura e sua
contribuição perante a vida e a sociedade, ao passo em que esta deve contribuir para que o
discente possa adquirir uma formação cidadã mais completa e eficaz. Mas, infelizmente, o
que se vê, na maioria das vezes, é os nossos discentes chegarem a essas etapas vendo a leitura
como uma mera atividade do currículo escolar, que precisam realizar para obter uma nota,
“devorar” partes fragmentadas de obras literárias para fazer provas de vestibular, enfim,
questões como estas podem e estão contribuindo negativamente para o aprendizado dos
nossos alunos, no tocante à atividade leitora, mas também com relação a outras disciplinas,
haja vista a contribuição desta para um bom desempenho das demais.
14
O propósito do ensino de leitura na escola deveria ser o de oferecer suportes
que tornem o ato de ler uma ação dinâmica e produtiva. Infelizmente, nas
observações que os alunos estagiários do Curso de Letras fazem, percebem
que, ainda hoje, muitas aulas de leitura se constituem em apresentar o texto
como um objeto pronto e acabado. Dessa forma, percebe-se que o aprendiz
não tem a oportunidade de manter um contato crítico e reflexivo com os
textos. (DIAS, OTTONI e LIMA, 2010, p. 174).
Paulo Freire também fala sobre o assunto em seu livro A importância do ato de ler:
Creio que muito de nossa insistência, enquanto professoras e professores, em
que os estudantes “leiam”, num semestre, um sem-número de capítulos de
livros, reside na compreensão errônea que às vezes temos do ato de ler. Em
minha andarilha pelo mundo, não forma poucas as vezes em que jovens
estudantes me falaram de sua luta às voltas com extensas bibliografias a
serem muito mais “devoradas” do que realmente lidas ou estudadas.
Verdadeiramente “lições de leitura” no sentido mais tradicional desta
expressão, a que se achavam submetidos em nome de sua formação
científica e de que deviam prestar contas através do famoso controle de
leitura. Em algumas vezes cheguei mesmo a ler, em relações bibliográficas,
indicações em torno de que páginas deste ou daquele capitulo de tal ou qual
livro deveriam ser lidas: “Da página 15 à 37” (FREIRE, 1989).
Ainda de acordo com Paulo Freire, saber ler não é uma tarefa fácil e exige do sujeito
leitor o desenvolvimento de diversas habilidades, e o ensino correto da prática leitora também
é de fundamental importância nesse processo.
Ler é uma operação inteligente, difícil, exigente, mas gratificante. Ninguém
lê ou estuda autenticamente se não assume, diante do texto ou do objeto da
curiosidade a forma crítica de ser ou de estar sendo sujeito da curiosidade,
sujeito da leitura, sujeito do processo de conhecer em que se acha. Ler é
procurar buscar criar a compreensão do lido; daí, entre outros pontos
fundamentais, a importância do ensino correto da leitura e da escrita. É que
ensinar a ler é engajar-se numa experiência criativa em torno da
compreensão. Da compreensão e da comunicação. (FREIRE, 2001, p. 261).
Além de pesquisas e estudos realizados no campo da leitura, com o intuito de buscar
mais conhecimentos sobre as lacunas existentes em seu ensino e aprendizagem, documentos
oficiais, a exemplo dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, também apresentam
reflexões com relação à prática da leitura no âmbito escolar. Para os documentos, a leitura tem
sido vista na sala de aula como um mero objeto de ensino, perdendo, assim, seu valor,
enquanto importante subsídio de aprendizagem e tornando-se mais uma atividade de
“obrigação” para os nossos alunos. Ainda segundo os PCN’s, para que a leitura possa ser vista
também como objeto de aprendizagem, é importante que esta seja significativa para o aluno,
15
ou seja, ofereça a ele a oportunidade de compreendê-la em um sentido amplo, próximo de seu
conhecimento de mundo, de seu convívio social. Para tanto, o professor tem a seu dispor a
diversidade textual que pode ser usada para oferecer práticas de leituras mais atraentes e
significativas aos nossos discentes.
Faz se necessário que professores gestores, pais, alunos e as instituições
governamentais enxerguem que a instituição escolar é de suma importância
para a democratização do conhecimento e para a socialização do saber
acumulado ao longo do tempo, pois, é através da leitura que tomamos posse
desta bagagem cultural (BRASIL, 1997).
Diante das reflexões acima apresentadas, é possível entender que as dificuldades mais
frequentes encontradas no ensino e aprendizagem da leitura estejam vinculadas a uma má
compreensão sobre a verdadeira função da leitura e como esta deve ser trabalhada no âmbito
escolar. Esse desentendimento acaba resultando em práticas de leituras saturadas e
enfadonhas para o nosso alunado.
A escola deve valorizar a leitura, elegendo-a como atividade fundamental
que possibilite a formação integral do aluno, dando acesso aos alunos a
diversos tipos de materiais de leitura, como revistas, fotonovelas, histórias
em quadrinhos, etc. Assim os alunos se motivariam a ler, demonstrando mais
interesses do que encontram na leitura de livros didáticos apenas. (LOPES et
al, 2004)
Por fim, acredita-se que o que falta para que se tenha uma aprendizagem de leitura
mais completa e significativa consiste em os nossos professores oferecerem práticas de
leituras mais atraentes que despertem e convidem os nossos discentes a tomar gosto pela
leitura, colocando-os em contato com a diversidade textual e suas inúmeras funcionalidades
que circulam em nosso meio. Caso contrário, a leitura continuará sendo vista apenas como
uma mera decodificação de signos linguísticos, desvinculada de sua função social e cidadã. A
escola, como instituição legitima e responsável em promover a atividade leitora, deve dar
condições para que os nossos alunos tenham esse acesso da melhor forma possível.
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3 METODOLOGIA
Este trabalho tem como objeto pesquisado a relação da leitura com o contexto escolar.
O estudo aqui apresentado tem como campo de pesquisa a sala de aula, precisamente as
turmas do 9º ano do ensino fundamental e 3º ano médio da Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio “Monsr. Vicente Freitas” e do Colégio Menino Jesus – GEO, do
município de Pombal/PB, escola pública e privada, respectivamente.
Antes de me dirigir ao campo de pesquisa, foi feito um contato prévio com os
responsáveis legais pelas instituições de ensino, assim como com os professores responsáveis
pelas turmas onde a pesquisa foi aplicada, para falar sobre a proposta do trabalho e ver a
disponibilidade da instituição em contribuir com o processo.
A pesquisa realizada apresenta-se na abordagem quantitativa e qualitativa, pois, além
de quantificar e sistematizar graficamente as informações coletadas, apresentara discussões
acerca desses dados, buscando possíveis entendimentos e reflexões para a realidade apontada
no campo pesquisado, tendo ainda caráter subjetivo, o que caracteriza uma abordagem
qualitativa.
Quanto ao procedimento utilizado para coleta dos dados, foi aplicado um questionário
aos alunos dos anos acima identificadas. Os questionários contaram com 10 (dez) questões,
dentre estas algumas de múltipla escolha e outras subjetivas, com o uso de justificativa para
auxiliar com mais precisão na discussão dos dados coletados. As questões foram elaboradas
da forma mais precisa possível a responder o objetivo maior desse projeto. Para preservar a
identidade dos participantes, o instrumento de avaliação apresenta como informações pessoais
apenas a idade e sexo dos sujeitos envolvidos na pesquisa.
Quanto à análise dos dados, esta será expressa através de gráficos, e suas discussões
serão respaldadas nos estudos que nortearam a fundamentação teórica deste trabalho.
17
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com os dados obtidos no questionário aplicado, as turmas do 9º ano do
ensino fundamental de uma escola púbica e de uma privada, participaram da pesquisa 66
alunos, dentre estes, 47 da rede privada e 19 da rede pública, de faixa etária de 13 a 17 anos,
sendo 36 homens e 30 mulheres.
O gráfico 01 apresenta os resultados obtidos na aplicação do questionário aos alunos
do 9º ano do ensino fundamental, quanto ao gosto, hábito e a importância pela leitura.
Gráfico 1 – Avaliação da prática leitora
Dos 66 alunos que responderam a pesquisa, 69,7% disseram gostar de ler, enquanto
30,3% responderam que não gostam de ler, além disso, revelou-se que está entre as mulheres
o maior gosto pela leitura. Quando questionados quanto à importância da leitura, obtivemos
um dado bastante interessante, pois apesar de 30,3% dos discentes afirmarem que não gostam
de ler, o que pode ser considerado um resultado significativo e ratifica aquilo que é discussão
por parte de professores, pesquisadores e outros profissionais em educação, quanto ao gosto
do aluno pela leitura. Estes reconhecem em 100% a leitura como uma atividade importante.
Esse contexto aponta que alguns fatores podem estar interferindo no processo de ensino e
aprendizagem da leitura, haja vista que o aluno não gosta de ler, mas reconhece a leitura como
sendo importante.
Sobre o hábito da leitura, do contingente pesquisado, 57,57 % revelaram que tem o
hábito de ler, enquanto 42,43% que não têm o hábito de ler. Apesar de não ser uma diferença
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
SIM NÃO
Você gosta de ler? 69,7 30,3
Você acha a leitura uma
atividade importante?100 0
Você tem o hábito de ler? 57,57 42,43
18
tão expressiva, pode ser considerado um resultado satisfatório. Os alunos ainda formam
questionados quanto ao incentivo à leitura. A maioria respondeu que vinha da escola, uma
parcela menor, que vinha da família e o restante de outros, citados amigos, sites na internet e
livros que acharam interessantes. Essas informações vêm nos revelar que o aluno ainda vê a
escola como principal incentivador a prática da leitura. Por isso, a necessidade de que esta
esteja preparada para atender e corresponder da melhor forma possível às necessidades de
nossos alunos, no tocante ao ensino e aprendizagem da leitura.
O gráfico 02 discute os resultados obtidos sobre a dificuldade encontrada pelos alunos
do 9º ano do ensino fundamental, em compreender o ler, além de que, ao longo das
discussões, estes apresentaram sugestões de atividades que a escola poderia desenvolver para
incentivar o aluno à prática da leitura.
Gráfico 2 – Avaliação da compreensão da leitura
Quando os alunos foram questionados se teriam dificuldades em compreender o ler, o
gráfico 02 nos revela que dos 66 alunos que responderam a pesquisa, 34,85% disseram que
sim, que têm dificuldades em compreender o ler, e 65,15% responderam que não. O dado
revela que uma significativa parcela de nossos alunos ainda sentem dificuldades em
compreender as leituras que realizam, o que vem ao encontro do analfabetismo funcional
apontado em outras pesquisas: aluno consegue ler, mas não compreende a mensagem
transmitida pelo texto. Como consequência, este aluno perde o caráter critico e reflexivo que a
leitura oferece. As principais dificuldades citadas pelos alunos estão representadas nas
seguintes falas:
“Quando termino de ler o texto não sei sobre o que ele fala principalmente se for
um texto grande”. F.A.R
34,85
65,15 SIM
NÃO
19
“Quando o professor pede para ler para a turma fico com medo de errar as palavras”.
M.A.R.
“Minha dificuldade é interpretar o texto”. J.P.A.F.
“Minha maior dificuldade é interpretar os poemas”. A.A.R.
“Não compreendo quando acho a leitura chata” M.S.A.
Na opinião dos alunos sobre o que a escola deveria fazer para incentivá-los à prática
da leitura, está entre o professor trazer para a sala de aula textos mais “interessantes”, como
revistas em quadrinhos e leituras que tragam acontecimentos do dia a dia. Um acervo maior
de livros nas bibliotecas também foi citado, e que estes sejam diversificados. A maior
reivindicação foi de uma sala para leitura e que fosse reservado um dia por semana só para
essa prática. Outra sugestão foi exposição de livros por toda escola, que estes não ficassem
somente na biblioteca, além de que as escolas desenvolvessem projetos de leitura que
envolvessem todos os alunos. As reivindicações aqui apresentadas nos revelam que as nossas
escolas ainda deixam muito a desejar no incentivo à prática da leitura e que essa realidade está
presente, tanto no setor público, quanto privado, uma vez que as solicitações aqui
apresentadas vêm de ambos os contextos.
O gráfico 03 exibe os resultados obtidos na aplicação do questionário aos alunos do 9º
ano do ensino fundamental, quanto à forma de como a escola trabalha as aulas de leitura e
facilita o aprendizado e ao material didático disponibilizado.
Gráfico 3 – Relação da leitura no contexto escolar
0 20 40 60 80 100
SIM
NÃO
SIM
NÃO
78,45
21,05
68,42
31,58
91,49
8,51
93,62
6,38
A forma como
escola trabalha as
aulas de leitura
facilita sua
aprendizagem?
O material didático
disponibilizado
pela escola estimula
sua prática de
leitura?
Privada Pública
20
O estudo preocupou-se em saber se as formas de abordagem da escola na prática da
leitura facilitam a aprendizagem do aluno, assim como se os materiais didáticos
disponibilizados estimulam a prática leitora, apontando ainda essa relação no contexto público
e privado. Com relação ao primeiro questionamento, 6,38% (privada) e 31, 58% (pública) dos
alunos que participaram da pesquisa responderam que não. Os que responderam sim
correspondem a 93,62% (privada) e 68,42 (pública). Sobre o segundo questionamento, 8,51%
dos alunos da escola privada que responderam a pesquisa acreditam que os materiais didáticos
disponibilizados pela escola não estimulam a prática leitora e 21,05% dos alunos da escola
pública também acreditam nessa realidade. Os que acreditam que os materiais didáticos
disponibilizados pela escola estimulam a prática leitora somam 91,49% da escola privada e
78,45 da escola pública.
Esse contexto nos revela que, apesar dos alunos solicitarem das escolas mais
estímulo à prática da leitura, como vimos nos resultados anteriores, uma parcela considerável
acredita que a forma como a escola vem trabalhando as aulas de leitura facilita sua
aprendizagem, além de acreditarem que os materiais didáticos utilizados nas escolas são
eficazes no estimulo a leitura. No entanto, há uma disparidade bastante significativa entre o
setor público e privado, quanto aos dados discutidos. O privado é o mais favorecido em
ambos os questionamentos.
O gráfico 04 expõe os resultados alcançados na aplicação do questionário aos alunos
do 9º ano do ensino fundamental, quanto à base leitora que carregaram na transição para o
ensino médio.
Gráfico 4 – Base leitora do aluno concluinte do ensino fundamental
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Pública Privada
NÃO 36,84 23,4
SIM 63,16 76,6
21
Como último questionamento feito aos alunos do ensino fundamental, a pesquisa
quis saber se esses discentes, enquanto concluintes de um dos ciclos mais importantes da
trajetória escolar, chegam ao ensino médio com uma boa base leitora, 36,84% da escola
pública e 23,4% da escola privada, responderam que não, enquanto que 63,16% da escola
pública e 76,6 da escola privada, responderam sim. O estudo nos revela que um índice
significativo de alunos que estão concluindo o ensino fundamental acredita que vão chegar ao
ensino médio com uma boa experiência leitora, mesmo que o número dos que discordam
dessa realidade seja também considerável, fato preocupante. Aqui a diferença entre o contexto
público e o privado não apresenta tanto distanciamento, quanto em outros momentos
revelados na presente pesquisa.
De acordo com os dados obtidos no questionário aplicado, as turmas do 3º ano do
ensino médio de uma escola púbica e de uma privada participaram da pesquisa 57 alunos,
dentre estes 27 da rede privada e 30 da rede pública, de faixa etária de 16 a 20 anos, sendo 26
homens e 31 mulheres.
O gráfico 05 apresenta os resultados obtidos na aplicação do questionário aos alunos
do 3º ano do ensino médio, quanto ao gosto e importância da leitura.
Gráfico 5 – Avaliação da prática leitora no ensino médio
Na análise dos 57 alunos que estão concluindo o ensino médio das duas escolas em
questão, 80,7% responderam que gostam de ler, enquanto 19,3% disseram que não.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
SIM NÃO
Você gosta de ler? 80,7 19,3
Você acha a leitura uma
atividade importante?100 0
22
Comparando ao resultado obtido no gráfico 01 do ensino fundamental, pode-se constatar que
os alunos do ensino médio apreciam mais a leitura do que os alunos do ensino fundamental.
Quanto à importância da leitura, 100%, dos alunos acreditam que a leitura é
importante, mesmo aqueles que dizem não gostar de ler. O mesmo resultado foi apresentado
pelos alunos do ensino fundamental, o que nos revela que a leitura é muito bem aceita entre os
nossos alunos. Questionados sobre de onde vem o incentivo ao hábito da leitura, a opinião
ficou dividida entre a escola e a família, sendo que um terceiro dado aparece assíduo,
afirmando que veio deles mesmos o desejo de ler, o que vem ratificar o expressivo número
que disseram gostar de ler.
Paralelamente a esses questionamentos, a pesquisa ainda procurou saber, com
relação à escola, se a prática de leitura foi incentivada desde os anos iniciais ou se com mais
frequência depois de chegar ao ensino médio, haja vista outros interesses, a exemplo dos
vestibulares, levando em conta que estamos falando de alunos do 3º ano. O resultado fica bem
dividido entre os dois aspectos, mas há um favorecimento que veio desde os anos iniciais. No
entanto, um bom índice respondeu que começaram a ser “cobrados” mais a partir do ensino
médio, com destaque para a escola pública. Esse dado só vem confirmar o que muitas
pesquisas apontam: que o incentivo à prática da leitura pelas escolas ainda está muito ligado a
outros interesses, como um bom resultado nos vestibulares, por exemplo.
O gráfico 06 apresenta os resultados obtidos na aplicação do questionário aos alunos
do 3º ano do ensino médio, mediante a dificuldade em compreenderem o que leem.
Gráfico 6 – Avaliação da compreensão da leitura
28%
72%
SIM NÃO
23
O aluno que está concluindo o ensino médio, que já deve levar consigo uma boa
“bagagem” leitora, ainda tem dificuldades em compreender o que lê, mesmo que esse índice
não seja tão alarmante. Dos 57 que responderam a pesquisa, 28% disseram que sim, que leem,
mas não compreendem o que leem, e 72% responderam que não sentem dificuldades em
compreender o que leem, um dado que pode ser considerado relevante, diante de toda uma
discussão que se tem sobre a dificuldade do nosso alunado em compreender o que lê apontada
em outras pesquisas. Isso não significa dizer que devemos fazer vista grossa aos 28% que
disseram que ainda sentem dificuldades em compreender o ler. De forma nenhuma: isso
aponta que ainda há muito a ser feito e melhorado para que esse índice venha a ser reduzido
cada vez mais.
Dentre as dificuldades apontadas pelos discentes, a maioria diz respeito a:
“Não consigo ler textos longos”. A.P.F.
“Não entendo a mensagem que o autor quis passar”. S.S.M.
“Leio o texto muitas vezes, e mesmo assim não consegue interpretá-lo”. K.M
Fazendo uma comparação desse ponto entre os discentes do ensino fundamental e
médio, percebe-se que são praticamente as mesmas dificuldades apontadas por ambos os
públicos, o que deve despertar a escola para buscar uma maior reflexão para essa realidade
apresentada.
O gráfico 07 exibe os dados obtidos na aplicação do questionário aos alunos do 3º
ano do ensino médio, diante a contribuição da prática da leitura na escolha profissional.
Gráfico 7 – Influência da leitura na escolha profissional
0 10 20 30 40 50
SIM
NÃO
43,85
8,8
42,1
5,25
A prática da
leitura pode
contribuir com
a sua escolha
profissional?
Privada Pública
24
O estudo questionou ainda os alunos se a prática da leitura pode contribuir com a
escolha profissional, onde 5,25% (escola privada) e 8,8% (escola pública) responderam que
não, enquanto 42,1% (escola privada) e 43,85% (escola pública) disseram que sim. Diante dos
dados apresentados, conclui-se que um número expressivo dos alunos que participaram da
pesquisa acredita que a leitura pode, sim, contribuir com a escolha profissional. Essa questão
solicitou uma justificativa e muitos alunos responderam que, independentemente da área
escolhida para seguir uma carreira profissional, uma boa experiência leitora conta muito, pois,
,segundo eles, lendo mais o aluno consegue compreender melhor a função da profissão que
pretende exercer. Percebe-se também que os números são equivalentes, quanto ao contexto
público e privado.
O gráfico 08 mostra os dados obtidos na aplicação do questionário aos alunos do 3º
ano do ensino médio, quanto à base leitora dos concluintes do ensino médio.
Gráfico 8 – Base leitora do aluno concluinte do ensino médio
Quanto à base leitora levada pelo aluno que está concluindo o ensino médio, a
pesquisa nos revela que 5,26% (escola pública) e 3,51% (de escola privada) disseram que não
estão concluindo o ensino médio com uma boa experiência leitora, enquanto 47,37% (escola
pública) e 43,86% (escola privada) responderam que estão, sim, concluindo o ensino médio
com uma boa base leitora. Vale salientar que esse considerável índice revela uma opinião dos
alunos, o que não significa afirmar que, na prática, estes estejam realmente saindo do ensino
84%
86%
88%
90%
92%
94%
96%
98%
100%
Pública Privada
NÃO 5,26 3,51
SIM 47,37 43,86
25
médio com toda essa experiência leitora, uma vez que não foram aplicadas atividades práticas
para tal comprovação.
Ainda seguindo esse contexto, e aqui foram questões de caráter discursivas, a pesquisa
buscou saber se na opinião dos alunos a escola trabalha a leitura na perspectiva de contribuir
com a formação cidadã do indivíduo ou seu maior objetivo é trabalhar outras questões
inerentes ao ensino de Língua Portuguesa, a exemplo de questões gramaticais. As respostas
foram bem divididas entre as duas opções. A maioria dos alunos acha que a escola trabalha
sobre as duas perspectivas e um pequeno número respondeu que a escola trabalha a leitura
com intuito de fazer só atividades avaliativas. Um 01 (um) dos questionários respondidos me
chamou atenção pela seguinte reflexão:
“Como um meio de trabalhar outros recursos linguísticos, pois ela segue uma
dinâmica de conteúdos que não permite o uso de outras leituras, por exigir que os
alunos prossigam com os assuntos esquematizados ao longo do ano letivo”. F.S.A.
Diante dessas reflexões, podemos tirar algumas conclusões sobre como a leitura é
vista no contexto escolar.
Por fim, quis-se saber se as escolas pesquisadas onde o projeto realizou o estudo
desenvolvia algum projeto que incentivasse o aluno a prática da leitura. A professora da
escola pública desenvolve 02 (projetos) intitulados de “Leitura em ação” e o outro “Leio e
Recomendo”. O primeiro consiste em trabalhar a leitura sobre o gênero jornalístico. A
docente traz para a sala de aula diversos suportes textuais sobre o referido gênero e faz
leituras, estuda suas características, especificidades e situações de uso. Em seguida, os alunos
montam grupos de estudos e saem às ruas fazendo coberturas de possíveis eventos que
estejam acontecendo no município, a exemplo de campanhas educativas. Em seguida,
sistematizam as informações, socializam com a escola e também divulgam em redes sociais
etc. Este é desenvolvido, infelizmente, apenas com os alunos do 3º ano médio. O segundo
projeto acontece diariamente, de uma forma bem simples, envolvendo todos os anos
escolares. Os alunos vão à sala de leitura, leem um livro e, achando a leitura interessante,
recomendam esse livro para outro aluno, e assim sucessivamente. O ciclo de leitura acontece
em toda a instituição. A escola privada 01 desenvolve um projeto, intitulado de “Sarau
Literário”. Esse projeto consiste em realizar uma noite de atividades direcionadas ao gênero
literário. Na oportunidade, são realizadas apresentações de poesia criadas pelos próprios
alunos, peças de teatro, músicas e danças. Para tanto, os discentes leem diversas obras,
estudam autores, enfim.
26
5 CONCLUSÃO
Apesar das fragilidades existentes no tocante ao processo de ensino e aprendizagem da
leitura no contexto escolar, um considerável índice dos alunos que participaram desse estudo
demonstra interesse pela leitura e a reconhece como sendo uma atividade importante. Vale
salientar que este entendimento está tanto nos alunos do ensino fundamental quanto nos
alunos do ensino médio, sendo extensivo ao contexto público e privado.
Paralelamente a esse resultado, evidenciou-se também que uma significativa parcela
ainda vê dificuldades no que diz respeito ao aprendizado da leitura, principalmente quando a
questão é compreender o que se lê. Esse resultado vem a confirmar o que já foi identificado
em outras pesquisas e estudos que antecederam este.
No que se refere ao contexto escolar em si, envolvendo incentivo da escola, quanto à
prática da leitura, materiais utilizados nas aulas, possíveis projetos desenvolvidos pelas
instituições de ensino, dentre outros questionamentos direcionados, a pesquisa revelou que
essa realidade vem sendo bem vista por um número considerável de alunos que participaram
deste estudo, o que não desvia a cobrança de outros, por leituras mais interativas em sala de
aula, maior acervo de livros nas bibliotecas, diversidade textual, dentre outras sugestões,
ratificam que, apesar de alguns avanços, as instituições de ensino ainda deixam a desejar no
que diz respeito ao incentivo à leitura.
Por fim, o estudo mostra que a prática da leitura em sala de aula continua oscilando
entre fragilidades e alguns avanços, estas presentes em ambos os públicos pesquisados, alunos
do ensino fundamental e médio, dos contextos público e privado. Essa realidade coloca
escola, professores e outros seguimentos competentes em alerta para reajustes e/ou
implementação de ações que venham a contribuir, significativamente, para o desenvolvimento
de habilidades leitoras em nosso alunado.
Para essa parcela que ainda revela dificuldade quanto ao exercício da leitura, o
trabalho em sala de aula com gêneros textuais é recomendável para despertar e incentivar o
aluno a tomar gosto pela leitura, uma vez que essa diversidade o colocará em contato direto
com textos que, na maioria das vezes, estão inseridos em seu convívio social, o que tornará a
leitura significativa e interessante para ele. Em um contexto mais amplo, a escola pode
desenvolver projetos que venham a envolver e incentivar os discentes a participarem do
universo da leitura. Assim, com desempenho e abordagens pedagógicas mais criativas,
teremos efetivamente resultados mais positivos, no tocante à atividade leitora no contexto
escolar, e consequentemente, na vida dos nossos alunos.
27
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Portuguesa: 1º e 2º ciclos. Brasília: SEF, 1997.
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28
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leitura. 7ª ed. São Paulo. Cortez, 1996.
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Márcia. (Org.). Leitura no Brasil: antologia comemorativa pelo 10.º COLE. Campinas – SP:
Mercado Aberto, 1995. p.48.
29
APÊNDICES
APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS FUNDAMENTAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
UFPBVIRTUAL
CURSO DE LICENCATURA PLENA EM LETRAS
Idade: __________ Sexo: ____________ ano: 9º ano
1. Você gosta de ler?
( ) Sim ( ) Não
2. Você acha a leitura uma atividade importante?
( ) Sim ( ) Não
3. Você tem o hábito de ler?
( ) Sim ( ) Não
4. De onde vem seu incentivo ao hábito da leitura, da escola? Ou de outro? Se de outro,
de quem?
_____________________________________________________________________
_____________________________
5. Você tem dificuldade em compreender o que ler?
( ) Sim ( ) Não
6. Qual a dificuldade encontrada por você no aprendizado da leitura?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_________________________________________________________
7. Em sua opinião, a forma como a escola trabalha as aulas de leitura facilita sua
aprendizagem?
( ) Sim ( ) Não
8. Você acredita que o material didático disponibilizado pela escola estimula sua prática
de leitura?
30
( ) Sim ( ) Não
9. Em sua opinião, o que a escola deveria fazer para incentivar o aluno a desenvolver o
gosto pela leitura?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_________________________________________________________
10. Você, enquanto aluno concluinte do ensino fundamental acredita que chega ao ensino
médio com uma boa base leitora?
( ) Sim ( ) Não
31
APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS MÉDIO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
UFPBVIRTUAL
CURSO DE LICENCATURA PLENA EM LETRAS
Idade: __________ Sexo: ________________ ano: 3º ano médio
1. Você gosta de ler?
( ) Sim ( ) Não
2. Você acha a leitura uma atividade importante?
( ) Sim ( ) Não
3. De onde vem seu incentivo ao hábito da leitura, da escola? Ou de outro? Se de outro,
de quem?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________
4. Você tem dificuldade em compreender o que ler?
( ) Sim ( ) Não
5. Qual a dificuldade encontrada por você no aprendizado da leitura?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________
6. A prática da leitura em sua vida escolar foi incentivada desde os anos iniciais ou se
tornou uma necessidade devido às exigências de vestibulares, como o ENEM, por
exemplo?
_____________________________________________________________________
_________________________________________
_____________________________________________________________________
_________________________________________
7. Em sua opinião, a prática da leitura pode contribuir com sua escolha profissional?
( ) Sim ( ) Não
Justifique sua resposta:
32
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________
8. Você, enquanto aluno concluinte do ensino médio acredita que adquiriu ao longo de
sua trajetória escolar uma boa experiência leitora?
( ) Sim ( ) Não
9. Você acha que a escola trabalha a leitura com o intuito de contribuir com a formação
cidadã de seus alunos ou como um meio para trabalhar outros recursos linguísticos?
Justifique sua resposta.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________
10. Sua escola promove algum evento ou atividade similar que incentive a prática da
leitura? Cite-os:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________