universidade estadual de londrina · 2013. 12. 23. · 1 universidade estadual de londrina ......

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1 Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO BRINCADEIRAS PREFERIDAS DE ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA E OUTRA PARTICULAR, DURANTE O RECREIO E O TEMPO DE LAZER NA CIDADE DE LONDRINA/PR Maira Andreia Bucchi LONDRINA PARANÁ 2012

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Universidade

Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

BRINCADEIRAS PREFERIDAS DE ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA E OUTRA PARTICULAR, DURANTE O RECREIO E O TEMPO DE LAZER NA CIDADE DE LONDRINA/PR

Maira Andreia Bucchi

LONDRINA – PARANÁ

2012

1

MAIRA ANDREIA BUCCHI

BRINCADEIRAS PREFERIDAS DE ESCOLARES DO

ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA

E OUTRA PARTICULAR, DURANTE O RECREIO E O

TEMPO DE LAZER NA CIDADE DE LONDRINA/PR

Trabalho apresentado como requisito parcial para a Conclusão do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina.

COMISSÃO EXAMINADORA

Profª. Ms. Catiana Leila Possamai Romanzini - Orientadora Universidade Estadual de Londrina

Prof. Ms. Anísio Calciolari Júnior - Membro da Banca 1

Universidade Estadual de Londrina

Profª. Ms. Rubiane Giovani Fonseca - Membro da Banca 2

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 07 de novembro de 2012.

i

DEDICATÓRIA

A Deus, por ser extremamente paciente e piedoso comigo, por ter a certeza que Ele

esteve presente em todos os momentos dessa jornada, e me deu força para

continuar até nos momentos mais difíceis de minha vida. Ao meu marido Paulo e o

meu filho Gabriel, por ser minha maior fonte de força e perseverança. Ao meu pai

que não está aqui hoje comigo, mas fez parte da minha vida e me acompanha em

todos os meus caminhos. A orientadora Catiana Leila Possamai Romanzini, pela

sabedoria na orientação e por sua compreensão e auxílio para alcançar a primeira

de muitas vitórias.

ii

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por estar presente em todos os momentos da minha vida,

e nunca me deixar faltar forças para seguir em frente mesmo com vontade de

abandonar tudo.

Agradeço a Professora Orientadora Ms. Catiana, braço amigo de todas as

etapas deste trabalho, agradeço por transmitir seus conhecimentos e por fazer da

minha monografia uma experiência positiva e por ter confiado em mim, sempre

estando ali me orientando e dedicando parte do seu tempo a mim.

Agradeço a minha família, pela confiança e motivação, a minha mãe que

tornou tudo isso possível graças a sua força e dedicação em minha criação mesmo

com todas as dificuldades. Ao meu marido Paulo e meu filho Gabriel que são a razão

da minha vida me dando força e motivos para vencer cada dia mais.

Aos amigos e colegas, pela força e pela vibração em relação a esta jornada,

em especial para minha amiga Mariana que esteve em todos os momentos ao meu

lado me auxiliando e me apoiando no trajeto deste trabalho.

Aos professores e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa

importante de nossas vidas. A todos que, com boa intenção, colaboraram para a

realização e finalização deste trabalho.

iii

EPÍGRAFE

"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem

escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com

exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem."

Carlos Drummond de Andrade

iv

BUCCHI, Maira Andréia. Brincadeiras preferidas de escolares do Ensino Fundamental de uma Escola Pública e outra Particular, durante o recreio e o tempo de lazer na cidade de Londrina/PR. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2012.

RESUMO

O objetivo do estudo foi o de verificar as brincadeiras preferidas de escolares do

Ensino Fundamental de uma Escola Pública e outra Particular, durante o tempo de

recreio e o tempo de lazer na cidade de Londrina/PR. O estudo foi qualitativo do tipo

descritivo exploratório e considerou como amostra todos os escolares do Ensino

Fundamental de duas escolas da cidade de Londrina/PR, que participaram do

recreio, nos dias das três observações realizadas durante o mês de setembro de

2012. Os instrumentos utilizados foram um diário de campo e uma ficha de

observações utilizada para questionar algumas crianças sobre as brincadeiras

preferidas no seu tempo de lazer. Utilizou-se a Análise de Conteúdo, por meio da

análise categorial temática. Ao final deste estudo, observou-se que as brincadeiras

preferidas dos escolares do Ensino Fundamental não diferem muito entre as escolas

públicas e privadas, durante o tempo do recreio (pega-pega, corda, ping-pong,

futebol de prego, brincar com beyblade, lutinha, imitações, correr pelo espaço livre,

jogar bola e boneca / futebol de salão, pega-pega, policia e ladrão, imitações, faz de

conta, casinha, brincavam de bonecas e bonecos de personagem), no entanto,

diferem entre o tempo de recreio e o tempo de lazer (brincadeira mais vista foi o

pega pega enquanto que no tempo de lazer as crianças indicaram brincar de jogar

videogame, jogar no computador e assistir TV). Poucas crianças afirmaram brincar

na rua no seu tempo de lazer. Assim, observou-se que as diferentes condições para

que aconteça o brincar no local da escola e no local da casa e/ou da rua (tempo de

lazer) são determinantes para a realização das brincadeiras das crianças. Estes

dados podem sugerir que o tempo de recreio seja repensado pelas escolas, a fim de

tornar ainda mais importante este espaço dedicado à vivência das brincadeiras

tradicionais infantis, bem como do incentivo das relações interpessoais.

Palavras-chave: brincadeiras; recreio; lazer; lúdico.

v

ABSTRACT

The aim of the study was to verify the check's favorite jokes of elementary school

students in a public school and one private, during the time of recreation and leisure

time in the city of Londrina / PR. The study was qualitative descriptive exploratory

and considered as a sample of all elementary school students from two schools in

Londrina / PR, who participated in the playground, in the days of the three

observations made during the month of September 2012. The instruments used were

a diary and a record of observations used to question children about some favorite

games in your leisure time. We used content analysis, by analyzing thematic

category. At the end of this study, it was observed that the students' favorite games

of elementary school do not differ much between the public and private schools

during recess time (tag, rope, ping-pong, football nail, play with beyblade , wrestling,

imitations, run by free space, and doll play ball / soccer, tag, cops and robbers,

imitation, pretend, house, playing with dolls and dolls character), however, differ

between leisure time and leisure time (the view was more banter gets caught while in

leisure time showed children playing playing video games, playing computer games

and watching TV). Few children reported playing outside in their free time. Thus, it

was observed that the different conditions that happen to play in the local school and

the local home and / or street (leisure time) are crucial for the realization of children's

jokes. These data may suggest that the recreational time be reconsidered by schools

in order to become even more important this space dedicated to the experience of

traditional games for children, as well as the encouragement of interpersonal

relations.

Key Words: games; recreation; ludic; leisure.

1

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1

2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................... 4

2.1 A criança e o brincar........................................................................................... 4

2.2 A importância das brincadeiras infantis no desenvolvimento da criança ............ 5

2.3 Brincadeiras preferidas das crianças ................................................................. 6

2.4 Brincadeiras nos recreios escolares ................................................................... 7

3 MÉTODOS ............................................................................................................... 9

3.1 Caracterização do Estudo .................................................................................. 9

3.2 População e Amostra ......................................................................................... 9

3.3 Instrumentos ....................................................................................................... 9

3.4 Procedimentos de coleta dos dados ................................................................ 10

3.5 Análise dos dados ............................................................................................ 10

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 11

4.1 Brincadeiras realizadas durante o recreio ........................................................ 11

4.2 Interação entre meninos e meninas durante o recreio ..................................... 12

4.3 Comparação entre as brincadeiras preferidas no recreio e o observado no

recreio .................................................................................................................... 14

4.4 Brincadeiras preferidas em casa e na rua ........................................................ 15

4.5 Outras informações relevantes ......................................................................... 17

5 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 20

APÊNDICES .............................................................................................................. 23

APÊNDICE 1 – Ficha de coleta de dados .............................................................. 24

APÊNDICE 2 – Modelo do Ofício de autorização ................................................... 25

APÊNDICE 3 – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres

Humanos da Universidade Estadual de Londrina .................................................. 26

APÊNDICE 4 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............................... 27

1

1 INTRODUÇÃO

A cultura lúdica infantil pode ser difundida por meio das brincadeiras e podem

ser pautadas tanto nas experiências passadas quanto na imaginação de cada

criança, sempre com a presença de atos lúdicos os quais vão proporcionar

momentos prazerosos ao brincar (KISHIMOTO, 1998). Por sua vez, esta cultura

lúdica pode se manifestar de diferentes formas e em diferentes locais, por isso

Neuenfeld (2003, p.37) afirma que assim “como ocorre nos conceitos de ‘recreio’ e

de ‘recreação’, o termo lazer também designa um momento em que o indivíduo

busca a sua realização pessoal”.

Dumazedier (2004) define o lazer como “um conjunto de ocupações às quais o

indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-

se, recrear-se e entreter-se”. No entanto, outros estudos buscam esclarecer a

relação entre os conceitos de lazer, tempo livre e tempo de trabalho, e Elias e

Dunning (1992, p.107-108) esclarecem que tempo livre é “todo o tempo liberto das

ocupações de trabalho” e que “só parte dele pode ser voltado às atividades de

lazer”.

Nesse sentido, a busca da realização pessoal pode vir a acontecer em

qualquer local, sendo o recreio escolar um espaço onde as crianças têm o tempo

livre para, além da integração com outros alunos da escola, escolher suas

brincadeiras preferidas. De acordo com Ecke (2010) o recreio pode ser identificado

como um lugar positivo ou negativo, onde há alegria ou tristeza, frustrações ou

isolamento, mas que na maioria das vezes as crianças gostam muito e podem

desenvolver vivências e experiências neste processo.

Costa (sem data) acrescenta que a criança necessita de tempo para brincar e

para que isso aconteça é preciso dar-lhe tempo, espaço e recursos adequados para

que possa escolher e desenvolver interesses individuais e de grupo.

Os benefícios do brincar na vida das crianças são inúmeros, de acordo com a

pesquisa de Cordazzo (2007), vários estudos vêm mostrando a importância dos

jogos tradicionais na educação e socialização da criança, pois brincando e jogando

além dos vínculos sociais, a cognição e o desenvolvimento intelectual são

exercitados em jogos, onde elas precisam planejar estratégias para vencê-los. Esta

mesma autora ainda afirma que algumas vezes as crianças não alcançam um

determinado rendimento escolar esperado, ou apresentam dificuldades de

2

aprendizagem porque alguns aspectos do seu desenvolvimento estão em déficit

quando comparados com sua idade cronológica, então nestes casos elas afirma

que a brincadeira é uma ferramenta que pode ser usado como estímulo dos

processos de desenvolvimento e de aprendizagem.

Sendo então o brincar essencial para a criança e o seu desenvolvimento, e o

recreio escolar o tempo que a criança dispõe, dentro da escola, para a prática livre

de suas brincadeiras, o presente estudo estabeleceu como problema de pesquisa:

quais são as brincadeiras preferidas de escolares do Ensino Fundamental durante o

tempo de recreio e o tempo de lazer, em duas Escolas na cidade de Londrina/PR?

A justificativa para a realização deste estudo reside na necessidade de uma

investigação contínua no modo como as crianças brincam e na identificação do que

brincam, uma vez que a sociedade atual tem oferecido a esta população outros

tipos de jogos e atividades, que consistem, em sua maioria, em atividades

sedentárias, como por exemplo: horas à frente da televisão, jogos eletrônicos e

computadores. Além disso, a maioria dos jogos tradicionais infantis como ciranda-

cirandinha, cabra-cega, barra-manteiga, queimada, jogo de peão, pedrinhas,

amarelinhas entre outras que fizeram parte do cotidiano de várias gerações de

crianças, estão desaparecendo devido às transformações do ambiente urbano, ou

seja, as ruas e as calçadas deixaram de ser espaços para a criança brincar

(BERNARDES, 2005).

Segundo Cota (2009, p.1), no ambiente escolar também se constata uma

“diminuição da ludicidade durante as aulas, ficando isso em maior evidência nas

aulas de Educação Física e nos momentos de lazer dos alunos, neste caso o

recreio”. Por isso defende a idéia de que durante o recreio são observadas

manifestações lúdicas das crianças, pois é neste momento que ocorre maior

interação entre os alunos.

Tendo presenciado pessoalmente esta manifestação

das crianças ao não saber de tantas brincadeiras que sempre esteve presente na

vida das crianças, e ter a preferência na maioria das vezes por jogos eletrônicos e

tudo que envolva a tecnologia, houve o estimulo para descobrir e comparar as

brincadeiras de escolares, entre escolas e em seu tempo de lazer em casa.

Nesse sentido, torna-se importante observar e constatar do que as crianças

estão brincando nesta hora de recreio e fazer um comparativo de estas brincadeiras

também pode ser vivenciado por elas no seu tempo de lazer em casa (na rua).

3

Sendo assim, estabeleceu-se como objetivo geral: verificar as brincadeiras

preferidas de escolares do Ensino Fundamental de uma Escola Pública e outra

Particular, durante o tempo de recreio e o tempo de lazer na cidade de Londrina/PR.

4

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 A criança e o brincar

Para qualquer criança, brincar é tão essencial ao seu desenvolvimento como a

alimentação e o carinho. Enquanto brinca, a criança reflete a sua forma de pensar e

sentir mostra como vê a realidade e aprende a interagir com os outros e as

situações de uma forma espontânea e alegre (KISHIMOTO, 1998). “Brincar não é

uma dinâmica interna do individuo, mas uma atividade dotada de uma significação

social precisa que, como outras, necessitam de aprendizagem” (KISHIMOTO, 1998

p.20) e as brincadeiras chamadas de brincadeiras de bebê entre a mãe e a criança

são indiscutivelmente um dos lugares essenciais dessa aprendizagem

(KISHIMOTO, 1998).

Rodrigues (2009) afirma que além deste processo de aprendizagem o

brincar é um importante processo psicológico, ele envolve complexos processos de

articulação entre o já dado e o novo, entre a experiência, a memória e a

imaginação, entre a realidade e a fantasia. Além de que a brincadeira é de

fundamental importância para o desenvolvimento infantil, na medida em que a

criança pode transformar e produzir novos significados.

De acordo com Bernardes (2005, p.2), “o ato do brincar é importante e

sempre ocupou um lugar privilegiado no universo infantil”, e constitui-se como

objeto de estudo de historiadores, psicólogos, sociólogos, antropólogos, educadores

que defendem a idéia de que por intermédio de brincadeiras e jogos dá-se “a

construção da cultura infantil, do arcabouço psíquico, sensorial e social das

crianças” (BERNARDES, 2005, p.2).

Segundo Neto (2003, p.99) grande parte dos educadores têm uma opinião

muito generalizada sobre o que é brincar. Grande parte das atividades em que

crianças se envolvem no seu dia a dia é vista pelos educadores como brincadeiras,

podendo integrar atividades muito diferenciadas no estímulo que oferecem à

criança, além de não encararem a infância como uma fase de preparação para o

futuro.

Ainda, segundo Cordazzo (2007), a brincadeira também é uma rica fonte de

comunicação, pois até mesmo na brincadeira solitária a criança, por meio do faz de

conta, imagina que está conversando com alguém ou com os seus próprios

5

brinquedos. Com isso, a linguagem é desenvolvida com a ampliação do vocabulário

e o exercício da pronúncia das palavras e frases (CORDAZZO, 2007).

O brincar pode, portanto, ser utilizado como uma ferramenta para estimular

déficits e dificuldades encontradas em alguns aspectos desenvolvimentais das

crianças (CORDAZZO, 2007). Entretanto, de acordo com LIMA (2006), os

profissionais que atuam com a Educação Infantil devem conhecer as crianças, suas

características e seus direitos, conhecer a metodologia própria para atuar

como mediadores e estar atentos ao desenvolvimento global infantil e não se

deterem a aspectos isolados, uma vez que todos os aspectos estão interligados e

exercem influências uns para com os outros.

2.2 A importância das brincadeiras infantis no desenvolvimento da criança

A infância é um período privilegiado durante a vida humana para o

desenvolvimento de brincadeiras diversas. Entretanto, o que poucas pessoas

sabem é que a criança aprende e se desenvolve em amplos sentidos por meio das

brincadeiras e atividades lúdicas (PINHO, 2007). A maioria dos pensadores e

educadores que trabalham com este tema ressalta a importância da brincadeira no

processo de aprendizagem e socialização. A brincadeira contribui para o processo

de socialização das crianças, oferecendo-lhes oportunidades de realizar atividades

coletivas livremente, além de ter efeitos positivos para o processo de aprendizagem

e estimular o desenvolvimento de habilidades básicas e aquisição de novos

conhecimentos (DESGUALDO, 2008).

A brincadeira de faz-de-conta, por exemplo, estimula a capacidade da

criança de respeitar regras que valerá não só para a brincadeira, mas também para

a vida, além de ativar a criatividade da criança, pois através da escolha dos papéis

terá que reproduzir e criar representação na brincadeira (RODRIGUES, 2009).

Piaget (1976) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades

intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de desafogo ou

entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e

enriquecem o desenvolvimento intelectual.

A tradicionalidade das antigas brincadeiras como amarelinhas, empinar

pipas, entre outras foram transmitida de geração em geração através de

conhecimentos empíricos e permanecem na memória infantil (KISHIMOTO, 2007).

6

Essas brincadeiras tradicionais segundo Kishimoto (2007), enquanto manifestação

livre e espontânea da cultura popular tem a função de perpetuar a cultura infantil,

desenvolver formas de convivência social e permitir o prazer de brincar.

Brincando a criança tem a oportunidade de experimentar o objeto de

conhecimento, explorá-lo, descobri-lo, criá-lo. Nos momentos de brincadeira a

criança pode pensar livremente, pode ousar e imaginar. Nesta hora ela é livre para

criar, não tem medo de errar, brinca com a possibilidade, a capacidade de lidar com

símbolos aqui se torna primordial, brincar e imaginar que um pedaço de pano é o

que ele quer que seja (LIMA, 2006).

Portanto, a brincadeira auxilia no desenvolvimento da criança de forma tão

intensa e marcante que a criança leva todo o conhecimento adquirido nesta fase

para o resto de sua vida (RODRIGUES, 2009).

2.3 Brincadeiras preferidas das crianças

O jogo e a atividade física da criança é um problema essencial das

sociedades contemporâneas, nas quais o uso do espaço e equipamentos para jogo

e tempo livre deve ser considerado de acordo com as mudanças e razões de

mobilidade da população dos meios urbanos, aldeias ou vilas (NETO, 2003).

As brincadeiras tradicionais como os jogos de pião, amarelinha, pipa,

bolinhas de gude, histórias de fadas, bruxas, castelos, advinhas e parlendas foram

transmitidas pelos portugueses ao chegarem ao Brasil, entretanto, foi pela

linguagem oral que a mãe preta1 transmitiu para as crianças o conto, as lendas, os

mitos, as histórias de sua terra (BERNARDES, 2005). A autora ainda ressalta que

meninos e meninas brincam de forma diferente, mas não significa que não podem

brincar juntos, pois existem jogos de habilidades, jogos em grupo, brincadeiras de

rodas, brinquedos e jogos destinados tanto para o masculino quanto para o

feminino (BERNARDES, 2005).

À medida que a criança cresce e interage com seu grupo social, vai

ampliando suas brincadeiras, corre, pulam, inventa, cria faz-de-conta, não

importando com o resultado, mas a ação do movimento

(SOUZA, 2010). Conforme as crianças vão crescendo os jogos e as

1 As representações da “mãe preta” surgem de uma relação social empírica e determinada, que existiu entre a ama negra e os herdeiros das famílias patriarcais (DEIAB, 2006).

7

brincadeiras vão se modificando e segundo Bernardes (2005), na primeira infância

predominam as brincadeiras de roda. Estas têm origem em danças, romances e

jogos europeus, principalmente portugueses, executados por adultos, entre os

séculos XVI e XVIII. As brincadeiras de rodas mais populares entre as crianças são

“Ciranda, cirandinha”; “Atirei o pau no gato”, “A canoa virou”, “Corre-cutia”,

“Terezinha de Jesus”, “O cravo brigou com a rosa”, outros jogos tradicionais

também fazem parte do cotidiano infantil: amarelinha, pular cordas, bolas de gude,

balança caixão, iô-iô, barra manteiga, esconde-esconde, o gato mia, esconde-

esconde, ordem, estátua, bandeirinha. Ao se aproximar da pré-adolescência,

meninos e meninas jogam bets, queimada, vôlei, andam de patins, caiu no poço; e,

com papel e lápis, brincam de forca, stop, jogo da velha; e se fascinam com os

jogos de videogame. Há diferentes opiniões relacionadas ao uso ou não deste tipo

de tecnologia, sendo que ela pode ter um lado positivo e outro negativo.

Segundo Abreu (2008), muitos autores ainda sugerem que a dependência

por jogos eletrônicos ou o tempo gasto nas redes de internet, baseia-se na teoria da

substituição de atividades sociais, segundo o indivíduo que se envolve muitas horas

por dia em uma determinada atividade acaba por negligenciar outras atividades

importantes, como estudar, conviver com amigos e familiares, praticar esportes,

dormir, entre outros. No entanto, vários estudos vêm mostrando resultados positivos

sobre os jogos, muitos afirmam diversas habilidades de aprendizagem

interessantes. Estudos em universidades americanas e japonesas apontaram que

certos tipos de jogos ajudam a treinar a agilidade no raciocínio e no reflexo. É

comprovado que o videogame ativa e exercita mais áreas do cérebro do que as

atividades de lazer (PINHEIRO , 2008).

Por isso, existem muitos benefícios em todo tipo de brincadeira, tanto na

parte física quanto na intelectual, todas com um papel muito importante no

desenvolvimento da criança, o importante é a diversão e prazer que cada criança

sente ao brincar da sua brincadeira preferida.

2.4 Brincadeiras nos recreios escolares

De acordo com Carvalho e Papaléo (2010, p.61), “no momento em que as

crianças ingressam na escola, muitas já levam consigo uma bagagem de

8

brincadeiras que farão parte das atividades cotidianas praticadas livremente entre

elas” e neste sentido, afirmam que “o recreio escolar, enquanto espaço pedagógico

possibilita uma vivência enriquecedora para o desenvolvimento motor, intelectual e

emocional, bem como para a sociabilidade das crianças”.

Os autores supracitados ainda acrescentam que “o recreio escolar pode ser

considerado um tempo e espaço de relacionamentos sociais que, por seu caráter

informal, facilita a brincadeira e o jogo, seja através da cooperação, do

conhecimento, aceitação de regras entre outros” (2010, p.62) e que por isso

deveriam caracterizar-se pela diversidade na oferta de espaços e de materiais

interessantes, como bolas, cordas, elástico, jogos de tabuleiro, etc. Por isso,

sugerem a utilização de atividades diversificadas, evitando-se a exclusividade das

atividades físicas, mas também oferecendo atividades de cunho artístico entre

outras sugeridas pelos próprios alunos.

Outra questão relevante versa sobre o respeito a livre adesão por parte dos

alunos às atividades propostas. Deve-se respeitar a vontade da criança para

brincar.

Muitas vezes, o lazer no ambiente escolar (no recreio) é entendido como

um lazer cansativo, pois o objetivo deste é realmente cansar os alunos a fim de

estes esgotarem os excessos de energia (OLIVER; MARCELLINO, 1996). Diante

deste desafio de remodelar a utilização dos recreios nas escolas, Fadeli et al (2003)

desenvolveram o Recreio Lúdico que oferece atividades desenvolvidas durante o

intervalo de aulas que visa a vivência e exploração do lúdico. Uma destas propostas

para o Recreio Lúdico é o projeto “Arco da Velha”, cujo objetivo central é resgatar

antigos brinquedos e brincadeiras populares junto aos pais ou responsáveis e

familiares.

Como resultados desta proposta, os autores observaram uma participação

cada vez mais intensa dos alunos conforme vai ocorrendo o desenvolvimento da

programação. Outra observação feita é que os alunos tornaram-se mais

cooperativos e menos competitivos, passando a aceitar as limitações dos colegas

(FADELI, et al, 2003). Desse modo, concluem que com o recreio do “arco da velha”

é possível “superar o caráter utilitarista da ludicidade, pensando no presente das

crianças, entendo que o lúdico não deve ser instrumentalizado, mas vivido” (FADELI

et al, 2003, p.6). Neste sentido, torna-se relevante investigar mais sobre esta

temática conforme a proposta deste estudo.

9

3 MÉTODOS

3.1 Caracterização do Estudo

O estudo qualitativo, ora apresentado é do tipo descritivo exploratório, que de

acordo com Thomas, Nelson e Silverman (2007, p.252), “é o estudo que apresenta

a descrição detalhada dos fenômenos, mas não tenta testar ou construir modelos

teóricos”, além de que a técnica mais prevalente nesse tipo de pesquisa é a

obtenção de declarações, sobretudo questionários. Sendo este estudo também de

cunho transversal, que segundo os mesmos autores (p.250) “é uma pesquisa em

que amostras de participantes de diferentes grupos etários são selecionadas a fim

de avaliar os efeitos da maturação”.

3.2 População e Amostra

Foram considerados como amostra todos os escolares do Ensino

Fundamental de duas escolas, sendo uma pública e outra privada da cidade de

Londrina/PR, que participaram do recreio, nos dias de observação.

3.3 Instrumentos

Foram utilizados como instrumentos um diário de campo, que visou

registrar/anotar os dados recolhidos susceptíveis de serem interpretados com maior

riqueza de detalhes e de acordo com Lima (2007), pode ser utilizado para registros

de atividades de pesquisas e/ou registro do processo de trabalho e uma ficha

(APÊNDICE 1), onde foram anotados os dados citados pelos alunos de modo que

seguiram as seguintes questões: em que série estavam, qual era a sua idade, se

esta era do sexo feminino ou masculino, em que tipo de moradia eles moravam

(casa, apartamento ou condômino fechado), e fazer algumas anotações pontuais e

descritivas sobre a preferência das brincadeiras das crianças no seu tempo de

recreio e no seu tempo de lazer (em casa ou na rua).

10

3.4 Procedimentos de coleta dos dados

Após o aceite da participação na pesquisa da Coordenação Pedagógica de

ambas as escolas (APÊNDICE 2), o projeto de pesquisa deste estudo foi enviado

ao Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual de

Londrina (CEP/UEL) e foi aprovado sob o parecer nº 089/2012 em 15 de agosto de

2012 (APÊNDICE 3). Os pais das crianças foram convidados a forneceram

autorização para a observação do recreio de seus filhos, por meio da assinatura do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE 4).

Somente após estas etapas, procedeu-se à coleta dos dados, por meio de

observações durante três dias da semana, no tempo de recreio, em cada uma das

escolas, durante o mês de setembro de 2012. Demais observações sobre as

brincadeiras utilizadas pelas crianças durante o tempo de recreio foram anotadas

sistematicamente pela pesquisadora, em um diário de campo, sendo utilizado

especialmente o primeiro dia para anotações apenas observado pela pesquisadora,

e nos dias seguintes foi utilizada a ficha de coleta de dados perguntada para as

crianças as informações já descritas, ainda nesses últimos dias foram feitas

anotações no diário de campo sobre informações relevantes para a pesquisa.

3.5 Análise dos dados

A análise dos dados referente ás observações registradas no diário de campo

durante o tempo do recreio, foi realizada à luz da Análise de Conteúdo, por meio da

análise categorial temática, que segundo Caregnato e Mutti (2006) propicia a

construção das categorias conforme os temas que emergem do texto, “identificando

os elementos em comum, permitindo o seu agrupamento”.

Também se recorreu à descrição dos dados na indicação das brincadeiras

preferidas das crianças por locais (no recreio, em casa e na rua) e para auxílio na

análise dos dados referentes a esta etapa, foi utilizado o Programa Microsoft Excel.

11

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As observações de campo referentes à coleta de dados do presente estudo

totalizaram seis visitas nas escolas, sendo três visitas na escola pública e três na

escola privada, sendo que estas três visitas se tornaram suficientes, pois as

observações tornaram-se repetidas. Destas três observações, a primeira realizada

em cada escola teve o objetivo de reunir o maior número de informações

necessárias para o conhecimento da rotina do recreio e para as demais, o objetivo

foi reunir informações sobre quais eram as brincadeiras mais utilizadas pelas

crianças no horário do recreio além da interação com algumas crianças para

perguntar a elas do que brincavam no seu tempo de lazer em casa. Todas as

observações foram registradas pela pesquisadora em um diário de campo.

O tempo do recreio escolar era somente de quinze minutos, no entanto

pode-se notar que nas duas escolas que o primeiro e o segundo ano, saiam em

torno de cinco minutos mais cedo para tomar o lanche primeiro. O tempo total de

observações em cada escola foi de aproximadamente 60 minutos, totalizando 120

minutos de observação nas duas escolas.

No presente estudo, não foi possível contabilizar o número exato de alunos

participantes, mas aproximadamente 60 alunos foram observados nas escola

pública e 40 alunos na escola particular, totalizando assim aproximadamente 100

alunos.

Sistematizaremos a apresentação dos resultados da seguinte forma: 1)

brincadeiras realizadas durante o recreio; 2) interação entre meninos e meninas no

recreio; 3) comparação entre as brincadeiras indicadas pelas crianças como

preferidas no recreio e o observado no recreio; 4) brincadeiras preferidas em casa e

na rua; 5) outras informações relevantes.

4.1 Brincadeiras realizadas durante o recreio

Durante as observações no tempo de recreio da escola pública observou-

se que as brincadeiras mais realizadas foram: pega-pega, corda, ping-pong, futebol

de prego, brincar com beyblade, lutinha, imitações, correr pelo espaço livre, jogar

bola e boneca. É importante ressaltar que nem todos os dias a rotina de materiais

disponíveis no horário do recreio é igual, sendo às vezes fornecido bola e às vezes

12

o material para o ping-pong. A escola dispõe de várias mesinhas onde foram feitas

uma espécie de futebol de botão (futebol de prego) que estavam à disposição das

crianças, lembrando também que a escola também tem um espaço livre muito

grande onde as crianças se espalhavam bastante e podiam correr livremente.

Na escola particular pode-se observar que as brincadeiras mais realizadas

foram: futebol de salão, pega-pega, policia e ladrão, imitações, faz de conta,

casinha, brincavam de bonecas e bonecos de personagem. Nesta escola foi

observado que todos os dias as crianças tinham à disposição a bola e a quadra,

sendo que as brincadeiras realizadas com este material e espaço foram uma das

brincadeiras mais vistas pelo pesquisador.

A escola também dispunha de um local amplo para as crianças brincarem e

correrem, e ainda tinha uma casinha de madeira para as crianças brincarem. Assim

como foi observado no estudo de Beckemkamp et al, (2011), que investigou as

brincadeiras de crianças de quatro a 10 anos, praticadas no recreio escolar e na

hora de lazer, observou que as brincadeiras mais comuns entre meninos e meninas

nos recreios são: o pega-pega, a pracinha e o futebol, esses resultados se

assemelham aqueles encontrados no presente estudo, assim como também no

estudo de Oliveira (2010), que observou que as brincadeiras preferidas das crianças

foram: futebol, pular corda e o pega-pega, o que pode indicar que crianças nesta

faixa etária gostam de brincadeiras que envolvam maior movimentação e corridas.

Outro fato que merece destaque é que talvez a escola seja um ambiente

propício para a realização de certas brincadeiras que dificilmente poderiam ser

realizadas sem um maior número de participantes em outros locais, como em casa,

por exemplo. Se tomarmos, por exemplo, a classificação de brincadeiras, propostas

por Smith (1982) citada por Oliveira (1994), poderíamos dizer que o tipo de

brincadeira mais vivenciado pelas crianças se enquadra nas categorias de

“brincadeiras locomotoras”, que envolvem correr, pular e saltar e de “brincadeiras

sociais que envolvam contato físico”, como brincar de pegar ou de luta.

4.2 Interação entre meninos e meninas durante o recreio

Pode-se observar que durante o recreio dos alunos da escola pública,

meninos e meninas brincaram juntos em algumas brincadeiras, como é o caso do

pega-pega, do ping-pong e da corda e na maioria do tempo existe a interação entre

13

eles especialmente durante o pega-pega.

Já na escola particular, foi observada uma maior interação entre meninos e

meninas, no jogo de futebol de salão mesmo a maioria dos alunos sendo meninos.

Quem não estava brincando, estava do lado de fora da quadra torcendo juntos para

as crianças que estavam jogando.

A faixa etária talvez tenha tido grande influencia na distinção entre as

atividades observadas, o que pode ressaltar as características individuais de cada

criança.

Durante a brincadeira de pega-pega prevaleceu a interação, pois havia

várias turmas brincando de pega-pega e todas elas estavam presentes meninas e

meninos juntos, assim como a brincadeira de policia e ladrão. Um estudo realizado

por Cordazzo e Vieira (2008), afirmou que dentro da escola há uma preferência das

crianças em brincar em grupos mistos, ou seja, a maioria das brincadeiras meninos

e meninas brincando juntos, sendo que em algumas a maioria do gênero masculino

e outras a maioria do gênero feminino, sendo observado que as brincadeiras mais

vistas entre os dois grupos foram a de futebol e pega-pega assim como o presente

estudo.

Foi observada também a brincadeira dentro da casinha de madeira onde

meninos e meninas brincavam juntos de casinha, neste caso a maioria eram

meninas, mas existia a presença de meninos. Observou-se também em especial

nas crianças menores, a brincadeira de imitações de animais e faz de conta e

também se observou a presença de brinquedos como boneca para meninas e

boneco de personagens para meninos onde havia também a interação entre os

dois.

Conceição Silva et al (2006) realizaram um estudo interessante sobre a

diferenciação sexual em brincadeiras de crianças e adolescentes na rua e

utilizando-se de um recurso de índice de preferência individual pelas brincadeiras,

puderam identificar que os meninos têm preferência por brincadeiras masculinas,

confirmando a sua pouca inserção em brincadeiras femininas, enquanto que as

meninas têm maior “trânsito” entre os diferentes grupos de brincadeira, inserindo-se

mais facilmente nas brincadeiras tipicamente masculinas.

Este geralmente é um padrão que se segue há muito tempo em relação às

brincadeiras infantis, no entanto, os resultados encontrados por meio deste estudo,

indicaram que meninos e meninas possuíram transições entre as brincadeiras

14

tipicamente femininas e/ou masculinas, o que de certa maneira, pode indicar que

barreiras relacionadas ao gênero nas brincadeiras, possam estar sendo superadas

com o passar dos anos.

4.3 Comparação entre as brincadeiras indicadas pelas crianças como

preferidas no recreio e o observado no recreio

Uma vez que foi perguntado para algumas crianças no seu tempo de

recreio quais eram suas brincadeiras favoritas neste tempo, pôde-se realizar

algumas comparações entre a preferência das crianças e o que aquilo de fato elas

brincaram no recreio. O resultado do questionamento para as crianças da escola

pública mostrou que algumas brincadeiras preferidas das crianças não foram as

mesmas vistas sendo praticadas. Por exemplo, a maioria dos meninos citou o

futebol como a brincadeira preferida, no entanto esta brincadeira não foi muito vista

pela pesquisadora, porém este fato pode ser justificado pelo fato das crianças não

terem acesso ao material essencial à esta atividade (bola) todos os dias.

Também foi observado que no tempo de recreio as crianças brincavam

bastante de ping-pong e futebol de prego, mas estas não foram muito citadas entre

as crianças como brincadeira preferida. Este fato também é justificado por que a

escola dispõe de diversas mesas de ping-pong além de disponibilizar aos alunos o

material para a brincadeira todos os dias e existem na escola também várias mesas

com o material feito em madeira para a brincadeira do futebol de prego. Além disso,

dificilmente esse tipo de material esteja disponível para brincadeiras em casa e/ou

na rua.

No entanto, observaram-se algumas concordâncias entre as brincadeiras

vistas e as citadas como preferidas pelos alunos. Por exemplo, o pega-pega foi a

brincadeira mais vista pela pesquisadora nos dias de observação, e esta foi também

a mais citada pelas crianças como a brincadeira favorita em seu tempo de recreio,

outras brincadeiras citadas também pelas crianças e observadas pela pesquisadora

foi a de jogar beyblade e pular corda. Algumas brincadeiras citadas como preferidas

pela minoria das crianças foram bola queimada, correr, esconde-esconde, policia e

ladrão e super-herói.

Pode-se observar também que na escola particular a brincadeira mais

citada pela maioria das crianças como preferida foi o pega-pega e está também foi

15

uma das mais vistas pela pesquisadora. O futebol também foi citado como

brincadeira preferida, mas em menor quantidade, porém este fato pode ser

justificado por que a maioria dos alunos que jogam o futebol durante o recreio não

participaram do questionamento por justamente estar o tempo todo no jogo, sendo

esta uma limitação para o presente estudo. O faz-de-conta foi uma brincadeira

observada em menor quantidade, no entanto houve citações desta como preferida.

Segundo Oliveira (1994), por volta dos dois anos e meio, a criança é capaz

de fazer de conta que uma caixinha de fósforos é um carrinho e até os três anos

esta função simbólica é mais desenvolvida na criança. Nesse sentido, é através das

brincadeiras que a criança vai estabelecendo relações com o mundo exterior.

Assim, apesar de termos encontrado ocorrências de brincadeiras de faz de conta,

estas foram em menor destaque às demais brincadeiras citadas.

Outras brincadeiras citadas pelos alunos como preferidas, mas que não

observadas durante o recreio foram: esconde-esconde e correr. No estudo de

Beckmkamp (2011), foi visto que entre os alunos entrevistados, 49,03% dos

escolares preferem brincar livremente sem material, em brincadeiras como pega-

pega, esconde-esconde e outras; enquanto 39,42% preferem brincar com algum

material como bola, corda, bonecos, entre outros, sendo visto que quando

observado as brincadeiras mais vistas foram o pega-pega, a pracinha e o futebol,

relacionando também ao presente estudo.

4.4 Brincadeiras preferidas em casa e na rua

Foi perguntada também para as crianças em seu tempo de recreio qual

eram as brincadeiras preferidas delas em seu tempo de lazer em casa e se

brincavam na rua. A maioria das crianças mora em casa, mas não foi tão frequente

a realização de brincadeiras na rua. Sobre as brincadeiras fora de casa um estudo

feito por Araujo et al (2001), é citado que as crianças que moram em condomínios

fechados brincam mais nas ruas do que as outras crianças, devido a segurança do

local, e ainda questionado as crianças que não brincavam na rua, 56% delas

responderam que preferiam brincar mais nas ruas, já aquelas crianças que podiam

brincar na rua 46% delas preferiam passar mais tempo em suas casas.

Em relação às crianças da escola pública, foi somado o total de 49 crianças

questionadas sobre suas preferências e a brincadeira mais citada como preferida

16

em seu tempo de lazer em casa foi a de jogar videogame, e vale ressaltar que 17

crianças citaram esta brincadeira, seguida de jogar no computador citado por 10

crianças. As brincadeiras que seguem como mais citadas são: jogar bola e brincar

de boneca, igualmente citadas por seis crianças. Foi citado também o pega-pega,

bicicleta, brincar de carrinho e assistir TV todas elas por apenas duas crianças cada

uma, e ainda uma criança citou brincar com o cachorro e uma brincar de lego.

De todas as 49 crianças questionadas se brincavam na rua, apenas 26

disseram que sim, sendo o futebol a brincadeira mais citadas entre elas, 16 crianças

relataram gostar de jogar bola na rua e na sequencia, andar de bicicleta citada por

cinco crianças, duas crianças ainda citaram soltar pipa e duas brincar de pega-

pega, e uma criança disse que gosta de ir ao parquinho perto de sua casa.

O mesmo questionamento foi feito as crianças da escola particular, foram

ouvidas um total de 33 crianças, o resultado foi bem parecido em relação à escola

pública. A maioria das crianças citou jogar videogame, jogar no computador e

assistir TV como sua brincadeira preferida em casa, igualmente citada por sete

crianças cada uma das brincadeiras acima. Logo em seguida veio o futebol, citado

por seis crianças, ainda três crianças disseram gostar de correr em casa, foi citado

também às brincadeiras pega-pega, esconde-esconde e queimada por apenas uma

criança cada brincadeira.

Apenas 11 disseram brincar na rua, assim distribuídos quatro crianças

gostam de brincar de pega-pega, três de andar de bicicleta, e ainda citado a pipa,

esconde-esconde, futebol e brincar no parquinho por uma criança cada brincadeira.

Beckemkamp et al, (2011), encontrou resultados semelhantes com as

crianças do município de Santa Cruz do Sul, onde foi visto que 37,50% das crianças

tem o vídeo-game como a brincadeira preferida em casa, mostrando como os jogos

eletrônicos estão ocupando espaço nas brincadeiras das crianças. Em outro estudo

foi observado o mesmo resultado, Oliveira (2010) citou que as brincadeiras

preferidas das crianças em seu tempo de lazer em casa foras: jogar vide-game,

brincar de boneca, futebol, computador e esconde-esconde sendo estes resultados

parecidos com o do presente estudo.

Na figura 1, mostra as brincadeiras citadas como preferidas das crianças

das duas escolas, separados apenas as brincadeiras citadas como preferidas em

seu tempo de lazer em casa, mostrando que mais de 50% das crianças deste

estudo do ensino fundamental da cidade de Londrina, preferem os jogos eletrônicos

17

como o vídeo-game e o computador, ao invés das brincadeiras tradicionais.

Fig.1- Brincadeiras preferidas dos escolares em seu tempo de lazer em

casa, somado as crianças das duas escolas.

4.5 Outras informações relevantes

Uma questão relevante observada na escola particular é a presença do “dia

do brinquedo”. Todas as sextas-feiras são permitidas levar um brinquedo para

escola, sendo as crianças liberadas para usá-lo um tempo na sala e podendo

também ser levado na hora do recreio. No entanto não são todas as crianças que

levam seu brinquedo para o recreio, na verdade são bem poucas, a maioria prefere

brincar com os amigos de outras brincadeiras e acabam deixando seu brinquedo na

sala de aula. Os brinquedos mais vistos na hora do recreio foram bonecas e

bonecos de personagem, tanto com meninas como com meninos. Na escola pública

foi perguntado aos professores sobre o “dia do brinquedo” e nos foi passado que

não havia este dia, apenas era permitido trazer brinquedos em algumas datas

especiais.

Outras observações feitas na escola pública indicaram que as meninas

ficam bastante em rodas pelos cantos conversando entre elas, comendo seu lanche

tranquilamente, e os meninos não ficam parados, correm muito, sobem nas coisas,

Video-game

Computador

Bola

TV

Boneca

outras

18

brincam de lutinha entre outras.

Um estudo feito por Cordazzo e Vieira (2008), observou-se que quanto

mais velhas as crianças, menor o número de brincadeiras observadas, e esta queda

é mais acentuada entre as meninas. Isto pode se dar pela aproximação da

puberdade e suas mudanças fisiológicas que aparecem primeiramente nas

meninas.

Foi observado também nas duas escolas, que antes de qualquer

brincadeira a maioria das crianças sai para o recreio e tomam seu lanche, e nesse

momento é clara a divisão entre meninos e meninas, as meninas sempre tomam

seu lanche entre elas, assim como os meninos entre eles.

Os atuais dados nos mostram o quanto é importante a intervenção do

Profissional de Educação Física na área das atividades infantis, a intervenção com

esta população é uma área crescente para este profissional, podendo assim ser

mais bem analisadas e dadas melhores propostas, sendo assim até mesmo dentro

da escola ocorrer intervenções no contra turno. Essas informações nos mostram

que a infância tem tomado caminhos diferentes podendo ter seu pontos positivos e

negativos, no entanto torna-se importante que brincadeiras tradicionais esquecidas

sejam estimuladas e trabalhadas de diferentes formas pelos profissionais, portanto

é papel do Profissional de Educação Física estimular propostas de recreios ativos,

ruas de lazer, tardes recreativas, etc.

19

5 CONCLUSÃO

Ao final deste estudo, observou-se que as brincadeiras preferidas dos

escolares do Ensino Fundamental não diferem muito entre as escolas públicas e

privadas, durante o tempo do recreio, no entanto, diferem entre o tempo de recreio

e o tempo de lazer. Assim, as condições para que aconteça o brincar no local da

escola e no local da casa e/ou da rua (tempo de lazer), são determinantes para a

realização das brincadeiras das crianças. Estes dados podem sugerir que o tempo

de recreio seja repensado pelas escolas, a fim de tornar ainda mais importante este

espaço dedicado à vivência das brincadeiras tradicionais infantis, bem como do

incentivo das relações interpessoais.

O que se pôde observar com isso é que a escola, de certa maneira,

incentiva a prática de brincadeiras mais tradicionais infantis entre as crianças, como

pular corda, pega pega, etc e quando estão no tempo de lazer, geralmente as

crianças não têm a companhia de uma quantidade de amigos, não dispõe de um

grande espaço para correr necessários ás brincadeiras tradicionais e acabam se

rendendo à utilização de videogames, computadores, etc, sendo este fato visto em

grande quantidade nas duas escolas, mostrando que hoje independentemente da

classe social, existe uma facilidade para conquistar os produtos tecnológicos que o

mundo nos oferece.

Os dados do estudo não permitiram observações muito distintas entre os

comportamentos das crianças em relação ao brincar, entre as diferentes escolas

(pública e privada), no entanto as crianças da escola privada pareceram estar

melhor integradas nas brincadeiras em comparação à escola pública. Outro fato que

merece destaque é o incentivo ao “Dia do Brinquedo” na escola privada, mostrando

que se preocupa com o tempo para o brincar da criança, inclusive dentro do

ambiente escolar.

Sugere-se para estudos futuros uma investigação mais aprofundada quanto

á rotina do brincar de uma criança e/ou um grupo de crianças de diferentes níveis

socioeconômicos, de modo a tentar identificar as principais barreiras ao brincar.

20

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23

APÊNDICES

24

APÊNDICE 1 – Ficha de coleta de dados

Data Nome Série Idade Sexo Moradia Recreio Casa Na rua

( M ) ( F ) ( C ) ( A ) ( CF)

( M ) ( F ) ( C ) ( A ) ( CF)

( M ) ( F ) ( C ) ( A ) ( CF)

( M ) ( F ) ( C ) ( A ) ( CF)

( M ) ( F ) ( C ) ( A ) ( CF)

( M ) ( F ) ( C ) ( A ) ( CF)

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( M ) ( F ) ( C ) ( A ) ( CF)

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( M ) ( F ) ( C ) ( A ) ( CF)

( M ) ( F ) ( C ) ( A ) ( CF)

25

APÊNDICE 2 – Modelo do Ofício de autorização

Prezado(a) Senhor(a):

Gostaríamos de convidá-lo(a) a participar da pesquisa “Brincadeiras preferidas de escolares do Ensino Fundamental de uma escola pública e outra particular, durante o recreio e o tempo de lazer na cidade de Londrina/PR”. O objetivo da pesquisa é verificar as brincadeiras preferidas de crianças de 7 a 12 anos de uma Escola Pública e outra Particular, durante o tempo de recreio e o tempo de lazer na cidade de Londrina/PR. O estudo desta temática trará importante contribuição para compreender quais são as brincadeiras preferidas das crianças de modo a incentivá-las a continuarem utilizando-se de brincadeiras de rua e que promovam a socialização. Para isso, gostaríamos de saber se o(a) Senhor(a) nos fornece autorização para a utilização do nome do seu Estabelecimento de Ensino durante o relatório do Trabalho de Conclusão de Curso da acadêmica Maira Andréia Bucchi, estudante do 4º ano do Curso de Educação Física Bacharelado da Universidade Estadual de Londrina, bem como se permite que a acadêmica faça registros (anotações) de observação de cinco dias de recreio. Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores esclarecimentos pode contactar a Professora Orientadora do acadêmico (Catiana Leila Possamai Romanzini pelos fones: (43) 3357-3777 / 9931-0093 ou ainda pelo e-mail [email protected]).

Londrina, 26 de julho de 2012.

___________________________

Pesquisador Responsável Catiana Leila Possamai Romanzini - RG: 123615204-PR

Eu, (______________________________), tendo sido devidamente esclarecido sobre os procedimentos da pesquisa e da utilização do nome do (________________________________________________________) e concordo com a utilização do nome do mesmo na pesquisa intitulada acima.

_____________________________

Assinatura e carimbo

Londrina, _____ de _____________ de 2012.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA Centro de Educação Física e Esporte

26

APÊNDICE 3 – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres

Humanos da Universidade Estadual de Londrina

27

APÊNDICE 4 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Titulo da pesquisa:

“BRINCADEIRAS PREFERIDAS DE ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA E OUTRA PARTICULAR, DURANTE O RECREIO E O TEMPO DE

LAZER NA CIDADE DE LONDRINA/PR” Prezado(a) Senhor(a):

Gostaríamos de convidá-lo (a) a participar da pesquisa “BRINCADEIRAS PREFERIDAS DE ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA E OUTRA PARTICULAR, DURANTE O RECREIO E O TEMPO DE LAZER NA CIDADE DE LONDRINA/PR”, realizada em “duas escola da Cidade de Londrina, sendo uma Particular e uma Pública”. O objetivo da pesquisa é “verificar as brincadeiras preferidas de escolares do Ensino Fundamental de uma Escola Pública e outra Particular, durante o tempo de recreio e o tempo de lazer na cidade de Londrina/PR”. A sua participação é muito importante e ela se daria da seguinte forma (Os pais serão convidados a darem autorização para a observação das brincadeiras realizadas pelos seus filhos, durante o tempo de recreio de seus filhos, bem como para que a pesquisadora faça alguns questionamentos quanto aos hábitos de brincadeiras das crianças em casa – tempo de lazer). Gostaríamos de esclarecer que sua participação é totalmente voluntária, podendo você: recusar-se a participar, ou mesmo desistir a qualquer momento sem que isto acarrete qualquer ônus ou prejuízo à sua pessoa. Informamos ainda que as informações serão utilizadas somente para os fins desta pesquisa e serão tratadas com o mais absoluto sigilo e confidencialidade, de modo a preservar a sua identidade.

(Os dados de registro serão mantidos sob sigilo e sob responsabilidade do Pesquisador Principal e serão utilizados para fins da reação do Trabalho de Conclusão de Curso da acadêmica Maira Andreia Bucchi, estudante do 4º ano do Curso de Educação Física Bacharelado da Universidade Estadual de Londrina).

Os benefícios esperados são compreender como as crianças têm preenchido o seu tempo (no recreio e em casa) com relação ao brincar e às brincadeiras.

Informamos que o(a) senhor(a) não pagará nem será remunerado por sua participação. Garantimos, no entanto, que todas as despesas decorrentes da pesquisa serão ressarcidas, quando devidas e decorrentes especificamente de sua participação na pesquisa.

Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores esclarecimentos pode nos contactar (Catiana Leila Possamai Romanzini, Departamento de Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina, Fone: 3371-4139 ou 9931-0093, ou ainda pelo e-mail [email protected]), ou procurar o Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina, na Avenida Robert Kock, nº 60, ou no telefone 33712490. Este termo deverá ser preenchido em duas vias de igual teor, sendo uma delas, devidamente preenchida e assinada entregue a você.

Londrina, 26 de julho de 2012. Pesquisador Responsável RG::__________________________

_____________________________________ (nome por extenso do sujeito de pesquisa), tendo sido devidamente esclarecido sobre os procedimentos da pesquisa, concordo em participar voluntariamente da pesquisa descrita acima.

28

Assinatura (ou impressão dactiloscópica):____________________________ Data:___________________

Obs: Caso o participante da pesquisa seja menor de idade, deve ser incluído o campo para assinatura do menor e do responsável.