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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CÂMPUS DE BOTUCATU CARACTERIZAÇÃO FITOSSOCIOLÓGICA DA VEGETAÇÃO RIPÁRIA E QUALIDADE DA ÁGUA DO CÓRREGO DO CINTRA (BOTUCATU SP) EM FUNÇÃO DA AÇÃO ANTRÓPICA IVALDE BELLUTA Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP – Campus de Botucatu, para obtenção do título de Doutor em Agronomia Programa de pós-graduação em agronomia “Energia na Agricultura”. BOTUCATU – SP Outubro – 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CÂMPUS DE BOTUCATU

CARACTERIZAÇÃO FITOSSOCIOLÓGICA DA VEGETAÇÃO RIPÁRIA E QUALIDADE DA ÁGUA DO CÓRREGO DO CINTRA (BOTUCATU SP) EM FUNÇÃO DA AÇÃO ANTRÓPICA

IVALDE BELLUTA

Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP – Campus de Botucatu, para obtenção do título de Doutor em Agronomia Programa de pós-graduação em agronomia “Energia na Agricultura”.

BOTUCATU – SP Outubro – 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CAMPUS DE BOTUCATU

CARACTERIZAÇÃO FITOSSOCIOLÓGICA DA VEGETAÇÃO RIPÁRIA E QUALIDADE DA ÁGUA DO CÓRREGO DO CINTRA (BOTUCATU SP) EM FUNÇÃO DA AÇÃO ANTRÓPICA

IVALDE BELLUTA Biólogo

Orientador: Prof. Sérgio Campos

Co-Orientadora: Profa. Dra. Assunta Maria Marques da Silva Co-Orientadora: Profa. Dra. Vera Lex Angel

Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP – Campus de Botucatu, para obtenção do título de Doutor em Agronomia Programa de pós-graduação em agronomia “Energia na Agricultura”.

BOTUCATU – SP Outubro – 2012

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I

AGRADECIMENTOS

É grande a alegria em ser brasileiro e viver num imenso país como o

Brasil, não somente pela imensa extensão territorial, mas também pela grandiosidade e

exuberância da natureza, diversidade dos seres vivos e do ser humano que nele habita. Quando

eu e Maria, minha esposa, viajamos de norte ao sul pelas longas estradas deste país,

encontramos cânions, morros, florestas, chapadas, cerrados, caatinga, rios, cachoeiras, praias e

dunas, eram belezas cênicas que realmente enchiam os olhos. Realizamos várias aventuras

para descobrir as belezas da Terra de Santa Cruz que tanto cativaram os portugueses na época

do descobrimento. Compartilhar com familiares e amigos o que vimos, vivemos e sentimos

nestas aventuras, é o que mais gostamos de fazer. Da mesma forma foi realizar este trabalho,

cuja “viagem” foi em busca do conhecimento das Ciências Ambientais, especificamente sub-

bacias hidrográficas, a interação da mata ciliar e o uso e ocupação do solo com a qualidade da

água do rio, que tanto desejei realizá-lo e somente agora foi possível. Muitos momentos

difíceis e de muita persistência durante o desenvolvimento do trabalho de campo e de

laboratório ocorreram, mas nada me fez desistir. Agora, prestes a finalizar este grande feito,

posso dizer que realizei meu desejo e tenho muito mais lembranças, emoções e conhecimentos

para compartilhar com alunos em áreas de pesquisa e com as pessoas que sempre estiveram

próximas de mim e, inclusive em particular, com Enzo Gabriel, meu filho, que está para vir ao

mundo.

Agradeço a Deus pela Divina Graça, saúde, força, perseverança e pela realização de mais um

sonho...

Sinto-me nesse momento profundamente agradecido a todos que direta ou indiretamente

contribuíram para a realização do meu trabalho e de minha formação profissional.

Minha família

Minha esposa, minha mãe e minhas irmãs que sempre estiveram ao meu lado me apoiando.

Aos chefes do Departamento de Química e Bioquímica

Profa Dra Ana Maria Lopes

Profa Dra Sônia Maria Alves Jorge

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II

Prof. Dr Ariovaldo de Oliveira Florentino in memorian

Profa Dra Giuseppina Pace Pereira Lima (Atual)

Aos amigos

José Carlos Marques Silva (Depto de Ciência do Solo)

José Carlos Coelho (NUPAN)

Ramom Felipe Bicudo da Silva (Depto de Ciência do Solo)

Aos professores

Prof. Dr. José Pedro Serra Valente (Depto de Química e Bioquímica)

Prof. Dr. Júlio Toshimi Doyama (Depto de Química e Bioquímica)

Aos orientadores

Profa. Dra. Assunta Maria Marques Silva (Depto de Química e Bioquímica)

Prof. Dr. Sérgio Campos (Depto Engenharia Rural)

Profa Dra. Vera Lex Angel (Depto de Ciências Florestais)

Aos Funcionários do Depto de Química e Bioquímica

Aos Funcionários do Depto de Pós Graduação da FCA da Unesp de Botucatu

À Equipe da Vigilância Ambiental do Município de Botucatu

Aos Coordenadores do curso do Programa Energia na Agricultura da Faculdade de Ciências

Agronômicas da Unesp de Botucatu

Prof. Dr. Marco Antonio Martin Biaggioni

Prof. Dr. Adriano Wagner Ballarin (Atual)

Ivalde Belluta

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III

SUMÁRIO

Página

1.0. RESUMO ............................................................................................................................ 1

2.0. SUMMARY ........................................................................................................................ 3

3.0.INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 5

4.0. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... ...9

4.1. O SIG como ferramenta de planejamento ambiental....................................................... 9

4.1.1. SIG ArchGis ............................................................................................................ 10

4.1.2 Sistema de informação geográfica (SIG) no monitoramento ambiental de bacias

hidrográficas ............................................................................................................................. 11

4.2. Formações florestais ribeirinhas: matas ciliares ............................................................. 11

4.3. Influência da mata ciliar sobre a qualidade de água de um córrego ............................... 13

4.4. Enquadramento e padrões de qualidade da água aplicados às sub-bacias ...................... 14

4.5. Sucessão ecológica ......................................................................................................... 15

5.0. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 17

5.1. Caracterização da área de estudo .................................................................................... 17

5.1.1. Localização ............................................................................................................... 17

5.1.2. Relevo ....................................................................................................................... 18

5.1.3. Clima ........................................................................................................................ 21

5.1.4. Solos ......................................................................................................................... 22

5.1.5. Hidrografia ............................................................................................................... 24

5.2. Alocação das unidades amostrais no fragmento florestal e pontos de amostragem de

água ........................................................................................................................................... 25

5.3. Histórico de uso e ocupação das áreas de estudo ........................................................... 26

5.3.1. Área 1 ....................................................................................................................... 27

5.3.2. Área 2 ....................................................................................................................... 30

5.3.3. Área 3 ....................................................................................................................... 31

5.4. Estrutura da vegetação .................................................................................................... 33

5.5. Os estudos hídricos ......................................................................................................... 35

5.6. Variáveis de qualidade de água analisadas ..................................................................... 36

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IV

5.6.1. Periodicidade e metodologia (ou técnica) de amostragem e preservação de amostras

de água ...................................................................................................................................... 39

5.6.2.. Tratamento estatístico dos dados ............................................................................. 39

6.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 41

6.1. Estrutura da vegetação e composição florística do estrato arbóreo nas três áreas de

estudo ........................................................................................................................................ 41

6.1.1. Estrutura da vegetação da área 1 .............................................................................. 44

6.1.2. Estrutura da vegetação da área 2 .............................................................................. 46

6.1.3. Estrutura da vegetação da área 3 .............................................................................. 47

6.2. Classes sucessionais nas áreas 1, 2 e 3 ........................................................................... 51

6.3. Classes de altura nas áreas 1, 2 e 3 ................................................................................. 58

6.4. Diversidade e Similaridade ............................................................................................. 61

6.5. Uso e ocupação do solo da sub-bacia do Córrego do Cintra em 1984 e 2008 ............... 72

6.6. Avaliação das áreas de preservação permanente na sub-bacia do Córrego do Cintra em

1984 e 2008 .............................................................................................................................. 75

6.7. Variáveis de qualidade de água do Córrego do Cintra no período de 2007 a 2009 ....... 80

6.7.1. Parâmetros organolépticos: odor, turbidez e cor ...................................................... 80

6.7.2. Parâmetros físico-químicos: pH, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido,

demanda bioquímica de oxigênio, cloretos e carbono orgânico total....................................... 83

6.7.3. Espécies químicas: fosfato total e nitrogênio total ................................................... 93

6.7.4. Parâmetros microbiológicos: coliformes termotolerantes (CTT) e totais (CT) ........ 97

6.7.5. Análise de componentes principais em 2008 e 2009 .............................................. 100

6.7.6. Metais mais tóxicos: Pb, Cu, Cd, Fe, Ni e Zn (íons metálicos) .............................. 101

6.7.7. Defensivos agrícolas ............................................................................................... 107

7.0. Diagnóstico integrado da sub-bacia do Córrego do Cintra – Discussão ......................... 108

8.0 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 114

9.0 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 116

10.0 APÊNDICE .................................................................................................................... 127

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V

LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... Páginas

Tabela 1. Dados da carta de solos da sub-bacia do Córrego do Cintra obtida através da imagem

de satélite de 2008 .................................................................................................................... 24

Tabela 2. Pontos de amostragem e as coordenadas UTM no Córrego do Cintra ..................... 26

Tabela 3. Variáveis de qualidade de água ................................................................................ 37

Tabela 4. Porcentagem de espécies amostradas dos diferentes estádios sucessionais, nos

fragmentos de mata da sub-bacia do córrego do Cintra, Botucatu/SP ..................................... 58

Tabela 5. Espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas nas áreas 1, 2 e 3 na sub-

bacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP) .............................................................................. 62

Tabela 6. Distribuição do número de espécies, indivíduos e Índices de Diversidade florística

nos locais de estudos ................................................................................................................ 70

Tabela 7. Distribuição do número de espécies, indivíduos de Similaridade florística nos locais

de estudos ................................................................................................................................. 71

Tabela 8. Resultado de VMP dos Coliformes termotolerantes (CTT) e Totais (CT) obtidos do

Apêndice nos anos de 2007, 2008 e 2009 ............................................................................... 99

Tabela 9. Resultado do valor máximo permitido (VMP) dos metais Pb, Cu, Cd, Fe, Ni e Zn

nos anos de 2007, 2008 e 2009 na sub-bacia do Córrego do Cintra....................................... 104

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VI

LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... Páginas

Figura 1. Localização da área da sub-bacia do córrego do Cintra, sua rede de drenagem, bem

como dos 8 pontos de coleta de água ....................................................................................... 18

Figura 2. Declividades da sub-bacia do córrego do Cintra (obtida de imagem de satélite de

2008) ......................................................................................................................................... 19

Figura 3. Caracterização geomorfológica das sub-bacias hidrográfica do Rio Araquá e Cintra.

Adaptado de Silva (2011) ......................................................................................................... 21

Figura 4. Carta de solos da sub-bacia do córrego do Cintra obtida através da imagem de

satélite de 2008 ......................................................................................................................... 23

Figura 5. Áreas do levantamento florístico da sub-bacia do Córrego do Cintra (2008) e os

pontos de amostragem de água para análise ............................................................................ 27

Figura 6. Localização dos pontos de amostragem de água (P1 e P2) na área 1......................... 28

Figura 7 – Construção da ETE - SABESP e canalização da nascente no P2 ............................ 28

Figura 8. Vista externa e interna da mata ripária na área 1, reflorestamento no seu entorno e

estratos no interior da mata ....................................................................................................... 30

Figura 9. Vista externa e interna da mata ripária na área 2 com maior grau de conservação .. 31

Figura 10. Vista externa na área 3 com maior grau de degradação, observa-se a dominância de

Mimosa bimucronata (maricás-de-espinho) ............................................................................. 32

Figura 11. Edificação no leito do rio, acesso do gado e áreas alagadas (APP) na área 3 ........ 33

Figura 12. Porcentagem das 10 famílias com maior riqueza de espécies das três áreas como um

todo (áreas 1, 2 e 3) e por local de estudo : área 1, área 2 e área 3 ......................................... 44

Figura 13. Vinte espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas na área 1 na sub-

bacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP) ............................................................................. 46

Figura 14. Vinte espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas na área 2 na

microbacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP) ..................................................................... 47

Figura 15. Vinte espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas na área 3 na sub-

bacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP) .............................................................................. 49

Figura 16. Densidade relativa das espécies mais numerosas encontradas nas áreas 1, 2 e 3 ... 50

Figura 17. Porcentagem das espécies dos diferentes estádios sucessionais, amostrados das três

áreas como um todo (áreas 1, 2 e 3) e por local de estudo (área 1, área 2 e área 3) do

fragmento de mata da sub-bacia do Córrego do Cintra ........................................................... 52

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Figura 18. Comparação entre a porcentagem de espécies e indivíduos distribuídos em classes

sucessionais da área 1, 2 e 3 da sub-bacia do Córrego do Cintra ............................................. 55

Figura 19. Distribuição do número de indivíduos por classes de altura em intervalos fixos de 2

metros fechados à esquerda. áreas 1, 2 e 3 da sub-bacia do Córrego do Cintra ....................... 59

Figura 20. Comparação entre cartas de uso e ocupação do solo da sub-bacia do Córrego do

Cintra obtida de imagem de satélite de 1984 e 2008 ................................................................ 73

Figura 21. Dados do uso e ocupação o solo obtido através das imagems de satélite de 1984 e

2008 .......................................................................................................................................... 75

Figura 22. Avaliação das áreas de APP em 1984 na sub-bacia do Córrego do Cintra ............. 76

Figura 23. Dados do uso e ocupação o solo em área de APP obtido através das imagems de

satélite de 1984 e 2008 ............................................................................................................. 78

Figura 24. Avaliação das áreas de APP em 2008 na sub-bacia do Córrego do Cintra ............. 79

Figura 25. Totais pluviométricos mensais nos anos 2007, 2008 e 2009. Dados obtidos no

Depto de Recursos Naturais/Ciências Ambientais – FCA/Lageado – UNESP – Botucatu ..... 81

Figura 26 Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da turbidez por

ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra ............. 82

Figura 27. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação do pH por ponto

de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra ........................ 84

Figura 28. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da CE por ponto

de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra ........................ 86

Figura 29. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação do Cloreto por

ponto de amostragem e em um único período com diferenças significantes no Córrego do

Cintra ........................................................................................................................................ 87

Figura 30. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação do OD (mgO2.L-

1) por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra .... 88

Figura 31. Perfil do Córrego do Cintra/Araquá em termos de altitude (BELLUTA, 2008) .... 89

Figura 32. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da DBO520 por

ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra .............. 91

Figura 33. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da COT por

ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra .............. 92

Figura 34. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação do fosfato total

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VIII

por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra ........ 94

Figura 35. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação NT por ponto de

amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra ............................. 96

Figura 36. Análise de componentes principais referentes ao período de 2008 e 2009 ........... 101

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IX

Páginas

APÊNDICE

Tabela 1 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P1 .................................... 127

Tabela 2 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P2 .................................... 128

Tabela 3 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P3 .................................... 129

Tabela 4 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P4 ..................................... 130

Tabela 5 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P5 .................................... 131

Tabela 6 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P6 .................................... 132

Tabela 7 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P7 ..................................... 133

Tabela 8 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P8 ..................................... 134

Tabela 9 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P1 .................................... 135

Tabela 10 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P2 ................................... 136

Tabela 11 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P3 ................................... 137

Tabela 12 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P4 ................................... 138

Tabela 13 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P5 ................................... 139

Tabela 14 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P6 ................................... 140

Tabela 15 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P7 ................................... 141

Tabela 16 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P8 ................................... 142

Tabela 17 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P1 ................................... 143

Tabela 18 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P2 ................................... 144

Tabela 19 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P3 ................................... 145

Tabela 20 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P4 ................................... 146

Tabela 21 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P5 ................................... 147

Tabela 22 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P6 ................................... 148

Tabela 23 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P7 ................................... 149

Tabela 24 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P8 ................................... 150

Tabela 25- Média e desvio-padrão referentes ao OD segundo Período e Ponto .................... 151

Tabela 26- Média e desvio-padrão referentes ao DBO segundo Período e Ponto ................. 152

Tabela 27- Média e desvio-padrão referentes ao Fosfato Total segundo Período e Ponto .... 153

Tabela 28- Mediana, 10 e 30 quartil, entre colchete para a Turbidez segundo Período e Ponto

................................................................................................................................................ 154

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X

Tabela 29 - Média e desvio-padrão referentes ao COT segundo Período e Ponto ................. 155

Tabela 30- Média e desvio-padrão referentes ao NT consumido segundo Período e Ponto .. 156

Tabela 31- Média e desvio-padrão referentes ao pH consumido segundo Período e Ponto .. 157

Tabela 32 - Média e desvio-padrão referentes ao CE consumido segundo Período e Ponto . 158

Tabela 33 - Média de desvio-padrão referentes aos Cloretos segundo Ponto no Período de

2009 ........................................................................................................................................ 159

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1

1.0. RESUMO

Bacia hidrográfica é a unidade geográfica que se ajusta aos objetivos

de planejamento agrícola e ambiental, cuja área é sensível e imprescindível para sua

integridade física e qualidade da água, devendo ser protegida pela vegetação. A sub-bacia do

Córrego do Cintra (1.136,8ha) está localizada à noroeste de Botucatu SP, tem suas nascentes

no Campus da UNESP de Rubião Junior e segue fluxo ao norte até o Rio Tietê. Este trabalho

teve como objetivo geral caracterizar a estrutura e o estádio sucessional da mata ripária,

avaliar a qualidade da água e detectar fontes de poluição pontual e difusa naquela sub-bacia. O

método fitossociológico utilizado foi o de ponto-quadrante, aplicado em três áreas de mata

ripária; os índices Dr, Dor, IVC, Diversidade e Similaridade foram obtidos através de cálculo

em planilha eletrônica e do programa Past; o estádio sucessional foi determinado pela

proporção de espécies de cada grupo ecológico. Os parâmetros físico-químicos e espécies

químicas da água foram amostrados em oito pontos no período de 2007 a 2009 e para avaliar o

comportamento de cada variável nos locais de amostragem, foram realizadas análises de

variâncias seguidas do teste de Tukey e também a análise de componentes principais. Estes

parâmetros, as análises microbiológicas e as dos metais mais tóxicos foram determinados pelo

Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater e comparados aos valores

máximos permitidos (VMP) do Conama, Classe II, e quanto para os defensivos agrícolas

utilizou-se o método cromatográfico. Nas três áreas de amostragem foram encontradas 2.241

indivíduos arbóreos de 145 espécies, pertencentes a 55 famílias botânicas, sendo a família

mais representativa Fabaceae com 16,3%; as famílias Lauraceae, Myrtaceae e a Boraginaceaea

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com 7% cada, totalizaram 37,3% da amostragem e as espécies mais abundantes foram Protium

heptaphyllum (Aubl.) Marchand (almecegueira), Calophyllum brasiliense Cambess.

(guanandi), Eutherpe edulis (juçara), Nectandra megapotamica Mez. (canelinha), Casearia

sylvestris Sw. (lagarteiro), Cronton floribundus Sprengel (capixingui) etc. A diversidade (H’)

de espécies foi considerada alta nas 3 áreas, e a equabilidade também pode ser considerada

boa nas mesmas. Quanto à semelhança, as áreas 1 e 2 foram consideradas similares entre si e a

área 3 diferente em relação às duas primeiras. O grupo sucessional na área 1 foi considerado

como tardia, na área 2 secundária a tardia, e pioneira na área 3. Entre 1984 e 2008 houve

aumento de 22,22% da vegetação em APP e redução da vegetação nativa (3,88%) pelo uso do

solo de toda a sub-bacia. Os parâmetros de qualidade de água indicaram contaminação pontual

(P1 e P2) e o VMP para metais em 2009 estavam acima, em todos os pontos, para o Fe e Cd e

para o Cu na área agrícola (P4 ao P7) podendo este ter sua origem em outros defensivos

agrícolas não analisados neste estudo. A análise microbiológica mostrou que a água é própria

para a balneabilidade e a dessedentação de animais. Portanto, a fonte poluente pontual (P1)

deve ser localizada e reintegrada ao sistema tronco da ETE-SABESP, o P2 deve ser

monitorado para reduzir os efeitos negativos do efluente sobre a água para recreação

(Cachoeiras da Pavuna) e na área 3 foi indicada a revegetação e regeneração florestal, para

coibir possível contaminação difusa sob o córrego.

_____________________

Palavras chave - estrutura da vegetação, sucessão ecológica, parâmetros físico-químicos,

poluição pontual e difusa

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PHYTOSOCIOLOGICAL CHARACTERIZATION OF THE RIPARIAN FOREST AND

WATER QUALITY AT CINTRA STREAM (BOTUCATU SP) UNDER ANTROPIC

ACTION. Botucatu SP, 2012. 148p. Tese (Doutorado em Agronomia/Energia na Agricultura)

– Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.

Author: IVALDE BELLUTA

Adviser: SÉRGIO CAMPOS

Co-adviser: ASSUNTA MARIA MARQUES DA SILVA

Co-adviser: VERA LEX ANGEL

2.0. SUMMARY

Watershed is the geographic unit that meets the goals of agricultural

and environmental planning, the area of which is sensitive and essential for its physical

integrity and water quality and thus must be protected by the vegetation. The subwatershed of

Cintra Stream (1,136.8ha) is located northwest to Botucatu, São Paulo State, and has its

springs in the Campus of UNESP at Rubião Junior, flowing towards north until Tietê River.

The general aims of this study were to characterize the structure and the successional stage of

the riparian forest, to assess the water quality and to detect punctual and diffuse pollution

sources in that subwatershed. The adopted phytosociological method was the point-quadrant,

applied to three areas of riparian forest; the indexes RD, RDo, CVI, Diversity and Similarity

were obtained by calculation in spreadsheet and the software Past; the successional stage was

determined based on the proportion of species of each ecological group. The physico-chemical

parameters and the chemical species of water were sampled at eight sites from 2007 to 2009,

and to assess the behavior of each variable at the sampling sites, analyses of variance were

done followed by Tukey’s test and analysis of the main components. These parameters,

microbiological analyses and analyses of the most toxic metals were determined according to

the Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater and compared to

Conama’s maximal allowed value (MAV), Class II; for pesticides, the chromatographic

method was used. In three sampling areas, 2,241 arboreal individuals and 145 species were

found; they belonged to 55 botanical families, and the most representative family was

Fabaceae with 16.3%. The families Lauraceae, Myrtaceae and Boraginaceaea, with 7% each,

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totaled 37.3% sampling and the most abundant species were Protium heptaphyllum (Aubl.)

Marchand (“almecegueira”), Calophyllum brasiliense Cambess. (“guanandi”), Eutherpe edulis

(“juçara”), Nectandra megapotamica Mez. (“canelinha”), Casearia sylvestris Sw.

(“lagarteiro”), Cronton floribundus Sprengel (“capixingui”) etc. The species diversity (H’)

was considered high in all 3 areas, and the equitability could also be considered good in those

same areas. As to similarity, areas 1 and 2 were considered similar, whereas area 3 differed

from the other two. The successional group was considered late in area 1, secondary to late in

area 2, and pioneer in area 3. Between 1984 and 2008 there was a 22.22% increase in

vegetation in PPA and a reduction in the native vegetation (3.88%) due to the use of the soil

all over the subwatershed. The water quality parameters indicated punctual contamination at

S1 and S2, while MAV for metals in 2009 was higher for Fe and Cd at all sites and for Cu in

the agricultural area (S4 to S7), which may have its origin in other pesticides not analyzed in

this study. Microbiological analysis showed that the water is suitable for bathing and animal

drinking. Therefore, the punctual pollution source (S1) must be located and reintegrated into

the trunk system of STS-SABESP, S2 must be monitored to reduce negative effects of the

effluent on the water for recreation (Pavuna Waterfalls), and in area 3 reforestation and forest

regeneration were recommended to prevent possible diffuse contamination over the stream.

_____________________

Keywords – vegetation structure, ecological succession, physico-chemical parameters,

punctual and diffuse pollution

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3.0. INTRODUÇÃO

A bacia hidrográfica é a unidade de estudo que mais favorece o

desenvolvimento de pesquisas relacionadas ao ciclo hidrológico e que se ajusta aos objetivos

de planejamento agrícola e ambiental (LIMA, 2003). Wiessman et al. (1972) apud Villela e

Mattos (1975) define bacia hidrográfica como sendo área topograficamente delimitada,

drenada por um curso d’água ou sistema conectado de cursos d’água tal que toda vazão

efluente seja descarregada através de uma simples saída. Segundo Santana (2004), bacia

hidrográfica é considerada uma porção geográfica definida por divisores de água, englobando

toda a área de drenagem de um curso d’água. É uma unidade geográfica natural e seus limites

foram estabelecidos pelo escoamento das águas sobre a superfície, ao longo do tempo.

A produção de água em bacias hidrográficas é função de seu uso,

ocupação de seu solo e, fundamentalmente, dos processos envolvidos no ciclo hidrológico

(precipitação, evaporação, transpiração, infiltração, percolação e a drenagem) (CECÍLIO et al.,

2010). Os fatores que impulsionam o ciclo hidrológico são a energia térmica solar, a força dos

ventos, que transportam vapor d’água para os continentes e a força da gravidade, responsável

pelos fenômenos da precipitação, da infiltração e deslocamento das massas de água. Em uma

bacia hidrográfica, a água é drenada, conservada em lagos e represas e daí evapora para a

atmosfera ou infiltra-se no solo (TUNDISI, 2008).

De acordo com Cecílio et al. (2010), os impactos das mudanças

climáticas globais no tocante à produção de água e à consevação do solo (pontos fundamentais

para o manejo de bacias hidrográficas e a gestão dos recursos hídricos), podem ser estimados a

partir de modelagem físico-matemática dos processos climáticos hidrológicos envolvidos na

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produção de água e comportamento dos solos em bacias hidrográficas.

Para Tundisi (2008), as interferências humanas nesses sistemas são

inúmeras e variáveis e têm consequências ecológicas, econômicas e sociais sobre a saúde

humana. Por exemplo, nos estudos de Silveira-Guerra et al. (2010), a qualidade da água

pareceu estar relacionada com o uso da terra, pois a perda de solo prevaleceu em áreas de

pastagem e cultura de cana-de-açúcar, onde os parâmetros bióticos e físico-químicos de

qualidade de água estavam em pior condição. Os usos da terra devem considerar a inclinação

de áreas próximas aos ecossistemas aquáticos, devido ao potencial de impacto ambiental,

especialmente de erosão e entrada de efluentes poluentes.

As descargas de fontes difusas e pontuais de nitrogênio e fósforo nos

rios, lagos e represas, a partir de esgotos tratados e não tratados e de usos de fertilizantes

produz o fenômeno de eutrofização cujos efeitos ecológicos, na saúde humana e nos custos do

tratamento de água são relevantes, especialmente em regiões de intensa urbanização.

As áreas adjacentes aos cursos d’água e sob influência direta da

variação do lençol freático recebem a denominação de zona ripária, parte essencial da

paisagem, constituindo-se no ecossistema de transição entre os ambientes terrestre e aquático

da bacia hidrográfica. Caracterizam-se por serem altamente produtivas, em função das grandes

trocas de nutrientes, energia e elementos bióticos entre os dois ambientes bastante distintos

(ARCOVA, 2006). Nas observações feitas por Vital et al. (2004), ocorre pouco estoque de

serrapilheira acumulado nestas áreas, apresentando uma rápida velocidade de decomposição e

o rápido aproveitamento de nutrientes pela vegetação, o que favorece seu desenvolvimento.

Para Arcova (2006), estas áreas contribuem para a qualidade da água

dos rios atuando como um filtro, um agente de transformação e fonte de substâncias do

ambiente que acompanha o curso d’água. O ambiente ripário é especificamente útil no

tratamento dos poluentes gerados (defensivos agrícolas) de forma difusa na sub-bacia. Essas

substâncias são associadas às atividades do uso do solo, como agricultura, colheita florestal,

estradas e determinadas atividades urbanas. Os estudos de Veiga et al. (2003) demonstraram

haver fragmentos remanescentes da vegetação natural em áreas degradadas da mata ciliar do

Ribeirão Aurora, município de Astorga, PR, que atuaram como um mecanismo eficiente de

manutenção da qualidade de água, apesar de exigir outros manejos complementares que

permitam verificar outros fatores que possam interferir na qualidade.

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Para assegurar a preservação da vegetação no entorno da rede de

drenagem nas sub-bacia, foram criadas as Áreas de Preservação Permanente (APP), de acordo

com o Código Florestal (BRASIL, 1965). Ribeiro et al (2005) afirmam que os compromissos

assumidos pelo Brasil perante a Declaração do Rio de Janeiro de 1992 e a necessidade de

regulamentação fizeram com que entrasse em vigor, no dia 13 de maio 2002, a Resolução no

303, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Essa resolução estabelece

parâmetros, definições e limites referentes às APPs e adota, ainda que implicitamente, a bacia

hidrográfica como unidade de sua aplicação. Assim, todas as nascentes de rede hidrográfica

são demarcadas em 50m no entorno de cada uma delas, como zonas de proteção que, ao longo

da hidrografia, tem sua largura delimitada pela largura do curso d’água, medida por ocasião da

cheia sazonal. Estas áreas de vegetação exercem importantes funções como: regularização dos

cursos d’águas, corredor ecológico e conservação da biodiversidade e captura de carbono da

atmosfera.

O diagnóstico na zona ripária, segundo Rodrigues e Carvalho (2006),

deve ser realizado em cada segmento de rio da sub-bacia. Os segmentos permitem uma análise

mais detalhada da situação atual, que reflete os usos em um deteminado trecho do rio. Após

essa caracterização, podem-se elaborar propostas de medidas mitigadoras, implementação do

plano de ação no campo, manutenção do projeto, coleta e análise de resultados e avaliação da

resposta ambiental.

Os proprietários rurais que respeitam a leis ambientais deveriam

receber compensação financeira pela preservação de suas matas (APPs), pois geram serviços

ambientais para todos, inclusive para os que não cumprem a lei. Entre esses serviços, pode-se

citar: a proteção dos recursos hídricos e do solo, a regulação climática e a qualidade do ar, a

manutenção da biodiversidade e o sequestro de carbono - este último já com perspectiva de

ganho econômico. Porém, ainda há muita indefinição, sobretudo quando se trata de vegetação

nativa e pequenas áreas.

Desta forma, o manejo de bacias hidrográficas deve contemplar a

preservação de seus recursos, além de seus interferentes em uma unidade geomorfológica da

paisagem como forma mais adequada de manipulação sistêmica dos recursos de uma região

(CALHEIROS et al., 2004). Para Tundisi et al. (2006), as consequências drásticas produzidas

pelas atividades humanas nos sistemas aquáticos são a diminuição da altura do nível da água

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com efeitos nos rios, nos lagos adjacentes e marginais, nas águas subterrâneas e nas florestas

ripárias ao longo de rios e áreas alagadas.

Os atributos de uma comunidade vegetal podem variar entre locais ou

entre momentos dentro de um mesmo local e é preciso entender quais são os fatores

ecológicos e históricos, naturais e antrópicos que determinam a estrutura e a composição da

vegetação ou provocam sua modificação (MARTINS, 2009 e IVANAUSKAS et al, 2008).

O estudo dos fatores de degradação de uma sub-bacia, através de

determinação dos parâmetros físico-químicos, espécies químicas e microbiológicos, do

conhecimento dos fatores do meio abiótico e da estrutura florística e fitossociológica da

vegetação podem ajudar a apontar as espécies arbóreas mais adaptadas às diversas condições

da área local, bem como aquelas indicadoras do estado de conservação nas diversas unidades

fitogeográficas. Deste modo, os objetivos do presente estudo foram: a) avaliar a condição da

formação vegetal ribeirinha da sub-bacia do Córrego do Cintra, existente em dois períodos

(1984 e 2008) e em diferentes gradientes topográficos, utilizando-se imagens de satélite; b)

caracterizar aspectos da estrutura da vegetação ribeirinha; c) avaliar e monitorar os impactos

provocados pelas fontes de poluição pontual e difusa na qualidade da água do Córrego do

Cintra. As questões do estudo a serem respondidas são: A) Qual o nível de degradação da

formação ribeirinha; B) Quais os impactos provocados pelo uso e ocupação do solo na

qualidade da água? C) Existem fontes pontuais e/ou difusas de contaminação da água do

córrego? D) Que áreas seriam prioritárias para ações de revegetação ou restauração?

No capítulo seguinte, serão abordados aspectos gerais do SIG (Sistema

de Informação Geográfica) e o uso de imagens de satélite através do programa Arc Gis para

auxiliar no monitoramento ambiental em bacias hidrográficas e a influência da mata ripária

sobre a qualidade da água de um córrego, bem como o processo de sucessão ecológica

ocorrentes em áreas perturbadas.

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4.0. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1. O SIG como ferramenta de planejamento ambiental

Sensoriamento Remoto é a ciência e a arte de se obterem informações

sobre um objeto, área ou fenômeno, através da análise de dados coletados por aparelhos

denominados sensores, que não entram em contato direto com os alvos em estudo (CREPANI,

1983). A utilização conjunta de modernos sensores, equipamentos para processamento e

transmissão de dados, aeronaves, espaçonaves, e etc., com o objetivo de estudar o ambiente

terrestre através do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e as

substâncias componentes do planeta Terra, em suas mais diversas manifestações.

A partir do lançamento dos primeiros satélites de recursos naturais,

iniciou-se efetivamente uma nova fase em gestão ambiental. Esta fase foi caracterizada pelo

uso de imagens orbitais como fonte primária de dados, possibilitando a geração periódica e

sinóptica de informação sobre a superfície, além de disponibilizar produtos relativamente mais

acessíveis à comunidade científica e aos usuários em geral, quando comparados às fotografias

aéreas obtidas a partir de vôos aerofotogramétricas (BATISTELLA et al, 2008) Na última

década, muitos satélites de sensoriamento remoto têm sido desenvolvidos e lançados com altas

resoluções espaciais, fornecendo a países como os do Caribe um instrumento apropriado para

sua gestão ambiental. Essa evolução permite uma visão sinóptica e multitemporal, ou seja, de

conjunto e dinâmica sobre a ocupação do espaço geográfico, em que elementos da paisagem

como a vegetação, a água, o relevo e os usos da terra podem ser mapeados e monitorados

(BATISTELLA e MORAN, 2008).

O sensoriamento remoto é um dos mais importantes fontes de dados

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utilizados pelo Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s), pois desempenham hoje um

papel muito importante na segunda fase do processo, isto é, no inventário e na manipulação de

dados, auxiliando notavelmente na tomada de decisões.

As aplicações dos SIG’s são incontáveis, podendo-se citar como

exemplos: monitoramento e análises ambientais, planejamento do uso da terra; manejo de

recursos naturais; projetos de engenharia (transporte, irrigação, mineração, etc); manejo

florestal.

4.1.1. SIG ArchGis

ArcGIS é a denominação de um conjunto de softwares de

geoprocessamento e é possível criar bases de dados georreferenciadas, a partir de mapas,

imagens de satélite, fotografias aéreas, dados de campo ou importando de outros formatos;

abrir e navegar através das bases de dados, alterando a aparência de cada layer, de forma a

produzir mapas com design profissional; realizar buscas e consultas, de acordo com a região

geográfica ou com os atributos da base de dados, fazer medidas planimétricas ou cálculos de

área, distância, proximidade, etc.; Além destes módulos básicos, existem outros módulos

adicionais, as chamadas “Extensões”, que contêm ferramentas adicionais para usuários que

tem necessidades específicas, como trabalhar em ambiente 3D, gerar superfícies a partir de

pontos amostrais, realizar classificações de imagens de satélite, etc.

Nas Aplicações Ambientais, o monitoramento do uso e ocupação do

solo através de softwares da ESRI, a IMAGEM desenvolve sistemas de monitoramento da

cobertura do solo, baseados em imagens de satélite. No Planejamento Ambiental, o Sistemas

GIS podem ser utilizados para o gerenciamento de bacias hidrográficas, de unidades de

conservação, para o zoneamento ecológico econômico e para o planejamento regional

integrado. Em um GIS os mapas digitais de geologia, geomorfologia, solos, declividade, entre

outros, pode ser cruzados para permitir a avaliação de potenciais, fragilidades, riscos

ambientais e nortear a ocupação dos territórios de acordo com a legislação aplicável (ESRI....

2012)

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4.1.2 Sistema de informação geográfica (SIG) no monitoramento ambiental de bacias

hidrográficas

A bacia hidrográfica representa uma unidade de análise fundamental

na geomorfologia por se constituir na superfície de coleta e recipiente de armazenagem da

precipitação, configurando o sistema através do qual a água e os sedimentos são transportados

para o oceano ou lago interior. Assim, a bacia hidrográfica torna-se a unidade de trabalho ideal

para o planejamento de exploração que contemple a integração de recursos naturais e aspectos

socioeconômicos, dentro de uma perspectiva de renda para o agricultor e de preservação

ambiental. O conceito de manejo integrado de bacias hidrográficas pressupõe planejar e

implantar as práticas conservacionistas considerando-se o contexto das bacias e não nas

propriedades isoladas, assim a unidade de planejamento passa a ser a bacia hidrográfica.

(SANTANA, 2004).

A implementação de um SIG, que visa diagnosticar e gerenciar estudos

hidrológicos e hidrogeológicos, exige a obtenção e manipulação de uma grande variedade de

informações, tais como, parâmetros hidrológicos básicos, geologia, cobertura vegetal,

climatologia e uso da água, dentre outras. (CALIJURI et al., 1998). Na análise das bacias de

drenagem, a incorporação de uma base de dados em um SIG auxilia na formulação da

diagnose ambiental, tendo em vista a grande quantidade de informações trabalhadas e de

dados gerados, otimizados pela automação dos sistemas atualmente disponíveis.

Para se executar o monitoramento agrícola de uma região é necessário

o mapeamento das áreas em estudo, o qual se constitui instrumento imprescindível para

representar as diferentes informações temáticas, as potencialidades naturais relativas ao meio

físico e o uso atual do solo (BUCENE, 2002).

4.2. Formações florestais ribeirinhas: matas ciliares

Na bacia hidrográfica existe uma área muito sensível e imprescindível

para o bom funcionamento e manutenção da integridade física e qualidade da água produzida,

e, por esta razão, é uma área que deve estar permanentemente protegita por vegetação: trata-se

da zona ripária (AB’SABER, 2001).

As formações florestais ribeirinhas não se constituem como um tipo

vegetacional único, já que apresentam fisionomias distintas, condições ecológicas

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heterogêneas e composições florísticas diversas, com valores de similaridade baixos entre si,

tendo em comum apenas o fato de ocorrerem na margem de um curso d’água de drenagem,

definida ou não (RODRIGUES, 2001). Assim, a expressão florestas ciliares envolve, de forma

genérica, todos os tipos de vegetação arbórea vinculada à beira de rios (floresta de galeria,

várzea, ripária, etc) e a presença de mosaicos é determinada pelas condições pedológicas,

altitudinais, clima e regime hídrico dos rios e cursos d’água. A inter-relação destas com as

matas adjacentes aos cursos d’água e a influência do fluxo gênico vegetal e animal resultam

em uma heterogeneidade característica dessas formações (AB’SABER, 2001).

O mosaico florestal se torna ainda mais complexo quando

consideramos a dinâmica sucessional dessas formações ribeirinhas, que apresentam

particularidades em função das alterações vegetacionais promovidas pela elevação do curso

d’água ou do lençol freático, com consequente deposição de sedimentos, soterramento ou

retirada da serrapilheira e do banco de sementes, pelo desempenho diferencial das espécies ao

encharcamento etc., que atuam como elementos naturais de perturbação nas áreas ribeirinhas.

Assim, devido à heterogenidade ambiental, a termologia usada para as áreas ribeiras

normalmente são usados para a designação dessas formações e buscavam associação da

fisionomia vetetacional com a paisagem regional. Por exemplo, no domínio dos cerrados,

campinas, caatinga, campos, etc. com os quais coexistem as florestas galerias e veredas e onde

a vegetação de interflúvio (não ciliar) não é florestal. Já o termo floresta ripária é usado

quando a vegetação do interflúvio é tipicamente florestal (floresta atlântica, floresta

amazônica, floresta estacional etc.) (RODRIGUES, 2001). Nas matas ciliares (galerias,

ripárias etc.), a ciclagem de nutrientes é bastante complexa e de difícil quantificação. Nos

estudos de Vital et al. (2004), observou-se pouca variação no estoque acumulado de nutrientes

na superfície do solo no período de um ano, devido à rápida velocidade de decomposição da

serrapilheira e aproveitamento dos nutrientes produzidos, demostrando importante papel

nessas áreas.

O princípio básico em hidrologia florestal é o de que a produção de

água e o regime fluviométrico de uma bacia hidrográfica são significativamente influenciados

pela presença da cobertura florestal. Segundo Lima e Zakia (2001), as matas ciliares ocupam

as áreas mais dinâmicas da paisagem, tanto em termos hidrológicos, como ecológicos e

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geomorfológicos. As alterações devem ocorrer ao longo do curso d’água em termos de

estrutura, composição e distribuição espacial.

4.3. Influência da mata ciliar sobre a qualidade de água de um córrego

O processo de colonização ocorrido na região hidrográfica do Sudeste

do Brasil foi marcado por um intenso desmatamento para implantação de atividades agrícolas,

seguido da instalação de atividades industriais e a expansão de grandes aglomerados urbanos.

De modo geral, o que se observa nas áreas rurais é um grande passivo ambiental decorrente do

desmatamento ocorrido ao longo do processo de colonização da região, da persistência das

práticas agrícolas não conservacionistas e a recuperação ambiental ainda insuficiente de áreas

degradadas para reverter os passivos ambientais acumulados (ANA, 2012)

As áreas desmatadas e as que tiveram a proteção natural perdida por

qualquer motivo estão sujeitas à ação da dupla enxurrada-erosão, em que a primeira é a causa

e a segunda, o efeito. Ao contrário do movimento lento das águas infiltradas, de longa duração

e movimentando águas límpidas, as enxurradas são de duração curta, mas de alta erosividade,

com vazões caudalosas e águas barrentas, portadora dos sedimentos erodidos, causando

enchentes que, embora de curta duração, deixam a terra ferida pela erosão nas partes altas, e

sedimentos e estragos por onde ocorre sua passagem. (SANTANA, 2004).

A qualidade da água dos rios é resultado da interação entre o clima, a

geologia, o solo e a vegetação da bacia hidrográfica. Em regiões onde há atividades antrópicas

intensivas, como a pecuária e agricultura, o solo contribui efetivamente para as características

químicas, físicas e biológicas da água.

No meio rural, a qualidade da água fica comprometida em função das

cargas excessivas de sedimentos e nutrientes nos corpos hídricos resultantes dos processos

erosivos desencadeados pelo desmatamento, sobretudo das matas ciliares, e pelo manejo

inadequado do solo. As áreas mais preservadas normalmente se encontram em áreas de relevo

pouco propício à instalação de atividades antrópicas (ANA, 2012).

Como as áreas florestadas não perturbadas são condição desejada do

ponto de vista da proteção dos recursos hídricos, o monitoramento hidrológico de uma sub-

bacia com vegetação natural remanescente serve de referência para a comparação com outras

impactadas (DONÁDIO et al, 2009). Segundo estudos realizados pelos mesmos autores, nos

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períodos de amostragem para análise da qualidade da água nas nascentes com vegetação

natural remanescente, nas Áreas de Preservação Permanente (APP) foram obtidos resultados

de melhor qualidade da água do que nas nascentes com uso agrícolas (cana-de-açúcar).

A floresta ciliar em uma sub-bacia hidrográfica e a manutenção da

qualidade da água estão em função da estabilidade do solo das áreas marginais e da

regularização do regime hídrico. Quanto a influência no lençol freático, pode-se dizer que

funciona como um filtro do escoamento superficial, protegendo os cursos d’água da entrada de

adubos e defensivos agrícolas, além de fornecer alimento para a fauna aquática e silvestre

ribeirinha (DIAS et al., 1998). Assim, alterações de grande porte na composição e estrutura

desta vegetação podem vir a causar sérios danos na integridade das comunidades de riachos

tropicais.

4.4. Enquadramento e padrões de qualidade da água aplicados às sub-bacias

O enquadramento dos corpos d’água é o estabelecimento do nível de

qualidade a ser alcançado ou mantido em um segmento de corpo d’água ao longo do tempo. À

luz da Lei nº 9.433/1997, o enquadramento busca “assegurar às águas qualidade compatível

com os usos mais exigentes a que forem destinadas” e a “diminuir os custos de combate à

poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes” (ANA, 2012).

Para avaliar a qualidade da água disponível aos usuários, é preciso

relacionar os dados obtidos das análises da mesma com um critério de qualidade, segundo a

sua finalidade. O enquadramento dos corpos de água em classes, de acordo com a qualidade a

ser pretendida ou mantida, é um dos instrumentos mais importantes para a gestão de uma bacia

hidrográfica. Muitos corpos de água doce, em território nacional, são classificadas segundo a

qualidade requerida para seus usos (BRASIL, 2005). Em geral as águas de melhor qualidade

podem ser aproveitadas em usos comuns do dia-a-dia das pessoas e para isso, a Lei Federal nº

9.433, de 08 de janeiro de 1997, em seu Art. 9º, dispõe sobre o enquadramento dos corpos de

água em classes, segundo os usos estabelecidos pelos órgãos do governo. No Art. 10º é

descrito que as classes dos corpos de água serão estabelecidas por uma legislação ambiental

específica (BRASIL, 1997). Enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos, as águas

doces dos rios serão classificadas como Classe II, exceto se as condições de qualidade atuais

forem melhores, o que determinará a aplicação da classe mais rigorosa correspondente,

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segundo o Art. 42º do CONAMA (BRASIL, 2005). Segundo a mesma Resolução, no artigo 4º,

capítulo III, estão enquadradas as águas dos rios que podem ser “destinadas ao abastecimento

para consumo humano, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas;

à recreação de contato primário, tais como a natação, esqui aquático e mergulho, conforme a

Resolução CONAMA nº 274, de 2000; à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de

parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato

direto; e à aqüicultura e à atividade de pesca”.

4.5. Sucessão ecológica

Todos os ecossistemas estão sujeitos a distúrbios naturais ou

antrópicos que promovem mudanças nos mesmos em maior ou menor grau. O processo de

sucessão é ao mesmo tempo contínuo e mundialmente distribuído, e ocorre em taxa variável

em todas as áreas que são temporariamente perturbadas. Pode iniciar-se em habitats recém -

formados (sucessão primária) ou em habitats já formados e perturbados (sucessão secundária).

O tempo necessário para uma sucessão ocorrer de um habitat perturbado até uma comunidade

clímax (espécies adulta ou madura) varia com a natureza do clima e a qualidade inicial do solo

(TOWNSEND et al., 2006).

Algumas classificações de grupo de espécies ou grupos ecológicos

sucessionais apresentam maior detalhamento sugerindo subdivisões na dicotomia entre

espécies pioneiras e espécies clímax. Segundo Budowski (1965, 1970) apud Martins (2009),

agrupou as espécies em pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e climax,

obedecendo um gradiente de tolerância ao sombreamento do dossel nas florestas tropicais. A

trajetória da sucessão da comunidade inicial (pioneira e secundária inicial) evolui de modo que

a complexidade estrutural, biomassa, riqueza e diversidade de espécies aumentam no tempo

até a fase clímax ou madura, e que as comunidades inicialmente constituídas por espécies

heliófilas, de rápido crescimento, reprodução precoce e ciclo de vida curto vão sendo

substituídas por outras mais tolerantes à sombra, de crescimento lento, reprodução tardia e

ciclo longo até atingir a maturidade (climax). O tamanho de sementes, síndromes de dispersão,

dormência e germinação e, densidade da madeira são ainda descritas para separar os grupos de

espécies característicos de cada fase sucessional.

Os grupos iniciais (pioneira e secundária inicial) melhorariam as

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condições ecológicas da área perturbada, favorecendo o estabelecimento de espécies tardias,

assim atuando como facilitadoras do processo. Na inibição desse processo, elas

monopolizariam os recursos, reduzindo o avanço da sucessão e, na tolerância, praticamente

não interfeririam no recrutamento e crescimento das espécies de estádios mais avançados da

sucessão (MARTINS, 2009). Estas afirmações fazem parte de três modelos alternativos de

sucessão (facilitação, tolerância e inibição) proposto por Connell e Slatyer (1977) apud

Martins (2009).

A classificação de espécies em grupos ecológicos utiliza critérios que

diferem de um autor para outro, o que poderia levar algumas espécies a serem classificadas em

grupos distintos. Além disso, dependendo das suas características genéticas e ambientais, elas

podem se comportar de maneira diferente. O relevo, face de exposição do fragmento e a

declividade do mesmo influenciam a quantidade de luz recebida, o que se faz importante para

o recrutamento de espécies de distintos grupos ecológicos (TABARELLI e MANTOVANI,

1997). Os mesmos autores acreditam que seus estudos estão de acordo com a prediçãofeita por

Connell e Slatyer (1977) apud Martins (2009), segundo os quais as espécies primárias

(tolerantes à sombra) podem regenerar clareiras grandes e pequenas, desde que o distúrbio

(alteração ambiental) não seja muito severo. Este pode ser o caso das grandes clareiras que, em

função de suas localizações, nunca recebem luz solar direta em seus interiores, apresentando

condições ambientais similares às observadas nas pequenas.

Nos estudos de Fonseca e Rodrigues (2000), SÃO PAULO (2001),

Cardoso-leite et al. (2004), Alcalá et al. (2006), Guaratini et al. (2008) e Cardoso-leite e

Rodrigues (2008), as espécies de estádios finais de sucessão foram denominadas como

secundárias tardias e não como climácicas, pois, segundo os autores, em função da

deciduidade, praticamente nenhuma espécie arbórea de florestas semideciduais paulistas

apresenta as características descritas para as espécies climácicas encontradas nas Florestas

Pluviais Tropicais, por exemplo, conforme Budowski (1965) apud Martins (2009).

A seguir, há a apresentação da descrição da área de estudo, a

metodologia utilizada para a caracterização florística da floresta ripária, para a determinação

dos parâmetros de qualidade da água do Córrego do Cintra, bem como para as análises de

metais mais tóxicos e defensivos agrícolas.

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5.0. MATERIAL E MÉTODOS

5.1. Caracterização da área de estudo

5.1.1. Localização

O estudo foi realizado no município de Botucatu, localizado na região

centro-sul do Estado de São Paulo, na margem sul do Rio Tietê, distante 234 km da capital

entre as coordenadas geográficas 22º52’20” S e 48º26’37” W (FIGUEIROA, 2008).

A sub-bacia do Córrego do Cintra está localizada na região noroeste da

cidade de Botucatu e é parte integrante da sub-bacia do Rio Araquá. O Córrego do Cintra

nasce dentro do Campus da UNESP de Rubião Junior e segue seu fluxo ao norte até a Bacia

Hidrográfica do Tietê (GRALHÓZ e NOGUEIRA, 2006); está situada na zona 22S entre as

coordenadas planas e pelo Sistema de Projeção UTM (Universal Transversal de Mercator) no

datum Córrego Alegre (X)754000 a 758000 e (Y) 7466000 a 7471000, com uma área total de

1.136,8ha (Figura 1).

Para a análise de qualidade da água do Córrego do Cintra foram

coletados dados de 8 pontos, demarcados em locais diferentes no mapa e escolhidos

estrategicamente, de acordo com a facilidade de acesso, sendo que os pontos P1, P2, P3, P4, P5

e P6 estão dentro desta sub-bacia do Cintra e P7 e P8 estão à jusante da foz, que é divisor de

águas da sub-bacia do Rio Araquá, onde está localizado o complexo de cachoeiras do Parque

Ecológico Pavuna. Todas as figuras apresentadas no presente estudo foram geradas através do

SIG Arc GIS, um conjunto de softwares de geoprocessamento obtidas através de imagem

orbital.

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Figura 1. Localização da área da sub-bacia do córrego do Cintra, sua rede de drenagem, bem como dos 8 pontos de coleta de água

5.1.2. Relevo

O relevo de Cuestas é encontrada na África do Sul, Canadá, Europa,

México, Índia e Austrália e no Brasil abrange os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

Na região de Botucatu, a Cuesta apresenta algumas peculiaridades que o torna único no

mundo pela linha de separação de 80km e a extensa área entre o topo (reverso) e a baixada

(depressão periférica), pela cobertura e diversidade original da flora no Front e pela riqueza

paisagística inigualável na região (SOUZA, 2005a).

O relevo é caracterizado por uma divisão abrupta proporcionada pelo

Front da Cuesta, dividindo o município em Cuesta e depressão periférica, onde as altitudes

variam entre 700 a 920 metros e de 400 a 600 metros, respectivamente, em relação ao nível do

mar, com declividades variando entre suave a ondulado, de acordo com as classes de

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declividade propostas pelo Sistema Brasileiro de Classificação Solos (EMBRAPA, 2006). Nos

estudos de Araujo Jr et al. (2002), sobre a caracterização fisiográfica de 10 sub-bacias do Rio

Capivara, em Botucatu SP, e nos de Belluta et al (2009) e de Silva (2011), realizados na sub-

bacia do córrego presente na área em que se deu este estudo, mostram que a classe de

declividade predominante na região é de suave-ondulado (3 a 6%) a ondulado (12 a 20%),

como mostra a Figura 2.

Figura 2. Declividades da sub-bacia do córrego do Cintra (obtida de imagem de satélite de 2008)

A Figura 3, apresentada a seguir, mostra a sub-bacia hidrográfica do

Rio Araquá, localizado entre os municípios de São Manuel e Botucatu, com área de 27.430ha

e rede de drenagem com 274km, com foz no Rio Tietê. O relevo, na parte alta, apresenta

declividade variando entre suave a ondulado, e na parte baixa entre suave a suave-ondulado.

Na porção da sub-bacia compreendida pelo Front, os declives são acentuados, chegando entre

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75 e 100%, sendo que nas áreas de domínio do Front atingem 20 a 40% de declividade

(SILVA, 2011).

Cada bacia hidrográfica se interliga a outra de maior tamanho,

constituindo, em relação à última, uma sub-bacia. As bacias hidrográficas maiores são

resultantes do conjunto de pequenas bacias (SANTANA, 2004). Assim, o Córrego do Cintra,

situado na parte sul e no reverso da Cuesta de Botucatu, é parte integrante da sub-bacia do

Araquá e este integrante da Bacia Hidrográfica do Tietê. O estudo da sub-bacia do Córrego do

Cintra tem grande importância em relação a sua contribuição impactante ou não na sub-bacia

adjacente, bem como na eutrofização do seu afluente maior, o Rio Tietê.

A análise topográfica da sub-bacia do Córrego do Cintra mostra que os

tributários e o eixo principal do córrego dessecam a região e correm em direção à baixada

(depressão periférica) sentido norte (reservatório da Barra Bonita: Rio Tietê) e o desnível entre

os pontos de amostragem 1 e 8 atinge 235m, o que favorece a oxigenação e a auto-depuração

de suas águas. De acordo com Silva (2011), que realizou seus estudos na sub-bacia do Araquá,

pode-se compreender o comportamento do processo do escoamento da água na sub-bacia bem

como de suas propriedades hidrológicas ou mesmo a sensibilidade do terreno a processos

erosivos. No aspecto florístico da sub-bacia, pode-se observar as diferentes fisionomias

vegetais (Figura 5) em função da altitude no sentido da nascente à foz do Córrego do Cintra.

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Figura 3. Caracterização geomorfológica das sub-bacias hidrográfica do Rio Araquá e Cintra. Adaptado de Silva (2011)

5.1.3. Clima

As condições de relevo bastante diversas e a posição geográfica,

próxima ao Trópico de Capricórnio (sul do município), contribuem para dificultar o

estabelecimento de um tipo climático padrão. Contudo, segundo classificação de Köppen,

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alguns autores classificam o clima como mesotérmico, atribuindo-lhe a designação de Cfa

(chuvas relativamente abundantes e certas características de um regime litorâneo) (SOUZA et

al, 2003). Para Tubelis et al. (1971) apud Souza et al., (2003), o regime de chuvas tem se

mostrado variável, chegando a apresentar características continentais, o que sugeriria tipo

climático tropical de altitude, identificada como Cwa.

Segundo os mesmos autores, o município de Botucatu está sob a ação

de três grandes massas de ar que atuam diretamente na região centro-sul do Brasil: a

Equatorial Continental, a Tropical Atlântica e a Polar Atlântica. A velocidade dos ventos são

maiores nos meses de abril, outubro e dezembro e menores. em fevereiro, maio e junho, cujas

direções predominantes são ESE, SE e SES, sendo as direções N, NEN e ONO, as de menores

velocidades de ventos. De acordo com Figueiroa (2008), as temperaturas médias anuais são

em torno de 19ºC e os índices pluviométricos médios ultrapassam 1250 mm.

Assim, durante o período de amostragem a pluviosidade anual em

2007 foi de 1.292mm de chuva, em 2008 foi de 1.150mm de chuva e 2009 foi maior com

1.978mm chuva, dados esses obtidos no Depto de Recursos Naturais/Ciências Ambientais –

FCA/Lageado – UNESP – Botucatu. Deste modo, pode-se esperar que as amostragens

realizadas no período de 2009, para a maioria dos parâmetros de qualidade de água, sejam

significativos devido ao aumento da pluviosidade em relação aos outros dois períodos.

Possivelmente ocorrerá o aumento do escoamento superficial e o carreamento de sedimentos e

contaminantes até a água do córrego em áreas desprovidas de mata ripária.

5.1.4. Solos

Os mapas de solos têm a função de informar a distribuição espacial, na

paisagem, dos diferentes tipos de solos e auxiliar na caracterização da área de estudo.

De acordo com Figueiroa (2008), os solos vermelhos denominados

Latossolo e Nitossolo vermelho (terra roxa) são originados da decomposição do basalto,

considerados importantes na história de Botucatu, por estarem associados ao plantio do café

amarelo, que no passado (1920), atingiu seu apogeu na região e tornou-se famoso em todo o

país.

Segundo Silva (2011), em seus estudos sobre a identificação dos solos

em níveis semidetalhado e detalhado da bacia hidrográfica do Araquá, na sub-bacia do

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Córrego do Cintra os solos encontrados foram o Gleissolo Melânico distrófico (GMd),

Gleissolo Háplico distrófico (GXd), Latossolo Vermelho distrófico (LVd), Latossolo

vermelho eutrófico (LVe) e Neosolo Quartizarênico ótico distrófico (RQod) e Neossolo

Flúvico (RYbd) (Figura 4). As respectivas áreas estão apresentadas na Tabela1.

Figura 4. Carta de solos da sub-bacia do córrego do Cintra obtida através da imagem de satélite de 2008

Segundo análise feita por Silva (2011), na área de domínio da sub-

bacia do córrego do Cintra ocorre o predomínio do neossolo Quartizarênico ótico distrófico,

seguido de Gleissolo Háplico distrófico e Latossolo Vermelho distrófico, o que confirma as

informações de Souza et al. (2003). Segundo Martins (2009), o solo é o produto da atuação

do clima e dos organismos sobre o material de origem (rocha) ao longo do tempo, e, dessa

forma, em diferentes condições climáticas e sobre a atuação de variados organismos,

apresentar-se-a como fiel representante da diversidade ambiental, atuando como excelente

descritor das comunidades de plantas arbustivas e arbóreas, das campestres às florestais. Desta

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maneira, o estudo dos solos na sub-bacia do Córrego do Cintra será relevante, pois,

dependendo do tipo, poderá apontar o adensamento de algumas espécies nativas da Floresta

Estacional Semidecídual ou a influência do solo na qualidade da água, como é o caso da

presença do metal Fe de origem basáltico encontrado na região.

Tabela 1. Dados da carta de solos da sub-bacia do Córrego do Cintra obtida através da imagem

de satélite de 2008. Gleissolo Melânico distrófico (GMd) Gleissolo Háplico distrófico (GXd),

Latossolo Vermelho distrófico (LVd), Latossolo Vermelho eutrófico (LVe) e Neossolo

Quartizarênico ótico distrófico (RQod) e Neossolo Flúvico (RYbd).

Tipo de Área Área

solo Ha %

RYbd 12,50 1,10

GMd 59,62 5,25

GXd 337,66 29,7

LVd 161,64 14,22

LVe 15,78 1,40

RQod 549,60 48,33

5.1.5. Hidrografia

As águas superficiais, no município de Botucatu, são drenadas por

duas Bacias Hidrográficas: a do Rio Paranapanema, ao sul, e a do Rio Tietê, ao norte, ambos

afluentes do Rio Paraná, integrantes, em âmbito continental, da Bacia Platina. O ponto mais

elevado do divisor entre as duas bacias na região da “Cuesta” está situado a 900 m de altitude,

no Distrito de Rubião Júnior, onde está localizada a sub-bacia na qual foi realizado este

estudo. Na Bacia do Paranapanema, o Rio Pardo é o afluente mais importante para os

municípios de Pardinho e Botucatu, pois além de nascer no topo da “Cuesta”, junto à cidade

de Pardinho, a 1000 m de altitude, suas águas desempenham importantíssimo papel no

abastecimento de águas dos dois municípios, através de suas represas de captação,

administrada pela SABESP (CONTE, 1999). Já a Bacia do Tietê, segundo o Programa de

Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, está integrado ao CBH-SMT -

Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e Médio Tietê. A região de Botucatu, com

21 CBHs, faz parte da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI-10) e está

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localizada na sub bacia do Médio Tietê Inferior, numa área de 4.280 km² (SÃO PAULO,

2012). O Rio Tietê é o único grande curso d’água paulista que atravessa a linha da “Cuesta” e

atinge os limites ocidentais do estado. Ao contrário de outros rios, o Tietê se volta para o

interior do Estado de São Paulo, num percurso de 1.140 Km da nascente até chegar ao rio

Paraná, na divisa do Mato Grosso do Sul (SOUZA et al., 2003). A maior parte dos rios

integrantes da bacia do Tietê são responsáveis pelo mais intenso trabalho erosivo e vitimado

por fontes poluidoras, residenciais e industriais, registrados em terras do município. Dentre

eles, os mais importantes são os afluentes do ribeirão Lavapés, Rio Araquá e Alambari, sendo

que ambos desaguam no rio Capivara e, conseqüentemente, atingem o reservatório do Tietê. O

Córrego do Cintra, sub-bacia integrante da sub-bacia do Araquá, recebe efluente tratado

oriundo da ETE-SABESP situado à jusante do Campus da Unesp de Rubião Júnior, além de

sofrer influência do uso e ocupação do solo no seu percurso, pode estar contribuindo com o

processo de eutrofização neste reservatório. Estes cursos d’água seguem a direção S-N ou SO-

NE ou ainda SE-SO. (SOUZA et al., 2003).

5.2. Alocação das unidades amostrais no fragmento florestal e pontos de amostragem de

água

A área de amostragem para análise florística foi estabelecida em três

transecções do fragmento de mata nativa, ao longo do Córrego do Cintra e principais

tributários que apresentaram mata ripária mais representativa na sub-bacia (Figura 5). Foram

demarcadas na parte inferior - sul (área 1), na parte central (área 2) e na parte superior - norte

(área 3), conforme mostra a figura obtida através de imagens de satélite, de 1984 e 2008, cujas

áreas correspondem respectivamente a 62,4, 42,4 e 30,7ha (Figuras 5 e 6). Para as amostragem

destinadas a análise de qualidade de água foram demarcados pontos de amostragem de acordo

com a facilidade de acesso, sendo 6 pontos estão localizados dentro da sub-bacia (P1 a P6) e 2

pontos na sub-bacia adjacente (P7 e P8). Estes pontos estão situados na zona 22S entre as

coordenadas do Sistema de Projeção UTM datum Córrego Alegre como mostra a Tabela 2.

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Tabela 2. Pontos de amostragem e as coordenadas UTM no Córrego do Cintra

Pontos de amostragem Coordenada (X) Coordenada (Y)

P1 756533 7567220

P2 757150 7467188

P3 757034 7468889

P4 756553 7470016

P5 755995 7470852

P6 755522 7471376

P7 755450 7472036

P8 755507 7473015

5.3. Histórico de uso e ocupação das áreas de estudo

A delimitação de cada uma das áreas foi elaborada através de imagem

orbital do ano de 2008 (Figura 5) e sua descrição foi realizada pela observação in loco,

somada aos relatos de antigos proprietários das áreas adjacentes.

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Figura 5. Áreas do levantamento florístico da sub-bacia do Córrego do Cintra (2008) e os pontos de amostragem de água para análise

5.3.1. Área 1

A área 1 apresenta 2 nascentes. A primeira é considerada difusa por

apresentar vários “olhos d’água” e estar localizada sob um lago, no Jardim Botânico, (JB-IBB)

no Campus de Botucatu (P1). No seu entorno em áreas adjacentes ocorre grande número de

indivíduos de uma espécie exótica (eucalipto) que, atualmente, estão sendo substituídas por

meio de reflorestamento com uso de espécies nativas, visando recompor a mata original.

Segundo Gralhóz e Nogueira (2006), à jusante do lago ocorreu o lançamento de todo o esgoto

gerado no Campus da Unesp e no Distrito de Rubião Júnior até o ano de 2000, antes da

construção da estação de tratamento (ETE – SABESP). Para avaliar a qualidade da água nas

proximidades da primeira nascente, foi selecionado P1, localizado a 300 metros à jusante do

lago (Figura 6). Mesmo após a reintegração do esgoto ao sistema tronco da ETE-SABESP em

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2000 e no mesmo local, os autores Belluta et al (2008, 2009 e 2010) ainda encontraram sinais

de presença de esgoto in natura e odor característico nas amostragens, cujas análises de

qualidade de água, também confirmaram sua presença. Segundo o mesmo autor, existe ainda

lançamento de efluente no córrego a jusante do P1

Figura 6. Localização dos pontos de amostragem de água (P1 e P2) na área 1

A segunda nascente está localizada à jusante (10m) da Estação de

Tratamento de Esgoto pelas Lagoas de Estabilização - ETE – SABESP (P2). De acordo com

Gralhóz e Nogueira (2006), os trabalhos de terraplanagem e canalização da nascente (Figura

7), referentes à construção da ETE, tiveram início em 1997 e todo o efluente tratado e segue

rumo norte, através do Córrego do Cintra.

Figura 7 – Construção da ETE - SABESP e canalização da nascente no P2

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Na região de Botucatu a formação florestal original era constituída

pela Floresta Estacional Semidecídual, característica do bioma Mata Atlântica, do qual faz

parte. Este tipo de floresta caracreriza-se pelo clima tropical (18ºC e 22ºC) de duas estações,

uma chuvosa na primavera e verão e outra mais seca no outono e inverno (FIGUEIROA,

2008). No presente estudo, o termo mata ripária será usado como sinônimo de mata ciliar

devido a área de domínio da zona ripária da Floresta Estacional Semidecidual (RODRIGUES,

2001). Um fragmento de mata ripária na área 1, também chamada Mata do Butignoli, é

caracterizada por áreas de pastagens e algumas construções rurais, além de estar próxima a

outros fragmentos de vegetação, formando um corredor ecológico (Figura 8). Por ser uma

APP e apresentar topografia variada ao longo do curso d’água, este fragmento aparentemente

sofreu menor pressão antrópica (SILVA, 2010).

A APP na área 1 apresenta, somente em alguns pequenos trechos,

limite inferior a 30m da margem do córrego, medida esta estabelecida pela legislação

(BRASIL, 1965). Recentemente, no lado direito e à jusante do P1 (Figura 6), iniciou-se um

reflorestamento com cerca de 50 espécies diferentes, totalizando 2000 indivíduos arbóreos

distribuídos em área de 1ha, aproximadamente (Figura 8). Na área 1 a mata ripária é densa,

como mostra a imagem de satélite (Figura 5), e ocorre o predomínio de espécies raras como o

Calophyllum brasiliense Cambess. (Guanandi), Euterpe edulis Mart. (Juçara), Protium

heptaphyllum (Aubl.) Marchand (Almecegueira), Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.

(Sapateiro). Os levantamentos florísticos nas três áreas foram realizados entre 2010 e 2011.

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Figura 8. Vista externa e interna da mata ripária na área 1, reflorestamento no seu entorno e estratos no interior da mata

5.3.2. Área 2

A área 2 apresenta também uma densa mata ripária e grande

dificuldade de acesso, devido ao relevo acidentado. Apresenta influência do gado e da

agricultura, com raras faixas isentas ou inferiores a 30m de mata ripária (Figura 9) que está em

desacordo com o atual Código Florestal. Há a predominância de espécies nativas como o

Nectandra megapotamica Mez. (Canela), Cupania racemosa Radlk. (Camboatã), Cronton

floribundus Sprengel (Capixingui) e Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr. (Pau-jacaré).

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Figura 9. Vista externa e interna da mata ripária na área 2 com maior grau de conservação

5.3.3. Área 3

Na área 3 foi observada reduzida mata ripária, com larguras inferiores

a 30m de cada lado do córrego (APP), sob domínio de pastagem ao longo dos pontos 4, 5 e 6

(Figura 10) e área urbana à jusante do P3 ( bairro Vista Alegre). Na carta de solos da sub-bacia

em estudo (Figura 4), em uma porção de solo à jusante do P4 e a montante do P5, em azul,

observou-se in loco uma área de deposição de sedimento, plana e alagada, onde o leito do

córrego pode mudar temporariamente. Trata-se de área de várzea de solo do tipo Neossolo

Flúvico (RYbd) (Figura 11). Nas demais áreas prevalecem os mesmos solos encontrados nas

áreas 1 e 2, o Gleissolo Háplico distrófico (GXd).

A vegetação arbórea é esparsa, com ocorrência predominante de

espécies como Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze (Maricá-de-espinho), Gochnatia

polymorpha (Less.) Cabrera (Candeia), Lonchocarpus muehlbergianus Hassl. (embira-de-

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sapo), Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) A.Juss (Lixeira) e há grande quantidade de gramíneas.

Figura 10. Vista externa na área 3 com maior grau de degradação, observa-se a dominância de Mimosa bimucronata (maricás-de-espinho).

No trecho inicial da área 3, na altura do bairro Vista Alegre e à

montante do P4 (Figura 5), foi encontrada alteração no leito do córrego (APP). Trata-se de

uma edificação (concreto) antiga, usada na captação de água para a irrigação, através de roda

d’água (Figura 11). À jusante do mesmo ponto, uma cerca construída no leito do córrego era

usada para confinar o gado dentro da propriedade e com acesso a água.

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Figura 11. Edificação no leito do rio, acesso do gado e áreas alagadas (APP) na área 3

As áreas 1, 2 e 3 identificadas na imagem de 2008 são iguais às de

1984, não caracterizando alterações em suas medidas nos dois períodos.

5.4. Estrutura da vegetação

Para avaliar a topossequência da Floresta Estacional Semidecidual, foi

utilizado o método de distâncias ou de ponto-quadrante (COTTAM e CURTIS, 1956 apud

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MORO e MARTINS, 2011).

Nas três áreas de estudo foram demarcados, paralela e

longitudinalmente às margens direita e esquerda ao longo do córrego, transectos lineares com

pontos estabelecidos sistematicamente e equidistantes a cada 10m, tomando-se o cuidado para

que o mesmo indívíduo não fosse computado duas vezes. Em cada ponto amostral, para a

determinação dos quadrantes, foi utilizada uma cruzeta (4 quadrantes) de madeira, que foi

girada aleatoriamente junto a uma estaca de madeira fixada no local do ponto pré-

determinado. Em cada quadrante foram amostrados os dois indivíduos (um superior e um

inferior a 5m de altura) mais próximos do ponto amostral, sendo realizadas a identificação e

medição das espécies, perfazendo o total de 8 indivíduos por ponto (MORO e MARTINS

(2011).

Para a medição dos diâmetros foi utilizada uma suta de precisão e a

altura foi estimada com o auxílio de uma vara graduada. Alguns indivíduos de espécies

abundantes e bem conhecidas foram identificados no campo, enquanto os demais tiveram o

material botânico coletado para posterior identificação. A herborização do material botânico

foi feita no Herbário do setor de Ciência Florestal/DRN, Engenharia Florestal da Faculdade de

Ciências Agronômicas da Unesp Campus de Botucatu, Lageado, e incorporado à coleção de

referência do seu acervo. Os dados foram computados em planilha eletrônica.

Foram estimados os parâmetros densidade relativa (DR), dominância

relativa (DoR) e índice de valor de cobertura (IVC), obtidos da soma dos dois parâmetros

relativos já citados (MUELLER-DOMBOIS e ELLENBERG, 1974). A diversidade de espécies

foi estudada com base nos índices de diversidade de Shannon-Wiener (H’), Pielou (J) e

Simpson, conotação 1-D (MAGURRAN, 2004) e a similaridade pelo índice de similaridade de

Jaccard e SØrensen (MULLER-DOMBOIS; ELLENBERG, 1974), utilizando-se o programa

Past. Foram geradas tabelas fitossociológicas, com todas as espécies amostradas em ordem

decrescente de valor de cobertura, tendo sido registrado ao lado a família a que pertencem,

seus nomes comuns, os números de indivíduos amostrados e os parâmetros fitossociológicos

(MORO e MARTINS, 2011), com o objetivo de caracterizar a mata ripária da sub-bacia do

Córrego do Cintra.

As espécies identificadas nos grupos sucessionais foram classificadas

segundo seu estádio sucessional pioneiro, secundário inicial e secundário tardio, considerando-

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35

se mais de 50% os indivíduos de um estádio como determinante deste (BUDOWSKI, 1970

apud MADERGAN, 2006). Foram consideradas “espécies sem caracterização” aquelas sobre

os quais não foram encontradas citações na literatura e as exóticas. Serviram de referência para

a classificação das espécies nesses grupos ecológicos, as informações contidas em Fonseca e

Rodrigues (2000), SÃO PAULO (2001), Cardoso-leite et al. (2004), Alcalá et al. (2006),

Gruaratini et al. (2008) e Cardoso-leite e Rodrigues (2008). Na Tabela 4 estão relacionados

todos os índices obtidos e a lista de espécies identificadas, de acordo com seu grupo ecológico

segundo os autores acima citados.

Para a identificação do estádio de desenvolvimento de uma floresta,

analisou-se a proporção relativa entre os números de indivíduos de espécies dos diferentes

grupos. Este procedimento foi adotado por Dislich et al. (2001) e Cardoso-Leite e Rodrigues

(2008), de acordo com Budowski (1970) apud Martins (2009).

Visando auxiliar na identificação do tipo aproximado ou da

similaridade da vegetação será possível a comparação das áreas mais similares, empregando-

se o índice de similaridade de Jaccard (MUELLER-DOMBOIS e ELLENBERG, 1974),

calculado com base em dados categóricos, e na presença e ausência das espécies (MARTINS,

2009 e CERQUEIRA et al 2008), cujos valores devem superar 50%. O índice varia de 0

(quando não há espécies comuns) a 1,0 (quando todas as espécies são comuns).

Para visualizar a distribuição vertical das copas das árvores foi

elaborado um histograma com as classes de altura, sendo que a amplitude dos intervalos de

cada classe estabelecida foi de dois metros, fechados à esquerda.

5.5. Os estudos hídricos

Esta etapa foi desenvolvida para qualificar as águas do Córrego do

Cintra, considerando-se a água como indicador de qualidade ambiental. Para a efetuação dessa

etapa, foi necessário:

• identificar os diferentes usos de solo no entorno do perfil longitudinal do córrego, bem

como a facilidade de acesso aos pontos de amostragem localizados à jusante da

desembocadura dos tributários;

• analisar a qualidade da água para classificá-la segundo os parâmetros propostos pela

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Resolução 357, Classe II, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 2005)

e pela Resolução 274 (BRASIL, 2000).

5.6. Variáveis de qualidade de água analisadas Na Tabela 3 são apresentadas as variáveis, as metodologias e as

referências utilizadas na análise das amostras de água.

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37Tabela 3. Variáveis de qualidade de água

Parâmetros Aparelho e Modelo Metodologia Referência

Temperatura do ar e da água (ºC) Termômetro digital de campo Leitura direta no display Greenberg et al. (2005)

pH máster: Gulton do Brasil Ltda

Olfatometria: cheiro Uso do sistema olfativo do ser Uso do olfato de um júri de 2 ou Greenberg et al. (2005)

humano 3 pessoas no momento da coleta. Carmo Jr. (2005)

Colorimetria: cor Colorímetro Método de comparação visual Greenberg et al. (2005)

DLNH-100, Del Lab

Turbidez Turbidímetro Método Nefelométrico Greenberg et al. (2005)

Turbiquat, Merck modelo 1500T

Conditividade Elétrica (CE) e pH Condutivímetro digital Greenberg et al. (2005)

Digimed e pHametro digital Leitura direta no dispray

Quimis, modelo Q400 Mt

Oxigênio Dissolvido (OD), Demanda Bureta de vidro Titulometria e Iodometria: Winkler Greenberg et al. (2005);

Bioquímica de Oxigênio (DBO5) modificado para determinação OD Golterman et al. (1991);

Cetesb (1989), Adad Tajra (1982)

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Parâmetro Aparelho e Modelo Metodologia Referência

Carbono Orgânito Total (COT) Analisador TOC Shimadzu Carbono Orgânico Não Purgável Greenberg et al. (2005)

modelo TOC-v CPH/CPN Shimadzu. (2001)

Cloretos (Cl-) Bureta de vidro Titulometria pelo método do Greenberg et al. (2005)

Nitrato de mercúrio Voguel (1962)

Coliformes Termotolerantes e Totais - Diluição de Tubos Múltiplos Greenberg et al. (2005)

Fosfato (PO43-) Espectrômetro Gênesis 10 UV Espectrofotometria Greenberg et al. (2005)

Ácido Molibdicobismutofosfórico Goldman e Hargis (1969)

Watanabe e Onsen (1965)

Nitrogênio Total (NT) Analisador TN Shimadzu Quimiluminescente Shimadzu (2001)

modelo TNM-1

Metais mais tóxicos Espectrômetro de absorção atômica Espectrofotométrico de Krug (2003), L’vov (1970) e

(Cu, Fe, Zn) Fotômetro de Chama (AA – 6800 – Atomic Absorption absorção atômica Odier, 1978,

(Ni, Cd, Pb) Forno de grafite Spectrophotometer, Shimadzu) e Greenberg et al. (2005)

(Perkin Elmer, Analyst 700)

Herbicidas, Carbamatos e organofosforados Cromatógrafo Líquido de Alta Cromatográfico com Queiroga (2009),

Eficiência-LC-MS/MS, Shimadzu, Espectrômetro de massa Feinberg (2007)

modelo Proeminence UFLC

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5.6.1. Periodicidade e metodologia (ou técnica) de amostragem e preservação de amostras

de água

O período das amostragens de água foi de Janeiro/2007 a

Dezembro/2009, sendo que em 2007 foram realizadas bimestralmente e em 2008 e 2009,

trimestralmente. Cada amostragem foi realizada após, pelo menos, 5 dias de estiagem para não

comprometer a condição natural do ambiente pela diluição das águas das chuvas.

As amostras destinadas às determinações dos parâmetros físico-

químicos, espécies químicas, metais mais tóxicos e defensivos agrícolas foram coletadas em

frascos de polietileno de 2 litros de volume (a primeira água coletada serviu à lavagem dos

frascos e a segunda à amostragem).

Para a determinação microbiológica, as amostras foram

acondicionadas em sacos plásticos adequados e previamente esterilizados. Após a conservação

em gelo, as amostras foram imediatamente levadas para análise no Departamento de

Microbiologia e Imunologia /IB-UNESP, Campus de Botucatu.

As amostragens de água para análise de defensivos agrícolas foram

realizadas em frascos de polietileno e envolvidos em papel alumínio, para manter a amostra

livre de incidência de luz. Estas foram mantidas sob refrigeração durante o transporte,

congeladas e, posteriormente, encaminhadas ao Núcleo de Pesquisas Avançadas em Matologia

(NUPAM), pertencente à Faculdade de Ciências Agronômicas – FCA/UNESP Campus de

Botucatu/SP.

5.6.2.. Tratamento estatístico dos dados

Com o objetivo de verificar o comportamento de cada variável nos

diferentes locais, foram realizadas análises de variância seguidas do teste de Tukey (Tukey’s

Studentized Range – HSD), no nível de 5% de significância. Os gráficos utilizados para

apresentar a dispersão e assimetria dos dados das variáveis estudadas em função do período do

experimento são do tipo Box-Whisker-plot (Gráfico de Caixas) que contém informações

relativas ao primeiro quartil (25% dos dados estão abaixo desse valor), Mediana (50% dos

valores) e terceiro quartil (75% dos valores), além de pontos discrepantes denominados

outliers. As letras minúsculas comparam médias de períodos e as maiúsculas de pontos. Estes

gráficos são representados por retângulos cuja base inferior representa o primeiro quartil, o

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traço no interior representa a mediana e a extremidade superior o terceiro quartil (SOKAL e

ROHLF, 1995). Desta maneira o Gráfico de Caixas exibirá um sumário completo dos dados de

cada variável de forma simples.

A análise de componentes principais (PCA) é uma técnica

multivariada de médias, na qual se verifica a capacidade de discriminação das variáveis no

processo de formação de grupos (MORRISON, 1990). No PCA, a correlação da matriz dos 5

parâmetros físico-químicos (DBO520, TOC, fosfato total, turbidez e CE) foi desempenhada

para extrair os componentes principais em pelo menos dois períodos. Os demais parâmetros

analisados no presente estudo não foram contemplados nesta análise por não estarem presentes

em todos os períodos de amostragem.

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6.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1. Estrutura da vegetação e composição florística do estrato arbóreo nas três áreas de

estudo

A lista geral de espécies arbóreas encontradas e os principais índices

fitossociológicos obtidos no fragmento de mata da sub-bacia do Córrego do Cintra, nas áreas

1, 2 e 3, estão apresentadas na Tabela 5. Todos os espécimes amostrados foram identificados

até o nível de espécie. No total, foram registrados 2.241 indivíduos arbóreos, de 145 espécies,

pertencentes a 55 famílias botânicas. Das espécies estudadas, somente três são exóticas:

Eucalyptus sp (eucalipto) e Pinus elliots. (pinus), consideradas espécies arbóreas exóticas com

alto grau de disseminação no Brasil (SANTANA e ENCINAS, 2008) e Psidium guajava L

(goiabeira), considerada espécie exótica extra-brasileira por não ocorrer espontaneamente em

território brasileiro sendo oriunda de outro país ou outro continente (SAMPAIO et al, 2011).

Esta última, espécie frutífera (goiaba), está sendo usada para auxiliar na regeneração de APPs

degradadas. Segundo a Resolução do CONAMA nº 429, artigo 5, § 3º de 28 de fevereiro de

2011, “espécies arbustivas exóticas de adubação verde ou espécies agrícolas exóticas ou

nativas, até o 5º ano da implantação da atividade de recuperação das APPs, podem ser

utilizadas como estratégia de manutenção da área em recuperação, devendo o interessado

comunicar o inicio e a localização da atividade ao órgão ambiental competente que deverão

proceder a seu monitoramento”.

Na Figura 12 estão representadas as 10 primeiras famílias que mais

contribuíram com maior riqueza de espécies. Dentre elas, as famílias Piperaceae e

Cyatheaceae são comumente associadas à Mata Atlântica, incluso a Floresta Estacional

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Semidecídual, bem como as demais famílias com maior Índice de Valor de Cobertura (IVC),

de acordo com a lista oficial descrita na resolução n. 47 do SMA de 2003 (SÃO PAULO,

2003) e dados obtidos dos estudos de Cardoso-Leite e Rodrigues (2008).

Nas áreas 1, 2 e 3, como um todo (135,5ha), a família Fabaceae

predominou em 16,3%, além de Lauraceae, Myrtaceae e Boraginaceae (7,0%) que juntas

totalizaram 37,3% da amostragem.

Na área 1 (62,4 ha), separadamente, houve predomínio das famílias

Fabaceae (10,1%), com 113 indivíduos arbóreos, sendo os mais representativos Lonchocarpus

muehlbergianus (embira-de-sapo), Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré), Bauhinia forficata

Link. (pata-de-vaca), Centrolobium tomentosum Guillem. ex Benth. (araribá) e Inga cf. striata

(ingá); Myrtaceae (6,2%) (Campomanesia xanthocarpa O.Berg, Eucalyptus sp. (gabiroba-do-

mato), Calyptranthes clusiifolia O.Berg (araçarana), Eugenia cf. florida (grumixama),

Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O.Berg. (sete-capotes); Lauraceae (6,2%)

(Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr. (canela-do-brejo), Nectandra megapotamica

(canelinha), Ocotea cf. corymbosa (Miers.) Mez. (canela-fedorenta), Ocotea velutina (Nees)

Rohwer (canelão), Nectandra lanceolata Ness. (canelão-amarelo)) e Meliaceae (6,2%)

(Cedrela fissilis Vell. (cedro), Guarea macrophylla Vahl (marinheiro), Trichilia claussenii

C.D.C. (catiguá-vermelho), Trichilia elegans A. Juss. (pau-ervilha)), que tiveram 46, 57 e 72

indivíduos, com 17, 9, 11 e 9 espécies, respectivamente. Nos estudos de Cerqueira et al.

(2008), em 4 fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual em Bragança Paulista (SP), e

em mais 15 trabalhos realizados na região, foram encontrados padrões de semelhança com

relação as famílias presentes nesta área.

Na área 2 (42,4ha) a família Fabaceae (13,6%) apresentou 41

indivíduos arbóreos e os mais representativos foram Lonchocarpus muehlbergianus (embira-

de-sapo), Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré), Machaerium acutifolium Vogel (jacarandá-do-

campo), Bauhinia forficata Link. (pata-de-vaca) e Inga cf. striata Benth. (ingá); as famílias

Euphorbiaceae (5,7%) (Cronton floribundus (capixingui), Hyeronima alchorneoides Allemão

(licurana), Alchornea glanudulosa (Endl. & Poeppig) (tapiá); Myrtaceae (5,7%)

(Campomanesia xanthocarpa (gabiroba-do-mato), Eucalyptus sp (eucalipto), Psidium guajava

(goiaba)); Meliaceae (4,6%) (Cabralea canjerana (canjerana), Trichilia elegans (pau-ervilha),

Cedrela fissilis (cedro), Guarea macrophylla (marinheiro)) e Rutaceae (4,6%)

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(Metrodorea nigra A.St.-Hil. (Carrapateira), Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. (pau-

marfim), Esembeckia febrifoga (mamoninha)), tiveram 46, 42, 29 e 5 indivíduos, com 5, 5, 4 e

3 espécies, respectivamente do total da amostragem (Tabela 5).

Na área 3 (30,7ha), mais uma vez a família Fabaceae predominou com

16,3%, com 47 indivíduos e 7 espécies, sendo as mais representativas Mimosa bimucronata

(maricá-de-espinho), Centrolobium tomentosum Guillem. ex Benth. (araribá), Piptadenia

gonoacantha (pau-jacaré), Erythrina mulungu Martius ex Benth. (mulungu) e Schizolobium

parahyba (Vell.) S.F. Blake (guapuruvu); as famílias Boraginaceae (7,0%) (Cordia superba

Cham (baba-de-boi), Cordia ecalyculata Vell. (café-de-bugre), Patagonula americana L.

(guajuvira); Lauraceae (7,0%) (Nectandra megapotamica (canelinha), Ocotea velutina

(canelão) e Persea pyrifolia Nees (abacateiro-do-mato)); Myrtaceae (7,0%) (Eucalyptus sp

(eucalipto), Campomanesia guazumifolia (sete-capotes), Eugenia uniflora L. (pitanga),

Psidium guajava (goiaba)); Anacardiaceae (4,7%) (Lithrea molleoides (Vell.) Engl. (Aroeira-

mansa), Schinus terenbithifolium Raddi (aroeira-pimenteira)) e Euphorbiaceae (4,7%)

(Aegyphylla integrifolia (Jacq.) Moldenke (tamanqueira), Croton floribundus (capixingui),

Alchornea glandulosa Endl. & Poeppig (tapiá)), as quais tiveram 47, 14, 13, 12, 2 e 10

indivíduos, e com 7, 3, 3, 5, 2 e 3 espécies, respectivamente.

As famílias em comum com maior riqueza entre as áreas 1 e 3 foram

Fabaceae, com 26,4% e Myrtaceae, Lauraceae, Meliaceae e Boraginaceae (39,6%), pois

tiveram 283 indivíduos, com 37 espécies e 58 indivíduos com 16 espécies, respectivamente,

do total da amostragem. Desta forma, nas três áreas, entre as dez famílias, as mais

representativas e as que se destacaram com maior riqueza de espécies em todas a áreas foram

as famílias Fabaceae e Myrtaceae, semelhante aos resultados obtidos nos estudos realizados

por Cerqueira et al. (2008), Bernacci et al. (2006), Teixeira e Rodrigues (2006) e Marcondelli

(2010), entre outros trabalhos citados por estes autores e realizados em Floresta Estacional

Semidecidual associada à matas ribeiras no interior do estado de São Paulo.

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Áreas 1, 2 e 3 (135,5ha)

4,7%

6,2%

3,4%

5,7% 4,7% 7,0%

7,0%

16,3%

7,0%

32,30%

5,7%

Fabaceae

Lauraceae

Myrtaceae

Boraginaceae

Malvaceae

Euphorbiaceae

Rutaceae

Anacardiaceae

Meliaceae

Sapindaceae

Outras

Área 1 (62,4ha)2,3%

3,1%

6,2%

6,2%2,3%3,1%6,2%

3,9%

10,1%

3,1%53,4%

Bignoniaceae

Malvaceae

Myrtaceae

Euphorbiaceae

Fabaceae

Rutaceae

Lauraceae

Meliaceae

Rubiaceae

Piperaceae

Outras

Área 2 (42,4ha)

51,1%

3,4%

5,7%

5,7%

4,6%

13,6%

3,4%

2,3%2,3% 3,4%

4,6%RutaceaeSapindaceaeMeliaceaeRubiaceaeMyrtaceaeEuphorbiaceaeFabaceae

BoraginaceaeAnacardiaceae

ArecaceaeOutras

Área 3 (30,7ha)

16,3%

4,7%

2,3%

7,0%2,3%

4,7%2,3%

4,7%7,0%

41,7%

7,0%

AnacardiaceaeApocynaceaeAsteraceae

BoraginaceaeCyatheaceaeEuphorbiaceaeFabaceae LauraceaeMeliaceaeMyrtaceaeOutras

Figura 12. Porcentagem das 10 famílias com maior riqueza de espécies das três áreas como um todo (áreas 1, 2 e 3) e por local de estudo : área 1, área 2 e área 3

6.1.1. Estrutura da vegetação da área 1

Na Figura 13 foram indicadas as 20 espécies mais abundantes

encontradas na área 1, sendo correspondentes a 55% ao total das espécies, enquanto as

restantes (45%) constam na Tabela 5. Pode-se observar também nesta figura que as 20

espécies mais representativas, com maior IVC, correspondem a 61,84% do IVC total.

A espécie Calophyllum brasiliense (guanandi), com indivíduos de até

21m de altura, apresentou maior valor de cobertura (21,3%) neste fragmento e foi a primeira

espécie mais representativa, com 100 indivíduos e 10,65% do IVC total, principalmente pela

alta dominância relativa (DoR) (21,30%) apesar de sua reduzida densidade relativa (DR)

(14,06%). Isso quer dizer que 14% de todos os indivíduos amostrados eram de guanandi, e que

esses representaram 21,3% da área basal total (soma da área circular dos troncos a 1,30m do

solo) de todos os indivíduos amostrados, ou seja, o guanandi representou uma proporção

maior da área basal, que é um indicativo de ocupação da área de estudo, do que de abundância

(número de indivíduos), pois deve possuir indivíduos maiores do que das outras espécies.

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Nesta área, foram encontrados grupamentos dispersos de guanandi, sob manchas de solo

encharcados, nas zonas ripárias localizados na parte inferior direita (áreas 1 e 2) da sub-bacia

do Cintra (Figura 6). Nos estudos de Teixeira e Rodrigues (2006), em Cristais Paulista (SP), o

guanandi foi encontrado em 62% dos trabalhos comparados em solos permanente ou

periodicamente saturados hidricamente e a espécie Protium heptaphyllum (almecegueira),

segunda espécie mais representativa, foi encontrada em 54% dos trabalhos, tanto em solos

inundáveis quanto em solos drenados. Semelhante aos estudos de Teixeira e Rodrigues (2006),

no presente estudo, foi encontrado almecegueira em solos enxarcados e drenados, com até

19m de altura e, IVC com 11,05, considerada a segunda espécie mais representativa com 108

indivíduos, com 5,52% do IVC total e está mais ligada à densidade relativa (7,82%).

A espécie Pera glabrata (sapateiro), com indívíduos de até 18,8m de

altura, foi a terceira espécie mais representativa com 66 indivíduos que correspondem a 5,12%

do IVC total, apresentou densidade relativa (4,78%) e dominância (5,48%) próximos entre si,

mostrando uma proporção próxima entre a área basal total, que é um indicativo de ocupação

da área de estudo, e a abundância (número de indivíduos). As espécies Croton floribundus

(capixingui), quarta espécie encontrada com 43 indivíduos e Luehea divaricata (açoita-

cavalo), quinta espécie, com 20 a 25m de altura, juntas, somaram 8,96% IVC total;

apresentaram maior ligação à dominância (6,42%), e nos estudos de Teixeira e Rodrigues

(2006) essa espécie foi encontrada em 67% dos trabalhos comparados em matas de galeria.

Eutherpe edulis (palmito juçara), com 93 indivíduos e altura máxima de até 18,5m, somou

4,04% do IVC total, e apresentou-se mais ligada à densidade relativa (6,73%), ou seja maior

número de indivíduos, porém menor área basal. As demais espécies (55,04%) apresentaram-se

com valores de cobertura gradativamente inferiores (Figura 13).

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0

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40

50

60

70

80

90

C. b

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DR DoR

Figura 13. Vinte espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas na área 1 na sub-bacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP)

6.1.2. Estrutura da vegetação da área 2

Na Figura 14, as 20 espécies mais abundantes encontradas na área 2

correspondem a 65% do total das espécies e o restante (35%) está expresso na Tabela 5.

Observou-se também nesta figura que as 20 espécies mais representativas apresentam maior

IVC com 69,54 % do IVC total

A espécie Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré) foi a primeira espécie

mais representativa nesta área, com 40 indivíduos de até 23m de altura. Essa espécie

corresponde a 9,27% do IVC total, apresentou maior valor de cobertura (18,55) neste

fragmento, principalmente pela alta dominância relativa (12,75%) e sua baixa densidade

relativa (5,8%), mostrando que 5,8% de todos os indivíduos amostrados eram de pau-jacaré, e

que esses representaram 12,75% da área basal total (soma da área circular dos troncos a 1,30m

do solo) de todos os indivíduos amostrados. Nectandra megapotamica (canelinha) é a segunda

espécie mais representativa, com 50 indivíduos e altura máxima de 20m e 7,33% do IVC total;

apresentou densidade relativa (7,25%) sensivelmente menor em relação à sua dominância

(7,4). A espécie Croton floribundus (capixingui) é a terceira espécie mais representativa, com

41 indívíduos de até 15m de altura; apresentou dominância relativa mais alta (8,04%) que a

densidade relativa (5,94%). A espécie Tapirira guianensis (peito-de-pombo) é a quarta espécie

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mais representativa, com 12m de altura e 5,4% do IVC total, cuja densidade e dominância

relativa estão próximas de 2,17% e 2,66%, respectivamente. Também foi encontrada em 71%

nos estudos comparados de Teixeira e Rodrigues (2006) em mata ripária. A espécie

Machaerium acutifolium (jacarandá-do-campo), foi a quinta espécie, com somente 13

indivíduos de altura máxima de 22m, mas com elevada dominância relativa (7,19%) em

relação à sua densidade relativa (1,88%). Dentre as cinco primeiras espécies com maior IVC, o

capixingui apresentou dominância relativa mais pronunciada na área 2 em relação à área 1. Já

a espécie Cupania racemosa (camboatã), sexta espécie mais representativa nesta área,

apresentou 43 indivíduos com altura máxima de até 10m e com alta densidade relativa

(6,23%) e baixa dominância relativa (0,49%). As demais espécies (72,03%) apresentaram

valores de cobertura gradativamente inferiores (Figura 14).

0

10

20

30

40

50

60

70

P. gono

acan

tha

N. meg

apota

mica

C. florib

undus

T. guia

nensis

M. a

cutif

olium

C. rac

emos

a

P. glab

rata

C. bras

ilien

se

S. roman

zoffi

ana

A. colu

brina

C. xan

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rpa

C. tomen

tosum

C. can

jeran

a

C. sylves

tris

P. amala

go

L. diva

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C. pac

hystac

hya

P. long

ifloru

m

C. estr

ellen

sis

E. eduli

s

Outros

Val

or d

e C

ober

tura

(%)

DR DoR

Figura 14. Vinte espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas na área 2 na microbacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP)

6.1.3. Estrutura da vegetação da área 3

Na Figura 15 foram selecionadas as 20 espécies mais abundantes

encontradas na área 3, sendo 77% correspondente ao total das espécies enquanto o restante

(23%) está expresso na Tabela 5. As 20 espécies mais representativas com maior IVC nesta

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48

área correspondem a 69,83% do IVC total.

A espécie Gochnatia polymorpha (candeia) é a primeira espécie mais

representativa, com 18 indivíduos de até 9,5m de altura; apresentou maior valor de cobertura

(30,53), que corresponde a 15,27% do IVC total neste fragmento, principalmente pela alta

dominância relativa (19,63%) e sua baixa densidade relativa (10,9%), mostrando que 10,9%

de todos os indivíduos amostrados eram de candeia, e que esses representaram 19,63% da área

basal total (soma da área circular dos troncos a 1,30m do solo) de todos os indivíduos

amostrados. De acordo com Moro e Martins (2011), existem espécies que detêm porcentagem

considerável de área basal total da comunidade, seja por possuir muitos indivíduos ou por

apresentar indivíduos de grande porte na área de estudo.

A espécie Mimosa bimucronata (maricá-de-espinho), segunda espécie

mais representativa, com indívíduos de até 9m de altura, corresponde a 10,32% do IVC total;

apresentou também densidade relativa alta (15,15%) em relação à dominância relativa

(5,49%), ou seja, a maricá-de-espinho representou uma proporção menor da área basal (que é

um indicativo ocupação de terreno) em relação a abundância (número de indivíduos). A

espécie Lonchocarpus muehlbergianus (embira-de-sapo) é a terceira espécie encontrada, com

altura máxima de 9,7m, correspondente a 5,82% do IVC total; apresentou também densidade

relativa maior (6,67%) em relação a sua dominância relativa (4,96%). Já a espécie Piptadenia

gonoacantha (pau-jacaré) é a quarta espécie encontrada e corresponde a 4,14% do IVC total,

apresentando altura máxima de 13m, com alta dominância relativa (5,86%) e baixa densidade

relativa (2,42%).

Dentre as quatro primeiras espécies com maior IVC, o pau-jacaré

predominou na área 1, enquanto que na área 3 não esteve tão pronunciada. Aloysia virgata

(lixeira) corresponde a 3,69% do IVC total e apresentou altura máxima de 9m, com

dominância relativa reduzida (1,93%) e maior densidade relativa (5,45%). O contrário

acontece com Schizolobium parahyba (guapuruvu), com 3,1% do IVC total, onde um único

indivíduo com altura de 11m e DAP de 52cm apresentou dominância relativa grande (5,59%)

e reduzida densidade relativa (0,61%). O guapuruvú é árvore de grande porte (10 a 30m),

ocorrente em Mata Atlântica e comum em capoeiras e roçados. As demais espécies (10%)

apresentaram valores de cobertura gradativamente inferiores (Figura 15).

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Segundo Nascimento et al (1999), as espécies que ocorrem em baixas

densidades são amplamente esparsadas, com pequenos tamanhos populacionais e sistema de

cruzamento predominantemente exogâmico, com polinizadores voando a grandes distâncias,

sendo mais sucetível a extinção local devido às variações ambientais, demográficas e

catástrofes naturais. Assim, segundo o mesmo autor, com o isolamento populacional causado

pela fragmentação, a imigração é um importante fenômeno para a manutenção de espécies de

densidade baixa de um determinado local. Caso não ocorra a imigração de novos propágulos,

devido à presença de raras espécies, pode haver extinção nos pequenos fragmentos.

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

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(%)

DR DoR

Figura 15. Vinte espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas na área 3 na sub-bacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP) As 20 primeiras espécies encontradas em todas as áreas do presente

estudo não são exclusivas da mata ripária e Floresta Estacional Semidecidual ou restritas a

estes ecossistemas, mas são espécies de ampla distribuição, e podem ocorrer em outros

ecossistemas. Nos estudos de Guaratini et al (2008), realizados em 25 fragmentos de Floresta

Estacional Semidecidual no Paraná e interior de São Paulo, foram encontradas florestas com

peculiaridades próprias de diferentes altitudes, mata ciliar próxima do cerrado e mata de brejo,

que apresentaram baixa similaridade. Entre todas as espécies amostradas nas três áreas (Tabela

5), a Figura 16 mostra aquelas em comum, com valores significativos de IVC. Essas espécies

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são típicas de Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Densa, mata ciliar e

algumas de matas de brejos, segundo SÃO PAULO (2003). Dentre as 20 espécies mais

importantes e exclusivas de cada área amostral, ou seja, que não aparecem em outra, na área 1

foram encontradas as espécies Endlicheria paniculata (canela-do-brejo), Nectandra lanceolata

(canelão-amarelo), Talauma ovata (magnólia-do-brejo). Na área 2, a espécie

Anadenanthera colubrina (angico-vermelho) e na área 3, Mimosa bimucronata (maricá-de-

espinho).

0

2

4

6

8

10

12

14

16

N. m

egap

otam

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P. hep

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L. div

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ata

Piper

amala

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D.R

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cies

por

áre

a

Área 1 Área 2 Área 3

Figura 16. Densidade relativa das espécies mais numerosas encontradas nas áreas 1, 2 e 3

Entre as três áreas de estudo, somente nas áreas 2 e 3 foi encontrado a

espécie exótica Psidium guajava, devido ao fato desta estar relacionada principalmente à

amostragem ser realizada, em área antropizada próximo às chácaras e sede da propriedade. A

mesma espécie foi encontrada nos estudos de Battilani et al. (2011), sugerindo invasão natural

por parte das mesmas nas formações naturais, na região de estudo. Pinus elliottii, também

espécie exótica, foi encontrada somente na área 1.

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6.2. Classes sucessionais nas áreas 1, 2 e 3

Os resultados obtidos referentes às três áreas amostrais indicam

diferenças sucessionais em cada uma delas, pelos diferentes históricos de perturbação já

referidos anteriormente, em Materiais e Métodos no capítulo 5.

A Figura 17 mostra a porcentagem das espécies dos grupos

sucessionais amostrados nas áreas de estudo. Na Tabela 5 está apresentado o grupo ecológico

(última coluna) de cada espécie amostrada, segundo as metodologias aplicadas por vários

autores. Pode-se observar que houve predomínio, nas três áreas como um todo, de espécies

secundárias tardias (36,55%) e pioneiras (28,97%), ou seja, mais de 50% dos indivíduos

pertenceram a estes grupos sucessionais. Assim, os fragmentos amostrados podem ser

considerados em nível intermediário de sucessão, entre jóvem a maduro, o que indica que

sofreram perturbações recentes, devido à presença das pioneiras e das secundárias iniciais.

Guaratini et al (2008) verificaram que na Floresta Estacional Semidecídua, tanto os distúrbios

de origem natural quanto antrópicos (retirada seletiva de espécies arbóreas) determinaram o

aparecimento de espécies de estádios intermediários, fundamentados na deciduidade sazonal

do dossel da floresta e perturbações antrópicas. De acordo com Martins et al (2009), as

espécies pioneiras e secundárias iniciais não toleram sombreamento e possuem baixa

longevidade, sendo encontradas em clareiras naturais, matas ciliares e em clareiras antrópicas;

as secundárias tardias toleram o sombreamento apenas na fase jóvem; e as clímax típicas de

sub-bosques são tolerantes à sombra em todas as fases do ciclo da vida. Assim, a classificação

em grupos sucessionais fundamenta-se no conhecimento prévio da regeneração dessas

espécies em diferentes nichos (Ex. clareiras).

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Áreas 1, 2 e 3(135,5ha)

24,14%

36,55%

10,34%28,97%

SC

P

SI

ST

Área 1(62,4ha)

19,38%38,76%

9,30%

32,56%

SC

P

SI

ST

Área 2 (42,4ha)

35,96%

15,73%

14,61% 33,71%

SC

P

SI

ST

Área 3(30,7ha)

53,49%

13,95%16,28%

16,2

8%

SC

P

SI

ST

Figura 17. Porcentagem das espécies dos diferentes estádios sucessionais, amostrados das três áreas como um todo (áreas 1, 2 e 3) e por local de estudo (área 1, área 2 e área 3) do fragmento de mata da sub-bacia do Córrego do Cintra. P = pioneiras; SI = secundárias

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iniciais; ST = secundárias tardias, e SC = sem caracterização

Nos estudos de Madergan (2006), em revisão sobre Floresta Estacional

Semidecídua, a proporção do “sem caracterização” (SC) foi alta somente em um deles, com

35%, podendo influenciar o resultado dos outros grupos ecológicos e não permitindo a análise

do trabalho. Nos demais trabalhos, a proporção dos grupos foi inferior a 19,2%. Na avaliação

da Figura 17, com relação às espécies “SC”, observa-se que nas três áreas os valores foram

inferioes a 19,38%, não interferindo na avaliação da presente análise sucessional.

De acordo com a Figura 17, ocorre a predominância das espécies

consideradas secundárias tardias nas áreas 1 e 2 e reduzida quantidade de pioneiras, com

relação à área 3. O mesmo ocorreu nos estudos de Guaratini et al (2008), pois cerca de 70%

das espécies ocuparam estádios finais de sucessão, aliados a áreas perturbadas, ocupadas por

espécies iniciais de sucessão. Esta projeção pode ser observada na Figura 5, que mostra a

fitofisionomia densa através de imagem aérea de 2008, também observada na Figura 8 que

mostra, inclusive, a preservação e manutenção dos limites das APPs. No ribeirão Borá (SP),

Alcalá et al (2006) encontraram as espécies arbóreo-arbustivas secundárias iniciais, e no

ribeirão Cubatão a maioria foi de espécies pioneiras, cujas categorias sucessionais mostram

que houve o predomínio de espécies iniciais (pioneira e secundária inicial), sugerindo

caracterização sucessional em estágio inicial de regeneração.

Na área 1, a dominância das espécies com estádio sucessional tardias e

pioneiras (mesmo somado ao secundário inicial) não superaram 50%, mas se pode considerá-

los entre as duas classes. O mesmo ocorre na Figura 18, quando o percentual das espécies é

inferior a 50% nos estádios secundários tardios, destacando com maior número de inivíduos

(43,3%), indicando ser estádio mais avançado de sucessão em relação às pioneiras. O Tabela 5

mostra as espécies mais significativas encontradas nesta área, nos diferentes grupos: Protium

heptaphyllum (almecegueira), Calophyllum brasiliense (guanandi) e o Euterpe edulis (palmito

juçara) na classe secundária tardia, as espécies Cronton floribundus (capixingui), Casearia

sylvestris (lagarteiro) e o Pera glabrata (sapateiro) integram a classe sucessional pioneira e,

para classe secundária inicial, as espécies Actinostemon concepcionis (folha-fedorenta),

Tapirira guianensis (peito-de-pombo) e a Hedyosmum brasiliense (erva-cidreira-do-brejo).

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Da mesma forma como ocorreu na área 1, na área 2 as espécies do

estádio sucessional tardia e a pioneira (mesmo somada à secundária inicial) também não

superaram 50%. Poderíamos considerá-lo como estádio mais avançado de sucessão

(secundária inicial), se somássemos o número de indivíduos dos estádios secundário inicial e

primária, pois obteriamos o número superior a 50%, apesar de porcentuais baixos entre as suas

espécies nos dois estádios. Diferente desta, nos estudos na Mata da Câmara (Floresta

Estacional Semidecidual), em São Roque, Cardoso-Leite e Rodrigues (2008) observaram que

a dominância de poucas espécies indicou perturbações na área de estudo, evidenciando uma

floresta em estádio de sucessão inicial.

Na Tabela 5, área 2, entre as espécies mais significativas, a Nectandra

megapotamica (canelinha), a Cupania tenuivalvis (camboatã-mirim) e a Campomanesia

xanthocarpa (gabiroba-do-mato) pertencem à classe secundária tardia; as espécies Cronton

floribundus (capixingui), Casearia sylvestris (lagarteiro) e Piper amalago (falso jaborandi)

integram a classe sucessional pioneira, e a classe secundária inicial inclui as espécies

Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré), Tapirira guianensis (peito-de-pombo) e Syagrus

romanzoffiana (jerivá).

Na área 3, das 20 espécies de maior IVC (Figura 15), 13 foram

pioneiras, 4 secundárias iniciais, 1 sem classificação e somente 2 foram consideradas tardias, o

que demonstra predomínio das pioneiras, também observado na Figura 18 com o número de

indivíduos superior a 50%. Esta área apresenta estádio inicial de sucessão dominante e número

reduzido de secundárias tardias. Em se tratando da dominância de espécies pioneiras, estudos

realizados por Rodrigues e Gandolfi (2001) recomendam que sejam utilizadas, no

enriquecimento e reflorestamento dessas áreas, as espécies secundárias tardias.

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20,00

9,23

32,31

38,46

8,9812,24

35,48

43,30

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

ST P SC SIClasses sucessionais

% espécies % indivíduos

33,70

14,61 15,73

24,00

7,10

35,9630,9038,00

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

ST P SI SCClasses sucessionais

% espécies % indivíduos

16,28 13,9516,28

53,49

10,53

26,9

10,53

52,04

0

10

20

30

40

50

60

P ST SI SCClasses sucessionais

% espécies % indivíduos

Figura 18. Comparação entre a porcentagem de espécies e indivíduos distribuídos em classes sucessionais da área 1, 2 e 3 da sub-bacia do Córrego do Cintra. P = pioneiras; SI = secundárias iniciais; ST = secundárias tardias, e SC = sem caracterização .

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Através das Figuras 10 e 11 e da descrição detalhada anteriormente da

área 3, observou-se um ambiente mais fragmentado comparando-o com as áreas 1 e 2 (Figuras

8 e 9). A análise da porcentagem de espécies pioneiras nessa área é superior a 50%, ou seja,

indica estádio inicial de sucessão (Figura 17).

As matas ripárias ocorrem em uma significativa variação de solos,

cujos reflexos aparecem nos diversos tipos de formações florestais, variando desde as de

terrenos mais encharcados até os mais secos, com fisionomias distintas, de acordo com o

gradiente de umidade e influência fluvial do solo. As formações de interflúvio chegam até as

margens dos cursos d’água, onde o rio e o lençol freático não exercem influência direta (TITO

JACOMINE, 2001).

As classes de solos apresentadas à montante do P4 e à jusante do P5,

em azul no mapa (Figura 4), através de análise semidetalhada e detalhada, foram importantes

para discutir a sucessão ecológica entre as áreas, além da observação em campo. Em análise

mais detalhada, a área de assoreamento, que reduz ou indefine a calha do curso d’água,

provocado pela erosão ou arraste dos solos localizados a montante do P5, indica área alagada

com deposição de solo do tipo neossolo flúvico (RYbd) e textura arenosa (Figura 11), cuja

declividade está entre 3 e 6% (Figura 2). Segundo Tito Jacomine (2001), este solo

normalmente é encontrado em Floresta Estacional Semidecídual e em áreas de várzea, sujeito

a encharcamentos por eventuais inundações. É um solo heterogêneo quanto a granulometria,

estrutura e propriedades químicas, em função dos sedimentos aluviais e que apresentam

caráter flúvico. As espécies predominantes na presente área de várzea e sobre o neossolo

flúvico foram densos grupamentos de maricá-de-espinho e, em quantidades mais esparsas, as

candeias, além da fisionomia predominantemente herbácea no referido solo, o que caracteriza

a baixa riqueza e número de indivíduos. De acordo com a EMBRAPA FLORESTAS (2004a),

o maricá-de-espinho é encontrado em várzea e beira de córregos sujeitos a inundações

periódicas ou em locais úmidos e às vezes encharcados em Floresta Estacional Semidecídual

do interior paulista. A candeia, segundo Durigan et al. (2002), é uma árvore de médio porte,

heliófita, que ocorre em zonas ecotonais entre Cerrado e Floresta Estacional Semidecídual,

colonizando áreas abertas, geralmente sobre solos arenosos e terrenos úmidos às margens de

rios, podendo ser observado no capítulo 7 (Figura 11).

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O predomínio do Gleissolo Háplico distrófico (GXd), que se estende

nas três áreas vegetadas (Figura 4), segundo Tito Jacomine (2001), são solos hidromorfos mal

a muito mal drenados, com horizonte mineral escuro e teores elevados de matéria orgânica. A

vegetação é representada também pela mata de brejo, com árvores espessas e de grande porte

como o guanandi e palmito juçara encontrados no presente estudo. O horizonte glei é mineral,

de cores cinzentas devido à presença de ferro reduzido, com textura argilosa. Segundo

Ivanauskas e Rodrigues (1997), nestes locais ocorrem solos hidromórfos (Orgânicos,

Gleissolos, Areias Quartzosas Hidromórfas, Plintossolos e outros), compondo relevo de

morretes e canais superficiais de pequena dimensão, representando uma superfície irregular,

por onde a água circula com certa orientação.

Os mesmos tipos de solos foram encontrados nos estudos de Teixeira e

Assis (2005), em regiões de florestas paludosas em Rio Claro SP, sendo os gleissolos flúvicos

distróficos gleicos (neossolo flúvico) e gleissolos Háplicos distróficos típicos, que possuem

textura mais argilosa, ambos de coloração vermelha.

Conforme se pode observar na Tabela 5, entre as espécies mais

significativas em toda a área 3, Mimosa bimucronata (maricá-de-espinho), Gochnatia

polymorpha (candeia) e Aloysia virgata (lixeira) são integrantes da classe pioneira; as espécies

Lonchocarpus muehlbergianus (embira-de-sapo), Cordia ecalyculata (café-de-bugre) e

Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré) integram a classe sucessional secundária inicial,

enquanto a classe secundária tardia inclui as espécies Nectandra megapotamica (canelinha),

Campomanesia guazumifolia (sete-capotes) e Campomanesia xanthocarpa (gabiroba-do-

mato). Além do Mimosa bimucronata (maricá-de-espinho), a espécie mais encontrada e com

maior IVC nesta área (Figura 15), o Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré) está presente em

Floresta Estacional Semidecídual e ocorre naturalmente em solos muito variados, de baixa a

boa fertilidade (EMBRAPA FLORESTAS, 2004b), o que justifica estar presente nas três

áreas.

De acordo com Fonseca e Rodrigues (2000) e Cardoso-Leite e

Rodrigues (2008), comparando-se a proporção de indivíduos de espécies dos diferentes grupos

ecológicos e áreas de amostragens com os resultados de outros trabalhos da região, em

Floresta Estacional Semidecídual no interior do Estado de São Paulo, pode-se observar

(Tabela 4) que estes se mostraram muito similares ao das áreas 1 e 2 do presente estudo,

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mesmo não atingindo 50% do total. Os fragmentos estudados por Dislich et al. (2001) e

Cardoso-Leite et al. (2004) apresentaram predomínio de espécies pioneiras, no entanto, pode-

se dizer que o primeiro se encontra num estádio sucessional mais avançado que o encontrado

nos estudos do segundo autor, pois apresenta uma proporção relativamente maior (35%) de

espécies secundárias tardias, enquanto o segundo apresentou próximo da metade deste valor

(16%). Da mesma forma, a área de amostragem de Dislich et al. (2001) é maior em relação a

de Cardoso-Leite et al. (2004), porém, predominaram as pioneiras na menor área (60,1%),

semelhante à área 3 do presente estudo, denotando mata em processo de regeneração. Esses

resultados muito provavelmente refletem a categoria de proteção das áreas comparadas, nas

duas áreas que constituem Reservas Florestais. Nos estudos de Fonseca e Rodrigues (2000) e

de Leite-Rodrigues (2008) os autores apresentaram área de amostragem pequena (2 e

0,945ha), mas obtiveram também resultados semelhantes às áreas 1 e 2 do presente estudo.

Dessa forma, pode-se dizer que das áreas estudadas e presentes na Tabela 4, com exceção da

área 3 do presente estudo e nos estudos de Cardoso-Leite et al. (2004), todas encontram-se no

estado sucessional mais avançado, independente do tamanho da área.

Tabela 4. Porcentagem de espécies amostradas dos diferentes estádios sucessionais, nos

fragmentos de mata da sub-bacia do córrego do Cintra, Botucatu/SP, em comparação com

outros trabalhos realizados em Floresta Estacional Semidecidual no Estado de São Paulo bem

como os dados dos grupos ecológicos (GE).

GE Presente estudo Cardoso-Leite (1995)

Fonseca e Rodrigues (2000)

Dislich et al. (2001)

Cardoso-Leite et al. (2004)

C- L- Rodrigues (2008)

A1=62,4A2=42,2A3=30,7ha A=127,89ha A=2ha A=10,21ha A=0,13ha ABC=0,945ha P 32,56 33,71 53,49 22,2 16,4 49,0 60,1 19,2 24,3 15,7 SI 9,30 14,61 16,28 33,1 34,4 16,0 16,0 29,5 24,3 32,9 ST 38,76 35,96 16,28 34,7 45,9 35,0 16,0 43,6 43,9 48,6 SC 19,38 15,73 13,95 10,0 2 0,0 7,9 7,7 7,6 2,8

P= espécie pioneira; SI= espécie secundária inicial; ST= espécie secundária tardia;

SC= sem caracterização

6.3. Classes de altura nas áreas 1, 2 e 3

Nesse trabalho, a estratificação foi estabelecida a partir de estimativas

das alturas dos indivíduos amostrados. A Figura 19 representa o histograma com a distribuição

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de freqüência das classes de altura das copas com intervalo de dois metros, fechados à

esquerda.

Pela distribuição das classes de altura, observa-se que a área 1

apresenta vegetação exuberante (Figura 5), com maior número de indivíduos em todas as

classes de tamanho, seguida das áreas 2 e 3 que apresentaram, respectivamente, estádios

sucessionais maduro à pioneira, com menor número de indivíduos e menor área de mata. A

maior parte dos indivíduos amostrados concentrou-se no dossel (Figura 19), onde a classe de

sub-bosque (1,3 a 5,0m) foi a mais frequente, e a classe intermediária (5 a 13m) foi menor,

sendo ambas representadas pelas espécies dominantes já mostradas nas Figuras 17 e18.

0

50

100

150

200

250

300

350

400

1,3 a 3

3 a 5

5 a 7

7 a 9

9 a 11

11 a

13

13 a

15

15 a 17

17 a 19

19 a 21

21 a 23

23 a 25

25 a 27

27 a 29

29 a 30

Classes de altura (m)

Núm

ero

de i

ndiv

íduo

s

Área 1 Área 2 Área 3

Figura 19. Distribuição do número de indivíduos por classes de altura em intervalos fixos de 2 metros fechados à esquerda. áreas 1, 2 e 3 da sub-bacia do Córrego do Cintra

A menor altura encontrada no presente estudo foi considerada acima

da altura do peito (1,3m), e a máxima estimada na área 1 foi de 30m. Estas foram

representadas principalmente pelas espécies de maior porte Chorisia speciosa St.

Hil.Ravenana (paineira), Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntz (jequitibá-branco) e Cedrela

fissilis Vell. (cedro). As espécies desta classe ocorrentes no estrato intermediário ou médio (5 a

10m), em condições de sub-bosque, foram principalmente Allophylus edulis (juçara),

Cabralea canjerana (canjerana), Calophyllum brasiliense (guanandi), Casearia sylvestris

(lagarteiro), Luehea grandiflora (açoita-cavalo), Pera glabrata (sapateiro), Protium

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heptaphyllum (almecegueira), Tabernaemontana catharinensis (leiteiro), Tibouchina mutabilis

(manacá), Trema micrantha (pau-pólvora) e Campomanesia xanthocarpa (gabiroba-do-mato).

As espécies Luehea divaricata (açoita-cavalo), Chorisia speciosa St. Hil. Ravenana (paineira),

Nectandra lanceolata (canelão-amarelo), Cariniana estrellensis (jequitibá-branco), Cabralea

canjerana (canjerana), Calophyllum brasiliens (guanandi), Hymenaea courbarill. Var. stil.

(jatobá), Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré), Croton floribundus (capixingui), Schyzolobium

parahyba (guapuruvu) e o Pseudobombax longiflorum (embiruçu) foram as que apresentaram

maiores alturas (18 a 30m) e diâmetros (0,54 a 0,99m) nesta área.

Na área 2 a altura máxima atingiu 26m, com representantes das

espécies de maior porte Cariniana estrellensis (jequitibá-branco), Cedrela fissilis (cedro) e

Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré). No estrato intermediário ou médio, em condições de

sub-bosque, ocorreram principalmente Cabralea canjerana (canjerana), Casearia sylvestris

(lagarteiro), Eutherpe edulis (juçara) e Protium heptaphyllum (almecegueira). As espécies

Chorisia speciosa (paineira), Machaerium acutifolium (jacarandá-do-campo), Centrolobium

tomentosum (araribá), Nectandra megapotamica (canelinha), Diatenopteryx sorbifolia (Maria-

preta), Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré), Acacia polyphylla (monjoleiro), Pseudobombax

longiflorum (embiruçu), Cariniana estrellensis (jequitibá-branco), Anadenanthera colubrina

var. ce (Gr.) (angico-vermelho) e Cedrela fissilis (cedro) foram as que apresentaram maiores

alturas (18 a 26m) e diâmetros (0,51 a 0,94m) nesta área.

Já na área 3, os representantes foram as espécies Alchornea

glandulosa (tapiá), Nectandra megapotamica (canelinha) e Schizolobium parahyba

(guapuruvu), com árvores de grande porte e esparsas de até 25m de altura, em uma área em

que, segundo os dados da Figura 17, está em pleno processo de sucessão pioneira. Nesta

classe, no estrato intermediário ou médio, em condições de sub-bosque, ocorreram

principalmente a Cecropia pachystachya (embaúba), Mimosa bimucronata (marica-de-

espinho), Persea pyrifolia Nees (abacateiro-do-mato) e Rapanea guianensis Aubl.

(capororoca). As espécies Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. (canafístula), Croton

floribundus (capixingui), Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré), Schizolobium parahyba

(guapuruvu), Erythrina mulungu (mulungu) foram as que apresentaram maiores alturas (10 a

25m) e diâmetros (0,29 a 0,53m) nesta área.

As Áreas 1 e 2 apresentaram-se mais conservadas, considerando-se a

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diversidade de espécies, maior altura do dossel, maiores diâmetros. A área 3 possui uma mata

fragmentada quanto sua estrutura e função, em avançado processo de sucessão ecológica, com

predomínio de gramíneas e muitas espécies Mimosa bimucronata (maricá-de-espinho). A

espécie Croton floribundus foi encontrada nas 3 áreas deste estudo e, segundo Cassola (2008),

essa espécie é comum em áreas perturbadas e que se regeneram em clareiras decorrentes de

exploração de madeira, ocorrentes em dossel e sub-bosques.

6.4. Diversidade e Similaridade

Na comparação das espécies entre as áreas estudadas, observaram-se

28 espécies comuns entre as três áreas, 54 estiveram presentes em duas das 3 áreas e,

respectivamente, 46, 14 e 3 espécies ocorreram exclusivamente nas áreas 1, 2 e 3. Assim,

constatou-se que somente 19,32% das espécies amostradas foram comuns a todas as áreas,

37,24% ocorreram em duas das três áreas e 43,44% ocorreram somente em uma das áreas

amostradas.

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Tabela 5. Espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas nas áreas 1, 2 e 3 na sub-bacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP), e organizadas por

espécie, nome popular e família, seguidas dos parâmetros quantitativos dos indivíduous amostrados: NI= nº de indivíduos; D. R.= Densidade relativa (%);

DoR= dominância relativa; IVC= índice de valor de cobertura (%); grupo ecológico GE - P = espécie pioneira, SI = espécie secundária inicial, ST = espécie

secundária tardia ou clímax, SC = sem classificação. A classificação do GE foi realizado segundo dados dos seguintes autores: Fonseca e Rodrigues (2000)1,

SÃO PAULO (2001)2, Cardoso-leite et al. (2004)3, Alcalá et al. (2006)4, Gruaratini et al. (2008)5 e Cardoso-leite e Rodrigues (2008) 6

Nome popular Nome científico Família Área 1 Área 2 Área 3

NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE

monjoleiro Acacia polyphylla Fabaceae 3 0,43 2,81 3,24 P2

folha-fedorenta Actinostemon concepcionis (C. & H) Euphorbiaceae 30 2,17 0,06 2,23 SC 2 0,29 0,02 0,31 SC

tamanqueira Aegyphylla integrifolia (Jacq.) Mold. Euphorbiaceae 5 0,36 0,21 0,57 SC 1 0,14 0,24 0,38 SC 2 1,21 0,07 1,28 SC

cerveja-de-pobre Agonandra excelsa Opiliaceae 3 0,22 0,87 1,09 SC

tapiá Alchornea glanudulosa Endl. & Poep Euphorbiaceae 11 0,8 0,76 1,56 P2 3 0,43 0,07 0,5 P2 5 3,03 1,97 5 P2

chal-chal Allophylus edulis (A. St. Hil. & al.) Sapindaceae 20 1,45 0,41 1,86 P2 13 1,88 0,01 1,89 P2 1 0,61 0,02 0,63 P2

lixeira Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) A.Juss Verbenaceae 11 0,8 0,2 1 P2 8 1,16 0,32 1,48 P2 9 5,45 1,93 7,38 P2

canela-de-veado Amaioua guianensis Aubl. Rubiaceae 9 0,65 0,02 67 ST2 angico-vermelho Anadenanthera colubrina var. ce (Gr.) Fabaceae 3 0,43 4,71 5,14 P2

mata-barata Andira cf. anthelmia (Vell.) J.F. Mac Fabaceae 4 0,29 0,04 0,33 ST2

laranjinha-do-mato Angostura pentandra (A.St.-Hil.) Alb Rutaceae 15 1,1 0,57 1,67 SC

araticum-cagão Annona cacans Warm. Annonaceae 1 0,07 0,05 0,12 P2 2 0,29 1,35 1,64 P2

peroba-rosa Aspidosperma polyneuron Mül.Arg. Apocynaceae 1 0,07 0,27 0,34 ST1 1 0,14 0 0,14 ST1

guatambú Aspidosperma ramiflorum Müll.Arg. Apocynaceae 1 0,07 0,02 0,09 ST2

guaritá Astronium graveolens Jacq. Anacardiaceae 1 0,29 0 0,29 ST2

pau-marfim Balfourodendron riedelianum (En) E. Rutaceae 7 0,51 0,14 0,65 ST2 2 0,29 0 0,29 ST2

pata-de-vaca Bauhinia forficata Link. Fabaceae 7 0,51 0,07 0,58 P2 7 1,01 0,4 1,41 P2

canjerana Cabralea canjerana Vell. Meliaceae 17 1,23 2,59 3,82 ST2 10 1,45 3,4 4,85 ST2

guanandi Calophyllum brasiliense Cambess. Clusiaceae 100 7,24 14,06 21,3 ST2 23 3,33 2,23 5,56 ST2

araçarana Calyptranthes clusiaefolia O.Berg Myrtaceae 3 0,22 0,01 0,23 ST2 2 2,29 0,53 2,82 ST2

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Nome popular Nome científico Família Área 1 Área 2 Área 3

NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE

sete-capotes Campomanesia guazumifolia C. O.B Myrtaceae 3 0,22 0,01 0,23 ST2 1 0,14 0,05 0,19 ST2 2 1,21 0,21 1,42 ST2

gabiroba-do-mato Campomanesia xanthocarpa O.Berg Myrtaceae 19 1,37 0,12 1,49 ST2 32 4,64 0,4 5,04 ST2 2 1,21 0,12 1,33 ST2

jequitibá-branco Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze Lecytidaceae 5 0,36 4,07 4,43 ST2 6 0,87 2,77 3,64 ST2

lagarteiro Casearia sylvestris Sw. Flacourtiaceae 55 3,98 0,58 4,56 P1 31 4,49 0,35 4,84 P1 5 3,03 1,42 4,45 P1

chuva-de-ouro Cassia ferruginea (Schrader) S. ex D Fabaceae 1 0,14 1,4 1,54 SI6

embaúba Cecropia pachystachya Trécul Cecropiaceae 17 1,23 0,21 1,44 P2 17 2,46 1,55 4,01 P2 4 2,42 1,31 3,73 P2

cedro Cedrela fissilis Vell. Meliaceae 12 0,87 0,95 1,82 P2 3 0,43 2,39 2,82 P2

cedro-do-brejo Cedrela odorata var. xerogei. R. & H Meliaceae 1 0,07 0,34 0,41 P2 araribá Centrolobium tomentosum Guill. ex B Fabaceae 9 0,65 0,68 1,33 P2 7 1,01 4,03 5,04 P2 2 1,21 0,68 1,89 P2

paineira Chorisia speciosa St. Hil.Ravenana Bombaceae 3 0,22 2,45 2,67 SI5 2 0,29 1,46 1,75 SI

5

guatambú-de-leite Chrysophyllum gonocarpum (M. & E Sapotaceae 3 0,22 0,2 0,42 ST2 7 1,01 0,58 1,59 ST2

congonha Citronella paniculata (Mart.) R.A.H Cardiopteridaceae 6 0,43 0,33 0,76 SC

folha-de-bolo Coccoloba mollis Casar. Polygonaceae 2 1,44 0,44 1,88 SC

saguaraji-vermelho Colubrina glandulosa Perk. Rhamnaceae 2 1,44 0,44 1,88 ST5 1 0,14 0,39 0,53 ST

5

copaíba Copaifera langsdorffii Desf. Fabaceae 8 0,58 0,42 1 ST2

café-de-bugre Cordia ecalyculata Vell. Boraginaceae 4 0,29 0,58 0,87 SI1 6 0,87 0,3 1,17 SI1 6 3,64 0,36 4 SI1

baba-de-boi Cordia superba Cham Boraginaceae 12 0,87 0,39 1,26 P2 9 1,3 0,06 1,36 P2 9 1,82 0,41 2,23 P2 louro-pardo Cordia trichotoma (Vell.) A. ex Steu. Boraginaceae 8 0,58 0,82 1,4 ST2

capixingui Cronton floribundus Sprengel Euphorbiaceae 43 3,11 6,24 9,35 SI2 41 5,94 8,04 13,98 SI2 3 1,82 4,22 6,04 SI2

camboatã Cupania racemosa Radlk. Sapindaceae 28 2,03 0,69 2,72 ST2 43 6,23 0,49 6,72 ST2

camboatã-mirim Cupania tenuivalvis Radlk. Sapindaceae 5 0,36 0 0,36 SC 1 0,14 0 0,14 SC maria-mole Dendropanax cuneatum (DC.) D. & Araliaceae 1 0,07 0 0,07 ST2 5 1,18 0,46 1,18 ST2

maria-preta Diatenopteryx sorbifolia Radlk. Sapindaceae 2 3,36 3,07 3,36 P2

canela-do-brejo Endlicheria paniculata (Spr.) J.F.M. Lauraceae 13 0,94 2,47 3,41 ST6

mulungu Erythrina mulungu Martius ex Benth. Fabaceae 1 0,07 0,3 0,37 P2 2 1,21 12,1 13,31 P2

mercurio-da-mata Erythroxylum pelleterianum A.St.-Hi. Erythroxylaceae 1 0,07 0 0,37 ST4

mamoninha Esembeckia febrifoga Rutaceae 2 0,29 0 0,29 SI1

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Nome popular Nome científico Família Àrea 1 Área 2 Área 3

NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE

pau-de-cotia Esembeckia grandiflora Rutaceae 1 0,14 0 0,14 P2

eucalipto Eucalyptus sp. Myrtaceae 10 0,72 2,38 3,1 SC 3 0,43 2,05 2,49 SC 5 3,03 19,44 22,47 SC

grumixama Eugenia cf. florida DC. Myrtaceae 2 0,14 0,01 0,15 ST2

pitanga Eugenia uniflora L. Myrtaceae 1 0,61 0,01 0,62 ST2

juçara Euterpe edulis Mart. Arecaceae 93 6,73 1,35 8,08 ST2 17 2,46 0,82 3,28 ST2

figueira-branca Ficus guaranitica Schodat Moraceae 2 0,14 0,17 0,31 P2

candeia Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. Asteraceae 31 2,24 3,27 6,1 P2 9 2,18 0,88 2,18 P2 18 10,9 19,63 30,53 P2

marinheiro-do-brej Guarea guidonia (L.) Sleumer Meliaceae 1 0,07 0 1,21 P2

marinheiro Guarea macrophylla Vahl Meliaceae 16 1,16 0,05 1,21 SC 2 0,64 0,35 0,64 SC

mutamba Guazuma ulmifolia Lam. Malvaceae 6 0,43 0,15 0,58 P2 3 0,53 0,1 0,53 P2

ipê amarelo Handroanthus ochraceus Mattos Bignoniaceae 6 0,43 0,09 0,52 SC

erva-cidreira-brejo Hedyosmum brasiliense Mart. Ex Mi. Chlorantaceae 29 2,1 0,8 2,9 SC 12 1,94 0,2 1,94 SC

licurana Hyeronima alchorneoides Allemão Euphorbiaceae 14 1,01 0,05 1,06 P2 8 1,37 0,21 1,37 P2

jatobá Hymenaea courbaril L. var. stil. Caesalpiniaceae 3 0,22 2,4 2,62 ST2 1 0,14 0 0,14 ST2

ingá Inga cf. striata Benth. Fabaceae 5 0,36 0,06 0,42 SC 3 0,5 0,07 0,5 SC

Ingá-branco Inga laurina (Sw) Willd. Fabaceae 1 0,15 0,01 0,15 ST2

ingá Inga marginata Willd. Fabaceae 1 0,07 0 0,07 P2

ixora Ixora venulosa Benth Rubiaceae 2 0,14 0,01 0,15 ST5 1 0,14 0 0,14 ST

5

jacarandá Jacaranda micrantha Cham. Bignoniaceae 2 0,14 0,02 0,16 SI6 2 0,42 0,13 0,42 SI6

dedaleiro Lafoensia pacari Saint-Hilaire Lythraceae 5 0,36 0,62 0,98 P2 3 1,82 0,67 2,49 P2

aroeira-mansa Lithraea molleoides (Vell.) Engl. Anacardiaceae 4 0,29 0,13 0,42 P2 4 0,95 0,37 0,95 P2 1 0,61 0,55 1,16 P2

feijão-cru Lonchocarpus guilleminianus (Tul.) Fabaceae 3 0,22 0,17 0,39 P2

embira-de-sapo Lonchocarpus muehlbergianus Hass. Fabaceae 18 1,3 0,51 1,81 SI1 6 1,93 1,06 1,93 SI1 11 6,67 4,96 11,63 SI1

açoita-cavalo Luehea divaricata Martius Malvaceae 20 1,45 7,14 8,59 P2 15 4,26 2,09 4,26 P2 3 1,82 4,35 6,17 P2

jacarandá-do-cam Machaerium acutifolium Vogel Fabaceae 6 0,43 1,31 1,74 ST2 13 1,88 7,19 9,07 ST2 jacaranda-bico-pato Machaerium aculeatum Raddi Fabaceae 3 0,22 0,84 1,06 P2 1 0,14 0 0,14 P2 1 0,61 0,06 0,67 P2

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Nome popular Nome científico Família Área 1 Área 2 Área 3

NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE

taiuva Maclura tinctoria (L.) D.Don ex S. Moraceae 1 0,07 0 0,07 P2 2 0,37 0,08 0,37 P2 1 0,61 0,4 1,01 P2

marmelinho-do-ca Maprounea guianensis Aubl. Euphorbiaceae 1 0,14 0 0,14 SC

espinheira-santa Maytenus aquifolium Mart. Celastraceae 2 0,14 0 0,14 SI6 2 0,29 0 0,29 SI6

santa-bárbara Melia azadarach L. Meliaceae 1 0,07 0,52 0,59 SC 2 1,21 0,2 1,41 SC

carrapateira Metrodorea nigra A.St.-Hil. Rutaceae 2 0,14 0,03 0,17 ST5 10 1,34 0,2 1,34 ST

5

miconia Miconia hynenonervia (Raddi) C. Melastomataceae 1 0,14 0 0,14 SC

pixirica Miconia rubiginosa (Bonpl.) DC. Melastomataceae 1 0,07 0,01 0,08 SC

maricá-de-espinho Mimosa bimucronata (DC.) K. Fabaceae 25 15,15 5,49 20,64 P2

capixim Mollinedia widgrenii DC. Monimiaceae 3 0,22 0,42 0,64 ST5 4 0,64 0,06 0,64 ST

5

cambuí Myrcia multiflora (Lam.) DC. Myrtaceae 1 0,07 0,01 0,08 SC

goiaba-brava Myrcia tomentosa Aybk.) DC. Myrtaceae 1 0,07 0,01 0,08 ST2 jabuticaba do mato Myrciaria floribunda (West ex W.) Myrtaceae 6 0,43 0,04 0,47 ST

5 1 0,15 0,01 0,15 ST

5

cabreúva-vermelha Myroxylon peruiferum L.f Fabaceae 4 0,29 0,74 1,03 ST2

canela Nectandra sp. Lauraceae 13 0,94 1,92 2,86 SC

canelão-amarelo Nectandra lanceolata Ness. Lauraceae 4 0,29 2,71 3 SC

canelinha Nectandra megapotamica (Spr.) M. Lauraceae 10 0,72 0,14 0,86 ST2 50 14,65 7,4 14,65 ST2 8 4,84 0,29 5,13 ST2

canela-fedorenta Ocotea corymbosa (Miers.) Mez. Lauraceae 3 0,22 0,08 0,3 SI2

canela-sassafraz Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Lauraceae 1 0,07 0,12 0,19 ST2

canelão Ocotea velutina (Nees) Rohwer Lauraceae 3 0,22 0,1 0,32 SC 3 1,82 0,09 1,91 SC

canela Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez Lauraceae 8 0,58 0,28 0,86 SC 1 0,14 0,58 0,72 SC

canela-vermelha Ocotea CF. puberula (Rich) Ness Lauraceae 1 0,07 0,24 0,31 ST2

olho-de-cabra Ormosia arborea (Vell.) Harms Fabaceae 1 0,07 0,01 0,08 ST2

guajuvira Patagonula americana L. Boraginaceae 3 0,22 0,07 0,29 SI2 3 0,43 0,15 0,53 SI2 4 2,42 0,46 2,88 SI2

canafistula Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Fabaceae 1 0,14 0,88 1,02 SI1 1 0,61 3,47 4,08 SI1

sapateiro Pera glabrata (Schott) Poepp. ex B. Peraceae 66 4,78 5,47 10,25 P2 15 2,17 3,61 5,78 P2 1 0,61 0,02 0,63 P2 abacateiro-do-mato Persea pyrifolia Nees Lauraceae 1 0,07 0,04 0,11 ST2 2 1,21 1,13 2,34 ST2

pinus Pinus ellyottis Pinaceae 1 0,07 0,07 0,14 SC

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Nome popular Nome científico Família Área 1 Área 2 Área 3

NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE

falso-jaborandi Piper aduncum L. Piperaceae 4 0,29 0 0,29 P4

falso-jaborandi Piper amalago L. Piperaceae 34 2,46 0,5 2,96 SC 28 4,06 0,56 4,62 SC 2 1,21 0,21 1,42 SC

falso-jaborandi Piper cf. mollicomum Kunth. Piperaceae 7 0,51 0 0,51 SC

pau-jacaré Piptadenia gonoacantha (Mart.) M. Fabaceae 36 2,61 3,17 5,78 SI5 40 5,8 12,75 18,55 SI

5 4 2,42 5,86 8,28 SI

5

amendoim-campo Platypodium elegans Vogel Fabaceae 1 0,07 0,67 0,74 ST2

almecegueira Protium heptaphyllum (Aubl.) M. Burseraceae 108 7,82 3,23 11,05 ST2 9 1,3 0,34 1,64 ST2 2 1,21 0,01 1,22 ST2

pessegueiro-bravo Prunus myrtifolia (L.) Urb. Rosaceae 8 0,58 0,2 0,78 P2 3 0,43 0,64 1,07 P2

embiruçu Pseudobombax longiflorum Malvaceae 5 0,36 1,36 1,72 SC 2 0,29 3,56 3,85 SC

goiaba Psidium guajava L. Myrtaceae 4 0,58 0,07 0,65 P3 2 1,21 0,16 1,37 P3

psicotria Psychotria carthagenensis Jacq. Rubiaceae 5 0,36 0 0,36 ST5 3 0,43 0 0,43 ST

5

pau-terra Qualea dichotoma Mart. Vochysiaceae 5 0,36 0,1 0,46 ST2

espora-de-galo Randia armata (Sw.) DC. Rubiaceae 1 0,07 0 0,07 SC 1 0,14 0,07 0,21 SC

capororoca Rapanea guianensis Aubl. Myrsinaceae 23 1,66 1,53 3,19 P2 16 2,32 1,16 3,48 P2 2 1,21 0,06 1,27 P2 capororoca-branca Rapanea umbellata (Mart.) Mez Myrsinaceae 5 0,36 0 0,36 P2

saguaragi-amarelo Rhamnidium elaeocarpum Reissek Rhamnaceae 3 0,43 0,02 0,45 SI4 carvalho-brasileiro Roupala brasilienses Klotzsch Proteaceae 1 0,07 0,41 0,48 ST6 1 0,14 0 0,14 ST6

pau-formiga Ruprechtia laxiflora Meisn. Polygonaceae 1 0,07 0 0,07 SI6 2 0,29 0,07 0,36 SI6 aroeira-pimenteira Schinus terebinthifolius Raddi Anacardiaceae 1 0,07 0 0,07 P2 1 61 0,61 61,61 P2

guapuruvu Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Fabaceae 1 0,07 0 0,07 P2 1 0,61 5,59 6,2 P2

arubá Simarouba amara Aubl. Simaroubaceae 1 0,07 0 0,07 SC

limãozinho-do-mat Siparuna brasiliensis Siparunaceae 1 0,07 0 0,07 SC

peixe-podre Siparuna guianensis Aubl. Siparunaceae 6 0,43 0 0,43 SC

folha-de-prata Solanun argenteun Dunal Solanaceae 2 0,29 0 0,29 P5

falsa-espinheira-san Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.B. Moraceae 4 0,29 0,01 0,3 SC 2 0,29 0 0,29 SC

laranjinha-do-camp Styrax ferrugineus Ness & Mart. Styracaceae 5 0,36 0,05 0,41 P3 1 0,14 0 0,14 P3

laranjinha Styrax pohlii A. DC. Styracaceae 1 0,61 0 0,61 SC

jerivá Syagrus romanzoffiana (Cham.) G. Arecaceae 15 1,1 1,9 3 SI1 13 1,88 3,51 5,39 SI1

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Nome popular Nome científico Família Área 1 Área 2 Área 3

NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE

ipê-amarelo Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. Bignoniaceae 6 0,43 0,09 0,52 ST2

leiteiro Tabernaemontana catharinensis DC. Apocynaceae 12 0,87 0,3 1,17 SC 6 3,63 0,11 3,74 SC

magnólia-do-brejo Talauma ovata A.St.-Hil. Magnoliaceae 26 1,88 2,1 3,98 ST2

peito-de-pombo Tapirira guianensis Aubl. Anacardiaceae 30 2,17 2,66 4,83 P2 39 5,65 5,12 10,77 P2

manacá Tibouchina mutabilis Cogn. Melastomataceae 22 1,59 0,67 2,26 P2

pau-pólvora Trema micrantha (L.) Blume Ulmaceae 1 0,07 0,04 0,11 P2 2 1,21 0,86 2,07 P2

pé-de-galinha Trichilia casaretti C.DC. Meliaceae 1 0,07 0,04 0,11 ST1

catigua Trichilia catigua Meliaceae 1 0,14 0 0,14 ST1

catiguá-vermelho Trichilia claussenii C.D.C. Meliaceae 6 0,43 0,53 0,96 ST1 1 0,14 0 0,14 ST1

pau-ervilha Trichilia elegans A. Juss. Meliaceae 14 1,01 0,01 1,02 ST1 11 1,59 0,02 1,61 ST1

baga-de-morcego Trichilia pallida Sw. Meliaceae 3 0,22 0,01 0,23 ST3 1 0,14 0,03 0,17 ST3 1 0,61 0 0,61 ST3

candeia-da-mata Vernonanthura divaricata (Spr.) H. R. Asteraceae 2 0,14 0,02 0,16 SC

assa-peixe Vernonia polysphaera Asteraceae 1 0,07 0,28 0,35 SC

cinzeiro Vochysia tucanoron Mart. Vochysiaceae 4 0,29 0,92 1,21 SI4

urtigão Urera baccifera (L.) Gaudich. ex W. Urticaceae 1 0,07 0,03 0,1 P1 1 0,14 0,12 0,26 P1

pindaíba Xylopia brasiliensis Sprengel Annonaceae 3 0,22 0,08 0,3 ST2

mamica-de-porca Zanthoxylum rhoifolium Lam. Rutaceae 12 0,87 0,12 0,99 P2 1 0,14 0,01 0,15 P2 4 2,42 0,32 2,74 P2

ipê-felpudo Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bur. Bignoniaceae 2 0,14 0,02 0,16 P2

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O Índice de diversidade de Shannon (H’) das espécies encontradas na

área 1 é maior em relação às áreas 2 e 3 (Tabela 6). Estas diferenças podem ser atribuídas às

dimensões das áreas de amostragem e à riqueza de espécies entre uma área e outra e a

equidade de cada uma. No entanto, os resultados de H’ obtidos nas três áreas podem estar

superestimados devido ao reduzido tamanho das áreas de amostragem. Por isso os resultados

devem ser interpretados com muito cuidado. Diferentemente, a baixa equidade ocorreu nos

estudos de Madergan (2006) por influência de uma única espécie, totalizando 56% dos

indivíduos amostrados em quase todas as parcelas, cuja dominância relativa elevada

influenciou sobremaneira as condições de vida das demais espécies da comunidade.

Silva (2010), em Rubião Júnior, estudando a florística entre os

fragmentos do Jardim Botânico, Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu, no entorno e à

jusante do P1 (Figura 6) e Mata do Butignoli, encontrou índice de Jaccard de 0,20, considerado

baixo. Esse baixo valor é justificado pela presença do Jardim Botânico na porção inicial da

área 1 do presente estudo e esta ser caracterizada pela presença do eucalipto e reflorestamento

no seu entorno, enquanto a Mata do Butignoli, com área de mata ripária de menor pressão

antrópica, apresenta árvores de grande porte e Eutherpe edulis. Cerqueira et al (2008) e

Madergan (2006) também compararam a similaridade florística em resultados de vários

trabalhos no Estado de São Paulo, em áreas com diferentes transectos de um mesmo

fragmento, encontrando valores de Jaccard entre 0,030 e 0,3564, também considerados baixos,

e somente um próximo de 0,50, considerado alto. Segundo os mesmos autores, fatores como a

variação das condições abióticas, histórico de perturbação, altitude, distância do oceano,

período de estiagem, incidência de geadas e distância geográfica dos fragmentos podem ter

influenciado na similaridade florística entre os levantamentos. Entretanto, estes índices levam

em conta apenas a presença ouausência das espécies, e não sua abundância em cada área. As

áreas 1 e 2, conforme a Figura 5, além de apresentar em conectividade entre si, apresentam

mata densa, com influência de pastos sobre a mata, com histórico de flagrantes de exploração

de madeira e remoção de cercas para ampliação de área de pastagem, como já foi descrito no

capítulo 5 em Material e Métodos.

Na Tabela 6, a diferença da diversidade (H’) entre as áreas 1 e 2 foi

influenciada pela diversidade da primeira. Jandoti (2009) também comparou o resultado do

H’obtidos em seu estudo (3,37 nats/ind-1) com os de vários outros, realizados em mata ripária

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sobre domínio de Floresta Estacional Semidecidual no nordeste do Paraná, que variaram entre

2,13 a 3,56 nats/ind-1, mantendo o valor médio obtido. O valor mais baixo obtido no presente

estudo (H’=3,313 nats/ind-1), na área 3, quando comparado ao de outras florestas ripárias,

justifica em parte pela sua dimensão, e pela localização (mata de várzea) e histórico de

fragmentação.

Os Índices de Shannon (H’), Pielou (J) e de Simpson (Tabela 6) são

considerados altos em todas as áreas, quando comparados a outros estudos realizados em

Floresta Estacional Semidecídual. Os valores entre 0,9452 e 0,9712 (Simpson) e 0,8391 e

0,8808 (Pielou) significam o quanto a diversidade representa em relação à máxima possível

para o número de espécies existentes em cada área, onde os valores podem variar entre 0 e 1.

Então, nas áreas estudadas, considerando-se a notação D-1 para o índice de Simpson, quanto

maiores os valores, maior é a diversidade, e os resultados apresentaram-se altos idicando que

quase todas espécies estão igualmente representadas ou distribuídas pelo número de

indivíduos (baixa dominância), possibilitando inferir que existe uma distribuição homogênea

entre ambos. Certamente os valores de equidade poderiam ser diferentes, se fosse aumentada a

intensidade amostral (número de pontos amostrais) nas três áreas, além do tamanho da área

amostral utilizada, não significando, contudo, que tais espécies sejam naturalmente raras, mas

que apresentam poucos indivíduos por unidade de área. Para o Índice de Pielou (J), que indica

a relação entre a diversidade encontrada e a máxima possível para aquele número de espécies,

os valores encontrados também foram altos.

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Tabela 6. Distribuição do número de espécies, indivíduos e Índices de Diversidade florística

nos locais de estudos

Local

área 1 área 2 área 3

Nº de espécies 129 88 43

Dados gerais

Nº de indivíduos 1380 690 171

Shannon (H’) 4,078 3,796 3,313

Índice de Diversidade Pielou (J) 0,8391 0,8477 0,8808

Simpson 0,9712 0,9668 0,9452

Nos estudos de Battilani et al. (2005), os valores de H’ (3,413 nats/ind-

1) foram semelhantes aos encontrados em trabalhos realizados na Floresta Estacional

Semidecidual, cujo Índice de Pielou (0,815) foi considerado alto, indicando que as populações

das espécies ocorrentes nessa mata apresentaram distribuição homogênea, sugerindo

estabilidade na abundância dessas espécies. Resultados semelhantes aos obtidos na área 3

como um todo, no presente estudo, foram encontrados nos trabalhos de Cassola (2008), em

Floresta Estacional Semidecídual na Fazenda Edgardia na região de Botucatu. Este apresentou

variação na riqueza de espécies de sub-bosque em três áreas (A,B e C) de estudo, com índice

de Shannon de 3,66, 3,11 e 3,65 nats/ind-1 e Pielou 0,77, 0,70 e 0,84 nats/ind-1

respectivamente, visto que a maior diferença entre as áreas A e B pôde ser atribuída à maior

riqueza de espécies da primeira. A maior diversidade da área C, em relação à B, apesar de um

número menor de espécies amostradas, pode ser atribuída à maior equidade ou menor

predominância de algumas poucas espécies. Comparando a área 1 com a área 2, através dos

Indices de Jaccard e Sørensen (Tabela 7), a similaridade pode ser considerada de média a alta,

sendo de 51% para Jaccard e 67% para Sørensen. Comparando a 1 com a 3, a similaridade é

bem baixa, de 30% para Jaccard e 47% para Sørensen. Comparando a 2 com a 3, a

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similaridade também é baixa, sendo de 30% para Jaccard e 47% para Sørensen. Oserva-se,

através dos índices, que as áreas 1 e 2 são mais semelhantes entre si em relação a área 3, pois

esta é a mais diferente entre as duas por apresentar valor inferiores a 0,50.

Tabela 7. Distribuição do número de espécies, indivíduos de Similaridade florística nos locais

de estudos.

Local

área 1 área 2 área 3

Nº de espécies 129 88 43

Dados gerais

Nº de indivíduos 1380 690 171

Jacard

área 1 0,51 0,28

área 2 0,51 0,30

Índice de Similaridade área 3 0,28 0,30

Sørensen

área 1 0,67 0,44

área 2 0,67 0,47

área 3 0,44 0,47

O trecho de área de várzea encontrada na área 3, solo hidricamente

saturado (RYbd), está localizado à montante do P4 e à jusante do P5, em azul (Figura 4), no

qual foi contabilizado um baixo número de indivíduos e espécies, influenciando

significativamente na diversidade e na equidade da área como um todo. Vários estudos

realizados em Floresta Estacional Semidecidual e em áreas de solos similares foram

comparados entre si, como ocorreu com Madergan (2006), cujo H’ esteve entre 2,45 e 3,09

nats/ind-1, valores considerados baixos, devido às matas de brejo, determinantes desses

ecossistemas. Os índices relativamente baixos de Pielou (0,55), denunciaram distribuição

desigual de indivíduos por espécie, influenciado fortemente pelo índice de diversidade.

Também em florestas paludosas (inundação permanente), Teixeira e Assis (2005) encontraram

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valores baixos de diversidade para solos encharcados (H’=2,10nats/ind-1), com número restrito

de espécies e poucos dominantes e também com Índice de Pielou relativamente baixo (0,54).

Já em florestas aluviais (inundação temporária) no Paraná, Barddal et al (2003) estudaram a

severidade de ambientes hidricamentes saturados também com baixos índices de diversidade e

equidade (H’= 1,59 nats/ind-1, Pielou= 0,47 e Simpson = 0,42), com abundância de espécies de

pequeno porte e, em microelevações do solo, es

pécies com crescimento em diâmetro.

As classes de solos apresentadas na Figura 4 foram determinantes para

se avaliar a diversidade e a similaridade nas áreas do presente estudo, devido à sua riqueza e

número de indivíduos. Em particular, a área de várzea (à montante do P4 e à jusante do P5),

constituída de solos saturados hidricamente, domínio da vegetação herbácea e predominância

das espécies pioneiras e secundárias iniciais (maricá-de-espinho, candeia, embira-de-sapo,

pau-jacaré).

Nos estudos de Teixeira e Rodrigues (2006) as espécies encontradas

com maior frequência em 24 estudos em florestas ribeirinhas, nas cotas mais altas de altitude

em Floresta Estacional Semidecidual, foram coincidentes às espécies importantes encontradas

no presente estudo como a Casearia sylvestris (lagarteiro), Copaifera langsdorffii (copaíba),

Tapirira guianensis (peito-de-pombo), Endlicheria paniculata (canela-do-brejo), Luehea

divaricata (açoita-cavalo), Calophyllum brasiliense (guanandi), Cecropia pachystachya

(embaúba), Protium heptaphyllum (almecegueira) e Amaioua guianensis (canela-de-veado)

etc. Estudos semelhantes têm sua importância na ampliação do conhecimento florístico das

formações florestais remanescentes, necessários para a conservação da biodiversidade e para a

escolha das espécies para a restauração florestal em áreas desprovidas de vegetação em APPs.

6.5. Uso e ocupação do solo da sub-bacia do Córrego do Cintra em 1984 e 2008

Observaram-se, na Figura 20, diferenças na ocupação das várias

classes de uso e ocupação do solo de toda a sub-bacia do Córrego do Cintra entre os dois

períodos.

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Figura 20. Comparação entre cartas de uso e ocupação do solo da sub-bacia do Córrego do

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Cintra obtida de imagem de satélite de 1984 e 2008 A Figura 21 mostra que a distribuição da ocupação do solo em toda

área da sub-bacia (1.136,8ha) e a área de pastagem, em 1984, são maiores se comparadas à

imagem obtida em 2008, ou seja, reduziu de 47,79 para 43,35% (redução de 4,44%). O mesmo

ocorre com os fragmentos de mata nativa (3,88%) e cultura anual (17,78%). Diferentemente, a

área de habitação aumenta de 17,62% entre os dois períodos. As classes cana-de-açúcar e

eucalipto não foram detectados em 1984. Quanto aos corpos d’água, da mesma forma, na

época não existia o sistema de tratamento de esgoto por lagoas de estabilização (P2), ou o

complexo de lagoas do pesqueiro Aracatu, localizado no interior da sub-bacia. Devido à

existência de mata ripária e de se tratar de um córrego de pequena vazão d’água, seu leito não

foi detectado pela imagem. O mesmo ocorreu no estudo de Carrega et al. (2009), com o

levantamento do uso do solo e vegetação natural da sub-bacia do Capivara (Botucatu SP),

entre 2000 e 2006. O resultado mostrou um processo acelerado de substituições, com o

decréscimo das áreas de pastagem em relação às áreas de culturas perenes e anuais. Diferente

das pastagens degradadas, as culturas são mais vantajosas porque normalmente vem

acompanhadas de práticas vegetativas (rotação e consorciação de culturas, reflorestamentos

etc) e práticas mecânicas (plantio em nível, terraços etc) para a proteção, manutenção e

recuperação do solo.

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1984 21,42%

47,79%

10,59%

20,20%

Mata nativa Habitação Pasto Cultura anual

2008

28,21%

0,52%

0,75%

43,35%

7,21%

17,54%

2,42%

Mata nativa Habitação Pasto Cultura anual

Cana-de-açúcar Corpos d’água Eucalipto

Figura 21. Dados do uso e ocupação o solo obtido através das imagems de satélite de 1984 e

2008

6.6. Avaliação das áreas de preservação permanente na sub-bacia do Córrego do Cintra em

1984 e 2008

A cobertura do solo em área de APP, na sub-bacia do Córrego do

Cintra, aumentou entre os dois períodos (Figuras 22 e 23). De acordo com Ribeiro et al

(2005), a delimitação automática das APPs, através de programas de georeferenciamento,

elimina a subjetividade do processo, viabilizando o fiel cumprimento do Código Florestal

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brasileiro, favorecendo a fiscalização ambiental. O intuito foi de mostrar, através de imagens,

o quanto variou a ocupação do solo na área de APP, considerando a legislação em vigor

(BRASIL, 1965), no seu artigo 2º, que enumera as áreas consideradas de preservação

permanente (APP) e determinando, por exemplo, que as faixas marginais dos cursos de água

tenham proteção específica, tomando em conta o entorno das nascentes (50m) e a largura do

curso de água (30m em cada margem). Ribeiro et al. (2005) revelaram que a partir do

mapeamento dessas áreas, a definição geográfica das reservas legais poderá apoiar-se em

critérios ecologicamente estabelecidos, contribuindo para complementar eventuais lacunas e

promover a melhoria na forma e função das APPs.

Figura 22. Avaliação das áreas de APP em 1984 na sub-bacia do Córrego do Cintra

A área de APP total de toda a rede de drenagem (21km) da sub-bacia

do Córrego do Cintra é de 131,42ha e na análise comparativa das cartas das áreas de APP, de

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1984 e 2008 (Figuras 22 e 24), foi observado aumento da mata nativa de 22,24%, além de

1,90% da área de habitação. O cultivo de cana-de-açúcar (3,27%) surgiu somente em 2008 e

ocorreu a diminuição de pasto (13,80%) e de cultura anual (13,60%), embora ainda se observe

também o predomínio de pasto e cultura anual nas áreas de APP. Em contrapartida, a Figura

23 mostra a diminuição significativa do pasto e o predomínio da mata nativa nas áreas

delimitadas. A tendência à diminuição das áreas de pastagem pode ser explicada pela alta

concentração de terras não produtivas, falta de motivação para investimentos rurais ou pela

pressão de delimitação das APPs, bem como pela substituição do pasto pela cana-de-açúcar. A

diminuição da pastagem é importante porque essas áreas normalmente iniciam um processo de

erosão pela exposição do solo às intempéries e por não existir a proteção deste pelas matas.

Nos estudos de Alencar et al. (1996), nas áreas agrícolas da Amazônia Oriental, a cobertura da

mata tende a aumentar e a pastagem e as culturas tendem a ocupar as mesmas áreas que

vinham ocupando nos últimos 10 anos.

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1984 27,33%

25,28%

17,34%

30,05%

Mata nativa Habitação Pasto Cultura anual

2008

49,57% 3,72%

3,27%

27,16%

16,28%

Mata nativa Habitação Pasto Cultura anual Cana-de-açúcar

Figura 23. Dados do uso e ocupação o solo em área de APP obtido através das imagems de satélite de 1984 e 2008 Observando detalhadamente a parte inferior (Sul) da sub-bacia

(Figura 22) nota-se que a mesma está ocupada por vegetação nativa e, no mesmo local, na

Figura 24, está desprovida desta em 2008. Isso se deveu ao início de terraplanagem e

construção das Lagoas de Estabilização de Tratamento de Esgoto - ETE- SABESP em 1997,

concluída em 2000 (GRALHÓZ e NOGUEIRA, 2006). Com a ETE-SABESP, cuja área mede

2,5ha (SOUZA, 2005b), em pleno funcionamento, e a construção de várias lagoas para a

prática esportiva de pesca e piscicultura (Aracatu), observou-se o surgimento de espelhos

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d’água nestes locais, como mostra a imagem captada pelo satélite.

Árvores de eucalipto são encontradas na área 1, no entorno da ETE e

no Jardim Botânico do Instituto de Biociências da Unesp, e alguns indivíduos nas áreas 2 e 3.

Quanto ao aumento de habitação, o Bairro Vista Alegre, localizado a

leste da sub-bacia, passou por extensa ocupação humana, onde fontes pontuais e difusas de

contaminação e pequenas culturas nas margens do córrego persistiram nos últimos anos

(BELLUTA et al., 2010).

Figura 24. Avaliação das áreas de APP em 2008 na sub-bacia do Córrego do Cintra

Mesmo com o aumento de superfície de mata no mesmo período, a

presença de área de várzea, e os dados da caracterização florística obtidos no presente estudo

apontam a necessidade de recomposição dos pequenos fragmentos desprovidos de matas, no

entorno de algumas nascentes e em trechos fragmentados em áreas de APP, de acordo com a

legislação vigente. Ribeiro et al (2005) realizaram estudos na delimitação das áreas de APP e

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verificaram a importância da coalescência natural entre as áreas das nascentes com as que

estão situadas ao longo dos divisores d’água e destas com as zonas de proteção ripárias,

formando, assim, um grande corredor ecológico ao longo de uma bacia hidrográfica. A

recomposição entre os fragmentos com espécies nativas, para garantir sua conectividade ao

longo da rede hidrográfica e em áreas hidrologicamente saturadas, desempenhará influência

direta sobre a hidrologia da sub-bacia.

Principalmente na área 3 existe a conectividade na mata. A

conectividade seria importante para a diversidade e circulação da fauna, e para cumprir a

função de reduzir o escoamento superficial, evitanto possíveis erosões e arraste de nutrientes e

sedimentos para os cursos d’água, além de contribuir na regeneração e resgate da diversidade

das espécies. Estes fatores induzem a necessidade do manejo adequado da sub-bacia, para fins

de garantir a quantidade e a qualidade da água e a biodiversidade.

6.7. Variáveis de qualidade de água do Córrego do Cintra no período de 2007 a 2009

As análises de água realizadas no Córrego do Cintra apontam, através

do teste de Tukey, alterações significativas, e o gráfico de caixas nos dá um sumário completo

dos dados, nos pontos e nos períodos, onde se observa a mediana, a dispersão, a simetria e

potenciais outliers (SOKAL e ROHLF, 1995). Quanto aos parâmetros avaliados no presente

estudo, estes foram comparados aos valores máximos permitidos (VMP), de acordo com o

artigo 42º do BRASIL (2005), pois como a sub-bacia do Córrego do Cintra ainda não está

enquadrada em uma classe, esta deve seguir os índices da Classe II (BRASIL, 2005).

6.7.1. Parâmetros organolépticos: odor, turbidez e cor

Foi observada a presença marcante de odor e alteração na cor da água

no Córrego do Cintra, nos pontos 1, 2 e 3, nos três períodos e em quase todas as amostragens

(Apêndice). O VMP para a cor é de 75 Pt.L.10-1 (BRASIL, 2005), e os pontos 4 a 8 superaram

esse limite somente no 3º período, na última amostragem, dezembro/2009, devido a

pluviosidade estar acima da média (Figura 25) em relação aos outros dois períodos,

influenciando diretamente na cor. Marques et al. (2007), no Vale do Ribeira SP, também

obtiveram valores superiores ao máximo permitido para cor no período de cheia, o que é

comum quando a pluviosidade é elevada, pelo arraste de substâncias e particulados através do

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escoamento superficial. Além da pluviosidade, o P1 foi influenciado pela existência de

lançamento de esgoto indevido e o P2 pela ETE-SABESP, pois apesar do tratamento de todo

esgoto gerado no Campus da Unesp e Distrito de Rubião Júnior, as características originais da

água não são restabelecidas, devido à permanência da alta concentração de algas e íons

inorgânicos. O P3 está localizado à montante do bairro Vista Alegre e, por isso, não sofre

influência urbana, além da presença da densa mata ripária, assim as alterações observadas na

qualidade da água neste ponto são devido às influências do P1 e P2 (Figura 6).

0,050,0

100,0150,0200,0250,0300,0350,0400,0450,0

Jane

iro

Fevere

iro

Mar

çoAbr

ilM

aioJu

nho

Julh

o

Agosto

Setembr

o

Outubr

o

Novem

bro

Dezem

bro

2007 2008 2009

Figura 25. Totais pluviométricos mensais nos anos 2007, 2008 e 2009. Dados obtidos no Depto de Recursos Naturais/Ciências Ambientais – FCA/Lageado – UNESP – Botucatu

Considerada oposto à transparência sob o ponto de vista ótico, a

turbidez mostra a quantidade de particulas suspensas na água e que alteram a transparência. A

Figura 26 mostra valores inferiores a 100 NTU, considerados normais (BRASIL, 2005) e

similares estatisticamente entre si, representado pelas letras A e B, com exceção dos valores

atípicos (“*” potencial outlier). Nos pontos entre 3 a 8, somente na última amostragem

(Apêndice), mês de maior pluviosidade (Figura 25), quando esta foi superior a 327 mm de

chuva, a turbidez também aumentou significativamente, similar aos estudos de Santos et al.

(2007) e Marques et al. (2007), que apresentaram as mesmas características em áreas

agrícolas.

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A variação e a amplitude (dispersão) dos valores foram assimétricos

no período 3 (Figura 26), porém não variou estatisticamente em relação ao 2º período devido à

proximadade das medianas, mas variou em relação ao 1º período conforme as letras

minúsculas (“a” e “b”) que comparam as médias entre si.

.

Figura 26 Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da turbidez por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra

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A temperatura do ar mínima, no inverno, durante toda amostragem e

em todos os pontos foi de 12,2 ºC e a máxima, no verão, foi de 30,2ºC. Já para a temperatura

da água, a mínima foi de 13,8ºC no inverno e a máxima, no verão, foi de 23,4ºC (Apêndice),

considerada normais para as épocas. O aumento da temperatura, oriundo de possível

lançamento de esgoto ou efluente no curso do córrego no momento de coleta, não foi

encontrado. As temperaturas da água, no presente estudo, são compatíveis aos dados de

Botttino et al. (2010) e Santos et al. (2007), com sensível diminuição em trechos dos rios com

presença de matas de galeria, não tendo havido indicadores de elevação da temperatura

causada por lançamentos de efluentes pontuais.

6.7.2. Parâmetros físico-químicos: pH, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido,

demanda bioquímica de oxigênio, cloretos e carbono orgânico total

Entre os atributos físico-químicos, o pH esteve levemente ácido no P1

e diferente estatisticamente em relação aos outros pontos, caracterizada pela letra “C” (Figura

27). O caráter levemente ácido obtido no P1 se deve ao lançamento indevido de esgoto neste

local e confirmado pelo seu cheiro caracterítico, conforme já descrito no histórico de uso e

ocupação da área 1, no Capítulo 7 e dados obtidos por Belluta et al (2008, 2009 e 2010). É

importante afirmar também que esta nascente (P1) não é protegida pela mata nativa e está em

processo de sucessão caracterizada pela grande quantidade de herbácias. A partir do P2,

aumentou gradativamente para alcalino até o P8, considerado estatisticamente similiar em

relação aos pontos 3, 4, 6 e 7, caracterizados pela letra “A”. Belluta et al. (2009) discutiram

em seu estudo essa tendência à alcalinidade da nascente à foz, pois pode ocorrer desagregação

mecânica do solo e basalto presente no leito e borda do rio que podem se acumular no

represamento de água situado na base da cachoeira (P8), além do carreamento de espécies

alcalinas oriundas das áreas de cultivo no entorno do córrego. A letra “B”, nos pontos 2 e 5,

também são considerados similares em relação aos pontos 3, 4, 6 e 7. O potencial outlier e a

amplitude (dispersão) dos valores mostram a variação do conjunto de valores do pH em cada

ponto. O gráfico de caixas, entre os três períodos e com todos os pontos, mostra as medianas

próximas entre si (7 e 7,5); no período 2 a amplitude dos valores aumentou sensivelmente e,

no período 3, bruscamente em relação ao período 1. No entanto, os períodos 2 e 3 não

variaram estatisticamente em função da proximidade de suas medianas conforme mostram as

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letras minúsculas (“a” e “b”) que comparam as médias. Apesar da pluviosidade elevada na 4ª

amostragem (Apêndice-Tabela 27), o pH manteve-se na faixa de 6,0 a 9,0, faixa essa ideal

para a manutenção da vida aquática, de acordo com BRASIL (2005). O mesmo ocorreu nos

estudos realizados por Marques et al. (2007), com sensível redução nos níveis de pH em

período chuvoso com média superior a 600mm quando, mesmo assim, os valores mantiveram-

se no limite.

Figura 27. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação do pH por ponto

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de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra

Na Figura 28 o gráfico de caixas mostra os valores de CE obtidas em

cada ponto e, com exceção do P2 e P3, os demais pontos são considerados estatisticamente

similares por apresentarem amplitude dos valores e mediana próximas entre si, caracterizado

pela letra “C”, bem como o P3, similar aos pontos 4, 5 e 6 por apresentarem a mesma letra em

comum (“B”), diferenciando estatisticamente somente o P2 pela letra “A”. A CE nos pontos 2

e 3 é mais elevada por estes estarem localizados a jusante da desembocadura de efluente

(ETE-SABESP) (P2). As letras minúsculas (“a”) nos 3 períodos comparam as médias entre si e

demosntram que não variaram estatisticamente. As Figuras 28 e 29 mostram, respectivamente,

o elevado valor no P2 para CE e cloreto, pois, em se tratando de ETE, pode-se esperar valores

acima do permitido para os demais macroelementos, em virtude da intensa degradação e

mineralização da matéria orgânica por parte de microorganismos. Nos estudos de Batista et al.

(2006), na bacia do Acaraú (CE), os autores observaram que a CE da água tinha maior

sensibilidade ao íon cloreto na parte baixa da sub-bacia, em relação a outros macroelementos

na parte alta da região do semi-árido. Em águas naturais a CE é indicador de poluição, com

valores superiores a 100µScm-1 (CETESB, 2012) e, no caso do Córrego do Cintra, os valores

variaram de 14,5 a 442,50 (P1 e P2) nos três períodos (Apêndice), seguido do decréscimo da

CE devido ao efeito de diluição até o P8 (Figura 28), fato este também observado nos estudos

de Valente et al. (1997), Conte e Leopolodo (2001), Gralhóz e Nogueira (2006) e Belluta et al.

(2009).

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Figura 28. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da CE por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra Os resultados para a variável cloreto, com exceção do P2, são

similares estatisticamente entre si (“B”) e no P3 pode também ser considerado similar ao P2,

apesar deste apresentar maior amplitude (2,0 a 62,48mg.L-1) entre os valores encontrados

nesse período, que é caracterizado pela letra “A”. Apesar da amplitude dos valores mostrados

na Figura 29, estes estão muito abaixo de 250mg.L-1, considerado VMP de acordo com

BRASIL (2005). Assim, a CE e o cloreto demonstraram íntima relação com as características

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do ponto de lançamento de efluente tratado (P2). Observa-se, mais uma vez, o fator diluição

através do decaimento gradativo da concentração do íon cloreto dissolvido no curso do

córrego.

Figura 29. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da Cloreto por ponto de amostragem e em um único período com diferenças significantes no Córrego do Cintra

As variáveis OD, DBO5

20, COT, Fosfato Total e NT podem ser

estudados em conjunto, pois envolvem a relação da matéria orgânica e depleção da

concentração do OD presentes na água. O baixo nível de OD na nascente é comum e aumenta

gradativamente em contato com o ar atmosférico e a turbulência da água. Normalmente os

baixos níveis de OD são indicativos de degradação de matéria orgânica provocada por

microorganismos, podendo levar à supressão deste composto no corpo d’água (P1 e P2). Na

Figura 30 foi observada baixa concentração de OD no P1, devido à concentração de matéria

orgânica oriunda de esgoto in natura relatado no histórico de uso e ocupação da área 1, no

Capítulo 5.3.1 e nos estudos de Belluta et al (2008, 2009 e 2010). No P2, apesar de estar

localizado após a ETE, verificou-se a eficiência no Sistemas de Estabilização de Lagoas

(SABESP) pelo aumento da concentração do OD gerado a partir da proliferação de algas, da

intensa atividade fotossintética e consequente consumo de CO2 (SOUZA, 2005b). Nos demais

pontos de amostragem, localizados à jusante, o nível de OD aumenta gradativamente,

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provocado pela turbulência e depuração natural das águas. Observa-se, através das letras,

diferenças significativas no curso d’água em função da distância do ponto de contaminação

(P1). As letras minúsculas (“a” ) comparam as médias entre os períodos e demonstram não

variar estatisticamente. Valores semelhantes obtidos em trabalhos pioneiros na mesma área de

estudo, foram apresentados por Gralhóz e Nogueira (2006) e Belluta et al. (2009). Entre os três

períodos e em todos os pontos, a mediana manteve-se entre 7 e 7,5 mgO2.L-1. Já a amplitude

dos resultados foi maior no período 1.

Figura 30. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação do OD (mgO2.L

-

1) por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra

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A representação do perfil longitudinal do curso d’água principal

(Figura 31) permitiu que se obtivesse a visualização do comportamento do relevo que

acompanha o canal principal, desde a sua nascente até o ponto de desague (foz). Tanto a

altitude quanto a declividade influenciaram diretamente na concentração de OD no corpo

d’água. A declividade entre a nascente (P1) e o último ponto de amostragem (P8) é de 235m e,

de acordo com os estudos de Gralhóz e Nogueira (2006) e Belluta (2008), a presença de

inúmeras quedas d’água e a velocidade que a correnteza corpo d’água adquire, provocam a

turbulência e consequente oxigenação da água, permitindo elevada oxidação da matéria

orgânica presente e consequente aumento do OD. De acordo com seu estudo na sub-bacia do

Rio Canha, Bottino et al. (2010) encontraram concentrações acima de 5mg.O2.L-1 e, com o

significativo aumento da declividade, a velocidade e a turbulência da água favoreceram a

oxigenação da água no curso do córrego.

Figura 31. Perfil do Córrego do Cintra/Araquá em termos de altitude (BELLUTA, 2008)

Os valores de DBO520, observadas nos pontos 1, 2, 4 e 8 mostram

decaimento (Figura 32), pois estes refletem a oxidação da matéria orgânica biodegradável e

consequentemente, o consumo de oxigênio no tempo definido (5 dias), à temperatura de 20ºC.

O P1 apresenta maior amplitude dos valores e a mediana está próxima de 8mgO2.L-1,

representada pela letra “A”, bem como no P2 que está em torno de 5mgO2.L-1. Já os pontos 4 e

8 são também similares estatisticamente (“B”). As letras minúsculas (“a”) comparam as

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médias entre os períodos e demosntram não variar estatisticamente. Segundo a Resolução do

Conama, BRASIL (2005), os valores para a DBO520 devem estar inferiores a 5mgO2.L

-1, valor

esse que significa baixa demanda de O2 em função da matéria orgânica e suficiente para

preservar a vida nos corpos d’água. O P1 está seriamente comprometido devido ao lançamento

de esgoto não tratado (in natura) relatado no histórico de uso e ocupação da área 1, no

Capítulo 7. Já o P2, o efluente tratado, relatado no histórico da área 2, está nos níveis

aceitáveis pela Resolução (BRASIL, 2005). Entre os períodos, as amplitudes dos valores de

todas as amostragens também são semelhantes estatisticamente.

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Figura 32. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da DBO5

20 por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra

Outro parâmetro que reflete a carga orgânica no corpo d’água é o

COT. A Figura 33 mostra similaridade entre o conjunto de resultados em cada ponto de

amostragem, onde as letras “A” e “B mostram a proximidade das medianas de cada ponto de

amostragem e a semelhança estatística entre si. A maior amplitude entre o grupo de valores

está no P2, mas as medianas entre os pontos estão bem próximas. Entre os períodos, ocorreu

aumento da amplitude entre os valores e elevação da mediana somente no período 3,

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caracterizando maior concentração orgânica em relação aos outros períodos. As letras

minúsculas (“a” e “b”) comparam as médias entre os períodos e demonstram diferença

estatística no período 3. Silva et al. (2010), em seu estudo no Rio Descoberto, em Goias,

encontraram em duas estações não só o COT, mas também o Cloreto, Fosfato total, DBO520 e

OD, que determinaram índices de qualidade de água e indicadores de ocupação urbana

desordenado às margens do córrego.

Figura 33. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da COT por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra

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Na análise e comparação dos parâmetros físico-quimicas estudados

entre os pontos 1 e 2, era esperado para o P1 nível baixo de pH, baixos teores de OD, CE,

Cloreto e COT e alto teor de DBO520 devido ao baixo volume de carga orgânica clandestina

lançado neste local. Ao contrário deste ponto, foi observado no P2 (ETE-SABESP) maior

volume da carga de matéria orgânica em relação ao P1, pois promove o aumento da

concentração de sais dissolvidos na água e a oxidação de toda matéria orgânica oriunda do

Campus da Unesp e no Distrito de Rubião Júnior. O pH no P2 é maior em relação ao P1 devido

ao monitoramento realizado pela Sabesp para favorecer a proliferação de algas, aumento da

fotossíntes e conseqüente aumento de OD.

6.7.3. Espécies químicas: fosfato total e nitrogênio total

O fosfato total e o nitrogênio total apresentaram valores elevados nos

pontos 2 e 3, e diminuição gradativa até o P8. Tanto na Figura 34 como na 37, somente o P2

variou significativamente (“A”), diferente dos demais pontos que podem ser considerados

similares estatisticamente, como evidenciado pelo fato de as letras estarem em comum entre os

pontos (“C” e “B”). Além do fator diluição do córrego, pela entrada dos tributários, de acordo

com Nuvolari et al. (2003), a degradação e conversão do nitrogênio orgânico (esgoto bruto)

em nitrogênio amoniacal (poluição recente), nitrito (forma intermediária) e nitrato (forma

antiga) leva a autodepuração do córrego. Assim como o nitrogênio, também o fosfato total em

excesso, dissolvido em águas naturais pode levar ao processo de eutrofização dos ambientes

lênticos.

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Figura 34. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação do fosfato total por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra

O fosfato total foi analizado nos três períodos e o nitrogênio total em

2 períodos (2008 e 2009), sendo que ambos apresentaram mediana bem próxima ao primeiro

quartil, demonstrando dispersão assimétrica dos resultados com variação significativa da

amplitude dos valores obtidos (Figuras 34 e 35). As letras minúsculas nos 3 períodos para o

fosfato total e nos 2 períodos para o NT, demonstraram semelhança estatística entre si devido

a proximidade das medianas. Nos estudos realizados no Córrego do Cintra em dois períodos

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distintos, sendo o primeiro antes da construção da ETE-SABESP (1996) e o segundo, o início

de funcionamento (2000), Gralhóz e Nogueira (2006) verificaram que o teor de nitrogênio

após tratamento foi reduzido em 27 vezes na região do ponto de despejo (P1) e 11 vezes na foz

do córrego (P6), enquanto o fosfato total reduziu cerca de 50 vezes ao longo do mesmo

córrego. Como essas águas atingirão a represa do Tietê (Barra Bonita), possivelmente esta

receberá a carga residual de toda sub-bacia. Segundo Prado (2004), em seus estudos realizados

na represa do Tietê (1990 a 2002), na desembocadura do Rio Araquá, que recebe também as

águas do Cintra, o nível de poluição era inferior ao da represa, para a maioria dos parâmetros,

e apresentava elevada transparência da água, contribuindo pouco na eutrofização da represa

que já era eutrófica pela concentração de material poluidor vindo de São Paulo.

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Figura 35. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação NT por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra O Córrego do Cintra apresentou contaminação pontual nas duas

nascentes principais (P1 e P2) com base na análise de quase todos os parâmetros e, à jusante

destes, indicou a melhora da qualidade da água. Nas análises físico-químicas realizadas no

Parque Estadual da Cachoeira da Marta, na sub-bacia do Capivara, Traficante (2011) também

encontrou contaminação próximo à sua nascente (Córrego do Roseira) pela influência da área

do entorno, onde ocorre pastagem e fragmentada mata ciliar (P1). Neste local, o NT, fosfato

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total e CE apresentaram valores relativamente altos, além do baixo OD em relação aos outros

locais de amostragens, indicando contaminação difusa. Semelhante ao presente estudo, através

autodepuração natural, estes parâmetros indicaram boa qualidade da água à jusante das

Cachoeiras da Marta e do Canela (P5).

6.7.4. Parâmetros microbiológicos: coliformes termotolerantes (CTT) e totais (CT)

Nas análises realizadas em 2007 (Tabela 8), foram obtidos resultados

acima dos VMP de CTT para balneabilidade e dessedentação de animais em várias

amostragens e pontos. Os resultados em P1 foram altos na 2ª e 5ª amostragens (vermelho),

com 1.100 e 15.000 NMP/100ml respectivamente, valores estes que, estando acima de 1000

NMP/100ml, são considerados impróprios para recreação de contato primário (BRASIL,

2000) e dessedentação de animais (BRASIL, 2005). Da mesma forma em P4, na 1ª, 3ª e 5ª

amostragens os resultados foram, respectivamente, de 1100, 2800 e 4300 NMP/100ml. Tanto

no P5 como no P7, na 1ª amostragem, foi obtido 1.100 NMP/100ml e no P8, somente na 3ª o

resultado estava também impróprio, com 2800 NMP/100ml.

Já na 5ª amostragem o P7 apresentou o padrão de qualidade própria

classificada como “Muito boa” (<500NMP/100ml), com presença de 460NMP/100ml. Os

demais pontos e amostragens podem ser considerados de qualidade “Excelente”, pois

mostraram resultados inferiores a 250NMP/100ml. Quanto aos CT, ainda em 2007, são

relevantes as quantidades encontradas, já que na natureza estão presentes em grande número e

variedades. Neste período, a quantidade de CT aumentou consideravelmente a partir da 3ª

amostragem em todos os pontos, cujos valores variaram de 1100 a 460.000 NMP/100ml. Os

pontos 4 a 8 são os mais vulneráveis, pois estão situados a jusante do bairro Bela Vista e

Parque Ecológico Pavuna (última cachoeira), como mostra a Figura 5, pela presença humana e

de animais domésticos. A pluviosidade estava inferior a 172,6mm ao longo dos anos, nos três

períodos de estudo, com exceção de novembro e dezembro de 2009 e em janeiro (períodos 1, 2

e 3), que estavam entre 280 a 410mm de chuva (Figura 25). Nos meses de novembro e janeiro

não foram realizadas amostragens, mas em dezembro estas foram realizadas nos três períodos,

sem contribuir para os resultados de CTT, pois foram inferiores a 240 (Tabela 8), em todas as

amostragens, mas para CT os valores variaram de 1.100 a 46.000NMP/100ml no período 1, de

930 a 4.300NMP/100ml no período 2 e 700 a 3.900NMP/100ml no período 3 (Apêndice).

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Segundo Pulido et al (2005), a presença de CT deve ser interpretada de acordo com o tipo de

água: devem estar ausentes em água potável e servir de alerta de que ocorreu contaminação,

sem identificação da origem. Para os demais usos (proteção das comunidades aquáticas,

aqüicultura, irrigação de hortaliças, etc), o VMP para Classe II (BRASIL, 2005) é de 1000

CTT por 100ml em 80% ou mais, de pelo menos 6 amostras, coletadas durante o período de

um ano, com freqüência bimestral.

Em 2008, o número de CTT no P4, obtido na 1ª amostragem, foi de

280NMP/100ml, e a água foi considerada de qualidade “Muito Boa”, e “satisfatória” para o

P8, com 750NMP/100ml. Nos demais pontos estes estavam inferiores a 240NMP/100ml

(“Excelente”). O número de CT variou entre os pontos e as amostragens de 3 a

11.000NMP/100ml. No P1 apresentou 4.300NMP/100ml somente na 4ª amostragem, no P4

apresentou 2.400 NMP/100ml na 1ª amostragem e no P7 o maior valor, com 11.000

NMP/100ml na 3ª amostragem.

Os números de CTT para o ano de 2009 também apresentaram

qualidade “Excelente” para a maioria das amostras, com exceção dos pontos 6 e 7 na 1ª

amostragem, com 930 e 430NMP/100ml, considerados qualidade “Satisfatória” e “Muito

boa”, respectivamente. No P8, base da segunda cachoeira do Parque Ecológico da Pavuna, os

resultados estavam inferiores a 250NMP/100ml, ou seja, considerados “Excelente”, para todo

o uso da Classe II do BRASIL (2005) e balneabilidade (BRASIL, 2000). Os mesmos

resultados de CTTs foram encontrados por Traficante (2011), em seu estudo à jusante das

cachoeiras da Marta e do Canela, locais esses de intensa visitação e recreação por parte de

turistas de Botucatu e região. Para o CT, a partir do P3, os valores variaram de 2.100 a 11.000

NMP/100ml em quase todos os pontos e amostragem.

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99

Tabela 8. Resultado de VMP dos Coliformes termotolerantes (CTT) e Totais (CT) obtidos do

Apêndice nos anos de 2007, 2008 e 2009

Período 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª ∆CT (NMP)

2007 05/fev. 11/abr. 13/jun. 06/agos. 08/out. 03/dez.

P1 240 1.100 20 4 15.000 21 1.100 a 110.000

P2 3 3 3 3 3 210 1.000

P3 240 15 210 3 15 23 15.000 a 460.000

P4 1.100 43 2.800 93 4.300 23 1.100 a 110.000

P5 1.100 150 20 9 75 7 7.500 a 110.000

P6 43 93 11 7 150 75 21.000 a 110.000

P7 1.100 23 28 15 460 23 11.000 a 46.000

P8 93 9 2.800 4 21 23 9.300 a 150.000

2008 1ª 2ª 3ª 4ª ∆CT (NMP)

02/abr. 02/jul. 22/set. 17/dez

P1 23 21 21 230 23 a 4.300

P2 3 23 43 43 3 a 43

P3 32 93 150 43 150 a 930

P4 280 23 23 93 210 a 2.400

P5 240 9 23 240 43 a 1100

P6 43 7 9 23 23 a 460

P7 93 7 210 93 93 a 11.000

P8 750 43 21 9 150 a 460

2009 1ª 2ª 3ª 4ª ∆CT (NMP)

25/mar. 24/jun. 30/set. 14/dez.

P1 230 4 23 23 150 a 930

P2 3 4 3 7 23 a 93

P3 150 240 43 3 240 a 3900

P4 240 150 23 4 1.500 a 4.300

P5 230 150 23 3 750 a 9.300

P6 930 210 15 9 1.100 a 4.600

P7 430 43 11 9 150 a 4.600

P8 120 20 9 4 700 a 7.500

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100

Comparando o presente resultado com os dados de CTT e CT obtidos

no estudo de Belluta et al. (2009), nos mesmos pontos de amostragem, observou-se que os

valores não superaram 2400NMP/100ml no período de estudo (jun/2005 a maio/2006) para

ambos coliformes. No P1, local de contaminação por lançamento de esgoto in natura, já

referido no histórico do Capítulo 5.3.1., área 1, os valores foram inferiores a 240NMP/100ml e

no P2 (ETE-SABESP) apresentou número de 2400NMP/100ml somente na última amostragem

De acordo com os resultados obtidos, as amostragens de 2008 e 2009

apresentaram melhores valores em relação a 2007. Foi observado também que as amostragens

realizadas no P2, nos três períodos, apresentaram números inferiores a 250NMP/100ml que é

considerado “excelente” e, no caso de ETE, confere eficiência ao processo de tratamento de

efluente pelo sistema de lagoas de estabilização. Verificou-se que o P1, através das análises

físico-químicas, indicou contaminação por esgoto e foi confirmado pelas análises

microbiológicas no período 1, cujos valores variaram de 1.100 NMP/100ml (2ª amostragem) e

15.000 NMP/100ml (5ª amostragem), enquanto nos outros foram inferiores a 250 NMP/100ml

(“excelente”). A positividade significativa dos resultados está em função do lançamento de

esgoto no córrego, ou seja, depende do dia e hora em que está ocorrendo a contaminação.

Como não se sabe o local exato onde está ocorrendo o lançamento de esgoto, não se pode

prever o momento da contaminação.

6.7.5. Análise de componentes principais em 2008 e 2009

A análise de componentes principais (ACP) é um método que tem

como finalidade básica a análise dos dados usados, visando a sua redução, eliminação de

sobreposições e a escolha das formas mais representativas de dados, a partir de combinações

lineares das variáveis iniciais (MALINOWSKI, 2002). Os parâmetros turbidez, CE, DBO520,

COT e fosfato total foram utilizados nesta análise por estarem presentes em todos os pontos e

períodos de amostragem. Na Figura 36, a ACP mostra a disposição de cada ponto de

amostragem em 2008 e 2009 e, de acordo com a carga orgânica presente, mostra o panorama

da condição da qualidade da água do Córrego do Cintra.

Os pontos 5, 6,7 e 8 (CP2) representam uma condição de baixa carga

orgânica em relação aos pontos de maior carga (P1,P2, P3 e P4) (CP1). As ACP nos dois

períodos mostram o panorama da amostragem obtida e representada no gráfico de caixas dos

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101

parâmetros submetidos a essa análise (Figuras 26, 28, 32, 33 e 34), ou seja, revela a

contaminação pontual no córrego e, nos demais pontos, o efeito da diluição por conta da

entrada dos tributários, auto-depuração e consequente decaimento dos valores das variáveis no

sentido nascente-foz ou CP1 → CP2.

O gráfico aponta que os resultados estudados foram efetivos na

identificação e monitoramento do corpo d’água afetado pelas descargas de efluentes. Os

estudos Margalef (1983) apud Silva e Sacomani (2001), demonstraram que o uso de variáveis

com altos valores de correlação com o primeiro componente principal indicaram que estas

medidas são suficientes para diagnosticar uma alteração ambiental.

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

-2 -1 0 1 2 3 4 5

CP1

CP

2

P1

P2

P3

P4

P5

P6

P7

P8

Figura 36. Análise de componentes principais referentes ao período de 2008 e 2009

6.7.6. Metais mais tóxicos: Pb, Cu, Cd, Fe, Ni e Zn (íons metálicos)

Os resultados dos metais mais tóxicos estão dispostos em tabelas, em

ordem cronológica e de número de pontos de amostragens, sendo seis em 2007 e quatro em

2008 e 2009 (Apêndice). Na Tabela 9 foram selecionados e dispostos somente aqueles que

superaram os limites estabelecidos em BRASIL (2005), classe II. Os atuais resultados serão

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102

comparados com os valores médios obtidos do trabalho de Belluta et al. (2008), onde os

autores avaliaram os mesmos metais dissolvidos em água e em sedimentos na mesma sub-

bacia, e em pontos de amostragem no período de junho/2005 a maio/2006 bem como aos

estudos de Souza (2005b), que analisou metais na ETE-SABESP (P2).

O íon chumbo (Pb) foi encontrado em todos os pontos no ano de 2007,

mas não em todas as amostragens, cujo valor variou de 0,011 a 0,18mg.L-1, considerado acima

dos VMP que é de 0,010mg.L-1. Em 2008 este elemento foi encontrado dissolvido em água

somente no P1 (1ª amostragem), com valor de 0,165 mg.L-1 e nos outros pontos nada foi

detectado. Na amostragem de 2009 foram detectados valores abaixo do VMP. No período de

junho/2005 a maio/2006 este metal apresentou valores médios maiores entre 0,033 (P4) a

0,044mg.L-1 (P1) para metais dissolvidos e nos sedimentos variou de 13,0 (P4) a 20,9mg.L-1

(P2).

O íon Cu (cobre) foi detectado em 2007, somente no P2 (0,010mg.L-1),

e os maiores valores foram obtidos em 2009, com 1,95, 1,35 e 1,325 mg.L-1 nos pontos 4, 6 e

8 respectivamente. Nos demais pontos e em algumas amostragens os valores variaram de

0,041 a 1,25mg.L-1. Em 2008 foram detectados valores abaixo do VMP para esse metal que é

de 0,003mg.L-1. Segundo os resultados de Belluta et al. (2008), este metal apresentou também

valores médios maiores que variaram de 0,031 (P1) a 1,026mg.L-1 (P8) para metais dissolvidos

sendo que nos sedimentos variou de 0,07 (P1) a 3,08mg.L-1(P3).

Para o íon Cd (cádmio), teores acima do VMP (0,001mg.L-1) foram

detectados em todos os pontos, mas não em todos os períodos, com exceção do P8, na 4ª

amostragem em 2008 (<0,001mg.L-1). Os teores mais elevados desse metal foram encontrados

no P1, em 2007 e em 2008, cujos valores variaram de 0,04 a 0,07mg.L-1. No período de

junho/2005 a maio/2006 este metal apresentou valores médios maiores entre 0,0030 (P1) a

0,0723mg.L-1 (P5) para metais dissolvidos e, nos sedimentos, variaram de 0,83 (P6) a

1,28mg.L-1 (P1).

Foram detectados valores elevados para o íon Fe (ferro) em todos os

pontos e amostragens nos três períodos. As concentrações variaram de 0,4 a 2,25 mg.L-1 em

2007 e no P1 foi detectado, na 5ª amostragem, o maior valor com 11,0 mg.L-1. Em 2008, as

concentrações encontradas variaram de 0,07 a 2,55mg.L-1 e as maiores concentrações foram

encontrados no P1, com 9,42mg.L-1 na 1ª e 5,25 na 2ª amostragem. Em 2009, as concentrações

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103

maiores foram encontradas no P3, na 4ª amostragem, com 6,388 mg.L-1, no P5, 4ª com 7,37

mg.L-1 e no P8, 3ª amostragem, com 5,89 mg.L-1. Nos demais pontos e amostragens as

concentrações variaram de 0,41 a 5,038 mg.L-1. Os resultados do Fe, segundo os dados de

Belluta et al. (2008), apresentaram valores médios entre 1,70 (P3) a 10,4mg.L-1 (P1) para

metais dissolvidos, variando nos sedimentos de 11,4 (P1) a 70,1mg.L-1 (P7)

Os metais Ni (níquel) e Zn (zinco) foram detectados somente no P3 em

2008, com as concentrações 0,026 e 0,061 mg.L-1 na 3ª amostragem. Nas demais amostragens

e pontos alguns valores não atingiram o VMP e em outros não foram detectados. Já no

período de junho/2005 a maio/2006 o Ni apresentou valores médios entre 0,020 (P1) a

0,15mg.L-1 (P7) para metais dissolvidos, e nos sedimentos tais valores variaram de 2,10 (P6) a

9,90mg.L-1 (P2). Para o metal Zn dissolvido em água, variou de 0,02 (P8) a 0,192mg.L-1 (P4) e

para os sedimentos, de 0,29 (P8), 1,13 (P2) a 1,22mg.L-1 (P6).

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Tabela 9. Resultado do valor máximo permitido (VMP) dos metais Pb, Cu, Cd, Fe, Ni e Zn nos anos de 2007, 2008 e 2009 na sub-bacia do

Córrego do Cintra

Metais VMP P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

(2007) Conama (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1)

Pb 0,010 0,018 0,016 0,015-0,016 0,014 0,012-0,016 0,012-0,014 0,011-0,013 0,011

Cu 0,009 <0,003 0,010 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003

Cd 0,001 0,002-0,04 0,002-0,01 0,002-0,003 0,002-0,004 0,002 0,002-0,012 0,002-0,004 0,002-0,003

Fe 0,300 1,14 a 11,0 1,13-1,84 0,40-1,20 0,56-1,26 1,03-1,74 0,74-1,64 1,01-2,25 0,37-1,67

Ni 0,025 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002

Zn 0,180 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

(2008) Conama (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1)

Pb 0,010 0,165 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

Cu 0,009 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003

Cd 0,001 0,04-0,07 0,003-0,005 0,002-0,045 0,002 0,017-0,002 0,005 0,002-0,003 <0,001

Fe 0,300 5,25-9,42 1,508-0,97 0,558-2,55 1,16-1,30 1,48-2,45 1,07-1,65 1,23-2,16 0,75-1,72

Ni 0,025 <0,025 <0,002 0,026 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002

Zn 0,18 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

(2009) Conama (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1)

Pb 0,010 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

Cu 0,009 0,041 0,14-0,17 0,098-0,592 0,071-1,95 0,165 0,015-1,25 0,012-1,038 1,125-1,325

Cd 0,001 0,003-0,005 0,003-0,005 0,002-0,005 0,002-0,003 0,002 0,003-0,005 0,002 0,002-0,007

Fe 0,300 2,25-15,11 0,605-1,925 0,41-6,39 0,71-3,95 0,83-1,77 1,07-4,1 1,04-5,04 0,72-5,89

Ni 0,025 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002

Zn 0,180 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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Os resultados dos metais analisados entre os quatro períodos de estudo

(junho/2005 a maio/2006 e 2007, 2008 e 2009) mostraram altas concentrações nas

análises de 2005/2006. Ao se considerar o histórico das principais nascentes do Córrego do

Cintra (P1 e P2), pode-se justificar a alta concentração de todos os metais analisados

dissolvidos na água e em sedimento. Segundo Gralhóz e Nogueira (2006), isto ocorreu antes

da construção da ETE-SABESP (1997), quando os efluentes domésticos, hospitalares e

laboratoriais ainda eram lançados in natura na cabeceira do corpo d’água (P1). Somente a

partir de 2000 todo esgoto foi destinado para tratamento (P2), com significativa redução

residual. Lembrando que, segundo Pinto (2005) apud Belluta et al. (2008), as principais fontes

de metais são os fertilizantes (Cd, Cu, Ni, Pb, Zn) e pesticidas (Cu, Pb e Zn) encontrados na

agricultura, além da queima de combustíveis fósseis que emitem Pb, Cd, Zn, Cu particulados

durante sua combustão e que ficam dispersos na atmosfera, precipitando no solo e

contaminando os corpos de águas. Estes metais também são lixiviados dos resíduos de baterias

(Pb, Zn, Cd, Ni), pigmentos e tintas (Pb, Cd, Zn), uso médico (Cu, Zn,) e dos aditivos em

combustíveis e lubrificantes (Pb). Então, é comum em ambientes hospitalares e de pesquisa o

uso de insumos químicos, farmacêuticos e reagentes em geral contendo os mais variados tipos

de metais e, o que é pior, a sua destinação nem sempre é correta, sendo normalmente

descartado no esgoto. Desta forma, os resultados obtidos dos metais em 2005/2006 são altos.

Segundo Belluta et al. (2008), todos os metais em sedimentos apresentaram as mesmas

influências das fontes de contaminação e, com exceção do P2, os demais pontos foram

influenciados pelo esgoto bruto lançado in natura, diretamente, no Córrego do Cintra (P1) até

1990, antes da construção da lagoa de estabilização, sendo que, ainda hoje, são encontrados

resíduos de metais na calha do córrego. Então, com o funcionamento da ETE-SABESP, os

valores dos metais continuaram sendo maiores e acima dos VMP nos sedimentos e dissolvidos

em água, mas estão bem abaixo dos valores apresentados em 2005/2006.

Souza (2005b) estudou a qualidade do efluente tratado nas lagoas de

estabilização de esgoto - SABESP (ETE) (P2) e revela dados referentes a metais dissolvidos no

efluente tratado coletados em dois pontos na lagoa facultativa secundária. Os teores de Cd, Ni

e Zn, não superaram o VMP e o Pb apresentou valores que variaram de 0,108 a 0,166mg.L-1, o

Cu com 0,009 mg.L-1 e o Fe variando de 0,104 a 1,267 mg.L-1, também acima do VMP.

Comparando os resultados das análises realizadas nos estudos de Souza (2005b) com o

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presente estudo, osvalores de metais dissolvidos no efluente tratado, detectado na ETE (P2),

estão bem mais baixos na análise atual, possivelmente devido à destinação correta do esgoto

realizado nas dependências do Campus, pois todo resíduo químico (orgânico e inorgânico) é

reciclado pela empresa prestadora de serviço Ambicamp, desde agosto de 2008.

Assim, através das análises realizadas, foi observado que o P1

contribuíu significativamente para a contaminação pontual pelos elementos Pb, Cu, Cd e Fe,

devido aos teores acima dos VMPs dos mesmos em todos os períodos e na maioria das

amostragens. Da mesma forma, os mesmos metais foram detectados no P2 (ETE-SABESP) e,

em ambos os pontos, o Cu, Cd e o Fe se destacaram pela alta concentração. Foram

encontrados no P1 teores de Cd que variaram de 40 e 70 vezes o VMP (2007 e 2008),

respectivamente, e o Fe com teores de até 50 vezes. Já no P2 as concentrações para os dois

elementos foram inferiores a 10 vezes para o Cd e 6,5 vezes para o Fe. Somente no P1 (2008)

o Pb foi detectado em teores 16,5 vezes maior que o VMP, mas não foi detectado nos outros

pontos. O Cu teve uma concentração maior de até 19 vezes no P2, 100 vezes no P3 e no P8 foi

maior ainda, com até 147 vezes.

Assim, os resultados das amostragens do P1 sinalizam a existência de

um importante foco pontual de contaminação que, somados ao encontro das águas com teores

dos metais detectados no P2, localizado na bifurcação à montante do P3 (Figura 5), revelaram a

contaminação significativa da água pelos metais ao longo do Córrego do Cintra. Com exceção

do metal Cu no P8, o efeito de diluição provocado pela entrada dos tributários mostra o

decaimento da concentração desses elementos ao longo do curso do córrego (Apêndice).

As áreas de cultura anual (cana-de-açúcar), habitação urbano rural e

pastagem localizadas entre o P4 e P7 (Figura 21) podem ter contribuído para a contaminação

difusa das águas do Córrego do Cintra pelo metal Cu, e detectado mais à jusante no P8 na

última amostragem (2009). Na análise de 2005/2006, este metal dissolvido em água também

apresentou alto valor médio neste ponto, chegando a 114 vezes o VMP, bem como o Fe com

35 vezes no P1 e os metais Ni 5 vezes entre o P4 e P8, e Cd no P5 (70x). Desta maneira essas

áreas podem ter sofrido influência da precipitação de particulados oriundos dos escapamentos

dos carros movidos a combustíveis fósseis e do arraste pelas águas pluviais de resíduos

provenientes da rodovia Marechal Rondon (Km 255 a Km 259) próximo do córrego conforme

foi avaliado por Belluta et al. (2008).

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O P7 e P8 estão localizados à jusante da sub-bacia do Córrego do

Cintra, ou seja, em outra sub-bacia inserida no Araquá, cujas águas têm o mesmo destino, o

Rio Tietê. O entorno do P7 apresenta restrita mata ripária, com medida inferior à exigida pela

legislação (30m), além da presença dominante da cultura de cana-de açúcar. Assim, além das

áreas entre os pontos 4 e 5, a cultura de cana-de-açúcar (P7) e a proximidade da Rodovia

Marechal Rondom podem estar contribuindo para a contaminação de alto teor de Cu no P8,

visto que nessa cultura o uso de defensivo agrícola é intenso. O P8 está localizado no Front da

Cuesta, em área considerada APA, não havendo qualquer possibilidade de contaminação

através de cultura.

O parâmetro físico-químico condutividade elétrica (CE) analisado

entre os pontos 4 a 6 na amostragem de 2009 estiveram entre 86µScm-1 a níveis de até

176µScm-1, valor significativo da composição iônica da água e indicativo de poluição, quando

está acima de 100µScm-1 (CETESB, 2012). Segundo Tundisi e Matsumura Tundisi (2010), em

regiões onde há uma floresta ripária bem conservada a condutividade elétrica, que é um fator

fundamental na medida da qualidade da água, é muito baixa (< 20 µS.cm-1). Em regiões com

ausência de floresta ripária esta condutividade é muito mais elevada (> 100 µS.cm-1), o que

evidencia aumento da composição iônica de água, resultado da drenagem superficial.

A pluviosidade (Figura 26) nos meses referentes às 3ª e 4ª amostragens

(setembro e dezembro/2009) variou de 150,5 e 327,1mm. Tanto a CE como a pluviosidade no

período da amostragem podem justificar a influência da área desprovida de mata ripária e a

presença de culturas anuais no entorno do córrego, bem como a presença do metal Cu

dissolvido na água, já que este faz parte da formulação de fertilizantes, defensivos agrícolas,

combustíveis fósseis etc. A restrita e fragmentada mata ripária neste trecho do córrego (P4 a P5

e P7) possivelmente deixou de cumprir sua função na filtragem e retenção dessas substâncias,

assim como pode ter ocorrido com os metais Cu, Ni e Cd nos estudo de Belluta et al. (2008),

onde a mata já era fragmentada.

6.7.7. Defensivos agrícolas

As análises destes compostos foram realizadas utilizando amostras de

água bruta, dada a sensibilidade e eficiência do aparelho. Os compostos analisados foram:

herbicidas (ametrina, amicarbazone, atrazina, clomazone, diuron, diclosulam, Diquetonitrila-

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DKN, hexazinona, imazapic, imazapir, isoxaflutol, metolaclor, pendimentalin, sulfentrazone,

sulfometuron, tebuthiuron), dois pesticidas do grupo carbamato (carbaril, carbofuran), um

pesticida organofosforado, o malathion e um fenilpirazol, o fipronil. Para todos estes

compostos, mesmo utilizando faixas de detecção em nanograma (ng.L-1), nada foi detectado

nas 32 amostras em 4 coletas realizadas no ano de 2009. Através de um levantamento

exploratório prévio e visitas em cada uma das propriedades, segundo as informações obtidas,

vários defensivos agrícolas eram utilisados. Além destes compostos, houve a intenção de se

analisar outros grupos de inseticidas, como os piretróides e organoclorados, mas não foi

possível fazer as análises no mesmo laboratório e esta foi inviável em outro, devido ao custo

elevado.

7.0. Diagnóstico integrado da sub-bacia do Córrego do Cintra - Discussão

Com o propósito de avaliar espaço-temporalmente os aspectos

hidrológicos e florísticos que colocam em risco a integridade da qualidade da água e mata

ripária presente na sub-bacia do Córrego do Cintra, trabalhos pioneiros na área de estudo

foram consultados para, juntamente com os dados atuais, caracterizar e diagnosticar possíveis

efeitos negativos sob a sub-bacia. De acordo com Pulido et al. (2005), a degradação e a

contaminação dos ecossistemas aquáticos minimizam a potencialidade do uso de suas águas,

promovem a perda da biodiversidade e, em alguns casos, convertem-se em um risco para a

saúde das populações ribeirinhas.

Para uma avaliação prévia da condição da mata e o gradiente

longitudinal do córrego, foi utilizado um protocolo segundo metodologia consultada e

utilizada por Belluta et al. (2009), cujos trechos analisados foram considerados os mesmos

pontos de amostragens de água. O P1 e P2 (área 1) evidenciaram o trecho impactado pela

presença de lançamento de esgoto in natura e pela área degradada provocada pela instalação

da ETE-SABESP respectivamente; o P3 (área 2) é um trecho natural e sem alterações na mata,

apesar de apresentar cheiro característico de esgoto na água do córrego; P4 (área 3) foi

avaliado como trecho natural em processo de sucessão ecológica pela área de várzea, com

reduzido número de indivíduos e espécies de árvores, além do predomínio de espécies

herbáceas; o P5, P6 e P7 (área 3) são trechos alterados e mata ripária em formação e, na sub-

bacia adjacente, o pontos 8 foi considerado natural e sem alterações devido à sua localização

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em Área de Proteção Ambiental (APA), localizados no Front da Cuesta de Botucatu.

Através da estrutura da vegetação das áreas em estudo foram

avaliadas suas composições florísticas. Na área 1 (62,4ha), que compreende os pontos 1 e

2, as 10 famílias mais representativas foram Fabaceae (10,1%), com 113 indivíduos e 17

espécies, Lauraceae (6,2%), com 57 indivíduos e 11 espécies e Meliaceae (6,2%), com 72

indivíduos e 9 espécies. Entre as 20 espécies mais representativas estão Protium heptaphyllum

(almecegueira), com 108 indivíduos, Calophyllum brasiliense (guanandi) (100), Euterpe

edulis (juçara) (93), Pera glabrata (sapateiro) (66) e Cronton floribundus (capixingui) (43),

quanto ao estádio sucessional, foram encontradas 32,56% de espécies pioneiras, 9,3% de

secundárias iniciais e 38,76% de tardias, indicando ser esta uma área mais preservada, com

maior número de espécies maduras.

Já na área 2 (P3), entre as famílias mais representativas estiveram

Fabaceae (13,6%), com 41 indivíduos e 12 espécies, Miliaceae (6,2%), com 27 indivíduos e 6

espécies, Euforbiaceae (5,7%), com 46 indivíduos e 5 espécies e Myrtaceae (5,7%) com 42

indivíduos e 5 espécies. Entre as 20 espécies mais representativas estiveram Nectandra

megapotamica (canelinha), com 50 indivíduos, Cupania racemosa (camboatã) (43), Cronton

floribundus (capixingui) (41) e Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré) (40); quanto ao estádio

sucessional, foram encontradas 33,71% de espécies pioneiras, 14,61% de secundárias iniciais

e 35,96% de tardias, sendo também considerada área preservada.

A área 3 (30,7ha) compreende os pontos 4, 5 e 6, e corresponde a área

mais fragilizada e vulnerável de toda a sub-bacia, devido à fragmentação da mata ripária. A

caracterização florística nesta área revela fragilidade pelo menor número de famílias, espécies

e indivíduos e pelo estádio de sucessional, com a maioria (53,49%) de espécies pioneiras,

16,28% de secundárias iniciais e 16,28% de tardias, indicando ser uma área em processo de

sucessão pela predominância das pioneiras. Entre as famílias mais representativas nesta área,

destacou-se Fabaceae (16,3%), com 47 indivíduos e 7 espécies. Entre as espécies de maior

número, Gochnatia polymorpha (candeia) (18), Mimosa bimucronata (maricá-de-espinho)

(25) e Lonchocarpus muehlbergianus (embira-de-sapo) (11). No trecho compreendido à

jusante do P4 e à montante do P5, a área é alagada com o predomínio de Gochnatia

polymorpha (candeia), espécie típica de terrenos higrófilos em caráter quase permanentes.

Segundo Ivanauskas e Rodrigues (1997), essa umidade do solo contribui para a seletividade

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das espécies ocorrentes nesta formação, relacionada à adaptabilidade fisiológica das mesmas

para resistir à saturação hídrica com características florísticas e edáficas próprias.

A diversidade (H’) das espécies foi considerada alta nas 3 áreas,

devendo-se interpretar os índices com certo cuidado, devidos às áreas amostrais serem

bastante pequenas, podendo estes estarem sendo superestimados. A equabilidade pode ser

considerada boa nas 3 áreas. Quanto à semelhança, as áreas 1 e 2 foram consideradas similares

entre si e a área 3, diferente em relação às outras;

Os estudos da condição da mata ripária, de 1984 até 2008, através de

imagens de satélite, mostrou um aumento de 22,24% da mata nativa em áreas de APP, bem

como o aumento da habitação, cultura anual e perene e consequente diminuição de áreas de

pastagem. No mesmo período, foi constatada em toda área da sub-bacia a redução de 3,88% de

áreas de mata nativa, 4,44% de pastagem e 17,78% de cultura anual, seguida de aumento das

áreas de habitação, cana-de-açúcar e eucalipto.

Dados morfométricos foram obtidos para auxiliar no diagnóstico da

presente

sub-bacia e, através de metodologia específica, Belluta et al. (2009), classificaram-na de 3ª

ordem, o que indica que há vários rios tributários contribuindo para a sua vazão, além de não

ser propenso a ocorrer enchentes, o que é menos impactante. Com essas características

morfométricas e estudos do relevo local, este foi classificado como suave ondulando no P1 e

P2, e ondulado do P2 (área 2) ao P6 (área 3), dados esses confirmados por várias referências

citadas em trabalhos semelhantes realizados na região. Essa característica da sub-bacia é

propícia a agricultura familiar, muito comum no interior do Estado de São Paulo. A

complexidade dos córregos (sistemas lóticos) deve-se ao uso da terra, geologia, tamanho e

formas das bacias de drenagem, além das condições climáticas locais.

No tocante à qualidade da água, vários parâmetros foram avaliados em

três períodos (2007, 2008 e 2009) e indicaram contaminação pontual no P1 e P2. Os estudos de

Souza (2005b) mostraram que nesses pontos o Sistema de Tratamento de Esgoto é eficiente e

produz efluentes dentro dos níveis aceitáveis, porém, a qualidade de água não é restabelecida

no local e sim à jusante deste ponto, pela sua autodepuração natural. Estes dados foram

confirmados no presente estudo, quando o teor de OD atingiu níveis superiores a 9,0mgO.L-1,

sendo baixos os demais parâmetros físico-químicos indicadores de matéria orgânica nos

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pontos 7 e 8. Então, houve a melhora na qualidade da água no sentido nascente-foz a partir do

P3 ao P8, onde estão localizadas as cachoeiras da Pavuna, um dos principais pontos turísticos

da região. Os parâmetros microbiológicos para potabilidade da água mostraram que esta é

imprópria pela presença de CTT e CT, mas pode ser usada para balneabilidade, com exceção

dos pontos 1, 2 e 3, que foram considerados de qualidade “boa” na maioria das amostragens.

Ao contrário dos trabalhos de Bollmann (2008), que avaliaram a perda

progressiva da qualidade da água do Rio Belém (PR), a partir da nascente em direção à sua

foz, na presente análise do Córrego do Cintra os efeitos conjuntos de fontes pontual e difusa

de poluição, indicaram piora da qualidade já nas nascentes principais, devido à fonte pontual

significativa (P1 e P2), e melhora no sentido de sua foz, utilizando os mesmos parâmetros de

qualidade de água. Diferente desses estudos, Bottino et al. (2010) observaram que a depleção

do oxigênio na nascente ocorreu pela presença massiva da matéria orgânica oriunda da mata

ripária e não de origem antrópica, cuja recuperação também ocorreu no curso do Rio Canha,

no Vale do Ribeira (SP).

Entre os metais analisados, somente o Cu (2009), Pb (2007 e 2008),

Cd e Fe (2007, 2008 e 2009) superaram os VMP. Entre estes, o Cd e o Fe apresentaram teores

altos em todas as amostragens realizadas principalmente no P1; o Cu apresentou valores

significativos no P8, evidenciando a existência de contaminação difusa, possivelmente pelos

resíduos trazidos da Rodovia Marechal Rondon e de áreas de agricultura (P4 ao P7), por isso

considerada vulnerável e desprovida de mata ripária. Estas concentraçãoes do Cu também

foram observadas nos estudos de Belluta et al. (2008). Apesar dos 20 defensivos agrícolas

analisados não terem sido detectados no presente estudo, o Cu, um dos elementos presentes

em sua composição, pode ter sofrido arraste pelas águas pluviais até o córrego, pois no

represamento da água localizado a jusante do P8 (base da cachoeira da Pavuna) foram

detectadas concentrações deste metal de até 147 vezes seu VMP. Os fertilizantes foram

analisados através do fósforo e nitrogênio, mas não indicaram contaminação nessa região em

qualquer das amostragens.

Assim, a área 3 apresenta baixa riqueza de espécies arbóreas e

reduzida APP, e é caracterizada também pelo predomínio de espécies do grupo ecológico

pioneiro e como área em processo de sucessão, onde o reflorestamento e o estímulo à

restauração serão necessárias. Impedir a invasão de animais domésticos em todas as áreas (1, 2

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e 3), com a construção de cercas nas APP e coibir possíveis desmatamentos por parte dos

proprietários, serão ações fundamentais para a regeneração e preservação da mata ripária e,

conseqüentemente, para a melhora na qualidade da água, pela sua capacidade tampão.

No município de Botucatu e região (Anhembi, Areiópolis, Bofete,

Conchas, Laranjal Paulista, Pardinho, Pratânia e São Manuel), segundo a avaliação feita por

Catâneo e Bueno (2010), terão que aumentar a velocidade de implantação de área florestada,

quando comparada à velocidade de regeneração efetiva de suas áreas de mata natural, para,

numa condição macro, atingir os 20% da área total com florestas. As maiores urgências

deverão ser implementadas pelos municípios de Areiópolis e Pratânia. A exemplo do

município de Botucatu, a sub-bacia do Córrego do Cintra pode ser executada rapidamente, a

curto prazo, por programas de reflorestamento utilizando espécies nativas da Floresta

Estacional Semidecidual pelo órgão público, pela sociedade civil, através de ONGs e

principalmente pelos proprietários de terras inseridos na presente sub-bacia.

A legislação ambiental brasileira é considerada uma das mais

completas do mundo e um dos seus principais pilares é o Código Florestal (BRASIL, 1965)

que determina, entre outras responsabilidades ambientais, a obrigação de se preservar áreas

sensíveis e de se manter uma parcela da vegetação nativa no interior das propriedades rurais,

as APPs e as reservas legais (RL). Sobre as possíveis mudanças deste código que vem sendo

alterado no legislativo e aprovada por uma comissão especial do Congresso Brasileiro, Tundisi

e Matsumura Tundisi (2010) revelam que, com o desmatamento e remoção de parte das APPs

para uso na agricultura, serão causadas perdas econômicas relevantes, quantificadas pelo valor

dos serviços ambientais proporcionados pelas florestas ripárias e mosaicos de vegetação, além

da perda da capacidade tampão, aumentando a poluição do ar, do solo e da água e o controle

dos processos naturais e funcionamento dos ecossistemas.

O processo de discussão do Código Florestal deve considerar a gestão

integrada de território, dos recursos hídricos e proteção dos solos, fundamentada no

conhecimento científico. Em duas cartas publicadas na revista Science, pesquisadores da USP,

UNESP e UNICAMP alertam que “esta substituição levará, invariavelmente, a um decréscimo

acentuado da biodiversidade, a um aumento das emissões de carbono para a atmosfera, ao

aumento das perdas de solo por erosão, com consequente assoreamento de corpos hídricos,

que, conjuntamente, levarão a perdas irreparáveis em serviços ambientais das quais a própria

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agricultura depende sobremaneira, além de também poderem contribuir para o aumento de

desastres naturais ligados a deslizamentos em encostas, inundações e enchentes nas cidades e

áreas rurais”.

Se hoje o Código florestal vigente defende que as APPs sejam

respeitadas com 30m de vegetação a cada lado de um rio de até 10m de largura, a exemplo do

Córrego do Cintra, o que será desta e de outras sub-bacias se forem aprovadas as alterações do

novo Código, que passará para 15m as áreas marginais? Se em 24 anos (1984 a 2008) houve

redução de 3,88% da mata nativa na presente área de estudo e aumento de 22,22% nas APPs, o

que acontecerá com a mata (área 1, 2 e 3) mesmo com trechos fragmentados que contabilizam

145 espécies e 55 famílias botânicas, se a agricultura atingir o novo limite próximo do

córrego? Apesar da contaminação pontual logo nas nascentes (P1 e P2), como será a qualidade

da água com a redução da mata ripária ao longo do curso d’água, após sua redução e o avanço

da agricultura como fonte de contaminação difusa?

O Brasil precisa valorizar seus recursos naturais, adotando para o setor

rural uma abordagem multifuncional que inclua, entre outras estratégias, o aumento da

produtividade nas áreas já consolidadas, a diversificação da produção e o fortalecimento da

agricultura familiar, bem como a promoção de sistemas agroflorestais e o pagamento por

serviços ambientais.

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8.0 CONCLUSÃO

Através da análise da estrutura e da influência da mata ripária na

qualidade da água da sub-bacia do Córrego do Cintra foi possível fazer as seguintes

considerações:

• No período de 1984 a 2008, as APPs foram recuperadas naturalmente em cerca de

22,24% do total da mata, representando maior proteção e beneficiando a qualidade da

água do córrego pela retenção dos defensivos agrícolas e fertilizantes possivelmente

presentes na área do seu entorno. Observou-se a diminuição de 3,88% da mata nativa e

parte da pastagem (4,44%), substituída pelas áreas de habitação, cana-de-açúcar e

eucalipto;

• As áreas 1 e 2 podem ser consideradas melhor preservadas devido à presença de maior

número de famílias, espécies e indivíduos de grande e médio porte, com espécies

localmente raras como o guanandi e o palmito juçara, além de sub-bosques

caracterizados pelo estádio sucessional secundário inicial a tardio. Diferentemente, a

área 3 está em estádio inicial, de sucessional pioneira, sendo mais fragmentada e

apresentando reduzido número de indivíduos, espécies e famílias. Apesar das

diferenças de tamanho e riqueza entre as três áreas, estas apresentaram boa equidade

ou baixa predominância de algumas poucas espécies;

• A área que necessita ser revegetada ou regenerada por espécies nativas é a área 3, pois

esta apresenta maior dissimilaridade com as outras áreas, largura de APP inferior a

30m e dominância de poucas espécies. Deve ser delimitada a medida de cada lado do

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córrego de acordo com a legislação vigente e evitar a invasão de animais, por meio da

instalação de cercas para estimular a regeneração natural;

• Existem 2 fontes poluentes pontuais, o P1 e o P2, pois no primeiro existe lançamento

indevido de esgoto in natura, que apresenta fonte de contaminação orgânica e metais

mais tóxicos Pb, Cd, Fe e Cu e o segundo, pela ETE-SABESP que trata todo o esgoto

gerado no Campus da Unesp de Rubião Júnior. Apesar do efluente apresentar

características organolétpicas desagradáveis no ponto em que é feito o seu lançamento,

além da presença dos mesmos metais em menor concentração, os efeitos da

declividade e a turbulência das águas promovem a autodepuração natural das águas ao

longo do córrego. A análise microbiológica, em 2008 e 2009 indicou qualidade da

água “muito boa” a “Excelente” para recreação;

• Existe uma fonte difusa localizada à jusante do P4 e à montante do P5,caracterizada

pela área de várzea, devido à presença no entorno da Rodovia Marechal Rondon, áreas

de pasto e agricultura. Apesar de não serem detectados os 21 defensivos agrícolas

analisados, acredita-se que possivelmente está ocorrendo contaminação por outro

composto, não analisado, que tem o Cu em sua constituição. Através das análises dos

metais, os teores de Cu indicaram VMP entre estes pontos e principalmente no P8, que

atingiu o teor de até 147 vezes a mais. Esses dados foram confirmados em outro

estudo, no mesmo local, sugerindo contaminação por defensivos agrícolas ou resíduos

oriundos da queima de combustíveis fósseis, na rodovia, que chegam até o córrego

através do arraste pelas águas pluviais superficiais.

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9.0 REFERÊNCIAS

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10.0 APÊNDICE Tabela 1 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P1

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007

Odor S/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro

Cor 100,0 70,0 30,0 70,0 80,0 100,0

Temperatura do ar (ºC) 30,2 24,3 20,0 16,4 18,2 28,9

Temperatura da água (ºC) 21,0 20,4 17,0 13,8 15,4 19,4

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 0,00 0,00 3,68 0,28 0,00 0,00

D.B.O5 (mg.L-1) 11,60 17,30 16,96 14,70

Oxigênio consumido (mg.L-1) 6,20 5,62 3,51 2,84 7,64 3,94

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,32 0,17 0,52 0,13 0,13 0,08

COT (mg.L-1) 94,25 39,37 22,14 24,67 34,60 47,25

Turbidez (NTU) 26,50 14,70 5,42 9,55 15,20 22,80

pH 6,14 7,79 7,09 6,48 6,32 6,23

Condutividade Elétrica (us/cm) 74,20 85,60 14,49 69,00 106,60 78,97

Coliformes Termotolerantes (NMP) 23 <1100,0 20,0 4,0 15000,0 21,00

Coliformes totais (NMP) 240 <1100,0 21000,0 46000,0 110000,0 93,0

Pb (mg.L-1) <0,005 0,018 <0,005 0,010 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 0,004

Cd (mg.L-1) <0,001 <0,001 0,0020 0,0029 0,0030 0,0390

Fe (mg.L-1) 6,240 1,140 3,0700 4,530 11,000 6,790

Ni (mg.L-1) 0,002 0,007 0,011 0,008 0,017 0,005

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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128

Tabela 2 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P2

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007

Odor C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro

Cor 40,0 70,0 20,0 65,0 100,0 120,0

Temperatura do ar (ºC) 24,3 23,0 18,0 14,9 16,5 25,5

Temperatura da água (ºC) 22,9 22,1 19,5 17,5 18,5 22,2

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 5,20 4,46 6,44 6,80 5,61 4,78

D.B.O5 (mg.L-1) 4,60 4,46 6,07 6,52 5,42 4,78

Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,53 4,61 5,00 3,37 7,69 8,56

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,53 0,78 0,27 1,15 1,00 1,05

COT (mg.L-1) 10,99 11,75 28,23 22,62 36,07 66,57

Turbidez (NTU) 9,40 16,60 6,05 12,40 31,30 31,60

pH 6,39 6,93 7,33 6,75 6,51 6,94

Cond. Elétrica (us/cm) 127,7 189,0 60,1 195,1 277,7 279,7

Coliformes Termotoleramtes (NMP) <3 <3 <3,0 <3 <3 210,0

Coliformes totais (NMP) 43,0 43,0 23,0 11,0 23,0 1100,0

Pb (mg.L-1) <0,005 0,0160 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 0,006 0,010

Cd (mg.L-1) 0,003 <0,001 0,0019 <0,001 0,002 0,010

Fe (mg.L-1) 1,290 1,440 1,510 1,130 1,840 1,510

Ni (mg.L-1) 0,004 0,003 0,004 0,016 0,011 0,004

Zn (mg.L-1) <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05

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Tabela 3 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P3

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007

Odor S/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro

Cor 40,0 15,0 5,0 15,0 60,0 40,0

Temperatura do ar (ºC) 23,4 21,9 16,2 15,2 15,7 24,3

Temperatura da água (ºC) 21,1 19,7 15,7 14,4 15,1 19,0

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 6,8 6,8 7,5 8,1 6,4 7,0

D.B.O5 (mg.L-1)

Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,38 2,02 1,73 1,06 3,94 2,64

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,09 0,29 0,32 0,35 0,75 0,48

COT (mg.L-1) 38,06 7,29 13,16 6,44 40,16 42,86

Turbidez (NTU) 6,64 7,30 1,50 4,92 10,20 5,04

pH 6,93 7,82 7,48 7,20 7,08 7,13

Condutividade Elétrica (us/cm) 106,10 123,30 35,50 124,90 219,20 201,20

Coliformes termotolerantes (NMP) 240,0 15,0 210,0 <3 15,0 23,0

Coliformes totais (NMP) 240,0 >1100 460000,0 46000,00 46000,00 15000,00

Pb (mg.L-1) <0,005 0,0160 <0,005 0,015 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 0,005

Cd (mg.L-1) 0,002 <0,001 0,002 0,003 0,001 0,003

Fe (mg.L-1) 0,400 1,200 0,810 0,410 0,750 0,550

Ni (mg.L-1) 0,007 0,005 <0,002 0,010 0,015 0,003

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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Tabela 4 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P4

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007

Odor C/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro

Cor 40,0 15,0 5,0 10,0 40,0 40,0

Temperatura do ar (ºC) 26,0 23,4 21,2 22,2 21,7 25,6

Temperatura da água (ºC) 21,8 20,6 17,0 15,6 16,3 20,1

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 6,70 6,50 7,54 7,82 7,10 6,12

D.B.O5 (mg.L-1) 1,40 2,22 2,02 3,77 4,34 3,32

Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,10 1,06 0,77 0,58 1,83 1,35

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,08 0,12 0,88 0,14 0,12 0,22

COT (mg.L-1) 39,01 6,41 12,83 6,65 35,04 36,63

Turbidez (NTU) 6,50 7,60 0,93 6,35 4,90 4,83

pH 6,83 7,85 7,70 7,26 7,25 7,22

Condutividade Elétrica (us/cm) 95,00 86,50 29,30 96,40 176,50 143,10

Coliformes Termotolerantes (NMP) 1100,0 43,0 2800,0 93,0 4300,0 23,0

Coliformes totais (NMP) 1100,0 >1100 110000,0 46000,0 110000,0 46000,0

Pb (mg.L-1) <0,005 0,014 <0,005 0,014 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 0,003 <0,003

Cd (mg.L-1) 0,002 <0,001 0,002 0,004 0,001 <0,001

Fe (mg.L-1) 0,560 1,230 1,260 0,640 1,010 0,690

Ni (mg.L-1) 0,007 0,005 <0,002 0,008 0,009 0,002

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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Tabela 5 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P5

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007

Odor S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro

Cor 30,0 20,0 5,0 5,0 15,0 40,0

Temperatura do ar (ºC) 26,8 23,6 15,2 18,2 16,7 24,4

Temperatura da água (ºC) 21,9 21,0 16,0 15,4 15,7 19,7

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 5,7 5,6 7,7 7,9 7,1 5,8

D.B.O5 (mg.L-1)

Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,74 0,91 0,43 0,29 0,48 0,96

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,09 0,08 0,76 0,07 0,13 0,09

COT (mg.L-1) 38,01 6,13 11,05 4,85 31,88 32,45

Turbidez (NTU) 8,64 9,25 1,950 7,24 4,80 5,82

pH 7,02 7,82 7,46 7,13 7,07 6,57

Condutividade Elétrica (us/cm) 92,60 96,50 27,10 92,10 145,60 132,70

Coliformes termotolerantes (NMP) 1100,0 150,0 20,0 9,0 75,0 7,0

Coliformes totais (NMP) 240,0 >1100 15000,0 46000,0 110000,0 7500,0

Pb (mg.L-1) <0,005 0,016 <0,005 0,012 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 0,003 <0,003

Cd (mg.L-1) 0,001 <0,001 0,002 0,002 0,001 <0,001

Fe (mg.L-1) 1,110 1,740 1,730 0,990 1,030 1,330

Ni (mg.L-1) 0,009 0,004 0,003 0,009 0,009 0,003

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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Tabela 6 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P6

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007

Odor S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro

Cor 50,0 20,0 5,0 5,0 20,0 20,0

Temperatura do ar (ºC) 23,3 20,6 15,2 16,2 15,7 23,1

Temperatura da água (ºC) 22,3 20,4 16,3 15,3 15,8 20,5

Oxigênio disumido (mg.L-1) 6,60 6,35 8,28 7,36 7,45 6,44

D.B.O5 (mg.L-1)

Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,64 0,58 0,31 0,29 0,20 0,77

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,04 <0,04 <0,04 0,055 <0,04 0,06

COT (mg.L-1) 36,87 5,84 13,27 5,02 30,22 31,11

Turbidez (NTU) 11,20 8,37 1,95 8,93 4,37 7,03

pH 7,20 7,99 7,67 7,25 7,19 7,17

Condutividade Elétrica (us/cm) 82,0 82,0 22,1 75,3 119,2 108,7

Coliformes termotolerantes (NMP) 43,0 93,0 11,0 7,0 150,0 75,0

Coliformes totais (NMP) 23,0 120,0 21000,0 46000,0 110000,0 15000,0

Pb (mg.L-1) <0,005 0,014 <0,005 0,012 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003

Cd (mg.L-1) 0,002 <0,001 0,002 0,003 0,001 0,012

Fe (mg.L-1) 0,740 1,640 1,470 0,950 0,060 1,510

Ni (mg.L-1) 0,007 0,006 <0,002 0,005 0,006 <0,002

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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Tabela 7 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P7

Ponto 7 2007

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007

Odor C/Cheiro S/Cheiro C/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro

Cor 50,0 20,0 5,0 5,0 15,0 20,0

Temperatura do ar (ºC) 21,0 19,7 12,4 14,4 13,4 20,3

Temperatura da água (ºC) 22,6 21,1 16,6 15,5 16,0 20,5

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,00 6,80 8,46 9,00 8,10 6,95

D.B.O5 (mg.L-1)

Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,56 0,38 0,10 0,38 0,10 0,48

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,03 <0,03 <0,03 0,05 0,20 0,04

COT (mg.L-1) 9,11 5,51 12,66 4,91 28,41 29,04

Turbidez (NTU) 12,10 9,16 2,10 9,45 4,97 6,86

pH 6,76 7,98 7,65 7,31 7,27 7,27

Condutividade Elétrica (us/cm) 73,90 85,10 20,70 69,10 111,10 102,80

Coliformes Termotolerantes (NMP) 23,0 23,0 28,0 15,0 460,0 23,0

Coliformes totais (NMP) 1100,0 1100,0 210,0 46000,0 46000,0 24000,0

Pb (mg.L-1) <0,005 0,0130 <0,005 0,011 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003

Cd (mg.L-1) 0,003 <0,001 0,002 0,004 0,001 <0,001

Fe (mg.L-1) 1,010 1,740 2,250 1,260 1,290 1,240

Ni (mg.L-1) 0,010 0,005 <0,002 0,013 0,008 <0,002

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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Tabela 8 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P8

Ponto 8 2007

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007

Odor S/Cheiro S/Cheiro C/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro

Cor 50,0 15,0 5,0 5,0 15,0 15,0

Temperatura do ar (ºC) 19,8 17,6 14,3 13,5 13,9 16,9

Temperatura da água (ºC) 21,5 19,5 15,5 14,2 14,9 18,4

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,70 7,22 8,65 9,66 9,10 8,23

D.B.O5 (mg.L-1) 0,70 0,69 5,00 0,970 1,370 0,690

Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,56 0,25 0,29 0,10 0,10 0,29

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) <0,03 <0,03 <0,03 0,047 0,130 0,029

COT (mg.L-1) 8,86 5,09 20,51 23,02 28,91 30,17

Turbidez (NTU) 11,50 7,94 2,15 9,16 4,08 5,98

pH 7,32 8,02 7,73 7,65 7,79 7,70

Condutividade Elétrica (us/cm) 77,40 81,50 19,39 67,60 107,10 100,00

Coliformes Termotolerantes (NMP) 9,0 9,0 2800,0 4,0 21,0 23,0

Coliformes totais (NMP) 93,0 150,0 150000,0 46000,0 9300,0 9300,0

Pb (mg.L-1) <0,005 0,011 <0,005 0,007 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003

Cd (mg.L-1) 0,002 <0,001 0,002 0,003 0,001 <0,001

Fe (mg.L-1) 0,570 1,670 1,340 0,370 0,990 0,830

Ni (mg.L-1) 0,006 <0,002 <0,002 0,002 0,007 <0,002

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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135

Tabela 9 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P1

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008

Odor C/odor C/odor C/odor C/odor

Cor 20,0 70,0 70,0 10,0

Temperatura do ar (ºC) 24,3 21,6 19,6 20,8

Tempemperatura da água (ºC) 20,1 15,8 16,6 20,0

Oxigênio disolvido (mg.L-1) 0,00 0,00 0,00 0,00

D.B.O5 (mg.L-1) 9,72 6,54 6,50 6,10

Oxigênio consumido (mg.L-1) 3,41 1,97 4,13 2,21

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,11 0,04 0,09 0,06

COT (mg.L-1) 9,75 25,50 26,81 39,49

NT (mg.L-1) 2,09 0,04 0,43 0,64

Turbidez (NTU) 14,50 22,00 18,10 19,40

pH 6,12 6,29 6,48 6,13

Condutividade Elétrica (us/cm) 81,93 60,35 70,79 81,34

Coliformes Termotolerantes (NMP) 23,0 21,0 21,0 230,0

Coliformes totais (NMP) 23,0 210,0 210,0 4300,0

Pb (mg.L-1) 0,0165 <0,005 0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) 0,005 0,003 0,004 0,003

Cd (mg.L-1) 0,004 <0,001 0,007 0,001

Fe (mg.L-1) 9,425 5,250 6,275 6,325

Ni (mg.L-1) 0,010 <0,002 <0,002 0,002

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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136

Tabela 10 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P2

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008

Odor C/odor C/cheiro C/cheiro C/cheiro

Cor 80,0 70,0 100,0 100,0

Temperatura do ar (ºC) 23,3 23,0 16,2 19,5

Temperatura da água (ºC) 22,2 19,6 18,9 21,9

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 5,88 5,34 5,83 5,73

D.B.O5 (mg.L-1) 5,68 4,95 5,63 5,43

Oxigênio consumido (mg.L-1) 5,86 5,67 8,36 7,02

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,78 0,79 0,92 0,92

COT (mg.L-1) 18,63 59,38 35,53 88,41

NT (mg.L-1) 5,32 4,82 5,00 5,73

Turbidez (NTU) 18,20 21,50 32,00 36,70

pH 6,38 6,66 6,71 6,67

Cond. Elétrica (us/cm) 236,00 180,80 277,40 306,40

Coliformes Termotolerantes (NMP) <3 23,0 43,0 43,0

Coliformes totais (NMP) <3 150,0 240,0 93,0

Pb (mg.L-1) 0,008 0,006 <0,005 0,006

Cu (mg.L-1) 0,004 0,004 0,005 0,005

Cd (mg.L-1) 0,001 0,003 0,005 0,001

Fe (mg.L-1) 0,162 0,210 1,508 0,968

Ni (mg.L-1) 0,004 0,003 <0,002 0,003

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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137

Tabela 11 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P3

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008

Odor C/ odor S/odor C/odor C/odor

Cor 20,0 40,0 70,0 80,0

Temperatura do ar (ºC) 24,6 16,8 16,2 21,4

Temperatura da água (ºC) 20,2 16,7 15,1 20,2

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,16 7,80 7,71 6,91

D.B.O5 (mg.L-1)

Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,83 2,02 4,90 2,40

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,25 0,32 0,52 0,57

COT (mg.L-1) 7,49 42,35 30,64 37,88

NT (mg.L-1)) 1,27 2,11 2,25 2,03

Turbidez (NTU) 7,50 8,50 13,10 12,10

pH 6,99 7,28 7,18 7,02

Cond. Elétrica (us/cm) 150,30 135,90 160,20 209,20

Coliformes Termotolerantes (NMP) 32,0 93,0 150,0 43,0

Coliformes totais (NMP) 750,0 240,0 930,0 150,0

Pb (mg.L-1) 0,006 0,006 0,008 0,005

Cu (mg.L-1) <0,003 0,003 0,009 0,003

Cd (mg.L-1) 0,001 0,002 0,045 <0,001

Fe (mg.L-1) 0,070 0,116 2,554 0,558

Ni (mg.L-1) <0,002 0,009 0,026 0,002

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 0,061 <0,050

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138

Tabela 12 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P4

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008

Odor S/odor S/odor C/odor S/odor

Cor 20,0 40,0 60,0 70,0

Temperatura do ar (ºC) 22,8 17,8 17,8 20,8

Temperatura da água (ºC) 21,1 17,4 16,0 20,7

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 6,82 7,31 7,61 5,93

D.B.O5 (mg.L-1) 2,27 2,96 5,73 5,53

Oxigênio consummido (mg.L-1) 1,15 1,63 2,60 1,92

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,16 0,05 0,17 0,17

Turbidez (NTU) 11,80 7,30 7,83 10,80

COT (mg.L-1) 7,40 36,24 28,71 32,50

NT (mg.L-1) 1,39 1,21 1,34 1,42

pH 6,96 7,35 7,26 7,03

Condutividade Elétrica (us/cm) 129,20 107,40 131,80 171,50

Coliformes termotolerante (NMP) 280,0 23,0 23,0 93,0

Coliformes totais (NMP) 2400,0 240,0 210,0 240,0

Pb (mg.L-1) 0,006 0,005 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) 0,004 0,003 0,004 0,005

Cd (mg.L-1) 0,001 <0,001 0,002 0,001

Fe (mg.L-1) 0,234 0,156 1,301 1,163

Ni (mg.L-1) <0,002 0,002 <0,002 0,002

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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139

Tabela 13 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P5

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008

Odor s/odor S/odor C/odor S/odor

Cor 20,0 40,0 40,0 70,0

Temperatura do ar (ºC) 21,5 19,6 16,2 20,6

Temperatura da água (ºC) 19,6 17,5 15,9 20,6

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 6,72 7,61 8,10 6,91

D.B.O5 (mg.L-1)

Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,87 0,48 1,54 1,30

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,06 0,07 0,09 0,10

COT (mg.L-1) 6,67 32,99 26,39 28,64

NT (mg.L-1) 0,97 1,16 1,15 1,26

Turbidez (NTU) 16,60 9,06 7,74 12,50

pH 6,81 7,27 7,21 7,05

Condutividade Elétrica (us/cm) 109,20 104,00 118,40 149,20

Coliformes termotolerantes (NMP) 240,0 9,0 23,0 240,0

Coliformes totais (NMP) 240,0 43,0 150,0 1100,0

Pb (mg.L-1) 0,005 <0,005 0,008 <0,005

Cu (mg.L-1) <0,003 0,003 0,005 <0,003

Cd (mg.L-1) 0,002 0,001 0,017 0,001

Fe (mg.L-1) 0,223 2,080 2,454 1,478

Ni (mg.L-1) <0,002 <0,002 <0,002 <0,002

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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140

Tabela 14 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P6

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008

Odor S/odor S/odor C/odor S/odor

Cor 20,0 20,0 20,0 40,0

Temperatura do ar (ºC) 21,0 18,4 16,4 20,2

Temperatura da água (ºC) 20,8 17,6 16,1 20,8

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,11 7,90 8,50 6,72

D.B.O5 (mg.L-1)

Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,58 0,25 0,91 0,48

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,07 0,07 0,05 0,12

COT (mg.L-1) 6,31 30,71 25,19 27,71

NT (mg.L-1) 0,46 0,87 0,72 0,73

Turbidez (NTU) 10,40 7,25 6,70 8,90

pH 7,05 7,36 7,22 7,01

Condutividade Elétrica (us/cm) 99,65 90,23 90,87 117,90

Coliforme Termotolerantes (NMP) 43,0 7,0 9,0 23,0

Coliformes totais (NMP) 460,0 150,0 23,0 93,0

Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) <0,003 0,003 <0,003 <0,003

Cd (mg.L-1) <0,001 0,001 0,005 <0,001

Fe (mg.L-1) 0,102 1,625 1,650 1,076

Ni (mg.L-1) <0,002 <0,002 0,002 <0,002

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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141

Tabela 15 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P7

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008

Odor S/cheiro S/odor C/odor S/odor

Cor 20,0 20,0 20,0 40,0

Temperatura do ar (ºC) 22,9 19,2 14,7 20,2

Temperatura da água (ºC) 21,6 17,7 16,4 21,0

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,51 8,00 8,60 7,32

D.B.O5 (mg.L-1)

Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,38 0,20 0,63 0,29

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,05 0,03 0,02 0,08

TOC (mg.L-1) 6,41 29,03 25,24 26,25

NT (mg.L-1) 0,40 0,89 0,63 0,68

Turbidez (NTU) 15,40 7,76 6,86 7,72

pH 7,21 7,91 7,25 7,10

Condutividade Elétrica (us/cm) 95,66 85,96 88,99 111,20

Coliformes Termotolerantes (NMP) 93,0 7,0 210,0 23,0

Coliformes totais (NMP) 460,0 93,0 11000,0 930,0

Pb (mg.L-1) Perdido <0,005 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) Perdido <0,003 <0,003 <0,003

Cd (mg.L-1) Perdido <0,001 0,002 0,003

Fe (mg.L-1) Perdido 2,158 1,747 1,234

Ni (mg.L-1) Perdido <0,002 <0,002 <0,002

Zn (mg.L-1) Perdido <0,050 <0,050 <0,050

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142

Tabela 16 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P8

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008

Odor S/odor S/odor S/odor S/odor

Cor 20,0 20,0 20,0 20,0

Temperatura do ar (ºC) 20,1 16,6 12,2 19,3

Temperatura da água (ºC) 20,7 16,9 14,4 20,2

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 8,30 8,79 9,29 8,50

D.B.O5 (mg.L-1) 1,10 0,29 2,18 0,80

Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,10 0,10 0,29 0,10

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,06 0,03 0,03 0,03

COT (mg.L-1) 6,15 26,92 25,39 24,81

NT (mg.L-1) 0,29 0,79 0,54 0,55

Turbidez (NTU) 12,50 6,97 6,20 5,51

pH 7,48 7,63 7,48 7,51

Condutividade Elétrica (us/cm) 91,54 86,74 85,10 98,69

Coliformes Termotolerantes (NMP) 460,0 43,0 21,0 9,0

Coliformes totais (NMP) 750,0 150,0 241,0 240,0

Pb (mg.L-1) Perdido 0,005 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) Perdido <0,003 <0,003 <0,003

Cd (mg.L-1) Perdido <0,001 0,001 0,001

Fe (mg.L-1) Perdido 1,556 1,716 0,754

Ni (mg.L-1) Perdido <0,002 <0,002 <0,002

Zn (mg.L-1) Perdido <0,050 <0,050 <0,050

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143

Tabela 17 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P1

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009

Odor C/odor C/odor C/odor C/odor

Cor 70,0 20,0 100,0 80,0

Temperatira do ar (ºC) 31,5 18,1 20,3 28,7

Temperatura da água (ºC) 21,7 15,1 18,8 21,9

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 0,00 0,00 0,00 0,00

D.B.O5 (mg.L-1) 9,70 6,00 5,06 6,74

Oxigênio consumido (mg.L-1) 5,62 3,09 5,85 5,49

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,10 0,11 0,16 0,31

COT (mg.L-1) 32,07 52,93 58,29 83,41

NT (mg.L-1) 0,24 0,85 0,74 0,15

Cloreto (mg.L-1) 5,00 0,50 3,50 6,50

pH 6,21 6,20 6,35 5,90

Condutividade Elétrica (us/cm) 153,50 84,00 80,27 81,09

Turbidez (NTU) 13,10 7,01 15,81 26,00

Coliformes Termotolerantes (NMP) 230,0 4,0 23,0 23,0

Coliformes totais (NMP) 930,0 150,0 240,0 430,0

Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) 0,003 <0,003 0,007 0,041

Cd (mg.L-1) 0,001 0,005 0,001 0,003

Fe (mg.L-1) 8,525 2,250 15,113 9,038

Ni (mg.L-1) 0,003 0,003 0,002 0,002

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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144

Tabela 18 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P2

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009

Odor C/odor C/odor C/odor C/odor

Cor 70,0 100,0 70,0 100,0

Temperatura do ar (ºC) 24,3 22,6 19,3 24,5

Temperatura da água (ºC) 23,4 16,9 21,7 23,1

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 6,10 7,61 6,82 7,70

D.B.O5 (mg.L-1) 5,73 7,61 6,82 7,50

Oxigênio cons. (mg.L-1) 4,52 9,58 8,73 6,80

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,47 0,88 0,44 0,53

COT (mg.L-1) 24,32 81,84 112,70 118,20

NT (mg.L-1) 5,56 5,94 11,77 0,58

Cloreto (mg.L-1) 22,00 4,50 62,48 39,98

pH 6,34 7,32 7,80 6,80

Turbidez (NTU) 14,00 39,70 26,21 36,00

Condutividade Elétrica (us/cm) 92,13 356,50 442,50 213,50

Coliformes Termotolerantes (NMP) <3 4,0 <3 7,0

Coliformes totais (NMP) 23,0 75,0 93,0 43,0

Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) 0,003 0,003 0,017 0,014

Cd (mg.L-1) 0,004 0,003 0,005 <0,001

Fe (mg.L-1) 1,075 0,605 1,313 1,925

Ni (mg.L-1) 0,003 0,004 <0,002 <0,002

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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145

Tabela 19 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P3

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009

Odor C/odor C/odor S/odor S/odor

Cor 40,0 80,0 40,0 100,0

Temperatura do ar (ºC) 26,4 22,0 17,9 24,8

Temperatura da água (ºC) 21,8 16,0 19,1 21,9

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,31 8,30 6,52 7,11

D.B.O5 (mg.L-1)

Oxigênio consumido (mg.L-1) 2,45 2,69 3,18 4,60

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,07 0,54 0,56 0,30

COT (mg.L-1) 33,76 60,90 47,02 76,84

NT (mg.L-1) 7,88 2,73 2,36 0,20

Cloreto (mg.L-1) 7,50 22,00 15,00 10,49

Turbidez (NTU) 8,60 13,10 5,22 353,00

pH 7,06 6,95 7,18 6,40

Condutividade Elétrica (us/cm) 119,50 180,30 155,40 104,80

Coliformes Termotolerantes (NMP) 150,0 240,0 43,0 <3

Coliformes totais (NMP) 240,0 2100,0 2400,0 3900,0

Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 0,005

Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 0,098 0,592

Cd (mg.L-1) 0,001 0,004 0,002 0,005

Fe (mg.L-1) 0,299 0,410 1,950 6,388

Ni (mg.L-1) <0,002 0,002 <0,002 0,004

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 0,053

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146

Tabela 20 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P4

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009

Odor S/odor S/odor S/odor S/odor

Cor 40,0 20,0 15,0 100,0

Temperatura do ar (ºC) 24,8 18,5 21,5 24,6

Temperatura da água (ºC) 22,6 15,5 20,1 22,5

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 6,32 6,82 5,53 6,52

D.B.O5 (mg.L-1) 1,78 6,23 1,58 3,75

Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,92 2,45 1,60 15,66

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,02 0,87 0,16 0,13

COT (mg.L-1) 33,08 35,61 49,09 81,43

NT (mg.L-1) 7,57 1,48 1,20 0,16

Cloreto (mg.L-1) 6,00 14,25 9,24 6,50

Turbidez (NTU) 8,63 9,07 7,44 156,00

pH 6,88 6,81 7,04 6,51

Condutividade Elétrica (us/cm) 105,6 144,2 123,3 92,5

Coliformes Termotermotolerante (NMP) 240,0 150,0 23,0 4,0

Coliformes totais (NMP) 1500,0 4300,0 1500,0 2300,0

Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 0,005

Cu (mg.L-1) <0,003 0,300 1,950 0,071

Cd (mg.L-1) 0,001 0,002 <0,001 0,003

Fe (mg.L-1) 1,015 0,710 1,825 3,950

Ni (mg.L-1) <0,002 0,002 <0,002 0,004

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 0,050

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147

Tabela 21 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P5

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009

Odor S/odor S/odor S/odor S/odor

Cor 40,0 30,0 15,0 100,0

Temperatura do ar (ºC) 24,3 18,5 22,1 25,2

Temperatura da água (ºC) 22,8 15,4 20,2 22,5

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 6,72 8,10 7,10 6,52

D.B.O5 (mg.L-1)

Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,59 2,15 1,95 2,79

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,02 0,04 0,12 0,06

COT (mg.L-1) 29,40 31,40 55,23 67,37

NT (mg.L-1) 0,78 1,26 1,42 0,15

Cloreto (mg.L-1) 4,50 13,00 8,50 6,00

pH 6,93 6,94 6,99 6,44

Condutividade Elétrica (us/cm) 100,00 123,50 113,90 87,24

Turbidez (NTU) 11,50 10,90 8,03 109,00

Coliformes Termotolerantes (NMP) 230,0 150,0 23,0 <3

Coliformes totais (NMP) 1100,0 750,0 3900,0 9300,0

Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 0,005

Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 0,008 0,165

Cd (mg.L-1) 0,002 0,002 <0,001 0,002

Fe (mg.L-1) 1,773 0,830 2,738 7,375

Ni (mg.L-1) <0,002 <0,002 <0,002 0,004

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 0,057

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148

Tabela 22 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P6

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009

Odor S/odor S/odor S/odor S/odor

Cor 70 20,0 30,0 100,0

Temperatura do ar (ºC) 25,8 18,50 20,7 23,7

Temperatura da água (ºC) 22,9 15,40 21,1 22,5

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,51 8,50 7,51 7,11

D.B.O5 (mg.L-1)

Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,59 1,15 1,19 2,20

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,02 0,04 0,06 0,03

COT (mg.L-1) 28,46 27,66 43,57 76,26

NT (mg.L-1) 0,55 0,73 1,32 0,15

Cloreto (mg.L-1) 2,75 7,50 5,00 6,00

pH 7,06 6,98 7,08 6,52

Condutividade Elétrica (us/cm) 89,17 99,61 96,01 82,69

Turbidez (NTU) 16,40 8,20 9,91 109,00

Coliformes Termotolerantes (NMP) 930,0 210,0 15,0 9,0

Coliformes totais (NMP) 1100,0 2300,0 4600,0 2300,0

Pb (mg.L-1) <0,005 0,007 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) 0,005 <0,003 1,250 0,015

Cd (mg.L-1) 0,005 0,004 0,003 0,001

Fe (mg.L-1) 4,085 1,070 3,388 2,850

Ni (mg.L-1) 0,002 0,008 <0,002 0,003

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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149

Tabela 23 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P7

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009

Odor S/odor S/odor S/odor S/odor

Cor 60,0 20,0 30,0 100,0

Temperatura do ar (ºC) 23,4 18,8 22,3 22,5

Temperatura da água (ºC) 23,2 15,6 21,4 22,8

Oxigênio dissolvidos (mg.L-1) 7,51 9,00 7,71 7,51

D.B.O5 (mg.L-1)

Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,44 1,00 1,10 1,25

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,00 0,02 0,07 0,03

COT (mg.L-1) 27,57 26,02 41,23 53,70

NT (mg.L-1) 0,56 0,72 1,94 0,12

Cloreto (mg.L-1) 2,00 6,25 5,00 4,00

pH 6,98 7,08 6,99 6,59

Condutividade Elétrica (us/cm) 84,00 95,89 90,24 64,94

Turbidez (NTU) 9,61 9,49 10,90 63,80

Coliformes Termotolerantes (NMP) 430,0 43,0 11,0 9,0

Coliformes totais (NMP) 240,0 150,0 4600,0 2300,0

Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 0,005

Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 0,012 1,038

Cd (mg.L-1) 0,002 0,001 <0,001 0,001

Fe (mg.L-1) 2,046 1,040 2,763 5,038

Ni (mg.L-1) <0,002 0,003 <0,002 0,002

Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050

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150

Tabela 24 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P8

AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª

PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009

Odor S/odor S/odor S/odor S/odor

Cor 60,0 20,0 40,0 100,0

Temperatura do ar (ºC) 21,9 18,9 19,6 21,0

Temperatura da água (ºC) 22,4 15,8 19,4 22,0

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,90 9,68 8,50 8,10

D.B.O5 (mg.L-1) 0,60 1,38 0,59 2,17

Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,20 0,60 1,10 1,09

Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,00 0,03 0,07 0,06

COT (mg.L-1) 28,72 27,88 45,31 67,41

NT (mg.L-1) 0,58 0,70 1,39 0,12

Cloreto (mg.L-1) 2,00 5,50 5,00 4,00

pH 7,50 7,06 7,47 6,82

Condutividade Elétrica (us/cm) 79,02 92,35 91,57 72,65

Turbidez (NTU) 9,52 6,97 10,50 67,40

Coliformes Termo. (NMP) 120,0 20,0 9,0 4,0

Coliformes totais (NMP) 4600,0 7500,0 1200,0 700,0

Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

Cu (mg.L-1) 0,003 <0,003 1,125 1,325

Cd (mg.L-1) 0,007 0,002 0,002 0,001

Fe (mg.L-1) 2,433 0,720 5,888 5,350

Ni (mg.L-1) <0,002 0,002 <0,002 <0,002

Zn (mg.L-1) <0,050 0,007 0,005 0,050

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151

Tabela 25- Média e desvio-padrão referentes ao OD segundo Período e Ponto

Períodos

Pontos 2007 2008 2009 Média geral de ponto

P1 0,99 - - 0,28E

1,80

P2 5,55 5,70 7,06 6,02D

0,92 0,24 0,75 0,97

P3 7,11 7,40 7,31 7,25BC

0,60 0,43 0,74 0,57

P4 6,96 6,92 6,30 6,76CD

0,65 0,73 0,55 0,67

P5 6,64 7,34 7,11 6,97BC

1,06 0,64 0,70 0,86

P6 7,08 7,56 7,66 7,38BC

0,75 0,80 0,59 0,72

P7 7,72 7,86 7,93 7,82AB

0,93 0,57 0,72 0,73

P8 8,43 8,72 8,55 8,54A

0,90 0,43 0,80 0,72

Média geral de Período 6,54 7,35 7,42

2,10 1,01 0,91

P<0,001 para efeito de ponto - Letras maiúsculas comparam médias de pontos

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152

Tabela 26- Média e desvio-padrão referentes ao DBO segundo Período e Ponto

Períodos

Pontos 2007 2008 2009 Média geral de ponto

P1 15,5Aa 7,2Ab 6,9Ab 9,9A

3,1 1,7 2,0 4,7

P2 5,3Ba 5,4ABa 6,9Aa 5,8A

0,8 0,3 0,9 1,0

P4 2,8Ca 4,1Ba 3,3Ba 3,4B

1,1 1,8 2,2 1,6

P8 1,6Ca 1,1Ca 1,2Ba 1,3B

1,7 0,8 0,8 1,2

Média geral Período 5,5 4,5 4,6

5,3 2,6 2,9

P<0,001 para efeito da interação período*ponto

Letras minúsculas comparam médias de Período dentro de cada ponto

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153

Tabela 27- Média e desvio-padrão referentes ao Fosfato Total segundo Período e Ponto

Períodos

Pontos 2007 2008 2009 Média geral de ponto

P1 0,22 0,07 0,17 0,17C

0,17 0,03 0,10 0,13

P2 0,80 0,85 0,58 0,75A

0,34 0,08 0,20 0,26

P3 0,38 0,41 0,37 0,39B

0,22 0,15 0,23 0,19

P4 0,26 0,14 0,29 0,23BC

0,31 0,06 0,39 0,28

P5 0,20 0,08 0,06 0,13C

0,27 0,02 0,04 0,18

P6 0,05 0,08 0,04 0,05C

0,01 0,03 0,02 0,02

P7 0,07 0,05 0,03 0,05C

0,07 0,03 0,03 0,05

P8 0,05 0,04 0,04 0,04C

0,04 0,02 0,03 0,03

Média geral de Período 0,26 0,22 0,20

0,31 0,28 0,25

P<0,001 para efeito de ponto - Letras maiúsculas comparam médias de pontos

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154

Tabela 28- Mediana, 10 e 30 quartil, entre colchete para a Turbidez segundo Período e Ponto

Períodos

Pontos 2007 2008 2009 Mediana geral de Ponto

P1 15,5[13,1;22,0]AB

P2 23,8[14,0;32,0]A

P3 8,0[5,2;12,1]B

P4 7,5[6,4;9,1]B

P5 8,8[7,2;11,5]AB

P6 8,6[7,0;10,4]B

P7 9,3[6,9;10,9]AB

P8 7,4[6,0;10,5]B

Mediana geral de Período 7,3[4,9;9,9]b 10,6[7,6;16,0]a 11,2[8,8;31,1]a

P<0,001 para efeito de ponto e período

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155

Tabela 29 - Média e desvio-padrão referentes ao COT segundo Período e Ponto

Períodos

Pontos 2007 2008 2009 Média geral de Ponto

P1 43,7 25,4 56,7 42,2AB

26,4 12,2 21,1 23,6

P2 29,4 50,5 84,3 51,1A

20,6 30,3 43,0 36,9

P3 24,7 29,6 54,6 34,6AB

17,4 15,5 18,5 20,7

P4 22,8 26,2 49,8 31,5AB

15,7 12,9 22,2 19,9

P5 20,7 23,7 45,9 28,7B

15,0 11,7 18,5 18,0

P6 20,4 22,5 44,0 27,7AB

14,0 11,0 22,7 18,4

P7 14,9 21,7 37,1 23,2B

11,0 10,3 13,0 14,2

P8 19,4 20,8 42,3 26,4B

10,4 9,8 18,5 15,9

Média geral de Período 24,5b 27,5b 51,8a

17,8 16,5 25,1

P<0,001 para efeito de ponto e período

Letras minúsculas comparam médias de período

Letras maiúsculas comparam médias de pontos

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156

Tabela 30- Média e desvio-padrão referentes ao NT consumido segundo Período e Ponto

Períodos

Pontos 2008 2009 Média geral de Ponto

P1 0,80 0,50 0,65B

0,89 0,35 0,65

P2 5,22 5,96 5,59A

0,40 4,57 3,03

P3 1,91 3,29 2,60B

0,44 3,25 2,27

P4 1,34 2,60 1,97B

0,09 3,36 2,30

P5 1,14 0,90 1,02B

0,12 0,57 0,40

P6 0,70 0,69 0,69B

0,17 0,49 0,34

P7 0,65 0,83 0,74B

0,20 0,78 0,54

P8 0,54 0,70 0,62B

0,21 0,52 0,38

Média geral de Período 1,54 1,93

1,52 2,76

P<0,001 para efeito de ponto - Letras maiúsculas comparam médias de pontos

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157

Tabela 31- Média e desvio-padrão referentes ao pH consumido segundo Período e Ponto

Períodos

Pontos 2007 2008 2009 Média geral de Ponto

P1 6,7 6,3 6,2 6,4C

0,6 0,2 0,2 0,5

P2 6,8 6,6 7,1 6,8B

0,3 0,2 0,6 0,4

P3 7,3 7,1 6,9 7,1AB

0,3 0,1 0,3 0,3

P4 7,4 7,2 6,8 7,1AB

0,4 0,2 0,2 0,4

P5 7,2 7,1 6,8 7,1B

0,4 0,2 0,3 0,3

P6 7,4 7,2 6,9 7,2AB

0,3 0,2 0,3 0,3

P7 7,4 7,4 6,9 7,2AB

0,4 0,4 0,2 0,4

P8 7,7 7,5 7,2 7,5A

0,2 0,1 0,3 0,3

Média geral de Período 7,2a 7,0b 6,8b

0,5 0,4 0,4

P<0,001 para efeito de ponto e períodos

Letras minúsculas comparam médias de períodos

Letras maiúsculas comparam médias de pontos

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158

Tabela 32 - Média e desvio-padrão referentes ao CE consumido segundo Período e Ponto

Períodos

Pontos 2007 2008 2009 Média geral de Ponto

P1 71,5 73,6 99,7 80,2C

30,8 10,2 35,9 29,2

P2 188,2 250,2 276,2 231,0A

85,4 54,5 154,8 103,0

P3 135,0 163,9 140,0 144,7B

67,0 31,8 34,3 48,9

P4 104,5 135,0 116,4 116,6BC

50,6 26,7 22,4 37,9

P5 97,8 120,2 106,2 106,6BC

41,4 20,2 15,9 30,1

P6 81,6 99,7 91,9 89,7BC

33,8 12,9 7,5 23,6

P7 77,1 95,5 83,8 84,3C

32,0 11,3 13,5 23,0

P8 75,5 90,5 83,9 82,2C

31,1 6,1 9,7 21,1

Média geral de Período 103,9 128,6 124,7

59,8 58,7 79,7

P<0,001 para efeito de ponto

Letras maiúsculas comparam médias de pontos

Page 173: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA … · EM FUNÇÃO DA AÇÃO ANTRÓPICA IVALDE BELLUTA Biólogo ... Hidrografia ... Vista externa na área 3 com maior grau de

159

Tabela 33 - Média de desvio-padrão referentes aos Cloretos segundo Ponto no Período de

2009

Pontos Média geral de Ponto

P1 3,9B

2,6

P2 32,2A

24,8

P3 13,7AB

6,3

P4 9,0B

3,8

P5 8,0B

3,7

P6 5,3B

2,0

P7 4,3B

1,8

P8 4,1B

1,5

P<0,001 para efeito de ponto

Letras maiúsculas comparam médias de pontos