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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ-FAFIPA

CLEOSI IVETE MORITZ RAKOSKI

ATLETISMO: A ARTE DE ANDAR, CORRER E SALTAR – CONTRIBUIÇÕES

PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA 7ª SÉRIE DO ENSINO

FUNDAMENTAL

PARANAVAI / PR.

2012

CLEOSI IVETE MORITZ RAKOSKI

ATLETISMO: A ARTE DE ANDAR, CORRER E SALTAR – CONTRIBUIÇÕES

PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA 7ª SÉRIE DO ENSINO

FUNDAMENTAL.

Artigo apresentado ao curso como requisito parcial à conclusão do Curso de Plano de Desenvolvimento da Educacional (P.D.E.), pela Universidade Estadual do Paraná. Orientador: Profº Dr° Carlos Alexandre Molena Fernandes.

PARANAVAI – PR.

2012

ATLETISMO: A ARTE DE ANDAR, CORRER E SALTAR – CONTRIBUIÇÕES

PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA 7ª SÉRIE DO ENSINO

FUNDAMENTAL

CLEOSI IVETE MORITZ RAKOSKI1

Orientador: Prof. Dr. Carlos Alexandre Molena-Fernandes2

RESUMO:

O atletismo é considerado um esporte clássico, é a forma mais antiga e organizada como esporte, por isso deveria ser mais valorizado e trabalhado em sua plenitude, no campo da Educação Física Escolar. Não por outro motivo, o objetivo deste trabalho consistiu em viabilizar o ensino do atletismo a partir de uma perspectiva histórica que analisa e questiona a metodologia de ensino do mesmo. O objetivo deste artigo é repensar novas metodologias de ensino que poderão ajudar na prática do esporte atletismo na rede pública de ensino como uma atividade física prazerosa, buscando resultados satisfatórios para o desenvolvimento integral do ser humano. Através da pesquisa de campo, desenvolvemos um projeto na rede pública de ensino do Estado do Paraná, com alunos da 7ª série do ensino fundamental, no qual trabalhamos o atletismo através dos mais variados recursos pedagógicos: apresentação de slides, filmes, reuniões entre outros, vale ressaltar que trabalhamos a parte prática do esporte através de atividades lúdicas. Ao fim do projeto podemos ver que é possível o atletismo fazer parte da educação física escolar, mesmo sem os materiais e espaços necessários, podemos criar possibilidades e metodologias para que o mesmo funcione isso podemos afirmar já que o projeto possibilitou que colocássemos em prática a teoria, já que as atividades propostas como brincadeiras lúdicas e pré-desportivos deixam claro a desenvoltura e a satisfação do aluno. Em suma ainda é um desafio o atletismo ser integrado na educação física escolar, mas podemos como professores criar metodologias que torne possível a inclusão do mesmo no cotidiano escolar.

Palavras- Chave: Educação Física, Esporte, Atletismo

1 Professora da rede pública estadual do Paraná, lotada no Colégio Estadual Marechal Costa

e Silva Ensino Fundamental e Médio/Cidade Gaúcha-Pr, e participante do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). 2 Docente do Departamento de Educação Física da Universidade estadual do Paraná.

Licenciado em Educação Física pela UEM, Especialista em Ciências da Saúde pela UEM, Mestre em

ciências da Saúde pela UEM, Doutor em Ciências Farmacêuticas pela UEM.

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Introdução

A História relata que o atletismo existia a partir do momento que o homem

ficou em pé sobre as pernas, depois começou a andar, correr e arremessar coisas

ou objetos. Mas o atletismo teve seu esplendor na Antiga Grécia com os Jogos

Olímpicos. Na Era Moderna o atletismo se expandiu com os mensageiros dos

senhores feudais. Os ingleses foram os primeiros povos que estabeleceram regras

para o esporte atletismo, isso em 1790. “O atletismo ganhou popularidade e se

expandiu por toda a Europa, chegando aos Estados Unidos. No Brasil o atletismo foi

introduzido em 1910, mas teve sucesso a partir de 1940” (BREGATO, 2007 p.134).

Hoje se pode considerar que este esporte é pouco praticado nas escolas e

pouco divulgado pela mídia, mesmo sendo considerado o esporte mais antigo que

se tem conhecimento. “O Atletismo nas escolas há muito tempo vem sendo colocado

em segundo plano dando espaço aos jogos coletivos que grandiosamente vem

sendo difundida entre os profissionais a área que atuam principalmente de 5ª a 8ª

série e ensino médio” (OLIVEIRA, 2006, p.9). Portanto, essa modalidade esportiva

ainda é muito esquecida por alguns profissionais da Educação Física por ser um

esporte praticado individualmente e com dificuldades de materiais específicos para a

sua execução. “A literatura apresenta que o atletismo é praticado desde o

descobrimento do Brasil, quando os de animais e inimigos enquanto que as marchas

eram um dos meios de viagens dos colonizadores e dos índios” (TUBINO, 1996,

p.15).

Assim sendo, esse artigo foi realizado para auxiliar professores a repensarem

novas metodologias de ensino que poderão ajudar na prática do esporte atletismo

como uma atividade física prazerosa, buscando resultados satisfatórios para o

desenvolvimento integral do ser humano. “As provas de atletismo nasceram da

imitação desses movimentos naturais do homem, as corridas, os saltos e os

lançamentos, constituíam o elemento principal da preparação física e dos jogos

olímpicos.” (OLIVEIRA 2006, p.21).

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Portanto, o intuito deste trabalho é utilizar novas metodologias para que a

aulas de Educação Física se torne mais interessantes para os alunos, e para que os

professores tenham condições de se aprimorar sempre, fazendo com que o aluno

seja atraído pela motivação desse profissional. Por isso devemos trabalhar o esporte

atletismo com pequenos grupos e equipes, realizando a integração do aluno com a

modalidade, despertando o gosto por seus movimentos básicos e explorando as

habilidades motoras. Conforme Daóli (2006 apud Oliveira, 1998) “ações corporais,

há que se considerarem os processos de significações, ou seja, aquilo que dá

contexto onde ele se realiza”.

Desse modo, pretendemos alcançar uma participação mútua entre

professores e alunos, obtendo resultados através de uma pedagogia de participação

para que os alunos conheçam atletismo e o pratiquem de forma prazerosa e ocorra

aprendizagem com desenvolvimento, descobertas e desempenho, pois tem sido

observado que poucos alunos têm conhecimento sobre o atletismo, por que esse

esporte não ter muita divulgação na mídia, enquanto que os esportes coletivos estão

sempre sendo divulgados de uma maneira ou de outra.

Além disso, o esporte atletismo tem muita dificuldade quanto à infra-estrutura

apropriada para sua prática na escola e, para que o atletismo tenha melhor êxito na

escola deve-se ter uma relação amistosa professor e aluno, com um agir

comunicativo, com um ensino construído de esclarecimentos, questionamentos, e

argumentos sobre o assunto, desenvolvendo o senso crítico do aluno.

“Ainda que esse seja o mais comum, existem outras possibilidades de conhecimento dessa modalidade que merecem ser revista. Ou seja, para além dessa perspectiva e restrita a grandes eventos mundiais, é preciso que se explore o lado educacional do atletismo”. (MATTHIESEN, 2005, p.15).

Portanto, o esporte atletismo ainda enfrenta barreiras para ser trabalhado por

alguns docentes, um esporte tão significante quanto o seu conteúdo curricular dentro

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da Diretrizes Curriculares Estaduais ( DCE), para que muitos outros colegas venham

a trabalhar esses esporte com mais responsabilidade em suas aulas práticas e nas

teóricas.

Enfim, o presente trabalho tem como finalidade a pesquisa, a reflexão e a

implementação do atletismo, numa perspectiva embasada na metodologia crítico-

emancipatória, que propiciou a investigação de possíveis metodologias que poderão

auxiliar a execução das atividades propostas, criando possibilidades para a prática

esportiva do aluno e contribuindo com os novos conhecimentos na resolução de

situações-problema do seu cotidiano.

Referencial teórico

2.1 Atletismo: Breve contextualização histórica e aplicabilidade no cotidiano

escolar

A história relata que o atletismo é o esporte mais antigo que se tem

conhecimento. A China talvez seja a detentora da história dos esportes mais antigos,

depois foi à Grécia Antiga com seus jogos Olímpicos, passando pela Idade Média

com suas danças, embora a prática esportiva fosse profana para a igreja.

Já na Idade Moderna o esporte surgiu pela necessidade de se fazer algo nas

horas livres. De acordo com Bregato (2007, p.95 apud Rouyer 1997) “O desporto

moderno inglês integrou técnicas, dando ao mundo a maior parte das práticas

modernas: o atletismo, tênis, boxe, natação, patinagem desportiva”. Stigger (2005)

apresenta um resgate histórico do esporte enquanto aspecto cultural na sociedade e

sua mudança até os dias atuais. E como o esporte moderno surgiu para acalmar as

diferenças sociais ocorridas nas escolas inglesas. A invenção coletiva dos desportos

escolares seria, então, fruto de uma pacificação operada no interior dos colégios.

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Nas escolas brasileiras o esporte passou a ter uma influência na educação

física sendo este talvez o maior conteúdo da disciplina. Stigger (2005, p.9) confirma

que “A educação física vem construindo uma prática pedagógica que, na esfera

escolar tem praticado o papel de tematizar entre outros conteúdos da denominada

cultural corporal essa forma particular de atividades físicas.” No século XIX, o Brasil

estava em expansão do seu capital e com contradições dentro da sociedade onde

poucos tinham o capital e que a maioria era de pobres, essa contradição ocorreu

também dentro da educação e com isso a Educação Física passou a ter um papel

fundamental com conceito do corpo e de como utilizar esse corpo no trabalho. Pois

a sociedade precisava de homens fortes e saudáveis, sendo o ideal para a

sociedade capitalista da época. Neste período a Educação Física passa a cuidar do

corpo com hábitos de higiene, e o corpo saudável com exercícios físico (ginástica),

para que os trabalhadores não ficassem doentes e faltando ao trabalho, formando

um individuo forte e saudável. Essa sistematização foi elaborada por médicos e com

militares que na época eram os professores de Educação Física. Isso aconteceu

marcando o fim do período escravocrata e o inicio do período capitalista no Brasil

entre o século XIX e XX. No Brasil a Educação Física teve sua primeira escola em

1939, a partir daí cada vez mais a disciplina de Educação Física foi ganhando seu

espaço como matéria curricular, na disciplina de Educação Física houve vários

momentos procurando envolver o corpo e um desses movimentos é o da

psicomotricidade, começando entre as décadas de 1970 e 1980 onde o movimento

do corpo passa a ser entendido de forma diferente ou seja “educação pelo

movimento” (BRACHT,1992). A Educação Física começa um trabalho de

motricidade melhorando a desenvoltura das crianças, principalmente na fase inicial

do ensino fundamental. A partir daí novas tendências ou correntes foram relatadas

por muitos autores. Lara ET.al (2007), para Go Tani,coloca a abordagem

desenvolvimentista voltada no movimento humano, João Batista Freire no Brasil foi o

idealizador da abordagem construtivista, no ensino aberto temos o alemão (Reiner

Heiderbrandt), valorizando o conhecimento historicamente produzido e o processo

biográfico dos alunos, na abordagem crítico superadora temos autores como

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(Escobar, Soares, Castellani Filho, Bracht e Taffarel ),na abordagem crítico

emancipatória temos ( Kunz e Bracht).

Na concepção crítico-emancipatória, Eleonor Kunz tem como referencial

teórico a teoria sociológica da ação comunicativa, ou seja “cultura do movimento

humano”, abrangendo a dança, os jogos, a ginástica, as lutas, e o esporte, com a

metodologia sendo trabalhada no conhecimento da conscientização dos valores e

significados dos movimentos humanos. Mauro Betti, representante da “abordagem

sociológica sistêmica”, onde o autor coloca que não se trata de uma metodologia de

ensino, mas de uma concepção com múltiplas dimensões sócio-política, sócio-

psicológica e didático-pedagógica, da Educação Física, com o objetivo de uma

apropriação crítica da “cultura corporal do movimento”. Assim “um esporte que não

necessariamente precisa ser tematizada na forma tradicional, com vistas ao

rendimento, mas com vistas ao desenvolvimento do aluno em relação a

determinadas competências imprescindíveis na formação de sujeitos livres e

emancipados”( Kunz, 2004,p.29).

Na Educação Física o ensino dos esportes deve ser problematizado,

analisando o esporte de diversas formas e perspectivas, na visão dos alunos que

realizam as atividades dentro dessa concepção.

“A teoria tem a capacidade de antecipar ações práticas, mas é a partir, também, de propostas práticas concretas que o desenvolvimento teórico pode tomar novo impulso. E é nessa dialética de interação entre a teoria e a prática que se pode chegar a uma pedagogia consistente para o ensino dos esportes na Educação Física escolar”, (KUNZ, 2006, p.30).

Portanto alguns professores têm tratado o esporte nas escolas como se ele

fosse um esporte oficial, e não como esporte escolar (lúdico). Ou seja, uma escola

produtora de saberes, contribuintes da cultura escolar e que a educação física é

uma disciplina que busca essa formação de uma cultura escolar, vindo de encontro

com a proposta do PDE, e das nossas Diretrizes Curriculares da Educação básica,

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tendo como conteúdo estruturante que são os esportes, jogos, brincadeiras,

ginásticas, lutas e dança.

Voltando um pouco na história do atletismo no Brasil os índios já praticavam

esportes sem saber o seu significado. Segundo Bregato (2007, p.122) “Acreditava-

se, pois, que ao instituir as manifestações esportivas nacionais, devem-se resgatar a

principio as práticas indígenas que são considerados esportes, como a canoagem, o

tiro com arco e a corrida rústica.” O mesmo autor comenta que essa prática foi

desvalorizada principalmente pelos jesuítas que acreditavam que essas práticas

eram contra o cristianismo. No Brasil colônia tem novamente autores que defendem

a idéia dos índios quanto ao esporte atletismo apontando que: “As corridas eram

usadas para as fugas e perseguições de animais e inimigos, enquanto as marchas

eram um dos meios das viagens dos colonizadores e dos índios” (TUBINO, 1996,

p.15). O mesmo autor relata que a prática esportiva começou a aumentar a partir de

1920, quando os brasileiros começaram a participar de competições internacionais.

E, a partir desta data é que se começaram as regulamentações, as leis, decretos,

portarias, sobre o esporte no Brasil, e com isso começaram a surgir livros e

publicações em Educação Física e esportes.

Na realidade o esporte no Brasil como em todo o mundo veio numa

perspectiva elitista no período do Estado Novo, como afirma TUBINO (1996) a partir

daí com a nova república até os tempos atuais tivemos vários movimentos

desportivos para que a população participasse mais da pratica desportiva,

lembrando que na década de 1970 o Esporte Para Todos (EPT) chamava a

população a se movimentar, sair do sedentarismo, e nessa mesma época o

tecnicismo era muito forte dentro das disciplinas, inclusive na educação física.

Tubino (1996, p. 67) afirma que “só assim o esporte afirmar-se-á como direito

do cidadão, dever do estado e responsabilidade de todos.” E dentro do atletismo

surgiu nesta época um grande atleta Joaquim Cruz.

No livro Ensino & Mudanças de Elenor Kunz (2004) o autor demonstra que a

mudança de duas escolas, uma pública e outra privada onde os alunos destas duas

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escolas vivem diferentes realidades, tanto a vida social quanto a cultural, bem como

a realidade de trabalho e materiais para se trabalhar nas aulas de educação física,

as experiências de vida dos alunos fora das escolas. E como a mudança de postura

do professor pode melhorar as aulas de Educação Física, o autor coloca também

que “só existe a possibilidade de mudança concreta na Educação Física e nos

esportes se acontecer uma relação de entendimento reflexivo profundo entre os

profissionais da área, visando á mudança radical da concepção da mesma.” (KUNZ,

2004, p.188).

Todas essas mudanças não acontecem num só momento, essas mudanças

acontecem aos poucos, partindo do contexto social onde os alunos são preparados

pelo professor gradativamente para que só assim ocorra essa mudança em cada

situação escolar. Kunz (2004) deixa claro no livro Transformação didático-

pedagógica analise e compreensão das formas de ensino da Educação Física, com

“sua transformação didático-pedagógico se deu a partir, também, da utilização das

três categorias pedagógicas para o ensino crítico-emancipatório: trabalho, interação

e linguagem.” (2004, p.127). Dentro do esporte atletismo o autor esclarece “Assim

deverá acontecer que, em vez de apenas copiar as possibilidades preestabelecidas

do movimento nos esportes, professores e alunos são desafiados a transformar

didático-pedagogicamente o esporte.” (2004, p.129)

A resistência é uma qualidade física fundamental para a saúde, e nas aulas

de Educação Física com as atividades de corridas nas brincadeiras, despertando o

gosto pela modalidade atletismo de forma lúdica. Em geral o atletismo não é uma

disciplina praticada constantemente nas aulas de Educação Física, por ser uma

modalidade individual, e a maioria dos professores prefere os esportes coletivos.

“Assim, visando introduzir as crianças nesse universo de movimentos, o profissional de Educação Física deveria buscar, por meio de atividades recreativas que mesclem um conhecimento geral sobre as habilidades motoras e um conhecimento específico acerca das provas oficiais, aproximar as crianças do universo do atletismo, levando-as a vivenciá-lo por meio do próprio corpo.” (MATTHIESEN, 2005, p.16)

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No caso do esporte atletismo devemos criar estratégia de ensino

possibilitando o aluno a praticá-lo sem rendimento técnico, mesmo por que o treino

serve somente para a correção de alguma atividade com deficiência. Com isso o

termo se - movimentar significa uma linguagem quase que automática das crianças,

mas essa linguagem precisa ser compreendida por aqueles que estão na atividade e

deve se também usar a linguagem verbal, pois nas aulas de Educação Física

geralmente se usa mais os gestos e movimentos que a fale e si, o aluno deve

compreender, entender e ser critico se necessário.

“O atletismo jogado e brincado aproxima-se da atividade cultural da criança, o que torna a aprendizagem mais significativa, relacionando o movimento com a realidade concreta vivida, tronando o esporte mais atraente e motivador, sendo o jogo uma forma rica de aprendizagem. O papel do professor é propor meios que facilite a aprendizagem e o estudo da modalidade, promovendo a integração dos alunos numa competição saudável, onde todos poderão experimentar o “ganhar e o perder” coletivamente e individualmente, não fazendo dessas possibilidades algo destrutivo e sim algo desafiador e estimulador de novas tentativas e descobertas”. (OLIVEIRA, 2006, p.46)

Atualmente os alunos não têm mais as atividades/habilidades da rua, onde se

podia correr livremente, pular por morros de terra ou nas árvores e realizar

arremessos mesmo que fosse de pedrinha, essa liberdade ficou restrita a suas

casas, limitando muito essas criança e com o atletismo essas atividades de correr,

saltar e arremessar, principalmente porque ter a participação direta desses alunos

ficou desafiador e prazeroso para eles.

Estratégias de ação

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Para a realização deste trabalho foi utilizado a metodologia crítico-

emancipatória de Kunz (2004), voltadas nos fundamentos teóricos metodológicos do

esporte atletismo, para superar alguma dificuldade encontrada na implementação

do conteúdo específico da disciplina de Educação Física.

O estudo propõe uma discussão a respeito da metodologia, os objetivos são

voltados para a formação de sujeito mais crítico, autônomo e reflexivo tanto na

escola como no cotidiano em que está inserido, com fundamentação de três

competências que são: a competência objetiva, a competência social, a competência

comunicativa, para que o aluno possa desenvolver a sua autonomia através da

técnica, aprimorar seus conhecimentos no contexto sócio-cultural e ser

crítico/reflexivo por meio da linguagem que pode escrita ou verbal.

Para que assim o aluno possa ter mais liberdade e conhecimentos durante as

aulas, e no seu cotidiano com esclarecimentos, buscando sua emancipação.

Neste trabalho foi utilizado como modelo a pesquisa qualitativa, como explica

Triviños (2006):

Todos os autores, ao que parece, compartilham o ponto de vista de que a pesquisa qualitativa tem suas raízes nas práticas desenvolvidas pelos antropólogos, primeiro e, em seguida pelos sociólogos em seus estudos sobre a vida em comunidades. “Só posteriormente irrompeu na investigação educacional”. (TRIVIÑOS, 2006, p.120)

Assim, o investigador deve buscar o conhecimento e transformá-lo, ou seja:

Com os atos, as atividades, os significados, a participação, as reações, as situações,

todo esse contexto deve ser considerado para o aprendizado e o envolvimento dos

alunos nas atividades realizadas no trabalho pedagógico.

Todas as atividades realizadas com os alunos foram com pesquisas pautadas

na metodologia crítico-emancipatória para se tornarem mais prazerosa nas suas

execuções e um a auto-avaliação “A auto-avaliação nesta faixa etária é muito

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interessante, pois expressa o interesse e conhecimento sobre a modalidade e sua

participação nas aulas”. (OLIVEIRA, 2006, p.111).

Portanto o trabalho foi desenvolvido com a parte metodologia e teórica,

sistematização e organização das atividades no colégio Estadual Marechal Costa e

Silva E.F.M. de Cidade Gaúcha, e Grupo de trabalho em rede (GTR) com tutoria e

por fim o desenvolvimento de um trabalho relatando todo a parte teórica –

metodológica das atividades.

Resultados e discussão

O projeto foi desenvolvido com alunos das 7ª séries do ensino fundamental

com alunos das três turmas do período matutino. O projeto teve inicio com a

apresentação do mesmo a direção, equipe pedagógica e professores na semana

pedagógica realizada em julho de 2011.

Primeiramente foi explicada a metodologia do esporte atletismo, com

projeções de slides dos oito módulos (subdivididos em oito momentos) que seriam

trabalhados com os alunos.

Logo após foi realizada uma reunião com os pais dos alunos participantes

onde cada pai ou responsável assinou um termo de autorização de seu filho para

participar do projeto. Nesta reunião foi detalhado objetivo do projeto tanto teórico

como a prática, para que todos entendessem o seu funcionamento.

As aulas foram ministradas nas segundas e quartas feiras das 17h15min ás

18h45min horas, no período de 28 de agosto há 17 de outubro de 2011, em horário

alternativo pelo fato do colégio ter um grande número de alunos e não haver

disponibilidade de sala de aula e quadra esportiva nos períodos normais de aulas

por isso a necessidade da autorização do pai ou responsável.

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O material teórico foi produzido pela própria professora com confecção de

apostilas, reproduzidas para cada aluno, sendo utilizada como referências para as

aulas práticas e teóricas da Unidade Didática uma exigência do Programa de

Desenvolvimento Educacional (P D E) e material para as aulas práticas foram

confeccionados com cabos de vassouras para bastões de vários tamanhos, fitas de

TNT para separar grupos e participar das corridas, bolas de borrachas para

arremessos entre outros materiais.

No primeiro momento foi explicado sobre o conteúdo do projeto para os

alunos como seria trabalhado a primeira parte que seria com corridas, depois salto

em distância e por fim arremesso de peso, e no final do projeto seria realizado uma

tarde esportiva com os alunos e seus convidados.

Assim, todo o conteúdo do esporte foi desenvolvido em 32 aulas, com os

alunos das 7ª séries. Origem e história do esporte atletismo, corridas de velocidade

teoria e atividades lúdicas, filme e interpretação, corridas de velocidade (prática),

salto em distância teoria e a atividades lúdicas, salto em distância (prática),

arremesso de peso, revisão dos conteúdos com os alunos.

Após estudos e planejamento da unidade didática para a aplicação das aulas,

começamos com aulas sobre a origem e história do atletismo, as aulas teóricas com

slides na TV multimídia, e com a apostila desenvolvida pela professora para melhor

entendimento dos alunos para que eles possam despertar a sua curiosidade,

objetivando o conhecimento e a experiência dos alunos, criando relações entre os

conteúdos da modalidade atletismo e os outros esportes correlacionados sempre

num ambiente educativo e de descontração. Nessa atividade teórica o professor

serve de mediador na respostas, procurando estimular sempre a participação de

todos, muitos alunos nunca ouviram falar dos atletas mencionados no texto e tão

pouco sabiam da história do atletismo no Brasil. Os alunos não sabiam que a volta

olímpica foi inventada por um brasileiro o atleta Ademar Ferreira da Silva, atleta do

salto em distância. Alguns alunos conhecem somente o atleta Vanderlei Cordeiro de

Lima (maratonista) que ás vezes ele vem correr aqui em Cidade Gaúcha. Após a

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troca de experiências foi realizado um comentário sobre o assunto para melhor

fixação do conteúdo por parte dos alunos.

A aula começou na sala com projeções de slides e a com apostila sobre corridas

onde os alunos questionaram muito a respeito das corridas e as respostas foram de

acordo com cada pergunta, foi interessante e estimulante essa parte da atividade e

logo após a teoria, os alunos foram para quadra realizar a prática das corridas rasas

de 100 e 200 metros, dando inicio as atividades lúdicas na quadra do colégio

atividades como: Alerta, cola-descola, pegador de corrente, sombra, corrida dos

bastões, ocupante de espaço, entre outras. Após as brincadeiras lúdicas foi iniciado

o percurso da corrida de velocidade, variando de 30 a 60 metros e nas corridas uns

iam e outros voltavam no corredor entre a quadra e o poliesportivo do colégio para

que os alunos pudesse ver a velocidade uns dos outros, a o término das aula

novamente todos os alunos sentaram no meio da quadra e foi realizado um debate

sobre a aula, foi questionado sobre o assunto da aula para que os alunos

colocassem o que tinham entendido sobre o assunto e de como seria realizado as

próximas aulas, durante os questionamentos ouve perguntas e respostas, sanando

todas as dúvidas dos alunos.

Na exibição do filme Carruagem de Fogo, nenhum dos alunos haviam assistido

esse filme. Durante apresentação do filme houve várias paradas para comentários e

questionamentos, como as roupas usadas pelos atletas da época (o uniforme e os

sapatos de corridas) valor religioso de um pastor, por intermédio da corrida, a luta

contra o racismo, a glória, fama, a luta por um ideal, o companheirismo, a

competitividade, a desigualdade no filme. Também foi realizando uma comparação

dos atletas de hoje com os da época. Após o filme foi realizado uma reflexão do

tema do filme e foi muito bem sucedida com seus questionamentos e comentários.

Pois mesmo sendo um filme de época os alunos gostaram da apresentação do

mesmo e do tema que tratou do esporte atletismo.

Desde o começo do trabalho Atletismo foi observado que os alunos começaram a

se interessar e prestar mais atenção aos comentários do esporte atletismo na

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televisão e nos jornais, passando a perceber como o esporte tem muito atletas de

renome, aguçando a curiosidade dos nossos alunos, fazendo com que os alunos se

interessasse ainda mais por essa modalidade.

Também foi pedido uma autorização na prefeitura e colocado barreiras impedindo a

circulação de automóveis na rua lateral ao colégio, para uma praticas das atividades,

onde foi realizada a marcação e pintura das raias com numeração de um a seis,

para as corridas a largura da rua não dava para colocar mais raias, todo esse

trabalho de marcar com as raias, de pintar com cal a rua, teve a participação dos

alunos, logo após a confecção das raias os alunos começaram a executar as saídas

altas e baixas, passando para as corridas livres e por fim corrida propriamente dita

nas raias, foram realizadas também as corridas com fitas nos bonés e nos ombros

dos alunos ( para os alunos que não queriam usar o boné) para pudesse ver a

velocidade uns dos outros, para melhor visualizar suas corridas ( com o vento

levantado a fita, para verem a distância que tinham ) os alunos executaram várias

largadas com saída, percurso e a chegada, todos os alunos gostaram muito dessa

parte da aula, todos se envolveram, procurando realizar o melhor possível na pintura

das raias na rua. Foi colocado para os alunos que o objetivo seria de correr e

chegar sem competir, somente pelo prazer da corrida em si, e durante as atividades

realizadas na quadra do colégio ( aula anterior) foi explicado como seria a

movimentação dos braços, pernas e tronco para melhor desenvolvimento da corrida

e do equilíbrio do corpo.

Após cada aula realizada sentávamos e fazíamos o comentário do tema da aula e o

que os alunos haviam descoberto, o que a professora buscava na relação com

elementos das atividades como a saída, a corrida, e chegada, bem sucedido os

questionamentos e a partir daí os alunos colocavam sugestões para as próximas

aula, nesta etapa os alunos questionaram sobre as corridas com barreiras se faz

parte do atletismo e como os atletas não se machucavam ao “ pular as traves” que

seriam as barreiras, os alunos colocaram mais sugestões de como poderia ser as

aulas seguintes. Foi projetada em slide uma pista de atletismo para que os alunos

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pudessem ter uma noção de como é praticado o atletismo neste local, as pista em

volta com suas raias demarcadas e no meio as disputas das provas de campo

como: o salto em distância( salto com vara), o arremesso do peso e o dos outros

materiais( martelo, disco, dardo) que foram explicados e mostrado como funcionava

cada um deles quando indagados pelos alunos.

Passando para salto em distância foram necessários um explanação sobre o tema e

novamente a aula começou em sala de aula na TV multimídia com slides e a

apostila, sendo realizado indagações a respeito desta prova do atletismo como

propõe a metodologia, questionando quem já havia saltado, como e onde foi o salto

e pelas respostas foi elaborado outras perguntas como: se alguém sabia qual é sua

perna de impulsão, como fazer com os braços, e assim por diante, trocando

experiências. Foi explicado para os alunos de como usar as técnicas apropriadas

para saltar ( para que ninguém se machuque ao cair no salto ) e logo após fomos ao

pátio do colégio para a realização das atividades lúdicas prática do salto com: saltos

livres no granado, imitação de algum animal saltitante como salto do canguru, o

salto do coelho, o salto do sapo, saltar por entre bastões espalhados no gramado,

entre outras atividades.

Após as várias atividades lúdicas passamos para iniciação do salto na grama

por entre os cones e obstáculos colocados pela professora, e logo depois passamos

para a caixa de areia, com saltos livres sem utilização da movimentação dos braços

na queda foram realizados muitos saltos para que pesássemos a finalização com o

salto propriamente dito. Ao final da aula os alunos se sentaram no gramado e foi

realizados os comentários e questionamentos com resposta para que todos

entendessem como funcionava o trabalho e logo após como seria realizadas as

aulas seguintes com sugestões dos alunos.

Sendo iniciada a aula de salto em distância com a prática no pátio do colégio, com

um bom aquecimento em forma de brincadeiras e logo após passamos para o salto

livres na caixa de areia, cada aluno saltos pelo menos cinco vezes, logo depois os

alunos começaram a saltar com os braços sendo jogados para frente, para um

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melhor equilíbrio do corpo, com sugestão dos alunos foram realizados muitos saltos

e cada aluno tinha uma opinião sobre salto, depois passamos para a corrida a e

impulsão, e por fim o vôo e a queda com segurança (ressaltando que não foram

utilizadas técnicas do salto em distância, pois o objetivo era o salto em si somente,e

com segurança, por isso a utilização do movimento dos braços). Os saltos também

não foram medidos com a trena, pois o objetivo não era saber quem saltava mais

longe, e sim, de que passassem pela experiência do salto. E mesmo assim muitos

alunos conseguiam saltar corretamente ou pelos menos tentaram. Após todas as

atividades, os alunos sentavam em círculo e relatavam suas experiências (troca de

experiências) colocando as dificuldades encontradas por eles e o que acharam do

vôo no salto, e sempre procurando buscar o interesse dos alunos pela modalidade

do atletismo, nesta atividade os alunos sempre procuravam auxiliar uns aos outros

colocando como deveriam saltar para melhor a queda, saltar mais longe e assim por

diante

Na etapa do arremesso de peso, tendo inicio com teoria e com apresentação de

slides na TV multimídia, com explicação teórica dos arremessos do peso, onde

houve formulação de perguntas e respostas a respeito dessa modalidade, houve

grande curiosidade por parte dos alunos em relação as distâncias arremessadas

pelos atletas e do seu estilo de arremesso. Sendo realizada uma leitura do texto

sobre arremesso do peso aguçando ainda mais a curiosidade dos alunos sobre essa

modalidade, os alunos não tinham conhecimento a respeito do arremesso e nem de

seus atletas ,pois a mídia pouco divulga sobre essa modalidade, todos queriam

saber por que se arremessava o peso daquele jeito nunca tinham visto os estilos de

arremessos do peso. Então logo após fomos ao pátio do colégio onde começamos

as atividades lúdicas de arremesso como: acerte o alvo, quem lança mais longe,

arremessos no aro colocado no chão, arremessos uns para os outros variando as

distâncias, arremessos para o alto, (arremessos realizados com bolas de borrachas)

para depois começarmos com o arremesso do peso de ferros com 3 quilos ( peso

que estava guardado no almoxarifado com objetos antigos) o manuseio do peso foi

realizado com cuidado necessário para que nenhum aluno se machucasse,

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atividades de erguer o peso, passar para o colega , jogar no chão e pegar , e depois

em trio arremessos com bolas de handebol uns para os outros, acertar o alvo com a

bola de handebol, entre outras atividades, e por fim o arremesso propriamente dito

com o peso de 3 quilos, sendo arremessado de um semi círculo feitos pela

professora com corda e bastões, ao sinal da professora o aluno arremessava o

peso no setor improvisado. Cada aluno arremessando na sua vez com três

tentativas cada um, sempre sem marcação de medidas, pois interessava somente a

maneira de se arremessar e não sua técnica ou sua distância. Os alunos

entenderam bem o porquê de não utilizarmos a medida, pois esse não era o

objetivo em si, e sim da prática e da experiência de passar por ela. Logo após, para

que o aluno assimilasse o movimento de arremesso o’Briem estilo mais utilizado

hoje em dia pelos atletas e que eles tinham visto no slide apresentado pela

professora e que todos queriam imitar esses estilo (visto no slide). Lembrando que

todas as atividades foram fotografadas pela professora.

Finalizando o trabalho, os alunos em sala de aula escolheram as atividades das três

modalidades: corridas, do salto em distância e do arremesso de peso, que fariam

parte do evento na tarde esportiva e montaram a etapa de cada atividade utilizada

nesta tarde esportiva, observando que os alunos com o auxílio da professora

(mediadora) repassaram e aplicaram as atividades (com a ajuda da professora).

Onde cada aluno participante do projeto convidou mais três colegas cada um para

fazerem parte desta atividade ou seja triplicou o número de alunos que participaram

desse evento final, todos os materiais utilizado foram os mesmo das aulas

anteriores.

Na Tarde Esportiva compareceram muitos alunos que não participaram do

projeto de atletismo anteriormente, e as atividades escolhidas foram: alerta, cola e

descola, corrente, sombra, pega mais, a raposa e seus filhotes, corridas livres e

corridas de 30 metros com saídas altas, corridas das fitas nos bonés, saltos livres no

gramado, saltos imitando os animais, salto na caixa areia (livre), arremesso ao alvo

suspenso na árvore, arremessar e acertar no bambolê colocado no gramado,

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arremessar o mais longe possível (com bolas de handebol) e finalizando as

atividades os alunos tiveram um lanche de confraternização entre todos os

participantes desta Tarde Esportiva. Os alunos participantes (convidados) gostaram

muito das atividades escolhidas, todos queriam repetir por várias vezes a mesma

atividade (brincadeira). Na tarde esportiva os alunos não queriam parar de participar

das atividades, gostaram muito de participar desse evento voltado totalmente para

eles (alunos) com liberdade para se expressar, de dar opinião como um sujeito

emancipado. Após o lanche e os outros alunos terem ido embora foi realizado um

comentário de tudo que foi realizado, e da participação de todos os envolvidos no

trabalho, objetivando o aprendizado dos alunos. No trabalho realizado com o esporte

atletismo tivemos alunos diabéticos, alunos com dificuldade de aprendizagem, mas

todos com boa desenvoltura e interesse na prática do esporte. Todas as atividades

realizadas durante o desenvolvimento do trabalho atletismo foram fotografadas.

5 Considerações Finais

O atletismo é conhecido por ser um esporte antigo praticado há mais de dois

mil anos pelos homens. Assim coloco como experiência todo o trabalho realizado

com os alunos das 7ª séries do ensino fundamental.

Ao escolher o tema atletismo, considerando a pesquisa, o desenvolvimento e

a sua história, e não trabalhar somente a pratica em si, mas todo esse contexto

para que os alunos tivessem realmente um conhecimento mais aprofundado dessa

modalidade tão antiga. E a metodologia utilizada foi a crítico-emancipatória servindo

de base teórica para a prática docente. Os alunos tiveram grande interesse pelo

resgate histórico e de como o atletismo é importante para os demais esportes,

dentro da parte prática ouve muito entusiasmo com descobertas como do material

peso (bola de ferro) , os alunos não sabiam como era esse “peso”, foi interessante o

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conceito deles sobre manuseio do material. Na atividade de rua, onde foi traçada e

pintada as raias ( tinta a base de cal) teve o envolvimento dos alunos, ressaltando

sempre o objetivo do trabalho com reflexões e a importância do atletismo no

contexto escolar.

Portanto, as atividades propostas com brincadeiras lúdicas, os jogos pré-

desportivos utilizados no trabalho deixam claro a desenvoltura e a satisfação do

aluno, onde o correr, o saltar e o arremessar (sempre procurando aproximar os

movimentos básicos do esporte) enfatizando e agregando o gosto pelo no atletismo

da participação com prazer, compreendendo as expectativas do trabalho.

Apesar de termos poucos materiais próprios do esporte atletismo, foram

utilizados outros materiais adaptados/reciclados, ajudando muito na realização de

cada etapa dos módulos na sua aplicabilidade prática foram utilizados cabos de

vassouras que não serviam nos serviços gerais, mangueiras velhas guardado no

almoxarifado do colégio, entre outros materiais. Observando que o trabalho

realizado teve total apoio da comunidade escolar, vindo de encontro com uma

proposta diferente e dinâmica, dando a liberdade aos alunos na prática esportiva do

atletismo.

Incentivando o atletismo nas aulas de Educação Física, futuramente os

alunos poderão ter o prazer de praticar e vivenciar ainda mais o esporte, deixando

de lado preconceito pelo atletismo que chamam de esporte individualizado passando

a dar mais valor educacional ao mesmo.

Acreditando que o resultado desse trabalho venha contribuir para que outros

profissionais para que possam atuar com o esporte atletismo em suas aulas, não

somente na prática, mas também com seu histórico teórico, sendo que o atletismo

faz parte da cultura corporal e podendo ser trabalhado de forma lúdica e com vários

alunos ao mesmo tempo, sendo um conteúdo resgatado contribuindo para as aulas

de Educação Física.

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Em síntese, nessa concepção existe dialogo do professor e alunos, com

troca de experiências vivenciadas e esclarecida, realizadas com prazer e

desempenho nas atividades do esporte atletismo, para que este esporte se torne um

atrativo para os alunos devemos programar as aulas de Educação Física com

atividades em pequenos grupos para que compreendam o sentido do ganhar e do

perder mostrando outros caminhos dentro do atletismo, não se atendo ao esporte

por competição e sim pelo prazer de trabalhar a modalidade.

Finalizando as fotos tiradas durante o trabalho foram colocadas no site do

Colégio Estadual Marechal Costa e Silva E.F.M. de Cidade Gaúcha para que cada

membro da comunidade pudesse acessar e ver o trabalho realizado com o projeto

de atletismo: A arte de andar, correr e saltar –Contribuições para as aulas de

Educação Física das 7ª séries do Ensino Fundamental). O envolvimento de todos os

alunos e de outras pessoas do colégio (direção, pedagogas, auxiliarem

administrativos, auxiliar de serviços gerais, pais e/ou responsáveis pelos alunos)

foram de suma importância para a realização da tarde esportiva e do trabalho.

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