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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGANHARIA CIVIL TRABALHO DE CONLUSÃO DE CURSO Antônio Carlos Silva de Souza Antônio Carlos Silva de Souza Antônio Carlos Silva de Souza Antônio Carlos Silva de Souza O INVESTIMENTO EM SEGURANÇA NAS EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇO DO SUB-SETOR DE MONTAGEM INDUSTRIAL E EDIFICAÇÕES: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE ARAMES TREFILADOS. Feira de Santana 2007

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGANHARIA CIVIL

TRABALHO DE CONLUSÃO DE CURSO

Antônio Carlos Silva de SouzaAntônio Carlos Silva de SouzaAntônio Carlos Silva de SouzaAntônio Carlos Silva de Souza

O INVESTIMENTO EM SEGURANÇA NAS EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇO DO SUB-SETOR DE MONTAGEM INDUSTRIAL E EDIFICAÇÕES:

ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE ARAMES TREFILADOS.

Feira de Santana 2007

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Antônio Carlos Silva de SouzaAntônio Carlos Silva de SouzaAntônio Carlos Silva de SouzaAntônio Carlos Silva de Souza

O INVESTIMENTO EM SEGURANÇA NAS EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇO DO SUB-

SETOR DE MONTAGEM INDUSTRIAL E EDIFICAÇÕES:

ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE ARAMES

TREFILADOS.

Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade Estadual de Feira de Santana, apresentado à disciplina Projeto Final II como requisito parcial à obtenção de titulo de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Eduardo Costa

Feira de Santana 2007

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Antônio Carlos Silva de SouzaAntônio Carlos Silva de SouzaAntônio Carlos Silva de SouzaAntônio Carlos Silva de Souza

O INVESTIMENTO EM SEGURANÇA NAS EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇO DO SUB-

SETOR DE MONTAGEM INDUSTRIAL E EDIFICAÇÕES:

ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE ARAMES

TREFILADOS.

Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção título de

Bacharel em Engenharia Civil.

Feira de Santana, 25 de setembro de 2007.

Banca Examinadora:

Eduardo Antonio Lima Costa___________________________________

Universidade Estadual de Feira de Santana

Sergio Tranzillo França _______________________________________

Universidade Estadual de Feira de Santana

Sarah Patrícia de Oliveira Rios_________________________________

Universidade Estadual de Feira de Santana

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Dedicatória Dedicatória Dedicatória Dedicatória

A Deus.

A meu admirável Pai Claudino e a minha Saudosa Mãe Jaciara.

A meu querido irmão Jamilton.

A minha esposa Adria.

As minhas razões de viver Adrielle e Júlia.

A todos os amigos e incentivadores.

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AgradecimentosAgradecimentosAgradecimentosAgradecimentos Fazer um Trabalho de Conclusão de curso é muito mais

que escrever informações bibliográficas e dados estatísticos. É buscar

conhecimento e o mais difícil, colocar este conhecimento adquirido no

papel. A minha sorte é que eu contei com ajuda de colegas de trabalho,

amigos e professores, sem os quais essa tarefa seria impossível de ser

realizada. A todas estas pessoas que facilitaram e tornaram menos

árduo a realização deste trabalho a meu sincero obrigado.

A Belgo Bekaert Nordeste que disponibilizou dados e

ferramentas para realização do trabalho através de seus dedicados

funcionários Engª Suzana, Técnica Segurança Jonilse e Jádna, o Engº

Rafael Fiúza.

Ao professor Eduardo Costa, pela orientação e pelo tempo

empregado para orientação, e a coordenadora da disciplina projeto

final 2 Eufrozina.

E em especial a Renato César, Marcelo Pedreira, Jonneilhe

Dias, Bruno, Mariss e Sidinei, pela paciência em responder os

questionários, compreensão e incentivo para reverter qualquer situação

adversa.

Que Deus Ilumine e abençoe os caminhos de todos!Que Deus Ilumine e abençoe os caminhos de todos!Que Deus Ilumine e abençoe os caminhos de todos!Que Deus Ilumine e abençoe os caminhos de todos!

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“Não quero perder a razão para ganhar a vida, nem perder

a vida para ganhar o pão.

Não é que faça questão de ser feliz, eu só queria que

parassem de morrer de fome a um palmo do meu nariz”

Engenheiros do Hawai

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RESUMO As organizações na busca pela melhoria contínua fez evoluir o Sistema de

Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho que passou a atuar de forma pró-

ativa envolvendo também as Empresas Prestadoras de Serviço. Este trabalho

tem como objetivo analisar os investimentos e programas de segurança no

trabalho propostos pela Belgo Bekaert Nordeste e os diferenças de

investimentos nos sub-setores de montagem industrial e edificações. Os

investimentos foram pesquisados junto às empresas dos dois sub-setores por

meio de um questionário, que foi respondido por engenheiros/ responsáveis

das empresas pesquisadas. Foi realizada também a caracterização das

empresas em estudo e documentação fotográfica das observações diretas dos

canteiros. Apresentamos os resultados e conclusão deste trabalho

monográfico.

Palavras chaves: Investimento em segurança, Segurança do trabalho,

Montagem Industrial, Prevenção de Acidente.

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ABSTRACT

The organizations in the search for the continuous improvement

did to develop the System of Health, Hygiene and Safety of the Work that has

act in a for-active way also involving the lenders companies of services. This

work has as objective to analyse the investments and programs of safety in the

work proposed by Belgo Bekaert Nordeste and the difference of investments in

the sub-sections of industrial assemblage and constructions. The investments

were researched in the companies of the two sub-sections through a

questionnary, that was answered by engineers / authority of the researched

companies. The characterization of the companies in question and the

photographic documentation of the direct observations in the seedbed of

workmanships also has been develop in this study. The results and conclusion

of study are shown in this work.

Key words: Investment in safety, Safety of the work, Industrial Assembly,

Prevention of Accident.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 1- INTRODUÇÃO 15

1.1- ESTRUTURA DO TRABALHO 18

1.2- OBJETIVOS 19

1.2.1- Geral 19

1.2.2- Específico 19

1.3- JUSTIFICATIVA 20

2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 21

2.1 O PROGRESSO DA SEGURANÇA DO TRABALHO 21

2.2- SEGURANÇA DO TRABALHO APÓS REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 22

2.3- HISTÓRIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL 22

2.4- SEGURANÇA NO TRABALHO NA ATUALIDADE 25

2.4.1- Práticas Gerenciais para a Prevenção de Acidentes do Trabalho 26

2.4.2 - O Custo Do Acidente 27

2.4.3- Contribuição de Heinrinch e Bird 34

2.4.4- A necessidade de investir em Segurança 38

2.4.5- O Custo de Um Acidente 39

3- METODOLOGIA DO TRABALHO 41

3.1- MÉTODOS UTILIZADOS 41

3.2- EMPRESA EM ESTUDO 41

3.2.1- Belgo Bekaert Nordeste 41

3.2.1.1- Histórico do Grupo Belgo 41

3.2.1.2 - Histórico da BBN em Feira de Santana 44

3.2.1.3 - A Terceirização na Belgo 45

3.2.1.4- A Segurança na BBN, nas EPS’s 46

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3.3- EMPRESAS CONSULTADAS 49

3.3.1 - Caracterização da EPS’s do Sub-Setor de Montagem Industrial 49

3.3.1.1 - Empresa “A” 49

3.3.1.2 - Empresa “B” 50

3.2.1.3 - Empresa “C” 51

3.3.2 - Caracterização das Empresas do Sub-Setor de Edificações 52

3.2.2.1 - Empresa “D” 52

3.2.2.2 - Empresa “E” 53

3.2.2.3 - Empresa “F” 54

3.2.2.4 - Empresa “G” 55

3.4- PESQUISA DE CAMPO 56

3.5- ENTREVISTA COM ENGENHEIROS/ RESPONSÁVEIS 59

3.6- DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA 59

4- ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS 60 5- CONCLUSÃO 70

5.1- CONCLUSÕES 70

5.2 – SUGESTÕES PARA NOVOS ESTUDOS 71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 73

ANEXOS 78

Anexo I : Questionários de Avaliação 78

Anexo II: EPI’s Requeridos pela BBN 81

Anexo III: Formulário de Controle de Freqüência da Reunião de Segurança 83

Anexo IV: Formulário de Registro de Quase Acidente 85

Anexo V: Formulário de Permissão de Trabalho 87

Anexo VI: Formulários de Liberação Para Uso de Andaime 89

Anexo VII: Formulário de Liberação Para Uso da Plataforma Móvel 91

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Distribuição de Beneficio nas Regiões 31

Figura 2 – Seqüência que leva ao acidente, segundo Heinrich e Frank Bird 34

Figura 3 – Desequilíbrio do controle de acidentes 35

Figura 4 – Acidente evitado retirando a causa imediata. 36

Figura 5 – “iceberg de Heinrich” 37

Figura 6 – Triângulo de Bird 38

Figura 7 – Antiga Propriedade de Jean Monlevade, em São José do Piracicaba 43

Figura 8 – Lançamento da pedra fundamenta da nova Usina de Sabará 43

Figura 9 – Belgo Bekaert Nordeste – Fabrica de Arames Comerciais (FAC) 44

Figura 10 - Belgo Bekaert Nordeste – Fabrica de Arames Industriais (FAI) 45

Figura 11 – Placa da Empresa “A” 50

Figura 12 - Funcionário da Empresa “B” realizando atividade de reaterro 51

Figura 13 – Funcionário da Empresa “C” realizando atividade em andaime 52

Figura 14 – Edifício em construção pela Empresa “D” 53

Figura 15 – Funcionário da Empresa “E” realizando atividade de concretagem 54

Figura 16 – Funcionário da Empresa “F” realizando atividade em andaime 55

Figura 17 – Funcionário da Empresa “G” colocando espaçador na armadura de laje 56

Figura 18 – Tempo de Atividade das Empresas 60

Figura 19 – Número de Funcionários das Empresas 61

Figura 20 – Prática de exames admissionais 61

Figura 21 – Prática de exames demissionais 62

Figura 22 - Empresas com Gestão de Segurança 62

Figura 23 – Empresas que Possuem PPRA, PCMSO e PCMAT 63

Figura 24 – Investimento em Segurança 64

Figura 25 – Previsão de Investimento em Segurança no BDI 65

Figura 26 – Critérios para Compra de EPI’s 65

Figura 27 – Preços de Botas 66

Figura 28 – Preços de Cinto de Segurança 66

Figura 29 – Preços de Óculos de Proteção 67

Figura 30 – Freqüência de Realização de Treinamento em Segurança 68

Figura 31 – Responsável pelo Treinamento em Segurança 69

Figura 32 – Registro de Acidentes 69

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Figura 33 – Talabarte Duplo 82

Figura 32 – Cinto de Segurança Pára-quedista 82

Figura 33 – Bota com Biqueira e Palmilha de Aço 82

Figura 34 – Capacete com Cinta Jugular 82

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LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Critérios de definição de porte de empresas 15

TABELA 2 – Benefícios Concedidos 29

TABELA 3 – Distribuição de Benefícios nos Estados. 30

TABELA 4 – Benefícios Concedidos por Grupo. 32

TABELA 5 - Acidentes de trabalho registrados através de notificações. 33

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ASO – Atestado de Saúde Ocupacional

BBN – Belgo Bekaert Nordeste

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

BDI – Bonificação de Despesas Indiretas

CAT – Comunicação de Acidentes do Trabalho

CIS – Centro Industrial do Subaé

CONFEA – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e

Agronomia

COPEC – Complexo Petroquímico de Camaçarí

CREA – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e

Agronomia

CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

DATAPREV – Empresa de Tecnologia e Informação da Previdência

Social

EPI – Equipamento de Proteção Individual

EPS – Empresas Prestadoras de Serviço

FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e

Medicina do Trabalho

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICC – Indústria da Construção Civil

INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social

MPAS – Ministério da Previdência e Assistência Social

MPE - Micro e Pequenas Empresas

MTE – Ministério do Trabalho e do Emprego

NR – Norma Regulamentadora

OIT – Organização Internacional do Trabalho

OHSAS – Occupational Health and Safety Assessment Series

PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na

Indústria da Construção

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PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PEA – População Economicamente Ativa

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

RAIS – Relação Anual de Informações Sociais

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas

SESMT – Serviço Especializado em Segurança e Medicina do

Trabalho

SIMPLES – Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e

Contribuições das Microempresas e das Empresas de

pequeno Porte.

SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidente de Trabalho

SST – Segurança e Saúde no Trabalho

UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana

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INTRODUÇÃO

Apesar da legislação trabalhista ser a única para qualquer ramo

de atividade, é perceptível a diferença de investimento técnico, econômico e de

recursos humanos na área de segurança. Esta diferença decresce de acordo

com o porte da organização, da qualificação e do grau de escolaridade do

colaborador, dando uma idéia errônea que o valor da vida pode ser medido

com apenas estes requisitos.

As definições do Estatuto da Microempresa e Empresa de

Pequeno Porte (Lei nº 9.841/99) e do SIMPLES (Lei nº 9.317/96), que usam o

critério da receita bruta anual, além dos critérios utilizados pela RAIS/MTE

(Relação Anual de Informações Sociais) e pelo SEBRAE, nos quais o tamanho

é definido pelo número de empregados (Tabela 1):

TABELA 1 – Critérios de definição de porte de empresas

* Essencialmente um sistema de simplificação tributária, o SIMPLES prevê restrições à inclusão de inúmeros segmentos de MPEs, não se aplicando, pois, a todo o universo de MPEs do Brasil. Deve-se considerar este fato ao se trabalhar com as estatísticas obtidas por meio deste sistema. Fonte: RAIS/MTE (2002) Lei nº 9.317/96 e IN SRF nº 034/01 Lei nº 9.841/99 PUGA, Fernando Pimentel. Experiências de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas nos Estados Unidos, na Itália e em Taiwan. DEPEC/BNDES. Textos para Discussão nº 75. RJ, fev/2000.

Essa diferença da importância com os requisitos de segurança é

encontrada muitas vezes em uma mesma atividade, como na construção civil,

onde as construtoras que atuam em diferentes sub-setores como o da

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montagem industrial investe muito mais em segurança do que as construtoras

do sub-setor de edificações.

Conforme MELO (2001), o setor da construção civil se divide em

três sub-setores principais classificados em função das características

específicas dos produtos gerados por esses sub-setores. O primeiro é o sub-

setor de Construção Pesada que segundo BARROS (1996, apud MOURA,

1998) é caracterizado pelos prazos extensos para elaboração de projetos, com

emprego de tecnologias comumente sofisticadas e uso intenso de

equipamentos pesados. O segundo sub-setor é o de Edificações onde atuam

empresas de todos os portes, realizando principalmente construção de edifícios

e serviços complementares de obra, como é o caso dos serviços de reformas.

Nas Edificações, de acordo com FORMOSO (1995, apud

MOURA, 1998), este sub-setor teve uma diminuição do tamanho médio das

empresas, provavelmente devido ao uso mais intenso de mão de obra sub-

empreitada.

O terceiro sub-setor é o de Montagem Industrial, de interesse

desse estudo, onde atuam empresas voltadas principalmente para a montagem

de estruturas para a instalação de indústrias, atuando também em sistemas de

geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e de sistemas de

telecomunicações. Neste sub-setor as empresas têm clientes mais exigentes,

pois acompanham de perto o processo produtivo, e como as atividades das

empresas desse sub-setor é desempenhada dentro da área do cliente, ele

impõem às empresas prestadoras de serviços seus processos administrativos

e suas regras de segurança (MOURA, 1998).

Na cidade de Feira de Santana-Bahia, onde está localizada

Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), não é diferente, e mesmo

as maiores e mais organizadas empresas de construção civil do mercado

imobiliário investem apenas o necessário para atender as leis trabalhistas e

suas implicações na área de segurança. Enquanto a maioria das empresas

construtoras que atua no sub-setor de montagem industrial cumprem as leis

trabalhistas e por estas empresas atuarem nos pátios das indústrias, têm que

acatar as exigências de normas internas de seus clientes, que buscam

minimizar os riscos, melhorando a segurança de todos os colaboradores.

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Baseado nessa problemática buscaremos verificar a influência

dessas intervenções do cliente no investimento em segurança e verificar as

vantagens, desvantagens e efeitos para empregadores e para colaboradores

dos programas de segurança de trabalho.

Os programas de segurança adotam as normas

regulamentadoras (NR) que foram estabelecidas na legislação trabalhista e que

tem como objetivo:

• Estabelecer diretrizes de ordem administrativa, de

planejamento e de organização, objetivando a implementação de medidas de

controle e sistemas preventivos de segurança nos processos.

A construção civil, por ter características específica e particulares,

levou a legislação brasileira, que criou 32 Normas Regulamentadoras (NR’s), a

direcionar uma especialmente para a construção civil. A NR 18 – Condições e

Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT) é uma norma

avançada.

Pode-se destacar, entre outras, as NR’s 07 e 09 que são

programas de prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais,

são obrigatórias para todas as empresas independente de sua atividade. A NR

07, Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), estabelece

a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os

empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados,

com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus

trabalhadores. A NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)

estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de

todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como

empregados, visando a preservação da saúde e da integridade dos

trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e

conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que

venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção

do meio ambiente e dos recursos naturais.

Estas normas regulamentadoras tem minimizado os riscos que

comprometem a qualidade de vida dos colaboradores da construção civil,

principalmente no sub-setor de montagem industrial, que adota práticas

prevencionistas aumentando os requisitos de segurança, conseqüentemente os

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custos financeiros das atividades não apenas de construção civil, mas de

qualquer atividade que envolva seres humanos e agentes agressivos a sua

saúde e integridade física.

De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

capítulo V seção IV, que estabelece:

Art. 166. A empresa é obrigada a fornecer aos

empregados gratuitamente, equipamento de proteção

individual adequado ao risco e em prefeito estado de

conservação e funcionamento sempre que as medidas de

ordem geral não ofereçam completa proteção contra os

riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.

A empresa deverá prever os custos com os dispositivos de

segurança do trabalho em seus orçamentos no item de Bonificação de

Despesas Indiretas (BDI), que é definido por DIAS (2007), como a

representação do rateio dos valores não inclusos nas composições de custos

unitários indiretos.

1.1 - ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho monográfico é constituído de 05 (cinco)

capítulos, cuja abordagem está descrita a seguir.

O primeiro capítulo é composto pela justificativa do trabalho,

apresentação do problema e suas hipóteses e fixação dos objetivos.

No segundo capítulo é feita a revisão teórica do processo

histórico com alguns fatos, datas, publicações e nomes marcantes na evolução

da Segurança no Trabalho. Aborda a influência da revolução industrial para o

crescimento da conscientização da necessidade de criação de leis e de meios

que venham proteger o homem das “garras” das máquinas. Apresenta também

a história da segurança do trabalho no Brasil.

No terceiro capítulo é feita uma demarcação da natureza do

trabalho e os procedimentos metodológicos e apresenta breve descrição da

atuação e característica das construtoras que atuam no sub-setor de

montagem e manutenção da Indústria de Arames Trefilados Belgo Bekaert

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Nordeste (BBN), indústria onde foi realizada a pesquisa e de empresas que

atuam em outras áreas, que não a BBN, a fim de fazer comparativos. Descreve

também as exigências e incentivos propostos pela BBN, através de programas

de segurança implantados buscando melhorias no ambiente de trabalho com

mais segurança.

O quarto capítulo aponta os resultados da influência dos

investimentos financeiros na gestão da segurança do trabalho nos sub-setores

de montagem industrial e edificações, destacando as vantagens e

desvantagens destes investimentos para os colaboradores e administradores

tanto da BBN quanto das Empresas Prestadoras de Serviço (EPS’s).

O quinto capítulo apresenta a conclusão do trabalho monográfico

e as considerações finais deste estudo.

1.2- OBJETIVOS

1.2.1- Geral

Analisar os investimentos financeiros necessários para atender os

programas de segurança no trabalho propostos pela BBN e comparar com os

investimentos no sub-setor de edificações.

1.2.2- Especifico

Analisar os investimentos financeiros em segurança nas EPS’s da

BBN e em empresas que atuam no sub-setor de edificações.

a) Verificar o nível de investimento em segurança do trabalho

no sub-setor de montagem industrial e quando possível os índices de

acidentes.

b) Levantar e analisar os custos com segurança do trabalho

no sub-setor de montagem industrial e no sub-setor de edificações da cidade

de Feira de Santana;

c) Comparar o nível de comprometimento com a segurança

nestes sub-setores.

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1.3- JUSTIFICATIVA

O ponto principal desta pesquisa é avaliar a influência dos

investimentos financeiros em segurança e comparar entre os sub-setores de

montagem industrial e edificações, com o intuito de comprovar o objetivo e

hipótese deste trabalho, alertar aos profissionais do sub-setor de edificações da

necessidade de investir mais em segurança.

Este trabalho está baseado na hipótese da existência de

influência dos requisitos de segurança exigidos pela BBN nos investimentos em

segurança praticados pelas EPS’s no sub-setor de montagem industrial de

Feira de Santana.

Nas construtoras do sub-setor de montagem industrial que atuam

no canteiro de obra da BBN os administradores têm a necessidade de investir

em segurança ou por consciência do seu dever de zelar pelos seus

colaboradores ou pela imposição do seu cliente contratante (indústria).

Este trabalho é um estudo de caso realizado na Indústria de aços

trefilados Belgo Bekaert Nordeste S.A. no ano de 2007 com as EPS’s

analisando os dados coletados em pesquisa no período.

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2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 O PROGRESSO DA SEGURANÇA DO TRABALHO

Os primeiros registros de aspectos de saúde vinculados a

atividades do trabalho são atribuídos a Hipócrates (460 a 377 aC), que

observou a cólica provocada pelo chumbo no trabalho de extração de metais, e

a Plínio (23-79 dC) enciclopedista médico romano, que identificou o

envenenamento por mercúrio dos escravos que trabalhavam em minas e

pedreiras (GRAÇA, apud ASSUNÇÃO, 2006, p.23).

Assim, como refere Hunter, em 1556, Georg Bauer, mais

conhecido pelo nome latino de Georgius Agrícola, publicava o livro “De Re

Metallica”, onde eram estudados os diversos problemas relacionados à

extração de minerais argentíferos e auríferos, e à fundição de prata e de ouro.

O último capítulo dessa obra discute os acidentes do trabalho e as doenças

mais comuns entre os mineiros, sendo destacada, em especial, a chamada

“asma dos mineiros”, provocada por poeiras que Agrícolas denominava

“corrosivas” (NOGUEIRA, 1981, p.9).

Em 1700, surge o livro De morbis artificum diatriba – “As Doenças

do Trabalho”, escrito pelo médico italiano Bernardino Ramazzini (1633 – 1714),

considerado o pai da Medicina do Trabalho. A obra estabelece uma clara

associação entre certas doenças e a ocupação ou atividade profissional: a

cólica de chumbo dos pintores que utilizam o alvaiade, as perturbações dos

esmaltadores que usam o antimônio, a intoxicação pelo mercúrio nos

fabricantes de vidro (MENDES, apud ASSUNÇÃO, 2006, p.23).

Na Grã-Bretanha destacam dois trabalhos, um do cirurgião

Percival Pott (1713-1788), que estabeleceu uma relação entre o câncer de

escroto e o trabalho de limpeza de chaminés, e o outro do Dr. Charles Tumer

Thackrah (1795-1833), que publicou o livro “Os Efeitos das Principais Artes,

Ofícios e Profissões, bem como Sugestões para a Eliminação de Muitas das

Causas que produzem Doenças e Reduzem a Esperança de Vida”, onde

relatava as péssimas condições de trabalho e de vida na cidade industrial de

Leeds(MENDES, apud ASSUNÇÃO, 2006, p.24).

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2.2- SEGURANÇA DO TRABALHO APÓS A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Entre 1760 e 1830, ocorreu na Inglaterra um movimento

destinado a mudar profundamente toda a história da humanidade: foi a

Revolução Industrial (NOGUEIRA, 1981, p.9). A Revolução Industrial veio

alterar o cenário e gerar novos e graves problemas. As condições precárias

somadas às jornadas de trabalho excessivas (15 a 16 horas diárias)

provocaram reações por parte do proletariado, desencadeando vários

movimentos sociais que influenciaram os políticos e legisladores a introduzirem

medidas legais. Assim, em 1833, o Parlamento Inglês decretou a “lei das

fábricas”, que proibia o trabalho noturno aos menores de 18 (dezoito) anos e

limitava a jornada de trabalho em 12 (doze) horas por dia e 69 (sessenta e

nove) horas semanais (SALIBA, 2004, p.17).

2.3- HISTÓRIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL

O berço das leis trabalhistas foi a Alemanha, que criou as

primeiras leis de acidente de trabalho em 1824 e foi se espalhando para vários

paises da Europa, porém só chegou ao Brasil em 15 de janeiro de 1919 com o

Decreto Legislativo n. 3.724 (SALIBA, 2004, p.17).

Em 1919 foi criada a Organização Internacional do Trabalho

(OIT) que promoveu em 1953 a Conferencia Internacional do Trabalho com o

intuito de fomentar e despertar a importância da segurança e da saúde para

todos os Estados Membros da OIT, propondo a formação de médicos do

trabalho qualificados atuando em “Serviços de Medicina do Trabalho”

(MENDES E DIAS, 1991, p.342).

De acordo com SALIBA (2004), diversas decisões oriundas das

Convenções da OIT foram sendo incorporadas pela legislação do Brasil

citando-se a seguir alguns destes exemplos:

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- Convenção n. 103 Amparo à Maternidade.

- Convenção n. 115 Proteção contra as radiações ionizantes.

- Convenção n. 127 Peso máximo das cargas.

- Convenção n. 134 Prevenção de acidentes de trabalho dos

marítimos.

- Convenção n. 136 Proteção contra os riscos de intoxicação

provocados pelo benzeno.

- Convenção n. 139

Prevenção e controle de riscos

profissionais causados pelas substâncias

ou agentes cancerígenos.

- Convenção n. 148

Proteção dos trabalhadores contra os

riscos devido à contaminação do ar, ao

ruído e às vibrações no local de trabalho.

- Convenção n. 152 Segurança e higiene nos trabalhos

portuários.

- Convenção n. 155 Segurança e saúde dos trabalhadores e

maio ambiente de trabalho.

- Convenção n. 159 Reabilitação profissional e emprego de

pessoas deficientes.

- Convenção n. 161 Os serviços de saúde no trabalho

- Convenção n. 163 Proteção da saúde e a assistência

médica aos trabalhadores marítimos.

- Convenção n. 167 Segurança e saúde na construção.

- Convenção n. 170 Segurança na utilização de produtos

químicos no trabalho.

- Convenção n. 182

Proibição das piores formas de trabalho

infantil e a ação imediata para sua

eliminação.

A saúde ocupacional no Brasil teve o desenvolvimento tardio

reproduzindo o processo dos paises do Primeiro Mundo. No desenvolvimento

acadêmico podemos destacar a Faculdade de Saúde Pública da Universidade

de São Paulo, que criou a área de Saúde Ocupacional dentro do Departamento

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de Saúde Ambiental influenciando através de cursos de especialização e

principalmente com os cursos de mestrado e doutorado. Outro destaque foi a

Fundação Jorge Duprat Figueredo de Segurança e Medicina do Trabalho

(FUNDACENTRO), uma versão nacional dos modelos de Saúde Ocupacional

desenvolvido no exterior, por exemplo, em Helsinque, Estocolmo, Praga,

Budapeste, Madri, Lima e Santiago do Chile (MENDES E DIAS, 1991).

Amparada por uma legislação específica a partir de 1944 é

contemplada nos direitos sociais constitucionais a segurança do trabalho no

Brasil, que se desdobra nas atividades das Comissões Internas de Prevenção

de Acidentes (CIPA), disseminadas no cenário empresarial, e na fiscalização

realizada por diversas Instituições da administração pública.

No Brasil, a higiene e segurança do trabalho foram elevadas à

hierarquia constitucional em 1946 (art. 154, VIII)( SALIBA, 2004, p.18).

Em 1960, o Curso Básico de Saúde Publica para Engenheiros

com Espacialização em Higiene Industrial, era ministrado pela Escola Nacional

de Saúde Publica do Ministério da Saúde, com enfoque direcionado aos riscos

inerentes ao trabalho e ao seu tratamento, não havendo uma abordagem da

análise ou gerenciamento de riscos.

Em 1972, através da Portaria 3237/72, a especialização de

Engenharia de Segurança passou para o Ministério do Trabalho e em 27 de

novembro de 1985, foi sancionada a Lei nº. 7.410, regulamentada pelo Decreto

nº. 92.530 de 9 de abril de 1986, que transferiu a especialização de Engenharia

de Segurança para o sistema CONFEA/CREA, sendo o curso ministrado em

Universidades, com nível de pós-graduação, sujeito a orientações do Ministério

da Educação, e com uma abordagem voltada para Prevenção e Controle de

Riscos (LOPES NETO, apud ASSUNÇÃO, 2006, p.29).

Segundo DIA (2007), o Brasil foi o primeiro país a ter um serviço

obrigatório de segurança e medicina do trabalho em empresas com mais de

100 funcionários. Este passo foi dado no dia 27 de julho de 1972, por iniciativa

do então ministro do trabalho Júlio Barata, que publicou as portarias 3.236 e

3.237, que regulamentavam a formação técnica em Segurança e Medicina do

Trabalho e atualizando o artigo 164 da CLT. Por isto, a data foi escolhida para

ser o dia nacional de prevenção de acidentes de trabalho.

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De acordo com SALIBA (2004), em 1977, a Lei n. 6.514,

regulamentada pela Portaria n. 3.214/78, deu nova redação ao Capitulo V da

CLT, avançando nas exigências prevencionistas.

No Brasil, os serviços médicos de empresas são de existência

relativamente recente, e foram criados por livre iniciativa dos empregadores,

que recebendo trabalhadores do campo com condições geralmente pouco

satisfatórias de saúde, procurava oferecer-lhes uma assistência medica gratuita

no interior da própria fábrica (NOGUEIRA, 1981, p.10).

2.4- SEGURANÇA DO TRABALHO NA ATUALIDADE

Com o desenfreado desenvolvimento tecnológico e produtivo

ficou evidente a necessidade de se investir em Segurança e Saúde no

Trabalho (SST), e com uma visão privilegiada que tinha Henry Ford declarou

que "o corpo médico é a seção de minha fábrica que me dá mais lucro" (citada

por OLIVEIRA E TEIXEIRA, apud MENDES E DIAS,1991, p.343). Sendo a

declaração explicada por TEIXEIRA(apud MENDES E DIAS,1991, p.343):

"Em primeiro lugar, a seleção de pessoal, possibilitando a

escolha de uma mão-de-obra provavelmente menos

geradora de problemas futuros como o absentismo e suas

conseqüências (interrupção da produção, gastos com

obrigações sociais, etc.). Em segundo lugar, o controle deste

absentismo na força de trabalho já empregada, analisando

os casos de doenças, faltas, licenças, obviamente com mais

cuidado e maior controle por parte da empresa do que

quando esta função é desempenhada por serviços médicos

externos a ela, por exemplo, da Previdência Social. Outro

aspecto é a possibilidade de obter um retorno mais rápido

da força de trabalho à produção, na medida em que um

serviço próprio tem a possibilidade de um funcionamento

mais eficaz nesse sentido, do que habitualmente 'morosas' e

'deficientes' redes previdenciárias e estatais, ou mesmo a

prática liberal sem articulação com a empresa."

Historicamente tem-se utilizado o argumento que o fator custo é o

principal empecilho da implantação do SST nos canteiros de obras, porém é

comprovado que a não implantação do SST é economicamente mais onerosa

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do que uma gestão pró-ativa. Desenvolver prevenção laboral oscila entre 2% e

3% do custo da obra, havendo inclusive pesquisa criteriosa acerca do PCMAT,

onde os resultados afirmam que em edificações verticais a sua implantação

corresponde a 1,49% do custo total da obra (ARAÚJO, 1998, p.10).

“É importante ter-se sempre em mente que a implantação de um

bom arranjo pode ter custos praticamente idênticos à implantação de

um arranjo deficiente, e que a qualidade do planejamento é que

determina a existência de uma ou outra situação” (SAURIN, 1997

apud ARAÚJO, p. 59, 1998).

O embate entre a implantação de SST versus o lucro resulta na

aliança entre os dois, na visão da última geração dos interessados no setor,

pois o binômio é traduzido pela expressão prevenção=lucro e está plenamente

conectada com a qualidade, produtividade e prevenção laboral, que em outras

palavras, são objetivos interdependentes, pois a eficiência não é opção e sim

obrigação, competitividade é condição de permanência no mercado e que o

grande triunfo das organizações repousa nos seus recursos humanos

(PONTES, 1999, p.22).

2.4.1- Práticas Gerenciais para a Prevenção de Acidentes do Trabalho

Buscando a proteção e a integridade física dos trabalhadores,

existem documentos legais, com procedimentos de prevenção de acidentes de

trabalho a serem implantados em cada empresa, que deve ser dirigida ao

atendimento à legislação, entretanto, cabe a estas adequar estes

procedimentos às especificidades de cada atividade e ambiente de trabalho

não tratado na legislação.

Procurando apenas atender a legislação, algumas empresas

recaem no erro de não participar aos funcionários dos programas de segurança

que estão sendo implementados, como o Mapa de Riscos Ambientais previsto

na NR 5, onde é elaborado muitas vezes por empresas terceirizadas, sendo

pouco discutido com os trabalhadores.

As empresas prestadoras de consultoria especializadas na área

de segurança desempenham um papel muito importante principalmente para

micro e pequenas empresas que não tem especialistas em SST e que

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precisam elaborar e implementar os programas requeridos pela legislação.

Entretanto é imprescindível o comprometimento da contratada em conhecer a

empresa contratante e o ambiente de trabalho para elaboração adequada de

programas como o PPRA, PCMSO e PCMAT, a fim de otimizar um programa

apropriado ao dia-a-dia dos trabalhadores de cada empresa.

A Norma Occupational Health and Safety Assessment Series

(OHSAS) 18001:1991 especifica os requisitos para um sistema de gestão de

segurança e saúde ocupacional, permitindo a empresa controlar seus riscos de

acidentes e doenças ocupacionais e melhorar o seu desempenho. A adoção da

norma possibilita a disseminação das boas praticas de segurança e saúde pela

empresa, com a conseqüente melhoria das condições de trabalho (PIMENTA,

2004, p.28).

2.4.2 - O Custos dos Acidentes

As perdas humanas, incapacidades físicas e o grande sofrimento

dos trabalhadores e seus familiares justifica os custos com medidas de

prevenção de acidentes de trabalho, principalmente pelos elevados números

destes que ocorrem no País serem essencialmente evitáveis (SANTANA, 2006,

p.1011).

Segundo PASTORE (2001), durante muito tempo era considerada

a relação de custos segurados e os não segurados 1:4; o Brasil arrecada e

gasta cerca de R$ 2,5 bilhões de reais na Previdência Social com acidente de

trabalho, então as empresas arcam com um custo adicional de R$ 10 bilhões

de reais. Já os funcionários e os familiares “bancam” uma relação estimada

que eleva para acima 1:5, com os gastos para acomodações na residência,

redução da renda, interrupção do emprego de familiares, fazendo subir o custo

para R$ 15 bilhões de reais por ano. Além disso, o Estado gasta com o

pagamento de benefícios a doentes acidentados, recuperação da saúde e

reintegração das pessoas no mercado de trabalho e na sociedade em geral,

que é estimado em R$ 5 bilhões de reais, chegando assim a triste conclusão

de que os acidentes do trabalho no Brasil geram uma despesa fenomenal que

chega à casa dos R$ 20 bilhões de reais por ano.

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Nessa nova perspectiva, a avaliação do custo de um acidente

deve levar em conta os danos provocados à sociedade, à empresa, bem como

ao empregado e sua família (ASSUNÇÃO, 2006, p.37).

O boletim estatístico da previdência social – volume 12 nº 3

disponibiliza tabelas e gráficos dos benefícios concedidos. A tabela 2 apresenta

o número de benefícios concedidos do ano de 2000 a março de 2007 de

segurados da zona urbana e rural.

A tabela 3 demonstra a quantidade de benefícios concedidos em

todos os estados da federação, onde a Bahia é a que tem maior número de

benefícios concedidos do norte/nordeste com 21.179 representando 5,51% do

total de benefícios de fevereiro de 2007 em todo o Brasil.

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TABELA 2 – Benefícios Concedidos (Fevereiro/2007)

EVOLUÇÃO DOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS - 2000/2007

QUANTIDADE

Clientela ANOS/MESES Total

Urbana Rural

2000 Total 2.949.149 1.931.342 1.017.807

2001 Total 2.856.334 1.844.854 1.011.480

2002 Total 3.867.564 2.642.182 1.225.382

2003 Total 3.545.376 2.566.950 978.426

2004 Total 3.993.529 2.998.244 995.285

2005 Total 3.955.723 2.986.777 968.946

2006 Total 4.238.816 3.221.479 1.017.337

Janeiro 319.465 249.091 70.374

Fevereiro 304.392 235.749 68.643

Março 376.058 281.554 94.504

Abril 319.769 240.410 79.359

Maio 395.118 295.592 99.526

Junho 351.046 268.082 82.964

Julho 345.516 261.673 83.843

Agosto 427.055 324.639 102.416

Setembro 348.131 260.411 87.720

Outubro 385.515 294.615 90.900

Novembro 350.830 266.611 84.219

Dezembro 315.921 243.052 72.869

2007 Janeiro 315.959 246.869 69.090

Fevereiro 283.740 219.283 64.457

Março 384.459 294.555 89.904

Subtotal 984.158 760.707 223.451

FONTES: DATAPREV, SUB, SINTESE e BMD Boletim Estatístico da Previdência Social - Vol. 12 Nº 03

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TABELA 3 – Distribuição de Benefícios nos Estados (Fevereiro/2007)

BENEFÍCIOS CONCEDIDOS, SEGUNDO AS UNIDADES DA FEDERAÇÃO

QUANTIDADE Clientela

GRANDES REGIÕES E UNIDADES DA

FEDERAÇÃO Total % do total Urbana Rural

BRASIL 384.459 100,00 294.555 89.904 NORTE 17.344 4,51 9.904 7.440 Rondônia 3.051 0,79 1.406 1.645 Acre 1.298 0,34 385 913 Amazonas 2.821 0,73 2.146 675 Roraima 673 0,18 285 388 Pará 7.062 1,84 4.473 2.589 Amapá 507 0,13 312 195 Tocantins 1.932 0,50 897 1.035 NORDESTE 87.801 22,84 39.810 47.991 Maranhão 9.456 2,46 2.811 6.645 Piauí 7.071 1,84 1.712 5.359 Ceará 13.742 3,57 5.640 8.102 Rio Grande do Norte 6.285 1,63 2.856 3.429 Paraíba 6.817 1,77 2.835 3.982 Pernambuco 14.670 3,82 7.432 7.238 Alagoas 5.748 1,50 3.401 2.347 Sergipe 2.833 0,74 1.627 1.206 Bahia 21.179 5,51 11.496 9.683 SUDESTE 179.079 46,58 165.369 13.710 Minas Gerais 42.703 11,11 34.384 8.319 Espírito Santo 7.251 1,89 5.468 1.783 Rio de Janeiro 30.546 7,95 30.012 534 São Paulo 98.579 25,64 95.505 3.074 SUL 77.602 20,18 61.251 16.351 Paraná 24.678 6,42 19.363 5.315 Santa Catarina 21.436 5,58 17.669 3.767 Rio Grande do Sul 31.488 8,19 24.219 7.269 CENTRO-OESTE 22.633 5,89 18.221 4.412 Mato Grosso do Sul 5.110 1,33 3.964 1.146 Mato Grosso 4.779 1,24 3.507 1.272 Goiás 8.259 2,15 6.565 1.694 Distrito Federal 4.485 1,17 4.185 300 FONTE: DATAPREV, SUB, SINTESE. Boletim Estatístico da Previdência Social - Vol. 12 Nº 03

A Figura. 1 delineia a parcela de participação de cada região na

distribuição dos benefícios, onde como era de se esperar o sudeste é

disparado o que detém um grande número de benefícios, pois é o que tem o

maior número de trabalhadores segurados. A região nordeste está na terceira

colocação pouco atrás da região sul.

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DISTRIBUIÇÃO DO VALOR DE BENEFÍCIOS CONCEDIDOS, SEGUNDO AS GRANDES REGIÕES

Centro-Oeste5,55%

Norte3,56%

Sudeste54,31%

Sul19,88%

Nordeste16,70%

Figura 1 – Distribuição de Benificios nas Regiões (Fevereiro/2007) FONTE: DATAPREV, SUB, SINTESE. Boletim Estatístico da Previdência Social - Vol. 12 Nº 03

Na tabela 4 temos o número de benefícios concedidos para os

grupos de espécies, onde o grupo da espécie acidentária é responsável por

3,36% do total de benefícios, sendo que o grupo previdenciário possui 89,83%

desses benefícios. Este percentual pode ser justificado pelo elevado número de

omissões de comunicado de acidente de trabalho (CAT).

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TABELA 4 – Benefícios Concedidos Por Grupos (Fevereiro/2007)

BENEFÍCIOS CONCEDIDOS, SEGUNDO OS GRUPOS DE ESPÉCIES QUANTIDADE

Clientela GRUPOS DE ESPÉCIES Total % do total

% do grupo

% do sub-

grupo Urbana Rural

TOTAL 283.740 100,00 219.283 64.457 BENEFÍCIOS DO RGPS 264.410 93,19 100,00 199.953 64.457

Previdenciários 254.879 89,83 96,40 100,00 190.826 64.053 Aposentadorias 53.075 18,71 20,07 20,82 32.041 21.034

Idade 30.895 10,89 11,68 12,12 10.856 20.039 Invalidez 7.921 2,79 3,00 3,11 6.986 935 Tempo de Contribuição 14.259 5,03 5,39 5,59 14.199 60

Pensões por Morte 23.771 8,38 8,99 9,33 15.746 8.025 Auxílios 150.314 52,98 56,85 58,97 134.992 15.322

Doença 149.294 52,62 56,46 58,57 134.181 15.113 Acidente 275 0,10 0,10 0,11 161 114 Reclusão 745 0,26 0,28 0,29 650 95

Salário-Maternidade 27.719 9,77 10,48 10,88 8.047 19.672 Abono de Permanência em Serviço 20% – – – – – –

Acidentários 9.531 3,36 3,60 100,00 9.127 404 Aposentadorias por Invalidez 245 0,09 0,09 2,57 239 6 Pensão por Morte 84 0,03 0,03 0,88 83 1 Auxílio-Doença 8.519 3,00 3,22 89,38 8.134 385 Auxílio-Acidente 673 0,24 0,25 7,06 661 12 Auxílio-Suplementar 10 0,00 0,00 0,10 10 –

BENEFÍCIOS ASSISTENCIAIS 19.327 6,81 100,00 19.327 – Amparos Assistenciais (LOAS) 19.285 6,80 99,78 100,00 19.285 –

Idoso 11.305 3,98 58,49 58,62 11.305 – Portador de Deficiência 7.980 2,81 41,29 41,38 7.980 –

Pensões Mensais Vitalícias 40 0,01 0,21 40 – Rendas Mensais Vitalícias 2 0,00 0,01 100,00 2 –

Idade – – – – – – Invalidez 2 0,00 0,01 100,00 2 –

ENCARGOS PREVIDENCIÁRIOS DA UNIÃO (EPU) (1) 3 0,00 3 –

FONTE: DATAPREV, SUB, SINTESE. Boletim Estatístico da Previdência Social - Vol. 12 Nº 03 (1) Inclui as espécies: 22 - Pensão por morte estatutária; 26 - Pensão Especial (Lei nº 593/48); 37 - Aposentadoria de extranumerário da União; 38 - Aposentadoria da extinta CAPIN; 56 - Pensão mensal vitalícia por síndrome de talidomida;

Alguns fatores contribuem para estes índices de acidentes e até

justifica as sub-notificações, pois os empregados da Indústria da Construção

Civil (ICC) apresentam instabilidade empregatícia; em épocas de crescimento

do setor, são recrutados da zona rural ou de estados mais pobres sem nenhum

treinamento específico e, portanto, sem qualificação profissional (BARROS

JÚNIOR et al., 1990, p.13). Segundo ANDRADE E BASTOS (1999), a baixa

qualificação, a elevada rotatividade e o reduzido investimento por parte das

empresas em treinamento e desenvolvimento costumam ser algo característico

dessa indústria.

A tabela 5 apresenta a quantidade de acidentes de trabalho

registrados através de notificações (CAT).

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TABELA 5 - Acidentes de trabalho registrados através de notificações. (Fevereiro/2007)

Quantidade mensal de acidentes do trabalho registrados, por motivo - 2002/2004 QUANTIDADE DE ACIDENTES DO TRABALHO REGISTRADOS

Motivo MESES Anos Total

Típico Trajeto Doença do Trabalho 2002 393.071 323.879 46.881 22.311 2003 399.077 325.577 49.642 23.858 TOTAL 2004 458.956 371.482 59.887 27.587 2002 29.708 24.624 3.382 1.702 2003 32.131 26.281 3.855 1.995 Janeiro 2004 33.727 27.361 4.381 1.985 2002 28.258 23.235 3.357 1.666 2003 31.731 25.892 3.848 1.991 Fevereiro 2004 32.276 26.385 3.994 1.897 2002 32.545 26.796 3.904 1.845 2003 31.818 25.941 3.835 2.042 Março 2004 40.648 32.818 5.184 2.646 2002 35.200 28.863 4.107 2.230 2003 31.095 25.235 3.933 1.927 Abril 2004 34.975 28.037 4.680 2.258 2002 33.679 27.722 4.037 1.920 2003 33.942 27.739 4.248 1.955 Maio 2004 37.830 30.538 5.124 2.168 2002 32.598 26.751 4.063 1.784 2003 32.826 26.873 4.069 1.884 Junho 2004 38.947 31.366 5.187 2.394 2002 34.623 28.555 4.097 1.971 2003 32.700 26.757 4.109 1.834 Julho 2004 41.305 33.506 5.360 2.439 2002 36.016 29.747 4.178 2.091 2003 33.201 26.999 4.172 2.030 Agosto 2004 43.798 35.350 5.675 2.773 2002 33.723 27.773 4.004 1.946 2003 36.544 29.876 4.381 2.287 Setembro 2004 41.421 33.591 5.271 2.559 2002 36.690 30.234 4.393 2.063 2003 38.424 31.432 4.728 2.264 Outubro 2004 39.030 31.872 4.911 2.247 2002 32.230 26.765 3.793 1.672 2003 34.765 28.274 4.418 2.073 Novembro 2004 39.263 31.817 5.180 2.266 2002 27.801 22.814 3.566 1.421 2003 29.900 24.278 4.046 1.576 Dezembro 2004 35.736 28.841 4.940 1.955

FONTE: DATAPREV, CAT.

Os números anteriormente apresentados na tabela 5 são

expressivos, mas mesmo assim ainda são apenas números, pois o mais

importante é a dor, a mutilação e a vida perdida por um trabalhador, onde só

quem sente é o próprio acidentado e as pessoas mais próximas, e nunca

nenhum número ou palavra poderá transmitir fielmente o que essas pessoas

passaram ou passam.

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2.4.3- Contribuição de Heinrinch e Bird

Heinrinch foi pioneiro na discussão sobre as causas e modelos de

custos de acidentes. Ele desenvolveu o primeiro e mais conhecido modelo de

causas e estimativas de custos de acidentes baseado em análise de cerca de

5.000 casos de empresas seguradas em uma companhia privada, empresas

participantes e entrevistas com membros do “staff” dos serviços de

administração e produção (AQUINO, 1996, p.23).

A teoria do dominó, citada por FRANÇA (2002) é esboçada por

Heinrich (1959) na década de 30, apresenta o acidente como último evento de

uma seqüência linear e corresponde à tentativa de sistematização do processo

acidente, que se contrapõe à noção de fatalidade supracitada. Nessa teoria, o

acidente é representado por uma série de 5 pedras de dominó (Figura 2),

posicionadas de tal maneira que a queda de uma desencadeia a das demais

colocadas à sua frente.

Figura 2 - Seqüência que leva ao acidente, segundo Heinrich e Frank Bird

(1931 / 1966) / (FRANÇA, 2002)

A primeira peça é a peça fundamental para não derrubar as

pedras seguintes (Figura. 3), deixando claro que a importância da

conscientização da necessidade de planejar, organizar, controlar e dirigir

programas adequados por parte do controle administrativo da empresa. A

segunda peça denominada como causa básica tem dois fatores, sendo o

primeiro o humano, apontado como principal responsável pela maioria dos

acidentes, e o outro o fator trabalho. A terceira peça é a causa imediata que

C. A

DM

NIS

TRA

TIVO

C

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CA

CA

USA

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PRÉ-CONTATO CONTATO EFEITO

AC

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TE

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DA

S

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35

são as conseqüências das causas básicas, os atos e/ou condições inseguras.

A quarta peça é o acidente gerado pelo contato com a fonte de energia. E a

quinta peça é a perda, conseqüência do acidente, onde ocorre o dano pessoal,

à propriedade, perdas no processo, danos ao meio ambiente, etc.

Figura 3 – Desequilíbrio do controle de acidentes

Para se evitar o acidente as pedras antecessoras devem estar em

equilíbrio. Uma maneira eficiente de se evitar o acidente é retirando uma das

pedras (Figura. 4), como por exemplo, quando não permitimos à ocorrência da

causa básica a pedra seguinte que é a causa imediata deixa de existir,

tornando menor o risco de acidente.

C. A

DM

INIS

TRAT

IVO

CAUS

A BÁ

SICA

CAUSA IMEDIATA

ACIDENTE

PERDAS

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Figura 4 – Acidente evitando retirando a causa imediata.

A teoria do dominó é uma simplificação didática para abordagem

dos principais fatores que resultam em um acidente, porém os fatores que

resultam em um acidente não segue esta linearidade, pois existe muitos outros

fatores que influenciam esta seqüência.

Considerando essa seqüência de eventos que causam os

acidentes, Heinrich passou à discussão dos custos envolvidos nos acidentes.

Ele qualificou como “custo direto” a quantia total dos benefícios pagos pelas

companhias de seguro e como “custo indireto” os gastos diretamente

assumidos pelas empresas, assim discriminados: custo do tempo perdido pelo

empregado lesionado; custo do tempo perdido por outros empregados que

param o trabalho; custo do tempo perdido para prestar assistência ao

acidentado, para investigar a causa do acidente, ao transferir as tarefas do

acidentado para outro empregado, ao selecionar e treinar um substituto ou para

preparar relatórios do acidente para agências fiscalizadoras; custo do tempo

gasto para a prestação de primeiros-socorros; custo devido aos danos

causados às máquinas e ferramentas; custo incidental devido à interferência

com a produção; custo para o empregador causado pelos benefícios sociais

devidos ao empregado; custo para o empregador devido à continuação do

pagamento do salário ao acidentado; custo devido à perda de lucro, da

produtividade do empregado e da máquina parada; custo devido à diminuição

da moral dos demais empregados e custo devido ao gasto com luz, aluguel,

C. A

DM

INIS

TRA

TIVO

CA

USA

SIC

A

CAUSA IMEDIATA

AC

IDEN

TE

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DA

S

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etc., que continuam a ser despendidos mesmo enquanto o acidentado está

parado. Daí, ele definiu o “custo total” como a soma do custo direto mais o

custo indireto (AQUINO, 1996, p.26).

O método de Heinrich avalia o custo indireto como sendo quatro

vezes o custo direto (ASSUNÇÃO, 2006, p.40). Esta situação é conhecida

como o “iceberg de Heinrich” (Figura. 5), pois apenas uma pequena parte do

custo envolvido do acidente mostra-se aparente. A título ilustrativo apresenta-

se a figura 4, onde a parte que aparece imerso representa os custos diretos

que equivale a 1/4 do custo total e a parte submersa corresponde ao custo

indireto.

Figura 5 - “iceberg de Heinrich”

Para maior clareza destes custos apresenta-se a seguir as

seguintes equações:

CI = 4 CD (1)

CT = CI + CD

CT = 4 CD + CD = 5 CD (2)

onde: CI - custo indireto

CD - custo direto

CT - custo total

Uma ressalva é feita pelo próprio autor em relação a este modelo

matemático, pois é puramente estatístico e, portanto, admite variações nos

valores da razão CI/CD (AQUINO, 1996, p.27).

BIRD (1976, apud AQUINO, 1996), em sua obra “Loss Control

Management” também discute a questão das perdas causadas por acidentes e

faz uma releitura do trabalho de Heinrich. Bird com o intuito de demonstrar a

importância dos problemas causados pelos danos à propriedade decorrentes

Custo Direto

Custo Indireto

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de acidentes, Bird apresenta os resultados de um estudo que ele realizou em

1969 similar ao realizado por Heinrich. Nessa época ele era o Diretor dos

Serviços de Engenharia da Companhia de Seguro da América do Norte. Este

estudo consistiu da análise de 1.753.498 acidentes relatados por 297

companhias seguradas. As companhias representavam 21 grupos de indústrias

diferentes, empregando 1.750.000 pessoas que representavam mais de 3

bilhões de horas-homem durante o período de exposição analisado. Os dados

levaram aos resultados mostrados na Figura. 6.

11030600

LESÃO GRAVE

LESÃO LEVE

DANO

ACIDENTES SEM LESÕES OU DANOS

Figura 6 - Triângulo de Bird (297 empresas, USA, 1969)

2.4.4- A necessidade de investir em Segurança

Uma pergunta que muitos empregadores se fazem é porque

investir em segurança do trabalho, pois representa um custo que não agrega

valor aos produtos finais, muitas vezes desacelera o processo produtivo, e é

muito burocrático.

Por outro lado é mais do que necessário investir em segurança do

trabalho, pois a empresa, além de cumprir a legislação trabalhista executando

os programas de segurança exigidos por lei, desperta em seus funcionários o

"espírito prevencionista", isto é, mantém alerta, de forma espontânea, quanto

aos riscos de acidentes, zelando e respeitando as normas de segurança.

Mas além deste motivo apresentado, podemos ainda enumerar

10 motivos para o empregador investir em segurança do trabalhador:

01. Cumprimento das leis vigentes no país.

02. Evitar multas, embargos e/ou interdição.

03. Prevenir acidentes, afastamentos e mortes.

04. Manter o nome da empresa sempre "limpo".

05. Evitar ações trabalhistas e indenizações.

06. Certificação de ISO.

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07. Evitar prejuízo de tempo e financeiro.

08. Eliminar pagamento adicional ao salário.

09. Eliminar pagamento de alíquotas maiores para aposentadoria

especial.

10. Passar segurança para os funcionários e clientes.

A empresa que investe em segurança leva vantagem na proteção

à integridade física e à saúde dos trabalhadores, uma vez que, pela prática da

prevenção de acidentes, aparecem os benefícios sócio-econômicos.

Para ser competitiva, a empresa deve minimizar perdas materiais e despesas

desnecessárias. A segurança do trabalho assegura tanto a continuidade da

produção, como também, ganhos de produtividade, evitando a mão de obra

parada e outros adversários do lucro.

2.4.5 – O Custo do Acidente

Na ocorrência de um acidente de trabalho poucos dirigentes

sabem reconhecer o real custo deste acidente para sua organização e quanto

ele onera em seus trabalhos e serviços. Onde, geralmente, percebem-se

apenas os custos óbvios.

Baseado em ARAÚJO (1998), afirma que o Ministério do Trabalho

e da Previdência Social reconhece como custos de um acidentes duas parcelas

assim definidas:

ü Custo direto ou segurado – é o percentual variável pago ao

INSS (seguro contra o acidente de trabalho) sobre a folha de salários de seus

empregados, que depende do grau de risco da atividade desempenhada pela

organização.

ü Custo indireto ou não segurado – abrange todas as

despesas que geralmente não são atribuíveis aos acidentes, mas que são

conseqüências indiretas destes. Alguns exemplos são: o pagamento dos

primeiros 15 dias após o afastamento; o tempo perdido dos trabalhadores para

socorrer e os comentários do ocorrido; investigação do acidente; diminuição da

produtividade com o novo empregado; despesas médicas; aumento do preço

de custo do produto; e outros.

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3- METODOLOGIA DO TRABALHO.

3.1- MÉTODOS UTILIZADOS

O projeto consiste no estudo de caso da diferença de

investimentos financeiros na segurança do trabalho em três Empresas

Prestadoras de Serviço (EPS’s) de construção civil do canteiro de obras da

Empresa Belgo Bekaert Nordeste (BBN), sub-setor de montagem industrial, e

comparar com os investimentos de quatro empresas de construção civil do sub-

setor de edificações de Feira da Santana.

Para alcançar o objetivo proposto neste trabalho monográfico

foram realizados: revisão bibliográfica utilizando livros, monografias,

dissertações de mestrado e doutorado, anuários, artigos técnicos, revistas,

normas técnica, internet, e as atividades descritas a seguir,

o Caracterização das empresas em estudo;

o Pesquisa de campo com aplicação de questionários com

os responsáveis das empresas de construção civil

escolhida de forma empírica e análise dos resultados;

o Entrevistas com engenheiros e responsáveis pelas

empresas que fizeram parte da pesquisa;

o Documentação fotográfica das observações diretas dos

canteiros.

Contamos com o apoio do SESMT (Serviço Especializado em

Segurança e Medicina do Trabalho) da BBN, que forneceu informações sobre

as campanhas de segurança praticadas com as EPS’s.

3.2- EMPRESA EM ESTUDO

3.2.1- Belgo Bekaert Nordeste

3.2.1.1- Histórico do Grupo Belgo

No ano de 1917 através de sondagens, realizadas desde a 1ª

guerra mundial, um grupo de engenheiros brasileiros (Christiano Guimarães,

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Ovídio Paulo de Andrade, Sebastião de Lima e outros), constituiu a Cia

Siderúrgica Mineira, instalando um alto forno e uma oficina mecânica em

Sabará. Esta usina começou a funcionar em 1919 produzindo gusa (produto

imediato da fundição de minério de ferro com carvão e calcário em um alto

forno).

GIFALLI (2007), na sua dissertação monográfica afirma que

apesar de diversas iniciativas isoladas, o Brasil em 1920 ainda não produzia

aço, e a própria produção de gusa ainda era muito pequena. Era clara a

necessidade de se produzir o aço em nosso país para permitir a expansão

industrial tão importante para o desenvolvimento do país.

Ainda, de acordo com GIFALLI (2007), foi um técnico,

luxemburguês residente em Minas Gerais, o responsável por elaborar um

relatório sobre os recursos minerais existentes neste estado e sua viabilidade

para a instalação de uma indústria siderúrgica. Após estes estudos,

empresários estrangeiros adquiriram uma propriedade no município de João

Monlevade, em Minas Gerais, onde se localizou uma importante jazida de

minério de alto teor de ferro.

A primeira corrida de gusa só aconteceu no final do ano de 1920 e

as dificuldades não cessaram após o início das operações, porque também era

muito difícil colocar no mercado o produto nacional, diante da concorrência

estrangeira, alem do quê não havia apoio governamental para a implantação

da infra-estrutura necessária ao funcionamento da usina e ao escoamento da

produção.

Antes mesmo da fundação da Belgo-Mineira, representantes do

grupo Arbed compraram a antiga propriedade de Jean Monlevade, em São

José do Piracicaba (Figura 07) que pertencia ao Banco Ultramarino, credor da

falida Companhia Nacional de Forjas e Estaleiros, que havia adquirido a

propriedade dos herdeiros de Monlevade. A área incluía as ruínas da antiga

fábrica de ferro e a região onde se encontrava a Mina do Andrade, rica em

minério da melhor qualidade.

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Figura. 07 - Antiga Propriedade de Jean Monlevade, em São José do

Piracicaba

A perspectiva era que brevemente estivesse instalada a nova

usina, que foi adiada devido aos resultados não muito animadores da usina

piloto de Sabará e pela demora da construção da linha férrea.

A expansão da Usina de Sabará teve a ajuda do governo federal

que concedeu isenções de impostos e ainda um empréstimo de 1800 contos. A

usina entra em funcionamento na década de 40 e se torna o maior complexo

siderúrgico integrado da América do Sul e também a maior usina siderúrgica

integrada à base de carvão vegetal do mundo (Figura 08).

Figura. 08 – Lançamento da pedra fundamenta da nova Usina de Sabará

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3.2.1.2 - Histórico da BBN em Feira de Santana

“A Indústria Jossan S/A foi fundada em 24 de janeiro de 1954, em

Natal (RN). O fundador, José dos Santos, escolheu as primeiras letras do seu

nome e sobrenome para batizar o empreendimento. Em 1962, iniciou

atividades de trefilaria, com a fabricação de farpados e grampos para cercas.

Mais tarde, em novas instalações, passou a fabricar arames galvanizados,

recozidos e ferro CA-60 para construção. Em janeiro de 1974, foi constituída a

Jossan da Bahia S/A – Trefilaria de Aço, em Feira de Santana (Figura 09).

No início dos anos 80, as empresas Jossan enfrentaram forte

crise de vendas e chegaram a paralisar totalmente a produção. A Belgo

visando aumentar a presença no Nordeste do país optou por adquirir o controle

acionário das empresas Jossan, em março de 1982.

Em 1991, as atividades da Jossan de Natal foram incorporadas às

da Jossan da Bahia. Com a consolidação da associação entre a Belgo e a

Bekaert, em 1997, a Jossan passou a integrar a Belgo Bekaert Arames. Em

junho de 2004, a razão social da Jossan foi alterada para Belgo Bekaert

Nordeste – BBN”. Segundo o Boletim Eletrônico – ano III – n. 67 de 13 de

janeiro de 2006.

Figura. 09 – Instalações da Antiga Jossan da Bahia, Atual Belgo Bekaerte

Nordeste – Fabrica de Arames Comerciais (FAC)

Porém por falta de área para expansão e construção de novos

setores, a BBN iniciou a construção de uma nova unidade destinada à

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fabricação de arames industriais (Figura 10), utilizada como matéria prima para

outras indústrias tais como a de pneus e a de estofados automotivos. A nova

unidade deve ficar pronta até 2010, sendo que terá seis vezes o tamanho da

primeira unidade desta cidade.

Figura. 10 – Belgo Bekaerte Nordeste – Fabrica de Arames Industriais (FAI)

3.2.1.3 – A Terceirização na Belgo

“Na década de 1940, a Belgo parou de produzir tijolos refratários

e desativou o setor de Cerâmica da Usina de Sabará. Foi possível encontrar no

mercado parceiros confiáveis para o fornecimento daquele insumo. Na época,

o nome ‘terceirização’ não era empregado, mas a idéia de se transferir

atividades auxiliares a terceiros já existia. Faltavam, entretanto, fornecedores

capacitados para atender a indústria.

Décadas mais tarde, a idéia da terceirização surgiu com

intensidade e foi colocada em prática nas Unidades da Belgo, especialmente,

em Monlevade. A Belgo decidiu focar esforços gerenciais em seu negócio

principal, a produção de aço, e a partir daí, transferiu as atividades de apoio à

produção para empresas capacitadas e com tecnologia necessária para os

serviços. O processo foi paulatino; à medida que um dos ramais da

terceirização tinha sucesso, passava-se para outros.

A terceirização concentrou-se entre os anos 1980 e 1995. Neste

período, as atividades de suporte, como vigilância, alimentação, limpeza,

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jardinagem, transporte, manutenção elétrica e mecânica e consultorias, foram

transferidos para empresas terceirizadas. Empresas modernas e competitivas,

que hoje atuam em vários Estados, se desenvolveram a partir do processo de

terceirização implementado pela Belgo”. Baseado no Boletim Eletrônico – ano

IV – n. 79 de 05 julho 2006.

3.2.1.4 - A Segurança na BBN e nas EPS’s

“O item “Segurança no Trabalho” apareceu pela primeira vez na

legislação brasileira em 1943, com a CLT – Consolidação das Leis do

Trabalho. Ainda assim, até fins dos anos 70 o País carregou o desonroso título

de campeão mundial em acidentes. Em 1977, entrou em vigor a Lei 6.514, que

obrigou as empresas a adotarem medidas mais rigorosas com relação à

segurança. Somente a partir daí o quadro nacional começou a ser revertido.

Na Belgo, a segurança se tornou realidade antes mesmo de ser

uma exigência legal. A primeira CIPA – Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes – foi instalada em abril de 1946. Realizada no escritório da Usina de

Monlevade, a sessão de instalação da CIPA significou o primeiro passo para a

implantação da prevenção de acidentes na empresa. Já em 1958, a Belgo

recebeu a “Medalha de Mérito da Prevenção de Acidentes”, em um congresso

nacional de CIPA’s. Em fevereiro de 1963, foi criado oficialmente na empresa o

Setor de Segurança no Trabalho.

Com a implantação de sucessivas melhorias na área de

segurança, a Belgo saltou de uma taxa de freqüência de acidentes de 90,0, em

1963, para apenas 1,88 em 2003, com metas ainda mais ambiciosas para os

anos seguintes. Em todos os anos, a arma mais poderosa para combater os

acidentes foi a conscientização dos empregados”. Conforme Boletim Eletrônico

– ano II – n. 36 de 21 de outubro de2004.

As grandes e pequenas empresas estão cada vez mais se inter

relacionando, buscando criar um elo onde, estas se completam e se tornam

mais forte, pois cada uma se dedica à especialização no seu setor de atividade.

Empresas como a BBN está seguindo a tendência mundial de terceirização de

atividades dentro de suas instalações, e focando seus esforços no seu

processo produtivo, tendo todo o quadro de funcionários efetivos legalmente.

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Porém para atividades secundárias atuantes nos setores como portaria,

refeitório, manutenção e ampliação de instalações (hidráulica, elétrica,

mecânica, construção civil, etc.) são contratadas empresas especializadas, que

disponibilizam pessoal, equipamentos materiais para atendimento de cada um

destes setores”.

A BBN, apesar de contratar com outras empresas para realizar

atividades que não estão ligadas diretamente ao processo produtivo, não se

isenta da responsabilidade com a segurança desses funcionários, realizando

treinamentos de segurança (Anexo III), campanhas educativas e

prevencionistas de forma igualitária tanto com os seus próprios funcionários

como os das EPS’s, onde muitas vezes recebem até uma maior atenção do

setor de segurança, pois realiza atividades de maior risco (serviços em altura,

escavações, e outros).

Quaisquer serviços antes de serem executados se faz necessário

a liberação do SESMT da BBN, que emite o formulário de permissão de

trabalho (Anexo V). Quando a atividade for realizada utilizando andaimes ou

plataforma móvel, também é necessário informar previamente o SESMT e

receber a liberação através de formulários para uso de andaime ou para uso de

plataforma móvel (Anexos VI e VII).

Abaixo listamos algumas campanhas de Segurança

desenvolvidas na BBN:

* Quase Acidente - o funcionário identifica situações de riscos (Ato

ou Condição Insegura) e em formulário específico (anexo IV), relata para o

SESMT, onde em conjunto com o responsável pelo setor ou EPS, é montado

um plano de ação;

* Acidente Tolerância Zero - ao ser identificado funcionário ou

empresa executando atividade de gravidade e iminente risco sem cumprimento

de procedimentos de segurança, após decisão em conjunta do SESMT e

direção superior da BBN, o funcionário ou até mesmo a empresa que ele presta

serviço poderá ser afastado das dependências da Belgo;

* Formulários de Auto-gestão – no formulário constam os itens de

segurança do equipamento, e que deve ser verificado pelo funcionário antes de

iniciar o turno e suas atividades;

* SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes do

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Trabalho - possibilita uma maior integração entre todos os funcionários

incluindo os terceiros, onde são tratados assuntos de alta relevância de forma

descontraída para uma fácil assimilação;

* CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – participa

da CIPA da BBN além de seus funcionários, são escolhidos membros das

EPS’s que não constituem uma CIPA. Os cipistas representam também a

empresa no que se refere a ajudar a minimizar/eliminar os riscos existentes no

local de trabalho; Os cipistas são bastante atuantes e contribuem com dicas

para a melhoria contínua do ambiente de trabalho;

* Inspeção Planejada - Inspeção detalhada realizada em todos os

setores da fábrica a fim de identificar situações de risco, gerando em seguida

um plano de ação;

* Análise de Tarefa Crítica - reconhecimento dos riscos de cada

atividade desenvolvida separada por área.

As EPS’s para se habilitarem a executar determinadas atividades

têm que atender aos requisitos de segurança exigidos pela BBN que muitas

vezes transcendem aos exigidos pela legislação brasileira, buscando uma

maior proteção dos funcionários. Um exemplo é a exigência de uso do cinto de

segurança com duplo talabarte para garantir que em nenhum momento o

operário que estiver realizando atividade em altura fique desamarrado, sendo

que a legislação solicita a utilização de cinto de segurança, mais não exige este

modelo. Outro exemplo é a exigência do capacete com cinta jugular para evitar

que durante a execução de atividades em altura o trabalhador deixe o capacete

cair. A utilização freqüente de bota com biqueira e palmilha de aço em todas as

instalações de produção, permite maior proteção dos membros inferiores

contra lesões perfurantes e possíveis esmagamento deste membro.

Além dos aspectos técnicos específicos de segurança, a BBN

exige das contratadas (EPS’s) regularidades no pagamento de salários, dos

impostos, 13º salário, férias e solicita que todas as EPS’s enviem até o dia 10

de cada mês os comprovantes destes pagamentos.

As Empresas devem ainda apresentar o PPRA e PCMSO

atualizado, e na contratação deve comprovar toda documentação de registro

do funcionário, o atestado do médico do trabalho emitido após realização do

Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) e deve encaminhar o funcionário para

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48

treinamento introdutório realizado pelos profissionais do Serviço Especializado

em Saúde e Medicina do Trabalho da BBN.

3.3- EMPRESAS ANALISADAS

3.3.1 - Caracterização da EPS’s do Sub-Setor de Montagem Industrial

3.3.1.1 - Empresa “A”

A Empresa “A” foi fundada há 37 anos e atuava inicialmente no

setor de construções metálicas, sendo a sua atividade voltada principalmente

para a implantação dos pólos petrolíferos, na Região de Produção do

Recôncavo da Bahia na Petrobrás e, posteriormente, para as indústrias do

Centro Industrial de Aratu, culminando mais adiante com a implantação do

COPEC - Complexo Petroquímico de Camaçarí.

Desde 1980 atua em todo território nacional em obras

residenciais, comerciais, industriais e em obras “especiais” como restauração e

recuperação de estruturas..

Na obra da BBN esta empresa tem cerca de 130 operários e está

responsável pela execução e montagem do galpão industrial (Figura 11), em

estrutura pré-moldado, fundações profundas em estacas de concreto,

fechamento em alvenaria de vedação, cobertura com telhas de concreto,

atividades de escavação para galeria.

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49

Figura. 11 – Placa da Empresa “A”

Todos os funcionários têm vínculo empregatício. Para ter acesso

ao canteiro de obra da BBN os funcionários passam por um treinamento de

integração na própria BBN. Além destes treinamentos introdutórios, são

realizados treinamentos semanais sobre higiene e segurança no trabalho

ministrado pelo técnico de segurança da própria EPS.

3.3.1.2 - Empresa “B”

A Empresa “B” foi fundada há 4 anos, já com o objetivo de

executar apenas obras de indústrias. Seu principal cliente e parceiro é BBN

onde atua desde o inicio de suas atividades, desenvolvendo atividades de

manutenção e reforma das instalações da FAC (Figura 12).

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50

Figura. 12 – Funcionário da Empresa “B” realizando atividade de reaterro.

Têm atualmente 12 funcionários, todos com vinculo empregatício,

realiza exames médicos admissionais e demissionais, realiza treinamento de

segurança mensalmente com um técnico de segurança.

3.3.1.3 - Empresa “C”

A Empresa “C” foi fundada há seis anos tendo como a principal

atividade a construção civil.

Conta atualmente com 40 funcionários no quadro, sendo que

apenas seis funcionários estão prestando serviços no canteiro da BBN. Este

pequeno número de funcionários atuando na BBN, é justificado por esta EPS

atuar na manutenção e reforma da unidade da FAC (Figura 13), e por causa do

contrato firmado nesta ocasião.

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51

Figura. 13 – Funcionário da Empresa “C” realizando atividade em andaime.

Nesta empresa todos os funcionários são registrados, realizam

exames médicos admissionais e demissionais, realiza treinamento de

segurança no inicio da obra e a cada seis meses.

3.3.2- Caracterização das Empresas do Sub-Setor de Edificações

3.3.2.1 - Empresa “D”

A Empresa “D” firmada há quase 18 anos, criada com o objetivo

de executar obras no ramo da construção civil (Figura 14) teve como principal

cliente, até o ano de 1993 a Prefeitura Municipal de Feira de Santana. Em

1994, já com a necessidade de ampliar o seu campo de atuação, passou a

participar das licitações do Governo do Estado da Bahia, o qual passou a ser o

seu maior cliente até a atualidade.

Atua em diversos municípios do estado da Bahia, sendo a sua

principal atividade as obras públicas como escolas, laboratórios, centro de

saúde, reforma de hospital, etc.

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52

Figura. 14 – Edifício em construção pela Empresa “D”

Tem atualmente 180 funcionários em seu quadro, sendo todos

com vinculo empregatício, realiza exames médicos admissionais, realiza

treinamento de segurança apenas no inicio de obra.

3.3.2.2 - Empresa “E”

A Empresa “E”, firmada há 03 anos, criada com o objetivo de

executar obras no ramo da construção civil de pequenas reformas e

construções residenciais (Figura 15), teve como principal cliente pessoas

físicas, mais tarde passando a executar também obras comerciais e industriais,

sendo hoje o seu principal cliente a Yazaki Autoparts do Brasil.

Atua basicamente no município de Feira de Santana e Salvador,

sendo a principal atividade as obras residenciais, comerciais e industriais.

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53

Figura. 15 – Funcionário da Empresa “E” realizando atividade de concretagem.

Tem atualmente 16 funcionários fixos, sendo todos com vinculo

empregatício, realiza exames médicos admissionais, realiza treinamento de

segurança apenas no inicio de obra.

3.3.2.3 - Empresa “F”

A Empresa “F”, fundada há 11anos, segue padrões de qualidade

exigidos pelo mercado e busca sempre a melhoria contínua. Atua em obras

industriais, edificações comerciais (Figura 16) e incorporações imobiliárias.

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54

Figura. 16 – Funcionário da Empresa “F” realizando atividade em andaime.

Tem atualmente cerca de 120 funcionários todos com vinculo

empregatício e realiza exames médicos admissionais e demissionais, realiza

treinamento de segurança apenas no início de obra.

3.3.2.4 - Empresa “G”

A Empresa “G”, firmada há quase 25 anos, atua no segmento de

Construção Civil, empregando métodos construtivos e administrativos com

elevado padrão a fim de satisfazer clientes, sócios e colaboradores, com um

aprimoramento contínuo da qualidade dos produtos e serviços oferecidos.

Atua principalmente em empreendimentos imobiliários (Figura 17),

tem 240 funcionários todos com vinculo empregatício, realiza exames médicos

admissionais e treinamento de segurança apenas no inicio de obra.

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55

Figura. 17 – Funcionário da Empresa “G” colocando espaçador na armadura de laje.

3.4- PESQUISA DE CAMPO

Para obtenção dos dados apresentados neste trabalho

monográfico, foi aplicado um questionário contendo 15 perguntas (Anexo I) que

identificasse os recursos técnicos/ financeiros disponibilizados pelas empresas

para atender os requisitos técnicos e legais requeridos pela BBN e pelo

mercado imobiliário local.

A seguir apresentam-se as justificativas para elaboração das

perguntas constantes deste questionário.

Questão 1 – Qual o tempo de existência da Empresa?

Refere-se ao tempo de atividade empresarial da empresa

pesquisada, informação que pode intuir o nível e a qualidade da organização

da empresa.

Questão 2 – Qual o n.º atual de funcionários?

Elaborada para verificar e confirmar a quantidade de funcionários

em cada empresa.

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56

Questões 3 e 4 –

Questão 3 – Na contratação de funcionários são requeridos

exames médicos?

Qustão 4 – Na demissão de funcionários são requeridos exames

médicos?

A prática de realizar exame tanto admissional quanto demissional

é muito importante, pois o admissional é realizado antes de o empregado ser

contratado pela empresa, para se estabelecer as condições de saúde do

funcionário neste momento. De forma semelhante o exame demissional é

realizado na saída do trabalhador, e visa documentar as condições de saúde

do funcionário neste momento. É necessário para que futuramente não alegue

que foi demitido com problemas de saúde, causados pelo seu trabalho. Para

verificar esta prática foram propostas as questões 3 e 4.

Questão 5 – A Empresa tem uma gestão de segurança?

Segundo BENITE (2004), no Brasil, os modelos tradicionais de

SST são aplicados na maioria das construtoras para atender essencialmente o

comprimento das normas regulamentadoras do MTE. A questão 5 verifica quais

empresas possuem uma gestão de segurança.

Questão 6 – A Empresa possui PPRA, PCMSO e PCMAT?

Os programas de prevenção de acidente de trabalho e doenças

ocupacionais, obrigatórios foram identificados através desta questão.

Esta questão trata justamente destes programas de prevenção

exigidos pelo MTE.

Questão 7 – Quanto se investe em segurança por ano com

relação ao faturamento da Empresa?

BRUIN (2006) afirma que o acidente de trabalho está ficando

incomensuravelmente custoso para as empresas e menciona que a cada R$

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57

1,00 investido na prevenção de acidentes, se economiza R$ 6,00 nas despesas

com as adversidades que o acidente gera. Nesta afirmativa está um dos fatores

motivadores para este trabalho monográfico e desta forma é que consideramos

a questão 7 a principal desta pesquisa, pois é a que melhor responde ao tema

e os objetivos deste trabalho.

Questão 8 – Em media, quanto é previsto no BDI para

investimento em segurança do trabalho?

Complementando a questão anterior, verificamos na questão 8

qual a porcentagem do BDI prevista no orçamento para investir em segurança

do trabalho, pois este é um custo que não agrega valor ao produto final e fica a

cargo da consciência de cada empregador e da exigência de cada cliente. É

justamente nesse ponto que poderemos verificar a influência de um cliente

presente e com responsabilidade legal sobre os terceirizados conforme o Art.

120 da lei nº 8.213 de 24/07/1991, e um cliente que normalmente só conhece o

produto depois de acabado e não se preocupa com o processo produtivo.

Questão 9 – A compra de EPI é baseado em qual destes

requisitos?

Na questão 9 buscamos quais os requisitos para escolha dos

EPI’s a serem utilizados, pois podemos imaginar inúmeros fatores para definir a

compra de uma mercadoria, então perguntamos, dentre os requisitos marca,

durabilidade e preço, quais têm poder decisivo na compra de EPI’s.

Questões 10, 11 e 12 –

Questão 10 – Qual o valor e marca da bota utilizada na obra?

Questão 11 – Qual o valor e marca do cinto de segurança

utilizada na obra?

Questão 12 – Qual o valor e marca dos óculos de proteção

utilizada na obra?

Estas três questões apresentam os preços e marcas de três EPI’s

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58

solicitados às empresas entrevistadas, que foram respectivamente: bota, cinto

de segurança e óculos de segurança.

O objetivo destas perguntas é comparar os preços destes EPI’s

utilizados nos dois sub-setores, possibilitando inferir a diferença de qualidade

destes EPI’s.

Questões 13 e 14 –

Questão 13 – Com qual freqüência é realizado treinamento de

segurança?

Questão 14 - Quem é responsável pelo treinamento de

segurança?

A NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI), considera

como EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo

trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a

segurança e a saúde no trabalho. E esta mesma norma, no item 6.3, afirma

que as empresas são obrigadas a fornecer EPI’s gratuitamente, adequados aos

riscos e em perfeito estado de conservação e funcionamento. Cabe ainda ao

empregador, segundo o item 6.6.1.d, orientar e treinar o trabalhador sobre o

uso adequado, guarda e conservação. Para verificar a freqüência e a eficácia

destes treinamentos para o atendimento desta norma foram aplicadas as

questões 13 e 14 respectivamente.

Questão 15 – Quantos acidentes ocorreram nos últimos 12

meses?

Encerrando o questionário foi perguntada a quantidade de

acidentes ocorridos nos últimos 12 meses sem afastamento, com afastamento

e fatal, verificando se a diferença de investimento em segurança do trabalho

realmente influencia na ocorrência de acidentes.

3.5- ENTREVISTA COM ENGENHEIROS/ RESPONSÁVEIS

Durante o período de maio até julho do corrente ano realizaram-

se diversas visitas técnicas aos canteiros de obras das empresas “A”, “B”, “C”,

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59

“D”, “E”, “F” e “G” com o objetivo de levantar os dados de interesse desta

monografia e verificar a confiabilidade dos dados obtidos.

As entrevistas das empresas “A”, “B” e “C” foram com os

engenheiros responsáveis pelas atividades de campo. Nas empresas “D”, “E”,

“F” e “G”, a entrevista foi realizada com estagiários de Engenharia Civil.

3.6- DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

Esta etapa do trabalho foi realizada durante as atividades de

campo quando se aplicou o questionário e/ou visitas técnicas para entrevista

dos engenheiros/ responsáveis por estas empresas.

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60

4- ANALÍSE DOS RESULTADOS OBTIDOS

Com base no questionário aplicado nas empresas descritas no

capítulo anterior apresentaremos neste os resultados obtidos e os respectivos

comentários sobre cada uma das questões.

Nos dados das questões 1 e 2 referentes ao tempo de

funcionamento (Figura 18) e quantidade de funcionários (Figura 19) das

empresas pesquisadas, percebemos que as empresas estudadas são bastante

diferentes, quanto ao número de funcionários e em tempo de atividade das

empresas, o que permitiu inferir o nível dos investimentos em segurança em

função do tempo de funcionamento de todas as empresas, pois provavelmente

já passaram pelas experiências de visitas da fiscalização da delegacia regional

do trabalho e até mesmo de sofrer ações trabalhistas. Pois como diz o ditado

popular, “quando não aprendemos pelo amor, aprendemos pela dor”.

0

10

20

30

40

Tem

po

de

Ati

vid

ade

1- Qual o tempo de existência da Empresa?

Empresa "A"

Empresa "B"

Empresa "C"

Empresa "D"

Empresa "E"

Empresa "F"

Empresa "G"

Figura 18 – Tempo de Atividade das Empresas

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61

130

1240

180

16

120

240

0

50

100

150

200

250

de

Fu

nci

on

ário

s

2- Qual o n.º atual de funcionários?

Empresa "A"

Empresa "B"

Empresa "C"

Empresa "D"

Empresa "E"

Empresa "F"

Empresa "G"

Figura 19 – Número de Funcionários das Empresas

Nas figuras 20 e 21 apresentam-se os gráficos referentes às

questões 3 e 4 que tiveram o objetivo de verificar a prática de cada empresa

em realizar exames médicos admissionais e demissionais com os seus

funcionários. Das 7 empresas pesquisadas apenas a empresa “F” não realiza

exames demissionais.

SIM

3- Na contratação de funcionários são requeridos exames médicos?

Empresa "A"

Empresa "B"

Empresa "C"

Empresa "D"

Empresa "E"

Empresa "F"

Empresa "G"

NÃO

Figura 20 – Prática de exames admissionais

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62

SIM

4- Na demissão de funcionários são requeridos exames médicos?

Empresa "A"

Empresa "B"

Empresa "C"

Empresa "D"

Empresa "E"

Empresa "F"

Empresa "G"

NÃO

Figura 21 – Prática de exames Demissionais

A questão 5 verificou a existência de um sistema de gestão de

segurança, onde o resultando obtido foi que, as empresas “A”, “B” e “C” que

são prestadoras de serviço da BBN, independente do tempo de funcionamento

e porte da empresa, todas possuem gestão de segurança. Com relação às

quatro empresas que atuam no sub-setor de edificações, as Empresas “D”, “F”

e “G” que têm mais tempo no mercado e um maior porte possuem gestão de

segurança, apenas a empresa “E”, que é uma empresa menor e que tem

menos tempo de atividade, não possui gestão de segurança (Fig 22).

SIM

5- A Empresa tem uma gestão de segurança?

Empresa "A"

Empresa "B"

Empresa "C"

Empresa "D"

Empresa "E"

Empresa "F"

Empresa "G"

NÃO

Figura 22 – Empresas com Gestão de Segurança

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63

A questão 6 identifica as empresas que realizam programas de

prevenção de acidentes. Observou-se que das três EPS’s que atuam na BBN,

as empresa “A” e “B” tem os três programas exigidos (PPRA, PCMSO e

PCMAT), e a empresa “C” tem apenas o PPRA. Das outras quatro empresas

do sub-setor de edificações, as empresas “D”, “F” e “G” realizam os três

programas, e a empresa “E” não possui nenhum programa de prevenção

exigido pelo MTE. Na Figura 23 retratamos a realidade destas empresas

pesquisadas em relação ao cumprimento da legislação.

SIM

6- A Empresa possui PPRA, PCMSO e PCMAT?

Empresa "A"

Empresa "B"

Empresa "C"

Empresa "D"

Empresa "E"

Empresa "F"

Empresa "G"

NÃO

PPRA PCMSO PCMAT

Figura 23 – Empresas que Possuem PPRA, PCMSO e PCMAT

A questão 7 (Figura 24) identifica a diferença de investimento em

segurança entre os sub-setores de Edificações e Montagem Industrial. Para

este trabalho monográfico esta é a principal pergunta do questionário, pois está

diretamente ligada ao tema e ao objetivo deste trabalho.

Verificou-se que as empresas do sub-setor de montagem

industrial investe um percentual maior do seu faturamento anual, quando

comparado com a do sub-setor de edificações.

A empresa “A”, investe o maior percentual (5%) do faturamento

anual, a empresa “B” investe 3% e a empresa “C” investe 1%. As empresas

“D”, “E” e “F” investem 1% de seu faturamento anual. A empresa “G” é a que

investe um maior percentual (3%), comparando com as outras empresas do

seu sub-setor.

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64

00,5

11,5

22,5

33,5

44,5

5%

do

Fat

ura

men

to In

vest

ido

em

S

egu

ran

ça

7- Quanto se investe em segurança por ano com relação ao faturamento da Empresa?

Empresa "A"

Empresa "B"

Empresa "C"

Empresa "D"

Empresa "E"

Empresa "F"

Empresa "G"

Figura 24 – Investimento em Segurança

Outra pergunta relevante para este trabalho é a questão 8 (Figura

25) onde verificamos o quanto é previsto no BDI dos orçamentos para investir

em segurança do trabalho. As empresas que atuam no canteiro da BBN foram

as que informaram uma maior porcentagem prevista no BDI, onde a empresa

“A” foi a que prevê uma maior porcentagem (5%), a empresa “B” não informou

a porcentagem do BDI, por este custo está diluído no valor mão-de-obra; a

empresa “C” informou que é previsto 2%, mas já está revendo este percentual,

pois está há pouco tempo no canteiro de obras da BBN e ainda está se

adequando as suas normas de segurança.

As empresas do sub-setor de edificações apresentaram os

seguintes valores: empresa “F” prevê 2% e a empresa “G” prevê 3%. As

demais informaram que é previsto 1% do BDI para o item segurança.

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0

1

2

3

4

5%

Pre

vist

o e

m B

DI

8- Em media, quanto é previsto no BDI para investimento em segurança do trabalho?

Empresa "A"Empresa "B"Empresa "C"Empresa "D"Empresa "E"Empresa "F"Empresa "G"

Figura 25 - Previsão de Investimento em Segurança no BDI

A pesquisa de campo realizada verificou ainda os critérios

para compra de EPI’s (Figura 26), onde percebemos que as empresas estudas

não se preocupam com marca, mas com durabilidade e preço, ou seja, o que

chamamos de custo/ beneficio(questão 9).

SIM

9- A compra de EPI é baseado em qual destes requisitos?

Empresa "A"

Empresa "B"

Empresa "C"

Empresa "D"

Empresa "E"

Empresa "F"

Empresa "G"

NÃO

MARCA DURABILIDADE PREÇO

Figura 26 – Critérios para Compra de EPI’s

As questões 10, 11 e 12 apresentam o custo unitário dos EPI’s

estudados (bota, cinto de segurança e óculos de proteção (Figuras 27, 28 e 29

respectivamente)) adquiridos pelas empresas consultadas. As empresas “B” e

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66

“D” não dispunham do preço de um dos itens de segurança pesquisado (cinto

de segurança), pois realizam poucas atividades em altura superior a 2 metros.

05

1015202530354045

Val

or

da

Bo

ta e

m R

$

10- Qual o valor e marca da bota utilizada na obra?

Empresa "A"

Empresa "B"

Empresa "C"

Empresa "D"

Empresa "E"

Empresa "F"

Empresa "G"

Figura 27 – Preços da Bota

0

5

10

15

20

25

30

35

Val

or

do

Cin

to d

e S

egu

ran

ça e

m R

$

11- Qual o valor e marca do cinto de segurança utilizada na obra?

Empresa "A"

Empresa "B"

Empresa "C"

Empresa "D"

Empresa "E"

Empresa "F"

Empresa "G"

Figura 28 – Preços do Cinto de Segurança

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67

3,7

3,8

3,9

4

4,1

4,2

4,3

4,4

4,5

Val

or

do

Ócu

los

de

Pro

teçã

o e

m R

$

12- Qual o valor e marca do óculos de proteção utilizada na obra?

Empresa "A"

Empresa "B"

Empresa "C"

Empresa "D"

Empresa "E"

Empresa "F"

Empresa "G"

Figura 29 – Preços do Óculos de Proteção

As questões 13 e 14 referem-se a outro ponto importante para a

segurança do trabalho, que é a freqüência de treinamento de segurança e a

qualificação profissional do instrutor.

A empresa “A” foi a que melhor exemplificou o item treinamento

em segurança, pois realiza atividades semanais com um técnico em segurança

do trabalho. A empresa “B” realiza treinamento mensal com um técnico de

segurança. A empresa “C” realiza treinamento semestralmente e em inicio de

obra, uma prática que deve mudar devido às exigências da BBN. As empresas

“D”, “E” e “F” realizam treinamentos apenas no início de cada obra e a empresa

“G” realiza treinamento mensal (Figura. 30).

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SIM

13- Com qual freqüência é realizado treinamento de segurança?

Empresa "A"

Empresa "B"

Empresa "C"

Empresa "D"

Empresa "E"

Empresa "F"

Empresa "G"

NÃO

SEMANAL MENSAL SEMESTRAL ÍNICIO DE OBRA

Figura 30 – Freqüência de Treinamento em Segurança

A figura 31 apresenta a qualificação dos profissionais

responsáveis pelo treinamento em segurança, onde foi levantado que todas as

empresas do sub-setor de montagem industrial possuem um profissional

qualificado responsável pelo treinado em segurança do trabalho. Enquanto as

empresas do sub-setor de edificações apenas as empresa “D” e “F” possuem

um profissional qualificado. Na empresa “E”, o treinamento é realizado pelo

proprietário da empresa, que não possui conhecimento técnico . Na empresa

“G”, o treinamento é realizado por um estagiário de Engenharia Civil

acompanhado por um técnico de segurança do SESI com a qual tem convenio

firmado.

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69

SIM

14- Quem é responsável pelo treinamento de segurança?

Empresa "A"

Empresa "B"

Empresa "C"

Empresa "D"

Empresa "E"

Empresa "F"

Empresa "G"

NÃO

Profissional de Seg. Outros

Figura 31 – Responsável pelo Treinamento em Segurança

A questão 15 revelou um dado impressionante, pois das sete

empresas consultadas, somente as Empresas “A” e “G” registram os acidentes

sem afastamento, as demais empresas responderam que não fazem o controle

de acidentes sem afastamento e informaram apenas quantidade de acidentes

com afastamento e fatal (Figura 32). Esta questão nos faz refletir sobre a

eficiência da gestão de segurança destas empresas, pois das sete empresas

consultadas apenas a empresa “E” não possui gestão de segurança, então

porque não faz o controle dos acidentes sem afastamento?

00,5

11,5

22,5

33,5

44,5

5

de

Aci

den

tes

15- Quantos acidentes ocorreram nos últimos 12 meses?

Empresa "A"

Empresa "B"

Empresa "C"

Empresa "D"

Empresa "E"

Empresa "F"

Empresa "G"

S/ AFAST. C/ AFAST. FATAL

Figura 32 – Registro de Acidentes

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70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ANDRADE, R. S., BASTOS, A.B. Qualificação entre empregados da

construção civil - uma avaliação, pelos empregados, de uma

experiência organizacional, 1999. Disponível em:

<http://www.ufba.br/conpsi/conpsi1999/P183.html> Acesso em :

20/08/2006.

2. AQUINO. José Damásio. Considerações Críticas Sobre a

Metodologia de Coleta e Obtenção de Dados de Acidentes do

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3. ARAÚJO, Nelma Mirian Chagas. Custos da Implantação do PCMAT

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4. ASSUNÇÃO, Ana Maria Farhá. Requisitos de Segurança No Trabalho

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5. BALERA, Wagner. Acidentes de trabalho - Quem tem de arcar com

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7. BENITE, Anderson Glauco. Sistema de Gestão da Segurança e Saúde

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11. Boletim Eletrônico – ano IV – n. 79 de 05 julho 2006. Disponível em:

<http://www.fundacaobelgo.org.br/ArquivosUpload/Boletim%2079%20-

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12. Boletim Eletrônico – ano II – n. 36 de 21 de outubro de2004. Disponível

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13. BRASIL, MPAS/MTE. Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho

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16. CATEP Arquitetura e Publicidade S/C Ltda. Disponível em:

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17.

18. DIAS, Paulo Roberto Vilela. Definição de BDI. Orientação Técnica Nº

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19. FRANÇA, Sergio Tranzillo. Análise Crítica das Estatísticas de

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20. GIFALLI, Francisco de Paula V. F. As Alterações Territoriais e Espaciais

Provocadas Pela Mineradora do Grupo Belgo Mineira no Município de

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21. IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 2000.

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23. PASTORE, José. O Custo dos Acidentes de Trabalho. Artigo

Publicado no Jornal da Tarde 21/03/2001. Disponível em

<http://www.josepastore.com.br/artigos/relacoestrabalhistas/134.htm>

acessado em 15/04/2007.

24. MELO, Maria Bernadete Fernandes Vieira. Influência Da Cultura

Organizacional No Sistema De Gestão Da Segurança E Saúde No

Trabalho Em Empresas Construtoras. Tese (Doutorado em

Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina,

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25. MENDES, René e DIAS, Elizabeth Costa. Da Medicina do Trabalho à

Saúde do Trabalhador. Artigo de Revisão. Universidade Federal de

Minas Gerais, Minas Gerais, 1991. Disponível em <

http://www.scielo.br/pdf/rsp/v25n5/03.pdf>, acessado em 21/04/2007.

26. MOURA, Danielle Costa. Mudança na estrutura organizacional do

processo de projeto para alavancagem em construção de

edificações: um estudo multi-caso em pequenas empresas.

Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Santa Catarina,

Florianópolis-SC, 1998. Disponível em

<http://www.eps.ufsc.br/disserta98/danielle> acessado em 07/03/2007.

27. NOGUEIRA, Diogo Pupo. Histórico. Curso de Engenharia do Trabalho

FUNDACENTRO, v. I, p. 9, São Paulo, SP, 1981.

28. PIMENTA, Luiz Carlos Pacheco. Gerenciamento de Programas de

Auditorias Visando a Certificação de Sistema de Gestão Integrada

(SGI) – Um Estudo Sobre a Aplicação da Norma ISO 19011:2002.

Dissertação de mestrado. Universidade Federal Fluminense, Niterói-RJ,

2004.

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29. PONTES, Carlos Alberto Castor. A Questão Acidentária na Indústria

da Construção do Brasil: Diagnostico e perspectivas. Revista

Qualidade na Construção, nº. 15 Ano II, 1999.

30. Salerno VL 1998. Considerações sobre a terceirização e as

possíveis implicações nos riscos de acidentes de trabalho fatais:

estudo da região de Campinas no período de 1990 a 1995.

Dissertação de mestrado. Faculdade de Saúde Pública, São Paulo.

31. SALIBA, Tuffi Messi. Curso Básico de Segurança e Higiene

Ocupacional. Editora LTr, São Paulo, 2004.

32. SANTANA, Vilma Sousa... [et al.]. Acidentes de Trabalho: Custos

previdenciários e dias de trabalho perdidos. Rev. Saúde Publica.

Bahia, 2006.

33. SANTOS, Aguinaldo... [et al.]. Método de intervenção para redução de

perdas na construção civil: manual de utilização. Porto Alegre:

SEBRAE, 1996.

34. Waldvogel BC 2002. Acidentes do trabalho: os casos fatais e a

questão da identificação e da mensuração. Belo Horizonte: Segrac,

2002. (Coleção Prodat Estudos e Análises v.1, n.1, mar. 2002).

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ANEXOS

ANEXO I

(Questionário de Avaliação)

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UNIVERSIDADE ESTAUDAL DE FEIRA DE SANTANA

AUTORIZADA PELO DECRETO FEDERAL N.º 77.496 DE 27.04.1976. Reconhecida pela Portaria Ministerial n.º 874 / 86 de 19.12.86.

QUESTIONÁRIO PARA TRABALHO DE FINAL DE CURSO

TEMA: O INVESTIMENTO EM SEGURANÇA NAS EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇO DO SUB-SETOR DE MONTAGEM INDUSTRIAL E EDIFICAÇÕES:

ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE ARAMES TREFILADOS.

EMPRESA: ______

1. Qual o tempo de existência da Empresa? R. _____________________

2. Qual o n.º atual de funcionários? R._________________________

3. Na contratação de funcionários são requeridos exames médicos?

Sim Não

4. Na demissão de funcionários são requeridos exames médicos?

Sim Não

5. A Empresa tem uma gestão de segurança?

Sim Não

6. A Empresa possui PPRA, PCMSO e PCMAT?

Sim Não. Qual_________________________

7. Quanto se investe em segurança por ano com relação ao faturamento da

Empresa?

1 % 3% 5%

2 % 4% 6%

8. Em media, quanto é previsto no BDI para investimento em segurança do

trabalho?

1 % 3% 5%

2 % 4% 6%

9. A compra de EPI é baseado em qual destes requisitos?

a marca a durabilidade o preço

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10. Qual o valor e marca da bota utilizada na obra?

R $______________

11. Qual o valor e marca do cinto de segurança utilizada na obra?

R $______________

12. Qual o valor e marca do óculos de proteção utilizada na obra?

R $______________

13. Com qual freqüência é realizado treinamento de segurança?

Semanal Mensal Outro___________________

14. Quem é responsável pelo treinamento de segurança?

___________________________________________________________________

15. Quantos acidentes ocorreram nos últimos 12 meses?

Sem afastamento Com afastamento Fatal

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ANEXO II

(EPI’s Requeridos Pela BBN)

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Figura 31 – Talabarte Duplo Figura 32 – Cinto de Segurança Paraquedista

Figura 33 – Bota com Biqueira e Palmilha de Aço Figura 34 – Capacete com Cinta Jugular

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ANEXO III

(Formulário de Controle de Freqüência da Reunião de Segurança)

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ANEXO IV

(Formulário de Registro de Quase Acidente)

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ANEXO V

(Formulário de Permissão de Trabalho)

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ANEXO VI

(Formulário de Liberação Para Uso de Andaime)

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ANEXO VII

(Formulário de Liberação Para Uso da Plataforma Móvel)

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