universidade do vale do itajaÍ centro de ciÊncias …siaibib01.univali.br/pdf/samira trentini,...

49
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE ODONTOLOGIA SAMIRA TRENTINI VANESSA DE MORAES CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ SOBRE CÂNCER DE BOCA Itajaí, (SC) 2011.

Upload: vokhuong

Post on 25-Jan-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ODONTOLOGIA

SAMIRA TRENTINI

VANESSA DE MORAES

CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO CURSO DE

ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ SOBRE

CÂNCER DE BOCA

Itajaí, (SC) 2011.

Page 2: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

1

SAMIRA TRENTINI

VANESSA DE MORAES

CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO CURSO DE

ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ SOBRE

CÂNCER DE BOCA

Itajaí, (SC) 2011.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção de título de cirurgião-dentista, junto ao Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí. Orientadoras: Profª. Christine Kalvelage Philippi Profª Elisabete Rabaldo Bottan

Page 3: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

2

SAMIRA TRENTINI

VANESSA DE MORAES

CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO CURSO DE

ODONTOLOGIA DA UNIVALI SOBRE CÂNCER DE BOCA

O Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista, Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí, ao dia 21 do mês de setembro do ano de dois mil e onze, foi considerado aprovado pela Banca Avaliadora.

Profª Christine Kalvelage Philippi (Presidente)___________________________

Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

Profa. Elisabete Rabaldo Bottan ______________________________________

Profº Mário Uriarte Neto ____________________________________________

Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

Prof. Francisco Carlos Seeberg Aranha ________________________________

Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

Page 4: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

3

DEDICATÓRIA

A todos os pacientes que podem ser beneficiados com a prática do

diagnóstico precoce do câncer de boca e aos futuros cirurgiões-dentistas,

mostrando a importância da realização de exames minuciosos e melhor preparo

para atuação no âmbito da prevenção do câncer de boca.

Que esta pesquisa possa, de alguma maneira, ajudar a Odontologia a

cumprir seu papel e melhorar a qualidade de vida de muitos pacientes acometidos

por essa patologia.

Page 5: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

4

AGRADECIMENTOS

A Deus, que através da força do seu espírito, me fez superar as

dificuldades encontradas no caminho. E consegui mais uma conquista ao concluir

este trabalho, acrescentando, assim, ainda mais a paixão por viver.

Ao meu pai, José Sergio, por todo amor e dedicação que sempre teve

comigo, homem pelo qual tenho o maior orgulho de chamar de pai, meu eterno

agradecimento por ter me apoiado e por me fazer acreditar que nada é

impossível.

A minha mãe, Ires Ana, por ser tão dedicada e amiga, por acreditar na

minha capacidade. Obrigada pelas palavras que você sempre me procurou dizer

que acabavam me incentivando e não me deixando desistir do meu sonho.

Aos meus irmãos, Lyara e Ulissis, pelo carinho e atenção que sempre

tiveram comigo, pelas recepções calorosas quando estava cheia de saudades.

Em especial, agradeço minha irmã Lyara por ter sido tão dedicada em meu futuro,

sempre me apoiando em todos os momentos e por todos os conselhos.

Ao Rodrigo, por ter sonhado junto os meus sonhos, por me fazer sorrir nas

horas tristes, pelos abraços apertados e por estar sempre ao meu lado me

apoiando em qualquer momento.

A todos da minha família, meu eterno amor e agradecimento.

A Vanessa, minha amiga, companheira e dupla eterna, agradeço pela

verdadeira amizade que construímos, pela dedicação e por ter a oportunidade de

dividir com você mais um objetivo alcançado.

A Prof.ª Christine Kalvelage Philippi pelo incentivo, carinho e atenção que

nos proporcionou. Sou eternamente grata por ter tido a oportunidade de ser sua

aluna, por ter recebido tanto conhecimento e profissionalismo de uma pessoa que

tenho como exemplo.

A nossa orientadora, Profª. Elisabete Rabaldo Bottan, por ter nos acolhido

com muita dedicação, carinho, compreensão, paciência na concretização deste

trabalho e, principalmente, pela sua amizade que sempre estará presente em meu

coração, meu eterno carinho e agradecimento.

Samira Trentini

Page 6: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

5

A Deus, por ter me guiado por este caminho que hoje me traz tanta alegria,

satisfação e por iluminar minha vida.

Aos meus pais, Marco Antônio e Eloá, que me criaram, educaram e

possibilitaram minha formação profissional. Que me indicaram o caminho certo

me incentivaram a sempre seguir em frente, que me mostraram, por meio de seus

exemplos pessoais, o valor da vida. A eles, meu amor e gratidão eternos.

Ao meu irmão, Marcus, amigo de todas as horas, por ser exatamente como

é e me mostrar que nada é impossível quando temos um objetivo, toda minha

admiração e carinho.

Ao meu amor, Lourenço, pelo bem que me faz, por sua imensa capacidade

de me fortalecer e de me ajudar, pela paciência, por torcer por mim e me

incentivar a ir sempre adiante, todo meu amor e carinho.

À minha colega e amiga Samira, por compartilhar essa caminhada, pela

troca de conhecimentos e pelos inúmeros momentos bons que passamos juntas,

uma amiga que levarei por toda minha vida.

À Prof.ª Christine Kalvelage Philippi, que nos passou seus conhecimentos,

nos ensinou a ver a Odontologia com simplicidade, mostrando que procedimentos

odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes benefícios na qualidade

de vida do ser humano.

E, especialmente, à nossa orientadora, Profª. Elisabete Rabaldo Bottan,

que nos acolheu no momento em que precisamos, pelos ensinamentos, pela

paciência e, principalmente, pela sua amizade. Um exemplo de ser humano,

sempre guardarei em meu coração.

Vanessa de Moraes

Page 7: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

6

CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVALI

SOBRE CÂNCER DE BOCA.

Acadêmicas: Vanessa MORAES; Samira TRENTINI

Orientadoras: Chrstine Kalvelage PHILIPPI CK; Elisabete Rabaldo BOTTAN

Defesa: setembro 2011

Resumo

O conhecimento sobre câncer de boca é fundamental para prevenção e diagnóstico, possibilitando uma reversão do quadro epidemiológico da doença. Esta pesquisa teve por objetivo avaliar o nível de conhecimento dos alunos do curso de Odontologia da UNIVALI sobre câncer de boca. O estudo descritivo ocorreu mediante levantamento de dados primários. A população-alvo foi formada pelos estudantes do curso de Odontologia da UNIVALI, matriculados no 1º, 2º, 7º, 8º e 9º períodos, no segundo semestre de 2010, foram excluídos os alunos do 3º, 4º, 5º e 6º períodos, por estarem matriculados em disciplinas que abordam diretamente a temática. O instrumento para coleta de dados foi um questionário auto-aplicável, com perguntas do tipo fechado. Os dados foram organizados segundo o período de matrícula, mediante cálculo de freqüência relativa. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVALI sob nº 299/10a. O grupo pesquisado ficou constituído por um total de 119 sujeitos, o que representa 61,34% da população-alvo. O grupo de acadêmicos de períodos iniciais obteve uma frequência de acertos inferior a 50% em cinco dos sete itens questionados. Entre os acadêmicos de períodos finais, em seis das sete questões os índices de acertos foram superiores a 70%. O grupo dos períodos finais apresentou insatisfatório desempenho somente no item sobre região anatômica da cavidade bucal de maior acometimento. Concluiu-se que os alunos de períodos iniciais mostram-se inseguros e desconhecem informações fundamentais sobre a temática, pois, ainda, não tiveram contato com estes conteúdos específicos. No entanto, os alunos dos períodos finais quanto aos aspectos teóricos demonstraram um acúmulo de conhecimentos sobre a temática câncer de boca.

Palavras-chave: Câncer de Boca; Conhecimento; Recursos Humanos.

Page 8: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

7

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 08

2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................... 22

REFERÊNCIAS ............................................................................................. 45

APÊNDICE – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS............................. 48

Page 9: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

8

ARTIGO A SER SUBMETIDO À PUBLICAÇÃO

Page 10: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

9

CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVALI

SOBRE CÂNCER DE BOCA.

KNOWLEDGE OF THE PUPILS OF THE DENTISTRY COURSE OF UNIVALI

ABOUT MOUTH NEOPLASMS.

Vanessa MORAES

Acadêmica do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí

Samira TRENTINI

Acadêmica do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí

Christine Kalvelage PHILIPPI

Cirurgião-dentista, Professora do Curso de Odontologia da Universidade do Vale

do Itajaí. Integrante do Grupo de Pesquisa Atenção à saúde Individual e Coletiva

em Odontologia.

Elisabete Rabaldo BOTTAN

Bióloga, Professora do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.

Integrante do Grupo de Pesquisa Atenção à saúde Individual e Coletiva em

Odontologia.

Resumo

O conhecimento sobre câncer de boca é fundamental para prevenção e diagnóstico, possibilitando uma reversão do quadro epidemiológico da doença. Esta pesquisa teve por objetivo avaliar o nível de conhecimento dos alunos do curso de Odontologia da UNIVALI sobre câncer de boca. O estudo descritivo ocorreu mediante levantamento de dados primários. A população-alvo foi formada pelos estudantes do curso de Odontologia da UNIVALI, matriculados no 1º, 2º, 7º, 8º e 9º períodos, no segundo semestre de 2010, foram excluídos os alunos do 3º, 4º, 5º e 6º períodos, por estarem matriculados em disciplinas que abordam diretamente a temática. O instrumento para coleta de dados foi um questionário auto-aplicável, com perguntas do tipo fechado. Os dados foram organizados segundo o período de matrícula, mediante cálculo de freqüência relativa. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVALI sob nº 299/10a. O grupo pesquisado ficou constituído por um total de 119 sujeitos, o que representa 61,34% da população-alvo. O grupo de acadêmicos de períodos iniciais obteve uma frequência de acertos inferior a 50% em cinco dos sete itens

Page 11: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

10

questionados. Entre os acadêmicos de períodos finais, em seis das sete questões os índices de acertos foram superiores a 70%. O grupo dos períodos finais apresentou insatisfatório desempenho somente no item sobre região anatômica da cavidade bucal de maior acometimento. Concluiu-se que os alunos de períodos iniciais mostram-se inseguros e desconhecem informações fundamentais sobre a temática, pois, ainda, não tiveram contato com estes conteúdos específicos. No entanto, os alunos dos períodos finais quanto aos aspectos teóricos demonstraram um acúmulo de conhecimentos sobre a temática câncer de boca.

Palavras-chave: Câncer de Boca; Conhecimento; Recursos Humanos. Introdução

O câncer de boca é uma doença crônica multifatorial, resultante da

interação dos fatores etiológicos relacionados ao controle da proliferação e

crescimento celular. (LIMA et al., 2005; RAMOS et al., 2005; CHAVES, 2008;

CIMARDI; FERNANDES, 2010). É considerado como um problema grave de

saúde pública no Brasil e em muitos países. A maior parte dos casos da doença é

detectada em fase avançada, em indivíduos de baixa renda, economicamente

produtivos e com pouco acesso aos serviços de saúde. (QUIRINO et al., 2006;

VASCONCELOS, 2006; MARTINS et al., 2008; FALCÃO et al., 2010; PINHEIRO

et al., 2010). O câncer de boca, geralmente, é assintomático nos seus estágios

iniciais, podendo mimetizar condições benignas comuns da boca. (LIMA et al.,

2005; PRIETO et al., 2005). As informações dos registros hospitalares brasileiros

mostram que a maioria dos indivíduos com câncer bucal chega aos hospitais em

estágio avançado da doença, o que resulta em tratamentos longos e prognósticos

desfavoráveis, uma vez que esta doença pode levar à invalidez, deformidades e a

morte. (CIMARDI; FERNANDES, 2010; FALCÃO et al., 2010; SANTOS, L.C.O. et

al., 2010). A prevenção dessa doença está intimamente relacionada ao

diagnóstico precoce e à mudança de comportamento do indivíduo, como medidas

de abandono do uso de tabaco e bebidas alcoólicas, principalmente. O cirurgião-

dentista é o elo inicial na detecção de lesões orais, uma vez que é de sua

competência o exame minucioso da cavidade bucal. A inspeção de todas as

estruturas bucais, aliada à palpação de linfonodos da região de cabeça e

pescoço, representa um recurso semiotécnico de importância indiscutível na

exploração de lesões que podem acometer a boca. (VASCONCELOS, 2006;

Page 12: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

11

CIMARDI; FERNANDES, 2010; MARTINS et al., 2008; FALCÃO et al., 2010;

PINHEIRO et al., 2010).

Considerando-se a importância da temática em relação à prevenção de

doença e, tendo em vista, o papel do cirurgião-dentista neste contexto,

propusemos a realização desta pesquisa com o objetivo de avaliar o nível de

conhecimento dos alunos do curso de Odontologia da UNIVALI sobre o câncer de

boca. Acredita-se que um trabalho desta natureza pode motivar os futuros

profissionais quanto à necessidade de estarem, constantemente, se atualizando e

aprimorando conhecimentos que permitam diagnósticos precisos e ações

concretas para a redução dos índices de câncer de boca.

Materiais e métodos

Este estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa descritiva, transversal,

através da análise de dados primários.

A população deste estudo foi constituída pelos alunos do curso de

Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí, que estavam matriculados no 1º,

2º, 7º, 8º e 9º períodos, no segundo semestre de 2010, cujo número aproximado,

segundo informações da Coordenação do Curso, era de 150 acadêmicos. Foram

excluídos os alunos do 3º, 4º, 5º e 6º períodos, por estarem matriculados em

disciplinas que abordam diretamente a temática de câncer de boca. A amostra foi

do tipo não probabilístico, sendo obtida por conveniência.

Para aplicação do instrumento de coleta de dados, os sujeitos foram

abordados, em sala de aula, pelos pesquisadores, quando lhes explicou os

objetivos e procedimentos de pesquisa. Após, foram convidados a participarem e

àqueles que aceitaram o convite por livre e espontânea vontade foi-lhes solicitado

a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

O instrumento de coleta de dados foi um questionário auto-aplicável,

estruturado em 03 partes. Na primeira parte, constavam três perguntas abertas

sobre a caracterização do pesquisado; na segunda parte, haviam sete perguntas

fechadas referentes ao conhecimento sobre o câncer de boca, quando foram

abordados aspectos sobre: fatores de risco, características e diagnóstico

relacionados ao câncer de boca. E, a terceira parte apresentava quatro perguntas

enfocando atitudes quanto aos processos de autocapacitação e de nível de

importância sobre a temática.

Page 13: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

12

Para a determinação do nível de conhecimento (parte dois do

questionário), foram adotados os seguintes escores:

• Às questões de 1 a 6 foi atribuído 1,0 ponto para a alternativa correta;

• À questão 7 foi atribuído um total de 4,0 pontos, sendo que para cada

alternativa correta foi computado 0,363 pontos.

A partir do somatório destes escores foi definido o nível de conhecimento

conforme a escala a seguir:

• Nível Excelente - para os que obtiverem um total entre 10,0 e 9,0 pontos.

• Nível Satisfatório - para os que obtiverem um total entre 8,9 e 7,0 pontos.

• Nível Regular - para os que obtiverem um total entre 6,9 e 6,0 pontos.

• Nível Insatisfatório - para os que obtiverem um total inferior a 6,0 pontos.

Os dados obtidos foram organizados e tabulados com a ajuda do software

Excel for Windows. Após, foi calculada a frequência relativa das respostas

emitidas sobre cada questão, segundo o período em que os sujeitos estavam

matriculados.

O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da UNIVALI sob o nº 299/10a.

Resultados O grupo pesquisado ficou constituído por um total de 119 sujeitos, o que

representa 61,34% da população-alvo. A maioria (72%) era do gênero feminino;

quanto à faixa etária, a variação foi de 17 a 31 anos; a predominância foi de 17 a

22 anos, com uma frequência de 74%.

Quanto ao nível de confiança para realização de diagnóstico de câncer de

boca, observou-se que a maioria, tanto dos acadêmicos de períodos iniciais (1º e

2º períodos) como dos períodos finais (7º, 8º, 9º períodos), se considera com

baixo nível de confiança (Gráfico1).

Page 14: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

13

15,4

51,9

32,7

18,3

68,3

13,3

0

20

40

60

80

Alto Baixo Não sei

1º e 2º Períodos 7º ao 9º Períodos%

Gráfico 1: Distribuição da frequência relativa das categorias de respostas à questão sobre o nível de confiança para realizar diagnóstico de câncer de boca.

Em relação à auto-avaliação sobre o nível de conhecimento da temática

câncer de boca, encontraram-se comportamentos diferenciados entre os grupos

(Gráfico 2).

4,2 8,3 12,5

75,0

3,3

46,738,3

11,7

0

20

40

60

80

Ótimo Bom Regular Insuficiente

1º e 2º Períodos 7º ao 9º Períodos%

Gráfico 2: Distribuição da frequência relativa das categorias de respostas à questão sobre auto-avaliação do nível de conhecimento.

Sobre a necessidade de participar de cursos de educação continuada, a

maioria dos acadêmicos respondeu de modo afirmativo (Gráfico 3).

78,8

1,9

19,2

89,5

5,3 5,3

0

20

40

60

80

100

Sim Não Não tem certeza

1º e 2º Períodos 7º ao 9º Períodos%

Gráfico 3: Distribuição da frequência relativa das categorias de respostas à questão sobre necessidade de participar de cursos de educação continuada.

Page 15: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

14

Quando questionados sobre a importância do Cirurgião-Dentista na

prevenção e no diagnóstico precoce de câncer de boca, a grande maioria

destacou como de alta importância (84,6%, para períodos iniciais; 98,3% para

períodos finais).

No campo referente ao domínio cognitivo, identificou-se uma média de

acertos de, apenas, 25% para os períodos iniciais e de 75% para os períodos

finais. O grupo de acadêmicos de períodos iniciais obteve uma frequência de

acertos inferior a 50% em cinco dos sete itens questionados. Entre os acadêmicos

de períodos finais, em seis das sete questões os índices de acertos foram

superiores a 70%. O quadro 1 demonstra as frequências de acertos para cada

questão do domínio cognitivo.

Quadro 1: Frequência das respostas dos alunos em relação às questões do domínio cognitivo, segundo os períodos de matrícula.

Resposta correta

(%)

Resposta

incorreta (%)

QUESTÃO

Períodos

Iniciais

Períodos

Finais

Períodos

Iniciais

Períodos

Finais

Tipo de câncer de boca mais comum. 0 90,5 100 9,5

Região anatômica mais acometida pelo câncer de boca.

13,2 25,4 86,8 74,6

Evidência clínica inicial indicativa de câncer de boca.

22,6 87,3 77,4 12,7

Faixa etária mais atingida pelo câncer de boca.

60,4 85,7 39,6 14,3

Características clínicas do linfonodo em metástase, evidenciadas pela palpação.

15,1 71,4 84,9 28,6

Lesões associadas ao câncer de boca. 5,7 90,2 94,3 9,8

Fatores risco para câncer de boca. 60 72 40 28

Média 25 75 75 25

Page 16: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

15

77,6

40,8

79,4

92,196,8

92,1 92,1

66,7

53,7

68,9 68,9

42,9

36,5

14,1

0

20

40

60

80

100

Cons. tabaco

Hig. oral defic.

Expos. solar

Obesidade

P. Iniciais P.Finais

Gráfico 4: Frequência relativa das categorias indicadoras das respostas certas sobre fatores de risco para o câncer de boca.

100

0 0 0

27,017,5

52,5

3,0

0

20

40

60

80

100

Insatisfatório Regular Satisfatório Excelente

1º e 2º Períodos 7º ao 9º Períodos%

Gráfico 5: Frequência relativa das respostas indicadoras do nível de conhecimento dos acadêmicos sobre o câncer de boca. Discussão

Diariamente, a luta contra o câncer vem aumentando e não pode ser

diferente no consultório odontológico. Esta temática é de fundamental importância

para o cirurgião-dentista, pois a manifestação inicial da doença raramente é

diagnosticada. Infelizmente, cerca de 60% a 80% das lesões são identificadas em

estágio avançado, reduzindo, assim, a sobrevida do paciente cai para 18%

(CIMARDI; FERNANDES, 2010; FALCÃO et al., 2010). Alguns dos fatores que

Page 17: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

16

podem estar associados ao problema e justificar um percentual tão alto de

diagnóstico tardio são a formação profissional deficiente nesta área e a falta de

conhecimento da população sobre a doença (MARTINS et al., 2008; FALCÃO et

al., 2010). Desta forma, esta pesquisa objetivou avaliar o nível de conhecimento

dos alunos do curso de Odontologia da UNIVALI sobre câncer bucal, para se

obter dados concretos sobre capacitação destes futuros profissionais.

Neste sentido, observou-se que 50% dos alunos dos períodos finais (7º, 8º,

9º períodos) avaliaram como ótimo ou bom seu nível de conhecimento teórico,

esses achados corroboram com aqueles encontrados por Dib et al. (2005),

Martins et al. (2008) e Pinheiro et al.(2010) que observaram que os alunos dos

períodos finais demonstram um nível de autoconfiança maior em relação aos

alunos dos períodos iniciais. Contrapondo-se com a pesquisa de Lima et al. em

que 63% dos acadêmicos entrevistados sentiam-se pouco confiantes na detecção

do câncer de boca.

A maioria dos pesquisados (84,6%, para períodos iniciais; 98,3% para

períodos finais) reconheceu a importância do cirurgião-dentista na prevenção do

câncer de boca e relatou a necessidade de frequentar cursos de educação

continuada sobre o assunto, o que sugere que os alunos se interessam pela

temática e apresentam desejo em melhorar seu conhecimento. Este achado vem

ao encontro com a literatura revisada (MARTINS et al., 2008; RIBEIRO et al.,

2008; CIMARDI; FERNANDES, 2010; FALCÃO et al., 2010; PINHEIRO et al.,

2010).

Quando questionados em relação ao tipo de câncer mais comum, um alto

percentual dos alunos dos períodos finais (90,5%) soube informar que o

carcinoma epidermóide é o câncer mais comum da boca, porém os alunos dos

períodos iniciais não acertaram esta questão, reforçando as afirmações efetuadas

por outros pesquisadores (MARTINS et al., 2008; CIMARDI; FERNANDES, 2010;

FALCÃO et al., 2010).

Sobre a região anatômica mais acometida pelo câncer de boca, a opção

correta que é a língua, foi apontada por somente 13,2% dos alunos dos períodos

iniciais e 25,4% dos alunos dos períodos finais, sendo o item que obteve a mais

baixa freqüência de acerto. O lábio foi a região mais citada pelos entrevistados,

provavelmente, a resposta do grupo deva-se à associação entre exposição solar e

aparecimento de lesões malignas apresentadas em lábio (BIAZEVIC et al., 2006;

Page 18: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

17

DAHER et al., 2008; CIMARDI; FERNANDES, 2010; FALCÃO et al., 2010;

SCHMELING; PERBONI, 2011).

Quanto ao aspecto mais comum do câncer de boca, a maioria dos alunos

dos períodos iniciais (22,6%) respondeu incorretamente a esta questão, sendo

que os alunos dos períodos finais (87,3%) responderam corretamente ser úlcera

indolor, visto que o câncer bucal em sua fase inicial é assintomático, na maioria

das vezes não é percebido pelo indivíduo e se o profissional que deveria estar

apto a identificá-lo desconhece a sua manifestação inicial, o diagnóstico precoce

não poderá ser realizado (MATOS e ARAÚJO, 2001; PRADO e PASSARELI

2009; FALCÃO et al., 2010; PINHEIRO et al., 2010).

Em relação à faixa etária de maior ocorrência do câncer de boca, 60,4%

dos alunos dos períodos iniciais e 85,7% dos períodos finais responderam

corretamente, ou seja, acima de 40 anos, o que corresponde às informações

contidas na literatura (MORAIS, 2003; PRADO e PASSARELI, 2009; SANTOS,

L.C.O. et al., 2010; SCHMELING e PERBONI, 2011).

Sobre a forma como os linfonodos se apresentam em metástases cervicais

no câncer de boca quando palpados, a maioria dos alunos dos períodos iniciais

(84,9%) respondeu incorretamente. Nos períodos finais, a maioria (71,4%) soube

informar que eles se apresentam com as seguintes características: duros, sem

dor, com mobilidade ou não. Estes achados se assemelham àqueles citados em

outros estudos (CIMARDI; FERNANDES, 2010).

Em relação à condição mais comumente associada ao câncer de boca,

apenas 5,7% dos alunos dos períodos iniciais respondeu de forma correta

apontando a leucoplasia; o índice de acerto aumenta à medida que os alunos vão

recebendo informações teóricas e práticas no decorrer do curso de graduação,

sendo 90,2% de acerto dos alunos dos períodos finais. É conhecido que o risco

de desenvolvimento de câncer em tecidos moles numa área leucoplásica é cinco

vezes maior que em áreas onde não se encontram leucoplasia.

Dentre os hábitos bucais, o tabagismo e o alcoolismo têm sido

freqüentemente documentados como sendo os principais fatores de risco no

desenvolvimento de novos cânceres bucais, agindo de forma sinérgica e

aumentando a incidência. (ANTUNES, 2007; CHAVES, 2008; CIMARDI;

FERNANDES, 2010; MARTINS et al., 2008; SANTOS, L.A.S. et al., 2010).

Page 19: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

18

A maioria dos alunos dos períodos finais apontou álcool, tabaco e

exposição solar como sendo os principais fatores de risco; sem dúvida, estes

fatores desencadeadores são os mais frequentemente associados ao

aparecimento do câncer de boca e são amplamente divulgados pela mídia, porém

é preocupante que o fator higiene oral deficiente tenha sido pouco citado uma vez

que este fator está diretamente relacionado à Odontologia. No entanto, os alunos

dos períodos iniciais citaram mais o fator higiene oral deficiente do que o

consumo de álcool e tabaco, provavelmente pelo fato de que no início do curso de

graduação é muito enfatizado o assunto higiene oral associado a doenças bucais.

Conclusão

Os dados obtidos nesta pesquisa evidenciaram que os alunos de períodos

iniciais, que até o momento não receberam informações teórico-práticas sobre

esse assunto, mostram-se mais inseguros e desconhecem informações

fundamentais sobre a temática. Porém, os alunos de 7º, 8º e 9º períodos também

possuem um nível de confiança baixo na realização do diagnóstico do câncer de

boca.

Identificou-se uma média de acertos de, apenas, 25% para os períodos

iniciais e de 75% para os períodos finais. O grupo de acadêmicos de períodos

iniciais obteve uma frequência de acertos inferior a 50% em cinco dos sete itens

questionados. Entre os acadêmicos de períodos finais, em seis das sete questões

os índices de acertos foram superiores a 70%.

A classificação do nível de conhecimento dos grupos pesquisados,

conforme os critérios pré-estabelecidos, indicou que 55,5% dos alunos dos

períodos finais alcançaram nível satisfatório ou excelente, enquanto que 100%

dos alunos dos períodos iniciais apresentaram nível insatisfatório. E, 68,3% dos

acadêmicos de períodos finais se consideram com baixo nível de confiança para

realizar diagnóstico de câncer de boca.

Esses achados refletem a importância do trabalho com conteúdos sobre o

câncer de boca desde os primeiros anos e que a segurança e o conhecimento

sobre assuntos importantes da vida profissional estão diretamente relacionados

com o estudo, atualização constante e dedicação profissional.

Page 20: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

19

Referências

ANTUNES, A.A. ; TAKANO, J.H. ; QUEIROZ, T.C. ; VIDAL, A.K.L. Perfil epidemiológico do câncer de boca no CEON/ HUOC/ UPE e HCP. Odontol. Clín. Científ., Recife, v.2, n. 3, p. 181-186, set./dez. 2003. ANTUNES, J.L.F.; TOPORCOV, T.N.; WÜNSCH-FILHO, V. Resolutividade da campanha de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de boca em São Paulo, Brasil. Rev. Panam. Salud. Publica, Washington, v. 21, n. 1, p. 30–36, 2007. BIAZEVIC, M.G.H. ; CASTELLANOS, R.A. ; ANTUNES, J.L.F. ; CROSATO, E.M. Tendências de mortalidade por câncer de boca e orofaringe no Município de São Paulo, Brasil, 1980/2002. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 10, p. 2105-2114, out. 2006. BUELVAS, A. R. Câncer Oral: El papel del odontólogo en la detección temprana y control. Rev. Fac. Odontol. Univ. Antioq., Medelin, v. 21, n. 1, p. 112-121. 2009. CAMPOS, J.L.G.; CHAGAS, J.F.S.; MAGNA, L.A. Fatores de atraso no diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço e sua relação com sobrevida e qualidade de vida. Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, São Paulo, v.36, n. 2, p. 65 – 68. abr./ maio / jun. 2007. CARRARD, V.C. PIRES, A.S. ; PAIVA, R.L ; CHAVES, A.C.M. ; SANT’ANNA FILHO, M. Álcool e câncer bucal: considerações sobre os mecanismos relacionados. Rev. Bras. de Cancerol., Porto Alegre, v. 54, n. 1, p. 49-56, 2008. CHAVES, I.P. Avaliação de conhecimentos e atitudes dos Cirurgiões Dentistas em relação ao diagnóstico do câncer de boca: Um estudo em Porto Velho – Ro. 58f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, 2008. CIMARDI, A.C.B.S.; FERNANDES, A.P.S. Câncer de boca – a prática e a realidade clínica dos cirurgiões – dentistas de Santa Catarina. RFO UPF, Passo Fundo, v. 14, n. 2, p. 99-104, maio/ago. 2010. COSTA, E. G.; MIGLIORATI, C. A. CÂNCER DE BOCA: avaliação do tempo decorrente entre a detecção da lesão e o início do tratamento. Rev. Bras. Cancerol., Rio de Janeiro, v.47, n. 3, p. 283-89, 2001. DAHER, G.C.A.; PEREIRA, G.A.; OLIVEIRA, A.C.D. Características epidemiológicas de casos de câncer de boca registrados em hospital de Uberaba no período 1999-2003. Rev Bras Epidemiol., São Paulo, v.11, n. 4, p. 584-96, 2008. DEDIVITS, R.A. FRANÇA, C.M.; MAFRA, A.C.B.; GUIMARÃES, F.T.; GUIMARÃES, A.V. Características clínicas e epidemiológicas no carcinoma espinocelular de boca e células escamosas do carcinoma de orofaringe. Rev Bras Otorrinolaringol., São Paulo, v.70, n.1, p. 35-40, jan./fev. 2004.

DIB, L.L.; SOUZA, R.S.; TORTAMANO, N. Avaliação do conhecimento sobre câncer de boca entre alunos de Odontologia, em diferentes unidades da Universidade Paulista. Rev. inst. ciênc. saúde, São Paulo, v. 23, n. 4, p. 287-295, out./dez. 2005. FALCÃO, M.M.L. ; ALVES, T.D.B. ; FREITAS, V.S. ; COELHO, T.C.B. Conhecimento dos cirurgiões-dentistas em relação ao câncer de boca. RGO(Porto Alegre), Porto Alegre, v. 58, n.1, p. 27-33, jan./mar. 2010.

Page 21: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

20

HONORATO, J.; CAMISASCA, D.R.; SILVA, L.E.; DIAS, F.L.; FARIA, P.A.S.; LOURENÇO, S.Q.C. Análise de sobrevida global em pacientes diagnosticados com carcinoma de células escamosas de boca no INCA no ano de 1999. Rev Bras Epidemiol., São Paulo, v.12, n. 1, p. 69-81, 2009.

LIMA, A.A.S. ; FRANÇA, B.H.S. ; IGNÁCIO, S.A. ; BAIONI, C.S. Conhecimento de alunos universitários sobre câncer de boca. Rev. bras.cancerol., Rio de Janeiro, v.51, n. 4, p.283-288, ago.2005.

MARTINS, M.A.T. ; MARQUES, F.G.O.A. ; PAVESI, V.C.S. ; ROMÃO, M.M.A. ; LASCALA, C.A. ; MARTINS, M.D. Avaliação do conhecimento sobre o câncer de boca entre os universitários. Rev. bras. cir. cabeça pescoço, São Paulo, v.37, n.4, p.191-197, out./nov./dez. 2008. MATOS, F.C.M.; GUIMARÃES, T.M.R. Conhecimentos, atitudes e práticas sobre câncer de boca da comunidade atendida pelo PSF de São Sebastião do Umbuzeiro/PB. Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, São Paulo, v. 38, n. 1, p.10 -14, jan. / fev. / mar. 2009. MATOS, I.B.; ARAÚJO, L.A. Práticas acadêmicas, cirurgiões-dentistas, população e câncer de boca. Rev. ABENO, Brasília, v. 3, n. 1, p. 76-81, 2001. MORAIS, T.M.N. Câncer de boca: avaliação do conhecimento dos cirurgiões-dentistas quanto aos fatores de risco e procedimentos de diagnóstico. 107f. Dissertação (Mestrado)- Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.

OLIVEIRA, L.R.; SILVA, A.R.; ZUCOLOTO, S. Perfil da incidência e da sobrevida de pacientes com carcinoma epidermóide oral em uma população brasileira. J Bras Patol Med Lab., Rio de Janeiro, v. 42, n. 5, p. 385-392, out. 2006.

PARIZI, J.L.S.; CASTRO, S.D.; PONGA, C.M.Q..; PARIZI, A.G.M. Conhecimento de acadêmicos de Odontologia, Cirurgiões-Dentistas e população geral sobre o câncer bucal. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent., São Paulo, v. 65, n. 1, p. 66-70, 2011. PINHEIRO, S.M.S.; CARDOSO, J.P.; PRADO, F.O. Conhecimentos e Diagnóstico em Câncer Bucal entre Profissionais de Odontologia de Jequié, Bahia. Rev. Bras. Cancerol.,Rio de Janeiro, v. 56, n. 2, p. 195-205, 2010.

PRADO, B.N.; PASSARELLI, D.H.C. Uma nova visão sobre prevenção do câncer de boca no consultório odontológico. Rev. odontol. UNICID, São Paulo, v. 21, n. 1, p. 79-85, jan./abr. 2009.

PRIETO, L.; SILVA, O.M.P.; ACCIOLY JR, H.; OLIVEIRA, E.F.; BLACHMAN, I.T. A representação social do câncer de boca para os profissionais de saúde e seus pacientes. Rev. odontol. UNESP, Marília, v. 34, n.4, p. 185-191, 2005. QUIRINO, M.R.S.; GOMES, F.C.; MARCONDES, M.S.; BALDUCCI, I.; ANBINDER, A.L. Avaliação do conhecimento sobre o câncer de boca entre pacientes de campanha para prevenção e diagnóstico precoce da doença em Taubaté. Rev. Odontol. UNESP, Marília, v. 35, n.4, p. 327-333, 2006.

Page 22: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

21

RAMOS, A.P.S.; EMMERICH, A.; ZANDONADE, E. Conhecimentos dos acadêmicos de Odontologia sobre o câncer de boca. Rev Odontol UFES, Vitória, v.7, n.1, p. 30-38, jan./abr. 2005. RIBEIRO, R. MARTINS, M.A.T.; FERNANDES, K.P.S.; BUSSADORI, S.K.; MIYAGI, S.P.H.; MARTINS,.M.D. Avaliação do nível de conhecimento de uma população envolvendo câncer oral. ROBRAC, Goiânia, v. 17, n. 44, p. 104-109, 2008. SANTOS, L.A.; MOREIRA, T.M.O.; REIS, P.E.D.; FUNGHETTO, S.S.; GOMES, I.P. Evaluation of universities professors on oral cancer prevention. Rev. Enferm., Brasília, v. 4, n. 2, p. 764-770. 2010. SANTOS, L.C.O.; BATISTA, O.M.; CANGUSSU, M.C. Characterization of oral câncer diagnostic delay in the state of Alagoas. Braz. j. otorhinolaryngol., São Paulo, v. 76, n. 4, p. 416-422, 2010. SCHMELING, E.O.; PERBONI, N.K. Nível de conhecimento dos professores do curso de Odontologia da Univali sobre câncer de boca. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Curso de Odontologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2011. SPANEMBERG, J.C. ; ARAÚJO, L.M.A.de. ; CEBALLOS-SALOBREÑA, A. ; RODRÍGUEZ-ARCHILLA, A.Conhecimento e atitudes da população em relação às doenças bucais: uma experiência espanhola. Dissertação (Mestrado) – Curso de Odontologia, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2008. VASCONSELOS, E.M. Comportamento dos cirurgiões-dentistas das Unidades Básicas de Saúde do município de São Paulo quanto à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de boca. 100f. Dissertação-Mestrado (Pós-Graduação) – Curso de Odontologia, Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. VIDAL, A.K.L.; TENÓRIO, A.P.S.; BRITO, B.H.G.; OLIVEIRA, T.B.T.; PESSOA, D.I. Conhecimento de Escolares do Sertão Pernambucano sobre o Câncer de boca. Pesq. Bras. Odontoped. Clin. Integr., João Pessoa, v. 9, n.3, p. 283-288, set./dez. 2009.

Page 23: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

22

2 REVISÃO DE LITERATURA

Page 24: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

23

Costa et al. (2001) determinaram o tempo que decorre desde o momento

que uma lesão maligna bucal é detectada até o momento em que o paciente inicia

a terapia da lesão em centro especializado. Para tanto, 15 pacientes consecutivos

(9 homens e 6 mulheres), portadores de lesões malignas da cavidade bucal,

encaminhados para diagnóstico e tratamento à Faculdade de Odontologia da

Universidade de São Paulo (FOUSP), foram acompanhados sem que a rotina de

manejo destes pacientes fosse alterada. Após um ano, foi constatado que, em

média, os pacientes aguardam 19,3 dias para receberem o diagnóstico de câncer.

Do momento do diagnóstico até o início da terapia da lesão decorreram em média

65,7 dias. O tempo médio decorrido entre a primeira visita à FOUSP e o início do

tratamento foi de 84 dias. Baseados no fato de que o diagnóstico precoce do

câncer de boca e o tratamento imediato são fatores importantes na diminuição da

alta morbidade e mortalidade causadas por esta doença, acreditamos que o

serviço público de diagnóstico e tratamento de pacientes portadores de câncer de

boca que serve os pacientes da FOUSP deva ser reavaliado.

Matos e Araújo (2001) investigaram sobre conhecimentos, práticas e

atitudes em relação ao diagnóstico do câncer de boca na visão da população e do

cirurgião-dentista, em Lages (SC). Análises dos dados obtidos podem explicar por

que a doença continua sendo diagnosticada nas fases mais avançadas. De um

lado, os cirugiões-dentistas não realizam um correto exame clínico, que é um

método eficaz para seu diagnóstico; do outro, a população não percebe as lesões

precursoras, pois são assintomáticas e indolores. O perfil da população vulnerável

à doença é o seguinte: homens entre 50-70 anos, baixo nível de escolaridade e

econômico, não têm o hábito de cuidar de si. Para este segmento populacional,

são mais facilmente identificadas aquelas manifestações mais visíveis e

concretas, que caracterizam estágios avançados da doença. Assim, programas e

ações direcionadas ao câncer de boca deverão considerar atitudes, valores,

crenças da “população-alvo” para que a abordagem preventiva e educativa seja

mais eficaz.

Segundo Antunes et al. (2003), o câncer de boca está entre os dez

cânceres mais freqüentes, apresentando a maior taxa de mortalidade no

segmento cabeça e pescoço. Evidências epidemiológicas mostram que a

exposição ao sol, tabagismo, alcoolismo e infecções pelo Papilomavírus Humano

e pelo Vírus Herpes Simples são fatores de risco desta neoplasia. Os autores

Page 25: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

24

conduziram um estudo descritivo, retrospectivo. Os dados foram obtidos junto aos

registros dos centros de referência da doença (Departamento de Patologia do

CEON/HUOC/UPE e HCP), no período de Janeiro de 1983 a Janeiro de 2003

(vinte anos). Do total de 1408 (100%) casos registrados, houve concordância com

os dados existentes na literatura: 66,7% se encontravam acima dos 40 anos de

idade (idade média=61,1 anos). Histologicamente, o carcinoma epidermóide

prevaleceu com 82,2% dentre os casos diagnosticados. Os resultados mostram

que o perfil epidemiológico do câncer de boca, nos últimos 20 anos, permanece

inalterado, exceto pelo incremento anual no número de casos. Os pesquisadores

concluíram que ações para prevenção, diagnóstico precoce e controle da doença

precisam ser otimizados.

Morais (2003) avaliou o conhecimento dos cirurgiões-dentistas inscritos em

cursos de estética quanto aos fatores predisponentes e de diagnóstico do câncer

de boca, a partir de um questionário previamente testado. O desenvolvimento de

materiais e técnicas odontológicas e o anseio cada vez maior do ser humano em

busca da beleza têm levado um número crescente de pacientes aos consultórios

odontológicos. Este momento é oportuno para informar a população e

diagnosticar precocemente o câncer de boca. A pesquisa foi constituída por um

total de 465 participantes, houve predominância de uma população jovem, com

idade inferior a 39 anos, maior participação feminina e cerca de 1/3 estavam

formados a um período de 10 a 20 anos. As características clínicas da ocorrência

desta neoplasia não estão claras para os entrevistados, uma vez que somente

metade indicou o carcinoma espinocelular como o tipo mais comum e,

aproximadamente, metade tem conhecimento das características do linfonodo em

metástase cervical. Cerca de 20% desconhece a região da boca e a faixa etária

de maior ocorrência deste tumor e, também, o seu aspecto inicial. Entretanto,

75,7% reconhecem a leucoplasia como a condição mais comumente associada

ao câncer de boca. Com relação aos fatores de risco, o consumo de tabaco,

história familiar e consumo de álcool estão claros para quase todos os

participantes, mas, em se tratando das demais condições apresentadas como

fatores de risco, as dúvidas e contradições estão evidentes. Na prática clínica

relacionada ao câncer de boca, 14,2% não realizam exames para identificar

lesões bucais; destes, 80,3% não sabem como fazê-lo. Apenas 5,8% realizam

procedimentos de diagnóstico; a grande maioria considera regular ou insuficiente

Page 26: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

25

seu conhecimento na área. Somente 16,6% têm confiança para realizar o

diagnóstico. Mais da metade está há mais de 5 anos sem realizar um curso de

atualização em câncer de boca, apesar de terem interesse em fazê-lo no futuro.

Foi concluído que os cirurgiões-dentistas ainda não apresentam conhecimento e

treinamento ideais para difundir os meios de prevenção e detecção precoce do

câncer de boca.

Para Dedivits et al. (2004), o câncer de boca e orofaringe é de

comportamento agressivo e, no Brasil, a incidência é considerada uma das mais

altas do mundo. O objetivo deste trabalho foi analisar os aspectos clínico-

epidemiológicos dos pacientes e a evolução da doença. Foram arrolados 43

casos de carcinoma espinocelular (CEC) de boca e 25 de orofaringe do Serviço

de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Santa Casa de Misericórdia de Santos e do

Hospital Ana Costa entre os anos de 1997 a 2000. Dos pacientes com CEC em

boca, a relação de incidência masculino-feminino foi de 3,35:1, a idade variou de

46 a 91 anos (mediana de 62), 90,7% eram caucasianos, 81% foram

referenciados por profissionais médicos, 76,8% eram tabagistas, 74% etilistas,

79% não utilizavam prótese dentária. O sítio mais acometido foi a língua (51,1%),

53% apresentaram-se nos estádios III e IV, 72,1% eram de grau histológico II,

53% foram tratados por cirurgia e 47% por cirurgia e radioterapia adjuvante e

9,3% apresentaram segundo tumor primário. Para a orofaringe, a relação

masculino-feminino foi de 11,5:1, com idade entre 40 e 81 anos (mediana de 58),

92% eram caucasianos, 92% foram encaminhados por médicos, 84% eram

tabagistas, 80% etilistas, 52% não utilizavam prótese, as tonsilas palatinas foram

o sítio mais acometido (76%), 96% estavam em estádios III e IV, 84% eram de

grau II, 80% foram tratados por cirurgia associada a radioterapia, 16% a cirurgia

para resgate de falha após radioterapia e 4% a cirurgia exclusiva e 8% tiveram

segundo primário. Não houve relação estatisticamente significativa entre o

estadiamento e os hábitos de tabagismo, etilismo e uso de prótese. Tais hábitos,

a faixa etária e o grau histológico não tiveram relação significativa com o sítio do

tumor. Estavam vivos e livres de doença 69,7% dos pacientes com tumor de boca

e 22% de orofaringe. O médico ou dentista que dá o atendimento inicial é

fundamental no reconhecimento das lesões, para que se possa estabelecer o

diagnóstico precoce.

Page 27: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

26

Dib, Souza e Tortamano (2005) tiveram como objetivo avaliar o

conhecimento sobre câncer de boca em diferentes unidades da UNIP

(Universidade Paulista) e, a partir dos resultados obtidos, refletir sobre os rumos a

serem tomados do ponto de vista pedagógico, visando preparar os alunos cada

vez melhor para o exercício da profissão. O trabalho foi desenvolvido através de

questionários, onde foram entrevistados 229 acadêmicos do 8º semestre do

Curso de Odontologia da UNIP, sendo 78 da unidade de Indianópolis, 69 da

unidade de Sorocaba e 82 da unidade de Campinas. Com relação ao papel da

Universidade, 92,3% dos alunos da unidade Indianópolis consideraram que a

faculdade os preparou sobre o assunto, enquanto que apenas 85,4% dos de

Campinas e 76,8% dos de Sorocaba julgam o mesmo. Estes dados isoladamente

mostram como é a visão dos alunos sobre a faculdade, mas quando comparados

com os dados do conceito final, mostram novamente que os alunos de Campinas

se mostram autoconfiantes e satisfeitos com seu desempenho, mesmo não tendo

conseguido os melhores resultados. O objetivo final é que num futuro próximo,

100% dos alunos estejam conscientes do problema e satisfeitos com a atuação

da Universidade sobre a matéria. O estudo evidenciou que, de forma geral, os

alunos formados pelas três unidades da UNIP estão relativamente bem

preparados sobre o assunto, entretanto alguns aspectos específicos devem ser

mais bem trabalhados, para que tanto pacientes como alunos estejam

familiarizados com os aspectos preventivos e de diagnóstico precoce.

Lima et al. (2005) identificaram o nível de conhecimento de universitários em

relação ao câncer de boca, seus fatores de risco, as lesões cancerizáveis e o

tratamento dessa doença. Este estudo caracteriza-se por um questionário onde a

população amostral foi constituída por 300 jovens que estavam realizando curso

universitário das diversas áreas do conhecimento na Pontifícia Universidade

Católica do Paraná (PUCPR). Esse questionário constitui-se de um formulário

estruturado com 07 perguntas abertas e fechadas referentes aos conhecimentos

e fatores de risco relacionados ao câncer e, em especial, ao câncer de boca. Os

resultados obtidos sobre a existência de lesões precursoras, as chamadas lesões

cancerizáveis, é um fato bem conhecido no meio odontológico, entretanto,

somente 29,25% relataram conhecê-las. Entre os resultados do nível de

conhecimento da população a respeito dos fatores etiológicos envolvidos na

carcinogênese o tabagismo foi o mais apontado. Diante desses achados, o

Page 28: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

27

trabalho demonstrou que grande parcela da população de estudantes

universitários conhece o fato de o câncer afetar a boca e que o hábito de fumar

tem uma relação direta com a doença. Entretanto, praticamente desconhecem

que o vício de ingerir frequentemente bebidas alcoólicas também constitui um

fator de risco importante, o que reforça a necessidade de campanhas preventivas

com o intuito de divulgar esta informação.

Prieto et al. (2005) descreveram a representação social do câncer de boca,

através de suas formas de expressão no contexto do tratamento da doença para

os pacientes e para os profissionais de saúde que os atendem. O trabalho foi

realizado através de depoimentos de pacientes portadores de câncer de boca e

dos profissionais de saúde - médicos e dentistas - que os atendiam. Esses

depoimentos foram coletados no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e

Estomatologia do Hospital São Paulo da Escola Paulista de Medicina – UNIFESP,

na cidade de São Paulo, no primeiro semestre de 2004. Os depoimentos

constituíram duas classes de discurso independentes. Na classe 1 estão os

discursos dos pacientes e na classe 2 os dos profissionais de saúde. Os verbos

utilizados para as classes demonstraram um distanciamento dos profissionais em

relação aos seus pacientes. A representação é diferente para cada uma das

classes e nelas transparecem valores e expectativas muito distintas. Enquanto o

discurso dos profissionais foi mais longo e com mais unidade de fala, o discurso

dos pacientes foi mais consistente em relação aos sentimentos de morte e apego

a Deus/fé e aos procedimentos cirúrgicos. A morte foi a idéia mais forte

encontrada tanto no discurso dos profissionais como dos pacientes. Os

profissionais de saúde são fundamentais no diagnóstico do câncer de boca e

devem ter consciência dessa responsabilidade e não culpar os pacientes pelo

atraso no diagnóstico. Os pacientes possuem esperança na medicina, porém os

profissionais pouco acreditam no sucesso dos tratamentos, a não ser quando

encaminhados a partir de um diagnóstico precoce.

Ramos et al. (2005) tiveram o propósito de avaliar e discutir os conhecimentos

dos graduandos em Odontologia, de uma Instituição de Ensino Superior do

Estado do Espírito Santo, em relação à prevenção e diagnóstico precoce de

câncer de boca e, desse modo, obter informações que permitam auxiliar futuras

ações na área de educação. Para o levantamento dos dados, foi construído um

questionário com vinte afirmativas sobre prevenção e diagnostico precoce de

Page 29: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

28

câncer de boca. Este estudo caracteriza-se em um questionário onde as questões

foram divididas em dois grupos: grupo 1 com características sociodemográficas,

envolvendo gênero e ano de ingresso; grupo 2, com vinte questões relacionadas

com conhecimentos sobre prevenção e diagnóstico precoce de câncer de boca.

A média de acerto de 64,25% indica um rendimento que necessita ser aprimorado

para que os novos profissionais de saúde estejam mais bem preparados para

atuar prontamente na fase de prevenção e mesmo de diagnóstico precoce de

câncer de boca. Apesar de os resultados obtidos indicarem uma necessidade de

maior ênfase ao ensino e à importância da prevenção e diagnóstico precoce do

câncer de boca, tiveram que considerar que o questionário aplicado apresentou a

falha de não fornecer outras opções como respostas, além de sim ou não. Esse

viés pode ter permitido o surgimento de resultados que não condizem com a

realidade. Porém, mais estudos devem ser realizados com o intuito de conhecer o

perfil dos graduandos em Odontologia sobre prevenção e diagnóstico precoce de

câncer, para que possam ser implementadas ações que visem a acrescentar

conhecimentos aos futuros profissionais que estarão atuando em nossa

sociedade.

Biazevic et al. (2006) descreveu as tendências de mortalidade por câncer

de boca e orofaringe na cidade de São Paulo, Brasil, de 1980 a 2002. Dados

sobre os óbitos com esta causa básica foram levantados junto à Fundação

Sistema Estadual de Análise de Dados, discriminados por sexo, idade e

localização anatômica. A estimação e ajuste pelo método direto dos coeficientes

usaram dados de população fornecidos pelos censos de 1980, 1991 e 2000, e

pela contagem populacional de 1996, realizados pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística. Foi observada tendência crescente da mortalidade devida

ao agravo, a uma taxa anual de 0,72%. Responsável por mais de um terço

desses óbitos, o câncer de língua foi a categoria com mortalidade mais elevada.

Câncer de lábio, gengiva e área retro molar apresentaram tendência decrescente,

enquanto orofaringe e partes não especificadas da boca e orofaringe sofreram

incremento de mortalidade. O monitoramento da magnitude e tendências da

mortalidade por câncer pode configurar importante implemento para o

planejamento de iniciativas voltadas à redução da carga de doença em nosso

meio.

Page 30: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

29

Oliveira et al. (2006) analisaram o perfil, os fatores de risco e a sobrevida

de pacientes diagnosticados com carcinoma epidermóide oral entre 1982 e 2002

em uma população brasileira. Foram utilizados dados como: idade, gênero, local

da lesão, história pregressa, consumo de tabaco e bebidas alcoólicas, exposição

actínica, traumatismo por prótese, recidivas, metástases e sobrevida obtidos dos

prontuários para auxiliar na pesquisa. Dos 340 pacientes 84,4% eram homens e

15,6%, mulheres (5,4:1). As lesões linguais foram as mais freqüentes (27,9%).

Vinte por cento dos pacientes relataram traumatismo por prótese e em 73,8% das

lesões em lábio inferior foi relatada exposição actínica desprotegida. Não houve

diferença entre as regiões anatômicas e o consumo de tabaco em relação a

recidivas, metástases regionais e metástases à distância. O tempo médio de

história pregressa foi de 13 meses, havendo diferença entre as regiões

anatômicas. A sobrevida em cinco anos foi de 24%. A sobrevida dos pacientes

com recidivas e/ou metástases variou conforme a idade analisada (60 ou > 60

anos), mas não houve diferença quanto à história pregressa e às regiões

anatômicas. A discrepância homem/mulher encontrada foi alta, diminuindo

conforme o aumento da idade. O consumo de tabaco e álcool é elevado nessa

população, mas não influenciou as recidivas e as metástases da doença. Foi

grande o tempo de evolução das lesões até a procura pelo serviço. Conclusões:

Os baixos índices de sobrevida refletem a necessidade de uma maior atenção ao

câncer de boca nessa população.

Quirino et al. (2006) avaliaram o conhecimento sobre fatores de risco e

câncer de boca dos indivíduos que participaram das Campanhas de Prevenção e

Diagnóstico Precoce do câncer de boca, realizadas pelo Departamento de

Odontologia da Universidade de Taubaté (UNITAU) nos anos de 2001, 2003 e

2005, além de comparar os dados ao longo do tempo. A pesquisa foi

desenvolvida por meio de questionários abordando causas, características e

modos de prevenção. Avaliando-se os três anos, 24,79% dos respondentes não

sabiam como prevenir o câncer de boca. Boa higiene foi o modo de prevenção

mais citado (19,62% das respostas), seguido por evitar fumar (19,27%), ir

regularmente ao dentista (17,04%), evitar beber (8,11%) e realizar o auto-exame

bucal (3,29%). Apenas uma pessoa citou proteção solar como modo de

prevenção ao câncer de boca. De acordo com a metodologia empregada e com

os resultados obtidos, verificou-se que a população não possui conhecimento

Page 31: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

30

adequado sobre câncer de boca, seus fatores de risco e prevenção e que, no

período analisado, não houve, de maneira geral, melhoria no nível de

conhecimento da população. Apesar das campanhas e dos esforços da

odontologia para a conscientização da população para a prevenção do câncer de

boca, ainda há muito que ser feito.

Vasconcelos (2006) realizou um estudo com o objetivo de conhecer as

ações desenvolvidas por cirurgiões-dentistas das unidades básicas de saúde, do

município de São Paulo, quanto à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer

de boca. A maioria dos diagnósticos de câncer de boca é feita em estágios

avançados em São Paulo, cidade que possui as maiores taxas de incidência

nacionais, semelhantes a de outras regiões do mundo. O cirurgião-dentista exerce

um papel fundamental e estratégico no combate aos fatores ligados ao

aparecimento desse agravo. Foram enviados, em março de 2005, 885

questionários aos cirurgiões-dentistas das 286 unidades básicas de saúde de São

Paulo, via Correio. Participaram da pesquisa 282 profissionais, (taxa de resposta

de 32%), em sua maioria do sexo feminino, com mais de 20 anos de graduação,

com perfil generalista e que possui outros vínculos empregatícios. Além do baixo

grau de conhecimento constatado quanto aos fatores de risco ligados à etiologia e

às condições bucais em relação a possível evolução para um câncer de boca, a

maioria dos participantes expôs limitações relevantes quanto às práticas relativas

ao apoio à cessação do hábito do tabagismo e etilismo e às aptidões para

executarem citologia esfoliativa e biópsia. Verificou-se a necessidade de se

propor políticas públicas de enfrentamento do câncer de boca em São Paulo, que

considere o aprimoramento dos cirurgiões-dentistas das unidades básicas de

saúde em relação a esse problema e a melhor estruturação desses locais para a

pronta realização dos exames complementares para fins diagnósticos.

Antunes et al. (2007) avaliaram os resultados da campanha de prevenção e

diagnóstico precoce do câncer de boca realizada no contexto da campanha de

vacinação contra a gripe em idosos no Estado de São Paulo em 2004. A partir

dos relatórios do Centro Técnico de Saúde Bucal da Secretaria de Estado da

Saúde, foram levantados dados sobre o seguimento de pacientes encaminhados

para elucidação diagnóstica de lesões de tecido mole da boca após diagnóstico

visual. Foram avaliados indicadores de resolutividade da campanha (número de

pessoas cujo problema foi resolvido no nível básico de atenção à saúde ou em

Page 32: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

31

serviços de referência; e pessoas com diagnóstico confirmado de câncer de boca)

e de falta de resolutividade (não comparecimento dos encaminhados na unidade

de referência; incapacidade do nível básico de atenção à saúde de resolver o

problema e não identificação de serviços de referência com capacidade para

resolver o problema; e pessoas sem informação quanto ao seguimento). Em

2004, foram examinadas 238 087 pessoas de 60 anos ou mais, correspondendo a

6,8% da população do Estado nessa faixa etária (3 494 555 habitantes). A

campanha foi realizada em 23 das 24 direções regionais de saúde, porém apenas

oito regiões registraram informações sobre o seguimento. Das 5 280 pessoas

encaminhadas para elucidação diagnóstica de lesões em tecidos moles da boca

nessas oito regiões, 60,5% tiveram o seu problema resolvido e 0,5% (26 casos)

tiveram diagnóstico confirmado de câncer de boca; 22,5% não completaram o

diagnóstico. Para 16,5% dos encaminhamentos, não houve informação disponível

quanto ao seguimento e desfechos. Considerando-se a falta de monitoramento

dos resultados na maior parte do Estado e a elevada proporção de pacientes cujo

problema de lesão em tecido mole da boca não pôde ser resolvido, a campanha

mostrou-se ineficaz.

Campos et al. (2007) explicaram que muitos fatores contribuem para o

aumento dos casos de câncer em um país. Um deles, o envelhecimento da

população, é um fenômeno decorrente do desenvolvimento sócio-econômico e da

medicina, que impede mortes prematuras por doenças evitáveis. Não existe

sociedade sem câncer e cada uma delas terá os tipos de câncer característicos

de seu estágio de evolução. Além do envelhecimento da população, a

urbanização e o desenvolvimento tecnológico expõem a população a fatores de

risco para essa enfermidade. O câncer é a segunda causa de mortalidade nos

países ocidentais e no Brasil. As neoplasias de cabeça e pescoço representam

5% dos tumores. Atrasos do início dos sintomas ao diagnóstico clínico são

comuns, retardando o planejamento terapêutico e piorando o prognóstico. Este

estudo teve como objetivo estabelecer fatores de retardo no diagnóstico clínico

histológico de 64 pacientes com neoplasias malignas de cabeça e pescoço. O

método utilizado foi um questionário, onde 49 homens e 15 mulheres foram

entrevistados e os dados foram relacionados com achados clínicos e sócio-

demográficos. A idade média por época do diagnóstico foi de 56,16 anos (desvio

padrão de 13,05). As queixas principais dos pacientes foram dor, nódulo no

Page 33: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

32

pescoço, úlcera, disfagia e disfonia. Dos pacientes, 73,02% procuraram

primeiramente cuidados médicos, 20,63% automedicaram-se e 6,35% procuraram

primeiramente um dentista. O tempo do paciente, desde os primeiros sintomas

até o diagnóstico apresentou uma média de 273,19 dias. O atraso foi

significantemente associado com a interpretação cognitiva dos sintomas e

pacientes que sabiam ou suspeitavam do câncer tiveram um maior atraso. O

tempo do profissional, contado desde a primeira consulta até o diagnóstico,

apresentou uma média de 198,09 dias. As variáveis que aumentaram o atraso do

tempo do profissional foram os exames subsidiários e o número de outros

profissionais a quem o paciente foi encaminhado. As variáveis sócio-demográficas

(idade, gênero, escolaridade, número de membros da família e renda familiar) não

mostraram influência sobre o atraso no diagnóstico.

Segundo Carrard et al. (2008), o consumo de álcool é um dos fatores de

risco para o desenvolvimento do câncer de boca, entretanto, os mecanismos

envolvidos no dano gerado pelo álcool são parcialmente compreendidos.

Determinadas concentrações de álcool causam aumento da permeabilidade da

mucosa bucal, potencializando a penetração de carcinógenos. Além disso, é

responsável por um aumento na proliferação epitelial, bem como pela modificação

do seu processo de maturação. Outras alterações, como redução da capacidade

de reparo de DNA, distúrbios do sistema imune e do estado nutricional podem

contribuir na sua relação com o desenvolvimento do câncer de boca. O

metabolismo do álcool aumenta a produção de radicais livres e diminui os

mecanismos antioxidantes, levando ao estresse oxidativo. O polimorfismo

genético das enzimas de degradação do álcool pode ser responsável pela

diferença na sensibilidade individual. Algumas isoformas dessas enzimas

permitem o acúmulo de metabólitos tóxicos como o acetadeído, que pode causar

dano ao DNA ou a outras estruturas celulares. A partir de uma revisão de

literatura, esse trabalho tem como objetivo estabelecer uma relação entre os

diferentes mecanismos da ação do álcool e a carcinogênese na cavidade oral.

Chaves (2008) avaliou o perfil profissiográfico e o nível de conhecimento e

atitudes dos cirurgiões-dentistas – CDS atuantes no município de Porto Velho no

estado de Rondônia, em relação ao diagnóstico do câncer de boca. Utilizou-se

como instrumento um questionário testado e validado. Esse instrumento contém

dois blocos de questões com valores pontuais proporcionais pertinentes à

Page 34: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

33

importância do conhecimento e do diagnóstico que contemplavam dois aspectos

essenciais: as características clínicas e os fatores de risco. Na avaliação das

características clínicas, cerca de 70% da amostra apresentou resultados inferiores

a 50%. Mensurada numa escala de 0 – 8, a média foi de 3,7. Na avaliação dos

fatores de risco, numa escala de 0 – 2 a média obtida foi de 1,5, com 72,2% da

amostra com resultado superior a esta média. Para o conceito global, a média

obtida, mensurada numa escala de 0 – 10, foi aproximadamente 5,0, situada na

escala de conceitos como C (4,0 – 6,0), demonstrando que o câncer de boca é

um problema global e, apesar de tudo que tem sido feito, a situação ainda é muito

ruim: alto índice de morbimortalidade, diminuição da qualidade de vida e

mutilação dos pacientes.

Daher et al. (2008) realizaram um estudo de 101 casos de carcinoma

epidermóide de boca registrados em Hospital de Uberaba, no período de 1999 a

2003. Informações sobre sexo, idade, cor de pele, nível instrucional, tabagismo,

etilismo, uso de prótese, localização da lesão, estado da doença ao final do

seguimento, estádio clínico e origem do encaminhamento foram obtidos dos

prontuários e analisados estatisticamente pelos testes de correlação linear, Qui-

quadrado, t-Student e Kaplan-Meier. A relação homem/mulher foi de 3,8:1. A faixa

etária prevalente foi de 50 a 60 anos, com a idade média de 58,55 anos para o

sexo masculino e 54,66 anos para o sexo feminino; sendo 88,12% caucasianos. A

língua foi a localização anatômica mais freqüente; 74,48% estavam nos estádios

III e IV. A sobrevida em 5 anos foi de 38,71%. Os baixos índices de sobrevivência

e o grande percentual de estádios III e IV refletem a necessidade de uma maior

atenção ao câncer de boca nessa população.

Martins et al. (2008) realizaram um trabalho com o objetivo de avaliar o nível

de conhecimento de uma população de universitários de odontologia sobre o

câncer de boca. Foi aplicado um questionário contendo 137 questões, para 148

alunos da UNINOVE (Universidade Nove de Julho). Foram comparadas as

porcentagens de acerto entre os anos e verificada a consistência e coerência com

nível de significância. Após a coleta dos questionários e tabulação notaram que,

mesmo havendo diferença significativa entre as respostas corretas entre os anos,

isso não significa que com o passar do tempo, a porcentagem de acertos

aumenta. Isso aconteceu com as questões sobre o aspecto clínico do câncer,

estágio de diagnóstico e com todas as de fatores etiológicos. Avaliando a

Page 35: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

34

distribuição do número e porcentagem de acordo com o semestre, segundo o

conceito obtido pela avaliação do questionário, pode-se notar que os alunos de 1º

e 2º anos obtiveram conceitos inferiores aos alunos do 3º e 4º anos. Concluiu-se

que o nível de conhecimento sobre o câncer de boca foi mais elevado nos alunos

de 3º e 4º ano. Os alunos demonstram alto índice de acertos quanto ao

conhecimento sobre os fatores de risco do câncer de boca. Os alunos têm

interesse em realizar cursos sobre o câncer de boca. Para melhorar o nível do

conhecimento dos alunos sobre o câncer de boca, faz-se necessário um

programa universitário de prevenção de câncer de boca envolvendo os alunos de

todos os anos do curso.

Ribeiro et al. (2008) tiveram por objetivo avaliar o nível de conhecimento de

uma população sobre o câncer oral para o estabelecimento de estratégias

eficientes de prevenção e tratamento desta doença, sendo realizado durante duas

campanhas de prevenção de câncer oral, onde setecentos e trinta e uma pessoas

(731) foram examinadas, preencheram um questionário, receberam orientação

sobre o auto-exame e noções básicas sobre o câncer oral. O questionário

continha questões referentes à causa, sintomatologia, doença prévia e hábitos

prejudiciais relacionados ao câncer oral. Entre os participantes 43% eram homens

e 57% mulheres, 24% fumantes e 21% consumidores de bebidas alcoólicas, 87%

declararam ter conhecimento da existência dessa doença, 12% já tiveram familiar

com câncer oral, 57% acreditam que o câncer oral causa dor, 44% acreditam que

o fumo e 23% que o consumo de álcool está ligado à etiologia da doença. A

campanha atingiu uma população com bom conhecimento sobre o câncer e com

baixo risco para o câncer oral. As formas de abordagem e de divulgação desses

tipos de campanhas devem ser alteradas para realmente contemplar as pessoas

pertencentes ao grupo de risco para o câncer oral, que são os homens com mais

de 40 anos, fumantes, etilistas crônicos e pessoas expostas à radiação solar de

maneira contínua e freqüente. A conclusão do estudo foi de que a verificação do

nível de conhecimento sobre o câncer oral nas diferentes populações é

importante para que estratégias de prevenção e diagnóstico sejam estabelecidas

de acordo com o perfil de cada grupo.

De acordo com Spanemberg et al. (2008), as doenças da boca constituem

um universo de afecções que podem ser de caráter local ou sistêmico, mas nem

sempre é do conhecimento da população que o Cirurgião-Dentista (CD) é o

Page 36: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

35

profissional habilitado a identificá-las. Baseando-se na importância e na

necessidade de se verificar qual o nível de informação da população em relação

às enfermidades bucais, este trabalho objetivou avaliar aspectos da percepção e

do conhecimento dos pacientes que buscam atendimento na Faculdade de

Odontologia da Universidade de Granada (UGR), Espanha, frente às patologias

bucais, com ênfase no câncer de boca. A amostra constituiu-se de 51 pacientes,

adultos espanhóis, de ambos os sexos e idade média aproximada de 46 anos,

escolhidos aleatoriamente nas salas de espera das clínicas da Faculdade de

Odontologia da UGR durante os meses de janeiro e fevereiro de 2008. Como

instrumento da pesquisa foi utilizado um questionário com perguntas abertas,

semi-abertas e fechadas. Entre os entrevistados, verificamos que 82.4% não

possuíam ensino superior e 64.7% eram mulheres. Os resultados demonstram

que a enfermidade periodontal (11,8%) foi a doença bucal mais referida, seguida

da cárie associada à periodontite (7,8%), não sendo sequer citadas doenças de

alta prevalência como afta, por exemplo. Achado incomum, pois doenças como

herpes e afta são de conhecimento geral entre a população. O câncer oral foi

lembrado como uma doença que pode afetar a boca por apenas 4 pacientes

entrevistados. Os resultados deste estudo sugerem a interferência de fatores

sócio-culturais e a necessidade de ações educativo-preventivas visando à

conscientização da população para que a identificação do CD como profissional

habilitado a realizar avaliações estomatológicas permita a alteração do referencial

no diagnóstico e tratamento das afecções bucais.

Buelvas (2009) objetivou enfatizar a importância da detecção precoce do

câncer oral como ferramenta de prevenção e controle. Inicia-se documentando a

epidemiologia e relevância de saúde pública deste tipo de câncer mediante a

evidencia científica que demonstra que não é estatisticamente significativo

comparado com outros cânceres. O câncer oral é mais agressivo e letal que

outros tumores, também possui múltiplos fatores etiológicos, alto potencial

metastático, um efeito acumulativo ao longo do tempo e compromete a estética e

função do paciente. O câncer oral deve ser prevenido e controlado através de

informação sobre fatores de risco, detecção precoce e suficiente atualização

epidemiológica e clínica. No entanto, se reflete sobre a importância da detecção

precoce do câncer oral sobre tudo quando é persistente a falta de educação e de

prevenção no ensino dos dentistas, que geralmente detectam em etapas tardias.

Page 37: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

36

Concluindo, se questiona a insatisfatória prevenção primária e secundária do

câncer oral.

No entender de Cimardi e Fernandes (2010), o câncer bucal é uma doença

provavelmente genética, complexa e multifatorial. Ainda hoje é considerado

potencialmente fatal e continua a ter uma incidência global elevada,

representando um problema de saúde pública. O diagnóstico precoce das

neoplasias malignas bucais não deveria apresentar grandes dificuldades, já que a

região é de fácil acesso ao exame clínico, dispensando qualquer tipo de

equipamento especial, e lesões cancerizáveis podem ser diagnosticadas e

tratadas antes da transformação carcinomatosa. O objetivo deste trabalho foi

avaliar a prática e atitude clínica dos cirurgiões-dentistas de Santa Catarina em

relação ao câncer de boca. Foi realizado um estudo transversal aleatório por

amostragem de 385 cirurgiões-dentistas cadastrados no banco de dados do

Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina (CROSC). O questionário

utilizado foi enviado via correio convencional (resposta de 19,7%) e via e-mail

(resposta de 1,4%), evidenciando a falta de interesse da classe pelo assunto e,

em participar, de pesquisas científicas. Os resultados permitiram avaliar que a

prática do profissional de realizar o exame em busca de lesões suspeitas de

câncer de boca foi relatada pela maioria da amostra (72%), mas 47,5% dos

participantes relataram nunca terem realizado um diagnóstico de câncer de boca.

Conclui-se que a política do governo federal para encaminhamento dos pacientes

com lesões suspeitas não vem sendo posta em prática, pois somente 11,7% dos

entrevistados relataram estar encaminhando seus pacientes para os Centros de

Especialidades Odontológicas (CEOs). Os dados permitem concluir que a

realidade está distante da prática do profissional da odontologia e se faz

necessária a divulgação dos serviços de diagnóstico de câncer bucal para os

profissionais de Santa Catarina e que o cirurgião-dentista se responsabilize pelo

diagnóstico desta enfermidade.

Para Honorato et al. (2009), o carcinoma de células escamosas de boca

compreende cerca de 90 a 95% de todas as neoplasias malignas da boca e é um

dos tipos de câncer mais freqüentes no Brasil. O índice de sobrevida em 5 anos é

baixo e permaneceu estável nas últimas décadas, apesar dos avanços nas

terapias. O objetivo deste estudo foi analisar o perfil e a sobrevida global dos

pacientes diagnosticados com carcinoma de células escamosas de boca no ano

Page 38: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

37

de 1999 no Instituto Nacional de Câncer. Dos 320 pacientes incluídos no estudo,

79,4% eram homens. A idade média foi de 56,7 anos, e 82,2% deles fumavam

e/ou bebiam. A língua, seguida do assoalho de boca foram os locais mais

acometidos. A maioria (68,9%) dos pacientes foi diagnosticada em estádios

tardios e submetida à radioterapia exclusiva (53,6%). A sobrevida média no

período do estudo foi de 29,4 meses. Os pacientes dos estádios iniciais

apresentaram maior sobrevida, assim como aqueles submetidos apenas à cirurgia

como forma de tratamento e os que não apresentaram linfonodos acometidos ao

diagnóstico. Tumores localizados em palato duro e mucosa jugal apresentaram

pior prognóstico. Foram fatores preditivos independentes de melhor sobrevida os

tumores T1 ou T2 (p=0,001), sem acometimento de linfonodos (p=0,012) e não

localizados em mucosa jugal (p=0,021). O diagnóstico do câncer oral ainda se faz

em estádios tardios, o que influencia negativamente a sobrevida global dos

pacientes. Maior ênfase deve ser dada à capacitação dos profissionais para o

reconhecimento precoce do câncer e à conscientização da população de risco.

Segundo Matos e Guimarães (2009), a distribuição da incidência e da

mortalidade por câncer é de fundamental importância para o conhecimento

epidemiológico sobre a ocorrência da doença, desde seus aspectos etiológicos

até os fatores prognósticos envolvidos em cada tipo específico de neoplasia

maligna. Esse conhecimento possibilita gerar hipóteses causais e avaliar os

avanços científicos em relação às possibilidades de prevenção e cura, bem como

a resolutividade da atenção à saúde. Diante dos dados de aumento da incidência

e da taxa de mortalidade por câncer de boca no Brasil e dos índices que

demonstram inadequações das ações de prevenção, diagnóstico e tratamento,

buscou-se verificar os conhecimentos, atitudes e práticas da comunidade

atendida pelo PSF de São Sebastião do Umbuzeiro/PB a respeito dessa

neoplasia. O estudo teve como objetivo avaliar o grau de conhecimento dos

usuários quanto aos fatores de risco, formas de prevenção e tratamento e

conseqüências para o paciente acometido pelo câncer de boca. A amostra foi

totalizada em 50 questionários aplicados aos pacientes que estavam realizando

sua primeira consulta odontológica na Unidade de Saúde da Família. Observou-

se que, com relação ao perfil sócio-econômico, 48% dos pacientes são pardos,

72% são do gênero feminino e moram na zona urbana, 40% possuem de um a

quatro anos de estudo concluídos e 46% são agricultores e possuem renda

Page 39: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

38

familiar menor que um salário mínimo. Quanto aos fatores de risco para o câncer

de boca, 37% são fumantes e 50% consomem bebida alcoólica em uma

freqüência menor que três vezes por semana. Sobre o grau de conhecimento a

respeito da doença, 56% consideram possuir conhecimento insuficiente e a quase

totalidade (98%) demonstra interesse em aprender mais. Esse grupo populacional

está submetido a condições precárias de vida e trabalho e não possui um grau de

conhecimento que possibilite a tomada de atitudes e práticas preventivas, mas

encontra-se interessado neste aprendizado.

De acordo com Prado e Passareli (2009), o cirurgião-dentista, em muitos

casos, é o primeiro a suspeitar e diagnosticar o câncer de boca, no entanto

poucos atuam na sua prevenção. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi

selecionar oito itens importantes para que o cirurgião dentista possa orientar

dialogar e educar o paciente quanto ao câncer de boca, além de reconhecê-lo e

diagnosticá-lo precocemente, atuando na prevenção da doença. Dentre esses

itens, o tabaco está associado a 90% dos cânceres de boca, e quando combinado

ao o álcool o risco aumenta de 15 a 20 vezes. O profissional tem a obrigação de

orientar o paciente contra o mal provocado pelo tabagismo e o álcool tanto nos

processos de câncer, como na saúde como um todo. A dieta é outro fator

importante, pois já é sabido que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes e

cereais que são ricos em vitaminas A, C, E e fibras que auxiliam na prevenção do

câncer. Os indivíduos que sofrem exposição solar diariamente também devem

ficar atentos e fazer o uso de filtro solar, pois há evidências que a incidência de

luz solar está associada ao aumento de câncer em lábios. Estimular a higiene e

adequação do meio, com a retirada de agentes irritantes são atitudes importantes.

Estar atento as lesões pré cancerizáveis presentes é de grande importância para

o diagnóstico precoce, assim como estar atento a imunodeficiência apresentada

pelo paciente, principalmente quando associada a outros fatores de risco. Por fim,

ensinar ao paciente o auto-exame, que deve ser feito em frente ao espelho,

observando lesões, feridas, alterações que fujam da normalidade, em lábio,

língua, mucosa jugal, bordas laterais e dorso de língua.

Vidal et al. (2009) verificaram o conhecimento de escolares de ensino

médio e fundamental acerca do câncer de boca, fatores de risco, auto-exame,

prevenção, diagnóstico e tratamento. O estudo foi realizado com 826 alunos de

escolas públicas de ensino médio e fundamental, do Sertão (Arcoverde,Caraíbas,

Page 40: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

39

Venturosa) Pernambuco, Brasil. Após a explicação sobre o projeto, foi aplicado

um questionário prévio, através de entrevista pessoal, realizada pelos

pesquisadores/autores, deste trabalho, nas escolas, e, imediatamente, após a

obtenção dos dados foram desenvolvidas atividades educativas/preventivas de

esclarecimento aos escolares sobre a doença, fatores de risco, de prevenção e

auto-exame e, ao final, foram coletados depoimentos sobre as atividades

realizadas. Foi realizada análise estatística descritiva dos dados. Os escolares

apresentaram um perfil de conhecimento semelhante nos três locais estudados.

Houve predomínio de 55% do sexo feminino, com ensino fundamental incompleto,

idade média de 16 anos. Embora 60% tenham afirmado haver ouvido falar sobre

a doença, não souberam associar corretamente os fatores de risco. Como fatores

de risco, 20% da amostra apontaram o fumo, álcool e o sol. Um percentual de

96% não conhecia o auto-exame e 80% revelaram não saber o que fazer no caso

de identificação de alguma lesão, enquanto 6% disseram que procurariam o

cirurgião dentista. 53% consideraram boa a sua condição de saúde bucal e geral

e 22% declararam estar sob tratamento odontológico. A quase totalidade (99%)

afirmou ter gostado das atividades, ter aprendido sobre os fatores de risco,

adquirido mais conhecimentos, destacaram que passariam a se cuidar mais, que

iriam repassar as informações obtidas e que aprenderam o auto-exame. Os

resultados reafirmaram a necessidade de orientação, educação e prevenção.

Conforme Falcão et al. (2010), o câncer de boca é um problema grave de

saúde pública no Brasil e em muitos países. A maior parte dos casos da doença é

detectada em fase avançada, em indivíduos de baixa renda e economicamente

produtivos, com pouco acesso aos serviços de saúde. Além disso, o tratamento

revela-se de alto custo econômico e social. Em 2006 os autores realizaram um

estudo exploratório no qual foi aplicado um questionário a amostra aleatória de

240 cirurgiões-dentistas de Feira de Santana, Bahia, que constava inicialmente de

37 questões de múltipla escolha e para identificar outros aspectos do perfil

profissional e da conduta clínica dos cirurgiões-dentistas, foram acrescentadas

mais 14 questões. Entre os entrevistados, verificou-se que 62,9% eram mulheres

e 62,9% possuíam de 20 a 37 anos de idade. Dos profissionais entrevistados,

21,1% relataram não investigar a presença de lesões bucais na primeira consulta,

sendo que 69,5% dos profissionais consideraram baixo seu nível de confiança

para realizar procedimentos de diagnóstico de câncer de boca. Apenas 3,7% dos

Page 41: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

40

entrevistados obtiveram o conceito ótimo em relação ao conhecimento. Os

cirurgiões-dentistas de Feira de Santana, Bahia, não apresentaram o

conhecimento mínimo necessário em relação à doença. Essa situação sugere a

necessidade de reformulação do ensino, a fim de capacitar os profissionais ao

diagnóstico precoce e o investimento em políticas públicas saudáveis que

possibilitem a adoção de estratégias de redução da morbimortalidade da doença.

Segundo Pinheiro et al. (2010), o câncer é um desafio para a Saúde

Pública brasileira devido à tendência crescente no número de casos. Dados do

Instituto Nacional de Câncer, em 2010, revelam que o câncer bucal foi o 5º mais

incidente, entre os homens, e o 7º entre as mulheres. Este estudo buscou

caracterizar os conhecimentos e capacidade para diagnóstico dos cirurgiões-

dentistas de Jequié, Bahia, relacionados ao câncer bucal. Para a coleta de dados,

foi utilizado um questionário fechado, com resultados apresentados de forma

descritiva. Dos 53 dentistas que clinicam em Jequié, houve 71,6% (38)

respondentes, com 55,6% apresentando 30 anos ou menos, sendo 63,2% do

sexo masculino. Dos participantes, 42,1% julgaram insatisfatório o ensino de

câncer bucal obtido na graduação, ensino este imprescindível para uma atuação

eficiente, e 94,7% afirmaram ter um importante papel no controle desta doença.

Um percentual de 60,5% julgou ter um bom conhecimento sobre o câncer bucal.

Isto se reafirmou ao perceber que 92,1% e 97,4%, respectivamente, julgaram ser

o álcool e o tabaco fatores de risco para essa doença e 86,8% afirmaram que o

aspecto inicial das lesões é uma úlcera indolor. No entanto, percebeu-se

insegurança na realização de biópsia, uma vez que 39,5% não se sentem

capacitados para tal e 26,3% julgaram-se deficientes neste quesito. O

conhecimento satisfatório sobre câncer bucal referido pelos participantes da

pesquisa mostrou-se inconsistente no tocante ao reconhecimento de alguns

fatores de risco e procedimentos diagnósticos, o que pode implicar numa

deficiência nas ações de prevenção e detecção precoce dessa morbidade.

Segundo Santos (2010) o câncer de boca é uma doença de múltiplas

causas, em que o tabagismo e o etilismo são apontados como principais fatores

etiológicos. O câncer oral é o 6º tipo de câncer mais comum em todo o mundo,

sendo no Brasil o 3º tipo mais comum entre os homens, e o 6º entre as mulheres.

O objetivo deste trabalho é o de avaliar a freqüência de tais hábitos em pacientes

com histórico de câncer na região de boca e orofaringe que foram acompanhados

Page 42: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

41

no Centro de Referência de Lesões Bucais (CRLB) da Universidade Estadual de

Feira de Santana (UEFS), Bahia no período de fevereiro a setembro de 2005.

Este trabalho consiste numa análise retrospectiva em que foram consultados os

prontuários dos pacientes atendidos no período de fevereiro a setembro de 2005

e, naqueles que apresentaram histórico de câncer, tratado ou instalado, os dados

foram colhidos. Mais de 60% dos homens eram etilistas e tabagistas, a proporção

de mulheres que apresentaram a doença sem, contudo, haver associação com

hábitos foi de mais de 30%, superando e muito a encontrada para os homens,

que foi de 8,%. A maioria dos pacientes incluídos no estudo era do sexo

masculino, fumantes e etilistas, sendo que há um maior número de mulheres com

histórico da doença sem experiência com fumo e/ou álcool.

Segundo Santos et al. (2010), o câncer de boca é uma denominação que

inclui várias localizações primárias de tumor, tais como: lábios, mucosa bucal,

gengivas, palato duro, língua e assoalho da boca. Especificamente em relação a

este tipo de câncer destacam-se como fatores de risco a má higiene oral, uma

alimentação pobre em vitaminas e minerais, tabagismo, idade superior a 40 anos,

consumo de bebidas alcoólicas, dentes mal conservados e uso de próteses

dentárias mal-ajustadas. O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento de

professores universitários quanto aos fatores de risco e de proteção relacionados

ao câncer de boca. A amostra foi composta por 50 docentes das áreas de

ciências humanas, exatas e biológicas, na cidade de Brasília/DF, que estavam

atuando nas unidades pesquisadas no período noturno, de agosto a setembro de

2008, e que concordaram em participar do estudo. Foi observado que 80%

responderam corretamente quais as manifestações clínicas relacionadas ao

câncer de boca, mas consideraram como fatores de risco apenas o tabagismo

(90%) e a alimentação (10%). Embora o conhecimento tenha sido considerado

satisfatório (68%) os hábitos de vida declarados pelos docentes não foram

compatíveis com o nível de informação obtido.

Santos Batista e Cangussu (2010) avaliaram os fatores relacionados ao

diagnóstico tardio do câncer de boca no estado de Alagoas. Foi realizado um

estudo prospectivo transversal em 74 pacientes portadores de carcinoma

espinocelular da cavidade bucal diagnosticados em um hospital em Alagoas, no

período de julho de 2007 a setembro de 2008. Foi realizada uma entrevista

semiestruturada, obtendo-se dados sociodemográficos, profissional procurado,

Page 43: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

42

início dos sintomas, encaminhamento e estágio clínico do tumor no momento do

diagnóstico. De acordo com os resultados obtidos neste estudo, os pacientes

procuraram mais o médico que o dentista quando apresentaram uma lesão na

boca, sendo encaminhados pelo dentista sempre em um estágio avançado da

doença. Esse estudo sugere a necessidade de programas de educação

continuada da população e profissionais para a identificação de sintomas

precoces da doença, porém necessita de outras investigações.

Parizi et al. (2011) desenvolveram uma pesquisa onde tiveram como objetivo

avaliar o conhecimento de acadêmicos de Odontologia, Cirurgiões-Dentistas e da

população leiga sobre o câncer de bucal. Foram aplicados questionários em

forma de entrevista para coleta de dados. Os entrevistados foram divididos em

dois grupos: Grupo 1: composto por 40 Cirurgiões-Dentistas e por 40 alunos do

ultimo semestre do curso de Odontologia; e Grupo 2: composto por 300 pessoas

acima de 40 anos, com diferentes graus de instrução, todos em tratamento

odontológico na Clinica de Odontologia da Faculdade de Odontologia de

Presidente Prudente. Esta pesquisa revelou que 91,8% dos profissionais e

acadêmicos de Odontologia responderam corretamente quais os fatores de risco

para o câncer bucal, porém apenas 61% responderam corretamente quais são as

lesões cancerizáveis. Entre os profissionais e acadêmicos de Odontologia, 42%

receberam informação sobre o câncer bucal na faculdade e, 35,5% da população

leiga não tinham informação sobre o câncer de boca, e aqueles que tinham

recebido informações a maioria foi de seu Cirurgião-Dentista particular. Dos

entrevistados, 43,5% não conhecem o auto-exame de boca e apenas 6,3% dos

que conhecem afirmam realizá-lo regularmente. A população não se encontra

bem informada sobre o câncer de boca. O número de indivíduos que realiza o

autoexame é muito pequeno. Os Cirurgiões-Dentistas ainda não apresentam

conhecimentos ideais para difundir os métodos de prevenção e diagnóstico

precoce do câncer de boca. O curso de Odontologia ainda é a principal fonte de

informação sobre o câncer bucal para estudantes e profissionais de Odontologia,

mostrando a responsabilidade das Faculdades de Odontologia na formação do

profissional e conseqüentemente contribuindo para prevenção e diminuição da

morbidade e mortalidade desta neoplasia na população geral.

Schmeling e Perboni (2011) tiveram como objetivo avaliar o nível de

conhecimento dos professores do curso de odontologia, sobre câncer de boca, a

Page 44: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

43

população-alvo foram professores da graduação em Odontologia, da UNIVALI. O

instrumento para coleta de dados foi um questionário auto-aplicável, remetido por

e-mail. Para a determinação do nível de conhecimento foram estabelecidas as

seguintes categorias: nível excelente – 17 a 15 acertos; nível bom – 14 a 12

acertos; nível regular – 11 a 8 acertos; nível insatisfatório – menos de 8 acertos.

Houve o retorno de 37% dos instrumentos. A caracterização sócio-demográfica do

grupo ficou assim distribuída: 52,4% do gênero feminino; 71% com idade superior

a 40 anos; 57% com tempo de formação acadêmica superior a 20 anos. Com

relação ao nível de conhecimento, 66,7% apresentou nível excelente ou bom, no

entanto, apenas 52,4% se auto-avaliou nestes níveis. O tópico que apresentou

maior freqüência de resposta incorreta foi quanto à região anatômica de

predileção do aparecimento de câncer de boca. Concluiu-se que a maioria dos

docentes possui um alto nível de conhecimento sobre aspectos básicos do câncer

de boca, sendo um grupo interessado sobre a prevenção e diagnóstico precoce

do câncer de boca.

Page 45: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

44

REFERÊNCIAS

ANTUNES, A.A. ; TAKANO, J.H. ; QUEIROZ, T.C. ; VIDAL, A.K.L. Perfil epidemiológico do câncer de boca no CEON/ HUOC/ UPE e HCP. Odontol. Clín. Científ., Recife, v.2, n. 3, p. 181-186, set./dez. 2003. ANTUNES, J.L.F.; TOPORCOV, T.N.; WÜNSCH-FILHO, V. Resolutividade da campanha de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de boca em São Paulo, Brasil. Rev. Panam. Salud. Publica, Washington, v. 21, n. 1, p. 30–36, 2007. BIAZEVIC, M.G.H. ; CASTELLANOS, R.A. ; ANTUNES, J.L.F. ; CROSATO, E.M. Tendências de mortalidade por câncer de boca e orofaringe no Município de São Paulo, Brasil, 1980/2002. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 10, p. 2105-2114, out. 2006. BUELVAS, A. R. Câncer Oral: El papel del odontólogo en la detección temprana y control. Rev. Fac. Odontol. Univ. Antioq., Medelin, v. 21, n. 1, p. 112-121, 2009. CAMPOS, J.L.G.; CHAGAS, J.F.S.; MAGNA, L.A. Fatores de atraso no diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço e sua relação com sobrevida e qualidade de vida. Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, São Paulo, v.36, n. 2, p. 65 – 68, abr./ maio / jun. 2007. CARRARD, V.C. PIRES, A.S. ; PAIVA, R.L ; CHAVES, A.C.M. ; SANT’ANNA FILHO, M. Álcool e câncer bucal: considerações sobre os mecanismos relacionados. Rev. Bras. de Cancerol., Porto Alegre, v. 54, n. 1, p. 49-56, 2008. CHAVES, I.P. Avaliação de conhecimentos e atitudes dos Cirurgiões Dentistas em relação ao diagnóstico do câncer de boca: Um estudo em Porto Velho – Ro. 58f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, 2008. CIMARDI, A.C.B.S. Câncer de Boca: conhecimento e prática dos cirurgiões-dentistas do estado de Santa Catarina. 111 f. Tese (Doutorado) – Programa de Doutorado em Odontologia/Odontologia em Saúde Coletiva, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009. CIMARDI, A.C.B.S.; FERNANDES, A.P.S. Câncer de boca – a prática e a realidade clínica dos cirurgiões – dentistas de Santa Catarina. RFO UPF, Passo Fundo, v. 14, n. 2, p. 99-104, maio/ago. 2009. COSTA, E. G.; MIGLIORATI, C. A. CÂNCER DE BOCA: avaliação do tempo decorrente entre a detecção da lesão e o início do tratamento. Rev. Bras. Cancerol., Rio de Janeiro, v.47, n. 3, p. 283-89, 2001. DAHER, G.C.A.; PEREIRA, G.A.; OLIVEIRA, A.C.D. Características epidemiológicas de casos de câncer de boca registrados em hospital de Uberaba no período 1999-2003. Rev Bras Epidemiol., São Paulo, v.11, n. 4, p. 584-96, 2008.

DEDIVITS, R.A. FRANÇA, C.M.; MAFRA, A.C.B.; GUIMARÃES, F.T.; GUIMARÃES, A.V. Características clínicas e epidemiológicas no carcinoma espinocelular de boca e células escamosas do carcinoma de orofaringe. Rev Bras Otorrinolaringol., São Paulo, v.70, n.1, p. 35-40, jan./fev. 2004.

Page 46: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

45

DIB, L.L.; SOUZA, R.S.; TORTAMANO, N. Avaliação do conhecimento sobre câncer de boca entre alunos de Odontologia, em diferentes unidades da Universidade Paulista. Rev. inst. ciênc. saúde, São Paulo, v. 23, n. 4, p. 287-295, out./dez. 2005. FALCÃO, M.M.L. ; ALVES, T.D.B. ; FREITAS, V.S. ; COELHO, T.C.B. Conhecimento dos cirurgiões-dentistas em relação ao câncer de boca. RGO(Porto Alegre), Porto Alegre, v. 58, n.1, p. 27-33, jan./mar. 2010.

HONORATO, J.; CAMISASCA, D.R.; SILVA, L.E.; DIAS, F.L.; FARIA, P.A.S.; LOURENÇO, S.Q.C. Análise de sobrevida global em pacientes diagnosticados com carcinoma de células escamosas de boca no INCA no ano de 1999. Rev Bras Epidemiol., São Paulo, v.12, n. 1, p. 69-81, 2009.

LIMA, A.A.S. ; FRANÇA, B.H.S. ; IGNÁCIO, S.A. ; BAIONI, C.S. Conhecimento de alunos universitários sobre câncer de boca. Rev. bras.cancerol., Rio de Janeiro, v.51, n. 4, p.283-288, ago.2005.

MARTINS, M.A.T. ; MARQUES, F.G.O.A.de. ; PAVESI, V.C.S. ; ROMÃO, M.M.A. ; LASCALA, C.A. ; MARTINS, M.D. Avaliação do conhecimento sobre o câncer de boca entre os universitários. Rev. bras. cir. cabeça pescoço, São Paulo, v.37, n.4, p.191-197, out./nov./dez. 2008. MATOS, F.C.M.; GUIMARÃES, T.M.R. Conhecimentos, atitudes e práticas sobre câncer de boca da comunidade atendida pelo PSF de São Sebastião do Umbuzeiro/PB. Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, São Paulo, v.38, n. 1, p.10 -14, jan. / fev. / mar. 2009. MATOS, I.B.; ARAÚJO, L.A. Práticas acadêmicas, cirurgiões-dentistas, população e câncer de boca. Rev. ABENO, Brasília, v. 3, n. 1, p. 76-81, 2001. MORAIS, T.M.N. Câncer de boca: avaliação do conhecimento dos cirurgiões-dentistas quanto aos fatores de risco e procedimentos de diagnóstico. 107f. Dissertação (Mestrado)- Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.

OLIVEIRA, L.R.; SILVA, A.R.; ZUCOLOTO, S. Perfil da incidência e da sobrevida de pacientes com carcinoma epidermóide oral em uma população brasileira. J Bras Patol Med Lab., Rio de Janeiro, v. 42, n. 5, p. 385-392. Out. 2006.

PARIZI, J.L.S.; CASTRO, S.D.; PONGA, C.M.Q.; PARIZI, A.G.M. Conhecimento de acadêmicos de Odontologia, Cirurgiões-Dentistas e população geral sobre o câncer bucal. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent., São Paulo, v. 65, n. 1, p. 66-70, 2011. PINHEIRO, S.M.S.; CARDOSO, J.P.; PRADO, F.O. Conhecimentos e Diagnóstico em Câncer Bucal entre Profissionais de Odontologia de Jequié, Bahia. Rev. Bras. Cancerol.,Rio de Janeiro, v. 56, n. 2, p. 195-205, 2010.

PRADO, B.N.; PASSARELLI, D.H.C. Uma nova visão sobre prevenção do câncer de boca no consultório odontológico. Rev. odontol. UNICID, São Paulo, v. 21, n. 1, p. 79-85, jan./abr. 2009.

Page 47: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

46

PRIETO, L.; SILVA, O.M.P..; ACCIOLY JR, H.; OLIVEIRA, E.F.de.; BLACHMAN, I.T. A representação social do câncer de boca para os profissionais de saúde e seus pacientes. Rev. odontol. UNESP, Marília, v.34, n.4, p. 185-191, 2005. QUIRINO, M.R.S.; GOMES, F.C..; MARCONDES, M.S.de.; BALDUCCI, I.; ANBINDER, A.L. Avaliação do conhecimento sobre o câncer de boca entre pacientes de campanha para prevenção e diagnóstico precoce da doença em Taubaté. Rev. Odontol. UNESP, Marília, v. 35, n.4, p. 327-333, 2006. RAMOS, A.P.S.; EMMERICH, A.; ZANDONADE, E. Conhecimentos dos acadêmicos de Odontologia sobre o câncer de boca. Rev Odontol UFES, Vitória, v.7, n.1, p. 30-38, jan./abr. 2005. RIBEIRO, R. MARTINS, M.A.T.; FERNANDES, K.P.S.; BUSSADORI, S.K.; MIYAGI, S.P.H.; MARTINS,.M.D. Avaliação do nível de conhecimento de uma população envolvendo câncer oral. ROBRAC, Goiânia, v. 17, n. 44, p. 104-109, 2008. SANTOS, L.A..; MOREIRA, T.M.O.; REIS, P.E.D..; FUNGHETTO, S.S.; GOMES, I.P. Evaluation of universities professors on oral cancer prevention. Rev. Enferm.,Brasília, v. 4, n. 2, p. 764-770, 2010. SANTOS, L.C.O.; BATISTA, O.M.; CANGUSSU, M.C. Characterization of oral câncer diagnostic delay in the state of Alagoas. Braz. j. otorhinolaryngol., São Paulo, v. 76, n. 4, p. 416-422, 2010. SCHMELING, E.O.; PERBONI, N.K. Nível de conhecimento dos professores do curso de Odontologia da Univali sobre câncer de boca. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Curso de Odontologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2011. SPANEMBERG, J.C. ; ARAÚJO, L.M.A. ; CEBALLOS-SALOBREÑA, A. ; RODRÍGUEZ-ARCHILLA, A. Conhecimento e atitudes da população em relação às doenças bucais: uma experiência espanhola. Dissertação (Mestrado) – Curso de Odontologia, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2008. VASCONSELOS, E.M. Comportamento dos cirurgiões-dentistas das Unidades Básicas de Saúde do município de São Paulo quanto à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de boca. 100f. Dissertação-Mestrado (Pós-Graduação) – Curso de Odontologia, Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. VIDAL, A.K.L.; TENÓRIO, A.P.S.; BRITO, B.H.G.; OLIVEIRA, T.B.T..; PESSOA, D.I. Conhecimento de Escolares do Sertão Pernambucano sobre o Câncer de boca. Pesq. Bras. Odontoped. Clin. Integr., João Pessoa, v. 9, n.3, p. 283-288, set./dez. 2009.

Page 48: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

47

APÊNDICE – Instrumento de Coleta de Dados Parte I: Caracterização do sujeito

1. Idade: _____ 2.Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Período: _____

Parte II: conhecimento sobre câncer de boca

1. Qual é o tipo de câncer mais comum da boca? ( )Linfoma ( )Carcinoma Epidermóide ( )Sarcoma de Kaposi ( )Ameloblastoma ( )Adenocarcinoma de Glândula Salivar ( ) Não sei

2. Qual é a região anatômica mais freqüente para o câncer de boca? ( )Língua ( )Soalho de boca ( )Gengiva ( )Palato ( )Mucosa jugal ( )Lábio ( )Não sei

3. Dentre os citados, qual o aspecto mais comum em pacientes com câncer de boca inicial? ( )Salivação abundante ( )Úlcera indolor ( )Nódulo duro ( )Dor intensa ( )Não sei

4. Qual é a faixa etária mais comum para a ocorrência de câncer de boca? ( )Menos de 18 anos ( )18 a 39 anos ( )Acima de 40 anos ( )Não sei

5. O linfonodo mais característico em metástases cervicais em câncer de boca, quando palpado apresenta-se: ( )Duro, dolorido, com mobilidade ( )Duro, sem dor, com mobilidade ou não ( )Mole, dolorido, com mobilidade ( )Mole, sem dor, com mobilidade ou não ( )Não sei

6. Das seguintes condições, qual a mais comumente associada com o câncer de boca? ( )Leucoplasia ( )Pênfigo Vulgar ( )Estomatite ( )Candidíase ( )Língua Geográfica ( )Não sei

7. Nas próximas alternativas assinale as que você considera a condição

apresentada como fator de risco para câncer de boca: Uso de drogas injetáveis ( )Sim ( )Não Ter apresentado outro câncer previamente ( )Sim ( )Não Consumo de álcool ( )Sim ( )Não Consumo de tabaco ( )Sim ( )Não

História familiar de câncer ( )Sim ( )Não Consumo de comidas condimentadas ( )Sim ( )Não Higiene oral deficiente ( )Sim ( )Não Contágio direto ( )Sim ( )Não Exposição solar ( )Sim ( )Não Bebidas e comidas quentes ( )Sim ( )Não Obesidade ( )Sim ( )Não

Page 49: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Samira Trentini, Vanessa Moraes.pdf · odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes

48

Parte III: Atitudes

1. Qual é o seu nível de confiança para realizar procedimentos de diagnóstico para câncer de boca? ( )Alto ( )Baixo ( )Não sei

2. Você sente necessidade em assistir a um curso de educação continuada sobre câncer de boca no futuro? ( )Sim ( )Não ( )Não tenho certeza

3. Em sua opinião, qual a importância do cirurgião-dentista na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de boca? ( )Alta ( )Média ( )Regular ( )Baixa ( )Não sei

4. Com relação ao seu nível de conhecimento sobre câncer de boca, qual é sua auto-avaliação? ( )Ótimo ( )Bom ( )Regular ( )Insuficiente