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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA HIDRAMETILNONA E ÁCIDO BÓRICO NO CONTROLE DE FORMIGAS URBANAS ÉRIKA DE MORAES CERIONI Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana . 12/2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA

HIDRAMETILNONA E ÁCIDO BÓRICO NO CONTROLE DE FORMIGAS

URBANAS

ÉRIKA DE MORAES CERIONI

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana .

12/2010

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp UNIVERCIDADE ESTADUAL PAULISTA

INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS

CAMPUS DE RIO CLARO

HIDRAMETILNONA E ÁCIDO BÓRICO NO CONTROLE DE

FORMIGAS URBANAS

ÉRIKA DE MORAES CERIONI

Orientador: Prof. Dr. ODAIR CORREA BUENO.

Co-orientador: Ms. FABOANA CORREA BUENO.

RIO CLARO - SP

DEZEMBRO - 2010

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana .

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp RESUMO

O ambiente urbano proporciona condições para a instalação e propagação de

algumas espécies de formigas, conhecidas como andarilhas. Elas podem ocorrer em

diversos ambientes, entre eles os hospitais, cozinhas industriais e domésticas, atuando

como carreadores de organismos patogênicos. O método mais eficiente para o controle é

a destruição dos ninhos, o que é muito difícil nos ambientes urbanos devido à

inacessibilidade dos mesmos. Uma opção é o uso de iscas nas quais é incorporado um

ingrediente ativo de ação lenta, que podem ser carregadas para o interior do ninho e

distribuídas a todos os indivíduos da colônia. O objetivo do presente trabalho foi avaliar

duas formulações de isca em gel no controle de formigas urbanas. Uma formulação

composta por atrativos protéicos e pelo ingrediente ativo hidrametilnona e a outra

formulação composta por carboidratos e pelo ingrediente ativo ácido bórico. O estudo foi

realizado em um ambiente hospitalar e em uma área alimentícia, sendo que para o gel de

hidrametilnona foi realizada uma aplicação e para o gel de ácido bórico foram realizadas

seis aplicações. Os testes foram analisados durante seis semanas por meio de

monitoramentos semanais. O resultado não foi satisfatório para a aplicação única de

hidrametilnona. Na isca de ácido bórico o resultado foi satisfatório, sendo que a aplicação

contínua resultou no controle efetivo das colônias de Tapinoma melanocephalum e

Monomorium floricola. A maioria das espécies de formigas encontradas nos ambientes

estudados apresentou preferência alimentar pela isca à base de carboidrato. Por este

motivo, a isca contendo hidrametilnona foi pouco carregada e não obteve o resultado

satisfatório esperado. Além disso, o tempo de oferecimento da isca (aplicação única) pode

ter sido insuficiente para o controle das colônias de formigas. Diante disto, novos testes

devem ser realizados, utilizando-se uma formulação composta por carboidratos e

hidrametilnona na busca de resultados satisfatórios para esse ingrediente ativo.

ABSTRACT

The urban environment provides conditions for the establishment and spread of

some species of ants, known as street walkers. They can occur in many environments,

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp including hospitals, industrial and domestic kitchens, acting as carriers of pathogenic

organisms. The most effective method of control is the destruction of nests, which is very

difficult in urban environments due to the inaccessibility of the nests. One option is the use

of bait which is incorporated in a slow acting active ingredient, which can be loaded into

the nest and distributed to all individuals in the colony. The aim of this study was to

evaluate two formulations of bait gel in hospitals and the food industry. A formulation was

made up of attractive protein and the active ingredient Hyddramethylnone and the other

formulation was composed of carbohydrate and the active ingredient boric acid. For the

gel whit Hydramethylnone was performed one application and to the gel whith boric acid

were six applications. The tests were analyzed for six weeks through weekly monitoring.

The result was not satisfactory for a single application of Hydramethylnone. The bait of

boric acid the result was satisfactory, and the continued application resulted in effective

control of the colonies of Tapinoma melanocephalum e Monomorium floricola. Most

species of ants found in the studied showed a preference for food-based bait

carbohydrate. For this reason, the bait containing little Hydramethylnone was charged and

did not get the expected outcome. Moreover, the time of offering the bait (a single

application) may have been insufficient to control the ant colony. Given this, further tests

must be performed using a formulation comprised of carbohydrates and Hydramethylnone

in finding satisfactory results for the active ingredient.

1. INTRODUÇÃO

A ocorrência de formigas em ambientes urbanos tem sido relatada há muito tempo,

entretanto, à medida que a urbanização se intensifica, as condições para sobrevivência

desses insetos aumentam. Como qualquer ambiente natural, os ambientes artificiais

podem ser colonizados e explorados por várias espécies de formigas. Assim, algumas

delas encontram-se associadas ao homem e convivem em suas residências (BUENO;

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp CAMPOS-FARINHA, 1999; EICHELER, 1990; FOWLER et al., 1994; HUMAN; GORDON,

1996; PASSERA, 1994).

Recentemente, um grupo de formigas conhecidas como andarilhas ou urbanas –

“tramp species”, tem despertado grande interesse dos pesquisadores pelo fato de viverem

em íntima associação com o homem e apresentarem grande facilidade de disseminação

para todo o mundo através do comércio. A dispersão e o aumento populacional dessas

formigas são facilitados por um conjunto de hábitos e comportamentos específicos, dentre

os quais se destacam: poliginia, constituição de populações unicoloniais, baixa

agressividade intraespecífica e alta agressividade interespecífica, reprodução das

colônias por fragmentação, abolição do vôo nupcial e alta taxa de migração (BUENO;

CAMPOS-FARINHA, 1999; PASSERA, 1994).

A presença de formigas urbanas é muito comum em residências, causando

incômodo, principalmente quando aparecem em cozinhas, banheiros e despensa de

alimentos. Entretanto, os prejuízos podem ser ainda maiores quando ocorrem em

indústrias alimentícias, instituições de pesquisa, zoológicos, museus, cabines de

eletricidade e, principalmente, em hospitais, onde podem atuar como vetores mecânicos

de microrganismos patogênicos (BUENO; BUENO, 2007; BUENO; CAMPOS-FARINHA,

1999; CINTRA, 2006; COSTA et al., 2006; EICHELER, 1990; FOWLER et al.,1993;

ZARZUELA et al., 2005).

A eliminação de formigas em prédios urbanos é complexa, devido principalmente,

as re-infestações constantes, a dificuldade na localização dos ninhos e a presença de

vários ninhos em uma mesma área. Geralmente, a obtenção de resultados satisfatórios

necessita da combinação de estratégias de controle, porém, deve-se limitar ao máximo o

tratamento com inseticidas (BUENO, 1997).

A maioria das estratégias de controle químico mata formigas por contato, o que não

é suficiente para o controle da população de formigas em uma determinada área. O

controle eficiente envolve a eliminação da colônia como um todo e não de apenas alguns

indivíduos (BUENO, 2005). Entre as estratégias atuais destacam-se as iscas tóxicas por

serem incorporadas no ciclo alimentar da colônia permitindo a ação do inseticida por

ingestão (LOECK; NAKANO, 1984).

A isca tóxica ideal para o controle de formigas deve apresentar as seguintes

características: 1) ser atrativa às formigas, se possível a certa distância do ninho; 2) ser

carregada sempre que encontrada; 3) ter ação lenta o suficiente para ser conduzida para

longas distâncias; 4) ser distribuída amplamente pela colônia antes que apareçam os

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp primeiros sintomas de intoxicação; 5) apresentar especificidade às espécies alvos; 6)

apresentar baixa toxicidade aos mamíferos; 7) permanecer efetiva em condições

adversas e; 8) conter um ingrediente ativo biodegradável (BUENO; CAMPOS-FARINHA,

1999; ETHERIDGE; PHILLIPS, 1976; FORTI et al., 1993).

Existem atualmente no comércio brasileiro algumas iscas para formigas, porém,

com baixa eficiência para todas as espécies. Geralmente, os inseticidas químicos são

logo percebidos pelas formigas que param de distribuí-lo pela colônia (BUENO;

CAMPOS-FARINHA, 1999), indicando falha nas formulações. O fundamental é fazer com

que a isca entre no ciclo alimentar da colônia.

Análises toxicológicas recentes da ação de vários compostos utilizados no controle

de pragas em geral foram realizadas por Bueno (2005), Jacob (2002), Nagamoto (1998,

2003), Nagamoto et al. (2004) e Takahashi-del-Bianco (2002) na busca de novos

ingredientes ativos para o controle de formigas e os que se mostraram promissores para

uso em iscas foram os inibidores da respiração celular e os reguladores de crescimento.

Diante disso, o objetivo do presente trabalho foi avaliar duas formulações de isca

em gel no controle de formigas urbanas. Uma formulação composta por atrativos

protéicos e pelo ingrediente ativo hidrametilnona, com uma única aplicação e a outra

formulação composta por carboidratos e pelo ingrediente ativo ácido bórico com

aplicações semanais.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Importância das formigas

As formigas, pertencentes ao Filo Arthropoda, Classe Insecta, Ordem Hymenoptera

e Família Formicidae, apresentam uma enorme diversidade: estima-se que existem muito

mais espécies no mundo do que as 10.000 descritas (HÖLLDOBLER; WILSON, 1990;

FOWLER et al., 1994; BRANDÃO, 1999). Estão presentes em todos os ambientes

terrestres, exceto nas regiões polares, e representam 10% a 25% da biomassa animal

(HÖLLDOBLER; WILSON, 1990).

As formigas são dominantes na maioria dos ecossistemas terrestres e, portanto,

têm papéis importantes nos fluxos de energia e nutrientes (WILSON, 1971; 1978;

CAMPOS, 2003), desempenhando uma diversidade de funções, agindo como predadores,

necrófagos, herbívoros, detritívoros e granívoros (HÖLLDOBLER; WILSON, 1990). Além

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp disso, também participam de um incrível rol de associações com plantas e outros insetos

(BEATTIE, 1985; HÖLLDOBLER; WILSON, 1990; HUXLEY; CUTLER, 1991; JOLIVET,

1996). Elas também podem ser predadas por uma variedade de predadores específicos,

incluindo répteis (PIANKA; PARKER, 1975), mamíferos (REDFORD, 1987), aranhas e

himenópteras parasitóides (HERATY, 1994).

Algumas espécies de formigas são neutras em relação aos aspectos econômicos

da humanidade. Porém, as formigas em geral exercem um papel de grande importância

nos ecossistemas pela ação de aeração e movimentação do solo, como também de

decomposição de substâncias orgânicas, colaborando com a ciclagem de nutrientes

(HÖLLDOBLER; WILSON, 1990).

Embora as espécies de formigas consideradas pragas sejam poucas, os prejuízos

econômicos causados por elas podem ser grandes, principalmente na agricultura,

considerando não só a produção em si, mas também o armazenamento das safras. As

formigas também podem provocar problemas na saúde pública (CINTRA, 2006) e causar

danos a muitas espécies vegetais silvestres, influenciando na biodiversidade (BRANDÃO,

1991; BUENO; CAMPOS-FARINHA, 1999).

A presença danosa de pragas é conseqüência do desequilíbrio ecológico

provocado pelo próprio homem. O acúmulo inadequado de alimentos, a falta de cuidados

com o lixo, o extermínio de predadores naturais, a falta de higiene e, até mesmo o baixo

nível educacional da população que a impede de ter acesso à informações básicas de

higiene e saúde, levam ao descontrole e à proliferação de pragas, inexistentes em

condições naturais (LUZ, 1991).

Muitas espécies de formigas exóticas e nativas se tornaram pragas quando, de

alguma maneira, escaparam de seus inimigos naturais e interagiram com o homem

(MOONEY; DRAKE, 1986; PORTER; SAVIGNANO, 1990; HUMAN; GORDON, 1996).

No Brasil, a situação é muito preocupante, uma vez que a mirmecofauna em

residências foi detectada em centenas de coletas em varias cidades, revelando mais de

duas dezenas de espécies diferentes, sendo marcante a presença de espécies exóticas

(Fowler et al., 1994; Bueno, Campos-Farinha, 1999). No ambiente hospitalar registrou-se

um número maior de espécies de formigas comparado com outras experiências em

países de clima temperado, sendo também as espécies exóticas predominantes. Alem

disso, verificou-se que as formigas encontradas em hospitais são vetores de

microrganismos patogênicos, podendo estar relacionadas com a infecção hospitalar

(FOWLER et al., 1993; BUENO; FOWLER, 1994; PEÇANHA, 2000). Em residências e

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp cozinhas semi-industriais observou-se que as formigas veiculam fungos e bactérias,

sendo estas resistentes a muitos dos antibióticos usualmente ministrados (ZARZUELA et

al., 2002; ZARZUELA et al., 2005).

As formigas exóticas mais importantes nas cidades brasileiras são: Tapinoma

melanocephalum, Paratrechina longicornis, Monomorium floricola, Monomorium pharaonis

e Pheidole megacephala. As espécies nativas Wasmannia auropunctata e Linepthema

humile apresentam as mesmas estratégias das espécies introduzidas. Entre as espécies

nativas, destacam-se ainda os gêneros Crematogaster, Camponotus, Pheidole e

Solenopsis (FOWLER et al., 1994; BUENO; CAMPOS-FARINHA, 1999).

2.2. Espécies de formigas que ocorrem em ambiente urbano

Nos insetos sociais, os sistemas de reconhecimento das companheiras de ninhos

são frequentemente bem desenvolvidos, permitindo que os limites da colônia sejam

mantidos com grande fidelidade (CAMPOS, 2004). Com isso, o enorme sucesso das

formigas é devido em grande parte ao seu elaborado comportamento social (WILSON,

1971; HÖLLDOBLER; WILSON, 1990; KELLER, 1993; BOURKE; FRANKS, 1995;

CROZIER; PAMILO, 1996).

Os insetos têm se adaptado às condições criadas pelo homem nos ambientes

domésticos e seus arredores causando uma transição de habitat natural para o ambiente

urbano, proporcionada pela habilidade de utilizar recursos alimentares e abrigo e pela

tolerância às condições de temperatura e umidade própria do ambiente urbano

(ROBINSON, 1996).

Quanto às formigas, o ambiente urbano proporciona condições favoráveis às

espécies de hábitos generalistas e agressivos que podem até ocasionar o declínio de

espécies nativas (HÖLLDOBLER; WILSON, 1990; HOLWAY et al., 2002; BUENO,

BUENO, 2007). Entre as espécies exóticas, algumas são facilmente veiculadas pelo

comércio humano, devido à sua estreita relação com o homem em busca de alimento e

locais para nidificar. Estas são denominadas de “tramp species” ou formigas andarilhas

(HÖLLDOBLER; WILSON, 1990; PASSERA, 1994; BUENO; CAMPOS-FARINHA, 1999).

Segundo Bueno; Campos-Farinha (1990), as espécies mais problemáticas são as

exóticas, visto que quando introduzidas em nosso habitat, não possuem inimigos naturais.

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp O comportamento agressivo das formigas, particularmente com relação às outras

espécies, é um importante determinante para as formas de invasão (PASSERA, 1994).

A maioria das espécies que são consideradas “tramp species” é de tamanho

pequeno, entre 1,3mm a 2,2mm de comprimento, o que lhes permite explorar pequenos

espaços e ocupar diversos locais para nidificação (FOWLER et al., 1994; FOWLER;

BUENO, 1998). Com isso, constroem ninhos no interior de diversos aparelhos eletro-

eletrônicos podendo causar curtos circuitos. Os prejuízos podem se tornar maiores

quando as formigas ocorrem em fabricas de alimentos, restaurantes, escritórios, museus,

cabines de eletricidades e centrais telefônicas (FOWLER; BUENO, 1998; BUENO;

CAMPOS-FARINHA, 1999).

As espécies de formigas que se encontram em ambientes urbanos têm causado

um impacto negativo na saúde publica por infestarem hospitais e pelo fato de serem

potenciais carregadoras de organismos patogênicos (BUENO; CAMPOS-FARINHA, 1999;

HOLWAY et al., 2002). Várias pesquisas têm demonstrado tanto a presença de formigas

em hospitais (BUENO; FOWLER, 1994) quanto a capacidade delas atuarem como

vetores mecânicos de bactérias (CINTRA, 2006). Esta situação também ocorre no interior

de cozinhas residenciais e industriais (ZARZUELA et al., 2002; COSTA et al., 2006).

A maioria das espécies de formigas nas áreas urbanizadas não apresenta

comportamento agressivo intra-específico, o que permite formar uma estrutura social do

tipo unicolonial, na qual as operarias e rainhas podem se deslocar entre ninhos sem

agressão. Este tipo de estrutura social é comum em espécies de formigas introduzidas

que se tornaram pragas como: Anoplolepsis longipes, Cardiocondyla emeryi,

Monomorium pharaonis, Wasmannia auropunctata, Paratrechina longicornis, Pheidole

megacephala, Tapinoma melanocephalum e Linepithema humile, entretanto; esse

comportamento é raro nas espécies nativas (CHEN; NONACS, 2000).

A espécie T. melanocephalum é original da África Tropical e recebe a denominação

popular de “formiga fantasma”, por apresentar cabeça e mesossoma escuros e, cintura,

gáster e pernas claras. Seus ninhos são construídos tanto dentro como fora das

edificações. Quando construídos dentro das edificações, nidificam atrás de azulejos,

batentes de portas e rodapés. Seus ninhos são pouco estruturados e mudam

constantemente de local, geralmente pela migração de uma ou mais rainhas

acompanhadas de operárias. Saem para forragear por pequenas frestas ou buracos,

formando trilhas irregulares e andando rapidamente e aos zigue-zagues. Ao encontrarem

alimento recrutam um grande número de operarias. Sua preferência é por alimentos

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp adocicados, e tem mostrado ser uma importante praga no sudeste do Brasil (CAMPOS-

FARINHA et al., 1997; BUENO; CAMPOS-FARINHA, 1998; BUENO; CAMPOS-FARINHA,

1999a; BUENO; CAMPOS-FARINHA, 1999b; PEÇANHA, 2000).

O gênero Camponotus é cosmopolita, abrange mais de 900 espécies dificilmente

identificadas (CINTRA, 2006). Sua denominação popular é “formiga-carpinteira”, por fazer

ninhos em cavidades de madeira no solo nu, troncos de árvores e atrás de batentes,

rodapés, assoalhos, fendas na parede, dentro de gavetas e forros de madeira, embora

não utilizem madeira como alimento, preferindo substâncias adocicadas e carne. Algumas

espécies nativas do Brasil infestam também aparelhos eletrônicos, danificando-os. As

operárias são polimórficas e sua coloração varia de amarelo ao preto (BUENO; CAMPOS-

FARINHA, 1999a).

A espécie P. longicornis também é originária da África Tropical e seu nome deve-se

à presença de antenas extremamente longas. São chamadas popularmente de “formiga

louca”, em função dos hábitos das operárias de andar de forma irregular, quase em semi-

círculos, aparentando não ter sentido de direção. São de coloração marrom escura a

preta e suas operárias são momomórficas. Geralmente seus ninhos são construídos

externamente aos edifícios nos quais penetram a procura de alimento, tarefa para qual

recrutam um grande número de operárias. No entanto, também podem fazer ninhos em

locais fechados, atrás de janelas e sobre forros. Possuem alimentação variada e são

consideradas de difícil controle (CAMPOS-FARINHA et al., 1997; BUENO; CAMPOS-

FARINHA, 1999a). Essa espécie também pode atuar como vetor mecânico de

microrganismos patogênicos em hospitais, sendo a segunda espécie em importância após

T. melanocephalum (BUENO; FOWLER, 1994). Além de infestar os hospitais (FOWLER

et al., 1993; PEÇANHA, 2000; ZARZUELA et al., 2002), a sua presença também foi

registrada em residências (SILVA; LOECK, 1999) e em indústrias de medicamentos

(SCHÜLLER, 2000), além de ser praga em algumas lavouras (LIMA, 2001; DELLA LUCIA,

2001).

A espécie Paratrechina fulva, nativa do Centro Oeste brasileiro, foi introduzida na

Colômbia há pouco mais de trinta anos, com o propósito de ser um agente de controle

biológico de formigas cortadeiras e de cobras (ZENNER-POLANIA, 1990). Atualmente,

ela está distribuída por todo o país, ocasionando indiretamente prejuízos na agricultura

por sua associação com homópteros sugadores de seiva e sérios problemas em

ecossistemas naturais, onde causa uma diminuição na diversidade de formigas nas

regiões afetadas. Na área urbana atua diretamente como praga de animais domésticos e

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp indiretamente em plantas ornamentais e árvores frutíferas, devido a sua associação com

insetos sugadores de seiva, como pulgões, cochonilhas e cigarrinhas (ZENNER-

POLANIA, 1994).

O gênero Crematogaster apresenta várias espécies nativas. Seu nome popular é

“formiga-acrobática” e refere-se ao fato das operárias, quando ameaçadas, levantarem o

gáster acima do mesossoma, quase em ângulo reto. O gáster, quando visto de cima,

apresenta forma de coração e seu mesossoma ostenta um par de espinhos. As operárias

são monomórficas, de coloração que varia de amarela a marrom escuro. Podem construir

ninhos dentro ou fora de edifícios, neste caso preferindo cavidades em estruturas de

madeira ou alvenaria. Formam trilhas perfeitas quando forrageiam e seus movimentos são

lentos. São onívoras e algumas espécies, quando perturbadas, podem morder e picar

dolorosamente (PEÇANHA, 2000).

A espécie M. pharaonis é, provavelmente, originaria do Norte da África e foi

transportada acidentalmente pelo homem para muitas partes do mundo através do

comércio marítimo (ROBINSON, 1996). Sua denominação popular é “formiga-do-faraó”.

Suas operárias são monomórficas, de coloração marrom-amarelada, com o gáster mais

ou menos escurecido na parte posterior. Quando está forrageando, forma uma trilha em

linha reta e seus movimentos não são muito rápidos. Esta espécie de formiga se espalhou

por todo o mundo e têm se tornado uma espécie importante nos centros urbanos e outras

áreas em que foi introduzida, sendo uma praga importante na Europa. Fazem ninhos em

ambientes domésticos, infestando aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos (BUENO;

CAMPOS-FARINHA, 1999a). Consomem alimentos variados, preferencialmente os ricos

em gordura e também os adocicados. As colônias possuem muitos indivíduos e por

fragmentação podem formar novas colônias com a disseminação de indivíduos de

diferentes estágios de desenvolvimento levados pelas operárias com ou sem rainhas

(BERNDT; EICHLER, 1987). Seu controle é difícil, pois costuma ser altamente dominante

sobre outras espécies e suas colônias crescem rapidamente. Não apresentam vôo nupcial

tornando mais fácil a fragmentação das colônias (BUENO; CAMPOS-FARINHA, 1999a).

A espécie M. floricola, pertencente à subfamília Mymicinae, é considerada uma das

principais espécies exóticas presentes nas cidades brasileiras (BUENO; CAMPOS-

FARINHA, 1999a). São muito comuns em área urbana e inclusive nos hospitais

brasileiros, podendo apresentar associação com microrganismos patogênicos, sendo

extremamente difíceis de controlar. As operárias são muito pequenas (menores que 2mm

de comprimento), apresentam poliginia (varias rainhas em uma única colônia) e

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp reprodução por fragmentação (sociotomia), a qual pode ocorrer naturalmente ou devido a

fatores extremos que perturbam a colônia (PASSERA, 1994).

Segundo Kato (2003), M. floricola demonstra ser uma espécie bem mais adaptada

a viver em ambientes urbanos em relação a outras espécies, uma vez que apresenta

grande capacidade reprodutiva, visto pela grande quantidade de ambas as formas

sexuais produzidas. A produção das formas sexuais de maneira não direcionada a um

dos sexos também demonstra que a espécie tenta garantir a fecundação de todas ou da

maioria das fêmeas reprodutivas recém-emergidas, produzindo machos suficientes para

fecundar todas as fêmeas, uma vez que, segundo Nonacs (1986), os machos geralmente

não são capazes de inseminar mais de uma rainha.

As fêmeas reprodutivas emergem ápteras (com ausência de asas mesmo nas

pupas). Este fato contribui para o sucesso reprodutivo, uma vez que as rainhas são

fecundadas no interior dos ninhos ou próximo à eles. A presença de rainhas ápteras nesta

espécie é citada por Smith (1965) apud Passera (1994).

Sendo M. floricola uma espécie urbana, exótica, com acasalamento no interior do

ninho e reprodução por sociotomia, a total ausência de asas nas fêmeas reprodutivas

virgens parece ser uma adaptação a mais, permitindo maior economia nos custo de

investimento energético (KATO, 2003).

As espécies de formigas denominadas pragas urbanas apresentam características

que facilitam o aumento e a dispersão das populações como associação ao homem,

migração, poliniginia, reprodução, populações unicoloniais, agressividade interespecífica,

tamanho e forma das operárias, longevidade da rainha e operárias estéreis (BUENO;

CAMPOS-FARINHA, 1999a, HOLLDOBLER; WILSON, 1990; PASSERA, 1994).

2.3. Controle

Apesar dos prejuízos que as formigas podem vir a causar, sua presença é tolerada

em alguns locais, dependendo do grau de infestação. No entanto, em determinados

lugares como cozinhas, centro cirúrgicos e UTIs, a existência delas exige medidas de

controle devido aos riscos à saúde humana (BUENO; BUENO, 2007).

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp Pesquisas recentes no mercado de controladores de pragas urbanas apontou as

formigas como as pragas mais difíceis de serem controladas, alem de serem as mais

mencionadas em reclamações, principalmente em áreas hospitalares (CORRÊA, 2000).

Antes do efetivo controle é necessário conhecer a situação das formigas por meio

de um monitoramento. Basicamente, deve-se conhecer os níveis de infestação, quantas e

quais são as espécies presentes e onde estão localizadas as colônias. Esse

monitoramento pode ser realizado por meio de entrevistas, inspeções visuais e com o uso

de iscas não tóxicas. Após a análise cuidadosa das informações obtidas, poderá ser

avaliada a necessidade de controle ou não (BUENO; CAMPOS-FARINHA, 1999, BUENO;

BUENO, 2007).

Para que o controle dessas formigas seja eficaz é necessário o conhecimento da

biologia das espécies, evitando-se assim o uso indiscriminado, excessivo e desnecessário

de inseticidas (ZARZUELA, 2005).

Para o controle de formigas urbanas ainda é utilizado inseticidas aerossóis ou

líquidos com produtos não específicos. Eles são aplicados diretamente sobre as formigas

ou em áreas próximas. Também são utilizadas técnicas com produtos polvilhados em

frestas de paredes e atrás de caixas de tomadas e interruptores ou aplicações em áreas

externas (JACOB, 2002).

Entretanto, o método de controle através da aplicação de inseticidas em forma de

pós ou aerossóis não são recomendáveis, pois as colônias estão normalmente instaladas

em locais inacessíveis ou de difícil acesso e tendem a migrar quando submetidas a

condições desfavoráveis (GREEN et al., 1954). Além disso, somente 5 a 10% das

operárias saem do ninho para forragear, não havendo erradicação completa da colônia

(BUENO; CAMPOS-FARINHA, 1999b).

Essas aplicações podem, algumas vezes, resultar na eliminação da colônia. Mas,

geralmente, este método requer o uso de grandes quantidades de inseticida, encarecendo

o tratamento. Além disso, o uso exagerado de inseticidas pode contaminar utensílios

domésticos, equipamentos de uso médico em hospitais, ou alimentos em fábricas de

alimentos (JACOB, 2002).

A maioria das estratégias de controle químico mata formigas por contato, o que não

é suficiente para o controle da população de formigas em uma determinada área. O

controle eficiente envolve a eliminação da colônia como um todo e não de apenas alguns

indivíduos (BUENO, 2005). Entre as estratégias atuais destacam-se as iscas tóxicas por

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp serem incorporadas no ciclo alimentar da colônia permitindo a ação do inseticida por

ingestão (LOECK; NAKANO, 1984).

O sucesso das iscas no controle de formigas depende de quatro componentes

principais: 1. atratividade, geralmente o alimento é balanceado com carboidratos, proteína

e lipídio, que podem ser enriquecidos com feromônios e outros artefatos; 2. transportador,

que facilita o composto atingir o local de ação: 3. ingrediente ativo, que não pode ser

repelente e deve apresentar ação retardada e eficiente em várias dosagens; 4.

componentes adicionais para dar estrutura física ou matriz à isca atendendo as

necessidades de formulação, tais como emulsificantes, preservantes e agentes

espalhantes e antimicrobianos. Cada um desses componentes deve ser testado para

verificar sua eficiência, principalmente para manter a qualidade original da isca por mais

tempo e não causar repelência às formigas (JACOB, 2002).

O uso de iscas tóxicas é o método de controle mais adequado, pois quando usado

adequadamente é altamente eficazes, por explorar o comportamento de forrageamento

das formigas no que diz respeito ao recrutamento e divisão dos recursos naturais,

espalhando, assim, a isca tóxica por toda a colônia e, finalmente controlando-a (KLOTZ et

al., 1997).

Diversas iscas proporcionam um controle efetivo quando bem aceita pelas colônias

de formigas, mas exigem do controlador o acompanhamento e a manutenção de uma a

duas semanas. No caso de infestações grandes, é necessário um tratamento de

prevenção em áreas vizinhas e, para que o controle seja efetivo, é preciso tratar toda a

área de forrageamento das operárias, pois pode ocorrer a fragmentação da colônia

(VEJA; RUST, 2003).

Atualmente no Brasil existem diversas iscas no mercado para o controle de

formigas, porém, com baixa eficiência para controlar diversas espécies. Geralmente, os

inseticidas químicos tradicionais são logo percebidos pelas formigas que param de

distribuí-los pela colônia, indicando falha nas formulações onde esta isca não conseguiu

fazer parte do ciclo alimentar da colônia (BUENO; CAMPOS-FARINHA, 2000).

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Áreas de estudo

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp

Os testes com as iscas contendo hidrametilnona e as iscas contendo ácido bórico

foram realizados na Irmandade da Santa Casa Misericórdia de São Roque e na padaria

Ponsoni Pães e Doces LTDA.

A Irmandade da Santa Casa Misericórdia de São Roque está localizada na cidade

de São Roque, estado de São Paulo. Teve suas atividades iniciadas em 1873 e até a data

atual passou por diversas reformas e administrações. Por um longo período foi

administrado por freiras e hoje parte é gerenciado pelo BOS (Banco de Olhos de

Sorocaba) e parte pela Santa Casa Municipal. Possui 225 funcionários fixos nas áreas,

administrativa, limpeza e enfermagem. A área medica conta com aproximadamente 65

médicos.

Por mês atende em média 7.700 pessoas e realiza 370 internações.

Devido às varias mudanças no prédio a planta original não nos fornece a metragem

correta da área construída, que está sendo levantada pela administração atual.

O hospital é subdividido pelos seguintes setores:

• Área administrativa: composta por 12 salas.

• Setor clínico 1: composto por 18 salas de enfermaria, 1 posto de enfermagem, 1 expurgo

e 2 salas de isolamentos.

• Setor clínico 2: composto por 19 quartos, 1 Box, 1 posto de enfermagem e 1 expurgo.

• Maternidade: composta por 1 posto de enfermagem, 1 pré parto, 12 quartos e 1

rouparia.

• Agência transfusional: composta por uma sala.

• Eletrocardiograma: composto por uma sala.

• Emergência clínica: composta por uma sala.

• Raio X: composto por 2 salas de raio X, 1 cozinha e 1 sala de descanso.

• Farmácia: composta por 1 sala de material e medicamento e 1 depósito.

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp • Pronto socorro: composto por 2 salas de emergência, 1 sala de curativo, 1 sala de

gesso, 3 salas de observação, 1 posto de enfermagem, 4 consultórios, 2 salas de espera

e recepção.

• Pronto atendimento: composto por 3 quartos de observação, 1 sala de emergência, 1

sala de inalação, 1 sala de curativo, 1 sala de espera, 1 sala de triagem e recepção.

• Centro cirúrgico: composto por 4 salas.

• Laboratório: composto por uma sala e tem sua atividade terceirizada.

A Padaria - Ponsoni Pães e Doces LTDA está localizada na cidade de Mairinque,

estado de São Paulo e suas atividades tiveram início em 1939. Foi reformada e

reestruturada em 1997 e hoje possui uma área total de 450m2 de construção. O

estabelecimento possui atividade de 24 horas, com três turnos e um total de 48

funcionários. O atendimento ao público se inicia às 5 horas da manhã e se encerra às 23

horas, mas suas atividades de produção continuam durante a madrugada na preparação

do café da manhã de várias indústrias da região. A padaria é subdividida pelos seguintes

setores:

• Administrativo: composto por 1 escritório e 3 almoxarifados.

• Vestiário para funcionários: composto por um banheiro feminino e um banheiro

masculino.

• Área de lavagem de utensílios: composta por 1 sala.

• Confeitaria: composta por 2 salas.

• Estoque: composto por 1 sala de embalagem e matéria prima, 1 sala de bebidas e 1 sala

de maquinários.

• Área de Fabricação: composta por 1 sala.

• Área de atendimento: dividida em duas áreas, uma área de venda de pães e doces e

uma área de lanchonete. Nesta área também há um banheiro masculino e um banheiro

feminino.

3.2. Monitoramento

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp A presença de formigas nas áreas selecionadas foi avaliada por meio de iscas

compostas por água e açúcar na proporção 9:1 e por ração para gato sabor peixe,

colocadas lado a lado e distribuídas a uma distância média de 5 metros. As iscas foram

depositadas nos respectivos locais de coleta por volta das 14 horas sendo retiradas após

o período de duas horas de exposição (REISS et al., 2009).

As informações de ausência ou presença de formigas foram anotadas e as

formigas que se encontravam nas iscas ou ao redor delas foram coletadas e colocadas

em frascos com álcool a 70% para posterior identificação em nível específico no Centro

de Estudo de Insetos Sociais (CEIS), Instituto de Biociências de Rio Claro, UNESP com o

auxilio chave de identificação Bolton (1994) e Insetos de Viçosa (1990).

Nos dois locais de estudo foram utilizadas planilhas de monitoramento contendo

informações sobre o ambiente, descrição da área de cada ponto de coleta e anotações

sobre 4 tipos de situações: ponto sem formiga (N), ponto com formigas fora da isca (SF),

ponto com formigas na isca (SI) e ponto em que as formigas coletaram toda a isca de

monitoramento (V).

Esses dados foram suficientes para estimar o índice de infestação do ambiente e

possibilitar a montagem do diagrama ao longo do tempo, mostrando a ocupação espacial

das várias espécies de formigas.

O monitoramento inicial na Irmandade da Santa Casa Misericórdia de São Roque

foi realizado em todos os setores do hospital, totalizando 150 pontos de coleta.

O monitoramento inicial padaria Ponsoni - Pães e Doces LTDA foi realizado em

todos os setores do estabelecimento, totalizando 50 pontos de coleta.

3.3. Aplicação das iscas tóxicas

Para cada área estudada, a isca composta por atrativos protéicos e hidrametilnona

na concentração 0,5% foi aplicada em todos os pontos que apresentaram formigas no

monitoramento inicial. A isca foi aplicada em dosagem única de 0,5g por ponto e não foi

reposta e nem retirada dos locais aplicados durante todo o período de avaliação.

Durante cinco semanas consecutivas à aplicação da isca contendo hidrametilnona,

a presença de formigas foi avaliada em todos os pontos marcados inicialmente, utilizando-

se o monitoramento semanal com ração para gato sabor peixe e iscas compostas por

água e açúcar na proporção 9:1.

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp Após o término das 5 semanas de exposição da isca contendo hidrametilnona, todo

o material foi retirado e um novo monitoramento com iscas sem ingrediente ativo foi

realizado em todos os pontos marcados inicialmente para selecionar os pontos de

aplicação da isca contendo ácido bórico.

Para cada área estudada, a isca composta por carboidratos e ácido bórico na

concentração 1% foi aplicada em todos os pontos que apresentaram formigas no

monitoramento. A isca foi aplicada em dosagem de 0,5g por ponto e foi reposta uma vez

por semana durante as 6 semanas de avaliação.

Durante seis semanas consecutivas à aplicação da isca contendo ácido bórico, a

presença de formigas foi avaliada em todos os pontos marcados inicialmente, utilizando-

se o monitoramento semanal com ração para gato sabor peixe e iscas compostas por

água e açúcar na proporção 9:1.

3.4. Análise dos dados

Os resultados foram analisados graficamente para cada área de estudo e para

cada tipo de isca utilizada através da porcentagem de infestação de formigas, das

espécies de formigas presentes e da distribuição semanal de cada espécie.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram identificadas 17 espécies de formigas diferentes em todo o trabalho. Na

Tabela 1 contém a relação comparativa entre as áreas de estudo, sendo que no Hospital

Irmandade da Santa Casa Misericórdia de São Roque - SP foram encontradas 12

espécies de formigas e na Padaria Ponsoni Pães e Doces LTDA foram encontradas 8

espécies de formigas, em todo o período de estudo.

Tabela 1 – Ocorrências relativas das espécies de formigas nas duas áreas de estudo.

Espécies Identificadas Ambiente Hospitalar Ambiente Alimentício

Brachymyrmex sp. * * Camponotus vittatus * Camponotus rufipes *

Camponotus sp. *

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp Crematogaster sp. * * Dorymyrmex sp. *

Monomorium floricola * Anochetus sp. *

Paratrechina longicornis * Paratrechina fulva *

Pheidole sp. 1 * Pheidole sp. 2 * Pheidole sp. 3 * Pheidole sp. 4 * Solenopsis sp. *

Tapinoma melanocephalum * * Tetramorium sp. * *

Número de espécies 12 8

A Figura 1 apresenta o índice de infestação das formigas presentes no Hospital

Irmandade da Santa Casa Misericórdia de São Roque, durante o tratamento com isca

contendo atrativo protéico e ingrediente ativo hidrametilnona na concentração de 0,5%,

que iniciou em 01 de abril de 2010 e se estendeu até 05 de maio de 2010, com o

monitoramento total de seis semanas.

A Figura 1 mostra que o nível de infestação é baixo, mesmo assim podemos

observar o decréscimo do nível de infestação após o tratamento com isca de

hidrametilnona. Foi utilizada no tratamento aplicação única e posteriormente foi apenas

realizado o monitoramento dos pontos que apresentavam a presença de formigas nas

seis semanas seguintes. Somente 24 pontos, dos 150 pontos, apresentaram amostra de

formigas para posterior identificação.

As áreas onde ocorreu-se a presença de formigas foram as mais críticas, em

ambientes onde há uma grande oferta de alimento, água e com a temperatura elevada.

Os 24 pontos onde ocorreu a presença de formigas foram: PA – pronto

atendimento, PS – pronto socorro, Maternidade, Lactário, Refeitório, Cozinha, Necrotério,

Administração (perto do café), Salas de espera, Laboratório e Área externa.

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Figura 1 - Porcentagem de infestação de formigas na Santa Casa de Misericórdia de São Roque

durante o tratamento com isca contendo hidametilnona na concentração 0,5%.

A Figura 2 apresenta os índices de infestação, relativa das espécies de formigas

presentes na Santa Casa de Misericórdia de São Roque, durante o tratamento com isca

contendo hidrametilnona.

Na figura 2 podemos observar que no primeiro monitoramento foram identificadas

12 espécies de formigas e nos pontos que apresentaram formigas foi feita a aplicação da

isca de hidrametilnona. As iscas não foram mais removidas até o término do

monitoramento dos pontos em todo o hospital.

As 12 espécies de formigas identificadas no primeiro monitoramento foram: P.

longicornis, T. melanocephalum, Tetramorium sp. e Pheidole sp.4, Solenopsis sp.,

Dorymyrmex sp., P. fulva, Brachymyrmex sp., Crematogaster sp., Anochetus sp., C.

rufipes e Pheidole sp.3.

As primeiras espécies controladas foram Pheidole sp.3, Dorymyrmex sp., P. fulva e

Crematogaster sp. Após a terceira semana de monitoramento foi observado que uma

espécie se tornou dominante; a P. longicornis, principalmente na área externa do hospital.

No último monitoramento, foi coletado e identificado a presença de quatro espécies

P. longicornis, T. melanocephalum, Tetramorium sp. e Pheidole sp.4.

Das quatro espécies que não foram controladas, uma quantidade considerável de

indivíduos continuava forrageando em busca de alimento.

Alguns pontos de iscagem ficaram sem isca, pois as formigas que foram

controladas carregaram toda ela. Em alguns pontos a isca que sobrou ficou ressecada

perdendo sua atratividade.

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp Para as demais espécies encontradas no local, inclusive para a P. longicornis que

se tornou dominante, não havia mais isca ou não havia mais isca atraente para a

alimentação.

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Brachymyrmex sp. Solenopsis sp. Dorymyrmex sp.

Tetramorium sp. Pheidole sp 3 Pheidole sp 4

Crematogaster sp. Camponotus rufipes Anochetus sp.

Figura 2 - Índices de infestação relativa das espécies de formigas presentes na Santa Casa de

Misericórdia de São Roque durante o tratamento com isca contendo hidrametilnona na

concentração 0,5%.

A Figura 3 apresenta a porcentagem de infestação de formigas na Santa Casa de

Misericórdia de São Roque durante o tratamento com isca a base de carboidrato e

ingrediente ativo ácido bórico na concentração 1%.

O tratamento com isca a base de carboidrato e ingrediente ativo ácido bórico na

concentração 1% se iniciou após o término do tratamento com isca de hidrametilnona.

Neste caso o tratamento foi com aplicação continua durante seis semanas.

O início do novo tratamento foi em 26 de maio de 2010, onde foi feito novo

monitoramento. Nos locais onde havia a presença de formigas, elas foram coletadas para

posterior identificação.

Foi aplicada a isca de ácido bórico em recipientes de vidro e as iscas foram

sequencialmente trocadas a cada monitoramento, nos mesmos pontos onde se

encontravam as espécies de formigas.

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp Na Figura 3 podemos observar que o índice de infestação foi baixo,

aproximadamente 10% do nível de infestação inicial. Dos 150 pontos distribuídos pelo

hospital, apenas 16 pontos apresentaram formigas para posterior identificação e

tratamento.

Podemos observar que mesmo com o índice de infestação baixo houve decréscimo

nos pontos onde ainda havia a presença de formigas.

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Figura 3 - Porcentagem de infestação de formigas na Santa Casa de Misericórdia de São Roque

durante o tratamento com isca contendo ácido bórico na concentração 1%.

A Figura 4 apresenta o índice de infestação, relativa às espécies de formigas

presente na Santa Casa de Misericórdia de São Roque durante o tratamento co a isca de

ácido bórico.

Observamos que após o tratamento com a isca de hidrametilnona as espécies

continuaram as mesmas, sendo composta por cinco espécies diferentes: P. longicornis,

Pheidole sp.4, T. melanocephalum, Tetramorium sp. e o reaparecimento da espécie

Solenopsis sp..

No tratamento e monitoramento com aplicação continua da isca de ácido bórico o

controle foi mais efetivo na última semana de aplicação e apenas três espécies

continuavam aparecendo: P. longicornis, Pheidole sp.4 e T. melanocephalum.

Nota-se uma pequena quantidade de operárias forrageando e tendo atratividade

pela isca de ácido bórico, o que torna possível eliminação do ninho.

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp O tratamento com a isca atrativa de carboidrato e principio ativo de ácido bórico,

mostrou ser mais eficiente do que com a isca contendo atrativo protéico e ingrediente

ativo hidrametilnona, entretanto é necessário monitoramento e aplicação contínua para se

tornar viável e eliminar os ninhos de formigas.

O tratamento com a isca atrativa de carboidrato e principio ativo de ácido bórico

pode controlar espécies de formigas que são vetores mecânicos de microrganismos

patogênicos que causam danos a saúde.

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Tapinoma melanocephalum Paratrechina longicornis Solenopsis sp. Tetramorium sp. Pheidole sp 4

Figura 4 - Índices de infestação relativa às espécies de formigas presentes na Santa Casa de

Misericórdia de São Roque durante o tratamento com isca contendo ácido bórico na concentração

1%.

A Figura 5 apresenta a porcentagem de infestação de formigas na padaria Ponsoni

Pães e Doces LTDA, durante o tratamento com isca contendo atrativo protéico e

ingrediente ativo hidrametilnona na concentração de 0,5%.

O monitoramento e tratamento tiveram início em 29 de março de 2010 e se

estendeu por seis semanas, até 03 de maio de 2010.

A figura 5 mostra o nível de infestação que chega a 50% dos pontos analisados no

monitoramento inicial. No tratamento com a isca de hidrametilnona houve decréscimo da

infestação a partir da quinta semana de monitoramento entre 30% e 40% mas ainda

apresentou espécies de formigas em quase todos os pontos onde já haviam sido

identificadas a presença de formigas.

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp As áreas onde ocorreu a presença de formigas foram as mais críticas, em

ambientes onde há uma grande oferta de alimento, água e com a temperatura elevada,

sendo: Área externa, Área de Fabricação, Área de atendimento, Vestiário Feminino e

Masculino e a área mais critica Confeitaria.

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Figura 5 - Porcentagem de infestação de formigas na padaria Ponsoni durante o tratamento com

isca contendo hidrametilnona na concentração 0,5%.

A Figura 6 apresenta o índice de infestação relativa das espécies de formigas

presentes na padaria Ponsoni durante o tratamento com isca contendo hidrametilnona.

Na figura 6 podemos observar que foram identificadas 10 espécies de formigas,

coletadas em diversos pontos de monitoramento, sendo elas T. melanocephalum,

Brachymyrmex sp., Pheidole sp.1, Pheidole sp.2, Camponotus sp., C. vittatus,

Dorymyrmex sp., Tetramorium sp., M. floricola e Crematogaster sp..

O primeiro monitoramento onde ocorreu a presença de formigas foi tratado com a

aplicação da isca de hidrametilnona. O local já apresentava uma espécie dominante, a T.

melanocephalum, que ocorreu em diversos pontos de amostragem, principalmente na

confeitaria.

Na área interna da padaria, além da espécie dominante, T. melanocephalum, foi

encontrada a espécie M. floricola, que dividia alguns locais com a espécie dominante.

As outras espécies encontradas na área externa da padaria foram: Brachymyrmex

sp., Pheidole sp.1, Pheidole sp.2, Camponotus sp., C. vittatus, Dorymyrmex sp.,

Tetramorium sp., e Crematogaster sp.

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp Somente três espécies foram realmente controladas com a aplicação única da isca

de hidrametilnona, a partir da quarta semana de monitoramento, as espécies: Pheidole

sp.1, Pheidole sp.2 e C. vittatus .

Podemos observar que a espécie Dorymyrmex sp., aparece na segunda semana e

sequencialmente fica duas semanas sem aparecer. Retorna na quinta e sesta semana de

monitoramento mostrando que a espécie se alimentou com a isca, mas a quantidade de

alimento carregado não foi suficiente para exterminar o ninho ou a espécie percebeu o

principio ativo e parou de se alimentar da isca de hidrametilnona.

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Tapinoma melanocephalum Camponotus vittatus Monomorium floricola

Brachymyrmex sp. Dorymyrmex sp. Tetramorium sp.

Pheidole sp 1 Pheidole sp 2 Crematogaster sp.

Camponotus sp

Figura 6 - Índices de infestação relativa das espécies de formigas presentes na padaria Ponsoni

durante o tratamento com isca contendo hidrametilnona na concentração 0,5%.

A Figura 7 apresenta a porcentagem de infestação de formigas na Padaria Ponsoni

durante o tratamento com isca contendo acido bórico.

O tratamento foi iniciado após o termino do tratamento com a isca de

hidrametilnona.

A data inicial do novo tratamento foi 24 de maio de 2010 e durou seis semanas. Foi

feito novo monitoramento e nos locais onde havia a presença de formigas, elas foram

coletadas para posterior identificação e aplicação da isca contendo acido bórico.

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp Foi aplicada a isca de ácido bórico em recipientes de vidro e as iscas foram

sequencialmente trocadas a cada monitoramento, nos mesmos pontos onde se

encontravam as espécies de formigas.

Na Figura 7 podemos observar que o índice permaneceu alto após o tratamento

com a isca de hidrametilnona, com 30% do local ainda infestado.

Com o monitoramento nas demais aplicações com a isca de ácido bórico,

observamos uma elevação entre a terceira e a quarta semana de aplicação e após este

período observamos um decréscimo acentuado da porcentagem da infestação das

espécies de formigas.

Mostrando que o decréscimo foi bastante significativo, a presença de espécies de

formigas iniciou em 30%, subiu para 40% e caiu para entre 10% e 15% no final do

monitoramento e tratamento das colônias.

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SEMANAS

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O

Figura 7 - Porcentagem de infestação de formigas na padaria Ponsoni durante o tratamento com

isca contendo ácido bórico na concentração 1%.

A Figura 8 apresenta índices de infestação relativa às espécies de formigas

presentes na Padaria Ponsoni durante o tratamento com isca contendo ácido bórico.

Este tratamento teve inicio após o tratamento da isca contendo ingrediente ativo

hidrametilnona.

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INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp No primeiro monitoramento para a aplicação da isca de acido bórico foram

coletadas e identificadas as espécies de formigas: T. melanocephalum, Crematogaster

sp., Dorymyrmex sp., Brachymyrmex sp., Camponotus sp. e M. floricola.

O monitoramento mostrou que as espécies Brachymyrmex sp. e Dorymyrmex sp.

foram controladas rapidamente as demais espécies continuaram a aparecer.

No tratamento contendo acido bórico, a espécie T. melanocephalum, mostrou uma

aceitação rápida da nova isca e no final do monitoramento apresentou poucos indivíduos

forrageando que se alimentavam da isca.

As outras duas espécies Camponotus sp. e Crematogaster sp. não apresentaram

atratividade para a isca de acido bórico por isso não foi possível o controle efetivo das

mesmas.

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10

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SEMANAS

PO

RC

EN

TA

GE

M

Tapinoma melanocephalum Monomorium floricola Brachymyrmex sp.

Dorymyrmex sp. Crematogaster sp. Camponotus sp

Figura 8 - Índices de infestação relativa das espécies de formigas presentes na padaria Ponsoni

durante o tratamento com isca contendo ácido bórico na concentração 1%.

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5. CONCLUSÕES

Os resultados obtidos permitiram concluir que a metodologia utilizada com a isca

contendo atrativo protéico e ingrediente ativo hidrametilnona, na concentração de 0,5%,

não foi eficaz com a aplicação única para o controle efetivo das colônias, e pode ser

observado que após o controle de algumas espécies o local é re-infestado por outras

espécies, tornando-se a espécie dominante no local, como mostra os resultados do

presente trabalho.

No tratamento com atrativo a base de carboidrato e com ingrediente ativo a base

de acido bórico na concentração 1%, obtivemos um resultado significativo. A isca teve

grande atratividade, mas para um controle eficiente as aplicações devem ser realizadas

com duração mínima de seis semanas.

Também pode ser observado que as espécies não percebem o princípio ativo e

continua carregando a isca para o interior do ninho, fornecendo-a como alimento para os

indivíduos da colônia e agindo como o esperado, a fim do extermínio do ninho.

Diante disto, novos testes devem ser realizados, utilizando uma formulação

composta por carboidratos e hidrametilnona, na busca de resultados satisfatórios para

esse ingrediente ativo.

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