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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE FARMÁCIA PROGRAMA DE MESTRADO EM CIÊNCIA DE ALIMENTOS EDGARD FREITAS DE SIQUEIRA JUNIOR PERFIL DE EXPRESSÃO PROTÉICA DE LEVEDURAS COMERCIAIS DO GENERO SACCHAROMYCES E O PAPEL DAS PROTEINAS NA SELEÇÃO DE ESPÉCIES COM POTENCIAL BIOTECNOLOGICO Salvador 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE FARMÁCIA

PROGRAMA DE MESTRADO EM CIÊNCIA DE ALIMENTOS

EDGARD FREITAS DE SIQUEIRA JUNIOR

PERFIL DE EXPRESSÃO PROTÉICA DE LEVEDURAS COMERCIAIS DO

GENERO SACCHAROMYCES E O PAPEL DAS PROTEINAS NA SELEÇÃO DE

ESPÉCIES COM POTENCIAL BIOTECNOLOGICO

Salvador

2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE FARMÁCIA

PROGRAMA DE MESTRADO EM CIÊNCIA DE ALIMENTOS

EDGARD FREITAS DE SIQUEIRA JUNIOR

PERFIL DE EXPRESSÃO PROTEICA DE LEVEDURAS COMERCIAIS DO

GENERO SACCHAROMYCES E O PAPEL DAS PROTEINAS NA SELEÇÃO DE

ESPÉCIES COM POTENCIAL BIOTECNOLOGICO

Orientador: Prof. Dr. Celso Duarte Carvalho Filho.

Co-orientadora: Prof.ª ª Dra. Suzana Telles da Cunha Lima

Dissertação apresentada à Faculdade de Farmácia

da Universidade Federal da Bahia, como parte das

exigências do Programa de Pós-Graduação em

Ciências de Alimentos para a obtenção do titulo de

Mestre.

Salvador

2013

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Sistema de Bibliotecas da UFBA

Siqueira Junior, Edgard Freitas de. Perfil de expressão protéica de leveduras comerciais do gênero saccharomyces e o papel das proteínas na seleção de espécies com o potencial biotecnológico / Edgard Freitas de Siqueira Junior. - 2013. 168 f.: il. Inclui anexos e apêndices. Orientador: Prof. Dr. Celso Duarte Carvalho Filho. Co-orientadora: Profª Drª Suzana Telles da Cunha Lima.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Farmácia, Salvador, 2013.

1. Biotecnologia. 2. Saccharomyces cerevisiae. 3. Fermentação. 4. Leveduras. 5. Leveduras (Fungos). 6. Etanol. l. Carvalho Filho, Celso Duarte. II. Lima, Suzana Telles da Cunha. III. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Farmácia. IV. Título. CDD - 620.8 CDU - 60

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Érica Francisca de Souza

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AGRADECIMENTOS

Se você está lendo esta mensagem é porque eu consegui. E não foi fácil chegar até

aqui. Do processo seletivo, passando pela aprovação até a conclusão do Mestrado,

foi um longo caminho percorrido. Nada foi fácil, nem tão pouco tranquilo. “A sola do

pé conhece toda a sujeira da estrada” (proverbio africano).

Foram momentos muito difíceis. Difícil ao ponto de pensar em desistir. Mas ai eu

parei e percebi que existiam pessoas que acreditavam em mim e que me fizeram

crer que ia ser possível finalizar esse projeto de vida.

“Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas”

(Caminhos do Coração – Gonzaguinha).

E em se falando de marcas e lições diárias, o meu agradecimento inicial é a Deus,

por não desistir de mim, por aquebrantar meu coração e acalma-lo, me dando forças

para seguir em frente. A ti MEU PAI MEU MUITO OBRIGADO. A Jesus Cristo por

me guiar e me manter firme e forte e por afastar todo maligno que me tentou freiar

nessa jornada. A ti SENHOR O MEU MUITO OBRIGADO.

Nesse mestrado eu tive a oportunidade de conhecer vários profissionais, várias

personalidades. Mas uma com TODA CERTEZA DO MUNDO me marcou

profundamente. Pelo seu lado pessoal: pela simplicidade, pela humildade, pelo

carisma, pela generosidade, pela amizade, pela confiança, pela integridade. Pelo

seu lado profissional: pela competência, pelo conhecimento, pela garra, pela

determinação, pela força de vontade, pela bravura, pela ética. Essa MULHER e

PROFISSIONAL a quem eu tanto agradeço é a minha Co-orientadora Professora

Doutora Suzana Telles da Cunha Lima. E a quem eu devo tantas desculpas pelos

momentos tensos em que vivemos.

O outro GRANDIOSO PROFISSIONAL e HOMEM que também eu devo os meus

agradecimentos é ao meu Orientador Professor Doutor Celso Duarte de Carvalho,

que entendeu as minhas dificuldades e principalmente acreditou em mim e também

enxergou a possibilidade de que esse projeto poderia sim dá certo. E que esteve ao

meu lado no inicio, meio e fim dessa passagem. A você professor sou meu grato

pelos nortes e pelos caminhos que me direcionou a caminhar.

Gostaria de agradecer também a minha mãe querida que eu amo muito e que

mesmo em distancia tem orado por mim sempre e eu tenho recebi as bênçãos todos

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os dias por suas orações, me dando força e coragem para prosseguir e sempre com

a Fé.

Digo também que sou um privilegiado por ter conhecido pessoas maravilhosas como

minha turma de mestrado: Wellington, Mary Daiane, Marina, Andréa, Samantha,

Yolanda, Iuri, Lydia, Natalie, e todos aqueles que estavam juntos nessa jornada.

Meus agradecimentos também a Mariana de Assis pelos momentos maravilhosos de

convivência e troca de experiências no laboratório, aprendi muito com você Mari.

Sou extremamente grato ao Departamento de Biologia. A Professora Luciana Veiga

Barbosa pelo acolhimento no Departamento de Biologia. A Professora Paula Ristow

pelo acolhimento ao LBM – Laboratório de Biologia Molecular. Sou muito grato por

tudo que vocês me proporcionaram e pela confiança depositada em minha pessoa

para uso dos setores do departamento.

Sou mais privilegiado ainda pelas novas amizades que conquistei no Departamento

de Biologia: Luã Tainã, Willian Oliveira, Gabriel Lima, Flavia, Cíntia. Vocês terão

sempre a minha amizade. Muito Obrigado pela companhia e paciência que tiveram

comigo.

Não poderia deixar de agradecer ao Departamento de Física ao LAMUME

(Laboratório Multiusuário de Microscopia Eletrônica), no Laboratório de Física

Nuclear Aplicada no Instituto de Física. Ao Professor Antônio Ferreira e a Jessica

Guerreiro. Meu muito obrigado.

E tudo isso de bom que me aconteceu e a todas essas pessoas maravilhosas que

eu conheci só tenho a agradecer. Se hoje eu sou MESTRE é porque caminhamos

juntos.

MUITO OBRIGADO!

Edgard Freitas de Siqueira Junior

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Sumário SIGLAS, SIMBOLOS, UNIDADES E GRANDEZAS. ................................................................... 4

LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................... 6

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................... 7

RESUMO GERAL ................................................................................................................................ 9

GENERAL ABSTRACT ..................................................................................................................... 11

INTRODUÇÃO GERAL .................................................................................................................... 13

........................................................................................................................................... 16

SUMÁRIO ........................................................................................................................................... 17

RESUMO ............................................................................................................................................. 18

ABSTRACT ......................................................................................................................................... 20

1. A BIOTECNOLOGIA DE LEVEDURAS E FUNGOS FILAMENTOSOS ............................ 22

2. OS BIOPROCESSOS .................................................................................................................. 24

2.1. BIOPROCESSOS E A INDÚSTRIA ....................................................................................... 24

2.2. LEVEDURA SACCHAROMYCES CEREVEISIAE COMO CULTURA INICIADORA

APLICADA EM BIOPROCESSOS FERMENTATIVOS. ............................................................ 24

2.2.1. LEVEDURA SACCHAROMYCES CEREVISIAE ............................................................ 24

2.2.2. CULTURAS STARTERS OU INICIADORAS ................................................................... 26

2.3. AS TECNOLOGIAS DAS FERMENTAÇÕES ...................................................................... 27

2.3.1. O PÃO ...................................................................................................................................... 29

2.3.2. O VINHO .................................................................................................................................. 30

2.3.3. A CACHAÇA ........................................................................................................................... 31

2.3.4. A CERVEJA ........................................................................................................................ 32

3. A PROTEÔMICA ....................................................................................................................... 33

4. SACCHAROMYCES CEREVISIAE E O ESTRESSE CELULAR .................................... 34

4.1. ESTRESE POR TEMPERATURA ......................................................................................... 37

4.2. ESTRESSE POR PH ÁCIDO .................................................................................................. 38

4.3. ESTRESSE POR ETANOL ................................................................................................. 40

5. CHAPERONAS MOLECULAS E HSPS ................................................................................ 42

6. REFEREÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS ............................................................................................ 47

........................................................................................................................................... 64

EXPRESSÃO PROTEICA E ANALISE DE PROTEINAS DE LEVEDURAS STATERS DO

GÊNERO SACCHAROMYCES EM BIOPROCESSOS ............................................................. 64

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RESUMO ............................................................................................................................................. 66

ABSTRACT ......................................................................................................................................... 67

CAPÍTULO 2 ....................................................................................................................................... 68

EXPRESSÃO PROTÉICA E ANÁLISE DE PROTEÍNAS DE LEVEDURAS STATERS DO

GÊNERO SACCHAROMYCES EM BIOPROCESSOS ............................................................. 68

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 68

2. OBJETIVOS .................................................................................................................................. 71

2.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................................................... 71

3. METODOLOGIA ........................................................................................................................ 72

3.1. AMOSTRAS ............................................................................................................................ 72

3.2. PREPARAÇÕES DOS INOCULOS EM MEIO YEPD (YEAST EXTRACT-PEPTONE-

DEXTROSE) .......................................................................................................................................... 73

3.3.2. PREPARAÇÃO DOS INOCULOS EM CONDIÇÕES INDUTORAS DE ESTRESSES

............................................................................................................................................................... 73

A) ESTRESSE POR CALOR .......................................................................................................... 73

B) ESTRESSE POR ÁCIDO (BAIXO PH) ..................................................................................... 73

C) ESTRESSE POR ETANOL ........................................................................................................ 74

3.3.3. EXTRAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE PROTEINAS ...................................................... 74

A) EXTRAÇÃO DE PROTEINAS (LISE CELULAR DE LEVEDURAS) .................................. 74

B) QUANTIFICAÇÃO DE PROTEINAS PELO MÉTODO DE BRADFORD .......................... 75

C) ANALISE DE ELETROFORESE ............................................................................................... 76

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................................. 79

4.1. PERFIS DE EXPRESSÃO PROTÉICA POR ESTRESSES ETANÓLICO .................... 79

4.2. PERFIS DE EXPRESSÃO PROTÉICA POR ESTRESSE ÁCIDO .................................. 92

4.3. PERFIS DE EXPRESSÃO PROTÉICA PARA ESTRESSE POR CALOR .................. 100

4.4. TERMOTOLERÂNCIAS E A TOLERÂNCIAS AO ETANOL ....................................... 108

5. CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 116

6. PERSPECTIVAS FUTURAS .................................................................................................. 118

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 119

......................................................................................................................................... 140

EFEITO DO ESTRESSE POR ETANOL SOBRE A MORFOLOGIA DAS CELULAS DE

LEVEDURAS SACCHAROMYCES CEREVISIAE ................................................................... 140

SUMARIO ............................................................................................................................................ 141

RESUMO ........................................................................................................................................... 142

ABSTRACT ....................................................................................................................................... 144

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EFEITO DO ESTRESSE POR ETANOL SOBRE A MORFOLOGIA DAS CELULAS DE

LEVEDURAS SACCHAROMYCES CEREVISIAE ................................................................... 146

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 146

2. OBJETIVO .................................................................................................................................... 151

3. METODOLOGIA.......................................................................................................................... 152

4. RESULTADOS ......................................................................................................................... 153

5. DISCUSSÃO ............................................................................................................................ 160

6. CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 164

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 165

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SIGLAS, SIMBOLOS, UNIDADES E GRANDEZAS.

°C – graus Celsius

a.C – antes de Cristo

Arp1 – actin-related protein 1

ATP – Adenosina Trifosfato

BSA – bovine serum albumin

cm – centímetro

CO2 – Dióxido de Carbono

DNA – Ácido Desoxirribonucleico

Eros – Espécies Reativas de Oxigênio

GRAS – Generally Regarded As Safe

g.L-1; g/L – Gramas por Litros.

g – Grama

H2O – molécula de água

H+ - Prótons de Hidrogênio

Hcl – Ácido Clorídrico

HSE – Heat Shock Element

HSF – Heat Shock Factor

HSP – Heat Shock Proteins

HSR – Heat Shock Responde

Kb – Kilobase

kDa – Quilo Dalton

KV – quilovolts

M – Molaridade

Mb – Megabase

MEV – Microscopia Eletrônica por Varredura

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ml – mililitro

mg – miligrama

mM – Mili Molar

MM - marcador de massa molecular

N – normalidade

NaCl – Cloreto de Sódio

nm – nanômetro

ORFs – Open Reading Frames

O2 – Oxigênio

pH – Potencial Hidrogeniônico

PKC – proteína cinase C

PMSF – Phenylmethysulphonylfluoride

q.s.p – quantidade suficiente para

SCP – Single Cell Protein

SDS – sodium dodecyl sulfate

SO2 – Dióxido de Enxofre

SDS-PAGE – Eletroforese em Gel de Poliacrilamida Sódio-Dodecil-Sulfato

RNAm – Acido Ribonucleico mensageiro

r.p.m. – Rotação por Minuto

TF – Trigger Factor

v/v – volume por volume

YEPD – do inglês Yeast Extract Peptone Dextrose

% - porcentagem

µL – Microlitro

μm – micrometro

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Gel de Separação - Composição do Gel de Separação utilizado na analise por SDS-PAGE

TABELA 2 – Gel de Empilhamento - Composição do Gel de Empilhamento utilizado na analise por SDS-PAGE TABELA 3 – Etapas e Soluções da coloração com Nitrato de Prata TABELA 4 – Resultado – Peso Molecular de Proteínas – Estresse Etanolico - Proteínas com expressão aumentada com a crescente concentração de etanol (3%-5%-7%-9%-12%-15%) no meio solido YEPD. TABELA 5. Relação de alguns Genes e Proteínas envolvidas no estresse etanolico.

TABELA 6 – Resultado – Peso Molecular de Proteínas – Estresse Acido - Proteínas encontradas com o aumento de pH (2,5-3,5-4,5-5,0-6,0) com adição de acido clorídrico 6N no meio solido YEPD

TABELA 7 – Genes de Saccharomyces cerevisiae induzidos durante a fermentação em baixo pH.

TABELA 8 – Resultado – Peso Molecular de Proteínas – Estresse Térmico Proteínas encontradas com o aumento de temperatura (°C) (30°- 35°- 40°C) no meio solido YEPD.

TABELA 9 – Relação de alguns Genes e Proteínas envolvidas no estresse por calor em Saccharomyces e fungos filamentosos.

TABELA 10 – Tabela de Comparação dos Pesos Moleculares Encontrados e as Possíveis Funções Bioquímicas destas proteínas

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – S. cerevisiae S 04 – Estresse Etanolico; FIGURA 2 – S. cerevisiae S 189 – Estresse Etanolico; FIGURA 3 – S. cerevisiae ScVY – Estresse Etanolico FIGURA 4 – S. cerevisiae ScVB – Estresse Etanolico FIGURA 5 – S. cerevisiae ScFC – Estresse Etanol FIGURA 6 – S. cerevisiae ScFP – Estresse ácido FIGURA 7 – S. cerevisiae ScVY – Estresse ácido FIGURA 8 – S. cerevisiae S04 – Estresse ácido FIGURA 9 – S. cerevisiae ScFP – Estresse ácido FIGURA 10 – S. cerevisiae ScFP – Estresse Térmico FIGURA 11 - A estrutura e a reprodução de uma célula típica de levedura. FIGURA 12 - Formação de pseudohifas (seta) FIGURA 13A. 1 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD sob condições normais – Imagem aumentada 1.500 X FIGURA 13A. 2 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD sob condições normais. A seta sinaliza a forma arredondada da levedura – Imagem aumentada 8.000 X FIGURA 14B. 1– Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 3% de concentração de etanol – Imagem aumentada 1.500 X FIGURA 14B. 2 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 3% de concentração de etanol. As setas sinalizam a formação de pseudohifas. – Imagem aumentada 8.000 X FIGURA 15C. 1 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 5% de concentração de etanol – Imagem aumentada 1.500 X FIGURA 15C. 2 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 5% de concentração de etanol. A seta em preto mostra deformações na parede celular da levedura em consequência do aumento da concentração de etanol. As setas em laranja indicam os botões de iniciação e alongamento – Imagem aumentada 8.000 X

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FIGURA 16D. 1 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 7% de concentração de etanol – Imagem aumentada 1.500 X FIGURA 17D. 2 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 7% de concentração de etanol A seta mostra deformações na parede celular da levedura em consequência do aumento da concentração de etanol – Imagem aumentada 8.000 X FIGURA 18E. 1 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 9% de concentração de etanol – Imagem aumentada 1.500 X FIGURA 19E. 2 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 9% de concentração de etanol. A seta vermelha indica a formação de pseudohifas. E as setas em verde a mudança na forma de arredondada para alongada – Imagem aumentada 8.000 X. FIGURA 20F. 1 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 12% de concentração de etanol – Imagem aumentada 1.500 X FIGURA 21F. 2 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 12% de concentração de etanol. A seta sinaliza a formação de um broto – Imagem aumentada 8.000 X FIGURA 22G. 1 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 15% de concentração de etanol. Como é possível observar na imagem, todas as leveduras apresentam deformações – Imagem aumentada 1.500 X. FIGURA 23G. 2 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 15% de concentração de etanol – Imagem aumentada 8.000 X

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RESUMO GERAL

O emprego das culturas iniciadoras de fermentação é cada vez mais comum na

indústria, ao passo que estudos detalhados no campo dos bioprocessos avançam.

As células de todos os organismos respondem a uma variedade de condições

estressantes através da modulação da transcrição e tradução de uma série de

proteínas altamente conservadas, denominadas genericamente de proteínas de

estresse. A levedura Saccharomyces cerevisiae é um organismo modelo importante

para o estudo de respostas eucarióticas a estresses ambientais. O presente trabalho

teve como objetivo avaliar e analisar a proteômica de leveduras do gênero

Saccharomyces em condições de estresse de etanol, baixo pH e aumento de

temperatura, identificando proteínas que com o aumento de expressão e

relacionacionando-as com outras citadas na literatura científica. Adionalmente

visamos avaliar as possíveis alterações na morfologia da Saccharomyces cerevisiae

variedade bayanus, proveniente de danos causados pelo estresse etanólico. As

culturas foram inoculadas em meio de cultura e submetidas às diferentes condições

de estresse. A partir da análise eletroforética foi possível conhecer o perfil proteico

das cepas ScFP, ScFC, ScVB, ScVY, S04 e S-189. A análise das alterações

morfológicas foi feita por Microscopia Eletrônica por Varredura. Os resultados

indicam que a expressão aumentada de peptídeos apresentou variações de acordo

com a cultura e o tipo de estresse. Ocorreu aumento na expressão de uma série de

proteínas entre 10 e 220 kDa. Essas proteínas apresentam perfil eletroforético

aproximado ao de Heat Shock Protein e/ou chaperonas moleculares sintetizadas em

resposta às condições de estresse. A análise morfológica mostrou que as células-

filhas permanecem mecanicamente conectadas com a célula-mãe, com

deformações, do tipo alongamento e formação de cachos. Possivelmente

relacionada à toxidade do etanol, ou uma desidratação devido ao aumento da

concentração desse álcool. Outra característica observada foi a crescente formação

de pseudohifas. Concluiu-se que as cepas estudadas apresentaram aumento na

expressão de proteínas específicas como resposta adaptativa ao estresse. As cepas

testadas também mostraram diferenças em seu desempenho de adaptação as

condições adversas. Característica esta um fator natural de defesa. Apesar disto,

todas as cepas apresentaram comportamento fermentativo bastante satisfatório,

demonstrando-se adequadas para uso em bioprocessos industriais.

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Palavras-Chaves: Biotecnologia, Saccharomyces cerevisiae, fermentação, etanol,

chaperonas moleculares, HSP, proteômica.

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GENERAL ABSTRACT

The use of starting cultures for fermentation is increasingly common in the industry,

while detailed studies in the scientific field advance. The cells of all organisms

respond to a variety of stressful conditions through a quick transcription and

subsequent translation of a series of highly conserved proteins, called generically of

stress proteins. The yeast Saccharomyces cerevisiae it is an important model for the

study of eukaryotic responses to environmental stresses. The present study aimed to

evaluate and analyze the proteomics of yeasts from the genus Saccharomyces under

stress conditions of ethanol, low pH and temperature increase, identifying proteins

that have increased expression and relating them with others cited in the literature.

Additionally we aim to evaluate the possible changes in the morphology of the yeast

Saccharomyces cerevisiae variety bayanus, from damage caused by ethanol stress.

The cultures were inoculated in culture medium and subsequently submitted to

different stress conditions From the analysis it was possible to know the

electrophoretic protein profile of the strains ScFP, SCFC, ScVB, ScVY, S04 and S-

189. The analysis of morphological changes was performed by Scanning Electron

Microscopy. As a result it was found that the increased expression of peptides

presented variations according to the culture and the kind of stress. An increase in

the expression of a series of proteins between 10 and 220 kDa. These proteins have

been identified as possible HSPs and/or molecular chaperones synthesized as

response to stress conditions. Morphological analysis showed that the daughter cells

remain mechanically connected to the mother cell, with deformation, such as

stretching and cluster formation. Possibly related to toxicity of ethanol or dehydration

due to the increasing concentration of alcohol. Another feature was the increasing

formation of pseudohiphae. It was concluded that the studied strains of

Saccharomyces showed increased expression of specific proteins as adaptive

response to stress. The strains tested showed differences in their performance to

adapt the adverse conditions. Feature a factor this natural defense. Nevertheless, all

strains were fermentative behavior quite satisfactory, showing yourself suitable for

use in industrial bioprocesses.

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Key Words: Biotechnology, Saccharomyces cerevisiae, fermentation, heat shock

proteins, temperature, low pH, ethanol, molecular chaperones, HSP, morphology and

pseudohyphae

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INTRODUÇÃO GERAL

A maioria dos bioprocessos de interesse industrial envolve o cultivo de

microrganismos e o acúmulo de seus produtos, como antibióticos, vitaminas,

enzimas, ácido acético, ácido cítrico, entre outros (OLIVEIRA, 2009).

A Biotecnologia consiste no uso de sistemas celulares para o desenvolvimento de

processos e produtos de interesse econômico e social. Dentre os sistemas celulares,

os fungos são de grande interesse biotecnológico. Talvez eles estejam dentre os

seres vivos, que mais geram produtos e processos de importância fundamental para

o bem-estar da população (AZEVEDO, 2004).

Nas últimas décadas observou-se um aumento maciço no uso de leveduras como

modelo de organismo eucarioto para o estudo de fenômenos celulares

fundamentais, em parte devido ao aumento dos conhecimentos a cerca de seu

genoma, principalmente da espécie S. cerevisiae que é mais amplamente utilizada e

por isso categorizada no grupo das leveduras “convencionais” (OLIVEIRA, 2009).

A S. cerevisiae é um microrganismo importante nos bioprocessos por ser não

patogênico, e por sua longa história de aplicação na produção artesanal e industrial

de produtos consumíveis como o pão, etanol, cachaça e vinho. Foi classificada

como microrganismo geralmente considerado seguro (GRAS – Generally Regarded

as Safe) (OSTERGAARD, et al., 2000).

Processos fermentativos e tecnológicos bem estabelecidos para a produção em

larga escala com o uso de S. cerevisiae, fazem este importante para muitos

processos biotecnológicos. No entanto, nem sempre as espécies selecionadas de

ambientes naturais para iniciarem um processo fermentativo portam todas as

características desejáveis para o sucesso da fermentação. Desse modo, inicia-se um

longo trabalho dos pesquisadores da área para estudar os aspectos pormenorizados

de microrganismos fermentadores e de novas tecnologias de estudo com suas

cepas.

Outra importante razão para a aplicabilidade da levedura S. cerevisiae dentro do

campo da biotecnologia é sua susceptibilidade a modificações genéticas pela

tecnologia do DNA recombinante. Essa qualidade que vem sendo bastante facilitada

pela publicação, do genoma completo da levedura (OSTERGAARD et. al., 2000).

Diversos fatores afetam a fermentação, tendo como alvo principal o seu rendimento,

ou seja, “a porcentagem do açúcar que se transforma em álcool, em relação à

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quantidade máxima teórica da equação de Gay- Lussac” (FERMENTEC, 1978).

Entre os principais fatores que podem afetar produção de etanol destacam-se

temperatura, pH, contaminação bacteriana, aeração/agitação, nutrientes e o próprio

etanol.

S. cerevisiae apresenta um ciclo de crescimento característico. A fase lag reflete a

adaptação fisiológica das células ao novo meio de cultura no qual foram

introduzidas. Nessa fase o metabolismo de célula está ativo, criando condições para

que elas possam se dividir, embora as células ainda não estejam se dividindo. Ao

diminuir a disponibilidade de glicose no meio, ocorre a depressão catabólica

(transição diáuxica), com uma parada transiente na divisão celular, enquanto as

células são preparadas para o metabolismo respiratório. Após a divisão celular é

retomado um ritmo mais lento, utilizando etanol como fonte de carbono, produzido

durante a fermentação (fase pós-diáuxica). Quando todas as fontes de carbonos são

exauridas, as células entram na fase estacionária, na qual podem sobreviver na

ausência de nutrientes (PRINGLE e HARTWELL, 1982; FUGE e WERNER-

WASHBURNE, 1997).

Sendo assim, as células de levedura são submetidas a vários tipos de estresses à

medida que as condições do meio mudam, tanto em ambientes naturais quanto em

processos industriais. Os danos provocados pelo estresse e a resposta da levedura,

dependem do tipo e grau do estresse, e da posição da levedura em seu ciclo de

divisão celular no momento em que ocorre o estimulo (FOLCH-MALLOL et.al, 2004).

A capacidade de responder rapidamente a essas e outras alterações ambientais são

importantes para a atividade geral da célula e sua sobrevivência.

Todos os organismos são formados por água e moléculas de diversos tipos,

inorgânicas e orgânicas. Entre estas últimas, encontram-se as proteínas, um grupo

de macromoléculas, que participam de numerosas atividades, cumprindo um papel

fundamental para os seres vivos.

Um dos objetivos da biotecnologia é a expressão de proteínas de interesse

econômico e industrial. Os benefícios e produtos estratégicos estão relacionados

com a descoberta de microrganismos potencialmente exploráveis como novos

antibióticos, agentes terapêuticos, probióticos, produtos químicos, enzimas e

polímeros para aplicações industriais e tecnológicas, biorremediação de poluentes,

biolixiviação e recuperação de minérios. Outros benefícios incluem o prognóstico e

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prevenção de doenças emergentes em seres humanos, animais e plantas, e a

otimização da capacidade microbiana para a fertilização dos solos e despoluição das

águas.

A análise da expressão global através do proteôma permite revelar proteínas (ou os

genes codificantes) envolvidas em processos dinâmicos que ocorrem após a

perturbação de um dado estado fisiológico, através da comparação da sua

concentração celular, antes e após essa perturbação. A monitorização do nível das

proteínas, através de proteómica quantitativa (também conhecida por análise de

expressão proteômica ou proteômica comparativa), permite apreciar o resultado da

regulação da expressão genética que ocorre pós-transcrição e pós-tradução e pode

fornecer numerosas pistas quanto à função biológica das diversas proteínas

envolvidas e esclarecer qual o seu envolvimento nos processos biológicos

examinados. (E-ESCOLA, 2005)

A compreensão a respeito da resposta das células às alterações ambientais é um

tópico de grande interesse porque pode oferecer pistas sobre os aparatos

moleculares que permitem as células se adaptarem a novos ambientes. Os

mecanismos moleculares que estão envolvidos na regulação do remodelamento da

expressão gênica em virtude da adaptação a novos ambientes são a chave para a

elucidação de muitas respostas sobre o comportamento celular perante estímulos

adversos. Sendo assim, frente à diversidade existente e à necessidade de melhor

aproveitamento de certas particularidades microbianas de interesse, gerada pela

exploração do seu metabolismo em processos biotecnológicos, propusemo-nos

avaliar o perfil de expressão proteica de leveduras comercias (leveduras iniciadoras

ou starters) da espécie S. cerevisiae com potencial biotecnológico.

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REVISÃO DE LITERATURA

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SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................................. 18

ABSTRACT ......................................................................................................................................... 20

1. A BIOTECNOLOGIA DE LEVEDURAS E FUNGOS FILAMENTOSOS ............................ 22

2. OS BIOPROCESSOS .................................................................................................................. 24

2.1. BIOPROCESSOS E A INDÚSTRIA ....................................................................................... 24

2.2. LEVEDURA SACCHAROMYCES CEREVEISIAE COMO CULTURA INICIADORA

APLICADA EM BIOPROCESSOS FERMENTATIVOS. ............................................................ 24

2.2.1. LEVEDURA SACCHAROMYCES CEREVISIAE ............................................................ 24

2.2.2. CULTURAS STARTERS OU INICIADORAS ................................................................... 26

2.3. AS TECNOLOGIAS DAS FERMENTAÇÕES ...................................................................... 27

2.3.1. O PÃO ...................................................................................................................................... 29

2.3.2. O VINHO .................................................................................................................................. 30

2.3.3. A CACHAÇA ........................................................................................................................... 31

2.3.4. A CERVEJA ........................................................................................................................ 32

3. A PROTEÔMICA ....................................................................................................................... 33

4. SACCHAROMYCES CEREVISIAE E O ESTRESSE CELULAR .................................... 34

4.1. ESTRESE POR TEMPERATURA ......................................................................................... 37

4.2. ESTRESSE POR PH ÁCIDO .................................................................................................. 38

4.3. ESTRESSE POR ETANOL ................................................................................................. 40

5. CHAPERONAS MOLECULAS E HSPS ................................................................................ 42

6. REFEREÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS ............................................................................................ 47

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RESUMO

A Biotecnologia se ocupa da transformação ou tratamento de materiais de origem

biológica. Abrangendo uma área ampla do conhecimento que decorre da ciência

básica (biologia molecular, microbiologia, biologia celular, genética, etc.), da ciência

aplicada (técnicas imunológicas e bioquímicas, assim como técnicas decorrentes da

física e da eletrônica), e de outras tecnologias (fermentações, separações,

purificações, informática, robótica, controle de processos e etc.). Entre os sistemas

celulares, os fungos são de grande interesse biotecnológico. Os processos levados a

cabo por agentes biológicos são denominados de Bioprocessos e definidos como

um conjunto de operações que efetuam o tratamento da matéria-prima/resíduo

incluindo o preparo dos meios, a esterilização (quando o processo demandar) e a

transformação do substrato em produto(s) por rota bioquímica, seguida de

processos de separação e purificação. O emprego das culturas iniciadoras de

fermentação é cada vez mais comum na indústria, ao passo que estudos detalhados

no campo científico avançam. Além disso, as técnicas moleculares contribuem com

o entendimento dos processos de resposta aos estresses, permitindo que alterações

pontuais e correções possam ser realizadas. Diversos fatores físicos (temperatura,

pressão osmótica), químicos (pH, oxigenação, nutrientes minerais e orgânicos,

inibidores) e microbiológicos (espécie, linhagem e concentração da levedura,

contaminação bacteriana), afetam o rendimento da fermentação e a eficiência da

conversão de açúcar em etanol. As células de Saccharomyces cerevisiae, quando

submetidas a condições de estresse, desenvolvem uma rápida resposta molecular

para reparar danos e proteger as estruturas. A resposta ao choque térmico é

caracterizada pela síntese de proteínas especificas denominada de proteínas de

choque térmico ou HSP (heat shock protein), que funcionam como chaperonas nos

processos de desnaturação e recuperação de proteínas danificadas. A

termotolerância pode ser definida como a capacidade transitória das células de

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sobreviverem quando exposta a temperaturas elevadas. A tolerância à acidez é uma

característica importante para as leveduras industriais assim sendo, a utilização das

linhagens de S. cerevisiae resistente ao estresse acido contribui positivamente para

indústria de álcool combustível. O estresse etanolico é, provavelmente, uma das

mais interessantes condições para análise, já que um critério tradicional usado para

a seleção de linhagens de leveduras é a tolerância ao etanol. Isso se dá devido às

altas concentrações desse álcool durante a vinificação. Para que ocorra uma

fermentação mais saudável, concluiu-se que as leveduras produtoras de álcool

como as Saccharomyces cerevisiae devem ser resistentes a condições estressantes

durante o processo de fabricação de álcool devido aos efeitos adversos no que

tange a membrana celular diminuindo a viabilidade celular da levedura. Neste

contexto, um importante mecanismo de auxilio ao processo de enovelamento in vivo

de muitas proteínas é baseado na participação de chaperonas moleculares ou

proteínas de choque térmico (heat shock proteins ou HSP). As chaperonas

moleculares são capazes de auxiliar no enovelamento de outras proteínas,

prevenindo interações errôneas e consequente formação de agregados proteicos

dentro das células.

Palavras-Chaves: biotecnologia, fermentação, cultura starter, estresse celular,

chaperonas moleculares, HSP.

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ABSTRACT

Biotechnology is a very broad branch of technology that takes care of the processing

or treatment of materials of biological origin. This theme covers a wide area of

knowledge today that stems from the basic science (molecular biology, microbiology,

cell biology, genetics, etc.), applied science (immunological and biochemical

techniques, as well as techniques from physics and electronics), and other

technologies (fermentations, separations, purifications, computer science, robotics

and process control). Among the cellular systems, fungi are of great interest to

biotechnology. The processes carried out by biological agents are called

Bioprocesses and defined as a set of operations that perform the processing of the

raw material/waste including media preparation, sterilization (when the process

demand) and the transformation of the substrate into product (s) by biochemical

route, followed by separation and purification processes. The use of starting cultures

of fermentation is increasingly common in the industry, while detailed studies in the

scientific field advance. In addition, molecular techniques contribute to the

understanding of the processes of stress response, allowing specific changes and

corrections to be carried out. Several physical factors (temperature, osmotic

pressure), chemical (pH, oxygen, mineral nutrients and organic inhibitors) and

microbiological (species, strain and concentration of yeast, bacterial contamination),

affect the yield of fermentation and the efficiency of converting sugar into ethanol.

The cells of Saccharomyces cerevisiae, when subjected to stress conditions, develop

a rapid molecular response to repair damage and protect structures. The answer to

thermal shock is characterized by the synthesis of specific proteins called heat shock

protein or HSP (heat shock protein), which act as chaperones in the processes of

denaturation and recovery of damaged proteins. The thermotolerance can be defined

as the transitional ability of cells to survive when exposed to high temperatures.

Acidity tolerance is also an important feature for industrial yeasts; the use of S.

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cerevisiae strains resistant to acid stress, for exemple, contributes positively to fuel

alcohol industry. Ethanol stress is probably one of the most interesting conditions for

analysis, since a traditional criteria used for the selection of yeasts strains is the

tolerance to ethanol. This is due to the high concentrations of alcohol during

winemaking. For a healthier fermentation, it was concluded that the alcohol-

producing yeast such as Saccharomyces cerevisiae must be resistant to stressful

conditions during the alcohol manufacturing process due to adverse effects related to

the cell membrane and subsequent decrease in cell viability. In this context, an

important mechanism to aid the process of in vivo folding of many proteins is based

on participation of molecular chaperones or heat shock proteins (HSP). The

molecular chaperones are able to assist in the folding of other proteins, preventing

erroneous interactions and consequent formation of protein aggregates within cells.

Key Words: biotechnology, Saccharomyces cerevisiae fermentation cultures staters,

cellular stress, molecular chaperones, HSP

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REVISÃO DE LITERATURA

1. A BIOTECNOLOGIA DE LEVEDURAS E FUNGOS FILAMENTOSOS

Biotecnologia é um ramo muito amplo da Tecnologia que se ocupa da transformação

ou tratamento de materiais de origem biológica. Spinks (1980) define Biotecnologia

como a utilização de organismos vivos ou sistemas biológicos para a produção

industrial e seu uso em serviços de saneamento. Ou seja, biotecnologia é baseada

na busca e descoberta de recursos biológicos industrialmente exploráveis.

Esse tema abrange hoje uma área ampla do conhecimento que decorre da ciência

básica (biologia molecular, microbiologia, biologia celular, genética etc.), da ciência

aplicada (técnicas imunológicas e bioquímicas, assim como técnicas decorrentes da

física e da eletrônica), e de outras tecnologias (fermentações, separações,

purificações, informática, robótica e controle de processos). Trata-se de uma rede

complexa de conhecimentos onde ciência e tecnologia se entrelaçam e

complementam (MALAJOVICH, 2012). De uma maneira ampla, a biotecnologia é

definida como uma atividade baseada em conhecimentos multidisciplinares, que

utiliza agentes biológicos (microrganismos) para fazer produtos úteis ou resolver

problemas (MALAJOVICH, 2012).

A Biotecnologia consiste, portanto, no uso de sistemas celulares para o

desenvolvimento de processos e produtos de interesse econômico e social. Entre os

sistemas celulares, os fungos são de grande interesse biotecnológico. Talvez sejam

eles os seres vivos, que mais geram produtos e processos de importância

fundamental para o bem-estar da população. (AZEVEDO, 2004).

Assim, a contaminação natural, não apenas da massa do pão, mas também de uvas

e grãos de cevada, com a levedura S. cerevisiae e a sua subsequente fermentação

originaram o vinho e a cerveja que até os dias de hoje fazem parte dos nossos

hábitos alimentares. As fermentações industriais com leveduras contribuem

atualmente de forma significativa para a economia de vários países. São produzidas

por ano centenas de toneladas de leveduras utilizadas para a produção de pão,

vinho, cerveja, bebidas destiladas, cidra, saquê e licores. Outro importante produto

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industrial derivado de S. cerevisiae, cujas células são ricas em proteínas, ácidos

nucléicos, vitaminas e sais minerais e apresentam níveis negligenciáveis de

triglicerídeos, é o extrato de levedura que tem importantes aplicações na indústria

alimentícia e na de fermentações industriais, servindo como componente do meio de

fermentação (PEREIRA, et.al., 2008).

Considerando ainda o potencial biotecnológico das leveduras, microrganismos dos

gêneros Saccharomyces, Kluyveromyces e Cândida são capazes de fermentar

diferentes açúcares a etanol. É de particular importância para o Brasil à produção de

álcool combustível por fermentação da sacarose do caldo da cana-de-açúcar por S.

cerevisiae, tendo em vista ser o país, juntamente com os Estados Unidos, os

maiores produtores mundiais de etanol combustível. Adicionalmente, o etanol está

sendo cada vez mais valorizado internacionalmente como combustível líquido, em

comparação à gasolina, derivado do petróleo. Sendo produzido a partir de recursos

renováveis, não contribui para o efeito estufa e suas consequências, como as

grandes modificações climáticas que estão afetando negativamente a Terra. Vale

ressaltar, entretanto, que bactérias como Zymomonas mobilis podem ser também

utilizadas em processos fermentativos de produção de etanol. (PEREIRA, et.al.,

2008).

Os fungos apresentam as seguintes aplicações: Agricultura (controle biológico de

insetos e nematoides, micorrizos); Produtos de fermentação (etanol, glicerol, ácido

cítrico); Enzimas industriais; Biomassa (fermento de padaria, micoproteína); Indústria

de alimentos (panificação, queijaria); Indústria de bebidas (cervejas e vinhos,

destilados); Produtos metabólicos (extrato de levedura, hormônios de crescimento

vegetal); Indústria farmacêutica (antibióticos, vitaminas, vacinas, esteroides).

(MALAJOVICH, 2012).

A biotecnologia e as indústrias farmacêuticas e de alimentos empregam muitas

linhagens de Saccharomyces. Esta extensa e proveitosa associação tem criado a

necessidade de um melhor entendimento das peculiaridades metabólicas nestes

microrganismos (PENNINCKX, 2002).

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2. OS BIOPROCESSOS

2.1. BIOPROCESSOS E A INDÚSTRIA

As técnicas e produtos biotecnológicos possuem aplicações em diferentes áreas,

sendo as principais ligadas à indústria, ambiente, saúde, agropecuária, além da área

cientifica. Essas aplicações estão relacionadas à decomposição de materiais ou

substâncias químicas pela ação de seres vivos, sobretudo, pela ação de

microrganismos; no desenvolvimento de antibióticos; melhoramento genético na

agropecuária; e o desenvolvimento de processos e metodologias de estudos em

genômica, transcriptômica, proteômica e metabolômica.

Os processos levados a cabo por agentes biológicos são denominados de

Bioprocessos e definidos como um conjunto de operações que efetuam o tratamento

da matéria-prima/resíduo, o preparo dos meios, a esterilização (quando o processo

demandar) e a transformação do substrato em produto(s) por rota bioquímica,

seguida de processos de separação e purificação de produto(s). (PEREIRA, et.al.,

2008)

São consideradas expressões sinonímias: processos fermentativos com

microrganismos naturalmente ocorrentes ou recombinantes, processos

biotecnológicos, processos com células animais ou vegetais, processos enzimáticos

ou os tratamentos biológicos de resíduos e efluentes. Por motivos históricos, ainda

hoje o termo processos fermentativos se aplica em biotecnologia a qualquer

processo microbiano operado em grande escala, independentemente de ser ou não

uma fermentação. (PEREIRA, et.al., 2008)

2.2. LEVEDURA SACCHAROMYCES CEREVEISIAE COMO CULTURA

INICIADORA APLICADA EM BIOPROCESSOS FERMENTATIVOS.

2.2.1. LEVEDURA SACCHAROMYCES CEREVISIAE

As leveduras são fungos que se apresentam, usual e predominantemente, sob a

forma unicelular, possuem reprodução vegetativa por gemulação, possuem parede

celular. São microrganismos capazes de crescimento aeróbio ou anaeróbio

facultativo. Na ausência de oxigênio as leveduras fermentam os carboidratos e

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produzem etanol e dióxido de carbono, sendo úteis em processos industriais

principalmente na área de alimentos. Cada espécie tem uma forma característica,

mas, mesmo em culturas puras, há consideráveis variações de tamanho e de forma

das células individuais, dependendo da idade e do ambiente (GOMES, 2004; AIDOO

et al., 2006; MORENO-ARRIBAS e POLO, 2005 apud LOCK, L.L. 2007).

A levedura, termo que na linguagem comum se reduz a S. cerevisiae, é talvez o

mais antigo microrganismo domesticado. Desde a antiga civilização Egípcia até aos

dias de hoje, a levedura tem sido utilizada pelo homem. Em 1872, com os primeiros

estudos de Louis Pasteur, o enorme e desconhecido potencial de S. cerevisiae

começou a ser explorado. Devido a sua tradicional importância biotecnológica, como

panificação, produção de cerveja e vinho, as pesquisas historicamente tem se

focado em S. cerevisiae acumulando um profundo conhecimento sobre a genética,

fisiologia, bioquímica, engenharia genética e tecnologia fermentativa desta levedura

(BARNETT, 2003; COSTA, 2001).

Algumas das características que tornam as leveduras muito utilizadas não só em

estudos científicos, mas também na indústria, tecnologia e aplicações médicas ou

farmacêuticas, são o seu fácil e económico cultivo com baixas necessidades

nutricionais, assim como o seu estatuto de segurança (GRAS: Generally Regarded

As Safe).

S. cerevisiae, S. bayanus, S. paradoxus, S. cariocanus, S. krudiavzevii e S. mikatae,

são as leveduras do gênero Saccharomyces que constituem um grupo denominado

Saccharomyces sensu stricto. Todas estas leveduras apresentam elevadas

semelhanças fenotípicas sendo a sua distinção por vezes árdua. Este grupo de

leveduras possui algumas características fenotípicas comuns como a gemulação

multilateral, a facilidade de esporulação mesmo sob condições nutricionais

favoráveis, sendo as células destas leveduras habitualmente diploides (RAINIERI et

al., 2003).

A S. cerevisiae é um dos melhores modelos de sistema eucariótico unicelular porque

seu metabolismo possui semelhança com eucariotos superiores, tornando este

microrganismo uma valiosa ferramenta de estudo do metabolismo e fisiologia

celular. Os ensaios realizados com microrganismos são fáceis, rápidos e podem

utilizar um grande número de células com as mesmas características genéticas.

(SOARES et al., 2005 apud OLIVEIRA, A.L.C., 2009).

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Nas últimas décadas ocorreu um aumento maciço no uso de leveduras como

modelo de organismo eucarioto para o estudo de fenômenos celulares

fundamentais, em parte devido ao aumento dos conhecimentos de seu genoma,

principalmente da espécie S. cerevisiae que é mais amplamente utilizada e por isso

categorizada no grupo das leveduras “convencionais”.

Saccharomyces é um microrganismo aeróbio facultativo, isto é, que tem a habilidade

de se ajustar metabolicamente, tanto em condições de aerobiose como de

anaerobiose. Os produtos finais do metabolismo do açúcar irão depender das

condições ambientais em que a levedura se encontra. Assim, em aerobiose, o

açúcar é transformado em biomassa, CO2 e água, e, em anaerobiose, a maior parte

é convertida em etanol e CO2, processo denominado de fermentação alcoólica. O

etanol e o CO2 são produtos de excreção, sem utilidade metabólica para a célula em

anaerobiose (LIMA et al., 2001). Os carboidratos considerados substratos para a

fermentação podem ser endógenos (constituintes da levedura, como glicogênio e

trealose) como exógenos (sacarose, glicose, frutose e outros), estes últimos

fornecidos à levedura (SANTOS et. al., 2010).

Em 1987, The Yeast Genome Directory (GOFFEAU et al., 1996) publica o mapa

genético completo de S. cerevisiae S288C e um inventário com a classificação de

todas as proteínas de levedura e as estratégias de sequenciamento aplicadas. Os

12,8 Mb de DNA do genoma estão organizados em 16 cromossomas e alguns

plasmídeos. Contém aproximadamente 5800 ORFs (Open Reading Frames) que

codificam proteínas específicas, com espaçamento médio de 2 kb (DUJON, 1996).

Bancos de dados como o Saccharomyces Genome Database

(http://www.yeastgenome.org/) e o Comprehensive Yeast Genome Database

(http://mips.gsf.de/genre/proj/yeast/) contêm grande quantidade de informação sobre

genômica e proteômica.

2.2.2. CULTURAS STARTERS OU INICIADORAS

Na indústria alimentícia, culturas starters ou culturas iniciadoras de fermentação

consistem na seleção de microrganismos de alimentos com atividade metabólica

estável e conhecida, portadores de outras características usadas para produzir

alimentos e bebidas fermentadas de aparência, corpo, textura e sabor desejáveis

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(RAY, 2004). Atualmente esse termo abrange as formas de microrganismos

fermentadores inoculados ao meio também com função protetora contra espécies

contaminantes (GERBAUX et al., 2009).

Considerando-se os avanços biotecnológicos recentes, o uso das culturas

iniciadoras de fermentação faz uma grande revolução na indústria de elaboração de

vinhos. Muitos microrganismos antes presentes nas fermentações espontâneas, seja

vindo do interior da fruta, sejam advindos de lesões na casca da fruta causadas por

insetos e pássaros, ou mesmo, em razão das práticas vitivinícolas, puderam ser

isolados e avaliados de diversas formas. A partir disso, suas interações no mosto e

em meios sintéticos simulados desenvolvidos em laboratório vêm fornecendo

melhores resultados à indústria vinícola (KÖNIG; et. al., 2009 apud SANTOS, et. al.,

2008).

2.3. AS TECNOLOGIAS DAS FERMENTAÇÕES

A importância industrial das leveduras vem se estendendo além da fermentação

tradicional. Atualmente, os produtos da biotecnologia a partir de leveduras afetam

muitos setores comerciais importantes, como as indústrias de alimentos, bebidas,

biocombustíveis, produtos químicos, enzimas industriais, produtos farmacêuticos,

produtos agrícolas e o ambiente. Tem-se a previsão de que a produção tradicional

de álcool etílico, por indústrias cervejeiras, vinícolas, indústrias de bebidas

destiladas e de combustíveis, e a produção de biomassa, pela indústria alimentícia,

irão continuar a fornecer a maior quantidade de produtos fermentados do mundo.

Esta suposição está baseada no fato de que a levedura S. cerevisiae é responsável

pela produção dos principais produtos de fermentação, isto é, 60 milhões de

toneladas de cerveja, 30 milhões de toneladas de vinho, 800.000 toneladas de

proteína microbiana e 600.000 toneladas de fermento de pão ao ano (PRETORIUS

et al., 2003 apud OLIVEIRA, A.A.C., 2009).

A ampla diversidade e versatilidade dos microrganismos têm conduzido ao

desenvolvimento e ampliação das fermentações industriais nos dias atuais. Esses

microrganismos atuam como catalisadores da síntese de produtos, que podem ser

desde pequenas moléculas (como etanol) ou macromoléculas extremamente

complexas (como enzimas) (MAZID, 1993, apud OLIVEIRA, A.A.C., 2009).

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Desta forma a produção de etanol tem emergido como uma das estratégias mais

viáveis no que diz respeito a fontes não convencionais de energia, uma vez que

esse bioproduto tem inúmeras aplicações tanto na área farmacêutica, quanto na

química ou alimentícia (ZAFAR et al., 2005 apud OLIVEIRA, A.A.C., 2009).

O termo fermentação deriva do latim fervere (ferver), devido ao aparecimento das

bolhas de dióxido de carbono resultante da ação das leveduras sobre o extrato de

frutas ou grãos de malte. A fermentação alcoólica era conhecida e utilizada pelos

povos antigos para produção de bebidas a partir de caldos açucarados obtidos pelo

esmagamento de frutas (OLIVEIRA, 1960).

A descoberta dos processos fermentativos é um acontecimento que ocorreu várias

vezes em momentos diferentes da história da humanidade. A fermentação trazia

duas vantagens fundamentais; uma era a eliminação das substâncias tóxicas de

alguns grãos, e a outra, a preservação dos alimentos (MALAJOVICH, 2012).

Os alimentos fermentados constituem hoje a terceira parte da dieta humana. Seja

por facilitar a assimilação dos nutrientes, seja por apresentar menos substâncias

tóxicas, esses alimentos entram na categoria dos denominados alimentos

funcionais, isto é, alimentos que proveem benefícios extras além dos que seriam

esperados em função dos componentes (MALAJOVICH, 2012).

A fermentação alcoólica consiste na transformação dos açucares do mosto em

etanol, gás carbônico e energia, sob a ação catalítica de leveduras. Quando

condições de temperatura, acidez, concentração de açucares, qualidade da cana-

de-açúcar, higiene, preparação do pé de cuba (forma de se fazer a ativação das

leveduras, sendo que a mais utilizada é a Saccharomyces bayanus) e do mosto são

improprias, podem desenvolve-se outros tipos de microrganismos que consomem os

açucares ou então o álcool, produzindo compostos orgânicos indesejáveis para a

qualidade final do produto, além de reduzir o rendimento do processo. (CAMARGO

et.al, 1990).

Segundo Oliveira e Pagnocca (1988) citado por Bassi (2011), durante o processo de

fermentação alcoólica para a produção de etanol, durante uma safra, o fermento

sofre inúmeras reciclagens e interferências externas vindas do caldo que compõe o

mosto, do próprio ambiente, além de outras fontes, tornando-se vulnerável à

contaminação por outros microrganismos, inclusive leveduras indesejáveis (aquelas

que não são colocadas no processo), sendo necessário um constante

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monitoramento da fermentação. Os mesmo autores ressaltam que existem diversos

métodos utilizados no monitoramento, sendo que a utilização de meios de

crescimento diferenciais e seletivos é bastante comum.

Diversos fatores físicos (temperatura, pressão osmótica), químicos (PH, oxigenação,

nutrientes minerais e orgânicos, inibidores) e microbiológicos (espécie, linhagem e

concentração da levedura, contaminação bacteriana), afetam o rendimento da

fermentação e a eficiência da conversão de açúcar em etanol (LIMA ET al., 2001).

Com o progresso da tecnologia de bebidas, as linhagens de levedura foram sendo

selecionadas segundo características desejáveis ao processo e ao produto. A

produtividade e eficiência de fermentação, a tolerância ao etanol e à temperatura, a

resistência às altas concentrações de açúcares, habilidade de flocular e de produzir

ou não certos componentes do aroma das bebidas e a propriedade de produzir

metabólitos anti-contaminantes (caráter "killer") são constantes fontes de interesse

(HAMMOND, 1995).

Suomalainen (1970) relata que as matérias-primas utilizadas na fabricação de

bebidas pouco contribuem para a formação do aroma, sendo seus componentes

produzidos principalmente pelo metabolismo das leveduras durante a fermentação,

dependendo do tipo de levedura utilizada e das condições sob a qual se conduz a

fermentação e a destilação, em bebidas destiladas.

2.3.1. O PÃO

A arte da panificação surgiu em diferentes lugares, entre 7000 e 5000 a.C. Os

primeiros pães eram bolachas planas de cereais moídos e água, cozidas sobre

pedras quentes. Mais tarde, deve ter sido observado que, deixando a massa em

repouso por um tempo, melhorava-se a textura e a digestibilidade dos pães. O passo

seguinte ocorreu, provavelmente, ao acrescentar uma pequena parte da massa crua

(“massa ácida” ou “pé de massa”) da preparação anterior. (MALAJOVICH, 2012).

As leveduras de panificação possuem baixa taxa de permanência nas fermentações

industriais (BASSO et al., 1993). Sendo assim, a matéria-prima e as condições

operacionais podem influenciar sensivelmente a estabilidade e o desempenho das

leveduras durante a fermentação. (RAVANELI, 2010)

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Os estudos microbiológicos atuais indicam a coexistência, no “pé de massa”, de

bactérias lácticas e leveduras.

Durante muitos séculos a preparação do pão envolvia, necessariamente, o processo

natural de fermentação, de modo que cada padeiro tinha que preparar seu “pé de

massa”. A passagem do procedimento artesanal à panificação industrial ocorreu em

1876, nos Estados Unidos, com a produção e venda de cubos de levedura

prensada, mediante um processo patenteado pelos imigrantes austro-húngaros

Charles e Max Fleischman. (MALAJOVICH, 2012).

Atualmente, comercializam-se três tipos de fermento biológico (leveduras) para a

panificação: o fermento prensado ativo, com 68-72% de umidade, que requer

refrigeração durante o armazenamento e dura entre três e cinco semanas; o

fermento seco não ativo que se conserva mais tempo e não exige refrigeração, mas

deve ser hidratado antes de usar; e o fermento ativo instantâneo que, por não

requerer hidratação, pode ser adicionado diretamente aos ingredientes secos.

(MALAJOVICH, 2012).

2.3.2. O VINHO

O vinho é uma bebida alcoólica que resulta de fermentação do mosto de uva. A sua

história tem mais de 8000 anos, considerando-se o seu processo de produção como

um dos mais antigos processos biotecnológicos no mundo (PRETORIUS, 2000;

THIS et al., 2006). Do ponto de vista bioquímico, o vinho pode ser definido como

uma solução multi-componente líquida, constituída principalmente por água, etanol,

glicerol e ácidos orgânicos. Como compostos minoritários (mas igualmente

importantes) têm-se os componentes responsáveis pelo flavour (sabor-aroma)

(ROSSOUW et al., 2008; SWIEGERS et al., 2009). Alguns destes compostos podem

estar originalmente presentes nas uvas, ou podem ser sintetizados durante o

processo de vinificação (PIZARRO et al., 2007 apud VIANA, 2009).

Saccharomyces assume um papel fundamental na transformação anaeróbica do

mosto de uva em vinho. O processo fermentativo pode ser conduzido por estirpes de

leveduras comerciais selecionadas ou pode deixar-se o mosto fermentar com a flora

nativa presente na adega e nas uvas. Em ambos os casos, S. cerevisiae e S.

bayanus são as espécies de leveduras que conduzem a fermentação e as espécies

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predominantes ao longo da maior parte do processo (QUEROL et al., 1994;

LOPANDIC et al., 2008 e BISSON, 2004 apud VIANA, 2009).

A fermentação vinária é um processo bioquímico e ecológico complexo que envolve

uma multiplicidade de fatores de estresse que, de uma forma sinérgica, promovem o

desenvolvimento sequencial de diferentes espécies de leveduras (FLEET & HEARD,

1993; BISSON, 1999; BAUER & PRETORIUS, 2000; FLEET, 2003; ZOTT et al.,

2008). No início de fermentação, o mosto constitui a primeira situação de estresse

quer pela elevada concentração de açúcares presentes (elevada pressão osmótica),

quer pela presença de compostos antimicrobianos (SO2 e resíduos de pesticidas) e

presença de microrganismos competidores (presença de fatores killer e de

moléculas quorum-sensing e influência da densidade espacial) (YAP et al., 2000;

FLEET, 2003; NISSEN et al., 2003; HOGAN, 2006; PEREZ-NEVADO et al., 2006). À

medida que a fermentação decorre, aumenta a concentração de etanol e de CO2,

sobe a temperatura (nos casos em que não é controlada), ocorre o esgotamento de

nutrientes e de O2 (VIANA, 2009).

2.3.3. A CACHAÇA

A cachaça é uma bebida alcoólica produzida pela destilação do mosto da cana-de-

açúcar fermentado, muito apreciada por possuir aroma e sabor característico e

considerada o destilado alcoólico mais popular produzido no Brasil (CARDOSO,

2006). As leveduras e as condições de fermentação são apontadas como os fatores

que mais influenciam para a característica final dessas bebidas, pois é durante a

fermentação alcoólica que a maioria dos compostos responsáveis pelo sabor é

formada (LEHTONEN e JOUNELAERIKSSON, 1983).

A fabricação é caracterizada pelo preparo do fermento inicial ou “pé de cuba”, que

consiste na propagação da microbiota natural ocorrente numa mistura geralmente

composta de caldo de cana-de-açúcar, milho, arroz e/ou farinha de soja de forma

que a fermentação alcoólica é realizada pela ação de comunidades mistas de

leveduras (PATARO et al., 2002). O metabolismo fermentativo das leveduras difere

entre as espécies e linhagens, e este fato influencia diretamente na composição final

das bebidas (CLEMENTE JIMENEZ et al., 2005; GOMES et al., 2008). Dessa forma,

a fermentação espontânea característica da produção da bebida, pode causar

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grande variabilidade sensorial no produto final obtido dentro de uma mesma safra

comprometendo a padronização e qualidade (GOMES et al., 2008).

Assim, a utilização de leveduras selecionadas como fermento iniciador ou culturas

starter tem sido indicada como a principal maneira de padronizar e

consequentemente elevar a qualidade da bebida (PATARO et al., 2002; GOMES et

al., 2008). No entanto, a contaminação de culturas starter ou outras culturas

selecionadas, com leveduras indesejáveis ao processo estão entre os principais

responsáveis pela redução do rendimento fermentativo e da qualidade do produto

final em processos fermentativos industriais de produção de bebidas alcoólicas

(CHEN et al., 1999).

2.3.4. A CERVEJA

A cerveja, talvez a mais popular das bebidas, tem sua fabricação há milhares de

anos durante os quais sofreu aprimoramento técnico visando o aumento de sua

produção e de seu consumo (MARTINS, 1991). Segundo MEILGAARD (1981) citado

por OLIVEIRA, (2011), a cerveja pode ser considerada um produto de qualidade

complexa, influenciado por fatores físicos, químicos e biológicos, apresentando em

sua composição no mínimo 800 componentes de sabor.

O processo de fermentação contínua com base na tecnologia de células de levedura

imobilizadas permite produzir um produto final aceitável com grande economia de

tempo (BRÁNYIK et al., 2008). A aplicação de leveduras de cerveja imobilizada por

fermentação contínua é uma oportunidade desafiadora para a indústria cervejeira.

No entanto, planta-piloto e processos em escala industrial encontraram problemas

de engenharia (escolha suporte, projeto do reator, o risco de contaminação) que,

juntamente com o efeito da imobilização sobre a fisiologia das leveduras, um

impacto dificilmente previsível sobre o perfil de sabor da cerveja produzida. Portanto,

apesar das vantagens econômicas, o processo contínuo até agora é aplicado

industrialmente apenas na fase de maturação e produção de cerveja sem álcool

(BRÁNYIK et al., 2005 apud OLIVEIRA, 2011).

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3. A PROTEÔMICA

A proteômica é o estudo em larga escala das proteínas, usualmente por métodos

bioquímicos. A palavra proteômica tem sido associada tradicionalmente à exibição

de um grande número de proteínas de uma linhagem celular ou organismo em géis

bidimensionais (ANDERSON e ANDERSON, 1996; CELIS et at., 1996; WILKINS et

al., 1996; WILKINS et al., 1997; GALDOS, 2009 apud RIVERO et.al., 2010).

A proteômica esta relacionada com o conjunto de tecnologias, que tem por objetivos

separar e identificar proteínas em amostras biológicas complexas (ISFOR et al.,

2002 apud RIVERO et.al., 2010).

Nesse sentido a proteômica já existe desde o final da década de 1970 quando

pesquisadores iniciaram a formação de bancos de dados de proteínas utilizando a

então recentemente desenvolvida técnica de eletroforese de gel bidimensional (O

´FARREL. 1975).

As proteínas controlam a maioria dos processos celulares, os quais ocorrem em

grande diversidade, podendo agir como enzimas, anticorpos, hormônios,

componentes estruturais e receptores celulares (AEBERSOLD e MANN, 2003; DE

SOUZA et al., 2003).

Tais fatos impulsionaram o desenvolvimento de novas tecnologias para o estudo

deste conjunto de proteínas expressas. Estas ferramentas passaram então, a ser

denominadas instrumentos da “Proteômica (AEBERSOLD et al., 2000)”.

A proteômica pode ser dividida em três áreas principais: (1) Microcaracterização

protéica para a identificação em larga escala de proteínas e suas modificações pós-

traducionais; (2) comparação dos níveis de proteína com aplicação potencial em

uma ampla faixa de doenças e (3) estudos das interações proteína-proteína usando

técnicas tais como a Espectrometria de Massas (PANDEY; MANN, 2000 apud

RIVERO et.al., 2010).

As proteínas de interesse podem também ser identificadas na base do

conhecimento do ponto isoelétrico e do peso molecular aparente, determinados a

partir dos géis bidimensionais (JAMES, 1997). Outra alternativa para a separação de

proteínas é pelas técnicas bidimensionais como ponto isoelétrico seguido de

eletroforese em gel de poliacrilamida (mapeamento protéico), um método que tem

apresentado características destacáveis, tais como o alto poder de resolução e boa

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reprodutibilidade quando são usados para separar soluções complexas de proteína,

assim como extratos de plantas ou soro humano (KLOSE, 1975).

A preparação apropriada das amostras é essencial para obter bons resultados na

proteômica. O melhor método de extração, precipitação e solubilização das

proteínas variam de uma amostra para outra e deverá ser estabelecido para cada

caso em particular (RABILLOUD, 2002; CORTHALS et al., 2000; STULTS e

ARNOTT, 2005; GORG et al., 2010; USAMI et al., 2007; GALDOS, 2009).

Geralmente aplicam-se cada vez mais métodos como a espectrometria de massas

que é altamente sensível e que requerem quantidades menores de material e têm

uma eficiência mais elevada do que os métodos convencionais de sequenciamento

(sensibilidade do femtomole às concentrações do attomole). (GALDOS-RIVEIROS,

et. al., 2010).

4. SACCHAROMYCES CEREVISIAE E O ESTRESSE CELULAR

“Das moscas de frutas às doenças autoimunes e ao câncer, as proteínas

chaperonas são as moléculas maravilhosas cativando a imaginação de

pesquisadores em toda a comunidade científica. Muitas novas avenidas serão

abertas através do estudo e do entendimento da resposta celular ao estresse.

Estamos apenas começando a portentosa aventura que aguarda nosso

descobrimento de como as células lidam com o estresse.” (WYNN et al, 1994).

As respostas aos diferentes tipos de estresse é uma característica fundamental na

adaptação dos organismos vivos às condições adversas do ambiente. A capacidade

de responder rapidamente às variações de temperatura, nutrientes, bem como,

outras alterações ambientais é importante para a atividade geral da célula e sua

sobrevivência. A compreensão a respeito da resposta das células às alterações

ambientais é um tópico de grande interesse porque pode oferecer pistas sobre os

aparatos moleculares que permitem as células a se adaptarem a novos ambientes.

Os mecanismos moleculares que estão envolvidos na regulação do remodelamento

da expressão gênica em virtude da adaptação a novos ambientes são a chave para

a elucidação de muitas respostas sobre o comportamento celular perante estímulos

adversos. O estudo de respostas ao estresse é crucial para a compreensão de como

organismos unicelulares e multicelulares se adaptam a diversas mudanças do meio

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ambiente. Tais respostas requerem um sistema complexo de reconhecimento e

transdução de sinal, permitindo o crescimento e proliferação da célula bem como a

expressão de genes, atividades metabólicas e outras características da célula.

As células de S. cerevisiae, quando submetidas a condições de estresse,

desenvolvem uma rápida resposta molecular para reparar danos e proteger as

estruturas (ESTRUCH, 2000). Essa resposta é caracterizada pela síntese de

proteínas específicas, aumento do nível celular de trealose, alteração da

composição lipídica da membrana plasmática, dentre outros fatores (MELO 2006

apud SANT’ANA, 2009).

Os organismos unicelulares, para manter condições ótimas de crescimento e

funcionamento, necessitam de um ambiente intracelular especifico e balanceado.

Qualquer flutuação no ambiente interno pode resultar em uma variedade de

perturbações que podem reduzir a atividade enzimática, interromper o fluxo

metabólico, danificar as estruturas celulares e alterar os gradientes químicos,

levando a celular em uma condição de instabilidade. Porem as células é capaz de

manter a homeostase interna mesmo diante de um ambiente externo variado

Em leveduras, dois aspectos das respostas ao estresse têm sido bem analisados, a

síntese de proteínas de respostas ao estresse e a acumulação de trealose (SWAN E

WATSON, 1998). Em culturas de S. cerevisiae ocorre o acumulo de trealose em

resposta a uma mudança de temperatura de 30°C para 44°C, quando a

concentração de trealose atinge valores intracelulares máximos (CARVALHEIRO et.

al. 1999). A resposta ao choque térmico é caracterizada pela síntese de proteínas

especificas denominadas de proteínas de choque térmico ou HSP (heat shock

protein), que funcionam como chaperonas nos processos de desnaturação e

recuperação de proteínas danificadas (JAKOBSEN e PELHAM, 1991; MORIMOTO,

1993). Elevadas temperaturas e processos de fermentação industrial, constituem um

fator de seleção de linhagens de leveduras termotolerantes. A resposta de choque

térmico pode variar entre linhagens industriais de S. cerevisiae, porem as leveduras

industriais é geralmente mais termotolerantes do que as de laboratórios (LEWIS

et.al. 1997). Nas fermentações industriais, a necessidade de reduzir os custos de

resfriamento do mosto, de obter altas taxas de sacarificação e fermentação,

remoção continua de etanol, e de se obter baixos níveis de contaminação tem

estimulado a pesquisa com leveduras termotolerantes ou termofilicas (BANAT et.al.

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1998; ESTRUCH, 2000). Linhagens industriais de S. cerevisiae e K. marxianus

crescem bem a 45°C quando previamente adaptadas a temperaturas menores

(BALLESTEROS et. al., 1993).

O fato de S. cerevisiae ter o seu genoma completamente sequenciado permite a

identificação rápida de genes envolvidos na resposta ao estresse com uma função

específica, bem como a identificação de ortólogos noutros organismos.

Todas estas características fazem da levedura S. cerevisiae um excelente modelo

experimental para o estudo da resposta ao estresse. Além disso, o seu estudo

permite a compreensão de determinados mecanismos moleculares utilizados pelos

mamíferos na regulação de diversos tipos de estresse, tais como o estresse

oxidativo, que pode estar associado a doenças neurodegenerativas, má circulação

sanguínea, cancro, anemia, desenvolvimento anormal dos ossos e do sistema

nervoso e respostas imunes deficientes (OLIVEIRA, 2009).

Em geral, as condições adversas, que estes microrganismos enfrentam, afetam

principalmente as estruturas celulares (ex. as membranas) e as diferentes

macromoléculas, especialmente os lipídios, proteínas e ácidos nucleicos, os quais

sofrem modificações estruturais que danificam suas funções (FOLCH-MALLOL et. al.

2004).

Respostas na membrana celular vêm sendo estudadas quando essas são

submetidas a todos os tipos de estresse com o intuito de estudar todos os

fenômenos ocorridos ao longo do estresse (OLIVEIRA, 2009).

Heerklotz (2001) afirmou que o estresse celular facilita a permeabilização da

membrana, onde o mesmo utilizou a titulação isotérmica calorimétrica e vários

modelos de sistemas. Foram estimadas a entalpia, entropia e energia livre e

analisados os dados de captação frente aos de liberação. Chegando assim a

conclusão de tal permeabilidade.

Pereira e Geibel (1999) citado por Oliveira (2009) analisaram as respostas, através

da microscopia eletrônica, da membrana celular em células de S. cerevisiae quando

submetidas a estresse oxidativo e averiguaram que há a formação de poros na

membrana ao longo do estresse onde a diferença do tamanho do poro controle para

o poro da célula com estresse seria de aproximadamente 100%.

Células eucarióticas podem responder a uma variedade de estresses ambientais tais

como disponibilidade de nutriente, entre outras (pH, temperatura, etanol, etc.).

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4.1. ESTRESE POR TEMPERATURA

Os fungos, na sua maioria apresentam faixa ótima de temperatura de crescimento

entre 25-40ºC. Alguns toleraram temperaturas próximas ao congelamento da água e

outros temperaturas acima de 40°C (termotolerantes). A temperatura afeta os

diferentes parâmetros de crescimento microbiano, como, o tempo de adaptação

(fase lag), a taxa específica de crescimento e o rendimento em células, bem como

influencia tanto o metabolismo primário quanto o secundário de vários modos

(CARLILE E WATKINSON, 1997 apud SANTOS, 2012).

A liberação de calor produzida durante as atividades metabólicas dos

microrganismos provoca uma elevação significativa da temperatura no decorrer das

fermentações

S. cerevisiae é uma levedura mesofílica (20°- 40°C) utilizada em muitos processos

industriais, tais como produção de bebidas alcoólicas, biomassa (panificação e

alimentos) e vários produtos do metabolismo (DEMAIN et. al., 1998).

A temperatura afeta diretamente a ecologia microbiana e as reações bioquímicas

das leveduras (TORIJA et. al., 2003). A temperatura exerce um efeito em todos os

aspectos do crescimento, metabolismo, viabilidade e fermentação das leveduras.

A temperatura ideal para o metabolismo das leveduras durante a fermentação

encontra-se na entre 28 e 34 ºC. Temperaturas inferiores a 30-32 ºC prolongam o

tempo de fermentação enquanto temperaturas elevadas inibem o crescimento

celular, especialmente na presença de elevados teores de etanol (STUPIELO e

HORII, 1981).

A produção inicial de etanol em destilarias ocorre na faixa de 25°C a 35°C. A

temperatura ótima varia entre as leveduras, sendo que as leveduras termofilicas

apresentam temperaturas ótimas de crescimento acima de 40°C (WALKER, 1998).

Valores de temperatura acima destes citados podem gerar enfraquecimento da

levedura, criar boas condições para o aparecimento de outros microrganismos e

ocasionar maiores perdas de álcool por evaporação. Temperaturas inferiores a 25°C

diminuem a atividade da levedura (CARDOSO, 2006).

A termotolerancia pode ser definida como a capacidade transitória das células de

sobreviverem quando exposta a temperaturas elevadas (LASZLO, 1988). As

leveduras que apresentam termotolerancia intrínseca suportam choque térmico a

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50°C, enquanto que as leveduras que apresentam termotolerancia induzida resistem

a choque térmico somente quando adaptadas a elevações suaves de temperaturas

(p. ex. 30 minutos de exposição a 37°C). Outros fatores são capazes de afetar a

termotolerancia das leveduras como: agentes químicos, pressão osmótica, valores

baixo de pH externo, fase de crescimento, aquisição de resistência na fase

estacionaria e estado nutricional (PIPER, 1993, apud SOUZA, 2009).

As respostas ao estresse térmico em leveduras são bem estudadas. Um aumento de

10 a 15°C acima da temperatura ótima de crescimento induz a síntese de um grupo

de proteínas chamadas de HSP. A maioria das proteínas destes grupos são

proteases e chaperoninas que estão envolvidas em impedir a desnaturação ou

induzir a renaturação de proteínas, a degradação de proteínas com defeito no seu

empacotamento e desintegração de agregados proteicos por desnaturação.

Algumas destas proteínas se encontram também presentes em temperaturas ótimas

e estudos genéticos indicam que são proteínas indesejáveis para a manutenção da

estrutura correta da folha pregueada de outra proteína, unir e separar unidades

proteicas em estruturas oligoméricas e degradar proteínas desnaturadas ou com

defeitos na estrutura secundaria (LINDQUIST, 1992 apud SOUZA, 2009).

4.2. ESTRESSE POR PH ÁCIDO

Na literatura há deficiência de informações sobre o efeito do pH sobre os parâmetros

de crescimento de fungos, apesar de haver considerável informação em relação ao

efeito do pH inicial do cultivo. O metabolismo do fungo altera o pH, seja pela

absorção de ânion ou cátion ou pela produção de ácidos orgânicos ou amônia.

Durante o cultivo o tamponamento é difícil de ser obtido, pois as próprias

substâncias usadas como tampões podem ser assimiladas ou podem ser tóxicas

naquelas quantidades que seriam necessárias para se conseguir efetivo

tamponamento. Apenas em biorreatores do tipo fermentadores o pH pode ser

mantido constante durante o crescimento do fungo. A concentração do íon

hidrogênio em um meio de cultura pode afetar o crescimento microbiano

indiretamente, pelo seu efeito na disponibilidade de nutrientes ou, diretamente, pela

sua ação nas superfícies celulares (CARLILE e WATKINSON, 1997).

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Em relação ao pH, sabe-se que as fermentações se desenvolvem numa ampla faixa

de valores, sendo adequada a faixa entre 4 e 5. Nos mostos industriais, os valores

de pH geralmente se encontram na faixa de 4,5 a 5,5. A tolerância à acidez é outra

característica importante para as leveduras industriais (LIMA et al., 2001), porém,

sabe-se que valores muito baixos de pH, além de ocasionarem perda de nutrientes

como nitrogênio e potássio, segundo GOMES (1998), aumentam a sensibilidade ao

etanol, aos ácidos orgânicos e ao SO2.

Fermentações conduzidas em meios ácidos resultam em maiores rendimento de

etanol, pelo fato de se restringir o crescimento do fermento, com a consequente

redução da produção do glicerol e de contaminação bacteriana. Entretanto,

fermentações alcoólicas se desenvolvem bem em níveis elevados de pH como em

melaços (pH 5,8 a 5,9). Já os de caldo de cana fermentam sem correção de acidez,

em pH natural que varia de 5,2 a 6,8, a utilização das linhagens de S. cerevisiae

resistente ao estresse acido é uma característica importante para indústria de álcool

combustível. (MONACO, 2007 e LIMA et al., 2001).

A maioria das células dos eucariotos superiores possui altas concentrações de

proteínas em seu citoplasma que funcionam como ácidos e bases orgânicos.

Proteínas contendo maior numero de histidina, por exemplo, tamponam o meio

intracelular em pH próximo do neutro. Nucleotídeos semelhantes a ATP, além de

outros metabólitos de baixo peso molecular contem grupos ionizáveis que também

tamponam o citoplasma (NELSON e COX, 2004 apud SANT’ANA, 2009).

Algumas leveduras são capazes de crescer em meio com pH entre 4,5 e 6,5

(WALKER, 1998), porem ácidos orgânicos como acido sorbico, o acido benzoico e o

acido acético, os quais têm sido utilizados na preservação de alimentos, inibem o

crescimento de leveduras em baixo pH (PIPER, et. al., 1998; PIPER, et. al 2001

apud SANT’ANA, 2009).

Acidos orgânicos, quando não dissociados, são capazes de atravessar a membrana

plasmática por difusão (CASSIO, et. al., 1987). Uma vez no citoplasma esses ácidos

se dissociam gerando prótons H+ e o ânion correspondente. Quanto maior o pH do

meio maior o grau de dissociação do acido. Um ácido orgânico quando se dissocia

no meio intracelular diminui o pH citosolico. O acumulo do ânion no citoplasma pode

aumentar a produção de radicais livres, em aerobiose, induzindo o estresse

oxidativo (PIPER, et. al., 2001 apud SANT’ANA, 2009).

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Os ácidos orgânicos inibem a resposta ao estresse de choque térmico e aumentam

a frequência de mutações que causam deficiência no metabolismo respiratório de S.

cerevisiae, quando cultivadas em elevadas temperaturas (CHENG, et. al., 1999). O

tratamento de células de S cerevisiae com ácidos orgânicos inibe a síntese de HSP

e, consequentemente, a termotolerancia (PIPER, et. al., 1998).

A presença do acido acético na concentração de 50mM no meio de crescimento (pH

3,5) semelhante ao acido sorbico, diminui o pH citosolico e aumentam a atividade da

H+-ATPase na membrana plasmática da célula de S. cerevisiae (CARMELO, et. al.

1998).

4.3. ESTRESSE POR ETANOL

O custo efetivo da produção de etanol depende, entre outros fatores, do alto

rendimento e da rápida conversão dos carboidratos a etanol. Entretanto, o etanol

acumulado no meio de cultura pode se tornar um fator de estresse significativo

durante a fermentação.

Segundo Silva et.al. (2008), durante o processo da fermentação alcoólica origina-se

uma série de compostos que podem atuar como inibidores potenciais. Entre eles

podem ser citados os metabólitos secundários, contaminantes totais e, ate mesmo, o

etanol produzido no processo. A natureza e concentração desses compostos

dependem das condições do processo, como temperatura do meio e tempo de

fermentação.

As altas concentrações de etanol têm um efeito prejudicial sobre proteínas,

bicamada fosfolipídica e outros componentes celulares (ROSE, 1993).

Em consequência disso, há uma limitação do crescimento do microrganismo e de

sua atividade metabólica, bem como do rendimento desse álcool (GUERZONI et al.,

1994). Essas influências prejudiciais do etanol sobre o crescimento, viabilidade e

fermentação de S. cerevisiae são largamente explicadas em função de seus efeitos

nos processos associados à membrana (ROSE, 1993). Os principais sítios para os

efeitos do etanol em leveduras são membranas celulares, algumas proteínas

hidrofóbicas e hidrofílicas e o retículo endoplasmático (WALKER, 1998). A exposição

das leveduras ao etanol resulta em um aumento da fluidez da membrana e

consequente diminuição da sua integridade (MISHRA e PRASAD, 1989). A

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diminuição da disponibilidade de água, devido à presença do etanol causa a inibição

de enzimas chaves na via glicolítica e essas proteínas podem ser desnaturadas

(HALLSWORTH, 1998).

Do ponto de vista fisiológico, o etanol inibe o crescimento e a viabilidade das

leveduras por atuar negativamente sobre os diferentes sistemas de transportes

(incluindo permeases de aminoácidos), sobre a sinalização celular da glicose e

atividade de enzimas chaves da via glicolitica (ALEXANDRE e CHARPENTIER,

1998; BISSON 1999).

E para Fernandes, (2008), o etanol afeta diretamente a membrana celular das

leveduras, devido ao estresse causado pela exposição das mesmas ao etanol. O

etanol age de maneira sinergística intoxicando a célula da levedura, levando-a a

morte e consequentemente diminuindo a viabilidade celular (OLIVA NETO, 2006).

Segundo Maia (1995) o teor de etanol é um fator limitante da fermentação alcoólica.

Pode-se considerar que, acima de 8ºGL, o etanol já começa a dissolver a membrana

da célula, efeito que aumenta com o aumento da temperatura.

O etanol parece alterar o grau de polaridade da membrana celular citoplasmática,

causando interrupção do crescimento em concentrações elevadas (LYND et.al.,

1991) e, ainda, aumentando a fluidez da membrana (LLOYD et.at., 1993). Estas

alterações em fluidez resultam em mudanças na permeabilidade de prótons

(CARTWRIGHT et. al., 1986).

Concentrações elevadas de ácidos graxos insaturados na membrana, vitaminas e

proteínas parecem aumentar a tolerância ao etanol. Outros fatores fisiológicos, tais

como, composição do meio, acumulo intracelular de etanol, temperatura e pressão

osmótica podem contribuir para a elevação da tolerância ao etanol (D’AMORE e

STEWART, 1987). A ação da trealose consiste em estabilizar a membrana e

proteger as células das leveduras frente aos efeitos do etanol. Assim, a

concentração intracelular deste dissacarídeo tem desempenhado um papel

importante sobre capacidade da célula em tolerar elevadas concentrações de etanol

(MAJARA et.al., 1996 apud SOUZA, 2009).

Holzberg et. al. (1967) demonstraram que o crescimento celular não é inibido em

concentrações de etanol inferiores a 26 g.L-1, mas é inibido totalmente quando a

concentração de etanol atinge 68,5 g.L-1 no meio de fermentação. Loung (1984)

observou que o etanol apresentava efeito significativo sobre a velocidade do

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crescimento celular a concentrações acima de 15 g.L-1 e que a concentração de

etanol máxima a partir da qual as células não mais cresciam era de

aproximadamente 100 g.L-1. Esse mesmo autor também verificou que a capacidade

de produção de etanol de S.cerevisiae era completamente inibida a uma

concentração de etanol de 105 g.L-1. Daugulis e Swaine (1987) encontraram valores

máximos de etanol onde as células não cresciam mais de 87,5 a 140 g.L-1, para

sistemas utilizando diversas linhagens de leveduras. A análise desses valores deve

ser cuidadosa, entretanto, uma vez que eles dependem do tipo de microrganismo,

do seu estado fisiológico, do meio de cultura e da temperatura (SOUZA, 2009).

Leveduras isoladas de destilarias mostraram inibição de suas atividades

fermentativas em batelada simples a 30°C quando a concentração de etanol no meio

foi superior a 8%. Acima de 8% de etanol, a fermentação ocorre de forma

gradativamente reduzida. Por outro lado, grandes perdas em biomassa foram

observadas em concentração de etanol no meio da ordem de 4% (PERES e

LALUCE, 1998 apud SOUZA, 2009).

Para que ocorra uma fermentação mais saudável, concluiu que as leveduras

produtoras de álcool como as Saccharomyces cerevisiae são expostas a condições

estressantes durante o processo de fabricação de álcool devido a diversos fatores,

entre o qual o teor de etanol (8ºGL), afeta a membrana celular diminuindo a sua

viabilidade celular da levedura alcoólica (CRUZ et.al, 2001).

5. CHAPERONAS MOLECULAS E HSPS

Em geral, as proteínas só podem desempenhar suas respectivas atividades

biológicas após atingirem suas estruturas nativas, as quais são obtidas através de

um processo conhecido como enovelamento proteico. Este processo é basicamente

determinado pela própria sequencia de aminoácidos da proteína, ou seja, toda a

informação necessária para o enovelamento e formação da estrutura nativa esta

contida em sua estrutura primaria (ANFINSEN, 1973 apud CAGLIARI 2009).

Ainda de acordo com Cagliari (2009), o processo de enovelamento é influenciado

por varias forças, como a energia livre, a concentração proteica do meio, a formação

de ligações dissulfeto e alterações pos-traducionais, tais como glicosilação,

adenilação, etc. (RUDDON et al., 1996). Em um meio com alta saturação proteica,

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podem ocorrer interações das regiões hidrofóbicas de proteínas não enoveladas ou

parcialmente enoveladas, formando agregados proteicos que precipitam nas células

e tecidos (JAENICKE et al., 1999; BEISSINGER e BUCHNER, 1998; FINK, 1999;

RAMOS e FERREIRA, 2005). As falhas no processo de enovelamento, com

formação de agregados proteicos, podem estar relacionadas com algumas doenças

humanas degenerativas e amiloides como: Alzheimer (AGOROGIANNIS et al.,

2004), câncer (THOR et al., 1991; TETU et al., 1992) e outras (BEISSINGER e

BUCHNER, 1998; CHAI, et al., 1999; RUDDON et al., 1996; THOMAS et al., 1995).

Neste contexto, um importante mecanismo de auxilio ao processo de enovelamento

in vivo de muitas proteínas é baseado na participação de proteínas conhecidas

como chaperonas moleculares ou proteínas de choque térmico (heat shock proteins

ou HSP) (BORGES e RAMOS, 2005; apud CAGLIARI 2009).

As HSP são uma classe de proteínas altamente conservadas, desde seres primitivos

(procariotas) até o homem, o que é um indício de seu grande valor evolutivo. As

HSP podem ser agrupadas em famílias: HSP-27, HSP-47, HSP-60, HSP-70, HSP-90

e HSP-1103, de acordo com suas sequências de aminoácidos e com seus pesos

moleculares (em kD-quilodaltons), determinados por eletroforese (FULLER et. al.,

1994).

A família HSP-70 é a mais conservada filogeneticamente. Sua estrutura, no homem,

são 72% homóloga em relação às HSP-70 de drosófilas (HUNT et. al. 1985). As

famílias HSP-60 e HSP-70 são as mais ligadas ao processo geral de dobramento de

proteínas nas células (WYNN et. al., 1994).

A família HSP90 esta presente em todos os filos estudados, com exceção de

archaea bactéria, no qual parece estar ausente. Nos eucariotos, a presença de pelo

menos uma isoforma citoplasmática da HSP90 e essencial para a sobrevivência sob

qualquer condição ambiental (BORKOVICH et al., 1989), enquanto que a homologa

em bactéria, HtpG, e dispensável sob condições normais de crescimento (SPENCE

et al.,1990). A HSP90 citoplasmática é uma das proteínas mais abundantes,

representando aproximadamente 1% do total das proteínas mesmo na ausência de

choque-térmico (LAI et al., 1984), há qual pouco afeta sua expressão. A

concentração intracelular da HSP90 depende do tipo de célula em questão, variando

de 10 a 150M (NOLLEN e MORIMOTO, 2002). A HSP90 esta localizada

predominantemente no citoplasma e em menor quantidade no núcleo

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(SCHALATTER et al 2002). Além disso, já foram encontradas evidencias de que a

Hsp90 estaria também na superfície celular (FERRARINI et al. 1992).

Assim como outras grandes classes de chaperonas moleculares, a HSP90 também

apresenta uma atividade de proteção, prevenindo a agregação inespecífica de

proteínas parcial ou totalmente desenoveladas (WIECH et al., 1992). Outra

característica especifica da HSP90 e seu papel regulador na indução de alterações

conformacionais em proteínas substrato enoveladas/nativas que levam a ativação ou

estabilização das mesmas (JAKOB et al., 1995).

As HSP100, relacionadas à família das Clps (caseinolytic protease), tem atividade

ATPasica e estão envolvidas nas mais diversas atividades biológicas tais como

tolerância ao estresse, proteólise, transposição de DNA e regulação genica

(PARSELL et al., 1994; SCHIRMER et al., 1996; SCHIRMER et al., 1998 apud

CAGLIARI 2009).

A função mais importante das HSP100 seria a de auxiliar na solubilização de

proteínas que estariam formando agregados (SCHIRMER et al., 1996) e/ou atuando

na desorganização de agregados proteicos em seus componentes (LEVTCHENCO

et al., 1997).

As chaperonas do grupo HSP60 agem sempre sobre uma proteína já pronta que

tenha um erro na configuração terciária. O erro aparece sempre como uma

sequência de aminoácidos hidrofóbicos que ficam expostos e são reconhecidos

pelas chaperonas (aliás, todas as chaperona reconhecem e se ligam a sequências

hidrofóbicas de aminoácidos). Uma vez detectado o erro, as HSP60 se ligam à

proteína, aprisionando-a dentro de uma reentrância da própria chaperona, formando

um ambiente separado do citossol, propício para que a energia do ATP, que a

chaperona hidrolisou, consiga modificar o enovelamento da proteína. As chaperonas

do grupo das HSP60 parecem um barrilzinho (CORRÊA, 2004).

Nas condições em que proteínas incorretamente dobradas se acumulam nas

células, começa uma resposta ao estresse, ou HSR. Esta se inicia pela ativação de

um fator específico de transcrição, chamado HSF- 1. Tal fator estaria presente na

célula normal e não estressada como um monômero inativo. Em resposta ao

estresse metabólico, rapidamente sofreria trimerização, o que tornaria possível sua

ligação imediata a uma sequência de nucleotídeos, chamada de HSE, localizada

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dentro da região promotora dos genes que codificam as HSP, tudo resultando em

alto nível de transcrição dos genes do choque térmico.

As chaperonas moleculares são proteínas capazes de auxiliar ao enovelamento de

outras proteínas, deste modo prevenindo interações errôneas e consequente

formação de agregados proteicos dentro das células. No entanto, ao realizarem tal

tarefa, não interferem na estrutura tridimensional final ou nativa das proteínas

auxiliadas, respeitando o conceito formulado por ANFINSEN (1973), o qual afirma

ser a sequencia primaria que determina a estrutura nativa. Segundo Hendrick e Hartl

(1995), uma chaperona molecular pode ser definida como: “Uma proteína que se liga

e estabiliza uma conformação de outra forma instável de outra proteína, facilitando

seu destino correto in vivo: seja no enovelamento, formação oligomérica, transporte

para um compartimento sub-celular especifico ou alternância controlada entre

conformações ativas e inativas” (tradução).

As chaperonas moleculares foram descritas inicialmente como Hsp, porque muitas

apresentam sua síntese induzida em células submetidas a condições de estresse

por calor. As chaperonas apresentam, de modo geral, afinidade por sequencias

inespecíficas de resíduos de aminoácidos hidrofóbicos na superfície dos

polipeptídios não enovelados. (CAGLIARI, 2009)

As células necessitam da atividade das chaperonas moleculares não só para

prevenir a agregação de proteínas com conformação não nativa, durante a aquisição

da sua estrutura aquando da sua síntese, mas também para evitar e/ou reverter

interações incorretas que ocorrem, por exemplo, em condições de estresse, tais

como temperaturas elevadas, que provocam o desenrolamento das proteínas

expondo superfícies que normalmente estão protegidas no interior. A ligação a uma

chaperona poderá não somente bloquear agregação direta entre as moléculas

através de proteção das superfícies interativas nos polipeptídios não nativos,

incluindo as de subunidades não montadas, como também evitar ou reverter mau

enrolamento dentro da própria molécula. Para além de protegerem áreas

potencialmente reativas na sequência polipeptídica, os chaperones funcionam

também como catalisadores no processo de enrolamento. (CAGLIARI, 2009)

Além de auxiliar o enovelamento proteico, as chaperonas também participam de

outras atividades, tais como: 1) transporte, através de membranas, de polipeptídios

recém-sintetizados para as organelas; 2) prevenção da agregação proteica e

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interações não desejadas/produtivas durante o enovelamento; 3) resolubilização/

desagregação de agregados proteicos, bem como o encaminhamento dos mesmos

para vias de degradação (BORGES e RAMOS, 2005). Também estão relacionadas

ao controle intracelular hormonal corticoide e a outros fatores de transcrição, assim

como na montagem de complexos proteicos a partir de suas subunidades (FINK,

1999; HENDRICK et al., 1993; RUDDON et al., 1997).

Muitas chaperonas, embora sejam expressos constitutivamente, são sintetizados em

concentrações elevadas em condições de estresse e por isso são classificados

como proteínas de estresse ou de choque térmico (heat shock proteins – Hsp). Mas

existem chaperonas que não são proteínas de estresse, bem como existem

proteínas de choque térmico que não são chaperonas.

Os processos apresentados a seguir mostram a atuação geral de chaperonas em

relação ao problema de superfícies interativas (ELLIS, VAN DER VIES, 1991 apud

NETO, 2012):

Síntese de Proteínas. A região amino-terminal de cada polipeptídio é

sintetizada antes da região carboxila-terminal, podendo, nesta condição,

haver a atuação de chaperonas interagindo com a proteína em formação,

com o objetivo de impedir interações incorretas de elementos da própria

estrutura protéica ou com outros componentes celulares.

Transporte de Proteínas. Proteínas que adentram em organelas como retículo

endoplasmático, mitocôndrias, plastídios e periplasmos bacterianos

atravessam a membrana somente em um estado desdobrado ou semi-

enovelado. As proteínas são sintetizadas por ribossomos citossólicos na

forma de precursores, sendo que o transporte para o interior de determinada

organela pode ser procedido apenas por intermédio de interação com uma

chaperona.

Função Proteica. Em muitas situações, o funcionamento normal de complexos

oligoméricos envolve mudanças em interações subunidade-subunidade, de

forma que exposições transitórias de superfícies de contato destes complexos

podem ser mediadas por chaperonas moleculares.

Resposta de Estresse. Estresse ambiental pode causar desnaturação de

proteínas. Para a proteção contra o estresse imposto, as células acumulam

proteínas que previnem a produção de agregados de proteínas desnaturadas.

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EXPRESSÃO PROTEICA E ANALISE DE PROTEINAS DE

LEVEDURAS STATERS DO GÊNERO SACCHAROMYCES EM

BIOPROCESSOS

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SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................................. 66

ABSTRACT ......................................................................................................................................... 67

CAPÍTULO 2 ....................................................................................................................................... 68

EXPRESSÃO PROTÉICA E ANÁLISE DE PROTEÍNAS DE LEVEDURAS STATERS DO

GÊNERO SACCHAROMYCES EM BIOPROCESSOS ............................................................. 68

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 68

2. OBJETIVOS .................................................................................................................................. 71

2.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................................................... 71

3. METODOLOGIA ........................................................................................................................ 72

3.1. AMOSTRAS ............................................................................................................................ 72

3.2. PREPARAÇÕES DOS INOCULOS EM MEIO YEPD (YEAST EXTRACT-PEPTONE-

DEXTROSE) .......................................................................................................................................... 73

3.3.2. PREPARAÇÃO DOS INOCULOS EM CONDIÇÕES INDUTORAS DE ESTRESSES

............................................................................................................................................................... 73

A) ESTRESSE POR CALOR .......................................................................................................... 73

B) ESTRESSE POR ÁCIDO (BAIXO PH) ..................................................................................... 73

C) ESTRESSE POR ETANOL ........................................................................................................ 74

3.3.3. EXTRAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE PROTEINAS ...................................................... 74

A) EXTRAÇÃO DE PROTEINAS (LISE CELULAR DE LEVEDURAS) .................................. 74

B) QUANTIFICAÇÃO DE PROTEINAS PELO MÉTODO DE BRADFORD .......................... 75

C) ANALISE DE ELETROFORESE ............................................................................................... 76

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................................. 79

4.1. PERFIS DE EXPRESSÃO PROTÉICA POR ESTRESSES ETANÓLICO .................... 79

4.2. PERFIS DE EXPRESSÃO PROTÉICA POR ESTRESSE ÁCIDO .................................. 92

4.3. PERFIS DE EXPRESSÃO PROTÉICA PARA ESTRESSE POR CALOR .................. 100

4.4. TERMOTOLERÂNCIAS E A TOLERÂNCIAS AO ETANOL ....................................... 108

5. CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 116

6. PERSPECTIVAS FUTURAS .................................................................................................. 118

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 119

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RESUMO

O eucarioto inferior Saccharomyces cerevisiae é um organismo modelo importante

para o estudo de respostas eucarióticas a estresses ambientais. O presente trabalho

teve como objetivo avaliar e analisar a expressão de proteína da levedura do gênero

Saccharomyces em condições de estresse com variação na concentração de etanol,

de pH baixo e aumento de temperatura, identificando os pesos moleculares de

proteínas que aumentaram a expressão proteica nessas condições e relacionar as

proteínas encontradas com proteínas citadas na literatura. As culturas staters de

fermento biológico seco foram inoculadas em Meio YEPD e posteriormente foram

submetidas as diferentes condições de estresses (calor, etanol e baixo pH). A partir

das analises de SDS-PAGE foi possível conhecer o perfil proteico das leveduras.

Todas as cepas analisadas apresentaram bom crescimento nas condições de

estresse a qual foram submetidas. As expressões aumentadas de peptidios

apresentou variações de acordo com a cultura e o tipo de estresse. Ocorreram

expressão de proteínas com alto peso molecular 60kDa 220 kDa. Assim como

expressão de proteínas de baixo peso molecular 10kDa a 50kDa. As expressões dos

pesos moleculares foram relacionada como possiveis proteínas HSPs e/ou

chaperonas moleculares como resposta das cepas às condições de estresse. O

aumento da tolerância ao etanol é induzível, ocorrendo frequentemente sob as

mesmas condições que os que conduzem a uma maior termotolerância. Várias das

alterações induzidas em levedura por exposição aos níveis de estresse de etanol

são idênticos aos causados por um estresse térmico. A condição de pH baixo

consiste numa situação de estresse que comumente é encontrada em processos

fermentativos industriais. E foi possível concluir que devido a boa tolerância ao

etanol, baixo pH e a boa tolerância a temperaturas elevadas, as cepas aqui

estudadas, parecem reunir atributos necessários para suas permanências nos

bioprocessos, pelo menos, através dos parâmetros testados.

Palavras-Chaves: Saccharomyces cerevisiae, estresse térmico, estresse etanolico,

estresse ácido, HSP e chaperonas moleculares

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ABSTRACT

The inferior eukaryote Saccharomyces cerevisiae is an important model for the study

of eukaryotic responses to environmental stresses. The present study aimed to

evaluate and analyze the protein expression of yeast from the genus Saccharomyces

under high concentration of ethanol, temperature and low pH, identifying the

molecular weights of peptides that increased expression under these conditions, and

relate them to proteins cited in the literature. The starters yeast cultures were

inoculated in Agar YEPD and subsequently underwent different stress conditions

(heat, ethanol and low pH). From the SDS-PAGE analysis it was possible to know the

protein profile of yeasts. All strains tested showed good growth under stress

conditions to which they were subjected. The increased expression of peptides

presented variations according to the culture and the kind of stress. Increased

expression occurred with high molecular weight proteins: 60kDa and 220 kDa, as

also low molecular weight 10kDa and 50kDa. These proteins were related to possible

HSPs and/or molecular chaperones, translated as a strains response to stress.

Increased tolerance to ethanol is inducible, often taking place under the same

conditions as those which lead to increased thermotolerance. Several of the changes

induced in yeast by exposure to high ethanol levels are identical to those caused by

a thermal stress. The low pH condition consists of a situation that is commonly found

in industrial fermentation processes. It was possible to conclude that due to good

tolerance to ethanol, low pH and high temperatures, the strains studied here seem to

gather necessary attributes for bioprocesses, at least according to the parameters

tested.

Key Words: Saccharomyces cerevisiae, heat stress, stress ethanolic, acid stress,

heat shock protein, HSP and molecular chaperones

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CAPÍTULO 2

EXPRESSÃO PROTÉICA E ANÁLISE DE PROTEÍNAS DE LEVEDURAS

STATERS DO GÊNERO SACCHAROMYCES EM BIOPROCESSOS

1. INTRODUÇÃO

No contexto da genética atual, o fenótipo pode ser observado a partir dos pontos de

vista morfológico, fisiológico, bioquímico e molecular. Sob a visão molecular, o

fenótipo pode ser descrito em termos de RNAm e proteínas, associados ao genoma

e influenciados pelo ambiente. Dessa maneira, a relação entre genótipo e fenótipo

torna-se bastante complexa (MATTICK, 2003).

A sequência de um gene não deve ser mais considerada isoladamente na predição

de sua função, e a análise do RNAm é somente um pouco mais informativa. Já a

atividade das proteínas está proximamente associada à função do gene, uma vez

que é o produto final da regulação da atividade gênica. Nesse sentido, a proteômica,

que visa caracterizar o conjunto de proteínas expressas em um dado momento,

surge como mais uma ramificação entre as ômicas para complementar os estudos

sobre a biologia molecular das células (WILKINS et al., 1996). A proteômica é

também uma poderosa ferramenta no melhoramento genético, pois, diferentemente

do que ocorre quando são utilizados marcadores fenotípicos ou baseados em DNA,

a proteômica fornece informação em nível molecular da variabilidade genética que é

efetivamente expressa do genoma (PENNINGTON e DUNN, 2001).

As agressões ambientais a que os organismos estão expostas desencadeiam

respostas biológicas muito complexas que envolvem mecanismos gerais e

específicos de resposta. Estes mecanismos dependem de diversos fatores que

interagem entre si, sendo difíceis de estudar numa perspectiva integrada. (E-

ESCOLA, 2009)

Os organismos modelo desempenham um papel crucial na compreensão desses

mecanismos adaptativos decorrentes de variações rápidas e bruscas no meio

ambiente que permitem a manutenção de um estado de equilíbrio que garanta a

sobrevivência e evolução (GASCH, et. al., 2002, apud ROPIO, 2010).

As células de todos os organismos respondem a uma variedade de condições

estressantes através de uma rápida transcrição e subseqüente tradução de uma

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série de proteínas altamente conservadas, denominadas genericamente de

proteínas de estresse (LOCKE et al., 1990). O termo “proteína de estresse” tem

caráter genérico na descrição de eventos biológicos, uma vez que diferentes

estímulos podem induzir o mesmo mecanismo de defesa celular (WELCH, 1993). As

HSP’s surgem na literatura como uma das classes de proteínas de estresse melhor

estudadas.

O aumento na expressão das HSPs foi inicialmente evidenciado em Drosophila

melanogaster, por meio de choque térmico (incubação em diferentes temperaturas

elevadas). Hoje já se conhece que a resposta heat shock é uma propriedade geral

de todas as células, tanto em condição de hipertermia quanto de demais estados de

alteração homeostática, tais como exposição a metais pesados, aumento na

concentração de cálcio intracelular, diminuição de glicose para fornecimento de

energia às células, infecções virais e bacterianas, hipóxia, análogos de aminoácidos,

aumento de espécies reativas de oxigênio (EROs), presença de toxinas, etc.

(SCHLESINGER, 1986; BIENZ, PELHAM, 1987; WELCH, 1992; YELLON, MARBER,

1994).

As HSPs são de fundamental importância para a sobrevivência das células, não

apenas em condição de estresse, onde se vê aumento na síntese de proteínas

dirigidas à reparação de danos celulares, mas também em eventos de transporte e

enovelamento (folding) de proteínas em formação (NEUPERT et al., 1990;

GETHING, SAMBROOK, 1992; CRAIG, 1993; MORIMOTO, 1993; STUART et al.,

1994; TERLECHY, 1994). Por isso, são também denominadas de “chaperonas

moleculares” (FLAHERTY et al., 1990; HENDRICK, HARTL, 1993; HALL, 1994 apu

NETO, 2012).

Algumas classes de proteínas de estresse são constitutivas, sendo denominadas de

proteínas cognatas. As proteínas cognatas são membros constitutivos de famílias de

proteínas de estresse que funcionam em condição fisiológica normal.

As chaperonas moleculares podem ser definidas como uma categoria de proteínas

que assessoram a formação correta de outros polipeptídios, embora não sejam

componentes próprios da estrutura funcional normal destes (ELLIS, VAN DER

VIES,1991). O grande problema de proteínas em formação e daquelas recém-

sintetizadas é a exposição de suas superfícies interativas com o ambiente

intracelular, que poderia facilitar contatos com outras moléculas, desencadeando

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alterações na conformação estrutural e funcional já programadas da proteína. As

chaperonas moleculares têm como função principal assistir a autoformação e

enovelamento de cadeias polipeptídicas, por inibição de vias alternativas de ligação

de outras proteínas às cadeias que se formam, auxiliando na não formação destas

interações incorretas (ELLIS, VAN DER VIES, 1991apud NETO, 2012) .

Trata-se de um fungo unicelular leveduriforme com ciclo eucarioto típico e completo,

e tem sido amplamente estudado, tornando-se ferramenta importante nas pesquisas

sobre mutagênese, reparo de DNA e mecanismos que respondem a estresses

ambientais (MARIS et.al.; 2001; BOEIRA et. al; 2002.; PUNGARTNIK et. al., 2002

apud NASCIMENTO, 2007).

Dentre as vantagens da sua utilização como microorganismo modelo estão a sua

fácil manipulação laboratorial e aplicação de métodos de genética molecular

clássica, um tempo de geração curto, o fato de não ser patogénico para humanos ter

o genoma completamente sequenciado (KUCHARCZK et. al. 2001, ALTMANN et. al.

2007).

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Avaliar e analisar a expressão de proteína da levedura do gênero Saccharomyces

em condições de estresse etanólico, acido e térmico.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Identificar os pesos moleculares de proteínas que aumentaram a expressão

proteica em condições de estresses;

- Relacionar as proteínas encontradas com dados da literatura científica;

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3. METODOLOGIA

Os experimentos descritos a seguir, foram desenvolvidos no Laboratório de Biologia

Molecular Carmen Lemos, no Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia,

Campus de Ondina, Salvador, Bahia.

3.1. AMOSTRAS

Foram utilizadas cepas de leveduras starter do gênero Saccharomyces utilizadas

para as fermentações de cerveja, vinho, cachaça e pão:

A) Fermento Cervejeiro (seco) Safale S-04 Ale – Fabricante: Product of denmark

“LALLEMAND”. Origem: Áustria. Código utilizado para estirpes nesta

dissertação é a S04

B) Fermento Cervejeiro (seco) Saflager S-189 Lager - Fabricante: Product of

denmark “LALLEMAND”. Origem: Áustria. Código utilizado para estirpes nesta

dissertação é a S189

C) Fermento Biológico (seco) para produção de cachaça gentilmente cedida pelo

Cenex – Centro de Extensão do ICB – UFMG. Código utilizado para estirpes

nesta dissertação é a ScFC

D) Fermento Biológico (seco) para produção de vinho gentilmente cedido pela

Vinícola no município de Lagoa Grande (Pernambuco) 361m de altitude

(IBGE, 2011), 8°59’47” de latitude Sul, longitude 40°16’18” (IBGE, 2006)

situadas na região do Vale do Submédio do São Francisco. Código utilizado

para estirpes nesta dissertação é a ScVB (Saccharomyces cerevisiae

variedade bayanus) e ScVY (Saccharomyces cerevisiae variedade

desconhecida “y”).

E) Fermento Biológico Seco Instantâneo especial para pães, pizza da marca Dr.

Oetker. Comprado em supermercado. Código utilizado para estirpes nesta

dissertação é a ScFP (Saccharomyces cerevisiae para fermentação de pão).

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3.2. PREPARAÇÕES DOS INOCULOS EM MEIO YEPD (YEAST EXTRACT-

PEPTONE-DEXTROSE)

De cada estirpe de fermento biológico seco foi pesados 25g e adicionadas em 225

ml de agua destilada estéril. Posteriormente as amostras foram homogeneizadas em

Stomacher Mc 1204 (Digital Blender ITR) a 200 rpm por 2 minutos. Foi retirada uma

alíquota de 0,1ml da diluição decimal de 10-1 e semeada com o auxilio de Alça de

Platina em placas de Petri em triplicata contendo Meio Agar YEPD (Yeast Extract-

Peptone-Dextrose - 10,0 g/L de glicose (Vetec); 20,0 g/L de Agar bacteriológico

(Acumedia); 5,0 g/L de peptona (Acumedia); e 5,0 g/L de extrato de levedura

(Acumedia); agua destilada 1000ml), suplementadas com clorafenicol (Himedia), na

concentração de 0,001% (100mg/L), em fluxo laminar vertical (Modelo Standart). As

placas foram incubadas em Estufa BOD (Alfakit) a temperatura de 28°C por 48 horas

(YARROW, 1998). Essas placas foram consideradas como placas padrões (cultivo-

mãe) que posteriormente foram utilizadas como inoculo de crescimento de leveduras

submetidas às diferentes condições de estresses.

3.3.2. PREPARAÇÃO DOS INOCULOS EM CONDIÇÕES INDUTORAS DE

ESTRESSES

A) ESTRESSE POR CALOR

Foi retirada uma colônia de levedura com auxilio de alça de platina, de uma placa

contendo meio YEPD e a levedura e semeadas em uma outra placa de petri

contendo meio YEPD sem clorafenicol.

As placas foram incubadas em estufas nas seguintes temperaturas: 30°C, 35°C e

40°C por 5 dias.

A semeadura foi feita em triplicata para cada estirpe de fermento biológico seco.

B) ESTRESSE POR ÁCIDO (BAIXO PH)

Foi retirada uma colônia de levedura com auxilio de alça de platina de uma placa de

petri contendo meio YEPD e a levedura e semeadas em uma outra placa de petri

contendo meio YEPD sem clorafenicol ajustados para diferentes valores de pH: 2,5;

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3,5; 4,5; 5,0 e 6,0 com solução de acido clorídrico (HCl) 6N. Os meios acidificados

foram autoclavados separando-se a solução nutritiva da solução aquosa de ágar,

logo que saiu da autoclave o conteúdo dos dois frascos foram unidos e então os

meios foram vertidos em placas de Petri. As placas inoculadas foram incubadas em

estufa a 28°C por 7 dias.

C) ESTRESSE POR ETANOL

Foi retirada uma alçada de uma placa contendo meio YEPD e a levedura e

semeadas em uma outra placa de petri contendo meio YEPD sem clorafenicol

adicionando-se etanol absoluto nas concentrações finais de 3%, 5%, 7%, 9%, 12%,

15% e 21% (v/v). O etanol foi adicionado ao meio liquefeito e a temperatura de 50-

55°C vedando as placas com filmes plásticos. As placas inoculadas foram incubadas

em estufa a 28°C por 7 dias.

3.3.3. EXTRAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE PROTEINAS

A) EXTRAÇÃO DE PROTEINAS (LISE CELULAR DE LEVEDURAS)

O método de lise celular de levedura descrito abaixo foi baseado no protocolo de

BIOQUIMICA EXPERIMENTAL QBQ – 4025 do DEPARTAMENTO DE BIOQUIMICA

DO INSTITUTO DE QUIMICA DA USP.

Em um tubo de centrífuga com tampa com auxilio de alça de platina foi pesado

aproximadamente 1 g (peso úmido) de células de leveduras crescidas em meios

adversos (estresses etanolico, acido e térmico). Adicionou-se 4 mL de tampão de

lise. Em seguida ressuspendeu-se as células usando um vórtice.

Adicionou-se 40 µL de PMSF 100 mM em etanol e homogeneizou-se em vórtice. 8

mL de pérolas de vidro lavadas e secas foram adicionadas a suspensão. Agitou-se

ininterruptamente em vórtice durante 1 min (processo de lise).

A solução foi resfriada em banho de gelo por 1 min. Essa operação foi repetida por

mais 4 vezes.

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Em seguida centrifugou-se a suspensão de células + pérolas de vidro a 850x g por 2

min. Foi removido cuidadosamente o sobrenadante – evitando coletar o material

precipitado – para um tubo Falcon limpo e identificado como LISADO.

O tubo LISADO foi mantido em banho de gelo.

Foi feito uma ressuspensão do precipitado + pérolas de vidro em 4 mL de tampão de

lise. Adicionou-se mais 40 µL de PMSF 0,1 M em etanol e homogeneizou em vórtice.

Essa etapa foi repetida por mais 2 vezes, reunindo-se os sobrenadantes no mesmo

tubo LISADO.

Usando uma proveta, o volume do LISADO foi determinado.

O lisado foi divido em 3 alíquotas de igual volume em tubos plásticos, identificados

com o nome de cada levedura em estudo.

Armazenou-se em freezer a –20°C

B) QUANTIFICAÇÃO DE PROTEINAS PELO MÉTODO DE BRADFORD

O método de coloração por Bradford (1976) é uma técnica para determinação de

proteínas, que utiliza o corante azul brilhante de Coomassie. Para quantificação de

proteínas foi realizada uma curva padrão com diferentes concentrações de albumina

de soro bovino (Curva de BSA) em função da absorbância obtida a 595nm, obtendo-

se R2 = 0,9454.

Este método de forma adaptada consiste basicamente na mistura de 10µl da

amostra proteica em 790µl de água Mili-Q e posterior adição de 200 µl do reagente

de Bradford. Após 5 minutos de incubação em temperatura ambiente são lidas as

absorbâncias e os resultados são expressos em mg de proteína por ml da amostra

comparando-se com a curva padrão.

Para a quantificação de proteína das amostras de fermento biológico seco, foi feito o

seguinte procedimento: os tubos de lisados foram retirados do freezer e colocados

em um recipiente com gelo previamente preparado. Em seguida aplicou-se o método

de Bradford (1976). Os resultados obtidos foram correlacionados com a curva

padrão de BSA. A conversão de Absorbância em concentração de proteína foi obtida

com a ajuda de um software GrafPad Prism 5 Project.

Os tubos com o lisado proteico foram novamente colocados num freezer para

posteriormente serem utilizados nas análises de eletroforese.

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76

C) ANALISE DE ELETROFORESE

A análise de eletroforese do tipo SDS-PAGE foram desenvolvidas de acordo com o

método estabelecido por Laemmli (1970). Foram utilizados géis cuja concentração

foi 10% de acrilamida, polimerizados em placas de vidro (7,8 x 9,2 cm) à

temperatura ambiente, usando sistema BioRad. A TABELA 1 e 2 contém a

composição dos géis e a TABELA 3 contem as etapas e soluções da coloração com

nitrato de prata, utilizados neste trabalho.

TABELA 1. GEL DE SEPARAÇÃO

12,5%

H2O 2,5ml

30% Acryl. 3,0ml

Separ. 4X

Buffer

1,9ml

10% APS 112µl

TEMED 5µ

Composição do Gel de Separação utilizados na analise por SDS-PAGE

TABELA 2. GEL DE EMPILHAMENTO

1GRL

H2O 1,0ml

30% Acryl. 300 µl

Stack. 4X

Buffer

444 µl

10% APS 28µl

TEMED 5µl

Composição do Gel de Empilhamento utilizados na analise por SDS-PAGE

Para a realização da eletroforese em gel de poliacrilamida, a quantidade de proteína

utilizada, foi padronizada afim de utilizar uma mesma quantidade de proteína em

cada leitura.

No preparo das amostras seguiu-se a seguinte metodologia: a) usou-se cerca de 10-

15 µl de proteína e adicionou uma quantidade adequada de 2X tampão contendo de

beta-mercaptoetanol; b) aplicou 5 µl do marcador de peso molecular BenchMark

Protein Ladder.

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77

As analises de eletroforese foram feitas separadamente, tomando como base o tipo

de amostra (estirpe de fermento biológico seco) e o tipo de estresse ao qual cada

fermento biológico seco foi submetido.

As analises foram realizadas em uma cuba de eletroforese (Mini-protean 3 cell

Eletroforesis®, Biorad), a 75 volts em tampão de corrida (15g de Tris Base; 72g de

glicina; 50ml de SDS 10%, H2O q.s.p. 500ml com agua destilada) e finalizada

quando o azul de bromofenol atingiu a borda inferior do gel. A fonte utilizada foi

Gibco BRL Eletrophoresis Power Supply, modelo 250, da Life Technologies.

Os géis foram corados por nitrato de prata, seguindo protocolo padronizado no

LABIMUNO – ICS/UFBA. A coloração consiste basicamente de imersões em

diferentes soluções, seguindo as etapas de: fixação; incubação, na qual o gel é

sensibilizado para aumentar a subsequente formação de imagens; coloração,

quando ocorre a impregnação com o nitrato de prata; e a revelação quando ocorre o

desenvolvimento das imagens.

Na TABELA 3 são apresentadas as composições das soluções e as etapas da

coloração.

Após o bloqueio da reação os géis foram colocados em solução de secagem

contendo glicerol, etanol e água (1:5: 19) e fotografados para avaliação posterior.

3.4. TABELAS E RELAÇÃO DAS ORF, GENE, FUNÇÃO OU ATIVIDADE DA

PROTEINA CODIFICADA E PESO MOLECULAR.

Para formação das tabelas foi feita pesquisa no site: http://mips.helmholtz-

muenchen.de/genre/proj/yeast/listSearch.html?order=entry. Usando as seguintes palavras

chaves e/ou fazendo relação entre as mesmas: estresse por etanol, estresse

térmico, estresse baixo pH, termotolerância, HSP, chaperona moleculares.

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TABELA 3. Etapas e Soluções da coloração com Nitrato de Prata

ETAPAS/SOLUÇÕES COMPOSIÇÃO TEMPO

I. Fixação 50% de etanol; 12% de

acido acético.

1h ou deixar overnight

II. Lavagem 30% de etanol 3 vezes por 20 minutos

III. Incubação Tiossulfato de sódio 0,8mM

(0,02g de Tiossulfato de

sódio para 100 ml de

solução

3 minutos

IV. Lavagem

Rápida

H2O destilada

V. Coloração

com Nitrato

de Prata

Para 100 ml de solução de

0,2g de nitrato de prata;

20µl de formaldeído; H2O.

30 minutos

VI. Lavagem H2O destilada 2 vezes por 20 segundos

VII. Revelação Para 100 ml de solução: 6g

de Na2CO3; 20 µl de

formaldeído; 250 µl de

Tiossulfato de sódio 0,8mM;

H2O.

Até o aparecimento da

imagem

VIII. Bloqueio 50% de etanol; 12% de

acido acético.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Saccharomyces spp. É a primeira escolha para a produção industrial de etanol, por

conta de sua boa capacidade fermentativa, alta tolerância ao etanol e outros agentes

inibidores (produzidos durante a fermentação) ou até mesmo durante o pré-

tratamento da matéria prima a ser fermentada e sua capacidade de crescer

rapidamente sob condições anaeróbicas que são as condições encontradas nos

tanques de fermentação de larga escala (MUSSATO et al., 2010).

A microflora dos processos fermentativos industriais pode constituir uma boa fonte

de microrganismos com características relevantes do ponto de vista industrial,

especialmente leveduras tolerantes ao stress (BASSO et al., 2008; MUSSATO et al.,

2010), pois é sabido que durante o processo de propagação da biomassa

(ESTRUCH, 2000; HOHMANN, 2002) as células estão frequentemente sujeitas a

inúmeros estímulos estressantes (BASSO et al., 2008; MUSSATO et al., 2010) tais

como: estresse osmótico, oxidativo e térmico; exposição a altas concentrações de

etanol e/ou falta de nutrientes e ressecamento. Estas condições adversas podem

afetar dramaticamente a dinâmica da população, a fermentação industrial e

consequentemente a produção de etanol (ESTRUCH, 2000; HOHMANN, 2002).

Sabe-se que a S. cerevisiae emprega uma série de vias responsivas ao estresse

para se adaptar às mudanças drásticas do ambiente (DING et al., 2010).

4.1. PERFIS DE EXPRESSÃO PROTÉICA POR ESTRESSES ETANÓLICO

Na produção de etanol pela via fermentativa tem se procurado leveduras que

apresentem alta tolerância ao etanol para se obtiver vinhos, cachaças, com maior

grau alcoólico.

Os principais fatores de retardo do crescimento da levedura, redução da viabilidade

e habilidade fermentativa incluem alterações na fluidez da membrana e

desnaturação de proteínas causadas pelo aumento da concentração de álcool

durante a fermentação (DING et al., 2010; FERREIRA, 2002 e BETZ et al., 2004).

As linhagens de leveduras S. cerevisiae em nosso estudo foram submetidas ao

crescimento em concentrações de etanol de 3%, 5%, 7%, 9%, 12%%, 15% e 21%

em placas contendo meio YEPD.

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Em relação ao crescimento apenas estirpe S04 cresceu até uma concentração de

15% de etanol v/v (FIGURA 1). Não houve crescimento de leveduras em

concentrações de 21% v/v de etanol. Tornando a concentração de 15% de etanol

um fator limitante para o crescimento celular de Saccharomyces.

Este dado difere do trabalho apresentado por BASSI et.al (2011), onde se verificou

que em relação à tolerância ao estresse de etanol, a levedura contaminante Dekkera

bruxellis não cresceu em concentração de 12% ou maiores. A estirpe PE-02 de S.

cerevisiae cresceu em concentrações em até 12% de etanol. Para o mesmo autor,

essa concentração seria um fator limitante para o crescimento de leveduras

contaminantes em destilarias. Conterno et. al.(2006) verificaram que linhagens de

Br. bruxellensis foram tolerantes a pelo menos 10% de etanol.

Ensaios eletroquímicos de Wang et. al. (2007) demonstraram que o limite máximo de

tolerância ao etanol de S. cerevisiae é de 25% (v/v) de etanol, coerente com os

resultados obtidos pelos mesmos autores através das medições convencionais da

capacidade fermentativa.

Antonogelo (2012) avaliou o crescimento em placas com meio sólido contendo

etanol em concentrações de 0%, 9%, 12%, 13%, 14%, 15%, 15,5%, 16%, 16,5%,

17%, 17,5% e 18% durante 3 dias de crescimento. O resultado das análises revelou

que das oitenta e seis cepas testadas, vinte e duas cepas foram capazes de crescer

em meio contendo entre 17 e 17,5% de etanol e por isto foram consideradas

tolerantes ao etanol. Outras 9 cepas foram capazes de crescer somente até a

concentração de 9% de etanol e foram consideradas menos tolerantes ao etanol. A

mesma autora também fez uso da cepa de fermentação de cerveja S04 e teve como

resultado crescimento somente até a concentração de 9% de etanol. Este dado

difere do obtido no nosso trabalho onde a estirpe S04 teve crescimento em até 15%

de etanol. Isso pode ser explicado pelo tempo de crescimento diferente em ambos

os trabalhos. A curva de crescimento de microrganismos é dividida em 4 fases: Fase

Lag ou Adaptativa, Fase Log ou de Crescimento Exponencial; Fase Estacionaria e

Fase de Declinio e Morte. Uma vez que ocorre alteração no meio de crescimento do

microrganismo, o mesmo necessitará de um tempo maior para se adaptar a aquele

ambiente antes de um crescimento exponencial. Ou seja, a sua fase Lag deverá ser

estendida. Logo o tempo de crescimento de três dias que a autora deixou as cepas

em incubação talvez não tenha sido suficiente para um crescimento exponencial.

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Verificamos que diferentes proteínas ou chaperonas provenientes de choque térmico

também foram otimamente induzidas em níveis variados de etanol acima de 3%

conforme mostrado na TABELA 4

Ainda de acordo com a TABELA 4, em se tratando da expressão de proteínas, a que

se mostrou menos resistente foi à estirpe S-189, apresentando apenas 4 bandas

com aumento de expressão. Isso pode esta relacionada com o fato de que a

levedura S-189 seja do tipo Lager que faz fermentação melhor em temperaturas

mais baixas, além de ser uma levedura de baixa fermentação não se mostrando

muito resistente ao aumento da concentração de etanol. Para esta estirpe é possível

verificar o aumento de expressão nas bandas de 160 kDa, 90 kDa, 50 kDa e 30 kDa

(ver FIGURA 2).

* + etanol 3% 5% 7% 9% 12% 15%

M 1 2 3 4 5 6

90kDa

50kDa

30kDa

25kDa

15kDa

10kDa

FIGURA 1. Levedura Saccharomyces cerevisiae S 04 – Estresse Etanolico

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* + etanol 3% 5% 7% 9% 12%

M 1 2 3 4 5

160kDa

90kDa

50kDa

30kDa

FIGURA 2 - Levedura Saccharomyces cerevisiae S 189 –Estresse Etanolico

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TABELA 4 – PESO MOLECULAR DE PROTEINAS – ESTRESSE ETANÓLICO

Peso Molecular (kDa)

BenchMark Proteína Ladder

S. cerevisiae Fermento

biológico da cachaça (ScFC)

S. cerevisiae Fermento

biológico do pão (ScFP)

S. cerevisiae Fermento biológico do vinho variedade

bayanus (ScVB)

S. cerevisiae Fermento biológico do vinho variedade

desconhecida (ScVY)

S. cerevisiae Fermento biológico da cerveja – Safale

(S-04)

S. cerevisiae Fermento

biológico da cerveja – Safale

(S-189)

220

160 X

120

100 X

90 X X

80 X

70 X X

60 X

50 X X X X X X

40 X

30 X X X X X X

25 X X X X

20 X X

18 X

15 X X X

10 X

Tabela 4: Proteínas com expressão aumentada com a crescente concentração de etanol (3%-5%-7%-9%-12%-15%) no meio solido YEPD

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Já o perfil de expressão proteica das demais estirpes analisadas para estresse

etanolico foi bastante semelhante. Como verificado nas leveduras utilizadas na

fermentação de vinho, a levedura ScVY teve aumento da expressão de bandas de

18kDa, 20kDa, 30kDa, 40kDa, 50kDa e 60kDa, como mostrado na FIGURA 3,

bastante similar com a expressão da levedura ScVB que teve aumento 15 kDa,

25kDa, 30kDa, 40kDa, 50kDa e 70kDa conforme mostra a FIGURA 4, demonstrando

que as duas respondem ao estresse etanolico de um modo bastante parecido.

* + etanol 3% 5% 7% 9% 12%

M 1 2 3 4 5

60kDa

50kDa

40kDa

30kDa

18kDa

70kDa

50kDa

40kDa

30kDa

25kDa

15kDa

* + etanol 3% 5% 7% 9% 12%

M 1 2 3 4 5

FIGURA 4 - Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus– Estresse Etanolico

15kDa

FIGURA 3 – ScVy -Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade desconhecida – Estresse Etanolico

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A variação de tolerância ao etanol observada nas células das diferentes estirpes

pode ser explicada através de vários fatores, tais como: composição lipídica da

membrana plasmática (JIMENEZ e BENITEZ, 1987; LLOYD et al., 1993; SAJBIDOR,

1997; CHI e ARNEBORG, 2000; YOU et al., 2003; TAKAGI et al., 2005),

acumulação de trealose (MANSURE et al., 1994; SHARMA, 1997; LUCERO et al.,

2000) ou da proteína de choque térmico HSP104 (SANCHEZ et al., 1992; PIPER,

1995), atividade da H+-ATPase membranar (ROSA e SÁ-CORREIA, 1991; SUPPLY

et al., 1995; AGUILERA et al., 2006) e estabilidade mitocondrial (AGUILERA e

BENITEZ, 1985; IBEAS e JIMENES, 1997). O etanol é ainda referido na literatura

como um forte indutor de mutantes respiratórios de S. cerevisiae (NORTON et al.,

1995; IBEAS e JIMENEZ, 1997, apud VIANA 2009).

Células de leveduras expostas a etanol sintetizam solutos compatíveis, gliceral, e

sintetiza trealose como protetores (CAUSTON, et.al. 2001) fato também observado

em estresse induzido por álcool, que foi inibido pelo acumulo de trealose (CRAIG et.

al.1994; DELUNA, et. al. 2001; DICHTL, et. al 1997). As leveduras acumulam grande

quantidade de trealose, tornando-se assim, excelentes modelos para o estudo de

resposta das células eucarióticas a diversos estresses (PANEK, et.al., 1995 apud

MOREIRA, 2007).

ELBEIN (1974) descreveu o papel da trealose como fonte de armazenamento de

glicose para energia e/ou para síntese de componentes celulares. Porém, o papel da

trealose não se limita apenas a reserva de carboidratos, mas está relacionada

principalmente com, a proteção contra estresse: desidratação (FRANÇA et.al 2007);

dessecação (LIU et. al. 2005); congelamento, estresse térmico (ATTFIELD et. al

1987), estresse osmótico (HOUNSA et. al. 1993); produtos químicos como metano e

peroxido de hidrogênio (BENAROUDJ et.al. 2001), e metais pesados.

Estudos realizados no sentido de esclarecer quais os agentes/mecanismos

intervenientes na tolerância de estirpes de S. cerevisiae ao etanol revelaram que a

superóxido dismutase mitocondrial (MnSOD) codificada por SOD2 (COSTA et al.,

1993), a H+-ATPase membranar (AGUILERA et al., 2006; LEI et al., 2007), a

biossíntese de ergosterol (LEI et al., 2007) e a biossíntese de fosfolipídios (CHI et

al., 1999) são essenciais para a aquisição de tolerância ao etanol.

O etanol pode ser um indutor de HSPs através da desestabilização das interações

hidrofóbicas da estrutura da proteína que conduz à associação de chaperonas Hsp

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com estas proteínas desestabilizadas e concomitante ativação de genes de choque

térmico (MAGER & MORADAS-FERREIRA, 1993).

Conforme mostrado na TABELA 5, algumas dessas expressões podem ser as

proteínas relacionadas à resposta ao estresse, como por exemplo, a proteína Asr1

(alcohol sensitive RING/PHD finger 1 protein) codificada pelo gene ASR1/YPR093C

(33,346 kDa) que foi a primeira proteína de leveduras considerada envolvida numa

via putativa de sinalização responsiva ao álcool. A proteína Ars1p é uma proteína

que esta envolvida na via de sinalização da resposta putativa do álcool e se acumula

no núcleo sob estresse etanólico. Todas as estirpes de leveduras submetidas a este

tipo de estresse apresentadas neste trabalho tiveram um aumento de expressão

proteica da banda a proteína de peso molecular aproximado de 33kDa. Sob estresse

alcoólico essa proteína muda sua distribuição intracelular do citoplasma e se

acumula no núcleo, transmitindo um sinal de estresse através da membrana

plasmática para o núcleo, assim representando um elemento chave na tolerância ao

etanol (BETZ et al., 2004). Embora Izawa et. al. (2006) afirmem o contrário, vários

autores confirmaram que a proteína Asr1 é necessária para a tolerância ao álcool,

representando um importante papel na resposta ao estresse alcoólico (DING et al.

2010) sendo essencial para o crescimento normal da célula em meio contendo altas

concentrações de álcool (BETZ et al., 2004; DING et al., 2010).

O aumento expressão da banda de aproximadamente 100kDa para a levedura ScFc

mostrada na FIGURA 5 pode ser a proteína de choque térmico HSP104 descrito por

Sanchez, et al. (1992); Glover e Lindquist (1998); Parsell, et.al. (1994), Parsell, et

al. proteína de resposta ao estresse, incluindo: o de calor, etanol, (1991) como uma

arsenito de sódio e um homólogo dos ClpA e clpB proteases de E. coli.

Outra possibilidade é que esse aumento de intensidade da banda de

aproximadamente 100kDa seja uma proteína H+ATPase membranar como descrito

por (ROSA e SÁ-CORREIA, 1991; ROSA e SÁ-CORREIA, 1992; MONTEIRO et al.,

1994), tendo como etanol um dos fatores ambientais de estresse que estimulam a

atividade desta enzima in vivo.

A H+-ATPase presente na membrana plasmática de S. cerevisiae é conhecida por

ser essencial a diversas funções celulares, entre as quais a absorção de nutrientes

(KOTYK, 1994), a regulação do pH intracelular (GOFFEAU e SLAYMAN, 1981) e do

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potencial de membrana (CARMELO et al., 1997), o crescimento celular (PORTILLO

e SERRANO, 1989) e a osmorregulação (MARTINEZ DE MARÃNÓN et al., 2001).

Outra possibilidade é de que a expressão aumentada de proteínas equivalentes às

bandas de 90kDa, 80kDa e 70kDa esteja relacionada com HSP’s da família das

HSP90 e HSP70. Segundo PIPER et.al., (1994), apesar das proteínas de HSP90

serem mais fortemente induzidas pelo calor, foi observada a indução também por

etanol em menor grau quando comparado ao choque térmico. A levedura S.

cerevisiae tem dois genes de HSP90 funcionalmente equivalentes (HSC82 e HSP8.

2);. BORKOVICH et al, (1989). O HSC82 exibe uma expressão constitutiva alta que

aumenta apenas ligeiramente após o choque térmico, enquanto HSP82 que mostra

muito menor expressão basal ainda é fortemente ativada por choque térmico.

HSC82, portanto, contribui mais para a HSP90 presente durante o crescimento

vegetativo normal, enquanto que a expressão da HSP82 é a principal responsável

pelo aumento da proteína HSP90 com choque térmico (BORKOVICH et ai., 1989). O

produto de HSP82 (PM 81.419kDa) se distinguiu da HSC82 (PM, 80.885kDa) pela

sua mobilidade ligeiramente mais lenta em géis 1D das proteínas induzidas pelo

estresse, é a HSP90 de forma induzida pelo etanol (PIPER et.al., 1994). Isso leva a

crer que as expressões aumentadas de peptídeos com peso molecular aproximado

M 1 2 3 4 5

100kDa

80kDa 50kDa

30kDa

20kDa

FIGURA 5 – (ScFc) Levedura Saccharomyces cerevisiae – Estresse Etanol

* + etanol 3% 5% 7% 9% 12%

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de 80kDa apresentadas neste trabalho sejam referentes às proteínas HSP82 e

HSC82.

Outro ponto a ser observado é a indução da expressão de bandas de baixo peso

molecular, como mostrado na FIGURA 4. Um estudo recente confirmou que várias

pequenas Hsps são induzidas por etanol embora a perda de pelo menos uma destas

proteínas (HSP26) não afeta a tolerância a este tipo de estresse (PETKO e

LINDQUIST, 1986; SUSEK e LINDQUIST, 1989).

As “small HSP” (sHSP) constitui uma família de proteínas com peso molecular entre

12 e 43 kDa, que podem formar estruturas multimétricas e exibir uma ampla gama

de funções celulares. (HORVÁTH et al., 2008).

Em 2000, Sales et.al., demonstraram que HSP12p desempenha função protetora da

membrana plasmática face ao estresse induzido pela desidratação e pelo etanol.

Segundo (PIPER et.al., 1994) na análise de Northern do mRNA da estirpe BJ2168

sondadas para genes transcritos de HSP26 indicou que o mRNA de HSP26

detectável com a adição de 2% de etanol, é praticamente indetectável após a adição

de 4% de etanol. No entanto, é muito mais fortemente induzida com novos aumentos

da concentração de etanol, eventualmente, (em etanol a 10%) a tornar-se tão

fortemente induzida por etanol como por choque térmico. A proteína Pulse-labelling

nesta estirpe mostra também um aumento da indução de HSP26 com o aumento de

etanol.

A proteína de choque térmico HSP26 (23,879kDa) está relacionada com a

superfamília das proteínas de choque térmico pequenas; não tem efeito sobre

termotolerancia; é induzida por estresse osmótico (resistência ao etanol) e limitação

de glicose (HASLBECK et. al.(1999); YOSHIKAWA, et al. (2009);

Outra importante classe de proteínas de choque térmico são as HSP70. A família de

70 kDa das proteínas de choque térmico (HSP70s) é sem dúvida a família mais

altamente conservada das proteínas ao longo da evolução. Em leveduras, a família

das chaperones ubíquas é encontrada em diversos compartimentos celulares e

desempenha papéis importantes na viabilidade celular (CRAIG, et. al. 1993). As

HSP70 são proteínas menores, que se ligam em sequências hidrofóbicas expostas e

mantêm a cadeia peptídica desenovelada até que ela possa assumir a conformação

tridimensional correta. Essa chaperona tem duas tarefas importantes: ajudar o

enovelamento e impedir que várias proteínas mal formadas, com sequências

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hidrofóbicas expostas, formem agregadas, que além de inúteis podem ser muito

nocivos. Ela ajuda proteínas que estejam sendo sintetizadas em ribossomos livres

no citoplasma ou proteínas que foram transferidas para o retículo endoplasmático.

Nesse caso, entra em ação outro conjunto de chaperonas do grupo HSP70 que são

encontradas dentro do retículo; a mais conhecida delas é a BIP, que é considerada

marcadora do retículo endoplasmático (FREITAS, et. al; 2012).

Na S. cerevisiae, a superfamília HSP70 citosólica inclui as proteínas SSA, SSB, e as

famílias SSE e a família atípica SSZ1 ("stress seventy A, B, E, Z” *). Os parálogos

SSE1 e SSE2, embora claramente relacionado com a HSP70, são mais bem

classificados como membros da subfamília de proteínas semelhantes a HSP70 e

HSP110 (WERNER-WASHBURNE et. al., 1987). Vale citar que todas as estirpes de

leveduras submetidas ao estresse no presente trabalho, tiveram aumento de

expressão de bandas variando entre 60kDa a 90kDa. A relação dessas proteínas

esta especificada na TABELA 7.

O aumento da tolerância ao etanol é induzível, ocorrendo frequentemente sob as

mesmas condições que os que conduzem a uma maior termotolerância (SANCHEZ

et a /, 1992;. COSTA et al, 1993.).

A perda rápida de proteína ATPase da membrana plasmática com o estresse de

etanol contrasta com a estimulação da atividade desta enzima. Ambas as influências

sobre a ATPase afetarão o seu papel na manutenção da homeostase (SERRANO,

1991) e, portanto, devem ter efeitos importantes sobre a tolerância à exposição

prolongada ao etanol.

O efeito tóxico do etanol pode ser verificado na inibição das enzimas glicolíticas e

em numerosos processos biológicos, muitos dos quais estão associados com os

lipídios da membrana celular (PETROV, et. al, 1990; INGRAM et.al. 1984; DOMBEK,

et. al., 1986 apud MONACO, 2007).

Muitas das mudanças induzidas em leveduras pela exposição a níveis estressantes

de etanol são idênticas àquelas causadas pelo estresse térmico (PIPER, 1993;

PIPER et.al. 1994). As respostas de proteção induzida por choque térmico e etanol

também mostra um grau de similaridade (PLESSET et. al., 1982). Por exemplo,

proteínas de choque térmico HSP 90 e HSP70 induzidas pelo calor são idênticas

àquelas induzidas pelo etanol (PIPER et. al., 1994). Esse dois estresses também

tem efeitos indutivos similares nos níveis das duas principais proteínas integrantes

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da membrana plasmática. A ATPase e a HSP30. Na realidade, o álcool e a

temperatura exercem um efeito sinergistico na resposta das células ao choque

térmico, com álcoois mediando à redução nas mínimas e máximas temperaturas

requeridas para a indução da resposta ao estresse em S. cerevisiae (CURRAN;

KHALAWAN, 1994).

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TABELA 5. Relação de alguns Genes e Proteínas envolvidas no estresse etanolico.

ORF GENE FUNÇÃO OU ATIVIDADE DA PROTEINA CODIFICADA PESO MOLECULAR

(Da)

YHR104W GRE3 Enzima Aldose Redutase. Induzida por estresse osmótico (etanol), iônico, oxidativo, choque térmico. 37,188

YCR021C HSP30 Proteína de Choque Térmico induzida por choque térmico, tratamento com etanol, acido orgânico fraco. 37,044

YFL0144 HSP12 Proteína de Choque Térmico induzida por choque térmico, oleato e álcool, osmosetresse. 11,693

YHR206W SKN7 Fator de transcrição envolvida na osmoregulação 69,202

YLL026W HSP104 Proteína de Choque Térmico responsiva para estresse, incluindo: calor, etanol e arsenito de sódio. 102,034

YLR251W SYM1 Proteína requerida para o metabolismo do etanol e induzida por choque térmico 22,915

YNL064C YDJ1 Proteína da família da HSP40. Chaperona envolvida na regulação da HSP70 e HSP90

durante estresse

44,670

YBR072W HSP26 Proteína de Choque Térmico 23,879

YOL151W GRE2 Enzima Methylglyoxal reductase. Induzida por estresse osmtico, iônico, oxidativo, choque

térmico e metais pesados.

38,169

YPL223C GRE1 Proteína induzida por estresse osmótico 19,025

YPR006C ICL2 Proteína Não Funcional Isocitrato Liaze. Induzida por etanol 64,976

YRE065C ICL1 Enzima Isocitrato Liase. A expressão dessa proteína é induzida por crescimento em

etanol e reprimida por crescimento em glicose

62,408

YHR076W PTC7 Proteína Fosfatase 2C Mitocondrial. Expressão induzida por crescimento em etanol e

sustentada pelo crescimento em glicose

41,190

YPR093C ASR1 Proteína envolvida em uma via de sinalização de resposta putativa ao álcool. Acumula no

núcleo sob estresse de álcool

33,347

YBR086C IST2 Proteína da membrana plasmática envolvida na osmotolerancia 105,856

YMR175W SIP18 Proteína do estresse osmótico 8,873

FONTE: FREITAS (2013)

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4.2. PERFIS DE EXPRESSÃO PROTÉICA POR ESTRESSE ÁCIDO

O pH ideal para fermentação encontra-se na faixa de 4 a 5, sendo que em meios

ácidos eles conduzem a maiores rendimentos de etanol, pois restringem o

crescimento da levedura e a produção de produtos secundários como o glicerol,

além de reduzir a contaminação bacteriana. Para mostos preparados com melaço, é

preferível que o pH do meio esteja na faixa de 4,5 a 5,5, pois nesta faixa a

capacidade tamponante do melaço é boa (LIMA, et. al.; 2001).

Com o intuito de conferir se as cepas tolerantes ao álcool eram capazes de crescer

em meio com pH baixo, situação frequente na indústria, as cepas estudadas tiveram

seu crescimento avaliado em placas com meio sólido YEPD contendo valores de pH:

2,5 e 6,0.

Em relação ao crescimento, todas as cepas de leveduras estudadas apresentaram

crescimento em todas as faixas de pH. Este resultado pode ser explicado pelo fato

de que embora os valores de pH dos mostos industriais se encontram na faixa de

4,5 a 5,5, para diminuir os efeitos da ação de bactérias, as destilarias brasileiras

utilizam o tratamento ácido em pH entre 2,0 – 2,5 suportado pelas leveduras devido

à manutenção da homeostase de forma quase independente dos valores do pH do

meio. Este meio acidificado se torna então um fator de seleção para a população de

leveduras, pois tolerância ao pH baixo é um dos fatores que levam à seleção de

linhagens de leveduras capazes de dominar o processo fermentativo.

De todas as estirpes de leveduras aqui testadas, a ScFp, a ScVy e a S04 foram as

que tiveram menor aumento na expressão de proteínas quando submetidas ao

estresse de baixo pH. Apenas três bandas em cada estirpe foram possíveis de ser

detectadas: 50kDa, 40kDa e 18kDa; 90kDa, 70kDa e 20kDa; 160kDa, 50kDa e

20kDa respectivamente como mostram as FIGURAS 6, 7 e 8.

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50kDa

70kDa

90kDa

160kDa

50kDa

20kDa

20kDa

40kDa

18kDa

pH 2,5 3,5 4,5 5,0 6,0

M 1 2 3 4 5

pH 2,5 3,5 4,5 5,0 6,0

M 1 2 3 4 5

M 1 2 3 4 5

pH 2,5 3,5 4,5 5,0 6,0

FIGURA 6 – Levedura ScFP – Estresse acido FIGURA 7 – Levedura ScVy – Estresse acido

FIGURA 8 – Levedura S04 – Estresse acido

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Em S. cerevisiae, o pH baixo afeta a organização da parede celular devido à

desnaturação de proteínas gerando, a partir daí, outras disfunções celulares que

podem diminuir a capacidade fermentativa e causar morte (MALAKAR et al., 2006).

A condição de pH baixo consiste numa situação de estresse que comumente é

encontrada em processos fermentativos industriais. No Brasil, por exemplo, na

fermentação da cana de açúcar, 90% das células de levedura são recicladas de

maneira que, após cada ciclo de fermentação, as células são lavadas em solução de

pH 2,0 por 1 hora para reduzir contaminações bacterianas, e reutilizadas em novos

processos, porém, esse procedimento expõe as células a uma situação de estresse

ácido (WHEALS et al. 1999; BASSO et al., 2008).

Esse pré-tratamento acido pode fazer com que a levedura crie uma maior condição

de resistência ao estresse de baixo pH durante o processo fermentativo da cachaça.

O aumento expressão de proteínas relacionadas às bandas de aproximadamente

100kDa e 10 kDa, como mostra a FIGURA 9, pode estar relacionado com as

proteínas H+-ATPase da membrana plasmática (Pma1p) e a H+ATPase da

membrana vacuolar ou V-ATPase (Vma9p). Em S. cerevisiae, o mecanismo primário

de resposta a estresse ácido se deve ao funcionamento da Pma1p que é a proteína

estrutural mais abundante na membrana plasmática, perfazendo de 10 a 20% do

total de proteínas presentes, e ao funcionamento desta enzima na membrana

vacuolar (V-ATPase) (SERRANO et al., 1986; RAO et.al., 1992; PORTILLO, 2000

apud MARTINS, 2013).

A Pma1 é uma ATPase da membrana plasmática, maior reguladora do pH

citoplasmático, com peso molecular de 99,618kDa. Já a Vma9 uma ATPase

exclusivamente vacuolar é uma proteína essencial para a acidificação do vacúolo e

tem peso molecular de 8,381 kDa. Ambas estão relacionadas com resposta ao

estresse acido.

Estudos realizados por Malparida e Serrano (1981) demonstram que a H+-ATPase

membranar mantém o pH intracelular de S. cerevisiae entre 6,0 e 7,0, devido ao

bombeamento de prótons, mesmo quando ocorrem grandes variações no pH

externo. O crescimento de leveduras em meios ácidos demonstrou provocar um

aumento na atividade da H+-ATPase, comprovando-se paralelamente a existência

de uma correlação muito forte entre a enzima e o aumento da atividade catalítica

(ERASO et al., 1987).

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Através do bombeamento de prótons para fora da célula realizado pela Pma1p e da

compartimentalização vacuolar pela ATPase, a expensas de ATP, essas enzimas

contribuem para manter o equilíbrio entre pH interno e externo (RAO et al., 1992;

PORTILLO, 2000).

A função da H+-ATPase da membrana plasmática é gerar um gradiente

eletroquímico de prótons que, por sua vez, energiza transportadores secundários

importantes para a captação de nutrientes e íons, o que contribui para manutenção

da homeostase de pH e iônica da célula. Esse equilíbrio é essencial para a

funcionalidade celular

Devido à boa tolerância ao etanol e a boa tolerância ao pH acido, as cepas aqui

estudadas, parecem reunir atributos necessários para sua permanência no processo

fermentativo, pelo menos, através dos parâmetros testados.

A acidificação do meio desencadeia uma série de problemas, entre eles a

diminuição do crescimento celular, da síntese de metabólicos, porém, esta

acidificação também induz respostas adaptativas e tanto a produção de ácidos

orgânicos como o funcionamento da H+-ATPase provocam redução do pH do caldo

fermentativo. Neste sentido, vários estudos têm avaliado diferentes estratégias com

a finalidade de favorecer a manutenção do equilíbrio do pH intracelular em células

pH 2,5 3,5 4,5 5,0 6,0

M 1 2 3 4 5

70kDa

50kDa

100kDa

30kDa

25kDa

20kDa

10kDa

FIGURA 9 – ScFP – Estresse Ácido

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de leveduras comumente utilizadas na indústria de alimentos e bebidas, incluindo a

adição de bases ao meio de cultivo ou ainda técnicas de manipulação gênica

(PATNAIK et. al., 2002; CÁNOVAS et. al., 2007; YÁÑEZ et. al., 2008; WEI et. al.,

2008).

De acordo com a FIGURA 10 a cepa S04 demonstrou aumento de expressão de

acordo com as bandas de aproximadamente 160kDa e 50kDa, que pode esta

relacionado com as proteínas kinase Bck1p (aproximadamente 160kDa - proteína

kinase responsável por controlar a integridade celular) e a Slt2p (aproximadamente

50kDa - Serina/treonina Kinase MAP responsável pela regulação da manutenção da

parede celular e progressão do ciclo celular) são proteínas essenciais em ambientes

ácidos. O aumento da expressão de peso molecular de proteínas encontradas neste

trabalho está descrita na TABELA 6.

No trabalho de Claret, S. et al. (2005) foi avaliado o efeito da exposição de S.

cerevisiae em estresse em baixo pH (HCl) e a ativação da via PKC como resposta.

Durante condições de crescimento em baixo pH a via PKC foi ativada, e o sensor

Mid2p foi identificado como decisivo na ativação desta via, demonstrando que os

componentes Bck1p e Slt2p da cascata MAPK são essenciais em ambiente ácido.

Mid2p (aproximadamente 40kDa - proteína O-glisolisada da membrana plasmática)

atua como um sensor para garantir a integridade da parede celular.

Além desses componentes, os mesmo autores também constataram o envolvimento

de RGD1 na via PKC em pH ácido, comprovando a interação de duas vias, uma

envolvendo o sensor Mid2p e o outro envolvendo Rgd1p, ambos convergem na via

de integridade celular, traduzindo a sinalização em pH baixo. Demonstraram

também, que a interrupção das duas vias envolvidas gera mutantes incapazes de

sobreviver sob condições de estresse ácido (MELO 2006).

Cepas como ScVB, S189 tiveram aumento de expressão de bandas entre 60kDa e

70kDa que pode esta relacionado com outra importante proteína que de resposta ao

estresse de baixo pH que é a Ssb1p. É uma chaperona molecular ATPase

citoplasmática da família da HSP70 e que apresenta peso molecular de

aproximadamente 66kDa.

Para MELO (2006), verificou que apenas o gene SSB1 da família da HSP70 foi

induzido em pH 2. A proteína Ssb1p encontra-se associada a ribossomos no

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citoplasma, desempenhando um papel importante na síntese de proteínas

(ESTRUCH, 2000).

Embora a lavagem acida utilizada na indústria alcooleira seja um fator de estresse

(WHEALS, et. al. 1990; BORSNAN, 2000), ainda não esta claro como os ácidos

inorgânicos afetam a viabilidade das células de leveduras (CHENG et. al. 1999). S.

cerevisiae é mais sensível à temperatura de 47°C quando o acido clorídrico esta

presente no meio, porém essa sensibilidade é maior na presença de acido acético.

O efeito do tratamento ácido esta relacionado com a termotolerancia e dependente

do valor de pH, do tipo de acido utilizado e da presença ou ausência de glicose no

meio. A redução do pH intracelular é maior na presença de acido acético do que na

presença do acido clorídrico (CARMELO et. al.; 1997). A utilização de linhagens de

S. cerevisiae resistente ao estresse ácido é uma característica importante para a

indústria de álcool combustível.

Na TABELA 7 esta apresentado genes da S. cerevisiae induzidos durante a

fermentação em baixo pH e a função ou atividade da proteína codificada.

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TABELA 6 – PESO MOLECULAR DE PROTEINAS – ESTRESSE ACIDO

Tabela 6: Proteínas encontradas com o aumento de pH (2,5-3,5-4,5-5,0-6,0) com adição de acido clorídrico 6N no meio solido YEPD

Peso Molecular (kDa)

BenchMark Protein Ladder

S. cerevisiae Fermento

biológico da cachaça (ScFC)

S. cerevisiae Fermento

biológico do pão (ScFP)

S. cerevisiae Fermento biológico do Vinho variedade

bayanus (ScVB)

S. cerevisiae Fermento biológico do Vinho variedade

desconhecida (ScVY)

S. cerevisiae Fermento biológico da cerveja – Safale

(S04)

S. cerevisiae Fermento

biológico da cerveja – Safale

(S-189)

220 X

160 X

120

100 X

90 X X

80

70 X X X

60 X

50 X X X

40 X X

30 X X

25 X X X

20 X X X X X

18 X

15

10 X

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TABELA 7. Genes de Saccharomyces cerevisiae induzidos durante a fermentação em baixo pH.

ORF GENE FUNÇÃO OU ATIVIDADE DA PROTEINA CODIFICADA PESO MOLECULAR (kDa)

YMR323W ERR3 Proteína similar a enolase 47,312 YOR393W ERR1 Proteína de função desconhecida similar a enolase 47,327 YHR139C SPS100 Proteína requerida para maturação da parede do esporo 34,226 YMR169C ALD3 Aceltadeido desidrogenase citoplasmática envolvida na síntese de beta alamina 55,385 YBR117C TKL2 Transcetolase similar a Tkl1p 75,029 YDL196W OXR1 Proteína de função desconhecida requerida para reparar danos oxidativos 30,779 YGR144W THI4 Proteína requerida para a síntese de tiamina 34,991 YLR197W SIK1 Proteína nucleolar do Box C/D snoRNP 55,864 YDR222W ORF não caracterizada 47,414 YCL030C HIS4 Polipeptídios multifuncional: fosforribosil-ATP, fosforribosil-AMP cicloidrolase e histidinol desidrogenase. 87,721 YHR094C HXT1 Transportador de glicose de baixa afinidade 63,261 YDL229W SSB1 Proteína da família da HSP70 66,601 YNL002C RPL7 Proteína nucleolar constituinte da partícula pré-ribossomal 66S 36,559 YLR175W CBF5 Proteína componente do Box H/ACA snoRNP 54,705 YDR019C GCV1 Subunidade T do complexo mitocondrial glicina descarboxilase 44,469 YPL217C BMS1 Proteína nucleolar envolvida na síntese do ribossomo 40S 135,542 YEL026W SNU13 Proteína do complexo U3 snoRNP e do complexo U4/U6-U5 tri-snoRNP 13,569 YIR035C ORF não caracterizada 27,480 YNL308C KRI1 Proteína nucleolar envolvida na síntese do ribossomo 40S 68,653 YDL141W BPL1 Biotina apoproteina ligase 76,363 YHL042W ORF não caracterizada 17,570 YER081W SER3 3-fosfoglicerato desidrogenase 51,193 YPL061W ALD6 Acetaldeido desidrogenase citoplasmática envolvida na conversão de acetaldeido a acetato 54,414 YPL266W DIM1 Dimetilase do rRNA 18S 35,951 YMR305C SCW10 Proteína da parede celular similar às glicanases 40,469 YPL278C ORF não caracterizada 11,420 YGR146C ORF não caracterizada

Proteína U3 snoRNP 23,996

101,238 YPL126W NAN YGL008C PMA1 Proteína ATPase da membrana plasmática. Maior regulador do pH citoplasmático. 99,618 YCL005W-A VMA9 Subunidade da proteína do complexo V-ATPase. É uma H+-ATPase vacuolar essencial para a

acidificação vacuolar 8,381

FONTE: FREITAS (2013)

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4.3. PERFIS DE EXPRESSÃO PROTÉICA PARA ESTRESSE POR CALOR

As cepas de leveduras foram submetidas ao estresse em temperaturas de 30°C,

35°C e 40°C. Temperaturas acima de 45°C não foram consideradas, pois os

processos de fermentação não excedem 42°C em grandes operações de nível

industrial.

Houve crescimento de todas as cepas de leveduras para os diferentes graus de

temperatura.

Todas as cepas apresentaram poucas bandas com aumento de expressão. A cepa

S189 foi a que apresentou uma menor quantidade de aumento de expressão de

bandas (60kDa e 25kDa). Isso pode estar relacionado com as suas características: a

cepa S189 é do tipo LAGER, ou seja, fermenta em baixas temperaturas e de baixa

capacidade de fermentação.

Outra explicação pode estar relacionada ao fato das cepas terem sido submetidas

diretamente ao estresse sem que antes fosse aplicado um pré-tratamento térmico,

numa temperatura um pouco acima da ótima de crescimento, para conferir um efeito

de termotolerancia quando forem aplicadas temperaturas subletal.

De acordo com BALAKUMAR et.al. (2012) a adição para temperaturas de

crescimento aplicando um choque térmico antes da exposição às altas temperaturas

teve um efeito significante na termotolerância. Quando a cultura cultivada em 28°C

foi incubada em 36°C e foi posteriormente sujeita a temperatura de 58°C, 20% da

viabilidade foram observadas. Por outro lado, as células que foram transferidas

diretamente de 36 para 58°C mostraram 2% de viabilidade em 10h. O aumento na

termotolerância é devido à rápida mudança na temperatura de crescimento, de 28°C

para 36°C, resultando em proteção contra morte em 58°C.

Para Crowe et.al (1984), quando a temperatura de crescimento era 23, 30 e 36°C, a

fração de sobrevivência (%) da S. cerevisiae em 52°C durante 5min era 90, 10 e

2.08 respectivamente. Para BALAKUMAR et. al. (2012) as culturas crescidas em 28,

32 e 36°C mostraram 1, 12 e 28% de viabilidade em 58°C depois de 5h. A mudança

na temperatura de crescimento, de 28°C para 36°C, resultou em um aumento

significante na viabilidade (50%). A viabilidade das células em 58°C alcançou 0 em

10% e 20h com culturas crescidas em 28 e 32°C respectivamente. Mudando a

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cultura da levedura de 23 para 36°C por um breve período, resultaria em uma

viabilidade melhor.

Parry et. al. (1976) confirmaram que as células em fase exponencial de crescimento

apresentaram uma resistência mínima ao choque térmico (52ºC, durante 30 minutos)

comparativamente com as células em fase estacionária, confirmando a maior

termossensibilidade que já havia sido descrita pelos outros autores. Além disso,

trabalhos posteriores também têm confirmado este tipo de comportamento (PIPER,

1993; WERNER-WASHBURNE et al., 1993; STEELS et al., 1994; HALLBERG e

HALLBERG, 1996). Vários autores se referem às consequências ao nível celular da

exposição de células de S. cerevisiae em fase exponencial a temperaturas

superiores à temperatura ótima de crescimento: perda rápida de viabilidade

(SCHENBERG-FASCINO e MOUSTACCHI, 1972; SANCHEZ e LINDQUIST, 1990),

indução de síntese de proteínas de choque térmico e transposição gradual de

células para a fase G1 do ciclo celular (JOHNSTON e SINGER, 1980), tornando-as

termotolerantes (LINDQUIST e CRAIG, 1988). Células termotolerantes em fase

estacionária apresentam elevados níveis de proteínas de choque térmico

(BOUCHERIE, 1985; PETKO e LINDQUIST, 1986; PIPER, 1993; WERNER-

WASHBURNE et al., 1993; STEELS et al., 1994; HALLBERG e HALLBERG, 1996).

O aumento na síntese de HSPs pode levar à aquisição de termotolerância quando

da exposição à temperatura subletal e, também, a outras condições de estresse,

como pH, metais pesados e salinidade (FEDER e HOFMANN, 1999). Embora a

síntese de HSPs, em resposta ao choque térmico, seja uma alteração bioquímica

conservada entre os organismos, diversos estudos têm demonstrado que há grande

diferença entre os organismos quanto à indução de HSPs, possibilitando a

separação inter e intra-espécies quanto à capacidade de tolerância aos estresses,

incluindo as leveduras (SANCHEZ & LINDQUIST, 1990) e os fungos filamentosos.

Para as condições de estresse descritas no trabalho, a cepa ScFP apresentou um

perfil com a síntese de varias proteínas, com peso molecular de 100kDa, 60kDa,

50kDa, 30kDa e 25kDa sendo essa síntese proporcional ao tempo nas condições de

estresse conforme mostra a FIGURA 10.

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FIGURA 10. Cepa ScFP – Estresse Térmico

Além da cepa ScFP, as cepas S04, S189, ScVB, ScVY e ScFC fizeram a síntese de

proteínas de baixo peso molecular: 25kDa, 30kDa e 50kDa. ScVB, ScVY, S189 e

ScFC também sintetizaram proteínas de peso molecular de 60kDa. Apenas as cepas

ScFP, S04 e ScVY tiveram aumento de bandas de alto peso molecular 100kDa;

100kDa e 90kDa; 100kDa respectivamente.

O resultado do aumento da expressão de peso molecular de proteínas mediante o

estresse térmico analisadas neste trabalho esta descrito na TABELA 8.

Alguns relatos têm sugerido que a indução de HSPs é particularmente dependente

do estado fisiológico e do tipo de célula exposta à condição de estresse térmico

(NEIDHARDT et al., 1984). O acúmulo de HSPs na célula parece ser regulado de

maneira que o aumento dessas proteínas venha a proteger a célula e conferir níveis

de termotolerância mais altos.

100kDa

50kDa

60kDa

25kDa

30kDa

T.(°C) 30° 35° 40°

1 2 3

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103

TABELA 8 – RESULTADO – PESO MOLECULAR DE PROTEINAS - ESTRESSES TERMICO

Peso Molecular (kDa)

BenchMark Protein Ladder

S. Cerevisiae Fermento

biológico da cachaça (ScFC)

S. cerevisiae Fermento

biológico do pão (ScFP)

S. Cerevisiae Fermento biológico do Vinho variedade

bayanus (ScVB)

S. cerevisiae Fermento biológico do Vinho variedade

desconhecida (ScVY)

S. cerevisiae Fermento biológico da cerveja – Safale

(S04)

S. cerevisiae Fermento

biológico da cerveja – Safale

(S-189)

220

160

120

100 X X X

90 X

80

70

60 X X X X X

50 X X X X X

40

30 X X X X

25 X X X X

20

15

10

Tabela 8: Proteínas encontradas com o aumento de temperatura (°C) (30°C-35°C-40°C) no meio solido YEPD

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A indução de sHSPs proteínas de choque térmico de baixa massa molecular pode

estar relacionada com a capacidade de cada isolado em recuperar o crescimento

após a exposição ao estresse térmico (FERREIRA, 2007).

As alterações bioquímicas que ocorrem durante a exposição de células a altas

temperaturas ainda não são conhecidas por completo. No entanto, a síntese de

proteínas de estresse, especialmente as HSPs, parece ser um dos principais

mecanismos de defesa da maioria dos organismos na tolerância a estresses

transientes, que não comprometem a integridade das estruturas celulares

(NEIDHARDT et al., 1984; VIERLING, 1991; FEDER e HOFMANN, 1999; SUN et al.,

2002; SANMIYA et al., 2004; EIFERT et al., 2005; PIVOVAROVA et al., 2005).

As proteínas sintetizadas pelas cepas S04, ScVY e ScFP, com de aproximadamente

100kDa e nosso estudo, pode esta relacionada com a proteína de choque térmico

HSP104 kDa. Sob condições laboratoriais, a proteína de choque térmico HSP104

demonstrou ser responsável pela tolerância a uma série de condições de estresse

(calor, etanol, arsenito e armazenamento a baixa temperatura) (SANCHEZ et al.,

1992) e a sua expressão demonstrou ser suficiente para célula adquirir

termotolerância.

A HSP12, também já foi relacionada com o estresse por calor. Em recente estudo,

Karreman et. al., (2007) relataram que a HSP12p, uma proteína hidrofílica de

resposta ao stress, influencia na rigidez e permeabilidade, além de aumentar a

flexibilidade da parede celular de S. cerevisiae. A regulação para expressão desta

proteína é vinculada a condições de aumento da temperatura, pressão osmótica e

concentração salina ou ainda, perturbações na parede da célula. A HSP12p é uma

proteína de peso molecular de 11,692kDa localizada na membrana plasmática e

induzida por choque térmico, estresse oxidativo, osmostresse, entrada na fase

estacionaria, depleção de glicose, oleato e álcool.

Além disso, esta termotolerância pode também ser adquirida através de vários

mecanismos fisiológicos: produção de trealose (WIEMKEN, 1990), água celular não

congelável (KOMATSU et. al., 1991), retenção do ciclo celular na fase G0

(PLESSET et. al., 1987), fosforilação independente decAMP (COOTE et. al., 1992) e

atividade da H+-ATPase membranar (COOTE et. al., 1991). O choque térmico

provoca igualmente um aumento do teor de glucose intracelular, com inibição parcial

da glicólise (NEVES e FRANCOIS, 1992). Outros autores referem ainda que nestas

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situações de estresse térmico subletal se observa igualmente o estímulo da

atividade da H+-ATPase membranar e da via RAS-adenilato ciclase (PIPER, 1993).

Na TABELA 9 tem descritos algumas proteínas de Saccharomyces que

possivelmente são induzidas por calor.

Na TABELA 10 apresenta a comparação dos pesos moleculares encontrados e as

possíveis funções bioquímicas destas proteínas.

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TABELA 9. Relação de alguns Genes e Proteínas envolvidas no estresse por calor em Saccharomyces e fungos filamentosos.

ORF GENE FUNÇÃO OU ATIVIDADE DA PROTEINA CODIFICADA PESO MOLECULAR (kDa)

YDL100C GET3 ATPase envolvida na resistência ao estresse por calor e metais pesado 39,354 YAL005C SSA1 Proteína de choque térmico citosolica da família da HSP70 69,767 YBL075C SSA3 Proteína de choque térmico citosolica da família da HSP70 70,546 YBR072W HSP26 Proteína de Choque Térmico 23,879 YBR169C SSE2 Proteína de choque térmico da família da HSP70. Indução acima de 37°C 77,620 YCR021C HSP30 Proteína de Choque Térmico. Induzida por choque térmico, etanol, acido orgânico fraco e limitação de glicose. 37,045 YDL229W SSB1 Proteína de choque térmico da família da HSP70 66,601 YDR171W HSP42 Proteína de Choque Térmico 42,817 YDR258C HSP78 Proteína de choque térmico da família do Clpb da protease dependente de ATP, mitocondrial. Coopera com

Ssc1p na termotolerancia mitocondrial após choque térmico 91,336

YEL030W ECM10 Proteína de Choque Térmico da família da HSP70 13,906 YER103W SSA4 Proteína de choque térmico citosolica da família da HSP70. Desempenha pouco ou nenhum papel

na termotolerancia 63,261

YER057C HMF1 Heat Shock induceable Inhibitor of cell growth 13,906 YFL014W HSP12 Proteína de Choque Térmico. Induzida por choque térmico, estresse oxidativo, osmosestresse, entrada na fase

estacionaria, depleção de glicose oleato e álcool. 11,692

YFL016C MDJ1 Proteína de choque térmico – Chaperona 55,561 YGL073W HSF1 Fator de Transcrição de choque térmico ativando múltiplos genes de respostas aos estresses que incluem

hipertermia 93,282

YJR045C SSC1 Proteína de Choque Térmico 70 mitocondrial - proteína relacionada 70,628 YKL164C PIR1 Proteína requerida para tolerância do choque térmico 34,621 YLL024C SSA2 Proteína de choque térmico citosolica da família da HSP70. Pouca indução entre 27-37°C 69,470 YLL026C HSP104 Proteína de Choque Termico. Responsivo ao estresse incluindo calor, etanol e arsenito de sódio 102,035 YLR251W SYM1 Proteína necessária para o metabolismo de etanol induzida por choque térmico 22,915 YLR259C HSP60 Chaperona – Proteína de choque térmico mitocondrial. 60,751 YLR369W SSQ1 Proteína de choque térmico mitocondrial 70 72,375 YMR173 DDR48 Proteína de choque térmico. Induzida por choque térmico na ausência do elemento de estresse térmico (TSE), na

ausência de Hsf1p. 46,232

YMR186W HSC82 Proteína de Choque Térmico. Chaperona citoplasmática da família da HSP90. Expressa constitutivamente a um nível muito elevado e é moderadamente induzida pelas altas temperaturas

80,900

YNL007C SIS1 Proteína de choque térmico. 37,590

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YNL0209W SSB2 Proteína de choque térmico citosolica da família da HSP70. Reprimida após mudança de 23-37°C 66,594 YNL281W HCH1 Reguladora de proteínas de choque térmico Z que se liga a HSP90 e pode estimular a atividade

ATPase Chaperona – Proteína de choque térmico

17,246

16,474

YNL328C

MDJ2 YOL052C-A DDR2 Proteína de Choque Térmico DDRA2 5,954 YOR232W MGE1 Chaperona – Proteína de Choque Térmico 26,066 YPL106C SSE1 Proteína de Choque Térmico da família da HSP70. Mutante nulo tem um crescimento lento em todas as

temperaturas 77,366

YPL240C HSP82 Proteína de Choque Térmico. Expressa constitutivamente em um nível muito baixo e é fortemente induzida pelo calor. Tem atividade ATPase

81,406

YJL159W HSP150 Proteína de choque térmico induzida pelo calor, estresse oxidativo e limitação de nitrogênio. 30,804 YBR067C TIP1 Esterase – Transcrição é induzida pelo choque de calor e frio 20,727 YDR059C UBC5 Ubiquitina. Expressão induzida pelo calor. Medeia a seleção de proteínas de vida curta e normal.

Componente central da resposta ao estresse 16,280

YGL181W GTS1 Proteína contendo zinc-finger regula a tolerância ao calor, ciclo celular, a esporulação, tempo de vida.

44,470

FONTE: FREITAS (2013)

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4.4. TERMOTOLERÂNCIAS E A TOLERÂNCIAS AO ETANOL

Várias das alterações induzidas em levedura por exposição aos níveis de estresse

de etanol são idênticas aos causados por um estresse térmico.

Conforme descrito no QUADRO 1 muitas das proteínas sintetizadas (quanto ao peso

molecular encontrado) pelo estresse de etanol, podem ser também as mesmas

sintetizadas pelo estresse térmico (pesos moleculares em destaque).

Não é surpreendente, portanto, que o etanol atua de uma forma sinérgica para

aumentar os danos causados pelo calor. Tanto o calor quanto o etanol causa

desordenamento na membrana e desnaturação de proteínas (PIPER, 1993). Tanto o

choque térmico subletal (COOTE et al., 1991) como a adição de etanol

(CARTWRIGHT et al., 1987; ROSA e SÁ-CORREIA, 1991) estimula dramaticamente

a atividade de ATPase da membrana plasmática, a enzima geralmente responsável

pela manutenção do gradiente de prótons através da membrana plasmática

(SERRANO 1991).

Calor e etanol induzem também proteínas de choque térmico (HSPs) tanto em

levedura como em outros organismos. A forma da proteína HSP90, que é a mais

fortemente induzida pelo calor (HSP82), foi observada a ser induzida pelo etanol, em

menor grau do que por choque térmico. S. cerevisiae tem dois genes de Hsp90

funcionalmente equivalentes (HSC82 e HSP82);. BORKOVICH et al, (1989). HSC82

exibe uma expressão constitutiva alta que aumenta apenas ligeiramente após o

choque térmico, enquanto HSP82 que mostra muito menor expressão basal ainda é

fortemente ativada por choque térmico. HSC82, portanto, contribui mais para a

Hsp90 presente durante o crescimento vegetativo normal, enquanto que a

expressão da HSP82 é a principal responsável pelo aumento da proteína Hsp90

com choque térmico (BORKOVICH et al., 1989).

As proteínas da família Hsp70 de S. cerevisiae são codificadas por uma família de

multigenes compreendendo não menos do que 8-9 genes, três dos quais (SSAI,

SSA3 e SSA4) são induzidas por choque térmico (WERNER-WASHBURNE et.al.,

1987).

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Estes são os três genes de S. cerevisiae Hsp7O que também são fortemente

ativadas por choque térmico, apesar de um deles (SSAI) mostra significativa

expressão em células não estressadas (WERNER-WASHBURNE et al, 1987).

A exposição das células de leveduras a temperatura acima da considerada ótima de

crescimento proporciona aumento da síntese de proteínas (ESTRUCH, 2000).

Fernandes, et. al., (1993) descreveram o aparecimento de proteínas de 37kDa da

parede celular de leveduras quando submetidas a um aumento de temperatura de

crescimento de 26°C para 40°C.

Watson e Cavicchiolo (1993), trabalhando com leveduras S. cerevisiae e S. sake a

37°C e submetidas a choque térmico de 52°C por 5 minutos ou crescidos em

temperaturas de 23°C e submetidos ao choque térmico de 37°C por 30 minutos,

notaram que as leveduras adquiriram maior tolerância ao etanol, sugerindo que

houve produção de proteínas de choque térmico pelas mesmas.

QUADRO 1. Relação Comparativa de Proteínas Sintetizadas por estresse de calor e

etanol

CEPAS ANALISADAS PESO MOLECULAR DE PROTEINAS

SINTETIZADAS POR ESTRESSE TERMICO

(kDa)

PESO MOLECULAR DE PROTEINAS

SINTETIZADAS POR ESTRESSE ETANOLICO

(kDa)

Cepa S04 100 – 90 – 50 90 – 50 – 30 – 25 – 15 – 10

Cepa S189 60 – 25 160 – 90 – 50 – 30

Cepa ScVB 60 – 50 – 30 – 25 70 – 50 – 40 – 30 – 25

Cepa ScVY 100 – 60 – 50 – 30 60 – 50 – 30 – 25 – 18 – 15

Cepa ScFC 60 – 50 – 30 – 25 100 – 80 – 50 – 30 – 20

Cepa ScFP 100 – 60 – 50 – 30 – 25 70 – 50 – 30 – 25 – 20

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TABELA 10 – Tabela de Comparação dos Pesos Moleculares Encontrados e as Possíveis Funções Bioquímicas destas proteínas

Peso Molecular (kDa) Possíveis Proteínas Classificação Funcional Referencia Bibliográfica

220 Nenhuma referencia

encontrada ---- ----

160 Nenhuma referencia

encontrada ---- ----

100

HSP 104 (102,035kDa)

Proteína de Choque Térmico de resposta ao estresse, incluindo: o calor, o etanol, e arsenito de sódio;

Sanchez Y, et al. (1992); Glover JR e Lindquist (1998);Parsell DA et ai. (1991). Parsell DA et ai. (1994).

IST2 (105,854kDa) Proteína da Membrana Plasmática envolvida na osmotolerancia De Hertogh B, Carvajal E, Talla E, Dujon B, Baret P, Goffeau A. (2002).

90

HSP78 (91,336kDa) - Proteína de choque térmico de família clpb de proteases dependentes de ATP, mitocondrial.

Atividade Chaperona; Induzida por choque térmico e fonte de carbono; podem substituir Ssc1p para evitar a agregação de proteínas da matriz mitocondrial; reativação da síntese de proteína mitocondrial após o estresse de calor depende Hsp78p; parece agir em concertação com outras chaperonas mitocondriais; expressa em cytosol Hsp78p pode substituir Hsp104.

Germaniuk A, Liberek K, Marszalek J (2002); Leonhardt SA, Fearson K, Danese PN, Mason (1993); Moczko M, Schönfisch B, Voos W, Pfanner N, Rassow J (1995).

SCH9 (91,889kDa)

Envolvida na transativação de genes responsivos osmostress; A serina / treonina - proteína quinase envolvida na resposta ao stress.

Fabrizio P, et al. (2001); Pascual-Ahuir A and Proft M (2007) Crauwels M et.al.

(1997)

80

HSP82 (81,406kDa)

HSC82 (80899 kDa)

Expressa constitutivamente em um nível muito baixo e é fortemente induzido pelo calor; tem atividade ATPase; pertence à família da proteína de choque térmico HSP90; induzida pelo calor é uma chaperonina homóloga E.coli HTPG e HSP90 de mamífero.

Chaperona citoplasmática da família da HSP90; função redundante e

Borkovich KA, Farrelly FW, Finkelstein DB, Taulien J, Lindquist S.(1989); Duina AA, et al. (1998); Finkelstein DB and Strausberg S (1983).

Borkovich KA, Farrelly FW,

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quase idêntica à HSP82p, e juntas elas são essenciais; expressa constitutivamente em níveis basais 10 vezes mais elevados do que HSP82 e induzida 2-3 vezes por choque térmico;

Finkelstein DB, Taulien J, Lindquist S. (1989); Byrne KP and Wolfe KH (2005) .

70

SSA1p (69,767kDa)

Proteína de Choque Térmico da família da HSP70; Transporte celular; metabolismo; proteína com função de ligação ou cofator de exigência (estrutural ou catalítico); Proteína “FATE” (dobramento, modificação, destination).

Kim S, Schilke B, Craig EA, Horwich AL. (1998); Becker J, Walter W, Yan W, Craig EA. (1996); Ziegelhoffer T, Lopez-

Buesa P, Craig EA. (1995)

SSA2p (77,620kDa)

Proteína de Choque Térmico da família da HSP70; poderá estar envolvido

na dobragem de proteínas, localizada no citoplasma.

Mukai H, Kuno T, Tanaka H, Hirata D, Miyakawa T, Tanaka C. (1993).

SSA3p (70,546kDa)

Proteína de Choque Térmico da família da HSP70; Proteína de estresse da HSP 70 que esta envolvida no enovelamento de proteínas e em respostas a estresses

Werner-Washburne M, Stone DE, Craig EA. (1987);Ghaemmaghami S et.al. (2003); Hartl FU and Hayer-Hartl M (2002)

SSA4p (69,651kDa)

Proteína de Choque Térmico da família da HSP70; expressão é limitada às

condições de stress; desempenha pouco ou nenhum papel na termotolerância.

Chughtai ZS, Rassadi R, Matusiewicz N, Stochaj U. (2001); Bukau B and Horwich AL.(1998)

EMC10 (70,084kDa)

Proteína de Choque Térmico da família da HSP70; forte semelhança com

Pmr1p, precursor mitocondrial hsp70 humano e de outros membros da família Hsp70; resultados de superexpressão de Ecm10p em extensas agregações de DNA mitocondrial.

Baumann F, Milisav I, Neupert W, Herrmann JM.(2000); Sakaseagawa Y, et.al. (2003)

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SSC1 (70,628kDa)

Proteína mitocondrial de choque térmico, relacionada com a proteína 70; detectada também no núcleo depois do choque térmico; envolvida na translocação e dobragem de proteínas.

Morishima N, et al. (1990) Liu, Q. et.al. (2001); Craig, EA, et.al. (1987)

60

HSP60 (60,751kDa)- ATPase

Proteína de Choque Térmico; Chaperona mitocondrial; HSP60 são ATPase e tem afinidade por proteínas desdobradas; previne a agregação e medeia redobramento de proteína após o choque térmico.

Cheng MY, et.al. (1989); Sanyal, A, et.al. (1995)

ICL1 (62,408kDa) – Isocitrato

Liase

A expressão de ICL1 é induzida por crescimento em etanol e reprimida

por crescimento em glicose; catalisa a formação de succinato e glioxilato de isocitrato, uma reação de chave do ciclo do glioxilato.

Fernandez E et.al. (1992) Luttik MA, et al. (2000).

TCM62 (64,259kDa) - Chaperona necessária para a

montagem de succinato desidrogenase mitocondrial

Similaridade com a chaperonina HSP60; Resposta a estresse – resgate de células, defesa e virulência; Proteína “FATE” (dobramento, modificação, destination).

Dibrov E, Fu S, Lemire BD.

50

Nenhuma referencia encontrada

---- ----

40

HSP30 (37,045kDa) – Proteína de Choque Térmico

Induzida por durante a entrada até à fase estacionária, resultante da limitação de glucose. Induzida por choque térmico, exposição ao etanol, osmostress, fraco exposição ácido orgânico e glicose limitação; Atividade Chaperona;

Seymour IJ, Piper PW. De Hertogh B, (1999);

Carvajal E, Talla E, Dujon B, Baret P, Goffeau A (2002)

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SLG1 (39,269kDa)

Proteína necessária para a integridade da parede celular e para a resposta ao estresse;

Pruyne D, Bretscher A. (2000); Ketela T, Green R, Bussey H (1999); Delley

Ketela PA, Hall MN.(1999); T, Green R, Bussey H (1999); Delley PA, Hall MN,

HSP42 (42,817kDa) – Proteína de Choque Térmico

Pequena proteína de choque térmico (sHSPs) com a atividade chaperone;

Envolvido em reorganização do citoesqueleto após o choque térmico; expressada tanto em condição de estresse como de não estresse.

Haslbeck M, et al. (2004); Wotton D, et al. Gu (1996); J, Emerman M, Sandmeyer S(1997); Petko L and Lindquist S (1986)

AAD4 (33,997kDa)

Aril Álcool Desidragenase envolvida na resposta ao estresse oxidativo; expressão induzida em células tratadas com a micotoxina patulina.

Dickinson JR et.al. (2003); Delneri D, et al. (1999)

30

MRH1 (36,190kDa) - Proteína de membrana relacionadas

com Hsp30p

Forte semelhança com a suposta proteína de choque térmico YRO2; Similaridade com HSP30p;

De Hertogh B, Carvajal E, Talla E, Dujon B, Baret P, Goffeau A. (2002).Wu, K. et.al. (2000)

HSP150 (30,804kDa) - Membro da família Pir1p/Hsp150p/Pir3p

Necessária para a estabilidade da parede celular; induzida por choque térmico, estresse oxidativo, e limitação de nitrogênio.

Yun DJ, et al. (1997); Toh-e A. et.al. (1993); Russo P, et al. (1993) ; Russo P, et al. (1992).

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ASR1 (33,346kDa) - Alcohol

Sensitive Ring/PHD finger

A proteína envolvida numa via de sinalização de resposta putativa de álcool, e acumula-se no núcleo sob stress álcool.

Betz C, Schlenstedt G, Bailer SM. (2004); Kellis M, Patterson N, Endrizzi M, Birren B, Lander ES.(2003); Cliften P, Sudarsanam P, Desikan A, Fulton L, Fulton B, Majors J, Waterston R, Cohen BA, Johnston M.(2003)

25

HSP31 (25,669kDa) – Chaperona ou Cisteina

Protease.

Membro da superfamília DJ-1/ThiJ/PfpI. que inclui DJ-1 humano envolvido na doença de Parkinson, existe como um dímero e contém um suposto local de ligação a metais

Wilson MA, St Amour CV, Collins JL, Ringe D, Petsko

GA (2004);

FAP7 (22,723kDa)

A proteína envolvida na resposta ao stress oxidativo

Juhnke H, Charizanis C, Latifi F, Krems B, Entian KD (2000).

ADD6 (23,918kDa)

Suposta proteína envolvida na resposta ao stress oxidativo

Delneri D, et al. (1999); Dichinson JR et.al. (2003)

20

HSP26 (23,879kDa)

Relacionada com a superfamília de proteínas de choque térmico pequena; não tem efeito sobre termotolerancia; induzida por estresse osmótico (resistência ao etanol) e limitação de glicose.

Haslbeck M, Walke S, Stromer T, Ehrnsperger M, White HE, Chen S, Saibil HR, Buchner J. EMBO J.(1999); Yoshikawa K, et al. (2009);Hong ME et.al. (2010); Lewis JÁ, et.al. (2010), Jimenez-marti, E. et.al. (2009); Yazawa H

et.al (2007)

GRE1 (19,025kDa)

Proteína induzida por estresse osmótico; estresse induzido (osmótica, iónica, oxidativo, choque térmico e de metais pesados);

Vido K, et al. (2001)Garau-Arroyo A. and Covarrubias AA (19999); Lopez-Martinez G, et al. (2012).

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115

18 Nenhuma referencia

encontrada ---- ----

15 Nenhuma referencia

encontrada ---- ----

10

HSP12 (11629 kDa)

Proteína de Choque Térmico; Indução por osmostress depende de Hog1p e Pbs2p; indução em células estressadas é reduzida ou suprimida na elevada presença da proteína quinase A; induzida pelo calor, osmostress, stress oxidativo, fase estacionária e pelo AMPc; proteína da membrana plasmática envolvida na

manutenção da organização da membrana em condições de estresse.

Varela JC, Praekelt UM, Meacock PA, Planta RJ, Mager WH. (1995); Siderius M. et.al. (1997); Rep M, et al. (1999)

SIP18 (8,87kDa)

Proteína de estresse osmótico; expressão induzida por estresse osmótico; osmótica indução é dependente da via-PBS2 Hog1.

Marquez JA, et al. (1998); Miralles VJ and Serrano R (1995); Dang NX and

Hincha DK (2011)

FONTE: FREITAS (2013)

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5. CONCLUSÕES

As estirpes de levedura Saccharomyces cerevisiae cresceram em todas as

condições de estresse testadas, caracterizando boa resistência a condições

adversa e consequentemente, boa habilidade fermentativa do ponto de vista

industrial.

As estirpes estudadas de Saccharomyces apresentaram aumento na

expressão de proteínas específicas como resposta adaptativa ao estresse.

O grupo de proteínas com aumento na expressão variou de acordo com o tipo

de estresse aplicado.

A maioria das proteínas cuja expressão foi aumentada sob estresse tem

peso molecular equivalente ao de HSPs. Porém outras, com PM diferentes

destas e que tiveram aumento de expressão, também foram discutidas neste

estudo.

Todas as leveduras tiveram aumento na expressão de proteínas de

aproximadamente 33kDa quando submetidas ao estresse etanólico. De

acordo com a literatura, esta é possivelmente uma Asr1 envolvida em via

putativa de sinalização responsiva ao álcool.

O aumento de expressão da proteína com aproximadamente 10 kDa pode

estar relacionado com as enzimas V-ATPase e H-ATPase (relacionadas ao

controle do pH celular e vacuolar), dado relevante já que a resistência ao

meio acido é de suma importância industrial, pois nestas condições se reduz

a contaminação por bactérias

A cepa S04 apresentou aumento na expressão de proteínas com

aproximadamente 160kDa e 50kDa, que podem estar relacionadas com a

kinase Bck1p e Slt2p, também essenciais em ambientes ácidos;

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117

A cepa de levedura S189, sendo uma levedura LAGER (baixa capacidade

fermentativa e fermentação em baixa temperatura), foi a que teve menor

aumento de expressão proteica tanto para o estresse etanólico, quanto para o

estresse térmico;

O pouco aumento de expressão proteica das leveduras sob estresse térmico

pode estar relacionado ao fato das cepas terem sido submetidas diretamente

a temperatura subletal, sem que antes fosse aplicado um pré-tratamento

térmico;

A cepa ScFP foi a que teve um maior numero de proteínas com aumento de

expressão (com pesos moleculares 100, 60, 50, 30 e 25kDa);

Varias proteínas que aumentaram sua expressão sob estresse etanólico

também o fizeram em condições de estresse de temperatura.

As cepas testadas mostraram diferenças em seu desempenho de adaptação

as condições adversas. Apesar disto, elas apresentaram comportamento

fermentativo bastante satisfatório, demonstrando-se adequadas para uso

industrial.

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118

6. PERSPECTIVAS FUTURAS

Este trabalho realizado no âmbito da dissertação de Mestrado permitiu constatar que

as células de S. cerevisiae exibiram um comportamento fisiológico peculiar, pois não

só foram capazes de manter a sua atividade metabólica (crescimento e reprodução),

como apresentaram igualmente capacidade de sobreviver face às condições de

estresse existentes e características dessas fases.

No entanto, certamente que muitas questões ficaram por esclarecer. Portanto é

sugestivo:

O uso de métodos que permitam isolar e identificar de forma mais eficiente

às proteínas com expressão diferenciada e purificação das mesmas;

Como alternativa, estaria o isolamento de bandas diretamente do gel e

espectrometria de massa;

Utilização da técnica de western blot é um poderoso e importante método

em biologia molecular utilizado para imunodetecção de proteínas após a

separação destas por eletroforese em gel e transferência para membrana

adsorvente. Esta técnica permite detectar, caracterizar e quantificar múltiplas

proteínas principalmente aquelas que estão em baixas quantidades em

determinada amostra.

Uso de marcadores anti-HSP.

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EFEITO DO ESTRESSE POR ETANOL SOBRE A MORFOLOGIA DAS

CELULAS DE LEVEDURAS SACCHAROMYCES CEREVISIAE

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141

SUMARIO

RESUMO ........................................................................................................................................... 142

ABSTRACT ....................................................................................................................................... 144

EFEITO DO ESTRESSE POR ETANOL SOBRE A MORFOLOGIA DAS CELULAS DE

LEVEDURAS SACCHAROMYCES CEREVISIAE ................................................................... 146

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 146

2. OBJETIVO .................................................................................................................................... 151

3. METODOLOGIA.......................................................................................................................... 152

4. RESULTADOS ......................................................................................................................... 153

5. DISCUSSÃO ............................................................................................................................ 160

6. CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 164

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 165

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142

RESUMO

As leveduras são microrganismos eucariotos unicelulares, de parede celular rígida,

que possuem tamanho microscópico de 1 a 5 μm de diâmetro e de 5 a 30 μm de

comprimento. Apresentam-se, na sua maioria, de forma esférica a ovóide ou até

mesmo de filamentosa a elipsoide. Usualmente as células da levedura

Saccharomyces cerevisiae crescem na forma de células globulares únicas. Fungos

simples evoluíram para mecanismos sofisticados para detectar e responder a

estímulos ambientais, ativando chaves de desenvolvimento que resultam em

mudanças coordenadas em sua fisiologia celular, morfologia e adesão celular. O

objetivo deste trabalho foi avaliar através da técnica de Microscopia Eletrônica por

Varredura as possíveis alterações na morfologia da levedura Saccharomyces

cerevisiae variedade bayanus, proveniente de danos causados pelo estresse

etanólico. Para análise de Microscopia Eletrônica amostras da levedura crescidas

em meios YEPD em diferentes concentrações de etanol foram fixadas em superfície

adesiva condutora e metalizadas com fina película de ouro, adequando-as para a

análise morfológica. Como resultado foi possível verificar que as células-filhas

permanecem mecanicamente conectadas com a célula-mãe. Isso se deve a

presença de uma proteína da parede celular que persiste após a divisão, mas que

não impedem a separação de forma mecânica. Nas imagens aumentadas em

8,000X sinalizadas por setas vermelhas foi detectado deformações, como o

alongamento e união (formação de cachos) das leveduras que cresceram em

estresse etanolico. Como podemos observar nas figuras com aumento de 1,500 X,

concentrações progressivamente mais altas de etanol causam crescentes

deformações na parede celular da levedura. Essas deformações podem estar

relacionadas a uma resposta devido à toxidade do etanol, ou uma desidratação

devido ao aumento da concentração desse álcool. Outra característica observada foi

a crescente formação de pseudohifas. O aumento da concentração de etanol

também causou um dimorfismo celular na levedura, que passou de uma célula

ovoide para uma célula. Foi possível também verificar a formação de botões de

iniciação e alongamento. Como conclusão as células de leveduras aos cachos

devido ao aumento da concentração de etanol. Nas figuras apresentadas neste

capitulo, percebe-se que a formação de pseudo-hifa torna-se mais evidente em

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cultivos à medida que a concentração de etanol aumenta. Esta capacidade de

formar cachos também está relacionada à temperatura a que são submetidas nas

dornas de fermentação, onde tendem a se aglomerar com o mesmo objetivo. Esta

característica é transmitida de mãe para filha, tornando-se um fator natural de

defesa.

Palavras-Chaves: Saccharomyces cerevisiae, crescimento, morfologia, etanol,

pseudohifas, Microscopia Eletrônica por Varredura.

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ABSTRACT

Yeasts are unicellular eukaryotic microorganisms, with rigid cell wall, which have

microscopic size of 1 to 5 μm in diameter and 5 to 30 μm in length. They are mostly

from spherical to ovoid, or even from filamentous to ellipsoid. Usually the yeast

Saccharomyces cerevisiae grows in the form of single globular cells. Simple fungi

have evolved sophisticated mechanisms to detect and respond to environmental

stimuli, enabling development keys that result in synchronized changes on cellular

physiology, morphology and adhesion. During pseudohifal growth, the cells become

elongated, sprouting occurs synchronously, unipolar and blooms do not separate,

producing chains of cells that are called pseudohyphaes. The aim of this work was to

evaluate, through the technique of Scanning Electron Microscopy (SEM), the

possible changes in the morphology of the yeast Saccharomyces cerevisiae,

bayanus variety, caused by ethanol stress. For electron microscopy analysis of yeast

grown in YEPD media in different concentrations of ethanol, the samples were fixed

in conductive adhesive surface, composed of carbon and metallized with thin film of

gold, to make them conductive and adapted for morphological analysis. As a result it

was possible to verify that the daughter cells remain mechanically connected with the

parent cell. This is due to the presence of a cell wall protein that persists after the

split, but that did not prevent the mechanical separation. On 8.000 x images the red

arrows show detected deformations, such as stretching and union (formation of

bunches) of yeasts grown under ethanol stress. As we can see in the figures

(1.500X), progressively higher concentrations of ethanol cause deformations in the

cell wall of yeast. These deformations can be related to a response due to the toxicity

of ethanol, or dehydration due to increased concentration of this alcohol. Another

feature was the increasing formation of pseudohyphae. The increase in concentration

of ethanol also caused a cell dimorphism in yeast, which went from ovoid to

elongated from. It was also possible to verify the formation of initiation and elongation

buds. We concluded that yeast cells in bunches come from from isolated cells, that in

conditions of ethanol stress become attached. According to MEV images, we also

noticed that the pseudohiphae formation becomes more evident when alcohol

concentration increases. This ability to flock is also related to the temperature at

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which the fermentation undergoes. This characteristic is transmitted from mother to

daughter, becoming a natural defense factor.

Key Words: Saccharomyces cerevisiae, growth, morphology, ethanol,

pseudohyphae, mycelial elongation

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EFEITO DO ESTRESSE POR ETANOL SOBRE A MORFOLOGIA DAS CELULAS

DE LEVEDURAS SACCHAROMYCES CEREVISIAE

1. INTRODUÇÃO

As leveduras são os principais microrganismos responsáveis pela conversão de

açúcares em etanol em nível industrial. As células de leveduras fazem uso desta

conversão para obterem energia necessária à manutenção de suas atividades vitais,

sendo o álcool etílico um produto de excreta de seu metabolismo (SANTOS, 2008)

As leveduras são microrganismos eucariotos unicelulares, de parede celular rígida,

que possuem tamanho microscópico de 1 a 5 μm de diâmetro e de 5 a 30 μm de

comprimento. Apresentam-se, na sua maioria, de forma esférica a ovóide ou até

mesmo de filamentosa a elipsoide. Assim como outros tipos de fungos, as leveduras

não realizam fotossíntese, apenas absorvem nutrientes contidos no meio onde

vivem, através de trocas bioquímicas, fazendo com que se multipliquem e produzam

produtos e subprodutos metabólicos (PELCZAR; et. al., 1997; ALTERTHUM, 2001).

Usualmente as células da levedura S. cerevisiae crescem na forma de células

globulares únicas. A habilidade desta levedura para formar pseudohifa perde-se na

maioria das cepas selecionadas em laboratórios, que buscam células que se

separam facilmente (GANCEDO, 2001).

A taxonomia das leveduras indica que as leveduras constituem um grupo de

fungos, cujas espécies podem ser caracterizadas por uma série de características

morfológicas, fisiológicas e bioquímicas. As principais características empregadas na

classificação das leveduras são: morfológicas - classificação ao nível de gênero;

características fisiológicas - classificação ao nível de espécies, características

bioquímicas - classificação ao nível de estirpes. (LODDER e KREGER Van RIJ

1952; LOODER 1970; KREGER Van RIJ 1984 e KREGER Van RIJ 1987).

SENAI/DN (2000) apud SANTOS, (2008) cita como principais características

morfológicas, citológicas e fisiológicas de células de leveduras:

Variam de 2 a 20 micra, podendo medir 100 micra de comprimento. A largura

varia geralmente de 1 a 9 micra. São encontradas sob diferentes formas. A

oval é a mais frequente.

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As células de leveduras são eucarióticas. Podem apresentar cápsulas, como

as bactérias. A parede celular contém glucana, manana, lipídios e fosfatos. A

quitina pode estar presente

As leveduras se multiplicam assexuadamente, através da formação de brotos

ou gemas. A célula mãe pode dar origem a até 20-25 células-filhas.

Em muitas espécies de leveduras ocorrem sucessivas gemulações, e quando

há mais de sete células juntas, denomina-se pseudomicélio, pela semelhança aos

micélios dos bolores. As leveduras que formam películas sobre a superfície de

líquidos produzem o pseudomicélio.

A levedura S. cerevisiae se desenvolve melhor em meio contendo fonte de carbono,

vitaminas, como a tiamina e o ácido pantotênico, e também os nutrientes minerais

tais como: sais de nitrogênio, fósforo, enxofre, potássio, magnésio, cálcio, zinco,

manganês, cobre, ferro, iodo, entre outros (BARNETT; PAYNE; YARROW, 2000;

PINHEIRO, 2004; AMORIM; BASSO; LOPES, 2009).

Fungos simples evoluíram mecanismos sofisticados para detectar e responder a

estímulos ambientais, ativando chaves de desenvolvimento que resultam em

mudanças coordenadas em fisiologia celular, morfologia e adesão celular. Crítica

depleção de nutrientes frequentemente induz a paragem do crescimento e a

formação de esporos capazes de tolerar uma grande variedade de tensões

ambientais. No entanto, numa solução alternativa é a mudança dimórfica ao

crescimento filamentoso, caracterizado por redes de ramificação das cadeias de

células ou de hifas para formar um micélio (GANCEDO, 2001 e PALECEK et. al.,

2002). Esse interruptor dimórfico é essencialmente modular e pode ser ativado por

uma grande variedade de estímulos apropriados para o estilo de vida do fungo.

A morfologia celular, a formação de uma cápsula de polissacarídeos, a ausência ou

presença de vacúolos de glóbulos de lipídeos, e o desenvolvimento das

mitocôndrias dependem das condições físico-químicas e da idade do cultivo do

microrganismo (BOURGEOIS e LARPENT, 1995).

Por sua vez, muitos processos bioquímicos industriais empregam leveduras e

fungos filamentosos dimórficos para dirigir a produção dos compostos químicos

desejados. A fermentação de hidratos de carbono em frutas, grãos e outras

biomassas ao etanol pela levedura Saccharomyces cerevisiae é o processo

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fundamental para uma vasta gama de produtos desde vinhos finos a aditivos de

gasolina (PALECEK et. al., 2002 e PRETORIUS 2000).

Na FIGURA abaixo, é possível visualizar a estrutura e a reprodução de uma célula

típica de levedura.

FIGURA 11 - A estrutura e a reprodução de uma célula típica de levedura.

FONTE: SCHOHN, 2007

A S. cerevisiae, cresce normalmente como células de brotamento simples. Embora

as observações espalhadas sobre a capacidade desta levedura a crescer em forma

filamentosa foram feitas há muito tempo (GUILLIERMOND, 1920 apud GANCEDO,

2001), o fato de que as maiorias das cepas de laboratório crescem exclusivamente

na forma unicelular (KLEYN, et. al, 1971) fez com que o dimorfismo nesta levedura

não recebesse atenção significativa até a década passada. Em 1992, Gimeno et

al. (1992) relataram que, numa estirpe diploide em particular de S. cerevisiae, a

privação de nitrogênio causou a formação de pseudohifas e levou a um crescimento

filamentoso. Durante o crescimento pseudohifal, as células se tornam alongadas, a

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brotação ocorre de forma síncrona unipolar e os brotos não se separam, produzindo

as cadeias de células que são chamados de pseudo. (ver FIGURA 12 )

FIGURA 12 - Na imagem a seta mostra a formação de pseudohifas

FONTE: CECCATO-ANTONINI et.al 2004

A produção de etanol pela levedura está ligada tanto ao processo de respiração no

qual ocorre o crescimento celular, quanto ao processo de fermentação em que

ocorre a produção de etanol. Na respiração, a degradação de moléculas de açúcar

pelas células em CO2 e H2O, produz um saldo energético de 36 ATP, muito

importante para a multiplicação celular e para a formação de biomassa. É

interessante que a levedura tenha uma boa taxa de crescimento, sendo o etanol um

produto de excreção que, em altas concentrações, torna-se tóxico às células de

levedura (LIMA; et.al., 2001; PINHEIRO, 2004; NELSON; COX, 2011).

S. cerevisiae apresenta um ciclo de crescimento característico. A fase lag

corresponde à fase de adaptação fisiológica das células ao novo meio de cultura no

qual foram introduzidas. Nessa fase o metabolismo de célula está ativo, sintetizando

enzimas e coenzimas, criando condições para que elas possam se dividir, embora

as células ainda não estejam se dividindo. Na fase exponencial, o numero de células

aumenta exponencialmente com o tempo, usando energia proveniente da

fermentação. Ao diminuir a disponibilidade de glicose no meio, ocorre a depressão

catabolica (transição diauxica), com uma parada transiente na divisão celular,

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150

enquanto as células são preparadas para o metabolismo respiratório. Após a divisão

celular é retomado um ritmo mais lento, utilizando etanol como fonte de carbono,

produzido durante a fermentação (fase pos-diauxica). Quando todas as fontes de

carbonos são exauridas, as células entram na fase estacionaria, na qual podem

sobreviver por muito tempo na ausência de nutrientes (PRINGLE e HARTWELL,

1982; FUGE e WERNER-WASHBURNE, 1997).

Vários álcoois também podem induzir alterações morfológicas. DICKINSON 1994; e

DICKINSON 1996, demonstrou que alguns álcoois de fusel, que permanecem após

a maior parte do etanol ser removido a partir de qualquer fermentação de leveduras,

podem promover uma aberrante, morfologia alongada em S. cerevisiae. A

morfologia das células em crescimento, sob a forma pseudohifal é muito semelhante

ao de células expostas a estes álcoois fusel. Lorenzet al. (2000) caracterizou a

ligação entre estas alterações morfológicas induzidas pelo álcool e

pseudohifas. Vários álcoois, nomeadamente álcool isoamílico e butanol, promovem

um crescimento filamentoso em meio sólido e de forma alongada e filamentosas em

meio líquido. O etanol também reforça o crescimento filamentoso em células

diploides.

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2. OBJETIVO

Avaliar através da técnica de Microscopia Eletrônica por Varredura (MEV) as

possíveis alterações na morfologia da levedura Saccharomyces cerevisiae variedade

bayanus, proveniente de danos causados pelo estresse etanolico.

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3. METODOLOGIA

Para análise de Microscopia Eletrônica a amostra da levedura S. cerevisiae

variedade bayanus crescidas em meios YEPD em diferentes concentrações de

etanol (3%, 5%, 7%, 9%, 12%, 15% e 21%) foram fixadas em superfície adesiva

condutora, composta por carbono, e metalizadas com fina película de ouro, em

Spputer Coater Denton Vacuum Desk V, de modo a torna-las condutoras,

adequando-as para a análise.

As imagens com microscópio foram executadas com tensão de aceleração dos

elétrons variando entre 5 KV e 20 KV e analisadas através de imagens formadas

pelo Foi utilizado o MEV JEOL JSM-6610LV Scanning Electron Microscope, com

filamento de tungstênio, magnificação máxima de 300.000X pertencente ao

Laboratório Multiusuário de Microscopia Eletrônica (LAMUME).

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4. RESULTADOS

Os resultados são apresentados através de imagens reveladas por MEV.

A) Levedura Sem Estresse Etanolico

FIGURA 13A. 1 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD sob condições normais – Imagem aumentada 1,500 X

FIGURA 13A. 2 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD sob condições normais. A seta sinaliza a forma elíptica/oval da levedura – Imagem aumentada 8,000 X

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B) Levedura com crescimento em 3% de Etanol no meio YEPD

FIGURA 14B. 1– Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 3% de concentração de etanol – Imagem aumentada 1,500 X

FIGURA 14B. 2 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 3% de concentração de etanol. As setas sinalizam a formação de pseudohifas. – Imagem aumentada 8,000 X

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155

C) Levedura com crescimento em 5% de Etanol em meio YEPD

FIGURA 15C. 1 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 5% de concentração de etanol – Imagem aumentada 1,500 X

FIGURA 15C. 2 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 5% de concentração de etanol. A seta em branco mostra deformações na parede celular da levedura em consequência do aumento da concentração de etanol. As setas em laranja indicam os botões de iniciação e alongamento – Imagem aumentada 8,000 X

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D) Levedura com crescimento em 7% de Etanol em meio YEPD

FIGURA 16D. 1 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 7% de concentração de etanol – Imagem aumentada 1,500 X

FIGURA 17D. 2 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 7% de concentração de etanol. As setas mostram deformações na parede celular da levedura em consequência do aumento da concentração de etanol – Imagem aumentada 8,000 X

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157

E) Levedura com crescimento em 9% de Etanol em meio YEPD

FIGURA 18E. 1 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 9% de concentração de etanol – Imagem aumentada 1,500 X

FIGURA 19E. 2 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 9% de concentração de etanol. As setas em vermelho indicam a formação de pseudohifas. E as setas em verde a mudança na forma de arredondada para alongada – Imagem aumentada 5,000 X

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158

F) Levedura com crescimento em 12% de Etanol em meio YEPD

FIGURA 20F. 1 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 12% de concentração de etanol – Imagem aumentada 1,500 X

FIGURA 21F. 2 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 12% de concentração de etanol. A seta sinaliza a formação de um broto – Imagem aumentada 8,000 X

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159

G) Levedura com crescimento em 15% de Etanol em meio YEPD

FIGURA 22G. 1 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 15% de concentração de etanol. Como é possível observar na imagem, todas as leveduras apresentam deformações – Imagem aumentada 1,500 X.

FIGURA 23G. 2 – Levedura Saccharomyces cerevisiae variedade bayanus crescida em meio YEPD com 15% de concentração de etanol – Imagem aumentada 1,500 X

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160

5. DISCUSSÃO

As células na forma de pseudohifa possuem algumas características como: forma

celular alongada, deficiência em separação celular e um padrão de brotamento

unipolar (FUJITA et al., 2005). As células-filhas permanecem mecanicamente

conectadas com a célula-mãe por uma proteína da parede celular que persiste após

a divisão, mas podem ser separadas mecanicamente. A mudança do padrão de

divisão celular em microrganismo dimórficos é modulada por fatores ambientais, tais

como, disponibilidade de nutrientes (KRON, 1997). As características citadas pelos

autores acima também foram observadas em nossos estudos, no que tange o

crescimento unido e formação de pseudohifas, à medida que a concentração de

etanol aumenta. Essas características morfológicas podem ser verificadas nas

imagens aumentadas em 8,000X sinalizadas por setas vermelhas.

Sabe-se que células de levedura Saccharomyces cerevisiae quando em meio de

cultivo pobre em fonte de carbono ou nitrogênio, formam pseudo-hifas, inclusive as

vias de sinalização moleculares para estes eventos já estão elucidadas (ZARAGOZA

e GANCEDO, 2000).

Zaragoza e Gancedo (2000) estudaram outros fatores que influenciam a morfologia

celular, como cultivos em que a fonte de carbono usada foi um álcool não

metabolizável (propanolol) e cultivos com estresse osmótico resultante de

concentrações de 1M de cloreto de sódio. Os autores concluíram que a formação de

pseudohifas em cultivos de levedura S. cerevisiae provavelmente é uma resposta

fisiológica tanto à escassez de nutrientes no meio de cultivo quanto uma resposta a

ambientes em situação de estresse (ZARAGOZA e GANCEDO, 2000).

Como podemos observar nas figuras com aumento de 1,500 X, concentrações

progressivamente mais altas de etanol causam crescentes deformações na parede

celular da levedura. Essas deformações podem estar relacionadas a uma resposta

devido à toxidade do etanol, ou uma desidratação devido ao aumento da

concentração desse álcool. Ou característica observada foi a crescente formação de

pseudohifas.

Gancedo (2001) sugere que estas formações em resposta ao estresse podem

auxiliar as células a sobreviver em ambientes possivelmente danosos. Outra

deformação a ser analisada são formações côncavas como mostrado nas FIGURAS

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21D. 2 E 20C.2 indicadas pelas setas em preto. Essa deformação pode esta

associada à desidratação da parede celular pelo etanol e/ou resposta ao ambiente

estressante como forma de sobreviver ao mesmo.

As concentrações de aminoácidos também afetam o crescimento filamentoso, quer

pelo fornecimento de uma fonte de nitrogênio ou através de um mecanismo de

sinalização independente. Klasson et ai. (1999) mostraram que mutações no gene

SSY1 permease de ácido aminado ou gene PTR3 regulador permease peptídeo

induziu o alongamento. Provavelmente isso venha a justificar o alongamento da

levedura mostrada na FIGURA 19E. 2 indicada pelas setas em verde.

As duas melhores vias caracterizadas que regulam a formação de filamentos é a

proteína quinase dependente de cAMP (proteína cínase A, PKA) e STE cascatas de

MAPK (revisto por BORGES-WALMSLEY et.al., 2000; D’SOUZA et.al., 2001;

LENGELER, et.al., 2000; PAN, et.al., 2000; POSAS, et.al., 1998).

Os microrganismos tanto secretam quanto excretam uma ampla variedade de

compostos. Algumas destas substâncias resultarem de processos metabólicos

normais, tais como os álcoois em leveduras fermentativas. Embora o etanol seja o

produto de fermentação primária em S. cerevisiae, a levedura produz uma variedade

de outros álcoois, principalmente produtos do metabolismo dos aminoácidos de

cadeia ramificada, conhecidos coletivamente como álcoois fusel (WEBB, 1963).

No trabalho de Dickinson (1996) a uma concentração de 0,5% (v / v), álcool

isoamílico induziu a formação de extensões semelhantes a hifas em estirpes

diplóides e haploides de S. cerevisiae em meio complexo líquido. Estas extensões,

que se desenvolvem através do botão de iniciação e alongamento, são sujeitos à

divisão e a replicação do DNA nuclear e parecem semelhantes em muitos aspectos

a uma forma aberrante do ciclo de divisão celular. Álcool n-amilo foi tão eficaz como

o álcool isoamílico para induzir semelhantes a hifas de extensão (DICKINSON,

1996). Esses botões de iniciação e alongamento foram possíveis ser verificados,

como indicados nas FIGURAS 18A. 2 E 20C.2 em setas na cor laranja

Lorenz et al. (2000) demonstraram respostas a vários álcoois na morfologia celular e

tanto na colónia de S.cerevisiae. Estes álcoois (etanol, metanol, propanol,

isopropanol, butanol, isobutanol, álcool amílico e isoamílico) estimularam as células

haploides de se diferenciar em uma forma filamentosa semelhante ao diploide

específico, induzida pela inanição de nitrogênio, causando o desenvolvimento de

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pseudohifas. Ambos os fenômenos envolvem uma morfologia alongada da célula,

alteração no padrão de brotamento, e uma dependência de elementos da via MAPK

feromônio-responsivo.

Outro gene essencial para a diferenciação pseudohifal sob uma série de condições

de teste não padronizados incluindo a temperatura alterada e aumento de nitrogênio

é o SWE1.

La Valle e Wittenberg (2001), concluíram que a quinase Swe1 modula o

desenvolvimento filamentoso sob uma ampla gama de condições e que a sua função

é parcialmente redundante com os TEC1 Flo8 e fatores de transcrição.

Usando duas estirpes industriais para a produção de etanol, Ceccato-Antonini e

Silva (2000) observaram transição para extensões semelhantes a hifas ou

pseudohifas (aglomerados de células) por adição de IAA (álcool isoamilico) 0,3-0,9%

v / v em Agar YEPD. Todas as alterações foram reversíveis quando as leveduras

foram reinoculadas em YEPD sozinho. Embora a formação de pseudohifas seja um

resultado de limitação de nitrogênio, foi também observada em resposta à adição de

IAA. A morfologia filamentosa da levedura pode ser problemática para o processo de

fermentação como a formação de uma “espuma” (concentração de células de

levedura) na parte superior do tanque de fermentação, retendo gás preso nos

tanques, fazendo com que o mosto da cana que flui para fora dos tanques ocasione

a perda de açúcar e álcool. Portanto, quando a temperatura na fermentação é acima

de 34°C e a levedura forma pseudomicélios se gasta bem mais antiespumante e

dispersante na fermentação (CECCATO-ANTONINI, et. al., 2000).

De acordo com os resultados obtidos por POSSAS (2010), dados foram suficientes

para provar a suposição de que as leveduras em forma de pseudomicélios possuem

desvantagens em relação a células soltas unicelulares, pois como demonstrado, as

mesmas possuem uma menor capacidade de converter o substrato recebido em

etanol, sugerindo uma maior probabilidade de fornecer perdas no processo

fermentativo devido aos residuais de açúcares não assimilados. Ainda segundo a

autora, os resultados comprovam que o tipo rugoso tem menor capacidade de

conversão do substrato em etanol, devido a uma menor área de contato com o meio,

pois as células estão em disposição aglomerada, diferentemente das unicelulares

que possuem uma área de contato muito maior com o meio. Indicando que este fato

reduz significativamente o rendimento fermentativo uma vez que a não conversão do

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substrato em etanol demanda perdas significativas, bem como diminuição da

eficiência global da indústria. Os dados comprovaram que o tipo que se apresenta

com pseudomicélios possuem maior capacidade de tolerar o etanol formado,

portanto se aglomeram em cachos a fim de se autoproteger, evitando a exposição

das células-filhas aos fatores adversos. A autora concluiu também que o teor

alcoólico das leveduras aos cachos revertidas em soltas é maior do que a original

rugosa, portanto tem uma melhor Eficiência de Fermentação. É de se esperar,

então, que a unidade industrial que estiver trabalhando com leveduras soltas vai

influenciar na melhoria da Eficiência de Recuperação em ART.

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6. CONCLUSÃO

As células de leveduras aos cachos são oriundas de células isoladas, que em

condições de estresse se tornam assim, principalmente devido ao aumento

da concentração de etanol, como forma de proteção.

Nas figuras apresentadas neste capitulo, percebe-se que a formação de

pseudohifa torna-se mais evidente em cultivos à medida que a concentração

de etanol aumenta. Desta forma, sugere-se que elevadas concentrações de

etanol pode ser danosas às células de levedura Saccharomyces cerevisiae

explicando também a menor formação de biomassa.

Esta capacidade de formar cachos também está relacionada à temperatura a

que são submetidas nas dornas de fermentação, onde tendem a se aglomerar

com o mesmo objetivo. Esta característica é transmitida de mãe para filha,

tornando esta característica um fator natural de defesa.

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