universidade do vale do itajaÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/riziane vieira dos...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
Queixas comportamentais e emocionais mais freqüentes da
clientela infantil atendida em triagens numa clínica - escola de
Psicologia
RIZIANE JACOB GRAVE VIEIRA DOS SANTOS
Itajaí, (SC) 2010
1
RIZIANE JACOB GRAVE VIEIRA DOS SANTOS
Queixas comportamentais e emocionais mais freqüentes da
clientela infantil atendida em triagens numa clínica - escola de
Psicologia
Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí Orientadora: Prof. MCs Marina Menezes.
Itajaí SC, 2010
2
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me proporcionado a oportunidade de
estar cursando uma faculdade, dando- me equilibrio e capacidade de concluir o
curso.
A minha querida Professora e Orientadora Marina Menezes por ser tão
dedicada me orientando com paciencia, carinho e sabedoria.
Ao meu esposo, aos meus país, sogros e demais familiares, amigos e todos
que direto ou indiretamente participaram dessa jornada tão importante em minha
vida agradeço a todos pelo amor, carinho e compreensão.
Agradeço porque nao somos lembrados pelo que temos, mas sim pelo que
fazemos.
Obrigado
3
SUMÁRIO
RESUMO ...............................................................................................................04
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 05
2 EMBASAMENTO TEÓRICO ............................................................................. 07
2.1 FATORES DE RISCO PARA SAÚDE MENTAL INFANTIL ............................ 08
2.2 FATORES DE PROTEÇÃO PARA SAÚDE MENTAL INFANTIL ................... 10
2.3 ATENDIMENTO DE SAÚDE MENTAL INFANTIL .......................................... 10
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 15
3.1 AMOSTRA / SUJEITOS / PARTICIPANTES DA PESQUISA ......................... 15
3.2 INSTRUMENTO ............................................................................................. 15
3.3 COLETA DE DADOS ..................................................................................... 15
3.4 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................. 15
3.5 PROCEDIMENTOS ÉTICOS ......................................................................... 16
3.6 FONTES DE INFORMAÇÃO .......................................................................... 16
3.7 PROCEDIMENTOS PARA COLETA E ANÁLISE DOS DADOS .................... 16
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................ 17
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 43
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 44
ANEXOS .............................................................................................................. 50
ANEXO 01 E 02 – ROTEIRO TRIAGEM E ANAMNESE INFANTIL..................51/52
ANEXO 03 – DIAGNÓSTICOS DSM-IV E CID-10 ............................................... 59
APÊNDICES ........................................................................................................ 60
APÊNDICE 01 – TERMO DE AUTORIZAÇÃO .................................................... 60
APÊNDICE 02 – TERMO DE COMPROMISSO ................................................... 61
APÊNDICE 03 – ROTEIRO PROCEDIMENTOS PARA COLETA E ANÁLISE
DOS DADOS ..................................................................................................... 61
4
QUEIXAS COMPORTAMENTAIS E EMOCIONAIS MAIS FREQÜENTES DA CLIENTELA INFANTIL ATENDIDA EM TRIAGENS NUMA CLÍNICA - ESCOLA DE
PSICOLOGIA NO PERÍODO DE 2004 A 2008
Orientador: Prof. MCs. Marina Menezes Defesa: Junho de 2010 Resumo: O presente trabalho objetivou coletar e analisar informações acerca da caracterização e identificação de Queixas
Comportamentais e Emocionais mais freqüentes da clientela infantil atendida em triagens na clínica - escola do
curso de Psicologia da UNIVALI, entre 2004 e 2008. Utilizou-se uma metodologia retrospectiva documental, de
consulta às fichas de triagens de crianças e adolescentes. Dos 483 pacientes, (62%) eram meninos e (38%)
meninas, com idades de 1 à12 anos, cursando a Educação Infantil e Ensino Fundamental. O lugar da criança na
prole indicou: primogênitos (49,6%), segundo filho (25,67%) e terceiro filho (10,14%). As famílias eram
compostas de dois filhos (36,9%), filhos únicos (27,7%) e três filhos (17,8%). A busca pela clínica – escola
ocorreu de forma espontânea pelos próprios pais (43,89%), encaminhados pelos médicos (10,5%). Sendo que
(28,57%) das triagens não constavam informações sobre a busca pela clínica. Após serem atendidas as crianças
foram encaminhados para psicoterapia infantil, (40,37%), e para psicoterapia familiar (16,56%). Sendo que
(19,46%) não constavam informações a respeito. As principais queixas apresentadas foram comportamento
agressivo em meninos com (23,17%) e nas meninas (17,66%), os comportamentos diruptivos nos meninos
(18,66%) e nas meninas (16,60%) e as dificuldades escolares nos meninos foram de (19,31%) e nas meninas
(10,95%). E em relação às hipóteses diagnósticas (9,6%) dos meninos e (6,98%) das meninas apresentaram
Problemas de Relacionamento Pai-Mãe/criança. Já (8,91%) dos meninos e (2,37%) das meninas apresentaram
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade tipo Predominante Desatento e (4,16%) dos meninos e (1,93%)
das meninas apresentaram Transtorno da Leitura.
Para fins do presente estudo identificaram-se aspectos que contribuíram e melhoraram a compreensão da saúde
mental infantil, tendo como finalidade proporcionar mais qualidade ao atendimento prestado. Espera-se deste
estudo a contribuição de forma social para o público-alvo e cientificamente para a clínica-escola de Psicologia
possibilitando um atendimento especializado, focando no contexto e características específicas dessa clientela.
Palavras-chave: Clínica – Escola de Psicologia; Psicopatologias da Clínica – Escola de Psicologia/
Crianças; Psicopatologias da Infância; Atendimento Psicológico Infantil.
Sub-Área de concentração (CNPq)
Membros da Banca
Josiane Delvan Professor convidado
Eduardo José Legal Professor convidado
Marina Menezes Professor Orientador
5
1. INTRODUÇÃO
A presente monografia tem como objetivo investigar na clínica-escola de
Psicologia da UNIVALI as principais queixas referentes à procura pelo atendimento,
verificando se estas são de cunho emocional e/ou comportamental, com ênfase na
clientela infantil.
Na atual pesquisa foi realizado um levantamento de dados das triagens infantis,
na clínica-escola acima informada no período de 2004 a 2008 e após esta coleta o
conteúdo foi analisado com base nos referenciais teóricos a fim de proporcionar a
compreensão do fenômeno estudado. Os seus objetivos foram: a) Identificar
variáveis da população infantil atendida na clínica – escola
como; gênero, idade, escolaridade e outras doenças. b) Identificar as variáveis
familiares como; idade dos pais, escolaridade, ocupação profissional, renda mensal,
número de filhos, posição da criança na família e forma de procura de atendimento.
c) Investigar ocorrências de tratamento de saúde anteriores à triagem na clínica -
escola de Psicologia. d) Identificar os encaminhamentos após a triagem da clínica –
escola de psicologia.
O interesse pela saúde mental infantil vem crescendo nos últimos anos de
maneira expressiva. Esta preocupação deriva de estudos recentes que mostram a
prevalência de problemas mentais em crianças, variando de 10 a 20% (STEWART –
BROWN, 2003 apud HALPERN; FIGUEIRAS, 2004), problemas que são de extrema
importância e que influenciam ou afetam o desenvolvimento infantil. Os adultos são
quem identificam os transtornos infantis, porque eles geralmente vêem os sintomas
das crianças como comportamentos incômodos (HALPERN; FIGUEIRAS, 2004). As
crianças são encaminhadas aos profissionais devido a inúmeros e variados
problemas comportamentais, psicológicos, sociais, físicos e de aprendizagem.
Problemas emocionais e comportamentais individuais que caracterizam a
maior parte das formas da psicopatologia infantil ocorrem em quase todas as
crianças em um ou outro momento durante o desenvolvimento. Os problemas de
saúde mental infantil são considerados como as causas mais importantes de
problemas na infância (HALPERN; FIGUEIRAS, 2004). As condições sociais em que
as crianças vivem podem fazer com que elas corram riscos maiores tanto para o
6
desenvolvimento de transtornos como para manifestações de problemas mais
graves. Maus tratos, maturidade precoce entre outros contribuem muito para a
psicopatologia infantil (HALPERN; FIGUEIRAS, 2004, MARSH; GRAHAM, 2005).
Um dos serviço utilizado pelos usuários da clínica-escola é as triagens que
para Ancona – Lopez (2005), distinguem-se dos plantões psicológicos por se
tratarem principalmente de atendimentos a pais que buscam atendimento
psicológico para seus filhos. Após o agendamento procura-se na triagem uma
melhor compreensão da necessidade do atendimento, mobilizar os aspectos
positivos da criança, buscar uma atitude mais ativa dos pais diante das dificuldades
dos filhos e principalmente clarear a demanda que os levou à consulta, o que, na
maior parte das vezes, se constitui em um pedido de ajuda a eles próprios.
Problemas de saúde mental na infância podem prejudicar o desenvolvimento
da criança e estão associados ao risco de transtornos psicossociais na vida adulta.
Estudos epidemiológicos têm mostrado taxas variáveis de prevalência de problemas
psiquiátricos em crianças e adolescentes (FERRIOLLI; MARTURANO; PUNTEL,
2007).
O presente estudo identificou aspectos que contribuíram e melhoraram a
compreensão da saúde mental infantil, tendo como finalidade a atualização dos
dados e apoio de novas pesquisas. Espera – se deste estudo a contribuição de
forma social para o público-alvo e cientificamente para a clínica-escola de Psicologia
possibilitando um atendimento especializado, focado no contexto e características
específicas dessa clientela.
A atual pesquisa ficou distribuída da seguinte forma: a distribuição do sexo da
criança; idade da criança; escolaridade da criança; posição ocupada pela criança na
prole; o número de irmãos na família; a escolaridade dos pais; ocupação profissional
dos pais; tratamento de saúde; medicamentos utilizados; encaminhamento para a
clínica de psicologia; indicações terapêuticas; função das queixas e hipóteses
diagnosticas.
7
2. EMBASAMENTO TEÓRICO
O interesse pela saúde mental infantil vem crescendo nos últimos anos de
maneira expressiva. Esta preocupação deriva de estudos recentes que mostram a
prevalência de problemas mentais em crianças, variando de 10 a 20% (STEWART –
BROWN, 2003 apud HALPERN; FIGUEIRAS, 2004), problemas que são de extrema
importância e que influenciam ou afetam o desenvolvimento infantil. Os adultos são
quem identificam os transtornos infantis, porque eles geralmente vêem os sintomas
das crianças como comportamentos incômodos (HALPERN; FIGUEIRAS, 2004). As
crianças são encaminhadas aos profissionais devido a inúmeros e variados
problemas comportamentais, psicológicos, sociais, físicos e de aprendizagem.
Segundo Lewis e Wolkmar (1993), no inicio do século XX, estudos
importantes na psicopatologia da infância surgiram a partir da avaliação do trabalho
realizado com crianças mentalmente deficientes. Atualmente as estimativas gerais
de transtornos comportamentais emocionais e do desenvolvimento nas crianças vão
desde 14 até 22%, quando consideramos todas as crianças da população geral
(BRANDENBURG, FRIEDMAN; SILVER, 1990 apud MARSH; GRAHAM, 2005).
Rutter, Tizard e Whitmore (1970 apud MARSH; GRAHAM, 2005) concluíram que a
porcentagem geral dos transtornos psiquiátricos infantis estende-se de 6 a 8% em
crianças de idades entre 9 a 11 anos. As estimativas são de 17% nas meninas e
19% nos meninos, que geralmente possuem mais de um transtorno (OFFORD et al.,
1987 apud MARSH; GRAHAM, 2005).
Problemas emocionais e comportamentais individuais que caracterizam a
maior parte das formas da psicopatologia infantil ocorrem em quase todas as
crianças em um ou outro momento durante o desenvolvimento. Os problemas de
saúde mental infantil são considerados como as causas mais importantes de
problemas na infância (HALPERN; FIGUEIRAS, 2004). As condições sociais em que
as crianças vivem podem fazer com que elas corram riscos maiores tanto para o
desenvolvimento de transtornos como para manifestações de problemas mais
graves. Maus tratos, maturidade precoce entre outros contribuem muito para a
psicopatologia infantil (HALPERN; FIGUEIRAS, 2004, MARSH; GRAHAM, 2005).
Nos Estados Unidos, pesquisas revelam que 1 a cada 5 crianças vive abaixo
do nível de pobreza, sendo que algumas crescem no interior das cidades com
8
muitas dificuldades socioeconômicas, sem terem oportunidade de estudar,
manifestando com mais freqüência algumas psicopatologias (BUREAU CENSUS,
1993 apud MARSH; GRAHAM, 2005). Glied e Cuellar (2003 apud HALPERN;
FIGUEIRAS, 2004) estimam que 11% das crianças americanas apresentam em
algum grau, problemas mentais. Metade das crianças e adolescentes entre 10 a 17
anos estão envolvidas em pelo menos dois ou mais comportamentos de risco, como
abuso de álcool e drogas, delinqüências, baixo aproveitamento escolar e gravidez.
Estudos de diferentes culturas mostram níveis parcialmente iguais de crianças na
idade pré-escolar e escolar que estão sofrendo problemas emocionais (MARSH;
GRAHAM, 2005).
Hartung e Widiger (1998 apud MARSH; GRAHAM, 2005) concluem que os
homens superam em números as mulheres na maioria dos transtornos da infância e
adolescência, com exceção dos transtornos da alimentação, depressão adolescente,
transtornos de ansiedade e mutismo seletivo. O gênero da criança influencia as
manifestações da psicopatologia. Estudos mostram que transtornos de conduta e
hiperatividade são mais freqüentes em meninos entre 12 a 16 anos. Já as meninas
apresentam com mais freqüência problemas emocionais durante esse período de
desenvolvimento (TREMBLAY et al., 1992 apud MARSH; GRAHAM, 2005). Com
base nessas informações, a literatura especializada ressalta a necessidade de
compreender a psicopatologia infantil em termos de funcionamento normal e
patológico. Há alguns anos vem sendo usado o sistema de diagnóstico padronizado
como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV) para
definir as psicopatologias nas crianças (APA, 2000), e a Classificação Internacional
de Doenças (CID -10) (OMS, 1993).
As questões relacionadas à saúde mental da criança não só tem impacto
imediato na criança e sua família, mas podem estar implicadas no surgimento de
psicopatologias ou problemas psiquiátricos e sociais ao longo da sua vida.
2.1 Fatores de risco para a saúde mental infantil
Alguns estudos têm focado os processos individuais de comportamento que
determinam a saúde mental, deixando de lado o fato de que a presença da
adversidade do ambiente também determina alterações no desenvolvimento da
criança (SIMÓN; CABALO, 2005).
9
Garbarino (1990 apud HALPERN; FIGUEIRAS, 2004) refere que se deve ter
em mente dois tipos de interação: primeiro a interação da criança como um
organismo biológico, em relação ao seu meio social imediato, que é representado
pela família (microssistema), em que ocorrem vários processos, eventos e
relacionamentos. Segundo, a interação que diz respeito ao relacionamento com o
meio ambiente, no seu sentido mais amplo (macrossistema) e através do tempo
(cronossistema). Representando assim as relações existentes entre os vários
sistemas que influenciam a vida da criança, descritos na teoria ecológica do
desenvolvimento formulada por Bronfenbrenner (1996). O autor propõe um modelo
no qual o desenvolvimento acontece através de processos de interação recíproca,
progressivamente mais complexa, entre as crianças e todos os níveis de influência
do meio ambiente.
Sameroff et al. (1987 apud HALPERN; FIGUEIRAS, 2004) realizaram um
estudo acompanhando crianças desde o período pré-natal até a adolescência. Os
principais achados do estudo, relacionados com aspectos do ambiente na
determinação da saúde mental da criança foram: “(...) história de doença mental
materna, níveis de ansiedade materna, perspectivas parentais limitadas, chefe da
família sem ocupação qualificada e baixa escolaridade materna” (p.106). Nascer em
uma família economicamente desfavorecida, também pode representar um risco
para o desenvolvimento, porém, algumas crianças podem desenvolver suas
habilidades e competências, valorizando as oportunidades que a vida possa lhe
oferecer, mudando essa realidade. Esse grupo de pessoas denomina-se como
resilientes.
Marsh e Graham (2005) definem resiliência como: capacidade da criança
evitar resultados negativos e ou conseguir resultados positivos, mesmo que se
encontre em uma situação de risco importante no desenvolvimento, demonstrando
competência sob stress. Certas crianças têm as condições de se adaptar a
determinadas agressões chamadas de fatores de risco. Isso demonstra que o
indivíduo pode suportar situações negativas, sem que haja conseqüência para si,
para alguns autores isso advém da presença de fatores de proteção externos e
internos (ANTONY 1974 apud HALPERN; FIGUEIRAS, 2004).
10
2.2 Fatores de proteção para a saúde mental infantil
Os fatores de proteção podem ser internos e externos. Os fatores internos
representam as características de alguns indivíduos que podem se manifestar como:
temperamento mais dócil, fazendo com que a criança seja agradável e simpática
para os que estão a sua volta, mostrando assim que é autentico e só busca auxílio
quando não consegue resolver seus problemas, pois sua auto-estima é positiva e
elevada, considerando-se auto-suficiente. Já os fatores externos podem ser
percebidos como a proteção familiar, que é de suma importância, pois a criança
estabelece maior relação com uma pessoa da família, sendo esta quem compreende
as suas necessidades, oferecendo uma educação com limites e possibilitando
recursos como: alimentação, higiene, ensinando a criança a distinguir o certo do
errado. A criança que recebe esse tratamento familiar poderá ter um bom
relacionamento com vizinhos da mesma idade ou mais velhos, na escola com os
alunos e professores, chegando assim à idade adulta, com possibilidade de
aproveitar as oportunidades que a vida lhe proporcionar (HALPERN; FIGUEIRAS,
2004).
Marsh e Graham (2005) relatam que os fatores de proteção a nível familiar
incluem a oportunidade de estabelecer uma estreita relação com, pelo menos uma
pessoa que compreenda as necessidades da criança a educação positiva,
disponibilidade de recursos, um talento ou gosto que seja valorizado pelos adultos
ou semelhantes, e crenças religiosas da família que proporcionem estabilidade e
significado durante épocas de sofrimento ou adversidade.
Em nível da comunidade, os fatores de proteção incluem relações
extrafamiliares agradáveis com vizinhos da mesma idade ou mais velhos, um
ambiente escolar eficaz, com professores que desempenhem modelos num papel
positivo e sejam fontes de apoio, e a disposição de oportunidades nas transições
principais da vida.
Esses dados demonstram a necessidade de profissionais capacitados, que
identifiquem os problemas de saúde mental na infância para que assim através da
detecção precoce os tratamentos mais adequados possam ser indicados,
favorecendo o desenvolvimento infantil.
2.3 Atendimento de Saúde Mental Infantil
11
Segundo estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS), 30% dos países
não têm políticas de saúde mental e 90% não tem políticas de saúde mental que
incluam crianças e adolescentes (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005, apud SANTOS,
2006). No atendimento em saúde mental infantil, o público alvo é formado por
crianças e adolescentes que vão à procura dos serviços; a maioria do sexo
masculino, e suas principais queixas são o mau desempenho acadêmico,
comportamento agressivo, desobediência em casa e escola (ANCONA- LOPEZ,
1981; BERNARDEZ-DA-ROSA, GARCIA; DOMINGOS; SILVARES 2000; SCHOEN
– FERREIRA; SILVA FARIAS; SILVARES 2002, apud SANTOS, 2006). Muitos
desses estudos que são realizados no Brasil, ocorrem em clínicas e hospitais
escolas, integrados à rede de saúde e ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Dentre os principais transtornos, estão os decorrentes do abuso de
substâncias, os transtornos de aprendizagem, transtornos de conduta e transtornos
de comunicação. O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade faz parte dos
distúrbios diruptivos que afetam 3 a 5% de crianças em idade escolar (ROHDE e
BENCZIK, 1999). O distúrbio de aprendizagem afeta 3% a 7% das crianças e
adolescentes e, dentro deste grupo, 20% apresentam transtorno de déficit de
atenção (SILVER 1986 apud BERNARDEZ DA ROSA et al, 2000).
Outro serviço de atendimento prestado à saúde mental infantil e que tem sido
de suma importância para ajudar as crianças é o CAPSi (Centro de Atendimento
Psicossocial Infantil), que é uma unidade de Saúde Mental que atende crianças e
adolescentes que necessitam de atenção ou reabilitação psicossocial, com
transtornos mentais. O trabalho é realizado para que os pacientes desenvolvam
estratégias de enfrentamento para os problemas que afetam as suas vidas. O CAPSi
faz um trabalho para que o jovem tenha mais qualidade de vida e seja inserido no
trabalho e aumente seu laço familiar, ou seja, para administrar melhor a sua vida
através de projetos terapêuticos. O CAPSi funciona cinco dias na semana, em
municípios com mais de 200.000 habitantes e tem capacidade de atender cerca de
180 crianças e adolescentes por mês (BRASIL, 2005).
As clínicas – escolas de psicologia são locais que prestam serviços ao cliente
com a finalidade de promover condições para a realização de investigação
sistematizada (MELO; PERFEITO, 2006).
Ancona Lopez (1981 apud ROMARO; CAPITÃO, 2003), realizou um levantamento
da clientela que procurou atendimento nas clínicas-escola da capital de São Paulo,
12
no ano de 1977 e verificou a predominância de crianças de 6 a 15 anos, do sexo
masculino, encaminhados por professores, com queixa de insucesso escolar. Sendo
estas crianças de níveis socioeconômicos menos favorecidos.
Na clinica-escola da Universidade de São Francisco em São Paulo, no
período de janeiro de 1995 a dezembro de 2000, foram caracterizados 590 clientes
que procuraram pelos serviços de triagem, nos quais 67,5% concluíram o processo
terapêutico e 32,5% desistiram. Na população infantil, cinco queixas foram
apresentadas: 19% com dificuldades escolares, 12,4% com dificuldades no
relacionamento interpessoal, 10,6% apresentaram comportamento agressivo, 10,3%
com dificuldades nas relações familiares, e 9,5% com distúrbios relacionados a
sono, alimentação ou controle dos músculos. O sexo masculino predominou com
65,3% da população. Nos adolescentes predominaram (25,4%) a dificuldades no
relacionamento interpessoal, 22,5% apresentaram – se com dificuldades com a
família, 9,8% apresentou dificuldade escolar, 8,8% distúrbios do sono, alimentação e
controle dos músculos (ROMARO; CAPITÃO, 2003).
Segundo Ancona Lopez (1984), Borges (1996); Graminha e Martins (1993), o
sexo masculino é sempre predominante na população clínica infantil nos estudos
realizados em clínicas escolas de Psicologia.
Outro estudo com a população infantil em triagens psicológicas realizado na
cidade de Uberlândia, Minas Gerais entre os anos de 2000 a 2005 indicou que as
queixas escolares estavam presentes em 24,0% dos casos; já os problemas
denominados cognitivos ocorreram em 14,0% dos pacientes (MELO; PERFEITO,
2006).
Com base nestas informações, os estudos nos mostram como é necessária a
avaliação psicológica de crianças, pois quanto mais cedo ocorrer à busca de um
diagnóstico, maiores também serão as chances de ocorrer à intervenção, o que
pode favorecer melhores condições para o desenvolvimento das crianças com
problemas de saúde mental.
Um serviço que é oferecido pelas clínicas-escolas de psicologia é a avaliação
psicológica que se refere ao modo de conhecer fenômenos e processos psicológicos
por meio de procedimentos de diagnósticos e prognóstico, para criar as condições
de aferição de dados e dimensionar esse conhecimento (ALCHIERI e CRUZ, 2003).
Avaliação Psicológica é um conjunto de procedimentos para a tomada de
informações de que se necessita e não deve ser entendida como um momento único
13
em que um instrumento poderia ser suficiente para responder às questões
relacionadas ao problema que se pretende investigar (GUZZO, 1995-2001, p.157).
Este tipo de processo é a base da atuação do profissional da psicologia seja qual for
sua área (clínica, escolar, organizacional, jurídica, e outras). Para Wechsler e Guzzo
(1999), não há como ser um bom psicólogo se não entender o significado da
avaliação psicológica como um processo de construção de um conhecimento sobre
um fenômeno decorrente de uma escolha teórica e metodológica (apud PACHECO,
2005, p.12).
Para Nascimento (2005), um bom diagnóstico se faz em parte por uma
compreensão racional e em parte por uma compreensão empática (p.216).
O psicodiagnóstico tem como perspectiva conseguir uma descrição e
compreensão, o mais profunda e completamente possível da personalidade do
paciente ou do grupo familiar, e sua conclusão será posteriormente transmitida, por
escrito, através de um documento denominado Laudo Psicológico (OCAMPO et al.,
1995).
Um outro serviço utilizado pelos usuários da clínica-escola é as triagens que
para Ancona – Lopez (2005), distinguem-se dos plantões psicológicos por se
tratarem principalmente de atendimentos a pais que buscam atendimento
psicológico para seus filhos. Após o agendamento procura-se na triagem uma
melhor compreensão da necessidade do atendimento, mobilizar os aspectos
positivos da criança, buscar uma atitude mais ativa dos pais diante das dificuldades
dos filhos e principalmente clarear a demanda que os levou à consulta, o que, na
maior parte das vezes, se constitui em um pedido de ajuda a eles próprios.
Ancona – Lopez ainda comenta que cliente e terapeuta vêm com uma
determinada disposição afetiva que permitirá que sejam afetados de tal maneira ou
qual maneira pelo que ocorre naquela relação e que dará o tom à sua pré-
compreensão sobre aquele encontro.
Os atendimentos oferecidos em clínicas-escola de psicologia incluem, entre
outros, triagem, psicodiagnóstico, psicoterapia individual, de casal, familiar,
atendimentos preventivos e grupos de espera (Guerrelhas e Silvares, 2000; Melo,
1999). A triagem constitui, muitas vezes, a "porta de entrada" para o
encaminhamento dos clientes às outras modalidades de atendimento, tendo, assim,
relevante papel em uma clínica, dada sua função de escuta inicial, avaliação e
encaminhamento. Como ocorre na maioria das instituições de saúde, a demanda é
14
geralmente maior do que o número de vagas oferecido, havendo rotineiramente
pessoas que não conseguem atendimento (Chammas e Herzberg, 2006; Guerrelhas
e Silvares, 2000; Herzberg, 1996; Melo, 1999; Salinas e Santos, 2002).
Algumas pesquisas apontam resultados sobre o uso da triagem como
atendimento clínico inicial (espaço de intervenção), com diferentes abordagens
teóricas, utilizando um ou mais encontros (Ancona-Lopez, 1995; Ancona-Lopez,
2005; Agostinho, 2003; Aguirre, 1987; Isaco, Gil, e Tardivo, 2004; Salinas e Santos,
2002). Salinas e Santos, por exemplo, realizaram e interpretaram a triagem por meio
de referencial psicanalítico em contexto institucional, as quais denominaram
Atendimento Imediato de Triagem, apontando que esta deve ser mais do que a mera
coleta de dados para subsidiar um encaminhamento, podendo constituir uma
proposta de intervenção em si mesma.
15
3. ASPECTOS METODOLÓGICOS
3.1 Amostra/ Sujeitos/ Participantes da pesquisa
Foram extraídas as informações de 1.697 prontuários de atendimentos psicológicos
ocorridos na clínica-escola de psicologia da UNIVALI – campus Itajaí entre 2004 e
2008. Sendo que 483 triagens eram de crianças de 0 a 12 anos.
3.2 Instrumento Os instrumentos utilizados para a presente pesquisa foram os prontuários de
atendimentos psicológicos que são compostos pela triagem e anamnese infantil
(anexo 1 e anexo 2).
3.3 Coleta dos Dados Os dados foram coletados em 483 prontuários de atendimentos psicológicos
objetivando caracterizar as queixas comportamentais e emocionais mais freqüentes
da clientela infantil de 0 a 12 anos atendida em triagens no período de 2004 a 2008,
sendo coletadas no período de agosto a outubro de 2009.
3.4 Análise dos Dados
As queixas coletadas foram analisadas através da análise de conteúdo, que para
Moraes (1999), pode ser utilizada para descrever e interpretar o conteúdo de toda
classe de documentos e textos. Para tanto, constitui-se em cinco etapas: preparação
das informações; unitarização ou transformação do conteúdo em unidades;
categorização ou classificação em categorias; e descrição e interpretação para os
dados da caracterização. As queixas também foram submetidos à análise estatística
através da distribuição de freqüência de dados nominais, que transforma dados
brutos num conjunto de mensurações, organizadas e dotadas de sentido. Essas
informações foram apresentadas em representações gráficas que permitirão
visualizar as diferenças freqüências entre as categorias de nível nominal (LEVIN,
1985).
16
3.5 Procedimentos Éticos
A presente pesquisa seguiu as normas da Resolução 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde, que correspondem às exigências referentes à ética nas
pesquisas de formas diretas ou indiretamente com seres humanos, bem como a
apreciação do Comitê de Ética. A devolução das informações obtidas à Clínica –
escola do curso de psicologia ocorrerá após a defesa da monografia no dia 23 de
junho de 2010.
3.6 Fontes de informações nº do parecer 254/09a
As informações referentes às triagens infantis realizadas entre 2004 e 2008 foram
coletadas na Clínica – Escola de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí –
UNIVALI, após a autorização do responsável (APÊNDICE 1) e mediante o Termo de
Compromisso dos Pesquisadores (APÊNDICE 2). Tais informações foram
registradas e organizadas em ficha própria (APENDICE 3), para posterior análise.
3.7 Procedimentos para coleta e análise dos dados
Através da coleta de dados foram obtidas as seguintes informações para a
caracterização da população infantil:
Sexo
Idade
Escolaridade
Número de irmãos
Escolaridade do pai e da mãe
Ocupação profissional do pai e da mãe
Tratamentos de saúde
Medicações utilizadas
Encaminhamentos
Indicações terapêuticas
Queixas
Hipóteses diagnósticas
17
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1 Caracterização da população infantil
Primeiramente caracterizou-se a distribuição da amostra em função do sexo
(figura 1). A amostra compõe-se dos seguintes resultados: meninos (62%) e
meninas (38%) que realizaram triagens no período de 2004 a 2008 e percebe-se
que há uma freqüência maior do sexo masculino. O sexo masculino aparece como
predominante na população clínica infantil da presente pesquisa em uma proporção
de mais de 6 meninos para cada 4 meninas que buscaram atendimento psicológico
neste período.
Figura 1:Distribuição da amostra em função do sexo da criança
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino FemininoLegenda
Graminha e Martins (1990), em sua pesquisa sobre as características da
população que procura o serviço de atendimento infantil no centro de psicologia
aplicada da FFCLRP-USP em Ribeirão Preto-SP, também encontrou freqüências
maiores do sexo masculino, sendo a amostra das crianças caracterizadas por
meninos (66,5%) e meninas (33,5%). A maior parte da população atendida na
clínica-escola de psicologia em Campinas-SP em 2000 também foi formada por
18
crianças do sexo masculino (BERNARDES DA ROSA e GARCIA, 2000). Um estudo
semelhante feito na Clínica de psicologia da UNIVALI- CCS-I no ano de 2001,
demonstrou que a freqüência em relação ao sexo das crianças também foi maior em
meninos (70,05%) quando comparado às meninas (29,95%) (GEVAERD, 2001).
Segundo Marsh e Graham (2005), os meninos manifestam mais dificuldades
que as meninas durante a primeira e média infância. Parece haver uma procura de
atendimento mais precoce para os meninos em comparação com as meninas
(LINHARES; PARREIRA; MATURANO; SANTANNA; 1993).
Outros estudos têm mostrado que grande parte da clientela infantil que
procura os serviços de saúde mental é composta por crianças e adolescentes, a
maioria do sexo masculino, (LOPEZ, 1981; BERNARDES-DA-ROSA; GARCIA;
DOMINGOS & SILVARES, 2000; SCHOEN-FERREIRA; SILVA; FARIA &
SILVARES, 2002 apud Santos, 2006), o que corrobora com os dados obtidos na
presente pesquisa.
Achenbach et al, (1991 apud MARSH e GRAHAM,2005) relatam sobre
problemas externalizados e internalizados na infância. Os problemas de
comportamento externalizado (agressão física ou verbal, contestação, baixo controle
do comportamento próprio, hiperatividade e agitação), podem manifestar-se em sua
grande maioria nos meninos. Pelo fato de ocorrer maior presença de queixas em
meninos durante a infância, muitos pais recorrem a atendimentos tentando resolver
ou amenizar os problemas. Já os problemas de comportamento internalizado
(ansiedade, tristeza, depressão, baixa auto-estima,), ocorrem com freqüência nas
meninas adolescentes, pois quando crianças estas podem não necessariamente
apresentar queixas, e na adolescência as condições co-mórbidas como a ansiedade,
podem desencadear problemas, evidenciando assim transtornos em determinadas
situações da vida.
De maneira geral, Marcelli e Cohen (2009), ressaltam que além das
diferenças naturais que ocorrem entre os sexos, alguns meninos podem apresentar
mais dificuldades em relação às ações verbais e elaborações lógicas, causando
algumas diferenças comportamentais em relação as meninas. Hartung e Widiger
(1998 apud MARSH e GRAHAM, 2005) concluem ainda que os homens superam as
mulheres na maioria dos transtornos na infância e adolescência.
Em relação às idades das crianças, obtiveram-se os seguintes dados:
19
Figura 2: Distribuição da amostra em função da idade da criança
0
2
4
6
8
10
12
14
16
1 ano
2 anos
3 anos
4 anos
5 anos
6 anos
7 anos
8 anos
9 anos
10 anos
11 anos
12 anos
Legenda
As porcentagens indicam um índice maior nas idades de 8 anos (14,6%), de
10 anos (13,2%), de 9 anos (12,4%) e de 7 anos (12,2%). Observa-se que as
maiores freqüências de idades são de 7 a 10 anos. Alguns estudos apontam que a
faixa etária de maior demanda para atendimento psicológico está entre os 6 e os 10
anos de idade (LOPEZ, 1984; e BARBOSA e SILVARES,1994 apud MELO e
PERFEITO, 2006).
Halpern e Figueiras (2004) comentam a respeito dos estudos em várias
culturas, que apresentam proporções igualmente elevadas em crianças de idades
pré-escolares e escolar que sofrem de problemas emocionais. Os autores ainda
colocam que as deficiências no desenvolvimento e no comportamento das crianças
podem ser reconhecidas ainda no inicio da infância.
Se compararmos a idade com a escolaridade, veremos que as faixas etárias
de 7 a 10 anos indicam que as crianças estão cursando o ensino fundamental, de 1°
a 5° série, ou seja, começando a vida escolar.
No estudo realizado por Gevaerd em 2001, observa-se que não há muita
diferença nas idades das crianças e os resultados de sua pesquisa indicam maior
freqüência em crianças de 8 anos (13,2%), seguido de 7 anos (12,69%), e 9 anos
(12,18%).
20
Bird, Gould, Yager, Staghezza e Canino (1989 apud MARSH e GRAHAN,
2005) ressaltam não haver diferenças nas idades de 4 a 16 anos em um número
total de transtornos diagnosticados para cada idade. Nem sempre existem idades
específicas para o início dos mesmos, muitos deles podem ser desencadeados por
fatores genéticos, ambientais, como por exemplo, o estresse e fatores psicológicos.
A seguir foram serão apresentados os dados em relação à escolaridade das
crianças.
Figura 3: Distribuição da amostra em função do nível de escolaridade da
criança.
0,00%
2,00%
4,00%
6,00%
8,00%
10,00%
12,00%
14,00%
16,00%
18,00%2º S érie
4º S érie
C rec hes
1º S érie
3º S érie
5º S érie
P réE s colas6º S érie
7º S érie
8º S érie
Não C ons ta
Observou-se uma porcentagem bem elevada de crianças matriculadas na
segunda série do ensino fundamental (15,32%), quarta série do Ensino
Fundamental (13,87%), creches (13,47%), primeira série do Ensino
Fundamental (13,04%), sendo que o número de crianças que não vai à escola foi
bem relevante (10,8%).
Em outro estudo, como de Melo e Perfeito (2006), observou-se de forma
semelhante que houve uma concentração maior de crianças que procuraram
clínicas-escolas de psicologia, cursando a pré-escola (28%), seguido da primeira
série (18%), quarta série (14%) e da terceira série (12%).
Gevaerd (2001) obteve em seu estudo um resultado diferenciado, sendo que
a porcentagem maior se deu na primeira série (21,83%), seguido da pré-escola
21
(18,27%), segunda série (11,68%), quinta série (10,66%). A autora indica que talvez
muitas crianças tenham apresentado dificuldades devido a nova fase escolar. Ao
ingressarem na escola alguns pais não percebem as mudanças que isso causa nas
crianças e quando vão perceber muitas vezes já existem sintomas presentes que
podem trazer conseqüências. Algumas crianças são pressionadas para se
desenvolverem precocemente e quando isso ocorre, elas acabam sendo privadas ou
até mesmo se privando de brincarem, assumindo compromissos e
responsabilidades.
Ao analisarmos as idades, percebe-se no presente estudo que as maiores
porcentagens ocorreram nas idades entre 8 anos em primeiro lugar, 10 anos em
segundo lugar e 9 anos em terceiro lugar. Nos últimos anos as crianças estão tendo
que freqüentar escolas, Centros de Educação Infantis (C.E.I) muito cedo para que
seus pais trabalhem para sustentarem suas famílias podendo assim influenciar no
desenvolvimento infantil das mesmas. Em relação à escolaridade os resultados
podem estar relacionados ao fato de que ao ingressar no ensino fundamental a
criança é estimulada de maneira lúdica e concreta. Passando essa fase, ela vai
para o primeiro ano do ensino fundamental, onde necessita reorganizar seus
pensamentos, limites e adaptar-se a permanecer mais tempo em sala de aula,
sendo que antes se encontrava mais livre. Quando a criança termina o ensino
fundamental inicial, ela passa para o ensino fundamental final onde há transição da
estrutura educativa e ela se depara com a troca de vários professores e várias
aulas no mesmo dia, necessitando que se adapte a esse novo formato. Adequando-
se a este formato até então novo, a criança poderá enfrentar dificuldades para se
adaptar a essa nova sistemática educacional.
A seguir procurou-se analisar também qual a posição da criança na prole.
22
Figura 4: Distribuição da amostra em função da posição ocupada pela criança
na prole.
0
10
20
30
40
50
60
Primogênito
2°
3°
4°
5°
7°
Não Consta
Legenda
Observou-se que a freqüência maior foi de filhos primogênitos (49,06%),
seguido do segundo filho (25,67%), e de terceiro filho (10,14%).
Dados semelhantes foram observados no estudo de Gevaerd (2001), que
indicou freqüência maior de filhos primogênitos (51,27%), seguido do segundo filho
(23,86%), e terceiro filho (10,15%) em crianças usuárias de uma clínica-escola de
Psicologia.
Este alto índice em relação aos primogênitos que buscam avaliação
psicológica pode estar relacionado às expectativas e ansiedades que os pais têm
com os filhos, transferindo em alguns casos para seus descendentes a tarefa de
executar o que talvez eles mesmos não tenham sido capazes de fazer, o que pode
gerar ansiedade e insegurança nas crianças (GRAMINHA e MARTINS 1993).
Brazelton (1994) ainda comenta a respeito da idade e a posição que a criança
ocupa na família, indicando que os primogênitos recebem mais pressões do que
seus irmãos, pois são a eles atribuídas as responsabilidades e competências que
poderão perdurar por toda a sua vida. Já o segundo filho pode acreditar que lhe falta
afeto, e apresentar comportamentos que se caracterizam como competitivos.
23
Algumas vezes, pelo fato de serem os primogênitos, os pais acabam
responsabilizando-os pelos cuidados de seus irmãos mais novos e dos afazeres
mais leves da casa, responsabilidades estas que podem muitas vezes pesar no
comportamento de uma criança por ela não ter capacidade de lidar com tais
situações.
A caracterização do número de irmãos das crianças atendidas em triagens na
clínica-escola também foram analisadas e encontram-se a seguir:
Figura 5: Distribuição da amostra de acordo com o número de irmãos na
família.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Único
1°
2°
3°
4°
5°
6°
10°
17°
Não consta
Legenda
Nas famílias estudadas encontrou-se um grande número de pais com apenas
dois filhos (36,9%), seguido de pais com filhos únicos (27,7%), e pais que tem
três filhos (17,8%). Portanto, a maioria das famílias são compostas por no máximo
3 filhos.
Analisando os dados do estudo realizado por Graminha e Martins (1993), em
relação ao tamanho da prole, a freqüência também foi maior em famílias com
apenas dois filhos (40,6%); seguido de três filhos (23,8%); e filhos únicos
(16,2%).
24
No estudo realizado por Gevaerd (2001), também ocorreram semelhanças
nas porcentagens relacionadas às famílias com dois filhos que é de (37,08%),
seguido de filho único (24,87%), e três filhos (20,30%).
Se observarmos os estudos acima em relação ao número de filhos nas
famílias, as semelhanças são perceptíveis sendo a maioria das famílias constituídas
por no máximo 3 filhos.
A chegada de um novo membro nas famílias pode muitas vezes criar
problemas como tensão, pelo fato de trazer junto com o bebê a reformulação de
novos papéis e regras no funcionamento familiar (MINUCHIN, 1985 apud PEREIRA
e PICCININI, 2007).
O nascimento de um novo filho é um momento marcante na vida da família e
pode trazer desequilíbrio nas relações estabelecidas por eles. No desenvolvimento
de uma família, o nascimento de um segundo filho pode caracterizar fase de
expansão do sistema familiar e pode ser considerado qualitativamente diferente do
processo do nascimento do primogênito (DESSEN, 1997 apud PEREIRA e
PICCININI, 2007).
A seguir a figura 6 apresenta dados relativos à distribuição quanto ao nível de
escolaridade dos pais e a seguir na figura 7 a escolaridade das mães.
Figura 6: Distribuição da amostra em função da escolaridade dos pais.
0
5
10
15
20
25
30
35
Ens. Fund. Completo
Ens. Fund. Incompleto
Ens. Médio Completo
Ens. Médio Incompleto
Superior Completo
Superior Incompleto
Pós- Graduação
Mestrando
Analfabeto
Não Consta
legenda
25
Percebeu-se que as porcentagens mais elevadas foram referentes aos pais
que tem o ensino fundamental incompleto (29%), em seguida encontramos os
pais que tem o ensino médio completo (22,6%), e em algumas triagens não
consta a informação quanto à escolaridade dos pais (18,4%).
Figura 7: Distribuição da amostra em função da escolaridade das mães.
0
5
10
15
20
25
30
Ens. Fund. Completo
Ens.Fund. Incompleto
Ens. Médio Completo
Ens. Médio Incompleto
Superior Completo
Superior Incompleto
Pós- Graduação
Doutorando
Analfabeto
Não Consta
Legenda
Já em relação à escolaridade das mães, pode-se notar que a freqüência mais
elevada entre as mesmas em relação à escolaridade foi do ensino fundamental
incompleto (27,3%), seguido do ensino médio completo (24,8%), e em algumas
triagens também não constam informações quanto à escolaridade das mesmas
(15,3%). Um ponto interessante a ressaltar é a combinação da escolaridade entre os
casais, ou seja, os pais da clientela infantil parecem se relacionar com mães do
mesmo nível educacional.
Podemos observar diferenças no estudo realizado por Graminha e Martins
(1993), que sugerem em relação à escolaridade dos pais de crianças usuárias de
uma clínica-escola de psicologia, que (35,5%) não completaram o primeiro grau,
seguido das mães que não completaram o primeiro grau (38,5%). Já (51,0%) são
pais que concluíram o primeiro grau e (58,5%) são mães que também concluíram o
primeiro grau. E (23,5%) são pais que concluíram o segundo grau e (24,5%) são
mães que também concluíram o segundo grau.
26
Se considerarmos os dados referentes a 1993 (ano do estudo citado) até os
dias atuais, já se passaram mais de 17 anos que essa porcentagem em relação à
escolaridade dos pais e mães apresentou este resultado. Essa última década vem
trazendo oportunidades de alfabetização e uma elevada procura pela conclusão da
escolaridade. O governo brasileiro tem incentivado todas as raças e classes sócio-
econômicas a voltarem a estudar. Atualmente as oportunidades têm sido muitas
para facilitar a conclusão de ensino como: supletivos, educação à distância, todos
esses, métodos para que haja um retorno à escola. E muitos percebendo a falta que
o estudo faz no mercado de trabalho, têm procurado instituições que oferecem este
tipo de ensino para concluírem o que então haviam deixado para trás. Dessa forma,
questiona-se porque em 2010 com todos os recursos disponíveis, os pais das
crianças que fazem parte da amostra ainda não concluíram o Ensino Fundamental?
Talvez as dificuldades possam estar vinculadas às responsabilidades com os filhos,
com a casa, falta de interesse na formação acadêmica, ou ainda questões regionais
de acesso à escolarização.
Carter e McGoldrick (2001) comentam que a mudança no papel feminino das
famílias sofreu constantes modificações, e que as mulheres antigamente eram
centrais no funcionamento familiar, ou seja, elas sempre foram mães e esposas. Seu
ciclo de vida estava ligado ao único e exclusivo papel em atividades como criação
dos filhos. Atualmente as mulheres têm passado pelo ciclo de vida materno mais
rápido de que suas mães e avós, elas estão cada vez mais tendo objetivos pessoais
e buscando alcançá-los.
O estudo realizado por Lopes, Menezes, Santos e Piccinini (2006) mostra que
a escolaridade dos participantes numa pesquisa sobre o planejamento dos filhos
variou em (11%) dos homens e mulheres com o ensino fundamental incompleto;
(4%) das mulheres e (11%) dos homens com o ensino fundamental completo; (4%)
das mulheres e (2%) dos homens com o ensino médio incompleto e (22%) dos
homens e mulheres tem o ensino médio completo. No entanto, muitos casais se
unem com a intenção de aumentar sua família, muitos planejam o casamento e a
chegada do primeiro filho, outros não. Mas o que chama a atenção é que muitos
deles acabam deixando os estudos de lado para dedicar-se ao trabalho, a fim de ter
renda para que a nova família seja constituída; com isso as responsabilidades se
multiplicam e muitas vezes torna-se necessário trabalhar em excesso para sustentar
as famílias, abandonando os estudos.
27
Sameroff (1993 apud HALPERN e FIGUEIRAS, 2004) conduziu um estudo
sobre o papel do meio ambiente na determinação da saúde mental da criança
comparando com as variáveis existentes. Observou-se neste estudo que muitas
crianças sofrem um alto índice de risco para o desenvolvimento mental devido ao
ambiente em que vivem, sendo que uma dessas variáveis está relacionada à
escolaridade dos pais. Muitas mães apresentavam baixa escolaridade, dado que foi
associado à possibilidade da falta de informação influenciar na maneira como elas
educam e cuidam de seus filhos, configurando-se como um fator de risco para
alguns problemas de saúde mental. Desse modo, sugere-se que esse fator de risco
se fez presente na população aqui estudada.
A figura a seguir apresenta dados relativos à distribuição quanto a ocupação
profissional dos pais, seguido da ocupação profissional das mães.
Figura 8: Distribuição da amostra em função da ocupação profissional dos
pais.
Observou-se na amostra que as informações relacionadas à ocupação dos
pais indicaram maior porcentagem quanto à categoria: Autônomos (Empresários/
Comerciantes/ Farmacêuticos) (25,46%), seguida de Não Constam informações
(22,15%); Funcionários de serviços gerais (Vigia/ Garçom/ Bancário/ Portuário/
Zelador) com (20,91%); Funcionários Públicos (12,42%); Motoristas / Op. Máquinas
(11,38%); Vendedor (4%); Pescador / Tecelão / Artesão (3,72%).
28
A seguir será apresentada a distribuição das ocupações profissionais das
mães.
Figura 9: Distribuição da amostra em função da ocupação profissional das
mães.
Em relação à ocupação profissional das mães percebeu-se maior índice nas
ocupações relacionadas às atividades: Do lar (30,84%); seguidas de Autônomas
(Comerciantes/ Empresárias) (17,18%); Domésticas (12,83%); Não Constam
(11,60%); Secretárias, Aux. Técnicas (9,93%); Vendedoras (5,80%); Professoras
(4,80%); e Cabeleireiras, Manicures (2,69%).
Se observarmos a ocupação das mães, pode-se perceber que ocorre
predominância relacionada com a execução de trabalhos manuais, categorizados
como: do lar, domésticas. Já na ocupação dos pais as ocupações foram
caracterizadas por trabalhos autônomos como: Empresários, Comerciantes, entre
outros.
Na pesquisa de Gevaerd (2001), ocorreu maior freqüência de ocupações
profissionais dos pais e das mães em serviços manuais e em suas categorias
29
aparecem às profissões: do lar (40,10%), domésticas (13,20%), operadores de
máquinas (6,09%), motoristas (8,63%).
Percebeu-se que algumas ocupações em relação ao grau de escolaridade
das mães poderia estar vinculada a trabalhos manuais, sendo possível estas
ocupações estarem relacionadas com o nível de escolaridade das mesmas.
Acreditamos que, por terem um grau baixo de escolaridade, possivelmente isto
estaria associado à baixa renda. Já no caso dos pais, a baixa escolaridade parece
não estar relacionada ao tipo de ocupação de caráter autônomo que os mesmos
desempenham.
A renda mensal familiar representa um dado importante a ser conhecido na
população estudada, pois geralmente está associada à ocupação profissional e
escolaridade, a fim de compor um conjunto que permita variadas análises. Porém,
das 483 triagens infantis pesquisadas, apenas 253 constavam a renda mensal,
sendo que 230 triagens não indicavam informações a esse respeito. Tal fato pode
ter ocorrido em função de que em alguns períodos, esse dado não foi incluído para
investigação na Clínica-Escola onde se realizou o presente estudo, ou ainda, que os
estagiários, ao realizarem o processo de Triagem, não investigaram esse dado.
Dessa forma optou-se por não utilizar esses dados na análise por representarem
apenas uma parcela da amostra.
Outro critério analisado foi a presença de tratamentos de saúde realizados
pelas crianças. O quadro abaixo apresenta a distribuição dos dados.
Figura 10: Distribuição da amostra em função do tratamento de saúde em geral.
0
10
20
30
40
50
60
Sim
Não
Não Consta
Legenda
30
Nos tratamentos de saúde observou-se que (50,30%) da amostra de crianças
faziam ou fizeram algum tipo de tratamento (bronquite, asma, gripe); (36%) não
fizeram tratamentos e (13,7%) não constava a realização de tratamentos nas
triagens.
Além de ter analisado os dados referentes a tratamentos de saúde foram
analisadas as medicações prescritas, sendo estas organizadas por grupos como
mostra a figura 11.
Figura 11: Distribuição das amostras em função dos medicamentos.
Como se pode observar (60,12%) das crianças não faz uso de medicação, e
(18,42%) não consta a informação. Já (6,07%) utilizavam antibióticos em geral;
(4,04%) usavam antidepressivos ou inibidores de serotonina; (3,23%) eram anti-
epiléticos ou psicotrópicos; (3,03%) psicoestimulantes; (2,22%) homeopáticos;
(1,21%) vitaminas; (0,60%) broncodilatadores; (0,40%) anti-histamínicos; (0,40%)
pomadas e (0,20%) antiinflamatórios, prescritos por médicos para a realização de
tratamentos específicos.
No quadro a seguir será descrita a freqüência dos serviços que
encaminharam as crianças para triagens da clínica escola de psicologia.
31
Figura 12: Distribuição da amostra em função dos encaminhamentos para
Clínica de Psicologia.
Observou-se que na maioria dos casos, os próprios pais foram os que
procuraram ajuda na clínica – escola com (43,89%); seguido do item que não
constam informações (28,57%), em relação a este dado, infere-se a possibilidade
de estar associado ao fato de ter havido falha na execução da triagem por parte dos
estagiários, ou poderia ter ocorrido dos pacientes terem sido desligados do
atendimento por motivo de faltas. Além desse dado, em terceiro lugar encontram-se
os encaminhamentos realizados pelos médicos (10,5%); pelas escolas (6,83%);
avós (2,27%); fonoaudiólogas (1,03%); tios (0,82%); abrigos (0,41%); e PADEF
(Programa de Atenção aos Discentes, Egressos e Funcionários da UNIVALI) de
(0,20%).
É importante ressaltar que muitas vezes a falta de conhecimento dos pais em
relação ao comportamento de seus filhos e a convivência entre eles com as crianças
pode levá-los a não perceber diferentes atitudes em relação aos problemas que
seus filhos apresentam, passando assim a ser um fato comum para a família. Dessa
forma, quem os identifica muitas vezes são os médicos, a escola, avós e outros
parentes.
Após as crianças terem passado pela triagem foram encaminhadas para
outras indicações terapêuticas, analisadas a seguir.
32
Figura 13: Distribuição da amostra em função das Indicações Terapêuticas.
Como se observa, as indicações terapêuticas mostraram que após a triagem,
(46,75%) das crianças foram encaminhadas para avaliação psicológica e
psicoterapia infantil; sendo que (19,46%) não constam informações. Neste caso
supõe-se que os pacientes ou foram desligados da clínica, ou não constavam
informações suficientes para realizar o diagnóstico e encaminhamento; ou ainda os
estagiários não relataram as informações adequadamente. Além disso, (16,56%) das
crianças foram encaminhadas para psicoterapia familiar; (16,35%) foram
encaminhados para psicodiagnóstico; (15,11%) encaminhados para neurologista;
(8,89%) foram encaminhados a outros tratamentos médicos não discriminados e
(5,38%) encaminhados para orientação aos pais ou responsáveis.
A psicoterapia infantil é um instrumento psicoterapêutico relevante. Por
funcionar como “um trabalho preventivo que propicia a construção de bases mais
sólidas para a integração mental” (MOTTA, 2008, p. 115), previne a instalação e
complicação de perturbações psíquicas diversas.
Existem diferentes tipos de psicoterapia infantis, a psicoterapia breve em
crianças e adolescentes em geral, é uma psicoterapia plurifocal, na qual o objetivo
33
terapêutico é limitado e a restrição do tempo terapêutico surge como uma
indispensável instrumentação técnica, produto de uma premeditação conceptual. É
um recurso terapêutico específico que os próprios pacientes exigem e impõem pelas
suas situações clínicas- nas que cabe incluir as condições familiares e as sócio-
econômicas- e as disponibilidades de ajuda que é possível oferecer (FICHTNER,
1997).
A psicoterapia cognitiva é uma forma focalizada, ativa, diretiva e estruturada
de psicoterapia. Ela fundamenta-se na assertiva do modelo cognitivo, que estipula
que os transtornos psicológicos se caracterizam por apresentarem equívocos e
distorções do pensamento, originando afetos e comportamentos disfuncionais. A
matéria- prima da psicoterapia cognitiva são as cognições, ou seja, todos os
pensamentos, idéias, imagens, conceitos e concepções que cada indivíduo vai
construindo desde o início e ao longo de seu desenvolvimento (FICHTNER, 1997).
A psicoterapia de orientação psicanalítica não é senão uma psicanálise
modificada a partir ou em função de limitações formativas impostas a quem a
prática; tornou-se, por isso, área de muitos donos de diversos talentos, disputando a
primazia de conceituá-la e regulamentá-la todos aqueles que referenciam sua práxis
clínica na leitura psicanalítica (DUARTE, BORNHOLDT E CASTRO, 1989).
Estas autoras ainda nos trazem que a psicoterapia cognitiva –
comportamental enfatiza os aspectos objetivos da realidade, procurando
compreender as relações entre o organismo e o ambiente através de um enfoque na
aprendizagem, sendo que, recentemente, tem-se observado uma ênfase também
nos aspectos cognitivos.
Cordioli (1993) relata também sobre a Psicoterapia Familiar, indicando que a
procura pela se dá geralmente por ocorrer apenas um membro da família que se diz
necessitado por um tratamento e que pede ajuda para um outro membro que é
definido como problemático. O objetivo da psicoterapia não é curar, mas sim ajudar
na superação de bloqueios desenvolvidos pelos indivíduos do grupo familiar como
um todo.
A psicoterapia familiar deve considerar alguns aspectos para formular o
diagnóstico como: nível sócio-econômico, características étnico-culturais; crise vital
ou crise situacional, estágio de desenvolvimento da família; estrutura: alianças e
hierarquias; capacidades de coesão e de adaptação da família; função do sintoma e
presença, ou não, de diagnóstico psiquiátrico positivo; motivação para tratamento.
34
A seguir foram analisadas as principais queixas referentes aos
comportamentos das crianças, agrupando-as em categorias a fim de proceder à
análise. As categorias utilizadas foram baseadas nos estudos de Gevaerd (2001) e
Romaro e Capitão (2003).
De 483 crianças atendidas foram apresentadas 716 queixas, ou seja, em
alguns casos ocorreram várias queixas relacionadas a uma só criança.
As queixas das triagens foram agrupadas a partir das seguintes categorias:
(GEVAERD, 2001; ROMARO e CAPITÃO, 2003).
1- Comportamento agressivo – rebeldia, desobediência, dominância,
displicência, destrutividade, agressividade, provocação.
2- Comportamento diruptivo: agitação e inquietude, irritabilidade e nervosismo.
3- Dificuldades escolares – foi agrupado as queixas de problemas de
aprendizagem, desinteresse por atividades acadêmicas, fobia escolar.
4- Ansiedade / insegurança – tensão, preocupação, medo, auto-imagem
negativa, ciúmes, indecisão.
5- Distúrbio sono/ alimentação/ esfíncteres – problemas de eliminação,
problemas do sono, problema de alimentação.
6- Dificuldade de relações familiares – apego, dependência, conflito familiar,
retraimento familiar, introversão, carência afetiva.
7- Depressão / tristeza – choro freqüente.
8- Imaturidade / atraso no desenvolvimento - problemas na fala, problema de
coordenação motora, comportamento diferente – estranho.
9- Metabólicos / neurológicos – dor de cabeça, tiques, dependência sensorial.
10- Distúrbio sexual – interesse sexual, abuso, violência física ou sexual.
Problemas de conduta - mentiras, furtos.
35
Tabela 1: Distribuição da amostra em função das Queixas
Categoria das Queixas
Masculinas Femininas % Total
Comportamento agressivo
23,17% 17,66% 40,83%
Comportamento Diruptivo
20,37% 20,84% 41,21%
Dificuldades Escolares
19,31% 10,95% 30,26%
Ansiedade/ Insegurança
11,80% 12,72% 24,52%
Distúrbio Sono / Alimentação / Esfíncteres
8,15% 7,77% 15,92%
Imaturidade/ atraso no Desenvolvimento
3,64% 7,06% 10,70%
Metabólicos/ Neurológicos
4,07% 6% 10,07%
Depressão/ Tristeza 3% 5,65% 8,65%
Distúrbio Sexual 0,85% 3,53% 5,68%
Dificuldade de Relação Familiar
3,21% 2,47% 4,38%
Não Consta 2,36% 5,30% 7,66%
Analisando as queixas totais relatadas no presente estudo, percebe-se que
há uma porcentagem bem mais elevada nas seguintes categorias: comportamento
agressivo (40,83%); comportamento diruptivo (41,21%); dificuldades escolares
(30,26%) em ambos os sexos.
Se compararmos com o estudo realizado por Graminha e Martins (1994),
percebe-se diferenças nas queixas, pois as autoras trazem relatos de crianças que
apresentaram maiores queixas nas áreas de dificuldades escolares (19%);
36
dificuldades no relacionamento interpessoal (12,4%); comportamento
agressivo (10,6%); dificuldades nas relações familiares (10,3%); e os distúrbios
relacionados ao sono, alimentação e controle dos esfíncteres (9,5%).
Ao observarmos o presente estudo e o estudo realizado por Graminha e
Martins (1994), nota-se entre eles a existência de comportamentos relacionados a
agressividade, comportamento diruptivo, relacionamento interpessoal e dificuldades
escolares.
As queixas apresentadas pelos meninos no presente estudo foram;
comportamento agressivo (23,17%); dificuldades escolares (19,31%);
comportamento diruptivo (18,66%). Entre as meninas as principais queixas foram;
comportamento agressivo (17,66%); comportamento diruptivo (15,60%);
dificuldades escolares (10,95%).
Já no estudo de Gevaerd, as queixas apresentadas foram: entre meninos os
problema de aprendizagem (33,33%), agressividade/ provocação (28,26%), rebeldia/
desobediência/ dominância (24,64%), e entre as meninas os problema de
aprendizagem (32,20%), agressividade/ provocação e rebeldia/ desobediência/
dominância tiveram a mesma porcentagem (20,34%).
Hartung e Widiger (1998 apud MARSH e GRAHAM, 2005) comentam que o
sexo masculino superam em números o sexo feminino na maioria dos transtornos na
infância e adolescência. Os meninos apresentam mais dificuldades que as meninas
durante a primeira e média infância (MARSH e GRAHAM 2005).
Os mesmos autores ainda comentam que os transtornos como hiperatividade
são mais freqüentes em meninos.
Geralmente os meninos são os que mais procuram atendimento por
apresentarem determinadas queixas como agressividade, hiperatividade
preocupando assim os pais ou responsáveis, esses saem em busca de atendimento
ou orientação para melhor compreenderem seus filhos. Queixas estas denominadas
como problemas externalizados que são problemas de comportamento como
agressão física ou verbal, contestação, baixo controle do comportamento próprio,
hiperatividade e agitação, podendo manifestar-se em sua grande maioria nos
meninos. Pelo fato de ocorrer maior presença de queixas em meninos durante a
infância, muitos pais recorrem a atendimentos tentando resolver ou amenizar os
problemas. (ACHENBACH et al, 1991 apud MARSH e GRAHAM,2005).
37
Os problemas de externalização estão ligados a manifestação de
agressividade, impulsividade e de comportamentos delinqüentes (PACHECO;
ALVARENGA; REPPOLD; PICCININI e HUTZ, 2005).
No entanto, com relação a algumas queixas, as meninas apresentaram
índices maiores que os meninos como: ansiedade, insegurança, imaturidade, atraso
no desenvolvimento, metabólicos, neurológicos, depressão, tristeza e distúrbio
sexual. Problemas esses denominados como decorrentes de comportamento
internalizado que ocorrem com freqüência nas meninas adolescentes, pois quando
crianças estas podem não necessariamente apresentar queixas, e na adolescência
as condições co-mórbidas como a ansiedade, podem desencadear problemas,
evidenciando assim transtornos em determinadas situações da vida.
A seguir foram analisados os dados referentes às Hipóteses Diagnósticas
estabelecidas pelos estagiários de psicologia nas triagens.
Tabela 2: Distribuição dos dados em relação às Hipóteses Diagnósticas
DSM IV-TR / CID-10 Meninos Meninas % Total V61.20 9,06% 6,98% 16,04% 314.00 8,91% 2,37% 11,28% 315.00 4,16% 1,93% 6,09% 315.2 3,41% 0,44% 4,00% 307.6 1,78% 1,63% 3,41% 315.1 2,52% 0,74% 3,26% 309.21 1,48% 1,63% 3,11% 300.02 1,48% 1,93% 3,41% 313.81 2,37% 0,29% 2,66% V62.89 1,04% 1,33% 2,37% 314.9 1,78% 0,14% 1,92% 309.81 0,29% 1,63% 1,92% 315.39 1,33% 1,00% 2,33% V62.81 1,18% 1,44% 1,62% 315.9 1,18% 1,00% 2,18% 787.6 0,14% 0,14% 0,28% 312.81 1,33% 0,44% 1,77% 299.00 0,44% 0,29% 0,73% 307.7 1,04% 0,29% 1,33% V62.82 0,74% 0,44% 1,18% 307.0 0,29% 0,29% 0,58% 309.4 1,00% 0,14% 1,14% 315.31 0,74% 0,14% 0,88% V61.9 0,89% 0,29% 1,18% V61.21 0,29% 0,44% 0,73% V61.8 0,29% 0,44% 0,73% V62.3 0,29% 0,14% 0,43% 300.29 0,44% 0,00% 0,44% 309.24 0,29% 0,29% 0,58% 307.21 0,29% 0,14% 0,43% 307.22 0,29% 0,14% 0,43%
38
307.47 0,14% 0,29% 0,43% 319 0,29% 0,14% 0,43% 309.9 0,29% 0,00% 0,29% 300.00 0,44% 0,74% 1,18% 299.80 0,44% 0,14% 0,58% 300.81 0,14% 0,44% 0,58% V71.02 1,00% 0,14% 1,14% 309.3 0,29% 0,00% 0,29% 307.46 0,29% 0,00% 0,29% 313.9 0,29% 0,14% 0,43% 300.3 1,00% 0,00% 1,00% 300.23 0,00% 0,14% 0,14% 296.21 0,14% 0,00% 0,14% 296.32 0,00% 0,14% 0,14% Z63.3 0,14% 0,00% 0,14% 300.01 0,00% 0,14% 0,14% 300.82 0,00% 0,29% 0,29% 309.0 0,14% 0,14% 0,28% 307.42 0,14% 0,00% 0,14% 310.1 0,14% 0,00% 0,14% 312.9 0,14% 0,00% 0,14% 313.82 0,00% 0,14% 0,14% 313.89 0,14% 0,00% 0,14% 346.90 0,14% 0,00% 0,14% 298.9 0,14% 0,00% 0,14% 293.89 0,00% 0,14% 0,14% 313.23 0,00% 0,14% 0,14% 327.00 0,00% 0,14% 0,14% 301.6 0,14% 0,00% 0,14% 300.11 0,14% 0,00% 0,14% 307.1 0,00% 0,14% 0,14% 955.53 0,00% 0,14% 0,14% 758.0 0,29% 0,14% 0,43% Z60.8 0,14% 0,00% 0,14% Z63.2 0,14% 0,14% 0,28% Z61.0 0,14% 0,00% 0,14% Z61.7 0,00% 0,14% 0,14% F93.1 0,14% 0,00% 0,14% F82 0,14% 0,00% 0,14% Não consta 6,06% 5,64% 11,73%
Observando os diagnósticos acima, pode-se notar que (16,04%) dos casos
referiam-se a diagnósticos de problemas de relacionamento entre pai / mãe –
criança, em segundo observou-se o transtorno de déficit de atenção /
hiperatividade com (11,28%), em terceiro o transtorno da leitura (6,09%).
Nos meninos os problemas de relacionamento entre pai / mãe – criança
ocorreu em (9,06%), transtorno de déficit de atenção / hiperatividade com
(8,91%), transtorno da leitura (4,16%). Nas meninas os problemas de
relacionamento entre pai / mãe – criança ocorreu em (6,98%), transtorno de
déficit de atenção / hiperatividade com (2,37%), transtorno da leitura (1,93%).
39
Se observarmos as queixas com relação às hipóteses diagnósticas, as
principais queixas se relacionam com as principais hipóteses que são de
comportamentos agressivos, diruptivos, dificuldades escolares, e todas elas podem
estar ligadas aos problemas de relacionamento com os pais ou déficit de atenção ou
problemas de leitura.
Analisando o DSM-IV-TR (APA, 2008) os Problemas de Relacionamento entre
Pai/Mãe- Criança (V61.20) “representam uma categoria diagnosticada quando o
foco de atenção clínica é um padrão de interação entre Pai/Mãe-Criança (p. ex.,
comunicação prejudicada, superproteção, disciplina inadequada), associado co
prejuízo significativo no funcionamento individual ou familiar, ou desenvolvimento de
sintomas clinicamente significativos no pai, na mãe ou na criança” (p. 688).
Existem pais carinhosos e sensíveis que geralmente conversam com seus
filhos e tentam estimular sua curiosidade, contribuindo de modo positivo para o
estabelecimento, na criança, de apegos emocionais seguros e para a sociabilidade,
o desenvolvimento intelectual e o seu desejo de enfrentar desafios (JAY BELSKY,
1981 apud SHAFFER, 2006). Ou seja, existem pais que são cuidadosos ao extremo
com seus filhos e existem pais que são exigentes, controladores, autoritários, que
acabam impondo regras e esperam que seus filhos obedeçam, causando assim
resistência em muitas crianças.
Pais de diferentes etnias podem possuir crenças e valores diferentes no que
diz respeito à criação de seus filhos. De uma perspectiva desenvolvimental, a função
mais importante da família em todas as sociedades é cuidar e socializar seus filhos.
A socialização refere-se ao processo pelo qual as crianças adquirem crenças,
valores e comportamentos considerados importantes e apropriados pelos membros
de sua sociedade. Obviamente a família não é a única instituição envolvida nesse
processo de socialização. Dessa forma, a família possui uma função inicial
importante no que se refere a socialização infantil (SHAFFER, 2005).
Assim a importância de saber educar seus filhos pode ser uma tarefa muito
difícil para alguns pais, pois envolve seu relacionamento com os mesmos podendo
assim afetar de maneira positiva ou negativa em suas vidas.
Outra hipótese diagnóstica que chamou atenção por estar presente em
11,28% das crianças foi Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade - TDAH,
Tipo Predominante Desatento (314.00), que segundo o DSM IV-TR (APA 2008)
“deve ser usado se seis (ou mais) sintomas de desatenção (mas menos de seis
40
sintomas de hiperatividade - impulsividade) persistirem há pelo menos 6 meses. A
hiperatividade pode ainda ser uma característica clínica importante em muitos casos,
enquanto outros são mais puramente de desatenção” (p. 114).
O TDAH caracteriza-se por ser o distúrbio do neurodesenvolvimento mais
freqüente na infância e um dos que apresenta maior prejuízo social ao longo do ciclo
vital, especialmente em função da baixa tolerância a frustração e dos conflitos
implicados pelo TDAH (FARAONE, BIEDRMAN, WEBER e RUSSEL, 1998;
ROHMAN, ROHDE e HUTZ, 2002 apud PACHECO; ALVARENGA; REPPOLD;
PICCININI e HUTZ, 2005).
Em um estudo realizado por Rohde (1998 apud ASSUMPÇÃO JR e
KUCZYNSKI, 2003) os dados a respeito da proporção entre meninos e meninas
afetados pelo transtorno varia entre 2 meninos para cada 1 menina em estudos
populacionais. Já em estudos clínicos é 9 meninos para 1 menina. A diferença
encontrada entre eles pode estar vinculada ao fato das meninas apresentarem
menos sintomas de condutas co-mordidas, causando assim menos incômodo às
famílias e escola. O transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é uma
condição comum, afetando cerca de 5% da população de crianças e adolescentes
(MATTOS; SERRA-PINHEIRO; ROHDE; PINTO, 2006). Estudos nacionais e
internacionais que utilizam os critérios plenos do DSM-IV tendem a encontrar
prevalências ao redor de 3-6% em crianças em idade escolar (ROHDE e HALPERN,
2004).
Alguns estudos comentam que pais e familiares encontram muita dificuldade
para lidar com crianças portadoras do Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade, mesmo depois da confirmação do diagnóstico (SIMÕES;
ASSENCIO-FERREIRA apud SILVA e SOUZA, 2005). A maioria dos pais tem
grande expectativa em relação ao comportamento de seus filhos e, geralmente, esta
expectativa inclui em certo grau de agitação, bagunça e desobediência,
características que são aceitas como indicativos de saúde e vivacidade infantil
(GOLDESTEIN S, GOLDESTEIN M, 1994).
Grande parte dos estudos com base populacionais situa a prevalência do
TDAH entre 3 a 5% mas a quase totalidade destes avalia a síndrome em crianças na
idade escolar. Um estudo utilizando critérios neuropsicológicos para definir o TDAH
encontrou uma prevalência de 3,9% em escolares de primeira série do primeiro grau.
A prevalência em pré-escolares e adolescentes ainda não está claramente
41
estabelecida. Estudos apontam para uma prevalência em torno de 2 a 4% em
crianças de 12 a 14 anos (ROHDE, et. AL. apud FICHTNER 1997).
O papel da escola é fundamental para o desenvolvimento global da criança,
incluindo o desenvolvimento social e de linguagem, principalmente para as que são
portadoras de TDAH. Essas crianças precisam ter o convívio social com os colegas
da mesma idade e aprender a lidar com regras, com a estrutura e com os limites de
uma educação organizada, pois a escola representa, em pequena escala, a
sociedade em que irão viver quando chegarem à idade adulta. Acredita-se que por
este motivo, o encaminhamento da escola seja tão relevante aos pais, uma vez que
a maior parte do dia, as crianças passem na escola, convivendo com outras crianças
da mesma faixa etária (Silva e Souza, 2005).
Outro diagnóstico relevante e que está ligado aos dois tipos de
comportamento acima foi o Transtorno da leitura (315.00), que segundo o DSM IV-
TR (APA 2008):
(...) consiste em um rendimento da leitura (isto é, correção,
velocidade ou compreensão da leitura, medidas por testes
padronizados administrados individualmente) substancialmente
inferior ao esperado para a idade cronológica, a inteligência
medida e a escolaridade do indivíduo (Critério A). A
perturbação da leitura interfere significativamente no
rendimento escolar ou em atividades da vida cotidiana que
exigem habilidades de leitura (Critério B). Na presença de um
déficit sensorial, as dificuldades de leitura excedem aquelas
habitualmente a este associadas (Critério C). Caso estejam
presentes uma condição neurológica, outra condição médica
geral ou outro déficit sensorial, estes devem ser codificados no
Eixo III. Em indivíduos com Transtorno da Leitura (também
chamado "dislexia"), a leitura oral caracteriza-se por
distorções, substituições ou omissões; tanto a leitura em voz
alta quanto a silenciosa caracterizam-se por lentidão e erros na
compreensão (p. 82).
Os distúrbios da aprendizagem são aqueles denominados pela incapacidade
escolar de uma criança que já tenha dado inicio a sua aprendizagem formal da
leitura, escrita e raciocínio lógico – matemático. Sendo estes relacionados a uma
42
falha no processo de aquisição e desenvolvimento dessas atividades (CIASCA,
CAPELLINI, TONELOTTO, 2003).
O DSM-IV-TR (2000) agrupa dificuldades de leitura sob a denominação de
Transtorno da leitura e as características fundamentais são por um lado o sub
rendimento em leitura de acordo com a idade, o QI e o nível acadêmico, por outro a
interferência das dificuldades de leitura com a aprendizagem escolar (CABALLO e
SIMÓN 2007).
Um estudo realizado por Silver (1986 apud Bernardes-da-Rosa et.al. 2000)
sobre os distúrbios de aprendizagem refere que esse envolve várias áreas. Estima-
se 3% a 7% das crianças e adolescentes nos Estados Unidos (acima de 4 milhões),
apresentam distúrbios de aprendizagem; e que, deste grupo, 20% apresentam
Transtorno de Déficit de Atenção.
Com base nos resultados percebe-se que grande parte das crianças
diagnosticadas estava iniciando sua vida escolar. Os diagnósticos apresentados de
certa forma estavam relacionados uns aos outros, as hipóteses levantadas foram em
função da presença de problemas de relacionamento pai/mãe-criança, transtorno de
déficit de atenção/ hiperatividade e transtorno da leitura, sendo que estas poderiam
estar sendo desencadeadas pelo fato das crianças ainda se encontrarem em fase de
adaptação. É preciso lembrar que as crianças têm seus desenvolvimentos próprios,
diferentes umas das outras, cabendo aos pais, familiares, escolas identificarem
como isso ocorre e respeitar o processo individual de cada criança, estimulando-a na
medida do possível.
O presente trabalho teve como objetivo caracterizar e identificar queixas
comportamentais e emocionais mais freqüentes da clientela infantil atendida em
triagens na clínica - escola de Psicologia. Assim percebe-se a necessidade de
encontrar justificativas para que haja melhoria na saúde mental infantil para o bem
estar de cada criança.
43
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa teve como objetivo a Clínica-escola de Psicologia da
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, com ênfase na caracterização das
queixas comportamentais e emocionais mais freqüentes na clientela infantil atendida
na clínica-escola de Psicologia da UNIVALI no período de 2004 a 2008.
A pesquisa foi realizada através de um levantamento de dados das triagens
infantis, na clínica-escola acima informada, após esta coleta o conteúdo foi
analisado com base nos referenciais teóricos a fim de proporcionar a compreensão
do fenômeno estudado. Os objetivos foram: a) Identificar variáveis da população
infantil atendida na clínica – escola como; gênero, idade, escolaridade e outras
doenças. A maior prevalência encontrada foi do sexo masculino, com idades entre 8
a 10 anos, estudando entre a segunda e quarta série do ensino fundamental.
b) Identificar as variáveis familiares como escolaridade, que em relação aos pais, a
maioria não concluiu o Ensino Fundamental. Em relação à ocupação profissional dos
pais a maior freqüência dói de autônomos e das mães o maior índice foi do lar. Em
relação à renda mensal, por motivo de não constarem em todas as triagens optou-se
por não incluí-las. Quanto ao número de filhos a maior parte das famílias era
compostas por dois filhos. A posição da criança na família teve como maior
porcentagem os primogênitos e a forma de procura de atendimento foi feita pelos
próprios pais. Também se objetivou investigar a ocorrência de tratamentos de saúde
anteriores à triagem na clínica - escola de Psicologia e identificar os
encaminhamentos após a triagem. A maior parte das crianças não realizava
tratamentos de saúde e as que faziam, eram referentes tratamento de gripe, asma
ou bronquite. Após a triagem a maior parte crianças foi encaminhada para avaliação
psicológica e psicoterapia infantil.
Com o fim deste trabalho, algumas considerações devem ser feitas acerca do
tema, destacando sua complexidade nas informações coletadas pela pesquisadora
que indicaram uma grande freqüência de dados incompletos dificultando as análises
finais.
A procura por atendimento na clínica-escola atualmente nos mostra a
importância e reconhecimento deste serviço na comunidade no qual esta inserida,
isso faz com que nos orgulhemos da eficácia dos atendimentos.
44
Além de ajudar a outros trabalhos, este trabalho pode estar beneficiando
vários acadêmicos na construção de trabalhos científicos na clínica – escola da
UNIVALI, sendo que os resultados obtidos podem estar influenciando a utilização de
métodos e técnicas no atendimento psicológico de crianças e suas famílias.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
45
AGOSTINHO, M. L. (2003). O porco-espinho, o menino do furacão e outras
histórias: Quadros de uma exposição psicanalítica. Dissertação de mestrado
não-publicada, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.
ANCONA-LOPEZ, M. (Org.). (1995). Psicodiagnóstico: Processo de intervenção.
São Paulo: Cortez.
AGUIRRE, A. M. B. (1987). Triagem psicológica numa clínica-escola: Funções e
características principais. Reunião Anual de Psicologia da Sociedade Brasileira
de Psicologia, 17, 277.
ANCONA-LOPEZ, S. (2005). A porta de entrada: Reflexões sobre a triagem como
processo. In C. P. Simon, L. L. Melo-Silva, & M. A. Santos (Orgs.), Formação em
Psicologia: Desafios da diversidade na pesquisa e na prática (pp. 259-270). São
Paulo: Vetor.
ALCHIERI, J. C & CRUZ, R. M. Avaliação Psicológica: conceito, métodos e
instrumentos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. (Coleção temas em avaliação
psicológica).
ASSUMPÇÃO JR, F; KUCZYNSKI, E; Tratado de Psiquiatria da Infância e
Adolescência. 1 ed. São Paulo: Atheneu, 2003.
BRASIL. MINISTERIO DA SAÚDE, SECRETÁRIA DE ATENÇÃO À SAÚDE, DAPE,
COORDENAÇÃO GERAL DE SAÚDE MENTAL. Reforma psiquiátrica e política
de saúde mental no Brasil, documento apresentado à conferência regional da
reforma dos serviços da saúde mental. 15 anos depois de Caracas. O.P.A.S.
Brasília, 2005.
BRAZELTON, T. Berry. Momentos decisivos do desenvolvimento infantil. ed.
Martins Fontes, São Paulo, 1994.
BERNARDES DA ROSA, L. T; GARCIA, R. M; DOMINGOS, N. A. M; SILVARES, E.
F. M. Caracterização do atendimento psicológico prestado por um serviço de
psicologia a crianças com dificuldades escolares. Campinas, 2000.
46
BRONFENBRENNER, U; A ecologia do desenvolvimento humano:
experimentos naturais e planejados. 1º ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
CARTER, B; MCGOLDRICK, M; As mudanças no ciclo de vida familiar: na
estrutura para a terapia familiar. Ed. Artes Médicas. Porto Alegre, 2001.
CIASCA, S; CAPELLINI, S; TONELOTTO, J; Distúrbios específicos de
aprendizagem. São Paulo. Ed. Casa do psicólogo, 2003.
CHAMMAS, C., & HERZBERG, E. (2006). Consultas psicológicas: Serviço da Clínica
Psicológica Dr. Durval B. Marcondes do Departamento de Psicologia Clínica do
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo [CD-ROM]. In Anais do
Simpósio Internacional de Iniciação Científica, 14. São Paulo: Universidade de
São Paulo.
CORDIOLI, A.V; Psicoterapias abordagens atuais. ed. Artes Médicas, Porto
Alegre, 1993.
DUARTE,I; BORNHOLDT, I; CASTRO,M; A prática da psicoterapia infantil. ed.
Artes Médicas. Porto Alegre, 1989.
DSM-IV-TR – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2008.
FERRIOLLI, S, H, T; MARTURANO, E, M; PUNTEL, P,P; Contexto familiar e
problemas de saúde mental infantil no Programa Saúde da Família. Rev. Saúde
Pública vol.41 no.2 São Paulo Apr. 2007 Epub Feb 15, 2007.
FICHTNER,N; Transtornos mentais da infância e da adolescência. ed. Artes
Médicas. Porto alegre, 1997.
47
GEVAERD, E; Os pais e os motivos da procura do serviço de Psicologia da
UNIVALI-CCS-I. Biguaçu, 2001.
GOLDESTEIN S, GOLDESTEIN M; Hiperatividade: como desenvolver a
capacidade de atenção da criança. São Paulo: Papirus; 1994.185 p.
GRAMINHA, S; MARTINS, M; Estudos das características da população que procura
o serviço de atendimento infantil no centro de psicologia aplicada da FFCLRP-USP.
Porto Alegre, 1993
GRAMINHA, S; MARTINS, M; Procura de atendimento psicológico para criança:
características da problemática relatada pelos pais. Revista Psico. Porto Alegre,
1994.
GUERRELHAS, F. F., & SILVARES, E. F. M. (2000). Grupos de espera recreativo:
Proposta para diminuir o índice de evasão em clínica escola de psicologia.
Temas em Psicologia, 8(3), 313-321.
GUZZO, R. S & PASQUALI, L. Laudo psicológico: a expressão da competência
profissional. In: PASQUALI, L. (Org.) Técnicas de exame psicológico – TEP.
Manual. Vol. I: fundamentos das técnicas psicológicas. São Paulo: Casa do
Psicólogo / CFP, 2001.
HALPERN, R; FIGUEIRAS, A. C. M; Influências ambientais na saúde mental da
criança. Jornal de Pediatria, 2004.
HERZBERG, E. (1996). Reflexões sobre o processo de triagem de clientes a
serem atendidos em clínicas-psicológica-escola. In R. M. L. L. Carvalho (Org.),
Repensando a formação do psicólogo: Vol. 1. Da informação à formação (pp. 147-
154). Campinas, SP: Alínea.
LEVIN, J; Estatísticas aplicada a ciências humanas. São Paulo: 2º ed. Editora
Harper e Row do Brasil, 1985.
48
LEWIS, M; WOLKMAR, F; Perspectiva histórica do ponto de vista da
psicopatologia da criança e do adolescente. Porto Alegre: Artes Médicas, 3º ed.
1993.
LINHARES, M,B; PARREIRA, V; MATURANO,A; SANTANNA,S; Caracterização
dos motivos da procura de atendimento infantil em um serviço de
psicopedagogia clínica. Ribeirão Preto. Ed. Medicina, 1993.
LOPES, R; MENEZES, C; SANTOS, G; PICCININI, C; Ritual de casamento e
planejamento do primeiro filho. Maringá, 2006.
MARCELLI, D; COHEN,D; Infância e psicopatologia. Ed. Artemed. Porto Alegre,
2009.
MARSH, E. J; GRAHAM, S. A; Classificação e transtorno da psicopatologia
infantil. São Paulo: ed. Santos, 2005.
MATTOS,P; SERRA-PINHEIRO, M; ROHDE, L; Pinto, D; Apresentação de uma
versão em português para uso no Brasil do instrumento MTA-SNAP-IV de avaliação
de sintomas de transtorno do déficit de atenção/hiperatividade e sintomas de
transtorno desafiador e de oposição. Rev. psiquiatra. Rio Gd. Sul vol.28 no.3 Porto
Alegre Sept./Dec. 2006.
MELO, S. A; PERFEITO, H. C. S; Características da população infantil atendida
em triagem no período de 2000 a 2002 numa clínica – escola. Campinas, 2006.
MELO, M. H. S. (1999). Um atendimento psicológico preventivo numa clínica-escola
de São Paulo. Dissertação de mestrado não-publicada, Instituto de Psicologia,
Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.
MORAES, R; Análise de conteúdo. Revista Educação, Porto Alegre, 1999.
MOTTA, I. F. Intervenções psicoterápicas no desenvolvimento psicológico: o
trabalho com os pais. In: GOMES, I. C. Família: diagnóstico e abordagens
terapêuticas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 113-123.
49
NASCIMENTO, R. S. G. F. A informática e a avaliação psicológica. In:
Psicologia e informática: desenvolvimentos e progressos. São Paulo: CRP-SP /
Casa do Psicólogo, 2005. (Coleção qualificação profissional).
OCAMPO, M. L. Siquier et al. O processo psicodiagnóstico e as técnicas
projetivas. Trad. M. Felzenszwalb, São Paulo: Martins Fontes, 1995.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CID-10 Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10a rev. São
Paulo: Universidade de São Paulo; 1997. vol.2.
PACHECO, J; ALVARENGA, P; REPPOLD, C; PICCININI, C;HUTZ, C; Estabilidade
do comportamento anti-social na transição da infância para a adolescência.
Uma perspectiva desenvolvimentista. Porto Alegre, 2005).
PEREIRA, C; PICCININI, C; O impacto da gestação do segundo filho na
dinâmica familiar. Campinas, 2007.
ROHDE, L; HALPERN, R; Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade:
Atualização. Jornal de Pediatria - Vol. 80, Nº2(supl), 2004
ROHDE, L; BENCZIK, E; Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade: O que é?
Como ajudar?. Porto Alegre, Editora Artes Médicas,1999
ROMARO, R. A; CAPITÃO, C. G; Caracterização da clientela da clínica – escola de
psicologia da Universidade de São Francisco, Psicologia: teoria e prática, 2003.
ISACO, M. A. S., GIL, C. A., & TARDIVO, L. S. P. C. (2004). Consultas terapêuticas,
entrevistas iniciais: Uma proposta de atendimento e acolhida em clínica institucional
[CD-ROM]. In Anais do Encontro Latino Americano sobre o Pensamento de
Donald Winnicott, 8.
50
SALINAS, P., & SANTOS, M. A. (2002). Serviço de triagem em clínica-escola de
psicologia: A escuta analítica em contexto institucional. Psychê, 6(9), 177-196
SANTOS, P. L; Problemas de saúde mental de crianças e adolescentes
atendidos em um serviço público de psicologia infantil. Maringá, 2006.
SHAFFER, D.R; Psicologia do Desenvolvimento: Infância e Adolescência. ed.
Thomson, tradução Cintia R. P. Cancissu, 2005.
SIMÓN; CABALO; Manual de Psicologia clínica infantil e do adolescente. Ed.
Livraria Santos. São Paulo, 2005.
SILVA, R.A; SOUZA, L. A. P; Aspectos lingüísticos e sociais relacionados ao
transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade. Rev CEFAC, São Paulo, v.7, n.3,
295-9, jul-set, 2005.
51
ROTEIRO DE TRIAGEM
Triagem nº
Data(s) do(s) atendimento(s):
DADOS PESSOAIS: Data de Nascimento: ___/___/___ Idade:
Cor: Sexo:
Estado Civil: Ocupação profissional:
Local: Religião: Católica
DADOS FAMILIARES: Renda Familiar:
Reside com quem:
Nº filhos:
Sexo e Idade: Nº de irmãos:
Sexo e Idade:
Ocupação Profissional do cônjuge: Local:
Estado civil dos pais:
Escolaridade dos Pais:
Pai:
Mãe:
Ocupação dos Pais:
Pai: Local:
Mãe:
Local:
DADOS ESCOLARES:
Escolaridade:
Nome da Escola:
Endereço:
Telefone:
ESTAGIÁRIO RESPONSÁVEL PELA TRIAGEM: Nome:
Assinatura: ________________________________
Nome do Supervisor:
Assinatura: ________________________________
QUEIXA PRINCIPAL:
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA E
ENCAMINHAMENTO (DSM-IV/CID-10):
52
ROTEIRO DE ANAMNESE INFANTIL CLÍNICA DE PSICOLOGIA UNIVALI – Campus Itajaí
I – IDENTIFICAÇÃO Nº do prontuário:____________________
II – QUEIXA OU MOTIVO DA CONSULTA
-Queixa
principal:_______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________
-Há quanto tempo? ______________________________________________________________
-Outras queixas: _________________________________________________________________
______________________________________________________________________________ -Há quanto tempo? ______________________________________________________________
- Causas atribuídas às queixas:_____________________________________________________
______________________________________________________________________________ -Atitudes frente às queixas:
a) Mãe:________________________________________________________________________
b) Pai:_________________________________________________________________________ c) Outros:______________________________________________________________________
-Soluções esperadas:_____________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Observações:
III – ANTECEDENTES PESSOAIS 1 – CONCEPÇÃO
-Idade da mãe na gestação:____________ -Idade do pai:________________________________ -História do casal (pais):___________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
- Gestação planejada: ( ) sim ( ) não. – Gestação aceita: ( ) sim ( ) não. -Posição na ordem das gestações:___________________________________________________
-Abortos naturais: ( ) sim ( ) não. Quantos?_______ Em que mês?________________________
-Abortos provocados: ( ) sim ( ) não. Quantos? ______ Em que mês?_____________________ Métodos utilizados:______________________________________________________________
-Natimortos? ___________________________________________________________________
-Filhos vivos? ________________________ Filhos mortos:_______________________________
-Causa mortis: __________________________________________________________________ -Idade: ________________________________________________________________________
GENETOGRAMA (opcional)
Observações:
2 – GESTAÇÃO
-Enjoou: ( ) sim ( ) não. Quanto tempo? _____________________________________________
-Vomitou: ( ) sim ( ) não. Quanto tempo? ___________________________________________
-Quais as sensações psicológicas sentidas durante a gestação? ___________________________
______________________________________________________________________________ - Quando sentiu a criança mexer?___________________________________________________
-Como reagiu a esta sensação? ____________________________________________________
-Fez tratamento pré-natal: ( ) sim ( ) não -Quanto tempo? _________________________________________________________________
53
-Fez exames de sangue: ( ) sim ( ) não. -Urina: ( ) sim ( ) não.
-Resultados ____________________________________________________________________
-Tirou radiografias durante a gestação: ( ) sim ( ) não. Em que mês? ______ Por quê? ____________________________________________________
-Fez alguma transfusão de sangue durante a gestação: ( ) sim ( ) não.
Por quê? ______________________________________________________________________
-Sofreu algum traumatismo: ( ) sim ( ) não. Onde:__________________________________________ Em que mês?____________________
-Fumo (cigarro): ( ) sim ( ) não . Quantidade diária:___________________________________
-Fêz uso de álcool: ( ) sim ( ) não . Quantidade diária:_________________________________ -Utilizou substâncias psicoativas: ( ) sim ( ) não . Quais:________________________________
quanto tempo?__________________________________________________________________
-Doenças durante a gestação: ______________________________________________________
-Medicamentos utilizados durante a gestação: _________________________________________ -Prescritos por quem?_____________________________________________________________
Observações:
3 – CONDIÇÕES DE NASCIMENTO
Hospitalar ( ) Domiciliar ( ) Outro:______________________________________________
Desenvolvimento do parto: Natural ( ) Fórceps ( ) Cesariana ( ) Prematuro: ( ) não ( ) sim. Quantos meses?________________________________________
Duração do parto: _______________________________________________________________
Observações:
Primeiras reações: Chorou logo ( ) sim ( ) não.
-Ficou roxo demais: ( ) sim ( ) não. Quanto tempo? __________________________________
-Precisou de oxigênio: ( ) sim ( ) não. Quanto tempo?_________________________________ -Encubadora: ( ) sim ( ) não. Quanto tempo?________________________________________
-Ficou ictérico: ( ) sim ( ) não. Quanto tempo?_______________________________________
-APGAR (pedir a carteira de saúde/ vacinação da criança): _______________________________ -Relações Mãe/Filho e Pai/Filho no 1
o ano de vida:______________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Observações:
4 – DESENVOLVIMENTO DA CONDUTA A) SONO:
-Dorme bem: ( ) sim ( ) não.
-É agitado quando dorme: ( ) sim ( ) não. Desde quando? ____________________________ -Baba a noite: ( ) sim ( ) não. Desde quando? _____________________________________
-Sua durante o sono: ( ) sim ( ) não. Desde quando? ________________________________
-Fala dormindo (sonilóquio): ( ) sim ( ) não. Desde quando? __________________________ -Chora e grita durante o sono: ( ) sim ( ) não. Desde quando? _______________________
-Range os dentes (bruxismo): ( ) sim ( ) não. Desde quando? _________________________
-É sonâmbulo: ( ) sim ( ) não. Desde quando? ____________________________________ -Acorda várias vezes à noite: ( ) sim ( ) não. Desde quando?__________________________
-Tem pesadelos frequentes: ( ) sim ( ) não. Desde quando?___________________________
-Acorda após um pesadelo e torna a dormir facilmente: ( ) sim ( ) não.
-Tem insônia: ( ) sim ( ) não. Desde quando?______________________________________ -Dorme em excesso (hipersonia): ( ) sim ( ) não. Desde quando?______________________
-Dorme em quarto separado dos pais: ( ) sim ( ) não. Desde quando?___________________
______________________________________________________________________________ -Tem cama individual: ( ) sim ( ) não.
54
-Dorme com outra pessoa: ( ) sim ( ) não. Quem: ________ Idade:_____________________
-Acorda e vai para a cama dos pais: ( ) sim ( ) não.
-Atitude dos pais: ________________________________________________________________ -Horário que a criança dorme?______________________________________________________
-Horário que a criança acorda?_____________________________________________________
Observações:
B) ALIMENTAÇÃO:
-Foi amamentado ao seio: ( ) sim ( ) não. Quanto tempo?____________________________ -Mamou logo: ( ) sim ( ) não. -Engoliu bem: ( ) sim ( ) não.
-Vomitou (refluxo): ( ) sim ( ) não. Quanto tempo?__________________________________
-Mamadeira: ( ) sim ( ) não. Desde:____________Até quando? _______________________
-Em que idade começou a receber alimentação salgada? ________________________________ Consistência: ___________________________________________________________________
-Como ocorreu o desmame: a) seio: ____________________________________________________________________
b) mamadeira: ______________________________________________________________
-Rejeitou alimentação alguma vez: ( ) sim ( ) não. Quando?__________________________ Atitude tomada: _________________________________________________________________
-É ou foi forçada a comer: ( ) sim ( ) não. Quando?_________________________________
Quando forçada, vomitou: ( ) sim ( ) não.
Atitude tomada: _________________________________________________________________ -É ou foi superalimentada: ( ) sim ( ) não. Quando?_________________________________
-Como é a alimentação atual da criança?_____________________________________________
-A criança recebe ajuda para alimentar-se: ( ) sim ( ) não. -A família realiza as refeições no mesmo horário (todos juntos)?___________________________
______________________________________________________________________________
Observações:
C) DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR:
-Quando sustentou a cabeça? _____________ - Quando sorriu?___________________________ -Quando sentou?________________ -Quando engatinhou?______________________________
-Quando ficou em pé?______________-Quando andou?_________________________________
-Utilizou “andador” : ( ) sim ( ) não. Quanto tempo?_________________________________ -Quando falou as primeiras palavras?________________________________________________
-Falou corretamente: ( ) sim ( ) não. - Trocou letras: ( ) sim ( ) não.
-Falou muito errado: ( ) sim ( ) não. -Gaguejou: ( ) sim ( ) não.
-Como é a linguagem atualmente?___________________________________________________ -Troca letras: ( ) sim ( ) não. Quais?_____________________________________________
-Fala com dificuldade: ( ) sim ( ) não. Como?______________________________________
-Destro: ( ) sim ( ) não. -Sinistro: ( ) sim ( ) não. -Quando iniciou a dentição (idade)?__________________________________________________
-Como foi ensinado o controle dos esfíncteres: _________________________________________
______________________________________________________________________________ - idade do controle anal (fezes) diurno: _______________________________________________
- idade do controle anal (fezes) noturno:______________________________________________
- idade do controle vesical (urina) diurno: _____________________________________________
- idade do controle vesical (urina) noturno: ____________________________________________ -No caso da criança não apresentar controle, qual a atitude tomada?_______________________
______________________________________________________________________________
-Faz a higiene após ir ao banheiro sozinho: ( ) sim ( ) não. Desde quando?______________ -Toma banho sozinho: ( ) sim ( ) não. Desde quando?______________________________
55
-Veste-se sozinho: ( ) sim ( ) não. Desde quando?__________________________________
-Escolhe sua roupa: ( ) sim ( ) não. Desde quando?_________________________________
-Sabe: ( ) amarrar cadarços ( ) fazer laços ( ) abotoar ( ) desabotoar ( ) calçar sapatos ( ) abrir e fechar zíper
Observações:
D) MANIPULAÇÕES E HÁBITOS:
-Usou chupeta: ( ) sim ( ) não. Quanto tempo? _____________________________________ -Chupou dedo: ( ) sim ( ) não. Quanto tempo? _____________________________________
-Usou “cheirinho” : ( ) sim ( ) não . Quanto tempo?____________________________________
-Roeu unhas: ( ) sim ( ) não. Quanto tempo?______________________________________
-Arranca os cabelos: ( ) sim ( ) não. Desde quando?________________________________ -Apresenta tiques ( ex: piscar os olhos, morder os lábios, pigarrear, gestos):
( ) sim ( ) não. Desde quando?_________________________________________________
-Qual a atitude tomada diante desses hábitos?_________________________________________
Observações:
E) SOCIABILIDADE:
-Tem companheiros: ( ) sim ( ) não.
-Prefere brincar ( ) sozinho ( ) com companheiros. -Quem são os companheiros da criança:______________________________________________
-Quem os escolhe?_______________________________________________________________
-Faz amigos facilmente: ( ) sim ( ) não. -Como é o relacionamento com outras crianças? _______________________________________
-Apresenta características: ( ) agressividade ( ) timidez ( ) agitação
( ) irritação ( ) dependência ( ) medo ( ) extroversão ( ) afetividade ( ) independência
com muita frequência ( ) com pouca frequência ( ) outros:____________________________
-Brinquedos preferidos:____________________________________________________________
______________________________________________________________________________ -Desinteressa-se logo dos brinquedos: ( ) sim ( ) não.
-É excessivamente cuidadoso com seus brinquedos: ( ) sim ( ) não.
-Brinca com crianças de sua idade, mais velhas, ou mais novas?______________ -Lidera nos brinquedos: ( ) sim ( ) não.
-Tem dificuldade para “perder” / ser contrariada : ( ) sim ( ) não. Como?_________________
-Tem “amigos imaginários” : ( ) sim ( ) não. Quais?_________________________________
- Quanto tempo permanece assistindo televisão?_______________________________________ -Adapta-se bem ao meio? _________________________________________________________
Observações:
F) SEXUALIDADE:
-Curiosidade sexual: ( ) sim ( ) não. Quais?_______________________________________ -Atitude dos pais: ________________________________________________________________
-Masturbação: ( ) sim ( ) não. Em que idade? ________Freqüência?___________________
-Atitude da família : ______________________________________________________________
-Foi feita a educação sexual: ( ) sim ( ) não. Por quem? _____________________________ Quando? ______________________________________________________________________
-Observa os pais “namorando” : ( ) sim ( ) não.
-Atitude dos pais:________________________________________________________________ Observações:
56
G) VIDA FAMILIAR:
-Realiza tarefas domésticas: ( ) sim ( ) não. Quais?________________________________
-Domonstra interesse em realizar tarefas domésticas: ( ) sim ( ) não.
-Costuma ser castigada: ( ) sim ( ) não. Frequência:_______________________________
-Tipo de castigo?________________________________________________________________ -Quem costuma castigar a criança?_________________________________________________
-É recompensada quando comporta-se bem: ( ) sim ( ) não. Como?___________________
______________________________________________________________________________ -Quais as preocupações com o comportamento da criança?______________________________
______________________________________________________________________________
-Como é o relacionamento com os irmãos?____________________________________________
______________________________________________________________________________ -Como é o relacionamento dos pais?________________________________________________
______________________________________________________________________________
-O que os pais esperam para o futuro do(a) filho(a)?____________________________________ ______________________________________________________________________________
Observações:
Dinâmica familiar (síntese): __________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________ H) ESCOLARIDADE: -Quando iniciou a escolarização?_____________ Dificuldades:____________________________
______________________________________________________________________________
-Gosta de ir à escola: ( ) sim ( ) não. Motivos:_____________________________________ ______________________________________________________________________________
-Gosta da(o) professora(o): ( ) sim ( ) não. Motivos:________________________________
______________________________________________________________________________
-Gosta de estudar: ( ) sim ( ) não. Motivos:_______________________________________ ______________________________________________________________________________
-Os pais estudam com a criança: ( ) sim ( ) não. Quem?_____________________________
-Existe horário para estudar e realizar as tarefas escolares: ( ) sim ( ) não . Qual:__________________________________________________________________________
-Quer ser bom aluno: ( ) sim ( ) não. Motivos?_____________________________________
-É castigada quando não tira boas notas: ( ) sim ( ) não. Como?______________________
______________________________________________________________________________ -Dificuldades em aritmética: ( ) sim ( ) não. Quais?_________________________________
______________________________________________________________________________
-Dificuldades em leitura: ( ) sim ( ) não. Quais?____________________________________ ______________________________________________________________________________
-Dificuldades na escrita: ( ) sim ( ) não. Quais?____________________________________
______________________________________________________________________________ -Alguma outra dificuldade: ( ) sim ( ) não. Qual?___________________________________
______________________________________________________________________________
-É irrequieto na classe: ( ) sim ( ) não. Como?_____________________________________
______________________________________________________________________________ -Qual a opinião do(a) professor(a) sobre a criança:______________________________________
______________________________________________________________________________
-Foi reprovado alguma vez: ( ) sim ( ) não. Série:___________________________________ -Motivo? _______________________________________________________________________
57
-Mudou muito de escolas: ( ) sim ( ) não. Como?___________________________________
-Mudanças freqüentes de professor(a): ( ) sim ( ) não . Motivo:__________________________
-Quais as aspirações dos pais e da criança sobre a escolaridade?_________________________ ______________________________________________________________________________
Observações:
5 – DOENÇAS
-Apresentou: caxumba ( ) catapora ( ) sarampo ( ) rubéola ( )
meningite ( ) paralisia ( ) dores de cabeça (enxaqueca) ( )
Outros:_____________________________________________________________
Como passou? _________________________________________________________________ -Convulsões: ( ) sim ( ) não. Idade?_____________________________________________
-Desmaios: ( ) sim ( ) não. Idade?______________________________________________
-Ficou roxa alguma vez (asfixiada): ( ) sim ( ) não. Idade?___________________________ -Foi operada: ( ) sim ( ) não. Idade?________ Tipo de cirurgia:_______________________
-Foi anestesiada: ( ) sim ( ) não. Anestesia local ( ) Anestesia Geral( )
-Quedas graves: ( ) sim ( ) não. Idade?__________________________________________ Descrição:______________________________________________________________________
-Traumatismos/fraturas: ( ) sim ( ) não. Idade?____________________________________
Descrição:______________________________________________________________________
-Internação: ( ) sim ( ) não. Motivo?_____________________________________________ Duração:_______________________________________________________________________
-Medicações utilizadas?___________________________________________________________
-Prescritas por quem?_____________________________________________________________ Observações:
IV – ANTECEDENTES FAMILIARES
-Deficiência Mental: ( ) sim ( ) não. Quem?_______________________________________
-Transtorno de Humor (Depressão): ( ) sim ( ) não. Quem?__________________________
-Esquizofrenia: ( ) sim ( ) não. Quem?___________________________________________ -Internação Psiquiátrica: ( ) sim ( ) não. Quem?____________________________________
-Suicídio: ( ) sim ( ) não. Quem?_______________ Como?__________________________
-Homicídio: ( ) sim ( ) não. Quem?_____________ Como?___________________________ -Alcoolismo: ( ) sim ( ) não. Quem?_____________________________________________
-Substâncias psicoativas: ( ) sim ( ) não. Quem?___________________________________
( ) cocaína ( ) maconha ( ) crack ( ) Outras:_______________________________________
- HIV: ( ) sim ( ) não. Quem?__________________________________________________ -Jogo : ( ) sim ( ) não. Quem?_________________________________________________
-Tabagismo: ( ) sim ( ) não. Quem?_____________________________________________
Outros Comportamentos:
( ) Tiques. Quem?__________________( ) Nervosismo. Quem?_________________________
( ) Agitação. Quem?________________( ) Desatenção. Quem?__________________________ ( ) Impulsividade. Quem?____________( ) Agressividade. Quem?________________________
-Dificuldades de aprendizagem: ( ) sim ( ) não. Quem?______________________________
-Outros:________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Observações:
58
V- DESCRIÇÃO DE UM DIA DA CRIANÇA
Como é o dia comum da criança? ___________________________________________________ ______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Como é o dia de lazer da criança? __________________________________________________
______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________
Observações:
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA(Hipótese diagnóstica):
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________
Referências Bibliográficas:
GRUNSPUN, H. Distúrbios Psiquiátricos da Criança. São Paulo: Atheneu, 1992
Organização:
-Prof. ª MsC. Marina Menezes – Supervisora de Estágio em Psicologia Clínica e Responsável pela Área de Psicologia Clínica do
Curso de Psicologia – UNIVALI - Campus Itajaí (2005).
- Prof. ª MsC. Márcia M. Oliveira - Supervisora de Estágio em Psicologia Clínica do Curso de Psicologia – UNIVALI -
Campus Itajaí (2005).
59
ANEXO 3
DSM-IV E CID – 10
V.61.20 - Problema de Relacionamento entre Pai / Mãe-Criança – pg 314.00 - Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, Tipo Predominante Desatento 315.00 - Transtorno da Leitura – pag 82 315.2 - Transtorno da Expressão Escrita – pag 85 307.6 – Enurese 315.1 - Transtorno da Matemática – pag 83 309.21- Transtorno de ansiedade de separação 300.02 -Transtorno de Ansiedade Generalizada 313.81-Transtorno Desafiador de Oposição V.62.89 -Problemas de Fase da Vida 314.09 -Transtorno de Déficit de Atenção sem outra especificação 309.81 -Transtorno de Estresse Pós-Traumático 315.39 -Transtorno Fonológico V.62.81 -Problemas de Relacionamento sem outra especificação 315.9 -Transtorno da Aprendizagem sem outra especificação pag 86 787.6 -Encoprese com Obstipação e Incontinência por Extravasamento 312.81-Transtorno de Conduta tipo com Início na Infância 299.00 -Transtorno Autista 307.7 -Encoprese V.62.82 -Luto 307.0 -Tartamudez 309.4 -Transtorno de Adaptação com Perturbação Mista das Emoções e da Conduta 315.31-Transtorno da Linguagem Expressiva V.61.9 -Problema de Relacionamento Relacionado a Transtorno Mental ou condição Médica Geral V.61.21-Negligência para com a Criança V.61.8 -Problema de Relacionamento com Irmãos V.62.3 -Problema Acadêmico 300.29 -Fobia Específica 309.24 -Transtorno de Adaptação com Ansiedade 307.21 -Transtorno de Tique Transitório 307.22 -Transtorno de Tique Motor ou Vocal Crônico 307.47 -Transtorno de Pesadelo 319 -Retardo Mental, Gravidade Inespecificada – pág 75 307.22 –Transtorno de Tique Motor ou Vocal Crônico 309.9 -Transtorno da Adaptação Inespecificado 300.00 -Transtorno da Ansiedade 299.80 -Transtorno Global do Desenvolvimento 300.81-Transtorno Somatização V.71.02 -Comportamento Anti-social em Crianças ou Adolescente 309.3 -Transtorno de Adaptação com Perturbação da Conduta 307.46 -Transtorno de Terror Noturno 313.9 -Transtorno da Infância sem outra especificação 300.3 -Transtorno Obsessivo-Compulsivo
60
300.23 -Fobia Social 296.21-Transtorno Depressivo Maior, episódio único, Leve 296.32 -Transtorno Depressivo Maior, recorrente, grave com características psicóticas Z.63.3 -Ausência de Membro na Família 300.01 -Transtorno de Pânico sem Agorafobia 300.82 -Transtorno Somatoforme 300.81-Transtorno de Somatização 309.0 -Transtorno de Adaptação com Humor Depressivo 307.42 -Insônia Primária 310.1 -Alteração da Personalidade 312.9 -Transtorno de Comportamento Diruptivo sem outra especificação 313.82 -Problemas de Identidade 313.89 -Transtorno Reativo de Apego na Infância 346.90 -Enxaqueca inespecífica 298.9 -Transtorno Psicótico sem outra especificação 293.89 -Transtorno Catatônico 313.23 -Mutismo Seletivo 327.00 -Transtorno do sono 301.6 -Transtorno da Personalidade Dependente 300.11-Transtorno Conversivo 307.1 -Anorexia Nervosa 955.53 -Abuso Físico de Crianças 758.0 -Síndrome Dawn Z.60.8 -Outros Problemas Relacionados com o Meio Z.63.2 -Suporte Familiar Inadequado Z.61.0 -Perda de relação Afetiva na infância Z.61.7 -Experiência Pessoal Amedrontadora na Infância F.93.1-Trans. Fóbico de ansiedade da infância
61
8 APÊNDICES
APENDICE 1
TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA O RESPONSÁVEL PELA CLÍNICA DE
PSICOLOGIA DA UNIVALI.
Através deste, Riziane J.G. Vieira dos Santos cursando 6º período do Curso
de psicologia, vem solicitar consentimento desta instituição para a realização
pesquisa intitulada: “Queixas comportamentais e emocionais mais freqüentes da
clientela infantil atendida em triagens numa clínica - escola de Psicologia no período
de 2004 a 2008”. Para tanto presta os seguintes esclarecimentos sobre a referida
pesquisa: O objetivo da pesquisa é caracterizar queixas comportamentais e
emocionais mais freqüentes da clientela atendida em triagens em uma clínica -
escola de Psicologia. Para isto, pretende-se coletar dados de Triagens Infantis na
Clínica de Psicologia – Campus I, no período de 2004 a 2008.
É importante esclarecer que esta pesquisa tem exclusivamente interesse
científico. Os dados obtidos serão sigilosos e privados. A devolutiva dos dados da
pesquisa à instituição será agendada após a defesa da monografia.
Itajaí,_____de__________________de 2009
Riziane J.G. Vieira dos Santos: _____________________________________
De acordo: ________________________________________________
Responsável pela Clínica de Psicologia da UNIVALI- Campus I
62
APÊNDICE 2
TERMO DE COMPROMISSO DE UTILIZAÇÃO DE DADOS E/OU PRONTUÁRIOS
Nós, abaixo assinados, orientador e acadêmico responsáveis pelo Trabalho
de Conclusão de Curso intitulado: “Queixas comportamentais e emocionais mais
freqüentes da clientela atendida em triagens em uma clínica - escola de Psicologia
no período de 2004 a 2008”, que irá utilizar os dados disponibilizados nos
prontuários da Clínica de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí, UNIVALI -
Campus Itajaí, comprometemo-nos a manter a privacidade e a confiabilidade desses
dados, preservando integralmente o anonimato dos pacientes. Os dados somente
serão usados nesse projeto. Qualquer outro uso que venha ser planejado deverá ser
objeto de novo projeto de pesquisa e ser submetido à apreciação do Comitê de Ética
em Pesquisa da UNIVALI.
Itajaí SC, ______ de ______________de______
__________________________
Acadêmico (a)
____________________________
Orientador (a)
63
APÊNDICE 3 E
ncam
i-
nhado
Encam
i-
nham
ento
Hip
.
Dia
g.
Queix
as
Medic
ação
Tra
t.
Saúde
Ocup
Mãe
Ocup
Pai
Escol
Mãe
Escol
Pai
Nº
Irm
ãos
Escola
-
ridade
Idade
Sexo
Triagem