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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO ESPECIALIZAÇÃO DE ARQUITETURA EM SISTEMAS DE SAÚDE MARCO AURÉLIO PORTUGAL LEITE AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO EM CENTROS CIRÚRGICOS: O CASO DO HOSPITAL GERAL CLERISTON ANDRADE SALVADOR BAHIA 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

ESPECIALIZAÇÃO DE ARQUITETURA EM SISTEMAS DE SAÚDE

MARCO AURÉLIO PORTUGAL LEITE

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO EM CENTROS CIRÚRGICOS: O

CASO DO HOSPITAL GERAL CLERISTON ANDRADE

SALVADOR – BAHIA

2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

ESPECIALIZAÇÃO DE ARQUITETURA EM SISTEMAS DE SAÚDE

MARCO AURÉLIO PORTUGAL LEITE

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO EM CENTROS CIRÚRGICOS: O

CASO DO HOSPITAL GERAL CLERISTON ANDRADE

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de

Especialização de Arquitetura em Sistemas de Saúde,

como requisito parcial para a obtenção do Título de

Especialista em Arquitetura de Sistemas de Saúde.

Orientação: Prof. Dr. Antônio Pedro Alves de Carvalho

SALVADOR – BAHIA

2010

000.000

S000

Leite, Marco Aurélio Portugal

Avaliação Pós-Ocupação em Centros Cirúrgicos: o caso do Hospital

Geral Clériston Andrade. Salvador, Marco Aurélio Portugal Leite, 2010.

57f.: il. 30 cm.

Monografia (Especialização) – Programa de Pós-Graduação em

Arquitetura. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Arquitetura,

2010.

1. Arquitetura Hospitalar. 2. Arquitetura e Saúde. I. Título II.

Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Arquitetura. III.

Monografia.

CDD. 00.ed.000.000

MARCO AURÉLIO PORTUGAL LEITE

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO EM CENTROS CIRÚRGICOS: O

CASO DO HOSPITAL GERAL CLERISTON ANDRADE

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

submetida em satisfação parcial dos requisitos ao grau de

ESPECIALISTA EM ARQUITETURA DE SISTEMAS DE SAÚDE à

Câmara de Ensino de Pós-Graduação e Pesquisa

da

Universidade Federal da Bahia

Aprovado: Comissão Examinadora

.................................................................

.................................................................

.................................................................

Data da Aprovação: ......../......../........ Conceito:

SALVADOR – BAHIA

2010

Olhar é uma coisa.

Ver o que se olha, é outra.

Entender o que se vê, é uma outra.

Aprender o que você entende, é uma coisa a mais.

Mas, agir sobre o que aprende, é tudo que realmente

importa.

Winston Churchill

Dedico a minha esposa e minha filha.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente A DEUS por ter me dado está oportunidade.

Ao meu orientador pelo apoio, paciência e incentivo sempre dispensado em todos os

momentos da realização desse trabalho.

A Direção e funcionários do Centro Cirúrgico do Hospital Geral Clériston Andrade,

que forneceram todo apoio necessário para que esse trabalho fosse realizado.

Aos meus sobrinhos Matheus e Mauricio e aos amigos Francisco Freitas e Maria das

Graças pelo apoio sempre que preciso.

Aos meus pais que nunca pouparam esforços para possibilitar a minha formação

acadêmica.

A Prof.ª Dr.ª Lúcia Servo pelo apoio e incentivo nesta especialização e trabalho.

Aos colegas Jefferson e Nobre Neto pelo incentivo e trabalhos realizados.

A todos os colegas da Turma ARQSAÚDE 2009, pela experiência e conhecimentos

compartilhados.

Aos meus irmãos pelo apoio na minha ausência.

A minha filha Ana Clara, que me inspira e sabe o porquê da minha ausência em alguns

momentos da sua vida.

A minha esposa pelo apoio e compreensão nas horas difíceis, e sempre me

acompanhar, entender e pelo seu grande amor.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APO Avaliação Pós-Ocupação

CD Centro de Diagnóstico

CME Central de Material Esterilizado

EAS Estabelecimento Assistencial de Saúde

HGCA Hospital Geral Clériston Andrade

IRC Índice de Reprodução de Cor

OMS Organização Mundial da Saúde

RDC resolução da diretoria Colegiada

SOMASUS Sistema de Apoio à Elaboração de Projetos de Investimentos em Saúde

UEU’s Unidades de Emergência e Urgência

UTI’s Unidades de Terapia Intensivas

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Avaliação Pós-Ocupação e as etapas do processo produtivo................................. 19

Figura 2 – Retroalimentação do processo de produção............................................................ 20

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Grau de satisfação dos usuários – aspectos ambientais do CC............................. 41

Gráfico 2 – Grau de satisfação dos usuários – aspectos de conforto térmico do CC.............. 41

Gráfico 3 – Grau de satisfação dos usuários – conforto luminoso e visual do CC.................. 42

Gráfico 4 – Grau de satisfação dos usuários – conforto acústico do CC................................. 42

Gráfico 5 – Grau de satisfação dos usuários – qualidade do ambiente do CC........................ 43

Gráfico 6 – Grau de satisfação dos usuários – aspectos funcionais do CC............................. 43

Gráfico 7 – Grau de satisfação dos usuários – sistema construtivo do CC.............................. 44

Gráfico 8 – Grau de satisfação dos usuários – aspectos estéticos do CC................................. 44

LEITE, Marco Aurélio Portugal. 57f. 2010. Avaliação Pós-Ocupação em Centros Cirúrgicos:

o caso do Hospital Geral Clériston Andrade. Monografia (Especialização) – Programa de Pós-

Graduação em Arquitetura. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Arquitetura.

Salvador, 2010.

RESUMO

O estudo de caso teve como objetivo avaliar os aspectos ambientais, de conforto e qualidade,

funcionais, construtivos e estéticos do Cento Cirúrgico do Hospital Geral Clériston Andrade

localizado na cidade de Feira de Santana – Bahia, situado a 107 km da sua capital, Salvador.

Como metodologia utilizou-se entrevista e questionário, sendo todos de múltipla escolha para

medir grau de satisfação destes usuários, as respostas foram tabuladas e para uma visualização

global e qualitativa por meio de gráficos e levantamento dos ambientes por meio de

fotografias facilitando assim o diagnóstico. Com ajuda da Avaliação Pós-Ocupação (APO)

encontrou-se uma população satisfeita com o centro cirúrgico, provavelmente devido a última

reforma ocorrida na unidade hospitalar, porém este foi um estudo de curto prazo é preciso um

levantamento de médio e longo prazo utilizando outras metodologias não somente na centro

cirúrgico com nas demais unidades do hospital, pois estes estudos poderá envolver a

modernização da estrutura, investimento em tecnologia e em treinamento de pessoal.

Palavras-chave: Avaliação Pós-Ocupação; Centro Cirúrgico; EAS.

LEITE, Marco Aurélio Portugal. 57f. 2010. Post-Occupancy Evaluation in Surgical Centers:

The Case of General Hospital Cleríston Andrade. Monograph (Specialized) - Graduate

Program in Architecture. Federal University of Bahia. School of Architecture. Salvador, 2010.

ABSTRACT

The case study aimed to evaluate the environmental, quality and comfort, functional,

constructive and aesthetic hundred Surgical Cleriston Andrade General Hospital in the city of

Feira de Santana - Bahia, situated 107 km from its capital, Salvador. The methodology we

used interview and questionnaire, and all multiple choice to measure satisfaction of users, the

responses were tabulated and an overall qualitative visualization through charting and survey

of the environments through photographs thus facilitating the diagnosis. With the help of the

Post-Occupancy Evaluation (POE) found a population satisfied with the surgical center,

probably because the last reform took place at the hospital, but this was a short-term need is a

survey of medium and long term using other methods not only in the operating room with

other units in the hospital, since these studies may involve the modernization of the structure,

investment in technology and staff training.

Key-words: Post-Occupancy Evaluation, Surgical Center, Establishment of Health Care.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13

2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................... 16

2.1 Centro cirúrgico .............................................................................................................. 16

2.2 Avaliação pós-ocupação (APO) ...................................................................................... 17

2.2.1 Avaliação de ambiente construído ............................................................................. 23

2.2.2 Métodos de levantamento de campo .......................................................................... 25

2.2.2.1. Observações visuais ............................................................................................... 25

2.2.2.2. Entrevistas.............................................................................................................. 26

2.2.2.3. Questionários ......................................................................................................... 26

2.2.2.4. Levantamentos físicos (medições) ......................................................................... 27

3 ESTUDO DE CASO ....................................................................................................... 28

3.1 Resultados ....................................................................................................................... 29

4 RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................... 32

5 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 33

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 35

APÊNDICES ............................................................................................................................ 39

APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ............................................ 399

APÊNDICE B – GRÁFICOS DA PESQUISA COM USUÁRIOS CHAVE .......................... 39

ANEXOS .................................................................................................................................. 46

ANEXO A – PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA ........ 46

ANEXO B – CARTA DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA .......... 46

ANEXO C – PLANTA BAIXA DO CENTRO CIRÚRGICO DO HGCA ............................. 46

ANEXO D – PLANTA LAYOUT DO CENTRO CIRÚRGICO DO HGCA ......................... 46

ANEXO E – FOTOS DE AMBIENTES DO CENTRO CIRÚRGICO ................................. 460

13

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo trata-se de uma Avaliação Pós-Ocupação (APO) de curto prazo o

Centro Cirúrgico do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA). Os estudos atualmente

designados pelo termo APO avaliam o ambiente construído e ocupado, e buscam orientar

profissionais nas diferentes etapas do desenvolvimento de um ambiente, como concepção,

construção, operação e manutenção. Trata-se, portanto, de um mecanismo de realimentação

de projetos semelhantes e de controle de qualidade do ambiente no decorrer da sua vida útil.

Além disso, por se tratarem de projetos de grande porte, é freqüente não haver um

contato direto entre o profissional responsável pelo projeto e os futuros usuários. Soma-se,

ainda, o fato de que, em um ambiente hospitalar, as pessoas encontram-se mais sensíveis por

seu estado físico debilitado, aumentando a relevância do papel da arquitetura em influenciá-

las e, portanto, de poder contribuir para o processo de cura.

Ressalta-se que a APO é um processo sistematizado de avaliação de edifícios, passado

algum tempo de sua construção e ocupação. A APO focaliza os ocupantes do edifício e suas

necessidades, a partir das quais elabora insights sobre as conseqüências das decisões de

projeto na performance da edificação.

O desempenho dos edifícios é avaliado, diariamente, de forma inconsciente e não

explícita. Quando, em um determinado ambiente, são ouvidas conversas e ruídos de outros

ambientes, o desempenho da acústica do recinto está sendo avaliada. Da mesma forma, a

temperatura do recinto, a qualidade da iluminação natural/artificial, do mobiliário, dos

acabamentos e a visão do exterior por meio das aberturas, são avaliados informalmente.

Enquanto esperamos um elevador, podemos julgar o tempo de espera. Os critérios de

avaliação usados, nestes casos, são originados em expectativas que são baseadas em situações

vivenciadas (RHEINGANTZ, 2009).

No mercado competitivo, a meta do projetista passa a ser a criação de projetos com

funcionalidade e desempenhos que atendam às expectativas de mercado, e que apresentem o

possível de satisfação dos usuários. Neste sentido, a APO pretende analisar o desempenho dos

edifícios, por meio da comparação sistematizada e rigorosa, segundo critérios de desempenho

pré-estabelecidos. As diferenças evidenciadas possibilitam a avaliação.

14

Observa-se que a prática de APO assumiu validade significativa no meio profissional e

é de fundamental importância na formação dos arquitetos e engenheiros, seja no nível da

graduação ou pós-graduação, ao proporcionar uma visão crítica e pró-ativa de elementos que

interferem na melhoria da qualidade dos processos de projeto e no desempenho da execução

da obra.

Na atualidade, muitas empresas públicas e privadas adotam, como critério, atribuir

pontos nas classificações para contratação de arquitetos ou de escritórios, considerando a

experiência dos profissionais também com APO, especialmente em projetos e obras de

habitações de interesse social, edifícios institucionais como escolas e hospitais, obras públicas

de infraestrutura viária, aeroportos, trens urbanos, praças, parques, entre outras. Assim,

qualquer edificação, independentemente do seu porte, uso e destino, pode ser avaliada por

meio do procedimento APO.

A APO no Brasil, ainda hoje é pouco utilizada pelos profissionais de arquitetura e

engenharia. É uma ferramenta que, sendo utilizada por esses profissionais, implicará na

melhoria da qualidade da Arquitetura em geral, utilizando conceitos e dados obtidos nas

pesquisas.

Assim sendo, estabeleceu-se como pergunta de investigação para este trabalho: Quais

as características das condições ambientais, funcionais e tecnológicas do ponto de vista dos

usuários para um perfeito funcionamento de centros cirúrgicos?

O Centro Cirúrgico é uma unidade cuja finalidade é realizar procedimentos cirúrgicos,

bem como promover a recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediata do paciente

(BRASIL, 2002), o que requer recursos humanos, físicos, informacionais e tecnológicos

compatíveis, além de condições para que as equipes médica e de enfermagem possam planejar

e realizar o atendimento as necessidades dos pacientes antes, durante e após a cirurgia

(RODRIGUES; SOUSA, 2010).

Hoje, no Brasil, existem diversos centros cirúrgicos em funcionamento com a

inexistência de alguns ambientes propostos na RDC 50/02 (BRASIL, 2002), o que vem

comprometendo a qualidade na assistência técnica devido à introdução de novas técnicas,

procedimentos e inovação tecnológica.

15

O presente estudo visa contribuir na elaboração de projetos arquitetônicos de centros

cirúrgicos e aos profissionais de engenharia e arquitetura, de maneira que estes estejam

sempre atendendo as constantes mudanças, das normas, tecnologias e procedimentos na área

de saúde, pretendendo-se oferecer um material teórico fundamentado aos usuários

(profissionais e funcionários) dos centros cirúrgicos e ao meio acadêmico.

Deste modo, partindo desta investigação, a presente pesquisa teve como objetivo

avaliar os aspectos ambientais, de conforto e qualidade, funcionais, construtivos e estéticos do

Centro cirúrgico do HGCA por meio da APO, localizado na cidade de Feira de Santana,

utilizando a opinião de usuários chave. Com isso foi possível diagnosticar aspectos positivos e

negativos, definindo, para este último caso, recomendações; além de demonstrar o fluxo do

ambiente do centro cirúrgico e orientar as novas propostas arquitetônicas aos gestores e

projetistas, disponibilizando os resultados alcançados a engenheiros, arquitetos e comunidade

acadêmica.

A presente pesquisa utiliza-se da metodologia de estudo de caso, apoiado em pesquisa

exploratória de campo realizada no período de junho a setembro de 2010, no Centro Cirúrgico

do Hospital Geral Cleriston Andrade, que foi edificado em uma área pertencente ao governo

Estadual.

Por meio da aplicação de questionários, buscou-se captar a opinião dos usuários chave

a respeito da organização espacial e estado de conservação dos ambientes. Esses inquéritos,

além de avaliar o nível de satisfação dos usuários do ambiente, forneceram subsídios para um

possível remanejamento do espaço estudado.

Portanto, estudo objetivo avaliar os aspectos ambientais, de conforto e qualidade,

funcionais, construtivos e estéticos do Centro Cirúrgico do HGCA localizado em Feira de

Santana, BA, estabelecendo como pergunta de investigação: Quais as características das

condições ambientais, funcionais e tecnológicas do ponto de vista dos usuários para um

perfeito funcionamento de centros cirúrgicos?

16

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Centro cirúrgico

Segundo Ribeiro (1993, p.30-31), “o hospital, seja ele público ou privado, representa a

emergência de interesses submersos da produção industrial na saúde”. Os hospitais, hoje, são

considerados empresas que só visam o lucro pelos seus serviços, deixando a sua principal

função, que é salvar as pessoas, em segundo plano.

Assim, a instituição deve estar preparada para atender ao crescente aumento na

demanda por serviços de saúde, o que implica em um crescimento na quantidade de

procedimentos cirúrgicos. Esse aumento de demanda é inevitável, tendo-se em vista que é

proporcional ao aumento da população. Então, há necessidade de que o Centro Cirúrgico seja

estruturado e dimensionado de forma que possa vir a atender a demanda esperada por

cirurgias nos próximos anos, mantendo ou melhorando a qualidade do atendimento.

Segundo a RDC 50/02 (BRASIL, 2002, p.133) “centro cirúrgico é a unidade destinada

ao desenvolvimento de atividades cirúrgicas, bem como à recuperação pós-anestésica

imediata”. Ambiente este que cuida da vida, por meio dos procedimentos nele realizado,

utilizando equipamentos, pessoal e instalações ordinárias específicas.

Definido também como:

Conjunto de ambientes, devidamente localizados, dimensionados, inter-relacionados

e dotados de instalações de equipamentos, como pessoal qualificado e treinado para

realização de procedimentos cirúrgicos, de forma a oferecer o máximo de segurança

aos pacientes e as melhores condições de trabalho para a equipe médica (LAMB,

2000, p.140).

Por ser um sistema complexo que integra um hospital, o centro cirúrgico requer

suporte adequado técnico-administrativo no que concerne a equipamentos, normas e rotinas,

recursos operacionais e humanos, que promovam a prevenção e controle dos riscos e

protejam, ética e legalmente, as equipes multidisciplinares e a instituição.

Quanto a sua localização, o centro cirúrgico deve sempre estar apoiado no estudo das

inter-relações muito desejáveis que é o fácil acesso pelas Unidades de Emergência e Urgência

(UEU’s),Unidades de Terapia Intensivas (UTI’s) e se relacione como desejável com a Central

de Material Esterilizado (CME) e Centro de Diagnóstico (CD), e possibilite a ampliação sem

17

comprometimento com outros setores e com o seu funcionamento. Também deve estar

protegido do tráfego externo e fontes de poluição. Na sua setorização interna é dividido em

Área externa, de transição, não crítica, semi-crítica e crítica.

2.2 Avaliação pós-ocupação (APO)

Segundo Rheingantz (2009), APO é um processo interativo, sistematizado e rigoroso

de avaliação de desempenho de ambiente construído, após algum tempo de construído e

ocupado, focalizando os ocupantes e suas necessidades, elaborando um estudo profundo das

consequências, das decisões projetuais. Está avaliação ocorre em uma periocidade que pode

ser diária, semanal e mensal. Por meio deste estudo, pode-se definir as intervenções no

ambiente, adotando melhorias a curto, médio e longo prazo.

A Avaliação Pós Ocupação é adotada para diagnosticar e recomendar, segundo uma

visão sistêmica e realimentadora, modificações e reformas no ambiente, tendo em

vista futuros projetos similares. É aplicada através de multimetodos e técnicas que

levam em conta o ponto de vista dos especialistas/avaliadores e dos usuários dos

ambientes (ORNSTEIN; BRUNA, ROMERO, 1995, p.7).

Como os métodos e as técnicas não são padronizados, levando em consideração o

ponto de vista do avaliador e usuários, os dados obtidos deverão ser avaliados por uma equipe

multiprofissional.

A avaliação de desempenho do ambiente construído e de seus componentes objetiva

garantir a satisfação das necessidades dos seus usuários – aqui entendidos como

qualquer ser humano, animal ou objeto para o qual o ambiente foi construído – ou

que entra direta ou indiretamente em contato com ele (vizinho, transeunte, etc.)

(ORNSTEIN, 1992, p.16).

Neste caso, usuários referem-se aos profissionais de saúde, funcionários e pacientes.

Para Voordt e Wegen (2005) a qualidade funcional de um edifício é a capacidade de

satisfazer as funções previstas de bem-estar, proteção e segurança, entre outras. Um edifício

funcional deve-se ajustar às atividades previstas com eficiência, conforto, saúde e segurança

para seus usuários.

A proposta da avaliação pós ocupação está justamente em identificar se a nova

construção atendeu as funções previstas para o bem-estar dos usuários do espaço edificado.

18

Em países desenvolvidos, os produtos colocados em uso, inclusive os ambientes

construídos, passam por mecanismos de controle da qualidade, tendo em vista atender as

necessidades de seus usuários (ORNSTEIN, 1992).

A metodologia APO surgiu na década de 60, tendo sido elaborada pelos norte-

americanos com o objetivo de buscar melhoria da qualidade nos ambientes construídos.

Aplicada sistematicamente nos EUA e na Europa, a APO atua como recurso de

projeto, corrigindo erros e definindo, se for necessário, a partir da retroalimentação da fase de

projeto, um plano para novos projetos. No Brasil, ainda não existe uma metodologia clara de

avaliação pós ocupação, mas apenas estudos e pesquisas isoladas.

A contribuição da APO no Brasil está concentrada em trabalhos na área tecnológica,

principalmente o conforto ambiental e as avaliações de desempenho, que, apesar de se

concentrarem na satisfação do usuário, não têm a questão comportamental como foco central

(MEDVEDVOSKI, 1994).

Para o desenvolvimento de uma APO são necessárias disciplinas que vão desde a

estatística e a psicologia até as que embasam tecnicamente o sub-setor edificações. Sendo um

assunto multidisciplinar, a APO das construções envolve aspectos de conforto acústico,

térmico, iluminação, de instalações prediais, da estrutura e de programas urbanísticos,

introduzindo a relação entre o ser humano e o espaço físico que ocupa (MARGARIDO,

1989).

Partindo da avaliação de fatores técnicos, funcionais, econômicos, estéticos e

comportamentais do ambiente em uso e contando com a participação dos técnicos, projetistas

e clientes, pretende-se com esta metodologia diagnosticar e definir recomendações que:

Reduzam ou, até mesmo, corrijam problemas encontrados no ambiente avaliado,

estabelecendo-se, assim, programas de manutenção e conscientização dos usuários;

Por meio dos resultados obtidos no estudo de caso, realimentem o ciclo do

processo de produção e uso de ambientes semelhantes.

De acordo a Ornstein, 1992; Preiser, 1996, a APO pode ser definida como um método

que, por meio da participação dos agentes envolvidos na tomada de decisões, detecta

patologias e determina recomendações durante o processo de produção e uso de futuros

19

ambientes construídos. Esse processo de produção e uso pode ser visualizado por meio do

fluxograma da Figura 1.

Figura 1 – Avaliação Pós-Ocupação e as etapas do processo produtivo. Fonte: Ornstein, 1992 apud Luna; Araújo, 2007, p.3.

O processo de produção apresenta um ciclo de vida que se divide entre fase de

produção, que se refere às etapas de planejamento, projeto, especificação e seleção de

materiais e construção da edificação, e a fase de uso, na qual o edifício passa a ter um valor de

uso, desempenhando seu papel social (ORNSTEIN, 1991).

Com base neste processo, a APO tem por objetivo mensurar a intensidade com que

cada projeto atende às necessidades, expectativas e percepções de seus usuários, sendo sua

principal meta analisar sistematicamente a realidade do edifício em uso, visando à otimização

do nível de qualidade das edificações.

Pode-se ainda apresentar como objetivos da APO (SIMÕES, 1989; SERRA, 1989):

Avaliar o desempenho dos materiais e das soluções construtivas adotadas nos

edifícios;

Propor recomendações técnicas de manutenção dos espaços físicos;

Difundir as recomendações técnicas oriundas da APO para os demais edifícios,

considerando os projetos arquitetônicos e a tecnologia construtiva;

20

Conscientizar os profissionais ligados a área de projeto e de construção da

importância da APO, no sentido de incorporarem em suas atividades esta

avaliação;

Adotar periodicamente a avaliação dos edifícios;

Utilizar os resultados da APO para corrigir erros existentes nos edifícios;

Aperfeiçoar a metodologia científica da APO para a realidade brasileira;

Sensibilizar as instituições públicas e privadas quanto à necessidade de avaliar

continuamente seu espaço físico.

Na Figura 2 está ilustrada a aplicação da APO como ferramenta para retroalimentação

do processo de produção de novos ambientes construídos, que é um dos objetivos citados

anteriormente.

Figura 2 – Retroalimentação do processo de produção de novos ambientes construídos. Fonte: SOUZA, 1993, p.22.

21

O usuário1 tem necessidades dependentes de fatores que estão além da função

específica do edifício, ou seja, recebe influência das condições climáticas, valores culturais,

características físicas, assim como o nível de desenvolvimento tecnológico e os recursos

econômicos disponíveis (JOHN, 1989).

Além do usuário, o avaliador tem um papel importante na APO, devendo se adequar à

situação da avaliação, atuar como investigador e como um intérprete capaz de identificar os

pontos para mudança.

O contato entre o avaliador e o usuário é um fator de grande importância nesta

atividade de APO, pois permite ao profissional envolvido a conscientização sobre a

importância do usuário dentro deste contexto (SOUZA, 1993).

Quadro 1 – As necessidades do usuário e os requisitos de desempenho.

1. segurança estrutural – os elementos da

edificação devem ter resistência mecânica a cargas

estáticas, dinâmicas e cíclicas, individualmente ou

combinadas; resistência a impactos, ações

acidentais; efeitos cíclicos (fadiga); para garantir

que estes elementos não atinjam o estado limite

último, que corresponde a ruína do elemento ou

parte dele.

2. segurança ao fogo – objetiva a limitação da

provável influência dos componentes e

subsistemas da edificação na alimentação e

propagação de riscos de erupção e difusão de fogo;

efeitos fisiológicos de fumaça e calor, sistemas de

alarme; tempo de evacuação.

3. segurança de utilização – visa a segurança contra

agentes agressivos, durante movimentação e

circulação e contra intrusos (pessoas e animais).

4. estanqueidade (habitabilidade) – visa garantir a

estanqueidade dos componentes e subsistemas do

edifício à água (da chuva, do solo, potável ou não,

entre outros); a gases e a poeira.

5. conforto higrotérmico – limitar as propriedades

térmicas do edifício e seus componentes e

subsistemas, de modo a satisfazer as exigências do

usuário no que concerne a controle da temperatura

do ar, radiação térmica, velocidade do ar e

umidade relativa; controle de condensação.

6. qualidade do ar (habitabilidade) – ventilação e

controle de odores.

7. conforto acústico (habitabilidade) – fixação de

limites de isolamento sonoro dos componentes e

subsistemas que compartimentam os ambientes em

relação a ruídos externos e internos e tempo de

reverberação.

8. conforto visual – iluminação natural e artificial;

insolação; possibilidade de escurecimento; aspecto

dos espaços, acabamentos e contato visual interna

e externamente.

9. conforto tátil (habitabilidade) – propriedades da

superfície, como rugosidade; eliminação ou

diminuição de descargas de eletricidade estática.

10. necessidades dinâmicas – limitações de

aceleração e vibrações, conforto de pedestres em

áreas de vento; facilidade de movimento.

11. higiene – facilidade para limpeza pessoal;

suprimento de água; limpeza e evacuação de água

perdida, materiais e fumaça e limitação de emissão

de contaminantes.

12. adpatação ao uso – número, tamanho, geometria,

subdivisão e interrelação de espaços; previsão de

serviços e equipamentos; flexibilidade.

13. durabilidade – os requisitos e critérios de

deterioração e desempenho visam limitar o nível

de deterioração dos materiais e componentes.

14. economia – capital, custos de manutenção; custos

de demolição.

1 Quando é mencionado o termo usuário, incluem-se os usuários diretos e os indiretos.

22

Fonte: ISO 6241, 1984 e MITIDIERI; RACHED, 1988; CIRIA, 1992; SOUZA, 1995 (apud BAGATELLI,

2002, p.63).

Cada uma das características citadas acima é de grande importância para que o

avaliador possa realizar seu trabalho. Atuando como investigador, ele deve aplicar entrevistas,

questionários, observar traços físicos e a qualidade dos ambientes; como técnico, o avaliador

deve desenvolver e realizar pesquisas tecnológicas, focalizando a manutenção e a eficiência

de utilização do espaço, dentre outros assuntos, e ao identificar pontos para mudanças, seus

estudos devem estar orientados a questões típicas da área, podendo incluir pesquisas de ação e

outros trabalhos do gênero (ZIMRING, 1989).

O contato entre o avaliador e o usuário é um fator de grande importância nesta

atividade de APO, pois permite, ao profissional envolvido, a conscientização sobre a

importância do usuário dentro deste contexto (SOUZA, 1993).

Portanto, em função dos objetivos do cliente e do tempo necessário, a APO possibilita

a adoção de melhorias a curto, médio e longo prazo (PREISER, 1989).

Melhorias de curto prazo – a possibilidade de identificar e solucionar e problemas

nos diversos sistemas/serviços, otimizar o uso do espaço interno e feedback da

performance do edifício, otimizar as atitudes dos ocupantes do edifício, por meio

do seu envolvimento efetivo no processo de avaliação, conhecer a influência das

modificações ditadas pela redução dos custos na performance do edifício, informar

decisões tomadas e melhorar a compreensão das conseqüências das decisões

projetuais na performance do edifício.

Melhorias de médio prazo – flexibilidade e facilidade de adaptação às

modificações organizacionais e crescimento contínuo, incluindo reciclagem de

serviços/sistemas para novos usos; redução significativa nos custos de construção e

de manutenção do ciclo vital do edifício; acompanhamento permanente da

performance do edifício, por profissionais e usuários;

Melhorias a longo prazo – aperfeiçoamentos na performance a longo prazo do

edifício; otimizar dados de projeto, padrões, critérios, e produção de literatura

técnica; otimizar e quantificar as medições de performance do edifício.

23

A APO ainda é um campo de trabalho em processo de amadurecimento e, em breve,

deverá ser incorporada ao processo produtivo dos edifícios, da mesma forma que a atividade

de programação tem sido considerada um passo fundamental da etapa de pré-projeto.

A crise econômica, a elevação dos preços da energia elétrica e dos serviços de

manutenção, e o aumento do nível de exigência dos usuários, contribuem para o surgimento

de uma nova mentalidade que valoriza a qualidade e a eficiência, onde a determinação das

necessidades dos clientes passa a ser uma das principais variáveis do processo de produção de

bens e serviços, baseando-se agora nos conceitos de qualidade expressos pela trilogia de Juran

(1992, p.15): "a gerência para a qualidade é feita utilizando-se os mesmos três processos

gerenciais de planejamento, controle e melhoramento".

Neste contexto, a APO pode tornar-se um eficiente instrumento no desenvolvimento do

produto (edifício) e também do seu processo (projeto). Por meio do conhecimento prévio do

padrão cultural – necessidades dos clientes (proprietários e usuários) declaradas e reais,

percebidas ou mesmo atribuíveis a usos inesperados, e da identificação antecipada dos níveis de

satisfação pretendidos pelo cliente com o produto, por meio do estudo comportamental, não será

difícil identificar suas insatisfações, suas mudanças de hábitos, ou, até mesmo, as suas fontes de

necessidades.

2.2.1 Avaliação de ambiente construído

O ambiente construído pode ser dividido didaticamente em áreas e subáreas, que

podem ser complementadas, reduzidas e/ou alteradas de acordo com o tipo de edificação,

características e objetivo da avaliação.

Estas avaliações, por sua vez, podem ser classificadas em (ROMERO, 1990;

ORNSTEIN, 1991):

Avaliação técnico-construtiva: abrangem materiais e técnicas construtivas de

fundações, estruturas, juntas de dilatação, cobertura, drenagem de águas pluviais,

impermeabilização, segurança contra incêndio, alvenaria, revestimentos, forros,

pinturas, acabamentos, caixilharia, vidraçaria e instalações elétricas,

eletromecânicas e hidro sanitárias;

24

Avaliação técnico-funcional: refere-se à avaliação comparativa entre o projeto

arquitetônico original e aquele em uso. Os itens de conforto ambiental (conforto

térmico e acústico, ventilação natural e artificial e iluminação natural e artificial);

dimensões e formas de utilização do espaço (planejamento/programa do projeto,

áreas e dimensões mínimas, armazenamento, circulação interna, fluxos de

trabalho, áreas de lazer e descanso, flexibilidade de espaços, dentre outros) são os

priorizados nesta avaliação;

Avaliação técnico-econômica: relacionada com índices econômicos, tais como:

relações custo/benefício, variação do custo da construção do edifício em função do

tipo de estrutura, altura, quantidade de fachadas, circulação vertical e horizontal do

edifício;

Avaliação técnico-estético-simbólica: analisa formas, volumes e a questão do

estilo e da percepção ambiental. As principais sub-áreas desta avaliação, que se

fundamentam na composição da fachada do edifício, são: as cores/pigmentação,

texturas, volumetria, ritmo, complexidade de formas e padrões, idade aparente,

efeitos lumínicos e dimensão estética;

Avaliação comportamental por extratos de usuários: relaciona-se com o ponto

de vista das várias categorias ou extratos de usuários, tendo como sub-áreas a

adequação ao uso e escala humana, proximidade, privacidade, território, interação,

identidade cultural, comunicação, ordem social, densidade populacional, controle

da dispersão de pessoas, dentre outros;

Avaliação da estrutura organizacional (complementar): relaciona-se com

problemas de organização funcional ou gerencial da empresa.

Conforme o desenvolvimento da metodologia de APO, a avaliação do

ambiente construído sofre influência de alguns fatores, podendo-se citar as etapas do

processo de produção de um edifício; os aspectos sociais, econômicos e culturais da

região em que está sendo aplicada a avaliação e o gerenciamento, manutenção,

organização, comportamento e tomada de decisão em ambientes construídos

(PREISER, 1989).

25

2.2.2 Métodos de levantamento de campo

Os métodos utilizados para o levantamento de campo podem ser resumidos em quatro:

observações visuais, entrevistas, questionários e levantamentos físicos (medições), que estão

discutidos nos itens 2.2.2.1 a 2.2.2.4.

2.2.2.1. Observações visuais

Definem-se observações visuais como sendo uma avaliação visual do ambiente

construído, com o objetivo de gerar dados a respeito das atividades realizadas, das

regularidades de comportamento, de oportunidades e restrições de uso proporcionadas pelo

projeto. É uma técnica muito apropriada para detectar o que acontece e como funciona uma

determinada edificação. Este levantamento apresenta restrições, quando utilizado

isoladamente, pois, sem a aplicação de entrevistas e questionários, encontram-se dificuldades

em identificar as causas do problema (REIS; LAY 1994).

De acordo com os objetivos apresentados anteriormente, pode-se classificá-las em

observações de comportamento e observações de traços físicos. Com as observações de

comportamento pode-se analisar o grau de interferência do ambiente no comportamento e

atividade das pessoas, assim como os efeitos colaterais que o ambiente pode provocar nas

relações entre indivíduos ou grupos (REIS; LAY 1994).

Para a coleta de dados por meio da observação visual deve-se seguir uma estrutura,

que é iniciada com a seleção dos indivíduos de acordo com a representatividade da categoria,

seguida pela definição de atividades e descrição de situações. As técnicas mais utilizadas para

o registro desse tipo de observação incluem mapas comportamentais, anotações verbais e

diagramáticas, fotografias e vídeos/filmes (REIS; LAY 1994).

Em observações de traços físicos buscam-se indícios deixados por

atividades/comportamentos no espaço físico e, por meio destes indícios, pode-se deduzir o

porquê de certas condições de espaços, a forma como o ambiente é usado e manipulado, qual

o sentimento do usuário ao utilizar este ambiente e se este mesmo ambiente satisfaz às

exigências dos usuários. As técnicas de registro consistem em anotações diagramáticas,

realizadas sobre o projeto avaliado, anotações verbais de todos os traços físicos, fotografias e

listas pré-codificadas (REIS; LAY 1994).

26

Observações realizadas por meio da fotografia ou vídeo são muito úteis às pesquisas

de APO, pois registram certas condições e atividades do edifício que permitirão ser

novamente examinadas após o levantamento. A fotografia pode ser utilizada para coleta de

dados ou para complementar outros métodos (PREISER; RABINOWITZ; WHITE, 1988).

2.2.2.2. Entrevistas

Esta técnica permite uma abordagem mais profunda de determinadas questões,

possibilitando algumas explicações, que em certas ocasiões não seriam obtidas por meio dos

questionários ou das observações visuais.

Com a característica de serem abertas/informais e estruturadas (com uma lista de

pontos que constituem um guia), com durações variadas e compatíveis e podendo ser

aprofundadas ou não, as entrevistas podem servir de base para a estruturação do questionário

ou para complementar e/ou testar a validade das informações obtidas a partir de questionários

ou de observações visuais.

Como a entrevista não é rígida, o indivíduo que está sendo entrevistado tem liberdade

de expressão, podendo variar o número de usuários entrevistados, com um ou vários ao

mesmo tempo.

Conforme as características do objeto de estudo, as entrevistas podem ser registradas

verbalmente ou oralmente, adotando-se, inclusive recursos visuais como ferramenta (REIS;

LAY 1994).

2.2.2.3. Questionários

Os questionários são utilizados para identificar e confirmar informações entre grupos

de pessoas, por meio da comparação das respostas dadas a um mesmo conjunto de perguntas

feitas para um número representativo de usuários. Estas perguntas são elaboradas com o

objetivo de mensurar de forma indireta, por meio de informações comparáveis e

quantificáveis, a reação dos usuários em relação à satisfação de aspectos técnicos, funcionais

ou comportamentais do ambiente construído.

27

O questionário deve ser estruturado com perguntas simples, precisas e específicas e as

respostas devem ser tratadas estatisticamente, devendo ainda fornecer meios para testar as

hipóteses formuladas (REIS; LAY, 1994).

Para a aplicação de questionários, geralmente lança-se mão de pré-testes como forma

de estudo piloto, com o objetivo de uniformizar as possíveis interpretações em um grupo de

indivíduos (PREISER; RABINOWITZ; WHITE, 1988).

Para que a amostra possa ser representativa deve-se defini-la com base nas diferentes

necessidades e tipos de atividades realizadas por grupos representativos da população

estudada. Como exemplo podem-se citar:

Em escolas, os usuários são classificados a partir da categoria funcional em quadro

de professores, alunos, funcionários (como por exemplo, os funcionários

administrativos: assistente administrativo, auxiliar em administração, secretário

executivo, administrador, psicólogo, recepcionista) (PALACIOS, 1994;

ORNSTEIN; MARTINS, 1997; SAN JUAN et al, 2000);

Os usuários de um conjunto habitacional podem ser classificados conforme faixa

etária, sexo, entre outros (ORNSTEIN, 1986);

Em hospitais, os usuários podem ser classificados em quadro médico, de

manutenção e limpeza, pacientes e, ainda, em visitantes.

2.2.2.4. Levantamentos físicos (medições)

Os levantamentos físicos investigam o ambiente quanto ao seu desempenho, por meio

de medições que podem ou não incluir a utilização de aparelhos e equipamentos.

É importante ressaltar que a escolha dos métodos e técnicas para a coleta e análise das

informações não deve ser aleatória, devendo atender às características do objeto de estudo, do

problema a ser investigado, da natureza das informações, assim como às características

específicas dos espaço e seus usuários (REIS; LAY, 1994).

28

3 ESTUDO DE CASO

O Primeiro contato ocorreu no mês de junho de 2010, quando o projeto foi

apresentado e discutido com a direção do Hospital Clériston Andrade. O método utilizado

para este estudo foi em forma de entrevistas e questionários, no mês de setembro de 2010,

realizados juntos aos oito usuários chave (médicos, enfermeiros e técnico em enfermagem),

numa população de 20 pessoas, sendo que os dados obtidos para confecções dos gráficos

foram tabulados de acordo aos seguintes aspectos: ambientais, conforto térmico, luminoso e

visual, acústico, qualidade do ambiente, funcionais, construtivos e estéticos (Apêndice A).

Além de visita in loco para levantamento fotográfico de alguns ambientes do centro cirúrgico.

A importância da avaliação feita pelos usuários é cada vez mais utilizada, na

atualidade, sobretudo enfocando a busca da qualidade nos hospitais. Afinal, o atendimento

aos usuários constitui finalidade de todo hospital. É difícil ser aferida entretanto por se tratar

de mensuração de opiniões, influenciadas por diferentes situações, expectativas e

antecedentes.

De posse do diagnóstico, é possível criar um cenário de projeções para as soluções. A

construção desse cenário depende da política de investimentos ou atitudes organizacionais da

instituição.

O roteiro (Apêndice A) dividido em categorias, possibilita uma identificação

individualizada visualizada por meio da construção de gráficos. Nesses termos, o profissional

competente terá sua visão ampliada dos pontos fortes e fracos do projeto, o que permitirá

revisões e adequações para as reformulações necessárias.

Esta proposta não tem intenção de criar um modelo definitivo, mas orientar e facilitar

a rotina do arquiteto na elaboração dos projetos destinados à estrutura física de hospitais.

Desta maneira, esta ferramenta poderá auxiliar o profissional para que o ambiente projetado

tenha conforto e qualidade, seja eficiente, tenha um bom desempenho, considere os princípios

ambientais da sustentabilidade - pressupõe-se que os sociais e os econômicos já estejam sendo

considerados - orientando-o sem, no entanto, deixar de lado as questões estéticas do projeto.

Vale salientar, ainda, que o roteiro, pela sua amplitude, pode ser utilizado não apenas

na unidade hospitalar como um todo, mas também em setores específicos, e possibilitar uma

perspectiva dos aspectos num cenário micro do EAS, que é caso deste estudo.

29

3.1 Resultados

Conforme demonstra no Gráfico 1( Apêndice B), 34,38% dos usuários entrevistados

consideram que o CC apresenta ótimos aspectos ambientais e apenas 12,50% tem a percepção

de ruim ou péssimo, respectivamente.

No Gráfico 2, o grau de satisfação dos usuários com relação ao conforto térmico,

41,67% considera ótimo e 12,50% coloca entre ruim e péssimo, respectivamente.

A iluminação desempenha uma importante influência na qualidade do trabalho

realizado. Quando inadequada, poderá causar danos visuais, queda na produtividade, aumento

na taxa de acidentes, além de negativa influência psicológica sobre as pessoas.

Cerca de 80% das nossas relações como meio ambiente são por intermédio da visão,

isto evidencia a importância da luz, natural ou artificial, como veículo de informação para

desenvolver qualquer atividade (PORTO, 2005).

A determinação da iluminação imprescindível a um ambiente, constitui estabelecer a

intensidade e distribuição da radiação visível, adequadas aos tipos de atividades e às

características do local.

Verdussen (1978) se refere à iluminação, proporcionada pela luz natural, como sendo

a ideal, mas lembra de que, por razões de ordem prática, o seu uso exclusivo torna-se restrito,

o que acarreta na procura da compensação do déficit gerado por meio de luzes artificiais.

No conforto luminoso e visual 66,67% (Gráfico 3) afirmaram neste aspecto está ótimo

e 12,50% demonstraram inadequados com o mesmo.

É muito comum, no Brasil, encontrar edificações (pública ou privada) com sistema de

iluminação fora dos padrões técnicos. Dentre os problemas mais comuns, podem ser citados:

iluminação em excesso, falta de aproveitamento da iluminação artificial e uso de

equipamentos com baixa eficiência luminosa.

Os termos básicos usados pela luminotécnica são: fluxo luminoso, iluminância,

eficiência luminosa, índice de reprodução de cor (IRC), temperatura de cor, curva de

distribuição luminosa, ofuscamento, reflexão, absorção e transmissão de luz. Neste trabalho

não foram focalizados nenhum termo básico especificamente.

30

A iluminação é o principal determinante para o conforto visual, levando em

consideração que os ambientes são iluminados para permitir que as tarefas visuais sejam

executadas. Uma inadequação dessa iluminação acarretará em danos a saúde visual das

pessoas no ambiente e uma piora para os que apresentam problemas de visão. O aparelho que

mede essa iluminância é o luxíimetro.

Com relação ao conforto acústico 35,29% dos usuários participantes responderam que

o grau de ruídos é ótimo e 11,76% ruim. Provavelmente devido a uma maior incidência de

cirurgia, (Gráfico 4).

Pode-se considerar, de forma geral, o ruído como sendo um som indesejável. Para Iida

(2005) ruído é o estimulo auditivo que não contém informações úteis para a tarefa em

execução, e Fernandes (2005) considera o conceito de ruído como ambíguo e nos apresenta

duas definições: definição subjetiva: ruído é toda sensação auditiva desagradável ou

insalubre; definição física: ruído é todo fenômeno acústico não periódico, sem componentes

harmônicos definidos.

Atualmente o ruído aparece como sendo a principal causa de reclamações sobre as

condições ambientais, tornando-se, a partir de 1989, desde o congresso mundial sobre

poluição sonora na Suécia, a ser considerado como questão de saúde pública pela

Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os ruídos podem causar vários distúrbios, alterar significadamente a capacidade de

concentração e o humor nas ações humanas, sendo que estes efeitos podem ser tratados de

duas formas: do ponto de vista do conforto e do ponto de vista da perda da audição. Quando

falamos nos danos que o ruído causa a saúde temos que levar em conta alguns fatores, tais

como o nível que este se apresenta, o período de duração e freqüência.

O valor que relaciona essas duas grandezas, nível e o tempo, é a dose que é expressa

em percentagem, possibilitando a adição direta com outros valores. Esse valor é obtido por

meio de um aparelho chamado Decibelímetro. Ressaltamos que neste estudo não foi utilizado

nenhum de equipamento para medição dos itens acima citados.

No Gráfico 5 consta os resultados apurados com relação da qualidade do ambiente do

CC, 43,75% dos usuários entrevistados e 9,38% considera bom o ambiente de trabalho, além

disso no caso dos estabelecimentos assistenciais de saúde, o paciente luta para recuperar sua

31

saúde e, ao mesmo tempo, é submetido a agressões do meio ambiente relacionadas a agentes

físicos (ruídos, radiação ionizante e não ionizante, vibração, pressão anormal, temperaturas

extremas e outros), químicos (substâncias químicas em forma sólida, líquida e gasosa),

biológicos (vírus, bactérias, fungos e ácaros), ergonômicos e psicológicos.

Além disso, cada usuário requer condições específicas de qualidade do ambiente para

o seu bem-estar. Podem-se citar os próprios pacientes, que devem requerer determinados

cuidados; os acompanhantes, cujo estresse faz variar suas necessidades; os médicos e

enfermeiras, que podem se sentir desconfortáveis numa situação de ambiente normal,

dependendo do grau de responsabilidade que estão submetidos e de suas vestimentas

específicas; e, finalmente, os espaços destinados aos equipamentos médicos hospitalares, cada

um com diferentes indicações ambientais próprias de funcionamento.

No Gráfico 6 demonstra que 37,50% responderam que os aspectos funcionais

demonstram estado regular e 26,14% ótimo e 25% péssimo. Estes aspectos tratam-se dos

acessos, circulações e espaços do CC e verifica-se que os usuários têm uma percepção abaixo

dos resultados anteriores, demonstrado certo grau de insatisfação, mas nada que não possa ser

resolvido com a formulação de um Plano Diretor para o hospital.

Quanto aos aspectos construtivos 87,32% dos usuários responderam que estes aspectos

estão ruins, péssimos e regulares (Gráfico 7) evidenciando que os usuários estão insatisfeitos

com as instalações e, somente 12,68% que responderam que os aspectos construtivos são

adequados (bons).

Como demonstra o Gráfico 8, 37,50% dos usuários pesquisados responderam que os

aspectos estéticos do CC são regulares e 22,50% acham estes aspectos ótimos, provavelmente

este resultado dá-se pela reforma ocorrida recentemente.

32

4 RECOMENDAÇÕES

Para proceder com a efetivação destas recomendações é essencial a formação de uma

equipe multidisciplinar permanente (funcionários, arquitetos, médicos, direção, engenheiros e

outros) a fim de discutir e estabelecer um de programa e parâmetros projetuais.

A formação de uma equipe multidisciplinar deverá enriquecer as ações de intervenção

como:

O estudo de outras APO’s em edificações de uso semelhante;

Elaborar um plano diretor de edificações, o qual projetaria as futuras interferências

físicas dentro do hospital, em construções novas ou em reformas; como

constatado;

O estudo de dados ambientais e de entorno, condições climáticas (orientação e

insolação, condições de conforto acústico, térmico e ventos dominantes);

A reflexão sobre o programa e funcionalidade, organização espacial, circulações,

acessos e percursos, dimensionamento e layout, escala do edifício, integração

interior/exterior, ventilação e iluminação dos ambientes, planejamento das áreas

livres e de recreação e questões de acessibilidade e segurança;

APO ser realizada periodicamente, incorporando-se à sistemática de gestão da

instituição hospitalar;

A reflexão sobre a aparência interna e externa do hospital, imagem,

reconhecimento, formas, cores e texturas, proporções e símbolos e as questões da

padronização;

O estabelecimento de materiais de acabamento, questões de manutenção e

durabilidade e racionalidade.

33

5 CONCLUSÃO

O hospital é uma entidade designada a assistir pessoas, a prevenir doenças, a tratar e

reabilitar pacientes e a realizar pesquisas. Tais variadas atividades solicitam especificas

instalações. Por isso, o hospital é considerado uma das instituições mais complexas, tanto sob

o ponto de vista arquitetônico, de engenharia, de instalações, de equipamento, como de

tecnologia e de administração.

Os resultados obtidos mostram alguns pontos positivos, tais como: a iluminação

natural e artificial, sistema de climatização, pontos de oxigênio, de vácuo e de ar comprimido.

No entanto, se faz necessário, em estudos futuros, uma avaliação técnica dos parâmetros de

conforto ambiental (térmico, acústico e lumínico) por um período de tempo maior, onde se

possam obter resultados mais precisos e referentes às estações de inverno e verão.

Para o dimensionamento dos ambientes, setores e unidades se faz necessário o estudo

de pré-dimensionamento será levado em considerações as condicionantes ambientais, os

equipamentos, mobiliários e instalações em conformidade com as normas em vigor (RDC

50/02), além da utilização de exemplos de pré-dimensionamento do SOMASUS.

Portanto, com ajuda da APO encontrou-se um população um pouco satisfeita com o

centro cirúrgico do HGCA, provavelmente devido a última reforma ocorrida na unidade

hospitalar, onde constatamos que a qualidade dos materiais de acabamento não tem uma

qualidade de resistência química e física, porém este foi um estudo de curto prazo é preciso

um levantamento de médio e longo prazo utilizando outras metodologias, não somente no

centro cirúrgico com nas demais unidades do hospital, pois estes estudos poderão envolver a

modernização da estrutura, investimento em tecnologia e em treinamento de pessoal.

A unidade estudada apesar de ter sido reformada e estar funcionando satisfatoriamente

em alguns aspectos, podemos verificar em loco, que os materiais utilizados no acabamento

não tem qualidade satisfatória, as portas das salas cirúrgicas possuem fechaduras, não tem

bate macas e só abrem para dentro dos ambientes, a recuperação pós anestésica não funciona

por falta de funcionários, os vestiários de funcionários abrem diretamente para o estar de

equipe e o fluxo está comprometido devido as reformas não terem sido concluídas fazendo

com que os funcionários e os pacientes entrem pelo mesmo acesso.

34

35

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39

APÊNDICES

APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

APÊNDICE B – GRÁFICOS DA PESQUISA COM USUÁRIOS CHAVE

40

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

ESPECIALIZAÇÃO DE ARQUITETURA EM SISTEMAS DE SAÚDE

APÊNDICE A – INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS

R P RE B O

A

M

BI

E

N

T

AI

S

IMPLANTAÇÃO

localização

orientação

entorno

estrutura RDC 50/02

estacionamento

dimensão dos ambientes

ENERGIA

vidros

ventilação

iluminação

RESÍDUOS resíduos líquidos

resíduos sólidos

C

O

N

F

O

R

T

O

E

Q

U

A

LI

D

A

D

E

CONFORTO TÉRMICO

insolação

ventilação

temperaturas internas

ar condicionado

exaustão

calefação

CONTORTO LUMINOSO E VISUAL

iluminação natural

iluminação artificial

cores

CONFORTO ACÚSTICO ruídos internos

ruídos externos

QUALIDADE DO AMBIENTE

ar condicionado

materiais

infecção hospitalar

sanitários RDC 50/02

pontos de oxigênio

41

ponto de vácuo

ponto de ar comprimido

vestiários

F

U

N

CI

O

N

AI

S

ACESSOS

principais

áreas comuns

áreas restritas

CIRCULAÇÕES

corredores

escadas

rampas

bate-maca

barreiras físicas

ESPAÇOS distribuição espacial

convivência

C

O

N

ST

R

U

TI

V

O

S

SISTEMA CONSTRUTIVO

flexibilidade

modulação

barreiras físicas

INSTALAÇÕES

contaminação

manutenção

extrusão

administração

recepção

sala de recuperação

ES

T

É

TI

C

O

S

APARÊNCIA

aparência externa

aparência interna

cores e texturas

volumetria

acabamento

R (Ruim) - P (Péssima) - RE (Regular) - B (Bom) - O (Ótimo)

42

1. APÊNDICE B – GRÁFICOS DA PESQUISA COM USUÁRIOS CHAVE

Gráfico 1 – Grau de satisfação dos usuários – aspectos ambientais do CC

Fonte: Leite (2010).

Gráfico 2 – Grau de satisfação dos usuários – aspectos de conforto térmico do CC

Fonte: Leite (2010).

43

Gráfico 3 – Grau de satisfação dos usuários – conforto luminoso e visual do CC

Fonte: Leite (2010).

Gráfico 4 – Grau de satisfação dos usuários – conforto acústico do CC

Fonte: Leite (2010).

44

Gráfico 5 – Grau de satisfação dos usuários – qualidade do ambiente do CC

Fonte: Leite (2010).

Gráfico 6 – Grau de satisfação dos usuários – aspectos funcionais do CC

Fonte: Leite (2010).

45

Gráfico 7 – Grau de satisfação dos usuários – sistema construtivo do CC

Fonte: Leite (2010).

Gráfico 8 – Grau de satisfação dos usuários – aspectos estéticos do CC

Fonte: Leite (2010).

46

ANEXOS

ANEXO A – PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

ANEXO B – CARTA DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

ANEXO C – PLANTA BAIXA DO CENTRO CIRÚRGICO DO HGCA

ANEXO D – PLANTA LAYOUT DO CENTRO CIRÚRGICO DO HGCA

ANEXO E – FOTOS DE AMBIENTES DO CENTRO CIRÚRGICO

47

ANEXO A – PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

48

ANEXO B – CARTA DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

49

ANEXO C – PLANTA BAIXA DO CENTRO CIRÚRGICO DO HGCA

50

ANEXO D – PLANTA FLUXO DO CENTRO CIRÚRGICO DO HGCA

51

ANEXO E – FOTOS DE AMBIENTES DO CENTRO CIRÚRGICO

Foto 1 – Porta de acesso a circulação III

Fonte: FOTOS DO AUTOR

Foto 2 – Porta da recepção de macas

Fonte: FOTOS DO AUTOR

52

Foto 3 – Porta de acesso do Corredor Central ao Centro Cirúrgico

Fonte: FOTOS DO AUTOR

Foto 4 – Localização de bate-maca

Fonte: FOTOS DO AUTOR

53

Foto 5 – Circulação II

Fonte: FOTOS DO AUTOR

Foto 6 – Localização da escovação – Sala de cirurgia I e II

Fonte: FOTOS DO AUTOR

54

Foto 7 – Localização do Posto de Enfermagem – ângulo A

Fonte: FOTOS DO AUTOR

Foto 8 – Localização do Posto de Enfermagem – ângulo B

Fonte: FOTOS DO AUTOR

55

Foto 9 – Localização do Posto de enfermagem – ângulo C

Fonte: FOTOS DO AUTOR

Foto 10 – Sala da RPA – ângulo A

Fonte: FOTOS DO AUTOR

56

Foto 11 – Sala da RPA – ângulo B

Fonte: FOTOS DO AUTOR

Foto 12 – Sala de RPA – ângulo C

Fonte: FOTOS DO AUTOR

57

Foto 13 – Sala de cirurgia I – ângulo A

Fonte: FOTOS DO AUTOR

Foto 14 – Sala de cirurgia I – ângulo B

Fonte: FOTOS DO AUTOR

58

Foto 15 – Sala de cirurgia – ângulo C

Fonte: FOTOS DO AUTOR

Foto 16 – Sala de cirurgia – ângulo D

Fonte: FOTOS DO AUTOR