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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA PRISCILA VIÑAL MEIRELES AVALIAÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ADOTADA NAS CAPITAIS BRASILEIRAS: BELO HORIZONTE, PORTO ALEGRE, SALVADOR E SÃO PAULO. FEIRA DE SANTANA 2008

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

PRISCILA VIÑAL MEIRELES

AVALIAÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL DOS RESÍDUOS DA

CONSTRUÇÃO CIVIL ADOTADA NAS CAPITAIS BRASILEIRAS: BELO

HORIZONTE, PORTO ALEGRE, SALVADOR E SÃO PAULO.

FEIRA DE SANTANA

2008

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PRISCILA VIÑAL MEIRELES

AVALIAÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL DOS RESÍDUOS DA

CONSTRUÇÃO CIVIL ADOTADA NAS CAPITAIS BRASILEIRAS: BELO

HORIZONTE, PORTO ALEGRE, SALVADOR E SÃO PAULO.

FEIRA DE SANTANA

2008

Trabalho de Conclusão de Curso destinado à

Disciplina Projeto Final II, do Curso de

Engenharia Civil da Universidade Estadual de

Feira de Santana, sob a orientação da Profª.

Drª. Sandra Maria Furiam Dias.

Professora: Eufrosina de Azevedo Cerqueira

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PRISCILA VIÑAL MEIRELES

AVALIAÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL DOS RESÍDUOS DA

CONSTRUÇÃO CIVIL ADOTADA NAS CAPITAIS BRASILEIRAS: BELO

HORIZONTE, PORTO ALEGRE, SALVADOR E SÃO PAULO.

Trabalho de Conclusão de Curso, destinado à Disciplina Projeto Final II, apresentado

ao Departamento de Tecnologia, da Universidade Estadual de Feira de Santana, para obtenção

da graduação de Bacharel em Engenharia Civil.

Feira de Santana, BAHIA, 16 de abril de 2008.

Orientadora: Professora Dra. Sandra Maria Furiam Dias

Universidade Estadual de Feira de Santana

Professora Aurea Chateaubriand A. Campos

Universidade Estadual de Feira de Santana

Professor Luciano Mendes Souza Vaz

Universidade Estadual de Feira de Santana

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DEDICATÓRIA

Para meu pai, por todo empenho e carinho durante estes anos de dedicação à formação

profissional.

Aos meus irmãos, meus eternos companheiros na estrada da vida.

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AGRADECIMENTOS

Ao Criador do Universo pela realização de belíssima obra.

A minha família pelo apoio prestado durante o desenvolvimento do trabalho.

A Alison pelo que muito colaborou e me incentivou com suas palavras de

simplicidade e sabedoria.

Aos professores: Aurea C. A. Campos, Luciano M. S. Vaz e Sandra M. F. Dias, que

contribuíram para o aprimoramento deste trabalho.

Aos funcionários das Prefeituras envolvidas na pesquisa que atenderam ao telefone e

responderam correspondência eletrônica fornecendo informações que enriqueceram e deram

veracidade ao conteúdo da pesquisa.

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RESUMO

Buscar soluções para a problemática que envolve os resíduos sólidos urbanos é um dos

principais desafios encontrados atualmente pela sociedade. Neste contexto, este trabalho

buscou avaliar a gestão municipal dos resíduos da construção civil nas capitais: Belo

Horizonte, Porto Alegre, Salvador e São Paulo, no qual fosse descrito todos os pontos

positivos e negativos das experiências e, através das diretrizes estabelecidas pela Resolução

Conama 307, fosse avaliado o sistema de gestão municipal dos resíduos da construção civil

nas cidades em estudo. O trabalho se desenvolveu a partir de referencial teórico e informação

verbal fornecida por agentes envolvidos, além de mensagens pessoais via e-mail. Com isso foi

possível verificar como era realizado o gerenciamento destes resíduos, identificar as

informações pertinentes aos pontos favoráveis e avaliar, de acordo com a Resolução Conama

307, a gestão municipal. Tanto nas pesquisas realizadas através de trabalhos desenvolvidos

nas capitais, quanto nas informações obtidas sobre o destino dado a estes resíduos pelas

Prefeituras das mesmas e pessoas envolvidas, se destaca o papel fundamental que as políticas

públicas possuem de regulamentar e combater a má destinação dos resíduos. A análise entre

as situações observadas nas capitais revelou que há obstáculos a serem superados, dos quais:

priorizar o desenvolvimento do Plano Integrado de Gerenciamento pelas Prefeituras, possuir

uma legislação ampla e eficaz e proporcionar uma correta aplicação da verba destinada ao

meio ambiente. Diante disso, recomendações foram feitas visando auxiliar os municípios

numa gestão sustentável dos resíduos de construção e demolição, contemplando aspectos

operacionais, legislativos, e de conscientização ambiental.

Palavras-chave: Resíduos da Construção Civil; Gestão Sustentável dos Resíduos da

Construção e Demolição; Legislação.

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ABSTRACT

Seek for solutions to the problems involving solid waste is one of the main challenges faced

today by the society. In this context, this study aimed to evaluate the local waste management

from construction in the following Brazilian cities: Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador

and São Paulo, in which was described all the positive and negative experiences, and through

the guidelines established by the Resolution Conama 307, was assessed the management

system of local waste from construction in the municipalities under study. The work has been

developed from theoretical reference and information provided by involved professionals, as

well as personal messages via e-mail. Therefore it was possible to check the waste

management system, identify the relevant favorable information and evaluate, according to

Resolution Conama 307, the local management. Both in researches conducted through the

work in the Brazilian capitals studied, and in information obtained about the future to these

waste by the local Government and from the people involved, stands out the key role that

public policies have to regulate and combat bad destination of the waste. The analysis about

the situation in those cities revealed that there are obstacles to be overcome, including:

prioritizing the development of the Integrated Management Plan by the local Government,

building a broad and effective legislation and providing the correct applicability for the

money that should be invested in the environment. For that reason, recommendations were

made seeking assist the cities to do a sustainable waste management for construction and

demolition, covering operational and legislative aspects and environmental awareness.

Keywords: Construction Waste; Sustainable Construction and Demolition Waste

Management; Legislation.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Diagrama dos impactos gerados pelo destino inadequado dado aos Resíduos

da Construção Civil.............................................................................................................20

Figura 02 – Localização das Capitais Brasileiras escolhidas para realização da

pesquisa...............................................................................................................................23

Figura 03 – Figura esquemática com síntese da metodologia utilizada no trabalho...........25

Figura 04 – Classificação dos resíduos...............................................................................28

Figura 05 – Hierarquia da disposição de resíduos de construção e demolição...................32

Figura 06 – Figura esquemática das responsabilidades estabelecidas para os geradores de

resíduo de construção e demolição.....................................................................................37

Figura 07 – Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes em Belo Horizonte. (A) -

URPV Saramenha- Regional Norte. (B) - URPV Liberdade – Pampulha. (C) - URPV São

Paulo - Regional Nordeste.................................................................................................47

Figura 08 – Usinas de Reciclagem de Entulho (URE’s) no município de Belo Horizonte.

(A) – URE do Estoril. (B) – URE da Pampulha. (C) – URE da BR 040............................48

Figura 09 – (A) e (B) – Aterro Serraria no município de Porto Alegre..............................54

Figura 10 – Parque Socioambiental de Canabrava em Salvador........................................60

Figura 11 – Postos de Descarga de Entulho em Salvador. (A) – PDE Itaigara. (B) – PDE

Vale da Muriçoca................................................................................................................61

Figura 12 – Fundamentos do Plano de Gestão para os Resíduos da Construção Civil e

Resíduos Volumosos Em São Paulo...................................................................................68

Figura 13 – Ecopontos no município de São Paulo. (A) – Ecoponto Bresser. (B) –

Ecoponto Pinheiros. (C) – Ecoponto Imperador. (D) – Ecoponto São João

Clímaco...............................................................................................................................70

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Locais de Destinação dos Resíduos Recebidos pelas Unidades de

Recebimento de Pequenos Volumes em Belo Horizonte....................................................50

Gráfico 02 – Comparativo anual entre os totais de Resíduos Sólidos Aterrados, de

Resíduos de Construção e Demolição Aterrados e de RCD Reciclados (tonelada/ano) em

Belo Horizonte....................................................................................................................50

Gráfico 03 – Caracterização dos Resíduos de Construção e Demolição, realizada no ano

de 1999 em Salvador. Componentes contidos em 94% da sua composição

gravimétrica........................................................................................................................57

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Características Sócio Econômicas dos Municípios de Belo Horizonte, Porto

Alegre, Salvador e São Paulo..............................................................................................23

Tabela 02 – Classificação dos Resíduos de Construção e Demolição................................29

Tabela 03 – Políticas Públicas que englobam gestão dos Resíduos de Construção e

Demolição...........................................................................................................................33

Tabela 04 – Normas Técnicas que regem a correta gestão dos Resíduos de Construção e

Demolição...........................................................................................................................35

Tabela 05 – Gerenciamento dos Resíduos de Construção e Demolição segundo a

Resolução Conama 307.......................................................................................................36

Tabela 06 – Destinação final adequada para os Resíduos de Construção e Demolição.....38

Tabela 07 – Quadro resumo da participação dos Resíduos de Construção e Demolição na

massa de resíduos sólidos de Belo Horizonte.....................................................................43

Tabela 08 – Localização dos Postos de Descarga de Entulho em Salvador.......................59

Tabela 09 – Execução e quantidade da coleta de Resíduos de Construção e Demolição em

Salvador..............................................................................................................................61

Tabela 10 – Fiscalização do Limpurb, multas e apreensões no ano de 2007, em São

Paulo....................................................................................................................................66

Tabela 11 – Estágio de Implantação dos Ecopontos em São Paulo....................................71

Tabela 12 – Volume Removido nos Ecopontos em operação em São Paulo.....................71

Tabela 13 – Unidades Públicas de Destinação para Grandes Volumes de resíduos de

construção e demolição em São Paulo................................................................................72

Tabela 14 – Análise da gestão dos resíduos da construção civil no Município de Belo

Horizonte.............................................................................................................................74

Tabela 15 – Análise da gestão dos resíduos da construção civil no Município de Porto

Alegre..................................................................................................................................75

Tabela 16 – Análise da gestão dos resíduos da construção civil no Município de

Salvador..............................................................................................................................76

Tabela 17 – Análise da gestão dos resíduos da construção civil no Município de São

Paulo....................................................................................................................................77

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Tabela 18 – Quadro de informações gerais, a respeito da Gestão Municipal dos Resíduos

de Construção e Demolição nas capitais: Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e São

Paulo....................................................................................................................................84

Tabela 19 – Recomendações Técnicas para o Município de Belo Horizonte.....................87

Tabela 20 – Recomendações Técnicas para o Município de Porto Alegre.........................88

Tabela 21 – Recomendações Técnicas para o Município de Salvador...............................89

Tabela 22 – Recomendações Técnicas para o Município de São Paulo.............................90

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ATTs – Áreas de Transbordo e Triagem

BATTRE – Bahia Transferência e Tratamento de Resíduos S/A

BDE – Base de Descarga de Entulho

C&DW – Construction and Demolition Waste

CEMPRE – Compromisso Empresarial para a Reciclagem

CIB – International Council for Research and Inovation in Building and Construction

CMRR – Centro Mineiro de Referência em Resíduos

CNTL – Centro Nacional de Tecnologias Limpas

Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPDS – Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável

CRA – Centro de Recursos Ambientais

CRA – Conestoga-Rovers & Associados Engenharia S/A (Empresa)

CREA – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

CTR – Controle de Transporte de Resíduo

CTRS – Central de Tratamento de Resíduos Sólidos

DMLU – Departamento Municipal de Limpeza Urbana

FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente

GAI – Gerenciamento Ambiental Integrado

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

LETP – Licença Especial a Título Precário

LEVs – Locais de Entrega Voluntária

Limpurb – Departamento de Limpeza Urbana (São Paulo)

Limpurb – Empresa de Limpeza Urbana do Salvador (Salvador)

ONU – Organização das Nações Unidas

PBQP-H – Programa Brasileiro de Produtividade e Qualidade do Habitat

PCC – Departamento de Engenharia de Construção Civil

PDE – Postos de Descarga de Entulho

PGIRSs – Planos de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos

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PGRCC – Projeto de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil

RCC – Resíduos da Construção Civil

RCD – Resíduos da Construção e Demolição

RSS – Resíduos de Serviço de Saúde

RSU – Resíduos Sólidos Urbanos

Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas

Semad – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SIERESP – Sindicato das Empresas de Remoção de Entulho do Estado de São Paulo

Sinduscon – Sindicato da Indústria da Construção

SIQ - Construtoras – Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras

Sisnama – Sistema Nacional do Meio Ambiente

SLU – Superintendência de Limpeza Urbana

UFBA – Universidade Federal da Bahia

Ufla – Universidade Federal de Lavras

UNEP – United Nations Environment Programme

UNIDO – Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial

UREs – Usinas de Reciclagem de Entulho

URPVs – Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes

USEPA – United States Environmental Protection Agency

USP – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

UTC – Unidade e Triagem e Compostagem

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SUMÁRIO

RESUMO.............................................................................................................................5

ABSTRACT.........................................................................................................................6

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................16

1.1 DESENVOLVIMENTO & A GERAÇÃO RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS..16

1.2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................19

2. OBJETIVOS................................................................................................................22

2.1 GERAL ...................................................................................................................22

2.2 ESPECÍFICO(S)......................................................................................................22

3. MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................23

3.1 LOCAIS A SEREM ANALISADOS QUANTO AOS MODELOS DE

GESTÃO.......................................................................................................................23

3.2 PESQUISA DESCRITIVA COM CARÁTER DE REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA........................................................................................................24

3.3 INFORMAÇÕES POR TELEFONE COM OS ÓRGÃOS GESTORES DAS

CIDADES......................................................................................................................24

3.4 ANÁLISE DO MODELO DE GESTÃO DOS RCD, DE ACORDO COM

RESOLUÇÃO CONAMA 307.....................................................................................24

3.5 AVALIAÇÃO DO MODELO DE GESTÃO DOS RCD, DE ACORDO COM

RESOLUÇÃO CONAMA 307.....................................................................................25

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4. REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................26

4.1 A QUESTÃO AMBIENTAL..................................................................................26

4.2 A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL.........................................................27

4.3 OS RESÍDUOS SÓLIDOS.....................................................................................28

4.4 A GERAÇÃO DOS RCD NAS CIDADES............................................................30

4.5 A PROBLEMÁTICA DOS RCD............................................................................31

4.6 POLÍTICAS AMBIENTAIS...................................................................................33

4.7 GERENCIAMENTO DOS RCD............................................................................36

4.8 DESTINO FINAL DOS RCD.................................................................................38

4.9 CUSTOS..................................................................................................................39

4.10 SOLUÇÕES..........................................................................................................40

5. RESULTADOS............................................................................................................43

5.1 DESCRIÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL DOS RCD NO MUNICÍPIO DE

BELO HORIZONTE.....................................................................................................43

5.2 A DESCRIÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL DOS RCD NO MUNICÍPIO DE

PORTO ALEGRE.........................................................................................................51

5.3 DESCRIÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL DOS RCD NO MUNICÍPIO DE

SALVADOR.................................................................................................................55

5.4 A DESCRIÇÃO DA GESTÃO MUNCIPAL DOS RCD NO MUNICÍPIO DE

SÃO PAULO.................................................................................................................63

6. ANÁLISE DA GESTÃO MUNICIPAL DOS RCD NAS CIDADES DE: BELO

HORIZONTE (Tabela 14), PORTO ALEGRE (Tabela 15), SALVADOR (Tabela

16) E SÃO PAULO (Tabela 17).................................................................................74

7. AVALIAÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL DOS RCD NAS CAPITAIS: BELO

HORIZONTE, PORTO ALEGRE, SALVADOR E SÃO PAULO........................78

8. CONCLUSÃO.............................................................................................................85

8.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................85

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8.2 RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA OS MUNICÍPIOS DE BELO

HORIZONTE (Tabela 19), PORTO ALEGRE (Tabela 20), SALVADOR (Tabela 21)

E SÃO PAULO (Tabela 22)..........................................................................................87

REFERÊNCIAS................................................................................................................91

ANEXOS............................................................................................................................96

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1. INTRODUÇÃO

1.1 DESENVOLVIMENTO & A GERAÇÃO RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Historicamente, segundo Sisinno (2000), a convivência com o lixo e suas

conseqüências passam a ocorrer e ser motivo de atenção a partir do momento em que os

homens passam a se reunir em grupos e formar centros populacionais, geradores de grande

quantidade e variedade de resíduos.

Em Pires; Silva; Junqueira (2007) pode-se observar que somente a partir dos

movimentos sociais, presentes inicialmente nos anos 70, a palavra ecologia passou a ser

globalmente conhecida. Teve como ponto de partida o biólogo Ernst Haeckel, no ano de 1869,

que trouxe o termo “Ecologia” em seus estudos. Em 1965, a expressão “estudos ambientais”

se difundiu através de professores da Grã-Bretanha. Em 1972 ocorre, na Suécia, entre 5 a 16

de junho, a “Conferência da ONU Sobre o Ambiente Humano”, a chamada “Conferência de

Estocolmo”, marco no combate aos problemas ambientais. Entretanto, a década de 80,

marcada pelo desenvolvimento técnico e econômico, se mostrou indiferente aos danos à

natureza que a produção sem controle e uma sociedade consumista pudessem provocar.

De acordo com Grippi (2001), os avanços tecnológicos propiciaram uma geração

ainda maior e distinta de resíduos, tanto domésticos, como industriais e nucleares. A

industrialização traz consigo naturalmente materiais a serem descartados, assim como o

aumento no consumo, atrelado ao crescimento populacional, gera cada vez mais resíduos para

serem descartados.

No final dos anos 80 algumas medidas foram tomadas atentando para o problema. A

“Carta do Rio” e a “Agenda 21” nasceram na Conferência das Nações Unidas para o Meio

Ambiente e o desenvolvimento, a Rio-92, no Rio de Janeiro entre 3 a 14 de junho,

desempenhando o papel principal na busca pelo desenvolvimento sustentável no planeta. A

Agenda 21 propõe que a sociedade assuma uma atitude ética entre a conservação ambiental e

o desenvolvimento. Em 1997, o governo federal brasileiro criou a Comissão de Políticas de

Desenvolvimento Sustentável (CPDS), com o objetivo de elaborar a Agenda 21 nacional. Em

8 de junho de 2000, o ministério do Meio Ambiente entregou ao presidente da República o

documento-base estruturando a Agenda 21 do Brasil, cujo slogan é: pensar globalmente, agir

localmente.

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De acordo com Silva; Amorim (2007) pode-se dizer que os impactos ambientais

encontrados atualmente foram causados por um modelo de desenvolvimento, tanto capitalista

como socialista. Hoje se percebe uma grande mudança de paradigma em relação à questão

ambiental. Essa mudança está ocorrendo nas ciências exatas, nas novas tecnologias e no

próprio comportamento do indivíduo frente a essas alterações, modificando a sua visão frente

ao meio ambiente.

Há uma grande preocupação ambiental em torno das conseqüências da geração dos

resíduos e do descarte de forma indevida no meio ambiente. Apesar de tudo, a maior parte da

sociedade não se conscientiza de seus hábitos, nem as grandes mudanças políticas, que

envolvem o tema, foram suficientes, até o momento, para reverter o quadro de decadência

ambiental em que o Planeta se encontra.

Dentre os resíduos gerados, um dos mais importantes, pelos elevados índices de

volume gerado e consumo de recursos naturais, é o resíduo proveniente da indústria da

construção civil, os Resíduos da Construção Civil, aqui abreviados para RCD, proveniente de

Resíduos da Construção e Demolição, como são mais conhecidos internacionalmente (C&DW

– Construction and Demolition Waste).

De acordo com Vanderley M. John (apud CARNEIRO; BRUM; CASSA, 2001), a

partir da Rio - 92 se inicia o processo de regulamentação do setor da construção civil,

causando uma mobilização internacional do construbusiness. A European Construction

Industry Federation possui, desde 1996, agenda específica para o tema (Construction..., 1996).

Entre as prioridades de pesquisa e desenvolvimento do CIB (International Council for

Research and Inovation in Building and Construction) estava o desenvolvimento sustentável.

A entidade produziu a Agenda 21 para a construção civil, traduzida para o português pelo

Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de

São Paulo (PCC USP). A mesma designa que as ações, para redução do impacto ambiental,

deverão considerar os seguintes aspectos: (a) organizacionais e de gestão; (b) design de

componentes e de edifícios, incluindo aspectos relativos a reciclabilidade; (c) conservação de

recursos naturais; (d) desenvolvimento urbano; (e) outros impactos ambientais relacionados a

atividades do setor; (f) aspectos sociais, culturais e econômicos (CIB, 2000 apud

CARNEIRO; BRUM; CASSA, 2001) .

Um índice importante, citado em Ângulo; Zordan; John (2001), é o grande potencial

de geração dos resíduos pela indústria da Construção Civil, a qual pode consumir até 75% de

recursos naturais.

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Schenini; Bagnati; Cardoso (2004), abaixo, relata a respeito do movimento

Construção Sustentável, surgido a partir das discussões da Agenda 21.

No Brasil a falta de uma consciência ecológica na indústria da construção

civil resultou em estragos ambientais irreparáveis, agravados pelo processo

de migração ocorrido na segunda metade do século passado, quando a

relação existente de pessoas no campo e nas cidades, de 75% para 25%, foi

invertida, ocasionando uma enorme demanda por novas habitações. Nas

discussões da “Agenda 21” nasceu um movimento denominado construção

sustentável, que consistia em uma estratégia ambiental com visão holística

(SCHENINI; BAGNATI; CARDOSO, 2004, p. 2).

Conforme a Resolução Conama 307 (2002), ANEXO A, resíduos da construção civil

são os resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de

construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos.

As conseqüências para o manejo e disposição incorreta dos RCD estão expostas por

Jardim (1995, p. 204), da seguinte forma:

Quando descartado das construções, como material praticamente inerte, o

entulho causa ônus e problemas associados ao seu volume. Ao ocupar o

lugar do lixo domiciliar, o entulho onera as operações de transporte para

aterramento.

Das diversas destinações clandestinas do entulho, duas podem ser bastante

problemáticas:

- lançamento em encostas ou em outros terrenos problemáticos gerando

depósitos instáveis que podem causar deslizamentos;

- lançamento em terras baixas, junto a drenagens ou mesmo diretamente no

leito de canais, levando à obstrução do escoamento e provocando inundação

(JARDIM, 1995, p. 204).

O gerenciamento adequado dos RCD é de extrema importância para o

desenvolvimento sustentável. Segundo a Resolução Conama 307 (2002), gerenciamento de

resíduos é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo

planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e

implementar as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e

planos, além disso a mesma estabelece que os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da

Construção Civil devem contemplar as seguintes etapas: destinação, transporte,

acondicionamento, triagem e caracterização.

Ângulo; Zordan; John (2001) relata que as ações desenvolvidas pelos órgãos

competentes, através de Normas e Leis, tentam aproximar a construção civil do conceito de

desenvolvimento sustentável, entendido como um processo que leva à mudanças na

exploração de recursos, na direção dos investimentos, na orientação do desenvolvimento

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tecnológico e nas mudanças institucionais, todas visando a harmonia nas aspirações e

necessidades humanas presentes e futuras. Este conceito não implica somente

multidisciplinaridade, envolve mudanças culturais, educação ambiental e visão sistêmica. A

principal mudança estaria em reverter o pensamento capitalista e consumista, em uma forma

sustentável de desenvolvimento.

1.2 JUSTIFICATIVA

Pires; Silva; Junqueira (2007) retrata o contexto no qual toda sociedade se encontra

inserida:

a incessante busca pelo lucro está relacionada ao aumento da produção e, a

partir daí, ao aumento do uso dos recursos naturais. Tal produção necessita

de consumidores. Aí, o papel da mídia é decisivo, criando necessidades em

massa, o que gera mais produção, mais uso de recursos naturais, degradação

ambiental e perda da qualidade de vida, seja por poluição ou miséria à custa

de juros exorbitantes dos empréstimos para recuperar o que foi degradado,

agravando os níveis de desigualdade, falta de perspectivas, violência

(PIRES; SILVA; JUNQUEIRA, 2007, p. 3).

A Construção Civil é uma das indústrias mais importantes, que representam o

desenvolvimento econômico e social de um estado, no entanto é responsável por uma grande

parcela dos impactos ambientais, tanto pelo consumo de recursos naturais, que chega a 75%,

pela modificação da paisagem e pela geração de resíduos e sua posterior disposição

inadequada.

Desta forma, na concretização de uma política de Desenvolvimento Sustentável

Mundial, com a qual os Impactos Ambientais possam ser amenizados ou, até mesmo,

futuramente inexistentes, se faz necessário uma atenção especial aos resíduos provenientes da

Construção Civil. Com essa finalidade, este Trabalho de Conclusão de Curso tem como foco a

disposição e manejo inadequado dos Resíduos da Construção Civil.

São diversos os fatores que envolvem o tema “Construção Sustentável”: consumo

exagerado dos recursos naturais, desperdício nos canteiros, poluição visual, geração de

resíduos sem uma consciência de reutilização ou reciclagem, descarte de maneira inadequada

no meio ambiente, além de projetos arquitetônicos deficientes. A disposição inadequada do

resíduo da construção civil gera inúmeros impactos (Figura 01).

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20

Depósitos instáveis

-> Deslizamentos

Atrativo de

Agentes

Patogênicos

Degradação

Paisagem

Urbana

Transtornos

ao Trânsito

Assoreamento

Rios e Córregos

Obstrui

Sistemas

Drenagem

Risco ->

Resíduos Alta

Periculosidade

Reduz vida

útil Aterros

Figura 01 – Impactos ocasionados pela destinação inadequada dos resíduos gerados

pela Construção Civil.

A inexistência de políticas públicas, fundamentais para disciplinar o fluxo dos

resíduos da construção civil nas cidades, ou sua ineficácia, assim como o descompromisso

dos geradores no manejo e destinação final provocam inúmeros impactos ambientais, como:

degradação das áreas de manancial e de proteção permanente; proliferação de agentes

transmissores de doenças; assoreamento de rios e córregos; obstrução dos sistemas de

drenagem; ocupação de vias e logradouros públicos, além da própria degradação da paisagem

urbana.

Enric Vázquez (apud CARNEIRO; BRUM; CASSA, 2001) expõe que em 1987, o

Relatório Brundtland “Our Common future” dizia que “o desenvolvimento é sustentável

quando satisfaz às necessidades das gerações atuais, sem hipotecar a capacidade das gerações

futuras de satisfazer às suas próprias”.

Por todos os motivos aqui expostos, para que a sociedade atinja o nível de

desenvolvimento sustentável, o setor da construção civil terá que passar por profundas

modificações no que diz respeito à responsabilidade sócio-ambiental.

A partir da descrição e avaliação das experiências de gerenciamento dos RCD nas

capitais: Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e São Paulo, quatro das cinco maiores

Disposição

inadequada

dos RCD

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21

cidades em número de habitantes, pode-se sugerir os aspectos relevantes para o sucesso da

gestão dos resíduos da construção civil. Com essa pesquisa espera-se contribuir para difundir

os aspectos que dão sustentabilidade ao manejo dos RCD.

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22

2. OBJETIVOS

2.1 GERAL

Descrever e avaliar as experiências de gerenciamento dos resíduos da construção

civil coletados pelo serviço municipal nas capitais: Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e

São Paulo.

2.2 ESPECÍFICO(S)

a. Descrever os pontos positivos (favoráveis) e os pontos negativos (desfavoráveis)

da Gestão Municipal dos RCD nas capitais: Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e São

Paulo;

b. Avaliar a Gestão Municipal dos RCD nas capitais: Belo Horizonte, Porto Alegre,

Salvador e São Paulo, segundo critérios estabelecidos na Resolução Conama 307 (2002).

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23

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 LOCAIS A SEREM ESTUDADOS

Foram escolhidas quatro capitais brasileiras para realizar o estudo: Belo Horizonte,

Porto Alegre, Salvador e São Paulo (Figura 02). A escolha dessas capitais foi por estarem

entre os cinco maiores Estados do Brasil em número de habitantes. A Tabela 01 expõe as

características sócio econômicas dos municípios.

Legenda:

Belo Horizonte

Porto Alegre

Salvador

São Paulo

Figura 02 – Localização das Capitais Brasileiras escolhidas para realização da

pesquisa.

Tabela 01 – Características Sócio Econômicas dos Municípios de Belo Horizonte,

Porto Alegre, Salvador e São Paulo.

Município Área de Unidade

Territorial

(km²) ¹

Número Habitantes

(hab) ¹

Geração RCD

(t /mês) ²

Belo Horizonte 331 2.412.937 102.000

Porto Alegre 497 1.420.667 58.000

Salvador 707 2.892.625 44.000

São Paulo 1.523 10.886.518 372.000

FONTE: (1)

– IBGE (2007)

(2)

– PINTO 1987 (apud SCHENINI; BAGNATI; CARDOSO, 2004).

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3.2 PESQUISA DESCRITIVA COM CARÁTER DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica acerca dos assuntos que

envolvem o tema e em seguida a descrição do modelo de gestão dos RCD adotado nos

municípios. As fontes de dados foram: Anais de Congressos Brasileiros, artigos, informações

dos sites das instituições públicas responsáveis pela limpeza urbana das cidades, normas

técnicas e legislações.

3.3 INFORMAÇÕES POR TELEFONE COM OS ÓRGÃOS GESTORES DAS CIDADES

Para confirmar as informações coletadas na pesquisa descritiva, a respeito da gestão

municipal dos RCD nas capitais selecionadas, foram realizados contatos telefônicos com o

órgão municipal responsável pela limpeza urbana. Foram enviadas correspondências

eletrônicas ao mesmo, no caso dos municípios onde não se realizou visita técnica (Belo

Horizonte, Porto Alegre e São Paulo). Somente em Salvador foi coletada informação verbal

com agente envolvido no sistema de gerenciamento, bem como visitas aos locais de entrega

para pequenos volumes de entulho.

3.4 ANÁLISE DO MODELO DE GESTÃO DOS RCD, DE ACORDO COM RESOLUÇÃO

CONAMA 307

Após a descrição do gerenciamento dos RCD adotado em cada cidade foram

identificados os principais pontos positivos (favoráveis) e negativos (desfavoráveis) do

manejo dos RCD. Foram consideradas como pontos favoráveis as etapas do gerenciamento

que estão de acordo com o que preconiza a Resolução Conama 307 e negativos os que estão

em desacordo com a referida Resolução.

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Descrição da Gestão Municipal dos Resíduos de Construção e Demolição

Análise e Avaliação do Gerenciamento

Resolução Conama 307, de 5 de julho de 2002.

3.5 AVALIAÇÃO DO MODELO DE GESTÃO DOS RCD, DE ACORDO COM

RESOLUÇÃO CONAMA 307

Posteriormente, as informações levantadas foram analisadas, com o intuito de

certificar que o objetivo foi exposto de forma clara e que os problemas transformaram-se em

soluções, em seguida, em caráter de discussão, foram avaliadas as gestões municipais dos

RCD nas capitais em estudo. Ao fim (Conclusão) foram sugeridas algumas medidas técnicas a

serem adotadas, com vista nos pontos negativos da gestão dos RCD em cada município. A

Figura 03 ilustra em síntese a metodologia realizada.

Diretrizes Analisadas para Avaliação

Plano Integrado

De

Gerenciamento

Dos Resíduos

Da Construção

Civil

Ações

Educativas,

Orientação e

Fiscalização

Unidades de

Armazenamento

Temporário para

Pequenos

Volumes

Logística com a

Definição de

Critérios de

Cadastramento

de

Transportadores

Destino Final

com Triagem e

Reciclagem

Figura 03 – Figura esquemática com síntese da metodologia utilizada no trabalho.

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26

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 A QUESTÃO AMBIENTAL

Está na Constituição Brasileira de 1988, capítulo VI (art. 225): “Todos têm direito ao

meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e

preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (COMPARATO, 2006 apud BRAGA

FILHO, 2007).

Segundo Ângulo; Zordan; John (2001), após 1980, com a intensa industrialização,

avanços tecnológicos, crescimento populacional e o aumento de moradores em centros

urbanos, atrelada à diversificação do consumo de bens e serviços, os resíduos se

transformaram em graves problemas urbanos com um gerenciamento oneroso e complexo

considerando-se volume e massa acumulados. Os problemas foram evidenciados pela

escassez de área de deposição de resíduos causada pela ocupação e valorização de áreas

urbanas, altos custos sociais no gerenciamento de resíduos, problemas de saneamento público

e contaminação ambiental.

De acordo com Palermo (2006), no Brasil a preocupação com as questões ambientais

se iniciou com a Agenda 21, em 1981 foi assinalada a lei federal 6.938, que estabeleceu a

Política Nacional de Meio Ambiente, criando o Sistema Nacional do Meio Ambiente

(Sisnama) e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), órgão responsável em

estabelecer as bases técnicas para implantação do Sisnama. Um pouco depois, a Constituição

Federal de 1988 iria contar de um capítulo específico para tratar das questões do meio

ambiente.

Inicialmente, a idéia de proteção ambiental vinha do uso imediato dos

recursos naturais. Protegia-se a floresta para se ter lenha. Com a lei, a

natureza passou a ser um bem em si mesmo e abriu-se um campo enorme

para a proteção real do meio ambiente como um todo. Foi a primeira visão

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27

global do meio ambiente e do homem nele inserido (FORTES, 2006 apud

BRAGA FILHO, 2007, p. 25).

4.2 A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Conforme Pinto (2005), a Construção Civil é reconhecida como uma das mais

importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social, e, por outro lado,

comporta-se, ainda, como grande geradora de impactos ambientais, quer seja pelo consumo de

recursos naturais, uma vez que chega a consumir até 75% de recursos naturais (JOHN, 2000;

LEVY, 1997; PINTO, 1999 apud ÂNGULO; ZORDAN; JOHN, 2001), pela modificação da

paisagem, ou pela geração de resíduos.

O setor da construção civil é responsável por 15 a 50% dos recursos naturais

consumidos pela sociedade. (USP, 2003 apud AZEVEDO; KIPERSTOK; MORAES, 2006;

Sjöström, 1996 apud SCHENINI; BAGNATI; CARDOSO, 2004).

Para John (apud SCHENINI; BAGNATI; CARDOSO, 2004), o setor emprega uma

diversidade de matérias primas, algumas com estoques bastante limitados, como as de cobre e

as de zinco, estimadas em pouco mais de 60 anos (INDUSTRY AND ENVIRONMENT,

1996 apud SCHENINI; BAGNATI; CARDOSO, 2004). A madeira, outro insumo importante,

consome cerca de 66% das florestas naturais, que por sua vez não são manejadas

adequadamente.

Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006) retrata que 50% de toda energia consumida no

Planeta cabe ao elevado consumo de energia em todo ciclo-de-vida da habitação. No processo

construtivo o alto índice de perdas é a principal causa da geração de resíduos, em torno de 20

e 30% da massa total de materiais para a construção empresarial.

Schenini; Bagnati; Cardoso (2004) relata que a indústria da construção civil

apresenta um índice elevado de perdas, causadas por fatores como falhas ou omissões na

elaboração dos projetos e na sua execução, má qualidade dos materiais, acondicionamento

impróprio dos materiais, má qualificação da mão de obra, falta de equipamentos e uso de

técnicas inadequadas, falta de planejamento na montagem dos canteiros de obra, falta de

acompanhamento técnico na produção e ausência de uma cultura de reaproveitamento e

reciclagem dos materiais.

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4.3 OS RESÍDUOS SÓLIDOS

Define-se, de acordo com a NBR 10004, Associação Brasileira de Normas Técnicas

(2004), resíduos como:

Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de

origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de

varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas

de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de

controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades

tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de

água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em

face à melhor tecnologia disponível (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

NORMAS TÉCNICAS, 2004, p. 3).

A NBR 10004 classifica os resíduos da seguinte forma, conforme Figura 04:

Figura 04 – Classificação dos resíduos. Fonte: Associação Brasileira de Normas

Técnicas (2004).

De acordo com a NBR 10004, Associação Brasileira de Normas Técnicas (2004), os

resíduos classificados como Classe I são os resíduos que apresentam periculosidade, são

inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos ou patogênicos. Os resíduos Classe II – Não

RESÍDUOS

CLASSE I – Perigosos

CLASSE II – Não Perigosos

Classe II A – Não Inertes

Classe II B – Inertes

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perigosos – se subdividem em: Classe II A, são os resíduos que apresentam características de

biodegrabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água, e Classe II B, são os resíduos

que não tiverem seus constituintes solubilizados a concentrações determinadas na NBR

10004, Associação Brasileira de Normas Técnicas (2004), são os chamados resíduos secos. A

Indústria da Construção Civil gera uma variedade de resíduos, os quais podem estar

classificados em classes, conforme Tabela 02, de acordo com sua utilidade ou periculosidade.

Tabela 02 – Classificação dos Resíduos de Construção e Demolição.

Classificação Resíduos

Classe A

Reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

resíduos de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras

obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

resíduos de construção, demolição, reformas e reparos de edificações:

componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.),

argamassa e concreto; resíduos de processo de fabricação e/ou demolição de peças

pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros

de obras.

Classe B

Recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais,

vidros, madeiras e outros.

Classe C

Resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações

economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os

produtos oriundos do gesso.

Classe D

Perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e

outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de

clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

Fonte: Resolução Conama 307 (2002).

O RCD é o entulho, que, conforme o Jardim (1995), nada mais é que restos e

fragmentos de materiais, como tijolo, concreto, argamassa, aço, madeira, entre outros,

provenientes de desperdício na construção, reforma e/ou da demolição de estruturas como

prédios, residências e pontes.

Segundo a Resolução Conama 307 (2002), resíduos da construção civil são os

provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os

resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos,

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30

concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados,

forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação

elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.

4.4 A GERAÇÃO DOS RCD NAS CIDADES

Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006) expõe que o índice internacional sobre a

geração per capita do RCD varia entre 130 e 3.000 kg /hab.ano. No caso do Brasil este índice

varia de 230 a 730 kg /hab.ano e considera que a massa de RCD gerados nas cidades é igual

ou maior a massa dos resíduos domiciliares. Em cidades brasileiras de médio e grande porte,

varia entre mais de 50% (Salvador) a 70% da massa total dos resíduos sólidos urbanos (RSU)

gerados. A Prefeitura de São Paulo, que gerencia 40% dos RCD, tem um índice de 280 kg

/hab.ano.

Leite (2002) relata que as atividades da construção civil são responsáveis pelos

seguintes consumos:

de 1 a 8 ton/hab.ano de agregados naturais (JOHN, 1998), pelo consumo de

66% de toda madeira extraída (JOHN, 2000), pelo consumo de 4,5% de toda

a energia produzida sendo 84% desta utilizada na fase de produção dos

materiais (ENBRI, citado por JOHN, 1996), pela geração de cerca de dois

terços de todo resíduo sólido urbano (JOHN, 1998). Ainda, com relação ao

resíduo de construção e demolição (RC&D) gerado, acredita-se que

mundialmente os índice alcancem valores da ordem de 2 a 3 bilhões de

toneladas por ano (TORRING, 1998; LAURITZEN, 1998). No Brasil, não

existem índices gerais, mas cidades como São Paulo gera cerca de 5000 t/dia

de RC&D (CONSTRUÇÃO, 1996), em Salvador essa geração alcança as

1700 t/dia (CARNEIRO; BRUM; CASSA apud LEITE, 2002, p. 4).

Estima-se que a geração dos RCD situa-se em torno de 450 kg /habitante /ano,

variando naturalmente de cidade a cidade e com a oscilação da economia, de acordo com

Cunha Júnior (2005).

Pinto (2005) relata que 75% dos resíduos gerados pela construção nos municípios

provêm de eventos informais (obras de construção, reformas e demolições, geralmente

realizadas pelos próprios usuários dos imóveis). O poder público municipal deve exercer um

papel fundamental para disciplinar o fluxo dos resíduos, utilizando instrumentos para regular

especialmente à geração de resíduos provenientes dos eventos informais.

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31

4.5 A PROBLEMÁTICA DOS RCD

Para Palermo (2006), a degradação ambiental é caracterizada basicamente por dois

aspectos: escassez de recursos naturais e saturação do meio como receptor dos rejeitos das

atividades humanas (poluição). Diversos problemas são causados pela tendência

homogeneizadora nos processos produtivos e pelo padrão insustentável de consumo, ambos

incentivados em todo mundo.

De acordo com Schenini; Bagnati; Cardoso (2004), grande parte do RCD é

depositado clandestinamente em terrenos baldios, várzeas e taludes de cursos d’água,

provocando impactos ambientais. Estes impactos provocam comprometimento da paisagem

urbana e transtornos ao trânsito de veículos e pedestres. Quando não removido pelo poder

público, estes resíduos terminam por atrair a deposição de outros tipos de rejeitos, geralmente

de grande volume, móveis, pneus, e em alguns casos resíduos domiciliares. Possibilitam a

proliferação de vetores de contaminação e quando levados pelas águas superficiais, obstruem

as canalizações de drenagem.

O autor ressalta que quando estes rejeitos são dispostos em áreas próximas a

importantes cursos d’água, ocasionam enchentes e prejuízos à sociedade. Quando destinados a

aterros sanitários, os RCD terminam por encurtar o tempo de vida útil desses.

A Resolução Conama 307 (2002) estabelece que os RCD não poderão ser dispostos

em aterros de resíduos domiciliares, em áreas de "bota fora", em encostas, corpos d`água,

lotes vagos e em áreas protegidas por Lei. A mesma define Aterro de resíduos da construção

civil como área onde serão empregadas técnicas de disposição de resíduos da construção civil

Classe "A" (resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados) no solo, visando reservar

materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro e/ou futura utilização da área,

utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar

danos à saúde pública e ao meio ambiente.

Conforme Schenini; Bagnati; Cardoso (2004) é comum que os RCD venham

acompanhados de resíduos perigosos, como latas de tinta e de solventes, restos de gesso,

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lâmpadas fluorescentes e outros resíduos que deveriam receber tratamento específico, antes de

sua destinação final. Estas conseqüências causam custos elevados para o poder público e para

sociedade, apontando para a necessidade do estabelecimento de novos métodos para a gestão

pública de resíduos da construção e demolição (RCD).

Pinto (2005) expõe o fato que dispor resíduos sólidos em desacordo com a legislação

é considerado crime ambiental, e as atividades da construção ou demolição estarão expostas a

riscos de autuações e penalidades.

De acordo com Tarcísio de Paula Pinto (apud CARNEIRO; BRUM; CASSA, 2001),

dentre as conseqüências, a mais irracional é observada na ocorrência de enchentes, onde sua

maior parte se deve ao pré-aterramento dos cursos d’água. As enchentes são observadas

principalmente em municípios que passaram por intenso processo de urbanização e hoje

acabam por concentrar seus investimentos em obras de contenção e obras para reservar

temporariamente elevado volume de água para suprir o papel que as áreas naturais exerciam

anteriormente. Além disso o processo desencadeia também crateras nas jazidas para extração

de recursos minerais e as deposições irregulares de RCD são focos para atrair resíduos

classificáveis como volumosos, para os quais não foi oferecido solução aos geradores

(resíduos vegetais e não-inertes), resíduos industriais e mesmo domiciliares.

Conforme Palermo (2006), uma das falhas nas práticas de gestão está em

negligenciar as interligações entre qualidade ambiental e saúde e entre meio ambiente e

desenvolvimento econômico, o que tende a prejudicar não só a qualidade de vida da

sociedade, como também a economia do país. Quanto aos RCD, o ideal é que se priorize a

não geração de resíduos e, caso não seja possível, se opte por sua reciclagem e reutilização

(Figura 05).

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33

Figura 05 – Hierarquia da disposição de resíduos de construção e demolição. Fonte:

Peng et al (apud SANTIAGO, 2006).

4.6 POLÍTICAS AMBIENTAIS

Uma característica marcante das políticas ambientais no Brasil é o seu

comprometimento com a participação da sociedade no processo de

implantação, desenvolvimento e decisão. Todos os sistemas atuais são

geridos por colegiados, em que participam governo e entidades que

representam inúmeras entidades da sociedade, com destaque para as

chamadas organizações não governamentais e as entidades comprometidas

com a pesquisa, como, por exemplo, as universidades (PALERMO, 2006, p.

12).

Há um conjunto de Leis e Políticas Federais, Estaduais e Municipais, além de

normas técnicas fundamentais na gestão dos resíduos da construção civil, contribuindo para

minimizar os impactos ambientais, algumas dessas citadas em Pinto (2005, p. 10), conforme

Tabelas 03 e 04.

Tabela 03 – Políticas Públicas que englobam gestão dos Resíduos de Construção e

Demolição.

Políticas Públicas

Nacionais Resolução

CONAMA

Gestão dos Resíduos da Construção Civil, de 5 de julho

de 2002.

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34

n° 307

PBQP-H

Programa Brasileiro de Produtividade e Qualidade do

Habitat.

Lei 6938 Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, de 1981.

Lei Federal

n° 9605

Lei Federal n° 9605, dos Crimes Ambientais, de 12 de

fevereiro de 1998.

Municipais

Belo

Horizonte

Lei 2968

Aprova o regulamento de limpeza urbana, de 3 de Agosto

de 1978.

Lei 6732

Lei 7592

Dispõe sobre a colocação e permanência de caçambas de

coleta de terra e entulho nas vias e logradouros públicos

do município, de 20 de Setembro de 1994.

Altera dispositivo da Lei 6732, de 30 de Outubro de 1998.

Lei 7745

Dispõe sobre remoção de terra e entulho no município, de

9 de Junho de 1999.

Lei 9193

Dispõe sobre a implantação de usina de reciclagem de

resíduos sólidos no município e dá outras providências,

de 19 de Abril de 2006.

Decreto

5560

Estipula norma para "Bota-foras" de terra e/ou entulhos,

de 7 de Janeiro de 1987.

Decreto

9955

Dispõe sobre aplicação de penalidades relativas ao uso

inadequado de caçambas de coleta de terra e entulho nas

vias e logradouros públicos do município, de 5 de Julho

de 1999.

Decreto

7141

Disciplina o uso de caçambas em vias e logradouros

públicos do município, de 11 de Fevereiro de 1992.

Porto

Alegre Lei 234/90

Código Municipal de Limpeza Urbana do Município de

Porto Alegre.

Salvador Decreto n°

12.133

Decreto que dispõe sobre manejo, acondicionamento,

coleta, transporte, tratamento e destino final do entulho

em Salvador, de 8 de outubro de 1998.

São Paulo

Lei 10.315

Lei 10.142

Dispõe sobre a Limpeza Pública no Município.

Fiscalização dos Serviços de Limpeza Pública.

Resolução

SMA n° 41

Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SP – Resolução

SMA n° 41, de 17 de outubro de 2002.

Resolução

CADES 61

Estabelece parâmetros para o licenciamento de aterros de

RCD no município de São Paulo, Conselho Municipal de

Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, 2001.

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35

Lei 13.478 Legislação municipal específica de São Paulo, de 30 de

dezembro de2002.

Lei 13.298

Estabelece e define a responsabilidade do gerador e do

transportador de resíduos de construção civil, de 17 de

janeiro de 2002.

Lei 13.885

Estabelece normas complementares ao plano Diretor

Estratégico, institui os planos regionais estratégicos às

Subprefeituras, de 25 de agosto de 2005.

Decreto n°

46.594

Decreto que regulamenta a coleta, transporte, tratamento e

disposição final dos resíduos da construção civil, de 3 de

novembro de 2005.

Decreto

42.217

Estabelece procedimentos de licenciamento e operação de

áreas de transbordos e triagem (ATTs) privadas, de 24

julho de 2002.

Decreto

35.513

Dispõe sobre autorização para utilização de bem público

para distribuição de folhetos com cunho educativo e

informativo em São Paulo.

Decreto

48.075

Dispõe sobre a obrigatoriedade da utilização de agregados

reciclados, oriundos de resíduos sólidos da construção

civil, em obras e serviços de pavimentação das vias

públicas do Município de São Paulo.

Fonte: Baseada em Pinto (2005) p.10.

Tabela 04 – Normas Técnicas que regem a correta gestão dos Resíduos de

Construção e Demolição.

Normas Técnicas

NBR 10004:2004 Resíduos Sólidos – classificação – NBR 10004:2004

NBR 15112:2004

Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – Áreas de

transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e

operação – NBR 15112:2004

NBR 15113:2004

Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros –

Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15113:2004

NBR 15114:2004

Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de reciclagem –

Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15114:2004

NBR 15115:2004

Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil –

Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos – NBR

15115:2004

NBR 15116:2004

Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil –

Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função

estrutural – Requisitos – NBR 15116:2004

Fonte: Baseada em Pinto (2005) p.10.

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36

O Diário Popular (2006) revelou algumas ações tomadas pelo setor da Construção

Civil no combate à má destinação dos resíduos na época. As construtoras e empreiteiras que

não seguissem as diretrizes do Conama, que define critérios e procedimentos para gestão dos

resíduos sólidos da construção civil, poderiam pagar multas elevadas e ainda correriam o risco

de ficar sem o alvará ou até mesmo sem a licença ambiental da obra. A resolução do Conama

motivou a criação de leis municipais que estavam auxiliando na fiscalização das empresas em

atividade. Quem não se adequasse, poderia ser multado e, na pior das hipóteses, alijado do

mercado.

Na mesma reportagem, o representante do Ministério das Cidades da época expôs a

punição para o caso, sem a empresa conseguir até os documentos básicos que lhe são

exigidos, como sendo a única maneira das empresas aplicarem as ações fundamentais que têm

de ser colocadas em prática para minimização dos impactos ambientais.

Segundo Braga Filho (2007), a questão que envolve ética e técnica propiciam a

tomada de posicionamento diante de uma decisão: o que se deseja programar como ideologia

e/ou sistema de política ambiental em sua forma mais ampla, para alcançarmos o objetivo

contido nos artigos 225 e 170 da Carta Magna: meio ambiente ecologicamente equilibrado

para as presentes e futuras gerações.

4.7 GERENCIAMENTO DOS RCD

De acordo com a Resolução Conama 307 (2002), gerenciamento de resíduos: é o

sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento,

responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as

ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos.

A mesma prioriza a não-geração de resíduos e proíbe a disposição final em locais

inadequados, como aterros sanitários, em bota-foras, lotes vagos, corpos-d’água, encostas e

áreas protegidas por lei. As responsabilidades para com os RCD, de municípios e geradores,

devem se dar da seguinte forma exposta Tabela 05.

Tabela 05 – Gerenciamento dos Resíduos de Construção e Demolição segundo a

Resolução Conama 307.

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Municípios

Plano

Integrado de

Gerenciamento

de RCD

Programa Municipal de Gerenciamento Projetos de Gerenciamento em obra

Municípios e DF

(Pequenos Volumes)

Geradores (Empresas)

(Aprovação Empreendimentos)

Fiscalização

Princípio

Não Geração

Resíduos

Órgão Responsabilidades

Municípios

Responsáveis por elaborar um Plano Integrado de Gerenciamento, que

incorpore: Um Programa Municipal de Gerenciamento (para geradores de

pequenos volumes); e Projetos de Gerenciamento em obra (para aprovação

dos empreendimentos dos geradores de grandes volumes).

Geradores

Responsáveis por elaborar Projetos de Gerenciamento em obra

(caracterizando os resíduos e indicando procedimentos para triagem,

acondicionamento, transporte e destinação), tendo como principal objetivo a

sua não geração. A segregação em classes ajudará no controle e manejo

adequado dos resíduos, bem como o melhor reaproveitamento, quando sua

geração não puder ser evitada.

Fonte: Resolução Conama 307 (2002).

De acordo com a Resolução Conama 307 (2002), as construtoras devem adotar

programas de gestão de resíduos e apresentá-los à Prefeitura no processo de licenciamento de

obras de construção civil. Os órgãos municipais ficam encarregados de estabelecerem

diretrizes e procedimentos para que os geradores de entulho possam descartá-lo

adequadamente.

Pode-se observar mais claramente a distribuição de responsabilidades, segundo a

Resolução Conama 307 (2002), para com os RCD em esquema na Figura 06.

Figura 06 – Figura esquemática das responsabilidades estabelecidas para os

geradores de resíduo de construção e demolição.

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Conforme Palermo (2006), no que tange às construtoras, potenciais geradores de

RCD em seus empreendimentos, pode-se considerar que o Brasil encontra-se atualmente

numa situação mais evoluída, e que tenderá a uma futura configuração denominada

Gerenciamento Ambiental Integrado (GAI), na qual empreendedor, a sociedade e os órgãos

licenciadores atuam conjuntamente desde o início de um dado projeto.

Tarcísio de Paula Pinto (apud CARNEIRO; BRUM; CASSA, 2001) conclui que os

municípios não estão estruturados para gerenciar um volume tão alto de RCD, como o gerado

atualmente, e nem para controlar os impactos gerados pelos mesmos.

As soluções de gerenciamento dos RCD adotadas nos dias de hoje, pela maior parte

dos municípios, consistem em ações emergenciais, e em alguns casos adota-se a prática

denominada de “Gestão Corretiva”. Consideradas descontroladas e irracionais, estas ações

assumem atividades não preventivas, repetitivas e custosas, além de serem ineficientes.

A “Gestão Corretiva” se sustenta em áreas com deposições inadequadas e no período

no qual houver a disponibilidade de áreas de aterramento nas proximidades das regiões

fortemente geradoras de RCD. Por ser uma prática sem sustentabilidade, apela-se para o

correto envolvimento de todos os agentes atuantes, através de políticas ambientais eficientes.

4.8 DESTINO FINAL DOS RCD

Conforme Tarcísio de Paula Pinto (apud CARNEIRO; BRUM; CASSA, 2001),

quanto à destinação final dada aos RCD na gestão corretiva está a deposição irregular para

descarte de pequenos volumes e o esgotamento dos bota-foras em função da deposição

incessante de grandes volumes (dependendo das características do resíduo, serem ou não

inertes, e sua periculosidade). No caso de deposições irregulares, as maiores deposições se

encontram em locais periféricos, prejudicando em especial a população de baixa renda. No

caso de aterro de inertes “bota-foras”, há a designação contínua de novas áreas em um

processo incessante e improdutivo. São poucas as áreas que resistem mais de um ano. A

Resolução Conama 307 (2002) estabelece que a destinação final para os RCD deva ser

conforme Tabela 06.

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Tabela 06 – Destinação final adequada para os Resíduos de Construção e

Demolição.

Resíduo Destinação Final

Classe A

Reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas

de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir

a sua utilização ou reciclagem futura;

Classe B

Reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento

temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem

futura;

Classe C

Armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas

técnicas especificas.

Classe D Armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com

as normas técnicas especificas.

Fonte: Resolução Conama 307 (2002).

De acordo com o Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras (SIQ –

Construtoras), do PBQP-H, somente terão qualificação nível “A” as construtoras que definam

previamente um destino adequado para os resíduos sólidos e líquidos (entulho, esgoto, águas

servidas) produzidos pela obra.

4.9 CUSTOS

Segundo Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006), do ponto de vista financeiro, o

descarte irregular dos RCD onera as administrações municipais, que acabam tendo de

responsabilizar-se pela remoção e disposição desses resíduos acumulados. Isso, para John e

Agopyan (apud AZEVEDO; KIPERSTOK; MORAES, 2006), tem-se transformado em um

“negócio estabelecido em quase todas as grandes cidades brasileiras, envolvendo as empresas

contratadas pela prefeitura para recolher o entulho depositado irregularmente”, a um custo

médio de R$10 /hab /ano, pelo transporte e disposição.

De acordo com Tarcísio de Paula Pinto (apud CARNEIRO; BRUM; CASSA, 2001),

os custos mais significativos na coleta dos RCD são os custos com deslocamento,

distanciamento e esgotamento dos bota-foras, os quais são considerados fatores

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complicadores para ações corretas de coleta e disposição dos RCD. Devido a estes fatores, nas

regiões metropolitanas, como nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, já

existe a cobrança de taxa para o descarte de resíduo. Em cidades como Salvador, Recife e

Brasília esta cobrança se apresenta menos freqüente. A obrigatoriedade de um maior

deslocamento provoca uma maior incidência de deposições irregulares. As Prefeituras

adotam, em sua maioria, o contrato de prestação de serviço para a coleta dos RCD.

Conforme o autor, na gestão corretiva, os custos apropriáveis muitas vezes se

aproximam ou ultrapassam o valor dos materiais que estão sendo descartados. Elevados

custos são causados pelo uso de equipamentos inadequados, muitas vezes equipamentos

pesados (pás carregadeiras e caminhões basculantes), que tipicamente e prejudicialmente,

apresentam miscigenação de diversos tipos de materiais, de baixa ou elevada densidade, com

pequeno ou grande volume unitário. Dificultando a posterior classificação em tipos

diferenciados. Tarcísio de Paula Pinto (apud CARNEIRO; BRUM; CASSA, 2001, p. 86)

conclui que, em relação aos custos:

No entanto, tais valores revelam apenas custos apropriáveis, não

expressando o fato de que “...a deterioração causada pelos impactos

ambientais não pode ficar fora do cálculo econômico como uma

externalidade, especialmente para fins de política de governo, uma vez que a

perda ambiental configura um prejuízo real, físico” enquanto “...destruição

do capital da natureza.” (CAVALCANTI ET AL, 1996 apud CARNEIRO;

BRUM; CASSA, 2001, p. 86).

4.10 SOLUÇÕES

As soluções para a gestão dos RCD nas cidades devem ser viabilizadas de um modo

capaz de integrar a atuação dos seguintes agentes: órgão público municipal, responsável pelo

controle e fiscalização sobre o transporte e destinação dos resíduos; os geradores de resíduos,

responsáveis pela observância dos padrões previstos na legislação específica no que se refere

à disposição final dos resíduos, fazendo sua gestão interna e externa; e os transportadores,

responsáveis pela destinação aos locais licenciados e apresentação do comprovante da

destinação, (PINTO, 2005).

O Poder Público Municipal age como instrumento capaz de pressionar o gerador,

estimulando à não geração de resíduos, responsabilizando-o à segregação na fonte, transporte

e destino final adequado. O gerador, que influencia os fornecedores, pressionaria a indústria

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incentivando um novo paradigma de produção de material e ferramental de construção

(reutilizáveis e recicláveis), conforme Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006).

Desta forma, a fim de solucionar a problemática, segundo Tarcísio de Paula Pinto

(apud CARNEIRO; BRUM; CASSA, 2001), desencadeia-se uma série de ações: os processos

de gestão dos resíduos em canteiro, sofisticação dos procedimentos de demolição e de

especialização no tratamento e reutilização dos RCD, atentando à necessidade de usar

parcimoniosamente recursos, que são finitos, e à necessidade de não sobrecarregar a natureza

com dejetos evitáveis.

O mesmo autor reflete sobre a proposta de uma gestão diferenciada dos RCD, um

modelo de gestão sustentável. A Gestão Diferenciada dos RCD propõe a captação máxima

dos resíduos gerados, através de pontos de coleta, diferenciados para pequenos e grande

geradores, busca a reciclagem dos resíduos captados, em áreas específicas para esse fim, e

visa a alteração de procedimentos e culturas, no que diz respeito à não geração, à correta

coleta e disposição e às possibilidades de reutilização dos resíduos reciclados anteriormente.

No Diário Popular (2006), Pinto apontou alguns procedimentos adotados pelo setor da

Construção Civil, entre eles, a demarcação das áreas de transbordo, triagem e reciclagem, a

criação dos aterros de resíduos sólidos e a utilização de agregados reciclados em

pavimentação e concreto.

De acordo com John e Agopyan (apud AZEVEDO; KIPERSTOK; MORAES,

2006), algumas ações podem ser eficazes na redução dos RCD, tais como: mudanças de

tecnologias para combater as perdas; aperfeiçoamento e flexibilidade de projetos; melhoria da

qualidade de construção, de forma a reduzir a manutenção causada pela correção de defeitos;

seleção adequada de materiais, considerando a vida útil dos diferentes componentes e da

estrutura dos edifícios; capacitação de recursos humanos; utilização de ferramentas

adequadas; melhoria das condições de estoque e transporte; melhor gestão de processos;

incentivo para que os proprietários realizem modificações e não demolições; taxação sobre a

geração de resíduos; medidas de controle de disposição e campanhas educativas. Quando a

redução da geração de resíduos não for alcançada, pode-se recorrer à reutilização e reciclagem

desses resíduos como solução intermediária.

Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006) relata que a prevenção e a redução dos resíduos

gerados podem ser alcançadas com a aplicação de metodologias de Produção Limpa durante

todo o processo de construção e vida útil de uma edificação. Destacam-se, dentre as

metodologias utilizadas, as propostas da United States Environmental Protection Agency

(Agência Americana de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América) (USEPA) com

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United Nations Environment Programme (UNEP) / Organização das Nações Unidas para o

Desenvolvimento Industrial (UNIDO) / Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL),

(KIPERSTOK, 2002 apud AZEVEDO; KIPERSTOK; MORAES, 2006).

No que diz respeito à reciclagem, a quantidade de materiais e energia necessários ao

processo pode representar um grande impacto para o meio ambiente. Para Ângulo; Zordan;

John (2001) todo processo de reciclagem necessita de energia para transformar o produto ou

trata-lo de forma a torná-lo apropriado a ingressar novamente na cadeia produtiva, além de

também gerar resíduo. Para tanto se faz necessário que a escolha de reciclagem de um RCD

seja criteriosa e pondere as vantagens com relação ao consumo de energia e matéria-prima

pelo processo escolhido.

Schenini; Bagnati; Cardoso (2004) relata sobre os inúmeros benefícios

proporcionados pela reciclagem. Dentre os quais, a redução dos custos operacionais de

administração com a remoção da deposição clandestina de entulho, custo esse estimado em

US$ 10 /m³ de entulho. Isso representa uma redução de 75% com os custos da remoção e

tratamento dos impactos gerados no município.

Para o mesmo autor, a reciclagem estende o tempo de vida útil dos aterros, preserva

recursos naturais, transforma uma fonte de despesa em fonte de receita e impede a

contaminação de novas áreas de despejo. A reutilização do agregado reciclado conserva os

recursos (matéria prima), sob dois aspectos: não degrada o solo com a remoção e não poluí o

ar com os gases emitidos pelas máquinas e caminhões empregados na extração e transporte.

Conforme Jardim (1995), independentemente das questões relativas à reciclagem ou

à reutilização, o uso exclusivo do entulho “bruto”, em aterros controlados ou para recuperação

de terrenos degradados, pode ser considerado como iniciativa racional mínima quanto à

destinação do entulho.

Segundo Braga Filho (2007), o desenvolvimento sustentável só será viável quando a

verdadeira consciência da cidadania ambiental for implementada no seio de toda a sociedade,

que deve ter uma participação efetiva na discussão, elaboração, aprovação e implementação

de toda uma política pública ambiental, que passe pelos trâmites legais, os quais devem

possuir agilidade, ética e visão empreendedora tanto no tocante às questões públicas como nas

parceiras privadas.

Enfim, de acordo com Schenini; Bagnati; Cardoso (2004), dada a dimensão do

problema e a abrangência do impacto que a atividade da construção civil exerce sobre o meio

ambiente, a economia e sobre o homem, é necessário que a sociedade contribua para a busca

de soluções que a racionalizem, visando o equilíbrio entre o econômico e a sustentabilidade.

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5. RESULTADOS

5.1 DESCRIÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL DOS RCD NO MUNICÍPIO DE BELO

HORIZONTE

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2007), o município

de Belo Horizonte, com uma área de unidade territorial de 331 km², possui 2.412.937 hab.

De acordo com o Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR) (2007), na

cidade de Belo Horizonte cerca de 50% dos resíduos recebidos nas áreas de disposição é

proveniente da construção civil.

Conforme a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) da Prefeitura de Belo

Horizonte (2007), cerca de 40% dos resíduos sólidos urbanos coletados diariamente em Belo

Horizonte é entulho da construção civil.

Participação do entulho na massa de resíduos sólidos urbanos recebidos diariamente

pela SLU, t /dia, Tabela 07:

Tabela 07 – Quadro resumo da participação dos Resíduos de Construção e

Demolição na massa de resíduos sólidos de Belo Horizonte.

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Tipo/Ano 2000 2001 2002 2003 2004

Resíduos Sólidos Urbanos 4.554 4.009 4.337 4.119 4.255

Resíduos Construção Civil 2.325 1.676 1.829 1.352 1.795

Participação do RCD % 51.0 41.0 42.2 33.0 42.2

Fonte: Cunha Júnior (2005).

A Problemática

De acordo com Fiúza; Aurora; Maria (2007), percebe-se uma grande concentração

de ocorrências de deposições clandestinas de RCD na porção leste da cidade onde se

concentram extensas áreas ocupadas por vilas e favelas. É perceptível, também, uma maior

concentração ao longo de importantes eixos viários de articulação intermunicipal, bem como

às margens de córregos a céu aberto ou em áreas verdes institucionais, confirmando que as

áreas públicas ou aquelas não apropriadas pela comunidade são os principais alvos das

deposições clandestinas. Na pesquisa foi observado que o número total de bota-foras

clandestinos encontrados em cada um dos três diagnósticos, nos anos de 1993, 1999 e 2006,

não se verifica grande variação no número de ocorrências: 134, 120 e 144 respectivamente. O

crescimento das ocorrências pode ser fruto do crescimento natural da cidade e do seu intenso

processo de renovação urbana. A dinâmica do processo construtivo da cidade, ao longo desses

12 anos, é um forte fator que influencia o processo de aparecimento dos bota-foras

clandestinos.

Políticas Públicas dos RCD

As Políticas Públicas adotadas em Minas Gerais têm como diretrizes: Elaboração de

Plano Diretor de Resíduos Sólidos, com caracterização do lixo e identificação das áreas

potenciais para implantação do sistema de destinação final apropriado; Programas de coleta

seletiva e educação ambiental, com enfoque no consumo consciente; Resgate social dos

catadores de materiais recicláveis e a Capacitação de mão-de-obra para implantar e operar o

sistema de disposição final apropriado de resíduos sólidos, conforme CMRR (2007).

A Lei 2968, Belo Horizonte (1978), aprova o regulamento de limpeza urbana de

Belo Horizonte.

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A Lei 6732, Belo Horizonte (1994), dispõe sobre a colocação e permanência de

caçambas de coleta de terra e entulho nas vias e logradouros públicos do município.

A Lei 7745, Belo Horizonte (1999), dispõe sobre remoção de terra e entulho.

A Lei 9193, Belo Horizonte (2006), dispõe sobre a implantação de usina de

reciclagem de resíduos sólidos no município de Belo Horizonte e dá outras providências.

Conforme contato telefônico com funcionário da SLU, a cidade de Belo Horizonte

possui o Plano Integrado de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil ainda em fase

de elaboração.

Programas

Em 1993, a fim de corrigir os problemas ambientais gerados pela deposição

indiscriminada dos RCD, foi implantado no município de Belo Horizonte o Programa de

Correção das Deposições Clandestinas e Reciclagem de Entulho. Conforme Cunha Júnior

(2005).

Segundo o CMRR (2007) o Inventário de Resíduos (sistema de informação para

consulta pública) permite visualizar geograficamente e disponibilizar dados referentes às

áreas de disposição final dos resíduos sólidos gerados em Minas Gerais, além de mostrar

detalhes sobre os principais tipos de resíduos industriais gerados em cada bacia hidrográfica.

O sistema é coordenado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), pelo CMRR e

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), em parceria

com a Universidade Federal de Lavras (Ufla).

Conforme o órgão, no apoio à gestão municipal, o CMRR orienta, apresenta

instrumentos de incentivo e busca soluções e parcerias na elaboração e implantação de Planos

de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (PGIRSs). No CMRR, o gestor ou técnico

municipal tem acesso a diversas informações, dentre as quais: fontes de financiamento, ICMS

Ecológico, legislação, estratégias para incentivar a prática dos cinco Rs (Repensar, Recusar,

Reduzir, Reutilizar e Reciclar), assim como obter referências metodológicas e softwares de

gestão de resíduos.

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A Prefeitura de Belo Horizonte (2007) dá atenção especial aos principais materiais

recicláveis (papel, metal, plástico e vidro), na capital existem dois tipos de coleta seletiva:

ponto a ponto e porta a porta. Na coleta seletiva ponto a ponto a população separa os

recicláveis em casa e leva para os Locais de Entrega Voluntária (LEVs), onde estão

localizados conjuntos de containeres nas cores padrões de materiais recicláveis, enquanto que

na coleta seletiva porta a porta os recicláveis são separados pelos moradores e recolhidos no

domicílio ou estabelecimento comercial por um caminhão baú, um carrinho de mão

motorizado ou um caminhão compactador. O material é destinado para associações ou

cooperativas de catadores, devidamente cadastrados na Prefeitura de Belo Horizonte e que

possuam convênio formalizado com a SLU, para ser separado e comercializado. Os resíduos

orgânicos são levados para a Unidade de Compostagem da Prefeitura.

A SLU também promove o trabalho de Mobilização e Educação para a Limpeza

Urbana, com o objetivo de minimizar os impactos ambientais decorrentes da geração de

resíduos sólidos urbanos, por meio da redução da produção de rejeitos e do máximo

reaproveitamento dos materiais, com a reutilização e reciclagem. O trabalho tem como papel

de destaque a arte e o lúdico e é executado por uma equipe multidisciplinar, as quais utilizam

inclusive recursos teatrais que, através de campanhas educativas, buscam envolver a

população nos programas desenvolvidos pela Prefeitura na área de limpeza urbana.

A Prefeitura adotou também um programa de Consistência Tecnológica, que visa à

adequação e inovação de equipamentos e instalações, e a ampliação do atendimento a áreas

excluídas ou mal atendidas da cidade.

A mesma atua permanentemente no sentido de evitar a deposição clandestina de

resíduos. A remoção desses resíduos é realizada por pás – carregadeiras e o transporte por

veículos báscula ou carroceria de madeira.

Gerenciamento dos RCD

A Lei 7745, Belo Horizonte (1999), obriga as pessoas que operam com remoção de

terra e entulho a trabalharem com veículo cadastrado na Prefeitura de Belo Horizonte, e a

operação licenciada pela mesma será controlada por meio de formulário. A operação só

poderá ocorrer em horários determinados na Lei e o infrator estará sujeito a penalidades,

mediante aplicação de multa.

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Conforme Lei 2968, Belo Horizonte (1978), os veículos transportadores devem ser

dotados de sistema de proteção que impeça o derramamento de resíduos, devem trafegar com

carga rasa, sem qualquer coroamento, e devem ter seu equipamento de rodagem limpo. Os

responsáveis pelo serviço e pela carga devem providenciar a retirada do material de passeios,

vias e logradouros públicos e devem providenciar a limpeza dos locais públicos utilizados,

entre outras atribuições.

De acordo com a Lei 6732, Belo Horizonte (1994), a colocação e a permanência de

caçambas para coleta de RCD sujeitam-se a prévio licenciamento e fiscalização da Secretaria

Municipal de Atividades Urbanas. As caçambas serão identificadas individualmente por

placas fornecidas pelo Executivo e os veículos destinados ao transporte das caçambas serão

cadastrados e licenciados pelo Executivo.

As Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPVs) (Figura 07) são locais

autorizados pela Prefeitura para a destinação do entulho, podas e objetos volumosos e

inutilizados. Carroceiros e a população em geral podem depositar pequenas quantidades

desses materiais, o serviço é gratuito. Endereços e telefones das URPVs podem ser

encontrados no site da SLU (ANEXO B).

Figura 07 – Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes em Belo Horizonte.

(A) - URPV Saramenha- Regional Norte. (B) - URPV Liberdade – Pampulha. (C) - URPV

São Paulo - Regional Nordeste. Fonte: Gerenciamento (2008).

De acordo com Fiúza; Aurora; Maria (2007):

A B

C

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A inserção urbana das URPV deve estar em consonância com os resultados

dos diagnósticos de ocorrências de deposições clandestinas já realizados. A

estratégia de sua localização prevê a cobertura de todo o território da cidade,

considerando que o raio de abrangência de uma URPV é de

aproximadamente 2 km. Esse valor foi definido em função da capacidade de

deslocamento de uma carroça carregada com entulho da construção civil.

Outros fatores, contudo, também precisam ser considerados tais como:

declividade das vias de acesso, existência no entorno de vias de trânsito

rápido, elementos naturais que possam se constituir em barreiras físicas

(rios, morros, divisores de bacias hidrográficas etc), presença de linha férrea,

dentre outros (FIUZA; AURORA; MARIA, 2007, p. 6).

A Lei 9193, Belo Horizonte (2006), autoriza ao Executivo Municipal implantar, em

cada administração regional, usina de reciclagem de RCD e resíduos da poda de árvores.

Cabendo ao Poder Executivo implantar centros de serviços para produção de agregados

provenientes de materiais recicláveis e incentivar o uso de materiais recicláveis na construção

de casas populares e obras públicas.

De acordo com a SLU, Prefeitura de Belo Horizonte (2007), o Programa de

Reciclagem de Entulho tem como objetivo recuperar a qualidade do ambiente urbano e

produzir material de construção reaproveitando o entulho. O material reciclável é aplicável à

construção civil, e substitui perfeitamente a areia e brita, ou o minério de ferro, na execução

de sub-base de vias de trânsito.

Segundo Carneiro; Brum; Cassa (2001), o custo da primeira Usina de Recilagem em

1995 foi de US$ 150.000, processando uma quantidade de 100 t /dia de material.

Conforme o CMRR (2007), no município estão em funcionamento três estações de

reciclagem (Figura 08), localizadas nos bairros Estoril (R. Nilo Antônio Gazire, 147, Estoril),

inaugurada em 1995, Pampulha (R. Policarpo Magalhães Viotti, 450, Bandeirantes),

inaugurada em 1996, e Glória (CTRS BR 040: BR 040, km531, Jardim Filadélfia),

inaugurada em 2006, onde os materiais passam pelas etapas de triagem, classificação e

britagem. Entre os materiais obtidos durante o processo, destacam-se os blocos e os pisos.

A B

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49

Figura 08 – Usinas de Reciclagem de Entulho (URE’s) no município de Belo

Horizonte. (A) – URE do Estoril. (B) – URE da Pampulha. (C) – URE da BR 040. Fonte:

Almeida (2008a).

De acordo com contato telefônico com funcionário da SLU, o material reciclado é

repassado para obras da Prefeitura e alguma parte é também vendido a construtoras e

empreiteiras. Conforme Cunha Júnior (2005), o material reciclado tem sido utilizado pela

Prefeitura em obras de manutenção de instalações de apoio à limpeza urbana, em obras de

vias públicas e, ainda, em obras de infra-estrutura em vilas e favelas.

A estação de reciclagem da Glória ou Central de Tratamento de Resíduos Sólidos

(CTRS) da BR-040, segundo a SLU, Prefeitura de Belo Horizonte (2007), ocupa uma área de

145 hectares e é destinada ao tratamento do lixo de Belo Horizonte. Dentre as unidades que

fazem parte desta Central, as principais são: o Aterro Sanitário, a Unidade de Compostagem,

o sistema de balanças, a Unidade de Educação Ambiental, o Departamento de Transportes e

os escritórios administrativos. A Central possui licença operacional concedida pelo Conselho

Estadual de Política Ambiental credenciando a cidade a receber parcela do ICMS Ecológico

do Estado de Minas Gerais. A disposição de resíduo na Central se efetua mediante

cadastramento prévio das empresas particulares e pagamento de tarifa, de acordo com a tabela

de preços públicos, e somente os seguintes resíduos são aceitos: Resíduos sólidos

provenientes da coleta domiciliar e comercial; Entulho da construção civil; Resíduos

provenientes da limpeza de vias e logradouros público e Terra.

De acordo com Cunha Júnior (2005), dos RCD destinados aos equipamentos de

limpeza urbana, aproximadamente, 1/3 (um terço) é reciclado.

Segundo o mesmo autor, o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Belo

Horizonte prevê para o manejo e a reciclagem de RCD a instalação de quatro Estações de

Reciclagem de Entulho, sendo a última prevista para ser instalada no vetor leste-nordeste da

cidade, o que dará uma nova dinâmica ao programa de Gerenciamento de RCD, com

capacidade nominal de processar 303.094 m³ /ano de entulho e produzir 484.950 m³ /ano de

agregado.

C

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50

Resumo das quantidades destinadas à aterragem e à reciclagem dos RCD (Gráfico

01) e comparativo entre resíduos aterrados, RCD aterrados e RCD reciclados (Gráfico 02).

Gráfico 01 – Locais de Destinação dos Resíduos Recebidos pelas Unidades de

Recebimento de Pequenos Volumes em Belo Horizonte. Fonte: Fiúza; Aurora; Maria (2007).

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51

Gráfico 02 – Comparativo anual entre os totais de Resíduos Sólidos Aterrados, de

Resíduos de Construção e Demolição Aterrados e de RCD Reciclados (tonelada/ano) em Belo

Horizonte. Fonte: Fiúza; Aurora; Maria (2007).

5.2 DESCRIÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL DOS RCD NO MUNICÍPIO DE PORTO

ALEGRE

Segundo o IBGE (2007), o município de Porto Alegre, com uma área de unidade

territorial de 497 km², possui 1.420.667 hab.

No início da década de 90, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU),

Prefeitura de Porto Alegre (2007), adotou o Sistema de Gerenciamento Integrado de Resíduos

Sólidos, no qual são estabelecidas novas diretrizes no manejo dos resíduos.

Políticas Públicas

Com a finalidade de melhorar o desempenho e a realização dos serviços de limpeza

pública da cidade de Porto Alegre, foi criado, como autarquia pela Lei nº. 4080 de 15 de

dezembro de 1975, o DMLU, a partir da Divisão de Limpeza Pública, vinculada à Secretaria

de Obras e Viação.

A legislação vigente, instrumento legal que define as competências da Autarquia e

disciplina a população quanto à geração de resíduos, é o Código Municipal de Limpeza

Urbana, Lei Complementar nº. 234/90.

De acordo com Lei 234/90, art. 19°, é responsabilidade das construções e

demolições: 1 - Manter em estado permanente de limpeza o trecho em frente à obra; 2 - Evitar

poeira e detritos nas propriedades vizinhas, vias e logradouros públicos; 3 - Não dispor

materiais no passeio ou via pública, salvo o tempo de descarga e remoção ou em obras no

próprio logradouro ou muro de alinhamento. Os geradores, caso não acatem as obrigações

estarão sujeitos à penalidades, mediante multa. O acondicionamento, coleta e transporte do

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lixo especial deverão ser feitos pelo gerador, porém poderá ser executado pelo executivo,

desde que solicitado e mediante tarifa segundo tabela própria.

Conforme ANEXO G, o Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil

foi elaborado, porém ainda não aprovado.

Programas

A política de gerenciamento dos resíduos adotada a partir de 1989, projeta Porto

Alegre como uma referência, liderando o Grupo de Trabalho de Gestão Integrada e

Sustentável dos Resíduos Sólidos em Cidades da América Latina e Caribe, do Programa de

Gestão Urbana da ONU.

Conforme Caron (1993), dentre as diretrizes do Sistema de Gerenciamento Integrado

de Resíduos Sólidos está que as políticas de limpeza pública priorizarão a educação ambiental

e a redução dos resíduos sólidos na fonte geradora. O sistema prevê para os RCD coleta

diferenciada, com reaproveitamento como forma de tratamento para os resíduos sólidos em

geral. Além disso, a concepção das unidades de reciclagem seria baseada em tecnologia

simples, o que possibilitaria a separação manual, a fim de executar um trabalho de integração

com catadores.

Os objetivos do DMLU são a redução, o reaproveitamento (suinocultura,

compostagem, entre outros.) e a reciclagem como caminhos para o desenvolvimento

sustentável.

A Coleta Domiciliar é realizada três vezes por semana na maioria dos bairros. No

centro da cidade e principais avenidas, ela ocorre de segunda a sábado.

Podem ser encaminhados à coleta domiciliar resíduos como cascas e restos de frutas e

legumes, sobras de comida, papel higiênico e fraldas descartáveis usados, guardanapo e toalha

de papel sujos, plantas, restos de podas e varrição, pó de café e erva-mate.

O Código Municipal de Limpeza Urbana estabelece um limite mínimo e máximo para

destinar os resíduos à coleta domiciliar: de 20 a 100 litros.

A Coleta Seletiva recolhe resíduos recicláveis, como por exemplo, papéis (sem

gordura), isopor, plásticos, metais, vidros e embalagens longa vida. Atualmente, a coleta

seletiva ocorre uma vez por semana nos bairros. Na região central, em que não é possível o

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acesso de caminhões de grande porte, carrinhos elétricos fazem a coleta de recicláveis, de

segunda a sábado, durante várias vezes ao dia. Encaminhados às unidades de triagem de Porto

Alegre, as pessoas separam os resíduos, prensam, agrupam em fardos e vendem esses

materiais para as indústrias de reciclagem. O dinheiro da comercialização é dividido entre os

membros, que são administrados sob a forma de associações.

Em 2000, o serviço recebeu o prêmio Coleta Seletiva – Categoria Governo, da

entidade Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE), reconhecendo Porto

Alegre por executar a melhor prática de gestão na área de reciclagem de resíduos sólidos do

Brasil.

Em julho de 2000, entrou em funcionamento a Unidade e Triagem e Compostagem

(UTC) Francisco Engel Rodrigues, situada na Estrada Afonso Lourenço Mariante, 4401,

Bairro Lomba do Pinheiro, com uma área aproximadamente de dez hectares. Foi construída

com a finalidade do DMLU reaproveitar os resíduos orgânicos pelo método da Compostagem.

Gerenciamento dos RCD

Por meio de contato telefônico com funcionário do DMLU, foi possível saber da

existência de Projeto de Lei a ser aprovada para implantação de pontos para destinação de

entulho do pequeno gerador. E atualmente se encontra em licenciamento na cidade de Porto

Alegre uma Usina de RCD Privada. O mesmo relata sobre a política de repressão adotada pela

Prefeitura, juntamente com o Ministério Público, na questão da disposição irregular de

entulho, e que se disposto em via pública, a responsabilidade é do município em coletar,

transportar e destinar (ANEXOS G e H).

Em 1997, o DMLU começou a operar o Aterro Sanitário da Extrema A obra,

referência na América Latina, foi projetada e construída com as melhores técnicas de

Engenharia Ambiental, sendo o primeiro aterro no Estado a ser licenciado pelo órgão

ambiental. O Extrema esgotou sua capacidade em 31 de dezembro de 2002, tendo recebido

824 mil toneladas.

Inicialmente, os caminhões da coleta domiciliar de Porto Alegre vão para a Estação

de Transbordo. Na estação, os resíduos são pesados e transferidos para as carretas (com

capacidade de transporte de até 53 m³). Depois, são levados para os aterros sanitários.

Atualmente, os resíduos sólidos domiciliares de Porto Alegre saem da Estação de

Transbordo da Lomba do Pinheiro e são levados para a Central de Resíduos Recreio, aterro

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sanitário de propriedade da empresa Soluções Ambientais Ltda.. Esse aterro está localizado

no município de Minas do Leão, distante 113 km de Porto Alegre.

Esta forma de operação serve para reduzir os custos de transporte dos resíduos até os

aterros sanitários, devido a maior capacidade volumétrica das carretas.

A Estação de Transbordo de Resíduos de Porto Alegre possui uma área de 18 hectares.

Os resíduos de construção civil e os resultantes de remoções de vegetação e

escavação de solos devem ser dispostos em locais adequados às normas previstas na

Resolução Conama nº. 307, de 05 de julho de 2002, do Conama.

O DMLU, Prefeitura de Porto Alegre (2007), disponibiliza à população aterros

especialmente construídos para o descarte de resíduos classificados pelo Conama como "A"

(caliça, solos e rochas).

As sobras de construção civil, pedaços de madeiras e podas de árvores podem ser

encaminhadas à Central Serraria II - Aterro de Entulhos e Beneficiamento de Resíduos

Arbóreos (Figura 09), localizada na Avenida Serraria, 3300, Bairro Serraria, Zona Sul da

cidade.

Figura 09 – (A) e (B) – Aterro Serraria no município de Porto Alegre. Fonte:

Rodigheri (2008a).

O Aterro Anchieta, situado na Avenida das Indústrias, 1395, Bairro São João, Zona

Norte, foi construído para receber somente resíduos da construção civil. Não é permitido o

descarte de podas e vegetação nesse aterro.

Conforme ANEXO G, nos Aterros de RCD não há reaproveitamento dos resíduos,

porém solos e caliças são utilizados para elevação de cotas do terreno. A vegetação é

compostada e separada em lenha e o material ferroso é acumulado temporariamente.

Segundo contato telefônico com funcionário do DMLU, para a Estação de

Transbordo são destinados somente os resíduos domiciliares e, conforme Prefeitura de Porto

A B

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Alegre (2007), apenas as empresas cadastradas no DMLU poderão descartar resíduos na

Estação. O serviço é executado mediante o pagamento de tarifa. A contratação é feita

diretamente com as transportadoras. As empresas transportadoras estão cadastradas na

Equipe de Resíduos Especiais do DMLU, sendo habilitadas a transportar resíduos à Estação

de Transbordo.

5.3 DESCRIÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL DOS RCD NO MUNICÍPIO DE

SALVADOR

Segundo o IBGE (2007), o município de Salvador, com uma área de unidade

territorial de 707 km², possui 2.892.625 hab.

Carvalho (2005) revela que a construção civil é responsável por cerca de 40% de

todo o lixo gerado na cidade de Salvador, em um ano produz mais de 495 mil toneladas de

resíduos de construção.

Conforme o CREA-BA (2004), o RCD significa cerca de 45% de todo o lixo

coletado na cidade, tendo ultrapassado as 2.000 toneladas diárias em 2003. Azevedo;

Kiperstok; Moraes (2006) confirma que este valor varia de mais de 45% em Salvador.

Enric Vázquez (apud CARNEIRO; BRUM; CASSA, 2001) expõe que

pesquisadores do Projeto Entulho Bom da UFBA mostram que a evolução da coleta de

resíduos da construção, na cidade de Salvador, passou de 200.000 t/ano, em 1996, para mais

de 500.000 t/ano, em 1998. A caracterização realizada detectou um alto potencial de

reciclagem destes resíduos.

No ano de 2002, o município de Salvador gerava 2.164 t de RCD por dia, ou

655.569 t /ano, o que representa 45,03% do RSU (SALVADOR, 2002 apud AZEVEDO;

KIPERSTOK; MORAES, 2006).

Políticas Públicas

A fim de se cumprir as normas da Resolução 307 do Conama, Carvalho (2005)

relata que as construtoras, o Centro de Recursos Ambientais (CRA), a Empresa de Limpeza

Urbana do Salvador (Limpurb) e o Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia

(Sinduscon - BA) promoveram encontros para a elaboração do Termo de Referência para o

Projeto de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil (PGRCC).

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De acordo com Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006), o Projeto de Gestão

Diferenciada de Entulho tem como suporte legal o Decreto n° 12.133, de 8 de outubro de

1998, chamado Regulamento do Entulho, que estabelece:

... a obrigação para o proprietário (seja pessoa física ou jurídica) ou ao

responsável legal ou técnico por uma obra de construção civil ou movimento

de terra, a obrigação de providenciar, às suas expensas, o transporte de

entulho até os locais autorizados para sua recepção, bem como a aquisição

dos recipientes adequados para acondicionamento no local da obra.

Determina, também, a obrigatoriedade de cadastro para pessoas físicas ou

jurídicas que realizam o transporte de entulho no município (Carneiro,

Brum; Cassa, 2001), as quais devem cumprir as normas de segurança e levar

o material para os locais autorizados. Prevê, ainda, pesadas multas para

quem joga entulho nas ruas ou locais não autorizados e para quem transporta

entulho sem autorização ou desrespeitando normas de segurança

(SALVADOR, 1998; SANTANA, 2003 apud AZEVEDO; KIPERSTOK;

MORAES, 2006, p. 67).

CREA-BA (2004), relata que com a promulgação do Decreto 12.133, que dispõe

sobre manejo, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e destino final do RCD, se

obteve uma redução de cerca de 75% de pontos de descarte irregular. A Limpurb e a

Secretaria Municipal de Serviços Públicos são os órgãos fiscalizadores e a infração pode

ocasionar multa de até 730 Ufirs, porém a punição não é usualmente aplicada, somente nos

casos em que a notificação é ignorada pelo infrator.

Entretanto, segundo Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006), o mesmo decreto não tem

como base a não geração de resíduos e nem estabelece a sua classificação em tipos

diferenciados, a fim de facilitar o seu reaproveitamento ou armazenamento para posterior

utilização.

Programas

Segundo a Prefeitura de Salvador (2007), a Limpurb realiza serviços de

sensibilização, através das oficinas de papel, brinquedo, papietagem e cestaria. As oficinas

visam a construção de valores sociais, conhecimento, habilidades, atitudes e competências

voltadas para o manejo adequado dos resíduos sólidos e conservação do meio ambiente.

Dentre as Operações Especiais, a Limpurb efetua a Operação Verão; a Operação Chuva e a

Operação Carnaval.

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Desde 1996, a Limpurb, em parceria com as Associações de Bairros, vem apoiando

a criação de Cooperativas e Associações de catadores, difundindo políticas públicas voltadas

para a geração de postos de trabalho e a minimização de resíduos sólidos no Aterro Sanitário.

Atualmente, o município consta com mais de 24 cooperativas e associações, sem fins

lucrativos, constituídas de 700 catadores de materiais recicláveis, de acordo com a Prefeitura

de Salvador (2007).

Conforme a mesma, a Prefeitura desenvolve o gerenciamento dos RCD desde 1997,

com a implantação do Projeto Gestão Diferenciada de Entulho na Cidade de Salvador. Parte

integrante do Programa Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos. O

modelo consta de duas fases: Fase I – Gerenciamento e Fase II – Reutilização e Reciclagem

com o tratamento e reintegração ambiental para o processo produtivo. A Fase I teve como

prioridade responsabilizar o gerador quanto ao manejo diferenciado, com segregação na fonte,

com procedimentos próprios para segregação, acondicionamento, armazenamento, coleta,

transporte dos resíduos, tratamento e destino final. Com a implantação de uma Base de

Descarga de Entulho (BDE), para o grande gerador (acima de 2 m³) e seis Postos de Descarga

de Entulho (PDEs), para o pequeno gerador (até 2 m³).

Em 1999 foi feita a última caracterização dos RCD em Salvador, de acordo com

Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006). A caracterização física do entulho bruto e reciclado,

primeiro passo da Fase II, foi feita em parceria com a UFBA, e evidenciou que 94% da sua

composição gravimétrica é composta de materiais de excelência para a reciclagem,

representando os seguintes componentes conforme Gráfico 03.

Gráfico 03 – Caracterização dos Resíduos de Construção e Demolição, realizada no

ano de 1999 em Salvador. Componentes contidos em 94% da sua composição gravimétrica.

Fonte: Prefeitura de Salvador (2007).

Concreto e

argamassa

53%

Materiais não

indicados à

reciclagem

6%

Cerâmica

branca, rocha e

massa unitária de

1.345 kg /m³

10%

Solo e areia

22%

Cerâmica

Vermelha

9%

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Em 2005, através do Projeto Competir, desenvolvido pelo Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas

(Sebrae), as construtoras baianas, conforme expõe Carvalho (2005), se anteciparam à

implantação do Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, e

estavam sendo capacitadas para melhorar o reaproveitamento ou reciclagem das sobras de

materiais nas obras. Na fase inicial do projeto, novembro de 2004, visando reduzir o número

de resíduos e promover a reciclagem, participou nove empresas. Segundo coordenadora do

programa do Senai, a primeira etapa do projeto consiste em treinar a equipe gerencial,

esclarecendo os princípios do projeto. Consequentemente é iniciado o planejamento para sua

execução e, em seguida, é realizado o treinamento com os operários, com a implantação do

programa, sendo monitorado constantemente. Nos canteiros de obra são instalados

acondicionadores para coleta seletiva, triagem e destinação final do entulho.

Segundo CREA-BA (2004), também em 2005, o Sinduscon iniciou junto ao Qualiop

– Programa de Qualidade das Obras Públicas da Bahia – um trabalho direcionado para o

cumprimento da Resolução 307 do Conama (Elaboração de Projetos de Gerenciamento de

Resíduos da Construção). De acordo com um dos diretores da Sinduscon da época, além de

reduzir os resíduos gerados, se conseguiria custos mais baixos e um melhor preço para o

comprador do imóvel.

Conforme a Prefeitura de Salvador (2007), há um programa para o antigo Aterro de

Canabrava, hoje chamado Parque Socioambiental Canabrava. Uma perspectiva de uso para

atender as atividades voltadas para a promoção, inclusão social e a educação ambiental, nas

áreas de reciclagem de resíduos orgânicos (compostagem), resíduos da construção civil,

Classe A, materiais recicláveis e de recreação, esportes e lazer para a comunidade do entorno.

Gerenciamento dos RCD

O município não possui o Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção

Civil implantado até então

Além do Decreto 12.133, outro fator contribuiu para a elevada redução de pontos de

descarte irregular. Em 1999 houve a instalação dos Postos de Descarga de Entulho (PDEs),

unidades com capacidade para 2 metros cúbicos, distribuídas em seis pontos da cidade, para

os quais os geradores devem transportar o entulho pré-selecionado, ou seja, livre de lixo

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orgânico, terra ou restos de podas, afirmou a chefe do setor de Proteção à Estética da Cidade

da Sesp, em CREA-BA (2004). De acordo com a Prefeitura de Salvador (2007) o manejo do

entulho, até 2 m³, é de responsabilidade do Poder Público Municipal. Os PDEs de Salvador

estão relacionados na Tabela 08.

Tabela 08 – Localização dos Postos de Descarga de Entulho em Salvador.

PDE Localização

San Martin Avenida San Martin;

Luís Anselmo Loteamento Santa Tereza, Luís Anselmo;

Vale da Muriçoca Vale da Muriçoca, Federação;

Amaralina Rua São Policarpo, atrás do Colégio Anita Barbuda, em Amaralina;

Itaigara Rua Wanderley Pinho, atrás do Hiperposto;

Boca do Rio Estrada do Curralinho, na Boca do Rio.

Fonte: CREA-BA (2004).

Por meio de contato telefônico com funcionária da Limpurb identificou-se que dos

seis PDEs listados acima, somente cinco encontram-se em operação: San Martin; Vale da

Muriçoca; Amaralina; Itaigara e Boca do Rio. Esses PDEs estão em péssimo funcionamento e

conservação e, apenas o PDE Itaigara, se encontra em funcionamento adequado, embora tenha

sido observado seu mau uso em visita ao Município, no dia 27 de fevereiro de 2008.

A funcionária informou que consta uma nova Licitação para implantação de mais 18

PDEs na cidade e manutenção dos cinco existentes. No Projeto Executivo está previsto a

implantação de uma Usina de Reciclagem de Entulho para operar no antigo Aterro

Canabrava. O projeto da Unidade de Reciclagem, conforme a Prefeitura de Salvador (2007),

irá complementar a Fase II do Projeto Gestão Diferenciada de Entulho na Cidade de Salvador,

ratificado pela publicação do livro “ENTULHO BOM – Reciclagem de Entulho para a

Produção de Materiais de Construção”, financiado pela Caixa Econômica Federal em 2001 e a

seleção desta iniciativa pelo Programa CAIXA Melhores Práticas, ficando entre as 10

melhores em nível nacional.

A reportagem CREA-BA (2004) retrata sobre o destino dado aos resíduos dos PDEs,

os quais são transportados para a Base de Descarga de Entulho (BDE) localizada no antigo

aterro de Canabrava, e sobre o plano de se instalar a primeira usina de reciclagem de entulho,

de todo o Estado, no local, projetada para processar 360 tonelada por dia. A Base de Descarga

ou Bases de Descarte de Entulho (BDE) são também os pontos de descarte para os grandes

geradores de acordo com Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006).

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Segundo o mesmo autor, quanto ao volume de entrega, chegava-se voluntariamente,

99,4 t /dia de RCD nos PDEs, 4,6% do total de RCD coletados.

O Manejo de responsabilidade do grande gerador é realizado por veículos e

equipamentos de transportadores cadastrados anualmente na Limpurb, de acordo com

Prefeitura de Salvador (2007), conforme Decreto Municipal 12.133/98.

De acordo com a Prefeitura de Salvador (2007) a BDE no Parque Socioambiental de

Canabrava, recebe diariamente mais de 1.900 t /dia (76,49% representando a parcela coletada

pelo poder público municipal e 23,51% pelo próprio gerador). O Parque Socioambiental de

Canabrava (Figura 10) é um Aterro Controlado, com área aproximada de 69 ha. A BDE

possui área específica de 60.000 m², para recepção e disposição final de forma diferenciada de

RCD, Classe A – Entulho e Classe B – Madeira. Em fase de desativação, o Aterro recebeu

604.845 toneladas no ano de 2006.

Figura 10 – Parque Socioambiental de Canabrava em Salvador. Fonte: Prefeitura de

Salvador (2007).

A Limpurb, Prefeitura de Salvador (2007) destaca que o entulho é coletado dos

PDEs (Figura 11) já implantados ou dos pontos de depósito aleatório nas vias e logradouros

públicos da Cidade.

Foi observado, na visita ao Município de Salvador, que o PDE mais movimentado, o

PDE Itaigara (Figura 11 - A), possuía apenas três caçambas. Nas ruas da cidade encontram-se

diversos pontos de descarte irregular de entulho. Muitos deles com caçambas locadas em

locais impróprios, porém assumidos pelo serviço de coleta e munícipes como pontos de

descarte “legal” de RCD.

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Figura 11 – Postos de Descarga de Entulho em Salvador. (A) – PDE Itaigara. (B) –

PDE Vale da Muriçoca. Fonte: Visita ao Município de Salvador em 27 fev. 2008.

Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006) revela que em 2002 havia em Salvador três

formas de recolhimento: pelos próprios geradores até o destino final, por empresas

credenciadas pela Prefeitura para transportar até o aterro, e pela Limpurb nos PDEs. No

mesmo ano 55,80% dos RCD foram transportados pela Limpurb, através de empresas

terceirizadas. O restante foi coletado e transportado pelo gerador, sendo que 5,30% foram

coletados e transportados por empresa licenciada, de acordo com Tabela 09 abaixo.

Tabela 09 – Execução e quantidade da coleta de Resíduos de Construção e

Demolição em Salvador.

Executor 2002

% t /ano

Empresas privadas 5,30 34.770

Gerador 38,89 254.983

Limpurb 55,80 365.816

Total 100,00 655.569

Fonte: Salvador (apud AZEVEDO; KIPERSTOK; MORAES, 2006).

De acordo com fiscal de transbordo da Batre S.A., em Jordan (2007), atualmente

cinco empresas fazem a coleta dos resíduos na cidade de Salvador: JG, Torre, Vega, Cogep e

Amaral, sendo que as duas ultimas prestam serviços à Vega. A Prefeitura atua apenas com a

pesagem. Antes de ir para a disposição final, o lixo é pesado e separado em um galpão da

A B

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Bahia Transferência e Tratamento de Resíduos S/A (Battre), conhecido como balança, onde

funcionários da Prefeitura fazem a pesagem do lixo.

Segundo a Prefeitura de Salvador (2007), o sistema de limpeza urbana de Salvador é

formado por um regime de gestão mista, composto de Empresas Terceirizadas: Empresa

Privada Terceirizada (Vega Ambiental S.A.); Consórcio Salvador Limpa (Vega Ambiental

S.A.; Jotagê Engenharia Comércio e Incorporações Ltda; Torre Empreendimentos Rural e

Construções Ltda); Consórcio Itapuã (Vega Ambiental S.A.; Torre Empreendimentos Rural e

Construções Ltda; Grado Engenharia) e Empresas Concessionárias: LIMPURB; BATTRE e

Conestoga-Rovers & Associados Engenharia S/A (CRA).

Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006) relata que, a partir de 2003, o local de destino

final, o Aterro Controlado de Canabrava, passou a ser chamado de Parque Socioambiental de

Canabrava, integrando projeto de saneamento ambiental, com a interrupção de parte da

disposição de resíduos e encerramento de sua vida útil. Para Canabrava são destinados os

RCD, podas/feira e os Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) (Bloisi, 2002 apud Azevedo;

Kiperstok; Moraes, 2004). A disposição dos RCD em Canabrava é feita de forma gratuita.

Segundo assessoria técnica da Limpurb (BONFIM, 2003 apud AZEVEDO; KIPERSTOK;

MORAES, 2006), em 2004, funcionava em Canabrava uma escola que deveria formar

técnicos na reciclagem de resíduos da construção civil.

Destaca-se que Jordan (2007) relata sobre o Decreto Municipal 16.592, de 6 de julho

de 2006, que passa a responsabilidade dos RSS, desde sua coleta, transporte e destino final,

para seus geradores em especial, hospitais e clínicas.

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63

5.4 DESCRIÇÃO DA GESTÃO MUNCIPAL DOS RCD NO MUNICÍPIO DE SÃO

PAULO

Segundo o IBGE (2007), o município de São Paulo, com uma área de unidade

territorial de 1.523 km², possui 10.886.518 habitantes.

De acordo com Informações e Técnicas em Construção Civil I&T (2003) (apud

PINTO, 2005), o município de São Paulo possui uma geração de 17.240 t. de RCD por dia,

isso equivale a 55% de participação em relação aos resíduos sólidos urbanos.

Funcionário do Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb), através de contato

telefônico, confirma a produção de 17 mil t /dia de entulho e relata que a gestão municipal do

entulho fica entre 6 a 7 mil t /dia de entulho na cidade de São Paulo.

Levy (1997) (apud PASQUALOTTO FILHO, 2007) chegou a calcular 1.100 m³ /dia

de RCD gerado na cidade de São Paulo, considerando um coeficiente de 0,10 m³ /m²

construído.

Resíduos (apud AZEVEDO; KIPERSTOK; MORAES, 2006) relata que a Prefeitura

de São Paulo, que gerencia 40% dos RCD, tem uma estimativa de geração de 280 kg

/hab.ano. Valor esse próximo à média inferior Brasileira, que fica entre 230 a 730 kg

/hab.ano.

Conforme reportagem, Bessel (2005), todos os dias a cidade de São Pulo produz 17

mil toneladas de entulho. Em peso, isso seria quase o dobro da quantidade de lixo recolhida

diariamente.

A Problemática

Na mesma reportagem destaca-se o fato de que os RCD, na maior parte dos casos,

são destinados de forma inadequada, tanto pelos geradores, quanto por caçambeiros ou

carroceiros ilegais. A prefeitura de São Paulo gasta por ano cerca de R$ 300 milhões no

recolhimento de entulho que são jogados aleatoriamente em ruas e terrenos baldios da cidade.

Um grande problema exposto pela Prefeitura de São Paulo (2007) é o grande

número de caçambas estacionadas em vias públicas, muitas vezes atrapalhando a passagem de

pedestre e o trânsito. Ocorrem também casos de empresas transportadoras utilizarem a rua

como estacionamento, ou caçambas não estarem identificadas corretamente, pelo menos com

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número de cadastro e nome da empresa. Em 2006, o Limpurb recolheu mais de 400 caçambas

em situação irregular e aplicou cerca de mil multas.

Políticas Públicas

De acordo com a Prefeitura de São Paulo (2007), a nova política de gestão dos

resíduos da construção civil da Prefeitura de São Paulo, a ser implementada pelo Plano

Municipal de Gestão Sustentável de Entulho, diz que o gerador é responsável pelo entulho

gerado, a Prefeitura é co-responsável por pequenas quantidades de entulho (geralmente menos

que 50 kg ou 100 l), e de acordo com a legislação municipal específica da lei 13.478/02.

A mesma expõe que a lei proíbe a deposição de entulho em vias e logradouros

públicos e permite que cada imóvel gerador encaminhe o máximo de 50 kg de entulho por dia

para ser recolhido pela Prefeitura através da coleta domiciliar convencional, desde que os

resíduos estejam devidamente acondicionados. No caso da geração de quantidades superiores

à estabelecida em lei, o gerador é o responsável pela remoção e pela destinação final dada ao

entulho.

Na ausência de contrato, entre prestador de serviço e gerador, com relação à

destinação adequada dos RCD, a lei determina que o gerador dos resíduos também é

responsável caso haja alguma irregularidade, cabendo, inclusive, processo por crime

ambiental.

O Decreto n° 46.594/05 determina que todas as empresas que prestam serviço de

limpeza urbana em regime privado devem se cadastrar no Limpurb.

Para controle da Prefeitura e para informação em geral, conforme o mesmo decreto,

as empresas que prestam serviço de coleta de RCD, devidamente cadastradas no Limpurb,

devem manter as caçambas sinalizadas corretamente, com a identificação da empresa e

número de telefones emergenciais e da Central de Atendimento da Prefeitura. Devem conter

também os locais utilizados para tratamento ou disposição final dos resíduos, os quais devem

estar licenciados pelos órgãos competentes.

De acordo com Gestão (2008), a Prefeitura de São Paulo desenvolve o Plano de

Gestão Sustentável do Entulho para o Município de São Paulo, construído por meio da

Secretaria Municipal de Serviços e do Departamento de Limpeza Urbana, em parceria com

outras Secretarias do governo, Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo

(SINDUSCON-SP), Sindicato das Empresas de Remoção de Entulho do Estado de São Paulo

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(SIERESP) e outras entidades. O plano estabelece um sistema de gerenciamento dos resíduos

da construção com a articulação de ações públicas em conjunto com a iniciativa privada.

Conforme esquema estruturado pelo Núcleo Gestor de Entulho/ Limpub (Figura 12, p.58),

parte integrante de documento recebido via mensagem pessoal (ANEXO F).

Encontra-se em discussão o Projeto de Lei 522/04, o qual dispõe sobre o Plano

Integrado de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos e seus

componentes, o Programa Municipal de Gerenciamento e Projetos de Gerenciamento de

Resíduos da Construção Civil, que disciplina a ação dos geradores e transportadores destes

resíduos no âmbito do Sistema de Limpeza Urbana do Município de São Paulo e dá outras

providências.

Programas

De acordo com a Prefeitura de São Paulo (2007), o programa de coleta seletiva

abrange 68 distritos. Esses distritos são atendidos pelo serviço de coleta porta a porta feito

pelas concessionárias em caminhões compactadores. O material separado pelos próprios

moradores é recolhido em dias e horários distintos da coleta domiciliar. O volume de material

recolhido chega a 2,2 mil t /mês. Todo o resíduo coletado pelos caminhões compactadores

quanto pelas cooperativas são encaminhados para 15 Centrais de Triagens conveniadas com a

Prefeitura, nas quais o material é separado, prensado e comercializado. Além do serviço de

coleta porta a porta, a Prefeitura está incentivando e viabilizando a instalação de containeres

dentro de condomínios (de 1.000 l) e a coleta é feita pelos caminhões das concessionárias uma

vez por semana.

Segundo Schenini; Bagnati; Cardoso (2004), em 1991 a Prefeitura Municipal de São

Paulo implantou a primeira usina de reciclagem de entulhos do hemisfério sul, que tinha a

capacidade de processar 700 m³ /dia. O material britado pela usina foi utilizado na

pavimentação de ruas. Porém houve a necessidade de novos pontos de coleta, já que o projeto

não levou em conta as dimensões da cidade. Enfim, a usina terminou por ser desativada em

função dos elevados custos de transporte. A idéia inicial era de produzir 200.000 blocos de

concreto /dia, com uma redução de 70% no custo com relação aos blocos fornecidos no

mercado. Em 2004 o projeto foi revisto e a administração municipal estava tratando da

transferência da usina para local mais adequado.

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O Limpurb, fiscaliza, orienta multa ou mesmo tem o poder de cancelar a

autorização, se a empresa de prestação de serviço de limpeza urbana não estiver cumprindo

suas obrigações corretamente.

De acordo com a Prefeitura de São Paulo (2007), a fim de se cumprir a lei, a

Prefeitura executa a blitz de caçambas de entulho, na qual são recolhidas unidades em

situação irregular. Em sua maioria os equipamentos se encontram em locais proibidos ou não

possuem cadastro no departamento. São aplicadas multas (Tabela 10) variando de R$ 250 a

R$ 1,2 mil, dependendo da irregularidade cometida. O objetivo é fazer com que as empresas

se cadastrem junto ao Limpurb, atendendo ao decreto n° 46.594/05 que regulamenta a coleta,

transporte, tratamento e disposição final, e se extermine o uso de caçambas irregulares.

Tabela 10 - Fiscalização do Limpurb, multas e apreensões no ano de 2007, em São

Paulo.

Limpurb – Fiscalização

Multas e Apreensões – 2007

Total de caçambas apreendidas 249

Total de caminhões apreendidos 015

Quantidade de auto de multas emitidos 931

Valor dos autos de multas emitidos R$ 537.931,86

Fonte: Gestão (2008).

Conforme ANEXO F, a Prefeitura efetua coleta mecanizada e manual, transporte e

destinação do entulho e volumosos, descartados clandestinamente em vias e logradouros

públicos. Estes contratos passaram a ser gerenciados pelas Subprefeituras desde o início do

ano de 2005. São cinco empresas contratadas para a coleta, transporte e destinação dos RCD

descartados clandestinamente em vias e logradouros públicos, isto é, a Cidade é subdividida

em cinco agrupamentos. Além das ações fiscalizatórias.

De acordo com o Ministério das Cidades (2005):

O Plano Integrado de Gerenciamento dos Resíduos da Construção esta em

implantação. Existe um bom número de instalações públicas para o

recebimento de pequenos volumes (Pontos de Entrega – EcoPontos), uma

Área de Reciclagem pública, diversas Áreas de Reciclagem privadas e

Aterros, varias Áreas de Transbordo e Triagem privadas, e uma portaria do

executivo (Port 6787/2005) que institui a LETP – Licença Especial a Título

Precário, para a agilização do processo de licenciamento das ATTs privadas,

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consideradas como essenciais. As planilhas de compra municipais permitem

a aquisição de agregados reciclados em obras públicas (MINISTÉRIO DAS

CIDADES, 2005, p. 10).

Atualmente, a Prefeitura da Cidade de São Paulo desenvolve o Plano de Gestão

Sustentável do Entulho para o Município. Trata-se da implantação de novas áreas para o

manejo e a adoção de medidas que incentivem mudanças de procedimentos na sociedade, com

as seguintes vantagens: facilitar o descarte de resíduos da construção civil e volumosos;

valorizar e reaproveitar o entulho; incentivar a instalação de ATTs. O Plano tem como

fundamento a implantação de duas redes de novas áreas (Figura 11): Rede 1, com Ecopontos,

e a rede 2, com Áreas de Transbordo e Triagem, Áreas de Reciclagem e Aterros para

Reservação.

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Figura 12 – Fundamentos do Plano de Gestão para os Resíduos da Construção Civil

e Resíduos Volumosos em São Paulo. Fonte: Gestão (2008).

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Gerenciamento dos RCD

A Prefeitura de São Paulo (2007) destaca que o ideal é que o gerador contrate o

serviço legalizado das empresas transportadoras que operam com caçambas. É importante

saber quais são as empresas cadastradas pela administração municipal, pois somente as

regularizadas darão destino final adequado a estes resíduos. O gerador pode verificar se o

prestador de serviço é cadastrado junto à Prefeitura através da Central de Atendimento ou

através do download da lista atualizada das empresas de transportes de RCD em São Paulo no

site do Limpurb.

O entulho pode ser destinado a áreas licenciadas de transbordo e triagem ou aterros

licenciados de resíduos da construção. Para que o gerador se certifique de que o entulho foi

entregue em área licenciada, existe o Controle de Transporte de Resíduo (CTR), documento

comprobatório em três vias (uma para o contratante, uma para o contratado e outra para o

local responsável pelo recebimento do entulho), que deve ser exigido pelo gerador

contratante, juntamente com o contrato de prestação de serviços estabelecido pela empresa e

contratante (especificando as responsabilidades da empresa com relação ao destino do entulho

recolhido).

Na tentativa de obedecer à resolução do Conama, segundo Bessel (2005), a

Prefeitura de São Paulo criou seis Ecopontos (Ecopontos: Bresser; Pinheiros; Imperador;

Padre Nogueira Lopes; Santo Amaro e Tatuapé). Ecopontos são locais em que o pequeno

gerador de entulho pode depositar até 1 metro cúbico de resíduos por dia. Inicialmente a idéia

era construir 96 Ecopontos, um para cada distrito da cidade. No entanto, até 2005, somente

seis deles foram entregues. Os Ecopontos (Figura 13) foram criados para facilitar a vida do

cidadão comum, o qual não precisaria se preocupar com a destinação correta de seu pequeno

volume de entulho gerado, apenas entregar no local indicado. Nessas áreas não somente o

entulho comum é recebido, também são aceitos restos de podas e “bagulhos” (objetos

inutilizados ou quebrados que se queira descartar).

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Figura 13 – Ecopontos no município de São Paulo. (A) – Ecoponto Bresser. (B) –

Ecoponto Pinheiros. (C) – Ecoponto Imperador. (D) – Ecoponto São João Clímaco. Fonte:

Prefeitura de São Paulo (2007).

De acordo com contato telefônico efetuado em janeiro de 2008, com funcionário do

Ecoponto Bresser, a cidade de São Paulo possui atualmente 22 Ecopontos em operação.

Informação essa confirmada pelo Núcleo Gestor de Entulho/LIMPURB (ANEXO C).

De acordo com a Prefeitura de São Paulo (2007), existem na cidade 24 Ecopontos,

que são locais de entrega voluntária de pequenos volumes de entulho (até 1 m³), grandes

objetos (móveis, poda de árvores etc.) e resíduos recicláveis. Além dos 22 Ecopontos citados

no ANEXO C, incluem-se: Ecoponto Nascer do Sol (R. Nascer do Sol, 356. Cidade

Tiradentes) e Ecoponto Alceu Maynard (Av. Professor Alceu Maynard de Araújo, 330).

Segundo Gestão (2008), a meta de implantação da Prefeitura é de uma unidade por

distrito, ou seja, 96 unidades. Atualmente a implantação dos Ecopontos se encontra no

seguinte estágio (Tabela 11):

B A

C D

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Tabela 11 – Estágio de Implantação dos Ecopontos em São Paulo.

Quadro Resumo

Em Operação 22

Obra Concluída – próximo da inauguração. 4

Em obras 9

Em Licitação 2

Elaboração de Edital p/ Licitação 5

Projeto Pronto Aguardando reserva 2

Projeto em Elaboração 2

TOTAL 46

Fonte: Gestão (2008).

A evolução na implantação dos ecopontos pode ser observada através de mapa, no

ANEXO D.

Conforme contato telefônico realizado com o Limpurb, a cidade possui os 22

Ecopontos em operação e será inaugurado mais dois. Nos ecopontos estão situadas: Baia, para

os resíduos volumosos; Caçamba, para os RCD; e Container, para os materiais recicláveis

usuais que são destinados aos núcleos de triagem. As empresas terceirizadas para efetuar o

transporte do entulho, dos ecopontos para o aterro, são: a “Corpotec” e a “Martas”. A frota

para retirada de RCD consiste em: nove Caminhões Poliguindastes das empresas contratadas,

e um da Prefeitura.

Nos Ecopontos, o munícipe poderá dispor o material gratuitamente em caçambas

distintas para cada tipo de resíduo. Dos Ecopontos em operação, a média de remoção mensal

no ano de 2007 foi de 1.492,11 m³ (Tabela 12).

Tabela 12 – Volume Removido nos Ecopontos em operação em São Paulo.

Volume Removido Metros Cúbicos (m³)

Total removido desde a inauguração 29.103,90

Total removido no ano de 2007 17.905,29

Total removido em Dezembro de 2007 2.407,50

Média mensal no ano de 2007 1.492,11

Fonte: Gestão (2008).

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A evolução da remoção dos resíduos nos ecopontos pode ser observada através de

gráfico, no ANEXO E.

De acordo com Prefeitura de São Paulo (2007), a cidade possui cinco ATTs de

resíduos de construção civil privadas. O material recolhido é separado, o resíduo de origem

mineral (concreto, argamassa, alvenaria etc), é encaminhado para aterros de inertes, o rejeito é

levado para aterros sanitários e o resíduo reaproveitável é comercializado. No caso das novas

ATTs, os resíduos serão levados para aterros particulares.

Segundo Pasqualotto Filho (2007) existem três áreas oficiais destinadas aos RCD,

um aterro, o Aterro Itaquera, e duas ATTs, Leopoldina e Itatinga, onde após entrega do

entulho é feita uma triagem prévia para separação dos materiais ferrosos dos minerais.

Conforme contato telefônico com o Limpurb, o Aterro Itaquera está fechado e,

atualmente, são três os Aterros destinados para os RCD, são eles: Brasilândia ou Essencis,

Nova Cumbica e Parelheiros (Tabela 13).

Tabela 13 – Unidades Públicas de Destinação para Grandes Volumes de resíduos de

construção e demolição em São Paulo.

Unidade de Destinação Localização

Aterro de resíduos inertes - Essencis Bairro Vila Brasilândia – Zona Norte.

Aterro de resíduos inertes – Parelheiros Bairro de Parelheiros – Zona Sul.

Aterro de resíduos inertes – Nova Cumbica Bairro de Nova Cumbica – Guarulhos – Grande S.

Paulo

Transbordo Itatinga Bairro de Pedreira – Zona Sul.

Transbordo Vila Leopoldina Bairro de V. Leopoldina – Zona Oeste.

Fonte: Gestão (2008).

A cobrança para os resíduos no aterro, dependendo de suas características, se dá da

seguinte forma na cidade de São Paulo: R$ 30,00 /t para resíduo domiciliar, R$ 40,00 a R$

150,00 /t para resíduo industrial e R$ 3,00 /t para resíduo de construção e demolição,

conforme Carneiro; Brum; Cassa (2001).

A usina de reciclagem da cidade de São Paulo opera com um britador de impacto

(martelos) de elevada capacidade (400 m³ /dia), do tipo móvel, movido por um gerador a

diesel, além de um separador magnético e um peneirador de grande porte. A usina produz dois

A

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tipos de agregados: o tipo A, utilizados para a fabricação de infra-estrutura urbana, e o tipo B,

empregados para base de pavimentação, segundo Pasqualotto Filho (2007).

De acordo com contato telefônico com funcionário do Limpurb, a cidade de São

Paulo não possui hoje usina de reciclagem, de administração municipal, em operação. Como

exposto anteriormente, a mesma está desativa por motivos de elevados custos com transporte.

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6. ANÁLISE DA GESTÃO MUNICIPAL DOS RCD NAS CIDADES DE: BELO

HORIZONTE (Tabela 14), PORTO ALEGRE (Tabela 15), SALVADOR (Tabela 16) E

SÃO PAULO (Tabela 17).

Tabela 14 – Análise da gestão dos resíduos da construção civil no Município de

Belo Horizonte.

Modelo Atual

Pontos Positivos Pontos Negativos

Há um Centro Mineiro de Referência em

Resíduos (CMRR), que auxilia o Município na

gestão dos resíduos.

O Plano de Gerenciamento dos Resíduos da

Construção civil se encontra em fase de

elaboração.

Fiscalização permanente para prevenir pontos

clandestinos de destinação dos RCD.

Informação deficiente, sendo somente

encontradas orientações no site da SLU.

A cidade possui 29 Unidades de Recebimento de

Pequenos Volumes de Entulho (URPVs).

Não há um sistema de cadastramento de

transportadores, apesar de Lei específica: Lei

7745, a qual dispõe sobre remoção de terra e

entulho.

Programa de Reciclagem do Entulho, com três

Estações de Reciclagem em operação.

Apenas pequena parte do entulho é reciclada, a

maioria é aterrada.

Fonte: Baseada em Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006).

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Tabela 15 – Análise da gestão dos resíduos da construção civil no Município de

Porto Alegre.

Modelo Atual

Pontos Positivos Pontos Negativos

Elaborado Plano de Gerenciamento dos Resíduos

da Construção Civil de Porto Alegre.

O Plano de Gerenciamento dos Resíduos da

Construção Civil de Porto Alegre não foi

aprovado até então. Não há um programa de

gerenciamento adequado para os RCD.

Prefeitura e Ministério Público tentam reprimir

descarte irregular.

Projeto de Lei para ser aprovada para

implantação de Postos de destinação de Entulho

para o pequeno gerador.

Não há pontos de descarte de entulho para o

pequeno gerador.

Não há sistema de cadastramento de

transportadores.

Informação deficiente, sendo somente

encontradas orientações no site do DMLU.

Há dois aterros para RCD, sendo um Aterro de

Inertes (Aterro Anchieta), somente para RCD

Classe A, conforme classificação da Resolução

Conama 307 (2002).

Não há Triagem e Reciclagem dos RCD.

Fonte: Baseada em Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006).

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Tabela 16 – Análise da gestão dos resíduos da construção civil no Município de

Salvador.

Modelo Atual

Pontos Positivos Pontos Negativos

Existe um Projeto de Gestão Diferenciada de

RCD regulamentado pelo Decreto nº 12.133, de

8/10/98 (Regulamento do Entulho).

O Plano de Gerenciamento dos Resíduos da

Construção civil não está implantado.

O projeto foi implantado parcialmente, ainda

não ocorre a Reciclagem dos Resíduos.

O Projeto de Gestão Diferenciada não incentiva

a redução na fonte e nem possui metas para tal.

Houve um crescimento de 72,30% sobre o total

de geração de RCD a partir da implantação do

Projeto, ou seja de 1997 a 2002.¹

Houve um crescimento da geração de entulho.

Quase 45% dos RCD são transportados pelo

gerador, que não paga pela sua disposição.¹

Há cadastramento de transportadores junto à

Limpurb.

A prefeitura absorve cerca de 56% dos custos de

transporte dos RCD e 100% do custo de

disposição.¹

Informação deficiente, sendo somente

encontradas orientações no site da Limpurb.

Postos de Descarga de Entulho (PDEs) para o

pequeno gerador.

Em Licitação Projeto de revitalização dos PDEs

existentes e instalação de mais 18. Projeto

executivo para implantação da Usina de

Reciclagem.

Sistema de PDEs abandonados, sem

manutenção. Somente o PDE Itaigara é

considerado em operação “normal”.

Nas ruas da cidade encontram-se diversos

pontos de descarte irregular de entulho. Muitos

deles com caçambas locadas em locais

impróprios, porém assumidos pelo serviço de

coleta e munícipes como pontos de descarte

“legal” de RCD.

Há um Aterro para RCD, localizado no Parque

Socioambiental de Canabrava. Não há Triagem e Reciclagem dos RCD.

Caracterização feita em 1999. Não há periodicidade para a Caracterização do

Entulho.

Fonte: Baseada em Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006).

(1) – Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006).

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Tabela 17 – Análise da gestão dos resíduos da construção civil no Município de São

Paulo.

Modelo Atual

Pontos Positivos Pontos Negativos

Há um Plano Municipal de Gestão Sustentável

de Entulho, em desenvolvimento de acordo com

a legislação municipal específica da lei

13.478/02.

O plano não está sendo executado em sua

plenitude. As medidas tomadas não são suficientes

para um Município com as dimensões que São

Paulo possui.

O Decreto n° 46.594/05 determina que todas as

empresas que prestam serviço de limpeza urbana

em regime privado devem se cadastrar no

Limpurb. A lista de empresas cadastradas

encontra-se no site do Limpurb.

A Prefeitura age de maneira punitiva com

relação às disposições irregulares de RCD –

“Blitz da Caçamba”. Fiscalização constante.

Número elevado de transportadores clandestinos e

disposições irregulares.

Há 22 Ecopontos implantados e em operação na

cidade.

Número baixo de Ecopontos para o volume de

RCD gerado e para as dimensões de São Paulo.

A política de incentivo à Redução; Segregação e

Reciclagem são deficientes, além da Prefeitura não

executar tais ações.

A cidade possui três Aterros de Inertes

(Essencis, Parelheiros e Nova Cumbica) e duas

Áreas de Transbordo (Itatinga e Vila

Leopoldina).

Não há Triagem e Reciclagem dos RCD.

Fonte: Baseada em Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006).

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7. AVALIAÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL DOS RCD NAS CAPITAIS: BELO

HORIZONTE, PORTO ALEGRE, SALVADOR E SÃO PAULO.

A avaliação da Gestão Municipal das Cidades de Belo Horizonte, Porto Alegre,

Salvador e São Paulo, aqui exposta, foi baseada na Resolução Conama 307 (2002), de 05 de

julho de 2002, que entrou em vigor em 02 de janeiro de 2003 (Art. 14°), a qual estabelece

diretrizes, critérios e procedimentos para a Gestão dos Resíduos da Construção Civil.

A Resolução Conama 307 (2002) expõe prazos claros para a execução das diretrizes:

Art. 11. Fica estabelecido o prazo máximo de doze meses para que os

municípios e o Distrito Federal elaborem seus Planos Integrados de

Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil, contemplando os

Programas Municipais de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil

oriundos de geradores de pequenos volumes, e o prazo máximo de dezoito

meses para sua implementação.

Art. 12. Fica estabelecido o prazo máximo de vinte e quatro meses para

que os geradores, não enquadrados no art. 7º, incluam os Projetos de

Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil nos projetos de obras a

serem submetidos à aprovação ou ao licenciamento dos órgãos competentes,

conforme §§ 1º e 2º do art. 8º.

Art. 13. No prazo máximo de dezoito meses os Municípios e o Distrito

Federal deverão cessar a disposição de resíduos de construção civil em

aterros de resíduos domiciliares e em áreas de "bota fora" (CONAMA 307,

2002, p. 3).

A partir da data que a Resolução entrou em vigor, os Planos Integrados de

Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil, contemplando os Programas Municipais de

Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil citados acima, já deveriam estar implementados

nos Municípios e Distrito Federal. Observa-se que nos municípios em estudo encontram-se as

seguintes situações:

Município de Belo Horizonte

Quanto ao Plano de Gestão, a cidade, apesar da existência de um Centro Mineiro de

Referência em Resíduos, que auxilia o município na gestão dos resíduos, possui o Plano de

Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil em fase de elaboração. Contudo a cidade já

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implantou as diretrizes da Resolução Conama 307 (2002), e se encontra em operação o

Programa de Reciclagem de Entulho.

Quanto à divulgação dos serviços, a Prefeitura deixa a desejar no que diz respeito

ao sistema de fiscalização, controle e orientação constantes à população a respeitos dos locais

de disposição correta de entulho, e dos procedimentos a serem adotados com relação à

destinação e transporte dos RCD. Informações essas somente encontradas no site da

Prefeitura, de acordo com contato telefônico com a mesma. Ações educativas visando à

minimização da geração dos RCD e possibilitando a sua segregação, conforme art. 6° da

Resolução Conama 307 (2002), são imprescindíveis para o sucesso contínuo da gestão dos

RCD.

Quanto à logística, infere-se, segundo ANEXO I, que não há um sistema de controle

com relação às empresas transportadoras de entulho. A Lei 7745, Belo Horizonte (1999),

obriga as pessoas que operam com remoção de terra e entulho a trabalharem com veículo

cadastrado na Prefeitura de Belo Horizonte. Cabe ao munícipe total responsabilidade pelo

transporte dos RCD até as URPVs, através de serviços de carroceiros ou executando-os

pessoalmente As empresas transportadoras de entulho deverão estar devidamente cadastradas

na SLU, conforme Resolução Conama 307 (2002), art. 6°, a qual diz que deve constar no

Plano a definição de critérios para o cadastramento de transportadores.

Quanto às unidades de armazenamento temporário para pequenos volumes, a

cidade possui 29 URPVs.

Quanto à disposição final, existem três Estações de Reciclagem em operação:

Estoril, Pampulha e CTRS.

Município de Porto Alegre

Quanto ao Plano de Gestão, o Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção

Civil da cidade de Porto Alegre não foi aprovado até então. Não há um programa de

gerenciamento adequado para os RCD gerados no município. A Prefeitura responsabiliza o

próprio gerador, pequeno ou grande, quanto ao destino dos RCD, desde o transporte à

destinação final (ANEXOS DE G e H).

Quanto às unidades de armazenamento temporário para pequenos volumes, a

cidade não possui áreas para recebimento dos RCD dos pequenos geradores. É dever do

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Município, segundo a Resolução Conama 307 (2002), art. 6°, disponibilizar áreas para

recebimento, triagem e armazenamento de RCD, para o pequeno gerador.

Quanto à divulgação dos serviços, de acordo com os ANEXOS G e H, infere-se que

não há qualquer tipo de fiscalização, de controle e orientação constantes à população a

respeitos dos locais de disposição correta de entulho, e dos procedimentos a serem adotados

com relação à destinação e transporte dos RCD. Apenas a prefeitura e Ministério Público

tentam reprimir o descarte irregular. Podem ser encontradas algumas informações no site do

DMLU.

Quanto à logística, quando os RCD se encontram em via pública o município fica

responsável pela coleta, transporte e destino final. As empresas transportadoras de entulho

deveriam estar devidamente cadastradas no DMLU, conforme Resolução Conama 307 (2002),

art. 6°, que diz que deve constar no Plano, a definição de critérios para o cadastramento de

transportadores. Entretanto a Prefeitura não possui qualquer controle com cadastro de

transportadores de RCD (ANEXO H).

Novamente, ações educativas visando à minimização da geração dos RCD e

possibilitar a sua segregação são imprescindíveis para educar a população para o correto

gerenciamento dos RCD, conforme art. 6° da Resolução Conama 307 (2002).

Quanto à disposição final, existem dois aterros para RCD (Central Serraria II e

Aterro Anchieta), sendo o Aterro Anchieta construído somente para RCD Classe A, conforme

classificação da Resolução Conama 307 (2002) e art. 4°. Conforme Resolução Conama 307

(2002), art. 10°, quanto à disposição final, deve-se priorizar a reutilização ou reciclagem dos

RCD, ou encaminha-los a aterro de RCD, de modo a permitir sua utilização ou reciclagem

futura.

Enfim, para o Município de Porto Alegre há um longo caminho a ser percorrido na

busca do correto gerenciamento dos RCD, indo de acordo com a Resolução Conama 307

(2002).

Município de Salvador

Quanto ao Plano de Gestão, o Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção

Civil da cidade de Salvador não foi implantado até então. E o Projeto de Gestão Diferenciada

dos RCD regulamentado pelo Decreto nº. 12.133, de 8/10/98, (Regulamento do Entulho), foi

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implantado apenas parcialmente, ainda não ocorre a Reciclagem dos Resíduos e, além disso,

não incentiva a redução na fonte e nem possui metas para tal.

Houve um crescimento de 72,30% sobre o total de geração de RCD a partir da

implantação do Projeto, ou seja de 1997 a 2002. Houve um crescimento da geração de

entulho. Quase 45% dos RCD são transportados pelo gerador, que não paga pela sua

disposição. A prefeitura absorve cerca de 56% dos custos de transporte dos RCD e 100% do

custo de disposição (AZEVEDO; KIPERSTOK; MORAES 2006).

Quanto à divulgação dos serviços, podem ser encontradas informações no site da

Limpurb. A prefeitura deixa a desejar no que se refere à orientação e educação ambiental. Não

há uma Política da Prefeitura de divulgação e incentivo à minimização dos resíduos, e nem

para com os procedimentos a serem adotados com relação à destinação e transporte corretos

dos RCD. Orientação, incentivo e fiscalização são ações que permitem alcançar os objetivos

do Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil.

Quanto às unidades de armazenamento temporário para pequenos volumes,

conforme contato telefônico realizado com funcionária da Limpurb, o sistema de PDEs

encontra-se em estado de “abandono”, em péssima manutenção. Informação essa confirmada

em visita, realizada no dia 27 de fevereiro de 2008, ao Município de Salvador. A funcionária

da Limpurb relatou que somente o PDE Itaigara é considerado estar em “condições normais”

de operação.

Durante a visita notou-se o pequeno número de caçambas alocadas no PDE Itaigara,

PDE esse de elevado potencial para recebimento de entulho. Conforme conversa com Diretor

Geral da CTRA Ambiental Ltda., empresa prestadora de serviços de coleta de RCD da Vega

Ambiental S.A., o PDE Itaigara tem capacidade para acondicionar um volume de RCD de até

cinco caçambas. Com isso, infere-se uma falta de interesse do poder público municipal em

recolher o maior volume possível de RCD, já que se paga pelo serviço de coleta por tonelada

de RCD recolhido. A questão a ser observada é para onde o pequeno gerador leva seu entulho

quando o PDE encontra-se saturado? Infere-se que o RCD é transportado para o depósito

clandestino mais próximo.

Com a minimização de resíduos gerados na fonte, em conseqüência, a Limpurb teria

um volume menor de RCD a ser recolhido. Novamente, ações educativas visando à

minimização da geração dos RCD e possibilitar a sua segregação são imprescindíveis para

educar a população para o correto gerenciamento dos RCD, conforme art. 6° da Resolução

Conama 307 (2002).

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Para uma Cidade do porte de Salvador, o número de PDEs em operação é muito

pouco, apenas cinco. No município foi observado que nas ruas encontram-se diversos pontos

de descarte irregular de entulho. Muitos deles com caçambas locadas em locais impróprios,

porém assumidos pelo serviço de coleta e munícipes como pontos de descarte “legal” de

RCD.

Quanto à logística, o munícipe pode encontrar no site da Limpurb a lista de

transportadores cadastrados. Seria indicada uma forma de pagar o serviço de coleta dos RCD,

responsabilizando o pequeno gerador pelo mesmo, a qual desestimulasse a sua geração

(AZEVEDO; KIPERSTOK; MORAES, 2006).

Quanto à disposição final, para comportar os RCD há um Aterro de Inertes na

cidade, no Parque Socioambiental de Canabrava. Conforme Resolução Conama 307 (2002),

art. 10°, quanto à disposição final, deve-se priorizar a reutilização ou reciclagem dos RCD, ou

encaminhá-los a aterro de RCD, de modo a permitir sua utilização ou reciclagem futura.

A última caracterização dos RCD, na cidade de Salvador, foi feita em 1999. Faz-se

necessária regularmente a caracterização do entulho, tendo como parâmetro a classificação

contida na Resolução Conama 307/02 (AZEVEDO; KIPERSTOK; MORAES, 2006).

Enfim, o município de Salvador necessita retomar as ações previstas no

Regulamento do Entulho, Projeto de Gestão Diferenciada dos RCD e ultrapassar impasses,

estudando uma forma de pagar o serviço de coleta dos RCD, do pequeno gerador, a qual

desestimule a sua geração.

De acordo com Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006), introduzir taxas de disposição

para tornar a reciclagem atrativa ao grande gerador, estimular a segregação e reciclagem na

própria obra e passar a exigir mais do pequeno gerador são medidas que propiciam a não

geração do resíduo.

Município de São Paulo

Quanto ao Plano de Gestão, o Plano Municipal de Gestão Sustentável do Entulho

encontra-se em desenvolvimento e até então não foi implantado e executado em sua plenitude.

É necessário que o Plano seja realmente implantado, conforme tudo que o mesmo propõe

(Figura 08, p. 56).

De acordo com a Prefeitura de São Paulo (2007), a mesma é co-responsável por

somente pequenas quantidades de entulho (geralmente menos de 50 kg ou 100 l), e de acordo

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com a legislação municipal específica da lei 13.478/02. Porém a Resolução Conama 307

(2002) estabelece, em seu art. 5°, que é instrumento para a implementação da gestão dos

resíduos da construção civil o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção

Civil, a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal.

Quanto às unidades de armazenamento temporário para pequenos volumes, a

cidade de São Paulo possui 22 Ecopontos em operação, 4 próximos da inauguração, 9 em

obras, 2 em licitação, e em elaboração de edital para licitação, 2 em projeto pronto

aguardando reserva e 2 em projeto em elaboração, conforme Tabela 15, p. 60.

Um grande problema que a cidade de São Paulo enfrenta é o número elevado de

transportadores clandestinos e disposições irregulares. Apesar da Prefeitura agir de maneira

punitiva com relação às disposições irregulares de RCD, com a operação “Blitz da Caçamba”

e fiscalização constante. O fato se deve ao número baixo de Ecopontos para o volume de RCD

gerado e para as dimensões de uma cidade como São Paulo.

Quanto à logística, o município possui sistema de cadastramento dos transportadores

no Limpurb. Seria indicada uma forma de pagar o serviço de coleta dos RCD,

responsabilizando o pequeno gerador pelo mesmo, a qual desestimulasse a sua geração

(AZEVEDO; KIPERSTOK; MORAES, 2006).

A instalação de mais Ecopontos, na quantidade e distribuídos de maneira a atender

toda população de São Paulo com baixos custos de transporte é uma medida que está

constantemente sendo tomada no município, conforme Prefeitura de São Paulo (2007).

Quanto à divulgação dos serviços, o sistema de orientação à população a respeito

dos locais de disposição correta de entulho e dos procedimentos a serem adotados com

relação à destinação e transporte do RCD, devem ser ações contínuas. Ações educativas

visando a minimização da geração dos RCD e possibilitar a sua segregação são

imprescindíveis para o sucesso da gestão dos RCD. Conforme art. 6° da Resolução Conama

307 (2002). Orientação, incentivo e fiscalização são ações que permitem alcançar os objetivos

do Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil.

Quanto à disposição final, a cidade possui três Aterros de Inertes (Essencis,

Parelheiros e Nova Cumbica) e duas Áreas de Transbordo (Itatinga e Vila Leopoldina).

Conforme Resolução Conama 307 (2002), art. 10°, quanto à disposição final, deve-se

priorizar a reutilização ou reciclagem dos RCD, ou encaminha-los a aterro de RCD, de modo

a permitir sua utilização ou reciclagem futura.

De acordo com Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006), introduzir taxas de disposição

para tornar a reciclagem atrativa ao grande gerador, estimular a segregação e reciclagem na

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própria obra e passar a exigir mais do pequeno gerador são medidas que propiciam a não

geração do resíduo.

A cidade de São Paulo, por sua dimensão e população tem de estar sempre atenta,

com medidas fiscalizadoras e punitivas para o êxito de uma gestão correta dos RCD e evitar a

desordem e o caos da cidade com relação aos impactos ambientais que a destinação irregular

de entulho propicia.

Tabela 18 – Quadro de informações gerais, a respeito da Gestão Municipal dos

Resíduos de Construção e Demolição nas capitais: Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e

São Paulo.

Município

Plano Integrado

de

Gerenciamento

em

Desenvolvimento

Plano

Implantado

Unidades de

Armazenamento

Temporário

para Pequenos

Volumes

Logística com a

Definição de

Critérios de

Cadastramento

de

Transportadores

Destino

Final com

Triagem e

Reciclagem.

Belo

Horizonte Sim - Sim - Sim

Porto

Alegre Sim - - - -

Salvador Sim - Sim Sim -

São Paulo Sim - Sim Sim -

Fonte: Baseada em Ministério das Cidades (2005).

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8. CONCLUSÃO

8.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resíduos da construção civil representam mais da metade dos resíduos sólidos

urbanos gerados. Para redução dos impactos ambientais gerados pelos mesmos, o manejo

mais indicado é a minimização, a segregação na fonte geradora para sua reutilização ou para e

reciclagem e a disposição dos resíduos em aterros preparados exclusivamente para esse fim,

completando assim o ciclo produtivo, descartando o mínimo de resíduos no meio ambiente.

Resíduos denominados perigosos ou com nenhum potencial para o reaproveitamento devem

ter seu manejo conforme preconiza as normas técnicas e a legislação brasileira.

São inúmeras as políticas públicas que regulamentam a correta gestão dos RCD.

Leis, decretos, resoluções e normas, tanto Federais, Estaduais e Municipais. A Resolução

Conama 307 aponta as diretrizes para a gestão dos resíduos da construção civil e é base para

os Municípios, no que diz respeito ao gerenciamento dos RCD.

De acordo com a resolução Conama 307 (2002), os Municípios são responsáveis por

elaborar um Plano Integrado de Gerenciamento, que incorpore: 1 - Um Programa Municipal

de Gerenciamento (para geradores de pequenos volumes); e 2 - Projetos de Gerenciamento em

obra (para aprovação dos empreendimentos dos geradores de grandes volumes).

O município de Belo Horizonte apesar de possuir o Plano de Gerenciamento dos

Resíduos da Construção Civil em elaboração, não ter modificado significavelmente o número

de disposições irregulares do ano de 1993 ao ano de 2006 (FIUZA; AURORA; MARIA,

2007) e não possuir um sistema de cadastramento para transportadores, hoje é considerado um

exemplo de gestão sustentável do RCD. Isto porque possui uma legislação consistente na

questão do manejo e destino correto dos RCD. A cidade já implantou as diretrizes da

Resolução Conama 307 e se encontra em operação o Programa de Reciclagem de Entulho.

O município de Porto Alegre, apesar da iniciativa na década de 1990, com o Sistema

de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, ainda não possui o Plano de Gerenciamento

dos Resíduos da Construção Civil aprovado até então. O município possui Aterro de Inertes,

porém não segue as demais diretrizes estabelecidas pela Resolução Conama 307, como as

principais expostas no art. 6°, quanto ao cadastramento de áreas aptas para recebimento,

triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes; o incentivo à reinserção dos

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resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo produtivo; definição de critérios para o

cadastramento de transportadores; ações de orientação, de fiscalização e de controle dos

agentes envolvidos e ações educativas visando reduzir a geração de resíduos e possibilitar a

sua segregação.

O município de Salvador tem implantado na cidade o Projeto de Gestão

Diferenciada dos RCD (Regulamento do Entulho), no entanto ainda não efetua a Reciclagem

dos Resíduos e, além disso, não incentiva a redução na fonte e nem possui metas para tal.

Atualmente o Projeto encontra-se abandonado, sendo necessário que o poder municipal

retome seus objetivos e aplicações.

O município de São Paulo, pelo elevado volume gerado de RCD, está sempre alerta

às disposições irregulares de entulho. O Plano Municipal de Gestão Sustentável do Entulho

encontra-se em desenvolvimento e, até então, não foi implantado e executado em sua

plenitude.

O fato da escassez de informações sobre o manejo dos RCD, verificado nas quatro

capitais estudadas, aponta para a necessidade do Plano de Gerenciamento também centrado na

Educação Ambiental, não só dos empresários da construção civil, mas também dos

transportadores e da população como um todo. Visando sempre, como princípio básico, a não

geração dos resíduos.

O custo comportamental está vinculado às mudanças sociais e de

conhecimento das realidades distintas nas searas ambientais, através de um

processo de preparação imediata da sociedade, o que convenhamos não é

uma tarefa fácil de realizar, quando se observa as nuances tênues que

separam as regiões brasileiras na perspectiva de uma política pública sofrível

e temerária (BRAGA FILHO, 2007, p. 106).

Enfim, há a necessidade dos RCD serem reconhecidos como um verdadeiro

Problema Ambiental, pelo impacto que causa a sua disposição irregular. Os gestores

municipais devem priorizar o desenvolvimento do Plano Integrado de Gerenciamento e os

aplicar com seriedade, de maneira contínua e eficaz. Essa ação minimizará custos com a

remediação dos impactos causados pelas chuvas, como as inundações que causam inúmeros

prejuízos econômicos à população e às diversas atividades produtivas, acidentes de trânsito e

doenças, como a leptospirose, que ocorrem nestas situações. Além de estarem agindo de

forma sustentável no meio ambiente, retomando todo ciclo produtivo com a reincerção dos

materiais recicláveis ou reutilizáveis, minimizando assim o consumo dos recursos naturais.

As verbas municipais destinadas ao meio ambiente têm de corresponder à solução

do problema e serem utilizadas para tal. Os Municípios, deficientes de políticas públicas,

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devem estar atentos e proporcionar suporte legal, regulamentando cada etapa da gestão

sustentável dos RCD.

8.2 RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA OS MUNICÍPIOS DE BELO HORIZONTE

(Tabela 19), PORTO ALEGRE (Tabela 20), SALVADOR (Tabela 21) E SÃO PAULO

(Tabela 22).

Tabela 19 – Recomendações Técnicas para o Município de Belo Horizonte.

Recomendações ao Município de Belo Horizonte

O Município já deveria ter implantado o Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil.

Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a

redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final.¹

Sistema de fiscalização, controle e orientação constantes à população a respeitos dos locais de

disposição correta de entulho, e dos procedimentos a serem adotados com relação à destinação e

transporte dos RCD.

Ações educativas visando a minimização da geração dos RCD e possibilitar a sua segregação.²

Responsabilizar o grande gerador, e passar a exigir mais do pequeno gerador. Através de

informação, incentivo e fiscalização. Estimular segregação e reciclagem na própria obra.³

Introdução de taxas de disposição para tornar a reciclagem atrativa ao grande gerador.

Estudar forma de pagar o serviço de coleta dos RCD, do pequeno gerador, a qual desestimule a sua

geração.³

As empresas transportadoras de entulho deverão estar devidamente cadastradas na SLU. Deve

constar no Plano, a definição de critérios para o cadastramento de transportadores.²

Viabilizar uma maior capacidade de reciclagem para as Usinas existentes e, se necessário, implantar

mais UREs.

Fonte: Baseada em Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006).

(1) – Resolução Conama 307 (2002), art.s.: 5°, 11°, 12° e 14°.

(2) – Resolução Conama 307 (2002), art. 6°.

(3) – Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006).

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Tabela 20 – Recomendações Técnicas para o Município de Porto Alegre.

Recomendações ao Município de Porto Alegre

O Município já deveria ter implantado o Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil.

Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a

redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final.¹

É dever do Município disponibilizar áreas para recebimento, triagem e armazenamento de RCD,

para o pequeno gerador.²

As empresas transportadoras de entulho deverão estar devidamente cadastradas no DMLU. Deve

constar no Plano, a definição de critérios para o cadastramento de transportadores.²

Sistema de fiscalização, controle e orientação constantes à população a respeitos dos locais de

disposição correta de entulho, e dos procedimentos a serem adotados com relação à destinação e

transporte dos RCD.

Ações educativas visando a minimização da geração dos RCD e possibilitar a sua segregação. ²

Responsabilizar o grande gerador, e passar a exigir mais do pequeno gerador. Através de

informação, incentivo e fiscalização. Estimular segregação e reciclagem na própria obra.³

Introdução de taxas de disposição para tornar a reciclagem atrativa ao grande gerador.

Estudar forma de pagar o serviço de coleta dos RCD, do pequeno gerador, a qual desestimule a sua

geração.³

Quanto à disposição final, deve-se priorizar a reutilização ou reciclagem dos RCD, ou encaminha-

los a aterro de RCD, de modo a permitir sua utilização ou reciclagem futura.4

Fonte: Baseada em Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006).

(1) – Resolução Conama 307 (2002), art.s.: 5°, 11°, 12° e 14°.

(2) – Resolução Conama 307 (2002), art. 6°.

(3) – Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006).

(4) – Resolução Conama 307 (2002), art. 10°.

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Tabela 21 – Recomendações Técnicas para o Município de Salvador.

Recomendações ao Município de Salvador

O Município já deveria ter implantado o Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil.

Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a

redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final.1

Rever o Projeto. Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e,

secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final.²

Continuar com a Fase II do projeto, com Estação de triagem e Reciclagem dos RCD.

Responsabilizar o grande gerador, e passar a exigir mais do pequeno gerador. Através de

informação, incentivo e fiscalização. Estimular segregação e reciclagem na própria obra.3

Introdução de taxas de disposição para tornar a reciclagem atrativa ao grande gerador.

Estudar forma de pagar o serviço de coleta dos RCD, do pequeno gerador, a qual desestimule a sua

geração.3

Sistema de fiscalização, controle e orientação constantes à população a respeitos dos locais de

disposição correta de entulho, e dos procedimentos a serem adotados com relação à destinação e

transporte dos RCD.

Ações educativas visando a minimização da geração dos RCD e possibilitar a sua segregação.4

Efetuar a revitalização e retomar todas as atividades, já executadas na Fase I do Projeto, de forma

eficaz.

Instalação de mais postos de descarte para o pequeno gerador (PDEs), na quantidade e distribuídos

de maneira a atender toda população de Salvador com baixos custos de transporte.

Quanto à disposição final, deve-se priorizar a reutilização ou reciclagem dos RCD, ou encaminha-

los a aterro de RCD, de modo a permitir sua utilização ou reciclagem futura.5

Fazer regularmente a caracterização do entulho, tendo como parâmetro a classificação contida na

Resolução Conama 307/02. 3

Fonte: Baseada em Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006).

(1) – Resolução Conama 307 (2002), art.s.: 5°, 11°, 12° e 14°.

(2) – Resolução Conama 307 (2002), art. 4°.

(3) – Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006).

(4) – Resolução Conama 307 (2002), art. 6°.

(5) – Resolução Conama 307 (2002), art. 10°.

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Tabela 22 – Recomendações Técnicas para o Município de São Paulo.

Recomendações ao Município de São Paulo

É necessário que o Plano seja realmente implantado, conforme tudo que o mesmo propõe.¹

Sistema de informação constante à população a respeitos dos locais de disposição correta de entulho,

e dos procedimentos a serem adotados com relação à destinação e transporte do RCD.

Instalação de mais postos de descarte para o pequeno gerador (Ecopontos), na quantidade e

distribuídos de maneira a atender toda população de São Paulo com baixos custos de transporte.

Ações educativas visando a minimização da geração dos RCD e possibilitar a sua segregação.²

Responsabilizar o grande gerador, e passar a exigir mais do pequeno gerador. Através de

informação, incentivo e fiscalização. Estimular segregação e reciclagem na própria obra.³

Introdução de taxas de disposição para tornar a reciclagem atrativa ao grande gerador.

Estudar forma de pagar o serviço de coleta dos RCD, do pequeno gerador, a qual desestimule a sua

geração.³

Quanto à disposição final, deve-se priorizar a reutilização ou reciclagem dos RCD, ou encaminha-

los a aterro de RCD, de modo a permitir sua utilização ou reciclagem futura.4

Fonte: Baseada em Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006).

(1) – Gestão (2008).

(2) – Resolução Conama 307 (2002), art. 6°.

(3) – Azevedo; Kiperstok; Moraes (2006).

(4) – Conforme Resolução Conama 307 (2002), art. 10°.

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[mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <[email protected]> em 04 mar.

2008a.

RODIGHERI, Evandro. Dúvidas a respeito do gerenciamento dos RCD em Porto Alegre

[mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <[email protected]> em 10 mar.

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ANEXOS

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ANEXO A – Resolução Conama nº. 307, de 5 de julho de 2002. Fonte: Conama

(2007).

RESOLUÇÃO CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002

Publicada no DOU no 136, de 17 de julho de 2002, Seção 1, páginas 95-96

Correlações:

· Alterada pela Resolução no 348/04 (alterado o inciso IV do art. 3o)

Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das competências que lhe

foram conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto nº 99.274,

de 6 de julho de 1990, e tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria nº 326,

de 15 de dezembro de 1994140, e Considerando a política urbana de pleno desenvolvimento da função

social da cidade e da propriedade urbana, conforme disposto na Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001;

Considerando a necessidade de implementação de diretrizes para a efetiva redução dos impactos

ambientais gerados pelos resíduos oriundos da construção civil; Considerando que a disposição de

resíduos da construção civil em locais inadequados contribui para a degradação da qualidade

ambiental; Considerando que os resíduos da construção civil representam um significativo percentual

dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas; Considerando que os geradores de resíduos da

construção civil devem ser responsáveis pelos resíduos das atividades de construção, reforma, reparos

e demolições de estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção de vegetação e

escavação de

solos; Considerando a viabilidade técnica e econômica de produção e uso de materiais provenientes da

reciclagem de resíduos da construção civil; e Considerando que a gestão integrada de resíduos da

construção civil deverá proporcionar benefícios de ordem social, econômica e ambiental, resolve:

Art. 1o Estabelecer diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil,

disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais.

Art. 2o Para efeito desta Resolução, são adotadas as seguintes definições:

I - Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições

de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como:

tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e

compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações,

fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha;

II - Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou

empreendimentos que gerem os resíduos definidos nesta Resolução;

III - Transportadores: são as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do transporte dos

resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação;

IV - Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento de resíduos de

construção que apresentem características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de infra-

estrutura, em aterros sanitários ou outras obras de engenharia;

V - Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos,

incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e

implementar as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos;

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VI - Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do mesmo;

VII - Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido à

transformação;

VIII - Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo à operações e/ou processos que tenham por

objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam utilizados como matéria-prima ou produto;

IX - Aterro de resíduos da construção civil: é a área onde serão empregadas técnicas de disposição de

resíduos da construção civil Classe “A” no solo, visando a reservação de materiais segregados de

forma a possibilitar seu uso futuro e/ou futura utilização da área, utilizando princípios de engenharia

para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente;

X - Áreas de destinação de resíduos: são áreas destinadas ao beneficiamento ou à disposição final de

resíduos.

Art. 3o Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito desta Resolução, da

seguinte forma:

I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura,

inclusive solos provenientes de terraplanagem;

b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos,

blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;

c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-

fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;

II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão,

metais, vidros, madeiras e outros;

III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações

economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos

do gesso;

IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas,

solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de

clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

IV - Classe D: são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes,

óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e

reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e

materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. (nova redação dada pela

Resolução n° 348/04).

Art. 4o Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e,

secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final.

§ 1o Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares, em

áreas de “ bota fora”, em encostas, corpos d`água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei,

obedecidos os prazos definidos no art. 13 desta Resolução.

§ 2o Os resíduos deverão ser destinados de acordo com o disposto no art. 10 desta Resolução.

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Art. 5o É instrumento para a implementação da gestão dos resíduos da construção civil o Plano

Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, a ser elaborado pelos Municípios e pelo

Distrito Federal, o qual deverá incorporar:

I - Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil; e

II - Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.

Art. 6o Deverão constar do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil:

I - as diretrizes técnicas e procedimentos para o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos

da Construção Civil e para os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil a serem

elaborados pelos grandes geradores, possibilitando o exercício das responsabilidades de todos os

geradores.

II - o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para recebimento, triagem e armazenamento

temporário de pequenos volumes, em conformidade com o porte da área urbana municipal,

possibilitando a destinação posterior dos resíduos oriundos de pequenos geradores às áreas de

beneficiamento;

III - o estabelecimento de processos de licenciamento para as áreas de beneficiamento e de disposição

final de resíduos;

IV - a proibição da disposição dos resíduos de construção em áreas não licenciadas;

V - o incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo produtivo;

VI - a definição de critérios para o cadastramento de transportadores;

VII - as ações de orientação, de fiscalização e de controle dos agentes envolvidos;

VIII - as ações educativas visando reduzir a geração de resíduos e possibilitar a sua segregação.

Art. 7o O Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil será elaborado,

implementado e coordenado pelos municípios e pelo Distrito Federal, e deverá estabelecer diretrizes

técnicas e procedimentos para o exercício das responsabilidades dos pequenos geradores, em

conformidade com os critérios técnicos do sistema de limpeza urbana local.

Art. 8o Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil serão elaborados e

implementados pelos geradores não enquadrados no artigo anterior e terão como objetivo estabelecer

os procedimentos necessários para o manejo e destinação ambientalmente adequados dos resíduos.

§ 1o O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, de empreendimentos e atividades

não enquadrados na legislação como objeto de licenciamento ambiental, deverá ser apresentado

juntamente com o projeto do empreendimento para análise pelo órgão competente do poder público

municipal, em conformidade com o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da

Construção Civil.

§ 2o O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil de atividades e empreendimentos

sujeitos ao licenciamento ambiental, deverá ser analisado dentro do processo de licenciamento, junto

ao órgão ambiental competente.

Art. 9o Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil deverão contemplar as

seguintes etapas:

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I - caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos;

II - triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem, ou ser realizada nas áreas

de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos estabelecidas no art.

3o desta Resolução;

III - acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a

etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que seja possível, as condições de reutilização

e de reciclagem;

IV - transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as

normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos;

V - destinação: deverá ser prevista de acordo com o estabelecido nesta Resolução.

Art. 10. Os resíduos da construção civil deverão ser destinados das seguintes formas:

I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas

de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou

reciclagem futura;

II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento

temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;

III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas

técnicas específicas.

IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade

com as normas técnicas específicas.

Art. 11. Fica estabelecido o prazo máximo de doze meses para que os municípios e o Distrito Federal

elaborem seus Planos Integrados de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil, contemplando

os Programas Municipais de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil oriundos de geradores

de pequenos volumes, e o prazo máximo de dezoito meses para sua implementação.

Art. 12. Fica estabelecido o prazo máximo de vinte e quatro meses para que os geradores, não

enquadrados no art. 7o, incluam os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil nos

projetos de obras a serem submetidos à aprovação ou ao licenciamento dos órgãos competentes,

conforme §§ 1o e 2o do art. 8o.

Art. 13. No prazo máximo de dezoito meses os Municípios e o Distrito Federal deverão cessar a

disposição de resíduos de construção civil em aterros de resíduos domiciliares e em áreas de “ bota

fora”.

Art. 14. Esta Resolução entra em vigor em 2 de janeiro de 2003.

JOSÉ CARLOS CARVALHO - Presidente do Conselho Este texto não substitui o publicado no DOU, de 17 de julho de 2002.

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ANEXO B – Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes em Belo Horizonte,

endereços e telefones. Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte (2007).

URPVs

REGIONAL BARREIRO

1) R. Agenor Nonato Souza, 710, Jatobá IV - 3277-5886

2) R. Davi Fonseca, 1147, Milionários - 3277 -5886

3) R. Itapetinga, 02, Urucuia - 3277-5870

4) Av. Tereza Cristina, 68, Conj . Átila de Paiva - 3277-5870

5) R. Marly Passos, 10, Conjunto Túnel de Ibirité - 3277-5870

6) R. Antônio de Souza Gomes, 101, Lindéia - 3277-5870

REGIONAL CENTRO-SUL

7) Av. Artur Bernardes, 3951, Barragem Santa Lúcia - 3277-8820

REGIONAL LESTE

8) Av. dos Andradas, 5965, Pompéia - 3277-5684

9) Av. dos Andradas, 7501 , Boa Vista - 3277-5684

REGIONAL NORDESTE

10) R. Esplanada, 72, São Gabriel - 3277-7977

REGIONAL NOROESTE

11) Av. Pedro II, 5081, Jardim Montanhês (viaduto da BR-262) -

3277-8430

12) Av. João XXIII, 550, São José - 3277-7187

13) R. Barão de Itamandaré, 5, João Pinheiro - 3277-9666

REGIONAL NORTE

14) Av. Basílio da Gama, 5, Tupi - 3277-6792

15) Av. Washington Luiz, 945 , São Bernardo - 3277-6695

16) R. Adolfo Bezerra de Menezes, 215, Campo Alegre - 3277-

6071

REGIONAL OESTE

17) Av. Barão Homem de Melo, 300, Nova Suíssa - 3277-7023

18) Av. Silva Lobo, 1, Calafate - 3277-6804

19) Av. Tereza Cristina 8.451, Madre Gertrudes - 3277-5881

20) R. das Flores, 70, Nova Cintra - 3277-9613

REGIONAL PAMPULHA

21) R. Castelo de Veiros, 315, Castelo - 3277-8411

22 ) Av. Dep. Anuar Menhen, 550, Santa Amélia - 3277-7973

23) R. Rita Alves Castanheira , 50, Dona Clara - 3277-7922

24) R. Renato Fontene, 20, Enseada das Garças - 3277 -7360

25) R. Flor do Índio, 105, Liberdade - 3277-7333

REGIONAL VENDA NOVA

26) Av . Augusto dos Anjos, 1983, Visconde do Rio Branco -

3277-5497

27) R . Hélcio Pereira Fortes, 62, Lagoa - 3277-5462

28) Av. Vilarinho, 4441, Madre Gertrudes - 3277-9480

29) R. Elci Ribeiro, esq. c/ r. Bernardino de Oliveira Pena, S. João

Batista - 3277-5429

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ANEXO C – Ecopontos em operação no município de São Paulo. Fonte: Gestão

(2008).

Nº Ecoponto Endereço Inauguração

1 Bresser Pça Giusepe Cesari, nº 54 (Baixos do Vd. Bresser) – Tel.: 6693-

0191

Outubro – 2003

2 Pinheiros Pça Augusto Rademarker Grunewald, nº 37 (Baixos do Pte. Eng°

Ary Torres) – Tel.: 3846-8281

Julho – 2004

3 Viaduto

Ver. José

Diniz

Avenida Vicente rao sentido Diadema (Baixos do Vd. Ver José

Diniz) – Tel.: 5093-9780

Junho – 2005

4 Tatuapé Avenida Salim Farah Maluf, nº 179 (Central de Triagem) Abril – 2005

5 Imperador Avenida Ribeirão Jacu, nº 201 (Baixos do Vd. Jacu Pêssego) – Tel.:

6152-9679

Janeiro – 2006

6 Pe.

Nogueira

Lopes

Rua Cônego José Salomon nº 861. Vila Bonilha – Tel.: 3992-6475 Abril – 2006

7 Cupecê Rua Anália Maria de Jesus, nº 131 – Tel.: 5679-7185 Dezembro – 2006

8 Vigário

Godói

Rua Vigário Godói, nº 55. Vila Zat – Tel.: 3993-1786 Janeiro – 2007

9 Viaduto

Eng°

Alberto

Braga

Avenida Aricanduva nº 200, Sob Vd. Eng° Alberto Braga – Tel.:

6192-2717

Janeiro – 2007

10 Mirandópo

lis

Av. Casemiro da Rocha nº 1220. Esquina com Av. José Maria

Whitaker – Tel.: 5072-8258

Abril – 2007

11 Penha I Rua Dr. Heládio, nº 104 – Tel.: 6684-2181 Abril – 2007

12 Carlito

Maia

Rua Domingos Fernandes Nobre, nº 109 – Tel.: 6586-0709 Abril – 2007

13 Bandeirant

es

Rua Itaiquara, nº 237. Itaberaba – Tel.: 3976-5776 Maio – 2007

14 Recanto

dos

Humildes

Rua Sales Gomes, nº 415. Recanto dos Humildes Maio – 2007

15 Astarte Rua Astarte X Avenida Aricanduva - Tel.: 6783-3771 Maio – 2007

16 Santos

Dias

Travessa Rosifloras, nº 301 – Tel.: 5024-1691 Junho – 2007

17 Vila

Guilherme

Rua José Bernardo Pinto, nº 1480. Vila Guilherme – Tel.: 2218-

0050

Julho – 2007

18 São João

Clímaco

Rua Cavalheira Frontini nº 11 X Rua Luigi Alamanni – Tel.: 6947-

6682

Setembro – 2007

19 Jardim

Maria do

Carmo

Rua Caminho do Engenho nº 800 – Tel.: 3742-7274 Dezembro - 2007

20 Oliveira Rua João Batista de Godói nº1.164 Dezembro - 2007

21 Mãe Preta Av. Fernando Figueiredo Lins s/nº defronte ao nº 1.402 (Praça Mãe

Preta)

Dezembro - 2007

22 Jardim São

Nicolau

Rua Agreste de Itabaiana nº 590 esp. R. Eduardo Kyioshi Shimuta –

Tel.: 6142-8238

Dezembro - 2007

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ANEXO D – Mapa do Estágio de implantação dos Ecopontos na Cidade de São

Paulo. Fonte: Gestão (2008).

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ANEXO E – Evolução na Remoção dos Resíduos nos Ecopontos em São Paulo.

Fonte: Gestão (2008).

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ANEXO F – Primeiro contato via e-mail com a Prefeitura de São Paulo. Fonte:

Papazissis (2008).

de Valdecir Cristino Papazissis <[email protected]>

para Priscila Meireles <[email protected]>

cc Jenner Fleming Lui <[email protected]>

data 03/03/2008 11:29

assunto RES: Estudante Eng. Civil - Dúvidas a respeito do gerenciamento do Entulho na cidade de SP

enviado por prefeitura.sp.gov.br

Cara Priscila,

Estou lhe enviando anexo um texto resumo sobre a Gestão dos Resíduos da Construção e Demolição - RCD - na Cidade de São Paulo, que acredito possam elucidar nosso sistema de gestão. Quanto às fotos de nossos Ecopontos você poderá estar acessando nosso site www.limpurb.sp.gov.br , no link "serviços" que fica ao lado esquerdo clique no (+) que abrirão vários outros links onde constará Ecopontos; clique que abrirão várias fotos de algumas unidades em operação. Caso não consiga me retorne que te enviarei outras fotos. Com relação a fotos de aterros de RCD te enviarei em outras mensagens. Na Cidade de São Paulo, segundo informações da CETESB (Governo do Estado) que é a responsável pelo licenciamento destas áreas, ainda não existe nenhum empreendimento licenciado, somente a região metropolitana de São Paulo. É de nosso conhecimento que existem alguns empreendimentos em vias de licenciamento na Cidade. Quanto às tuas perguntas, segue abaixo nossas respostas. Espero ter contribuído!

Valdecir C. Papazissis

Departamento de Limpeza Urbana

Núcleo Gestor de Entulho

Fone: (11) 3313.7154 / 3328.2819

De: Priscila Meireles [mailto:[email protected]] Enviada em: segunda-feira, 3 de março de 2008 10:39 Para: [email protected]

Assunto: Estudante Eng. Civil - Dúvidas a respeito do gerenciamento do Entulho na cidade de SP

Bom Dia Sr. Valdecir, Tive contato via telefone com o senhor na semana passada, agradeço desde já pelas informações

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fornecidas. Gostaria, se fosse possível, disponibilizar algumas fotos, tanto dos EcoPontos, como dos Aterros de RCD, se tiver. As fotos seriam para complementar meu Trabalho de Conclusão de Curso, cujo tema é: " Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil nas cidades de: Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e São Paulo." Dúvidas: 1 - Quanto às disposições irregulares de entulho, qual a política da prefeitura a respeito disso? Ela recolhe

esse entulho? Tem alguma política preventiva?

Serviços Complementares de Limpeza Urbana.

Coleta mecanizada e manual, transporte e destinação do entulho e volumosos, descartados clandestinamente em vias e logradouros públicos.

Estes contratos passaram a ser gerenciados pelas Subprefeituras desde o início do ano de 2005. São cinco empresas contratadas para a coleta, transporte e destinação dos RCD descartados clandestinamente em vias e logradouros públicos, isto é, a Cidade é subdividida em cinco agrupamentos.

Existem também ações fiscalizatórias no combate à clandestinidade que você poderá ver no texto anexo.

2 - Como funciona o cartão caminhão? Não conhecemos este tipo de cartão ou talvez eu não tenha entendido à pergunta. 3 - O senhor tem conhecimento de alguma usina de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição

em São Paulo? Segue relação anexa dos empreendimentos licenciados na região metropolitana de São Paulo. Desculpe o incômodo, Grata pela ajuda. -- Priscila Meireles

3 anexos — Baixar todos os anexos

Assintarura I.JPG 6K Visualizar Baixar

Reciclagem de Resíduos da Construção Civil - Janeiro - 2008.pdf 14K Exibir como HTML Baixar

Texto Gestão RCD - para Feira de Santana - BA.pdf 1934K Exibir como HTML Baixar

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ANEXO G – Primeiro contato via e-mail com a Prefeitura de Porto Alegre. Fonte:

Rodigheri (2008a).

de Evandro

Rodigheri <[email protected]>

para Priscila Meireles <[email protected]>

data 04/03/2008 14:16

assunto

RES: Estudante Eng Civil - Dúvidas a respeito do gerenciamento do Entulho na cidade de Porto Alegre.

-----Mensagem original-----

De: Priscila Meireles [mailto:[email protected]] Enviada em: segunda-feira, 3 de março de 2008 12:47 Para: [email protected]

Assunto: Estudante Eng Civil - Dúvidas a respeito do gerenciamento do Entulho na cidade de Porto Alegre.

Bom Dia Sr. Evandro, Entrei em contato com o senhor semana passada para tirar algumas dúvidas a respeito do gerenciamento do Entulho na cidade de Porto Alegre. Desde já agradeço pelas informações fornecidas. As mesmas serão uteis para complementação do meu Trabalho de Conclusão de Curso, cujo tem é: " Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil nas capitais: Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e São Paulo." Dúvida: 1 - Eu, moradora de Porto Alegre, desejo fazer uma reforma, o que devo fazer com meu entulho? Há algum lugar para disposição? [Evandro Rodigheri] Primeiramente deve haver uma segregação dos resíduos gerados na obra, coletados e transportados separadamente, pois nas unidades não temos atualmente qualquer tipo de segregação. Em Porto Alegre temos destinos distintos para: 1- Solos e Caliças Limpos 2- Materiais recicláveis ( plásticos, PVC, resíduo ferroso) 3- Vegetação 4-Outros materiais que não os ditos classe "C" e "D" do CONAMA 307, incluindo madeiras. 2 - Qual a pólítica da prefeitura com relação às disposições irregulares de Entulho? Há alguma medida preventiva ou punitiva? [Evandro Rodigheri] Foi elaborado, porém ainda não aprovado, o Plano de Gerenciamento dos Resíduos da construção Civil de Porto Alegre, que tenta regular esta questão. Atualmente, a Prefeitura juntamente com o Ministério Público, tenta reprimir o descarte irregular destes resíduos. Já, quando este resíduo encontra-se em via pública, a responsabilidade é do município em coletar, transportar e destinar. 3 - Quem é responsável e como é executado o gerenciamento do Aterro? [Evandro Rodigheri] Atualmente, o DMLU opera e gerencia dois aterro para este fim, o Aterro Anchieta e o Aterro da Serraria e disponibiliza a estação de Transbordo para o rejeito a ser enviado para Aterro Sanitário.

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Os nossos aterros, como dito anteriormente não há reaproveitamento dos resíduos e sim utilizam o resíduo (solos e caliças) para elevação de cotas do terreno. A vegetação é compostada e separada em lenha. O material ferroso é acumulado temporariamente.

Seria possível disponibilizar fotos do Aterro? [Evandro Rodigheri] Fotos são pouco representativas, as três que estou te enviando são do aterro Serraria. Aguardo contato, Grata, Priscila Meireles

3 anexos

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ANEXO H – Segundo contato via e-mail com a Prefeitura de Porto Alegre. Fonte:

Rodigheri (2008b).

de "[email protected]" <[email protected]>

para [email protected]

data 10/03/2008 11:57

assunto RES: Estudante Eng. Civil - Dúvidas a respeito do gerenciamento dos RCD em Porto Alegre

-----Mensagem original-----

De: Priscila Meireles [mailto:[email protected]] Enviada em: segunda-feira, 10 de março de 2008 11:49 Para: [email protected]

Assunto: Estudante Eng. Civil - Dúvidas a respeito do gerenciamento dos RCD em Porto Alegre

Caro Evandro, Tenho algumas dúvidas a respeito da logística do gerenciamento dos RCD. 1 - O entulho é recolhido juntamente com os resíduos domésticos. Quem faz esse transporte? [Evandro Rodigheri] Não, resíduo doméstico e de exclusividade do DMLU. O res´duo da construção civil deverá ser transportado pelo responsável pala geração, próprio ou contratado. 2 - Se não. Há algum controle, com cadastramento, pela Prefeitura, para transportadoras exclusivas de entulho? Como é feito esse controle? [Evandro Rodigheri] Não possuímos no momento, qualquer cadastro de transportadores de RCC, a não ser aqueles que acessam o Transbordo, cujo resíduo deve ser destinado a Aterro Sanitário. Em nossos Aterros de RCC qualquer veículo pode acessar gratuitamente, desde que esteja com resíduo compatível à unidade. Desde já, grata pelas fotos e informações, foram de grande utilidade. Atenciosamente, -- Priscila Meireles

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ANEXO I – Primeiro contato via e-mail com a Prefeitura de Belo Horizonte. Fonte:

Almeida (2008b).

de Alexandre Henrique de Almeida <[email protected]>

para [email protected]

data 18/03/2008 11:55

assunto [Fwd: Re: Estudante Eng. Civil - Dúvidas a respeito do gerenciamento dos RCD em Belo Hori zonte]

enviado por pbh.gov.br

Priscila, boa tarde! Estou te encaminhando o email que vc me mandou há um tempo atrás, com algumas dúvidas suas. Desculpa a demora na resposta, tive que pedir pra Aurora (do Departamento de Programas Especiais, no qual é desenvolvido o programa de reciclagem de entulho) responder pra mim pra depois te enviar, por isso demorou um pouco. Atenciosamente, Alexandre --------------------------- Mensagem Original ---------------------------- Assunto: Re: Estudante Eng. Civil - Dúvidas a respeito do gerenciamento dos RCD em Belo Horizonte De: "Aurora" <[email protected]> Data: Seg, Março 17, 2008 09:51 Para: "Alexandre Henrique de Almeida" <[email protected]> -------------------------------------------------------------------------- Prezado Alexandre, BOM DIA. Desculpe-me pela demora em responder ao seu e-mail; estamos bastante sobrecarregados aqui no DP-PRE. Minhas respostas estão logo após as perguntas feitas pela estudante. Espero ter atendido sua solicitação em tempo hábil... Um abraço, Aurora ----- Original Message ----- From: Alexandre Henrique de Almeida To: [email protected] Sent: Monday, March 10, 2008 1:35 PM Subject: [Fwd: Estudante Eng. Civil - Dúvidas a respeito do gerenciamento dos RCD em Belo Hori zonte] Aurora, boa tarde!

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Recebi este email de uma estudante de Salvador, ela está com algumas dúvidas a respeito do gerenciamento dos RCD. Achei melhor te consultar antes de responde-la, principalmente em relação a 2a pergunta. Teria como você responde-la (o nome e o email dela estão logo abaixo) e me orientar sobre o controle/fiscalização que a SLU/PBH tem sobre as transportadoras? Desde já agradeço! Abraço. Alexandre. --------------------------- Mensagem Original ---------------------------- Assunto: Estudante Eng. Civil - Dúvidas a respeito do gerenciamento dos RCD em Belo Horizonte De: "Priscila Meireles" <[email protected]> Data: Dom, Março 9, 2008 10:53 Para: [email protected] -------------------------------------------------------------------------- Caro Alexandre, Tenho algumas dúvidas a respeito da logística do gerenciamento dos RCD. 1 - Dos URPVs para às Estações. Quem faz esse transporte? É a SLU quem faz o transporte, por meio de um contrato de prestação de serviços com caminhões brooks. 2 - Eu, moradora de BH, quem devo contratar para efetuar o transporte da minha reforma para os URPVs? Há algum controle executado pela Prefeitura dessas transportadoras? O munícipe deve identificar a Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes - URPV localizada mais próxima do ponto de geração do resíduo, utilizando o serviço do DISQUE CARROÇA , DISQUE LIMPEZA ou pesquisando no site da PBH/SLU. Pode contratar os serviços de um carroceiro para fazer o transporte do resíduo até a URPV ou executá-lo pessoalmente, utilizando um veículo utilitário pequeno (máximo de 2m³/obra/dia). Preferencialmente, transportar o entulho limpo, ou seja, sem misturá-lo a outros materiais como terra, poda, madeira, latas e outros. Descarregar o resíduo na URPV identificada segundo as orientações do funcionário responsável pela operação dessa unidade . Com relação ao controle das transportadoras, o Munícipe deve solicitar do transportador comprovante de entrega dos resíduos na URPV. Atenciosamente, -- Priscila Meireles