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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES CURSO DE PEDAGOGIA PARFOR A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO INCENTIVO A LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ANA CRISTINA DO N MIRANDA MARINGÁ 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

CURSO DE PEDAGOGIA PARFOR

A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO INCENTIVO A LEITURA NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

ANA CRISTINA DO N MIRANDA

MARINGÁ

2016

1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

CURSO DE PEDAGOGIA PARFOR

A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO INCENTIVO À LEITURA NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC,

apresentado ao Curso de Pedagogia, como

requisito parcial para obtenção do grau de

licenciado em pedagogia.

Orientação: Profa. Me. Rubiana Brasilio

Santa Bárbara.

MARINGÁ

2016

2

ANA CRISTINA DO N MIRANDA

A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO INCENTIVO À LEITURA NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________

Profª Rubiana Brasilio Santa Bárbara (Orientadora) – UEM

___________________________________________________________

Profª

___________________________________________________________

Profª

Data da Aprovação __________/ __________/______

3

A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO INCENTIVO À LEITURA NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Ana Cristina do N Miranda

RESUMO

Contar histórias é uma arte que transmite e preserva valores culturais exercendo fascínio

sobre as pessoas. Ela possibilita enriquecer o vocabulário,ampliar o mundo de ideias e

conhecimentos,desenvolver a linguagem, permitindo que a criança sinta diferentes

emoções e principalmente desenvolva um comportamento de leitor. Mediante as histórias,

acontece o exercício de transformar palavras em imagens; suporte para a construção do

imaginário infantil.Buscamos responder às seguintes questões norteadoras: Há técnicas que

levem o contador de histórias a manter interessante sua narração? Qualquer pessoa pode se

tornar um contador de histórias?Assim, em primeiro momento a pesquisa aborda a

importância de contar histórias como processo primordial na formação do leitor e quais as

pessoas mediadoras importantes nesse processo. Em segundo momento, trata dos

elementos que compõem este ato, como os recursos da voz e da expressão, na

aprendizagem do saber ouvir e por fim, mas não esgotando as possibilidades, traz algumas

atividades práticas que possibilita ao professor aproveitar a contação de história para

explorar a percepção do aluno e estimular sua imaginação. Desta forma, por meio de

pesquisa bibliográfica este trabalho tem por objetivo refletir sobre as formas possíveis de

contar histórias.

Palavras-Chave: Contação de Histórias, Recursos, Prática de Ensino.

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ABSTRACT

Storytelling is an art that transmits and preserves cultural values exerting fascination on

people. It enables enrich the vocabulary , expand the world of ideas and knowledge ,

develop language , allowing the child to feel different emotions and especially develop a

player 's behavior. Through the stories happens exercise to transform words into images ;

support for the construction of the child's imagination . Thus, this study aims to reflect on

possible ways of telling stories , as well , by means of literature , we will seek to answer

the following guiding questions: There are techniques that take the storyteller to keep it

interesting your story? Anyone can become a storyteller? Thus, in the first instance we

discuss the importance of storytelling as a key process in the player's training and what are

the important mediators people in this process. n the second stage, we will treat the

elements that make up this act , as the resources of voice and expression, in learning to

listen and last but not exhausting the possibilities , we will bring some practical activities

that enable the teacher to take the storytelling to explore the perception of students and

stimulate their imagination . We conclude that in the context of early childhood education

to storytelling must have the appropriate pedagogical recognition and no longer be seen

only as an entertainment activity. By working this art in its breadth , we will contribute to

the practice of teachers in involving storytelling .

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1. INTRODUÇÃO

A Literatura Infantil é um instrumento de incentivo à leitura que diverte e educa

dentro das modalidades: contos de fada, fábulas, contos maravilhosos, lendas, biografias,

romances históricos, literatura documental ou informativa. Segundo Abramovich (1997), a

Literatura Infantil também possui a função de informar, pois remete a assuntos que

interpõem a vida cotidiana da criança, com questões como a morte, sexualidade, relações

familiares, frustações, os conflitos internos, as descobertas, enfim tudo o que faz parte da

curiosidade natural da criança.

Ao ouvir uma história a criança percebe o que seus personagens mostram: bondade

ou maldade, o bonitoe o feio, o poder e a fraqueza, isso facilita à criança a compreensão de

certos valores básicos da conduta humana ou do convívio social. Por meio deles a criança

irá incorporar valores que desde sempre regem a vida humana, expressando-se e expondo

as fantasias de seu mundo interior. Por meio de histórias as crianças, desenvolvem a

capacidade criadora antecipando o futuro hábito de leitura e despertando a curiosidade pelo

mundo em que vive.

Ouvir histórias permite descobrir um mundo imenso dos conflitos, das dificuldades,

dos impasses, das soluções, o qual todos atravessam e vivem de um jeito ou de outro.

Assim torna-se possível também desenvolver o potencial crítico da criança; ela poderá:

pensar, duvidar, questionar e sentir-se inquieta, querendo saber mais e melhor.

Inicialmente a contação de histórias ocorre pela fala, entretanto não exclusivamente através

da oralidade, também ocorre pela linguagem corporal, portanto, se constituindo na arte da

expressão e da voz. As expressões faciais, a dinâmica da voz, os gestos, mostram que a

contação de histórias engloba muitas outras coisas, além da fala.

Portanto, essa pesquisa se justifica pelo fascínio que tenho pelos livros a partir das

primeiras leituras feitas por meio de histórias bíblicas, a recordação das gravuras e a

entonação da voz que eram os únicos recursos usados pela professora da escola bíblica.

Não havia recursos variados, como temos à disposição hoje, entretanto era possível

imaginar um mundo de sonhos e fantasias. Esse contato com leituras continuava em casa

com livros, enciclopédias, gibis, revistas, jornais, isso despertou o prazer da leitura e, após

ser alfabetizada passou a ler histórias para os irmãos mais novos.

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A leitura possibilitou ouvir novas palavras, perceber diferentes ritmos e por isso,

agora, na condição de professora da Educação Infantil e como aluna da Pedagogia, busco o

estudo sobre o tema – Contação de História – como contribuição aos professores em

formação e aqueles que já atuam em sala de aula e que pouco utilizam o recurso de contar

histórias, muitas vezes porque ficam aguardando um recurso maravilhoso, ou porque não

possuem tempo para produzir um, ou porque ainda não sabem o poder que há nos recursos

da voz e da própria expressão.

Diante do exposto esse trabalho reflete sobre as formas possíveis de contar

histórias, assim, por meio de pesquisa bibliográfica, buscaremos responder às seguintes

questões norteadoras: Há técnicas que levem o contador de histórias a manter interessante

sua narração? Qualquer pessoa pode se tornar um contador de histórias?

Precisamos reconhecer inicialmente que o ato de contar história pode ser aprendido,

ninguém nasce sabendo contar histórias. Algumas pessoas sentem facilidade em

memorizar uma história e depois recontá-la para outras pessoas e isto é inegável, contudo,

ser um bom contador de histórias exigirá dedicação e trabalho. Para Junqueira (2015) o

narrador empresta a voz, o afeto, suas emoções e toda sua vivência no momento em que se

conta uma história, o que determina o estilo de cada contador.

Assim, em primeiro momento abordaremos a importância de contar histórias para a

formação integral da criança e como processo primordial na formação do leitor e quais são

as pessoas que estarão presentes nesse processo. Entendemos que o livro da criança que

ainda não lê é a história contada, seja pela família, que são os primeiros contadores de

história da criança ou o professor. Em segundo momento, trataremos dos elementos que

compõe o ato de contar histórias, como os recursos da voz e da expressão, na

aprendizagem do saber ouvir e por fim, mas não esgotando as possibilidades, traremos

algumas atividades práticas que possibilitem ao professor aproveitar a contação de história

para explorar a percepção do aluno e estimular sua imaginação.

Entendemos que a contação de histórias e seus recursos transformam a atuação

pedagógica do professor. Acreditamos que dentro do contexto da educação infantil ela

deve ter o devido reconhecimento pedagógico e deixar de ser vista apenas como uma

atividade de entretenimento. Ao trabalharmos esta arte em sua amplitude, contribuiremos

com a prática do professor no que envolve o ato de contar histórias.

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2. CONTAR HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI),

Brasil (1998, p.119), a linguagem oral se faz presente no dia adia e nas práticas das

instituições de Educação Infantil à medida que crianças e adultos se comunicam entre si,

expressando sentimentos e ideias.

Por meio da linguagem oral é possível comunicar ideias, pensamentos, intenções,

influenciar o outro e estabelecer relações interpessoais.Ao permitir que a criança fale, seja

contando uma situação que aconteceu com ela, dando um recado, explicando um jogo,

pedindo uma informação ou contando uma história, oportuniza-se que ela desenvolva suas

capacidades comunicativas de maneira significativa.

O RCNEI enfatiza que a construção da linguagem oral implica na verbalização e

negociação de sentidos estabelecidos entre pessoas que buscam comunicar-se. A criança

aprende a verbalizar por meio da apropriação da fala do outro, entretanto muito antes de se

expressarem pela linguagem verbal elas podem fazer-se compreender e compreender o

outro,por meio de sons expressivos, alterações de volume e ritmo ou funcionamento

dialógico das conversas nas situações de comunicação (BRASIL,1998, p.125).

A construção da linguagem oral não é direta, ocorre em um processo de

aproximações sucessivas com a fala do outro, nessas interações as crianças vão tentando

descobrir as regularidades que a constitui através dos recursos de que dispõem: histórias,

vocabulário familiar, entre outros. As falas infantis são, ainda, produto de uma perspectiva

muito particular, de um modo próprio de ver o mundo. O aumento das capacidades de

comunicação oral ocorre aos poucos, por meio de um processo de idas e vindas que

envolvem a participação das crianças nas conversas do dia a dia, em situações de escuta e

canto de músicas, brincadeiras e em situações formais de uso de linguagem, como aquelas

que envolvam a leitura de textos diversos (BRASIL,1998).

Assim, o professor ao selecionar a história para o momento da contação tem em

suas mãos o poder de oportunizaràs crianças construírem um sentimento de curiosidade

pelo livro, que se torna possível quando a escolha possui inteligibilidade e riqueza de texto.

A importância dos livros e demais portadores de textos é incorporada pelas crianças

quando o professor busca organizar um espaço aconchegante para o manuseio de livros,

permitindo que a criança “leia” em momentos organizados ou espontaneamente.

Oportunizar as crianças leva livros para casa para serem lidos juntamente com seus

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familiares é um fator interessante e deve ser considerado, já que compartilhar descobertas é

um fato positivo nas aprendizagens da criança, o que dá um sentindo mais amplo para a

leitura. Segundo o RCNEI “uma das tarefas da Educação Infantil é ampliar e integraras

crianças em contextos comunicativos para que ela se torne competente como falante”, para

tanto é imprescindível à ampliação da capacidade das crianças de utilizar a fala de maneira

competente em diferentes contextos (BRASIL,1998, v.3 p.135).

A ampliação do universo discursivo das crianças também se dá por meio do

conhecimento da variedade de textos e de manifestações culturais que expressam

modos e formas próprias de ver o mundo, de viver e pensar. Músicas, poemas,

histórias, bem como diferentes situações comunicativas, constituem-se num rico

material para isso. Além de propiciar a ampliação do universo cultural, o contato

com a diversidade permite conhecer e aprender a respeitar o diferente

(BRASIL,1998 p.139).

De acordo com o RCNEI, a [...] “a leitura de histórias é um instrumento para que a

criança possa conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e

comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o seu”

Uma boa leitura pode proporcionar informações culturais que despertam o prazer pela

leitura e alimentam a imaginação (BRASIL,1998, p.143).

Junqueira (2015) destaca que “[...] se queremos que as crianças melhorem suas

competências em leitura, precisamos fazer com que passem horas sobre as páginas

impressas [...]”, mas para chegar à fase em que a própria criança faz a leitura, ela precisa

ter contato anterior, assim, são importantes as leituras realizadas por meio da voz da mãe,

do pai, de um tio ou tia, dos avós contando um conto de fadas, trechos da bíblia, histórias

inventadas,livros atuais e curtinhos, poemas sonoros e outros mais.

De acordo com Abramovich:

É ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções importantes, como a

tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a

insegurança, a tranquilidade, e tantas outras mais, e viver profundamente tudo o

que as narrativas provocam em quem as ouve – com toda a amplitude,

significância e verdade que cada uma dela fez (ou não) brotar... Pois é ouvir,

sentir e enxergar com os olhos do imaginário (ABRAMOVICH, 1997, p. 17).

A melhor maneira de formar futuros leitores é despertar o encantamento para

inúmeras possibilidades que os livros oferecem. Abramovich(1997)assegura que é

importante para a formação da criança ouvir histórias, pois é o início da aprendizagem para

se tornar um futuro leitor.Mesmo as crianças maiores que já sabem ler, podem sentir

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grande prazer no ouvir histórias. Esse pode ser um momento de gostosura, de prazer, de

divertimento, de encantamento.

Na Educação Infantil a contação de histórias estimula a imaginação, o desenhar, o

musicar, o teatrar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo.Conforme

Junqueira(2015) o contador de histórias no início da humanidade era prestigiado e

respeitado sendo portador de conhecimentos importantes para a vida das pessoas e

conhecedor dos fatos históricos do povo, isso geralmente lhe rendia títulos como de sábio,

xamã, conselheiro, curandeiro ou mestre.

Nossos antepassados de tradição oral, por exemplo, se utilizam da narração de

contos para repassar de geração a geração toda a sabedoria e todo conhecimento

adquirido e acumulado pelo povo, ao longo do tempo [...] da boca desses

narradores, ou seja, do próprio povo é que ensinamentos, valores, costumes,

organização social, memória e identidade coletiva eram passados, armazenados e

transmitidos a seus descendentes(JUNQUEIRA, 2015, p.19)

Ainda Junqueira (2015) acredita ser possível afirmar que o contato com as mais

diversas histórias, permitiu uma evolução aos seres humanos e por fazer parte da

experiência humana, tornaram-se essencial ao seu desenvolvimento. Os responsáveis pela

disseminação e difusão dessas narrativas desde a antiguidade[...]são os contadores de

histórias, outras pessoas mais velhas consideradas sábias. Na atualidade esse contador

como já mencionado anteriormente, pode ser pessoas da família que são os responsáveis

pelo primeiro contato da criança com o mundo dos livros.

Na Educação Infantil a arte de contar histórias fica sob a responsabilidade do

professor que fará o papel do mediador, o qual por meio da contação terá em suas mãos o

poder de tornar o momento de ouvir histórias, prazeroso ou não para a criança que ouve.

Segundo Lorenzo Tébar:

O mediador se interpõe entre os estímulos ou a informação exterior para

interpretá-la e avaliá-las. Assim, o estímulo muda de significado, adquire um

valor concreto e cria no indivíduo atitudes críticas e flexíveis.(...) A mediação é a

ação intermediadora entre as pessoas e a realidade (TÉBAR, 2011, p.77).

Para Tébar (2011, p.77) a mediação na educação integra três elementos: o educador

e toda pessoa que promove um desenvolvimento, o aluno e o saber. O educador é quem

regula as aprendizagens, favorecendo o processo proporcionando uma relação de ajuda

facilitadora de aprendizagens ajudando a organizar o contexto em que o sujeito se

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desenvolve. Ele faz ainda uma colocação dizendo que o mediador é o primeiro a ser

transformado, sendo o que mais necessita de mudança para atingir o educando. Ressalta

que a ausência de mediação cria privação cultural e subdesenvolvimento das capacidades

do indivíduo, sendo importante a mediação na etapa da Educação Infantil.Enquanto a

história é narrada, o professor mediador é quem interage elaborando formas e jeitos de

articular as palavras dando vida aos personagens no intuito de trazer para si a atenção da

criança.

Benjamin (1986, p. 57 apud Junqueira, 2015, p.20) ao escrever O Narrador:

observações sobre a obra de Nikolai Leskou -deixou transparecer a preocupação com o ato

de narrar:

[...] a arte de narrar caminha para o fim. Torna-se cada vez mais raro o encontro

com pessoas que sabem narrar alguma coisa direito. É cada vez mais frequente

espalhar-se em volta o embaraço quando se anuncia o desejo de ouvir uma

história.É como se uma faculdade, que nos parecia inalienável, a mais garantida

entre as coisas seguras, nos fosse retirada. Ou seja: a de trocar experiências.

(BENJAMIM, 1986)

Entretanto conforme Junqueira (2015, p. 25), ao inverso do que previa Benjamin, a

arte de contar histórias renasce com força na contemporaneidade e ganha outros espaços

em teatros, bibliotecas, instituições escolares, obtendo prestígios, principalmente, ao que se

refere ao processo de formação do leitor.Junqueira (2010) coloca que,a criança na relação

com o texto literário, apropria-se da cultura e das especificidades desse gênero, de sua

identidade, ainda, da diversidade de gêneros literários sob uma mesma categoria: a poesia,

o conto, a novela, a crônica e outros. E sendo possível entender o pequeno leitor, da

Educação Infantil ou ensino fundamental como um sujeito que se apropria da cultura,

lidando com enunciados concretos, cheio de vidas da literatura infantil, que desenvolve

com isso sua imaginação, quanto mais intensa for essa apropriação, mais imaginação

desenvolverá.

Junqueira (2010, p. 29) enfatiza que imaginação e prazer estão articulados, sendo

assim, as histórias literárias são necessárias para dar asas à imaginação natural e inerenteao

universo infantil levando ao prazer de ler, seduzindo o pequeno leitor a se tornar na idade

adulta um “prisioneiro feliz da leitura”.Discutida a importância de contar histórias no

universo infantil, traremos no tópico seguinte a utilização de recursos possíveis com o

intuito de enriquecer o momento da contação.

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3.CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: OS RECURSOS DA VOZ E DA EXPRESSÃO

Tendo em vista que a leitura e a contação de histórias contribuem para desenvolver

o ato de ler, como prática histórica e culturalmente constituída, necessário se faz pensar nas

implicações pedagógicas decorrentes, uma vez que estão mais relacionadas à formação dos

ouvintes, do que a dos leitores, conforme descreve Junqueira (2015, p.8),segundo ela “[...]

o ato de ler surge como necessidade mediante o desafio de criar a melhor performance da

leitura oralizada para o outro-plateia” [...].

Cada narrador possui seu estilo próprio e a técnica com a qual mais se identifica.Ao

abrir um livro existe um universo de possibilidades; cada narração se tornará um momento

único, o narrador poderá utilizar o recurso que julgue adequado para cada contação; ou o

que mais se identifique com a história escolhida, assim poderá passar surpresas e alegrias

para quem a ouve, segundo Junqueira:

O importante é que esses recursos sejam usados com naturalidade: que o efeito

se estabeleça fluidamente, sem corrermos o risco de que algum adereço mais

complicado afaste nossa atenção e a das crianças do mais importante, a história

(...) é importante que os elementos cênicos utilizados estejam em harmonia com

o universo simbólico do conto (...) uma antiga moeda tirada do bolso pode ser

um bom ponto de partida para um conto (...) como Dona Baratinha (...)Uma

pequena onça ou tamanduá escavado em madeira pode ajudar as crianças a

entrarem no mundo do conto indígena (JUNQUEIRA, 2015, p.23)

Uma narração bem feita pode marcar para sempre a vida do ouvinte. Então, para

cada história a ser contada é importante um planejamento anterior.Para Junqueira (2015) a

escolha do repertório é o primeiro e mais importante passo a ser dado pelo narrador, que

deve inclusive respeitar a faixa etária das crianças que irão ouvir a história que deve ser

estudada para haver compreensão do enredo seguido da escolha do recurso e a técnica mais

adequada para apresentar a seus ouvintes.

Silva (1986,p.21, apud Junqueira, 2015, p.22) comenta, “estudar uma história é, em

primeiro lugar, divertir-se com ela, captar a mensagem que nela estáimplícita e, em seguida

após algumas leituras, identificar elementos essenciais que constituem a sua

estrutura”.Explorar o corpo durante a narração é importante, já que ele se torna uma

ferramenta essencial para o narrador, caminhar com passos firmes, utilizar os braços, as

mãos, os olhos, variedadesde expressões faciais e posicionar-se em diversos planos,

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permite ao narrador ganhar a platéia durante o momento da narração.Girardello (2008, p.

126-127 apud Junqueira 2015,p.25) retratam que, tanto a narração oral como a leitura em

voz alta proporcionam aos ouvintes momentos de prazer e catarse, não sendo necessárias

oposição ou competição entre as histórias contadas ou impressas.

Muitas professoras leem em voz alta para seus alunos, mas não se animam a

contar histórias sem o apoio dos livros. Outras, ao contrário, sempre contam

histórias, mas raramente leem para as crianças, como se ler fosse uma forma

pobre de comunicação com elas do que a narração cênica. Cada forma tem seu

próprio valor, sua força estética, e é importante que ambas façam parte da vida

da sala de aula .(Girardello 2008, p. 126-127 apud Junqueira

2015,p.25)

Junqueira (2015,p.21) nos lembra que apesar da contação de histórias fazer parte do

cotidiano escolar, muitos professores questionam: Como contar? O que contar? Pra quem

contar? Quando contar? As dúvidas encontradas pelos professores são relacionadas ao

aprendizado de técnicas, treino, estudo e planejamento das histórias que serão contadas.

Aspectos importantes são destacados por Junqueira (2015) como o cuidado com a

voz e expressão corporal. No momento da narração é necessário tomar o devido cuidado

para que a modulação da voz seja feita de acordo com as intenções daquilo que se quer

comunicar, a pronuncia das palavras devem ser feitas de maneira clara, de modo que cada

sílaba que compõe as palavras possa fazer sentido a quem as ouve. Deve-se dar atenção ao

espaço entre uma palavra e outra, tomando o cuidado de não emendar as palavras de uma

mesma frase. De posse de tais informações, o narrador tem o poder de fazer o ouvinte

viajar na fantasia embarcando no mundo encantado das palavras.Junqueira continua a

enfatizar que o domínio da expressão corporal, é também fundamental. Os gestos usados

durante as narrativas permitem o diálogo direto com o que é narrado, funcionando como

uma extensão da história. Vamos a partir de agora comentar a respeito de alguns recursos

para a contação.

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3.1 A voz

Para uma boa contação de história deve-se tirar maior proveito da voz, usar

corretamente a dicção, o volume, a velocidade, a tonalidade e o vocabulário. O sucesso da

narração deve-se muito a capacidade de utilizar-se da voz de forma eficiente.Por meio da

voz os enredos são materializados dando vida às imagens do texto que os ouvintes da

narração criam durante a contação. Cada pessoa produz o som de sua voz com

característica única, o timbre, também tem a potência em termos de volume e amplitude.

Mesmo que o contador de história acredite não ter uma boa voz para a contação, cada qual

possui condições de melhorar a qualidade da produção dos sons da voz.

As expressões do corpo, os gestos, o ritmo e a entonação de voz

imprimemsentidos às palavras e desvelam para o ouvinte as emoções por trás do

texto (...) na narrativa oral, o que se quer é a interação imediata do ouvinte. A

linguagem é espontânea, cria-se o texto junto com o auditório, ou seja, as reações

do ouvinte são fundamentais para o desenvolvimento da narrativa.No caso do

contador de histórias, esse é um aspecto importante para ter em conta (MATOS,

2005,Apud JUNQUEIRA, 2015, p. 24).

Cada ambiente exigirá uma tonalidade diferenciada de voz, o que necessita ser

avaliado pelo narrador no momento e local que será feita a contação. Falar alto demais ou

muito baixo é prejudicial na compreensão da história. É propicio a adaptação do tom da

voz de acordo com o ambiente procurando manter volume igual do início ao fim da

história. Segundo Dohme (2000, apud Cintia Cesar, Magalhães, Pereira, Leite, 2012, p.36)

é preciso pensar na velocidade em que será contada a história, certo de que cada narrador

possui uma velocidade no falar, sendo uma característica pessoal de cada pessoa.

Continuando a autora esclarece que adotar estereótipos ajuda o ouvinte a compreender

melhor a narração, como por exemplo: usar a fala suave para imitar a voz da princesa ou

falar com o som da voz mais forte quando o personagem é um homem corajoso, cada

personagem na narrativa poderá ter características de voz próprias. A voz pode ser

considerada o instrumento principal do narrador que sabendo usá-la tem uma ferramenta

poderosa para prender a atenção das crianças.

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3. 2 Expressão Corporal

É fundamental para o narrador ter domínio da expressão corporal, tomando sempre

o devido cuidado para não exceder os movimentos, que em demasia acarretam poluição

visual, contribuindo para a dispersão da platéia que ouve a história. Junqueira (2015, p. 23)

retrata que a expressão corporal é fundamental durante as narrativas, pois os gestos feitos

durantes as narrativas, darão suporte direto com o que é narrado, auxiliando na

visualização do que está sendo narrado.A seguir com base em Junqueira (2015) seguirão

algumas sugestões de recursos para enriquecer o momento da contação de histórias.

3.3 Circuito

Esta técnica chamada “Circuito Literário” é feita com a participação direta das

crianças, que atuam como protagonistas do enredo ou auxiliando o personagem principal

que vai avançando durante o processo da narrativa. Segundo a autora o circuito literário é

comparado a um jogo de tabuleiro, em que o cenário é montado em formato de casa, os

dados são os desafios, as ações da história e os personagens são os peões. Conforme o peão

principal vence, novas ações acontecem até chegar ao final do enredo.

3.4 Técnicas de Sombras

Junqueira (2015) assegura que o teatro de sombras é uma arte milenar chinesa que,

a partir de figuras ou bonecos que são manipulados em frente a uma fonte de luz, projeta

uma sombra em uma parede ou suporte posicionado depois da luz. A ação da narrativa se

dá por meio de movimentos feitos pelo manipulador/contador.

3.5 A Simples Narrativa

Esta é uma técnica simples e uma das mais fascinantes de todas as formas de contar

histórias, antiga, tradicional e uma autentica expressão do contador de histórias. Pode ser

utilizada em qualquer espaço e aplicada a todas as idades, sem necessitar de recursos,

instrumentos ou objetos para dar vida a narrativa.

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3.6 Tapete que Conta uma História

Esta é também outra técnica milenarmente conhecida, e há muito tempo esquecida

pelas salas de aula. Para esta técnica é preciso planejamento antes de executar o momento

da contação, é necessário identificar os elementos que compõem a narrativa como:

introdução, enredo, clímax e desfecho, assim, fica garantida a compreensão do espectador

durante o desenrolar da trama O tapete é uma técnica que permite proximidade e contato

único entre o que conta e o que ouve. Portanto a postura do contador faz toda diferença no

momento da contação. O tapete pode ser confeccionado em tamanhos e formatos diferente

e ser composto por um ou vários cenários que poderão ser retirados e usados em outras

histórias.

3.7 Flanelógrafo

Este instrumento é um quadro de forma retangular em madeira, compensado ou

papelão grosso, com a face coberta de flanela da cor da preferência do contador ou

conforme as gravuras que vai usar durante a contação. Os personagens que serão utilizados

durante a historia poderão ser de E.V.A ou cartolina. Durante a contação as gravuras vão

sendo montadas no flanelógrafo. Entre tantos recursos incríveis para se contar uma

história, propomos algumas técnicas de contação que obtiveram resultados positivos

quando usados nas contações de histórias.

Trouxemos alguns materiais e recursos utilizados para a contação de histórias,

agora trataremos de algumas formas desenvolvidas pela própria autora enfatizando o uso

da voz e das expressões corporais.

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4. CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: RECURSOS POSSÍVEIS

Junqueira (2015, p.23) comenta que além da voz e da expressão corporal, o

narrador traz ao momento da narração suas emoções e a maneira que vê o mundo, isso

influencia diretamente o modo como cada um conta suas histórias.

[...] não existe um único jeito de ser um bom contador de histórias. Cada um de

nós tem seu estilo pessoal (...) quando o professor se encontra, se descobre como

contador as relações entre seus alunos/ouvintes e o texto narrado se fortalecem.

(SISTO 2001, p.145, apud JUNQUEIRA, 2015, p.23).

Cada contador de história ao preparar o momento da contação poderá escolher sua

dinâmica que considere mais adequada; acrescentar a ela os recursos da voz e expressões

corporais usando também a criatividade, como descreve Haetinger (2012,p.21) que a “[...]

criatividade é a capacidade humana de gerar novas ideias ou ações [...],” conseguindo

entãoarrebatar sua plateia durante sua narração. Para ele:

[...] a criatividade [...] uma valência importante para a atividade intelectual, a

socialização e a aprendizagem.As práticas criativas favorecem as relações de

expressão e a formação de vínculos (vinculo entre o aluno e sua evolução,

vínculos com os colegas, vínculos ente professores e alunos) geram motivação e

potencializam o aprender (HAETINGER, 2012, p.16).

A leitura como prática pedagógica oferece justamente a oportunidade de inserir no

mundo diversificado e plural da cultura humana o pequeno leitor que envereda pela

aprendizagem de um milenar instrumento cultural, como cita Junqueira (2015,p.28).Ao

fazer uso das diferentes dinâmicas que favoreçam a voz e a expressão corporal, o professor

tem a possibilidade de atingir diferentes faixas etárias com uma mesma literatura.

Iniciemos com algumas literaturas, como o “Cabelo de Lelê” de Valéria Belém.

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A história foi narrada para crianças na Educação Infantil na faixa etária de 2 a 4

anos. A professora-contadora se produziu como a personagem do livro “LELÊ”, (cabelo

afro, imitou com tinta a pele negra por todo o corpo). Durante a contação a personagem

ganhou vida e dialogou com a turma contando tudo o que lhe afligia; como por exemplo, o

sofrimento por não gostar de seu cabelo afro. O recurso da voz foi usado durante a

narração, pois, a personagem ora se irritava e falava alto, ora se entristecia e a voz

apresentava-se melancólica, enfim toda a intensidade da história ficou sob a dinâmica da

voz. As crianças por sua vez acreditavam estar realmente diante de LELÊ, e com ela

sorriram, entristeceram-se, ficaram sérios, e puderam compreender o motivo do desespero

inicial da personagem.

Acervo da autora

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Em outro momento a mesma história foi contada para atingir um público com

crianças já alfabetizadas. A história foi transformada na versão cinema-mudo. O ambiente

onde aconteceu a narração transformou-se em vários cenários com diferentes objetos, os

quais estavam descritos na história. A professora-contadora transformou-se em LELÊ e

entrou na sala ao som da música Charlie Chaplin - A FilmJohnnie. Ao fundo do cenário,

por meio de slids mostravam a fala da cena que estava acontecendo (exatamente como

acontece nos filmes de cinema mudo de Charlie Charplin). A personagem percorre por

todo o cenário contando a história por meio de expressões faciais intensas, como a música

é animada a personagem fala das suas angustias sempre gesticulando muitode um lado para

outro.Da mesma forma que acontecera na versão citada anteriormente a plateia participou

ativamente das frustrações da personagem, sorrindo, mostrando curiosidade, entristecendo,

enfim apesar de ter a necessidade de fazer a leitura enquanto se acompanha os movimentos

da personagem, todos conseguiram acompanhar a história.

Junqueira (2015, p.18) comenta que “[...] ao ouvir uma história envolvente

possibilita aos pequenos leitores não apenas o desenvolvimento da imaginação e

criatividade, sobretudo a vivencia de personagens e a elaboração de possíveis conflitos

internos, presentes na faixa etária dos pequeninos”, isso se encaixa perfeitamente na

história: “O PAVÃO DO ABRE-E-FECHA” de Ana Maria machado.

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Na história são relatados conflitos vivenciados pelo pavão que identificam-se com

alguns dos conflitos também vivenciados pelas crianças, como sentir-se feio ou bonito em

determinadas situações, a história trabalha questões relacionadas a auto-estima.A

professora contadora percebeu que existe a possibilidade de contar essa história de

maneiras diferentes dependendo do público que irá ouvir.Para uma turma de crianças com

a faixa etária de 8 meses à 2 anos, foi usado um pequeno pavão confeccionado com papel

dobradura, que a contadora movimentava durante a contação.

Acervo da autora

Em outro momento, para a mesma história,foi usado um pequeno leque, mas nas

duas situações privilegiou o recurso da voz para dar vida à narração.Para outra situação,

para uma platéia com muitos alunos, a professora-contadora usou um recurso visual maior.

Um grande guarda-chuva transformou-se no personagem do pavão, e conforme a situação

em que se encontrava o personagem da história, o guarda abria e fechava. Apesar de terem

sidos usados os recursos visuais a professora-contadora enfatiza o uso da voz como seu

recurso primordial, o que leva os ouvintes a sentirem-se parte da história.

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Acervo da autora

Na história “Fraca Fracola, Galinha D’Angola” de Sylvia Orthof, usei a

caracterização, entretanto o recurso da voz e expressões corporais formar a base para dar

vida a personagem que tem como característica sempre reclamar de tudo.

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Acervo da autora

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo buscou abordar a contação de histórias como instrumento

incentivador ao processo de formação do pequeno leitor, partindo da concepção de que a

história, quando bem executada, torna-se um caminho para a estimulação ao ato de

ler.Entende-se que a literatura infantil possui lugar de destaque no desenvolvimento da

criança, pois quando as mesmasentram em contato com as histórias desenvolvem mais a

imaginação, a criatividade, a capacidade de discernimento e crítica.

Deste modo, percebemos a literatura infantil como recurso significativo na

aprendizagem e desenvolvimento dos alunos. As histórias além de encantar provocam

reações conscientes e inconscientes nas crianças, necessários na rotina da educação

infantil. No momento de contação da história a figura do mediador é essencial, pois, é ele

quem cria uma conexão entre o texto narrado e quem o ouve, para isso é necessário todo

um planejamento anterior, como a escolha do repertório, preparação do ambiente, bem

como analisar a entonação da voz e expressões corporais promovendo assim um momento

interessante de aprendizagem e prazer durante a narração.

Mediante essa ação, que deve ser feita com zelo e cuidado, defende-se o uso de dois

recursos essenciais para o sucesso da contação de histórias: a voz e as expressões

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corporais, os quais aliados a outros recursos podem enriquecer grandemente o processo da

narrativa.

Desta forma, é importante que os recursos da voz e expressão corporal sejam

usados com naturalidade, assim o efeito acontecerá fluidamente, sem que o contador corra

o risco de usar algum adereço que passe sua história de protagonista a coadjuvante durante

a contação.

Por meio da voz são materializados os enredos e as imagens do texto são criadas na

mente dos ouvintes e que por meio da expressão corporal e possível a visualização do que

esta sendo narrado,acreditamos que,existem sim técnicas possíveis de tornar uma história

muito mais interessante no momento da contação. Usar uma caracterização do personagem

principal da história ou um objeto que possa transformar-se no personagem, aliado aos

recursos da voz e expressões corporais dará ao professor-contador um recurso incrível para

ganhar toda a atenção necessária no momento da contação.

Contar histórias é uma expressão artística que dialoga em várias direções, para isso

é necessário ter percepção, saber direcionar o olhar e a compreensão dos ouvintes,

conseguindo trazê-los para dentro do mundo das histórias. Tudo isso pode ser aprendido

por meio de trocas de experiências com narradores que já dominam estes saberes,

acreditamos então que toda pessoa que esteja disposta a trilhar esse caminho de

aprendizagens buscando conhecer as técnicas e recursos disponíveis dentro de seu estilo

poderá vir a se tornar um contador de histórias. Entendemos que ninguém nasce contador

de histórias, embora algumas pessoas tenham uma facilidade natural para tal, podemos sim

nos tornar contadores.

A arte de contar histórias necessita de vivência e experiência que só serão

adquiridas ao longo do tempo e somente com a prática o trabalho com as narrativas

sofrerão um salto qualitativo; cada pessoa tem seu estilo pessoal e com o tempo se

intensifica no corpo e na alma do contador conduzindo-o a determinada originalidade.

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REFERENCIAS:

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Aparecida Marques. RevistaInteração. As Contribuições da Contação de Historias como

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HAETINGER, Max Gunther. Aprendizagem criativa: educadores motivados para

enfrentar os desafios do novo século: educação a distancia, redes de aprendizagem,

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JUNQUEIRA Renata de Souza...[et al.] (organizadoras). A arte narrativa na infância:

práticas para o teatro e a contação de histórias.Campinas, SP: Mercado de Letras, 2015.

JUNQUEIRARenata de Souza...[et al.] (organizadoras). Ler e compreender: estratégias

de leitura. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2010.

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