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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CÂMPUS DE BOTUCATU
CARACTERIZAÇÃO FITOSSOCIOLÓGICA DA VEGETAÇÃO RIPÁRIA E QUALIDADE DA ÁGUA DO CÓRREGO DO CINTRA (BOTUCATU SP) EM FUNÇÃO DA AÇÃO ANTRÓPICA
IVALDE BELLUTA
Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP – Campus de Botucatu, para obtenção do título de Doutor em Agronomia Programa de pós-graduação em agronomia “Energia na Agricultura”.
BOTUCATU – SP Outubro – 2012
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
CARACTERIZAÇÃO FITOSSOCIOLÓGICA DA VEGETAÇÃO RIPÁRIA E QUALIDADE DA ÁGUA DO CÓRREGO DO CINTRA (BOTUCATU SP) EM FUNÇÃO DA AÇÃO ANTRÓPICA
IVALDE BELLUTA Biólogo
Orientador: Prof. Sérgio Campos
Co-Orientadora: Profa. Dra. Assunta Maria Marques da Silva Co-Orientadora: Profa. Dra. Vera Lex Angel
Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP – Campus de Botucatu, para obtenção do título de Doutor em Agronomia Programa de pós-graduação em agronomia “Energia na Agricultura”.
BOTUCATU – SP Outubro – 2012
I
AGRADECIMENTOS
É grande a alegria em ser brasileiro e viver num imenso país como o
Brasil, não somente pela imensa extensão territorial, mas também pela grandiosidade e
exuberância da natureza, diversidade dos seres vivos e do ser humano que nele habita. Quando
eu e Maria, minha esposa, viajamos de norte ao sul pelas longas estradas deste país,
encontramos cânions, morros, florestas, chapadas, cerrados, caatinga, rios, cachoeiras, praias e
dunas, eram belezas cênicas que realmente enchiam os olhos. Realizamos várias aventuras
para descobrir as belezas da Terra de Santa Cruz que tanto cativaram os portugueses na época
do descobrimento. Compartilhar com familiares e amigos o que vimos, vivemos e sentimos
nestas aventuras, é o que mais gostamos de fazer. Da mesma forma foi realizar este trabalho,
cuja “viagem” foi em busca do conhecimento das Ciências Ambientais, especificamente sub-
bacias hidrográficas, a interação da mata ciliar e o uso e ocupação do solo com a qualidade da
água do rio, que tanto desejei realizá-lo e somente agora foi possível. Muitos momentos
difíceis e de muita persistência durante o desenvolvimento do trabalho de campo e de
laboratório ocorreram, mas nada me fez desistir. Agora, prestes a finalizar este grande feito,
posso dizer que realizei meu desejo e tenho muito mais lembranças, emoções e conhecimentos
para compartilhar com alunos em áreas de pesquisa e com as pessoas que sempre estiveram
próximas de mim e, inclusive em particular, com Enzo Gabriel, meu filho, que está para vir ao
mundo.
Agradeço a Deus pela Divina Graça, saúde, força, perseverança e pela realização de mais um
sonho...
Sinto-me nesse momento profundamente agradecido a todos que direta ou indiretamente
contribuíram para a realização do meu trabalho e de minha formação profissional.
Minha família
Minha esposa, minha mãe e minhas irmãs que sempre estiveram ao meu lado me apoiando.
Aos chefes do Departamento de Química e Bioquímica
Profa Dra Ana Maria Lopes
Profa Dra Sônia Maria Alves Jorge
II
Prof. Dr Ariovaldo de Oliveira Florentino in memorian
Profa Dra Giuseppina Pace Pereira Lima (Atual)
Aos amigos
José Carlos Marques Silva (Depto de Ciência do Solo)
José Carlos Coelho (NUPAN)
Ramom Felipe Bicudo da Silva (Depto de Ciência do Solo)
Aos professores
Prof. Dr. José Pedro Serra Valente (Depto de Química e Bioquímica)
Prof. Dr. Júlio Toshimi Doyama (Depto de Química e Bioquímica)
Aos orientadores
Profa. Dra. Assunta Maria Marques Silva (Depto de Química e Bioquímica)
Prof. Dr. Sérgio Campos (Depto Engenharia Rural)
Profa Dra. Vera Lex Angel (Depto de Ciências Florestais)
Aos Funcionários do Depto de Química e Bioquímica
Aos Funcionários do Depto de Pós Graduação da FCA da Unesp de Botucatu
À Equipe da Vigilância Ambiental do Município de Botucatu
Aos Coordenadores do curso do Programa Energia na Agricultura da Faculdade de Ciências
Agronômicas da Unesp de Botucatu
Prof. Dr. Marco Antonio Martin Biaggioni
Prof. Dr. Adriano Wagner Ballarin (Atual)
Ivalde Belluta
III
SUMÁRIO
Página
1.0. RESUMO ............................................................................................................................ 1
2.0. SUMMARY ........................................................................................................................ 3
3.0.INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 5
4.0. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... ...9
4.1. O SIG como ferramenta de planejamento ambiental....................................................... 9
4.1.1. SIG ArchGis ............................................................................................................ 10
4.1.2 Sistema de informação geográfica (SIG) no monitoramento ambiental de bacias
hidrográficas ............................................................................................................................. 11
4.2. Formações florestais ribeirinhas: matas ciliares ............................................................. 11
4.3. Influência da mata ciliar sobre a qualidade de água de um córrego ............................... 13
4.4. Enquadramento e padrões de qualidade da água aplicados às sub-bacias ...................... 14
4.5. Sucessão ecológica ......................................................................................................... 15
5.0. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 17
5.1. Caracterização da área de estudo .................................................................................... 17
5.1.1. Localização ............................................................................................................... 17
5.1.2. Relevo ....................................................................................................................... 18
5.1.3. Clima ........................................................................................................................ 21
5.1.4. Solos ......................................................................................................................... 22
5.1.5. Hidrografia ............................................................................................................... 24
5.2. Alocação das unidades amostrais no fragmento florestal e pontos de amostragem de
água ........................................................................................................................................... 25
5.3. Histórico de uso e ocupação das áreas de estudo ........................................................... 26
5.3.1. Área 1 ....................................................................................................................... 27
5.3.2. Área 2 ....................................................................................................................... 30
5.3.3. Área 3 ....................................................................................................................... 31
5.4. Estrutura da vegetação .................................................................................................... 33
5.5. Os estudos hídricos ......................................................................................................... 35
5.6. Variáveis de qualidade de água analisadas ..................................................................... 36
IV
5.6.1. Periodicidade e metodologia (ou técnica) de amostragem e preservação de amostras
de água ...................................................................................................................................... 39
5.6.2.. Tratamento estatístico dos dados ............................................................................. 39
6.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 41
6.1. Estrutura da vegetação e composição florística do estrato arbóreo nas três áreas de
estudo ........................................................................................................................................ 41
6.1.1. Estrutura da vegetação da área 1 .............................................................................. 44
6.1.2. Estrutura da vegetação da área 2 .............................................................................. 46
6.1.3. Estrutura da vegetação da área 3 .............................................................................. 47
6.2. Classes sucessionais nas áreas 1, 2 e 3 ........................................................................... 51
6.3. Classes de altura nas áreas 1, 2 e 3 ................................................................................. 58
6.4. Diversidade e Similaridade ............................................................................................. 61
6.5. Uso e ocupação do solo da sub-bacia do Córrego do Cintra em 1984 e 2008 ............... 72
6.6. Avaliação das áreas de preservação permanente na sub-bacia do Córrego do Cintra em
1984 e 2008 .............................................................................................................................. 75
6.7. Variáveis de qualidade de água do Córrego do Cintra no período de 2007 a 2009 ....... 80
6.7.1. Parâmetros organolépticos: odor, turbidez e cor ...................................................... 80
6.7.2. Parâmetros físico-químicos: pH, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido,
demanda bioquímica de oxigênio, cloretos e carbono orgânico total....................................... 83
6.7.3. Espécies químicas: fosfato total e nitrogênio total ................................................... 93
6.7.4. Parâmetros microbiológicos: coliformes termotolerantes (CTT) e totais (CT) ........ 97
6.7.5. Análise de componentes principais em 2008 e 2009 .............................................. 100
6.7.6. Metais mais tóxicos: Pb, Cu, Cd, Fe, Ni e Zn (íons metálicos) .............................. 101
6.7.7. Defensivos agrícolas ............................................................................................... 107
7.0. Diagnóstico integrado da sub-bacia do Córrego do Cintra – Discussão ......................... 108
8.0 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 114
9.0 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 116
10.0 APÊNDICE .................................................................................................................... 127
V
LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... Páginas
Tabela 1. Dados da carta de solos da sub-bacia do Córrego do Cintra obtida através da imagem
de satélite de 2008 .................................................................................................................... 24
Tabela 2. Pontos de amostragem e as coordenadas UTM no Córrego do Cintra ..................... 26
Tabela 3. Variáveis de qualidade de água ................................................................................ 37
Tabela 4. Porcentagem de espécies amostradas dos diferentes estádios sucessionais, nos
fragmentos de mata da sub-bacia do córrego do Cintra, Botucatu/SP ..................................... 58
Tabela 5. Espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas nas áreas 1, 2 e 3 na sub-
bacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP) .............................................................................. 62
Tabela 6. Distribuição do número de espécies, indivíduos e Índices de Diversidade florística
nos locais de estudos ................................................................................................................ 70
Tabela 7. Distribuição do número de espécies, indivíduos de Similaridade florística nos locais
de estudos ................................................................................................................................. 71
Tabela 8. Resultado de VMP dos Coliformes termotolerantes (CTT) e Totais (CT) obtidos do
Apêndice nos anos de 2007, 2008 e 2009 ............................................................................... 99
Tabela 9. Resultado do valor máximo permitido (VMP) dos metais Pb, Cu, Cd, Fe, Ni e Zn
nos anos de 2007, 2008 e 2009 na sub-bacia do Córrego do Cintra....................................... 104
VI
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... Páginas
Figura 1. Localização da área da sub-bacia do córrego do Cintra, sua rede de drenagem, bem
como dos 8 pontos de coleta de água ....................................................................................... 18
Figura 2. Declividades da sub-bacia do córrego do Cintra (obtida de imagem de satélite de
2008) ......................................................................................................................................... 19
Figura 3. Caracterização geomorfológica das sub-bacias hidrográfica do Rio Araquá e Cintra.
Adaptado de Silva (2011) ......................................................................................................... 21
Figura 4. Carta de solos da sub-bacia do córrego do Cintra obtida através da imagem de
satélite de 2008 ......................................................................................................................... 23
Figura 5. Áreas do levantamento florístico da sub-bacia do Córrego do Cintra (2008) e os
pontos de amostragem de água para análise ............................................................................ 27
Figura 6. Localização dos pontos de amostragem de água (P1 e P2) na área 1......................... 28
Figura 7 – Construção da ETE - SABESP e canalização da nascente no P2 ............................ 28
Figura 8. Vista externa e interna da mata ripária na área 1, reflorestamento no seu entorno e
estratos no interior da mata ....................................................................................................... 30
Figura 9. Vista externa e interna da mata ripária na área 2 com maior grau de conservação .. 31
Figura 10. Vista externa na área 3 com maior grau de degradação, observa-se a dominância de
Mimosa bimucronata (maricás-de-espinho) ............................................................................. 32
Figura 11. Edificação no leito do rio, acesso do gado e áreas alagadas (APP) na área 3 ........ 33
Figura 12. Porcentagem das 10 famílias com maior riqueza de espécies das três áreas como um
todo (áreas 1, 2 e 3) e por local de estudo : área 1, área 2 e área 3 ......................................... 44
Figura 13. Vinte espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas na área 1 na sub-
bacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP) ............................................................................. 46
Figura 14. Vinte espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas na área 2 na
microbacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP) ..................................................................... 47
Figura 15. Vinte espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas na área 3 na sub-
bacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP) .............................................................................. 49
Figura 16. Densidade relativa das espécies mais numerosas encontradas nas áreas 1, 2 e 3 ... 50
Figura 17. Porcentagem das espécies dos diferentes estádios sucessionais, amostrados das três
áreas como um todo (áreas 1, 2 e 3) e por local de estudo (área 1, área 2 e área 3) do
fragmento de mata da sub-bacia do Córrego do Cintra ........................................................... 52
VII
Figura 18. Comparação entre a porcentagem de espécies e indivíduos distribuídos em classes
sucessionais da área 1, 2 e 3 da sub-bacia do Córrego do Cintra ............................................. 55
Figura 19. Distribuição do número de indivíduos por classes de altura em intervalos fixos de 2
metros fechados à esquerda. áreas 1, 2 e 3 da sub-bacia do Córrego do Cintra ....................... 59
Figura 20. Comparação entre cartas de uso e ocupação do solo da sub-bacia do Córrego do
Cintra obtida de imagem de satélite de 1984 e 2008 ................................................................ 73
Figura 21. Dados do uso e ocupação o solo obtido através das imagems de satélite de 1984 e
2008 .......................................................................................................................................... 75
Figura 22. Avaliação das áreas de APP em 1984 na sub-bacia do Córrego do Cintra ............. 76
Figura 23. Dados do uso e ocupação o solo em área de APP obtido através das imagems de
satélite de 1984 e 2008 ............................................................................................................. 78
Figura 24. Avaliação das áreas de APP em 2008 na sub-bacia do Córrego do Cintra ............. 79
Figura 25. Totais pluviométricos mensais nos anos 2007, 2008 e 2009. Dados obtidos no
Depto de Recursos Naturais/Ciências Ambientais – FCA/Lageado – UNESP – Botucatu ..... 81
Figura 26 Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da turbidez por
ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra ............. 82
Figura 27. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação do pH por ponto
de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra ........................ 84
Figura 28. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da CE por ponto
de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra ........................ 86
Figura 29. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação do Cloreto por
ponto de amostragem e em um único período com diferenças significantes no Córrego do
Cintra ........................................................................................................................................ 87
Figura 30. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação do OD (mgO2.L-
1) por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra .... 88
Figura 31. Perfil do Córrego do Cintra/Araquá em termos de altitude (BELLUTA, 2008) .... 89
Figura 32. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da DBO520 por
ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra .............. 91
Figura 33. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da COT por
ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra .............. 92
Figura 34. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação do fosfato total
VIII
por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra ........ 94
Figura 35. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação NT por ponto de
amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra ............................. 96
Figura 36. Análise de componentes principais referentes ao período de 2008 e 2009 ........... 101
IX
Páginas
APÊNDICE
Tabela 1 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P1 .................................... 127
Tabela 2 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P2 .................................... 128
Tabela 3 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P3 .................................... 129
Tabela 4 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P4 ..................................... 130
Tabela 5 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P5 .................................... 131
Tabela 6 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P6 .................................... 132
Tabela 7 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P7 ..................................... 133
Tabela 8 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P8 ..................................... 134
Tabela 9 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P1 .................................... 135
Tabela 10 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P2 ................................... 136
Tabela 11 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P3 ................................... 137
Tabela 12 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P4 ................................... 138
Tabela 13 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P5 ................................... 139
Tabela 14 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P6 ................................... 140
Tabela 15 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P7 ................................... 141
Tabela 16 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P8 ................................... 142
Tabela 17 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P1 ................................... 143
Tabela 18 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P2 ................................... 144
Tabela 19 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P3 ................................... 145
Tabela 20 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P4 ................................... 146
Tabela 21 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P5 ................................... 147
Tabela 22 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P6 ................................... 148
Tabela 23 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P7 ................................... 149
Tabela 24 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P8 ................................... 150
Tabela 25- Média e desvio-padrão referentes ao OD segundo Período e Ponto .................... 151
Tabela 26- Média e desvio-padrão referentes ao DBO segundo Período e Ponto ................. 152
Tabela 27- Média e desvio-padrão referentes ao Fosfato Total segundo Período e Ponto .... 153
Tabela 28- Mediana, 10 e 30 quartil, entre colchete para a Turbidez segundo Período e Ponto
................................................................................................................................................ 154
X
Tabela 29 - Média e desvio-padrão referentes ao COT segundo Período e Ponto ................. 155
Tabela 30- Média e desvio-padrão referentes ao NT consumido segundo Período e Ponto .. 156
Tabela 31- Média e desvio-padrão referentes ao pH consumido segundo Período e Ponto .. 157
Tabela 32 - Média e desvio-padrão referentes ao CE consumido segundo Período e Ponto . 158
Tabela 33 - Média de desvio-padrão referentes aos Cloretos segundo Ponto no Período de
2009 ........................................................................................................................................ 159
1
1.0. RESUMO
Bacia hidrográfica é a unidade geográfica que se ajusta aos objetivos
de planejamento agrícola e ambiental, cuja área é sensível e imprescindível para sua
integridade física e qualidade da água, devendo ser protegida pela vegetação. A sub-bacia do
Córrego do Cintra (1.136,8ha) está localizada à noroeste de Botucatu SP, tem suas nascentes
no Campus da UNESP de Rubião Junior e segue fluxo ao norte até o Rio Tietê. Este trabalho
teve como objetivo geral caracterizar a estrutura e o estádio sucessional da mata ripária,
avaliar a qualidade da água e detectar fontes de poluição pontual e difusa naquela sub-bacia. O
método fitossociológico utilizado foi o de ponto-quadrante, aplicado em três áreas de mata
ripária; os índices Dr, Dor, IVC, Diversidade e Similaridade foram obtidos através de cálculo
em planilha eletrônica e do programa Past; o estádio sucessional foi determinado pela
proporção de espécies de cada grupo ecológico. Os parâmetros físico-químicos e espécies
químicas da água foram amostrados em oito pontos no período de 2007 a 2009 e para avaliar o
comportamento de cada variável nos locais de amostragem, foram realizadas análises de
variâncias seguidas do teste de Tukey e também a análise de componentes principais. Estes
parâmetros, as análises microbiológicas e as dos metais mais tóxicos foram determinados pelo
Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater e comparados aos valores
máximos permitidos (VMP) do Conama, Classe II, e quanto para os defensivos agrícolas
utilizou-se o método cromatográfico. Nas três áreas de amostragem foram encontradas 2.241
indivíduos arbóreos de 145 espécies, pertencentes a 55 famílias botânicas, sendo a família
mais representativa Fabaceae com 16,3%; as famílias Lauraceae, Myrtaceae e a Boraginaceaea
2
com 7% cada, totalizaram 37,3% da amostragem e as espécies mais abundantes foram Protium
heptaphyllum (Aubl.) Marchand (almecegueira), Calophyllum brasiliense Cambess.
(guanandi), Eutherpe edulis (juçara), Nectandra megapotamica Mez. (canelinha), Casearia
sylvestris Sw. (lagarteiro), Cronton floribundus Sprengel (capixingui) etc. A diversidade (H’)
de espécies foi considerada alta nas 3 áreas, e a equabilidade também pode ser considerada
boa nas mesmas. Quanto à semelhança, as áreas 1 e 2 foram consideradas similares entre si e a
área 3 diferente em relação às duas primeiras. O grupo sucessional na área 1 foi considerado
como tardia, na área 2 secundária a tardia, e pioneira na área 3. Entre 1984 e 2008 houve
aumento de 22,22% da vegetação em APP e redução da vegetação nativa (3,88%) pelo uso do
solo de toda a sub-bacia. Os parâmetros de qualidade de água indicaram contaminação pontual
(P1 e P2) e o VMP para metais em 2009 estavam acima, em todos os pontos, para o Fe e Cd e
para o Cu na área agrícola (P4 ao P7) podendo este ter sua origem em outros defensivos
agrícolas não analisados neste estudo. A análise microbiológica mostrou que a água é própria
para a balneabilidade e a dessedentação de animais. Portanto, a fonte poluente pontual (P1)
deve ser localizada e reintegrada ao sistema tronco da ETE-SABESP, o P2 deve ser
monitorado para reduzir os efeitos negativos do efluente sobre a água para recreação
(Cachoeiras da Pavuna) e na área 3 foi indicada a revegetação e regeneração florestal, para
coibir possível contaminação difusa sob o córrego.
_____________________
Palavras chave - estrutura da vegetação, sucessão ecológica, parâmetros físico-químicos,
poluição pontual e difusa
3
PHYTOSOCIOLOGICAL CHARACTERIZATION OF THE RIPARIAN FOREST AND
WATER QUALITY AT CINTRA STREAM (BOTUCATU SP) UNDER ANTROPIC
ACTION. Botucatu SP, 2012. 148p. Tese (Doutorado em Agronomia/Energia na Agricultura)
– Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.
Author: IVALDE BELLUTA
Adviser: SÉRGIO CAMPOS
Co-adviser: ASSUNTA MARIA MARQUES DA SILVA
Co-adviser: VERA LEX ANGEL
2.0. SUMMARY
Watershed is the geographic unit that meets the goals of agricultural
and environmental planning, the area of which is sensitive and essential for its physical
integrity and water quality and thus must be protected by the vegetation. The subwatershed of
Cintra Stream (1,136.8ha) is located northwest to Botucatu, São Paulo State, and has its
springs in the Campus of UNESP at Rubião Junior, flowing towards north until Tietê River.
The general aims of this study were to characterize the structure and the successional stage of
the riparian forest, to assess the water quality and to detect punctual and diffuse pollution
sources in that subwatershed. The adopted phytosociological method was the point-quadrant,
applied to three areas of riparian forest; the indexes RD, RDo, CVI, Diversity and Similarity
were obtained by calculation in spreadsheet and the software Past; the successional stage was
determined based on the proportion of species of each ecological group. The physico-chemical
parameters and the chemical species of water were sampled at eight sites from 2007 to 2009,
and to assess the behavior of each variable at the sampling sites, analyses of variance were
done followed by Tukey’s test and analysis of the main components. These parameters,
microbiological analyses and analyses of the most toxic metals were determined according to
the Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater and compared to
Conama’s maximal allowed value (MAV), Class II; for pesticides, the chromatographic
method was used. In three sampling areas, 2,241 arboreal individuals and 145 species were
found; they belonged to 55 botanical families, and the most representative family was
Fabaceae with 16.3%. The families Lauraceae, Myrtaceae and Boraginaceaea, with 7% each,
4
totaled 37.3% sampling and the most abundant species were Protium heptaphyllum (Aubl.)
Marchand (“almecegueira”), Calophyllum brasiliense Cambess. (“guanandi”), Eutherpe edulis
(“juçara”), Nectandra megapotamica Mez. (“canelinha”), Casearia sylvestris Sw.
(“lagarteiro”), Cronton floribundus Sprengel (“capixingui”) etc. The species diversity (H’)
was considered high in all 3 areas, and the equitability could also be considered good in those
same areas. As to similarity, areas 1 and 2 were considered similar, whereas area 3 differed
from the other two. The successional group was considered late in area 1, secondary to late in
area 2, and pioneer in area 3. Between 1984 and 2008 there was a 22.22% increase in
vegetation in PPA and a reduction in the native vegetation (3.88%) due to the use of the soil
all over the subwatershed. The water quality parameters indicated punctual contamination at
S1 and S2, while MAV for metals in 2009 was higher for Fe and Cd at all sites and for Cu in
the agricultural area (S4 to S7), which may have its origin in other pesticides not analyzed in
this study. Microbiological analysis showed that the water is suitable for bathing and animal
drinking. Therefore, the punctual pollution source (S1) must be located and reintegrated into
the trunk system of STS-SABESP, S2 must be monitored to reduce negative effects of the
effluent on the water for recreation (Pavuna Waterfalls), and in area 3 reforestation and forest
regeneration were recommended to prevent possible diffuse contamination over the stream.
_____________________
Keywords – vegetation structure, ecological succession, physico-chemical parameters,
punctual and diffuse pollution
5
3.0. INTRODUÇÃO
A bacia hidrográfica é a unidade de estudo que mais favorece o
desenvolvimento de pesquisas relacionadas ao ciclo hidrológico e que se ajusta aos objetivos
de planejamento agrícola e ambiental (LIMA, 2003). Wiessman et al. (1972) apud Villela e
Mattos (1975) define bacia hidrográfica como sendo área topograficamente delimitada,
drenada por um curso d’água ou sistema conectado de cursos d’água tal que toda vazão
efluente seja descarregada através de uma simples saída. Segundo Santana (2004), bacia
hidrográfica é considerada uma porção geográfica definida por divisores de água, englobando
toda a área de drenagem de um curso d’água. É uma unidade geográfica natural e seus limites
foram estabelecidos pelo escoamento das águas sobre a superfície, ao longo do tempo.
A produção de água em bacias hidrográficas é função de seu uso,
ocupação de seu solo e, fundamentalmente, dos processos envolvidos no ciclo hidrológico
(precipitação, evaporação, transpiração, infiltração, percolação e a drenagem) (CECÍLIO et al.,
2010). Os fatores que impulsionam o ciclo hidrológico são a energia térmica solar, a força dos
ventos, que transportam vapor d’água para os continentes e a força da gravidade, responsável
pelos fenômenos da precipitação, da infiltração e deslocamento das massas de água. Em uma
bacia hidrográfica, a água é drenada, conservada em lagos e represas e daí evapora para a
atmosfera ou infiltra-se no solo (TUNDISI, 2008).
De acordo com Cecílio et al. (2010), os impactos das mudanças
climáticas globais no tocante à produção de água e à consevação do solo (pontos fundamentais
para o manejo de bacias hidrográficas e a gestão dos recursos hídricos), podem ser estimados a
partir de modelagem físico-matemática dos processos climáticos hidrológicos envolvidos na
6
produção de água e comportamento dos solos em bacias hidrográficas.
Para Tundisi (2008), as interferências humanas nesses sistemas são
inúmeras e variáveis e têm consequências ecológicas, econômicas e sociais sobre a saúde
humana. Por exemplo, nos estudos de Silveira-Guerra et al. (2010), a qualidade da água
pareceu estar relacionada com o uso da terra, pois a perda de solo prevaleceu em áreas de
pastagem e cultura de cana-de-açúcar, onde os parâmetros bióticos e físico-químicos de
qualidade de água estavam em pior condição. Os usos da terra devem considerar a inclinação
de áreas próximas aos ecossistemas aquáticos, devido ao potencial de impacto ambiental,
especialmente de erosão e entrada de efluentes poluentes.
As descargas de fontes difusas e pontuais de nitrogênio e fósforo nos
rios, lagos e represas, a partir de esgotos tratados e não tratados e de usos de fertilizantes
produz o fenômeno de eutrofização cujos efeitos ecológicos, na saúde humana e nos custos do
tratamento de água são relevantes, especialmente em regiões de intensa urbanização.
As áreas adjacentes aos cursos d’água e sob influência direta da
variação do lençol freático recebem a denominação de zona ripária, parte essencial da
paisagem, constituindo-se no ecossistema de transição entre os ambientes terrestre e aquático
da bacia hidrográfica. Caracterizam-se por serem altamente produtivas, em função das grandes
trocas de nutrientes, energia e elementos bióticos entre os dois ambientes bastante distintos
(ARCOVA, 2006). Nas observações feitas por Vital et al. (2004), ocorre pouco estoque de
serrapilheira acumulado nestas áreas, apresentando uma rápida velocidade de decomposição e
o rápido aproveitamento de nutrientes pela vegetação, o que favorece seu desenvolvimento.
Para Arcova (2006), estas áreas contribuem para a qualidade da água
dos rios atuando como um filtro, um agente de transformação e fonte de substâncias do
ambiente que acompanha o curso d’água. O ambiente ripário é especificamente útil no
tratamento dos poluentes gerados (defensivos agrícolas) de forma difusa na sub-bacia. Essas
substâncias são associadas às atividades do uso do solo, como agricultura, colheita florestal,
estradas e determinadas atividades urbanas. Os estudos de Veiga et al. (2003) demonstraram
haver fragmentos remanescentes da vegetação natural em áreas degradadas da mata ciliar do
Ribeirão Aurora, município de Astorga, PR, que atuaram como um mecanismo eficiente de
manutenção da qualidade de água, apesar de exigir outros manejos complementares que
permitam verificar outros fatores que possam interferir na qualidade.
7
Para assegurar a preservação da vegetação no entorno da rede de
drenagem nas sub-bacia, foram criadas as Áreas de Preservação Permanente (APP), de acordo
com o Código Florestal (BRASIL, 1965). Ribeiro et al (2005) afirmam que os compromissos
assumidos pelo Brasil perante a Declaração do Rio de Janeiro de 1992 e a necessidade de
regulamentação fizeram com que entrasse em vigor, no dia 13 de maio 2002, a Resolução no
303, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Essa resolução estabelece
parâmetros, definições e limites referentes às APPs e adota, ainda que implicitamente, a bacia
hidrográfica como unidade de sua aplicação. Assim, todas as nascentes de rede hidrográfica
são demarcadas em 50m no entorno de cada uma delas, como zonas de proteção que, ao longo
da hidrografia, tem sua largura delimitada pela largura do curso d’água, medida por ocasião da
cheia sazonal. Estas áreas de vegetação exercem importantes funções como: regularização dos
cursos d’águas, corredor ecológico e conservação da biodiversidade e captura de carbono da
atmosfera.
O diagnóstico na zona ripária, segundo Rodrigues e Carvalho (2006),
deve ser realizado em cada segmento de rio da sub-bacia. Os segmentos permitem uma análise
mais detalhada da situação atual, que reflete os usos em um deteminado trecho do rio. Após
essa caracterização, podem-se elaborar propostas de medidas mitigadoras, implementação do
plano de ação no campo, manutenção do projeto, coleta e análise de resultados e avaliação da
resposta ambiental.
Os proprietários rurais que respeitam a leis ambientais deveriam
receber compensação financeira pela preservação de suas matas (APPs), pois geram serviços
ambientais para todos, inclusive para os que não cumprem a lei. Entre esses serviços, pode-se
citar: a proteção dos recursos hídricos e do solo, a regulação climática e a qualidade do ar, a
manutenção da biodiversidade e o sequestro de carbono - este último já com perspectiva de
ganho econômico. Porém, ainda há muita indefinição, sobretudo quando se trata de vegetação
nativa e pequenas áreas.
Desta forma, o manejo de bacias hidrográficas deve contemplar a
preservação de seus recursos, além de seus interferentes em uma unidade geomorfológica da
paisagem como forma mais adequada de manipulação sistêmica dos recursos de uma região
(CALHEIROS et al., 2004). Para Tundisi et al. (2006), as consequências drásticas produzidas
pelas atividades humanas nos sistemas aquáticos são a diminuição da altura do nível da água
8
com efeitos nos rios, nos lagos adjacentes e marginais, nas águas subterrâneas e nas florestas
ripárias ao longo de rios e áreas alagadas.
Os atributos de uma comunidade vegetal podem variar entre locais ou
entre momentos dentro de um mesmo local e é preciso entender quais são os fatores
ecológicos e históricos, naturais e antrópicos que determinam a estrutura e a composição da
vegetação ou provocam sua modificação (MARTINS, 2009 e IVANAUSKAS et al, 2008).
O estudo dos fatores de degradação de uma sub-bacia, através de
determinação dos parâmetros físico-químicos, espécies químicas e microbiológicos, do
conhecimento dos fatores do meio abiótico e da estrutura florística e fitossociológica da
vegetação podem ajudar a apontar as espécies arbóreas mais adaptadas às diversas condições
da área local, bem como aquelas indicadoras do estado de conservação nas diversas unidades
fitogeográficas. Deste modo, os objetivos do presente estudo foram: a) avaliar a condição da
formação vegetal ribeirinha da sub-bacia do Córrego do Cintra, existente em dois períodos
(1984 e 2008) e em diferentes gradientes topográficos, utilizando-se imagens de satélite; b)
caracterizar aspectos da estrutura da vegetação ribeirinha; c) avaliar e monitorar os impactos
provocados pelas fontes de poluição pontual e difusa na qualidade da água do Córrego do
Cintra. As questões do estudo a serem respondidas são: A) Qual o nível de degradação da
formação ribeirinha; B) Quais os impactos provocados pelo uso e ocupação do solo na
qualidade da água? C) Existem fontes pontuais e/ou difusas de contaminação da água do
córrego? D) Que áreas seriam prioritárias para ações de revegetação ou restauração?
No capítulo seguinte, serão abordados aspectos gerais do SIG (Sistema
de Informação Geográfica) e o uso de imagens de satélite através do programa Arc Gis para
auxiliar no monitoramento ambiental em bacias hidrográficas e a influência da mata ripária
sobre a qualidade da água de um córrego, bem como o processo de sucessão ecológica
ocorrentes em áreas perturbadas.
9
4.0. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1. O SIG como ferramenta de planejamento ambiental
Sensoriamento Remoto é a ciência e a arte de se obterem informações
sobre um objeto, área ou fenômeno, através da análise de dados coletados por aparelhos
denominados sensores, que não entram em contato direto com os alvos em estudo (CREPANI,
1983). A utilização conjunta de modernos sensores, equipamentos para processamento e
transmissão de dados, aeronaves, espaçonaves, e etc., com o objetivo de estudar o ambiente
terrestre através do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e as
substâncias componentes do planeta Terra, em suas mais diversas manifestações.
A partir do lançamento dos primeiros satélites de recursos naturais,
iniciou-se efetivamente uma nova fase em gestão ambiental. Esta fase foi caracterizada pelo
uso de imagens orbitais como fonte primária de dados, possibilitando a geração periódica e
sinóptica de informação sobre a superfície, além de disponibilizar produtos relativamente mais
acessíveis à comunidade científica e aos usuários em geral, quando comparados às fotografias
aéreas obtidas a partir de vôos aerofotogramétricas (BATISTELLA et al, 2008) Na última
década, muitos satélites de sensoriamento remoto têm sido desenvolvidos e lançados com altas
resoluções espaciais, fornecendo a países como os do Caribe um instrumento apropriado para
sua gestão ambiental. Essa evolução permite uma visão sinóptica e multitemporal, ou seja, de
conjunto e dinâmica sobre a ocupação do espaço geográfico, em que elementos da paisagem
como a vegetação, a água, o relevo e os usos da terra podem ser mapeados e monitorados
(BATISTELLA e MORAN, 2008).
O sensoriamento remoto é um dos mais importantes fontes de dados
10
utilizados pelo Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s), pois desempenham hoje um
papel muito importante na segunda fase do processo, isto é, no inventário e na manipulação de
dados, auxiliando notavelmente na tomada de decisões.
As aplicações dos SIG’s são incontáveis, podendo-se citar como
exemplos: monitoramento e análises ambientais, planejamento do uso da terra; manejo de
recursos naturais; projetos de engenharia (transporte, irrigação, mineração, etc); manejo
florestal.
4.1.1. SIG ArchGis
ArcGIS é a denominação de um conjunto de softwares de
geoprocessamento e é possível criar bases de dados georreferenciadas, a partir de mapas,
imagens de satélite, fotografias aéreas, dados de campo ou importando de outros formatos;
abrir e navegar através das bases de dados, alterando a aparência de cada layer, de forma a
produzir mapas com design profissional; realizar buscas e consultas, de acordo com a região
geográfica ou com os atributos da base de dados, fazer medidas planimétricas ou cálculos de
área, distância, proximidade, etc.; Além destes módulos básicos, existem outros módulos
adicionais, as chamadas “Extensões”, que contêm ferramentas adicionais para usuários que
tem necessidades específicas, como trabalhar em ambiente 3D, gerar superfícies a partir de
pontos amostrais, realizar classificações de imagens de satélite, etc.
Nas Aplicações Ambientais, o monitoramento do uso e ocupação do
solo através de softwares da ESRI, a IMAGEM desenvolve sistemas de monitoramento da
cobertura do solo, baseados em imagens de satélite. No Planejamento Ambiental, o Sistemas
GIS podem ser utilizados para o gerenciamento de bacias hidrográficas, de unidades de
conservação, para o zoneamento ecológico econômico e para o planejamento regional
integrado. Em um GIS os mapas digitais de geologia, geomorfologia, solos, declividade, entre
outros, pode ser cruzados para permitir a avaliação de potenciais, fragilidades, riscos
ambientais e nortear a ocupação dos territórios de acordo com a legislação aplicável (ESRI....
2012)
11
4.1.2 Sistema de informação geográfica (SIG) no monitoramento ambiental de bacias
hidrográficas
A bacia hidrográfica representa uma unidade de análise fundamental
na geomorfologia por se constituir na superfície de coleta e recipiente de armazenagem da
precipitação, configurando o sistema através do qual a água e os sedimentos são transportados
para o oceano ou lago interior. Assim, a bacia hidrográfica torna-se a unidade de trabalho ideal
para o planejamento de exploração que contemple a integração de recursos naturais e aspectos
socioeconômicos, dentro de uma perspectiva de renda para o agricultor e de preservação
ambiental. O conceito de manejo integrado de bacias hidrográficas pressupõe planejar e
implantar as práticas conservacionistas considerando-se o contexto das bacias e não nas
propriedades isoladas, assim a unidade de planejamento passa a ser a bacia hidrográfica.
(SANTANA, 2004).
A implementação de um SIG, que visa diagnosticar e gerenciar estudos
hidrológicos e hidrogeológicos, exige a obtenção e manipulação de uma grande variedade de
informações, tais como, parâmetros hidrológicos básicos, geologia, cobertura vegetal,
climatologia e uso da água, dentre outras. (CALIJURI et al., 1998). Na análise das bacias de
drenagem, a incorporação de uma base de dados em um SIG auxilia na formulação da
diagnose ambiental, tendo em vista a grande quantidade de informações trabalhadas e de
dados gerados, otimizados pela automação dos sistemas atualmente disponíveis.
Para se executar o monitoramento agrícola de uma região é necessário
o mapeamento das áreas em estudo, o qual se constitui instrumento imprescindível para
representar as diferentes informações temáticas, as potencialidades naturais relativas ao meio
físico e o uso atual do solo (BUCENE, 2002).
4.2. Formações florestais ribeirinhas: matas ciliares
Na bacia hidrográfica existe uma área muito sensível e imprescindível
para o bom funcionamento e manutenção da integridade física e qualidade da água produzida,
e, por esta razão, é uma área que deve estar permanentemente protegita por vegetação: trata-se
da zona ripária (AB’SABER, 2001).
As formações florestais ribeirinhas não se constituem como um tipo
vegetacional único, já que apresentam fisionomias distintas, condições ecológicas
12
heterogêneas e composições florísticas diversas, com valores de similaridade baixos entre si,
tendo em comum apenas o fato de ocorrerem na margem de um curso d’água de drenagem,
definida ou não (RODRIGUES, 2001). Assim, a expressão florestas ciliares envolve, de forma
genérica, todos os tipos de vegetação arbórea vinculada à beira de rios (floresta de galeria,
várzea, ripária, etc) e a presença de mosaicos é determinada pelas condições pedológicas,
altitudinais, clima e regime hídrico dos rios e cursos d’água. A inter-relação destas com as
matas adjacentes aos cursos d’água e a influência do fluxo gênico vegetal e animal resultam
em uma heterogeneidade característica dessas formações (AB’SABER, 2001).
O mosaico florestal se torna ainda mais complexo quando
consideramos a dinâmica sucessional dessas formações ribeirinhas, que apresentam
particularidades em função das alterações vegetacionais promovidas pela elevação do curso
d’água ou do lençol freático, com consequente deposição de sedimentos, soterramento ou
retirada da serrapilheira e do banco de sementes, pelo desempenho diferencial das espécies ao
encharcamento etc., que atuam como elementos naturais de perturbação nas áreas ribeirinhas.
Assim, devido à heterogenidade ambiental, a termologia usada para as áreas ribeiras
normalmente são usados para a designação dessas formações e buscavam associação da
fisionomia vetetacional com a paisagem regional. Por exemplo, no domínio dos cerrados,
campinas, caatinga, campos, etc. com os quais coexistem as florestas galerias e veredas e onde
a vegetação de interflúvio (não ciliar) não é florestal. Já o termo floresta ripária é usado
quando a vegetação do interflúvio é tipicamente florestal (floresta atlântica, floresta
amazônica, floresta estacional etc.) (RODRIGUES, 2001). Nas matas ciliares (galerias,
ripárias etc.), a ciclagem de nutrientes é bastante complexa e de difícil quantificação. Nos
estudos de Vital et al. (2004), observou-se pouca variação no estoque acumulado de nutrientes
na superfície do solo no período de um ano, devido à rápida velocidade de decomposição da
serrapilheira e aproveitamento dos nutrientes produzidos, demostrando importante papel
nessas áreas.
O princípio básico em hidrologia florestal é o de que a produção de
água e o regime fluviométrico de uma bacia hidrográfica são significativamente influenciados
pela presença da cobertura florestal. Segundo Lima e Zakia (2001), as matas ciliares ocupam
as áreas mais dinâmicas da paisagem, tanto em termos hidrológicos, como ecológicos e
13
geomorfológicos. As alterações devem ocorrer ao longo do curso d’água em termos de
estrutura, composição e distribuição espacial.
4.3. Influência da mata ciliar sobre a qualidade de água de um córrego
O processo de colonização ocorrido na região hidrográfica do Sudeste
do Brasil foi marcado por um intenso desmatamento para implantação de atividades agrícolas,
seguido da instalação de atividades industriais e a expansão de grandes aglomerados urbanos.
De modo geral, o que se observa nas áreas rurais é um grande passivo ambiental decorrente do
desmatamento ocorrido ao longo do processo de colonização da região, da persistência das
práticas agrícolas não conservacionistas e a recuperação ambiental ainda insuficiente de áreas
degradadas para reverter os passivos ambientais acumulados (ANA, 2012)
As áreas desmatadas e as que tiveram a proteção natural perdida por
qualquer motivo estão sujeitas à ação da dupla enxurrada-erosão, em que a primeira é a causa
e a segunda, o efeito. Ao contrário do movimento lento das águas infiltradas, de longa duração
e movimentando águas límpidas, as enxurradas são de duração curta, mas de alta erosividade,
com vazões caudalosas e águas barrentas, portadora dos sedimentos erodidos, causando
enchentes que, embora de curta duração, deixam a terra ferida pela erosão nas partes altas, e
sedimentos e estragos por onde ocorre sua passagem. (SANTANA, 2004).
A qualidade da água dos rios é resultado da interação entre o clima, a
geologia, o solo e a vegetação da bacia hidrográfica. Em regiões onde há atividades antrópicas
intensivas, como a pecuária e agricultura, o solo contribui efetivamente para as características
químicas, físicas e biológicas da água.
No meio rural, a qualidade da água fica comprometida em função das
cargas excessivas de sedimentos e nutrientes nos corpos hídricos resultantes dos processos
erosivos desencadeados pelo desmatamento, sobretudo das matas ciliares, e pelo manejo
inadequado do solo. As áreas mais preservadas normalmente se encontram em áreas de relevo
pouco propício à instalação de atividades antrópicas (ANA, 2012).
Como as áreas florestadas não perturbadas são condição desejada do
ponto de vista da proteção dos recursos hídricos, o monitoramento hidrológico de uma sub-
bacia com vegetação natural remanescente serve de referência para a comparação com outras
impactadas (DONÁDIO et al, 2009). Segundo estudos realizados pelos mesmos autores, nos
14
períodos de amostragem para análise da qualidade da água nas nascentes com vegetação
natural remanescente, nas Áreas de Preservação Permanente (APP) foram obtidos resultados
de melhor qualidade da água do que nas nascentes com uso agrícolas (cana-de-açúcar).
A floresta ciliar em uma sub-bacia hidrográfica e a manutenção da
qualidade da água estão em função da estabilidade do solo das áreas marginais e da
regularização do regime hídrico. Quanto a influência no lençol freático, pode-se dizer que
funciona como um filtro do escoamento superficial, protegendo os cursos d’água da entrada de
adubos e defensivos agrícolas, além de fornecer alimento para a fauna aquática e silvestre
ribeirinha (DIAS et al., 1998). Assim, alterações de grande porte na composição e estrutura
desta vegetação podem vir a causar sérios danos na integridade das comunidades de riachos
tropicais.
4.4. Enquadramento e padrões de qualidade da água aplicados às sub-bacias
O enquadramento dos corpos d’água é o estabelecimento do nível de
qualidade a ser alcançado ou mantido em um segmento de corpo d’água ao longo do tempo. À
luz da Lei nº 9.433/1997, o enquadramento busca “assegurar às águas qualidade compatível
com os usos mais exigentes a que forem destinadas” e a “diminuir os custos de combate à
poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes” (ANA, 2012).
Para avaliar a qualidade da água disponível aos usuários, é preciso
relacionar os dados obtidos das análises da mesma com um critério de qualidade, segundo a
sua finalidade. O enquadramento dos corpos de água em classes, de acordo com a qualidade a
ser pretendida ou mantida, é um dos instrumentos mais importantes para a gestão de uma bacia
hidrográfica. Muitos corpos de água doce, em território nacional, são classificadas segundo a
qualidade requerida para seus usos (BRASIL, 2005). Em geral as águas de melhor qualidade
podem ser aproveitadas em usos comuns do dia-a-dia das pessoas e para isso, a Lei Federal nº
9.433, de 08 de janeiro de 1997, em seu Art. 9º, dispõe sobre o enquadramento dos corpos de
água em classes, segundo os usos estabelecidos pelos órgãos do governo. No Art. 10º é
descrito que as classes dos corpos de água serão estabelecidas por uma legislação ambiental
específica (BRASIL, 1997). Enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos, as águas
doces dos rios serão classificadas como Classe II, exceto se as condições de qualidade atuais
forem melhores, o que determinará a aplicação da classe mais rigorosa correspondente,
15
segundo o Art. 42º do CONAMA (BRASIL, 2005). Segundo a mesma Resolução, no artigo 4º,
capítulo III, estão enquadradas as águas dos rios que podem ser “destinadas ao abastecimento
para consumo humano, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas;
à recreação de contato primário, tais como a natação, esqui aquático e mergulho, conforme a
Resolução CONAMA nº 274, de 2000; à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de
parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato
direto; e à aqüicultura e à atividade de pesca”.
4.5. Sucessão ecológica
Todos os ecossistemas estão sujeitos a distúrbios naturais ou
antrópicos que promovem mudanças nos mesmos em maior ou menor grau. O processo de
sucessão é ao mesmo tempo contínuo e mundialmente distribuído, e ocorre em taxa variável
em todas as áreas que são temporariamente perturbadas. Pode iniciar-se em habitats recém -
formados (sucessão primária) ou em habitats já formados e perturbados (sucessão secundária).
O tempo necessário para uma sucessão ocorrer de um habitat perturbado até uma comunidade
clímax (espécies adulta ou madura) varia com a natureza do clima e a qualidade inicial do solo
(TOWNSEND et al., 2006).
Algumas classificações de grupo de espécies ou grupos ecológicos
sucessionais apresentam maior detalhamento sugerindo subdivisões na dicotomia entre
espécies pioneiras e espécies clímax. Segundo Budowski (1965, 1970) apud Martins (2009),
agrupou as espécies em pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e climax,
obedecendo um gradiente de tolerância ao sombreamento do dossel nas florestas tropicais. A
trajetória da sucessão da comunidade inicial (pioneira e secundária inicial) evolui de modo que
a complexidade estrutural, biomassa, riqueza e diversidade de espécies aumentam no tempo
até a fase clímax ou madura, e que as comunidades inicialmente constituídas por espécies
heliófilas, de rápido crescimento, reprodução precoce e ciclo de vida curto vão sendo
substituídas por outras mais tolerantes à sombra, de crescimento lento, reprodução tardia e
ciclo longo até atingir a maturidade (climax). O tamanho de sementes, síndromes de dispersão,
dormência e germinação e, densidade da madeira são ainda descritas para separar os grupos de
espécies característicos de cada fase sucessional.
Os grupos iniciais (pioneira e secundária inicial) melhorariam as
16
condições ecológicas da área perturbada, favorecendo o estabelecimento de espécies tardias,
assim atuando como facilitadoras do processo. Na inibição desse processo, elas
monopolizariam os recursos, reduzindo o avanço da sucessão e, na tolerância, praticamente
não interfeririam no recrutamento e crescimento das espécies de estádios mais avançados da
sucessão (MARTINS, 2009). Estas afirmações fazem parte de três modelos alternativos de
sucessão (facilitação, tolerância e inibição) proposto por Connell e Slatyer (1977) apud
Martins (2009).
A classificação de espécies em grupos ecológicos utiliza critérios que
diferem de um autor para outro, o que poderia levar algumas espécies a serem classificadas em
grupos distintos. Além disso, dependendo das suas características genéticas e ambientais, elas
podem se comportar de maneira diferente. O relevo, face de exposição do fragmento e a
declividade do mesmo influenciam a quantidade de luz recebida, o que se faz importante para
o recrutamento de espécies de distintos grupos ecológicos (TABARELLI e MANTOVANI,
1997). Os mesmos autores acreditam que seus estudos estão de acordo com a prediçãofeita por
Connell e Slatyer (1977) apud Martins (2009), segundo os quais as espécies primárias
(tolerantes à sombra) podem regenerar clareiras grandes e pequenas, desde que o distúrbio
(alteração ambiental) não seja muito severo. Este pode ser o caso das grandes clareiras que, em
função de suas localizações, nunca recebem luz solar direta em seus interiores, apresentando
condições ambientais similares às observadas nas pequenas.
Nos estudos de Fonseca e Rodrigues (2000), SÃO PAULO (2001),
Cardoso-leite et al. (2004), Alcalá et al. (2006), Guaratini et al. (2008) e Cardoso-leite e
Rodrigues (2008), as espécies de estádios finais de sucessão foram denominadas como
secundárias tardias e não como climácicas, pois, segundo os autores, em função da
deciduidade, praticamente nenhuma espécie arbórea de florestas semideciduais paulistas
apresenta as características descritas para as espécies climácicas encontradas nas Florestas
Pluviais Tropicais, por exemplo, conforme Budowski (1965) apud Martins (2009).
A seguir, há a apresentação da descrição da área de estudo, a
metodologia utilizada para a caracterização florística da floresta ripária, para a determinação
dos parâmetros de qualidade da água do Córrego do Cintra, bem como para as análises de
metais mais tóxicos e defensivos agrícolas.
17
5.0. MATERIAL E MÉTODOS
5.1. Caracterização da área de estudo
5.1.1. Localização
O estudo foi realizado no município de Botucatu, localizado na região
centro-sul do Estado de São Paulo, na margem sul do Rio Tietê, distante 234 km da capital
entre as coordenadas geográficas 22º52’20” S e 48º26’37” W (FIGUEIROA, 2008).
A sub-bacia do Córrego do Cintra está localizada na região noroeste da
cidade de Botucatu e é parte integrante da sub-bacia do Rio Araquá. O Córrego do Cintra
nasce dentro do Campus da UNESP de Rubião Junior e segue seu fluxo ao norte até a Bacia
Hidrográfica do Tietê (GRALHÓZ e NOGUEIRA, 2006); está situada na zona 22S entre as
coordenadas planas e pelo Sistema de Projeção UTM (Universal Transversal de Mercator) no
datum Córrego Alegre (X)754000 a 758000 e (Y) 7466000 a 7471000, com uma área total de
1.136,8ha (Figura 1).
Para a análise de qualidade da água do Córrego do Cintra foram
coletados dados de 8 pontos, demarcados em locais diferentes no mapa e escolhidos
estrategicamente, de acordo com a facilidade de acesso, sendo que os pontos P1, P2, P3, P4, P5
e P6 estão dentro desta sub-bacia do Cintra e P7 e P8 estão à jusante da foz, que é divisor de
águas da sub-bacia do Rio Araquá, onde está localizado o complexo de cachoeiras do Parque
Ecológico Pavuna. Todas as figuras apresentadas no presente estudo foram geradas através do
SIG Arc GIS, um conjunto de softwares de geoprocessamento obtidas através de imagem
orbital.
18
Figura 1. Localização da área da sub-bacia do córrego do Cintra, sua rede de drenagem, bem como dos 8 pontos de coleta de água
5.1.2. Relevo
O relevo de Cuestas é encontrada na África do Sul, Canadá, Europa,
México, Índia e Austrália e no Brasil abrange os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
Na região de Botucatu, a Cuesta apresenta algumas peculiaridades que o torna único no
mundo pela linha de separação de 80km e a extensa área entre o topo (reverso) e a baixada
(depressão periférica), pela cobertura e diversidade original da flora no Front e pela riqueza
paisagística inigualável na região (SOUZA, 2005a).
O relevo é caracterizado por uma divisão abrupta proporcionada pelo
Front da Cuesta, dividindo o município em Cuesta e depressão periférica, onde as altitudes
variam entre 700 a 920 metros e de 400 a 600 metros, respectivamente, em relação ao nível do
mar, com declividades variando entre suave a ondulado, de acordo com as classes de
19
declividade propostas pelo Sistema Brasileiro de Classificação Solos (EMBRAPA, 2006). Nos
estudos de Araujo Jr et al. (2002), sobre a caracterização fisiográfica de 10 sub-bacias do Rio
Capivara, em Botucatu SP, e nos de Belluta et al (2009) e de Silva (2011), realizados na sub-
bacia do córrego presente na área em que se deu este estudo, mostram que a classe de
declividade predominante na região é de suave-ondulado (3 a 6%) a ondulado (12 a 20%),
como mostra a Figura 2.
Figura 2. Declividades da sub-bacia do córrego do Cintra (obtida de imagem de satélite de 2008)
A Figura 3, apresentada a seguir, mostra a sub-bacia hidrográfica do
Rio Araquá, localizado entre os municípios de São Manuel e Botucatu, com área de 27.430ha
e rede de drenagem com 274km, com foz no Rio Tietê. O relevo, na parte alta, apresenta
declividade variando entre suave a ondulado, e na parte baixa entre suave a suave-ondulado.
Na porção da sub-bacia compreendida pelo Front, os declives são acentuados, chegando entre
20
75 e 100%, sendo que nas áreas de domínio do Front atingem 20 a 40% de declividade
(SILVA, 2011).
Cada bacia hidrográfica se interliga a outra de maior tamanho,
constituindo, em relação à última, uma sub-bacia. As bacias hidrográficas maiores são
resultantes do conjunto de pequenas bacias (SANTANA, 2004). Assim, o Córrego do Cintra,
situado na parte sul e no reverso da Cuesta de Botucatu, é parte integrante da sub-bacia do
Araquá e este integrante da Bacia Hidrográfica do Tietê. O estudo da sub-bacia do Córrego do
Cintra tem grande importância em relação a sua contribuição impactante ou não na sub-bacia
adjacente, bem como na eutrofização do seu afluente maior, o Rio Tietê.
A análise topográfica da sub-bacia do Córrego do Cintra mostra que os
tributários e o eixo principal do córrego dessecam a região e correm em direção à baixada
(depressão periférica) sentido norte (reservatório da Barra Bonita: Rio Tietê) e o desnível entre
os pontos de amostragem 1 e 8 atinge 235m, o que favorece a oxigenação e a auto-depuração
de suas águas. De acordo com Silva (2011), que realizou seus estudos na sub-bacia do Araquá,
pode-se compreender o comportamento do processo do escoamento da água na sub-bacia bem
como de suas propriedades hidrológicas ou mesmo a sensibilidade do terreno a processos
erosivos. No aspecto florístico da sub-bacia, pode-se observar as diferentes fisionomias
vegetais (Figura 5) em função da altitude no sentido da nascente à foz do Córrego do Cintra.
21
Figura 3. Caracterização geomorfológica das sub-bacias hidrográfica do Rio Araquá e Cintra. Adaptado de Silva (2011)
5.1.3. Clima
As condições de relevo bastante diversas e a posição geográfica,
próxima ao Trópico de Capricórnio (sul do município), contribuem para dificultar o
estabelecimento de um tipo climático padrão. Contudo, segundo classificação de Köppen,
22
alguns autores classificam o clima como mesotérmico, atribuindo-lhe a designação de Cfa
(chuvas relativamente abundantes e certas características de um regime litorâneo) (SOUZA et
al, 2003). Para Tubelis et al. (1971) apud Souza et al., (2003), o regime de chuvas tem se
mostrado variável, chegando a apresentar características continentais, o que sugeriria tipo
climático tropical de altitude, identificada como Cwa.
Segundo os mesmos autores, o município de Botucatu está sob a ação
de três grandes massas de ar que atuam diretamente na região centro-sul do Brasil: a
Equatorial Continental, a Tropical Atlântica e a Polar Atlântica. A velocidade dos ventos são
maiores nos meses de abril, outubro e dezembro e menores. em fevereiro, maio e junho, cujas
direções predominantes são ESE, SE e SES, sendo as direções N, NEN e ONO, as de menores
velocidades de ventos. De acordo com Figueiroa (2008), as temperaturas médias anuais são
em torno de 19ºC e os índices pluviométricos médios ultrapassam 1250 mm.
Assim, durante o período de amostragem a pluviosidade anual em
2007 foi de 1.292mm de chuva, em 2008 foi de 1.150mm de chuva e 2009 foi maior com
1.978mm chuva, dados esses obtidos no Depto de Recursos Naturais/Ciências Ambientais –
FCA/Lageado – UNESP – Botucatu. Deste modo, pode-se esperar que as amostragens
realizadas no período de 2009, para a maioria dos parâmetros de qualidade de água, sejam
significativos devido ao aumento da pluviosidade em relação aos outros dois períodos.
Possivelmente ocorrerá o aumento do escoamento superficial e o carreamento de sedimentos e
contaminantes até a água do córrego em áreas desprovidas de mata ripária.
5.1.4. Solos
Os mapas de solos têm a função de informar a distribuição espacial, na
paisagem, dos diferentes tipos de solos e auxiliar na caracterização da área de estudo.
De acordo com Figueiroa (2008), os solos vermelhos denominados
Latossolo e Nitossolo vermelho (terra roxa) são originados da decomposição do basalto,
considerados importantes na história de Botucatu, por estarem associados ao plantio do café
amarelo, que no passado (1920), atingiu seu apogeu na região e tornou-se famoso em todo o
país.
Segundo Silva (2011), em seus estudos sobre a identificação dos solos
em níveis semidetalhado e detalhado da bacia hidrográfica do Araquá, na sub-bacia do
23
Córrego do Cintra os solos encontrados foram o Gleissolo Melânico distrófico (GMd),
Gleissolo Háplico distrófico (GXd), Latossolo Vermelho distrófico (LVd), Latossolo
vermelho eutrófico (LVe) e Neosolo Quartizarênico ótico distrófico (RQod) e Neossolo
Flúvico (RYbd) (Figura 4). As respectivas áreas estão apresentadas na Tabela1.
Figura 4. Carta de solos da sub-bacia do córrego do Cintra obtida através da imagem de satélite de 2008
Segundo análise feita por Silva (2011), na área de domínio da sub-
bacia do córrego do Cintra ocorre o predomínio do neossolo Quartizarênico ótico distrófico,
seguido de Gleissolo Háplico distrófico e Latossolo Vermelho distrófico, o que confirma as
informações de Souza et al. (2003). Segundo Martins (2009), o solo é o produto da atuação
do clima e dos organismos sobre o material de origem (rocha) ao longo do tempo, e, dessa
forma, em diferentes condições climáticas e sobre a atuação de variados organismos,
apresentar-se-a como fiel representante da diversidade ambiental, atuando como excelente
descritor das comunidades de plantas arbustivas e arbóreas, das campestres às florestais. Desta
24
maneira, o estudo dos solos na sub-bacia do Córrego do Cintra será relevante, pois,
dependendo do tipo, poderá apontar o adensamento de algumas espécies nativas da Floresta
Estacional Semidecídual ou a influência do solo na qualidade da água, como é o caso da
presença do metal Fe de origem basáltico encontrado na região.
Tabela 1. Dados da carta de solos da sub-bacia do Córrego do Cintra obtida através da imagem
de satélite de 2008. Gleissolo Melânico distrófico (GMd) Gleissolo Háplico distrófico (GXd),
Latossolo Vermelho distrófico (LVd), Latossolo Vermelho eutrófico (LVe) e Neossolo
Quartizarênico ótico distrófico (RQod) e Neossolo Flúvico (RYbd).
Tipo de Área Área
solo Ha %
RYbd 12,50 1,10
GMd 59,62 5,25
GXd 337,66 29,7
LVd 161,64 14,22
LVe 15,78 1,40
RQod 549,60 48,33
5.1.5. Hidrografia
As águas superficiais, no município de Botucatu, são drenadas por
duas Bacias Hidrográficas: a do Rio Paranapanema, ao sul, e a do Rio Tietê, ao norte, ambos
afluentes do Rio Paraná, integrantes, em âmbito continental, da Bacia Platina. O ponto mais
elevado do divisor entre as duas bacias na região da “Cuesta” está situado a 900 m de altitude,
no Distrito de Rubião Júnior, onde está localizada a sub-bacia na qual foi realizado este
estudo. Na Bacia do Paranapanema, o Rio Pardo é o afluente mais importante para os
municípios de Pardinho e Botucatu, pois além de nascer no topo da “Cuesta”, junto à cidade
de Pardinho, a 1000 m de altitude, suas águas desempenham importantíssimo papel no
abastecimento de águas dos dois municípios, através de suas represas de captação,
administrada pela SABESP (CONTE, 1999). Já a Bacia do Tietê, segundo o Programa de
Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, está integrado ao CBH-SMT -
Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e Médio Tietê. A região de Botucatu, com
21 CBHs, faz parte da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI-10) e está
25
localizada na sub bacia do Médio Tietê Inferior, numa área de 4.280 km² (SÃO PAULO,
2012). O Rio Tietê é o único grande curso d’água paulista que atravessa a linha da “Cuesta” e
atinge os limites ocidentais do estado. Ao contrário de outros rios, o Tietê se volta para o
interior do Estado de São Paulo, num percurso de 1.140 Km da nascente até chegar ao rio
Paraná, na divisa do Mato Grosso do Sul (SOUZA et al., 2003). A maior parte dos rios
integrantes da bacia do Tietê são responsáveis pelo mais intenso trabalho erosivo e vitimado
por fontes poluidoras, residenciais e industriais, registrados em terras do município. Dentre
eles, os mais importantes são os afluentes do ribeirão Lavapés, Rio Araquá e Alambari, sendo
que ambos desaguam no rio Capivara e, conseqüentemente, atingem o reservatório do Tietê. O
Córrego do Cintra, sub-bacia integrante da sub-bacia do Araquá, recebe efluente tratado
oriundo da ETE-SABESP situado à jusante do Campus da Unesp de Rubião Júnior, além de
sofrer influência do uso e ocupação do solo no seu percurso, pode estar contribuindo com o
processo de eutrofização neste reservatório. Estes cursos d’água seguem a direção S-N ou SO-
NE ou ainda SE-SO. (SOUZA et al., 2003).
5.2. Alocação das unidades amostrais no fragmento florestal e pontos de amostragem de
água
A área de amostragem para análise florística foi estabelecida em três
transecções do fragmento de mata nativa, ao longo do Córrego do Cintra e principais
tributários que apresentaram mata ripária mais representativa na sub-bacia (Figura 5). Foram
demarcadas na parte inferior - sul (área 1), na parte central (área 2) e na parte superior - norte
(área 3), conforme mostra a figura obtida através de imagens de satélite, de 1984 e 2008, cujas
áreas correspondem respectivamente a 62,4, 42,4 e 30,7ha (Figuras 5 e 6). Para as amostragem
destinadas a análise de qualidade de água foram demarcados pontos de amostragem de acordo
com a facilidade de acesso, sendo 6 pontos estão localizados dentro da sub-bacia (P1 a P6) e 2
pontos na sub-bacia adjacente (P7 e P8). Estes pontos estão situados na zona 22S entre as
coordenadas do Sistema de Projeção UTM datum Córrego Alegre como mostra a Tabela 2.
26
Tabela 2. Pontos de amostragem e as coordenadas UTM no Córrego do Cintra
Pontos de amostragem Coordenada (X) Coordenada (Y)
P1 756533 7567220
P2 757150 7467188
P3 757034 7468889
P4 756553 7470016
P5 755995 7470852
P6 755522 7471376
P7 755450 7472036
P8 755507 7473015
5.3. Histórico de uso e ocupação das áreas de estudo
A delimitação de cada uma das áreas foi elaborada através de imagem
orbital do ano de 2008 (Figura 5) e sua descrição foi realizada pela observação in loco,
somada aos relatos de antigos proprietários das áreas adjacentes.
27
Figura 5. Áreas do levantamento florístico da sub-bacia do Córrego do Cintra (2008) e os pontos de amostragem de água para análise
5.3.1. Área 1
A área 1 apresenta 2 nascentes. A primeira é considerada difusa por
apresentar vários “olhos d’água” e estar localizada sob um lago, no Jardim Botânico, (JB-IBB)
no Campus de Botucatu (P1). No seu entorno em áreas adjacentes ocorre grande número de
indivíduos de uma espécie exótica (eucalipto) que, atualmente, estão sendo substituídas por
meio de reflorestamento com uso de espécies nativas, visando recompor a mata original.
Segundo Gralhóz e Nogueira (2006), à jusante do lago ocorreu o lançamento de todo o esgoto
gerado no Campus da Unesp e no Distrito de Rubião Júnior até o ano de 2000, antes da
construção da estação de tratamento (ETE – SABESP). Para avaliar a qualidade da água nas
proximidades da primeira nascente, foi selecionado P1, localizado a 300 metros à jusante do
lago (Figura 6). Mesmo após a reintegração do esgoto ao sistema tronco da ETE-SABESP em
28
2000 e no mesmo local, os autores Belluta et al (2008, 2009 e 2010) ainda encontraram sinais
de presença de esgoto in natura e odor característico nas amostragens, cujas análises de
qualidade de água, também confirmaram sua presença. Segundo o mesmo autor, existe ainda
lançamento de efluente no córrego a jusante do P1
Figura 6. Localização dos pontos de amostragem de água (P1 e P2) na área 1
A segunda nascente está localizada à jusante (10m) da Estação de
Tratamento de Esgoto pelas Lagoas de Estabilização - ETE – SABESP (P2). De acordo com
Gralhóz e Nogueira (2006), os trabalhos de terraplanagem e canalização da nascente (Figura
7), referentes à construção da ETE, tiveram início em 1997 e todo o efluente tratado e segue
rumo norte, através do Córrego do Cintra.
Figura 7 – Construção da ETE - SABESP e canalização da nascente no P2
29
Na região de Botucatu a formação florestal original era constituída
pela Floresta Estacional Semidecídual, característica do bioma Mata Atlântica, do qual faz
parte. Este tipo de floresta caracreriza-se pelo clima tropical (18ºC e 22ºC) de duas estações,
uma chuvosa na primavera e verão e outra mais seca no outono e inverno (FIGUEIROA,
2008). No presente estudo, o termo mata ripária será usado como sinônimo de mata ciliar
devido a área de domínio da zona ripária da Floresta Estacional Semidecidual (RODRIGUES,
2001). Um fragmento de mata ripária na área 1, também chamada Mata do Butignoli, é
caracterizada por áreas de pastagens e algumas construções rurais, além de estar próxima a
outros fragmentos de vegetação, formando um corredor ecológico (Figura 8). Por ser uma
APP e apresentar topografia variada ao longo do curso d’água, este fragmento aparentemente
sofreu menor pressão antrópica (SILVA, 2010).
A APP na área 1 apresenta, somente em alguns pequenos trechos,
limite inferior a 30m da margem do córrego, medida esta estabelecida pela legislação
(BRASIL, 1965). Recentemente, no lado direito e à jusante do P1 (Figura 6), iniciou-se um
reflorestamento com cerca de 50 espécies diferentes, totalizando 2000 indivíduos arbóreos
distribuídos em área de 1ha, aproximadamente (Figura 8). Na área 1 a mata ripária é densa,
como mostra a imagem de satélite (Figura 5), e ocorre o predomínio de espécies raras como o
Calophyllum brasiliense Cambess. (Guanandi), Euterpe edulis Mart. (Juçara), Protium
heptaphyllum (Aubl.) Marchand (Almecegueira), Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.
(Sapateiro). Os levantamentos florísticos nas três áreas foram realizados entre 2010 e 2011.
30
Figura 8. Vista externa e interna da mata ripária na área 1, reflorestamento no seu entorno e estratos no interior da mata
5.3.2. Área 2
A área 2 apresenta também uma densa mata ripária e grande
dificuldade de acesso, devido ao relevo acidentado. Apresenta influência do gado e da
agricultura, com raras faixas isentas ou inferiores a 30m de mata ripária (Figura 9) que está em
desacordo com o atual Código Florestal. Há a predominância de espécies nativas como o
Nectandra megapotamica Mez. (Canela), Cupania racemosa Radlk. (Camboatã), Cronton
floribundus Sprengel (Capixingui) e Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr. (Pau-jacaré).
31
Figura 9. Vista externa e interna da mata ripária na área 2 com maior grau de conservação
5.3.3. Área 3
Na área 3 foi observada reduzida mata ripária, com larguras inferiores
a 30m de cada lado do córrego (APP), sob domínio de pastagem ao longo dos pontos 4, 5 e 6
(Figura 10) e área urbana à jusante do P3 ( bairro Vista Alegre). Na carta de solos da sub-bacia
em estudo (Figura 4), em uma porção de solo à jusante do P4 e a montante do P5, em azul,
observou-se in loco uma área de deposição de sedimento, plana e alagada, onde o leito do
córrego pode mudar temporariamente. Trata-se de área de várzea de solo do tipo Neossolo
Flúvico (RYbd) (Figura 11). Nas demais áreas prevalecem os mesmos solos encontrados nas
áreas 1 e 2, o Gleissolo Háplico distrófico (GXd).
A vegetação arbórea é esparsa, com ocorrência predominante de
espécies como Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze (Maricá-de-espinho), Gochnatia
polymorpha (Less.) Cabrera (Candeia), Lonchocarpus muehlbergianus Hassl. (embira-de-
32
sapo), Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) A.Juss (Lixeira) e há grande quantidade de gramíneas.
Figura 10. Vista externa na área 3 com maior grau de degradação, observa-se a dominância de Mimosa bimucronata (maricás-de-espinho).
No trecho inicial da área 3, na altura do bairro Vista Alegre e à
montante do P4 (Figura 5), foi encontrada alteração no leito do córrego (APP). Trata-se de
uma edificação (concreto) antiga, usada na captação de água para a irrigação, através de roda
d’água (Figura 11). À jusante do mesmo ponto, uma cerca construída no leito do córrego era
usada para confinar o gado dentro da propriedade e com acesso a água.
33
Figura 11. Edificação no leito do rio, acesso do gado e áreas alagadas (APP) na área 3
As áreas 1, 2 e 3 identificadas na imagem de 2008 são iguais às de
1984, não caracterizando alterações em suas medidas nos dois períodos.
5.4. Estrutura da vegetação
Para avaliar a topossequência da Floresta Estacional Semidecidual, foi
utilizado o método de distâncias ou de ponto-quadrante (COTTAM e CURTIS, 1956 apud
34
MORO e MARTINS, 2011).
Nas três áreas de estudo foram demarcados, paralela e
longitudinalmente às margens direita e esquerda ao longo do córrego, transectos lineares com
pontos estabelecidos sistematicamente e equidistantes a cada 10m, tomando-se o cuidado para
que o mesmo indívíduo não fosse computado duas vezes. Em cada ponto amostral, para a
determinação dos quadrantes, foi utilizada uma cruzeta (4 quadrantes) de madeira, que foi
girada aleatoriamente junto a uma estaca de madeira fixada no local do ponto pré-
determinado. Em cada quadrante foram amostrados os dois indivíduos (um superior e um
inferior a 5m de altura) mais próximos do ponto amostral, sendo realizadas a identificação e
medição das espécies, perfazendo o total de 8 indivíduos por ponto (MORO e MARTINS
(2011).
Para a medição dos diâmetros foi utilizada uma suta de precisão e a
altura foi estimada com o auxílio de uma vara graduada. Alguns indivíduos de espécies
abundantes e bem conhecidas foram identificados no campo, enquanto os demais tiveram o
material botânico coletado para posterior identificação. A herborização do material botânico
foi feita no Herbário do setor de Ciência Florestal/DRN, Engenharia Florestal da Faculdade de
Ciências Agronômicas da Unesp Campus de Botucatu, Lageado, e incorporado à coleção de
referência do seu acervo. Os dados foram computados em planilha eletrônica.
Foram estimados os parâmetros densidade relativa (DR), dominância
relativa (DoR) e índice de valor de cobertura (IVC), obtidos da soma dos dois parâmetros
relativos já citados (MUELLER-DOMBOIS e ELLENBERG, 1974). A diversidade de espécies
foi estudada com base nos índices de diversidade de Shannon-Wiener (H’), Pielou (J) e
Simpson, conotação 1-D (MAGURRAN, 2004) e a similaridade pelo índice de similaridade de
Jaccard e SØrensen (MULLER-DOMBOIS; ELLENBERG, 1974), utilizando-se o programa
Past. Foram geradas tabelas fitossociológicas, com todas as espécies amostradas em ordem
decrescente de valor de cobertura, tendo sido registrado ao lado a família a que pertencem,
seus nomes comuns, os números de indivíduos amostrados e os parâmetros fitossociológicos
(MORO e MARTINS, 2011), com o objetivo de caracterizar a mata ripária da sub-bacia do
Córrego do Cintra.
As espécies identificadas nos grupos sucessionais foram classificadas
segundo seu estádio sucessional pioneiro, secundário inicial e secundário tardio, considerando-
35
se mais de 50% os indivíduos de um estádio como determinante deste (BUDOWSKI, 1970
apud MADERGAN, 2006). Foram consideradas “espécies sem caracterização” aquelas sobre
os quais não foram encontradas citações na literatura e as exóticas. Serviram de referência para
a classificação das espécies nesses grupos ecológicos, as informações contidas em Fonseca e
Rodrigues (2000), SÃO PAULO (2001), Cardoso-leite et al. (2004), Alcalá et al. (2006),
Gruaratini et al. (2008) e Cardoso-leite e Rodrigues (2008). Na Tabela 4 estão relacionados
todos os índices obtidos e a lista de espécies identificadas, de acordo com seu grupo ecológico
segundo os autores acima citados.
Para a identificação do estádio de desenvolvimento de uma floresta,
analisou-se a proporção relativa entre os números de indivíduos de espécies dos diferentes
grupos. Este procedimento foi adotado por Dislich et al. (2001) e Cardoso-Leite e Rodrigues
(2008), de acordo com Budowski (1970) apud Martins (2009).
Visando auxiliar na identificação do tipo aproximado ou da
similaridade da vegetação será possível a comparação das áreas mais similares, empregando-
se o índice de similaridade de Jaccard (MUELLER-DOMBOIS e ELLENBERG, 1974),
calculado com base em dados categóricos, e na presença e ausência das espécies (MARTINS,
2009 e CERQUEIRA et al 2008), cujos valores devem superar 50%. O índice varia de 0
(quando não há espécies comuns) a 1,0 (quando todas as espécies são comuns).
Para visualizar a distribuição vertical das copas das árvores foi
elaborado um histograma com as classes de altura, sendo que a amplitude dos intervalos de
cada classe estabelecida foi de dois metros, fechados à esquerda.
5.5. Os estudos hídricos
Esta etapa foi desenvolvida para qualificar as águas do Córrego do
Cintra, considerando-se a água como indicador de qualidade ambiental. Para a efetuação dessa
etapa, foi necessário:
• identificar os diferentes usos de solo no entorno do perfil longitudinal do córrego, bem
como a facilidade de acesso aos pontos de amostragem localizados à jusante da
desembocadura dos tributários;
• analisar a qualidade da água para classificá-la segundo os parâmetros propostos pela
36
Resolução 357, Classe II, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 2005)
e pela Resolução 274 (BRASIL, 2000).
5.6. Variáveis de qualidade de água analisadas Na Tabela 3 são apresentadas as variáveis, as metodologias e as
referências utilizadas na análise das amostras de água.
37Tabela 3. Variáveis de qualidade de água
Parâmetros Aparelho e Modelo Metodologia Referência
Temperatura do ar e da água (ºC) Termômetro digital de campo Leitura direta no display Greenberg et al. (2005)
pH máster: Gulton do Brasil Ltda
Olfatometria: cheiro Uso do sistema olfativo do ser Uso do olfato de um júri de 2 ou Greenberg et al. (2005)
humano 3 pessoas no momento da coleta. Carmo Jr. (2005)
Colorimetria: cor Colorímetro Método de comparação visual Greenberg et al. (2005)
DLNH-100, Del Lab
Turbidez Turbidímetro Método Nefelométrico Greenberg et al. (2005)
Turbiquat, Merck modelo 1500T
Conditividade Elétrica (CE) e pH Condutivímetro digital Greenberg et al. (2005)
Digimed e pHametro digital Leitura direta no dispray
Quimis, modelo Q400 Mt
Oxigênio Dissolvido (OD), Demanda Bureta de vidro Titulometria e Iodometria: Winkler Greenberg et al. (2005);
Bioquímica de Oxigênio (DBO5) modificado para determinação OD Golterman et al. (1991);
Cetesb (1989), Adad Tajra (1982)
38
Parâmetro Aparelho e Modelo Metodologia Referência
Carbono Orgânito Total (COT) Analisador TOC Shimadzu Carbono Orgânico Não Purgável Greenberg et al. (2005)
modelo TOC-v CPH/CPN Shimadzu. (2001)
Cloretos (Cl-) Bureta de vidro Titulometria pelo método do Greenberg et al. (2005)
Nitrato de mercúrio Voguel (1962)
Coliformes Termotolerantes e Totais - Diluição de Tubos Múltiplos Greenberg et al. (2005)
Fosfato (PO43-) Espectrômetro Gênesis 10 UV Espectrofotometria Greenberg et al. (2005)
Ácido Molibdicobismutofosfórico Goldman e Hargis (1969)
Watanabe e Onsen (1965)
Nitrogênio Total (NT) Analisador TN Shimadzu Quimiluminescente Shimadzu (2001)
modelo TNM-1
Metais mais tóxicos Espectrômetro de absorção atômica Espectrofotométrico de Krug (2003), L’vov (1970) e
(Cu, Fe, Zn) Fotômetro de Chama (AA – 6800 – Atomic Absorption absorção atômica Odier, 1978,
(Ni, Cd, Pb) Forno de grafite Spectrophotometer, Shimadzu) e Greenberg et al. (2005)
(Perkin Elmer, Analyst 700)
Herbicidas, Carbamatos e organofosforados Cromatógrafo Líquido de Alta Cromatográfico com Queiroga (2009),
Eficiência-LC-MS/MS, Shimadzu, Espectrômetro de massa Feinberg (2007)
modelo Proeminence UFLC
39
5.6.1. Periodicidade e metodologia (ou técnica) de amostragem e preservação de amostras
de água
O período das amostragens de água foi de Janeiro/2007 a
Dezembro/2009, sendo que em 2007 foram realizadas bimestralmente e em 2008 e 2009,
trimestralmente. Cada amostragem foi realizada após, pelo menos, 5 dias de estiagem para não
comprometer a condição natural do ambiente pela diluição das águas das chuvas.
As amostras destinadas às determinações dos parâmetros físico-
químicos, espécies químicas, metais mais tóxicos e defensivos agrícolas foram coletadas em
frascos de polietileno de 2 litros de volume (a primeira água coletada serviu à lavagem dos
frascos e a segunda à amostragem).
Para a determinação microbiológica, as amostras foram
acondicionadas em sacos plásticos adequados e previamente esterilizados. Após a conservação
em gelo, as amostras foram imediatamente levadas para análise no Departamento de
Microbiologia e Imunologia /IB-UNESP, Campus de Botucatu.
As amostragens de água para análise de defensivos agrícolas foram
realizadas em frascos de polietileno e envolvidos em papel alumínio, para manter a amostra
livre de incidência de luz. Estas foram mantidas sob refrigeração durante o transporte,
congeladas e, posteriormente, encaminhadas ao Núcleo de Pesquisas Avançadas em Matologia
(NUPAM), pertencente à Faculdade de Ciências Agronômicas – FCA/UNESP Campus de
Botucatu/SP.
5.6.2.. Tratamento estatístico dos dados
Com o objetivo de verificar o comportamento de cada variável nos
diferentes locais, foram realizadas análises de variância seguidas do teste de Tukey (Tukey’s
Studentized Range – HSD), no nível de 5% de significância. Os gráficos utilizados para
apresentar a dispersão e assimetria dos dados das variáveis estudadas em função do período do
experimento são do tipo Box-Whisker-plot (Gráfico de Caixas) que contém informações
relativas ao primeiro quartil (25% dos dados estão abaixo desse valor), Mediana (50% dos
valores) e terceiro quartil (75% dos valores), além de pontos discrepantes denominados
outliers. As letras minúsculas comparam médias de períodos e as maiúsculas de pontos. Estes
gráficos são representados por retângulos cuja base inferior representa o primeiro quartil, o
40
traço no interior representa a mediana e a extremidade superior o terceiro quartil (SOKAL e
ROHLF, 1995). Desta maneira o Gráfico de Caixas exibirá um sumário completo dos dados de
cada variável de forma simples.
A análise de componentes principais (PCA) é uma técnica
multivariada de médias, na qual se verifica a capacidade de discriminação das variáveis no
processo de formação de grupos (MORRISON, 1990). No PCA, a correlação da matriz dos 5
parâmetros físico-químicos (DBO520, TOC, fosfato total, turbidez e CE) foi desempenhada
para extrair os componentes principais em pelo menos dois períodos. Os demais parâmetros
analisados no presente estudo não foram contemplados nesta análise por não estarem presentes
em todos os períodos de amostragem.
41
6.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1. Estrutura da vegetação e composição florística do estrato arbóreo nas três áreas de
estudo
A lista geral de espécies arbóreas encontradas e os principais índices
fitossociológicos obtidos no fragmento de mata da sub-bacia do Córrego do Cintra, nas áreas
1, 2 e 3, estão apresentadas na Tabela 5. Todos os espécimes amostrados foram identificados
até o nível de espécie. No total, foram registrados 2.241 indivíduos arbóreos, de 145 espécies,
pertencentes a 55 famílias botânicas. Das espécies estudadas, somente três são exóticas:
Eucalyptus sp (eucalipto) e Pinus elliots. (pinus), consideradas espécies arbóreas exóticas com
alto grau de disseminação no Brasil (SANTANA e ENCINAS, 2008) e Psidium guajava L
(goiabeira), considerada espécie exótica extra-brasileira por não ocorrer espontaneamente em
território brasileiro sendo oriunda de outro país ou outro continente (SAMPAIO et al, 2011).
Esta última, espécie frutífera (goiaba), está sendo usada para auxiliar na regeneração de APPs
degradadas. Segundo a Resolução do CONAMA nº 429, artigo 5, § 3º de 28 de fevereiro de
2011, “espécies arbustivas exóticas de adubação verde ou espécies agrícolas exóticas ou
nativas, até o 5º ano da implantação da atividade de recuperação das APPs, podem ser
utilizadas como estratégia de manutenção da área em recuperação, devendo o interessado
comunicar o inicio e a localização da atividade ao órgão ambiental competente que deverão
proceder a seu monitoramento”.
Na Figura 12 estão representadas as 10 primeiras famílias que mais
contribuíram com maior riqueza de espécies. Dentre elas, as famílias Piperaceae e
Cyatheaceae são comumente associadas à Mata Atlântica, incluso a Floresta Estacional
42
Semidecídual, bem como as demais famílias com maior Índice de Valor de Cobertura (IVC),
de acordo com a lista oficial descrita na resolução n. 47 do SMA de 2003 (SÃO PAULO,
2003) e dados obtidos dos estudos de Cardoso-Leite e Rodrigues (2008).
Nas áreas 1, 2 e 3, como um todo (135,5ha), a família Fabaceae
predominou em 16,3%, além de Lauraceae, Myrtaceae e Boraginaceae (7,0%) que juntas
totalizaram 37,3% da amostragem.
Na área 1 (62,4 ha), separadamente, houve predomínio das famílias
Fabaceae (10,1%), com 113 indivíduos arbóreos, sendo os mais representativos Lonchocarpus
muehlbergianus (embira-de-sapo), Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré), Bauhinia forficata
Link. (pata-de-vaca), Centrolobium tomentosum Guillem. ex Benth. (araribá) e Inga cf. striata
(ingá); Myrtaceae (6,2%) (Campomanesia xanthocarpa O.Berg, Eucalyptus sp. (gabiroba-do-
mato), Calyptranthes clusiifolia O.Berg (araçarana), Eugenia cf. florida (grumixama),
Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O.Berg. (sete-capotes); Lauraceae (6,2%)
(Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr. (canela-do-brejo), Nectandra megapotamica
(canelinha), Ocotea cf. corymbosa (Miers.) Mez. (canela-fedorenta), Ocotea velutina (Nees)
Rohwer (canelão), Nectandra lanceolata Ness. (canelão-amarelo)) e Meliaceae (6,2%)
(Cedrela fissilis Vell. (cedro), Guarea macrophylla Vahl (marinheiro), Trichilia claussenii
C.D.C. (catiguá-vermelho), Trichilia elegans A. Juss. (pau-ervilha)), que tiveram 46, 57 e 72
indivíduos, com 17, 9, 11 e 9 espécies, respectivamente. Nos estudos de Cerqueira et al.
(2008), em 4 fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual em Bragança Paulista (SP), e
em mais 15 trabalhos realizados na região, foram encontrados padrões de semelhança com
relação as famílias presentes nesta área.
Na área 2 (42,4ha) a família Fabaceae (13,6%) apresentou 41
indivíduos arbóreos e os mais representativos foram Lonchocarpus muehlbergianus (embira-
de-sapo), Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré), Machaerium acutifolium Vogel (jacarandá-do-
campo), Bauhinia forficata Link. (pata-de-vaca) e Inga cf. striata Benth. (ingá); as famílias
Euphorbiaceae (5,7%) (Cronton floribundus (capixingui), Hyeronima alchorneoides Allemão
(licurana), Alchornea glanudulosa (Endl. & Poeppig) (tapiá); Myrtaceae (5,7%)
(Campomanesia xanthocarpa (gabiroba-do-mato), Eucalyptus sp (eucalipto), Psidium guajava
(goiaba)); Meliaceae (4,6%) (Cabralea canjerana (canjerana), Trichilia elegans (pau-ervilha),
Cedrela fissilis (cedro), Guarea macrophylla (marinheiro)) e Rutaceae (4,6%)
43
(Metrodorea nigra A.St.-Hil. (Carrapateira), Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. (pau-
marfim), Esembeckia febrifoga (mamoninha)), tiveram 46, 42, 29 e 5 indivíduos, com 5, 5, 4 e
3 espécies, respectivamente do total da amostragem (Tabela 5).
Na área 3 (30,7ha), mais uma vez a família Fabaceae predominou com
16,3%, com 47 indivíduos e 7 espécies, sendo as mais representativas Mimosa bimucronata
(maricá-de-espinho), Centrolobium tomentosum Guillem. ex Benth. (araribá), Piptadenia
gonoacantha (pau-jacaré), Erythrina mulungu Martius ex Benth. (mulungu) e Schizolobium
parahyba (Vell.) S.F. Blake (guapuruvu); as famílias Boraginaceae (7,0%) (Cordia superba
Cham (baba-de-boi), Cordia ecalyculata Vell. (café-de-bugre), Patagonula americana L.
(guajuvira); Lauraceae (7,0%) (Nectandra megapotamica (canelinha), Ocotea velutina
(canelão) e Persea pyrifolia Nees (abacateiro-do-mato)); Myrtaceae (7,0%) (Eucalyptus sp
(eucalipto), Campomanesia guazumifolia (sete-capotes), Eugenia uniflora L. (pitanga),
Psidium guajava (goiaba)); Anacardiaceae (4,7%) (Lithrea molleoides (Vell.) Engl. (Aroeira-
mansa), Schinus terenbithifolium Raddi (aroeira-pimenteira)) e Euphorbiaceae (4,7%)
(Aegyphylla integrifolia (Jacq.) Moldenke (tamanqueira), Croton floribundus (capixingui),
Alchornea glandulosa Endl. & Poeppig (tapiá)), as quais tiveram 47, 14, 13, 12, 2 e 10
indivíduos, e com 7, 3, 3, 5, 2 e 3 espécies, respectivamente.
As famílias em comum com maior riqueza entre as áreas 1 e 3 foram
Fabaceae, com 26,4% e Myrtaceae, Lauraceae, Meliaceae e Boraginaceae (39,6%), pois
tiveram 283 indivíduos, com 37 espécies e 58 indivíduos com 16 espécies, respectivamente,
do total da amostragem. Desta forma, nas três áreas, entre as dez famílias, as mais
representativas e as que se destacaram com maior riqueza de espécies em todas a áreas foram
as famílias Fabaceae e Myrtaceae, semelhante aos resultados obtidos nos estudos realizados
por Cerqueira et al. (2008), Bernacci et al. (2006), Teixeira e Rodrigues (2006) e Marcondelli
(2010), entre outros trabalhos citados por estes autores e realizados em Floresta Estacional
Semidecidual associada à matas ribeiras no interior do estado de São Paulo.
44
Áreas 1, 2 e 3 (135,5ha)
4,7%
6,2%
3,4%
5,7% 4,7% 7,0%
7,0%
16,3%
7,0%
32,30%
5,7%
Fabaceae
Lauraceae
Myrtaceae
Boraginaceae
Malvaceae
Euphorbiaceae
Rutaceae
Anacardiaceae
Meliaceae
Sapindaceae
Outras
Área 1 (62,4ha)2,3%
3,1%
6,2%
6,2%2,3%3,1%6,2%
3,9%
10,1%
3,1%53,4%
Bignoniaceae
Malvaceae
Myrtaceae
Euphorbiaceae
Fabaceae
Rutaceae
Lauraceae
Meliaceae
Rubiaceae
Piperaceae
Outras
Área 2 (42,4ha)
51,1%
3,4%
5,7%
5,7%
4,6%
13,6%
3,4%
2,3%2,3% 3,4%
4,6%RutaceaeSapindaceaeMeliaceaeRubiaceaeMyrtaceaeEuphorbiaceaeFabaceae
BoraginaceaeAnacardiaceae
ArecaceaeOutras
Área 3 (30,7ha)
16,3%
4,7%
2,3%
7,0%2,3%
4,7%2,3%
4,7%7,0%
41,7%
7,0%
AnacardiaceaeApocynaceaeAsteraceae
BoraginaceaeCyatheaceaeEuphorbiaceaeFabaceae LauraceaeMeliaceaeMyrtaceaeOutras
Figura 12. Porcentagem das 10 famílias com maior riqueza de espécies das três áreas como um todo (áreas 1, 2 e 3) e por local de estudo : área 1, área 2 e área 3
6.1.1. Estrutura da vegetação da área 1
Na Figura 13 foram indicadas as 20 espécies mais abundantes
encontradas na área 1, sendo correspondentes a 55% ao total das espécies, enquanto as
restantes (45%) constam na Tabela 5. Pode-se observar também nesta figura que as 20
espécies mais representativas, com maior IVC, correspondem a 61,84% do IVC total.
A espécie Calophyllum brasiliense (guanandi), com indivíduos de até
21m de altura, apresentou maior valor de cobertura (21,3%) neste fragmento e foi a primeira
espécie mais representativa, com 100 indivíduos e 10,65% do IVC total, principalmente pela
alta dominância relativa (DoR) (21,30%) apesar de sua reduzida densidade relativa (DR)
(14,06%). Isso quer dizer que 14% de todos os indivíduos amostrados eram de guanandi, e que
esses representaram 21,3% da área basal total (soma da área circular dos troncos a 1,30m do
solo) de todos os indivíduos amostrados, ou seja, o guanandi representou uma proporção
maior da área basal, que é um indicativo de ocupação da área de estudo, do que de abundância
(número de indivíduos), pois deve possuir indivíduos maiores do que das outras espécies.
45
Nesta área, foram encontrados grupamentos dispersos de guanandi, sob manchas de solo
encharcados, nas zonas ripárias localizados na parte inferior direita (áreas 1 e 2) da sub-bacia
do Cintra (Figura 6). Nos estudos de Teixeira e Rodrigues (2006), em Cristais Paulista (SP), o
guanandi foi encontrado em 62% dos trabalhos comparados em solos permanente ou
periodicamente saturados hidricamente e a espécie Protium heptaphyllum (almecegueira),
segunda espécie mais representativa, foi encontrada em 54% dos trabalhos, tanto em solos
inundáveis quanto em solos drenados. Semelhante aos estudos de Teixeira e Rodrigues (2006),
no presente estudo, foi encontrado almecegueira em solos enxarcados e drenados, com até
19m de altura e, IVC com 11,05, considerada a segunda espécie mais representativa com 108
indivíduos, com 5,52% do IVC total e está mais ligada à densidade relativa (7,82%).
A espécie Pera glabrata (sapateiro), com indívíduos de até 18,8m de
altura, foi a terceira espécie mais representativa com 66 indivíduos que correspondem a 5,12%
do IVC total, apresentou densidade relativa (4,78%) e dominância (5,48%) próximos entre si,
mostrando uma proporção próxima entre a área basal total, que é um indicativo de ocupação
da área de estudo, e a abundância (número de indivíduos). As espécies Croton floribundus
(capixingui), quarta espécie encontrada com 43 indivíduos e Luehea divaricata (açoita-
cavalo), quinta espécie, com 20 a 25m de altura, juntas, somaram 8,96% IVC total;
apresentaram maior ligação à dominância (6,42%), e nos estudos de Teixeira e Rodrigues
(2006) essa espécie foi encontrada em 67% dos trabalhos comparados em matas de galeria.
Eutherpe edulis (palmito juçara), com 93 indivíduos e altura máxima de até 18,5m, somou
4,04% do IVC total, e apresentou-se mais ligada à densidade relativa (6,73%), ou seja maior
número de indivíduos, porém menor área basal. As demais espécies (55,04%) apresentaram-se
com valores de cobertura gradativamente inferiores (Figura 13).
46
0
10
20
30
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DR DoR
Figura 13. Vinte espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas na área 1 na sub-bacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP)
6.1.2. Estrutura da vegetação da área 2
Na Figura 14, as 20 espécies mais abundantes encontradas na área 2
correspondem a 65% do total das espécies e o restante (35%) está expresso na Tabela 5.
Observou-se também nesta figura que as 20 espécies mais representativas apresentam maior
IVC com 69,54 % do IVC total
A espécie Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré) foi a primeira espécie
mais representativa nesta área, com 40 indivíduos de até 23m de altura. Essa espécie
corresponde a 9,27% do IVC total, apresentou maior valor de cobertura (18,55) neste
fragmento, principalmente pela alta dominância relativa (12,75%) e sua baixa densidade
relativa (5,8%), mostrando que 5,8% de todos os indivíduos amostrados eram de pau-jacaré, e
que esses representaram 12,75% da área basal total (soma da área circular dos troncos a 1,30m
do solo) de todos os indivíduos amostrados. Nectandra megapotamica (canelinha) é a segunda
espécie mais representativa, com 50 indivíduos e altura máxima de 20m e 7,33% do IVC total;
apresentou densidade relativa (7,25%) sensivelmente menor em relação à sua dominância
(7,4). A espécie Croton floribundus (capixingui) é a terceira espécie mais representativa, com
41 indívíduos de até 15m de altura; apresentou dominância relativa mais alta (8,04%) que a
densidade relativa (5,94%). A espécie Tapirira guianensis (peito-de-pombo) é a quarta espécie
47
mais representativa, com 12m de altura e 5,4% do IVC total, cuja densidade e dominância
relativa estão próximas de 2,17% e 2,66%, respectivamente. Também foi encontrada em 71%
nos estudos comparados de Teixeira e Rodrigues (2006) em mata ripária. A espécie
Machaerium acutifolium (jacarandá-do-campo), foi a quinta espécie, com somente 13
indivíduos de altura máxima de 22m, mas com elevada dominância relativa (7,19%) em
relação à sua densidade relativa (1,88%). Dentre as cinco primeiras espécies com maior IVC, o
capixingui apresentou dominância relativa mais pronunciada na área 2 em relação à área 1. Já
a espécie Cupania racemosa (camboatã), sexta espécie mais representativa nesta área,
apresentou 43 indivíduos com altura máxima de até 10m e com alta densidade relativa
(6,23%) e baixa dominância relativa (0,49%). As demais espécies (72,03%) apresentaram
valores de cobertura gradativamente inferiores (Figura 14).
0
10
20
30
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70
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(%)
DR DoR
Figura 14. Vinte espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas na área 2 na microbacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP)
6.1.3. Estrutura da vegetação da área 3
Na Figura 15 foram selecionadas as 20 espécies mais abundantes
encontradas na área 3, sendo 77% correspondente ao total das espécies enquanto o restante
(23%) está expresso na Tabela 5. As 20 espécies mais representativas com maior IVC nesta
48
área correspondem a 69,83% do IVC total.
A espécie Gochnatia polymorpha (candeia) é a primeira espécie mais
representativa, com 18 indivíduos de até 9,5m de altura; apresentou maior valor de cobertura
(30,53), que corresponde a 15,27% do IVC total neste fragmento, principalmente pela alta
dominância relativa (19,63%) e sua baixa densidade relativa (10,9%), mostrando que 10,9%
de todos os indivíduos amostrados eram de candeia, e que esses representaram 19,63% da área
basal total (soma da área circular dos troncos a 1,30m do solo) de todos os indivíduos
amostrados. De acordo com Moro e Martins (2011), existem espécies que detêm porcentagem
considerável de área basal total da comunidade, seja por possuir muitos indivíduos ou por
apresentar indivíduos de grande porte na área de estudo.
A espécie Mimosa bimucronata (maricá-de-espinho), segunda espécie
mais representativa, com indívíduos de até 9m de altura, corresponde a 10,32% do IVC total;
apresentou também densidade relativa alta (15,15%) em relação à dominância relativa
(5,49%), ou seja, a maricá-de-espinho representou uma proporção menor da área basal (que é
um indicativo ocupação de terreno) em relação a abundância (número de indivíduos). A
espécie Lonchocarpus muehlbergianus (embira-de-sapo) é a terceira espécie encontrada, com
altura máxima de 9,7m, correspondente a 5,82% do IVC total; apresentou também densidade
relativa maior (6,67%) em relação a sua dominância relativa (4,96%). Já a espécie Piptadenia
gonoacantha (pau-jacaré) é a quarta espécie encontrada e corresponde a 4,14% do IVC total,
apresentando altura máxima de 13m, com alta dominância relativa (5,86%) e baixa densidade
relativa (2,42%).
Dentre as quatro primeiras espécies com maior IVC, o pau-jacaré
predominou na área 1, enquanto que na área 3 não esteve tão pronunciada. Aloysia virgata
(lixeira) corresponde a 3,69% do IVC total e apresentou altura máxima de 9m, com
dominância relativa reduzida (1,93%) e maior densidade relativa (5,45%). O contrário
acontece com Schizolobium parahyba (guapuruvu), com 3,1% do IVC total, onde um único
indivíduo com altura de 11m e DAP de 52cm apresentou dominância relativa grande (5,59%)
e reduzida densidade relativa (0,61%). O guapuruvú é árvore de grande porte (10 a 30m),
ocorrente em Mata Atlântica e comum em capoeiras e roçados. As demais espécies (10%)
apresentaram valores de cobertura gradativamente inferiores (Figura 15).
49
Segundo Nascimento et al (1999), as espécies que ocorrem em baixas
densidades são amplamente esparsadas, com pequenos tamanhos populacionais e sistema de
cruzamento predominantemente exogâmico, com polinizadores voando a grandes distâncias,
sendo mais sucetível a extinção local devido às variações ambientais, demográficas e
catástrofes naturais. Assim, segundo o mesmo autor, com o isolamento populacional causado
pela fragmentação, a imigração é um importante fenômeno para a manutenção de espécies de
densidade baixa de um determinado local. Caso não ocorra a imigração de novos propágulos,
devido à presença de raras espécies, pode haver extinção nos pequenos fragmentos.
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
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DR DoR
Figura 15. Vinte espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas na área 3 na sub-bacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP) As 20 primeiras espécies encontradas em todas as áreas do presente
estudo não são exclusivas da mata ripária e Floresta Estacional Semidecidual ou restritas a
estes ecossistemas, mas são espécies de ampla distribuição, e podem ocorrer em outros
ecossistemas. Nos estudos de Guaratini et al (2008), realizados em 25 fragmentos de Floresta
Estacional Semidecidual no Paraná e interior de São Paulo, foram encontradas florestas com
peculiaridades próprias de diferentes altitudes, mata ciliar próxima do cerrado e mata de brejo,
que apresentaram baixa similaridade. Entre todas as espécies amostradas nas três áreas (Tabela
5), a Figura 16 mostra aquelas em comum, com valores significativos de IVC. Essas espécies
50
são típicas de Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Densa, mata ciliar e
algumas de matas de brejos, segundo SÃO PAULO (2003). Dentre as 20 espécies mais
importantes e exclusivas de cada área amostral, ou seja, que não aparecem em outra, na área 1
foram encontradas as espécies Endlicheria paniculata (canela-do-brejo), Nectandra lanceolata
(canelão-amarelo), Talauma ovata (magnólia-do-brejo). Na área 2, a espécie
Anadenanthera colubrina (angico-vermelho) e na área 3, Mimosa bimucronata (maricá-de-
espinho).
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Área 1 Área 2 Área 3
Figura 16. Densidade relativa das espécies mais numerosas encontradas nas áreas 1, 2 e 3
Entre as três áreas de estudo, somente nas áreas 2 e 3 foi encontrado a
espécie exótica Psidium guajava, devido ao fato desta estar relacionada principalmente à
amostragem ser realizada, em área antropizada próximo às chácaras e sede da propriedade. A
mesma espécie foi encontrada nos estudos de Battilani et al. (2011), sugerindo invasão natural
por parte das mesmas nas formações naturais, na região de estudo. Pinus elliottii, também
espécie exótica, foi encontrada somente na área 1.
51
6.2. Classes sucessionais nas áreas 1, 2 e 3
Os resultados obtidos referentes às três áreas amostrais indicam
diferenças sucessionais em cada uma delas, pelos diferentes históricos de perturbação já
referidos anteriormente, em Materiais e Métodos no capítulo 5.
A Figura 17 mostra a porcentagem das espécies dos grupos
sucessionais amostrados nas áreas de estudo. Na Tabela 5 está apresentado o grupo ecológico
(última coluna) de cada espécie amostrada, segundo as metodologias aplicadas por vários
autores. Pode-se observar que houve predomínio, nas três áreas como um todo, de espécies
secundárias tardias (36,55%) e pioneiras (28,97%), ou seja, mais de 50% dos indivíduos
pertenceram a estes grupos sucessionais. Assim, os fragmentos amostrados podem ser
considerados em nível intermediário de sucessão, entre jóvem a maduro, o que indica que
sofreram perturbações recentes, devido à presença das pioneiras e das secundárias iniciais.
Guaratini et al (2008) verificaram que na Floresta Estacional Semidecídua, tanto os distúrbios
de origem natural quanto antrópicos (retirada seletiva de espécies arbóreas) determinaram o
aparecimento de espécies de estádios intermediários, fundamentados na deciduidade sazonal
do dossel da floresta e perturbações antrópicas. De acordo com Martins et al (2009), as
espécies pioneiras e secundárias iniciais não toleram sombreamento e possuem baixa
longevidade, sendo encontradas em clareiras naturais, matas ciliares e em clareiras antrópicas;
as secundárias tardias toleram o sombreamento apenas na fase jóvem; e as clímax típicas de
sub-bosques são tolerantes à sombra em todas as fases do ciclo da vida. Assim, a classificação
em grupos sucessionais fundamenta-se no conhecimento prévio da regeneração dessas
espécies em diferentes nichos (Ex. clareiras).
52
Áreas 1, 2 e 3(135,5ha)
24,14%
36,55%
10,34%28,97%
SC
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Área 1(62,4ha)
19,38%38,76%
9,30%
32,56%
SC
P
SI
ST
Área 2 (42,4ha)
35,96%
15,73%
14,61% 33,71%
SC
P
SI
ST
Área 3(30,7ha)
53,49%
13,95%16,28%
16,2
8%
SC
P
SI
ST
Figura 17. Porcentagem das espécies dos diferentes estádios sucessionais, amostrados das três áreas como um todo (áreas 1, 2 e 3) e por local de estudo (área 1, área 2 e área 3) do fragmento de mata da sub-bacia do Córrego do Cintra. P = pioneiras; SI = secundárias
53
iniciais; ST = secundárias tardias, e SC = sem caracterização
Nos estudos de Madergan (2006), em revisão sobre Floresta Estacional
Semidecídua, a proporção do “sem caracterização” (SC) foi alta somente em um deles, com
35%, podendo influenciar o resultado dos outros grupos ecológicos e não permitindo a análise
do trabalho. Nos demais trabalhos, a proporção dos grupos foi inferior a 19,2%. Na avaliação
da Figura 17, com relação às espécies “SC”, observa-se que nas três áreas os valores foram
inferioes a 19,38%, não interferindo na avaliação da presente análise sucessional.
De acordo com a Figura 17, ocorre a predominância das espécies
consideradas secundárias tardias nas áreas 1 e 2 e reduzida quantidade de pioneiras, com
relação à área 3. O mesmo ocorreu nos estudos de Guaratini et al (2008), pois cerca de 70%
das espécies ocuparam estádios finais de sucessão, aliados a áreas perturbadas, ocupadas por
espécies iniciais de sucessão. Esta projeção pode ser observada na Figura 5, que mostra a
fitofisionomia densa através de imagem aérea de 2008, também observada na Figura 8 que
mostra, inclusive, a preservação e manutenção dos limites das APPs. No ribeirão Borá (SP),
Alcalá et al (2006) encontraram as espécies arbóreo-arbustivas secundárias iniciais, e no
ribeirão Cubatão a maioria foi de espécies pioneiras, cujas categorias sucessionais mostram
que houve o predomínio de espécies iniciais (pioneira e secundária inicial), sugerindo
caracterização sucessional em estágio inicial de regeneração.
Na área 1, a dominância das espécies com estádio sucessional tardias e
pioneiras (mesmo somado ao secundário inicial) não superaram 50%, mas se pode considerá-
los entre as duas classes. O mesmo ocorre na Figura 18, quando o percentual das espécies é
inferior a 50% nos estádios secundários tardios, destacando com maior número de inivíduos
(43,3%), indicando ser estádio mais avançado de sucessão em relação às pioneiras. O Tabela 5
mostra as espécies mais significativas encontradas nesta área, nos diferentes grupos: Protium
heptaphyllum (almecegueira), Calophyllum brasiliense (guanandi) e o Euterpe edulis (palmito
juçara) na classe secundária tardia, as espécies Cronton floribundus (capixingui), Casearia
sylvestris (lagarteiro) e o Pera glabrata (sapateiro) integram a classe sucessional pioneira e,
para classe secundária inicial, as espécies Actinostemon concepcionis (folha-fedorenta),
Tapirira guianensis (peito-de-pombo) e a Hedyosmum brasiliense (erva-cidreira-do-brejo).
54
Da mesma forma como ocorreu na área 1, na área 2 as espécies do
estádio sucessional tardia e a pioneira (mesmo somada à secundária inicial) também não
superaram 50%. Poderíamos considerá-lo como estádio mais avançado de sucessão
(secundária inicial), se somássemos o número de indivíduos dos estádios secundário inicial e
primária, pois obteriamos o número superior a 50%, apesar de porcentuais baixos entre as suas
espécies nos dois estádios. Diferente desta, nos estudos na Mata da Câmara (Floresta
Estacional Semidecidual), em São Roque, Cardoso-Leite e Rodrigues (2008) observaram que
a dominância de poucas espécies indicou perturbações na área de estudo, evidenciando uma
floresta em estádio de sucessão inicial.
Na Tabela 5, área 2, entre as espécies mais significativas, a Nectandra
megapotamica (canelinha), a Cupania tenuivalvis (camboatã-mirim) e a Campomanesia
xanthocarpa (gabiroba-do-mato) pertencem à classe secundária tardia; as espécies Cronton
floribundus (capixingui), Casearia sylvestris (lagarteiro) e Piper amalago (falso jaborandi)
integram a classe sucessional pioneira, e a classe secundária inicial inclui as espécies
Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré), Tapirira guianensis (peito-de-pombo) e Syagrus
romanzoffiana (jerivá).
Na área 3, das 20 espécies de maior IVC (Figura 15), 13 foram
pioneiras, 4 secundárias iniciais, 1 sem classificação e somente 2 foram consideradas tardias, o
que demonstra predomínio das pioneiras, também observado na Figura 18 com o número de
indivíduos superior a 50%. Esta área apresenta estádio inicial de sucessão dominante e número
reduzido de secundárias tardias. Em se tratando da dominância de espécies pioneiras, estudos
realizados por Rodrigues e Gandolfi (2001) recomendam que sejam utilizadas, no
enriquecimento e reflorestamento dessas áreas, as espécies secundárias tardias.
55
20,00
9,23
32,31
38,46
8,9812,24
35,48
43,30
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
ST P SC SIClasses sucessionais
% espécies % indivíduos
33,70
14,61 15,73
24,00
7,10
35,9630,9038,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
ST P SI SCClasses sucessionais
% espécies % indivíduos
16,28 13,9516,28
53,49
10,53
26,9
10,53
52,04
0
10
20
30
40
50
60
P ST SI SCClasses sucessionais
% espécies % indivíduos
Figura 18. Comparação entre a porcentagem de espécies e indivíduos distribuídos em classes sucessionais da área 1, 2 e 3 da sub-bacia do Córrego do Cintra. P = pioneiras; SI = secundárias iniciais; ST = secundárias tardias, e SC = sem caracterização .
56
Através das Figuras 10 e 11 e da descrição detalhada anteriormente da
área 3, observou-se um ambiente mais fragmentado comparando-o com as áreas 1 e 2 (Figuras
8 e 9). A análise da porcentagem de espécies pioneiras nessa área é superior a 50%, ou seja,
indica estádio inicial de sucessão (Figura 17).
As matas ripárias ocorrem em uma significativa variação de solos,
cujos reflexos aparecem nos diversos tipos de formações florestais, variando desde as de
terrenos mais encharcados até os mais secos, com fisionomias distintas, de acordo com o
gradiente de umidade e influência fluvial do solo. As formações de interflúvio chegam até as
margens dos cursos d’água, onde o rio e o lençol freático não exercem influência direta (TITO
JACOMINE, 2001).
As classes de solos apresentadas à montante do P4 e à jusante do P5,
em azul no mapa (Figura 4), através de análise semidetalhada e detalhada, foram importantes
para discutir a sucessão ecológica entre as áreas, além da observação em campo. Em análise
mais detalhada, a área de assoreamento, que reduz ou indefine a calha do curso d’água,
provocado pela erosão ou arraste dos solos localizados a montante do P5, indica área alagada
com deposição de solo do tipo neossolo flúvico (RYbd) e textura arenosa (Figura 11), cuja
declividade está entre 3 e 6% (Figura 2). Segundo Tito Jacomine (2001), este solo
normalmente é encontrado em Floresta Estacional Semidecídual e em áreas de várzea, sujeito
a encharcamentos por eventuais inundações. É um solo heterogêneo quanto a granulometria,
estrutura e propriedades químicas, em função dos sedimentos aluviais e que apresentam
caráter flúvico. As espécies predominantes na presente área de várzea e sobre o neossolo
flúvico foram densos grupamentos de maricá-de-espinho e, em quantidades mais esparsas, as
candeias, além da fisionomia predominantemente herbácea no referido solo, o que caracteriza
a baixa riqueza e número de indivíduos. De acordo com a EMBRAPA FLORESTAS (2004a),
o maricá-de-espinho é encontrado em várzea e beira de córregos sujeitos a inundações
periódicas ou em locais úmidos e às vezes encharcados em Floresta Estacional Semidecídual
do interior paulista. A candeia, segundo Durigan et al. (2002), é uma árvore de médio porte,
heliófita, que ocorre em zonas ecotonais entre Cerrado e Floresta Estacional Semidecídual,
colonizando áreas abertas, geralmente sobre solos arenosos e terrenos úmidos às margens de
rios, podendo ser observado no capítulo 7 (Figura 11).
57
O predomínio do Gleissolo Háplico distrófico (GXd), que se estende
nas três áreas vegetadas (Figura 4), segundo Tito Jacomine (2001), são solos hidromorfos mal
a muito mal drenados, com horizonte mineral escuro e teores elevados de matéria orgânica. A
vegetação é representada também pela mata de brejo, com árvores espessas e de grande porte
como o guanandi e palmito juçara encontrados no presente estudo. O horizonte glei é mineral,
de cores cinzentas devido à presença de ferro reduzido, com textura argilosa. Segundo
Ivanauskas e Rodrigues (1997), nestes locais ocorrem solos hidromórfos (Orgânicos,
Gleissolos, Areias Quartzosas Hidromórfas, Plintossolos e outros), compondo relevo de
morretes e canais superficiais de pequena dimensão, representando uma superfície irregular,
por onde a água circula com certa orientação.
Os mesmos tipos de solos foram encontrados nos estudos de Teixeira e
Assis (2005), em regiões de florestas paludosas em Rio Claro SP, sendo os gleissolos flúvicos
distróficos gleicos (neossolo flúvico) e gleissolos Háplicos distróficos típicos, que possuem
textura mais argilosa, ambos de coloração vermelha.
Conforme se pode observar na Tabela 5, entre as espécies mais
significativas em toda a área 3, Mimosa bimucronata (maricá-de-espinho), Gochnatia
polymorpha (candeia) e Aloysia virgata (lixeira) são integrantes da classe pioneira; as espécies
Lonchocarpus muehlbergianus (embira-de-sapo), Cordia ecalyculata (café-de-bugre) e
Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré) integram a classe sucessional secundária inicial,
enquanto a classe secundária tardia inclui as espécies Nectandra megapotamica (canelinha),
Campomanesia guazumifolia (sete-capotes) e Campomanesia xanthocarpa (gabiroba-do-
mato). Além do Mimosa bimucronata (maricá-de-espinho), a espécie mais encontrada e com
maior IVC nesta área (Figura 15), o Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré) está presente em
Floresta Estacional Semidecídual e ocorre naturalmente em solos muito variados, de baixa a
boa fertilidade (EMBRAPA FLORESTAS, 2004b), o que justifica estar presente nas três
áreas.
De acordo com Fonseca e Rodrigues (2000) e Cardoso-Leite e
Rodrigues (2008), comparando-se a proporção de indivíduos de espécies dos diferentes grupos
ecológicos e áreas de amostragens com os resultados de outros trabalhos da região, em
Floresta Estacional Semidecídual no interior do Estado de São Paulo, pode-se observar
(Tabela 4) que estes se mostraram muito similares ao das áreas 1 e 2 do presente estudo,
58
mesmo não atingindo 50% do total. Os fragmentos estudados por Dislich et al. (2001) e
Cardoso-Leite et al. (2004) apresentaram predomínio de espécies pioneiras, no entanto, pode-
se dizer que o primeiro se encontra num estádio sucessional mais avançado que o encontrado
nos estudos do segundo autor, pois apresenta uma proporção relativamente maior (35%) de
espécies secundárias tardias, enquanto o segundo apresentou próximo da metade deste valor
(16%). Da mesma forma, a área de amostragem de Dislich et al. (2001) é maior em relação a
de Cardoso-Leite et al. (2004), porém, predominaram as pioneiras na menor área (60,1%),
semelhante à área 3 do presente estudo, denotando mata em processo de regeneração. Esses
resultados muito provavelmente refletem a categoria de proteção das áreas comparadas, nas
duas áreas que constituem Reservas Florestais. Nos estudos de Fonseca e Rodrigues (2000) e
de Leite-Rodrigues (2008) os autores apresentaram área de amostragem pequena (2 e
0,945ha), mas obtiveram também resultados semelhantes às áreas 1 e 2 do presente estudo.
Dessa forma, pode-se dizer que das áreas estudadas e presentes na Tabela 4, com exceção da
área 3 do presente estudo e nos estudos de Cardoso-Leite et al. (2004), todas encontram-se no
estado sucessional mais avançado, independente do tamanho da área.
Tabela 4. Porcentagem de espécies amostradas dos diferentes estádios sucessionais, nos
fragmentos de mata da sub-bacia do córrego do Cintra, Botucatu/SP, em comparação com
outros trabalhos realizados em Floresta Estacional Semidecidual no Estado de São Paulo bem
como os dados dos grupos ecológicos (GE).
GE Presente estudo Cardoso-Leite (1995)
Fonseca e Rodrigues (2000)
Dislich et al. (2001)
Cardoso-Leite et al. (2004)
C- L- Rodrigues (2008)
A1=62,4A2=42,2A3=30,7ha A=127,89ha A=2ha A=10,21ha A=0,13ha ABC=0,945ha P 32,56 33,71 53,49 22,2 16,4 49,0 60,1 19,2 24,3 15,7 SI 9,30 14,61 16,28 33,1 34,4 16,0 16,0 29,5 24,3 32,9 ST 38,76 35,96 16,28 34,7 45,9 35,0 16,0 43,6 43,9 48,6 SC 19,38 15,73 13,95 10,0 2 0,0 7,9 7,7 7,6 2,8
P= espécie pioneira; SI= espécie secundária inicial; ST= espécie secundária tardia;
SC= sem caracterização
6.3. Classes de altura nas áreas 1, 2 e 3
Nesse trabalho, a estratificação foi estabelecida a partir de estimativas
das alturas dos indivíduos amostrados. A Figura 19 representa o histograma com a distribuição
59
de freqüência das classes de altura das copas com intervalo de dois metros, fechados à
esquerda.
Pela distribuição das classes de altura, observa-se que a área 1
apresenta vegetação exuberante (Figura 5), com maior número de indivíduos em todas as
classes de tamanho, seguida das áreas 2 e 3 que apresentaram, respectivamente, estádios
sucessionais maduro à pioneira, com menor número de indivíduos e menor área de mata. A
maior parte dos indivíduos amostrados concentrou-se no dossel (Figura 19), onde a classe de
sub-bosque (1,3 a 5,0m) foi a mais frequente, e a classe intermediária (5 a 13m) foi menor,
sendo ambas representadas pelas espécies dominantes já mostradas nas Figuras 17 e18.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
1,3 a 3
3 a 5
5 a 7
7 a 9
9 a 11
11 a
13
13 a
15
15 a 17
17 a 19
19 a 21
21 a 23
23 a 25
25 a 27
27 a 29
29 a 30
Classes de altura (m)
Núm
ero
de i
ndiv
íduo
s
Área 1 Área 2 Área 3
Figura 19. Distribuição do número de indivíduos por classes de altura em intervalos fixos de 2 metros fechados à esquerda. áreas 1, 2 e 3 da sub-bacia do Córrego do Cintra
A menor altura encontrada no presente estudo foi considerada acima
da altura do peito (1,3m), e a máxima estimada na área 1 foi de 30m. Estas foram
representadas principalmente pelas espécies de maior porte Chorisia speciosa St.
Hil.Ravenana (paineira), Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntz (jequitibá-branco) e Cedrela
fissilis Vell. (cedro). As espécies desta classe ocorrentes no estrato intermediário ou médio (5 a
10m), em condições de sub-bosque, foram principalmente Allophylus edulis (juçara),
Cabralea canjerana (canjerana), Calophyllum brasiliense (guanandi), Casearia sylvestris
(lagarteiro), Luehea grandiflora (açoita-cavalo), Pera glabrata (sapateiro), Protium
60
heptaphyllum (almecegueira), Tabernaemontana catharinensis (leiteiro), Tibouchina mutabilis
(manacá), Trema micrantha (pau-pólvora) e Campomanesia xanthocarpa (gabiroba-do-mato).
As espécies Luehea divaricata (açoita-cavalo), Chorisia speciosa St. Hil. Ravenana (paineira),
Nectandra lanceolata (canelão-amarelo), Cariniana estrellensis (jequitibá-branco), Cabralea
canjerana (canjerana), Calophyllum brasiliens (guanandi), Hymenaea courbarill. Var. stil.
(jatobá), Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré), Croton floribundus (capixingui), Schyzolobium
parahyba (guapuruvu) e o Pseudobombax longiflorum (embiruçu) foram as que apresentaram
maiores alturas (18 a 30m) e diâmetros (0,54 a 0,99m) nesta área.
Na área 2 a altura máxima atingiu 26m, com representantes das
espécies de maior porte Cariniana estrellensis (jequitibá-branco), Cedrela fissilis (cedro) e
Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré). No estrato intermediário ou médio, em condições de
sub-bosque, ocorreram principalmente Cabralea canjerana (canjerana), Casearia sylvestris
(lagarteiro), Eutherpe edulis (juçara) e Protium heptaphyllum (almecegueira). As espécies
Chorisia speciosa (paineira), Machaerium acutifolium (jacarandá-do-campo), Centrolobium
tomentosum (araribá), Nectandra megapotamica (canelinha), Diatenopteryx sorbifolia (Maria-
preta), Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré), Acacia polyphylla (monjoleiro), Pseudobombax
longiflorum (embiruçu), Cariniana estrellensis (jequitibá-branco), Anadenanthera colubrina
var. ce (Gr.) (angico-vermelho) e Cedrela fissilis (cedro) foram as que apresentaram maiores
alturas (18 a 26m) e diâmetros (0,51 a 0,94m) nesta área.
Já na área 3, os representantes foram as espécies Alchornea
glandulosa (tapiá), Nectandra megapotamica (canelinha) e Schizolobium parahyba
(guapuruvu), com árvores de grande porte e esparsas de até 25m de altura, em uma área em
que, segundo os dados da Figura 17, está em pleno processo de sucessão pioneira. Nesta
classe, no estrato intermediário ou médio, em condições de sub-bosque, ocorreram
principalmente a Cecropia pachystachya (embaúba), Mimosa bimucronata (marica-de-
espinho), Persea pyrifolia Nees (abacateiro-do-mato) e Rapanea guianensis Aubl.
(capororoca). As espécies Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. (canafístula), Croton
floribundus (capixingui), Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré), Schizolobium parahyba
(guapuruvu), Erythrina mulungu (mulungu) foram as que apresentaram maiores alturas (10 a
25m) e diâmetros (0,29 a 0,53m) nesta área.
As Áreas 1 e 2 apresentaram-se mais conservadas, considerando-se a
61
diversidade de espécies, maior altura do dossel, maiores diâmetros. A área 3 possui uma mata
fragmentada quanto sua estrutura e função, em avançado processo de sucessão ecológica, com
predomínio de gramíneas e muitas espécies Mimosa bimucronata (maricá-de-espinho). A
espécie Croton floribundus foi encontrada nas 3 áreas deste estudo e, segundo Cassola (2008),
essa espécie é comum em áreas perturbadas e que se regeneram em clareiras decorrentes de
exploração de madeira, ocorrentes em dossel e sub-bosques.
6.4. Diversidade e Similaridade
Na comparação das espécies entre as áreas estudadas, observaram-se
28 espécies comuns entre as três áreas, 54 estiveram presentes em duas das 3 áreas e,
respectivamente, 46, 14 e 3 espécies ocorreram exclusivamente nas áreas 1, 2 e 3. Assim,
constatou-se que somente 19,32% das espécies amostradas foram comuns a todas as áreas,
37,24% ocorreram em duas das três áreas e 43,44% ocorreram somente em uma das áreas
amostradas.
62
Tabela 5. Espécies arbustivo-arbóreas com maior IVC amostradas nas áreas 1, 2 e 3 na sub-bacia do Córrego do Cintra, Botucatu (SP), e organizadas por
espécie, nome popular e família, seguidas dos parâmetros quantitativos dos indivíduous amostrados: NI= nº de indivíduos; D. R.= Densidade relativa (%);
DoR= dominância relativa; IVC= índice de valor de cobertura (%); grupo ecológico GE - P = espécie pioneira, SI = espécie secundária inicial, ST = espécie
secundária tardia ou clímax, SC = sem classificação. A classificação do GE foi realizado segundo dados dos seguintes autores: Fonseca e Rodrigues (2000)1,
SÃO PAULO (2001)2, Cardoso-leite et al. (2004)3, Alcalá et al. (2006)4, Gruaratini et al. (2008)5 e Cardoso-leite e Rodrigues (2008) 6
Nome popular Nome científico Família Área 1 Área 2 Área 3
NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE
monjoleiro Acacia polyphylla Fabaceae 3 0,43 2,81 3,24 P2
folha-fedorenta Actinostemon concepcionis (C. & H) Euphorbiaceae 30 2,17 0,06 2,23 SC 2 0,29 0,02 0,31 SC
tamanqueira Aegyphylla integrifolia (Jacq.) Mold. Euphorbiaceae 5 0,36 0,21 0,57 SC 1 0,14 0,24 0,38 SC 2 1,21 0,07 1,28 SC
cerveja-de-pobre Agonandra excelsa Opiliaceae 3 0,22 0,87 1,09 SC
tapiá Alchornea glanudulosa Endl. & Poep Euphorbiaceae 11 0,8 0,76 1,56 P2 3 0,43 0,07 0,5 P2 5 3,03 1,97 5 P2
chal-chal Allophylus edulis (A. St. Hil. & al.) Sapindaceae 20 1,45 0,41 1,86 P2 13 1,88 0,01 1,89 P2 1 0,61 0,02 0,63 P2
lixeira Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) A.Juss Verbenaceae 11 0,8 0,2 1 P2 8 1,16 0,32 1,48 P2 9 5,45 1,93 7,38 P2
canela-de-veado Amaioua guianensis Aubl. Rubiaceae 9 0,65 0,02 67 ST2 angico-vermelho Anadenanthera colubrina var. ce (Gr.) Fabaceae 3 0,43 4,71 5,14 P2
mata-barata Andira cf. anthelmia (Vell.) J.F. Mac Fabaceae 4 0,29 0,04 0,33 ST2
laranjinha-do-mato Angostura pentandra (A.St.-Hil.) Alb Rutaceae 15 1,1 0,57 1,67 SC
araticum-cagão Annona cacans Warm. Annonaceae 1 0,07 0,05 0,12 P2 2 0,29 1,35 1,64 P2
peroba-rosa Aspidosperma polyneuron Mül.Arg. Apocynaceae 1 0,07 0,27 0,34 ST1 1 0,14 0 0,14 ST1
guatambú Aspidosperma ramiflorum Müll.Arg. Apocynaceae 1 0,07 0,02 0,09 ST2
guaritá Astronium graveolens Jacq. Anacardiaceae 1 0,29 0 0,29 ST2
pau-marfim Balfourodendron riedelianum (En) E. Rutaceae 7 0,51 0,14 0,65 ST2 2 0,29 0 0,29 ST2
pata-de-vaca Bauhinia forficata Link. Fabaceae 7 0,51 0,07 0,58 P2 7 1,01 0,4 1,41 P2
canjerana Cabralea canjerana Vell. Meliaceae 17 1,23 2,59 3,82 ST2 10 1,45 3,4 4,85 ST2
guanandi Calophyllum brasiliense Cambess. Clusiaceae 100 7,24 14,06 21,3 ST2 23 3,33 2,23 5,56 ST2
araçarana Calyptranthes clusiaefolia O.Berg Myrtaceae 3 0,22 0,01 0,23 ST2 2 2,29 0,53 2,82 ST2
63
Nome popular Nome científico Família Área 1 Área 2 Área 3
NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE
sete-capotes Campomanesia guazumifolia C. O.B Myrtaceae 3 0,22 0,01 0,23 ST2 1 0,14 0,05 0,19 ST2 2 1,21 0,21 1,42 ST2
gabiroba-do-mato Campomanesia xanthocarpa O.Berg Myrtaceae 19 1,37 0,12 1,49 ST2 32 4,64 0,4 5,04 ST2 2 1,21 0,12 1,33 ST2
jequitibá-branco Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze Lecytidaceae 5 0,36 4,07 4,43 ST2 6 0,87 2,77 3,64 ST2
lagarteiro Casearia sylvestris Sw. Flacourtiaceae 55 3,98 0,58 4,56 P1 31 4,49 0,35 4,84 P1 5 3,03 1,42 4,45 P1
chuva-de-ouro Cassia ferruginea (Schrader) S. ex D Fabaceae 1 0,14 1,4 1,54 SI6
embaúba Cecropia pachystachya Trécul Cecropiaceae 17 1,23 0,21 1,44 P2 17 2,46 1,55 4,01 P2 4 2,42 1,31 3,73 P2
cedro Cedrela fissilis Vell. Meliaceae 12 0,87 0,95 1,82 P2 3 0,43 2,39 2,82 P2
cedro-do-brejo Cedrela odorata var. xerogei. R. & H Meliaceae 1 0,07 0,34 0,41 P2 araribá Centrolobium tomentosum Guill. ex B Fabaceae 9 0,65 0,68 1,33 P2 7 1,01 4,03 5,04 P2 2 1,21 0,68 1,89 P2
paineira Chorisia speciosa St. Hil.Ravenana Bombaceae 3 0,22 2,45 2,67 SI5 2 0,29 1,46 1,75 SI
5
guatambú-de-leite Chrysophyllum gonocarpum (M. & E Sapotaceae 3 0,22 0,2 0,42 ST2 7 1,01 0,58 1,59 ST2
congonha Citronella paniculata (Mart.) R.A.H Cardiopteridaceae 6 0,43 0,33 0,76 SC
folha-de-bolo Coccoloba mollis Casar. Polygonaceae 2 1,44 0,44 1,88 SC
saguaraji-vermelho Colubrina glandulosa Perk. Rhamnaceae 2 1,44 0,44 1,88 ST5 1 0,14 0,39 0,53 ST
5
copaíba Copaifera langsdorffii Desf. Fabaceae 8 0,58 0,42 1 ST2
café-de-bugre Cordia ecalyculata Vell. Boraginaceae 4 0,29 0,58 0,87 SI1 6 0,87 0,3 1,17 SI1 6 3,64 0,36 4 SI1
baba-de-boi Cordia superba Cham Boraginaceae 12 0,87 0,39 1,26 P2 9 1,3 0,06 1,36 P2 9 1,82 0,41 2,23 P2 louro-pardo Cordia trichotoma (Vell.) A. ex Steu. Boraginaceae 8 0,58 0,82 1,4 ST2
capixingui Cronton floribundus Sprengel Euphorbiaceae 43 3,11 6,24 9,35 SI2 41 5,94 8,04 13,98 SI2 3 1,82 4,22 6,04 SI2
camboatã Cupania racemosa Radlk. Sapindaceae 28 2,03 0,69 2,72 ST2 43 6,23 0,49 6,72 ST2
camboatã-mirim Cupania tenuivalvis Radlk. Sapindaceae 5 0,36 0 0,36 SC 1 0,14 0 0,14 SC maria-mole Dendropanax cuneatum (DC.) D. & Araliaceae 1 0,07 0 0,07 ST2 5 1,18 0,46 1,18 ST2
maria-preta Diatenopteryx sorbifolia Radlk. Sapindaceae 2 3,36 3,07 3,36 P2
canela-do-brejo Endlicheria paniculata (Spr.) J.F.M. Lauraceae 13 0,94 2,47 3,41 ST6
mulungu Erythrina mulungu Martius ex Benth. Fabaceae 1 0,07 0,3 0,37 P2 2 1,21 12,1 13,31 P2
mercurio-da-mata Erythroxylum pelleterianum A.St.-Hi. Erythroxylaceae 1 0,07 0 0,37 ST4
mamoninha Esembeckia febrifoga Rutaceae 2 0,29 0 0,29 SI1
64
Nome popular Nome científico Família Àrea 1 Área 2 Área 3
NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE
pau-de-cotia Esembeckia grandiflora Rutaceae 1 0,14 0 0,14 P2
eucalipto Eucalyptus sp. Myrtaceae 10 0,72 2,38 3,1 SC 3 0,43 2,05 2,49 SC 5 3,03 19,44 22,47 SC
grumixama Eugenia cf. florida DC. Myrtaceae 2 0,14 0,01 0,15 ST2
pitanga Eugenia uniflora L. Myrtaceae 1 0,61 0,01 0,62 ST2
juçara Euterpe edulis Mart. Arecaceae 93 6,73 1,35 8,08 ST2 17 2,46 0,82 3,28 ST2
figueira-branca Ficus guaranitica Schodat Moraceae 2 0,14 0,17 0,31 P2
candeia Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. Asteraceae 31 2,24 3,27 6,1 P2 9 2,18 0,88 2,18 P2 18 10,9 19,63 30,53 P2
marinheiro-do-brej Guarea guidonia (L.) Sleumer Meliaceae 1 0,07 0 1,21 P2
marinheiro Guarea macrophylla Vahl Meliaceae 16 1,16 0,05 1,21 SC 2 0,64 0,35 0,64 SC
mutamba Guazuma ulmifolia Lam. Malvaceae 6 0,43 0,15 0,58 P2 3 0,53 0,1 0,53 P2
ipê amarelo Handroanthus ochraceus Mattos Bignoniaceae 6 0,43 0,09 0,52 SC
erva-cidreira-brejo Hedyosmum brasiliense Mart. Ex Mi. Chlorantaceae 29 2,1 0,8 2,9 SC 12 1,94 0,2 1,94 SC
licurana Hyeronima alchorneoides Allemão Euphorbiaceae 14 1,01 0,05 1,06 P2 8 1,37 0,21 1,37 P2
jatobá Hymenaea courbaril L. var. stil. Caesalpiniaceae 3 0,22 2,4 2,62 ST2 1 0,14 0 0,14 ST2
ingá Inga cf. striata Benth. Fabaceae 5 0,36 0,06 0,42 SC 3 0,5 0,07 0,5 SC
Ingá-branco Inga laurina (Sw) Willd. Fabaceae 1 0,15 0,01 0,15 ST2
ingá Inga marginata Willd. Fabaceae 1 0,07 0 0,07 P2
ixora Ixora venulosa Benth Rubiaceae 2 0,14 0,01 0,15 ST5 1 0,14 0 0,14 ST
5
jacarandá Jacaranda micrantha Cham. Bignoniaceae 2 0,14 0,02 0,16 SI6 2 0,42 0,13 0,42 SI6
dedaleiro Lafoensia pacari Saint-Hilaire Lythraceae 5 0,36 0,62 0,98 P2 3 1,82 0,67 2,49 P2
aroeira-mansa Lithraea molleoides (Vell.) Engl. Anacardiaceae 4 0,29 0,13 0,42 P2 4 0,95 0,37 0,95 P2 1 0,61 0,55 1,16 P2
feijão-cru Lonchocarpus guilleminianus (Tul.) Fabaceae 3 0,22 0,17 0,39 P2
embira-de-sapo Lonchocarpus muehlbergianus Hass. Fabaceae 18 1,3 0,51 1,81 SI1 6 1,93 1,06 1,93 SI1 11 6,67 4,96 11,63 SI1
açoita-cavalo Luehea divaricata Martius Malvaceae 20 1,45 7,14 8,59 P2 15 4,26 2,09 4,26 P2 3 1,82 4,35 6,17 P2
jacarandá-do-cam Machaerium acutifolium Vogel Fabaceae 6 0,43 1,31 1,74 ST2 13 1,88 7,19 9,07 ST2 jacaranda-bico-pato Machaerium aculeatum Raddi Fabaceae 3 0,22 0,84 1,06 P2 1 0,14 0 0,14 P2 1 0,61 0,06 0,67 P2
65
Nome popular Nome científico Família Área 1 Área 2 Área 3
NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE
taiuva Maclura tinctoria (L.) D.Don ex S. Moraceae 1 0,07 0 0,07 P2 2 0,37 0,08 0,37 P2 1 0,61 0,4 1,01 P2
marmelinho-do-ca Maprounea guianensis Aubl. Euphorbiaceae 1 0,14 0 0,14 SC
espinheira-santa Maytenus aquifolium Mart. Celastraceae 2 0,14 0 0,14 SI6 2 0,29 0 0,29 SI6
santa-bárbara Melia azadarach L. Meliaceae 1 0,07 0,52 0,59 SC 2 1,21 0,2 1,41 SC
carrapateira Metrodorea nigra A.St.-Hil. Rutaceae 2 0,14 0,03 0,17 ST5 10 1,34 0,2 1,34 ST
5
miconia Miconia hynenonervia (Raddi) C. Melastomataceae 1 0,14 0 0,14 SC
pixirica Miconia rubiginosa (Bonpl.) DC. Melastomataceae 1 0,07 0,01 0,08 SC
maricá-de-espinho Mimosa bimucronata (DC.) K. Fabaceae 25 15,15 5,49 20,64 P2
capixim Mollinedia widgrenii DC. Monimiaceae 3 0,22 0,42 0,64 ST5 4 0,64 0,06 0,64 ST
5
cambuí Myrcia multiflora (Lam.) DC. Myrtaceae 1 0,07 0,01 0,08 SC
goiaba-brava Myrcia tomentosa Aybk.) DC. Myrtaceae 1 0,07 0,01 0,08 ST2 jabuticaba do mato Myrciaria floribunda (West ex W.) Myrtaceae 6 0,43 0,04 0,47 ST
5 1 0,15 0,01 0,15 ST
5
cabreúva-vermelha Myroxylon peruiferum L.f Fabaceae 4 0,29 0,74 1,03 ST2
canela Nectandra sp. Lauraceae 13 0,94 1,92 2,86 SC
canelão-amarelo Nectandra lanceolata Ness. Lauraceae 4 0,29 2,71 3 SC
canelinha Nectandra megapotamica (Spr.) M. Lauraceae 10 0,72 0,14 0,86 ST2 50 14,65 7,4 14,65 ST2 8 4,84 0,29 5,13 ST2
canela-fedorenta Ocotea corymbosa (Miers.) Mez. Lauraceae 3 0,22 0,08 0,3 SI2
canela-sassafraz Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Lauraceae 1 0,07 0,12 0,19 ST2
canelão Ocotea velutina (Nees) Rohwer Lauraceae 3 0,22 0,1 0,32 SC 3 1,82 0,09 1,91 SC
canela Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez Lauraceae 8 0,58 0,28 0,86 SC 1 0,14 0,58 0,72 SC
canela-vermelha Ocotea CF. puberula (Rich) Ness Lauraceae 1 0,07 0,24 0,31 ST2
olho-de-cabra Ormosia arborea (Vell.) Harms Fabaceae 1 0,07 0,01 0,08 ST2
guajuvira Patagonula americana L. Boraginaceae 3 0,22 0,07 0,29 SI2 3 0,43 0,15 0,53 SI2 4 2,42 0,46 2,88 SI2
canafistula Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Fabaceae 1 0,14 0,88 1,02 SI1 1 0,61 3,47 4,08 SI1
sapateiro Pera glabrata (Schott) Poepp. ex B. Peraceae 66 4,78 5,47 10,25 P2 15 2,17 3,61 5,78 P2 1 0,61 0,02 0,63 P2 abacateiro-do-mato Persea pyrifolia Nees Lauraceae 1 0,07 0,04 0,11 ST2 2 1,21 1,13 2,34 ST2
pinus Pinus ellyottis Pinaceae 1 0,07 0,07 0,14 SC
66
Nome popular Nome científico Família Área 1 Área 2 Área 3
NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE
falso-jaborandi Piper aduncum L. Piperaceae 4 0,29 0 0,29 P4
falso-jaborandi Piper amalago L. Piperaceae 34 2,46 0,5 2,96 SC 28 4,06 0,56 4,62 SC 2 1,21 0,21 1,42 SC
falso-jaborandi Piper cf. mollicomum Kunth. Piperaceae 7 0,51 0 0,51 SC
pau-jacaré Piptadenia gonoacantha (Mart.) M. Fabaceae 36 2,61 3,17 5,78 SI5 40 5,8 12,75 18,55 SI
5 4 2,42 5,86 8,28 SI
5
amendoim-campo Platypodium elegans Vogel Fabaceae 1 0,07 0,67 0,74 ST2
almecegueira Protium heptaphyllum (Aubl.) M. Burseraceae 108 7,82 3,23 11,05 ST2 9 1,3 0,34 1,64 ST2 2 1,21 0,01 1,22 ST2
pessegueiro-bravo Prunus myrtifolia (L.) Urb. Rosaceae 8 0,58 0,2 0,78 P2 3 0,43 0,64 1,07 P2
embiruçu Pseudobombax longiflorum Malvaceae 5 0,36 1,36 1,72 SC 2 0,29 3,56 3,85 SC
goiaba Psidium guajava L. Myrtaceae 4 0,58 0,07 0,65 P3 2 1,21 0,16 1,37 P3
psicotria Psychotria carthagenensis Jacq. Rubiaceae 5 0,36 0 0,36 ST5 3 0,43 0 0,43 ST
5
pau-terra Qualea dichotoma Mart. Vochysiaceae 5 0,36 0,1 0,46 ST2
espora-de-galo Randia armata (Sw.) DC. Rubiaceae 1 0,07 0 0,07 SC 1 0,14 0,07 0,21 SC
capororoca Rapanea guianensis Aubl. Myrsinaceae 23 1,66 1,53 3,19 P2 16 2,32 1,16 3,48 P2 2 1,21 0,06 1,27 P2 capororoca-branca Rapanea umbellata (Mart.) Mez Myrsinaceae 5 0,36 0 0,36 P2
saguaragi-amarelo Rhamnidium elaeocarpum Reissek Rhamnaceae 3 0,43 0,02 0,45 SI4 carvalho-brasileiro Roupala brasilienses Klotzsch Proteaceae 1 0,07 0,41 0,48 ST6 1 0,14 0 0,14 ST6
pau-formiga Ruprechtia laxiflora Meisn. Polygonaceae 1 0,07 0 0,07 SI6 2 0,29 0,07 0,36 SI6 aroeira-pimenteira Schinus terebinthifolius Raddi Anacardiaceae 1 0,07 0 0,07 P2 1 61 0,61 61,61 P2
guapuruvu Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Fabaceae 1 0,07 0 0,07 P2 1 0,61 5,59 6,2 P2
arubá Simarouba amara Aubl. Simaroubaceae 1 0,07 0 0,07 SC
limãozinho-do-mat Siparuna brasiliensis Siparunaceae 1 0,07 0 0,07 SC
peixe-podre Siparuna guianensis Aubl. Siparunaceae 6 0,43 0 0,43 SC
folha-de-prata Solanun argenteun Dunal Solanaceae 2 0,29 0 0,29 P5
falsa-espinheira-san Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.B. Moraceae 4 0,29 0,01 0,3 SC 2 0,29 0 0,29 SC
laranjinha-do-camp Styrax ferrugineus Ness & Mart. Styracaceae 5 0,36 0,05 0,41 P3 1 0,14 0 0,14 P3
laranjinha Styrax pohlii A. DC. Styracaceae 1 0,61 0 0,61 SC
jerivá Syagrus romanzoffiana (Cham.) G. Arecaceae 15 1,1 1,9 3 SI1 13 1,88 3,51 5,39 SI1
67
Nome popular Nome científico Família Área 1 Área 2 Área 3
NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE NI DR DoR IVC GE
ipê-amarelo Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. Bignoniaceae 6 0,43 0,09 0,52 ST2
leiteiro Tabernaemontana catharinensis DC. Apocynaceae 12 0,87 0,3 1,17 SC 6 3,63 0,11 3,74 SC
magnólia-do-brejo Talauma ovata A.St.-Hil. Magnoliaceae 26 1,88 2,1 3,98 ST2
peito-de-pombo Tapirira guianensis Aubl. Anacardiaceae 30 2,17 2,66 4,83 P2 39 5,65 5,12 10,77 P2
manacá Tibouchina mutabilis Cogn. Melastomataceae 22 1,59 0,67 2,26 P2
pau-pólvora Trema micrantha (L.) Blume Ulmaceae 1 0,07 0,04 0,11 P2 2 1,21 0,86 2,07 P2
pé-de-galinha Trichilia casaretti C.DC. Meliaceae 1 0,07 0,04 0,11 ST1
catigua Trichilia catigua Meliaceae 1 0,14 0 0,14 ST1
catiguá-vermelho Trichilia claussenii C.D.C. Meliaceae 6 0,43 0,53 0,96 ST1 1 0,14 0 0,14 ST1
pau-ervilha Trichilia elegans A. Juss. Meliaceae 14 1,01 0,01 1,02 ST1 11 1,59 0,02 1,61 ST1
baga-de-morcego Trichilia pallida Sw. Meliaceae 3 0,22 0,01 0,23 ST3 1 0,14 0,03 0,17 ST3 1 0,61 0 0,61 ST3
candeia-da-mata Vernonanthura divaricata (Spr.) H. R. Asteraceae 2 0,14 0,02 0,16 SC
assa-peixe Vernonia polysphaera Asteraceae 1 0,07 0,28 0,35 SC
cinzeiro Vochysia tucanoron Mart. Vochysiaceae 4 0,29 0,92 1,21 SI4
urtigão Urera baccifera (L.) Gaudich. ex W. Urticaceae 1 0,07 0,03 0,1 P1 1 0,14 0,12 0,26 P1
pindaíba Xylopia brasiliensis Sprengel Annonaceae 3 0,22 0,08 0,3 ST2
mamica-de-porca Zanthoxylum rhoifolium Lam. Rutaceae 12 0,87 0,12 0,99 P2 1 0,14 0,01 0,15 P2 4 2,42 0,32 2,74 P2
ipê-felpudo Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bur. Bignoniaceae 2 0,14 0,02 0,16 P2
68
O Índice de diversidade de Shannon (H’) das espécies encontradas na
área 1 é maior em relação às áreas 2 e 3 (Tabela 6). Estas diferenças podem ser atribuídas às
dimensões das áreas de amostragem e à riqueza de espécies entre uma área e outra e a
equidade de cada uma. No entanto, os resultados de H’ obtidos nas três áreas podem estar
superestimados devido ao reduzido tamanho das áreas de amostragem. Por isso os resultados
devem ser interpretados com muito cuidado. Diferentemente, a baixa equidade ocorreu nos
estudos de Madergan (2006) por influência de uma única espécie, totalizando 56% dos
indivíduos amostrados em quase todas as parcelas, cuja dominância relativa elevada
influenciou sobremaneira as condições de vida das demais espécies da comunidade.
Silva (2010), em Rubião Júnior, estudando a florística entre os
fragmentos do Jardim Botânico, Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu, no entorno e à
jusante do P1 (Figura 6) e Mata do Butignoli, encontrou índice de Jaccard de 0,20, considerado
baixo. Esse baixo valor é justificado pela presença do Jardim Botânico na porção inicial da
área 1 do presente estudo e esta ser caracterizada pela presença do eucalipto e reflorestamento
no seu entorno, enquanto a Mata do Butignoli, com área de mata ripária de menor pressão
antrópica, apresenta árvores de grande porte e Eutherpe edulis. Cerqueira et al (2008) e
Madergan (2006) também compararam a similaridade florística em resultados de vários
trabalhos no Estado de São Paulo, em áreas com diferentes transectos de um mesmo
fragmento, encontrando valores de Jaccard entre 0,030 e 0,3564, também considerados baixos,
e somente um próximo de 0,50, considerado alto. Segundo os mesmos autores, fatores como a
variação das condições abióticas, histórico de perturbação, altitude, distância do oceano,
período de estiagem, incidência de geadas e distância geográfica dos fragmentos podem ter
influenciado na similaridade florística entre os levantamentos. Entretanto, estes índices levam
em conta apenas a presença ouausência das espécies, e não sua abundância em cada área. As
áreas 1 e 2, conforme a Figura 5, além de apresentar em conectividade entre si, apresentam
mata densa, com influência de pastos sobre a mata, com histórico de flagrantes de exploração
de madeira e remoção de cercas para ampliação de área de pastagem, como já foi descrito no
capítulo 5 em Material e Métodos.
Na Tabela 6, a diferença da diversidade (H’) entre as áreas 1 e 2 foi
influenciada pela diversidade da primeira. Jandoti (2009) também comparou o resultado do
H’obtidos em seu estudo (3,37 nats/ind-1) com os de vários outros, realizados em mata ripária
69
sobre domínio de Floresta Estacional Semidecidual no nordeste do Paraná, que variaram entre
2,13 a 3,56 nats/ind-1, mantendo o valor médio obtido. O valor mais baixo obtido no presente
estudo (H’=3,313 nats/ind-1), na área 3, quando comparado ao de outras florestas ripárias,
justifica em parte pela sua dimensão, e pela localização (mata de várzea) e histórico de
fragmentação.
Os Índices de Shannon (H’), Pielou (J) e de Simpson (Tabela 6) são
considerados altos em todas as áreas, quando comparados a outros estudos realizados em
Floresta Estacional Semidecídual. Os valores entre 0,9452 e 0,9712 (Simpson) e 0,8391 e
0,8808 (Pielou) significam o quanto a diversidade representa em relação à máxima possível
para o número de espécies existentes em cada área, onde os valores podem variar entre 0 e 1.
Então, nas áreas estudadas, considerando-se a notação D-1 para o índice de Simpson, quanto
maiores os valores, maior é a diversidade, e os resultados apresentaram-se altos idicando que
quase todas espécies estão igualmente representadas ou distribuídas pelo número de
indivíduos (baixa dominância), possibilitando inferir que existe uma distribuição homogênea
entre ambos. Certamente os valores de equidade poderiam ser diferentes, se fosse aumentada a
intensidade amostral (número de pontos amostrais) nas três áreas, além do tamanho da área
amostral utilizada, não significando, contudo, que tais espécies sejam naturalmente raras, mas
que apresentam poucos indivíduos por unidade de área. Para o Índice de Pielou (J), que indica
a relação entre a diversidade encontrada e a máxima possível para aquele número de espécies,
os valores encontrados também foram altos.
70
Tabela 6. Distribuição do número de espécies, indivíduos e Índices de Diversidade florística
nos locais de estudos
Local
área 1 área 2 área 3
Nº de espécies 129 88 43
Dados gerais
Nº de indivíduos 1380 690 171
Shannon (H’) 4,078 3,796 3,313
Índice de Diversidade Pielou (J) 0,8391 0,8477 0,8808
Simpson 0,9712 0,9668 0,9452
Nos estudos de Battilani et al. (2005), os valores de H’ (3,413 nats/ind-
1) foram semelhantes aos encontrados em trabalhos realizados na Floresta Estacional
Semidecidual, cujo Índice de Pielou (0,815) foi considerado alto, indicando que as populações
das espécies ocorrentes nessa mata apresentaram distribuição homogênea, sugerindo
estabilidade na abundância dessas espécies. Resultados semelhantes aos obtidos na área 3
como um todo, no presente estudo, foram encontrados nos trabalhos de Cassola (2008), em
Floresta Estacional Semidecídual na Fazenda Edgardia na região de Botucatu. Este apresentou
variação na riqueza de espécies de sub-bosque em três áreas (A,B e C) de estudo, com índice
de Shannon de 3,66, 3,11 e 3,65 nats/ind-1 e Pielou 0,77, 0,70 e 0,84 nats/ind-1
respectivamente, visto que a maior diferença entre as áreas A e B pôde ser atribuída à maior
riqueza de espécies da primeira. A maior diversidade da área C, em relação à B, apesar de um
número menor de espécies amostradas, pode ser atribuída à maior equidade ou menor
predominância de algumas poucas espécies. Comparando a área 1 com a área 2, através dos
Indices de Jaccard e Sørensen (Tabela 7), a similaridade pode ser considerada de média a alta,
sendo de 51% para Jaccard e 67% para Sørensen. Comparando a 1 com a 3, a similaridade é
bem baixa, de 30% para Jaccard e 47% para Sørensen. Comparando a 2 com a 3, a
71
similaridade também é baixa, sendo de 30% para Jaccard e 47% para Sørensen. Oserva-se,
através dos índices, que as áreas 1 e 2 são mais semelhantes entre si em relação a área 3, pois
esta é a mais diferente entre as duas por apresentar valor inferiores a 0,50.
Tabela 7. Distribuição do número de espécies, indivíduos de Similaridade florística nos locais
de estudos.
Local
área 1 área 2 área 3
Nº de espécies 129 88 43
Dados gerais
Nº de indivíduos 1380 690 171
Jacard
área 1 0,51 0,28
área 2 0,51 0,30
Índice de Similaridade área 3 0,28 0,30
Sørensen
área 1 0,67 0,44
área 2 0,67 0,47
área 3 0,44 0,47
O trecho de área de várzea encontrada na área 3, solo hidricamente
saturado (RYbd), está localizado à montante do P4 e à jusante do P5, em azul (Figura 4), no
qual foi contabilizado um baixo número de indivíduos e espécies, influenciando
significativamente na diversidade e na equidade da área como um todo. Vários estudos
realizados em Floresta Estacional Semidecidual e em áreas de solos similares foram
comparados entre si, como ocorreu com Madergan (2006), cujo H’ esteve entre 2,45 e 3,09
nats/ind-1, valores considerados baixos, devido às matas de brejo, determinantes desses
ecossistemas. Os índices relativamente baixos de Pielou (0,55), denunciaram distribuição
desigual de indivíduos por espécie, influenciado fortemente pelo índice de diversidade.
Também em florestas paludosas (inundação permanente), Teixeira e Assis (2005) encontraram
72
valores baixos de diversidade para solos encharcados (H’=2,10nats/ind-1), com número restrito
de espécies e poucos dominantes e também com Índice de Pielou relativamente baixo (0,54).
Já em florestas aluviais (inundação temporária) no Paraná, Barddal et al (2003) estudaram a
severidade de ambientes hidricamentes saturados também com baixos índices de diversidade e
equidade (H’= 1,59 nats/ind-1, Pielou= 0,47 e Simpson = 0,42), com abundância de espécies de
pequeno porte e, em microelevações do solo, es
pécies com crescimento em diâmetro.
As classes de solos apresentadas na Figura 4 foram determinantes para
se avaliar a diversidade e a similaridade nas áreas do presente estudo, devido à sua riqueza e
número de indivíduos. Em particular, a área de várzea (à montante do P4 e à jusante do P5),
constituída de solos saturados hidricamente, domínio da vegetação herbácea e predominância
das espécies pioneiras e secundárias iniciais (maricá-de-espinho, candeia, embira-de-sapo,
pau-jacaré).
Nos estudos de Teixeira e Rodrigues (2006) as espécies encontradas
com maior frequência em 24 estudos em florestas ribeirinhas, nas cotas mais altas de altitude
em Floresta Estacional Semidecidual, foram coincidentes às espécies importantes encontradas
no presente estudo como a Casearia sylvestris (lagarteiro), Copaifera langsdorffii (copaíba),
Tapirira guianensis (peito-de-pombo), Endlicheria paniculata (canela-do-brejo), Luehea
divaricata (açoita-cavalo), Calophyllum brasiliense (guanandi), Cecropia pachystachya
(embaúba), Protium heptaphyllum (almecegueira) e Amaioua guianensis (canela-de-veado)
etc. Estudos semelhantes têm sua importância na ampliação do conhecimento florístico das
formações florestais remanescentes, necessários para a conservação da biodiversidade e para a
escolha das espécies para a restauração florestal em áreas desprovidas de vegetação em APPs.
6.5. Uso e ocupação do solo da sub-bacia do Córrego do Cintra em 1984 e 2008
Observaram-se, na Figura 20, diferenças na ocupação das várias
classes de uso e ocupação do solo de toda a sub-bacia do Córrego do Cintra entre os dois
períodos.
73
Figura 20. Comparação entre cartas de uso e ocupação do solo da sub-bacia do Córrego do
74
Cintra obtida de imagem de satélite de 1984 e 2008 A Figura 21 mostra que a distribuição da ocupação do solo em toda
área da sub-bacia (1.136,8ha) e a área de pastagem, em 1984, são maiores se comparadas à
imagem obtida em 2008, ou seja, reduziu de 47,79 para 43,35% (redução de 4,44%). O mesmo
ocorre com os fragmentos de mata nativa (3,88%) e cultura anual (17,78%). Diferentemente, a
área de habitação aumenta de 17,62% entre os dois períodos. As classes cana-de-açúcar e
eucalipto não foram detectados em 1984. Quanto aos corpos d’água, da mesma forma, na
época não existia o sistema de tratamento de esgoto por lagoas de estabilização (P2), ou o
complexo de lagoas do pesqueiro Aracatu, localizado no interior da sub-bacia. Devido à
existência de mata ripária e de se tratar de um córrego de pequena vazão d’água, seu leito não
foi detectado pela imagem. O mesmo ocorreu no estudo de Carrega et al. (2009), com o
levantamento do uso do solo e vegetação natural da sub-bacia do Capivara (Botucatu SP),
entre 2000 e 2006. O resultado mostrou um processo acelerado de substituições, com o
decréscimo das áreas de pastagem em relação às áreas de culturas perenes e anuais. Diferente
das pastagens degradadas, as culturas são mais vantajosas porque normalmente vem
acompanhadas de práticas vegetativas (rotação e consorciação de culturas, reflorestamentos
etc) e práticas mecânicas (plantio em nível, terraços etc) para a proteção, manutenção e
recuperação do solo.
75
1984 21,42%
47,79%
10,59%
20,20%
Mata nativa Habitação Pasto Cultura anual
2008
28,21%
0,52%
0,75%
43,35%
7,21%
17,54%
2,42%
Mata nativa Habitação Pasto Cultura anual
Cana-de-açúcar Corpos d’água Eucalipto
Figura 21. Dados do uso e ocupação o solo obtido através das imagems de satélite de 1984 e
2008
6.6. Avaliação das áreas de preservação permanente na sub-bacia do Córrego do Cintra em
1984 e 2008
A cobertura do solo em área de APP, na sub-bacia do Córrego do
Cintra, aumentou entre os dois períodos (Figuras 22 e 23). De acordo com Ribeiro et al
(2005), a delimitação automática das APPs, através de programas de georeferenciamento,
elimina a subjetividade do processo, viabilizando o fiel cumprimento do Código Florestal
76
brasileiro, favorecendo a fiscalização ambiental. O intuito foi de mostrar, através de imagens,
o quanto variou a ocupação do solo na área de APP, considerando a legislação em vigor
(BRASIL, 1965), no seu artigo 2º, que enumera as áreas consideradas de preservação
permanente (APP) e determinando, por exemplo, que as faixas marginais dos cursos de água
tenham proteção específica, tomando em conta o entorno das nascentes (50m) e a largura do
curso de água (30m em cada margem). Ribeiro et al. (2005) revelaram que a partir do
mapeamento dessas áreas, a definição geográfica das reservas legais poderá apoiar-se em
critérios ecologicamente estabelecidos, contribuindo para complementar eventuais lacunas e
promover a melhoria na forma e função das APPs.
Figura 22. Avaliação das áreas de APP em 1984 na sub-bacia do Córrego do Cintra
A área de APP total de toda a rede de drenagem (21km) da sub-bacia
do Córrego do Cintra é de 131,42ha e na análise comparativa das cartas das áreas de APP, de
77
1984 e 2008 (Figuras 22 e 24), foi observado aumento da mata nativa de 22,24%, além de
1,90% da área de habitação. O cultivo de cana-de-açúcar (3,27%) surgiu somente em 2008 e
ocorreu a diminuição de pasto (13,80%) e de cultura anual (13,60%), embora ainda se observe
também o predomínio de pasto e cultura anual nas áreas de APP. Em contrapartida, a Figura
23 mostra a diminuição significativa do pasto e o predomínio da mata nativa nas áreas
delimitadas. A tendência à diminuição das áreas de pastagem pode ser explicada pela alta
concentração de terras não produtivas, falta de motivação para investimentos rurais ou pela
pressão de delimitação das APPs, bem como pela substituição do pasto pela cana-de-açúcar. A
diminuição da pastagem é importante porque essas áreas normalmente iniciam um processo de
erosão pela exposição do solo às intempéries e por não existir a proteção deste pelas matas.
Nos estudos de Alencar et al. (1996), nas áreas agrícolas da Amazônia Oriental, a cobertura da
mata tende a aumentar e a pastagem e as culturas tendem a ocupar as mesmas áreas que
vinham ocupando nos últimos 10 anos.
78
1984 27,33%
25,28%
17,34%
30,05%
Mata nativa Habitação Pasto Cultura anual
2008
49,57% 3,72%
3,27%
27,16%
16,28%
Mata nativa Habitação Pasto Cultura anual Cana-de-açúcar
Figura 23. Dados do uso e ocupação o solo em área de APP obtido através das imagems de satélite de 1984 e 2008 Observando detalhadamente a parte inferior (Sul) da sub-bacia
(Figura 22) nota-se que a mesma está ocupada por vegetação nativa e, no mesmo local, na
Figura 24, está desprovida desta em 2008. Isso se deveu ao início de terraplanagem e
construção das Lagoas de Estabilização de Tratamento de Esgoto - ETE- SABESP em 1997,
concluída em 2000 (GRALHÓZ e NOGUEIRA, 2006). Com a ETE-SABESP, cuja área mede
2,5ha (SOUZA, 2005b), em pleno funcionamento, e a construção de várias lagoas para a
prática esportiva de pesca e piscicultura (Aracatu), observou-se o surgimento de espelhos
79
d’água nestes locais, como mostra a imagem captada pelo satélite.
Árvores de eucalipto são encontradas na área 1, no entorno da ETE e
no Jardim Botânico do Instituto de Biociências da Unesp, e alguns indivíduos nas áreas 2 e 3.
Quanto ao aumento de habitação, o Bairro Vista Alegre, localizado a
leste da sub-bacia, passou por extensa ocupação humana, onde fontes pontuais e difusas de
contaminação e pequenas culturas nas margens do córrego persistiram nos últimos anos
(BELLUTA et al., 2010).
Figura 24. Avaliação das áreas de APP em 2008 na sub-bacia do Córrego do Cintra
Mesmo com o aumento de superfície de mata no mesmo período, a
presença de área de várzea, e os dados da caracterização florística obtidos no presente estudo
apontam a necessidade de recomposição dos pequenos fragmentos desprovidos de matas, no
entorno de algumas nascentes e em trechos fragmentados em áreas de APP, de acordo com a
legislação vigente. Ribeiro et al (2005) realizaram estudos na delimitação das áreas de APP e
80
verificaram a importância da coalescência natural entre as áreas das nascentes com as que
estão situadas ao longo dos divisores d’água e destas com as zonas de proteção ripárias,
formando, assim, um grande corredor ecológico ao longo de uma bacia hidrográfica. A
recomposição entre os fragmentos com espécies nativas, para garantir sua conectividade ao
longo da rede hidrográfica e em áreas hidrologicamente saturadas, desempenhará influência
direta sobre a hidrologia da sub-bacia.
Principalmente na área 3 existe a conectividade na mata. A
conectividade seria importante para a diversidade e circulação da fauna, e para cumprir a
função de reduzir o escoamento superficial, evitanto possíveis erosões e arraste de nutrientes e
sedimentos para os cursos d’água, além de contribuir na regeneração e resgate da diversidade
das espécies. Estes fatores induzem a necessidade do manejo adequado da sub-bacia, para fins
de garantir a quantidade e a qualidade da água e a biodiversidade.
6.7. Variáveis de qualidade de água do Córrego do Cintra no período de 2007 a 2009
As análises de água realizadas no Córrego do Cintra apontam, através
do teste de Tukey, alterações significativas, e o gráfico de caixas nos dá um sumário completo
dos dados, nos pontos e nos períodos, onde se observa a mediana, a dispersão, a simetria e
potenciais outliers (SOKAL e ROHLF, 1995). Quanto aos parâmetros avaliados no presente
estudo, estes foram comparados aos valores máximos permitidos (VMP), de acordo com o
artigo 42º do BRASIL (2005), pois como a sub-bacia do Córrego do Cintra ainda não está
enquadrada em uma classe, esta deve seguir os índices da Classe II (BRASIL, 2005).
6.7.1. Parâmetros organolépticos: odor, turbidez e cor
Foi observada a presença marcante de odor e alteração na cor da água
no Córrego do Cintra, nos pontos 1, 2 e 3, nos três períodos e em quase todas as amostragens
(Apêndice). O VMP para a cor é de 75 Pt.L.10-1 (BRASIL, 2005), e os pontos 4 a 8 superaram
esse limite somente no 3º período, na última amostragem, dezembro/2009, devido a
pluviosidade estar acima da média (Figura 25) em relação aos outros dois períodos,
influenciando diretamente na cor. Marques et al. (2007), no Vale do Ribeira SP, também
obtiveram valores superiores ao máximo permitido para cor no período de cheia, o que é
comum quando a pluviosidade é elevada, pelo arraste de substâncias e particulados através do
81
escoamento superficial. Além da pluviosidade, o P1 foi influenciado pela existência de
lançamento de esgoto indevido e o P2 pela ETE-SABESP, pois apesar do tratamento de todo
esgoto gerado no Campus da Unesp e Distrito de Rubião Júnior, as características originais da
água não são restabelecidas, devido à permanência da alta concentração de algas e íons
inorgânicos. O P3 está localizado à montante do bairro Vista Alegre e, por isso, não sofre
influência urbana, além da presença da densa mata ripária, assim as alterações observadas na
qualidade da água neste ponto são devido às influências do P1 e P2 (Figura 6).
0,050,0
100,0150,0200,0250,0300,0350,0400,0450,0
Jane
iro
Fevere
iro
Mar
çoAbr
ilM
aioJu
nho
Julh
o
Agosto
Setembr
o
Outubr
o
Novem
bro
Dezem
bro
2007 2008 2009
Figura 25. Totais pluviométricos mensais nos anos 2007, 2008 e 2009. Dados obtidos no Depto de Recursos Naturais/Ciências Ambientais – FCA/Lageado – UNESP – Botucatu
Considerada oposto à transparência sob o ponto de vista ótico, a
turbidez mostra a quantidade de particulas suspensas na água e que alteram a transparência. A
Figura 26 mostra valores inferiores a 100 NTU, considerados normais (BRASIL, 2005) e
similares estatisticamente entre si, representado pelas letras A e B, com exceção dos valores
atípicos (“*” potencial outlier). Nos pontos entre 3 a 8, somente na última amostragem
(Apêndice), mês de maior pluviosidade (Figura 25), quando esta foi superior a 327 mm de
chuva, a turbidez também aumentou significativamente, similar aos estudos de Santos et al.
(2007) e Marques et al. (2007), que apresentaram as mesmas características em áreas
agrícolas.
82
A variação e a amplitude (dispersão) dos valores foram assimétricos
no período 3 (Figura 26), porém não variou estatisticamente em relação ao 2º período devido à
proximadade das medianas, mas variou em relação ao 1º período conforme as letras
minúsculas (“a” e “b”) que comparam as médias entre si.
.
Figura 26 Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da turbidez por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra
83
A temperatura do ar mínima, no inverno, durante toda amostragem e
em todos os pontos foi de 12,2 ºC e a máxima, no verão, foi de 30,2ºC. Já para a temperatura
da água, a mínima foi de 13,8ºC no inverno e a máxima, no verão, foi de 23,4ºC (Apêndice),
considerada normais para as épocas. O aumento da temperatura, oriundo de possível
lançamento de esgoto ou efluente no curso do córrego no momento de coleta, não foi
encontrado. As temperaturas da água, no presente estudo, são compatíveis aos dados de
Botttino et al. (2010) e Santos et al. (2007), com sensível diminuição em trechos dos rios com
presença de matas de galeria, não tendo havido indicadores de elevação da temperatura
causada por lançamentos de efluentes pontuais.
6.7.2. Parâmetros físico-químicos: pH, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido,
demanda bioquímica de oxigênio, cloretos e carbono orgânico total
Entre os atributos físico-químicos, o pH esteve levemente ácido no P1
e diferente estatisticamente em relação aos outros pontos, caracterizada pela letra “C” (Figura
27). O caráter levemente ácido obtido no P1 se deve ao lançamento indevido de esgoto neste
local e confirmado pelo seu cheiro caracterítico, conforme já descrito no histórico de uso e
ocupação da área 1, no Capítulo 7 e dados obtidos por Belluta et al (2008, 2009 e 2010). É
importante afirmar também que esta nascente (P1) não é protegida pela mata nativa e está em
processo de sucessão caracterizada pela grande quantidade de herbácias. A partir do P2,
aumentou gradativamente para alcalino até o P8, considerado estatisticamente similiar em
relação aos pontos 3, 4, 6 e 7, caracterizados pela letra “A”. Belluta et al. (2009) discutiram
em seu estudo essa tendência à alcalinidade da nascente à foz, pois pode ocorrer desagregação
mecânica do solo e basalto presente no leito e borda do rio que podem se acumular no
represamento de água situado na base da cachoeira (P8), além do carreamento de espécies
alcalinas oriundas das áreas de cultivo no entorno do córrego. A letra “B”, nos pontos 2 e 5,
também são considerados similares em relação aos pontos 3, 4, 6 e 7. O potencial outlier e a
amplitude (dispersão) dos valores mostram a variação do conjunto de valores do pH em cada
ponto. O gráfico de caixas, entre os três períodos e com todos os pontos, mostra as medianas
próximas entre si (7 e 7,5); no período 2 a amplitude dos valores aumentou sensivelmente e,
no período 3, bruscamente em relação ao período 1. No entanto, os períodos 2 e 3 não
variaram estatisticamente em função da proximidade de suas medianas conforme mostram as
84
letras minúsculas (“a” e “b”) que comparam as médias. Apesar da pluviosidade elevada na 4ª
amostragem (Apêndice-Tabela 27), o pH manteve-se na faixa de 6,0 a 9,0, faixa essa ideal
para a manutenção da vida aquática, de acordo com BRASIL (2005). O mesmo ocorreu nos
estudos realizados por Marques et al. (2007), com sensível redução nos níveis de pH em
período chuvoso com média superior a 600mm quando, mesmo assim, os valores mantiveram-
se no limite.
Figura 27. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação do pH por ponto
85
de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra
Na Figura 28 o gráfico de caixas mostra os valores de CE obtidas em
cada ponto e, com exceção do P2 e P3, os demais pontos são considerados estatisticamente
similares por apresentarem amplitude dos valores e mediana próximas entre si, caracterizado
pela letra “C”, bem como o P3, similar aos pontos 4, 5 e 6 por apresentarem a mesma letra em
comum (“B”), diferenciando estatisticamente somente o P2 pela letra “A”. A CE nos pontos 2
e 3 é mais elevada por estes estarem localizados a jusante da desembocadura de efluente
(ETE-SABESP) (P2). As letras minúsculas (“a”) nos 3 períodos comparam as médias entre si e
demosntram que não variaram estatisticamente. As Figuras 28 e 29 mostram, respectivamente,
o elevado valor no P2 para CE e cloreto, pois, em se tratando de ETE, pode-se esperar valores
acima do permitido para os demais macroelementos, em virtude da intensa degradação e
mineralização da matéria orgânica por parte de microorganismos. Nos estudos de Batista et al.
(2006), na bacia do Acaraú (CE), os autores observaram que a CE da água tinha maior
sensibilidade ao íon cloreto na parte baixa da sub-bacia, em relação a outros macroelementos
na parte alta da região do semi-árido. Em águas naturais a CE é indicador de poluição, com
valores superiores a 100µScm-1 (CETESB, 2012) e, no caso do Córrego do Cintra, os valores
variaram de 14,5 a 442,50 (P1 e P2) nos três períodos (Apêndice), seguido do decréscimo da
CE devido ao efeito de diluição até o P8 (Figura 28), fato este também observado nos estudos
de Valente et al. (1997), Conte e Leopolodo (2001), Gralhóz e Nogueira (2006) e Belluta et al.
(2009).
86
Figura 28. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da CE por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra Os resultados para a variável cloreto, com exceção do P2, são
similares estatisticamente entre si (“B”) e no P3 pode também ser considerado similar ao P2,
apesar deste apresentar maior amplitude (2,0 a 62,48mg.L-1) entre os valores encontrados
nesse período, que é caracterizado pela letra “A”. Apesar da amplitude dos valores mostrados
na Figura 29, estes estão muito abaixo de 250mg.L-1, considerado VMP de acordo com
BRASIL (2005). Assim, a CE e o cloreto demonstraram íntima relação com as características
87
do ponto de lançamento de efluente tratado (P2). Observa-se, mais uma vez, o fator diluição
através do decaimento gradativo da concentração do íon cloreto dissolvido no curso do
córrego.
Figura 29. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da Cloreto por ponto de amostragem e em um único período com diferenças significantes no Córrego do Cintra
As variáveis OD, DBO5
20, COT, Fosfato Total e NT podem ser
estudados em conjunto, pois envolvem a relação da matéria orgânica e depleção da
concentração do OD presentes na água. O baixo nível de OD na nascente é comum e aumenta
gradativamente em contato com o ar atmosférico e a turbulência da água. Normalmente os
baixos níveis de OD são indicativos de degradação de matéria orgânica provocada por
microorganismos, podendo levar à supressão deste composto no corpo d’água (P1 e P2). Na
Figura 30 foi observada baixa concentração de OD no P1, devido à concentração de matéria
orgânica oriunda de esgoto in natura relatado no histórico de uso e ocupação da área 1, no
Capítulo 5.3.1 e nos estudos de Belluta et al (2008, 2009 e 2010). No P2, apesar de estar
localizado após a ETE, verificou-se a eficiência no Sistemas de Estabilização de Lagoas
(SABESP) pelo aumento da concentração do OD gerado a partir da proliferação de algas, da
intensa atividade fotossintética e consequente consumo de CO2 (SOUZA, 2005b). Nos demais
pontos de amostragem, localizados à jusante, o nível de OD aumenta gradativamente,
88
provocado pela turbulência e depuração natural das águas. Observa-se, através das letras,
diferenças significativas no curso d’água em função da distância do ponto de contaminação
(P1). As letras minúsculas (“a” ) comparam as médias entre os períodos e demonstram não
variar estatisticamente. Valores semelhantes obtidos em trabalhos pioneiros na mesma área de
estudo, foram apresentados por Gralhóz e Nogueira (2006) e Belluta et al. (2009). Entre os três
períodos e em todos os pontos, a mediana manteve-se entre 7 e 7,5 mgO2.L-1. Já a amplitude
dos resultados foi maior no período 1.
Figura 30. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação do OD (mgO2.L
-
1) por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra
89
A representação do perfil longitudinal do curso d’água principal
(Figura 31) permitiu que se obtivesse a visualização do comportamento do relevo que
acompanha o canal principal, desde a sua nascente até o ponto de desague (foz). Tanto a
altitude quanto a declividade influenciaram diretamente na concentração de OD no corpo
d’água. A declividade entre a nascente (P1) e o último ponto de amostragem (P8) é de 235m e,
de acordo com os estudos de Gralhóz e Nogueira (2006) e Belluta (2008), a presença de
inúmeras quedas d’água e a velocidade que a correnteza corpo d’água adquire, provocam a
turbulência e consequente oxigenação da água, permitindo elevada oxidação da matéria
orgânica presente e consequente aumento do OD. De acordo com seu estudo na sub-bacia do
Rio Canha, Bottino et al. (2010) encontraram concentrações acima de 5mg.O2.L-1 e, com o
significativo aumento da declividade, a velocidade e a turbulência da água favoreceram a
oxigenação da água no curso do córrego.
Figura 31. Perfil do Córrego do Cintra/Araquá em termos de altitude (BELLUTA, 2008)
Os valores de DBO520, observadas nos pontos 1, 2, 4 e 8 mostram
decaimento (Figura 32), pois estes refletem a oxidação da matéria orgânica biodegradável e
consequentemente, o consumo de oxigênio no tempo definido (5 dias), à temperatura de 20ºC.
O P1 apresenta maior amplitude dos valores e a mediana está próxima de 8mgO2.L-1,
representada pela letra “A”, bem como no P2 que está em torno de 5mgO2.L-1. Já os pontos 4 e
8 são também similares estatisticamente (“B”). As letras minúsculas (“a”) comparam as
90
médias entre os períodos e demosntram não variar estatisticamente. Segundo a Resolução do
Conama, BRASIL (2005), os valores para a DBO520 devem estar inferiores a 5mgO2.L
-1, valor
esse que significa baixa demanda de O2 em função da matéria orgânica e suficiente para
preservar a vida nos corpos d’água. O P1 está seriamente comprometido devido ao lançamento
de esgoto não tratado (in natura) relatado no histórico de uso e ocupação da área 1, no
Capítulo 7. Já o P2, o efluente tratado, relatado no histórico da área 2, está nos níveis
aceitáveis pela Resolução (BRASIL, 2005). Entre os períodos, as amplitudes dos valores de
todas as amostragens também são semelhantes estatisticamente.
91
Figura 32. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da DBO5
20 por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra
Outro parâmetro que reflete a carga orgânica no corpo d’água é o
COT. A Figura 33 mostra similaridade entre o conjunto de resultados em cada ponto de
amostragem, onde as letras “A” e “B mostram a proximidade das medianas de cada ponto de
amostragem e a semelhança estatística entre si. A maior amplitude entre o grupo de valores
está no P2, mas as medianas entre os pontos estão bem próximas. Entre os períodos, ocorreu
aumento da amplitude entre os valores e elevação da mediana somente no período 3,
92
caracterizando maior concentração orgânica em relação aos outros períodos. As letras
minúsculas (“a” e “b”) comparam as médias entre os períodos e demonstram diferença
estatística no período 3. Silva et al. (2010), em seu estudo no Rio Descoberto, em Goias,
encontraram em duas estações não só o COT, mas também o Cloreto, Fosfato total, DBO520 e
OD, que determinaram índices de qualidade de água e indicadores de ocupação urbana
desordenado às margens do córrego.
Figura 33. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação da COT por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra
93
Na análise e comparação dos parâmetros físico-quimicas estudados
entre os pontos 1 e 2, era esperado para o P1 nível baixo de pH, baixos teores de OD, CE,
Cloreto e COT e alto teor de DBO520 devido ao baixo volume de carga orgânica clandestina
lançado neste local. Ao contrário deste ponto, foi observado no P2 (ETE-SABESP) maior
volume da carga de matéria orgânica em relação ao P1, pois promove o aumento da
concentração de sais dissolvidos na água e a oxidação de toda matéria orgânica oriunda do
Campus da Unesp e no Distrito de Rubião Júnior. O pH no P2 é maior em relação ao P1 devido
ao monitoramento realizado pela Sabesp para favorecer a proliferação de algas, aumento da
fotossíntes e conseqüente aumento de OD.
6.7.3. Espécies químicas: fosfato total e nitrogênio total
O fosfato total e o nitrogênio total apresentaram valores elevados nos
pontos 2 e 3, e diminuição gradativa até o P8. Tanto na Figura 34 como na 37, somente o P2
variou significativamente (“A”), diferente dos demais pontos que podem ser considerados
similares estatisticamente, como evidenciado pelo fato de as letras estarem em comum entre os
pontos (“C” e “B”). Além do fator diluição do córrego, pela entrada dos tributários, de acordo
com Nuvolari et al. (2003), a degradação e conversão do nitrogênio orgânico (esgoto bruto)
em nitrogênio amoniacal (poluição recente), nitrito (forma intermediária) e nitrato (forma
antiga) leva a autodepuração do córrego. Assim como o nitrogênio, também o fosfato total em
excesso, dissolvido em águas naturais pode levar ao processo de eutrofização dos ambientes
lênticos.
94
Figura 34. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação do fosfato total por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra
O fosfato total foi analizado nos três períodos e o nitrogênio total em
2 períodos (2008 e 2009), sendo que ambos apresentaram mediana bem próxima ao primeiro
quartil, demonstrando dispersão assimétrica dos resultados com variação significativa da
amplitude dos valores obtidos (Figuras 34 e 35). As letras minúsculas nos 3 períodos para o
fosfato total e nos 2 períodos para o NT, demonstraram semelhança estatística entre si devido
a proximidade das medianas. Nos estudos realizados no Córrego do Cintra em dois períodos
95
distintos, sendo o primeiro antes da construção da ETE-SABESP (1996) e o segundo, o início
de funcionamento (2000), Gralhóz e Nogueira (2006) verificaram que o teor de nitrogênio
após tratamento foi reduzido em 27 vezes na região do ponto de despejo (P1) e 11 vezes na foz
do córrego (P6), enquanto o fosfato total reduziu cerca de 50 vezes ao longo do mesmo
córrego. Como essas águas atingirão a represa do Tietê (Barra Bonita), possivelmente esta
receberá a carga residual de toda sub-bacia. Segundo Prado (2004), em seus estudos realizados
na represa do Tietê (1990 a 2002), na desembocadura do Rio Araquá, que recebe também as
águas do Cintra, o nível de poluição era inferior ao da represa, para a maioria dos parâmetros,
e apresentava elevada transparência da água, contribuindo pouco na eutrofização da represa
que já era eutrófica pela concentração de material poluidor vindo de São Paulo.
96
Figura 35. Comparação entre médias (Teste de Tukey) mostrando a variação NT por ponto de amostragem e período com diferenças significantes no Córrego do Cintra O Córrego do Cintra apresentou contaminação pontual nas duas
nascentes principais (P1 e P2) com base na análise de quase todos os parâmetros e, à jusante
destes, indicou a melhora da qualidade da água. Nas análises físico-químicas realizadas no
Parque Estadual da Cachoeira da Marta, na sub-bacia do Capivara, Traficante (2011) também
encontrou contaminação próximo à sua nascente (Córrego do Roseira) pela influência da área
do entorno, onde ocorre pastagem e fragmentada mata ciliar (P1). Neste local, o NT, fosfato
97
total e CE apresentaram valores relativamente altos, além do baixo OD em relação aos outros
locais de amostragens, indicando contaminação difusa. Semelhante ao presente estudo, através
autodepuração natural, estes parâmetros indicaram boa qualidade da água à jusante das
Cachoeiras da Marta e do Canela (P5).
6.7.4. Parâmetros microbiológicos: coliformes termotolerantes (CTT) e totais (CT)
Nas análises realizadas em 2007 (Tabela 8), foram obtidos resultados
acima dos VMP de CTT para balneabilidade e dessedentação de animais em várias
amostragens e pontos. Os resultados em P1 foram altos na 2ª e 5ª amostragens (vermelho),
com 1.100 e 15.000 NMP/100ml respectivamente, valores estes que, estando acima de 1000
NMP/100ml, são considerados impróprios para recreação de contato primário (BRASIL,
2000) e dessedentação de animais (BRASIL, 2005). Da mesma forma em P4, na 1ª, 3ª e 5ª
amostragens os resultados foram, respectivamente, de 1100, 2800 e 4300 NMP/100ml. Tanto
no P5 como no P7, na 1ª amostragem, foi obtido 1.100 NMP/100ml e no P8, somente na 3ª o
resultado estava também impróprio, com 2800 NMP/100ml.
Já na 5ª amostragem o P7 apresentou o padrão de qualidade própria
classificada como “Muito boa” (<500NMP/100ml), com presença de 460NMP/100ml. Os
demais pontos e amostragens podem ser considerados de qualidade “Excelente”, pois
mostraram resultados inferiores a 250NMP/100ml. Quanto aos CT, ainda em 2007, são
relevantes as quantidades encontradas, já que na natureza estão presentes em grande número e
variedades. Neste período, a quantidade de CT aumentou consideravelmente a partir da 3ª
amostragem em todos os pontos, cujos valores variaram de 1100 a 460.000 NMP/100ml. Os
pontos 4 a 8 são os mais vulneráveis, pois estão situados a jusante do bairro Bela Vista e
Parque Ecológico Pavuna (última cachoeira), como mostra a Figura 5, pela presença humana e
de animais domésticos. A pluviosidade estava inferior a 172,6mm ao longo dos anos, nos três
períodos de estudo, com exceção de novembro e dezembro de 2009 e em janeiro (períodos 1, 2
e 3), que estavam entre 280 a 410mm de chuva (Figura 25). Nos meses de novembro e janeiro
não foram realizadas amostragens, mas em dezembro estas foram realizadas nos três períodos,
sem contribuir para os resultados de CTT, pois foram inferiores a 240 (Tabela 8), em todas as
amostragens, mas para CT os valores variaram de 1.100 a 46.000NMP/100ml no período 1, de
930 a 4.300NMP/100ml no período 2 e 700 a 3.900NMP/100ml no período 3 (Apêndice).
98
Segundo Pulido et al (2005), a presença de CT deve ser interpretada de acordo com o tipo de
água: devem estar ausentes em água potável e servir de alerta de que ocorreu contaminação,
sem identificação da origem. Para os demais usos (proteção das comunidades aquáticas,
aqüicultura, irrigação de hortaliças, etc), o VMP para Classe II (BRASIL, 2005) é de 1000
CTT por 100ml em 80% ou mais, de pelo menos 6 amostras, coletadas durante o período de
um ano, com freqüência bimestral.
Em 2008, o número de CTT no P4, obtido na 1ª amostragem, foi de
280NMP/100ml, e a água foi considerada de qualidade “Muito Boa”, e “satisfatória” para o
P8, com 750NMP/100ml. Nos demais pontos estes estavam inferiores a 240NMP/100ml
(“Excelente”). O número de CT variou entre os pontos e as amostragens de 3 a
11.000NMP/100ml. No P1 apresentou 4.300NMP/100ml somente na 4ª amostragem, no P4
apresentou 2.400 NMP/100ml na 1ª amostragem e no P7 o maior valor, com 11.000
NMP/100ml na 3ª amostragem.
Os números de CTT para o ano de 2009 também apresentaram
qualidade “Excelente” para a maioria das amostras, com exceção dos pontos 6 e 7 na 1ª
amostragem, com 930 e 430NMP/100ml, considerados qualidade “Satisfatória” e “Muito
boa”, respectivamente. No P8, base da segunda cachoeira do Parque Ecológico da Pavuna, os
resultados estavam inferiores a 250NMP/100ml, ou seja, considerados “Excelente”, para todo
o uso da Classe II do BRASIL (2005) e balneabilidade (BRASIL, 2000). Os mesmos
resultados de CTTs foram encontrados por Traficante (2011), em seu estudo à jusante das
cachoeiras da Marta e do Canela, locais esses de intensa visitação e recreação por parte de
turistas de Botucatu e região. Para o CT, a partir do P3, os valores variaram de 2.100 a 11.000
NMP/100ml em quase todos os pontos e amostragem.
99
Tabela 8. Resultado de VMP dos Coliformes termotolerantes (CTT) e Totais (CT) obtidos do
Apêndice nos anos de 2007, 2008 e 2009
Período 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª ∆CT (NMP)
2007 05/fev. 11/abr. 13/jun. 06/agos. 08/out. 03/dez.
P1 240 1.100 20 4 15.000 21 1.100 a 110.000
P2 3 3 3 3 3 210 1.000
P3 240 15 210 3 15 23 15.000 a 460.000
P4 1.100 43 2.800 93 4.300 23 1.100 a 110.000
P5 1.100 150 20 9 75 7 7.500 a 110.000
P6 43 93 11 7 150 75 21.000 a 110.000
P7 1.100 23 28 15 460 23 11.000 a 46.000
P8 93 9 2.800 4 21 23 9.300 a 150.000
2008 1ª 2ª 3ª 4ª ∆CT (NMP)
02/abr. 02/jul. 22/set. 17/dez
P1 23 21 21 230 23 a 4.300
P2 3 23 43 43 3 a 43
P3 32 93 150 43 150 a 930
P4 280 23 23 93 210 a 2.400
P5 240 9 23 240 43 a 1100
P6 43 7 9 23 23 a 460
P7 93 7 210 93 93 a 11.000
P8 750 43 21 9 150 a 460
2009 1ª 2ª 3ª 4ª ∆CT (NMP)
25/mar. 24/jun. 30/set. 14/dez.
P1 230 4 23 23 150 a 930
P2 3 4 3 7 23 a 93
P3 150 240 43 3 240 a 3900
P4 240 150 23 4 1.500 a 4.300
P5 230 150 23 3 750 a 9.300
P6 930 210 15 9 1.100 a 4.600
P7 430 43 11 9 150 a 4.600
P8 120 20 9 4 700 a 7.500
100
Comparando o presente resultado com os dados de CTT e CT obtidos
no estudo de Belluta et al. (2009), nos mesmos pontos de amostragem, observou-se que os
valores não superaram 2400NMP/100ml no período de estudo (jun/2005 a maio/2006) para
ambos coliformes. No P1, local de contaminação por lançamento de esgoto in natura, já
referido no histórico do Capítulo 5.3.1., área 1, os valores foram inferiores a 240NMP/100ml e
no P2 (ETE-SABESP) apresentou número de 2400NMP/100ml somente na última amostragem
De acordo com os resultados obtidos, as amostragens de 2008 e 2009
apresentaram melhores valores em relação a 2007. Foi observado também que as amostragens
realizadas no P2, nos três períodos, apresentaram números inferiores a 250NMP/100ml que é
considerado “excelente” e, no caso de ETE, confere eficiência ao processo de tratamento de
efluente pelo sistema de lagoas de estabilização. Verificou-se que o P1, através das análises
físico-químicas, indicou contaminação por esgoto e foi confirmado pelas análises
microbiológicas no período 1, cujos valores variaram de 1.100 NMP/100ml (2ª amostragem) e
15.000 NMP/100ml (5ª amostragem), enquanto nos outros foram inferiores a 250 NMP/100ml
(“excelente”). A positividade significativa dos resultados está em função do lançamento de
esgoto no córrego, ou seja, depende do dia e hora em que está ocorrendo a contaminação.
Como não se sabe o local exato onde está ocorrendo o lançamento de esgoto, não se pode
prever o momento da contaminação.
6.7.5. Análise de componentes principais em 2008 e 2009
A análise de componentes principais (ACP) é um método que tem
como finalidade básica a análise dos dados usados, visando a sua redução, eliminação de
sobreposições e a escolha das formas mais representativas de dados, a partir de combinações
lineares das variáveis iniciais (MALINOWSKI, 2002). Os parâmetros turbidez, CE, DBO520,
COT e fosfato total foram utilizados nesta análise por estarem presentes em todos os pontos e
períodos de amostragem. Na Figura 36, a ACP mostra a disposição de cada ponto de
amostragem em 2008 e 2009 e, de acordo com a carga orgânica presente, mostra o panorama
da condição da qualidade da água do Córrego do Cintra.
Os pontos 5, 6,7 e 8 (CP2) representam uma condição de baixa carga
orgânica em relação aos pontos de maior carga (P1,P2, P3 e P4) (CP1). As ACP nos dois
períodos mostram o panorama da amostragem obtida e representada no gráfico de caixas dos
101
parâmetros submetidos a essa análise (Figuras 26, 28, 32, 33 e 34), ou seja, revela a
contaminação pontual no córrego e, nos demais pontos, o efeito da diluição por conta da
entrada dos tributários, auto-depuração e consequente decaimento dos valores das variáveis no
sentido nascente-foz ou CP1 → CP2.
O gráfico aponta que os resultados estudados foram efetivos na
identificação e monitoramento do corpo d’água afetado pelas descargas de efluentes. Os
estudos Margalef (1983) apud Silva e Sacomani (2001), demonstraram que o uso de variáveis
com altos valores de correlação com o primeiro componente principal indicaram que estas
medidas são suficientes para diagnosticar uma alteração ambiental.
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
-2 -1 0 1 2 3 4 5
CP1
CP
2
P1
P2
P3
P4
P5
P6
P7
P8
Figura 36. Análise de componentes principais referentes ao período de 2008 e 2009
6.7.6. Metais mais tóxicos: Pb, Cu, Cd, Fe, Ni e Zn (íons metálicos)
Os resultados dos metais mais tóxicos estão dispostos em tabelas, em
ordem cronológica e de número de pontos de amostragens, sendo seis em 2007 e quatro em
2008 e 2009 (Apêndice). Na Tabela 9 foram selecionados e dispostos somente aqueles que
superaram os limites estabelecidos em BRASIL (2005), classe II. Os atuais resultados serão
102
comparados com os valores médios obtidos do trabalho de Belluta et al. (2008), onde os
autores avaliaram os mesmos metais dissolvidos em água e em sedimentos na mesma sub-
bacia, e em pontos de amostragem no período de junho/2005 a maio/2006 bem como aos
estudos de Souza (2005b), que analisou metais na ETE-SABESP (P2).
O íon chumbo (Pb) foi encontrado em todos os pontos no ano de 2007,
mas não em todas as amostragens, cujo valor variou de 0,011 a 0,18mg.L-1, considerado acima
dos VMP que é de 0,010mg.L-1. Em 2008 este elemento foi encontrado dissolvido em água
somente no P1 (1ª amostragem), com valor de 0,165 mg.L-1 e nos outros pontos nada foi
detectado. Na amostragem de 2009 foram detectados valores abaixo do VMP. No período de
junho/2005 a maio/2006 este metal apresentou valores médios maiores entre 0,033 (P4) a
0,044mg.L-1 (P1) para metais dissolvidos e nos sedimentos variou de 13,0 (P4) a 20,9mg.L-1
(P2).
O íon Cu (cobre) foi detectado em 2007, somente no P2 (0,010mg.L-1),
e os maiores valores foram obtidos em 2009, com 1,95, 1,35 e 1,325 mg.L-1 nos pontos 4, 6 e
8 respectivamente. Nos demais pontos e em algumas amostragens os valores variaram de
0,041 a 1,25mg.L-1. Em 2008 foram detectados valores abaixo do VMP para esse metal que é
de 0,003mg.L-1. Segundo os resultados de Belluta et al. (2008), este metal apresentou também
valores médios maiores que variaram de 0,031 (P1) a 1,026mg.L-1 (P8) para metais dissolvidos
sendo que nos sedimentos variou de 0,07 (P1) a 3,08mg.L-1(P3).
Para o íon Cd (cádmio), teores acima do VMP (0,001mg.L-1) foram
detectados em todos os pontos, mas não em todos os períodos, com exceção do P8, na 4ª
amostragem em 2008 (<0,001mg.L-1). Os teores mais elevados desse metal foram encontrados
no P1, em 2007 e em 2008, cujos valores variaram de 0,04 a 0,07mg.L-1. No período de
junho/2005 a maio/2006 este metal apresentou valores médios maiores entre 0,0030 (P1) a
0,0723mg.L-1 (P5) para metais dissolvidos e, nos sedimentos, variaram de 0,83 (P6) a
1,28mg.L-1 (P1).
Foram detectados valores elevados para o íon Fe (ferro) em todos os
pontos e amostragens nos três períodos. As concentrações variaram de 0,4 a 2,25 mg.L-1 em
2007 e no P1 foi detectado, na 5ª amostragem, o maior valor com 11,0 mg.L-1. Em 2008, as
concentrações encontradas variaram de 0,07 a 2,55mg.L-1 e as maiores concentrações foram
encontrados no P1, com 9,42mg.L-1 na 1ª e 5,25 na 2ª amostragem. Em 2009, as concentrações
103
maiores foram encontradas no P3, na 4ª amostragem, com 6,388 mg.L-1, no P5, 4ª com 7,37
mg.L-1 e no P8, 3ª amostragem, com 5,89 mg.L-1. Nos demais pontos e amostragens as
concentrações variaram de 0,41 a 5,038 mg.L-1. Os resultados do Fe, segundo os dados de
Belluta et al. (2008), apresentaram valores médios entre 1,70 (P3) a 10,4mg.L-1 (P1) para
metais dissolvidos, variando nos sedimentos de 11,4 (P1) a 70,1mg.L-1 (P7)
Os metais Ni (níquel) e Zn (zinco) foram detectados somente no P3 em
2008, com as concentrações 0,026 e 0,061 mg.L-1 na 3ª amostragem. Nas demais amostragens
e pontos alguns valores não atingiram o VMP e em outros não foram detectados. Já no
período de junho/2005 a maio/2006 o Ni apresentou valores médios entre 0,020 (P1) a
0,15mg.L-1 (P7) para metais dissolvidos, e nos sedimentos tais valores variaram de 2,10 (P6) a
9,90mg.L-1 (P2). Para o metal Zn dissolvido em água, variou de 0,02 (P8) a 0,192mg.L-1 (P4) e
para os sedimentos, de 0,29 (P8), 1,13 (P2) a 1,22mg.L-1 (P6).
104
Tabela 9. Resultado do valor máximo permitido (VMP) dos metais Pb, Cu, Cd, Fe, Ni e Zn nos anos de 2007, 2008 e 2009 na sub-bacia do
Córrego do Cintra
Metais VMP P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8
(2007) Conama (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1)
Pb 0,010 0,018 0,016 0,015-0,016 0,014 0,012-0,016 0,012-0,014 0,011-0,013 0,011
Cu 0,009 <0,003 0,010 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003
Cd 0,001 0,002-0,04 0,002-0,01 0,002-0,003 0,002-0,004 0,002 0,002-0,012 0,002-0,004 0,002-0,003
Fe 0,300 1,14 a 11,0 1,13-1,84 0,40-1,20 0,56-1,26 1,03-1,74 0,74-1,64 1,01-2,25 0,37-1,67
Ni 0,025 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002
Zn 0,180 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
(2008) Conama (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1)
Pb 0,010 0,165 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005
Cu 0,009 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003
Cd 0,001 0,04-0,07 0,003-0,005 0,002-0,045 0,002 0,017-0,002 0,005 0,002-0,003 <0,001
Fe 0,300 5,25-9,42 1,508-0,97 0,558-2,55 1,16-1,30 1,48-2,45 1,07-1,65 1,23-2,16 0,75-1,72
Ni 0,025 <0,025 <0,002 0,026 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002
Zn 0,18 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
(2009) Conama (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1)
Pb 0,010 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005
Cu 0,009 0,041 0,14-0,17 0,098-0,592 0,071-1,95 0,165 0,015-1,25 0,012-1,038 1,125-1,325
Cd 0,001 0,003-0,005 0,003-0,005 0,002-0,005 0,002-0,003 0,002 0,003-0,005 0,002 0,002-0,007
Fe 0,300 2,25-15,11 0,605-1,925 0,41-6,39 0,71-3,95 0,83-1,77 1,07-4,1 1,04-5,04 0,72-5,89
Ni 0,025 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002 <0,002
Zn 0,180 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
105
Os resultados dos metais analisados entre os quatro períodos de estudo
(junho/2005 a maio/2006 e 2007, 2008 e 2009) mostraram altas concentrações nas
análises de 2005/2006. Ao se considerar o histórico das principais nascentes do Córrego do
Cintra (P1 e P2), pode-se justificar a alta concentração de todos os metais analisados
dissolvidos na água e em sedimento. Segundo Gralhóz e Nogueira (2006), isto ocorreu antes
da construção da ETE-SABESP (1997), quando os efluentes domésticos, hospitalares e
laboratoriais ainda eram lançados in natura na cabeceira do corpo d’água (P1). Somente a
partir de 2000 todo esgoto foi destinado para tratamento (P2), com significativa redução
residual. Lembrando que, segundo Pinto (2005) apud Belluta et al. (2008), as principais fontes
de metais são os fertilizantes (Cd, Cu, Ni, Pb, Zn) e pesticidas (Cu, Pb e Zn) encontrados na
agricultura, além da queima de combustíveis fósseis que emitem Pb, Cd, Zn, Cu particulados
durante sua combustão e que ficam dispersos na atmosfera, precipitando no solo e
contaminando os corpos de águas. Estes metais também são lixiviados dos resíduos de baterias
(Pb, Zn, Cd, Ni), pigmentos e tintas (Pb, Cd, Zn), uso médico (Cu, Zn,) e dos aditivos em
combustíveis e lubrificantes (Pb). Então, é comum em ambientes hospitalares e de pesquisa o
uso de insumos químicos, farmacêuticos e reagentes em geral contendo os mais variados tipos
de metais e, o que é pior, a sua destinação nem sempre é correta, sendo normalmente
descartado no esgoto. Desta forma, os resultados obtidos dos metais em 2005/2006 são altos.
Segundo Belluta et al. (2008), todos os metais em sedimentos apresentaram as mesmas
influências das fontes de contaminação e, com exceção do P2, os demais pontos foram
influenciados pelo esgoto bruto lançado in natura, diretamente, no Córrego do Cintra (P1) até
1990, antes da construção da lagoa de estabilização, sendo que, ainda hoje, são encontrados
resíduos de metais na calha do córrego. Então, com o funcionamento da ETE-SABESP, os
valores dos metais continuaram sendo maiores e acima dos VMP nos sedimentos e dissolvidos
em água, mas estão bem abaixo dos valores apresentados em 2005/2006.
Souza (2005b) estudou a qualidade do efluente tratado nas lagoas de
estabilização de esgoto - SABESP (ETE) (P2) e revela dados referentes a metais dissolvidos no
efluente tratado coletados em dois pontos na lagoa facultativa secundária. Os teores de Cd, Ni
e Zn, não superaram o VMP e o Pb apresentou valores que variaram de 0,108 a 0,166mg.L-1, o
Cu com 0,009 mg.L-1 e o Fe variando de 0,104 a 1,267 mg.L-1, também acima do VMP.
Comparando os resultados das análises realizadas nos estudos de Souza (2005b) com o
106
presente estudo, osvalores de metais dissolvidos no efluente tratado, detectado na ETE (P2),
estão bem mais baixos na análise atual, possivelmente devido à destinação correta do esgoto
realizado nas dependências do Campus, pois todo resíduo químico (orgânico e inorgânico) é
reciclado pela empresa prestadora de serviço Ambicamp, desde agosto de 2008.
Assim, através das análises realizadas, foi observado que o P1
contribuíu significativamente para a contaminação pontual pelos elementos Pb, Cu, Cd e Fe,
devido aos teores acima dos VMPs dos mesmos em todos os períodos e na maioria das
amostragens. Da mesma forma, os mesmos metais foram detectados no P2 (ETE-SABESP) e,
em ambos os pontos, o Cu, Cd e o Fe se destacaram pela alta concentração. Foram
encontrados no P1 teores de Cd que variaram de 40 e 70 vezes o VMP (2007 e 2008),
respectivamente, e o Fe com teores de até 50 vezes. Já no P2 as concentrações para os dois
elementos foram inferiores a 10 vezes para o Cd e 6,5 vezes para o Fe. Somente no P1 (2008)
o Pb foi detectado em teores 16,5 vezes maior que o VMP, mas não foi detectado nos outros
pontos. O Cu teve uma concentração maior de até 19 vezes no P2, 100 vezes no P3 e no P8 foi
maior ainda, com até 147 vezes.
Assim, os resultados das amostragens do P1 sinalizam a existência de
um importante foco pontual de contaminação que, somados ao encontro das águas com teores
dos metais detectados no P2, localizado na bifurcação à montante do P3 (Figura 5), revelaram a
contaminação significativa da água pelos metais ao longo do Córrego do Cintra. Com exceção
do metal Cu no P8, o efeito de diluição provocado pela entrada dos tributários mostra o
decaimento da concentração desses elementos ao longo do curso do córrego (Apêndice).
As áreas de cultura anual (cana-de-açúcar), habitação urbano rural e
pastagem localizadas entre o P4 e P7 (Figura 21) podem ter contribuído para a contaminação
difusa das águas do Córrego do Cintra pelo metal Cu, e detectado mais à jusante no P8 na
última amostragem (2009). Na análise de 2005/2006, este metal dissolvido em água também
apresentou alto valor médio neste ponto, chegando a 114 vezes o VMP, bem como o Fe com
35 vezes no P1 e os metais Ni 5 vezes entre o P4 e P8, e Cd no P5 (70x). Desta maneira essas
áreas podem ter sofrido influência da precipitação de particulados oriundos dos escapamentos
dos carros movidos a combustíveis fósseis e do arraste pelas águas pluviais de resíduos
provenientes da rodovia Marechal Rondon (Km 255 a Km 259) próximo do córrego conforme
foi avaliado por Belluta et al. (2008).
107
O P7 e P8 estão localizados à jusante da sub-bacia do Córrego do
Cintra, ou seja, em outra sub-bacia inserida no Araquá, cujas águas têm o mesmo destino, o
Rio Tietê. O entorno do P7 apresenta restrita mata ripária, com medida inferior à exigida pela
legislação (30m), além da presença dominante da cultura de cana-de açúcar. Assim, além das
áreas entre os pontos 4 e 5, a cultura de cana-de-açúcar (P7) e a proximidade da Rodovia
Marechal Rondom podem estar contribuindo para a contaminação de alto teor de Cu no P8,
visto que nessa cultura o uso de defensivo agrícola é intenso. O P8 está localizado no Front da
Cuesta, em área considerada APA, não havendo qualquer possibilidade de contaminação
através de cultura.
O parâmetro físico-químico condutividade elétrica (CE) analisado
entre os pontos 4 a 6 na amostragem de 2009 estiveram entre 86µScm-1 a níveis de até
176µScm-1, valor significativo da composição iônica da água e indicativo de poluição, quando
está acima de 100µScm-1 (CETESB, 2012). Segundo Tundisi e Matsumura Tundisi (2010), em
regiões onde há uma floresta ripária bem conservada a condutividade elétrica, que é um fator
fundamental na medida da qualidade da água, é muito baixa (< 20 µS.cm-1). Em regiões com
ausência de floresta ripária esta condutividade é muito mais elevada (> 100 µS.cm-1), o que
evidencia aumento da composição iônica de água, resultado da drenagem superficial.
A pluviosidade (Figura 26) nos meses referentes às 3ª e 4ª amostragens
(setembro e dezembro/2009) variou de 150,5 e 327,1mm. Tanto a CE como a pluviosidade no
período da amostragem podem justificar a influência da área desprovida de mata ripária e a
presença de culturas anuais no entorno do córrego, bem como a presença do metal Cu
dissolvido na água, já que este faz parte da formulação de fertilizantes, defensivos agrícolas,
combustíveis fósseis etc. A restrita e fragmentada mata ripária neste trecho do córrego (P4 a P5
e P7) possivelmente deixou de cumprir sua função na filtragem e retenção dessas substâncias,
assim como pode ter ocorrido com os metais Cu, Ni e Cd nos estudo de Belluta et al. (2008),
onde a mata já era fragmentada.
6.7.7. Defensivos agrícolas
As análises destes compostos foram realizadas utilizando amostras de
água bruta, dada a sensibilidade e eficiência do aparelho. Os compostos analisados foram:
herbicidas (ametrina, amicarbazone, atrazina, clomazone, diuron, diclosulam, Diquetonitrila-
108
DKN, hexazinona, imazapic, imazapir, isoxaflutol, metolaclor, pendimentalin, sulfentrazone,
sulfometuron, tebuthiuron), dois pesticidas do grupo carbamato (carbaril, carbofuran), um
pesticida organofosforado, o malathion e um fenilpirazol, o fipronil. Para todos estes
compostos, mesmo utilizando faixas de detecção em nanograma (ng.L-1), nada foi detectado
nas 32 amostras em 4 coletas realizadas no ano de 2009. Através de um levantamento
exploratório prévio e visitas em cada uma das propriedades, segundo as informações obtidas,
vários defensivos agrícolas eram utilisados. Além destes compostos, houve a intenção de se
analisar outros grupos de inseticidas, como os piretróides e organoclorados, mas não foi
possível fazer as análises no mesmo laboratório e esta foi inviável em outro, devido ao custo
elevado.
7.0. Diagnóstico integrado da sub-bacia do Córrego do Cintra - Discussão
Com o propósito de avaliar espaço-temporalmente os aspectos
hidrológicos e florísticos que colocam em risco a integridade da qualidade da água e mata
ripária presente na sub-bacia do Córrego do Cintra, trabalhos pioneiros na área de estudo
foram consultados para, juntamente com os dados atuais, caracterizar e diagnosticar possíveis
efeitos negativos sob a sub-bacia. De acordo com Pulido et al. (2005), a degradação e a
contaminação dos ecossistemas aquáticos minimizam a potencialidade do uso de suas águas,
promovem a perda da biodiversidade e, em alguns casos, convertem-se em um risco para a
saúde das populações ribeirinhas.
Para uma avaliação prévia da condição da mata e o gradiente
longitudinal do córrego, foi utilizado um protocolo segundo metodologia consultada e
utilizada por Belluta et al. (2009), cujos trechos analisados foram considerados os mesmos
pontos de amostragens de água. O P1 e P2 (área 1) evidenciaram o trecho impactado pela
presença de lançamento de esgoto in natura e pela área degradada provocada pela instalação
da ETE-SABESP respectivamente; o P3 (área 2) é um trecho natural e sem alterações na mata,
apesar de apresentar cheiro característico de esgoto na água do córrego; P4 (área 3) foi
avaliado como trecho natural em processo de sucessão ecológica pela área de várzea, com
reduzido número de indivíduos e espécies de árvores, além do predomínio de espécies
herbáceas; o P5, P6 e P7 (área 3) são trechos alterados e mata ripária em formação e, na sub-
bacia adjacente, o pontos 8 foi considerado natural e sem alterações devido à sua localização
109
em Área de Proteção Ambiental (APA), localizados no Front da Cuesta de Botucatu.
Através da estrutura da vegetação das áreas em estudo foram
avaliadas suas composições florísticas. Na área 1 (62,4ha), que compreende os pontos 1 e
2, as 10 famílias mais representativas foram Fabaceae (10,1%), com 113 indivíduos e 17
espécies, Lauraceae (6,2%), com 57 indivíduos e 11 espécies e Meliaceae (6,2%), com 72
indivíduos e 9 espécies. Entre as 20 espécies mais representativas estão Protium heptaphyllum
(almecegueira), com 108 indivíduos, Calophyllum brasiliense (guanandi) (100), Euterpe
edulis (juçara) (93), Pera glabrata (sapateiro) (66) e Cronton floribundus (capixingui) (43),
quanto ao estádio sucessional, foram encontradas 32,56% de espécies pioneiras, 9,3% de
secundárias iniciais e 38,76% de tardias, indicando ser esta uma área mais preservada, com
maior número de espécies maduras.
Já na área 2 (P3), entre as famílias mais representativas estiveram
Fabaceae (13,6%), com 41 indivíduos e 12 espécies, Miliaceae (6,2%), com 27 indivíduos e 6
espécies, Euforbiaceae (5,7%), com 46 indivíduos e 5 espécies e Myrtaceae (5,7%) com 42
indivíduos e 5 espécies. Entre as 20 espécies mais representativas estiveram Nectandra
megapotamica (canelinha), com 50 indivíduos, Cupania racemosa (camboatã) (43), Cronton
floribundus (capixingui) (41) e Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré) (40); quanto ao estádio
sucessional, foram encontradas 33,71% de espécies pioneiras, 14,61% de secundárias iniciais
e 35,96% de tardias, sendo também considerada área preservada.
A área 3 (30,7ha) compreende os pontos 4, 5 e 6, e corresponde a área
mais fragilizada e vulnerável de toda a sub-bacia, devido à fragmentação da mata ripária. A
caracterização florística nesta área revela fragilidade pelo menor número de famílias, espécies
e indivíduos e pelo estádio de sucessional, com a maioria (53,49%) de espécies pioneiras,
16,28% de secundárias iniciais e 16,28% de tardias, indicando ser uma área em processo de
sucessão pela predominância das pioneiras. Entre as famílias mais representativas nesta área,
destacou-se Fabaceae (16,3%), com 47 indivíduos e 7 espécies. Entre as espécies de maior
número, Gochnatia polymorpha (candeia) (18), Mimosa bimucronata (maricá-de-espinho)
(25) e Lonchocarpus muehlbergianus (embira-de-sapo) (11). No trecho compreendido à
jusante do P4 e à montante do P5, a área é alagada com o predomínio de Gochnatia
polymorpha (candeia), espécie típica de terrenos higrófilos em caráter quase permanentes.
Segundo Ivanauskas e Rodrigues (1997), essa umidade do solo contribui para a seletividade
110
das espécies ocorrentes nesta formação, relacionada à adaptabilidade fisiológica das mesmas
para resistir à saturação hídrica com características florísticas e edáficas próprias.
A diversidade (H’) das espécies foi considerada alta nas 3 áreas,
devendo-se interpretar os índices com certo cuidado, devidos às áreas amostrais serem
bastante pequenas, podendo estes estarem sendo superestimados. A equabilidade pode ser
considerada boa nas 3 áreas. Quanto à semelhança, as áreas 1 e 2 foram consideradas similares
entre si e a área 3, diferente em relação às outras;
Os estudos da condição da mata ripária, de 1984 até 2008, através de
imagens de satélite, mostrou um aumento de 22,24% da mata nativa em áreas de APP, bem
como o aumento da habitação, cultura anual e perene e consequente diminuição de áreas de
pastagem. No mesmo período, foi constatada em toda área da sub-bacia a redução de 3,88% de
áreas de mata nativa, 4,44% de pastagem e 17,78% de cultura anual, seguida de aumento das
áreas de habitação, cana-de-açúcar e eucalipto.
Dados morfométricos foram obtidos para auxiliar no diagnóstico da
presente
sub-bacia e, através de metodologia específica, Belluta et al. (2009), classificaram-na de 3ª
ordem, o que indica que há vários rios tributários contribuindo para a sua vazão, além de não
ser propenso a ocorrer enchentes, o que é menos impactante. Com essas características
morfométricas e estudos do relevo local, este foi classificado como suave ondulando no P1 e
P2, e ondulado do P2 (área 2) ao P6 (área 3), dados esses confirmados por várias referências
citadas em trabalhos semelhantes realizados na região. Essa característica da sub-bacia é
propícia a agricultura familiar, muito comum no interior do Estado de São Paulo. A
complexidade dos córregos (sistemas lóticos) deve-se ao uso da terra, geologia, tamanho e
formas das bacias de drenagem, além das condições climáticas locais.
No tocante à qualidade da água, vários parâmetros foram avaliados em
três períodos (2007, 2008 e 2009) e indicaram contaminação pontual no P1 e P2. Os estudos de
Souza (2005b) mostraram que nesses pontos o Sistema de Tratamento de Esgoto é eficiente e
produz efluentes dentro dos níveis aceitáveis, porém, a qualidade de água não é restabelecida
no local e sim à jusante deste ponto, pela sua autodepuração natural. Estes dados foram
confirmados no presente estudo, quando o teor de OD atingiu níveis superiores a 9,0mgO.L-1,
sendo baixos os demais parâmetros físico-químicos indicadores de matéria orgânica nos
111
pontos 7 e 8. Então, houve a melhora na qualidade da água no sentido nascente-foz a partir do
P3 ao P8, onde estão localizadas as cachoeiras da Pavuna, um dos principais pontos turísticos
da região. Os parâmetros microbiológicos para potabilidade da água mostraram que esta é
imprópria pela presença de CTT e CT, mas pode ser usada para balneabilidade, com exceção
dos pontos 1, 2 e 3, que foram considerados de qualidade “boa” na maioria das amostragens.
Ao contrário dos trabalhos de Bollmann (2008), que avaliaram a perda
progressiva da qualidade da água do Rio Belém (PR), a partir da nascente em direção à sua
foz, na presente análise do Córrego do Cintra os efeitos conjuntos de fontes pontual e difusa
de poluição, indicaram piora da qualidade já nas nascentes principais, devido à fonte pontual
significativa (P1 e P2), e melhora no sentido de sua foz, utilizando os mesmos parâmetros de
qualidade de água. Diferente desses estudos, Bottino et al. (2010) observaram que a depleção
do oxigênio na nascente ocorreu pela presença massiva da matéria orgânica oriunda da mata
ripária e não de origem antrópica, cuja recuperação também ocorreu no curso do Rio Canha,
no Vale do Ribeira (SP).
Entre os metais analisados, somente o Cu (2009), Pb (2007 e 2008),
Cd e Fe (2007, 2008 e 2009) superaram os VMP. Entre estes, o Cd e o Fe apresentaram teores
altos em todas as amostragens realizadas principalmente no P1; o Cu apresentou valores
significativos no P8, evidenciando a existência de contaminação difusa, possivelmente pelos
resíduos trazidos da Rodovia Marechal Rondon e de áreas de agricultura (P4 ao P7), por isso
considerada vulnerável e desprovida de mata ripária. Estas concentraçãoes do Cu também
foram observadas nos estudos de Belluta et al. (2008). Apesar dos 20 defensivos agrícolas
analisados não terem sido detectados no presente estudo, o Cu, um dos elementos presentes
em sua composição, pode ter sofrido arraste pelas águas pluviais até o córrego, pois no
represamento da água localizado a jusante do P8 (base da cachoeira da Pavuna) foram
detectadas concentrações deste metal de até 147 vezes seu VMP. Os fertilizantes foram
analisados através do fósforo e nitrogênio, mas não indicaram contaminação nessa região em
qualquer das amostragens.
Assim, a área 3 apresenta baixa riqueza de espécies arbóreas e
reduzida APP, e é caracterizada também pelo predomínio de espécies do grupo ecológico
pioneiro e como área em processo de sucessão, onde o reflorestamento e o estímulo à
restauração serão necessárias. Impedir a invasão de animais domésticos em todas as áreas (1, 2
112
e 3), com a construção de cercas nas APP e coibir possíveis desmatamentos por parte dos
proprietários, serão ações fundamentais para a regeneração e preservação da mata ripária e,
conseqüentemente, para a melhora na qualidade da água, pela sua capacidade tampão.
No município de Botucatu e região (Anhembi, Areiópolis, Bofete,
Conchas, Laranjal Paulista, Pardinho, Pratânia e São Manuel), segundo a avaliação feita por
Catâneo e Bueno (2010), terão que aumentar a velocidade de implantação de área florestada,
quando comparada à velocidade de regeneração efetiva de suas áreas de mata natural, para,
numa condição macro, atingir os 20% da área total com florestas. As maiores urgências
deverão ser implementadas pelos municípios de Areiópolis e Pratânia. A exemplo do
município de Botucatu, a sub-bacia do Córrego do Cintra pode ser executada rapidamente, a
curto prazo, por programas de reflorestamento utilizando espécies nativas da Floresta
Estacional Semidecidual pelo órgão público, pela sociedade civil, através de ONGs e
principalmente pelos proprietários de terras inseridos na presente sub-bacia.
A legislação ambiental brasileira é considerada uma das mais
completas do mundo e um dos seus principais pilares é o Código Florestal (BRASIL, 1965)
que determina, entre outras responsabilidades ambientais, a obrigação de se preservar áreas
sensíveis e de se manter uma parcela da vegetação nativa no interior das propriedades rurais,
as APPs e as reservas legais (RL). Sobre as possíveis mudanças deste código que vem sendo
alterado no legislativo e aprovada por uma comissão especial do Congresso Brasileiro, Tundisi
e Matsumura Tundisi (2010) revelam que, com o desmatamento e remoção de parte das APPs
para uso na agricultura, serão causadas perdas econômicas relevantes, quantificadas pelo valor
dos serviços ambientais proporcionados pelas florestas ripárias e mosaicos de vegetação, além
da perda da capacidade tampão, aumentando a poluição do ar, do solo e da água e o controle
dos processos naturais e funcionamento dos ecossistemas.
O processo de discussão do Código Florestal deve considerar a gestão
integrada de território, dos recursos hídricos e proteção dos solos, fundamentada no
conhecimento científico. Em duas cartas publicadas na revista Science, pesquisadores da USP,
UNESP e UNICAMP alertam que “esta substituição levará, invariavelmente, a um decréscimo
acentuado da biodiversidade, a um aumento das emissões de carbono para a atmosfera, ao
aumento das perdas de solo por erosão, com consequente assoreamento de corpos hídricos,
que, conjuntamente, levarão a perdas irreparáveis em serviços ambientais das quais a própria
113
agricultura depende sobremaneira, além de também poderem contribuir para o aumento de
desastres naturais ligados a deslizamentos em encostas, inundações e enchentes nas cidades e
áreas rurais”.
Se hoje o Código florestal vigente defende que as APPs sejam
respeitadas com 30m de vegetação a cada lado de um rio de até 10m de largura, a exemplo do
Córrego do Cintra, o que será desta e de outras sub-bacias se forem aprovadas as alterações do
novo Código, que passará para 15m as áreas marginais? Se em 24 anos (1984 a 2008) houve
redução de 3,88% da mata nativa na presente área de estudo e aumento de 22,22% nas APPs, o
que acontecerá com a mata (área 1, 2 e 3) mesmo com trechos fragmentados que contabilizam
145 espécies e 55 famílias botânicas, se a agricultura atingir o novo limite próximo do
córrego? Apesar da contaminação pontual logo nas nascentes (P1 e P2), como será a qualidade
da água com a redução da mata ripária ao longo do curso d’água, após sua redução e o avanço
da agricultura como fonte de contaminação difusa?
O Brasil precisa valorizar seus recursos naturais, adotando para o setor
rural uma abordagem multifuncional que inclua, entre outras estratégias, o aumento da
produtividade nas áreas já consolidadas, a diversificação da produção e o fortalecimento da
agricultura familiar, bem como a promoção de sistemas agroflorestais e o pagamento por
serviços ambientais.
114
8.0 CONCLUSÃO
Através da análise da estrutura e da influência da mata ripária na
qualidade da água da sub-bacia do Córrego do Cintra foi possível fazer as seguintes
considerações:
• No período de 1984 a 2008, as APPs foram recuperadas naturalmente em cerca de
22,24% do total da mata, representando maior proteção e beneficiando a qualidade da
água do córrego pela retenção dos defensivos agrícolas e fertilizantes possivelmente
presentes na área do seu entorno. Observou-se a diminuição de 3,88% da mata nativa e
parte da pastagem (4,44%), substituída pelas áreas de habitação, cana-de-açúcar e
eucalipto;
• As áreas 1 e 2 podem ser consideradas melhor preservadas devido à presença de maior
número de famílias, espécies e indivíduos de grande e médio porte, com espécies
localmente raras como o guanandi e o palmito juçara, além de sub-bosques
caracterizados pelo estádio sucessional secundário inicial a tardio. Diferentemente, a
área 3 está em estádio inicial, de sucessional pioneira, sendo mais fragmentada e
apresentando reduzido número de indivíduos, espécies e famílias. Apesar das
diferenças de tamanho e riqueza entre as três áreas, estas apresentaram boa equidade
ou baixa predominância de algumas poucas espécies;
• A área que necessita ser revegetada ou regenerada por espécies nativas é a área 3, pois
esta apresenta maior dissimilaridade com as outras áreas, largura de APP inferior a
30m e dominância de poucas espécies. Deve ser delimitada a medida de cada lado do
115
córrego de acordo com a legislação vigente e evitar a invasão de animais, por meio da
instalação de cercas para estimular a regeneração natural;
• Existem 2 fontes poluentes pontuais, o P1 e o P2, pois no primeiro existe lançamento
indevido de esgoto in natura, que apresenta fonte de contaminação orgânica e metais
mais tóxicos Pb, Cd, Fe e Cu e o segundo, pela ETE-SABESP que trata todo o esgoto
gerado no Campus da Unesp de Rubião Júnior. Apesar do efluente apresentar
características organolétpicas desagradáveis no ponto em que é feito o seu lançamento,
além da presença dos mesmos metais em menor concentração, os efeitos da
declividade e a turbulência das águas promovem a autodepuração natural das águas ao
longo do córrego. A análise microbiológica, em 2008 e 2009 indicou qualidade da
água “muito boa” a “Excelente” para recreação;
• Existe uma fonte difusa localizada à jusante do P4 e à montante do P5,caracterizada
pela área de várzea, devido à presença no entorno da Rodovia Marechal Rondon, áreas
de pasto e agricultura. Apesar de não serem detectados os 21 defensivos agrícolas
analisados, acredita-se que possivelmente está ocorrendo contaminação por outro
composto, não analisado, que tem o Cu em sua constituição. Através das análises dos
metais, os teores de Cu indicaram VMP entre estes pontos e principalmente no P8, que
atingiu o teor de até 147 vezes a mais. Esses dados foram confirmados em outro
estudo, no mesmo local, sugerindo contaminação por defensivos agrícolas ou resíduos
oriundos da queima de combustíveis fósseis, na rodovia, que chegam até o córrego
através do arraste pelas águas pluviais superficiais.
116
9.0 REFERÊNCIAS
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127
10.0 APÊNDICE Tabela 1 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P1
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª
PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007
Odor S/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro
Cor 100,0 70,0 30,0 70,0 80,0 100,0
Temperatura do ar (ºC) 30,2 24,3 20,0 16,4 18,2 28,9
Temperatura da água (ºC) 21,0 20,4 17,0 13,8 15,4 19,4
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 0,00 0,00 3,68 0,28 0,00 0,00
D.B.O5 (mg.L-1) 11,60 17,30 16,96 14,70
Oxigênio consumido (mg.L-1) 6,20 5,62 3,51 2,84 7,64 3,94
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,32 0,17 0,52 0,13 0,13 0,08
COT (mg.L-1) 94,25 39,37 22,14 24,67 34,60 47,25
Turbidez (NTU) 26,50 14,70 5,42 9,55 15,20 22,80
pH 6,14 7,79 7,09 6,48 6,32 6,23
Condutividade Elétrica (us/cm) 74,20 85,60 14,49 69,00 106,60 78,97
Coliformes Termotolerantes (NMP) 23 <1100,0 20,0 4,0 15000,0 21,00
Coliformes totais (NMP) 240 <1100,0 21000,0 46000,0 110000,0 93,0
Pb (mg.L-1) <0,005 0,018 <0,005 0,010 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 0,004
Cd (mg.L-1) <0,001 <0,001 0,0020 0,0029 0,0030 0,0390
Fe (mg.L-1) 6,240 1,140 3,0700 4,530 11,000 6,790
Ni (mg.L-1) 0,002 0,007 0,011 0,008 0,017 0,005
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
128
Tabela 2 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P2
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª
PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007
Odor C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro
Cor 40,0 70,0 20,0 65,0 100,0 120,0
Temperatura do ar (ºC) 24,3 23,0 18,0 14,9 16,5 25,5
Temperatura da água (ºC) 22,9 22,1 19,5 17,5 18,5 22,2
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 5,20 4,46 6,44 6,80 5,61 4,78
D.B.O5 (mg.L-1) 4,60 4,46 6,07 6,52 5,42 4,78
Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,53 4,61 5,00 3,37 7,69 8,56
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,53 0,78 0,27 1,15 1,00 1,05
COT (mg.L-1) 10,99 11,75 28,23 22,62 36,07 66,57
Turbidez (NTU) 9,40 16,60 6,05 12,40 31,30 31,60
pH 6,39 6,93 7,33 6,75 6,51 6,94
Cond. Elétrica (us/cm) 127,7 189,0 60,1 195,1 277,7 279,7
Coliformes Termotoleramtes (NMP) <3 <3 <3,0 <3 <3 210,0
Coliformes totais (NMP) 43,0 43,0 23,0 11,0 23,0 1100,0
Pb (mg.L-1) <0,005 0,0160 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 0,006 0,010
Cd (mg.L-1) 0,003 <0,001 0,0019 <0,001 0,002 0,010
Fe (mg.L-1) 1,290 1,440 1,510 1,130 1,840 1,510
Ni (mg.L-1) 0,004 0,003 0,004 0,016 0,011 0,004
Zn (mg.L-1) <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05
129
Tabela 3 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P3
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª
PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007
Odor S/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro C/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro
Cor 40,0 15,0 5,0 15,0 60,0 40,0
Temperatura do ar (ºC) 23,4 21,9 16,2 15,2 15,7 24,3
Temperatura da água (ºC) 21,1 19,7 15,7 14,4 15,1 19,0
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 6,8 6,8 7,5 8,1 6,4 7,0
D.B.O5 (mg.L-1)
Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,38 2,02 1,73 1,06 3,94 2,64
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,09 0,29 0,32 0,35 0,75 0,48
COT (mg.L-1) 38,06 7,29 13,16 6,44 40,16 42,86
Turbidez (NTU) 6,64 7,30 1,50 4,92 10,20 5,04
pH 6,93 7,82 7,48 7,20 7,08 7,13
Condutividade Elétrica (us/cm) 106,10 123,30 35,50 124,90 219,20 201,20
Coliformes termotolerantes (NMP) 240,0 15,0 210,0 <3 15,0 23,0
Coliformes totais (NMP) 240,0 >1100 460000,0 46000,00 46000,00 15000,00
Pb (mg.L-1) <0,005 0,0160 <0,005 0,015 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 0,005
Cd (mg.L-1) 0,002 <0,001 0,002 0,003 0,001 0,003
Fe (mg.L-1) 0,400 1,200 0,810 0,410 0,750 0,550
Ni (mg.L-1) 0,007 0,005 <0,002 0,010 0,015 0,003
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
130
Tabela 4 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P4
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª
PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007
Odor C/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro
Cor 40,0 15,0 5,0 10,0 40,0 40,0
Temperatura do ar (ºC) 26,0 23,4 21,2 22,2 21,7 25,6
Temperatura da água (ºC) 21,8 20,6 17,0 15,6 16,3 20,1
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 6,70 6,50 7,54 7,82 7,10 6,12
D.B.O5 (mg.L-1) 1,40 2,22 2,02 3,77 4,34 3,32
Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,10 1,06 0,77 0,58 1,83 1,35
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,08 0,12 0,88 0,14 0,12 0,22
COT (mg.L-1) 39,01 6,41 12,83 6,65 35,04 36,63
Turbidez (NTU) 6,50 7,60 0,93 6,35 4,90 4,83
pH 6,83 7,85 7,70 7,26 7,25 7,22
Condutividade Elétrica (us/cm) 95,00 86,50 29,30 96,40 176,50 143,10
Coliformes Termotolerantes (NMP) 1100,0 43,0 2800,0 93,0 4300,0 23,0
Coliformes totais (NMP) 1100,0 >1100 110000,0 46000,0 110000,0 46000,0
Pb (mg.L-1) <0,005 0,014 <0,005 0,014 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 0,003 <0,003
Cd (mg.L-1) 0,002 <0,001 0,002 0,004 0,001 <0,001
Fe (mg.L-1) 0,560 1,230 1,260 0,640 1,010 0,690
Ni (mg.L-1) 0,007 0,005 <0,002 0,008 0,009 0,002
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
131
Tabela 5 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P5
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª
PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007
Odor S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro
Cor 30,0 20,0 5,0 5,0 15,0 40,0
Temperatura do ar (ºC) 26,8 23,6 15,2 18,2 16,7 24,4
Temperatura da água (ºC) 21,9 21,0 16,0 15,4 15,7 19,7
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 5,7 5,6 7,7 7,9 7,1 5,8
D.B.O5 (mg.L-1)
Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,74 0,91 0,43 0,29 0,48 0,96
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,09 0,08 0,76 0,07 0,13 0,09
COT (mg.L-1) 38,01 6,13 11,05 4,85 31,88 32,45
Turbidez (NTU) 8,64 9,25 1,950 7,24 4,80 5,82
pH 7,02 7,82 7,46 7,13 7,07 6,57
Condutividade Elétrica (us/cm) 92,60 96,50 27,10 92,10 145,60 132,70
Coliformes termotolerantes (NMP) 1100,0 150,0 20,0 9,0 75,0 7,0
Coliformes totais (NMP) 240,0 >1100 15000,0 46000,0 110000,0 7500,0
Pb (mg.L-1) <0,005 0,016 <0,005 0,012 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 0,003 <0,003
Cd (mg.L-1) 0,001 <0,001 0,002 0,002 0,001 <0,001
Fe (mg.L-1) 1,110 1,740 1,730 0,990 1,030 1,330
Ni (mg.L-1) 0,009 0,004 0,003 0,009 0,009 0,003
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
132
Tabela 6 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P6
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª
PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007
Odor S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro
Cor 50,0 20,0 5,0 5,0 20,0 20,0
Temperatura do ar (ºC) 23,3 20,6 15,2 16,2 15,7 23,1
Temperatura da água (ºC) 22,3 20,4 16,3 15,3 15,8 20,5
Oxigênio disumido (mg.L-1) 6,60 6,35 8,28 7,36 7,45 6,44
D.B.O5 (mg.L-1)
Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,64 0,58 0,31 0,29 0,20 0,77
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,04 <0,04 <0,04 0,055 <0,04 0,06
COT (mg.L-1) 36,87 5,84 13,27 5,02 30,22 31,11
Turbidez (NTU) 11,20 8,37 1,95 8,93 4,37 7,03
pH 7,20 7,99 7,67 7,25 7,19 7,17
Condutividade Elétrica (us/cm) 82,0 82,0 22,1 75,3 119,2 108,7
Coliformes termotolerantes (NMP) 43,0 93,0 11,0 7,0 150,0 75,0
Coliformes totais (NMP) 23,0 120,0 21000,0 46000,0 110000,0 15000,0
Pb (mg.L-1) <0,005 0,014 <0,005 0,012 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003
Cd (mg.L-1) 0,002 <0,001 0,002 0,003 0,001 0,012
Fe (mg.L-1) 0,740 1,640 1,470 0,950 0,060 1,510
Ni (mg.L-1) 0,007 0,006 <0,002 0,005 0,006 <0,002
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
133
Tabela 7 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P7
Ponto 7 2007
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª
PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007
Odor C/Cheiro S/Cheiro C/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro
Cor 50,0 20,0 5,0 5,0 15,0 20,0
Temperatura do ar (ºC) 21,0 19,7 12,4 14,4 13,4 20,3
Temperatura da água (ºC) 22,6 21,1 16,6 15,5 16,0 20,5
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,00 6,80 8,46 9,00 8,10 6,95
D.B.O5 (mg.L-1)
Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,56 0,38 0,10 0,38 0,10 0,48
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,03 <0,03 <0,03 0,05 0,20 0,04
COT (mg.L-1) 9,11 5,51 12,66 4,91 28,41 29,04
Turbidez (NTU) 12,10 9,16 2,10 9,45 4,97 6,86
pH 6,76 7,98 7,65 7,31 7,27 7,27
Condutividade Elétrica (us/cm) 73,90 85,10 20,70 69,10 111,10 102,80
Coliformes Termotolerantes (NMP) 23,0 23,0 28,0 15,0 460,0 23,0
Coliformes totais (NMP) 1100,0 1100,0 210,0 46000,0 46000,0 24000,0
Pb (mg.L-1) <0,005 0,0130 <0,005 0,011 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003
Cd (mg.L-1) 0,003 <0,001 0,002 0,004 0,001 <0,001
Fe (mg.L-1) 1,010 1,740 2,250 1,260 1,290 1,240
Ni (mg.L-1) 0,010 0,005 <0,002 0,013 0,008 <0,002
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
134
Tabela 8 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2007 no P8
Ponto 8 2007
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª
PARÂMETROS 5/2/2007 11/4/2007 13/6/2007 6/8/2007 8/10/2007 3/12/2007
Odor S/Cheiro S/Cheiro C/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro S/Cheiro
Cor 50,0 15,0 5,0 5,0 15,0 15,0
Temperatura do ar (ºC) 19,8 17,6 14,3 13,5 13,9 16,9
Temperatura da água (ºC) 21,5 19,5 15,5 14,2 14,9 18,4
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,70 7,22 8,65 9,66 9,10 8,23
D.B.O5 (mg.L-1) 0,70 0,69 5,00 0,970 1,370 0,690
Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,56 0,25 0,29 0,10 0,10 0,29
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) <0,03 <0,03 <0,03 0,047 0,130 0,029
COT (mg.L-1) 8,86 5,09 20,51 23,02 28,91 30,17
Turbidez (NTU) 11,50 7,94 2,15 9,16 4,08 5,98
pH 7,32 8,02 7,73 7,65 7,79 7,70
Condutividade Elétrica (us/cm) 77,40 81,50 19,39 67,60 107,10 100,00
Coliformes Termotolerantes (NMP) 9,0 9,0 2800,0 4,0 21,0 23,0
Coliformes totais (NMP) 93,0 150,0 150000,0 46000,0 9300,0 9300,0
Pb (mg.L-1) <0,005 0,011 <0,005 0,007 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003 <0,003
Cd (mg.L-1) 0,002 <0,001 0,002 0,003 0,001 <0,001
Fe (mg.L-1) 0,570 1,670 1,340 0,370 0,990 0,830
Ni (mg.L-1) 0,006 <0,002 <0,002 0,002 0,007 <0,002
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
135
Tabela 9 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P1
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008
Odor C/odor C/odor C/odor C/odor
Cor 20,0 70,0 70,0 10,0
Temperatura do ar (ºC) 24,3 21,6 19,6 20,8
Tempemperatura da água (ºC) 20,1 15,8 16,6 20,0
Oxigênio disolvido (mg.L-1) 0,00 0,00 0,00 0,00
D.B.O5 (mg.L-1) 9,72 6,54 6,50 6,10
Oxigênio consumido (mg.L-1) 3,41 1,97 4,13 2,21
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,11 0,04 0,09 0,06
COT (mg.L-1) 9,75 25,50 26,81 39,49
NT (mg.L-1) 2,09 0,04 0,43 0,64
Turbidez (NTU) 14,50 22,00 18,10 19,40
pH 6,12 6,29 6,48 6,13
Condutividade Elétrica (us/cm) 81,93 60,35 70,79 81,34
Coliformes Termotolerantes (NMP) 23,0 21,0 21,0 230,0
Coliformes totais (NMP) 23,0 210,0 210,0 4300,0
Pb (mg.L-1) 0,0165 <0,005 0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) 0,005 0,003 0,004 0,003
Cd (mg.L-1) 0,004 <0,001 0,007 0,001
Fe (mg.L-1) 9,425 5,250 6,275 6,325
Ni (mg.L-1) 0,010 <0,002 <0,002 0,002
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
136
Tabela 10 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P2
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008
Odor C/odor C/cheiro C/cheiro C/cheiro
Cor 80,0 70,0 100,0 100,0
Temperatura do ar (ºC) 23,3 23,0 16,2 19,5
Temperatura da água (ºC) 22,2 19,6 18,9 21,9
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 5,88 5,34 5,83 5,73
D.B.O5 (mg.L-1) 5,68 4,95 5,63 5,43
Oxigênio consumido (mg.L-1) 5,86 5,67 8,36 7,02
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,78 0,79 0,92 0,92
COT (mg.L-1) 18,63 59,38 35,53 88,41
NT (mg.L-1) 5,32 4,82 5,00 5,73
Turbidez (NTU) 18,20 21,50 32,00 36,70
pH 6,38 6,66 6,71 6,67
Cond. Elétrica (us/cm) 236,00 180,80 277,40 306,40
Coliformes Termotolerantes (NMP) <3 23,0 43,0 43,0
Coliformes totais (NMP) <3 150,0 240,0 93,0
Pb (mg.L-1) 0,008 0,006 <0,005 0,006
Cu (mg.L-1) 0,004 0,004 0,005 0,005
Cd (mg.L-1) 0,001 0,003 0,005 0,001
Fe (mg.L-1) 0,162 0,210 1,508 0,968
Ni (mg.L-1) 0,004 0,003 <0,002 0,003
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
137
Tabela 11 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P3
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008
Odor C/ odor S/odor C/odor C/odor
Cor 20,0 40,0 70,0 80,0
Temperatura do ar (ºC) 24,6 16,8 16,2 21,4
Temperatura da água (ºC) 20,2 16,7 15,1 20,2
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,16 7,80 7,71 6,91
D.B.O5 (mg.L-1)
Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,83 2,02 4,90 2,40
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,25 0,32 0,52 0,57
COT (mg.L-1) 7,49 42,35 30,64 37,88
NT (mg.L-1)) 1,27 2,11 2,25 2,03
Turbidez (NTU) 7,50 8,50 13,10 12,10
pH 6,99 7,28 7,18 7,02
Cond. Elétrica (us/cm) 150,30 135,90 160,20 209,20
Coliformes Termotolerantes (NMP) 32,0 93,0 150,0 43,0
Coliformes totais (NMP) 750,0 240,0 930,0 150,0
Pb (mg.L-1) 0,006 0,006 0,008 0,005
Cu (mg.L-1) <0,003 0,003 0,009 0,003
Cd (mg.L-1) 0,001 0,002 0,045 <0,001
Fe (mg.L-1) 0,070 0,116 2,554 0,558
Ni (mg.L-1) <0,002 0,009 0,026 0,002
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 0,061 <0,050
138
Tabela 12 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P4
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008
Odor S/odor S/odor C/odor S/odor
Cor 20,0 40,0 60,0 70,0
Temperatura do ar (ºC) 22,8 17,8 17,8 20,8
Temperatura da água (ºC) 21,1 17,4 16,0 20,7
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 6,82 7,31 7,61 5,93
D.B.O5 (mg.L-1) 2,27 2,96 5,73 5,53
Oxigênio consummido (mg.L-1) 1,15 1,63 2,60 1,92
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,16 0,05 0,17 0,17
Turbidez (NTU) 11,80 7,30 7,83 10,80
COT (mg.L-1) 7,40 36,24 28,71 32,50
NT (mg.L-1) 1,39 1,21 1,34 1,42
pH 6,96 7,35 7,26 7,03
Condutividade Elétrica (us/cm) 129,20 107,40 131,80 171,50
Coliformes termotolerante (NMP) 280,0 23,0 23,0 93,0
Coliformes totais (NMP) 2400,0 240,0 210,0 240,0
Pb (mg.L-1) 0,006 0,005 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) 0,004 0,003 0,004 0,005
Cd (mg.L-1) 0,001 <0,001 0,002 0,001
Fe (mg.L-1) 0,234 0,156 1,301 1,163
Ni (mg.L-1) <0,002 0,002 <0,002 0,002
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
139
Tabela 13 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P5
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008
Odor s/odor S/odor C/odor S/odor
Cor 20,0 40,0 40,0 70,0
Temperatura do ar (ºC) 21,5 19,6 16,2 20,6
Temperatura da água (ºC) 19,6 17,5 15,9 20,6
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 6,72 7,61 8,10 6,91
D.B.O5 (mg.L-1)
Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,87 0,48 1,54 1,30
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,06 0,07 0,09 0,10
COT (mg.L-1) 6,67 32,99 26,39 28,64
NT (mg.L-1) 0,97 1,16 1,15 1,26
Turbidez (NTU) 16,60 9,06 7,74 12,50
pH 6,81 7,27 7,21 7,05
Condutividade Elétrica (us/cm) 109,20 104,00 118,40 149,20
Coliformes termotolerantes (NMP) 240,0 9,0 23,0 240,0
Coliformes totais (NMP) 240,0 43,0 150,0 1100,0
Pb (mg.L-1) 0,005 <0,005 0,008 <0,005
Cu (mg.L-1) <0,003 0,003 0,005 <0,003
Cd (mg.L-1) 0,002 0,001 0,017 0,001
Fe (mg.L-1) 0,223 2,080 2,454 1,478
Ni (mg.L-1) <0,002 <0,002 <0,002 <0,002
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
140
Tabela 14 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P6
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008
Odor S/odor S/odor C/odor S/odor
Cor 20,0 20,0 20,0 40,0
Temperatura do ar (ºC) 21,0 18,4 16,4 20,2
Temperatura da água (ºC) 20,8 17,6 16,1 20,8
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,11 7,90 8,50 6,72
D.B.O5 (mg.L-1)
Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,58 0,25 0,91 0,48
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,07 0,07 0,05 0,12
COT (mg.L-1) 6,31 30,71 25,19 27,71
NT (mg.L-1) 0,46 0,87 0,72 0,73
Turbidez (NTU) 10,40 7,25 6,70 8,90
pH 7,05 7,36 7,22 7,01
Condutividade Elétrica (us/cm) 99,65 90,23 90,87 117,90
Coliforme Termotolerantes (NMP) 43,0 7,0 9,0 23,0
Coliformes totais (NMP) 460,0 150,0 23,0 93,0
Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) <0,003 0,003 <0,003 <0,003
Cd (mg.L-1) <0,001 0,001 0,005 <0,001
Fe (mg.L-1) 0,102 1,625 1,650 1,076
Ni (mg.L-1) <0,002 <0,002 0,002 <0,002
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
141
Tabela 15 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P7
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008
Odor S/cheiro S/odor C/odor S/odor
Cor 20,0 20,0 20,0 40,0
Temperatura do ar (ºC) 22,9 19,2 14,7 20,2
Temperatura da água (ºC) 21,6 17,7 16,4 21,0
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,51 8,00 8,60 7,32
D.B.O5 (mg.L-1)
Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,38 0,20 0,63 0,29
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,05 0,03 0,02 0,08
TOC (mg.L-1) 6,41 29,03 25,24 26,25
NT (mg.L-1) 0,40 0,89 0,63 0,68
Turbidez (NTU) 15,40 7,76 6,86 7,72
pH 7,21 7,91 7,25 7,10
Condutividade Elétrica (us/cm) 95,66 85,96 88,99 111,20
Coliformes Termotolerantes (NMP) 93,0 7,0 210,0 23,0
Coliformes totais (NMP) 460,0 93,0 11000,0 930,0
Pb (mg.L-1) Perdido <0,005 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) Perdido <0,003 <0,003 <0,003
Cd (mg.L-1) Perdido <0,001 0,002 0,003
Fe (mg.L-1) Perdido 2,158 1,747 1,234
Ni (mg.L-1) Perdido <0,002 <0,002 <0,002
Zn (mg.L-1) Perdido <0,050 <0,050 <0,050
142
Tabela 16 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2008 no P8
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 2/4/2008 2/7/2008 22/9/2008 17/12/2008
Odor S/odor S/odor S/odor S/odor
Cor 20,0 20,0 20,0 20,0
Temperatura do ar (ºC) 20,1 16,6 12,2 19,3
Temperatura da água (ºC) 20,7 16,9 14,4 20,2
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 8,30 8,79 9,29 8,50
D.B.O5 (mg.L-1) 1,10 0,29 2,18 0,80
Oxigênio consumido (mg.L-1) 0,10 0,10 0,29 0,10
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,06 0,03 0,03 0,03
COT (mg.L-1) 6,15 26,92 25,39 24,81
NT (mg.L-1) 0,29 0,79 0,54 0,55
Turbidez (NTU) 12,50 6,97 6,20 5,51
pH 7,48 7,63 7,48 7,51
Condutividade Elétrica (us/cm) 91,54 86,74 85,10 98,69
Coliformes Termotolerantes (NMP) 460,0 43,0 21,0 9,0
Coliformes totais (NMP) 750,0 150,0 241,0 240,0
Pb (mg.L-1) Perdido 0,005 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) Perdido <0,003 <0,003 <0,003
Cd (mg.L-1) Perdido <0,001 0,001 0,001
Fe (mg.L-1) Perdido 1,556 1,716 0,754
Ni (mg.L-1) Perdido <0,002 <0,002 <0,002
Zn (mg.L-1) Perdido <0,050 <0,050 <0,050
143
Tabela 17 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P1
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009
Odor C/odor C/odor C/odor C/odor
Cor 70,0 20,0 100,0 80,0
Temperatira do ar (ºC) 31,5 18,1 20,3 28,7
Temperatura da água (ºC) 21,7 15,1 18,8 21,9
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 0,00 0,00 0,00 0,00
D.B.O5 (mg.L-1) 9,70 6,00 5,06 6,74
Oxigênio consumido (mg.L-1) 5,62 3,09 5,85 5,49
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,10 0,11 0,16 0,31
COT (mg.L-1) 32,07 52,93 58,29 83,41
NT (mg.L-1) 0,24 0,85 0,74 0,15
Cloreto (mg.L-1) 5,00 0,50 3,50 6,50
pH 6,21 6,20 6,35 5,90
Condutividade Elétrica (us/cm) 153,50 84,00 80,27 81,09
Turbidez (NTU) 13,10 7,01 15,81 26,00
Coliformes Termotolerantes (NMP) 230,0 4,0 23,0 23,0
Coliformes totais (NMP) 930,0 150,0 240,0 430,0
Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) 0,003 <0,003 0,007 0,041
Cd (mg.L-1) 0,001 0,005 0,001 0,003
Fe (mg.L-1) 8,525 2,250 15,113 9,038
Ni (mg.L-1) 0,003 0,003 0,002 0,002
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
144
Tabela 18 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P2
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009
Odor C/odor C/odor C/odor C/odor
Cor 70,0 100,0 70,0 100,0
Temperatura do ar (ºC) 24,3 22,6 19,3 24,5
Temperatura da água (ºC) 23,4 16,9 21,7 23,1
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 6,10 7,61 6,82 7,70
D.B.O5 (mg.L-1) 5,73 7,61 6,82 7,50
Oxigênio cons. (mg.L-1) 4,52 9,58 8,73 6,80
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,47 0,88 0,44 0,53
COT (mg.L-1) 24,32 81,84 112,70 118,20
NT (mg.L-1) 5,56 5,94 11,77 0,58
Cloreto (mg.L-1) 22,00 4,50 62,48 39,98
pH 6,34 7,32 7,80 6,80
Turbidez (NTU) 14,00 39,70 26,21 36,00
Condutividade Elétrica (us/cm) 92,13 356,50 442,50 213,50
Coliformes Termotolerantes (NMP) <3 4,0 <3 7,0
Coliformes totais (NMP) 23,0 75,0 93,0 43,0
Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) 0,003 0,003 0,017 0,014
Cd (mg.L-1) 0,004 0,003 0,005 <0,001
Fe (mg.L-1) 1,075 0,605 1,313 1,925
Ni (mg.L-1) 0,003 0,004 <0,002 <0,002
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
145
Tabela 19 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P3
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009
Odor C/odor C/odor S/odor S/odor
Cor 40,0 80,0 40,0 100,0
Temperatura do ar (ºC) 26,4 22,0 17,9 24,8
Temperatura da água (ºC) 21,8 16,0 19,1 21,9
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,31 8,30 6,52 7,11
D.B.O5 (mg.L-1)
Oxigênio consumido (mg.L-1) 2,45 2,69 3,18 4,60
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,07 0,54 0,56 0,30
COT (mg.L-1) 33,76 60,90 47,02 76,84
NT (mg.L-1) 7,88 2,73 2,36 0,20
Cloreto (mg.L-1) 7,50 22,00 15,00 10,49
Turbidez (NTU) 8,60 13,10 5,22 353,00
pH 7,06 6,95 7,18 6,40
Condutividade Elétrica (us/cm) 119,50 180,30 155,40 104,80
Coliformes Termotolerantes (NMP) 150,0 240,0 43,0 <3
Coliformes totais (NMP) 240,0 2100,0 2400,0 3900,0
Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 0,005
Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 0,098 0,592
Cd (mg.L-1) 0,001 0,004 0,002 0,005
Fe (mg.L-1) 0,299 0,410 1,950 6,388
Ni (mg.L-1) <0,002 0,002 <0,002 0,004
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 0,053
146
Tabela 20 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P4
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009
Odor S/odor S/odor S/odor S/odor
Cor 40,0 20,0 15,0 100,0
Temperatura do ar (ºC) 24,8 18,5 21,5 24,6
Temperatura da água (ºC) 22,6 15,5 20,1 22,5
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 6,32 6,82 5,53 6,52
D.B.O5 (mg.L-1) 1,78 6,23 1,58 3,75
Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,92 2,45 1,60 15,66
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,02 0,87 0,16 0,13
COT (mg.L-1) 33,08 35,61 49,09 81,43
NT (mg.L-1) 7,57 1,48 1,20 0,16
Cloreto (mg.L-1) 6,00 14,25 9,24 6,50
Turbidez (NTU) 8,63 9,07 7,44 156,00
pH 6,88 6,81 7,04 6,51
Condutividade Elétrica (us/cm) 105,6 144,2 123,3 92,5
Coliformes Termotermotolerante (NMP) 240,0 150,0 23,0 4,0
Coliformes totais (NMP) 1500,0 4300,0 1500,0 2300,0
Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 0,005
Cu (mg.L-1) <0,003 0,300 1,950 0,071
Cd (mg.L-1) 0,001 0,002 <0,001 0,003
Fe (mg.L-1) 1,015 0,710 1,825 3,950
Ni (mg.L-1) <0,002 0,002 <0,002 0,004
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 0,050
147
Tabela 21 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P5
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009
Odor S/odor S/odor S/odor S/odor
Cor 40,0 30,0 15,0 100,0
Temperatura do ar (ºC) 24,3 18,5 22,1 25,2
Temperatura da água (ºC) 22,8 15,4 20,2 22,5
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 6,72 8,10 7,10 6,52
D.B.O5 (mg.L-1)
Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,59 2,15 1,95 2,79
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,02 0,04 0,12 0,06
COT (mg.L-1) 29,40 31,40 55,23 67,37
NT (mg.L-1) 0,78 1,26 1,42 0,15
Cloreto (mg.L-1) 4,50 13,00 8,50 6,00
pH 6,93 6,94 6,99 6,44
Condutividade Elétrica (us/cm) 100,00 123,50 113,90 87,24
Turbidez (NTU) 11,50 10,90 8,03 109,00
Coliformes Termotolerantes (NMP) 230,0 150,0 23,0 <3
Coliformes totais (NMP) 1100,0 750,0 3900,0 9300,0
Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 0,005
Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 0,008 0,165
Cd (mg.L-1) 0,002 0,002 <0,001 0,002
Fe (mg.L-1) 1,773 0,830 2,738 7,375
Ni (mg.L-1) <0,002 <0,002 <0,002 0,004
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 0,057
148
Tabela 22 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P6
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009
Odor S/odor S/odor S/odor S/odor
Cor 70 20,0 30,0 100,0
Temperatura do ar (ºC) 25,8 18,50 20,7 23,7
Temperatura da água (ºC) 22,9 15,40 21,1 22,5
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,51 8,50 7,51 7,11
D.B.O5 (mg.L-1)
Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,59 1,15 1,19 2,20
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,02 0,04 0,06 0,03
COT (mg.L-1) 28,46 27,66 43,57 76,26
NT (mg.L-1) 0,55 0,73 1,32 0,15
Cloreto (mg.L-1) 2,75 7,50 5,00 6,00
pH 7,06 6,98 7,08 6,52
Condutividade Elétrica (us/cm) 89,17 99,61 96,01 82,69
Turbidez (NTU) 16,40 8,20 9,91 109,00
Coliformes Termotolerantes (NMP) 930,0 210,0 15,0 9,0
Coliformes totais (NMP) 1100,0 2300,0 4600,0 2300,0
Pb (mg.L-1) <0,005 0,007 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) 0,005 <0,003 1,250 0,015
Cd (mg.L-1) 0,005 0,004 0,003 0,001
Fe (mg.L-1) 4,085 1,070 3,388 2,850
Ni (mg.L-1) 0,002 0,008 <0,002 0,003
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
149
Tabela 23 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P7
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009
Odor S/odor S/odor S/odor S/odor
Cor 60,0 20,0 30,0 100,0
Temperatura do ar (ºC) 23,4 18,8 22,3 22,5
Temperatura da água (ºC) 23,2 15,6 21,4 22,8
Oxigênio dissolvidos (mg.L-1) 7,51 9,00 7,71 7,51
D.B.O5 (mg.L-1)
Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,44 1,00 1,10 1,25
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,00 0,02 0,07 0,03
COT (mg.L-1) 27,57 26,02 41,23 53,70
NT (mg.L-1) 0,56 0,72 1,94 0,12
Cloreto (mg.L-1) 2,00 6,25 5,00 4,00
pH 6,98 7,08 6,99 6,59
Condutividade Elétrica (us/cm) 84,00 95,89 90,24 64,94
Turbidez (NTU) 9,61 9,49 10,90 63,80
Coliformes Termotolerantes (NMP) 430,0 43,0 11,0 9,0
Coliformes totais (NMP) 240,0 150,0 4600,0 2300,0
Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 0,005
Cu (mg.L-1) <0,003 <0,003 0,012 1,038
Cd (mg.L-1) 0,002 0,001 <0,001 0,001
Fe (mg.L-1) 2,046 1,040 2,763 5,038
Ni (mg.L-1) <0,002 0,003 <0,002 0,002
Zn (mg.L-1) <0,050 <0,050 <0,050 <0,050
150
Tabela 24 - Parâmetros de qualidade de água obtidos em 2009 no P8
AMOSTRAGENS 1ª 2ª 3ª 4ª
PARÂMETROS 25/3/2009 24/6/2009 30/9/2009 14/12/2009
Odor S/odor S/odor S/odor S/odor
Cor 60,0 20,0 40,0 100,0
Temperatura do ar (ºC) 21,9 18,9 19,6 21,0
Temperatura da água (ºC) 22,4 15,8 19,4 22,0
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 7,90 9,68 8,50 8,10
D.B.O5 (mg.L-1) 0,60 1,38 0,59 2,17
Oxigênio consumido (mg.L-1) 1,20 0,60 1,10 1,09
Fosfato P(PO4) (mg.L-1) 0,00 0,03 0,07 0,06
COT (mg.L-1) 28,72 27,88 45,31 67,41
NT (mg.L-1) 0,58 0,70 1,39 0,12
Cloreto (mg.L-1) 2,00 5,50 5,00 4,00
pH 7,50 7,06 7,47 6,82
Condutividade Elétrica (us/cm) 79,02 92,35 91,57 72,65
Turbidez (NTU) 9,52 6,97 10,50 67,40
Coliformes Termo. (NMP) 120,0 20,0 9,0 4,0
Coliformes totais (NMP) 4600,0 7500,0 1200,0 700,0
Pb (mg.L-1) <0,005 <0,005 <0,005 <0,005
Cu (mg.L-1) 0,003 <0,003 1,125 1,325
Cd (mg.L-1) 0,007 0,002 0,002 0,001
Fe (mg.L-1) 2,433 0,720 5,888 5,350
Ni (mg.L-1) <0,002 0,002 <0,002 <0,002
Zn (mg.L-1) <0,050 0,007 0,005 0,050
151
Tabela 25- Média e desvio-padrão referentes ao OD segundo Período e Ponto
Períodos
Pontos 2007 2008 2009 Média geral de ponto
P1 0,99 - - 0,28E
1,80
P2 5,55 5,70 7,06 6,02D
0,92 0,24 0,75 0,97
P3 7,11 7,40 7,31 7,25BC
0,60 0,43 0,74 0,57
P4 6,96 6,92 6,30 6,76CD
0,65 0,73 0,55 0,67
P5 6,64 7,34 7,11 6,97BC
1,06 0,64 0,70 0,86
P6 7,08 7,56 7,66 7,38BC
0,75 0,80 0,59 0,72
P7 7,72 7,86 7,93 7,82AB
0,93 0,57 0,72 0,73
P8 8,43 8,72 8,55 8,54A
0,90 0,43 0,80 0,72
Média geral de Período 6,54 7,35 7,42
2,10 1,01 0,91
P<0,001 para efeito de ponto - Letras maiúsculas comparam médias de pontos
152
Tabela 26- Média e desvio-padrão referentes ao DBO segundo Período e Ponto
Períodos
Pontos 2007 2008 2009 Média geral de ponto
P1 15,5Aa 7,2Ab 6,9Ab 9,9A
3,1 1,7 2,0 4,7
P2 5,3Ba 5,4ABa 6,9Aa 5,8A
0,8 0,3 0,9 1,0
P4 2,8Ca 4,1Ba 3,3Ba 3,4B
1,1 1,8 2,2 1,6
P8 1,6Ca 1,1Ca 1,2Ba 1,3B
1,7 0,8 0,8 1,2
Média geral Período 5,5 4,5 4,6
5,3 2,6 2,9
P<0,001 para efeito da interação período*ponto
Letras minúsculas comparam médias de Período dentro de cada ponto
153
Tabela 27- Média e desvio-padrão referentes ao Fosfato Total segundo Período e Ponto
Períodos
Pontos 2007 2008 2009 Média geral de ponto
P1 0,22 0,07 0,17 0,17C
0,17 0,03 0,10 0,13
P2 0,80 0,85 0,58 0,75A
0,34 0,08 0,20 0,26
P3 0,38 0,41 0,37 0,39B
0,22 0,15 0,23 0,19
P4 0,26 0,14 0,29 0,23BC
0,31 0,06 0,39 0,28
P5 0,20 0,08 0,06 0,13C
0,27 0,02 0,04 0,18
P6 0,05 0,08 0,04 0,05C
0,01 0,03 0,02 0,02
P7 0,07 0,05 0,03 0,05C
0,07 0,03 0,03 0,05
P8 0,05 0,04 0,04 0,04C
0,04 0,02 0,03 0,03
Média geral de Período 0,26 0,22 0,20
0,31 0,28 0,25
P<0,001 para efeito de ponto - Letras maiúsculas comparam médias de pontos
154
Tabela 28- Mediana, 10 e 30 quartil, entre colchete para a Turbidez segundo Período e Ponto
Períodos
Pontos 2007 2008 2009 Mediana geral de Ponto
P1 15,5[13,1;22,0]AB
P2 23,8[14,0;32,0]A
P3 8,0[5,2;12,1]B
P4 7,5[6,4;9,1]B
P5 8,8[7,2;11,5]AB
P6 8,6[7,0;10,4]B
P7 9,3[6,9;10,9]AB
P8 7,4[6,0;10,5]B
Mediana geral de Período 7,3[4,9;9,9]b 10,6[7,6;16,0]a 11,2[8,8;31,1]a
P<0,001 para efeito de ponto e período
155
Tabela 29 - Média e desvio-padrão referentes ao COT segundo Período e Ponto
Períodos
Pontos 2007 2008 2009 Média geral de Ponto
P1 43,7 25,4 56,7 42,2AB
26,4 12,2 21,1 23,6
P2 29,4 50,5 84,3 51,1A
20,6 30,3 43,0 36,9
P3 24,7 29,6 54,6 34,6AB
17,4 15,5 18,5 20,7
P4 22,8 26,2 49,8 31,5AB
15,7 12,9 22,2 19,9
P5 20,7 23,7 45,9 28,7B
15,0 11,7 18,5 18,0
P6 20,4 22,5 44,0 27,7AB
14,0 11,0 22,7 18,4
P7 14,9 21,7 37,1 23,2B
11,0 10,3 13,0 14,2
P8 19,4 20,8 42,3 26,4B
10,4 9,8 18,5 15,9
Média geral de Período 24,5b 27,5b 51,8a
17,8 16,5 25,1
P<0,001 para efeito de ponto e período
Letras minúsculas comparam médias de período
Letras maiúsculas comparam médias de pontos
156
Tabela 30- Média e desvio-padrão referentes ao NT consumido segundo Período e Ponto
Períodos
Pontos 2008 2009 Média geral de Ponto
P1 0,80 0,50 0,65B
0,89 0,35 0,65
P2 5,22 5,96 5,59A
0,40 4,57 3,03
P3 1,91 3,29 2,60B
0,44 3,25 2,27
P4 1,34 2,60 1,97B
0,09 3,36 2,30
P5 1,14 0,90 1,02B
0,12 0,57 0,40
P6 0,70 0,69 0,69B
0,17 0,49 0,34
P7 0,65 0,83 0,74B
0,20 0,78 0,54
P8 0,54 0,70 0,62B
0,21 0,52 0,38
Média geral de Período 1,54 1,93
1,52 2,76
P<0,001 para efeito de ponto - Letras maiúsculas comparam médias de pontos
157
Tabela 31- Média e desvio-padrão referentes ao pH consumido segundo Período e Ponto
Períodos
Pontos 2007 2008 2009 Média geral de Ponto
P1 6,7 6,3 6,2 6,4C
0,6 0,2 0,2 0,5
P2 6,8 6,6 7,1 6,8B
0,3 0,2 0,6 0,4
P3 7,3 7,1 6,9 7,1AB
0,3 0,1 0,3 0,3
P4 7,4 7,2 6,8 7,1AB
0,4 0,2 0,2 0,4
P5 7,2 7,1 6,8 7,1B
0,4 0,2 0,3 0,3
P6 7,4 7,2 6,9 7,2AB
0,3 0,2 0,3 0,3
P7 7,4 7,4 6,9 7,2AB
0,4 0,4 0,2 0,4
P8 7,7 7,5 7,2 7,5A
0,2 0,1 0,3 0,3
Média geral de Período 7,2a 7,0b 6,8b
0,5 0,4 0,4
P<0,001 para efeito de ponto e períodos
Letras minúsculas comparam médias de períodos
Letras maiúsculas comparam médias de pontos
158
Tabela 32 - Média e desvio-padrão referentes ao CE consumido segundo Período e Ponto
Períodos
Pontos 2007 2008 2009 Média geral de Ponto
P1 71,5 73,6 99,7 80,2C
30,8 10,2 35,9 29,2
P2 188,2 250,2 276,2 231,0A
85,4 54,5 154,8 103,0
P3 135,0 163,9 140,0 144,7B
67,0 31,8 34,3 48,9
P4 104,5 135,0 116,4 116,6BC
50,6 26,7 22,4 37,9
P5 97,8 120,2 106,2 106,6BC
41,4 20,2 15,9 30,1
P6 81,6 99,7 91,9 89,7BC
33,8 12,9 7,5 23,6
P7 77,1 95,5 83,8 84,3C
32,0 11,3 13,5 23,0
P8 75,5 90,5 83,9 82,2C
31,1 6,1 9,7 21,1
Média geral de Período 103,9 128,6 124,7
59,8 58,7 79,7
P<0,001 para efeito de ponto
Letras maiúsculas comparam médias de pontos
159
Tabela 33 - Média de desvio-padrão referentes aos Cloretos segundo Ponto no Período de
2009
Pontos Média geral de Ponto
P1 3,9B
2,6
P2 32,2A
24,8
P3 13,7AB
6,3
P4 9,0B
3,8
P5 8,0B
3,7
P6 5,3B
2,0
P7 4,3B
1,8
P8 4,1B
1,5
P<0,001 para efeito de ponto
Letras maiúsculas comparam médias de pontos