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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA
SAMIRA TRENTINI
VANESSA DE MORAES
CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO CURSO DE
ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ SOBRE
CÂNCER DE BOCA
Itajaí, (SC) 2011.
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SAMIRA TRENTINI
VANESSA DE MORAES
CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO CURSO DE
ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ SOBRE
CÂNCER DE BOCA
Itajaí, (SC) 2011.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção de título de cirurgião-dentista, junto ao Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí. Orientadoras: Profª. Christine Kalvelage Philippi Profª Elisabete Rabaldo Bottan
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SAMIRA TRENTINI
VANESSA DE MORAES
CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO CURSO DE
ODONTOLOGIA DA UNIVALI SOBRE CÂNCER DE BOCA
O Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista, Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí, ao dia 21 do mês de setembro do ano de dois mil e onze, foi considerado aprovado pela Banca Avaliadora.
Profª Christine Kalvelage Philippi (Presidente)___________________________
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
Profa. Elisabete Rabaldo Bottan ______________________________________
Profº Mário Uriarte Neto ____________________________________________
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
Prof. Francisco Carlos Seeberg Aranha ________________________________
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
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DEDICATÓRIA
A todos os pacientes que podem ser beneficiados com a prática do
diagnóstico precoce do câncer de boca e aos futuros cirurgiões-dentistas,
mostrando a importância da realização de exames minuciosos e melhor preparo
para atuação no âmbito da prevenção do câncer de boca.
Que esta pesquisa possa, de alguma maneira, ajudar a Odontologia a
cumprir seu papel e melhorar a qualidade de vida de muitos pacientes acometidos
por essa patologia.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, que através da força do seu espírito, me fez superar as
dificuldades encontradas no caminho. E consegui mais uma conquista ao concluir
este trabalho, acrescentando, assim, ainda mais a paixão por viver.
Ao meu pai, José Sergio, por todo amor e dedicação que sempre teve
comigo, homem pelo qual tenho o maior orgulho de chamar de pai, meu eterno
agradecimento por ter me apoiado e por me fazer acreditar que nada é
impossível.
A minha mãe, Ires Ana, por ser tão dedicada e amiga, por acreditar na
minha capacidade. Obrigada pelas palavras que você sempre me procurou dizer
que acabavam me incentivando e não me deixando desistir do meu sonho.
Aos meus irmãos, Lyara e Ulissis, pelo carinho e atenção que sempre
tiveram comigo, pelas recepções calorosas quando estava cheia de saudades.
Em especial, agradeço minha irmã Lyara por ter sido tão dedicada em meu futuro,
sempre me apoiando em todos os momentos e por todos os conselhos.
Ao Rodrigo, por ter sonhado junto os meus sonhos, por me fazer sorrir nas
horas tristes, pelos abraços apertados e por estar sempre ao meu lado me
apoiando em qualquer momento.
A todos da minha família, meu eterno amor e agradecimento.
A Vanessa, minha amiga, companheira e dupla eterna, agradeço pela
verdadeira amizade que construímos, pela dedicação e por ter a oportunidade de
dividir com você mais um objetivo alcançado.
A Prof.ª Christine Kalvelage Philippi pelo incentivo, carinho e atenção que
nos proporcionou. Sou eternamente grata por ter tido a oportunidade de ser sua
aluna, por ter recebido tanto conhecimento e profissionalismo de uma pessoa que
tenho como exemplo.
A nossa orientadora, Profª. Elisabete Rabaldo Bottan, por ter nos acolhido
com muita dedicação, carinho, compreensão, paciência na concretização deste
trabalho e, principalmente, pela sua amizade que sempre estará presente em meu
coração, meu eterno carinho e agradecimento.
Samira Trentini
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A Deus, por ter me guiado por este caminho que hoje me traz tanta alegria,
satisfação e por iluminar minha vida.
Aos meus pais, Marco Antônio e Eloá, que me criaram, educaram e
possibilitaram minha formação profissional. Que me indicaram o caminho certo
me incentivaram a sempre seguir em frente, que me mostraram, por meio de seus
exemplos pessoais, o valor da vida. A eles, meu amor e gratidão eternos.
Ao meu irmão, Marcus, amigo de todas as horas, por ser exatamente como
é e me mostrar que nada é impossível quando temos um objetivo, toda minha
admiração e carinho.
Ao meu amor, Lourenço, pelo bem que me faz, por sua imensa capacidade
de me fortalecer e de me ajudar, pela paciência, por torcer por mim e me
incentivar a ir sempre adiante, todo meu amor e carinho.
À minha colega e amiga Samira, por compartilhar essa caminhada, pela
troca de conhecimentos e pelos inúmeros momentos bons que passamos juntas,
uma amiga que levarei por toda minha vida.
À Prof.ª Christine Kalvelage Philippi, que nos passou seus conhecimentos,
nos ensinou a ver a Odontologia com simplicidade, mostrando que procedimentos
odontológicos básicos são suficientes para trazer grandes benefícios na qualidade
de vida do ser humano.
E, especialmente, à nossa orientadora, Profª. Elisabete Rabaldo Bottan,
que nos acolheu no momento em que precisamos, pelos ensinamentos, pela
paciência e, principalmente, pela sua amizade. Um exemplo de ser humano,
sempre guardarei em meu coração.
Vanessa de Moraes
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CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVALI
SOBRE CÂNCER DE BOCA.
Acadêmicas: Vanessa MORAES; Samira TRENTINI
Orientadoras: Chrstine Kalvelage PHILIPPI CK; Elisabete Rabaldo BOTTAN
Defesa: setembro 2011
Resumo
O conhecimento sobre câncer de boca é fundamental para prevenção e diagnóstico, possibilitando uma reversão do quadro epidemiológico da doença. Esta pesquisa teve por objetivo avaliar o nível de conhecimento dos alunos do curso de Odontologia da UNIVALI sobre câncer de boca. O estudo descritivo ocorreu mediante levantamento de dados primários. A população-alvo foi formada pelos estudantes do curso de Odontologia da UNIVALI, matriculados no 1º, 2º, 7º, 8º e 9º períodos, no segundo semestre de 2010, foram excluídos os alunos do 3º, 4º, 5º e 6º períodos, por estarem matriculados em disciplinas que abordam diretamente a temática. O instrumento para coleta de dados foi um questionário auto-aplicável, com perguntas do tipo fechado. Os dados foram organizados segundo o período de matrícula, mediante cálculo de freqüência relativa. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVALI sob nº 299/10a. O grupo pesquisado ficou constituído por um total de 119 sujeitos, o que representa 61,34% da população-alvo. O grupo de acadêmicos de períodos iniciais obteve uma frequência de acertos inferior a 50% em cinco dos sete itens questionados. Entre os acadêmicos de períodos finais, em seis das sete questões os índices de acertos foram superiores a 70%. O grupo dos períodos finais apresentou insatisfatório desempenho somente no item sobre região anatômica da cavidade bucal de maior acometimento. Concluiu-se que os alunos de períodos iniciais mostram-se inseguros e desconhecem informações fundamentais sobre a temática, pois, ainda, não tiveram contato com estes conteúdos específicos. No entanto, os alunos dos períodos finais quanto aos aspectos teóricos demonstraram um acúmulo de conhecimentos sobre a temática câncer de boca.
Palavras-chave: Câncer de Boca; Conhecimento; Recursos Humanos.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 08
2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................... 22
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 45
APÊNDICE – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS............................. 48
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ARTIGO A SER SUBMETIDO À PUBLICAÇÃO
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CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVALI
SOBRE CÂNCER DE BOCA.
KNOWLEDGE OF THE PUPILS OF THE DENTISTRY COURSE OF UNIVALI
ABOUT MOUTH NEOPLASMS.
Vanessa MORAES
Acadêmica do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí
Samira TRENTINI
Acadêmica do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí
Christine Kalvelage PHILIPPI
Cirurgião-dentista, Professora do Curso de Odontologia da Universidade do Vale
do Itajaí. Integrante do Grupo de Pesquisa Atenção à saúde Individual e Coletiva
em Odontologia.
Elisabete Rabaldo BOTTAN
Bióloga, Professora do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.
Integrante do Grupo de Pesquisa Atenção à saúde Individual e Coletiva em
Odontologia.
Resumo
O conhecimento sobre câncer de boca é fundamental para prevenção e diagnóstico, possibilitando uma reversão do quadro epidemiológico da doença. Esta pesquisa teve por objetivo avaliar o nível de conhecimento dos alunos do curso de Odontologia da UNIVALI sobre câncer de boca. O estudo descritivo ocorreu mediante levantamento de dados primários. A população-alvo foi formada pelos estudantes do curso de Odontologia da UNIVALI, matriculados no 1º, 2º, 7º, 8º e 9º períodos, no segundo semestre de 2010, foram excluídos os alunos do 3º, 4º, 5º e 6º períodos, por estarem matriculados em disciplinas que abordam diretamente a temática. O instrumento para coleta de dados foi um questionário auto-aplicável, com perguntas do tipo fechado. Os dados foram organizados segundo o período de matrícula, mediante cálculo de freqüência relativa. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVALI sob nº 299/10a. O grupo pesquisado ficou constituído por um total de 119 sujeitos, o que representa 61,34% da população-alvo. O grupo de acadêmicos de períodos iniciais obteve uma frequência de acertos inferior a 50% em cinco dos sete itens
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questionados. Entre os acadêmicos de períodos finais, em seis das sete questões os índices de acertos foram superiores a 70%. O grupo dos períodos finais apresentou insatisfatório desempenho somente no item sobre região anatômica da cavidade bucal de maior acometimento. Concluiu-se que os alunos de períodos iniciais mostram-se inseguros e desconhecem informações fundamentais sobre a temática, pois, ainda, não tiveram contato com estes conteúdos específicos. No entanto, os alunos dos períodos finais quanto aos aspectos teóricos demonstraram um acúmulo de conhecimentos sobre a temática câncer de boca.
Palavras-chave: Câncer de Boca; Conhecimento; Recursos Humanos. Introdução
O câncer de boca é uma doença crônica multifatorial, resultante da
interação dos fatores etiológicos relacionados ao controle da proliferação e
crescimento celular. (LIMA et al., 2005; RAMOS et al., 2005; CHAVES, 2008;
CIMARDI; FERNANDES, 2010). É considerado como um problema grave de
saúde pública no Brasil e em muitos países. A maior parte dos casos da doença é
detectada em fase avançada, em indivíduos de baixa renda, economicamente
produtivos e com pouco acesso aos serviços de saúde. (QUIRINO et al., 2006;
VASCONCELOS, 2006; MARTINS et al., 2008; FALCÃO et al., 2010; PINHEIRO
et al., 2010). O câncer de boca, geralmente, é assintomático nos seus estágios
iniciais, podendo mimetizar condições benignas comuns da boca. (LIMA et al.,
2005; PRIETO et al., 2005). As informações dos registros hospitalares brasileiros
mostram que a maioria dos indivíduos com câncer bucal chega aos hospitais em
estágio avançado da doença, o que resulta em tratamentos longos e prognósticos
desfavoráveis, uma vez que esta doença pode levar à invalidez, deformidades e a
morte. (CIMARDI; FERNANDES, 2010; FALCÃO et al., 2010; SANTOS, L.C.O. et
al., 2010). A prevenção dessa doença está intimamente relacionada ao
diagnóstico precoce e à mudança de comportamento do indivíduo, como medidas
de abandono do uso de tabaco e bebidas alcoólicas, principalmente. O cirurgião-
dentista é o elo inicial na detecção de lesões orais, uma vez que é de sua
competência o exame minucioso da cavidade bucal. A inspeção de todas as
estruturas bucais, aliada à palpação de linfonodos da região de cabeça e
pescoço, representa um recurso semiotécnico de importância indiscutível na
exploração de lesões que podem acometer a boca. (VASCONCELOS, 2006;
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CIMARDI; FERNANDES, 2010; MARTINS et al., 2008; FALCÃO et al., 2010;
PINHEIRO et al., 2010).
Considerando-se a importância da temática em relação à prevenção de
doença e, tendo em vista, o papel do cirurgião-dentista neste contexto,
propusemos a realização desta pesquisa com o objetivo de avaliar o nível de
conhecimento dos alunos do curso de Odontologia da UNIVALI sobre o câncer de
boca. Acredita-se que um trabalho desta natureza pode motivar os futuros
profissionais quanto à necessidade de estarem, constantemente, se atualizando e
aprimorando conhecimentos que permitam diagnósticos precisos e ações
concretas para a redução dos índices de câncer de boca.
Materiais e métodos
Este estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa descritiva, transversal,
através da análise de dados primários.
A população deste estudo foi constituída pelos alunos do curso de
Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí, que estavam matriculados no 1º,
2º, 7º, 8º e 9º períodos, no segundo semestre de 2010, cujo número aproximado,
segundo informações da Coordenação do Curso, era de 150 acadêmicos. Foram
excluídos os alunos do 3º, 4º, 5º e 6º períodos, por estarem matriculados em
disciplinas que abordam diretamente a temática de câncer de boca. A amostra foi
do tipo não probabilístico, sendo obtida por conveniência.
Para aplicação do instrumento de coleta de dados, os sujeitos foram
abordados, em sala de aula, pelos pesquisadores, quando lhes explicou os
objetivos e procedimentos de pesquisa. Após, foram convidados a participarem e
àqueles que aceitaram o convite por livre e espontânea vontade foi-lhes solicitado
a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
O instrumento de coleta de dados foi um questionário auto-aplicável,
estruturado em 03 partes. Na primeira parte, constavam três perguntas abertas
sobre a caracterização do pesquisado; na segunda parte, haviam sete perguntas
fechadas referentes ao conhecimento sobre o câncer de boca, quando foram
abordados aspectos sobre: fatores de risco, características e diagnóstico
relacionados ao câncer de boca. E, a terceira parte apresentava quatro perguntas
enfocando atitudes quanto aos processos de autocapacitação e de nível de
importância sobre a temática.
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Para a determinação do nível de conhecimento (parte dois do
questionário), foram adotados os seguintes escores:
• Às questões de 1 a 6 foi atribuído 1,0 ponto para a alternativa correta;
• À questão 7 foi atribuído um total de 4,0 pontos, sendo que para cada
alternativa correta foi computado 0,363 pontos.
A partir do somatório destes escores foi definido o nível de conhecimento
conforme a escala a seguir:
• Nível Excelente - para os que obtiverem um total entre 10,0 e 9,0 pontos.
• Nível Satisfatório - para os que obtiverem um total entre 8,9 e 7,0 pontos.
• Nível Regular - para os que obtiverem um total entre 6,9 e 6,0 pontos.
• Nível Insatisfatório - para os que obtiverem um total inferior a 6,0 pontos.
Os dados obtidos foram organizados e tabulados com a ajuda do software
Excel for Windows. Após, foi calculada a frequência relativa das respostas
emitidas sobre cada questão, segundo o período em que os sujeitos estavam
matriculados.
O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da UNIVALI sob o nº 299/10a.
Resultados O grupo pesquisado ficou constituído por um total de 119 sujeitos, o que
representa 61,34% da população-alvo. A maioria (72%) era do gênero feminino;
quanto à faixa etária, a variação foi de 17 a 31 anos; a predominância foi de 17 a
22 anos, com uma frequência de 74%.
Quanto ao nível de confiança para realização de diagnóstico de câncer de
boca, observou-se que a maioria, tanto dos acadêmicos de períodos iniciais (1º e
2º períodos) como dos períodos finais (7º, 8º, 9º períodos), se considera com
baixo nível de confiança (Gráfico1).
13
15,4
51,9
32,7
18,3
68,3
13,3
0
20
40
60
80
Alto Baixo Não sei
1º e 2º Períodos 7º ao 9º Períodos%
Gráfico 1: Distribuição da frequência relativa das categorias de respostas à questão sobre o nível de confiança para realizar diagnóstico de câncer de boca.
Em relação à auto-avaliação sobre o nível de conhecimento da temática
câncer de boca, encontraram-se comportamentos diferenciados entre os grupos
(Gráfico 2).
4,2 8,3 12,5
75,0
3,3
46,738,3
11,7
0
20
40
60
80
Ótimo Bom Regular Insuficiente
1º e 2º Períodos 7º ao 9º Períodos%
Gráfico 2: Distribuição da frequência relativa das categorias de respostas à questão sobre auto-avaliação do nível de conhecimento.
Sobre a necessidade de participar de cursos de educação continuada, a
maioria dos acadêmicos respondeu de modo afirmativo (Gráfico 3).
78,8
1,9
19,2
89,5
5,3 5,3
0
20
40
60
80
100
Sim Não Não tem certeza
1º e 2º Períodos 7º ao 9º Períodos%
Gráfico 3: Distribuição da frequência relativa das categorias de respostas à questão sobre necessidade de participar de cursos de educação continuada.
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Quando questionados sobre a importância do Cirurgião-Dentista na
prevenção e no diagnóstico precoce de câncer de boca, a grande maioria
destacou como de alta importância (84,6%, para períodos iniciais; 98,3% para
períodos finais).
No campo referente ao domínio cognitivo, identificou-se uma média de
acertos de, apenas, 25% para os períodos iniciais e de 75% para os períodos
finais. O grupo de acadêmicos de períodos iniciais obteve uma frequência de
acertos inferior a 50% em cinco dos sete itens questionados. Entre os acadêmicos
de períodos finais, em seis das sete questões os índices de acertos foram
superiores a 70%. O quadro 1 demonstra as frequências de acertos para cada
questão do domínio cognitivo.
Quadro 1: Frequência das respostas dos alunos em relação às questões do domínio cognitivo, segundo os períodos de matrícula.
Resposta correta
(%)
Resposta
incorreta (%)
QUESTÃO
Períodos
Iniciais
Períodos
Finais
Períodos
Iniciais
Períodos
Finais
Tipo de câncer de boca mais comum. 0 90,5 100 9,5
Região anatômica mais acometida pelo câncer de boca.
13,2 25,4 86,8 74,6
Evidência clínica inicial indicativa de câncer de boca.
22,6 87,3 77,4 12,7
Faixa etária mais atingida pelo câncer de boca.
60,4 85,7 39,6 14,3
Características clínicas do linfonodo em metástase, evidenciadas pela palpação.
15,1 71,4 84,9 28,6
Lesões associadas ao câncer de boca. 5,7 90,2 94,3 9,8
Fatores risco para câncer de boca. 60 72 40 28
Média 25 75 75 25
15
77,6
40,8
79,4
92,196,8
92,1 92,1
66,7
53,7
68,9 68,9
42,9
36,5
14,1
0
20
40
60
80
100
Cons. tabaco
Hig. oral defic.
Expos. solar
Obesidade
P. Iniciais P.Finais
Gráfico 4: Frequência relativa das categorias indicadoras das respostas certas sobre fatores de risco para o câncer de boca.
100
0 0 0
27,017,5
52,5
3,0
0
20
40
60
80
100
Insatisfatório Regular Satisfatório Excelente
1º e 2º Períodos 7º ao 9º Períodos%
Gráfico 5: Frequência relativa das respostas indicadoras do nível de conhecimento dos acadêmicos sobre o câncer de boca. Discussão
Diariamente, a luta contra o câncer vem aumentando e não pode ser
diferente no consultório odontológico. Esta temática é de fundamental importância
para o cirurgião-dentista, pois a manifestação inicial da doença raramente é
diagnosticada. Infelizmente, cerca de 60% a 80% das lesões são identificadas em
estágio avançado, reduzindo, assim, a sobrevida do paciente cai para 18%
(CIMARDI; FERNANDES, 2010; FALCÃO et al., 2010). Alguns dos fatores que
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podem estar associados ao problema e justificar um percentual tão alto de
diagnóstico tardio são a formação profissional deficiente nesta área e a falta de
conhecimento da população sobre a doença (MARTINS et al., 2008; FALCÃO et
al., 2010). Desta forma, esta pesquisa objetivou avaliar o nível de conhecimento
dos alunos do curso de Odontologia da UNIVALI sobre câncer bucal, para se
obter dados concretos sobre capacitação destes futuros profissionais.
Neste sentido, observou-se que 50% dos alunos dos períodos finais (7º, 8º,
9º períodos) avaliaram como ótimo ou bom seu nível de conhecimento teórico,
esses achados corroboram com aqueles encontrados por Dib et al. (2005),
Martins et al. (2008) e Pinheiro et al.(2010) que observaram que os alunos dos
períodos finais demonstram um nível de autoconfiança maior em relação aos
alunos dos períodos iniciais. Contrapondo-se com a pesquisa de Lima et al. em
que 63% dos acadêmicos entrevistados sentiam-se pouco confiantes na detecção
do câncer de boca.
A maioria dos pesquisados (84,6%, para períodos iniciais; 98,3% para
períodos finais) reconheceu a importância do cirurgião-dentista na prevenção do
câncer de boca e relatou a necessidade de frequentar cursos de educação
continuada sobre o assunto, o que sugere que os alunos se interessam pela
temática e apresentam desejo em melhorar seu conhecimento. Este achado vem
ao encontro com a literatura revisada (MARTINS et al., 2008; RIBEIRO et al.,
2008; CIMARDI; FERNANDES, 2010; FALCÃO et al., 2010; PINHEIRO et al.,
2010).
Quando questionados em relação ao tipo de câncer mais comum, um alto
percentual dos alunos dos períodos finais (90,5%) soube informar que o
carcinoma epidermóide é o câncer mais comum da boca, porém os alunos dos
períodos iniciais não acertaram esta questão, reforçando as afirmações efetuadas
por outros pesquisadores (MARTINS et al., 2008; CIMARDI; FERNANDES, 2010;
FALCÃO et al., 2010).
Sobre a região anatômica mais acometida pelo câncer de boca, a opção
correta que é a língua, foi apontada por somente 13,2% dos alunos dos períodos
iniciais e 25,4% dos alunos dos períodos finais, sendo o item que obteve a mais
baixa freqüência de acerto. O lábio foi a região mais citada pelos entrevistados,
provavelmente, a resposta do grupo deva-se à associação entre exposição solar e
aparecimento de lesões malignas apresentadas em lábio (BIAZEVIC et al., 2006;
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DAHER et al., 2008; CIMARDI; FERNANDES, 2010; FALCÃO et al., 2010;
SCHMELING; PERBONI, 2011).
Quanto ao aspecto mais comum do câncer de boca, a maioria dos alunos
dos períodos iniciais (22,6%) respondeu incorretamente a esta questão, sendo
que os alunos dos períodos finais (87,3%) responderam corretamente ser úlcera
indolor, visto que o câncer bucal em sua fase inicial é assintomático, na maioria
das vezes não é percebido pelo indivíduo e se o profissional que deveria estar
apto a identificá-lo desconhece a sua manifestação inicial, o diagnóstico precoce
não poderá ser realizado (MATOS e ARAÚJO, 2001; PRADO e PASSARELI
2009; FALCÃO et al., 2010; PINHEIRO et al., 2010).
Em relação à faixa etária de maior ocorrência do câncer de boca, 60,4%
dos alunos dos períodos iniciais e 85,7% dos períodos finais responderam
corretamente, ou seja, acima de 40 anos, o que corresponde às informações
contidas na literatura (MORAIS, 2003; PRADO e PASSARELI, 2009; SANTOS,
L.C.O. et al., 2010; SCHMELING e PERBONI, 2011).
Sobre a forma como os linfonodos se apresentam em metástases cervicais
no câncer de boca quando palpados, a maioria dos alunos dos períodos iniciais
(84,9%) respondeu incorretamente. Nos períodos finais, a maioria (71,4%) soube
informar que eles se apresentam com as seguintes características: duros, sem
dor, com mobilidade ou não. Estes achados se assemelham àqueles citados em
outros estudos (CIMARDI; FERNANDES, 2010).
Em relação à condição mais comumente associada ao câncer de boca,
apenas 5,7% dos alunos dos períodos iniciais respondeu de forma correta
apontando a leucoplasia; o índice de acerto aumenta à medida que os alunos vão
recebendo informações teóricas e práticas no decorrer do curso de graduação,
sendo 90,2% de acerto dos alunos dos períodos finais. É conhecido que o risco
de desenvolvimento de câncer em tecidos moles numa área leucoplásica é cinco
vezes maior que em áreas onde não se encontram leucoplasia.
Dentre os hábitos bucais, o tabagismo e o alcoolismo têm sido
freqüentemente documentados como sendo os principais fatores de risco no
desenvolvimento de novos cânceres bucais, agindo de forma sinérgica e
aumentando a incidência. (ANTUNES, 2007; CHAVES, 2008; CIMARDI;
FERNANDES, 2010; MARTINS et al., 2008; SANTOS, L.A.S. et al., 2010).
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A maioria dos alunos dos períodos finais apontou álcool, tabaco e
exposição solar como sendo os principais fatores de risco; sem dúvida, estes
fatores desencadeadores são os mais frequentemente associados ao
aparecimento do câncer de boca e são amplamente divulgados pela mídia, porém
é preocupante que o fator higiene oral deficiente tenha sido pouco citado uma vez
que este fator está diretamente relacionado à Odontologia. No entanto, os alunos
dos períodos iniciais citaram mais o fator higiene oral deficiente do que o
consumo de álcool e tabaco, provavelmente pelo fato de que no início do curso de
graduação é muito enfatizado o assunto higiene oral associado a doenças bucais.
Conclusão
Os dados obtidos nesta pesquisa evidenciaram que os alunos de períodos
iniciais, que até o momento não receberam informações teórico-práticas sobre
esse assunto, mostram-se mais inseguros e desconhecem informações
fundamentais sobre a temática. Porém, os alunos de 7º, 8º e 9º períodos também
possuem um nível de confiança baixo na realização do diagnóstico do câncer de
boca.
Identificou-se uma média de acertos de, apenas, 25% para os períodos
iniciais e de 75% para os períodos finais. O grupo de acadêmicos de períodos
iniciais obteve uma frequência de acertos inferior a 50% em cinco dos sete itens
questionados. Entre os acadêmicos de períodos finais, em seis das sete questões
os índices de acertos foram superiores a 70%.
A classificação do nível de conhecimento dos grupos pesquisados,
conforme os critérios pré-estabelecidos, indicou que 55,5% dos alunos dos
períodos finais alcançaram nível satisfatório ou excelente, enquanto que 100%
dos alunos dos períodos iniciais apresentaram nível insatisfatório. E, 68,3% dos
acadêmicos de períodos finais se consideram com baixo nível de confiança para
realizar diagnóstico de câncer de boca.
Esses achados refletem a importância do trabalho com conteúdos sobre o
câncer de boca desde os primeiros anos e que a segurança e o conhecimento
sobre assuntos importantes da vida profissional estão diretamente relacionados
com o estudo, atualização constante e dedicação profissional.
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Referências
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22
2 REVISÃO DE LITERATURA
23
Costa et al. (2001) determinaram o tempo que decorre desde o momento
que uma lesão maligna bucal é detectada até o momento em que o paciente inicia
a terapia da lesão em centro especializado. Para tanto, 15 pacientes consecutivos
(9 homens e 6 mulheres), portadores de lesões malignas da cavidade bucal,
encaminhados para diagnóstico e tratamento à Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo (FOUSP), foram acompanhados sem que a rotina de
manejo destes pacientes fosse alterada. Após um ano, foi constatado que, em
média, os pacientes aguardam 19,3 dias para receberem o diagnóstico de câncer.
Do momento do diagnóstico até o início da terapia da lesão decorreram em média
65,7 dias. O tempo médio decorrido entre a primeira visita à FOUSP e o início do
tratamento foi de 84 dias. Baseados no fato de que o diagnóstico precoce do
câncer de boca e o tratamento imediato são fatores importantes na diminuição da
alta morbidade e mortalidade causadas por esta doença, acreditamos que o
serviço público de diagnóstico e tratamento de pacientes portadores de câncer de
boca que serve os pacientes da FOUSP deva ser reavaliado.
Matos e Araújo (2001) investigaram sobre conhecimentos, práticas e
atitudes em relação ao diagnóstico do câncer de boca na visão da população e do
cirurgião-dentista, em Lages (SC). Análises dos dados obtidos podem explicar por
que a doença continua sendo diagnosticada nas fases mais avançadas. De um
lado, os cirugiões-dentistas não realizam um correto exame clínico, que é um
método eficaz para seu diagnóstico; do outro, a população não percebe as lesões
precursoras, pois são assintomáticas e indolores. O perfil da população vulnerável
à doença é o seguinte: homens entre 50-70 anos, baixo nível de escolaridade e
econômico, não têm o hábito de cuidar de si. Para este segmento populacional,
são mais facilmente identificadas aquelas manifestações mais visíveis e
concretas, que caracterizam estágios avançados da doença. Assim, programas e
ações direcionadas ao câncer de boca deverão considerar atitudes, valores,
crenças da “população-alvo” para que a abordagem preventiva e educativa seja
mais eficaz.
Segundo Antunes et al. (2003), o câncer de boca está entre os dez
cânceres mais freqüentes, apresentando a maior taxa de mortalidade no
segmento cabeça e pescoço. Evidências epidemiológicas mostram que a
exposição ao sol, tabagismo, alcoolismo e infecções pelo Papilomavírus Humano
e pelo Vírus Herpes Simples são fatores de risco desta neoplasia. Os autores
24
conduziram um estudo descritivo, retrospectivo. Os dados foram obtidos junto aos
registros dos centros de referência da doença (Departamento de Patologia do
CEON/HUOC/UPE e HCP), no período de Janeiro de 1983 a Janeiro de 2003
(vinte anos). Do total de 1408 (100%) casos registrados, houve concordância com
os dados existentes na literatura: 66,7% se encontravam acima dos 40 anos de
idade (idade média=61,1 anos). Histologicamente, o carcinoma epidermóide
prevaleceu com 82,2% dentre os casos diagnosticados. Os resultados mostram
que o perfil epidemiológico do câncer de boca, nos últimos 20 anos, permanece
inalterado, exceto pelo incremento anual no número de casos. Os pesquisadores
concluíram que ações para prevenção, diagnóstico precoce e controle da doença
precisam ser otimizados.
Morais (2003) avaliou o conhecimento dos cirurgiões-dentistas inscritos em
cursos de estética quanto aos fatores predisponentes e de diagnóstico do câncer
de boca, a partir de um questionário previamente testado. O desenvolvimento de
materiais e técnicas odontológicas e o anseio cada vez maior do ser humano em
busca da beleza têm levado um número crescente de pacientes aos consultórios
odontológicos. Este momento é oportuno para informar a população e
diagnosticar precocemente o câncer de boca. A pesquisa foi constituída por um
total de 465 participantes, houve predominância de uma população jovem, com
idade inferior a 39 anos, maior participação feminina e cerca de 1/3 estavam
formados a um período de 10 a 20 anos. As características clínicas da ocorrência
desta neoplasia não estão claras para os entrevistados, uma vez que somente
metade indicou o carcinoma espinocelular como o tipo mais comum e,
aproximadamente, metade tem conhecimento das características do linfonodo em
metástase cervical. Cerca de 20% desconhece a região da boca e a faixa etária
de maior ocorrência deste tumor e, também, o seu aspecto inicial. Entretanto,
75,7% reconhecem a leucoplasia como a condição mais comumente associada
ao câncer de boca. Com relação aos fatores de risco, o consumo de tabaco,
história familiar e consumo de álcool estão claros para quase todos os
participantes, mas, em se tratando das demais condições apresentadas como
fatores de risco, as dúvidas e contradições estão evidentes. Na prática clínica
relacionada ao câncer de boca, 14,2% não realizam exames para identificar
lesões bucais; destes, 80,3% não sabem como fazê-lo. Apenas 5,8% realizam
procedimentos de diagnóstico; a grande maioria considera regular ou insuficiente
25
seu conhecimento na área. Somente 16,6% têm confiança para realizar o
diagnóstico. Mais da metade está há mais de 5 anos sem realizar um curso de
atualização em câncer de boca, apesar de terem interesse em fazê-lo no futuro.
Foi concluído que os cirurgiões-dentistas ainda não apresentam conhecimento e
treinamento ideais para difundir os meios de prevenção e detecção precoce do
câncer de boca.
Para Dedivits et al. (2004), o câncer de boca e orofaringe é de
comportamento agressivo e, no Brasil, a incidência é considerada uma das mais
altas do mundo. O objetivo deste trabalho foi analisar os aspectos clínico-
epidemiológicos dos pacientes e a evolução da doença. Foram arrolados 43
casos de carcinoma espinocelular (CEC) de boca e 25 de orofaringe do Serviço
de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Santa Casa de Misericórdia de Santos e do
Hospital Ana Costa entre os anos de 1997 a 2000. Dos pacientes com CEC em
boca, a relação de incidência masculino-feminino foi de 3,35:1, a idade variou de
46 a 91 anos (mediana de 62), 90,7% eram caucasianos, 81% foram
referenciados por profissionais médicos, 76,8% eram tabagistas, 74% etilistas,
79% não utilizavam prótese dentária. O sítio mais acometido foi a língua (51,1%),
53% apresentaram-se nos estádios III e IV, 72,1% eram de grau histológico II,
53% foram tratados por cirurgia e 47% por cirurgia e radioterapia adjuvante e
9,3% apresentaram segundo tumor primário. Para a orofaringe, a relação
masculino-feminino foi de 11,5:1, com idade entre 40 e 81 anos (mediana de 58),
92% eram caucasianos, 92% foram encaminhados por médicos, 84% eram
tabagistas, 80% etilistas, 52% não utilizavam prótese, as tonsilas palatinas foram
o sítio mais acometido (76%), 96% estavam em estádios III e IV, 84% eram de
grau II, 80% foram tratados por cirurgia associada a radioterapia, 16% a cirurgia
para resgate de falha após radioterapia e 4% a cirurgia exclusiva e 8% tiveram
segundo primário. Não houve relação estatisticamente significativa entre o
estadiamento e os hábitos de tabagismo, etilismo e uso de prótese. Tais hábitos,
a faixa etária e o grau histológico não tiveram relação significativa com o sítio do
tumor. Estavam vivos e livres de doença 69,7% dos pacientes com tumor de boca
e 22% de orofaringe. O médico ou dentista que dá o atendimento inicial é
fundamental no reconhecimento das lesões, para que se possa estabelecer o
diagnóstico precoce.
26
Dib, Souza e Tortamano (2005) tiveram como objetivo avaliar o
conhecimento sobre câncer de boca em diferentes unidades da UNIP
(Universidade Paulista) e, a partir dos resultados obtidos, refletir sobre os rumos a
serem tomados do ponto de vista pedagógico, visando preparar os alunos cada
vez melhor para o exercício da profissão. O trabalho foi desenvolvido através de
questionários, onde foram entrevistados 229 acadêmicos do 8º semestre do
Curso de Odontologia da UNIP, sendo 78 da unidade de Indianópolis, 69 da
unidade de Sorocaba e 82 da unidade de Campinas. Com relação ao papel da
Universidade, 92,3% dos alunos da unidade Indianópolis consideraram que a
faculdade os preparou sobre o assunto, enquanto que apenas 85,4% dos de
Campinas e 76,8% dos de Sorocaba julgam o mesmo. Estes dados isoladamente
mostram como é a visão dos alunos sobre a faculdade, mas quando comparados
com os dados do conceito final, mostram novamente que os alunos de Campinas
se mostram autoconfiantes e satisfeitos com seu desempenho, mesmo não tendo
conseguido os melhores resultados. O objetivo final é que num futuro próximo,
100% dos alunos estejam conscientes do problema e satisfeitos com a atuação
da Universidade sobre a matéria. O estudo evidenciou que, de forma geral, os
alunos formados pelas três unidades da UNIP estão relativamente bem
preparados sobre o assunto, entretanto alguns aspectos específicos devem ser
mais bem trabalhados, para que tanto pacientes como alunos estejam
familiarizados com os aspectos preventivos e de diagnóstico precoce.
Lima et al. (2005) identificaram o nível de conhecimento de universitários em
relação ao câncer de boca, seus fatores de risco, as lesões cancerizáveis e o
tratamento dessa doença. Este estudo caracteriza-se por um questionário onde a
população amostral foi constituída por 300 jovens que estavam realizando curso
universitário das diversas áreas do conhecimento na Pontifícia Universidade
Católica do Paraná (PUCPR). Esse questionário constitui-se de um formulário
estruturado com 07 perguntas abertas e fechadas referentes aos conhecimentos
e fatores de risco relacionados ao câncer e, em especial, ao câncer de boca. Os
resultados obtidos sobre a existência de lesões precursoras, as chamadas lesões
cancerizáveis, é um fato bem conhecido no meio odontológico, entretanto,
somente 29,25% relataram conhecê-las. Entre os resultados do nível de
conhecimento da população a respeito dos fatores etiológicos envolvidos na
carcinogênese o tabagismo foi o mais apontado. Diante desses achados, o
27
trabalho demonstrou que grande parcela da população de estudantes
universitários conhece o fato de o câncer afetar a boca e que o hábito de fumar
tem uma relação direta com a doença. Entretanto, praticamente desconhecem
que o vício de ingerir frequentemente bebidas alcoólicas também constitui um
fator de risco importante, o que reforça a necessidade de campanhas preventivas
com o intuito de divulgar esta informação.
Prieto et al. (2005) descreveram a representação social do câncer de boca,
através de suas formas de expressão no contexto do tratamento da doença para
os pacientes e para os profissionais de saúde que os atendem. O trabalho foi
realizado através de depoimentos de pacientes portadores de câncer de boca e
dos profissionais de saúde - médicos e dentistas - que os atendiam. Esses
depoimentos foram coletados no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e
Estomatologia do Hospital São Paulo da Escola Paulista de Medicina – UNIFESP,
na cidade de São Paulo, no primeiro semestre de 2004. Os depoimentos
constituíram duas classes de discurso independentes. Na classe 1 estão os
discursos dos pacientes e na classe 2 os dos profissionais de saúde. Os verbos
utilizados para as classes demonstraram um distanciamento dos profissionais em
relação aos seus pacientes. A representação é diferente para cada uma das
classes e nelas transparecem valores e expectativas muito distintas. Enquanto o
discurso dos profissionais foi mais longo e com mais unidade de fala, o discurso
dos pacientes foi mais consistente em relação aos sentimentos de morte e apego
a Deus/fé e aos procedimentos cirúrgicos. A morte foi a idéia mais forte
encontrada tanto no discurso dos profissionais como dos pacientes. Os
profissionais de saúde são fundamentais no diagnóstico do câncer de boca e
devem ter consciência dessa responsabilidade e não culpar os pacientes pelo
atraso no diagnóstico. Os pacientes possuem esperança na medicina, porém os
profissionais pouco acreditam no sucesso dos tratamentos, a não ser quando
encaminhados a partir de um diagnóstico precoce.
Ramos et al. (2005) tiveram o propósito de avaliar e discutir os conhecimentos
dos graduandos em Odontologia, de uma Instituição de Ensino Superior do
Estado do Espírito Santo, em relação à prevenção e diagnóstico precoce de
câncer de boca e, desse modo, obter informações que permitam auxiliar futuras
ações na área de educação. Para o levantamento dos dados, foi construído um
questionário com vinte afirmativas sobre prevenção e diagnostico precoce de
28
câncer de boca. Este estudo caracteriza-se em um questionário onde as questões
foram divididas em dois grupos: grupo 1 com características sociodemográficas,
envolvendo gênero e ano de ingresso; grupo 2, com vinte questões relacionadas
com conhecimentos sobre prevenção e diagnóstico precoce de câncer de boca.
A média de acerto de 64,25% indica um rendimento que necessita ser aprimorado
para que os novos profissionais de saúde estejam mais bem preparados para
atuar prontamente na fase de prevenção e mesmo de diagnóstico precoce de
câncer de boca. Apesar de os resultados obtidos indicarem uma necessidade de
maior ênfase ao ensino e à importância da prevenção e diagnóstico precoce do
câncer de boca, tiveram que considerar que o questionário aplicado apresentou a
falha de não fornecer outras opções como respostas, além de sim ou não. Esse
viés pode ter permitido o surgimento de resultados que não condizem com a
realidade. Porém, mais estudos devem ser realizados com o intuito de conhecer o
perfil dos graduandos em Odontologia sobre prevenção e diagnóstico precoce de
câncer, para que possam ser implementadas ações que visem a acrescentar
conhecimentos aos futuros profissionais que estarão atuando em nossa
sociedade.
Biazevic et al. (2006) descreveu as tendências de mortalidade por câncer
de boca e orofaringe na cidade de São Paulo, Brasil, de 1980 a 2002. Dados
sobre os óbitos com esta causa básica foram levantados junto à Fundação
Sistema Estadual de Análise de Dados, discriminados por sexo, idade e
localização anatômica. A estimação e ajuste pelo método direto dos coeficientes
usaram dados de população fornecidos pelos censos de 1980, 1991 e 2000, e
pela contagem populacional de 1996, realizados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. Foi observada tendência crescente da mortalidade devida
ao agravo, a uma taxa anual de 0,72%. Responsável por mais de um terço
desses óbitos, o câncer de língua foi a categoria com mortalidade mais elevada.
Câncer de lábio, gengiva e área retro molar apresentaram tendência decrescente,
enquanto orofaringe e partes não especificadas da boca e orofaringe sofreram
incremento de mortalidade. O monitoramento da magnitude e tendências da
mortalidade por câncer pode configurar importante implemento para o
planejamento de iniciativas voltadas à redução da carga de doença em nosso
meio.
29
Oliveira et al. (2006) analisaram o perfil, os fatores de risco e a sobrevida
de pacientes diagnosticados com carcinoma epidermóide oral entre 1982 e 2002
em uma população brasileira. Foram utilizados dados como: idade, gênero, local
da lesão, história pregressa, consumo de tabaco e bebidas alcoólicas, exposição
actínica, traumatismo por prótese, recidivas, metástases e sobrevida obtidos dos
prontuários para auxiliar na pesquisa. Dos 340 pacientes 84,4% eram homens e
15,6%, mulheres (5,4:1). As lesões linguais foram as mais freqüentes (27,9%).
Vinte por cento dos pacientes relataram traumatismo por prótese e em 73,8% das
lesões em lábio inferior foi relatada exposição actínica desprotegida. Não houve
diferença entre as regiões anatômicas e o consumo de tabaco em relação a
recidivas, metástases regionais e metástases à distância. O tempo médio de
história pregressa foi de 13 meses, havendo diferença entre as regiões
anatômicas. A sobrevida em cinco anos foi de 24%. A sobrevida dos pacientes
com recidivas e/ou metástases variou conforme a idade analisada (60 ou > 60
anos), mas não houve diferença quanto à história pregressa e às regiões
anatômicas. A discrepância homem/mulher encontrada foi alta, diminuindo
conforme o aumento da idade. O consumo de tabaco e álcool é elevado nessa
população, mas não influenciou as recidivas e as metástases da doença. Foi
grande o tempo de evolução das lesões até a procura pelo serviço. Conclusões:
Os baixos índices de sobrevida refletem a necessidade de uma maior atenção ao
câncer de boca nessa população.
Quirino et al. (2006) avaliaram o conhecimento sobre fatores de risco e
câncer de boca dos indivíduos que participaram das Campanhas de Prevenção e
Diagnóstico Precoce do câncer de boca, realizadas pelo Departamento de
Odontologia da Universidade de Taubaté (UNITAU) nos anos de 2001, 2003 e
2005, além de comparar os dados ao longo do tempo. A pesquisa foi
desenvolvida por meio de questionários abordando causas, características e
modos de prevenção. Avaliando-se os três anos, 24,79% dos respondentes não
sabiam como prevenir o câncer de boca. Boa higiene foi o modo de prevenção
mais citado (19,62% das respostas), seguido por evitar fumar (19,27%), ir
regularmente ao dentista (17,04%), evitar beber (8,11%) e realizar o auto-exame
bucal (3,29%). Apenas uma pessoa citou proteção solar como modo de
prevenção ao câncer de boca. De acordo com a metodologia empregada e com
os resultados obtidos, verificou-se que a população não possui conhecimento
30
adequado sobre câncer de boca, seus fatores de risco e prevenção e que, no
período analisado, não houve, de maneira geral, melhoria no nível de
conhecimento da população. Apesar das campanhas e dos esforços da
odontologia para a conscientização da população para a prevenção do câncer de
boca, ainda há muito que ser feito.
Vasconcelos (2006) realizou um estudo com o objetivo de conhecer as
ações desenvolvidas por cirurgiões-dentistas das unidades básicas de saúde, do
município de São Paulo, quanto à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer
de boca. A maioria dos diagnósticos de câncer de boca é feita em estágios
avançados em São Paulo, cidade que possui as maiores taxas de incidência
nacionais, semelhantes a de outras regiões do mundo. O cirurgião-dentista exerce
um papel fundamental e estratégico no combate aos fatores ligados ao
aparecimento desse agravo. Foram enviados, em março de 2005, 885
questionários aos cirurgiões-dentistas das 286 unidades básicas de saúde de São
Paulo, via Correio. Participaram da pesquisa 282 profissionais, (taxa de resposta
de 32%), em sua maioria do sexo feminino, com mais de 20 anos de graduação,
com perfil generalista e que possui outros vínculos empregatícios. Além do baixo
grau de conhecimento constatado quanto aos fatores de risco ligados à etiologia e
às condições bucais em relação a possível evolução para um câncer de boca, a
maioria dos participantes expôs limitações relevantes quanto às práticas relativas
ao apoio à cessação do hábito do tabagismo e etilismo e às aptidões para
executarem citologia esfoliativa e biópsia. Verificou-se a necessidade de se
propor políticas públicas de enfrentamento do câncer de boca em São Paulo, que
considere o aprimoramento dos cirurgiões-dentistas das unidades básicas de
saúde em relação a esse problema e a melhor estruturação desses locais para a
pronta realização dos exames complementares para fins diagnósticos.
Antunes et al. (2007) avaliaram os resultados da campanha de prevenção e
diagnóstico precoce do câncer de boca realizada no contexto da campanha de
vacinação contra a gripe em idosos no Estado de São Paulo em 2004. A partir
dos relatórios do Centro Técnico de Saúde Bucal da Secretaria de Estado da
Saúde, foram levantados dados sobre o seguimento de pacientes encaminhados
para elucidação diagnóstica de lesões de tecido mole da boca após diagnóstico
visual. Foram avaliados indicadores de resolutividade da campanha (número de
pessoas cujo problema foi resolvido no nível básico de atenção à saúde ou em
31
serviços de referência; e pessoas com diagnóstico confirmado de câncer de boca)
e de falta de resolutividade (não comparecimento dos encaminhados na unidade
de referência; incapacidade do nível básico de atenção à saúde de resolver o
problema e não identificação de serviços de referência com capacidade para
resolver o problema; e pessoas sem informação quanto ao seguimento). Em
2004, foram examinadas 238 087 pessoas de 60 anos ou mais, correspondendo a
6,8% da população do Estado nessa faixa etária (3 494 555 habitantes). A
campanha foi realizada em 23 das 24 direções regionais de saúde, porém apenas
oito regiões registraram informações sobre o seguimento. Das 5 280 pessoas
encaminhadas para elucidação diagnóstica de lesões em tecidos moles da boca
nessas oito regiões, 60,5% tiveram o seu problema resolvido e 0,5% (26 casos)
tiveram diagnóstico confirmado de câncer de boca; 22,5% não completaram o
diagnóstico. Para 16,5% dos encaminhamentos, não houve informação disponível
quanto ao seguimento e desfechos. Considerando-se a falta de monitoramento
dos resultados na maior parte do Estado e a elevada proporção de pacientes cujo
problema de lesão em tecido mole da boca não pôde ser resolvido, a campanha
mostrou-se ineficaz.
Campos et al. (2007) explicaram que muitos fatores contribuem para o
aumento dos casos de câncer em um país. Um deles, o envelhecimento da
população, é um fenômeno decorrente do desenvolvimento sócio-econômico e da
medicina, que impede mortes prematuras por doenças evitáveis. Não existe
sociedade sem câncer e cada uma delas terá os tipos de câncer característicos
de seu estágio de evolução. Além do envelhecimento da população, a
urbanização e o desenvolvimento tecnológico expõem a população a fatores de
risco para essa enfermidade. O câncer é a segunda causa de mortalidade nos
países ocidentais e no Brasil. As neoplasias de cabeça e pescoço representam
5% dos tumores. Atrasos do início dos sintomas ao diagnóstico clínico são
comuns, retardando o planejamento terapêutico e piorando o prognóstico. Este
estudo teve como objetivo estabelecer fatores de retardo no diagnóstico clínico
histológico de 64 pacientes com neoplasias malignas de cabeça e pescoço. O
método utilizado foi um questionário, onde 49 homens e 15 mulheres foram
entrevistados e os dados foram relacionados com achados clínicos e sócio-
demográficos. A idade média por época do diagnóstico foi de 56,16 anos (desvio
padrão de 13,05). As queixas principais dos pacientes foram dor, nódulo no
32
pescoço, úlcera, disfagia e disfonia. Dos pacientes, 73,02% procuraram
primeiramente cuidados médicos, 20,63% automedicaram-se e 6,35% procuraram
primeiramente um dentista. O tempo do paciente, desde os primeiros sintomas
até o diagnóstico apresentou uma média de 273,19 dias. O atraso foi
significantemente associado com a interpretação cognitiva dos sintomas e
pacientes que sabiam ou suspeitavam do câncer tiveram um maior atraso. O
tempo do profissional, contado desde a primeira consulta até o diagnóstico,
apresentou uma média de 198,09 dias. As variáveis que aumentaram o atraso do
tempo do profissional foram os exames subsidiários e o número de outros
profissionais a quem o paciente foi encaminhado. As variáveis sócio-demográficas
(idade, gênero, escolaridade, número de membros da família e renda familiar) não
mostraram influência sobre o atraso no diagnóstico.
Segundo Carrard et al. (2008), o consumo de álcool é um dos fatores de
risco para o desenvolvimento do câncer de boca, entretanto, os mecanismos
envolvidos no dano gerado pelo álcool são parcialmente compreendidos.
Determinadas concentrações de álcool causam aumento da permeabilidade da
mucosa bucal, potencializando a penetração de carcinógenos. Além disso, é
responsável por um aumento na proliferação epitelial, bem como pela modificação
do seu processo de maturação. Outras alterações, como redução da capacidade
de reparo de DNA, distúrbios do sistema imune e do estado nutricional podem
contribuir na sua relação com o desenvolvimento do câncer de boca. O
metabolismo do álcool aumenta a produção de radicais livres e diminui os
mecanismos antioxidantes, levando ao estresse oxidativo. O polimorfismo
genético das enzimas de degradação do álcool pode ser responsável pela
diferença na sensibilidade individual. Algumas isoformas dessas enzimas
permitem o acúmulo de metabólitos tóxicos como o acetadeído, que pode causar
dano ao DNA ou a outras estruturas celulares. A partir de uma revisão de
literatura, esse trabalho tem como objetivo estabelecer uma relação entre os
diferentes mecanismos da ação do álcool e a carcinogênese na cavidade oral.
Chaves (2008) avaliou o perfil profissiográfico e o nível de conhecimento e
atitudes dos cirurgiões-dentistas – CDS atuantes no município de Porto Velho no
estado de Rondônia, em relação ao diagnóstico do câncer de boca. Utilizou-se
como instrumento um questionário testado e validado. Esse instrumento contém
dois blocos de questões com valores pontuais proporcionais pertinentes à
33
importância do conhecimento e do diagnóstico que contemplavam dois aspectos
essenciais: as características clínicas e os fatores de risco. Na avaliação das
características clínicas, cerca de 70% da amostra apresentou resultados inferiores
a 50%. Mensurada numa escala de 0 – 8, a média foi de 3,7. Na avaliação dos
fatores de risco, numa escala de 0 – 2 a média obtida foi de 1,5, com 72,2% da
amostra com resultado superior a esta média. Para o conceito global, a média
obtida, mensurada numa escala de 0 – 10, foi aproximadamente 5,0, situada na
escala de conceitos como C (4,0 – 6,0), demonstrando que o câncer de boca é
um problema global e, apesar de tudo que tem sido feito, a situação ainda é muito
ruim: alto índice de morbimortalidade, diminuição da qualidade de vida e
mutilação dos pacientes.
Daher et al. (2008) realizaram um estudo de 101 casos de carcinoma
epidermóide de boca registrados em Hospital de Uberaba, no período de 1999 a
2003. Informações sobre sexo, idade, cor de pele, nível instrucional, tabagismo,
etilismo, uso de prótese, localização da lesão, estado da doença ao final do
seguimento, estádio clínico e origem do encaminhamento foram obtidos dos
prontuários e analisados estatisticamente pelos testes de correlação linear, Qui-
quadrado, t-Student e Kaplan-Meier. A relação homem/mulher foi de 3,8:1. A faixa
etária prevalente foi de 50 a 60 anos, com a idade média de 58,55 anos para o
sexo masculino e 54,66 anos para o sexo feminino; sendo 88,12% caucasianos. A
língua foi a localização anatômica mais freqüente; 74,48% estavam nos estádios
III e IV. A sobrevida em 5 anos foi de 38,71%. Os baixos índices de sobrevivência
e o grande percentual de estádios III e IV refletem a necessidade de uma maior
atenção ao câncer de boca nessa população.
Martins et al. (2008) realizaram um trabalho com o objetivo de avaliar o nível
de conhecimento de uma população de universitários de odontologia sobre o
câncer de boca. Foi aplicado um questionário contendo 137 questões, para 148
alunos da UNINOVE (Universidade Nove de Julho). Foram comparadas as
porcentagens de acerto entre os anos e verificada a consistência e coerência com
nível de significância. Após a coleta dos questionários e tabulação notaram que,
mesmo havendo diferença significativa entre as respostas corretas entre os anos,
isso não significa que com o passar do tempo, a porcentagem de acertos
aumenta. Isso aconteceu com as questões sobre o aspecto clínico do câncer,
estágio de diagnóstico e com todas as de fatores etiológicos. Avaliando a
34
distribuição do número e porcentagem de acordo com o semestre, segundo o
conceito obtido pela avaliação do questionário, pode-se notar que os alunos de 1º
e 2º anos obtiveram conceitos inferiores aos alunos do 3º e 4º anos. Concluiu-se
que o nível de conhecimento sobre o câncer de boca foi mais elevado nos alunos
de 3º e 4º ano. Os alunos demonstram alto índice de acertos quanto ao
conhecimento sobre os fatores de risco do câncer de boca. Os alunos têm
interesse em realizar cursos sobre o câncer de boca. Para melhorar o nível do
conhecimento dos alunos sobre o câncer de boca, faz-se necessário um
programa universitário de prevenção de câncer de boca envolvendo os alunos de
todos os anos do curso.
Ribeiro et al. (2008) tiveram por objetivo avaliar o nível de conhecimento de
uma população sobre o câncer oral para o estabelecimento de estratégias
eficientes de prevenção e tratamento desta doença, sendo realizado durante duas
campanhas de prevenção de câncer oral, onde setecentos e trinta e uma pessoas
(731) foram examinadas, preencheram um questionário, receberam orientação
sobre o auto-exame e noções básicas sobre o câncer oral. O questionário
continha questões referentes à causa, sintomatologia, doença prévia e hábitos
prejudiciais relacionados ao câncer oral. Entre os participantes 43% eram homens
e 57% mulheres, 24% fumantes e 21% consumidores de bebidas alcoólicas, 87%
declararam ter conhecimento da existência dessa doença, 12% já tiveram familiar
com câncer oral, 57% acreditam que o câncer oral causa dor, 44% acreditam que
o fumo e 23% que o consumo de álcool está ligado à etiologia da doença. A
campanha atingiu uma população com bom conhecimento sobre o câncer e com
baixo risco para o câncer oral. As formas de abordagem e de divulgação desses
tipos de campanhas devem ser alteradas para realmente contemplar as pessoas
pertencentes ao grupo de risco para o câncer oral, que são os homens com mais
de 40 anos, fumantes, etilistas crônicos e pessoas expostas à radiação solar de
maneira contínua e freqüente. A conclusão do estudo foi de que a verificação do
nível de conhecimento sobre o câncer oral nas diferentes populações é
importante para que estratégias de prevenção e diagnóstico sejam estabelecidas
de acordo com o perfil de cada grupo.
De acordo com Spanemberg et al. (2008), as doenças da boca constituem
um universo de afecções que podem ser de caráter local ou sistêmico, mas nem
sempre é do conhecimento da população que o Cirurgião-Dentista (CD) é o
35
profissional habilitado a identificá-las. Baseando-se na importância e na
necessidade de se verificar qual o nível de informação da população em relação
às enfermidades bucais, este trabalho objetivou avaliar aspectos da percepção e
do conhecimento dos pacientes que buscam atendimento na Faculdade de
Odontologia da Universidade de Granada (UGR), Espanha, frente às patologias
bucais, com ênfase no câncer de boca. A amostra constituiu-se de 51 pacientes,
adultos espanhóis, de ambos os sexos e idade média aproximada de 46 anos,
escolhidos aleatoriamente nas salas de espera das clínicas da Faculdade de
Odontologia da UGR durante os meses de janeiro e fevereiro de 2008. Como
instrumento da pesquisa foi utilizado um questionário com perguntas abertas,
semi-abertas e fechadas. Entre os entrevistados, verificamos que 82.4% não
possuíam ensino superior e 64.7% eram mulheres. Os resultados demonstram
que a enfermidade periodontal (11,8%) foi a doença bucal mais referida, seguida
da cárie associada à periodontite (7,8%), não sendo sequer citadas doenças de
alta prevalência como afta, por exemplo. Achado incomum, pois doenças como
herpes e afta são de conhecimento geral entre a população. O câncer oral foi
lembrado como uma doença que pode afetar a boca por apenas 4 pacientes
entrevistados. Os resultados deste estudo sugerem a interferência de fatores
sócio-culturais e a necessidade de ações educativo-preventivas visando à
conscientização da população para que a identificação do CD como profissional
habilitado a realizar avaliações estomatológicas permita a alteração do referencial
no diagnóstico e tratamento das afecções bucais.
Buelvas (2009) objetivou enfatizar a importância da detecção precoce do
câncer oral como ferramenta de prevenção e controle. Inicia-se documentando a
epidemiologia e relevância de saúde pública deste tipo de câncer mediante a
evidencia científica que demonstra que não é estatisticamente significativo
comparado com outros cânceres. O câncer oral é mais agressivo e letal que
outros tumores, também possui múltiplos fatores etiológicos, alto potencial
metastático, um efeito acumulativo ao longo do tempo e compromete a estética e
função do paciente. O câncer oral deve ser prevenido e controlado através de
informação sobre fatores de risco, detecção precoce e suficiente atualização
epidemiológica e clínica. No entanto, se reflete sobre a importância da detecção
precoce do câncer oral sobre tudo quando é persistente a falta de educação e de
prevenção no ensino dos dentistas, que geralmente detectam em etapas tardias.
36
Concluindo, se questiona a insatisfatória prevenção primária e secundária do
câncer oral.
No entender de Cimardi e Fernandes (2010), o câncer bucal é uma doença
provavelmente genética, complexa e multifatorial. Ainda hoje é considerado
potencialmente fatal e continua a ter uma incidência global elevada,
representando um problema de saúde pública. O diagnóstico precoce das
neoplasias malignas bucais não deveria apresentar grandes dificuldades, já que a
região é de fácil acesso ao exame clínico, dispensando qualquer tipo de
equipamento especial, e lesões cancerizáveis podem ser diagnosticadas e
tratadas antes da transformação carcinomatosa. O objetivo deste trabalho foi
avaliar a prática e atitude clínica dos cirurgiões-dentistas de Santa Catarina em
relação ao câncer de boca. Foi realizado um estudo transversal aleatório por
amostragem de 385 cirurgiões-dentistas cadastrados no banco de dados do
Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina (CROSC). O questionário
utilizado foi enviado via correio convencional (resposta de 19,7%) e via e-mail
(resposta de 1,4%), evidenciando a falta de interesse da classe pelo assunto e,
em participar, de pesquisas científicas. Os resultados permitiram avaliar que a
prática do profissional de realizar o exame em busca de lesões suspeitas de
câncer de boca foi relatada pela maioria da amostra (72%), mas 47,5% dos
participantes relataram nunca terem realizado um diagnóstico de câncer de boca.
Conclui-se que a política do governo federal para encaminhamento dos pacientes
com lesões suspeitas não vem sendo posta em prática, pois somente 11,7% dos
entrevistados relataram estar encaminhando seus pacientes para os Centros de
Especialidades Odontológicas (CEOs). Os dados permitem concluir que a
realidade está distante da prática do profissional da odontologia e se faz
necessária a divulgação dos serviços de diagnóstico de câncer bucal para os
profissionais de Santa Catarina e que o cirurgião-dentista se responsabilize pelo
diagnóstico desta enfermidade.
Para Honorato et al. (2009), o carcinoma de células escamosas de boca
compreende cerca de 90 a 95% de todas as neoplasias malignas da boca e é um
dos tipos de câncer mais freqüentes no Brasil. O índice de sobrevida em 5 anos é
baixo e permaneceu estável nas últimas décadas, apesar dos avanços nas
terapias. O objetivo deste estudo foi analisar o perfil e a sobrevida global dos
pacientes diagnosticados com carcinoma de células escamosas de boca no ano
37
de 1999 no Instituto Nacional de Câncer. Dos 320 pacientes incluídos no estudo,
79,4% eram homens. A idade média foi de 56,7 anos, e 82,2% deles fumavam
e/ou bebiam. A língua, seguida do assoalho de boca foram os locais mais
acometidos. A maioria (68,9%) dos pacientes foi diagnosticada em estádios
tardios e submetida à radioterapia exclusiva (53,6%). A sobrevida média no
período do estudo foi de 29,4 meses. Os pacientes dos estádios iniciais
apresentaram maior sobrevida, assim como aqueles submetidos apenas à cirurgia
como forma de tratamento e os que não apresentaram linfonodos acometidos ao
diagnóstico. Tumores localizados em palato duro e mucosa jugal apresentaram
pior prognóstico. Foram fatores preditivos independentes de melhor sobrevida os
tumores T1 ou T2 (p=0,001), sem acometimento de linfonodos (p=0,012) e não
localizados em mucosa jugal (p=0,021). O diagnóstico do câncer oral ainda se faz
em estádios tardios, o que influencia negativamente a sobrevida global dos
pacientes. Maior ênfase deve ser dada à capacitação dos profissionais para o
reconhecimento precoce do câncer e à conscientização da população de risco.
Segundo Matos e Guimarães (2009), a distribuição da incidência e da
mortalidade por câncer é de fundamental importância para o conhecimento
epidemiológico sobre a ocorrência da doença, desde seus aspectos etiológicos
até os fatores prognósticos envolvidos em cada tipo específico de neoplasia
maligna. Esse conhecimento possibilita gerar hipóteses causais e avaliar os
avanços científicos em relação às possibilidades de prevenção e cura, bem como
a resolutividade da atenção à saúde. Diante dos dados de aumento da incidência
e da taxa de mortalidade por câncer de boca no Brasil e dos índices que
demonstram inadequações das ações de prevenção, diagnóstico e tratamento,
buscou-se verificar os conhecimentos, atitudes e práticas da comunidade
atendida pelo PSF de São Sebastião do Umbuzeiro/PB a respeito dessa
neoplasia. O estudo teve como objetivo avaliar o grau de conhecimento dos
usuários quanto aos fatores de risco, formas de prevenção e tratamento e
conseqüências para o paciente acometido pelo câncer de boca. A amostra foi
totalizada em 50 questionários aplicados aos pacientes que estavam realizando
sua primeira consulta odontológica na Unidade de Saúde da Família. Observou-
se que, com relação ao perfil sócio-econômico, 48% dos pacientes são pardos,
72% são do gênero feminino e moram na zona urbana, 40% possuem de um a
quatro anos de estudo concluídos e 46% são agricultores e possuem renda
38
familiar menor que um salário mínimo. Quanto aos fatores de risco para o câncer
de boca, 37% são fumantes e 50% consomem bebida alcoólica em uma
freqüência menor que três vezes por semana. Sobre o grau de conhecimento a
respeito da doença, 56% consideram possuir conhecimento insuficiente e a quase
totalidade (98%) demonstra interesse em aprender mais. Esse grupo populacional
está submetido a condições precárias de vida e trabalho e não possui um grau de
conhecimento que possibilite a tomada de atitudes e práticas preventivas, mas
encontra-se interessado neste aprendizado.
De acordo com Prado e Passareli (2009), o cirurgião-dentista, em muitos
casos, é o primeiro a suspeitar e diagnosticar o câncer de boca, no entanto
poucos atuam na sua prevenção. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi
selecionar oito itens importantes para que o cirurgião dentista possa orientar
dialogar e educar o paciente quanto ao câncer de boca, além de reconhecê-lo e
diagnosticá-lo precocemente, atuando na prevenção da doença. Dentre esses
itens, o tabaco está associado a 90% dos cânceres de boca, e quando combinado
ao o álcool o risco aumenta de 15 a 20 vezes. O profissional tem a obrigação de
orientar o paciente contra o mal provocado pelo tabagismo e o álcool tanto nos
processos de câncer, como na saúde como um todo. A dieta é outro fator
importante, pois já é sabido que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes e
cereais que são ricos em vitaminas A, C, E e fibras que auxiliam na prevenção do
câncer. Os indivíduos que sofrem exposição solar diariamente também devem
ficar atentos e fazer o uso de filtro solar, pois há evidências que a incidência de
luz solar está associada ao aumento de câncer em lábios. Estimular a higiene e
adequação do meio, com a retirada de agentes irritantes são atitudes importantes.
Estar atento as lesões pré cancerizáveis presentes é de grande importância para
o diagnóstico precoce, assim como estar atento a imunodeficiência apresentada
pelo paciente, principalmente quando associada a outros fatores de risco. Por fim,
ensinar ao paciente o auto-exame, que deve ser feito em frente ao espelho,
observando lesões, feridas, alterações que fujam da normalidade, em lábio,
língua, mucosa jugal, bordas laterais e dorso de língua.
Vidal et al. (2009) verificaram o conhecimento de escolares de ensino
médio e fundamental acerca do câncer de boca, fatores de risco, auto-exame,
prevenção, diagnóstico e tratamento. O estudo foi realizado com 826 alunos de
escolas públicas de ensino médio e fundamental, do Sertão (Arcoverde,Caraíbas,
39
Venturosa) Pernambuco, Brasil. Após a explicação sobre o projeto, foi aplicado
um questionário prévio, através de entrevista pessoal, realizada pelos
pesquisadores/autores, deste trabalho, nas escolas, e, imediatamente, após a
obtenção dos dados foram desenvolvidas atividades educativas/preventivas de
esclarecimento aos escolares sobre a doença, fatores de risco, de prevenção e
auto-exame e, ao final, foram coletados depoimentos sobre as atividades
realizadas. Foi realizada análise estatística descritiva dos dados. Os escolares
apresentaram um perfil de conhecimento semelhante nos três locais estudados.
Houve predomínio de 55% do sexo feminino, com ensino fundamental incompleto,
idade média de 16 anos. Embora 60% tenham afirmado haver ouvido falar sobre
a doença, não souberam associar corretamente os fatores de risco. Como fatores
de risco, 20% da amostra apontaram o fumo, álcool e o sol. Um percentual de
96% não conhecia o auto-exame e 80% revelaram não saber o que fazer no caso
de identificação de alguma lesão, enquanto 6% disseram que procurariam o
cirurgião dentista. 53% consideraram boa a sua condição de saúde bucal e geral
e 22% declararam estar sob tratamento odontológico. A quase totalidade (99%)
afirmou ter gostado das atividades, ter aprendido sobre os fatores de risco,
adquirido mais conhecimentos, destacaram que passariam a se cuidar mais, que
iriam repassar as informações obtidas e que aprenderam o auto-exame. Os
resultados reafirmaram a necessidade de orientação, educação e prevenção.
Conforme Falcão et al. (2010), o câncer de boca é um problema grave de
saúde pública no Brasil e em muitos países. A maior parte dos casos da doença é
detectada em fase avançada, em indivíduos de baixa renda e economicamente
produtivos, com pouco acesso aos serviços de saúde. Além disso, o tratamento
revela-se de alto custo econômico e social. Em 2006 os autores realizaram um
estudo exploratório no qual foi aplicado um questionário a amostra aleatória de
240 cirurgiões-dentistas de Feira de Santana, Bahia, que constava inicialmente de
37 questões de múltipla escolha e para identificar outros aspectos do perfil
profissional e da conduta clínica dos cirurgiões-dentistas, foram acrescentadas
mais 14 questões. Entre os entrevistados, verificou-se que 62,9% eram mulheres
e 62,9% possuíam de 20 a 37 anos de idade. Dos profissionais entrevistados,
21,1% relataram não investigar a presença de lesões bucais na primeira consulta,
sendo que 69,5% dos profissionais consideraram baixo seu nível de confiança
para realizar procedimentos de diagnóstico de câncer de boca. Apenas 3,7% dos
40
entrevistados obtiveram o conceito ótimo em relação ao conhecimento. Os
cirurgiões-dentistas de Feira de Santana, Bahia, não apresentaram o
conhecimento mínimo necessário em relação à doença. Essa situação sugere a
necessidade de reformulação do ensino, a fim de capacitar os profissionais ao
diagnóstico precoce e o investimento em políticas públicas saudáveis que
possibilitem a adoção de estratégias de redução da morbimortalidade da doença.
Segundo Pinheiro et al. (2010), o câncer é um desafio para a Saúde
Pública brasileira devido à tendência crescente no número de casos. Dados do
Instituto Nacional de Câncer, em 2010, revelam que o câncer bucal foi o 5º mais
incidente, entre os homens, e o 7º entre as mulheres. Este estudo buscou
caracterizar os conhecimentos e capacidade para diagnóstico dos cirurgiões-
dentistas de Jequié, Bahia, relacionados ao câncer bucal. Para a coleta de dados,
foi utilizado um questionário fechado, com resultados apresentados de forma
descritiva. Dos 53 dentistas que clinicam em Jequié, houve 71,6% (38)
respondentes, com 55,6% apresentando 30 anos ou menos, sendo 63,2% do
sexo masculino. Dos participantes, 42,1% julgaram insatisfatório o ensino de
câncer bucal obtido na graduação, ensino este imprescindível para uma atuação
eficiente, e 94,7% afirmaram ter um importante papel no controle desta doença.
Um percentual de 60,5% julgou ter um bom conhecimento sobre o câncer bucal.
Isto se reafirmou ao perceber que 92,1% e 97,4%, respectivamente, julgaram ser
o álcool e o tabaco fatores de risco para essa doença e 86,8% afirmaram que o
aspecto inicial das lesões é uma úlcera indolor. No entanto, percebeu-se
insegurança na realização de biópsia, uma vez que 39,5% não se sentem
capacitados para tal e 26,3% julgaram-se deficientes neste quesito. O
conhecimento satisfatório sobre câncer bucal referido pelos participantes da
pesquisa mostrou-se inconsistente no tocante ao reconhecimento de alguns
fatores de risco e procedimentos diagnósticos, o que pode implicar numa
deficiência nas ações de prevenção e detecção precoce dessa morbidade.
Segundo Santos (2010) o câncer de boca é uma doença de múltiplas
causas, em que o tabagismo e o etilismo são apontados como principais fatores
etiológicos. O câncer oral é o 6º tipo de câncer mais comum em todo o mundo,
sendo no Brasil o 3º tipo mais comum entre os homens, e o 6º entre as mulheres.
O objetivo deste trabalho é o de avaliar a freqüência de tais hábitos em pacientes
com histórico de câncer na região de boca e orofaringe que foram acompanhados
41
no Centro de Referência de Lesões Bucais (CRLB) da Universidade Estadual de
Feira de Santana (UEFS), Bahia no período de fevereiro a setembro de 2005.
Este trabalho consiste numa análise retrospectiva em que foram consultados os
prontuários dos pacientes atendidos no período de fevereiro a setembro de 2005
e, naqueles que apresentaram histórico de câncer, tratado ou instalado, os dados
foram colhidos. Mais de 60% dos homens eram etilistas e tabagistas, a proporção
de mulheres que apresentaram a doença sem, contudo, haver associação com
hábitos foi de mais de 30%, superando e muito a encontrada para os homens,
que foi de 8,%. A maioria dos pacientes incluídos no estudo era do sexo
masculino, fumantes e etilistas, sendo que há um maior número de mulheres com
histórico da doença sem experiência com fumo e/ou álcool.
Segundo Santos et al. (2010), o câncer de boca é uma denominação que
inclui várias localizações primárias de tumor, tais como: lábios, mucosa bucal,
gengivas, palato duro, língua e assoalho da boca. Especificamente em relação a
este tipo de câncer destacam-se como fatores de risco a má higiene oral, uma
alimentação pobre em vitaminas e minerais, tabagismo, idade superior a 40 anos,
consumo de bebidas alcoólicas, dentes mal conservados e uso de próteses
dentárias mal-ajustadas. O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento de
professores universitários quanto aos fatores de risco e de proteção relacionados
ao câncer de boca. A amostra foi composta por 50 docentes das áreas de
ciências humanas, exatas e biológicas, na cidade de Brasília/DF, que estavam
atuando nas unidades pesquisadas no período noturno, de agosto a setembro de
2008, e que concordaram em participar do estudo. Foi observado que 80%
responderam corretamente quais as manifestações clínicas relacionadas ao
câncer de boca, mas consideraram como fatores de risco apenas o tabagismo
(90%) e a alimentação (10%). Embora o conhecimento tenha sido considerado
satisfatório (68%) os hábitos de vida declarados pelos docentes não foram
compatíveis com o nível de informação obtido.
Santos Batista e Cangussu (2010) avaliaram os fatores relacionados ao
diagnóstico tardio do câncer de boca no estado de Alagoas. Foi realizado um
estudo prospectivo transversal em 74 pacientes portadores de carcinoma
espinocelular da cavidade bucal diagnosticados em um hospital em Alagoas, no
período de julho de 2007 a setembro de 2008. Foi realizada uma entrevista
semiestruturada, obtendo-se dados sociodemográficos, profissional procurado,
42
início dos sintomas, encaminhamento e estágio clínico do tumor no momento do
diagnóstico. De acordo com os resultados obtidos neste estudo, os pacientes
procuraram mais o médico que o dentista quando apresentaram uma lesão na
boca, sendo encaminhados pelo dentista sempre em um estágio avançado da
doença. Esse estudo sugere a necessidade de programas de educação
continuada da população e profissionais para a identificação de sintomas
precoces da doença, porém necessita de outras investigações.
Parizi et al. (2011) desenvolveram uma pesquisa onde tiveram como objetivo
avaliar o conhecimento de acadêmicos de Odontologia, Cirurgiões-Dentistas e da
população leiga sobre o câncer de bucal. Foram aplicados questionários em
forma de entrevista para coleta de dados. Os entrevistados foram divididos em
dois grupos: Grupo 1: composto por 40 Cirurgiões-Dentistas e por 40 alunos do
ultimo semestre do curso de Odontologia; e Grupo 2: composto por 300 pessoas
acima de 40 anos, com diferentes graus de instrução, todos em tratamento
odontológico na Clinica de Odontologia da Faculdade de Odontologia de
Presidente Prudente. Esta pesquisa revelou que 91,8% dos profissionais e
acadêmicos de Odontologia responderam corretamente quais os fatores de risco
para o câncer bucal, porém apenas 61% responderam corretamente quais são as
lesões cancerizáveis. Entre os profissionais e acadêmicos de Odontologia, 42%
receberam informação sobre o câncer bucal na faculdade e, 35,5% da população
leiga não tinham informação sobre o câncer de boca, e aqueles que tinham
recebido informações a maioria foi de seu Cirurgião-Dentista particular. Dos
entrevistados, 43,5% não conhecem o auto-exame de boca e apenas 6,3% dos
que conhecem afirmam realizá-lo regularmente. A população não se encontra
bem informada sobre o câncer de boca. O número de indivíduos que realiza o
autoexame é muito pequeno. Os Cirurgiões-Dentistas ainda não apresentam
conhecimentos ideais para difundir os métodos de prevenção e diagnóstico
precoce do câncer de boca. O curso de Odontologia ainda é a principal fonte de
informação sobre o câncer bucal para estudantes e profissionais de Odontologia,
mostrando a responsabilidade das Faculdades de Odontologia na formação do
profissional e conseqüentemente contribuindo para prevenção e diminuição da
morbidade e mortalidade desta neoplasia na população geral.
Schmeling e Perboni (2011) tiveram como objetivo avaliar o nível de
conhecimento dos professores do curso de odontologia, sobre câncer de boca, a
43
população-alvo foram professores da graduação em Odontologia, da UNIVALI. O
instrumento para coleta de dados foi um questionário auto-aplicável, remetido por
e-mail. Para a determinação do nível de conhecimento foram estabelecidas as
seguintes categorias: nível excelente – 17 a 15 acertos; nível bom – 14 a 12
acertos; nível regular – 11 a 8 acertos; nível insatisfatório – menos de 8 acertos.
Houve o retorno de 37% dos instrumentos. A caracterização sócio-demográfica do
grupo ficou assim distribuída: 52,4% do gênero feminino; 71% com idade superior
a 40 anos; 57% com tempo de formação acadêmica superior a 20 anos. Com
relação ao nível de conhecimento, 66,7% apresentou nível excelente ou bom, no
entanto, apenas 52,4% se auto-avaliou nestes níveis. O tópico que apresentou
maior freqüência de resposta incorreta foi quanto à região anatômica de
predileção do aparecimento de câncer de boca. Concluiu-se que a maioria dos
docentes possui um alto nível de conhecimento sobre aspectos básicos do câncer
de boca, sendo um grupo interessado sobre a prevenção e diagnóstico precoce
do câncer de boca.
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APÊNDICE – Instrumento de Coleta de Dados Parte I: Caracterização do sujeito
1. Idade: _____ 2.Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Período: _____
Parte II: conhecimento sobre câncer de boca
1. Qual é o tipo de câncer mais comum da boca? ( )Linfoma ( )Carcinoma Epidermóide ( )Sarcoma de Kaposi ( )Ameloblastoma ( )Adenocarcinoma de Glândula Salivar ( ) Não sei
2. Qual é a região anatômica mais freqüente para o câncer de boca? ( )Língua ( )Soalho de boca ( )Gengiva ( )Palato ( )Mucosa jugal ( )Lábio ( )Não sei
3. Dentre os citados, qual o aspecto mais comum em pacientes com câncer de boca inicial? ( )Salivação abundante ( )Úlcera indolor ( )Nódulo duro ( )Dor intensa ( )Não sei
4. Qual é a faixa etária mais comum para a ocorrência de câncer de boca? ( )Menos de 18 anos ( )18 a 39 anos ( )Acima de 40 anos ( )Não sei
5. O linfonodo mais característico em metástases cervicais em câncer de boca, quando palpado apresenta-se: ( )Duro, dolorido, com mobilidade ( )Duro, sem dor, com mobilidade ou não ( )Mole, dolorido, com mobilidade ( )Mole, sem dor, com mobilidade ou não ( )Não sei
6. Das seguintes condições, qual a mais comumente associada com o câncer de boca? ( )Leucoplasia ( )Pênfigo Vulgar ( )Estomatite ( )Candidíase ( )Língua Geográfica ( )Não sei
7. Nas próximas alternativas assinale as que você considera a condição
apresentada como fator de risco para câncer de boca: Uso de drogas injetáveis ( )Sim ( )Não Ter apresentado outro câncer previamente ( )Sim ( )Não Consumo de álcool ( )Sim ( )Não Consumo de tabaco ( )Sim ( )Não
História familiar de câncer ( )Sim ( )Não Consumo de comidas condimentadas ( )Sim ( )Não Higiene oral deficiente ( )Sim ( )Não Contágio direto ( )Sim ( )Não Exposição solar ( )Sim ( )Não Bebidas e comidas quentes ( )Sim ( )Não Obesidade ( )Sim ( )Não
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Parte III: Atitudes
1. Qual é o seu nível de confiança para realizar procedimentos de diagnóstico para câncer de boca? ( )Alto ( )Baixo ( )Não sei
2. Você sente necessidade em assistir a um curso de educação continuada sobre câncer de boca no futuro? ( )Sim ( )Não ( )Não tenho certeza
3. Em sua opinião, qual a importância do cirurgião-dentista na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de boca? ( )Alta ( )Média ( )Regular ( )Baixa ( )Não sei
4. Com relação ao seu nível de conhecimento sobre câncer de boca, qual é sua auto-avaliação? ( )Ótimo ( )Bom ( )Regular ( )Insuficiente