universidade estadual de feira de santana …civil.uefs.br/documentos/franclin guimarÃes...

92
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO FRANCLIN GUIMARÃES SOUZA AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NA UTILIZAÇÃO DE ANDAIMES FACHADEIROS FEIRA DE SANTANA NOVEMBRO DE 2010

Upload: buidieu

Post on 08-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

FRANCLIN GUIMARÃES SOUZA

AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NA

UTILIZAÇÃO DE ANDAIMES FACHADEIROS

FEIRA DE SANTANA

NOVEMBRO DE 2010

FRANCLIN GUIMARÃES SOUZA

AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NA

UTILIZAÇÃO DE ANDAIMES FACHADEIROS

Trabalho de Conclusão de Curso da

Universidade Estadual de Feira de Santana, apresentado

à disciplina Projeto Final II como requisito parcial à

obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Eduardo Antonio Lima Costa

FEIRA DE SANTANA

NOVEMBRO DE 2010

FRANCLIN GUIMARÃES SOUZA

AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NA

UTILIZAÇÃO DE ANDAIMES FACHADEIROS

Esse Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado

adequado para a obtenção do titulo de BACHAREL em

ENGENHARIA CIVIL e aprovado em sua forma final pelo

professor orientador e pela Universidade Estadual de

Feira de Santana.

Feira de Santana, ___ de ___________ de ____

Banca Examinadora:

Eduardo Antonio Lima Costa_____________________________

Universidade Estadual de Feira de Santana

Sergio Tranzillo França_________________________________

Universidade Estadual de Feira de Santana

Sarah Patrícia de Oliveira Rios___________________________

Universidade Estadual de Feira de Santana

DEDICATÓRIA

A Deus.

Aos meus pais, que sempre com carinho, me deram a oportunidade e sempre me apóiam.

A todos os amigos e colegas.

RESUMO

A Segurança do Trabalho se mostra um item muito importante durante a execução de

um empreendimento, não só pela redução de custos, produtividade, perdas e imagem da

empresa, mas principalmente por propiciar bem estar e diminuição de riscos para todos os

envolvidos com a construção. Segundo o Ministério da Previdência Social, as estatísticas

atuais mostram que a indústria da construção ainda apresenta elevados índices de acidentes,

sendo que as quedas em altura são as maiores causas de acidentes fatais. Nesse contexto, esse

trabalho realizou um estudo de caso em Segurança do Trabalho na utilização de andaimes

fachadeiros em obras de edifícios de uma Construtora de Feira de Santana-BA, onde foi

verificado o cumprimento das regras estabelecidas pelas normas: NR 18 e NBR 6494. Os

resultados obtidos demonstraram que quase a metade dos tópicos analisados estavam sendo

descumpridos pelo canteiro de obras da construtora avaliada nesse estudo, gerando potencial

situação de risco de acidente para os colaboradores da empresa.

Palavras-Chave: Segurança do Trabalho; Acidentes; Andaimes Fachadeiros; NR 18; NBR

6494.

ABSTRACT

Occupational Safety proves a very important item during the execution of a project,

not only by reducing costs, productivity losses and company image, but mainly for providing

welfare and reducing risks for all involved with the construction. According to the Ministry of

Social Security, current statistics show that the construction industry still has high rates of

accidents, and falls from height are the major causes of fatal accidents. In this context, this

study conducted a case study in Occupational Safety in the use of scaffolding fachadeiros

works in buildings in a construction company in Feira de Santana-BA, which found that the

rules established by the rules: NR 18 and NBR 6494. The results showed that nearly half of

the topics discussed were being breached by the construction site of the construction

evaluated in this study, generating potential risk of accident to the company's employees.

Keywords: Work Safety; Accidents; Scaffolding Fachadeiros; NR 18; NBR 6494.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me dado muita força e dedicação indispensáveis para

realização desse trabalho.

Aos meus pais João e Shirley pelo amor, apoio, carinho e todo o sacrifício prestado

incondicionalmente durante todo o tempo.

A meu orientador, Professor Eduardo Costa, por todo o conhecimento passado, por

toda a ajuda, paciência e disponibilidade, indispensáveis à conclusão desse trabalho.

À Professora Eufrosina, coordenadora da disciplina Projeto Final I, pela orientação ao

longo do trabalho, assim como o Professor Gerinaldo, coordenador da disciplina Projeto Final

II.

Ao Professor Sérgio Tranzillo e à Professora Sarah Patrícia, pela disponibilidade em

avaliar esse trabalho.

Não poderia esquecer do grupo de estudos Balança Mas Não Cai, composto de

verdadeiros e inesquecíveis amigos que pretendo conservar por toda a vida e que cito em

ordem alfabética e, portanto, democrática: Barba, Cabeça, Cabelinho, Klebão, Jel, Sandro,

Thiago SMT, Xicó e Xiriú; valeu galera.

À empresa e profissionais que cederam o espaço para realização da pesquisa

indispensável para realização desse trabalho.

E a todos que contribuíram de alguma forma para a realização deste trabalho.

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.............................................................................................

LISTA DE QUADROS..........................................................................................

LISTA DE GRÁFICOS..........................................................................................

LISTA DE SIGLAS ...............................................................................................

1 – INTRODUÇÃO............................................................................................... 1

1.1 – Justificativa............................................................................................... 4

1.2 – Objetivos.................................................................................................. 6

1.2.1 – Objetivo Geral.............................................................................. 6

1.2.2 – Objetivo Específico...................................................................... 6

1.3 – Metodologia.............................................................................................7

1.4 – Estrutura da Monografia......................................................................... 8

2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................9

2.1 – Histórico da Segurança e Higiene do Trabalho no Mundo....................9

2.2 – Histórico da Segurança E Higiene do Trabalho no Brasil......................14

2.3 – Conceitos e Definições ..........................................................................16

2.3.1 - Conceito Legal de Acidente.......................................................16

2.3.2 – Outros Conceitos.......................................................................16

2.4 – Principais Fatores que Causam os Acidentes de Trabalho e Doenças

Profissionais.........................................................................................18

2.4.1 – Quedas em altura.......................................................................21

2.5 – Estatísticas Sobre Acidentes de Trabalho no Brasil e no Mundo..........22

2.6 – Custos dos Acidentes de Trabalho....................................................... 26

2.7– Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT).....................................27

2.8 – NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria

da Construção.......................................................................................28

2.8.1 – Medidas de proteção contra quedas em altura.........................28

2.8.2 – Andaimes..................................................................................29

2.8.3 – Andaimes Fachadeiros.............................................................30

2.8.4 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI.............................30

2.8.5 – Modelos de Andaimes segundo a NR 18.................................31

2.8.6 - Modelos de Andaimes segundo a NBR 6469 (1990)...............31

2.9 – Como Obter a Segurança do Trabalhador para o Trabalho

em Alturas............................................................................................32

3 – ESTUDO DE CASO........................................................................................34

3.1 – Método para Avaliação de Perigos e Avaliação de Riscos

de Acidentes..........................................................................................34

3.2 – Avaliação “in-loco” das Não Conformidades com a NR 18.................36

3.3 – Avaliação “in-loco” das Não Conformidades com a

NBR 6494 (1990) - Segurança nos Andaimes......................................56

4 – AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS.............................................................60

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................68

6 – REFERÊNCIAS BBLIOGRÁFICAS............................................................69

ANEXO..................................................................................................72

LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Pirâmide de Frank Bird.

Figura 02: Triângulo do Conselho Britânico de Segurança (1975).

Figura 03: Seqüência de eventos que originam o acidente, de acordo com Heinrich e Frank

Bird (1931 / 1966).

Figura 04: Queda dos dominós, indicando a ocorrência da seqüência de eventos.

Figura 05: Fórmula utilizada para obtenção da pontuação apresentada na avaliação efetuada

nesse trabalho.

Figura 06: Andaimes sem guarda-corpo, tela de proteção e rodapé.

Figura 07: Funcionário fazendo travessia entre torres de andaimes sem telas de proteção.

Figura 08: Local por onde os colaboradores fazem a travessia entre torres de andaimes.

Figura 10: Funcionário operando o equipamento utilizado para transporte vertical de materiais

(moitão).

Figura 11: Equipamento utilizado para transporte vertical de materiais (moitão).

Figura 12: Equipamento utilizado para transporte vertical de materiais (moitão).

Figura 13: Balde utilizado no “moitão” apresentando risco de acidente.

Figura 14: Tábua agreste utilizada no piso dos andaimes apresentando espaços vazios.

Figura 15: Espaços vazios no piso dos andaimes.

Figura 16: Andaimes sem guarda-corpo e sem rodapé.

Figura 17: Andaimes sem guarda-corpo no seu perímetro, na cabeceira e sem rodapé

Figura 18: Escadas de acesso ao andaime.

Figura 19: Sapatas de apoio dos andaimes.

Figura 20: Andaime apoiado diretamente no solo.

Figura 21: Andaime apoiado sobre blocos e sobre a laje da casa de proteção para hidrômetros.

Figura 22: Andaime apoiado sobre a laje dos reservatórios.

Figura 23 (a): Fixação inadequada dos andaimes à estrutura da edificação.

Figura 23 (b): Fixação inadequada dos andaimes à estrutura da edificação.

Figura 24: Fixação insegura dos andaimes à estrutura da edificação.

Figura 25: Base do andaime próxima a uma escavação com risco de desmoronamento.

Figura 26: Andaimes sem telas de proteção ou artifício de proteção similar.

Figura 27 (a): Fixação do cinto de segurança na estrutura do andaime.

Figura 27 (b): Fixação do cinto de segurança na estrutura do andaime.

Figura 27 (c): Fixação do cinto de segurança na estrutura do andaime.

Figura 28 (a): Fixação do cabo de segurança na própria estrutura do andaime.

Figura 28 (b): Fixação do cabo de segurança na própria estrutura do andaime.

Figura 29: Tábuas agreste assentadas diretamente sobre a estrutura do andaime.

Figura 30: Quatro fileiras de barrotes sem fixação, utilizados na sustentação do piso dos

andaimes.

Figura 31: Rodapé que deveria existir em todos as edificações, mas que só foram observados

em 11 das 22 construídas.

LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Marcos históricos da Segurança do Trabalho, identificadas no período a.C. e do

período d.C.

Quadro 02: Parte da planilha utilizada na avaliação “in loco” desse trabalho.

Quadro 03: Trecho da planilha de avaliação para Andaimes Fachadeiros (NBR 6494).

Quadro 04: Trecho da planilha de avaliação para EPI (NR 18).

Quadro 05: Trecho da planilha de avaliação para regras gerais (NR 18).

Quadro 06: Trecho da planilha de avaliação Andaimes Fachadeiros (NR 18).

Quadro 07: Trecho da planilha de avaliação para Transporte de Materiais (NR 18).

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Acidentes liquidados por conseqüência, para um total de 537.457 registros no

Brasil em 2006.

Gráfico 02: Acidentes de trabalho fatais em todos os setores do trabalho e no setor da

construção civil em Portugal no ano de 2007.

Gráfico 03: Histórico (2003 a 2007) de acidentes de trabalho mortais no setor da construção

civil em Portugal.

Gráfico 04: Variação de acidentes e doenças do trabalho no Brasil de 2006 para 2007.

Gráfico 05: Variação de acidentes com mortes no Brasil de 2006 para 2007.

Gráfico 06: Partes do corpo mais atingidas nos acidentes de trabalho.

Gráfico 07: Acidentes de trabalho quanto ao sexo dos colaboradores.

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AT Acidente do Trabalho

CAT Comunicação de Acidente de Trabalho

CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

DO Doença Ocupacional

EPI Equipamento de Proteção Individual

EPC Equipamento de Proteção Coletiva

FUNDACENTRO Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho

IGT Inspeção Geral do Trabalho

INSS Instituto Nacional do Seguro Social

NR Norma Regulamentadora

NBR Norma Brasileira

ONU Organização das Nações Unidas

OIT Organização Internacional do Trabalho

PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

PIB Produto Interno Bruto

PROESIC Programa Nacional de Engenharia de Segurança do Trabalho na Indústria da

Construção

SESMT Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho

SMT Segurança e Medicina do Trabalho

SOBES Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança

SINTRACON-BA - Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil a Bahia

SRT Superintendência Regional do Trabalho

1

1 – INTRODUÇÃO

Segundo LORDSLEEM et al. (2008), uma das principais causas de acidentes na

construção civil, inclusive de acidentes fatais, é a queda em altura de operários ou materiais

de construção. Dentro dos diversos segmentos industriais, a indústria da construção civil é

responsável por um dos maiores índices segundo informações do Instituto Nacional de

Seguridade Social (INSS).

Na Inglaterra, segundo BAXENDALE & JONES (2000), apud LORDSLEEM et al.

(2008), as principais causas de acidentes fatais na indústria da construção civil são: quedas de

altura (52%), quedas de materiais ou objetos (19%), transporte e equipamento móvel (18%).

Já em Portugal, quando se fala em acidentes com vítimas fatais, segundo GARNERO

(2007), de acordo com os dados da Inspeção Geral do Trabalho (IGT), até 15 de novembro de

2007 166 pessoas morreram em acidentes do trabalho sendo que 66 dessas pessoas foram a

óbito desempenhando alguma tarefa na construção civil.

No Brasil, os dados estatísticos sobre acidentes de trabalho nas indústrias são obtidos

através das Comunicações de Acidentes de Trabalho (CAT) encaminhadas ao INSS, estas

notificações são emitidas pela empresa quando ocorre um acidente de trabalho. Os últimos

dados de 2006 são mostrados no Gráfico 01, onde relaciona o nível de gravidade e o tipo de

incapacidade para o trabalho.

Gráfico 01: Acidentes liquidados por conseqüência, para um total de 537.457 registros no

Brasil em 2006.

Fonte: REVISTA PROTEÇÃO.

Assistencia Médica; 86.233

Incapacidade por menos de 15 dias;

303.902

Incapacidade por mais de 15 dias;

136.222

Incapacidade permanente;

8.383

Óbito; 2717

2

Vale ressaltar que é obrigatória a emissão da CAT relativa ao acidente de trabalho ou

doença profissional, a fim de que o trabalhador (segurado) possa receber o benefício de AT -

Acidente do Trabalho ou Doença Ocupacional (DO). O prazo para emissão da CAT é até o

primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, de acordo com

informações do site da Previdência Social (www.previdencia.gov)

De acordo com COSTA (2007) apud LORDSLEEM et al. (2008), a situação não difere

muito na cidade de Salvador/BA, na qual as quedas de altura vêm ocupando destacada

posição entre os acidentes verificados na construção, cerca de 32% dos acidentes de trabalho

estão relacionados às quedas de altura (Anexo A).

Segundo MARTINS (2005) apud LORDSLEEM et al. (2008), os procedimentos

realizados dentro dos canteiros de obras que, em geral, estão relacionados com quedas de

altura estão diretamente relacionados à falta de: processo de projeto, de treinamento,

gerenciamento, supervisão e cultura de segurança. A autora ressalta a respeito dos fatores

ligados à política da empresa que interferem diretamente para a melhoria da segurança são a

cultura da empresa e a implantação de um sistema de gerenciamento da segurança.

Segundo MARTINS (2005) apud LORDSLEEM et al. (2008), em geral, são dois os

fatores que contribuem para que a construção civil seja campeã em nível de acidentes do

trabalho quando comparada às outras indústrias, são eles: as características da mão-de-obra e

as particularidades das atividades que se desenvolvem nessa área. A autora salienta ainda que

a maioria dos acidentes, ocorrem devido a quedas de altura, sendo necessária uma atenção

especial, por ser, dentre todos os acidentes, os mais graves, já que geram o maior índice de

acidentes fatais ou afastamentos.

A finalidade de se efetuar a avaliação de riscos e de segurança é permitir ao empregador

tomar as medidas adequadas para assegurar a proteção aos trabalhadores. Neste processo, a

avaliação de riscos compreende a qualificação e quantificação da exposição à situações

perigosas pelos trabalhadores que utilizam andaimes fachadeiros em uma construtora

localizada no município de Feira de Santana-BA.

Para elaboração deste trabalho usou-se como base as normas existentes da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como a Norma Brasileira NBR 6494 (Segurança nos

3

andaimes) e as Normas Regulamentadoras através do Ministério do Trabalho e Emprego,

como a Norma Regulamentadora NR 18 que especifica acerca das condições e meio ambiente

de trabalho na indústria da construção.

4

1.1 – Justificativa

Segundo o INSS os acidentes e as doenças ocupacionais causam prejuízos expressivos

nos cofres públicos. Em nível mundial, 4% do somatório do Produto Interno Bruto (PIB) das

nações são gastos por causa de acidentes. No Brasil, de acordo com o site do INSS, as perdas

por acidentes e doenças ocupacionais consomem 2,2% do PIB, o equivalente a R$ 23,6

bilhões, segundo dados de 2006 (www.inss.gov).

Isto deveria alertar os empresários para o volume de recursos que é desperdiçado cada

vez que ocorre um acidente, sendo este um forte argumento para estimular investimentos na

área. Um fato muito importante a ser considerado é que os empresários normalmente

visualizam somente os custos diretos relacionados aos acidentes do trabalho, enquanto que os

custos indiretos podem ser maiores que os custos diretos.

Há alguns anos atrás se falava em atos e condições inseguras e que esses fatos,

combinados ou não, eram as causas diretas dos acidentes e, portanto, para reduzir ou cessar os

acidentes só seria necessário corrigir as condições inseguras e evitar a prática dos atos

inseguros.

Mas, com a interferência da Psicologia na Segurança do Trabalho, segundo ZOCCHIO

(2002), existe uma teoria proposta por Heinrich, que explica como o homem participa do

processo que antecede o acidente, como os fatores hereditários (inaptidão para o trabalho,

temperamento, preocupação, emoção, inteligência lenta, incapacidade física, etc.), interferem

no comportamento e como esses fatores podem influenciar nos atos inseguros e condições

inseguras que não podem existir durante a realização de um trabalho, a fim de se reduzirem os

riscos de acidentes.

5

A industrialização e o desenvolvimento da construção civil não precisam estar

associados à perdas e prejuízos para a saúde e segurança dos trabalhadores. Os riscos

existentes nessas atividades devem ser gerenciados possibilitando seus controle e redução,

conservando assim a integridade do trabalhador.

A importância deste trabalho encontra-se, principalmente, relacionada ao fato que ao

estudar os métodos de prevenção de acidentes do trabalho, baseados nas normas, consegue-se

detectar os fatores impróprios à segurança dos trabalhadores o que possibilita a formulação de

sugestões e soluções para a eliminação e/ou redução destes acidentes.

6

1.2 – Objetivos

1.2.1 - Objetivo Geral

Levantar e analisar dados, utilizando um estudo de caso, nas diversas etapas

construtivas que empregam andaimes fachadeiros, identificando possíveis não conformidades

segundo as Normas Regulamentadoras, formulando sugestões que possibilitem redução de

riscos de acidentes para os trabalhadores.

1.2.2 - Objetivos Específicos

Avaliar o atendimento das medidas técnicas delimitadas pelo Ministério do Trabalho e

Emprego e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, principalmente, pela NR 18 que

regulamenta as Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.

Estudar as medidas de prevenção e controle de acidentes que devem ser

implementadas e aplicadas pela empresa construtora, propondo medidas complementares que

possam ajudar na prevenção de acidentes.

Avaliar qualitativamente o desempenho dos andaimes e dos equipamentos de proteção

individual e coletiva utilizados nas obras da construtora em estudo, através da verificação de

compatibilidade côa as regras estabelecidas pela NR 18 e NBR 6494.

7

1.3 – Metodologia

Para a realização deste trabalho foram desenvolvidas as seguintes etapas:

Revisão Bibliográfica

Coleta de informações dos acidentes de trabalho e suas conseqüências para as

empresas

Observação direta no campo de trabalho dos colaboradores durante a atividade em

altura, no período de 01 de Março à 30 de Julho de 2010.

Verificação do cumprimento das regras da NR 18 e NBR 6494

Verificação do fornecimento, por parte do empregador, de EPI e EPC

Qualidade do treinamento sobre segurança fornecido pela empresa.

Verificação de uso dos equipamentos de proteção de segurança.

Analisar os dados colhidos.

Sugerir trabalhos futuros.

8

1.4 – Estrutura da Monografia

Este trabalho está, inicialmente, dividido em cinco capítulos. O presente capítulo faz

uma introdução geral sobre o tema: Segurança do Trabalho; além da justificativa e

importância a cerca da sua escolha; apresenta o objetivo geral e objetivos específicos; a

metodologia de estudo, onde são citados os indicadores de pesquisa; incluindo ainda a própria

estrutura da monografia.

O capítulo 2 é composto por uma revisão bibliográfica que serve de embasamento

teórico ao tema em estudo.

No capítulo 3 encontra-se o método de pesquisa utilizado. Trata-se de um estudo de

caso composto por uma avaliação “in loco” e relatório fotográfico de não conformidades,

onde foi verificado o cumprimento das regras estabelecidas pela NR 18 que se relacionam a

trabalhos em altura, andaimes fachadeiros, EPI, treinamentos; além do cumprimento às regras

da NBR 6494 (Segurança nos Andaimes); com a finalidade de buscar situações de risco para

os colaboradores que utilizam os andaimes fachadeiros para realização de suas atividades.

No capítulo 4 são apresentados e discutidos todos os resultados obtidos no estudo de

caso, confrontando-os com as regras estabelecidas pela NR 18 e pela NBR 6494 (1990), a fim

de obter possíveis diminuições de riscos de acidentes, além de uma melhoria nas condições de

trabalho para os operários durante a utilização dos andaimes fachadeiros.

No capitulo 5 são mostradas as conclusões obtidas além de sugestões para futuros

trabalhos que tenham relação com o tema.

9

2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo é apresentada uma revisão da literatura que aborda os assuntos

principais relacionados a esse trabalho, como por exemplo: o histórico da Segurança do

Trabalho no Mundo e no Brasil; conceitos gerais sobre segurança e acidentes de trabalho;

principais fatores que causam acidentes de trabalho; são apresentadas algumas estatísticas

históricas e atuais, além de estatísticas de outros países e do Brasil; o que são as CAT e como

devem ser seguidas e por fim é feita uma revisão de literatura minuciosa da Norma

Regulamentadora NR 18 e da NBR 6494 (1990), onde se destacou os principais tópicos

indispensáveis para a execução desse trabalho.

2.1 – Histórico da Segurança do Trabalho no Mundo

Segundo CRUZ (1996) apud ROCHA (1999), surgiram as primeiras referências à

higiene e segurança do trabalho com alguns filósofos do período pré-cristão que já falavam

sobre deformações no corpo causadas por algumas profissões, sobre a necessidade de limpeza

do corpo após o trabalho a fim de evitar doenças, entre outros.

Quatro séculos a.C. os trabalhos médicos já apresentam referências às moléstias

causadas por certas ocupações e os cuidados necessários para preveni-las. O Quadro 01

relaciona a seguir algumas formas de preocupação com a segurança do trabalho e seus

respectivos idealizadores nesse mesmo período a.C. e do período d.C. (CRUZ, 1996).

10

Quadro 01: Marcos históricos da Segurança do Trabalho, identificadas no período a.C. e do

período d.C.

FILÓSOFO

Preocupações com a Segurança do Trabalho

Hipócrates (a.C.)

Aconselhou a limpeza do corpo após o trabalho, referindo-se a

doenças entre trabalhadores das minas de estanho.

Aristóteles (a.C.)

Referiu-se a doenças profissionais dos corredores e a maneira de

evitá-las.

Platão (a.C.)

Associou certas deformações do esqueleto, ao exercício de certas

profissões.

Plínio, o Velho (a.C.)

Em sua História Natural, escrita a.C., descreveu as deficiências

causadas nos mineradores de chumbo, zinco e enxofre, recomendando

o uso de máscaras protetoras.

Galeno (d.C.)

Já na era cristã, fez referência a doenças de ocupação entre

trabalhadores das minas de chumbo do Mediterrâneo.

Avicena (d.C.)

Médico árabe, relacionou cólica (saturnismo) ao uso de pinturas a

base de chumbo.

Ulrich Ellembog

(d.C.)

Publicou, no século XV, obras relacionadas à higiene do trabalho.

Fonte: CRUZ (1996), adaptado por SOUZA (2010)

O primeiro trabalho, realmente importante sobre doenças profissionais, foi escrito em

1700, na obra “De Morbis Artificum Diatriba”, realizado pelo médico italiano Bernardino

Ramazzinni, o qual é considerado o “pai da Medicina do Trabalho”. Descreve acerca de 100

profissões diferentes e os riscos específicos de cada uma (CRUZ, 1998).

Segundo NOGUEIRA (1981) apud ROCHA (1999), durante a Revolução Industrial,

1760 a 1830, surgem as primeiras leis trabalhistas, com enfoque na dignidade humana, com a

redução de carga horária e exigências relativas às condições de trabalho.

Em 1802, foi aprovada a “lei de saúde e moral dos aprendizes”, que foi a primeira lei

de proteção aos trabalhadores, a qual estabeleceu o limite de 12 horas de trabalho diárias,

11

proibia o trabalho noturno, obrigava os empregados a lavar as paredes das fábricas duas vezes

por ano, e tornava obrigatória a ventilação das fábricas. Todavia essas medidas foram

ineficazes à redução no número de acidentes de trabalho (BITENCOURT, 2003).

Em 1831 na Grã-Bretanha, instalou-se uma comissão para analisar a situação dos

trabalhadores, onde se concluiu um relatório descrevendo que todos os trabalhadores,

encontravam-se doentes, deformados e abandonados. O impacto desse relatório sobre a

opinião pública foi tão grande que surgiu, em 1833, a primeira legislação eficiente para a

proteção do trabalhador, o “Factory Act” (BITENCOURT, 2003).

O “Factory Act”, era aplicada em todas as fábricas têxteis na Inglaterra, onde se usasse

força hidráulica ou a vapor. Devido ao grande desenvolvimento industrial da Grã-Bretanha,

uma série de medidas legislativas são adotadas visando a proteção do trabalhador, tal como, a

criação de um órgão do Ministério do Trabalho, o “Factory Inspectorate”, que visava uma

análise de agentes químicos que eram prejudiciais à saúde do trabalhador.

A preocupação com a segurança do trabalho também ocorria na França e na

Alemanha. Nessa, em 1869 surgiu uma lei que exigia, por parte dos empregadores, uma

manutenção adequada nas maquinas utilizadas pelos operários, a fim de se reduzirem os

riscos de acidentes do trabalho: “todo empregador é obrigado a fornecer e a manter, à sua

própria custa, todos os aparelhos necessários ao trabalho, tendo em vista a sua natureza, em

particular do ramo da indústria a que sirvam, e o local de trabalho em ordem a fim de

proteger os operários, tanto quanto possível, contra riscos de vida e de saúde”

(NASCIMENTO, 1992) apud (CRUZ, 1998).

No México, em 1917, a Constituição Nacional passou a incluir em seus artigos itens

relacionadas às leis trabalhistas como: “jornada de trabalho de oito horas, jornada máxima

noturna de sete horas e de seis horas para menores de dezesseis anos, proibição de trabalho

para menores de doze anos, salário mínimo, adicional de horas extras e descanso semanal,

proteção à maternidade e contra acidentes, direitos à sindicalização e à greve, indenização

de dispensa e de seguros sociais, dentre outras vantagens trabalhistas” (CRUZ, 1996) apud

(ROCHA, 1999).

12

Nos Estados Unidos da América, onde a industrialização desenvolveu-se mais tarde,

surge no estado de Massachusetts, o primeiro ato governamental visando a prevenção de

acidentes na indústria. Trata-se da lei emitida em 11 de maio de 1877, a qual exigia a

utilização de protetores sobre correias de transmissão, guardas sobre eixos e engrenagens

expostos e que proibia a limpeza de máquinas em movimento. Obrigava também, um número

suficiente de saídas de emergência, para que, em caso de algum sinistro, ambientes de

trabalho fossem evacuados rapidamente (BITENCOURT, 2003).

Segundo FRANÇA (2002), a preocupação com a segurança do trabalho desenvolveu-

se historicamente a partir das lesões observadas, realizando-se apenas medidas curativas ou

reparadoras. Em 1930 surgem as primeiras manifestações dos estudos sobre prevencionismo

com Heinrich nos Estados Unidos, mais tarde essas foram aprofundadas por Frank Bird

(1970).

Nos anos de 1967 e 1968, o norte americano Frank Bird analisou 297 companhias nos

Estados Unidos da América, sendo envolvidas nessa análise 170.000 pessoas de 21 grupos

diferentes de trabalho. Neste período, houve 1.753.498 acidentes comunicados. A partir

desses dados foi criada a pirâmide de Frank Bird, que vemos na Figura 01, onde o mesmo

chegou à seguinte conclusão: para que aconteça um acidente que incapacite o trabalhador,

anteriormente acontecerão 600 incidentes sem danos pessoais e/ou materiais (BITENCOURT,

2003).

Figura 01: Pirâmide de Frank Bird.

Fonte: BITENCOURT (2003)

13

FRANÇA (2002) ressalta que esta relação representa apenas os acidentes relatados, e

não necessariamente o que realmente ocorreu.

Nos séculos XX e XXI, com a Revolução Industrial nos Estados Unidos em nova fase,

segundo BITENCOURT (2008), com os novos métodos de produção, tornou-se necessário

programas mais eficazes para a prevenção de acidentes e proteção de patrimônio. Surge a

legislação de indenização em casos de acidente de trabalho.

Foram estabelecidos os primeiros serviços médicos de empresa industrial neste país

com o objetivo de reduzir o custo de indenizações. A segurança era considerada estritamente

como um trabalho de engenharia mecânica. Consistia na proteção de correias expostas e

engrenagens, a renovação de parafusos com ângulos cortantes e a melhoria das condições

físicas. A preocupação com a prevenção de acidentes, ainda era uma necessidade, porque

continuava assustadora a ocorrência de acidentes. Após várias reuniões, estudos e debates a

respeito de prevenção de acidentes, foi fundado o "National Council for Industrial Safety"

(Conselho Nacional para Segurança Industrial), onde, atualmente, é o centro prevencionista

mundial, pelos ensinamentos básicos de prevenção de acidentes, divulgação de estatísticas

precisas e revistas especializadas (BITENCOURT, 2008).

Segundo AQUINO (1996) apud FRANÇA (2002), outros estudos foram realizados, de

maneira mais adequada e apresentando resultados mais precisos. O trabalho de Andreoni

apresenta uma pesquisa realizada em 1975, pelo Conselho Britânico de Segurança, com 2.000

empresas, que dividiu os resultados em cinco categorias de conseqüências: “lesão grave

(incapacidade para o trabalho de mais de três dias); lesões leves (incapacidade para o

trabalho um a três dias); lesões com atendimentos apenas de primeiros socorros; acidentes

com danos materiais; acidentes sem lesões e sem danos”. Esta pesquisa, gerou uma versão

alternativa para o triângulo de acidentes do trabalho, como mostra a Figura 02.

14

Figura 02: Triângulo do Conselho Britânico de Segurança (1975).

Fonte: AQUINO (1996) apud FRANÇA (2002)

2.2 – Histórico da Segurança do Trabalho no Brasil

Segundo ROCHA (1999), no Brasil a primeira lei só foi editada em 1919 e, apesar de

ter uma visão muito restrita sobre o que era um acidente de trabalho, previa indenização para

operário ou família quando do sofrimento de acidente de trabalho, alem de obrigar o

empregador a prestar socorro médico hospitalar ao funcionário acidentado.

No governo de Getulio Vargas o Brasil passou por mudanças significativas em sua

estrutura trabalhista. É criada a segunda lei trabalhista brasileira que foi instituída pelo decreto

24.637 de 10 de julho de 1934, em que foi ampliada a visão sobre o que é um acidente de

trabalho e suas causas. Instituiu-se um seguro obrigatório para acidente de trabalho, público e

privado; manteve a obrigatoriedade do empregador de garantir assistência médico-hospilar em

caso de acidente de trabalho e a obrigação da comunicação dos acidentes (CARMO et al.,

1995; LUCCA & FÁVERO, 1994) apud (ROCHA, 1999).

Em 1946 o Brasil adota as convenções da Organização Internacional do Trabalho

(OIT), cabendo a esta a proteção ao trabalhador, a defesa do princípio de liberdade de

associação, o incentivo ao ensino técnico e vocacional, entre outras atividades correlatas,

sendo da competência exclusiva do Congresso Nacional, a resolução sobre estes

compromissos (ROCHA, 1999).

Lesão grave

Lesões leves

Acidente com danos materiais80

400

Atendimentos de primeiros socorros

Acidente sem lesão e sem danos

materiais

1

3

50

15

Segundo LIMA JR. (1996) apud ROCHA (1999), coube ao Decreto Lei 229 de 28 de

fevereiro de 1967, a primeira grande reformulação da Consolidação das Leis Trabalhistas

(CLT), devendo-se destacar a criação da obrigatoriedade de implantação, pelas empresas, do

Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).

Para a Construção Civil, especificamente, as normas só foram criadas pelas Portarias 46, de

19 de fevereiro de 1962 e pela 15, de 18 de agosto de 1972.

Segundo MOITINHO & MACHADO (2007) outro fato importante na historia da

segurança do trabalho foi a regulamentação, pelo Ministério do Trabalho por intermédio da

Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, posteriormente denominada de Departamento

de Segurança e Saúde no Trabalho, dos artigos contidos na CLT por meio da Portaria

3.214/78 que criou as vinte e oito iniciais Normas Regulamentadoras, conhecida

popularmente como NR.

As Normas Regulamentadoras presentes no capítulo V do título II da CLT surgiram

em 1978, sendo a NR 18 a que trata do setor de construção civil. Desde a sua criação a NR-

18 vem sofrendo alterações, inicialmente era chamada de “NR 18 Obras de Construção,

Demolição e Reparos”, esta NR teve sua primeira mudança através da Portaria 17 de julho de

1983, que lhe deu maior abrangência e um conteúdo técnico mais especializado, sendo que a

inclusão do PCMAT só ocorreu em 1995 (MOITINHO & MACHADO, 2007).

De acordo com MOITINHO & MACHADO (2007), com a Constituição de 1988 se

estabelece um marco para a melhoria das ações para a Segurança e Saúde do Trabalhador,

uma vez que ela busca garantir a redução dos riscos inerentes ao trabalho, utilizando-se de

normas de saúde, de segurança e de higiene.

Vários direitos dos trabalhadores foram consagrados em nível constitucional, com

inovações de relevante importância para o sistema jurídico trabalhista. A livre criação dos

sindicatos, já prevista pela convenção nº 87, da OIT de 1948, o direito de greve e a redução da

jornada semanal de trabalho de 48 para 44 horas, foram algumas das matérias. Além destas, a

generalização do regime de fundo de garantia, indenização para as dispensas arbitrárias,

estabilidade especial para o dirigente sindical, dirigente das comissões internas de prevenção

de acidentes de trabalho e das empregadas gestantes, entre outras inovações foram um grande

passo para o respeito à autonomia privada coletiva na ordem trabalhista (CRUZ, 1998).

16

A CLT em seu Capítulo V dispõe que:

“Art. 157°, Cabe às empresas”:

I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;

II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no

sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;

III - adotar as medidas que lhe sejam determinadas pelo órgão regional competente;

IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. (Consolidação das Leis

do Trabalho).

Foi baseado no Capítulo V da CLT que foram elaboradas as vinte e oito NR iniciais (CRUZ,

1998).

2.3 - Conceitos e Definições

2.3.1 - Conceito Legal de Acidente

O conceito legal acerca de acidente do trabalho é definido segundo a Lei nº 8.213, de

24 de julho de 1991, alterado pelo Decreto nº 611, de 21 de julho de 1992, é: “Acidente do

trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, ou, ainda,

pelo serviço de trabalho de segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação

funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente

ou temporária”.

2.3.2 – Outros Conceitos

De acordo com DE CICCO apud ROCHA, (1999), o conceito de doença ocupacional é

definido como: “é a doença que se julga ter sido causada ou agravada pela atividade de

trabalho de uma pessoa ou pelo ambiente de trabalho”.

Já segundo a NR 18, esse mesmo conceito é definido como: “são aquelas decorrentes

de exposição a substâncias ou condições perigosas inerentes a processos e atividades

profissionais ou ocupacionais”.

17

Segundo MARTINS & SERRA (2003), acidente profissional “são as doenças

provocadas pelo tipo de trabalho, ou seja, aquelas produzidas ou desencadeadas pelo

exercício de trabalho peculiar a determinadas atividades. Como exemplo pode se citar a

atividade de marcação de alvenaria desenvolvida pelos pedreiros, ocasionando dores nos

joelhos e na coluna, por vezes levando a licenças e aposentadoria precoce”.

Segundo MARTINS & SERRA (2003) “são consideradas doenças do trabalho

aquelas causadas por condições do trabalho. Cita-se o trabalho de limpeza que se depara

com poeiras podendo levar a problemas pulmonares e doenças respiratórias. Para

identificação das causas dos acidentes de trabalho, classificam-se as causas em: ato inseguro

e condição insegura”.

De acordo com os mesmos autores, “o ato inseguro é aquele praticado pelo homem,

contra as normas de segurança, dependendo do comportamento do funcionário em relação à

exposição ao perigo. Por exemplo: o trabalho em altura sem uso de Equipamento de Proteção

Individual (EPI)”.

Segundo ZOCCHIO apud ROCHA (1999), os atos inseguros podem ser classificados

em três tipos:

consciente: quando se tem o conhecimento da exposição ao perigo;

inconsciente: quando as pessoas não têm conhecimento da situação de perigo;

circunstanciais: sabendo ou não da situação de perigo, as pessoas realizam ações inseguras.

Como exemplo, cita-se o salvamento de uma pessoa em situação de perigo, ou a tentativa de

evitar prejuízo para a empresa, por iniciativa própria ou por ordens superiores.

Segundo MARTINS E SERRA (2003) a condição insegura é “a condição do ambiente

de trabalho que oferece risco e ou perigo ou trabalhador. Como exemplos têm-se: instalações

elétricas com fios desencapados; andaimes e proteções feitos com materiais inadequados ou

defeituosos; falta de proteção em máquinas e equipamentos; máquinas, equipamentos e

ferramentas em estado precário de manutenção; falta de EPI”. Existem causas de acidente

em que ocorrem ao mesmo tempo o ato inseguro e a condição insegura.

18

Segundo a NR 18 o EPI “é todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a

saúde e a integridade física do trabalhador”.

O PCMAT, ou seja, Programa e Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria

da Construção Civil (NR 18), enquadra-se como um plano de segurança que “busca planejar e

ordenar todas as ações que visam garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores nos

canteiros de obras. Este programa deve ser elaborado antes do início da obra e com a

contribuição de todos os envolvidos na atividade, a fim de contemplar as necessidades globais

do empreendimento” (ROCHA, 1999).

2.4 – Principais Fatores que Causam Acidentes de Trabalho e Doenças

Profissionais

Segundo KOEHN et. al. (1995) apud MENEZES (1998), alguns dos acidentes e suas

causas são mais comumente ocorridos em todo o mundo, alguns desse estão listados a seguir:

Quedas de alturas devido à falta de proteção (redes e plataformas de contenção) e

devido ao não uso do cinto de segurança.

Acidentes devido à falta de manutenção preventiva nos equipamentos.

Acidentes ocorridos devido à falta de treinamento dos operários.

Ferimentos na cabeça, dedos, olhos, pés etc.; devido ao não uso ou uso incorreto dos

EPI.

Doenças de pele devido ao contato com cimento e outras substancias devido ao não

uso de EPI como, por exemplo, as luvas de raspa.

Acidentes devido ao desmoronamento de terra, por falta de escoramento adequado.

Queda de diversos materiais de construção ou equipamentos de altura.

Um dos fatores que também deve ser levado em consideração quando se fala em

causas dos acidentes do trabalho é o fator humano. Há alguns anos atrás se falava em atos e

condições inseguras e que esses fatos, combinados ou não, eram as causas diretas dos

acidentes e, portanto, para reduzir ou cessar os acidentes só seria necessário corrigir as

condições inseguras e evitar a prática dos atos inseguros (ZOCCHIO, 2002).

19

Mas, com a interferência da Psicologia na Segurança do Trabalho, segundo ZOCCHIO

(2002), existe uma teoria proposta por Heinrich que explica como o homem participa do

processo que antecede o acidente. Segundo FRANÇA (2002), os estudos de Heinrich foram

baseados na análise de cerca de 5.000 casos de empresas seguradas com uma companhia

privada nos EUA. Ele considerava o acidente do trabalho como um elemento dentre cinco

fatores de uma seqüência que resulta em lesão. Estes fatores, por ordem sequencial, eram

assim definidos:

1. “Ancestrais e ambiente social – comportamentos que podem ser passados através

de “hereditariedade” ou desenvolvidas em função do ambiente, interferindo na

educação. Os dois fatores (hereditariedade e ambiente), geram problemas de

personalidade.”

2. “Problemas de personalidade – comportamentos herdados ou adquiridos, tais

como imprudência, temperamento violento, nervosismo, inconsistência, etc.,

revelam-se como fatores fundamentais para a prática de atos inseguros ou para a

existência (ou manutenção) de riscos físicos e/ou mecânicos.”

3. “Ato inseguro e/ou riscos físicos ou mecânicos – desempenho inseguro das

pessoas ou condições inadequadas no ambiente de trabalho (condições

inseguras), que resultam em acidentes.”

4. “Acidentes – eventos ou ocorrências, tais como queda de pessoas, choques com

objetos, etc., que podem causar lesões.’

5. “Lesão – fraturas, lacerações, ferimentos ou doenças que resultam diretamente de

acidentes.”

Segundo FRANÇA (2002), esta seqüência pode ser comparada a uma fileira de

dominós em que a queda de uma das peças, irá gerar a queda em cadeia das demais, sendo

o acidente do trabalho um dos fatores na seqüência estabelecida, e a lesão a conseqüência

final, que poderá ou não acontecer. A interrupção da “queda” dos dominós, pela retirada

de uma das “peças”, ou seja, a retirada de um dos fatores ou elementos da seqüência,

poderá evitar a ocorrência da lesão. De acordo com o mesmo autor, esta idéia foi mais

tarde adaptada por Frank Bird, que usava o termo “incidente” ou “quase acidente”, que

pode ser definido como: “um evento indesejável que poderia resultar em perdas ou

degradar a eficiência do trabalho”.

20

FRANÇA (2002) redesenha a seqüência de dominós de Heinrich fazendo uma

associação com a teoria de Frank Bird (Figura 03).

Figura 03: Seqüência de eventos que originam o acidente, de acordo com Heinrich e Frank

Bird (1931 / 1966).

Fonte: FRANÇA (2002).

Segundo FRANÇA (2002), o primeiro elemento que dará origem a seqüência lógica

dos eventos é a Falta de Controle Administrativo que é responsável por cerca de 80% dos

erros cometidos pelas pessoas e a inexistência dele irá gerar a queda das peças (Figura 04); o

segundo elemento corresponde às Causas Básicas que são fatores pessoais e fatores do

trabalho, chamados por Heinrich de “falhas humanas”, e que originam o terceiro elemento: as

causas imediatas ou sintomas, que são caracterizadas como ato e/ou condições inseguras. O

quarto elemento é o acidente, através do contato com uma fonte de energia maior que a

capacidade do corpo, gerando a lesão. O quinto elemento são os danos ou perdas (efeito).

Figura 04: Queda dos dominós, indicando a ocorrência da seqüência de eventos.

Fonte: FRANÇA (2002).

21

A eliminação de qualquer uma destas “peças” irá interromper a seqüência de fatos,

impedindo, portanto, que aconteça o acidente do trabalho.

Segundo MENEZES (1998) os operários da construção civil não são ignorantes quantos

aos riscos que eles próprios estão sujeitos a sofrer. Para o autor, “existe o conhecimento e a

convivência do medo que raramente vem à superfície, pois encontram-se neutralizados pelo

mecanismo da defesa. Caso tivessem consciência aguda do risco, seriam levados à ineficácia

produtiva e a inadaptação profissional”.

Com isso CRU & DÉJOURS (1987) apud MENEZES (1998), formularam uma hipótese

oposta aos conceitos de prevenção de acidentes até então vistos. Os autores afirmam que os

operários conhecem implicitamente e em profundidade os perigos de seu trabalho e que

provavelmente se defendem espontaneamente contra o medo e quanto aos riscos, defendem-se

concretamente com ajuda de procedimentos específicos e eficazes no decorrer do trabalho.

2.4.1 – Quedas em alturas

Segundo dados as quedas em altura representam grande parte dos acidentes fatais que

ocorrem no Brasil, cerca de 32% na cidade de Salvador, que tem canteiros de obra mais

parecidos com os canteiros de Feira de Santana (COSTA, 2007 apud LORDSLEEM et al.,

2008).

Segundo MARTINS (2005) apud LORDSLEEM et al. (2008), em geral, são dois os

fatores que contribuem para que a construção civil seja campeã em nível de acidentes do

trabalho quando comparada às outras indústrias, são eles: as características da mão-de-obra e

as particularidades das atividades que se desenvolvem nessa área. A autora salienta ainda que

dentre os diferentes riscos inseridos na construção civil, a maioria dos acidentes, ocorrem

devido a quedas de altura, sendo necessária uma atenção especial, por ser, dentre todos os

acidentes, os mais graves, já que geram o maior índice de acidentes fatais.

Apesar de existirem medidas de prevenção, elas são pouco ou mal empregadas,

contribuindo para o atraso experimentado por esse setor e, contribuindo também, para que o

22

setor apresente uma produtividade comprovadamente inferior aos demais segmentos

industriais (SERRA; MARTINS 2006; apud LORDSLEEM et al. (2008).

2.5 - Estatísticas Sobre Acidentes de Trabalho no Brasil e no Mundo

Segundo GRANADEIRO (2008) a partir de dados obtidos da Inspeção Geral do

Trabalho (IGT) desde Janeiro até 15 de Novembro de 2007 em Portugal os acidentes mortais

de trabalho atingiram a 129 trabalhadores, sendo que 66 destas mortes se deram no setor da

construção civil. Granadeiro (2008) afirma ainda que desde 2003 os acidentes do trabalho

mortais na construção civil têm constituído sempre cerca de metade do total dos acidentes

mortais de trabalho em geral: 48,6% em 2003; 51,2% em 2004; 0,8% em 2005; 45,2% em

2006; 51,1% em 2007 (Gráfico 02), até a data já referida.

Gráfico 02: Acidentes de trabalho fatais em todos os setores do trabalho e no setor da

construção civil em Portugal no ano de 2007.

Fonte: Inspeção Geral do Trabalho (IGT) (2007) apud GRANADEIRO (2008)

Como mostra o Gráfico 03, segundo GRANADEIRO (2008) a principal causa de

acidentes de trabalho mortais em Portugal é a queda em altura (com 50 mortes em 2007),

seguida de outras causas que não especificadas (28 mortes), do choque direto com objetos (17

mortes), do esmagamento (9 mortes) e de choque elétrico (com 8 mortes), das máquinas (6

mortes), do soterramento (7 mortes) e, por fim, do atropelamento (4 mortes).

23

Gráfico 03: Histórico (2003 a 2007) de acidentes de trabalho mortais no setor da construção

civil em Portugal.

Fonte: Inspeção Geral do Trabalho (IGT) (2007) apud GRANADEIRO (2008).

Segundo a REVISTA PROTEÇÃO (2008) apud PREVIDÊNCIA SOCIAL DO

BRASIL (2008), sobre os acidentes do trabalho no Brasil: “no início de outubro de 2008 o

Ministério da Previdência Social divulgou o Anuário Estatístico da Previdência Social

(AEPS) 2007. Segundo as informações obtidas pela Previdência, o número de acidentes do

trabalho registrados em 2007 aumentou 27,5% em relação ao ano de 2006. O salto foi de

512.232 para 653.090 casos de acidentes e doenças do trabalho. Já o registro de mortes

relacionadas ao trabalho manteve-se na mesma escala do ano anterior: de 2.798 subiu para

2.804, o que representa um incremento de 0,21% no número de óbitos. Além destes dados, a

publicação também reúne informações sobre os setores que mais acidentam e as lesões mais

freqüentes, traçando assim um perfil dos acidentes de trabalho no Brasil”, como mostra os

Gráficos 04 e 05.

24

Gráfico 04: Variação de acidentes e doenças do trabalho no Brasil de 2006 para 2007.

Fonte: REVISTA PROTEÇÃO ed. 203 (2008) apud PREVIDÊNCIA SOCIAL

(2008), adaptado por SOUZA (2010).

Gráfico 05: Variação de acidentes com mortes no Brasil de 2006 para 2007.

Fonte: Revista Proteção ed. 203 (2008) apud Previdência Social (2008), adaptado

por SOUZA (2010).

Ainda segundo a PREVIDÊNCIA SOCIAL DO BRASIL (2008) apud REVISTA

PROTEÇÃO (2008), como ilustrado no Gráfico 06, os dedos são a parte do corpo mais

lesionadas quando ocorrem acidentes do trabalho, 20% do total dos registros. De acordo com

os dados da Previdência Social, houve um aumento de 6% de fraturas nos dedos, de 2006

(123.127) para 2007 (130.548). As mãos (exceto punhos) e o cotovelo entraram nas

estatísticas como o segundo maior índice, 6,22% (40.670), seguidos por fraturas nos pés, que

foram lesionados em 5,64% dos casos (36.859), já os joelhos foram atingidos em 3,96% das

notificações de acidentes (25.900). No que se refere aos parâmetros da Classificação

Internacional de Doenças (CID), o ferimento do punho e da mão lidera os índices de acidentes

e doenças do trabalho, em 2007 foram constatados 75.359 trabalhadores com problemas

nestas partes do corpo, sendo 11,53% da totalidade.

0

200.000

400.000

600.000

800.000

2006 2007R

egi

stro

s

Ano

Acidentes e doencas do trabalho

2006 2007

Mortes em acidentes de trabalho

27,5%

0,21%

%%%

25

Gráfico 06: Partes do corpo mais atingidas nos acidentes de trabalho.

Fonte: PREVIDÊNCIA SOCIAL DO BRASIL (2008) apud REVISTA PROTEÇÃO

(2008).

Também segundo a REVISTA PROTEÇÃO (2008) apud PREVIDÊNCIA SOCIAL

DO BRASIL (2008), quanto ao sexo do trabalhador os homens sofreram 73,34% dos

acidentes (479.008), em contrapartida as mulheres se envolveram em 174.074 registros

(26,65%), o Gráfico 07 ilustra esses dados.

Gráfico 07: Acidentes de trabalho quanto ao sexo dos colaboradores.

Fonte: PREVIDÊNCIA SOCIAL DO BRASIL (2008) apud REVISTA PROTEÇÃO

(2008).

Segundo a PREVIDÊNCIA SOCIAL DO BRASIL (2008) apud REVISTA

PROTEÇÃO (2008), quando se toma como parâmetro a idade média dos trabalhadores os

profissionais com faixa etária entre 25 e 29 anos foram os que mais sofreram com acidentes

em 2007: 19,05% (124.417).

Dedos20%

Mãos e cotovelos

6%

pés6%

Joelhos4%

Outros64%

Homens73%

Mulheres27%

26

2 . 6 – Custos dos Acidentes de Trabalho

Os acidentes de trabalho dentro e fora dos ambientes de trabalho, assim como, as

doenças ocupacionais, que também são registradas como acidentes do trabalho, acarretam

prejuízos financeiros e de produtividade para todos os tipos de organizações. Mas esses

prejuízos não são computados corretamente e acabam por esconder os verdadeiros resultados

negativos que são alcançados como baixos desempenhos de Segurança do Trabalho e Saúde

Ocupacional (MOITINHO & MACHADO, 2007).

Os custos gerados pelos acidentes de trabalho são divididos em custos diretos e custos

indiretos. Os custos diretos estão relacionados a todas as despesas que são gastas diretamente

com o acidentado, ou seja, é um desembolso mensurável e definitivo, retirado diretamente do

setor financeiro da empresa, (MENEZES, 1998).

Os custos indiretos englobam todas as despesas que surgem, de maneira indireta, por

conseqüência do acidente e que geralmente não são atribuíveis a este. Segundo CARVALHO

(1994) apud MENEZES (1998), apesar de serem afetadas fortemente pelos custos indiretos,

as empresas não procuram tomar conhecimento a respeito desses custos, provavelmente por

conta das dificuldades em computar tais custos já que englobam um número muito grande de

itens como: despesas com reparos ou substituição de máquinas, equipamentos ou materiais

avariados; despesas com serviços assistenciais não segurados; complementação salarial (após

15 dias de afastamento); pagamentos de horas extras em decorrência do acidente; despesas

jurídicas; prejuízos decorrente da queda de produção; desperdício de material ou produção

fora de especificação, em virtude da emoção causada pelo acidente.

Os autores da área de segurança do trabalho variam muito sobre a proporção de que

para cada real que a Previdência Social gasta em benefícios por incapacidades motivadas por

acidentes, doenças profissionais ou ocupacionais (custo direto), muito mais recursos são

gerados pelo custo social, falta de trabalho, redução de produtividade (custo indireto).

Segundo PIRES (2005) apud MOITINHO & MACHADO (2007) para cada real que a

Previdência Social gasta em benefícios mais três reais são gerados. Em 2003 foram gastos 8,2

bilhões de reais com benefícios acidentários, logo, podemos supor que foram gastos 32,8

bilhões de reais, sendo que nesses números estão englobados apenas os trabalhadores que

27

possuem carteira assinada excluindo os trabalhadores informais, rurais, funcionários públicos

e outros grupos.

2 . 7 – Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT)

No Brasil o sistema de registros e notificações dos acidentes é efetuado segundo

procedimentos estabelecidos pela NBR 14.280 (Cadastro de Acidentes do Trabalho

Procedimento e Classificação), de 1999 e de acordo com as instruções normativas do MTE,

contemplando apenas os trabalhadores do setor formal, ou seja, de carteira de trabalho

assinada.

Os acidentes do trabalho ou a doença profissional são informados por meio do

formulário CAT, cujo modelo encontra-se no ANEXO D deste trabalho, preenchido em seis

vias, com a seguinte destinação:

1ª via – ao INSS;

2ª via – à empresa;

3ª via – ao segurado ou dependente;

4ª via – ao sindicato de classe do trabalhador;

5ª via – ao Sistema Único de Saúde – SUS;

6ª via – à Superintendência Regional do Trabalho.

Com a emissão das CAT, consegue-se que o direito do trabalhador ao seguro

acidentário seja garantido, além de fornecerem dados para o registro das ocorrências que

podem ser identificadas por tipo, motivo, região, atividade econômica, etc.

O próprio acidentado, seus dependentes, o sindicato da categoria, o médico que o

assistiu ou uma autoridade pública poderá fazer a comunicação do acidente, na falta da

mesma pela empresa, o que não isentará a empresa da responsabilidade pela falta de emissão

da CAT.

28

2.8 – NR 18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção

A NR 18 regulamenta as condições e meio ambiente de trabalho que devem ser

seguidos em todos os canteiros de obras no Brasil. Ela deve ser seguida e seu descumprimento

pode gerar notificações e multas para a empresa que a descumprir. Nos subitens adiante serão

abordados os tópicos da NR 18 de maior relevância para realização desse trabalho.

2.8.1 Medidas de proteção contra quedas de altura

Segundo a Norma Regulamentadora NR 18, do item 18.13.1 ao item 18.13.11, é

obrigatória a instalação de proteção coletiva onde houver risco de queda de trabalhadores ou

de projeção de materiais, as aberturas no piso devem ter fechamento provisório resistente, as

aberturas, em caso de serem utilizadas para o transporte vertical de materiais e equipamentos,

devem ser protegidas por guarda-corpo fixo, no ponto de entrada e saída de material, e por

sistema de fechamento do tipo cancela ou similar, os vãos de acesso às caixas dos elevadores

devem ter fechamento provisório de, no mínimo, 1,20m (um metro e vinte centímetros) de

altura, constituído de material resistente e seguramente fixado à estrutura, até a colocação

definitiva das portas, é obrigatória, na periferia da edificação, a instalação de proteção contra

queda de trabalhadores e projeção de materiais a partir do início dos serviços necessários à

concretagem da primeira laje; a proteção contra quedas, quando constituída de anteparos

rígidos, em sistema de guarda-corpo e rodapé, deve atender aos seguintes requisitos:

a) ser construída com altura de 1,20m (um metro e vinte centímetros) para o travessão

superior e 0,70m (setenta centímetros) para o travessão intermediário;

b) ter rodapé com altura de 0,20m (vinte centímetros);

c) ter vãos entre travessas preenchidos com tela ou outro dispositivo que garanta o

fechamento seguro da abertura.

A NR 18 também determina que: em todo perímetro da construção de edifícios com

mais de 4 (quatro) pavimentos ou altura equivalente, é obrigatória a instalação de uma

plataforma principal de proteção na altura da primeira laje que esteja, no mínimo, um pé-

direito acima do nível do terreno. Essa plataforma deve ter, no mínimo, 2,50m (dois metros e

cinqüenta centímetros) de projeção horizontal da face externa da construção e 1 (um)

29

complemento de 0,80m (oitenta centímetros) de extensão, com inclinação de 45º (quarenta e

cinco graus), a partir de sua extremidade, a plataforma deve ser instalada logo após a

concretagem da laje a que se refere e retirada, somente, quando o revestimento externo do

prédio acima dessa plataforma estiver concluído; acima e a partir da plataforma principal de

proteção. Devem ser instaladas, também, plataformas secundárias de proteção, em balanço, de

3 (três) em 3 (três) lajes, essas plataformas devem ter, no mínimo, 1,40m (um metro e

quarenta centímetros) de balanço e um complemento de 0,80m (oitenta centímetros) de

extensão, com inclinação de 45º (quarenta e cinco graus), a partir de sua extremidade; cada

plataforma deve ser instalada logo após a concretagem da laje a que se refere e retirada,

somente, quando a vedação da periferia, até a plataforma imediatamente superior, estiver

concluída

Conforme a Norma Regulamentadora NR 18, o perímetro da construção de edifícios,

deve ser fechado com tela a partir da plataforma principal de proteção, a tela deve constituir-

se de uma barreira protetora contra projeção de materiais e ferramentas, ela deve ser instalada

entre as extremidades de 2 (duas) plataformas de proteção consecutivas, só podendo ser

retirada quando a vedação da periferia, até a plataforma imediatamente superior, estiver

concluída.

2.8.2 - Andaimes

Segundo a NR 18, do item 18.15.1 ao item 18.15.9, o dimensionamento dos andaimes,

sua estrutura de sustentação e fixação, deve ser realizado por profissional legalmente

habilitado, os andaimes devem ser dimensionados e construídos de modo a suportar, com

segurança, as cargas de trabalho a que estarão sujeitos, o piso de trabalho dos andaimes deve

ter forração completa, antiderrapante, ser nivelado e fixado de modo seguro e resistente;

devem ser tomadas precauções especiais, quando da montagem, desmontagem e

movimentação de andaimes próximos às redes elétricas; a madeira para confecção de

andaimes deve ser de boa qualidade, seca, sem apresentar nós e rachaduras que comprometam

a sua resistência, sendo proibido o uso de pintura que encubra imperfeições, é proibida a

utilização de aparas de madeira na confecção de andaimes, os andaimes devem dispor de

sistema guarda-corpo e rodapé, inclusive nas cabeceiras, em todo o perímetro, conforme

subitem 18.13.5, com exceção do lado da face de trabalho; é proibido retirar qualquer

30

dispositivo de segurança dos andaimes ou anular sua ação; é proibida, sobre o piso de trabalho

de andaimes, a utilização de escadas e outros meios para se atingirem lugares mais altos; o

acesso aos andaimes deve ser feito de maneira segura.

2.8.3 - Andaimes Fachadeiros

Para os andaimes fachadeiros a NR 18, do item 18.15.19 ao item 18.15.25, determina

que os andaimes fachadeiros não devem receber cargas superiores às especificadas pelo

fabricante. Sua carga deve ser distribuída de modo uniforme, sem obstruir a circulação de

pessoas e ser limitada pela resistência da forração da plataforma de trabalho; os acessos

verticais ao andaime fachadeiro devem ser feitos em escada incorporada a sua própria

estrutura ou por meio de torre de acesso; a movimentação vertical de componentes e

acessórios para a montagem e/ou desmontagem de andaime fachadeiro deve ser feita por meio

de cordas ou por sistema próprio de içamento; os montantes do andaime fachadeiro devem ter

seus encaixes travados com parafusos, contra pinos, braçadeiras ou similar; os painéis dos

andaimes fachadeiros destinados a suportar os pisos e/ou funcionar como travamento, após

encaixados nos montantes, devem ser contrapinados ou travados com parafusos, braçadeiras

ou similar; as peças de contraventamento devem ser fixadas nos montantes por meio de

parafusos, braçadeiras ou por encaixe em pinos, devidamente travados ou contrapinados, de

modo que assegurem a estabilidade e a rigidez necessárias ao andaime; os andaimes

fachadeiros devem dispor de proteção com tela de arame galvanizado ou material de

resistência e durabilidade equivalentes, desde a primeira plataforma de trabalho até pelo

menos 2,00m (dois metros) acima da última plataforma de trabalho.

2.8.4 - Equipamento de Proteção Individual – EPI

A Norma Regulamentadora NR 18, do item 18.23.1 ao item 18.23.4, determina que a

empresa é obrigada a fornecer aos colaboradores, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em

perfeito estado de conservação e funcionamento; o cinto de segurança tipo abdominal

somente deve ser utilizado em serviços de eletricidade e em situações em que funcione como

limitador de movimentação; o cinto de segurança tipo pára-quedista deve ser utilizado em

atividades a mais de 2,00m (dois metros) de altura do piso, nas quais haja risco de queda do

trabalhador; o cinto de segurança deve ser dotado de dispositivo trava-quedas e estar ligado a

31

cabo de segurança independente da estrutura do andaime; os cintos de segurança tipo

abdominal e tipo pára-quedista devem possuir argolas e mosquetões de aço forjado, ilhoses de

material não-ferroso e fivela de aço forjado ou material de resistência e durabilidade

equivalentes.

2.8.5 - Modelos de Andaime, segundo a NR 18

A NR 18 conceitua os diversos modelos de andaimes utilizados na indústria da

construção brasileira, são eles:

a) Geral - plataforma para trabalhos em alturas elevadas por estrutura provisória ou

dispositivo de sustentação;

b) Simplesmente Apoiado - é aquele cujo estrado está simplesmente apoiado, podendo ser

fixo ou deslocar-se no sentido horizontal;

c) Em Balanço - andaime fixo, suportado por vigamento em balanço;

d) Suspenso Mecânico - é aquele cujo estrado de trabalho é sustentado por travessas

suspensas por cabos de aço e movimentado por meio de guinchos;

e) Suspenso Mecânico Leve - andaime cuja estrutura e dimensões permitem suportar carga

total de trabalho de 300 kgf/m², respeitando-se os fatores de segurança de cada um de seus

componentes;

f) Suspenso Mecânico Pesado - andaime cuja estrutura e dimensões permitem suportar carga

de trabalho de 400 kgf/m², respeitando-se os fatores de segurança de cada um de seus

componentes;

g) Cadeira Suspensa (balancim) - é o equipamento cuja estrutura e dimensões permitem a

utilização por apenas uma pessoa e o material necessário para realizar o serviço;

h) Fachadeiro - andaime metálico simplesmente apoiado, fixado à estrutura na extensão da

fachada.

2.8.6 - Modelos de Andaime, segundo a NBR 6494 (1990)

A NBR 6494 conceitua andaime como sendo: “Plataformas necessárias à execução de

trabalhos em lugares elevados, onde não possam ser executados em condições de segurança a

partir do piso. São utilizados em serviços de construção, reforma, demolição, pintura,

limpeza e manutenção” (NBR 6494, 1990).

32

Já o conceito para andaimes suspensos mecânicos é: “andaimes, pesados ou leves, em

que o estrado é sustentado por travessas metálicas ou de madeira, suportado por meio de

cabos de aço, movimentando-se no sentido vertical com auxílio de guinchos”. (NBR 6494,

1990).

Em relação aos andaimes suspensos mecânicos-pesados o conceito dado pela NBR

6494 é: “andaimes cuja estrutura e dimensões permitem suportar cargas de trabalho de 4 kPa

(400 kgf/m²) no máximo, respeitando os fatores de segurança de cada um dos seus

componentes” (NBR 6494, 1990).

Segundo a NBR 6494 os andaimes suspensos mecânicos-leves são “andaimes cuja

estrutura e dimensões permitem suportar carga total máxima de trabalho de 3 kN (300 kgf),

respeitando os fatores de segurança de cada um dos seus componentes. Nota: Entende-se

como carga de trabalho a somatória das cargas de materiais, ferramentas e pessoas sobre o

andaime” (NBR 6494, 1990).

.

Segundo a NBR 6494 os andaimes em balanço são os “andaimes que se projetam

para fora da construção são suportados por vigamentos ou estruturas em balanço, que

tenham sua segurança garantida, seja por engastamento ou outro sistema de

contrabalançamento no interior da construção, podendo ser fixos ou deslocáveis” (NBR

6494, 1990).

Os andaimes simplesmente apoiados são conceituados pela NBR 6494 como sendo os

“andaimes cuja estrutura trabalha simplesmente apoiada, podendo ser fixos ou eslocáveis

horizontalmente” (NBR 6494, 1990).

2.9 – Como Obter a Segurança do Trabalhador para o Trabalho em Alturas

Segundo RAZENTE (2005), além da preocupação com os EPI e EPC, indispensáveis

no controle de risco de acidentes para os trabalhadores, deve existir a preocupação com os

riscos causados pelo fator humano dos mesmos. Para a autora essa segurança é obtida através

de cursos e palestras, promoções e divulgações, alem de inspeções.

33

As palestras e cursos devem ser ministrados de maneira o mais ilustrativa possível,

com apresentação de dados, cartazes, filmes e slides, de preferência com debates, a fim de

levar o grupo a uma conclusão satisfatória do assunto tratado, em favor dos objetivos de

segurança do trabalho.

Deve existir um programa permanente de promoção e divulgação de assuntos

prevencionistas, desenvolvendo constantemente o espírito de prevenção de acidentes entre

todos os colaboradores.

Devem ser realizadas constantemente inspeções de segurança com a finalidade de

levantar e indicar problemas que comprometem a Segurança do Trabalho. Elas devem

recomendar providências imediatas ou desencadear outras medidas a serem tomadas a médio

ou a longo prazo, dependendo da complexidade do problema levantado. Para a autora se bem

conduzidas levam aos seguintes resultados: “possibilitam a determinação e a aplicação dos

meios preventivos antes da ocorrência de acidentes; ajudam a se fixar nos empregados a

mentalidade da segurança e higiene do trabalho; encorajam o próprio empregado a agir

como inspetores de segurança do seu serviço; divulgam e consolidam entre os empregados, o

interesse da empresa pela segurança do trabalho”.

Outro meio de prevenção citado por RAZENTE (2005) é uma sinalização eficiente

que alerte acerca de diversos assuntos relacionados à segurança do trabalho.

Por ultimo o autor enfatiza acerca da necessidade de uma padronização das atividades

visando estabelecer regras comuns para as atividades praticadas no canteiro de obras, de

modo que se faça de forma econômica e vantajosa, com a racionalização do trabalho e da

redução de risco de erro ou acidentes.

34

3 – ESTUDO DE CASO

O estudo de caso foi realizado de 01 de Março à 30 de Julho de 2010, em um

canteiro de obras de uma construtora de médio porte, durante a execução de um conjunto

residencial financiado pela Caixa Econômica Federal, através do programa Minha Casa

Minha Vida. O conjunto é composto de 22 prédios de 5 pavimentos sendo 4 apartamentos por

pavimento totalizando 20 apartamentos por prédio e o 440 unidades habitacionais em todo o

conjunto sendo que cada habitação tem 37,00 m² de área construída (Anexo B).

3.1 – Método para Avaliação de Perigos e Avaliação de Riscos de Acidentes

Um dos métodos de avaliação de segurança que será utilizado nesse trabalho é a

observação direta dos trabalhadores durante o trabalho no campo, trabalhos esses que utilizam

os andaimes fachadeiros, além da verificação da estrutura física dos andaimes, verificando as

não conformidades com as regras estabelecidas pela NR 18 e pela NBR 6494 (1990).

Para a verificação “in loco” foi criada uma planilha de verificação, que foi preenchida

pelo autor, com as regras mais diretamente ligadas a: treinamentos, sinalização, andaimes,

transporte de material, EPI, PCMAT e Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

Nessa planilha foi utilizado um sistema de pontuação, já utilizado em alguns trabalhos como

SAURIN (1997) e ROCHA (1999), “onde a nota obtida por uma obra em determinado item,

tópico ou grupo de tópicos corresponde a uma razão entre o total de itens “SIM” em relação

ao total de pontos possíveis de serem obtidos (soma dos “SIM” com os “NÂO”), multiplica-se

o resultado por dez para que a nota final seja tabulada em uma escala de zero a dez. A fórmula

de cálculo é representada na Figura 05, já no Quadro 02 é mostrada uma seção da planilha de

verificação utilizada na avaliação desse estudo.

Figura 05: Fórmula utilizada para obtenção da pontuação apresentada na avaliação efetuada

nesse trabalho.

Fonte: SAURIN (1997) apud ROCHA (1999).

Geração da Nota:

Nota = ("SIM" x 10/ ("SIM"+"NÃO"))

35

Quadro 02: Parte da planilha utilizada na avaliação “in loco” desse trabalho.

Ficha de verificação do cumprimento das regras da NR 18 e da NBR 6494,

relacionadas ao trabalho em andaimes fachadeiros e quedas de altura

Local de estudo: Obra com 22 Edificações de 5 pavimentos, realizada por uma construtora

de Feira de Santana-BA.

Legenda: O parâmetro de verificação é por edifício, logo cada "sim" ou "não" corresponde à

verificação do correspondente item para um edifício.

Geração da Nota: NNR 18 = ("SIM" x 10/ ("SIM"+"NÃO"))

A Porcentagem de Aplicação diz respeito à quantidade de "SIM" (cumprimento da NR 18)

para um total de 22 edifícios

Gerais

Item da NR 18 Regulamentação da NR 18 SIM NÃO NOTA % DE

APLIC.

18.3.

Existência do PCMAT na obra.

22 0 10 100

18.28.

Treinamento prévio dos funcionários sobre risco de acidentes. 22 0 10 100

18.27.1.

Sinalização próxima aos andaimes prevenindo contra risco de quedas e quanto à obrigatoriedade do uso de EPI?

0 22 0 0

18.13.4.

Existência de plataforma principal de proteção.

0 22 0 0

18.33

Existe CIPA na obra

22 0 10 100

Fonte: SAURIN (1997) apud ROCHA (1999), adaptada por SOUZA (2010).

Alguns estudos sugerem a adoção de pesos diferenciados para cada tópico a ser

verificado como, por exemplo, HANDA e LANG (1988) apud ROCHA (1999), mas como a

finalidade desse trabalho é a verificação de aplicação de normas obrigatórias, foi adotado o

método apresentado anteriormente em que são equiparados os pesos dos diversos itens da

planilha de verificação, gerando notas com pesos iguais.

36

3.2 – Avaliação “in-loco” das Não Conformidades com a NR 18

Na observação dos colaboradores durante a utilização dos andaimes fachadeiros para

realização de serviços, foi possível verificar que, segundo o ítem da NR 18 que trata das

medidas de proteção contra quedas de altura, algumas regras não estavam sendo cumpridas

pelos mesmos, como a do item 18.13.1. que trata da obrigatoriedade de instalação de proteção

coletiva onde houver risco de queda de trabalhadores ou de projeção de materiais e as do item

18.13.5. que trata da obrigatoriedade de existirem anteparos rígidos, em sistema de guarda-

corpo e rodapé, com altura de 1,20 m (um metro e vinte centímetros) para o travessão superior

e 0,70 m (setenta centímetros) para o travessão intermediário, além de rodapé com altura de

0,20 m (vinte centímetros) e ter vãos entre travessas preenchidos com tela ou outro dispositivo

que garanta o fechamento seguro da abertura.

Não havia sido instalada, como mostra a Figura 06, durante o período do estudo de

campo desse trabalho, nenhum equipamento de proteção coletiva como telas ou guarda

corpos, diante da presença de risco de quedas a que os operários estavam submetidos. Foi

constatada a presença de rodapé em apenas 11 das 22 edificações, além de terem sido

flagradas varias travessias por parte dos operários, como mostra a Figura 07 entre torres de

andaimes dispostas perpendicularmente entre si, que não ofereciam nenhum tipo de ponte ou

plataforma preenchida com tela segura que possibilitasse tal deslocamento, gerando com isso

alto grau de risco de acidente do trabalho, já que durante a passagem de uma torre para outra a

ligação da argola de fixação ao cabo de segurança era desfeita permitindo assim a travessia e

só posteriormente era refeita no cabo de segurança da torre destino; a Figura 08 mostra por

onde a travessia era realizada.

37

Figura 06: Andaimes sem guarda-corpo, tela de proteção e rodapé.

Figura 07: Funcionário fazendo travessia entre torres de andaimes sem telas de proteção.

14/05/2010

14/05/2010

38

Figura 08: Local por onde os colaboradores fazem a travessia entre torres de andaimes.

Ainda no item da NR 18 que trata das medidas de proteção contra quedas de altura,

algumas outras regras também não estavam sendo cumpridas pelos operários, como o item

18.13.6. o qual estabelece que “todo perímetro da construção de edifícios com mais de 4

(quatro) pavimentos ou altura equivalente, é obrigatória a instalação de uma plataforma

principal de proteção na altura da primeira laje que esteja, no mínimo, um pé-direito acima

do nível do terreno” (NR 18).

A Figura 09 mostra as edificações em que estavam sendo utilizados os andaimes

fachadeiros desse estudo, as quais possuíam 5 pavimentos sendo 1 pavimento térreo e mais 4

pavimentos tipo, portanto, se enquadram na descrição do item 18.13.6. da NR 18, entretanto

não foi instalada, durante o período do estudo de campo desse trabalho, nenhuma plataforma

principal de proteção na altura da primeira laje. Essa plataforma poderia evitar acidentes com

queda de materiais, equipamentos ou até mesmo queda de operários.

12/06/2010

39

Figura 09: Edificações com 5 pavimentos em que poderiam ser instaladas plataformas

principais de proteção na altura da primeira laje.

As Figuras 10, 11, 12 e 13, mostram que algumas regras da NR 18, nos itens 18.14.1,

18.14.2, 18.14.3, 18.14.20, que tratam do transporte vertical de materiais (conhecidos

popularmente como “moitão”) eram confeccionados em madeira, pela própria carpintaria da

obra e, portanto, não eram dimensionados por profissional habilitado como determina o item

18.14.1, nem eram operados por profissional habilitado segundo o item 18.14.2,

possivelmente devido à simplicidade do equipamento. A área abaixo do transporte vertical de

materiais não era isolada e o equipamento de transporte não possuía dispositivos que

poderiam impedir a descarga acidental do material transportado como determinam os itens

18.14. e 18.14.20, respectivamente, da NR 18.

04/05/2010

40

Figura 10: Funcionário operando o equipamento utilizado para transporte vertical de materiais

(moitão).

Figura 11: Equipamento utilizado para transporte vertical de materiais (moitão).

14/05/2010

21/06/2010

41

Figura 12: Equipamento utilizado para transporte vertical de materiais (moitão).

Figura 13: Balde utilizado no “moitão” apresentando risco de acidente.

21/06/2010

21/06/2010

42

No capitulo 18.15 (Andaimes) da NR 18 também foram observadas algumas regras

que não estavam sendo cumpridas no canteiro de obras da construtora em estudo, uma delas é

o item 18.15.3 o qual determina que “o piso de trabalho dos andaimes deve ter forração

completa, antiderrapante, ser nivelado e fixado de modo seguro e resistente”, o que, apesar de

ter piso com forração completa, antiderrapante e nivelado, foi notada a utilização de madeira

agreste na forração do piso dos andaimes, principalmente no primeiro piso das torres, que

deixavam frestas vazias entre as junções das tábuas, como mostram as Figuras 14 e 15.

Também não foi observado nenhum tipo de fixação das tábuas agreste ou folhas de madeirite

utilizados como forração de piso, onde as mesmas eram apenas simplesmente apoiadas sobre

os barrotes.

Figura 14: Tábua agreste utilizada no piso dos andaimes apresentando espaços vazios.

14/05/2010

43

Figura 15: Espaços vazios no piso dos andaimes.

Não foi observada também a presença de guarda-corpos, como determina o item

18.15.6 da NR 18 que afirma que: “os andaimes devem dispor de sistema guarda-corpo e

rodapé, inclusive nas cabeceiras, em todo o perímetro, conforme subitem 18.13.5, com

exceção do lado da face de trabalho”, o que funcionava como guarda-corpo era apenas a

estrutura de contraventamento do próprio andaime, como mostram as Figuras 16 e 17, nas

cabeceiras também não existia nenhum modelo de guarda-corpo. Já os rodapés foram

observados em apenas 11 dos 22 edifícios do conjunto habitacional desse estudo.

14/05/2010

44

Figura 16: Andaimes sem guarda-corpo e sem rodapé.

Figura 17: Andaimes sem guarda-corpo no seu perímetro, na cabeceira e sem rodapé

14/05/2010

14/05/2010

45

Quanto ao acesso aos andaimes, o mesmo era feito através de escadas incorporadas na

própria estrutura do andaime fachadeiro, como recomenda a NR 18 no item 18.15.20, mas

durante a subida dos colaboradores nas escadas não era feita a fixação do cinto de segurança

na estrutura do andaime, tornando o acesso aos andaimes uma atividade com certo grau de

insegurança, contrariando o item 18.15.9 da NR 18 que afirma: “o acesso aos andaimes deve

ser feito de maneira segura”, além da passagem dos barrotes agreste que sustentam o piso por

entre os degraus impedindo a subida correta por parte do colaborador (Figura 18).

Figura 18: Escadas de acesso ao andaime.

No capitulo 18.15 da NR 18, alguns itens não estavam sendo seguidos como o item

18.15.10 que determina: “os montantes dos andaimes devem ser apoiados em sapatas sobre

base sólida capaz de resistir aos esforços solicitantes e às cargas transmitidas”, porém, como

mostram as Figuras 19 e 20, os andaimes, em alguns casos, não estavam apoiados em sapatas

adequadas.

14/05/2010

46

Figura 19: Sapatas de apoio dos andaimes.

Figura 20: Andaime apoiado diretamente no solo.

14/05/2010

14/05/2010

47

Em todos as edificações, existe nas laterais direita e esquerda uma pequena estrutura

destinada a proteção dos hidrômetros medidores de água. A cobertura dessa estrutura é feita

com uma pequena laje dimensionada para suporta apenas seu peso próprio, mas que estava

sendo utilizada como base de apoio para os “pés” dos andaimes fachadeiros o que poderia

ocasionar graves acidentes em caso de colapso dessas lajes (Figura 21).

Figura 21: Andaime apoiado sobre blocos e sobre a laje da casa de proteção para hidrômetros.

Observou-se também que os andaimes foram apoiados sobre as lajes de cobertura dos

reservatórios inferiores que poderiam não ter sido dimensionadas para suportar a carga vinda

dos mesmos, gerando uma possível situação de risco, como mostra a Figura 22.

14/05/2010

48

Figura 22: Andaime apoiado sobre a laje dos reservatórios.

Foi observado também que a fixação dos andaimes à estrutura da edificação, em

alguns casos, não era feita de maneira segura como determina o item 18.15.17. da NR 18: “A

estrutura dos andaimes deve ser fixada à construção por meio de amarração e entroncamento,

de modo a resistir aos esforços a que estará sujeita”, já que eram utilizados arames

galvanizados pouco resistentes e às vezes com indicativos de corrosão, como ilustrado nas

Figuras 23 (a) e 23 (b), o que indicava pouca capacidade de resistir aos esforços a que o

andaime fachadeiro estava sujeito.

14/05/2010

49

Figura 23 (a): Fixação inadequada dos andaimes à estrutura da edificação.

Figura 23 (b): Fixação inadequada dos andaimes à estrutura da edificação.

14/05/2010

14/05/2010

50

Foram verificadas algumas ancoragens dos andaimes feitas na estrutura da edificação

de maneira insegura, como mostra a Figura 24.

Figura 24: Fixação insegura dos andaimes à estrutura da edificação.

Foi verificada ainda a instalação de torres de andaimes fachadeiros próxima a uma

escavação, que poderia desmoronar e causar a queda do andaime, causando acidentes para os

colaboradores que estivessem utilizando o mesmo (Figura 25)

14/05/2010

51

Figura 25: Base do andaime próxima a uma escavação com risco de desmoronamento.

No item 18.15.25. da NR 18 que trata exclusivamente dos andaimes fachadeiros, foi

observada uma regra que não estava sendo cumprida pela construtora em estudo, o item

determina: “os andaimes fachadeiros devem dispor de proteção com tela de arame

galvanizado ou material de resistência e durabilidade equivalentes, desde a primeira

plataforma de trabalho até pelo menos 2,00 m (dois metros) acima da última plataforma de

trabalho”. Mas, durante as observações no canteiro de obras da construtora em estudo, não

foi utilizada, em nenhuma das edificações, algum tipo de proteção com tela de arame

galvanizado ou material de resistência e durabilidade equivalentes, em nenhuma altura ou

plataforma de trabalho dos andaimes fachadeiros, como mostra a Figura 26.

28/05/2010

52

Figura 26: Andaimes sem telas de proteção ou artifício de proteção similar.

No item 18.23.3. e subitem 18.23.3.1 da NR 18 dentro do capítulo que trata dos EPI,

foi observada uma regra que não estava sendo cumprida nos andaimes fachadeiros utilizados

no canteiro de obras em estudo, essa regra determina: “o cinto de segurança tipo pára-quedista

deve ser utilizado em atividades a mais de 2,00 m (dois metros) de altura do piso, nas quais

haja risco de queda do trabalhador” o subitem 18.23.3.1 determina: “o cinto de segurança

deve ser dotado de dispositivo trava-quedas e estar ligado a cabo de segurança independente

da estrutura do andaime”. Entretanto, segundo o que foi observado em campo, apesar de todos

os colaboradores utilizarem cintos de segurança do tipo pára-quedista com dispositivo trava-

quedas, em alguns casos, como mostram as Figuras 27 (a), 27 (b) e 27 (c), o cinto de

segurança era fixado na própria estrutura do andaime ou, quando era utilizado o cabo de

segurança, eram utilizadas cordas fixadas à estrutura do andaime (Figuras 28 (a) e 28 (b)) e

não independente da estrutura do andaime como recomenda a NR 18, o que poderia provocar,

em caso de acidente, sérios riscos à integridade física dos operários envolvidos.

14/05/2010

53

Figura 27 (a): Fixação do cinto de segurança na estrutura do andaime.

Figura 27 (b): Fixação do cinto de segurança na estrutura do andaime.

03/05/2010

03/05/2010

54

Figura 27 (c): Fixação do cinto de segurança na estrutura do andaime.

Figura 28 (a): Fixação do cabo de segurança na própria estrutura do andaime.

03/05/2010

03/05/2010

55

Figura 28 (b): Fixação do cabo de segurança na própria estrutura do andaime.

Quando o parâmetro utilizado para a avaliação desse trabalho é o capitulo 18.27 da

NR 18 que trata da Sinalização de Segurança, foi observado que apesar de existir no canteiro

de obras do conjunto habitacional em estudo boa sinalização relacionada à Segurança do

Trabalho, a regra que fala sobre a necessidade sinalização de advertência próxima ao posto de

trabalho advertindo sobre o risco de queda e sobre a obrigatoriedade do uso de EPI específico

para a atividade executada (18.27.1), não estava sendo satisfeita.

Não foi observada a presença de placas de advertência próximas aos andaimes

advertindo quanto ao risco de quedas nem alertando quanto à necessidade do uso de EPI

específicos para as atividades executadas, como por exemplo, alertando acerca da necessidade

do uso do cinto de segurança do tipo pára-quedista.

A Norma Regulamentadora NR 18, em seu capítulo 18.28 que trata dos treinamentos

que devem ser ministrados aos operários, especifica que eles devem ser ministrados sempre

que se tornar necessário e ao início de cada fase da obra, além da obrigatoriedade de serem

fornecidas cópias dos procedimentos e operações a serem realizadas com segurança.

03/05/2010

56

No canteiro de obras desse estudo, os treinamentos acerca da Segurança do Trabalho,

são realizados pelos técnicos em edificações responsáveis por gerir o Sistema de Gestão da

Qualidade (SGQ) dentro do canteiro de obras e pelos técnicos em Segurança do Trabalho.

Estes são responsáveis pelo treinamento dado aos operários recém contratados com relação às

normas de segurança que devem ser seguidas dentro do canteiro de obras.

O item 18.28.3 só estava sendo seguido em parte, já que os treinamentos eram

ministrados apenas quando da contratação dos operários ou no inicio da construção de um

empreendimento e não sempre que se tornar necessário ou ao início de cada fase da obra,

como por exemplo, antes do inicio dos trabalhos que irão utilizar os andaimes fachadeiros,

visto que as quedas de alturas são responsáveis por grande parte dos acidentes fatais na

indústria da construção.

O item 18.28.4 também não estava sendo seguido já que não eram distribuídas cópias

dos procedimentos e operações a serem realizados com segurança, os mesmos eram apenas

esclarecidos no instante do treinamento.

3.3 – Avaliação “in-loco” das Não Conformidades com a NBR 6494 (1990) -

Segurança nos Andaimes

Na avaliação de segurança do trabalho durante a utilização de andaimes fachadeiros

do conjunto habitacional desse estudo, também foram verificadas as não conformidades com a

regras estabelecidas na NBR 6494 (1990) que trata da segurança nos andaimes.

No capítulo 3.1 (Projeto e construção dos andaimes) da NBR 6494 é especificado que:

“os pisos em pranchas ou tábuas devem apoiar-se preferencialmente sobre três travessas

com dispositivos em suas extremidades para evitar o escorregamento. No caso de apoio sobre

duas travessas, a fixação das extremidades é obrigatória. A madeira empregada na execução

dos pisos deve ser de boa qualidade, seca e sem nós ou rachaduras” (NBR 6494, 1990).

Também nesse mesmo capítulo é especificado que todos os andaimes externos devem ter seu

piso fixado, de modo a evitar quedas provocadas pelo vento.

57

Nos andaimes avaliados nesse trabalho não eram utilizados barrotes para o primeiro

piso, eram colocadas apenas três tábuas agreste diretamente sobre a estrutura do andaime,

como mostra a Figura 29. Paras os demais pavimentos do andaime eram utilizadas quatro

travessas de barrote agreste onde, sobre eles, eram assentados as folhas de madeirite resinado

de 10mm (Figura 30). Entretanto não foram utilizados dispositivos em suas extremidades para

evitar o escorregamento ou quedas provocadas pelo vento, possibilitando com isso o

surgimento de situações de risco de acidente para os colaboradores.

Figura 29: Tábuas agreste assentadas diretamente sobre a estrutura do andaime.

14/05/2010

58

Figura 30: Quatro fileiras de barrotes sem fixação, utilizados na sustentação do piso dos

andaimes.

No capítulo 3.2 (Segurança e proteção nos andaimes) da NBR 6494 (1990) é

normatizado assim como na NR 18, porém de maneira mais detalhada, inclusive citando as

dimensões, acerca da necessidade de guarda-corpos, que não foram observados durante a

avaliação desse estudo. Nesse mesmo capítulo também é explicitada a necessidade de rodapés

de no mínimo 0,15 m de altura, nos níveis de trabalho; que foram observados em apenas 11

das 22 edificações mas que atendiam essa Norma Regulamentadora visto que possuíam 22 cm

de altura, como mostra a Figura 31.

26/05/2010

59

Figura 31: Rodapé que deveria existir em todos as edificações, mas que só foram observados

em 11 das 22 construídas.

Ainda no capítulo 3.2 (Segurança e proteção nos andaimes) da NBR 6494 (1990) é

especificado acerca da obrigatoriedade de ser instalada tela ao longo de toda a periferia

externa, para prevenir queda de objetos. Entretanto, assim como foi mencionado

anteriormente, durante as avaliações no canteiro de obras do conjunto habitacional em estudo

não foi observada a presença de telas de proteção.

14/06/2010

60

4 - AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

Foi verificado um grau de cumprimento das regras da NR 18 e da NBR 6494

relativamente baixo visto que a porcentagem de cumprimento dos itens da planilha de

verificação foi de 57,25 %, ou seja, pouco mais da metade das regras obrigatórias estavam

sendo seguidas e, portanto, quase a metade das regras estava sendo descumpridas pelo

canteiro de obras da empresa.

A nota média geral, numa escala de 0 a 10, foi de 5,72, sendo que para cada capítulo

da NR 18 ou da NBR 6494 avaliado foi verificada a nota e a porcentagem de cumprimento

das regras separadamente.

O capítulo que apresentou o maior grau de descumprimento foi o capitulo 3 da NBR

6494 que trata exclusivamente sobre andaimes fachadeiros. A nota média desse capítulo foi

de apenas 1,00, para uma escala de 0 a 10, com a conseqüente porcentagem de cumprimento

de apenas 10%, sendo esses os menores valores obtidos na avaliação desse estudo. Esse dado

serve para mostrar a importância desse trabalho e da avaliação feitos, ambos direcionados

para os andaimes fachadeiros, mostrando, com isso, a necessidade do cumprimento imediato

das normas, a fim de proporcionar aos colaboradores um meio ambiente de trabalho adequado

às exigências (Quadro 03).

61

Quadro 03: Trecho da planilha de avaliação para Andaimes Fachadeiros (NBR 6494).

Andaimes Fachadeiros (NBR 6494)

Cap. da NBR6494 Regulamentação da NBR 6494 SIM NÃO NOTA % DE APLIC.

3.2.1

Os andaimes dispõem de sistema guarda-corpo em todo o perímetro? 0 22 0 0

3.2.2

Os andaimes dispõem de sistema guarda-corpo nas cabeceiras? 0 22 0 0

3.2.3

Os andaimes dispõem de sistema de rodapé?

11 11 5,00 50,00

3.2.4.1

Os andaimes fachadeiros dispõem de proteção com tela? 0 22 0 0

3.3.8

Existência de plataforma principal de proteção na altura do 1º pé direito 0 22 0

0

Média Parcial das Notas e da Porcentagem da Avaliação

1,00

10,00

Quando o parâmetro da planilha de verificação é o capítulo da NR 18 que regulamenta

o uso de EPI, a nota média obtida foi 8,00, com porcentagem de cumprimento de 80%.

Apesar de esse capítulo ter sido o que obteve maiores nota média e porcentagem de

cumprimento, o item que não foi satisfeito prejudica os demais, visto que, ele regulamenta

sobre a necessidade dos cabos de segurança serem ligados na estrutura da edificação,

independente da estrutura do andaime e, como esse item não estava sendo cumprido, não

adiantaria os demais serem cumpridos já que o cinto de segurança deve ser fixado no mesmo

cabo (Quadro 04).

62

Quadro 04: Trecho da planilha de avaliação para EPI (NR 18).

EPI

Item da NR-18 Regulamentação da NR-18 SIM NÃO NOTA % DE

APLIC.

18.23.1.

A empresa fornece aos trabalhadores EPI adequado ao risco e a atividade? 22 0 10 100

18.23.3.

O cinto de segurança fornecido é do tipo pára-quedista? 22 0 10 100

18.23.3.1

O cinto de segurança é dotado de dispositivo trava-quedas? 22 0 10 100

18.23.4.

Os cintos de segurança possui argolas e mosquetões de aço forjado, ilhoses de material não-ferroso e fivela de aço forjado ou material de resistência e durabilidade equivalentes?

22 0 10 100

18.23.3.1

Os cabos de segurança são fixados na estrutura da edificação, independente da estrutura do andaime? 0

22

0

0

Média Parcial das Notas e da Porcentagem da Avaliação

8,00 80,00

O Quadro 05 mostra que alguns tópicos gerais da avaliação “in loco” obtiveram 60%

de conformidade, não obtendo porcentagem máxima já que dois itens não estavam sendo

seguidos: sinalização próxima aos andaimes prevenindo contra risco de quedas e quanto à

obrigatoriedade do uso de EPI e inexistência de plataforma principal de proteção.

63

Quadro 05: Trecho da planilha de avaliação para regras gerais (NR 18).

Gerais

Item da NR-18 Regulamentação da NR-18 SIM NÃO NOTA % DE APLIC.

18.3.

Existência do PCMAT na obra.

22 0 10 100

18.28.

Treinamento prévio dos funcionários sobre risco de acidentes. 22 0 10 100

18.27.1.

Sinalização próxima aos andaimes prevenindo contra risco de quedas e quanto à obrigatoriedade do uso de EPI?

0 22 0 0

18.13.4.

Existência de plataforma principal de proteção. 0 22 0 0

18.33

Existe CIPA na obra

22

0 10

100

Média Parcial das Notas e da Porcentagem da Avaliação

6,00 60,00

A avaliação do capítulo “Andaimes Fachadeiros” da NR 18, foi obtida nota média

6,67 e conseqüente porcentagem de cumprimento de 66,75%, como mostra o trecho da

planilha de avaliação ilustrado no Quadro 06. Itens muito importantes para a segurança dos

colaboradores não estavam sendo seguidos como o 18.15.25 que trata da necessidade de tela

de proteção em todo o perímetro do andaime a fim de evitar queda de matérias e de pessoas

de alturas. Outras regras muito importantes para a Segurança do Trabalho também não

estavam sendo seguida como a que trata da necessidade de guarda-corpo; necessidade de

rodapé; necessidade de um acesso seguro aos andaimes; entre outras.

64

Quadro 06: Trecho da planilha de avaliação Andaimes Fachadeiros (NR 18).

Andaimes Fachadeiros

Item da NR-18 Regulamentação da NR-18 SIM NÃO NOTA % DE

APLIC.

18.15.2.

Os andaimes não estão recebendo cargas superiores às especificadas pelo fabricante? 22 0 10 100

18.15.20.

As escada de acesso são incorporada à própria estrutura do andaime? 22 0 10 100

18.15.21.

A movimentação para a montagem e/ou desmontagem é feita por meio de cordas ou por sistema próprio de içamento?

22 0 10 100

18.15.22.

Os montantes do andaime têm seus encaixes travados com parafusos, contrapinos, braçadeiras ou similar?

22 0 10 100

18.15.23.

Os pisos de madeira são contrapinados ou travados com parafusos, braçadeiras ou similar?

0 22 0 0

18.15.24.

As peças de contraventamento são fixadas nos montantes por meio de parafusos, braçadeiras ou por encaixe em pinos?

22 0 10 100

18.15.25.

Os andaimes fachadeiros dispõem de proteção com tela? 0 22 0 0

18.15.3.

O piso de trabalho tem forração completa?

18 4 8,18 81,82

18.15.3.

O piso de trabalho é antiderrapante?

22 0 10 100

18.15.3.

O piso de trabalho é nivelado?

22 0 10 100

18.15.3.

O piso de trabalho é fixado de modo seguro e resistente? 22 0 10 100

18.15.5.

A madeira utilizada é de boa qualidade e resistência? 22 0 10 100

18.15.6.

Os andaimes dispõem de sistema guarda-corpo em todo o perímetro? 0 22 0 0

65

Andaimes Fachadeiros

Item da NR 18 Regulamentação da NR 18 SIM NÃO NOTA % DE

APLIC.

18.15.6.

Os andaimes dispõem de sistema guarda-corpo nas cabeceiras? 0 22 0 0

18.15.6.

Os andaimes dispõem de sistema de rodapé?

11 11 5 50

18.15.8.

Não são utilizadas, sobre o piso de trabalho de andaimes, dispositivos para atingir lugares mais altos?

22 0 10 100

18.15.9.

O acesso aos andaimes é feito de maneira segura?

0 22 0 0

18.15.10.

Os andaimes são apoiados em sapatas sobre base sólida? 19 3 8,64 86,36

18.15.17.

A estrutura dos andaimes é fixada à construção de modo segura? 11 11 5

50

Média Parcial das Notas e da Porcentagem da Avaliação

6,67

66,75

No capitulo da NR 18 que trata do transporte de materiais, a nota média de 3,33 ficou

muito abaixo do satisfatório, sendo, portanto, um dos tópicos preocupantes verificados nesse

trabalho, exigindo da construtora em estudo uma preocupação imediata acerca do sistema de

transporte vertical (Quadro 07).

66

Quadro 07: Trecho da planilha de avaliação para Transporte de Materiais (NR 18).

Transporte de Materiais

Item da NR 18 Regulamentação da NR 18 SIM NÃO NOTA % DE

APLIC.

18.14.

Os equipamentos de transporte vertical de materiais são seguros 0 22 0 0

18.14.3

Durante o transporte vertical de materiais, existe a circulação de pessoas sob a área de movimentação da carga? 11 11 5 50

18.14.4

Existe sinalização ou interdição dos locais sob o transporte vertical de materiais?

11 11 5 50

Média Parcial das Notas e da Porcentagem da Avaliação

3,33

33,33

O Gráfico 08 mostra a media das notas obtidas, separadas por capítulos, obtidas

durante a avaliação “in loco” no trabalho que utilizam os andaimes fachadeiros.

67

Gráfico 08: Notas obtidas na avaliação “in loco” para o cumprimento das normas.

Fonte: SOUZA (2010).

Em Anexo se encontra a planilha de avaliação completamente preenchida (Anexo C).

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00

EPI (NR 18)

Transporte de Materiais (NR 18)

Andaimes Fachadeiros (NBR 6494)

Andaimes Fachadeiros (NR 18)

Regras Gerais (NR 18)

EPI (NR 18)Transporte de

Materiais (NR 18)

Andaimes Fachadeiros (NBR

6494)

Andaimes Fachadeiros (NR

18)

Regras Gerais (NR 18)

Notas 8,00 3,33 1,00 6,67 6,00

Notas

68

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi verificado durante a elaboração desse trabalho que os trabalhadores da construção

civil formam um grupo de pessoas que realizam sua atividade laboral, na maioria dos casos,

em ambiente insalubre e de modo arriscado. Geralmente são atendidos inadequadamente em

relação aos salários, alimentação e transporte, possuindo reduzida conscientização sobre os

riscos aos quais estão submetidos.

A revisão bibliográfica mostrou que todo empregador tem a obrigação legal de

proteger a saúde e a integridade física do seu empregado contra os riscos, mantendo um meio

ambiente de trabalho adequado e seguro. Por outro lado, o empregado está legalmente

obrigado a cumprir as regras de segurança do trabalho, durante suas atividades profissionais,

que lhe foram impostas durante os treinamentos.

Ficou evidente que no canteiro de obras desse estudo, que era insuficiente o nível de

cumprimento das regras normativas obrigatórias, com 57,25%, proporcionando aos

colaboradores exposição indesejável a riscos de acidentes que poderiam ser evitados com o

simples cumprimento das normas, evitando possíveis prejuízos à integridade física desses

colaboradores e prejuízos financeiros aos cofres da empresa.

A fim de preservar a integridade física do funcionário deve ser feito investimentos em

sua qualidade de vida, isto é, propiciar um ambiente de trabalho com condições adequadas e

seguras, gerando com isso uma potencialidade de melhoria tanto na qualidade como agilidade

do processo produtivo. Esse investimento deve ser através de treinamento, conscientização da

necessidade do uso de equipamentos de proteção, cuidados com o meio ambiente de trabalho

e com o cumprimento das regras normativas vigentes no Brasil.

Como sugestão para futuros na mesma área e tanto para a construtora desse estudo

como para outras, diante dos resultados obtidos, torna-se necessária uma avaliação em outros

postos de trabalho que não só os andaimes fachadeiros, ou até em todos os setores

construtivos de um canteiro de obras como escavações, eletricidade, entre outros, fazendo a

verificação de cumprimento das normas regulamentadoras vigentes, possibilitando a

elaboração de um trabalho mais completo.

69

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6494(1990)

Segurança nos andaimes.

, NBR 14724 (2002) Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos –

Apresentação.

, Norma Regulamentadora, NR 18 Condições e meio ambiente de trabalho na

indústria da construção.

BITENCOURT, Celso Lima. Artigo publicado na Universidade Federal Fluminense em

22/03/2003. Disponível em:

http://www1.abepro.org.br/bibliote ca/EMEGEP1998ART369.pdf (acesso em 07/07/08).

CAPONE, Antonio Claret & PICCHI, Flávio Augusto. Proposta de um Método para a

Identificação de Perigos e Avaliação de Controle e Riscos na Construção de Edificações.

pesquisa de mestrado, em andamento, publicada na I Conferência Latino-Americana de

Construção Sustentável e X Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído.

CRUZ, Sybele Maria Segala da. O Ambiente do Trabalho na Construção Civil: um estudo

baseado na norma. Monografia submetida à defesa de Especialização em Engenharia de

Segurança do Trabalho da Universidade Federal de Santa Maria. 1996.

, Gestão de segurança e saúde ocupacional nas empresas de construção civil.

Florianópolis, Santa Catarina, Novembro de 1998. Dissertação submetida à Universidade

Federal de Santa Catarina para obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Produção.

COSTELLA, Marcelo F.; Guimarães, Lia B.; CREMONINI, Ruy A.. Principais Causas de

Acidentes do Trabalho na Construção Civil, Subsetor Edificações. Rio Grande do Sul -

RS. 1997.

FRANÇA, Sergio Tranzillo. Análise Crítica das Estatísticas de Acidentes do Trabalho no

Brasil. Feira de Santana – BA. Monografia apresentada ao Departamento de Tecnologia da

Universidade Estadual de Feira de Santana, como requisito para progressão na Carreira do

Magistério Superior, em 2002.

GRANADEIRO, Kátia. Tristes Estatísticas. Revista Segurança, edição 181: acesso dia 05 de

maio de 2010. Disponível em:

http://www.revistaseguranca.com/index.php?option=com_content&task=view&id=124&Item

id=80

70

LOPES, Rodrigo Fischer. Investigação Exploratória da Segurança do Trabalho na

Renovação de Revestimentos de Fachadas. VI Encontro Tecnológico da Engenharia e

Arquitetura - ENTECA 2007

LORDSLEEM, Alberto Casado Júnior; NEVES, Maria Luíza Rodrigues & LOPES, Rodrigo

Fischer. Investigação exploratória da segurança do trabalho na renovação de

revestimento de fachada. Artigo publicado no VI Encontro Tecnológico da Engenharia Civil

e Arquitetura ENTECA 2007.Pernambuco-PE 2007.

, Análise das Condições de Segurança do Trabalho na Renovação de

Revestimento de Fachada em Edifícios Multipavimentos. Artigo publicado no XII

Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído ENTAC 2008. Fortaleza-CE 2008.

MARTINS, Miriam Silvério & SERRA, Sheyla Mara Baptista. A Importância Da

Elaboração do PCMAT: Conceitos, Evolução e Recomendações. Artigo publicado no III

Simpósio Brasileiro de Gestão e Economia da Construção (III SIBRAGEC), São Carlos, SP -

setembro de 2003.

MENEZES, Marilei de Oliveira. A Norma Regulamentadora 18 sob a ótica do Mestre-de-

obras. Florianópolis-SC, 1998. Dissertação submetida à Universidade Federal de Santa

Catarina para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil.

MOITINHO ,Marcello de Oliveira & MACHADO, Marcos Paulo dos Santos. Análise da

eficácia da implantação de Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho e Saúde

Ocupacional em contrato de manutenção Industrial. 2007.(Monografia apresentada ao

Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) da Universidade Federal

da Bahia. Salvador-BA.

NORMA REGULAMENTADORA, NR 18 Condições e meio ambiente de trabalho na

indústria da construção.

RAZENTE, Carmen Reche Garcia; THOMAS Dálcio Lenir & DUARTE Walter Moisés

Chaves. Proteção Contra Acidentes de Trabalho em Diferença de Nível na Construção

Civil, 2005 (Trabalho de conclusão de curso apresentado para obtenção do título de

Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) da Universidade Estadual de Ponta

Grossa. Ponta Grossa.

Revista Proteção, Estatísticas: Acidentes dão salto, Ed. 203-08/Pág 20: acesso dia 05 de

maio de 2010. Disponível em:

http://www.amputadosvencedores.com.br/exibe_conteudo.asp?id=458&local=62

ROCHA, Carlos Alberto Gurjão Sampaio de Cavalcanti, Diagnóstico do cumprimento da

NR 18 no subsetor edificações da construção civil e sugestões para melhorias. 1999. 158f.

(Dissertação de Mestrado), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

71

ZOCCHIO, Álvaro. Segurança e Saúde no Trabalho. Como entender e cumprir as

obrigações pertinentes. São Paulo: LTR, 2000.

, Prática da Prevenção de Acidentes: ABC da Segurança do Trabalho. – 7.ed.

ver e ampl.- São Paulo:Atlas,2002.

72

ANEXO

Anexo A: Motivo dos Acidentes do trabalho no município de Salvador em 2006.

Fonte: SITRACOM (2007) apud LORDSLEEM et al. (2007).

Anexo B: Planta de implantação do conjunto habitacional onde foi aplicado esse estudo.

Fonte: Empresa em estudo (2010).

QUEDA32%

CHOQUE ELÉTRICO

5%

SOTERRAMENTO

10%

ACID. COM VEÍCULOS

45%

OUTROS8%

73

Anexo C: Planilha de avaliação “in loco” inteiramente preenchida.

Ficha de verificação do cumprimento das regras da NR 18 e da NBR

6494, relacionadas ao trabalho em andaimes fachadeiros e quedas de

altura

Local de estudo: Obra com 22 Edificações de 5 pavimentos, realizada por uma construtora de

Feira de Santana-BA.

Legenda: O parâmetro de verificação é por edifício, logo cada "SIM" ou "NÃO" corresponde à

verificação do correspondente item para um edifício.

Geração da Nota: NNR-18 = ("SIM" x 10/ ("SIM"+"NÃO"))

A Porcentagem de Aplicação diz respeito à quantidade de "SIM" (cumprimento da NR 18)

para um total de 22 edifícios

Gerais

Item da NR 18 Regulamentação da NR 18 SIM NÃO NOTA % DE

APLIC.

18.3.

Existência do PCMAT na obra.

22 0 10 100

18.28.

Treinamento prévio dos funcionários sobre risco de acidentes. 22 0 10 100

18.27.1.

Sinalização próxima aos andaimes prevenindo contra risco de quedas e quanto à obrigatoriedade do uso de EPI?

0 22 0 0

18.13.4.

Existência de plataforma principal de proteção.

0 22 0 0

18.33

Existe CIPA na obra

22 0 10 100

Média Parcial das Notas e da Porcentagem da Avaliação 6,00 60,00

Andaimes Fachadeiros

Item da NR 18 Regulamentação da NR 18 SIM NÃO NOTA % DE

APLIC.

18.15.2.

Os andaimes não estão recebendo cargas superiores às especificadas pelo fabricante? 22 0 10 100

18.15.20.

As escada de acesso são incorporada à própria estrutura do andaime? 22 0 10 100

74

Andaimes Fachadeiros

Item da NR 18 Regulamentação da NR 18 SIM NÃO NOTA % DE

APLIC.

18.15.21.

A movimentação para a montagem e/ou desmontagem é feita por meio de cordas ou por sistema próprio de içamento?

22 0 10 100

18.15.22.

Os montantes do andaime têm seus encaixes travados com parafusos, contrapinos, braçadeiras ou similar?

22 0 10 100

18.15.23.

Os pisos de madeira são contrapinados ou travados com parafusos, braçadeiras ou similar?

0 22 0 0

18.15.24.

As peças de contraventamento são fixadas nos montantes por meio de parafusos, braçadeiras ou por encaixe em pinos?

22 0 10 100

18.15.25.

Os andaimes fachadeiros dispõem de proteção com tela? 0 22 0 0

18.15.3.

O piso de trabalho tem forração completa?

18 4 8,18 81,82

18.15.3.

O piso de trabalho é antiderrapante?

22 0 10 100

18.15.3.

O piso de trabalho é nivelado?

22 0 10 100

18.15.3.

O piso de trabalho é fixado de modo seguro e resistente? 22 0 10 100

18.15.5.

A madeira utilizada é de boa qualidade e resistência? 22 0 10 100

18.15.6.

Os andaimes dispõem de sistema guarda-corpo em todo o perímetro? 0 22 0 0

18.15.6.

Os andaimes dispõem de sistema guarda-corpo nas cabeceiras? 0 22 0 0

18.15.6.

Os andaimes dispõem de sistema de rodapé?

11 11 0 0

75

Andaimes Fachadeiros

Item da NR 18 Regulamentação da NR 18 SIM NÃO NOTA % DE

APLIC.

18.15.8.

Não são utilizadas, sobre o piso de trabalho de andaimes, dispositivos para atingir lugares mais altos?

22 0 10 100

18.15.9.

O acesso aos andaimes é feito de maneira segura? 0 22 0 0

18.15.10.

Os andaimes são apoiados em sapatas sobre base sólida? 19 3 8,64 86,36

18.15.17.

A estrutura dos andaimes é fixada à construção de modo segura? 11 11 5 50

Média Parcial das Notas e da Porcentagem da Avaliação 6,67 66,75

Andaimes Fachadeiros (NBR 6494)

Cap. da NBR6494 Regulamentação da NBR 6494 SIM NÃO NOTA % DE

APLIC.

3.2.1

Os andaimes dispõem de sistema guarda-corpo em todo o perímetro? 0 22 0 0

3.2.2

Os andaimes dispõem de sistema guarda-corpo nas cabeceiras? 0 22 0 0

3.2.3

Os andaimes dispõem de sistema de rodapé?

11 11 5,00 50,00

3.2.4.1

Os andaimes fachadeiros dispõem de proteção com tela? 0 22 0 0

3.3.8

Existência de plataforma principal de proteção na altura do 1º pé direito 0 22 0 0

Média Parcial das Notas e da Porcentagem da Avaliação 1,00 10,00

76

Transporte de Materiais

Item da NR 18 Regulamentação da NR 18 SIM NÃO NOTA % DE

APLIC.

18.14.

Os equipamentos de transporte vertical de materiais são seguros 0 22 0 0

18.14.3

Durante o transporte vertical de materiais, existe a circulação de pessoas sob a área de movimentação da carga? 11 11 5 50

18.14.4

Existe sinalização ou interdição dos locais sob o transporte vertical de materiais?

11 11 5 50

Média Parcial das Notas e da Porcentagem da Avaliação 3,33 33,33

EPI's

Item da NR 18 Regulamentação da NR 18 SIM NÃO NOTA % DE

APLIC.

18.23.1.

A empresa fornece aos trabalhadores EPI adequado ao risco e a atividade? 22 0 10 100

18.23.3.

O cinto de segurança fornecido é do tipo pára-quedista? 22 0 10 100

18.23.3.1

O cinto de segurança é dotado de dispositivo trava-quedas? 22 0 10 100

18.23.4.

Os cintos de segurança possuem argolas e mosquetões de aço forjado, ilhoses de material não-ferroso e fivela de aço forjado ou material de resistência e durabilidade equivalentes?

22 0 10 100

18.23.3.1

Os cabos de segurança são fixados na estrutura da edificação, independente da estrutura do andaime? 0 22 0 0

Média Parcial das Notas e da Porcentagem da Avaliação 8 80

Média Geral das Notas e da Porcentagem da Avaliação 5,72 57,75

Fonte: SAURIN (1997) apud ROCHA (1999), adaptada por SOUZA (2010).

77

ANEXO D – Modelo do Formulário da Comunicação de Acidente do Trabalho

Fonte: Previdência Social