universidade estadual de campinas instituto de...

50
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE BIOLOGIA DANILO REALI PONCIANO MACHADO Primeira descrição de uma espécie de Gastrotricha de água doce (Chaetonotida: Chaetonotidae) em uma ilha de rochas vulcânicas First description of a freshwater species of Gastrotricha (Chaetonotida: Chaetonotidae) from an island of volcanic rocks CAMPINAS 2019

Upload: others

Post on 27-Oct-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE BIOLOGIA

DANILO REALI PONCIANO MACHADO

Primeira descrição de uma espécie de Gastrotricha de água doce

(Chaetonotida: Chaetonotidae) em uma ilha de rochas vulcânicas

First description of a freshwater species of Gastrotricha (Chaetonotida: Chaetonotidae) from an island of volcanic rocks

CAMPINAS

2019

Page 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

Danilo Reali Ponciano Machado

First description of a freshwater species of Gastrotricha (Chaetonotida:

Chaetonotidae) from an island of volcanic rocks

Primeira descrição de uma espécie de Gastrotricha de água doce

(Chaetonotida: Chaetonotidae) em uma ilha de rochas vulcânicas

Dissertation presented to the Institute of

Biology of University of Campinas in partial

fulfilment of the requirements for the

degree of Master in Animal Biology, in the

area of Animal Biodiversity.

Dissertação apresentada ao Instituto de

Biologia da Universidade Estadual de

Campinas como parte dos requisitos

exigidos para obtenção do título de Mestre

em Biologia Animal, na Área de

Biodiversidade Animal.

Orientador: Prof. Dr. André Rinaldo Senna Garraffoni

Coorientador: Dr. Thiago Quintão Araújo

ESTE TRABALHO CORRESPONDE À VERSÃO

FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDO PELO

ALUNO DANILO REALI PONCIANO MACHADO

E ORIENTADO PELO PROF. DR. ANDRÉ R. S.

GARRAFFONI E COORIENTADO PELO DR.

THIAGO QUINTÃO ARAÚJO

CAMPINAS

2019

Page 3: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

Biblioteca do Instituto de Biologia Mara Janaina de Oliveira - CRB 8/6972

Informações para Biblioteca Digital

Titulo em outro idioma: First description of a freshwater species of Gastrotricha (Chaetonotida: Chaetonotidae) from an island of volcanic rocks Palavra-chave em inglês: New species, taxonomy, meiofauna, microinvertebrade. Área de concentração: Biologia Animal Titulação: Mestre em Biologia Animal Banca Examinadora: Andre Rinaldo Senna Garraffoni Marlene Tiduko Ueta Leonardo Querobim Yokoyama Data da defesa: 01/10/2019 Programa de Pós-graduação: Biologia Animal

Identificação e informações acadêmicas do(a) aluno(a) - ORCID do autor: https://orcid.org/0000-0003-4814-6335 - Currículo Lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/1080040924033923

Machado, Danilo Reali Ponciano, 1984-M18p

Primeira descrição de uma espécie de Gastrotricha de água

doce(Chaetonotida:Chaetonotidae) em uma ilha de rochas vulcânicas /

Danilo Reali Ponciano Machado. – Campinas, SP : [s.n.], 2019

Orientador: André Rinaldo Senna Garraffoni. Coorientador: Thiago Quintão Araújo. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia

1. Nova espécie. 2. Gastrotricha. 3. Meiofauna. 4. Invertebrado de água

doce. I. Garraffoni, André Rinaldo Senna, 1977-. II. Araújo, Thiago Quintão.

III. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia. IV. Título.

Page 4: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

Campinas, 01 de Outubro de 2019.

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dr. André Rinaldo Senna Garraffoni

Profa. Marlene Tiduko Ueta

Prof. Dr. Leonardo Querobim Yokoyama

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no

SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa de Pós-

Graduação em Biologia Animal da Unidade da Unicamp no instituto de Biologia.

Page 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

Dedicatória

Dedico a minha família, amigos e namorada, por

me incentivarem e me aguentarem por esses

anos de trabalhos, estudos, milhares de

quilômetros percorridos e muito cansaço.

Page 6: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

AGRADECIMENTOS

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) pela infraestrutura oferecida durante

minha graduação e pós-graduação.

À Fundação de amparo à Pesquisa do estado de São Paulo (FAPESP) e ao Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio financeiro ao

projeto. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento

de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001,

Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): CNPQ (478825 /2013-7), CAPES, CNPq /

MCTI / FAP / PROTAX (Nº 001/2015), FAPESP (2011 / 50317-5; 2014 / 23856-0),

FAEPEX-UNICAMP (2031/15)

A minha avó, Eloisa Reali, por ser a grande responsável por minha permanência na

universidade.

Ao Luiz Rossi, por proporcionar meu contato com um ensino de qualidade, contribuindo

muito para onde me encontro hoje profissionalmente e academicamente.

Ao meu amigo Bruno (Prozac) pelas sextas-feiras de cervejas e conversas fiada.

Ao Prof. André R.S Garraffoni, não só pela orientação, mas por ter me acolhido em

momento conturbado.

A minha namorada, Julia Saroba, por estar ao meu lado incondicionalmente.

Ao Prof. e amigo José Roberto Trigo, por nossas muitas brigas e mesas de bar.

Ao Prof. Luís Felipe Toledo por ter realizado a coleta das amostras utilizadas neste

trabalho.

A Letícia Magpali Moura Estevão por ter gerado os dados iniciais deste trabalho.

Ao Dr. Thiago Quintão Araújo pela coorientação .

À memória do Prof. José Roberto Trigo

As amigas Patrícia e Fernanda com as ajudas diárias (profissionais e emocionais)

Page 7: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

“Nada na Biologia faz sentido exceto à luz da evolução.”

(Theodosius Dobzhansky)

“Não existe imparcialidade. Todos são orientados por uma base ideológica. A

questão é: sua base ideológica é inclusiva ou excludente?”

(Paulo Freire)

“Não há nada que você possa fazer que não possa ser feito. Não há nada que

você possa cantar que não possa ser cantado. Nada que você possa dizer, mas

você pode aprender a jogar. Tudo que você precisa é amor”.

(John Lennon / Paul Mccartney)

Page 8: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

RESUMO

A grande maioria dos organismos meiofaunais possuem uma capacidade

limitada de locomoverem-se a qualquer distância, mas mesmo assim eles podem

apresentar distribuições disjuntas. Este estudo tem como objetivo descrever pela

primeira vez um gastrótrico dulcícola coletado em uma ilha vulcânica que nunca

teve contato com o continente. A nova espécie de Gastrotricha pertencente ao

gênero Polymerurus Remane, 1926 e foi encontrada no arquipélago de Fernando

de Noronha, nordeste do Brasil. Polymerurus sp. nov alcança 410 µm de

comprimento e possui tubo adesivo com 19-21 segmentos, região dorsal recoberta

por escamas com espinhos com diferentes comprimentos, aumentando de

tamanho gradativamente da região anterior para a posterior, uma escama em

formato triangular, com espinho, muito característico e diferente das outras,

situada bem na base da furca. Apesar da semelhança com a espécie cosmopolita

Polymerurus nodicaudus, com a utilização de métodos integrados de morfologia

foi possível reconhecer várias características espécie-específicos em Polymerurus

sp. nov. Como os espécimes foram encontrados em um arquepélago de ilha

vulcânicas a mais de 350km do continente mais próximo, discute-se também a

capacidade de dispersão desses organismos.

Page 9: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

ABSTRACT

The vast majority of meiofaunal organisms have a limited ability to move at any

distance, yet they may still have disjointed distributions. This study aims to

describe for the first time a freshwater gastritrich collected on a volcanic island.

The new species of Gastrotricha belonging to the genus Polymerurus Remane,

1926 and it was found in the Fernando de Noronha archipelago, northeast Brazil.

Polymerurus sp. nov reaches 410 µm in length and has an adhesive tube with 19-

21 segments, dorsal region covered by scales with spines of different lengths,

gradually increasing in size from the anterior to the posterior region, a very

characteristic triangular thorn scale and different from the others, situated right at

the base of the furcation. Despite the similarity with the cosmopolitan species

Polymerurus nodicaudus, using integrated morphology methods, it was possible to

recognize several species-specific characteristics in Polymerurus sp. nov. As the

specimens of the new species were found in a archipelago of volcanic islands

more than 350km from the nearest continent, the dispersal capacity of these

organisms is also discussed.

Page 10: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Local da amostragem, no estado de Pernambuco, Ilha de Fernando de

Noronha, no Brasil A. Brasil; B. Ilha de Fernando de Noronha; C. Açude do Xaréu.

Fonte: A-B, Google Earth; C, foto Felipe Toledo.

Figura 2. Habitus Polymerurus sp. nov. A. vista dorsal; B. vista interna; C. vista

ventral. Legenda: at tubo adesivo; c cefalion; eg ovo; hy Hipostômio; lc Cílios

locomotores; PhIJ Junção Faringo-Intestinal. Barras de escalas: A-C; 60 µm.

Figura 3. Micrografia de luz – DIC Polymerurus sp. nov. A – C. Terço anterior: A,

região anterior dorsal; B, região anterior interna; C, região anterior ventral; D – F.

Tronco: D, região do tronco dorsal; E, região do tronco interna; F, Região do

tronco ventral; G – I. Terço Posterior: G, Terço posterior ventral, H Terço Posterior

Interno, I Terço posterior Ventral. Legenda: c cefalion; ct tufos cefálicos; eg Ovo;

hy Hipostômio; i Intestino; is espinhos interciliares; lc cílios locomotores; LcE

expansão lateral do cefalion; ls escama Lateral; mo boca; ph faringe; rs escama

arredondada; sp espermatozoide; sc complexo de escamas; ss1 escama com

espinho; ts Escama Triangular; vs Escama Ventral; vc cílios ventrais. Barras de

escalas: A-I 20 µm.

Figura 4. Micrografia de luz – DIC Polymerurus sp.nov. A – D: Região posterior do

corpo. A – B. Vista posterior dorsal; C, Vista dorsolateral; D, Vista posterior ventral

Legenda: sc complexo de escamas; ts escama triangular; at tubo adesivo; ls

escama lateral; ns escamas nuas; rs escama arredondada; ss2 escama com

espinho 2; ts escama triangular; vs escama ventral. Barras de escalas: A-D 40

µm.

Figura 5. Desenho esquemático do Polymerurus sp. nov. A: vista dorsal da porção

final da região posterior, B: vista ventral da porção final da região posterior.

Legenda: ps escama pentagonal; ts escama triangular; sc complexo de escamas;

OfU abertura da furca em U; fg sulco em V; at tudo adesivo; cb bandas ciliares; is

espinhos interciliares; ps escama pentagonal; ns escamas nuas; PrS par de

escamas arredondadas, SS2 Escama com espinho 2; OS Escamas ovais. Barras

de escalas: 40 µm.

Page 11: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

Figura 6. Microscopia eletrônica de varredura – MEV Polymerurus sp.nov. A. Vista

do Corpo Dorsal; B. Vista cefálica dorsolateral; C. Vista lateral; D – E. Vista do

tronco dorsal. Legenda: at tubo adesivo; c cefalion; lc Cílios locomotores; LcE

expansão lateral do cefalion; pl pleura; ss1 escamas com espinhos. Barras de

escalas: A, 40 µm; B-E, 10 µm.

Figura 7. Microscopia eletrônica de varredura – MEV Polymerurus sp.nov. A-B.

Vista posterior dorsal; C. Vista posterior dorsolateral; E. Vista posterior dorsal do

tubo adesivo. Legenda: sc complexo de escamas; ss2 escamas com espinhos; bf

base da furca; OaT Tubo adesivo ornamentado. Barras de escalas: A-E, 10 µm.

Page 12: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

LISTAS DAS TABELAS

Listas das espécies válidas dos gênero Polymerurus, por diferentes versões da

literatura. Abreviações: X: presente, -: ausente, Si: Species inquirenda, Nn: Nomen

nudum..

Tabela 2. Comparação de algumas estruturas morfológicas das espécies de

Polymerurus incluídas no grupo “escamas com espinhos”.

Page 13: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO........................................................................................14

II. MATERIÁIS E MÉTODOS .............................. .....................................17

III. RESULTADO .......................................................................................19

IV. DISCUSSÃO ........................................................................................23

V. CONCLUSÃO .………………………………………………......………...27

VI. REFERÊNCIAS................................................................................. 28

VII. ANEXO I...............................................................................................36

VIII. ANEXO II .............................................................................................37

IX. ANEXO III ............................................................................................38

X. ANEXO IV ............................................................................................40

XI. ANEXO V..............................................................................................42

Page 14: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

14

Primeira descrição de uma espécie de Gastrotricha de água doce

(Chaetonotida: Chaetonotidae) em uma ilha de rochas vulcânicas1

I. Introdução

Alguns táxons de água doce podem apresentar amplas distribuições

geográficas, mesmo que seus organismos habitam locais que apresentem limites

discretos, por estarem cercados por paisagens terrestres, sem conexões óbvias

(Bilton el al., 2001; Bohonak & Jenkins 2003). Essa ampla distribuição pode estar

associada a movimentação dos organismos entre esses habitats discretos, já que

o processo de dispersão pode ser entendido como o movimento de indivíduos ou

propágulos que extrapolam os limites da sua população (Bilton el al., 2001;

Bohonak & Jenkins 2003).

Apesar da existência de vários mecanismos de dispersão, de uma forma

geral, eles podem ocorrer de forma ativa ou passiva (Bilton el al., 2001; Bohonak &

Jenkins 2003; Coughlan et al., 2017). A dispersão ativa ocorre quando o próprio

organismo é responsável pelo seu deslocamento (e.g. vôo aéreo), por outro lado a

passiva consiste em movimentos gerados por agentes externos, como animais

vetores, ventos ou corrente de águas (Bilton el al., 2001).

Para organismos meiofaunais (indivíduos que passam através de uma

peneira com malha de 500 µm, mas ficam retidos em malha de 43 µm - Giere

2009) a forma ativa de dispersão apresenta-se como pouco provável. Isso ocorre

devido a capacidade reduzida de deslocamento desses organismos em grandes

distâncias, já que possuem tamanho diminutos e ausência de período larval

(Giere, 2009; Cerca et al. 2018).

Gastrotricha é um dos quase 25 filos de metazoários (total de

aproximadamente 34 - Giere, 2009; Cerca et al. 2018) que possuem

representantes meiobentônicos, medindo entre 60 μm a 3500 μm. Os gastrótricos

são comumente encontrados em ambientes marinhos, estuarinos e dulcícolas do

mundo tudo (Balsamo et al. 2014; Kånneby & Hochberg 2015; Kieneke & Schmidt-

Rhaesa 2015). Seus representantes podem ser facilmente reconhecidos pela

1 Texto formatado segundo as normas revista European Journal of Taxonomy

Page 15: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

15

presença de uma ciliação ventral, empregada na locomoção, característica essa

usada para nomear o filo (do grego gaster: estômago + thrix: pelo).

O grupo dos Gastrotricha é composto por mais de 830 espécies válidas

(Balsamo et al. 2014; Kieneke & Schmidt-Rhaesa 2015; Todaro 2019a,b), que são

classificadas em duas ordens: Macrodasyida Remane, 1925 [Rao and Clausen,

1970] e Chaetonotida Remane, 1925 [Rao and Clausen, 1970]. A primeira ordem,

com 365 espécies (Todaro, 2019b), contém organismos vermiformes

majoritariamente marinhos, portando tubos adesivos distribuídos em distintas

regiões do corpo (p.ex. anterior, dorsal, lateral e posterior), com exceção de 4

espécies (Ruttner-Kolisko 1955, Kisielewski 1987, Kånneby & Kirk 2017; Garraffoni

et al. 2019). Por outro lado, a ordem Chaetonotida, com aproximadamente 470

espécies (Todaro, 2019a,b), das quais ⅔ são encontradas em águas continentais

(Balsamo et al. 2008), apresenta organismos com a forma de pino de boliche e

apenas um par (raramente dois pares - Lauterborn, 1913; Todaro et al. 2005) de

tubos adesivos na região posterior (Balsamo et al., 2014; Kieneke & Schmidt-

Rhaesa 2015).

Nesta última ordem, encontra-se a família mais especiosa dos Gastrotricha,

Chaetonotidae Ehrenberg, 1830, que atualmente inclui mais de 340 espécies em

14 gêneros e duas subfamílias (Garraffoni et al. 2017; Kolicka et al. 2016; Kolicka,

2019). Os quetonotídeos apresentam uma grande diversidade de estruturas

morfológicas externas, principalmente relacionadas com uma impressionante

variabilidade de forma, tamanho e distribuição de ornamentações cuticulares, tais

como, escamas, espinhos e quilhas (Kisielewski 1997; Balsamo et al. 2014;

Kieneke & Schmidt-Rhaesa 2015; Kånneby 2016).

O gênero Polymerurus Remane, 1927 contém gastrótricos que possuem os

maiores comprimentos dentre os representantes dos Chaetonotidae, podendo

variar de 260 µm até 770 µm. Além do tamanho, outras características

morfológicas bastante marcantes são a presença de um cefálion (placa cefálica)

com expansões laterais e tubos adesivos, aparentando conter um padrão de

segmentação (Kisielewski 1991; Kieneke & Schmidt-Rhaesa 2015). Além disso,

esse é dos poucos táxon de quetonotídeos que possuem apenas organismos

dulcícolas (Kisielewski 1991; Hochberg 2005).

Page 16: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

16

Com relação ao número de espécies contidas no gênero, não existe um

consenso na literatura (Tabela 1), visto que, tal número pode variar de 15 a 18

espécies (Kieneke & Schmidt-Rhaesa 2015; Balsamo et al. 2009; Todaro 2019a;

Worms, 2019). Tal variação ocorre devido a inexistência de um consenso entre

esses diferentes autores, com relação à validade de algumas espécies, seja pelo

fato do reconhecimento ou não de species inquirenda ou a validade ou não de

sinônimos. Vale ressaltar que a maioria das espécies de Polymerurus foi descritas

há pelo menos 90 anos, e muitas delas apresentam descrições sucintas, às vezes

sem desenhos dos espécimes analisados alem de não possuem material tipo

depositado em museu zoológico.

Independente da variação do número de espécies atualmente válidas em

Polymerurus é notório que, a maior parte destes gastrótricos foi registrada na

Europa (e.g. Kisielewski, 1981; Balsamo, 1983; Schwank, 1990; Kånneby, 2011)

ou na América do Norte (Brunson, 1950; Schwank & Kånneby 2014), e um número

reduzido na América do Sul (Grosso & Drahg, 1986; Kisielewski 1991) e Austrália

(Hochberg, 2005).

Nas descrições recentes de novas espécies de gastrótricos está se tornado

mais frequente o uso de técnicas mais atuais para descrever e melhor entender as

variações morfológicas obtidas com métodos e (por exemplo, com microscópio de

luz com contraste de interferência diferencial (DIC), microscopia eletrônica de

varredura (MEV) e transmissão (MET) e microscopia laser confocal - Todaro et al.

2015; Kieneke & Nikoukar 2017; Garraffoni et al. 2019). Com a utilização dessas

técnicas é possível uma melhor observação de características espécie-específica

que no passado não se tinha acesso (Balsamo et al. 2008; 2012).

O presente estudo tem como objetivo descrever uma nova espécie do

gênero Polymerurus, descoberta em sistemas de água doce, no arquipélago de

Fernando de Noronha, nordeste do Brasil, utilizando técnicas morfológicas (DIC e

MEV) e moleculares (sequenciamento dos genes rDNA nuclear 18S e 28S). Esse

arquipélago possui origem vulcânica por volta de 8 e 12 milhões de anos atrás

(Cordani et al. 2004) e está localizado a mais de 350 km do continente sul

americano (Teixeira et al. 2003). Assim, essa região torna-se extremamente

interessante para o estudo da meiofauna dulcícola, uma vez que, as águas

marinhas formam uma barreira física intransponível para dispersão ativa desses

organismos entre o continente e o arquipélago.

Page 17: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

17

II. Materiais e métodos

Área de estudo e amostragem

Fernando de Noronha é um arquipélago de origem vulcânica (solos são da

classe dos Cambissolos, Vertissolos e Neossolos), originado no período mioceno

superior (Marques et al. 2014). É formado por um complexo de 18 ilhas e está

situada a aproximadamente 356 km do ponto mais próximo ao continente

brasileiro. Possui uma área de 18,4 km², sendo que 90% da área total é ocupada

pela ilha principal (Silva e Silva & Olmos, 2006). Quanto ao clima, Fernando de

Noronha apresenta clima tropical com domínio oceânico, segundo a classificação

de Koppen, é do tipo AW (quente e úmido com chuvas de verão-outono) com duas

estações definidas, sendo uma seca de agosto a janeiro e outra chuvosa de

fevereiro a julho (Alvares et al. 2014). A temperatura média anual é de 25ºC com

amplitude de (4ºC), e a precipitação pluvial média anual é de 1.300mm, porém

com grande variação interanual. O arquipélago apresenta vegetação

predominantemente caducifólia, semelhante a do Agreste do Nordeste do

Brasil.(Teixeira et al., 2003).

As amostras, da camada superior de sedimento, foram coletadas em agosto

de 2015, com o auxílio de corer no açude do Xaréu (PE: 3°85'S-32°42'W) (Fig. 1),

acomodadas em recipientes plásticos e levadas para o Laboratório de Evolução

de Organismos Meiofaunais. Em laboratório, os recipientes foram transferidos

para uma sala climatizada (aproximadamente 20 Cº) .

Microscopia de contraste por interferência diferencial (DIC)

A triagem e extração dos organismos vivos dos sedimentos foi realizado em

laboratório seguiu o protocolo relatado por Balsamo et al (2014). Pequenas

quantidades de sedimento de cada vez foram observadas em uma placa de Petri

sob um estereomicroscópio Zeiss Stemi 2000. Amostras vivas foram isoladas em

lâminas de vidro e observadas usando um microscópio de luz de contraste

diferencial (DIC) equipado com uma câmera de vídeo digital AxioCam MRC5.

Page 18: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

18

Microscopia eletrônica de varredura (MEV)

Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Os organismos foram fixados e

submetidos à desidratação por meio de uma série de soluções de etanol com

concentração crescente (20%, 30%, 40%, 50%, 60%, 70%, 95%, 100%), sendo

então secos por uma passagem em uma solução Hexametildisilazana - HMDS

(Hochberg & Litvaitis 2000), montada em stubs de alumínio, revestida com ouro

paládio e finalmente observada com um microscópio eletrônico de varredura JSM

5800LV.

Extração e amplificação de DNA

O DNA foi extraído de três espécimes de Polymerurus sp. nov. utilizando

um QIAamp DNA Micro Kit (Qiagen), seguindo as instruções do fabricante. As

amplificações PCR foram realizadas em uma mistura reacional contendo 3 µL de

DNA genômico, 12,5 µL de Taq PCR Master Mix (Qiagen), 8,7 µL de água e 0,4

µL (4 pmol) de primers específicos. As sequências de iniciadores e os regimes de

PCR seguiram o utilizado por Garraffoni et al. 2019. Os produtos de amplificação

foram analisados por eletroforese em géis de agarose a 1% contendo SYBR®

Green (Life Technologies). Os fragmentos de DNA foram sequenciados com

reações do BigDye Terminator em um analisador de DNA 3730XL (Applied

Biosystems) no laboratório LaCTAD (Campinas, Brasil). As seqüências de 18S

rDNA (número de acesso ao GenBank: XXXXX), 28S rDNA (número de acesso ao

GenBank: XXXX) foram depositadas no GenBank.

Devido ao fato de existir no GenBank sequências dos genes ribossomais

18S e 28S de o mitocondrial COI de apenas um indivíduo de 2 das quase

17 espécies do gênero Polymerurus, além de no presente estudo ter sido possível

a amplificação e sequenciamento dos genes 18S e 28S rDNA de apenas um

indivíduo de Polymerurus sp. nov., optou-se por apenas por apenas depositar tais

sequências sem a realização de estudos mais aprofundados ao nível molecular.

Page 19: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

19

III. Resultados

Taxonomia

Ordem Chaetonotida Remane, 1925 [Rao and Clausen, 1970]

Subordem Paucitubulatina d’Hondt, 1971

Família Chaetonotidae Gosse, 1864 (sensu Garraffoni et al. 2017)

Polymerurus Remane, 1926

Polymerurus sp. nov.

(Figs 2-7; Tab.2)

Material Tipo. Holótipo. Micrografias de um espécime (adulto), coletados

no Açude do Xaréu na Ilha de Fernando de Noronha, Estado de Pernambuco,

Brasil. Os espécimes foram examinados vivos com um microscópio composto,

mas devido à fragilidade dos corpos, foram destruídos e não estão mais

disponíveis. Fotografias do espécime estão disponíveis no Museu de Zoologia da

Universidade Estadual de Campinas, Brasil, sob o número de tombo ZUEC GCH

52 (Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, 2017: Artigos 73,

Recomendação 73G, na Declaração 45). O holótipo é ilustrado nas Figs. 2, 3 e

4B-D.

Parátipos. Micrografias de 3 espécimes (adultos) coletados no Açude do

Xaréu na Ilha de Fernando de Noronha, Estado de Pernambuco, Brasil. Os

espécimes foram examinados vivos com um microscópio composto, mas devido à

fragilidade dos corpos, foram destruídos e não estão mais disponíveis. Fotografias

do espécime estão disponíveis no Museu de Zoologia da Universidade Estadual

de Campinas, Brasil, sob os números de acesso ZUEC GCH 53 a 55 (Código

Internacional de Nomenclatura Zoológica, 2017: Artigos 73, Recomendação 73G,

na Declaração 45). Um parátipo (ZUEC GCH .54) é ilustrado na Fig. 4A.

Material adicional. Oito espécimes foram examinados vivos com

microscópio composto, sendo que cinco foram preparados para MEV (encontram-

se depositados no Laboratório de Evolução de Organismos Meiofaunais -

UNICAMP) e três preparados para sequenciamento de DNA (não sendo estes

mais disponíveis).

Page 20: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

20

Diagnose

Polymerurus sp. nov. possui entre 228-410 µm de comprimento tendo um

tubo adesivo medindo 95 µm segmentados no número de 19-21, sendo 33-41 µm,

38-41 µm, 41-55 µm, 23-25 µm de cabeça, faringe, tronco e furca

respectivamente. Cabeça trilobada rodeada por 4 placas e 2 tubos de cílios

sensoriais, cefalion desenvolvido com duas projeções laterais, pleura e hipostômio

presentes. Região dorsal recoberta por escamas com espinhos, escamas em

forma pentagonal com diferentes comprimentos (5-12 µm), sendo gradativamente

maiores da região anterior para a posterior. A região dorsal possui uma escama

em formato triangular, com espinho, muito característico e diferente das outras,

situada bem na base da furca, as escamas, em geral, são menores que a região

dorsal. Existe um conjunto de escamas sem espinhos na região da furca, de

formato mais arredondado, de 3-6 µm. As escamas entre os cílios medem em

torno de 6-7 µm de comprimento. Cistos espermatogênicos mostrando pacotes de

espermatozoides com espermatozoides filiformes e um oócito.

Descrição

Para a realização da descrição, utilizamos como unidade de medida a letra

U, que corresponde, de forma genérica, uma proporcionalidade de tamanho,

variando de 0-100, sendo 0 a região anterior inicial da cabeça e 100 a região

terminal, posterior, do tubo adesivo.

Corpo alongado com comprimento total variando de 228 µm a 410 µm,

mostrando leve constrição na região do pescoço. O tronco apresenta variação

muito leve de largura em todo o seu comprimento, com exceção da região dilatada

da furca, que é precedida por uma acentuada constrição (Figs. 2a-c, 3g-i, 6a). A

cabeça arredondada tem 33,6 - 41,7 µm de largura, exibindo 4 placas distintas: o

cefalion (U0 - U8) tem 19 - 25 µm de comprimento e 20 - 37 µm de largura, tem

uma porção posterior livre e apresenta projeções laterais pareadas curtas com 7 -

10 µm de comprimento cada, também posteriormente livres e levemente elevadas

(Figs. 2a-c 3a, 6b-c). Um par de pleuras (U5 - U8) com 12,5 - 14 µm de

comprimento cada e apresenta uma textura rugosa que difere da superfície lisa do

cefálio (Fig. 6c), enquanto hipostômio ventral é uma estrutura bem marcada de 17

Page 21: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

21

µm de comprimento, consistindo em uma barra transversal situada abaixo do anel

bucal com um sulco transversal conspícuo e ligeiramente dobrada para cima no

meio e nas extremidades (U6)(Figs. 2c, 3c). A cabeça é fornecida com 3 lobos e 2

conjuntos de tufos sensoriais em cada lado (Figs. 2a-c, 3a-c). O primeiro conjunto

é mais curto, com aproximadamente 7,3 µm de comprimento e localizado abaixo

da expansão do cefálio (U2), enquanto o segundo emerge entre o cefálio e a

pleura (U4), apresentando cílios mais longos com comprimento médio de 12 µm

(Figs. 2a-c, 3a-c).

O tronco apresenta uma forma cilíndrica reta, com pouca variação de

largura ao longo de seu comprimento, medindo 41 - 55 µm de largura a meio

comprimento e apresentando uma constrição distinta antes da furca dilatada (Figs.

2a-c, 6a). Um dos espécimes mostrou um pacote de espermatozóides e um oócito

dentro de um compartimento alongado (Fig. 3e), semelhante a um saco, com 30

µm de largura no meio e situado lateralmente entre a cutícula e o intestino,

estendendo-se do tronco superior ao posterior (U38 - U100). Os pacotes de

espermatozóides eram bem visíveis, com 105 µm de comprimento e compostos

por espermatozóides filiformes (Fig. 3e). A furca caudal tem 109 µm de

comprimento mostrando uma abertura em U, com um sulco médio grande e

distinto, com forma de V (Figs. 2a-c, 3g-i, 4a, b, d, 5a-b, 7a, 8a-c.). Os tubos

adesivos são bastante grossos e correspondem a aproximadamente ⅕ do corpo,

com 94,5 µm apresentando 19 ornamentações com bordas bem definidas (Figs.

2a-c, 3g-i, 4a-c, 5a-b, 7a, 8d). Apresenta duas bandas ciliares na região ventral

com espinhos menores separando-as (Figs. 2c,3f, i, 4d, 5b).

Escamas simples com espinhos constituem a armadura cuticular do corpo,

sendo disposta em aproximadamente 42 fileiras longitudinais, cada fileira com 55

escamas (Figs. 2a, 3a). As escamas dorsais que cobrem a superfície anterior e

média do tronco são, em geral, com espinhos e poligonais, apresentando forma

pentagonal, abauladas anteriormente e incisadas distalmente (Figs. 5a, 7e). São

definidas por 5 bordas retas, tendo um formato côncavo em sua extremidade

posterior e mostram uma depressão distinta do meio para a extremidade posterior,

que é precedida por uma porção anterior elevada de onde emergem os espinhos.

O MEV (Figs. 6, 7) mostra que essas escamas são ligeiramente levantadas das

extremidades anteriores para posterior e têm duas bordas inclinadas convergindo

para um sulco médio, no qual os espinhos são fixados. As escamas dorsais

Page 22: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

22

dispostas nas primeiras 5 fileiras transversais são arredondadas e muito

pequenas, medindo de 3,5 a 5,5 µm (Figs. 3a,d, 6a), aumentam progressivamente

de tamanho, atingindo 8µm na junção faringoentestinal (U27) (Figs. 3a,d, 6a). No

tronco médio, variam de 5,5 a 9 µm, enquanto na cobertura lateral tornam-se

ligeiramente maiores, medindo 6,5 a 11 µm (Fig. 3d,g). Estas escamas são em

sua maioria planas, com exceção de uma escama distinta elevada na porção

medial da base da furca (U94), que tem 7 µm de comprimento e forma de triângulo

com bordas bem marcadas, apresentando uma coluna longa e reta (28 µm)(Figs.

3g, 4a,b, c, 5a). Imediatamente após esta região, no U94, emerge a zona nua: um

campo coberto por escamas, arredondadas, planas que se estende medialmente

até a porção superior dos tubos adesivos (Figs. 4b). As escamas dorsais tornam-

se progressivamente menores (2,5 - 5 µm de comprimento) e pentagonais ou

redondas, sendo mais achatadas que outras escamas, quase fundidas à superfície

cuticular (Figs. 3g, 4a, b, 5a, 7a). A extremidade mais distal da base da furca

dorsal, em U97, é composta por placas de escamas que se sobrepõem, formando

um complexo de escamas. (Figs. 3g, 4a, b, 5a).

As escamas ventrais são menores na região do pescoço (2,5 - 3,5 µm),

destacando-se no tronco médio (4,5 µm) e tronco traseiro (6,5 µm), de forma

semelhante às dorsais laterais (Fig. 3c, f,). No campo posterior da base da furca,

as escamas ventrais são arredondadas ou poligonais e também planas (Fig. 4d,

5b). Presença de 4 pares de escamas arredondadas, com espinhos, na base da

furca (Figs. 3i, 4d, 5b).

Comentários

Comparando os espécimes pertencentes ao gênero Polymerurus, com os

demais integrantes Ordem Chaetonotida, estes podem ser facilmente

reconhecidos devido ao seu tamanho (algumas espécies contêm os mais longos

quetonótidas conhecidos), a presença de ornamentações anelares nos tubos

adesivos localizados na porção final do corpo (comumente denominada de tubos

adesivos segmentados) e de um cefálio com expansões laterais bem

proeminentes. Além disso, as espécies desse gênero podem ser agrupadas em

dois morfotipos bem característicos, ou seja, indivíduos que apresentam

ornamentações cuticulares do tipo escamas com espinhos, normalmente

Page 23: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

23

associada a espécie Polymerurus nodicaudus (Voigt, 1901), ou do tipo escamas

pedunculares, por sua vez, associada a Polymerurus rhomboides (Stokes, 1887).

A nova espécie, bem como outras 6 espécies (Polymerurus nodicaudus, P.

serraticaudus, P. entzi, P. nodifurca, P. paraelongatum e P. ringueleti) fazem parte

do primeiro morfotipo. Entretanto, Polymerurus sp. nov. possui características

espécie-específicas observadas apenas nos seus representantes, tais como uma

única escama de formato triângulo portando um longo espinho na porção final do

dorso e uma zona nua composta apenas por escamas arredondas sem espinhos.

Além disso, a nova espécie pode ser diferenciada de Polymerurus nodicaudus e P.

paraelongatum, pois apresenta a base da furca em forma de “U”, e não de “V”

como nas duas últimas; por não apresentar longos espinhos em cada uma das

ornamentações anelares nos tubos adesivos (“segmentos”) como em P. entzii; por

apresentar uma forma corporal mais vermiforme (sem constrição evidentemente

na região da faringe) e espinhos longos e retilíneos e não uma forma corporal do

tipo “pino de boliche” (com constrição evidentemente na região da faringe) e

espinhos curtos e curvos como em P. nodifurca; por conter escamas com

espinhos nas regiões dorso-lateral, lateral e ventro-lateral da base da furca,

estruturas estas inexistente em P. ringueleti; por apresentar os tubos adesivos

longos, finos e com ornamentações anelares e não curtos, grossos e sem

ornamentações como em P. serraticaudus.

IV Discussão

- Dispersão por longas distâncias

Apesar de Polymerurus sp. nov. não ser o primeiro gastrótrico de água

doce encontrado em ilhas oceânicas (e.g.: Balsamo 1982; Fregni et al. 1998;

Balsamo et al. 1994; Hochberg, 2005), a grande novidade apresentada pelo

trabalho é encontrar espécies dulcícolas em ilhas de origem vulcânica (Silva e

Silva & Olmos, 2006).

O arquipélago de Fernando de Noronha encontra-se há 356 km do ponto

mais próximo do continente brasileiro, com origem vulcânica, ou seja, que

geologicamente, nunca teve contato com o continente (Silva e Silva & Olmos,

2006; Marques et al. 2014). Por se tratar de um arquipélago cercado por

quilômetros quadrados de águas marinhas, fato este que, torna este ambiente

Page 24: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

24

inóspito para Gastrotricha de água doce, causando assim uma barreira física

praticamente intransponível para uma dispersão ativa. Além disso, um fato

peculiar aos gastrótricos e outros organismos meiofaunais devem ser levado em

consideração, ou seja, são microinvertebrados de tamanho diminuto, curto ciclo de

vida, restrito há poucas semanas, desenvolvimento direto e capacidade natatória

limitada (Higgins & Thiel, 1988; Boeckner et al. 2009; Giere, 2009).

Em mãos dessas informações apresentadas acima, faz-se necessário

levantar a seguinte questão: Como é possível encontrar um gastrótrico de água

doce em uma ilha sem nenhum contato, territorial, histórico com o continente?

Assim, uma primeira hipótese que poderia ser feita é que a presença

desses organismos se deve a possibilidade de terem sidos dispersados por

agentes externos por longas distâncias, caracterizando uma dispersão passiva.

Entende-se como dispersão passiva, para invertebrados de água doce, quando

para se conseguir chegar a novos corpos d’água, há a necessidade de eles serem

transportados por vetores externos, como vento ou animais. Neste caso,

frequentemente, envolvendo um estágio específico de resistência à dessecação

no ciclo de vida, como por exemplo, ovos de resistência (Bilton et al. 2001).

Com relação aos organismos meiofaunais de água doce, (Hochberg, 2005)

sugere que a presença de Gastroticha em corpos d’água distante é devido ao

método partenogenético de reprodução ou a capacidade do ovo em se dispersar

pelo vento; outros estudos indicam que as aves aparecem como importante vetor

de dispersão para organismos límnicos, como copépodes (Halse et al. 2000;

Green & Figuerola, 2002; Frisch et al. 2007; Dimante-Deimantovica et al. 2018 ) e

cladóceros (Halse et al. 2000; Frisch et al. 2007; Dimante-Deimantovica et al.

2018) ou para organismos limnoterrestres como os tardígrados (Mogle et al.

2018).

No caso específico do arquipélago de Fernando de Noronha, este é

conhecido como fonte de registros de várias espécies de aves migratórias (Silva e

Silva & Olmos, 2006; Ferreira et al. 2019). As ilhas são visitadas por cerca de 75

espécies de aves (Silva e Silva & Olmos, 2006), sendo que, deste número, ao

menos 14 espécies foram avistada efetivamente no interior do açude do Xaréu

(Silva e Silva & Olmos, 2006; Ferreira et al. 2019). É importante ressaltar que,

além das poucas aves endêmicas das ilhas, a grande maioria das espécies são

aves marinhas migratórias ou vagantes e sabidamente possuem a capacidade de

Page 25: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

25

efetuar longas rotas de migração, como por exemplo, provenientes da América do

Norte (cinco espécies - Silva e Silva & Olmos, 2006; Piacentini et al. 2015), Círculo

Polar Ártico (uma espécie - Silva e Silva & Olmos, 2006; Piacentini et al. 2015),

América Central (três espécies - Silva e Silva & Olmos, 2006; Piacentini et al.

2015), América do Sul (cinco espécies - Silva e Silva & Olmos, 2006; Piacentini et

al. 2015), África (três espécies - Silva e Silva & Olmos, 2006) e Europa (sete

espécies - Silva e Silva & Olmos, 2006; Piacentini et al. 2015; Ferreira et al. 2019).

Além da dispersão passiva causada por vetores externos, não se pode

excluir também ações antrópicas como outro fator de dispersão dos gastrótricos

dulcícolas para o arquipélago. O arquipélago vem sendo visitado pelo homem a

mais de 500 anos (Almeida 2002) e com isso, animais vem sendo constantemente

introduzidos, lagarto teiú (Tupanambis merianae), lagartixa-de-parede

(Hemidactylus mabouia),mocó (Kerodon rupestris) e duas espécies de anfíbios, a

perereca-de-banheiro (Scinax x-signatus) e o sapo-cururu (Rhinella jimi) (Santos

2011), atuando assim, como outros possíveis vetores por transporte passivo

- Pseudocriptismo em Gastrotricha

Espécies crípticas são reconhecidas como morfologicamente idênticas,

porém geneticamente diferentes (Lundholm et al. 2012). A delimitação e

identificação de gastrótricos cosmopolitas vêm se tornando cada vez mais comum,

porém os relatos de espécies crípticas, mesmo que de forma tímida (Todaro et al.

1996; Leasi & Todaro 2009; Kieneke et al. 2012; Münter & Kieneke, 2017), nos

leva a questionar sobre o real cosmopolitismo das espécies de Gastrotricha. Por

outro lado, quando representantes de populações (simpátricas ou alopátricas), que

a priori eram considerados morfologicamente muito similares, mas que após uma

análise mais detalhada de tais estruturas, diferenças são detectadas, estamos

diante de um caso de espécies pseudo-crípticas (Saéz & Lozano, 2005; Lundholm

et al. 2012, Kawauchi & Giribet, 2014).

Com relação ao pseudocriptismo em Gastrotricha, mesmo que não

mencionando o termo, alguns autores já diagnosticaram esse possível fenômeno.

Um fato que merece ser pontuado aqui, é que maioria das descrições de

gastrótricos remonta aos séculos XVIII e XIX. Devido à ausência da prática de se

fixar os gastrótricos examinados, além da utilização de equipamentos ópticos

rudimentares e o baixo conhecimento da gastrotricofauna da época, hoje notamos

Page 26: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

26

que essas descrições eram sucintas e, até mesmo com, desenhos simplificados

(Garraffoni & Melchior, 2015). Tais fatos podem representar um grande problema

taxonômico, pois hoje somos muitas vezes incapazes de distinguir essas

espécies, simplesmente pelo o fato de, mesmo presentes, muitas características

não foram efetivamente descritas. Schwank (1990) reconheceu a existências de

diversas novas espécies, principalmente na América do Sul e África, ao

reconsiderar a identificação de espécies originalmente descritas para Europa,

pelos naturalistas europeus que visitaram tais locais no início do séc. XX (e.g.

Daday 1905).

Outro exemplo de pseudocriptismo em Gastrotricha emergiu com

sucessivas análises ultraestruturais da musculatura de Xenotrichula intermedia

Remane, 1934, um clássico exemplo de gastrótrico com ampla distribuição. Leasi

& Todaro (2009) relata diferenças entre a arquitetura muscular de espécimes de

Xenotrichula intermedia de populações oriundas da Itália, Estados Unidos e

Kwaitt. Mais recentemente, Münter & Kieneke (2017), reportaram uma nova

arquitetura muscular para representantes desta espécie, agora proveniente da

Alemanha e Araújo et al. (em prep.) constataram outras duas arquiteturas em

populações simpátricas na costa leste do Estados Unidos.

No presente trabalho, observamos que a nova espécie proposta se

assemelhava muito as representantes de Polymerurus nodicaudus e as diferenças

diagnosticadas foram detectadas a partir de análises detalhadas provenientes de

diferentes técnicas. A presença de uma escama triangular no final do tronco dorsal

e a presença de escamas sem espinhos pequenas na base da furca foi observada

com o auxílio de um microscópio equipado com DIC e MEV.

Espécimes de Polymerurus nodicaudus foram reportados para regiões do

Paleártico (Voigt, 1901; Leasi et al. 2006; Kanneby, 2011; Kieneke & Hochberg,

2012), Neotropical (Kisielewiski, 1991), Australiana (Hochberg, 2005) e Oriental

(Saito, 1937) a minoria deles trouxeram detalhes obtidos por microscópio

equipado com DIC (Hochberg, 2005; Kanneby, 2011) e nenhum com MEV. Assim,

vê-se, então, uma necessidade da revisão de P. nodicaudus para diagnosticar a

presença ou não de pseudocriptismo, visto que, Polymerurus sp nov. poderia ser

facilmente confundida com Polymerurus nodicaudus sem a utilização das técnicas

descritas.

Page 27: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

27

V Conclusão

O Brasil é um país que abriga aproximadamente 14% das espécies do

mundo (Lewinson & Prado 2002), possui aproximadamente 12% de toda água

doce (ANA 2019). Tais fatores descritos faz com que o Brasil possa suportar uma

grande quantidade de espécies, de Gastrotricha, ainda desconhecidas pela

ciência, visto que, a grande maioria das bacias hidrográficas do Brasil não foram

amostradas, para a maioria dos organismos meiofauanis, entre eles, os

Gastrotricha (Garraffoni et al. 2017).

O presente estudo apresenta a descrição de uma nova espécie de

Gastrotricha do gênero Polymerurus, a qual pode trazer importantes reflexões

sobre a possibilidade de organismos diminutos, com baixa capacidade de

dispersão ativa, em colonizar novos ambientes a centenas de quilômetros de suas

populações originais em sistemas aquáticos continentais. Além disso, ao

descrever Polymerurus sp. nov., utilizando técnicas recentes para o estudo da

morfologia interna e externa, foi possível observar estruturas exclusivas dessa

espécie. Caso tais técnicas não fossem empregadas, Polymerurus sp. nov.

poderia ser facilmente confundida com Polymerurus nodicaudus, que apesar de

apresentar uma ampla distribuição geográfica pode representar um claro exemplo

de pseudo-criptismo em Gastrotricha.

Page 28: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

28

VI. Referências

Agostinho A., Thomaz S. M. & Gomes L.L. 2005 Conservação da biodiversidade

em águas do Brasil. Megadiversidade 1(1):70–78

Almeida F.F.M. 2002. Arquipélago de Fernando de Noronha - Registro de monte

vulcânico do Atlântico Sul. Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e

Paleobiológicos 361-368.

Alvares C. A., Stape J. L., Sentelhas P. C., de Moraes G., Leonardo J. & Sparovek

G. 2014. Köppen's climate classification map for Brazil Meteorologische Zeitschrift

22: 711-728.

ANA 2019. Agencia Nacional de água Available from

https://www.ana.gov.br/panorama-das-aguas/quantidade-da-agua [Accessed 20

Ago 2019]

Balsamo M, d’Hondt J.-L., Pierboni L. & Grilli P. 2009. Taxonomic and

nomenclatural notes on freshwater Gastrotricha. Zootaxa 2158: 1–19

Balsamo M, Fregni . & Tongiorgi P. 1994 Marine and freshwater Gastrotricha from

the Island of Montecristo (Tuscan Archipelago, Italy), with the description of new

species. Bolletino di zoologia 61:217-227

Balsamo M. 1983. Gastrotrichi. In: Consiglio Nazionale delle Ricerche (ed.) Guide

per il Riconoscimento delle Specie animali delle Acque interne italiane 20: 1–92.

Balsamo M., d’Hondt J.-L., Kisielewski J. & Pierboni L. 2008. Global diversity of

gastrotrichs (Gastrotricha) in fresh waters. Hydrobiologia 595: 85–91.

Balsamo M., Grilli P., Guidi L. & d’Hondt J.-L. 2014. Gastrotricha: biology, ecology

and systematics: families Dasydytidae, Dichaeturidae, Neogosseidae,

Proichthydiidae. In: Dumont H.J.F. (ed.) Identification Guides to the Plankton and

Benthos of Inland Waters 24. Backhuys Publishers and Margraf Publishers,

Weikersheim.

Balsamo M., Todaro M.A.,& Tongiorgi P. 2012. Gastrotricha. Freshwater

Invertebrates of the Malaysian Region, 127-135.

Page 29: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

29

Balsamo M.1982. Three new gastrotrichs from a Tuscan-Emilian Apenninelake.

Italian Journal of Zoology 49: 287-295.

Bilton D., Freeland J.,& Okamura B. 2001. Dispersal in freshwater invertebrates.

Annual Review of Ecology and Systematics 32:159-181.

Boeckner M.J., Sharma J. & Proctor H.C. 2009. Revisiting the meiofauna paradox:

Dispersal and colonization of nematodes and other meiofaunal organisms in low-

and high-energy environments. Hydrobiologia 624: 91–106.

Bohonak, A. J., & Jenkins, D. G. 2003. Ecological and evolutionary significance of

dispersal by freshwater invertebrates. Ecology letters 8: 783-796.

Brunson R.B. 1950. An Introduction to the Taxonomy of the Gastrotricha with a

Study of Eighteen Species from Michigan. Transactions of the American

Microscopical Society 69: 325-352

Cordani U.G., Ulbrich M.N.C., Onoe A.T. & Vinasco Vallejo C.J. 2004. Novas

determinações de idade pelos métodos K-Ar e Ar-Ar para o arquipélago de

Fernando de Noronha. Revista da Faculdade de Ciências. 1: 167-178.

Daday E.V. 1905. Untersuchungen über die Süsswasser-Mikrofauna Paraguays.

Zoologica 18(44): 1-375.

Dimante-Deimantovica I., Walseng B., Chertoprud E. & Novichkova A. 2018. New

and previously known species of Copepoda and Cladocera (Crustacea) from

Svalbard, Norway – who are they and where do they come from?. Fauna

Norvegica 38:18-29.

Ehrenberg C. G. 1830. Beiträge zur Kenntniss der Organisation der Infusorien und

ihrer geographischen Verbreitung, besonders in Sibirien. Abh. dt. Akad. Wiss.

Berl., year 1832: 1–88.

Ferreira E.A., de Castro R.,Fernandes R. & Whittaker A. 2019 Two Palearctic

herons on Fernando de Noronha, Brazil. Bulletin of the British Ornithologists’ Club

139: 160-163

Fregni E., Balsamo M. & Tongiorgi P. 1998. Interstitial gastrotrichs from lotic Italian

fresh waters. Hydrobiologia 368: 175-187.

Page 30: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

30

Frisch D., Green A.J.& Figuerola J.2007 High dispersal capacity of a broad

spectrum of aquatic invertrebrates via waterbirds. Aquatic Sciences 69: 568.

Garraffoni A. R. S. & Melchior R. P. 2015. New species and new records of

freshwater Heterolepidoderma (Gastrotricha: Chaetonotidae) from Brazil with an

identification key to the genus. Zootaxa 4057: 551-568.

Garraffoni A. R. S. 2017. Checklist de Gastrotricha do estado do Mato Grosso do

Sul, Brasil. Iheringia Série Zoologia 107(Supl.).

Garraffoni A.R.S., Araújo T.Q., Lourenço A.P.,Guidi L.& Balsamo M. 2019

Integrative taxonomy of a new Redudasys species (Gastrotricha: Macrodasyida)

sheds light on the invasion of fresh water habitats by macrodasyids. Scientific

Reports 9:2067

Garraffoni A.R.S., Di Domenico M. & Hochberg R. 2017. New records of marine

Gastrotricha from São Sebastião Island (Brazil) and the description of a new

species. Marine Biodiversity 47: 451-459.

Giere O. 2009. Meiobenthology. Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg

Green A.J., & Figuerola J. 2002. How frequent is external transport of seeds and

invertebrate eggs by waterbirds? A study in Donana, SW Spain. Hydrobiologie

155:557-565 Grosso L. E., & Drahg F. 1986. Gastrotricos dulceacuicolasde la

provıncia de Tucuman III. Acta Zoologica Lilloana 38: 139-149

Halse S.A., Shiel R.J.,Storey A.W., Edward D.H.D., Landbury I.,Cale D.J. & Harvey

M.S. 2000. Aquatic invertebrates and waterbirds of wetlands and rivers of the

southern Carnarvon Basin, Western Australia. Records of the Western Australian

Museum, Supplement 61:217-267.

Higgins R.P. & Thiel H.1988 Introduction to the study of meiofauna. Washington,

DC. Smithsonian Institution Press. 488 p.

Hochberg R. & Litvaitis M.K. 2000. Phylogeny of Gastrotricha: a morphology based

framework of gastrotrich relationships. the Biological Bulletin 198: 299-305

Page 31: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

31

Hochberg R. 2005. First record of Polymerurus (Gastrotricha, Chaetonotida) from

Australia with the description of a new species from Queensland and of cuticular

ultrastructure in P. nodicaudus. Invertebrate Biology 124: 119–130.

Leasi F. & Todaro M.A. 2009. Meiofaunal cryptic species revealed by confocal

microscopy: the case of Xenotrichula intermedia (Gastrotricha). Marine Biology

Kånneby T. & Kirk J.J. 2017. A new species of Redudasys (Gastrotricha:

Macrodasyida: Redudasyidae) from the United States. Proceedings of the

Biological society of Washington 130: 129–139

Kånneby T. 2011. New species and new records of freshwater Chaetonotida

(Gastrotricha) from Sweden. Zootaxa 3115: 29–55. 10.11646/zootaxa.3115.1.3

Kånneby T. 2016. Phylum Gastrotricha. In: Thorp J.H. & Rogers D.C, editors. Key

to Nearctic Fauna: Thorp and Covich's Freshwater Invertebrates Elsevier,

Amsterdam. 2: 115-130.

Kånneby, T. & Hochberg R. 2015. Phylum Gastrotricha. In: Thorp, J., Rogers, D.C.

(Eds.), Ecology and General Biology: Thorp and Covich's Freshwater

Invertebrates. Academic Press 211–223.

Kawauchi G. Y. & Giribet G. 2014. Sipunculus nudus Linnaeus, 1766 (Sipuncula):

cosmopolitan or a group of pseudo-cryptic species? An integrated molecular and

morphological approach 35: 478-491.

Kieneke A. & Hochberg R. 2012. Ultrastructural observations of the protonephridia

of Polymerurus nodicaudus (Gastrotricha: Paucitubulatina). Acta Zoologica 93:

115-124

Kieneke A. & Schmidt-Rhaesa A. 2015. Gastrotricha. In: Schmidt-Rhaesa A. (ed.)

Handbook of Zoology 3. Gastrotricha and Gnathifera: 1–134. De Gruyter, Berlin,

Boston.

Kieneke, A. & Nikoukar, H., 2017. Integrative morphological and molecular

investigation of Turbanella hyalina Schultze, 1853 (Gastrotricha: Macrodasyida),

including a redescription of the species. Zoologischer Anzeiger 267:168-186.

Page 32: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

32

Kieneke A., Martinez Arbizu P.M. & Fontaneto D. 2012. Spatially structured

populations with a low level of cryptic diversity in European marine Gastrotricha.

Molecular Ecology 21: 1239-1254.

Kisielewski J. 1981. Gastrotricha from raised and transitional peat bogs in Poland.

Monografie Fauny Polski 11: 1–143

Kisielewski J. 1987 Two new interesting genera of Gastrotricha (Macrodasyida and

Chaetonotida) from the Brazilian freshwater psammon. Hydrobiologia 153: 23-70

Kisielewski J. 1991. Inland-water Gastrotricha from Brazil. Annales Zoologici 43: 1–

168.

Kisielewski J. 1997. On the subgeneric division of the genus Chaetonotus

Ehrenberg (Gastrotricha). Annales Zoologici 46: 145–151.

Kolicka M. 2019. From saline to salty? Heterolepidoderma sinus (Chaetonotida,

Chaetonotidae) from subsaline coal mine settling ponds. Zootaxa 4559 (3): 568–

572

Kolicka M., Kotwicki L.& Dabert M. 2018. Diversity of Gastrotricha on Spitsbergen

(Svalbard Archipelago, Arctic) with a Description of Seven New Species. Annales

Zoologici 69(4): 609-739.

Lewinsohn T.M. & Prado P.I. 2002. Biodiversity of Brazil: a synthesis of the current

state of knowledge. Biodiversidade brasileira: síntese do estado do conhecimento

atual 139-144.

Lauterborn, R. - 1913 - Süsswasserfauna. — Handwörterbuch der

Naturwissenschaften. IX, Jena (G. Fischer).

Lundholm N., Bates S.S., Baugh A.K., Bill B.D., Connel L.B., Léger C. & Trainer

V.L. 2012. Cryptic and pseudo-cryptic diversity in Diatoms-with description of

pseudo-nitzschia hasleana sp.nov. and P. fryxelliana sp. Nov. Journal of Phycology

48: 436-454

Marques F.A., Souza R.A.S., Souza J.E.S., Lima J.F.W.F. & Junior, V.S.S. 2014.

Caracterização de Vertissolos da Ilha de Fernando de Noronha, Pernambuco.

Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa 38(4): 1051-1065

Page 33: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

33

Munter L. & Kieneke A. 2017. Novel myo-anatomical insights to the Xenotrichula

intermedia species complex (Gastrotricha: Paucitubulatina): Implications for a pan-

European species and reconsideration of muscle homology among

Paucitubulatina. Proceedings of the Biological society of Washington 130:165–185.

http://dx.doi.org/10.2988/17-00013

Piacentini V., Aleixo A., Agne C.E., Mauricio G.N., Pacheco J.F., Bravo G.A., Brito

G.R.R., Naka L.N., Olmos F., Posso S., Silveira L.F., Betini G.S., Carrano E.,

Franz I., Lees A.C., Lima L.M., Pioli D., Schunck F., do Amaral F.R., Bencke G.A.,

Cohn-Haft M., Figueiredo L.F.A., Straube F.C. & Cesari E. 2015. Annotated

checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee.

Revista Brasileira de Ornitologia. 23:91-298

Rao G.C. & Clausen C.1970. Planodasys marginalis gen. et sp.nov. and

Planodasyidae fam. nov. (Gastrotricha Macrodasyoidea). Sarsia 42: 73-82.

Remane A. 1934. Die Brackwasserfauna. 5. Die Lebensgemeinschaften des

Brackwassers. Verhandlungen der Deutschen Zoologischen Gesellschaft. 36: 34–

79

Ruttner-Kolisko A. 1955. Rheomorpha neiswestnovae und Marinellina flagellata,

zwei phylogenetisch interessante Würmtypen aus dem Süsswasserpsammon.

Ősterreichische Zoologischer Zeitschrift 6: 33–69.

Sáez A.G. & Lozano E. 2005. Body double. Nature 433:111.

Saito I. 1937. Neue und bekannte Gastrotrichen der Umgebung von Hiroshima

(Japan). Journal of Science of the Hiroshima University 5: 245–265.

Santos J.T. 2011. História natural de Rhinella jimi (Anura, Bufonidae): Uma

espécie invasora em Fernando de Noronha. Dissertação de Mestrado,

Universidade Estadual de Campinas

Schwank P. & Kanneby T. 2014. Contribution to the freshwater gastrotrich fauna of

wetland areas of southwestern Ontario (Canada) with redescriptions of seven

species and a check-list for North America. Zootaxa 3811: 463–490.

Page 34: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

34

Schwank P. 1990. Gastrotricha. In: Schwoerbel J. & Zwick P. (eds)

Süsswasserfauna von Mitteleuropa, 3. Gastrotricha und Nemertini. Gustav Fischer

Verlag, Stuttgart, Jena, New York.

Silva-e-Silva, R. 2008. Aves de Fernando de Noronha. Avis Brasilis, São Paulo.

Silva e Silva R. & Olmos F.2006. Noteworthy bird records from Fernando de

Noronha, northeastern Brazil. Revista Brasileira de Ornitologia 14:470-474

Stokes A.C.1887. Notices of New Fresh-Water Infusoria. American Philosophical

Society 24:244-255

Teixeira W., Cordani U.G., Menor, E.A., Teixeira M.G. & Linsker R. 2003.

Arquipélago de Fernando de Noronha, o paraíso do vulcão. São Paulo, Terra

Virgem, 168p.

Todaro M.A. 2019a. Gastrotricha. Available from

http://www.gastrotricha.unimore.it/freshwater.htm.[Accessed 18 Jun 2019]

Todaro M.A. 2019b. Gastrotricha. Available from

http://www.gastrotricha.unimore.it/marine.htm [Accessed 18 Jun 2019]

Todaro M.A., Balsamo M., & Kristensen R.M. 2005. A new genus of marine

chaetonotids (Gastrotricha), with a description of two new species from Greenland

and Denmark. Journal of the Marine Biological Association of the UK 85:1391-

1400.

Todaro M.A., Fleeger J.W., Hu Y.P., Hrincevich A.W. & Foltz D.W.1996. Are

meiofauna species cosmopolitan? Morphological and molecular analysis of

Xenotrichula intermedia (Gastrotricha: Chaetonotida). Marine Biology 125:

Todaro, M.A., Dal Zotto, M., & Leasi, F., 2015. An integrated morphological and

molecular approach to the description and systematisation of a novel genus and

species of Macrodasyida (Gastrotricha). PLoS One 10: e0130278.

Voigt M. 1901. Mittheilungen aus der Biologischen Station zu Plon. Holstein. Uber

einige bisher unbekannte Susswasserorganismen. Zool Anz. 24:191-195.

Page 35: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

35

WoRMS Editorial Board. 2019. World Register of Marine Species. Available from

http://www.marinespecies.org at VLIZ. Accessed 2019-08-09. doi:10.14284/170

Page 36: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

36

VII. Anexo I

Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

37

VIII. Anexo II

Page 38: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

38

IX Anexo III

Tabela 1. Listas das espécies válidas dos gênero Polymerurus, por diferentes

versões da literatura. Abreviações: X: presente, -: ausente, Si: Species inquirenda,

Nn: Nomen nudum.

1 2 3 4

Polymerurus andreae Hochberg, 2005 X X X X

Polymerurus biroi (Daday, 1901) X X X X

Polymerurus callosus Brunson, 1950 X X X X

Polymerurus corumbensis Kisielewski, 1991 X X X X

Polymerurus elongatus (Daday, 1905) X X X X

Polymerurus entzii (Daday, 1882) X X X X

Polymerurus hirsutus Remane, 1929 - - Nn -

Polymerurus hystrix (Daday, 1910) X X X X

Polymerurus longicaudatus (Tatem, 1867) X X X X

Polymerurus macracanthus (Lauterborn, 1894) Si X Si Si

Polymerurus macrurus (Collin, 1897) - X Si -

Polymerurus magnus Visvesvara, 1963 X X X X

Polymerurus nodicaudus (Voigt, 1901) X X X X

Polymerurus nodifurca (Marcolongo, 1910) X X X X

Polymerurus paraelongatus Grosso & Drahg, 1986 X X X X

Polymerurus rhomboides (Stokes, 1887) X X X X

Polymerurus ringueleti Grosso, 1975 X X - -

Polymerurus serraticaudus (Voigt, 1901) X X X X

Page 39: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

39

Polymerurus squammofurcatus (Preobrajenskaja, 1926) - X - X

Polymerurus squammofurcatus squammofurcatus

(Preobrajenskaja, 1926)

X - X -

Polymerurus squammofurcatus matogrossensis

Kisielewski, 1991

X - X -

1 Balsamo et al. (2009)

2 Kieneke & Schmidt-Rhaesa (2015)

3 Worms (2019)

4 Todaro (2019)

Page 40: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

40

X Anexo IV

Tabela 2. Comparação de algumas estruturas morfológicas das espécies de

Polymerurus incluídas no grupo “escamas com espinhos”.

Característica

s

P. sp. nov. P.

nodicaudus

P. entzii P. nodifurca P.

paraelongatu

m

P. ringueleti

Formato do

corpo

Alongado

Alongado Alongado Alongado Alongado Alongado

Comprimento

total

399,78 µm -

470,68 µm

330-544 µm 350-420 µm 395 µm 504 µm 290 µm

Constrição na

região da

faringe

Pouco

evidente

Pouco

Evidente

Pouco

Evidente

Pouco

Evidente

Pouco

Evidente

Pouco

evidente

Constrição na

região da

furca

Acentuada Acentuada Acentuada Acentuada Pouco

acentuada

Acentuada

Faringe Formato

cilíndrico,

alargamento

gradativo em

direção à

extremidade

inferior

Cilíndrica

Não descrito Cilíndrica

Não descrito

Alargamento

posterior

pouco

evidente

Estrutura

geral das

escamas

Não

pedunculada,

com espinho

Não

pedunculadas

, com espinho

Não

pedunculadas

, com espinho

Não

pedunculadas

, com espinho

Não

pedunculadas,

com espinho

Não

pedunculadas

, com espinho

Formato geral

das escamas

1.Pentagonal,

abauladas

anteriorment

e e incisadas

Arredondada

na parte

anterior

Parte

Extremidades

anteriores e

laterais em

forma

Não descrito Arredondada

anteriormente

Parte posterior

em forma de V

Não descrito

Page 41: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

41

distalmente

2.

Arredondada

s e menores

que as

pentagonais

posterior em

forma de U

côncava

Espinhos Presentes Presente Presente Presente Presente Presente

Formato dos

espinhos

dorsais

Retilíneos Curto e

simples,

maiores

posteriores

Não descrito

Curto e

simples

Simples

Não descrito

Furca

Furca em U

Sulco em V

Furca em V

sem sulco

Furca em U

mais largo

Sulco

presente

Não descrito Furva em V Forma em U

Escamas

ventrais da

furca

Poligonais ou

arredondadas

, sem

pedúnculo e

sem

sobreposição

Não descrita

Não descrito

Não descritas Não descrito Não descrito

Escamas

dorsais da

furca

Pentagonais

MEV: ovais

ou

arredondadas

, maiores e

achatadas.

Sem espinhos

Não descrita

Não descrito

Não descritas

Não descrito

Não descrito

Espinhos

internos

pequenos

ventrais base

furca

Presentes Não descrito

Não descrito

Ausente

Não descrito

Não descrito

Page 42: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

42

XI Anexo V

Figura 1. Local da amostragem, no estado de Pernambuco, Ilha de Fernando de

Noronha, no Brasil A. Brasil; B. Ilha de Fernando de Noronha; C. Açude do Xaréu.

Fontes A-B: Google Earth, C: Felipe Toledo.

Figura 2. Habitus Polymerurus sp. nov. A. vista dorsal; B. vista interna; C. vista

ventral. Barra de escalas A-C 60 µm. Legenda: at tubo adesivo; c cefalion; eg

ovo; hy Hipostômio; lc Cílios locomotores; PhIJ Junção Faringo-Intestinal

Figura 3. Micrografia de luz – DIC Polymerurus sp. nov. A – C. Terço anterior: A,

região anterior dorsal; B, região anterior interna; C, região anterior ventral; D – F.

Tronco: D, região do tronco dorsal; E, região do tronco interna; F, Região do

tronco ventral; G – I. Terço Posterior: G, Terço posterior ventral, H Terço Posterior

Interno, I Terço posterior Ventral. Barra de escala A-I 20 µm Legenda: c cefalion;

ct tufos cefálicos; eg Ovo; hy Hipostômio; i Intestino; is espinhos interciliares; lc

cílios locomotores; LcE expansão lateral do cefalion; ls escama Lateral; mo boca;

ph faringe; rs escama arredondada; sp espermatozoide; sc complexo de

escamas; ss1 escama com espinho; ts Escama Triangular; vs Escama Ventral; vc

cílios ventrais;

Figura 4. Micrografia de luz – DIC Polymerurus sp.nov. A – D: Região posterior do

corpo. A – B. Vista posterior dorsal; C, Vista dorsolateral; D, Vista posterior ventral

Barra de escala A-D 40 µm Legenda: sc complexo de escamas; ts escama

triangular; at tubo adesivo; ls escama lateral; ns escamas nuas; rs escama

arredondada; ss2 escama com espinho 2; ts escama triangular; vs escama

ventral;

Figura 5. Desenho esquemático do Polymerurus sp. nov, A. Vista dorsal. Barra

de escala 40 µm Legenda: ps escama pentagonal; ts escama triangular; sc

complexo de escamas B.Vista ventral. Barra de escala 40 µm Legenda: OfU

abertura da furca em U; fg sulco em V; at tudo adesivo; cb bandas ciliares; is

espinhos interciliares; ps escama pentagonal; ns escamas nuas; PrS par de

escamas arredondadas, SS2 Escama com espinho 2; OS Escamas ovais.

Figura 6. Microscopia eletrônica de varredura – MEV Polymerurus sp.nov. A. Vista

do Corpo Dorsal; B. Vista cefálica dorsolateral; C. Vista lateral; D – E. Vista do

Page 43: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

43

tronco dorsal. Barra de escala A 40 µm; B-E 10 µm. Legenda: at tubo adesivo; c

cefalion; lc Cílios locomotores; LcE expansão lateral do cefalion; pl pleura; ss1

escamas com espinhos

Figura 7. Microscopia eletrônica de varredura – MEV Polymerurus sp.nov. A-B.

Vista posterior dorsal; C. Vista posterior dorsolateral; E. Vista posterior dorsal do

tubo adesivo. Barra de escala 10 µm. Legenda: sc complexo de escamas; ss2

escamas com espinhos; bf base da furca; OaT Tubo adesivo ornamentado.

Page 44: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

44

Figura 1...

Page 45: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

45

Figura 2...

Page 46: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

46

Figura 3...

Page 47: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

47

Figura 4...

Page 48: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

48

Figura 5

Page 49: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

49

Figura 6

Page 50: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE …repositorio.unicamp.br/...DaniloRealiPonciano_M.pdf · Danilo Reali Ponciano Machado First description of a freshwater species of

50

Figura 7