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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAS APLICADAS - GESTÃO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
CLÁUDIO DA SILVA
Implantação do produto recarga de celular um estudo na empresa Visanet
São José 2007
CLÁUDIO DA SILVA
Implantação do produto recarga de celular um estudo na empresa Visanet
Trabalho de Conclusão de Estágio - pesquisa teórico-empírica
- apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Administração da Universidade do Vale do
Itajaí.
Professor Orientador: Marcio Bittencourt
São José 2007
CLÁUDIO DA SILVA
Implantação do produto recarga de celular um estudo na empresa Visanet
Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final
pela Coordenação do Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí, em 05 de
dezembro de 2007.
Prof(a) MSc. Luciana Merlin Bervian UNIVALI – Campus São José
Coordenador(a) do Curso
Banca Examinadora:
Prof(a) MSc. Marcio Bittencourt UNIVALI – Campus São José
Professor Orientador
Prof(a) MSc. Ana Paula Lisboa Sohn
UNIVALI – Campus São José Membro
Prof(a) Dr. Everton Luis Pellizzaro de Lorenzi Cancellier
UNIVALI – Campus São José Membro
iii
Dedico esse trabalho a toda minha família, pelo
amor e carinho que me dedicaram por toda a vida,
pois sem eles não estaria vivendo esse momento tão
especial .
iv
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a DEUS, por proporcionar esse grande momento em minha
vida.
A meus pais, Gercino Arcanjo da Silva e Verônica da Silva, por terem me educado de forma tão correta.
A minha esposa, Maria Salete Martins da Silva e minhas filhas, Maria Claudia Martins da Silva e Ana Clara Martins da Silva, por entender e me ajudar nos momentos mais difíceis, no decorrer do curso.
A todos os meus familiares, em especial a minha sobrinha Miriam Fonseca e meu amigo Julio Truppel, por ter me incentivado a seguir em frente.
À todos os meus amigos da universidade, que de alguma forma, direta ou indiretamente, contribuíram para esse momento.
Ao meu orientador professor, Marcio Bittencout, pela sua dedicação e experiência durante todo o processo de elaboração desse trabalho.
A todos os professores que, desde o início do curso, proporcionaram-me muito conhecimento.
À Visanet empresa onde trabalho, que contribuíram de várias formas para que eu pudesse alcançar mais esse objetivo.
A todos os colegas de trabalho que de alguma forma contribuíram para esse momento.
Enfim agradeço, a todos as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para esse grande momento.
.
v
“Atitudes de Valor”
Reconhecer e respeitar as diferenças, aceitando que não somos o centro do mundo e
que outras idéias poderão ser tão boas o melhores que as nossas. Somos melhores quando
podemos quando podemos contar com o outro, que nos é complementar. As dificuldades
encontradas em trabalhar as diferenças podem levar a inovações e resultados surpreendentes.
vi
RESUMO
SILVA, Cláudio da. Implantação do produto recarga celular um estudo na empresa Visanet. São José: 2007. Trabalho de Conclusão do Curso de Administração, Universidade do Vale do Itajaí. O presente trabalho tem como objeto de estudo a implantação do produto recarga de celular via cartão de crédito da Visanet, utilizando como meio para isso a abordagem da estratégia de marketing da empresa e uma revisão de leitura. Esse estudo de caso, no qual prevaleceram os dados qualitativos, é beneficiado pela vivência do autor na empresa desde a sua criação em 1995. Na revisão de literatura, tratou-se de falar sobre marketing e as suas estratégias, cartões de crédito e o seu mercado e, sobre a evolução da tecnologia de celulares. Da empresa foram verificadas informações sobre a sua presença no mercado, incluindo o seu histórico, e o composto mercadológico na prática. Com aproximadamente 100 filiais por todo o país e com a capilaridade de mais de 15.000 agências bancárias parceiras, a sua força de venda conseguiu construir uma rede de mais de um milhão de estabelecimentos comerciais credenciados à bandeira de cartões de crédito Visa, que já realizaram mais de 2 bilhões de transações, movimentado valor superior à 112 bilhões de reais. Quanto à recarga de celular, ela entra em um mercado dominado pelo dinheiro como meio de pagamento, sendo a mudança dessa cultura no modo de pagamento o desafio a ser alcançado pela Visanet. Também oferece vantagens extras para o comerciante, como intensificação do movimento de clientes no estabelecimento e para o portador de cartão de crédito Visa é um serviço a mais disponível. Destaca-se, também por ser um serviço bastante diferenciado em relação a gama oferecida, como o crédito e o débito. No mercado de celulares, que no final de 2005 constava com 88 milhões de aparelhos, o potencial a ser explorado ainda é imenso. E, algumas melhorias podem ser feitas para se obter sucesso nas metas de habilitação e ativação dos estabelecimentos, como melhoria no sistema de comissões, uma divulgação através de mídias como televisão e jornal e, ainda, a negociação com a única das grandes operadoras de cartão de crédito que não tem parceria com a Visanet nesse serviço, a Brasil Telecom. Palavras-Chave: Visanet. Recarga de Celular. Meios de Pagamento.
vii
ABSTRACT
SILVA, Claudio da. Deployment of the product recharge cell a study in the company Visanet. St. Joseph: 2007. Work Completion of the Course of Administration, University of Vale do Itajaí. This work is a subject of study the deployment of the product of cellular recharge via credit card from Visanet, using it as a way to the approach of the marketing strategy of the company and a review of reading. This case study, which prevailed qualitative data, it is benefited by the experience of the author in the company since its creation in 1995. In the review of literature, it was talking about and its marketing strategies, credit cards and its market, and on the development of technology for mobile phones. The company has been verified information on the market presence, including its history, and the composite market in practice. With about 100 branches throughout the country and the capillary of more than 15,000 banks partner, its sales force has built a network of more than one million shops accredited to the flag of credit cards Visa, which has done more from 2 billion transactions, busy value greater than 112 billion reais. As for recharging of cell, it enters into a market dominated by money as a means of payment, and the change that culture in order to pay the challenge to be reached by Visanet. It also provides extra benefits to the trader, as intensification of the movement of customers in the establishment and the bearer of credit cards Visa is a service available to more. There is also as a service rather differently on the range offered, such as credit and debit cards. In the market for mobile phones, which at the end of 2005 was with 88 million devices, the potential to be exploited is still immense. And, some improvements can be made to achieve success in the goals of empowerment and activation of the facilities, such as improvement in the system of committees, a dissemination through media such as television and newspapers, and the negotiation with the one of the major operators of card credit that has no partnership with Visanet this service, Brasil Telecom. Keywords: Visanet, Recharge of Mobile, Means of Payment.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 Problema de Pesquisa ........................................................................................................... 2
1.2 Objetivos............................................................................................................................... 2
1.2.1 Objetivo Geral ...................................................................................................................2
1.2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................2
1.3 Justificativa........................................................................................................................... 3
1.4 Apresentação do Trabalho .................................................................................................... 5
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 6
2.1 Marketing – Conceitos e Princípios ..................................................................................... 6
2.2 Composto Mercadológico................................................................................................... 10
2.3 Estratégias de Marketing .................................................................................................... 13
2.4 Plano de Marketing............................................................................................................. 18
2.5 Sistema de telefonia móvel – celular.................................................................................. 19
2.6 Mercado de cartões............................................................................................................. 21
2.6.1 O surgimento dos cartões ................................................................................................22
2.6.2 Função Econômica do Cartão de Crédito ........................................................................26
2.6.3 Operação do Cartão .........................................................................................................28
3 METODOLOGIA 31
4 RESULTADO DO ESTUDO 33
4.1 Caracterização da Empresa................................................................................................. 33
4.1.1 História e Números da Empresa ......................................................................................34
4.1.2 Concorrência....................................................................................................................37
4.1.3 Visão, Missão e Valores ..................................................................................................38
4.1.4 Marketing na Empresa.....................................................................................................39
4.2 Implantação Recarga Celular.............................................................................................. 48
4.2.1 Aspectos Operacionais ....................................................................................................49
4.2.2 Sinalização.......................................................................................................................50
4.2.3 Plano de Implantação.......................................................................................................52
4.2.4 Foco .................................................................................................................................54
4.2.5 Estratégias de Penetração ................................................................................................54
4.2.6 Canais de Venda ..............................................................................................................56
ix
4.2.7 Operadoras de Telefonia Móvel ......................................................................................57
4.2.8 Controles..........................................................................................................................59
4.2.9 Metas e Resultados ..........................................................................................................59
4.2.10 Considerações da Implantação ......................................................................................62
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 65
REFERÊNCIAS 67
1 INTRODUÇÃO
O foco das empresas volta-se às necessidades dos clientes. Por isso, muitos são os
investimentos em pesquisa, comunicação e no desenvolvimento de canais mais eficientes. Ou
seja, todas as ferramentas são utilizadas na busca de que a identidade da empresa esteja
posicionada de maneira satisfatória na mente do consumidor. Esse posicionamento se dá
através da imagem que o mercado capta da estratégia de marketing desenvolvida pela
empresa.
Ainda nesse contexto, as empresas desenvolvem os produtos e serviços diferenciados e
que gerem algum valor para o cliente. Ser diferenciado no mercado significa possuir atributos
como maior agilidade, grande durabilidade, design inovador e até menor preço. Valor para o
cliente é relativo ao público que se tem pretensão de atender, como para as pessoas de menor
renda, o atrativo deve estar vinculado à questão do preço e na facilidade de pagamento. Assim
como o preço, de maneira geral, não é tão importante quanto o design para a classe mais
abastada.
No mercado de cartões de crédito a diversificação na oferta de serviços é um dos
diferenciais, já que aqui, busca-se atender todas as classes econômicas. Afinal, deve existir
um mix de serviços que atenda cada tipo de consumidor, desde aquele trabalhador de baixa
renda até o rico empresário.
E quanto a isso, a estratégia de oferecer algo inovador pode vincular a liderança nesse
novo mercado. Mesmo que posteriormente a concorrência ofereça produto similar. Pois,
segundo Trout (2004), quando o consumidor se adapta a comprar um produto pioneiro no
mercado, dificilmente o troca por uma cópia da concorrência. Assim, visando oportunizar aos
seus clientes um produto único e inovador, a Visanet lançou a recarga de celular via cartão no
Brasil.
Portanto, a proposta do presente trabalho é realizar uma análise, através do método
científico, da implantação desse produto inovador da Visanet. Essa metodologia utilizada é de
um estudo de caso, onde verificações da realidade do mercado, da empresa e do produto, são
confrontadas com os estudos constantes em livros e sites especializados em marketing.
2
1.1 Problema de Pesquisa
As transformações no modo de vida das sociedades têm promovido a busca por
tecnologias que facilitam o cotidiano. Buscando um diferencial, principalmente, uma fatia do
mercado ainda não explorada, a Visanet lançou o produto recarga celular. Portanto, o
problema de pesquisa vem ao encontro com tal preocupação.
Como está sendo executada a implantação do produto recarga celular pela Visanet?
1.2 Objetivos
A seguir serão descritos os objetivos, geral e específicos, propostos pelo trabalho.
1.2.1 Objetivo Geral
Analisar a implantação do produto recarga de celular via cartão da Visanet.
1.2.2 Objetivos Específicos
Abordar o composto mercadológico na empresa Visanet
Caracterizar o produto recarga de celular e o seu desenvolvimento
Descrever a implantação do produto recarga de celular.
3
1.3 Justificativa
O mundo tem passado por diversas mudanças e desde a primeira onda, definida por
Toffler (1980) como a revolução agrícola, o homem vem criando novas necessidades.
Grandes mudanças se dão a partir do surgimento das grandes fábricas e das linhas contínuas
de montagem, assim o ciclo de produção capitalista traz à sociedade desejos que se
transformam em necessidades que até então não faziam parte do seu cotidiano. Instituiu-se
assim “o sistema capitalista”, provocado pela chamada revolução industrial, que se enraizou
profundamente, modificando o mercado. À medida que o tempo passa, novas conquistas vêm
sendo feitas no campo da tecnologia, conduzindo a sociedade a uma nova revolução, agora
chamada de digital ou era do conhecimento e definida por Toffler (1980) como sendo a
terceira onda. E é nesse campo que está a discussão deste trabalho.
A revolução digital tem como base a microeletrônica. E as mudanças nesse campo
vêm ocorrendo numa velocidade enorme, e o fator definitivo para que isto aconteça é a
informação. Que embora esteja ao alcance de muitos, só faz a diferença, aquele que tiver a
capacidade de processar tal informação transformando-a em conhecimento e difunde com
rapidez ao grupo. O trabalho braçal tem, cada vez mais, perdido espaço provocando o
desemprego tecnológico que é a substituição do homem pela máquina, enquanto o trabalho
mental tem feito a diferença competitiva agregando valor ao produto (TOFFLER, 1980).
Dessa mesma forma vem ocorrendo no mercado uma transformação no
comportamento de compra dos consumidores, promovendo vários estudos para que se possa
desvendar o que os consumidores estão desejando, ou o que pode encantar tais consumidores.
E isso não é fácil, tendo em vista que os fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos
influenciam diferentemente cada consumidor, afirma Kotler (1998).
A exigência dos consumidores tem proporcionado ao mercado uma gama de variedade
de produtos e serviços. A qualidade, preço, inovação, atendimento, bem como seu benefício
social e suas preocupações ambientais são algumas destas exigências. Então, cada vez mais,
as empresas se adaptam a este novo mercado, inovando, interagindo e buscando satisfazer as
perspectivas de seus clientes. Em meio a toda essa mudança de mercado, a economia de
tempo, o conforto, a eficiência são algumas das prerrogativas para que produtos e serviços
sejam aceitos pelos consumidores.
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A telefonia móvel é uma dessas criações dos últimos tempos, que revolucionou a
forma de comunicação. Uma das suas vantagens é a possibilidade de escolha da forma de
pagamento. A primeira forma, existente desde a implantação do celular, é conhecida como
pós-paga. Nesse sistema, o usuário, se encaixa em um plano de minutos em que sua
operadora tem a oferecer, conforme sua necessidade e pagando mensalmente de acordo com o
gasto efetivo. A outra forma é o sistema pré-pago, que funciona com a aquisição, anterior ao
uso, de créditos com valores afixados pelas operadoras.
Tal maneira exige que o usuário adquira os créditos através de um cartão recarga, ou
seja, cartões de valores determinados pelas operadoras. Assim, o usuário deve utilizar a
central de atendimento, digitando o código informado no cartão para que a recarga de crédito
seja validada para uso no telefone celular.
A Visanet, uma empresa de meios de pagamentos, buscando novos mercados e
oferecer aos seus clientes maior comodidade, lançou o produto recarga de celular, entendendo
ser esse um novo diferencial perante a concorrência que não oferece.
A importância do estudo para a empresa foi identificar e otimizar possíveis falhas
durante o processo de implantação, avaliar a percepção dos estabelecimentos que aderiram ao
produto recarga de celular, assim será possível sugerir e fazer alterações de melhoria na
continuação do processo. E, além do mais, a visão de um funcionário sobre o produto, suas
deficiências e atributos são analisados, propondo mudanças e novos conhecimentos.
Para o acadêmico está sendo de suma importância, agregando novos conhecimentos
tanto no lado pessoal quanto no profissional. Para tanto, foram utilizados conhecimentos, das
ferramentas e do aprendizado durante o curso de administração, identificando passo a passo
todas as etapas e processos do estudo, forçando a uma reavaliação, reciclagem nos produtos,
serviços e política da Visanet.
Em relação à universidade se faz mais uma contribuição de TCE como base de
pesquisa para outros acadêmicos.
5
1.4 Apresentação do Trabalho
Assim, este trabalho está organizado da seguinte maneira, compondo o primeiro
capítulo uma parte introdutória que insere o leitor no contexto do trabalho, permitindo-lhe ter
o conhecimento do tema a ser abordado, o problema de pesquisa, os objetivos, a justificativa
da escolha de tal tema e por fim a metodologia utilizada.
No capítulo 2 apresenta-se a fundamentação teórica, base que sustenta este estudo.
Neste capítulo, colocam-se as principais teorias relativas ao marketing, cartões de crédito e
uma breve descrição da telefonia móvel, além das bases para o alcance dos objetivos do
estudo.
No capítulo 3 são discutidos os aspectos metodológicos utilizados para o
desenvolvimento de todo o trabalho cientifico.
No capítulo 4 apresenta-se a empresa, e as suas estratégias de marketing para alcançar
o resultado desejado. Será feito o estudo da implantação do produto, ou seja, demonstrar os
resultados obtidos pela Visanet com tal produto.
No capítulo 5 e último, serão apresentadas as considerações finais, ou seja, o conjunto
de todas as informações colhidas neste trabalho, bem como considerações à este e algumas
sugestões.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Considerando que este estudo traz uma abordagem da distribuição de um novo produto da
Visanet, recarga de celular, faz-se necessário oportunizar aos acadêmicos, pesquisadores e
comunidade em geral, o que vem a ser marketing, composto mercadológico, sistema de telefonia
móvel (celular), estratégias de marketing, plano de marketing e o mercado de cartões de crédito.
2.1 Marketing – Conceitos e Princípios
Marketing é uma ferramenta que contribui para o sucesso e manutenção de produtos no
mercado. Se aplicado de maneira eficiente traz resultados positivos tanto para quem fornece como
para quem consome tais produtos. Assim na seqüência deste trabalho, a proposta é explanar acerca
do que vem a ser marketing, como fazer dele um instrumento para consolidação do produto
Visanet.
Inicialmente o homem vivia em grupos que lutavam contra os animais e as intempéries
para sobreviver. Srour (1998, p.13) observa que a Revolução Neolítica “introduziu as condições
para que surgisse um mecanismo de incentivo sistemático à produção de excedentes”, ou seja, o
homem percebeu que a partir do cultivo de seus alimentos, da criação de animais e da produção de
artefatos poderia trocar o excedente, com outro grupo, por algo que necessita para sobreviver.
Segundo Pride; Ferrel (2001), para se chegar ao conceito que se tem hoje de marketing, a
humanidade passou por três importantes períodos de transformação, sendo o primeiro denominado
de “Orientação para o Produto”, que inicia em 1850 quando a Revolução Industrial estava no seu
auge nos Estados Unidos. A eletricidade, os transportes ferroviários, a divisão do trabalho, as
linhas de montagem e a produção em massa, tudo isso auxiliava na produção de bens com maior
eficiência. Tais mudanças tecnológicas e os novos modos de uso da mão-de-obra fizeram com que
houvesse maior produção e demanda por bens manufaturados. O segundo de “Orientação para
Vendas”, que acontece por volta de 1920 até início da década de 1950. As empresas viam nas
vendas a principal maneira de aumentar os lucros. Neste período as pessoas de negócios
acreditavam que as atividades de marketing estavam unicamente orientadas para venda, como
ainda hoje algumas pessoas erroneamente acreditam. E o terceiro chamado de “Orientação para o
7
Marketing”, neste período há um interesse em saber o que o cliente necessita para então
começarem a produzir de acordo com suas necessidades e desejos.
A orientação para o marketing requer “a geração de inteligência de mercado pertinente às
necessidades do cliente, atuais e futuras; a disseminação da inteligência por todos os
departamentos e; a resposta a esses requisitos através de toda a organização.” (KOHLI E
JAWORSKI apud PRIDE; FERRELL, 2001, p. 09).
Um novo mundo surge e com ele o marketing, cujo berço se encontra nos Estados Unidos
e a difusão pelo mundo foi relativamente lenta. No Brasil o termo Marketing começa a ser
empregado por volta de 1954, quando Professor Norte Americano Karl A. Boedecker, organizou
os primeiros cursos de administração na recém-criada Escola de Administração de Empresas de
São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (RICHERS, 1981).
Marketing tem sido definido de várias maneiras. Um dos autores especialistas no ramo,
Kotler (1998, p.27) o define como “um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos
obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com
outros”. Enquanto que, para Pride; Ferrel (2001, p.03) marketing é definido “como o processo de
criar, distribuir, promover e apreçar bens, serviços e idéias para facilitar relações de troca
satisfatórias com clientes em um ambiente dinâmico”.
O propósito do marketing é atender e satisfazer às necessidades e desejos dos consumidores. A área do comportamento do consumidor estuda como indivíduos, grupos e organizações selecionam, compram, usam e dispõem de bens e serviços, idéias ou experiências para satisfazer as suas necessidades e desejos (KOTLER. 1998, p.161).
Para Kotler (1998, p.173) a “necessidade humana é um estado de privação de alguma
satisfação básica”. E atender as necessidades humanas é algo muito abrangente, segundo Maslow,
pois, elas são organizadas em uma hierarquia, que parte das mais urgentes às menos urgentes. Em
ordem de importância, primeiramente vêm as necessidades fisiológicas, as de segurança, as
sociais, as de estima e por fim as de auto-realização. Já os desejos “são carências por satisfações
específicas para atender às necessidades”. (KOTLER, 1998, p. 27).
A teoria de Maslow tem contribuído para que os profissionais de marketing possam
compreender como os vários produtos se ajustam aos planos, metas e vidas dos consumidores
potenciais, embora as necessidades e desejos das pessoas dos dias de hoje estejam confusas. De
acordo com Kotler (1998, p. 162), “A tarefa do profissional de marketing é entender o que ocorre
na consciência do comprador entre a chegada de estímulos externos e sua decisão de compra”,
mas há uma diferença entre o marketing reativo, o pró-ativo e o criativo.
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Um profissional de marketing reativo é aquele que encontra uma necessidade declarada e a
preenche; enquanto o profissional de marketing pró-ativo é aquele que vê adiante, pensando nas
necessidades que os clientes possam vir a ter no futuro próximo; e o profissional de marketing
criativo descobre e produz soluções das quais os clientes não pediram, mas que suas respostas
foram positivas (KOTLER, 1998).
Um profissional de marketing é alguém que busca uma resposta (atenção, compra, voto, doação) de outra parte, denominada cliente potencial (prospect). Se duas partes estão buscando vender algo uma para outra, denominamos ambas de profissionais de marketing. O profissional de marketing precisa tentar compreender as necessidades do mercado – alvo, seus desejos e suas demandas (KOTLER, 2000, p.33).
Os profissionais de marketing atuam em áreas que vão desde os bens tangíveis ou
produtos, que formam a maior parte do esforço de marketing, bem como os serviços em função da
evolução da economia. Nos Estados Unidos a exemplo disso a economia se concentra num mix de
70% em atividades de produção de serviço e 30% em produtos. Existem os serviços e mercadorias
que são criados com objetivo de oferecer uma experiência, como é o caso, do Magic Kingdom da
Walt Disney World, o Hard Rock Café e o Planet Hollywood, dentre outros. A promoção de
lugares é uma outra forma de marketing, como por exemplo, cidades, estados, regiões ou até
mesmo em países inteiros estão, cada vez mais, se expondo para atrair turistas, sedes de empresas,
fábricas, eventos e até mesmo novos moradores. Em geral, estabelecem qual o perfil querem
receber e para isso contratam um profissional de marketing. O profissional de marketing também
tem o papel de promover as propriedades para que o público alvo as adquira. Essas propriedades
podem ser artigos intangíveis, como o direito de posse de imóveis, bens e de aplicações
financeiras – títulos e ações.Além disso, informações são produzidas e comercializadas como
produto. É isso que as Instituições de Ensino têm feito e cobram um preço que é pago pelos
alunos, bem como as publicações em livros de não-ficção, revistas, enciclopédias e até mesmo a
Internet. (KOTLER, 2000).
Para Kotler (2000, p.24) marketing é, de maneira sucinta, “atender as necessidades de
maneira lucrativa”. Marketing é uma ciência que estuda e regula as trocas comerciais, econômico-
financeiras ao longo da história humana, mas revoluciona o século XX, no campo político,
econômico e social. Só foi sistematizada como ciência no decorrer do século XX, embora seu
objeto de estudo seja uma das mais antigo, o mercado.
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Para que haja marketing, obrigatoriamente, deve haver mercado, consequentemente
produto, demanda, valor, enfim fazem-se necessário trazer a luz da reflexão alguns conceitos para
que se possa entender este primeiro capítulo.
Considerava-se “mercado” o local onde compradores e vendedores se reuniam para trocar
seus bens. Os economistas se utilizam deste termo para se referirem a um grupo de compradores e
vendedores que transacionam em torno de um produto ou classe de produtos; dando origem aos
diversos mercados como, por exemplo, mercado de habitação, mercado de grãos e assim por
diante. Entretanto, os especialistas de marketing vêem os vendedores como constituindo a
indústria e os consumidores, o mercado. (KOTLER, 1998).
“Um mercado consiste de todos os consumidores potenciais que compartilham de uma
necessidade ou desejo específico, dispostos e habilitados para fazer uma troca que satisfaça essa
necessidade ou desejo”. (KOTLER, 1998, p. 31).
E estes podem ser do tipo consumidor, empresarial, global e sem fins lucrativos. Afirma,
Kotler (2000), que mercado consumidor é aquele em que as empresa que produzem bens ou
serviços de consumo em massa, investem grande parte de seu tempo buscando estabelecer uma
marca superior. Assim cabe aos profissionais de marketing conhecer o perfil destes clientes, o que
desejam, quais suas necessidades e se o produto, que a marca representa, está respondendo a altura
às expectativas destes clientes alvo.
Já mercado empresarial é aquele constituído por empresas que vendem bens e serviços
para outras empresas e, em geral, se deparam com profissionais de compra com informações
atualizadas do mercado e, portanto, utilizam suas técnicas para avaliarem ofertas competitivas.
Compradores empresariais querem produtos que gerem lucros dentro do que estipulou ser seu
cliente alvo. (KOTLER, 2000).
Mercado global, conforme Kotler (2000) é aquele em que as empresas que produzem bens
e serviços, os comercializam em mais de um país e isso exige do profissional de marketing um
forte aparato como, conhecer o sistema jurídico do país no qual sua empresa estará negociando,
bem como conhecer a cultura local, o estilo dos consumidores, bem como daqueles no qual sua
empresa está negociando, enfim, é bastante arriscado. E mais, há ainda o mercado sem fins
lucrativos, que compõem o terceiro setor assim como o governamental.
Para Chiavenato (1980, p.11) a existência de mais dois mercados além daqueles já citados
por Kotler: mercado de trabalho e mercado de recursos humanos. Mercado de trabalho “é
constituído pelas ofertas de trabalho oferecidas pelas empresas, em certa época e em determinado
10
lugar. Mercado de recursos humanos é constituído pelo conjunto de indivíduos aptos ao trabalho,
em certa época em determinado lugar”.
Além das variadas conceituações dadas aos diferentes mercados é importante também
descrever segmentação, tendo em vista que uma empresa raramente conseguirá satisfazer a todos
os segmentos existentes num mercado. Para Kotler (2000), os profissionais de marketing
identificam e traçam os perfis de grupos distintos de compradores. Segmentos de mercado podem
ser identificados com análises das diferenças demográficas, psicográficas e comportamentais dos
compradores, assim a empresa escolhe dentre os vários segmentos, aqueles que apresentam as
maiores oportunidades. O Marketing tem como principal razão de seu sucesso a objetividade. O
mercado não aceita falha, nem complacência, enfim, quer resultados positivos.
Assim, para alcançar tal objetivo, o mercado conta com um composto que visa facilitar o
entendimento de como satisfazer o cliente.
2.2 Composto Mercadológico
O composto mercadológico também chamado de 4Ps, foi formulado por Jerome MsCarthy
em seu livro Basic Marketing lançado em 1960. Os 4Ps são: o produto que em inglês quer dizer
product, o preço que quer dizer price, o local que é place e por último promoção do inglês
promotion. Estes tratam do conjunto de interesses dos consumidores em que as organizações
devem estar atentas para que possam alcançar a satisfação de seus clientes1.
De acordo com Kotler (2000, p. 33), produto “é qualquer oferta que possa satisfazer a uma
necessidade ou a um desejo”. E é por meio destes que as pessoas satisfazem seus desejos e
necessidades, e suas principais categorias foram citadas anteriormente quando se fala das áreas de
atuação de um profissional de marketing. Marca é a produção ou a imagem que se tem de uma
oferta.
1 Com base na matéria disponível no site:www.marketing.com.br
11
Ou ainda “conjunto de atributos tangíveis e intangíveis que proporcionam benefícios reais
ou percebidos com o objetivo de satisfazer necessidades e desejos de consumidores ou grupos de
consumidores”2.
A gestão de produto lida com especificações do bem, que pode ser tangível ou intangível
(serviço) em questão e as formas como ele se apresenta de acordo com as necessidades que o
usuário tem. Sendo assim, o responsável por essa área deve cuidar da embalagem do produto, do
peso, da marca, das cores, das quantidades por caixa, do empilhamento máximo, entre outros3.
As necessidades humanas já foram mencionadas anteriormente, mas cabe ressaltar que
estudos comprovam que o conceito de necessidades humanas é inerente ao marketing. Para Santos
(2002, p.14) “necessidades humanas são estados de carência percebida”. Demanda está ligada ao
desejo de alcançar um bem, mas o ser humano, segundo Santos (2002), tem desejos ilimitados e
recursos que podem lhe proporcionar comprar tal desejo ou não. Sendo assim, a disposição de
comprar determinado produto ou serviço por parte dos consumidores é chamada de demanda.
O processo de definição de um preço para o produto, incluindo descontos e
financiamentos, tem em vista o impacto não apenas econômico, mas também psicológico do
consumidor. O responsável por esse processo deve cuidar da lista de preços e repassá-los aos
vendedores. Deve informar também, quais os descontos por quantidades adquiridas e,
principalmente, se o foco é competir por preço diante da concorrência4.
O valor para um cliente é a diferença entre o que ele ganha comprando tal produto e os
custos para obtê-lo. De acordo com Kotler (1998), existem ainda outros valores percebidos pelos
clientes, por exemplo, status e ou imagem positiva. A satisfação do cliente vai depender das
expectativas depositadas com relação ao produto, e se este as superou.
A qualidade do produto ou serviço está ligado diretamente a satisfação. Ou seja, a
qualidade promove um impacto direto sobre o desempenho do produto. Então, pode-se dizer que
uma empresa alcança qualidade total quando esta supera as expectativas de seus clientes
(SANTOS, 2002).
A troca é fundamental no marketing, e para tanto é necessário que haja pelo menos duas
partes envolvidas, cada uma trazendo uma oferta à outra. Tendo a liberdade de aceitar ou não, de
negociar, assim a troca passa a ter um valor.
2 Disponível no site: www.marketing.com.br 3 Com base na matéria disponível no site:www.marketing.com.br 4 Com base na matéria disponível no site:www.marketing.com.br
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A troca é considerada o conceito central do marketing. Ocorre quando as pessoas decidem satisfazer necessidades e desejos através da troca. Sob a óptica do marketing a troca é o ato de obter-se um objeto desejado dando alguma coisa em retribuição. Existem outras maneiras de obter-se um objeto desejado, como no caso de quem tem fome que pode caçar pescar ou colher frutas para alimentar-se (SANTOS, 2002, p. 18).
Considerando a troca um conceito central do marketing, pode-se dizer que a transação é
uma unidade de medida. Para Kotler (2000), a transação consiste em uma troca de valores entre
duas ou mais partes, podendo ser transação monetária clássica ou transação de permuta. Uma
transação é diferente de uma transferência, pois numa transferência uma parte dá algo a outra
parte, mas não recebe nada em troca, como exemplos, presentes, subvenções e doações a obras de
caridades. Mas a transferência pode sim ser interpretada como troca, uma vez que ao dar um
presente uma das partes retribui amizade, gratidão e muitos profissionais de marketing vêem aí
uma grande oportunidade de negócio, podendo inclusive fazer parte de sua rede de
relacionamento.
Quando se fala do local, a preocupação é com a distribuição, ou seja, como o “bem” chega
ao consumidor. Inclui pontos de vendas, pronta-entrega, horários e dias de atendimento e
diferentes vias de compra. Além disso, o responsável por essa área deve saber exatamente de quais
canais de distribuição se utilizará, o seu tamanho e a área geográfica que será coberta
logisticamente5.
Da concorrência é importante saber onde ela está e como se comporta no mercado. A
concorrência é apenas uma das forças atuantes no mercado em que a empresa opera, este ambiente
é constituído pelo ambiente de tarefa e o ambiente geral. No primeiro estão incluídos
fornecedores, distribuidores, revendedores e clientes-alvo e; o segundo é formado por seis
componentes, ambiente demográfico, econômico, natural, tecnológico, político-legal e sócio-
cultural (KOTLER, 2000).
O outro “P”, o qual se refere a promoção, é constituído pelas formas de comunicação entre
a indústria e o consumidor. Os canais são extremamente necessários para que uma empresa
alcance seu público alvo, e estas podem fazer uso de três. São eles os canais de comunicação, para
enviar as mensagens aos seus compradores. Dentre os inúmeros canais de comunicação podem ser
citados os jornais, revistas, rádio, televisão, outdoors, folhetos e internet. Outro canal é o de
distribuição que a empresa utiliza para entregar ou demonstrar seus produtos ou serviços
5 Com base na matéria disponível no site: www.marketing.com.br
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(tangíveis) ao comprador ou usuário. E por fim as empresas também utilizam os canais de venda
para realizar transações com compradores potenciais, são eles não apenas os distribuidores e
revendedores, mas também os bancos e as companhias de seguro que facilitam as transações
(KOTLER, 2000).
No marketing de serviços, ainda podem ser considerados outros “P”, que são as pessoas, os
processos e evidências físicas.
Uma rede de marketing consiste na empresa e naqueles que a apóiam (clientes, funcionários, fornecedores, distribuidores, revendedores, agencias de propaganda e acadêmicos, entre outros), com quem ela construiu relacionamentos profissionais mutuamente compensadores. Cada vez mais, a concorrência não é entre empresas, mas entre redes de marketing, sendo o prêmio conferido à empresa que tiver construído a melhor rede. O princípio operacional é simples: construa uma rede efetiva de relacionamentos com os principais públicos interessados e os lucros serão uma conseqüência (KOTLER, 2000, p. 35).
O relacionamento da empresa, com os agentes internos e externos, objetiva estabelecer
vínculos que num longo prazo, tal relacionamento seja satisfatório para ambas as partes.
Estabelece sólidas ligações econômicas, técnicas e sociais, resultando na construção de um
patrimônio corporativo singular, denominado rede de marketing. E esta é uma forte aliada para
manutenção de uma empresa no mercado (KOTLER, 2000).
2.3 Estratégias de Marketing
Usar uma boa estratégia é a maneira de sobreviver, sendo assim um bom ponto de partida é
olhar a definição de estratégia, como mostra o Webster's New World Dictionary: A ciência de
planejar e dirigir operações militares de grande escala. De manobrar as forças para a posição mais
vantajosa, antes do conforto real com o inimigo. Percebe-se que trata de uma palavra militar,
tendo o inimigo em mente. E se a idéia é procurar aquela posição mais vantajosa, primeiro é
necessário estudar, entender e fazer manobras no campo de batalha, o qual esta na mente dos
clientes efetivos e potenciais. (TROUT, 2004)
A estratégia de marketing de uma organização é preparada para dar uma integração total dos esforços que focam o cumprimento dos objetivos de marketing. Ela envolve a seleção de um ou mais mercados-alvos e, depois, o desenvolvimento de um composto de marketing (produto, preço, promoção, distribuição) que satisfaça as necessidades e os desejos dos participantes desse(s) mercado(s)-alvo(s) (FERREL, 2000. p. 24).
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A estratégia de marketing é basicamente a seleção de um mercado-alvo e o
desenvolvimento de um composto de marketing (os chamados 4 Ps). Para que o produto satisfaça
a necessidade ou desejo de maneira satisfatória; que tenha preço adequado; seja vendido nos
pontos corretos e; que a comunicação e a linguagem sejam adequadas ao meio utilizado. Tudo isso
para atingir o cliente potencial.
Entrar na mente do consumidor com uma nova idéia, produto ou benefício nos dá uma
enorme vantagem. Muitos experimentos demonstram atração magnética do status quo. A maioria
dos que tomam decisões demonstra forte tendência para alternativas que perpetuam a situação
atual. Em face disso, se um produto já estava lá quando seus concorrentes tentam copiá-lo, tudo o
que conseguem é reforçar a sua idéia. “É muito mais fácil entrar na mente do consumidor primeiro
do que tentar convencer alguém de que você tem um produto melhor do que aquele que surgiu
primeiro” (TROUT, 2004, p. 32).
Uma estratégia forte é ser líder de mercado, pois “liderança é a maneira mais poderosa de
diferenciar a marca, pela razão de ser a forma mais direta de definir suas credenciais. E
credenciais são os acessórios que usamos para garantir o desempenho da marca”. E deve-se pensar
que quando se tem credenciais de liderança, é provável que o cliente potencial acredite em quase
tudo que seja dito sobre esta marca. “Os seres humanos costumam igualar “tamanho” a sucesso,
status e liderança” (TROUT, 2004. p 24).
Para Kotler (1998, p. 254), “uma empresa deve tentar identificar maneiras específicas de
diferenciar seus produtos para obter vantagem competitiva. Diferenciação é o ato de desenvolver
um conjunto de diferenças significativas para distinguir a oferta da empresa das ofertas de seus
concorrentes”. Deve procurar ter vantagem competitiva pela diferenciação do produto, do serviço,
das pessoas, por meio do canal, assim como a diferenciação por meio da imagem. Cada um desses
conceitos é descrito na seqüência.
Para Kotler (1998, p. 255) a “diferenciação dos produtos físicos ocorre em uma
continuidade de eventos”. De um lado encontram-se produtos altamente padronizados e do outro
estão os produtos capazes de passarem por uma alta diferenciação. No caso dos produtos o que os
caracteriza diferentes no mercado é desempenho, conformidade, durabilidade, confiabilidade,
facilidade de conserto, estilo e design.
Então, para que se entenda o que tais diferenciações criam de valor no produto, faz-se
necessário definir cada aspecto. O desempenho se refere aos níveis pelos quais as características
básicas do produto operam podendo ser nivelado como baixo, médio, alto ou superior. A
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conformidade é o estágio pelo qual todas as unidades produzidas são iguais e atendem aquilo que
o mercado-alvo espera. A durabilidade se trata da mensuração da vida útil prevista para um
determinado produto sob condições naturais e, ou intensas. A confiabilidade é uma estatística
probatória de que um produto não apresentará defeitos num determinado período de tempo
especificado pelo fabricante. A facilidade de conserto é um dado que indica a rapidez e a atenção
de um fabricante em relação aos defeitos ou ate mesmo ao mau funcionamento do seu produto.
“Estilo é a descrição do produto aos olhos do comprador, ou seja, como ele vê e sente o produto. E
o design é a totalidade de características que afetam a aparência e funções de um produto em
termos das exigências dos consumidores”. (KOTLER, 1998, p. 258).
Além de diferenciar seus produtos físicos, uma empresa tem também que diferenciar os serviços que os acompanham. Quando o produto não pode ser facilmente diferenciado, a chave para o sucesso competitivo, freqüentemente esta na ampliação de serviços que agregam valor e na melhoria da qualidade. Os principais diferenciadores de serviços são facilidade de pedido, entrega, instalação, treinamento do consumidor, consultoria ao consumidor, manutenção e conserto e alguns outros (KOTLER, 1998. p 260).
Sendo assim é necessário explanar a respeito de cada uma destes principais diferenciadores
de serviços. A facilidade de pedido é formada pelas vantagens oferecidas para receber os pedidos
de seus clientes. No caso da entrega refere-se a maneira com que este produto ou serviço chega
até o consumidor, inclui rapidez, precisão e cuidado com o manuseio no ato entrega. A instalação
é o serviço que deve ser feito para colocar o produto em condições de funcionamento no local
desejado pelo cliente. O treinamento do consumidor refere-se a especialização dos funcionários no
repasse de informações aos clientes, para a autonomia de uso, de maneira adequada e com
eficiência. Enquanto, que os serviços de consultoria ao consumidor referem-se a disponibilidade
de informações, acesso ao banco de dados e a efetiva orientação. Já, manutenção e conserto estão
relacionados com qualidade e quantidade dos serviços de reparos disponíveis aos clientes, ou seja,
a facilidade de encontrar serviços autorizados para fazerem tais reparos com segurança e num
preço acessível. E, por fim os serviços diversos estão ligados a forma com que as empresas podem
agregar valores aos seus produtos por meio dos serviços, como por exemplo, oferecendo melhor
garantia ou mesmo melhor contrato de manutenção que seus concorrentes (KOTLER, 1998).
A diferenciação também pode se dar por meio das pessoas, ou seja, um dos diferencias das
empresas é o atendimento ao publico, pessoas bem treinadas exibem seis características:
competência, cortesia, credibilidade, confiabilidade, responsividade e boa comunicação, que são
descritas na seqüência.
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Competência. Os funcionários possuem experiências e os conhecimentos exigidos. Cortesia Eles são amigáveis, respeitosos e ponderados. Credibilidade. Eles são dignos de créditos. Confiabilidade. Eles desempenham o serviço com consistência e cuidado. Responsividade. Eles respondem rapidamente as solicitações e aos problemas dos consumidores. Comunicação. Eles se esforçam para entender o cliente e para comunicar-se claramente (KOTLER, 1998. p. 262).
Com relação a diferenciação por meio de canais, é necessário entender que para colocar
seus produtos no mercado os fabricantes, em geral, se utilizam de um intermediário, e tais
intermediários constituem o chamado canal de marketing ou canal de distribuição ou ainda de
canal comercial. Os “canais de marketing são conjuntos de organizações interdependentes
envolvidos no processo de tornar um produto ou serviço disponível para uso ou consumo”
(STERN; EL ANSARY apud KOTLER, 1998, p. 466).
A função que estes canais desempenham são as de movimentar bens de produtores até
consumidores, ganhando tempo, local e propriedade, bem como preenchendo os vazios que
separam os bens e serviços das pessoas que os usariam. As funções dos membros que constituem
estes canais de distribuição são as de coleta e disseminação de informações, promoção por meio
do desenvolvimento de comunicações persuasivas sobre a oferta, cujo objetivo é atrair os
consumidores, a negociação que nada mais é do que a tentativa de se chegar a um acordo para o
preço final do produto que agrade tanto ao fabricante como ao consumidor, o pedido, ou seja, a
comunicação de intenção de compra do canal de distribuição para os fabricantes, o financiamento
que é a obtenção e alocação de fundos necessários para fazer estoques em diferentes níveis de
canais de marketing, risco que é a aceitação dos riscos para que se possam realizar tais tarefas, a
propriedade física que é a estocagem e a movimentação de produtos físicos desde a matéria-prima
até os produtos finais, o pagamento, ou seja, os compradores pagam suas faturas aos vendedores
por meio de instituições financeiras e por fim propriedade que é a transferência real do produto
final da organização ou pessoa a outra (KOTLER, 1998).
Também é de suma importância entender que existem diferentes níveis de intermediários,
até porque existem diferentes mercados. Então, Kotler (1998, p. 468) aborda que “cada
intermediário que desempenha algum trabalho para levar o produto e sua propriedade a
consumidores finais constitui um nível de canal”. Tais níveis de canais possuem uma escala que
vai de zero a três, no caso do canal de nível zero é aquele que consiste na venda direta ao
consumidor pelo fabricante. Já canal de um nível é aquele que contém um intermediário de venda,
de dois níveis é o que possui dois intermediários, ou seja, em mercados de bens e consumos fica
marcado por possuir um atacadista e um varejista. Já o canal de três níveis é o que possui três
intermediários, como é o caso, por exemplo, das indústrias de alimentos processados que
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fornecem para grandes atacadistas e estes repassam para um outro nível de atacadista e segue para
os varejistas. Nos canais do setor de serviços,
o conceito dos canais de marketing não está limitado a distribuição física de bens. Fornecedores de serviços e idéias também enfrentam o problema de tornar sua produção disponível e acessível às populações-alvo.[...] À medida que a tecnologia avança, a prestação de certos serviços torna-se mais fácil para os fornecedores e mais conveniente aos consumidores (KOTLER, 1998, p. 469).
Em resumo, os intermediários têm que tornar os produtos, serviços e idéias acessíveis para
quem quiser e puder consumi-los. Pensando nesse sentido, o computador é um atravessador que
repassa de maneira conveniente as informações, idéias e conhecimentos disponibilizados pela
Internet. Assim como, os aparelhos mais modernos de tecnologia celular.
As ofertas no mercado podem ter o mesmo impacto sobre o consumidor, porém a imagem
ou a marca do fabricante em muitos casos faz a diferença. Mas para isso é necessário
primeiramente distinguir identidade de imagem, ou seja, a “identidade compreende as formas
adotadas por uma empresa para identificar-se ou posicionar seu produto”. E a imagem “é a
maneira com que o público percebe a empresa ou seus produtos”. A empresa cria uma identidade
para moldar sua imagem pública, mas as pessoas podem criar uma imagem através de um conceito
próprio com relação a esta empresa. Uma imagem eficaz proporciona três coisas para um produto,
primeiramente ela “transmite uma mensagem singular que estabelece a característica e a
proposição de valor do produto”. Em segundo lugar, ela transmite essa mesma mensagem de
maneira distinta para que não seja confundida com os seus concorrentes. E, por fim ela transmite
poder emocional, de maneira que se posicionam nos corações e nas mentes dos compradores. O
“posicionamento é o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa, de maneira que ocupem
uma posição competitiva distinta e significativa nas mentes dos consumidores-alvos”. (KOTLER,
1998, p. 265).
As empresas, em geral, definem primeiramente seu público-alvo, valores, metas, objetivos,
analisa sua concorrência, enfim, traça a estratégia com base na sua visão e missão. Então, com
base nas suas potencialidades e informações que têm sobre o mercado de atuação criam um
planejamento de marketing.
18
2.4 Plano de Marketing
Segundo Kotler (2000, p.110) “o plano de marketing é um dos processos de marketing”.
Ele deve ser desenvolvido para cada nível de produto da organização buscando assim atingir suas
metas. O autor ressalta a importância da implementação do planejamento em ações de acordo com
os objetivos da empresa, pois, caso o plano de marketing sofra alterações há um risco de perder
seu valor.
Para Churchill e Peter (2000) o plano de marketing é o resultado do planejamento
estratégico de marketing. Ele pode ser desenvolvido para um determinado produto ou para a
empresa como um todo. O plano dá as diretrizes de onde deve haver maior dedicação na empresa,
alas das oportunidades do mercado e a mensuração dos resultados que a empresa vem alcançando
em relação aos objetivos.
Já Richers (2000, p. 61) lembra que “todas as empresas precisam de um plano de
marketing que unam as pessoas em torno de seus objetivos e estabeleça metas para o futuro”. E
para desenvolver este plano, deve-se saber aonde a empresa quer chegar, quem almeja alcançar, e
com tais informações apresentar a conexão para concretizar tal objetivo. O modelo de plano de
marketing sugerido por Richers, além de um sumário executivo introdutório, é composto pelos
seguintes elementos:
Avaliação da situação do momento: listagem dos principais pontos fortes e fracos que a
organização possui;
Apreciação do cenário: as ameaças e oportunidades que a empresa tem no seu ambiente
externo;
Recomendações estratégicas: é o elemento fundamental do plano de marketing, onde são
apresentadas as sugestões a serem implantadas na organização, bem como tudo que se necessita
para sua implementação;
Formas de implementação: o detalhamento das ações sugeridas juntamente com as
informações necessárias para auxiliar na implementação do plano; e por fim
Orçamento: uma previsão das despesas e receitas que as ações sugeridas oferecerão para a
organização.
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2.5 Sistema de telefonia móvel – celular
Os primeiros sistemas móveis, conhecidos também por Sistemas Móveis Convencionais, tinham uma estação base com transmissor e receptor instalados no topo de uma colina. Sua cobertura era grande, com várias dezenas de quilômetros, servida por transmissores e operava à potência de algumas centenas de watts. Dado o grande limitante de qualquer de sistema de rádio, especificamente o espectro, esta é, sem dúvida, uma solução de baixa capacidade. Alta capacidade será conseguida através do uso eficiente do espectro em áreas de cobertura cada vez menores. Este quesito é razoavelmente satisfeito pelo sistema celular (WALDMANS; YACOUB, 1997, p.44).
Em face disso, percebe-se que, na concepção antiga, era dado mais importância para a
abrangência do sistema em detrimento da qualidade do serviço. A baixa qualidade também esta
vinculada com a precária tecnologia disponível na época, em comparação ao que existe hoje.
O conceito celular já é bastante antigo, data da década de 40, mas só recentemente pôde ser colocado em prática, e hoje, ao se falar em comunicações móveis, o modelo celular está praticamente implícito. Com este novo conceito, novas medidas de avaliação da eficiência de sistema apareceram, destacando-se entre elas a eficiência espectral que combina tráfego por área e largura da banda disponível (WALDMANS; YACOUB, 1997.p.59).
Sobre a difusão da tecnologia celular para a população, Greco apud Ferreira (2004, p.2)
discute:
O primeiro serviço comercial de telefonia celular foi oferecido em 1978, em Bahrein, no Golfo Pérsico. Em 1979, a operadora japonesa NTT inaugurou uma rede que cobria a área metropolitana de Tóquio. Em 1981, a novidade chegou à Cidade do México, a primeira cidade das Américas a ter uma rede celular comercial. Neste mesmo ano, os europeus também inauguraram sua telefonia celular e, em 1982, foi a vez dos americanos entrarem no jogo, com a criação do padrão analógico, que foi adotado por diversos países no mundo - inclusive no Brasil, que inaugurou sua primeira rede celular em 1990.
Segundo Cerqueira F; Pinto (2004, p. 4), esse padrão analógico era caracterizado pela
“baixa capacidade espectral e facilidade na interceptação de conversas”, e por isso, motivou a
evolução do sistema para a segunda geração, a digital. Os autores (2004, p. 5) falam do sistema
digital que, “além de maior capacidade, possuíam algumas vantagens em relação aos sistemas
analógicos, como o uso de técnicas de codificação digital de voz mais poderosa, maior segurança
nas informações, códigos de detecção e eliminação de erros”.
Com a tecnologia digital, foram implantados alguns tipos de sistemas, segundo Cerqueira
F; Pinto (2004, p. 5): “O GSM (Global System of Móbile Communications), na Europa, o TDMA
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(Time Division Multiple Acess) e o CDMA (Code Division Multiple Acess), nos EUA, e o PDC
(Japanese Personal Digital Celular), no Japão”. O mesmo estudo, informa que, no ano de 2002 a
tecnologia GSM era a mais difundida, com 71% do mercado mundial.
O domínio do sistema GSM também pode ser percebido no Brasil, visto que é utilizado
pelas quatro maiores operadoras de telefonia celular – Brasil Telecom, Claro, Tim e Vivo. Vale
ressaltar que a Vivo também opera com o sistema CDMA, assim como a Tim também opera com
a tecnologia TDMA6.
Uma das novidades permitidas pela tecnologia digital é a transferência de dados sem fio.
Usado em paralelo ao sistema GPS, a transmissão de dados entre os aparelhos celular é realizada,
mais habitualmente, por meio do GPRS (General Packet Radio Services). Nesse sistema, a
cobrança do uso é relativa à quantidade de dados trafegados, ao contrário dos outros sistemas,
onde é realizada baseada no tempo de uso. (BRAGHETTO, 2007)
Segundo Braghetto, 2007, com o GPRS, a velocidade de transmissão pode alcançar limites
muito superiores aos disponíveis atualmente, a conexão é do tipo immediancy, não precisando
realizar um novo contato cada vez que o usa, ou seja, é ideal para as transmissões que necessitam
estar sempre on line. Permite a aplicação para transmissão de infinitos dados, uma vez que os
divide em “pacotes” que são entregues por diversos canais ao destinatário.
Além da evolução tecnológica, ocorreu uma mudança na forma de pagamento pelo uso dos
recursos do telefone móvel. São duas as difundidas no Brasil. A primeira é a pós-paga, a mais
antiga, que funciona como crédito, o cliente acumula a utilização dos serviços e paga pelo uso
total ao final do mês. Nesse sistema de pagamento, a operadora oferece aos consumidores opções
de planos de minutos mensais. A segunda forma é a pré-paga, que funciona como débito, o cliente
compra determinado valor e utiliza até acabarem os créditos, para continuar a usar o serviço
precisa fazer uma “recarga de créditos”. Nesse caso a operadora disponibiliza cartões de recarga
com valores pré-fixados, como 10,00 ou 20,00 reais7.
O sistema de pagamento pré-pago, juntamente com o barateamento dos aparelhos e das
tarifas, permitiu o acesso da população de renda mais baixa ao celular. Pois, segundo Cipriano
(2007, p. 36), “O celular pré-pago possibilita que o consumidor faça o cálculo de quanto pode
6 Informações obtidas no site das operadoras. (www.brasiltelecom.com.br; www.claro.com.br; www.tim.com.br; www.vivo.com.br) 7 Informações obtidas no site das operadoras. (www.brasiltelecom.com.br; www.claro.com.br; www.tim.com.br; www.vivo.com.br)
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gastar em ligações celulares. A partir dessa definição, o consumidor compra um cartão que possui
créditos com o valor estipulado e controla o próprio uso”, popularizando, assim o seu uso.
Hoje, a tecnologia permite que no aparelho celular vários recursos foram incorporados,
como máquina fotográfica, gravador de voz, reprodutor de música, redator e transmissor de
mensagens de texto. Confirmando isso, Lemos apud Cipriano (2007, p. 35) escreve que:
Hoje o celular é muito mais que um telefone móvel. Ele configura-se como um “teletudo”, um equipamento que é ao mesmo tempo telefone, máquina fotográfica, televisão, cinema, receptor de informações jornalísticas, difusor de emails e SMS, WAP, atualizador de sites (moblogs), GPS, tocador de música (MP3 e outros formatos), carteira eletrônica... A palavra de ordem da sociedade moderna é “informação a qualquer hora e em qualquer lugar [...]. Além do conforto proporcionado para os indivíduos, é uma maneira de aumentar a eficiência de suas organizações. A tecnologia de acesso sem fio, provendo conectividade sem as amarras dos meios físicos convencionais, tem, ainda, tornado realidade o anseio do acesso a qualquer hora e em qualquer lugar. A telefonia celular e as redes de dados sem fio são exemplos disso (WALDMANS, YACOUB, 1997.p.151).
Portanto, muitos valores foram agregados aos celulares. Primeiramente, as inovações se
firmam como diferenciais e posteriormente tornam-se comuns às marcas e operadoras disponíveis
no mercado. Assim como no caso da telefonia móvel, todos os outros setores de mercado estudam
como apresentar uma diferença que faça o cliente se interessar por seu produto. Os meios pelos
quais a empresa se apresenta ao mercado são chamados de estratégias de marketing.
2.6 Mercado de cartões
O cartão de crédito é um meio de pagamento, assim como o cheque ou moeda metal.
Falando do objeto físico, consiste em um cartão de plástico brilhante, colorido, retangular,
padronizado, medindo 55mm por 54mm, que contém uma tarja magnética e a identificação do
usuário. É emitido por uma administradora de cartões de crédito que, intermediado por uma
instituição financeira, fornece o serviço ao consumidor. Esse cliente final o utiliza para
pagamentos e aquisições de produtos e serviços em estabelecimentos comerciais conveniados à
operadora. (FIGUEIREDO, 2004).
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2.6.1 O surgimento dos cartões
Segundo Gerson Luiz Carlos Branco: "o nascimento do cartão de crédito tem como causa
fatores econômicos e sociais: que igualmente deram origem à moeda, à letra de câmbio e ao
cheque: as necessidades ligadas à troca, ao consumo de bens, à circulação e acumulação de
riquezas" (FIGUEIREDO, 2004).
Segundo Roizman (2003), em 1914, a empresa Western Union, nos Estados Unidos, emitia
cartões que permitiam ao usuário um prazo de pagamento das compras sem a incidência de juros,
ou quaisquer outros encargos.
Não é comprovado cientificamente, mas há inícios de que o cartão de crédito surgiu em um
jantar, em um restaurante americano. Participavam do jantar o milionário e proprietário de uma
cadeia de lojas Alfred Bloomingdale e mais dois amigos, quando na ocasião este, notou quando
iria pagar a conta, que havia esquecido o seu talonário. Como era uma pessoa conhecida, não teve
problemas em “pendurar” a conta. Alfred, naquela mesma noite começou a discutir com os amigos
da necessidade de se criar um documento de identificação e crédito, cujo comprovado a
idoneidade do portador, assegurasse a sua utilização. A utilização do cartão identificador,
inicialmente seria apenas utilizada em restaurantes, por esse motivo o nomeou de Diners Club,
cujo nome passou a ser conhecido pela sociedade fundada pelos três amigos. (LACERDA F.,
1990).
O cartão de crédito, com o funcionamento similar ao modelo atual, começou a se desenhar
na década de 1950. Com o lançamento do Diners Club, teve-se a concepção de cobrar uma taxa de
desconto do estabelecimento comercial associado, contrapondo as vantagens e benefícios do
recebimento do pagamento através do cartão. E também os usuários dos cartões começaram a
receber as faturas referentes o consumo mensal, para pagamento imediato. (ROIZMAN, 2003).
Desde então, o cartão teve uma constante evolução. Alguns bancos de pequeno porte dos
EUA, em sua administração, começaram a institucionalizar esse sistema, entre sua clientela. E,
antes mesmo que a década de 1950 acabasse os grandes bancos já haviam comprado a idéia,
adotando igualmente o sistema e utilizando-o como o mesmo perfil que é atualmente utilizado.
Porém, nas primeiras tentativas de sua implantação, houve casos catastróficos. (LACERDA F.,
1990).
Assim, Lacerda F. (1990, p. 31) ressalta que,
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Tal é o caso dos cartões emitidos pelo Chase Manhattan Bank e pelo Girard Trust Bank of Filadélfia, que sem que os clientes houvessem solicitado e que, por causa disso, suscitaram controvérsia de ordem constitucional, por afronta às liberdades individuais garantidas na carta americana. Em linhas gerais, entretanto, o cartão como instituto, ia-se impondo e as experiências realizadas mostraram-se positivas.
Além disso, o número de transações reduzidas em comércios locais, fez com que gerassem
pouca renda para os bancos. E conseqüentemente, desistissem do produto cartão. Mas, em 1958, o
Bank of América, com grande capilaridade no estado da Califórnia lançou o BankAmericard, com
um nova função, o crédito. (ROIZMAN, 2003).
Em 1966, o Bank of America havia estabelecido acordo com vários bancos que operavam fora do estado da Califórnia a fim de que pudessem afiliar estabelecimentos comerciais e co-emitir cartões de crédito BankAmericard. Em 1967, outro grupo de bancos no estado de Illinois, da costa leste e da Califórnia, formaram o Master Charge. Com o crescente êxito destas associações, a maioria dos bancos regionais desistiu da idéia de operar sistemas independentes, juntando-se aos sistemas estabelecidos. Em 1970, mais de 1400 bancos ofereciam o BankAmericard e o Master Charge, nos Estados Unidos. (ROIZMAN, 2003, p. 54-55)
O banco usuário utilizava seu próprio cartão de forma independente da jurisdição
originária de suas atividades, com seu modo característico de atuar. Porém, todos os bancos que
aderirem ao sistema “Bankamericard”, serão obrigados a utilizar em seus cartões um padrão
adotado, este sendo, o mesmo formato e cores. Dessa maneira, os clientes do banco usuário
desfrutaram de serviços diferenciados. Cada banco participante poderá oferecer aos seus clientes
um serviço de compras local, sem a utilização de moeda sonante (moeda metal); serviço vinculado
ao turismo, pelo intercâmbio internacional de várias agências; serviço quase-cambiário, em que o
cliente pode descontar cheques pessoais em toda a rede de bancos integradas ao sistema, obtendo a
antecipação monetária. (LACERDA F., 1990).
Esse cartão, com base em um acordo interbancário, objetiva principalmente: a inclusão de
um regime flexível de crédito em dinheiro, montantes relativamente grandes, e que busca
primeiramente enfrentar os gastos normais do consumo familiar; não cobrar juros, se o titular do
cartão cobrir seu saldo devedor em um determinado período de tempo, este mais extenso
(LACERDA F., 1990).
Ou seja, aqui houve a união das empresas do mesmo ramo para que pudessem oferecer aos
clientes e associados uma rede de atendimento maior e mais vantajosa. Assim, formou-se o
conceito atual de administradoras de cartão de crédito. E não há fronteiras para a atuação dessas
empresas, no início da expansão internacional,
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[...] Foi o Barclays Bank o primeiro banco estrangeiro a se associar ao sistema americano denominado Bankamericard, passando a usar o cartão azul, branco e dourado e adquirindo, inclusive, seu programa de computação. Em 1977, quando a sociedade IBANCO alterou sua denominação social para Visa Internacional, o Barclays aderiu àquele sistema e difundiu ainda mais o seu Barclaycard. – Para enfrentá-lo, associaram-se os bancos National Westminster, Midland e Lloyds e criaram o sistema ACCESS, que trataram de ligar ao sistema europeu Eurocard e, posteriormente, ao Interbank americano, atualmente conhecido como MasterCard. ACCESS é a designação para o cartão expedido pela Joint MásterCard Company, a que se agregaram vários outros bancos do Reino Unido (LACERDA F., 1990.p.35).
Na América do Sul, os sistemas de cartões de crédito estão presentes e se expandindo em
quase todos os países, isso se origina através de associações com grandes empresas internacionais.
A Argentina e a Venezuela enfrentaram uma série de óbices impostos pelas autoridades
monetárias, para que conseguissem sua validade estendida ao mundo exterior. Os sistemas
adotados de cartões de crédito mais antigos são: na Colômbia, Argentina e no Brasil (LACERDA
F., 1990).
Na Colômbia, a primeira experiência com o sistema de cartões remonta a 1962, quando foi fundada a sociedade Diners Club de Colômbia Ltda. Por sua vez, o Banco de Bogotá, em 1969, iniciou contatos com o Bank of América para estabelecer, em conjunto com outros bancos colombianos, o cartão Credibanco. Assim, já a partir de 1971 teve início as operações com um típico cartão de crédito bancário, a que vieram juntar-se mais alguns bancos comerciais, franqueados pelo sistema Bankamaricard (LACERDA FILHO, 1990.p.39).
Na Argentina, o cartão foi introduzido ao final da década de 60, através do Diners Club
Argentina S/A. Mas, foi somente a partir do ano de 1975 que se pode considerar iniciado o
desenvolvimento do instituto naquele país, conforme Lacerda F. (1990, p. 40):
A VISA, (1975), o American Express, (1979) e o Mastercard, com seu cartão Argencard, como, também, através de organizações de caráter nacional, tais como as que exploram os cartões Provencard (cartão da Provencor Cia, Financiera S/A, circunscrito às Províncias de Buenos Aires e Córdoba) e o Lurocaard (cartão de crédito Luro, nascido na cidade de Mar del Plata e com atuação em toda a costa atlântica, desde a Bahia Blanca até Villa Gesell) e ainda, o Londoncard, cartão do Banco de Londres Y America do Sul (Lloyds Bank), o primeiro cartão de crédito bancário da Argentina.
No Brasil o surgimento do cartão de crédito, conforme afirma Figueiredo (2004. p. 17),
que:
Surgiu o primeiro cartão de crédito no ano de 1956 (Diner`s), cujo crescimento acentuado ocorreu a partir do Plano Real (em 1994 existiam 11,2 milhões de portadores de cartão de crédito), saltando para mais de 23,6 milhões de portadores no mês de dezembro de 1999 e 41,5 milhões em 2003.
25
O cartão Diner’s atuou como absoluto no mercado brasileiro durante mais de uma década,
sendo este, altamente elitizado. Com a saída dos proprietários (família Klabin) e a associação com
o Banco Sul Brasileiro S/A, o cartão Diner’s foi perdendo a aura de cartão elitizado e, antes do
processo de intervenção e transformação daquele em Banco Meridional, seu título foi negociado
com a Credicard S/A – Administradora de Cartões de Crédito (LACERDA F., 1990).
A administradora, já explorava com muito sucesso o seu cartão Credicard, desde a época
que se chamava “Companhia de Turismo, Propaganda e Administração”. “A Credicard, hoje,
dedica-se a resgatar a imagem inicial do cartão pioneiro, como produto distinguido. Ao lado do
Diners, a Credicard mantém a exploração do cartão que leva seu nome, em associação com o
gigante americano Mastercard. (LACERDA F., 1990).
Desde o surgimento do Diners, também outros cartões apareceram, além do Credicard.
Foram eles: O cartão Nacional, explorado pelo Banco Nacional, o cartão Elo, do Bradesco, este
associado ao sistema Bakamericard, o cartão Passaporte, associado ao sistema Interbank, que
desapareceu, o American Express, atuante na mesma faixa do Diners, e o Ourocard, este do Banco
do Brasil e associado ao sistema Visa. Dados levantados pela Abecs – Associação Brasileira das
Empresas de Cartões de Crédito, do ano de 1990, totalizaram 3,5 milhões de cartões em circulação
no país, liderando o Bradesco, detentor de 1,5 milhões de usuários, Credicard Mastercard com,
1,25 milhões, somados aos 110.000 sócios do Diners. Seguem-se o American Express, com
330.000 associados, o Nacional, com 240.000 titulares este associado ao Sistema VISA, e
Ourocard, com 50.000 usuários8. (LACERDA F., 1990).
No ano de 2001, no Brasil, existiam 40 milhões de portadores (usuários) de cartão e 480
mil estabelecimentos credenciados. Estudos da Credicard demonstravam que, entre os portadores,
29% das suas despesas são pagas com cartão, 18% com cheque e 39% com dinheiro em espécie.
Portanto, entre os portadores, o cartão já supera o pagamento com cheque, mas ainda não alcançou
o dinheiro. (Fonte: Relatório da Gazeta Mercantil – Maio 2001 apud WANG; IKEDA, 2004).
8 De acordo com notícia publicada pelo Jornal do Brasil, edição de 05/06/88, 1º caderno, p. 28, “as agressivas campanhas de marketing detonadas nos últimos meses pelos cinco grandes conglomerados administradores de cartões de crédito no Brasil refletem o início de uma guerra pelo aliciamento de 12 milhões de brasileiros com potencial de retirar do bolso, para gastar no comércio, até 15 milhões de dólares por ano. Ainda muito longe dessas metas, o mercado real deixa terrenos mais para a expansão do que para a briga corpo a corpo entre os concorrentes, todos unidos em uma batalha maior: transformar o cartão de crédito no dinheiro de plástico, com carimbo de garantia e símbolo de status”.
26
A seguir é apresentado o quadro atualizado do número de cartões de crédito, débito e de
lojas no Brasil, retirado do site da Abecs, demonstrando a evolução no ano de 2007 do numero de
transações e faturamento.
Tabela 01: Evolução dos números de cartões no Brasil em 2007. Fonte: Adaptado do site da Abecs, (2007).
2.6.2 Função Econômica do Cartão de Crédito
O cartão de crédito desenvolve função múltipla, pois o mesmo incrementa a atividade
comercial e creditícia, garantindo a substituição da moeda como meio de pagamento. A função de
desenvolvimento da atividade comercial se origina no sentido de que o cartão de crédito permite
ao comerciante e aos empresários, uma ampliação do mercado consumidor. Favorecendo o
27
faturamento das empresas, a partir de que essas se filiam ao sistema de cartões de crédito. Ainda
incrementa o volume das vendas, tendo prestígio e status econômico, afasta a idéia de que, sem
dinheiro disponível, não se poderia comprar um determinado bem ou pretender a prestação de
determinado serviço. O sistema permite uma redução de custos operacionais para as empresas
associadas, pois a partir da associação, estas passam a não precisar de departamentos de créditos
próprios, e da manutenção de serviços. (LACERDA F., 1990).
A função de crédito permite também, proporcionar ao usuário do cartão, imediatamente um
crédito, este podendo ser, limitado ou ilimitado, para a aquisição de bens e serviços em todos os
estabelecimentos associados ao sistema, funcionando automaticamente, dentro das condições
contratuais estabelecidas. A função creditícia se manifesta de maneira dúplice. O usuário tem um
crédito aberto nos estabelecimentos associados, adquirindo a mercadoria ou serviço pelo valor
equivalente ao pagamento à vista, e este, efetuando o pagamento trinta dias após ter feito a
compra. O empresário ou comerciante, pode mobilizar seus estoques e ampliar a prestação de
serviços, sem que dependam de manutenção de um sistema de crediário próprio ou de um
departamento de controle, cobrança e informações cadastrais (LACERDA F., 1990).
O ciclo de crédito, assim concebido, encerra-se quando do pagamento da fatura que a operadora do sistema encaminha ao usuário, mensalmente, pagamento esse que pode ser feito de uma só vez, sem qualquer acréscimo, ou de forma parcelada, mediante financiamento da própria empresa emitente do cartão. (LACERDA F., 1990, p. 43).
A função de garantia contribui para que os comerciantes não necessitem mais fazerem a
triagem e as avaliações para a liberação de crédito, diminuindo para estes, os custos. Segundo
Lacerda F. (1990), o cartão de crédito também lhes retira os riscos inerentes a falta de pagamento
das mercadorias vendidas ou de serviços prestados, pelos clientes, pois é a operadora dos cartões
que assume contratualmente a responsabilidade pela referida liquidação. Então, ressalta-se que o
estabelecimento fornecedor do produto ao cumprir com suas obrigações prescritas no contrato terá
a garantia do pagamento, independente da operadora receber ou não do cliente.
Dessa forma, circunstâncias como a eventual insolvência dos adquirentes, usuários do cartão, de modo algum alcançarão os comerciantes ou os prestadores de serviços. A operadora, em termos efetivos, torna-se e faz-se responsável pelo pagamento das compras efetuadas pelo usuário do cartão, transformando-se em instrumento garantidor dessas compras perante os fornecedores, convertendo-se como que numa delegatária das dívidas inerentes, sempre e quando o fornecedor interessado haja cumprido com as obrigações a seu cargo, (como por exemplo, a verificação da identidade do consumidor, do prazo de validade ou da vigência do cartão, do limite de crédito ou de compra, da autorização prévia quando necessária, etc.) (LACERDA F., 1990, p.43).
28
O autor traz uma realidade do contexto que estava inserido. Naquele momento, havia
necessidade de pedir autorização via telefone para efetuar a venda. O contexto da atualidade, o
estabelecimento está eximido dessa operação, visto que a verificação é automática.
2.6.3 Operação do Cartão
Os agentes envolvidos na operação do produto são portador, estabelecimento, bandeira,
adquirente e emissor. Assim, Roizman (2003) os define da seguinte maneira:
Portador/Usuário – aqueles que utilizam o cartão para consumir ou comprar produtos e
serviços nos estabelecimentos credenciados;
Estabelecimento Credenciado (EC) – são as lojas ou prestadoras de serviços que aceitam
os cartões de crédito como meio de pagamentos de produtos e serviços. Podem ser cadastrados por
um ou mais adquirentes, associando-se às bandeiras.
Bandeira – Fazem associações com emissores de cartões e concedem as licenças que
permitem o uso do sistema para pagamentos, definem normas e regulamentos que regem
operações e emissão dos plásticos, indicam a rede de aceitação local e internacional, operam a
rede global de telecomunicações, garantindo interoperabilidade, pesquisam e desenvolvem novas
tecnologias e executam marketing institucional. As principais marcas do mercado brasileiro são:
Visa, Mastercard, Diners Club, Redeshop e American Express.
Adquirente (acquirer) – são responsáveis pelas filiações, gerenciamento, enfim toda a
parte de relacionamento com o EC. Nessa função, também fazem a instalação da tecnologia de
captura nos estabelecimentos. As principais adquirentes no Brasil são: Visanet (Visa e Visa
Electron), Redecard (Mastercard, Maestro, Redeshop e Diners Club) e Amex (American Express).
Emissor – são administradoras de cartão de crédito, como bancos e empresas
especializadas, fazem o vínculo entre o consumidor e a bandeira. O emissor pode estar ligado à
mais de uma bandeira, oferecendo ao seu cliente a opção de possuir mais de um cartão de crédito.
São responsáveis por analisar o cliente, determinando o limite, emitem o cartão e as faturas.
Além desses, Roizman (2003, p. 56) fala de dois outros agentes indiretos:
Parceiros - Empresas que atuam em outra área e fazem acordo com os emissores para oferecer um cartão com sua marca. De modo geral, oferecem algum diferencial que pode
29
ser um serviço, produto ou facilidade. Podem ser redes varejistas, companhias aéreas ou automobilísticas, entidades beneficentes ou indústrias. Um exemplo é o Instituto Ayrton Senna. Processadoras - Realizam a parte operacional e podem ser próprias ou terceirizadas. Processam faturas e fazem o atendimento ao cliente. As principais marcas do mercado brasileiro: Orbitall, Cardsystem e Equifax/Unnisa (terceirizadas).
Além dos agentes, a operação também depende do tipo de cartão,o site da Abecs
(Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços) traz uma classificação que
diferencia os cartões de loja, pré-pago, de débito, de crédito e múltiplo. Abaixo, os tipos são
explicados:
Cartão de loja – é emitido por estabelecimentos, com uso restrito, ou seja, as compras só
podem ser realizadas nessa empresa.
Cartão pré-pago – o portador credita previamente um valor no cartão, normalmente o seu
uso prescinde uma senha pessoal e o saldo é atualizado automaticamente após cada compra.
Cartão de débito – vinculado a uma conta bancária, onde a cada uso gera um débito
automático nessa conta. Aqui também se usa uma senha.
Cartão de crédito – permite a compra de produtos durante um período mensal, onde
acumulados os débitos do mês são cobrados em fatura com o valor total dessas aquisições.
Cartão múltiplo – Em um único cartão soma-se as funções do débito e do crédito.
No cotidiano, os portadores de cartão, em um estabelecimento credenciado “passam o
cartão” em uma maquineta chamada de POS (point of sale – ponto de venda). O POS
automaticamente comunica-se com a administradora do cartão que, após análise, autoriza ou não a
efetivação da compra. Caso efetivada, emite comprovante que deve ser assinado pelo titular. Essa
assinatura pode ser substituída pela senha, dependendo do tipo de cartão. (ROIZMAN, 2003).
Nessa operação são geradas as receitas para as empresas envolvidas, como anuidade
comissões, aluguel do POS, remuneração de garantia e tarifas. Na abordagem de Roizman (2003)
são apresentadas a seguir:
Comissões – baseiam-se no valor das transações podendo chegar à 7% do valor da venda.
Desse valor, cerca de 0,5% vai para administradora, 2 a 3% para a bandeira e o restante vai para o
adquirente;
Aluguel do POS – renda mensal inteira do adquirente que é responsável pela instalação e
manutenção da tecnologia no estabelecimento;
30
Anuidade - é única e exclusivamente da administradora e corresponde a taxa cobrada ao
portador para este se associar ao sistema de cartões de crédito. (p. 57).
Garantia – “corresponde aos juros cobrados ao portador pelo financiamento das compras.
Também é apenas da administradora”. (p. 57)
Tarifas – “corresponde ao valor cobrado ao portador para que este possa efetuar saque 24
horas e por perda ou roubo do cartão”. (p. 57).
Como percebido, o estabelecimento não tem remuneração proveniente do cartão. Mas, gera
o benefício ao seu cliente sendo mais uma forma de pagamento. Conseqüentemente, aumentam as
possibilidades de negócios. Outra vantagem é a garantia de recebimento, como explicado
anteriormente. Com a negociação pode variar, mas no caso da venda mediada pelo cartão de
crédito o lojista recebe o valor após 35 dias, já abatido os valores das comissões. Quem é
responsável pelo repasse é o adquirente. (ROIZMAN, 2003).
31
3 METODOLOGIA
De acordo com Kerlinger apud Mattar, (1999, p. 50) “pesquisa cientifica é uma
investigação sistemática, controlada, empírica e crítica de proposições hipotéticas sobre as
relações presumidas entre fenômenos naturais”.
Esse estudo ocorre através do levantamento de experiências e, principalmente, com o
levantamento de fontes secundárias: bibliográficas, estatísticas. A fundamentação teórica foi
preferencialmente baseada em livros. Mas como o tema pede informações mais atualizadas do que
aquelas encontradas nos livros acerca dos temas desenvolvidos, uma pesquisa em documentos na
rede mundial de computadores se fez necessária e, com isso foram encontradas informações
preciosas que contribuíram de forma fundamental para o embasamento do presente estudo. Todos
os referenciais encontram-se no final do trabalho.
Para Vergara (1997), a metodologia pode ser entendida sob dois aspectos: quanto aos fins e
quanto aos meios. A pesquisa é classificada como exploratória e descritiva quanto aos fins.
Quanto aos meios a pesquisa se enquadra como um estudo de caso, o qual segundo o autor, ocorre
quando a pesquisa se restringe a um estudo aprofundado e detalhado, de uma ou poucas unidades.
Nesse caso, o estudo foi baseado na empresa Visanet do Brasil e mais especificamente sobre o seu
produto Recarga de Celular.
O estudo de caso está dividido em duas partes, na primeira são tratados assuntos que tratam
sobre a empresa Visanet. Nesse momento foram utilizados os documentos da empresa, assim
como, notícias na internet e revistas especializadas. Na segunda parte é tratado um serviço
oferecido pela empresa, o Recarga celular, para o desenvolvimento dos tópicos foram utilizados
documentos físicos e virtuais da empresa, que possuem restrição de circulação, em área externa.
Portanto, não se viu necessidade de apreciar os mesmos na parte referencial do trabalho. Essa é
uma fonte importante de informação, a análise documental que segundo Mattar (1999),
fundamenta-se na utilização materiais que ainda não receberam tratamento analítico. A análise de
relatórios obtidos pelo sistema de informação utilizado pela empresa serviu como base para
analisar o desempenho da academia de acordo com diferentes fatores.
A pesquisa foi predominantemente qualitativa, analisando aspectos como a sua estrutura,
recursos humanos, relação com concorrentes. Onde foram enfatizados a atuação de marketing da
32
empresa, considerando os fatores produto, preço, praça e promoção. Quanto ao produto Recarga
de Celular, a pesquisa expôs a sua implantação, aprofundando os detalhes e foi realizada uma
análise com considerações do aluno.
Um fator fundamental para o desenvolvimento do trabalho é o vínculo entre o aluno com a
Visanet e conseqüentemente com os estabelecimentos comerciais. Ao estar atuando nessa empresa
desde a criação, na área comercial da filial de Florianópolis, o autor conhece detalhes que não
estão escritos em nenhum documento. E, por isso a análise do produto Recarga Celular é realizada
com o ponto de vista pessoal.
33
4 RESULTADO DO ESTUDO
4.1 Caracterização da Empresa
A Visanet Brasil está inserida no mercado de pagamentos por cartão. Atua no território
nacional como adquirente da bandeira Visa. Dentre as suas principais funções, pode-se relacionar:
ampliação da rede de estabelecimentos que aceitam o cartão Visa como meio de pagamento;
mantém relacionamento com esses estabelecimentos credenciados (EC) (lojas ou prestadoras de
serviços); aprimora e faz a gestão da base tecnológica para realização das transações.
Segundo o seu Relatório de Responsabilidade Corporativa (2002), a Visanet é responsável
por:
Equipar, preparar e sinalizar os estabelecimentos comerciais, mantendo o parque
tecnológico e os sistemas necessários para que ocorra o relacionamento entre os estabelecimentos
comerciais, a Visa, os bancos e os portadores de cartão;
Realizar e acompanhar as operações com cartões Visa no Brasil. Toda a vida que um
cartão Visa é passado em um terminal eletrônico, na outra ponta a Visanet verifica se as condições
necessárias para que a operação seja autorizada são atendidas (se o portador tem crédito, se há
risco de fraudes, etc.). Em caso positivo, emite a ordem de crédito e débito para os bancos e
registra a transação junto à Visa. Em cerca de 15 segundos, completa-se o ciclo da operação;
Oferecer suporte e atendimento de qualidade aos estabelecimentos comerciais afiliados;
Traçar estratégias para a expansão da oferta dos produtos Visa, determinando os critérios
para afiliação de estabelecimentos e transmitindo-os aos bancos. A idéia é que, no futuro, a
Visanet afilie preferencialmente empresas que gerenciem seus negócios de forma ética,
responsável e transparente. Dessa forma, a empresa entende que pode contribuir para a
disseminação do consumo consciente.
Esses conceitos são do balanço de 2002 e, visto que a empresa não publicou mais nenhum
balanço, essa é a informação mais atualizada disponível. Porém, como trabalha com tecnologia e
sistemas de informação, sabe-se que o tempo na transação já está reduzido para menos da metade
dos 15 segundos propostos no segundo tópico. Outra informação que pode ser percebida no
contexto atual é que a empresa já adotou a política de afiliar preferencialmente os
34
estabelecimentos que fazem a gerencia dos seus negócios de maneira ética, responsável e
transparente, evitando afiliar empresas que não se enquadrem na política da Visanet. Mas, visto
isso, os moldes que a empresa apresenta hoje, os seus objetivos no mercado estão sendo atendidos
– demonstrado no decorrer desse capítulo – e, conforme informação contida no seu site está entre
as 10 maiores empresas do seu ramo em todo o mundo.
4.1.1 História e Números da Empresa
Segundo informações contidas no seu site, a Visanet Brasil – nome fantasia da Companhia
Brasileira de Meios de Pagamento, foi fundada no ano de 1995, nascendo na união da VISA
Internacional, Banco Bradesco, Banco do Brasil e Banco Real. Substituiu o modelo onde cada
banco era a ligação entre o estabelecimento e a Visa. “Cada instituição financeira lançava seus
próprios cartões, com soluções de captura, rede afiliada e ações de marketing diversas”.
Em fevereiro de 1996 começaram as operações, com a equipe de vendas mudando e
padronizando os contratos com os estabelecimentos; em março do mesmo ano, foi a vez da
primeira receita da empresa e, em novembro o primeiro processamento.
Na época a rede de estabelecimentos dos bancos afiliados à bandeira Visa era formada por
100 mil lojas e prestadoras de serviço. E, segundo o site da Visanet Brasil,
O objetivo do novo empreendimento era administrar as relações com toda a rede de estabelecimentos comerciais afiliados ao sistema Visa no Brasil, unificando e desenvolvendo novas soluções de captura e realizando a liquidação financeira. No novo cenário, os bancos passariam a concentrar seus esforços na cessão e gestão do crédito e na emissão de plástico aos portadores.
Na época, a Visanet investiu cerca de US$ 48 milhões além de US$ 36 milhões em compra
de POS (equipamento eletrônico). Em maio de 1996 foram adquiridas a Mitel e a Elo, voltadas aos
segmentos de telecomunicações e gerenciamento de terminais eletrônicos de ponto de venda.
Outro ponto importante que a Visanet focou foi a mudança da sinalização dos
estabelecimentos comerciais, através da padronização da marca Visa. Até então, todo o material
de sinalização era de responsabilidade dos bancos o que podia causar uma confusão de imagem,
35
por parte dos consumidores, pela diversidade de padrões encontrados. Nesta etapa a Visanet
investiu US$ 120 milhões e levou cinco meses para ficar totalmente concluída.
Em seguida, outra operação de guerra, a centralização do processamento das operações.
Nesta fase, migraram todos os seus cadastros para o sistema desenvolvido pela EDS – fornecedora
de serviços terceirizados de tecnologia de informação e de processos de negócios, desde a
fundação da Visanet até os dias de hoje.
Os maiores acionistas da empresa são os sócios fundadores, a saber: Banco do Brasil,
Bradesco, ABN Amro Bank – Real e a Visa Internacional. Mas outros 17 bancos brasileiros
também possuem ações da empresa. Com isso, segundo o Site da Visanet, as agências desses
bancos, num total superior a 15 mil em todo o país, atuam como agentes afiliadores, indicando
clientes para a Visanet.
A Matriz da Visanet está sediada no município de Barueri, no estado de São Paulo e com
aproximadamente 100 filiais físicas e virtuais nas principais capitais e cidades do Brasil, como por
exemplo, em Santa Catarina a filial física é em Florianópolis e virtuais em Blumenau, Joinville,
Chapecó, Criciúma, Lages e Balneário Camboriú.
A finalidade das filiais físicas e virtuais não é o atendimento presencial aos clientes, e sim,
de apoio operacional para os colaboradores da área comercial. Por isso, não há necessidade de
grandes espaços físicos, sendo que, por exemplo, em Florianópolis ela está localizada em um
escritório no Centro Executivo Torre da Colina, sétimo andar, utilizando-se de duas salas
comerciais conjugadas, com aproximadamente 80 metros quadrados. A localização é estratégica,
por ficar próximo aos bancos sócios e estabelecimentos comerciais.
Segundo o guia 150 “Melhores Empresas para Você Trabalhar” de 2007, a empresa possui
no seu quadro funcional 816 funcionários, sendo desses 59% homens e 41% mulheres. E sendo
que desses, a grande maioria trabalha na matriz em Barueri, dentre eles a diretoria executiva. Para
conhecimento, o organograma da Presidência e Diretoria Executiva está representado na Ilustração
01.
36
Quadro 01: Organograma da Presidência e Diretoria Executiva. Fonte: Visanet Brasil.
Os números demonstram a força do crescimento do dinheiro de plástico no Brasil. E, a
Visanet tem papel fundamental no processo de expansão da marca Visa no território nacional, com
estabelecimentos afiliados em mais de 95% das cidades brasileiras, aproximadamente 5300
cidades. De 2003 até 2006 dobrou o número de transações viabilizadas pela Visanet, e
aumentando, no mesmo período, de 55 bilhões para 112 bilhões de reais os valores totais das
transações. Segue quadro com os valores transacionados nos últimos anos:
Dado Ano
Faturamento Transacionado (em R$ bilhões)
Transações Processadas (em bilhões)
Total de Estabelecimentos Afiliados (em mil)
2003 55,0 1,0 750
2004 72,0 1,3 800
2005 92,4 1,7 950
2006 112,0 2,0 1.000 Quadro 02: Evolução dos Números da Visanet. Fonte: Adaptado do site da Visanet.
37
4.1.2 Concorrência
A Visanet é a única empresa no Brasil a fazer o relacionamento entre os estabelecimentos e
a Visa International. Portanto, não existe concorrentes que operem com a marca Visa.
Então, são consideradas concorrentes diretas as adquirentes das outras bandeiras de cartão
de crédito, como a Redecard, a American Express (Amex) e a Hipercard. De acordo com
informações constantes nos sites de cada empresa, um resumo sobre a participação de cada uma
no mercado é apresentada a seguir.
Redecard – Empresa criada em 1996, assim como a Visanet, fundada na união de grandes
bancos brasileiros com a bandeira, no caso a MasterCard. Possui mais de um milhão de
estabelecimentos credenciados e realiza mais de um bilhão e meio de transações. Na sua oferta,
trabalha com as opções de crédito e débito com várias bandeiras como a MasterCard, Maestro,
Diners Club e Redeshop. Recentemente abiu o capital da empresa na Bovespa – Bolsa de Valores
de São Paulo.
Amex – Atua no Brasil desde 1980, está em um período de transição, visto que o Bradesco
a comprou no ano de 2006. O site não disponibiliza informações sobre a participação no mercado.
No site da Istoé Dinheiro, em reportagem do dia 15 de março de 2006, são repassados: 1,3 milhão
de cartões; 120 mil estabelecimentos credenciados e; participação no mercado de 2%. Porém, é
possuidora de uma carteira de clientes diferenciados, onde o gasto médio é maior. Enquanto que
das outras bandeiras o gasto mensal médio é de 172,00 reais, o cliente American Express gasta
900,00 reais em média.
Hipercard – É uma bandeira de cartão de crédito nacional que faz também o papel de gerir
o relacionamento com os estabelecimentos. Como cartão de crédito atua desde 1993 e, em março
de 2004 foi comprado pelo Unibanco. Hoje conta com uma rede de mais de 260 mil
estabelecimentos afiliados e mais de sete milhões de cartões emitidos.
O principal concorrente direto é a Redecard. Em relação ao share de mercado, a Visanet
possui 62% do mercado nacional enquanto que a Redecard possui 29% e os 9% restantes são dos
outros cartões existentes no mercado. Estes números são divulgados pelo relatório anual da
Associação das Empresas de Cartões de Crédito no Brasil (ABECS).
Além desses, os outros meios de pagamento são considerados concorrentes indiretos, a
saber, o dinheiro em espécie, cheque à vista e pré-datado, ticket alimentação e o crediário.
38
4.1.3 Visão, Missão e Valores
Baseado nas informações contidas no site da empresa, a seguir são apresentadas as
informações referentes a visão, missão e valores. Segundo o site todos esses fatores estão voltados
para a busca de ser a “maior e mais segura rede de pagamentos eletrônicos do Brasil”.
Visão:
Ser a maior, mais eficiente e mais competitiva rede de relacionamento entre os bancos,
Estabelecimentos Comerciais e Visa, balanceando crescimento e retorno aos acionistas.
Ter a maior participação dentre os meios de pagamentos.
Ser a rede preferencial e líder nos segmentos chave no negócio de transações e meios de
pagamento eletrônicos no Brasil para acionistas e clientes.
Ser uma empresa aspiracional para os melhores talentos e parceiros de negócio.
Ser reconhecida como empresa que incorpora princípios de responsabilidade corporativa
em sua gestão.
Missão:
Fazer com que a rede credenciada ao sistema Visanet tenha nos produtos Visa o seu meio
de pagamento preferido, não só pela agilidade no processamento da transação, mas também pela
segurança no recebimento e oportunidade de incremento de vendas.
Valores:
Ética
Respeito
Profissionalismo
Transparência
Espírito de equipe
Humildade
Atenção genuína aos clientes
Senso de urgência com responsabilidade
Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativo.
39
4.1.4 Marketing na Empresa
A Visanet é uma empresa que está inserida no contexto atual e utiliza-se do marketing para
descobrir as necessidades e desejos do seu público-alvo. Por isso, segundo informações obtidas
com a empresa, são investidos mais de 1 milhão por ano em pesquisas junto aos clientes, somente
na região sul para o desenvolvimento de novos produtos e para medir a satisfação dos clientes.
Possui uma Diretoria Executiva de Novos Produtos que busca oportunidades de negócios em todo
o Brasil, desenvolvendo ferramentas, mecanismos e produtos que atendam as necessidades dos
clientes e mercado.
Como já dito, a empresa trata do relacionamento entre o meio de pagamento eletrônico,
cartão Visa, com os estabelecimentos comerciais e a rede de bancos associadas. Nesse contexto, é
interessante abordar a atuação de marketing da empresa junto ao seu público-alvo, os clientes
empresariais e profissionais liberais e ao público-alvo da Visa e dos bancos, as pessoas físicas e
jurídicas portadoras, ou potenciais, de cartão Visa.
Os clientes diretos da Visanet são pessoas jurídicas e físicas (profissionais liberais) com
atuação no comércio em geral e setor de serviços. Os segmentos de mercado podem ser divididos
em dois grandes segmentos. No primeiro segmento, estão as empresas nos quais são feitas as
compras cotidianas. É nesse grupo onde está o maior potencial de faturamento para o produto.
Além disso, a instalação da rede Visanet nesse segmento é muito relevante na ativação de cartões.
Fazem parte deste grupo os supermercados, postos de gasolina, drogarias e farmácias, vestuário e
varejo em geral. No outro segmento, estão as empresas que não trazem grandes faturamentos para
Visanet, porém são de grande visibilidade e contribuem para a formação da cultura do uso do
plástico, tais como, escolas, cartórios, pedágio, fast-food, estacionamentos, cinemas e teatros.
A geração de valor, com o uso do cartão como meio de pagamento, para os
estabelecimentos, está em oferecer mais uma forma de pagamento aos seus clientes, seja a vista ou
a prazo. Também, vendendo pelo cartão e seguindo as normas da adquirente, o comerciante não
necessita de um departamento de aprovação de crédito, pois o terminal (POS) autorizando a venda
garante o recebimento do crédito dentro dos prazos estabelecidos por contrato junto à adquirente.
A Visanet quer se diferenciar, nesse aspecto, repassando aos seus clientes a imagem como sendo a
“maior e mais segura rede de meios de pagamentos eletrônicos do Brasil”.
40
Na realidade, o crescimento da rede de estabelecimentos afiliados e do número de
portadores de cartão de crédito, em uma determinada região, está intimamente ligado. Visto que,
por exemplo, em uma cidade que não há portadores de cartão, logo não existe o interesse do
comércio em se afiliar. Assim como, se não há uma rede de comércio local, como supermercado,
posto de gasolina e farmácia que aceite o cartão, dificilmente alguém terá interesse em possuir um
cartão.
Para entender o funcionamento do marketing na empresa, a seguir, são tratados os
componentes do composto mercadológico atuantes na empresa.
a) Ponto
Como já dito, a Visanet têm estabelecimentos afiliados em 95% dos municípios do país.
Em Santa Catarina, por exemplo, apenas 11 cidades não possuem estabelecimento algum
credenciado para recebimento de pagamentos pelo cartão Visa. Esse fato pode ser explicado pela
ação recente da empresa conhecida como política de interiorização
Essa ação de interiorização, como é conhecida na empresa, tem por objetivo difundir a
cultura do uso de cartões de crédito no máximo de operações cotidianas possíveis, em 100% dos
municípios brasileiros. E, isso é executado através das ações realizadas pelas equipes comerciais
da empresa espalhadas pelas filiais físicas e virtuais em todo o território nacional. Na realidade, a
empresa ainda utiliza mais dois meios, que podem ser considerados intermediários, ativos de
oferta do produto, a rede de bancos e equipes terceirizadas de venda.
Das afiliações realizadas na Visanet, informalmente se sabe que, a rede de bancos
associados é responsável por mais de 90% do total. Isso pode ser explicado pelo contato direto que
mantêm freqüentemente com os clientes. Por isso que a Visanet lança freqüentemente promoções
junto aos bancos, ou até, junto à determinadas agências, oferecendo aos funcionários “campeões”
em vendas alguns prêmios, como brindes e até viagens em alguns casos.
Já as equipes terceirizadas são criadas para atuar em uma região específica durante um
determinado período. São formadas geralmente por 10 pessoas que recebem treinamento
específico e não têm nenhum vínculo empregatício com a Visanet, tendo contrato de trabalho com
empresas especializadas em prestação de serviços. Os locais onde atuam são escolhidos pela
empresa por demonstrarem um potencial de afiliação não explorado, seja por falta dos bancos,
41
pela falta de cultura do uso do cartão, ou ainda, atualização dos estabelecimentos já credenciados e
na difusão de novos produtos. Esse recurso é usado eventualmente e as equipe logo após
atenderem o projeto da empresa são dissolvidas.
Enquanto que, a área comercial da empresa raramente atua de maneira ativa na afiliação,
ficando mais com a responsabilidade de dar suporte aos estabelecimentos, focando principalmente
os maiores clientes da sua região e, bancos associados. Esses suportes são, geralmente, por visitas
pessoais regulares e solução de problemas mais urgentes por contato telefônico e e-mails.
Também são responsáveis por repassarem as novas tecnologias aos clientes, explicando as
vantagens de segurança e rapidez. Por estarem ligados aos clientes diretos da Visanet, os
funcionários da área comercial necessitam estar, acima de tudo, bem informados, comprometidos
e motivados para o alcance dos objetivos organizacionais.
Os contatos entre as áreas (departamentos) da empresa são realizados por meio de e-mails
e o Corporate. Os e-mails são utilizados para a troca de informações de uma forma ágil. Enquanto
que, o Corporate é uma Intranet que leva ao funcionário informações do universo da empresa,
fornecendo conhecimento e dando suporte ao funcionário.
Para manter o comprometimento e a motivação, a Visanet mantém um programa regular de
treinamento. A cada seis meses, as equipes são reunidas para treinamentos sobre vendas, novos
produtos, etc. Sendo voltados para: conhecer o cliente com quem se trabalha; como atingir as suas
necessidades, com tecnologia e serviços adequados; como negociar o melhor preço, nas
negociações possíveis e; como promover cada tipo de estabelecimento.
Ainda nesse sentido, a cada início de ano são avaliados os resultados de cada funcionário
dando-lhe uma nota, de dois a cinco. Esta nota define o percentual da bonificação anual sobre a
participação dos resultados e lucros. O funcionário da área comercial não está preso ao
cumprimento de horários, pois não é utilizada a folha ponto, valendo a quantidade produzida e não
importando as horas trabalhadas para a avaliação. Isso também é justificado pelo fato do serviço,
quando em uma filial física, possuir dois expedientes, uma parte do dia o funcionário faz serviços
no escritório, e em outra, ele desenvolve atividades externas. Quando filial virtual, por não possuir
um ambiente físico, o representante Visanet trabalha em sua residência e também desenvolve
atividades nas cidades da sua região.
Quanto à contratação de novos funcionários para a área comercial, o RH, centralizado na
matriz, define e coordena todos os processos de recrutamento interno e externo para todas as
filiais, sendo contratada uma empresa de consultoria para a seleção dentre os concorrentes às
42
vagas. A empresa possui o Desenvolvimento Organizacional (DO), cuja suas funções, dentre
outras, são de ambientar o novo funcionário com as políticas internas, como as de segurança da
informação; confecção dos cartões de visita; criação e manutenção de senhas de acesso a sistemas
internos e; integração com os demais funcionários da empresa. Para todos os funcionários, a
empresa oferece benefícios, além daqueles exigidos por lei, tais como: vale-refeição, vale-
alimentação, seguro de vida, assistência médica, assistência odontológica, previdência privada,
empréstimo pessoal, combustível para uso do veículo a serviço da empresa e subsídio de 60% nas
mensalidades de cursos de graduação e pós-graduação.
Para complemento das atividades prestadas pelo departamento comercial, a Visanet
fornece aos seus clientes diretos mais alguns serviços como: Ombudsman, centrais dde
atendimento e site.
O Ombudsman (ouvidoria) é um canal direto para os estabelecimentos e bancos acionistas
resolverem os problemas que, por algum motivo, não foram atendidos satisfatoriamente pelos
outros departamentos da empresa. Aqui, a empresa se propõe à apresentar uma resposta eficaz
num prazo máximo de 24 horas à contar do momento da ligação recebida na central
disponibilizada à rede de clientes.
São duas as centrais, uma chamada de Central de Manutenção; e outra Central de
Atendimento. Possuem números telefônicos diferenciados, prestando um serviço gratuito para o
cliente através de telefone 0800. A Central de Manutenção tem o papel de dar suporte 24 horas por
dia aos estabelecimentos comerciais, tentando solucionar o problema diretamente por telefone e
em alguns casos abrindo chamado para visita de um técnico. A Central de Atendimento funciona
de segunda à sábado das 8:00 às 22:00 horas para informações e solicitações. As informações mais
comumente fornecidas são faturamento mensal e valores de taxas e aluguéis. As solicitações
podem ser antecipações de crédito, liberação de produtos, atualizações cadastrais, visitas
comerciais e materiais de sinalização.
No site, disponível no endereço www.visanet.com.br, mediante cadastro, além dos mesmos
serviços disponíveis pela central de atendimento, é possível solicitar o credenciamento, no caso de
um novo cliente. Também é possível ter acesso ao faturamento mensal detalhado do
estabelecimento.
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b) Promoção
Pode ser visto na Visanet um trabalho duplo na promoção, assim como no ponto. A
finalidade não é promover somente dos seus serviços, mas também difundir o uso do cartão Visa
como meio de pagamento para que, conseqüentemente, mais estabelecimentos também desejem se
afiliar.
Os meios utilizados para promover os seus serviços acabam sendo os mesmos canais
usados para comercialização. Não interessando, portanto, uma divulgação em massa através de
mídias como televisão e rádio direcionadas para toda a população. Por isso que não se houve na
mídia aberta campanhas para afiliação. O foco, nesse caso, é direcionado aos estabelecimentos,
sendo os bancos associados os canais de promoção mais atuante.
Para os bancos é interessante promover os serviços da Visanet, pois criam vínculos e
trazem recursos. Sendo realizada venda através do cartão, o valor é creditado na conta do banco,
gerando mais movimentação na conta do cliente. Falando do vínculo, por exemplo, serve de
argumento para fidelizar o cliente, que pode manter a conta apenas para receber os créditos, ao
invés de encerrá-la na falta de uso. Com isso, futuramente o banco pode oferecer novos produtos a
esse cliente.
Já na difusão do uso do cartão, as campanhas utilizadas são abertas. No caso das
propagandas exclusivas do cartão Visa, como na televisão, rádio e jornais, os custos são
exclusivos da Visa. Quando a promoção do uso do cartão está vinculado à algum banco ou
estabelecimento comercial, os custos são divididos conforme parceria firmada entre Visa, Visanet
e a outra empresa envolvida.
Os custos de divulgação nos estabelecimentos são de exclusividade da Visanet. Isso é feito
através de adesivos, banners e faixas nas vitrines, guardas-sol personalizados e outros pequenos
artigos para uso no interior da loja. Esses materiais identificam as várias formas de pagamento
disponíveis através do cartão Visa. Os logotipos, usados nas personalizações dos adesivos e outros
artigos, dos serviços disponíveis pela Visa estão a seguir:
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Figura 01: Logotipos Visa Fonte: Adaptado Visanet
Também é de custo exclusivo da Visanet, ou em parceria direta com o estabelecimento, a
confecção de brindes para incentivar o uso dos cartões. Esses sempre estão de acordo com as
campanhas promocionais, expostas na mídia nacional. A seguir são demonstrados alguns
exemplos dos brindes.
Figura 02: Exemplo de brindes custeados pela Visanet.
Fonte: Visanet.
A responsabilidade da entrega desses objetos promocionais da marca Visa para os
estabelecimentos comerciais é exclusiva do departamento comercial. Podendo ser contratada uma
equipe terceirizada para tal função.
c) Preço
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Tão importante quanto se verificar quais são os preços praticados pela Visanet, é entender
quais são as receitas operacionais da empresa. Nesse aspecto, os valores cobrados dos
comerciantes são taxa de cadastro, aluguel do POS (equipamento eletrônico utilizado para efetuar
as transações), e comissão sobre cada venda.
A taxa de cadastro é cobrada uma única vez, referente a afiliação do estabelecimento. Essa
taxa é descontada do valor da primeira transação realizada com o terminal. Se o valor não for
suficiente para cobrir a taxa, será descontada nas próximas transações até que o valor total seja
obtido. Atualmente o valor de inscrição fixo é de 50,00 reais. O que está acima (13,64%) do preço
praticado pela principal concorrente, Redecard, que é de 44,00 reais.
O aluguel do POS serve para cobrir os custos de manutenção e reposição de suprimentos,
como, por exemplo, o fornecimento de bobinas de papel para o equipamento. É um valor mensal
fixo, ou seja, não varia de acordo com o número, nem com os valores vendidos pelo
estabelecimento. Ele só é diferenciado pela quantidade de POS instalados no estabelecimento,
como, por exemplo, em supermercados que existem um por balcão de caixa e pela tecnologia
aplicada no terminal, como, por exemplo, terminais sem fio que utilizam a tecnologia GPRS para
transmissão de dados, nesse caso, o aparelho opera como se fosse um celular, mas que transmite
exclusivamente dados.
Abaixo, são apresentados os tipos mais difundidos de terminais utilizados pela Visanet na
afiliação de estabelecimentos comerciais:
Nurit 8320 Verifone Omni 5150 Ingênico 5100
Figura 03: Terminais POS. Fonte Visanet
O preço do aluguel do POS convencional (via telefonia fixa) da Redecard, atualmente, é de
69,00 reais mensais. Isso significa que o preço da Visanet está 21,74% mais alto.
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Quando a empresa percebe a necessidade de uma política agressiva, seja para inibir o
crescimento da concorrência ou apenas motivar novas afiliações são lançadas ações promocionais
junto às suas forças de venda. Nessas promoções, pode haver isenção ou abatimento por
determinado período no aluguel do POS. Na ação POS light, por exemplo, o custo do aluguel do
equipamento é de 39,00 reais por tempo indeterminado, atingindo os estabelecimentos de baixo
faturamento via cartão. Sabe-se, porém que a Redecard também pratica ações similares.
Já as comissões variam de acordo com os valores vendidos. Dependendo do ramo de
atuação da empresa, o percentual descontado fica entre 2,5% até 4,0% para crédito e, 1,60% até
2,5% para débito. Ainda constam alguns ramos sujeitos à negociação, mas, na maioria dos casos,
fica dentro desses patamares de desconto.
Mas, esses valores da comissão não são integralmente da Visanet. Não se obteve a
informação da fatia que cada empresa têm em relação ao total, mas os valores são rateados entre
Visa, banco emissor ou administradora e a Visanet.
d) Produtos e Serviços
A Visanet, para um melhor entendimento, pode ser considerada uma prestadora de serviço,
de certa maneira, autorizada da marca Visa. Ela é responsável por gerenciar a rede de meios de
pagamento da Visa em todo o Brasil. Também é sua responsabilidade realizar o repasse dos
valores do rateio das comissões entre Bancos e Visa, como também creditar na conta do
estabelecimento os devidos valores, nos prazos contratuais.
Para manutenção da rede sempre tecnologicamente atualizada, on-line e para o
desenvolvimento aquisição de novos equipamentos a empresa utiliza-se do aluguel do terminal
POS, pago mensalmente pelos estabelecimentos. Quando um estabelecimento contrata os serviços
da Visanet, além de receber o equipamento eletrônico, tem à sua disposição os serviços agregados,
como os já citados, das Centrais, do Ombudsman, do site e da reposição de materiais. Ou seja, a
loja não paga nada a mais, nem mesmo na necessidade de substituição do terminal POS.
Para se entender a função de distribuição das comissões é preciso compreender o processo.
Diariamente, os bancos emissores ou administradoras têm uma dívida com a Visanet, referente ao
uso dos cartões de crédito e débito pelos portadores. O valor total da dívida é repassada à Visanet,
independente do pagamento por parte do portador, ou seja, o prejuízo por eventual inadimplência
47
é arcada pelo banco que forneceu o limite de crédito. Desse valor, a Visanet credita no prazo
estabelecido o valor, já descontada a taxa de comissão contratual, na conta do estabelecimento. O
prazo geralmente é de um dia após a transação para débito e 31 dias corridos para crédito. Do
valor que a Visanet retêm são repassadas as partes devidas para os bancos e para a Visa,
concluindo assim um ciclo. Logicamente isso é uma simplificação do processo, mas vale para um
entendimento dessa função da Visanet.
Vale também trabalhar os produtos que a Visanet disponibiliza ao estabelecimento para
ofertar ao portador de cartão Visa. Dentre os serviços, os mais difundidos são citados a seguir:
• Meio de Pagamento Crédito Visa – É uma linha de crédito pré-definida para ser
utilizada como forma de pagamento em estabelecimentos comerciais, facilitando e
agilizando o processo de compra. Possui um prazo médio de pagamento de 30 dias e
centraliza os pagamentos do mês em uma única data escolhida, dentre as opções
oferecidas pelo emissor, pelo portador. O estabelecimento recebe em 31 dias corridos
o crédito em conta corrente. Podendo ainda o consumidor parcelar suas compras, sem
juros.
• Meio de Pagamento Débito Visa – Conhecido como Visa Electron, está vinculado à
uma conta bancária, que mediante à recursos disponíveis e senha pessoal permite o
pagamento de compras em estabelecimento. Esses recursos pode ser saldo disponível
ou uma linha de crédito pré-aprovada pelo banco, podendo o portador financiar as
compras em até 48 vezes com débito em conta. O estabelecimento recebe os valores
totais, creditados em conta, em 2 dias úteis
Esses são os produtos mais tradicionais da Visanet, sendo que as suas características foram
agregadas durante os anos, juntamente com as tecnologias que permitiram essa evolução. Nesse
sentido, aumentando a gama de serviços ao portador, a Visanet lançou um novo, chamado de
Recarga Celular. No próximo capítulo é realizado um estudo mais aprofundado sobre assuntos
acerca desse serviço diferenciado.
48
4.2 Implantação Recarga Celular
Recarga de celulares é um serviço que as operadoras de telefonia móvel oferecem ao
portador de celular Pré-Pago para a compra dos créditos diretamente em estabelecimentos
comerciais de fácil acesso. Visando participar deste mercado e, ampliar a gama de serviços
oferecidos, a Visanet em parceria com as operadoras, desde final do ano de 2005, oferece um novo
produto onde o portador poderá efetuar a recarga utilizando como meio de pagamento o cartão de
débito ou crédito de bandeira Visa.
A Visanet tinha consciência, no final de 2005, da existência de 88 milhões de celulares no
Brasil, sendo 20% pós-pagos e 80% pré-pagos. Portanto, o mercado apresenta um grande
potencial.
O contexto percebido é da recarga de créditos desses celulares tendo como principal meio
de pagamento o dinheiro. O estabelecimento comercial compra, de cada operadora que quiser
trabalhar, um estoque de cartões físicos chamados de cartão recarga, ficando o dinheiro parado
nesse ativo e, se as vendas superarem as expectativas e acabarem os cartões, não há como realizar
mais vendas até que o estoque seja reposto. Além disso, os estabelecimentos não autorizam a
compra de cartões recarga através de cartão de crédito ou débito, alegando não compensar a
operação, visto que, o desconto da adquirente é alto em relação ao lucro com a transação da venda
do cartão recarga.
Para o usuário ainda existe outro inconveniente na aquisição de créditos através do
tradicional cartão recarga. Para ativar os créditos é necessário realizar uma ligação para uma
central e digitar um código numérico extenso, que varia de acordo com a operadora. E no caso de
erro, o processo tem que ser repetido. Para as pessoas mais idosas, esse procedimento pode ser
trabalhoso e dispensar um bom tempo.
Com o serviço de Recarga Celular através de cartão Visa, essas dificuldades são
solucionadas. A loja não precisa deixar capital investido em cartões recarga, não há limites de
quantidade de transações e não há necessidade de ligar para a operadora e digitar o código, sendo
o procedimento todo realizado pelo POS. E ainda, esse serviço ao invés de onerar o
estabelecimento comercial, gera uma receita, uma vez que o crédito vai para a operadora e, nesse
49
repasse a Visanet desconta a taxa de comissão. O estabelecimento recebe 1,00 real por transação,
independente do valor de recarga.
Para que o estabelecimento comercial esteja habilitado a ofertar esse serviço aos seus
clientes, é necessário que possua um terminal de POS Igênico I5100 Modelo 2/4 com memória
expandida ou POS Verifone Ommini 5150, com tecnologia Web. Essa tecnologia foi
especificamente desenvolvida para acoplar o serviço recarga. E, o estabelecimento comercial não
paga nenhum valor adicional no aluguel do equipamento.
4.2.1 Aspectos Operacionais
Tendo a tecnologia Web instalada no seu equipamento, o estabelecimento necessita, ainda,
de prévia negociação e habilitação do serviço, através de visita pessoal de um funcionário da área
comercial da Visanet.
Assim, o terminal está apto a operar com o serviço recarga celular. Sendo que mais duas
opções são geradas no menu do POS (Recarga Crédito e Recarga Débito). E os seguintes passos
são executados na operação:
1. Identificar o tipo de transação no menu do aplicativo do POS (Recarga Crédito ou
Recarga Débito);
2. Selecionar a operadora regional. Exemplo: Vivo de Santa Catarina;
3. Selecionar valor de recarga de acordo com o pacote de valores definidos pela
operadora (de acordo com as opções disponíveis na tela);
4. Portador confirma a operação e digita sua senha, caso seja solicitado (débito e/ou
Chip);
5. POS imprime os comprovantes da transação financeira;
6. POS solicita a dupla digitação do DDD e número do telefone e autoriza a transação
junto à Operadora. A Visanet aconselha ao comerciante que deixe essa etapa para que o
portador do cartão digite, diminuindo e eximindo o comerciante da culpa de possível
erro. Este ponto é bem delicado, pois se o portador digitar um celular válido não
poderá se arrepender ou solicitar cancelamento, mesmo que tenha errado o número. Por
isso é solicitada a dupla digitação e ainda uma terceira confirmação dos dados.
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7. POS apresenta dados da transação (Operadora, DDD, nº telefone e valor) para a
confirmação do portador;
8. POS imprime comprovante da recarga (somente a via do portador);
9. Portador aguarda o prazo da Operadora para ter os créditos disponíveis no celular.
Normalmente a recarga ocorre em segundos.
Qualquer problema com relação a carga, o portador deverá entrar em contato com a
operadora. O telefone da operadora constará no comprovante da recarga.
Esses são os passos para a concretização da relação entre estabelecimento e portador do
cartão de crédito. O sistema não permite, após a confirmação da operação, o cancelamento da
recarga. Por isso, para evitar problemas, são solicitadas três confirmações antes do término do
processamento.
O cancelamento somente será solicitado pelo terminal caso a transação de recarga não seja
aprovada na Operadora. O celular pode estar bloqueado, não ser da operadora selecionada, ter sido
digitado errado, não existir, entre outros motivos.
Neste caso, o próprio terminal solicita os dados da transação financeira de recarga para
efetuar o cancelamento, o cartão deve estar presente. Caso o terminal apresente algum problema e
o lojista não consiga efetuar o cancelamento no mesmo momento da transação, poderá acionar a
função de cancelamento posteriormente.
4.2.2 Sinalização
Para conhecimento dos portadores de cartões Visa da existência desse benefício, algumas
atividades foram desenvolvidas. As operadoras enviaram, na maioria dos casos pelo país,
mensagens (SMS) aos seus clientes de telefones pré-pagos, com informação sobre essa nova
comodidade. Isso teve custo “zero” para a Visanet.
Além disso, foi concebido um “Kit Sinalização” com display para balcão, banner e adesivo
para vitrine e um “Guia de Consulta Rápida” que fornece informações resumidas do procedimento
operacional, no caso de dúvidas. A seguir são apresentados os materiais de sinalização e
divulgação:
51
Figura: Adesivo e Banner Recarga celular Fonte: Visanet / Plano de Implantação Recarga Celular
Figura: Guia de Consulta Rápida Fonte: Visanet / Plano de Implantação Recarga Celular
Após algum período com constatações da área comercial junto aos lojistas, percebeu-se a
necessidade de melhoria no design dos adesivos, para que o portador do cartão associasse no
52
primeiro contato visual o cartão e o celular. Por isso, em março de 2007 estavam disponíveis
novos modelos de adesivos:
Figura: Novo Adesivo e Banner Recarga celular Fonte: Visanet / Plano de Implantação Recarga Celular
Percebe-se nesse modelo um repasse visual mais interessante quanto ao serviço
disponibilizado, com uma imagem nítida e clara de um celular e do símbolo da Visa. A mensagem
“Recarregue” também é evidenciada.
4.2.3 Plano de Implantação
Na Visanet, além de serem realizadas pesquisas junto aos estabelecimentos comerciais,
para inserir um novo serviço, é realizado um planejamento operacional para que as metas sejam
atingidas. Com isso, elabora-se um documento chamado de Plano de Ação, conhecido também
como Plano de Implementação. Esse documento define todas as diretrizes operacionais, porém é
flexível o bastante para que a peculiaridade de cada região do país seja respeitada. Por isso, um
funcionário em cada regional foi nomeado para executar papel de elaboração de estratégias
próprias, dentro dos meios previstos, para a sua região atuante.
53
O objetivo do plano de ação é o de dar suporte na inserção Produto Recarga de Celular pré-
pago no mercado brasileiro, utilizando-se dos canais de promoção e de distribuição da rede de
estabelecimentos da Visanet.
Estava previsto no Plano de Ação um Projeto Piloto. Nesse projeto alguns
estabelecimentos comerciais ofertariam o produto e verificariam as possíveis melhorias no
sistema. A realidade foi que tantos problemas apareceram no projeto, que se necessitou realizar
um novo com as melhorias, ficando conhecidas como fases I e II do Projeto. Abaixo são
demonstradas as etapas concretizadas:
• Piloto Fase I
O produto foi lançado em agosto de 2005, tendo a operadora de celular VIVO SP, como
parceira, onde foram disponibilizados em 10 Estabelecimentos Comerciais na região de São Paulo
e Alphaville, em dezembro de 2005.
Os problemas encontrados nessa fase foram: as aplicações e transações se demonstraram
lentas; quando a operadora não autorizava a recarga e o lojista não realizava o cancelamento da
transação financeira não havia possibilidade de cancelamento posterior; o estabelecimento
precisava efetuar uma consulta para conhecer os valores oferecidos pelas operadoras; os valores de
recarga eram digitados no momento da transação, sujeito a erros; havia dificuldade na navegação
no display do POS.
• Piloto Fase II
Em janeiro de 2006, foi iniciado o Piloto fase II com uma nova versão, aplicado em 40
Estabelecimentos Comerciais de São Paulo e Alphaville;
Após verificadas as falhas na primeira fase, as melhorias foram realizadas, o que
possibilitou: aplicação e transação em velocidade adequada; cancelamento da transação financeira
na hora ou em momento posterior a não autorização da operadora; pacote de valores oferecido
pelas operadoras está disponível na tela no momento da transação; facilidade na navegação no
display do POS.
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4.2.4 Foco
Também foram definidos quais perfis de estabelecimentos comerciais seriam os
prioritários. Sendo as características apreciadas para o comércio, grande circulação de pessoas, de
fácil acesso, que já tenham a cultura da venda de recarga de celular pré-pago e com perfil de
oferecer serviços adicionais. Com as características levantadas, dentre os segmentos da tabela de
MCC, foram formalizados os segmentos prioritários, listados na seqüencia:
MCC Segmento MCC Segmento
3549 Albergues da Juventude 5211 Lojas Materiais Construção
5946 Assistência Técnica 5039 Materiais de construção
4812 Assistência Técnica 5111 Materiais de Escritórios
5732 Assistência Técnica 1520 Material de Construção/Fornecedor
5734 Assistência Técnica 8043 Óticas / Produtos ópticos e óculos
5994 Bancas de Jornal 5462 Padaria/Lanchonete/Restaurante
7933 Boliche 5812 Padaria/Lanchonete/Restaurante
7338 Copias / Xerox 5813 Padaria/Lanchonete/Restaurante
5045 Equipamentos periféricos / Compu 5814 Padaria/Lanchonete/Restaurante
7523 Estacionamento de Automóveis 5192 Papelaria/Livraria/Bazar
5912 Farmácias 5942 Papelaria/Livraria/Bazar
5122 Farmácias e farmacêuticos 5943 Papelaria/Livraria/Bazar
5193 Flores e Suprimentos para Floris 5013 Pecas e Suprimentos para veiculo
5992 Floricultura 8049 Pedicuro
7333 Gráficas 5541 Postos de Combustível
7542 Lava Rápido 7230 Salão Beleza
7210 Lavanderias 5411 Supermercados
7841 locadoras de vídeo 5422 Supermercados
5995 Lojas de Animais / Comidas e Sup 5441 Supermercados
5735 lojas de CD's 5451 Supermercados
5977 Lojas de cosméticos 5499 Supermercados
5311 Lojas de Departamento 5921 Supermercados
7395 Lojas de Revelação de Fotos 5993 Tabacaria
5044 Lojas de Revelações/Fotocopias 7994 Video Game - Lojas Quadro 03: Segmentos foco do Recarga Celular Fonte: Adaptado de Visanet, (intranet, 2007).
4.2.5 Estratégias de Penetração
Em um primeiro momento, deve-se realizar um estudo dos impactos causados pelo produto
nas empresas. Por exemplo, se a tecnologia encontrada no estabelecimento não for adequada,
55
obrigatoriamente, o equipamento deve ser substituído. Essa substituição, como já mencionado,
não tem custos para o estabelecimento. O impacto é no preço do aluguel para aqueles clientes
beneficiados por alguma promoção de redução e/ou isenção, como aqueles que pagam 39,00 reais
mensais devido ao projeto de interiorização e passam a pagar os 84,00 reais referentes ao preço
integral.
Tipo de
Equipamento Tipo de Aluguel Impacto Ação
Normal Nenhum
Isento Nenhum
Modelos POS -
com tecnologia
WEB. Reduzido Nenhum
Habilitação da função no
POS e sinalização do
estabelecimento
Normal Nenhum
Isento Cancelamento da isenção
Modelos POS -
sem tecnologia
WEB Reduzido Cancelamento da redução
Troca do POS,
habilitação da função no
POS e sinalização do
estabelecimento
Modelos POS
sem fio (GPRS)
Todos Substituição por modelo convencional, ou instalação
de mais um POS
Quadro 04: Tabela de impactos. Fonte: Analise documental, Plano de implantação recarga V800+, (Visanet 2007).
Também existe impacto, como pode ser visto no quadro acima, para o modelo sem fio,
nesse caso, o agente comercial deve incentivar a instalação de mais um POS, mas o que
conseqüentemente gera outro aluguel.
Também se sabe que alguns comércios que oferecem o cartão convencional de recarga,
para dispor a venda do produto com cartão de crédito e débito, cobram um ágil sobre o valor do
produto, “penalizando” o cliente Visa. O cliente que compra com cartões de crédito ou débito
paga, exemplificando, 31,00 reais pelo cartão de 30,00, para cobrir as despesas do desconto do
estabelecimento. Portanto, apesar de realizar de forma irregular, esse cliente já visualiza a
oportunidade de negócios, sendo então, um cliente que deve ser disponibilizado o serviço.
56
Para penetrar no mercado valem todos os tipos de habilitação, como novos
estabelecimentos ou já credenciados – dentre esses últimos, aqueles que possuem o aparelho POS
compatível, ou não. Isso porque, no caso de novos cadastros, o serviço é habilitado
automaticamente e o estabelecimento já recebe o material de sinalização. Apesar, do foco estar
voltado para determinados tipos de clientes, não há restrições quanto ao ramo de atividade. Sendo
que se o estabelecimento já possui a tecnologia, é uma oportunidade de negócios. Nos casos em
que se precise trocar a tecnologia disponível dá-se, então, preferência aos segmentos foco.
A estratégia, então, deve ser de convencimento pelas vantagens da obtenção do produto
para aqueles que terão impactos financeiros, com aumento do aluguel. Para aqueles que não terão
impactos, o sucesso da negociação é mais provável.
Os mecanismos de convencimento à habilitação, são: a agregação de valores ao negócio
com cartões, ou seja, se o cliente vai à loja para comprar outro produto com o cartão de débito ou
crédito e ao visualizar a sinalização, aproveitar a oportunidade e realizar a recarga no seu celular
pré-pago; diferenciar dentre os concorrentes, ao oferecer o produto os consumidores podem
escolher o estabelecimento para realizar outras compras também.
Além disso, existem alguns benefícios diretos para o empresário, como receita adicional,
recebendo um real por transação de recarga aprovada, independente de valores, com o pagamento
efetuado no 7º dia útil do mês subseqüente à transação; aumento do tráfego de consumidores nos
estabelecimentos comerciais; meio de pagamento mais seguro e sem inadimplência; evita a pratica
de “sobre-preço”, observada atualmente para compra de recarga com cartões Visa e; comodidade
ao consumidor que poderá optar por mais dois meios de pagamento.
Para que o portador saiba onde recarregar o seu celular, pagando com o seu cartão de
crédito, mapas das lojas com o produto habilitado são dispostos nas agências dos bancos
associados, divulgando e incentivando assim o produto. Essa ainda é outra vantagem para o
estabelecimento comercial, visto que é uma propaganda gratuita.
4.2.6 Canais de Venda
O canal de venda é um aspecto muito importante a ser visto para os estabelecimentos já
credenciados, pois os bancos, maior capilaridade da Visanet, não têm vantagens na venda desse
57
produto. Quando um novo cadastro, o banco já possui interesse, visto que é mais um benefício a
ser ofertado ao estabelecimento.
Portanto, a Visanet elenca os canais de venda para o produto como sendo: pessoal,
realizado por visita de funcionário da área comercial; equipe própria ou terceirizada, na atuação
em grandes centros, principais corredores ou até em shoppings com funcionários indo de loja em
loja e; Telemarketing ativo, informando sobre o produto para agendar visita do funcionário do
departamento comercial para habilitação.
Ficam definidas também, três modalidades de venda: Novo Cadastro, Troca de
Equipamento e Habilitação (ver quadro).
Modalidade Solicitação de Venda e Instalação
Novo Cadastro Equipe de vendas efetua afiliação;
Cadastro é realizado;
POS com tecnologia Web é instalado;
Serviço recarga é habilitado.
Troca de Equipamento Equipe de vendas solicita substituição;
Novo POS é instalado;
Habilitação é efetivada.
Habilitação Visita de habilitação.
Quadro 05: Procedimento de vendas – Recarga Celular. Fonte: Analise documental, Plano de implantação recarga V800+, (Visanet 2007).
4.2.7 Operadoras de Telefonia Móvel
O objetivo da Visanet nesse aspecto é trabalhar com todas as operadoras disponíveis em
cada região do Brasil. Abaixo está o quadro com a disponibilidade do serviço Recarga da Visanet
por operadora e por estado brasileiro.
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Operadora Estado
VIVO TIM CLARO OI
Acre X X X Alagoas X X X Amapá X X X Amazonas X X X Bahia X X X X Ceará X X X Distrito Federal X X Espírito Santo X X X X Goiás X X X Maranhão X X X X Mato Grosso X X X Mato Grosso do Sul X X X Minas Gerais X X X Pará X X X Paraíba X X X Paraná X X X Pernambuco X X X Piauí X X X Rio de Janeiro X X X X Rio Grande do Norte X X X Rio Grande do Sul X X X Rondônia X X X Roraima X X X Santa Catarina X X X São Paulo X X X Sergipe X X X X Tocantins X X X Quadro 06: Operadoras parceiras do serviço Recarga Celular. Fonte: Analise documental, Plano de implantação recarga V800+, (Visanet 2007).
A operadora “Tim” possui parceria com a Visanet em todos os estados brasileiros. A
“Vivo” só não tem parceria com a Visanet no Distrito Federal, sendo que nos outros estados que
não estão marcados, essa operadora não atua. As operadoras “Claro” e “Oi” possuem o serviço de
recarga através do cartão Visa em todos os estados em que atuam. Mas pode ser percebido que a
operadora “Brasil Telecom”, com atuação em diversos estados do país, ainda não possui parceria
com a Visanet no Serviço Recarga.
O sistema, na sua configuração atual, permite que os clientes das operadoras parceiras,
façam recarga no seu aparelho em qualquer local do território nacional. Por exemplo, um portador
do cartão Visa que possui um celular pré-pago da operadora Tim de Santa Catarina pode
recarregar os créditos em estabelecimentos habilitados de todo o Brasil.
59
O quadro de operadoras conveniadas foi se expandindo de 2005 para cá. Como já dito, o
objetivo da Visanet é oferecer para os portadores o serviço recarga de todas as operadoras do
Brasil, inclusive aquelas que atuam regionalmente, como Telemig, Amazônia Celular e Sercomtel.
4.2.8 Controles
A Visanet adota vários tipos de controle, em relação ao produto. Aqui são interessantes os
controles que interessam à área comercial, abordados pelos relatórios de visita e relatório MIS.
O relatório de visitas é elaborado pelo próprio agente comercial da Visanet. Os detalhes
relevantes das visitas são marcados, em campos específicos em uma planilha própria. Os dados
são tabulados pelo responsável da filial e enviados para a matriz que soma todas as regiões,
verificando o percentual de concretização de negócios por visita.
Já, o relatório MIS é elaborado pela matriz com diversas informações de resultados. Nele
está incluso a eficiência das visitas; quantidade de estabelecimentos habilitados à oferecer o
produto recarga; ativados; cancelados; ocorrências diversas; a quantidade de transações e o
faturamento. Através desse relatório é que se acompanha a evolução do produto no Brasil inteiro e
pelas regionais.
4.2.9 Metas e Resultados
Após as fases do projeto Piloto, as ações em campo começaram em maio de 2006, no
estado de São Paulo. Na seqüência, meses de junho e julho de 2006, deu-se início à campanha
nacional de penetração no mercado.
Foram elaboradas metas somente para habilitação por regional. Sendo acompanhado pelo
relatório MIS, o segundo semestre de 2006 serviu para se verificar a aceitação em todas as regiões
do país. As primeiras metas de habilitação e os resultados alcançados estão na tabela abaixo.
As regionais da Visanet pelo Brasil, estão assim dividas: CentroNorte, composta por todos
os estados da região Centro-Oeste e Norte do País; SP Interior, composta pelas cidades do estado
de São Paulo, exceto capital; Leste, estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais;
60
Nordeste, coincide com a região Nordeste brasileira; São Paulo, capital paulista e; Sul, confere
com a região do Sul do Brasil. Sendo que cada uma dessas regionais é sub-dividida em filiais
físicas e virtuais. O número de filiais varia por regional.
A regional do Nordeste foi a que apresentou pior desempenho em relação à meta proposta
(56,82%), como também o menor número de habilitações (2.878). Somente duas regionais ficaram
acima da média percentual total (67,28%), a regional CentroNorte, fazendo sete habilitações acima
da meta proposta de 3100 (100,23%), e a regional Sul, fazendo 504 habilitações acima da meta
proposta de 6500 (107,75%). Outros indicadores também foram medidos, apesar de não terem
sido propostas metas.
Para compreensão é necessário diferenciar os termos ativo e habilitado. Ativo é referente a
quantidade de estabelecimentos habilitados que realizaram uma transação recarga no corrente mês
e habilitado se trata da quantidade de estabelecimentos que possuem o serviço disponível para o
cliente.
As regionais Leste (26,28%), Interior (31,37%) e São Paulo (29,53%) que compreendem a
região sudeste do país foram aquelas que superaram a média nacional (24,74%) na relação entre
ativos e habilitados. Esses resultados levam a acreditar que na região sudeste a aceitação do
serviço é maior.
Outro dado interessante levantado em 2006 foi o valor total faturado e o número de
transações. Foram faturados 1.757.961,00 reais e 57.046 transações somando-se aquelas realizadas
nos serviços débito e crédito. Então, obtêm-se o faturamento médio nacional por transação de
30,82 reais, ou seja, esse é o valor médio de recarga efetivado pelo portador.
Para o ano de 2007 foram elaboradas metas para habilitação e ativação. Foi planejado
como cada região deve estar no final de 2007 e, dividido entre os meses para que se possa ter um
acompanhamento, via relatório MIS, da evolução da produção. O quadro posterior destaca o mês
de setembro, pois é até onde o resultado está disponibilizado pela Visanet.
As metas estão de acordo com o banco de dados de estabelecimentos afiliados. A
quantidade de estabelecimentos que pertencem aos segmentos foco serviu como base para a
distribuição das metas por região. Também foi usado como base o potencial de expansão de cada
filial. Calculando-se a quantidades de ativos ficou constatado que o objetivo é de se alcançar
76,10% em relação aos habilitados.
61
A evolução programada pelas metas para 2007 não está sendo alcançada. Em relação à
todas as metas, apenas a regional Sul obteve mais de 100% de êxito em um critério, a habilitação
de estabelecimentos em setembro (109,69%), já superando a meta anual (100,72). Apesar de ter
aumentado em 67,84%, entre janeiro e setembro, o percentual de estabelecimentos habilitados
decresceu em relação à meta – de 82,21% para 79,58%. O mesmo acontece com a ativação, que
expandiu 45,07% no período, mas em relação à meta está defasado – de 53,52 para 19,46.
Entre janeiro e setembro de 2007, o número total de transações foi de 296.386 e o
faturamento acumulado foi de 9.350.903,00 reais ficando o valor de recarga médio em 31,54 reais.
Santa Catarina
O foco das metas e resultados volta-se, agora, para as filiais do estado de Santa Catarina,
área que o autor trabalha na empresa. As filiais de Santa Catarina, que são Florianópolis, Chapecó,
Criciúma, Blumenau, Balneário Camboriú, Joinville e Lages, somando esforços com as filiais do
Rio Grande do Sul e Paraná, buscam trabalhar o potencial da regional Sul, para que tenha destaque
nacional. Aqui são trabalhados os resultados do ano de 2007.
Em relação as metas, as filiais de Santa Catarina estão acima da média de cumprimento,
tanto em relação à habilitação, inclusive superando o planejado, 112,87% contra 79,58% e, em
relação à ativação, 25,39% contra 19,46% da média nacional. Conseqüentemente, a participação
do estado em relação ao total também é maior que a planejada.
Quanto ao faturamento, o estado de Santa Catarina apresenta o valor de 218.837,00 reais
no acumulado de 2007. Isso representa 2,34% dos 9.350.903,00 faturados nacionalmente. Apesar
de não existirem metas, pode-se perceber que o percentual de participação no faturamento está
abaixo das metas de participação de habilitados (3,25%) e de ativados (3,15%).
Esses foram os dados obtidos junto à Visanet, servindo para uma compreensão do produto
recarga de celular, da sua implantação e seus resultados até setembro de 2007. Cabe agora
algumas considerações abordadas no tópico a seguir.
62
4.2.10 Considerações da Implantação
Tendo em vista o que foi apurado em relação ao Produto Recarga, se faz necessário o
levantamento de alguns pontos constatados no desenvolvimento desse capítulo, na experiência
vivida na empresa e junto aos comerciantes e colegas de trabalho, informalmente. Aqui é visado
dar opinião pessoal dos pontos vistos como importantes e inclusive propondo sugestões para
melhoria em alguns casos.
O produto inova por oferecer aos portadores a opção de recarregar o seu celular pagando
com os cartões de crédito e débito da Visa. Sendo que, quando desprovido de dinheiro no bolso, o
cliente das operadoras parceiras da Visanet pode comprar os seus créditos programando o
pagamento. O cliente da operadora ainda pode contar com uma capilaridade maior de pontos de
recarga do celular, acrescidos segmentos que normalmente não vendiam esse produto, como
restaurantes, materiais de construção e agropecuárias. Sendo que, a compra de crédito pode ser
realizada em qualquer estabelecimento credenciado pelo país.
Uma vantagem comprovada é o incremento no fluxo de clientes nos estabelecimentos que
não trabalhavam com recarga de celulares. Sendo que, além de recarregarem o celular, esses novos
clientes, acabam adquirindo outras mercadorias da loja. Outra novidade bem-vinda é a receita
gerada pela operação, contrapondo o aluguel pelo POS pago à Visanet.
Para as operadoras parceiras a vantagem é não ter a necessidade de desenvolver rede
própria para venda on-line de créditos para celular pré-pago, ficando a cargo da Visanet os custos
com manutenção, suprimento e centrais de suporte. Também é vantajoso o aumento do número de
ponto de vendas, alcançando locais onde anteriormente não eram cobertos, como locais no
interior, onde a Visanet está presente. Possivelmente há um aumento no faturamento pela oferta de
pagamento via cartão de crédito.
As operadoras já buscavam uma solução frente aos inconvenientes do cartão convencional
de recarga. Em pontos estratégicos, onde existe maior demanda, estão sendo instalados
equipamentos eletrônicos, semelhante ao terminal POS, onde as operações de recarga são
realizadas on-line , ou seja, as operadoras estão trabalhando com rede própria, ainda, pouco
difundida. Porém esse sistema apresenta os mesmos empecilhos quanto ao pagamento com o
cartão de crédito ou débito.
63
Quanto ao valor pago, pelo serviço recarga da Visanet, pode não ser vantagem para o
estabelecimento em relação ao que a operadora paga. Enquanto que o valor pago pela operadora é
em torno de 4%, a Visanet paga o valor fixo de um real independente do valor da recarga. O ponto
de equilíbrio entre o ganho com a recarga convencional e da Visanet é 25,00 reais. Sendo que, se o
estabelecimento vender valor acima é vantajoso vender pelo modo convencional e, abaixo pela
Visanet. Nesse caso, a Visanet poderia manter um real fixo para as vendas até 25 reais. E, nas
vendas acima de 25,00 reais, igualar ou até superar a comissão oferecida na recarga convencional,
gerando vantagem em todas as ocasiões para o estabelecimento.
Em principio, a operacionalização do produto no terminal POS está prática e objetiva. É
constatado junto aos comerciantes que não existem muitas dúvidas no manuseio, sendo que, na
existência delas, o “guia de consulta rápida” esclarece. O problema está na lentidão da transmissão
de informações entre o terminal POS e a central da operadora. O portador e o comerciante estão
habituados com a agilidade nos produtos crédito e débito, a transmissão de informações, nesses
casos, duram aproximadamente sete segundos, enquanto que, na recarga essa transmissão é mais
morosa, superando 30 segundos, em alguns casos.
A melhoria introduzida pelo novo “kit de sinalização” foi bem recebida pelos comerciantes
e funcionários, visto que, com o primeiro modelo não havia um reconhecimento imediato dos
serviços. Uma sugestão nesse aspecto, é a inclusão dos logos das operadoras no material de
sinalização. Além dessa divulgação nos estabelecimentos, poderia ser utilizada divulgação em
massa, como mídia televisiva, jornais e revistas. Visto que o produto é voltado ao público em
geral, todos aqueles que possuem celular pré-pago das operadoras parceiras. Podendo então, os
custos das propagandas serem rateados entre operadoras de recarga e Visanet.
Dentre os segmentos foco o maior número de negócios foram feitos em pequenas
empresas, como bancas de jornal, revendas autorizadas de celular, farmácias, mini-mercados e
lojas de conveniências instaladas nos postos de combustíveis. Outros segmentos não apresentaram
interesse nesse serviço, como as lojas de departamentos e grandes supermercados.
Referindo-se a estratégia de entrada no mercado, a empresa poderia melhorar a negociação
com os estabelecimentos que possuem preço do aluguel diferenciado. Manter o desconto por um
determinado período é uma sugestão. Assim, o estabelecimento conseguirá gerar uma receita
mensal do serviço recarga, pagando, a partir daí, a diferença do preço do aluguel.
Em se tratando da habilitação ela se divide em duas etapas dentro da visita da equipe ao
estabelecimento, a negociação com o empresário e a implantação técnica no terminal POS. Para
64
conclusão dessas duas etapas são despendidos, em média, 40 minutos. Sendo que a etapa técnica
toma a maior parte desse tempo. Esse processo depende da central e da disponibilidade do sistema,
que muitas vezes não está operando, o que pode fazer com que o tempo de execução aumente,
atrasando todo o planejamento de visitas. Portanto, para melhor aproveitamento da força de venda,
a etapa técnica poderia ser responsabilidade da área de tecnologia transferindo arquivos on-line,
simultaneamente, para todos os estabelecimentos negociados, a exemplo do que acontece com
atualizações de dados e outros produtos.
A Visanet conseguiu atingir grande parte dos clientes de celular pré-pagos. Porém, em
relação às operadoras é visto como fundamental para o crescimento do serviço, a inclusão da
Brasil Telecom. Assim, em Santa Catarina, por exemplo, a cobertura do serviço de recarga
contemplará todos os proprietários de telefones pré-pagos, independente da operadora. A Visanet
não fornece nenhuma informação à respeito do andamento das conversações, se existe,
possibilidades, ou não, da entrada dessa operadora, ficando o funcionário sem uma argumentação,
nesse sentido, aos estabelecimentos.
Pela falta de cultura em se recarregar o pré-pago com cartão de crédito e débito e com a
tímida divulgação do produto, somente no ponto de venda, a conclusão é que as metas foram
superestimadas. Essas metas muito elevadas, onde o funcionário acaba se conformando com a
impossibilidade alcançá-las gera desmotivação da equipe. Portanto, a determinação de metas
atingíveis, no futuro, pode se basear na situação encontrada no mercado e a performance das filiais
até o momento.
Essas considerações demonstradas aqui, certamente, contribuirão para melhor desempenho
do serviço recarga de celular da Visanet. O desafio é criar a hábito do uso de cartões de crédito e
débito Visa e, para isso, a agregação de valores, serviços e melhorias constantes devem ser
aplicadas para tanto.
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5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A cultura do uso de cartão de crédito está em grande expansão no Brasil desde 1994,
graças a estabilidade econômica. Até 1995 não existiam empresas que gerissem integralmente as
redes de cartões de crédito, ficando os emissores trabalhando paralelamente. Mas da união de
bancos brasileiros e a Visa Internacional surgiu a Visanet, no mesmo ano. Essa empresa entra no
contexto convergindo os esforços da difusão do uso de cartão de crédito pelo Brasil, gerindo, além
da rede tecnológica, o relacionamento entre emissores, estabelecimentos e Visa. No modelo atual
a empresa detêm o “monopólio” do credenciamento da marca Visa no Brasil. A Visa é a maior
bandeira de cartões de crédito do mundo.
Com esse cenário ao seu favor, a Visanet lidera o mercado brasileiro na sua atividade. Os
números impressionam, como em 2006, que terminou com mais um milhão de estabelecimentos
credenciados, dois bilhões de transações realizadas e, faturamento transacionado de 112 bilhões de
reais. Outros fatores merecem destaque, dentre tantos, o nível tecnológico encontrado, a
valorização e a relação de confiança com os profissionais da área comercial, o suporte oferecido
aos estabelecimentos comerciais e, ainda, inovação nos serviços.
Quanto aos novos serviços, esse trabalho, teve foco na implantação de um deles, o Recarga
de Celular. Experimentando um crescimento, esse serviço entrou em um mercado dominado pelo
dinheiro como meio de pagamento. São muitas as dificuldades para ativar o serviço no
estabelecimento. Nos casos mais difíceis, encontram-se o problema do aumento de aluguel do
equipamento POS e, o serviço ainda não encontra uma grande procura pela falta de cultura do uso
do cartão de crédito e débito para essa finalidade.
Nesse contexto, a Visanet utiliza-se da sua estrutura, com cerca de 100 filiais físicas e
virtuais espalhadas pelo Brasil, para criar o hábito nos portadores de cartão Visa, de recarregarem
seus celulares pré-pagos no serviço de crédito ou débito. Uma grande vantagem é que hoje, com
exceção da operadora Brasil Telecom, todas as grandes empresas de telefonia celular atuantes no
Brasil têm parceria com a Visanet para a recarga de créditos.
Tendo em vista todas essas informações, a Visanet deve se ater a algumas questões. Nos
Estados Unidos, por exemplo, a Visa possui várias adquirentes, empresas que fazem o
credenciamento dos estabelecimentos, competindo entre si por clientes, logo o mesmo modelo
pode ser adotado no Brasil. Apesar de não dar sinais de fraqueza, a economia brasileira é
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fundamental para o negócio de cartões de crédito, uma crise ou crescimento da inflação e os
negócios estão comprometidos, havendo desinteresse por parte dos estabelecimentos comerciais
em trabalhar com cartão como meio de pagamento. A concorrência no Brasil, Redecard, que está
lançando produto similar ao da Visanet, oferecendo a recarga através dos cartões das suas
bandeiras. Essas são as ameaças mais eminentes à liderança da Visanet no mercado brasileiro.
Portanto, a empresa precisa fazer uso de mecanismos para se defender e até, como se trata
da líder de mercado, evitar esses problemas no futuro. Abordar esses mecanismos não foi mérito
do presente trabalho, então, serve como uma sugestão para um próximo estudo sobre a Visanet.
Sugestões para trabalhos futuros, elaborar e efetuar uma pesquisa com os clientes que
aceitaram o produto recarga de celular para identificar o grau de satisfação, custo, receita,
reciprocidade, fluxo de pessoas e etc.
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REFERÊNCIAS
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