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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas Centro de Estudos Afro-Orientais Programa Multidisciplinar em Estudos Étnicos e Africanos Mestrado e Doutorado Período: 2017.2 Disciplina optativa: Etnografias de religiões de matriz africana no Brasil Docente Fabio Lima Ementa: O objetivo deste curso é a leitura de etnografias (tanto clássicas quanto contemporâneas) sobre reli- giões de matriz africana no Brasil. Nele, discutiremos temas caros a esses estudos, como possessão, ritual, noção de pessoa, cosmologia, sincretismo, participação, autoridade etnográfica e as relações destes com questões mais gerais da antropologia e da teoria etnográfica. O curso, portanto, servirá tanto como uma introdução ao estudo destas religiões quanto como um debate sobre os caminhos possíveis da escrita sobre temas relativos ao campo afro-brasileiro. Programa: Obs: Esta é uma versão preliminar. A bibliografia definitiva será definida em conjunto com a turma. 1 a aula : apresentação do curso 2 a aula : Rodrigues, Nina. 1896/7 [2005]. O animismo fetichista dos negros baianos. Rio de Janeiro: P555 Edições. (livro inteiro) Ramos, Arthur. 1988. O Negro Brasileiro. Recife: FUNDAJ. (primeira parte: “Religiões e Cultos Negro-fetichistas no Brasil”) Querino, Manoel. 1955. A Raça Africana e seus costumes. Salvador: Livraria Progresso Editora. (livro inteiro) 3 a aula : Carneiro, Édison. 1978. Candomblés da Bahia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. (livro inteiro) Pierson, Donald. 1971. Brancos e Pretos na Bahia. São Paulo: Companhia Editora Nacional. (Cap XI: O candomblé) Landes, Ruth. 1947 [2002] A Cidade das Mulheres. Rio de Janeiro: Editora UFRJ. (livro todo) Costa Lima, Vivaldo & Freitas Oliveira, Waldir. 1987. Cartas de Édison Carneiro a Artur Ramos. Salvador: Corrupio. (capítulo “O Candomblé da Bahia na Década de 30”) 4 a aula (29/5): HERSKOVITS, M. (1967) Pesquisas Etnológicas na Bahia. Tradução de José Valadares Revista Afro - Ásia. n 4/5. Salvador. UFBA. -------------------- (2005) O panan, um rito religioso de transição afro-baiano. In: Somàvo: o Amanhã nunca termina. Novos Escritos sob a religião dos Orixás/ Carlos Eugênio Marcondes de Moura, (org). São PAULO: Empório de Produções.

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1

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas

Centro de Estudos Afro-Orientais

Programa Multidisciplinar em Estudos Étnicos e Africanos

Mestrado e Doutorado

Período: 2017.2

Disciplina optativa:

Etnografias de religiões de matriz africana no Brasil Docente Fabio Lima

Ementa:

O objetivo deste curso é a leitura de etnografias (tanto clássicas quanto contemporâneas) sobre reli-

giões de matriz africana no Brasil. Nele, discutiremos temas caros a esses estudos, como possessão,

ritual, noção de pessoa, cosmologia, sincretismo, participação, autoridade etnográfica e as relações

destes com questões mais gerais da antropologia e da teoria etnográfica. O curso, portanto, servirá

tanto como uma introdução ao estudo destas religiões quanto como um debate sobre os caminhos

possíveis da escrita sobre temas relativos ao campo afro-brasileiro.

Programa:

Obs: Esta é uma versão preliminar. A bibliografia definitiva será definida em conjunto com a turma.

1a aula : apresentação do curso

2a aula :

Rodrigues, Nina. 1896/7 [2005]. O animismo fetichista dos negros baianos. Rio de Janeiro: P555

Edições. (livro inteiro)

Ramos, Arthur. 1988. O Negro Brasileiro. Recife: FUNDAJ. (primeira parte: “Religiões e Cultos

Negro-fetichistas no Brasil”)

Querino, Manoel. 1955. A Raça Africana e seus costumes. Salvador: Livraria Progresso Editora.

(livro inteiro)

3a aula :

Carneiro, Édison. 1978. Candomblés da Bahia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. (livro inteiro)

Pierson, Donald. 1971. Brancos e Pretos na Bahia. São Paulo: Companhia Editora Nacional. (Cap

XI: O candomblé)

Landes, Ruth. 1947 [2002] A Cidade das Mulheres. Rio de Janeiro: Editora UFRJ. (livro todo)

Costa Lima, Vivaldo & Freitas Oliveira, Waldir. 1987. Cartas de Édison Carneiro a Artur Ramos.

Salvador: Corrupio. (capítulo “O Candomblé da Bahia na Década de 30”)

4a aula (29/5):

HERSKOVITS, M. (1967) Pesquisas Etnológicas na Bahia. Tradução de José Valadares Revista

Afro - Ásia. n 4/5. Salvador. UFBA.

-------------------- (2005) O panan, um rito religioso de transição afro-baiano. In: Somàvo: o

Amanhã nunca termina. Novos Escritos sob a religião dos Orixás/ Carlos Eugênio Marcondes de

Moura, (org). – São PAULO: Empório de Produções.

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Bastide, Roger. 2001. O Candomblé Da Bahia: Rito Nagô. Rio de Janeiro: Companhia das Letras.

(Cap. 1, Cap. 3, Cap. 4, Cap. 5 e conclusões)

5a aula:

Elbein dos Santos, Juana. Os Nagô e a Morte: Pàde, Àsèsè e o Culto Égun na Bahia. 1986. Petrópo-

lis: Vozes. (livro todo)

Verger, Pierre. 1982. “Etnografia religiosa ioruba e probidade científica”. Religião e Sociedade 8,

pp. 3-10. Rio de Janeiro: ISER.

Elbein, Juana. 1982. “Pierre Verger e os resíduos coloniais: o ‘outro’ fragmentado”. Religião e So-

ciedade 8, pp. 11-14. Rio de Janeiro: ISER.

6a aula

Costa Lima, Vivaldo. 2003. A Família de Santo nos Candomblés Jeje-Nagôs da Bahia: um estudo

de relações intragrupais. Salvador: Corrupio. (livro todo).

7 aula :

PRANDI, Reginaldo. (1991), Os Candomblés de São Paulo. São Paulo: Hucitec.

PRANDI, R. (1991a). A Religião e a Multiplicação do Eu: transe, papéis e poder no

candomblé. Revista USP, março/abril/maio.

8a aula

Ordep Serra. 1995. Águas do Rei. Rio de Janeiro: Editora Vozes. (Capítulo: Jejê, Nagô e compa-

nhia)

Góis Dantas, Beatriz. 1989. Vovó nagô e papai branco: usos e abusos da África no Brasil. Rio de

Janeiro: Graal. (Introdução e Cap. IV)

Banaggia, Gabriel. Inovações e controvérsias na antropologia das religiões afro-brasileiras. Tese de

doutorado. (Cap. 2)

Silva, Vagner Gonçalves da. 2002 O Antropólogo e Sua Magia: Trabalho de campo e texto etno-

gráfico nas pesquisas antropológicas sobre as religiões afro-brasileiras. São Paulo: Edusp. (a sele-

cionar)

9a aula :

BIRMAN, Patrícia (1995) Fazer Estilo Criando Gênero. Relume Dumara. Ed. UERJ. Rio de

Janeiro.

-------------------(1977) O Campo da Nostalgia e a Recusa da Saudade. In: Religião e Sociedade. Rio

de Janeiro.

--------------------(2005) Transe e Transe: sexo e gênero nos cultos afro-brasileiros, um sobrevôo.

Estudos Feministas, Florianópolis, 13(2): 256, maio-agosto.

10 aula

TRINDADE, L. (1985) Exu: Poder e Perigo. São Paulo: Icone.

SANTOS, Jocélio Teles dos (1995), O Dono da Terra: o caboclo nos candomblés da Bahia. Salva-

dor: Editora Sarah Letras/Programa A Cor da Bahia.

LIMA, Fábio (2005) Os Candomblés da Bahia: Tradição e Novas Tradições. EDUNEB/ARCADIA.

Salvador.

11 aula :

VOGEL, A. & Mello, A.S. de & BARROS, J.F.P.(1998) Galinha D’Angola. Iniciação e Identidade

na Cultura Afro-Brasileira. Rio de Janeiro. Pallas

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Opipari, Carmem. 2009. O Candomblé: Imagens em Movimento. São Paulo: Editora da USP. (livro

todo)

Rabelo, Miriam. 2015. Enredos, Feituras e Modos de Cuidado: dimensões da vida e da convivência

no candomblé. Salvador: Edufba.

12 aula

SANTOS, Deascóredes M. dos (Mestre Didi). (1997) Por que Oxalá usa Ekodidé. Rio de Janeiro:

Pallas.

SANTOS, Maria Stellla de Azevedo (1993) Meu Tempo é Agora. São Paulo. Odudua.

------------------------------------------------ (2006)( Òsósi: O caçador de Alegria. Salvador. Funcultura.

Governo do Estado da Bahia.

VALLADO, Armando (2002) Iemanjá: A Grande Mãe Africana do Brasil. Rio de Janeiro. Pallas

13a aula :

Goldman, Marcio. 1985. "A construção ritual da pessoa: a possessão no Candomblé". Religião e

Sociedade 12 (1). Rio de Janeiro: Instituto de Estudos da Religião, pp. 22-54

Goldman, Marcio. 2005. “Formas do saber e modos do ser: observações sobre multiplicidade e on-

tologia no candomblé”. Religião e Sociedade, 25 (2). Rio de Janeiro: Instituto de Estudos da Reli-

gião, pp. 102-120.

Goldman, Marcio. 2009. “Histórias, devires e fetiches das religiões afro-brasileiras: ensaios de si-

metrização antropológica”. Análise social, XLIV (190), pp. 105-137. Lisboa: Instituto de Ciências

Sociais da Universidade de Lisboa.

14a aula

Dissertações e teses do Pós afro (a selecionar)

15 aula

Dissertações e teses do Pós afro (a selecionar)

16 aula

Discursão sobre os projetos de pesquisa e a contribuição dos conteúdos da disciplina na efetivação

dos projetos.

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Disciplina optativa:

Estudos Pós-coloniais e Decoloniais, Diálogos com as Teorias do Sul

Docente: Margarida Paredes

Horário: terça-feira às 14-18h, FFCH

Carga Horária Total: 68 horas

Contacto: Grupo Fechado no Facebook

Atendimento: mediante marcação

Resumo:

Num mundo cada vez mais globalizado as persistências do ser, poder e saber coloniais continuam

presentes nas sociedades contemporâneas dos países que colonizaram ou foram colonizados por

Impérios.

As teorias pós-coloniais e decoloniais vêm alterando a maneira como olhamos o mundo ao destabi-

lizar conceções eurocêntricas e hierarquizantes do pensamento e conhecimento ocidentais.

Ao estabelecer uma epistemologia opcional ao paradigma eurocêntrico a crítica pós-colonial tem

vindo a criar um espaço alternativo ao discurso dominante e tem legitimado os significados cultu-

rais e o conhecimento produzido nos países do Sul.

O pós-colonialismo é um campo de estudos bastante heterogéneo e analisa entre outras propostas,

as relações de poder e as consequentes resistências, os impactos do colonialismo em vários espaços,

o local e a apropriação do global, questões de ideologia e representação, a diferença cultural, o dis-

curso do universalismo, o hibridismo da assimilação, a ideia de nação e o nacionalismo, o conceito

de etnicidade, a identidade racial e o racismo, a dupla colonização das mulheres, a língua como po-

der, a voz do subalterno, as identidades fluidas e suas diásporas e a emergência do sagrado.

O objetivo desta disciplina é propor um conjunto de propostas teóricas críticas que têm vindo a ser

relacionadas com o pós-colonial e o decolonial e que constroem um aparato de análise que possibi-

lita a desconstrução de um conjunto de práticas e discursos que as malhas dos Impérios teceram.

Módulo 1

Introdução aos Estudos Pós-coloniais, os Textos Fundadores

Ashcroft, Bill et al. (1989) The empire writes back: theory and practice in post-colonial literatures.

Londres, Routledge

Said, Edward (1990), Orientalismo, o Oriente como Invenção do Ocidente, S,Paulo, Companhia das

Letras

Shohat, ElIa (1992), “Notes on the 'post-colonial'”, in Social Text, 31-32, pp.99-113.

Leitura Complementar

Bhabha, Homi (2005), O Local da Cultura, Belo Horizonte, Editora UFMG

Módulo 2

Textos Anticoloniais, os Precursores do pós-colonialismo

Césaire, Aimé, (1978) Discurso sobre o Colonialismo. Lisboa, Sá da Costa

Fanon, Frantz (2008), Pele Negra, Máscaras Brancas, Salvador, Edufba

https://pt.scribd.com/document/36623756/Pele-negra-Mascaras-Brancas

Fanon, Frantz, Os Condenados da Terra, leitura em vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=dmZXK_mzIDA

Leituras complementares

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Memmi, Albert (2007), Retrato do Colonizado Precedido de Retrato do Colonizador, Rio de Janei-

ro, Civilização Brasileira

Bhabha, Homi (2005), “Interrogando a Identidade, Frantz Fanon e a Prerrogativa Pós-colonial” in O

Local da Cultura, Belo Horizonte, Editora UFMG, pp 70-104

Mcclintock, Anne (1995), “Fanon e a Atuação de Gênero” in Couro Imperial, Raça, Gênero e Se-

xualidade no Embate Colonial, Campinas, UNICAMP, pp. 527-540

Módulo 3

Quando foi o Pós-colonial?

Hall, Stuart (2003) “Quando foi o Pós-colonial? Pensando no limite”. in Da diáspora: Identidades e

mediações culturais, Belo Horizonte: Editora UFMG, 95-120.

Leituras Complementares

Benita Parry (2004) Postcolonial Studies: A Materialist Critique, Routledge

https://redblackwritings.files.wordpress.com/2015/05/parry-postcolonial-studies-materialist-

critique.pdf

Módulo 4

Como Falar de África

"Como escrever sobre África", Binyavanga Wainaina

http://www.buala.org/pt/mukanda/como-escrever-sobre-africa

“O Perigo da História Única”, Chimamanda Adichie

https://www.youtube.com/watch?v=ZUtLR1ZWtEY

Thiong’o, Ngugi Wa (2015) Descolonizar la mente, La política lingüística de la literatura africana,

Debolsillo

Santos, Rafael José dos (2013), O “Étnico” e o “Exótico”: Notas sobre a Representação Ocidental

da Alteridade, Revista Rosa dos Ventos

Leitura Complementar

Achebe, Chinua (2007), “The Politics of Language” in The Post-colonial Studies Reader, NY,

Routledge, pp. 268-271

Módulo 5

Trânsitos do Atlântico

Gilroy, Paul (2001), O Atlântico Negro: Modernidade e Dupla Consciência, São Paulo, Editora 34

Almeida, Miguel Vale de et all (2002), “O Atlântico Pardo: Antropologia, Pós-colonialismo e o

caso “Lusófono” (online)

http://miguelvaledealmeida.net/wp-content/uploads/2008/07/o-atlantico-pardo.pdf

Leitura Complementar

Stam, Robert e Ella Shohat (2012) Race in Translation: Culture Wars Around the Postcolonial At-

lantic, NY, New York University Press

Módulo 6

Diferença e Desigualdade

Almeida, Miguel Vale de (2007), “Raça e Etnicidade em Movimento. Um caso de Política, Identi-

dade e Cultura no Brasil”, in A Urgência da Teoria, Lisboa, Gulbenkian e Tinta-da-China, pp. 89-

100

Gonzalez, Lélia (1988) "A Categoria Político-Cultural de Amefricanidade", in Revista Tempo Bra-

sileiro, Rio de Janeiro, nº 92/93, pp. 69-82

https://negrasoulblog.files.wordpress.com/2016/04/a-categoria-polc3adtico-cultural-de-

amefricanidade-lelia-gonzales1.pdf

Evaristo, Conceição (2003), Ponciá Vicêncio, Belo Horizonte, Mazza

Leitura Complementar

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6

Almeida, Miguel Vale de (2004), “Gabriela. Um ícone denso e tenso na política da “raça”, género e

classe em Ilhéus, Bahia”, in Outros Destinos, Ensaios de Antropologia e Cidadania, Porto, Campo

das Letras, pp. 109-136

Módulo 7

A Voz dos Subalternos

Spivak, Gayatri Chakravorty (2010), Pode o Subalterno Falar?, Belo Horizonte, Editora UFMG

Jesus, Carolina Maria de (2007), Quarto de Despejo, Diário de uma Favelada, São Paulo, Editora

Ática

Carolina Maria de Jesus, a poética da diáspora (vídeo)

https://www.youtube.com/watch?v=T0ncwWD1C9g

Módulo 8

Colonialidade do Gênero e Feminismo

Costa, Cláudia de Lima (s/d), “Feminismo e tradução cultural: sobre a colonialidade do gênero e a descoloniza-

ção do saber”, in BUALA (online)

http://www.buala.org/pt/a-ler/feminismo-e-traducao-cultural-sobre-a-colonialidade-do-genero-e-a-

descolonizacao-do-saber

Anzaldúa, Gloria. “La conciencia de la mestiza/ Rumo a uma nova consciencia.” Revista Estudos

Feministas 13.3 (2005): 704-19.

Oyewùmí, Oyèrónké (2007), “Colonizing Bodies and Minds” in The Post-Colonial Studies Reader,

NY, Routledge, pp. 256-259

Chimanda Adichie, “Nós Deveríamos Todos Ser Feministas”, vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=fyOubzfkjXE

Leituras Complementares

Segato, Rita (2012) “Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário

estratégico descolonial” in E-Cadernos CES, nº 18, Epistemologias feministas: ao encontro da críti-

ca radical, Coimbra, UC

https://eces.revues.org/1533

Pichardo, Ochy Curiel (2014), “Construyendo metodologias feministas desde el feminismo decolo-

nial” in Otras formas de (re)conocer, Reflexiones, herramientas y aplicaciones desde la investigaci-

ín feministas, Bilbao, pp. 45-60

Módulo 9

Teorias do Sul

Comaroff, Jean e John L. Comaroff (s/d), “Teoria vinda do Sul ou como a Euro-América está a

evoluir em direcção a África” in ArtAfrica (online)

http://artafrica.letras.ulisboa.pt/uploads/docs/2016/04/18/5714bdf45fe17.pdf

Diversidade Epistemológica, Conhecimentos Rivais, Epistemicídio, a Colonialidade do Poder e do

Saber, Crítica ao Eurocentrismo

Santos, Boaventura de Sousa & Maria Paula Meneses, org. (2009), Epistemologias do Sul, Coim-

bra, Almedina

Textos

Paulin J. Hountondji “Conhecimento de África, Conhecimentos Africanos: duas perspectivas sobre

os Estudos Africanos”

Rámon Grosfoguel “Para Descolonizar os Estudos de Economia Política e os Estudos Pós-

coloniais: Transmodernidade, Pensamento de Fronteira e Colonialidade Global.

Leitura Complementar

Panoramas do Sul | Leituras | Perspectivas Para Outras Geografias do Pensamento in Associação

Cultural VideoBrasil (online)

http://site.videobrasil.org.br/publicacoes/teoricos/19-panoramas-leituras

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Módulo 10

Da Crítica Pós-colonial à Crítica Decolonial

“De la critica poscolonial a la critica decolonial: similaridades y diferencias entre las dos perspecti-

vas” Grosfoguel, vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=IpIfyoLE_ek

Mignolo, Walter (2008), “Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identi-

dade em política”, Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e identidade, no 34, p.

287-324

http://www.uff.br/cadernosdeletrasuff/34/artigo18.pdf

Quijano, Aníbal (2005), “Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina”, CLACSO,

Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales,

http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/sur-sur/20100624103322/12_Quijano.pdf

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Disciplina optativa

Teorias de gênero, feminismos e produção de conhecimento em África

Profa. Dra. Patrícia Godinho Gomes

[email protected]

Carga horária: 68h

Horário: terças-feiras, 9h-13h

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E COMPETÊNCIAS

O curso propõe-se como um espaço de reflexão crítica, a partir de abordagens interdisciplinares e

com ênfase na história, algumas construções teóicas da categoria “género(s)” e de “feminismo(s)”

(todavia em curso) no continente africano ao sul do Sahara, a partir da desconstrução e

(re)construção de algumas formulações teóricas do pensamento e de experiências euro-ocidentais,

com centralidade nas experiências históricas africanas. Paralelamente, o curso tem por finalidade

favorecer o debate sobre a importância da recuperação da memória (individual e coletiva) como

mecanismo de construções identitárias em contextos africanos. Temas como machismo, patriarca-

lismo, sexismo,feminismos, sexualidade, poligamia, nacionalismos, emancipação, libertação, parti-

cipação política, espaço público, espaço privado/doméstico, empreendedorismo, constituirão o le-

que das leituras que abrangerão tempos e espaços distintos do continente, compreendendo práticas

ancestrais e contemporâneas.

Após a frequência do curso, os discentes deverão estar em condições de:

- conhecer as principais correntes africanas de pensamento sobre gênero e feminismos e as princi-

pais abordagens críticas relativamente às teorias dominantes

- discutir criticamente “gênero” enquanto categoria analítica, ter noção das complexidades das rela-

ções de gênero em contextos africanos e estabelecer conexões entre o global e o local (e vice versa)

- discutir as relações de gênero em contextos africanos a partir de de trajetórias de vida e experiên-

cias históricas específicas

Aulas teóricas (expositivas), discussão de temas a partir de grupos de trabalho e apresentação de

seminários. O curso irá concentrar-se na leitura, análise e discussão dos textos propostos, utilizando

complementarmente suportes audiovisuais (ex: apresentação em ppt e documentários).

AVALIAÇÃO

O resultado final traduzirá os seguintes itens:

- Apresentação oral: 50%

- Participação durante as aula demonstrando ter realizado as leituras indicadas: 20%.

- Apresentaçao do ensaio de grupo (10-15 páginas digitadas): 30%. O tema é de livre escolha mas

deverá incorporar criticamente a bibliografia discutida e, preferencialmente, se relacionar com o

objecto de dissertação de cada aluno/a.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. 3/10/2017: Apresentação do curso (objetivos, temas escolhidos, referências e das dinâmicas

das aulas)

2. A construção do género em contextos euro-ocidentais e a(s) crítica(s) africana(s)

10/10/2017: A construção social da “Mulher” e a opressão

17/10/2017: Machismo e patriarcalismo

24/10/2017: Experiências: política, sexualidade e psicologia

3. Concepções africanas de gênero(s) e de feminismo(s)

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31/10/2017: Discussões teóricas a nível do continente africano (principais correntes de pen-

samento e temas)

7/11/2017: A (in)eficácia dos conceitos de gênero, de família nuclear e de feminismo(s) e

suas implicações nos contextos africanos

14/11/2017: Repensando as ferramentas metodológicas: a importânca do campo e da obser-

vação empírica

4. Histórias de vida e experiências locais africanas

21/11/2017: História oral (Paul Thompson)

28/11/2017: Histórias de vida de mulheres (Susan Geiger)

5/12/2017: Case study: Guiné-Bissau

12/12/2017: Case study: Cabo Verde

19/12/2017: Case study: Moçambique

02/01/2018 Experiências de mulheres africanas na diáspora (romance Americanah, de Chi-

mamanda Ngozi Adichie, publicado pela Companhia das Letras, São Paulo, 2014)

09/01/2017: que diálogos africanos nos estudos de gênero?

16/01/2017: experiência de campo do Brasil para a África (convidada/o)

23/01/2017: experiência de campo de África para o Brasil (convidada/o)

30/01/2017: conclusões, reflexões

BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA

ADESINA, Jimi, “Praticas da sociologia africana: liçoes e endogeneidade e genero na aca-

demia”, CRUZ E SILVA, Teresa, BORGES COELHO, Joao Paulo, NEVES DE SOUTO,

Amélia (Orgs.), Como fazer ciencias socias e humanas em Africa. Questoes epistemologi-

cas, metodologicas, teoricas e politicas, Dakar, CODESRIA- Conselho para o Desenvolvi-

mento das Pesquisa em Ciencias Sociais em Africa, 2012, p.195-209

BEAVOIR, Simone, O segundo sexo, 2 vols., Nova Fronteira (1ª ediçao), 2016 (vol I, parte

II (p.95-197)

BUTLER, Judith, Problemas de gênero, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2003

CASIMIRO, Isabel Maria, “Mulher, pesquisa, ação e mudança”, CRUZ E SILVA, Teresa,

BORGES COELHO, Joao Paulo, NEVES DE SOUTO, Amélia (Orgs.), Como fazer cienci-

as socias e humanas em Africa. Questoes epistemologicas, metodologicas, teoricas e politi-

cas, Dakar, CODESRIA- Conselho para o Desenvolvimento das Pesquisa em Ciencias So-

ciais em Africa, 2012, p.211-226

CRUZ E SILVA, Teresa, CASIMIRO, Isabel Maria (Orgs.), A ciência ao serviço dod esen-

volvimento?, Dakar, CODESRIA, 2015

GODINHO GOMES, Patricia, “O estado da arte dos estudos de genero na Guiné-Bissau:

uma abordagem preliminar”, Outros Tempos, vol.12, n.19, 2015, p.168-189

GODINHO GOMES, Patricia, “Sobre a génesedo movimento feminino na Guiné-Bissau:

bases e praticas”, O que é feminismo?, Lisboa/Maputo, Escolar Editora, 2015, p.7-45

GODINHO GOMES, Patrícia, FURTADO, Cláudio Alves (Orgs.), Encontros e desencon-

tros de lá e de cá do Atlântico. Mulheres africanas e afro-brasileiras em perspetiva de gê-

nero, Salbador, EDUFBA, 2017

HAVIK, Philip J., “A dinâmica das relações de género e parentesco num contexto comerci-

al: um balanço comparativo da produção histórica sobre a região da Guiné-Bissau? Séculos

XVII e XIX” Afro-Ásia, 27 (2002), pp.79-120

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KOLAWOLE, Mary, “Reconceptualizing African Gender Theory: feminism, womanism

and the Arere metaphor”, in ARNFRED, Signe (Ed.), Re-thinking sexualities in Africa,

Almquist and Wiksell Tryckeri AB, Sweden, 2004, p.251-266

MACAMO, Elisio, Sociologia pratica. Como alguns sociologos pensam, Maputo, Imprensa

Universitaria, 2016, 142 p.

NFAH-ABBENYI, Juliana, “Gender, feminist theory and post-colonial (women’s) writing,

OYĚWÙMÍ, Oyeronké (Ed. By), African gender studies. A reader, New york/Hampshire,

Palgrave Macmillan, 2005, pp.259-278

OKOOSI, Antonia T., “Strengthening Women’s voice and representation in Africa”,

PHALANE, Manthiba M & OKOOSI, Antonia T. (Eds.), Gender alternatives for Africa’s

development. Method and evidence, Dakar, CODESRIA- Conselho para o Desenvolvimen-

to das Pesquisa em Ciencias Sociais em Africa, 2012, p.31-50

OYEWUMI, Oyeronke, “Conceptualizando el género: los fundamentos eurocêntricos de los

conceptos feministas y el reto de la epistemologia africana”, Africaneando. Revista de actu-

alidad y esperiencias, Núm.04, 4º Trimestre 2010, 11pp. www.africaneando.org. Versao

portuguesa do texto disponivel em https://pt.scribd.com/doc/316886350/Conceituando-

Genero-As-Fundacoes-Eurocentricas-dos-Conceitos-Feministas-e-o-Desafio-das-

Epistemologias-Africanas

OYĚWÙMÍ, Oyeronké, “Visualizing the body: Western theories and African subjects”

OYĚWÙMÍ, Oyeronké (Ed. By), African gender studies. A reader, New york/Hampshire,

Palgrave Macmillan, 2005, pp.3-21

PALA, Achola, “Definitions of woman and development”, OYĚWÙMÍ, Oyeronké (Ed.

By), African gender studies. A reader, New york/Hampshire, Palgrave Macmillan, 2005,

pp.297-311

PHALANE, Manthiba M., “Locating Gender in the development discourses: overcoming

obstacles and pushing for progress”, PHALANE, Manthiba M & OKOOSI, Antonia T.

(Eds.), Gender alternatives for Africa’s development. Method and evidence, Dakar, CO-

DESRIA- Conselho para o Desenvolvimento das Pesquisa em Ciencias Sociais em Africa,

2012, 3-15

STEADY, Filomina, “An investigative framework for gender research n Africa in the new

millennium”, OYĚWÙMÍ, Oyeronké (Ed. By), African gender studies. A reader, New

york/Hampshire, Palgrave Macmillan, 2005, pp313-331

THOMPSON, Paul, A voz do passado. História oral, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1998

VIEIRA, Miriam Steffen, ALVES FURTADO, Cláudio (Orgs.), Desigualdades socias e

dinâmicas de participação em Cabo Verde, Porto Alegre/Praia, Editora da UFRGS e Edito-

ra da UNICV, 2015

ZELEZA, Paul Tiyambe, “Gender biases in African hsitoriography”, OYĚWÙMÍ,

Oyeronké (Ed. By), African gender studies. A reader, New york/Hampshire, Palgrave

Macmillan, 2005, pp.207-232

Nota: O programa poderá sofrer pequenas alterações de conteúdo durante o curso, assim como as

leituras e o caledário. Em termos de leituras, serão fornecidos no primeiro dia de aula maiores deta-

lhes relativamente aos capítulos das obras indicadas.

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TE 2017.2

“A civilização islâmica: história, religião, sociedade, atualidade e geopolítica”

Terça feira : 16-20hs

Professores Angela Lano e Livio Sansone

Objetivos do curso

Desenvolver os estudos árabes e islâmicos – língua, culturas, tradições, história, religião, socieda-

des, política, geopolítica, etc.

Estabelecer na nossa instituição as bases para o conhecimento do mundo árabe-islâmico, estimulan-

do estudos de aprofundamento e acompanhamento, planos de carreira e intercâmbio, relações posi-

tivas e úteis ao nível social e global.

Fornecer uma compreensão e conhecimento sobre o mundo islâmico.

Desenvolver competências e habilidades básicas para os aspectos gerais e mais aprofundadas relati-

vas ao tema.

Conteúdos programáticos das aulas

História do mundo árabe-islâmico: 8 aulas

Contexto geo-histórico do nascimento do Islã

O profeta Muhammad e o Alcorão

Formação e difusão

Crença e rituais

As sociedades islâmicas

O radicalismo islâmico ou islamismo político: 3 aulas

Premissa terminologica sobre os conceitos de fundamentalismo, islamismo radical,

jihad, etc.

As raízes históricas, os pensadores do salafismo e neo-salafismo. As relações com

colonialismo e modernidade.

Desenvolvimento nos séculos XX e XXI.

Grupos radicais islâmicos e instabilidade na África e no Oriente Médio.

Islã, globalização, tecnologias, Internet e redes sociais: 1 aula

Islã, espiritualidade e sufismo: 2 aulas

Introdução

Tariqas e confrarias

A política de gênero no Islã: 3 aulas

A mulher no Islã

Mulheres islâmicas de poder

Feminismo árabe e feminismo islâmico

As mulheres nas sociedades islâmicas

A homossexualidade na cultura e nas sociedades islâmicas

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Desenvolvimento e carga Horária

O curso começará em Outubro 2017

Disciplina curricular de 68hs aula, correrspondendo a 4 créditos.

Dia e horário: Terça Feira de 16 a 20hs.

Lugar: Auditório Milton Santos do CEAO, largo Dois De Julho

Docente do curso: doutoranda Angela Lano, historiadora do mundo árabe-islâmico e islamo-

loga.

Professor titular do curso: prof. dott. Livio Sansone - Departamento de Antropologia e Cen-

tro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) Universidade Federal da Bahia.

Leituras básicas

Hourani, Albert - Uma História dos Povos Árabes, 1991 (Companhia das Letras,

2005)

Gordon, Matthew – Conhecendo o islamismo, Editora Vozes RJ 2009

Almeida e Silva de, Teresa - Islão, Fundamentalismo Islâmico, das origens ao sé-

culo XXI, Pactor, Lisboa, 2011

Referências bibliográficas:

1) Alcorão Sagrado

2) al-Jabri, Mohammed Abed, “Introdução à crítica da razão árabe”, Editora Unesp,

São Paulo, SP, 1999

3) al-Gahiz, “Kitāb mufākharat al-jawārī wa l-ghilmān”

4) Almeida da Silva, Teresa, “Islão e fundamentalismo islâmico, das origens ao século

XXI”, Pactor, Lisboa 2011

5) Allen, Mark, “Árabes, “ CIP, RJ 2007

6) Anderson, Benedict, Imagined Communities: Reflections on the Origin and Spread

of Nationalism, London, 1993 [1983]

7) Antes, Peter, “O Islã e a política”, Paulinas, SP 2003

8) Anukit, Jasmine, “Da Mesopotâmia ao tercerio milênio: Iraque, a ressurreicâo de um

povo”, Fissus Editora, RJ, 2004

9) Áta ur-Rahim Muhammad, “Jesus, um profeta do Islão”, al Furqan, Lisboa 1995

10) Bouhdiba Abdelwahab, “A sexualidade no Islã”, Editora Globo, SP 2006

11) Chopra, Deepak, “Maomé. Uma biografia do último profeta”, Agir Editora, RJ 2011

12) Diop, Cheikh Anta, “The African Origin of Civilization: Myth or Reality” e “Pre-

colonial black Africa”

13) Étienne, Bruno, L’islamisme radical, Hachette, Paris 1987-2001

14) Fattah Khaled, Tribes and tribalism in the Arab Spring, University of Pelopponese

15) Giordani, Mário Curtis, “História do mundo árabe medieval”, Editora Vozes, RJ

1985

16) Gordon Matthew, “Conhecendo o Islamismo”, Editora Vozes, RJ 2009

17) Guzzetti, Mario Cherubino, “Bibbia e Corano. Confronto sinottico”, San Paolo, Mi-

lano 1995

18) Hilu da Rocha Pinto, Paulo Gabriel, “Islã: religião e civilização. Uma abordagem

antropológica”, Editora Santuario, SP 2010

19) Hirtenstein, Stephen, “O compassivo ilimitado. A vida e o pensamento de Ibn ‘Ara-

bi”, Fissus Editora, RJ 2006

20) Hourani, Albert, A history of the Arab peoples, 1991 - Uma História dos Povos

Árabes, 1991 (Companhia das Letras, 2005)

21) Jomier, Jacques, “Islamismo, história e doutrina”, Editora Vozes, RJ 1992

22) Lewis, Bernard, The Political Language of Islam, University of Chicago Press, 1988

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23) Nina Rodrigues, Raymundo, “Os negros maometanos no Brasil”, em “Os Africanos

no Brasil”, Companhia Editora Nacional, SP 1935

24) Reis, João José, “Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos Malês

(1835)”, Editora Brasiliense, SP 1987

25) Roy, Olivier, Global Muslim, (L’Islam Mondialisé), Éditions du Seuil, 2002

26) Said, Edward W., Orientalism, Routledge&Kegan Paul, London 1978

27) Soares de Azevedo, Mateus, “Mística islâmica”, Editora Vozes, SP 2000

28) Sonn, Tamara, “Uma breve história do Islã”, José Olympio Editora, RJ 2011

29) Stewart, Desmond, “Antigo Islã”, José Olympio Editora, RJ 1973

30) Vargens, João Baptida M. e Lopes, Nei, Islamismo e negritude, Estudos Árabes,

UFEJ 1982

31) Vicenzi, Aragoni Nogueira Roberta, Nacionalismo árabe: apogeu e declínio, Uni-

versidade de São Paulo, 206

32) Wheatcroft, Andrew, “Infiéis. O conflito entre a Cristianidade e o Islã”, Imago Edi-

tora, RJ 2003

The Columbia World Dictionary of Islamism, por Olivier Roy e Antoine Sfeir, 2007

Encyclopædia Britannica

Encyclopaedia Islamica Online Brill

Enciclopédia História Geral da África, UNESCO

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TE

Ética e Política no Pensamento do Sul global

Professor Diego Marques

5as. feiras – 09:00-12:00

Ementa

Este curso propõe um duplo movimento: por um lado, procederemos uma tentativa de alguma rasu-

ra dos cânones disciplinares em Filosofia e Teoria Social, empreendendo uma reflexão sobre tradi-

ções “menores”, “marginalizadas” ou antitradições, a partir da leitura de dez pensadores e pensado-

ras provenientes do Peru, México, Argentina, Chile, Benin, Burundi,

África do Sul, Gana e Índia, revisitando a questão da autenticidade

e da singularidade política e epistemológica de um pensamento do

dito “Sul global”. Por outro articularemos essa reflexão ao debate de

um conjunto de questões conceitualmente relevantes nos campos

da Ética e da Filosofia Política, quais sejam: as tensões entre uma noção de ética universalista e os

dilemas da “democracia” na política global contemporânea; a arqueologia do debate atual sobre o

“pós-colonialismo” e suas relações com o dependentismo latino-americano; a

incomensurabilidade e a irredutibilidade das noções de “cultura” e suas imbricações éticas e políti-

cas com o problema contemporâneo da multi/inter/transculturalidade, dentre outros.

Programa & Referências Bibliográficas

Introdução

Está mesmo “provado que só é possível filosofar em alemão”?

I. José Carlos Mariátegui

Sobre as cosmopolíticas Ameríndias antes do “Antropoceno”

MARIÁTEGUI, J. C. 7 ensayos de interpretación de la realidad peruana. Caracas: Fundación

Biblioteca Ayacucho, 2007.

II. Leopoldo Zea

Por uma ontogênese dos “saberes localizados”

ZEA, Leopoldo. Discurso desde a marginalização e a Barbárie. São Paulo: Garamond, 2002.

III. Enrique Dussel

Dependência e libertação

DUSSEL, Enrique. Ética del discurso, ética de la liberación. Madrid: Trota, 2005.

IV. Nelly Richard

A economia política do capitalismo e a comodificação da “subalternidade”

RICHARD, N. "Signos culturales y mediaciones académicas". In: STHEPHAN, B. G. (ed.) Cultura

y

Tercer Mundo. Cambios en el saber académico. Caracas: Editora Nueva Sociedad, 1996.

RICHARD, N. La estratificación de los márgenes: Sobre arte, cultura y política(s). Santiago:

Francisco Zegers, 1989.

V. Paulin Hountondji

Cultura e filosofia na prática do comum

HOUNTONDJI, P. “Conhecimento de África, conhecimento de africanos: duas perspectivas em

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Estudos Africanos”. In: Revista Crítica de Ciências Sociais. Brasília: 80, Março 2008: 149-160.

HOUNTONDJI, P. African philosophy. Myth and reality. Bloomington: Indiana University Press,

1996.

VI. Léonce Ndikuman

A (anti)ética da dívida e a questão da narrativa

BOYCE, J. K. & NDIKUMAN, L. Africa’s Odious Debts: how foreign loans and capital flight bled

a

continent. London: Zed Books, 2012.

VII. Mogobe Ramose

Universalidade e pluriversalidade

RAMOSE, M. “Sobre a Legitimidade e o Estudo da Filosofia Africana.” In: Ensaios Filosóficos.

Rio

de Janeiro: Volume IV, Outubro/2011.

RAMOSE, M. “Dying a hundred deaths: Socrates on truth and justice.” In: Phronimon.

Johannesburg: Unisa Press, Vol. 15(1), 2014.

VIII. Kwame Anthony Appiah

Para além da etnofilosofia e em busca das transformações morais

APPIAH, K. A. O Código de honra: como ocorrem as revoluções morais. São Paulo: Cia. Das

Letras, 2012.

APPIAH, K. A. Na casa de meu pai: A África na filosofia da cultura. São Paulo: Contraponto,

2007.

I

X. Gayatri Chakravorty Spivak

O essencialismo estratégico, a potência e o perigo da identidade

SPIVAK, Gayatri C. “Can the subaltern speak?” In: NELSON, Cary & GROSSBERG, Lawrence.

Marxism and the Interpretation of culture. London: Macmillan, 1988.

X. Partha Chaterjee

A radicalidade democrática e o lugar da História

CHARTTERJEE, P. “Três caminhos para a democracia radical”. In: Lua Nova. São Paulo: 89: 169-

189, 2013.

CHARTTERJEE, P. Lineages of Political Society: studies in Postcolonial democracy. New York:

Columbia University Press, 2011

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Tópico Especial

LINGUAGEM & CULTURAS (2017-2)

68h, sexta-feira, 14-18h, sala 1, CEAO

Docente: Jesiel Ferreira de Oliveira Filho

currículo Lattes: <http://lattes.cnpq.br/5722633934766683>

1- EMENTA

Estudo das relações epistemológicas entre repertórios conceituais e expressivos da linguagem e o

mapeamento crítico de formas e questões interculturais. Buscando exercitar estratégias de reelabo-

ração dos paradigmas de racionalidade científica fundados em homologias e binarismos estruturais,

a tensão gramatical entre Singular e Plural que o título do Tópico Especial estabelece foi reapropri-

ada como esquema relacional para configurar eixos interdisciplinares correspondentes aos recortes

temáticos e aos princípios heterológicos que orientam a proposição deste curso inaugural, a saber:

POLISSEMIA & DIFERENÇAS; AQUISIÇÃO & VALORES; TRADUÇÃO & CRIATIVIDA-

DES; DERIVA AFRODIASPÓRICA & UTOPIAS. A problematização dos diferenciais implicados

na concepção e operacionalidade desses eixos se fará a partir dos referenciais e destaques elencados

no item 3, visando caracterizar recursos metodológicos eficazes para o reenquadramento interpreta-

tivo e pedagógico dos objetos especificados no item 4 deste programa.

2- OBJETIVOS

Promover formação universitária e profissional, a nível de pós-graduação, de acordo com os

princípios estabelecidos na lei federal 10639/03 e no artigo 26-A da Lei de Diretrizes e Bases do

Ensino, que incorporam a todo o sistema educacional a diversidade étnicorracial brasileira e os

saberes africanos como referenciais curriculares, epistêmicos e éticos.

Interpretar e discutir comparativamente objetos estético-culturais africanos e afrobrasileiros (cf.

item 4).

Contribuir para a descolonização e o amadurecimento diálogico dos imaginários e sistemas sig-

nificantes a partir dos quais são construídas e reproduzidas formas, fronteiras, sinergias e cliva-

gens identitárias; formações discursivas, regimes de verdade, dispositivos sociopolíticos e agen-

ciamentos afetivos reguladores da alteridade; valores de cunho universalista, distintivo e discri-

minatório.

3- REFERENCIAIS E PROBLEMAS BÁSICOS

Recomenda-se que os textos e documentários listados abaixo sejam estudados antes do início das

aulas, com data prevista para 6/10. Seleção e sequenciamento das fontes e dos excertos correspon-

dentes visam traçar o esquema argumentativo primário da problematização a ser desenvolvida. A

versão final do programa e outras informações complementares sobre o curso estarão disponíveis no

blog KUKALESA (kukalesa.wordpress.com) a partir do mês de outubro.

HALL, Stuart. Estudos culturais e seu legado teórico. In: Da diáspora: identidades e mediações

culturais. Organização de Liv Sovik. Belo Horizonte; Brasília: UFMG; Representação da UNESCO

no Brasil, 2003.

“Há sempre algo descentrado no meio cultural, na linguagem, na textualidade, na significa-

ção, há algo algo que constantemente escapa e foge à tentativa de ligação, direta e imediata,

com outras estruturas.”

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SODRÉ, Muniz. Introdução / Cultura e educação. In: Reinventando a educação. Diversidade, des-

colonização e redes. Petrópolis: Vozes, 2012.

“No entanto, a educação pode ser aquele algo radicalmente humano no horizonte. Por quê?

Porque ela é o lugar habitual da linguagem de continuidade e expansão do grupo humano,

que associamos à ética e à cultura. Já a conhecemos como processo indispensável à estabili-

zação e ao aperfeiçoamento da vida social, mas também sabemos de suas dificuldades de re-

alização e dos seus silêncios de linguagem, no sentido de uma língua que não consegue dizer

tudo que tem a dizer, por ser, antes de qualquer concretização literal de funções, o repositó-

rio das esperanças ou da utopia do grupo – uma potência, portanto.”

“A crítica ao império do pensamento único ou universalista obriga-se a examinar mais de

perto determinadas irradiações de universalidade que não pertencem ao iluminismo europeu

negador da diversidade, mas se projetam para além de sua localidade frente a conjunturas

históricas avessas à irredutível globalidade do fenômeno humano no planeta. Assim é que,

entre 1791 e 1804, os escravos africanos e crioulos que se rebelaram para fazer do Haiti a

primeira nação negra da história irradiavam, a partir de um local específico, a força do uni-

versal concreto da diversidade humana.”

“Preocupado com a descolonização, Boaventura Santos propõe uma utopia crítica que se

pretende ‘rebelde’: a ecologia dos saberes, ou seja, a admissão da ‘possibilidade de que a ci-

ência entre não como monocultura, mas como parte de uma ecologia mais ampla de saberes,

em que o saber científico possa dialogar com o saber laico, com o saber popular, com o sa-

ber dos indígenas, com o saber das populações urbanas marginais, com o saber camponês’,

deixando claro que ‘isso não significa que tudo vale o mesmo’. Para ele, importante mesmo

não é ver como o conhecimento representa o real, e sim ‘conhecer o que determinado conhe-

cimento produz na realidade; a intervenção no real’.”

“No problema da compreensão geral do mundo por uma sociedade, o sentimento de existên-

cia é, para Ledrut, uma intuição de base que responderia pela apreensão da existência por

parte dos membros de uma civilização determinada. Contraposta à ‘compreensão’, a palavra

‘apreensão’ serve para sublinhar que não se trata de um conhecimento stricto sensu nem de

qualquer percepção intelectualizada, e sim de um sensorium global, uma espécie de síntese

afetiva da diversidade cultural, que informa os esquemas existenciais, ordenadores da expe-

riência comum. É precisamente esse sentimento de existência apreendido pelo espírito colo-

nialista que responde, sempre respaldado por abstrações humanistas, pela negação de igual-

dade ao diferente e pelas ações de violência etnocida.”

“No pensamento de Benjamin essa utopia aparece, com forte sentido crítico, nos tópicos de

discussão sobre a essência da linguagem. Como toda utopia é uma projeção apoiada em re-

trospecções, Benjamin apela para a mística judaica em busca das raízes messiânicas de uma

linguagem originária (adâmica), supostamente perdida nas maquinações do progresso. Nessa

originariedade residiria a possibilidade de expressão do espírito (por gestos, afetos, silên-

cios), diversa de sua redução sistêmica à língua, que se orienta para a comunicação de in-

formações, portanto, de algo externo à própria linguagem. Benjamin aspira à manifestação

expressiva (e não estritamente conteudística ou semântica) ou extrassensível da linguagem,

ou seja, a algo que a faça transcender a condição de meio de comunicação social, rumo à re-

velação de um inefável, um não dito, uma modulação singular do humano.”

HALL, Stuart. Pensando a diáspora: reflexões sobre a terra no exterior.

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“O conceito fechado de diáspora se apóia sobre uma concepção binária de diferença. Está

fundado sobre a construção de urna fronteira de exclusão e depende da construção de um

‘Outro’ e de uma oposição rígida entre o dentro e o fora. Porém, as configurações sincreti-

zadas da identidade cultural caribenha requerem a noção derridiana de différance — uma di-

ferença que não funciona através de binarismos, fronteiras veladas que não separam final-

mente, mas são também places de passage, e significados que são posicionais e relacionais,

sempre em deslize ao longo de um espectro sem começo nem fim. A fantasia de um signifi-

cado final continua assombrada pela ‘falta’ ou ‘excesso’, mas nunca é apreensível na pleni-

tude de sua presença a si mesma.”

“Na verdade, cada movimento social e cada desenvolvimento criativo nas artes do Caribe

neste século começaram com esse momento de tradução do reencontro com as tradições

afrocaribenhas ou o incluíram. Não porque a África seja urn ponto de referência antropoló-

gico fixo — a referência hifenizada já marca o funcionamento do processo de diasporização,

a forma como a ‘África’ foi apropriada e transformada pelo sistema de engenho do Novo

Mundo. A razão para isso é que a ‘África’ é o significante, a metáfora, para aquela dimensão

de nossa sociedade e história que foi maciçamente suprimida, sistematicamente desonrada e

incessantemente negada e isso, apesar de tudo que ocorreu, permanece assim. Essa dimensão

constitui aquilo que Frantz Fanon denominou ‘o fato da negritude’. A raça permanece, ape-

sar de tudo, o segredo culposo, o código oculto, o trauma indizível, no Caribe. É a ‘África’

que a tem tornado ‘pronunciável’, enquanto condição social e cultural de nossa existência.”

SODRÉ, Muniz. O lugar da aprendizagem / Experiência e criatividade.

“Assim, o que faz fixar-se uma crença – ou desenvolver-se um conhecimento – não é uma

qualidade intrínseca de clareza da proposição, mas a solidez do sistema, capaz de estimular,

desde a primeira infância, as interações e a faculdade mimética. Neste plano, a força da con-

vicção é maior que a da verdade. Não se trata, portanto, de saber o que se diz saber, e sim de

aceitar como solidamente fixado aquilo que já se sabe. E por que esse saber se fixa? Por

confiança na autoridade das fontes, por aquilo que se transmite de uma forma determinada

no interior de um comum, um meio, tido como vital, por ser fonte de razoabilidade e afeto,

logo, de convencimento. Diz um provérbio africano (iorubano): ‘Só aprende quem respei-

ta’.”

“Mas a criatividade incide sobre qualquer dimensão da existência, qualquer nível de conhe-

cimento. Ela aparece, assim, como uma intervenção cognitiva nos modos de realização do

real, uma intervenção mais ampla do que a ação pontual, que resulta do momento privilegia-

do – único e irrepetível – de uma subjetividade, chamada de ‘criação’ pela Estética. Referida

ao trabalho intemporal, geralmente coletivo, de intervenção e transformação dos signos, a

criatividade é propriamente uma experiência. Entenda-se: uma experiência original de co-

nhecimento que opera, ecologicamente, com os materiais do sensível e da razão num mesmo

plano. Isto significa valer-se da linguagem em toda a sua extensão, portanto, não apenas co-

mo articulação semântica, mas como instauração de sentido para além dos limites de uma

língua estabelecida, das localizações fechadas, para além das convenções conceituais, com

vistas à síntese, ainda que parcial, de um agenciamento simbólico. Dessa maneira, a criativi-

dade aparece, para além da mera aprendizagem, como uma espécie de desafio do possível ao

atual, ao instituído ou ao local, isto é, da existência humana compreendida como abertura de

linguagem.”

RUI, Manuel. Eu e o outro — o invasor ou em poucas três linhas uma maneira de pensar o texto.

Comunicação apresentada no Encontro Perfil da Literatura Negra. São Paulo, 23/05/1985.

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A RESPEITO DA VIOLÊNCIA. NOVE CENAS DE AUTO-DEFESA ANTI-IMPERIALISTA.

Direção: Goran Olssom. Produção: Annika Rogell & Tobias Janson. Texto: Frantz Fanon (Os con-

denados da Terra). Narração: Lauryn Hill. Suécia, Dinamarca, Finlândia, EUA. Story AB, 2014. (90

min.), color.

ÔRÍ. Direção: Raquel Gerber. Roteiro: Maria Beatriz Nascimento. Fotografia: Hermanno Penna,

Jorge Bodanzky, Pedro Farkas. Produção: Ignacio Gerber. Brasil. FCB - Fundação do Cinema Bra-

sileiro, 1989. (91 min.), color.

4- CORPUS ESTÉTICO

Contos

PALLAS EDITORA (org.). Contos do mar sem fim: antologia afro-brasileira. Rio de Janeiro: Pal-

las; Guiné-Bissau: Ku Si Mon; Angola: Chá de Caxinde, 2010.

CHAVES, Rita (org.). Contos africanos dos países de língua portuguesa. São Paulo: Ática, 2009.

Coleção Para Gostar de Ler, n.44.

Poemas

LIMA, Conceição. A dolorosa raiz do micondó. São Paulo: Geração Editorial, 2012.

CUTI. Negroesia: antologia poética. 2.ed. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2010.

Filmes

BRANCO SAI, PRETO FICA. Direção, Roteiro e Produção: Adirley Queirós. Brasil. Cinco do

Norte, 2014. (90 min.), color.

NHA FALA. Direção: Flora Gomes. Argumento: Flora Gomes e Franck Moisnard. Música: Manu

Dibango. Produção: Fado Filmes (Portugal), Les Films de Mai (França), Samsa Films (Luxembur-

go). 2002. (85 min.), color.

5- BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

ALMEIDA, Miguel Vale de. Um mar da cor da terra. Raça, cultura e política da identidade. Oei-

ras: Celta, 2000.

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