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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DANIELLA MARIAN PEREIRA PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO DE UMA EMPRESA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO AMBULATORIAL E TRANSFERÊNCIA DE PACIENTES EQUIPARADA À ATIVIDADE HOSPITALAR. Biguaçu 2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

DANIELLA MARIAN PEREIRA

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO DE UMA EMPRESA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO AMBULATORIAL E TRANSFERÊNCIA DE PACIENTES EQUIPARADA

À ATIVIDADE HOSPITALAR.

Biguaçu

2007

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DANIELLA MARIAN PEREIRA

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO DE UMA EMPRESA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO AMBULATORIAL E TRANSFERÊNCIA DE PACIENTES EQUIPARADA

À ATIVIDADE HOSPITALAR.

Monografia apresentada ao Curso de Ciências Contábeis na Universidade do Vale do Itajaí, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof°: Dr. Sérgio Murilo Petri

Biguaçu

2007

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DANIELLA MARIAN PEREIRA

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO DE UMA EMPRESA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO AMBULATORIAL E TRANSFERÊNCIA DE PACIENTES EQUIPARADA

À ATIVIDADE HOSPITALAR.

Esta monografia foi apresentada como trabalho de conclusão de curso de Ciências Contábeis da Universidade do Vale do Itajaí e aprovada pela banca constituída pelo orientador e membros abaixo.

Biguaçu, 05 de dezembro de 2007

Professores que compuseram a banca:

Profª Dr. Sérgio Murilo Petri

(Orientador)

Prof. Dr. Silvio Osni Koerich

(Membro de Banca)

Prof. Francisco Eugênio Pereira

(Membro de Banca)

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“Concordo que talvez não haja maior alegria na vida do que encontrarmos meios para vencer nossas fraquezas. Nós todos conhecemos a embriaguez da vitória e a agonia da derrota. Encontramos um pouco de loucura e alguma crença em nós mesmos, podemos dar grandes passos em direção da conquista de nossos objetivos. O maior fracasso é não tentar. Muitos com certeza, desistiram, quando com um pouco mais de persistência, teriam chegado lá.” (Leo Buscaglia)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pois é maravilhoso ter saúde, amar, viver,

sonhar quando há tantos que choram, odeiam ou morrem antes mesmo de nascer, é

maravilhoso voltar para casa quando há tantos que não tem onde dormir. Enfim, ter

pouco a pedir e tanto a agradecer.

Aos meus Pais Daniel e Marivone, pois não há nada mais puro do que seu

amor, eles que nos momentos de felicidades me olharam nos olhos a sorrir e nos

obstáculos, seguraram em minhas mãos e me auxiliaram. Desculpe-me por muitas

vezes em que estive exausta, preocupada com as provas, chateada com as notas,

vocês talvez sem saber, compreenderam. As alegrias de hoje também são suas,

pois seu amor, estímulo, carinho e participação foram as armas desta vitória. Vocês

se preocuparam comigo, e neste dia gostaria que sentissem orgulho de quem

também lhe ama muito.

Ao meu namorado Ivanilson Zapelini pelo amor, carinho e paciência que

sempre teve comigo, sua força foi fundamental para que eu superasse as

dificuldades encontradas na elaboração deste trabalho de conclusão de curso.

A minha irmã Maiúlly Marian Pereira, pelas brincadeiras que não me deixaram

abater no decorrer dessa delicada etapa de minha vida.

Agradeço a Deusilene Moura Grimouth Stopassoli pelas diversas vezes que

me estendeu a mão, criando uma grande amizade que nasceu entre nós na Univali e

foi além da sala de aula. Quantos finais de semana estudamos juntas, dividindo

tristezas, alegrias, sonhos, expectativas e experiências de vida. Obrigado pelos seus

sábios conselhos.

Ao meu orientador Professor Sérgio Murilo Petri pela dedicação,

perseverança a mim confiada, na condução desta pesquisa.

Enfim, agradeço a todos que direta ou indiretamente participaram deste

momento tão especial, que representa uma conquista pessoal e profissional.

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RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso tem como propósito evidenciar a importância de fazer um estudo minucioso da atividade econômica e suas possíveis formas de tributação, na busca da forma mais adequada de tributação da renda de uma empresa de prestação de serviço ambulatorial equiparada à atividade hospitalar. O profissional da contabilidade deve manter-se atualizado e buscar alternativas legais (elisão fiscal) ou a existência de lacunas na lei, para possibilitar ao contribuinte realizar a operação pretendida da forma menos onerosa possível mais sem contrariar a lei. Para tanto, o estudo foi desenvolvido com auxílio de procedimentos metodológicos e pesquisas bibliográficas, os quais foram fundamentais para obter conhecimento e embasamento teórico ao abordar os aspectos relacionados às modalidades de tributação existentes na legislação brasileira. Complementando a realização do trabalho, foi aplicado o estudo de caso, permitindo um amplo e detalhado conhecimento sobre o tema abordado. Por meio dos cálculos comparativos efetuados conseguiu-se evidenciar a influência na carga tributária da empresa analisada, possibilitando a indicação da melhor forma de tributação do IRPJ e da CSLL para a empresa após tais equiparações.

Palavras Chave: IRPJ. CSLL. Equiparação Hospitalar. Planejamento Tributário.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – DEMONSTRATIVO DA RECEITA TOTAL ..................................................................... 36

TABELA 2 – CÁLCULO IRPJ NO LUCRO PRESUMIDO..................................................................... 38

TABELA 3 – CÁLCULO CSLL NO LUCRO PRESUMIDO ................................................................... 39

TABELA 4 – DEMONSTRATIVO TOTAL DO IRPJ E CSLL NO LUCRO PRESUMIDO...................... 40

TABELA 5 – CÁLCULO DO IRPJ NO LUCRO PRESUMIDO EQUIPARADO A HOSPITAIS ............. 41

TABELA 6 – CÁLCULO DO CSLL NO LUCRO PRESUMIDO EQUIPARADO A HOSPITAIS ............ 42

TABELA 7 – DEMONSTRATIVO TOTAL DO IRPJ E CSLL NO LUCRO PRESUMIDO PELA EQUIPARAÇÃO A SERVIÇOS HOSPITALARES ................................................................................ 42

TABELA 8 – DEMONSTRATIVO DA SITUAÇÃO ATUAL VERSUS SITUAÇÃO EQUIPARADA........ 43

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................10

1.1 JUSTIFICATIVA................................................................................................11

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ...........................................................................12

1.3 OBJETIVOS......................................................................................................12

1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................13

1.3.2 Objetivos Específicos.....................................................................................13

1.4 SUPOSIÇÃO.....................................................................................................13

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .........................................................................14

2 SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL ...............................................................15

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................................................................15

2.2 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA.............................................................................15

2.3 TRIBUTOS........................................................................................................16

2.3.1 Impostos..........................................................................................................17

2.3.2 Taxas................................................................................................................18

2.3.3 Contribuição de Melhoria...............................................................................19

2.3.4 Empréstimos Compulsórios ..........................................................................19

2.3.5 Contribuições Sociais ....................................................................................20

2.4 PLANEJAMENTO TRIBUTARIO ......................................................................20

2.4.1 Elisão Fiscal ....................................................................................................20

2.4.2 Evasão Fiscal ..................................................................................................21

3 MODALIDADE DE TRIBUTAÇÃO...................................................................22

3.1 MODALIDADE DO LUCRO REAL....................................................................22

3.1.1 Lucro Real Trimestral .....................................................................................23

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3.1.2 Lucro Real Anual ............................................................................................24

3.2 MODALIDADE DO LUCRO PRESUMIDO........................................................25

3.3 MODALIDADE DO SIMPLES NACIONAL ........................................................26

3.4 EQUIPARAÇÃO HOSPITALAR........................................................................26

3.5 EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS HOSPITALARES ....................27

3.5.1 Serviços Ambulatoriais e Transferências.....................................................29

4 METODOLOGIA A SER APLICADA ...............................................................31

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA................................................................31

4.2 ESTUDO DE CASO..........................................................................................32

4.3 UNIDADE DE ANÁLISE....................................................................................33

4.3.1 Caracterização da Empresa ...........................................................................33

4.3.2 Instrumentos ...................................................................................................33

4.3.3 Procedimentos Metodológicos......................................................................34

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS ........................................35

5.1 COTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA...............................................................35

5.2 AVALIAÇÃO DA TRIBUTAÇÃO NO ANO DE 2006..........................................36

5.3 CÁLCULO DO IRPJ E DA CSLL EM 2006 ATUAL...........................................37

5.4 CÁLCULO DO IRPJ E DA CSLL EM 2006 EQUIPARDA .................................40

5.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS.........................................................................43

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................45

6.1 GENERALIDADES ...........................................................................................45

6.2 QUANTO AOS OBJETIVOS PROPOSTOS .....................................................46

6.3 LIMITAÇÕES ....................................................................................................47

6.4 QUANTO A SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS...............................47

REFERÊNCIAS.........................................................................................................48

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1 INTRODUÇÃO

O Planejamento Tributário no Brasil constitui ferramenta imprescindível à

administração das entidades em geral, sendo que, um dos custos que tem

maior relevância dentro da maioria das empresas são os tributos, uma vez que

o Brasil é o país que possui uma das maiores carga tributária do mundo. Este

planejamento inicia antes mesmo da constituição da empresa, pois é neste

momento que a empresa escolhe qual será seu regime de tributação

objetivando buscar possibilidades legalmente cabíveis que permitem com que

essa carga tão onerosa de tributos se torna mais justa.

O planejamento tributário previsto e executado de maneira inteligente e

eficaz na proteção da vida empresarial, é fato de suma importância na situação

financeira de toda e qualquer entidade. Portanto, um bom planejamento

tributário é eficaz na proteção das disponibilidades das empresas. A

contribuição do profissional contabilista quanto à implementação dessa

ferramenta e muito valiosa, prezando pela continuidade dos empreendimentos

e manutenção de empregos.

Segundo Fabretti (2000, p.30) “ o planejamento tributário exige, antes de

tudo, bom senso do planejador. Há alternativas legais válidas para grandes

empresas, mas que são inviáveis para as médias e pequenas, dado o custo

que as operações necessárias para execução deste planejamento podem

exigir”.

É de suma importância para realização de um planejamento tributário a

participação de um profissional da contabilidade, pois desempenham um

importante papel neste trabalho, tornando um instrumento de controle e

orientação útil e eficaz para o desenvolvimento da sociedade e o progresso do

País.

Uma questão que merece ser muito bem analisada é a que diz respeito

a possibilidade de as prestadoras de serviços ambulatoriais e de transferência

de pacientes optante pelo lucro presumido terem suas atividades equiparadas

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a serviços hospitalares com a conseqüente redução na base de cálculo e

adotando os percentuais de 8% para o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica

(IRPJ) e de 12% para a apuração da base de calculo da contribuição social

sobre o lucro liquido (CSLL).

A obtenção desta redução é justificada pela natureza dos serviços

prestados o qual define o tratamento tributário aplicado, importará em

significativa economia tributaria de cerca de 70% da base do tributo a ser

apurado ou calculado.

1.1 JUSTIFICATIVA

A globalização da economia e a crescente revolução tecnológica estão

modificando profundamente o ambiente das empresas e da sociedade como

um todo. Essas alterações estimulam a concorrência, fazendo crescer o

aprimoramento pela qualidade e conhecimento, produzindo serviços que

trazem um novo ambiente para os profissionais de todas as áreas e, em

especial, aos profissionais da área contábil, pois contribuem diretamente para

que os empresários possam tomar decisões seguras em seus negócios"

Esse ambiente de mudança requer cada vez mais que se faça uma

reflexão profunda das tendências modernas da Contabilidade a base deste

serviço é a informação, por isso investir constantemente em tecnologia de

informação, cursos de aperfeiçoamento e atualização. Utilizando a

Contabilidade de maneira precisa e correta aproveitando as informações que

os profissionais detêm da Ciência Contábil

A forma de enquadramento da tributação das empresas, obedecendo

naturalmente as normas legais, pode levar a maior ou menor desembolso

monetário, tributação na modalidade do lucro real é aberta para todas as

empresas, embora algumas obrigatoriamente por força legal devido a seu

montante de receita bruta total no ano ano-calendário anterior. Contudo é

fundamental para a execução de um trabalho de qualidade que seja

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resguardado os registros contábeis e simultaneamente a contabilidade como

instrumento de informação para que as decisões possam ser confiáveis

garantindo a continuidade das entidades. Percebe-se assim a importância de

se escolher qual a modalidade de tributação que reduza o desembolso e

concomitantemente obedeça os preceitos legais.

Este planejamento tributário permite às empresas de que prestam

serviço ambulatorial equiparado a atividade hospitalar, utilizarem o percentual

de 8% (oito por cento sobre a receita bruta), para a composição da base de

cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica para fins de determinação do

Lucro Presumido, onde o percentual pode chegar até à alíquota de 32% (trinta

e dois por cento sobre a receita bruta) para outros empresas de serviços que

diferem apenas quanto ao recolhimento do imposto de renda. Naturalmente, a

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, se reduzira para 12% (doze por

cento sobre a receita bruta).

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Por meio do conhecimento contábil e jurídico que possui o profissional da

contabilidade cabe questionar:

- Qual seria a melhor forma de tributação para uma empresa cuja atividade

seja prestação de serviço ambulatorial, visando à economia de recursos de

maneira lícita?

1.3 OBJETIVOS

O presente trabalho tem o objetivo de demonstrar os benefícios da

utilização do planejamento tributário:

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1.3.1 Objetivo Geral

Evidenciar a importância de fazer um estudo minucioso da atividade

econômica e suas possíveis formas de tributação, na busca da forma mais

econômica de tributação da renda de uma empresa de prestação de serviço

ambulatorial equiparada à atividade hospitalar.

1.3.2 Objetivos Específicos

Dentre os objetivos específicos deste trabalho podemos destacar:

● Analisar a situação em que é possível uma empresa que presta

serviço ambulatorial ser optante pelo Lucro Presumido e obter benefício fiscal;

● Comparar Lucro Presumido não equiparado com Lucro Presumido

equiparado, evidenciando através de cálculos, a maneira que traz maior

lucratividade para o empresário dentro dos preceitos legais.

● Demonstrar que o planejamento tributário quando bem executado é

eficaz ferramenta na economia de recursos, de forma legal, para as empresas;

1.4 SUPOSIÇÃO

Tratando-se de um estudo de caso, optou-se neste trabalho pela

antecipação de algumas suposições fundamentas em material bibliográfico

pesquisado, visando suposições de soluções. Sendo assim, supõe-se que:

● Conforme Lei nº 9.249, de 1995, em seu inciso II E III poderão ser

considerados serviços hospitalares aqueles prestados por pessoas jurídicas,

que executem serviços ambulatoriais, que efetuem em seus estabelecimentos

recepção, transferência e preparação aos pacientes com equipe, realizando

atendimento e procedimentos de urgência podendo ainda prestar apoio

diagnóstico e terapêutico por 24 hs;

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● Uma empresa de prestação de serviço ambulatorial pode ser tributada

pelo Lucro Presumido, equiparando a atividade hospitalar e consequentemente

reduzindo sua base de cálculo do imposto de renda pessoa jurídica para 8%

(oito por cento) e contribuição social para 12% (doze por cento).

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho é composto por seis capítulos, sendo estes

abordados de acordo com o descrito a seguir:

No primeiro capítulo apresenta-se uma introdução sobre a temática

estudada, descrevendo o tema e problema da pesquisa, bem como os

objetivos traçados e a suposição.

Já o segundo capítulo aborda a fundamentação teórica sobre o sistema

tributário, apresentando os elementos tributários tais como: a obrigação

tributária, contribuinte e responsável, base de cálculo, alíquota, adicional e as

classificações dos tributos e planejamento tributário, a elisão, evasão.

O terceiro capítulo explica a modalidades de tributária, de lucro real,

lucro presumido e simples nacional.

O quarto capítulo detalha a metodologia de pesquisa utilizada para

realização do trabalho.

No quinto, apresenta-se uma aplicação prática utilizando os dados

fornecidos junto á empresa, demonstrando a conclusão da análise de

resultados da pesquisa através cálculos.

Finalizando, o sexto capítulo expõe as considerações finais do tema

pesquisado, apresentando e avaliando os objetivos propostos, as limitações

encontradas e apresenta recomendações de acordo com os resultados

alcançados, listando as referências utilizadas na pesquisa.

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2 SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

O presente capítulo apresenta uma breve contextualização do sistema

tributário, quanto ao seu conceito e classificação.

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O item a seguir fundamentará o sistema tributário como um todo, uma

vez que o tema desta monografia está relacionado a este.

Conceito: Entende Harada (2007, p. 81) que “sistema pressupõe um

conjunto de elementos organizados de forma harmônica, formando um todo

uniforme, por meio de princípios que residem o agrupamento desses

elementos. Assim, denomina-se Sistema Tributário Nacional o conjunto de

normas constitucionais de natureza tributária, inserindo no sistema jurídico

global, formando por um conjunto unitário e ordenado de normas subordinadas

aos princípios fundamentais, reciprocamente harmônicos, que organizam os

elementos constitutivos do Estado, que outra coisa não é senão a própria

Constituição Federal.”

Classificação: Ressalta Martins (2003, p. 133) que os sistemas

tributários podem ser rígidos e flexíveis, no sistema rígido, não há possibilidade

de o legislador ordinário estabelecer regras diferenciadas do previsto na

Constituição, que disciplina integralmente o sistema. No sistema flexível, o

legislador ordinário tem amplas possibilidades de alterar a descriminação de

rendas tributárias.

2.2 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Tratando-se de conceito de Legislação Tributária, que aborda decisões

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presentes visando resultados futuros através da interpretação. Para melhor

entendimento Martins (2003, p. 29) nos diz:

A denominação Legislação Tributária é usada em faculdades de

Economia, Administração e Contabilidade. Não se estuda somente a legislação

tributária, mas também o Direito Tributário em sua totalidade, suas normas

gerais, sua interpretação, sua aplicação etc. A legislação é apenas uma parte

do direito Tributário.

Ainda Martins (2003, p. 66) define que na interpretação, haverá a

declaração do conteúdo da lei. O intérprete não criará nada de novo ou

inovará, mas interpretará o disposto na lei, declarando seu sentido e alcance. O

legislador poderia expresssar-se inadequadamente, dizendo menos do que

queria (minus dixt quam voluit) ou mais (plus dixit quam voluit) do que

desejava. Representa, portanto, a interpretação uma atividade lógica do

intérprete.

2.3 TRIBUTOS

A motivação da realização deste estudo está no fato de a legislação

tributária exigir dos profissionais contabilistas vários conceitos do direito

tributário para execução correta da suas atividades. Seguimos definindo tributo:

Dispõe o art. 3º do Código Tributário Nacional:

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Para Martins (2003, p. 98) tributo é uma prestação de dar, de pagar. Não

se trata de obrigação de fazer ou não fazer. Tributo tem o objeto carrear para

os cofres do Estado meios financeiros para a satisfação das necessidades da

coletividade.

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2.3.1 Impostos

Observa-se que ninguém gosta de pagar impostos, mas afinal para

maior clareza dos fatos o que seria imposto:

(Art.145, I, da CF) são exações desvinculadas de qualquer atuação estatal, decretadas exclusivamente em função do jus imperii do Estado. Seu fato gerador é sempre uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Harada (2007, p.83) “o imposto caracteriza-se como tributo do tipo

captação de riqueza produzido pelo particular. São classificados pela doutrina

em diretos e indiretos, reais e pessoais e em fixos, proporcionais ou

progressivos”.

Impostos diretos: Seria aquele em que não há repercussão econômica

do encargo tributário, isto é, aquela pessoa que praticou o fato tipificado na lei

suporta o respectivo ônus fiscal. O imposto indireto seria aquele em que o ônus

financeiro do tributo é transferido ao consumidor final, por meio do fenômeno

da repercussão econômica.

Quanto à classificação que divide os impostos pessoais e reais, tem-se

que os primeiros levam em conta as qualidades individuais do contribuinte, sua

capacidade contributiva para dosagem do aspecto quantitativo do tributo,

enquanto que os segundos são aqueles decretados sob a consideração única

de matéria tributável, com total abstração das condições individuais de cada

contribuinte. Essa classificação que é meramente doutrinária, hoje, perdeu sua

nitidez. Somente o exame de fato gerador em todos os seus aspectos permite

dizer se determinado imposto tem natureza real ou pessoal.

De acordo com Harada (2007, p.84) os impostos podem ser fixos,

proporcionais ou progressivos. O imposto fixo, também conhecido como

imposto de alíquotas fixa, é aquele em que o montante a ser pagar é

representado por uma quantia predeterminada. É o caso, por exemplo, do ISS

devido pelo prestador de serviço sob a forma de trabalho pessoal do próprio

contribuinte, em que o preço do serviço prestado deixa de ser a base de

cálculo do imposto.

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Imposto proporcional: é aquele que mantém a mesma alíquota,

qualquer que seja o valor tributável.

Imposto progressivo: é aquele que exige uma alíquota maior à medida

que o valor tributável vai aumentando. Diz-se que a progressão é simples

quando cada alíquota maior se aplica por inteiro a toda matéria tributável. Já a

progressividade graduada é aquela em cada alíquota quota maior é calculada,

tão somente, sobre a parcela do valor compreendida entre o limite e o superior,

de sorte a exigir a aplicação de tantas alíquotas quantas sejam as parcelas de

valor para, afinal, serem somados todos os valores parciais, obtendo-se o

montante do imposto a pagar.

2.3.2 Taxas

Quanto as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito

Federal ou pelos Municípios, o CTN, em seu art. 77, dispõe:

As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm com fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto, nem ser calculada em função do capital das empresas.

Para Harada (2007, p.84) taxas são tributos vinculados a uma específica

do Estado, o estado previstas no art. 145, II, da CF e art. 77 do CTN, podem

ser decorrentes do exercício do poder de polícia – taxa de polícia (exemplo:

taxa de fiscalização de estabelecimentos. Taxas de licença de publicidade) - ou

da prestação de serviços públicos especifico e divisível – taxa de serviço (taxa

de limpeza, taxa judiciária).

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2.3.3 Contribuição de Melhoria

A maior dificuldade na cobrança dessa espécie tributária está na

delimitação da zona de influência benéfica da obra pública. Sabemos que

existem obras que acarretam valorização longitudinal, ao longo da obra.

Encontra-se a dificuldade na detectação de imóveis passíveis de

valorização em decorrência de obra pública. Isso explica a razão pela qual a

maioria das municipalidades vem cobrando a contribuição de melhoria somente

em relação à execução de obras de pavimentação de vias e logradouros

públicos, hipótese em que a delimitação da zona de influência benéfica.

Segundo Harada (2007, p.84) a contribuição de melhoria está prevista

no art. 145, III, da CG e é espécie tributária que tem por fato gerador a atuação

estatal mediatamente referida ao contribuinte. Entre a atividade estatal e a

obrigação do sujeito passivo existe um elemento intermediário que é a

valorização do imóvel.

2.3.4 Empréstimos Compulsórios

Conforme Emenda Constitucional n° 01/1969 determinou que somente a

União, em casos excepcionais definidos em lei complementar, poderá instituir

empréstimo compulsório (§ 3°, do art. 18). Na constituição de 1988, a matéria

foi regulada no art. 148.

O empréstimo compulsório tem por objetivo:

a) atender as despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade

pública, de guerra externa ou sua iminência;

b) zelar pelo investimento público de caráter urgente e de relevante

interesse nacional (art.148 da constituição)

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2.3.5 Contribuições Sociais

As cobranças Sociais destas contribuições se destinam para o

financiamento em benefício da saúde, previdência e da assistência social.

Harada (2007, p.85) entende que a contribuição social é espécie

tributada vinculada à atuação indireta do Estado. Tem como fato gerador uma

atuação indireta do Poder Público mediatamente referida ao sujeito passivo

da obrigação tributaria. A contribuição social caracteriza-se pelo fato de, no

desenvolvimento pelo Estado de determinada atividade administrativa de

interesse geral, acarretar maiores despesas em prol de certas pessoas

(contribuintes), que passam a usufruir de benefícios diferenciados dos demais

(não contribuintes). Tem seu fundamento na maior despesa provocada pelo

contribuinte e na particular vantagem a ele proporcionada pelo Estado.

2.4 PLANEJAMENTO TRIBUTARIO

Leciona Maximiliano (1984, p. 9) que a Lei “é obra humana e aplicada

por homens; portanto imperfeita na forma e no fundo, e dará duvidosos

resultados práticos, se não se verificarem, com esmero, o sentido e o alcance

das expressões do Direito”.

2.4.1 Elisão Fiscal

A Elisão Fiscal é uma maneira de reduzir, eliminar ou postergar a

obrigação tributária, evidenciando o importância do planejamento tributária.

Conforme IBFD (1988, p. 22) “Elisão fiscal é um termo utilizado para

denotar a redução dos encargos tributários por meios legais. Frequentemente é

usado em sentido pejorativo, como quando utilizado para descrever a

economia de impostos atingida através de arranjos artificiais dos negócios

pessoais ou empresariais, aproveitando-se da existência de lacunas,

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anomalias, ou outras deficiências no direito tributário.

(...) Em contraste com a elisão, a evasão fiscal é a redução de impostos

obtida por meios ilícitos.

2.4.2 Evasão Fiscal

A evasão fiscal portanto, trata-se do jeito ou habilidade especial de

executar algo que seja considerado ato ilícito, pois o contribuinte se apropria de

direito que a Lei não permite ao praticar determinada operação, este ato fere

os efeitos jurídicos da norma tributária, ocasionando a omissão de informações

as autoridades fazendárias através de números inexatos, levando o

contribuinte a prestar declaração falsa de forma a comprometer a continuidade

da empresa.

Conforme IBFD (1988, p. 101) “Evasão Fiscal. Este termo é aplicado

para economia de impostos atingida por meios ilegais, incluindo-se nestes a

omissão da renda tributável ou de transações realizadas das declarações de

tributos, ou a redução da quantia devida por meios fraudulentos.”

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3 MODALIDADE DE TRIBUTAÇÃO

O presente capítulo versará as modalidades de tributação, haja visto que

o tema principal do presente trabalho de conclusão de curso.

3.1 MODALIDADE DO LUCRO REAL

Estão obrigadas a apurar o imposto de renda com base no Lucro Real

aplicando sobre a base de cálculo a alíquota de 15% (quinze por cento) para

IRPJ e 9% (nove por cento) para contribuição social as pessoas jurídicas

enumerados no artigo 14 da Lei 9.718/98. São eles:

I. Cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja superior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses;

II.Cujas atividades sejam de instituições financeiras ou equiparadas;

III. Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

IV. Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;

V. Que no decorrer do ano-calendário tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, inclusive mediante balanço ou balancete de suspensão ou redução de imposto;

VI. Cuja atividade seja de “factoring”.

As pessoas jurídicas, mesmo se não obrigadas, poderão apurar seus

resultados tributáveis com base no Lucro Real, visando economia tributária.

A expressão lucro Real significa o próprio lucro tributável, para fins da

legislação do imposto de renda, distinto do lucro líquido apurado contabilmente.

De acordo com o art. 247 do RIR/1999, lucro real é o lucro líquido (antes da

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provisão para o imposto de renda) do período de apuração ajustado pelas

adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação

fiscal e demonstrado no LALUR, observando-se que:

Adições: referem-se ás despesas contabilizadas pela PJ, mas que não limitadas ou não admitidas pela lei. Exemplo: multas por infrações fiscais.

Exclusões: são valores que a lei permite subtrair do lucro líquido (IR) para efeito fiscal. Exemplo: depreciação acelerada por incentivos fiscais, dividendos obtidos de investimentos em ações de outras empresas avaliadas pelo custo de aquisição etc.

Poderão ser compensados, total ou parcialmente, à opção do

contribuinte, os prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores, desde

que observado o limite máximo de 30% do lucro líquido ajustado pelas adições

e exclusões previstas na legislação tributária. O prejuízo compensável é o

apurado na demonstração do lucro real de períodos anteriores e registrado no

LALUR (parte B), (Lei n° 8.981, de 1995, art. 42).

3.1.1 Lucro Real Trimestral

O imposto por períodos de apuração trimestrais, deverão ser encerrados

nos dias, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-

calendário. O imposto de renda devido, apurado trimestralmente, será pago em

quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do

período de apuração.

À opção da pessoa jurídica, o imposto devido poderá ser pago em até

três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três

meses subseqüentes ao de encerramento do período de apuração a que

corresponder. Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$1.000,00 (um mil

reais) e o imposto de valor inferior a R$2.000,00 (dois mil reais) será pago em

quota única.

Higuchi e Higuchi, (2001, p.23) ressaltam que no lucro real trimestral, o

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lucro do trimestre anterior não pode ser compensado com o prejuízo fiscal de

trimestres seguintes, ainda que dentro do mesmo ano-calendário. O prejuízo

fiscal de um trimestre só poderá ser compensado com o prejuízo de fevereiro

ou dezembro e o lucro de março poderá ser compensado com o prejuízo de

qualquer mês. O imposto e contribuição a pagar, apurados em cada trimestre,

sem qualquer acréscimo, ou em três quotas mensais com juros pela taxa do

Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC até o mês anterior ao do

pagamento e de 1% nesse mês. Com isso, se o saldo do imposto devido sobre

o lucro do primeiro trimestre for pago em quota única no mês de abril, a

empresa não terá pagamento em maio e junho.

3.1.2 Lucro Real Anual

O contribuinte ainda tem a opção de apurar anualmente o imposto

devido, devendo entretanto recolher por estimativa ou através de Suspensão

de ou Redução do imposto:

3.1.2.1 Vantagens da opção pelo pagamento mensal por estimativa

No regime de pagamento mensais, o que prevalecerá será a apuração

anual do lucro real, de modo que os resultados positivos e negativos do ano

são compensados automaticamente, sem restrição, qualquer que seja a

natureza operacional ou não operacional).

3.1.2.2 Opção pela suspensão ou redução do imposto

As pessoas jurídicas que queiram suspender ou reduzir em algum

período de apuração mensal o pagamento do imposto apurado pela estimativa

nessa hipótese deverão obrigatoriamente levantar balanços ou balancetes de

suspensão ou redução, os quais deverão ser transcritos no livro diário com o

fim de demonstrar que o valor já pago no curso do ano-calendário excede o

valor do imposto, inclusive o adicional, calculado com base no lucro real do

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mesmo período (RIR /1999, art.230)

Os balanços ou balancetes deverão abranger os resultados apurados no

ano-calendário, compreendendo o mês de janeiro (ou do início de atividade) e

o mês em que se desejar suspender ou reduzir o valor a ser pago,

determinando sobre base de cálculo estimada.Tais balanços ou balancetes

somente se destinam a este fim.Saliente-se, ainda, que a cada suspensão ou

redução deverá ser levantado novo balanço ou balancete abrangendo esse

novo período (RIR /1999, art.230).

3.2 MODALIDADE DO LUCRO PRESUMIDO

Silva (2004) em sua apostila sobre planejamento tributário diz que:

Não existem empresas obrigadas à apuração pelo Lucro presumido, só optam pelo lucro presumido as pessoas jurídicas que não são obrigadas á opção à apuração com base no Lucro Real e que vêem vantagens na diminuição do imposto ao optarem pelo Lucro Presumido. Na apuração com base no lucro presumido, como o próprio nome já diz, presume-se o lucro, nesta modalidade não se utiliza a contabilidade para calcular a base de cálculo do imposto e sim uma presunção do lucro com base no faturamento.

Os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta são os abaixo

discriminados (RIR/1999, art. 223):

Atividades Percentuais (%)

Atividades em geral (RIR/1999, art. 518) 8,0 %

Revenda de combustíveis 1,6 %

Serviços de transporte (exceto o de carga) 16,0 %

Serviços de transporte de cargas 8,0 %

Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 32,0 %

Serviços hospitalares 8,0 %

Intermediação de negócios 32,0 %

Administração, locação ou cessão de bens e direitos de qualquer natureza (inclusive imóveis)

32,0 %

QUADRO 1 – TABELA DE IMPOSTO DE RENDA PELA MODALIDADE DO LUCRO PRESUMIDO Fonte: Adaptado do RIR/1999, art. 223

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3.3 MODALIDADE DO SIMPLES NACIONAL

Conforme informações obtidas junta ao site da Secretária da Receita

Federal o Simples Nacional é um regime tributário diferenciado, simplificado e

favorecido previsto na Lei Complementar nº 123, de 14.12.2006, aplicável às

Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte, a partir de 01.07.2007.

■ Considera-se ME, para efeito do Simples Nacional, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00.

■ Considera-se EPP, para efeito do Simples Nacional, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00.

O Simples Nacional implica no recolhimento mensal, mediante

documento único de arrecadação do Simples Nacional (DAS).

Resumidamente, o valor devido mensalmente pelas ME e EPP optantes

pelo Simples Nacional é determinado mediante aplicação das tabelas dos

anexos da Lei Complementar nº 123, de 14.12.2006.

Para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a

receita bruta acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de

apuração (RBT12).

Já o valor devido mensalmente, a ser recolhido pela ME ou EPP, será o

resultante da aplicação da alíquota correspondente sobre a receita bruta

mensal auferida.

3.4 EQUIPARAÇÃO HOSPITALAR

A resolução do CREMESC nº 027/97 estabelece alguns critérios para

que as empresas prestadoras de serviços ambulatoriais com transferência de

pacientes possam se equiparar a serviços hospitalares e usufruírem da

redução de IRPJ para 8% (oito por cento), na composição da base de cálculo

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do Imposto de Renda Pessoa Jurídica para fins de determinação do Lucro

Presumido. E com relação à CSLL poderá ser utilizado á alíquota de 12%

(doze por cento):

VII. Dos Estabelecimentos Prestadores de Serviço

VII. 1. - Os estabelecimentos que prestam serviço de transporte e atendimento de pacientes deverão possuir obrigatoriamente, no mínimo, 2 (duas) ambulâncias e incorporar outro veículo à sua frota a cada 20.000 filiados ou fração. A cada 3 (três) veículos deverá haver 1 (hum) de reserva.

VII. 2. - Os estabelecimentos prestam serviços de atendimento pré-hospitalar deverão contar com:

VII. 2. 1. - Até 50.000 filiados: 2 (duas) linhas telefônicas e com mais de 50.000 filiados 3 (três) linhas telefônicas;

VII. 2. 2. - Central privativa de comunicação.

Requisitos Gerais

VI. 1. - Cada veículo deverá ser mantido em bom estado de conservação e em condições de operação.

VI. 3. - O uso do sinalizador sonoro e luminoso somente será permitido durante a resposta aos chamados de emergência e durante o transporte de pacientes, de acordo com a legislação específica em vigor.

VI. 4. - Deverá haver um sistema de fixação de maca ao assoalho do veículo, que deverá contar com cintos de segurança em condições de uso. O cinto de segurança é obrigatório para todos os passageiros.

VI. 5. - As janelas do compartimento do paciente deverão ser de vidros jateados, permitindo-se a inclusão de linhas não jateadas.

VI. 6. - É obrigatório a desinfecção do veículo após o transporte de paciente que comprovadamente seja portador de moléstia infecto-contagiosa antes da sua próxima utilização, de acordo com a Portaria MS 930/92.

3.5 EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS HOSPITALARES

Conforme Art. 23. Para os fins previstos no art. 15, § 1º inciso III, alínea

"a", da Lei nº 9.249, de 1995, em seu inciso II E III pode ser considerados

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serviços hospitalares aqueles prestados por pessoas jurídicas as seguintes

atividades:

II - prestação de atendimento eletivo de assistência à saúde em regime ambulatorial, compreendendo as seguintes atividades:

a) recepcionar, registrar e fazer marcação de consultas;

b) realizar procedimentos de enfermagem;

c) proceder a consulta médica, odontológica, psicológica, de assistência social, de nutrição, de fisioterapia, de terapia ocupacional, de fonoaudiologia e de enfermagem;

d) recepcionar, transferir e preparar pacientes;

e) assegurar a execução de procedimentos pré-anestésicos e realizar procedimentos anestésicos nos pacientes;

f) executar cirurgias e exames endoscópios em regime de rotina;

g) emitir relatórios médico e de enfermagem e registro das cirurgias e endoscopias realizadas;

h) proporcionar cuidados pós-anestésicos;

i) garantir o apoio diagnóstico necessário.

III - prestação de atendimento imediato de assistência à saúde, compreendendo as seguintes atividades:

a) nos casos sem risco de vida (urgência de baixa e média complexidade):

1. triagem para os atendimentos;

2. prestar atendimento social ao paciente e/ou acompanhante;

3. fazer higienização do paciente;

4. realizar procedimentos de enfermagem;

5. realizar atendimentos e procedimentos de urgência;

6. prestar apoio diagnóstico e terapêutico por 24 hs;

7. manter em observação o paciente por período de até 24 horas.

b) nos casos com risco de vida (emergência) e nos casos sem risco (urgência de alta complexidade):

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1. prestar o primeiro atendimento ao paciente;

2. prestar atendimento social ao paciente e/ou acompanhante;

3. fazer higienização do paciente;

4. realizar procedimentos de enfermagem;

5. realizar atendimentos e procedimentos de urgência;

6. prestar apoio diagnóstico e terapia por 24 horas;

7. manter em observação o paciente por período de até 24 horas.

3.5.1 Serviços Ambulatoriais e Transferências

A resolução do CREMESC nº 027/97 que regulamenta a atividade de

transporte, remoção de pacientes através de ambulâncias e outros veículos

traz a seguinte redação em seu anexo único:

1. - Define-se AMBULÂNCIA como todo e qualquer veículo (inclusive aeronave) que se destine, exclusivamente ao transporte de enfermos.

II. Classificação das Ambulâncias

II. 1. - Para efeito desta Resolução as ambulâncias terão a seguinte classificação:

Classe A - Ambulância de Transporte: qualquer tipo de veículo que seja destinado ao transporte de pacientes que não apresentem risco de vida, para remoções simples e de caráter eletivo.

Classe B - Ambulância de Suporte Básico: veículo destinado ao transporte pré-hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, contendo equipamentos mínimos para a manutenção da vida, exceto os materiais de salvamento. Deve ser tripulada por, no mínimo, duas pessoas treinadas em curso técnico de emergências médicas em nível básico.

Classe C - Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de emergência pré-hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, contando com os equipamentos necessários à manutenção da vida e equipamentos de salvamento. Deve ser tripulada por 3 pessoas com treinamento de técnico em emergências médicas e habilitação em salvamento.

Classe D - Ambulância de Suporte Avançado (U. T. I. móvel): veículo destinado ao transporte de pacientes graves,

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que compõe o sistema de atendimento pré-hospitalar e o transporte inter-hospitalar. Deve contar com os equipamentos médicos necessários para esta função e ser tripulada por, no mínimo, 3 pessoas, sendo obrigatória a presença de um médico e um motorista treinado com curso técnico de emergências médicas.

Classe E - Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa fixa ou rotativa, utilizada para transporte de pacientes, dotada de equipamentos médicos homologados pelos órgãos aeronáuticos competentes. Deve ser tripulada por um médico, um profissional de Enfermagem e pilotos habilitados de acordo com a legislação aeronáutica vigente.

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4 METODOLOGIA

A metodologia da pesquisa procura produzir novos conhecimentos na

formação acadêmica, através do processo sistemático percorrido para coleta,

organização, análise , interpretação e sistematização desse conhecimento.

Bastos e Keller (1997, p.11) afirmam que:

“Toda e qualquer atividade desenvolvida, seja teórica ou prática, requer procedimentos adequados justamente é o que a palavra método traduz. Assim sendo também o estudo e o aproveitamento das atividades acadêmicas não dispensam um caminho adequado, qual seja, a organização, a disciplina, a dedicação corretamente orientada. Tudo isso facilita a atividade e obtém dela maior rendimento”.

Desta forma, serão demonstrados as características desta monografia,

com intuito de realizar conclusões correspondentes às informações contidas

nos respectivos dados, de modo que se possa compreender a escolha do tipo

de pesquisa bem como seleção da empresa e dos procedimentos

metodológicos que tornaram possível a aplicação é prática do objetivo em

estudo.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

De acordo com Silva e Menezes (2001, p. 20) “pesquisa é um

conjunto de ações, propostas para encontrar a solução para um problema, que

têm por base procedimentos racionais e sistemáticos”.

Deste modo para atingir os objetivos propostos nesta monografia, foi

realizada uma pesquisa, classificada quanto à natureza como do tipo aplicada,

quanto à forma da pesquisa qualitativa, quanto aos objetivos do tipo

exploratória.

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Segundo Richardson (1999, p.80) “os estudos que empregam uma

metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado

problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar

processos dinâmicos vividos por grupos sociais”.

Conforme Cervo e Bervian (1996 p.47), a pesquisa aplicada, o

investigador é movido pela necessidade de contribuir para fins práticos mais ou

menos imediatos, buscando soluções para problemas concretos.

Referente a pesquisa exploratória Beuren (2003, p. 80) afirma que:

“Uma característica interessante da pesquisa exploratória consiste no aprofundamento de conceitos preliminares sobre determinada temática não contemplada de modo satisfatório anteriormente”, como também ressalta, que “Por meio do estudo exploratório, busca-se conhecer com maior profundidade o assunto, de modo a torná-lo mais claro ou construir questões importantes para a condução da pesquisa”.

Quanto aos objetivos, é de forma exploratória, porque terá o empresário

de forma clara e explicativa, o conhecimento geral da atual situação de seus

negócios, visando adequar sua empresa á alternativa operacional mais

conveniente, por meio das informações que são obtidas através do

planejamento tributário.

4.2 ESTUDO DE CASO

O presente trabalho tem como objetivo demonstrar por meio da

modalidade de pesquisa denominada estudo de caso, que é possível fazer um

planejamento tributário para uma empresa de prestação de serviço

ambulatorial equiparada à atividade hospitalar.

Nas ciências, durante muito tempo, o estudo de caso foi encarado como

procedimento pouco rigoroso, que serviria apenas para estudos de maneira

exploratória. Hoje, porém, é encarado como o delineamento mais adequado

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para investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto

real, onde os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente

percebidos. (YIN, 2001 apud GIL, 2002, P.54).

O estudo de caso será desenvolvido por meio de cálculos dos tributos a

seguir contribuição social do lucro líquido (CSLL) e Imposto de renda pessoa

jurídica (IRPJ) da prestadora de serviços ambulatoriais com transferência de

pacientes. Optou-se neste trabalho por implementar um estudo de caso por se

tratar de uma pesquisa que tem por objetivo o estudo de uma unidade que será

profundamente analisada.

4.3 UNIDADE DE ANÁLISE

A presente pesquisa foi realizou em uma empresa de prestação de

serviço ambulatorial equiparada à atividade hospitalar, na qual se buscou a

explicitar o conhecimento tácito em conhecimento formal, ou seja, explícito.

4.3.1 Caracterização da Empresa

Foi implantada em 14 de outubro de 1990, em Palhoça. O caminho foi

árduo, com as mesmas dificuldades de todo o processo de iniciação e

valorização de um ideal. A empresa iniciou seu trabalho com 5 médicos e com

uma média de 5 funcionários exercendo diversa funções. Hoje, o Centro

Ambulatorial São Lucas funciona em ampla sede com localização privilegiada e

de fácil acesso aos usuários, e demais envolvidos. Conta com 15 funcionários,

30 médicos, contendo 10 ambulâncias.

4.3.2 Instrumentos

Como instrumentos, foram utilizados relatórios obtidos junto à empresa

pesquisada no período de Janeiro/2006 a Dezembro/2006, esses dados serão

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demonstrados através de planilhas comparativas entre a modalidade de Lucro

Presumido equiparado x Lucro Presumido não equiparado, quais foram

desenvolvidos de forma adequada ao objetivo desejado.

4.3.3 Procedimentos Metodológicos

Em primeiro lugar foi solicitado autorização junto as diretores da

empresa para que este estudo de caso fosse realizado em seguido foi

realizado um estudo minucioso na legislação vigente e materiais bibliográficos,

em busca de informações precisas e cabíveis neste ramo ambulatorial

denominado Centro Ambulatorial São Lucas.

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5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

Neste capítulo foi abordado o resultado da pesquisa realizada com os

tributos do Centro Ambulatorial São Lucas demonstrando suas vantagens

através dos cálculos. Estes benefícios que serão demonstrados, trazem para

empresa um ambiente de menor carga tributária, possibilitando mais

investimento e proporcionando diretamente o crescimento da empresa. Os

dados apresentados foram fornecidos pela empresa.

Após a obtenção do faturamento do Centro Ambulatorial São Lucas, foi

efetuado uma comparação com as modalidades de lucro presumido e lucro

presumido equiparado.

5.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA

A escolha da empresa foi realizada dentro de uma ampla relação de

empresas dos mais diversificados ramos de atividades. A seleção foi realizada

juntamente com meu orientador, chegou-se então a definição pelo ramo

Ambulatorial.

A empresa Centro Ambulatorial São Lucas é um nome fictício

chamada assim nesta pesquisa por falta de autorização de uso da razão social

por parte dos proprietários, constituída no ano de 1990, localizada no município

Palhoça.

Atua no ramo de atividade de serviço médico de atendimento de

Urgência e Emergência durante 24 horas, por via telefônica, aos chamados de

urgências e emergências, através da linha gratuita 0800. Possui um sistema de

gravação de chamadas, atendentes de rádio comunicação e médicos

reguladores. O papel do médico é de extrema importância como elemento

ordenador e orientador da atenção Pré e Inter-hospitalar, pois classifica a

prioridade das urgências uma em relação às outras e define a resposta mais

adequada, podendo fazer um aconselhamento, enviar uma equipe ao local

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para o atendimento para fazer a transferência deste paciente para os recursos

disponíveis e mais apropriados do sistema de saúde.

5.2 AVALIAÇÃO DA TRIBUTAÇÃO NO ANO DE 2006

Inicialmente para determinação do lucro presumido foi aplicado à

presunção de 32% sobre a receita bruta mensal auferida nas atividades de

prestação de serviços do Centro Ambulatorial São Lucas.

Com base nesta presunção apresentada acima são acrescidos e

tributados diretamente, os ganhos de capital, demais receitas e os resultados

positivos decorrentes de receitas não compreendidas na atividade da empresa,

encontrando desta forma a base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa

Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido estimado

trimestralmente.

TABELA 1 – DEMONSTRATIVO DA RECEITA TOTAL

Fonte: Autora, com base nas informações da empresa. (Jan a Dez/2006)

RECEITA TOTAL DO CENTRO AMBULATORIAL SÃO UCAS

LUCRO PRESUMIDO COMPETÊNCIA

Receita Prestação de Serviços Receita Financeira

Receita Total

Janeiro 13.125,80 225,01 13.350,81 Fevereiro 43.640,60 87,13 43.727,73 Março 52.983,30 134,99 53.118,29 Abril 74.403,30 52,34 74.455,64 Maio 80.568,30 63,15 80.631,45 Junho 93.967,50 111,09 94.078,59 Julho 122.245,00 33,18 122.278,18 Agosto 127.575,00 175,37 127.750,37 Setembro 133.482,00 99,16 133.581,16 Outubro 150.417,65 199,24 150.616,89 Novembro 164.075,65 26,17 164.101,82 Dezembro 177.480,15 10,14 177.490,29

TOTAL 1.233.964,25 1.216,97 1.235.181,22

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37

Observa-se (Tabela1) que a participação da receita financeira é

pequena, ou seja, menos de 1% da receita total, mas é um ganho e como tal

precisa ser tributado. A seguir apresenta-se os cálculos para o lucro presumido

nesta empresa.

5.3 CÁLCULO DO IRPJ E DA CSLL EM 2006 ATUAL

Para determinação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ)

recolhido por estimativa em cada trimestre, aplica-se a alíquota de 15% sobre a

base de cálculo IRPJ. A parcela da base de cálculo, apurada trimestralmente,

que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), multiplicada pelo número de

meses com atividade existentes dentro do trimestre, ficará sujeita a incidência

de adicional de Imposto de Renda à alíquota de 10%. Poderão ser deduzidos

do IRPJ o Imposto de Renda pago ou retido sobre as receitas que integram a

base de cálculo.

Quando o Imposto de Renda retido na Fonte sobre as aplicações no

pago sobre aplicações no mercado a compensar, for maior do que IRPJ

apurado no trimestre, o excedente, a partir do primeiro dia do trimestre

seguinte, passa a ter o tratamento de Saldo Negativo Apurado em declaração.

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38

TABELA 2 – CÁLCULO IRPJ NO LUCRO PRESUMIDO

RECEITA TOTAL DO CENTRO AMBULATORIAL SÃO LUCAS

COMPETÊNCIA Receita Prestação

de Serviços

Base de cálculo (32%)

Receita Financeira

Valor do IRPJ (15%)

Valor do Adicional

IR (10%)

Valor total do

IRPJ

Janeiro 13.125,80 4.200,26 225,01 Fevereiro 43.640,60 13.964,99 87,13 Março 52.983,30 16.954,66 134,99 1 Trimestre 109.749,70 35.119,90 447,13 5.335,06 - 5.335,06 Abril 74.403,30 23.809,06 52,34 Maio 80.568,30 25.781,86 63,15 Junho 93.967,50 30.069,60 111,09 2 Trimestre 248.939,10 79.660,51 226,58 11.983,06 1.988,71 13.971,77 Julho 122.245,00 39.118,40 33,18 Agosto 127.575,00 40.824,00 175,37 Setembro 133.482,00 42.714,24 99,16 3 Trimestre 383.302,00 122.656,64 307,71 18.444,65 6.296,44 24.741,09 Outubro 150.417,65 48.133,65 199,24 Novembro 164.075,65 52.504,21 26,17 Dezembro 177.480,15 56.793,65 10,14 4 Trimestre 491.973,45 157.431,50 235,55 23.650,06 9.766,71 33.416,77

TOTAL 1.233.964,25 394.868,56 1.216,97 59.412,83 18.051,86 77.464,69

Fonte: Autora, com base nas informações da empresa. (Jan a Dez/2006)

Conforme os documentos já registrados na contabilidade da empresa,

levantou-se um recolhimento no valor de R$ 77.464.69 (setenta e sete sim,

quatrocentos e sessenta e quatro reais e sessenta e nove centavos), de acordo

com a Tabela 3 apresentada anteriormente. Em caso de encontrar outro valor

do imposto utilizando a equiparação, pode-se dessa forma somente poderá ser

compensado mediante apresentação da PER/DCOMP, mesmo que seja com o

próprio IRPJ.

A composição da base de cálculo da contribuição social (CSLL) é a

mesma utilizada para determinação do IRPJ, apenas não se tem o adicional

em caso de exceder o lucro em R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sendo que a

partir de janeiro de 2003, a alíquota da contribuição social sobre o lucro líquido

(CSLL) passou a ser 9% (nove por cento) definitivamente. (Lei n° 10.637, art.

37).

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39

TABELA 3 – CÁLCULO CSLL NO LUCRO PRESUMIDO RECEITA TOTAL DO CENTRO AMBULATORIAL SÃO LUCAS

COMPETÊNCIA Receita Prestação de

Serviços

Base de cálculo (32%)

Receita Financeira

Valor do CSLL (9%)

Janeiro 13.125,80 4.200,26 225,01 Fevereiro 43.640,60 13.964,99 87,13 Março 52.983,30 16.954,66 134,99 1 Trimestre 109.749,70 35.119,90 447,13 3.201,03 Abril 74.403,30 23.809,06 52,34 Maio 80.568,30 25.781,86 63,15 Junho 93.967,50 30.069,60 111,09 2 Trimestre 248.939,10 79.660,51 226,58 7.189,84 Julho 122.245,00 39.118,40 33,18 Agosto 127.575,00 40.824,00 175,37 Setembro 133.482,00 42.714,24 99,16 3 Trimestre 383.302,00 122.656,64 307,71 11.066,79 Outubro 150.417,65 48.133,65 199,24 Novembro 164.075,65 52.504,21 26,17 Dezembro 177.480,15 56.793,65 10,14 4 Trimestre 491.973,45 157.431,50 235,55 14.190,03

TOTAL 1.233.964,25 394.868,56 1.216,97 35.647,69

Fonte: Autora, com base nas informações da empresa. (Jan a Dez/2006)

Conforme os documentos já registrados na contabilidade da empresa,

levantou-se um recolhimento no valor de R$ 35.647.69 (trinta e cinco mil,

seiscentos e quarenta e sete reais e nove centavos), como se pode visualizar

na Tabela 3.

Entretanto se o valor recolhido por estimativa for maior do que o apurado

em 31 de dezembro, a diferença poderá ser compensada com qualquer tributo

ou contribuição administrada pela Secretaria da Receita Federal, a partir de

janeiro do ano seguinte, acrescido de juros de acordo com a taxa SELIC

acumulada a partir do referido mês até o mês anterior ao da compensação e de

1% relativo ao mês da compensação.

A Tabela 4 mostra o total de tributos a serem recolhidos pelo Centro

Ambulatorial São Lucas no ano de 2006, pela forma de tributação lucro

presumido como se fosse uma prestadora de serviços comum, ou seja, não

sendo equiparada a uma hospital.

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40

TABELA 4 – DEMONSTRATIVO TOTAL DO IRPJ E CSLL NO LUCRO PRESUMIDO TRIBUTOS TOTAIS DO CENTRO AMBULATORIAL SÃO LUCAS COMPETÊNCIA IRPJ Adicional IR CSLL TOTAL

1 Trimestre

5.335,05 - 3.201,03

8.536,08

2 Trimestre

11.983,06 1.988,71 7.189,84

21.161,61

3 Trimestre

18.444,65 6.296,44 11.066,79

35.807,88

4 Trimestre

23.650,06 9.766,71 14.190,03

47.606,80

TOTAL 59.412,82 18.051,86 35.647,69 113.112,37

Fonte: Autora, com base nas informações da empresa. (Jan a Dez/2006)

Conforme os documentos já registrados na contabilidade da empresa,

levantou-se um recolhimento do IRPJ e da CSLL no valor de R$ 113.112,37

(cento e treze mil, cento e doze reais e trinta e sete centavos), como se pode

visualizar na Tabela 4.

A seguir apresenta-se a equiparação como serviços hospitalares.

5.4 CÁLCULO DO IRPJ E DA CSLL EM 2006 EQUIPARDA

Como fator de presunção de hospitais ou equiparado a este serviços é

de 8% da receita para o IRPJ e de 12% para CSLL, conforme já apresentado

na

Tabela 1, não se apresentará novamente, mas utilizar-se-á os

mesmos valores.

No cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, saindo de uma

alíquota 4 vezes maior do que a que será calculada, espera-se uma economia

bastante significativa da carga tributária para esta empresa.

Para determinação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ)

recolhido por estimativa em cada trimestre, aplica-se a alíquota de 15% sobre a

base de cálculo IRPJ. A parcela da base de cálculo, apurada trimestralmente,

que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), multiplicada pelo número de

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41

meses com atividade existentes dentro do trimestre, ficará sujeita a incidência

de adicional de Imposto de Renda à alíquota de 10%. Poderão ser deduzidos

do IRPJ o Imposto de Renda pago ou retido sobre as receitas que integram a

base de cálculo. Conforme já apresentado na seção anterior

TABELA 5 – CÁLCULO DO IRPJ NO LUCRO PRESUMIDO EQUIPARADO A HOSPITAIS RECEITA TOTAL DO CENTRO AMBULATORIAL SÃO LUCAS

COMPETÊNCIA Receita Prestação

de Serviços

Base de cálculo

(8%) Receita

FinanceiraValor do

IRPJ (15%)

Valor do Adicional

IR (10%)

Valor total do

IRPJ

Janeiro 13.125,80 1.050,06 225,01 Fevereiro 43.640,60 3.491,25 87,13 Março 52.983,30 4.238,66 134,99 1 Trimestre 109.749,70 8.779,98 447,13 1.384,07 - 1.384,07Abril 74.403,30 5.952,26 52,34 Maio 80.568,30 6.445,46 63,15 Junho 93.967,50 7.517,40 111,09 2 Trimestre 248.939,10 19.915,13 226,58 3.021,26 - 3.021,26Julho 122.245,00 9.779,60 33,18 Agosto 127.575,00 10.206,00 175,37 Setembro 133.482,00 10.678,56 99,16 3 Trimestre 383.302,00 30.664,16 307,71 4.645,78 - 4.645,78Outubro 150.417,65 12.033,41 199,24 Novembro 164.075,65 13.126,05 26,17 Dezembro 177.480,15 14.198,41 10,14 4 Trimestre 491.973,45 39.357,88 235,55 5.939,01 - 5.939,01

TOTAL 1.233.964,25 394.868,56 1.216,97 14.990,12 0,00 14.990,12

Fonte: Autora, com base nas informações da empresa. (Jan a Dez/2006)

Conforme os cálculo da equiparação da empresa levantou-se um

recolhimento no valor de R$ 14.990,12 (quatorze mil, novecentos e noventa

reais e doze centavos), de acordo com a Tabela 5 apresentada anteriormente.

Percebe-se que neste fator de presunção não gerou adicional de Imposto de

renda, só por isso tem-se uma boa economia tributária.

A composição da base de cálculo da contribuição social (CSLL) é a

mesma utilizada para determinação do IRPJ, apenas não se tem o adicional

em caso de exceder o lucro em R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sendo que a

partir de janeiro de 2003, a alíquota da contribuição social sobre o lucro líquido

(CSLL) passou a ser 9% (nove por cento) definitivamente. (Lei n° 10.637, art.

Page 42: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS ...siaibib01.univali.br/pdf/Daniella Marian Pereira.pdf · 3.1.2 Lucro Real Anual ... e de 12% para a apuração da base de calculo

42

37).

TABELA 6 – CÁLCULO DO CSLL NO LUCRO PRESUMIDO EQUIPARADO A HOSPITAIS RECEITA TOTAL DO CENTRO AMBULATORIAL SÃO LUCAS

COMPETÊNCIA Receita Prestação de

Serviços Base de

cálculo (12%) Receita

Financeira Valor do

CSLL (9%)

Janeiro 13.125,80 1.575,10 225,01 Fevereiro 43.640,60 5.236,87 87,13 Março 52.983,30 6.358,00 134,99 1 Trimestre 109.749,70 13.169,96 447,13 1.225,54Abril 74.403,30 8.928,40 52,34 Maio 80.568,30 9.668,20 63,15 Junho 93.967,50 11.276,10 111,09 2 Trimestre 248.939,10 29.872,69 226,58 2.708,93Julho 122.245,00 14.669,40 33,18 Agosto 127.575,00 15.309,00 175,37 Setembro 133.482,00 16.017,84 99,16 3 Trimestre 383.302,00 45.996,24 307,71 4.167,36Outubro 150.417,65 18.050,12 199,24 Novembro 164.075,65 19.689,08 26,17 Dezembro 177.480,15 21.297,62 10,14 4 Trimestre 491.973,45 59.036,81 235,55 5.334,51

TOTAL 1.233.964,25 394.868,56 1.216,97 13.436,34Fonte: Autora, com base nas informações da empresa. (Jan a Dez/2006)

Conforme os cálculos da equiparação da empresa levantou-se um

recolhimento no valor de R$ 13.436,34 (treze mil, quatrocentos e trinta e seis

reais e trinta e quatro centavos), de acordo com a Tabela 6.

TABELA 7 – DEMONSTRATIVO TOTAL DO IRPJ E CSLL NO LUCRO PRESUMIDO PELA EQUIPARAÇÃO A SERVIÇOS HOSPITALARES

TRIBUTOS TOTAIS DO CENTRO AMBULATORIAL SÃO LUCAS COMPETÊNCIA

IRPJ Adicional IR CSLL TOTAL

1 Trimestre 1.384,07 - 1.225,54 2.609,61 2 Trimestre 3.021,26 - 2.708,93 5.730,19 3 Trimestre 4.645,78 - 4.167,36 8.813,14 4 Trimestre 5.939,01 - 5.334,51 11.273,52

TOTAL 14.990,12 0,00 13.436,34 28.426,46

Fonte: Autora, com base nas informações da empresa. (Jan a Dez/2006)

Na Tabela 7 a seguir mostra o total de tributos a serem recolhidos pelo

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43

Centro Ambulatorial São Lucas no ano de 2006, pela forma de tributação lucro

presumido como se fosse uma prestadora de serviços hospitalares, ou seja,

equiparada a uma hospital.

A seguir apresenta-se uma análise dos resultados apresentados.

5.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Na presente pesquisa buscou-se equiparar serviços ambulatoriais e de

transporte de pacientes que poderiam ser equiparados a serviços hospitalares.

Para tanto realizou-se os cálculos do IRPJ e CSLL no qual obteve-se uma

economia tributária bastante significativa no valor R$ 84.685.91 (oitenta e

quatro mil, seiscentos e oitenta e cinco reais e noventa e um centavos),

conforme Tabela 8.

TABELA 8 – DEMONSTRATIVO DA SITUAÇÃO ATUAL VERSUS SITUAÇÃO EQUIPARADA TRIBUTOS TOTAIS DO CENTRO AMBULATORIAL SÃO LUCAS COMPETÊNCIA

Situação Atual

Situação Equiparada Diferença Variação

1 Trimestre 8.536,08

2.609,61 5.926,47 327%

2 Trimestre 21.161,61

5.730,19 15.431,42 369%

3 Trimestre 35.807,88

8.813,14 26.994,74 406%

4 Trimestre 47.606,80

11.273,52 36.333,28 422%

TOTAL 113.112,37 28.426,46 84.685,91 398%

Fonte: Autora, com base nas informações da empresa.

Ainda conforme Tabela 8 observa-se que tal vantagem ressultou numa

economia de R$ 84.685,91(oitenta e quatro mil seiscentos e oitante e cinco e

noventa e um centavos) podemos verificar uma economia significativa no

recolhimento de IRPJ e CSLL, chegando ao percentual de 398% ao final de 4

trimestres. (Jan a Dez/2006)

Assim, também elaborou-se uma Figura 1 que demonstrasse o tamanho

da discrepância encontrada na redução dos impostos IRPJ e CSLL com a

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44

realização da pesquisa.

Na Figura 1, observa-se que no 1° trimestre a diferença não é tão

acentuada, uma vez que não houve adicional de imposto de renda no primeiro

trimestre, já no 2° trimestre, 3° trimestre e principalmente no 4° trimestre a

diferença ou discrepância ficou bastante acentuada conforme evidenciou o

gráfico com relação aos impostos federais IRPJ e CSLL.

0,00

5.000,00

10.000,00

15.000,00

20.000,00

25.000,00

30.000,00

35.000,00

40.000,00

45.000,00

50.000,00

1 Trimestre 2 Trimestre 3 Trimestre 4 Trimestre

Situação AtualSituação Equiparada

FIGURA 1 - COMPARATIVO ENTRE A FORMA DE CÁLCULO NORMAL E EQUIPARADA Fonte: Autora, com base nas informações da empresa.

Quanto a suposições estabelecidas na introdução do referido trabalho

têm-se:

Confirma-se a primeira suposição onde é possível considerar serviços

hospitalares a empresas que prestam serviços ambulatoriais e de

transferências de pacientes.

Também se confirmou a segunda suposição, dado que é possível

equiparar pode-se utilizar as alíquotas reduzidas sua base de cálculo do

imposto de renda pessoa jurídica para 8% (oito por cento) e contribuição social

para 12% (doze por cento).

A seguir apresentam-se as considerações finais da presente trabalho de

conclusão de curso.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo apresentadas as conclusões a respeito do trabalho

realizado, bem como algumas sugestões que poderão auxiliar na realização de

trabalhos futuros referentes à temática abordada neste estudo.

Tendo em vista o propósito inicial apontado no trabalho realizado,

verificou-se a importância do planejamento tributário dentro das empresas,

objetivando aos gestores a maximização dos recursos financeiros disponíveis.

6.1 GENERALIDADES

Partindo da principal meta de um trabalho de conclusão de curso que

consiste em expor os resultados pesquisados, desenvolvendo os objetivos

expostos na introdução, a resposta à questão da pesquisa e a sugestão para

novas pesquisas.

Neste trabalho, maior ênfase foi dada ao analisar a tributação a nível

federal para uma empresa equiparada a serviços hospitalares pela modalidade

de tributação do Lucro Presumido. Dessa forma, procurou-se demonstrar a

forma que apresenta o menor desembolso tributário e assim gerar maior

lucratividade.

Em relação às informações apresentadas por meio da análise de

resultados, no item 5.5, evidenciou-se que é possível equiparar-se utilizando

das alíquotas reduzidas na composição da base de cálculo do imposto de

renda pessoa jurídica para 8% (oito por cento) e contribuição social para 12%

(doze por cento). Contudo é fundamental ressaltar a importância do

embasamento teórico e dos conceitos de direito tributário, fornecendo a

estruturação conceitual e dando sustentação teórica ao desenvolvimento da

pesquisa.

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46

6.2 QUANTO AOS OBJETIVOS PROPOSTOS

Quanto aos objetivos tratados neste trabalho “Qual seria a melhor forma

de tributação para uma empresa cuja atividade seja prestação de serviço

ambulatorial, visando à economia de recursos de maneira lícita” foi possível

identificar por meio de cálculos através de planilhas que em se tratando de

lucro presumido cálculo normal x lucro presumido equiparado, a opção lucro

presumido equiparado proporciona menor desembolso, atingindo uma

economia legal de 327% no 1º trimestre, 369% no segundo trimestre, 406% no

3º trimestre e 422% no 4º trimestre conforme demonstrado na tabela 8.

Adequando assim a empresa a alternativa operacional mais justa, haja

vista á indispensável influência deste montante sobre a formação do preço de

seu serviço ambulatorial. Tornando a empresa mais competitiva em relação a

outros profissionais concorrentes, bem como possibilitando maiores

investimentos e auxiliando na expansão da mesma.

Quanto aos objetivos específicos foram alcançados,

● Analisar a situação em que é possível uma empresa que presta

serviço ambulatorial ser optante pelo Lucro Presumido e obter benefício fiscal;

Conforme capítulo 6 item 5 a Lei nº 9.249, de 1995, evidencia em seu

inciso II E III poderão ser considerados serviços hospitalares aqueles prestados

por pessoas jurídicas, que executem serviços ambulatoriais, que efetuem em

seus estabelecimentos recepção, transferência e preparação aos pacientes

com equipe, realizando atendimento e procedimentos de urgência podendo

ainda prestar apoio diagnóstico e terapêutico por 24 hs;

● Comparar Lucro Presumido não equiparado com Lucro Presumido

equiparado, evidenciando através de cálculos, a maneira que traz maior

lucratividade para o empresário dentro dos preceitos legais.

Capítulo 5, itens 5 e 6 demonstram que a opção lucro presumido

equiparado traz benefícios para a empresa do ramo Ambulatorial.

● Demonstrar que o planejamento tributário quando bem executado é

eficaz ferramenta na economia de recursos, de forma legal, para as empresas;

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47

Diante dos resultados obtidos no Capítulo 5, tabela 8 pode-se verificar

que a empresa do ramo ambulatorial teve um resultado considerado excelente

obtendo 398% de economia de tributos no período de 2006, que poderão ser

utilizados em outros investimentos. Na realização deste estudo chega-se a

conclusão de que os objetivos foram alcançados.

6.3 LIMITAÇÕES

Respondendo a problemática da pesquisa vale ressaltar alguns itens de

estudos que foram fatores limitadores na pesquisa deste trabalho de conclusão

de curso.

● A falta de tempo, pois quatro meses é pouco para explorar o

desenvolvimento da pesquisa de um trabalho de conclusão de curso.

● O estudo está limitado a uma pesquisa bibliográfica oferecido pela

UNIVALI, muito carente nas áreas de contabilidade tributária e direito tributário.

6.4 QUANTO A SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS

Quanto às sugestões para trabalhos futuros, recomenda-se:

● O conhecimento da legislação tributária, sob pena da apuração correta

do tributo.

● O profissional contabilista deve usar esta eficiente ferramenta, com o

objetivo de contribuir para a continuidade dos empreendimentos auxiliando na

gestão dos negócios.

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REFERÊNCIAS

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BAUREN, Ilse Maria (org). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: Teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2003. 189 p.

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BRASIL, Regulamento do Imposto de Renda - RIR/99 (art. 223, de 1999). Disponível em: <www.receita.fazenda.gov.br>. Acesso em: 08 out. 2007.

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BRASIL. Lei n°. 8.981, de 20/01/1995. Dispõe sobre as compensações na apuração do lucro Real. Disponível em < www.receita.fazenda.gov.br >. Acesso em: 11 out. 2007.

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