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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS SAMUEL CRISTIANO WELTER INVENTÁRIO FLORÍSTICO DO COMPONENTE ARBÓREO DO PARQUE MUNICIPAL DE FELIZ, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL, ALIADO A UMA PRÁTICA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL São Leopoldo 2013

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS

UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

SAMUEL CRISTIANO WELTER

INVENTÁRIO FLORÍSTICO DO COMPONENTE ARBÓREO DO PARQUE

MUNICIPAL DE FELIZ, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL, ALIADO A UMA PRÁTICA

DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

São Leopoldo

2013

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Samuel Cristiano Welter

INVENTÁRIO FLORÍSTICO DO COMPONENTE ARBÓREO DO PARQUE

MUNICIPAL DE FELIZ, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL, ALIADO A UMA PRÁTICA

DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel/Licenciado em Ciências Biológicas, pelo Curso de Ciências Biológicas da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS

Orientador: Tiago Closs De Marchi

São Leopoldo

2013

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RESUMO

Os crescentes índices de redução da biodiversidade biológica, sustentam um dado

preocupante, indicando que dois terços das espécies da flora estão ameaçados de

extinção. Desse modo, os inventários florísticos são importantes ferramentas para o

conhecimento da biodiversidade de uma determinada área, como respaldo para

amparar a conservação e a preservação dos ambientes naturais. Este estudo teve

como objetivo realizar um inventário florístico do componente arbóreo do Parque

Municipal de Feliz, a fim de contribuir e avaliar o estado de conservação da área.

Além disso, elaborou-se um catálogo científico de plantas do Parque Municipal, com

a finalidade de instruir a população, que faz uso da área para recreação, com

informações relevantes sobre as espécies ocorrentes, visando à conservação

ambiental, aliada a importância econômica e ecológica das espécies. Foram

identificadas 84 espécies vegetais, distribuídas em 29 famílias botânicas, sendo as

famílias Fabaceae e Myrtaceae aquelas que apresentaram a maior riqueza de

espécies. Do total de espécimes, 74% são nativos no Rio Grande do Sul, e 26%

exóticos. Tendo em vista, o número relativamente alto de espécies vegetais

arbóreas, contidas no Parque Municipal de Feliz, a variedade de serviços

ecossistêmicos prestados, e, ainda, a presença de espécies ameaçadas de extinção

e imunes ao corte, podemos constatar a importância da conservação desta área, no

que se refere à manutenção da biodiversidade e do equilíbrio ecológico,

principalmente, por se tratar de uma área de preservação, junto ao meio urbano, que

se constitui de refúgio para diversas espécies da fauna silvestre, fornecendo

alimentos e locais para reprodução.

Palavras-chave: Áreas Verdes. Educação Ambiental. Etnobotânica. Floresta

Estacional Decidual. Inventário Florístico.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Vista aérea do Parque Municipal de Feliz ................................................ 10

Figura 2 – Mapa do Estado do Rio Grande do Sul, com a localização do Município

de Feliz ...................................................................................................................... 11

Figura 3 – Mapa de vegetação do Rio Grande do Sul, Brasil ................................... 14

Figura 4 – Mapa esquemático das fitofisionomias encontradas no Parque Municipal

de Feliz, RS ............................................................................................................... 19

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Riqueza de famílias botânicas identificadas no Parque Municipal de

Feliz, RS .................................................................................................................... 24

Gráfico 2 – Categorias sucessionais das espécies arbóreas nativas identificadas no

Parque Municipal de Feliz, RS .................................................................................. 25

Gráfico 3 – Histograma de classes de alturas (com intervalos de cinco metros) das

espécies arbóreas inventariadas no Parque Municipal de Feliz, RS ......................... 26

Gráfico 4 – Síndrome de dispersão das espécies arbóreas identificadas no Parque

Municipal de Feliz, RS ............................................................................................... 27

Gráfico 5 – Estado fitossanitário dos indivíduos arbóreos do Parque Municipal de

Feliz, RS .................................................................................................................... 28

Gráfico 6 – Interesse econômico potencial das espécies arbóreas nativas

identificadas no Parque Municipal de Feliz, RS ........................................................ 36

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Espécies arbóreas nativas no Rio Grande do Sul, identificadas no Parque

Municipal de Feliz, RS ............................................................................................... 21

Tabela 2 – Espécies arbóreas exóticas no Rio Grande do Sul, identificadas no

Parque Municipal de Feliz, RS .................................................................................. 29

Tabela 3 – Espécies arbóreas exóticas invasoras identificadas no Parque Municipal

de Feliz, RS ............................................................................................................... 31

Tabela 4 – Espécies arbóreas identificadas no Parque Municipal de Feliz, RS,

presentes na Lista Oficial da Flora Ameaçada de Extinção do Rio Grande do Sul

(Decreto Estadual 42099/2002) ................................................................................. 34

Tabela 5 – Espécies arbóreas identificadas no Parque Municipal de Feliz, RS,

imunes ao corte (Lei Estadual 9.519/1992) ............................................................... 35

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SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 7

2MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 10

2.1 Área de estudo .................................................................................................. 10

2.1.1 Clima ................................................................................................................ 12

2.1.2 Geomorfologia .................................................................................................. 12

2.1.3 Solos ................................................................................................................ 13

2.1.4 Vegetação ........................................................................................................ 13

2.2 Método de amostragem .................................................................................... 15

2.3 Catalogação das plantas .................................................................................. 17

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 18

3.1 Caracterização fitofisionômica ........................................................................ 18

3.1.1Vegetação natural ............................................................................................. 18

3.1.2 Vegetação exótica com eucaliptos ................................................................... 19

3.1.3 Vegetação exótica sem eucaliptos ................................................................... 20

3.1.4 Vegetação de reflorestamento ......................................................................... 20

3.2 Aspectos florísticos .......................................................................................... 21

3.2.1 Flora nativa ....................................................................................................... 21

3.2.2 Flora exótica ..................................................................................................... 29

3.3 Espécies legalmente protegidas ...................................................................... 33

3.3.1 Ameaçadas de extinção ................................................................................... 34

3.3.2 Imunes ao corte no Estado ............................................................................... 35

3.4Aspectos etnobotânicos .................................................................................... 36

3.5A prática de educação ambiental: o catálogo .................................................. 41

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 42

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 45

APÊNDICE A – CATÁLOGO CIENTÍFICO DE PLANTAS ARBÓREAS DO

PARQUE MUNICIPAL DE FELIZ ............................................................................. 53

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1 INTRODUÇÃO

Os crescentes índices de redução da biodiversidade biológica, agravados

exponencialmente ao longo do século XXI, sustentam um dado preocupante,

indicando que dois terços das espécies da flora estão ameaçados de extinção. Isto

se deve a uma série de fatores intimamente relacionados, sendo alguns deles, o

crescimento demográfico, a expansão das cidades e das zonas agrícolas, o

desmatamento, o uso excessivo dos recursos naturais e a introdução de espécies

exóticas. (GRAN CANARIA, 2000 apud REDE BRASILEIRA DE JARDINS

BOTÂNICOS, 2006).

A composição florística exerce um papel fundamental na manutenção do

equilíbrio dinâmico dos ecossistemas, que, além de fornecer abrigo para diversas

espécies da fauna, tem influência direta na disponibilidade de nutrientes,

constituindo uma das bases da cadeia trófica. (RAVEN et al., 2007). O manejo e a

conservação das formações vegetais têm como premissa básica, o conhecimento e

a compreensão das peculiaridades florísticas dos diferentes ambientes.

Desse modo, os inventários florísticos são importantes ferramentas para o

conhecimento da biodiversidade, como respaldo para amparar a conservação e a

preservação dos ambientes naturais, atentando-se em caracterizar os indivíduos –

com atenção especial na identificação de espécies raras, endêmicas e de maior

importância ecológica – de uma determinada área de vegetação. (FALKENBERG,

2003; FUHRO et al., 2005).

Em um passado recente, os inventários de vegetação tinham outro

significado, fortemente tendenciosos, direcionavam-se para amostragem de

determinadas áreas florestais, com o intuito de inventariar indivíduos de grande

porte e valor de mercado, para serem explorados comercialmente pela indústria

madeireira. (MANTOVANI et al., 2005). Estes estudos tinham como consequência,

diagnósticos distorcidos, em discordância com a verdadeira condição da floresta,

não objetivando qualquer ação direcionada à sustentabilidade ambiental, tampouco

a proteção das florestas nativas, pelo contrário, os esforços se voltavam para o uso

exaustivo dos recursos florestais. (REIS et al., 1999).

Como consequência destas práticas extrativistas, se instaurou um cenário de

intensa degradação ambiental, oriunda das atividades humanas, vinculadas,

principalmente, à expansão das cidades e das áreas agrícolas, que culminando na

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substituição das fitofisionomias naturais, por edificações e grandes lavouras.

(HUECK, 1972).

Diante disso, os ecossistemas naturais se encontram em um estado

vulnerável. As áreas verdes urbanas – parques, reservas e, em menor escala,

praças e jardins – têm sido consideradas, por muitos pesquisadores, como

remanescentes de ambiente nativo, que originalmente cobria estas áreas.

Atualmente, estes ambientes servem de refúgio para diversas espécies da fauna e

da flora, que outrora eram frequentes nestas regiões. (MIRAPALHETE, 2001).

Em uma retrospectiva histórica, a instauração de áreas verdes, junto aos

centros urbanos, é uma prática que remonta a antiguidade, iniciada pelos povos

egípcios e chineses, com o alvorecer da jardinocultura. Para os egípcios, estas

áreas tinham como função primária, abrandar o calor das residências, já os chineses

atribuíam um simbolismo místico, de caráter religioso, tendo as florestas como

relíquias sagradas. (LOBODA et al., 2005). Com o passar do tempo, estas áreas

foram ampliadas e passaram a ser criadas para o domínio público, como parques

urbanos que, além de proporcionar o lazer e a recreação, também estavam

relacionados às questões de saúde coletiva, qualidade ambiental e proteção de

“áreas verdes”. Segundo dados históricos, estas áreas se consolidaram na Europa,

no mesmo período em que surgiam os primeiros jardins no continente americano,

em meados do século XVI. (SEGAWA, 1996).

A partir da Revolução Industrial, intensificou-se o processo de expansão das

cidades, como resultado da criação das grandes indústrias, que motivaram o

deslocamento das populações, para viverem nos grandes centros urbanos. Diante

deste movimento, as áreas verdes acabaram sendo sucumbidas, ou limitadas a

pequenos fragmentos florestais, sem qualquer fiscalização e manutenção,

impactando não só o meio ambiente, mas também a qualidade de vida das pessoas.

(SIRVINSKAS, 2001).

Grande parte dos problemas vinculados à degradação ambiental e a

supressão da vegetação nativa nos centros urbanos, está relacionada à falta de

planejamento durante a ocupação do território. (MARTINS, 2001). Na maioria das

vezes, a urbanização aleatória não só inviabiliza a instauração de parques

municipais, como também se apropriam e devastam áreas de preservação

permanente, comprometendo não só o meio ambiente, mas também a segurança da

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própria população, que ocupa áreas de inundação de rios e encostas passíveis de

deslizamento.

As matas ciliares, que exercem importantes funções ecológicas e

hidrológicas, impedindo a erosão dos solos marginais, além de fornecer subsídios

para sobrevivência da fauna ribeirinha e dos organismos aquáticos, são um exemplo

típico de degradação ambiental. Na maioria das cidades, estas áreas inexistem ou

ficam limitadas a regiões de topografia extremamente acidentada, mesmo que sua

proteção esteja prevista em lei federal. (BORGHI, 2004).

Por mais que exista uma legislação, que assegure a preservação de

determinados ecossistemas, estes instrumentos legais se tornam ineficazes, se não

houver uma consciência ecológica das populações, frente aos aspectos ligados a

natureza, criando um entendimento que passe a correlacionar a proteção ao meio

ambiente, com o crescimento urbano e a qualidade de vida. (FERREIRA, 2005;

PACHECO; FARIA, 1992). O caminho mais promissor para que isto se concretize, é

estreitar os laços entre o meio ambiente e os cidadãos comuns, através da

educação ambiental, pois já é consenso entre a comunidade científica, que a

proteção requer conhecimento: o ser humano só protege aquilo que conhece.

(VIANNA et al., 1994). Logo, a realização de um inventário florístico em um parque

municipal, comprometido com a divulgação de conhecimento científico para a

população local, vai ao encontro das propostas dos atuais modelos de educação

ambiental.

Tendo em vista a carência de informações, a respeito da composição florística

do Município de Feliz-RS, além da importância das áreas verdes urbanas e

Unidades de Conservação, este estudo tem como objetivo principal, realizar um

inventário florístico do componente arbóreo do Parque Municipal de Feliz, a fim de

contribuir com dados sobre a diversidade florística desta região, bem como avaliar o

estado de conservação da área, propondo medidas para mitigar os possíveis

impactos ambientais. Constitui também objetivo, a elaboração de um catálogo

científico de plantas do parque, com a finalidade de instruir a população que faz uso

da área, com informações relevantes sobre as espécies ocorrentes, visando à

conservação ambiental, aliada à importância econômica e ecológica das espécies.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Área de estudo

O Parque Municipal

do município de Feliz (29º27’’21.63’’S

uma área de 24 hectares, correspondendo a 0,26% da área total de abrangência do

município, que outrora se tratava de uma área particular, destinada a criação de

gado e ao plantio de eucaliptos. L

Rua Frau Wiederkehr no sen

1). (Prefeitura Municipal de Feliz, 2013).

Figura 1

Fonte: Adaptado de Google Earth

O município de Feliz

planalto nordeste, no Estado do Rio Grande do Sul, a

MATERIAL E MÉTODOS

O Parque Municipal, inaugurado em outubro de 1988, está situado no centro

29º27’’21.63’’S; 51º19’05.36’O, 120 m.a.n.m)

hectares, correspondendo a 0,26% da área total de abrangência do

município, que outrora se tratava de uma área particular, destinada a criação de

gado e ao plantio de eucaliptos. Limita-se com a rodovia RS 452 no

r no sentido leste, e o Rio Caí nos sentidos oeste e sul

1). (Prefeitura Municipal de Feliz, 2013).

1– Vista aérea do Parque Municipal de Feliz

Fonte: Adaptado de Google Earth (2012).

O município de Feliz localiza-se na microrregião do Vale do Caí, encosta do

o Estado do Rio Grande do Sul, a 84 km da capital Porto Alegre,

10

, inaugurado em outubro de 1988, está situado no centro

.a.n.m). O parque ocupa

hectares, correspondendo a 0,26% da área total de abrangência do

município, que outrora se tratava de uma área particular, destinada a criação de

se com a rodovia RS 452 no sentido norte, a

tido leste, e o Rio Caí nos sentidos oeste e sul (Figura

Vista aérea do Parque Municipal de Feliz

se na microrregião do Vale do Caí, encosta do

84 km da capital Porto Alegre,

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tendo como municípios limítrofes: Alto Feliz, Bom Princípio, Linha Nova, Nova

Petrópolis, São José do Hortêncio e Va

de 95,3 km², abrigando uma população de

80% destes, residam na zona urbana.

Figura 2 – Mapa do Estado do Rio G

Nas dependências do parque, houve um investimento

voltada para realização de eventos típicos da região,

FENAMOR (Festa Nacional das Amoras Morangos e Chantilly).

destinadas à prática de esportes, tais como: cancha de areia, ginásio poliesportivo,

rampa de skate e academia ao ar livre.

calçadas de passeios público

maneira geral, a área é utilizada com

principalmente nos finais de semana e em datas festiva

tendo como municípios limítrofes: Alto Feliz, Bom Princípio, Linha Nova, Nova

Petrópolis, São José do Hortêncio e Vale Real (Figura 2). A cidade ocupa uma área

de 95,3 km², abrigando uma população de 12.439 habitantes, sendo

m na zona urbana.(Prefeitura Municipal de Feliz, 2013).

Mapa do Estado do Rio Grande do Sul, com a localização do Município de Feliz

Fonte: Elaborado pelo autor.

as dependências do parque, houve um investimento

para realização de eventos típicos da região, como é o caso da tradicional

(Festa Nacional das Amoras Morangos e Chantilly).

prática de esportes, tais como: cancha de areia, ginásio poliesportivo,

de skate e academia ao ar livre. O parque se destaca pelas suas áreas

calçadas de passeios públicos, entre a vegetação e circundante ao lago artificial. De

ira geral, a área é utilizada com frequência pela população local e por turistas,

principalmente nos finais de semana e em datas festivas.

11

tendo como municípios limítrofes: Alto Feliz, Bom Princípio, Linha Nova, Nova

A cidade ocupa uma área

12.439 habitantes, sendo que cerca de

(Prefeitura Municipal de Feliz, 2013).

com a localização do Município

em infra-estrutura,

o é o caso da tradicional

(Festa Nacional das Amoras Morangos e Chantilly). Também há áreas

prática de esportes, tais como: cancha de areia, ginásio poliesportivo,

se destaca pelas suas áreas

entre a vegetação e circundante ao lago artificial. De

pela população local e por turistas,

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2.1.1 Clima

A distribuição de temperaturas no Rio Grande do Sul, resulta de uma

combinação de fatores físicos, sendo a altitude e a distância relativa do oceano

Atlântico, os principais. Em função de sua localização geográfica, Feliz se localiza

em uma região abrigada dos ventos, que condiciona a existência de verões

extremos e invernos amenos, onde as temperaturas médias no verão são de 26ºC e

no inverno 14ºC. (RAMBO, 1956).Pela classificação climática de Köppen, o clima

está enquadrado na categoria subtropical úmido (Cfa), com temperaturas oscilando

entre 5ºC até 39ºC, com média anual de 20ºC, porém, nos meses mais frios do ano,

as temperaturas podem ser mais baixas, com ocorrência pouco frequente de

geadas. (KOTTEK et al., 2006).

Segundo Rambo (1956), a distribuição das chuvas é propícia ao

desenvolvimento da vegetação, porém segue um regime anual, onde há oscilações

na sua disponibilidade. No inverno elas ocorrem em intervalos regulares, no outono

e na primavera, os índices pluviométricos aumentam significativamente, culminando,

muitas vezes, em enchentes; já no verão a distribuição ocorre em intervalos maiores,

chegando a causar secas em algumas regiões. A umidade relativa do ar possui

índices elevados, variando de 75% a 85%. Durante as estados do ano, há pouca

variação nestes valores, sendo que no inverno e no outono, podem chegar a 90%.

(SEMA; UFSM, 2011).

2.1.2 Geomorfologia

A cidade de Feliz se localiza no percurso médio do Rio Caí, no início da Serra

Geral (SEMA, 2007), em uma área de transição de unidades geomorfológicas,

pertencentes ao Domínio Morfoestrutural das Bacias e Coberturas Sedimentares, na

Região Geomorfológica Planalto das Araucárias. As unidades abarcadas são:

Patamares da Serra Geral e Serra Geral. (JUSTUS; MACHADO; FRANCO, 1986).

A primeira se caracteriza por englobar formas em colinas com pequeno

aprofundamento dos vales fluviais, com relevos que apresentam forte controle

estrutural, e, localmente, ocorrem formas planas. Abarca as regiões rebaixadas em

continuidade com a Unidade Geomorfológica Serra Geral, estendendo-se sobre

rochas efusivas básicas oriundas da Formação Serra Geral, mas, nas áreas de

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maior entalhamento da drenagem, observa-se o afloramento de arenitos da

Formação Botucatu, que formam o fundamento de todo o planalto. (RAMBO, 1956).

A segunda se constitui de um relevo escarpado, que se rebaixa à medida que

avança em direção ao Rio Uruguai, desenvolvendo-se sob rochas vulcânicas

básicas, mais restritamente em rochas ácidas da Formação Serra Geral. É uma área

que está em constante erosão, devido à ação dos rios de grande porte, que descem

das áreas mais elevadas do Estado. (JUSTUS; MACHADO; FRANCO, 1986).

2.1.3 Solos

Na área de estudo, encontramos solos minerais não hidromórficos,

denominados como Chernossolos. (IBGE, 2003). Estes perfis, geralmente

apresentam pouca profundidade (50 – 100 cm), elevada fertilidade natural e pH alto.

Seu desenvolvimento ocorre a partir de rochas básicas, ígneas ou não, ricas em

cálcio e magnésio, ou de rochas sedimentares. (EMBRAPA, 1999; KER et al., 1986).

Segundo Rambo (1956), os solos ocorrentes nesta região do Vale do Caí, podem

ser classificados como solos de transporte de água doce, que estão associados aos

cursos dos rios, sendo oriundos dos processos erosivos de diferentes rochas. No

caso do município de Feliz, estes solos são provenientes de sedimentos de rochas

basálticas, denominados como terra roxa. Em função do alto índice de fertilidade,

estas áreas são bastante utilizadas para agricultura, sendo considerados os solos de

maior potencialidade agrícola do país.

2.1.4 Vegetação

Segundo Rambo (1956), as formações vegetais do Estado, podem ser

divididas em duas categorias básicas: florestal e campestre. Estas formações estão

dispersas pelo território, ocorrendo em proporções equilibradas em algumas áreas e

prevalecendo uma sobre a outra em outros locais. Desse modo, o mesmo autor

contempla que “Visto de grande altura, o Rio Grande se apresenta como uma área

campestre, rendilhada e entrecortada de galerias de mato.” (RAMBO, 1956, p.408).

O Rio Grande do Sul é abarcado por dois biomas: Pampa e Mata Atlântica. O

Pampa está localizado, em sua maior extensão, na metade sul do Estado, ocupando

uma área correspondente a 63% do território rio-grandense (Figura 3). Este bioma

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caracteriza-se por apresentar vegetação campestre, com predomínio de espécies

herbáceas e arbustivas, mas também podem ocorrer indivíduos arbóreos,

principalmente nas florestas de galerias dos corpos hídricos. A Mata Atlântica

estende-se pela região costeira atlântica de vários Estados brasileiros, adentrando

para o interior das unidades federativas na região sudeste e sul do país, ocupando

uma área correspondente a 13,04% do território brasileiro. (IBF, 2009).

O bioma Mata Atlântica abriga uma alta diversidade de espécies e

ecossistemas, porém, encontra-se em um estado crítico de degradação ambiental,

associado à drástica redução de sua área de distribuição, que atualmente, limita-se

a 7% de sua cobertura original. Este cenário está vinculado às intervenções

humanas, pois mais de 60% da população brasileira, reside nos domínios deste

bioma. (SOS MATA ATLÂNTICA, 2013). Dentre os ecossistemas associados, estão:

Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Decidual,

Floresta Estacional Semidecidual (Figura 3). (IBGE, 2012).

Figura 3 – Mapa de vegetação do Rio Grande do Sul, Brasil

Fonte: FEPAM (2010).

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O município de Feliz está inserido nos domínios da Mata Atlântica, na região

fitogeográfica da Floresta Estacional Decidual, mais precisamente, em duas

unidades fitofisionômicas distintas: aluvial e submontana. (IBGE, 2003). A formação

Aluvial está limitada aos terraços aluviais do Rio Caí, e a Submontana ocorre nas

regiões de relevo mais ondulado, que permeiam o vale do Rio Caí. (TEIXEIRA et al.,

1986). A Floresta Estacional Decidual caracteriza-se por apresentar duas estações

climáticas bem definidas, sendo uma chuvosa, precedida por uma estação seca, que

condiciona um comportamento caducifólio de 50% dos indivíduos do estrato

dominante da floresta, como uma adaptação ao período desfavorável. Como no Rio

Grande do Sul a ocorrência de longos períodos de seca é incomum, o fator limitante

para este comportamento decidual é, provavelmente, o período de frio intenso.

(IBGE, 2012).

Cerca de 40% da área do parque, constitui-se de cobertura vegetal nativa,

composta principalmente por vegetação ripária, em função da presença de um corpo

hídrico cruzando a área, além do Rio Caí em seus limites. Algumas áreas do parque

são destinadas ao plantio de espécies nativas da região, provenientes de

compensações ambientais do município, ou, ainda, de espécies imunes ao corte que

necessitam serem translocadas de outras áreas. É nítida a presença de espécies

exóticas na unidade, principalmente eucaliptos, que foram plantados em um período

anterior à desapropriação da área e a criação do parque.

2.2 Método de amostragem

A amostragem foi realizada através de saídas de campo mensais (de

novembro de 2012 a abril de 2013). O método empregado para o levantamento

florístico foi do caminhamento (FILGUEIRAS et al., 1994), que se constitui de

caminhadas aleatórias ao longo de linhas imaginárias, buscando percorrer o máximo

da área de estudo. Este método contempla três etapas: identificação dos tipos de

vegetação existentes na área; elaboração da lista de espécies encontradas; analise

e discussão dos resultados obtidos.

Em um primeiro momento, as expedições foram direcionadas para

caracterização da vegetação do local. Desse modo, foram realizadas caminhadas

aleatórias pela área, percorrendo os locais de passeios públicos e recreação, matas

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ciliares e bordas do parque. Os critérios utilizados para fazer a diferenciação dos

ambientes, foram: presença/ausência de sub-bosque, presença/ausência de árvores

marcantes na paisagem e/ou indicadoras de estágios sucessionais,

presença/ausência de espécies exóticas, altura relativa dos indivíduos, entre outros

indicadores. Foram também empregados recursos fotográficos e imagens de

satélites do Google Earth (2012). O principal propósito desta primeira etapa foi

evidenciar as diferentes fitofisionomias existentes no parque, a fim de facilitar a

caracterização e a avaliação do seu estado conservação.

Para inventariar as espécies ocorrentes na área, foram considerados apenas

os indivíduos que apresentassem hábito arbóreo, com altura igual ou superior a dois

metros. Os critérios utilizados nessa classificação, foram os mesmos utilizados por

Brack et al. (1998). As espécies identificadas ao longo do levantamento foram

registradas em uma tabela de campo pré-elaborada, que contemplavam o nome da

espécie, bem como a altura estimada, o estado fitossanitário(bom, razoável, ruim),

além de observações relevantes sobre os indivíduos, principalmente daqueles que

não foram identificados no local. Apenas foram coletadas e herborizadas amostras

dos indivíduos que não foram identificados em campo. Os métodos para

herborização foram feitos de acordo com o IBGE (2012).

Concluída a amostragem, os dados foram sistematizados em planilhas onde

foram acrescidos dados relativos às espécies: nome popular, família botânica,

origem (nativa; exótica; localmente exótica), categoria sucessional (pioneira,

secundária inicial, secundária tardia) e a síndrome de dispersão (anemocórica,

zoocórica, autocórica). Também foram compiladas informações relativas à

importância econômica das espécies, tais como: medicinal, ornamental, comestível,

além da utilidade na confecção de artefatos.

A inclusão de famílias botânicas seguiu o sistema APG III (2009), baseando-

se na plataforma virtual do Missouri Botanical Garden. (TROPICOS, 2013). A

caracterização quanto à categoria sucessional, síndrome de dispersão e importância

econômica, baseou-se em bibliografias especializadas, tais como: Backes; Irgang

(2004), Grings; Brack (2009), Lorenzi (2008) e Lorenzi; Matos (2008), além de

artigos e outras fontes específicas.

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17

2.3 Catalogação das plantas

Foram selecionadas as espécies nativas que ocorriam próximas às áreas de

lazer e aos passeios públicos, além das espécies protegidas legalmente, imunes ao

corte ou ameaçadas de extinção, para elaboração do catálogo das espécies do

parque. Este material contempla descrições básicas de caráter morfológico,

ecológico e econômico, obtidas através de consulta a material bibliográfico

especializado.

A elaboração deste catálogo científico, tem o intuito de promover uma

aproximação entre a população da cidade, e o meio ambiente, através da divulgação

deste material, junto às escolas do município, disseminando a proposta aos

professores de ciências, biologia e áreas afins, para que promovam saídas de

campo ao parque, e desenvolvam atividades práticas com os alunos. Futuramente,

este catálogo será disponibilizado junto ao pórtico do parque e no paradouro

turístico.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A área do parque como um todo, possui um ambiente relativamente

homogêneo, profundamente alterado antropicamente, em função dos diversos

impactos ambientais evidenciados, tais como, a presença de espécies exóticas em

larga escala, a ausência de mata ciliar em algumas porções do arroio, a supressão

de sub-bosque, além do descarte inadequado de lixo doméstico.

3.1 Caracterização fitofisionômica

Em função dos fatores elencados no item anterior, foram identificadas quatro

fitofisionomias na área de estudo (Figura 4), sendo elas: vegetação natural (VN),

vegetação exótica com eucaliptos (VEE), vegetação exótica sem eucaliptos (VE) e

vegetação de reflorestamento (VR).

3.1.1 Vegetação natural

Esta fitofisionomia ocupa uma pequena área, localizada na porção noroeste

do parque, limitada pelo Rio Caí no lado oeste, e com a rodovia no lado norte. Esta

área pode ser considerada como a mais preservada, pois apresenta cinco estratos

definidos: emergente – com espécimes de altura superior a 15 metros –, arbóreo,

arborescente, arbustivo e herbáceo, com ausência de espécies exóticas.

No contingente de espécies, podemos destacar a presença de indivíduos de

Cedrella fissilis (cedro), Cabralea canjerana (cangerana), Myrcianthes pungens

(guabijú) e Campomansia xanthocarpa (guabiroba).

Um fator que ressalta o seu estado de conservação é a presença de um sub-

bosque significativo, além de algumas lianas. Outro aspecto é o distanciamento

desta área, em relação aos locais utilizados pela população para o lazer e

recreação, que fazem com que este ambiente, esteja mais isolado dos impactos

providos pelas intervenções humanas.

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Figura 4 – Mapa esquemático das fitofisionomias encontradas no Parque Municipal de Feliz, RS

Fonte: Modificado de Google Earth (2012).

3.1.2 Vegetação exótica com eucaliptos

Esta área representa um passado de intensa degradação ambiental, um

período anterior a criação do parque, em que a área era destinada ao plantio de

eucaliptos, em virtude da privilegiada localização, junto às margens do Rio Caí, que

provia alta fertilidade do solo e disponibilidade de água. Mesmo com a instauração

do parque municipal, os eucaliptos foram mantidos, em função da sombra

proporcionada, porém, isto limitou o desenvolvimento de uma vegetação nativa

significativa nestes locais.

Sendo assim, podemos definir dois estratos, um emergente, formado

exclusivamente por espécimes de eucaliptos, que atingem cerca de 30 metros de

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altura, e um estrato arbóreo, constituído por algumas espécies nativas, sendo mais

abundantes: Nectandra megapotamica (canela-merda), Guarea macrophylla (pau

d’arco), Bauhinia forficata (pata-de-vaca), Casearia sylvestre (chá-de-bugre) e

Luehea divaricata (açoita-cavalo). É nítida a presença de outras espécies exóticas,

como, por exemplo, vários exemplares de Platanus x acerifolia (plátanos) e Morus

nigra (amoreiras).

3.1.3 Vegetação exótica sem eucaliptos

Muito similar estruturalmente à fisionomia anterior, porém com a ausência do

estrato emergente composto por eucaliptos, esta fisionomia ocupa a maior parte do

parque, em termos de área, localizada, principalmente, em sua porção leste e norte.

Esta fitofisionomia abarca grande parte das áreas de lazer e recreação, onde se

localizam os passeios públicos, o parque infantil e as construções, estando,

portanto, em um processo de degradação mais avançado. Grande parte do percurso

do arroio ocorre nas imediações desta área, e, em alguns momentos, evidenciou-se

a ausência de mata ciliar, principalmente, próximo ao lago artificial, que é abastecido

com recursos do arroio, constituindo um grave impacto ambiental.

Em relação ao contingente de espécies, são abundantes Enterolobium

contorstisiliquum (timbaúba), Nectandra megapotamica (canela-merda), Schinus

terebinthifolius (aroeira-vermelha), Allophylus edulis (chal-chal), além de ocorrerem

espécies imunes ao corte, tais como Erythrina falcata (corticeira–da-serra) e Ficus

spp. (figueiras nativas). Nesta área encontramos várias espécies exóticas, com

destaque para: Morus nigra (amora-silvestre), Ficus benjamina (fícus), Jacaranda

mimosifolia (jacarandá-mimoso), Cinnamomum zeylanicum (canela-de-cheiro),

Hovenia dulcis (uva-do-japão) e Bauhinia variegata (pata-de-vaca).

3.1.4 Vegetação de reflorestamento

Caracteriza-se como local destinado ao plantio de espécies nativas, ocupando

uma área relativamente pequena, localizada na porção nordeste do parque. Esta

fitofisionomia pode ser definida como uma área em processo de recuperação, que

foi implementado a, aproximadamente, seis anos. É constituída por indivíduos

jovens de espécies nativas da região, plantados de forma linear; além de alguns

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poucos indivíduos adultos, que foram transplantados de outros locais, como, por

exemplo, espécies de figueiras. Um aspecto crítico para esta fitofisionomia é a sua

localização, em uma área limítrofe do parque, que acentuam as pressões antrópicas,

como consequência do efeito de borda.

3.2 Aspectos florísticos

No inventário florístico, foram identificadas 84 espécies vegetais, distribuídas

em 29 famílias botânicas. Do total de espécimes, 74% são nativos no Rio Grande do

Sul (Tabela 1), e 26% exóticos (Tabela 2).

3.2.1 Flora nativa

Foram identificadas 62 espécies nativas, pertencentes a 52 gêneros. Foram

consideradas nativas aquelas espécies que ocorrem naturalmente no Rio Grande do

Sul, no entanto, identificou-se cinco espécies, que não são nativas na área de

estudo, sendo originárias de outras regiões do Estado. Portanto, para haver a devida

distinção, às espécies Sambucus australis, Peltophorum dubium, Plinia peruviana,

Magnolia ovata e Eugenia involucrata foram categorizadas como localmente

exóticas (Tabela 1).

Tabela 1 – Espécies arbóreas nativas no Rio Grande do Sul, identificadas no Parque Municipal de Feliz, RS

(continua)

Família /Nome científico Nome comum CS Dp Etno

ADOXACEAE

Sambucus australis Cham. & Schltdl.* sabugueiro pi zo m-o ANACARDIACEAE

Schinus terebinthifolius Raddi aroeira-vermelha pi zo m-o-a-f-c ANNONACEAE

Annona cacans Warm. araticum-cagão pi zo m-o-f-c Annona sylvatica A. St.-Hil. araticum si zo m-a-f-c ARECACEAE

Butia capitata (Mart.) Becc. butiá st zo o-a-f-c Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman jerivá si zo o-a-f BIGNONIACEAE

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Tabela 1 – Espécies arbóreas nativas no Rio Grande do Sul, identificadas no Parque Municipal de Feliz, RS

(continuação) Família /Nome científico Nome comum CS Dp Etno

Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. ipê-verde pi an o-a Handroanthus chrysotrichus (Mart. Ex A. DC.) Mattos

ipê-amarelo si an m-o-a

Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos ipê-roxo si an o-a Jacaranda micrantha Cham. caroba si an m-o-a BORAGINACEAE Cordia americana (L.) Gottsb. & J.S. Mill. guajuvira si an m-a BURSERACEAE Protium kleinii Cuatrec. almécega si zo m CANNABACEAE

Trema micrantha (L.) Blume grandiúva pi zo m-a CELASTRACEAE

Maytenus aquifolia Mart. espinheira-santa st zo m EUPHORBIACEAE

Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B. Sm. & Downs

branquilho si au o-a

FABACEAE

Bauhinia forficata Link pata-de-vaca si au m-o Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong

timbaúba si au o-a

Erythrina falcata Benth. corticeira-da-serra st an m-a-f Inga marginata Willd. ingá-feijão st an m-a-f-c Inga vera Willd. ingá si zo m-o-a-f Machaerium paraguariense Hassl. jacarandá-branco si an o-a Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze maricá pi an m-o Myrocarpus frondosus M. Allemão cabreúva pi an m-o-a Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan angico-vermelho pi an m-a Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.* canafístula pi an o-a LAURACEAE

Aiouea saligna Meisn. canela st zo a Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez canela-merda si zo o-f MAGNOLIACEAE

Magnolia ovate (A. St.-Hil.) Spreng.* baguaçu st zo m-o-a-f MALVACEAE

Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Ravenna paineira pi zo m-o-a-f Luehea divaricata Mart. açoita-cavalo si an m-a MELIACEAE

Cabralea cangerana (Vell.) Mart. cangerana si zo m-o-a-f Cedrela fissilis Vell. cedro si an m-o-a-f Guarea macrophylla Vahl. pau d' arco st zo a-f Trichilia claussenii C. DC. catiguá st zo o-a-f Trichilia elegans A. Juss. pau-de-ervilha st zo o-a-f

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Tabela 1 – Espécies arbóreas nativas no Rio Grande do Sul, identificadas no Parque

Municipal de Feliz, RS

(conclusão)

Família /Nome científico Nome comum CS Dp Etno MORACEAE Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng figueira st zo m-o-f Ficus cestrifolia Schott figueira-branca si zo o-f Ficus citrifolia Mill. figueira st zo o-f Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. figueira st zo o-f MYRTACEAE Calyptranthes concinna DC. guamirim-facho st zo o-a-f Calyptranthes grandifolia O. Berg guamirim st zo f Campomansia xanthocarpa O. Berg guabiroba st zo m-o-a-f-c Eugenia involucrata DC.* cereja-do-mato si zo o-a-f-c Eugenia uniflora L. pitanga si zo m-o-a-f-c Myrcianthes pungens (O. Berg) D. Legrand guabijú st zo m-o-f-c Myrciaria sp. cambuim si zo a-f-c Plinia peruviana (Poir.) Govaerts* jaboticaba si zo o-a-f-c Psidium cattleyanum Sabine araçá si zo m-o-f-c PHYTOLACCACEAE

Phytolacca dioica L. umbu pi zo m-o-f Seguieria langsdorffii Moq. limão-bravo si an a PIPERACEAE

Piper incanum L. pimenta-de-macaco st zo o PRIMULACEAE

Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze capororoca st zo a-f Myrsine coriacea (Sw.) R. Br. capororoquinha pi zo f RUTACEAE

Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de-cadela si au o-a SALICACEAE

Casearia decandra Jacq. chá-de-bugre st zo m-o-a Casearia sylvestris Sw. guaçatonga si zo m-o-f Salix humboldtiana Willd. salgueiro pi zo m-o Xylosma tweediana (Clos) Eichler sucará si an nr SAPINDACEAE

Allophylus edulis (A. St.-Hil. et al.) Radlk. chal-chal si zo o-f Cupania vernalis Cambess. camboatá-vermelho si zo m-o-a-f Matayba elaeagnoides Radlk. camboatá-branco si zo o-a-f SOLANACEAE

Cestrum intermedium Sendtn. coerana pi zo nr Fonte: Elaborado pelo autor.

Legenda: CS (Categoria sucessional): pi (pioneira), si (secundária inicial), st (secundária tardia); Dp (Síndrome de disperção): zo (zoocórica), an (anmocórica), aut (autocórica); Etno (etnobotânica): m (medicinal), o (ornamental), a (artefatos), f (frutífera para fauna), c (comestível), nr (não referida). * Espécie exótica localmente

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As espécies nativas representaram 24 famílias botânicas (Gráfico 1), sendo

que obtiveram maior riqueza, Fabaceae e Myrtaceae, com dez e nove espécies,

respectivamente, seguidas por Meliaceae, com cinco representantes, Bignoniaceae,

Moraceae e Salicaceae, ambas com quatro espécies, Sapindaceae com três,

Annonaceae, Arecaceae, Lauraceae, Malvaceae, Phytolaccaceae e Primulaceae

com duas espécies, sendo as outras representadas apenas por uma espécie.

Gráfico 1 – Riqueza de famílias botânicas identificadas no Parque Municipal de Feliz, RS

Fonte: Elaborado pelo autor.

Neste estudo, Fabaceae, Myrtaceae e Meliaceae, corresponderam juntas a

29% do total de espécies inventariadas. Na flora brasileira, as famílias Myrtaceae e

Fabaceae, são consideradas comuns em várias formações florestais (LORENZI,

2008), e no Rio Grande do Sul, Myrtaceae é a família com maior número de

representantes, o que aumenta a sua probabilidade de ocorrência. (SOBRAL, 2003).

Em um trabalho similar, Capelatti et al. (2009) estudou a composição arbórea de um

fragmento urbano de Floresta Estacional, onde a família Myrtaceae, também obteve

a maior riqueza de espécies, seguida por Fabaceae. Muitos outros inventários,

realizados nas florestas estacionais, apontam Fabaceae e Myrtaceae como as

famílias com maior riqueza de espécies. (REITZ et al., 1983; VASCONCELLOS et

al., 1992; JURINITZ; JARENKOW, 2003).

0

2

4

6

8

10

12

de

esp

écie

s

Famílias

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Em relação às categorias sucessionais, 47% das espécies arbóreas

identificadas foram enquadradas como secundárias iniciais, 31% como secundárias

tardias/climácicas e 22% como pioneiras (Gráfico 2). Com isso, evidenciamos que a

mata da área de estudo, encontra-se em diferentes estágios de sucessão ecológica,

pois encontramos espécies de todas as categorias sucessionais em uma distribuição

relativamente uniforme. É importante salientar que as espécies secundárias tardias e

climácicas, estão limitadas, principalmente, às regiões mais afastadas das áreas de

lazer do parque, em um ambiente menos impactado, com uma vegetação mais

densa, em um estágio de sucessão mais avançado. As espécies pioneiras estão

dispersas nas áreas com mais alto grau de ação antrópica, onde foram executadas

obras recentes de infra-estrutura, em que houve supressão de vegetação nativa.

O estabelecimento destas espécies, nestes locais, revela o comportamento

colonizador, pioneiro e intolerante à sombra destas espécies. (MACIEL et al., 2003).

A presença de 29 espécies secundárias iniciais, e um gradual aumento das

secundárias tardias, está relacionada ao histórico de utilização da área – em que era

destinada a agricultura e a pecuária – e à criação da unidade de conservação, que

propiciou uma regeneração natural da vegetação. Para Budowski (1965), a idade

das comunidades exerce influência direta na sucessão ecológica dos ambientes, em

florestas tropicais a escala temporal é de 5 a 15 anos para secundárias iniciais, e de

20 a 50 para secundárias tardias.

Gráfico 2–Categorias sucessionais das espécies arbóreas nativas identificadas no Parque Municipal de Feliz, RS

Fonte: Elaborado pelo autor.

0

5

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Pioneira Secundária inicial Secundária tardia

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Aspecto evidenciado por Vaccaroet al., (1999), em seu estudo na floresta

estacional decidual de Santa Tereza-RS, onde observou que nas florestas

secundárias, ocorre uma substituição gradativa do contingente de espécies, com

redução das espécies pioneiras e prevalência das secundárias iniciais e, em menor

número, das secundárias tardias. Depois de um determinado limiar, passam a

predominar espécies tardias, dando continuidade ao processo de sucessão

ecológica.

Quando analisamos o porte de altura da flora arbórea da área (Gráfico 3),

percebe-se que há uma alta predominância de indivíduos de porte baixo, muitos

deles em estágio juvenil, com altura variando de 6-10 metros, e outros de 1-5

metros; conotando uma média de sete metros de altura. Juntas, estas duas classes

altimétricas, representam 65% do total de indivíduos. Menos freqüentes foram os

indivíduos maiores que 11 metros, que, no estudo, corresponderam a 35% do total

inventariado; acima dos 16 metros, foram identificadas apenas duas espécies:

Erythrina falcata, com 20 metros, e Ficus adhatodifolia, com 19 metros.

Os dados referentes às classes altimétricas, mostram o grau de degradação à

que este local foi submetido no passado, e, atualmente, pode-se evidenciar um lento

processo de regeneração. Há um aumento no gradiente de altura dos indivíduos, na

medida em que se afastam das áreas mais utilizadas do parque, para locais com

menor interferência antrópica.

Gráfico 3 – Histograma de classes de alturas (com intervalos de cinco metros) das espécies arbóreas inventariadas no Parque Municipal de Feliz, RS

Fonte: Elaborado pelo autor.

0

5

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30

35

1 à 5 6 à 10 11 à 15 16 à 20

Classe de altura (m)

de

ind

ivíd

uo

s

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Quanto às estratégias de dispersão utilizadas pelas espécies, foram

identificadas três categorias (Gráfico 4), onde predominou o comportamento

zoocórico (68%), seguido pelo anemocórico (26%) e, menos frequente, o autocórico

(6%).

Dentre as espécies zoocóricas, se destacam as famílias Myrtaceae (21%),

Meliaceae (9%) e Moraceae (9%); como anemocóricas destacam-se as famílias

Fabaceae (44%) e Bignoniaceae (25%); e como autocórica prevalecem às famílias

Fabaceae (50%) e Euphorbiaceae (25%). Resultados similares foram obtidos por

Almeida et al. (2010), em um estudo do componente arbóreo do Parque da

Independência, localizado na cidade de São Paulo. Estes dados reiteram a

importância da interação entre a flora e a fauna, pois estabelecem entre si uma

relação de interdependência, representada pela síndrome zoocórica, onde a flora

fornece alimento para as espécies da fauna e estas, por sua vez, promovem a

dispersão de suas sementes. Vale ressaltar que, por se tratar de um parque

municipal urbano, a presença destas espécies, além de constituir um refúgio para

fauna silvestre, condiciona a existência de uma biodiversidade significativa, que

também aumenta o potencial paisagístico do parque.

Gráfico 4 – Síndrome de dispersão das espécies arbóreas identificadas no Parque Municipal de Feliz, RS

Fonte: Elaborado pelo autor.

Foram realizados vários estudos que avaliaram os parâmetros ecológicos de

dispersão de sementes; os autores Grings e Brack (2009), realizaram um trabalho

em uma região próxima a área de estudo, no município de Nova Petrópolis, em que

predominou a zoocoria (70%), seguida pela anemocoria (20%), autocoria (8%) e

hidrocoria (1%). Em outro estudo realizado na Floresta Atlântica do sul de São

0

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40

50

Zoocórica Anemocórica Autocórica

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Paulo, a síndrome zoocórica foi encontrada em mais de 80% das espécies

compiladas (Ziparroet al, 2005), reforçando a importância destas interações, na

ecologia dos ecossistemas.

Com base no estado fitossanitário das espécies (Gráfico 5), verificou-se que

65% dos indivíduos estavam saudáveis, constituindo um estado fitossanitário bom,

seguido por 24% em estado razoável, pois se verificou a existência de pequenas até

médias lesões, provocadas por fricções mecânicas ou parasitoses diversas. Uma

pequena parcela (11%) apresentava estado fitossanitário ruim, caracterizado pela

presença de necroses em estágios avançados, ataque por insetos, ou, ainda, com

acentuada colonização de hemiparasitas, que levam ao rápido declínio do indivíduo,

com morte eminente.

Gráfico 5 – Estado fitossanitário dos indivíduos arbóreos do Parque Municipal de Feliz, RS

Fonte: Elaborado pelo autor.

Com estes dados podemos constatar que, de maneira geral, os indivíduos

ocorrentes no parque, apresentam-se saudáveis, contribuindo tanto para o equilíbrio

ecológico da área, que propicia o estabelecimento de outras espécies da fauna e da

flora, devido à alta disponibilidade de frutos saudáveis, e ao número reduzido de

hospedeiros de parasitas, aumentando as interações ecológicas (BOENI; SILVEIRA,

2011; PEREIRA et al., 2005), quanto para o aspecto paisagístico e sanitário, levando

ao bem-estar da população humana.

0

10

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40

50

Bom Razoável Ruim

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3.2.2 Flora exótica

Foram identificadas 22 espécies arbóreas exóticas, pertencentes a 21

gêneros e 15 famílias botânicas, sendo Fabaceae a família com maior riqueza de

espécies, seguida por Myrtaceae e Moraceae. As espécies exóticas corresponderam

a 25% do total de espécies inventariadas (Tabela 2).

Tabela 2 – Espécies arbóreas exóticas no Rio Grande do Sul, identificadas no Parque Municipal de Feliz, RS

Família/Nome científico Nome popular ANACARDIACEAE Mangifera indica L. mangueira ARECACEAE Archontophoenix cunninghamiana H. Wendl. & Drude palmeira-real BIGNONIACEAE Jacaranda mimosifolia D. Don jacaranda-mimoso FABACEAE Bauhinia variegata L. pata-de-vaca Caesalpinia pluviosa DC. sibipiruna Delonix regia (Bojerex Hook.) Raf. flamboyant Schizolobium parahyba (Vell.) S. F. Blake guapuruvu LAURACEAE Cinnamomum zeylanicum Blume canela-de-cheiro LYTHRACEAE Lagerstroemia indica L. extremosa MALVACEAE Dombeya wallichii (Lindl.) Baill. astrapéia MELIACEAE Melia azedarach L. cinamomo MORACEAE Ficus benjamina L. fícus Morus nigra L. amora MYRTACEAE Eucalyptus sp. eucalipto Psidium guajava L. goiabeira Syzygium jambolanum (Lam.) DC. jambolão PLANTANACEAE Platanus x acerifolia plátano PROTEACEAE Grevillea robusta A. Cunn. Ex R. Br. grevilha RAMNACEAE Hovenia dulcisThunb. uva-do-japão ROSACEAE Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl. ameixa-amarela RUTACEAE Citrus sp. bergamoteira Citrus sp. laranjeira

Fonte: Elaborado pelo autor.

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A introdução de espécies exóticas têm sido um dos grandes problemas

vinculados a degradação dos ecossistemas naturais, caracterizando-se como uma

das cinco principais ameaças à biodiversidade biológica. (IUCN, 2013). Os efeitos

adversos provocados nos ambientes, afetam a dinâmica dos ecossistemas em

diversas instâncias, que, segundo Parker et al. (1999), podem ser elencadas em

cinco níveis: o efeito diretamente sobre os indivíduos, nas populações, na dinâmica

das comunidades, dos ecossistemas, e, ainda, com interferência no fluxo gênico.

Os principais agentes deste processo, foram os próprios seres humanos que,

ao efetuarem diversos câmbios de espécies vegetais de outras regiões do planeta, a

fim de obter matéria prima importada para confecção de seus produtos, como

madeira, medicamentos, celulose, tanino, além de propósitos ornamentais e

paisagísticos (MATTHEWS et al., 2005), introduziram espécies com alto potencial de

dispersão e reprodução que, ao serem estabelecidas em um ambiente, que não o de

sua ocorrência natural, passaram a se multiplicar rapidamente, tornando-se

extremamente abundante, produzindo alterações significativas na ecologia dos

ecossistemas, sendo denominadas como espécies invasoras. (ZILLER, 2002).

Do total de espécies exóticas identificadas na área de estudo,

aproximadamente, 70% são consideradas espécies arbóreas invasoras (Tabela 3),

segundo a Base de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras (I3N),

vinculadaà Rede Inter-Americana de Informação sobre Biodiversidade (IABIN)

(2013), tornando o cenário ainda mais delicado, em relação ao estado de

conservação da área de estudo.

A maioria destas plantas foram introduzidas no parque, com o intuito de

fornecer sombra, frutos e beleza cênica para população. Muitas delas foram citadas

em outros estudos, que avaliaram a ocorrência de espécies exóticas em unidades

de conservação brasileiras, sendo as espécies mais recorrentes: Eucalyptus sp.,

Hovenia dulcis, Morus nigra, Melia azedarach e Psidium guajava. (BLUM et al.,

2005; 2008; CORDEIRO; RODRIGUES, 2005; FERREIRA et al., 2005; GERHARDT

et al., 2011).

Em valores quantitativos, a espécie com maior abundância de indivíduos foi o

eucalipto (Eucalyptos sp.), seguido pelo plátano (Platanus x acerifolia), amora (M.

nigra), uva-do-japão (H. dulcis) e cinamomo (M. azedarach). As outras espécies

foram representadas por um número relativamente baixo de indivíduos, em sua

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maioria, plantados pelos próprios gestores da área, com interesses ornamentais e

frutíferos.

Tabela 3 – Espécies arbóreas exóticas invasoras identificadas no Parque Municipal de Feliz, RS

Família/Nome científico Nome comum Origem ANACARDIACEAE Mongifera indica mangueira Índia ARECACEAE Archontophoenix cunninghamiana

palmeira-real Austrália oriental

FABACEAE Schizolobium parahyba guapuruvu Brasil (até Santa Catarina) MELIACEAE Melia azedarach cinamomo Índia MORACEAE Morus nigra amora China MYRTACEAE Eucalyptus sp. eucalipto Austrália, Pacífico Sul Psidium guajava goiabeira México até norte da América do

Sul Syzygium jambolanum jambolão Índia (exceto regiões semi-

áridas) PROTEACEAE Grevillea robusta grevilha Austrália (leste) RAMNACEAE Hovenia dulcis uva-do-japão China, Japão, Coréia ROSACEAE Eriobotrya japonica ameixa-amarela China (sudeste) RUTACEAE Citrus sp. bergamoteira Ásia (sudeste) Citrus sp. laranjeira Ásia (sudeste)

Fonte: Adaptado do IABIN (2013).

A expressiva ocorrência do eucalipto é atribuída, principalmente, a ação

humana. Embora não possua um sistema eficiente de dispersão natural (SILVA et

al., 2011), devido ao seu alto potencial madeireiro, esta planta australiana,alcançou

rapidamente altos patamares de distribuição global, por meio de rotas comerciais,

ocupando, no Brasil, uma área correspondente a 0,4% de todo território nacional.

(IBF, 2012). Verificou-se que as áreas com maior dominância de espécimes de

eucaliptos, eram aquelas que apresentaram um sub-bosque pouco significativo.

Podemos corroborar estes resultados, com estudos anteriores que atribuíram à

baixa densidade de sub-bosque, ao potencial supressor do eucalipto, que pode estar

relacionado à alta demanda por água e nutrientes do solo e a densa camada de

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serrapilheira produzida, que estariam inviabilizando o crescimento das plântulas e a

germinação das sementes de espécies nativas. (EVARISTO, 2006; COSTA, 2002).

O plátano é outra espécie com alto número de indivíduos na área de estudo.

Esta planta, originária da América do Norte, tem sido plantada em diversas regiões

para fins ornamentais, devido ao seu porte e a beleza de suas folhas, que adquirem

um efeito outonal, harmonizando os ambientes. Na área de estudo, eles se

concentram nas zonas destinadas à prática de esportes, plantados de forma linear,

circundante a cancha de areia, com intuitos paisagísticos e de sombra. Em um

inventário referente à arborização urbana da cidade de Campos do Jordão-SP,

Andrade (2002) verificou que a espécie de plátano (Platanus hybridus Brot.),

correspondia a 52% do total de espécies utilizadas para este fim, sendo, inclusive,

determinada árvore símbolo da cidade. Apesar de não serem consideradas plantas

invasoras (I3N, 2013), a alta frequência de plátanos, principalmente na arborização

urbana, reitera novamente a falta de informação no que tange a escolha de espécies

vegetais adequadas para o paisagismo das cidades.

Originária da Ásia, a amoreira-preta (Morus nigra) possui ampla distribuição

no país, veiculada pela avifauna e por mamíferos, incluindo o ser humano, devido ao

apreço de seus frutos. Ocorre preferencialmente em ambientes degradados, sendo

pouco frequente em áreas excessivamente sombreadas. (LORENZI, 2003). Na área

de estudo, é encontrada nos ambientes próximos a vegetação ripária e nas áreas

mais alteradas antropicamente. Esta planta tem sido cultivada com interesses

ornamentais e frutíferos, além de ser empregada na medicina tradicional com

propriedades anti-inflamatórias, diuréticas e analgésicas. (PADILHA et al., 2010).

A uva-do-japão (Hovenia dulcis) originária da China, Japão e Coréia, foi

introduzida no país para fins ornamentais e florestais, porém, devido ao alto

potencial invasivo, dominou rapidamente os ambientes alterados, tornando-se um

entrave para conservação dos ecossistemas, sendo considerada a maior ameaça à

biodiversidade da bacia do Rio Uruguai. (MATTHEWS et al., 2005).

O vasto espectro de dispersão de H. dulcis, está associado aos pedicelos

intumescidos produzidos, que são apreciados por diversas espécies de aves e

mamíferos, que passam a incorporá-la em sua dieta alimentar, interferindo

negativamente na dispersão das espécies nativas. (LORENZI, 2003). Outro fator que

afeta as populações nativas, são os efeitos alelopáticos produzidos pela espécie,

que passam a inibir o desenvolvimento e a germinação de outras plantas em seu

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entorno. Este potencial foi evidenciado por Wandscheeret al. (2011), em um estudo

que avaliou o potencial do extrato aquoso das folhas secas, e dos pseudofrutos

desta espécie em laboratório. Estes resultados são ainda mais relevantes, se

considerarmos o comportamento caducifólio e a persistência de substâncias

químicas alelopáticas, nas folhas secas desta espécie.

Muito similar a H. dulcis, o cinamomo (Melia azedarach) é originário do

sudeste asiático, e tem sido introduzido em diversas regiões do mundo, com intuitos

ornamentais e de sombra. Dispersa por aves e morcegos, tornou-se uma planta

altamente invasora de florestas subtropicais, associada, principalmente, aos

ecossistemas hídricos (MATTHEWS et al., 2005), o que justifica sua alta frequência

nas matas ciliares do Rio Caí e de seus afluentes. Apesar de apresentar toxicidade

para diversos animais, incluindo bovinos e suínos (MÉNDEZ et al., 2002), tem sido

empregada na medicina tradicional, para o tratamento de diversas sintomatologias

de doenças, tais como, cefaléia e distúrbios intestinais. (ARAUJO et al., 2009).

Diante do exposto, deve-se reavaliar a presença destas espécies na área do

parque, visando o alto potencial invasivo de algumas espécies, que tendem a

aumentar exponencialmente ao longo do tempo, acarretando graves problemas a

integridade e a equidade dos ecossistemas, culminando na perda de biodiversidade.

Segundo Ziller (2004), a melhor forma de controlar a infestação destas espécies, é a

remoção mecânica imediata das espécies adultas, e um acompanhamento para

supressão total de suas plântulas, evitando ao máximo o controle químico.

3.3 Espécies legalmente protegidas

No levantamento florístico, foram identificadas nove espécies (14,5%) que são

legalmente protegidas por legislação específica. Esta proteção está assegurada em

duas instâncias: ameaçadas de extinção ou imunes ao corte. As ações humanas

lesivas, que venham a causar impactos ao desenvolvimento destas espécies,

caracterizam crime ambiental, com aplicação de penas previstas na Lei dos Crimes

Ambientais. (Lei Federal 9.605/98). No caso destes danos serem causados a

espécies estabelecidas no interior de Unidades de Conservação, a mesma lei prevê,

no artigo 40º, o agravamento da pena.

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3.3.1 Ameaçadas de extinção

Na área de estudo, foram identificadas seis espécies arbóreas, que estão

ameaçadas de extinção em acordo com a Lista Oficial da Flora Ameaçada de

Extinção do Rio Grande do Sul (Tabela 4). Juntas elas correspondem a 9% do total

de espécies arbóreas nativas identificadas, que pode ser considerado um número

relevante, se levarmos em conta o tamanho reduzido da área de estudo. Em um

inventário florístico da cidade de Nova Petrópolis-RS, Grings (2009) amostrou um

número de espécies três vezes maior, se comparado a este inventário, e obteve um

percentual de 8% de espécies ameaçadas, constantes na lista oficial do Estado.

Tabela 4 – Espécies arbóreas identificadas no Parque Municipal de Feliz, RS, presentes na Lista Oficial da Flora Ameaçada de Extinção do Rio Grande do Sul

(Decreto Estadual 42099/2002)

Família/Nome científico Nome popular Cat. de ameaça ANNONACEAE Annona cacans Warm.

araticum-cagão

Em perigo (EN)

ARECACEAE Butia capitata (Mart.) Becc. butiá Em perigo (EN) CELASTRACEAE Maytenus aquifolia Mart. espinheira-santa Vulnerável (VU) FABACEAE Myrocarpus frondosus M. Allemão cabreúva Vulnerável (VU) MAGNOLIACEAE Magnolia ovata (A. St.-Hil.) Spreng. baguaçu Vulnerável (VU) PHYTOLACCACEAE Seguieria langsdorffii Moq. limão-bravo Em perigo (EN)

Fonte: Adaptado de Rio Grande do Sul (2003).

A proteção destas espécies se instaurou com a Resolução do Conselho

Nacional do Meio Ambiente nº 278, em que se estabeleceu a proibição de corte e

exploração das espécies nativas do Bioma Mata Atlântica, ameaçadas de extinção,

e, ainda, com o Decreto Estadual 42099/02, que publicou a lista oficial da flora

ameaçada do Estado, e a Lei Estadual 9.519/92, que descreve em seu artigo 35,

que o órgão florestal competente, deverá proibir ou limitar o corte das espécies

vegetais em vias de extinção, raras e endêmicas, o que também está figurado na Lei

Municipal 2.514/11 da Política do Meio Ambiente do Município de Feliz. Em relação

à manutenção de um ambiente ecologicamente equilibrado para o desenvolvimento

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destas espécies, a Lei Federal 11.428/06 estabelece em seu art. 11º que a

supressão da vegetação primária ou em estágios médio e avançado de

regeneração, fica vedada em locais que ocorram espécies da flora ameaçada, bem

como espécies da fauna.

3.3.2 Imunes ao corte no Estado

Outro ponto que merece atenção especial são as espécies imunes ao corte

no Estado, asseguradas pela Lei Estadual 9.519, de 21 de janeiro de 1992, que

instituiu o código florestal estadual do Rio Grande do Sul. No artigo 33 desta lei, fica

instituído a imunidade ao corte de espécies nativas de figueiras (Ficus spp.) e

corticeiras (Erythrina spp.), além de indivíduos das espécies Prosopis nigra e P.

affinis. A lei também proíbe a coleta, industrialização, comércio e transporte do

xaxim-bugio (Dickisonia sellowiana (Presl) Hook.) e da araucária (Araucaria

angustifolia (Bertol.) Kuntze), que obtiver diâmetro a altura do peito, inferior a 40

centímetros.

Foram identificadas cinco espécies imunes ao corte na área de estudo

(Tabela 5), sendo uma espécie de corticeira-da-serra (Erythrina falcata) e quatro

espécies de figueiras (Ficus spp.). A maioria das figueiras ainda são plantas jovens,

oriundas de transplantes de outros locais da cidade, em acordo com a Lei Estadual

9.519/92.

Tabela 5 – Espécies arbóreas identificadas no Parque Municipal de Feliz, RS, imunes ao corte (Lei Estadual 9.519/1992)

Família Nome científico Nome popular

Fabaceae Erythrina falcata Benth. corticeira-da-serra

Moraceae Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng figueira

Moraceae Ficus cestrifolia Schott figueira-branca

Moraceae Ficus citrifolia Mill. figueira

Moraceae Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. figueira

Fonte: Adaptado de Rio Grande do Sul (1992).

A supressão destas espécies poderá ser deferida, pelo órgão florestal

estadual, em última instância, quando for imprescindível para realização de obras

públicas. Neste caso, o responsável pela obra deverá replantar 15 exemplares para

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cada espécie suprimida, de preferência em locais próximos ao exemplar que fora

cortado. (RIO GRANDE DO SUL, 1992).

3.4 Aspectos etnobotânicos

Das 62 espécies arbóreas nativas identificadas, 98% possuem um ou mais

interesses econômicos, sejam estes efetivos ou potenciais. Dentre os atributos,

destacam-se o uso ornamental, frutífero para fauna, medicinal, comestível à

população humana e útil na produção de artefatos diversos (Gráfico 6). A maioria

das espécies apresentou duas ou mais atribuições, sendo que Schinus

terebinthifolius (aroeira-vermelha), Campomanesia xanthocarpa (guabiroba) e

Eugenia uniflora (pitanga) foram aquelas que obtiveram a maior variedade de

indicações, sendo referidas em todas as cinco categorias propostas.

Gráfico 6 – Interesse econômico potencial das espécies arbóreas nativas identificadas no Parque Municipal de Feliz, RS

Fonte: Elaborado pelo autor.

As espécies que apresentaram apenas uma indicação foram Aiouea saligna

(canela) e Seguieria langsdorffii (limão-bravo), utilizadas na produção de artefatos,

Calyptranthes grandifolia (guamirim) e Myrsine coriacea (capororoca), como

fornecedoras de frutos para avifauna, Maytenus ilicifolia (espinheira-santa) e Protium

kleinii (almécega), empregados na medicina tradicional e Piper incanum (pimenta-

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Ornamental Artefato Frutífera Medicinal Comestível Não referida

de

esp

écie

s

Interesse etnobotânico

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de-macaco), utilizada como ornamental. Para as espécies Xylosma tweediana

(sucará) e Cestrum intermedium (coerana), não foram encontradas referências de

utilização na bibliografia consultada.

Dentre as categorias, o potencial ornamental obteve maior frequência,

estando presente em 71% das espécies. Estes dados enaltecem e reiteram o

potencial que a flora nativa do Estado possui, para ser utilizada em projetos

paisagísticos e ornamentais de parques, praças e ruas, dispensando o uso de

espécies exóticas, que ainda é efetuado em grande escala, devido, muitas vezes, a

falta de conhecimento sobre a flora local. (LEAL, 2006). Sabe-se que o Brasil possui

cerca de seis mil espécies arbóreas, passíveis de serem utilizadas para estes fins

(MELLO FILHO, 1995), contudo, faltam incentivos que promovam a importância

destas práticas, no que diz respeito à preservação ambiental, aliada à beleza cênica

e o bem-estar público.

Como espécies ornamentais, podemos destacar a palmeira Syagrus

romanzoffiana, que, além de ornamental e rápido crescimento, fornece alimento para

fauna, podendo substituir a alta demanda de palmeiras exóticas, no paisagismo; a

paineira (Ceiba speciosa) é altamente ornamental em função do florescimento

exuberante de longa duração e do aspecto peculiar do tronco, recoberto por acúleos.

Sua copa fornecer sombra, contudo, deve ser plantada em áreas amplas, em função

de seu porte avantajado; a timbaúba (Enterolobium contortisiliquum), propícia para

grandes áreas, em função do porte e do desenvolvimento superficial de suas raízes,

é bastante ornamental pela folhagem fina, pelo aspecto de seus frutos e pelo

formato de sua copa, que, quando desenvolve-se isoladamente, fornece vasta

sombra, devido à tendência de crescimento horizontal de seu fuste; e, por fim, o

cedro (Cedrela fissilis), com interesses ornamentais, devido à morfologia de suas

folhas e ao formato peculiar de seus frutos, sendo atrativo para abelhas e

mariposas.(LORENZI, 2008; BACKES; IRGANG, 2004; CARVALHO, 1994).

A segunda categoria que obteve maior frequência, totalizando 64%, faz

referência àquelas espécies que são úteis na confecção de artefatos diversos.

Nessa categoria também se inserem aquelas que foram exploradas, em virtude da

qualidade da madeira. Este potencial madeireiro mobilizou, em grande parte, o

desmatamento e a degradação dos ecossistemas florestais, culminando na redução

drástica do número de indivíduos de várias populações, ou até, extinguindo-as.

Reforçando esta ideia, o pesquisador Hueck (1972) salienta que as florestas

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subtropicais, detêm um valor inestimável que, depois das matas de araucária, são as

maiores em importância econômica.

Como exemplo, citamos o cedro (Cedrela fissilis), empregado na construção

civil e naval; a cangerana (Cabralea cangerana), que no passado foi utilizada para

fabricação de telhas, além de outros objetos; o angico (Parapiptadeinia rigida),

largamente utilizado para produção de lenha e carvão; e a guajuvira (Cordia

americana), devido à elasticidade e maleabilidade é propícia à confecção de cabos

de ferramentas, arcos e canoas. (BACKES; IRGANG, 2004; CARVALHO, 1994;

HUECK, 1972).

As espécies frutíferas obtiveram frequência elevada na área de estudo,

constando-se de 58%. A importância desta categoria está mais relacionada a

aspectos ecológicos, do que econômicos, pois contempla as espécies que fornecem

alimento para fauna silvestre, que, de forma recíproca, beneficiam a dispersão de

sementes, contribuindo para harmonia dos processos ecológicos. (FADINI, 2004). O

valor econômico subentendido nesta categoria, vincula-se a manutenção da

diversidade biológica nestas áreas, sendo atrativas para animais, tais como, aves,

mamíferos e insetos, contribuindo para promover as relações entre as pessoas e o

ambiente natural.

Os frutos do chal-chal (Allophylus edulis) são apreciados por aves e bugios,

pois são drupas globosas vermelhas, com polpa adocicada, e flores melíferas,

atrativas de insetos. Outra espécie, da mesma família, é o camboatá-vermelho

(Cupania vernalis), seus frutos são do tipo cápsula rugosa e sulcada, e as flores são

melíferas, prestando os mesmos serviços ecológicos da espécie anterior. As quatro

espécies de figueiras identificadas (Ficus adhatodifolia, F. cestrifolia, F. citrifolia, F.

luschnathiana), também fornecem alimento para fauna frugívora, principalmente,

sabiás, aracuãs, morcegos e outros mamíferos, em função dos sicônios globosos e

adocicados, polinizados por vespas específicas. (BACKES; IRGANG, 2004;

LORENZI, 2008; SOBRAL, 2006).

Metade das espécies identificadas, figuram interesses medicinais. O Brasil

possui uma alta riqueza de espécies medicinais, sendo alvo de estudos no campo

da etnofarmacologia. (MENTZ, 1997). De acordo com a Organização Mundial da

Saúde (OMC, 1993), a fitoterapia tem sido uma importante alternativa para o

tratamento de doenças em muitos países. Cerca de 80% da população mundial, faz

uso de algum tipo de planta com finalidade terapêutica, porém, sua utilização deve

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seguir normas que assegurem sua utilização de forma racional, a fim de evitar

possíveis danos à saúde, oriundos de efeitos tóxicos adversos. (RATES, 2001).

A maioria das propriedades terapêuticas atribuídas às plantas, não possuem

comprovação científica ainda, pois são advindas da medicina tradicional e das

práticas empíricas indígenas. (NOELLI, 1998). Porém, o amplo uso de várias destas

espécies, é motivo suficiente para serem alvos de estudos farmacológicos, que

venham a validar e assegurar o seu emprego.

A pata-de-vaca (Bauhinia forficata) é uma das principais plantas utilizadas

como antidiabéticas, pelas populações tradicionais, através da decocção de suas

folhas picadas. Também são atribuídas outras propriedades à mesma espécie, tais

como: diuréticas, antidiarréicas e no controle de parasitoses intestinais. (LORENZI;

MATOS, 2008). Diversos estudos bioquímicos foram realizados com esta espécie, e,

alguns deles, corroboram a atividade hipoglicemiante do extrato aquoso das folhas,

identificando a presença da substância hormonal insulina nas folhas. (MENEZES et

al., 2007; XAVIER-FILHO et al., 2003; OLIVEIRA et al., 2000).

O chá-de-bugre (Casearia sylvestris) é outra espécie com propriedades

terapêuticas já consagradas, integrando-a na composição de produtos dentários e

antissépticos. (LORENZI; MATOS, 2008). Alguns estudos farmacológicos

evidenciaram a ação antiofídica do extrato aquoso das folhas e da casca, que

inibiram a ação de proteínas presentes no veneno de serpentes do gênero

Bothrops.(ESTEVES et al., 2011; DEY, 2012). Também foi constatada a eficácia, na

cicatrização de ferimentos e no tratamento de úlceras gástricas. (SERTIÉ et

al.,2000; BASILE, 1990; BACCHI, 1986).

Outra espécie muito conhecida, recorrentemente indicada como

antiulcerogênica, é a espinheira-santa (Maytenus aquifolia). A mais de duas

décadas, um estudo farmacológico verificou a eficácia benéfica do extrato foliar

desta planta, em relação ao volume e pH do suco gástrico (CIPRIANI et al., 2006;

OLIVEIRA, 1991); no mesmo período um estudo toxicológico certificou a segurança

da utilização. (SOUZA-FORMIGONI et al.,1991). Na medicina tradicional é utilizada

para o tratamento do câncer de pele, através da aplicação de emplastos das folhas

aos ferimentos. (LORENZI; MATOS, 2008).

A categoria de interesse que obteve menor frequência (19%), refere-se

àquelas plantas que podem ser consumidas pela população humana, tanto na forma

in natura, quanto em subprodutos industrializados ou artesanais, como geléias,

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sorvetes, bebidas e condimentos. A flora tropical é diversa em espécies nativas, com

potencial para serem utilizadas, de modo sustentável, na alimentação humana,

estimulando o desenvolvimento de programas de recuperação de áreas degradadas

e conservação ambiental, aliados a hábitos alimentares saudáveis. Entretanto, estas

práticas ocorrem de maneira muito inexpressiva ainda, em virtude da carência de

instruções acerca do cultivo, produção e utilização destas espécies. (SANTOS et al.,

2007). Segundo Puska (2003), o consumo suficiente de frutas e verduras, previne o

desenvolvimento de uma série de doenças, mas grande parte da população não

adota estes hábitos alimentares,como consequência da falta de informação sobre a

importância e o valor das espécies nativas. (BRACK et al.,2007).

Como produtor de frutos comestíveis, está o araçá (Psidium cattleyanum). Os

frutos de dimensões variadas, com coloração amarelada à avermelhada, apreciados

pela avifauna, enaltecem sua importância ecológica, na recuperação de áreas

degradadas. (LORENZI, 2008), além de apresentarem alto valor nutricional, devido

ao elevado teor de compostos fenólicos, vitaminas e sais minerais, com baixa

concentração de açúcares. (SANTOS et al., 2007). Em uma escala de produção

artesanal, a produção de geléias e doces é a principal forma de aproveitamento dos

frutos. (VIEIRA et al., 2006).

O guabijú (Myrcianthes pungens) é outra espécie com potencial frutífero,

porém inexplorado. Facilmente reconhecido pelo ápice espinescente de suas folhas,

pelo tronco pardacento, relativamente liso, e frutos globosos e carnosos de

coloração escura. (LORENZI, 2008). Devido ao sabor adocicado da polpa, os frutos

são consumidos de forma in natura, principalmente por populações rurais.

(CORRÊA, 1984). Um estudo analisando a composição química dos óleos voláteis,

presentes em espécies do gênero Myrcianthes spp., evidenciou a complexidade dos

óleos essenciais de M. pungens (APEL, 2006), revelando também atividade

antioxidante. (NORA, 2012).

Outra espécie do ponto de vista alimentício é o araticum ou quaresma

(Annona sylvatica), que produz frutos carnosos com saliências bem demarcadas de

aspecto característico. (LORENZI, 2008). Sua maior forma de aproveitamento reside

no consumo in natura dos frutos, porém, também são empregados em sucos,

licores, sorvetes e, mais recentemente, na fabricação de iogurtes, que obteve alto

índice de aceitação pela população. (OLIVEIRA et al., 2008). Em relação ao valor

nutricional, o araticum pode ser considerado fonte de lipídios e fibras, pois na polpa

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são encontradas altas concentrações de ácido linoléico, um ácido graxo essencial ao

organismo. (VIEIRA, 2006).

3.5 A prática de educação ambiental: o catálogo

Do total de espécies identificadas na área de estudo, foram selecionadas

algumas para compor o Catálogo Científico de Plantas Arbóreas do Parque

Municipal de Feliz (Apêndice). Esta seleção levou em conta alguns critérios pré-

definidos, tais como, indivíduos nativos daquele ecossistema, estabelecidos

próximos às áreas de lazer e aos passeios públicos, além das espécies

interessantes do ponto de vista ecológico. Sendo assim, o catálogo contempla um

universo de 31 espécies, distribuídas em 15 famílias botânicas.

Diferentemente do inventário florístico, o catálogo científico tem como público

alvo os cidadãos leigos. Desse modo, visando o objetivo máximo deste material, na

promoção da integração entre meio ambiente e população, utilizou-se uma

linguagem simples e acessível, dispensando ao máximo, o emprego de termos

técnicos, com vista a facilitar o entendimento dos leitores.

Para cada espécie, primou-se por apresentar uma descrição morfológica

didática, com caracteres de fácil distinção, tais como, coloração e textura do tronco,

dimensões e tonalidades das folhas e frutos, e presença/ausência de espinhos ou

acúleos, visando o reconhecimento e a diferenciação entre as espécies, destacando,

também, o porte de altura e o período de frutificação e florescimento. Além das

descrições, também houve um investimento em qualificar as espécies, do ponto de

vista de seus interesses econômicos e ecológicos, para tanto, criou-se uma legenda

baseada em símbolos intuitivos, que permitem antever a importância de determinada

espécie.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista o número relativamente alto de espécies vegetais arbóreas

nativas no Parque Municipal de Feliz, e, ainda, a presença de indivíduos ameaçados

de extinção e imunes ao corte, podemos constatar a importância da conservação

desta área, no que se refere à manutenção da biodiversidade e do equilíbrio

ecológico dos ecossistemas, principalmente, por se tratar de uma área de

preservação, junto ao meio urbano, que se constitui de refúgio para diversas

espécies da fauna silvestre, fornecendo alimentos e locais para reprodução.

Diante do exposto, são necessárias ações urgentes, que, de acordo com o

diagnóstico inferido neste trabalho, devem direcionar-se para determinados focos de

impactos observados. Dentre estas medidas, propõe-se:

a) recuperação das Áreas de Preservação Permanente, através da

recomposição das matas ciliares do arroio e do Rio Caí, por meio do plantio, com

acompanhamento técnico, de espécies nativas, adaptadas às condições ambientais

destes ecossistemas, seguido pelo acompanhamento periódico, avaliando o

desenvolvimento destas plantas. Estas medidas são mais urgentes, nas

proximidades do lago artificial, onde já são verificadas erosões marginais, seguidas

pelo assoreamento do curso do arroio.

b) substituição das espécies exóticas, por nativas, adequadas aos locais e

aos objetivos requeridos, seja sombra, frutos, flores, entre outros propósitos, com

atenção especial aos espécimes de eucaliptos, que ocupam grande parte da

fitofisionomia, impedindo a regeneração plausível da floresta nativa; estes

exemplares poderão ser empregados em obras de infra-estrutura do parque, como,

por exemplo, na confecção de bancos, mesas, balanços e outros artefatos.

c) promoção de ações educativas que informem a população acerca dos

impactos ambientais já referidos, oriundos das ações antrópicas, ressaltando

também a conduta que se pressupõem em uma área de conservação, no que se

refere à reciclagem e ao descarte correto dos resíduos provenientes do lixo

doméstico, as pichações, tanto das árvores, quanto das construções, além de outras

atitudes que caracterizam o vandalismo.

d) visando a execução de atividades práticas de educação ambiental, com os

alunos das escolas locais e com a população em geral, recomenda-se, também, que

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sejam providenciadas placas de identificação, para algumas espécies, em

consonância com o catálogo proposto.

Diante de tudo isso, se reitera a importância da transversalidade da educação

ambiental, e a necessidade do desenvolvimento de atividades que promovam as

relações homem-natureza. Isto pode ser corroborado com o catálogo que foi

elaborado, onde se verificou um alto índice de desconhecimento da população

quanto à flora local.

Muitas das recomendações apresentadas, já estão figuradas em legislação

específica da cidade, mais precisamente na Lei Municipal 2.514/11, que instituiu a

Política do Meio Ambiente do Município de Feliz. O artigo 4º desta lei estabelece as

incumbências da esfera pública frente aos aspectos ambientais, e, dentre outras

ações, as de identificar, criar e administrar unidades de conservação com vistas à

proteção de mananciais e ecossistemas naturais, e de promover a conscientização

pública, por meio da educação ambiental nos níveis de ensino formal e informal.

No que se refere especificamente à proteção da flora nativa, destacamos o

artigo 68º da lei da política ambiental do Município de Feliz, que caracteriza como

infração ambiental, o ato de dificultar ou impedir a regeneração natural da vegetação

em unidades de conservação ou outras áreas protegidas. Em relação à poluição

ambiental e o descarte incorreto de resíduos, o artigo 9º da mesma lei, estabelece a

proibição do lançamento de qualquer tipo de resíduo, em qualquer estado físico, que

sejam prejudiciais aos organismos vivos, ou, ainda, que se tornem inconvenientes e

incômodos ao bem-estar público.

Com o levantamento etnobotânico, verificamos a riqueza de recursos

vegetais, tanto evidentes, quanto ocultos, que podem ser encontrados em áreas de

vegetação. Estes ambientes são verdadeiros “reservatórios” de substâncias

medicinais e alimentícias, que remontam os primórdios da civilização humana, além

de terem potenciais ornamentais e paisagísticos, com influência direta no bem-estar

da sociedade.

Por fim, para assegurar e promover a conservação da área de estudo, são

necessárias intervenções que almejem mitigar os diversos impactos ambientais

verificados neste inventário e referidos anteriormente. Portanto, se propõem que,

futuramente, seja elaborado um plano de manejo, que irá regimentar todas as ações

a serem desenvolvidas na unidade de conservação. Diante disso, este trabalho

fornece uma série de subsídios para elaboração deste plano de manejo, e serve

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como ponto de partida para a realização de outros estudos em áreas críticas do

município.

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APÊNDICE A – CATÁLOGO CIENTÍFICO

CATÁLOGO CIENTÍFICO D

DO PARQUE MUNICIPAL DE

Responsável: Samuel Cristiano Welter (Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas)

CATÁLOGO CIENTÍFICO DE PLANTAS ARBÓREAS

PARQUE MUNICIPAL DE FELIZ

CATÁLOGO CIENTÍFICO DE ESPÉCIES ARBÓREAS

O PARQUE MUNICIPAL DE FELIZ, RIO GRANDE DO

SUL, BRASIL

Responsável: Samuel Cristiano Welter (Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas)

Feliz – Rio Grande do Sul

Junho de 2013

53

DE PLANTAS ARBÓREAS DO

E ESPÉCIES ARBÓREAS

FELIZ, RIO GRANDE DO

Responsável: Samuel Cristiano Welter (Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas)

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