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i ALEXANDRE VASCONCELOS TAJRA MENDES AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE EM CONSTRUTORAS: ESTUDO DE CASO DO ESTADO DO PIAUÍ Campinas/SP 2006

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i

ALEXANDRE VASCONCELOS TAJRA MENDES

AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA

QUALIDADE EM CONSTRUTORAS: ESTUDO DE CASO DO

ESTADO DO PIAUÍ

Campinas/SP

2006

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E

URBANISMO

ALEXANDRE VASCONCELOS TAJRA MENDES

AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA

QUALIDADE EM CONSTRUTORAS: ESTUDO DE CASO DO

ESTADO DO PIAUÍ

Dissertação de Mestrado apresentada a

Faculdade de Engenharia Civil,

Arquitetura e Urbanismo da Unicamp,

para obtenção do título de Mestre em

Engenharia Civil, na área de

Edificações.

ORIENTADOR: PROF. DR. FLÁVIO AUGUSTO PICCHI

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL

DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNO

ALEXANDRE VASCONCELOS TAJRA MENDES, E

ORIENTADA PLO PROF. DR. FLAVIO AUGUSTO

PICCHI.

________________________________________________

PROF. DR. FLÁVIO AUGUTO PICCHI

Campinas/SP

2006

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Ficha catalográfica

Universidade Estadual de Campinas

Biblioteca da Área de Engenharia e Arquitetura

Rose Meire da Silva – CRB 8/5974

M522a

Mendes, Alexandre Vasconcelos Tajra, 1980-

Avaliação da implantação de sistemas de gestão da qualidade em

construtoras: estudo de caso do estado do Piauí / Alexandre Vasconcelos

Tajra Mendes. – Campinas, SP: [s.n.], 2006.

Orientador: Flavio Augusto Picchi

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade

de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo.

1. Gestão da qualidade. 2. Construção civi. 3. Construção Civil -

Avaliação. I. Picchi, Flavio Augusto, 1957-. II. Universidade Estadual de

Campinas. Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. III.

Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em inglês: Evaluation of quality management system implementation in construction

industry: case study in the state of Piauí

Palavras-chave em inglês:

Quality Management

Construction

Construction, Evaluation

Área de concentração: Arquitetura e Construção

Titulação: Mestre em Engenharia Civil

Banca examinadora:

Flavio Augusto Picchi [Orientador]

Francisco Ferreira Cardoso

Ariovaldo Denis Granja

Data da defesa: 18-12-2006

Programa de Pós-Graduação: Engenharia Civil

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RESUMO

MENDES, A. V. T. Avaliação da implantação de sistemas de gestão da qualidade em construtoras:

estudo de caso do estado do Piauí. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura

e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006.

Desde os anos 80 se observa no país uma tendência de aplicação de ferramentas de Gestão da Qualidade

em diversos setores. Observa-se um forte movimento das construtoras – através dos programas estaduais

– voltado à implantação e certificação de Sistemas de Gestão da Qualidade como a NBR ISO 9001:2000,

o QUALIHAB, o SiQ-C do PBQP-H (atual SiAC), entre outros. O objetivo deste trabalho é realizar uma

avaliação dos efeitos da implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade nas empresas Construtoras, do

Estado do Piauí, seus resultados e impactos na cadeia produtiva (fornecedores, sub-contratados,

funcionários e clientes). A pesquisa adotou como método de pesquisa predominante o estudo de caso,

sendo realizados estudos em dois momentos: quando da obtenção do nível B e após a obtenção do nível A

pelas construtoras do grupo pioneiro constituído no Estado. Estes estudos de caso foram precedidos pelas

etapas de: revisão bibliográfica, buscando identificar avaliações de implantações de sistemas da qualidade,

particularmente na construção civil brasileira; questionário com representantes estaduais, visando obter

informações sobre avaliações de programas em outros estados, e estabelecimento de critérios para a

avaliação, estabelecendo questionários para entrevistas semi-estruturadas para coleta de informações.

Com a aplicação do instrumento de pesquisa, pôde-se obter resultados referentes à caracterização do

PBQP-H no Piauí que não difere dos demais estados brasileiros nas motivações e nas dificuldades

encontradas, além das mudanças que a qualificação nível “A” do SiQ-C trouxe para as construtoras e para

todos os envolvidos na cadeia produtiva, como funcionários, fornecedores, prestadores de serviço e

clientes. Como principais conclusões quanto à avaliação no Estado do Piauí, pode-se destacar: a grande

dependência da exigência da CAIXA e o isolamento do SINDUSCON, sem participação dos principais

contratantes públicos; a percepção de resultados em organização e aumento da produtividade nas

construtoras que atingiram o nível A, bem como por parte de fornecedores de materiais e serviços; o

elevado grau de construtoras que desistiram da implantação, apontando como principais causas a não

aprovação financeira pela Caixa, bem como elevados custos.

Palavras-chave: sistemas de gestão da qualidade; avaliação, cadeia produtiva, construção civil, PBQP-H.

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ix

ABSTRACT

MENDES, A. V. T. Evaluation of Quality Management System Implementation in Construction

Industry: Case Study in the State of Piauí. Dissertation (Masters Degree) – Faculty of Civil

Engineering, Architecture and Urban Design, State University of Campinas, Campinas, 2006.

Since the 80’s it is observed in the country a tendency to apply Quality Management tools in several areas.

In the construction companies, it is noticed – through state programs – a strong movement towards

implementation and certification of Quality Management Systems such as: NBR ISO 9001:2000,

QUALIHAB, SiQ-C of PBQP-H (known as SiAC nowadays), among others. The objective of this study

was to evaluate the effects of Quality Management System implementation in construction companies of

the State of Piauí, and its results and impacts on the productive chain (suppliers, contractors, employees

and clients). The study case was the main research method adopted, as it was used in two different

moments: when the pioneer group received its level “B” qualification and after the level “A” audition. The

Study Cases were preceded by: literature research, to identify the results of Quality Management System

implementation, especially in the Brazilian construction field; survey with the state representatives, to

obtain information on other states evaluations; and therefore establish the criteria that based semi-

structured forms used in interviews taken inside the companies. With the application of this research tool,

it was possible to characterize the PBQP-H in the State of Piauí, and to notice that the results were not

different from the other states’ regarding motivations and main difficulties, as well as the changes brought

to the companies and its productive chain by the achievement of SiQ-C level “A”. As main conclusions of

the State of Piauí evaluation, are presented: the great dependency of CAIXA exigency and the isolation of

the SINDUSCON, no participation of main public contracting; the organization perception for the results

and the productivity growth on the level “A” companies, followed by part of material suppliers and

contractors improvement; the amount of companies that quitted the program pointing the financial aspect

as the main cause for dropping the program.

Keywords: quality management system, evalutaion, productive chain, civil construction, PBQP-H.

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA xiii

AGRADECIMENTOS xv

LISTA DE FIGURAS xvii

LISTA DE QUADROS E TABELAS xix

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xxi

1 APRESENTAÇÃO 1

1.1 JUSTIFICATIVA 1

1.2 OBJETIVOS 3

1.3 ESTRUTURA 4

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5

2.1 SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE 5

2.1.1 Considerações gerais 7

2.1.2 A Construção Civil e a qualidade 11

2.1.3 Experiência francesa – O Qualibat 14

2.1.4 Qualihab 18

2.1.5 O SiAC do PBQP-H 20

2.2 AVALIAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO 27

2.2.1 Avaliação geral 27

2.2.2 Avaliação em empresas da Construção Civil do Brasil 37

3 MÉTODOS DE PESQUISA 45

3.1 ETAPAS DA PESQUISA 45

3.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 46

3.3 LEVANTAMENTO DE IMPLANTAÇÃO DOS PROGRAMAS ESTADUAIS 47

3.4 ESTUDOS DE CASO 1 48

3.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO 49

3.6 ESTUDO DE CASO 2 49

4 RESULTADOS 53

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO DO PBQP-H NO PIAUÍ 53

4.2 LEVANTAMENTO DE IMPLANTAÇÃO DOS PROGRAMAS ESTADUAIS 55

4.3 ESTUDO DE CASO 1 – NÍVEL “B” DO SIQ-C 61

4.4 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO 64

4.5 ESTUDOS DE CASO 2 – NÍVEL “A” DO SIQ-C 65

4.5.1 Representante estadual do PBQP-H 65

4.5.2 Construtoras – SIQ-C Nível “A” 67

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xii

4.5.3 Funcionários 71

4.5.4 Fornecedor de materiais 74

4.5.5 Sub-contratados 78

4.5.6 Órgãos financiadores e clientes 81

4.5.7 Empresas desistentes 82

5 CONCLUSÃO 85

5.1 AVALIAÇÕES ANTERIORES DE IMPLANTAÇÕES 85

5.2 AVALIAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO DE SGQ EM CONSTRUTORAS DO PIAUÍ 87

5.3 SUGESTÕES PARA NOVAS INVESTIGAÇÕES 90

REFERÊNCIAS 93

APÊNDICE A 103

APÊNDICE B 109

APÊNDICE C 113

APÊNDICE D 115

APÊNDICE E 119

APÊNDICE F 121

APÊNDICE G 123

APÊNDICE H 125

ANEXO A 129

ANEXO B 133

ANEXO C 135

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DEDICATÓRIA

“Dedico este trabalho aos meus pais, José

Ricardo e Carmem Célia, autores e

inspiradores da minha vida”.

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xv

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Flávio Augusto Picchi pela excelente orientação, aprendizado e cobranças.

Ao Prof. Ariovaldo Denis Granja, um dos coordenadores do GTE, o nosso grupo de pesquisa.

Ao Prof. Francisco Cardoso pelas excelentes colocações e sugestões no exame de qualificação.

À Iamara Rossi Bulhões, Patrícia Stella Puscharelli Fontanini, Carlos Gallardo Samaniego e

Tatiana da Cunha Borges, pelas horas de estudo, pelos trabalhos em grupo e pelos momentos de

distração. E ao Marcelo Julião Seixas, que com sua iniciação científica, muito me ajudou na

elaboração dos questionários.

Ao CNPq pelo apoio financeiro, através da bolsa de estudos.

À Coordenação Nacional do PBQP-H, na pessoa de Maria Salette Weber, Henrique Otto Coelho

e Luís Augusto dos Santos pelo apoio à pesquisa e ajuda na coleta de dados.

Aos representantes estaduais do PBQP-H que, gentilmente, responderam os questionários

enviados.

Ao Sr. Januário Pinheiro Ramos, presidente do SINDUSCON-PI. Às empresas que, gentilmente,

cederam algumas horas do seu precioso tempo para a realização do Estudo de Caso, assim como

aos funcionários que humildemente no forneceram informações valiosas à pesquisa.

Aos meus queridos pais José Ricardo e Carmem Célia, meus irmãos Daniel e Viviane, e meus

avós Eldon e Nazira pelo incentivo, pela ajuda, compreensão e apoio em todos os momentos da

minha vida.

A Patrícia, minha fiel companheira de ontem, de hoje e de sempre.

Aos meus amigos Bruno Santos, Janaína Antonino, Dirce Yano, Marcos Raeder, Maurício Souza

e David Delgado, pelo incentivo e companheirismo durante os últimos anos.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 2.1 – Círculo de controle (ISHIKAWA, 1993) 19

FIGURA 2.2 – Modelo de um sistema de gestão da qualidade baseado em processo (ABNT, 2000b) 22

FIGURA 3.1 – Etapas da pesquisa 58

FIGURA 4.1 – Número de construtoras qualificadas nas datas renegociadas 67

FIGURA 4.2 – Fatores que incentivaram o início do PBQP-H nos Estados 67

FIGURA 4.3 – Meios de comunicação e divulgação do PBQP-H nos Estados 67

FIGURA 4.4 – Dificuldades encontradas pelos representantes 68

FIGURA 4.5 – Facilidades encontradas pelos representantes 69

FIGURA 4.6 – Motivos para desistência de empresas ao PBQP-H no Piauí 93

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xix

LISTA DE QUADROS E TABELAS

QUADRO 2.1 – Itens não contemplados na ISO 9000:194 e cobertos pela versão 2000 (CURKOVIC;

HANDFIEL, 1996)

23

QUADRO 2.2 – Itens do Qualification Qualibat sintetizados por Filippi, 2003 28

QUADRO 2.3 – Capítulos do Certification Qualibat (CARDOSO, 1996) 29

QUADRO 2.4 – Níveis evolutivos do Certification Qualibat (adaptado de CARDOSO, 2003a) 30

QUADRO 2.5 – Níveis evolutivos do Qualihab (CARDOSO; PINTO, 1997) 32

QUADRO 2.6 – Programas setoriais da qualidade – PSQ (PBQP-H, 2006) 34

QUADRO 2.7 – Principais mudanças do SiAC – Geral 35

QUADRO 2.8 – Alteração no posicionamento de requisitos entre o SiQ-C e o SiAC – Execução de

Obras

37

QUADRO 2.9 – Serviços controlados do SiAC – Execução de Obras – Edificações (PBQP-H, 2005a) 39

TABELA 2.10 – Evolução de certificação ISO 9001:2000 (ISSO, 2005b) 41

QUADRO 2.11– Motivações, dificuldades e benefícios da implantação da ISO 9000 em diversos

setores

50

QUADRO 2.12– Motivações, dificuldades e benefícios trazidos com a implantação de SGQ nas

construtoras brasileiras

57

QUADRO 4.1– Mudanças sentidas pelo Representante Estadual no PBQP-H no Piauí 78

QUADRO 4.2 – Motivações e dificuldades na implantação de SGQ – Empresas 80

QUADRO 4.3 – Benefícios obtidos pelas empresas com a implantação de SGQ 82

QUADRO 4.4 – Funcionários entrevistados 83

QUADRO 4.5 – Motivações, dificuldades, benefícios e expectativas dos funcionários 85

QUADRO 4.6 – Mudanças sentidas pelos fornecedores de materiais por exigência do SGQ das

construtoras

88

QUADRO 4.7 – Resultado das entrevistas realizadas com os prestadores de serviço 91

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xxi

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANICER – Associação Nacional da Indústria Cerâmica

CG – Coordenação Geral do PBQP-H

CAIXA – Caixa Econômica Federal

CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo

CEPRO – Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí

COHAB – Companhia de Habitação

CS – Controle de Serviço

CWQC – Company Wide Quality Control

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral

ET – Especialidade Técnica

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

ISO – International Organization for Standardization

IT – Instrução de Trabalho

NBR – Norma Brasileira

OAC – Organismo de Acreditação de Conformidade

OCC – Organismo de Certificação Credenciado

O.P.Q.C.B. - Organisme Professionnel de Qualification et de Classification du Bâtiment e des Activités Annexes

PAR – Programa de Arrendamento Residencial

PBQP-H – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat

PDCA – Plan, Do, Check and Act

PSQ – Programa Setorial da Qualidade

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizado Industrial

SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade

SIAC – Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviço e Obras da Construção Civil

SICCPI – Sindicato da Indústria Cerâmica para Construção no Estado do Piauí

SIQ – Sistema de Qualificação Evolutivo de Empresas de Serviços e Obras

SIQ-C – Sistema de Qualificação Evolutivo de Empresas de Serviços e Obras - Construtoras

SINDUSCON/PI – Sindicato da Indústria da Construção Civil de Teresina

SQMS –Scottish Quality Management System

SUDENE –Superintedência de Desenvolvimento do Nordeste

TQC – Total Quality Control

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1

1 APRESENTAÇÃO

1.1 JUSTIFICATIVA

“Artigo 233 - Se um construtor construir uma casa para outrem, e mesmo a casa

não estando completa, as paredes estiveram em falso, o construtor deverá às suas

próprias custas fazer as paredes da casa sólidas e resistentes.”.

O texto acima foi retirado do código de Hamurabi, escrito por volta de 1170 a.C. e escolhemos

introduzir o trabalho com este trecho, pois talvez seja a primeira referência escrita da

preocupação das antigas civilizações com a Qualidade na Construção.

Os conceitos e os enfoques da qualidade passaram por profundas mudanças durante os tempos.

As mudanças foram aceleradas após a revolução industrial, e mais precisamente após a Segunda

Guerra Mundial. O Japão teve papel fundamental neste processo, assim como os autores

clássicos da qualidade: Deming, Feigenbaum, Ishikawa, Juran e Crosby.

Os conceitos destes autores foram fundamentais para a elaboração dos Sistemas de Gestão da

Qualidade, que se tornaram mais populares após a publicação da família de normas ISO 9000.

No Brasil tais normas foram publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT,

sob a nomenclatura NBR ISO 9000 e passaram a ser base para os Sistemas de Gestão da

Qualidade implantados em todos os tipos de indústria, inclusive o da Construção Civil.

Desde 1990 e mais intensamente, a partir de 1995, a Construção Civil mudou como reflexo da

estabilização da economia, determinada pelo Plano Real; da abertura do Mercosul; da criação do

Código de Defesa do Consumidor e do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do

Habitat (PBQP-H); do crescimento do grau de exigência dos clientes (SCARDOELLI, 1995;

CARDOSO, 1996; SOUZA, 1997). Para se enquadrar na nova realidade, as empresas

construtoras buscaram melhorar seus processos visando o aumento da produtividade, a

diminuição de custos e a garantia da satisfação do novo tipo de cliente. Isto fez com que as

construtoras desenvolvessem Sistemas de Gestão da Qualidade baseados na NBR ISO

9001:2000.

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2

Com a criação do PBQP-H, as empresas construtoras de todo o país passaram a se qualificar por

meio do Sistema de Qualificação Evolutiva de Empresas de Serviços e Obras – Construtoras

(SiQ-C). No dia 24 de fevereiro de 2005, foram aprovadas as revisões e alterações do regimento

do SiQ-C, que passou a se chamar Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de

Serviço e Obras da Construção Civil (SiAC) (BRASIL, 1998; PBQP-H, 2002; PBQP-H, 2005a).

Esses sistemas firmaram-se como um dos principais métodos de controle e gestão das empresas

construtoras, melhorando a eficácia dos processos internos e o produto final (CARDOSO, 2003b;

HERNANDES; JUNGLES, 2003).

Inspirados no programa nacional, vários estados brasileiros criaram seus programas estaduais

próprios: o Qualihab de São Paulo, o ParaObras do Pará e o Qualiop da Bahia estão entre eles.

Desde 2003 a Coordenação Geral do PBQP-H iniciou uma mobilização nacional para

harmonização dos programas estaduais dentro dos itens e requisitos do programa nacional. Desta

mobilização surgiu o debate para a revisão do SiQ-C e elaboração do SiAC, fazendo com que os

programas estaduais passem a certificar suas empresas construtoras de forma equivalente em todo

território nacional.

Poucos são os estudos que têm avaliado os resultados deste esforço, seja do ponto de vista das

construtoras, seja dos demais agentes. Muitas pesquisas focam diretamente o processo de

implantação, mas não dão continuidade a uma fase de coleta de resultados objetivos após a

certificação das construtoras e nos agentes envolvidos como empregados, fornecedores e das

empresas sub-contratadas.

Favorecido pelas mudanças ocorridas no Brasil a partir de 1990, o estado do Piauí sofreu um

processo de expansão vertical, que mudou completamente a paisagem urbanística principalmente

da capital estadual, com a construção de modernos edifícios habitacionais, conferindo a Teresina

intenso desenvolvimento (CEPRO, 2003). Deste desenvolvimento habitacional surgiu a

necessidade de se melhorar os processos construtivos e a racionalização das técnicas construtivas.

As 40 primeiras construtoras do Piauí começaram seus trabalhos de elaboração de Sistemas de

Gestão da Qualidade, baseado no SiQ-C, em 2001, seguindo uma tendência nacional. O grande

estimulador para as primeiras quarenta empresas foi a adesão da Caixa Econômica Federal -

CAIXA ao PBQP-H. As construtoras do Piauí estavam interessadas nas obras do Programa de

Arrendamento Residencial - PAR, pois em Teresina, ainda havia grandes áreas urbanas não

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3

edificadas e os grandes terrenos ainda tinham preço baixo em comparação com os outros estados,

fazendo com que as obras deste tipo ainda fossem muito rentáveis.

Este trabalho focou a avaliação da implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade – SGQ - em

construtoras do estado do Piauí por possibilitar, no período da pesquisa, o acompanhamento da

evolução ao longo do tempo dos níveis “B” e “A” das empresas, além de permitir identificar,

junto a alguns agentes, as mudanças sofridas por eles por exigência dos Sistemas de Gestão da

Qualidade das construtoras.

1.2 OBJETIVOS

“Quais são os efeitos da implantação de sistema de gestão da qualidade em

construtoras do Piauí?”

Apoiada por esta questão, na qual se encontra uma lacuna do conhecimento na área de gestão, a

pesquisa tem por objetivo geral

Realizar uma avaliação dos efeitos da implantação de Sistemas de Gestão da

Qualidade em construtoras do estado do Piauí, em termos de resultados nas

mesmas, bem como impactos nos agentes da cadeia produtiva envolvidos.

Também são considerados neste trabalho os seguintes objetivos específicos:

Efetuar um levantamento bibliográfico de avaliações de resultados obtidos

com a implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade já realizadas em

outros Países e/ou Estados;

Realizar um levantamento da avaliação dos Programas Estaduais do PBQP-

H de acordo com opiniões e dados fornecidos pelos representantes estaduais

e da sua Coordenação Geral;

Propor critérios para avaliação destes resultados, e aplicá-los para o caso das

empresas no Estado do Piauí.

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1.3 ESTRUTURA

Os capítulos desta dissertação estão estruturados da seguinte forma:

Capitulo 1 – Capítulo introdutório que apresenta as justificativas da

pesquisa. É apresentado também neste capítulo, além desta estruturação, os

objetivos da pesquisa.

Capítulo 2 – Capítulo de Revisão Bibliográfica. Está divido em três grandes

assuntos: conceitos gerais da qualidade, evolução dos sistemas de gestão da

qualidade e avaliação de implantação de sistemas de gestão da qualidade os

quais servem de base para o estabelecimento de critérios de avaliação das

empresas do estado do Piauí.

Capítulo 3 – Apresenta o método da pesquisa. Todas as etapas da pesquisa

estão sucintamente detalhadas.

Capítulo 4 – São apresentados os resultados de todas as etapas da pesquisa,

tanto das etapas iniciais de investigação, quanto do estudo de caso realizado

com as construtoras que atingiram o nível “A” do SiQ-C e os representantes

da cadeia produtiva local.

Capítulo 5 – É o capítulo que apresenta as conclusões e considerações

finais. Referências, Apêndices e Anexos seguem após o capítulo 5.

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5

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE

A palavra Qualidade vem sendo definida nas últimas décadas de diferentes maneiras. Essas

diferenças se dão, pois os autores levam em consideração diferentes experiências, percepções e

enfoques. A partir da relevância desses aspectos é que alguns autores ficaram conhecidos como

os “gurus” da qualidade no século XX. Seus trabalhos foram elaborados em uma época de

mudanças na indústria mundial, causada, principalmente pela modernização da indústria japonesa

(PICCHI, 1993, SOUZA, 1997).

A partir do final da II Guerra Mundial, o Japão encontrava-se devastado e os produtos made in

Japan representavam bens não confiáveis e de qualidade inferior. Na tentativa de reverter esta

situação, a indústria japonesa focou com o principal objetivo a produção em massa, para que o

padrão de vida e a infra-estrutura comercial pudessem ser restabelecidos. Nesta época, a

qualidade na indústria japonesa era vista como adequação ao padrão, ou seja, se o produto atendia

ou não às especificações de projeto (SHIBA et al., 1997; ANHOLON, 2003). As contribuições

dos “gurus” podem ser resumidas assim:

William Edward Deming Divulgação de sua versão do Ciclo de Shewart que

ficou conhecida como Ciclo do PDCA (do inglês plan, do, check e act) ou Ciclo

de Deming, e a sua proposta de 14 pontos que devem ser implantados pela

utilização do Ciclo do PDCA no cotidiano das empresas (DEMING, 1990);

Armand V. Feigenbaum Mudança do enfoque corretivo para o enfoque

preventivo. Esta importante mudança de enfoque ficou conhecida como a base do

Controle Total da Qualidade (do inglês Total Quality Control – TQC)

(FEIGENBAUM, 1994);

Karou Ishikawa Seus conceitos baseiam-se principalmente nos ideais de

rápida percepção e satisfação do mercado, adequação ao uso dos produtos e baixa

variabilidade. Seu diferencial está no profundo conhecimento e entendimento da

cultura japonesa, na preocupação com o coletivo e na atuação da alta

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administração. Fatores essenciais na adaptação do TQC para o modelo japonês de

Company Wide Quality Control - CWQC entre 1954 e 1967. Ishikawa

desmembrou as atividades originais do PDCA e deu uma nova formatação ao

Ciclo de Deming (ISHIKAWA, 1993).

Figura 2.1 – Círculo de Controle (ISHIKAWA, 1993).

Joseph M. Juran Foi o autor da famosa Trilogia de Juran. A trilogia se refere

a três processos que se inter-relacionam: planejamento, controle e a melhoria da

Qualidade (JURAN, 1992);

Philip B. Crosby É reconhecido pela divulgação dos conceitos de zero defeito

e por definir Qualidade como sendo conformidade aos requisitos (CROSBY,

1988).

A definição de qualidade, adotada nesta dissertação foi elaborada levando-se em consideração as

6 (seis) definições que seguem.

“Qualidade é tudo aquilo que melhora do ponto de vista do cliente”

(DEMING, 1990).

“Qualidade é a conformidade aos requisitos” (CROSBY, 1988).

“Qualidade é a adequação ao uso” (JURAN, 1992).

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“Qualidade é desenvolver, projetar, produzir e comercializar um produto que

é mais econômico, mais útil, e sempre satisfatório para o consumidor”

(ISHIKAWA, 1993).

“Qualidade é a correção dos problemas e de suas causas ao longo de toda

série de fatores relacionados com marketing, projetos, engenharia, produção

e manutenção, que exercem influência sobre a satisfação do usuário”

(FEIGENBAUM, 1994).

“Qualidade é o grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz

a requisitos, ou seja, a necessidades ou expectativas que são expressas,

geralmente de forma implícita ou obrigatória” (ABNT, 2000a).

Assim, qualidade é a equiparação ou superação das expectativas, requisitadas implícita ou

explicitamente pelo cliente, incorporadas durante a fabricação de determinado produto ou

prestação de serviço.

2.1.1 Considerações Gerais

Segundo Giovannini (2002), os Sistemas de Gestão da Qualidade são sistemas compostos por

pessoas, equipamentos, instalações e regras específicas que interagem continuamente. Entre os

seus objetivos, está o de estimular e coordenar esta interação entre as porções da organização que

estão sob sua responsabilidade ou que estão ligados a eles. Tem o potencial de estimular a

adaptação de suas partes e de suas regras de interação como forma de garantir a evolução do

sistema, além de buscar no ambiente externo os recursos necessários para sua atividade –

recursos financeiros, humanos, conhecimento – e se desfazem da desordem que eventualmente

surge – materiais defeituosos, funcionários não colaborativos, equipamentos não confiáveis e

procedimentos inadequados.

A série NBR ISO 9000 é um conjunto de requisitos internacionais para um sistema de gestão da

qualidade desenvolvido pela International Organization for Standardization (ISO), com sede em

Genebra, Suíça. Teve sua publicação original em 1987, e conseguiu, desde então, ser

considerada uma base global para adoção e criação de sistemas de gestão da qualidade visando

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uniformizar conceitos, padronizar modelos para garantia da qualidade e fornecer diretrizes para

implantação da gestão da qualidade nas organizações (SOUZA, 1997; CURKOVIC E PAGELL,

1999).

As versões de 1994 das ISO 9001, 9002 e 9003 foram consideradas um enorme sucesso como

base para certificações independentes de sistemas de gestão, conseguindo certificar

aproximadamente 400.000 organizações em todo o mundo. Em 2000, aconteceu a publicação da

nova família de normas ISO 9000, publicadas no Brasil pela ABNT sob a nomenclatura de NBR

ISO 9000:2000. A nova norma está assim dividida (ABNT, 2000a, 2000b, 2000c):

NBR ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade – Fundamentos e

Vocabulários:

Descreve os fundamentos de Sistemas de Gestão da Qualidade e estabelece a

terminologia pra estes sistemas.

NBR ISO 9001:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade – Requisitos:

Especifica os requisitos para um sistema de gestão da qualidade, onde uma

organização precisa demonstrar sua capacidade para fornecer produtos que atendam

os requisitos do cliente e os requisitos regulamentares aplicáveis, e objetiva aumentar

a satisfação do cliente.

NBR ISO 9004:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade – Diretrizes para

melhorias de desempenho:

Fornecem diretrizes que consideram tanto a eficácia como a eficiência do sistema de

gestão da qualidade. O objetivo desta norma é melhorar o desempenho da organização

e a satisfação dos clientes e das outras partes interessadas.

As principais mudanças nesta nova publicação são: a ênfase dada ao comprometimento da alta

direção, ênfase na abordagem dos processos na organização (FIGURA 2.2), melhoria contínua

ligada à satisfação do cliente. A versão 2000 buscou avançar em alguns aspectos, apontados por

diversos agentes como, por exemplo, Curkovic e Handfiel (1996). Além disso, algumas outras

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mudanças positivas podem ser destacadas com relação a esta nova versão (LORDELLO E

MELHADO, 2003):

Maior ênfase na monitoração da satisfação do cliente;

Linguagem mais clara, de fácil compreensão e utilização pelo usuário;

Maior integração a todos os tipos de organização, independentemente do

campo de atuação e tamanho;

Melhor adequação ao setor de serviços; e

Maior compatibilidade com outros sistemas de gestão, como os de gestão

ambiental, descritos pelas normas da série ISO 14000.

Esta última versão foi desenvolvida buscando apoiar organizações de todos os tipos e tamanhos,

de modo a tornar a certificação da qualidade mais simples e facilmente adaptável a todos os

setores da economia, eliminando o caráter voltado à “fabricação em série”. (LORDÊLLO E

MELHADO, 2003; ISO, 2005a; PAULA, 2004).

CLIENTE

Realização

do produto Produto

Gestão de

recursos

Medição

análise e

melhoria

Responsabilidade

da administração

Melhoria contínua do sistema

de gestão da qualidade

CLIENTE

Entrada Saída

Legenda:

Atividades que agregam valor

Fluxo de informação

Requis

itos

Satisfa

ção

Figura 2.2 – Modelo de um sistema de gestão da qualidade baseado em processo (ABNT, 2000b)

Quadro 2.1 – Itens não contemplados na ISO 9000:1994 e cobertos pela versão 2000 (CURKOVIC;

HANDFIEL, 1996).

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Benckmarks e comparações competitivas

Análise e uso de dados da empresa

Qualidade estratégica e Processo de planejamento de desempenho da empresa

Plano de qualidade e desempenho

Envolvimento dos empregados

Satisfação dos empregados

Análise de qualidade de produtos e serviços

Resultados operacionais

Resultado de manutenção e do processo de venda

Gerenciamento de relação com o cliente

Compromisso com os clientes

Determinação, resultados e comparação sobre satisfação dos clientes

Melhoria contínua

As NBR ISO 9001:2000 e 9004:2000 são baseadas em oito princípios que refletem as melhores

práticas gerenciais:

Foco no cliente

Liderança

Envolvimento das pessoas

Abordagem de processos

Abordagem de sistema de gestão

Melhoria contínua,

Tomada de decisão

Relação benéfica com fornecedores.

Ao mesmo tempo em que a NBR ISO 9001:2000 está focada em promover a um sistema de

gestão da qualidade eficiente, a NBR ISO 9004:2000 foca a eficiência da organização como um

todo.

A estimulação para as empresas buscarem a implantação de um SGQ e a certificação dos mesmos

são enormes e vem desde a versão 1994 (HUTCHINGS, 1997; MEYER, 1998). A versão 2000

complementou essas vantagens e algumas são apresentadas a seguir (LIAO, ENKE E WIEBE,

2004):

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Acesso aos novos mercados: a certificação permite que uma empresa

mantenha ou ainda ganhe novos clientes e mercados onde a certificação é

requerida;

Satisfação dos clientes: a pressão para se obter a certificação pode vir de

clientes e ou fornecedores, uma vez que os mesmos podem exigir que a

empresa possua ISO 9000;

Melhoria do sistema de gestão da empresa: os requisitos e padrões da ISO

9000 são as bases para a elaboração de sistemas de gestão da qualidade

eficientes devido a sua ênfase em melhoria contínua;

Outras vantagens citadas são: autodisciplina, reconhecimento mundial,

aumento da competitividade, credibilidade no mercado, modelo mundial de

qualidade, e criação de um sistema de qualidade uniforme.

2.1.2 A Construção Civil e a qualidade

O setor de Construção Civil possui características diferenciadas dos outros setores industriais,

como o produto único, a ausência de desenvolvimento integrado, o grande número de

intervenientes no processo, o uso de técnicas simples e mão-de-obra de baixa qualificação, a

organização complexa, a ausência de relações horizontais entre os intervenientes nos contratos, a

dificuldade de satisfazer, simultaneamente os intervenientes e os clientes e, principalmente, a sua

forma efêmera, modificando-se de acordo com as fases do processo. Além disso, a Construção

Civil é caracterizada pela diversidade de mercado e de modelos organizacionais para suas

empresas, um desempenho irregular, com empresas modernas e outras em estado gerencial

precário (ALVES, 2001).

Desde a última década estão sendo realizados grandes esforços no sentido de introduzir no setor

da construção os programas da qualidade que já predominam em outros setores. Acreditava-se no

passado que a construção possuía características próprias que dificultavam a utilização na prática

das teorias modernas da qualidade como sua característica nômade e da produção de um produto

único. Em outras palavras, a construção requereria uma adaptação específica de tais teorias,

devido à complexidade do seu processo de produção, no qual intervêm muitos fatores

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(MESEGUER, 1991; SOUZA et al, 1995). Além desses aspectos, é importante ressaltar que a

cadeia produtiva que forma o setor da construção civil é bastante complexa e heterogênea,

contando com uma grande diversidade de agentes intervenientes e de produtos parciais gerados

ao longo do processo de produção, produtos estes que incorporam diferentes níveis de qualidade

e que, acreditava-se, afetariam a qualidade do produto final obtido (HELENE E SOUZA, 1988).

Uma das primeiras propostas de estrutura para um Sistema de Gestão da Qualidade para

empresas construtoras foi apresentada por Picchi (1993). O mesmo autor destacava a crescente

atenção dada na época à questão da Qualidade na Construção de edifícios. Esta atenção é

percebida até os dias atuais, principalmente por meio dos inúmeros trabalhos em eventos técnicos

e publicações, e sendo, também, objeto de iniciativas de programas de melhoria de empresas.

Picchi (1993) relatava também que os conceitos gerais da Qualidade, apesar de terem sido

desenvolvidos em setores industriais com realidades diferentes da Construção de edifícios, teriam

se demonstrado como universais podendo ser adaptados às particularidades de determinados

setores, como o da Construção Civil, para maior eficiência.

Segundo Souza (1997), no setor da Construção Civil no Brasil, os primeiros movimentos para a

qualidade surgem de forma mais organizadas no início dos anos 90, a partir de grandes empresas

líderes do mercado imobiliário e da construção pesada. Nesta época, segundo Cardoso (1996),

alguns condicionantes influenciaram a mudança de paradigma no setor de construção

habitacional: tendência generalizada à baixa dos preços, manifestação de novas exigências por

parte dos clientes, abertura dos mercados à concorrência internacional, o aumento do conteúdo

técnico das obras e da complexidade e variabilidade das operações, a necessidade de gestão da

mão-de-obra, mudanças no perfil dos empregados do setor, a falta generalizada de recursos

financeiros para o setor, além da criação do Código de Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990),

entre outros.

Scardoelli (1995) relatou que essas mudanças de mercado e níveis de exigência dos consumidores

foram detectadas por algumas empresas de Construção, as quais começaram a estruturar-se para

responder às exigências do novo contexto, adotando medidas para elevar os níveis de

Produtividade e Qualidade, reduzindo custos e prazos de execução.

As mudanças aconteceram induzidas por transformações que aconteceram em três diferentes

campos: econômico, legal e institucional.

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No campo econômico, a sociedade estava aprendendo a viver com uma nova realidade: realidade

da economia estabilizada. Assim, a organização e gestão de produção passaram a ter importância

fundamental no controle de custos, dos desperdícios e do retrabalho dentro das empresas. Souza

(1997) mostrou que, assim, o lucro passou a ser resultante diferencial entre o preço praticado pelo

mercado e os custos diretos e indiretos incorridos na geração do produto. A lucratividade tornou-

se decorrência da capacidade da empresa em racionalizar seus processos de produção, reduzir

seus custos, aumentar sua produtividade e satisfazer as exigências dos clientes.

No campo legal, entrou em vigência o Código de Defesa do Consumidor, que estabeleceu uma

série de regras para as relações entre produtores e consumidores (BRASIL, 1990). No caso da

Construção Civil, a empresa construtora é a produtora, e o comprador o cliente. Assim, as

empresas começaram a se preocupar com a Qualidade do empreendimento, suas especificações e

garantias, tudo para evitar problemas futuros com o comprador. Ficaram mais atento à satisfação

do cliente que se tornava cada vez mais conhecedor de seus direitos e exigente com o passar dos

anos.

No campo institucional, foi criado o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do

Habitat (BRASIL, 1998), que tem como objetivo, até hoje, apoiar o esforço brasileiro de

modernidade pela promoção da Qualidade e Produtividade do setor da Construção habitacional,

com vistas a aumentar a competitividade de bens e serviços por ele produzidos, estimulando

projetos que melhorem a qualidade do setor.

Segundo Hernandes e Jungles (2003) uma das iniciativas para contribuir em muito para a

melhoria do desempenho no setor da Construção na busca do alcance da eficácia de seus

processos internos e do produto final, tanto das empresas construtoras como dos fornecedores de

materiais, tem sido a implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade em micro, pequenas,

médias e grandes empresas do setor em diferentes cidades como Porto Alegre, Florianópolis,

Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Fortaleza, Salvador, Recife,

Brasília, Porto Velho e Manaus. Entre elas, podemos incluir, também, Teresina, cidade objeto de

nosso estudo.

As empresas de Construção Civil, que vem buscando uma modernização por meio da

implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade, têm apresentado um desempenho diferenciado,

destacando-se no mercado (ALVES, 2001). Ao investir em qualidade as empresas buscam uma

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diferenciação no mercado a fim de se tornarem competitivas, porém sua estratégia competitiva

deve ser revista e atualizada constantemente. Neste sentido, como exemplo da necessidade de

atualização, a certificação ISO 9000 é fator de diferenciação na construção civil atualmente, mas

poderá deixar de sê-lo no instante em que um grande grupo de empresas obtiver o certificado

(PESSOA; BARROS NETO, 2003).

A implantação não se restringe às empresas construtoras. Fabricantes de materiais e

componentes se organizaram e também estão buscando melhorias em seus processos produtivos

para atender aos clientes mais exigentes (internamente e externamente). Dentro dos programas

de qualidade, o Qualihab (item 2.1.4) e o PBQP-H (item 2.1.5), os fabricantes aderiram aos

Programas Setoriais da Qualidade (PSQ) visando o desenvolvimento de produtos com níveis de

qualidade mínimos para atendimento do setor. Já as empresas construtoras, ganharam os

programas evolutivos de certificação de seus sistemas de gestão da qualidade como o Qualihab

da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo - CDHU e o

SiAC (antigo SiQ-C) do PBQP-H, que foram inspirados no programa Qualibat francês.

2.1.3 Experiência francesa – O Qualibat

Embora criada em 1992, “Qualibat resta ainda a mais importante certificação ‘setorial’ francesa

para empresas que atuam na produção de obras de edifícios”. Criado após a Segunda Guerra

Mundial, quando a França buscava se reconstruir, o Organisme Qualibat1 é uma associação sem

fins lucrativos, gerida por representantes dos sindicatos patronais que representam empresas

atuantes em obras, os arquitetos, os promotores imobiliários e outros agentes como as empresas

de controle tecnológico (CARDOSO, 2003a).

São responsabilidades do Organisme Qualibat dois sistemas distintos de avaliação de empresas

que trabalhavam em obras. O Qualification Qualibat é o primeiro deles e diz respeito à

qualificação da competência técnica das empresas de Construção Civil, seus requisitos são

apresentados no Quadro 2.2. Já o Certification Qualibat, visa à certificação de sistemas de

gestão implantados pelas empresas (CARDOSO, 1996, 2003a).

1 Nomenclatura até setembro de 1993: O.P.Q.C.B – Organisme Professionnel de Qualification et de Classification

du Bâtiment e des Activités Annexes.

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Quadro 2.2 – Itens do Qualification Qualibat sintetizados por Filippi (2003).

Itens do Dossiê Descrição

Info

rma

ções

Ad

min

istr

ati

va

s e

Fin

an

ceir

as

Dados de

regularização da

empresa (A1)

Contrato social, registros nas associações e órgãos

específicos, atestados fiscais, tributários, seguros, etc.

Currículo do

responsável legal (A2)

Identificação, função, diplomas profissionais, atividades

realizadas, empresas onde trabalhou, etc.

Descrição da estrutura

da empresa (A3) Grupo a qual pertence, filiais, organograma da empresa, etc.

Faturamento, efetivo e

massa salarial (A4)

Faturamento, número de funcionários, horas trabalhadas e

salários nos três últimos anos (incluindo sub-contratados).

Distribuição dos

efetivos (A5)

Distribuição dos funcionários por função, setor, nível técnico

e atividade.

Distribuição do

faturamento (A6)

Distribuição do faturamento da empresa por função, setor,

nível técnico e atividade.

Recursos disponíveis

(A7)

Equipamentos e instalações disponíveis (no escritório, de uso

do corpo técnico e nas áreas de produção)

Info

rma

ções

Téc

nic

as

Currículo do

responsável técnico

(B1)

Identificação, função, diplomas profissionais, atividades

realizadas, empresas onde trabalhou, etc.

Efetivo Técnico (B2) Número de funcionários do corpo técnico, por função e nível

nos últimos três anos.

Faturamento e massa

salarial do pessoal

técnico (B3)

Faturamento nos últimos três anos (incluindo montantes

pagos a subempreiteiros) distribuídos por especialidade

técnica em que se pretende a qualificação.

Lista de referência de

obras realizadas (B4)

Relação de obras realizadas nos 5 últimos anos que envolvem

trabalhos na especialidade técnica pretendida para

qualificação (com dados sobre a obra, cliente, arquiteto,

valor, etc.)

Análise Crítica de

Desempenho (B5)

Análise detalhada do desempenho da empresa em três obras

da lista acima, realizada pelo cliente, arquiteto ou empresa de

gerenciamento (qualidade dos serviços, prazos, postura da

empresa, etc.)

A Certification Qualibat, criada em 1992, se alinhou à versão 1994 da ISO 9002. A sua primeira

versão foi adaptada à realidade do setor da Construção Civil, tornando-a definitivamente uma

certificação ‘setorial’. Sua estrutura possuía uma forma de certificação evolutiva, permitindo que

as empresas fossem recebendo suas certificações de acordo com o nível de implantação de seus

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sistemas de gestão. Esta estrutura teve validade até o ano de 2001. (CARDOSO, 1996, 2003a,

2003b). Esse processo evolutivo serviu de base para o Qualihab e o SiQ-Construtoras (primeira

versão). Apresentava uma adaptação dos 20 itens da ISO 9002:1994 à Construção Civil,

divididos em 15 (quinze) pontos mais um complementar sobre Política da Qualidade.

Esses capítulos são apresentados, a seguir, no Quadro 2.3.

Quadro 2.3– Capítulos do Certification Qualibat (CARDOSO, 1996)

Capítulos Prioritário

Política da qualidade -

Animador qualidade SIM

Avaliação permanente do sistema da qualidade -

Análise crítica de contratos -

Controle de documentos relativos à garantia da qualidade -

Concepção técnica -

Compras e serviços subempreitados SIM

Qualidade e controle na execução SIM

Controle de não conformidades SIM

Transporte e estocagem -

Proteção dos serviços executados antes da entrega -

Procedimentos pela entrega dos serviços -

Registros da qualidade -

Auditorias internas do sistema da qualidade -

Treinamento e reciclagem SIM

Assistência técnica -

A estrutura evolutiva de implantação era dividida em quatro níveis de certificação:

Nível A: Competência de referência;

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Nível B: Comprometimento com a Garantia da Qualidade;

Nível C: Desenvolvimento da Garantia da Qualidade;

Nível D: Garantia da Qualidade após Auditoria.

Cardoso (2003a) explica cada um dos níveis evolutivos da seguinte maneira

Quadro 2.4 – Níveis evolutivos do Certification Qualibat (adaptado de CARDOSO, 2003a).

Níveis Evolutivos Descrição

Nível A Era atribuído automaticamente, em função da empresa

ter a Qualification Qualibat, que era portanto obrigatória

Nível B Exigia que a empresa tivesse efetivamente se engajado

numa política de qualidade, e que para tanto tivesse feito

um diagnóstico de sua situação inicial frente aos

requisitos da qualidade. Era necessário que ela tivesse

desenvolvido e posto em prática ao menos três dos cinco

requisitos prioritários, além do requisito 1 – Política da

qualidade.

Nível C Exigia que a empresa tivesse desenvolvido e posto em

prática ao menos nove dos quinze requisitos, sendo os

cinco requisitos prioritários obrigatórios, assim como o

requisito 1 – Política da qualidade.

Nível D A empresa deveria ter desenvolvido e posto em prática

todos os requisitos do Sistema. Além disso, e pela

primeira vez, ela recebia a visita de auditor, que

verificava o funcionamento do sistema in loco.

Ainda segundo Cardoso (2003a), o Certification Qualibat mudou em 2002 se adaptando aos itens

e requisitos da ISO 9001:2000, perdendo a sua característica especial de adaptação ao setor.

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2.1.4 Qualihab

O programa Qualihab, da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de

São Paulo (CDHU), foi pioneiro ao tratar de implantação e qualificação das empresas de forma

evolutiva. Tem como objetivos a otimização da qualidade das habitações de interesse social do

estado de São Paulo e do dispêndio de recursos humanos, materiais e energéticos nessas

construções, envolvendo ações ligadas aos setores de materiais e componentes de construção, de

projetos e de obras.

Dentro de seus instrumentos podemos citar o Sistema de Certificação Qualihab que foi

desenvolvido usando-se como inspiração o Qualibat francês. (CARDOSO et al, 1998; CHDU,

2005).

Os sistemas Qualibat e Qualihab incorporam um aspecto particular, que é o de certificação

evolutiva, por meio do estabelecimento de níveis. O Qualihab é um programa inovador, segundo

Cardoso e Pinto (1997), pois:

Através dele o Estado exerce seu poder de compra enquanto cliente;

Ele parte da adaptação da série de normas ISO 9000 às características do

setor de edificações, incorporando o conceito de “níveis de certificação”;

Ele foi concebido a partir de acordos setoriais feitos com os representantes

sindicais das empresas construtoras, levando em conta a real capacidade das

mesmas em atender, nos prazos acordados, aos critérios fixados.

Os cinco níveis de qualificação foram divididos como mostra o Quadro 2.5.

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19

Quadro 2.5 – Níveis evolutivos do Qualihab (CARDOSO; PINTO, 1997)

Níveis Evolutivos Descrição

Adesão Exige-se apenas o engajamento da empresa.

Nível “D” As empresas já se obrigam a pensar e a delinear o

sistema que implantarão internamente, sendo obrigadas a

realizar um diagnóstico.

Nível “C” Os canteiros são envolvidos, pela implantação efetiva

dos primeiros procedimentos de inspeção e ensaios de

materiais e de inspeção de serviços, representando uma

verdadeira revolução cultural para as empresas.

Nível “B” Caracteriza-se não somente pela evolução no número

exigidos de procedimentos de inspeção e ensaios de

materiais e de inspeção de serviços, como pelas novas

exigências afeitas tanto a certas áreas internas da

empresa (projeto, contratos, controle de documentos),

quanto, e principalmente, aos canteiros (procedimentos

de compras, avaliação de fornecedores, manuseio e

armazenamento de materiais, proteção de serviços

executados) ; outra importante novidade é a exigência de

ações voltadas ao treinamento do pessoal que executa

atividades que influem na qualidade.

Nível “A” O sistema interno da empresa se consolida, pela

exigência de redação dos Planos da Qualidade das Obras

e do Manual da Qualidade, se aproximando do que era

exigido para uma certificação ISO 9002.

O modelo do Qualihab, aplicado ao estado de São Paulo, foi o modelo utilizado para a criação de

outros programas estaduais Pará Obras2 e o Qualiop

3., e também pela Secretaria do Planejamento

do Governo Federal, no desenvolvimento do PBQP-H - Programas Brasileiros de Qualidade e

Produtividade – Habitat e a Caixa Econômica Federal, inspirada no programa, decidiu exigir, nos

2Pará Obras – Qualidade e Produtividade em Obras Públicas (mais informações na página

http://www.paraobras.pa.gov.br). 3Qualiop – Programa de Qualidade das Obras Públicas da Bahia (mais informações na página

http://www.sucab.ba.gov.br/qualiop.asp).

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financiamentos habitacionais, certificação da qualidade às empresas construtoras, medida que

entrou em vigor em julho de 2001.(CDHU, 2005).

No item 2.3 serão apresentados os resultados relativos à implantação de sistemas de gestão da

qualidade em empresas paulistas certificadas no Qualihab, para comparação com os resultados de

implantação de com empresas de outros estados e outros países.

2.1.5 O PBQP-H

O Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat visa organizar o setor da

Construção Civil em duas vertentes: a melhoria da qualidade do habitat e a modernização

produtiva. A viabilização deste objetivo envolve um conjunto de ações destacando-se as

seguintes: qualificação de construtoras e de projetistas (ainda em desenvolvimento), melhoria da

qualidade de materiais, formação e requalificação de mão-de-obra, normalização técnica,

capacitação de laboratórios, aprovação técnica de tecnologias inovadoras, informação ao

consumidor e promoção da comunicação entre os setores envolvidos. Dentre as ações

apresentadas acima, a melhoria da qualidade de materiais e componentes (por meio dos

Programas Setoriais da Qualidade - PSQ) e a qualificação de construtoras (por meio do SiAC,

antigo SiQ-C) são os grandes pilares do programa.

A melhoria da qualidade de materiais fica a cargo dos Programas Setoriais de Qualidade de

Materiais e Componentes e teve como meta elevar e manter em 90% o percentual de

conformidade com as normas técnicas dos produtos que compõem a cesta de materiais da

construção do PBQP-H. Atualmente, os PSQs existentes são apresentados no Quadro 2.6, e têm

como destaque índices de conformidades de 98,66% (Cimento Portland) e 98.5% (Barras e Fios

de Aço para Armaduras de Concreto).

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Quadro 2.6 – Programas setoriais da qualidade – PSQ (PBQP-H, 2006)

Cimento Portland Argamassa Industrializada para

Construção Civil Cal Hidratada para Construção Civil

Barras e Fios de Aço para

Armaduras de Concreto

Tubos e Conexões de PVC para

Sistemas Prediais Hidráulicos

Metais Sanitários e Aparelhos

Economizadores de Água

Louças Sanitárias para Sistemas

Prediais

Reservatório de Água em

Poliolefinas e Torneiras de Bóias

para Sistemas Prediais

Janelas e Portas de PVC

Placas Cerâmicas para Revestimento Lajes Pré-fabricadas Blocos de Concreto Estururais, de

Vedação e de Pavimentação

Caixilhos de Aço – Janelas e Portas

de Aço

Tubos de Aço e Conexões de Ferro

Maleável Telhas de Aço

Perfis de PVC para Forros Fechaduras Esquadrias de Alumínio

Tubos de PVC para Infra-Estruturas Argamassa Colante Tintas Imobiliárias

Caixas de Descarga Não-acopladas Gesso Acartonado Blocos Cerâmicos

Tubulação de PRFV para Infra-

estrutura Reservatório de PRFV

O segundo pilar é a certificação dos Sistemas de Gestão da Qualidade das empresas construtoras.

Neste item é apresentado o Sistema de Avaliação de Conformidade de Empresas de Serviços e

Obras da Construção Civil - SiAC (PBQP-H, 2005a) que em 2005 substituiu o antigo Sistema de

Qualificação de Empresas de Serviços e Obras – SiQ (PBQP-H, 2002). O SiAC é baseado na

NBR ISO 9001:2000 e tem como objetivo avaliar a conformidade de Sistemas de Gestão da

Qualidade em níveis adequados às características específicas das empresas do setor de serviços e

obras atuantes na Construção Civil, visando a contribuir para a evolução da qualidade no setor.

As principais diferenças entre o antigo SiQ e o novo SiAC são apresentadas no Quadro 2.7.

A documentação do SiAC é dividida em 4 (quatro) partes.

Regimento geral;

Regimentos específicos das especialidades técnicas que são cinco: execução

de obras, serviços especializados em execução de obras, gerenciamento de

obras e empreendimentos, elaboração de projetos, e outros;

Referenciais normativos4 para cada especialidade técnica, que contém os

itens e requisitos do SiAC, baseados na NBR ISO 9001:2000, a serem

atingidos em cada um dos níveis de certificação;

4 Publicados apenas os Referenciais Normativos para a especialidade técnica de Execução de Obras até a data de

15/09/2005.

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Requisitos complementares5 para os subsetores e escopos, que definem, por

exemplo, os materiais e serviços que devem ser controlados nestes

subsetores e escopos.

Quadro 2.7 – Principais mudanças do SiAC - Geral

Mudança SiQ SiAC

Nova estruturação da

documentação

A estrutura de documentação era

dividida em: Regimento,

Requisitos SiQ, Requisitos

Complementares e Atestados de

Qualificação.

A estrutura de documentação está dividida

em: Regimento Geral, Regimentos

Específicos das especialidades técnicas,

Referenciais Normativos para os subsetores

das especialidades técnicas, além dos

Requisitos Complementares dos subsetores

e escopos.

Definição das especialidades

técnicas

Existia basicamente o SiQ –

Construtoras.

Foram aprovadas 4 (quatro) especialidades

técnicas: Execução de Obras, Serviços

Especializados em execução de obras,

Gerenciamento de Obras e

Empreendimentos e Elaboração de

Projetos. Além disso, as Especialidades

Técnicas e os Escopos devem ser iguais em

todo o Brasil (programas estaduais).

Participação efetiva do

INMETRO

Os OCC6 realizavam as auditorias

sem uma fiscalização mais rígida

do INMETRO de suas atuações.

O INMETRO ficará responsável pelo

credenciamento dos OAC7, para auditar e

emitir certificados conforme os

Referenciais Normativos, dando maior

padronização às atividades dos OAC e

criando mecanismos de controle como as

auditorias testemunhas, as auditorias de

supervisão, sendo um canal de recebimento

de reclamação dos clientes.

5 Publicados apenas os Requisitos Complementares dos subsetores da especialidade técnica Execução de Obras

(Edificações, Saneamento Básico e Obras Viárias e de Arte Especial), com seus respectivos escopos. 6 OCC - Organismo Certificador Credenciado, que em 2005 passou a se chamar OAC.

7 OAC - Organismo de Avaliação da Conformidade

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Quadro 2.7 – Principais mudanças do SiAC - Geral (Continuação)

Mudança SiQ SiAC

Declaração da conformidade

pelo fornecedor

Todos os níveis, inclusive o nível

“D”, deveriam ser auditados pelos

OCC.

Não são mais necessários que os OAC

auditem todos os níveis evolutivos de

certificação, uma vez que cabe a própria

empresa uma autodeclaração de

conformidade aos Referenciais Normativos

com o envio de documentos para o

recebimento da certificação.

Tempos associados ao processo

de certificação

Foram estabelecidos os tempos do ciclo de

certificação (auditorias de certificação e de

manutenção) em 36 meses; a validade dos

certificados devem se de no máximo 12

meses, renováveis 2 vezes no ciclo e uma

empresa certificada em determinado nível e

escopo pode a qualquer momento pedir

mudança ou ampliação de escopo.

Qualificação de auditores e

especialistas

A equipe de auditores não

necessitava de formação específica

na área de engenharia civil.

Dispõe sobre e equipe de auditores que

precisam ser formados em Engenharia

Civil, com experiência no setor, em

sistemas de gestão da qualidade e em

auditorias.

Uma das mudanças que tende a aumentar o número de empresas aderindo ao Programa, uma vez

que diminuirá custos, é a autodeclaração de conformidade com os Referenciais Normativos para

alguns níveis. Na Especialidade Técnica Execução de Obras, as empresas interessadas

necessitam apenas de uma autodeclaração e de certos documentos (ex. Manual da Qualidade)

para que a Coordenação Geral do PBQP-H publique a validação da declaração, concedendo o

nível à empresa, e a declaração explicitará a Especialidade Técnica (ET) e não o subsetor. Terá

validade de 6 (seis) meses, sendo prorrogáveis por mais 6 (seis). O aproveitamento das auditorias

para certificação conjunta no nível “A” do SiAC e NBR ISO 9001:2000, também auxilia as

empresas na diminuição dos custos de certificação e no crescimento de interesse pelo PBQP-H.

Quando se refere diretamente à implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade, deve-se

também apresentar as mudanças do antigo SiQ-C para o SiAC – Execução de Obras.

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O Referencial Normativo para a ET Execução de Obras define os requisitos aplicáveis a cada um

dos 4 (quatro) níveis de certificação. Os requisitos para cada nível de certificação estão no

Quadro no ANEXO A.

A especialidade técnica Execução de Obras foi dividida em 3 (três) subsetores com Requisitos

Complementares próprios, que devem atender ao Referencial Normativo de Execução de Obras:

Obras de Edificações;

Obras de Saneamento Básico; e

Obras Viárias e de Arte Especial, essa última possuindo dois escopos.

As mudanças mais significativas nestes requisitos, em relação ao antigo SiQ-C, estão no

adiantamento de alguns itens a serem atendidos, como exemplo, podemos citar o item 7.1.1 –

Plano de Qualidade da Obra, que no SiQ-C era atendido nos níveis “B” e “A”, e no novo SiAC,

pede-se o seu atendimento também a partir do nível “C”. Os requisitos do SiQ-C equivalem aos

do SiAC, especialidade técnica Execução de Obra e subsetor Edificações, com pequenas

diferenças de itens a serem exigidos para cada nível, que são resumidos no Quadro 2.8.

Quadro 2.8 – Alteração no posicionamento de requisitos entre o SiQ-C e o SiAC – Execução de

Obras.

Seção Requisitos D C B A

4 – Sistema de Gestão

da Qualidade

4.2 – Requisitos de

documentação

4.2.4 - Controle de registros A X X X

5 – Responsabilidade

da direção da empresa

5.2 – Foco no Cliente A A X X

5.6.1 – Generalidades R X X X

5.6.2 – Entrada para análise

crítica

A A X

5.6.3 – Saídas da análise crítica A A X

6 – Gestão de recursos 6.3 – Infra-estrutura A X

7 – Execução da Obra 7.1.1 – Plano de Qualidade da

Obra

A X X

Legenda: (A) – Exigência ao requisito adicionada ao nível

(R) – Exigência ao requisito retirada do nível

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Quadro 2.8 – Alteração no posicionamento de requisitos entre o SiQ-C e o SiAC – Execução de

Obras (Continuação).

Seção Requisitos D C B A

7.1.2 – Planejamento da

execução da obra

A X

7.2.1 – Identificação de

requisitos relacionados a obra

A A X X

7.2.3 – Comunicação com o

cliente

A X

7.3.7 – Controle de alterações

de projeto

A X

7.3.8 – Análise crítica de

projetos fornecidos pelo cliente

A X

7.5.4 – Propriedade do cliente A X

7.6 – Controle de

dispositivos de medição e

monitoramento

A X X

8 – Medição, análise e

melhoria

8.2.1 – Satisfação do cliente A A X

8.2.2 – Auditoria Interna A A X

8.3 – Controle de

materiais e serviços de

execução controlados e da

obra não conformes

A X X

8.4 – Análise Crítica de

dados

A A X

8.5.1 – Melhoria contínua A A X

8.5.2 – Ação corretiva A X X

Legenda: (A) – Exigência ao requisito adicionada ao nível

(R) – Exigência ao requisito retirada do nível

Os requisitos complementares do SiQ-C, materiais e serviços controlados, são iguais aos do

SiAC, especialidade técnica Execução de Obras, subsetor Edificações e escopo Execução de

Obras de Edificações.

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Os materiais e os serviços controlados poderão ser aproveitados de um escopo para o outro,

mesmo o subsetor sendo diferente, caso a última auditoria tenha sido feita a menos de seis meses

e o grau de complexidade do serviço seja no mínimo igual a do serviço desejado. Outra novidade

é a possibilidade de realização de auditoria de manutenção para empresas certificadas, mas que

no momento não se encontre com obras, mas declare imediatamente a OAC o início de uma.

O subsetor Edificações possui apenas um escopo – Execução de Obras de Edificações. Para este

escopo é requerido que se controlem os seguintes serviços na proporção de 15% no nível “C”,

40% no nível “B” e 100% no nível “A”:

Quadro 2.9 – Serviços controlados do SiAC – Execução de Obras – Edificações (PBQP-H, 2005a).

1. Compactação de aterro 2. Locação de obra

3. Execução de fundação 4. Execução de forma

5. Montagem de armadura 6. Concretagem de peça estrutural

7. Execução de alvenaria estrutural 8. Execução de alvenaria não estrutural e de divisória

leve

9. Execução de revestimento interno de área seca,

incluindo produção de argamassa em obra, quando

aplicável

10. Execução de revestimento interno de área úmida

11. Execução de revestimento externo 12. Execução de contra piso

13. Execução de revestimento de piso interno de área

seca

14. Execução de revestimento de piso interno de área

úmida

15. Execução de revestimento de piso externo 16. Execução de forro

17. Execução de impermeabilização 18. Execução de cobertura em telhado (estrutura e

telhamento)

19. Colocação de batente e porta 20. Execução de janela

21. Execução de pintura interna 22. Execução de pintura externa

23. Execução de instalação elétrica 24. Execução de instalação hidro-sanitária

25. Colocação de bancada, louça e metal sanitário

Além disso, a empresa deverá controlar a seguinte proporção de materiais da sua lista de

materiais controlados, que deve conter no mínimo 20 (vinte) materiais: 20% no nível “C”, 50%

no nível “B” e 100% no nível “A”.

O subsetor de Obras de Saneamento Básico possui apenas um escopo – Execução de Obras de

Saneamento Básico. Diferente do subsetor de Obras de Edificações que possuía Requisitos

Complementares idênticos ao do antigo SiQ-C, o subsetor de Obras de Saneamento Básico

apresenta novos serviços a serem controlados. Os serviços variam de acordo com o tipo de obra

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que podem ser 2 (dois): Obras Lineares e Obras Localizadas e são apresentados no Anexo B

desta dissertação, assim como a porcentagem de materiais controlados à cada nível.

Já o subsetor de Obras Viárias e de Arte Especial possui dois escopos – Execução de Obras

Viárias e Execução de Obras de Arte Especiais. São catorze os serviços controlados para o

escopo de obras viárias e dezoito para o escopo de obras de arte especiais. Os serviços

controlados assim como a porcentagem de materiais controladas à cada nível são apresentados no

Anexo C desta dissertação.

2.2 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE

GESTÃO DA QUALIDADE

A aplicação de Sistemas de Gestão da Qualidade nas construtoras do Brasil é um caso particular

de uma aplicação mais geral de Sistemas de Gestão da Qualidade em diversos setores e países.

Desta forma foram levantados, também, trabalhos sobre o caso mais geral, abrangendo vários

setores em diversos países.

2.2.1 – Avaliação Geral

No mundo inteiro as empresas têm se certificado segundo a ISO 9001:2000, e este número tende

a aumentar ainda mais, como mostra a Tabela 2.10 abaixo. Apresentamos a seguir uma séria de

trabalhos que apresentam resultados de empresas de diversos ramos industriais, inclusive

construtoras, que implantaram sistemas de gestão da qualidade baseados na ISO 9000, tanto na

versão de 1994 quanto na versão do ano 2000, em inúmeros países.

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Tabela 2.10 – Evolução de certificações ISO 9001:2000 (ISO, 2005a; ISO, 2005b)

Número de Países Número de Certificados

(Mundo)

Número de Certificados

(Brasil)

DEZ/2001 98 44.388 182

DEZ/2002 134 167.210 1.582

DEZ/2003 149 497.919 4.012

DEZ/2004 154 670.399 6.120

Diversos são os motivos que levam as empresas a buscarem a certificação de seus sistemas de

gestão da qualidade. As motivações são apresentadas em diversas pesquisas, como Tang et al

(1997) e Tang e Kam (1999) que mostra que ao implantarem um sistema de gestão da qualidade

baseado na ISO 9000:1994, as empresas de construção de Hong Kong esperavam melhorar seus

processos. A exigência governamental foi o principal motivador das empresas para a busca pela

certificação, que ficou a frente até mesmo da “busca pela melhoria de eficiência e gestão” das

empresas. Vloeberghs e Bellens (1996), em sua pesquisa em diversos setores industriais na

Bélgica, mostram que a necessidade de organizar e controlar os processos nas empresas foi a

principal motivação interna para a implantação de um sistema de gestão da qualidade e a

melhoria da imagem e marketing foi considerada a maior motivação externa para as empresas. A

pesquisa de Anderson et al (1999) apresenta um tipo diferente de motivação que foi buscada pela

certificação ISO 9000. Os autores encontraram que as indústrias dos Estados Unidos adotaram a

ISO 9000 como meio de prover sinais para outras partes (clientes) de suas estratégias de

qualidade (marketing).

Pheng e Yeo (1997) analisaram os motivos para a implantação da ISO 9001, versão 1994, em

empresas de projeto, de construção e de mão-de-obra em Cingapura. Como resultados,

apresentam que 90,5% das empresas pesquisadas buscaram a certificação por exigência do setor

público, motivo que ficou a frente de buscar melhoria no serviço realizado (71,4%) e melhorar a

eficiência e a produtividade em todas as atividades das empresas (69,1%). Ao referenciarmos

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resultados de implantação da ISO 9000:2000, podemos perceber algumas similaridades como a

implantação por exigência governamental e alguns contrapontos, como a queda no percentual de

respostas referentes “à busca por melhoria na eficiência ou nos processos”. Fato encontrado na

pesquisa de Marshall (2002) que apresentou os resultados do SQMS - Scottish Quality

Management System – sistema baseado em 14 pontos inspirados nos requisitos da ISO 9000. O

SQMS é um programa nacional muito parecido com o nosso PBQP-H, do setor da Construção

Civil, sendo assim não é surpresa saber que, segundo Marshall (2002), 83% das empresas

participantes da pesquisa procuraram uma certificação SQMS para a manutenção de seus

contratos como governo e 80% disseram que isso lhes garantiria futuros contratos. Apenas 23%

das empresas buscaram a certificação no SQMS pela demanda de seus clientes, e 57% o fizeram,

pois consideraram o SQMS como um passo rumo à Qualidade Total; 31% enxergaram no SQMS

uma boa ferramenta de marketing; 51% aderiram ao programa para melhorar a qualidade dos

treinamentos, mas somente 22% consideraram que o treinamento dado causou melhorias

mensuráveis. Em contraponto, 48% buscaram o SQMS para melhorar os seus processos, mas

somente 11% considerarem que isto realmente ocorreu, e 13%, que os custos com administração

diminuíram e a eficiência dos processos aumentou.

Com relação ao tamanho da empresa, a pesquisa de Kie e Palmer (1999) com empresas da Nova

Zelândia, apresenta que as empresas pequenas, quando comparadas com as grandes empresas,

buscam a certificação ISO mais freqüentemente por fatores externos do que por fatores internos.

Segundo os autores, as grandes empresas buscam a certificação como um passo para se alcançar a

Qualidade Total, enquanto as pequenas ficam satisfeitas com a certificação de seus sistemas da

qualidade segundo a ISO 9000:1994. Segundo Sun e Cheng (2002), que pesquisam os efeitos da

implantação de sistemas de gestão da qualidade e a certificação ISO 9000:2000 nas empresas da

Noruega, as pequenas e médias empresas buscam a certificação pela exigência do mercado e de

clientes ou por razões externas, ao invés de por iniciativa interna da própria empresa. No que

tange aos resultados, os mesmos autores não encontraram relação entre a certificação ISO e o

crescimento no desempenho da empresa.

Em um estudo que se refere à ISO 9000:1994, com empresas da Austrália (empresas com menos

de 250 empregados), Wiele e Brown (1997/1998) relatam que as pequenas e médias empresas são

aparentemente forçadas a se certificarem o que prejudica a continuidade do processo e o processo

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30

de melhoria contínua não evolui. Segundo Goh e Ridgway (1994), o mesmo ocorre no Reino

Unido, onde a certificação ISO é a parada final da jornada da qualidade nas empresas.

As empresas de Hong Kong consideram que houve melhorias nos processos de projeto e

gerenciamento de seus negócios após a implantação dos SGQ, mas essas melhorias estão abaixo

do esperado, uma vez que a maioria das empresas era recém certificada. Isto pode ter acontecido

uma vez que Brecka (1994) apresentou que as organizações certificadas por mais de cinco anos

se beneficiam mais da diminuição de custos operacionais, da redução de desperdício e aumento

da eficiência e produtividade do que nas organizações recém certificadas. A “Qualidade” foi

considerada a preocupação mais importante para as empresas, à frente de Custos e Tempo,

respectivamente. Os autores também apresentam que os custos relacionados à Qualidade não

estão contemplados aos SGQ das empresas, e que as melhorias com a “interpretação e

entendimento dos requisitos da ISO 9001 pela equipe” e “excesso de documentação de controle e

registros” foram as principais dificuldades encontradas pelas empresas. Os grandes benefícios

encontrados pelas empresas de Hong Kong foi uma “melhoria na imagem da empresas”,

“aumento da satisfação dos clientes”, “além do aumento de contratos firmados”, mas a

“economia financeira por meio de redução das falhas de projetos e retrabalho” ficou muito abaixo

do esperado (TANG et al, 1997; TANG; KAM, 1999). Os resultados acima nos mostram que os

benefícios se sobressaem às dificuldades.

Feng (1998) apresenta como resultados de sua pesquisa em Taiwan, que a implantação da ISO

9001 caracteriza-se pela uniformidade; por ser um país de área territorial pequena, o mesmo não

possui diferenças regionais. A pesquisa neste país foi realizada com a intenção de se medir o

desempenho das empresas após a implantação. A satisfação dos clientes foi afetada pelo

tamanho da empresa, uma vez que as empresas com um número de 101 a 500 funcionários

tiveram um desempenho melhor do que as empresas com mais de 1.000 funcionários. O capital

influenciou quanto avaliado liderança, informações, desenvolvimento humano, qualidade dos

processos, pois as empresas com capital entre US$ 1 milhão e US$ 1 bilhão tiveram melhor

desempenho nessas áreas. Como previamente analisado em Hong Kong, as empresas com mais

de três anos de sistema certificado, obtiveram melhor desempenho do que as empresas recém

certificadas.

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31

Quando se analisa a versão 2000 temos o aparecimento da preocupação com a melhoria contínua.

Marshall (2002) apresenta um dado importante: o de que 84% das empresas entrevistadas

acreditam que o sistema de gestão da qualidade é essencial para a geração de melhorias contínuas

para as empresas, mas menos da metade deles dizem que certificariam seus sistemas se a

certificação não fosse obrigatória. 87% acreditam que o sistema deve ser adotado de “cima para

baixo” e 92% , de que a melhoria contínua deve ser buscada em todos os níveis da empresa. Uma

conclusão interessante que é tirada da pesquisa, muito parecida com resultados brasileiros, é a de

que a certificação compulsória inibe o desenvolvimento de novas iniciativas de desenvolvimento

e busca pela qualidade contínua. Em outro resultado da mesma versão, Cecebi e Beskese (2002)

relatam que o sucesso na implantação de sistemas da qualidade nas empresas turcas está

diretamente ligado a três fatores: volume exportado pela empresa, a porcentagem de empregados

envolvidos na implantação e a periodicidade das reuniões e treinamento dos funcionários. Um

dos dados mais marcantes da pesquisa é que 55% das empresas não dão treinamento satisfatório a

seus empregados, comprometendo a implantação dos sistemas de gestão. Como conclusão, os

autores apresentaram as indústrias automotivas e metalúrgicas como os melhores setores em

termos de qualidade, e os piores como sendo o de Construção Civil e energia.

No setor de construção da Holanda as práticas de gestão da qualidade são suportes para a

necessidade das empresas de gerenciar as novas tecnologias adotadas incansavelmente neste país.

Em um estudo de caso de três anos, no qual se acompanhou a migração da versão 1994 para a

versão 2000 da ISO 9000, concluí-se que as práticas que se tornam suporte no gerenciamento de

novas tecnologias são as práticas de projeto, de planejamento, de definição de sistema, de

elaboração de objetivo, de posicionamento e de interação entre áreas. Os sistemas de gestão da

qualidade foram colocados como ferramentas das práticas de definição de sistema uma vez

permitem uma coordenação sistemática, além de monitorar e documentar os processos. O

sistema também é responsável pela harmonização e coordenação entre projeto e procedimentos,

considerando que qualidade e inovação são vertentes diferentes. Para remarcar a posição das

empresas no mercado com a relação de oportunidades únicas por se ter qualidade, a certificação

ISO foi classificada como prática de posicionamento, melhorando o desempenho das empresas e

ganhando novos clientes. Os sistemas de gestão da qualidade não foram utilizados como base

das inovações implantadas nas empresas, que preferem implantar inovações isoladas oriundas das

universidades, mas o autor considera que sem um sistema de gestão, as inovações mesmo

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isoladas, não conseguiriam ser adotadas. A certificação ISO conseguiu ser responsável pela

divulgação das melhorias e inovações implantadas, uma vez que o mercado exige isto das

empresas holandesas (BOSSINK , 2002).

Ao se relatar as dificuldades na implantação, Curkovic e Pagell (1999) destacaram em sua

pesquisa realizada nos Estados Unidos três pontos importantes acerca da implantação de um

Sistema de Gestão da Qualidade em empresas de diversos setores. A quantidade de papéis

envolvidos no sistema é enorme, ou seja, o torna burocrático e volumoso. Não apenas a grande

quantidade de documentos produzidos, mas também, a quantidade de documentos desnecessários,

na opinião dos autores é um problema. Outro ponto observado pelos autores é a enorme

possibilidade quanto à melhoria contínua do sistema contida no ISO 9000, fato que foi priorizado

na versão 2000. Como exemplo, citamos que às empresas são requisitados que se identifiquem

os equipamentos, que se forneça manutenção dos mesmos e que se crie um sistema de

manutenção preventiva. O terceiro e último ponto apresentado pelos autores é o custo de

implantação. Alguns outros autores dizem que o custo de implantação é alto e que o retorno é

baixo, mas Curkovic e Handfiel (1996) apresentava que a economia que o sistema de gestão da

qualidade traz às empresas é compensatória ao valor aplicado na implantação, e que o processo

de melhoria contínua aos processos garante que haja retorno por meio da manutenção do sistema.

Ainda, Curkovic e Pagell (1999) dizem que a ISO traz ganhos significativos às empresas que

implantam dispostas a investir tempo e energia nessa empreitada. Entretanto, as empresas que se

certificam apenas para se manter no mercado, não alcançam tais benefícios. Na pesquisa de

Vloeberghs e Bellens (1996), o custo (média de US$ 75.000,00) e o tempo (média de 608 dias)

de implantação foram considerados os itens mais significativos para obtenção da certificação ISO

9000 nas empresas da Bélgica. O comprometimento da alta direção foi considerado fator

primordial pra diminuição destes dois fatores e, os procedimentos mal elaborados, o de aumento.

As melhorias podem ser sentidas com a melhor definição dos processos e das responsabilidades,

além da melhoria da confiança do cliente na organização. Algumas conclusões interessantes são

que 40% dos entrevistados gostariam que os requisitos da ISO 9000 fossem revistos e ampliados,

e que 37%, de que o governo deveria ter um papel maior na exigência de qualidade nas compras

públicas, o que de fato aconteceu em ambos os casos.

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Muitos outros trabalhos apresentam impactos positivos e negativos que a certificação ISO trouxe

para as empresas. No lado positivo, pode-se citar o estudo de Elmuti e Kathawala (1997), em

duas indústrias de manufatura, uma com a certificação e outra sem a certificação ISO,

pertencentes a um grupo empresarial dos Estados Unidos, é apresentado que a implantação da

ISO 9000 melhorou a qualidade na vida no trabalho, além de um impacto positivo na

produtividade dos empregados e nas vendas. Chittenden et al (1998) diz que, no Reino Unido,

empresas que adotaram ISO 9000 tendem a ser maiores, multi-produtivas e do setor de

manufatura. Estas empresas possuem clientes maiores que elas mesmas ou de departamentos do

governo, e possuíam uma estrutura gerencial formal. Por outro lado, as empresas que não

possuem ISO 9000 tendem a ser menores, atendentes do mercado local e com clientes

domésticos. Os autores concluem que a grande maioria dos usuários da ISO 9000 sente as

vantagens de adotá-la, ao invés das desvantagens. As grandes empresas são motivadas

principalmente pelo desejo de melhorar os processos internos, enquanto as empresas pequenas

são motivadas pelas vantagens competitivas e estratégias de marketing.

McAdam e McKeown (1999) reportam que na Irlanda do Norte a certificação ISO 9000 resulta

em benefícios também para as empresas pequenas, diferentemente do que apresenta o estudo de

Chitenden et al (1998). Esses benefícios são:

Melhor controle do negócio;

Aumento das vendas/do negócio;

Redução de custos;

Aumento da produtividade; e

Diminuição das reclamações dos clientes.

Os autores também reportam que os negócios que mais obtêm ganhos com a implantação de

TQM começaram com ISO 9000 e focaram tanto medidas internas quanto externas. Essas

empresas têm um compromisso gerencial total, maior participação dos empregados nas decisões e

treinamento constantes. Na mesma linha de pesquisa, Sun (1999) apresenta que nas empresas da

Noruega, a implantação da ISO 9000 está correlacionada com a redução de produtos de má

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qualidade e reclamação de clientes, além do aumento da produtividade e da lucratividade das

empresas.

Segundo Quazi e Padibjo (1998), as pequenas e médias empresas em Cingapura apresentaram

muitos benefícios após a certificação ISO 9000, entre elas:

Um aumento pela preferência da empresa pelos clientes;

Aumento da competitividade da imagem da empresa no mercado;

Atendimento aos requisitos dos clientes;

Documentação e procedimentos estruturados;

Aumento da consciência relativa a ações preventivas e corretivas; e

Embasamento para busca da Qualidade Total.

Anderson et al (1999), mostra que nas empresas americanas pesquisadas, a ISO 9000 foi adotada

como ferramenta em uma estratégia maior de competitividade por meio de gestão da qualidade e

apresentação de resultados desta gestão. Para a maioria das empresas, atendimento aos requisitos

do cliente ou atendimento aos requisitos ficou em segundo plano.

Apesar dos benefícios apresentados, as empresas se depararam com inúmeras dificuldades após a

certificação, entre elas podemos citar a demora no retorno devido ao alto custo de implantação,

falta de comprometimento de todos os envolvidos e a falta de participação da alta direção na

manutenção do sistema. Além destes foram apresentados, pelos autores, a falta de recursos

financeiros e humanos, resistência dos empregados, a não percepção de possíveis benefícios para

a indústria de serviços, e que o treinamento e a educação apropriada dos empregados não poderia

ser garantidos (QUAZI; PADIBJO, 1999). Tsekauras et al (2002), em seu estudo nos setores de

manufatura e serviços, apresentam que o retorno financeiro da adoção dos padrões e requisitos da

ISO 9000:2000 só será alcançado após cinco ou seis anos. Similarmente, o estudo de Terziovski

et al (1997) apresenta que a certificação de sistemas de gestão da qualidade não foi significativa

quando relacionada ao desempenho da empresa. Segundo Simmons e White (1999), vantagens

operacionais e de desempenho não foram sentidas quando comparadas empresas certificadas e

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não-certificadas. Sun (1999) também apresenta que a certificação ISO 9000 tem pouca influência

na competitividade das empresas, e quase nenhuma influência na satisfação do empregado e na

proteção do meio-ambiente.

Ao contrário do que apresentam os estudos acima, Heras (2002), em seu estudo com 400

empresas certificadas e 400 empresas não certificadas no Espanha, mais precisamente na

comunidade autônoma do País Basco, apresenta uma associação positiva entre a certificação ISO

9000:2000 e um melhor desempenho financeiro.

Por outro lado, existem estudos que indicam que a certificação ISO 9000 não trás vantagens

operacionais nem de desempenho para a empresa, muito menos aumento de vendas sobre as

empresas não certificadas. Segundo McAdam e Mckeown (1999), para se alcançar a satisfação

dos clientes, redução do desperdício e melhora da eficiência, é necessário um comprometimento

total de todos os níveis gerenciais, maior participação dos empregados no processo e muito

treinamento.

Este item da revisão da literatura apresenta os resultados (motivações, dificuldades e benefícios)

da implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade em diversos setores produtivos de vários

países. O Quadro 2.11 apresenta um resumo dos resultados obtido.

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Autores País Ano Versão Motivações Dificuldades Benefícios

Anderson et al E.U.A. 1999 1994 Marketing

Bossink Holanda 2002 1994/2000Suporte para implantação de tecnologia, melhoria da

imagem da empresa

Cecebi; Beskese Turquia 2002 2000 Treinamento

Chittenden et al Reino Unido 1998 1994Melhoria dos processos internos, vantagens competitivas

e estratégicasTamanho das empresas

Curkovic; Handfiel E.U.A. 1996 1994 Ganhos financeiros

Curkovic; Pagell E.U.A. 1999 1994 Documentação excessiva, custo Melhoria contínua dos processos

Elmuti; Kathawala E.U.A. 1997 1994Melhoria na qualidade de vida de trabalho, aumento de

vendas e da produtividade dos funcionários

Feng Taiwan 1998 1994 Satisfação do Cliente, desempenho

Goh; Ridgway Reino Unido 1994 1994 Continuidade do processo

Heras Espanha 2002 2000 Melhor desempenho financeiro

Kie; Palmer Nova Zelândia 1999 1994 Busca pela Qualidade Total

Marshall Escócia 2002 2000Exigência Governamental, busca pela Qualidade Total,

marketing.Certificação compulsória

McAdam; McKeown Irlanda do Norte 1999 1994

Controle, aumento de vendas, redução de custos,

aumento da produtividade e diminuição de reclamações

do cliente

Pheng; Yeo Cingapura 1997 1994Exigência governamental, melhoria nos serviços

prestados, melhoria de eficiência.

Quazi; Padibjo Cingapura 1998 1994Falta de recursos, resistência de empregados,

treinamento apropriado

Preferência do cliente, competitividade, embasamento

pela busca à Qualidade Total, estruturação de

documentos e procedimentos

Simmons; White 1999 1994 Ganhos operacionais e de desempenho

Sun Noruega 1999 1994Influencia da implantação na competitividade das

empresas e na satisfação do empregado

Redução de produtos de má qualidade e reclamação de

clientes, aumento da lucratividade e produtividade das

empresas

Sun; Cheng Noruega 2002 2000 Exigência de mercado

Tang et al Hong Kong 1997 1994Exigência governamental, melhoria de eficiência,

melhoria de gestão

Custos, interpretação dos requisitos, excesso de

documentação

Melhoria de processos de projeto e gerenciamento, da

imagem

Tang; Kam Hong Kong 1999 1994Exigência governamental, melhoria de eficiência,

melhoria de gestão

Custos, interpretação dos requisitos, excesso de

documentação

Melhoria de processos de projeto e gerenciamento, da

imagem

Terziovski et al 1997 1994 Relacionar a certificação com os ganhos financeiros

Tsekauras et al 2002 2000 Ganhos financeiros

Vloeberghs; Ballens Bélgica 1996 1994 Organizar e Controlar os Processos, Marketing Custo e tempo de implantaçãoMelhoria na imagem da empresa, melhoria nos processos

e responsabilidades

Wiele; Brown Austrália 1997/8 1994 Continuidade do processo

Quadro 2.11 – Motivações, dificuldades e benefícios da implantação da ISO 9000 em diversos setores.

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As principais motivações para a implantação, apresentadas pelos autores, são os fatores externos

como a exigência de órgãos governamentais e dos clientes privados; alguns autores relatam,

ainda, a necessidade de melhoria nos processos internos. As dificuldades ficam por conta do

grande volume de documentos produzidos e o custo da implantação, que para as pequenas e

médias empresas ainda é muito alto.

Em resumo, podemos apresentar que os vários autores relatam os seguintes benefícios trazidos

pela certificação ISO 9000:

Melhoria na qualidade do ambiente de trabalho;

Aumento da preferência dos clientes pelas empresas certificadas;

Melhoria da imagem e da competitividade das empresas perante o mercado;

Aumento da produtividade e das vendas;

Melhor controle da empresa;

Redução de custos;

Diminuição das reclamações dos clientes;

Procedimentos e documentação controlados; e

Aumento da consciência para com as ações preventivas e corretivas.

2.2.2 – Avaliação em empresas da Construção Civil no Brasil

No Brasil, o Qualihab é pioneiro não só no que trata de implantação, mas também na avaliação de

seus resultados (CARDOSO et al, 1998). A adoção de Sistemas de Gestão da Qualidade em

empresas ligadas à Construção Civil tem mudado algumas características do setor. Quando houve

o crescimento pela busca da implantação pensava-se que os sistemas facilitariam a cooperação,

coordenação e integração dos setores dentro da empresa. Além disto, a construtora teria um

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ganho de eficiência técnico-econômica por meio de melhorias nos processos produtivos, e seria

capaz de ampliar a visão global dos empreendimentos e da empresa em si (PICCHI, 1993; REIS;

MELHADO, 1998).

Nesse sentido a pesquisa de Cardoso et al (2000) relata resultados no qual a implantação do

Qualihab transformou as empresas por meio da padronização de trabalho, melhor integração de

funções e a definição de objetivos, houve mudanças na natureza organizacional e gerencial das

empresas. Essas mudanças foram importantes para os sistemas de produção, especialmente na

área de controle de materiais, considerada primordial para qualidade do produto final. As

empresas apontaram como mais significativas as melhorias relacionadas a suprimentos e logística

externa e de canteiro, ao planejamento de obras, às propostas e licitações e à execução de

serviços. A maioria delas percebeu, também, grandes melhorias em relação à motivação e postura

das pessoas dentro da organização.

Jesus (2004) observou melhoras nas condições organizacionais e na qualidade dos materiais

utilizados pelas construtoras do programa Qualihab. Segundo a autora, além da qualificação dos

sistemas de gestão da qualidade das construtoras envolvidas, o PSQ do setor obras do

QUALIHAB previa, também, apoio ao desenvolvimento e atualização de normas técnicas e

capacitação e treinamento da mão-de-obra. Houve um engajamento no quesito das normas, uma

vez que CDHU / Secretaria Executiva do Programa QUALIHAB, que levou ao desenvolvimento

do Manual de Controle de Obras e Serviços – Lista de Verificação e Desvios Admitidos e do

Roteiro para Desenvolvimento de Planos da Qualidade de Obras. Durante as vistorias nas obras

testemunhou-se um grau elevado de sub-contratação de serviços e pouca evidência da realização de

treinamento ou da capacitação da mão-de-obra atuante nos canteiros

Entre as principais dificuldades encontradas, há uma similaridade tanto nas pesquisas que

apresentam resultados da NBR ISO 9001 versões 1994 e 2000, com a necessidade de uma

mudança cultural nas empresas. Há anos os mesmos processos são utilizados, sem a padronização

exigida nos sistemas de gestão, dando segurança aos operários e engenheiros. Além disso, as

empresas ainda vêem a implantação como um custo e não como um investimento. A mão-de-obra

ainda resiste ao cumprimento dos serviços quando padronizados, e o seu treinamento ainda é

dispendioso para o setor. Outro ponto levantado nas pesquisas é a documentação excessiva e a

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burocracia do sistema. (REIS; MELHADO, 1998; OLIVEIRA; FONTENELLE, 2003, PAULA,

2004).

A implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade passou a interferir objetiva e diretamente no

desempenho da empresa e em sua competitividade no mercado. Ela deixou de ser entendida

apenas como forma de marketing ou acúmulo de documentação desnecessária, e mostrou-se

capaz de trazer melhorias concretas para a organização com retorno visível do investimento

aplicado na sua implantação e manutenção (LEAL JR et al, 1996).

Hernandes e Jungles (2003) mostraram que a implantação dos Sistemas de Gestão da Qualidade

trouxe benefícios internos e externos às empresas. Confirmou-se, mais uma vez, que a

implantação traz mudanças organizacionais e gerenciais nas construtoras. A pesquisa apresentou

que a implantação foi responsável por possibilitar à empresa uma maior visão sistêmica de todos

os processos e da própria empresa. Outro ponto apresentado foi que a padronizações dos

processos construtivos proporciona, para as empresas, maior transparência na produção. Isto

facilitou a identificação para posterior eliminação das atividades que não agregam valor, sempre

em busca da melhoria contínua para poder atender às necessidades do cliente.

Para Oliveira e Fontenelle (2003) houve modificação no perfil da empresa pós-certificação NBR

ISO 9002:1994. A mudança ocorreu como reflexo do investimento em qualificação e

capacitação dos funcionários. Observou-se que a implantação impactou positivamente na rotina

da empresa, uma vez que o trabalho em um ambiente de padronização e normatização em muito

tem contribuído para elaboração de produtos de qualidade. A empresa passou, também, por uma

mudança cultural buscando atingir níveis maiores de satisfação do cliente.

Neves et al (2002) também chamaram a atenção para o desenvolvimento de uma visão sistêmica

dentro das empresas. Segundo os autores, o processo de controle de materiais foi de extrema

importância tanto para as construtoras, que começaram a exigir maior qualidade, como para os

fornecedores que melhoraram não só o atendimento, mas também os seus produtos. Na parte

gerencial, foram necessárias alterações nas relações humanas dentro da empresa, a fim de se

estabelecer claramente as responsabilidades e autoridades. Os perfis para cada função foram

claramente montados e realizou-se treinamento e desenvolvimento de pessoal.

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Santana (2006) relaciona a necessidade de se vencer as barreiras em seus processos e a

necessidade de certificação para órgãos financiadores como as duas principais motivações para as

empresas buscarem a certificação. As mudanças culturais necessárias para a implantação foram a

principal dificuldade encontrada na etapa de implantação, e a alta rotatividade da mão-de-obra, na

fase de manutenção. As melhorias sentidas pelas empresas pesquisadas estão na melhoria do

controle dos processos, na disseminação do conhecimento e na diminuição de custos.

Lordêlo e Melhado (2003) afirmaram que as empresas pesquisadas destacaram a importância do

Sistema de Gestão da Qualidade para seu crescimento. Elas tiveram a mesma motivação:

queriam um sistema que garantisse a qualidade dos processos de produção, obtendo, como

resultados a melhoria contínua e o reconhecimento da qualidade dos seus produtos pelos clientes

e pelo mercado. As empresas também destacaram o envolvimento da alta direção da empresa no

processo de implantação dos Sistemas de Gestão da Qualidade.

Segundo Reis (1998), em uma das pesquisas pioneiras no tema avaliação de implantação de

sistemas de gestão da qualidade, a empresas de construção de edifícios encontram dificuldades

quando da implantação devido à cultura organizacional e aversão a mudanças, falta de apoio e de

comprometimento da alta direção, falta de recursos (humanos e financeiros), além da falta de

visão sistêmica. Paula (2004) apresenta a importância que o treinamento tem para o sucesso de

um SGQ. O autor critica as empresas que o fazem apenas como atendimento aos requisitos, e

chama a atenção para a necessidade de o treinamento ser realmente voltado para o

aperfeiçoamento do processo construtivo, trazendo melhorias mensuráveis para a empresa.

Na pesquisa de Ribeiro (2003) que estuda uma empresa que qualificou seu SGQ segundo o SiQ-

C – nível “A”, o atendimento ao item de documentação da norma foi o que menos dificuldades

trouxeram à empresa. As melhorias foram observadas pela definição e medição de indicadores

de desempenho atribuídos ao SGQ, e principalmente na medição do consumo de materiais de

construção. Ou seja, as mudanças principais estão na parte organizacional da empresa e não na

parte gerencial. Em outra pesquisa, Ambrozewics (2003) relata que as principais dificuldades

encontradas em se manter um SGQ são a falta de comprometimento das pessoas e a

operacionalização das rotinas impostas pelo SGQ. Já Melgaço et al (2004) apresenta

dificuldades no nível de comprometimento das pessoas, dificuldades de treinamento e elaboração

dos procedimentos.

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Bauer e Brandli (2005) apresentam como dificuldades mais citadas a burocratização da empresa e

o controle dos serviços. Tais dificuldades podem ser entendidas pela falta de costume das

empresas de construção civil de elaborar padrões e documentos, além de falta de seguimento das

regras de inspeção e controle.

Vivancos (2001) apresenta resultados interessantes sobre a estrutura organizacional das empresas

com a implantação de SGQ. Na parte administrativa, o interesse do empregado para melhoria

dos processos da empresa, além de sua satisfação com o trabalho aumentaram. No setor

produtivo, houve aumento significativo na parte de qualificação dos funcionários, produtividade,

e responsabilidade na execução dos trabalhos.

Foi sentido falta de resultados relativos ganhos financeiros e econômicos das empresas com a

implantação dos Sistemas de Gestão da Qualidade. Mendes et al (2006) apresenta uma possível

economia de 4,9% dos custos originais do empreendimento com a implantação de um sistema de

gestão da qualidade, assim os custos de R$ 39.310,00, estimados pelo autor como sendo o custo

de implantação, são mínimos para uma empresa com faturamento anual na superior a R$

400.000,00 (valor aproximado necessário para que o retorno seja efetuado em 24 meses).

Constata-se também, que para empresas com faturamento anual inferior ao valor acima, a

implantação continua acarretando em um investimento elevado, comprovando pesquisas

anteriores que colocam o alto custo de implantação como dificuldade no crescimento do número

de empresas com Sistemas de Gestão da Qualidade certificados.

De forma a resumir o que foi apresentado neste item de Revisão Bibliográfica, podemos citar que

são poucas as pesquisas que tratam da implantação de SGQ em empresas construtoras,

especialmente as que se qualificaram pelo SiQ-C. A motivação para a busca de implantação de

Sistemas de Gestão da Qualidade e de sua certificação, segundo os autores, foi a busca por

melhorias nos processos da empresas.

Entre as dificuldades encontradas pelas empresas, destacam-se a documentação excessiva que

gera uma burocratização da empresa e a necessidade de mudança cultural dos envolvidos, na

maioria dos casos, resistentes a mudanças significativas em seu processo de produção. Destaca-se

também a necessidade do comprometimento das pessoas não só na implantação, mas na

manutenção e no processo de melhoria contínua do Sistema. Estas dificuldades são similares às

encontradas na revisão de literatura internacional desta pesquisa (item 2.3.1).

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Podemos apresentar mudanças benéficas na parte gerencial e organizacional das empresas, com

destaque para a integração de funções e controle de procedimentos. A mudança cultural se faz

necessária e os resultados obtidos com essa mudança podem ser considerados positivos, assim

como a possibilidade de se possibilitar uma visão sistêmica de toda a empresa. É enfatizada,

também, a parte de controle e de treinamento de pessoal, considerados relacionados e de extrema

importância para o sucesso de implantação e coleta de resultados.

Os resultados obtidos nos dois itens anteriores servem de bases para a elaboração dos

instrumentos de pesquisas utilizados nas empresas durante o estudo de caso. Procura-se nas

empresas pesquisas além das motivações, dificuldades e benefícios, as mudanças mais

significativas nas construtoras após a implantação e certificação dessas empresas segundo a NBR

ISO 9001:2000.

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Quadro 2.12 – Motivações, dificuldades e benefícios trazidos com a implantação de SGQ nas construtoras brasileiras.

Autores Ano Motivações Dificuldades Benefícios

Cardoso et al 2000

Padronização do trabalho, mudanças organizacionais e

gerenciais (suprimento, planejamento e execução de

serviços)

Jesus 2004Mudanças organizacionais, aumento da qualidade dos

materiais utilizados

Reis; Melhado 1998

Oliveira;Fontenele 2003 Padronização de trabalho e normatização se serviços

Paula 2004

Leal Jr et al 1996 Retorno de investimento com ganhos produtivos.

Hernandez; Jungles 2003Eliminação de atividades que não agragam valor,

aumentando a produtividade. Visão sistêmica.

Neves et al 2002Visão sistêmica. Melhoria no controle de materiais e nas

relações humanas.

Brandão 2006Exigência de órgãos financiadores, necessidade de se

melhorar os processos.Mudanças culturais.

Controle de processos, disseminação do conhecimento e

diminuição dos custos.

Lordelo; Melhado 2003 Melhoria dos processos de produção

Reis 1998

Cultura organizacional e aversão à mudanças, falta de

apoio e de comprometimento da alta direção, falta de

recursos (humanos e financeiros), além da falta de visão

sistêmica.

Ribeiro 2003 Diminuição no consumo de materiais de construção.

Ambrozewics 2003Falta de comprometimento das pessoas e a

operacionalização das rotinas impostas pelo SGQ

Melgaço et al 2004Nível de comprometimento das pessoas, dificuldades de

treinamento e elaboração dos procedimentos

Bauer; Brandli 2005 Burocratização da empresa e o controle dos serviços

Vivancos 2001

Na parte administrativa, o interesse do empregado para

melhoria dos processos da empresa, além de sua

satisfação com o trabalho aumentaram. No setor

produtivo, houve aumento significativo na parte de

qualificação dos funcionários, produtividade, e

responsabilidade na execução dos trabalhos.

Mudança cultural dentro da empresa, resistência da mão-

de-obra, elevado custo de treinamento, documentação

excessiva e burocratização da empresa.

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3 METODOLOGIA

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Segundo Gil (2002), a pesquisa científica se inicia sempre com a colocação de um problema

solucionável. O nosso problema foi apresentado na forma de pergunta, a chamada questão de

pesquisa já apresentada no item 1.2:

“Quais são os efeitos da implantação de sistema de gestão da qualidade em

construtoras do Piauí?”

A questão, clara e precisa, é empírica e ao ser delimitada a uma dimensão viável, é suscetível de

solução. A escolha da estratégia adequada para a realização do estudo é muito importante para a

organização e o desenvolvimento da pesquisa. Nesta pesquisa a estratégia predominante adotada

foi o estudo de caso, tendo sido utilizado o seguinte delineamento para apresentação de resultados

e conclusões: revisão bibliográfica, levantamento de resultados de avaliações, estudos de caso

exploratórios, entrevista com especialistas e estudo de caso com empresas certificadas.

A pesquisa utiliza com metodologias para o seu desenvolvimento as etapas que são apresentadas

neste capítulo resumidas na Figura 3.1.

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Figura 3.1 – Etapas da pesquisa

3.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O capítulo de revisão bibliográfica foi dividido de forma a apresentar a literatura em uma

formatação evolutiva que se inicia com uma apresentação resumida da evolução dos conceitos de

qualidade. A segunda parte é focada nas características da Construção Civil e no surgimento das

técnicas de gestão da qualidade para a indústria e nas características próprias da indústria da

Construção Civil, com a aplicação de Sistemas de Gestão da Qualidade. Por fim, a revisão

Revisão Bibliográfica

Levantamento de avaliação dos

Programas Estaduais

Estabelecimento de critérios de

avaliação das implantações de

SGQ nas empresas que

atingiram o nível “A” e na

cadeia produtiva.

Avaliação de SGQ Aval. de SGQ no Piauí

Estudos de Caso 2: Verificação das

mudanças para diretoria, funcionários,

clientes, fornecedores e sub-contratados.

RESULTADOS E CONCLUSÕES

Estudos de Caso 1: Verificar as

mudanças ocorridas nas

empresas do estado do Piauí após

a qualificação nível “B” do SiQ-

C de seus SGQs.

Questão de Pesquisa: Quais são os efeitos da

implantação de sistemas de gestão da qualidade

em construtoras do Piauí?

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bibliográfica apresenta os resultados de avaliações de implantação de Sistemas de Gestão da

Qualidade em diversos setores e países, com uma ênfase final na sua aplicação na Construção

Civil brasileira. Foram utilizados como fonte de pesquisa artigos em publicações internacionais,

nacionais, dissertações, teses e artigos em congressos, além de sítios na internet.

3.3 LEVANTAMENTO DA IMPLANTAÇÃO DOS PROGRAMAS ESTADUAIS

O problema proposto nesta etapa é bem específico, para que, assim, se pudesse realizar a

pesquisa. Descobrir como foi a implantação e como está sendo a manutenção do PBQP-H nos

estados brasileiros foi o objetivo especificado que tenta descrever, nos termos mais claros

possíveis, exatamente o que foi obtido no levantamento (GIL, 2002). Buscaram-se neste

levantamento subsídios que pudessem direcionar a adoção de critérios para a avaliação proposta

para o Estado do Piauí bem como para a comparação com resultados anteriores.

Para realização deste levantamento foi elaborado um questionário, com perguntas relacionadas ao

problema proposto, buscando traduzir os objetivos específicos da pesquisa em itens. O

questionário foi composto de dezessete questões, sendo quatorze descritivas e três que permitiam

múltiplas respostas. Na elaboração do questionário foram abordados aspectos históricos (datas

importantes, entidades envolvidas, representantes estaduais, fatores que incentivaram o início do

programa) e meio de divulgação do Programa no estado. Os níveis de qualificação das empresas,

dificuldades e facilidades encontradas, metas, indicadores foram incluídos no questionário

baseados nas premissas descritas na bibliografia acima citada. Abordam-se as principais

mudanças ocorridas na cadeia produtiva da Construção Civil para análise e comparação entre os

estados, permitindo uma caracterização das diferenças regionais. O questionário utilizado

encontra-se no Apêndice A.

Como amostra foi selecionado o grupo de Representantes Estaduais do PBQP-H e os

questionários foram enviados a 25 (vinte e cinco) estados brasileiros, uma vez que os Estados do

Amapá e de Roraima não possuíam representantes na época do envio. O envio do questionário

foi realizado em duas etapas: (1) por correio eletrônico e (2) por carta e telefone. A primeira

etapa teve como data limite para respostas o dia 20/12/04. O questionário foi enviado por meio

de correio eletrônico aos respondentes indicados pela Coordenação Geral (CG) do PBQP-H.

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Nesta primeira etapa oito estados responderam. A segunda etapa consistiu em um envio duplo

dos questionários: correio eletrônico e carta. Nesta etapa, somente três estados responderam até a

data limite de 08/04/05. Numa última tentativa de se agregar mais estados à pesquisa, foi

realizado contato por telefone. Foram recebidos quatro questionários até a elaboração do texto

final da dissertação. Assim, totalizaram-se quinze estados respondentes.

3.4 ESTUDOS DE CASO 1

Para realização deste estudo de caso, preliminarmente foram levantados dados referentes à

caracterização e histórico do PBQP-H no Estado do Piauí, como forma de caracterizar-se o

contexto e subsidiar este estudo. Foi realizado um estudo de caso exploratório com três

construtoras do Piauí para que se pudesse acompanhar o andamento em uma etapa intermediária

(nível “B”) de implantação. O objetivo desta etapa foi o de coletar informações sobre as

motivações, resultados e expectativas obtidos após a qualificação dos Sistemas de Gestão da

Qualidade das empresas segundo o nível “B” do SiQ-C.

O estudo exploratório teve seu início em 15/12/04, quando as empresas estavam se preparando

para a auditoria de qualificação para o nível “B” do SiQ-C. Prosseguiu até 15/02/05 quando as

empresas já estavam qualificadas e iniciando as discussões preparativas para o início da etapa

final, que terminará com a qualificação no nível “A”.

Das cinco empresas que se qualificaram no nível “B” foram escolhidas três, representando 60%

das empresas que estão no nível esperado definido no acordo setorial. A escolha das empresas

seguiu dois aspectos: mesmo nível de qualificação no SiQ-C (“B”) e abertura das mesmas para a

pesquisa. Quanto ao porte, as empresas não apresentavam grandes variações, podendo ser

caracterizadas como empresas de pequeno e médio porte.

Durante o estudo, as sedes das empresas foram visitadas e entrevistas semi-estruturadas foram

realizadas. Foram abordadas suas motivações pela qualificação, as dificuldades encontradas até o

momento, e as mudanças mais significativas sentidas pela direção das empresas serão mostradas.

Foi realizada, também, uma análise das soluções adotadas pelas empresas para atendimento a

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alguns requisitos do SiQ-C para a qualificação no nível "B", além de suas perspectivas futuras

com o Sistema de Gestão da Qualidade da empresa.

O questionário semi-estruturado encontra-se no Apêndice B deste texto.

Os resultados encontrados foram, assim, comparados com as informações contidas em estudos

similares, apresentados no capítulo de Revisão Bibliográfica.

3.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO

O estabelecimento dos critérios de avaliação contidos nos questionários utilizados no Estudo de

Caso 2 levou em conta alguns aspectos:

Resultados encontrados e apresentados no capítulo de Revisão Bibliográfica referentes

à implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade em diversos setores e países, com

ênfase na Construção Civil brasileira;

Resultados obtidos no levantamento de avaliação dos Programas Estaduais, com

ênfase nas dificuldades e resultados obtidos pela cadeia produtiva da construção

segundo os próprios representantes estaduais do PBQP-H;

Resultados do Estudo de Caso 1 no que diz respeito aos benefícios esperados e as

perspectivas futuras para o alcance da certificação NBR ISO 9001:2000 e nível “A”

do SiQ-C (agora SiAC);

Consideração das perspectivas de diferentes agentes da cadeia produtiva (clientes,

financiadores, construtoras, incluindo seus funcionários, fornecedores, etc.).

3.6 ESTUDOS DE CASO 2

Foi realizado um estudo de caso com 3 (três) empresas construtoras do Piauí que, durante os

primeiros meses do ano de 2006, atingiram o nível “A” para entendimento das principais

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mudanças pelas quais as mesmas passaram durante o período de implantação. As empresas

pesquisadas são as mesmas do Estudo de Caso 1.

Para esta análise utilizou-se de entrevistas semi-estruturadas embasadas nos critérios de avaliação

de implantação apresentados no item anterior, com o qual se buscou estudar cada empresa e

como a implantação de um sistema de gestão da Qualidade nessas empresas trouxe impactos ao

setor da construção civil (funcionários, fornecedores, sub-contratados, órgãos financiadores e

clientes).

Os agentes e o que foi pesquisado em cada um são apresentados a seguir:

Representante Estadual do PBQP-H – O representante estadual do PBQP-H foi entrevistado na

busca de alguns elementos que nos levasse a entender principalmente, o que, na visão dele, levou

ao declínio no número de empresas no programa. Outro dado investigado foi o porquê da não

elaboração do PSQ pela representação estadual no estado do Piauí e quais indicadores são

utilizados para acompanhamento da evolução do PBQP-H no estado.

Construtoras – O primeiro critério para a escolha das empresas foi que as mesmas tivessem

obtido a qualificação nível “A” do SiQ-C. Dentre as qualificadas (3 empresas), todas foram

convidadas a participar da pesquisa, e dessas todas aceitaram participar do Estudo de Caso 2.

Foram buscadas as motivações que levaram a empresa a buscar a implantação e certificação de

seu Sistema de Gestão da Qualidade. As dificuldades e as facilidades no processo foram

pesquisadas. A pesquisa focou as mudanças ocorridas na cultura de trabalho da empresa e como

o SGQ beneficiou a empresa, tanto interna quanto externamente, além dos indicadores que a

empresa escolheu para avaliar o seu Sistema. Foram também abordadas perspectivas futuras da

empresa quanto à melhoria contínua e aos ganhos com a evolução do SGQ.

Funcionários – Buscou-se opiniões de vinte e quatro funcionários que trabalham nas empresas

há tempo que permita fornecer dados consistentes quanto às mudanças antes/após a implantação

do SGQ. Quando se trata de funcionários, o que se pesquisou foram as mudanças no ambiente e

processos de trabalho. Além disso, a pesquisa focou treinamento e elaboração das instruções de

trabalho das empresas. A satisfação dos funcionários perante o Sistema foi também avaliada

qualitativamente.

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Fornecedores e Sub-contratados – Foram escolhidos 3 fornecedores das empresas pesquisadas

e 2 sub-contratados. Buscou-se , junto a estes agentes, as principais mudanças que tiveram que

realizar em seus processos para se adaptar às novas exigências das Construtoras.

Órgãos financiadores e Clientes – Os responsáveis pelo setor de engenharia da Caixa foram

entrevistados buscando informações referentes às mudanças perceptíveis a partir do momento que

as empresas passaram a possuir Sistemas de Gestão da Qualidade, assim como dois clientes das

empresas construtoras estudadas.

Construtoras desistentes – Foram entrevistadas 20 empresas que desistiram do programa ao

longo dos anos. Foi pedido que um responsável pela empresa respondesse a uma simples

pergunta: “O que levou a sua construtora a desistir da qualificação SiQ-C do PBQP-H”. A

entrevista foi realizada pessoalmente e/ou por telefone o que permitiu que não se fossem aceitas

respostas curtas e sem explicação.

As entrevistas semi-estruturadas encontram-se nos Apêndices C (representante estadual) D

(construtoras), E (funcionários), F (fornecedores), G (sub-contratados) e H (órgãos financiadores

e clientes).

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4 RESULTADOS

Este capítulo apresenta os resultados da pesquisa nas etapas 3.3. a 3.6 descritas no Capítulo 3.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO DO PBQP-H NO PIAUÍ

Favorecido pelas mudanças ocorridas no Brasil a partir de 1990, o Piauí sofreu um processo de

expansão vertical, que mudou completamente, no curto período de cinco anos, a paisagem

urbanística da cidade, com a construção de modernos e arrojados edifícios habitacionais,

conferindo a Teresina intenso desenvolvimento (CEPRO, 2003). Tomando por base o consumo

de cimento, indicador utilizado em geral para avaliar o grau de atividade do setor da Construção

Civil, provavelmente nenhuma outra capital da região nordeste está crescendo no ritmo de

Teresina. Por exemplo, no período de 1992 a 1999, o crescimento relativo do consumo de

cimento no Piauí, correspondendo a 433,8%; foi o maior dentre os Estados nordestinos, seguido

do Maranhão (227,9%) e do Rio Grande do Norte (176,9%). Na região nordestina como um

todo, o crescimento foi de 107,5% e no Brasil ficou em 56,4% (SUDENE, 2000; DNPM, 2001).

As 40 primeiras construtoras do Piauí começaram seus trabalhos de elaboração de um Sistema de

Gestão da Qualidade, o SiQ-C do PBQP-H, em 2001, sabendo que a Construção Civil nacional

está atualmente voltada à certificação baseada na NBR ISO 9001:2000 como o QUALIHAB e

SiQ-C do PBQP-H, e que esses sistemas vêm se firmando como um dos principais métodos de

controle e gestão das empresas construtoras, melhorando a eficácia dos processos internos e o

produto final (CARDOSO, 2003a; HERNANDES; JUNGLES, 2003). Em junho de 2002 foi

criado o Grupo de Trabalho Gestor, formado por representantes da UFPI, SENAI, SEBRAE,

SINDUSCON, SICCPI, CAIXA e Centro de Tecnologia Cerâmica, com o objetivo de promover

e programar políticas e ações no desenvolvimento da Construção Civil local. Esse grupo ficou

responsável pela divulgação dos conceitos do PBQP-H e NBR ISO 9001:2000, além da

sensibilização para a necessidade do conceito de “Qualidade na Construção” do Estado.

No dia 14 de maio de 2002, foi assinado o Acordo Setorial entre os representantes da Caixa

Econômica Federal (CAIXA) e os representantes das construtoras, definindo os seguintes prazos

para a objetivação de cada nível.

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Nível “D” – 30/06/2002

Nível “C” – 30/12/2002 prorrogado para 30/06/2003

Nível “B” – 30/06/2003 prorrogado para 30/12/2004

Nível “A” – 30/12/2003 prorrogado para 30/10/2005

O grande estimulador para as primeiras quarenta empresas foi a adesão da Caixa Econômica

Federal ao PBQP-H. As construtoras do Piauí estavam interessadas nas obras tipo PAR, pois em

Teresina, ainda havia grandes áreas urbanas não edificadas e os grandes terrenos ainda tinham

preço baixo em comparação com os outros estados, fazendo com que as obras deste tipo ainda

fossem muito rentáveis.

O SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) firmou parceria com o

SINDUSCON-PI para financiar 70% dos custos de implantação do programa nas empresas,

ficando os outros 30% por conta das empresas. Tal parceria durou apenas até 30/12/2003, data

limite original, sem a prorrogação, para qualificação nível “A” no Acordo Setorial. A partir desta

data, as empresas passaram a ser responsáveis por 100% dos custos de implantação.

Os governos estadual e municipal não participaram em nenhuma etapa do programa, o que

acarretou em um não seguimento de todas as etapas formais de implantação do PBQP-H no

estado (a adesão não foi realizada, o PSQ do setor também não). O setor buscou de pronto a

assinatura de um acordo setorial com a CAIXA. A falta de exigência, em licitações de obras

públicas, pela qualificação evolutiva culminou em um fator não-estimulador para que as

empresas seguissem este caminho, uma vez que a análise financeira da CAIXA deixou várias

empresas pequenas de fora da busca pela qualificação evolutiva de seus sistemas de gestão da

qualidade.

A figura 4.1, a seguir, mostra o número de empresas que atingiram cada novo nível de

qualificação exigido nas datas estabelecidas pelo Acordo Setorial.

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55

38

40

5

21

0

10

20

30

40

50

Adesão D C B A

Nível de Qualificação

mero

de E

mp

resa

s

Figura 4.1 – Número de construtoras qualificadas nas datas renegociadas8.

4.2 LEVANTAMENTO DA IMPLANTAÇÃO DOS PROGRAMAS ESTADUAIS

Apresenta-se neste item o resultado obtido com a resposta dos Representantes Estaduais do

PBQP-H aos questionários enviados aos mesmos. Foram obtidas 15 respostas aos questionários

enviados: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de

Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe e Tocantins, além do Distrito Federal. Este total

equivale a 55,55% dos estados brasileiros (60% de respostas). Os estados respondentes totalizam

uma população de 128.056.978 pessoas, correspondentes a 75,42% da população nacional

(IBGE, 2004a). Segundo o IBGE (2004b), em sua Pesquisa Anual da Indústria da Construção de

2002, os 15 respondentes são responsáveis por dados relevantes no que diz respeito à produção

nacional: 82,83% de todos os custos das obras e/ou serviços da construção no ano de 2002; e

84,56% de todo o gasto com pessoal no mesmo ano.

Outro dado que apresentamos para demonstrar a relevância dos dados coletados é a quantidade de

empresas em cada um dos quatro níveis evolutivos do SiQ-C segundo a Coordenação Nacional

do PBQP-H. Das 807 empresas qualificadas no nível “A” do SiQ-C em 06/05/2005, 62,83% se

encontravam nos estados que responderam o questionário (PBQP-H, 2005b).

O conhecimento das principais razões que incentivaram o início do Programa nos estados é de

suma importância para se analisar as razões que levam ao sucesso ou ao insucesso do mesmo em

8 Dados fornecidos pelo SINDUSCON-PI.

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determinados estados, Segundo os representantes estaduais, a principal razão (28,95%) foi a

necessidade de organização do setor de Construção Civil na busca pela melhoria da qualidade das

construções e da competitividade no setor como mostra o gráfico abaixo (Figura 4.2.). Logo a

seguir vê: necessidade de melhorias em serviços e materiais por parte do setor público (18,42%) e

privado (15,79%), o que reforça o interesse da pesquisa nos dados de toda a cadeia produtiva, não

se atendo apenas às construtoras. A exigência de órgãos financiadores e/ou governamentais,

apontada generalizadamente no setor como a principal motivação, aparece somente em quarto

lugar (13,16%) a partir destas respostas dos Representantes Estaduais.

18,42%15,79%

13,16%

10,53% 28,95%2,63%

10,53%

Organização do setor na busca pela melhoria da

qualidade e da competitividade

Necessidade de melhorias em serviços e materiais

por parte do setor privado

Necessidade de melhorias em serviços e materiais

por parte do setor público

Exigência de Órgãos financiadores e/ou

governamentais

Baixa qualidade das obras provenientes de

contratação pública

Articulculação entre setor público e privado

Código de Defesa do Consumidor

Figura 4.2 – Fatores que Incentivaram o Início do PBQP-H nos Estados.

Após o início do PBQP-H nos estados, começou a etapa de divulgação do mesmo. A Figura 4.3

mostra as principais formas de divulgação apresentadas pelos respondentes do questionário.

40,00%

33,33%

13,33%

20,00%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

Meio de Divulgação

Site na Internet

Lista de E-Mail

Correspondência

Periódica

Outras

Figura 4.3 – Meio de Comunicação e Divulgação do PBQP-H nos Estados

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Apenas quatro estados (Bahia, Minas Gerais, Pará, São Paulo) apresentaram dados relativos ao

PSQ elaborado após o diagnóstico do setor de Construção Civil. Oito estados alegaram que o

PSQ não foi elaborado, enquanto que outros 3 não responderam as perguntas relativas a este item,

contudo, apresentam-se aqui as ações previstas nos PSQs dos estados que cumpriram essa etapa:

desenvolvimento e implantação de sistemas evolutivos nas empresas, criação de comissão de

qualidade de insumos e/ou comitês de tecnologia e qualidade e a realização de seminários

técnicos. O estado da Bahia é o único que prevê um programa de treinamento, qualificação e

formação profissional. A falta dos PSQs é um dado que exige uma análise mais profunda, uma

vez que, sendo um passo inicial e importante e que o mesmo não está sendo realizado, mostra que

os estados não estão cumprindo todas as etapas exigidas no programa.

O custo de implantação foi considerado elevado pelos representantes e foi apontada como a

principal dificuldade encontrada para implantação do PBQP-H nos estados. Com mais de 12%

de respostas, a falta de interesse no programa, a definição de indicadores e o cumprimento dos

prazos aparecem como dificuldades relevantes apresentadas (Fig. 4.4).

21,28%

6,38%

12,77%12,77%

10,64%

10,64%

14,89%

8,51%

2,13%

Custo Elevado

Documentação Excessiva

Dificuldade de Divulgação

Falta de Interesse no Programa

Definição dos Indicadores

Cumprimento de Prazos

Integração entre Agentes da Cadeia

ProdutivaInteresse da Mão de Obra pelo

Programa

Outros

Figura 4.4 – Dificuldades na Implantação Encontradas pelos Representantes.

Além das dificuldades acima apresentadas, alguns estados citaram as seguintes dificuldades

específicas:

Acre – isolamento geográfico que dificulta o acesso aos demais municípios,

além da capital;

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Bahia – ausência de política nacional que padronize todos os procedimentos

dos programas estaduais, ausência do exercício de poder de compra pela

exigência de atestados de qualificação pelos governos, e dificuldade de se

‘impor’ produtos qualificados na obras públicas, resultando em desinteresse

dos fabricantes;

Goiás – resistência dos empreiteiros públicos ao Programa;

Minas Gerais – a falta de obras em um mercado estagnado e a falta de

adesão dos governos municipais e estadual;

Pará – viabilizar o acesso das micros e pequenas empresas recém criadas,

além da interiorização do programa;

Rio Grande do Sul – a falta de poder de compra do estado;

São Paulo – existência de três representantes estaduais.

Como facilidades encontradas o apoio das entidades de classe e o engajamento das empresas

representam mais de 40% das respostas, indicando preocupação da indústria da construção civil

com a melhoria do setor, bem como certo grau de organização (Fig. 4.5). Tal organização se faz

por meio de sindicatos e associações, que juntamente com líderes empresariais e órgãos

contratantes e financiadores, levaram o PBQP-H para seus estados.

17,02%

8,51%

10,64%

23,40%4,26%

8,51%

17,02%

4,26% 6,38%

Engajamento das Empresas

Incentivo Governamental

Apoio de Órgãos Financeiros

Apoio de Entidades de Classe

Satisfação do Cliente

Prazos Estipulados

Integração entre Agentes da Cadeia

ProdutivaInteresse da Mão de Obra pelo Programa

Outros

Figura 4.5 – Facilidades na Implantação Encontradas pelos Representantes.

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Aos representantes, foram perguntadas as principais dificuldades encontradas pelas empresas

participantes do Programa. Na opinião dos representantes, tais dificuldades puderam ser

resumidas assim:

Necessidade de se quebrar os paradigmas da construção e de mudança na cultura dos

operários (treinamento, rotatividade, mudança nos procedimentos);

Falta de compromisso das pessoas;

Custo e desinformação sobre a implantação dos Sistemas de Gestão da Qualidade;

Falta de incentivo dos governos estaduais e municipais para com o Programa.

Os respondentes apresentaram as mudanças mais significativas que ocorrem no ramo da

construção civil, até o momento, em função da implantação do Programa, em seus estados.

Para os órgãos financiadores:

o Tornaram-se mais exigentes, permitindo maior garantia de contratação de

empresas com qualidade, por meio de requisitos de contratos atendidos na sua

totalidade, e satisfação maior com o produto final de qualidade entregue;

Para as empresas de construção:

o Mudança de cultura das empresas, que se organizaram buscando maior controle de

processos e materiais, ou seja, melhoraram seus sistemas de gestão;

o Ganharam um diferencial de marketing e aumento do diferencial competitivo;

o Transformação dos profissionais e trabalhadores da construção, por meio de

treinamentos;

Para os fornecedores de materiais:

o Maior rigor quanto ao atendimento dos requisitos especificados;

o Elevação da qualidade do produto e do sistema logístico;

Para os sub-empreiteiros:

o Maior profissionalismo no desenvolvimento dos serviços;

o Foram incorporados aos SGQ das empresas;

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o Melhoria na qualificação e treinamento exigidos pelos contratantes;

o Maior controle dos serviços executados por parte das empresas;

Para os clientes finais:

o Elevação da qualidade dos produtos adquiridos;

o Maior segurança na aquisição do imóvel;

o Maior agilidade na assistência pós-entrega e maiores informações sobre o uso.

As respostas acima apresentadas foram um importante subsídio para a elaboração dos

questionários utilizados no Estudo de Caso 2, uma vez que mostram, na visão dos representantes

estaduais, mudanças que devem ser verificadas na cadeia produtiva do Piauí.

Os principais órgãos financiadores são as agências da CAIXA e as companhias habitacionais

locais. O PBQP-H busca o uso de produtos de qualidade e garantia aos mutuários de que suas

habitações atendem a requisitos mínimos de qualidade, executados por empresas que possuem

um sistema de gestão da qualidade qualificado. Em um mercado escasso de obras, as companhias

habitacionais e as obras financiadas são os grandes atrativos para as empresas construtoras,

especialmente para aquelas que possuem sistemas de gestão da qualidade. O PBQP-H tem trazido

mudanças a estas empresas, assim como para seus fornecedores. Os sub-contratados precisaram

se adequar a esta nova realidade, o que acarretou em um aumento do profissionalismo e

qualificação dos mesmos.

No que se refere aos indicadores do Programa e seu acompanhamento, os estados de Amazonas,

Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe

alegaram que não havia indicadores formalmente estipulados ou simplesmente não os

forneceram. O estado do Pará tem uma característica especial com relação aos outros estados

respondentes: a criação do programa estar diretamente ligada a um órgão público – Companhia

Habitacional - COHAB. Este fato faz com que seus indicadores sejam específicos: eficiência na

execução financeira das obras públicas (meta para 2007: 85%; estimado atual: 37%) e taxa de

pontualidade de obras públicas (meta para 2007: 95%; estimado atual: 51%). A Bahia apresenta

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61

que a meta para as empresas qualificadas está superada em 30% devido ao grande número de

empresas de outros estados que estão se qualificando também no Qualiop9.

Os demais estados (Tocantins, Acre e Goiás) possuem indicadores semelhantes (inclusive os estados do

Pará e da Bahia): número de empresas que aderiram ao programa, número de empresas qualificadas e

realização de treinamentos/ reuniões/seminários. A meta destes indicadores para os estados varia muito,

mas pode-se afirmar que o estado do Pará é o mais adiantado, ou seja, os níveis atuais estão mais

próximos das metas estipuladas.

4.3 ESTUDO DE CASO 1 – NÍVEL “B” DO SIQ-C

Após a qualificação das empresas do estado ao nível “B” do PBQP-H os diretores de 3 empresas

foram entrevistados. Durante as entrevistas os diretores alegaram como principais motivos para

adesão ao PBQP-H foram a exigência da CAIXA, a busca pela melhoria dos processos internos e,

diferencial da empresa no mercado.

Podemos apresentar quatro fatores relevantes que levaram à diminuição do número de empresas

que seguiram buscando a qualificação evolutiva proposta no SiQ-C, segundo os respondentes.

A análise financeira da CAIXA (conhecida como GERIC) que deixou

poucas empresas como sendo elegíveis a uma obra PAR;

O início da especulação imobiliária na cidade de Teresina, capital do estado,

que elevou o preço dos terrenos não edificados em áreas propícias à

construção residencial;

O término do subsídio de 70% nos custos de implantação do programa

concedido pelo SEBRAE/PI às empresas participantes; e

A falta de exigência governamental pela qualificação no PBQP-H em

licitações públicas.

As três empresas apontaram que, mesmo com os fatores intervenientes apresentados acima

prosseguiram com a implantação, por três razões:

9 QUALIOP – Programa de Qualidade das Obras Públicas do estado da Bahia.

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Busca por um diferencial no mercado;

Possível elegibilidade em outros empreendimentos com a CAIXA;

Maior controle dos processos que o sistema está proporcionando.

As empresas estavam usando fonte de recursos própria para a implantação do sistema de

qualidade e utilizando-se de consultores independentes como serviços de consultoria externa para

a implantação.

A implantação de um sistema de gestão de qualidade tem causado significativas mudanças tanto

na área administrativa (escritório) quando na área produtiva (obras) da empresas. A primeira

mudança apresentada foi a melhoria na comunicação entre escritório e obra. As informações são

passadas com clareza e não é permitido erro de ambas as partes, o que acarreta em melhoria do

entendimento pela administração das necessidades da produção. Os pedidos de materiais foram

os mais afetados. Antes eles vinham de diversas formas e sem controle, e hoje são realizados em

formulários controlados e aprovados pelo engenheiro da obra. Isto permitiu melhoria tanto na

parte gerencial (controle de desembolso) quanto na parte de suprimentos (controle da quantidade

de cada material pedido para cada obra). As respostas aqui apresentadas serviram de incentivo à

procura dos mesmos no nível “A” nos questionários utilizados nas empresas do Piauí.

Outro aspecto apresentado diz respeito ao controle de materiais e inspeção dos serviços

realizados pela área produtiva. Segundo os diretores, a implantação do programa de qualidade foi

essencial no controle de desperdícios e na melhoria dos materiais utilizados. As instruções de

trabalho diminuíram a variação de atividades corriqueiras que geravam desperdício. As

inspeções causaram preocupação na mão-de-obra, que, segundo as empresas, começou a se

preocupar mais com a qualidade do serviço realizado.

Em resumo, pode-se dizer que a implantação de sistemas da qualidade causou mudanças

significativas na área gerencial, de suprimento, de controle de materiais e processos e na

produtividade da mão-de-obra. Não houve relato, pelos diretores, sobre melhoria contínua nem

sobre satisfação do cliente, o que mostra que as empresas estavam seguindo os requisitos

mínimos exigidos à qualificação nesse nível, uma vez que essas preocupações só são exploradas e

exigidas no nível “A”.

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63

As empresas apontam que a parte de treinamento da mão-de-obra tem sido a maior dificuldade

encontrada. A escolaridade é baixa e o entendimento dos procedimentos só pode ser realizado

por uma pessoa de grau de instrução mais elevado, como o almoxarife e o mestre-de-obras.

Outro fator crítico, ressaltado neste item, é a alta rotatividade dos operários, fazendo-se

necessárias várias seções de treinamentos que, muitas vezes, não são realizadas por questões de

custo. O controle de documentos ainda é uma parte que tem causado confusão, pois nenhuma

empresa está ciente de como nem por quanto tempo deve-se arquivar toda documentação

produzida durante uma determinada obra.

A eficiência dos processos, segundo os entrevistados, melhorou. Observe-se que nenhuma

empresa mede no momento esta eficiência, devendo esta observação ser apresentada apenas

como percepção dos entrevistados, não comprovada ainda por medição. Os entrevistados

consideram que isso permitiu um aumento da capacidade competitiva das empresas. Eles acham

que o programa de qualidade dentro da empresa deve continuar e que somente com a certificação

NBR ISO 9001:2000 poder-se-á garantir a melhoria contínua dos processos, aumentando ainda

mais a eficiência dos mesmos, ganhando competitividade e garantindo a satisfação de clientes.

Como resumo, as construtoras entrevistadas têm encontrado dificuldades como controle de

documentação e com a mão-de-obra, não diferentemente de implantações de outros estados,

apresentadas na literatura. As mudanças significativas ocorreram:

Na parte gerencial, por meio do controle de desembolso;

Na parte de suprimentos, com o controle de pedidos e de recebimentos de

materiais;

Na comunicação entre obra e escritório;

No controle e na padronização de serviços e materiais; e

Na produtividade dos operários, que aumentou, na percepção dos

entrevistados.

É significativo o fato de somente 5 empresas, das 40 que aderiram ao PBQP-H, terem atingido o

nível “B” no prazo estabelecido, em parte explicado pela limitada motivação predominante de

simples atendimento a exigência da CAIXA o que nos deixa uma indagação a ser pesquisada no

Estudo de Caso 2 - “por que as empresas desistiram?”.

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64

4.4 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO

Para a proposta de critérios a serem avaliados utilizou-se das etapas de Revisão Bibliográfica,

principalmente na apresentação das pesquisas de avaliação de implantação de SGQ nas empresas

e dos resultados no Levantamento com os Representantes Estaduais e o Estudo de Caso 1.

A ênfase na revisão bibliográfica foi dada às motivações, às dificuldades de implantação e os

benefícios trazidos com o Sistema de Gestão da Qualidade, não só em Construtoras brasileiras,

mas em diversos setores e países ao redor do mundo. Assim, pôde-se comparar as empresas

pesquisadas com o resultado já apresentado em outras pesquisas tanto quanto nas versões 1994 e

2000 da ISO 9001.

No estudo de caso 1 podemos considerar algumas motivações e algumas mudanças que as

empresas sofreram após a qualificação nível “B” do SiQ-C, mas o mais importante dessa fase foi

coletar as expectativas outrora esperadas pelas empresas e correlacionar com o que realmente

ocorreu quando certificadas no nível “A”.

Já no levantamento de implantação dos programas estaduais, os representantes apresentam

algumas dificuldades apresentadas pelas empresas e as mudanças que os mesmos sentiram em

alguns agentes da Cadeia Produtiva que devem ser observados no Estudo de Caso 2. As

dificuldades dos representantes serviram como parâmetro para a análise do programa no estado

do Piauí.

Os critérios adotados para a pesquisa abrangem inicialmente as motivações e dificuldades para a

implantação do Sistema de Gestão da Qualidade nas empresas. Buscaram-se também os

benefícios trazidos com essa implantação e quais mudanças foram sentidas após a certificação

SiQ-C Nível “A”, não só nas empresas mas também para os funcionários, sub-contratados,

prestadores de serviço, órgãos financiadores e clientes. Além disso, pesquisaram-se as

expectativas futuras de todos os agentes envolvidos para com o programa.

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65

4.5 ESTUDOS DE CASO 2 – NÍVEL “A” DO SIQ-C

4.5.1 Representante estadual do PBQP-H

O Representante Estadual do PBQP-H no Estado do Piauí, assumiu o cargo desde a sua criação

em 2001. Ele acumula o cargo com o de Presidente do SINDUSCON-PI o que lhe garante acesso

às empresas.

No final de 2001 e início de 2002, a Construção Civil do Estado do Piauí, principalmente a

habitacional, estava em desaquecimento. Nessa realidade, as empresas de construção

habitacional e entidades da sociedade civil se uniram em torno do PBQP-H, segundo o

representante. A CAIXA buscou recursos para o Piauí o que fez com que um elevado número de

empresas aderisse ao programa, mostrando que a realidade do estado não era diferente de outras

regiões, uma vez que as principais motivações foram a exigência da CAIXA pela qualificação de

empresas e a união das empresas Construtoras na busca por essa qualificação.

O grande número de empresas aderidas foi um estímulo ao PBQP-H no estado, mas as

dificuldades não tardaram a aparecer. Inúmeras empresas não foram aceitas na análise financeira

da CAIXA e a motivação das mesmas se transformou em desinteresse. Nem mesmo o grande

volume de dinheiro liberado, que na opinião do representante foram devido à interferência do

Governador do Estado junto ao Presidente da República, ambos do mesmo partido político,

serviu para manter elevado o interesse daqueles que não foram aprovados nas primeiras análises.

As dificuldades foram somadas ao abandono do PBQP-H pelas entidades participantes do

mesmo, deixando-o sob exclusiva coordenação do SINDUSCON-PI.

Essa liberação de recursos foi a principal razão pela qual o PSQ não foi elaborado. Segundo o

Representante, com a coordenação do PBQP-H na mão das empresas, via SINDUSCON, a única

preocupação das mesmas era ter acesso aos financiamentos da CAIXA e principalmente às obras

do tipo PAR. Assim, com a mesma rapidez que os recursos estavam sendo liberados, as

empresas negociaram o Acordo Setorial com a CAIXA. Nem mesmo os indicadores foram

criados, e, segundo o representante, o PBQP-H era acompanhado apenas pelo número de

empresas em cada nível de qualificação, mas esse controle não é mais realizado. O representante

não considera que o custo de implantação tenha sido fator de dificuldade ou desestímulo às

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empresas, pois ele considera que as que foram aprovadas na análise financeira da CAIXA não

mediram esforços para conseguir a qualificação.

Segundo o representante, o PBQP-H trouxe benefícios para o estado de forma direta e também

indireta. Diretamente, as empresas que se mantiveram no programa elogiaram as mudanças

internas que foram realizadas para o alcance da qualificação. Também relataram que a imagem

da empresa tem melhorado e a qualificação tem servido como estratégia de marketing uma vez

que o número de empresas com essa característica é cada vez menor. De forma indireta, o

PBQP-H trouxe recursos necessários para o reaquecimento da construção habitacional local,

gerando empregos.

Mas o futuro não é nada promissor ao PBQP-H no Estado do Piauí, segundo o representante.

Com a diminuição da liberação de recursos pela CAIXA, o estímulo para adesão de novas

empresas vem diminuindo. As empresas construtoras do Piauí são muito dependentes de obras

públicas, e nem Governo do Estado nem Prefeituras Municipais parecem estar dispostos a correr

o risco político de exigir empresas qualificadas/certificadas em licitações públicas. Outro fator

importante foi a descoberta de que a Adesão do Estado ao Programa realizada em 2002 não teve

validade, pois não existe assinatura do representante do Ministério responsável pelo programa na

época. Mas a principal razão é a continuidade do isolamento do SINDUSCON como único

responsável pelo PBQP-H no Piauí, que faz com que o único interesse seja a troca da exigência

do PBQP-H por liberação de obras/recursos, não havendo interesse coletivo para a cadeia

produtiva como um todo.

O representante apresenta algumas soluções para diminuir essas dificuldades assim como

alavancar o programa no Piauí. Uma das primeiras medidas é uma nova visita da Coordenação

Geral do PBQP-H para uma re-sensibilização e que se realize uma Adesão oficial, agora válida,

tanto do Estado quanto da Capital, Teresina. A Adesão estimularia um grande número de

empresas a conhecer o programa e conhecer os benefícios em outros Estados e Municípios.

Outra medida é que com a Adesão de Estado e Municípios, o PBQP-H não seria mais coordenado

no Piauí apenas pelo SINDUSCON, mas também por entidades representando o setor público.

Com isso, a exigência do programa em licitações públicas poderia ser de forma evolutiva,

chegando ao ponto de que qualquer serviço de construção e reforma fosse realizado por empresa

certificada pela NBR ISO 9001:2000, que, segundo o representante, controlam melhor os

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processos e utilizam materiais de qualidade superior aos atualmente utilizados em obras públicas.

O Quadro 4.1 mostra um resumo dos resultados obtidos nessa etapa do estudo de caso 2.

Quadro 4.1 – Mudanças sentidas pelo Representante Estadual do PBQP-H no Piauí.

Motivações para a adesão ao PBQP-H: O grande volume de recursos enviados para a habitação, a

exigência da CAIXA pela qualificação das empresas e a união das mesmas em prol de um objetivo

comum.

Grandes dificuldades: A análise financeira da CAIXA que exclui muitas empresas do acesso aos

recursos para financiamento e das obras PAR, e a coordenação estadual do PBQP-H ficando somente

com o SINDUSCON.

Mudanças diretas nas empresas: melhoria de imagem, pois passaram a utilizar o programa como

estratégia de marketing, além de mudanças internas nos procedimentos das empresas.

Mudanças indiretas: um enorme volume de recursos foi liberado para a construção habitacional,

diminuindo o déficit habitacional no estado.

Dificuldades institucionais: O isolamento do SINDUSCON na coordenação do PBQP-H, a diminuição

de empresas aderindo ao programa, e o crescente número de empresas desistindo comprometem o futuro

do programa no Piauí. Sugestões para as dificuldades institucionais: re-sensibiliação do estado e a

adesão oficial do estado e de prefeituras ao PBQP-H.

4.5.2 Construtoras – SiQ-C Nível “A”.

Apenas 3 (três) empresas piauienses atingiram o nível “A” do SiQ-C na data prevista pelo

Acordo Setorial renegociado, sendo elas as mesmas três estudadas no Estudo de Caso 1 (item

4.3). Na apresentação dos resultados desse item utilizam-se as letras X, Y e Z para denominação

das três empresas pesquisadas.

A empresa X possui 122 funcionários divididos em três obras, sendo duas residenciais e uma

obra de saneamento. A empresa Y possui 80 funcionários divididos em 2 obras residenciais e a

empresa Z possui apenas 41 funcionários em sua única obra. Souberam do PBQP-H por meio de

reuniões no SINDUSCON em 2002 e os interesses pelo programa foram imediatos, uma vez que

todas estavam interessadas em participar das obras do tipo PAR da CAIXA.

A principal motivação para a qualificação do Sistema de Gestão da Qualidade foi a exigência da

CAIXA por esse documento. A empresa X alegou que as obras da CAIXA tinham recursos

garantidos e prazo de execução curto, por essas razões, eram altamente rentáveis, e a exigência da

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qualificação SiQ-C do Sistema de Gestão da Qualidade não parecia que geraria qualquer

dificuldade. Mas essa consideração acabou se tornando um “grande engano” como relatou o

representante de empresa. As empresas Y e Z disseram que viram na oportunidade de

conseguirem as obras da CAIXA e utilizarem as mesmas para implantar um SGQ deixando a

empresa mais forte para enfrentar o mercado.

A primeira dificuldade foi encontrar um profissional capacitado para prestar serviços de

consultoria, que não eram abundantes na cidade de Teresina. A escassez de profissionais elevou

o custo esperado do serviço de consultoria. O custo de implantação também foi considerado

bastante elevado, mas o retorno conseguido foi compensatório, uma vez que, segundo o

representante da empresa Y, a qualificação do SGQ foi responsável direto na obtenção de

diversas obras junto à CAIXA.

Outra dificuldade apresentada pela empresa X quando realizado o estudo no nível “B” foi quanto

ao armazenamento e controle de todos os documentos gerados. Não estava claro para os

diretores da empresa o que fazer com o grande volume de documentos gerados à cada

empreendimento. Segundo o representante da empresa, a pergunta: “esse documento já pode ser

descartado?” aparecia repetitivamente nas reuniões na empresa. Atualmente isso não foi

considerado problema para a empresa X. O representante disse que os processos de controle de

documentação estão “maduros” e que a quantidade de documentos gerados não é mais tão

elevada, pois os mesmos sofreram processos de melhoria contínua e estão cada vez mais

“enxutos”. O treinamento dos funcionários foi a dificuldade mais longa enfrentada pela empresa

Z, uma vez que mesma não estava preparada para treinar os funcionários sabendo que os mesmos

seriam liberados meses a frente, e passou a realizar os mesmos em períodos muito longos,

comprometendo o entendimento de todos os processos criados.

A resistência de alguns setores da empresa à implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade

que havia quando da entrevista no nível “B” continua até hoje. Segundo a empresa Z, o fato de

as mesmas gerências serem ocupadas pelas mesmas pessoas pode ser uma razão para que isso

ocorra, mas diferente do que ocorria anteriormente, os gerentes cumprem e cobram todas as

etapas e procedimentos do SGQ atualmente, mesmo que a “contra-gosto”. Outra dificuldade que

ainda é encontrada é com relação à mão-de-obra e sua baixa escolaridade. Os documentos

gerados nos escritórios ainda têm uma linguagem que exige mais do que a capacidade de

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entendimento dos operários ligados diretamente à produção. Um resumo destas motivações e

dificuldades encontra-se no Quadro 4.2.

Quadro 4.2 – Motivações e dificuldades na implantação de SGQ – Empresas

Motivações Dificuldades

Exigência pela qualificação do SGQ da empresa

pela CAIXA;

Implantação de SGQ – empresa mais forte no

mercado.

Falta de consultoria capacitada no início do

programa;

Custo de Implantação considerado elevado;

Grande volume de documentos gerados –

armazenamento e controle;

Treinamento de funcionários – mão-de-obra com

baixa escolaridade;

Resistência a mudanças.

A construtora Y diz que se reuniu com alguns fabricantes locais de materiais para, em conjunto,

gerarem documentos e exigências para os seus produtos, e que o mesmo procedimento foi

realizado para alguns antigos prestadores de serviço. A empresa X diz que utilizou Instruções de

Trabalho criadas por prestadores de serviço, objetivando manter a produtividade dos mesmos.

Alguns indicadores de qualidade criados pelas construtoras estão com índices positivos acima do

esperado para o ano de 2006, e são eles: o número de serviços não-conformes executados por

prestadores de serviço e o número de materiais não-conformes. Os dados referentes a esses

indicadores não foram liberados pelas construtoras, mas, segundo o entrevistado, devem-se ao

fato de que os prestadores de serviço estão sendo convidados a conhecer e a participar do Sistema

de Gestão da Qualidade da empresa, e os materiais estão seguindo uma lista rígida e só podem ser

adquiridos de fabricantes que participam de PSQs nacionais. A empresa Z apresentou indicadores

que não refletiam a realidade, mostrando que os mesmos não são utilizados na prática e estão no

SGQ da empresa por “exigência do consultor”.

A empresa X considera que a implantação do SGQ foi de extrema importância para se alcançar a

situação boa financeira que a empresa se encontra na atualidade. O controle dos serviços

executados aumentou a produtividade e diminuiu o retrabalho dos operários diminuindo o

número de empregados a cada obra e aumentando os ganhos. Foram sentidas também mudanças

na área dos materiais utilizados, nos quais o custo com materiais aumentou devido a exigências

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de qualidade cada vez maiores, mas que resultaram em diminuição no desperdício, além do

melhor controle na área de pedidos dos mesmos. O processo de aquisição ficou mais burocrático

o que de início resultou em falta de materiais nas obras, mas foi criada uma lista com tempo

médio de entrega de cada material e os pedidos já saem das obras com antecedência. A empresa

tem como planos futuros a realização de um empreendimento habitacional com financiamento

próprio, utilizando-se da certificação NBR ISO 9001:2000 como estratégia de marketing, já que a

sociedade em geral não conhece o PBQP-H.

A empresa Y relata melhorias na área gerencial e organizacional da empresa. O entrevistado

relata que tanto os processos realizados no escritório como compras e gestão de recursos

humanos foram documentados o que evitou variações nas compras de materiais e na contratação

e demissão de funcionários. Outro relato importante foi que os Controles de Serviços permitiram

à empresa cobrança maior dos prestadores de serviço evitando que os serviços entregues não

fossem aceitos posteriormente pelos clientes. Os procedimentos de Ação Preventiva e Ação

Corretiva permitiram um rastreamento de causas e efeitos de possíveis problemas encontrados

nos materiais, nos serviços e no produto final. A medição da satisfação dos clientes está sendo

feita, mas a mesma só teve aumento no número de participação quando a empresa começou a

divulgar possuir um Sistema de Gestão da Qualidade certificado.

A empresa Z acredita que os benefícios foram mínimos quando comparados com os custos e as

dificuldades encontradas. A motivação da empresa não é mais a mesma de quando entrevistada

para o nível “B”. Isso se deve ao fato de que em 2005 e 2006 nenhuma obra PAR foi liberada, e,

como muitas outras, a empresa acredita que sem a exigência da CAIXA não existe necessidade

de custear a manutenção do SGQ. Para o entrevistado, a diminuição nos prazos da obra e o

aumento do lucro líquido apurado pela empresa são frutos de “aprendizado” dos funcionários e

não conseqüência do SGQ. Achou o mesmo burocrático e cheio de documentos considerados

inúteis, mas considera que o SGQ foi importante para que alguns problemas fossem detectados.

O SGQ diminuiu a quantidade de material em estoque nas obras evitando que as compras fossem

feitas aleatoriamente. Segundo o entrevistado, o SGQ é uma ferramenta para o escritório, e não

deveria ser utilizada na obra, pois o sistema não permite que uma variação nos serviços para

contornar problemas seja realizada. Esta afirmação do mesmo contraria totalmente todos os

princípios que baseiam os sistemas de gestão da qualidade, o que demonstra a existência ainda de

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grandes lacunas no entendimento dos objetivos maiores quanto a melhoria contínua mesmo em

empresas certificadas. Os benefícios obtidos são resumidos no Quadro 4.3.

As empresas X e Y conseguiram atingir a liderança no mercado do estado do Piauí durante os

anos de implantação do SGQ. São responsáveis pela construção e comercialização de mais de

50% dos imóveis de até 100m² no estado. Os entrevistados não afirmam que o SGQ foi

responsável por esse crescimento de mercado, mas concordam que sem o mesmo isso não seria

possível, pois além de conseguirem uma melhor gestão dos processos na empresa, a imagem das

empresas, hoje em dia, é de sinônimo de qualidade.

Quadro 4.3 – Benefícios obtidos pelas empresas com a implantação de SGQ.

Empresa X Empresa Y Empresa Z

Melhoria na gestão de recursos –

humanos e financeiros;

Aumento da produtividade;

Diminuição no retrabalho das

atividades.

Ganhos gerenciais e

organizacionais – diminuição de

funcionários e materiais

utilizados com maior qualidade;

Melhoria no produto entregue

pelos prestadores de serviço;

Rastreamento e prevenção de

possíveis problemas.

Diminuição no prazo de entrega

das obras – aumento da

produtividade;

Melhoria na gestão financeira;

Melhoria no processo de

compras.

4.5.3 Funcionários

Foram entrevistados vinte e quatro funcionários das três empresas pesquisadas (X, Y e Z). A

qualificação profissional, assim como cargo foi bastante diversificado e está apresentado no

Quadro 4.4, onde o tempo de empresa é a média de todos os profissionais da mesma função.

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Quadro 4.4 – Funcionários entrevistados

Empresa X Empresa Y Empresa Z

Função Qtde Tempo

Empresa Função Qtde

Tempo

Empresa Função Qtde

Tempo

Empresa

Engenheiro 1 4 Engenheiro 1 3 Engenheiro 1 9

Comprador 1 4 Tec.

Edificação 1 2

Gerente de

Compras 2 9

Mestre de

Obras

1 3 Mestre de

Obras 2 4

Mestre de

Obras 2 6

Encarregado 1 2,5 Pedreiro 2 3 Pedreiro 3 2

Pedreiro 3 2 Carpinteiro 2 2

Pintor 1 4

Todos os funcionários entrevistados estavam nas empresas anteriormente à qualificação nível

“A” conseguida pelas mesmas. As impressões iniciais que os funcionários tiveram quando da

implantação e qualificação dos SGQs pelas construtoras é bastante variada, mas há uma relação

entre o tempo de trabalho na empresa e a aceitação ao programa e entre o grau de instrução e

dificuldades sentidas.

Os funcionários com mais de quatro anos de emprego confessaram que foram mais resistentes ao

programa e às mudanças que, segundo um deles, “mudaria uma rotina já estabelecida”.

Inicialmente, eles esperavam um sistema simples, sem dificuldades que já chegasse pronto para

ser utilizado, não pensavam que a implantação duraria anos e consumisse tanto esforço conjunto

na elaboração de procedimentos e documentos. As mudanças culturais que o SGQ exigiu foram

“estressantes”, uma vez que exigiu que eles repensassem o que vinham fazendo há anos. Os

funcionários mais novos e, por coincidência, os de escolaridade mais baixa, aceitaram

prontamente o SGQ, pois, segundo um deles, o programa de implantação foi-lhes apresentado

como um projeto que traria benefícios e maiores garantias ao trabalho diário. Mas esse grupo de

funcionários sentiu dificuldades maiores, principalmente no entendimento dos procedimentos

criados devido à baixa escolaridade.

Quando perguntados sobre treinamentos todos foram unânimes em afirmar que eles são

importantes a cada mudança de procedimento. São realizados a cada três meses na empresa X, a

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cada seis meses na empresa Y e conforme a necessidade na empresa Z. Os treinamentos iniciais

eram muito demorados, o que acabava dificultando o aprendizado do pessoal que trabalha

diretamente na obra. Atualmente, os treinamentos são mais curtos e mais direcionados a um

público específico principalmente no que se refere a controle de serviços e procedimentos de

execução. Alguns funcionários da empresa Z acham desnecessários os treinamentos realizados

com os operários, uma vez que os mesmos têm alta rotatividade. Para eles, a responsabilidade e

as exigências do SGQ deve recair apenas neles, isso se deve ao fato de que é nessa empresa onde

o Engenheiro e o Gerente de Compras estão há mais tempo e as mudanças culturais demonstram

maior dificuldade. Em todas as empresas a importância dos treinamentos foi enfatizada pelos

funcionários, mas houve discordância entre quando, como, e para quem eles devem ser

realizados. Isso reforça o conceito de que o SGQ, mesmo implantado e qualificado, precisa

sempre estar sofrendo um processo de melhoria contínua, com constantes discussões entre todos

os envolvidos.

Segundo os entrevistados o SGQ trouxe benefícios para as condições de trabalho uma vez que os

procedimentos exigem ferramentas calibradas e o uso de equipamentos de segurança. Além

disso, foram relatadas melhoria na limpeza do canteiro e diminuição de desperdício de materiais.

Os entrevistados fazem uma correlação entre a diminuição do desperdício de materiais ao

seguimento de instruções de trabalho, que facilita também a conferência do serviço executado.

Segundo o engenheiro da empresa X, o controle de serviços e as instruções de trabalho foram as

duas ferramentas mais importantes criadas pelo SGQ. Para ele as instruções de trabalho

diminuíram a variação no modo de se executar um processo construtivo e o controle de serviços

lhe garantiu um procedimento documentado para verificação de erros e da qualidade do serviço.

O mestre de obras da empresa Y disse que a execução dos serviços está mais rápida, pois os

treinamentos realizados para entendimento das instruções de trabalho “tirou do pedreiro, do

pintor e do carpinteiro a responsabilidade de desenvolver um método de execução daquele

serviço”. Os engenheiros relatam, também, que os procedimentos precisam ser constantemente

revistos e novas instruções de trabalho e controle de serviços, criados. A empresa X, criou o

“Dia da Qualidade” no qual em todas as obras os engenheiros são responsáveis em realimentar os

funcionários com os conceitos embutidos no SGQ, além de tirar dúvida e receber sugestões

quanto ao SGQ da empresa. Apenas na empresa X há essa ligação direta entre engenheiro e

operários para recebimento de sugestões para melhoria contínua do SGQ, nas outras duas

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empresas, os entrevistados relataram que as reclamações, dúvidas e sugestões são colocadas em

“caixas” localizadas no almoxarifado da obra.

Quanto ao futuro, todos esperam que o SGQ continue e que a qualificação do sistema garanta

ganhos para as empresas, o que seria transferido em ganhos para os funcionários. Alguns

operários reclamaram que o salário deles é o mesmo do que o praticado em outras empresas sem

programas de qualidade implantados, e esperam, no futuro, benefícios diferenciados aos

trabalhadores das empresas que não possuem SGQ implantado e certificado, o qual foi rebatido

pelo engenheiro, que lhes garantiu ganhos maiores se a produtividade for maior. O Quadro 4.5

resume os resultados desta etapa do estudo de caso.

Quadro 4.5 – Motivações, dificuldades, benefícios e expectativas dos funcionários.

Motivações Dificuldades Benefícios Expectativas

Benefícios e garantias

aos funcionários

propostos pelos

empregadores.

Resistência de

funcionários mais

antigos às mudanças;

Falta de entendimento

dos procedimentos

pelos funcionários de

baixa escolaridade.

Melhoria nas condições

de trabalho;

Diminuição do

desperdício de

materiais;

Realização de

treinamentos.

Maiores ganhos para a

empresa, acarretando

em maiores ganhos para

os funcionários.

4.5.4 Fornecedores de Materiais

Foram entrevistados três fornecedores de materiais para as empresas X, Y e Z. São fornecedores

de blocos cerâmicos, material de jazida e tintas que atendem às 3 construtoras do estudo.

4.5.4.1 Blocos cerâmicos

A empresa de fabricação de bloco cerâmico atua no mercado há 21 anos e disse que desde a

chegada do PBQP-H no Piauí, seus processos e a qualidade de seu produto mudou bastante. Ao

saber do programa a empresa buscou prontamente junto à Coordenação Geral do PBQP-H os

contatos com os responsáveis pelo PSQ do respectivo setor de produtos de materiais de

construção. Segundo o diretor, facilitaram à empresa o entendimento das exigências que

começara a sofrer por parte das construtoras.

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Inicialmente, a indústria de blocos estranhou uma mudança repentina no formato dos pedidos e

na quantidade de blocos devolvidos que as construtoras começaram a realizar, uma vez que as

construtoras não informaram à indústria sobre suas novas exigências, principalmente para a

aceitação do material. Investigando as causas das devoluções, a indústria, descobriu o PBQP-H e

os PSQ de materiais. A solução encontrada foi garantir que o produto fabricado já saísse do

forno atendendo as exigências mínimas de aceitabilidade das construtoras participantes do

programa. Eram exigidos além de um aspecto visual aceitável (cor, trinca, quebras e

deformações) uma variabilidade máxima de 3 (três) milímetros tanto nas dimensões

(comprimento, largura e espessura) quanto no esquadro (empenamento).

A solução encontrada pela indústria para atender tanto aos requisitos mínimos das construtoras,

quanto atender as exigências do PSQ foi criar um Sistema de Gestão da Qualidade próprio. Para

isso foi contratada uma consultoria especializada que contou com o apoio do SENAI, via projeto

COMPETIR, tanto na elaboração de novos projetos quanto no treinamento dos funcionários. O

custo de implantação e adequação foi muito alto, pois, segundo a empresa, passaram de um

processo “artesanal” para um processo altamente “industrializado”. Foram necessários

treinamentos mensais, palestras motivacionais e a colocação de um objetivo comum, em

consenso entre diretores e funcionários, de que as mudanças seriam não só para se adequar às

construtoras, mas para melhorar a indústria de blocos cerâmicos. O programa de qualidade foi

usado também como estratégia de marketing o que levou os concorrentes a também buscarem e

entenderem o PBQP-H, aderindo ao PSQ do setor.

A certificação NBR ISO 9001:2000 está nos planos para o ano de 2007, uma vez que, segundo o

entrevistado, o Sistema de Gestão está consolidado. Segundo o diretor da fábrica, a exigência

inicial das construtoras foi responsável por todas as mudanças que a indústria passou até chegar

ao reconhecimento máximo, que foi concorrer ao Prêmio João de Barro 2006, prêmio concedido

pela Associação Nacional da Indústria Cerâmica (ANICER) à melhor cerâmica do Brasil.

4.5.4.2 Material de jazida

O caso do fornecedor de material de jazida (seixo e areia) é muito diferente do apresentado no

item anterior. Inicialmente a aceitação quanto às novas exigências das construtoras foi bastante

negativa. Para ele, a nova forma de medição do produto entregue foi a principal reclamação.

Anteriormente todo material era entregue sem conferência e pago por entrega, a chamada

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“carrada”, mas após a implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade pelas construtoras, o

material entregue tinha lugar certo para descarga, a carroceria do caminhão começou a ser

medida em volume e o seixo entregue começou a ter o seu tamanho conferido. Devido a esse

novo controle o fornecedor viu os seus ganhos financeiros diminuírem, pois muitos lotes de

material foram devolvidos e o valor da “carrada” sempre era maior do que o da metragem cúbica

medida.

Com essas novas exigências por parte das construtoras, o fornecedor começou a de adequar.

Primeiro, exigiu uma separação mais rígida por tamanho do seixo no local onde a coleta era feita

pelas dragas. Outra medida tomada foi adequar os custos à nova realidade de cobrança por

metragem cúbica no caso de areia. Segundo o fornecedor, não foi necessário treinamento com os

funcionários para essas adaptações.

As mudanças causadas pelas construtoras no fornecedor de material de jazida foram positivas

segundo o entrevistado. Durante o período de adaptação e mudança muitas dificuldades foram

sentidas como a diferenciação de venda para construtoras com um SGQ (por meio de metragem

cúbica) e construtoras sem o SGQ (“carrada”). Atualmente as vendas são exclusivamente em

metragem cúbica para o caso da areia, a o seixo possui classificação de acordo com o seu

tamanho, permitindo à construtora escolher entre seixo de diversos tamanhos.

Para vencer a concorrência e não perder clientes, o fornecedor de material de jazida mudou sua

forma de atuar e mesmo não tendo interesse em implantar um SGQ, acredita que o sistema é de

grande importância para as empresas. Atualmente este fornecedor tem a percepção que seus

clientes construtoras compram mais, uma vez que o seu serviço é diferenciado, e tal diferenciação

se deu por exigência das próprias construtoras.

4.5.4.2 Tintas

O crescimento dado à Construção Civil piauiense em reflexo ao grande volume de recursos

colocados no mercado pela CAIXA aqueceu não só as revendas de materiais de construção, mas

também os fabricantes locais.

Um desses exemplos é o da fábrica de tintas que pesquisamos. Convidado no início do programa

estadual a conhecer o PBQP-H e aderir ao PSQ, a indústria de tintas não se interessou, alegando

que apenas os seus preços baixos fossem importar às construtoras, afirmou o entrevistado. Mas

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essa falsa realidade começou a ser sentida quando inúmeros empreendimentos imobiliários

chegaram à fase de acabamento e a sua marca foi preterida por outras em razão da mesma não

estar de acordo com os requisitos mínimos de qualidade especificados. Foi nesse período que a

indústria passou a rever os seus conceitos e a adesão ao PSQ foi necessária. A empresa treinou

os seus funcionários para se adequar às novas exigências industriais e realizou uma campanha de

marketing junto às construtoras para demonstrar que a empresa estava participando do PBQP-H e

o produto agora era considerado conforme. Com isso, o mercado da empresa cresceu, não só

frente às construtoras, mas também junto aos pequenos consumidores, que além de estarem

adquirindo um produto de preço competitivo, o mesmo possuía qualidade nos processos

produtivos.

Segundo o entrevistado, o PBQP-H foi responsável por mudanças significativas dentro da

empresa, não só para atender às construtoras, mas com as mudanças que o produto sofreu,

permitiu à indústria buscar mercados em outros estados. A implantação de um Sistema de Gestão

da Qualidade está nos planos da empresa, e a certificação NBR ISO 9001:2000 deve ser buscada

a longo prazo, à medida que os mercados nacionais forem atingidos e a certificação seja exigida.

O Quadro 4.6 apresenta as principais mudanças sentidas pelos fornecedores de materiais após a

implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade e de sua qualificação nível “A” do SiQ-C.

Quadro 4.6 – Mudanças sentidas pelos fornecedores de materiais por exigência do SGQ das

construtoras.

Blocos cerâmicos Material de jazida Tintas

Mudança cultural;

Mudança dos processos

produtivos;

Surgimento de uma mentalidade

em busca da melhoria contínua;

Certificação NBR ISO 9001.

Mudanças exigidas pelas

construtoras qualificadas

repassadas às construtoras não

qualificadas;

Maior controle do material

entregue;

Diversificação de produtos ao

consumidor (seixo).

Surgimento de novos mercados;

Certificação NBR ISO 9001.

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4.5.5 Sub-contratados

Foram entrevistados dois sub-contratados que prestam serviços às construtoras entrevistadas. O

fornecimento e montagem de forros e divisórias em gesso acartonado é o serviço prestado por

uma delas e instalações elétricas e hidráulicas, o da outra.

4.5.5.1 Gesso acartonado

A empresa de gesso acartonado trabalha há mais de 6 anos no mercado piauiense e desde então

tem prestado serviços nessa área para as três construtoras estudadas. Ao ser notificada de que as

construtoras estavam iniciando um processo de implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade,

a prestadora de serviço não se preparou para as mudanças que o SGQ traria não só para as

construtoras, mas também para ela.

A primeira grande dificuldade encontrada, relata o entrevistado, foi a de se adequar à Instrução de

Trabalho elaborada pela construtora. Além da Instrução de Trabalho (IT), a construtora possuía

também um Controle de Serviço (CS) e a aceitação tanto dos forros quanto das divisórias ficou

mais restrita. Outra dificuldade encontrada foi quanto ao treinamento da mão-de-obra, uma vez

que os procedimentos das construtoras exigem montadores treinados para executar esse serviço.

Com essas exigências quanto a serviço e mão-de-obra, a prestadora de serviço requisitou às

construtoras que a mesma participasse da elaboração de uma nova Instrução de Trabalho e de um

novo Controle de Serviço para diminuir a diferença nos procedimentos adotados. Outra medida

requisitada foi a de que os funcionários da prestadora de serviço participassem dos treinamentos

de qualidade realizados na obras, e que a prestadora de serviço fosse habilitada a dar treinamento

em montagem de gesso acartonado para os funcionários da construtora que se dispusesse a tal.

Diversas reuniões foram realizadas para que se chegasse a um consenso quanto às Instruções de

Trabalho, uma vez que, segundo o entrevistado, a construtora queria exigir mais do que a

prestadora estava capacitada a realizar. Com a Instrução de Trabalho desenvolvida, o Controle

de Serviço pode ser mais rigoroso, já que com uma Instrução bem detalhada e bem elaborada, os

desvios nos procedimentos de execução se tornariam mínimos.

Os treinamentos ocorriam durante o expediente de trabalho, tinham duração de cinqüenta minutos

e ocorriam uma vez por semana durante dois meses. Passada a carga de treinamentos iniciais,

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ficou determinado entre as partes que os mesmos ocorreriam a cada seis meses, tanto por parte da

construtora X que revisaria os procedimentos de qualidade com os funcionários da prestadora,

quanto por parte da prestadora, que se comprometeu a formar um novo grupo de montadores a

cada seis meses.

Os benefícios para a prestadora de serviço foram sentidos tanto na área de produção quanto na

área econômica. Segundo o entrevistado, o desenvolvimento de Instruções de Trabalho bem

elaboradas e detalhadas permitiu um aumento na produtividade dos funcionários que em 2002 era

de 28m² de divisória por dia por dupla, para o montante de 40m² de divisória por dia por dupla

(formada por um montador e um ajudante). Com esse aumento de produtividade os ganhos

financeiros da empresa cresceram, e a mesma já está em expansão, prestando serviços atualmente

também para outros tipos de forros e divisórias.

A empresa acha que a implantação de um SGQ por parte das construtoras foi responsável direta

pelo crescimento da mesma, mas não tem intenção de implantar internamente. Alega que os

elevados custos de implantação e manutenção não podem ser repassados para as construtoras,

pois a mesma tenderia a perder mercado.

4.5.5.2 Instalação

As empresas de instalação elétrica do Piauí aderiram ao PBQP-H juntamente com as

construtoras, mas a falta de “exigência” e de “necessidade” fez com que o grupo formado por três

empresas abandonasse o programa logo no início, relatou o entrevistado.

Ao ser cobrada pela construtora, a empresa de instalação já estava ciente dos requisitos que teria

que atender, mas não estava preparado para fazê-lo prontamente. A empresa de instalação

considerou mais prudente se adaptar às exigências e procedimentos estabelecidos pelas

construtoras a tentar negociar uma Instrução de Trabalho que espelhasse os seus procedimentos,

como fez a prestadora de montagem de gesso acartonado.

As dificuldades encontradas diante do ocorrido, segundo o diretor técnico da empresa, foram

todas relacionadas à mão-de-obra. Fazer com que os funcionários da prestadora seguissem os

procedimentos criados pelas construtoras gerou conflitos de hierarquia e comando dentro das

obras, chegando ao ponto de que os funcionários da prestadora se negassem a receber ordens de

funcionários da construtora. Durante esse período, houve atraso na entrega dos serviços e muitas

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vezes serviços executados em desacordo com o projeto executivo. Não houve exigências maiores

por parte da construtora a não ser da necessidade de que as Instruções de Trabalho fossem

respeitadas, para evitar a não aprovação dos serviços executados, e possíveis punições à empresa

de instalação.

Diante do fato, a instaladora resolveu se adaptar e modificar seus procedimentos de trabalho.

Durante um ano, segundo o diretor da empresa, os funcionários foram constantemente treinados

para atendimento às exigências da construtora. O prazo de um ano para que o problema fosse

solucionado se deu pelo fato de que as Instruções de Trabalho criadas pelas construtoras fossem

muito mais profissionais das realmente executadas pelos instaladores. Um exemplo apresentado

pelo diretor entrevistado, é o caso do uso de fogo para dobrar tubulações de PVC, esse método

altamente utilizado antes da implantação de SGQ pela construtora Z, foi abolido nas novas

Instruções de Trabalho.

Os benefícios que essas mudanças trouxeram para a instaladora podem ser assim apresentados:

diminuição no quadro funcional devido à melhora na produtividade e no controle das atividades

de instalação; aumento no número de obras atendidas pela instaladora para as construtoras;

aumento da margem de lucro com utilização mais racional de materiais e surgimento de

motivação para o re-ingresso no PBQP-H do Estado do Piauí.

A motivação surgiu com o acompanhamento dos ganhos das construtoras, principalmente na

parte de controle de materiais e serviços, que foram observados pela instaladora. Segundo o

entrevistado, a empresa pretende durante o ano de 2007 conseguir a sua certificação NBR ISO

9001:2000, uma vez que há um ano vem implantando o seu SGQ próprio.

Os itens mais relevantes encontrados nessa etapa, são resumidos no Quadro 4.7.

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Quadro 4.7 – Resultadas entrevistas realizadas com os prestadores de serviço.

Gesso acartonado Instalação elétrica e hidráulica

Dificuldades em atender às Instruções de Trabalho

e as exigências do Controle de Serviços contidos

no SGQ da construtora;

Participação direta na elaboração de novas

Instruções de Trabalho e Controle de Serviços;

Participação direta nos treinamentos realizados

acerca de gesso acartonado;

Ganhos financeiros devido ao aumento da

produtividade.

Dificuldades iniciais sentidas devido à mão-de-

obra (cumprimento dos procedimentos enviados

pelas construtoras);

Necessidade de ser realizar treinamentos;

Aumento da produtividade possibilitando uma

diminuição no quadro funcional;

Crescimento econômico da empresa, acarretado,

entre outros, por meio do uso racional de materiais.

4.5.6 Órgãos financiadores e clientes

Foram entrevistados dois clientes regulares de duas das três empresas construtoras entrevistadas.

O primeiro realiza obras industriais regulares junto à empresa Y, o outro é um investidor do

mercado imobiliário que contrata a construtora Z para executar os seus empreendimentos.

O cliente da empresa Y, ao saber da implantação e certificação do SGQ da construtora, ficou

preocupado com o possível acréscimo no custo repassado a ele para a construção de suas obras

industriais. Já o cliente da construtora Z achou a medida muito positiva, pois usaria isso na

estratégia de marketing para a venda de seus empreendimentos. Ambos acreditam que as

empresas melhoraram após a implantação, principalmente na organização dos canteiros de obra e

nos prazos de execução. O cliente da empresa Z acrescenta que o seu padrão de exigência

aumentou, uma vez que a própria construtora se encarregou de lhe demonstrar a diferença de

produtos utilizados anteriormente e os utilizados e aprovados para o uso atualmente. Os dois

respondentes acreditam que a certificação gera mais confiança para o cliente, e mais segurança

para os futuros investidores, e concordam ao afirmar que a certificação da qualidade para a

Construção Civil no Estado do Piauí deveria se expandir para todas as outras empresas,

melhorando a qualidade dos empreendimentos e satisfazendo um maior número de clientes.

O órgão financiador pesquisado se limitou à CAIXA, pois era o órgão comum financiador das

três empresas construtoras. Segundo o respondente, não é possível afirmar se houve melhora das

obras entregues antes e após a certificação, pois as exigências eram diferentes, mas se pode

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afirmar que a organização dos canteiros e controle dos materiais melhorou consideravelmente. O

respondente afirmou que os custos de manutenção do SGQ foram altos, o que foi considerado

uma dificuldade sentida pelas construtoras. Com o alto custo de manutenção, as empresas

buscaram outros meios de diminuição de custos diretos nas obras para aumentar a sua margem de

lucro, e isso se deu na busca diária pelo aumento da produtividade dos funcionários, relata o

entrevistado.

Ainda segundo o respondente, outros órgãos públicos deveriam exigir certificação de Sistemas de

Gestão da Qualidade como COHAB e governos estaduais e municipais, mas o mesmo não

acredita que o setor de engenharia da CAIXA necessite de tal certificação. Uma resposta

interessante do entrevistado diz respeito à análise financeira da CAIXA, que segundo ele não

pode ser a “única responsável” pelo baixo número de empresas qualificadas pelo PBQP-H. Ainda

segundo o entrevistado, a falta de compromisso das próprias empresas com a prestação de

serviços de qualidade é a principal causa do baixo número de empresas com SGQ implantado e

certificado no Piauí.

4.5.7 Empresas desistentes

Foram entrevistadas 20 empresas que desistiram do programa durante os últimos anos. Essa

entrevista final tinha como objetivo verificar as principais causas da desistência e realizar uma

análise crítica, gerando subsídios para ações que visem aumentar o número de empresas

efetivamente participantes.

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Figura 4.6 – Motivos para desistência de empresas ao PBQP-H no Piauí

Foi requisitado que as empresas enumerassem os motivos mais relevantes que as levaram a

desistir do programa de implantação de SGQ, sem limite mínimo ou máximo de motivos. A

Figura 4.6 mostra que todas as respondentes afirmaram que a não aprovação na análise financeira

da CAIXA as fez desistir do programa. Segundo os entrevistados, a CAIXA restringiu ainda

mais o número de empresas habilitadas aos seus financiamentos com a assinatura do Acordo

Setorial, assim, muitas empresas não estavam preparadas e aderiram ao programa com um único

objetivo de conseguir os financiamentos. Uma vez não aprovados por questões financeiras, a

desistência do programa ocorreu como conseqüência da análise financeira da CAIXA.

A segunda maior causa da desistência foi o elevado custo de implantação para as pequenas e

médias empresas, seguidos da falta de exigência de exigência do SGQ pelos contratantes

(públicos e privados). Com a não aprovação na CAIXA, as empresas não viam um retorno em

curto prazo para o alto custo de implantação, nem a necessidade de ter um certificado, uma vez

que nenhum outro órgão ou cliente exigia das construtoras tal documento. Os dados também

mostram que empresas se sentiram engessadas com o SGQ e outras não sentiram benefícios

durante a implantação.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

Análise financeira da

CAIXA

Custo de implantação

Falta de exigência de

SGQ pelos contratantes

Falta de benefícios

Engessamento da empresa

Tamanho da empresa

Falta de incentivo do

governo

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5 CONCLUSÃO

Este capítulo apresenta as considerações finais relacionadas aos dados investigados nesta

pesquisa. O capítulo está assim dividido: avaliações anteriores de implantações; avaliação da

implantação de SGQ em construtoras no Piauí e sugestões para futuros estudos.

5.1 AVALIAÇÕES ANTERIORES DE IMPLANTAÇÕES

A implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade em diversos setores, pesquisada e

apresentada na pesquisa, mostra que as empresas tiveram na exigência do mercado,

principalmente por meio de exigência governamental, e na busca interna por processos de gestão

mais eficientes, as principais motivações para o início do processo de busca pela Qualidade.

Durante esse processo, o elevado custo e a produção excessiva de documentos se apresentaram

como as principais dificuldades encontradas pelas empresas. Os benefícios apresentados pelas

empresas foram a possibilidade de maior controle de processos, aumento da produtividade dos

funcionários e melhoria na imagem da empresa perante o mercado.

Quando tratamos de construtoras brasileiras, o levantamento bibliográfico mostrou que os

principais resultados obtidos no processo de implantação de SGQ foram a padronização do

trabalho, que permitiu um maior controle nos serviços executados, e as mudanças na cultura

organizacional das empresas. Por outro lado, enfrentaram dificuldades no processo de aceitação

e comprometimento das pessoas com o programa.

Constatou-se uma similaridade entre os benefícios encontrados tanto na bibliografia geral quanto

nos resultados apresentados pelas construtoras do Brasil, principalmente nos relatos de melhoria

do controle de processos. Observou-se ainda que as dificuldades encontradas pelas construtoras

do Brasil diferem das apresentadas pelas empresas em geral. Na Construção Civil brasileira a

mão-de-obra tem baixa escolaridade e é pouco qualificada, tanto nos níveis responsáveis pelo

controle dos processos quanto nos responsáveis pela produção, isso reflete negativamente na

introdução de mudanças nas empresas. Em outros setores, os custos de produção são mais

elevados e a necessidade de agilidade nos processos é maior, por essa razão é enfatizada a

dificuldade sentida com o custo de implantação e o controle de documentos. A semelhança foi

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obtida ao se comparar resultados nacionais e internacionais, o que forneceu uma base de

motivações e pontos positivos a serem investigados nas empresas dessa pesquisa. As diferenças

encontradas no relato de dificuldades foi o ponto de partida para a procura das mesmas nas

construtoras pesquisadas. As motivações, dificuldades e benefícios foram utilizados no

estabelecimento de critérios de avaliação da implantação e observação dos resultados nas

construtoras piauienses

O questionário com os Representantes dos Programas Estaduais do PBQP-H permitiu, além de

conhecer características próprias de vários estados brasileiros, constatar o não cumprimento de

etapas importantes previstas pelo programa, como o diagnóstico e desenvolvimento de um PSQ

local, fato que também foi observado no estado do Piauí. Ressalta-se a ausência de documentos

oficiais avaliando o PBQP-H nos estados brasileiros que pode ser explicado pela falta de um

diagnóstico preliminar que direcionaria o acompanhamento do programa ao longo de sua

implantação e manutenção. Os representantes listaram as principais dificuldades das empresas,

que muito se assemelham às encontradas na bibliografia, como sendo o custo de implantação, a

falta de incentivo governamental e de compromisso das pessoas, além da necessidade das

mudanças culturais que a implantação SGQ traz. Mesmo sendo classificada como uma

dificuldade na etapa de implantação, a mudança cultural exigida pelo SGQ, foi, mais tarde,

considerada um benefício trazido, assim como a melhoria na capacitação da mão-de-obra, por

meio de treinamentos, e o uso do SGQ como estratégia de marketing. A ênfase dada à mudança

cultural das empresas pelos representantes pode ser entendida, uma vez que as empresas,

conscientes da necessidade de mudarem e vendo os resultados internos que isso lhes

proporcionou, passaram a exigir um maior profissionalismo de sub-contratados e fornecedores de

materiais, que acarretou em melhorias na qualidade dos serviços e produtos.

Ainda sobre as construtoras brasileiras pesquisadas na bibliografia, a ausência da necessidade de

exigência da CAIXA como uma motivação para implantação de um Sistema de Gestão da

Qualidad se deve ao fato de que a literatura apresenta resultados de empresas qualificadas no

QUALIHAB, além de certificadas NBR ISO 9001:2000, não se atendo somente à implantação e

qualificação de empresas no SiQ-C/PBQP-H. A exigência da CAIXA pelo documento de

qualificação do SGQ das empresas foi considerada a principal motivação, tanto pelas empresas

quanto pelo Representante Estadual, para que o processo de implantação fosse iniciado no estado,

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quando do surgimento dos Programas Estaduais (anteriormente a implantação, quando realizada,

se dava por ação individual das empresas). Mas essa exigência de uma certificação compulsória

acabou pontuando as motivações das empresas, não lhes deixando campo para enxergar outras

possibilidades de benefícios que o SGQ poderia trazer.

5.2 AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DO SGQ EM CONSTRUTORAS DO PIAUÍ

A etapa da pesquisa realizada com o Representante estadual do PBQP-H, com as Construtoras

qualificadas no nível “A” do SiQ-C, seus funcionários, fornecedores e sub-contratados, além de

órgãos financiadores, clientes e das empresas construtoras desistentes no Piauí nos forneceu os

resultados apresentados neste item. Os resultados são relevantes quando se visualiza a

abrangência dos agentes da cadeia produtiva envolvidos. A visão dos resultados da implantação

do SGQ não fica restrita às construtoras, mas a todos os envolvidos direta e indiretamente neste

processo.

Percebeu-se que mesmo iniciando-se um programa de implantação de SGQ em construtoras,

propostos pelo PBQB-H, no mesmo período que o resto do Brasil, o estado do Piauí não

conseguiu acompanhar o ritmo de outros estados brasileiros, tornando a empreitada das

construtoras locais ainda mais difícil. Isso aconteceu devido a dois fatos altamente relevantes e

encontrados nessa pesquisa:

O primeiro deles foi a não elaboração do PSQ do setor da construção local. O PSQ local é

importante, pois desenvolvido após um diagnóstico do setor, estipula metas e indicadores para

diversas ações pontuais, como a implantação de SGQ nas empresas, revisão de normas técnicas,

capacitação de mão-de-obra, entre outras sugeridas. Sem um PSQ, o Piauí se viu sem diretrizes a

serem cumpridas e sem indicadores a serem controlados. Constatou-se que a motivação para a

busca pela implantação e certificação de SGQ ficou baseada na exigência da CAIXA por esse

documento, como um dos requisitos para elegibilidade para acesso a financiamentos para

construção habitacional.

Outro fato relatado na pesquisa que dificultou o desenvolvimento do programa no estado foi a

Coordenação do PBQP-H sendo exercida exclusivamente pelos representantes do SINDUSCON

local. A falta de outras entidades como sindicatos de fabricantes de materiais ou mesmo do

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sindicato de funcionários, restringiu o PBQP-H do Piauí a ser apenas um programa de

implantação e certificação de SGQ em construtoras. Não foram criados programas para melhoria

de materiais de construção nem mesmo de capacitação da mão-de-obra, o que poderia ter sido

abordado num PSQ, caso o mesmo tivesse sido elaborado, a partir de um diagnóstico amplo do

setor, como preconizado nos documentos do PBQP-H. A coordenação do programa localmente

está isolada, atuando somente frente às construtoras; mesmo os fabricantes de materiais não se

reportam à mesma, mas somente aos coordenadores dos PSQs nacionais de materiais respectivos.

As desistências das empresas que aderiram ao PBQP-H no Piauí não foram compensadas pela

entrada de novas empresas, e esse fato pode, também, ser apresentado como um fato responsável

pelo ritmo lento de evolução do programa do estado.

Mesmo com pontos contribuindo negativamente para o PBQP-H no Piauí, os resultados

conseguidos pelas poucas empresas que se mantêm nessa empreitada mostram mudanças

positivas, dentre as quais: ganhos gerenciais e organizacionais, maior controle dos processos e

aumento da produtividade dos serviços. Houve uma grande dificuldade quanto à mão-de-obra

que se iniciou na procura de consultoria especializada para a implantação do SGQ (foi necessário

o treinamento e a formação deles), sendo sentida também na necessidade de treinamento da mão-

de-obra responsável pelo controle e produção para assimilação das mudanças propostas. Pode-se

ver que as mudanças trazidas pelo PBQP-H para as pessoas envolvidas não ficaram restritas à

mão-de-obra das empresas, o programa indiretamente formou consultores de Sistema de Gestão

da Qualidade, auditores internos, além de, como dito pelos próprios funcionários entrevistados,

foi responsável por trazer melhoria nas condições de trabalho e na diminuição no desperdício de

materiais, melhorando os resultados obtidos por eles.

Observa-se também que as exigências das construtoras conseguiram influenciar positivamente a

cadeia produtiva local, exigindo produtos e serviços que atendam os requisitos mínimos de

qualidade, ou seja, trouxe vantagens não só para as empresas, mas também para o mercado. A

incorporação da mentalidade da busca pela qualidade nos fornecedores de materiais, as mudanças

gerenciais e os constantes treinamentos dos prestadores de serviço, o aumento da produtividade

dos funcionários, além do reconhecimento dos clientes podem ser apresentados como os maiores

benefícios para a cadeia produtiva local trazidos pela implantação de Sistemas de Gestão da

Qualidade nas construtoras do Piauí.

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A busca pela qualidade dos seus produtos, iniciada pelos fornecedores de materiais teve

resultados que devem ser exaltados. A adesão de empresas fornecedoras de materiais aos PSQs

nacionais a partir do conhecimento adquirido sobre o PBQP-H nas construtoras pode ser

considerarado um grande marco para o programa no estado do Piauí, onde a quantidade de

indústrias ligadas à Construção Civil ainda é limitado.

Outro fato importante foi a união entre prestadores de serviços e as construtoras que

desenvolveram procedimentos, instruções de trabalho e controle de serviços em conjunto,

permitindo ganhos simultâneos para ambos. Em um mercado ainda muito restrito e composto

apenas por empresas locais, essa união tende a se expandir para outros serviços além dos

pesquisados fortalecendo a união entre os agentes, uma vez que as melhorias foram sentidas

também por clientes e por órgãos financiadores.

Os fatos negativos da pesquisa são retratados nas razões pelas desistências das empresas do

Estado. A análise financeira da CAIXA como sendo razão unânime para essa desistência

comprova que o PBQP-H no estado precisa de mudança. A implantação tem sido feita de forma

reativa (por exigência da CAIXA) e não de forma proativa (por decisão das empresas).

Necessita-se de maior divulgação dos benefícios que as construtoras que continuaram no

programa obtiveram com a implantação, além dos ganhos que os agentes da cadeia produtiva

também conseguiram. A restrição da CAIXA como motivador mostra que a mudança deve ser

mais abrangente, deve ser feita a partir da mentalidade dos empresários locais que devem parar

de ver a implantação de um SGQ como uma exigência e passar a vê-la como uma oportunidade

de ganhos, ou seja, de um investimento.

Puderam-se apresentar as principais motivações, dificuldades e benefícios que a implantação de

SGQ nas construtoras trouxe para toda a cadeia produtiva do estado do Piauí, utilizando-se da

base estabelecida como critérios de avaliação. Dentre as contribuições da pesquisa, merece

destaque a apresentação de resultados de todos os envolvidos no processo de implantação,

afetados direta e indiretamente pelo PBQP-H, um dos itens pioneiros objetivados por essa

dissertação. A visão dos resultados não está restrita às construtoras, abrange a visão do

Representante estadual do PBQP-H, responsável pela coordenação e ações no estado, desde sua

elaboração, implantação e manutenção. Mostra-se a visão dos Funcionários que foram treinados e

que mais tiveram que mudar suas formas de atuar para se adequar à nova realidade, os benefícios

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trazidos para eles e, principalmente, a satisfação dos mesmos com o SGQ e suas exigências e

resultados. Os sub-contratados e os fornecedores de materiais mostram os ganhos que tiveram a

partir das exigências das construtoras, agora qualificadas no nível “A” do SiQ-C do PBQP-H.

Órgãos financiadores, clientes e construtoras desistentes também mostram a visão deles sobre

todo o processo do PBQP-H no estado. A cadeia produtiva se relaciona, interage e mostra a

relação entre as mudanças apresentadas por eles e o desenvolvimento do PBQP-H,

principalmente, com a qualificação de construtoras, no estado do Piauí, principalmente, com os

benefícios conseguidos por eles depois de vencerem enormes dificuldades.

5.3 SUGESTÕES PARA NOVAS INVESTIGAÇÕES

Os resultados obtidos indicam que a implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade traz

benefícios não só para as empresas, mas também para a cadeia produtiva na qual elas estão

inseridas. A pesquisa foi realizada num espaço amostral relativamente pequeno considerando as

dimensões territoriais do Brasil e a influência econômica do Piauí no país, mas os resultados

servem de parâmetros e de inspiração para que outras pesquisas sejam realizadas, compiladas, e

atuem como motivador para mudanças positivas para toda a cadeia produtiva da construção em

busca da qualidade.

Seguem algumas sugestões de trabalhos futuros, identificadas a partir desta pesquisa:

Desenvolvimento de uma metodologia nacional de avaliação de empresas certificadas para

realizar o acompanhamento e avaliar os processos de melhoria contínua nas construtoras.

Desenvolvimento de uma metodologia nacional de avaliação dos agentes da cadeia produtiva

para realizar o acompanhamento e avaliar os processos de melhoria contínua nesses agentes.

Desenvolvimento de metodologias para avaliação dos resultados do ponto de vista dos

benefícios para os clientes e contratantes, em termos de satisfação, qualidade, custo, etc.

Desenvolvimento de avaliações sistemáticas dos resultados dos programas setoriais nos

diversos estados, considerando os variados agentes da cadeia produtiva. As poucas pesquisas de

avaliação de implantação de SGQ em construtoras já realizadas se restringem aos grandes centros

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metropolitanos brasileiros Assim, sugerimos que sejam realizadas pesquisas para se avaliar a

implantação em construtoras de todos os estados brasileiros para que haja futuras comparações.

Trabalhos como o apresentado nessa dissertação e os acima propostos inserem-se na preocupação

nacional com a necessidade de se continuar e aprimorar os estudos sobre os temas Construção

Civil e Sistemas de Gestão da Qualidade, buscando, por meio desses instrumentos científicos

uma melhoria contínua para os programas como o PBQP-H.

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103

APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO UTILIZADO NO LEVANTAMENTO

COORDENAÇÃO DO PBQP-H DOS ESTADOS

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104

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

Departamento de Arquitetura e Construção

Questionário

Este questionário é parte integrante da pesquisa de mestrado de Alexandre Vasconcelos Tajra Mendes, Engenheiro

Civil, aluno de pós-graduação do Departamento de Arquitetura e Construção na Faculdade de Engenharia Civil,

Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, sob orientação do Prof. Dr. Flávio Augusto Picchi,

cujo objetivo, nesta etapa, é efetuar um levantamento de avaliações realizadas sobre o andamento do programa.

Ao término da pesquisa será disponibilizado a todos os respondentes o relatório final.

1. Estado:

2. Representante(s) Estadual:

3. Evolução do Programa Estadual:

a. Data da Sensibilização:

b. Data da Adesão:

c. Acordo Setorial:

i. Data:

ii. Entidades Signatárias:

4. O programa estadual possui algum meio de divulgação?

a. Site na Internet: □ não □ sim - indicar:

b. Lista de E-mail: □ não □ sim

c. Correspondência Periódica: □ não □ sim

d. Outras Publicações: □ não □ sim - indicar:

5. Quais foram os fatores que incentivaram o início do programa no Estado? (fatores alavancadores

observados no histórico do início):

6. Datas definidas no acordo Setorial para os Níveis Evolutivos do Siq-C e evolução de empresas

qualificadas:

NÍVEL DATA ORIGINAL DATA REVISTA Numero de empresas que

atingiram o nível na data

prevista

D

C

B

A

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105

7. Quantas empresas estão qualificadas no momento?

i. Nível A:

ii. Nível B:

iii. Nível C:

iv. Nível D:

8. Após o diagnóstico no Estado, quais ações foram previstas no PSQ? Em que grau de implementação

elas se encontram? (CASO SEJA POSSÍVEL, FAVOR ANEXAR O TEXTO DO PSQ).

Ação

Contante no PSQ

Estágio de Implantação em

DEZ/04

Não Sim % Prevista

% Realizada

Revisão e Elaboração de Normas Técnicas

Desenvolvimento e Implantação de Sistema Evolutivo nas empresas

Comissão de Qualidade de Insumos/Comitês de Tecnologia e Qualidade

Seminários Técnicos

Programa de Treinamento e Formação Profissional

Programa Preventivo de Medicina, Higiene e Segurança do Trabalho Outros (descrever):

9. Quais foram as principais dificuldades observadas durante o desenvolvimento do Programa?

□Custo Elevado □Documentação Excessiva □Dificuldade de Divulgação

□Falta de Interesse no Programa □Definição dos Indicadores □Cumprimento de Prazos

□Integração entre Agentes da

Cadeia Produtiva

□Interesse da Mão-de-Obra pelo

Programa

□ Outros (descrever):

10. Quais foram os principais fatores facilitadores observados durante o desenvolvimento do Programa?

□Engajamento das Empresas □Incentivo Governamental □Apoio de Órgãos Financeiros

□Apoio de Entidades de Classe □Satisfação dos Clientes □Prazos Estipulados

□Interesse da Mão-de-Obra pelo

Programa

□Integração entre Agentes da

Cadeia Produtiva

□Outros (descrever):

11. Quais foram as principais dificuldades encontradas pelas empresas participantes do programa?

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106

12. Quais foram os serviços de consultoria/treinamento mais freqüentemente utilizados pelas empresas?

(Enumere em porcentagem estimada (%) a quantidade de empresas que utilizaram cada serviço).

SENAI: ____________%

SEBRAE: __________%

CTE: ______________%

Consultores Independentes:_______________%

Outros (descrever): _____________________

13. Quais foram os Organismos de Certificação Credenciados – OCCs mais freqüentemente utilizados

pelas empresas? (Enumere em porcentagem estimada (%) os OCCs utilizados na qualificação das

empresas):

OCC (%) OCC (%)

FCAV-Fundação Carlos Alberto Vanzolini. BVQi do Brasil

ABS Quality Evaluations Inc. SGS ICS Certificadora

UCIEE - União Certificadora DNV

ABNT Lloyd´s Register

BRTUV TECPAR

SAS Germanischer

RINA ICQ Brasil

Bureau Colombo Acta OUTRO (indicar):

14. Quais as mudanças mais significativas que ocorreram no ramo da construção civil, até o momento,

em função da implementação do programa?

a. Para os órgãos financiadores:

b. Para as empresas de construção:

c. Para os fornecedores de materiais:

d. Para os sub-empreiteiros:

e. Para os clientes finais:

15. Quais índices/indicadores são utilizados na avaliação dos resultados para controle, por parte do

Programa Estadual, do andamento da implementação do programa? De que forma isso ocorre?

Indicador Meta (%) Nível Atual (%) Obs:

Empresas que aderiram ao programa

Número de Empresas Qualificadas

Reuniões/Treinamentos/Seminários

Outros (indicar):

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107

Outros (indicar:

Outros (indicar:

Informações adicionais:

16. Foi realizada alguma pesquisa relacionada com a avaliação da implementação do programa no

Estado? (caso afirmativo, favor resumir abaixo seu escopo e indicar onde a mesma pode ser

consultada, e se possível, anexá-la)

17. Use este espaço para considerações finais (críticas, sugestões e comentários):

Data do preenchimento deste questionário: _____/_____/_____

Ao enviar a resposta, favor anexar, se possível:

- Cópia do Acordo Setorial;

- Cópia do PSQ – PBQP-H;

- Resultados de avaliações realizadas.

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APÊNDICE B

ENTREVISTA ESTRUTURADA NÍVEL “B”

CONSTRUTORAS

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110

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

Departamento de Arquitetura e Construção

Entrevista Semi-Estruturada – Estudo Exploratório

Esta entrevista semi-estruturada é parte integrante da pesquisa de mestrado de Alexandre Vasconcelos Tajra Mendes,

Engenheiro Civil, aluno de pós-graduação do Departamento de Arquitetura e Construção na Faculdade de

Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, sob orientação do Prof. Dr.

Flávio Augusto Picchi, cujo objetivo, nesta etapa, é efetuar estudo exploratório (acompanhar o andamento, principais

dificuldades, resultados parciais obtidos).

O nome e os dados fornecidos pelas empresas serão mantidos em sigilo por questões éticas.

A) INTRODUÇÃO

1. Empresa: ______________________________________________________________________

2. Número de Funcionários:_________________________________________________________

3. Número de Obras:_______________________________________________________________

4. Número de Obras que exigem qualificação PBQP-H (CAIXA): _________________________

B) ACOMPANHAMENTO DO PBQP-H

5. Quando se deu a adesão ao PBQP-H:_______________________________________________

6. Fonte de Recursos para implantação:_______________________________________________

7. Quem faz o serviço de Consultoria:_________________________________________________

8. Responsável pelo Programa dentro da empresa (Cargo): _____________________________

9. Nível de qualificação no PBPQ-H: ( ) Nível “D” ( ) Nível “C” ( ) Nível “B” ( ) Nível “A”

10. Quais as razões que levaram a empresa a aderir ao PBQP-H: __________________________

______________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

11. Quais as principais dificuldades encontradas até o momento: __________________________

______________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

12. O que mudou dentro da empresa até agora com a adesão ao PBQP-H: __________________________

______________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

13. Como está sendo a reação dos funcionários a esta nova filosofia da empresa (treinamento e controles

mais rígidos) é possível sentir alguma mudança comportamental: _____________________________

______________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

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14. Materiais Controlados (Completar Lista abaixo)

15. Serviços de Execução Controlados

Compactação de aterro Execução de revestimento de piso interno de área

úmida

Locação de obra Execução de revestimento de piso externo

Execução de fundação Execução de forro

Execução de fôrma Execução de impermeabilização

Montagem de armadura Execução de cobertura em telhado

Concretagem de peça estrutural Colocação de batente e porta

Execução de alvenaria estrutural Colocação de janela

Execução de alvenaria não estrutural e de div. leve Execução de pintura interna

Execução de revestimento interno de área seca,

incluindo produção de argamassa em obra, quando

aplicável

Execução de pintura externa

Execução de revestimento interno de área úmida Execução de instalação elétrica

Execução de revestimento externo Execução de instalação hidro-sanitária

Execução de contrapiso Colocação de bancada, louça e metal sanitário

Execução de revestimento de piso interno de área

seca

16. Como está sendo feito o controle de documentos gerados pelo sistema de gestão da qualidade:

_____________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

17. Está sendo notada mudança de eficiência nos processos da empresa ou na capacidade competitiva da

mesma? Em quais sentidos: _________________________________________

______________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

18. Quais as mais significantes melhorias percebidas nesta etapa de implantação?

______________________________________________________________________________________

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112

______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

___________________________________________________

19. Em que data pretende atingir a qualificação Nível “A” do PBQP-H: ____________________

20. Pretende, também, pedir certificação ISO 9001:2000: ( ) Sim ( ) Não

21. O que está achando das datas fixadas no acordo com o CAIXA: _______________________

______________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

22. Está ciente das mudanças que estão sendo feitas no regimento do SiQ-C: ( ) Sim ( ) Não

23. O que acha da possibilidade de o Governo Estadual e/ou Municipal começar a exigir qualificação do

PBQP-H em editais de licitações para obras públicas:

______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

___________________________________________________

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APÊNDICE C

ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA

REPRESENTANTE ESTADUAL

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114

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

Departamento de Arquitetura e Construção

Entrevista Semi-Estruturada – REPRESENTANTE ESTADUAL

Esta entrevista semi-estruturada é parte integrante da pesquisa de mestrado de Alexandre Vasconcelos Tajra Mendes,

Engenheiro Civil, aluno de pós-graduação do Departamento de Arquitetura e Construção na Faculdade de

Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, sob orientação do Prof. Dr.

Flávio Augusto Picchi, cujo objetivo, nesta etapa, é utilizar os critérios propostos para avaliação dos resultados deO

PBQP-H no estado do Piauí, sob a visão do Representante Estadual.

A) INTRODUÇÃO

1. Desde quando é o Representante Estadual?

2. Quais as principais Motivações que levaram a busca pelas empresas do PBQP-H?

3. Quais as dificuldades encontradas, em sua opinião?

4. Quais o benefícios trazidos para a cadeia produtiva?

B) QUEDA NO NÚMERO DE EMPRESAS

5. Por que o número de empresas vem caindo com o tempo?

C) PSQ

6. Por que não foi criado o PSQ do setor antes da assinatura do Acordo Setorial?

7. Sem o PSQ, quais indicadores estão sendo utilizados para o acompanhamento do Programa?

D) FUTURO

8. Quais as expectativas futuras para o PBQP-H no estado?

9. O que acha da possibilidade de se exigir certificações de SGQ em licitações públicas?

10. Considerações finais

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APÊNDICE D

ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA

CONSTRUTORAS (NÍVEL A)

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

Departamento de Arquitetura e Construção

Entrevista Semi-Estruturada - CONSTRUTURAS

Esta entrevista semi-estruturada é parte integrante da pesquisa de mestrado de Alexandre Vasconcelos Tajra Mendes,

Engenheiro Civil, aluno de pós-graduação do Departamento de Arquitetura e Construção na Faculdade de

Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, sob orientação do Prof. Dr.

Flávio Augusto Picchi, cujo objetivo, nesta etapa, é utilizar os critérios propostaos para avaliação dos resultados de

implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade, certificados nível “A” do SiQ-C (agora SiAC) nas construtoras do

Piauí.

O nome e os dados fornecidos pelas empresas serão mantidos em sigilo por questões éticas.

A) INTRODUÇÃO

1. Empresa:

2. Número de Funcionários:

3. Número de Obras/Valor

4. Principais fornecedores de materiais (citar 3):

5. Executa obras para a CAIXA?:

6. Como soube do PBQP-H?:

B) MOTIVAÇÕES

7. Quais foram as motivações para a empresa buscar a implantação e certificação do SGQ:

8. Quanto foi gasto com a implantação:

9. Que resultados eram os esperados?:

C) DIFICULDADES

10. Quais as principais dificuldades encontradas durante o processo de implantação?:

D) O SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE

11. Pedir explicação de algumas soluções adotadas para atendimentos de alguns requisitos

12. Como e quando são feitos os treinamentos?:

13. Que exigências foram feitas para os fornecedores de materiais e sub-contratados para adequação dos

mesmos ao SGQ?:

14. Verificar os indicadores da qualidade da empresa e como eles estão sendo medidos:

E) BENEFÍCIOS

15. Enumerar e mostrar alguns benefícios que a empresa alcançou com a implantação:

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117

16. Foi criado algum indicador para sentimento da melhoria do produto final entregue?

17. Existiu algum resultado econômico medido?

F) FUTURO

18. Quais as perspectivas futuras de melhoria que a empresa espera do SGQ:

19. O que acha da possibilidade de se exigir certificações de SGQ em licitações públicas?

20. Considerações finais

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119

APÊNDICE E

ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA

FUNCIONÁRIOS

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

Departamento de Arquitetura e Construção

Entrevista Semi-Estruturada - FUNCIONÁRIOS

Esta entrevista semi-estruturada é parte integrante da pesquisa de mestrado de Alexandre Vasconcelos Tajra Mendes,

Engenheiro Civil, aluno de pós-graduação do Departamento de Arquitetura e Construção na Faculdade de

Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, sob orientação do Prof. Dr.

Flávio Augusto Picchi, cujo objetivo, nesta etapa, é utilizar os critérios propostos para avaliação dos resultados de

implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade, certificados nível “A” do SiQ-C (agora SiAC) frente aos

funcionários das empresas do Piauí.

O nome e os dados fornecidos pelos funcionários serão mantidos em sigilo por questões éticas.

A) INTRODUÇÃO

1. Função:

2. Número de anos trabalhados na Construção Civil:

B) IMPRESSÕES

3. Quais foram as suas impressões iniciais quando da implantação do SGQ pela construtora?

4. Como foi a sua aceitação? E de seus colegas de trabalho?

5. Qual foi a maior dificuldade que os funcionários encontraram durante a implantação?

6. Como foram realizados os treinamentos?/Com que periodicidade?;

7. Qual foi o melhor benefício trazido com a implantação para as condições de trabalho?

8. Qual foi o melhor benefício trazido com a implantação para os processos construtivos?

9. Qual foi o melhor benefício trazido com a implantação para a execução de serviços?

10. Houve melhoria nos ganhos salariais ou de produção dos funcionários?

C) FUTURO

11. O que se espera do futuro da empresa com esse programa?

12. O que espera do futuro profissional?

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APÊNDICE F

ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA

FORNECEDORES DE MATERIAIS

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

Departamento de Arquitetura e Construção

Entrevista Semi-Estruturada - FORNECEDORES

Esta entrevista semi-estruturada é parte integrante da pesquisa de mestrado de Alexandre Vasconcelos Tajra Mendes,

Engenheiro Civil, aluno de pós-graduação do Departamento de Arquitetura e Construção na Faculdade de

Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, sob orientação do Prof. Dr.

Flávio Augusto Picchi, cujo objetivo, nesta etapa, é utilizar os critérios propostos para avaliação dos resultados de

implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade, certificados nível “A” do SiQ-C (agora SiAC) frente aos

fornecedores das empresas do Piauí.

O nome dos fornecedores serão mantidos em sigilo por questões éticas.

A) INTRODUÇÃO

1. Que tipo de material é fornecido pela empresa?

2. Há quantos anos trabalha como fornecedora da empresa?

B) IMPRESSÕES

3. Quais foram as suas impressões iniciais quando da implantação do SGQ pela construtora?

4. Como foi a sua aceitação?

5. Que exigências de mudanças foram colocadas pela empresa aos seus produtos?

6. Que dificuldades foram encontradas?

7. Foi necessária a realização de treinamentos?/Com que periodicidade?;

8. Quais foram os benefícios trazidos com as exigências da empresa?

9. Houve melhoria no produto?

10. E ganhos financeiros?

C) FUTURO

11. Pretende implantar um SGQ? Certificá-lo segundo a NBR ISO 9001:2000?

12. O que acha deste tipo de certificação?

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123

APÊNDICE G

ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA

EMPRESAS SUB-CONTRATADAS

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124

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

Departamento de Arquitetura e Construção

Entrevista Semi-Estruturada – EMPRESAS SUB-CONTRATADAS

Esta entrevista semi-estruturada é parte integrante da pesquisa de mestrado de Alexandre Vasconcelos Tajra Mendes,

Engenheiro Civil, aluno de pós-graduação do Departamento de Arquitetura e Construção na Faculdade de

Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, sob orientação do Prof. Dr.

Flávio Augusto Picchi, cujo objetivo, nesta etapa, é utilizar os critérios propostos para avaliação dos resultados de

implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade, certificados nível “A” do SiQ-C (agora SiAC) frente às empresas

sub-contratadas pelas construtoras do Piauí.

O nome dos mesmos serão mantidos em sigilo por questões éticas.

A) INTRODUÇÃO

1. Que tipo de serviço presta:

2. Há quantos anos trabalha com a Construtora?:

B) IMPRESSÕES

3. Quais foram as suas impressões iniciais quando da implantação do SGQ pela construtora?

4. Como foi a sua aceitação?

5. Que exigências de mudanças foram colocadas pela empresa ao seu serviço?

6. Que dificuldades foram encontradas?

7. Foi necessária a realização de treinamentos?/Com que periodicidade?

8. Quais foram os benefícios trazidos com as exigências da empresa?

9. Houve melhoria no produto?

10. E ganhos financeiros?

C) FUTURO

11. Pretende implantar um SGQ? Certificá-lo segundo a NBR ISO 9001:2000?

12. O que acha deste tipo de certificação?

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APÊNDICE H

ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA

ÓRGÃOS FINANCIADORES E CLIENTES

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

Departamento de Arquitetura e Construção

Entrevista Semi-Estruturada – ÓRGÃOS FINANCIADORES E CLIENTES

Esta entrevista semi-estruturada é parte integrante da pesquisa de mestrado de Alexandre Vasconcelos Tajra Mendes,

Engenheiro Civil, aluno de pós-graduação do Departamento de Arquitetura e Construção na Faculdade de

Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, sob orientação do Prof. Dr.

Flávio Augusto Picchi, cujo objetivo, nesta etapa, é utilizar os critérios propostos para avaliação dos resultados de

implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade, certificados nível “A” do SiQ-C (agora SiAC) frente aos órgãos

financiadores e clientes das construtoras do Piauí.

O nome dos mesmos serão mantidos em sigilo por questões éticas.

CLIENTES REGULARES A) INTRODUÇÃO

1. Há quanto tempo é “cliente” da Construtora?:

B) IMPRESSÕES

2. Você sabia que a empresa tem um Sistema de Gestão da Qualidade certificado?

3. Quais foram as suas impressões iniciais quando da implantação do SGQ pela construtora?

4. Como foi a sua aceitação?

5. Você acha que a empresa melhorou após a implantação do SGQ?

6. O produto final melhorou?

7. Você acha que o seu padrão de exigência aumentou?

C) FUTURO

8. Pretende continuar “cliente” da construtora? Por quê?

9. O que acha deste tipo de certificação?

EXCLUSIVO P/ A CAIXA A) INTRODUÇÃO

1. Há quantos anos a Construtora faz obras financiadas pela a CAIXA?

B) IMPRESSÕES

2. Há diferenças entre as obras entregues antes e após a certificação?

3. Quais foram as principais melhorias sentidas pela CAIXA?

4. Que dificuldades a CAIXA considera que as Construtoras mais sentiram?

5. Você acha que a empresa melhorou após a implantação do SGQ?

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C) FUTURO

6. O que acha deste tipo de certificação?

7. A CAIXA tem sentido necessidade de implantar e certificar um SGQ no setor de engenharia?

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ANEXO A

SIAC – EXECUÇÃO DE OBRAS – REQUISITOS DE PARA CADA NÍVEL

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ANEXO B

SIAC – EXECUÇÃO DE OBRAS DE SANEAMENTO BÁSICO( SERVIÇOS E

MATERIAIS CONTROLADOS)

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SERVIÇOS CONTROLADOS

Obras Lineares

Serviços Preliminares:

1. locação da obra e acompanhamento

topográfico.

Abertura de Valas:

2. escavação manual e mecânica;

3. escoramentos;

4. rebaixamento do lençol freático.

Assentamento de Tubulações:

5. execução de fundações para tubulações;

6. assentamento de tubulações.

Execução de canais / galerias:

7. em seção aberta;

8. em seção fechada.

Dispositivos de Inspeção e Limpeza:

9. execução de caixas e poços de visita.

Fechamento de Valas:

10. reaterros;

11. reposição de pavimentação.

Ligações Prediais:

12. ligações prediais de água;

13. ligações prediais de esgoto;

14. ligações prediais de águas pluviais.

Obras Localizadas

Serviços Preliminares:

1. locação das obras.

Movimento de Terra:

2. corte;

3. aterro.

Fundações:

4. execução de fundação;

5. rebaixamento do lençol freático.

Estruturas de concreto:

6. execução de formas;

7. montagem de armadura;

8. concretagem de peça estrutural;

9. execução de impermeabilização.

MATERIAIS CONTROLADOS

Devem ser controlados no mínimo as seguintes porcentagens de serviços da lista de serviços de

execução controlados da empresa, conforme o nível de certificação:

Nível “C”: 15 %;

Nível “B”: 40 %;

Nível “A”: 100%.

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ANEXO C

SIAC – EXECUÇÃO DE OBRAS VIÁRIAS E OBRAS DE ARTE ESPECIAIS

(SERVIÇOS E MATERIAIS CONTROLADOS)

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SERVIÇOS CONTROLADOS

OBRAS VIÁRIAS

Serviços Preliminares:

1. locação de obra e acompanhamento

topográfico;

2. limpeza do terreno.

Terraplenagem:

3. corte;

4. aterro;

5. exploração de jazidas (empréstimo).

Execução do pavimento:

6. regularização do sub-leito;

7. estrutura do pavimento (base);

8. revestimento rígido;

9. revestimento flexível;

10. recuperação de pavimentos.

Drenagem superficial:

11. execução de meio fio, sarjeta e boca de

lobo.

Drenagem profunda:

12. execução de drenagem profunda.

Obras Complementares:

13. contenção de taludes;

14. revestimento vegetal..

OBRAS DE ARTE ESPECIAIS (pontes,

viadutos, passarelas, etc.; não inclui túneis)

Serviços Preliminares:

1. locação da obra.

Movimento de Terra:

2. corte;

3. aterro.

Fundações:

4. execução de fundação.

5. rebaixamento do lençol freático.

Superestrutura:

6. execução de cimbramentos;

7. execução de formas;

8. montagem de armadura;

9. concretagem de peça estrutural;

10. execução de estrutura metálica;

11. execução de estrutura protendida;

12. recuperação de estruturas.

Execução do pavimento:

15. revestimento rígido;

16. revestimento flexível.

Obras Complementares:

17. contenção de taludes;

18. revestimento

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MATERIAIS CONTROLADOS

Devem ser controlados no mínimo as seguintes porcentagens de serviços da lista de serviços de

execução controlados da empresa, conforme o nível de certificação:

Nível “C”: 15 %;

Nível “B”: 40 %;

Nível “A”: 100%.

Notar que, em função da obra auditada apresentar, simultaneamente, natureza de obra viária e

obra de arte especial, o número de serviços constantes da lista elaborada de serviços controlados

pode variar, já que devem ser combinados; no entanto, as porcentagens acima fixadas não variam.