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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Educação Física ALINE MIRANDA STRAPASSON INICIAÇÃO AO PARA-BADMINTON: PROPOSTA DE ATIVIDADES BASEADA NO PROGRAMA DE ENSINO “SHUTTLE TIMECAMPINAS 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Educação Física

ALINE MIRANDA STRAPASSON

INICIAÇÃO AO PARA-BADMINTON: PROPOSTA DE ATIVIDADES BASEADA

NO PROGRAMA DE ENSINO “SHUTTLE TIME”

CAMPINAS

2016

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ALINE MIRANDA STRAPASSON

INICIAÇÃO AO PARA-BADMINTON: PROPOSTA DE ATIVIDADES BASEADA

NO PROGRAMA DE ENSINO “SHUTTLE TIME”

Tese apresentada à Faculdade de Educação Física da

Universidade Estadual de Campinas como parte dos

requisitos exigidos para a obtenção do título de Doutora

em EDUCAÇÃO FÍSICA na área de ATIVIDADE

FÍSICA ADAPTADA,

e

Thesis presented to Physical Education College of the

Campinas State University in partial fulfillment of

requirements for Doctor Degree, in ADAPTED

PHYSICAL ACTIVITY AREA.

Orientador: EDISON DUARTE.

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À

VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA

POR ALINE MIRANDA STRAPASSON, E

ORIENTADA PELO PROFESSOR DR.

EDISON DUARTE.

CAMPINAS

2016

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COMISSÃO EXAMINADORA

Dr. Edison Duarte

Dr. José Júlio Gavião de Almeida

Dr. Sérgio Stucchi

Dra. Keiko Verônica Ono Fonseca

Dr. Valber Lazaro Nazareth

A Ata da Defesa, assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no processo de

vida acadêmica do aluno.

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AGRADECIMENTOS

Os meus sinceros agradecimentos à (ao, aos)...

...Deus, pela perfeita vida que me permite viver;

...meus pais José Luiz Strapasson e Neiza Miranda Strapasson, por não terem

medido esforços na minha criação e educação, por me proporcionarem o melhor e pelo

infinito amor. Amo vocês;

...minha imensa família, pela honestidade, generosidade e simpatia. Tenho muito

orgulho de fazer parte de um grupo de pessoas tão especiais;

...minha querida ex-professora do curso de Educação Física da Faculdade de

Palmas – PR, Sandra M. F. de Carvalho Martins, pelo carinho e incentivo aos primeiros

passos de uma vida acadêmica;

...Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), meu primeiro

emprego. Foi nessa escola que aprendi a amar, respeitar e entender a minha profissão:

PROFESSORA. Ser professor de Educação Física Adaptada exige conhecimento, paciência,

versatilidade, criatividade e vontade de evoluir, pois nossos “aluninhos” especiais merecem o

melhor sempre;

...meu amigo Lucinar J. F. Flores, por ter me apresentado o Badminton e insistido

para que eu jogasse com ele. Valeu Jupir!;

...meu primeiro técnico de Badminton, Valdecir Barbosa e aos meus primeiros

colegas de equipe (Fabi, Fer, Camila, Lúcia, Tati, Alisson, Dú, Claysson...);

...Universidade Paranaense – UNIPAR Campus Toledo, que permitiu a inserção

de uma modalidade desconhecida no Projeto de Atividade Motora Adaptada (AMA), em

março de 2010. Mal sabia o sucesso que o tal Para-Badminton (PBd) se tornaria;

...meus ex-alunos do Curso de Educação Física da UNIPAR e estagiários, que

iniciaram a caminhada do PBd junto comigo: Fábio Bento dos Santos, Fábio Bremm, Rodolfo

Silva de Oliveira, Tatiane Pereira, Tatiana De Paris e Jefferson Machineski, bem como todos

os acadêmicos que ajudaram;

...Jaime Reis, meu primeiro aluno de PBd e todos os alunos e atletas de PBd que

tive desde o ano de 2010;

...Breno Johann, meu segundo aluno de PBd e o mais novo. Iniciou com sete anos

de idade, em março de 2010 e me proporcionou muitas alegrias e orgulho;

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...Paulo Ricardo Franco, o atleta de PBd mais guerreiro que tive a oportunidade de

conhecer e o privilégio de ser técnica;

...Eliseu Machado (ex-presidente da Federação Paranaense de Badminton) pelo

apoio que sempre deu à nossa equipe;

...Létisson Samarone Pereira (ex-diretor Técnico do PBd da Confederação

Brasileira de Badminton), que recebeu a mim, aos meus auxiliares/estagiários e aos meus

atletas de portas abertas e nos ensinou muitas coisas sobre esse esporte tão fascinante.

Obrigada meu amigo!;

...Professor Edison Duarte, que aceitou orientar um trabalho de doutorado

relacionado ao PBd na Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Além disso,

agradeço pelas longas e agradáveis conversas, pelo imenso coração, pelo conhecimento que

transmite e pela paz que nos proporciona. Professor, você é o melhor professor que eu tive!;

...minha amiga Marta Lopes, pela disponibilidade em repassar todo o seu

conhecimento sobre o Badminton, por me aceitar na sua equipe (SANKALP), por dividir

comigo momentos tão especiais, por ser tão especial e por abraçar a causa PBd junto comigo.

Amo você;

...“galerinha” da SANKALP pela receptividade, pela cumplicidade e pelo

empenho no Badminton,

...FEBASP (Federação Paulista de Badminton) pelo convite para ser Diretora

Técnica de PBd em São Paulo e tentar alavancar o esporte no estado;

...meus alunos de PBd da UNICAMP que permitem o desenvolvimento do meu

estudo de doutorado e garantem muito aprendizado e sorrisos (Antônio, Gustavo, Alexandre,

Bruninho, Kaiky, Luiz Henrique, Marcos, Fernando, Alberto, Luquinhas, Júlio, Pedro, Maria

e Carlão);

...em especial a pequena estrela Marina, uma doce criança que venceu um tumor

maligno na medula espinhal, diagnosticado antes do seu 10º mês de vida, e hoje brilha sobre

sua linda cadeira de rodas cor de rosa. Para você princesa, todo o meu amor;

...grupo de amigos e colegas do Laboratório de Atividade Motora Adaptada

(LAMA) da Faculdade de Educação Física (FEF) da UNICAMP que estão sempre lutando

pelo bom desenvolvimento do esporte para as pessoas com deficiência e sua acessibilidade;

...professor Gavião, comediante, coelhinho da Páscoa, papai Noel... Obrigada por

me receber no seu grupo com tanto entusiasmo, carinho e principalmente com tantos doces e

cocadas. Você é demais!;

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...minhas amigas Gabriela, Jalusa, Mariane, Priscila, Mariana, Flávia, Sidi, Camila

e amigos Paraná, Vinícius, João Paulo, Richard Perot, Jesus, Marcelo Romano pela

companhia, pelos puxões de orelha, pelo ombro, pelos conselhos, pelos trabalhos, pelos

churrascos, encontros, cinema, congressos, pelas viagens, passeios, caminhadas, enfim, por

tudo o que dividimos juntos. Vocês foram fundamentais nessa nova fase da minha vida;

...minhas amigas, irmãs de coração, que tanto amo e sempre estão comigo

dividindo tudo: Tati, Nádia, Tatinha, Nalva, Dcheimy, Sandra, Sil, Kátia, Heloísa, Drica,

Adri, Flavinha, Dé, Jack, Gabi, Katis, Aninha, Dangui, Clara, Camila, Raquel... O que seria

de mim sem vocês?;

...comissão examinadora do meu estudo. Tenho certeza que a contribuição de cada

um dos professores escolhidos vai tornar a pesquisa muito mais útil, acessível e relevante à

todos que precisam entender e querem aplicar o PBd para pessoas com deficiência.

Obrigada à todos vocês pelo papel tão importante que exerceram ou exercem em

minha vida!

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STRAPASSON, Aline Miranda. Iniciação ao Para-Badminton: proposta de atividades

baseada no programa de ensino “Shuttle Time”. Doutorado em Educação Física. Faculdade de

Educação Física. Universidade Estadual de Campinas. Campinas. 2016. 138f.

RESUMO

O Para-Badminton (PBd) é um esporte adaptado que oportuniza a prática da modalidade

como forma de lazer ou esporte para as pessoas com deficiência. As regras básicas da

modalidade são as mesmas do Badminton convencional, contendo algumas adaptações para

atender a população com deficiência física (DF). No PBd os jogadores são classificados em

seis categorias, com duas classes esportivas destinadas a usuários de cadeira de rodas (UCR),

e quatro classes para não UCR. Uma das formas de divulgação e massificação do Badminton

pelo mundo proposta pela Federação Mundial de Badminton (Badminton World Federation) é

o Programa de Ensino de Badminton chamado “Shuttle Time”. Os recursos didáticos do

programa consistem em um manual para o professor, 22 planos de aula com mais de 100

vídeos instrutivos sobre as atividades propostas com objetivo de orientar professores a

desenvolver habilidades, conhecimento e confiança para planejar e oferecer segurança e

diversão nas aulas de Badminton. Vale salientar que não há método específico de ensino para

o esporte em sua versão adaptada e que o PBd fará parte do quadro de modalidades

Paralímpicas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2020. Este estudo é resultado de uma

pesquisa descritiva, do tipo estudo de caso avaliativo e descritivo, com abordagem qualitativa,

no qual seis crianças e adolescentes com DF fizeram parte da amostra. O objetivo geral foi

aplicar o referido programa de ensino de Badminton para pessoas com DF; adaptar algumas

atividades propostas pelo programa e descrever as sugestões de adaptação. Enriquecer,

incrementar e estender o “Shuttle Time” com mais atividades, pensando além do que já foi

criado, fez parte dos objetivos específicos. Após a aplicação das 22 aulas de Badminton

propostas pelo “Shuttle Time”, verificou-se que o mesmo não foi adequado para as duas

crianças com DF participantes deste estudo (S3 e S4), que não estavam aptas, em termos de

desenvolvimento motor, para realizá-las. Em relação aos sujeitos 1 e 2 (S1 e S2), das 92

atividades aplicadas pelo programa, 30 necessitaram de adaptações, modificações ou ajustes

para o S1 e 21 para o S2, já sugeridas no texto. As contribuições desta pesquisa remetem a

ampliação do programa de ensino “Shuttle Time” para as pessoas com DF, pois incrementá-lo

com mais atividades pode atender melhor as crianças com DF, favorecendo o ensino do

Badminton para esta população, permitindo a prática da modalidade por um maior número de

pessoas e suas diversidades.

Palavras Chave: Badminton; Esporte Adaptado; Deficiência Física.

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STRAPASSON, Aline Miranda. Initiation of Para-Badminton: activity proposal based on

educational program "Shuttle Time". Doctorate Degree in Physical Education. Physical

Education Faculty. University of Campinas - UNICAMP. Campinas, SP, Brazil. 2016. 138f.

ABSTRACT

Para-Badminton (PBd) is an adapted sport which provides opportunities to practice as a way

of leisure or sport for disabled people. The same conventional Badminton rules are basic of

PBd within some adaptations to practice for people with physical disabilities (PD). Players are

classified in six sports classes in PBd, two classes to wheelchair users (WU) and four classes

to non WU. One of the ways of Badminton dissemination and massification around the world,

proposed by Badminton World Federation, is “Shuttle Time” Badminton Teaching Program.

Didactic resources Program has a manual to coach, 22 class plans with more than 100

instructive videos about activities in order to guide coaches to develop skills, knowledge and

confidence to plan and offer safety and fun in Badminton classes. There isn’t specific teaching

method to the PBd and this game will be part of the Paralympic modalities framework in

Tokyo Paralympic Games, next 2020. This is an evaluative and descriptive study, with

qualitative approach, and six volunteers with PD participated in this research. The goal was to

apply the “Shuttle Time” Program for persons with PD; to adapt activities proposed if

necessary and describe suggestions for adaptations. To improve, increase and extend the

“Shuttle Time” with activities, thinking beyond what has already been created was part of the

specific goals. After developing 22 Badminton classes proposed by the “Shuttle Time”, it was

noticed that program was not suitable for two children with PD, participants (S3 and S4),

because they were not able in motor development to go through them. After to apply 92

activities of the program to other participants (S1 and S2), for S1 30 adaptations,

modifications or adjustments were necessary and 21 for S2, already suggested in this study.

This research has contributions by increment “Shuttle Time” Teaching Program for persons

with PD with more activities, might better attend children, teaching of Badminton to this

population, allowing practice this modality by a higher number of persons.

Keywords: Badminton; Adapted Sport; Physical Disability.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Quadra de Badminton.............................................................................................28

Figura 2 – Rede de Badminton................................................................................................29

Figura 3 – Raquete de Badminton...........................................................................................29

Figura 4 – Petecas de Badminton, pena e nylon......................................................................29

Figura 5 – Trajetória da peteca nos diferentes tipos de golpes................................................31

Figura 6 – Empunhaduras do Badminton - Forehand e Backhand..........................................31

Figura 7 – Ilustração da quadra de Badminton adaptada para as classes WH1 e WH2

individual..................................................................................................................................33

Figura 8 – Ilustração da quadra de Badminton adaptada para as classes WH1 e WH2

duplas........................................................................................................................................34

Figura 9 – Cadeiras de rodas de PBd.......................................................................................34

Figura 10 – Ilustração da quadra de Badminton adaptada para a classe SL3

individual..................................................................................................................................35

Figura 11 – Logomarca do 1º Campeonato Panamericano de PBd.........................................40

Figura 12 – Seleções Brasileiras de Badminton e PBd participantes do Panamericano em

Curitiba.....................................................................................................................................40

Figura 13 – Logomarca do evento e Seleção Brasileira de PBd no 8º Campeonato Mundial na

Guatemala. Técnicos: Aline Miranda Strapasson, Létisson Samarone Pereira e Luiz de

França. Atletas: Gabriel Janini e Karen Sakayo........................................................................41

Figura 14 – Seleção Brasileira no Mundial de PBd da Guatemala 2011.................................41

Figura 15 – Seleção Brasileira no Mundial de PBd da Alemanha 2013..................................44

Figura 16 – Seleção Brasileira no Mundial de PBd da Inglaterra 2015...................................44

Figura 17 – Cintya Oliveira e seu técnico Fábio Bento dos Santos após a premiação............45

Figura 18 – Cintya Oliveira.....................................................................................................45

Figura 19 – Estrutura do Programa “Shuttle Time” ................................................................56

Figura 20 – 4ª atividade da L1, manter o balão no ar..............................................................64

Figura 21 – 4ª atividade da L2, rebater petecas lançadas pelo parceiro...................................65

Figura 22 – 5ª atividade da L3, golpes próximos à rede..........................................................67

Figura 23 – 3ª atividade da L5, após tentativa de acertar o alvo..............................................69

Figura 24 – 3ª atividade da L7, serviço de backhand com alvo...............................................71

Figura 25 – 4ª atividade da L12, “Quantos golpes por minuto?”............................................75

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Figura 26 – Deslocamento em cadeira de rodas......................................................................90

Figura 27 – Deslocamento em cadeira de rodas......................................................................90

Figura 28 – Deslocamento em cadeira de rodas......................................................................90

Figura 29 – Deslocamento em cadeira de rodas......................................................................90

Figura 30 – Deslocamento em cadeira de rodas......................................................................90

Figura 31 – Deslocamento em cadeira de rodas......................................................................91

Figura 32 – Deslocamento em cadeira de rodas......................................................................91

Figura 33 – Deslocamento em zig-zag....................................................................................91

Figura 34 – Deslocamento em zig-zag....................................................................................91

Figura 35 – Deslocamento em zig-zag....................................................................................91

Figura 36 – Deslocamento em cadeira de rodas......................................................................91

Figura 37 – Deslocamento em cadeira de rodas......................................................................92

Figura 38 – Pega e volta..........................................................................................................92

Figura 39 – Pega e volta..........................................................................................................92

Figura 40 – Jogo da velha........................................................................................................93

Figura 41 – Jogo da velha........................................................................................................93

Figura 42 – Jogo da velha........................................................................................................93

Figura 43 – Coelhinho sai da toca............................................................................................94

Figura 44 – Coelhinho sai da toca............................................................................................94

Figura 45 – Elefante colorido..................................................................................................94

Figura 46 – Elefante colorido..................................................................................................94

Figura 47 – Prende-prende.......................................................................................................95

Figura 48 – Prende-prende.......................................................................................................95

Figura 49 – Atenção.................................................................................................................96

Figura 50 – Atenção.................................................................................................................96

Figura 51 – Lançar o tule para cima........................................................................................96

Figura 52 – Lançar o tule para cima........................................................................................96

Figura 53 – Lançar o tule para o colega...................................................................................97

Figura 54 – Com dois tules, lançar para o colega ao mesmo tempo e receber........................97

Figura 55 – Jogar o balão para cima........................................................................................98

Figura 56 – Dar leves batidas no balão....................................................................................98

Figura 57 – Dar leves batidas no balão....................................................................................98

Figura 58 – Bolas variadas.......................................................................................................99

Figura 59 – Arremessar bolas..................................................................................................99

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Figura 60 – Arremessar bolas..................................................................................................99

Figura 61 – Boliche................................................................................................................100

Figura 62 – Boliche................................................................................................................100

Figura 63 – Lançar a bola para o colega e receber.................................................................100

Figura 64 – Lançar a bola para o colega e receber.................................................................100

Figura 65 – Pega e volta.........................................................................................................101

Figura 66 – Pega e volta.........................................................................................................101

Figura 67 – Pega e volta.........................................................................................................102

Figura 68 – Pega e volta.........................................................................................................102

Figura 69 – Lançar petecas uns para os outros......................................................................102

Figura 70 – Lançar petecas uns para os outros......................................................................102

Figura 71 – Lançar petecas uns para os outros......................................................................102

Figura 72 – Lançar petecas uns para os outros......................................................................102

Figura 73 – Lançar petecas uns para os outros......................................................................103

Figura 74 – Lançar petecas uns para os outros......................................................................103

Figura 75 – Acertar o balão...................................................................................................104

Figura 76 – Acertar o balão...................................................................................................104

Figura 77 – Goleiro de petecas..............................................................................................104

Figura 78 – Goleiro de petecas..............................................................................................104

Figura 79 – Caçador de petecas.............................................................................................105

Figura 80 – Caçador de petecas.............................................................................................105

Figura 81 – Caçador de petecas.............................................................................................105

Figura 82 – Caçador de petecas.............................................................................................105

Figura 83 – Bola giratória......................................................................................................106

Figura 84 – Bola giratória......................................................................................................106

Figura 85 – Bola giratória......................................................................................................106

Figura 86 – Bola giratória......................................................................................................106

Figura 87 – Rebater petecas com a mão................................................................................106

Figura 88 – Rebater petecas com a mão................................................................................106

Figura 89 – Balão e raquete com palito fixado......................................................................108

Figura 90 – Fura balão...........................................................................................................108

Figura 91 – Fura balão...........................................................................................................108

Figura 92 – Fura balão...........................................................................................................108

Figura 93 – Cata objetos........................................................................................................109

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Figura 94 – Cata objetos........................................................................................................109

Figura 95 – Cata objetos........................................................................................................109

Figura 96 – Passaguá ou coador de pesca..............................................................................110

Figura 97 – Pegar tules com o passaguá................................................................................110

Figura 98 – Pegar petecas com o passaguá............................................................................110

Figura 99 – Pegar petecas com o passaguá............................................................................110

Figura 100 – Derruba petecas................................................................................................111

Figura 101 – Derruba petecas................................................................................................111

Figura 102 – Varrer petecas...................................................................................................111

Figura 103 – Varrer petecas...................................................................................................111

Figura 104 – Caçador com petecas e raquetes.......................................................................112

Figura 105 – Caçador com petecas e raquetes.......................................................................112

Figura 106 – Caçador com petecas e raquetes.......................................................................112

Figura 107 – Caçador com petecas e raquetes.......................................................................112

Figura 108 – Sacar.................................................................................................................113

Figura 109 – Sacar.................................................................................................................113

Figura 110 – Sacar no alvo....................................................................................................113

Figura 111 – Sacar no alvo....................................................................................................113

Figura 112 – Badminton de balão..........................................................................................114

Figura 113 – Badminton de balão..........................................................................................114

Figura 114 – Defesa do arco..................................................................................................114

Figura 115 – Defesa do arco..................................................................................................115

Figura 116 – Saque no alvo...................................................................................................115

Figura 117 – Saque no alvo...................................................................................................115

Figura 118 – Rebater petecas com raquete............................................................................116

Figura 119 – Rebater petecas com raquete............................................................................116

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classes Esportivas, principais características e DF elegíveis do PBd....................33

Tabela 2 – Países filiados a Federação Mundial de Badminton...............................................35

Tabela 3 – Campeonatos Mundiais de Para-Badminton..........................................................36

Tabela 4 – Principais informações sobre os Campeonatos Nacionais e Internacional de PBd

no Brasil....................................................................................................................................42

Tabela 5 – Competições Internacionais de PBd com participação do Brasil..........................43

Tabela 6 – Divisão dos módulos do manual do professor para o ensino do Shuttle

Time...........................................................................................................................................55

Tabela 7 – Dados dos sujeitos da pesquisa..............................................................................60

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Principais golpes do Badminton e conceitos........................................................30

Quadro 2 – Literatura sobre PBd.............................................................................................37

Quadro 3 – Cores e suas respectivas representações...............................................................56

Quadro 4 – Sessão, conteúdo técnico e físico do Programa “Shuttle Time”...........................57

Quadro 5 – Resultado das cinco atividades da lição 1.............................................................64

Quadro 6 – Resultado das cinco atividades da lição 2.............................................................65

Quadro 7 – Resultado das cinco atividades da lição 3.............................................................66

Quadro 8 – Resultado das quatro atividades da lição 4...........................................................68

Quadro 9 – Resultado das cinco atividades da lição 5.............................................................68

Quadro 10 – Resultado das quatro atividades da lição 6.........................................................70

Quadro 11 – Resultado das cinco atividades da lição 7...........................................................70

Quadro 12 – Resultado das quatro atividades da lição 8.........................................................71

Quadro 13 – Resultado das cinco atividades da lição 9...........................................................72

Quadro 14 – Resultado das quatro atividades da lição 10.......................................................73

Quadro 15 – Resultado das oito atividades das lições 11 e 12................................................75

Quadro 16 – Resultado das quatro atividades da lição 13.......................................................77

Quadro 17 – Resultado das quatro atividades da lição 14.......................................................77

Quadro 18 – Resultado das quatro atividades da lição 15.......................................................78

Quadro 19 – Resultado das cinco atividades da lição 16.........................................................79

Quadro 20 – Resultado das quatro atividades da lição 17.......................................................80

Quadro 21 – Resultado das três atividades da lição 18...........................................................80

Quadro 22 – Resultado das quatro atividades da lição 19.......................................................82

Quadro 23 – Resultado das três atividades da lição 20...........................................................83

Quadro 24 – Resultado das três atividades da lição 21...........................................................83

Quadro 25 – Resultado das três atividades da lição 22...........................................................84

Quadro 26 – Estrutura pedagógica para o PBd........................................................................88

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMA – Atividade Motora Adaptada

APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

BAd – Badminton Adaptado

BWF – Federação Mundial de Badminton

CAAE – Certificado de Apresentação para Apreciação Ética

CBBd – Confederação Brasileira de Badminton

CEPEUSP – Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo

CETEFE – Centro de Treinamento de Educação Física Especial

CF – Classificação Funcional

CR – Cadeira de Rodas

DA – Deficiência Auditiva

DCR – Deslocamento em Cadeira de Rodas

DI – Deficiência Intelectual

DF – Deficiência Física

EB – Espinha Bífida

EBA – Espinha Bífida Aberta

EF – Educação Física

FEF – Faculdade de Educação Física

FBB – Federação de Badminton de Brasília

FEBASP – Federação Paulista de Badminton

IBAD – Associação Internacional de Badminton para Deficientes

IBF – Federação Internacional de Badminton

IPC – Comitê Olímpico Internacional

L – Lição

L1 a L22 – Lição 1 a 22

LM – Lesão Medular

M – Módulo

M5 a M8 – Módulo 5 a 8

MMIIs – Membros Inferiores

MMSSs – Membros Superiores

PBd – Para-Badminton

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PC – Paralisia Cerebral

PD – Pessoa com Deficiência

SESC – Serviço Social do Comércio

S1 a S6 – Sujeitos 1 a 6

SI9 – Classe Esportiva para Deficientes Intelectuais (Standing Intellectual Disability Sport

Class)

SL3 e SL4 – Classe Esportiva para não usuários de cadeira de rodas (Standing Lower Limb

Sport Class)

SU5 – Classe Esportiva para não usuários de cadeira de rodas (Standing Upper Limb Sport

Class)

SS6 – Classe Esportiva para anões (Short Stature Sport Class)

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

T2 – 2ª Vértebra Torácica

T6 – 6ª Vértebra Torácica

UCR – Usuário de Cadeira de Rodas

UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas

UNIPAR – Universidade Paranaense

V – Vídeo

V1 a V5 – Vídeo 1 a 5

WH1 e WH2 – Classe Esportiva para usuários de cadeira de rodas (Wheelchair Sport Class)

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO..................................................................................................................20

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................22

2 REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................................25

2.1 O Badminton.....................................................................................................................25

2.1.1 Contexto Histórico da Modalidade..................................................................................25

2.1.2 Considerações Históricas do Badminton no Brasil..........................................................27

2.1.3 Principais Equipamentos, Regras e Fundamentos do Badminton....................................28

2.2 O Para-Badminton............................................................................................................32

2.2.1 Considerações Gerais sobre o Para-Badminton...............................................................32

2.2.2 O Para-Badminton no Brasil............................................................................................38

2.2.2.1 Considerações históricas...............................................................................................38

2.2.2.2 Considerações gerais e atualidades...............................................................................41

2.3 Noções Gerais sobre Deficiência Física...........................................................................45

2.3.1 Lesão Medular..................................................................................................................46

2.3.2 Poliomielite......................................................................................................................48

2.3.3 Espinha Bífida..................................................................................................................49

2.3.4 Paralisia Cerebral.............................................................................................................50

2.3.5 Amputação.......................................................................................................................51

2.3.6 Nanismo...........................................................................................................................52

2.4 “Shuttle Time”: um Programa de Badminton Escolar..................................................53

3 MÉTODO.............................................................................................................................58

3.1 Caracterização da pesquisa.................................................................................................58

3.2 Considerações éticas...........................................................................................................58

3.3 Instrumento para coleta de dados........................................................................................59

3.4 Participantes do estudo........................................................................................................59

3.5 Procedimentos para coleta e análise dos dados...................................................................60

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................62

4.1 Aplicação e Adaptação do “Shuttle Time”......................................................................62

4.1.1 Relato das dez aulas iniciais.............................................................................................63

4.1.2 Relato das duas aulas do módulo 6 (M6).........................................................................74

4.1.3 Relato das seis aulas do módulo 7 (M7)..........................................................................76

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4.1.4 Relato das quatro aulas do módulo 8 (M8)......................................................................81

4.2 Proposta de Atividades para o ensino do Para-Badminton como complemento ao

“Shuttle Time”.........................................................................................................................85

4.2.1 Manejo em cadeira de rodas/Deslocamentos para UCR e não UCR...............................89

4.2.2 Atividades com petecas (e tules, balões, bolas de plástico, de meia, bolas

esportivas).................................................................................................................................96

4.2.3 Atividades com Raquetes (e outros objetos)..................................................................107

4.2.4 Atividades com Raquetes e Petecas...............................................................................109

5 CONCLUSÃO....................................................................................................................118

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................120

APÊNDICES..........................................................................................................................130

Apêndice I - Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)...................................131

ANEXOS................................................................................................................................133

Anexo I – Parecer consubstanciado do CEP......................................................................134

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APRESENTAÇÃO

O esporte começou a fazer parte da minha vida aos cinco anos de idade, quando

meus pais me matricularam em uma escola de Karatê, na cidade de Palmas – PR. Aos 12 anos

migrei para o basquetebol e nele permaneci, competitivamente, por 20 anos.

Escolhi o curso de Educação Física (EF) como formação profissional por amor ao

basquete, mas a vida me presenteou com um rumo jamais imaginado: o ensino especial. Um

ano antes de concluir a graduação, ingressei no mercado de trabalho. Fui contratada pela

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE em abril de 1997.

Há 19 anos atuo com EF e esportes adaptados para pessoas com deficiência (PD)

e há seis anos trabalho especificamente com o Para-Badminton (PBd).

Porém, a minha história no Badminton começou tarde, mais especificamente em

meados de 2009 no município de Toledo. Mas, antes disso, gostaria de descrever como fui

parar no oeste do Paraná.

No final de 2006 fui indicada por um ex-colega da APAE de Toledo para ocupar o

seu lugar na Universidade Paranaense – UNIPAR. Viajei para fazer uma entrevista e em

janeiro de 2007 firmei contratação.

A UNIPAR me proporcionou muitas oportunidades. Além das quatro disciplinas

que ministrei durante seis anos, coordenei o projeto de extensão universitária chamado AMA

(Atividade Motora Adaptada). Nesse projeto, atendíamos semanalmente 150 pessoas com as

mais variadas deficiências. As atividades oferecidas eram: Estimulação Psicomotora,

Handebol em Cadeira de Rodas, Atividades Aquáticas, Tênis de Mesa, Capoeira e Dança. O

projeto AMA era a vitrine da Instituição.

Um dia, por constante insistência de um colega para jogar um esporte chamado

Badminton, resolvi ceder. Não vi essa modalidade na Faculdade de EF, nunca havia assistido

um jogo, não conhecia as regras, nem tinha pegado em uma raquete ou peteca. Para falar a

verdade tinha apenas o pré-conceito de que era chato.

O Badminton me enganou! Gostei tanto que comecei a praticar. E graças ao meu

amigo Lucinar, surgiu a ideia pioneira no estado do Paraná de começar a desenvolver o

Badminton para pessoas com deficiência física (DF).

Dia 11 de março de 2010, no ginásio da UNIPAR, com um aluno usuário de

cadeira de rodas (UCR) e sem o mínimo de conhecimento, começamos a desenvolver uma

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espécie de Badminton Adaptado. A modalidade foi incluída no rol de atividades do projeto

AMA e logo a nossa equipe estava repleta de alunos com DF.

Atualmente quatro dos atletas que iniciaram no projeto AMA compõe a seleção

Brasileira de PBd e a primeira medalhista do Brasil em Campeonato Mundial é uma delas,

demonstrando a importância de projetos de iniciação esportiva para PD, considerando a sua

escassez em nosso país.

Desde o ano 2013, após aprovação no processo seletivo de doutorado da

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) com um projeto sobre iniciação ao PBd,

tenho me dedicado aos estudos relacionados ao esporte e a disseminação desse tema.

Espero que este trabalho possa contribuir, de forma significativa, com professores

e técnicos que desejam inserir o PBd em seus programas de esportes adaptados, bem como

oportunizar a prática de mais uma modalidade extremamente acessível e agradável para a

população com deficiência.

Ressalta-se aqui que, recentemente, o PBd entrou no quadro de modalidades para

os Jogos Panamericanos do Peru 2019 e Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e que há

necessidade vigente de novas “escolas” de iniciação ao PBd, bem como informações

sistematizadas sobre o processo de ensino desse esporte.

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1 INTRODUÇÃO

O Badminton é um esporte de raquete praticado no mundo todo. Foi demonstrado

nos Jogos Olímpicos de Munique (1972) e Seoul (1988) e, tornou-se oficialmente Olímpico

nos Jogos de Barcelona (1992), vinte anos depois da primeira demonstração em Olimpíadas

(BWF, 2015a).

O jogo é dinâmico e muito rápido. O “Livro dos Recordes” (GUINNESS BOOK,

2013) registrou a velocidade da peteca de 493 quilômetros por hora, proferida em um golpe

do atleta Tan Boon Heong, da Malásia.

O Badminton é disputado em uma área de jogo coberta, dividida em dois

quadrantes separados por uma rede. Cada jogador tem posse de uma raquete específica para

essa prática. O objetivo do jogo é golpear com a raquete uma pequena peteca com o intuito de

computar pontos ao passá-la acima da rede e fazê-la cair no chão do lado adversário

(DUARTE, 2000; DUARTE, 2003; ALMANAQUE ABRIL, 2005; FONSECA; SILVA,

2012).

No Brasil ainda é grande o número de pessoas que desconhecem o esporte, mas

acredita-se que após as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, se torne um pouco mais

conhecido. Alguns autores citam que os fatores que limitam a sua popularidade no país são: a

falta de maior oferecimento de espaços e escasso número de profissionais capacitados para o

ensino do Badminton; carência de material didático em língua portuguesa bem como pouca

abordagem da modalidade nos currículos das Faculdades de Educação Física (EF), tanto na

versão convencional quanto adaptada (ALVAREZ; STUCCHI, 2008; FONSECA; SILVA,

2012).

A Federação Mundial de Badminton (BWF) cita que o esporte é acessível para

todos e deve ser incentivado (BWF, 2012a), pois é seguro e de baixo impacto; pode ser

praticado por meninos e meninas, juntos ou separados; pessoas com deficiência (PD) podem

jogar; auxilia no desenvolvimento de habilidades motoras fundamentais, bem como no

desenvolvimento cognitivo, afetivo e social (BWF, 2013a).

Uma das formas de divulgação, massificação e popularização do Badminton pelo

mundo proposta pela BWF é um Programa de ensino de Badminton escolar chamado “Shuttle

Time”. O referido programa pensado para o ensino formal das escolas também pode ser

aplicado no ensino informal pelos clubes, academias, praças públicas, centros esportivos entre

outros espaços e Instituições.

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O “Shuttle Time” permite que crianças de diferentes níveis de habilidades

experimentem a essência do Badminton, sem conteúdos complicados para professores ou

crianças que estão começando (BWF, 2013a). Mas, pensando na afirmação da BWF (2012a)

de que o Badminton é um esporte para todos e na questão “diferentes habilidades”, será que o

“Shuttle Time” é adequado para ensinar o Badminton às pessoas com deficiência física (DF)?

Mesmo com esta alternativa de ensino por que poucas pessoas com DF estão usufruindo da

prática dessa modalidade?

O nome oficial dado ao Badminton adaptado para PD é Para-Badminton (PBd),

que foi reconhecido no ano de 1996 pela Associação Internacional de Badminton para

Deficientes (IBAD, 2009). O PBd oportuniza a prática da modalidade como forma de lazer ou

esporte para as pessoas com DF.

O PBd é regido pela BWF, responsável pelo desenvolvimento, regulamentação e

gestão do Badminton e PBd internacionalmente e, como todo esporte adaptado1 para PD

apresenta adaptações específicas, classificação funcional exclusiva para a modalidade e

diferentes classes esportivas.

Em virtude da ascensão do esporte devido a inserção nos Jogos Paralímpicos de

Tóquio 2020, das adaptações apropriadas para pessoas com DF, da escassez bibliográfica

relacionada ao PBd e do reduzido número de profissionais que atuam nessa área, fomos

levados a refletir sobre contribuições simples e concretas, que atinjam grande número de

profissionais da área, expondo-lhes possibilidades que possam trazer subsídios ao incentivo e

prática do PBd.

A meta desta pesquisa é realizar um trabalho que oriente aqueles que se dedicam

ou pretendem dedicar-se ao ensino do PBd. Apresentam-se estratégias que assegurem uma

caminhada adequada para a conquista da aprendizagem e de experiências cada vez mais

específicas ao esporte adaptado.

Portanto, o objetivo geral do presente estudo foi aplicar o Programa de ensino

“Shuttle Time” para pessoas com DF; adaptar as atividades propostas pelo programa quando

necessárias e descrever tais adaptações. Além disso, teve-se como objetivos específicos:

enriquecer, incrementar e estender o “Shuttle Time” pensando além do que já foi criado, pois

incrementá-lo com mais atividades pode atender melhor crianças com DF, favorecendo o

ensino do PBd para esta população.

1 Esporte adaptado: Refere-se ao esporte modificado, adaptado ou criado para suprir as necessidades de pessoas

com deficiência (WINNICK, 2004).

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O quadro teórico deste estudo foi baseado em quatro pontos principais: análise do

objeto de estudo em questão (o Badminton em sua versão convencional e adaptada), estudo da

população envolvida (DF), o Programa de Ensino “Shuttle Time” e uma proposta de

atividades com o intuito de complementar o “Shuttle Time” e favorecer o ensino do PBd.

Busca-se com esse trabalho contribuir e incentivar estudos comprometidos com a

ação educativa no e pelo esporte adaptado. Segundo Souza (1994), face ao importante papel

que os esportes para DF passaram a desempenhar no contexto da educação, reabilitação e

lazer das PD, sendo considerados por muitos como uma “bandeira de emancipação”, cabe ao

Estado, à família e à sociedade e, em especial, por parte dos profissionais da área da saúde e

educação, criação de condições de atendimento no âmbito escolar, hospitalar, do lazer, entre

outros.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O BADMINTON

2.1.1 Contexto Histórico da Modalidade

O Badminton é um esporte mais antigo do que se imagina. A origem é bastante

antiga e difícil de ser totalmente esclarecida (NOGUEIRA, 2005), mas acredita-se que surgiu

nas civilizações antigas da Ásia e Europa (BWF, 2015a). Segundo a BWF (2013a), o esporte

existe há mais de dois mil anos.

Porém, foi na Índia que o “poona” um jogo parecido com o moderno Badminton,

já havia sido desenvolvido em meados do século XIX. Oficiais britânicos, a serviço na Índia,

em 1870, se divertiam conhecendo e praticando o “poona”. A aceitação foi tanta que os

oficiais levaram o esporte à Inglaterra e começaram a desenvolvê-lo na casa de campo do

Duque de Beaufort, em Gloucestershire, em 1873 (DUARTE, 1996; DUARTE, 2000;

DUARTE, 2003; NOGUEIRA, 2005; BWF, 2015a). Os convidados do Duque divertiam-se

em bater uma peteca de um lado para o outro, com uma raquete, por cima de uma rede, o

maior tempo possível sem deixar a peteca cair (BWF, 2013a).

O esporte, então, foi modificado pelos ingleses em muitos dos seus aspectos. Por

não entenderem muito bem as regras, criaram praticamente outro esporte.

Isso tudo aconteceu em uma propriedade privada chamada “Badminton House”

(nome da casa de campo do Duque de Beaufort). Era uma tarde chuvosa e um dos militares

propôs aos demais um jogo, utilizando raquetes de tênis em uma das salas do castelo. As

bolas, isto é, o que se convencionou chamar de “bola”, eram as rolhas das garrafas de

champanhe com penas incrustadas. Assim surgiu o esporte, em recinto fechado, com

elementos do tênis e do “poona” (DUARTE, 1996; DUARTE, 2000; DUARTE, 2003). O

nome atual foi adotado na década de 1870 por conta da sua origem na Badminton House

(FONSECA; SILVA 2012).

A versão oficial do Badminton foi lançada em 1873 pelo Duque de Beaufort

(ALMANAQUE ABRIL, 2005). Em 1874 o Bath Badminton Club já havia sido fundado e o

novo jogo trazido da Índia colocou a base para as regras utilizadas nos dias atuais

(NOGUEIRA, 2005).

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Em 1877 foram estabelecidas normas básicas para o esporte, porém, somente em

1883 é que foram publicadas, na Inglaterra, as primeiras regras (DUARTE, 2000;

ALMANAQUE ABRIL, 2005; BWF, 2013a), bem como a criação de uma Associação de

Badminton (DUARTE, 2003; BWF, 2013a).

Em março de 1898, o primeiro Campeonato Aberto de Badminton foi realizado

em Guildford, Inglaterra e no ano seguinte primeiro "All England" (BWF, 2015a).

Em 1934 foi fundada a Federação Internacional de Badminton (IBF) com a

participação de nove membros: Canadá, Dinamarca, Inglaterra, França, Irlanda, Holanda,

Nova Zelândia, Escócia e País de Gales (NOGUEIRA, 2005; BWF, 2013a).

O primeiro grande torneio IBF foi a Thomas Cup (Campeonato Mundial por

equipes masculina) em 1948. Desde então, o número de campeonatos pelo mundo têm

aumentado com a adição da Uber Cup (Campeonato Mundial por equipes feminina), World

Championships (individuais), Sudirman Cup (equipes mistas), World Junior Championships e

o Grand Prix World Finals (BWF, 2015a).

Em 2006 a IBF mudou seu nome para Federação Mundial de Badminton (BWF)

(BWF, 2013a).

A primeira vez que o Badminton figurou numa Olimpíada foi em 1972, em

Munique, na Alemanha, como esporte de demonstração. Em 1988, na cidade de Seoul, Coréia

do Sul, o Badminton foi novamente jogado como esporte de exibição (ALMANAQUE

ABRIL, 2005; NOGUEIRA, 2005; BWF, 2013a).

Somente em 1992, nos Jogos Olímpicos em Barcelona, Espanha, o Badminton

passou a ser reconhecido pelo Comitê Olímpico, como um esporte competitivo, valendo 15

medalhas (ouro, prata e bronze para cada uma das cinco categorias) (DUARTE, 2003;

NOGUEIRA, 2005; BWF, 2013a). Nogueira (2005) destaca que a popularidade do esporte

foi provada na ocasião, quando perto de um bilhão e cem milhões de pessoas assistiram, pela

televisão aos oito dias de competição.

Portanto, desde 1992 o Badminton faz parte das edições dos Jogos Olímpicos

como modalidade oficial. Atualmente, existem 183 países dos cinco continentes filiados à

BWF e estima-se 50 milhões de jogadores no mundo (BWF, 2015b, 2016c).

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2.1.2 Considerações Históricas do Badminton no Brasil

Pouco se sabe sobre a história do Badminton no Brasil devido a carência de

material científico. Há relatos de que a primeira quadra oficial foi montada em 1938, na

cidade de Santos – SP. Mas foi na década de 80 que novos pioneiros começaram a

desenvolver o esporte de forma competitiva em Campinas e São Paulo (ARAÚJO, 2012;

BRASIL, 2016).

De acordo com a Confederação Brasileira de Badminton – CBBd (2011a), a

primeira exibição do esporte foi realizada em São Paulo, no dia 25 de fevereiro de 1984, no

SESC (Serviço Social do Comércio) de Pinheiros. Na época o Jornal Gazeta de Pinheiros deu

cobertura ao evento que entrou para a história e foi a "petecada" inicial para o sucesso que o

esporte é hoje no país.

No mesmo ano passou a ser praticado de forma competitiva, com a realização da

“I Taça São Paulo”, organizada pela Associação Paulista de Badminton, com apoio da

Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo (NOGUEIRA, 2005).

Em 1988 foi criada a Federação de Badminton de São Paulo (FEBASP), tendo

como fundadores a Associação Esportiva Dragão, a Associação Brasileira “A Hebraica”, e o

São Paulo Futebol Clube (NOGUEIRA, 2005).

A CBBd foi criada em 1993, pela iniciativa de três federações: Federação

Paulista, Catarinense e a Federação de Badminton de Brasília. Neste mesmo ano, o Brasil

ganhou sua primeira medalha de bronze no “Campeonato Panamericano”, realizado na

Guatemala. Em 1994, a CBBd foi aceita pelo Comitê Olímpico Brasileiro como membro

filiado (NOGUEIRA, 2005).

Atualmente existem 19 Federações brasileiras filiadas a CBBd, que são: Alagoas,

Amapá, Amazonas, Brasília, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso,

Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,

Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins (CBBd, 2015a) somando um total de 1.062

(mil e sessenta e dois) atletas e para-atletas de ambos os gêneros (CBBd, 2016b).

Cada federação citada organiza e subsidia os campeonatos estaduais e a CBBd os

campeonatos Nacionais divididos em 04 etapas por ano e em várias categorias (sub 11, sub

13, sub 15, sub 17, sub 19, Principal e PBd), auxiliando na divulgação e visibilidade do

esporte pelo país.

O Brasil nunca disputou uma Olimpíada no Badminton, e a estreia do país nos

Jogos será em 2016, no Rio de Janeiro (BRASIL, 2016).

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Enfim, o jogo estabelece caminhos à serem aprendidos para começar a jogar e a

ensinar. Com isso, na seção seguinte apresentam-se as regras, os fundamentos essenciais do

Badminton e PBd e os principais golpes executados em quadra.

2.1.3 Principais Equipamentos, Regras e Fundamentos do Badminton

O Badminton é o esporte de raquetes mais rápido do mundo. É disputado em uma

quadra retangular, com 13,40 metros de comprimento por 6,10 metros de largura, dividido por

uma rede de 1,55 metros de altura fixada em postes ou suportes fora da área da quadra

(Figuras 1 e 2). O ideal é que seja jogado onde não ocorram correntes de ar, interferindo no

curso da peteca, como é o mais comum em quadras cobertas (CBBd, 2015b).

Cada jogador utiliza uma raquete específica para a modalidade (Figura 3) e o

objetivo do jogo é rebater, por cima da rede, uma pequena peteca (Figura 4). O jogador que

deixar a peteca cair dentro do seu lado da quadra ou rebater a peteca para fora da quadra

adversária e a mesma cair no chão fora desses limites, perde a jogada (DUARTE, 2000;

DUARTE, 2003; ALMANAQUE ABRIL, 2005; FONSECA; SILVA, 2012).

Figura 1: Quadra de Badminton.

Fonte: CBBd (2015b).

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Figura 2: Rede de Badminton.

Fonte: CBBd (2015b).

Figura 3: Raquete de Badminton. Fonte: CBBd (2015b).

A raquete, um dos principais equipamentos do Badminton, divide-se em cabeça

(encordoamento), haste ou cabo e empunhadura ou grip. Pode ser de aço, alumínio ou grafite.

Seu comprimento é 67 centímetros e deve pesar entre 85 a 110 gramas (CBBd, 2015b).

Em relação às petecas, existem as feitas com penas de ganso e as sintéticas, feitas

de nylon. Fonseca e Silva (2012) citam que as petecas de pena são mais caras, duram menos,

mas oferecem melhor qualidade de jogo (resposta aos golpes), ao contrário das sintéticas que

são mais baratas, duram mais e são ideais para atividades recreativas e de iniciação esportiva.

O peso varia entre 4,74 a 5,50 gramas e a altura entre 9 a 9,8 centímetros (CBBd, 2015b).

Figura 4: Petecas de Badminton, pena e nylon.

Fonte: CBBd (2015b).

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Para começar o jogo, o juiz com uma moeda ou com a própria peteca, faz um

sorteio e o vencedor tem a opção de servir (sacar) ou receber primeiro ou escolher o lado da

quadra.

Os serviços são realizados na diagonal, como no tênis e, tanto nos jogos de

simples quanto nos de duplas, inicia-se pelo lado direito da quadra de quem serve, que deve

bater na peteca, na altura da cintura, obliquamente sobre a rede, para o seu lado esquerdo da

quadra adversária (CBBd, 2015b; ARAÚJO, 2012).

Vencendo o ponto, continua sacando o mesmo jogador, devendo apenas inverter a

sua posição na quadra (lado direito para pontos pares e lado esquerdo para os pontos ímpares).

Após o serviço, não há restrição quanto ao tipo de batida (fundamento) na peteca, mas é

proibido dar dois toques seguidos no mesmo lado da quadra, tanto em duplas como em

simples (CBBd, 2015b; ARAÚJO, 2012).

As partidas são disputadas em até três games de 21 pontos. Em caso de empate em

20 a 20, o jogo é prolongado para 22 pontos. Caso empate em 21 a 21 o jogo é prolongado

para 23 pontos (a diferença tem que ser de dois pontos) e assim até os 30 pontos máximos.

Quem vencer primeiro dois games ganha a partida (DUARTE, 2000; DUARTE, 2003;

ALMANAQUE ABRIL, 2005; FONSECA; SILVA, 2012; CBBd, 2015b).

Os principais golpes e/ou fundamentos utilizados no esporte são: serviço ou

saque, clear, smash, lob, net-shot ou curta, drop e drive (Quadro 1).

Quadro 1: Principais golpes do Badminton e conceitos

Golpes Conceitos

Serviço ou saque

Golpe realizado para iniciar o jogo e o rali (sequência de uma disputa de

ponto). Deve ser realizado de um quadrante de serviço para outro

diagonalmente oposto.

Clear É um golpe que se executa desde o fundo da quadra e a peteca descreve uma

trajetória de fundo a fundo. Pode ser defensivo ou ofensivo (Figura 5).

Smash É um golpe ofensivo realizado de qualquer parte da quadra. É a cortada

propriamente dita (Figura 5).

Lob Golpe que se executa perto da rede, desferido de baixo para cima e dirigido

para o alto e fundo da quadra.

Net-Shot ou Curta Golpe realizado de uma posição próxima da rede com trajetória da peteca

mais perto possível da rede em altura e distância (Figura 5).

Drop

É um golpe usualmente realizado do fundo da quadra e que força uma

trajetória descendente da peteca, devendo esta cair, invariavelmente, logo

após a rede (Figura 5).

Drive

Golpe ofensivo, mais usado nos jogos de dupla, desferido com velocidade,

na qual a trajetória da peteca é paralela ao solo, próxima a borda superior da

rede (Figura 5).

Fonte: MANRIQUE (2000); FONSECA; SILVA (2012); GONÇALVES (2012).

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Figura 5: Trajetória da peteca nos diferentes tipos de golpes

Fonte: BRAHMS ([s.a.], p.33).

Os referidos golpes podem ser executados com as empunhaduras (forma como se

pega a raquete) de forehand (universal ou básica), backhand (Figura 6) e mista, dos lados

direito e esquerdo e na frente do corpo; em diferentes alturas: abaixo da linha da cintura, na

linha do tronco e acima da cabeça (FONSECA; SILVA, 2012).

Figura 6: Empunhaduras do Badminton - Forehand e Backhand.

Fonte: Badminton Information (2012), adaptado pela pesquisadora.

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32

O Badminton é jogado nas modalidades: simples masculina, simples feminina,

dupla masculina, dupla feminina e dupla mista (COB, 2011).

Enfim, é uma modalidade que pode ser praticada com intuito de lazer e/ou

competição, podendo ser praticado tanto por crianças, como por jovens ou adultos, homens e

mulheres, com deficiência ou não. Para Araújo (2012) é uma atividade altamente sociável e

de fácil assimilação, as pessoas logo após serem introduzidas ao jogo podem praticá-lo com

sucesso.

2.2 O PARA-BADMINTON

2.2.1 Considerações Gerais sobre o Para-Badminton

O Para-Badminton (PBd) é um esporte formado à partir da adaptação do

Badminton convencional e está em ascensão no Brasil e no mundo.

A Associação Internacional de Badminton para Deficientes (IBAD, 2009)

reconheceu o PBd para as pessoas que têm deficiência física (DF) no ano de 1996. Somente

em junho de 2011 que a Federação Mundial de PBd (antiga IBAD) foi integrada a BWF

(MYO-JUNG; MYUNG-WON, 2012), entidade que rege ambas modalidades.

O PBd apresenta-se como modalidade com futuro promissor, tendo em vista que

fará sua estréia nos Jogos Paralímpicos em Tóquio 2020, após a aprovação do Conselho de

Administração do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) em reunião no dia 07 de outubro

de 2014 (Berlim, Alemanha) (IPC, 2014).

As regras básicas do esporte são as mesmas do Badminton convencional, regidas

pela BWF, apresentando algumas adaptações para atender a população com DF (BWF,

2013b). Tais adaptações estão relacionadas: às categorias ou classes esportivas (de acordo

com a classificação funcional), à quadra (diminuição da área de jogo em três categorias) e aos

equipamentos adicionais (cadeira de rodas, muletas e próteses) (BWF, 2013c).

No PBd os jogadores com DF são classificados em três diferentes grupos que

incluem seis classes esportivas, duas destinadas a usuários de cadeira de rodas (UCR) e quatro

destinadas a não UCR, apresentados na Tabela 1.

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Tabela 1: Classes Esportivas, principais características e DF elegíveis do PBd

Classes esportivas e principais características Principais DF elegíveis

Wheelchair

Sport Classes UCR

WH1

WH2

Necessidade de redução do tamanho

da quadra e uso de cadeira de rodas. Lesão medular, Poliomielite,

Espinha bífida, Paralisia

cerebral, Distrofia muscular,

Amputação, Lesão de Plexo

Braquial, Má-formação dos

membros, Baixa estatura ou

nanismo.

Standing

Sport Classes Não

UCR

SL3 Necessidade de redução do tamanho

da quadra.

SL4

SU5

SS6

Não existe redução do tamanho da

quadra. Short Stature

Sport Classes

Fonte: BWF (2012c), PETRINOVIC (2014).

É importante citar que a classificação funcional deve ser feita de maneira

transparente, por profissionais capacitados pela BWF (médicos, fisioterapeutas e profissionais

de EF), permitindo que os jogadores com similar condição possam competir de maneira

igualitária e justa (MYO-JUNG; MYUNG-WON, 2012; HAIACHI, 2013).

Na classe WH1 participam UCR com equilíbrio corporal moderado ou ruim, e na

classe WH2 UCR com bom equilíbrio. Nestas categorias, a quadra tem redução de tamanho

(4,72m x 3,05m) (Figuras 7 e 8) e não se usa o tapete de PVC (antiderrapante) comumente

usado nos jogos dos demais atletas, pois o mesmo limita a movimentação das rodas da

cadeira.

Figura 7: Ilustração da quadra de Badminton adaptada para as classes WH1 e WH2 individual.

Fonte: BWF (2013b), com ilustrações da autora.

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34

Figura 8: Ilustração da quadra de Badminton adaptada para as classes WH1 e WH2 de duplas.

Fonte: BWF (2013b), com ilustrações da autora.

De acordo com a BWF (2012c), a cadeira de rodas deve ser específica para a

modalidade (BWF, 2013c) (Figura 9). Cabe citar que o diferencial da cadeira de PBd são os

estabilizadores dianteiros e traseiros ou seja, as rodinhas que do ponto de vista de segurança,

previne que o atleta em sua cadeira de rodas caia para trás (WILLIAMS, 2012).

Figura 9: Cadeiras de Rodas de PBd.

Fonte: Fotos tiradas pela autora no Mundial de PBd da Guatemala, 2011.

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Nas classes SL3 e SL4 participam atletas com comprometimento predominante

nos membros inferiores (MMIIs). Na categoria SL3 existe adaptação da quadra (13,40m x

3,05m) (Figura 10), pois os atletas apresentam maior comprometimento.

Figura 10: Ilustração da quadra de Badminton adaptada para a classe SL3 individual.

Fonte: BWF (2013b), com ilustrações da autora.

Na categoria SU5 participam atletas com comprometimento de membros

superiores (MMSSs), e na classe SS6 atletas com baixa estatura ou nanismo (masculino até

1,45cm e feminino até 1,37cm) (BWF, 2012c).

Ressalta-se que a quadra de jogo para as categorias SL4, SU5 e SS6 não tem

redução de tamanho e que o serviço ou saque para as categorias WH1, WH2 e SL3 são feitos

paralelamente ao quadrante de serviço oposto.

Atualmente 60 países, representantes dos cinco continentes, são filiados à BWF

(Tabela 2) (BWF, 2015c; BWF, 2016a).

Tabela 2: Países Filiados à Federação Mundial de Badminton.

Alemanha Coréia Finlândia Iran Noruega Singapura

Austrália Cyprus Gana Irlanda Nova Zelândia Sri Lanka

Áustria Dinamarca Gibraltar Islândia País de Gales Suécia

Bélgica Egito Groelândia Israel Peru Suíça Bósnia e Herzegovina Escócia Guatemala Itália Polônia Tailândia

Brasil Eslovênia Holanda Jamaica República Checa Turquia

Canadá Espanha Hong Kong Japão República Dominicana Ucrânia

China Estados Unidos Índia Macau Romênia Uganda

China Taipei Estônia Indonésia Malásia Rússia Venezuela

Colômbia França Inglaterra Nigéria Sérvia Vietnã

Fonte: BWF (2015c; 2016a).

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A BWF já promoveu 10 Campeonatos Mundiais de PBd (BWF, 2016b) (Tabela 3)

e o Brasil participou das três últimas edições (2011, 2013 e 2015) com: 02 atletas e 03

técnicos; 10 atletas, 03 técnicos e 03 acompanhantes; e 12 atletas, 05 técnicos, 01

fisioterapeuta, 01 psicóloga, 02 staffs, respectivamente.

Tabela 3: Campeonatos Mundiais de PBd.

Edições País Ano

1º Amersfoort – Holanda 1998

2º Borken – Alemanha 2000

3º Cordoba – Espanha 2001

4º Cardiff - País de Gales 2003

5º Hsin Chu - China Taipei 2005

6º Bangkok – Tailândia 2007

7º Seoul – Coréia 2009

8º Guatemala City – Guatemala 2011

9º Dortmund – Alemanha 2013

10º Stoke Mandeville – Inglaterra 2015

Fonte: BWF (2014, 2016b).

O 9º Mundial contou com 235 atletas inscritos (PETRINOVIC, 2014), sendo 228

participantes de 36 países (STRAPASSON; BAESSA; DUARTE, 2015) e que o 10º

Campeonato Mundial de PBd realizado de 8 a 13 de setembro de 2015 (BWF, 2015d) contou

com a participação de 232 atletas de 35 países (BWF, 2016b).

Pode-se perceber que, mesmo sendo um esporte adaptado recente, tem grande

visibilidade no espectro mundial. Essa visibilidade é notada com mais vigor no aspecto

prático, pois o PBd em termos científicos necessita de publicações e pesquisas sobre a

modalidade. Para confirmar essa afirmação, encontraram-se na literatura apenas 15 obras

relacionadas ao esporte em sua versão adaptada, listadas no Quadro 2:

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Quadro 2: Literatura sobre PBd.

Materiais Referências

Livros KIM, MYO-JUNG; SEO, MYUNG-WON. Basic Theory and Practice of Badminton for the Disable.

Seoul, Korea: Daekyo, 2012.

WILLIAMS, L. Kicking up a racket! Parabadminton activity programme. Badminton England:

England, 2012.

Badminton World Federation. Regulations 2014/2015. Disponível em:

http://bwfcorporate.com/regulations/

Guia HAIACHI, M. de C. (Organizador). Guia de Orientação sobre Parabadminton. Aracajú: Federação

Sergipana de Badminton, 2013.

Dissertação

de

Mestrado

KAIPAINEN, M. Integration of Disabled and Able-bodied Sport Activities in Badminton. A case

study of the finnish Para-badminton. University of Jyväskylä, Finland. Department of Sport Sciences.

Social Sciences of Sport. Master´s Thesis. Spring 2013. 57 p.

Artigos STRAPASSON, A. M.; BAESSA, D. J. B.; STORCH, J. A.; DUARTE, E. Caracterização das Lesões

Esportivas em Atletas de Parabadminton. Conexões. Campinas - SP. v.11, n.4, 2013.

STRAPASSON, A. M.; et al. O Parabadminton: badminton adaptado para pessoas com deficiências

físicas. Anais do 6º Congresso Brasileiro de Educação Especial, São Carlos - SP, 2014. Disponível em:

https://proceedings.galoa.com.br/cbee/trabalhos/o_parabadminton_badminton_adaptado_para_pessoas_c

om_deficiencia_fisica

STRAPASSON, A. M.; et al. Análise de desempenho técnico no Parabadminton. ConscientiaeSaúde.

2014:13. Suplemento "1º Simpósio Paradesportivo Paulista". p.59-63.

OLIVEIRA, A. R. P.; FAUSTINO, P. F.; SEABRA JÚNIOR, M. O. Adaptações de Estratégias e

Recursos como Auxílio à Prática do Badminton às Crianças com Deficiência Intelectual. Revista

Eletrônica Gestão & Saúde. Edição Especial Julho 2013. p. 600-11

OLIVEIRA, A. R. P.; SEABRA JÚNIOR, M. O. Projeto de Extensão Universitária: iniciação ao

Badminton para crianças e adolescentes com Deficiência Intelectual. Revista Adapta, Presidente

Prudente - SP, v. 10, n. 1, p. 7-10, Jan./Dez., 2014.

STRAPASSON, A. M.; DUARTE, E. PEREIRA, L. S. Parabadminton no Brasil: um esporte adaptado

em ascensão. Revista da SOBAMA, Marília-SP. v.16, n.1. p.19-22, jan/jun. 2015.

STRAPASSON, A. M.; BAESSA, D. J. B.; DUARTE, E. Campeonato Mundial de Para-Badminton:

caracterização dos atletas participantes. Conexões. Campinas - SP. v.13, n.2, abr/jun. 2015.

QUIRÓS, L. A. R.; VILLANUEVA, C. M. El Badminton Adaptado: uma propuesta para la

Integración de Alumnos com Discapacidad Física. Disponível em:

http://www.eweb.unex.es/eweb/cienciadeporte/congreso/04%20val/pdf/c62.pdf

PETRINOVIC, L. Adapted Sport: Badminton in perspective of different disabilities. 7 International

Scientific Conference of Kinesiology. Fundamental and Applied Kinesiology - Steps Foward. Opatija,

Croatia. Publisher: Faculty of Kinesiology, University of Zagreb. May, 2015.

KATIRCI H., YÜCE, A. Effective Communication Images for Disabled People in Sport: a case

of turkish Parabadminton athletes. Pamukkale Journal of Sport Sciences. v.7, n.2, 2016.

Fonte: Pesquisa feita nas bases de dados: Google Acadêmico, Lilacs, Medline, Sciverse,Web of Science,

Scielo, Scopus e Pubmed no ano de 2015 e 2016.

Das 15 obras citadas, 08 são procedentes das Américas, mais especificamente da

América do Sul, demonstrando esforços do Brasil na disseminação do conhecimento a cerca

do PBd, 05 são procedentes da Europa e 02 da Ásia.

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2.2.2 O Para-Badminton no Brasil

2.2.2.1 Considerações Históricas:

Não há registros de quando o Badminton começou a ser praticado pelas PD no

Brasil, mas existem relatos de que o PBd [com regras oficializadas] deve-se à iniciativa de um

professor de EF de Brasília – DF, chamado Létisson Samarone Pereira (FERNANDO, 2009).

O artigo intitulado “O PBd no Brasil: um esporte em ascensão” descreve de modo

sucinto a história do esporte em nosso país (STRAPASSON; DUARTE; PEREIRA, 2015)

mas, devido a falta de informações mais detalhadas, sistematizadas formalmente e noticiadas,

entrevistamos no dia 19 de fevereiro de 2016 o referido professor com o intuito de estruturar e

descrever a história do PBd brasileiro.

Em maio de 2006, cedido pela Secretaria de Educação de Brasília, o professor

Létisson Samarone Pereira começou a trabalhar no Centro de Treinamento de EF Especial

(CETEFE) em Brasília – DF. O diretor da instituição sugeriu que ele e seu colega, também

iniciante, escolhessem modalidades esportivas para serem trabalhadas com os alunos com

deficiência. Létisson escolheu o Futsal para deficientes intelectuais (DI) e o Futebol de 5 para

deficientes visuais e seu colega escolheu o Badminton para deficientes auditivos (DA).

Létisson precisou assumir o Badminton com a saída do amigo da instituição,

poucos meses depois. Muitos alunos, principalmente com DF, optaram em experimentar as

aulas de Badminton. Os alunos começaram a exigir competições, impondo a necessidade de

buscar informações sobre o Badminton Adaptado (BAd). É importante citar que o nome PBd

ainda era desconhecido.

O professor entrou em contato com a Federação de Badminton de Brasília (FBB),

pois até então não havia encontrado informações sobre o assunto. A Federação não soube

informar, mas fez a doação de oito raquetes e uma rede. Sem respostas e com uma turma de

38 alunos com as mais variadas deficiências (DI, DF, DA, autistas, entre outras), continuou

seu trabalho.

No ano seguinte as exigências aumentaram. Buscou mais uma vez a FBB que não

tinha informações, mas sugeriu que em 2008 organizasse, dentro do campeonato de

Badminton de Brasília, jogos para as PD.

Em 2008, após dois anos de busca por informações encontrou as regras de BAd

no site da Associação Internacional de Badminton para Deficientes (IBAD - International

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Badminton Association for Disabled). A maior dificuldade encontrada foi em relação a

classificação funcional (CF), pois havia 11 categorias de atletas.

Através da IBAD tomou conhecimento do “9º Campeonato Internacional de

PBd”, que iria acontecer em maio de 2009, na Alemanha. Por conta própria, foi na condição

de técnico participante, com o intuito de conhecer o esporte e as pessoas envolvidas, saber o

nível dos atletas e observar se estava trabalhando de forma correta. Participou do curso de CF

de PBd, do curso para técnicos, de workshops, filmou vários jogos e fotografou tudo o que

pode, inclusive as cadeiras de rodas específicas para a modalidade. Esta foi a primeira

participação de um brasileiro em um evento internacional de PBd.

O evento considerado como o 1º campeonato oficial de BAd no Brasil, organizado

por uma Federação, aconteceu nos dias 27 e 28 de novembro de 2008, em Brasília. Durante a

competição os jogos entre os atletas com DF e atletas convencionais ocorreram juntos, pois a

FBB não permitiu separá-los. Mesmo com a forma de disputa injusta, a Federação aprovou a

proposta e convidou o professor Létisson para assumir a Diretoria Técnica do BAd. Desde

então, todos os campeonatos estaduais contaram com a participação de pessoas com DF

(ocorreram três competições distritais no ano de 2009, duas pela FBB e uma copa

independente) e foram disputados nas regras de PBd.

Por solicitação dos atletas que não queriam mais competir em nível municipal,

Létisson procurou a CBBd que alegou não ter conhecimento e não poderia apoiar. O professor

pediu permissão para fazer os jogos de PBd no Campeonato Nacional de Badminton. A

sugestão foi aceita e a competição, realizada nos dias 17 e 18 de julho de 2010 em Brasília,

teve a participação de 15 atletas com DF.

A CBBd achou interessante o esporte em sua versão adaptada, bem como sua

diversidade, e convidou o professor para o cargo de Diretor Técnico do PBd dentro da

confederação.

Em outubro de 2010, o “1º Campeonato Panamericano de PBd” foi realizado na

cidade de Curitiba – PR (Figura 11) com apoio da CBBd.

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Figura 11: Logomarca do 1º Campeonato Panamericano de PBd.

Fonte: Foto tirada pela autora no local e data do evento.

Os Jogos Panamericanos de PBd (Figura 12) foram disputados por atletas do

Brasil, da Guatemala e do Peru e foi um marco histórico em nosso continente. Ambas as

modalidades (Badminton e PBd) foram disputadas no mesmo ginásio, mas em espaço

segregado, restrito e sem os mesmos recursos humanos e financeiros do Badminton

convencional.

Figura 12: Seleções Brasileiras de Badminton e de PBd participantes do Panamericano em Curitiba.

Fonte: Foto da autora.

No ano seguinte, ocorreu o “8º Campeonato Mundial de PBd” na Guatemala. A

equipe do Brasil se fez presente com dois atletas UCR e três técnicos (Figuras 13 e 14).

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Figura 13: Logomarca do evento. Figura 14: Seleção Brasileira de PBd no 8º Campeonato Mundial na

Guatemala. Técnicos: Aline Miranda Strapasson, Létisson Samarone Pererira e Luiz de França. Atletas:

Gabriel Janini e Karen Sakayo.

Fonte: Fotos da autora.

Deste modo, cabe frisar que o PBd em sua forma estruturada de acordo com a

IBAD, foi desenvolvido e disseminado no Brasil pelo professor Létisson Samarone Pereira.

2.2.2.2 Considerações Gerais e Atualidades:

A evolução do PBd no Brasil pode ser demonstrada pela aderência de 16 Estados

e o Distrito Federal na prática da modalidade. Os referidos estados são: Paraná, São Paulo,

Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Sergipe, Paraíba,

Santa Catarina, Goiás, Piauí, Amapá, Minas Gerais, Mato Grosso, Maranhão e Ceará

(ENABAD, 2014).

O Brasil já promoveu 19 campeonatos de PBd, sendo 18 etapas nacionais e 01

etapa internacional (Panamericano, Curitiba, 2010) (ENABAD, 2014; CBBd, 2015c, d;

CBBd, 2016a) detalhados na Tabela 4. Entre as regiões sede destacam-se: o sudeste (7), o sul

(6), o centro-oeste (3) e o nordeste (3), demonstrando o envolvimento das Federações de

Badminton com a modalidade.

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Tabela 4: Principais informações sobre os Campeonatos Nacionais e Internacional de PBd no Brasil

DATA

CIDADE

SEDE

NÚMERO DE

PARTICIPANTES ESTADOS PARTICIPANTES

1º 5 a 6/12/2009 Brasília –

DF

Total: 13 atletas = 5 WH*, 8

S*; todos do gênero masculino.

12 atletas do DF e 01 de SP.

2º 17 e 18/07/

2010

Brasília –

DF

Total: 15 atletas = 6 WH, 9 S;

todos do gênero masculino.

11 atletas do DF, 01 de SP, 01 de SC, 01 do RN e 01

do PI.

20 a

24/10/2010

(1º Panamer.)

Curitiba –

PR

Total: 17 atletas = 7 WH, 10 S;

todos do gênero masculino.

07 atletas do DF, 03 de SP, 01 de SC, 01 do RS, 01

do PR, 01 de PE 01 do Peru e 02 da Guatemala.

4º 19 e

20/03/2011

Campinas –

SP

Total: 10 atletas = 5 WH, 5 S;

todos do gênero masculino.

04 atletas do DF, 02 de SP, 01 de SC, 02 do PI e 01

de PE.

5º 25 a

26/07/2011

Rio de

Janeiro – RJ

Total: 20 atletas = 12 WH, 8 S;

todos do gênero masculino.

06 atletas do DF, 03 de SP, 03 do PR, 07 do PI e

outro de PE.

6º 3 e 4/12/2011

Campinas –

SP

Total: 8 atletas = 3 WH, 5 S;

todos do gênero masculino.

03 atletas do DF, 03 de SP, 01 do PR e 01 do RJ.

23 a

25/03/2012

Curitiba –

PR

Total: 11 atletas = 6 WH, 5 S;

10 homens e 1 mulher.

04 atletas do DF, 02 de SP, 04 do PR e 01 do RJ.

Obs: 1ª vez que teve a classe SI9*; 1ª participação de

atleta do gênero feminino.

8º 16 a

17/06/2012

Campinas –

SP

Total: 20 atletas = 12 WH, 8 S;

19 homens e 1 mulher.

08 atletas do DF, 05 de SP, 06 do PR e 01 do RJ.

9º 24 a

25/11/2012

Porto

Alegre – RS

Total: 17 atletas = 10 WH, 7 S;

15 homens e 2 mulheres.

05 atletas do DF, 03 de SP, 07 do PR, 01 do RS e 01

do RJ. Obs: teve a classe SI9

10º 1 a 3/03/2013

Curitiba –

PR

Total: 19 atletas = 7 WH, 12 S;

17 homens e 2 mulheres.

04 atletas do DF, 03 de SP, 09 do PR, 03 do RJ.

Obs: teve a classe SI9

11º 13 e

14/09/2013

Fortaleza –

CE

Total: 29 atletas = 8 WH, 21 S;

24 homens e 5 mulheres.

03 atletas do DF, 02 de SP, 06 do PI, 03 da PB, 10 de

PE, 05 do PR.

12º 14 e

15/12/2013

Brasília –

DF

Total: 34 atletas = 9 WH, 25 S;

27 homens e 7 mulheres.

11 atletas do DF, 08 de PE, 07 do PR, 05 do PI, 02 de

SP e 01 do RJ. Obs: teve a classe SI9

13º

26 a

27/04/2014

Teresina –

PI

Total: 44 atletas = 15 WH, 29

S; 36 homens e 8 mulheres

05 atletas do DF, 01 de GO, 02 do MA, 13 de PE, 14

do PI, 06 do PR, 01 do RJ e 02 de SP.

Obs: teve a classe SI9

14º 26 a

28/09/2014 Vitória – ES

Total: 34 atletas = 10 WH, 24

S; 24 homens e 10 mulheres.

12 atletas de PE, 07 do PR, 05 de SP, 04 do DF, 04

do PI, 01 do RJ e 01 de SC.

Obs: teve a classe SI9 e foi a primeira e única vez

que teve a categoria para pessoas com Surdez.

15º 28 a

29/03/2015

Campinas –

SP

Total: 36 atletas = 13 WH, 23

S; 30 homens e 6 mulheres.

13 atletas de PE, 06 do DF, 06 do PR, 04 de SP, 04

do PI, 01 de SE, RJ e SC. Obs: teve a classe SI9

16º 16 e

17/05/2015

Aracajú –

SE

Total: 38 atletas = 15 WH, 23

S; 30 homens e 8 mulheres.

17 atletas de PE, 06 do DF, 06 de SE, 04 do PR, 02

do PI e 01 de SP, RJ e SC, respectivamente.

17º 16 a

19/07/2015 Toledo – PR

Total: 36 atletas = 10 WH, 26

S; 29 homens e 7 mulheres.

11 atletas do PR, 08 de PE, 05 do DF, 03 de SP, 03

do PI, 02 de SE, 02 da PB, 01 do RJ e 01 de SC.

Obs: teve a classe SI9

18º 25 a

28/02/2016

São

Bernardo do

Campo – SP

Total: 25 atletas = 13 WH, 12

S; 22 homens e 3 mulheres.

09 atletas do DF, 05 de SP, 05 de PE, 02 de SE, 01

dos estados do PR, SC, RJ e PI, respectivamente.

19º 16 a

19/06/2016

Curitiba –

PR

Total: 45 atletas = 23 WH, 22

S; 37 homens e 8 mulheres.

08 atletas do DF, 08 do PR, 07 de SP, 06 de SE, 06

de PE, 05 do RJ, 03 do PI, 01 da PB e 01 de SC.

Fonte: BWF (2010); CBBd (2009; 2011 b, c; 2012 a, b; 2014 a, b; 2015 c, d; 2016a,c), FERNANDO (2009);

NAGATO (2013), PEREIRA (2014). *WH – atletas em cadeiras de rodas; *S – atletas sem cadeiras de

rodas; *SI9 – atletas com deficiência intelectual.

De acordo com os dados da tabela acima, calcula-se a média de 25 atletas

participantes por campeonato, sendo 9,4 atletas das categorias WH e 15 das categorias

Standing. A média também demonstra maior participação do gênero masculino em relação ao

feminino, resultando o percentual de 21% homens e 3,6% mulheres. Petrinovic (2014) cita

que a participação feminina no PBd em nível mundial também é muito baixa. Nota-se maior

acesso feminino ao para-desporto a partir dos anos 90 (MATTOS, 2003).

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A participação do gênero feminino só ocorreu na 7ª edição, no ano de 2012. A

participação das mulheres nas etapas seguintes foi efetiva e o número de participantes cresceu

de 01 para 10.

Em 2012 ocorreu a inserção da categoria SI9 (Standing Intelectual Disability),

destinada aos atletas com Deficiência Intelectual (DI), lembrando que a DI não é elegível para

o PBb gerido pela BWF. Para a categoria de DI, as Olimpíadas Especiais (Special Olympics)

oferecem o Badminton desde o ano de 1995 (PETRINOVIC, 2014).

No 14º campeonato uma exceção foi oferecida à categoria específica para atletas

com surdez. A título de curiosidade, o Badminton foi inserido nas Olimpíadas de Surdos

(Deaf Olympics) no ano de 1985 (PETRINOVIC, 2014).

Percebe-se na tabela 4 que há variação na quantidade de atletas representantes dos

Estados, campeonato por campeonato, o que se atribui a falta efetiva de patrocínio,

participando aqueles que conseguem financiar com recurso próprio ou com algum auxílio.

Acredita-se que esse quadro passe por alterações significativas num futuro

próximo, ou seja, no próximo ciclo Paralímpico (2017 a 2020), devido a inserção do PBd no

movimento Paralímpico.

É importante citar que o Ministério do Esporte publicou no dia 14 de novembro de

2014, no Diário Oficial da União, uma lista com 734 atletas de 46 modalidades que não

compõem os programas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O PBd foi contemplado (mesmo

antes de tornar-se modalidade Paralímpica) com três atletas das categorias SL3 (1) e SU5 (2).

Esses atletas receberam bolsa internacional durante o ano de 2015 (MINISTÉRIO DO

ESPORTE, 2014).

As competições internacionais (Tabela 5) que estes e outros atletas e profissionais

brasileiros participaram foram:

Tabela 5: Competições Internacionais de PBd com participação do Brasil.

Ano e país Evento Seleção Brasileira

2010 – Brasil I Campeonato Panamericano de PBd 15 atletas (Figura 12)

2011 – Guatemala 8º Campeonato Mundial de PBd 2 atletas, 03 técnicos (Figura 13)

2013 – Alemanha 9º Campeonato Mundial de PBd 10 atletas, 03 técnicos e 03

acompanhantes (Figura 15)

2013 – Guatemala II Campeonato Panamericano de PBd 06 atletas

2014 – República

Dominicana III Campeonato Panamericano de PBd 13 atletas

2015 – Irlanda Irish PBd International 01 atleta

2015 – Inglaterra 10º Campeonato Mundial de PBd 12 atletas, 05 técnicos, 01 fisioterapeuta,

01 psicóloga, 02 staffs (Figura 16)

Fonte: Dados da CBBd.

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Figura 15: Seleção Brasileira no Mundial de PBd da Alemanha 2013.

Fonte: Foto da autora.

Figura 16: Seleção Brasileira no Mundial de PBd da Inglaterra 2015.

Fonte: Foto da autora.

O Brasil conquistou medalha inédita no 10º Mundial na Inglaterra/2015 com a

atleta Cintya Oliveira, bronze na categoria SU5 (Figuras 17 e 18). A referida atleta iniciou no

PBd em abril do ano de 2012, no projeto AMA do curso de EF da UNIPAR Campus Toledo.

Essa medalha é o reflexo da importância dos trabalhos de iniciação esportiva para PD.

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Figura 17: Cintya Oliveira e seu técnico Fábio

Bento dos Santos após a premiação.

Figura 18: Cintya Oliveira.

Fonte: Fotos Camila Bandeira e Aline Miranda Strapasson.

2.3 NOÇÕES GERAIS SOBRE DEFICIÊNCIA FÍSICA

Procura-se enfocar neste texto, as condições mais comuns relacionadas às DF que

podem ocorrer em crianças na idade escolar, adolescentes e adultos, tendo em vista o objetivo

do trabalho.

Para evitar equívocos, a informação e a capacitação profissional são os melhores

aliados contra o preconceito. Por isso, é imprescindível saber a origem da deficiência do

aluno, suas causas, características, complicações, limitações e possibilidades. Esse

conhecimento auxiliará o professor na construção de um diálogo apropriado com o educando,

na adequação da metodologia de ensino, no programa e nas atividades que irá propor

(FREITAS; CIDADE, 1997; DIEHL, 2006; SHEARER, BRESSAN, 2010).

Assim, munindo-nos de tais instrumentos, passamos da concepção de que é

“...imprescindível saber a origem da deficiência do aluno...” para a concepção de que é

imprescindível conhecer o aluno diante do “mundo que o cerca”.

No contexto da DF Mattos (2008) cita que esta se refere aos problemas

osteomusculares ou neurológicos que afetam a estrutura ou a função do corpo, interferindo na

motricidade.

Na DF encontram-se subclassificações relacionadas à natureza do sistema afetado,

como os distúrbios ortopédicos (problemas originados nos músculos, ossos e/ou articulações)

e os neurológicos (deterioração ou lesão do sistema nervoso); bem como quanto ao tempo de

aquisição e duração da lesão, podendo ser: congênita (já presente ao nascimento) ou adquirida

(após o nascimento); aguda (manifestação intensa) ou crônica (manifestação de longa

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duração, sem quadro intenso); permanente ou temporária (presente por certo período, depois

do qual pode desaparecer ou ser curada); e progressiva (que evolui) ou não progressiva

(MATTOS, 2008).

A seguir, vamos nos referir e evidenciar a Lesão Medular, a Poliomielite, a

Espinha Bífida, a Paralisia Cerebral, a Amputação e o Nanismo, pelo fato de serem as

principais DF elegíveis no PBd.

2.3.1 Lesão Medular:

A Lesão Medular (LM) é um dos mais graves acometimentos que afeta o ser

humano com enorme repercussão física, psíquica e social (JACOBS; NASH, 2004; BRASIL,

2012). O trauma medular provoca muitas transformações no organismo por interromper ou

diminuir a conexão entre o encéfalo e o sistema nervoso periférico (STORCH et al., 2005),

podendo levar a alterações motoras, sensitivas, autonômicas e psicoafetivas (GORGATTI;

BÖHME, 2008; BRASIL, 2012).

As LM podem ser definidas como condições resultantes de uma lesão parcial ou

total da medula espinhal. Essas condições quase sempre estão associadas a algum grau de

paralisia por causa dos danos à medula (GORGATTI; TEIXEIRA, 2008).

Ocorre como consequência de lesão irreversível dos neurônios da medula e da

quebra de comunicação entre os axônios que se originam no cérebro e suas conexões. Esse

rompimento da comunicação entre o cérebro e todas as partes do corpo que ficam abaixo do

nível da lesão determina as diferentes alterações observadas nas pessoas com sequela de LM

(VENTURINI; DECESARO; MARCON, 2006).

Entre as principais causas de LM encontram-se as traumáticas e as não

traumáticas. Dentre as traumáticas destacam-se os acidentes automobilísticos, os acidentes

com arma de fogo e/ou arma branca, os mergulhos em águas rasas e as quedas (GORGATTI;

BÖHME, 2008; BRASIL, 2012). As causas não traumáticas correspondem a um vasto leque

de patologias como: tumores intra e extra-medulares; fraturas patológicas (metástases

vertebrais, osteomielite, osteoporose); estenose (estreitamento) do canal medular; hérnia

discal; deformidades graves da coluna; doenças infecciosas (exemplo: mielite) e autoimunes

(exemplo: esclerose múltipla) (BRASIL, 2012).

A LM pode ser completa (plegia) ou incompleta (paresia). Na LM completa,

ocorre secção completa da medula e não existe nenhuma função sensitiva ou motora abaixo

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do nível da lesão, exemplo: paraplegias e tetraplegias (GORGATTI; BÖHME, 2008;

BRASIL, 2012).

De acordo com Mourão, Vianna e Namihira (2010), a tetraplegia é a diminuição

ou prejuízo da função sensorial e/ou motora nos segmentos cervicais da medula espinhal,

resultando em prejuízo na função dos MMSSs e do tronco, dos MMIIs e dos órgãos pélvicos.

Já a paraplegia, é a diminuição ou prejuízo da função sensorial e/ou motora nos segmentos

torácico, lombar e sacral da medula espinhal, na qual a função dos MMSSs é preservada, mas

dependendo do nível da lesão, o tronco, os MMIIs e os órgãos pélvicos podem estar

envolvidos (MOURÃO; VIANNA; NAMIHIRA, 2010).

Na LM incompleta, ocorre secção parcial da medula existindo função residual da

motricidade e da sensibilidade com possibilidade de retorno progressivo da função muscular,

exemplo: paraparesias e tetraparesias (GORGATTI; BÖHME, 2008; BRASIL, 2012).

Mourão, Vianna e Namihira (2010) afirmam que se há preservação parcial da função sensitiva

e/ou motora abaixo do nível neurológico, incluindo o segmento sacral mais baixo, a lesão é

definida como incompleta.

De acordo com Siscão et al. (2007), Gorgatti e Böhme (2008), Mourão, Vianna e

Namihira (2010) e Brasil (2012), as principais sequelas da LM são:

1. Espasticidade: em especial, aqueles com lesão acima de T6 (6ª vértebra

torácica), geralmente apresentam um tônus muscular elevado no tronco e nos MMIIs;

2. Redução da ventilação pulmonar e infecções respiratórias: indivíduos com LM

cervical ou torácica alta, até T2 (2ª vértebra torácica), são especialmente suscetíveis a

infecções respiratórias, como a pneumonia, geralmente por causa do déficit da função da

musculatura respiratória e abdominal, o que dificulta a inspiração completa, além da redução

na ventilação pulmonar;

3. Termorregulação: pessoas com LM apresentam disfunção do sistema de

regulação térmica podendo ter hipertermia (por dificuldade na sudorese ou vasodilatação

suficiente) e/ou hipotermia (por dificuldade na vasoconstrição);

4. Úlceras de pressão (escaras): são regiões necrosadas de pele e tecido

subcutâneo, provocadas por pressão prolongada;

5. Incontinência urinária e distúrbios esfincterianos: o indivíduo com LM pode

perder o controle sobre a bexiga e o intestino;

6. Distúrbios no retorno venoso e osteoporose: a ausência de contração muscular

voluntária abaixo do nível da lesão pode provocar uma perda de massa óssea progressiva, por

dificuldade na absorção de cálcio, bem como dificuldade no retorno venoso;

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7. Prejuízos a sensibilidade: a LM acarreta déficits na sensibilidade por possíveis

danos à via aferente;

8. Problemas de ajustes psicossociais: problemas relacionados a autoestima,

autoimagem, auto aceitação, sentimento de menos valia, entre outros.

A maioria das pessoas com LM necessitam utilizar cadeiras de rodas e, no PBd

geralmente se enquadram nas classes esportivas WH1 e WH2.

2.3.2 Poliomielite:

A Poliomielite ou Paralisia Infantil é provocada por uma infecção de origem viral

(poliovírus). O vírus lesiona a região motora da medula espinhal, levando a uma paralisia

flácida. O controle do intestino e da bexiga, assim como a sensibilidade nos membros

comprometidos são preservados. Na maioria dos casos, a lesão ocorre nos segmentos

lombares da medula, causando paralisia de MMIIs. Dependendo da extensão da lesão, outros

segmentos e grupamentos musculares podem apresentar paralisia (DUARTE; ARAÚJO,

2002; KELLY, 2004).

Para Diament e Cypel (1996) são cinco as formas clínicas reconhecidas da

poliomielite, sendo a forma espinhal aquela que apresenta um quadro típico e comumente

conhecido como paralisia infantil.

Na forma espinhal as paralisias são de músculos inervados pelos neurônios

motores medulares, distinguindo-se uma forma espinhal baixa, do tipo paraplegia (atingindo

também a musculatura abdominal), que é a mais comum, e uma forma espinhal alta, na qual a

musculatura cervical e dos MMSSs é que está comprometida. De início os reflexos miotáticos

podem estar vivos (fase pré-paralítica), mas, em horas, eles ficam abolidos e a musculatura

fica flácida (hipotonia) – são as paralisias verdadeiras por lesão do neurônio motor periférico

(DIAMENT, 1996).

Para o autor supramencionado, quanto mais cedo aparecem as paralisias pior é o

prognóstico. Em geral, nas formas espinhais, as paralisias são de distribuição assimétrica,

atingindo os membros de forma desigual.

As sequelas da Poliomielite são distintas e o grau de comprometimento irá

direcionar os acometidos pela patologia para as categorias WH1, WH2, SL3 ou SL4 do PBd.

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2.3.3 Espinha Bífida:

Espinha Bífida (EB) é a designação usada universalmente como sinônimo de

disrafismo espinhal (grande variedade de malformações consequentes à defeitos de fusão do

tubo neural). Na EB geralmente não há fusão dos arcos vertebrais posteriores (PLESE;

CIQUINI JÚNIOR, 1996).

É uma anomalia congênita, caracterizada por alteração no desenvolvimento de um

ou mais arcos vertebrais, através dos quais o conteúdo do canal espinhal pode projetar-se por

toda extensão da coluna vertebral (ADAMS; DANIEL; CUBBIN, 1985).

Classicamente essa patologia manifesta-se em duas formas clínicas: a EB aberta

(EBA) e a oculta. Na variedade aberta, o defeito é franco e aparente ao nascimento e, na

oculta, a malformação é inaparente e assintomática (PLESE; CIQUINI JÚNIOR, 1996).

Portanto, neste texto abordaremos apenas a EBA devido as suas manifestações sintomáticas.

A meningocele é uma variante benigna da EBA. Ocorre quando a meninge (que

recobre a medula espinhal), constituída pela dura-máter, aracnóide e líquido

cefalorraquidiano, passa pela abertura da coluna vertebral, formando um cisto saliente na

região correspondente aos processos espinhosos. Essa forma não acarreta lesões neurológicas,

mas pode associar-se a problemas que poderão desencadear déficits neurológicos tardios. A

correção cirúrgica deve ser feita nas primeiras 48 horas para evitar infecção (ADAMS;

DANIEL; CUBBIN, 1985; PLESE; CIQUINI JÚNIOR, 1996).

Outra variação é mielomeningocele, uma das malformações congênitas mais

comuns de EBA. Acontece quando, além da meninge houver procedência de tecido nervoso

medular. A natureza e o grau de envolvimento dependem muito da localização da lesão, que

pode ser: cervical (manifestação rara), torácica (25%), toracolombar (25%), lombar (40%),

lombossacra (10%) e sacra (10%). Mais de 85% dos casos de mielomeningocele desenvolvem

hidrocefalia (caracterizada por um aumento anormal da cabeça) (ADAMS; DANIEL;

CUBBIN, 1985; PLESE; CIQUINI JÚNIOR, 1996).

O procedimento cirúrgico deve ser realizado o mais precocemente possível para

minimizar a incidência de infecções do sistema nervoso central, a mortalidade neonatal e os

déficits neurológicos que porventura existam. Também indica-se correção cirúrgica para a

hidrocefalia através da instalação de uma derivação para drenagem do líquido

cefalorraquidiano (líquor) (ADAMS; DANIEL; CUBBIN, 1985; PLESE; CIQUINI JÚNIOR,

1996).

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As consequências da mielomeningocele, abaixo da região prejudicada, são

comprometimentos combinados com paralisia dos MMIIs, perda da sensibilidade das regiões

afetadas, incontinência urinária e anal, constituindo incapacidade múltipla (ADAMS;

DANIEL; CUBBIN, 1985; PLESE; CIQUINI JÚNIOR, 1996; AGUIAR, 2003). Além dessas

incapacidades podem apresentar também transtornos emocionais sociais e psicossociais, e

deficiência cognitiva (GAÍVA; CORRÊA; SANTO, 2011).

A maioria das pessoas que passaram pela correção cirúrgica na mielomeningocele

necessitam utilizar cadeiras de rodas e, no PBd geralmente se enquadram nas classes

esportivas WH1 e WH2.

2.3.4 Paralisia Cerebral:

A Paralisia Cerebral (PC) é o resultado de uma lesão ou mau desenvolvimento do

cérebro, de caráter não progressivo e existindo desde a infância. Esta lesão pode ocorrer nos

períodos pré, peri ou pós-natais e pode ser congênita ou adquirida (BOBATH, 1979;

DUARTE; ARAÚJO, 2002; MATTOS, 2008).

As principais causas da PC são: as infecções pré-natais, como a rubéola, a

toxoplasmose, o citomegalovírus; a anóxia perinatal por um trabalho de parto anormal ou

prolongado; a prematuridade; as infecções pós-natais como as meningites, as lesões

hemorrágicas e a necrose isquêmica do tecido periventricular, provocada por dificuldade na

circulação cerebral (SOUZA; FERRARETTO, 1998; RODRIGUES, 2000).

De acordo com Duarte e Araújo (2002), o que realmente caracteriza a PC é o seu

comprometimento motor. A deficiência motora se expressa em padrões anormais de postura e

movimento, associados com o tônus postural anormal interferindo no desenvolvimento motor

da criança (BOBATH, 1979). Além dos problemas motores, podem estar associados

deficiência intelectual, auditiva, visual, odontológica, distúrbios da linguagem, do

comportamento, da sensibilidade, entre outros (LIANZA, 1995; DIAMENT; CYPEL, 1996).

Quanto às formas de manifestações clínicas a PC compreende quatro grupos: as

formas espásticas, as atetósicas e as atáxicas, sendo frequente a associação de duas ou três

formas desses tipos, caracterizada como mista.

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A espasticidade é um exagero permanente do reflexo de estiramento, resultante de

uma desordem no tônus, acompanhado de um aumento da resistência muscular ao

estiramento; a atetose é uma perturbação devido a uma lesão nos gânglios basais do cérebro,

caracterizada por disfunção dos reflexos posturais, movimentos involuntários desritmados e

disartria, com comprometimento da sensação dos movimentos oculares e frequentemente, da

inteligência; a ataxia é uma lesão cerebelar que origina uma instabilidade de movimentos

caracterizada por uma falta de adequação às solicitações do meio, implica em um equilíbrio

deficiente, falta de coordenação global e um tremor que acompanha os movimentos

intencionais (RODRIGUES, 2000).

As diferentes formas de PC relacionam-se com os segmentos corpóreos afetados,

que exteriorizam as áreas cerebrais comprometidas. Consideram-se então as formas mono, di,

tri, tetra e hemiparéticas ou hemiplégicas, conforme sejam afetados, um, dois, três ou quatro

membros, ou um dimídio corporal (DIAMENT; CYPEL, 1996; MATTOS, 2008).

Para Bobath (1989), na diplegia todo o corpo é afetado, mas os MMIIs são mais

afetados que os MMSSs; na quadriplegia todo o corpo é afetado. Nas quadriplegias atetóides,

os MMSSs e o tronco estão em geral mais afetados que os MMSSs. Nas quadriplegias

espásticas e em alguns casos mistos, os MMIIs podem estar comprometidos no mesmo grau

dos braços; na hemiplegia, somente um dos lados do corpo é comprometido; na monoplegia,

somente um MMSS ou, menos frequentemente, somente um MMII está comprometido; na

paraplegia, o comprometimento é de MMIIs. Verdadeiras paraplegias na PC são muito raras.

Mattos (2008) cita que de acordo com o grau do acontecimento, as sequelas da PC

podem ser leve, moderada e grave. No PBd as pessoas com sequelas de PC geralmente se

enquadram nas classes esportivas SL3, SL4 e SU5.

2.3.5 Amputação:

O termo Amputação pode ser definido como sendo a retirada, geralmente

cirúrgica, total ou parcial de um membro ou mais membros (CARVALHO, 2003;

GORGATTI; TEIXEIRA, 2008). Para os autores, as amputações podem ter indicações

eletivas, como no caso de doenças (tumores) e malformações ou indicações de urgência

(traumas), como em casos importantes e em casos de infecção grave. Um pequeno, porém

significante, número de indivíduos, nasce sem um ou mais membros, ou com membros

defeituosos que necessitam de amputação (ADAMS; DANIEL; CUBBIN, 1985).

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Segundo Gorgatti e Teixeira (2008), as amputações podem ser parciais e totais. As

parciais são aquelas realizadas em determinada porção óssea. Nesses tipos de amputações,

existe a definição do coto, o que possivelmente contribuirá para o melhor encaixe de uma

prótese. Já as amputações totais são também chamadas de desarticulações e, em algumas

situações, podem tornar a adaptação de uma prótese mais instável (GORGATTI; TEIXEIRA,

2008).

As amputações são geralmente classificadas de acordo com o nível onde são

realizadas. Para Carvalho (2003), os níveis clássicos de amputação para os MMSSs são: as

amputações falângicas, transcárpicas, desarticulações do punho, amputações do terço

proximal do antebraço, desarticulação do cotovelo, amputações na área supracondiliana

proximal, no colo cirúrgico do úmero e desarticulação do ombro.

Quanto aos MMIIs, encontram-se as amputações falângicas, transmetatarsianas;

desarticulações interfalângicas, falângicas e transmetatarsianas; amputações transtibiais,

desarticulação do joelho, amputações transfemorais, desarticulações do quadril e

hemipelvectomias (CARVALHO, 2003).

Pode-se, dependendo do caso, suprir essa (s) amputação (ões) com prótese (s).

Cabe exemplificar neste texto os níveis de amputação e relacioná-los com as

categorias do PBd. Na categoria WH2, podem ser encontrados alunos ou atletas com

amputação total de um ou ambos os MMIIs; na categoria SL3 pessoas com amputação

unilateral (acima do joelho) ou bilateral (abaixo do joelho); na classe SL4 alunos ou atletas

com amputação unilateral de membro inferior (abaixo do joelho); na categoria SU5 pessoas

com amputação de membro superior.

2.3.6 Nanismo:

Há vários tipos de síndromes genéticas, além de causas hormonais que levam ao

nanismo. De acordo com Porretta (2004), nanismo é uma condição na qual a pessoa possui

baixa estatura e de modo geral, resulta da falha na conversão da cartilagem em osso durante a

fase de crescimento, ou devido a uma irregularidade no funcionamento da glândula pituitária,

que regula o crescimento.

Caracteriza-se pela baixa estatura em relação a idade cronológica, com o

indivíduo adulto atingindo até 150cm (DUARTE; ARAÚJO, 2002).

O nanismo pode ser classificado em duas categorias: proporcional, no qual as

partes do corpo são proporcionais, mas muito curtas tendo como causa as deficiências

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hormonais; e desproporcional, que se caracteriza por MMIIs e MMSSs curtos, com o tronco

normal e a cabeça grande, geralmente causado por um problema genético, sendo a

acondroplasia o tipo mais comum (PORRETTA, 2004).

A acondroplasia resulta de malformação congênita que altera o crescimento,

afetando a ossificação, com complicações clínicas e aspectos genéticos, podendo ser

diagnosticada no nascimento (BARAINSTER; WINTER, 1998; MUSTACCHI; PERES,

2000). Para Seabra (1995) resulta da alteração das cartilagens de crescimento, tendo como

consequência um marcado encurtamento dos segmentos proximais dos membros, mantendo o

tronco um comprimento praticamente normal.

De acordo com Langer (1979), as principais características do nanismo são: baixa

estatura desproporcional; falta de crescimento nos ossos longos; membros curtos e grossos;

tronco longo e estreito; cifose e lordose acentuadas; base nasal deprimida; face plana;

macrocefalia e atraso no desenvolvimento motor.

Cabe citar que a inteligência não é afetada e muitos anões são, na verdade,

dotados de inteligência acima da média (HECHT; BUTLER, 1990; DUARTE; ARAÚJO,

2002).

As pessoas com baixa estatura ou nanismo são elegíveis no PBd apenas na classe

SS6 desde que apresentem:

Homens: a altura máxima de 145 cm; comprimento do braço menor ou igual a 66 cm;

e a soma da altura e comprimento do braço menor ou igual a 200 cm;

Mulheres: 137 cm; comprimento do braço menor ou igual a 63 cm; e a soma da altura

e comprimento do braço menor ou igual a 190 cm (HAIACHI, 2013).

2.4 “SHUTTLE TIME”: UM PROGRAMA DE BADMINTON ESCOLAR

Não muito conhecido e praticado no Brasil, o Badminton no meio escolar ainda

encontra-se adormecido (ARAÚJO, 2012). No meio dos esportes adaptados o Badminton para

deficientes emerge com um pouco mais de força, lembrando que o PBd fará sua estreia nos

Jogos Paralímpicos de 2020. Mesmo com esta afirmação, a literatura apresentada

anteriormente (Quadro 2), evidencia a carência de material bibliográfico que oriente

profissionais interessados em desenvolver o Badminton ou o PBd para PD.

Uma das sugestões indicadas nesta pesquisa é o Programa de ensino de

Badminton escolar chamado “Shuttle Time”, proposto pela BWF como forma de divulgação,

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massificação e popularização do Badminton pelo mundo. O “Shuttle Time” não foi pensado

especificamente para as PD, mas pode ser um coadjuvante no processo de ensino para a

referida população.

Esse programa de iniciação esportiva tem o objetivo de auxiliar professores a

planejar e dar aulas de Badminton divertidas e seguras; garantir às crianças uma experiência

bem sucedida; alcançar os objetivos gerais da EF através de atividades de Badminton;

permitir aos professores repassar boa imagem e vivência da modalidade (BWF, 2012b; BWF,

2013a; BWF, 2015e).

A BWF (2013a) cita que existem muitas razões que fazem do Badminton um

esporte ideal para programas de EF, pois pode ser praticado por meninos e meninas e estes

podem jogar juntos; é um esporte seguro e de baixo impacto; ajuda a desenvolver habilidades

físicas fundamentais; é um esporte acessível para as PD (BWF, 2013a). Um programa de EF

deve favorecer ao aluno o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social, além de

propiciar possibilidades de autonomia, independência e criatividade e o PBd pode ser uma

ferramenta favorável a tal desenvolvimento dentro dos atuais conceitos pedagógicos.

Acredita-se que o programa “Shuttle Time” também possa ser aplicado em clubes,

associações, hospitais de reabilitação, programas de extensão universitária, entre outros.

Para a BWF (2012b; 2013a), o “Shuttle Time” contém elementos técnicos, táticos

e físicos do Badminton com conteúdos simples permitindo que crianças de diferentes idades e

habilidades experimentem a essência do Badminton.

Os recursos didáticos do programa consistem em: um manual para o professor

contendo 10 módulos; 22 planos de aula de Badminton divididos em quatro sessões; e mais de

100 vídeos instrutivos sobre as atividades propostas (BWF, 2015e). Esses recursos podem ser

adquiridos gratuitamente no site da BWF, após cadastramento de pessoa física (BWF, 2015e).

Os 10 módulos do manual do professor dividem-se em (Tabela 6):

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Tabela 6: Divisão dos módulos do manual do professor para o ensino do Shuttle Time

Módulos Sessões

Módulo 1 Iniciação: aborda uma perspectiva geral, o “Shuttle Time” e o Badminton;

Módulo 2 Material didático e conteúdo;

Módulo 3 Manejo de grupos de ensino de Badminton;

Módulo 4 Destrezas físicas;

Módulo 5 Lições iniciais: 10 aulas relacionadas a golpes e movimentação/ empunhadura e introdução

ao jogo na rede;

Módulo 6 Swing (movimento para frente) e Lançar: duas aulas relacionadas ao desenvolvimento na

parte central da quadra;

Módulo 7 Lançar e Golpear: seis aulas relacionadas ao desenvolvimento no fundo da quadra;

Módulo 8 Aprender a Ganhar: quatro aulas sobre tática e competição;

Módulo 9 Como organizar uma competição;

Módulo 10 Regras simplificadas do Badminton.

Fonte: BWF (2012b, 2013a).

Estes módulos ajudarão o professor a obter maior conhecimento sobre o

Badminton; planejar aulas com sequência didática simplificada e gradativa, divertidas e

agradáveis; e oferecer uma experiência positiva do esporte (BWF, 2012b; BWF, 2013a),

auxiliando no desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social dos participantes.

Alguns estudiosos da pedagogia do esporte afirmam que os diferentes elementos

constitutivos das modalidades esportivas – fundamentos, princípios, características, regras,

estratégia e tática do jogo – devem ser aos poucos apresentados de maneira simples e em nível

de exigência adequado às habilidades e capacidades físicas, motoras, cognitivas, emocionais e

sociais da criança que está iniciando um novo processo. O esporte na iniciação deve educar,

ser prazeroso, já que é a satisfação pela prática que manterá o aluno no ambiente esportivo

(PAES et al., 2008).

Em relação aos vídeos instrutivos, estes demonstram todas as atividades de forma

clara, objetiva e sucinta, facilitando o entendimento dos professores para posterior aplicação

dos exercícios.

Os 22 planos de aula, com duração de 60 minutos cada, são estruturados com

exercícios físicos, táticos, atividades lúdicas e competitivas. Cada um desses blocos são

representados por uma cor para ajudar o professor a seguir o plano (Quadro 3 e Figura 19). As

aulas começam com exercícios de aquecimento e desenvolvimento físico, seguindo para os

elementos técnicos e competitivos, finalizando com uma revisão do enfoque da aula (BWF,

2012b; BWF 2013a).

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Quadro 3: Cores e suas respectivas representações

Atividades divertidas e competitivas

Exercícios táticos

Exercícios físicos

Fonte: BWF, 2012b.

Figura 19: Estrutura do Programa “Shuttle Time”

Fonte: BWF (2013a), adaptado pela pesquisadora.

É importante citar que o programa permite flexibilização em relação a sequência

das aulas, pois não há necessidade de seguir a ordem estabelecida. O professor tem liberdade

para escolher os exercícios de acordo com o nível dos alunos. Além disso, permitem-se

adaptações para incrementar ou diminuir a dificuldade garantindo uma experiência positiva

com o Badminton para cada participante, bem como criar novas aulas seguindo o mesmo

raciocínio.

No módulo 4, responsável pelas destrezas físicas, cada uma das quatro sessões

apresenta sua própria área de conteúdos técnicos e físicos integrados com as atividades

propostas (Quadro 4) (BWF, 2012b; BWF, 2013a).

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Quadro 4: Sessão, conteúdo técnico e físico do Programa “Shuttle Time”

Sessão Conteúdo técnico Conteúdo físico

Iniciação (10 aulas)

Princípios gerais do Badminton,

empunhadura, jogos na rede, técnicas na

frente da quadra e rali, golpes abaixo da

cintura, serviço.

Destrezas básicas de

coordenação, movimentação,

estabilidade e equilíbrio.

Swing e Lançar

(2 aulas)

Jogo na parte central da quadra, transação

dos golpes abaixo da cintura para os acima

da cabeça.

Destrezas de lançamentos e

coordenação.

Lançar e golpear

(6 aulas) Golpes acima da cabeça.

Destrezas de saltar e cair, e

estabilidade corporal.

Aprender a ganhar

(4 aulas)

* vencer as

diversidades da vitória

e da derrota.

Princípios táticos básicos para os jogos de

simples e duplas.

Destrezas de velocidade e

agilidade.

Fonte: BWF, 2012b; BWF, 2013a.

O “Shuttle Time” corrobora com o processo pedagógico dos jogos esportivos

citado por Garganta (1998), no qual os elementos estruturais do jogo devem ser agrupados a

fim de facilitar o seu ensino. Acredita-se que o nível de dificuldade das atividades propostas

deva ser organizado da menos complexa para a mais complexa. Primeiramente trabalhando

por meio de jogos e brincadeiras adaptadas, nos quais estejam introduzidos esses

componentes citados, sempre de uma maneira prazerosa e divertida, para que ocorra a

aprendizagem dos fundamentos e do jogo propriamente dito (GARGANTA, 1998).

O “Shuttle Time” é um programa de ensino de fácil aplicação, já foi implementado

nos cinco Continentes (desde o ano de 2012) e foi estruturado de forma a garantir a

concretização dos objetivos propostos pela BWF, sendo um deles “apoiar e incentivar o

desenvolvimento do Badminton como um esporte para todos” (BWF, 2013a, p. 17), incluindo

as pessoas com DF.

Entretanto, é importante frisar que a construção de um material adequado às

necessidades pedagógicas esperadas, é parte de um processo maior e fundamental, ou seja, a

participação efetiva e coerente do professor em conexão estreita com as ansiedades e

possibilidades dos alunos e que, por sua vez, envolvem cultura e anseios relacionados a

questões cognitivas, afetivas, sociais além das físicas.

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3 MÉTODO

3.1 Caracterização da Pesquisa:

Tendo em vista os objetivos deste trabalho, optamos pela pesquisa descritiva, do

tipo estudo de caso avaliativo e descritivo, com abordagem qualitativa (THOMAS; NELSON;

SILVERMAN, 2012).

Para Thomas, Nelson e Silverman (2012), estudos de caso avaliativos também

envolvem descrição e interpretação, mas o objetivo principal é utilizar os dados para avaliar o

mérito de alguma prática, um programa, um movimento ou um evento. Essa abordagem

permite aproximação mais profunda e holística do problema. Os autores também citam que o

estudo de caso descritivo apresenta a descrição detalhada do fenômeno, mas não tenta testar

ou construir modelos teóricos. Frequentemente servem como passo inicial ou como base de

dados para pesquisas comparativas e construções teóricas subsequentes (MERRIAM, 1988).

3.2 Considerações Éticas:

Sabendo-se que a pesquisa envolvendo seres humanos deve ancorar-se numa série

de considerações éticas devido ao intenso contato pessoal com os participantes, ressalva-se

que o presente estudo foi elaborado de acordo com as Diretrizes e Normas Regulamentadoras

de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos e suas complementares (Resolução 196/196 do

Conselho Nacional de Saúde) foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa no

dia 06 de janeiro de 2015, sob o número do CAEE 36024214.7.0000.5404 (anexo I)

A liberdade de participar ou não da pesquisa foi assegurada aos participantes, que

poderiam retirar o seu consentimento em qualquer etapa do estudo, sem nenhum tipo de dano

ou prejuízo, conforme o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (apêndice 1).

Foi assegurado o sigilo à identidade dos participantes, o caráter confidencial das

informações relacionadas com a privacidade e proteção da imagem. As imagens coletadas

durante a aplicação das aulas e publicadas neste material tiveram autorização formal de todos

os pais e responsáveis pelos seis sujeitos.

Em relação aos dados, os participantes tiveram livre acesso para análise das

informações em qualquer etapa da pesquisa, os quais puderam entrar em contado com os

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pesquisadores a qualquer momento por meio de telefone e/ou endereço de correspondência

eletrônica.

3.3 Instrumento para Coleta:

O instrumento escolhido para ensinar o PBd às pessoas com DF foi o programa de

ensino de Badminton “Shuttle Time”, proposto pela BWF.

Os recursos didáticos do programa consistem em um manual para o professor

(dividido em 10 módulos), 22 planos de aula de Badminton com mais de 100 vídeos

instrutivos sobre as atividades propostas (BWF, 2013a; BWF, 2015e).

Os planos de aula têm duração de 60 minutos cada e são estruturados com

exercícios físicos, táticos, atividades lúdicas e competitivas. As aulas começam com

exercícios de aquecimento e desenvolvimento físico, seguindo para os elementos técnicos e

competitivos, finalizando com uma revisão do enfoque da aula (BWF, 2013a; BWF, 2015e).

Além do programa “Shuttle Time” utilizou-se, de acordo com Thomas, Nelson e

Silverman (2012) outros métodos de coleta de dados, como a observação e materiais

audiovisuais. Todas as atividades desenvolvidas nesta pesquisa foram registradas por meio de

fotografia, filmagem e relatórios diários feitos através da observação não sistemática. A

filmadora da marca Samsung, modelo WB150F e qualidade HD foi instalada em um tripé

próximo das quadras de Badminton.

3.4 Participantes do estudo:

A seleção dos participantes do estudo foi feita após divulgação das aulas de PBd

no endereço eletrônico da FEF – UNICAMP. Os critérios de inclusão foram: ter qualquer tipo

de DF com idade entre 07 e 20 anos. A Tabela 7 traz a caracterização dos participantes deste

estudo. Seis crianças e adolescentes com DF, sendo cinco usuários de cadeira de rodas (UCR)

e um não UCR nos procuraram e fizeram parte desta amostra.

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Tabela 7: Dados dos sujeitos da pesquisa

Sujeitos Data de

Nascimento Gênero Deficiência Condição

Sujeito 1 30/12/2000 Masculino Sequelas de Espinha Bífida (EB) –

mielomeningocele UCR

Sujeito 2 28/01/1999 Masculino Sequelas de Paralisia Cerebral – hemiplegia

espástica do lado esquerdo do corpo Não UCR

Sujeito 3 04/11/2005 Masculino Sequelas de EB – mielomeningocele UCR

Sujeito 4 18/01/2006 Masculino Sequelas de EB – mielomeningocele UCR

Sujeito 5 10/07/2008 Masculino Sequelas de EB – mielomeningocele UCR Sujeito 6 14/01/2008 Feminino Sequelas de Lesão Medular UCR

Cabe citar que todos os alunos iniciaram as aulas de PBd sem conhecimento

algum da modalidade.

3.5 Procedimentos para Coleta e Análise de Dados:

As 22 aulas do “Shuttle Time” (BWF, 2013d) foram aplicadas pela pesquisadora,

de março a junho de 2015, com frequência de duas vezes por semana e duração de uma hora e

trinta minutos cada somente para os S1 e S2. As aulas foram mais longas, pois dispendeu-se

mais tempo na execução dos exercícios do programa e as possíveis adaptações foram

pensadas durante a fase de estudos do programa e aplicadas quando necessário, durante as

aulas.

O local disponibilizado foi o ginásio poliesportivo da FEF - UNICAMP. O

referido ginásio conta com duas quadras específicas de Badminton, com redes e suportes

oficiais.

Além dos referidos sujeitos (S1/S2), duas crianças do gênero masculino, com

idade entre 9 e 10 anos, UCR devido a sequelas de mielomeningocele, também fizeram parte

da amostra num primeiro momento. Mas, as atividades das primeiras aulas propostas pelo

programa “Shuttle Time” não foram adequadas. As referidas crianças não conseguiram

realizar a maioria das atividades propostas pelo programa, mesmo a BWF (2013a; 2015e)

afirmando que este é um programa de ensino acessível para todos.

Em virtude dessa percepção, notou-se imprescindível desenvolver habilidades

motoras necessárias como, por exemplo: o locomover-se em cadeira de rodas, arremessar,

receber e rebater, com o intuito de aumentar o repertório motor antes da aplicação

propriamente dita do “Shuttle Time”.

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Uma nova proposta de atividades para o ensino do Badminton, ou melhor, do PBd

foi desenvolvida com o objetivo de complementar o programa, evitando barreiras na

progressão das aulas devido aos possíveis atrasos no desenvolvimento motor de crianças com

DF. Portanto, os demais sujeitos fizeram parte das atividades complementares de iniciação ao

PBd.

Em relação a proposta de atividades para o ensino do PBd como complemento ao

“Shuttle Time”, as aulas foram aplicadas no mesmo ginásio, durante o primeiro semestre do

ano de 2016, com frequência de duas vezes por semana e duração de uma hora e 15 minutos

cada.

Os materiais utilizados para as aulas de Badminton do programa “Shuttle Time”

foram os básicos da modalidade (redes e suportes, raquetes, petecas de nylon e cadeiras de

rodas,), e os alternativos: balões, cones, arcos, bolinhas de meia, cestos, barbantes e giz. Além

destes, outros materiais foram utilizados durante a aplicação das atividades para as crianças,

como: tules, raquetes infantis, passaguá (coador de pesca), bolas variadas, palitos de dente,

cordas, saco plástico, fita adesiva, alvos, prendedores de roupa, panos, entre outros.

Os dados coletados foram sistematizados e incluídos nas sugestões de atividades

que tiveram por base o método “Shuttle Time”, visando a compreensão dos procedimentos

pedagógicos propostos.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Aplicação e Adaptação do “Shuttle Time”:

A atenção à diversidade tem sido e, sobretudo é um dos grandes desafios didáticos

da EF. De acordo com Paes (2002), não cabe mais ao esporte uma visão exclusivista e

elitizada, em que somente os alunos com alto desempenho são capazes de desfrutar, mas com

múltiplas possibilidades e nas suas diferentes expressões em toda a sociedade.

Rodrigues (2008) faz uma reflexão sobre a participação das PD nos programas

esportivos. Cita que esta é profundamente influenciada pelo conceito, pela construção que

temos e fazemos sobre a deficiência. Se a concebermos como um infortúnio pessoal a ser

lamentado que ocorre às pessoas que sempre serão dependentes e incapazes de serem

autônomas, conduziremos uma proposta de trabalho completamente diferente daquela que se

constrói se concebermos atividades para pessoas que estão a caminho de uma maior

autonomia e independência e capazes de gerir a sua própria vida.

Este estudo é focado na segunda reflexão, pois acredita-se na autonomia e

independência das PD, bem como na importância das oportunidades práticas através do

esporte. Portanto, a mediação do educador cumpre um papel crítico no processo de

aprendizagem, facilitando ou coibindo o desenvolvimento de padrões sofisticados de

movimento (VALENTINI et al., 2009).

Mas, “antes de qualquer ensinamento, o aluno precisa aprender a gostar do que

faz” (FREIRE, 2003, p. 10), portanto o caráter lúdico e a sensibilidade do professor são

importantes para conquistar e ensinar o aluno a gostar de esportes. Para isso, é necessário

realizar um ensino que se ajuste aos interesses, motivações e capacidades dos mesmos

(JORDÁN et al., 2007).

Para Jordán et al. (2007), toda atenção às diferenças culminam em modificações

das atividades de ensino, seja nos componentes estruturais, na metodologia ou na organização.

Por isso as atividades ideais são aquelas que permitam em sua proposta atenção as diferenças

e aos distintos níveis de competência e se adaptem aos distintos interesses e motivações.

No caso do ensino do Badminton para pessoas com deficiência, Young (2007)

sugere aulas baseadas nas capacidades dos praticantes e não em suas deficiências.

A seguir, serão descritas as atividades das aulas do programa “Shuttle Time” -

módulo (M) 5 ao 8 (M5 - aulas 1 a 10; M6 - aulas 11 e 12; M7 - aulas 13 a 18; M8 - aulas 19

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a 22), realizadas sem modificação para os dois alunos com DF participantes e as que

necessitaram de adaptação com sugestões respectivas. As sugestões de adaptação encontram-

se em quadros específicos ao final de cada descrição das lições.

Cabe ressaltar que, todas as atividades do programa “Shuttle Time” que serão

descritas, estão disponíveis em vídeos ilustrativos na página da internet do youtube (digitar:

Shuttle Time - BWF Schools Badminton Program).

A discussão dos procedimentos do conjunto de lições em cada módulo é

apresentada ao final do mesmo, visto que cada módulo tem um objetivo específico.

4.1.1 Relato das dez aulas iniciais:

As 10 lições (L) do M5 tem o objetivo de ensinar os movimentos básicos do

Badminton (empunhaduras, golpes, serviço, movimentação) enquanto os alunos são

introduzidos no esporte (BWF, 2013a).

A 1ª lição (L1) denominada “Empunhaduras Básicas” apresenta cinco atividades

descritas abaixo:

1. Golpe seco no balão: Cada aluno fica com um balão em média. Correm em

duplas golpeando o balão com as mãos para evitar que toquem no chão. Na segunda parte,

cada aluno tem um balão e deve movimentar-se golpeando-o somente com a mão dominante;

2. Jogo de golpear o balão com revezamento: Os alunos trabalham em equipes.

Formam uma fila na extremidade do ginásio. Para cada equipe é dado um balão. Cada aluno

da equipe deve correr ao outro extremo e retornar, golpeando o balão com a mão para evitar

que toque no chão e então passa o balão para o próximo membro da equipe. Progressão –

fazer o mesmo exercício, desta vez com raquete;

3. Empunhadura de backhand com balão: O professor demonstra a empunhadura

de backhand. Trabalhando com um balão e uma raquete, os alunos devem manter o balão no

ar utilizando a parte posterior da mão e a empunhadura de backhand com um movimento para

cima e na direção contrária do corpo;

4. Empunhadura de forehand com balão: O professor demonstra a empunhadura

de forehand. Com um balão e uma raquete, os alunos devem manter o balão no ar utilizando a

empunhadura de forehand (Figura 20);

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5. Troca de empunhadura com balão: O professor demonstra a troca de

empunhaduras. Trabalhando com um balão e uma raquete, os alunos devem manter o balão no

ar utilizando três vezes a empunhadura de backhand e depois três vezes de forehand.

Quadro 5: Resultado das cinco atividades da lição 1.

L1 – Empunhaduras básicas

V*1: Golpe seco

no balão

V2: Jogo de

golpear o balão

com revezamento

V3: Empunhadura

de backhand com

balão

V4: Empunhadura

de forehand com

balão

V5: Troca de

empunhadura com

balão As cinco atividades da Lição 1 foram realizadas com sucesso por ambos e não necessitaram de

adaptação.

*V – A letra V corresponde ao vídeo ilustrativo. Exemplo: L1 V1 equivale ao vídeo que apresenta a 1ª

atividade da lição 1.

Figura 20: 4ª atividade da L1, manter o balão no ar.

A 2ª lição (L2) denominada “Troca de empunhadura e Deslocamento na quadra”

apresenta cinco atividades:

1. Exercício de espelho: Em duplas, um de frente para o outro. Um é o “líder” e o

outro é o “perseguidor”. Usando passos de chassé2 o “líder” se desloca lateralmente e troca de

direção tentando escapar do “perseguidor”. O “perseguidor” tenta manter o ritmo do “líder”;

2. Exercício de espelho com lançamento: Em duplas, um de frente para o outro. O

“líder” segura um saquinho de feijão (ou uma peteca), o “perseguidor” deve perseguir o

“líder”. O “líder” lança o saquinho e o “perseguidor” tenta pegá-lo e devolvê-lo;

3. Troca de empunhadura com “Tic-Tac”: O professor revisa os tipos de

empunhadura do Badminton e demonstra a troca de empunhadura ao passar a raquete de um

2 Passos de chassé: uma técnica de deslocamento no Badminton (BWF, 2013a).

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lado para o outro, com o dedo polegar. Os alunos devem fazer uma troca de empunhadura, ao

sinal do professor, que poderá ser o “Tic-Tac” de um relógio;

4. Troca de empunhadura com peteca: Em duplas praticam a troca de

empunhadura golpeando uma peteca lançada pelo parceiro, alternando entre forehand e

backhand (Figura 21);

5. Golpes com troca de empunhadura: Trabalhar em dupla e praticar acertando

um alvo, trocar de empunhadura ao golpear uma peteca lançada pelo parceiro (com e sem

rede).

Quadro 6: Resultado das cinco atividades da lição 2.

L2 – Troca de empunhadura e Deslocamento na quadra

V1: Exercício de

espelho

V2: Exercício de

espelho com

lançamento

V3. Troca de

empunhadura com

“Tic-Tac”

V4. Troca de

empunhadura com

peteca

V5. Golpes com

troca de

empunhadura

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

As atividades 1 e 2 referentes a espelhar-se no colega

deslocando-se para direita e para esquerda, necessitaram ser

modificadas por deslocamentos para frente e para trás

por causa da cadeira de rodas. As demais atividades não

necessitaram de adaptação para o sujeito 1.

As cinco atividades da L2 não

necessitaram de adaptação para o

sujeito 2.

Figura 21: 4ª atividade da L2, rebater petecas lançadas pelo parceiro.

A 3ª lição (L3), “Rede e Deslocamento”, é composta pelos seguintes

exercícios:

1. Equilibrar e lançar: Em duplas, um de frente para o outro, sobre um pé. Os

alunos devem manter o equilíbrio durante o lançamento e pegar uma peteca entre eles;

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2. Equilibrar uma peteca: Os alunos equilibram uma peteca sobre a cabeça,

caminhando para frente usando uma técnica básica de deslocamento. Pode ser executado

usando somente a perna dominante ou alternando ambas as pernas;

3. Fazendo deslocamentos (sombra): Os alunos formam uma fila e dão um passo

(com raquete), terminando com o pé dominante (“da raquete”) na frente, e executam um golpe

de sombra na rede;

4. Introdução aos golpes de forehand e backhand na rede: Em duplas, um aluno

lança a peteca para cima e próximo da rede. Seu parceiro pratica o golpe de backhand na rede.

O próximo passo é fazer o deslocamento com o pé dominante, durante a execução do golpe. O

golpe é apenas uma deixada leve, para que a peteca passe por cima da rede. Repetir o

exercício com o golpe forehand;

5. Jogando na rede: Em duplas praticar os golpes na rede jogando em uma

pequena área próxima da rede. Somente se jogam golpes na rede (por baixo da altura da rede)

(Figura 22).

Quadro 7: Resultado das cinco atividades da lição 3.

L3 - Rede e Deslocamento

V1. Equilibrar

e lançar

V2. Equilibrar

uma peteca V3. Fazendo

deslocamentos (sombra)

V4. Introdução aos golpes de

forehand e backhand na rede

V5. Jogando

na rede

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

A sugestão de adaptação para a primeira

atividade (equilibrar e lançar) foi: após o

S1 receber a peteca, colocá-la no chão

fazendo uma flexão de tronco (lateral:

direita/esquerda, anterior: frente). As

demais atividades não necessitaram de

adaptação.

Cabe destacar que o chassé realizado pelo

UCR é a simples propulsão da cadeira de

rodas.

Na primeira atividade o S2 necessitou de um bastão

para equilibrar-se em um pé. Na segunda, não

conseguiu equilibrar a peteca na cabeça então fixamos a

peteca no cabelo, tornando-se um momento muito

engraçado e divertido. Na terceira atividade precisou de

recurso visual para executar o exercício com mais

facilidade. Este recurso foi o desenho de dois círculos no

chão para que conseguisse entender onde deveria pisar e

com qual pé. As demais atividades não necessitaram de

adaptação.

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Figura 22: 5ª atividade da L3, golpes próximos à rede.

A 4ª lição (L4), “Rede e Saída”, tem quatro atividades:

1. Exercício de equilíbrio: Os alunos se posicionam sobre um pé e saltam para

frente, para um lado, para trás e para o outro lado, e então outra vez para frente, para praticar

o salto em um pé. O passo seguinte é um jogo em que o professor grita uma direção (norte,

sul, leste, oeste ou frente, trás, direita, esquerda) e os alunos saltam nas direções

correspondentes;

2. Pés rápidos: Saída com “pés rápidos”: Trabalhar em grupos de costas para o

professor. Os alunos se movimentam no mesmo lugar – pés rápidos. Novamente, de frente

para o professor, ao sinal do mesmo (palma ou apito) os alunos saem e se deslocam o mais

rápido possível na direção indicada (exemplo: canto direito da quadra);

3. O chassé para o jogo na rede: Em duplas, um de frente para o outro a uma

distância de três metros. Um lança a peteca enquanto o outro pratica golpes de forehand, de

backhand e alternados na rede;

4. Jogo na rede: Em duplas praticar os golpes na rede jogando em uma pequena

área próxima da rede. Somente se jogam golpes na rede (por baixo da altura da rede). Contar

os pontos para ver quem será o vencedor.

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Quadro 8: Resultado das quatro atividades da lição 4.

L4 – Rede e Saída

V1. Exercício de equilíbrio V2. Pés rápidos V3. O chassé para o jogo na rede V4. Jogo na rede

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão

de adaptação

As adaptações sugeridas foram: Na 1ª atividade, posicionar a cadeira de

rodas entre uma peteca e um tubo de petecas. Ao sinal do professor,

inclinar o tronco para o lado direito, pegar a peteca e colocá-la do lado

contrário. Neste mesmo lado, pegar o tubo de petecas e colocá-lo do outro

lado, e assim sucessivamente; na 2ª atividade, colocar um tubo de petecas

na frente do S1. Ao sinal do professor, deslocar a cadeira para frente e

para trás, posicionando-se ora ao lado direito do tubo ora ao lado

esquerdo. Outra sugestão é fazer meio giro com a cadeira de rodas (para

os lados direito/esquerdo). As demais atividades (3ª e 4ª) não necessitaram

de adaptação.

O S2 conseguiu realizar as

atividades 1 e 2 somente

com o membro inferior do

lado direito, por causa da

hemiplegia.

As demais atividades (3 e 4)

não necessitaram de

adaptação.

A quinta aula (L5) apresenta cinco exercícios de revisão:

1. Jogo de marcação: Elege-se um pegador que tem que tocar em todos os outros

alunos. Quem for pego terá que dar duas voltas na quadra;

2. Jogo de chassé: Em duplas, um de frente para o outro. O “líder” segura um

saquinho de feijão (ou peteca). O “perseguidor” segue o “líder”. O “líder” lança o saquinho e

o “perseguidor” tenta pegá-lo e o devolve;

3. Chassé com golpe de forehand: Os alunos trabalham em grupos com um

lançando petecas. Este lança a peteca do lado direito, o aluno faz um passo de chassé para a

direita e golpeia com a empunhadura de forehand e vai para o final da fila. Como variação,

alunos que acertarem os alvos ganham pontos (Figura 23);

4. Chassé com golpe de backhand: Repetir o exercício acima, do outro lado da

quadra;

5. Alimentação (lançamento de petecas) com variação: Em grupos os alunos

fazem uma fila em frente ao alimentador que pode lançar a peteca para a direita ou esquerda.

Usando o chassé os alunos vão golpear a peteca para o alvo com empunhadura adequada.

Quadro 9: Resultado das cinco atividades da lição 5.

L5 – Exercícios de Revisão

V1. Jogo de

marcação V2. Jogo de chassé

V3. Chassé com

golpe de forehand

V4. Chassé com

golpe de backhand

V5. Alimentação

com variação

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

A 1ª, 3ª, 4ª e 5ª atividades não necessitaram de adaptação.

A 2ª atividade necessitou ser modificada por deslocamentos

para frente e para trás devido a cadeira de rodas.

As cinco atividades da L5 não

necessitaram de adaptação para o

sujeito 2.

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Figura 23: 3ª atividade da L5, após tentativa de acertar o alvo.

A 6ª lição também é composta por quatro exercícios de revisão:

1. Estátuas em movimento: os alunos correm pela quadra em qualquer direção e

quando o professor gritar “estátuas”, eles devem parar o mais rápido possível, permanecerem

imóveis por cinco segundos e continuar após o sinal de voz “livres”;

2. Rei da rede: Jogo na rede sem nenhuma quadra específica. Como marcar um

ponto: se um jogador joga a peteca na rede o adversário ganha um ponto. Se a peteca tocar a

borda da rede, o jogador marca três pontos. Vence quem atingir 12 pontos primeiro;

3. Duplas na rede, estilo tênis de mesa: Os jogadores 1 e 2 enfrentam os

jogadores 3 e 4. A quadra vai da rede até a linha de serviço. Ao iniciar o jogo todos devem

estar fora da área de jogo. O jogador 1 inicia com um saque então cada dupla deve golpear

sucessivamente a peteca;

4. Rodízio de jogadores: Rodízio de jogadores nos dois lados da rede: as duas

equipes se colocam em fila, um jogador atrás do outro, e as equipes jogam entre si. A quadra

consiste na área entre a rede e a linha de serviço. O aluno 1 da equipe “A” inicia com um

saque, o jogador 1 da equipe “B” devolve o golpe, o próximo golpe é executado pelo jogador

2 da equipe “A”, e assim sucessivamente. O aluno que não acertar a peteca, que acertar na

rede, ou que jogar para fora, perde o ponto.

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Quadro 10: Resultado das quatro atividades da lição 6.

L6 – Exercícios de Revisão

V1. Estátuas em

movimento V2. Rei da rede

V3. Duplas na rede, estilo tênis de

mesa

V4. Rodízio de

jogadores

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

As duas primeiras atividades da L6 foram realizadas com sucesso por ambos e não necessitaram de

adaptação. As atividades 3 e 4 necessitaram de cones para direcionar a movimentação e de balão para

que a mesma fosse executada de forma mais lenta. Após esse procedimento, as atividades foram

desenvolvidas sem adaptação.

A 7ª lição (L7), “Sacar e Jogar”, tem cinco exercícios:

1. Revezamento com raquete e peteca: Trabalhar em equipes com revezamento.

Revezar golpeando a peteca para cima com uma empunhadura de forehand, de backhand ou

alternando as duas;

2. Manter a peteca no ar com empunhadura de backhand: Com petecas e

raquetes, os alunos mantem uma peteca no ar com empunhadura de backhand. Começam

segurando a raquete no T (local onde a cabeça da raquete se une com o cabo) com os dedos

polegar e indicador no quadro da cabeça da raquete;

3. Saque baixo de backhand: Fazer saques de backhand (Figura 24);

4. Competição de saques de backhand em equipes: Os alunos fazem uma

competição de saques para um alvo (por exemplo, uma caixa). Começar com pelo menos dez

petecas por pessoa. Quem acertar mais petecas dentro da caixa vence;

5. Simples na rede: Jogos na rede, meia quadra, da área de serviço até a rede.

Começa com saque de backhand.

Quadro 11: Resultado das cinco atividades da lição 7.

L7 – Sacar e Jogar

V1. Revezamento

com raquete e

peteca

V2. Manter a peteca no

ar com empunhadura

de backhand

V3. Saque

baixo de

backhand

V4. Competição de

saques de backhand em

equipes

V5. Simples

na rede

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

Antes de iniciar a 1ª e 2ª atividades com

petecas, utilizamos balão para facilitar a

execução. As três últimas atividades não

necessitaram de adaptação.

Antes de iniciar a 1ª e 2ª atividades com petecas, utilizamos

balão para facilitar a execução. As três últimas atividades

não necessitaram de adaptação, mas, cabe ressaltar que o

aluno apresenta dificuldade na realização do serviço de

backhand devido a hemiplegia, o que dificulta segurar e

soltar a peteca para golpeá-la.

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Figura 24: 3ª atividade da L7, serviço de backhand com alvo.

“Backhand da rede para o fundo” é o nome da 8ª lição (L8) que apresenta quatro

exercícios:

1. Revezamento com petecas em equipes: Em equipes, formam uma fila atrás da

linha de fundo, voltados para a rede e com três petecas por equipe, que devem ficar no chão.

Ao sinal, pegam uma peteca e correm para frente e colocam a peteca embaixo da rede e

voltam. O segundo aluno faz o mesmo, porém trazendo a peteca desde a rede até a linha de

fundo e assim sucessivamente;

2. Equilíbrio dinâmico: Cada aluno tem uma peteca e fica sobre um pé. Coloca a

peteca a sua frente, no chão, o mais longe possível e regressa a sua posição inicial (parado em

um pé) sem cair. Repetir o exercício com o outro pé;

3. Golpe de backhand da rede para o fundo: Praticar o golpe de backhand no

fundo da quadra rebatendo tão alto quanto consiga;

4. Grupos de 4-6 alunos começam no centro da quadra: O professor ou ajudante

lança petecas, e um a um os alunos executam o golpe de backhand no fundo. Usar alvos para

aumentar o desafio e ganhar pontos.

Quadro 12: Resultado das quatro atividades da lição 8.

L8 – Backhand da rede para o fundo

V1. Revezamento com

petecas em equipes

V2. Equilíbrio

dinâmico

V3. Golpe de backhand da

rede para o fundo

V4. Grupos de 4-6 alunos

começam no centro da quadra

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

A 1ª atividade não necessitou de adaptação. A

2ª atividade foi realizada com movimentos de

tronco para frente e para os lados. As demais

atividades não necessitaram de adaptação.

A 1ª atividade não necessitou de adaptação. O S2

realizou a 2ª atividade somente com o membro inferior

direito. As demais atividades não necessitaram de

adaptação.

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A 9ª lição (L9) “Forehand da rede para o fundo da quadra” é composta pelas

cinco atividades descritas abaixo:

1. “Tocar as panturrilhas”: Em duplas, um de frente para o outro, com o centro de

gravidade baixo e o pé dominante na frente. Um aluno “ataca” – usa seu braço dominante para

tocar a panturrilha do outro. O outro “defende” e tem que reagir rápido para se esquivar do

que ataca;

2. “Equilibrar a raquete”: Dois alunos ficam um de frente para o outro a uma

distância de dois metros. Ao sinal do professor, deixam cair suas raquetes e correm para

segurar a raquete de seu parceiro, antes que ela chegue ao chão;

3. Golpe de forehand ao fundo: Começar praticando o forehand para o fundo –

cada aluno com uma raquete e peteca, golpeia a peteca tão alto quanto possa. O próximo

passo é trabalhar em duplas – o alimentador lança as petecas lentamente e seu parceiro

executa o forehand o mais alto e longo possível;

4. Forehand para o fundo com rodízio de jogadores: Grupos de 4-6 alunos

iniciam no centro da quadra em fila. O professor ou o ajudante lança petecas, e um por um os

alunos executam o forehand ao fundo. Usar alvos para aumentar o desafio e ganhar pontos

acertando as petecas;

5. O Jogo de Golfe: Os alunos praticam o saque alto com o Jogo de Golfe. Devem

efetuar saques para levar a peteca do ponto de partida para uma meta, usando o mínimo

possível de golpes.

Quadro 13: Resultado das cinco atividades da lição 9.

L9 – Lob da rede para o fundo da quadra

V1. “Tocar as

panturrilhas”

V2. “Equilibrar

a raquete”

V3. Golpe de

forehand ao fundo

V4. Forehand para o fundo com

rodízio de jogadores

V5. O Jogo

de Golfe

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

A 1ª atividade não necessitou de adaptação. Na 2ª atividade

colocamos a raquete em pé, equilibrada no chão,

equilibrada com o cabo para baixo. Os demais exercícios não

necessitaram de nenhuma adaptação.

As cinco atividades do programa não

necessitaram de nenhuma adaptação

para o sujeito 2.

A última lição (L10) do módulo 5, propõe quatro atividades de revisão:

1. Lançar os dados e correr: Em equipes. Cada equipe forma uma fila. Percorrer

uma distância de 20 metros e retornar. Quando um jogador retorna, e lança um dado e anota o

número mostrado. O próximo jogador repete a ação e soma seu número ao anterior, e assim

sucessivamente. A equipe que alcançar 50 ou 100 pontos primeiro vence;

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2. Equilibrar petecas: Os alunos equilibram uma peteca na cabeça enquanto

caminham para frente usando a técnica básica de deslocamento;

3. Rodízio de jogadores com golpes de forehand e backhand da rede para o

fundo: Grupo de 4-6 alunos começam no centro da quadra. O professor lança petecas, e um a

um os alunos se movem para a peteca utilizando passos de chassé ou deslocamento. Executam

dois golpes para o fundo, primeiro de forehand, regressam ao centro e depois de backhand;

4. Jogadas na rede com golpes ao fundo para um alvo: Em duplas, os alunos

fazem jogadas na parte da frente da quadra. Quando estão bem posicionados, podem decidir

levantar a peteca tentando acertar um alvo colocado no fundo da quadra. Se acertarem o alvo

ganham um ponto; entretanto, se levantarem e não acertarem o alvo perdem um ponto.

Quadro 14: Resultado das quatro atividades da lição 10.

L10 – Exercícios de Revisão

V1. Lançar os

dados e correr

V2. Equilibrar

petecas

V3. Rodízio de jogadores com golpes de

forehand e backhand da rede para o

fundo

V4. Jogadas na rede com

golpes ao fundo para um alvo

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

As quatro atividades da L10 não necessitaram de nenhuma adaptação para ambos.

Das dez lições do M5, 46 atividades foram aplicadas. Destas, doze necessitaram

de adaptação, modificação ou reforço para o S1 e dez para o S2. Esses dados vão ao encontro

da afirmação da BWF (2013a) de que as aulas de 1 a 10 se adaptam facilmente para pessoas

com deficiência.

Em relação a afirmação “Ao final das 10 aulas iniciais, os alunos deverão ser

capazes de: realizar ralis com empunhaduras básicas; golpear da rede para o fundo da quadra;

utilizar um saque para iniciar um rali” (BWF, 2013a, p. 21), percebeu-se que os alunos com

DF participantes deste estudo conquistaram a capacidade de realizar as funções citadas, mas

de uma forma rudimentar. Portanto, com esta população, nota-se a necessidade de estender as

atividades desse primeiro módulo, bem como acrescentar atividades com intuito de ampliar o

repertório motor e melhorar a coordenação motora para que consigam realizar ralis mais

longos e com melhor qualidade dos golpes.

Para melhorar a aquisição de habilidades motoras básicas e específicas, Paes

(2002) sugere brincadeiras e jogos pré-desportivos de caráter lúdico como meio de

intervenção no processo de ensino dos esportes, tornando o aprendizado uma atividade

prazerosa e eficiente.

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Outra consideração importante, relacionada as classes esportivas WH1 e WH2, é a

utilização da cadeira de rodas. Neste caso, a movimentação do UCR será diferenciada do

convencional e específica para o PBd.

A empunhadura será a mesma para todos os alunos e os golpes serão

diferenciados para os UCR no quesito serviço, alterando o padrão da linha da cintura para a

linha da axila, regra de serviço da categoria WH. Os jogos de rede também serão

diferenciados, lembrando que a área entre a rede e a linha de saque é considerada área morta

aos UCR.

4.1.2 Relato das duas aulas do Módulo 6 (M6):

Esta etapa, denominada “Swing – movimento para frente – e Lançar”, tem o

objetivo de auxiliar os alunos na transição dos golpes abaixo da cintura para os golpes acima

da cabeça, incluindo elementos físicos associados com o lançamento e coordenação. Nesta

fase, é introduzido o caráter do Badminton como um jogo rápido (BWF, 2013a).

As duas lições do M6 apresentam quatro atividades cada:

L11 – Drives no meio da quadra:

1. Exercício de lançamento: Em grupos, cada aluno com uma peteca, saquinho ou

bola de espuma. Tentar lançar o objeto – o mais alto e longe possível, depois tentando acertar

um alvo;

2. Manter a quadra limpa (“Guerra de Petecas”): Em equipes, cada equipe de um

lado da quadra. Cada aluno segura uma peteca. Ao sinal do professor, cada um joga a sua

peteca alta e longe para o outro lado da quadra, ao mesmo tempo em que tenta rebater a

peteca lançada pela outra equipe. Quando acabar o tempo, a equipe que tiver mais petecas do

seu lado perde;

3. Introduzir velocidade à raquete: Em duplas. Um lança a peteca de um lado da

quadra a seu parceiro (na altura dos ombros), que rebate a peteca devolvendo-a. Para drives de

forehand a peteca é lançada do lado direito e para drives de backhand do lado esquerdo;

4. Jogo plano: Em duplas fazer drives de forehand ou backhand. Trabalhar sem

rede a uma distância de 5-6 metros. Aumentar a velocidade dos golpes gradativamente.

L12 – O desenvolvimento no meio da quadra:

1. Jogo de lançamento em equipe: Uma equipe começa com uma peteca e a lança

aos membros da sua equipe. Cada vez que se lança e rebate com êxito ganha um ponto. Se

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deixar a peteca cair, passa-se para a outra equipe. A equipe contrária tenta interceptar a

peteca;

2. Jogo de revezamento “Correr e lançar”: Correr para frente e lançar a peteca,

correr para trás e lançar, dar passos de chassé e lançar;

3. Jogo em meia quadra com golpes ao corpo: Praticar drives do meio da quadra

de uma linha lateral a outra (5-6 metros). Desafio: Aumentar a velocidade da raquete e

direcionar a peteca para o corpo do oponente abaixo da cabeça para ganhar ponto;

4. Quantos golpes por minuto?: Em duplas na rede, cada aluno a uns 2,5 metros

da rede. O objetivo é executar o maior número de golpes em um determinado período de

tempo. Se errar, volta-se a contar zero (Figura 25).

Quadro 15: Resultado das oito atividades das lições 11 e 12.

L11 – Drives no meio da quadra L12 – O desenvolvimento no meio da quadra

V1. Exercício de

lançamento

V2. “Guerra de

Petecas”

V3. Introduzir velocidade à

raquete

V4. Jogo

plano

V1. Jogo de lançamento

em equipe

V2. Jogo de revezamento

“Correr e lançar”

V3. Jogo em meia quadra com

golpes ao corpo

V4. Quantos golpes por

minuto?

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

As oito atividades das lições 11 e 12 não necessitaram de nenhuma adaptação para ambos os sujeitos.

Figura 25: 4ª atividade da L12, “quantos golpes por minuto?”.

As oito atividades do M6 aplicadas não necessitaram de adaptação para os alunos,

porém não vai ao encontro da afirmação de que “ao final da sessão os alunos deverão ser

capazes de realizar jogadas mais rápidas do meio da quadra ao meio da quadra e demonstrar

uma técnica correta de lançamento” (BWF, 2013d). Percebe-se a necessidade de mais aulas

preparatórias com mais atividades, pois duas aulas com oito exercícios são insuficientes para

compreender e executar os objetivos propostos pelo módulo.

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Os objetivos das atividades propostas devem ser progressivos, de forma que a

realização de cada conjunto equivalha a superação de uma fase. A observação docente é

extremamente importante, pois diante das dificuldades sugerem-se atividades de reforço com

o intuito de passar para a próxima fase (JORDÁN et al., 2007).

Vale ressaltar que o aparecimento e a extensão do desenvolvimento das

habilidades motoras irão depender fortemente das muitas oportunidades específicas de prática,

do encorajamento e da qualidade do ensino (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).

4.1.3 Relato das seis aulas do Módulo 7 (M7):

A sessão “Lançar e Golpear” introduz e desenvolve o golpe sobre a cabeça e os

elementos físicos associados como: saltar, cair e estabilidade corporal. As seis aulas desta fase

são compostas pelas seguintes atividades:

L13 – Clear com salto de Tesoura:

1. O salto de tesoura: Os alunos, cada um com uma peteca (ou saquinho de

feijão), lançam a peteca usando o salto de tesoura e se deslocam para frente ao cair, correndo

para pegar a sua peteca. Executar primeiro sem passos de chassé para trás, e depois com

passos de chassé;

2. Prática com o salto de tesoura: Os alunos, com raquete, ficam em pé, ao lado

de uma linha, com o peso do corpo sobre a perna com a raquete. A um sinal, executam um

salto de tesoura e se deslocam para frente depois de cair. Executar primeiro sem passos de

chassé para trás, e depois com passos de chassé;

3. Clear de forehand: Em grupos de três, o jogador 1 do mesmo lado da rede do

jogador 2, lança a peteca bem alto para que o jogador 2 execute um clear de forehand com

rotação. O jogador 3 que está do outro lado da rede, pega a peteca e a devolve para o jogador

1, para repetir o exercício;

4. Jogadas de clears de forehand: Em duplas. A jogada inicia com um golpe alto

para o fundo da quadra e continua com clear de forehand. O objetivo é golpear tão alto e

longe quanto possível.

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Quadro 16: Resultado das quatro atividades da lição 13.

L13 – Clear com salto de Tesoura

V1. O salto de

tesoura

V2. Prática com o

salto de tesoura V3. Clear de forehand

V4. Jogadas de clears de

forehand

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

As atividades 1 e 2 foram executadas sem saltos, enfatizando

bem os movimentos de braço e tronco. As demais

atividades não necessitaram de adaptação.

As 4 atividades (L13-V1 a V4) não

necessitaram de adaptação para o S2.

L14 – Jogos de Desenvolvimento:

1. Jogo de lançamento com salto tesoura: Em grupos. Cada um tem uma

peteca/saquinho/bola de espuma. Para praticar o salto de tesoura, os alunos são desafiados a

lançar a peteca o mais longe possível depois de correr para trás. Em seguida, correm para

frente para pegar a peteca;

2. Jogadas com clears de forehand com finta: Em duplas. A jogada inicia com um

golpe alto para o fundo da quadra e continua com clear de forehand. O objetivo é bater o mais

alto e longe possível. Enquanto a peteca está no ar, propor desafios: passar a raquete de uma

mão a outra; por trás das costas; sentar-se e levantar-se; tocar na rede com a raquete;

3. Prática com clear de forehand: Em duplas. Colocar um cone a cinco passos

grandes da rede (em direção a linha de fundo). Os jogadores devem tentar bater com força na

peteca e para o alto. Se a peteca cair antes do cone, o outro jogador ganha um ponto. Em

seguida fazer jogadas em duplas. Ver quantos clears sobre a cabeça executam sem errar;

4. Jogo de clear de forehand: Os alunos jogam simples em meia quadra. Iniciam

com um saque alto, seguidos por dois clears paralelos para iniciar a jogada. Contar os pontos

e trocar de parceiro depois de um tempo determinado.

Quadro 17: Resultado das quatro atividades da lição 14.

L14 – Jogos de Desenvolvimento

V1. Jogo de lançamento

com salto tesoura

V2. Jogadas com clears de

forehand com finta

V3. Prática com clear

de forehand

V4. Jogo de clear de

forehand

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

A 1ª atividade foi executada sem saltos, enfatizando

bem os movimentos de MMSSs e tronco. Na 2ª

atividade substituíram-se os movimentos de passar

a raquete por baixo das pernas, por trás do corpo,

sentar e levantar por: trocar a raquete de mãos e,

giro com a cadeira de rodas. A 3ª e 4ª atividades

não necessitaram de adaptação.

A 1ª atividade não necessitou de adaptação. Na 2ª

atividade o S2 não conseguiu usar a mão esquerda

para pegar a raquete por trás das costas ou por baixo

das pernas. Então, fez o movimento incompleto,

levando a raquete para trás e voltando, entre as

pernas e voltando. A 3ª e 4ª atividades não

necessitaram de adaptação.

L15 – Drop com salto tesoura:

1. Exercícios para a mobilidade: Em duplas. Os dois se movem de diferentes

maneiras tentando tocar as mãos do parceiro. A dupla se posiciona de costas um para o outro

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e: giram à direita e à esquerda para tocarem-se as mãos; tocam suas mãos entre as pernas ou

sobre as cabeças. Deitados em decúbito dorsal sentam-se e tentam tocar as mãos um do outro

a sua frente. Deitados em decúbito ventral movem o tronco para cima para tocarem-se as

mãos;

2. Revisão do salto de tesoura: Os alunos, com raquete, se posicionam na parede

(de lado, com a perna e o ombro não dominante mais próximo da parede) ou em uma linha,

com o peso sobre a perna dominante. Ao sinal, fazer um salto de tesoura e mover-se para

frente ao cair. Primeiro sem passos de chassé para trás, e depois com dois passos de chassé;

3. Golpe de drop sobre a cabeça: Em grupos de três pessoas, o aluno 1 do mesmo

lado da rede que o aluno 2, lança a peteca bem alta para que o aluno 2 efetue um drop de

forehand com rotação. O aluno 3 está do outro lado da rede, pega a peteca e devolve ao aluno

1 para repetir o exercício;

4. Lifts [Lobs] e Drops: Em duplas. A jogada começa com um saque alto e no

fundo, seguido por um drop, e segue com um aluno levantando e o outro praticando o drop no

fundo da quadra.

Quadro 18: Resultado das quatro atividades da lição 15.

L15 – Drop com salto tesoura

V1. Exercícios para a

mobilidade

V2. Revisão do salto de

tesoura

V3. Golpe de drop sobre a

cabeça

V4. Lifts [Lobs] e

Drops

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

A 1ª atividade necessitou das seguintes

modificações: a) passar a peteca por cima da

cabeça e por baixo do lado da roda; b) com as

cadeiras de rodas lado a lado passar a peteca por

cima da cabeça com inclinação lateral do tronco e

por baixo passando a peteca pela frente do corpo

(dos pés); c) um de frente para o outro, fazer um

giro completo no próprio eixo e quando estiver

frente a frente com o colega, bater palma com

palma da mão. A 2ª atividade foi realizada sem

salto. As demais atividades (V3 e V4) não

necessitaram de modificações.

O S2 executou dois dos quatro exercícios da 1ª

atividade com um pouco de dificuldade por causa da

hemiplegia, por exemplo: em pé, de costas para o

colega, fazer rotações laterais do tronco para passar e

receber a peteca (conseguiu fazer apenas do lado

sem a sequela da lesão); em decúbito ventral, elevar

o tronco e bater as palmas das mãos com o colega

(não usou o braço do lado comprometido). A 2ª

atividade foi realizada sem adaptação. As demais

atividades (V3 e V4) não necessitaram de

modificações.

L16 – Jogos de Desenvolvimento:

1. Pega-pega com a peteca: Trabalhar em grupos, em meia quadra, com uma

peteca. Um aluno começa como “caçador” e com uma peteca tenta “acertar” os colegas

lançando a peteca sobre eles (abaixo da cabeça). Uma vez que a peteca acerte em alguém,

essa pessoa se juntará ao caçador, e os dois usam a peteca para acertar os demais. O vencedor

será aquele que não for atingido nenhuma vez pela peteca;

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2. Exercícios de prancha – estabilidade corporal: Os alunos fazem quatro tipos de

exercícios de prancha: prancha nos cotovelos e dedos dos pés; Prancha inversa em antebraços

e calcanhares; Prancha lateral (lados direito e esquerdo);

3. Lift [Lob]-Drop-Net: Em duplas. O exercício inicia com um saque alto,

seguido por um drop, seguido por um golpe curto, e um lift alto repetindo a sequência (lift-

drop-net);

4. Lift [Lob]-Drop-Net variações: À sequência anterior, são introduzidas opções

como: Clear ou drop do fundo da quadra, seguido por clear ou rede; Lift ou bloqueio da

frente da quadra, seguido por uma opção entre um golpe sobre a cabeça do fundo da quadra

ou um lift da frente da quadra;

5. Simples em meia quadra com área proibida: Simples em meia quadra reduzida.

Usar petecas ou tubos de petecas para marcar a área proibida. Os marcadores irão indicar se o

drop foi muito longo ou o clear muito curto. Usar o sistema normal de pontuação.

Quadro 19: Resultado das cinco atividades da lição 16.

L16 – Jogos de Desenvolvimento

V1. Pega-

pega com

a peteca

V2. Exercícios de

prancha –

estabilidade corporal

V3. Lift [Lob]-

Drop-Net

V4. Lift [Lob]-Drop-Net

variações

V5. Simples em

meia quadra com

área proibida

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

A 1ª atividade não necessitou de adaptação. A 2ª

atividade foi substituída por flexões laterais,

flexão anterior e extensão da coluna. As

atividades V3 a V5 não necessitaram de

adaptação. Para a 5ª atividade a área proibida foi

marcada com cones e giz para facilitar a

compreensão do S1.

A 1ª atividade não necessitou de adaptação.

Conseguiu realizar as atividades de estabilidade

corporal, exceto a prancha lateral do lado

comprometido (esquerdo). As atividades V3 e V4 não

necessitaram de modificações. Para a 5ª atividade a

área proibida foi marcada com cones e giz para

facilitar a compreensão do S2.

L17 – Smash e Bloqueio:

1. Pés rápidos: Os alunos se colocam em filas de frente para o professor e fazem o

seguinte trabalho de pés no lugar: trotando no lugar, em seguida com os pés rápidos em

máxima velocidade; saltar no lugar com a base aberta e com os dois pés ao mesmo tempo;

passos cruzados para frente (esquerda e direita); dois passos para frente e dois para trás;

2. O Smash: Em duplas praticar o smash sem petecas. Progredir praticando com

petecas. O aluno 1 começa com um saque alto, o aluno 2 efetua um smash, o aluno 1 deixa a

peteca cair e então a devolve;

3. Bloqueio de defesa: Em duplas, um alimenta com petecas lançando com a mão

para que o outro pratique o bloqueio de defesa da cintura para baixo. Iniciar o bloqueio de

backhand, depois de forehand e por fim alternando;

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4. Prática com smash e bloqueio de defesa: Em duplas, os alunos praticam em

meia quadra. Sequência fixa de golpes. O aluno 1 executa um saque alto, o aluno 2 dá um

smash, 1 faz um golpe defensivo, 2 devolve na rede e 1 volta a levantar seguindo a sequência.

Quadro 20: Resultado das quatro atividades da lição 17.

L17 – Smash e Bloqueio

V1. Exercícios para a

mobilidade

V2. Revisão do salto de

tesoura

V3. Golpe de drop sobre a

cabeça

V4. Lifts [Lobs] e

Drops

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

A 1ª atividade necessitou das seguintes

modificações: a) passar a peteca por cima da

cabeça e por baixo do lado da roda; b) com as

cadeiras de rodas lado a lado passar a peteca por

cima da cabeça com inclinação lateral do tronco e

por baixo passando a peteca pela frente do corpo

(dos pés); c) um de frente para o outro, fazer um

giro completo no próprio eixo e quando estiver

frente a frente com o colega, bater palma com

palma da mão. A 2ª atividade foi realizada sem

salto. As demais atividades (V3 e V4) não

necessitaram de modificações.

O S2 executou dois dos quatro exercícios da 1ª

atividade com um pouco de dificuldade por causa da

hemiplegia, por exemplo: em pé, de costas para o

colega, fazer rotações laterais do tronco para passar e

receber a peteca (conseguiu fazer apenas do lado

sem a sequela da lesão); em decúbito ventral, elevar

o tronco e bater as palmas das mãos com o colega

(não usou o braço do lado comprometido). A 2ª

atividade foi realizada sem adaptação. As demais

atividades (V3 e V4) não necessitaram de

modificações.

A última lição do módulo 7, intitulada “Jogos de Desenvolvimento” apresenta três

atividades:

1. Agilidade em grupos: Em grupos. Primeiro, os alunos começam o trabalho de

pés com um sinal (exemplo de “pés rápidos” na lição 17). Ao sinal do professor, o grupo faz

um movimento de agilidade, como por exemplo: “Volta” (uma volta completa rápida);

“Baixo” (uma flexão no solo); “Salto” (um salto com as mãos para cima);

2. Levantar Smash-Bloquear: Em duplas. A jogada inicia com um saque alto,

seguido por um smash, seguido por uma defesa de bloqueio e outro golpe alto. Reiniciar a

sequência novamente. Os jogadores se alternam (levantar – smash – bloquear – levantar);

3. Jogo de simples em meia quadra com “smash vencedor”: Jogo de simples em

meia quadra, mas com parte da quadra reduzida – a frente da linha de saque curto está fora.

Sistema normal de pontuação, porém se outorga dois pontos para aquele que ganhar a jogada

com um smash.

Quadro 21: Resultado das três atividades da lição 18.

L18 – Jogos de Desenvolvimento

V1. Agilidade em grupos V2. Levantar Smash-Bloquear V3. Jogo de simples em meia quadra com

“smash vencedor”

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

A 1ª atividade necessitou de alguns ajustes. Os “saltitos” foram

substituídos por elevação dos dois braços e o “sentar” por tocar as

duas mãos no chão. As demais atividades não necessitaram de

nenhuma adaptação.

As 3 atividades da L18 não

necessitaram de nenhuma

adaptação para o S2.

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O Módulo 7 apresenta 24 atividades. Destas, 10 necessitaram modificações para o

S1 e 04 para o S2. Percebe-se um aumento no número das adaptações para o aluno UCR, pois

um dos objetivos desta fase é o desenvolvimento das atividades de saltar, cair e equilibrar-se.

Esses exercícios podem ser substituídos por atividades que auxiliem o desenvolvimento do

equilíbrio corporal ou estabilidade de tronco de UCR.

Ao final dessa sessão, os alunos conseguiram realizar jogadas sobre a cabeça, mas

não tiveram tanta destreza na realização dos fundamentos, dos deslocamentos e da utilização

de todas as áreas da quadra, reforçando a hipótese de aulas adicionais para aquisição e

aprimoramento do desenvolvimento como um todo. Cabe citar que as atividades da lição 16

não necessitaram de adaptação, mas foi necessário quatro aulas a mais para que os alunos

conseguissem realizá-las, devido a falta de domínio da cadeira de rodas na movimentação e

dos golpes acima da cabeça.

É importante que o professor fique atento as questões referentes a motivação e a

progressão gradual das atividades, pois se o aluno não estiver conseguindo realizar os

exercícios propostos com sucesso, ficará desmotivado e tende a desistir. Contra essa

tendência, concordamos com Greco e Benda (1998) que trazem para o seio de uma proposta

de iniciação esportiva as atividades lúdicas e as brincadeiras como facilitadoras no processo

de aquisição de habilidades motoras, bem como com a importância de ações que envolvam

uma pedagogia de inclusão, citado por Paes (2002).

4.1.4 Relato das quatro aulas do Módulo 8 (M8):

Este módulo intitula-se “Aprender a Ganhar” no qual habilidades táticas básicas,

tanto para jogos de simples quanto para duplas, são introduzidas. Deve ser ensinado aos

alunos a importância de: ganhar espaço na quadra forçando o adversário a mover-se tanto

quanto possível, limitar seu próprio movimento e manter uma boa posição; ganhar tempo

atingindo a peteca o mais cedo possível e dar ao adversário menos tempo para reagir;

conhecer pontos fortes e fracos de si e do adversário; ler o que o adversário está tentando

fazer contra si (BWF, 2013a).

A lição 19, “Tática para simples”, é composta por quatro atividades:

1. Escada de agilidade: Usar uma escada de agilidade para aproximadamente 10

alunos. Exercícios que podem ser executados: Corrida normal; Um-dois dentro, um-dois

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dentro; Um-dois dentro, um-dois-fora, um-dois dentro, um-dois-fora. Dar aos alunos

oportunidade de realizar os exercícios devagar antes de fazê-lo rápido;

2. Jogo de simples em meia quadra com tática 1: Jogar partidas de simples em

meia quadra; os alunos tentam incorporar a tática 1 de simples (forçar o adversário a ficar

mais tempo no fundo da quadra para criar um espaço e pontuar na frente da quadra e vice-

versa); Jogar sem smashes para estimular os alunos a usar ou criar espaços;

3. Jogo de simples em meia quadra com tática 2: Jogar partidas de simples em

meia quadra; os alunos tratam de usar a tática 2 de simples (Mudança de velocidade, usar

golpes mais rápidos para ganhar pontos ou criar oportunidades); Os alunos recebem dois

pontos cada vez que ganham uma jogada com um golpe que cai no chão ou antes da linha de

serviço curto ou entre as linhas de trás;

4. Partidas simples em meia quadra ou quadra inteira com táticas 1 e 2: Os alunos

tentam incorporar as táticas 1 e 2. Como variação, o meio da quadra é fora (podem-se usar

cones para delimitar o espaço).

Quadro 22: Resultado das quatro atividades da lição 19. L19 – Tática para simples

V1. Escada

de agilidade

V2. Jogo de simples em

meia quadra com tática 1

V3. Jogo de simples em

meia quadra com tática 2

V4. Partidas simples em meia quadra

ou quadra inteira com táticas 1 e 2

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

A escada de agilidade foi substituída por exercícios

de zig-zag entre os cones na cadeira de rodas. A atividade 1 não necessitou de modificações.

As três atividades com tática (V2, V3 e V4) foram difíceis de serem assimiladas, pois os sujeitos 1 e 2 têm

um nível leve de deficiência intelectual associada. Para os jogos táticos, sugere-se demarcar os espaços da

quadra propostos pelo programa.

A vigésima lição também aborda os “Jogos Táticos” e três atividades:

1. Escada de agilidade 2: Os exercícios que podem ser utilizados são – dois pés

dentro, dois dentro; dois dentro, dois fora; dois dentro, dois dentro, pé direito fora e equilíbrio,

dois dentro, dois dentro, pé esquerdo fora e equilíbrio;

2. Jogo por equipes em meia quadra: Simples em meia quadra, três contra três. O

aluno 1 inicia a jogada e sai da quadra para a lateral; o aluno 2 efetua o próximo golpe e sai

para o lado, o aluno 3 entra na quadra para efetuar o terceiro golpe, e assim repete-se a

sequência;

3. Jogo de simples por equipe em meia quadra: Formar equipes de diferentes

níveis de habilidade. Os alunos competem contra adversários de nível similar ao seu e ganham

pontos para a sua equipe. Jogo em meia quadra. O aluno ganha dois pontos cada vez que

ganhar a jogada se a peteca cair no chão, sem que seja tocada pelo adversário.

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Quadro 23: Resultado das três atividades da lição 20. L20 – Jogos Táticos

V1. Escada de agilidade 2 V2. Jogo por equipes em meia

quadra

V3. Jogo de simples por equipe em meia

quadra

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

A escada de agilidade foi substituída na 1ª atividade por exercícios de zig-

zag slalon entre os cones na cadeira de rodas. As outras duas atividades da

(V2 e V3) não necessitaram de adaptações.

As 3 atividades da L20 não

necessitaram de

adaptações para o S2.

A Lição 21 é composta por três exercícios referentes “A Tática para Duplas”:

1. Revisão do saque de backhand: Os alunos trabalham em duplas para praticar o

saque curto de backhand, tentando acertar um alvo;

2. Jogo na parte da frente e meio da quadra: Duplas em meia quadra; os dois

iniciam do meio da quadra. Fazem golpes planos do meio da quadra para o meio da quadra e

se houver uma oportunidade, pode ir para a rede para atacar. O outro jogador retrocede para

uma posição defensiva;

3. Jogo por posições em duplas: Trabalho de sombra. Quatro alunos por quadra

enumerados de 1 a 4. O professor fala um número e o aluno com este número vai para o fundo

da quadra em posição de smash. Seu parceiro vai para a rede para completar a formação de

ataque, e os adversários vão para a posição de defesa de “lado”. O professor fala outro

número e os alunos posicionam-se na formação adequada.

Quadro 24: Resultado das três atividades da lição 21.

L21 – A Tática para Duplas

V1. Revisão do saque de

backhand

V2. Jogo na parte da frente e meio da

quadra V3. Jogo por posições em duplas

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

As atividades 1 e 2 não

necessitaram de adaptações.

A 1ª atividade necessitou ser substituída por serviços de forehand,

por conta da falta de controle do aluno em virtude da

hemiplegia. A atividade 2 não necessitou de adaptação.

Os exercícios de movimentação da 3ª atividade tiveram que ser incrementados para facilitar o

entendimento. Sugere-se a colocação de 4 cones na quadra formando um losango (um na frente, 2 na linha

da posição básica e um no fundo) com intuito de localização após o comando. Durante o comando os alunos

têm que girar no sentido horário. Exemplo: nº1 S1 vai para o fundo e simula um smash enquanto o S2 vai

para frente e simula a defesa; nº2 vão para a posição básica; nº3 S2 vai para traz e faz um smash e S1 vai

para frente defender; nº4 posição 0. Para facilitar o aprendizado, durante o comando, petecas podem ser

lançadas simultaneamente na frente e no fundo da quadra.

A última lição do programa também aborda os “Jogos Táticos” e apresenta os

quatro exercícios a seguir:

1. O “Jogo das Pedras”: Jogo de correr, útil para aumentar a velocidade e reação.

Em fila com as mãos atrás das costas; o professor dá uma pedrinha à um dos alunos (sem que

os outros vejam). Este decide quando sair, mas tem que chegar ao outro lado da quadra sem

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que os outros o peguem. O perdedor (o que está com a pedra ou o restante do grupo) terá que

realizar alguns exercícios fáceis;

2. Jogo no meio da quadra 1: Jogar em meia quadra, 1 x 1. A parte da frente e

fundo (adiante da linha de saque curto e atrás da linha de saque longo de duplas) será

considerada fora. As jogadas são feitas somente do meio da quadra. Iniciar com saque baixo

de backhand e incentivar o jogo plano;

3. Jogo no meio da quadra 2: O mesmo que acima, porém com a quadra inteira e

em dupla;

4. Exercício de duplas seguido por jogo: A jogada inicia com um saque baixo de

backhand. A devolução é um golpe alto para o fundo, e o sacador posiciona-se na rede, seu

parceiro faz um smash, os adversários se colocam em posição de defesa e fazem o bloqueio.

O jogador na rede levanta a peteca, e trocam de formação (Lob-smash-bloqueio). Progressão,

realizar um jogo normal de duplas.

Quadro 25: Resultado das três atividades da lição 22. L22 – Jogos Táticos

V1. O “Jogo das

Pedras”

V2. Jogo no meio da

quadra 1

V3. Jogo no meio da

quadra 2

V4. Exercício de duplas

seguido por jogo

S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação

As atividades 1 e 4 não necessitaram de nenhuma adaptação para ambos os sujeitos. Para os jogos

táticos (V2 e V3) sugere-se demarcar os espaços da quadra propostos pelo programa.

O Módulo 8 tem 14 atividades, sendo necessário a modificação ou adaptação de

oito para o S1 e sete para o S2.

Faz-se necessário frisar que muitas pessoas com DF podem ter outros problemas

associados além dos motores. No caso dos sujeitos desta pesquisa, ambos têm leve deficiência

intelectual associada, o que dificulta os exercícios relacionados a tática. Sugere-se que os

espaços e os passos para as atividades sejam demarcados, demonstrados e muitas vezes

guiados.

De acordo com Sherrill (1998) algumas atividades só se tornam acessíveis às

pessoas com determinadas deficiências mediante adaptações. Lieberman (2002) cita alguns

exemplos básicos de adaptação: modificação no equipamento, nas regras, no ambiente e

modificação quanto à instrução (orientação verbal, demonstração, assistência física). Essas

estratégias são importantes para o ensino de PD.

Ao final da sessão 4 o programa diz que os alunos deverão ser capazes de realizar

uma jogada estratégica; demonstrar posições básicas de jogo em simples e em duplas; e jogar

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partidas (BWF, 2013a). Em nosso estudo quatro aulas não foram suficientes para gerar

independência tática e tomada de decisão. Eles entenderam que precisavam se posicionar no

centro da quadra, local demarcado com um “X” no chão e que deveriam lançar suas petecas

em pontos mais difíceis, como os quatro cantos da quadra. Mas a movimentação em duplas,

bem como táticas de defesa e ataque não foram assimiladas, confirmando a hipótese da

necessidade de mais aulas, com diferentes estratégias, para essa população.

Em linhas gerais, o desenvolvimento de um programa de Badminton para pessoas

com deficiência: 1º) pode ser auxiliado pelo programa de Badminton convencional citado e da

base segura que oferece; 2º) o programa de Badminton convencional pode servir como base

segura para o ensino do Badminton para as PD. Enfatizamos que os professores fiquem

atentos aos aspectos necessários para suprir as dificuldades relacionadas as deficiências,

utilizando adaptações caso necessárias (QUIRÓS; VILLANUEVA, [s.a.]), como neste caso.

Com isso, nota-se que foi possível aplicar o “Shuttle Time” para a população

escolhida, mas que o mesmo deve ser ampliado com mais atividades e aulas com o intuito de

preparar os alunos que apresentam maiores comprometimentos, bem como sugerir adaptações

para permitir a prática do Badminton e do PBd por um maior número de pessoas e suas

diversidades.

4.2 Proposta de Atividades para o ensino do Para-Badminton como complemento ao

“Shuttle Time”

Estender o “Shuttle Time” deve significar não só massificá-lo, mas também

enriquecê-lo ou até mesmo, pensá-lo além do que já foi criado. Incrementá-lo com mais

atividades pode atender melhor alunos com deficiência, pois é sabido que, as crianças com

DF, em sua maioria, apresentam alterações nas etapas e ordem do desenvolvimento motor.

A sugestão de atividades que serão apresentadas surgiu, como descrito

anteriormente, após a tentativa de aplicação do “Shuttle Time” para duas crianças com DF

que, não estavam aptas, em termos de desenvolvimento motor, para realizar as atividades

propostas pelo “Shuttle Time”. Segundo Balbinotti e De Paula (2009) o amadurecimento das

habilidades motoras depende das experiências e das oportunidades de interação do indivíduo

com o meio. Caso os padrões necessários não estejam amadurecidos, a eficiência mecânica da

habilidade a ser adquirida e/ou combinada será prejudicada.

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O Badminton não é um esporte fácil para crianças com DF e antes do ensino do

jogo, das regras, da movimentação, da empunhadura, dos fundamentos, entre outros, é

importante que a criança tenha adquirido aptidão para o aprendizado. Essa aptidão depende da

maturação biológica, física e mental e de um ambiente enriquecedor (GALLAHUE; OZMUN;

GOODWAY, 2013).

A preocupação em oferecer aulas de PBd compatíveis com o desenvolvimento

motor dos participantes, nos fez buscar na literatura subsídios teóricos auxiliares para esse

processo. Os trabalhos de Leitão (1998), Jordán et al. (2007), Alvarez e Stucchi (2008),

Balbinotti et al. (2009), Quidim e Munster (2011) serviram como suporte para esta proposta.

O objetivo deste modelo é sugerir recursos pedagógicos que auxiliem na aquisição

de habilidades motoras básicas e que favoreçam a aprendizagem do PBd para crianças, antes

da introdução ao “Shuttle Time”. Além disso, corroborando com o Leitão (1998), pretende-se

fazer o possível para despertar nos alunos o prazer e a satisfação de experimentar o PBd, de

aprender facilmente os elementos fundamentais, tornando-se capazes de praticar o esporte de

maneira autônoma.

O modelo proposto respeita a progressão motora do aluno e uma perspectiva de

ensino continuado. Sherrill (1988) cita que o ensino deve ser programado em sequência e

apresentado de modo tal que a criança aprenda a um passo compatível com o seu

desenvolvimento, através de jogos, atividades lúdicas, brincadeiras e diversão. A

aprendizagem é caracterizada por prazer, jogo, alegria, interação social, desempenho

habilidoso, precisão e repetição (LEITÃO, 1998) e uma boa relação entre professor e aluno é

essencial, pois um ambiente agradável favorece clima propício para a aprendizagem

(VILANI, 1998).

Stucchi (2007), Quidim e Munster (2011) sugerem diversidade de ações e

associações entre os movimentos e materiais, seguindo um roteiro de tarefas das mais simples

para as mais complexas, do geral para o específico, combinando as habilidades numa ordem

progressiva de dificuldades, sempre vinculados a exercícios e habilidades já anteriormente

ensinadas.

Balbinotti e De Paula (2009) recomendam que o trabalho de iniciação privilegie a

aquisição de uma variada quantidade de padrões motores básicos, com reduzida inclusão de

tarefas técnicas, complexas e específicas e destacam a habilidade de rebatida, possibilitando

as suas mais variadas formas com diferentes materiais esportivos (raquetes e bolas de diversos

tipos).

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Portanto, antes de aprender a rebater uma peteca de Badminton, habilidade básica

para os esportes de raquete (ALVAREZ; STUCCHI, 2008), a criança deverá ter aquisição dos

três domínios básicos de movimento: locomotores, estabilizadores e manipulativos.

Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) afirmam que os movimentos de locomoção

referem-se aos que envolvem mudança na localização do corpo em relação a um ponto fixo na

superfície seja caminhando, correndo, pulando e/ou saltitando. O movimento de estabilidade é

aquele que exige certo grau de equilíbrio ou postura da pessoa em relação a força de

gravidade como: torcer, virar, puxar, empurrar. A categoria de manipulação refere-se a:

manipulação motora ampla que envolve conferir força a, ou receber força de objetos. As

tarefas de lançar, pegar, chutar e rebater um objeto, assim como o drible e o voleio são

movimentos classificados nesse tipo; e, a manipulação motora fina que envolve o uso

intricado dos músculos da mão e do punho como: costurar, cortar com tesoura e digitar. Um

grande número de movimentos envolve a combinação das três categorias: de estabilidade, de

locomoção e de manipulação, ou apenas de duas delas.

No Badminton assim como no tênis pode-se dizer que são necessárias, de acordo

com Balbinotti et al. (2009), habilidades locomotoras (que incluem todas as variações de

deslocamentos), habilidades estabilizantes (equilíbrio estático e dinâmico no contato com a

“bola”) e habilidades manipulativas (que garantem o aspecto mais marcante do esporte, a

rebatida).

O conteúdo que será desenvolvido no esporte deverá ser planejado, organizado e

sistematizado; deverão ser considerados os diferentes níveis de ensino e a diversificação de

possibilidades, tanto de movimentos quanto de modalidades esportivas, disponibilizando ao

aluno uma gama variada de possibilidades (PAES, 2002).

A estrutura pedagógica pensada especificamente para o PBd tem quatro partes

especificadas no quadro 26: 1. Manejo em cadeira de rodas/Deslocamentos para UCR e não

UCR; 2. Atividades com petecas; 3. Atividades com Raquetes; 4. Atividades com Raquetes e

Petecas.

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Quadro 26: Estrutura pedagógica para o PBd

Estrutura Objetivos Materiais

alternativos Progressão

1. Manejo em

cadeira de

rodas,

deslocamentos

para UCR e

não UCR

Desenvolver as

habilidades locomotoras

e estabilizadoras dos

alunos visando o

deslocamento futuro em

quadra; familiarizar-se

com o espaço, com a

cadeira de rodas

esportiva e com os

implementos do

Badminton (raquete e

peteca).

Além do uso da

cadeira de rodas

esportiva, a

utilização de

cones, cordas,

arcos, petecas,

raquetes, quadra,

rede, entre outros.

Experimentar as mais variadas

formas de deslocamentos, nas mais

variadas velocidades;

Aumentar a dificuldade, o ritmo e a

velocidade gradativamente;

Quadras de diversos tamanhos;

Redes alternativas e convencionais

de diversas alturas.

2. Atividades

com petecas

(e outros

objetos)

Desenvolver as

habilidades

manipulativas como, por

exemplo:

arremessar/lançar,

receber e rebater com a

mão.

Petecas, tules,

balões, bolas de

plástico, de meia,

bolas esportivas,

cestos, quadra,

rede, etc.

Experimentar as mais variadas

formas de lançar, arremessar, receber

e rebater, com o corpo e com os mais

variados objetos; Aumentar o grau de

dificuldade das atividades

gradativamente; Iniciar com objetos

mais leves, com vôo mais lento; Os

exercícios seguem a sequência de

corpo estável e corpo em

movimento; a altura dos objetos

também deve ser levada em conta

com progressões sequenciais: baixo,

médio e alto; Quadras de diversos

tamanhos; Redes alternativas e

convencionais de diversas alturas.

3. Atividades

com Raquetes

(e outros

objetos)

Desenvolver as

habilidades

manipulativas como, por

exemplo: empunhaduras,

receber e rebater.

Passaguá (coador

de pesca),

Raquetes infantis,

bastões, tacos,

Raquetes

convencionais,

quadra, rede, etc.

Aumentar o grau de dificuldade das

atividades gradativamente; Iniciar

com objetos menores e mais leves;

Os exercícios seguem a sequência de

corpo estável e corpo em

movimento; Quadras de diversos

tamanhos; Redes alternativas e

convencionais de diversas alturas.

4. Atividades

com Raquetes

e Petecas

Desenvolver as

habilidades

manipulativas como, por

exemplo: bater e rebater.

Utilizar os

mesmos materiais

citados nos itens 2

e 3.

A mesma progressão citada nos itens

2 e 3.

Para manter a peteca em jogo no Badminton o aluno precisa ter desenvolvido as

habilidades básicas de arremessar/lançar, receber e rebater sem o implemento raquete e com o

implemento raquete. Durante o processo de ensino de lançar e rebater, a empunhadura e os

fundamentos vão sendo introduzidos de forma gradativa e lúdica. Sugere-se nesta fase de

iniciação que as atividades sejam realizadas sem deslocamento seguindo para deslocamento

mínimo, normal e rápido.

Outro ponto importante, segundo Freitas (1997) e Williams (2012), é que no caso

dos UCR o foco inicial deve ser nas habilidades e movimentos de manejo em cadeira de rodas

para depois na fundamentação técnica.

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A técnica vai sendo ensinada aos poucos, bem como as regras do jogo, que serão

introduzidas gradualmente (JORDÁN et al., 2007) em cada uma das quatro manifestações

supracitadas. Para Jordán et al. (2007) os princípios táticos deverão ser ensinados

posteriormente, mas sobre esta fase, não iremos abordar.

As atividades a seguir foram realizadas pelos sujeitos 3, 4, 5 e 6, que não

apresentavam conhecimento algum sobre a modalidade, respeitando suas diferenças

individuais. Para facilitar a descrição e compreensão, todos os exercícios descritos serão

baseados em jogadores destros.

4.2.1 Manejo em cadeira de rodas/Deslocamentos para UCR e não UCR:

Freitas (1997) afirma que é necessário iniciar pelas condições básicas da

habilidade na cadeira de rodas (CR), para que posteriormente as tarefas motoras sejam

realizadas com eficácia e desenvoltura. Todas as atividades citadas em cadeiras de rodas

deverão ser entendidas que nem todos os alunos serão usuários e que as mesmas poderão ser

realizadas por todos os alunos com DF.

O objetivo deste item é desenvolver as habilidades locomotoras e estabilizadoras

dos alunos visando o deslocamento futuro em quadra; familiarizar-se com o espaço, com a

cadeira de rodas esportiva e com os implementos do Badminton (raquete e peteca), como

visto no Quadro 26.

1ª Deslocamento em cadeira de rodas (DCR): livremente pelo ginásio (Figuras 26 e 27);

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Figura 26

Figura 27

2ª DCR: deslocar-se com o menor número de impulsos na cadeira de rodas;

3ª DCR: deslocar-se para trás e ao sinal do professor abaixar o tronco sobre os joelhos,

fazendo com que a CR gire automaticamente (Figuras 28, 29 e 30);

Figura 28

Figura 29

Figura 30

4ª DCR: deslocar-se na quadra de Badminton passando embaixo da rede (Figuras 31 e 32);

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Figura 31

Figura 32

5ª “Trenzinho”: posicionar-se atrás dos colegas e segurar no encosto da cadeira de rodas. O

que está na frente deverá passear pela quadra carregando os demais (ir trocando de posição);

6ª “Pega-pega” convencional; “pega-pega” ajuda (quem for pego passará a ser pegador

auxiliar e vai ajudar a pegar todos os demais colegas);

7ª Deslocamento em zig-zag entre os cones (deslocar-se para o lado direito e esquerdo, e de

costas) (Figuras 33, 34 e 35);

Figura 33

Figura 34

Figura 35

8ª Zig-zag Slalon nos cones (colocar os cones formando um “s” contínuo);

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9ª DCR: Andar pelas linhas da quadra de Badminton;

10ª “Pega-pega” nas linhas da quadra de Badminton;

11ª DCR: em linha reta, ao lado de cones. O aluno deverá frear a cadeira quando chegar ao

lado de um cone, derrubar a bola que estará em cima do cone e prosseguir (Figuras 36 e 37);

Figura 36

Figura 37

12ª “Pega e volta”: Colocar cones pequenos a uma distância de dois metros cada, formando

uma fila. Quando o aluno chegar na frente ou ao lado do cone, freia a cadeira, pega o cone,

volta até a linha inicial e deixa o cone, e assim sucessivamente até pegar o último (Figuras 38

e 39);

Figura 38

Figura 39

13ª “Pega rabinho”: Todos os alunos receberão um pedaço de fita, corda ou pano e deverão

prender em sua roupa ou CR caracterizando um “rabo”. Ao sinal do professor, os alunos

deverão tentar roubar o “rabo” dos colegas e proteger o seu. Vence quem roubar mais

“rabinhos”;

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14ª “Jogo da velha”: Dividir a turma em duas equipes. Colocar nove arcos a uma distância de

pelo menos dez metros. Esses arcos serão dispostos lado a lado formando três fileiras e três

colunas. Ao sinal do professor, os dois primeiros alunos de cada equipe sairão correndo em

direção aos arcos e colocarão o objeto no arco que escolherem, voltam e tocam na mão do

próximo colega, e assim sucessivamente. Vence a equipe que formar primeiro uma linha

vertical, horizontal ou diagonal (Figuras 40, 41 e 42);

Figura 40

Figura 41

Figura 42

15ª “Coelhinho sai da toca”: a toca, no caso de UCR, não poderá ser um arco, então

adaptamos com cordas no chão formando a letra U. Outra sugestão é demarcar a toca com

cones. Ao sinal falado do “Coelho pegador”: Coelhinho sai da toca! Todos têm que sair das

suas tocas e ir para outra com o intuito de fugir do pegador. Se o coelhinho for pego, deverá

assumir o posto de pegador (Figuras 43 e 44);

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Figura 43

Figura 44

16º “Elefante colorido”: Uma pessoa é escolhida e posicionar-se-á na zona central, entre as

duas linhas de saque curto (Figura 1) que separa os dois lados da quadra de Badminton.

Deverá falar “Elefante Colorido”! E os demais respondem: Que cor? O pegador diz a cor e

ficará esperando os demais cruzarem a quadra passando pela zona central. Aquele que tiver a

cor solicitada estará imune, mas o que não tiver poderá ser pego. Aquele que for pego assume

o posto de pegador (Figuras 45 e 46);

Figura 45

Figura 46

17ª “Mamãe posso ir?”: Uma pessoa é escolhida para ser a “mamãe” e vai posicionar-se na

zona central, entre as duas linhas de serviço da quadra de Badminton. Os demais serão os

“filhos” que ficarão posicionados no fundo da quadra e deverão falar “Mamãe posso ir?”. Se a

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“mamãe” responder sim, os “filhos” deverão cruzar a quadra passando pela zona central sem

serem tocados pela “mamãe”. Aquele que for pego assume o posto;

18ª “Prende-prende”: Espalhar prendedores de roupa pela quadra de Badminton. Ao sinal do

professor os alunos, posicionados no centro da quadra, deverão pegar os prendedores (um a

um), deslocar-se até a rede, prendê-lo na rede e voltar de costas para pegar o próximo (Figuras

47 e 48);

Figura 47

Figura 48

19ª “O Carteiro”: Na quadra de Badminton, alunos posicionados em seus “estacionamentos”

(que poderão ser delimitados com cones ou cordas no chão formando a letra “U” como

demonstrado na Figura 43). Um aluno ficará fora do “estacionamento” e será o carteiro. Este

terá que dizer a seguinte frase: “O correio mandou uma carta... Só para aqueles que estão de

‘camiseta branca’...”. Todos os que estão de ‘camiseta branca’ (ou outra, dependendo do

pedido do carteiro) deverão trocar de lugar. Quem não encontrar um “estacionamento” será o

novo carteiro;

20ª “Atenção”: O professor irá colocar três mini cones em um lado da quadra de Badminton

(um no centro da linha de fundo, e os outros dois, um em cada lado da quadra, na linha de

saque; mais três do outro lado da quadra: um no centro da quadra sobre a linha de saque e dois

no fundo, um em cada lado da quadra). Cada cone será numerado de um a seis. Ao comando

do professor, o aluno sairá do centro da quadra em direção ao número solicitado e deverá

derrubar o cone correspondente. Se passar para o lado da quadra oposta, ao voltar, terá que

voltar de costas (Figuras 49 e 50).

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Figura 49

Figura 50

4.2.2 Atividades com petecas (e tules, balões, bolas de plástico, de meia, bolas

esportivas):

O objetivo deste item é desenvolver as habilidades manipulativas como, por exemplo:

arremessar/lançar, receber e rebater com a mão.

Usando Tules:

1ª Lançar o tule para cima com a mão e pegar com as duas mãos (Figuras 51 e 52);

2ª Lançar o tule para cima e pegar com a mão direita;

3ª Lançar o tule para cima e pegar com a mão esquerda;

Figura 51

Figura 52

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4ª Lançar o tule para cima e bater palmas (1, 2, 3...);

5ª Lançar o tule para cima e pegar abaixo da linha da cintura;

6ª Lançar o tule para cima, dar um giro com a cadeira de rodas e pegar;

7ª Lançar o tule para cima e tocar o solo de um dos lados (direito/esquerdo) e pegar;

8ª Lançar dois tules para cima alternadamente;

9ª Em duplas, lançar o tule para o colega e receber (Figura 53);

10ª Em duplas com dois tules, lançar um para o colega e receber o que o colega está lançando

(Figura 54);

Figura 53

Figura 54

11ª Formar um círculo, cada um com um tule. Lançar simultaneamente para o colega da

direita, no comando do professor (inverter o sentido);

12ª Idem a 11ª atividade ao som da música “Escravos de Jó”;

13ª Posicionar o aluno no centro da quadra de Badminton e pedir para ele ficar de olhos

fechados. Ao sinal do professor o aluno abrirá os olhos e se deslocará diretamente para pegar

o tule lançado, sem deixá-lo cair.

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Balões:

1ª Segurar o balão com as duas mãos, jogar o balão para cima e pegar (Figura 55);

2ª Segurar/sustentar o balão com a palma da mão virada para cima;

3ª Segurar/sustentar o balão com a palma da mão virada para baixo (com o dorso da mão);

4ª Dar leves batidas no balão com a palma da mão virada para cima (Figura 56);

5ª Dar leves batidas no balão com a palma da mão virada para baixo (com o dorso da mão)

(Figura 57);

6ª Jogar o balão para cima, dar um giro na cadeira e pegar;

Figura 55

Figura 56

Figura 57

7ª Jogar balão com o colega, em trios, em grupo;

8ª Formar dois grupos. Cada grupo de um lado da rede, enfileirados. Jogar e receber/pegar

balões;

9ª Montar uma rede alternativa com cones, e fazer um jogo com balão (sem raquete).

Bolas variadas (Figura 58):

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Figura 58

1ª “Estafeta 1”: Formar uma fila. O 1º da fila passa a bola e/ou peteca para o de trás e assim

sucessivamente. Quando o último receber, colocará a bola e/ou peteca no colo e irá se

posicionar na frente da fila para começar a brincadeira de novo;

2ª Lançar as diferentes bolas para cima e pegar (parado e depois em movimento);

3ª Quicar a bola;

4ª Lançar a bola na parede e pegar com as duas mãos;

5ª Arremessar e acertar o arco segurado pelo professor;

6ª Arremessar bolas variadas num cesto (Figuras 59 e 60);

Figura 59

Figura 60

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7ª Acertar bolas de meia em bolas (variadas) colocadas sobre os cones com o objetivo de

derrubá-las;

8ª Boliche com bolas variadas e pinos de cones pequenos (Figuras 61 e 62);

Figura 61

Figura 62

9ª Em duplas, lançar a bola para o colega e receber (Figuras 63 e 64);

Figura 63

Figura 64

10ª “Alerta!”: Um aluno começa com a bola e os outros ficam a sua volta. Ele lança a bola

para cima com as mãos e, ao mesmo tempo, grita o nome de um dos outros jogadores, que

deverá pegar a bola o mais rápido possível. Os demais devem tentar se afastar da bola.

Quando o jogador que teve seu nome chamado pegar a bola, deve gritar "alerta" e todos

param onde estiverem. Ele dá três passos e lança a bola na direção de alguém, para acertá-lo.

Vale desviar da bola, mas sem sair do lugar. Quem for acertado é considerado "morto" e é o

próximo a jogar a bola para cima, gritando o nome de outro jogador. Se o jogador que

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arremessou a bola não acertar ninguém, também fica "morto". Cada um tem três “vidas”. O

jogo acaba quando ficarem somente dois jogadores;

11ª “Mini Tchoukball”: Dividir a turma em duas equipes. O objetivo do jogo é fazer passes e

arremessar a bola em uma espécie de “cama elástica” posicionada verticalmente. Se a bola

cair no chão, após o arremesso certeiro, ponto para a equipe que arremessou, mas se a equipe

adversária pegar o rebote antes de a bola cair no chão, não é ponto.

Petecas:

1ª “Corre Cotia”: Um aluno segurando uma peteca irá caminhar por fora de um círculo

formado pelos demais (sentados). Todos estarão cantando a música: “Corre Cotia na casa da

tia, corre cipó na casa da vó, lencinho na mão caiu no chão, moça bonita do meu coração.

Posso por?” Aí o grupo responde: Sim! Ao final da música, o aluno que está com a peteca

escolhe alguém, coloca a peteca em seu colo e foge. Se ele sentar antes de ser atingido pela

peteca, troca de aluno, caso contrário, irá exercer a mesma função;

2ª “Pega e volta” (variação da 12ª do item 4.2.1): Colocar petecas a uma distância de dois

metros cada, formando uma fila. Quando o aluno chegar na frente ou ao lado da peteca, freia a

cadeira, pega a mesma e volta. Ao retornar com a peteca, terá que arremessá-la tentando

acertar um arco que estará a uma distância determinada pelo professor (Figuras 65, 66, 67 e

68);

Figura 65

Figura 66

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Figura 67

Figura 68

3ª Equilibrar a peteca na cabeça;

4ª Equilibrar a peteca na mão com a palma voltada para cima;

5ª Equilibrar a peteca na mão com a palma voltada para baixo;

6ª Lançar a peteca para cima e pegar;

7ª Lançar petecas uns para os outros;

8ª Lançar petecas uns para os outros fazendo com que as mesmas passem dentro de um arco

(Figuras 69, 70, 71 e 72);

Figura 69

Figura 70

Figura 71

Figura 72

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9ª Variação da 8ª atividade: em duplas, cada um de um lado da rede de Badminton. Lançar

petecas uns aos outros fazendo com que as mesmas passem dentro de um arco (Figuras 73 e

74);

Figura 73

Figura 74

10ª Acertar o balão: O professor, em deslocamento, jogará o balão para cima. Os alunos

tentarão acertar o balão no ar lançando as suas petecas (Figuras 75 e 76);

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Figura 75

Figura 76

11ª “Goleiro de petecas”: Atrás do aluno terá um arco que poderá ser fixado em sua cadeira de

rodas ou em outro lugar, significando uma trave. O colega vai jogar petecas tentando acertar o

arco e fazer gol e o aluno “goleiro” deverá impedir (Figuras 77 e 78);

Figura 77

Figura 78

12ª “Guerra de Petecas”: O espaço do jogo será dividido com cones e podemos usar as duas

áreas de saque (direito e esquerdo). Cada grupo terá uma quantidade X de petecas e durante

um minuto os alunos terão que jogar as suas petecas, pegar do chão as lançadas pelos

adversários e assim sucessivamente até acabar o tempo. Vence quem tiver menos petecas em

quadra;

13ª Caçador com petecas: Um aluno posiciona-se na zona morta e deve esquivar-se dos

ataques dos colegas (Figuras 79, 80, 81 e 82);

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Figura 79

Figura 80

Figura 81

Figura 82

14ª “Bola giratória”: Em uma área circular, o professor coloca muitos cones pequenos ou

petecas no chão e vai ficar girando uma bola presa por uma corda. Os alunos terão que tentar

pegar os cones ou petecas, um a um, desviar da bola giratória sem deixá-la acertar. Se

conseguir pegar um cone, deve levar para um lugar determinado e voltar, até que os mesmos

acabem. Vence quem pegar mais cones sem ser atingido pela bola (Figuras 83, 84, 85 e 86);

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Figura 83

Figura 84

Figura 85

Figura 86

15ª Rebater petecas lançadas pelo professor com a palma da mão voltada para cima, nas três

alturas: baixa, média e alta (Figura 87);

Figura 87

Figura 88

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16ª Variação da 15ª atividade: Rebater petecas lançadas pelo professor ou colega, com a

palma da mão voltada para cima, tendo entre os dois uma rede alternativa ou a rede

convencional (Figura 88);

17ª “Jogo dos cinco ou dos 10 passes”: Dividir a turma em dois grupos. Um grupo começa de

posse da peteca. Este grupo terá que fazer cinco ou 10 passes com a peteca enquanto o outro

grupo tenta atrapalhar. Os pontos vão sendo computados e vence a equipe que conseguir fazer

mais pontos relacionados a sequência dos passes.

4.2.3 Atividades com Raquetes (e outros objetos):

O objetivo deste item é desenvolver as habilidades manipulativas como, por

exemplo: forma correta de segurar a raquete (empunhaduras), receber e rebater objetos.

1ª Deslocamento em zig-zag entre os cones, deslocando-se com raquete;

2ª “Raquete mágica”: O espaço da brincadeira é a quadra de Badminton. Todos os alunos

terão uma raquete e deverão deslocar-se com ela. O professor elege um aluno que será o

pegador mágico. Se o pegador tocar a sua raquete em alguém, este deverá ficar paralisado até

algum colega reverter a situação tocando a raquete na pessoa paralisada;

3ª Variação da 11ª atividade do item 4.2.1: em linha reta, ao lado de cones. O aluno deverá

frear a cadeira quando chegar ao lado de um cone, derrubar com a raquete a bola que estará

em cima do cone e prosseguir (Figura 36);

4ª “Corrida de revezamento de raquete”: Quatro alunos espalhados um em cada canto da

quadra de Badminton. O aluno 1, terá que se deslocar até o aluno 2 e entregar-lhe a sua

raquete, e assim sucessivamente até que todos tenham feito a corrida de revezamento.

Variação com deslocamentos para trás;

5ª “Fura balão”: Fixar com fita adesiva seis balões no chão, nos seis pontos da quadra de

Badminton (frente/direita-esquerda; meio/direita-esquerda; fundo/direita-esquerda). Prender

um palito de dente na raquete (Figura 89). Os alunos se posicionarão no centro da quadra e ao

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sinal deverão deslocar-se em direção a um balão, frear a cadeira e estourá-lo. Após estourar

um balão, volta para o centro da quadra e segue para o próximo. É importante falar sobre o

deslocamento para trás, primordial no PBd, bem como executá-lo nesta atividade. Vence

quem estourar todos os balões primeiro e que fizer a sequência certa sem esquecer-se de

voltar ao centro (Figuras 90, 91 e 92);

Figura 89

Figura 90

Figura 91

Figura 92

6ª “Cata objetos”: Espalhar vários objetos (como: bolas diversas, petecas, coletes, etc) na

quadra de Badminton, e ao lado de cada objeto, colocar um arco. Cada aluno terá duas

raquetes. Ao sinal do professor, os alunos deverão deslocar-se até o objeto, pegá-lo com as

duas raquetes ao mesmo tempo e colocá-lo dentro do arco, e assim sucessivamente até

acabarem todos os objetos. Vence quem pegar mais (Figuras 93, 94 e 95);

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Figura 93

Figura 94

Figura 95

7ª Variação da 20ª atividade do item 4.2.1 “Atenção”: essa atividade poderá ser executada

estando o aluno com uma raquete e os mini cones poderão ser derrubados com ela.

4.2.4 Atividades com Raquetes e Petecas:

1ª “Estátua”: Alunos no final da quadra de Badminton dispostos lado a lado. Ao sinal do

professor que estará de costas para o grupo, os alunos se deslocam lentamente para frente,

com uma raquete e uma peteca. Quando o professor falar “Estátua”, os alunos param e fazem

uma pose relacionada ao Badminton. O professor se aproxima e tenta fazer com que o aluno

dê risada. O aluno que rir, assumirá o lugar do professor, e assim sucessivamente;

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2ª Com um “Passaguá” (coador de pesca) o aluno irá pegar tules lançados pelo professor ou

colega (Figuras 96 e 97);

Figura 96

Figura 97

3ª Com um “Passaguá” o aluno irá pegar petecas lançadas pelo professor ou colega (sem rede

entre eles, com rede entre eles). Essas petecas serão lançadas primeiramente do lado esquerdo,

depois do lado direito, seguido de petecas lançadas alternadamente. Esses lançamentos são

importantes para o estabelecimento da fixação das empunhaduras e trocas de empunhaduras

(Figuras 98 e 99);

Figura 98

Figura 99

4ª “Derruba petecas”: espalhar muitos cones grandes e pequenos pela quadra de Badminton e

equilibrar petecas neles. Cada aluno terá uma raquete. O objetivo é deslocar-se pelo espaço e

derrubar as petecas com a raquete (Figuras 100 e 101);

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Figura 100

Figura 101

5ª “Varrer petecas”: As petecas que foram derrubadas na brincadeira anterior (“Derruba

petecas”) deverão ser levadas para o arco. Cada um terá o seu arco e quem conseguir colocar

mais petecas nele vence (Figuras 102 e 103);

Figura 102

Figura 103

6ª “Estafeta”: Formar uma fila. O 1º da fila passa a peteca com a raquete para o de trás e

assim sucessivamente. Quando o último receber, colocará a peteca no colo e irá se posicionar

na frente da fila para começar a brincadeira de novo;

7ª “Caçador com petecas e raquetes”: Um aluno posiciona-se na zona morta e deve esquivar-

se dos ataques dos colegas ou rebater as petecas com sua raquete não deixando que elas o

atinjam (Figuras 104, 105, 106 e 107);

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112

Figura 104

Figura 105

Figura 106

Figura 107

8ª Sacar: Formar uma “rede” de cones na linha que divide uma quadra de serviço da outra.

Em duplas, um aluno fará o saque de backhand e o outro tenta rebater a peteca sacada com a

mão. Variação: realizar o saque de forehand (Figuras 108 e 109);

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Figura 108

Figura 109

9ª “Sacar no alvo”: Dividir a turma em equipes. Cada aluno deverá realizar um saque com o

objetivo de acertar os arcos no chão (ou suspensos verticalmente). Cada arco receberá uma

pontuação. Vence a equipe que fizer mais pontos. Variação: sem rede e com rede (Figuras 110

e 111);

Figura 110

Figura 111

10ª “Badminton de balão”: formar uma “rede” de cones na linha que divide uma quadra de

serviço da outra. Cada aluno com uma raquete. Jogar Badminton com balão sem se preocupar

com regras que serão introduzidas aos poucos (ex: delimitação do espaço da quadra,

quantidade de batidas no balão, pontuação, etc) (Figuras 112 e 113);

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Figura 112

Figura 113

11ª “Defesa do arco”: Em duplas. O aluno 01 vai ter uma raquete e um arco posicionado no

chão, na sua frente. O aluno 02 terá dez petecas e deverá lançá-las, alternadamente, para tentar

acertar dentro do arco enquanto o aluno 01 tenta interceptar com a raquete (Figura 114);

Figura 114

12ª Variação da 11ª atividade: Defender o arco que está posicionado na vertical, acima da

cabeça e atrás do aluno (Figura 115);

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115

Figura 115

13ª “Defesa do gol”: Em duplas, ambos com raquetes. O aluno 01 vai ficar posicionado na

frente do gol. O aluno 02 terá dez petecas e deverá sacá-las, alternadamente, para tentar fazer

o gol enquanto o aluno 01 tenta interceptar com a raquete;

14ª “Saque no alvo”: Colocar alvos na rede e pontuá-los, por exemplo: se a peteca atingir a

área verde o aluno computa 01 ponto; área amarela 02 pontos; área azul 03 pontos e área

branca 04 pontos. Vence quem pontuar mais (Figuras 116 e 117);

Figura 116

Figura 117

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116

15ª Rebater petecas lançadas pelo professor (primeiro de backhand, depois de forehand)

(Figura 118);

Figura 118

Figura 119

16ª Rebater petecas lançadas pelo professor e tentar acertar alvos (primeiro de backhand,

depois de forehand) (Figura 119);

17ª Fazer um saque para o professor ou colega (em um espaço sem a rede). Este irá rebater a

peteca. O objetivo da brincadeira é tentar fazer três toques de rebatidas sem deixar cair no

chão. Ir aumentando o número de vezes gradativamente. Variação: idem com uma rede

alternativa e mais tarde com a rede convencional;

18ª Jogos de duplas: Cada aluno terá uma raquete e cada dupla uma peteca. As duplas deverão

manter a peteca no ar por mais tempo possível. Vence a dupla que conseguir trocar o maior

número de petecas sem deixar cair no chão;

19ª Jogos de equipe 1: Dividir a turma em duas equipes. Cada equipe formará uma fila na

linha que divide as duas áreas de saque, de frente para a rede. Todos os alunos com raquete. O

primeiro da fila executa um saque e vai para trás da sua fila, enquanto o aluno da equipe

adversária tenta devolver a peteca para o próximo da fila a frente. O objetivo do jogo é rebater

a peteca para a equipe adversária e ir atrás da sua própria fila;

20ª Jogos de equipe 2: Inserir regras na atividade anterior (Jogos de equipe 1), como por

exemplo: computar pontos para as equipes toda vez que a peteca cair no chão; bater e correr

para o final da fila contrária; a equipe que errar vai perdendo uma raquete até ficar sem

nenhuma e acabar o jogo.

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117

As 97 atividades apresentadas são sugestões de um trabalho realizado com

dedicação e assiduidade, e cabe ressaltar que o professor deve sempre adaptar os objetivos e

conteúdos às características de seus alunos, bem como ao ritmo individual de aprendizagem

de todos, assim como configurar sua própria proposta.

Além disso, Reverdito, Scaglia e Paes (2013) enfatizam que o professor deve

elogiar o aluno e encorajar atitudes adequadas, de maneira sincera e afetiva, dar retornos

pedagógicos quando há o acerto e o erro, multifacetar o processo de aprendizagem com a

diversificação de atividades, recompensar a técnica correta e a estratégia para atingir

resultados, dirigir conversas em grupo sobre o ganhar e o perder no jogo e na vida. Essas

atitudes enriquecem o ambiente da iniciação esportiva.

Convém lembrar que é possível iniciar o aprendizado do Badminton a qualquer

tempo e qualquer idade. No entanto, segundo Balbinotti e De Paula (2009), a infância é

considerada a fase mais indicada para a assimilação mais fácil dos fundamentos da técnica

esportiva e após essa fase, compete ao professor identificar o perfil do aluno e ajustar as

atividades que mais atendem às suas necessidades e expectativas. O essencial nesse processo

é reconhecer a etapa do desenvolvimento e as condições individuais do aluno.

Enfim, o princípio balizador desta proposta é a responsabilidade com o ensinar,

caminhando na perspectiva de ensinar bem esporte a todos e em iguais condições, “que tenha

por principal princípio pedagógico a inclusão de todos” (SCAGLIA, 2003, p. 134).

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118

5. CONCLUSÃO

“Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma

continuaremos a viver naquele cujos olhos aprenderam a ver o mundo

pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais”

(ALVES, 2000).

Uma proposta de ensino a ser aplicada na iniciação ao PBd vem acrescentar

conhecimentos referentes ao trabalho esportivo que pode ser desenvolvido com pessoas com

DF de forma a proporcionar novas experiências, sejam elas voltadas a reabilitação,

participação social ou rendimento esportivo.

Este estudo contou com uma população que se relaciona a praticamente três

classes esportivas do PBd (WH1, WH2 e SL3). Mas, independente das classes hoje já

formalizadas para o contexto que inclui o alto rendimento, vale ressaltar que o propósito da

pesquisa inclui o ensino do PBd para o maior número de pessoas com DF priorizando uma

aprendizagem geral, objetivada por uma gama variada de experimentações em movimentos.

Após a aplicação das 22 aulas de Badminton propostas pelo programa “Shuttle

Time”, verificou-se que o mesmo não foi adequado para as duas crianças com DF

participantes deste estudo (S3 e S4), que não estavam aptas, em termos de desenvolvimento

motor, para realizá-las. A preocupação em oferecer aulas de PBd compatíveis com o

desenvolvimento motor dos alunos, nos fez sugerir uma proposta com 97 atividades

específicas para o ensino da modalidade e incremento do “Shuttle Time”.

Em relação aos demais participantes (S1 e S2), das 92 atividades aplicadas pelo

programa, 30 necessitaram de adaptações, modificações ou ajustes para o S1 e 21 para o S2,

já sugeridas no texto. Também notou-se a necessidade de estender as atividades do programa,

acrescentar mais atividades e aumentar o número de aulas com intuito de ampliar o repertório

motor, melhorar a coordenação motora, o domínio da cadeira de rodas e o deslocamento em

quadra para que consigam realizar ralis mais longos e com melhor qualidade dos golpes.

As observações finais deste estudo remetem a ampliação do programa de ensino

“Shuttle Time” para as pessoas com DF, pois incrementá-lo com mais atividades pode atender

melhor as pessoas com DF (principalmente as crianças), favorecendo o ensino do Badminton

para esta população, permitindo a prática da modalidade por um maior número de pessoas e

suas diversidades.

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Dessa forma, pensamos que a introdução desta proposta sirva de instrumento

inicial para incentivar o ensino do PBd, no qual seu entendimento possibilite aos profissionais

interessados neste esporte uma nova percepção e possibilidade pedagógica. Também espera-

se que os profissionais que se envolverem com este trabalho, não abracem simplesmente as

sugestões propostas ou as transfiram para seus alunos, mas que um leque de propostas e

respostas surjam complementando e aprimorando esse trabalho.

Para outras pesquisas referentes ao ensino do PBd, sugere-se uma população

maior, com outros tipos de DF e aplicação do programa todo, iniciando com a proposta das

atividades para melhorar o repertório motor seguido do programa “Shuttle Time”, que tem a

virtude de não ser uma receita, mas um programa com potencial para despertar mudanças nas

quais possíveis adaptações fazem parte do seu contexto.

É importante relembrar que o PBd entrou no quadro de modalidades para os Jogos

Panamericanos do Peru 2019 e Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e, que há necessidade

vigente de novas “escolas” de iniciação ao PBd, bem como informações sistematizadas sobre

o processo de ensino desse esporte.

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APÊNDICES

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Apêndice I – Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da Pesquisa: Aplicação e adaptação do método de ensino “Shuttle Time” para o ensino

do Para-Badminton.

Nome dos responsáveis: Aline Miranda Strapasson e Edison Duarte

Número do CAAE:

Você está sendo convidado a participar como voluntário de um estudo. Este

documento, chamado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, visa assegurar seus

direitos como participante e é elaborado em duas vias, uma que deverá ficar com você e outra

com o pesquisador.

Por favor, leia com atenção e calma, aproveitando para esclarecer suas dúvidas. Se

houver perguntas antes ou mesmo depois de assiná-lo, você poderá esclarecê-las com o

pesquisador. Se preferir, pode levar para casa e consultar seus familiares ou outras pessoas

antes de decidir participar. Se você não quiser participar ou retirar sua autorização, a qualquer

momento, não haverá nenhum tipo de penalização ou prejuízo.

Justificativa e objetivos:

O objetivo dessa pesquisa é aplicar e adaptar o Programa de Ensino de Badminton

“Shuttle Time” para pessoas com deficiência física (usuárias e não usuárias de cadeira de

rodas). A intenção é estimular e auxiliar professores de Educação Física e técnicos de Para-

Badminton a desenvolver o Badminton, que é um esporte que trás muitos benefícios aos seus

praticantes, bem como ensinar o esporte de forma divertida.

Procedimentos:

Nesse estudo você está sendo convidado a participar de 22 aulas de Badminton, de

forma segura e divertida. As atividades propostas envolvem o ensino do esporte e serão

divididas em: conhecimento da quadra de jogo, movimentação em quadra, toque da raquete e

peteca (fundamentos), regras do jogo, jogos individuais e em duplas. Essas aulas serão

desenvolvidas no Ginásio de Esportes da Faculdade de Educação Física da UNICAMP,

gratuitas, filmadas e fotografadas.

Desconfortos e riscos:

Em caso de dano decorrente da pesquisa, está garantida a assistência integral e

imediata, de forma gratuita, pelo tempo que for necessário. Você também tem direito a

indenização em caso de danos.

Benefícios:

Participando do estudo você poderá apresentar melhora em vários aspectos como:

coordenação geral, final, equilíbrio, lateralidade, ritmo, esquema corporal, noção temporal,

noção espacial, atenção, concentração, autonomia, independência, entre outros.

Sigilo e privacidade:

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Você tem a garantia de que sua identidade será mantida em sigilo e nenhuma

informação será dada a outras pessoas que não façam parte da equipe de pesquisadores. Na

divulgação dos resultados desse estudo, seu nome não será citado.

Ressarcimento:

Não haverá ressarcimento pela sua participação.

Contato:

Em caso de dúvidas sobre o estudo, você poderá entrar em contato com os

pesquisadores Aline Miranda Strapasson, aluna do Programa de Pós Graduação em Educação

Física da UNICAMP, portadora da cédula de identidade número 6.016.527-0 (SSP – PR),

podendo ser contatada pelos telefones (19) 98302-1020, (45) 9947-0468 ou pelo e-mail: aline-

[email protected]. O outro pesquisador envolvido é o Prof. Dr. Edison Duarte,

docente do Programa de Pós Graduação em Educação Física da UNICAMP, portador da

cédula de identidade número 7.434.230-7 (SSP – SP), podendo manter contato pelo telefone

(19) 99717-1159 ou pelo e-mail: [email protected].

Em caso de denúncias ou reclamações sobre sua participação e sobre questões éticas do

estudo, você pode entrar em contato com a secretaria do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)

da UNICAMP: Rua: Tessália Vieira de Camargo, 126; CEP 13083-887 Campinas – SP;

telefone (19) 3521-8936; fax (19) 3521-7187; e-mail: [email protected]

Consentimento livre e esclarecido:

Após ter sido esclarecimento sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos,

benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta possa acarretar, aceito participar:

Nome do(a) participante:

________________________________________________________

_______________________________________________________ Data:

____/_____/______.

(Assinatura do participante ou nome e assinatura do seu responsável LEGAL)

Responsabilidade do Pesquisador:

Asseguro ter cumprido as exigências da resolução 466/2012 CNS/MS e

complementares na elaboração do protocolo e na obtenção deste Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido. Asseguro, também, ter explicado e fornecido uma cópia deste documento

ao participante. Informo que o estudo foi aprovado pelo CEP perante o qual o projeto foi

apresentado. Comprometo-me a utilizar o material e os dados obtidos nesta pesquisa

exclusivamente para as finalidades previstas neste documento ou conforme o consentimento

dado pelo participante.

______________________________________________________ Data:

____/_____/______.

(Assinatura do pesquisador)

_________________________________ _________________________________

Rubrica do pesquisador Rubrica do Participante

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ANEXOS

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Anexo I – Parecer consubstanciado do CEP

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