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Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NAS AULAS DE NATAÇÃO PARA CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN Isabela Pierotti LONDRINA PARANÁ 2011

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Page 1: Universidade Estadual de Londrina · e minha pequenez, eu reconheço que minha história é nada sem o teu amor...” Em Teu Altar – Walmir Alencar . iv PIEROTTI, Isabela. Intervenção

Universidade

Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NAS AULAS DE NATAÇÃO PARA CRIANÇAS

COM SÍNDROME DE DOWN

Isabela Pierotti

LONDRINA – PARANÁ

2011

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DEDICATÓRIA

A Deus, pela paciência e bondade comigo...

Aos meus pais, companheiros em todas as horas,

por todo o apoio na realização deste trabalho...

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Prof. Dr. Ernani Xavier Filho, braço amigo de todas as etapas

deste trabalho.

À minha família, pela confiança e motivação.

Aos amigos e colegas, pela força e pela vibração nesta jornada.

Aos professores e colegas de curso, pela caminhada conjunta nesta etapa

importante de nossas vidas.

Aos profissionais entrevistados, pelas informações valiosas para a realização deste

estudo.

A todos os demais, pela sua valiosa colaboração neste trabalho.

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EPÍGRAFE

“O teu olhar me acompanha

e sabes quem sou.

Ao enxergar tua grandeza

e minha pequenez,

eu reconheço que minha história é nada

sem o teu amor...”

Em Teu Altar – Walmir Alencar

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iv

PIEROTTI, Isabela. Intervenção do profissional de Educação Física nas aulas de natação para crianças com síndrome de Down. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2011.

RESUMO

A natação, por ofertar a possibilidade de movimentos autônomos e auxiliar na

qualidade de vida, é um esporte que vem sendo procurado por pessoas com

deficiência. O presente estudo tem por objetivo analisar a intervenção do profissional

de educação física nas aulas de natação para crianças com síndrome de Down.

Participaram do estudo professores de educação física de escolas de natação,

clubes e instituições especiais das cidades de Londrina, Ibiporã, Cambé e Rolândia,

e também professores de natação das APAEs destas cidades. Foi respondido um

questionário pelos profissionais que participaram do estudo, após terem assinado o

termo de consentimento livre e esclarecido. A interpretação e análise dos dados foi

realizada por meio de recurso descritivo. Dentre as escolas e instituições

pesquisadas, as instituições especiais apresentam-se melhor preparadas para

receber os alunos, pela estrutura física do local de trabalho e pelo esforço de colocar

em prática as preconizações da literatura especializada. A literatura, embora não

apresente um método específico de ensino para o aluno, porém conhece a síndrome

de Down e estimula ações de melhora da inserção do aluno na sociedade.

Palavras-chave: Natação; Intervenção; Síndrome de Down; Profissional de

Educação Física.

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v

ABSTRACT

Swimming, by offering the possibility of autonomous movements and assisting in the

quality of life, is a sport that is increasingly sought by people with disabilities. This

study aimed at examining the involvement of the PE swimming professional with

children with Down syndrome. Participants have included PE teachers as well as

swimming instructors from schools and APAEs (Association of Parents and Friends

of People with Disabilities) located in the following cities: Londrina, Ibiporã, Cambé

and Rolândia. A questionnaire has been applied which the participating professionals

have filled out, after signing a consent form. The interpretation and analysis has

followed a descriptive model. Among the researched schools and institutions, the so

called “special institutions” are better equipped to help the students in view of the

physical structures that they provide as well as their effort in putting into practice the

findings of the literature. Although several teaching methods can be found in the

specialized literature related to Down syndrome, the literature itself is mindful of the

special needs of the students and serves as a stimulus for actions that aim at

improving their insertion in society at large.

Key-words: Swimming; Intervention; Down syndrome; Physical Education

Professional.

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SUMÁRIO

RESUMO iv

ABSTRACT v

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 01

1.1 Objetivos.................................................................................................... 03

1.1.1 Objetivos Gerais......................................................................................... 03

1.1.2 Objetivos Específicos................................................................................. 03

2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 04

2.1 Educação Física Adaptada........................................................................ 04

2.2 Natação Adaptada..................................................................................... 06

2.3 Síndrome de Down................................................................................... 08

2.3.1 Recomendações gerais na natação para crianças com síndrome de

Down ....................................................................................................... 09

3 MÉTODOS................................................................................................ 13

3.1 Caracterização do Estudo......................................................................... 13

3.2 População e Amostra................................................................................ 13

3.3 Local......................................................................................................... 13

3.4 Instrumentos/ Equipamentos e Tarefa...................................................... 13

3.5 Coleta de Dados....................................................................................... 14

3.6 Análise dos Dados.................................................................................... 14

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS......................... 15

5 CONCLUSÃO............................................................................................ 21

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REFERÊNCIAS......................................................................................... 22

ANEXO A.................................................................................................. 25

ANEXO B................................................................................................... 26

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1 INTRODUÇÃO

A água é o elemento mais importante do nosso planeta. Há pessoas que

dizem até que nós vivemos no planeta água e não no planeta Terra. De fato, 70% do

nosso corpo é água e dois terços do planeta são cobertos por água.

Indispensável para a nossa sobrevivência, a água pode também ser cura para

doenças e pode, ainda, melhorar o nosso condicionamento físico. Inúmeras opções

de movimentos realizados dentro da água levaram o homem a se adaptar a este

ambiente e às diferentes maneiras de locomoção no meio líquido, que denominamos

“natação”.

A natação surgiu há muito tempo. Provavelmente, ao mesmo tempo em que o

homem baseava a sua sobrevivência na caça, a pesca levava-o a interagir com o

meio líquido, porém, ainda é difícil determinar o início deste processo. Segundo

relatos, o documento mais antigo que pode comprovar o início da natação é um selo

de barro encontrado no Egito, datado entre 9.000 e 4.000 a.C. Para Platão, “cidadão

educado era aquele que sabia ler e nadar” (DAMASCENO, 1997).

A natação, para os romanos, era utilizada nas operações militares, na

preparação dos soldados para as batalhas e como meio de locomoção nos

treinamentos. Após a queda do Império Romano, a natação diminuiu de

importância, pois acreditava-se que a água proliferava epidemias e que o corpo não

devia ser exposto; havia conceitos tanto culturais como religiosos que não

permitiam tal exposição (JUNIOR; PEREIRA; WASSAL, 2002). Esse declínio da

natação atrasou o seu desenvolvimento até o período renascentista, quando estas

visões começaram a mudar.

Registros da Idade Média atestam que as piscinas públicas e/ou privadas

eram utilizadas para banhos termais, praticando-se a natação ou simplesmente a

imersão corporal (CATTEAU; GAROFF, 1990), fatos que podiam ser motivados

pelos benefícios que a água proporciona à saúde, na recuperação de doenças

ortopédicas, reumáticas, pulmonares, e até mesmo cardíacas, entre outras.

No fim do século XVIII, Luiz XVI, rei da França, deu um grande impulso à

natação quando organizou o regulamento da modalidade. Após este grande

avanço, foram publicados na Suécia, Alemanha e Inglaterra os primeiros trabalhos

sobre a natação.

Nos tempos modernos, a prática da natação tornou-se atividade aquática

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explorada/praticada com diferentes objetivos. Como em toda área, na educação

física, o profissional necessita de instrumentos validados e testados, que a literatura

recomenda, para uma melhor intervenção de sua especialidade. Com tantos estudos

e recomendações, tem sido aplicada essa prática em muitas populações e dentre

elas, a população com síndrome de Down.

A síndrome de Down é definida como uma alteração na divisão cromossômica

usual. Ao invés de ser duplicado o material genético do cromossomo 21, ele é

triplicado. Geralmente, esta modificação interfere no desenvolvimento global da

criança, atingindo aspectos físicos, motores, cognitivos e emocionais do seu ser

(BISSOTO, 2005).

Quando se fala em prática esportiva, alguns autores afirmam que a natação

pode trazer vários benefícios para crianças com deficiência (BURKHARD;

ESCOBAR, 1988). Dizem, também, que a natação auxilia a orientação espacial, a

coordenação dinâmica geral visual e motora, a percepção temporal, o equilíbrio

estático e dinâmico, além de proporcionar um aumento da resistência

cardiovasculorrespiratória e fortale‟cer os músculos para uma boa postura estática e

dinâmica.

Em vista dessas considerações, pode-se afirmar que quando o profissional

baseia seu trabalho nas recomendações literárias que comprovam a eficiência da

natação para a pessoa com síndrome de Down, como avanços no desenvolvimento

físico e motor, o trabalho pode ser cada vez mais eficaz, e a procura desse tipo de

população pelos educadores físicos (professores de natação) pode aumentar.

Há a necessidade de se verificar se existe coerência entre os aspectos

teóricos e práticos na natação, sendo os aspectos teóricos o que a literatura

recomenda e os aspectos práticos o que é realizado durante as aulas de natação

para crianças com síndrome de Down.

Levando em conta as opiniões de vários autores relativas à Educação Física

Adaptada e a importância da natação para pessoas com síndrome de Down, o

estudo baseou-se na literatura para constatar o quanto o profissional utiliza-se dela

como seu instrumento de trabalho para obter, como resultado de seu trabalho, o

desenvolvimento físico e motor das crianças com síndrome de Down. Isto é o que a

literatura aponta; além disto, há a necessidade da inclusão social, cada vez mais

presente e veiculada pela mídia, para que o preconceito, de alguma forma, seja

reduzido.

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1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Analisar a intervenção do profissional de educação física nas aulas de

natação para crianças com síndrome de Down.

1.1.2 Objetivos específicos

Analisar dentro das instituições pesquisadas como são as aulas, os métodos

utilizados durante as aulas.

Comparar os dados encontrados dentros das instituições pesquisadas.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Educação Física Adaptada

Na Educação Física, há várias subdisciplinas que especificam

frequentemente suas abordagens, conteúdos teóricos e estratégias de ação

profissional e pedagógica em função de grupos ou indivíduos e suas

necessidades/objetivos. Identificada internacionalmente por profissionais e

pesquisadores, a atividade física adaptada é o campo relacionado aos trabalhos

que promovem a saúde e um estilo de vida ativo, sendo a área que reabilita funções

deficientes e torna mais fácil a inclusão do indivíduo na sociedade como um todo

(SHERRILL, 1997).

A atividade física adaptada é definida como corpo de conhecimentos

interdisciplinares direcionados à identificação e solução de problemas psicomotores

ao longo do período vital. Tais problemas podem ter sido originados dentro de cada

indivíduo ou no ambiente, fatores que só são visíveis quando as tarefas não são

satisfatórias devido a limitações ou atrasos nas funções adaptativas (SHERRILL,

1997).

Entre os objetivos da atividade física adaptada estão inteirar e adaptar

fundamentos teórico-práticos de diferentes matérias de estudo da motricidade

humana e das várias áreas da saúde, e a educação em programas diversificados

educacionais e de reabilitação destinados a indivíduos de todas as faixas etárias.

Estes programas devem ser ofertados em ambientes minimamente restritivos, de

preferência dentro do sistema de ensino regular (SHERRILL, 1997).

A atividade física adaptada não deve rotular os indivíduos como deficientes ou

não deficientes, ela deve verificar as diferenças individuais relacionadas aos

problemas no domínio psicomotor e não deixar que essas diferenças definam

negativamente a identidade da pessoa (SHERRILL, 1997). Sendo assim, a atividade

física adaptada deve oferecer serviços direcionados às necessidades e

potencialidades desses indivíduos. Na atividade física adaptada deve sempre ser

utilizada a palavra “todos”, como, por exemplo: “todos podem aprender, todos podem

fazer, todos têm direito, todos podem se beneficiar”.

O desenvolvimento do esporte para pessoas com deficiência física, no Brasil,

é datado a partir de 1958, com a fundação do Clube dos Paraplégicos, em São

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Paulo, e do Clube do Otimismo, no Rio de Janeiro. Pessoas com deficiência, tanto

física, como motora, sempre existiram. Antigamente, havia lugares específicos para

a frequência dessa população. Com o passar dos anos, essas pessoas passaram a

frequentar lugares, como escolas e locais de trabalho, junto com pessoas não

deficientes.

Apesar de sua antiguidade, a educação física passou a se preocupar com a

atividade física adaptada aproximadamente no final dos anos de 1950, tendo o

médico como o promotor e o supervisor inicial da sua prática. Os programas tinham

o objetivo de prevenir doenças, utilizando-se de exercícios preventivos e de

correção. Historiadores e arqueólogos concordam que os primeiros a criarem esses

tipos de programas foram os chineses (DANIEL et al., 1985; COSTA; SOUSA,

2004; PEDRINELLI, 1994).

Pode-se dizer que a expressão “educação física adaptada” surgiu em 1950,

porém foi somente definida em 1985, quando se criou a Associação para o

Desenvolvimento da Educação Física, nos Estados Unidos. Esta associação era

formada e dirigida, em sua maioria, por médicos, tornando-se mais tarde a

American Alliance for Health Physical Education, Recreation and Dance

(AAHPERD) (MAUERBERG-DE CASTRO, 2005; COSTA; SOUSA, 2004).

Como a história da educação física foi marcada pela ideia do corpo perfeito,

bonito e saudável, a educação física adaptada surgiu para atender a demanda de

profissionais para trabalhar com corpos imperfeitos, “sem rendimento” (COSTA;

SOUSA, 2004). No entanto, atualmente, a educação física adaptada visa a

intervenção do profissional que trabalha com pessoas com diferentes condições e

peculiaridades para a prática de atividades físicas, incluindo aspectos como:

seperação, proteção, emancipação, integração e inclusão (MARQUES; CASTRO;

SILVA, 2001). Surgiu, também, o esporte adaptado, com um objetivo de

reabilitação, além de um objetivo preventivo e corretivo. Originou-se, assim, a

possibilidade da eficiência da pessoa com deficiência.

Além das datas que já foram citadas acima, outras podem ser consideradas

como marco para a atividade física adaptada, nacional e internacionalmente: 1973 –

fundação da Federação de Atividade Física Adaptada no Canadá; 1981 –

designado pelas Nações Unidas como o Ano Internacional do Deficiente; 1984 –

criação da Revista Científica Adapted Physical Quarterly (APAQ); 1960 – realização

da primeira edição dos Jogos Paraolímpicos em Roma; 1968 – Special Olympics.

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Datas nacionais: 1987 – publicação do Currículo Mínimo de Educação Física (início

da formação profissional em atividade física adaptada); 1986 – início do Simpósio

Paulista de Educação Física Adaptada e organização do Congresso Brasileiro de

Atividade Motora Adaptada; 1989 – criação da Lei Federal nº 7853 sobre os direitos

das pessoas com deficiência, que deu instruções sobre o apoio para a integração

social; 1994 – fundação da Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada

(SOBAMA); 1996 – inauguração do primeiro volume de sua revista anual pelo

Sobama (MAUERBERG-DE CASTRO, 2005).

Dentre as citadas acima, uma data importante a destacar é a Special

Olympics, que abrange pessoas com diferentes capacidades intelectuais. Os

primeiros jogos internacionais aconteceram em Chicago, EUA, em 1968. A Special

Olympics não tem fins lucrativos; por meio de competições e treinamento esportivo,

procura melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência intelectual e a

atuação das pessoas envolvidas com elas. Algumas das modalidades da Special

Olympics são: tênis de mesa, tênis de campo, natação, basquetebol e ginástica

rítmica (SPECIAL OLYMPICS, 2011).

2.2 Natação Adaptada

Para indivíduos com algum tipo de deficiência, a natação é um dos esportes

mais convenientes, por apresentar benefícios como melhora da coordenação,

condicionamento aeróbio; reduz a espasticidade, causa menos fadiga, auxilia na

reabilitação. Tem uma importância terapêutica e social e é divertida (NATAÇÃO

ADAPTADA - PARAESPORTE, 2008).

Uma atividade na água para crianças, principalmente, deve ser divertida;

geralmente, as primeiras impressões são as que ganham os alunos, seja no

vestiário, no comentário ou atitude de algum colega, pela maneira como o professor

se expressa, ou simplesmente pela maneira como a criança é tratada, pela

paciência e pelo carinho recebidos (ASSOCIATION OF SWIMMING THERAPY,

2000).

As ações que antecedem a aula é que podem gerar confiança na criança. A

confiança é muito importante para que haja progresso e para que o aluno/criança

retorne à aula. A conversa entre o professor e o aluno e entre os alunos faz com

que as tensões diminuam e desviem a atenção em relação às preocupações e

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outros afazeres, permitindo que o aluno relaxe e consiga melhor flutuabilidade

(ASSOCIATION OF SWIMMING THERAPY, 2000).

Quando o aluno está nervoso, é necessário que o professor o ajude a

reconhecer suas capacidades para realizar as tarefas e ensine as habilidades que

serão necessárias para o aluno sentir segurança. O instrutor deve ajudá-lo a

acreditar que o apoio proporcionado pela água é seguro, transmitindo confiança

para o aluno. Até que cada nadador esteja seguro e independente na água, é

função do professor ficar o tempo todo com o aluno (ASSOCIATION OF

SWIMMING THERAPY, 2000).

O professor deve possuir essas noções básicas para poder ministrar uma

aula, não apenas para pessoas com deficiência, mas de um modo geral. Para que o

professor possa fornecer um serviço de qualidade para um grupo de crianças com

síndrome de Down, por exemplo, ele precisa não apenas conhecer os aspectos

anatômicos e a natação, mas também a deficiência, tanto nos aspectos físicos

como nos emocionais (ASSOCIATION OF SWIMMING THERAPY, 2000).

O profissional de educação física adaptada não é somente uma referência

técnica para o aluno; é também uma companhia na aprendizagem. Especificamente

falando do profissional de educação física em relação a crianças com síndrome de

Down, nota-se a importância da estimulação, tanto para o movimento como também

o raciocínio das crianças (SILVA, 1996).

A estimulação abrange atividades que fortificam e enriquecem o

desenvolvimento físico, intelectual e social da criança (SILVA, 1996). Portanto, o

profissional de Educação Física deve trabalhar essa estimulação essencial,

permitindo aos alunos aprenderem novos conhecimentos para que melhorem seu

desempenho nos movimentos. Essa habilidade é útil na sua vida diária e no

relacionamento com outras pessoas (ORNELAS; SOUZA, 2001).

A sociedade, muitas vezes, tem uma visão preconceituosa em relação às

pessoas que apresentam algum tipo de deficiência. A exclusão dessas pessoas da

prática tanto de atividades físicas como de esportes, por qualquer motivo, pode

ocasionar a queda da sua aptidão física, a diminuição da eficácia dos movimentos

ou até mesmo o atraso no desenvolvimento de suas habilidades motoras

(NATAÇÃO ADAPTADA, 2008; GREGUOL, 2010).

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2.3 Síndrome de Down

Algumas anormalidades cromossômicas, que são causadas na separação

dos cromossomos durante a divisão celular no embrião, resultam na não

sobrevivência do feto. Quando algumas dessas células possuem apenas o material

cromossômico anormal, os sinais clínicos podem ser mais flexíveis. A ausência de

um autossoma (monossomia) é rara. A anormalidade autossômica mais comum é a

trissomia 21, também conhecida como síndrome de Down, identificada por John

Langdon Down (MAUERBERG-DE CASTRO, 2005; DOWN, 1886).

As 46 estruturas resultantes da divisão celular, presentes no núcleo da

maioria das células humanas, são chamadas de cromossomos. Pessoas com

síndrome de Down apresentam deficiência intelectual, que vai de leve e moderada a

severa. São características da pessoa com síndrome de Down, variando de pessoa

para pessoa (algumas pessoas podem ter poucas características, outras podem

apresentar todas elas): estatura mais baixa, pele rapidamente amarelada, nariz

achatado, microcefalia, pele flácida na nuca (visível na fase fetal), língua grande,

dentre outras. Além de apresentarem deficiência intelectual variável, podem ocorrer

outros problemas de saúde em pessoas com síndrome de Down, como cardiopatia

congênita (40%); hipotonia (100%); problemas de audição (50 a 70%) e de visão

(15 a 50%); alterações na coluna cervical (1 a 10%); distúrbios da tireoide (15%);

problemas neurológicos (5 a 10%); obesidade e envelhecimento precoce (COOLEY;

GRAHAM, 1991).

O que se sabe é que a síndrome de Down, causada por um erro genético,

tem uma incidência maior quando a idade da mãe também é maior (EDITORIAL

MÉDICO, 2009). A síndrome de Down é diagnosticada pelo médico, que o faz por

meio de exames citogenéticos. Não existe um tratamento específico para a

síndrome de Down; são tomadas medidas que tratam os problemas à medida em

surgem. Pode-se incentivar estímulos precoces e inclusão, não apenas no âmbito

da família, mas em todos os locais que o indivíduo com a síndrome frequenta. Além

de locais específicos, como hospitais e clínicas de psicólogos, deve-se estender

esses incentivos aos mesmos locais que pessoas não portadoras da síndrome

frequentam.

Quando um indivíduo com síndrome de Down tem a oportunidade de realizar

e mostrar suas capacidades, ele ou ela apresenta um desempenho cada vez mais

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importante e considerável (SAAD, 2003). É de extrema relevância a maneira como

pais, familiares e amigos tratarão a pessoa com síndrome de Down. Muitas vezes, o

modo como a pessoa é tratada acaba afetando-a gravemente, impedindo que ela ,

desenvolva capacidades que poderia realizar com facilidade. Esse bloqueio é

causado pelo preconceito, que pode ser iniciado dentro de casa ou influenciado

pela mídia.

O ambiente que cerca a criança com deficiência é de extrema importância,

não somente dentro de casa, mas também nos lugares que ela frequenta, como

escola, locais públicos como shoppings, jardins, praças, dentre outros. O ambiente

apresenta aspectos necessários para o desenvolvimento da criança. A possibilidade

de ocorrer um fracasso pode influenciar no desenvolvimento do indivíduo (SILVA;

DESSEN, 2002). Podemos concluir, portanto, que uma sociedade cada vez mais

informada e com conhecimento amplo de cada deficiência e suas características

contribui para o desenvolvimento de cada indivíduo, ou, pelo menos, não influencia

negativamente no seu desempenho.

2.3.1 Recomendações gerais na natação para crianças com síndrome de Down

Alguns princípios, como desenvolvimento, segurança, prazer, socialização,

coerência funcional e ecológica, devem ser respeitados pelo profissional na

preparação de uma aula de atividade física adaptada. Para que o profissional possa

realizar um trabalho com maior eficiência e qualidade, o seu foco deve ser promover

a evolução e a manutenção das habilidades adaptativas do aluno.

Os esforços dos profissionais de atividade física adaptada concentram-se em

diferentes áreas de aprendizagem e desenvolvimento. A atividade física adaptada

deve procurar facilitar o desenvolvimento geral dos indivíduos, promovendo

programas de atividades motoras, jogos e exercícios estruturados em contextos de

recreação, esporte, dança, atividades aquáticas e atividades físicas individualizadas,

de preferência num ambiente inclusivo (SILVA; FERREIRA, 2001).

Há duas categorias de métodos de ensino: regular e inclusivo. O método

regular trata-se de um padrão em que todos devem demonstrar uma competência

para o desenvolvimento ótimo, e é caracterizado por demonstrações perfeitas ou

exatas; todos os alunos devem realizar as atividades seguindo esse padrão. O

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método inclusivo tem seu enfoque na responsabilidade individual, dividindo a

liderança e a responsabilidade dentro de um grupo. O resultado se dá por meio de

comparações antes e depois da atividade proposta, baseando-se no próprio

indivíduo. O objetivo de quem recebe as instruções é conhecer suas próprias

capacidades e as diferentes maneiras de se realizar uma atividade, sem se

preocupar com a maneira correta ou mais eficiente. É claro que, no final, o resultado

é alcançar o modo mais eficiente de execução segundo as características dos

indivíduos que praticam esse método (SHERRILL, 1997).

A orientação do conteúdo é de extrema importância na estruturação da aula,

que pode enfocar a competição, a cooperação ou o sucesso individual. Essa

orientação afeta significativamente como as pessoas com habilidades diferentes

manifestam a aceitação social, como podem chegar ao seu melhor nível de

performance e como maximizam a sua taxa de aprendizagem (MAUERBERG-DE

CASTRO, 2005).

Os adolescentes apreciam quando a orientação de conteúdo enfatiza a

competição, porque dentro desta perspectiva podem testar sua popularidade e

reafirmar sua posição dentro de um grupo. Já a orientação que enfatiza a

cooperação encaixa-se melhor para grupos com diferentes níveis de habilidades e

reforça a ideia do trabalho em grupo, designando funções. A orientação que enfatiza

o sucesso individual é estruturada a partir das comparações do desenvolvimento de

cada indivíduo (MAUERBERG-DE CASTRO, 2005).

Há três áreas no domínio educacional que podem ser empregadas na

estruturação de programas de atividade física adaptada: psicomotora, afetivo-social

e cognitiva. O domínio psicomotor é exibido por meio dos comportamentos

sensório/perceptivo-motores, níveis de desenvolvimento das habilidades motoras e

pelas capacidades específicas. O domínio afetivo-social tem como meta aumentar a

admiração e o autoconhecimento, como a imagem corporal por meio do

envolvimento com a atividade física, objetivando diminuir o nervosismo e levar o

indivíduo a aprender a se divertir; socialmente, tem como meta levá-lo a conhecer e

aprender comportamentos sociais convenientes. O domínio cognitivo para na

integração sensório-motora e desenvolve-se a partir das funções perceptivo-motoras

(MAUERBERG-DE CASTRO, 2005).

Algumas perguntas são básicas para o profissional durante a elaboração do

programa de sua aula: Como diagnosticar as habilidades necessárias para os alunos

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estarem na aula? Depende do nível de desenvolvimento de cada aluno. Como saber

o nível de desenvolvimento de cada um? Pela observação (é a melhor maneira de

identificar competências) e por avaliações (testes padronizados para verificar em

qual nível o aluno está). Como saber qual é o padrão correto? Pela utilidade

funcional e pelas capacidades motoras (agilidade, precisão, eficiência durante a

execução dos exercícios), com embasamento nas críticas sobre as restrições

orgânicas e ambientais, se há ou não estabilidade no padrão de comportamento, se

há ou não probabilidade de adaptação e transferência do padrão (MAUERBERG-DE

CASTRO, 2005).

Idade de desenvolvimento e idade cronológica do grupo, nível de habilidades

existentes e necessidades individuais, objetivos geral e específicos, métodos de

estilo ou ensino, unidades do programa que incluam metas com o desenvolvimento

ou aperfeiçoamento físico, perceptivo-motor, cognitivo, moral e social, plano de

avaliação e a sua frequência são itens que devem ser seguidos para a elaboração

das aulas (MAUERBERG-DE CASTRO, 2005).

A água pode ser utilizada para diversos fatores, dentre os quais estão a

reabilitação física e mental, o condicionamento físico, o relaxamento, a elevação da

autoestima, a alegria, o lazer, a competição (ARNHEIM; SINCLAIR, 1985). As

atividades aquáticas são recomendadas porque atenuam ou diminuem os efeitos da

gravidade em função do empuxo. O risco de ocorrer lesões articulares é bem menor

na água. As lesões ortopédicas também têm menor chance de ocorrer em exercícios

na água. A temperatura pode reduzir o estresse e também, em alguns casos, a

hiperatividade, e pode levar a pessoa a uma sensação de bem-estar.

Para que o ensino-aprendizagem numa aula de natação para crianças com

síndrome de Down ocorra com mais facilidade e em menor tempo, a interação deve

ser levada em consideração. O aluno pode ter ou não certa facilidade para se

adaptar ao ambiente líquido. Enquanto para muitas pessoas o ambiente líquido é

considerado algo normal, para outras é causa de medo e insegurança. Por meio da

interação, principalmente entre o professor e o aluno, este processo de ensino-

aprendizagem ocorrerá com maior facilidade (MAUERBERG-DE CASTRO, 2005).

Quando, dentro do programa, o professor consegue fazer o aluno vivenciar

momentos que lhe causam a sensação de prazer, o aluno obtém sucesso dentro do

programa, com alta possibilidade de apresentar várias técnicas de natação. No

programa da aula de natação para crianças com síndrome de Down, além da

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obrigação de conhecer os acometimentos da doença, o professor deve sempre

montar seu programa de acordo com a necessidade de cada indivíduo e os objetivos

dos familiares. Deve-se estabelecer regras para que, caso haja algum tipo de

problema com disciplina, a criança já saiba que desobedeceu (MAUERBERG-DE

CASTRO, 2005).

Na estruturação do processo de ensino-aprendizagem na natação, quando o

objetivo é desenvolver os fatores psciomotores, deve-se organizar o programa de

modo a focalizar a vivência das noções perceptivas de intensidade, grandeza,

velocidade, situação, orientação e as relações que permitem colocar a criança em

relação com o mundo exterior. Fatores como exercícios e exposições induzem a

criança a novas adequações (OLIVEIRA, 2009).

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3 MÉTODOS

3.1 Caracterização do estudo

Esta pesquisa teve caráter qualitativo, pois trouxe uma observação específica

sobre o que foi investigado, hábitos, tendências de comportamento e atitudes

(LAKATOS; MARCONI, 2004). Os métodos mais utilizados neste tipo de pesquisa

são observação, análise documental, entrevista individual e aplicação de

questionários.

3.2 Amostra

Participaram deste estudo professores formados na área da educação física

e que ministram aulas de natação para crianças com síndrome de Down.

Participaram do estudo 6 professores, com idade entre 30 e 35 anos, sendo 4

mulheres e 2 homens. Foram entrevistados em seu próprio local de trabalho, sendo

escola comum (3), clube (1) e instituição especial (2).

3.3 Local

Escolas de natação das cidades de Londrina, Ibiporã, Cambé e Rolândia que

tinham matriculadas crianças com síndrome de Down participaram do estudo,

incluindo as APAEs (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) dessas

cidades. Para conhecimento da investigadora a respeito de quais escolas tinham

crianças com a síndrome de Down matriculadas, foram feitas ligações telefônicas

para cada uma delas, após o que buscou-se o consentimento dos professores e

iniciou-se a aplicação dos questionários.

3.4 Instrumentos/equipamentos e tarefa

Para a coleta de dados, foi utilizado um questionário com questões abertas,

estruturado pela autora e seu orientador, aplicado aos professores dos alunos com

síndrome de Down (ANEXO B).

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3.5 Coleta de Dados

Para que os professores aceitassem participar do estudo, foi entregue a cada

um o termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO A), contendo os objetivos

do estudo. Após assinado o termo, foi entregue a cada professor o questionário com

as questões relativas ao estudo (ANEXO B). Somente após respondido o

questionário, a investigadora saía do local de trabalho do(a) entrevistado(a).

3.6 Análise dos dados

A interpretação e análise dos dados foram realizadas a partir da análise

descritiva dos dados coletados através do questionário (ANEXO B).

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

As questões foram apresentadas aos professores, e os pontos mais

importantes serão abordados nos próximos parágrafos. Foram levados em conta

fatores como o tempo de experiência de cada profissional, a formação de cada um,

dificuldades/limitações e facilidades que um aluno com síndrome de Down

apresenta nas aulas, características que podem ser melhoradas com a prática de

natação, a segurança que o profissional sente ao ministrar aulas para crianças com

deficiência, a importância do planejamento das aulas, a maneira que conduzem as

aulas e, por fim, em referência à interação, se ocorre ou não durante as aulas e se

as aulas são mistas ou não.

Referente ao tempo de experiência dos professores com alunos de natação

com síndrome de Down, quando questionado, a resposta foi bem variada: de 2

meses a 6 anos. Esse período de trabalho é importante, pois significa uma carga

horária positiva para o profissional, mais experiência e conhecimento em relação à

área e também em relação aos comportamentos e características inerentes a essa

população. Essa diferença no tempo também mostra que o mercado voltado para

área da Educação Física Especial está em ascensão e suas portas estão abertas

para receber novos profissionais, visto que no senso comum a Educação Física é

concebida somente como a área que cuida de academias e recreações, ou como

personal trainer, porém vai muito além dessas áreas que todos comentam e

discutem. Também foi relatado pelos seis professores que durante período de

formação eles não tiveram nenhum conhecimento específico que permitisse ter

noção de como trabalhar com Educação Física Especial, e apenas dois relataram

que após o término da graduação fizeram especialização voltada para área da

Educação Física Especial.

A capacitação dos profissionais é que vai permitir o acesso desses alunos à

sociedade, de maneira eficaz. Segundo Greguol (2010), este é um ponto

importante, pois garante a evolução, a aptidão e a conservação de todas as

pessoas nas atividades, já que, devidamente preparado, o profissional estará

qualificado para avaliar que tipo de intervenção propiciará o desenvolvimento dos

alunos, os resultados que os programas podem produzir nos alunos com ou sem

síndrome, ajudando-o a perceber se há alterações no desempenho da

aprendizagem e como esse desempenho pode ser melhorado, explorado e

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estimulado.

Um dado relevante colocado pelos professores foi que, antes do período de

formação, eles tinham tido algum tipo de contato com a Educação Física Especial,

realizando estágios, porque era uma área que já lhes interessava. De acordo com

os professores, o profissional deve adaptar os diferentes programas das aulas aos

alunos, atentando para as particularidades de cada um. Segundo Sherrill (1997),

dentre os objetivos da atividade física adaptada estão inteirar e adaptar os

fundamentos teórico-práticos, sendo que os programas devem ser destinados a

indivíduos e as atividades devem ser feitas em ambientes minimamente restritivos.

Portanto, é necessário que os profissionais que trabalharão com programas

esportivos para pessoas com deficiência entendam as características de cada aluno

e as possibilidades que cada um apresenta para poder trabalhar e agir de maneira

adequada e coerente.

Analisando a questão referente às dificuldades/limitações e às facilidades de

se trabalhar em aulas de natação para crianças com síndrome de Down, os

professores ressaltam que as maiores dificuldades e limitações apresentadas pelas

crianças se verificam na fala, atenção, teimosia, inquietação, irritação, dificuldade

de entender o que é falado, falta de coordenação, problemas cardíacos. Uma

resposta que chamou a atenção foi que uma das dificuldades encontradas é que os

alunos não gostam de interagir; várias vezes foi citado que o relacionamento com

eles é fácil, pois são muito carinhosos; dentre as facilidades também foi citado

várias vezes que eles gostam de atenção.

Além dos pontos expostos acima em relação às dificuldades/limitações e

facilidades encontradas pelos professores nos questionários, destacam-se ainda

dois profissionais que mencionaram que as dificuldades e limitações dependem do

nível em que o aluno (indivíduo com a síndrome de Down) se encontra.

Mencionaram três níveis de dificuldades: leve, moderado e severo, resposta que

está de acordo com o que a literatura coloca. Por exemplo, Greguol (2010) cita que

existem três categorias de dificuldade: a educável (restrição leve), a treinável (déficit

moderado) e a dependente (perda extremamente acentuada), e cita que,

dependendo da categoria em que o indivíduo com a deficiência se encontra, torna-

se mais difícil a adaptação social e pode gerar dificuldades também em relação à

inserção em ambientes inclusivos.

Segundo Cooley e Graham (1991), esses alunos apresentam, além da

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deficiência intelectual, problemas na audição, o que realmente dificulta a atenção

citada pelos professores. Uma das características é a língua grande, o que pode ser

o fator de dificuldade na fala. Para diminuir essa dificuldade de interação citada em

um questionário, confirmando o que já foi citado por Mauerberg-de Castro (2005), a

interação deve ser levada em consideração. O professor é que deve gerar a

confiança no aluno para que ele se sinta seguro e independente, e assim ter

facilidade no decorrer das aulas, tanto na realização das atividades como na

interação (ASSOCIATION OF SWIMMING THERAPY, 2000).

Quando foram questionados em relação às características que podem ser

melhoradas com as aulas de natação, os seis professores citaram afetividade,

coordenação, interação e dois deles destacaram-se por citar que os fatores

obesidade, autonomia, alterações na coluna e condicionamento cardiorrespiratório

podem ser trabalhados e potencializados durante as aulas. Segundo Cooley e

Graham (1991), uma pessoa que tem síndrome de Down pode também apresentar

alterações na coluna cervical e a natação auxilia sua melhora, pelo fato de não ter

tanto impacto como uma atividade fora da água. A natação também causa menos

fadiga, melhora o condicionamento cardiorrespiratório do aluno, auxilia na

reabilitação e melhora o seu relacinamento social (NATAÇÃO ADAPTADA, 2008).

Ainda sobre as características que podem ser melhoradas, tanto Greguol

(2010) como Mauerberg-de Castro (2005) citam a melhora da autonomia pelo

sentimento de sustentação que a água proporciona e que trabalhos de

fortalecimento muscular e melhora cardiorrespiratória podem ser aprimorados

durante os programas aquáticos.

Em relação à segurança para ministrar aulas para crianças com síndrome de

Down, com exceção de um, os demais professores se sentem seguros para lidar

com essa população, pelo tempo que já trabalham, e todos eles relataram que têm

liberdade para planejar e estruturar as aulas. Disseram que, no local de trabalho,

sempre há reuniões para cada professor expor seu planejamento e objetivos de

aula. Segundo Greguol (2010), devido a que a deficiência sempre esteve

relacionada à inaptidão e limitações, os profissionais podem se sentir equivocados e

receosos na sua atuação profissional.

Na questão sobre o planejamento das aulas, as respostas foram as mesmas

para quatro dos professores: eles se baseiam no tempo de trabalho (experiência que

têm) e no estilo da turma. Dois professores baseiam-se nas particularidades de cada

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aluno para separar as turmas e deixá-las o mais homogêneas possível. Segundo

Mauerberg-de Castro (2005), o profissional deve estruturar seu programa de acordo

com a necessidade e os objetivos de cada indivíduo (principalmente em aulas

mistas). Segundo Oliveira (2009), o programa deve ser organizado de maneira que

sejam vivenciadas as relações que permitem colocar a criança em relação com o

mundo exterior.

O planejamento é o fator que mais deve ser levado em consideração, porque

qualquer ação que seja mal planejada pode acarretar prejuízos. É necessário que

seja elaborado um programa previamente, pois quando o profissional está no

período da aula, não tem tempo para improvisar.

Segundo Greguol (2010), o planejamento inadequado, principalmente na fase

de adaptação, quando não leva em conta as individualidades do aluno, pode

atrapalhar toda a aquisição das habilidades na natação futuramente.

Nas respostas dos professores sobre a maneira como conduzem as aulas,

mencionam atividades lúdicas e o uso de materiais diversificados para chamar o

aluno para a aula; metade dos professores respondeu que entram na piscina junto

com o aluno. Como foi relatado acima a respeito da dificuldade em entender o que é

falado pelo professor, durante as aulas, é necessário que o professor entre na água

junto com o aluno, não somente para gerar confiança neste, mas para que técnicas e

movimentos corretos sejam transmitidos de maneira mais eficiente e para uma

melhor compreensão do aluno. Três professores citaram também a importância da

motivação a todo o momento para que os alunos permaneçam o máximo de tempo

possível no programa.

Outro fator que foi citado por dois professores é a importância das instalações

dentro do ambiente em que a criança está inserida, para que ela se sinta mais

segura. Segundo Mauerberg-de Castro (2005), as instalações, dentro do ambiente

em que o indivíduo está inserido, são extremamente importantes porque trazem ao

aluno mais um fator de segurança e integridade física.

Todos disseram que há interação nas aulas e que, sempre que possível, as

aulas são mistas. Três professores citaram ainda que, às vezes, os sentimentos em

relação aos alunos com deficiência é um fator que levam em consideração para

separar as turmas, pois querem manter a criança protegida. Outros três disseram

que as aulas são mistas, mas sempre levando em consideração as particularidades

dos alunos. Segundo Mauerberg-de Castro (2005), por meio da interação, o

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processo de ensino-aprendizagem ocorre com maior facilidade. De acordo com

Greguol (2010), o profissional deve evitar basear suas ações em atitudes

estimuladas por sentimentos de extrema proteção ou até mesmo de rejeição.

QUADRO 1

Escola Comum e Clube Instituição Especial Literatura

- Objetivo da atividade

física adaptada: adaptar

- Dificuldades/limitações e

facilidades: fala, atenção,

teimosia, inquietação,

irritação, dificuldade de

entender o que é falado,

coordenação, problemas

cardíacos.

- Características que

podem ser melhoradas

com as aulas de natação:

afetividade, coordenação,

interação.

- Objetivo da atividade

física adaptada: adaptar

- Dificuldades/limitações e

facilidades: depende do

nível – leve, moderado e

severo.

- Características que

podem ser melhoradas

com as aulas de natação:

afetividade, coordenação,

interação, obesidade,

autonomia, alterações na

coluna e condicionamento

cardiorrespiratório.

- Objetivo da atividade

física adaptada: inteirar e

adaptar

- Dificuldades/limitações

e facilidades: existem três

categorias: a educável

(restrição leve), a

treinável (déficit

moderado) e dependente

(perda extremamente

acentuada).

- Características que

podem ser melhoradas

com as aulas de natação:

pode também apresentar

alterações na coluna

cervical e a natação

auxilia sua melhora,

menos fadiga, melhora o

condicionamento

cardiorrespiratório do

aluno, auxilia na

reabilitação e melhora o

relacionamento social,

melhora da autonomia,

fortalecimento muscular.

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- Planejamento das aulas:

baseia-se no tempo de

trabalho (experiência que

têm) e no estilo da turma.

- Planejamento das aulas:

baseia-se nas

particularidades de cada

aluno para poder separar

as turmas e deixá-las o

mais homogêneo possível.

- Planejamento das aulas:

deve acordar com a

necessidade de cada

indivíduo e os objetivos de

cada um (principalmente

em aulas mistas).

Este quadro teve o objetivo de trazer um resumo dos resultados e uma

comparação mais sintetizada das respostas obtidas nos questionários. Uma das

limitações do estudo foi não poder filmar as aulas. Em alguns questionários foi

colocado que os professores entram na água com os alunos para demonstrarem da

melhor maneira os exercícios propostos, porém não era isso que ocorria no período

da aula – pelo menos não durante a pesquisa feita. Sugere-se, então, que em

estudos futuros sejam gravadas as aulas e, também, que sejam entrevistados os

pais e os alunos para que a análise do que ocorre nas aulas seja mais completa.

A partir deste quadro foi possível observar que as instituições especiais agem

de maneira mais parecida com a literatura especializada.

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5 CONCLUSÃO

Pode-se concluir que mesmo as portas do mercado de trabalho voltadas para

a área da atividade física adaptada estejam abertas, em vista da variação de tempo

em que os profissionais estão inseridos nesse mercado, ainda é limitada a visão

que muitos deles têm sobre a deficiência. Muitas vezes, sua visão reflete o senso

comum, por exemplo, quando baseiam o trabalho voltado a sentimentos de

proteção extrema ou de rejeição pelo fato de que muitas escolas ainda não

trabalham com a população que apresenta alguma deficiência.

Dentre as escolas comuns e as instituições especiais, é possível concluir que

as instituições especiais estão melhor preparadas para receber esses alunos, não

somente pela estrutura do local, mas também pelo conhecimento dos profissionais.

Isto reflete o que a literatura preconiza, visto que nas escolas comuns a visão ainda

é limitada, os conhecimentos a respeito da síndrome ainda são superficiais. Com

isso, conclui-se que as instituições especiais estão agindo de acordo com o que a

literatura recomenda, os conhecimentos dos profissionais inseridos dentro dessas

instituições estão atualizados e eles baseiam seu trabalho nas recomendações da

literatura.

Conclui-se também que há uma extrema necessidade de se conhecer e

compreender a deficiência e todos os aspectos que a norteiam antes de se

prescrever um programa de atividade física. O planejamento inadequado pode

trazer consequências graves e mesmo irreversíveis para o desenvolvimento físico e

psicológico dos alunos.

Concluiu-se também, neste estudo sobre as aulas de natação para crianças

com síndrome de Down e seus professores, que não existe um único método

específico de ensino para essa população. O estudo realizado nos leva a concluir

que toda atividade destinada a melhorar as condições de vida e a inserção social

desses indivíduos depende das particularidades e objetivos de cada aluno.

Independentemente do objetivo da prática da natação – esporte, saúde,

aprendizado, desenvolvimento de habilidades –, ela deve ser vista como benéfica à

população. Mesmo em função das diferenças e potencialidades de cada indivíduo,

sua prática deve ser estimulada e expandida.

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nadar com os animais. Barueri: Manole, 2002.

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7 ANEXOS

ANEXO A

Senhores professores:

Será realizado um trabalho pela aluna Isabela Pierotti juntamente com seu

professor orientador Ernani Xavier Filho ambos da Universidade Estadual de

Londrina e você se enquadra no perfil do estudo, que será realizado no seu próprio

local de trabalho. O objetivo deste estudo é analisar a intervenção do profissional de

educação física nas aulas de natação para crianças com síndrome de Down.

Sua participação neste estudo é de suma importância.

Eu li e entendi o propósito do referido estudo e, relato que estou de

pleno acordo em participar do estudo.

__________, _________ de ______________ de 2011.

_______________________________________

Assinatura do Participante

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ANEXO B

INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DO PARTICIPANTE:

Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino

Idade: _______________________________________________________

- Nível de Instrução:

( ) Superior Incompleto

( ) Superior Completo

( ) Especialização – cursando

( ) Especialista

( ) Mestrando

( ) Mestre

( ) Doutorando

( ) Doutor

- Telefone da escola: ___________________________________________

- Realizou capacitação para ministrar aulas para portadores de síndrome de

Down? ( ) Não ( ) Sim. Se sim, qual? ____________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

- Tempo de formado: ___________________________________________

- Formação: __________________________________________________

- Tempo de experiência: _________________________________________

- Onde atua: ( ) Instituição Especial ( ) Escola Comum ( ) Clube

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QUESTIONÁRIO DO ESTUDO:

1. Há quanto tempo trabalha com essa população com síndrome de Down

na natação?

2. Quais são as principais dificuldades e facilidades para ministrar aulas

para crianças com síndrome de Down?

3. Quais são as limitações que uma criança com síndrome de Down

apresenta durante as aulas? Quais características você pode potencializar com as

aulas?

4. Você se sente seguro(a) para ministrar aulas para esta população?

5. O planejamento das aulas é determinado pela escola ou você tem

liberdade para organizar?

6. Para montar/estruturar as aulas, em que se baseia?

7. Como as aulas são conduzidas?

8. Durante as aulas de natação, ocorre interação do aluno com a síndrome

de Down com outro aluno, do aluno com a síndrome de Down com o professor? De

que maneira?

9. As aulas são mistas: crianças com a síndrome e sem a síndrome de

Down?