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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA FACULDADE DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS TESE DE DOUTORADO CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE LENTIVÍRUS DE PEQUENOS RUMINANTES ISOLADOS NO BRASIL Doutoranda: Aryana Lushese Vasconcelos Lima Feitosa Orientadora: Dra. Maria Fátima da Silva Teixeira FORTALEZA CE 2011

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1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

FACULDADE DE VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

TESE DE DOUTORADO

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE LENTIVÍRUS DE

PEQUENOS RUMINANTES ISOLADOS NO BRASIL

Doutoranda: Aryana Lushese Vasconcelos Lima Feitosa

Orientadora: Dra. Maria Fátima da Silva Teixeira

FORTALEZA – CE

2011

2

ARYANA LUSHESE VASCONCELOS LIMA FEITOSA

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE LENTIVÍRUS DE

PEQUENOS RUMINANTES ISOLADOS NO BRASIL

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Ciências Veterinária da Faculdade de Veterinárias da

Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial

para a obtenção do título de Doutor em Ciências

Veterinárias.

Área de Concentração: Reprodução e Sanidade de

Pequenos Ruminantes

Orientadora: Profa. Dra. Maria Fátima da Silva Teixeira

FORTALEZA – CEARÁ

2011

3

ARYANA LUSHESE VASCONCELOS LIMA FEITOSA

F311c Feitosa, Aryana Lushese Vasconcelos Lima Caracterização molecular de lentivírus de pequenos

ruminantes isolados no Brasil / Aryana Lushese Vasconcelos Lima Feitosa. – 2011.

175 f. : il. color., enc. ; 30 cm. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual do Ceará,

Faculdade de Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Fortaleza, 2011.

Área de Concentração: Reprodução e Sanidade Animal. Orientação: Profª. Drª. Maria Fátima da Silva Teixeira . Co-orientação: Prof. Dr. Raymundo Rizaldo Pinheiro. 1. Lentivírus. 2. Filogenia. 3. gag. 4. pol. 5. CAEV. 6. MVV. . I.

Título.

CDD: 636.089

4

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE LENTIVÍRUS DE PEQUENOS

RUMINANTES ISOLADOS NO BRASIL

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Ciências Veterinária da Faculdade de Veterinária da

Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial

para a obtenção do título de Doutor em Ciências

Veterinárias.

Aprovada em: 05/12/2011

BANCA EXAMINADORA

5

LINHA DE PESQUISA

Reprodução e Sanidade de pequenos ruminantes

LOCAL DE EXECUÇÃO

1. Laboratório de Virologia (LABOVIR) do Programa de Pós-Graduação em

Ciências Veterinárias (PPGCV) – Faculdade de Veterinária (FAVET) –

Universidade Estadual do Ceará (UECE);

2. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Caprinos e Ovinos –

Sobral-CE

3. Núcleo de Biotecnologia de Sobral – NUBIS em parceria com Universidade

Estadual Vale do Acaraú (UVA); Universidade Federal do Ceará – Faculdade de

Medicina (UFC) e Embrapa Caprinos e Ovinos.

4. Laboratório Aplicado à Biologia Molecular e Sorologia - LABMAS ––

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ – VPS – Universidade

de São Paulo – USP.

EQUIPE EXECUTORA

1. Profa. Dra. Maria Fátima da Silva Teixeira – Orientadora

PPGCV/FAVET/UECE, Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq;

2. Dr. Raymundo Rizaldo Pinheiro – Coorientador, Pesquisador Embrapa – CNPC;

3. Dra. Alice Andrioli – Colaboradora; Pesquisadora Embrapa – CNPC;

4. MSc. Aryana Lushese Vasconcelos Lima Feitosa – Doutoranda–PPGCV/UECE;

5. Dra. Lúcia Sider – Colaboradora; Pesquisadora Embrapa – CNPC;

6. Prof. Rodrigo Maranguape S. da Cunha – Pesquisador e Coordenador do

NUBIS;

7. Prof. Dr. João Paulo de Matos – Pesquisador da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte – UFRN;

8. Prof. Dr. Paulo Eduardo Brandão – FMVZ-VPS-USP;

6

9. Dalva Alana Aragão de Azevedo - Bolsistas IC/Embrapa (Curso de Ciências

Biológicas - UEVA)

10. Bolsistas IC/CNPq (Curso de Medicina Veterinária – FAVET/UECE)

7

Aos meus pais,

Aos meus irmãos,

Ao meu noivo Leonardo E. Marinho,

Dedico.

8

“Nada em biologia faz sentido a não ser à luz da evolução”.

Theodosius Dobzhansky (1900- 1975)

9

AGRADECIMENTOS

À UECE e ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias que propiciou a

realização deste projeto.

À Embrapa e ao Centro Nacional de Pesquisa em Caprinos que disponibilizou as

condições técnicas e pessoal para a realização deste trabalho.

Ao Núcleo de Biotecnologia de Sobral, NUBIS-UEVA, que disponibilizou

infraestrutura, reagentes, equipamentos e pessoal.

Ao Laboratório Aplicado à Biologia Molecular e Sorologia - LABMAS –– Faculdade

de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ – VPS – Universidade de São Paulo –

USP, que muito gentilmente disponibilizou infraestrutura, reagentes, equipamentos e

pessoal.

À FUNCAP e ao Banco do Nordeste pelo auxílio financeiro que possibilitou a

realização deste trabalho.

10

AGRADECIMENTOS

A Deus pela força nos momentos difíceis.

Aos meus pais Jauneval e Irlene pelo amor, incentivo e exemplo de luta.

À Profa. Maria Fátima Teixeira pela orientação, confiança e exemplo profissional.

Ao Dr. Raymundo Rizaldo Pinheiro por ter me iniciado na pesquisa e pelos

ensinamentos e à Dra. Alice Andrioli que juntos me propiciaram incalculável apoio

neste trabalho.

Ao Professor Rodrigo Maranguape – NUBIS-UEVA, que disponibilizou infraestrutura,

reagentes e equipamentos, além de transmitir todos os seus conhecimentos de biologia

molecular. Ao Dr. João Paulo Mattos, por me ajudar com as sequências do capítulo III.

Ao Professor Paulo Eduardo Brandão – LABMAS-USP, que me acolheu de forma tão

generosa, disponibilizando infraestrutura, livre acesso a reagentes e equipamentos, pela

contribuição imensurável à realização deste trabalho. Ao Prof. Fábio Gregori, por sua

disponibilidade em ajudar, tirando dúvidas, dando sugestões, por auxiliar na edição das

sequências do capítulo IV, meu muito obrigada!

Aos colegas do LABOVIR: Tânia (agora orgulhosamente presente na banca como

Pesquisadora da Embrapa). Além Neilson, Valeska, Edmara, Dávila, Esmaile, Cinthia,

Gabrielle, Igor, Alfredo, Rosivaldo Júnior, Ronaldo, Carlos, Luís Antônio, pelo

convívio e cooperação na realização deste trabalho.

Aos colegas de laboratório da Embrapa: Dra. Lúcia Sider, por me disponibilizar

reagentes; Dalva Azevedo, sua ajuda foi essencial no cultivo, obrigada por me

acompanhar sempre que precisei. Samilly, Kelma, Osmarilda e Ricardo, pelo auxílio

nas horas precisas.

11

Às colegas do LABMAS: Haila, Karen, Carol, Cinthia Baldin, Cíntia Favero, Camila,

Sueli, Giselle, Katarina, obrigada pelas sugestões, pelo convívio, pelas horas de

descontração. Em especial à Dra. Alessandra Marnie, pela ajuda, sugestões e dicas

valiosas e à Sheila de Oliveira pelos sequenciamentos e pelas sugestões.

Aos meus irmãos por acreditarem em mim, pelo carinho.

Ao meu noivo Leonardo Ellery Marinho pelo amor, apoio e exemplo.

Aos meus sogros que me acolheram em Fortaleza, Helenira Ellery e João Batista

Marinho; à Francisca por cuidar de mim.

Aos meus amigos de Sobral, Isana Mara, Juracy e Bartolomeu e Daniele Val, por me

acolherem e pela estimável amizade.

A todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste

trabalho, os meus mais sinceros agradecimentos!

12

RESUMO

Os Lentivírus de Pequenos Ruminantes incluem os Vírus da Artrite Encefalite Caprina

(CAEV) e o Vírus Maedi-Visna (MVV), estes têm sido considerados geneticamente

distintos, mas antigenicamente relacionados como patógenos de caprinos e ovinos,

respectivamente. Além disso, foi demonstrado que estes vírus estão constantes e

facilmente transgredindo a barreira entre caprinos e ovinos, com CAEV infectando

ovinos e MVV infectando caprinos. Assim, como todos os lentivírus, o genoma do

CAEV tem uma alta taxa de mutação e o seu grau de heterogeneidade pode estar

relacionado com a baixa fidelidade da transcriptase reversa, que carece da atividade de

leitura da enzima exonuclease (proof reading). A análise genética de Lentivírus de

Pequenos Ruminantes (LVPRs) pode ajudar a compreender a genética, proteínas e

antigenicidade destes vírus; sua patogênese, epidemiologia, relações filogenéticas e,

assim, a sua inclusão nos subgrupos de LVPRs recentemente criados. Também pode ser

relevante para o desenvolvimento de testes de diagnósticos específicos às estirpes

locais. Neste sentido, os principais objetivos deste trabalho consistem em isolar cepas

virais circulantes e analisar a filogenia por meio de sequências gag e pol; bem como,

implementar uma biblioteca genômica de LVPRs isolados em alguns estados

brasileiros. Para isso, inicialmente, amostras sanguíneas de caprinos e ovinos foram

analisados utilizando a técnica de Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA),

confirmados por Western Blotting com consequente isolamento dos vírus em Mem

brana Sinovial Caprina (MSC) a partir de amostras positivas. Em seguida, foi realizada

Reação em Cadeia da Polimerase (Nested-PCR) para confirmação da presença de vírus,

assim como para a amplificação e sequenciamento das regiões de interesse. Também

foram realizadas comparações através de alinhamentos entre as regiões gag e pol das

cepas isoladas, além da montagem da biblioteca genômica de LVPRs isolados. Foram

isoladas cepas virais circulantes de animais naturalmente infectados nos estados do Rio

Grande do Norte, Ceará, Piauí, Bahia e Minas Gerais. A cepa isolada, denominada

BrRN-CNPC.G1 foi considerada o primeiro isolamento do CAEV no Estado do Rio

Grande do Norte. Todas as cepas isoladas mostraram-se ser fenotipicamente líticas, do

tipo rápido/alto. Foram amplificadas e sequenciadas cepas virais isoladas do Ceará e

Minas Gerais e Rio Grande do Norte, tanto para o gene gag quanto para o gene pol. Pela

genealogia proposta com base nas sequências nucleotídicas dos genes gag e pol, a sua

13

topologia mostrou-se compatível com os genótipos do subtipo B de CAEV. O

alinhamento das sequências de aminoácidos da região gag indicaram divergências entre

as linhagens deste estudo com a cepa padrão CAEV-Cork. Essa divergência de

aminoácidos foi ainda mais acentuada quando comparas sequências de aminoácidos do

gene pol..

Palavras-chave: Lentivírus, Filogenia, gag, pol, CAEV, MVV.

14

ABSTRACT

CAEV and MVV have been considered genetically distinct but antigenically related as

pathogens of goats and sheep, respectively. Moreover, it was demonstrated that these

viruses are constantly and easily breaking the barrier between sheep and goats, sheep

being infected with CAEV and MVV infecting goats. Like all lentiviruses, the genome

of CAEV has a high mutation rate and degree of heterogeneity that may be related to the

low fidelity of reverse transcriptase, which lacks proof reading activity of the

exonuclease subunit. Genetic analysis of Small Ruminants Lentiviruses (SRLVs) may

help to understand the genetics, the proteins and the antigenicity of these viruses, their

pathogenesis, epidemiology, phylogenetic relationships and thus their inclusion in the

newly created subgroups of SRLVs. It may also be relevant to the development of

diagnostic tests specific to the local strains. In this sense, the aim of this work was to

isolate circulating viral strains and to study the phylogeny with gag and pol sequences,

as well as to implement a genomic library of SRLVs isolated in some Brazilian states.

Initially, goats and sheep were screened using the AGID technique, confirmed by

Western blotting with subsequent isolation of virus in goat synovial membrane (GSM)

from positive samples. Nested-PCR was performed to confirm the presence of the virus

and for amplification of regions of interest, followed by sequencing of individual

samples. Comparisons were made through alignments of the gag and pol regions of the

strains, besides assembling the genomic library of isolated SRLVs. The results were the

isolation of circulating virus strains of naturally infected animals at Rio Grande do

Norte, Ceará, Piauí, Bahia and Minas Gerais states. The strain isolate, called BrRN-

CNPC.G1 were considered the first isolation of small ruminant lentiviruses

from naturally infected goat in flock of Rio Grande do Norte, Brazil. The

strains demonstrated phenotypically litic, type rapid/high. In the present

work, virus strains isolated from Ceará, Minas Gerais and Rio Grande do

Norte were amplified and sequenced for gag and pol genes. The genealogy

proposed for gag and pol gene was compatible with subtypes B from

CAEV. The alignment of amino acid sequences from gag gene was

divergent between the strains this study and the standart strain CAEV-

Cork. The amino acids were more divergent in sequences of the pol gene.

Key-words: Lentiviruses, Phylogeny, gag, pol, CAEV, MVV

15

LISTA DE FIGURAS

Revisão de Literatura

Figura 1. Mapa do genoma do lentivírus.

Figura 2. Um esboço do ciclo infeccioso de retrovírus. Painel A: passos da primeira fase

do ciclo de replicação. Fixação do vírus ao se ligar aos receptores de membrana

presentes nas células hospedeiras suscetíveis ocorre através das proteínas virais Env.

Esta interação leva a alterações conformacionais nas proteínas Env que facilitam a

fusão das membranas celular e viral, entregando o capsídeo viral para o

citoplasma. Painel B: A transcrição reversa ocorre no citoplasma e produz

uma molécula de DNA de fita dupla que se integra no genoma do hospedeiro, gerando

um provírus. Últimos estágios do ciclo de vida incluem a expressão do RNA viral a

partir do provírus. Alguns desses RNAs são emendados e exportados para o

citoplasma juntamente com RNAs unspliced. O RNA unspliced serve tanto

como RNA genômico como para a síntese das poliproteínas Gag e Gag-Pol.

Formas unidas são usadas para fazer proteínas de Env e complexo de

proteínas reguladoras do retrovírus. Painel C: Montagem das proteínas

virais e encapsidação dos RNAs genômicos são representados, levando à formação da

progênie viral. Adaptada do Livro Viral Genome Replication (2009).

Figura 3. DNA províral resultante da retrotranscrição.

16

Capítulo II

Figura 1. Isolamento a partir de cocultivo de monócitos/macrófagos em MSC

apresentando efeito citopático característico do CAEV com presença de células gigantes

multinucleadas.

Capítulo III

Figura 1. In the phylogenetic tree a group identified by the prototype VISNA was

clearly distinguished from the CAEVs with a high bootstrap value of 100.

Figura 2. Alignment of nucleotide sequences from the gag region of SRLV strains.

Asterisks indicate identity among the strains.

Figura 3. Alignment of deduced amino acid sequences from the capsid protein of SRLV

strains. Asterisks indicate identity between the strains.

Capítulo IV

Figura 1. Eletroferograma mostrando a sobreposição de bases nas cepas 229CE e

Pan12CE para o gene gag.

Figura 2. Alinhamento do fragmento parcial de 620 nucleotídeos do gene codificador da

proteína p28 do capsídeo gerados no presente estudo comparadas com sequências

padrões depositadas no Genbank.

Figura 3. Alinhamento do fragmento parcial de 472 nucleotídeos do gene gerados no

presente estudo comparadas com sequências padrões depositadas no Genbank.

17

Figura 4. Árvore filogenética diferenciando os grupos de CAEV e MVV com alto valor

de bootstrap.

Figura 5. Alinhamento do fragmento parcial de 472 nucleotídeos do gene pol gerados

no presente estudo comparadas com sequências padrões depositadas no Genbank.

Figura 6. Alinhamento das sequências de aminoácidos do gene pol correspondente a

uma região intergência de dUTPase e integrase.

Figura 7. Árvore filogenética do gene pol diferenciando os grupos de CAEV e MVV

com alto valor de bootstrap.

18

LISTA DE TABELAS

Capítulo II

Tabela 1 - Sequências de primers utilizados nas reações de Nested-PCR e seus

respectivos tamanhos de fragmentos amplificados.

Tabela 2. Correlação: dia do experimento, coleta de sobrenadante e resultado de Nested-

PCR.

Capítulo IV

Tabela 1 - Sequências de primers utilizados nas reações de PCR e seus respectivos

tamanhos de fragmentos amplificados.

Tabela 2 - Sequências e nucleotídeos analisados neste estudo.

Tabela 3 – Relação da origem das amostras e tamanho do fragmento dos respectivos

genes sequenciados.

Tabela 4. Matriz de identidade com os valores de similaridade nucleotídica do

fragmento parcial do gene gag comparadas com as demais cepas depositadas do

Genbank.

Tabela 5. Matriz de identidade com os valores de similaridade nucleotídica do

fragmento parcial do gene pol comparadas com as demais cepas depositadas do

Genbank.

19

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

% - Porcentagem

3'OH – hidroxila na porção 3´do DNA

A25 – garrafa de cultivo celular com capacidade de 25 cm3

AGID – sigla em inglês para Imunodifusão em gel de agarose

AIE – Anemia infecciosa equina

AP-1 - Ativador de proteína-1

AP2 – Ativador de proteína-1

BDV – Borna Disease Virus

BIV – Vírus da imunodeficiência bovina

bp – sigla do inglês para pares de bases

BR/CNPC – BR, Brasil; CNPC, Centro Nacional de Pesquisa em Caprinos

BR/MG – Cepa brasileira de LVPRs isolada em Minas Gerais

G - goat

BrRN-CNPC.G1 – BR, Brasil; RN, Rio Grande do Norte; CNPC, Centro Nacional de

Pesquisa em Caprinos

CA – Proteína do Capsídeo

CAE – Artrite Encefalite Caprina

CAEV – Vírus da Artrite Encefalite Caprina

CAEV-Cork – Cepa padrão de CAEV

CE – Ceará

c-fos – Fator celular presente nos macrófagos que participa da ativação viral

c-jun – Fator celular presente nos macrófagos que participa da ativação viral

cELISA – ELISA competitivo

cm2 –

centímetro quadrado

CNPC – Centro Nacional de Pesquisa em Caprinos/ Embrapa Caprinos e Ovinos

CO – Monóxido de Carbono

CO2 – Dióxido de Carbono

CPE – sigla do inglês para Efeito Citopático Característico

DNA – Ácido desoxirribonucléico

dNTPs – Desoxinucleotídeo trifosfato

dUTPase - Enzima codificada pelo gene pol

20

e - ativador de expressão

ECP – Efeito citopático

EDTA – Ethylenediaminetetraacetic acid

EIAV – sigla do inglês para anemia infecciosa equina

ELISA – Enzyme-linked immunosorbent assay

env - Gene que codifica as proteínas do envelope viral

ENV - proteínas do envelope viral

EUA – Estados Unidos da América

EV-1 – cepa britânica do vírus MV

FAVET – Faculdade de Veterinária da UECE

FBS – sigla do inglês para soro fetal bovino

Fig – Figura

FIV – Vírus da Imunodeficiência Felina

FMVZ – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP

Fos - produto de c-fos

FUNCAP – Fundação Cearense de Apoio à Pesquisa

g – Unidade da força centrífuga relativa

gag - Gene viral que codifica as proteínas interna dos vírus

GAG – proteínas interna dos vírus

GenBank – Banco de dados genéticos

gp – Glicoproteína

GSM – Membrana Sinovial Caprina

HCl – Ácido Clorídrico

HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana

IDGA – Imunodifusão em gel de Agar

IgG – Imunoglobulina G

K1514 – cepa Islandesa do vírus MV

kb – kilobases

KCl – Cloreto de Potássio

kDa – Kilodaltons

KV1772 – cepa Islandesa do vírus MV

LABMAS – Laboratório Aplicado à Biologia Molecular e Sorologia - USP

LABOVIR - Laboratório de Virologia - UECE

LSP - Leucócitos do sangue periférico

21

LTR – Seqüências longas repetidas

LVPRs – Lentivírus de pequenos ruminantes

M – molar

MA – Proteína da Matriz

MEM – Meio Essencial Mínimo

mg – miligramas

Mg2+

– Magnésio

MHC I ou II – Complexo Principal de Histocompatibilidade

min – minutos

mL - Mililitros

mM – mili-molar

MSC – Membrana sinovial caprina

MV – Maedi-visna

MVV – Vírus Maedi-Visna

NC – Proteína do nucleocapsídeo

ng – nanograma

NJ - neighbor joining

nm – nanômetro

nt – nucleotídeo

NUBIS – Núcleo de Biotecnologia de Sobral

ºC – Graus Celsius

OIE – Organização Internacional de Epizootias

ORFs – Pequena região do genoma viral

P1OLV – cepa portuguesa do vírus MV

p28 – protein do capsídeo

pb – Pares de bases

PBL – sigla do inglês para Leucócitos do sangue periférico

PBS – Solução de tampão de fosfato

PCR – Reação em cadeia da Polimerase

pH – potencial hidrogeniônico

pmol – picomol

pol - Gene que codifica as enzimas virais

POL – proteína codificada a partir do gene pol

PPGCV – Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias

22

PPO – Pneumonia Progressiva Ovina

RNA – Ácido ribonucléico

RNAm – Ácido Rribonucléico mensageiro

rpm – rotação por minuto

SA-OMVV – cepa Sul-Africana do vírus MV

SIV – Vírus da imunodeficiência símia

SMF - sistema monocítico fagocitário

SNC – Sistema Nervoso Central

SRLVs – sigla em inglês para Lentivírus de pequenos ruminantes

SU – Glicoproteína de superfície

Taq – DNA Taq Polimerase

TBE - Tris-Borato; 1 mM EDTA

TE - Tris 10 mM/ EDTA 1 mM pH 8,0

TM – proteína transmembranica

Tris – Trisma

U – Unidade

U3 – upstrem 3´

U5 – upstrem 5´

UECE – Universidade Estadual do Ceará

UFC – Universidade Federal do Ceará

USA – United States of America

USP – Universidade de São Paulo

UVA – Universidade Estadual Vale do Acarú

vif - Gene de regulação viral

VISNA – Doença causada pelo vírus Maedi-visna

vpr –gene envolvido na regulação da síntese e processamento do RNA viral e outras

funções na replicação

WB - Western Blotting

ZP – Zona pelúcida

L – microlitro

M – micromol

- sinal de encapsidação

23

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................... 25

2 REVISÃO DE LITERATURA................................................. 27

2.1 Histórico....................................................................................... 27

2.2 Taxonomia dos Retrovírus........................................................... 28

2.3 Agente Etiológico e Classificação Viral..................................... 28

2.4 Estrutura e Genoma dos vírus...................................................... 29

2.5 Replicação e Transcrição............................................................. 31

2.6 Heterogeneidade Genética........................................................... 34

2.7 Tropismo celular.......................................................................... 39

2.8 Epidemiologia e Transmissão...................................................... 43

2.9 Sinais Clínicos............................................................................. 46

2.10 Diagnóstico clínico...................................................................... 46

2.11 Diagnóstico laboratorial............................................................... 46

2.12 Ensaio imunoenzimático (ELISA) indireto................................ 47

2.13 Isolamento viral............................................................................ 47

2.14 Reação em cadeia de polimerase (PCR) ..................................... 48

2.15 Imunodifusão em gel de agarose (IDGA) ................................... 49

2.16 Western blotting ou imunoblotting.............................................. 50

2.17 Prevenção e controle.................................................................... 50

3 JUSTIFICATIVA....................................................................... 52

4 HIPÓTESES CIENTÍFICAS.................................................... 53

5 OBJETIVOS............................................................................... 54

5.1 Objetivos Gerais........................................................................... 54

5.2 Objetivos Específicos................................................................... 54

6 CAPÍTULO I.............................................................................. 55

24

7 CAPÍTULO II............................................................................ 69

8 CAPÍTULO III........................................................................... 83

9 CAPÍTULO IV........................................................................... 101

10 CONCLUSÕES GERAIS.......................................................... 138

11 PERSPECTIVAS....................................................................... 140

12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................... 141

13 ANEXOS..................................................................................... 162

25

INTRODUÇÃO

Os Lentivírus de Pequenos Ruminantes (LVPRs) estão amplamente distribuídos

entre caprinos e ovinos no mundo, causando grandes perdas econômicas. Diferentes

formas clínicas da doença têm sido descritas em pequenos ruminantes infectados com

LVPRs no Brasil, como artrite, pneumonia, mastite infectando caprinos e também

recentemente a forma nervosa da doença em ovinos (BENAVIDES et al., 2006). O Vírus

da Artrite Encefalite Caprina (CAEV) e o Vírus Maedi-Visna (MVV) têm sido

considerados como patógenos geneticamente distintos, mas antigenicamente

relacionados entre si. Estes vírus estão constantes e facilmente transpondo a barreira

entre espécies de caprinos e ovinos (VALAS et al., 2000; KARR et al., 1996; SHAH et al.,

2004b).

Em meados dos anos 90, as primeiras sequências genômicas tornaram-se

disponíveis. LVPRs de regiões geográficas distintas foram agrupados de acordo com as

espécies que foram isoladas. Dois grupos distintos, mas taxonomicamente relacionados

mostraram-se evidentes, um grupo evoluindo a partir de sequências de ovinos e os

outros evoluindo a partir sequências caprinas. A partir desse período, como mais

sequências de LVPRs foram caracterizadas, uma distribuição mais complexa

tornou-se evidentes sobre reconstruções filogenéticas, sugerindo que não os LVPRs

não podiam mais ser agrupados exclusivamente com base nas espécies que foram

obtidas. Numerosos estudos filogenéticos subsequentes trouxeram evidências adicionais

desde fato. Essa descoberta modificou a percepção sobre a relação entre os LVPRs e

seus hospedeiros e levou ao conceito de transmissão cruzada entre

espécies. Atualmente, MVV e CAEV não são mais vistos como duas espécies virais

infectantes distintas exclusivamente de ovinos e caprinos, respectivamente, e sim

como quasispecies virais que podem ser transmitidos entre pequenos

ruminantes sob condições favoráveis (LʼHOMME, et al., 2011).

Dados recentes baseados em estudos filogenéticos ajudaram a classificar os

LVPRs de acordo com seus hospedeiros (CASTRO et al., 1999; LEROUX et al., 1997;

CHEBLOUNE et al., 1996). Estes estão classificados dentro de cinco grupos relativamente

equidistantes (SHAH et al., 2004a). A alta heterogeneidade das sequências de

nucleotídeos e aminoácidos em lentivírus pode determinar a sua antigenicidade,

26

virulência e crescimento e pode ainda afetar sua persistência e o seu mecanismo de

evasão.

A alta heterogeneidade das sequências de nucleotídeos e aminoácidos em

lentivírus pode determinar a sua antigenicidade, virulência e crescimento e pode ainda

afetar sua persistência e o seu mecanismo de evasão.

A caracterização molecular desses LVPRs pode ajudar a entender suas relações

genéticas, protéicas e antigênicas, sua patogênese, epidemiologia, relações filogenéticas

e sua inclusão nos grupos recentemente estabelecidos (SHAH et al., 2004a). Isto também

pode ser relevante para o desenvolvimento de testes de diagnósticos mais sensíveis e

específicos.

A análise filogenética de sequências de CAEV e MVV e consequentemente a

aquisição do conhecimento sobre a heterogeneidade genética dos LVPRs é de imensa

importância para a análise epidemiológica de infecções por lentivírus de pequenos

ruminantes e também para estudar as diferenças de virulência entre linhagens de LVPRs

circulantes.

27

REVISÃO DE LITERATURA

Histórico

A síndrome Artrite-encefalite caprina (CAE) foi inicialmente descrita nos

Estados Unidos da América, sob a forma clínica de leucoencefalomielite em cabritos e o

vírus foi isolado em 1980, por CRAWFORD e colaboradores em explants de membrana

sinovial de um caprino adulto com artrite.

A Maedi-Visna (MV) ou a equivalente norte-americana Pneumonia Progressiva

Ovina (PPO) foi uma das primeiras doenças denominadas como infecção lenta

(SIGURDSSON, 1954). Os dois nomes são de origem islandesa: Maedi, que significa

dispnéia e é caracterizada por pneumonia intersticial progressiva, e Visna, que significa

“desorientação”, caracterizada por leucoencefalomielite (DAWSON, 1980). Inicialmente,

Visna/Maedi foi reconhecida como duas entidades distintas.

O primeiro isolado de MVV foi feito por SIGURDSSON et al. (1960) a partir do

Sistema Nervoso Central (SNC) de ovinos. Quando as primeiras amostras dos vírus

foram isoladas de ovinos infectados com Visna e Maedi (SIGURDARDÓTTIR E THOMAR,

1964), foi observada similaridade entre esses vírus. Posteriormente estudos revelaram

que tanto Maedi quanto Visna eram doenças causadas pelo mesmo agente, originando

assim a denominação Maedi-Visna ou MVV. Os vírus foram introduzidos através da

importação, de ovinos Karakul da Alemanha em 1933, para melhorar rebanhos da

Islândia, mas esta raça também introduziu a adenomatose pulmonar, paratuberculose e

visna.

Os primeiros relatos da doença com sinais clínicos semelhantes à Maedi-Visna

ocorreram na África do Sul em 1915 e, posteriormente, nos Estados Unidos em 1923.

A doença foi observada, mais tarde, em outras regiões do mundo, sendo a síndrome

respiratória de maior prevalência. Na Holanda esta enfermidade recebeu o nome de

Zwoegerziekte (DE BÔER, 1975; HOUWERS, 1985), Na África do Sul, recebeu o nome de

Jaagsiekte (VERWOERD et al., 1983) e nos Estados Unidos, de Pneunonia Progressiva

Ovina (PPO) e Doença Pulmonar da Montanha (CUTLIP E LAIRD, 1976).

28

Taxonomia dos Retrovírus

A família Retroviridae inclui a subfamília Orthoretrovirinae a qual contém o

gênero Lentivirus. Deste fazem parte as nove espécies: Vírus da artrite encefalite

caprina (CAEV), Vírus Maedi-Visna (MVV), Vírus da Anemia Infecciosa

Equina (AIE), Vírus da imunodeficiência felina (FIV), Vírus da imonodeficiência

humana (HIV tipo-1), Vírus da imonodeficiência humana (HIV tipo-2), Lentivírus de

Puma, Vírus da Imunodeficiência Símia (SIV) e Vírus imunodeficiência bovina (BIV)

(ICTV, 2011).

Agente Etiológico e Classificação Viral

O vírus Maedi-visna (MVV) e o vírus da artrite encefalite caprina (CAEV)

afetam ovinos e caprinos, respectivamente, pertencem à família Retroviridae e ao

gênero Lentivirus (PASICK, 1998). São vírus complexos e não oncogênicos. Os

lentivírus geralmente limitam a infecção a um simples hospedeiro, levando a sérios

problemas ou à morte de caprinos jovens e de ovinos; multiplicam-se também em

células em repouso (não ativadas); infectam monócitos, macrófagos e/ou linfócitos,

causando infecção persistente e multissistêmica (AIEV, MVV e CAEV), associada à

síndrome de imunodeficiência (SIV, HIV e FIV); com altas taxas de mutação, e

consequente diversidade genotípica, fenotípica e antigênica (CLEMENTS E PAYNE, 1994;

GONDA, 1994; REISCHAK, 2000; PINHEIRO, 2001).

Os LVPRs podem ser classificados em cinco grupos filogenéticos: O genótipo

A, que compreende o grupo Maedi-visna (SHAH et al., 2004), este grupo pode ser

subdividido em nove subtipos A1-A9, onde o subtipo A1 é identificado por MVV por

ser genética e geograficamente heterogêneos. Recentemente, foram encontrados dois

novos subtipos do Grupo A, A8 (isolado de caprino) e A9 (isolado tanto de caprino

quanto de ovino), na Itália (GREGO et al., 2007).

O genótipo B, inluindo CAEV como isolados (PISONI et al., 2005), compreende

apenas dois subtipos distintos, B1 e B2, que estão associados principalmente com artrite

em caprinos (PISONI et al., 2005) e ovinos (GLARIA et al., 2009; ROSATI et al., 2004),

respectivamente.

29

O genótipo C, afeta pequenos ruminantes norueguêses (GJERSET et al., 2007). O

genótipo D foi caracterizado através do gene pol em isolados suíços e espanhóis (REINA

et al., 2006; SHAH et al., 2004) e o genótipo E inclui os isolados caprinos italianos

(GREGO et al., 2007; REINA et al., 2009a). O último grupo foi identificado pela primeira

vez em rebanhos assintomático da raça local Roccaverano, daí o nome dado à cepa. Até

o momento o genótipo E compreende dois subtipos: E1, cepa Roccaverano, descrita

como de baixa patogenicidade por não levar à sintomas clínicos em caprinos (REINA et

al., 2011) e E2, cepa Seui.

Estrutura e Genoma dos vírus

MVV e CAEV, como os demais lentivírus apresentam-se como vírions

envelopados, com diâmetro de 80 a 100 nm, núcleo cônico e denso, contendo duas

moléculas idênticas de RNA fita simples, não complementares, unidas por pontes de

hidrogênio, de polaridade positiva. Neste caso, o RNAm serve como molde para a

transcriptase reversa. O genoma tem cerca de 9.3 kb, uma molécula de transcriptase

reversa dependente de Mg2+

e proteínas do nucleocapsídeo (GONDA et al., 1986). O

envelope está associado covalentemente com glicoproteínas transmembranárias (TM) e

de superfície (SU). A matriz (MA) também é outra estrutura presente na partícula viral e

esta está situada entre o capsídeo e o envelope (PÉPIN et al., 1998). São pleomórficos,

esferóides e têm um coeficiente de sedimentação de 1,14 a 1,18 g/mL (CLEMENTS et al.,

1980), apresentando uma grande quantidade de ácido N-acetilneurâminico (ácido

siálico) em sua superfície (HUSO et al., 1988) (Figura 1).

O genoma é constituído por genes que codificam as proteínas estruturais (gag),

um precursor que é posteriormente clivado em três proteínas principais: matriz (MA),

capsídeo (CA) e nucleocapsídeo (NC) (PÉPIN et al., 1998), e o gene (env), que codifica

as glicoproteínas de superfície (SU) e transmembranária (TM) do envelope viral. O

gene (pol) que codifica as proteínas de atividade enzimática: transcriptase reversa,

protease, integrase e dUTPase, além de pequenos ORFs, que codificam proteínas que

regulam a expressão gênica como os genes acessórios (tat, vif), (ou Q, no HIV) e (rev),

codificantes de proteínas de regulação da expressão viral (CLEMENTS E PAYNE 1994).

30

Estas proteínas não se encontram nos vírus e somente são traduzidas durante a

replicação viral, na qual participam ativamente.

Figura 1. Estrutura dos Vírus da Artrite Encefalite Caprina (Coffin, 1996).

Adaptado por Rizaldo (2001).

Os tamanhos das proteínas codificadas são: MA ~17kDa; CA~24 kDa; NC ~7-

11 kDa; PR ~14 kDa; RT ~66 kDa; DU (em todos, exceto nos lentivírus de primatas),

IN ~32 kDa; SU ~120 kDa; TM ~41 kDa. Além dos genes estruturais gag, pro, pol, env,

existem genes adicionais, dependendo do vírus (p. e., vírus da imunodeficiência

humana 1, HIV-1): vif, vpr, vpu, tat, rev, nef em que os produtos estão envolvidos na

regulação da síntese e processamento do RNA viral e outras funções na replicação. A

LTR tem cerca de 600 nt de comprimento, dos quais 450 nt compõem a região U3, 100

nt na região R e aproximadamente 80 nt na região U5. Estes vírus estão associados com

uma variedade de doenças, incluindo imunodeficiencias, desordens neurológicas,

artrites entre outros (FAUQUET et al., 2005).

31

Os genes gag e pol são os mais conservados, enquanto o gene env é altamente

heterogêneo (NARAYAN E CLEMENTS, 1989) e são típicos da família Retroviridae. Estes

genes, únicos de lentivírus, apresentam um nucleotídeo ou aminoácido homólogo

diferenciando as várias lentiviroses, no entanto, suas funções são preservadas

(CLEMENTS E PAYNE, 1994).

Replicação e Transcrição

O ciclo de replicação dos retrovírus é constituído por uma série de passos que,

após transferência de informação genética do RNA para as moléculas de DNA, leva ao

estabelecimento de uma infecção persistente após a integração do DNA proviral nas

células do hospedeiro (Figura 2). Para iniciar a infecção, os retrovírus interagem com

receptores específicos na superfície das células-alvo por meio das proteínas do envelope

presentes do lado de fora da membrana viral.

Após a ligação inicial, as proteínas de envelope estão sujeitas à mudanças

conformacionais que levam à fusão viral com as membranas celulares e posterior

liberação do núcleo viral para o citoplasma.

Os eventos iniciais após a penetração são, até à data, pouco compreendidos.

Enquanto em alguns casos, propõe-se que o desencapsulamento do núcleo viral ocorre

após a internalização, existem outras indicações sugerindo que este capsídeo pode

permanecer intacto, permitindo que a transcrição reversa ocorra neste ambiente

fechado. Após a penetração do capsídeo viral no citoplasma da célula-alvo, a transcrição

reversa começa e segue para a geração de uma fita dupla de DNA a partir do genoma

RNA de fita simples. Este passo característico tem dado o nome a esta família de vírus.

A molécula de DNA deve então entrar no núcleo, a fim de integrar no genoma

do hospedeiro, dando origem a uma "provírus", que será permanentemente estabelecido

no genoma do hospedeiro. A fase final do ciclo de replicação, que geralmente depende

do maquinário celular, ocorre após esta etapa de integração. O RNA viral é expresso a

partir de seu promotor, localizado na região U3, e a regulação da transcrição é

controlado por fatores virais, bem como, fatores de transcrição do hospedeiro.

32

Durante a fase inicial da expressão do DNA proviral, a transcrição é processada

para dar origem a uma série de forma sub-genômica que serão usadas para

tradução. Mais tarde o RNA genômico será empacotado em partículas nascentes virais.

Figura 2 adaptada do Livro Viral Genome Replication (2009). Um esboço

do ciclo infeccioso de retrovírus. Painel A: Primeiros passos da primeira fase do ciclo

de replicação. Fixação do vírus ao se ligar aos receptores de membrana presentes nas

células hospedeiras suscetíveis ocorre através das proteínas virais Env. Esta

interação leva a alterações conformacionais nas proteínas Env que facilitam a fusão das

membranas celular e viral, entregando o capsídeo viral para o citoplasma. Painel B: A

transcrição reversa ocorre no citoplasma e produz uma molécula de DNA de fita

dupla que se integra no genoma do hospedeiro, gerando um provírus. Últimos

estágios do ciclo de vida incluem a expressão do RNA viral a partir do provírus. Alguns

desses RNAs são emendados e exportados para o citoplasma juntamente com RNAs não

processado. O RNA ainda não processado serve tanto como RNA genômico como para

a síntese das poliproteínas Gag e Gag-Pol. Formas unidas são usadas para fazer

proteínas de Env e complexo de proteínas reguladoras do retrovírus.

Painel C: Montagem das proteínas virais e encapsidação dos RNAs genômicos são

representados, levando à formação da progênie viral.

33

Uma vez que o produto dupla-fita final da transcrição reversa é gerado, o DNA

pré-proviral deve ser integrado ao genoma da célula infectada, um processo mediado

pela integrase retroviral. Para que o DNA pré-proviral possa ter acesso aos

cromossomos celulares, certos retrovírus requerem a desintegração da membrana

nuclear

ou progressão do ciclo celular de suas células-alvo. No caso dos lentivírus, os

complexos pré-integração podem entrar no núcleo das células em não divisão através do

transporte ativo do DNA viral pela membrana nuclear intacta, provavelmente mediada

por fatores celulares e virais. Ambas as extremidades das moléculas de DNA geradas

após transcrição reversa são constituídas pela LTRs, que contêm as sequências

reconhecidas pela integrase. A integração ocorre em duas etapas: numa primeira

instância, a remoção de dois nucleotídeos a partir de extremidades 3' do DNA pré-

proviral ocorre, enquanto na segunda etapa, os grupamento 3'OH

ataca o DNA-alvo e, através de um processo de transferência de cadeia, essas

são ligadas ao DNA do hospedeiro. Este processo gera uma duplicação de sequências

curtas que flanqueiam o DNA proviral, cujo tamanho dependerá da distância em que o

ataque foi feito pela integrase no DNA do hospedeiro. Esta distância varia de 4 a

6 nt dependendo do retrovírus. A integração no DNA da célula infectada não ocorre em

sequências específicas. No entanto, as preferências para a integração em regiões

ativamente transcritas foram relatadas (SCHRODER et al., 2002; WU et al., 2003). Vírus

diferentes marcam preferências por diferentes sequências (MITCHELL et al., 2004).

Após a integração há formação do provírus; síntese do RNA viral pela RNA

polimerase II celular, utilizando o provírus como molde; transcrição do genoma em

RNA-mensageiros (RNAm); síntese das proteínas virais; montagem; construção do

capsídeo e brotamento do vírus (COFFIN, 1996; PERTURSON et al., 1992).

O provírus, uma vez integrado, é estável, não existindo evidência de qualquer

mecanismo para remoção dos provírus do DNA celular, transposição direta dele para

outro sítio ou replicação independente (COFFIN, 1996). A integração do DNA proviral

ao DNA celular não é essencial à replicação dos lentivírus, mas é fundamental para a

persistência da infecção (HAASE, 1986).

A transcrição e o genoma viral iniciam um papel crucial no ciclo de vida dos

vírus, como prover o molde para a síntese de proteínas estruturais e regulatórias,

34

resultando na geração de novas cópias de RNA viral. O DNA do provírus resultante da

retrotranscrição apresenta no centro do genoma viral, as sequências trans (GAG, ENV e

POL) que codificam as proteínas estruturais e enzimas. Essas sequências são

enquadradas por duas sequências cis, necessárias para sua expressão, como o enhancer

(e, ativador de expressão) e ( sinal de encapsidação) (Figura 3). A repetição das

sequências de transcrição forma as repetições terminais longas (LTR, na sigla em

inglês), necessárias à integração do provírus ao genoma da célula (PAGÈS E PIVER,

2008).

Figura 3. DNA províral resultante da retrotranscrição. (Revista American

Science, 2008).

A transcrição é regulada pela ligação de várias proteínas celulares à sequência de

DNA. AP-1, que é um ativador de proteína, atua com um dos fatores de transcrição,

sendo este um produto de c-jun, que interage com Fos (produto de c-fos) para formar

um dímero. Apresentam dois domínios funcionais, um responsável pela ligação ao DNA

e um para ligação à Fos, e inclui o zíper de leucina. AP2 interage com elementos virais

e celulares estimulando a transcrição de genes selecionados. Vários estudos têm

demonstrado que AP-1 e AP-4 ligam-se a sítios, que estão localizados na região

promotora U3 da LTR, tendo um papel central na regulação e transcrição viral (BARROS

et al., 2004, 2005; CAMPBELL E AVERY, 1996; GABUZDA et al., 1989; GDOVIN E

CLEMENTS, 1992; HESS et al., 1986; SUTTON et al., 1997).

Heterogeneidade Genética

A enorme diversidade dos lentivírus é devida às altas taxas de mutação, de 0,5 a

1 genoma por ciclo de replicação, ou seja, por dia cerca de 10 bilhões de partículas

35

virais são produzidas in vivo, todas essas partículas têm pelo menos uma mutação em

seu código genético, que quando são acumuladas, auxiliam à rápida evolução desse

grupo de vírus (CASTRO, 1998) e são atribuídas ao fato de que esses vírus de RNA em

geral, especialmente os lentivírus, têm altas taxas de erro provocadas pela RNA

polimerase e pela falta do mecanismo de correção de bases (STEINHAUER E HOLLAND,

1987). Alguns autores relataram que estas mutações decorrem, geralmente, de erros nas

polimerizações, durante o ciclo de replicação dos lentivírus com substituições de bases,

deslocamento de janelas, rearranjo genético, recombinação e hipermutações (COFFIN,

1996; PRESTON E DOUGHERTY, 1996).

A transcriptase reversa é a principal responsável por erros e, ao contrário das

polimerases celulares, apresenta baixa fidelidade, devido à ausência da ação da enzima

3' - 5' exonuclease, necessária às correções de erros surgidos durante a polimerização.

Porém algumas mutações podem ser causadas durante a replicação do DNA proviral,

por erros da DNA polimerase celular, e da RNA polimerase celular II, quando da

síntese de RNA a partir do DNA proviral (PRESTON E DOUGHERTY, 1996).

Essa alta variabilidade genética dos lentivírus (CLEMENTS e ZINK,1996; LEROUX

et al.,1997), exemplificada pela variação observada nas regiões de LTR do genoma

viral, foi associada com a alta capacidade dos LVPRs serem ativados até o nível

transcricional em muitos ambientes celulares diferentes, podendo favorecer a seleção de

vírus que podem replicar em células e órgãos particulares, portanto afetando

diretamente o tropismo celular e a patogenicidade dos vírus (CLEMENTS e PAYNE, 1994;

AGNARSDOTTIR et al., 2000; ANGELOPOULOU et al., 2006a).

Mundialmente são conhecidas apenas as seguintes sequências genômicas

completas de LVPRs, as estirpes Islandesas em K1514 e KV1772 (ANDRÉSSON et al.,

1993; SONIGO et al., 1985), CAEV Cork (SALTARELLI et al., 1990), os vírus Sul

Africano em (SA-OMVV) (QUERAT et al., 1990) e Britânico (EV-1) (SARGAN et al.,

1991), todos eles do tipo rápido/alto. Em 2004, FEVEREIRO et al., através de análise

filogenética baseada nos alinhamentos das sequências nucleotídicas dos genes pol e env,

revelaram uma nova cepa de MVV em Portugal, denominada P1OLV. Até o momento,

este é o único lentivírus ovino com padrão de replicação do tipo lento/baixo cujo

genoma foi totalmente sequenciado. Além das estirpes recentemente publicadas

VOLTERRA e FONNI (Bertolotti et al., 2011); SEUI (Reina et al., 2010) e FESC-752

(Ramirez et al., 2011, dados não publicado). Os LVPRs podem ser classificados como

36

rápido/alto ou baixo/lento de acordo com sua replicação in vitro. A linhagem do tipo

rápida/alta replica rapidamente, induzindo a lise celular e alcançando altos títulos,

enquanto o tipo baixo/lento cresce lentamente e apresenta baixos títulos (BARROS et al.,

2004; LAIRMORE et al., 1987; QUERAT et al., 1984; WOODWARD et al., 1995).

LEROUX et al. (1997) sugerem que as cepas K1514, SA-OMVV e EV1 tenham

uma origem comum, talvez a Alemanha. As sequências nucleotídicas desses lentivírus

encontram-se registradas em bancos de dados genéticos internacionais (Genbank)

(MARCHESIN et al., 1997; FEITOSA et al., 2010).

Estudos subsequentes, baseados em sequências parciais dos genes gag, pol e

env, mostraram que estes vírus de ovinos e caprinos estão entremeando na árvore

filogenética independente do hospedeiro, sugerindo que as infecções interespécies têm

ocorrido entre os animais hospedeiros (CHEBLOUNE et al., 1996; LEROUX et al., 1997;

ZANONI, 1998; CASTRO et al., 1999; GREGO et al., 2002; ROLLAND et al., 2002; SHAH et

al., 2004a;).

O genoma completo da linhagem de CAEV-Cork dos Estados Unidos,

considerado o protótipo de lentivirus caprino, foi clonado e a sequência de DNA

proviral, determinada (SALTARELLI et al., 1990). Sequências nucleotídicas completas e

parciais de muitos outros lentivírus têm sido recentemente determinadas a partir de

isolados de caprinos e ovinos como as do Brasil, Irlanda, Estados Unidos, Suíça, Grécia,

França, Espanha, Itália, Finlândia, Polônia, Noruega e recentemente no Canadá

(MARCHESIN, 1997; RAVAZZOLO et al., 2001; ROLLAND et al., 2002; ABELSON E

SCHOBORG, 2003; HERRMANN et al., 2004; SHAH et al., 2004a; ANGELOPOULOU et al.,

2005; PISONI et al., 2005,2006; GERMAIN E VALAS E GERMAIN, 2006; REINA et al., 2006;

CONTRERAS et al., 2006; LAAMANEN et al., 2007; KUZMAK et al., 2007; GJERSET et al.,

2007; FEITOSA et al., 2010, L'HOMME et al., 2011).

Análises filogenéticas utilizando as sequências gag/pol revelaram a presença dos

subtipos de LVPRs do grupo A em diferentes países da Europa, incluindo França, Itália,

Portugal, Espanha e Suíça (BARROS et al., 2004; GREGO et al., 2002; LEROUX et al.,

1997; SHAH et al., 2004a; GREGO et al., 2007).

Embora a classificação filogenética de LVPRs esteja correta quando algumas

sequências de isolados são avaliadas para mais de um gene (ZANONI, 1998), tais como a

caracterização das sequências gag e pol, nenhuma caracterização para as sequências env

37

está completa. Este gene codifica glicoproteínas do envelope que iniciam um papel

importante no hospedeiro, na infectividade e na progressão da doença. Vários estudos

demonstraram que as linhagens de lentivírus podem diferir em suas propriedades

biológicas, incluindo efeito citopático e tropismo in vitro (BARROS et al., 2004; BRUETT

e CLEMENTS, 2001; HÖTZEL e CHEEVERS, 2001; LAIRMORE et al., 1987; QUERAT et al.,

1984).

No Brasil, os primeiros estudos de caracterização molecular e isolamento de

parte do gene gag foram realizados em isolados nos Estados de Minas Gerais e Rio

Grande do Sul. Em Minas Gerais, cinco amostras de CAEV isoladas de animais

soropositivos foram comparadas com outros lentivírus existentes no GenBank e

revelaram-se únicas e distintas das demais amostras de LVPRs com maior identidade

com amostras de CAEV do que com a de MVV. Entretanto, no Rio Grande do Sul,

outros cinco isolados de CAEV, de animais infectados foram comparados com as

sequências de seis lentivírus de pequenos ruminantes, permitindo separar as amostras

em três grupos distintos (MARCHESIN, 1997).

CASTRO (1998) amplificou e sequenciou parte do gene pol e o gene tat de

isolados de CAEV dos estados de Minas Gerais e Pernambuco. A análise filogenética

das sequências destes genes indicou que o isolado de Pernambuco foi estreitamente

relacionado ao isolado islandês MVV K1514, enquanto os isolados de Minas Gerais

foram mais relacionados ao CAEV.

REISCHAK (2000), estudando três isolados caprinos e um isolado ovino do Rio

Grande do Sul, verificou que dois destes apresentavam características líticas nos

cultivos celulares secundários e de linhagem, indicando diversidade quanto ao ciclo de

replicação viral in vitro destes isolados.

No Ceará, foi realizado pela primeira vez um estudo filogenético de lentivírus de

pequenos ruminantes. FEITOSA et al (2010) amplificou e sequenciou o gene gag a partir

de PCR de quatro isolados de CAEV no Estado do Ceará. Os alinhamentos dessas

sequências cearenses quando comparadas com as sequências padrões e outros isolados

nacionais, já disponíveis em bancos de dados genéticos, revelaram que essas linhagens

estão relacionadas com o subtipo B1 de CAEV.

Porém ao comparar as sequências dos isolados do Ceará com noventa sequências

do gene gag disponíveis em bancos de dados genéticos, a árvore filogenética gerada

mostrou as sequências Cearenses agrupadas em um grupo distinto, demostrando uma

38

forte relação filogenética com as sequências dos isolados da França, Noruega e uma do

Brasil, mais especificamente do Rio Grande do Sul.

Recentemente GLARIA e colaboradores (2011), observaram pela primeira vez na

Espanha um ovino apresentando a forma artrítica da doença. Ao estudarem a sequência

completa do vírus isolado, observaram que este pertencia ao subgrupo B2 de CAEV de

acordo com a nova nomenclatura, sugerindo assim, uma adaptação do vírus caprino ao

novo hospedeiro ovino, adquirindo propriedades genéticas que conferem o fenótipo do

tipo rápido/alto.

Ao longo do tempo, estudos de epidemiologia molecular têm mostrado que

CAEV e MVV estão relacionados, mas são vírus geneticamente distintos e que

pertencem a dois conjuntos filogenéticos principais (ROLLAND et al., 2002; SHAH et al.,

2004a; ZANONI, 1998). Os pequenos ruminantes são reservatórios de lentivírus com

uma linha filogenética própria e os dendogramas inferidos a partir das sequências dos

genes gag, pol e env de vários lentivírus ovinos e caprinos, sugerem que o CAEV teve

origem no MVV (VALAS et al., 1997). À medida que um maior número de sequências

de lentivírus for incorporado ao Genbank, será possível avaliar se os perfis observados

estão mais relacionados com CAEV ou com MVV.

Trabalhos baseados em estudos filogenéticos têm ajudado na classificação de

lentivirus caprino e ovino de acordo com seus hospedeiros. Foi demonstrado que estes

vírus estão constantes e facilmente transgredindo a barreira entre caprinos e ovinos

(SHAH et al., 2004b; BANKS et al., 1983), devendo isto ser levado em consideração nos

estudos epidemiológicos e nos planos de erradicação das infecções por LVPRs. Dados

de análise filogenética mostraram também que sequências de lentivírus caprino/ovino

estão frequentemente dispersos dentro de árvores filogenéticas, indicando assim várias

transmissões entre caprinos e ovinos e vice-versa, e que o gene env pode ser mais

informativo que as regiões gag e pol, pois este último gene, por ser uma região do

genoma viral bastante conservado, retém menos sinais filogenéticos (FEITOSA et al.,

2010; ROLLAND et al., 2002).

39

Tropismo celular

Os lentivírus de pequenos ruminantes têm tropismo por as células da linhagem

monocito-fagocitária. Nestas células, a expressão viral está estreitamente associada à

diferenciação e maturação dos monócitos em macrófagos (GENDELMAN et al., 1986;

NARAYAN et al., 1983).

Os lentivírus infectam células da linhagem dos macrófagos, incluindo microglia,

astrócitos, e oligodendrócitos, assim como os tipos I e II de pneumócitos, fibroblastos,

fibroblastos imortalizados e células epideliais e endoletiais (TEIXEIRA et al., 1997;

SANNA et al., 1999; CARROZZA et al., 2003; CHI et al., 2000).

Células epiteliais do leite de caprinos têm demonstrado susceptibilidade à

infecção com CAEV tanto in vitro quanto in vivo (MSELLI-LAKHAL et al., 1999). Estes

vírus podem ser detectados por hibridização in situ e/ou por métodos de

imunohistoquímica em drenagem de nódulos linfáticos, porém a frequência de células

infectadas é baixa, sugerindo que apenas a minoria das células são infectadas

(BLACKLAWS et al., 1995; CARROZZA et al., 2003; GROSSI et al., 2005; LECHNER et al.,

1997; STORSET et al., 1997).

In vivo, infectam principalmente células do sistema monocitos-fagocitário, sendo

os macrófagos a grande maioria das células infectadas (NARAYAN E CLEMENTS, 1989;

LUJÁN et al., 1994; BRODIE et al., 1995). A infecção das células depende da presença de

receptores para os vírus. Poucos monócitos têm estes receptores, entretanto estes

aumentam após sua maturação (GENDELMAN et al., 1986). Linfócitos também são

infectados, entretanto sem multiplicação viral (ZINK E JOHNSON, 1994). Ainda foi

detectado o RNA viral em células endoteliais, epiteliais, fibroblásticas, várias células do

sistema nervoso (plexo coróide, células microgliais, astrócitos, oligodentrócitos e

neurônios) e da glândula mamária (ZINK et al., 1990; BRODIE et al., 1995; SANNA et al.,

1999, MSELLI-LAKHAL et al., 1999; LERONDELLE et al., 1999). Os vírus também já

foram detectados na medula óssea (fibrócitos, células endotelias e adipócitos) de

caprinos positivos para CAEV através de imunohistoquimica, porém células

hematopoéticas foram negativas (GROSSI et al., 2005).

40

Nos tecidos-alvos, tais como sinóvias, interstício pulmonar, plexo coróide e

úbere, a ativação da replicação viral, juntamente com a maturação dos macrófagos,

induzem à formação das lesões. Segundo ZINK et al. (1990), outras células podem

também servir como áreas de replicação viral, como as células da membrana sinovial,

oligodentrócitos (PERK, 1990), células epiteliais intestinais, células tubulares renais, e

células glandulares da paratireóide, adrenais e da tireóide. Contudo, é o tropismo do

vírus por células do sistema imune, particularmente monócitos e macrófagos, o

principal fator responsável pela habilidade dos lentivírus em causar infecções crônicas,

que persistem por toda a vida do animal.

A forma nervosa da doença em ovinos jovens doentes sugere a existência de

linhagens de MVV neurotrópicas e altamente neurovirulentas (BENAVIDES et al., 2006).

Em outros casos de encefalites lentivirais (O´NEIL et al., 2004) foi afirmado que a

progressão da doença está associada com a carga viral e resposta inicial do hospedeira à

infecção. Isto também ocorre na infecção por MVV (DAWSON, 1980; HOUWERS, 1990)

quando animais jovens infectados, sendo incapazes de uma resposta defensiva,

permetiriam que os vírus alcançassem o encéfalo (BENAVIDES et al., 2006).

A detecção de RNA viral e DNA proviral em secções de tecidos caprinos e

ovinos infectados, revelou que os LVPRs poderiam entrar em uma gama de tipos

celulares como células dendríticas, linfócitos, plasmócitos, células endoteliais e

fibroblastos, adipócitos, células microgliais e pericitos, assim como em células epiteliais

dos brônquios, alvéolos, glândulas mamárias e plexo coróide, intestino delgado e

túbulos renais e terceira pálpebra (GEORGSSON et al., 1989; ZINK et al., 1990; STASKUS

et al., 1991; RYAN et al., 2000; CAPUCCHIO et al., 2003; CARROZZA et al., 2003;

PREZIUSO et al., 2004; BIESCAS et al., 2005; ANGELOPOULOU et al., 2006b; BOLEA et al.,

2006).

Ainda células endoteliais caprinas podem ser infectadas in vitro por

transmigração de leucócitos infectados com CAEV (LECHAT et al., 2005). Entretanto a

infecção produtiva é restrita às células da linhagem dos macrófagos (DE LA CONCHA-

BERMEJILLO, 1995) e da glândula mamária (MSELLI-LAKHAL et al., 1999; LERONDELLE

et al., 1999).

41

Um estudo para determinar a carga viral em áreas selecionadas e a expressão de

RNAm de CAEV em caprinos, oito anos após a infecção, demonstrou que os nódulos

linfáticos são um importante reservatório viral. A glândula mamária e células do leite

são os sítios preferidos para a replicação do vírus. A carga viral variou

significantemente entre os animais, demostrando a importância da carga genética frente

à infecção. Foi encontrada uma associação clara entre a ocorrência de lesões

histopatológicas e carga viral em sítios específicos. As análises da expressão de RNAm

de várias citocinas não revelam diferenças significantes entre animais o que poderiam

esclarecer uma considerável variação individual na carga viral observada (RAVAZZOLO

et al., 2006).

Recentemente, utilizando a técnica de PCR e imunohistoquímica, MVV foram

indiretamente detectados no fígado e no coração de seis ovinos naturalmente infectados.

Além disso, estes testes revelaram antígenos no citoplasma de hepatócitos e

cardiomiócitos. Porém exames histopatológicos mostraram níveis de leve a moderado

de colangi-hepatite e miocardite linfocítica crônica, mas não a presença de pequenos

agregados linfóides, as lesões linfoproliferativas típicas de MVV nestes órgãos

(BRELLOU et al., 2007).

A evidência de células infectadas com CAEV no útero e no oviduto coborroram

com o achado destas células em secreções genitais pós-parto. Recentemente CAEV

proviral foi detectado em tecidos do trato genital: útero, oviduto e ovários. Células da

granulosa (LAMARA et al., 2001) e células epiteliais do oviduto (LAMARA et al., 2002a)

são completamente susceptíveis à infecção por CAEV in vitro.

O DNA proviral de CAEV foi detectado em células do cumulus oophorus, mas

não em oócitos de cabras naturalmente infectadas. Um estudo mostrou que vinte e dois

por cento dos oócitos com células do cumulus intactas foram positivos para a presença

de DNA proviral e nenhum dos oócitos em que as células do cumulus foram removidas

mecanicamente foram positivos para o CAEV através de RT-PCR (ALI AL AHMAD et

al., 2005). Este resultado contradiz estudos feitos por FIENI et al. (2002, 2003) em que

sugerem a presença de CAEV em células infectadas no meio de lavagem do oviduto de

cabras infectadas doadoras de embriões e uma potencial transmissão de CAEV para o

embrião ou feto. Este estudo demonstra que oócitos livres de CAEV podem ser obtidos

42

de cabras infectadas. O DNA proviral do CAEV foi detectado pela primeira vez em

folículos pré-antrais de cabras sorologicamente positivas (SILVA, 2006).

Estudos in vitro mostraram que a zona pelúcida intacta é uma forte barreira que

protege o embrião caprino na infecção por CAEV, mas embriões sem zona pelúcida

quando incubados com CAEV e lavados extensivamente, poderiam transmitir a infecção

para células MSC (LAMARA et al., 2002b). Células embrionárias prematuras caprinas

são susceptíveis à infecção por CAEV e a infecção com estes vírus são produtivas,

porém, a única barreira natural que pode prevenir a infecção por CAEV de blastômeros

caprinos é a presença de uma zona pelúcida intacta (ZP) (ALI AL AHMAD et al., 2006).

In vitro os LVPRs infectam e replicam em cultivo celulares de macrófagos

(NARAYAN et al., 1983), membrana sinovial (NARAYAN et al., 1980; QUÉRAT et al.,

1984), glândula mamária (MSELLI-LAKHAL et al., 1999; LERONDELLE et al., 1999),

células fetais do plexo coróide (SIGURDSSON et al., 1960), músculo cardíaco (LEROUX et

al., 1995), baço, timo, linfonodo escapular (NARAYAN et al., 1980), células da linhagem

fibroblástica imortalizadas (TEIXEIRA et al., 1997) e tecido epitelial (LEE et al., 1996). E

produzem efeito citopático, que consiste na formação de células gigantes

multinucleadas ou sincícios e lise celular (CAREY E DALZIEL, 1983).

JUGANARU et al., (2010) demostraram ser fraca a associação entre patologia

induzida por lentivírus e atividade promotora de LTR, pelo menos nos lentivírus do

genótipo E, de baixa patogenicidade, fornecendo evidências indiretas de que o tropismo

celular pode ser mediado por sítio de ligação à receptores ao invés de fatores de

transcrição.

Embora o mecanismo de tropismo tecidual e patogênese da doença por CAEV

permanceça indeterminado, várias hipóteses possíveis são previstas: (i) a região do

envelope (env) é a porção menos conservada do genoma viral e códigos para ligantes do

receptor viral (proteínas de superfície-SU e transmembrânica-TM), onde a variabilidade

na sequência de nucleotídeos no gene env poderá afetar o tropismo tecidual, direta ou

indiretamente. Tem sido ainda proposto que as alterações no tropismo tecidual podem

ser responsáveis, pelo menos em parte, por conduzir mudanças na região variável de

env. (ii) cofatores poderiam estar atuando em sinergia com o vírus para influenciar o

tropismo e (iii) fatores relacionados ao hospedeiro poderiam determinar ou afetar o

43

tropismo tecidual (em caprinos MHC I ou II) ou (iv) o tropismo tecidual de CAEV pode

vir a culminar com eventos estocáticos aleatórios que ocorrem no início da infecção

(MURPHY, 2010).

Epidemiologia e Transmissão

A menor soroprevalência de infecção por CAEV através de cELISA encontrada

foi no México, 0,4% (TORRES-ACOSTA et al., 2003); TURQUIA 1,9% (BURGU et al.,

1994); Suíça, 2% (KRIEG and PETERHANS, 1990); Itália, 4,2% (GUFLER e

BAUMGARTNER, 2007) e Reino Unido, 4,3% (DAWSON E WILESMITH, 1985). Ao

contrário, os países com maior soroprevalência foram BRASIL, 36,5%; Noruega, 49,5%

(NORD et al., 1998); EUA, 73-81% (CUTLIP et al., 1992; ADAMS et al. 1984) e Austrália,

82% (GREWAL et al., 1986).

Por meio de isolamento a partir de células infectadas de ovinos soropositivos,

que foram submetidas à microscopia eletrônica, foi concluído o primeiro isolamento

deste vírus no país (MOOJEN et al., 1986) nos Estados do Rio Grande do Sul, Rio de

Janeiro, Minas Gerais, e por ABREU e colaboradores no ano de 1998 em Pernambuco.

No Brasil a infecção por LVPRs está amplamente distribuída. Achados nacionais

revelam que 36,5% dos rebanhos caprinos e ovinos estão infectados com vírus

(Bandeira et al., 2009).

No Ceará, 31,61% dos ovinos avaliados foram positivos para o Maedi-visna,

através de levantamento soro epidemiológico utilizando a técnica de imunodifusão em

gel de agarose (IDGA) feito por ALMEIDA e TEIXEIRA (1999). Em 2004, ARAÚJO e

colaboradores (2004) verificaram que 4,96 % dos 222 ovinos predestinados ao abate

foram positivos para MVV na região metropolitana de Fortaleza. Em 2006, em estudo

epidemiológico da região Norte do Ceará, PRIMO e colaboradores (2006) confirmaram a

presença de ovinos positivos, com prevalência de 0,5% dos 415 animais testados pelo

IDGA. CAMINHA e colaboradores (2008) realizaram o levantamento sorológico por

IDGA, de CAEV, na região metropolitana de Fortaleza e encontraram 16 (12,8%)

positivos entre os 125 caprinos testados.

44

Nos outros estados da região Nordeste, a prevalência encontrada para ovino e/ou

caprino foi de 13,40%; 0,73% e 26,1% na Bahia (ALMEIDA et al., 2001; OLIVEIRA et al.,

2006; TIGRE et al., 2006), de 4,4% e 2,5% no Piauí (PINHEIRO et al., 1996; BATISTA et

al., 2004), de 2,2% e 8,2% na Paraíba (CASTRO et al., 2002; BANDEIRA et al., 2009), de

11,0% no Rio Grande do Norte (SILVA et al., 2005), de 50,6% no Maranhão (ALVES e

PINHEIRO, 1997), de 17,7% e 3,9% em Pernambuco (CASTRO et al., 1994, 2002) e de

4,25% em Sergipe (MELO et al., 2003). SILVA e colaboradores (2005) analisaram

amostras de soro caprino no Estado do Rio Grande do Norte, verificando na ocasião

que, do total dos 184 animais testados, 2,71% foram positivos. Em Pernambuco,

OLIVEIRA et al. (2006), analisando amostras de soro caprino, provenientes de

abatedouros, notificaram o fato de que 3,8% eram positivos a CAEV.

Nos estados da região Sudeste do Brasil, a ocorrência de animais com CAE

observada em São Paulo foi de 43,01% e 34,93% (LEITE et al., 2004; MADUREIRA e

GOMES, 2007), em Minas Gerais de 33,3% e 23,6% (ASSIS e GOUVEIA, 1994; GOUVEIA

et al., 1998), Espírito Santo de 47,5% (GOUVEIA et al., 1998) e no Rio de Janeiro de

29,7%; 21,0% e 10,6% (ASSIS e GOUVEIA, 1994; CUNHA e NASCIMENTO, 1995;

GOUVEIA et al., 1998).

Na região Sul do Brasil a prevalência encontrada no Paraná foi de 28,2%

(SOTOMAIORe MILCZEWSKI, 1997). No Rio Grande do Sul, de 6,0% (MOOJEN et al.,

1986) e em Santa Catarina de 6,72% (SELL, 2000). Em estados de outras regiões

brasileiras como, Goiás, a prevalência relatada foi de 10,0% (GOUVEIA et al., 1998) e no

Pará de 40,0% (RAMOS et al., 1996).

Evidências diretas de transmissão natural de ovinos para caprinos e vice-versa,

particularmente dos subtipos A4 e B1, dos vírus têm sido relatadas (SHAH et al., 2004b;

PISONI et al., 2005). Até agora, os subtipos B1 e B2 (VALAS E GERMAIN, 2006; GREGO

et al., 2007), assim como quatro de sete subtipos do grupo A (A1, A3, A4 e A6), foram

isolados de ambos, caprinos e ovinos, sugerindo que os subtipos são particularmente

propensos a atravessar a barreira entre espécies (VALAS E GERMAIN, 2006).

O fato de alguns lentivírus terem sido isolados de caprinos e ovinos indica que a

transmissão interespécie deve ter ocorrido pelo menos uma vez em cada um dos

subtipos, embora a frequência e direção da transmissão permaneçam desconhecidas

(LEROUX et al., 1997; RAVAZZOLO et al., 2001; ROLLAND et al., 2002; ZANONI, 1998).

45

A principal forma de infecção de rebanhos livres se dá por meio da introdução

de animais portadores oriundos de rebanhos contaminados (ZINK E JOHNSON, 1994). A

infecção pelo leite/colostro é a principal via de transmissão em cabritos seguida da

transmissão horizontal através de secreções contaminadas (PETERHANS et al., 2004;

BLACKLAWS et al., 2004; HERRMANN-HOESING, 2007).

A via digestiva, geralmente ocorre no período neonatal, através do leite e/ou

colostro de mães infectadas (ROWE et al., 1992), onde os vírus podem se encontrar tanto

livre como em células somáticas.

Estudos recentes sugerem que a depuração de células associadas aos lentivírus

na circulação após a transferência passiva de anticorpos do colostro pode ocorrer após

32 semanas em resposta ao provírus e aos anticorpos anti-LVPRs e estes permanecem

não detectáveis até os quatro anos de idade (HERRMANN-HOESING, 2007).

GUEDES (1999) verificou que em ovinos, em regime de criação intensivo,

existem evidências da transmissão do MVV via secreção respiratória ou aerossóis

(HOUWERS et al., 1987).

Em relação ao potencial risco de transmissão sexual, estudos recentes

verificaram a presença de RNAm viral e DNA proviral de CAEV no sêmen (plasma

seminal e células não espermáticas, respectivamente) e em tecidos do trato genital de

machos naturalmente infectados (ALI AL AHMAD et al., 2008). Recentemente, RICARTE e

colaboradores (2010), através de análise de imunohistoquímica e ultraestrutural

detectaram a presença do vírus em espermatozóides de caprinos infectados com CAEV.

Outros estudos anteriores mostraram que a infecção recorrente ou inflamação

nos testículos induziram a liberação do MVV e CAEV no sêmen (LAMARA et al.,

2002b; ANDRIOLI et al., 2006). Porém, carneiros infectados com MVV utilizados para

procriação com ovelhas não infectadas, e alojadas separadamente, não causou

soroconversão nas mesmas (LAMARA et al., 2002b).

Experimentos recentes, usando inoculações de MVV intranasal e intratraqueal

em ovinos, têm mostrado que a rota intratraqueal, em infecções experimentais, é mais

eficiente que a rota de transmissão intranasal (TORSTEINSDOTTIR et al., 2003). Além das

vias de infecção, devem-se levar em conta os fatores que afetam o risco de transmissão

como estresse, imunossupressão, dose do vírus e rota de infecção, cepa do vírus, idade,

alta densidade e tempo de exposição aos vírus (BLACKLAWS et al., 2004).

46

Sinais Clínicos

O período de incubação da CAE é variável, podendo se estender por vários anos.

O aparecimento da manifestação clínica da doença e a produção de patologia

significativa induzida pelo vírus podem ocorrer meses ou anos após a infecção

(NARAYAN e CLEMENTS, 1989). A manifestação sintomatológica da CAE pode ser

dividida em quatro aspectos clínicos principais, podendo ocorrer de forma isolada ou

simultânea, incluindo artrite, encefalite, mamite e pneumonia (FRANKE, 1998). A CAE

também compromete o estado geral dos animais infectados. A infecção tem longa

incubação e a doença evolução crônica, com instalação progressiva das lesões, sendo,

na maioria dos casos, manifestada em animais adultos (CASTRO, 1998).

Diagnóstico clínico

Observam-se as manifestações da sintomatologia como pneumonia, artrite,

mamite ou encefalite, dados epidemiológicos e manejo dos animais, porém, o

diagnóstico de CAE só é confirmado com testes laboratoriais (PINHEIRO, 2001).

Diagnóstico laboratorial

Muitos fatores influenciam no diagnóstico sorológico de caprinos infectados

com CAEV, incluindo a variação no tempo relativo ao início da infecção, especificidade

da proteína viral dos anticorpos do soro e sua quantidade, efeitos da cepa viral e

diferenças baseadas nos hospedeiros com relação à resposta imunológica para infecção

(DEMARTINI et al., 1999). As características da relação hospedeiro-lentivírus que

afetam a detecção em caprinos infectados incluem: heterogeneidade viral, mutação em

animais infectados, bem como baixos níveis de replicação viral in vivo.

Os caprinos infectados podem ser detectados com base na presença de

anticorpos antivirais no soro, pela detecção de proteínas ou do ácido nucléico, além do

isolamento viral (DEMARTINI et al., 1999). Essa enfermidade pode ser diagnosticada por

vários métodos, sendo o principal a imunodifusão em gel de agarose (IDGA), que é o

teste recomendado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Existe também o

teste de ELISA, Western Blot, imunofluorescência indireta, isolamento do vírus por

47

cultivo celular, reação em cadeia de polimerase (PCR), imunohistoquímica e

microscopia eletrônica, porém esses procedimentos são mais empregados nas pesquisas

científicas (DANTAS, et al., 2008).

Ensaio imunoenzimático (ELISA) indireto

Nesse teste utilizam-se duas IgG, uma para reconhecer o antígeno e outra (anti-

IgG) produzida em diferentes espécies de animal que reconhece a primeira IgG, com a

qual se ligará (ALMEIDA; LIMA, 2001). É um ensaio amplamente utilizado para a

detecção e/ou quantificação de anticorpos em amostras de soro, com destaque em

estudos soroepidemiológicos. A especificidade dessa prova é garantida principalmente

pela qualidade do antígeno adsorvido à placa (MADRUGA; ARAÚJO; SOARES, 2001).

Vários métodos de ELISA indiretos usando vírus inteiro, proteínas do capsídeo CAEV

ou recombinante têm sido descritos (REYBURN et al., 1992; CAREY; ROY; DALZIEL,1993;

DANTAS et al., 2008). Esse teste permite a detecção de estirpes de um mesmo vírus que,

embora sejam sorologicamente relacionadas, apresentam maior variação entre si

(ALMEIDA; LIMA, 2001).

Isolamento viral

O isolamento viral em cultivo celular é a principal técnica utilizada para o

diagnóstico da maioria das infecções virais. Baseia-se na capacidade de demonstrar a

propagação dos vírus em cultura de células, mediante observação de alterações

morfofisiológicas apresentadas pela monocamada celular ou efeito citopático (CPE).

Essa técnica é aplicável ao diagnóstico de quase todas as viroses de interesse veterinário

inclusive CAE, capaz de detectar quantidades mínimas de vírus, sendo considerado um

teste padrão de diagnóstico em virologia. Existem, no entanto, algumas restrições, uma

vez que é demorada, dispendiosa, necessita da implantação de cultivos celulares

especiais e, além disso, é incapaz de detectar vírus que não causam efeito citopático

(KNOWLES, 1997). Geralmente, o CAEV pode ser isolado de animais vivos pelo

cocultivo de células, como leucócitos do sangue periférico, células somáticas de leite ou

células de membrana sinovial caprina (MSC) (PINHEIRO, 2001).

48

Reação em cadeia de polimerase (PCR)

A detecção de DNA proviral pode ser feita também através da PCR. Esta é

sensível na detecção de pequenas quantidades de ácidos nucléicos virais e é utilizada

para demonstrar a presença de DNA proviral tanto in vivo quanto in vitro.

Vários trabalhos têm demonstrado, com sucesso, o uso da técnica de PCR na

detecção do DNA proviral dos LVPRs. A PCR permite por amplificação direta de parte

do ácido nucléico viral específica de fluidos e tecidos de um animal infectado (ZANONI

et al.,1990; REDDY et al., 1993; RIMSTAD et al., 1993; WAGTER et al., 1998). O DNA

proviral pode ser detectado em células mononucleares e granulócitos presentes no soro

de leite, inferindo que o soro lácteo pode ser infectante, difundindo, consequentemente,

os vírus (RUSSO et al., 1997).

As variações de PCR aplicadas são: PCR quantitativa em tempo real que foi

desenvolvida e caracterizada in vitro (GUDMUNDSSON et al., 2003; ZHANG et al., 2000) e

semi-nested PCR utilizando primers degenerados, desenvolvida por ELTAHIR et al.

(2006).

REDDY et al. (1993) verificaram também que três animais negativos por IDGA

foram positivos por PCR, enquanto dois animais positivos por IDGA apresentaram

resultado negativo por PCR.

Devido à alta variabilidade genômica dos lentivírus, a escolha dos primers em

genes relativamente conservados como pol, gag e da LTR, combinado a com as

condições de reação para a máxima sensibilidade é decisiva para detecção de um grande

espectro de cepas de campo de ambos CAEV e MVV (ZANONI, 1998).

WAGTER e colaboradores (1998) através de PCR, utilizando um mix de seis

primers de três cepas de lentivírus ovino e um de caprino da região conservada do gene

gag, encontraram resultados discordantes com quantidades diferentes de amostras de

sangue (monócitos) demonstrando que a sensibilidade do teste é dependende da carga

viral, e que o volume da amostra é diretamente proporcional a possibilidade de detecção

do vírus . Verificaram que quando amostraram 1 mL de sangue de seis animais nenhum

reagiu positivamente, entretanto quando aumentaram a alíquota para 5 mL, cinco dos

seis animais foram positivos e quando utilizaram 10 mL de sangue todos os animais

foram positivos. De 60 animais soropositivos pela IDGA, o PCR do sangue detectou

somente 53. Observaram, também, que a resposta sorológica pode ser bem lenta até 18

49

meses após a detecção pelo PCR ou até mesmo não soroconverter e que a PCR é mais

eficiente em detectar DNA no sangue nos estágios iniciais da doença. A detecção de

infecção por LVPR através de PCR é indicativa de uma infecção persistente e é

dependente da quantidade amplificada da sequência alvo e da especificidade do primer.

Entretanto esta técnica poderá ser utilizada em programas de erradicação,

quando estiver disponível rotineiramente, para identificar os animais não diagnosticados

por sorologia, inclusive antes da soroconversão. É recomendado que esta técnica seja

empregada para esclarecer resultados sorológicos indeterminados ou negativos, devido

ao alto custo e aos resultados discordantes entre testes sorológicos e PCR (KNOWLES,

1997; RIET-CORREA, 2001).

Imunodifusão em gel de agarose (IDGA)

Recomendado pela OIE, por ser de fácil aplicabilidade e não exigir

equipamentos nem instalações sofisticadas, o IDGA é a forma diagnóstica mais

utilizada em todo o mundo, principalmente em programas de controle da doença

(MOOJEN et al., 1986). O IDGA tem alta especificidade, característica essa que o

credencia a ser empregado como padrão no diagnóstico de triagem (VAREA et al., 2001).

Segundo VITU e colaboradores (1982), o teste de IDGA é capaz de identificar animais

experimentalmente infectados com CAEV cerca de quatro a cinco meses após a

infecção. Os autores indicam ainda que esse teste se mostrou mais sensível que o teste

de fixação do complemento e, ao ser comparado com o ELISA, mostrou resultados

bastante correlacionados. Vale salientar que, ao se empregar o ELISA, a infecção pode

ser identificada de modo mais precoce, até sete semanas após o período de incubação.

Esse fato foi confirmado por LARSEN et al., (1982), ao avaliarem caprinos

experimentalmente infectados, afirmando a presença de anticorpos precipitantes, os

quais podiam ser detectados de maneira mais precoce e com maior intensidade do que

na fixação do complemento.

O teste IDGA pode ser utilizado para a detecção de anticorpos anti-CAEV tanto

no soro sanguíneo quanto no colostro de animais infectados e a presença de anticorpos

no colostro pode ser utilizada na detecção da infecção no rebanho (ALKAN e TAN,

1998).

50

Western blotting ou imunoblotting

É uma técnica imunoenzimática de detecção de proteínas. Foi largamente

empregado em estudos bioquímicos e imunológicos e com o advento das técnicas de

Biologia Molecular, tal método é aplicado como ferramenta valiosa nos estudos de

expressão gênica. As análises de Western blotting são deveras úteis na identificação e

quantificação de proteínas específicas, em uma mistura complexa de proteínas, com a

vantagem de não se empregar qualquer marcação radioativa (REGITANO e COUTINHO,

2001).

Prevenção e controle

Até o presente, não existe tratamento nem vacina contra CAEV. Com isso, o

controle dessa lentivirose é muito difícil, devendo-se impedir a entrada de animais

infectados no plantel e fazer exames periódicos do rebanho, para que os animais doentes

possam ser identificados e separados dos sadios ou mesmo eliminados do rebanho

(CASTRO, 1998). Quando a prevalência for maior do que 30% sugere-se a formação de

um rebanho de animais negativos separado dos positivos, de modo a estabelecer o

saneamento da propriedade mediante um rigoroso manejo sanitário de ambos os grupos

e da gradativa eliminação do grupo dos animais infectados (FRANKE, 1998). Nos

plantéis suspeitos ou sabidamente positivos, devem-se separar os cabritos

imediatamente após o nascimento, evitando ao máximo seu contato com as secreções da

mãe; administrar colostro de cabras soronegativas por IDGA tratado a 56 ºC por 60 min,

ou de vaca; alimentar os cabritos com leite de vaca ou leite de cabras pasteurizado;

testar os cabritos a cada seis meses e separar os positivos (CASTRO, 1998).

Apesar da inexistência de tratamento, ARAÚJO (2008), estudando a atividade

antiviral de inibidores da enzima transcriptase reversa (lamivudina, estavudina,

zidovudina e efavirens), observou que estes inibiram in vitro a replicação dos LVPRs,

enquanto os inibidores da enzima protease não impediram a multiplicação do agente.

Nesse mesmo trabalho, o autor avaliou a atividade antiviral dos extratos, tanto do

cinamomo (Melia azedarach L.) quanto do nim (Azadirachta indica A. Juss) e verificou

que estes inibiram in vitro a replicação dos vírus da artrite encefalite caprina e do Vírus

Maedi-visna.

51

O desenvolvimento de uma vacina é um processo longo e dispendioso. Várias

vacinas já foram e estão sendo testadas contra os LVPRs, porém nenhuma apresentou

uma proteção eficaz, embora algumas tenham apresentado produção de anticorpos

precipitantes e neutralizantes. Pesquisadores utilizando um vírus inativado por calor,

formalina com ou sem adjuvante incompleto de Freund e adjuvante de hidróxido de

alumínio para vacinar ovinos, observaram que os ovinos produziram anticorpos

precipitantes contra o vírus, os quais não protegeram contra a infecção quando

desafiado com o MVV in vivo. Não obstante, experimentos de vacinação com o vírus

da imunodeficiência símia (SIV) atenuado têm mostrado reduzir a carga viral e atrasar a

progressão da infecção para a doença clínica (WYAND et al., 1996). Resultados similares

são relatados com vírus da imunodeficiência felina (FIV) (PISTELLO et al., 2003).

PERTUSSON et al., (2005) utilizando clone do vírus MVV atenuado, por via

intratraqueal, observaram em dois dos ovinos vacinados que os anticorpos

neutralizantes foram específicos para o vírus vacinado, mas não neutralizaram o vírus

do desafio, apesar da grande similaridade genética de ambos os vírus. Caprinos Saanen

foram imunizados com glicoproteína de superfície gp 135 purificada de isolado 79-63

(CAEV-63), e avaliados para a produção de anticorpos neutralizantes homólogos e a

ocorrência de reação cruzada. Os anticorpos neutralizantes CAEV-63 foram detectados

em todos os animais após sete imunizações com gp 135 em adjuvante Quil A. Além

disso, o soro de três dos quatro testados neutralizou um isolado do CAEVco; todavia, o

soro de um dos caprinos não manifestou neutralização para o CAEVco heterólogo,

porém inibiu um CAEVco neutralizado por outro soro. Em suma, o estudo demonstrou

que a vacina de subunidades da glicoproteína desse lentivírus pode induzir resposta

humoral neutralizante cruzada em caprinos (KEMP et al., 2000).

52

JUSTIFICATIVA

A natureza de uma doença, especialmente sua epidemiologia e impacto

econômico potencial sobre populações de animais são fatores de elevada importância

para autoridades veterinárias nacionais, quando forem ponderar as ameaças a países

importadores, regiões ou rebanhos (GARNER et al., 1995).

No Brasil, importações de animais de alta linhagem procedentes de países com

alta prevalência para a lentivirose caprina e ovina têm ocorrido no decorrer de vários

anos. Relatos comprovaram que a introdução e disseminação do CAEV e MVV no

rebanho nacional ocorreram pelas importações de raças leiteiras, precedentes de

distintos países, sem adequada supervisão, acarretando graves problemas sanitários

(ASSIS E GOUVEIA, 1994).

A introdução de novas cepas merece atenção especial, pois estas podem se

apresentar mais virulentas que as nativas, além disso, muitos agentes como os vírus de

RNA, que não apresentam a função de leitura e correção genética, podem ter altas taxas

de mutação, de aproximadamente um milhão de vezes mais que a de animais e plantas.

Consequentemente há uma enorme diversidade de populações de vírus de RNA que

podem se tornar mais patogênicos e causarem novas doenças quando recém-

introduzidos em novos ambientes (ANDRIOLI, 2001).

Dessa forma, a caracterização molecular dessas amostras é importante para

evidenciar a diversidade de propriedades biológicas dos vírus que podem redundar em

diferenças de citopatogenicidade tanto in vivo quanto in vitro, e de manifestações

clínicas da doença, além de auxiliar o desenvolvimento de métodos de diagnósticos

mais sensíveis.

O isolamento e a caracterização de novas amostras virais provenientes de

regiões geográficas distintas possibilitarão um estudo mais detalhado da

heterogeneidade genética entre os LVPRs, fundamental tanto para os estudos

epidemiológicos relacionados à transmissão intra e interespecífica dos vírus, quanto

para esclarecer a origem e a evolução desse grupo viral.

O conhecimento dos sorotipos virais existentes servirá de base para a produção

de antígenos para testes de diagnósticos mais eficientes e possíveis antígenos vacinais.

53

HIPÓTESE CIENTÍFICA

Devido à alta variabilidade genética dos lentivírus, as sequências dos genes gag,

env e pol de isolados de animais naturalmente infectados de vários estados brasileiros

são diferentes das sequências dos genes gag, env e pol obtidas das cepas padrões

(CAEV-Cork e K1514).

54

OBJETIVOS

Objetivos Gerais

Isolar cepas virais circulantes, de animais naturalmente infectados, em vários

Estados do Brasil, tais como: Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia e Minas

Gerais.

Caracterizar molecularmente as sequências parciais dos genes gag, env e pol,

obtidas de amostras virais isoladas.

Implementar uma biblioteca genômica de LVPRs isolados no Brasil.

Objetivos Específicos

Classificar as amostras virais isoladas nos tipo rápido/alto ou lento/baixo por

isolamento viral;

Amplificar os genes de interesse através da PCR.

Sequenciar parcialmente os genes gag, env e pol das amostras virais isoladas;

Comparar as sequências parciais de gag, env e pol com outras sequências

disponíveis no GenBank através da construção de uma árvore filogenética.

55

CAPÍTULO I

Primeiro Isolamento de Lentivírus de Pequenos Ruminantes em Caprino

Naturalmente Infectado em Rebanho do Rio Grande do Norte, Brasil

First Isolation of Small Ruminant Lentiviruses from Naturally Infected

Goat in Flock of Rio Grande do Norte, Brazil.

Periódico: Arquivos do Instituto Biológico , São Paulo, v.78, n.4, p.501-505, out./dez.,

2011

56

Resumo

O Vírus da Artrite Encefalite Caprina (CAEV) e Vírus Maedi-visna (MVV)

pertencem ao gênero Lentivírus da família Retroviridae. São considerados

geneticamente distintos, mas antigenicamente relacionados. O objetivo desde trabalho

foi isolar o vírus da CAE de um animal oriundo de um rebanho do Rio Grande do

Norte,positivo pelo teste de Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA), através do

cocultivo de leucócitos infectados do sangue periférico em Membrana Sinovial Caprina

(MSC). Dezesseis caprinos da raça Saanen, com suspeitas clínicas para CAE foi testado

por IDGA e Western Blotting. Para o isolamento viral, os leucócitos do sangue

periférico foram isolados por cocultivo em MSC. Monócitos/Macrófagos coletados

foram inoculados em monocamadas pré-formadas em garrafas A25. O resultado do

IDGA foi positivo para um animal, confirmado por Western Blotting. Após 50 dias de

cocultivo, foi realizada a coloração da monocamada com cristal de violeta a 0,1% para

visualização do ECP e realizada Nested-PCR do sobrenadante do cocultivo, com

confirmação do efeito citopático viral. A cepa isolada, denominada BrRN-CNPC.G1 foi

considerada o primeiro isolamento do CAEV no Estado do Rio Grande do Norte. Esse

estudo permitirá em breve, realizar a caracterização molecular do genoma do vírus

isolado, através da análise de seus diferentes genes estruturais e comparar com outras

sequencias virais isoladas para identificar a provável origem da infecção desse animal e

estabelecer as possíveis divergências entre cepas padrões de Lentivírus e cepas

regionais circulantes.

Palavras-chave: Cocultivo, Membrana Sinovial Caprina, CAEV.

57

Abstract

Caprine Arthritis Encephalitis virus (CAEV) and Visna/maedi virus (VISNA) belong to

the genus Lentivirus family Retroviridae. The aim of the present study was to isolate the

CAE goat from positive goats when tested by agarose gel immunodifusion (AGID) by

cocultivation techniques of infected peripheral blood leukocytes in goat synovial

membrane (GSM). In this study, one flock of 16 goats, obtained from a flock of Rio

Grande do Norte with suspected clinics for CAEV, was screened using Agar-gel

Immunodiffusion (AGID) and Western Blotting. The result was positive for an animal,

confirmed by Western Blotting. For virus isolation, peripheral blood leukocytes (PBL)

were isolated from the blood for the co-culture on goat sinovial membrane (GSM) cells.

Monocytes/macrophages collected were inoculated in monolayer of 90% semiconfluent

cells in the A25 culture bottles. After 50 days co-culture was performed staining of the

monolayer with crystal violet 0.1% for viewing viral cytopathic effects (CPE)

characteristic of viruses and nested-PCR performed with the supernatant of co-culture

for confirmation of CPE. The isolate, named BrRN-CNPC.G1 was considered the first

isolation of Small Ruminant Lentiviruses from Naturally Infected Goat in Flock of Rio

Grande do Norte, Brazil. This study will soon perform the characterization molecular

isolation of the virus genome, by analysis of their different structural genes and

compare with other viral sequences isolated to identify the likely source of infection of

that animal and establish the possible differences between strains of lentiviruses and

regional strains circulating.

Key-words: Co-culture, Goat sinovial membrane, CAEV.

58

Primeiro Isolamento de Lentivírus de Pequenos Ruminantes em Caprino

Naturalmente Infectado em Rebanho do Rio Grande do Norte, Brasil.

1Aryana Lushese Vasconcelos Lima Feitosa;

2Maria Fátima da Silva Teixeira;

3Raymundo Rizaldo Pinheiro;

4Dalva Alana Aragão de Azevedo;

4Samilly Mesquita

Alves, 3Alice Andrioli Pinheiro

1Autor correspondente: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias;

Laboratório de Virologia, Universidade Estadual do Ceará – UECE, Av. Paranjana

1700, 60.740-093, Fortaleza, CE, Brasil, Tel.: +55 85 96332990; Fax: +55 85

31019849. [email protected]

2Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias; Laboratório de Virologia,

Universidade Estadual do Ceará – UECE,

3Embrapa Caprinos e Ovinos, Laboratório de Virologia;

4Iniciação Científica CNPq/PIBIC e FUNCAP, Universidade Estadual Vale do Acaraú –

UVA.

59

Introdução

Os Lentivírus de Pequenos Ruminantes (LVPRs) estão amplamente distribuídos

entre caprinos e ovinos. Diferentes formas clínicas da doença foram descritas em

pequenos ruminantes infectados com o vírus, tais como artrite progressiva crônica,

pneumonia e mastite em animais adultos e, mais raramente, leucoencefalomielite em

animais de dois a quatro anos de idade (CRAWFORD E ADAMS, 1981). O Vírus da

Artrite Encefalite Caprina (CAEV) e Vírus Maedi-visna (VISNA) pertencem ao gênero

Lentivírus da família Retroviridae. São considerados geneticamente distintos, mas

antigenicamente relacionados. De acordo com a nova nomenclatura, os LVPRs são

classificados em cinco grupos: A-D proposto por SHAH et al. (2004) e o grupo E,

altamente divergente, proposto por REINA et al. (2009). Segundo CORREL et al. 1992,

CAEV possui tropismo por células do sistema imune da linhagem dos

monócitos/macrófagos, na qual incorpora seu genoma, escapando dos mecanismos de

defesa do hospedeiro.

No Brasil, por meio de isolamento em células infectadas de ovinos

soropositivos, que foram submetidas à microscopia eletrônica, foi concluído o primeiro

isolamento deste vírus no país (MOOJEN, et al., 1986) nos Estados do Rio Grande do

Sul, Rio de Janeiro, em Minas Gerais, por ABREU e colaboradores no ano de 1998 em

Pernambuco, TIGRE et al. (2006) na Bahia e por FEITOSA et al. (2010) no Estado do

Ceará. O isolamento de cepas regionais contribui para um melhor conhecimento da

diversidade genética circulantes desses vírus e pode ainda contribuir para melhorar o

controle da doença. O objetivo desde trabalho foi isolar o vírus da CAE de um animal

oriundo de um rebanho do Rio Grande do Norte, positivo pelo teste de Imunodifusão

60

em Gel de Agarose (IDGA), através do cocultivo de leucócitos infectados do sangue

periférico em Membrana Sinovial Caprina (MSC).

Material e Métodos

IDGA e Western Blotting

Dezesseis caprinos da raça Saanen, obtido de um rebanho do Rio Grande do

Norte com suspeitas clínicas para CAE foi testado sorologicamente para a presença de

anticorpos contra a proteína Gag do capsídeo (p28) usando o kit IDGA produzido pela

Embrapa Caprinos e Ovinos, este sendo previamente testado contra o controle positivo

do kit Americano (Caprine Arthritis-Encephalitis/Ovine Progressive Pneumonia

Antibody Test Kit. Veterinary Diagnostic Technology, Inc® - USA). O rebanho foi

posteriormente testado para a CAE por Western Blotting, segundo a metodologia

descrita por PINHEIRO (2001).

Isolamento dos Leucócitos do Sangue Periférico

Foram coletados 10 ml de sangue por venipuntura da jugular em tubo com

anticoagulante (EDTA) para obtenção dos leucócitos do sangue periférico. Estes foram

isolados por centrifugação a 380 g por 10 minutos. Os eritrócitos foram hemolisados

com 8 ml de cloreto de amônio (0,84%), por duas vezes. O pellet foi lavado em 10 ml

de solução salina fosfato PBS a 380 g por 5 min e finalmente ressuspendido em 1 ml de

PBS para uso no cocultivo em células MSC.

61

Cultivo de Células de Membrana Sinovial Caprina (MSC)

Explantes das membranas sinoviais caprinas das articulações intercarpais de

membros anteriores de cabritos livres de CAEV foram cultivados em Meio Essencial

Mínimo (MEM-G), acrescido de 10% de Soro Fetal Bovino (SFB), incubadas a 37 oC

em atmosfera de 5% de CO2 (ABREU et al., 1998) em garrafas de cultura celular A25.

O meio foi trocado até a monocamada obter 90% de confluência.

Cocultivo de Monócito/Macrófagos com MSC

Monócitos/Macrófagos (200 L) coletados foram inoculados em monocamadas

pré-formadas em garrafas A25 (capacidade 25 cm2) e incubados durante 60 minutos em

estufa 37 oC a 5% de CO2 acrescidos de 1 ml de meio essencial mínimo (MEM) sem

soro fetal bovino (SFB) (Sigma®; BDV Free). Após o período de incubação foram

adicionados 3,5 ml de MEM com 10% de soro fetal bovino. O meio foi trocado a cada

sete dias e a passagem foi realizada a cada 21 dias, com adição de 200 L de células da

MSC a cada troca de meio ou passagem. A monocamada foi examinada diariamente em

microscópio invertido para verificação de efeito citopático viral (ECP), formação de

sincícios, fusão nuclear ou vacuolização. Após 50 dias de cocultivo, foi realizada a

coloração da monocamada com cristal de violeta a 0,1% para visualização do ECP.

Extração de DNA proviral a partir de sobrenadante de cocultivo

O sobrenadante de cocultivo coletado a cada sete dias foi utilizado para extração

do DNA proviral. Uma proporção de 1:1 de PBS 1X foi utilizada para centrifugar 5 ml

62

de sobrenadante de cocultivo a 250 g por 5 minutos. Após a centrifugação a fase

superior foi descartada e o pellet novamente lavado em PBS nas mesmas condições

anteriores. Em seguida o pellet foi ressuspendido em 2 ml de tampão hipertônico,

durante 2 minutos a temperatura ambiente, para lise do citoplasma celular, seguido de

centrifugação a 1100 g por 10 minutos. O pellet foi ressuspendido em 2 ml de PBS e

submetido a centrifugação a 1100 g por 10 minutos. Por fim, o sedimento foi

novamente ressuspendido em 250 L de tampão de PCR e homogeneizado. O material

foi, então, tratado com proteinase K (0,1g/L), durante 60 minutos, em banho-maria

a 56 oC. A proteinase K foi inativada termicamente em água fervente a 100

oC por 10

minutos e acondicionadas em freezer a -20 oC até a sua utilização.

Nested-PCR

Duas rodadas de PCR (Nested-PCR) foram realizados para amplificar um

fragmento de 187 pb de DNA proviral, correspondente ao gene gag de CAEV. Todos os

primers foram desenhados baseados na sequencia padrão de CAEV-Cork publicadas por

SALTARELLI et al., (1990). Foram utilizados dois pares de primers. Os

oligonucleotídeos externos GEX5 (5’-CAAGCAGCAGGAGGGAGAAGCTG-3’) e

GEX3 (5’-TCCTACCCCCATAATTTGATCCAC-3’) foram utilizados na primeira

amplificação, correspondendo as bases 953-975 e o complemento 1249-1226,

respectivamente. Os oligonucleotídeos internos GIN5 (5’-

GTTCCAGCAACTGCAAACAGTAGCAATG-3’) e GIN3 (5’-

ACCTTTCTGCTTCTTCATTTAATTTCCC- 3’) foram usados na segunda

amplificação, correspondendo as bases 997-1024 e o complemento 1181-1154,

respectivamente. Para cada round de amplificação, foi utilizado um controle positivo

63

referente ao CAEV-Cork e um controle negativo sem amostra de DNA em paralelo com

todas as amostras. O mix de PCR constituiu de 34,6 L de água sem DNA, 5 L de

tampão sem MgCl2 (Tris HCl 10 mM, KCl 50 mM,) 3,5 L de MgCl2 (1,5 mM), 1L

de cada dNTPs (100 M) (Invitrogen®), 2 L de cada primers (20 pmol), 0,4 L de

Taq (2U) e 5 L de amostra de DNA, tanto para o primeiro como para o segundo round.

As amplificações foram realizadas usando termociclador da BioRad em 35 ciclos sob as

seguintes condições: desnaturação a 94 °C por cinco minutos, 1 minuto a 94 °C,

anelamento a 56 °C por um minuto e extensão a 72 °C por 45 segundos, com extensão

final por 7 minutos 72 °C no último ciclo. Os produtos obtidos foram analisados por

eletroforese em gel de agarose a 1 %, corado com brometo de etídio e visualizados em

foto documentador de luz ultravioleta com densidade ótica de 260 nm.

Resultados

IDGA e Western Blotting

Um caprino naturalmente infectado foi detectado do teste de IDGA e confirmado

por Western Blotting.

Isolamento dos Leucócitos do Sangue Periférico e Cocultivo

A garrafa de cultura celular foi corada no dia 50. O cocultivo de

Monócito/Macrófagos com MSC apresentou formação de poucos sincícios na

monocamada, a partir do 27º dia de cocultivo, por observação em microscópio

invertido. A cepa isolada, denominada BrRN-CNPC.G1 apresentou fenotipagem

altamente lítica, causando a destruição quase total da monocamada desde os primeiros

64

dias até o final do cocultivo sendo necessário a adição de mais células a garrafa A25. A

presença do efeito citopático viral na monocamada de MSC foi observada, com células

gigantes, multinucleadas, variando de 4 a 8 núcleos por célula, confirmando a presença

do vírus em células do sistema monocítico fagocitário (SMF).

Nested-PCR

A confirmação do isolamento foi feita pela amplificação do DNA proviral de

CAEV, através de Nested-PCR que detectou a presença fragmento de 187 bp do gene

gag no sobrenadante de cultivo celular em todas as 6 coletas de sobrenadante do

cocultivo.

Discussão

A partir de um caprino da raça Saanen, foi isolada uma cepa de LVPR,

denominada BrRB-CNPC.G1. Através da técnica de PCR, foi confirmada a presença do

DNA proviral no sobrenadante do cocultivo. Os achados desse isolamento viral foram

compatíveis com outros relacionados a amostras líticas de LVPR. Os Vírus da Artrite

Encefalite Caprina (CAEV) e os Vírus Maedi-visna (MVV) têm sido considerados

como patógenos geneticamente distintos, mas antigenicamente relacionados entre si.

Estes vírus estão constantes e facilmente transpondo a barreira entre espécies de

caprinos e ovinos (VALAS et al., 2000; KARR et al., 1996; SHAH et al., 2004). Os

LVPRs estão classificados dentro de cinco grupos relativamente equidistante,

denominados de A-E (SHAH et al., 2004; REINA et al., 2009). A alta heterogeneidade

de sequências de nucleotídeos e aminoácidos em lentivírus pode determinar a sua

65

antigenicidade, virulência e crescimento e pode afetar sua persistência e o seu

mecanismo de evasão. Apesar das diferenças no tropismo celular, órgãos alvo e

patogenicidade, comumente encontrados entre CAEV e MVV, ambos os vírus foram

recentemente atribuído a um único grupo, os LVPRs. A introdução de novas cepas

merece atenção especial, pois podem se apresentar mais virulentas que as nativas, além

do que muitos agentes como os vírus de RNA, que não apresentam a função de leitura e

correção genética, podem ter altas taxas de mutação, de aproximadamente um milhão de

vezes mais que a de animais e plantas. Consequentemente há uma enorme diversidade

de populações de vírus de RNA que podem se tornar mais patogênicos e causarem

novas doenças quando recém-introduzidos em ambientes (ANDRIOLI, 2001). Somente

um pequeno número de LVPRs foi isolado no Brasil. Até agora foi concluído o

isolamento deste vírus no país nos Estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas

Gerais, Pernambuco, Bahia e no Ceará. O isolamento de cepas regionais contribui para

um melhor conhecimento da diversidade genética desses vírus (FEITOSA et al., 2010).

O conhecimento da variabilidade genética pode ajudar a entender melhor os

mecanismos de evolução molecular e heterogeneidade epidemiológica da infecção. A

variabilidade genotípica e fenotípica das cepas circulantes pode ser útil para melhorar as

ferramentas de diagnóstico, importantes para o controle e erradicação da doença.

Futuros estudos de caracterização molecular das amostras virais isoladas poderão ajudar

a desenvolver testes de diagnósticos mais sensíveis. Esse trabalho permitirá em breve,

estudar a caracterização molecular do genoma do vírus isolado, através da análise de

seus diferentes genes estruturais, tais como gag, env e pol e comparar com outras

sequencias virais isoladas para identificar a provável origem da infecção desse animal e

estabelecer as possíveis divergências entre cepas padrões de Lentivírus e cepas

regionais circulantes.

66

Conclusão

Foi realizado o primeiro isolamento do CAEV no Estado do Rio Grande do

Norte a partir de monócitos/macrófagos co-cultivados em monocamadas de membrana

sinovial caprina. A cepa foi caracterizada fenotipicamente como lítica, do tipo

rápida/alta.

Agradecimentos

UECE, EMBRAPA Caprinos e Ovinos, FUNCAP, CNPq e Banco do Nordeste

pelo apoio financeiro para realização deste projeto.

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68

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69

CAPÍTULO II

Isolamento do Vírus da Artrite Encefalite Caprina (CAEV) realizado por

cocultivo de leucócitos de caprinos naturalmente infectados provenientes

de estados do Nordeste e Sudeste (CE, PI, BA e MG) do Brasil

Isolation of Caprine arthritis-encephalitis virus (CAEV) through by

coculture of leukocytes from naturally infected goats from Brazil

Periódico: artigo a ser submetido.

70

Resumo

O Vírus da Artrite Encefalite Caprina (CAEV) e Vírus Maedi-visna (MVV)

pertencentes ao gênero Lentivírus da família Retroviridae, são considerados

geneticamente distintos, mas antigenicamente relacionados. O objetivo desde trabalho

foi isolar o vírus da CAE de caprinos positivos, de diferentes raças, idades e sexo,

oriundos dos rebanhos de quatro Estados do Brasil (Ceará e Piauí, Bahia e Minas

Gerais) que foram positivos pelo teste de Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA). Os

resultados positivos para o IDGA foram confirmados por Western Blotting. Para o

isolamento viral, leucócitos do sangue periférico foram destinados ao cocultivo em

Membrana Sinovial Caprina (MSC). Os leucócitos coletados foram inoculados em

monocamadas pré-formadas em garrafas A25. Após o cocultivo, foi realizada a

coloração da monocamada com cristal de violeta a 0,1% e a visualização do ECP

(Efeito Citopático). Os resultados demonstraram que os vírus isolados foram

identificados como sendo pertencente ao gênero lentivírus pela observação de células

gigantes multinucleadas (sincícios) em Membrana Sinovial Caprina (MSC),

característico para esse tipo de vírus em isolamento viral. Uma Nested-PCR realizada a

partir do sobrenadante do cocultivo confirmou a infecção por CAEV por amplificar

parte do gene gag. As cepas isoladas mostraram-se fenotipicamente líticas, do tipo

rápido/alto.

Palavras-chave: Cocultivo. Membrana Sinovial Caprina. CAEV.

71

Isolamento do Vírus da Artrite Encefalite Caprina através de cocultivo de

macrófagos no Brasil

1Aryana Lushese Vasconcelos Lima Feitosa;

2Maria Fátima da Silva Teixeira;

3Raymundo Rizaldo Pinheiro;

4Dalva Alana Aragão de Azevedo;

5Ronaldo Pereira

Dias, 3Alice Andrioli Pinheiro

1. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias; Laboratório de

Virologia, Universidade Estadual do Ceará – UECE,

2. Professora Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias;

Laboratório de Virologia, Universidade Estadual do Ceará – UECE; Bolsista de

Produtividade em Pesquisa do CNPq.,

3. Pesquisador Embrapa Caprinos e Ovinos, Laboratório de Virologia;

4. Bolsista de Iniciação Científica CNPq/PIBIC e FUNCAP, Universidade Estadual

Vale do Acaraú – UVA.

5. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias; Laboratório de

Virologia, Universidade Estadual do Ceará – UECE.

* Corresponding author at: Laboratory of Virology, State University of

Ceará, Av. Paranjana, 1700, 60.740-903, Fortaleza, CE, Brazil.

Phone.: +55 8596332990; Fax: +55 8531019849.

72

Abstract

Caprine arthritis encephalitis virus and Visna/Maedi virus belong to Lentivirus genus of

Retroviridae family. They are considered genetically distinct but antigenically related.

The aim of the present study was to isolate the CAE virus from positive goats of

different breeds, ages and sex, which were positive when tested by agarose gel

immunodifusion (AGID). Cocultivation techniques of infected peripheral blood

leukocytes in goat synovial membrane (GSM) were performed in animals from the

herds of the Ceará, Piauí, Bahia and Minas Gerais states, Brazil. The positives results

were confirmed by Western Blotting. For virus isolation, peripheral blood leukocytes

were isolated for the cocultivation on GSM. The collected monocytes/macrophages

were inoculated into preformed monolayers in bottles A25. After cocultivation, the

monolayer was stained with crystal violet 0,1% followed by the observation of the CPE

(cytopathic effect). The lentivirus was identified as CAEV by observation of

multinucleated giant cells (syncytium) in GSM. A nested-PCR performed from the

supernatant of the cocultivation confirmed infection by CAEV amplifies a portion of

gag gene. The isolated strains were shown to be phenotypically like rapid/high.

Key-words: Cocultivation, goat synovial membrane (GSM), CAEV.

73

1.Introdução

A CAE é uma doença causada pelo Vírus da Artrite Encefalite Caprina (CAEV),

um retrovírus pertencente à família Retroviridae, subfamília Lentivirinae, gênero

Lentivírus e acomete caprinos de todas as raças, idades e sexos (CORK et al., 1974). A

sintomatologia nervosa, ou seja, a encefalite ocorre em cabritos, o que leva a quadros de

ataxia secundária e paresia. A forma articular é a mais comum e se manifesta

essencialmente nos adultos (RUSSO, 1984), bem como a forma pulmonar e mamária.

A doença acarreta grandes perdas econômicas para os caprinocultores, tais como

diminuição da produção láctea e do período de lactação, assim como perda de peso

ocasionada pela dificuldade de locomoção, redução do peso ao nascer e da taxa de

crescimento e morte (PINHEIRO et al., 2003), sendo recomendado o abate dos animais

infectados.

O isolamento e a análise filogenética de cepas regionais circulantes aumentam o

conhecimento da diversidade genética desses vírus e contribuem para o controle da

doença. O objetivo desde trabalho foi isolar o vírus da CAE, de animais positivos pelo

teste de Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA) e Western Blotting, por meio

cocultivo de leucócitos infectados do sangue periférico em Membrana Sinovial Caprina

(MSC), oriundos dos rebanhos dos Estados da Bahia, Ceará, Piauí e Minas Gerais.

Material e Métodos

IDGA e Western Blotting

Mil e duzentos caprinos e ovinos de diversas idades, raças e sexo dos estados da

Bahia, Ceará, Piauí e Minas Gerais, com suspeitas clínicas para CAE, foram testados

74

sorologicamente para a presença de anticorpos contra a proteína Gag do capsídeo (p28)

usando o kit IDGA produzido pela Embrapa Caprinos e Ovinos, este sendo previamente

testado contra o controle positivo do kit Americano (Caprine Arthritis-

Encephalitis/Ovine Progressive Pneumonia Antibody Test Kit. Veterinary Diagnostic

Technology, Inc® - USA). Os animais positivos no IDGA para a CAE foram

confirmados por Western Blotting, segundo a medodologia descrita por Pinheiro (2001).

Leucócitos do Sangue Periférico e Cultivo de MSC

Foram escolhidos 37 animais positivos por ambos os testes, IDGA e Western

blotting. Destes foram coletados 10 mL de sangue por venipuntura da jugular em tubo

com anticoagulante (EDTA) para obtenção dos leucócitos do sangue periférico, isolados

por centrifugação a 380 g por 10 minutos. Os eritrócitos foram hemolisados com 8 mL

de cloreto de amônio (0,84%), por duas vezes. O pellet foi lavado em 10 mL de solução

salina fosfato (PBS), centrifugado a 380 g por 5 min e, finalmente, ressuspendido em 1

mL de PBS para uso no cocultivo em células MSC.

Explantes das membranas sinoviais caprinas das articulações intercarpais de

membros anteriores de cabritos livres de CAEV foram cultivados em Meio Essencial

Mínimo (MEM-G), acrescido de 10% de Soro Fetal Bovino (SFB), incubadas a 37 oC

em atmosfera de 5% de CO2 (ABREU et al., 1998) em garrafas de cultura celular A25.

O meio foi trocado a cada 48-72 horas até a monocamada obter 90% de confluência.

75

Cocultivo de Leucócitos com MSC

Leucócitos (200 L) coletados foram inoculados em monocamadas pré-

formadas em garrafas A25 (capacidade 25 cm2) e incubados durante 60 minutos em

estufa 37 oC a 5% de CO2 acrescidos de 1 mL de meio essencial mínimo (MEM) sem

soro fetal bovino (SFB) (Sigma®; BDV Free). Após o período de incubação foram

adicionados 3,5 mL de MEM com 10% de soro fetal bovino. O meio foi trocado a cada

sete dias e a passagem foi realizada a cada 21 dias, com adição de 200 L de células da

MSC a cada troca de meio ou passagem. A monocamada foi examinada diariamente em

microscópio invertido para verificação de efeito citopático viral (ECP), formação de

sincícios, fusão nuclear ou vacuolização. Após 50 dias de cocultivo, foi realizada a

coloração da monocamada com cristal de violeta a 0,1% para visualização do ECP.

Extração de DNA proviral

O sobrenadante de cocultivo coletado a cada sete dias foi utilizado para extração

do DNA proviral. Uma proporção de 1:1 de PBS 1X foi utilizada para centrifugar 5 mL

de sobrenadante de cocultivo a 250 g por 5 minutos. Após a centrifugação, a fase

superior foi descartada e o pellet novamente lavado em PBS nas mesmas condições

anteriores. Em seguida, o pellet foi ressuspendido em 2 mL de tampão hipertônico,

durante 2 minutos a temperatura ambiente, para lise do citoplasma celular, seguido de

centrifugação a 1100 g por 10 minutos. O pellet foi ressuspendido em 2 mL de PBS e

submetido a centrifugação a 1100 g por 10 minutos. Por fim, o sedimento foi

novamente ressuspendido em 250 L de PCR buffer e homogeneizado. O material foi,

então, tratado com proteinase K (0,1 mg/mL), durante 60 minutos, em banho-maria a 56

76

oC. A proteinase K foi inativada termicamente em água fervente a 100

oC por 10

minutos e acondicionadas em freezer a -20 oC até a sua utilização.

Nested-PCR

Dois rounds de PCR (Nested-PCR) foram realizadas para amplificar um

fragmento de 187 pb de DNA proviral, correspondente ao gene gag de CAEV. Todos os

primers foram desenhados baseados na sequência padrão de CAEV-Cork publicadas

por Saltarelli et al., (1990). Tabela 1.

Tabela 1 - Sequências de primers utilizados nas reações de Nested-PCR e seus

respectivos tamanhos de fragmentos amplificados

Gene Primers Sequências Tamanho dos

fragmentos (bp)

gag

1º.

round

gag1

(senso) 5’-CAAGCAGCAGGAGGGAGAAGCTG-3’ 296

gag2

(antissenso) 5’-TCCTACCCCCATAATTTGATCCAC-3’

gag

2º.

round

gag3

(senso) 5’-GTTCCAGCAACTGCAAACAGTAGCAATG-3’ 187

gag4

(antissenso) 5’-ACCTTTCTGCTTCTTCATTTAATTTCCC- 3’

As reações de PCR foram realização em um volume final de 50 L. Estas

consistiam de 20 pmol para cada primer, 100 M de dNTPs, 1,5 mM de MgCl2, 1 X de

PCR buffer, 2 U de DNA polimerase Taq (Invitrogen, Carlsbad, CA) e 5 L ou 1 L de

DNA extraído para o primeiro ou segundo round, respectivamente.

As condições utilizadas na amplificação pela PCR foram de 94 oC por 5 min, 35

ciclos de 94 oC por 1min, 56

oC por 1 minuto s e 72 oC por 45 segundos, seguidos de

77

uma extensão final de 72 oC por 7 min, usando termocliclador BioRad®.

Para cada round de amplificação, foi utilizado um controle positivo referente ao

CAEV-Cork e um controle negativo sem amostra de DNA em paralelo com todas as

amostras. Os produtos obtidos foram analisados por eletroforese em gel de agarose a

1%, corado com brometo de etídio e visualizados em transiluminador de luz ultravioleta

com densidade óptica de 260 nm.

Resultados e Discussão

IDGA e Western Blotting

Dos 1.200 animais testados, 37 caprinos foram positivos pelo teste de IDGA e

confirmados por Western Blotting. Estes foram escolhidos para o isolamento viral por

apresentarem forte reação no IDGA e WB. Nenhum Ovino foi diagnosticado como

positivo para ambos os testes.

Cocultivo de leucócitos com MSC

O cocultivo de leucócitos com MSC apresentou formação de poucos sincícios na

monocamada, a partir do 27º dia de cocultivo, seguido por observação em microscópio

invertido. As cepas isoladas apresentaram fenotipagem altamente lítica, causando a

destruição quase total da monocamada desde os primeiros dias até o final do cocultivo,

sendo necessária a adição de mais células nas garrafas A25. A presença do efeito

citopático viral na monocamada de MSC foi observada, com presença de células

gigantes, multinucleadas, variando de 4 a 8 núcleos por célula, confirmando a presença

de vírus em células do sistema monocítico fagocitário (SMF) nos 37 isolados (Figura 1).

78

Nested-PCR

A Nested-PCR realizada a partir do sobrenadante do cocultivo confirmou a

infecção por CAEV por amplificar um fragmento de 187 pb do gene gag em todas as

coletas de sobrenadante do cocultivo (Tabela 2) em trinta e sete cepas de LVPR isoladas

dos Estados do Ceará, Piauí, Bahia e Minas Gerais.

Figura 1. Isolamento a partir de cocultivo de monócitos/macrófagos em MSC

apresentando efeito citopático característico do CAEV com presença de

células gigantes multinucleadas.

79

Os achados desses isolamentos virais foram compatíveis com outros

relacionados a amostras líticas de LVPR. A introdução de novas cepas merece atenção

especial, pois podem se apresentar mais virulentas que as nativas, além do que, muitos

agentes como os vírus de RNA, que não apresentam a função de leitura e correção

genética, podem ter altas taxas de mutação, de aproximadamente um milhão de vezes

mais que a de animais e plantas. Consequentemente há uma enorme diversidade de

populações de vírus de RNA que podem se tornar mais patogênicos e causarem novas

doenças quando recém-introduzidos em ambientes (ANDRIOLI, 2001).

Somente um pequeno número de LVPRs foi isolado no Brasil. O isolamento de

cepas regionais contribui para um melhor conhecimento da diversidade genética desses

vírus (FEITOSA et al., 2010). O conhecimento da variabilidade genética pode ajudar a

entender melhor os mecanismos de evolução molecular e heterogeneidade

epidemiológica da infecção. A variabilidade genotípica e fenotípica das cepas

circulantes pode ser útil para melhorar as ferramentas de diagnóstico, importantes para o

controle e erradicação da doença.

Dia do experimento Coleta de Sobrenadante Resultado Nested-PCR

Dia 0 Início do cocultivo -

Dia 07 1ª. Troca de Meio Positivo

Dia 14 2ª. Troca de Meio Positivo

Dia 21 1a. Passagem Positivo

Dia 28 4ª. Troca de Meio Positivo

Dia 36 5ª. Troca de Meio Positivo

Dia 43 2ª. Passagem Positivo

Dia 50 Coloração da monocamada -

Tabela 2. Correlação: dia do experimento, coleta de sobrenadante e resultado de PCR

80

É importante que a partir desse estudo seja realizada uma caracterização

molecular do genoma desses vírus isolados, mediante análise de seus diferentes genes

estruturais, bem como compará-los com outras sequências virais isoladas para

identificar a provável origem da infecção dos animais.

Conclusão

O vírus da Artrite Encefalite Caprina está presente nos Estados do Ceará, Piauí,

Bahia e Minas Gerais. As cepas isoladas revelaram-se fenotipicamente líticas, do tipo

rápido/alto. O cocultivo de monócitos/macrófagos em monocamadas de membrana

sinovial caprina demostrou ser uma técnica eficiente no isolamento de lentivírus de

pequenos ruminantes.

Apoio:

UECE, EMBRAPA Caprinos e Ovinos, FUNCAP, CNPq e Banco do Nordeste pelo

apoio financeiro para realização deste projeto.

81

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83

CAPÍTULO III

Análise Filogenética de Lentivírus de Pequenos Ruminantes no

Nordeste do Brasil

Phylogenetic analysis of small ruminant lentiviruses from

Northern Brazil

Periódico: Small Ruminant Research. 94: 205–209, 2010

84

Resumo

O Vírus da artrite encefalite caprina (CAEV) e o Vírus Maedi-visna (MVV) são

considerados geneticamente distintos, mas antigenicamente relacionados. Neste estudo,

um rebanho de 250 cabras foi testado para o IDGA, sendo observada uma

soroprevalência de 4.4% (11 animais soropositivos). Quatro caprinos positivos para o

IDGA foram testados para a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), que amplifica

parte do gene gag. Todos os animais foram positivos para o teste biomolecular. As

sequências nucleotídicas do gene gag foram determinadas a partir de quatro lentivírus

BR/CNPC isolados de caprinos naturalmente infectados. As quatro sequências do gene

gag BR/CNPC de LVPRs foram comparadas com sequências do GenBank e os

resultados demonstraram que estas estão mais relacionadas com linhagens caprinas que

ovinas. A análise filogenética de parte do gene gag mostrou que estes isolados

pertencem ao subtipo B1 do grupo de CAEV. A análise também indicou que estes vírus

são geneticamente estáveis.

85

Phylogenetic analysis of small ruminant lentiviruses from Northern Brazil

Aryana Lushese Vasconcelos Lima Feitosa a,*, Maria Fátima da Silva Teixeira a,

Raymundo Rizaldo Pinheiro b,**, Rodrigo Maranguape Silva da Cunha c, João Paulo

Matos Santos Lima d, Alice Andrioli b, Tânia Valeska Medeiros Dantas a, Valeska

Shelda Pessoa de Melo a, Diana Célia Sousa Nunes Pinheiro a

a Laboratory of Virology and Immunology – Veterinary Faculty UECE – State

University of Ceará, Fortaleza, Brazil

b National Goat Research Center, Embrapa-CNPC, Brazil

c Center of Biotechnology of Sobral, NUBIS, Brazil

d Laboratory of Bioinformatics – Universidade Federal do Ceará – UFC, Brazil

* Corresponding author at: Laboratory of Virology, State University of

Ceará, Av. Paranjana, 1700, 60.740-903, Fortaleza, CE, Brazil.

Tel.: +55 8596332990; fax: +55 8531019849.

** Corresponding author at: Embrapa Goats, Fazenda Três Lagoas,

Estrada Sobral-Groaíras Km 4, P.O. Box 145, 62011-970, Sobral, CE, Brazil.

Tel.: +55 8596332990; fax: +55 8531019849.

E-mail addresses: [email protected] (A.L.V.L. Feitosa),

[email protected] (R.R. Pinheiro).

0921-4488/$ – see front matter © 2010 Elsevier B.V. All rights reserved.

doi:10.1016/j.smallrumres.2010.07.020

86

Abstract

Caprine Arthritis Encephalitis virus (CAEV) and Visna/maedi virus (VISNA), are

considered to be genetically distinct but antigenically related pathogens of goats and

sheep. In this study, one flock of 250 goats was screened using Agar-gel

Immunodiffusion (AGID), and the level of seroprevalence observed was 11 animals

(4.4%) of positive tested serum. Four goats positive to AGID were analyzed using a

Polymerase Chain Reaction (PCR), which amplifies part of the gag gene. All the

animals were found to be positive. The nucleotide sequences of gag gene were

determined from four BR/CNPC lentivirus isolates from naturally infected goats. The

four gag gene sequences BR/CNPC small ruminant lentivirus (SRLV) were compared

to GenBank, and the results demonstrated that these sequences were more related to the

caprine rather than the ovine strains. Further phylogenetic analysis of the proviral gag

sequences showed that they constituted subtype B1 of the CAEV group. The analyses of

the sequences also showed that the viruses were genetically stable.

Keywords: Small ruminant lentiviruses, CAEV, VISNA, Phylogeny, Gag

87

1. Introduction

Small ruminant lentivirus (SRLVs) is distributed worldwide among sheep and

goats. Different clinical forms of the disease have been described in Brazil among

SRLV-infected small ruminants. CAEV and VISNA are considered to be genetically

distinct, but antigenically related pathogens of goats and sheep. According to a recently

proposed nomenclature based on the 1.8 kb gag–pol and 1.2 kb pol gene sequences, the

SRLV are classified into four equidistantly related groups, A–D (Shah et al., 2004). An

SRLV belonging to the highly divergent genotype E has recently been identified in an

Italian goat breed (Reina et al., 2009). The high level of heterogeneity of nucleotide and

amino acid sequences in lentiviruses may determine their antigenicity, virulence and

growth, as well as their persistence and escape from immunesystem. Despite differences

in the target organs, cell tropism and pathogenicity commonly found between the

CAEV and the ovine VISNA, both viruses have recently been assigned to small

ruminant lentiviruses (SRLV). A genetic analysis of these SRLVs may provide

additional insights into the genetic, protein and antigenic makeup of these viruses, their

pathogenesis, epidemiology, and phylogenetic relationships, and thus, their position in

the recently established SRLV groups (Shah et al., 2004). Genetic studies mayalso be

relevant for the development of sensitive and local-breed diagnostic tests. The main aim

of this work was to establish an SRLV phylogeny as a basis for future studies of the

molecular epidemiology of lentiviral infections in Northeast Brazil dairy goat herds,

with particular interest in monitoring the effects of ongoing and future eradication

programs on the distribution of SRLV strains.

88

2. Materials and methods

2.1. Animals and AGID

Two hundred and fifty naturally infected goats of the Saanen and Anglo-nubiana

breeds were selected from a dairy flock belonging the National Goat Research Center

(CNPC), where, according to a previous serological survey, there was a known chronic

infection of goats with CAEV. The flock was located in Northeast Brazil. The

seroprevalence was determined using directed antibodies against the major Gag capsid

protein of both VISNA and CAEV using the AGID detection Kit (Caprine Arthritis-

Encephalitis/Ovine Progressive Pneumonia Antibody Test Kit, Veterinary Diagnostic

Technology, Inc.®, USA). Sensitivity was 65.6% and specificity was 94.1%.

2.2. Isolation of peripheral blood leukocytes

Peripheral blood leukocytes (PBL) were isolated from the blood by

centrifugation at 1500 rpm for 10 min. The erythrocytes were hemolyzed by osmotic

shock, the cell pellets were used for co-culture with goat sinovial membrane (GSM)

cells.

2.3. Co-culture

Cells derived from the GSM were used to propagate monolayer cultures of cells

in six-well microtiter plates. The medium was changed until there was a monolayer of

90% semiconfluent cells. The leukocytes were isolated from each AGID-positive animal

and were placed in each well, added with 500 l of MEM without fetal bovine serum

89

(FBS) (Sigma, BDV Free). The culture plate remained in the CO2 incubator for 1 h,

added by 1 mL of MEM with 5% FBS was then changed to the wells and the cells were

incubated until there were cytopathic effects (CPE) characteristic of viruses.

2.4. DNA preparation

The culture plate containing the virus-infected cell culture was frozen at -80 oC

and thawed at room temperature three times. The purified DNA stocks were stored at -

20 oC until use.

2.5. Nested-PCR and DNA quantification

Two rounds of PCR amplification (nested-PCR) were used to detect the 187 bp

proviral DNA fragment, corresponding to the leader gag sequence of the CAEV

genome. All of the primers were selected on the basis of the published sequence of the

CAEV-Co strain (Saltarelli et al., 1990). The primers GEX5 (5´-

CAAGCAGCAGGAGGGAGAAGCTG-3´) and GEX3 (5´-

TCCTACCCCCATAATTTGATCCAC-3´) were used for the first amplification,

corresponding to bases 953–975 and the complement of 1249–1226, respectively.

Primers GIN5 (5´-GTTCCAGCAACTGCAAACAGTAGCAATG-3´) and GIN3 (5´-

ACCTTTCTGCTTCTTCATTTAATTTCCC-3´-) were used for the second

amplification, corresponding to bases 997–1024 and the complementof 1181–1154,

respectively. For each amplification, a positive control of CAEV-Co DNA and a no-

template negative control were run in parallel with all of the specimens.

90

2.6. DNA sequencing and sequence analysis

The products of the PCR amplification from the first round were sequenced

using Mega Base 7.0. The sequencing was performed using the external primers GEX5

(5´-CAAGCAGCAGGAGGGAGAAGCTG-3´) and GEX3 (5´-

TCCTACCCCCATAATTTGATCCAC-3´). The bases were called using Phred version

0.020425 (Ewing and Green, 1998; Ewing et al., 1998) and subsequently, the sequence

reads were aligned and a single consensus sequence was assembled with Phrap version

0.990329 (Phil Green, University of Washington).

All of the positions with ambiguous codes or alignment gaps were excluded

from the analyses. The editor program Consed version 16.0 (Gordon et al., 1998) was

used to prepare the final version of the consensus sequences. The pairwise genetic

distances were calculated by using MEGA version 4.0 (Tamura et al., 2007) with the

Tamura–Nei (NJ) substitution model. The phylogenetic tree was determined using the

neighbor joining (NJ) method (Saitou and Nei, 1987) implemented in MEGA, with the

Tamura–Nei gamma distance (Tamura and Nei, 1993). The SRLV strains were

compared to the K1514-VMV (Sonigo et al., 1985), EV-1 VMV (Sargan et al., 1991),

SAOVMV (Querat et al., 1990), P1OLV (Barros et al., 2004), CAEV (Saltarelli et al.,

1990), BR/MG (Drumond and Resende, 2001) and BR/UFRGS (Ravazzolo et al., 2001)

strains (GenBank accession numbers: M60609, S51392, M31646, AF479638, M33677,

AF402668 and AJ305040, respectively).

91

3. Results

3.1. Serology

The results of the AGID test showed that 11 (4.4%) of the 250 goats were

AGID-positive for SRLV. All these animals AGID-positive were descending of animals

of the French flock.

3.2. Co-culture

Between 14 and 21 days after infection, the characteristic CPE, syncytium was

formed, confirming the presence of SRLV.

3.3. Nested-PCR

The presence of SRLV in the goat synovial membrane cells was confirmed by

the detection of a gag fragment by nested-PCR. Four to 11 samples were amplified of

the naturally infected animals. A 187-nucleotide region of the gag SRLV gene (997–

1181) was detected by an electrophoretic analysis of nested-PCR products. The

amplification products were sequenced and denoted as BR/CNPC-G1, BR/CNPC-G2,

BR/CNPC-G3, BR/CNPC-G4 (BR, Brazil; CNPC, National Goat Research Center; G,

goat).

92

3.4. DNA sequencing and phylogenetic analysis

The phylogenetic analysis revealed that the BR/CNPC viruses formed a cluster

of identical or highly related sequences within the genetically heterogeneous CAEV-Co

group. A phylogenetic tree (Fig. 1) was obtained using the NJ method with the gag

nucleotide sequences, and this tree showed the relationship between BR/CNPC and the

other known SRLV strains. The bootstrap values derived from the 100 bootstrap

replicates indicating the confidence of the branching pattern are shown above the

respective branches. All of the analysis parameters were standard. The analyses also

showed a close relationship between the prototype CAEV-Co strain and the two

Brazilian strains, CAEVBrUFRGS and the CAEVBR-MG. All of the BR/CNPC SRLV

strains had a similar TTG trinucleotide at positions 19–21 of the gag gene, which would

result in a leucine in the gag protein from the SRLV BR/CNPC stains, compared to a

leucine in the same position in the CAEV-Co protein (Fig. 2). This nucleotide change

would result in the translation of a different amino acid, isoleucine in CAEVCo and

leucine in the four BR/CNPC SRLV strains (Fig. 2). The pairwise distance calculations

were obtained by comparing the nucleotide and amino acids sequences among the four

BR/CNPC strains and known SRLV strains. The values closest to zero represent the

strains that are the most similar.

93

Fig. 1. In the phylogenetic tree a group identified by the prototype VISNA was clearly

distinguished from the CAEVs with a high bootstrap value of 100.

3.5. Nucleotide sequence accession number

All of the new sequences were entered in the GenBank database and are

available under check numbers EU300976, EU300977, EU300978 and EU300979.

94

Fig. 2. Alignment of nucleotide sequences from the gag region of SRLV strains.

Asterisks indicate identity among the strains.

95

Fig. 3. Alignment of deduced amino acid sequences from the capsid protein of SRLV

strains. Asterisks indicate identity between the strains.

4. Discussion

The four gag gene sequences from the BR/CNPC SRLV strains were compared

to available GenBank strains, and the results of this comparison demonstrated that these

sequences were more related to the caprine strains than to the ovine strains. Further

phylogenetic analyses of the proviral gag sequences confirmed the initial classification

and showed that these sequences were of the B1 subtype of the CAEV group. The

analyses of the sequences also showed viruses were genetically stable, which was

previously observed by Laamanen et al. (2007). Although some authors indicate that

future studies should concentrate on the env regions, which are sufficiently divergent,

rather than the gag region, because the gag region is highly conserved and retains less

phylogenetic signal (Rolland et al., 2002), but this study cannot infer the results only

with the sequence gag, being necessary more comparative studies with other sequences

of viruses.

96

All of the four SRLV BR/CNPC strains had the same TTG trinucleotide at

positions 19–21 of the capsid peptide, which was different from the sequence in CAEV-

Co. This nucleotide change would result in the translation of a different amino acid,

isoleucine in CAEV-Co and leucine in the four BR/CNPC SRLV strains (Figs. 2 and 3).

There was an absence of transversions, but transitions were observed. The high level of

similarity among the four sequences from Northeast Brazil and the CAEV-Co strain

maybe explained by vertical transmission through infected females over the generations.

The negative results from these tests suggest that the animals were already

infected prior to the tests and had not produced antibodies that could be detected in the

test that was used (data unpublished).

This gag region of the genome may be used to differentiate the viral strains

present in infected animals and to develop more specific diagnostic tests for local

breeds. It may also be informative for the establishment of eradication programs

according to the distribution of different lineages of SRLV and the development of

diagnostic reagents with greater specificity and sensitivity in local flocks (Germain and

Valas, 2006), different of the sequences gag gene CAEV-Cork researched by Saltarelli

et al. (1990). The results indicate that more studies should be conducted on viral

genomic area obtained from animals of Northeast Brazil.

5. Conclusion

Eleven animals were AGID-Positive. Four goats positive to AGID were

analyzed using a PCR, which amplifies part of the gag gene. The nucleotide sequences

of gag gene were determined from four BR/CNPC lentivirus isolates from naturally

97

infected goats. The four gag gene sequences BR/CNPC small ruminant lentivirus

(SRLV) were compared to GenBank, and the results demonstrated that these sequences

were more related to the caprine rather than the ovine strains. Further phylogenetic

analysis of the proviral gag sequences showed that they constituted subtype B1 of the

CAEV group. The alignment of deduced amino acid sequences from the capsid protein

of SRLV strains, indicates a divergence between the strains in this study and the strain

CAEV-Co. This divergence is important for a better understanding of the local

sequences previously described.

Acknowledgements

Laboratory of Virology and Laboratory of Immunology – Veterinary Faculty

UECE – State University of Ceará; Laboratory of Bioinformatics – Federal University

of Ceará (UFC), Fortaleza, Brazil; National Goat Research Center (CNPCEmbrapa);

Center of Biotechnology of Sobral (NUBIS); CAPES, FUNCAP and Banco do

Nordeste.

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101

CAPÍTULO IV

Caracterização Molecular de Lentivírus de Pequenos Ruminantes Isolados

de Caprinos no Brasil baseados na análise das sequências dos genes gag e

pol

Molecular characterization of Small Ruminant Lentiviruses isoleted from

Brazil goats based on gag and pol gene sequence analysis

Periódico: artigo a ser submetido

102

Resumo

A CAE é uma doença causada pelo Vírus da Artrite Encefalite Caprina (CAEV),

um retrovírus pertencente à família Retroviridae, subfamília Lentivirinae, gênero

Lentivírus e acometem caprinos, de todas as raças, idades e sexos. A sintomatologia

nervosa, ou seja, a encefalite ocorre em cabritos, o que leva a quadros de ataxia

secundária e paresia. A sintomatologia articular é a mais comum e se manifesta

essencialmente nos adultos, bem como a forma pulmonar e mamária. O objetivo desde

trabalho foi isolar e sequenciar cepas circulantes do vírus da CAE. Trinta e oito isolados

de lentivírus caprino foram selecionados para o isolamento viral através de cocultivo de

leucócitos. Destes, foram sequenciadas amostras nos estados do Ceará, Rio Grande do

Norte e Minas Gerais. Estas foram comparadas com outras já conhecidas depositadas no

Genbank. As amostras circulantes apresentam elevada conservação nucleotídica, sendo

99,3% para o gene gag quando comparado com a cepa padrão CAEV-Cork e

relativamente conservado, 70,1% para o gene pol, apresentando, portanto uma

diversidade intragenotípica. Pela genealogia proposta com base nas sequências

nucleotídicas dos genes gag e pol, a sua topologia mostrou-se compatível com os

genótipos do subtipo B de CAEV. O alinhamento das sequências de aminoácidos da

região gag, que correspondem à proteína p28 do capsídeo, indicou divergências entre as

linhagens deste estudo com a cepa padrão CAEV-Cork.

Palavras-chave: Filogenia, CAEV.

103

Caracterização Molecular de Lentivírus de Pequenos Ruminantes

Isolados de Caprinos no Brasil baseados na análise das sequências dos

genes gag e pol

1Aryana Lushese Vasconcelos Lima Feitosa;

2Maria Fátima da Silva Teixeira;

3Raymundo Rizaldo Pinheiro;

3Alice Andrioli Pinheiro,

4Dalva Alana Aragão de

Azevedo; 5Paulo Eduardo Brandão,

5Fábio Gregori,

5Alessandra Marnie Martins

Gomes de Castro, 5Sheila Oliveira de Souza Silva

1Autor correspondente: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias;

Laboratório de Virologia, Universidade Estadual do Ceará – UECE, Av. Paranjana

1700, 60.740-093, Fortaleza, CE, Brasil, Tel.: +55 85 96332990; Fax: +55 85

31019849. [email protected]

2Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias; Laboratório de Virologia,

Universidade Estadual do Ceará – UECE, Pesquisador de Produtividade em Pesquisa

CNPq,

3Embrapa Caprinos e Ovinos, Laboratório de Virologia;

4Iniciação Científica CNPq/PIBIC e FUNCAP, Universidade Estadual Vale do Acaraú –

UVA.

5Laboratório Aplicado à Biologia Molecular e Sorologia – LABMAS, Faculdade de

Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ-VPS, Universidade de São Paulo - USP

104

Abstract

CAE is a disease caused by caprine arthritis encephalitis virus (CAEV), a retrovirus

belonging to the family Retroviridae, subfamily Lentivirinae, and gender Lentivirus. It

affects lentiviruses and goats of all breeds, ages and sex. The neurological symptoms,

ie, encephalitis occurs in young goats, which leads to secondary ataxia and paresis. The

articular symptomatology is the most common and it affects adults mainly, as well as

pulmonary and mammary forms. The disease causes huge economic losses, such as

decreased milk production and lactation, weight loss caused by limited mobility,

reduced birth weight, growth rate and death, leading to the slaughter of infected

animals. The aim of the present study was to isolate and sequence circulating strains of

CAEV. Thirty-eight isolates of goat lentivirus were selected for virus isolation by

cocultivation of leukocytes. These samples were sequenced in the states of Ceara, Rio

Grande do Norte and Minas Gerais. These were compared with other known sequences

deposited in Genbank. The samples show high circulating nucleotide conservation of

99.3% for the gag gene as compared to the standard strain CAEV-Cork and is relatively

conservative, 70.1%, for the pol gene, showing an intragenotype diversity. Through the

proposed genealogy based on the nucleotide sequences of gag and pol genes, their

topology was compatible with the genotypes of subtype B of CAEV. Alignment of the

amino acid sequences of the gag region, corresponding to the p28 capsid protein,

indicated differences between strains of this study with the standard strain CAEV-Cork.

This divergence of amino acids was even more pronounced when compared to the

amino acid sequences of the pol gene, which codifies for dUTPase and integrase

proteins. These differences are important for a better understanding of the condition and

diversity of these described sequences.

Key-words: Phylogeny, CAEV, gene pol, gene gag

105

1. Introdução

O virus da artrite encefalite caprina (CAEV) e o virus Maedi-visna (MVV) são

membros do grupo de Lentivírus de Pequenos Ruminantes (LVPRs), pertencem à

família Retroviridae, infectando caprinos e ovinos mundialmente (Pasick, J. 1998;

Pepin et al., 1998). Os Lentivírus de espécies de animais diferentes têm em comum sua

organização genética, a indução de doenças de forma progressiva e lenta e um amplo

espectro de órgãos-alvo, sinais, sintomas e a capacidade de persistir em seus

hospedeiros apesar da forte resposta imunológica.

A transmissão dos LVPRs ocorre principalmente pela ingestão de leite ou

colostro infectado, mas, pelo menos em ovinos, a transmissão horizontal pode ter um

papel importante (Rowe J. e East N., 1997; Narayan O. et al., 1985). Os sinais clínicos

causados pela infecção por LVPRs incluem desordens neurológicas, dispnéia,

emaciação, mastite e artrite (Pepin M. et al., 1998; Narayan O. et al., 1989; Alvarez V.

et al., 2006).

A organização genômica de LVPRs é típica de lentivírus: dímeros de RNA de

senso positivo com aproximadamente 9 kb de tamanho que consiste de duas LTRs

(sequências longas repetidas) nas extremidades e flanqueando genes gag, que codificam

as proteínas estruturais e são responsáveis por um grupo de antígenos específicos (Pépin

et al., 1998): pol (polimerase) que codifica as proteínas de atividade enzimática; env

(envelope), que codifica as glicoproteínas de superfície (SU) e proteínas estruturais

transmembranárias (TM) do envelope viral, além de pequenos ORFs, que codificam

proteínas que regulam a expressão gênica (Clements e Payne 1994). Os genes gag e pol

são relativamente bem conservados entre os LVPRs e por isso estes genes são alvos

ideais para desenhos de primers para PCRs (Pépin M., el al., 1998).

106

Originalmente, CAEV e MVV são linhagens protótipas e foram vistas como

espécies virais distintas restritas aos seus respectivos hospedeiros, ou seja, vírus

isolados de ovinos estão relacionados ao MVV e vírus isolados de caprinos relacionados

com CAEV. Porém nas últimas duas décadas, com mais sequências disponíveis em

bancos de dados genéticos, tornou-se evidente que os lentivírus de pequenos ruminantes

podem atravessar a barreira entre espécies com vírus caprino infectando ovino e vice-

versa, uma vez que algumas cepas de caprino e ovino compartilham o mesmo cluster

nas árvores filogenéticas.

Apesar do fato dos lentivírus circularem e causarem doenças em caprinos e

ovinos no Brasil há mais de quatro décadas, poucas sequências para caracterização

molecular das linhagens de vírus circulantes no país foram obtidas. O objetivo deste

estudo foi caracterizar molecularmente sequências parcias do gene gag e pol isolados de

caprinos naturalmente infectados em três estados brasileiros.

Material e Métodos

Animais e IDGA

Caprinos infectados naturalmente, de diferentes raças, idades e sexo, dos estados

de Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Ceará, Brasil, foram testados pelo IDGA para

o vírus da artrite encefalite caprina utilizando o kit de detecção de anticorpos contra a

proteína Gag do capsídeo (Caprine Arthritis-Encephalitis/Ovine Progressive Pneumonia

Antibody Test Kit. Veterinary Diagnostic Technology,Inc® - USA). A sensibilidade do

teste foi de 65.6% e a especificidade foi de 94.1%. Os animais positivos no IDGA para

CAEV foram confirmados por Western Blotting (WB), segundo a metodologia de

Pinheiro (2001).

107

Isolamento de leucócitos do Sangue Periférico

Foram escolhidos 38 animais positivos para ambos os testes, IDGA e WB.

Leucócitos do sangue periférico (LSP) foram isolados do sangue por centrifugação a

1500 rpm por 10 min. Os eritrócitos foram hemolizados por choque osmótico e o pellet,

contendo as células, foram usados no cocultivo de células da membrana sinovial caprina

(MSC).

Cocultivo

Explantes das membranas sinoviais caprinas das articulações intercarpais de

membros anteriores de cabritos livres de CAEV foram cultivados em Meio Essencial

Mínimo (MEM-G), acrescido de 10% de Soro Fetal Bovino (SFB), incubadas a 37 oC

em atmosfera de 5% de CO2 (Abreu et al., 1998) em garrafas de cultura celular A25. O

meio foi trocado a cada 48-72 horas até a monocamada obter 90% de confluência.

Monócitos/Macrófagos (200 mL) coletados foram inoculados em monocamadas pré-

formadas em garrafas A25 (capacidade 25 cm2) e incubados durante 60 minutos em

estufa 37 oC a 5% de CO2 acrescidos de 1 mL de meio essencial mínimo (MEM) sem

soro fetal bovino (SFB) (Sigma®; BDV Free).

Após o período de incubação foram adicionados 3,5 mL de MEM com 10% de

soro fetal bovino. O meio foi trocado a cada sete dias e a passagem foi realizada a cada

21 dias, com adição de 200 L de células da MSC a cada troca de meio ou passagem. A

monocamada foi examinada diariamente em microscópio invertido para verificação de

efeito citopático viral (ECP), formação de sincícios, fusão nuclear ou vacuolização.

Após 50 dias de cocultivo, foi realizada a coloração da monocamada com cristal de

108

violeta a 0,1% para visualização do ECP. As garrafas de cultura contendo as células

infectadas pelo vírus foram congeladas a -80 oC.

Extração de DNA

A extração de DNA foi realizada a partir de sobrenadante de cocultivo de

macrófagos/monócitos em MSC (200 L) utilizando 600 uL de tiocianato de guanidina

acrescido de fenol pH 7,5. A suspensão foi homogeneizada em vórtex por 15 segundos

e adicionado 100 L de clorofórmio, seguido de homogeneização em vórtex e

centrifugação a 12.000 g por 5 minutos a 4 oC. O sobrenadante (400 L) foi transferido

para um outro tudo eppendorf contendo 600 L de propanol, novamente

homogeneizado em vórtex por 15 segundos e acondicionada em freezer a -20 oC por

duas horas.

Após essa etapa, a suspensão foi centrifugada a 12000 g por minutos a 4 oC e

descartado o sobrenadante. Ao pellet foi adicionado 500 L de etanol a 70% e

homogeneizado em vórtex por 15 segundos e centrifugação sob as mesmas condições

supracitadas. O sobrenadante foi descartado e o pellet foi seco por 15 minutos em

termobloco. Este último foi ressuspendido em 30 L de TE (Tris 10 mM/ EDTA 1 mM

pH 8,0), incubado a 56 oC por 15 minutos, seguidos de homogeneização e spin

(Adaptado de Chomczynski, 1993).

109

Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)

A reação de amplificação (PCR) foi realizada para detectar um fragmento de 620

pb do DNA proviral, correspondente ao fragmento parcial do gene gag, e de

aproximadamente 472 pb do gene pol do genoma de CAEV. Os primers utilizados na

PCR para ambos os genes estão expostos na Tabela 1.

Tabela 1 - Sequências de primers utilizados nas reações de PCR e seus respectivos

tamanhos de fragmentos amplificados

Gene Primers Sequências Tamanhos dos

fragmentos (bp)

Referências

gag

Tvet-1

(senso) 5´AGC TGG AAA GCA GTA GAT TC 3´

620 Dantas et al.,

(2009)

Tvet-2

(antissenso) 5´GAA CCC TTC TGA TCC CAC ATC 3´

pol

Pol 1

(senso) 5’ ACA GAA GAG AAA TTA AAAGG-3’

472

Leroux et al.,

(1997)

Pol 2

(antissenso) 5’ CAT CCA TAT ATA TGC CAA ATT G-3’

As reações de PCR foram realização em um volume final de 50 L. Estas

consistiram de 20 pmol para cada primer, 100 M de dNTPs, 1,5 mM de MgCl2, 1X de

PCR buffer, 2 U de DNA polimerase Platinum Taq (Invitrogen, Carlsbad, CA) e 10 L

de DNA extraído.

As condições utilizadas na amplificação pela PCR foram de 94 oC por 5 min, 40

ciclos de 94 oC por 1min, 53

oC por 45 s e 72 oC por 1min, seguidos de uma extensão

final de 72 oC por 8 min.

110

Detecção do amplicon

Os fragmentos amplificados pela PCR foram analisados em eletroforese em cuba

horizontal. Uma alíquota de 10 L de cada amostra foi disposta em gel de agarose a

1,5% previamente imerso em tampão TBE (0,045 M Tris-Borato; 1 mM EDTA). Após

a corrida eletroforética, o gel foi corado em solução de brometo de etídio (0,5 g/ mL)

por 20 minutos. As bandas foram visualizadas em transiluminador com luz ultravioleta

de 260 nm. Os tamanhos dos fragmentos amplificados foram comparados ao padrão de

peso molecular de 100 pb (ladder).

Purificação e Quantificação do amplicon

As bandas de interesse foram cortadas e purificadas utilizando o kit GFXTM

(Amersham Biosciences) de acordo com as indicações do fabricante. No caso de bandas

únicas, foi utilizado o reagente de purificação Exo SAP-IT TM

(GE Healthcare Life

Sciences) também de acordo com as instruções do fabricante.

A concentração do DNA amplificado presente nas amostras purificadas foi

determinada por densidade óptica em espectrofotômetro (Thermo Scientific Nanodrop®

2000) utilizando 2 L do purificado.

Reação de Sequenciamento

Para a reação de sequenciamento empregou-se o kit BigDye Terminator Cycle

Sequencing Ready Reaction (Perkin Elmer). As quantidades de reagentes foram

determinadas a partir da concentração de DNA purificado. Para uma reação de 10 L de

111

volume final, foram utilizados 2 L de BigDyeTM

v. 3.1. (Applied Biosystems), 2 L de

tampão Save Money 5X (200 mM Tris-HCl; 5 mM MgCl2; pH 9,0), 10 pmoles de

primer (senso ou antissenso) e 28 ng de DNA purificado. Em amostras com

concentração abaixo de 12 ng/L, o volume final da reação foi dobrado, assim como as

concentrações dos reagentes, exceto a do BigDye e do primer utilizado.

Precipitação do produto amplificado

Após a reação de sequenciamento, os produtos foram purificados por

precipitação em álcool. A cada amostra foi utilizado 32,5 L ou 65 L do mix (Etanol

100%; EDTA 125 mM) para as reações de volumes finais de 10 L e 20 L,

respectivamente. Após homogeneização, as amostras foram mantidas ao abrigo da luz

por 30 min, e em seguida, centrifugadas a 12.000 g por 30 min a 4 oC. Descartou-se o

sobrenadante por inversão de tubos e o sedimento foi lavado com 30 L ou 60 L de

etanol a 70%. Procedeu-se nova centrifugação a 12.000 g por 20 min. O excesso de

etanol foi desprezado por inversão total dos tubos, sendo sua total remoção conduzida

em termobloco a 95 oC por 10 min. As amostras foram mantidas a -20

oC até sua

utilização no sequenciamento.

Sequenciamento

As amostras foram homogeneizadas em 3,4 L de formamida e Blue Dextran-

EDTA (Applied Biosystems, USA) na porção de 5:1, desnaturadas a 95 oC por 3 min e

colocadas no gelo por 2 minutos. Posteriormente, foram submetidas à eletroforese em

sequenciador automático modelo ABI PrismTM

377 DNA Sequencers (Applied

112

Biosystems, USA).

As condições da reação de sequenciamento consistiram de desnaturação inicial a

96 oC por 1 min e 40 ciclos de 96

oC por 15 s, 50

oC por 15 s e 60

oC por 4 min.

Edição e Análise das sequências

As sequências de nucleotídeos foram analisadas e editadas com o auxílio do

programa Phred online (http://asparagin.cenargen.embrapa.br/phph/). O programa

BioEdit Sequence Alignment Editor (Hall, 1999) foi usado para preparar a versão final

das sequências consensos. Todas as posições com códigos ambíguos ou gaps nos

alinhamentos foram excluídas nas análises. O pareamento das distâncias genéticas foi

calculado pelo programa MEGA 5.03 (Tamura et al., 2011) com o modelo de

substituição Tamura-Nei (NJ).

Filogenia

A árvore filogenética foi determinada usando o método de Neighbor Joining

(NJ) (Saitou e Nei, 1987) implementado no programa MEGA 5.03 com análise das

distâncias Tamura-Nei (Tamura-Nei, 1993). As sequências resultantes foram

comparadas com sequências homólogas disponíveis no GenBank (Tabela 2).

Tabela 2 - Sequências de nucleotídeos analisados neste estudo.

Linhagem do vírus Número de acesso no

Genbank

Referência

CAEV-Cork M33677 Saltarelli et al., 1990

FESC-752 HM210570 Ramirez et al., não publicado

Volterra JF502417 Bertolotti et al., 2011

Fonni JF502416 Bertolotti et al., 2011

Seui GQ381130 Reina et al., 2010

MVV - K1514 M60609 Sonigo et al., 1985

113

MVVEV-1 S51392 Sargan et al., 1991

SA-OMVV M31646 Querat et al., 1990

P1OLV AF479638 Barros et al., 2004

Demais amostras - Deste estudo

Resultados

Trinta e oito animais de três estados brasileiros, de diferentes rebanhos, positivos

para os testes de IDGA e WB foram escolhidos para o isolamento viral através de

cocultivo em MSC, até o aparecimento do efeito citopático (ECP). Um fragmento de

aproximadamente 620 e 472 nucleotídeos foi amplificado para o gene gag e pol,

respectivamente.

Amplificação dos genes gag e pol através da PCR

Das 38 amostras de LVPRs isoladas pelo cocultivo, foi possível amplificar o

fragmento parcial de 620 nt para o gene gag em 18 delas (18/38 ou 47,4%) e para o

gene pol foi possível detectar um fragmento de 472 nt em 17 das 38 amostras,

correspondendo a 44,7%.

Reação de sequenciamento nucleotídico para os genes gag e pol

A partir das 18 amostras amplificadas do gene gag, submetidas à reação de

sequenciamento de nucleotídeos, foi possível definir a sequência parcial de 10

amplificados para o gene gag (69LVCE, 137CE, 229CE, 2361CE, 3596CE, 6900CE,

Animal02CE, Pan5CE, Pan7CE, Pan12CE) (anexo 1). Das 17 amostras amplificadas do

114

gene pol, foi possível determinar a sequência parcial de nucleotídeos através de

sequenciamento de 16 amplificados, (69LVCE, 137CE, 229CE, 2361CE, 3596CE,

237CE, 6900CE, Animal02CE, Pan5CE, Pan7CE, 1604MG, 1625MG, 2239CE,

SQSBCE, 31RN, 32CE) (anexo 2). A identificação das amostras e tamanho do

fragmento sequenciado encontra-se na Tabela 3.

Tabela 3 – Relação da origem das amostras e tamanho do fragmento dos respectivos

genes sequenciados.

Amostra Origem Fragmento

Sequenciado

Gene gag

Fragmento

Sequenciado

Gene pol

69LVCE Ceará 620 nt 472 nt

137CE Ceará 620 nt 472 nt

229CE Ceará 620 nt 472 nt

2361CE Ceará 620 nt 472 nt

3596CE Ceará 620 nt 472 nt

237CE Ceará - 472 nt

6900CE Ceará 620 nt 472 nt

Animal02CE Ceará 620 nt 472 nt

Pan5CE Ceará 620 nt 472 nt

Pan7CE Ceará 620 nt 472 nt

Pan12CE Ceará 620 nt -

1604MG Minas Gerais - 472 nt

1625MG Minas Gerais - 472 nt

2239CE Ceará - 472 nt

SQSBCE Ceará - 472 nt

31RN Rio Grande do Norte - 472 nt

32CE Ceará - 472 nt

Gene gag

Alinhamento das sequências geradas

Todas as linhagens deste estudo apresentaram transição de uma guanina por uma

adenina na posição 328, de uma citosina para uma timina na posição 401 e 410 e uma

transversão de uma timina para uma adenina na posição 420, resultando na mudança de

aminoácidos: valina (apolar) para isoleucina (apolar); treonina (polar neutro) para

115

metionina (apolar); prolina (apolar) para serina (polar neutro); ácido aspártico (polar

ácido) para ácido glutâmico (polar ácido), respectivamente. Além dessas mudanças, na

cepa 229CE ocorreu a troca de alanina (apolar) para um ácido aspártico (polar ácido) na

posição 164. E na cepa Pan12CE houve mudança de uma prolina (apolar) para uma

histidina (polar básico) na posição 157 e de uma glicina (apolar) para uma arginina

(polar básico) na posição 180, tomando como referência a cepa padrão CAEV-Cork

(Figuras 2 e 3). A matriz de identidade (Tabela 4), com os cálulos das distâncias dos

pareamentos, foi obtida comparando as sequências de nucleotídeos das cepas deste

estudo com outras já conhecidas. Os valores próximos a zero revelam maior

similaridade entre as sequências.

116

Figura 2. Alinhamento do fragmento parcial de 620 nucleotídeos do gene codificador da

proteína p28 do capsídeo gerados no presente estudo comparadas com sequências

padrões depositadas no Genbank.

117

Figura 3. Alinhamento das sequências de aminoácidos do gene gag correspondente à

proteína p28 do capsídeo.

Tabela 4. Matriz de identidade com os valores de similaridade nucleotídica do

fragmento parcial do gene gag comparadas com as demais cepas depositadas do

Genbank.

118

Inferêcia filogenética a partir das sequências nucleotídicas – Gene gag

A análise filogenética revelou que as cepas deste estudo formaram um grupo

altamente relacionado com o grupo de CAEV-Cork. A árvore filogenética (Figura 4) foi

obtida usando o método de NJ com sequências nucleotídicas do gene gag e mostrou a

relação das cepas deste estudo com outras já conhecidas. Os valores de bootstrap

derivados de 100 repetições indicam confiança no padrão de ramificação dos

respectivos ramos da árvore. Todos os parâmetros das análises foram padrões. MVV

está claramente separado do grupo de CAEV.

Figura 4. Árvore filogenética do gene gag diferenciando os grupos de CAEV e MVV.

119

Gene pol

Alinhamento das sequências de aminoácidos – Gene pol

Todas as linhagens deste estudo apresentaram transição e/ou tranversão em

diferentes posições das sequências, resultando na mudança de aminoácidos para outros

de grupos diferentes, tomando como referência a cepa padrão CAEV-Cork (Figura 5 e

6). A matriz de identidade (Tabela 5), com os cálculos das distâncias dos pareamentos,

foi obtida comparando as sequências de nucleotídeos das cepas deste estudo com outras

já conhecidas. Os valores próximos a um revelam maior similaridade entre as

sequências.

120

121

Figura 5 - Alinhamento do fragmento parcial de 472 nucleotídeos do gene pol gerados

no presente estudo comparadas com sequências padrões depositadas no Genbank.

122

Figura 6. Alinhamento das sequências de aminoácidos do gene pol correspondente a

160 aminoácidos referente à região intergênica de dUTPase e integrase.

Tabela 5. Matriz de identidade com os valores de similaridade nucleotídica do

fragmento parcial do gene pol comparadas com as demais cepas depositadas do

Genbank.

123

Inferêcia filogenética a partir das sequências nucleotídicas – Gene pol

A análise filogenética revelou que as cepas deste estudo formaram um grupo

estreitamente relacionado com o grupo de CAEV-Cork. A árvore filogenética (Figura 7)

foi obtida usando o método de NJ com sequências nucleotídicas do gene pol e mostrou a

relação das cepas deste estudo com outras já conhecidas. Os valotes de bootstrap

derivados de 100 repetições indicam confiança no padrão de ramificação dos

respectivos ramos da árvore. Todos os parâmetros das análises foram padrões. Observa-

se que as cepas de MVV estam claramente separados das demais de CAEV. Porém as

cepas 31RN e 32CE apresentaram ramificações distintas divergindo para um cluster

separado das demais amostras deste estudo.

124

Figura 7. Árvore filogenética do gene pol diferenciando os grupos de CAEV e MVV.

125

Discussão

Trinta e oito animais infectados, de diferentes estados brasileiros, foram

escolhidos para o isolamento viral por cocultivo de leucócitos. Destes, apenas 18

amostras amplificaram para o gene gag e 17 para o gene pol.

Deve-se considerar que as amostras possuem diferentes concentrações virais e

que a reação de PCR não contempla uma etapa de reamplificação (“nested” PCR). Estes

fatos em conjunto podem ter conferido um maior limiar de detecção, levando a uma

perda de sensibilidade diagnóstica.

Finalmente, devido aos mecanismos de variabilidade genética dos lentivírus

(shifts, drifts, rearranjos e recombinações) é possível que tenha havido falhas de

hibridização dos primers. Nesse sentido, julga-se necessário o desenho de novos

primers que contemplem a diversidade genética dos lentivírus.

As amplificações foram submetidas ao sequenciamento de nucleotídeos. Foram

obtidas 10 sequências viáveis para o gene gag e 16 sequências para o gene pol. Atribui-

se esta perda a fatores relacionados principalmente à quantidade de DNA presente na

amostra e à purificação insatisfatória dos produtos submetidos à reação de

sequenciamento. Outra hipótese para a perda de sequências seria a condição isotérmica

na reação de sequenciamento, não favorendo o anelamento dos primers.

Ao analizar o gene gag, foi observado, por eletroferograma, a presença de

polimorfismo nas amostras 229CE e Pan12CE, pela visualização da sobreposição de

bases (adenina e citosina) tanto na sequência senso quanto na antissenso. Da mesma

forma, nas sequências do gene pol, foi observado a presença de polimorfismo na

amostra Pan7CE, pela da visualização da sobreposição de bases (adenina e guanina)

tanto na sequência senso quanto na antissenso, sugerindo que um mesmo animal pode

126

ter sido infectado por um vírus que sofreu mutações dentro do hospedeiro, corroborando

com os achados de Ellis e colaboradores (1987) em que afirma que ambas as viroses

têm a capacidade de apresentar variação antigênica significativa e que dentro do mesmo

animal infectado pode existir mais de uma cepa viral ao mesmo tempo. Uma alternativa

para este problema seria clonar e sequenciar novamente estas cepas para garantir a

presença desse achado.

Além disso, para o gene gag, foi observada em todas as cepas isoladas a

presença de mutações pontuais de nucleotídeos, com a substituição de purina por outra

purina e de purina por pirimidina e vice-versa, o que provocou a mudança de

aminoácidos por outro do mesmo grupo ou por aminoácidos de grupos diferentes. O

fragmento sequenciado corresponde à proteína do capsídeo p28 que tem influência na

antigenicidade, podendo este fato, estar diretamente relacionado com a resposta imune

do hospedeiro, embora esta seja ineficaz para prevenir a infecção viral, seu papel é de

enorme importância no controle da intensidade da infecção até que o organismo comece

a produzir elementos específicos de defesa, o que demanda entre cinco e sete dias. Os

principais mecanismos da resposta imune natural consistem no bloqueio à infecção de

novas células, inibição da replicação do vírus dentro das células e eliminação de células

infectadas (MADRUGA et al., 2001). Sendo assim, essa proteína apresenta características

que são importantes tanto para antigenicidade quanto para a patogenicidade desdes

lentivírus (SHAH et al., 2004a), podendo ainda afetar sua persistência e o seu mecanismo

de evasão. A heterogeneidade das sequências de nucleotídeos e aminoácidos da proteína

p28 de lentivírus pode auxiliar no desenvolvimento de vacinas no combate ao agente.

Além disso, poderá ajudar a compreender sua epidemiologia e relações filogenéticas.

Para o gene pol foi também foi observado em todas as cepas isoladas a presença

de mutações pontuais de nucleotídeos, com a presença de trasições e/ou transversões,

127

resultando mudança de aminoácidos por outro do mesmo grupo ou por aminoácidos de

grupos diferentes. O fragmento sequenciado do gene pol corresponde às proteínas de

atividade enzimática, e abrange uma região intergênica de dUTPase e integrase. Estudos

recentes relataram que deleções de nucleotídeos na porção que codifica para a dUTPase

afetam na fidelidade da transcriptase reversa em células em não-divisão (REINA et al.,

2010). Portando, mutações na região que codificam para essas proteínas podem exercer

um papel fundamental na regulação da replicação e transcrição viral.

Entre as sequências geradas neste estudo frente às demais selecionadas no

Genbank, mediante visualização do alinhamento nucleotídico da matriz de identidade,

constatou-se que as amostras 69LV, 137CE, 2361CE, 3596CE, 6900CE, Animal02-

5CE, Pan5CE e Pàn7CE tiveram 99,3% de semelhança com o CAEV enquanto a maior

diferença observada foi de 70,1% entre as amostras Pan12CE e GQ381130 para o gene

gag. E que as amostras 69LV, 137CE, 229CE, 2239CE, 3596CE, 6900CE tiveram

99,7% de semelhança com CAEV-Cork enquanto a maior diferença observada foi de

77,4 entre as amostras Animal02-5CE e P1OLV para o gene pol.

A árvore filogenética foi construída para cada gene separadamente. De forma

geral, as árvores propostas guardaram correspondência com suas respectivas matriz de

identidade e com as cepas de CAEV já publicadas. Observou-se que as amostras do

gene gag agruparam-se no clado correspondente ao de CAEV, amparado com elevado

valor de bootstrap (Figura 4). A árvore construída a partir de sequências pol mostrou

que as amostras desse gene agruparam no mesmo clado de CAEV, porém as amostras

31RN e 32CE segreraram para um cluster isolado (Figura 7). Sendo assim, conclui-se

que tanto pela topologia quanto pelos valores de identidade nucleotídica, as amostras

geradas neste estudo pertencem ao subtipo B do grupo de CAEV.

Através do estudo proteômico dos lentivírus, os testes de diagnóstico podem

128

tornar-se específicos para cada região. Devido à ampla distribuição destes vírus em

certas regiões e às perdas econômicas resultantes, vários países têm adotado programas

de erradicação com base na segregação dos vírus de caprinos e ovinos (GREENWOOD et

al., 1995; HOUWERS et al., 1987; PERETZ et al., 1994; ROWE E EAST, 1997; SCHEER-

CZECHOWSKI et al., 2000).

Estudos na Finlândia, comparando o protótipo de CAEV com MVV,

demonstraram uma inserção de sete aminoácidos (181–187) na linhagem K1514 de

MVV na região C-terminal da MA e uma deleção de dois aminoácidos (entre 283 e 284)

na região N-terminal do CA. Uma comparação das sequências de lentivírus com

algumas sequências encontradas em banco de dados genéticos revelou que em contraste

com o CAEV, todos os protótipos de MVV contêm uma deleção de seis nucleotídeos na

região do gene gag resultando na deleção de dois resíduos de aminoácidos na região

central do capsídeo. Esta deleção pode ser utilizada como marcador na análise de

LVPRs, especialmente quando se considerar uma possível transmissão de lentivírus

entre caprinos e ovinos.

Os autores verificaram que a similaridade entre as sequências de lentivírus

caprino e ovino é maior na região N-terminal que na região C-terminal das proteínas

analisadas do capsídeo. É interessante observar que a maior região de homologia é

menos conservada que a região N-terminal do capsídeo, demonstrando diferenças entre

LVPRs de ovinos e caprinos (RAVAZZOLO et al., 2001). Embora o domínio C-terminal

das proteínas do capsídeo de lentivírus tenha sido crucial para a montagem dos vírus

(FREED, 1998), dados indicam que a região N-terminal também pode ser importante

para a montagem e liberação dos vírus (LI et al., 1997; WANG et al., 1998).

O modelo baseado na estrutura de cristalografia da p26 (capsídeo) de lentivírus

equino propõe que o domínio N-terminal inicia um papel essencial na maturação do

129

core (JIN et al., 1999). Um peptídeo de cinco aminoácidos LYPNL (Motif III),

encontrado em todas as estirpes de MVV isoladas na Polônia, mas não nas estirpes

padrão, pode ser utilizado como um marcador para distinguir estirpes de vírus (PISONI et

al., 2006). Um segundo peptídeo KNLTPEESNKQDFMSL (Motif II), foi

especificamente relacionado com a estirpe de CAEV. Em contraste, 6/16 mudanças de

aminoácidos (Q - - - - - - TS - RE - A - -) foram específicas para todas as estirpes de

MVV (KUZMAK et al., 2007).

As mudanças similares de aminoácidos foram observadas em dois isolados

italianos de ovinos, geograficamente distantes, anteriormente classificados no grupo de

ovinos e genotipicamente como CAEV (GREGO et al., 2005). Esses peptídeos foram

considerados como uma das principais regiões imunodominantes da matriz. Assim,

ambos os peptídeos (Motif II e III), podem ser utilizados em testes de diagnóstico para

distinguir infecção com os vírus MVV e CAEV. Isto seria importante para análise de

lentivírus de ovinos e caprinos que vivem em rebanhos mistos e aqueles em contato

direto, o que pode elucidar os acontecimentos da transmissão cruzada destes vírus após

o salto da barreira entre espécies (KUZMAK, 2007).

Em relação ao gene pol, A Uracila no DNA aparece como resultado da

incorporação defeituosa ou desaminação da citosina (HARRIS et al., 2003). A enzima

dUTPase age diretamente sobre o conjunto de nucleotídeos prevenindo a incorporação

defeituosa de resíduos de uracila no DNA viral após o processo de retrotranscrição,

mantendo uma relação baixa de dUTP: sTTP (PRIET et al., 2003). A dUTPase é

codificada pelo gene pol e é uma proteína associada ao vírion presente em lentivírus de

não-primatas como (EIAV e CAEV) (CHEN et al., 2002), não sendo encontrado em

nenhum dos lentivírus de primatas (HIV, SIV). A expressão de dUTPase celular é rica

em células indiferenciadas em divisão e pobre em células diferenciadas em não-divisão

130

(MILLER et al., 2000). Além disso, a replicação de dUTPase-negativas de CAEV em

células em não-divisão (p.e. macrófagos) leva a uma redução da carga viral 10 a 100

vezes mais em comparação com o vírus do tipo selvagem. Experimentos in vivo

mostraram que cepas dUTPase-negativas produzem lesões menos graves (TURELLI et

al., 1997). A deleção artificial dos genes dUTPase em CAEV-Co resultou na replicação

viral tardia, acumulação de mutações pontuais de G por A e decréscimo da carga viral

(HARMACHE et al., 1996; TURELLI et al., 1997).

Conclusão

Trinta e oito animais de amostras circulantes de lentivírus caprino foram

selecionados para o isolamento viral por cocultivo de leucócitos. Destas, 18 amostras

amplificaram para o gene gag e 17 para o gene pol. A partir das 18 amostras

amplificadas do gene gag, submetidas à reação de sequenciamento de nucleotídeos, foi

possível definir a sequência parcial de 10 amplificados. Das 17 amostras amplificadas

do gene pol, foi possível determinar a sequência parcial de nucleotídeos através de

sequenciamento de 16 amplificados. Foram sequenciadas amostras nos estados do

Ceará, Rio Grande do Norte e Minas Gerais. Estas foram comparadas com outras já

conhecidas depositadas no Genbank. As amostras circulantes apresentam elevada

conservação nucleotídica sendo 99,3% para o gene gag quando comprado com a cepa

padrão CAEV-Cork e relativamente conservado, 70,1% para o gene pol, apresentando,

portanto uma diversidade intragenotípica. Pela genealogia proposta com base nas

sequências nucleotídicas dos genes gag e pol, a sua topologia mostrou-se compatível

com os genótipos do subtipo B de CAEV.

131

Agradecimentos

UECE, EMBRAPA Caprinos e Ovinos, FUNCAP, CNPq e Banco do Nordeste pelo

apoio financeiro para realização deste projeto.

132

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CONCLUSÕES GERAIS

Foram isoladas cepas virais circulantes de animais naturalmente infectados nos

estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Bahia e Minas Gerais.

A cepa isolada, denominada BrRN-CNPC.G1 foi considerada o primeiro

isolamento do CAEV no Estado do Rio Grande do Norte.

Todas as cepas isoladas mostraram-se ser fenotipicamente líticas, do tipo

rápido/alto.

Foram amplificadas e sequenciadas cepas virais isoladas do Ceará e Minas

Gerais e Rio Grande do Norte, tanto para o gene gag quanto para o gene pol.

Não foi possível obter amplificação por PCR dos isolados do Piauí e Bahia com

a finalidade de sequenciar.

Os alinhamentos das sequências – Capítulo III (EU300976, EU300977,

EU300978 e EU300979) com outras já disponíveis em bancos de dados

genéticos revelaram que estas linhagens estão mais relacionadas com CAEV que

MVV. A classificação mostrou que estas pertecem ao subtipo B1 do grupo de

CAEV.

As demais amostras circulantes (Capítulo IV) apresentaram elevada conservação

nucleotídica sendo 99,3% para o gene gag quando comprado com a cepa padrão

CAEV-Cork e relativamente conservado, 70,1% para o gene pol, apresentando,

portanto uma diversidade intragenotípica.

Pela genealogia proposta com base nas sequências nucleotídicas dos genes gag e

pol, a sua topologia mostrou-se compatível com os genótipos do subtipo B de

CAEV.

O alinhamento das sequências de aminoácidos da região gag indicaram

139

divergências entre as linhagens deste estudo com a cepa padrão CAEV-Cork.

Essa divergência de aminoácidos foi ainda mais acentuada quando comparas

sequências de aminoácidos do gene pol.

Não foram obtidas sequências viavéis em nenhuma das amostras isoladas para o

gene env.

140

PERSPECTIVAS DA TESE

Estabelecer programas de erradicação de acordo com a distribuição das

linhagens de LVPR poderá fundamentar o desenvolvimento de reagentes para

diagnóstico de maior especificidade e sensibilidade do que os atualmente disponíveis no

mercado em rebanhos locais.

A aplicação da análise filogenética para sequências de CAEV e MVV é de

imensa importância para este tipo de análise epidemiológica de infecções por lentivírus

de pequenos ruminantes e também para estudar as potenciais diferenças de virulência

entre linhagens de LVPR circulantes, ajudando a entender as propriedades genéticas,

protéicas e antigênicas desses vírus, sua patogênese, epidemiologia e relacionamento

filogenético e poderão ainda ser estudados possíveis antígenos vacinais.

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162

ANEXOS

Capítulo I

163

Capítulo III

Anexo 2. Primeira página do artigo publicado – Capítulo III

164

Capítulo IV

Anexo 3. As sequências nucleotídicas parciais do gene gag de LVPRs geradas no

presente estudo encontram-se relacionadas abaixo:

>69LVCE

GATTCTGTAATGTTCCAGCAACTGCAAACAGTAGCAATGCAGCATGGCCTC

GTGTCTGAGGACTTTGAAAGGCAGTTGGCATATTATGCTACTACCTGGACAA

GTAAAGACATACTAGAAGTATTGGCCATGATGCCTGGAAATAGAGCTCAAA

AGGAGTTAATTCAAGGGAAATTAAATGAAGAAGCAGAAAGGTGGAGAAGG

AATAATCCACCACCTCCAGCAGGAGGAGGATTAACAGTGGATCAAATTATG

GGGGTAGGACAAACAAATCAAGCAGCAGCACAAGCTAACATGGATCAGGC

AAGGCAAATATGCCTGCAATGGATAATAAATGCATTAAGAGCAGTAAGACA

TATGGCGCACAGGCCAGGGAATCCAATGCTAGTAAAGCAAAAAATGAATG

AGTCATATGAAGAATTTGCAGCAAGACTGCTAGAAGCAATAGATGCAGAGC

CAGTTACACAGCCTATAAAAGATTATCTAAAGCTAACACTATCTTATACAAA

TGCATCAGCAGATTGTCAGAAGCAAATGGATAGAACACTAGGACAAAGAGT

ACAACAAGCTAGTGTAGAAGAAAAAATGCAAGCATGTAGAGATGTGGGAT

CAGAAGGGT

>137CE

GATTCTGTAATGTTCCAGCAACTGCAAACAGTAGCAATGCAGCATGGCCTC

GTGTCTGAGGACTTTGAAAGGCAGTTGGCATATTATGCTACTACCTGGACAA

GTAAAGACATACTAGAAGTATTGGCCATGATGCCTGGAAATAGAGCTCAAA

AGGAGTTAATTCAAGGGAAATTAAATGAAGAAGCAGAAAGGTGGAGAAGG

AATAATCCACCACCTCCAGCAGGAGGAGGATTAACAGTGGATCAAATTATG

GGGGTAGGACAAACAAATCAAGCAGCAGCACAAGCTAACATGGATCAGGC

AAGGCAAATATGCCTGCAATGGATAATAAATGCATTAAGAGCAGTAAGACA

TATGGCGCACAGGCCAGGGAATCCAATGCTAGTAAAGCAAAAAATGAATG

AGTCATATGAAGAATTTGCAGCAAGACTGCTAGAAGCAATAGATGCAGAGC

CAGTTACACAGCCTATAAAAGATTATCTAAAGCTAACACTATCTTATACAAA

TGCATCAGCAGATTGTCAGAAGCAAATGGATAGAACACTAGGACAAAGAGT

165

ACAACAAGCTAGTGTAGAAGAAAAAATGCAAGCATGTAGAGATGTGGGAT

CAGAAGGGT

>229CE

GATTCTGTAATGTTCCAGCAACTGCAAACAGTAGCAATGCAGCATGGCCTC

GTGTCTGAGGACTTTGAAAGGCAGTTGGCATATTATGCTACTACCTGGACAA

GTAAAGACATACTAGAAGTATTGGCCATGATGCCTGGAAATAGAGCTCAAA

AGGAGTTAATTCAAGGGAAATTAAATGAAGAAGCAGAAAGGTGGAGAAGG

AATAATCCACCACCTCCAGCAGGAGGAGGATTAACAGTGGATCAAATTATG

GGGGTAGGACAAACAAATCAAGCAGCAGCACAAGCTAACATGGATCAGGC

AAGGCAAATATGCCTGCAATGGATAATAAATGCATTAAGAGCAGTAAGACA

TATGGCGCACAGGCCAGGGAATCCAATGCTAGTAAAGCAAAAAATGAATG

AGTCATATGAAGAATTTGCAGCAAGACTGCTAGAAGCAATAGATGCAGAGC

CAGTTACACAGCCTATAAAAGATTATCTAAAGATAACACTATCTTATACAA

ATGCATCAGCAGATTGTCAGAAGCAAATGGATAGAACACTAGGACAAAGA

GTACAACAAGCTAGTGTAGAAGAAAAAATGCAAGCATGTAGAGATGTGGG

ATCAGAAGGGT

>2361CE

GATTCTGTAATGTTCCAGCAACTGCAAACAGTAGCAATGCAGCATGGCCTC

GTGTCTGAGGACTTTGAAAGGCAGTTGGCATATTATGCTACTACCTGGACAA

GTAAAGACATACTAGAAGTATTGGCCATGATGCCTGGAAATAGAGCTCAAA

AGGAGTTAATTCAAGGGAAATTAAATGAAGAAGCAGAAAGGTGGAGAAGG

AATAATCCACCACCTCCAGCAGGAGGAGGATTAACAGTGGATCAAATTATG

GGGGTAGGACAAACAAATCAAGCAGCAGCACAAGCTAACATGGATCAGGC

AAGGCAAATATGCCTGCAATGGATAATAAATGCATTAAGAGCAGTAAGACA

TATGGCGCACAGGCCAGGGAATCCAATGCTAGTAAAGCAAAAAATGAATG

AGTCATATGAAGAATTTGCAGCAAGACTGCTAGAAGCAATAGATGCAGAGC

CAGTTACACAGCCTATAAAAGATTATCTAAAGCTAACACTATCTTATACAAA

TGCATCAGCAGATTGTCAGAAGCAAATGGATAGAACACTAGGACAAAGAGT

ACAACAAGCTAGTGTAGAAGAAAAAATGCAAGCATGTAGAGATGTGGGAT

CAGAAGGGT

166

>3596CE

GATTCTGTAATGTTCCAGCAACTGCAAACAGTAGCAATGCAGCATGGCCTC

GTGTCTGAGGACTTTGAAAGGCAGTTGGCATATTATGCTACTACCTGGACAA

GTAAAGACATACTAGAAGTATTGGCCATGATGCCTGGAAATAGAGCTCAAA

AGGAGTTAATTCAAGGGAAATTAAATGAAGAAGCAGAAAGGTGGAGAAGG

AATAATCCACCACCTCCAGCAGGAGGAGGATTAACAGTGGATCAAATTATG

GGGGTAGGACAAACAAATCAAGCAGCAGCACAAGCTAACATGGATCAGGC

AAGGCAAATATGCCTGCAATGGATAATAAATGCATTAAGAGCAGTAAGACA

TATGGCGCACAGGCCAGGGAATCCAATGCTAGTAAAGCAAAAAATGAATG

AGTCATATGAAGAATTTGCAGCAAGACTGCTAGAAGCAATAGATGCAGAGC

CAGTTACACAGCCTATAAAAGATTATCTAAAGCTAACACTATCTTATACAAA

TGCATCAGCAGATTGTCAGAAGCAAATGGATAGAACACTAGGACAAAGAGT

ACAACAAGCTAGTGTAGAAGAAAAAATGCAAGCATGTAGAGATGTGGGAT

CAGAAGGGT

>6900CE

GATTCTGTAATGTTCCAGCAACTGCAAACAGTAGCAATGCAGCATGGCCTC

GTGTCTGAGGACTTTGAAAGGCAGTTGGCATATTATGCTACTACCTGGACAA

GTAAAGACATACTAGAAGTATTGGCCATGATGCCTGGAAATAGAGCTCAAA

AGGAGTTAATTCAAGGGAAATTAAATGAAGAAGCAGAAAGGTGGAGAAGG

AATAATCCACCACCTCCAGCAGGAGGAGGATTAACAGTGGATCAAATTATG

GGGGTAGGACAAACAAATCAAGCAGCAGCACAAGCTAACATGGATCAGGC

AAGGCAAATATGCCTGCAATGGATAATAAATGCATTAAGAGCAGTAAGACA

TATGGCGCACAGGCCAGGGAATCCAATGCTAGTAAAGCAAAAAATGAATG

AGTCATATGAAGAATTTGCAGCAAGACTGCTAGAAGCAATAGATGCAGAGC

CAGTTACACAGCCTATAAAAGATTATCTAAAGCTAACACTATCTTATACAAA

TGCATCAGCAGATTGTCAGAAGCAAATGGATAGAACACTAGGACAAAGAGT

ACAACAAGCTAGTGTAGAAGAAAAAATGCAAGCATGTAGAGATGTGGGAT

CAGAAGGGT

>Animal02CE

GATTCTGTAATGTTCCAGCAACTGCAAACAGTAGCAATGCAGCATGGCCTC

GTGTCTGAGGACTTTGAAAGGCAGTTGGCATATTATGCTACTACCTGGACAA

GTAAAGACATACTAGAAGTATTGGCCATGATGCCTGGAAATAGAGCTCAAA

167

AGGAGTTAATTCAAGGGAAATTAAATGAAGAAGCAGAAAGGTGGAGAAGG

AATAATCCACCACCTCCAGCAGGAGGAGGATTAACAGTGGATCAAATTATG

GGGGTAGGACAAACAAATCAAGCAGCAGCACAAGCTAACATGGATCAGGC

AAGGCAAATATGCCTGCAATGGATAATAAATGCATTAAGAGCAGTAAGACA

TATGGCGCACAGGCCAGGGAATCCAATGCTAGTAAAGCAAAAAATGAATG

AGTCATATGAAGAATTTGCAGCAAGACTGCTAGAAGCAATAGATGCAGAGC

CAGTTACACAGCCTATAAAAGATTATCTAAAGCTAACACTATCTTATACAAA

TGCATCAGCAGATTGTCAGAAGCAAATGGATAGAACACTAGGACAAAGAGT

ACAACAAGCTAGTGTAGAAGAAAAAATGCAAGCATGTAGAGATGTGGGAT

CAGAAGGGT

>Pan5CE

GATTCTGTAATGTTCCAGCAACTGCAAACAGTAGCAATGCAGCATGGCCTC

GTGTCTGAGGACTTTGAAAGGCAGTTGGCATATTATGCTACTACCTGGACAA

GTAAAGACATACTAGAAGTATTGGCCATGATGCCTGGAAATAGAGCTCAAA

AGGAGTTAATTCAAGGGAAATTAAATGAAGAAGCAGAAAGGTGGAGAAGG

AATAATCCACCACCTCCAGCAGGAGGAGGATTAACAGTGGATCAAATTATG

GGGGTAGGACAAACAAATCAAGCAGCAGCACAAGCTAACATGGATCAGGC

AAGGCAAATATGCCTGCAATGGATAATAAATGCATTAAGAGCAGTAAGACA

TATGGCGCACAGGCCAGGGAATCCAATGCTAGTAAAGCAAAAAATGAATG

AGTCATATGAAGAATTTGCAGCAAGACTGCTAGAAGCAATAGATGCAGAGC

CAGTTACACAGCCTATAAAAGATTATCTAAAGCTAACACTATCTTATACAAA

TGCATCAGCAGATTGTCAGAAGCAAATGGATAGAACACTAGGACAAAGAGT

ACAACAAGCTAGTGTAGAAGAAAAAATGCAAGCATGTAGAGATGTGGGAT

CAGAAGGGT

>Pan7CE

GATTCTGTAATGTTCCAGCAACTGCAAACAGTAGCAATGCAGCATGGCCTC

GTGTCTGAGGACTTTGAAAGGCAGTTGGCATATTATGCTACTACCTGGACAA

GTAAAGACATACTAGAAGTATTGGCCATGATGCCTGGAAATAGAGCTCAAA

AGGAGTTAATTCAAGGGAAATTAAATGAAGAAGCAGAAAGGTGGAGAAGG

AATAATCCACCACCTCCAGCAGGAGGAGGATTAACAGTGGATCAAATTATG

GGGGTAGGACAAACAAATCAAGCAGCAGCACAAGCTAACATGGATCAGGC

168

AAGGCAAATATGCCTGCAATGGATAATAAATGCATTAAGAGCAGTAAGACA

TATGGCGCACAGGCCAGGGAATCCAATGCTAGTAAAGCAAAAAATGAATG

AGTCATATGAAGAATTTGCAGCAAGACTGCTAGAAGCAATAGATGCAGAGC

CAGTTACACAGCCTATAAAAGATTATCTAAAGCTAACACTATCTTATACAAA

TGCATCAGCAGATTGTCAGAAGCAAATGGATAGAACACTAGGACAAAGAGT

ACAACAAGCTAGTGTAGAAGAAAAAATGCAAGCATGTAGAGATGTGGGAT

CAGAAGGGT

>Pan12CE

GATTGTGTAATGTTCCAGCAACTGCAAACAGTAGCAATGCAGCATGGCCTC

GTGTCTGAGGACTTTGAAAGGCAGTTGGCATATTATGCTACTACCTGGACAA

GTAAAGACATACTAGAAGTATTGGCCATGATGCCTGGAAATAGAGCTCAAA

AGGAGTTAATTCAAGGGAAATTAAATGAAGAAGCAGAAAGGTGGAGAAGG

AATAATCCACCACCTCCAGCAGGAGGAGGATTAACAGTGGATCAAATTATG

GGGGTAGGACAAACAAATCAAGCAGCAGCACAAGCTAACATGGATCAGGC

AAGGCAAATATGCCTGCAATGGATAATAAATGCATTAAGAGCAGTAAGACA

TATGGCGCACAGGCCAGGGAATCCAATGCTAGTAAAGCAAAAAATGAATG

AGTCATATGAAGAATTTGCAGCAAGACTGCTAGAAGCAATAGATGCAGAGC

CAGTTACACAGCATATAAAAGATTATCTAAAGCTAACACTATCTTATACAA

ATGCATCAGCAGATTGTCAGAAGCAAATCGATAGAACACTAGGACAAAGA

GTACAACAAGCTAGTGTAGAAGAAAAAATGCAAGCATGTAGAGATGTGGG

ATCAGAAGGGT

169

Anexo 4. As sequências nucleotídicas parciais do gene pol de LVPRs geradas no

presente estudo encontram-se relacionadas abaixo:

>31RN

AAATTAAAAGGACTGACAGAAATAATAGATAAATTAGTGGAAGAAGGAAA

ACTAGGAAAAGCACCTCCACATTGGACATGTAATACTCCAATATTTTGCATA

AAAAAGAAGTCAGGAAAGTGGAGGATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAAT

AAACAAACAGAGGATTTAACAGAGGCACAGTTAGGACTTCCACATCCTGGG

GGCCTACAAAAGAAAAAACATGTTACAATATTGGACATAGGAGATGCATAT

TTCACTATACCCTTGTATGAACCCTATAGAGAGTACACATGTTTTACTCTATT

AAGTCCTAATAATTTGGGACCATGTAAAAGATATTATTGGAAAGTGCTGCC

ACAAGGGTGGAAGCTGAGTCCTTCTGTATATCAATTTACTATGCAAGAAATT

TTAGAGGATTGGATACAGCAACATCCAGAAATTCAATTTGGCATATATATG

GATG

>32CE

AAATTAAAAGGACTGACAGAAATAATAGATAAATTAGTGGAAGAAGGAAA

ACTAGGAAAAGCACCTCCACATTGGACATGTAATACTCCAATATTTTGCATA

AAAAAGAAGTCAGGAAAGTGGAGGATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAAT

AAACAAACAGAGGATTTAACAGAGGCACAGTTAGGACTTCCACATCCTGGG

GGCCTACAAAAGAAAAAACATGTTACAATATTAGACATAGGAGATGCATAT

TTCACTATACCCTTGTATGAACCCTATAGAGAGTACACATGTTTTACTCTATT

AAGTCCTAATAATTTGGGACCATGTAAAAGATATTATTGGAAAGTGCTGCC

ACAAGGGTGGAAGCTGAGTCCTTCTGTATATCAATTTACTATGCAAGAAATT

TTAGAGGATTGGATACAGCAACATCCAGAAATTCAATTTGGCATATATATG

GATG

>69LVCE

AAATTAAAAGGTCTAACAGAAATCATAGATAAATTAGTGGAGGAAGGAAA

ACTAGGAAAGGCACCCCCACATTGGACATGTAATACTCCAATCTTTTGCATA

AAAAAGAAATCAGGGAAGTGGAGAATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAA

CAAACAGACAGAAGATTTAACAGAAGCGCAGTTAGGACTCCCGCATCCGGG

AGGACTACAAAAGAAAAAACATGTTACAATATTGGACATAGGAGATGCATA

170

TTTTACTATACCCCTATATGAACCATATCGAGAGTACACATGTTTTACTCTAT

TAAGTCCTAATAATCTAGGACCATGTAAAAGATACTATTGGAAAGTGCTGC

CACAAGGTTGGAAATTGAGTCCATCTGTATATCAATTTACTATGCAGGAGAT

CTTAGAGGATTGGATACAGCAGCATCCAGAAATTCAATTTGGCATATATAT

GGATG

>137CE

AAATTAAAAGGTCTAACAGAAATCATAGATAAATTAGTGGAGGAAGGAAA

ACTAGGAAAGGCACCCCCACATTGGACATGTAATACTCCAATCTTTTGCATA

AAAAAGAAATCAGGGAAGTGGAGAATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAA

CAAACAGACAGAAGATTTAACAGAAGCGCAGTTAGGACTCCCGCATCCGGG

AGGACTACAAAAGAAAAAACATGTTACAATATTGGACATAGGAGATGCATA

TTTTACTATACCCCTATATGAACCATATCGAGAGTACACATGTTTTACTCTAT

TAAGTCCTAATAATCTAGGACCATGTAAAAGATACTATTGGAAAGTGCTGC

CACAAGGTTGGAAATTGAGTCCATCTGTATATCAATTTACTATGCAGGAGAT

CTTAGAGGATTGGATACAGCAGCATCCAGAAATTCAATTTGGCATATATAT

GGATG

>229CE

AAATTAAAAGGTCTAACAGAAATCATAGATAAATTAGTGGAGGAAGGAAA

ACTAGGAAAGGCACCCCCACATTGGACATGTAATACTCCAATCTTTTGCATA

AAAAAGAAATCAGGGAAGTGGAGAATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAA

CAAACAGACAGAAGATTTAACAGAAGCGCAGTTAGGACTCCCGCATCCGGG

AGGACTACAAAAGAAAAAACATGTTACAATATTGGACATAGGAGATGCATA

TTTTACTATACCCCTATATGAACCATATCGAGAGTACACATGTTTTACTCTAT

TAAGTCCTAATAATCTAGGACCATGTAAAAGATACTATTGGAAAGTGCTGC

CACAAGGTTGGAAATTGAGTCCATCTGTATATCAATTTACTATGCAGGAGAT

CTTAGAGGATTGGATACAGCAGCATCCAGAAATTCAATTTGGCATATATAT

GGATG

171

>237CE

AAATTAAAAGGTCTAACAGAAATCATAGATAAATTAGTGGAGGAAGGAAA

ACTAGGAAAGGCACCCCCACATTGGACATGTAATACTCCAATCTTTTGCATA

AAAAAGAAATCAGGGAAGTGGAGAATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAA

CAAACAGACAGAAGATTTAACAGAAGCGCAGTTAGGACTCCCGCATCCGGG

AGGACTACAAAAGAAATTACATGTTACAATATTGGACATAGGAGATGCATA

TTTTACTATACCCCTATATGAACCATATCGAGAGTACACATGTTTTACTCTAT

TAAGTCCTAATAATCTAGGACCATGTAAAAGATACTATTGGAAAGTGCTGC

CACAAGGTTGGAAATTGAGTCCATCTGTATATCAATTTACTATGCAGGAGAT

CTTAGAGGATTGGATACAGCAGCATCCAGAAATTCAATTTGGCATATATAT

GGATG

>1604MG

AAATTAAAAGGCCTAACAGAAATAATAGATAAATTAGTAGAAGAAGGAAA

ACTAGGAAAGGCACCTCCGCATTGGACATGTAATACTCCAATCTTTTGCATA

AGAAAGAAATCAGGGAAATGGAGAATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAA

CAAACAGACAGAAGATTTAACAGAAGCGCAGTTAGGACTCCCGCATCCGGG

AGGACTACAAAAGAAAAAACATGTTACAATATTGGACATAGGAGATGCATA

TTTTACTATACCCCTATATGAACCATATCGAGAGTACACATGTTTTACTCTAT

TAAGTCCAAATAACTTGGGACCATGTAAAAGATACTTTTGGAAAGTTTTGCC

TCAGGGTTGGAAACTGAGTCCATCTGTATATCAATTCACCATGCAGGAAATT

TTGGAAGATTGGATAAAACAACATCCAGAAATTCAATTTGGCATATATATG

GATG

>1625MG

AAATTAAAAGGTCTAACAGAAATCATAGATAAATTAGTGGAGGAAGGAAA

ACTAGGAAAGGCACCCCCACATTGGACATGTAATACTCCAATCTTTTGCATA

AAAAAGAAATCAGGGAAGTGGAGAATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAA

CAAACAGACAGAAGATTTAACAGAAGCGCAGTTAGGACTCCCGCATCCGGG

AGGACTACAAAAGAAAAAACATGTTACAATATTGGACATAGGAGATGCATA

TTTTACTATACCCCTATATGAACCATATCGAGAGTACACATGTTTTACTCTAT

TAAGTCCTAATAATCTAGGACCATGTAAAAGATACTATTGGAAAGTGCTGC

CACAAGGTTGGAAATTGAGTCCATCTGTATATCAATTTACTATGCAGGAGAT

172

CGTAGAGGATTGGATACAGCAGCATCCAGAAATTCAATTTGGCATATATAT

GGATG

>2239CE

AAATTAAAAGGTCTAACAGAAATCATAGATAAATTAGTGGAGGAAGGAAA

ACTAGGAAAGGCACCCCCACATTGGACATGTAATACTCCAATCTTTTGCATA

AAAAAGAAATCAGGGAAGTGGAGAATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAA

CAAACAGACAGAAGATTTAACAGAAGCGCAGTTAGGACTCCCGCATCCGGG

AGGACTACAAAAGAAAAAACATGTTACAATATTGGACATAGGAGATGCATA

TTTTACTATACCCCTATATGAACCATATCGAGAGTACACATGTTTTACTCTAT

TAAGTCCTAATAATCTAGGACCATGTAAAAGATACTATTGGAAAGTGCTGC

CACAAGGTTGGAAATTGAGTCCATCTGTATATCAATTTACTATGCAGGAGAT

CTTAGAGGATTGGATACAGCAGCATCCAGAAATTCAATTTGGCATATATAT

GGATG

>2361CE

GAATTAAAAGGTCTAACAGAAATCATAGATAAATTAGTGGAGGAAGGAAA

ACTAGGAAAGGCACCCCCACATTGGACATGTAATACTCCAATCTTTTGCATA

TACAAAGAATCAGGGAAGTGGAGAATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAAT

AAACAAACAGAGGATTTAACAGAGGCACAGTTAGGACTTCCACATCCTGGG

GGCCTACAAAAGAAAAAACATGTTACAATATTGGACATAGGAGATGCATAT

TTCACTATACCCTTGTATGAACCCTATCGAGAGTACACATGTTTTACTCTATT

AAGTCCTAATAATCTAGGACCATGTAAAAGATACTATTGGAAAGTGCTGCC

ACAAGGTTGGAAATTGAGTCCATCTGTATATCAATTTACTATGCAGGAGATC

TTAGAGGATTGGATACAGCAGCATCCAGAAATTCAATTTGGCATATATATG

GATG

>3596CE

AAATTAAAAGGTCTAACAGAAATCATAGATAAATTAGTGGAGGAAGGAAA

ACTAGGAAAGGCACCCCCACATTGGACATGTAATACTCCAATCTTTTGCATA

AAAAAGAAATCAGGGAAGTGGAGAATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAA

CAAACAGACAGAAGATTTAACAGAAGCGCAGTTAGGACTCCCGCATCCGGG

AGGACTACAAAAGAAAAAACATGTTACAATATTGGACATAGGAGATGCATA

TTTTACTATACCCCTATATGAACCATATCGAGAGTACACATGTTTTACTCTAT

173

TAAGTCCTAATAATCTAGGACCATGTAAAAGATACTATTGGAAAGTGCTGC

CACAAGGTTGGAAATTGAGTCCATCTGTATATCAATTTACTATGCAGGAGAT

CTTAGAGGATTGGATACAGCAGCATCCAGAAATTCAATTTGGCATATATAT

GGATG

>6900CE

AAATTAAAAGGTCTAACAGAAATCATAGATAAATTAGTGGAGGAAGGAAA

ACTAGGAAAGGCACCCCCACATTGGACATGTAATACTCCAATCTTTTGCATA

AAAAAGAAATCAGGGAAGTGGAGAATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAA

CAAACAGACAGAAGATTTAACAGAAGCGCAGTTAGGACTCCCGCATCCGGG

AGGACTACAAAAGAAAAAACATGTTACAATATTGGACATAGGAGATGCATA

TTTTACTATACCCCTATATGAACCATATCGAGAGTACACATGTTTTACTCTAT

TAAGTCCTAATAATCTAGGACCATGTAAAAGATACTATTGGAAAGTGCTGC

CACAAGGTTGGAAATTGAGTCCATCTGTATATCAATTTACTATGCAGGAGAT

CTTAGAGGATTGGATACAGCAGCATCCAGAAATTCAATTTGGCATATATAT

GGATG

>Animal02CE

AAATTAAAAGGTCTAACAGAAATCATAGATAAATTAGTGGAGGAAGGAAA

ACTAGGAAAGGCACCCCCACATTGGACATGTAATACTCCAATCTTTTGCATA

AAAAAGAAATCAGGGAAGTGGAGAATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAA

CAAACAGACAGAAGATTTAACAGAGGCGCAGTTAGGACTCCCGCATCCGGG

AGGACTACAAAAGAAAAAACATGTTACAATATAGAACATAGGAGATGCAT

ATTTTACTATACCCCTATATGAACCATATCGAGAGTACACATGTTTTACTCT

ATTAAGGCCTAATAATCTAGGACCATGTAAAAGATACTATTGGAAAATGCT

GCCACAAGGCTGGAAAGTGAGTCCATCGGCATATCAATTTACTATGCAGGA

GATCTTAGAGGATTGGATACAGCAGCATCCAGAAATTCAATTTGGCATATA

TATGGATG

>Pan5CE

AAATTAAAAGGTCTAACAGAAATCATAGATAAATTAGTGGAGGAAGGAAA

ACTAGGAAAGGCACCCCCACATTGGACATGTAATACTCCAATCTTTTGCATA

AAAAAGAAATCAGGGAAGTGGAGAATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAA

CAAACAGACAGAAGATTTAACAGAGGCGCAGTTAGGACTCCCGCATCCGGG

174

AGGACTACAAAAGAAAAAACATGTTACAATATTGGAACATAGGAGATGCAT

ATTTTACTATACCCCTATATGAACCATATCGAGAGTACACATGTTTTACTCT

ATTAAGTCCTAATAATCTAGGACCATGTAAAAGATACTATTGGAAAGTGAT

GCCACAAGGTTGGAAATTGAGTCCATCTGTATATCAATTTACTATGCAGGAG

ATCTTAGAGGATTGGATACAGCAGCATCCAGAAATTCAATTTGGCATATAT

ATGGATG

>Pan7CE

AAATTAAAAGGTCTAACAGAAATCATAGATAAATTAGTGGAGGAAGGAAA

ACTAGGAAAGGCACCCCCACATTGGACATGTAATACTCCAATCTTTTGCATA

AAAAAGAAATCAGGGAAGTGGAGAATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAA

CAAACAGACAGAAGATTTAACAGAGGCGCAGTTAGGACTCCCGCATCCGGG

AGGACTACAAAAGAAAAAACATGTTACAATATTGGACATAGGAGATGCATA

TTTTACTATACCCCTATATGAACCATATCGAGAGTACACATGTTTTACTCTAT

TAAGTCCTAATAATCTAGGACCATGTAAAAGATACTATTGGAAAGTGCTGC

CACAAGGTTGGAAATTGAGTCCATCTGTATATCAATTTACTATGCAGGAGAT

CTTAGAGGATTGGATACAGCAGCATCCAGAAATTCAATTTGGCATATATAT

GGATG

>SQSBCE

AAATTAAAAGGTCTAACAGAAATCATAGATAAATTAGTGGAGGAAGGAAA

ACTAGGAAAGGCACCCCCACATTGGACATGTAATACTCCAATCTTTTGCATA

AAAAAGAAATCAGGGAAGTGGAGAATGTTAATAGATTTCAGAGAATTGAA

CAAACAGACAGAAGATTTAACAGAGGCGCAGTTAGGACTCCCGCATCCGGG

AGGACTACAAAAGAAAAAACATGTTACAATATTGGACATAGGAGATGCATA

TTTTACTATACCCCTATATGAACCATATCGAGAGTACACATGTTTTACTCTAT

TAAGTCCTAATAATCTAGGACCATGTAAAAGATACTATTGGAAAGTGCTGC

CACAAGGTTGGAAATTGAGTCCATCTGTATATCAATTTACTATGCAGGAGAT

CTTAGAGGATTGGATACAGCAGCATCCAGAAATTCAATTTGGCATATATAT

GGATG

175

Anexo 5.Certificado de Bioética referente ao Capítulo I