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Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica MAURA CRISTINA PORTO FEITOSA EFEITOS DA TERAPIA A LASER DE BAIXA INTENSIDADE E ÁCIDO GRAXO ESSENCIAL NO PROCESSO DE REPARO DE ÚLCERAS EM PÉ DIABÉTICO São José dos Campos, SP 2016

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Universidade do Vale do Paraíba

Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica

MAURA CRISTINA PORTO FEITOSA

EFEITOS DA TERAPIA A LASER DE BAIXA INTENSIDADE E ÁCIDO

GRAXO ESSENCIAL NO PROCESSO DE REPARO DE ÚLCERAS EM

PÉ DIABÉTICO

São José dos Campos, SP

2016

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MAURA CRISTINA PORTO FEITOSA

EFEITOS DA TERAPIA A LASER DE BAIXA INTENSIDADE E ÁCIDO GRAXO

ESSENCIAL NO PROCESSO DE REPARO DE ÚLCERAS EM PÉ DIABÉTICO

Tese de Doutorado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Biomédica como

complementação dos créditos para

obtenção do título de Doutora em

Engenharia Biomédica.

Orientadora: Profa. Dra. Emilia Angela Lo

Schiavo Arisawa

São José dos Campos, SP

2016

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FICHA CATALOGRÁFICA

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MAURA CRISTINA PORTO FEITOSA

Efeitos da terapia a Laser de baixa intensidade e ácido graxo essencial no processo de

reparo de úlceras em pé diabético

Tese de Doutorado aprovada como requisito

parcial à obtenção do grau de Doutora em

Engenharia Biomédica, do Programa de Pós-

Graduação em Engenharia Biomédica do

Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da

Universidade do Vale do Paraíba, São José dos

Campos, SP, pela seguinte banca

examinadora:

Presidente: Profa. Dr

a. Priscilla Fávero (UNIVAP)________________________________

Prof. Dra. Emilia Angela Loschiavo Arisawa (UNIVAP) ___________________________

Prof. Dra. Renata Amadei Nicolau (UNIVAP) ___________________________________

Profa. Dr

a. Vera Lúcia Conceição de Gouveia Santos (USP)__________________________

Profa. Dr

a.Veruska Cronemberger Nogueira Rêbelo (UESPI)_________________________

Prof. Dr. Airton Martin

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica

Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento- IP&D/ UNIVAP

São José dos Campos, 31 de março de 2016.

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Dedico

A Deus, por todas as maravilhas edificadas em minha vida, pela força diária, pelo

amparo nas horas difíceis, pela luz e pela paz, sempre em meu coração.

Aos meus pais Agostinho e Ozila pela educação a mim repassada, pelo amor

incondicional e apoio constante.

Ao meu esposo Valrian, por todo amor, companheirismo, dedicação, apoio e incentivo

diário.

Às minhas filhas lindas Maria Clara e Maria Júlia, alegria constante, razão de minha

paz, pela compreensão diante das ausências.

Ao meu filho amado João Artur, por ainda no ventre se comportar tão bem. Você é

meu presente de Deus, minha inspiração, força e impulso. Alargou meu coração, me

ensinando que devemos amar sempre mais.

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AGRADECIMENTOS

À Prof.a

Dr.a

Emilia Ângela Loschiavo Arisawa, orientadora querida, pessoa

iluminada, mulher de fé, pessoa humana que transborda sabedoria, gentileza e educação.

Muito obrigada pelos ensinamentos e pela agradável convivência.

À Prof.a

Dr.a

Renata Amadei pelas valiosas contribuições, que enriqueceram os

resultados deste árduo trabalho.

Ao colega Dr. Rauirys Alencar de Oliveira, por sempre me mostrar soluções. Por me

guiar em vários aspectos da pesquisa.

À Angioimagem, na pessoa do Dr. Valrian Feitosa, que gentilmente realizou

avaliações, exames de Doppler arterial e cedeu seus conhecimentos essenciais para o

desenvolvimento da pesquisa. Não posso esquecer que, a ideia de usar o Laser partiu do

médico angustiado em encontrar uma alternativa curativa para seus pacientes.

Ao Secretário de Saúde do Estado do Piauí, Dr. Francisco Costa, que sensibilizado com

os resultados da tese, prometeu implantação da Terapia a laser de baixa intensidade, no

projeto de Atenção ao pé Diabético, que atenderá a comunidade carente de cinco

macrorregiões no estado do Paiuí.

À Universidade Estadual do Piauí-UESPI e à Fundação de Amparo a Pesquisa do

Piauí – FAPEPI pelo apoio financeiro, essencial para a realização desta pesquisa.

Aos diabéticos, pacientes amáveis, que gentilmente participaram da pesquisa e

confiaram plenamente em nossa proposta, contribuindo de forma salutar durante todo o

processo.

Ao Ambulatório do Pé diabético do Centro Médico Lineu Araújo, na pessoa do Dr.

Cavalcante, a quem agradeço todo apoio.

À minha amiga Ana Flávia, companheira de luta, obrigada por compartilhar tamanha

aventura.

À Dra. Nayana Coelho pela torcida e contribuições na elaboração dos manuscritos.

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À Dra. Veruska Nogueira por me mostrar o caminho da Univap e pela disposição

constante em repassar seus conhecimentos.

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“O senhor é meu pastor, nada me faltará”.

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RESUMO

A Neuropatia diabética é uma das principais complicações desenvolvidas por indivíduos

portadores de diabetes, responsável pela alta taxa de morbimortalidade, decorrentes de

ulcerações nos pés e pernas que podem resultar em amputações. Tem impacto significativo na

saúde pública e no dispêndio de recursos com assistência médica. Entre os tratamentos

propostos, a terapia a laser de baixa intensidade (TLBI) tem comprovada atuação no processo

de reparo tecidual, no alívio da dor, na diminuição do processo inflamatório e na melhora da

vascularização. Surge como alternativa para tratamento de úlceras em pé diabético a aplicação

do óleo de girassol (Helianthus annuus), que apresenta aumento na umidade do local e acelera

o processo de reparo tecidual. Considerando o exposto, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a

efetividade da terapia a laser de baixa intensidade e o óleo de Helianthus annuus, de forma

isolada e combinada, no reparo de úlceras em pé diabético. A amostra foi composta por 32

pacientes diabéticos portadores de úlceras, divididos aleatoriamente em 4 quatro grupos

equivalentes: Grupo C: Controle, Grupo AGE: óleo de Helianthus annuus, Grupo TLBI:

terapia a Laser de baixa intensidade, Grupo TLBI+AGE: TLBI associada ao óleo de

Helianthus annuus. Os componentes do Grupo C foram instruídos a realizar a limpeza da

úlcera durante 30 dias, protocolo convencional de tratamento para essas úlceras; os do Grupo

AGE aplicaram 5 ml de óleo de Helianthus annuus nas úlceras, durante 30 dias. Para os

pacientes que receberam a aplicação da laserterapia (TLBI e TLBI+AGE), foi utilizado o

seguinte protocolo: 658 nm, 30 mW, dose 4 J/cm², contínua, em pontos equidistantes no leito

e ao redor da úlcera, totalizando 12 atendimentos em dias alternados. Os pacientes do Grupo

TLBI+AGE realizaram a aplicação diária do óleo de Helianthus annuus, conforme protocolo

descrito para o Grupo AGE e a TLBI seguiu o protocolo descrito anteriormente. Todos os

participantes da pesquisa foram submetidos, antes e após aplicação dos protocolos

terapêuticos propostos, a avaliações macroscópica das úlceras, ultrassom com doppler

colorido, Índice Tornozelo-Braquial e ao Inventário breve de dor, escala visual analógica. Os

dados foram submetidos ao teste estatístico de análise de variância One-Way ANOVA post

hoc test Wilcoxon, com Intervalo de Confiança de 95% e significância com p<0,05. Para

tanto os mesmos foram transferidos para o software GraphPad Prism 5.0. Os resultados

demonstraram diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p <0,05), observando-

se que o Grupo C apresentou aumento na área total da lesão; o Grupo AGE apresentou

estabilização na área total das úlceras, porém sem nenhum caso com percentual de reparo

completo; os grupos TLBI e TLBI+AGE apresentaram redução evidente na área da úlcera,

bem como significativo alívio da dor (p <0,05) e consequente melhora na qualidade de vida.

Os resultados obtidos demonstram que a TLBI potencializa a aceleração do processo de

reparo tecidual de úlceras em pé diabético, além de apresentar importante ação analgésica nos

pacientes estudados e que a associação da TLBI ao óleo de Helianthus annuus se apresenta

como uma importante estratégia terapêutica.

Palavras-chave: Diabetes, Cicatrização, Terapia a Laser de baixa intensidade, Helianthus

annuus.

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ABSTRACT

Diabetic neuropathy is one of the major complications developed by individuals with

diabetes, responsible for the high mortality rate resulting from ulcers in the feet and legs,

which can result in amputations. It has a significant impact on public health and on healthcare

resource expenditure. Among the proposed treatments, Low Level Laser Therapy (LLLT) has

proven to be effective in the tissue repair process, in relieving the pain, reducing inflammation

and improving vascularization. The implementation of the sunflower oil (Helianthus annuus

oil) comes as an alternative to treat ulcers in diabetic foot, which shows an increase of local

humidity and acceleration in the tissue repair process. Considering the above, the objective of

this research was to evaluate the effectiveness of Low-Intensity laser therapy and oil

Helianthus annuus, in an isolated and combined manner, in the ulcers repair in the diabetic

foot. The sample consisted of 32 diabetic patients with ulcers, randomly divided into 4 four

equal groups: Group C: Control, Group AGE: Oil Helianthus annuus, Group LLLT: Low

Level Laser Therapy, Group LLLT+AGE: associated LLLT with oil Helianthus annuus. The

components of Group C were instructed to cleanse the ulcer for 30 days, following a standard

treatment protocol for these ulcers; the Group AGE applied 5 ml of Helianthus annuus oil in

the ulcers for 30 days. For the patients who have received the application of laser therapy

(LLLT and LLLT+AGE), the following protocol was done: 658 nm, 30 mW, dose 4 J/cm²

continuous, in equidistant points in the wound bed and around the ulcer, totalizing 12 visits in

alternated days. The patients in Group LLLT+AGE applied the Helianthus annuus oil daily,

as described in the protocol for Group AGE and the LLLT followed the protocol described

previously. All the research participants were submitted to, before and after the application of

the therapeutic protocols proposed, ulcer macroscopic evaluations, colored Doppler

ultrasound, Ankle-Brachial Index and to the Brief Pain Inventory, the Analogical Visual

Scale. The data were subjected to statistical test analysis of variance One -way ANOVA post

hoc test Wilcoxon with 95 % confidence interval and significance with p < 0.05. To do so

they were transferred to GraphPad Prism 5.0 software. The results showed a statistically

significant difference among the groups (p< 0.05), it was observed that Group C presented an

increase in the whole injury area; Group AGE presented a stabilization in the whole ulcer

area, however without any case with a complete repair percentage; Groups LLLT and

LLLT+AGE showed a clear reduction in the ulcer area as well as significant relief of pain (p

< 0.05), and consequently improved quality of life. The obtained results show that LLLT

strengthens the acceleration of the tissue repair process in diabetics’ foot, besides presenting

an important analgesic action in the patients studied and that the association of LLLT to the

Helianthus annuus oil presents itself as an important therapeutic strategy.

Key-words: Diabetes, healing, low level laser therapy, Helianthus annuus

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Imagem digital da mensuração da úlcera ................................................................. 36

Figura 2 - Escala Visual Analógica (EVA) .............................................................................. 37

Figura 3 - Realização do ITB ................................................................................................... 37

Figura 4 - Registro do exame de ultrassom arterial com doppler colorido realizado pelo

médico (imagem A) e artéria tibial posterior (imagem B). ...................................................... 38

Figura 5 - Aplicação do óleo de Helianthus annuus. ............................................................... 39

Figura 6 - Especificações da caneta utilizada no protocolo (imagem A), aplicação da TLBI

(imagem B) Laser de baixa intensidade utilizado na pesquisa (imagem C) ............................. 40

Figura 7 - Imagem do curativo após realização do protocolo .................................................. 41

Figura 8 - Imagens digitais de úlceras em pés diabéticos dos pacientes do Grupo C: (A) Pré

aplicação do protocolo de tratamento; (B) Pós aplicação do protocolo de tratamento ............ 44

Figura 9 - Imagens digitais de úlceras em pés diabéticos dos pacientes do Grupo AGE: (A)

Pré aplicação do protocolo de tratamento; (B) Pós aplicação do protocolo de tratamento ...... 45

Figura 10 - Imagens digitais de úlceras em pés diabéticos dos pacientes do Grupo TLBI: (A)

Pré aplicação do protocolo de tratamento; (B) Pós aplicação do protocolo de tratamento ...... 46

Figura 11 - Imagens digitais de úlceras em pés diabéticos dos pacientes do Grupo TLBI +

AGE: (A) Pré aplicação do protocolo de tratamento; (B) Pós aplicação do protocolo de

tratamento ................................................................................................................................. 47

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Parâmetros de aplicação Laser de baixa intensidade ............................................. 40

Quadro 2 - apresenta a caracterização da amostra quanto ao número de pacientes por grupo,

faixa etária, gênero (H- masculino; M-feminino), localização anatômica, tempo de evolução

da úlcera, fototipo, glicemia de jejum, tempo de diabetes, etiologia da úlcera e fototipo,

glicemia de jejum, tempo de diabetes, etiologia da úlcera e faixa de variação do tamanho das

lesões: ....................................................................................................................................... 42

Quadro 3 - Resumo dos resultados ........................................................................................... 50

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADA - Associação Americana de Diabetes

AGE - Ácido Graxo essencial

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa

cm2

- Centímetros Quadrados

DAOP - Doença arterial obstrutiva periférica

DCCT - Diabetes Control and Complications Trial

DM - Diabetes mellitus

GAGE - Grupo Tratamento Ácido Graxo Essencial

GC - Grupo Controle

GTLBI - Grupo Terapia a Laser de Baixa Intensidade

IP&D - Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento

Mm - milímetros

OMS - Organização Mundial de Saúde

SF-36 - Short Form 36 Health Survey

TLBI - Terapia a Laser de Baixa Intensidade

TLBI+AGE - Grupo Terapia a Laser de Baixa Intensidade associado a aplicação Ácido

Graxo Essencial

UESPI - Universidade Estadual do Piauí

UNIVAP - Universidade Vale do Paraíba

VEGF - Fator de Crescimento Endotelial Vascular

W - Watts

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 17

2.1 Objetivo Geral: ................................................................................................................. 17

2.2 Objetivos Específicos:....................................................................................................... 17

3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 18

3.1 Diabetes Mellitus .............................................................................................................. 18

3.1.1 Complicações do Diabetes Mellitus................................................................................ 20

3.1.2 Neuropatia diabética ....................................................................................................... 21

3.2 Reparo Tecidual ................................................................................................................ 23

3.3 Classificação dos Processos Biológicos de Cicatrização ................................................ 23

3.3.1 Fase inflamatória ........................................................................................................... 24

3.3.2 Fase proliferativa ............................................................................................................ 24

3.3.3 Fase de maturação .......................................................................................................... 25

3.4 Terapia a Laser de Baixa Intensidade ............................................................................ 26

3.5 Óleo de Helianthus Annuus ............................................................................................. 28

3.6 Ultrassom com Doppler Arterial de Membros Inferiores ............................................ 29

3.7 Qualidade de Vida ............................................................................................................ 31

4 MATERIAL E MÉTODO .................................................................................................. 34

4.1 Aspectos Éticos .................................................................................................................. 34

4.2 Tipo de Estudo e Local da Pesquisa ................................................................................ 34

4.3 População e Amostra ........................................................................................................ 34

4.4 Procedimentos ................................................................................................................... 35

4.4.1 Avaliação do paciente ..................................................................................................... 35

4.4.2 Caracterização da úlcera ................................................................................................ 35

4.4.3 Imagem digital ................................................................................................................ 36

4.4.4 Percepção da dor ............................................................................................................ 36

4.4.5. Índice tornozelo/braquial (ITB) .................................................................................... 37

4.4.6. Ultrassom arterial com doppler colorido ...................................................................... 38

4.4.7 Estratégia de acompanhamento do grupo controle: Grupo C ...................................... 38

4.4.8 Estratégia de aplicação do óleo de Helianthus annuus: Grupo AGE .......................... 39

4.4.9 Estratégia de tratamento com TLBI - Grupo TLBI ...................................................... 39

4.4.10 Estratégia para terapia combinada- Grupo TLBI+AGE ............................................ 40

4.4.11 Curativo ......................................................................................................................... 41

4.5 Análise Estatística ............................................................................................................. 41

5 RESULTADOS .................................................................................................................... 42

5.2 Avaliação da Dor em Pacientes Portadores de Pé Diabético ........................................ 47

5.3 Análise das Variações do Índice Tornozelo/Braquial- ITB .......................................... 48

5.4 Aferição do Calibre dos Vasos pelo Ultrassom com Doppler Arterial ........................ 49

5.5 Análise dos Domínios da Qualidade de Vida em Portadores de Úlceras em Pé

Diabético .................................................................................................................................. 49

6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 51

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7 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 57

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 58

ANEXO A – Parecer CEP ..................................................................................................... 64

ANEXO B – Carta de Anuência ............................................................................................ 67

ANEXO C – FICHA DE AVALIAÇÃO ............................................................................... 68

ANEXO D - INVENTÁRIO BREVE DE DOR .................................................................. 70

ANEXO E – Laudo Técnico ................................................................................................... 71

ANEXO F – Artigos ................................................................................................................ 72

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

.................................................................................................................................................. 76

APÊNDICE B: DADOS BRUTOS E SIGNIFICÂNCIA .................................................... 78

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1 INTRODUÇÃO

Diabetes mellitus (DM), síndrome de etiologia múltipla caracterizada por

hiperglicemia crônica e outros distúrbios metabólicos, apresenta-se hoje como uma epidemia

mundial. Está associado a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos e

compreende um grupo heterogêneo de causas e manifestações clínicas, que ocasionam

modificações no metabolismo de proteínas, gorduras, sais minerais e principalmente glicose,

decorrentes da falta absoluta ou relativa de insulina. Em longo prazo, esse processo evolui

com complicações micro, macrovasculares e neuropáticas (BRASIL, 2012). Nas últimas

décadas, DM tem se constituído em sério e crescente problema de saúde pública em todo o

mundo devido ao aumento de sua prevalência, morbidade e mortalidade. A Organização

Mundial da Saúde (OMS) acredita que o número de portadores de DM no mundo, estimado

em 177 milhões no ano de 2000, alcance hoje cifra em torno de 350 milhões de portadores,

atribuindo esse crescimento ao aumento de sobrevida, à disseminação de dietas inadequadas e

ao sedentarismo (WHO, 2014).

O grande impacto econômico ocorre notadamente nos serviços de saúde, como

consequência dos crescentes custos do tratamento da doença e, sobretudo, das complicações

dela decorrentes. Uma das complicações mais comuns é o pé diabético, caracterizado pela

infecção, ulceração e/ou destruição dos tecidos profundos, associado a anormalidades

neurológicas e vários graus de doença vascular periférica nos membros inferiores. No Brasil,

acredita-se que DM responde por 40-70% das amputações não traumáticas de membros

inferiores. Além dos recursos gastos com hospitalização prolongada, reabilitação do indivíduo

e expressiva necessidade de cuidados domiciliares, há custos indiretos devido à perda de

produtividade e ao considerável impacto na qualidade de vida (CHAMILIAN et al., 2013).

Amaral et al. (2014), em estudo que envolveu mais de 2500 pacientes com

síndrome do pé diabético, verificaram que a redução significativa da taxa de amputação e de

letalidade apontavam para a eficácia econômica do desenvolvimento e criação de

departamentos ou centros especializados para o tratamento adequado desses pacientes.

Até o início da década de 80, desconheciam-se os mecanismos da radiação

eletromagnética em nível molecular e celular (KARU, 1987). Trabalhos científicos realizados

ao longo da década de 80 (KARU et al., 1982; KARU; PYATIBRAT; KALENDO, 1995)

estabeleceram as bases para a compreensão dos mecanismos moleculares associados aos

efeitos da luz sobre as células. Testes clínicos com aplicação de Laserterapia no processo de

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cicatrização de úlceras em seres humanos já foram liberados pela agência norte-americana

Food and Drug Administration (FDA- Administração de Alimentos e Medicamentos) que

controla o uso de medicamentos e alimentos nos Estado Unidos (KARU, 2013).

Trabalhos desenvolvidos no Brasil demonstraram a eficiência deste recurso para o

tratamento de diversos tipos de úlceras (AMÂNCIO, 2003). A úlcera de membros inferiores é

caracterizada por perda circunscrita ou irregular do tegumento (derme e hipoderme),

geralmente relacionada ao sistema vascular, arterial ou venoso (FRADE et al., 2015). O

emprego de fontes de luz de baixa intensidade, como diodos emissores de luz (Light Emiting

Diode- LEDs) ou laser de baixa intensidade, pode propiciar um recurso terapêutico opcional

aos convencionais ou ser utilizado em conjunto com estes, com a vantagem do baixo custo e

comprovada eficiência no tratamento de úlceras (DIAS et al., 2009).

Óleos de origem vegetal são utilizados em ferimentos, principalmente em países

da América Latina. Nestes óleos, os ácidos graxos mais abundantes são o oleico (MARTINS

DE LIMA et al., 2007), linoleico (HATANAKA; CURY, 2007) e linolênico (FERREIRA et

al., 2012). Estudos têm sido realizados com intuito de esclarecer os efeitos do óleo de girassol

(Helianthus annuus) no processo de reparo de feridas de diversas etiologias (OTRANTO; DO

NASCIMENTO; MONTE-ALTO-COSTA, 2010). Embora a maioria das pesquisas científicas

utilizasse modelos animais, a efetividade da terapêutica em humanos vem mostrando

resultados satisfatórios (FERREIRA et al., 2012).

A cidade de Teresina tem hoje 5,6% de sua população atingida pelo diabetes,

conforme diagnóstico médico referido (VIGITEL, 2014). Há um amplo grupo que desconhece

sua condição patológica e os riscos envolvidos. Some-se a isso a total ausência, até o

momento, de ações na Academia ou na Gestão pública com objetivo de avaliar a situação de

saúde relacionada à neuropatia diabética. Tem-se então um cenário fértil para

desenvolvimento da complicação e ainda inadequadamente organizado para tratá-la.

Portanto, a utilização da terapia a Laser de baixa intensidade (TLBI) e sua

combinação com a aplicação de óleo de Helianthus annuus no tratamento de úlceras em pé

diabético pode se apresentar como uma nova proposta terapêutica, visando à cura dessas

lesões, a melhoria na qualidade de vida dos indivíduos acometidos, bem como diminuir os

custos assistenciais de tratamento do sistema de saúde.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral:

Avaliar e comparar os efeitos da aplicação da terapia a Laser de baixa intensidade

(TLBI) e do óleo Helianthus annuus, isoladamente ou em associação, no processo de reparo

em portadores de úlceras decorrentes de Diabetes mellitus não controlado.

2.2 Objetivos Específicos:

Analisar a evolução das lesões cutâneas diabéticas tratadas com óleo de

Helianthus annuus e TLBI, isolados ou em associação.

Analisar os resultados do Índice Tornozelo/Braquial (ITB) e Ultrassom de

membro inferior com Doppler arterial antes e após a aplicação de diferentes protocolos.

Verificar comparativamente os efeitos resultantes da aplicação dos diferentes

protocolos de intervenção terapêutica no processo de reparo tecidual, sua influência sobre a

dor e a qualidade de vida dos pacientes voluntários.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Diabetes Mellitus

Diabetes mellitus (DM) caracteriza-se por hiperglicemia crônica com distúrbios

do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. Embora na literatura existam vários

conceitos de diabetes, segundo a publicação do Comitê Internacional de Especialistas, que

trabalhou sob o patrocínio da ADA, DM foi definido como um grupo de doenças metabólicas

caracterizado por uma hiperglicemia resultante de defeitos na secreção de insulina, na ação da

insulina ou em ambas. Este quadro de hiperglicemia crônica está associado, após longos

períodos, ao prejuízo e à falência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, coração

e vasos sanguíneos (ADA, 2009).

O DM é uma doença crônica que requer acompanhamento e tratamento médicos

contínuos, educação voltada para o autocuidado e apoio para prevenir complicações agudas e

reduzir o risco daquelas que surgem em longo prazo (PETERS et al., 2015).

Munidos do conhecimento sobre a história natural e epidemiologia de doença tão

devastadora, gestores e profissionais da saúde dispõem de ferramentas para intervir em

diferentes momentos, buscando evitar ou minimizar danos progressivos que ela impõe

(MORETTI et al., 2009).

DM tem sido classificado como: DM tipo I, DM tipo II, DM gestacional e outros

tipos específicos. DM tipo I representa 5% a 10% dos casos, é resultante, primariamente, da

destruição das células beta do pâncreas e tem tendência a cetoacidose. Inclui casos

decorrentes de doença autoimune, embora em alguns casos a causa da destruição das células

beta não seja conhecida. Pode, ainda, estar associado à outras doenças autoimunes, como

tireoidite de Hashimoto, doença de Addison e miastenia gravis. A forma rapidamente

progressiva é comumente observada em crianças e adolescentes, porém pode ocorrer na idade

adulta (ADA, 2009).

DM tipo II acomete, aproximadamente, 95% dos portadores da doença,

geralmente aparece após os 40 anos de idade e está associado à obesidade, em razão da

obesidade diminuir o número de receptores da insulina nas suas células-alvo por todo o corpo.

Isso faz com que a quantidade disponível desse hormônio seja menos eficaz na promoção de

seus efeitos metabólicos usuais (HASHIMOTO; KOGA, 2015).

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 366 milhões de pessoas no

mundo tenham diabetes, e que este número possa dobrar até 2030. Anualmente, mais de um

milhão de pessoas morrem no mundo com diabetes. Cerca de 2/3 desta população vive em

países em desenvolvimento, onde a epidemia tem maior intensidade. Nesses locais os grupos

etários mais jovens têm sido mais acometidos, sendo que metade dos indivíduos não sabe que

é portador da doença e 90% destes apresentam DM tipo II (WHO, 2014).

O significado e a importância individual e social do DM advêm das complicações

de caráter degenerativo que ocorrem após 5 a 10 anos de início da doença e que podem afetar

olhos (retinopatia) causando cegueira; rins, resultando em insuficiência renal; aceleração da

aterosclerose dos vasos de grande e médio calibre (doença macrovascular), com riscos

acrescidos de infarto do miocárdio (IAM) ou acidente vascular cerebral (AVC) e, finalmente,

neuropatia periférica (NP), associada à arterioesclerose dos vasos de pequeno diâmetro, que

predispõe a problemas isquêmicos e infecciosos das extremidades, levando à ulceração,

gangrena e amputação (PETERS et al., 2015).

Segundo o Ministério da Saúde, 40-60% de todas as amputações não traumáticas

nos membros inferiores são realizadas em pacientes diabéticos, 85% das amputações são

precedidas de úlceras, quatro entre cinco úlceras são precipitadas por traumas externos, sendo

a incidência anual 2%. O pé diabético desponta como uma das mais impactantes neuropatias

sobre a qualidade de vida do indivíduo, e nos recursos financeiros do sistema de saúde

(BRASIL, 2012),

Com base no parâmetro de que 50% das amputações não traumáticas em membros

inferiores ocorrerem em pessoas diabéticas foi estimado o número de casos de amputação

atribuíveis ao DM, para o Brasil e regiões, no período de 1998 a 2003. O valor médio dessa

taxa é de 0,75 internações por 10.000 habitantes, com variação regional (BRASILEIRO

FILHO, 2011).

Ullah et al. (2015) apontaram que a assistência ao diabético com úlceras

recorrentes apresentavam, com menor frequência, a amputação como desfecho quando feita

por equipe clínica especializada. Muitos outros estudos indicaram a prática da

multidisciplinaridade e da especialização da equipe como estratégias viáveis para redução de

custos e aumento da eficácia dos procedimentos. Tais estratégias são capazes de gerar

reduções nas taxas de amputação de membros que variam de 40-90% em diferentes

casuísticas (KRISHNAN et al., 2008).

Amaral et al. (2014) realizaram um estudo sobre amputações de membros,

conduzido na Inglaterra, a partir de dados provenientes de todos os hospitais do Serviço

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Nacional de Saúde (National Health Service- Reino Unido). Os autores foram taxativos: “O

tratamento de úlceras de pé diabético requer uma abordagem multidisciplinar, incluindo

revascularização e procedimentos cirúrgicos, bem como tratamento da infecção, a reabilitação

fisioterápica com recursos elétricos e fototerápicos para controle do edema, dor, distúrbios

metabólicos, desnutrição tissular, comorbidades, tratamento meticuloso da ferida e

descompressão biomecânica. Assim, a atenção especializada às úlceras deve ser acessível a

todos os pacientes bem como prioridade na prevenção de amputações”.

Retardos no tratamento devido à subestimação da severidade da doença,

desconhecimento do potencial de gravidade das úlceras de pé ou o não reconhecimento do

sinal de doença multiorgânica pelo paciente e pelo médico, muitas vezes são os responsáveis

pelos maus resultados (ULLAH et al., 2015). O controle glicêmico tem grande impacto na

redução da incidência de complicações. O estudo Implications of the United Kingdom

Prospective Diabetes study (UKPDS) mostrou que o controle intensivo da glicemia diminui

em 35% as complicações microvasculares para cada 1% da redução da hemoglobina

glicolisada em pacientes diabéticos do Tipo II. O estudo Diabetes Control and Complications

Trial (DCCT) demonstrou que o tratamento intensivo reduziu o risco de neuropatia periférica

em 50% em relação ao grupo com tratamento convencional em diabéticos do Tipo I. Além da

neuropatia, outros fatores contribuem para o surgimento do pé diabético, como infecções,

especialmente as fúngicas, mais comuns em diabéticos descompensados. Assim, o diagnóstico

precoce e o cuidado com a doença de base jamais devem ser preterido (SALGADO et al.,

2007).

3.1.1 Complicações do Diabetes Mellitus

A patogênese das complicações crônicas do diabetes é multifatorial, envolvendo

fatores genéticos e metabólicos. Essas complicações podem ser explicadas por três

mecanismos: glicação das proteínas, via do poliol e distúrbios hemodinâmicos.

Glicação das proteínas

Na presença de hiperglicemia, a glicose pode ser incorporada à proteína numa

reação não enzimática, alterando sua estrutura e função. Essas proteínas, denominadas

glicadas, lentamente formam complexos proteicos denominados de Advanced Glycation End

Products (Produtos finais de glicação avançada) ou AGES. Os AGES ligam-se a seus

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receptores nos tecidos causando lesões. Nos vasos, sua presença causa ativação de

macrófagos, liberação do Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF α), citocinas e fatores de

crescimento levando ao espessamento do endotélio, à diminuição da resposta vasodilatadora e

consequente aumento da permeabilidade. Essas alterações levam à disfunção do sistema

vascular (PEREZ; FLORES; GONZALEZ, 2012).

Via do Poliol

Com a presença de hiperglicemia, ocorre a ativação da via do poliol, cujo produto

final é a frutose. A enzima aldose redutase está presente na retina, cristalino, papilas renais,

células de Schwann e aorta. O subproduto da reação é o sorbitol, que é metabolizado

lentamente dentro da célula. O acúmulo de sorbitol na célula nervosa acontece na bainha de

Schwann e leva à diminuição do mioinositol. Observa-se, então, diminuição da condução

nervosa seguida de degeneração da mielina da fibra nervosa, com alteração da sensibilidade

(EISENBARTH, 2010).

Distúrbios Hemodinâmicos

Estudos demonstraram que a hiperglicemia induz o processo de superprodução de

superóxido, por uma reação em cadeia de transporte de elétrons na mitocôndria, sendo o

evento chave na ativação de todos os outros caminhos na patogênese das complicações

diabéticas. Por seu efeito osmótico, a hiperglicemia aumenta a pressão hidrostática dos

capilares, principalmente nos glomérulos renais, aumentando a filtração de macromoléculas e

proteínas (SIMÕES; BANDEIRA, 2003).

3.1.2 Neuropatia diabética

A neuropatia diabética é definida como a presença de sinais e sintomas de

disfunção dos nervos periféricos atribuída exclusivamente ao diabetes (BERTOLOTTO;

MASSONE, 2012). Os sintomas incluem dores em queimação, pontadas, parestesia,

sensações de frio e calor e hiperestesia, que tendem a uma exacerbação noturna. Os sinais

incluem a redução da sensibilidade à dor, vibração e temperatura, hipotrofia dos pequenos

músculos interósseos (dedos em garra e em martelo), anidrose e distensão das veias dorsais

dos pés. A disfunção autonômica leva ao aumento dos shunts arteriovenosos, tornando o pé

quente e insensível, identificado como pé em alto risco (MAINKA; MAIER; ENAX, 2015).

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A neuropatia diabética periférica é multifatorial e suas causas se relacionam à

hiperglicemia de longa duração e à isquemia das fibras nervosas sensitivas, motoras e

autonômicas. A hiperglicemia e a isquemia levam ao espessamento das paredes vasculares e

obstrução do fluxo sanguíneo. Sua evolução pode ou não ser reversível (BERTOLOTTO;

MASSONE, 2012).

Na neuropatia sensitiva ocorre diminuição ou ausência das sensibilidades tátil,

térmica, de pressão e propriocepção. A ausência desta última leva à perda dos reflexos

tendinosos profundos. Na neuropatia sensorial o indivíduo perde a sensibilidade protetora

para a percepção da dor ou pressão, expondo o pé a risco para o desenvolvimento de lesões

em consequência de trauma repetitivo. A presença de objetos estranhos dentro dos calçados,

calçados inadequados que deixam grande parte dos pés expostos e com dobras ou costuras

internas que podem escoriar a pele. A dor ou a sua ausência, dormência ou diminuição da

sensibilidade postural podem resultar em alterações na marcha, que contribuem para a

formação de calosidades (FERRARI et al., 2010).

Os nervos motores controlam a contração muscular. Uma alteração em sua função

pode resultar em atrofia e enfraquecimento da musculatura intrínseca dos pés, com

consequente desequilíbrio da harmonia dos seus vários grupos musculares. Esse desequilíbrio

leva a deformidades como dedos em garra e martelo (domínio dos músculos flexores sobre os

extensores), pé em cavum (acentuada curvatura do pé) e pontos de pressão em algumas áreas

dos pés (principalmente na cabeça dos metatarsos, região dorsal e plantar dos dedos dos pés)

alterando o padrão normal da marcha (BROWNRIGG et al., 2015).

Com o comprometimento das fibras autonômicas simpáticas ocorre a diminuição

ou ausência total da secreção sudorípara (anidrose), tornando o pé seco e favorecendo a

formação de fissuras e rachaduras que são porta de entrada para infecções oportunistas. A

proteção natural e a integridade da pele tornam-se menos eficientes expondo o pé a risco para

lesões mecânicas (BERTOLOTTO; MASSONE, 2012).

Há também a perda do tecido subcutâneo, que embora não tenha claramente

elucidada sua associação com a neuropatia, aumenta os pontos de pressão nos pés. Além

disso, é observada a alteração do fluxo vascular nas plantas dos pés devido ao relaxamento

dos shunts arteriais. A abertura desses shunts aumenta o fluxo sanguíneo para fora dos

capilares nutrientes e para a superfície da pele, elevando a temperatura do pé (MAINKA;

MAIER; ENAX, 2015).

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3.2 Reparo Tecidual

O processo de reparo tecidual é complexo e multifatorial. Apresenta uma

sequência de eventos que envolvem fenômenos bioquímicos e fisiológicos cujo principal

objetivo é restabelecer o tecido lesionado, quer a lesão tenha sido traumática ou necrótica

(ISAAC et al., 2010).

Quando a integridade do tecido cutaneomucoso sofre solução de continuidade,

resultando em uma lesão, poderá atingir desde a camada mais superficial da pele, a epiderme,

até estruturas profundas como fáscias, músculos, aponeuroses e órgãos cavitários. Este dano

tecidual que rompe a integridade de um tecido ou órgão, conceituado genericamente de ferida,

tem a capacidade de desencadear um processo de reparo tissular (ULLAH et al., 2015).

O processo de reparo ocorre para restaurar a integridade anatômica e funcional do

tecido, vários eventos bioquímicos e celulares estão envolvidos na resposta tecidual à lesão,

dos quais depende a qualidade do reparo, resultando no processo dinâmico interativo que

envolve mediadores solúveis, formação de elementos sanguíneos, matriz extracelular e células

parenquimatosas (ABREU; OLIVEIRA, 2015).

3.3 Classificação dos Processos Biológicos de Cicatrização

Abreu e Oliveira (2015) consideram três fases de limites não muito distintos,

sobrepostas no tempo: inicialmente, um estágio inflamatório seguido por um estágio de

proliferação com formação do tecido de granulação, com deposição de matriz extracelular e

finalizando no estágio de remodelação com o reparo da lesão. Moore, Webster e Samurivo

(2015) classificaram o processo cicatricial de forma mais completa, dividindo-o em cinco

fases: coagulação, inflamação, proliferação, contração da ferida e remodelação, discutidas a

seguir.

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3.3.1 Fase inflamatória

A fase inflamatória, também denominada de fase exsudativa, reativa ou defensiva,

ocorre no momento em que a integridade do tecido é rompida e se estende por um período de

três a seis dias. As reações inflamatórias agudas estão intimamente ligadas ao aumento da

permeabilidade capilar, pela liberação de mediadores químicos, permitindo aporte prevalente

de células mononucleares, principalmente macrófagos, que promovem a digestão do tecido

morto, tendo como função preparar o local da lesão para o crescimento de um novo tecido e

se divide em três etapas distintas: trombocítica, granulocítica e macrofágica (RIBEIRO et al.,

2013).

Para Mandelbaum, Di Santis e Mandelbaum (2003) o macrófago é a célula

inflamatória mais importante dessa fase, pois fagocita bactérias, debrida corpos estranhos e

direciona o desenvolvimento de tecido de granulação.

Nesta fase ocorre conversão do fibrinogênio em fibrina pela ação da trombina. A

vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular, permitem o extravasamento de líquido

plasmático para o meio extravascular, bem como a ativação de fatores de crescimento.

Durante a vasodilatação ocorre a marginação leucocitária, caracterizada pela orientação

periférica dos leucócitos, que migram para o tecido intersticial, processo denominado

diapedese ou leucodiapedese. Os neutrófilos, atraídos por agentes quimiotáticos, migram para

o tecido lesionado, evento chamado de quimiotaxia. A partir daí, inicia-se o processo de

fagocitose, onde os leucócitos realizam a digestão enzimática dos restos celulares e teciduais.

Os neutrófilos apresentam vida curta de 6 a 24 horas sendo substituídos por monócitos

(ISAAC et al., 2010).

3.3.2 Fase proliferativa

Em seguida à fase inflamatória, ocorre a proliferativa, também conhecida como

fase de regeneração, reconstrutiva ou fibroblástica, que se estende por aproximadamente três a

quatro semanas e que tem como característica básica o desenvolvimento do tecido de

granulação composto por capilares e a reconstituição da matriz extracelular com deposição de

colágeno, fibronectina e outros componentes proteicos. A participação dos fibroblastos é

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importante pela sua intensa capacidade de síntese de proteínas e multiplicação celular,

produzindo substância fundamental e fibras colágenas. Esta fase é o “fechamento” da ferida

propriamente dita e envolve a angiogênese, proliferação fibroblástica e epitelização

(RIBEIRO et al., 2013).

Para Mandelbaum, Di Santis e Mandelbaum (2003) a primeira fase da

proliferação é a reepitelização, ocorrendo migração dos queranócitos (não danificados das

bordas da ferida e dos anexos epiteliais) com plano de movimento determinado pelo conteúdo

de água no leito da ferida. A proliferação fibroblástica corresponde à segunda etapa da fase de

reparação inclui a fibroplasia e formação da matriz, que é importante para a formação do

tecido de granulação.

Ocorre deposição de fibronectina sobre o arcabouço de fibrina, formando o

fibronexus, secreção de colágeno III e a síntese de outros elementos matriciais, sendo o

fibroblasto o maior responsável por estas mudanças estruturais. O colágeno é continuamente

formado no interior da lesão, ligando-se à fibronectina para neoformação tissular

(MANDELBAUM; DI SANTIS; MANDELBAUM, 2003).

3.3.3 Fase de maturação

De acordo com Isaac et al. (2010) a fase reparadora ou de maturação é a última e a

mais longa fase da cicatrização, tendo início em torno da terceira ou quarta semana após o

dano tecidual e se estendendo por até dois anos, dependendo do grau, extensão e local da

lesão. Durante este período permanecem a proliferação de fibroblastos e a deposição de

colágeno, os quais comprimem a neoformação capilar, diminuindo a vascularização e

provocando a queda da produção de substância fundamental.

Abreu e Oliveira (2015) descrevem esta fase de remodelação como um retrocesso

do tecido de granulação com aumento da força tensil e reorientação das fibras de colágeno. A

cicatrização normal tem aproximadamente 80% da força de tensão da pele normal, não é

volumosa e é plana (MANDELBAUM; DI SANTIS; MANDELBAUM, 2003).

As três fases descritas do processo de cicatrização: Inflamatória, proliferativa e de

maturação ou remodelamento, podem ser divididas para estudos experimentais, de acordo

com o tempo médio em que se processam. A fase Inflamatória do 1º ao 7º dia, a proliferativa

do 5º ao 21º dia e a de remodelamento, a partir do 14º dia.

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3.4 Terapia a Laser de Baixa Intensidade

A utilização da terapia a laser de baixa intensidade (TLBI) tem sido investigada há

aproximadamente 30 anos. Entretanto, pesquisadores e terapeutas têm questionado os

benefícios clínicos desta técnica devido aos resultados divergentes encontrados na literatura,

em razão da carência de padronização metodológica nos estudos, bem como de sua

aplicabilidade clínica, especialmente em se tratando da utilização deste recurso nas fases

iniciais do reparo tecidual (MEDEIROS et al., 2010).

O laser de baixa intensidade vem sendo utilizado para acelerar o processo de

reparo de diferentes tecidos, incluindo tecido muscular, promovendo um aumento no número

de mitose e o desenvolvimento de células epiteliais que resulta em aumento da vascularização

e síntese de colágeno pelos fibroblastos nos sítios da lesão. Estudos realizados por Moreira et

al. (2011) e Nogueira et al. (2014) demonstraram que o laser de baixa intensidade aumenta a

deposição de colágeno no tecido, contribuindo de forma significativa no processo de reparo.

De acordo com Bertolini et al. (2011) o laser de baixa intensidade exerce efeitos

biológicos nos tecidos por meio de energia luminosa. Esta energia se deposita sobre os

mesmos e se transforma em energia vital, produzindo, então, efeitos diretos, indiretos e

terapêuticos gerais, proporcionando ações de natureza analgésica, anti-inflamatória e

antiedematosa devido a ativação da microcirculação provocada pela luz, que resulta em

alterações na pressão hidrostática capilar, com redução do edema e eliminação do acúmulo de

metabólitos intermediários.

A terapia a Laser de baixa intensidade (TLBI) representa uma alternativa de

tratamento para processos que envolvam reação inflamatória, dor e necessidade de

regeneração tecidual, pois apresenta melhor reposta à inflamação, promovendo diminuição do

edema decorrente do processo inflamatório, minimização do quadro álgico e bioestimulação

de células envolvidas no reparo tecidual (LINS et al., 2010).

A TLBI pode provocar efeito sistêmico pelas alterações no metabolismo tanto no

local da irradiação como em áreas mais distantes, fato que pode ser explicado pela liberação

de substâncias na corrente sanguínea, bem como pela vasodilatação e aumento do fluxo

sanguíneo (PELEGRINI; VENANCIO; LIEBANO, 2012).

Foi observado que o laser de baixa intensidade promove aumento na quantidade

de fibroblastos em tecidos irradiados, proporcionando elevação significativa na proliferação

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fibroblástica e redução do infiltrado inflamatório, demonstrando assim que o laser de baixa

intensidade acelera o processo de reparação tecidual (LEAL; BEZERRA; LEMOS, 2012).

De acordo com ANDRADE; LIMA; ALBUQUERQUE (2010) o processo de

interação do laser com o tecido vivo depende de alguns fatores, tais como comprimento de

onda, nível de energia depositado, frequência de tratamento e ainda do estado do tecido

irradiado.

Para Gonçalves et al. (2010) essa atividade biológica induzida pelo laser é

provavelmente resultado da aceleração da transferência de elétrons na cadeia respiratória por

fotoindução e, consequentemente, o aumento da síntese de ATP mitocondrial. Assim, se

supõe que esse estado eletronicamente excitado das moléculas promova o aumento do

metabolismo celular em vários tecidos e melhore uma variedade de processos fisiológicos e

fisiopatológicos, tais como a cicatrização de feridas. Dessa maneira, a TLBI modula a

resposta inflamatória, levando à maior deposição de fibras colágenas e aumento do número

médio de vasos neoformados, além da redução de edema e do processo inflamatório.

Para Karu (2013) o aumento da energia e da oxigenação celular, melhora da

microcirculação e síntese de proteínas sinalizadoras especializadas, como os fatores de

crescimento, têm mostrado ser influenciados pelos fótons, razão pela qual a cicatrização é

acelerada pela radiação laser.

Tendo em vista que o conhecimento da cicatrização de feridas em nível molecular

é importante para explicar o processo de reparo tecidual e determinar efetividade da

fototerapia, Houreld e Abrahamse (2010), constataram que irradiação com 830nm e 5J/cm2

promove benefícios para a cicatrização de feridas normais e diabéticas. Além disso, não

induziram danos adicionais, promovendo significativo aumento da proliferação celular e

produção de óxido nítrico (NO), importante mediador que se encontra diminuído nas

condições de DM. Relataram ainda, aumento das espécies reativas de oxigênio devido ao

processo fotoquímico, tendo relação com resultados encontrados em estudo de Firat et al.,

(2013) realizado em ratos diabéticos, embora estes autores tenham afirmado ocorrer

diminuição do estresse oxidativo nas feridas diabéticas. Houreld e Abrahamse, 2010, também

constataram diminuição de citocinas pró-inflamatórias tais como TNF-α e IL-1β, além de

redução da atividade de caspases, responsáveis pela apoptose, que estão presentes em feridas

diabéticas distintamente de ferimentos em tecidos normais.

Houreld, Sekhejane e Abrahamse (2010), ainda em estudos experimentais em

células de fibroblastos, investigaram a aplicação de diferentes comprimentos de onda: 632,8

nm, 830nm, ou 1,064 nm a 5J/cm2. Neste estudo, fibroblastos de feridas diabéticas irradiadas

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na faixa infravermelha de 1,064 nm mostraram menor grau de efetividade nas variáveis de

migração, viabilidade e proliferação celular quando comparados a células diabéticas

irradiadas em 632,8nm ou 830 nm. As células expostas à irradiação na faixa visível de

632,8nm foram as que apresentaram melhor desempenho. Isto sugere que a migração de

fibroblastos pode ser dependente do comprimento de onda.

Os estudos em humanos também evidenciam os benefícios da TLBI na

cicatrização em feridas diabéticas. No estudo de Minatel et al. (2009) também é relatado que

houve melhora, ainda que pequena, no grupo placebo a partir da segunda metade do tempo de

intervenção. Isso se deve ao grupo ter sido exposto a limiar de luz suficientemente capaz de

promover cicatrização das células. O grupo de intervenção, irradiado pelo laser, apresentou

melhora da dor desde a primeira semana, apesar de não ser este o foco do estudo, indicando

sua ação analgésica. Por outro lado, o grupo placebo não relatou nenhum alívio precoce da

dor.

Claramente, estudos clínicos controlados com grande número de pacientes bem

como estudos celulares que determinem os mecanismos moleculares subjacentes são

necessários para evidenciar de maneira indubitável que a TLBI é benéfica e sem efeitos

adversos adicionais na cicatrização de feridas diabéticas.

3.5 Óleo de Helianthus Annuus

Óleos de origem vegetal são utilizados em ferimentos, principalmente em países

da América Latina. Nestes óleos, os ácidos graxos mais abundantes são o oleico, linoleico e

linolênico. A maioria dos estudos que abordam os temas ácidos graxos e cicatrização foi

realizada na América do Sul, destacando-se o Brasil, e poucos estão publicados em revistas de

circulação internacional (HATANAKA; CURY, 2007).

Ferreira et al. (2012) avaliaram que os ácidos graxos formam uma classe de

compostos que contêm uma longa cadeia hidrocarbonada e um grupamento carboxila

terminal. Apresentam três funções principais: são componentes estruturais das membranas

biológicas, atuam como precursores de mensageiros intracelulares e são oxidados, nesse caso,

gerando adenosina trifosfato (ATP).

A partir do início da década de 1970, foram realizados estudos demonstrando os

efeitos dos ácidos graxos sobre a resposta imune. Tais metabólitos interferem em diversos

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passos do processo inflamatório como contração vascular, quimiotaxia, adesão, diapedese,

ativação e morte celular, sendo que a maioria destes eventos ocorre via derivados do ácido

araquidônico como prostaglandinas, leucotrienos, tromboxanos e lipoxinas (HATANAKA;

CURY, 2007).

Existem diversos tipos de ácidos graxos, mas em relação ao tratamento de feridas,

o ácido linoleico e o ácido linolênico são os mais importantes, sendo chamados de ácidos

graxos essenciais (AGE), pois não podem ser sintetizados pelos mamíferos que não possuem

a enzima delta 9-dessaturase (FERREIRA et al., 2012).

Os ácidos graxos apresentam importância biológica como fonte de energia para as

células e como elementos fundamentais na construção de sua membrana e vitais para sua

permeabilidade. São utilizados na indústria farmacêutica e tem apresentando um papel

importante no processo de reparo tecidual, pois os ácidos essenciais linoleicos promovem

quimiotaxia e angiogênese, mantém o meio úmido, aceleram o processo de formação de

tecido de granulação, facilitam a entrada de fatores de crescimento nas células, promovem

mitose e a proliferação celular (MARTINS DE LIMA et al., 2007; MAGALHÃES et al.,

2008; MANHEZI; BACHION; PEREIRA, 2008).

Pesquisadores avaliaram o reparo tecidual de feridas em ratos, após

suplementação dietética com óleos de girassol, peixe, linhaça e água. Observaram que, após

14 dias de ingestão dos óleos, o grupo que recebeu óleo de girassol teve melhor resultado

quanto ao reparo tecidual, além de apresentarem células inflamatórias mais escassas

(OTRANTO; DO NASCIMENTO; MONTE-ALTO-COSTA, 2010).

No Brasil, temos disponíveis, dentre outras, as seguintes apresentações comerciais

utilizadas no tratamento de feridas, genericamente denominadas pelos profissionais como

AGE: Dersani® (Saniplan), Curatec® AGE (LM Farma), Repitelin® (Biolab), Dermosan®

(Sunny Day), AGE Cremer óleo® (Cremer), AGEDerm® (Helianto Farmaucêutica Ltda),

Lin'Óleo® (V Declair), Primoderm® (LC produtos Naturais com Calêndula) Supriderm®

(LC produtos Naturais com Calêndula).

3.6 Ultrassom com Doppler Arterial de Membros Inferiores

A análise por ultrassom com Doppler do fluxo sanguíneo permite identificar o

comportamento hemodinâmico das lesões arteriais, pelo estudo da velocidade e padrão da

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curva espectral nos diversos segmentos avaliados. O padrão normalmente encontrado no

sistema arterial periférico é caracterizado como um sistema de alta resistência e se constitui

em uma onda trifásica, que representa a interação complexa de diversos fatores relacionados

com a pressão de perfusão e a resistência vascular periférica (SHIA et al., 2015).

O método consiste na utilização conjunta da ultrassonografia bidimensional de

alta resolução e da avaliação com Doppler, de modo a permitir a análise simultânea da

anatomia e hemodinâmica da árvore arterial periférica. A imagem bidimensional, em tempo

real, possibilita a localização exata do segmento arterial, analisando seu aspecto morfológico,

bem como identificação de aneurismas, trombos e caracterização de placas de ateroma

(textura, calcificação e ulceração), além de permitir a exata colocação do volume de amostra

do Doppler, necessária na abordagem funcional das lesões (BROWNRIGG et al., 2015).

A avaliação das arteriopatias dos membros inferiores pelo eco Doppler tem

permitido elevada acurácia em uma abordagem não invasiva de todas as doenças que

acometem o sistema arterial periférico, proporcionando uma avaliação anatômica e funcional

das lesões arteriais e identificando sua localização, extensão e repercussão hemodinâmica.

Desta forma, representa, hoje, o método propedêutico mais versátil no estudo das doenças que

acometem as artérias periféricas (JOY; RAUDALES, 2015).

Os parâmetros ultrassonográficos são ajustados de acordo com a indicação do

exame e da região anatômica a ser estudada. A imagem bidimensional é ajustada para

otimizar a visualização de placas e trombos, enquanto os parâmetros do Doppler pulsado, a

cores ou power Doppler são otimizados para a correta obtenção dos fluxos normais e

anormais (BRITO, 2012).

O estudo dos membros inferiores é feito com o paciente em decúbito dorsal. Nele

são avaliadas as artérias femorais, poplítea, tibial anterior, tibial posterior e fibular em toda

sua extensão. Após a realização do exame, o médico deverá formular um relatório

devidamente ilustrado, contendo todas as informações relevantes para a compreensão do

diagnóstico do paciente (BROWNRIGG et al., 2015).

Os estudos bidimensional e com Doppler devem ser realizados de forma conjunta.

Após a identificação do vaso pelo estudo bidimensional, deve-se proceder ao estudo do fluxo

sanguíneo, utilizando-se, preferencialmente, o mapeamento a cores, que possibilita a rápida

identificação de distúrbios de fluxo (estenose e/ou oclusão), associada à capacidade de avaliar

a presença de colaterais e/ou recanalização do vaso (SHIA et al., 2015).

A sensibilidade e a especificidade do método para a identificação de lesões

obstrutivas arteriais têm sido largamente avaliadas e os trabalhos já publicados confirmam

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que o dúplex scan colorido é o método não invasivo de escolha na avaliação de arteriopatias

estenosantes periféricas (NOGUEIRA et al., 2004). Estudos mais recentes têm demonstrado a

capacidade desta técnica como método de escolha na correta avaliação.

A adição do Doppler colorido e power Doppler pode auxiliar na identificação e

caracterização das lesões estenóticas, permitindo determinar, com exatidão, os pontos de

redução intraluminal, colaterais, recanalização, bem como artérias de pequeno calibre e

presença de baixo fluxo, especialmente na avaliação do leito arterial distal (BROWNRIGG et

al., 2015).

3.7 Qualidade de Vida

A Qualidade de Vida tem sido definida como um conceito intensamente marcado

pela subjetividade, que engloba vários fatores, como a percepção de bem-estar e satisfação do

indivíduo em relação a sua condição física, estado emocional e espiritual, desempenho de

funções, que são componentes essenciais da condição humana e envolvem valores, atitudes e

habilidades que repercutem na qualidade da participação social nas diversas dimensões da

vida. Já qualidade de vida relacionada à saúde reflete a intenção de quantificar as repercussões

de uma enfermidade e seu tratamento, de acordo com a percepção que as pessoas apresentam

sobre sua capacidade para desenvolver suas potencialidades e ter uma vida plena. Sua

mensuração é subjetiva, uma vez que seus domínios não podem ser medidos diretamente por

meios físicos. A qualidade de vida relacionada à saúde está associada à percepção que a

pessoa tem tanto do impacto da sua disfunção quanto de sua existência (FARIA et al., 2013).

Diabetes mellitus pode afetar negativamente o bem-estar físico em decorrência

das complicações agudas e crônicas e das demandas do tratamento. As complicações crônicas

em pessoas com DM tipo II podem afetar a qualidade de vida. Os prejuízos no funcionamento

físico incluem complicações a curto e longo prazo, mudanças no estilo de vida pelas

demandas do tratamento e efeitos colaterais das medicações (FERRARI, 2010).

O quadro psicoemocional pode ser composto por preocupação, frustração e

desesperança com o caráter crônico da doença e suas complicações, sobrecarga, esgotamento

ou desânimo com seu manejo. Citam-se, ainda, baixa autoestima, sentimento de inferioridade,

ansiedade e depressão. Entre os aspectos sociais estão o custo financeiro da doença, a

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32

sensação do paciente acerca do grau de apoio social que recebe, e da qualidade e do nível de

conflito das relações interpessoais e familiares (CURCIO et al., 2011).

Estudo realizado nos Estados Unidos, com 615 pacientes diabéticos tipo II, tendo

por objetivo avaliar a qualidade de vida destes indivíduos, revelou que o componente estresse

emocional foi significativamente relacionado ao isolamento social, levando os autores a

sugerir que as intervenções terapêuticas devem ser desenvolvidas com o intuito de minimizar

os danos relacionados à saúde emocional dos diabéticos e a melhorar a qualidade de vida

desses indivíduos (ACHUKO et al., 2016).

A presença de úlcera nos pés causa sofrimento, acarretando mudanças no estilo e

na qualidade de vida, perturbando o sono, impossibilitando aos indivíduos, muitas vezes, o

exercício de suas atividades sociais, de lazer e de convívio familiar, além de ocasionar

absenteísmo no trabalho e até perda das funções laborais em faixa etária produtiva. Na

medida em que esses pacientes demonstram alguma dependência para administrar suas

atividades, sejam elas domiciliares, de lazer e nos meios social e familiar, podem ter sua

autonomia prejudicada, tornando-se, automaticamente, dependentes de seus familiares e

amigos (ALMEIDA et al., 2013).

Estudo realizado em um Centro de Medicina Psiquiátrica, na Arábia Saudita,

avaliou o impacto na qualidade de vida em diabéticos portadores de úlceras. A gravidade de

sintomas depressivos nestes pacientes foi fortemente correlacionada com a presença de

úlceras nos membros inferiores e consequente redução da mobilidade funcional. Os autores

relataram, também, prejuízo no relacionamento com os familiares, principalmente

desentendimentos com o cônjuge (SEHLO; ALZAHRANI; ALZAHRANI, 2016).

A utilização de instrumentos de medidas é o mais indicado para investigação dos

sintomas e mudanças que ocorrem no cotidiano das pessoas com DM. A aplicação de

questionários tem sido utilizada como forma de avaliação da qualidade de vida de pessoas que

recebem o diagnóstico da doença. Esses instrumentos têm se mostrado eficientes na

identificação de problemas enfrentados pelos pacientes que possivelmente estão associados a

não adesão ou à aceitação da doença, sendo também eficazes na avaliação do sofrimento

emocional associado à rotina de convivência com o DM. As escalas e os questionários

permitem que os problemas identificados permitam facilitar os esforços comuns para

melhorar a qualidade do cuidar. Os questionários específicos para os pacientes têm alto grau

de aceitação, fornecendo informações necessárias e específicas, sendo bastante sensíveis a

mudanças conforme a população e a cultura (CURCIO et al., 2011).

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33

Programas terapêuticos em DM têm sido preconizados como uma das estratégias

de cuidado que contribuem para melhorar os indicadores relacionados à percepção dos

aspectos físicos, da funcionalidade, da dor, da condição geral de saúde, assim como da

vitalidade, dos aspectos sociais, emocionais e da saúde mental que afetam a qualidade de vida

relacionada à saúde dos pacientes, em especial naqueles portadores de complicações. No

entanto, ainda há escassez de estudos que avaliem a qualidade de vida antes e após o

oferecimento de estratégias terapêuticas para as úlceras em DM tipo II (FARIA et al., 2013).

Diante das situações de sofrimento físico, emocional e social, ocasionadas pelas

complicações do DM, em especial devido às ulcerações e possíveis amputações, o estudo da

qualidade de vida emerge no cenário da pesquisa direcionada aos serviços de saúde e à prática

clínica como importante conceito para o processo de tomada de decisão e determinação do

benefício terapêutico (ALMEIDA et al., 2013).

O estudo dos aspectos da qualidade de vida fornece informações relevantes, que

poderão influenciar o cuidado à pessoa com DM portadora de úlcera no pé. Considera-se que,

investigações dessa natureza possam contribuir para um melhor dimensionamento da atenção

em diabetes, visando à integralidade do cuidado em saúde. Medidas de Qualidade de vida

podem oferecer suporte ao planejamento de programas educativos e estratégias de intervenção

em portadores de úlceras decorrentes do DM tipo II (VILA; ROSSI, 2008).

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34

4 MATERIAL E MÉTODO

4.1 Aspectos Éticos

O presente estudo atende às especificações da Resolução 466/12 do CONEP e foi

submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa- CEP da Universidade Estadual do

Paiuí-UESPI, sob CAEE 42562914.3.0000.5209 (ANEXO A). Os voluntários da pesquisa

assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A).

4.2 Tipo de Estudo e Local da Pesquisa

Trata-se de um estudo de caso clínico, controlado, randomizado, intervencional, de

caráter qualiquantitativo. Consiste basicamente em estudo experimental, desenvolvido em

seres humanos e que visa ao conhecimento do efeito de intervenções em saúde. Pode ser

considerado como uma das ferramentas mais poderosas para a obtenção de evidências para a

prática clínica. Associada a esse poder, encontra-se a simplicidade em seu desenho, quando

comparado a outros tipos de estudos (SOUZA, 2009). Foi desenvolvido no Centro de

Referência do Diabetes Lineu Araújo. Teresina-PI, no período de abril de 2015 a outubro de

2015, conforme autorização para realização de pesquisa (ANEXO B).

4.3 População e Amostra

A População e Amostra foram compostas por 32 pacientes diabéticos do tipo II,

não controlados, portadores de úlcera em membro inferior, escolhidos aleatoriamente no

Ambulatório do Pé diabético, localizado no Centro de Referência do Diabetes Lineu Araújo.

Em conformidade ao poder de estudo e cálculo amostral para determinação do n grupal

(APÊNDICE B). Os pacientes oriundos deste local foram avaliados por médico angiologista

que, após caracterização da úlcera, os encaminhou ao setor de Fisioterapia para nova

avaliação e tratamento.

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35

Os Critérios de Elegibilidade foram, pacientes Diabéticos tipo II, não controlados,

de ambos os gêneros, com idade entre 40 e 70 anos, apresentando valores de glicemia de

jejum entre 150 a 350 mg/dl. Presença de úlcera com tempo não superior há 2 meses,

medindo no máximo 5 cm de comprimento. Ausência de processo infeccioso e ou necrose na

região ulcerada, bem como ausência de neoplasia.

Em sequência os pacientes foram divididos, de forma aleatória, em quatro grupos,

com 8 pacientes cada, sendo: Grupo C: Controle, foi utilizado protocolo referenciado pelo

sistema de saúde, por meio de limpeza diária da úlcera e curativo; Grupo AGE: pacientes

submetidos a aplicação de óleo de Helianthus annuus; Grupo TLBI: pacientes submetidos à

TLBI; Grupo TLBI+AGE: pacientes submetidos à Terapia a Laser de Baixa Intensidade

(TLBI) associada ao óleo de Helianthus annuus.

4.4 Procedimentos

4.4.1 Avaliação do paciente

Inicialmente, o paciente foi submetido a uma criteriosa avaliação, no setor de

Fisioterapia, coletando-se dados pessoais, e a história relativa ao DM e à úlcera de membro

inferior, em ficha de avaliação específica (ANEXO C).

4.4.2 Caracterização da úlcera

Foram incluídos pacientes com ferimentos planos, medindo entre 1 e 5 cm de

comprimento, localizados na região dos pés, terço medial ou distal da perna. Foi utilizada fita

adesiva com mensuração em cm, para posterior análise, por meio do programa livre Image J®

,

tendo como referência a circunscrição das bordas do ferimento, para mensuração em

centímetros quadrados (cm²) calculando assim a área total da ferida.

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36

Figura 1 - Imagem digital da mensuração da úlcera

Fonte: Autora.

4.4.3 Imagem digital

Foram realizados registros fotográficos no primeiro atendimento e ao final, após

os 12 atendimentos, ou seja, 30 dias de tratamento. A captura das imagens foi realizada com

câmera digital Nikon Coolpix P100, resolução de 10,6 Mpixels, posicionada a 20 cm de

distância. As imagens foram obtidas no ambiente em que os participantes eram atendidos, no

período diurno.

4.4.4 Percepção da dor

Aplicou-se, também, aos pacientes o Questionário do Inventário Breve de Dor

(ANEXO D), para a quantificação da dor e avaliação da interferência desta na qualidade de

vida e no desempenho das funções, considerando os 9 domínios presentes no questionário.

Dentro dos domínios encontra-se a quantificação da dor, aplicou-se a escala visual analógica

(EVA), com o objetivo de identificar a resposta relacionada à intensidade da dor. Para garantir

a fidedignidade, a EVA era constituída por uma linha de 10 cm que tem, em geral, como

extremos, expressões faciais que representam desde a “ausência de dor até a dor

insuportável”.

Expe

rimet

al

grou

ps

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37

Figura 2 - Escala Visual Analógica (EVA)

Fonte: Autora.

4.4.5. Índice tornozelo/braquial (ITB)

O ITB foi realizado antes e após os protocolos terapêuticos em todos os grupos e

representa a razão entre a pressão arterial sistólica do tornozelo e do braço. É um método

simples, não invasivo, de baixo custo e de grande confiabilidade. O cálculo do ITB é

realizado pela relação da maior pressão arterial sistólica da artéria tibial posterior e da artéria

dorsal do pé, obtido em um ou nos dois membros, dependendo da casualidade, com a maior

pressão sistólica das artérias braquiais. Valores alterados do ITB podem ser sugeridos como

marcadores de risco cardiovascular (ITB alterado: <0,90 ou >1,30) (KAWAMURA, 2008).

Figura 3 - Realização do ITB

Fonte: Copyright Ecography Laboratório Vascular (2016)

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4.4.6. Ultrassom arterial com doppler colorido

O exame de imagem ultrassom arterial com Doppler foi realizado no membro

inferior acometido nos voluntários de todos os grupos, antes e após a aplicação dos

protocolos. Foram avaliados os parâmetros da circulação periférica, por meio da análise

comparativa do calibre (diâmetro em cm) da artéria tibial posterior, eleita por ser o vaso de

maior importância quanto à vascularização distal dos membros inferiores. Foi utilizado

aparelho da marca Samsung, modelo SONOACE X8, monitor de tela LCD 17 polegadas,

transdutor com faixa de frequência de 5 a 12 MHz e campo de visão de 38,4 mm.

Figura 4 - Registro do exame de ultrassom arterial com doppler colorido realizado pelo médico (imagem A) e

artéria tibial posterior (imagem B). A B

Fonte: Autora.

4.4.7 Estratégia de acompanhamento do grupo controle: Grupo C

Os componentes deste grupo, pacientes diabéticos, com feridas, foram instruídos

quanto a limpeza diária da úlcera utilizando apenas solução de Cloreto de sódio (soro

fisiológico 0,9%), retornando após 30 dias ao serviço de fisioterapia para o processo de

reavaliação. Neste intervalo não foi utilizado medicamento tópico na úlcera ou qualquer outro

tipo de intervenção local, obedecendo ao procedimento padrão utilizado na rede de saúde

pública.

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4.4.8 Estratégia de aplicação do óleo de Helianthus annuus: Grupo AGE

A ferida foi lavada diariamente utilizando-se solução de cloreto de sódio (soro

fisiológico 0,9%), aplicando-se, a seguir, 5 ml de (Óleo de Helianthus annuus - Dersani®) por

meio de seringas descartáveis, estéreis, uma vez ao dia, durante 30 dias. A apresentação de

escolha para nossa pesquisa foi o medicamento Dersani® pela disponibilidade no mercado

farmacêutico na cidade de Teresina-PI. Na descrição dos componentes presentes na

formulação do produto encontram-se: Ácido cáprico, ácido caprílico, ácido caproico, ácido

láurico, ácido linoleico, lecitina, palmitato de retinol, extrato de girassol, acetato de tocoferol

e alfa-tocoferol.

Figura 5 - Aplicação do óleo de Helianthus annuus.

Fonte: Autora

4.4.9 Estratégia de tratamento com TLBI - Grupo TLBI

Para aplicação da TLBI foi utilizado, no presente estudo, aparelho Laser de baixa

intensidade, forma de onda contínua, feixe visível, com área equivalente a 12,566 mm²,

comprimento de onda de 658 nm, potência de 30 mW (marca Laser -HTM). O aparelho foi

calibrado pelo fabricante antes do início da coleta e após 6 meses de execução da mesma

(ANEXO F).

O tempo de aplicação foi de 80 segundos, 4 J/cm², forma pontual com contato,

com a caneta mantida perpendicularmente à lesão, em pontos equidistantes ao seu redor e no

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leito do ferimento. Após limpeza inicial, utilizando-se solução de cloreto de sódio (soro

fisiológico a 0,9%), a ferida foi protegida com papel filme transparente. A seguir, o paciente

foi posicionado de forma confortável, e tanto ele quanto o terapeuta utilizaram óculos para

proteção durante a fototerapia. Foram realizados, no total, 12 atendimentos, sendo 3

atendimentos por semana, em dias alternados.

Quadro 1 - Parâmetros de aplicação Laser de baixa intensidade Laser Potência Comprimento

de onda

Dose N° de

aplicações

HTM 30 mW 658 nm 4 J/cm² 12

Fonte: Autora.

Figura 6 - Especificações da caneta utilizada no protocolo (imagem A), aplicação da TLBI (imagem B) Laser de

baixa intensidade utilizado na pesquisa (imagem C)

A B C

Fonte: Autora.

4.4.10 Estratégia para terapia combinada- Grupo TLBI+AGE

Para os voluntários deste grupo optou-se pela aplicação da TLBI, segundo

protocolo descrito anteriormente no item 4.4.9, e em sequência aplicou-se na ferida,

diariamente, uma vez ao dia, 5 ml de óleo de Helianthus annuus (Dersani®) utilizando

seringas descartáveis, estéreis, ao longo de 30 dias.

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41

4.4.11 Curativo

Após a realização dos procedimentos individuais estabelecido para cada grupo, o

paciente foi instruído, pelo terapeuta, a cobrir a área do ferimento utilizando gases estéreis,

atadura e fita cirúrgica microporosa Nexcare®, sendo este curativo substituído diariamente.

Todo o material utilizado para realização deste procedimento foi lavado em imersão, por doze

horas, em ácido nítrico a 30%, com enxágue em Água Mili-QR e secagem em estufa.

Figura 7 - Imagem do curativo após realização do protocolo

Fonte: Autora.

4.5 Análise Estatística

Os dados foram submetidos ao teste estatístico de análise de variância One-Way

ANOVA post hoc test Wilcoxon, com Intervalo de Confiança de 95% e significância com

p<0,05. Para tanto os mesmos foram transferidos para o programa GraphPad Prism 5.0

(plataforma Windows).

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5 RESULTADOS

Os resultados obtidos na pesquisa são apresentados por meio de quadros e gráficos

enumerados a seguir. O Quadro 2, mostra a distribuição sociodemográfica da amostra, as

peculiaridades da doença de base Diabetes Mellitus e das lesões cutâneas estudadas. Observa-

se que a amostra apresentou similaridade quanto à sua composição considerando a

proporcionalidade entre gêneros, média de idade, tempo de evolução das lesões, fototipo do

paciente, índices glicêmicos e etiologia das lesões.

Quadro 2 - apresenta a caracterização da amostra quanto ao número de pacientes por grupo, faixa etária, gênero

(H- masculino; M-feminino), localização anatômica, tempo de evolução da úlcera, fototipo, glicemia de jejum,

tempo de diabetes, etiologia da úlcera e fototipo, glicemia de jejum, tempo de diabetes, etiologia da úlcera e

faixa de variação do tamanho das lesões: Características GC AGE TLBI TLBI+AGE

Número de

pacientes

8 8 8 8

Idade (média) 57.6 anos 58,1anos 57,8anos 58,3anos

Gênero M/F 6M/2H 7M/1H 5M/3H 6M/2H

Localização das

úlceras

7 plantar/ 1

terço distal da

perna

6 plantar/ 2

terço distal da

perna

1 plantar/ 6

dorsal/ 1 terço

distal da perna

8 dorsal

Tempo médio

de evolução

úlcera

40,3 dias 42,1 dias 45 dias 44,3 dias

Fototipo IV e IV IV e IV IV e IV IV e IV

Média Glicemia

de Jejum

(mG/dL)

189,76 mG/dL 195,34 mG/dL 198,54 mG/dL 196,27 mG/dL

Tempo médio

de diabetes

8,4 anos 10,3 anos 11,3 anos 10,6 anos

Etiologia das

lesões

6 Traumática/ 2

mecânica

4 Traumática/ 4

mecânica

5 Traumática/ 3

mecânica

7 Traumática/ 1

mecânica

Tamanho médio

das lesões

2,50 cm² 1,51 cm² 8,73 cm² 4,04 cm²

Fonte: Autora.

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43

O gráfico 01 apresenta a avaliação da área total (cm²) das úlceras obtida pela análise

digital das imagens com o programa ImageJ®

. Observou-se que o grupo C, obteve aumento

significativo no tamanho da úlcera (p=0,0223) considerando-se os valores iniciais e finais. Por

sua vez, a comparação dos valores iniciais e finais das lesões dos pacientes dos grupos AGE,

TLBI e TLBI + AGE apresentaram diferença estatisticamente significativa, com grande

percentual de reparo tecidual inter e intra grupos, principalmente entre os grupos TLBI e

TLBI + AGE, onde foi aplicada a TLBI.

Gráfico 1 - Avaliação da área total da úlcera nos grupos C, AGE, TLBI e TLBI + AGE. Teresina, 2015.

Fonte: Autora

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44

Figura 8 - Imagens digitais de úlceras em pés diabéticos dos pacientes do Grupo C: (A) Pré aplicação do

protocolo de tratamento; (B) Pós aplicação do protocolo de tratamento

A B A B

A B A B

A B A B

A B A B Fonte: Autora

Expe

rimet

al

grou

ps Exp

eri

met

al

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Expe

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45

Figura 9 - Imagens digitais de úlceras em pés diabéticos dos pacientes do Grupo AGE: (A) Pré aplicação do

protocolo de tratamento; (B) Pós aplicação do protocolo de tratamento

A B A B Fonte: Autora.

Expe

rimet

al

grou

ps

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al

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Figura 10 - Imagens digitais de úlceras em pés diabéticos dos pacientes do Grupo TLBI: (A) Pré aplicação do

protocolo de tratamento; (B) Pós aplicação do protocolo de tratamento

A B A B Fonte: Autora.

Expe

rimet

al

grou

ps

Expe

rimet

al

grou

ps

Expe

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Figura 11 - Imagens digitais de úlceras em pés diabéticos dos pacientes do Grupo TLBI + AGE: (A) Pré

aplicação do protocolo de tratamento; (B) Pós aplicação do protocolo de tratamento

A B A B

Fonte: Autora

5.2 Avaliação da Dor em Pacientes Portadores de Pé Diabético

O gráfico 02 representa a avaliação do grau de dor nos grupos de pacientes do

presente estudo, observando-se que houve diferença estatisticamente significativa (p<0,001)

Expe

rimet

al

grou

ps

Expe

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ps

Expe

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Expe

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grou

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Expe

rimet

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grou

ps

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48

nos componentes dos grupos TLBI e TLBI + AGE. Os grupos C e AGE não apresentaram

diferença estatisticamente significativa quanto ao alívio da dor.

Gráfico 2 - Avaliação da dor nos grupos C, AGE, TLBI e TLBI + AGE. Teresina, 2015.

Fonte: Autora.

5.3 Análise das Variações do Índice Tornozelo/Braquial- ITB

O gráfico 03 representa o Índice Tornozelo-Braquial (ITB), avaliado antes e após

a execução dos protocolos, não apresentando diferença estatisticamente significativa entre os

grupos estudados.

Gráfico 3 - Avaliação do índice tornozelo/braquial nos grupos C, AGE, TLBI e TLBI + AGE. Teresina, 2015.

Fonte: Autora.

Antes Pós Antes Pós Antes Pós Antes Pós0

2

4

6

8

10

Controle Girassol Laser egirassol

9,29±0,299,57±0,29

p = 0,3458

8,86±0,34

8,14±0,14

p=0,0179*

8,86±0,26

5,00±0,22

p=0,0199*

Laser

9,00±0,22

4,86±0,14

p=0,0890

ANOVA p< 0,0001***Ín

dic

e d

a D

or

C AGE TLBI TLBI+AGE

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49

5.4 Aferição do Calibre dos Vasos pelo Ultrassom com Doppler Arterial

O gráfico 04 mostra a avaliação da artéria tibial posterior obtida por meio do

exame de Ultrassom arterial com Doppler colorido, que não apresentou diferenças

estatisticamente significativas entre os grupos.

Gráfico 4 - Avaliação pelo US com Doppler do calibre da artéria tibial posterior nos grupos C, AGE, TLBI e

TLBI + AGE. Teresina, 2015

Fonte: Autora.

5.5 Análise dos Domínios da Qualidade de Vida em Portadores de Úlceras em Pé

Diabético

No gráfico 05, está representada os resultados obtidos pela avaliação da qualidade

de vida dos participantes do presente estudo. Foram analisados os domínios Humor,

Habilidade para caminhar, Interferência no trabalho, Relacionamento com outras pessoas,

Sono, Capacidade de apreciar a vida e Atividades gerais do cotidiano. O grupo C apresentou

diferença estatisticamente significativa (p<0,05) entre os períodos pré e pós-tratamento, com

piora do quadro e grande interferência da úlcera na realização das tarefas, sono e

relacionamento com outras pessoas. Os pacientes do grupo AGE não apresentaram diferença

estatisticamente significativa entre os dois períodos de avaliação em nenhum dos quesitos

avaliados. Por sua vez, os componentes dos grupos TLBI e TLBI+AGE apresentaram

diferença estatisticamente significativa (p<0,05), principalmente aqueles submetidos à TLBI

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isoladamente. Em ambos os grupos os pacientes relataram melhora acentuada no humor, na

habilidade para caminhar, realização de tarefas e relacionamento com outras pessoas.

Gráfico 5 - Avaliação da Qualidade de vida pelos parâmetros do Inventário Breve de Dor nos grupos C, AGE,

TLBI e TLBI+AGE. Teresina, 2015.

Fonte: Autora.

Quadro 3 - Resumo dos resultados Variáveis/Grupos C AGE TLBI TLBI++AGE

Área das úlceras Aumento Redução Redução Redução

Dor Sem melhora Sem melhora Melhora Melhora

ITB Sem diferença Sem diferença Sem diferença Sem diferença

Doppler Sem diferença Sem diferença Sem diferença Sem diferença

Qualidade de

vida

Sem diferença Sem diferença Melhora Melhora

Fonte: Autora.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Atividade Geral

Humor

Habilidade decaminhar

Interferência notrabalho

Relacionamento comoutras pessoas

Sono

Apreciar a vida

C

AGE

TLBI

TLBI+AGE

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6 DISCUSSÃO

A metodologia empregada no presente estudo permitiu avaliar e comparar os

efeitos da aplicação da terapia a Laser de baixa intensidade (TLBI) e do óleo Helianthus

annuus, isoladamente ou em associação, no processo de reparo em portadores de úlceras

decorrentes de Diabetes mellitus não controlado.

Os resultados revelaram que os pacientes que realizaram o protocolo terapêutico

padrão (grupo C), apresentaram aumento significativo no tamanho da úlcera. Dois pacientes

deste grupo evoluíram para amputação transfemural, sendo que um deles foi a óbito no

intervalo dos 30 dias. Para fins estatísticos estes pacientes foram substituídos por outros

portadores de úlceras que não evoluíram para amputação. Os resultados são concordantes com

os obtidos por Ullah et al. (2015) evidenciando que o protocolo padrão pode resultar no

aumento da área ulcerada, com sérios riscos de progredir para amputação do membro. Isso

ressalta a importância da assistência multidisciplinar com equipe especializada em dar suporte

e orientação ao paciente diabético portador de úlcera, para que a amputação seja evitada

preservando, assim, a funcionalidade e qualidade de vida.

O grupo tratado com o óleo de Helianthus annuus (AGE) apresentou pequeno

percentual de regressão no tamanho das úlceras, sendo que, em muitos casos, observou-se a

estabilização da área total das úlceras. As pesquisas utilizando óleo de Helianthus annuus no

reparo tecidual de úlceras são extremamente escassas. A revisão da literatura permitiu

encontrar trabalhos publicados no Brasil e em países da América Latina, sendo que em sua

maioria foram utilizados modelos animais. Isso evidencia a ausência de pesquisas utilizando o

óleo de Helianthus annuus para tratamento de úlcera em humanos (FERREIRA et al., 2012).

Sarandy et al., 2015, observaram os efeitos desse e de outros tipos de óleos em

feridas circulares de ratos, com aplicação diária desses produtos durante 20 dias. Relataram

que os resultados mostraram aumento na quantidade de colágeno total, colágeno dos tipos I e

III, bem como aumento na quantidade de glicosaminoglicanos. Houve regressão na área dos

ferimentos, bem como aumento da resistência mecânica do tecido neoformado, após

intervenção com óleo de Helianthus annuus.

Nasiri et al. (2015) realizaram um estudo randomizado duplo cego, com 34

pacientes diabéticos portadores de úlceras nos pés, divididos igualmente em dois grupos,

controle e um grupo tratado com óleo de Helianthus Annuus (Girassol) durante 4 semanas. O

grupo tratado apresentou diferença estatisticamente significativa quanto à regressão da área

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das lesões em comparação ao grupo controle, porém nenhum participante apresentou

regressão total, com fechamento absoluto da úlcera. Resultado semelhante foi observado na

presente pesquisa, considerando que o grupo AGE, submetido exclusivamente ao óleo de

Helianthus Annuus, apresentou melhora quanto à regressão da área total, porém nenhum

paciente finalizou o protocolo com o fechamento total da úlcera.

Estudos anteriores relataram que a TLBI apresenta vários efeitos benéficos, dentre

eles o de favorecer o processo de reparo tecidual. Reis et al. (2008) utilizando esse recurso

terapêutico (4 J/cm² e comprimento de onda de 670 nm, por 5 dias), encontraram, além do

aumento da densidade de colágeno, melhor arranjo da matriz extracelular (p<0,05),

confirmando que a densidade energética de 4 J/cm² promove aumento da deposição de

colágeno.

Considerando os resultados obtidos nos pacientes submetidos à TLBI e à TLBI

associada ao AGE, que apresentaram grande percentual de regressão nos tamanhos das

úlceras, especialmente os que receberam a TLBI isoladamente, é possível afirmar que ela é a

melhor estratégia terapêutica dentre os protocolos utilizados na presente pesquisa.

Quatro pacientes do grupo TLBI+AGE apresentaram fechamento completo da

úlcera, resultado que pode ser decorrente da potencialização da ação da TLBI pela associação

ao AGE, uma vez que, dois pacientes apresentaram fechamento completo do ferimento

também no grupo TLBI.

De Loura et al. (2015) realizaram uma pesquisa com o objetivo de analisar os

efeitos do laser de baixa intensidade no reparo de feridas cutâneas em ratos diabéticos. Os

grupos irradiados com o laser de 650nm, 30mW de potência, apresentaram proliferação de

fibroblastos superior ao controle, principalmente no tempo experimental de dez dias.

Demonstraram que o laser favoreceu o reparo tecidual e que o processo foi acelerado em

comparação ao grupo controle. Esses resultados estão em concordância com o presente

estudo, onde também se observou reparo tecidual significativo nos pacientes submetidos à

TLBI, isolada ou em associação com AGE, utilizando parâmetros equivalentes em humanos.

O estudo realizado por Huang (2009) mostrou que a utilização de comprimentos

de onda na faixa de 658nm e potência de pico de 30 mW eram eficazes, principalmente

quando aplicados ao reparo tecidual, resultados que nortearam a escolha dos parâmetros

metodológicos adotados na presente pesquisa.

Nas lesões cutâneas experimentais, é possível avaliar o processo de reparo

tecidual pela análise histológica, qualitativa e quantitativa. A quantificação do número de

células inflamatórias, formação de novos vasos sanguíneos (angiogênese), aumento do

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número de fibroblastos, representam as principais características que evidenciam a evolução

desse processo (BATISTA et al., 2010; OLIVEIRA; SOARES; ROCHA, 2010). Vários

protocolos têm sido aplicados e analisados, com o intuído de obter o reparo cutâneo mais

rápido e eficaz, com o objetivo de reduzir a intensidade da dor e melhorar a qualidade de vida

dos pacientes diabéticos portadores de úlceras.

Para Boulton e Pedrosa (2006) a dor é o principal sintoma decorrente da

neuropatia diabética, quadro clínico que compromete o sistema circulatório dos indivíduos

com diabetes. Estudos in vivo revelaram que a TLBI promove significativa analgesia sobre

terminações nervosas em diferentes regiões do corpo, bem como de pacientes em processo de

reparo tecidual (ASNAASHARI; SAFAVI, 2013). Estes autores explicam que a analgesia

procede de uma cascata de eventos ocasionada pelo laser de baixa intensidade, entre os quais

citam a diminuição da liberação de histamina, serotonina, bradicinina e prostaglandinas E2,

aumento da acetilcolinesterase, produção de ATP, aumento da beta-adrenalina e encefalinas

com significativa redução da substância P.

A melhora no quadro álgico dos pacientes nos grupos TLBI e TLBI+AGE

confirma que o efeito analgésico está diretamente relacionado à utilização da terapia a laser de

baixa intensidade, considerando que os pacientes do grupo AGE não relataram o mesmo

resultado. Ressalta-se que a dor é um fator impactante na qualidade de vida dos pacientes

diabéticos portadores de úlceras. É valido observar que, os pacientes dos grupos submetidos à

terapia a TLBI, reportaram, ao final do tratamento, um alívio muito grande com relação ao

quadro álgico que sentiam, e que essa analgesia teve grande repercussão em outros domínios

avaliados.

DM é uma doença que predispõe os indivíduos a desenvolver complicações

vasculares. Uma pesquisa realizada com 255 diabéticos mostrou que 14,8% deles

apresentavam Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP), estes foram encaminhados para

acompanhamento com cirurgião vascular, pois apresentam chances de desenvolver úlceras

nos membros inferiores (NASCIMENTO; BRAGA; NERES, 2014).

Um importante preditor de risco para vasculopatias periféricas é o Índice

Tornozelo/Braquial (ITB), visto que os pacientes que apresentam este índice fora do padrão

de normalidade, <0,90 ou >1,30, devem ser acompanhados por equipe médica especializada,

pois apresentam riscos de úlceras recidivantes, com consequente aumento no risco de

amputação de membros inferiores (SHIA et al., 2015).

Nesta pesquisa os resultados obtidos pelo ITB não foram conclusivos pela

comparação dos valores pré e pós aplicação dos protocolos, embora tenha sido observados a

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progressão do processo de reparo tecidual nos grupos AGE, TLBI e TLBI+AGE. Uma

possível explicação pode estar embasada na ausência de estabilização da circulação periférica

no que tange à pressão intravascular ou velocidade de fluxo nos vasos de grande calibre.

Inevitavelmente, a neuropatia diabética, doença de base decorrente do diabetes e que afeta

diretamente os parâmetros circulatórios, permanece presente, mesmo diante da formação de

novos vasos.

Observou-se, pelos valores coletados, que o ITB apresentava-se alterado nos

pacientes diabéticos voluntários do presente estudo, auxiliando a evidenciar a maior

probabilidade do surgimento da DAOP nesses indivíduos. Todos os participantes da pesquisa

apresentavam úlceras e, consequentemente, ITB alterado na fase pré-tratamento e assim

permaneceu até quando da última avaliação, ao final da aplicação dos protocolos. Essa

observação é de extrema importância para equipe médica que acompanha o paciente

diabético, uma vez que a manutenção do ITB alterado coloca o indivíduo na situação de risco

para novas recidivas de úlceras no mesmo membro ou no membro contralateral. Este

resultado comprova a necessidade do emprego de recursos diagnósticos eficazes, bem como

detalhada análise individual, pelos riscos de mutilação envolvidos.

Outro método eficaz para avaliação da circulação periférica é o ultrassom arterial

com Doppler. É indolor, não invasivo, porém de custo bastante elevado e não disponível em

toda a rede pública de serviços de saúde. O exame busca avaliar o comportamento da

macrocirculação, observando o calibre, a velocidade de fluxo, presença de trombos, placas

ateromatomatosas e deformações vasculares congênitas ou adquiridas (BRITO, 2012).

A escolha da artéria tibial posterior no presente estudo, pelo médico responsável,

embasou-se na importância dessa artéria na vascularização do terço distal de pernas e pés. No

entanto, não foi observada alteração no calibre da artéria independente do protocolo utilizado.

Embora a TLBI favoreça a angiogênese (BERTOLINI et al, 2011), (PELEGRINI;

VENÂNCIO; LIEBANO, 2012), (KARU, 2013) e a ativação da microcirculação, essa ação

não se refletiu na circulação macroarterial. Os parâmetros adquiridos com o Ultrassom arterial

com Doppler permaneceram os mesmos, após aplicação dos protocolos em todos os grupos da

pesquisa.

A TLBI favorece a angiogênese e promove o reparo tecidual, é uma técnica não

invasiva e de baixo custo, o que incentiva o desenvolvimento de estudos pela comunidade

acadêmica. Kumar et al. (2015) pesquisaram o efeito da TLBI sobre a dor e o impacto na

qualidade de vida em um grupo com 19 pacientes diabéticos portadores da neuropatia

diabética. Relataram que, após 10 dias de intervenção com técnica de varredura e dose de 3,2

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J/cm², os pacientes relataram significativa analgesia e melhora na qualidade de vida. Estes

achados são concordantes com os resultados desta pesquisa, que também detectaram

diminuição da dor nos grupos submetidos à TLBI, embora a aplicação tenha sido pontual,

com dose de 4J/cm².

Yekta et al. (2011) estudaram a qualidade de vida de diabéticos pela aplicação do

questionário SF-36, tendo avaliado seus domínios em um grupo com portadores de úlceras e

outro sem úlceras nos membros inferiores. Os pesquisadores observaram que, no grupo dos

pacientes portadores de úlceras, a capacidade de apreciar a vida, a qualidade do sono e a dor

tiveram pontuação maior em relação ao grupo sem úlceras. O isolamento e a depressão foram

observados com maior frequência neste grupo, não havendo diferenças estatisticamente

significativas quanto ao gênero ou idade. Observaram também que, a presença de úlceras está

relacionada com maior índice glicêmico bem como menor poder socioeconômico.

Sehlo, Alzahrani e Alzahrani (2016) avaliaram a qualidade de vida de diabéticos

portadores de úlceras nos membros inferiores, observando que transtornos depressivos,

tristeza e alterações do sono, bem como dificuldade nas relações interpessoais com familiares

e o cônjuge se mostraram mais presentes, em virtude do surgimento das úlceras e,

principalmente, da inabilidade para caminhar e desempenhar as atividades básicas da vida

diária.

Os achados do presente estudo estão de acordo com os obtidos nos estudos

citados, pois confirmam a presença constante dos transtornos depressivos, dificuldades nas

relações interpessoais associados a inabilidade de caminhar, que gera dependência física e

consequentes distúrbios emocionais. Estas alterações, que comprometem a qualidade de vida

desta população diabética, estão diretamente relacionadas à presença das úlceras. Isto pôde ser

comprovado ao longo do estudo, pois nos grupos AGE, TLBI e TLBI+AGE, que

apresentaram estabilização das lesões ou regressão parcial ou total das úlceras, observou-se

melhora significativa nos domínios relacionados às relações interpessoais, humor, sono e,

principalmente, com relação à capacidade de caminhar ao final da aplicação desses

protocolos.

Destaca-se que os pacientes do grupo C apresentaram significativa piora nos

domínios relacionados à qualidade de vida, com alteração importante do sono, dificuldade

para realização de tarefas do cotidiano, inabilidade para caminhar, piora do humor e severo

comprometimento das relações interpessoais.

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Embora tenha sido observada a estabilização dos ferimentos no grupo AGE, os

domínios relacionados à qualidade de vida não apresentaram alterações importantes após

aplicação desse protocolo de tratamento.

A criação de ambulatórios especializados para prevenção e tratamento das úlceras

do pé diabético necessita de pequeno investimento financeiro, e apresenta baixo custo quando

comparado aos elevados custos gerados pelas complicações da doença. A atuação de uma

equipe especializada melhora, visivelmente, a qualidade de vida dos pacientes, com redução

da morbidade e mortalidade (AMARAL JUNIOR et al., 2014). A utilização de recursos como

a terapia a Laser de baixa intensidade, óleos vegetais, cuidados e orientações quanto à limpeza

dos ferimentos são imprescindíveis para propiciar o adequado reparo tecidual, prevenir

recidivas e, consequentemente, reduzir a indicação para amputações.

Os resultados desta pesquisa confirmam a importância do uso tópico do óleo de

Helianthus annuus e TLBI, principalmente em associação, que apresentaram excelentes

resultados em pacientes com pé diabético quanto a evolução do processo cicatricial, evitando

amputações e a analgesia, proporcionando melhor qualidade de vida a esses voluntários.

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7 CONCLUSÃO

Os resultados obtidos no presente estudo sugerem que a terapia a Laser de baixa

intensidade, isoladamente ou associada ao óleo de Helianthus annuus, promove eventos

biológicos que favorecem o reparo tecidual de úlceras em pé diabético. Ressalta-se que, os

grupos submetidos à TLBI apresentaram os melhores resultados, acelerando a recuperação da

área ulcerada, observada por meio da regressão significativa das áreas das lesões. Além disso,

os pacientes dos grupos TLBI e TLBI+AGE relataram melhora da dor e respectiva redução de

seu impacto sobre algumas áreas de qualidade de vida.

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64

ANEXO A – Parecer CEP

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65

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66

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67

ANEXO B – Carta de Anuência

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68

ANEXO C – FICHA DE AVALIAÇÃO

FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA PARA O PÉ DIABÉTICO

NOME:________________________________________________

SEXO:____IDADE:________

ENDEREÇO:________________________________________________________________

TELEFONE:_______________________

ESTADO CIVIL:_________________________________

Q.P.:_______________________________________________________________________

H.D.A.:_____________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

OUTRAS PATOLOGIAS

ASSOCIADAS:________________________________________________

___________________________________________________________________________

HÁBITOS DE

VIDA:______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

AVALIAÇÃO DA FERIDA

TEMPO DE ULCERAÇÃO:

______________________________________________________

EDEMA:___________________________________________________________________

___

EXUDATO:_________________________________________________________________

___

MENSURAÇÃO:

SUPERFÍCIE: ___________________cm

PROFUNDIDADE:_________________cm

ITB: _________________________

OBJETIVOS:________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

_______________

PROTOCOLO DE

TRATAMENTO:_____________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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69

REAVALIAÇÃO (APÓS DOZE ATENDIMENTOS)

AVALIAÇÃO DA FERIDA

TEMPO DE ULCERAÇÃO:

______________________________________________________

EDEMA:___________________________________________________________________

___

EXUDATO:_________________________________________________________________

___

MENSURAÇÃO:

SUPERFÍCIE: ___________________cm

PROFUNDIDADE:_________________cm

ITB: ______________________________

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70

ANEXO D - INVENTÁRIO BREVE DE DOR

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71

ANEXO E – Laudo Técnico

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72

ANEXO F – Artigos

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76

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Prezado participante, Você está sendo convidado (a) para participar da pesquisa

intitulada “Efeitos da terapia de baixa potência empregando Laser e sua combinação

com Ácidos Graxos Essenciais (AGE) na cicatrização de úlceras em pé diabético”,

desenvolvida por Maura Cristina Porto Feitosa, Ana Flávia Machado de Carvalho, Valrian

Campos Feitosa, sob orientação de Emília Ângela Lo Schiavo Arisawa. O objetivo central

deste estudo é avaliar os efeitos da aplicação da Terapia Laser de baixa intensidade (TLBI-

Laser (Hélio- Neônio)), de Ácídos Graxos Essenciais (AGE), bem como a associação ao AGE

na cicatrização de úlceras em Pé diabético. O convite para sua participação se deve à sua

condição de Diabético e portador de úlcera em membro inferior. Sua participação é

voluntária, você não receberá qualquer tipo de pagamento por sua participação, isto é, ela não

é obrigatória e você tem plena autonomia para decidir se quer ou não participar, bem como

encerrar sua participação a qualquer momento. Você não será penalizado de nenhuma maneira

caso decida não consentir participar, ou desistir da mesma. Contudo, ela é muito importante

para a execução da pesquisa. Serão garantidas a confidencialidade e a privacidade das

informações por você prestadas. Qualquer dado que possa identificá-lo será omitido na

divulgação dos resultados da pesquisa e o material será armazenado em local seguro,

garantindo seu sigilo e privacidade. A qualquer momento, durante a pesquisa, ou

posteriormente, você poderá solicitar do pesquisador informações sobre sua participação e/ou

sobre a pesquisa, o que poderá ser feito pelos meios de contato explicitados neste Termo. A sua participação consistirá numa avaliação por um médico angiologista para caracterização da

úlcera. A seguir você será encaminhado para o serviço de Fisioterapia para avaliação Cinético-

Funcional criteriosa. E em uma ficha de avaliação específica, serão coletados dados pessoais, relativos

ao diabetes e à úlcera do membro inferior. Será utilizado o protocolo de Coimbra para mensuração em

(cm²) do tamanho da ferida, seguido será de um exame de imagem com aparelho de Ultrassom com

Doppler arterial, para avaliação da circulação periférica. Serão coletados 20 ml de sangue para

comprovação da diabetes, por meio dos valores glicêmicos, e também análise do Fator de Crescimento

Endotelial Vascular (VEGF), importante marcador da angiogênese no reparo tecidual. Serão

realizados registros fotográficos no 1º (primeiro) atendimento e após as 12 (doze) sessões.

Inicialmente a ferida será limpa utilizando-se solução de Cloreto de Sódio (soro fisiológico). Serão

realizados no total de 12 (doze) atendimentos sendo 3 (três) atendimentos por semana em dias

alternados. A Terapia Laser de Baixa Intensidade utiliza o laser (Hélio-Neônio) é aplicado conforme a

área, respeitando a extensão da lesão. Após 12 (doze) aplicações será feita uma reavaliação e os

resultados obtidos serão submetidos à análise estatística. Os dados coletados serão mantidos em

arquivos de acesso somente à equipe de pesquisa e ao seu final guardados, por pelo menos 5 anos,

conforme Resolução CNS 466/12 e orientações do CEP UESPI. O benefício (direto ou indireto)

relacionado com a sua colaboração nesta pesquisa é o provável reparo tecidual pelos efeitos da

aplicação da Terapia Laser de baixa intensidade (TLBI- Laser (Hélio- Neônio)), de Ácídos Graxos

Essenciais (AGE), bem como a associação ao AGE, melhorando a autoestima e qualidade de vida,

além disso, contribuir para sustentação da linha de pesquisa em recursos de eletroestimulação. Os

riscos e desconfortos são as frustrações emocionais diante da não cicatrização do processo ulcerativo.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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77

TERESINA-PI, _____ de __________________________ de ________.

Contato do Pesquisador (a) Responsável:

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA UESPI, Rua Olavo Bilac, 2335 – Bairro: Centro/Sul

CEP: 64.001-280 TERESINA/PI Telefone: 86) 3221-4749 E-mail do

pesquisador (a): [email protected]

__________________ ______________________(assinatura)

Nome do Pesquisador(a) responsável

Curso e Instituição vinculada

Declaro que entendi os objetivos e benefícios de minha participação nesta pesquisa e

concordo em participar.

_________________________________________(assinatura)

Nome do Participante da pesquisa ou

responsável legal

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78

APÊNDICE B: DADOS BRUTOS E SIGNIFICÂNCIA

C L AGE LAGE

DOR

Antes Pós Antes Pós Antes Pós Antes Pós

VALORES

9 9 9 5 9 8 8 5

8 8 9 5 9 8 9 5

9 10 10 4 8 8 10 6

9 10 9 5 10 9 9 5

10 10 8 5 8 8 9 5

10 10 9 5 10 8 9 5

10 10 8 5 8 8 9 4

10 10 8 5 8 8 9 4

Mean 9,286 9,571 8,857 4,857 8,857 8,143 9,000 5,000

Std. Deviation 0,7559

0,786

8

0,690

1 0,3780

0,899

7 0,3780 0,5774 0,5774

Std. Error 0,2857

0,297

4

0,260

8 0,1429

0,340

1 0,1429 0,2182 0,2182

KS normality test

KS distance 0,2562

0,421

3

0,296

3 0,5044

0,258

2 0,5044 0,3571 0,3571

P value > 0.10

0,000

4

0,063

4

<

0.0001

>

0.10

<

0.0001 0,0073 0,0073

Passed normality test

(alpha=0.05)? Yes No Yes No Yes No No No

P value summary ns *** ns *** ns *** ** **

Coefficient of variation 8.14%

8.22

%

7.79

% 7.78%

10.16

% 4.64% 6.42%

11.55

%

Sum 65,00 67,00 62,00 34,00 62,00 57,00 63,00 35,00

ITB

VALORES

0,75 0,75 0,76 0,77 0,6 0,6 0,78 0,65

0,76 0,77 0,75 0,77 0,69 0,68 0,78 0,66

0,77 0,79 0,7 0,7 0,75 0,75 0,76 0,75

0,7 0,7 0,69 0,7 0,75 0,75 0,77 0,75

0,73 0,82 0,75 0,75 0,75 0,75 0,78 0,78

0,73 0,82 0,75 0,75 0,7 0,75 0,77 0,76

0,73 0,82 0,72 0,75 0,71 0,75 0,78 0,78

0,73 0,82 0,72 0,75 0,71 0,75 0,78 0,78

Mean 0,7386

0,781

4

0,731

4 0,7414

0,707

1 0,7186 0,7743 0,7329

Std. Deviation

0,0234

0

0,045

25

0,027

95

0,0296

8

0,053

76

0,0584

3

0,0078

68

0,0546

9

Std. Error

0,0088

45

0,017

10

0,010

56

0,0112

2

0,020

32

0,0220

9

0,0029

74

0,0206

7

KS normality test

KS distance 0,2143 0,231 0,318 0,3279 0,232 0,4189 0,3376 0,3373

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79

6 2 1

P value > 0.10

>

0.10

0,030

9 0,0220

>

0.10 0,0005 0,0155 0,0156

Passed normality test

(alpha=0.05)? Yes Yes No No Yes No No No

P value summary ns ns * * ns *** * *

Coefficient of variation 3.17%

5.79

%

3.82

% 4.00%

7.60

% 8.13% 1.02% 7.46%

Sum 5,170 5,470 5,120 5,190 4,950 5,030 5,420 5,130

DOPPLER

VALORES

2,5 2,5 2,9 2,9 3,2 3,2 3,4 3,4

2,8 2,8 3,1 3,1 3,3 3,2 2,8 2,8

3,2 3,2 2,7 2,7 2,7 2,7 2,9 2,9

2,9 2,8 2,6 2,6 3,1 3,2 2,7 2,7

3,2 3,2 2,4 2,4 2,8 2,8 2,7 2,7

3,2 2,8 2,7 2,9 3,1 3,1 2,7 3,4

3,1 2,5 2,4 2,4 3,2 3,1 2,6 3,2

Mean 2,986 2,829 2,686 2,714 3,057 3,043 2,829 3,014

Std. Deviation 0,2673

0,287

0

0,254

5 0,2673

0,222

5 0,2070 0,2690 0,3132

Std. Error 0,1010

0,108

5

0,096

19 0,1010

0,084

11

0,0782

5 0,1017 0,1184

KS normality test

KS distance 0,2370

0,253

9

0,191

9 0,1850

0,290

6 0,3230 0,2566 0,2138

P value > 0.10

>

0.10

>

0.10 > 0.10

0,075

5 0,0262 > 0.10 > 0.10

Passed normality test

(alpha=0.05)? Yes Yes Yes Yes Yes No Yes Yes

P value summary ns ns ns ns ns * ns ns

Coefficient of variation 8.95%

10.15

%

9.48

% 9.85%

7.28

% 6.80% 9.51%

10.39

%

Sum 20,90 19,80 18,80 19,00 21,40 21,30 19,80 21,10

ÁREA DAS ÚLCERAS

VALORES

1,4 12,9 12,1 0,52 4,8 4 1,7 0,6

2,1 8,3 25,9 8,5 1,3 0,8 0,8 0,2

3,6 13,5 4,1 0,8 2,1 1,7 0,6 0

0,33 1,2 7,6 2,3 1,2 0,8 4,9 1,5

5,7 8,1 5,1 1,8 2,1 1,7 4,7 1,5

2,2 6,6 3,1 0,4 1,2 0,8 11,1 7,1

2,2 6,6 3,2 1,8 1,2 0,8 4,5 2,1

Mean 2,504 8,171 8,729 2,303 1,986 1,514 4,043 1,857

Std. Deviation 1,718 4,170 8,209 2,827 1,308 1,175 3,629 2,435

Std. Error 0,6493 1,576 3,103 1,069

0,494

5 0,4442 1,372 0,9204

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80

KS normality test

KS distance 0,2846

0,210

3

0,269

0 0,3575

0,322

3 0,2997 0,2638 0,3174

P value 0,0906

>

0.10

>

0.10 0,0072

0,026

8 0,0569 > 0.10 0,0317

Passed normality test

(alpha=0.05)? Yes Yes Yes No No Yes Yes No

P value summary ns ns ns ** * ns ns *

Coefficient of variation

68.60

%

51.03

%

94.05

%

122.78

%

65.88

%

77.62

%

89.77

%

131.12

%

Sum 17,53 57,20 61,10 16,12 13,90 10,60 28,30 13,00