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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO COMÉRCIO EXTERIOR AIRA MASCELANI SILVERIO AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE UMA EMPRESA TORNAR-SE IMPORTADORA: UM ESTUDO DE CASO NA PRO SPEED COMERCIAL LTDA ME São José 2005

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO COMÉRCIO EXTERIOR

AIRA MASCELANI SILVERIO

AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE UMA EMPRESA TORNAR-SE IMPORTADORA: UM ESTUDO DE CASO NA

PRO SPEED COMERCIAL LTDA ME

São José

2005

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AIRA MASCELANI SILVERIO

AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE UMA EMPRESA TORNAR-SE IMPORTADORA: UM ESTUDO DE CASO NA

PRO SPEED COMERCIAL LTDA ME

Trabalho de Conclusão de Curso – projeto de aplicação –

apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Administração da Universidade do Vale do

Itajaí.

Professor Orientador: Suzi Mary Hamilka Ipiranga

São José

2005

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AIRA MASCELANI SILVERIO

AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE UMA EMPRESA

TORNAR-SE IMPORTADORA: UM ESTUDO DE CASO NA

PRO SPEED COMERCIAL LTDA ME

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final

pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação Comércio Exterior da

Universidade do Vale do Itajaí, em 27 de junho de 2005.

Prof (a) Luciana Merlin Bervian Univali – CE São José

Coordenador (a) do Curso

Banca Examinadora:

Prof (a) Suzi Mary Hamilka Ipiranga

Univali – CE São José Professor Orientador

Prof Amarildo Felipe Kanitz

Univali – CE São José Membro

Prof Júlio César Schmitt Neto

Univali – CE São José Membro

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iii

Dedico esta realização aos meus pais Rubim e Júlia

e aos meus irmãos Guido e Iris.

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iv

Agradeço ao meu amigo Oliver Watzko a oportunidade do

desenvolvimento deste trabalho, à minha orientadora Suzy pelo

apoio e ensinamentos, à minha amiga Natalli Ficagna pela ajuda

e paciência, à minha família e amigos pela compreensão dos

finais de semanas ausentes, dedicados a este estudo.

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v

Cada pessoa em sua existência, pode ter duas

atitudes: construir e plantar. Os construtores podem

demorar anos em suas tarefas, mas, um dia terminam

aquilo que estavam fazendo. Então, param e ficam

limitados por suas próprias paredes. A vida perde

sentido quando a construção acaba. Mas existem os

que plantam. Estes, às vezes, sofrem com

tempestades, com as estações e, raramente,

descansam. Mas, ao contrário de um edifício, o

jardim jamais pára de crescer e, ao mesmo tempo em

que exige atenção do jardineiro, também permite que,

para ele, a vida seja uma grande aventura.

Paulo Coelho

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vi

RESUMO

O objetivo desta pesquisa é avaliar a viabilidade da Pro Speed Comercial Ltda ME tornar-se

uma importadora. Sendo para isso a necessidade de relacionar os produtos comercializados

pela empresa, demonstrando seus custos através dos distribuidores no Brasil e no exterior,

fazendo uma investigação das empresas que fornecem o produto importado. Ainda como

objetivos desta pesquisa foi verificado o contrato social e a documentação necessária para a

empresa em questão para se tornar uma importadora, bem como uma comparação dos seus

custos dos distribuidores no Brasil e os custos para a importação das referidas peças. A

metodologia empregada para a obtenção destes dados é de uma pesquisa com característica

qualitativa, um estudo de caso na empresa Pro Speed Comercial Ltda ME, sendo um estudo

exploratório, onde os dados coletados foram de fontes bibliográficas, de livros e ou revistas,

documental, que foram coletados na empresa e por último através de pesquisa de campo, onde

a grande parte foi efetuado contatos via internet. Para este estudo, após a análise dos dados

coletados, concluiu-se que é inviável para a Pro Speed Comercial Ltda Me se tornar uma

importadora, ou mesmo realizar importação de tais peças através de um despachante. Pois as

altas taxas de impostos, inviabilizam a comercialização destas peças, visto que o custo

aumentou aproximadamente 85% para cada peça importada. Sendo assim, este estudo mostra

que seriam necessários incentivos do governo brasileiro, com a isenção, redução ou suspensão

de algumas alíquotas para que esta importação fosse viável para a Pro Speed Comercial Ltda

ME.

Palavras-chave: importação, viabilidade e incentivos.

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vii

ABSTRACT

The reason of that research is available the viability of Pro Speed Ltda. Inc. turns a

importation company. There is necessary a list of products sailed by the company, showing

the costs through the dealers in Brazil and in other countries, to make a investigation of the

companies that provides the imported products. Also as reason of this research, it was

checked the social contract and the necessary documentation for the company becomes a

importer company, and also the contrast between the costs of the dealers in Brazil and the

costs for the importation of the mentioned components. The methodology used to get these

data is from a research with quality characteristic, a study about a case in the Pro Speed

Comercial Inc. company, being a exploratory study where the data collected was from

bibliographic fonts, from books or magazines, documents that was collected in the company

and finally by a camp research, where a big part of it was made by internet contacts. For that

study, after analyze all information collected, concludes that is not enviable to Pro Speed

Comercial Inc. turns a importation company, or just realize importation of some components

through dispatcher. The elevated taxes don’t turn possible the trading of these components,

reason that the increase of approximately 85% for each component imported. On that way,

this research shows that it would be necessary incentives from Brazilian government, with the

dispensation, reduction or suspension of some aliquots that this importation could be

workable for Pro Speed Ltda. Inc.

Key-words: importation, viability, incentives.

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Lista de tabelas

Tabela 1 – Produtos Auto Meter...............................................................................................35

Tabela 2 - Produtos Longacre...................................................................................................35

Tabela 3 - Produtos Motec........................................................................................................36

Tabela 4 - Simulação de Importação.........................................................................................38

Tabela 5 - Comparação de valores em real e dólar...................................................................39

Tabela 6 - Simulação de Importação sem impostos..................................................................39

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SUMÁRIO Resumo .................................................................................................................................................................. vi

Abstract ................................................................................................................................................................vii

Listas de tabelas..................................................................................................................................................viii

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 1

1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA .................................................................... 2

1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................ 3

1.2.1. Objetivo geral ........................................................................................... 3

1.2.2. Objetivos específicos ............................................................................... 3

1.3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 3

1.4 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO ................................................................... 4

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 6

2.1 COMÉRCIO EXTERIOR ............................................................................................ 6

2.2 COMÉRCIO INTERNACIONAL.....................................................................................7

2.2.1 Teorias Clássicas do Comércio Internacional..................................................9

2.2.1.1 Teoria das vantagens absolutas.............................................................10

2.2.1.2 Teoria das vantagens comparativas.......................................................11

2.2.2 Teorias Modernas do Comércio Internacional..............................................12

2.3 EXPORTAÇÃO..........................................................................................................13

2.4 IMPORTAÇÃO..........................................................................................................14

2.4.1 Tratamento Administrativo...........................................................................14

2.4.1.1 Permitidas.............................................................................................14

2.4.1.2 Não permitidas.....................................................................................15

2.4.1.3 Em consignação....................................................................................15

2.4.1.4 Sem cobertura cambial.........................................................................16

2.4.1.5 De material usado.................................................................................16

2.4.2 Tratamento Fiscal..........................................................................................16

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x

2.4.2.1 Imposto de importação.........................................................................16

2.4.2.2 Imposto sobre produtos industrializados..............................................18

2.4.2.3. Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços...........................18

2.4.2.4 Programa de integração social - Pis/Pasep............................................19

2.4.2.5 Contribuição para financiamento da seguridade social - Cofins...........19

2.4.3 Modais de Transporte, Frete e Seguro...........................................................20

2.4.3.1 Marítimo ...............................................................................................20

2.4.3.2 Áereo.....................................................................................................21

2.4.3.3 Seguro....................................................................................................23

2.4.4 Outras Despesas........................................................................................23

2.4.4.1 Capatazia...............................................................................................23

2.4.4.2 Armazenagem........................................................................................24

2.4.4.3 Adicional de frete para renovação da marinha mercante......................24

2.4.6 Modalidades de Pagamentos..........................................................................24

2.4.6.1 Pagamento antecipado...........................................................................24

2.4.6.2 Cobrança................................................................................................25

2.4.6.3 Carta de crédito......................................................................................25

2.4.7 Roteiro de Importação....................................................................................26

3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO ...................................................................................... 28

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA.......................................................................... 28

3.2 COLETA DE DADOS.............................................................................................. 28

3.3 ANÁLISE DOS DADOS........................................................................................... 29

4 A EMPRESA PRO SPEED COMERCIAL LTDA ME………………………………30

4.1 Histórico…………………………………………………………………………....30

4.2 Localização………………………………………………………………………...31

4.3 Premissas...................................................................................................................31

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xi

4.3.1 Objetivo...........................................................................................................31

4.3.2 Missão..............................................................................................................32

4.3.3 Visão................................................................................................................32

4.4 Fornecedores............................................................................................................32

4.5 Clientes....................................................................................................................32

4.6 Documentação para nova situação...........................................................................33

4.6.1 Custos para nova situação...............................................................................33

5 PRODUTOS COMERCIALIZADOS PELA PRO SPEED E CUSTOS

ENVOLVIDOS............................................................................................................. 34

5.1 Produtos Comercializados e Custos Envolvidos………………………………….34

5.1.1 Auto Meter Products, Inc................................................................................34

5.1.2 Longacre Racing Products, Inc........................................................................35

5.1.3 Motec Austrália Pty. Ltd…………………………………………………….36

6 PROCESSO DE IMPORTAÇÃO..................................................................................37

7 CONCLUSÕES.................................................................................................................40

REFERÊNCIAS................................................................................................................. 42

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1 INTRODUÇÃO

O comércio internacional começou a se desenvolver a partir do IV milênio a.C., pela

civilização egípcia, onde o comércio na Mesopotâmia era considerado avançado, e possuíam

“filiais” no exterior a fim de ativarem as trocas e expedições para visitar países estrangeiros.

(GUIDOLIN, 1991).

Segundo Dias (2000), nos primórdios, a sociedade feudal fabricava o que necessitava e

consumia seus próprios produtos. O intercâmbio de mercadorias era feito em mercados

semanais mantidos junto aos mosteiros, castelos ou em cidades próximas. Diante das

dificuldades, o comércio durante a primeira fase da Idade Média não cresceu, permanecendo

acentuadamente local.

Contribuindo para o aumento do comércio, a população européia começa aumentar,

crescendo também a necessidade de novas mercadorias. A partir do século XI, com as

cruzadas, as mudanças começaram a ocorrer. A partir do século XII a XV desenvolveram-se

grandes feiras, que ao contrário do mercado semanal local eram imensas e se negociavam

mercadorias por atacado, que provinham de todos os pontos do mundo conhecido.

(HUBERMAN, 1986).

Na última década do século XV fatos importantes no sistema econômico mundial

aconteceram, foi descoberta a rota para as Índias e as novas terras do Ocidente. Desse modo

no século XVI inicia-se o período conhecido como “Revolução Comercial”, onde se daria a

expansão do capitalismo mercantilista. (DIAS, 2000).

Segundo Dias (2000), o mercantilismo foi uma política econômica desenvolvida pelos

Estados europeus entre os séculos XVI e que se estendeu a meados do século XVIII.

Caracterizando-se pelo fortalecimento do Estado por meios de metais preciosos, do controle

governamental da economia e da expansão comercial.

Ao longo dos anos o comércio foi se aprimorando. Para um grande número de países,

a atividade internacional começou ser tão importante que se tornou questão de absoluta

sobrevivência.

Para os países, viver isoladamente não é mais vantajoso. O comércio internacional

contribuiu para a facilitação da troca de mercadorias. Algumas delas por necessidade, outras

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não. As razões para esta atividade hoje são inúmeras, podendo ser por qualidade, baixo custo,

avanços tecnológicos, necessidade do cliente, ou simplesmente por ser importada.

Com a “abertura dos portos” pelo governo brasileiro em 1994, os produtos

estrangeiros se tornaram acessíveis, tanto pela informação de sua existência, como na

possibilidade de obtê-lo.

Foram se formando os grupos regionais, a aliança, para que os países, unidos nos

mesmos objetivos, possam disputar com maiores possibilidades de sucesso. Talvez unidos,

possuem maior poder de barganha para atrair seus clientes.

O MERCOSUL, a ALCA são alguns dos exemplos de alianças para que os países

juntos possam se beneficiar de adquirir produtos estrangeiros, trocando assim bens e valores

que nem todos os países possuem.

Hoje, tendendo ser um fluxo cada vez mais rápido e interativo, a globalização

internacional faz com que os países intercambiem bens e serviços com mais rapidez.

De acordo com dados da balança comercial brasileira as importações cresceram cerca

de 21,1% sobre janeiro/abril de 2004. Isso significa que a cada ano as importações estão

sendo mais enfatizadas para as grandes, médias e pequenas empresas, mas também para

satisfazer a demanda dos produtos. (MDICE, 2005).

Sendo assim, algumas empresas brasileiras que conhecem o mercado internacional

visam os produtos importados, visto que não encontrarem similares nacionais. Ou quando

encontram, não possuem qualidade e preço necessários para comercialização. Os produtos

importados podem ser tornar competitivos por possuírem qualidade e preços como

diferenciais.

1.1 Descrição da situação problema

Muitos dos produtos com os quais a empresa Pro Speed Comercial Ltda ME trabalha,

não sendo os das marcas que representa na sua região, são importados, sendo adquiridos

através de terceiros (importadores independentes e representantes no Brasil), o que por sua

vez, vem a tornar estes produtos caros, impossibilitando muitas vezes a comercialização dos

mesmos.

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Diante desta realidade, surge em questionamento: é melhor para empresa adquirir os

produtos necessários através de representantes no mercado interno ou tornar-se um

importador desses produtos?

1.2 Objetivos

1.2.1. Objetivo geral

Avaliar a viabilidade da Pro Speed Comercial Ltda ME tornar-se uma importadora.

1.2.2. Objetivos específicos

- Relacionar os produtos comercializados pela empresa;

- Demonstrar os custos da obtenção dos produtos através dos distribuidores;

- Investigar as empresas no exterior que são fornecedores do produto;

- Verificar o contrato social e a documentação necessária para a nova situação;

- Comparar os custos da situação inicial com a almejada.

1.3 Justificativa

A prática do comércio internacional é uma atividade de grande importância para todos

os países, sejam eles desenvolvidos ou não. Para os países menos desenvolvidos a

participação no comércio expande e melhora as condições de troca, que dependem do

crescimento econômico e que são indispensáveis ao progresso social e à elevação dos padrões

de vida de suas populações.

Hoje a importação tem sido alvo de interesse de pequenas, médias e grandes empresas,

como solução alternativa e inteligente para conseqüente expansão de sua área comercial. Isso

porque os produtos, ao longo dos anos, se tornam mais competitivos com maior qualidade, e

pelo ponto de vista tecnológico, melhores.

A tendência nacional é de crescimento no comércio internacional de uma forma geral.

Tanto nas exportações como nas importações. Com a alta do dólar e com a necessidade de

regularizar a balança comercial brasileira o governo investiu bastante para a realização das

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exportações, contudo, para que haja o equilíbrio da balança as importações não podem ficar

para trás.

Sendo assim as importações têm grande importância e deveriam ser incentivadas pelo

governo com a redução das taxas, tarifas e impostos. Segundo Maluf (2000), o governo pode

intervir no seu comércio exterior através de controle administrativo, cambial e aduaneiro.

Essas tarifas, taxas e impostos são os grandes empecilhos para que novas empresas

comecem a importar. Visto que alguns produtos importados têm alto custo para as empresas,

ficando inviável para as mesmas concluírem a negociação.

O saldo comercial no primeiro quadrimestre de 2005 alcançou US$ 12,194 bilhões e a

corrente de comércio (exportações mais importações), US$ 55,112 bilhões, cifras recordes e

históricas suplantando o saldo comercial e a corrente registrados em 2004, de US$ 8,093

bilhões e US$ 43,983 bilhões, respectivamente. Sobre este período, o saldo comercial cresceu

50,7% e a corrente de comércio, 25,3%. Dados significativos, mostrando que com o aumento

do comércio, aumenta a produtividade do país, permitindo uma evolução tecnológica e a

criação de novos empregos. (MDICE, 2005).

Tendo isso em vista, sentimos a necessidade de verificar na prática a viabilidade de

uma empresa se transformar em importadora, e verificar se esta mudança trará benefícios para

a mesma.

A Pro Speed Comercial Ltda ME trabalha com produtos que necessitam ter precisão e

qualidade. Assim, a importação torna-se extremamente importante para a empresa, visto que

os produtos encontrados no Brasil nem sempre atendem as suas necessidades e possuem

credibilidade no segmento de alta performance automotiva.

1.4 Apresentação geral do trabalho

O trabalho consiste em verificar a viabilidade da empresa Pro Speed Comercial Ltda

ME para que a mesma se torne importadora.

Fazendo uma relação dos produtos que a empresa necessite importar bem como os

seus valores comerciais no Brasil e no exterior. Suas taxas e alíquotas, a nomenclatura

utilizada, o transporte, todos os valores e custos para uma avaliação da viabilidade financeira

e tributária.

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Após a verificação fazer uma comparação da situação atual da empresa e uma análise

se a mesma se tornando importadora, irá trazer benefícios.

Estará sendo comparado se será mais vantajoso em termos de custos à transformação

da empresa em importadora e a mesma executar o processo de importação ou a contratação de

uma empresa terceirizada para a execução do despacho aduaneiro para a importação.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Comércio Exterior

O comércio exterior é uma atividade na qual dois agentes econômicos de países

distintos negociam uma mercadoria que será entregue por meio de um transporte internacional

e cujo resultado financeiro sofrerá uma operação de câmbio.

O conceito de comércio exterior é associado às relações estritamente comerciais

mantidas com países estrangeiros sejam na importação ou na exportação de bens, produtos ou

serviços.

Os países desenvolvidos e subdesenvolvidos, provocados pela dinâmica de seu

crescimento, se obrigam a modificar sua política de comércio exterior para atender

principalmente as exigências de seu balanço de pagamentos internacionais. (CAMPOS, 1990).

Sendo o desenvolvimento do país uma evolução importante, é necessário que as suas

prioridades e seus objetivos econômicos e sociais sejam reais e eficazes.

A importância do comércio exterior no desenvolvimento das economias e os

benefícios advindos deste comércio são fatos amplamente abordados na literatura, desde a

teoria das vantagens comparativas de David Ricardo até as modernas teorias do comércio.

Dentre esses benefícios podemos ressaltar o aumento do bem - estar social, o estímulo à

inovação ao possibilitar a incorporação de insumos importados de tecnologia mais avançada

ao processo de produção, o incentivo à produção ao permitir a importação de insumos que

possibilitem superar pontos de estrangulamento na estrutura produtiva e uma alocação mais

eficiente de recursos, dentre outros. Todavia, a incorporação destes insumos irá depender do

perfil da economia. (SENAI/SC, 2002).

Segundo Guidolin (1991), nenhum país tem condições de produzir tudo que sua

população necessita, e que o comércio exterior é a única fórmula de solucionar este problema.

As transações econômicas que os países têm um com os outros são muito importantes para a

manutenção de uma economia em níveis satisfatórios de desenvolvimento, fazendo assim com

que o nível de estabilidade de emprego, de preços e de crescimento aconteçam.

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Segundo Maluf (2000), o comércio exterior é a relação direta de comércio entre dois

países ou blocos.

Segundo Maia (1999), seus principais efeitos foram a realocação dos recursos

produtivos; a equalização dos preços no mercado internacional e a melhora no nível de vida

da população.

2.2 Comércio Internacional

O comércio internacional, segundo Maluf (2000), é o intercâmbio de bens e serviços

entre países.

Segundo relatos de Campos (1990), as primeiras tentativas de trocas comerciais foram

empreendidas pelos chefes tribais na pré-história, em decorrência da evolução de seus

primitivos sistemas de produção e da natural obrigação de satisfazer as exigências de gostos

da comunidade tribal. Tendo como finalidade a de incentivar a permuta de produtos

originários de seus grupos e prescindíveis às suas próprias necessidades pelos excedentes de

produção de outros grupos vizinhos.

Essas trocas, constituíram - se nas primeiras manifestações de comércio entre grupos,

podendo ser considerado como os primeiros passos para o comércio externo, apesar do caráter

extremamente rudimentar.

Considera-se como comércio internacional, segundo Campos (1990), como um fator

preponderante de harmonia no nosso mundo, e mais do que as guerras e principalmente por

causa delas tem ele contribuído para as descobertas de caráter tecnológico, de novos recursos

de cunho econômico, enfim de todos os fatos que colaboraram para o progresso universal.

A tendência do comércio internacional nos proporciona observar o constante

crescimento do intercâmbio comercial entre os diversos países do mundo, fato esse verificado

pelo aumento populacional, pela variação de gostos e pela especialização.

Segundo Cherem e Di Sena Junior (2004), o importante nesse processo de

desenvolvimento no comércio internacional é a geração de riqueza, estimulando a economia,

aumentando as perspectivas de produção (melhor qualidade por menor preço) e consumo,

colocando a disposição do consumidor um maior número de produtos.

A maioria dos tratadistas do Comércio Internacional, segundo Campos (1990), apóia a

teoria do livre-comércio, ressalva, no entanto, certas qualificações ligadas à sua eficiência e à

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distribuição de renda que ele oferece. Tendo por outro lado, a dependência da habilidade e

talento dos profissionais, além da observância das técnicas que orientam o seu pleno

exercício.

O comércio internacional firma suas bases no livre comércio, preconizado pelos países

capitalistas, e no domínio estatal, na área socialista.

Como um instrumento de progresso econômico e social, o comércio internacional tem

em vista o desenvolvimento de esforços positivos e reais, a fim de que nações desenvolvidas e

em desenvolvimento promovam trocas comerciais recíprocas de bens, representados,

principalmente, por bens de capital, por serviços, por produtos e mercadorias ou pelo

intercâmbio de serviços de tecnologia e de capitais, visando a assegurar uma participação

global no crescimento econômico dessas mesmas nações, correspondentes às necessidades do

seu pleno desenvolvimento econômico. (CAMPOS, 1990).

Segundo Guidolin (1991), o comércio internacional se tornou de extrema importância

pelo conforto e a satisfação que proporcionam as pessoas e as empresas.

Segundo Hartung (2002), o comércio internacional se desenvolveu a partir das

necessidades das nações de suprirem suas carências.

Campos (1990), explica que o comércio internacional tem função de movimentar

capitais necessários à plena utilização dos recursos naturais e de incrementar os movimentos

de permuta e emprego, entre países, de tecnologia, de know-how e de trabalho, através da

migração de mão de obra-especializada; e finalmente, de facilitar a movimentação

internacional de fatores de produção e da divisão do trabalho, possibilitando um efeito de

distribuição de renda a nível internacional.

Esse movimento de recursos entre países é evidenciado por Guidolin (1991), que

acredita estarmos entrando numa época de integração e complementação industrial de bens e

serviços, onde países com maior abundância de recursos utilizam tecnologia de ponta e

aqueles com menor recursos estão desenvolvendo novas técnicas e matérias - primas.

A participação do comércio internacional tem sido ponto chave para o sucesso e o

crescimento de empresas e países, sendo importante não somente para as nações ricas, mas

para as em desenvolvimento também. (HARTUNG, 2002).

As atividades concernentes ao comércio internacional sofrem influência de uma série

de medidas, algumas propiciadoras e outras limitadoras do seu mecanismo e que causam

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equilíbrio ou desequilíbrio das relações comerciais entre os países que compõem a

comunidade universal. Essas medidas são geralmente usadas pelos países que comprovam em

haver uma discrepância nas transações comerciais realizadas, ficam limitadas a um elenco de

providências consubstanciadas em barreiras aduaneiras e não-aduaneiras, constituídas, em seu

conjunto, nas barreiras comerciais, que somente deve ser aplicada após uma análise mais

profunda do assunto pelas autoridades ligadas ao comércio exterior do país interessado, para

evitar represálias. No entanto, essa atitude tem o efeito de reduzir a elasticidade do mercado

externo e de diminuir o volume do comércio internacional. (CAMPUS, 1990).

A seguir veremos as teorias clássicas e modernas do comércio internacional, onde

poderemos verificar as diversas teorias e suas divergências.

2.2.1 Teorias Clássicas do Comércio Internacional

Embora o comércio internacional tenha sido praticado desde os primórdios da

civilização, somente a partir do século XV - com o advento do mercantilismo - essa atividade

adquire os contornos práticos e teóricos que desenvolveram até os dias atuais. (SOARES,

2004).

Entre os séculos XI e XIV, o comércio internacional esteve centrado no Mar

Mediterrâneo, fazendo surgir uma atividade econômica regional e inter-regional, tendo como

as cidades de Gênova, Piza, Florença e Veneza grandes centros comerciais. (PINHO e

VASCONCELLOS apud SOARES, 2004).

A era mercantilista atingiu seu apogeu entre os anos 1500 e 1800, nos países da

Europa, sendo considerado como período de transição do feudalismo para o capitalismo.

(CZINKOTA e RONKAINEN apud SOARES, 2004).

A política comercial mercantilista visa reforçar o poder do monarca absoluto,

defendendo a unificação econômica, jurídica e administrativa nacional e sustenta a

necessidade de se reforçar o poder nacional para permitir a sobrevivência de estado contra

ameaça externa. (SENAI/SC, 2002).

Para os mercantilistas, ouro e a prata eram obtidos através dos ganhos de comércio,

portanto, encorajando as exportações e desencorajando as importações.

O sistema econômico mercantilista tem como prioridade à riqueza da sociedade, que

cresce com o crescimento do estoque e de meios de pagamento de um país, onde o aumento

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de produção e comércio doméstico depende da unificação econômica e liberdade de comércio

interior das fronteiras nacionais. O dinheiro é igual a capital, isto é, um fator de produção, no

qual um país depende das minas nacionais ou do superávit comercial. Se o país não tem

minas, a política comercial seria baseada no protecionismo e na promoção de exportação, para

que o poder nacional aumentasse.

Segundo Soares (2004), as práticas e políticas mercantilistas constituíam, na realidade,

um conjunto difuso de políticas adotadas em diversos países europeus, com o objetivo

principal o de aumentar a riqueza e o poder nacional.

Ao longo dos anos, estudiosos tentaram mostrar as mutações que ocorriam no

comércio em diferentes períodos e áreas, alguns deles citados até hoje por suas teorias

desenvolvidas.

2.2.1.1 Teoria das vantagens absolutas

Segundo Guidolin (1991), a teoria das vantagens absolutas foi apresentada por Adam

Smith em 1776, por ocasião da publicação de seu livro “A riqueza das nações”, onde

estabelece as leis do livre comércio. Mostrando que os países podem aumentar suas riquezas

através do comércio, com a divisão do trabalho.

A idéia central de Smith é que a produção, ou seja, a criação de produtos para a troca,

sempre requer o uso do trabalho humano, e que a divisão do trabalho é a especialização de

cada país individual em determinados tipos de atividades econômicas.

Segundo Maia (1999), essa teoria possibilita que o país será beneficiado se exportar

mercadoria e se importar outras, proporcionando aos países vantagens recíprocas. O benefício

é desse país, que comprará produtos mais baratos, e também dos outros que pagarão com

produtos que lhe custarão menos.

Ao observar as indústrias inglesas, Smith examinou que o processo de produção era

separado em diferentes estágios, e cada trabalhador ou grupo se preocupava apenas com uma

parte da produção, sendo caracterizado a especialização, onde aumentou consideravelmente a

produtividade dos trabalhadores e conseqüentemente das indústrias.

Segundo Soares (2004), a principal contribuição de Smith à economia internacional foi

a generalização do conceito de divisão de trabalho nas manufaturas inglesas ao comércio

internacional, sendo assim cada país deveria se especializar na produção de bens que

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utilizasse menos horas de trabalho que seus parceiros comerciais, tendo assim vantagem

absoluta em relação aos demais países.

2.2.1.2 Teoria das vantagens comparativas

A teoria das vantagens comparativas foi apresentada por David Ricardo em 1817 em

sua principal obra “Princípios da economia política e tributação”, tendo como base à teoria

das vantagens absolutas de Adam Smith.

Ricardo mostra a possibilidade de haver comércio entre países, mesmo que um deles

não possa produzir a custo mais baixo que o outro. (MAIA, 1999).

Se um país é mais eficiente na produção de dois bens, pode ser que ele seja

relativamente mais eficiente na produção de um deles. Esse país deve se especializar na

produção e exportação da mercadoria que produz com maior eficiência.

A teoria das vantagens comparativas que afirma que um país pode conseguir

vantagens comerciais com outro país, mesmo que em cada produto analisado isoladamente

não tenha custos de produção maiores que o seu futuro parceiro comercial.

O conceito de vantagem comparativa mostra que o comércio internacional é vantajoso

quando os países se dedicam a produzir apenas aqueles bens em que são comparativamente

mais eficientes do que os outros, ou seja, naqueles cujo custo de oportunidade de produção em

termos de outros bens é mais baixo que em outros países.

O modelo ricardiano de comércio internacional implica, portanto, na especialização de

cada país na exportação do produto no qual tem vantagens comparativas. Quaisquer dos

países têm lucro com o comércio bilateral, a não ser que as circunstâncias altamente

improváveis de que a estrutura de custos relativos desses países seja idêntica. (SENAI/SC,

2002).

Segundo Soares (2004), Ricardo mostrou que o mais importante no comércio

internacional não é o custo absoluto da mercadoria, mas suas relações entre os diversos custos

domésticos. São essas proporções entre os preços domésticos de um país que, quando

comparadas às proporções de custos interno de outro país, evidenciam em quais produtos um

país possui maior eficiência comparativa.

Segundo Cherem e Di Sena Junior (2004), a teoria que Ricardo implica a

especialização de cada país na exportação do produto que possui maior vantagem.

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Defendendo que o comércio bilateral seria sempre mais vantajoso que a autarcia para duas

economias cujas estruturas de produção não fossem similares.

A integração no comércio internacional se amplia na medida em que detém vantagens

comparativas em mais produtos, tornando-se especialista em um número maior de produtos e

conseqüentemente aumentando a sua eficiência. (SOARES, 2004).

O modelo ricardiano é o mais simples dos modelos e o utilizado até os dias atuais,

explicando que as diferenças entre países acarretam as trocas e ganhos no comércio

internacional, pois neste modelo, o trabalho é o único fator de produção e os países diferem

apenas na produtividade do trabalho nas diferentes indústrias.

2.1.2 Teorias Modernas do Comércio Internacional

Se a questão básica dos teóricos clássicos foi à existência e a mensuração das

vantagens do comércio exterior fazendo assim refletir as condições econômicas do seu tempo,

a preocupação dos teóricos modernos é estudar e na maioria das vezes através de métodos

empíricos e por meio de abordagem. A intenção é determinar o fluxo de comércio de produtos

manufaturados entre países, a existência de diferenças nos preços e nos fatores de produção e

a demanda de produtos nos respectivos mercados domésticos. (SOARES, 2004).

Vários foram os teóricos, podendo citar alguns deles e explicar resumidamente o que

defendiam. Todos com contribuições importantes, ambos citados por Soares (2004).

Em 1949 Eli Heckesher e Bertil Ohlin desenvolveram a Teoria da Proporção dos

Fatores que defendia a idéia de que um país é relativamente abundante em mão de obra ou de

capital deve se especializar na produção e na exportação dos produtos intensivos em trabalho

ou os de capital.

Já em 1950 Wassily Leontief pesquisou em cima da teoria de proporção dos fatores de

produção nos Estados Unidos e resultou que no país as exportações são intesivas em trabalho,

ao contrário do que se poderia esperar de um país rico em capital, ficou conhecida como o

Paradoxo de Leontief.

Staffan Burestan Linder em 1961 explicou que o tipo de complexidade e a diversidade

da demanda de um país aumentam com o crescimento da renda per capita. E o comércio

internacional seguindo pelo mesmo princípio diz que países com maior renda per capita

possuem um maior volume de comércio.

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Em 1966 Raymond Vermon com a Teoria do Ciclo do Produto dizia que o país que

possuísse vantagens comparativas na produção e exportação de um produto inovador alteraria

seu fluxo de comércio na medida em que a tecnologia de produção da mercadoria

amadurecesse.

A Teoria do Comércio e Mercados Imperfeitos surge em 1985 pelo teorista Paul

Krugman que mostra que a mudança nos fluxos de comércio, inclusive os de intra-indústria, é

sustentado pelas imperfeições do comércio de produtos e dos mercados.

Em 1990 Michael Porter com a Vantagem Competitiva das Nações explica que as

competitividades das nações dependem da capacidade de sua indústria inovar e reagir às

mudanças que ocorrem no mercado. E em face a essas mudanças as empresas são

beneficiadas com a forte competição, com a demanda dos consumidores e com a

agressividade dos fornecedores.

Entretanto Cherem e Di Sena Junior (2004) citam outros teóricos e econômicos, que

também contribuíram para o esclarecimento das novas teorias:

Karl Marx discutia a idéia do crescimento econômico capitalista e seu funcionamento.

Acreditando que os processos de crescimento capitalistas não estariam imunes as crises do

sistema, podendo levar ao desemprego e fazer com que a riqueza e renda se concentrassem na

mão de poucos. Resumidamente ele define que o capitalismo irá se destruir em longo prazo.

Joseph Schumpeter abordou em 1911 com a publicação de sua obra, “Teoria do

desenvolvimento econômico” onde acredita que crises econômicas levariam grandes

transformações na economia capitalista, sendo esta substituída pelo socialismo.

Sendo o desenvolvimento econômico, a distribuição de renda uma grande

preocupação, John Maynard Keynes após a grande depressão da década de 1930 lança sua

obra “A teoria geral do emprego, juro e da moeda” em 1936 onde critica os clássicos teóricos,

defendendo que o Estado deveria ser o regulador da economia.

2.3 Exportação

Segundo Maluf (2000), exportação é à saída da mercadoria nacional ou nacionalizada

do seu território aduaneiro.

Segundo Vazquez (1999), a exportação é uma atividade na qual proporciona a abertura

do país para o mundo, tendo como principal objetivo do ponto de vista econômico o de obter

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recursos para o pagamento das importações necessárias a vida econômica, além de absorver

tecnologia e alcançar maior produtividade.

As exportações brasileiras, segundo Maluf (2000) são enquadradas em: exportações

proibidas, suspensas, sujeitas a padronização e sujeitas ao Registro de Venda.

E segundo Maluf (2000), as principais vantagens para se exportar são: a diversificação

de mercados, aprimoramento da qualidade, oportunidade de implantação de uma marca

internacional, custos de produção menores, ciclo de vida do produto em crescimento,

desenvolvimento do recurso humanos da empresa e do marketing internacional.

2.4 Importação

Segundo Maluf (2000), importação é a entrada de mercadorias, vindas do exterior para

um outro país, resultando saída de divisas.

A importação segundo Campos (1990), consiste no ato de introduzir em um país

mercadorias estrangeiras adquiridos em outro país.

Ato de adquirir, no exterior, mercadorias, produtos industrializados, matérias-primas,

know-how, tecnologia ou serviços. (CAMPOS, 1990).

Segundo Maia (1999), a importação torna-se conveniente, pois permite ao país

comprador adquirir uma mercadoria de alta tecnologia, obtida por anos de experiência e com

pesquisas de alto custo.

2.4.1 Tratamento Administrativo

As importações são classificadas em permitidas, não permitidas, em consignação, sem

cobertura cambial e de material usado.

2.4.1.1 Permitidas

A classificação permitida é aquela em que a lei permite a entrada no país. Podendo ser

através de licenciamento automático ou não – automático.

Licenciamento automático é o procedimento utilizado quando a mercadoria não está

sujeita a nenhuma autorização ou licença para ser embarcada no exterior.

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Licenciamento não-automático é o procedimento pelo qual a mercadoria necessita de

uma autorização, uma licença de importação para que seu embarque seja efetuado no exterior.

As importações permitidas sob aspecto fiscal ainda podem ser classificadas em

importações com incidência tributária, as que possuem vantagens tributárias (isenção, redução

e ou suspensão), e aquelas enquadradas em regimes aduaneiros especiais (regime drawback,

admissão temporária, entreposto aduaneiro, industrial, trânsito aduaneiro e depósito especial

alfandegado). (MALUF, 2000).

2.4.1.2 Não permitidas

As importações não permitidas, segundo Bizelli e Barbosa (2002), são aquelas

mercadorias que possuem caráter de proibidas ou suspensas.

a) Proibidas

As importações proibidas são aquelas que de acordo com tratados internacionais ou

por disposição legal não podem entrar no país. Podendo ser a proibição pelo país de origem

ou referente à mercadoria. (MALUF, 2000).

Segundo Bizelli e Barbosa (2002) importações proibidas têm caráter permanente. E

por força de Lei ou de compromissos internacionais são impedidas de entrar no país.

b) Suspensas

As importações suspensas são aquelas que estão temporariamente impedidas de entrar

no país. Tem caráter temporário, pois se pode mudar a impedição. (MALUF, 2000).

Segundo Bizelli e Barbosa (2002), as importações suspensas são as importações que

estarão temporariamente suspensas.

2.4.1.3 Em consignação

As importações feitas em consignação são aquelas que não possuem permissão de

permanência definitiva no país. Deverão ir sem cobertura cambial, tendo um

acompanhamento da sua destinação e um Termo de Responsabilidade. (MALUF, 2000).

Neste caso de importação, as mercadorias que forem destinadas a feiras, exposições ou

aquelas de caráter temporário a título não definitivo não ocorre saída de divisas. (CAMPOS,

1990).

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As mercadorias em consignação segundo Bizelli e Barbosa (2002), se dá quando a

mesma ingressa no país sem ser nacionalizada, para que futuramente a transferência seja

efetivada.

2.4.1.4 Sem cobertura cambial

Segundo Maluf (2000), as mercadorias sem cobertura cambiais são aquelas na qual

não existe a contratação de câmbio, não havendo aquisição de moeda estrangeira. Os itens que

poderão ser admitidos são: peças e acessórios abrangidos por contrato de garantia, doações,

filmes cinematográficos, investimento de capital estrangeiro (sujeito a registro prévio no

Banco Central do Brasil), bens importados em consignação, em regime de admissão

temporária e as mercadorias que retornaram ao exterior para fins de teste, exame e ou

pesquisa tendo como finalidade industrial ou científica.

Segundo Bizelli e Barbosa (2002), sem cobertura cambial significa dizer que inexiste

contratação de câmbio uma vez que não haverá necessidade de aquisição de moeda

estrangeira.

2.4.1.5 De material usado

A mercadoria que entra no país sendo considerada usada obedece a uma

regulamentação especial, visto que a concessão da entrada no país possui caráter excepcional.

Possuindo muitas restrições para sua permanência ou entrada no país. Estando sempre com

um laudo técnico de vistoria e avaliação da mercadoria por empresas especializadas e idôneas,

tendo como dados principais o ano de fabricação da mercadoria, vida útil, valor de mercado e

peso líquido. (MALUF, 2000).

2.4.2 Tratamento Fiscal

O tratamento fiscal segundo Bizelli e Barbosa (2002), o Regime Tributário das

Importações não compreende somente o imposto de importação mais sim a imposição de

outros tributos que mesmo não tendo o fato gerador à entrada da mercadoria no país oneram a

operação.

2.4.2.1 Imposto de importação

Segundo Campos (1990), a base do imposto de importação consiste na imposição de

tarifas aduaneiras estruturadas para o ajustamento de políticas internas e externas do país,

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sendo que suas estruturas tarifárias também podem ser escalonadas, em ordem crescentes,

onde irá depender da natureza do produto importado; quanto mais industrializado a

mercadoria, maior o imposto.

Segundo Maluf (2000), o imposto de importação incide sobre mercadorias

estrangeiras, tendo como fato gerador à sua entrada no território brasileiro. Porém para

cálculo do imposto o fato gerador considerado é a data do registro da Declaração de

Importação da mercadoria.

De acordo com o Regulamento Aduaneiro em alguns casos não se considera fato

gerador do impostos, tais como: retorno de exportação temporária; reimportação de

mercadoria enviada ao exterior em consignação; retorno da mercadoria exportada, pescado

capturado fora das águas territoriais do país. (MALUF, 2000).

As alíquotas podem ser alteradas pelo Executivo, não se aplicando o princípio da

anterioridade, sendo especificadas na TEC1. A alíquota Ad Valorem2 é o percentual aplicável

sobre o valor aduaneiro da mercadoria, já a alíquota Específica possui valor previamente

determinado, aplicável sobre a quantidade da mercadoria. (MALUF, 2000).

A alíquota a ser utilizada para efeito de cálculo deve sempre obedecer aquela que está

em vigor no momento da ocorrência do fato gerador da mercadoria em questão. (BIZELLI e

BARBOSA, 2002).

As isenções ou reduções do imposto de importação são concedidas através de Lei ou

de Ato Constitucional. Os produtos importados estão sujeitos ao recolhimento integral dos

tributos, porém existem várias situações em que se permite a concessão de isenção e redução

dos tributos, sendo algumas delas citadas a seguir:

- De acordo com a mercadoria (aquelas adquiridas para suprir o mercado interno) tendo

como o DECEX3 órgão controlador e estabelecendo normas;

- De acordo com a natureza do importador (importações feita pelo Poder Público);

- De acordo com a política de estímulos à exportação (Drawback);

1 TEC – Tarifa Externa Comum

2 Ad valorem charge - despesa sobre o valor, cobrada sobre o valor da mercadoria, em virtude do seu

alto valor e adicionada ao frete.

3 DECEX - Departamento de Operações de Comércio Exterior.

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- Aquelas aprovadas por órgãos do Governo, para implantação de projetos industriais,

prioritárias para o desenvolvimento nacional;

- Aquelas mercadorias que por força de Acordos Internacionais com o país.

Há ainda aquelas mercadorias que ficam excluídas da incidência do imposto, tais

como: quando a mercadoria chegar no país declarada corretamente porém por erro ser

redestinada ao exterior, mercadoria que seja objeto de pena de perdimento ou ainda aquelas

em substituição a outra anteriormente importada. (BIZELLI e BARBOSA, 2002).

Porém a concessão de tais benefícios dependerá de cada caso específico. Sendo que será

recolhida, por despacho da autoridade fiscal, desde que faça prova do preenchimento das

condições e do cumprimento dos requisitos específicos.

2.4.2.2 Imposto sobre produtos industrializados

O imposto sobre produtos industrializados é aquele onde o produto tenha sido

submetido a qualquer operação que tenha sido modificado a sua natureza, finalidade ou um

aperfeiçoamento para o consumo. (VAZQUEZ, 1999).

Segundo Bizelli e Barbosa (2002), este imposto incide sobre o produto industrializado

e tem como o fato gerador o desembaraço aduaneiro.

2.4.2.3 Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços

O imposto sobre circulação de mercadorias e serviços cabe aos Estados e ao Distrito

Federal a sua competência tributária, regulamentando a sua incidência, base de cálculo, prazo

de pagamento, isenções, suspensões e reduções. Incidindo nas operações de importação e

tendo como fato gerador o desembaraço aduaneiro de importação. (MALUF, 2000).

A base de calculo do imposto é o valor aduaneiro acrescido dos impostos de II, IPI e

sobre operações de cambio e demais despesas aduaneiras. (BIZELLI e BARBOSA, 2002).

Este tributo incide nas mercadorias importadas, mesmo aquelas importadas para

consumo tendo como fato gerador à chegada da mercadoria ao importador.

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2.4.2.4 Programa de integração social - Pis/Pasep

A cobrança do Pis/Pasep incidirá sobre a importação de bens estrangeiros, assim como

o retorno ao País de bens nacionais ou nacionalizados exportados ou sobre serviços

provenientes do exterior, prestados por pessoa física ou jurídica domiciliada no exterior,

sejam eles executados no País ou no exterior, desde que tenham seu resultado verificado no

País. A incidência da alíquota deste imposto é de 1,65%.

A base de cálculo para este imposto é verificada da seguinte maneira:

- No caso dos produtos: A base de cálculo será (i) valor aduaneiro que servir de base

para o cálculo do imposto de importação, (ii) acrescido do montante desse imposto, (iii) do

ICMS, (iv) Pis/Pasep.

- No caso dos serviços: A base de cálculo será o (i) valor pago, crédito, entregue,

empregado ou remetido ao exterior, antes da retenção do imposto de renda, (ii) acrescido do

ISS, (iii) dos Pis/Pasep.

O imposto Pis/Pasep tem como fato gerador das referidas contribuições, no caso de

produtos, a entrada dos bens importados no território nacional (na data da DI), e no caso de

serviços o pagamento, crédito, entrega, emprego ou a remessa de valores (na data da

contraprestação pelo serviço) a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação

pelo serviço prestado. (PIS, 2005).

2.4.2.5 Contribuição para financiamento da seguridade social - Cofins

A cobrança do Cofins incidirá sobre a importação de bens estrangeiros, assim como o

retorno ao País de bens nacionais ou nacionalizados exportados ou sobre serviços

provenientes do exterior, prestados por pessoa física ou jurídica domiciliada no exterior,

sejam eles executados no País ou no exterior, desde que tenham seu resultado verificado no

País. A incidência da alíquota deste imposto é de 7,6%.

A base de cálculo para este imposto é verificada da seguinte maneira:

- No caso dos produtos: A base de cálculo será (i) valor aduaneiro que servir de base

para o cálculo do imposto de importação, (ii) acrescido do montante desse imposto, (iii) do

ICMS, (iv) Pis/Pasep, (v) Cofins.

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- No caso dos serviços: A base de cálculo será o (i) valor pago, crédito, entregue,

empregado ou remetido ao exterior, antes da retenção do imposto de renda, (ii) acrescido do

ISS, (iii) dos Pis/Pasep, (v) Cofins.

O imposto Cofins tem como fato gerador das referidas contribuições, no caso de

produtos, a entrada dos bens importados no território nacional (na data da DI), e no caso de

serviços o pagamento, crédito, entrega, emprego ou a remessa de valores (na data da

contraprestação pelo serviço) a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação

pelo serviço prestado. (PIS, 2005).

2.4.3 Modais de Transporte, Frete e Seguro

O comércio de mercadorias para ser realizado exige, além do ato de compra e venda

algumas operações complementares que devem ser desenvolvidas com eficiência a fim de que

se chegue no resultado esperado com êxito. (LABATUT, 1990)

Segundo Keedi e Mendonça (2000), o transporte de carga internacional, é chamado de

longo curso, significando a atividade de circulação de mercadorias.

Os tipos de modais de transporte são aquaviário (marítimo, fluvial e lacustre), terrestre

(rodoviário e ferroviário) e aéreo.

Cada modal apresenta característica própria, tendo cada situação à utilização de um

modal mais adequado. Sendo que o marítimo e o aéreo serão mais aprofundados para efeito

de estudo, pois são os possíveis para a importação das peças automotivas em questão nesta

pesquisa.

2.4.3.1 Marítimo

O transporte marítimo é o realizado por navios a motor, de grande porte, nos mares e

oceanos. Segundo Labatut (1990), o transporte marítimo permite transportar qualquer classe

de produtos, de volumes e de valores, os quais ficam condicionados às características dos

navios.

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O documento emitido no transporte marítimo é o Conhecimento de Embarque (B/L) 4,

documento no qual o transportador reconhece ter recebido uma mercadoria e se compromete a

transportá-la a um porto determinado em um navio determinado, sob condições estabelecidas,

em data predeterminada e por preço estipulado. Neste documento deve constar designação,

qualidade, peso, quantidade, volume e marcas. (LABATUT, 1990).

O frete marítimo é o preço do transporte marítimo, que segundo Labatut (1990), é

calculado a partir das características da mercadoria, do transporte e da qualidade comercial.

Algumas das características em relação ao transporte, segundo Labatut (1990) e Keedi

e Mendonça (2000):

- o peso da mercadoria, determinando o espaço que a mesma irá ocupar no navio;

- as formas da mercadoria ou da embalagem, que também influem na ocupação;

- a facilidade apresentada para o roubo;

- periculosidade da carga;

- o custo de sua movimentação ou da proteção especial de que necessite;

- provisões e combustível;

- risco de guerras e tumultos.

Os custos gerais de transporte marítimo são influenciados por alguns fatores, segundo

Labatut (1990), como por exemplo: as rotas e portos freqüentados; navios utilizados;

mercadorias transportadas.

O transporte marítimo não possui concorrência, no entanto para determinadas cargas o

transporte aéreo já se faz presente.

2.4.3.2 Aéreo

O transporte aéreo é um modal ágil, recomendado para mercadorias de alto valor

agregado e pequenos volumes, oferecendo segurança e operacionalidade. (KEEDI e

MENDONÇA, 2000).

4 Bill of Lading (B/L) - é o Conhecimento de Embarque marítimo, emitido pelos armadores, relativo à

carga recebida e transportada.

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O contrato de transporte aéreo se formaliza com o documento denominado

Conhecimento de Transporte Aéreo (AWB)5 que é redigido e assinado pelo expedidor e se

completa pela companhia expedidora, em três vias. (LABATUT, 1990). Segundo Keedi e

Mendonça (2000), o AWB tem as seguintes finalidades: é o contrato de transporte entre o

transportador e embarcador; é o comprovante de que a carga foi recebida para embarque;

título de crédito da mercadoria; caráter de fatura de frete, na qual devem constar todos os

dados da mercadoria, do vôo, cálculo de frete, tipo de tarifa utilizada, que vão respaldar o

pagamento do frete da carga.

As tarifas de fretes aéreos segundo Keedi e Mendonça (2000), são estabelecidas pelas

empresas de transporte, devidamente fiscalizadas e controladas pela IATA6, que estabelece

valores máximos a serem respeitados. A cotação do frete é baseada pelo peso da carga,

calculado na maioria das vezes por quilo.

Cada modal possui suas vantagens e desvantagens, segue algumas vantagens e

desvantagens do aéreo, segundo Keedi e Mendonça (2000):

a-) Vantagens

- ideal para o transporte de mercadorias com prioridade de entrega;

- documento de transporte obtido com maior rapidez, face à emissão antecipada;

- redução dos custos com embalagem, que não necessita ser tão robusta;

- seguro é mais baixo em relação ao marítimo.

b-) Desvantagens

- frete relativamente alto em relação aos demais modais;

- Capacidade de carga menor;

- Custo elevado da sua infra-estrutura.

Os riscos de viagem fazem com que os transportes apresentem riscos enormes, que

não podem ser cobertos por si a não ser através de seguradoras.

5 Airway Bill (AWB) – é o Conhecimento de Embarque aéreo, emitido pela companhia aérea para

cargas únicas, não consolidadas.

6 IATA – International Air Transport Association – Associação de Transporte Aéreo Internacional.

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2.4.3.3 Seguro

O seguro segundo Keedi e Mendonça (2000), é uma operação realizada entre duas

partes na qual o segurado precisa proteger uma mercadoria e o segurador é quem está disposto

a fazer esta proteção. O seguro tem como objetivo dar a carga proteção contra danos ou

perdas, visando sempre repor o bem sinistrado.

O seguro é um contrato no qual o segurador assume, em troca do pagamento de uma

quantia (prêmio), os riscos de danos e perdas materiais que podem ocorrer com as

mercadorias transportadas, independente do modal utilizado. (LABATUT, 1990).

2.4.4 Outras Despesas

Numa importação existem diversas despesas, além das que já citamos anteriormente.

A seguir citaremos mais algumas que julgamos necessárias.

- Despachante: Despesa relativa aos serviços prestados na confecção de documentos,

acompanhamento da mercadoria, despacho entre outras funções. (MALUF, 2000).

- Taxa sobre conhecimento de embarque: normalmente são relacionadas à

desconsolidação das mercadorias no destino, se consolidada; a taxa para a liberação dos

documentos originais e a taxa de coleta cobrada pelo agente para recolher a mercadoria no

local referido pelo embarcador. (MALUF, 2000).

- Despesas bancárias: taxa para abertura de Carta de Crédito; na despesa de emissão de

contrato de Câmbio; no registro de cobrança; na utilização da retransmissão do crédito,

através de telex, swift e outros. (MALUF, 2000).

- Declaração de Importação: para efetuação do registro da DI no SISCOMEX será

cobrada uma taxa pela utilização do mesmo. (MALUF, 2000).

- Adicional de Tarifas Aeroportuárias: adicional cobrado pela Infraero, que incide

sobre o total tanto da capatazia quanto da armazenagem. (MALUF, 2000).

2.4.3.1 Capatazia

A capatazia é uma tarifa devido à movimentação e o manuseio das mercadorias

importadas nos Terminais de Carga. Sendo estes nos terminais portuários ou aeroportuários.

Sua quantificação é feita em função do peso bruto por embalagem ou unidade, quando

desembalada e pela natureza da mercadoria. (MALUF, 2000).

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Segundo Vazquez (1999), essa taxa é referente aos gastos com a movimentação de

mercadorias em portos e em aeroportos feito pela administração dos próprios

estabelecimentos.

2.4.4.2 Armazenagem

A armazenagem é uma tarifa devida à guarda e o controle das mercadorias importadas

nos armazéns de carga. A sua quantificação será dada através do valor CIF/CIP da

mercadoria, da natureza e do tempo de armazenagem. (MALUF, 2000).

Segundo Vazquez (1999), é referente ao custo de armazenamento da mercadoria em

seus estabelecimentos (portos e aeroportos), podendo ela ser interna, externa, em armazéns

gerais ou especiais.

2.4.4.3 Adicional ao frete para renovação da marinha mercante

É um percentual, de 25% que incide sobre o valor declarado do frete no conhecimento

de Embarque Marítimo, é um recurso utilizado para promover a renovação, ampliação e

recuperação da frota mercante nacional, objetivando o atendimento das reais necessidades do

transporte hidroviário. (MALUF, 2000).

Tem como objetivo a arrecadação para apoiar o desenvolvimento da marinha mercante

brasileira e das construções navais. (VAZQUEZ, 1999).

2.4.5 Modalidades de Pagamentos

As operações de pagamentos internacionais, envolvem duas partes o importador e o

exportador, sendo que cada qual possui direitos e deveres.

As modalidades se dividem em pagamento antecipado, pagamento por cobrança e por

carta de crédito, a saber:

2.4.5.2 Pagamento antecipado

O pagamento antecipado é quando o pagamento é efetuado antecipadamente, antes da

mercadoria ser embarcada para o país de destino.

Segundo Bizelli e Barbosa (2002), o pagamento antecipado é caracterizada pela

operação onde o importador deve remeter o valor relativo à compra da mercadoria e depois

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que o exportador receber o valor remetido, é que a mercadoria será embarcada. (BIZELLI e

BARBOSA, 2002).

2.4.5.3 Cobrança

A modalidade cobrança é caracterizada por ser oposta ao pagamento antecipado, pois

o exportador remete a mercadoria e após o recebimento da mesma pelo importador que o

mesmo efetua o pagamento.

São classificadas em três outras modalidades alternativas, remessa sem saque,

cobrança a vista e cobrança a prazo, a saber:

a) Remessa sem saque

A condição de remessa sem saque desenvolve-se da seguinte maneira: O exportador

embarca a mercadoria, preparando os documentos referentes a operação, remete estes

documentos ao importador, e após o recebimento dos documentos o importador remete o

valor referente a mercadoria. (BIZELLI e BARBOSA, 2002).

Possui a vantagem do importador possuir em mãos os documentos para o desembaraço

da mercadoria num tempo menor, facilitando na retirada da mesma em sua chegada no país.

b) Cobrança à vista

A cobrança à vista pode ser considerada como uma cobrança documentária à vista,

pois nesta operação o exportador remete a mercadoria ao importador, e após sua chegada,

mediante a entrega dos documentos referentes à mercadoria que o importador fará o

pagamento, através de um banco escolhido anteriormente por ambos. (VAZQUEZ, 1999).

c) Cobrança a prazo

A cobrança a prazo também pode ser considerada como uma cobrança documentária,

visto que é através dos documentos referentes ao desembaraço que o importador fará o

pagamento na data combinada por ambos. A mercadoria é remetida pelo exportador

juntamente com os documentos e o importador retirará os documentos no banco escolhido por

ambos e fará a liquidação na data combinada. (VAZQUEZ, 1999).

2.4.4.3 Carta de crédito

A carta de crédito possui denominação de crédito documentário, sendo sua utilização

bem difundida e conhecida no comércio internacional. Podendo ser á vista ou a prazo,

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conforme anteriormente combinado. É uma operação conduzida entre bancos, garantindo

segurança ao exportador e ao importador. O banco internacional será escolhido pelo

importador e exportador. (BIZELLI e BARBOSA, 2002).

2.4.6 Roteiro para Importação

Segundo Maluf (2000), segue abaixo um roteiro para importação.

1. Registro no SISCOMEX7 como importador;

2. Credenciamento junto à (s) alfândega (s) que o importador irá operar;

3. Ajuste da mercadoria: Licenciamento automático e não automático;

Se a mesma não tiver a licença, providenciar antes do embarque;

4. Enviar instrução para embarque com os documentos (Fatura Comercial,

Conhecimento de Embarque, entre outros);

5. Importador autoriza o embarque;

6. Exportador embarca conforme instruído e acordado;

7. Exportador envia os documentos ao importador ou banco. Importador recebe e

confere os documentos;

8. Importador instrui o despachante ou funcionário encarregado para o preenchimento

da DI8;

9. Importador efetua o pagamento, caso não tenha feito, dependendo do caso;

10. Mercadoria chega ao país do importador;

11. Importador encaminha a documentação original para a realização do despacho

aduaneiro;

12. Importador efetua pagamentos referentes aos impostos;

13. Importador registra a DI ou apresenta a DSI9, conforme o caso;

7 SISCOMEX - Sistema Integrado de Comércio Exterior.

8 Declaração de Importação.

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14. Parametrização e desembaraço da operação;

15. Liberação da carga e emissão do comprovante de importação.

9 Declaração Simplificada de Importação, segundo Maluf (2000) é utilizada em pequenas operações ou

aquelas em que não necessitam de um controle demasiado e pormenorizado. Será formulado pelo importador ou

representante via SISCOMEX.

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3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO

3.1 Caracterização da Pesquisa

A presente pesquisa caracteriza-se como sendo qualitativa. Não tem a pretensão de

quantificar informações e sim verificar se a empresa em estudo pode tornar-se importadora,

através de informações e um comparativo de custos. Segundo Oliveira (2001), é aquele

método que não tem intenção de medir unidades ou numerar algo, tem como objetivo

situações complexas ou estritamente particulares.

É um estudo de caso, uma vez que é realizada especificamente para a empresa Pro

Speed Comercial Ltda, não pretendendo generalizar os resultados para as outras empresas do

setor. Segundo Gil (1999), o estudo de caso é utilizado para explorar situações da vida real,

naqueles casos onde não se tem limite claramente definido, descrevendo essas situações e

explicando-os onde os levantamentos e experimentos não podem explicar.

Com relação ao grau de complexidade é caracterizado com um estudo exploratório,

onde utilizou muitas informações dos contatos obtidos com as empresas no exterior, entre

outros. A pesquisa exploratória tem como função principal à de desenvolver, clarear e

modificar conceitos e idéias, fazendo com que as hipóteses pesquisáveis estejam disponíveis

para futuros estudos. (GIL, 1999).

3.2 Coleta de Dados

Os dados coletados foram de fontes: bibliográfica, documental e de campo.

Os dados bibliográficos foram de livros, revistas e outros materiais que servirão de

base para a construção teórica do trabalho. É aquela desenvolvida sobre material já elaborado,

principalmente os livros e os artigos científicos, tendo como principal vantagem à de se poder

investigar uma maior gama de informações, principalmente quando são dados dispersos.

(GIL, 1999). Têm por objetivo a intenção de conhecer as diversas formas de contribuição

científica que foi realizado sobre algum assunto específico. (OLIVEIRA, 2001).

Os dados documentais foram coletados na própria empresa, através de seus registros.

Segundo Gil (1999), assemelha-se à pesquisa bibliográfica, porém possuem fontes distintas,

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tendo como a documental se ater a materiais que não receberam um devido tratamento

aprofundado.

Utilizou-se também o uso da pesquisa de campo, obtendo informações dos

proprietários através de entrevistas, sobre os produtos importados. É uma maneira de coletar

informações, na forma de um diálogo onde é coletada as informações e apresentado como

fonte. (GIL, 1999). Foram feitos contatos via internet com as empresas no exterior, para obter

informações referentes a custos dos produtos. Foi selecionado apenas um produto para a

simulação para importação, aleatoriamente apenas para a demonstração de custos, visto que as

peças possuem praticamente a mesma incidência tributária. Também foi realizado um

comparativo do referido produto via importação direta e a compra através de representante no

mercado interno. Segundo Gil (1999), para ter um aprofundamento na questão proposta,

quanto mais específico e não tão abrangente, melhor.

3.3 Análise dos Dados

Os dados foram analisados de acordo com os objetivos estabelecidos. São

apresentadas na forma de textos e tabelas.

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4 A EMPRESA PRO SPEED LTDA ME

4.1 Histórico

A Pro Speed Comercial Ltda Me possui pouco mais de um ano de fundação, porém

apesar de um curto tempo de vida, já passou por algumas transformações, visto que é uma

continuidade da Oliver Watzko Comercial Me, que iniciou suas atividades no ano de 2002.

A empresa Oliver Watzko Comercial Me nasceu de uma vontade de seu proprietário

Oliver Watzko10 possuir seu próprio negócio, aliado a sua paixão por veículos e competições

Off - Road11. Após um ano de funcionamento, Oliver recebeu uma proposta de Milton

Pereira12 para vender metade de sua empresa, mudando a sua razão social de Oliver Watzko

Comercial Me para Pro Speed Comercial Ltda Me, uma empresa voltada para o segmento de

produtos de alta performance automotiva. Esta parceria durou por um ano, quando no final do

ano de 2004, Milton se mudou para São José dos Campos por outros compromissos

profissionais, e por estar muito a distância, acabou vendendo sua parte da empresa para

Oliver.

Sendo assim, a Pro Speed passou por outra transformação, sendo a parte de Milton

comprada por Oliver, e depois vendida 50% a Bruno César Livramento13, atual sócio da

10 Oliver Watzko é formado em Administração pela Universidade do Vale do Itajaí, participante e

organizador de competições Off – Road desde 1997.

11 Off - Road - é um esporte que mistura a adrenalina da velocidade e o contato com a natureza,

praticado em qualquer local que tenha um terreno acidentado, de carro, caminhão ou moto. Os primeiros

veículos foram criados durante a 2ª Guerra Mundial com o objetivo de penetrar em locais de difícil acesso. Essa

combinação atrai cada vez mais adeptos e a evolução e a organização das competições tem proporcionado um

grande crescimento para a indústria de equipamentos e para o esporte. (OFF ROAD, 2005).

12 Milton Pereira é Doutor em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina, com

um vasto currículo em competições Off – Road.�Como navegador, começou sua carreira em 1994, em provas de

rally de regularidade e em jeep raids. Conquistou os mais importantes títulos do Rally Nacional, em parceria com

Édio Füchter como o Bicampeonato do Rally dos Sertões (a maior competição Off-Road da América do Sul) e

do Brasileiro de Cross Country.

13 Bruno César Livramento é estudante de administração e um aficionado por carros.

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empresa. A Pro Speed conta ainda com Francisco Omar Abadia14 como parceiro para atuar na

parte de projetos de carros voltados as competições.

Hoje a empresa segue o seu foco de mercado de alta performance automotiva voltado

para competições, onde detém exclusividade de marcas como Sparco15 e Bilstein16 para o

Estado de Santa Catarina. As marcas Sparco e Bilstein são estrangeiras, porém sua estratégia

no mercado brasileiro faz com que não seja vantajoso a compra dos produtos direto do

exterior, sendo que a Pro Speed Comercial Ltda Me possui neste caso uma parceria com estas

marcas, comprando suas mercadorias de seus distribuidores em São Paulo.

4.2 Localização

Atualmente a empresa está localizada na Rua Pedro Cunha, 794, no bairro de

Capoeiras, na cidade de Florianópolis.

A empresa possui uma série de premissas, que veremos no próximo item, porem as

mesmas não são formalizadas, visto a grande mutação da empresa e que seus sócios, a

possuem bem definidas na cabeça.

4.3 Premissas

Entre as premissas que iremos citar são: o objetivo da empresa, a missão e a visão.

Sendo que essas premissas são todas delimitadas pelos seus sócios, não sendo formalizadas

num processo organizacional, porem seguida como um norte para a empresa.

4.3.1 Objetivo

O objetivo da Pro Speed Comercial Ltda ME é o de fornecer ao mercado Catarinense

produtos de qualidade, tendo sempre o compromisso de apresentar componentes de alta

qualidade aos seus clientes.

14 Francisco Omar Abadia é argentino, preparador de carros de corrida.

15 Sparco é sinônimo de alta performance, credibilidade, segurança e inovação no automobilismo. A

companhia é italiana e foi fundada em 1944. (SPARCO, 2005).

16 Bilstein é uma empresa alemã, tem sido uma empresa moderna que responde através das estruturas

internas flexíveis às necessidades do mercado. (BILSTEIN, 2005).

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4.3.2 Missão

A missão da Pro Speed Comercial Ltda ME é de suprir o mercado (automotivo) com

os componentes que o mesmo necessita.

4.3.3 Visão

A visão da Pro Speed Comercial Ltda Me é de ser nos próximos anos uma das

principais empresas no sul do Brasil neste segmento.

4.4 Fornecedores

Seus fornecedores atuais mais importantes são Saparco América Latina, X10000

Pinturas Especiais, Cronomac Relógios de Precisão, Powertechnos. Alguns deles são de

origem estrangeira com representantes no Brasil, sendo que destes a importação direta não

seria viável por possuir uma parceria com as mesmas.

4.5 Clientes

Seus clientes em potenciais são competidores Off-Road e os apaixonados por

automóveis, velocidade e acessórios.

O público alvo do tuning17 são jovens entre 17 a 28 anos, com alto poder aquisitivo.

O público alvo do racing18 são adultos entre 26 a 45 anos, em geral empresários bem

sucedidos.

Em geral os clientes deste segmento de mercado, necessitam ter bom poder aquisitivo,

visto que seus produtos não são considerados de primeira necessidade e possuem alto custo

para aquisição, sendo considerado sua aquisição como um prazer à prática deste esporte.

17 O nome “Tuning” originou-se da necessidade de nomear as modificações internas e externas de um

veículo feitas para melhorar a performance, a segurança e o visual do mesmo. (TUNING, 2005).

18 O nome “Racing” originou-se da necessidade de nomear as modificações internas e externas de um

veículo feitas para melhorar a performance, a segurança para as competições.

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4.6 Documentação para a nova situação

A nova situação seria tornar a Pro Speed Comercial Ltda ME em importadora. Porém

não seria somente uma importadora, e sim uma importadora e firma comercial, visto que iria

comercializar os produtos importados no mercado interno. Caso necessitasse exportar, o

contrato social precisaria sofrer alterações.

De acordo com a Junta Comercial, para a Pro Speed importar peças para comercializá-

las no mercado interno, não seria necessário nenhuma alteração no contrato social.

4.6.1 Custos para a nova situação

Os custos para a nova situação aconteceriam, se o faturamento anual da Pro Speed

mudasse de patamar, onde as alíquotas dos impostos estadual19 e federal20 aumentariam

conforme o faturamento da empresa.

Tendo em vista que a empresa iria comercializar um maior número de produtos, a

tendência seria seu faturamento aumentar e consequentemente as alíquotas dos seus impostos

também.

19 ICMS

20 DARF SIMPLES e IRR.

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5 PRODUTOS COMERCIALIZADOS PELA PRO SPEED E

OS CUSTOS ENVOLVIDOS

A Pro Speed Comercial Ltda está inserida no ramo automotivo, no segmento de

acessórios automotivos tanto para competidores como para amadores. Os chamados racing e

tunnig respectivamente.

Apresentaremos a seguir os produtos comercializados pela Pro Speed que serviram

como objeto de estudo para essa avaliação.

5.1 Produtos Comercializados e Custos Envolvidos

Os produtos que apresentaremos são de três marcas mundialmente conhecidas neste

setor, que são: Auto Meter Products, Inc.; Longacre Racing Products, Inc. e Motec Australia

Pty. Ltd.

5.1.1 Auto Meter Products, Inc

A Auto Meter Products, Inc, é uma empresa americana, possui um distribuidor oficial

(autorizado) no Brasil representado pela empresa Ancona High Performance, com sede na

cidade de São Paulo. (AUTO, 2005). Porém esta empresa, não possui uma boa política de

comercialização, dificultando as empresas revender seus produtos por praticarem o mesmo

preço para empresas e consumidores finais.

A seguir, segue um quadro de preços21 praticados no Brasil e nos Estados Unidos. Esta

empresa trabalha em diferentes linhas (Linha Auto Gage, linha Pro – Comp, linha Sport

Comp e Linha Silver) com os mesmos produtos. A diferença entre eles será a precisão de cada

peça e a necessidade do consumidor, se de tuning ou de racing, além dos valores

comercializados.

21 Estes preços foram coletados com os representantes oficiais no Brasil e nos Estados Unidos em

setembro de 2004.

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Tabela 1: Produtos Auto Meter.

Linha Auto Gage Peça Descrição Valor no Br Valor nos EUA Shift-Life 10.000 RPM com memória US$182.00 US$124.95 Shift-Life 8.000 RPM sem memória US$163.00 US$112.95 Shift-Life 10.000 RPM sem memória US$163.00 US$112.95 Conta Giros Com memória US$153.00 US$104.95 Conta Giros Sem memória US$153.00 US$104.95 Linha Pro – Comp Peça Descrição Valor no Br Valor nos EUA Temperatura da água 140° > 240° F US$125.00 US$79.88 Temperatura da água 140° > 280° F US$125.00 US$79.95 Pressão de óleo 10 > 100 libras US$77.00 US$45.95 Pressão de combustível 12 Kg US$79.00 US$61.39 Pressão turbina - US$88.00 US$57.99 Linha Sport – Comp Peça Descrição Valor no Br Valor nos EUA Temperatura da água 140° > 240° F US$130.00 US$83.95 Temperatura da água 140° > 280° F US$129.00 US$82.95 Pressão de óleo - US$91.00 US$54.95 Pressão de combustível - US$226.00 US$140.95 Pressão turbina - US$92.00 US$55.88 Linha Silver Peça Descrição Valor no Br Valor nos EUA Temperatura da água 140° > 240° F US$149.00 US$93.95 Temperatura da água 140° > 280° F US$135.00 US$84.95 Pressão de óleo - US$108.00 US$64.95 Pressão de combustível 3 > 15 Kg US$92.00 US$55.95 Pressão turbina - US$102.00 US$61.95 Fonte: Pro Speed Comercial Ltda ME

5.1.2 Longacre Racing Products, Inc

A Longacre Racing Products, Inc é uma empresa Americana que possui como

representante no Brasil a Corsa Comercial Ltda, situada na cidade de São Paulo.

(LONGACRE, 2005).

Nesta empresa foi cotada22 apenas uma peça, pois é a que a Pro Speed sente maior

necessidade de comercialização.

Tabela 2: Produtos Longacre. Peça Descrição Valor no Br Valor nos EUA Cubo Desengate rápido US$64.00 US$56.00 Fonte: Pro Speed Comercial Ltda ME

22 A cotação foi efetuada em setembro de 2004.

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5.1.3 Motec Austrália Pty. Ltd

A Motec Austrália Pty Ltd é uma empresa com sede na Austrália, sem representante

no Brasil. É uma empresa que se especializa no projeto e no desenvolvimento de sistemas de

aquisição da gerência e dos dados dos motores dos veículos. (MOTEC, 2005). A cotação de

suas peças23 foi feita por distribuidores nos Estados Unidos.

Tabela 3: Produtos Motec. Peça Descrição Valor no Br Valor nos EUA M 4500 - - US$4,000.00 M 8000 - - US$2,500.00 Fonte: Pro Speed Comercial Ltda ME

Os custos descritos acima, das três empresas cotadas, são referentes ao custo da peça

em Miami, Estados Unidos e São Paulo, Brasil.

23 Cotação efetuada em setembro de 2004.

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6 PROCESSO DE CUSTOS DA IMPORTAÇÃO

Para obter uma resposta da viabilidade financeira e tributária para a Pro Speed

Comercial Ltda Me se tornar uma importadora, foi efetuada uma simulação de uma

importação.

Para esta simulação foi escolhida uma das peças descritas no capítulo anterior, um

conta giros da marca Auto Meter Products, Inc.

Os dados utilizados para esta simulação foram:

- Mercadoria: Conta Giros de NCM 9029.10.10.

- Valor unitário: US$ 104.95

- Quantidade: 100 peças.

- Peso: 50Kg

- Licenciamento: Automático

- Transporte: Aéreo

- Origem: Miami – USA

- Destino: Florianópolis – BR

- Valor do dólar: R$ 2,50

- Alíquotas de acordo com a TEC:

- Imposto de Importação (14%);

- IPI (15%);

- ICMS (17%);

- PIS (1,65%);

- COFINS (7,60%)

Para efeito de cálculo, o valor CIF é calculado somando os valores do frete, seguro e

valor FOB da mercadoria. O total é a soma do valor CIF da mercadoria, dos impostos, e das

demais despesas. A armazenagem calculada é para dez dias. Os valores de frete e seguro

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foram obtidos através de pesquisa de campo. As demais taxas e despesas foram calculadas de

acordo com informações obtidas com agenciadores.

Tabela 4: Simulação de Importação.

Descrição Valor em US$ Valor em R$ Solicitação em R$ Valor FOB 10.495,00 26.237,50 Frete 172,50 431,25 Seguro 52,50 131,25 I.I 3.752,00 I.P.I 4.582,80 PIS 628,35 628,35 COFINS 2.894,24 2.894,24 Taxa SISCOMEX 40,00 40,00 ICMS 7.890,90 Desconsolidação 50,00 125,00 Liberação de AWB 20,00 50,00 Armazenagem 402,00 402,00 Capatazia 37,50 37,5 A.T.A24 219,75 219,75 S.D.A25 400,00 400,00 Despesas Aduaneiras26 480,00 480,00 CPMF 183,35 Total em R$ 48.486,09 Total em US$ 19.394,44 Total Unitário (R$) 484,86 Fonte: Elaborado por Aira Mascelani Silvério.

Apesar de a planilha ser uma simulação, nos mostra a quantidade de impostos e como

isso encarece a importação. Por ser uma peça leve, aproximadamente 500 gramas, houve a

necessidade de importar um mínimo de 100 unidades para alcançar o peso mínimo para a

importação que é de 50 quilogramas.

A seguir uma tabela comparativa dos valores unitários e totais da peça em dólar e em

real, para melhor visualização da diferença.

24 ATA – Adicional de Tarifa Aeroportuária.

25 SDA – Sindicato dos Despachantes Aduaneiros.

26 Despesas Aduaneiras – são referentes aos honorários de utilização dos serviços do despachante.

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Tabela 5: Comparação de valores em real e dólar. Descrição Valor em R$ Valor em US$ Valor unitário da peça nos EUA 262,38 104,95 Valor de 100 peças nos EUA 26.237,50 10.495,00 Valor unitário de cada peça importada 484,86 193,94 Valor total da importação 48.486,09 19.394,44

Fonte: Elaborado por Aira Mascelani Silvério.

Para mostrar nitidamente como os impostos são os maiores causadores da elevação da

importação, elaboramos uma planilha, onde foram retirados os impostos, observando assim os

valores encontrados.

Tabela 6: Simulação de Importação sem impostos Descrição Valor em US$ Valor em R$ Solicitação em R$ Valor FOB 10.495,00 26.237,50 Frete 172,50 431,25 Seguro 52,50 131,25 Taxa SISCOMEX 40,00 40,00 Desconsolidação 50,00 125,00 Liberação de AWB 20,00 50,00 Armazenagem 402,00 402,00 Capatazia 37,50 37,50 A.T.A 219,75 219,75 S.D.A 400,00 400,00 Despesas Aduaneiras 480,00 480,00 Total em R$ 28.554,25 Total em US$ 11.421,70 Total unitário em R$ 285,54 Fonte: Elaborado por Aira Mascelani Silvério.

A partir desta tabela podemos verificar que a importação feita sem os impostos seria

mais interessante para a Pro Speed Comercial Ltda ME, sendo seus custos mais acessíveis

para a comercialização no mercado interno. Do contrário, como vimos anteriormente, a

importação encarece em aproximadamente 85% no custo de cada mercadoria. Caso a

importação fosse feita sem os referidos impostos o aumento ficaria de aproximadamente 9%.

Apesar da grande diferença entre o valor final da mercadoria com impostos e sem os

impostos, a importação continuaria não sendo vantajosa, considerando o valor do dólar à US$

2,50, para a Pro Speed Comercial Ltda ME a compra do distribuidor autorizado no mercado

interno seria a melhor opção.

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7 CONCLUSÕES

Este trabalho teve por objetivo geral a identificação da viabilidade da empresa Pro

Seed Comercial Ltda ME tornar-se uma importadora.

Tendo em vista as condições mostradas para a Pro Speed Comercial Ltda ME se tornar

uma importadora, concluímos que essa nova situação se torna inviável pelos altos custos

demonstrados. Os custos, nos mostram que a importação neste segmento possui altas taxas de

importação, inviabilizando a compra para a comercialização no mercado interno. Fazendo

com que o produto já comercializado no mercado interno, pelo distribuidor autorizado, seja

vantajoso em relação à importação, independente se a Pro Speed Comercial Ltda ME se tornar

uma importadora, e ou contratar um despachante para a importação, pois os impostos

inviabilizam o processo. Para a conclusão deste processo, seriam necessários altos recursos

financeiros, além de que os produtos adquiridos não teriam competitividade interna. As

empresas que hoje estão comercializando estes produtos, devem possuir algum tipo de isenção

ou redução em suas alíquotas para conseguirem praticarem os preços demonstrados em

capítulos anteriores, ou possuem algum tipo de desconto na comercialização ou algum

benefício ao adquirir em grandes quantidades, ou ainda não procedem suas importações

corretamente. Ou seja, novamente não seria viável para a Pro Speed Comercial Ltda ME

competir com esses produtos no mercado.

Em relação aos objetivos específicos, relacionamos os produtos comercializados pela

empresa bem como uma demonstração de custos destes produtos através de seus

distribuidores no Brasil e no exterior, mostrando que existiria a possibilidade da importação.

A investigação das empresas que comercializam tais produtos no exterior também foi

concluída, relacionando a empresa no exterior e seu distribuidor oficial no Brasil. Ainda como

objetivo específico deste trabalho, concluímos, através do contrato social da empresa que não

há necessidade de alteração no mesmo para a Pro Speed Comercial Ltda ME se tornar uma

importadora, nem mesmo nenhum impedimento, sendo somente ressaltados que se o

faturamento anual da empresa aumentasse, as alíquotas dos impostos estaduais e federais

aumentariam, elevando ainda mais o custo dos produtos para comercialização no mercado

interno.

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A intenção da Pro Speed Comercial Ltda ME se tornar uma importadora, era de

possuir maior competitividade e obter um crescimento no segmento de competições off-road.

Porém se mostra inviável visto que a partir desta importação os custos de cada peça importada

aumentariam aproximadamente 85%. Isso significa dizer que não valeria a pena esta

importação, visto que há no Brasil o mesmo produto com um preço inferior a este importado.

Fica evidente a falta de incentivo do governo para as importações de tais peças, assim

sendo não ocorre um estimulo da economia, um aumento das perspectivas de consumo,

deixando de colocar a disposição do consumidor um maior número de produtos e peças deste

segmento.

A sugestão que deixamos para um próximo estudo, é uma pesquisa por mais

fornecedores internacionais de equipamentos no setor off-road como também a viabilidade da

importação em outro segmento, onde as taxas, tarifas e impostos fossem mais acessíveis para

a comercialização, ou um estudo mais aprofundado, verificando qual segmento seria viável a

importação através da possibilidade de reduções, isenções ou suspensões das referidas taxas,

tarifas e impostos para as importações.

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