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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE ODONTOLOGIA CAROLINI GIANI DUARTE SUSANE DALCEGIO PROPOSTA DE PRONTUÁRIO ÚNICO PARA AS CLÍNICAS DE ODONTOLOGIA DA UNIVALI/SC Itajaí, (SC) 2011

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ODONTOLOGIA

CAROLINI GIANI DUARTE

SUSANE DALCEGIO

PROPOSTA DE PRONTUÁRIO ÚNICO PARA AS CLÍNICAS DE

ODONTOLOGIA DA UNIVALI/SC

Itajaí, (SC) 2011

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CAROLINI GIANI DUARTE

SUSANE DALCEGIO

PROPOSTA DE PRONTUÁRIO ÚNICO PARA AS CLÍNICAS DE

ODONTOLOGIA DA UNIVALI/SC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí. Orientadora: Profª. Eliane Garcia da Silveira.

Itajaí, (SC) 2011

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CAROLINI GIANI DUARTE

SUSANE DALCEGIO

PROPOSTA DE PRONTUÁRIO ÚNICO PARA AS CLÍNICAS DE

ODONTOLOGIA DA UNIVALI/SC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista, Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí, aos três dias do mês de maio do ano de dois mil e onze, é considerado aprovado.

Profª Eliane Garcia da Silveira (Presidente)__________________________________ Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

Prof. Mário Uriarte Neto__________________________________________________ Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) Prof. Raphael Nunes Bueno_______________________________________________ Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

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AGRADECIMENTOS A Deus

Por ter nos dado uma vida tão boa, por estar sempre presente nos maus

e bons momentos, sempre nos guiando para o correto caminho. Agradecemos

a Deus por fazer de nós dentistas.

Aos pais

Eles são os que nos acalmam, aconselham, dão bronca quando

necessário, choram conosco, mas o mais importante nos impulsionam para a

vida. Vocês fazem parte dessa vitória, o nosso muito obrigado por acreditarem

em nosso potencial e sempre terem a certeza de que, apesar das dificuldades,

este momento se tornaria possível. Somos e seremos eternamente gratos e

felizes por sempre podermos contar com vocês. Amamos Vocês!

A Professora Eliane Garcia da Silveira

Que sempre esteve presente, dedicando todo o seu tempo, nos

transmitindo seu conhecimento, sempre muito empenhada e dedicada. Você

professora com certeza vai ser sempre lembrada por nós como uma mestra.

Aos que amamos

Chegar até aqui não foi fácil, mas a caminhada se torna mais amena

quando temos ao lado pessoas que amamos. Nós tínhamos um sonho. Vocês

acreditaram nele e conduziram-nos através de um sorriso, uma palavra ou

simplesmente um olhar carinhoso. Foram muitas às vezes em que lhes

utilizamos como escudo ou despejamos em vocês nossas frustrações, medos e

desesperanças, mas o amor de vocês sempre foi maior do que qualquer

decepção e foi capaz de nos reerguer, reestruturando nossos sentimentos e

dando um sentido maior à nossa luta. Seu apoio, sua dedicação e paciência

são partes integrantes da nossa vitória, que também é de vocês.

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PROPOSTA DE PRONTUÁRIO ÚNICO PARA AS CLÍNICAS DE ODONTOLOGIA DA UNIVALI/SC.

Carolini Giane DUARTE e Susane DALCEGIO Orientadora: Profa. Eliane Garcia da Silveira Data de defesa: maio de 2011

Resumo: Introdução: Prontuário é um documento onde se guardam ou depositam coisas das quais se podem necessitar a qualquer instante. Objetivo: Propor um prontuário único para as Clínicas de Odontologia da UNIVALI, objetivando a facilitação da rotina de preenchimento de prontuários clínicos já utilizados no curso de Odontologia. Material e métodos: Constituíram objeto de análise desta investigação todos os prontuários das disciplinas clínicas, do curso de Odontologia da UNIVALI. A partir da leitura dos prontuários obteve-se informações semelhantes e diferentes para todos os prontuários. Uma vez coletados esses dados, foi elaborado um prontuário único para todas as disciplinas clínicas. Resultados: O curso de graduação é a melhor oportunidade para ensinar ao futuro profissional a necessidade, a importância e a maneira de elaborar um bom prontuário odontológico, este trabalho tornou possível a confecção deste tipo de documento. A criação de um prontuário integrado não só organizará melhor o arquivo como estimulará uma discussão por parte do aluno-docente numa visão mais holística do paciente. Conclusão: O curso de graduação é a melhor oportunidade para ensinar ao futuro profissional a necessidade, a importância e a maneira de elaborar um bom prontuário odontológico, este trabalho tornou possível a confecção deste tipo de documento.

Palavras-chaves: documentação, odontologia, odontologia legal.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 07

2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 08

3 METODOLOGIA....................................................................................... 27

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................ 28

5 CONCLUSÃO........................................................................................... 31

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 32

7 APÊNDICE................................................................................................ 34

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1 INTRODUÇÃO

A importância da documentação odontológica no dia-a-dia do cirurgião-

dentista, principalmente em situações de litígio judicial, é indiscutível (GARBIN

et al., 2009).

O prontuário clínico é um instrumento fundamental nas auditorias

internas, ou seja, no controle administrativo, visando à avaliação da qualidade do

atendimento prestado ao paciente, também compõem instrumento necessário

como meio de prova em eventuais ações judiciais, civis ou criminais (COSTA,

2009).

O prontuário clínico serve como subsídio fundamental na identificação

cadavérica quando se encontram corpos em estado avançado de putrefação,

carbonizados, saponificados ou esqueletizados (SALIBA et al.,1997).

O prontuário odontológico é o meio pelo qual o cirurgião-dentista registra

todos os procedimentos realizados em seus pacientes, apresenta as condições

iniciais, o plano de tratamento e o acompanhamento do paciente, constituindo, a

primeira ferramenta que o profissional utiliza para avaliar os cuidados com o

paciente (CARVALHO e GALVÃO, 2003).

Um modelo de prontuário odontológico definitivo e estático é

extremamente difícil de produzir devido aos constantes avanços da ciência

odontológica. Portanto, o prontuário odontológico ideal é aquele que se molda a

cada profissional, sem, no entanto, esquecer das recomendações que definem

os critérios básicos e legais necessários para um prontuário mínimo.

O curso de odontologia da UNIVALI está dividido em seu currículo em

várias disciplinas clínicas, em cada uma delas o paciente responde a um

prontuário diferente, gastando tempo clínico e acumulando arquivos repetitivos

sobre o mesmo indivíduo.

O benefício da unificação dos prontuários das clínicas de odontologia da

UNIVALI é evitar o preenchimento repetitivo e desnecessário dos prontuários de

cada disciplina clínica, possibilitando a dinamização do tempo de trabalho do

profissional, portanto o objetivo desta pesquisa foi propor um prontuário único

para as Clínicas de Odontologia da UNIVALI.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Calvielli et al. (1995) analisaram o conteúdo das fichas utilizadas nas

Disciplinas de Odontopediatria de diferentes Faculdades de Odontologia do país

e seu significado clínico e legal. Para o exame, são feitas anotações

concernentes aos seguintes temas e suas subdivisões: dados pessoais: trata-se

de não apenas identificar o paciente, mas, sim, de registrar informações

prestadas ao cirurgião-dentista pelo responsável pelo menor e que introduzem o

profissional na dinâmica da família a que o paciente pertence. Em caso de pais

separados, a quem o profissional deverá dirigir-se para as providências que se

fizerem necessárias, inclusive no que tange aos honorários profissionais. Como

sugestão, nesse campo poderão constar os dados do pediatra que atende o

menor, tais como nome, endereço e telefone, para ser contatado em eventual

necessidade. A anamnese compreende três momentos: o do histórico médico;

histórico odontológico (queixa principal) e o do perfil psicológico da criança. O

histórico médico diz respeito a gravidez, medicamentos em uso, doença e/ou

tratamento em curso. Essas informações serão alvo do sigilo profissional e deve

trazer um campo para assinatura do responsável pela veracidade das

informações prestadas. O histórico odontológico será pesquisada a queixa

principal, contato anterior com dentista. Após a anamnese será realizado o

exame clínico, este subdividido em condição extra-bucal, condição bucal, hábitos

de higiene, hábitos alimentares e hábitos nocivos. Todas as fichas clínicas

examinadas permitiam a anotação do exame clínico dos tecidos moles – lábios,

bochechas, língua, assoalho da boca, freios, palato, orofaringe e periodonto de

proteção. Em 100% das fichas, havia espaço destinado ao exame clínico dos

dentes, sendo registrados em diagramas - odontogramas – aspecto como forma,

número, tamanho, presença de lesões de cárie, de restaurações, de

traumatismo dentário, entre outros. Somente duas fichas registravam o exame

radiográfico complementar, sabe-se que essa documentação é importante para

se avaliar juridicamente a conduta do profissional, constituindo elemento

importante não só nos processos de identificação antropológica, como também

em documento que poderá comprovar a ocorrência ou não de erro profissional.

É importante ressaltar que o diagrama, seja qual for a sua forma, deve permitir o

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registro correto da condição bucal (clínica e radiográfica) dos elementos dentais

ali representados, principalmente como evidenciador do estado bucal em que se

encontrava o paciente no momento do primeiro exame, além do quê representar

o ponto de partida e a causa do diagnóstico apresentado. Nas fichas

examinadas, o registro do exame da oclusão estava presente, notando-se

variada profundidade de abordagem. No que tange aos hábitos, quando da

elaboração das respectivas fichas, há que se estar atento para o que se

pretende apreender com as respostas. De nada adiantará a cópia dos modelos

existentes se desacompanhada da reflexão sobre as intenções científicas muito

claras para o profissional acerca das perguntas que faz e, principalmente, de

suas possíveis respostas. Qualquer ato profissional que precise ser praticado,

precisa de autorização pelo pai, mãe, ou, na falta destes, pelo seu responsável

legal, sendo que a falta de autorização poderá acarretar sanções penais para o

profissional, além de, atualmente, constituir uma infração ética. As fichas

examinadas demonstram heterogeneidade, embora se possa afirmar que

seguem um modelo genérico. O volume das informações que se pretende colher

pode conduzir à conclusão de que dificilmente fichas como as examinadas

sejam preenchidas com o cuidado merecido, levando-se em consideração o

tempo para seu correto levantamento e registro. É preciso reestudar a

elaboração da ficha clínica, determinando-se o que se quer detectar em cada

situação e quais dados necessitam estar esquematizados previamente para que

cumpram o seu papel como coadjuvantes do trabalho clínico e possam servir

para fins legais.

Saliba et al. (1997) afirmaram que a ficha odontológica serve como um

documento odonto-legal, assistindo legalmente aos interesses do cirurgião-

dentista e do paciente. Em um modelo padrão, no geral, deve constar:

informações sobre o paciente (identificação); história médica (pregressa e atual);

história dental (pregressa e atual); exame clínico; diagnóstico; espaço destinado

à anotação do que foi realizado e a data. É de suma importância que o

profissional guarde provas documentais “fichas”, registrando os procedimentos

efetuados, no caso do paciente acionar o cirurgião-dentista por erro profissional.

A ficha odontológica é um documento clínico, cirúrgico, odonto-legal e de saúde

pública, que contém registros sobre condições bucais encontradas,

planejamento das atividades, tratamentos realizados, concordância através de

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assinatura dos pacientes em relação aos tratamentos realizados, portanto, um

instrumento imprescindível para a atividade odontológica. Na identificação do

paciente deverá conter nome completo, naturalidade, estado civil, sexo, local e

data de nascimento, profissão, endereço comercial e residencial. Os pacientes

menores deverão possuir identificação e assinatura do responsável e dos

dentistas anteriores. Na história clínica registra-se a queixa principal, história

atual e pregressa da doença, história familiar e anamnese. No exame clínico,

anotar o estado atual da boca. No plano de tratamento fazer um registro

detalhado da proposta de tratamento de que o paciente necessita. A evolução

do tratamento é a execução do plano de tratamento, deve ser claro e específico.

Os exames complementares deverão estar em anexo aos prontuários, inclusive

as receitas deverão possuir cópia carbonada. Sabe-se que a assinatura do

paciente e do cirurgião-dentista é de suma importância na ficha clínica, pois o

profissional compromete-se com a realização dos serviços expressos no plano

de tratamento, fornecendo segurança ao paciente sobre o que será realizado;

mas, para o cirurgião-dentista, é essencial a assinatura do paciente, afinal, é um

documento em que se poderá provar que o paciente está ciente dos serviços a

serem executados, além de ser uma prova documental para eventual falta de

pagamento ao profissional. É importante o uso de fichas clínicas, pois o

cirurgião-dentista tem o que foi realizado por ele e, num retorno do paciente, é

mais fácil dar continuidade ao tratamento, visto que, devido à rotatividade de

pacientes no consultório, o profissional não consegue se lembrar qual o

tratamento que foi realizado e o material utilizado. Assim a ficha clínica serve

como um arquivo do próprio dentista. No odontograma a prevalência de muitos

códigos diferentes para o sistema de marcação da dentição humana é uma

complicação indesejada, mas, em vista da falta de um odontograma universal, o

cirurgião-dentista poderá preencher a ficha clínica de forma clara, simples e

precisa.

Silva (2000) afirmou que para que o cirurgião-dentista, do ponto de vista

jurídico, possa prevenir-se contra algum problema com respeito à documentação

deve ter os seguintes cuidados: registro da anamnese, visando ao

desenvolvimento de um trabalho odontológico adequado, é necessário que o

cirurgião-dentista conheça o estado geral do paciente, pois qualquer alteração

na saúde deste, implicará de alguma forma, no bom resultado do tratamento;

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ficha clínica que deve conter as condições bucais representativas do orçamento

e é parte integrante do prontuário e deve estar apta a representar o

planejamento do tratamento contratado e eventuais alegações relativas a

intercorrências da execução do tratamento; plano de tratamento que permita a

modificação do plano inicial, quando necessário, devem ser anotadas as

alternativas para realização de alguns procedimentos, para que o profissional

possa resgatar as condições em que o tratamento foi realizado. Além das

anotações relativas ao estado do paciente, a ficha clínica deve refletir os atos

clínicos realizados e materiais utilizados, as ocorrências detalhadas, como falta

de colaboração, condições de higienização, e outras que possam interferir no

resultado esperado pelo paciente ou pelo profissional. As receitas serão

analisadas como documento odonto-legal que terá sua cópia anexada ao

prontuário do paciente. O Código de Ética Odontológica (CEO) define as

informações obrigatórias e as facultativas a serem inseridas no papel receituário.

De acordo com os artigos 29 e 30 do CEO, essas informações restringir-se-ão a:

o nome do profissional, a profissão e o número de inscrição no CRO. É possível,

também, acrescentar ao prontuário básico radiografias panorâmicas, fotografias,

vídeos, enfim tudo o que constituir documentação odonto-legal.

No entender de Walker e Ferreira (2002), o debate sobre a

responsabilidade do cirurgião-dentista, constitui-se em preocupação permanente

no campo do direito privado, uma vez que existem normas éticas e legais que

norteiam sua atividade laborativa. Ao odontopediatra coloca-se a necessidade

imperiosa da obtenção do consentimento informado do responsável legal pelo

menor, antes e no caso de qualquer tipo de intervenção odontológica, com ou

sem o uso de técnicas de manejo de comportamento, durante o tratamento. O

conhecimento do estado geral de saúde do paciente, face às implicações no

tratamento odontológico, é imprescindível para o bom andamento do tratamento

e para a segurança do cirurgião dentista, sendo prova “pré-constituída” e

consubstanciada na anamnese. A anamnese é de suma importância e

compreende três momentos: o do histórico médico, o do histórico odontológico e

o do perfil psicológico da criança. O preenchimento do questionário deve ser

efetuado pelo profissional durante o primeiro contato com o responsável, para

dar um cunho de maior importância às informações coletadas. Na anamnese, o

cirurgião-dentista tratará de traçar o quadro clínico geral do paciente, levantado

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através de questionário sobre história de doenças e/ou indícios clínicos e,

quando houver, deverão ser arquivadas cópias de exames laboratoriais e

pareceres médicos, atestando a oportunidade das intervenções odontológicas; o

quadro clínico odontológico completo do pré e do pós-tratamento: odontograma

com padronização de legendas, radiografias, fotografias, modelos de estudo, ou

qualquer outro tipo de registro clínico obtido no transcorrer do tratamento. Ao

longo do período de atendimento, o profissional deverá elaborar o prontuário

odontológico, que deve conter todas as ocorrências e suas conseqüências, bem

como as providências tomadas ao longo do tempo. Além do inventário de saúde

do paciente e do registro da anamnese, o prontuário odontológico deverá conter

também ficha clínica, plano de tratamento, previsão de custos, isto é, orçamento,

assinatura do paciente ou de seu responsável legal, obtida antes do início do

tratamento, histórico clínico e histórico do pós-operatório imediato e mediato.

Caso o paciente abandone o tratamento, essa ocorrência deverá ser registrada,

expedindo correspondência registrada (com aviso de recebimento), em que

solicita-se o seu pronunciamento sobre as razões da desistência. Normalmente,

a ficha clínica é adequada às necessidades de cada profissional ou instituição,

mas seria desejável uma padronização, principalmente em instituições de

ensino, serviço público e hospitais. É importante que ela seja esquematizada

para cada tratamento odontológico, permitindo transferir as informações de um

clínico para outro. Esta documentação será vital em processos de identificação

antropológica, ações de responsabilidade profissional e cobrança de honorários.

O artigo 177 do Código Civil Brasileiro considera possível acionar-se um

profissional por danos decorrentes de tratamento odontológico até 20 anos após

o término do tratamento. Enfim, o dentista precisa munir-se de documentação

legal adequada para evitar ser responsabilizado por má-conduta, o que significa

dispor-se a elaborar um prontuário odontológico capaz de contestar a alegação

postulada pelo responsável legal da criança e que, conseqüentemente, possa

provar sua inocência.

Segundo Pereira (2003), se antes a regulamentação profissional não

reconhecia os meios digitais, agora por força de lei o sistema eletrônico foi

reconhecido como legal. Em 24 de Agosto de 2001, o governo brasileiro com a

Medida Provisória 2.200-2 e seus decretos complementares, instituiu a ICP-

BRASIL – Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira com poderes para formar

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a cadeia de certificação digital, destinada, conforme o texto da Lei, a “garantir a

autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma

eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações habilitadas que utilizem

certificados digitais, bem como a realização de transações seguras”. Trata-se de

um método para reconhecimento da autenticidade de um documento digital

(Certificado Digital) semelhante a um “reconhecimento de firma” de um cartório

notário. Após identificação e cadastramento do usuário por uma Entidade Oficial

Brasileira chamada de AR (Autoridade Certificadora), lhe é fornecido uma

“chave” (chamada de Token ou cartão tipo smart-card) uma espécie de carteira

de identidade. Tecnicamente, um dispositivo externo, que conectado ao

computador libera através de uma senha, um texto que é incorporado ao

documento que se deseja autenticar. Uma espécie de “carimbo eletrônico” que

atesta sua autenticidade. Esta assinatura é arquivada ou impressa junto ao

documento e pode ser enviada com ele ao destinatário. Mas se por algum

motivo houver a alteração de um caractere que seja, o certificado é excluído,

desaparecendo o registro de autenticação e cancelando o reconhecimento.

Desta forma o documento está protegido contra adulteração. O Certificado

Digital, por si só já é válido para dar autenticidade a um documento, mas deve-

se ainda enviar via Internet uma cópia do documento autenticado, a um dos

cartórios notários do sistema ICP, para registro e autenticação, o que lhe confere

com fé pública. Equiparam-se para fins de cerificação de documentos, imagens

fotográficas ou radiográficas e bancos de dados, ou seja, qualquer informação

digital integrante do prontuário.

Santiago et al. (2004) apresentam as formas, possibilidades e viabilidades

do prontuário eletrônico do paciente odontológico, comparando com trabalho

similar já existente na área médica. O prontuário eletrônico é a transformação

do registro médico/odontológico do paciente em papel para uma versão

eletrônica. Pode ser de vários tipos: cadastro de pacientes (nome, dados civis

básicos, etc.); registro clínico mínimo (principais diagnósticos e tratamentos,

sumarizados); registro completo dos procedimentos realizados (todas as fichas

e documentos relativos ao atendimento) e registro médico/odontológico

multimídia (inclui também imagens, radiografias, ECG, etc.). Inúmeras são as

vantagens advindas da utilização do prontuário eletrônico, tais como a

localização imediata do registro do paciente, a possibilidade de pesquisas e de

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relatórios estatísticos relativo aos atendimentos realizados, principais doenças

diagnosticadas e/ou tratamentos ou procedimentos realizados, análise do

movimento técnico administrativo das atividades realizadas, etc. O prontuário

tradicional possui um manuseio mais fácil, forma livre, não exige treinamento

especial, nunca "sai do ar" e é amigável para a maioria das pessoas,

principalmente aquelas aversas as inovações tecnológicas. Já o prontuário

eletrônico tem uma recuperação das informações mais rápida; forma

padronizada de catalogação da informação; armazenamento confiável, em meio

mais resistente à ação do tempo; as informações podem ser acessadas de

qualquer parte do mundo, simultaneamente por vários usuários e possibilita

diferentes visões sobre os dados, orientando a pesquisa, ensino, administração

e assistência. É importante que se ressalte que o prontuário eletrônico não é um

banco de dados passivo semelhante ao prontuário em papel, nem um registro do

paciente que pode ser criado a partir de formulários específicos para cada tipo

de encontro, nem tampouco um prontuário tradicional digitalizado. A situação

ideal seria recuperar toda a informação relativa a saúde de uma pessoa,

independente da instituição onde o serviço foi prestado. Este é ainda um

cenário futurista porém para que um dia se consiga efetuar a troca eletrônica de

informações do prontuário do paciente há necessidade de se possuir um

conjunto mínimo de dados e serviços padronizados.

Brito (2005) verificou o nível de conhecimento dos cirurgiões-dentistas do

município de Natal (RN) a respeito da elaboração, registro e arquivamento da

documentação odontológica. Os documentos odonto-legais são instrumentos ou

declarações escritas por cirurgiões-dentistas, ou às vezes, simplesmente

expostos verbalmente, que servem como prova pré-constituída, podendo ser

utilizados com finalidade jurídica. Os documentos odontomédico-legais clássicos

são: notificação ou comunicação compulsória; atestados; relatórios; pareceres; e

o depoimento oral. A documentação odontológica do paciente, elaborada,

preenchida e arquivada dentro das exigências éticas e legais, é

indiscutivelmente, apontada como um item importante a ser obedecido pelos

cirurgiões dentistas durante o exercício da profissão, tendo em vista a sua

importância clínica, administrativa e judicial. A importância clínica da

documentação odontológica diz respeito ao diagnóstico do estado de saúde do

paciente, à elaboração de um plano de tratamento e à possibilidade de se

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estabelecer um prognóstico. Nos dias atuais, a documentação odontológica vem

assumindo um papel importante na defesa do cirurgião dentista contra os

crescentes processos administrativos, civis e penais. Esta coleção de

documentos pertence ao paciente, cabendo ao cirurgião-dentista mantê-la

guardada por tempo indeterminado e entregar uma cópia autentica ao paciente,

sempre que o mesmo venha a solicitá-la, mediante a um recibo onde devem

estar discriminados todos os documentos entregues. A relação

profissional/paciente esta embasada no Código de Defesa do Consumidor (Lei

8078/90), enquadrando o cirurgião-dentista como prestador de serviços e o

paciente como consumidor. A ficha clínica é composta basicamente pelo

histórico médico e odontológico do paciente, odontogramas, plano de tratamento

e evolução do tratamento. A primeira parte da ficha clínica compreende a

qualificação do paciente onde devem ser registradas as seguintes informações:

nome completo; local e data de nascimento; naturalidade; estado civil; sexo;

profissão; bem como o endereço residencial e profissional completos. Ela deve

registrar ainda o número da identidade civil (Registro Geral), o número do

cadastro individual de contribuinte (CIC), a forma como o paciente chegou até o

profissional (indicação) e o nome dos profissionais que o atenderam

anteriormente. O histórico médico e odontológico (anamnese), busca realizar um

perfil do quadro clínico geral e oral do paciente. Este deve ser realizado através

de questionamentos a respeito de doenças pregressas e atuais, existência de

algum tipo de alergia, gravidez, e outras informações que o cirurgião-dentista

julgue necessário. Esta pesquisa revelou que os cirurgiões-dentistas

desconhecem a importância da documentação odontológica, e negligenciam a

sua elaboração, deixando-os predispostos as várias penalidades previstas na

legislação.

Alves et al. (2006) propuseram um protocolo de atendimento preventivo e

terapêutico que auxilie o cirurgião-dentista quando da avaliação dos pacientes

com Diabetes melitus (DM). Nos pacientes com diagnóstico prévio, o dentista

deve se informar sobre o tipo da doença (DM1, DM2), duração da enfermidade,

terapia (dieta, insulina, hipoglicemiantes, horário da última dose desses

medicamentos), horário da última refeição, controle metabólico (HbA1c),

complicações (nefropatia, neuropatia, retinopatia), sintomas de hipoglicemia,

história de hospitalização e cetoacidose, infecções sistêmicas (febre, mal estar,

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uso de antibióticos, antiinflamatórios e analgésicos) e medicamentos para tratar

complicações associadas ao DM. Também é importante questionar sobre

hipertensão arterial, uso de álcool (causa de hipoglicemia) e tabagismo. Nas

diabéticas grávidas, é fundamental se informar dos cuidados em relação ao uso

de medicamentos e exposição aos raios X. Em relação à saúde bucal, devem

ser feitas perguntas sobre higiene oral (freqüência de escovação, uso de fio

dental, visitas regulares ao dentista), sintomatologia sugestiva de manifestações

bucais associadas ao DM (sangramento ou secreção purulenta na gengiva,

dentes “moles ou bambos” excluindo a troca de dentição decídua, candidíase

oral, abscessos) e tratamento periodontal prévio.

Gonçalves et al. (2006) afirmaram que a responsabilidade profissional na

Odontologia pode ser entendida como obrigação de ordem penal, civil, ética e

administrativa a que está sujeito o cirurgião-dentista, no exercício profissional,

quando resultado de uma imperícia, imprudência ou negligência. As

recomendações ético-legais relativas às condutas profissionais permanecem

inalteradas, quanto ao bom relacionamento profissional/paciente, a uma

documentação bem elaborada, ao uso de conhecimentos científicos adequados,

O Código do Direito do Consumidor (CDC) obriga o cirurgião-dentista a reparar

defeitos nos serviços prestados ao paciente, se estes apresentarem danos em

nexo causal ao serviço. O esclarecimento do tratamento e a obtenção do

consentimento do paciente, previamente ao início da prestação do serviço, são

previstos no artigo 39, incisos IV e VI. Tudo isso é um meio de proteger o

consumidor, no caso o paciente, pois o mesmo não é capaz de avaliar

corretamente os serviços que está adquirindo. No que tange à prestação de

serviço, o Art. 31, do CDC, destaca que: “a oferta e apresentação de produtos ou

serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e

em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidades,

composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados,

bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos

consumidores. No novo modelo de prontuário sugerido pela comissão especial

do Conselho Federal de Odontologia, o contrato é caracterizado como um

documento suplementar, ou seja, é aquele que poderá ser elaborado no

atendimento do paciente em situações especiais, diferentemente dos

documentos fundamentais, os quais deverão ser preenchidos em todo e

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qualquer atendimento ao paciente e constituirão a ficha clínica. Esses

documentos são identificações do paciente e do profissional, a anamnese, o

exame clínico, o plano de tratamento, a evolução e intercorrências do

tratamento. A documentação odontológica ou prontuário é uma coleção de

documentos produzida pelo profissional, com finalidade diagnóstica e

terapêutica, onde são registradas as informações inerentes à saúde bucal e

geral dos pacientes. O registro e arquivamento correto desses documentos

proporcionam, ao cirurgião-dentista, a possibilidade de contribuir com a justiça

nos casos de identificação humana e como elemento de prova essencial nos

processos éticos, administrativos, civis e penais contra os cirurgiões-dentistas.

Segundo recomendação do Conselho Federal de Odontologia, além da

obrigatoriedade prevista em legislação sanitária, o registro em simples ficha

clínica deve, hoje, estender-se a um prontuário clínico do paciente em que se

incluam desde a anamnese até o completo registro, e toda documentação

pertinente ao caso. Este estudo teve como objetivo avaliar o conhecimento dos

cirurgiões-dentistas que realizam curso de especialização na Universidade

Estadual Paulista – UNESP, sobre os aspectos dissertados acima. Conclui-se

que muitos cirurgiões-dentistas consideram que possuir uma boa documentação

assinada pelo paciente é uma prova legal em ações judiciais, porém a maioria

não considera que o Código de Defesa do Consumidor regulamenta a relação

profissional/paciente, pelo qual o cirurgião-dentista é caracterizado como

prestador de serviços.

Müller (2006) realizou um trabalho, através de uma revisão de literatura,

com o objetivo de apresentar a necessidade da criação de um prontuário do

paciente mais completo. Prontuário este que envolva os aspectos de saúde geral

e bucal assim como dados referentes à vida profissional do paciente, regressa e

atual, para que, desta forma, seja possível diagnosticar e prevenir possíveis

lesões consequentes da atividade profissional. O roteiro da elaboração do

prontuário deve iniciar com o preenchimento das informações básicas do

paciente; nome, endereço, telefone, data de nascimento, estado civil. Segue-se

com as informações relativas à área profissional do paciente; profissão, função,

empresa, tempo de empresa, uso de equipamento de proteção individual – EPI,

emprego anterior, função anterior, tempo de empresa. O levantamento destes

dados é importante tanto para o aspecto de saúde geral como de saúde bucal

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para, em algumas situações, estabelecer nexo causal, quando do diagnóstico

estabelecido. A continuação do preenchimento do prontuário deve seguir com a

anotação dos dados de história de saúde e familiar do paciente. É fundamental o

preenchimento de dados relativos a problemas cardíacos, pressão arterial,

diabetes, SIDA, uso de medicação, alergia a medicações, outras alergias,

procedimentos anestésicos, para que desta forma sejam coletados dados

completos relativos a saúde geral, atual e passada, do paciente. Toda essa parte

relacionada à anamnese do paciente. A segunda etapa do preenchimento do

prontuário é o exame físico. No caso do prontuário odontológico ideal,

inicialmente deverá ser feito o exame extra-oral, com todas as informações

quanto a olhar, palpar, auscultar, anotadas. Em relação ao exame bucal é

importante a presença de dois odontogramas para que conste o estado inicial e

o estado final da saúde bucal, assim como os registros dos tecidos moles intra-

orais. Todos os exames auxiliares ao diagnóstico, sejam exames de imagem ou

laboratoriais, quando solicitados, devem estar anexados ao prontuário. Deve-se

incluir no prontuário espaço reservado para anotações como orçamento, formas

de pagamento, pagamentos realizados e para área administrativa, quando se

tratando de clínicas ou hospitais privados. Desta forma, o prontuário deve ser o

mais completo possível, abrangendo aspectos pessoais e da saúde do paciente,

seja em consultório particular, seja no setor de saúde de empresas, mas a

realidade é a de que a grande maioria dos prontuários permanece incompleta,

também não abrangendo uma série de dados de importantes, e devido a isso se

pesquisou trabalhos onde vários autores confirmam esta preocupação, a de que

é necessária a criação de um prontuário completo, que acompanhe a saúde, a

profissão, suas relações, quando houver.

De acordo com Silva e Corso (2006), o processo para democratizar a

saúde e aperfeiçoar sua gestão tem como umas das ferramentas a informação.

Os resultados obtidos pelo banco de dados contribuem para formular o

diagnóstico de saúde para a cidade, onde através da elaboração de um banco

de dados que retrate com fidelidade informações inerentes aos tipos de

procedimentos odontológicos executados, bem como a frequência desses

procedimentos, é possível aperfeiçoar e/ou redirecionar o modelo de

atendimento que vem sendo desenvolvidos nas instituições. A odontologia para

ser praticada de forma integrada precisa estar alicerçada em um planejamento

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eficiente, envolvendo anamnese, exames clínicos e complementares, a fim de

diagnosticar de forma correta. É possível por meio do planejamento a

elaboração do fio condutor que, de forma ordenada, guiará as etapas do

tratamento. Nos prontuários o profissional além de anotar os trabalhos a serem

feitos, deverá também registrar a presença de restaurações, próteses,

aparelhos, erosões, condições de higiene e anomalias dentárias. O ideal é que o

cirurgião-dentista registre no odontograma final como seu paciente saiu do

consultório. Os avanços tecnológicos e a necessidade do uso da informação têm

propiciado o desenvolvimento da História Clínica Eletrônica como um método de

seguimento clínico e administrativo. Dentre os aspectos positivos de seu uso,

destacam-se: inviolabilidade, acessibilidade, disponibilidade, redução de gastos

e de tempo de buscas.

Para Araújo et al. (2007), a documentação produzida em clínicas

odontológicas, contidas em conjunto com o prontuário do paciente, passou a ter

relevância jurídica, nos últimos anos. O prontuário odontológico é de grande

necessidade para o cirurgião-dentista, pois registra a anamnese, a história

passada das doenças orais, a necessidade de tratamento, assim como os

procedimentos realizados. Tendo uma grande significância para a continuação e

entendimento dos tratamentos odontológicos, submetidos aos pacientes, o

prontuário odontológico deve ser preenchido corretamente. Deve seguir as

normas que preconizam a utilização do sistema decimal de identificação dentária

da Federação Dentária Internacional, além de estabelecer os itens obrigatórios,

de uma ficha clínica: identificação, história clínica, exame clínico e evolução do

tratamento, a padronização da ficha odontológica é importante, por permitir que

outros profissionais interajam com o caso a ser discutido. Assim como, em casos

onde haja a necessidade de uma efetiva colaboração da classe odontológica

com a Justiça. O Direito entende que, na relação entre médico e o paciente, há o

estabelecimento de um contrato quando do acordo para prestação de serviços,

mesmo que este não tenha sido firmado em documento; neste último caso, o

contrato é denominado “tácito”. Sendo assim, concluí-se que a deficiência de

conhecimento dos profissionais da área da Saúde, quanto aos prontuários

odontológicos, como: preenchimento, tempo de guarda e/ou componentes; não

deve existir, visto a necessidade em relação aos aspectos legais/judiciais. Não

se deve estipular tempo de guarda ou posse destes documentos, pois há

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controversas na literatura a respeito do mesmo, sendo assim, o profissional deve

arquivar o registro clínico pelo maior tempo possível, utilizando, se possível,

scanners, maquinas fotográficas, Cd’s ou DVD’s. Assim procedendo, o cirurgião-

dentista ficará resguardado de possíveis ações judiciais ou por parte do

Conselho Regional de Odontologia.

Peres et al. (2007) realizaram um trabalho com o objetivo de discutir e

aclarar a conduta do cirurgião dentista diante da requisição do prontuário

odontológico pelo paciente que se entende titular do mesmo. Tal assunto apesar

de frequentemente discutido não encontra ainda um suporte fático e jurídico

capaz de dar tranquilidade ao profissional, pois, entregando o prontuário ao

paciente, fica completamente sem respaldo documental seja para a continuidade

do tratamento ou para provar, em eventual demanda jurídica, que realizou

tratamento e que o mesmo era o mais indicado. Não entregando o prontuário vê-

se o cirurgião dentista em situação particularmente constrangedora e

desagradável junto ao seu paciente. Neste sentido, é chegado o momento de

discutirmos a titularidade do prontuário, até mesmo no que tange o direito real de

propriedade que o cirurgião dentista tem sobre o seu trabalho intelectual

registrado no prontuário. O prontuário odontológico adequado atende a critérios

administrativos, clínicos e legais, além de servir na identificação de ossadas

carbonizadas. Ele deve ser composto por um conjunto de documentos

padronizados, ordenados e concisos, destinado ao registro de cuidados

odontológicos prestados ao paciente. O prontuário se reveste de tal dignidade

que é absolutamente inadmissível qualquer negligência, menosprezo ou deslize,

em sua elaboração, manipulação ou utilização. Em relação à titularidade do

prontuário, devem-se respeitar os direitos do paciente, mas sem que haja

desconsideração dos direitos autorais ou quaisquer outros que caibam ao

cirurgião-dentista no que tange o prontuário. Deste modo o profissional da

odontologia não mais estará à mercê da vontade pura e simples de outrem,

muito menos, terá seus direitos ignorados por regulamentações mal elaboradas

e desconexas com a realidade.

Costa et al. (2008) relataram que vários documentos fazem parte do

prontuário odontológico, como atestados de saúde, prescrições

medicamentosas, orientações aos usuários de saúde, exames complementares,

dentre outros. O prontuário odontológico deve ser bem elaborado e seguir

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determinadas regras deontológicas, tais como: duplicar toda documentação

emitida durante o atendimento odontológico e arquivar corretamente os exames

complementares, inclusive os radiográficos. O prontuário poderá constituir-se de

elemento importante na tomada de decisão do tratamento, acompanhamento do

caso clínico e verificação da eficácia do tratamento. Toda documentação

radiográfica deve ser arquivada em cartelas apropriadas, identificadas pelo

nome completo do usuário do serviço de saúde e datadas, conforme dia, mês e

ano da tomada radiográfica. Assim como os modelos e fotografias devem ser

identificados e arquivados corretamente. Levando em consideração a

importância do prontuário em saúde, este trabalho objetivou avaliar a presença

de cópias de documentos emitidos e o arquivamento das radiografias

processadas durante o atendimento odontológico nas Clínicas da Universidade

Estadual de Montes Claros, Unimontes, na cidade de Montes Claros/MG. Os

prontuários foram avaliados por disciplina, sendo selecionados a partir de uma

lista de registro dos nomes dos pacientes atendidos no 1º semestre de 2005.

Analisaram-se oitocentos e oitenta e um (881) prontuários odontológicos, sendo

encontradas cópias de documentos em 69,5% desses. As radiografias

odontológicas foram encontradas em 72% dos prontuários de saúde, sendo que

69% estavam arquivadas em cartões apropriados, 43% não estavam datadas e

58% não identificadas. Os autores concluíram que a maioria dos prontuários

apresentava cópias de documentos e que um elevado percentual de radiografias

não apresentava o arquivamento correto.

Ditterich et al. (2008) nesta pesquisa visam verificar a responsabilidade

pela elaboração e a importância no arquivamento do prontuário odontológico

pelas instituições de ensino que possuem curso de graduação em Odontologia.

No ponto de vista ético, o prontuário odontológico deve ser constituído por todos

os documentos emitidos dentro da clínica e de exames complementares

necessários para a realização do diagnóstico pelo cirurgião-dentista. Entre estes

documentos destacam-se a ficha clínica com história médica e odontológica

atual, radiografias intra e extra-orais, cópias de atestados e receituários de

prescrição de medicamentos, modelos de estudos e fotografias. A identificação e

a anamnese do paciente na ficha clínica é de suma importância porque fornece

informações imprescindíveis. O preenchimento das fichas odontológicas pelo

aluno estimula o treinamento da elaboração de planos de tratamento para seus

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pacientes. Ele precisa submeter esse plano, com as variadas possibilidades

(exigência do Código de Defesa do Consumidor), à aprovação do paciente e, se

a clínica cobra do paciente o tratamento, além de aprender a conversar com o

paciente, o aluno ainda tem a oportunidade de negociar o pagamento do

tratamento. O aluno tem a chance de passar pelas mesmas situações pelas

quais passará em sua vida profissional, mas sob a orientação e a supervisão de

um professor. Além das anotações relativas ao estado anterior do paciente, a

ficha clínica deve refletir não apenas os atos clínicos realizados e materiais

utilizados, mas também detalhar as ocorrências, como faltas do paciente, falta

de colaboração, condições de higienização e outras que, de alguma forma,

possam interferir no resultado esperado pelo paciente ou mesmo pelo

profissional, principalmente porque corroboram as alegações do profissional

quanto à responsabilidade do paciente na não obtenção de determinado

resultado. Por tudo isso, o prontuário odontológico deve ser bem estruturado,

para que somente assim, torne-se o melhor instrumento que o profissional ou

professor responsável pelo aluno têm ao seu alcance para produzir as provas

necessárias à sua defesa, desde que esse documento contenha os dados

necessários e suficientes para prestar todos os esclarecimentos que se fizerem

necessários. O curso de graduação é a melhor oportunidade para ensinar ao

futuro profissional a necessidade, a importância e a maneira de elaborar um bom

prontuário odontológico. As instituições de ensino em Odontologia devem ser

estruturadas ao adequado arquivamento dos prontuários, assim como, também

estimular a participação de docentes de várias disciplinas a elaborarem uma

ficha clínica de uso comum para todos os pacientes. Com está proposta

somente pretende-se poupar o paciente de sempre responder as mesmas

perguntas sobre saúde geral e bucal em diversas clínicas, o que não se está de

nenhuma forma abolindo as fichas específicas para cada disciplina. Outro ponto

a ser realizado é a criação de um prontuário odontológico integrado, onde em

um mesmo envelope estejam presentes as diversas fichas e exames

complementares realizados em diferentes disciplinas. Este tipo de prontuário

também serve de modelo de reprodução por parte do aluno quando se formar e

tiver o seu consultório.

De acordo com Paranhos et al. (2009), os odonto-legistas são

responsáveis pela interpretação dos prontuários fornecidos pelos cirurgiões-

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dentistas das supostas vítimas, porém não raramente encontram dificuldades na

obtenção de parâmetros comparativos que possibilitem atuar com maior grau de

acerto no momento da identificação. Esse fato ocorre em razão de erros de

preenchimento de fichas e da falta de anotações em dois odontogramas, não

evidenciando a situação dos eventos odontológicos antes e após a atuação

profissional. É importante sempre deixar claro quais faces dos dentes foram

restauradas, o tipo do material utilizado e o tamanho das restaurações em

abrangência e proporcionalidade em relação à figura do odontograma. Essas

ocorrências se dão pela falta de informação e também por pressa ou, mesmo,

por descaso de alguns profissionais. Em virtude do exposto, os autores

realizaram um trabalho com o objetivo de verificar a efetividade dos prontuários

clínicos odontológicos nos casos de perícias de identificação humana. Os dados

relativos à identificação humana foram coletados num universo de 32 laudos

periciais arquivados no Laboratório de Antropologia Forense e Odontologia Legal

do Instituto Médico Legal (IML) de Santo André - SP, abrangendo os municípios

de Santo André, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Paranapiacaba,

no período de 2000 a 2007. Dos laudos periciais analisados (n=32), apenas

37,50% foram identificados, dos quais 66,67% o foram por meio de prontuário

odontológico, pode-se concluir a relevância clínica e pericial deste documento.

Cabe ao profissional apresentar informações relativas aos pacientes tratados

com conteúdo e coesão, a fim de que, dessa forma, a identidade do cadáver

seja afirmada. Assim, é importante lembrar que o cirurgião-dentista deve redigir

todo e qualquer documento de forma legível e sem rasuras.

Costa et al. (2009) analisou os prontuários de pacientes atendidos no

curso de Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros (MG), em

relação às questões éticas e legais preconizadas para o preenchimento da

documentação odontológica, especificamente da ficha clínica, do 1º semestre de

2005. Sabendo-se que o modelo de ficha clínica é diferenciado e adaptado

conforme a exigência de cada disciplina, elaborou-se um instrumento de

avaliação com critérios que contemplavam todas as fichas clínicas,

independente da disciplina. Os critérios pré-estabelecidos foram: preenchimento

de todos os campos, assinatura do paciente ou responsável no Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, preenchimento com letra legível e à caneta,

presença de rasuras não justificadas e assinatura do professor orientador após

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anotação do tratamento realizado em cada sessão. Para cada critério adotado

na análise, foi considerada falha na documentação se pelo menos um campo do

documento estivesse incorretamente preenchido. A maioria dos prontuários

apresentava pelo menos um campo sem preencher, isto remete a duas

possibilidades: houve falhas no preenchimento ou havia campos que usualmente

não são utilizados pelas disciplinas. Independente de qual seja o motivo da falta

de preenchimento, a falha é tida como falha legal. Se o campo é desnecessário

na ficha, cabe a reelaboração da mesma. O prontuário não pode conter partes

sem preenchimento, assim como, anotações que não se referem ao paciente. A

maioria dos prontuários foi elaborada com letra legível. A exigência de escrita

com letra legível não é só para o preenchimento da ficha clínica, mas também

para a receita odontológica. Conforme o Decreto Federal nº 793, de 5 de abril de

1993, Art. 35, que trata da receita médica e odontológica, a receita deverá ser

escrita à tinta e de modo legível. Os resultados dessa pesquisa foram

importantes para a constatação das falhas, gerando reflexões, críticas e

contribuições no processo de orientação de mudanças de comportamentos,

especificamente no que diz respeito à elaboração e preenchimento das fichas

clínicas odontológicas.

De acordo com Garbin et al. (2009), no que diz respeito aos aspectos

legais do prontuário odontopediátrico, o mesmo deve ser construído de forma

que permita ao profissional manter em seu arquivo todas as informações

necessárias. Será elaborado de acordo com as suas necessidades pessoais e

administrativas do consultório. É importante também o correto armazenamento

de radiografias, fotografias, modelos de estudo, atestados, prescrições ou

qualquer outro tipo de registro clínico obtido no decorrer do tratamento a fim de

ajudar as alegações do profissional em eventual processo. Dos itens referentes

ao prontuário, nos dados pessoais, inicia-se pela identificação do paciente

(nome, naturalidade, data de nascimento, gênero e idade) seguida da

identificação dos pais (nome, idade, profissão, situação atual e local de

trabalho). O endereço completo do paciente e telefones para contato é de suma

importância. Além disso, o preenchimento do questionário deve ser feito pelo

profissional durante o primeiro contato com o responsável, para dar um cunho de

maior importância às informações obtidas. A anamnese, no prontuário

odontopediátrico, pode ser subdividida em: concepção, gestação, parto,

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nascimento, infância, amamentação, higiene, alfabetização, avaliação

psicológica, histórico médico e tratamento odontológico anterior. Sobre

concepção, gestação e parto, o odontopediatra toma conhecimento da idade da

mãe na época do nascimento, planejamento da gravidez, aborto,

acompanhamento pré-natal, fator RH dos pais, ocorrência de doenças durante a

gestação, uso de medicamentos, traumas e tipo de parto. O tempo de

amamentação é importante para diagnóstico de hábitos de sucção,

desenvolvimento maxilofacial e no desenvolvimento comportamental do

paciente. A mãe ainda fornece dados sobre ingestão de açúcar pela criança,

hábitos alimentares e noturnos. Na avaliação psicológica, vêem-se manias,

medos, mentiras, sociabilidade e reações emocionais do paciente. No histórico

médico, a presença de problemas sistêmicos e/ou o uso constante de

medicamentos podem interferir no tratamento odontológico. Tais informações

devem ser arquivadas na ficha clínica. Quanto ao histórico odontológico, além do

levantamento da queixa principal, consultas odontológicas anteriores e o

respectivo comportamento do paciente devem ser anotados na ficha clínica. Isso

evitará que o odontopediatra seja responsabilizado por atos praticados por outro

profissional, mostrando as condições bucais da criança da maneira como

chegou ao consultório. Nos casos de traumatismo dento-alveolares, deve-se

fazer uma ficha específica que envolva a história do trauma, avaliação de tecidos

moles e duros, acompanhamento clínico e radiográfico, além do esclarecimento

aos pais. O diagnóstico e plano de tratamento são obrigatórios à elaboração do

orçamento. A assinatura do responsável legal se faz necessária em todas as

sessões e as orientações devem ser transmitidas por escrito, anotadas na ficha

clínica e rubricadas ao final da sessão. No termo de consentimento se faz

necessária a autorização do pai, mãe ou responsável legal pela criança. A falta

de autorização mediante consentimento, além de constituir infração ética, poderá

acarretar sanções penais ao profissional, por isso o cirurgião-dentista deverá

assegurá-la por escrito.

Kliemann et al. (2009) desenvolveram o presente trabalho com o objetivo

de demonstrar a importância do prontuário odontológico como meio de prova e o

papel fundamental dos docentes no aprendizado de seus educandos quanto à

elaboração e guarda do mesmo, bem como as implicações legais decorrentes do

enfoque puramente estético do tratamento odontológico. Através da revisão da

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literatura, observa-se que apesar do aumento no número de processos contra

cirurgiões-dentistas e dos diversos trabalhos publicados tanto no meio jurídico

quanto no meio odontológico a respeito do tema, este ainda não está recebendo

a devida atenção. Em face disso, é imprescindível que o estudante de

Odontologia aprenda desde cedo e da melhor forma possível sobre o prontuário

odontológico, adquirindo ainda no meio acadêmico o hábito de elaborar um bom

prontuário, beneficiando também a instituição de ensino.

Benedicto et al. (2010) propuseram revisar a literatura, destacando a

importância da elaboração, preenchimento e arquivamento do prontuário

odontológico sob os aspectos jurídicos, éticos e administrativos. A ficha clínica é

um documento clínico, cirúrgico, odonto-legal e de saúde pública que contém

registros sobre as condições bucais encontradas, planejamento das atividades,

tratamentos realizados. O prontuário é importante por relatar as condições

pregressas e atuais da cavidade bucal do paciente. Uma documentação

odontológica adequada deve abranger todas as informações que o paciente

relata como tratamentos realizados e medicamentos prescritos, tendo cuidado

especial na elaboração de receitas, atestados, fichas clínicas, e à descrição de

lesões buco-maxilo-faciais, devido a três aspectos: o clínico, o administrativo e o

legal. A ficha clínica deve conter o a assinatura do paciente concordando com o

plano de tratamento proposto e com as condições para sua realização. O

prontuário, normalmente, é composto de radiografias, ficha de anamnese,

modelos em gesso e plano de tratamento. Esta documentação é pertencente ao

paciente que seria o titular do prontuário enquanto os direitos autorais cabem ao

profissional que o elaborou. O prontuário odontológico deve apresentar ainda a

descrição de procedimentos realizados, receitas, radiografias, modelos e

atestados, encaminhamentos, recibos de pagamentos, orientações pós-

operatórias. O Código de Defesa do consumidor trouxe a disciplina do Direito

como coadjuvante no tratamento realizado nos consultórios odontológicos,

introduzindo conceitos como o de “Produção antecipada de provas” que permite

a limitação da responsabilidade profissional somente aos procedimentos que

efetivamente realizou. Verifica-se que o prontuário odontológico não deve ser

tratado como um simples preenchimento de ficha clínica e sim, como uma

documentação de extrema importância ao cirurgião-dentista, e, esta

documentação deve ser confeccionada de forma correta, detalhada, possuindo

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assim um registro escrito de informações do paciente, sempre com a assinatura

do mesmo concordando com tudo que foi relatado e realizado. E a confecção do

prontuário odontológico tem que ser parte do dia-a-dia do profissional, pois trará

mais conforto e segurança tanto para o paciente quanto para o cirurgião

dentista.

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3 METODOLOGIA

Esta pesquisa pode ser definida como um estudo exploratório com

características de uma pesquisa aplicada, pois, conforme Espírito Santo (1992),

a pesquisa aplicada é o tipo de estudo sistemático motivado pela necessidade de

resolver problemas concretos, que neste caso, é a construção de um prontuário

único para as clínicas do curso de Odontologia da UNIVALI.

Ela foi estruturada em cinco (05) etapas.

A primeira etapa foi constituída de uma revisão da literatura com o objetivo

de se identificar os principais trabalhos publicados sobre a temática.

A segunda etapa foi uma investigação documental, quando foram

coletados e analisados os prontuários adotados pelas clínicas do curso para se

verificar itens comuns e específicos entre os documentos analisados.

Na terceira etapa, ocorreu a integração dos conhecimentos teóricos, que

foram obtidos com a revisão da literatura, com os identificados na análise

documental para o desenvolvimento de um prontuário piloto que atendesse às

necessidades concretas das clínicas do curso.

A quarta etapa consistiu-se na submissão ao grupo de docentes, que

atuam diretamente nas clínicas, para avaliação do grau de relevância e

aplicabilidade do novo prontuário.

Na quinta etapa, com base nas sugestões emitidas pelo grupo de

professores, foram realizadas as modificações, inclusões e supressões,

culminando com a construção da versão final do prontuário.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esta pesquisa tem como característica, o capítulo de revisão de literatura,

elaborado exclusivamente na língua portuguesa, em decorrência da necessidade

de respeitar as leis brasileiras, que regem a normatização dos prontuários

clínicos odontológicos.

A versão final do Prontuário Único foi dividida didaticamente em

Documentos Fundamentais e Documentos Suplementares.

São Documentos Fundamentais aqueles que deverão ser preenchidos em

todo e qualquer atendimento ao paciente, sendo constituídos neste trabalho da

Ficha Clínica Odontológica Adulta e Infantil (Apêndice 01 e 02) onde constará a

identificação do paciente; anamnese; exame físico clínico; plano de tratamento e

evolução e intercorrências do tratamento.

São Documentos Suplementares receitas, atestados, contratos de locação

de serviços odontológicos, exames complementares e prontuário digital; estes

documentos não sofreram alterações nesta pesquisa, foram mantidas as versões

já existentes nas clínicas.

Normalmente, a ficha clínica é adequada às necessidades de cada

profissional ou instituição, mas seria desejável uma padronização, principalmente

em instituições de ensino, serviço público e hospitais. É importante que a ficha

clínica seja esquematizada para cada tratamento odontológico, permitindo

transferir as informações de um clínico para outro (WALKER e FERREIRA,

2002).

Qualquer ato profissional que precise ser praticado em menores de idade,

precisa de autorização pelo pai, mãe, ou, na falta destes, pelo seu responsável

legal, sendo que a falta de autorização poderá acarretar sanções penais para o

profissional, além de, atualmente, constituir uma infração ética (CALVIELLI et al.,

1995; SALIBA et al.,1997).

Nos dias atuais, a documentação odontológica vem assumindo um papel

importante na defesa do cirurgião dentista contra os crescentes processos

administrativos, civis e penais. Esta coleção de documentos pertence ao

paciente, cabendo ao dentista mantê-la guardada por tempo indeterminado e

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entregar uma cópia autentica ao paciente, sempre que o mesmo venha a solicitá-

la, mediante a um recibo onde devem estar discriminados todos os documentos

entregues (BRITO, 2005; PERES et al., 2007; BENEDICTO et al., 2010).

Segundo Araújo et al. (2007), não se deve estipular tempo de guarda ou

posse destes documentos, pois há controversas na literatura a respeito do

mesmo, sendo assim, o profissional deve arquivar o registro clínico pelo maior

tempo possível, utilizando, se possível, scanners, máquinas fotográficas, Cd’s ou

DVD’s. Assim procedendo, o cirurgião dentista, ficará resguardado de possíveis

ações judiciais ou por parte do Conselho Regional de Odontologia.

As instituições de ensino em Odontologia devem ser estruturadas ao

adequado arquivamento dos prontuários, assim como, também estimular a

participação de docentes de várias disciplinas a elaborarem uma ficha clínica de

uso comum para todos os pacientes (DITTERICH et al., 2008).

Sob o ponto de vista do ensino, o preenchimento do prontuário é o

primeiro contato do aluno com aquele determinado paciente, tornando-se a

melhor oportunidade que o professor tem para orientá-lo em relação à postura

profissional, ao respeito à dignidade do paciente e à maneira de se comunicar

com o paciente (KLIEMANN et al., 2009). No ponto de vista ético, o prontuário

odontológico deve ser constituído por todos os documentos emitidos dentro da

clínica e de exames complementares necessários para a realização do

diagnóstico pelo cirurgião dentista (DITTERICH et al., 2008).

É imprescindível que o estudante de Odontologia aprenda desde cedo e

da melhor forma possível, sobre o prontuário odontológico, adquirindo ainda no

meio acadêmico o hábito de elaborar um bom prontuário, beneficiando também a

instituição de ensino (MULLER, 2006; KLIEMANN et al., 2009).

A odontologia para ser praticada de forma integrada precisa estar

alicerçada em um planejamento eficiente, envolvendo anamnese, exames

clínicos e complementares, a fim de diagnosticar de forma correta (SILVA e

CORSO, 2006).

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5 CONCLUSÃO

O curso de graduação é a melhor oportunidade para ensinar ao futuro

profissional a necessidade, a importância e a maneira de elaborar um bom

prontuário odontológico, este trabalho tornou possível a confecção deste tipo de

documento.

As instituições de ensino em Odontologia devem ser estruturadas ao

adequado arquivamento dos prontuários, assim como, também estimular a

participação de docentes de várias disciplinas a elaborarem uma ficha clínica de

uso comum para todos os pacientes, um prontuário odontológico integrado, onde

em um mesmo envelope estejam presentes as diversas fichas e exames

complementares realizados em diferentes disciplinas. A criação de um prontuário

integrado não só organizará melhor o arquivo como estimulará uma discussão

por parte do aluno-docente numa visão mais holística do paciente.

Sugere-se que as faculdades dêem maior ênfase aos assuntos odonto-

legais e mostrem exemplos práticos de processos existentes contra cirurgiões-

dentistas em decorrência da inexistência de registros das atividades

profissionais.

Os contratos de prestação de serviço, autorização para tratamento

(menores ou incapazes), questionários de anamnese e demais documentos que

necessitem da assinatura do paciente devem ser impressos e assinados em

papel, a não ser que o paciente ou seu responsável também tenha a sua

assinatura digital.

Todas as digitalizações de fichas clínicas em papel e/ou imagens

convencionais (radiografias ou fotografias) devem ser escaneadas, certificadas e

registradas em cartório pelos sistema ICP-BRASIL.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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