universidade estadual de londrina...descrever e analisar o nível de aptidão física pré e pós um...
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Universidade
Estadual de Londrina
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
INFLUÊNCIA DE 12 SEMANAS DE TREINAMENTO DE KICK BOXING SOBRE A APTIDÃO FÍSICA E SAÚDE
DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIAS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA.
Roberto Carlos da Silva
LONDRINA – PARANÁ
2010
ROBERTO CARLOS DA SILVA
INFLUÊNCIA DE 12 SEMANAS DE TREINAMENTO DE
KICK BOXING SOBRE A APTIDÃO FÍSICA E SAÚDE
DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIAS DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial para sua conclusão.
Londrina, 02 de dezembro de 2010
Para meus amores Maria Celeste Gomes, Agda Gomes e Ariane Novaes...
AGRADECIMENTOS
Ao PROFESSOR ORIENTADOR, braço amigo de todas as etapas deste trabalho.
A minha família, pela confiança, motivação fé e amor com minha pessoa.
Aos amigos e colegas, pela força e pela alegria em relação a esta jornada.
Aos professores do Curso, por dividirem sua sapiência com minha humilde expertise.
As Estudantes Universitárias praticantes de kickboxing do NAFI/UEL, que com boa
intenção, colaboraram para a plena realização e finalização deste trabalho.
Aos que não impediram a finalização deste estudo.
SILVA, Roberto Carlos Da. Influência de 12 semanas de treinamento de kick boxing sobre a aptidão física e saúde de estudantes universitárias da universidade estadual de londrina! Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2010.
RESUMO
Este estudo, realizado no ano 2010, teve o objetivo de analisar os níveis de aptidão física e saúde das estudantes universitárias. Para avaliação da aptidão física, foram realizados os testes motores de Shuttle Run, corrida de 12 minutos, teste de resistência localizada (abdominais) e teste específico da modalidade kickboxing. Os resultados obtidos indicaram melhora em certas variáveis em detrimento de outras. Com base nos dados obtidos no presente estudo, conclui-se, que o treinamento de kickboxing, mesmo em um período curto de treinamento como o realizado, de doze semanas, apresenta uma melhora de aptidão física nas praticantes. Verifica-se que as melhoras seriam mais significativas se o período de intervenção fosse maior e também se houvesse um controle alimentar por parte das estudantes.
Palavras-chave: Aptidão física, saúde, kickboxing, universitárias.
ABSTRACT
This study, conducted in 2010, aimed to examine the levels of physical fitness and health of university students. To assess the physical fitness tests were conducted engines Shuttle Run, run 12 minutes, test endurance located (abdominal) and specific test mode kickboxing. The results indicated improvement in certain variables over others. Based on data obtained in this study, we conclude that the kickboxing training, even in a short period of training as that performed in twelve weeks, shows an improvement in physical fitness practitioners. It appears that the improvements would be most meaningful if the intervention period was greater and there is also a food control by the students.
Key Words: Physical fitness, health, kickboxing, university.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Relações da Aptidão Física........................................................ 21
Tabela 2
Tabela 3
Tabela 4
Tabela 5
Tabela 6
Tabela 7
Tabela 8
Tabela 9
Tabela 10
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Características Antropométricas: Peso (kg)...............................
Características Antropométricas: Estatura (m)...........................
Características Antropométricas: IMC (kg/m²)...........................
Características Antropométricas: Cintura (cm)...........................
Características Antropométricas: RCQ .....................................
Características Aptidão Física: Shuttle Run (s)..........................
Características Aptidão Física: Corrida de 12 minutos (m)........
Características Aptidão Física: RA.............................................
Características Aptidão Física: Chutes por minuto....................
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1 - Diferenças do IMC mensurados antes e após o treinamento..... 45
Gráfico 2 - Diferenças da RCQ mensurados antes e após o treinamento.... 46
Gráfico 3
Gráfico 4
Gráfico 5
Gráfico 6
Gráfico 7
Gráfico 8
Gráfico 9
Gráfico 10
Gráfico 11
Gráfico 12
Gráfico 13
Gráfico 14
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Diferenças do Teste de Shuttle Run mensurados antes e após
o treinamento..............................................................................
Diferenças da Corrida de 12 minutos mensuradas antes e
após o treinamento......................................................................
Diferenças do VO² máximo mensurados antes e após o
treinamento..................................................................................
Diferenças do Teste de Resistência Abdominal mensurados
antes e após o treinamento.........................................................
Diferenças do Teste Específico de Chutes por minuto
mensurados antes e após o treinamento....................................
Diferenças do IMC: Mensuradas Antes e Após o Treinamento,
em termos de média....................................................................
Diferenças do RCQ: Mensuradas Antes e Após o Treinamento,
em termos de média....................................................................
Diferenças do Shuttle Run: Mensuradas Antes e Após o
Treinamento, em termos de média..............................................
Diferenças da Corrida de 12 minutos: Mensuradas Antes e
Após o Treinamento, em termos de média.................................
Diferenças do VO² Máximo: Mensuradas Antes e Após o
Treinamento, em termos de média..............................................
Diferenças do Teste de Resistência Abdominal: Mensuradas
Antes e Após o Treinamento, em termos de média....................
Diferenças do Teste de Chutes por minuto: Mensuradas Antes
e Após o Treinamento, em termos de média..............................
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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS e SÍMBOLOS
Art. Artigo
Cm Centímetros
IMC Índice de Massa Corporal
RCQ Relação Cintura / Quadril
Kg Quilograma
Kg/m2 Quilograma por metro ao quadrado
m Metro
m² Metro ao quadrado
CEFE Centro de Educação Física e Esporte
NAFI Núcleo de Atividade Física
WAKO World Association of Kick Boxing Organization
KBFC KickBoxing Full Contact
KBLK KICKBOXING Low Kicks
EUA Estados Unidos da América
CBKB Confederação Brasileira de KICKBOXING
VDF Velocidade de Desenvolvimento de Força
OMS Organização Mundial da Saúde
CO² Gás Carbônico
O² Oxigênio
Fat Flexibilidade Ativa
FP Flexibilidade Passiva
Fan Flexibilidade Anatômica
RU Restaurante Universitário
NHANES II National Health and Nutrion Examination Survey
σ Desvio Padrão
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 17
2.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 17
2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 17
2.3 Justificativa .......................................................................................................... 17
3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 19
3.1 História do Kickboxing ......................................................................................... 19
3.2 Aptidão Física: Definição, Componentes e Relação com a Saúde de Estudantes
Universitárias ............................................................................................................. 20
3.2.1 Aptidão Física e Saúde .................................................................................... 21
3.2.2 Aptidão Física Relacionada à Saúde ............................................................... 22
3.2.3 Composição Corporal ....................................................................................... 22
3.2.4 Resistência Cardiorrespiratória ........................................................................ 23
3.2.4.1 Consumo de Oxigênio ................................................................................... 23
3.2.4.2 Limiar Ventilatório e de Lactato ..................................................................... 24
3.2.4.3 VO² Máximo (VO² máx) ................................................................................. 25
3.2.4.4 Déficit de Oxigênio, VO² e Lactato ................................................................ 26
3.2.5 Força ................................................................................................................ 26
3.2.5.1 Efeitos do Treinamento de Força sobre a frequência Cardíaca .................... 28
3.2.6 Resistência Muscular ....................................................................................... 28
3.2.7 Flexibilidade ..................................................................................................... 29
3.2.8 Velocidade ........................................................................................................ 32
3.2.9 Potência ........................................................................................................... 33
3.2.9.1 Desenvolvimento da Potência ....................................................................... 34
3.2.10 Agilidade ......................................................................................................... 34
3.2.11 Coordenação .................................................................................................. 36
3.2.12 Equílibrio ........................................................................................................ 38
4 MÉTODOS ............................................................................................................. 40
4.1 Caracterização da Amostra ................................................................................. 40
4.2 Antropometria e Composição Corporal ............................................................... 41
4.3 Aptidão Física ...................................................................................................... 42
4.4 Tabulação e Análise dos Dados .......................................................................... 42
5 RESULTADOS ....................................................................................................... 43
5.1 Características Pré-Teste e do Pós-Teste ........................................................... 43
5.2 Análise dos Resultados ....................................................................................... 45
6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 53
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 55
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56
ANEXOS
ANEXO A – TABELAS DE APOIO ................................................................................... 62
ANEXO B – ROTINA DE TREINAMENTO ......................................................................... 64
ANEXO C – QUESTIONÁRIO APLICADO NA PESQUISA (ANAMNESE) ................................. 71
ANEXO D – TERMO DE CONSETIMENTO DE PARTICIPAÇÃO ............................................ 72
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1 INTRODUÇÃO
A grande evolução tecnológica do novo milênio surge com a finalidade de
facilitar o cotidiano da nação mundial.
Infelizmente, junto com as maravilhas da vida moderna que são oferecidas ao
ser humano, que garantem uma maior agilidade principalmente, no que tange o uso do
tempo, que passa a ser mais bem aproveitado, surge uma doença que está
intrinsecamente ligada a essa nova condição evolutiva do ser humano.
Essa doença se denomina Sedentarismo.
Evidências sugerem que a prevalência do sobrepeso e da obesidade tem
aumentado em taxas alarmantes, incluindo países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
De acordo com a classificação estabelecida pela Organização Mundial de
Saúde, 54% dos adultos nos Estado Unidos estão com sobrepeso (índice de massa
corporal - IMC ≥ 25kg/m²) e 22% estão obesos (IMC ≥ 30kg/m²). O primeiro, segundo e
terceiro National Health and Nutrition Examination Surveys (NHANES-I a III),
conduzidos nos Estados Unidos de 1971-74, 1976-80 e 1988-91, respectivamente,
mostraram que, apesar dos 33 bilhões de dólares movidos pela indústria de “como
perder peso”, o número de casos de obesidade vem aumentando significativamente
sem diferenças raciais ou sociais. Em 1976-80, a estimativa feita pelo NHANES
mostrou que 25,4% dos adultos entre 20-74 anos apresentavam IMC > 27,5kg/m2,
enquanto a estimativa realizada em 1988-91 aumentou para 33,3%.
Uma vida sedentária é caracterizada pela ausência de atividades físicas; pode
provocar um processo de regressão funcional, perda de flexibilidade articular, além de
comprometer o funcionamento de vários órgãos, distinguindo-se um fenômeno
associado à hipotrofia de fibras musculares, além de ser a principal causa do aumento
da ocorrência de várias doenças, como a hipertensão arterial, diabetes, obesidade,
aumento do colesterol e infarto do miocárdio, e atuar direta ou indiretamente na causa
de morte súbita.
Atualmente tornou-se muito difícil ser uma pessoa ativa.
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Principalmente para as universitárias que devido à correria diária de suas
vidas, deixam de lado a prática exercícios físicos.
Subir 2 ou 3 andares de escada ao chegar em casa ou no trabalho, dispensar
o interfone e o controle remoto, estacionar o automóvel intencionalmente num local
mais distante, dispensar a escada rolante no shopping - Center, são algumas
alternativas que podem compor uma mudança de hábitos e combater o sedentarismo.
Dentro dessa linha de raciocínio, chegamos a uma modalidade de luta
denominada kickboxing, uma forma de atividade física moderna, bastante completa,
divertida e muitas vezes adotada pelo público feminino como forma de autodefesa.
Mas será que o público feminino, no caso estudantes universitárias quando
submetidas a um programa de treinamento de kickboxing conseguem obter uma
melhora em seus níveis de aptidão física e, sobretudo uma melhora na saúde das
mesmas?
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2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVOS GERAIS
Descrever e analisar o nível de aptidão física pré e pós um programa de
treinamento de kickboxing de 12 semanas, tendo como foco: a saúde e a composição
corporal de estudantes universitárias da Universidade Estadual de Londrina.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Verificar se houve uma melhora da aptidão física e saúde das estudantes
universitárias em sua aptidão cardiorrespiratória, agilidade, na resistência localizada
dos músculos abdominais, na relação de circunferência da cintura e do quadril, na força
dos membros superiores e no IMC; após 12 semanas de treinamento, usando como
método de intervenção a modalidade de luta denominada kickboxing.
2.3 JUSTIFICATIVA
O interesse deste estudo surgiu pelo fato do pesquisador ter mais de dez anos
de experiência como atleta na modalidade kickboxing. O fator determinante foi que no
ano de 2007 o mesmo foi convidado a se tornar instrutor estagiário do Núcleo de
Atividade Física (NAFI) da Universidade Estadual de Londrina. E para sua surpresa, a
modalidade foi e ainda é muito procurada pelo público feminino que faz parte da
universidade; chegando a ponto de as turmas serem compostas por cerca de 50
moças, de idades que vão dos 18 aos 35 anos. Neste contexto surgiu o interesse do
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pesquisador em verificar quais os motivos da grande procura do público feminino da
Universidade Estadual de Londrina pela prática do kickboxing, sabendo dos benefícios
de uma prática regular de exercício físico para a melhora da aptidão física.
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3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 HISTÓRIA DO KICKBOXING
O esporte surgiu na década de 70, nos Estados Unidos, quando os caratecas
tradicionais estavam cansados das competições que não permitiam um contato pleno, e
começaram a adaptar protetores de pé e mão para que os contatos fossem permitidos,
só que com pouco risco de lesão.
A modalidade competitiva que recebeu o nome de “Karate Full Contact” (Karate
de Contato Total), com o passar dos tempos, fez com que estes mesmos atletas
começassem a entender que aquela modalidade era outro tipo de luta, que não tinha
nada a ver com o “Karate de Competição”. Recebeu então o nome de “Full Contact”,
que traduzia muito mais o espírito deste novo esporte.
A WAKO (World Association of Kick Boxing Organization) –
www.wakoweb.com, fundada em 1971, é a maior sigla mundial deste esporte. Sediada
em mais de 135 países espalhados pelos cinco continentes, possui sede financeira e
administrativa em Monza (Itália), tendo como presidente o Dr. Ennio Falsoni.
Em 1974, foi realizado o 1º Campeonato Mundial Amador, em Atlantic City
(EUA), e aí sim o esporte começou a tomar seu rumo mundial.
Dominique Valera, um dos maiores nomes do Karate Mundial de todos os
tempos, com mais de mil vitórias e vários títulos europeus e mundiais, começou a
treinar a modalidade nos Estados Unidos com Bill Wallace e Jeff Smith. No seu retorno
à Europa, reestruturou o esporte, chamando-o de kickboxing, isto é: chutar boxeando,
tornando-o como é hoje, dividido em seis modalidades, a saber:
Musical Forms: A mais bela modalidade do kickboxing, considerada a Ginástica
Olímpica Marcial. Os atletas coreografam movimentos tradicionais das artes marciais
com a música utilizando-se de armas ou não.
Semi Contact: Pode ser definido como um combate de técnicas controladas e
paradas, sendo os golpes definidos ponto a ponto.
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Light Contact: É um combate de técnicas controladas e contínuas, onde os
atletas visam tocar o maior número de vezes seu oponente, com a máxima velocidade e
o mínimo de potência. Não é válido nocaute.
Full Contact: Nesta modalidade, os atletas podem utilizar técnicas de mão do
boxe tradicional e todos os tipos de chutes, que atinjam o adversário da cintura para
cima, observando a linha lateral e frontal do tronco e cabeça.
Low Kicks: Possui as mesmas definições de técnicas do Full Contact, acrescido
com chutes que atinjam as pernas do adversário, interna e externamente obedecendo à
linha do joelho para cima.
K1 Rules: Modalidade de contato pleno que permite todas as técnicas do KBFC
(KickBoxing Full Contact) e do KBLK (KickBoxing Low Kicks), agregando alguns golpes
particulares à modalidade, tais como: atacar com chutes as pernas e articulações da
mesma lateralmente, giratória baixa de calcanhar, esporão, projeção com a guarda,
joelhada e soco giratório.
A WAKO participou dos Jogos Africanos e dos Jogos Asiáticos Indoor em 2007
e em 2009 e dos Jogos Mediterrâneos em 2009, dando com isto passos largos vistas
ao reconhecimento Olímpico do esporte kickboxing. (CBKB, 2010)
3.2 APTIDÃO FÍSICA: DEFINIÇÃO, COMPONENTES E RELAÇÃO COM A SAÚDE DE ESTUDANTES
UNIVERSITÁRIAS.
A aptidão física é entendida como a capacidade que um indivíduo possui para
realizar suas atividades físicas, a qual é derivada de fatores genéticos, nutricionais,
estado de saúde e principalmente pela prática regular de exercícios físicos (NAHAS,
2006). Para a Organização Mundial de Saúde (1978), a aptidão física é entendida como
a capacidade de realizar de maneira satisfatória o trabalho muscular. Estando apto
fisicamente o indivíduo que apresenta condições de um bom desempenho para quando
submetido a circunstâncias de esforços físicos.
A aptidão física tem sido abordada sob duas formas, uma relacionando ao
desempenho motor, onde os componentes físicos fornecem condições para o melhor
desempenho no trabalho ou no esporte, e, outra relacionada à saúde, a qual incorpora
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níveis satisfatórios de energia para o trabalho e o lazer, além de promover menor risco
de desenvolver doenças crônico-degenerativas (NAHAS, 2006).
De acordo com Guedes (1995), a aptidão física permite que o indivíduo seja
avaliado por situações de esforços físicos, e podendo identificar nove componentes da
capacidade motora: resistência cardiorrespiratória, força, resistência muscular,
flexibilidade, velocidade, potencia, agilidade, coordenação e equilíbrio.
3.2.1 APTIDÃO FÍSICA E SAÚDE
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a
ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social.
Para esclarecer o significado de aptidão física é importante identificar os
componentes que podem ser definidos, medidos e desenvolvidos um separadamente
dos outros.
Embora no passado houvesse certo desentendimento e confusão em relação
aos componentes da aptidão física, hoje em dia já existe um consenso. Os
componentes mais comuns foram colocados em dois grupos: um relacionado à saúde
e outro, relacionado às habilidades esportivas (McARDLE et al, 1998).
Tabela 1 – Relações da Aptidão Física
Saúde Habilidades Esportivas
Resistência Cardiorrespiratória Agilidade Composição Corporal Equilíbrio
Flexibilidade Força e Resistência Muscular Localizada
Velocidade Potência tempo de Reação
Coordenação Fonte: Guedes; Guedes, 1998.
A aptidão Física Relacionada às Habilidades Esportivas compreende vários
componentes necessários para a prática e o sucesso em vários esportes. Certamente
para jogar basquetebol, um (a) jovem precisará de velocidade, potência muscular,
agilidade. Porém, esses componentes não são necessários para a vida adulta, onde a
prática de qualquer esporte ou atividade física tem como objetivo principal a saúde
funcional.
22
Por outro lado, a Aptidão Física Relacionada à Saúde engloba componentes
que afetam a qualidade da saúde.
DOENTE → aptidão física → SAÚDE ÓTIMA
A Aptidão Física Relacionada à Saúde mede a qualidade da saúde que pode
ser representada ao longo de um continuum em acamado, com nenhuma possibilidade
de fazer qualquer atividade, e de outro, ele estaria com uma saúde ótima, com grande
capacidade funcional, em todos os aspectos da vida. Nós oscilamos dentro desse
continuum. (McARDLE et al,1998)
3.2.2 APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE
Para muitos entendidos em aptidão, a resistência cardiorrespiratória é o
componente mais importante da aptidão relacionada à saúde. Para muitas pessoas,
estar "em forma" significa Ter boa capacidade de resistência cardiorrespiratória,
exemplificada por feitos de corrida, ciclismo, natação, durante tempos prolongados.
A resistência cardiorrespiratória pode ser definida como a capacidade de
continuar ou persistir em tarefas prolongadas que envolvem grandes grupos
musculares. É uma capacidade dos sistemas circulatório e respiratório para se ajustar
e se recuperar dos esforços do corpo em exercício. (McARDLE et al, 1998)
Cooper (1970) chamou a resistência cardiorrespiratória de "Capacidade
Aeróbica" e deu a seguinte definição:
"Aeróbica refere-se a uma variedade de exercícios que estimulam a atividade do coração, dos pulmões durante um período suficientemente longo para produzir mudanças benéficas para o corpo. Correr, nadar, pedalar são exercícios tipicamente aeróbicos. Há muitos outros. Eles têm uma coisa em comum: ao fazê-lo trabalhar intensamente, eles exigem bastante oxigênio. Esta é a idéia básica. Isto que os torna aeróbicos.”
3.2.3 COMPOSIÇÃO CORPORAL
O peso corporal tem dois componentes: peso de gordura e peso de massa
magra (músculos, ossos, água). Não é a quantidade total de peso que importa em
termos de saúde, mas a proporção de gordura para a de músculos e ossos. Algumas
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pessoas são pesadas, porque têm músculos muito desenvolvidos ou ainda uma
ossatura pesada, mas nem por isso são gordas. Por outro lado, muitas estão no "peso
ideal", mas possuem grande quantidade de gordura por isso são obesas (BARBANTI,
1990).
A porcentagem de gordura, isto é, a porcentagem do peso corporal total que é
peso de gordura, é o índice preferido para avaliar a composição corporal de uma
pessoa (BARBANTI, 1990).
Para os homens, os níveis de gordura estão ótimos, quando a porcentagem de
gordura estiver abaixo de 15%, e são considerados obesos quando esta porcentagem
estiver acima de 25%. Para as mulheres, um nível de gordura abaixo de 20% está
ótimo, e acima de 33% é considerado obesidade (BARBANTI, 1990).
3.2.4 RESISTÊNCIA CARDIORRESPIRATÓRIA
O VO² máximo pode ser definido como a máxima capacidade de captação
(pulmões), transporte (coração e vasos) e utilização de oxigênio (principalmente pelos
músculos), durante o exercício dinâmico (SILVA e TORRES, 2002).
3.2.4.1 CONSUMO DE OXIGÊNIO
Estudos demonstraram resultados bastantes controversos devidos,
principalmente, aos diferentes protocolos de treinamento utilizados.
Segundo Levitzky (2004), o consumo de oxigênio é a capacidade do organismo
em transportar e utilizar o oxigênio para a produção de energia.
O consumo de oxigênio pode ser expresso através da equação de Fick, na
qual explica que o débito cardíaco é igual ao consumo de oxigênio divididos pela
diferença artéria venosa de oxigênio (ROBERGS; ROBERTS, 2002).
De acordo com Wasserman, Hansen e Sue (2005), o consumo de oxigênio é
dependente de três sistemas (cardíaco, respiratório e metabólico) com uma
interdependência funcional entre eles. O sistema cardíaco ou débito cardíaco é o
volume sistólico multiplicada pela freqüência cardíaca, o sistema respiratório é a
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relação das trocas gasosas realizadas pelos alvéolos pulmonares (inspiração de O² e
expiração de CO²) e o sistema metabólico é a capacidade de utilização e transporte de
O² pelos músculos.
De acordo com Wasserman, Hansen e Sue (2005, p. 6):
“Durante os exercícios com grandes grupos musculares, a fadiga ocorrerá relativamente cedo quando o requerimento de O² dos músculos em contração não é suprido pelo sistema de transporte de O².”
Com o treinamento uma das importantes adaptações que ocorre em nosso
organismo é a capacidade de extração do oxigênio venoso através do sistema
metabólico, já que o volume de oxigênio arterial é difícil de ser alterada, pois depende
do sistema respiratório (WASSERMAN; HANSEN; SUE, 2005).
3.2.4.2 LIMIAR VENTILATÓRIO E DE LACTATO
O limiar anaeróbio ou limiar de lactato VO² é a capacidade mais alta que o
organismo consegue utilizar oxigênio antes que o ácido láctico comece a acumular no
organismo. Por isso, a capacidade de utilização e transporte de oxigênio mostra-se tão
importante no desempenho esportivo.
O limiar ventilatório pode ser expresso pelo aumento brusco de dióxido de
carbono expirado, decorrente da reação do tamponamento do ácido lático pelo
bicarbonato de sódio. A reação gera o lactato de sódio e ácido carbônico e nas
reações seqüências produz água e dióxido de carbono (WASSERMAN; HANSEN;
SUE, 2005).
Conforme Robergs e Roberts (2002), a produção de dióxido de carbono
através do tamponamento do ácido lático é catalisada pela reação anidrase carbônica.
O aumento da produção de dióxido de carbono esta relacionada a um aumento da
lactatemia sangüínea e provoca um aumento do R (razão de consumo de O² e
produção CO²).
O aumento da razão de troca gasosa, provocada pelo aumento de dióxido de
carbono expirado, serve para determinar o sistema metabólico que o indivíduo se
encontra. Ou seja, normalmente o limiar anaeróbio é atingido em um R muito próximo a
1,0, significando que quanto mais alto for o valor de R mais intensa esta a atividade.
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A importância do limiar ventilatório para o atleta fica evidente no treinamento
esportivo, pois além de identificar o sistema metabólico, ele é uma ferramenta para o
cálculo da intensidade do exercício de recuperação ativa (de 65 a 75% do limiar). O
cálculo para recuperação ativa pode ser feito a partir do VO² de limiar ou do VO²
máximo, conforme Robergs e Roberts (2002), a recuperação ativa a partir do VO²
máximo é calculada de 35 a 55% do VO² máximo.
De acordo com Fox e Mathews (1983), o tempo de remoção do lactato
produzido pelo nosso organismo a partir de um exercício máximo ou próximo do
máximo demora 25 minutos 32 para remover 50% e 75 minutos para remover 95% em
recuperação passiva.
3.2.4.3 VO² MÁXIMO
De acordo com Neder e Nery (2003, p. 81):
“O VO² máximo constitui a maior taxa possível de utilização corporal do O², a despeito da exposição do organismo a cargas de trabalho cada vez maiores.”
Atualmente, estudos sobre a capacidade oxidativa mitocondrial, a redução
artificial de O² e a oferta artificial de O² durante exercícios máximos com indivíduos
treinados, sugerem que a capacidade VO² máxima seja limitada pela oferta de oxigênio
ao organismo (NEDER; NERY, 2003).
Segundo Neder e Nery (2003, p.81):
“[...] mesmo em indivíduos não-hipoxêmicos, o VO² máximo pode aumentar substancialmente com O² suplementar, quanto mais O² é oferecido no exercício máximo, o músculo é plenamente capaz de utilizá-lo.”
De acordo com Wasserman, Hansen e Sue (2005), adaptações fisiológicas
importantes ocorrem em nosso organismo com o treinamento, como por exemplo, o
aumento da cavidade do ventrículo esquerdo, elevando o volume de ejeção e
conseqüentemente melhorando a performance do atleta. Outras adaptações como as
do sistema metabólico, propiciam um menor consumo de oxigênio para uma mesma
intensidade de exercício, apresentando um menor gasto energético e aumentando o
26
consumo máximo de oxigênio.
3.2.4.4 DÉFICIT DE OXIGÊNIO, VO² E LACTATO
O déficit de oxigênio esta relacionada ao incremento de carga em um
determinado exercício. Com a intensidade aumentada, o organismo tende a se adaptar
a nova carga, ou seja, o VO² aumenta e se estabiliza progressivamente (NEDER;
NERY, 2003).
O organismo utiliza normalmente a via aeróbia para o metabolismo energético,
mas com o incremento de carga (aumento da intensidade), ocorre um débito de O² no
processo de degradação da glicose, saindo da via aeróbia e passando a predominar a
via anaeróbia, ocorrendo um aumento da produção de lactato (ROBERGS; ROBERTS,
2002).
Durante uma atividade física, cada vez que a intensidade aumenta, ocorre o
déficit de oxigênio e aumenta a concentração de lactato no organismo. Com o VO²
estabilizado após o déficit, o organismo volta a utilizar predominantemente a via
aeróbia, mas a concentração de lactato estará em uma concentração cada vez maior a
cada incremento de carga.
3.2.5 FORÇA
A força muscular é definida por vários autores, entre eles:
Barbanti (1979) define força muscular como a capacidade de exercer tensão
muscular contra uma resistência, envolvendo fatores mecânicos e fisiológicos que
determinam a força em algum movimento particular.
Para Guedes (1997) força é a capacidade de exercer tensão muscular contra
uma resistência, superando, sustentando ou cedendo à mesma.
Zatsiorsky (1999) sugere que força é a medida instantânea da interação entre
dois corpos. Devido a essas várias definições de força muscular, Weineck (1999) define
força quanto às suas manifestações em força máxima, força explosiva e força de
resistência.
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A qualidade física de um músculo de efetuar uma quantidade abundante de
contrações, desde que não haja diminuição na amplitude do movimento, velocidade,
força e na frequência, não surgindo à fadiga muscular é denominada de resistência
muscular localizada (DANTAS, 1998). A Força é definida como a força máxima que
pode ser exercida numa única contração máxima voluntária, e é influenciada por alguns
fatores, tais como: área de circunferência ou transversal, o número de fibras contráteis
e seu estado contrátil, e o beneficio mecânico do sistema de alavanca óssea
(SHARKEY, 1998).
A força muscular pode ser definida como a quantidade máxima de força que
um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento, e é
considerada uma capacidade física importante para o condicionamento físico não só
para atletas como também para indivíduos não atletas (KOMI, 2003). De acordo com
Fleck e Kraemer (1999) o termo treinamento de força tem sido usado para descrever
um tipo de exercício que requer que os músculos se movam (ou tentem se mover).
Assim, funcionam contra uma determinada resistência, sendo que esta é normalmente
representada por algum tipo de equipamento, seja em forma de máquinas ou pesos
livres. Outros tipos de exercícios como corridas em aclive e pliometria também são
considerados como treinamento de força.
Estudos demonstraram que o treinamento de força induz a hipertrofia das fibras
do tipo I e II, além disso, gera pouco ou nenhum aumento das atividades enzimáticas
associadas à fonte de energia ATP- CP e da fonte de energia da glicólise anaeróbia
(FLECK e KRAEMER, 1999). Parece que as alterações nas atividades enzimáticas
dependem do tipo de protocolo de treinamento empregado. Entretanto, no que se refere
à densidade da mitocôndria e capilar, o treinamento de força parece diminuir ou não
causar alteração dependendo do protocolo de treinamento utilizado (MAC DOUGALL et
al., 1979). Estas adaptações podem levar a uma atenuação da capacidade oxidativa
dos músculos. Sendo assim, após o resultado destes estudos muitos atletas de
resistência como corredores de longa e curta distância e triatletas, passaram a não
utilizar o treinamento de força muscular temendo comprometer seu desempenho de
resistência (FLECK e KRAEMER, 1999).
Alguns estudos sobre treinamento simultâneo de força e resistência têm
28
demonstrado que o treinamento de força muscular não prejudica o desempenho de
resistência (BISHOP et al., 1999; GETTMAN e POLLOCK, 1981), enquanto outros
estudos demonstraram produzir uma melhora na resistência muscular (HOFF et al.,
1999; JOHNSTON et al., 1997; MARCINIK et al., 1981; HICKSON et al., 1980).
3.2.5.1 EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA SOBRE A FREQUÊNCIA CARDÍACA
Durante um exercício, ocorrem varias alterações cardiovasculares. Todas
apresentam um objetivo comum: permitir que o sistema cardiovascular satisfaça as
demandas aumentadas impostas a ele, e que o mesmo realize suas funções com
máxima eficiência. A frequência cardíaca aumenta em proporção direta a intensidade
do exercício até se encontrar próximo a ponto de exaustão. À medida que se aproxima
desse ponto, a frequência cardíaca começa a se estabilizar, indicando que está
aproximando - se do valor máximo, ou seja, a frequência cardíaca máxima (WILMORE
e COSTILL, 2001).
De acordo com ANTONIAZZI et al. (1999) o treinamento de força
isoladamente parece reduzir significativamente a frequência cardíaca de repouso e
tende aumentar não muito significativamente a freqüência cardíaca máxima em uma
população com indivíduos sadios, com idades entre 50 a 70 anos que não praticaram
nenhum tipo de exercício físico nos seis meses que antecederam o estudo. Por outro
lado, alguns estudos que envolveram o treinamento simultâneo de força e resistência,
demonstraram haver pouca ou nenhuma mudança na frequência cardíaca máxima pós-
teste (GETTMAN e POLLOCK , 1981; JOHNSTON et al., 1997). Estes estudos indicam
que o treinamento simultâneo de força e resistência ou o treinamento isolado de força
geram pouca ou nenhuma mudança na frequência cardíaca máxima.
3.2.6 RESISTÊNCIA MUSCULAR
Resistência muscular definida por dois tipos: a muscular geral e a muscular
localizada. A resistência muscular geral refere-se a mais de um sétimo a um sexto da
musculatura esquelética total, e é limitada pela capacidade dos sistemas respiratórios e
29
cardiovascular e pelo fornecimento de oxigênio. Esta resistência muscular geral é
expressa em função do consumo máximo de oxigênio.
A resistência muscular localizada refere-se a menos de um sétimo ou um sexto
da musculatura esquelética total e é, paralelamente à resistência geral, determinada em
grande parte pela força específica, pela capacidade anaeróbica e pelas formas
limitantes da força como resistência de velocidade, resistência de força e resistência de
força rápida, bem como pela especificidade das disciplinas para a coordenação
neuromuscular.
Resistência anaeróbica alática: Mobilização energética sem utilização do
oxigênio, em um espaço de tempo de 0 a 10 segundos, utilizando o fosfagênio como
fonte de energia imediatamente disponível para o músculo.
Resistência anaeróbica lática: São estímulos de 10 segundos a 2 minutos,
utilizando a quebra do glicogênio muscular com rapidez com uma taxa respectivamente
alta de formação de lactato.
3.2.7 FLEXIBILIDADE
A flexibilidade é uma qualidade física integrante da aptidão física para a saúde
e para o auto-rendimento, sendo importante tanto para o atleta como para o sedentário
(WERLANG, 1997).
Para BLANKE (1997) e WERLANG (1997), flexibilidade é a capacidade que
cada articulação tem de mover-se em amplitudes de movimento específicas.
Segundo HOLLMANN & HETTINGER (1989), flexibilidade ou mobilidade é o
movimento máximo de extensão voluntária em uma ou mais articulações.
A flexibilidade pode ser classificada em: ativa, passiva e anatômica.
A flexibilidade ativa (FAt) se refere as possibilidades de movimento de
uma articulação a qual se encontra limitada pelos músculos antagonistas
que limitam o movimento.
A flexibilidade passiva (FP) consiste em a “não participação da pessoa
que se movimenta” a qual fica bem relaxada para evitar a participação no
maior grau possível dos músculos antes mencionados.
30
A flexibilidade anatômica (FAn), refere-se as possibilidade de
movimentação real da articulação, onde não existe nenhum ligamento,
cápsula ou músculos que limite o movimento. Naturalmente esta só é
possível aos cadáveres.
No indivíduo sadio a amplitude articular é influenciada pêlos ligamentos,
comprimento dos músculos e tendões, e tecidos moles. Já em pessoas com problemas
patológicos, as limitações podem ser agravadas por processos inflamatórios, redução
da quantidade de líquido sinovial, presença de corpos estranhos na articulação e
lesões cartilaginosas (WERLANG, 1997).
O bom nível de flexibilidade varia de acordo com a necessidade de cada um,
logo, a boa flexibilidade é aquela que permite ao indivíduo realizar os movimentos
articulares, dentro da amplitude necessária durante a execução de suas atividades
diárias, sem grandes dificuldades e lesões (BLANKE, 1997).
O sedentário tende a ter menor grau de flexibilidade que o indivíduo ativo e
este fato é agravado com o passar dos anos, pois, o nível de flexibilidade tende a
diminuir e com isso aumentam os riscos de: lesões, dores, problemas posturais, e a
realização de atividades diárias (WERLANG, 1997).
Os atletas apresentam maiores níveis de flexibilidade, pois desempenham
movimentos também acima da média (HOLLMANN & HETTINGER,1989).
Se for constatada uma maior mobilidade em conexão com os sinais de uma
fraqueza de postura, é necessário recorrer a um reforço muscular, não a um
estiramento aumentado de um aparelho motor passivo já fraco, a fim de evitar uma
deterioração adicional no resultado global de postura (MARCHAND, 1992).
Dentre os fatores que mais favorecem a redução dos níveis de amplitude
articular destacam-se: atrofia devido ao pouco uso articular, aumento da idade e
hereditariedade (WERLANG, 1997).
Segundo HOLLMANN & HETTINGER (1989), existem fatores limitantes, de
natureza mecânica, que são divididos em: influenciáveis, que são a capacidade de
distensão da pele, ligamentos, tendões e cápsula articular; e não influenciáveis que
são a estrutura articular e a massa muscular existente.
31
FOX & MATHEWS (1983), colocam que as estruturas de tecidos moles
contribuem para a resistência articular. Sendo por ordem decrescente: cápsula articular
- 47%, músculos - 41%, tendões - 10% e pele - 2%.
Os fatores endógenos influenciadores nos graus de flexibilidade segundo
WERLANG (1997), são: idade, sexo, somatótipo, individualidade biológica, condição
física, respiração e concentração. E os exógenos são: temperatura ambiente e hora do
dia.
A falta de flexibilidade gera um mau desempenho esportivo e aumenta as
chances de lesões tais como as distensões musculares. E a flexibilidade excessiva
pode provocar instabilidade articular gerando: entorses articulares, osteoartrite e dores
articulares (BLANKE, 1997).
A melhora da flexibilidade é atingida com o treinamento regular de exercícios
de alongamento, que consistem em favorecer toda a amplitude de movimento de uma
articulação, dita normal, atuando sobre a elasticidade muscular, principalmente.
Quando a amplitude excede o normal, o estímulo atua não só sobre a elasticidade
muscular como a mobilidade articular (MARCHAND, 1992).
A mobilidade articular é expressa pelas propriedades anatômicas das
articulações e a elasticidade muscular é projetada pelo grau de estiramento dos
músculos envolvidos (MARCHAND, 1992).
Alongamento estático ou passivo: é considerada uma das técnicas mais
seguras, pois apresenta menor perigo de lesar tecidos. Consiste em permanecer numa
determinada postura, e receber uma força externa para que os movimentos sejam
efetuados, isso é graças á capacidade de estiramento ou descontração dos
antagonistas. “A extensão ocorre sem contrair ou fazer força, conservando a posição
final durante 5 - 60” (ANDERSON, 1983 & BLANKE, 1997).
Alongamento estático com contração dos antagonistas: movimenta-se o
segmento, que se deseja alongar, até o limite de desconforto moderado, onde faz-se
uma contração isométrica dos músculos antagonistas e mantém por 5- 60” (BLANKE,
1997).
Alongamento estático com contração dos agonistas: leva-se a articulação ao
máximo de sua amplitude, então se realiza uma contração isométrica do grupo
32
muscular que será alongado durante 5 - 30’. Esse processo relaxa o músculo que está
sendo alongado pela ação dos órgãos tendinosos de golgi (BLANKE, 1997).
Alongamento balístico: este método está associado ao maior número de
lesões. É realizado através do rápido movimento do segmento no máximo de sua
amplitude articular (BLANKE, 1997).
“Alongamento suave: consiste em estender a musculatura até o limite de uma
pequena tensão, chegando relaxe, sustentando o alongamento por no máximo 30”
(ANDERSON, 1983).
“Alongamento progressivo: é realizado alongando-se um pouco além do que o
suave, assim, virá uma pequena nova tensão que deve ser sustentada por 30”
(ANDERSON, 1983).
Segundo KENDALL & McCREARY (1987), os ganhos de mobilidade articular e
alongamento muscular são diretamente proporcionais ao tempo que o segmento levou
para ficar retesado. Logo, os exercícios de alongamento devem ter uma progressão
gradativa para que se evite comprometer alguma estrutura tecidual.
Segundo HOLLMANN & HETTINGER (1989), a velocidade como é executado
o movimento está diretamente relacionada com a resistência muscular. Onde a maior
velocidade reflete na maior resistência e vice-versa, isso ocorre devido à ação reflexa
do fuso muscular.
Fica cada vez mais evidente que obedecer aos princípios de treinamento, de
forma racional e metódica, é fundamental para que se atinjam resultados positivos na
prática de exercícios físicos sejam eles objetivando o auto-rendimento ou a saúde.
3.2.8 VELOCIDADE
Velocidade de reação: Capacidade de reagir a um estimulo num menor espaço
de tempo. É uma forma de velocidade pura e depende do sistema nervoso central e de
fatores genéticos.
Segundo Frey (apud Weineck 1999) a velocidade é a capacidade sobre a
base da mobilidade dos processos do sistema neuromuscular e da faculdade inerente
da musculatura, de desenvolver força, de executar ações motoras em um mínimo
33
espaço de tempo, colocado sob condições mínimas. (WEINECK, Jürgen 1986, 137).
Segundo (GOMES, TUBINO,1977) ele considera que a mais completa definição
é a do belga Fauconnier que define velocidade como “a qualidade particular do músculo
e das coordenações neuromusculares que permite a execução de uma sucessão rápida
de gestos que, em seu encadeamento, constituem uma só e mesma ação, de uma
intensidade máxima e de uma duração breve ou muito breve.”
Classificação da velocidade em três tipos, segundo (GOMES, TUBINO,1977):
Velocidade de reação: “entendemos por velocidade de reação o tempo
requerido para ser iniciada uma resposta a um estímulo específico.”
Velocidade de deslocamento: “é a capacidade máxima de um indivíduo
deslocar-se de um ponto para o outro. Também é conhecida como
velocidade de movimento, se destaca nos esportes coletivos e também
em provas de velocidade do atletismo.”
Velocidade de movimento dos membros (inferiores e/ou superiores): “é
muito importante em vários desportos e há também uma grande
necessidade de seu reconhecimento em atletas por parte dos
treinadores. Como o próprio nome já diz velocidade de movimento dos
membros (superiores e inferiores) é a habilidade de mover braços e/ ou
pernas tão rápido quanto o possível.”
3.2.9 POTÊNCIA
Definição: Segundo FLECK & KRAEMER (1999), “potência é a velocidade em
que se desempenha o trabalho”. Já para ZATSIORSKY (1999), “potência é a força
dividida pela unidade de tempo”.
Seguindo estas definições, várias formas de potência (que na verdade seguem
o mesmo princípio) podem ser sugeridas dentro de determinados contextos e
necessidades específicas como, por exemplo: potência aeróbia, potência anaeróbia
(lática e alática), potência muscular, potência explosiva, onde caberá analisar cada
34
movimento e/ou esporte para seguir o princípio da especificidade e fazer uso da
potência adaptada a sua condição ótima em cada caso.
3.2.9.1 DESENVOLVIMENTO DA POTÊNCIA
Já que a potência envolve um componente de força, e um de velocidade, fica
fácil observar que maximizando a força e/ou a velocidade, aumenta-se à potência.
Talvez aí comecem alguns erros na hora de se tomarem decisões a respeito de como
se desenvolver e treinar potência. Além disto, aparentemente a ciência é pouco clara
em definir qual destes dois componentes influencia mais no desenvolvimento da
potência.
A esse respeito, tentando facilitar o processo didático, introduziremos um outro
conceito, o conceito de Velocidade de Desenvolvimento de Força (VDF), ou taxa de
desenvolvimento de força, mostrando novamente que em uma ação muscular potente,
o músculo deve exercer tanta força o quanto possível em um curto período de tempo.
Porém não é correto afirmar que necessariamente um músculo que desenvolva mais
força, é um músculo mais potente, uma vez que a análise de mais de uma característica
é necessária para esta afirmativa.
O treinamento de força usando cargas altas e baixa velocidade na fase
concêntrica leva a uma melhora na força máxima, porém com ganhos reduzidos em
outros padrões de velocidade (FLECK & KRAEMER, 1999; ZATSIORSKY, 1999). Assim
a VDF pode explicar em parte porque muitas vezes o treinamento de força
isoladamente não aumenta o desempenho da potência, sendo necessária a
combinação de mais de uma valência, a serem treinadas de forma conjunta. Os meios
para isto são muitos e variados dentro da literatura, porém todos devem passar por
princípios semelhantes.
3.2.10 AGILIDADE
A agilidade é a capacidade de mudar de posição e direção rapidamente, sem
perca do equilíbrio e com precisão, a qual é dependente de outros componentes da
35
capacidade muscular: força, velocidade, coordenação e equilíbrio. Os fatores que
interferem na agilidade, dentre eles o excesso de peso corporal impede o individuo de
ter uma adequada agilidade. (SHARKEY, 1998).
“A Agilidade é a qualidade física que permite mudar a posição do corpo no
menor tempo possível”. (TUBINO, Gomes 1993, 194)
Citado por Sheppard & Young (2006), a agilidade é a habilidade para mudar de
direção rapidamente e de forma exata. Mais recentemente, a agilidade foi definida
como a habilidade para manter ou controlar a posição do corpo, enquanto se muda de
direção rapidamente, durante uma série de movimentos (Twist & Benicky, 1996) ou a
habilidade para mudar de direção, arrancar e parar de forma brusca (Gambetta, 1996).
Novas definições de agilidade têm surgido, devido à importância que esta
habilidade vai assumindo. Muitas modalidades desportivas praticadas em campo
requerem grande velocidade de movimento de todo o corpo, em resposta aos
movimentos da bola, dos adversários e dos companheiros de equipa (Young & Farrow,
2006).
A dificuldade para encontrar uma definição de agilidade que seja totalmente
aceite pela comunidade científica deverá ser resultado de vários fatores analisados em
várias disciplinas das ciências do deporto, que influenciam de forma direta o
desempenho da agilidade. Para os investigadores em biomecânica, a agilidade deverá
ser analisada Segundo alterações mecânicas verificadas ao nível da mudança da
posição do corpo.
Para os especialistas de aprendizagem motora, a agilidade deverá ser
analisada segundo a informação processada pela análise visual, tomada de decisão e
reação a um estímulo de mudança de direção, e também pelo processo de
aprendizagem e de retenção da resposta motora apropriada ao estímulo. Para um
treinador de um atleta ou equipa, a agilidade deverá ser definida segundo as qualidades
físicas envolvidas na mudança de direção (Sheppard & Young, 2006).
Segundo Sheppard & Young (2006), a definição de agilidade deveria
reconhecer os seguintes aspectos envolvidos na performance: capacidades físicas,
processos cognitivos (aprendizagem motora) e habilidades técnicas (biomecânica).
Atualmente e segundo Draper & Lancaster (1985) a agilidade é utilizada para
36
descrever qualquer ação desportiva dinâmica que envolva uma mudança da posição do
corpo. O desenvolvimento desta habilidade torna-se uma tarefa ingrata e não muito
clara, uma vez que as características da agilidade e os melhores métodos para o seu
desenvolvimento são ainda algo que, hoje, não passa de uma ilusão, especialmente
quando o comparamos com o desenvolvimento de outras componentes da preparação
física, como a potência explosiva (Young & Farrow, 2006).
Young, James, & Montgomery (2002), descreveram a agilidade como sendo
composta por duas componentes principais: velocidade de mudança de direção e
fatores da percepção e tomada de decisão. Associadas às componentes principais
aparecem sub-componentes.
Young, James, & Montgomery (2002), incluem o termo velocidade de mudança
de direção, não só como uma componente principal da agilidade, mas igualmente para
descrever um movimento que não seja uma resposta a um estímulo, ou seja, alguns
exercícios poderão ser classificados como exercícios de velocidade de mudança de
direção (corridas rápidas com mudanças de direção) e outros classificados como
agilidade (corridas rápidas com mudanças de direção em resposta a um estímulo).
Desta forma, a proposta mais recente, encontrada na literatura, para uma
definição mais completa da agilidade, parece ser: “movimento rápido de todo o corpo,
com mudança de velocidade ou direção em resposta a um estímulo” (Sheppard &
Young, 2006). Tendo em conta a definição proposta por estes autores, a agilidade pode
descrever, por exemplo, uma situação, num jogo de futebol, em que um jogador realiza
uma desmarcação de ruptura, com mudança de velocidade e até mesmo de direção,
em resposta a uma movimentação da defesa
3.2.11 COORDENAÇÃO
Coordenação: Também ligada diretamente ao sistema nervoso central,
capacitam o atleta para ações motoras em situações previsíveis (estereótipos) e
imprevisíveis (adaptação) e para o rápido aprendizado e domínio de movimentos no
esporte, fazendo com que os mesmos sejam executados com economia e precisão.
A coordenação motora, segundo Rauchbach (1990), é a base do movimento
37
homogêneo e eficiente, que exige uma extensa organização do sistema nervoso, com
utilização dos músculos certos, no tempo certo e intensidade correta, sem gastos
energéticos.
É comum ouvir-se dizer que determinadas pessoas são descoordenadas e
até desajeitadas, pois, quando solicitadas, suas respostas psicomotoras a alguns
movimentos não correspondem ou são executados de forma inadequada.
A coordenação psicomotora ou neuromuscular se faz presente e é necessária
em todos os movimentos que as pessoas fazem, variando apenas no grau de
solicitação. Quanto melhor for a qualidade da coordenação, tanto mais fácil e
precisamente será realizado o movimento. A realização do movimento torna-se mais
flexível e econômica, de modo que decresce o consumo energético e,
consequentemente, a capacidade máxima de oxigênio cresce em relação a uma
determinada solicitação muscular, baixando, simultaneamente, o nível de fadiga
(Hollmann apud Silva, 1998).
Segundo Van Norman (apud Silva, 1998), a coordenação pode ser trabalhada
com seqüências de movimentos e uma infindável variedade de combinações de braços
e pernas. Esta desempenha um papel fundamental na prevenção de acidentes e pode
deteriorar-se rapidamente se não exercitada. Quanto mais complicado o desempenho
motor, tanto maior será a importância da coordenação. Seu aperfeiçoamento, através
da repetição, transformará um acontecimento consciente, ligado ao córtex cerebral, em
um processo de evolução inconsciente, cuja automotricidade está entregue aos centros
cerebrais secundários. Desse modo, o córtex é aliviado por um lado, e por outro, a
realização de movimentos passa a ser dominada com mais segurança e exatidão do
que anteriormente. O desenvolvimento da coordenação resulta em maior precisão de
movimento e maior economia de esforço muscular porque há menor atividade
muscular extrínseca. A precisão do movimento depende de inibição ativa de todos os
neurônios motores, exceto os envolvidos no movimento desejado.
A coordenação motora tem atributos que permitem que o corpo tenha uma
estrutura autônoma, ou seja, encontra em si mesmo sua organização. É como
elemento autônomo que ele entra em interação com o meio externo (Piret & Béziers,
1992).
38
Segundo Barabanti, as capacidades coordenativas são qualidades necessárias
para a condução, regulação e execução do movimento. Elas permitem as pessoas
identificarem a posição do próprio corpo, ou parte dele em relação a espaço, ou ainda
executar corretamente a sincronização dos movimentos da forma mais precisa e
econômica.
“As capacidades coordenativas se fundamentam na elaboração da
informação e no controle da execução que são desenvolvidos por: analisadores táteis,
que informam sobre a pressão nas diferentes partes do corpo; analisadores visuais, que
recolhem a imagem do mundo exterior; analisadores estático-dinâmico, que informam
sobre a aceleração do corpo, particularmente a posição da cabeça concorrendo desta
forma para a manutenção do equilíbrio; analisadores acústicos, por onde recebemos
sons e ruídos; e por analisadores cinestésicos, por meios das quais recebemos
informações das tensões recebidas pelos músculos”.( BARBANTI, Valdir 1996, 49).
3.2.12 EQUILÍBRIO
“Do ponto de vista da física, as condições mecânicas que regem o equilíbrio do
corpo humano são iguais as que regem os outros corpos, isto é, todo o corpo esta em
equilíbrio, quando não há forças que provoquem movimento de translação ou rotação;
ou ainda quando todas as forças atuantes sobre o corpo se anulam, quer dizer, a
resultante é igual a zero”. (BARBANTI, Valdir,1997,143)
Equilíbrio Dinâmico: Equilíbrio em movimento;
Equilíbrio Estático: Equilíbrio conseguido numa determinada posição;
Equilíbrio Recuperado: Recuperação do equilíbrio numa posição
qualquer.
De acordo com Gomes, Tubino (1993, 192) o equilíbrio dinâmico, estático e
recuperado são valências importantes aos lutadores.
Assim como as velocidades de reação, deslocamento e de membros, agilidade
e os equilíbrio estático, dinâmico e recuperado, todos ao mesmo tempo tem um papel
39
imprescindível na luta toda, mas principalmente no início da luta, quando os lutadores
começam de pé e no combate tentam deslocar o centro de gravidade um do outro com
técnicas de projeção ao solo. Portanto o lutador que não estiver atento o suficiente e
que tiver uma destas valências muito inferior em relação ao seu adversário, poderá ter
uma grande desvantagem.
40
4 MÉTODOS
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Esse estudo é caracterizado como sendo quase experimental. Segundo
Santarem (apud Possamai 2002), o método quase-experimental é assim denominado
quando o delineamento experimental não é possível e caracteriza-se pelo estudo de
casos ou grupos de casos, com a presença de uma variável a ser estudada. Estudos de
casos clínicos geralmente são exemplos desse delineamento de pesquisa.
Segundo Legal (apud Possamai 2002), o design Quase-Experimental é uma
aproximação do experimento verdadeiro, contudo, a escolha não é aleatória e a
variável independente, apesar de ter sido manipulada, não foi por você.
O método quase-experimental pode assumir dois modelos de estudo:
Planejamento de medidas pré e pós-tratamento com grupo controle não
equivalente;
Planejamento de séries temporais.
A amostra foi constituída de 15 estudantes universitárias da Universidade
Estadual de Londrina, com idade variando entre 18 e 27 anos. Anteriormente à coleta
das informações todas as estudantes foram esclarecidas sobre os procedimentos aos
quais foram submetidas e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido
para a realização da presente pesquisa.
4.1.1 Materiais
Os materiais utilizados para os testes e medidas foram:
02 (dois) blocos de madeira (5 cm x 5cm x 10cm) para o Teste de Shuttle Run.
01 (um) monitor de frequência cardíaca polar RS100 BLK, para o Teste de
Shuttle Run e Teste de Cooper.
41
01 (uma) fita métrica metálica inextensível, com comprimento de dois metros e
precisão de 0,1 centímetros para medição da altura, relação cintura-quadril.
01 (uma) balança digital da marca OMROM, modelo HBF 500 para medir o
peso.
01 (um) apito para o Teste de Shuttle Run e Teste de Cooper.
01 (uma) trena com comprimento de cinquenta metros para a medição e
marcação da pista de atletismo da UEL para o Teste de Cooper.
4.2 ANTROPOMETRIA E COMPOSIÇÃO CORPORAL
Medidas antropométricas (massa corporal, estatura e circunferência de cintura
e quadril) foram obtidas na sala 901 do Centro de Educação Física e Esporte (CEFE)
da Universidade Estadual de Londrina entre 12 e 13 horas. A massa corporal foi medida
em uma balança digital da marca OMROM, modelo HBF 500, enquanto a estatura
mensurada em uma parede plana, ao mesmo nível do solo, onde fixou uma fita métrica
metálica inextensível, com comprimento de dois metros e precisão de 0,1 centímetros, à
partir de um metro do nível do solo.
Para a medida da massa corporal a universitária ficou em pé, de costas para a
escala de medida, com o mínimo de roupa possível e descalça. Para a mensuração da
estatura a universitária estando em pé, descalça, com os pés unidos, colocando em
contato com a escala de medida as superfícies posteriores dos calcanhares, a cintura
pélvica, a cintura escapular e a região occipital, a universitária estando em apnéia
respiratória, com o plano de Frankfurt rigorosamente observado. O índice de massa
corporal (IMC) foi calculado por meio da divisão da massa corporal (kg) pelo quadrado
da estatura (m2).
A circunferência de cintura foi medida com uma fita métrica metálica
inextensível posicionada no plano horizontal, ao nível da cintura, no ponto coincidente
com a distância média entre a última costela e a crista-ilíaca. A medida obtida ao final
de uma expiração normal, sem a compressão da pele.
A circunferência do quadril foi medida com uma fita métrica metálica
42
inextensível posicionada no plano horizontal, ao nível do quadril, no ponto de maior
volume do glúteo, em visão lateral. A medida obtida ao final de uma expiração normal,
sem a compressão da pele.
4.3 APTIDÃO FÍSICA
As capacidades físicas aptidão cardiorrespiratória, força, resistência e
flexibilidade foram mensuradas por meio dos seguintes testes:
a) corrida de 12 (doze) minutos ou Teste de Cooper;
b) shuttle-run;
c) resistência abdominal;
d) teste específico para praticantes de kickboxing (chutes por minuto);
Para tanto, foi utilizada uma ordem de execução dos testes de modo a
minimizar o desgaste físico de um teste para outro. Os procedimentos destes testes
serão idênticos àqueles descritos por Guedes e Guedes (2006).
4.4 TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Todos os dados foram analisados por meio da estatística descritiva, mediante a
apresentação das informações em termos de média, desvio-padrão, valores máximos e
mínimos, teste T de Student, para verificação da relevância das alterações percebidas
nos resultados dos testes. Os cálculos estatísticos foram realizados no programa
BioEstat 5.0.
Para a análise dos resultados dos testes foram usadas tabelas de apoio em
anexo.
43
5 RESULTADOS
Das trinta estudantes da UEL que se matricularam na modalidade kickboxing do
NAFI que realizaram o programa completo de treinamento apenas quinze, ou seja, 50%
da amostra inicial finalizaram o programa de treinamento (mortalidade da amostra). Isso
se percebeu devido principalmente às atividades acadêmicas que demandam
responsabilidades e consumo de tempo. O que inabilitou as estudantes de terminarem
o período de treinamento, no caso as doze semanas que foram propostas, gostaria de
salientar que 100% das estudantes que não realizaram o treinamento até o final
educadamente compareceram a presença do pesquisador para se desculparem e
exporem seus motivos de desistência.
5.1 CARACTERÍSTICAS DO PRÉ-TESTE E DO PÓS-TESTE
Tabela 2 - Características Antropométricas: Peso (kg)
Pré-teste Pós-teste
Média ± σ Mínimo Máximo
62,67±14,2 47
107
63,33±13,8 47
106
Fonte: Roberto Carlos da Silva, Londrina 2010.
Tabela 3 - Características Antropométricas: Estatura (m)
Pré-teste Pré-teste
Média ± σ Mínimo Máximo
1,63±5,0 1,54 1,71
1,63±5,0 1,54 1,71
Fonte: Roberto Carlos da Silva, Londrina 2010.
Tabela 4 - Características Antropométricas: IMC (kg/m²)
Pré-teste Pós-teste
Média ± σ Mínimo Máximo
23,58±4,6 18 37
23,86±4,82 18 37
Fonte: Roberto Carlos da Silva, Londrina 2010.
44
Tabela 5 - Características Antropométricas: Cintura (cm)
Pré-teste Pós-teste
Média ± σ Mínimo Máximo
71,2±9,8 62
103
72,3±10,3 62
104
Fonte: Roberto Carlos da Silva, Londrina 2010.
Tabela 6 - Características Antropométricas: RCQ
Pré-teste Pós-teste
Média ± σ Mínimo Máximo
0,7±0,05 0,65 0,83
0,7±0,06 0,63 0,86
Fonte: Roberto Carlos da Silva, Londrina 2010.
Tabela 7 - Características da Aptidão Física: Shuttle-Run (s) *
Pré-teste Pós-teste
Média ± σ Mínimo Máximo
10,53±0,92 * 12,1 9,41
10,28±0,72 * 12
9,19
Fonte: Roberto Carlos da Silva, Londrina 2010.
Tabela 8 - Características da Aptidão Física: Corrida de 12 minutos (m) *
Pré-teste Pós-teste
Média ± σ Mínimo Máximo
1500,67±134,68 * 1250 1800
1625,3±154,4 * 1400 2000
Fonte: Roberto Carlos da Silva, Londrina 2010.
Tabela 9 – Características da Aptidão Física: Resistência Abdominal *
Pré-teste Pós-teste
Média ± σ Mínimo Máximo
27,3±5,87 * 17 38
40,7±7,4 * 28 52
Fonte: Roberto Carlos da Silva, Londrina 2010.
45
Tabela 10 - Característica Específica: Chutes por minuto *
Pré-teste Pós-teste
Média ± σ Mínimo Máximo
46,9±6,46 * 39 60
52,7±7,7 * 41 63
Fonte: Roberto Carlos da Silva, Londrina 2010.
Observação: (*) significa resultado significativo.
5.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Analisando as características anteriores e posteriores às doze semanas de
treinamento, pode-se notar que devido às atividades acadêmicas das estudantes, não
foi possível a realização plena do treinamento proposto, entretanto, mesmo com esse
empecilho, notou-se uma melhora nos níveis de aptidão física das estudantes
universitárias da UEL, praticantes do kickboxing.
Os gráficos a seguir exemplificam tais resultados:
Gráfico 1 - Diferenças do IMC mensurados antes e após o treinamento
46
Gráfico 2 - Diferenças da RCQ mensuradas antes e após o treinamento
Gráfico 3 - Diferenças do Teste de Shuttle Run mensurados antes e após o treinamento
47
Gráfico 4 - Diferenças da Corrida de 12 minutos mensurados antes e após o
treinamento
Gráfico 5 - Diferenças do VO² máximo mensurados antes e após o treinamento
48
Gráfico 6 - Diferenças do Teste de Resistência Abdominal mensurados antes e após o
treinamento
Gráfico 7 - Diferenças do Teste Específico de Chutes por minuto máximo mensurados
antes e após o treinamento
49
Gráfico 8 - Diferenças do IMC mensuradas antes e após o treinamento, em termos de
média.
Gráfico 9 - Diferenças do RCQ mensuradas antes e após o treinamento, em termos de
média.
50
Gráfico 10 - Diferenças do Shuttle Run mensuradas antes e após o treinamento, em
termos de média.
Gráfico 11 - Diferenças da Corrida de 12 minutos mensuradas antes e após o
treinamento, em termos de média.
51
Gráfico 12 - Diferenças do VO² Máximo mensuradas antes e após o treinamento, em
termos de média.
Gráfico 13 - Diferenças do Teste de Resistência Abdominal mensuradas antes e após o
treinamento, em termos de média.
52
Gráfico 14 - Diferenças do Teste de Chutes por minuto, mensuradas antes e após o
treinamento, em termos de média.
A partir dos gráficos anteriores percebe-se uma melhora significativa
principalmente nas características referentes à aptidão física relacionada à saúde, tais
quais:
Corrida de 12 minutos: 1501 metros para 1625 metros, indicando um
aumento da distância percorrida.
VO² máximo: 22,25 para 25,05, indicando uma grande melhora na aptidão
cardiorrespiratória.
Resistência Abdominal: 27 abdominais para 40 abdominais em 60
segundos de teste, indicando um aumento no número de abdominais
executados.
Nos itens IMC, RCQ não houve controle da dieta, e também no período das
provas curriculares as estudantes diminuíram a frequência de treinamento. Implicando
numa melhora não significativa.
53
6 DISCUSSÃO
A sociedade moderna do século XXI espera e cobra de nossas estudantes
universitárias sejam preparadas intelectualmente e fisicamente ativas para
desempenhar suas funções acadêmicas de forma mais brilhante possível. Assim sendo
a Universidade Estadual de Londrina, alem de oferecer uma excelente estrutura
educacional, oferece também, junto ao Núcleo de Atividade Física da UEL, várias
modalidades de atividades físicas para a comunidade acadêmica, entre elas as
estudantes. Sendo uma dessas atividades o kickboxing.
Grande parte das ingressantes na modalidade apresenta níveis insuficientes em
pelo menos um ou mais componentes da aptidão física. E de acordo com o presente
estudo o pesquisador pode notar uma significativa melhora no desempenho das
estudantes universitárias da UEL.
Na literatura estudos sobre aptidão física relacionado à saúde com intervenção
do kickboxing são escassos, devido dificuldade de se obter tais amostras e dados. A
composição corporal das estudantes da UEL matriculadas no NAFI na modalidade
kickboxing está extremamente relacionada com fatores genéticos, socioeconômicos e
comportamentais.
Os dados pertinentes as características antropométricas relata que o IMC e a
relação da circunferência de cintura e do quadril da maioria das estudantes estão
dentro dos padrões considerados normais.
No teste de shuttle-run as estudantes obtiveram desempenho considerado bom
de acordo com a tabela 4, com o tempo de 10, 28 segundos, o melhor resultado foi 9,19
segundos, o que caracteriza excelente e o pior resultado foi de 12 segundos
classificando em muito fraco.
No teste de Cooper tiveram desempenho fraco de acordo com a tabela 5 sendo
os extremos: máximo de 2000 metros indicando desempenho médio e o mínimo 1400
metros, caracterizando o desempenho como muito fraco.
E no teste de Resistência Abdominal o desempenho foi bom, variando de
excelente (2000 metros) e fraco (1400).
54
A agilidade para o kickboxing foi medida através da quantidade de chutes que
as estudantes deram no saco de pancadas, na média obtiveram 52 chutes sendo que a
mais ágil chutou 63 vezes o saco e a universitária com menos chutes: 41 chutes.
Vale lembrar que o Teste de Chutes por minuto é importante somente para esta
modalidade especifica, entretanto não é um teste validado.
55
7 CONCLUSÃO
Com bases nos dados obtidos no presente estudo, pode-se dizer que apenas
com 12 semanas de treinamento, o pesquisador constatou resultados positivos nas
capacidades de aptidão física e saúde das estudantes da Universidade Estadual de
Londrina praticantes da modalidade kickboxing no Núcleo de Atividade Física da UEL.
Supõe-se que as melhoras seriam mais significativas se o período de
intervenção fosse maior e também se houvesse um controle alimentar por parte das
estudantes, assim como uma maior assiduidade ao treinamento.
Propõe-se a continuidade do estudo, aumentando as variáveis analisadas de
forma que haja um maior aprofundamento nas características da aptidão física e saúde
das universitárias.
56
REFERÊNCIAS
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ZATSIORSKY, Vladimir M.. Ciência e Prática do Treinamento de Força. Phorte editora, 1999.
61
ANEXOS
62
ANEXO A – Tabelas de Apoio
Tabela 1 – Tabela Comparativa do IMC para mulheres
Condição IMC (kg/m²)
Abaixo do peso No peso normal
Marginalmente acima do peso Acima do peso ideal
Obeso
< 19,1 19,1 – 25,8 25,8 – 27,3 27,3 – 32,3
> 32,3 Fonte: NHANES II, Estados Unidos (1980).
Tabela 2 – Tabela Comparativa do RCQ para mulheres, nível de risco para a saúde
Nível Baixo
Moderado Alto
Muito alto
RCQ < 0,83
0,83 – 0,88 0,88 – 0,94
> 0,94 Fonte: Bay & Cray (1988) apud Costa (2001).
Tabela 3 – Tabela Comparativa dos Resultados no Teste de Shuttle Run para Mulheres
Categoria Tempo
Excelente Menor ou igual a 9,6 Bom
Médio Regular Fraco
9,7 - 10,4 10,3 - 11,1 11,2 - 12,0 12,1 – 14
Fonte: Aahper, 1976.
Tabela 4 – Tabela Comparativa dos Resultados no Teste de Cooper para Mulheres
Categoria Distância (m)
Muito Fraca Menor que 1610 Fraca Média Boa
Excelente Superior
1610 – 1900 1910 - 2080 2090 – 2300 2310 - 2430
Maior que 2430
Fonte: Cooper, 1982.
63
Tabela 5 – Tabela Comparativa dos Resultados no Teste de Resistência Abdominal
para Mulheres
Categoria Abdominais em 1 min
Excelente Acima de 44 Bom
Médio Regular Fraco
39 – 43 33 - 38 29 - 32 0 – 28
Fonte: Pollock, 1978.
Tabela 6 - Características Sócio-demográficas
Variáveis N %
Sexo Feminino 15 100
Faixa etária Até 18 anos 2 13
Entre 18 e 21 anos Acima de 21 anos
8 5
54 33
Estado Civil Casado 0 0
Parceiro estável 0 0 Solteiro 15 100
Divorciado 0 0 Viúvo 0 0
Escolaridade Superior incompleto 13 87 Superior completo 2 13
Fonte: Roberto Carlos da Silva, Londrina 2010.
64
ANEXO B – Rotina de Treinamento
Rotina de Treinamento
Duração da aula: 60 minutos 1º Aquecimento: Duração 15 minutos:
5 minutos pulando corda;
10 minutos exercícios de intensidade moderada : corridas, shuttle run,
polichinelos;
2º Exercícios Específicos do kickboxing realizados no saco de pancadas, Duração 30 minutos:
Golpes de mão:
- jab (jab);
- direto (direct box);
65
- cruzado (punch);
- gancho “baixo” (hook);
- gancho “alto” (uppercut);
- gancho “de cima para baixo” (swing);
- costa de mão (back fist);
66
- giratória de costa de mão (spinning back fist);
- soco com pulo (flying punch);
Golpes de perna:
- chute frontal (front kick);
- chute lateral (side kick);
- chute semi -circular (semi-circular kick);
67
- chute coxa (low kick);
- chute pulando (jump kick);
- escorpião ou chute gancho (hook kick);
- chute crescente (crescent kick);
- chute cobertura ( hammer kick);
68
- chute rasteira (swepping);
Golpes de joelho (joelhadas):
- joelhada frontal longa (straight knee thrust);
- joelhada frontal curta (rising knee strike);
- joelhada lateral (side knee);
- joelhada pulada (jumping knee kick);
69
Defesas:
- esquiva lateral (slipping);
- pendulo (bobbing);
- bloqueio com os braços (blocking with arms);
- clinche (clinching)
- recuo (footwork);
70
Guardas:
- guarda baixa (low guard);
- guarda clássica (mixed guard);
- guarda fechada (peek-a-boo);
3 Relaxamento, alongamento e abdominais Duração de 15 minutos;
71
ANEXO C – Questionário Aplicado na Pesquisa
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
QUESTIONÁRIO
Prezada Universitária! Este questionário faz parte da pesquisa intitulada: “Influência de 12 (doze) semanas de
treinamento de Kickboxing na aptidão física de universitárias”. Leia com atenção todos os itens e responda-os com sinceridade. Em caso de dúvidas, pergunte ao pesquisador. Os dados fornecidos por você serão mantidos em sigilo e serão utilizados somente para a realização desta pesquisa. Muito obrigado pela colaboração.
Professor Responsável: Roberto Carlos da Silva.
I. DADOS PESSOAIS
Nome: ____________________________________________________________________
Data de nascimento:_____/_____/________
Escolaridade: superior mestrado
Curso: _________________________
NÃO PREENCHER O ÍTEM ABAIXO
II. ANTROPOMETRIA E APTIDÃO FÍSICA
Massa corporal: _____________________kg Estatura: __________________________cm
Circunferência de cintura:_____________cm Resistência abdominal:_______________rep
Circunferência de quadril:_____________cm
Shuttle-run:________________________s
Teste de Cooper:________________m
III - ASSINALE AS QUESTÕES SOBRE O KICKBOXING: Já praticou alguma arte marcial? sim não Já conhecia o Kick Boxing? sim não Já praticou o Kick Boxing? sim não Faz alguma atividade física extra? sim não Percebeu melhoras na flexibilidade? sim não Percebeu melhoras na resistência localizada? sim não Se sente bem após a prática da aula? sim não Se sente mais saudável após a prática da aula? sim não Considera o Kick Boxing uma defesa pessoal? sim não Praticaria de forma esportiva (Ringue)? sim não Acha que o Kick Boxing emagrece? sim não Acha que a prática a deixa mais bonita? sim não Fonte: Adaptado de Fernandes 2002.
72
ANEXO D – Termo de Consentimento de Participação
TERMO DE CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO
Responsável: ROBERTO CARLOS DA SILVA
Você está sendo convidada a participar voluntariamente do estudo: “INFLUÊNCIA DE 12 (DOZE) SEMANAS DE
TREINAMENTO DE KICK BOXING NA APTIDÃO FÍSICA DE UNIVERSITÁRIAS” Por favor, leia com
atenção as informações abaixo de dar seu consentimento para participar do estudo. Qualquer dúvida pode ser
esclarecida diretamente com o pesquisador Roberto Carlos da Silva.
(043 9607-8232).
OBJETIVO E BENEFÍCIOS DO ESTUDO Constatar se o treinamento de doze semanas da modalidade kickboxing provoca melhoras perceptíveis nos
níveis de aptidão física de estudantes universitárias da Universidade Estadual de Londrina. Este estudo pode vir a
contribuir para a compreensão, por parte de profissionais ligados ao comportamento motor, sobre as diferentes
estratégias de controle de movimento em habilidades distintas.
PROCEDIMENTOS Será aplicado um pré-teste no início das atividades que serão desenvolvidas durante seis meses no NAFI –
Núcleo de Atividade Física da Universidade Estadual de Londrina na modalidade kickboxing onde será aplicado um
teste que verificará a aptidão cardiorrespiratória, (teste de Cooper ou doze minutos), assim como agilidade no teste
de Shuttle Run, teste de resistência localizada (abdominais por minuto), também o IMC e a relação de circunferência
da cintura e do quadril (RCQ).
DESPESAS/ RESSARCIMENTO DE DESPESAS DO VOLUNTÁRIO Todos os sujeitos envolvidos nesta pesquisa são isentos de custos.
PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA A sua participação neste estudo é voluntária e a participante terá plena e total liberdade para desistir do
estudo a qualquer momento, sem que isso acarrete qualquer prejuízo para a mesma.
GARANTIA DE SIGILO E PRIVACIDADE As informações relacionadas ao estudo são confidenciais e qualquer informação divulgada em relatório ou
publicação será feita sob forma codificada, para que a confidencialidade seja mantida. O pesquisador garante que seu
nome não será divulgado sob hipótese alguma.
Londrina, ______ de ______________ de 2010.
________________________________
___________________________________
Responsável RG __________________ Pesquisador RG ____________________
Universidade Estadual de Londrina
CEF - Centro de Educação Física e Esporte