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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE -UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM Curso de Administração - CAD Manuel Wlycys Holanda Monteiro RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO Marketing de Relacionamento como diferencial na fidelização de clientes: Um estudo na empresa de móveis e eletrodomésticos J. Chaves em Pau dos Ferros - RN PAU DOS FERROS – RN 2015

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE -UERN

Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Manuel Wlycys Holanda Monteiro

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Marketing de Relacionamento como diferencial na fidelização de clientes: Um estudo na empresa de

móveis e eletrodomésticos J. Chaves em Pau dos Ferros - RN

PAU DOS FERROS – RN

2015

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Manuel Wlycys Holanda Monteiro

Marketing de Relacionamento como diferencial na fidelização de clientes: Um estudo na empresa de

móveis e eletrodomésticos J. Chaves em Pau dos Ferros - RN

Relatório Final de Curso apresentado ao Curso de Administração/CAMEAM/UERN, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em administração.

.

Professora Orientadora: Francisca Joseanny Maia e Oliveira

Área: Marketing de relacionamento

PAU DOS FERROS – RN

2015

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COMISSÃO DE ESTÁGIO

Membros:

______________________________________________________________________________ Manuel Wlycys Holanda Monteiro

Aluno

______________________________________________________________________ Dra. Francisca Joseanny Maia e Oliveira

Professora Orientadora

______________________________________________________________________ Aldeane Melo Moreira

Supervisora de Estágio

______________________________________________________________________ Ms. Wellington Ferreira de Melo

Coordenador de Estágio Supervisionado

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Manuel Wlycys Holanda Monteiro

Marketing de Relacionamento como diferencial na fidelização de clientes: Um estudo na empresa de

móveis e eletrodomésticos J. Chaves em Pau dos Ferros - RN

Este Relatório Final de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de

BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO

E Aprovado em sua forma final pela Banca Examinadora designada pelo Curso de

Administração/CAMEAM/UERN, Área:____________________________________________.

Pau dos Ferros/RN, em _____ de __________________ de __________.

BANCA EXAMINADORA

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Francisca Joseanny Maia e Oliveira

Orientadora – UERN

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Alana de Sousa Macambira Viana

Examinador(a) – UERN

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Sandra de Souza Paiva de Holanda

Examinador(a) – UERN

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Dedico este trabalho a Deus meu protetor e

curador, e especialmente a meus pais que jamais

mediram esforços, físicos e financeiros, tampouco

reclamaram de me fazer seguir em frente mesmo

diante de tantas adversidades. Este trabalho é de

vocês e para vocês. Amo os dois!

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AGRADECIMENTOS

Sou grato, sobretudo a Deus, pela vida, pela proteção e por me manter reconhecedor dos meus

erros, assim como convicto dos meus ideais. Agradeço ainda por me fazer superar as dificuldades e

esperar a recompensa pelo esforço que, de tão certa, surge sempre no momento mais oportuno.

Meu mais puro agradecimento a meu pai, Francisco, e a minha mãe, Antônia, que abdicaram do

conforto, conviveram com a distância e os problemas, até mesmo de saúde, para proporcionarem a mim

a oportunidade de cursar uma faculdade. Foram inúmeras as preocupações, as horas de sono perdidas,

as dores, porém, o desejo de ver seu filho formado se tornava ainda mais evidente a cada dia. Obrigado

mãe, pela atitude de me levar até a faculdade para que a partir daí eu viesse a ser um dos aprovados no

vestibular daquele ano. Obrigado pela paciência em suportar a mim e a meus exageros. Tudo tem sido

absolutamente compensador. Obrigado meu pai, meu mestre, meu melhor amigo que ao longo destes

seis anos passaste sozinho por tantas dores e angustias, muitas vezes no meio da noite, sem, contudo,

deixar de acreditar em dias melhores. Esforçar-me-ei para ser, sempre, o homem que o senhor desejou

ter como filho.

À minhas irmãs Zorayd, Dasdores e Daniele que estiveram sempre ao meu lado. É

particularmente gratificante quando penso na família que tenho e no carinho e dedicação de todos

quando um de nós precisa de apoio e de atenção.

Aos mestres que durante esses anos oportunizaram a mim mais que um aprendizado didático,

foram relevantes, principalmente para o meu crescimento como ser humano, repassando tantos

conhecimentos e lições concernentes à vida acadêmica.

Sou particularmente grato a minha orientadora, Francisca Joseanny Maia e Oliveira pela

tolerância, pela atenção e, obviamente, pela contribuição imensa na conclusão desse trabalho. Ao

professor Wellington Ferreira de Melo por todas as dúvidas sanadas, entendimento e por se mostrar

solícito independentemente do imenso trabalho que sempre tem em mãos.

Aos meus amigos Thales, Ricardo, Adriano, Samuel e Marina Amanda que sempre se fizeram

presentes quando procurados por mim em busca de ajuda, de conselhos e motivação. Aos demais

colegas que direta ou indiretamente compartilharam junto comigo dos momentos de alegria e de

desapontamento no período em que estivemos na mesma sala de faculdade ou até mesmo fora dela,

sendo solícitos da maneira como podiam.

Meu agradecimento à empreendedora Aldeane Melo Moreira pela oportunidade de estágio em

sua loja, pela liberdade e confiança que propiciou a mim todo esse tempo, inclusive na abordagem de

seus clientes e pelas respostas da entrevista. Sempre muito atenciosa e flexível você justifica com louvor

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o reconhecimento que tem de seus funcionários e clientes, deixando como exemplo para mim, na prática,

entre outros, o significado de como trabalhar em equipe, do valor do cliente para uma organização,

ressaltando sempre a qualidade do atendimento como diferencial.

Por fim, a uma pessoa especial, destas que a vida nos dá de presente unicamente para nos

alegrar, nos fazer refletir, reconhecer o amor e aceitá-lo, para que com seu exemplo possamos nos

corrigir e nos lembrar de que é através dos erros que aprendemos a dar o devido valor a determinadas

coisas. Você, Rita de cássia é destas que insistem em nos mostrar a importância dos momentos mais

singelos, que de tão simples acabamos por ignorar, mas que quando percebidos tornam-se indeléveis.

Muito obrigado ainda pelas palavras de carinho e apoio que me motivaram quando a vontade era de

desistir. Esse trabalho também tem a sua marca.

MUITO OBRIGADO A TODOS

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“Profissionais de marketing não criam necessidades: as

necessidades existem antes dos profissionais de

marketing. Os profissionais de marketing, paralelamente a

outras influências da sociedade, influenciam desejos”.

(Philip Kotler)

RESUMO

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O presente trabalho aborda o marketing de relacionamento como forma de possibilitar a satisfação e

fidelização dos clientes na loja Comercial J. Chaves, localizada no município de Pau dos Ferros – RN.

Tem como objetivos conhecer o perfil dos clientes, identificar os fatores que influenciam na compra dos

produtos da loja, analisar o próprio Marketing de Relacionamento utilizado pela empresa e apresentar as

estratégias de fidelização de clientes utilizado. O estudo trata-se de uma pesquisa exploratória e

descritiva de natureza quanti-qualitativa, realizada na empresa de móveis J. Chaves. A coleta de dados

se deu de duas formas: aplicou-se um questionário a 77 clientes da empresa e em seguida foi realizada

uma entrevista com a gestora. Os dados foram analisados através de métodos de porcentagem e análise

de conteúdo e em seguida apresentados no Microsoft Excel. A coleta de dados permitiu conhecer as

características dos clientes da loja bem como os elementos que influenciam na compra dos produtos,

assim como o posicionamento da empresa diante da importância de se fidelizar e reter seus clientes. A

análise dos resultados da pesquisa demonstrou que a maioria dos clientes possuem têm aquisitivo de 2

salários mínimos, em sua maioria mulheres e possuem nível superior. Outras conclusões, de acordo com

as respostas da pesquisa, indicaram ainda que o atendimento e o preço são fatores positivos que

funcionam como estratégias de marketing e que diferenciam a J. Chaves dos seus concorrentes. Essas

são os responsáveis, sobretudo, pela satisfação de seus consumidores. O estudo demonstrou, em suma,

que o entendimento acerca da relação entre empresa e cliente é fundamental para o planejamento

estratégico da organização. Esta necessidade é o que determina as decisões que visam o

aperfeiçoamento da qualidade dos serviços e produtos ofertados, resultando no aprimoramento

competitivo da empresa no mercado onde está inserida. Concluiu-se, portanto, que a Comercial J.

Chaves detém um marketing de relacionamento que corresponde aos anseios de seus clientes no

tocante a oferecer produtos que atendam às suas necessidades, trazendo benefícios para ambas as

partes e usa a receptividade do atendimento com primazia, inclusive no acompanhamento da sua

clientela. Contudo, a empresa precisa estar mais atenta a expansão das tecnologias do Marketing que

devem ser usadas como melhorias na relação com seus clientes e consequentemente no crescimento

da loja como um todo.

Palavras-Chave: Clientes, marketing de relacionamento, atendimento, fidelização.

ABSTRACT

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This paper discusses the relationship of marketing in order to enable the satisfaction and loyalty in the

Commercial J. Chaves shop, located in the city of Pau dos Ferros - RN. Considering the objectives of

knowing profile customer, identify the factors that influence the purchase of store products, analyze the

that relationship marketing propriety the company uses and present as one management strategies that

use to loyalty customers their, the study showed that about the relationship of understanding between

company and customer and fundamental for organization's strategic plan. This need for and what

determines how decisions that aim to the quality improvement of the offered services and products,

resulting in the improvement of the competitive market where no company is inserted. The study this is

an exploratory and descriptive research also that in one media survey questionnaire was applied

paragraph hum universe of 77 clients of the company and then conducted an interview with management,

featuring so a quantitative and qualitative approach. Were the data analyzed through descriptive statistics

and content and next analysis presented by specific software. The data collection allowed knowing as

customer features store well as those which influence the purchase of goods, as the positioning of the

company given the importance of loyalty and retain their customers. The results showed that a majority

of customers belongs to class c, or girlfriends are mothers and are married. Conclusions these, of the

agreement with answers as the search indicated still that care and the price positive factors are that work

how marketing strategies by e that differentiate the J. Chaves its competitors. These are the responsible,

especially for consumer satisfaction its. Concluded a that commercial J. Chaves holds hum relationship

marketing that corresponds its customer wishes not touching to offer products that meet their needs,

bringing benefits both paragraph so contradictory us and responsiveness of care with priority even without

monitoring your clientele. However, the company must be attentive once technologies expansion of doing

marketing that should be used as improvements in relation to your customers and consequently no growth

store as hum all.

Keywords: Clients, relationship marketing, customer servisse, loyalty.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Abreviaturas

RN – Rio Grande do Norte

Siglas

UERN – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

CAMEAM – Campus Avançado Maria Elisa de Albuquerque Maia

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

Figura 1 - logomarca da empresa ......................................................................................................... 16

Figura 2 - Página do Facebook da loja J. Chaves ................................................................................. 17

Figura 3 – Organograma ....................................................................................................................... 19

Figura 4 - Layout 3D de um quarto utilizando o Promob ....................................................................... 20

Figura 5 - ciclo de vida do relacionamento com o cliente ...................................................................... 30

Figura 6 - Benefícios da Satisfação do Cliente e Qualidade do Serviço ............................................... 39

Figura 7 - ciclo virtuoso de lealdade para criação de vantagem no relacionamento ............................. 43

QUADROS

Quadro 1 - Fases da história do marketing ........................................................................................... 25

Quadro 2 - Marketing de massa versus Marketing um-a-um ................................................................ 29

Quadro 3 - Os 30 relacionamentos do Marketing de Relacionamento .................................................. 31

Quadro 4 - Modelos de Relacionamento ............................................................................................... 32

Quadro 5 - ações de marketing sugeridas ............................................................................................ 73

TABELA

Tabela 1: principais resultados do questionário .................................................................................................. 64

FOTOGRAFIAS

Fotografia 1 – Interior da loja ................................................................................................................ 18

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GRÁFICOS

Gráfico 1 – Classificação por gênero .................................................................................................... 49

Gráfico 2 – Faixa etária ......................................................................................................................... 51

Gráfico 3 – Grau de instrução ............................................................................................................... 52

Gráfico 4 – Estado civil ......................................................................................................................... 52

Gráfico 5 – Número de filhos ................................................................................................................ 53

Gráfico 6 – Renda ................................................................................................................................. 54

Gráfico 7 – Quanto tempo compra na loja J. Chaves ........................................................................... 56

Gráfico 8 – Com que frequência faz compras nesta loja ...................................................................... 57

Gráfico 9 – Produtos mais vendidos na loja J. Chaves ......................................................................... 58

Gráfico 10 – Como tomou conhecimento da loja .................................................................................. 59

Gráfico 11 – Sobre as expectativas do atendimento ............................................................................. 60

Gráfico 12 – Pretende continuar comprando na J. Chaves................................................................... 61

Gráfico 13 – Maior vantagem em ser cliente na J. Chaves ................................................................... 62

ANEXOS

Apêndice A – Questionário .................................................................................................................. 85

Apêndice B – Entrevista ...................................................................................................................... 87

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 14

1.1 Caracterização da empresa ........................................................................................................... 16

1.1.1 Identificação da empresa .............................................................................................................. 16

1.1.2 Histórico ........................................................................................................................................ 17

1.1.3 Gestão Administrativa ................................................................................................................... 18

1.1.4 Gestão de pessoas ....................................................................................................................... 20

1.1.5 Gestão de marketing ..................................................................................................................... 21

1.1.6 Gestão de operações .................................................................................................................... 21

1.1.7 Gestão Financeira ......................................................................................................................... 21

1.2 Situação problemática ................................................................................................................... 22

1.3 Objetivos ........................................................................................................................................ 22

1.3.1 Geral ............................................................................................................................................. 22

1.3.2 Específicos.................................................................................................................................... 22

1.4 Justificativa .................................................................................................................................... 23

2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................................ 24

2.1 Histórico do Marketing .................................................................................................................. 24

2.1.1 Marketing Tradicional .................................................................................................................... 25

2.2 Marketing de Relacionamento ...................................................................................................... 27

2.3 Clientes. .......................................................................................................................................... 34

2.3.1 Valor para o cliente ....................................................................................................................... 35

2.4 Atendimento ................................................................................................................................... 36

2.6 Satisfação ....................................................................................................................................... 37

2.7 Fidelização e Retenção de clientes .............................................................................................. 39

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................................................................................... 44

3.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................................................ 44

3.2 Universo e amostra ........................................................................................................................ 45

3.3 Coleta de dados ............................................................................................................................. 47

3.4 Tratamento dos dados................................................................................................................... 48

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4. ANÁLISSE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................................. 49

4.1 Perfil dos clientes da empresa ..................................................................................................... 49

4.2 Fatores que influenciam na compra dos produtos na empresa ................................................ 55

5. ENTREVISTA .................................................................................................................................... 65

Parte l – perfil da gestora ....................................................................................................................... 65

5.1 Marketing de Relacionamento utilizado pela empresa ............................................................... 65

5.2 Estratégias que os gestores utilizam ........................................................................................... 67

6. CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................................... 70

6.1 Conclusões..................................................................................................................................... 70

6.2 Sugestões ....................................................................................................................................... 72

6.3 Recomendações ............................................................................................................................ 74

REFERÊNCIAS

............................................................................................................................................................... ER

RO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente, é notório que o mercado está mais competitivo e acirrado em todos os segmentos

e que essa constatação obriga as empresas a se estruturarem de forma mais organizada. Tais

transformações visam, sobretudo, a satisfação dos clientes, o atendimento diferenciado, produtos de

qualidade e o treinamento adequado dos colaboradores da empresa. Os clientes de hoje estão mais

seletivos devido à quantidade de opções e a facilidade que dispõem para conhecer as empresas

existentes no mercado e satisfazerem suas necessidades, o que causa, desse modo, a infidelidade à

marca e até mesmo a própria organização.

Diante deste contexto as empresas precisam oferecer um diferencial para manterem-se fortes,

e isso somente é possível, hoje, por meio da atenção e o trato com o cliente. Portanto, é indiscutível o

uso do marketing e suas ferramentas para a obtenção dos resultados de maneira inteligente e eficaz.

Tal ferramenta indispensável ao sucesso da empresa e que, se usada de maneira produtiva, proporciona

o aperfeiçoamento contínuo de entrega de valor, é o Marketing de Relacionamento, que por sua vez

ainda trabalha a satisfação e promove a fidelização dos clientes e sua consequente retenção.

O Relacionamento com o cliente por meio do Marketing é mais que uma ação, é uma estratégia

moderna e necessária nas organizações. Aplicando-o de maneira criativa e flexível, os elementos que

formam a estrutura da empresa serão fortalecidos e o contato com o cliente passará a ser o ideal a ser

buscado e o fator modificador na conquista do mercado. A finalidade da estratégia nesse caso consiste

basicamente em conquistar novos clientes, fidelizar os já existentes e estabelecer um relacionamento

onde a satisfação seja constante e suas expectativas superadas. Estes são inegavelmente os maiores

impulsionadores do sucesso e manutenção de uma organização atualmente.

Uma vez que o relacionamento mais estreito com os clientes por intermédio do marketing

proporciona uma relação duradoura e rentável, buscou-se com a presente pesquisa evidenciar o

Marketing de Relacionamento como um instrumento para o alcance da satisfação, de forma a indicar a

fidelização como ferramenta indissociável para a competitividade da empresa. Ressaltando que o objeto

deste trabalho foi à loja Comercial J. Chaves.

Compreender os motivos e entender os processos de avaliação de consumidores identificando

o seu perfil, em especial à lojas do segmento de móveis e eletrodomésticos, são propostas

imprescindíveis quando se pretende desenvolver uma pesquisa na área do marketing. Nessa direção,

este trabalho irá demonstrar a importância da conquista e fidelização dos clientes através do Marketing

de Relacionamento, tendo como fundamento os diversos enfoques de autores do assunto tratado e o

contexto do mercado que a empresa está inserida.

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15

A análise dos métodos de relacionamento que a empresa utiliza e as sugestões devidamente

cabíveis são fatores que torna esta pesquisa importante na melhoria do trabalho já realizado na

organização. Isso se torna ainda mais aceitável, evidentemente, quando compreendemos que a

concorrência está atenta às pequenas falhas que a empresa possa cometer, por isto tornar os clientes

fieis é fundamental para o sucesso da empresa.

O estudo está distribuído em 5 capítulos, no qual o primeiro aborda a organização da empresa

bem como suas características e elementos estruturais: identificação, histórico, gestão financeira,

administrativa, de pessoas, de marketing, de operações e financeira. Neste mesmo capítulo está

expressa a necessidade da contribuição do marketing de relacionamento na fidelização de clientes da

empresa, o objetivo geral e os objetivos específicos a serem alcançados, assim como a justificativa da

sua aplicação estratégica para o sucesso da organização.

No segundo capítulo realiza-se a correlação do assunto com as teorias por meio de um

referencial teórico, onde se buscou a similaridade dos conceitos bibliográficos com a realidade da

organização. Isto é, procurou-se adequar as vantagens e deficiências da empresa com o entendimento

dos autores acerca do Marketing Tradicional, incluindo um resgate histórico, Marketing de

relacionamento, clientes, atendimento, satisfação, fidelização e retenção de clientes.

No capítulo 3 apresentou-se os procedimentos metodológicos pela qual a pesquisa se ampara.

Estes estão descritos consecutivamente como: tipo de pesquisa, universo e amostra, coleta e tratamento

dos dados.

Em seguida, o capítulo 4 trás a análise e discussão dos dados obtidos no referido estudo por

meio de gráficos e tabela e a interpretação dos resultados das pesquisas realizadas com os clientes e

com a gestora, relacionando os objetivos propostos de acordo com a disposição dos dados.

Por último, no capítulo 5 apresenta-se a conclusão do estudo conferindo a sensibilidade de

observar os pontos relevantes que naturalmente respondem aos objetivos da pesquisa. Esta parte

também evidencia as sugestões de melhorias para a empresa conforme a possibilidade financeira e do

próprio marketing e as recomendações para trabalhos futuros na própria empresa ou em segmentos

semelhantes além do âmbito acadêmico.

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1.1 Caracterização da empresa

1.1.1 Identificação da empresa

No início dos anos 2000, mais precisamente no dia 08 de abril, o funcionário público Juvenal

chaves decidiu se dedicar juntamente com sua esposa, na criação de um negocio no ramo varejista

de móveis e eletrodomésticos, abrindo uma loja na cidade de Pau dos Ferros, cidade localizada na

região do Alto Oeste do Rio Grande do Norte. Surgindo assim a empresa J. Chaves.

A COMERCIAL J. CHAVES LTDA está inscrita sob o CNPJ; 10.865.178/0003-10, com o

nome fantasia Comercial J. Chaves. É uma empresa privada de pequeno porte que possui em sua

essência características de empresa familiar. Está localizada na Avenida da Independência de

número 790, centro de Pau dos Ferros – RN e na internet encontra-se um catálogo de produtos

sempre atualizado bem como suas promoções, no endereço da rede social,

<https://www.facebook.com/comercialjchaves>. A loja possui ainda uma filial há cerca de 10 anos,

na cidade de Rodolfo Fernandes – RN, sob o endereço da Rua Presidente Dutra, nº 67 – Centro,

com 06 funcionários. Demonstrando a expansão da marca não apenas no mercado municipal como

também por todo o alto oeste potiguar.

Figura 1 – Logomarca da empresa

Fonte: J. Chaves (2015)

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Figura 2 – Página do Facebook da loja J. Chaves

Fonte: J. Chaves (2015)

1.1.2 Histórico

Na sua inauguração há cerca de 15 anos, a concorrência já era grande, existiam na época 12

lojas do mesmo segmento na cidade, porém essa realidade não desestimulou os proprietários que

continuaram acreditando na prosperidade do negocio. Eles não tinham o interesse de desenvolver mais

uma loja do ramo, mas, oferecer um serviço diferenciado, flexível, com foco no atendimento, preço e na

qualidade dos produtos ofertados.

As dificuldades mais marcantes foram percebidas no inicio da empreitada, quando os

fornecedores ainda eram receosos em relação a negócios recém-abertos. Essa negativa dos

fornecedores levou o proprietário a se deslocar até São Paulo para fazer sua primeira compra. O capital

para investir surgiu da venda de um rebanho de gado que pertencia à família do empreendedor e isso

tornou possível a compra, à vista, desse primeiro lote de mercadorias. Desde então, os investimentos

vêm sendo realizados e planejados apenas com os ganhos obtidos ao longo dos 15 anos no mercado.

A empresa atua com sucesso no concorrido mercado da cidade com expectativas de crescimento

renovadas a cada ano.

A empresária relata que está satisfeita com o empreendimento e aconselha que “para crescer

no mundo dos negócios, todos os lojistas têm que estar atentos às tendências do mercado,

estabelecendo metas, focando naquilo que está fazendo e procurando ter uma estratégia bem elaborada.

Dentro desse processo, o empreendedor deve reconhecer o seu papel, caso contrário, com essas

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mudanças do mercado, o consumidor está mais exigente, necessitando de um serviço de qualidade. Ou

o lojista se adequa a isso ou então perde para a concorrência”.

Fotografia 1 – interior da loja

Fonte: o autor da pesquisa (2015)

1.1.3 Gestão Administrativa

A empresa tem, explicitamente, como visão, “melhorar a qualidade de vida das pessoas” e como

missão, “realizar sonhos e trazer conforto para o seu ambiente, respeitando e valorizando clientes,

fornecedores e colaboradores”. Para isso, se empenha em prestar bem o serviço que oferece, seja

tornando as casas de seus clientes mais confortáveis e bonitas, seja gerando emprego e renda para

seus funcionários, fornecedores e colaboradores.

Hoje o empreendimento estudado conta com 14 funcionários sob a liderança da proprietária

(gerente geral), Aldeane Melo Moreira. Estes se dividem nas seguintes funções: vendedores, auxiliar

administrativo, caixa, montadores, motorista, cobradora, responsável pelo estoque e responsável pela

limpeza. Conta ainda com o auxílio de um psicólogo contratado que acompanha de perto seus

funcionários a fim de promover melhorias no tocante ao atendimento e satisfação dos clientes.

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Figura 3 – Organograma

Fonte: Autor da pesquisa (2015)

O olhar voltado para a tecnologia é algo que se faz presente principalmente nas vendas no cartão

e o programa de projeção de móveis. Existe ainda um projeto em curto prazo de tornar a empresa

também virtual. Há planos de implementar o sistema de cartão fidelidade que irá proporcionar o acúmulo

de pontos a cada compra e dependendo da quantidade de pontos que o cliente possua, o próprio sistema

irá determinar o que será possível comprar com o valor acumulado. Sobre o programa de projetar móveis

sob medida para o cliente, pode-se afirmar que ele atende as necessidades específicas, desejos

individuais de cada cliente além de permitir que você crie móveis sem complicações. Ou seja, nele é

possível criar, editar, orçar e apresentar projetos de interiores de forma a adaptar as condições

financeiras de cada cliente com a comodidade de sua casa ou escritório.

Gerente/Proprietaria

setor financeiro

auxiliar administrativo caixa

cobrador

vendedores

assistência técnica

montador

motorista

estoque

responsável pela limpeza

responsável pelo estoque

psicólogo

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Figura 4– Layout 3D de um quarto utilizando o Promob

Fonte: Autor da pesquisa (2015)

1.1.4 Gestão de pessoas

Sua gestão pode ser descrita como democrática e seus colaboradores têm relevante importância

nas decisões que remetem, especialmente, à qualidade do atendimento e satisfação dos clientes. Há

ainda prioridade no treinamento dos funcionários para cada função, pois o objetivo é o trabalho eficiente

diminuindo a rotatividade e aumentando o desempenho de cada setor. Ainda sobre a gestão, vale

salientar o interesse da proprietária de identificar oportunidades de crescimento através da oferta de

exclusividade como a flexibilidade de atendimento por telefone e o mais novo investimento, (móveis

projetados) que oferece a oportunidade do cliente projetar seus próprios móveis de acordo com o gosto

e sua comodidade.

Como forma de recrutamento, os proprietários optam por contratar pessoas sem experiência no

ramo. O objetivo é desenvolvê-los e capacitá-los nas determinadas funções que lhes forem atribuídas,

pois, perceberam que nessas condições, o funcionário desenvolve seu trabalho com mais afinco e

determinação se comparados àqueles que possuem vasta experiência. Deste modo, a empresa agrega

valor em qualidade de atendimento e na prestação dos serviços e o funcionário tem seu reconhecimento

auferido quando a oportunidade de progredir de função aparecer. Cabe ainda relatar que a politica de

remuneração se baseia no salario mínimo com possibilidade de horas extras.

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1.1.5 Gestão de marketing

O marketing da empresa é considerado como ponto vital para sua existência e é feito pela

divulgação em rádios, outdoors e placas em pontos estratégicos de grande circulação de pessoas na

cidade. Porém, é o marketing boca a boca que, visivelmente, se torna responsável por levar muitas vezes

uma família inteira a comprar na loja. Observam-se os significativos retornos trazidos com esse tipo de

divulgação, ao passo que a proprietária relata ter observado, apesar da concorrência, haver um

crescimento da empresa no mercado. Esse por sua vez, vem dando uma resposta interessante quanto

à exclusividade na compra de móveis e é nesta tendência que a empresa tem apostado.

1.1.6 Gestão de operações

Os processos de operações se caracterizam após as vendas, com as entregas e montagens dos

produtos, além de uma assistência técnica. A empresa prima pela qualidade dos produtos e dos serviços

prestados, pois sabe que esse é o diferencial que os mantém firmes, especialmente diante da

concorrência com a Total Eletro e Maré Mansa, ambas, lojas do mesmo segmento. Há uma tendência

de que em breve essa concorrência tenderá a aumentar ainda mais devido a possibilidade da entrada

no mercado de Pau dos Ferros, da empresa varejista Magazine Luiza.

1.1.7 Gestão Financeira

O crescimento anual da empresa vem correspondendo às expectativas se comparadas com

períodos anteriores, de modo que o pensamento da empresária está sempre voltado para o investimento

em outras áreas como o departamento de móveis projetados e a expansão do seu depósito. A formação

de preço dos seus produtos segue a mesma politica de formação de preço desse segmento que,

normalmente, é baseada na estrutura de custos. Seu balanço patrimonial é acompanhado mensalmente

por um contador externo. Vale ressaltar ainda que o planejamento de capital de giro se mostra eficiente

para suprir os entraves que usualmente ocorrem sem que, portanto, seja preciso utilizar outros meios de

captação de recursos.

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1.2. Situação Problemática

O relacionamento é necessário e indispensável para a empresa conhecer os gostos e as

necessidades dos seus clientes, pois, desta forma conseguirá atendê-los melhor, suprindo suas

expectativas, aumentando significativamente a chance de fidelização (KOTLER; ARMSTRONG 2008).

Para Brambilla (2009), marketing de relacionamento consiste na atenção para as estratégias relacionais,

visando a manutenção dos relacionamentos da firma com seus clientes, tendo como objetivo os

resultados continuados, ou seja, promover resultados futuros.

A empresa estudada está inserida em mercado muito competitivo no segmento varejista de

móveis e eletrodomésticos em sua cidade. A quantidade de empresas e a variedade de produtos

ofertados aos clientes torna mais difícil a busca por um lugar de destaque no mercado. Por esse motivo

exige-se da organização estratégias e inovação com o foco em atrair e tornar seus clientes fiéis para que

possa competir de forma igualitária.

O fato é que o mercado é mutável e imprevisível. Portanto, para prosperarem as empresas

precisam estar focadas em criar um relacionamento positivo e superar expectativas de seus clientes,

dessa forma esses se sentirão extremamente satisfeitos (KOTLER E KELLER,2006). Frente a isso se

pergunta: como o marketing de relacionamento pode contribuir na fidelização dos clientes na

empresa J Chaves?

1.3 Objetivos

1.3.1 Geral

Analisar a eficiência do marketing de relacionamento na satisfação e fidelização dos clientes da

empresa J. Chaves.

1.3.2 Específicos

Conhecer o perfil de clientes da empresa J. Chaves

Identificar os fatores que influenciam na compra dos produtos na empresa

Analisar o marketing de relacionamento que a empresa utiliza

Apresentar quais as estratégias que os gestores utilizam para fidelizar seus clientes

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1.4 Justificativa

Estudar o relacionamento com o consumidor é deveras complexo, porém, de suma importância

para uma empresa que tem seu foco sabiamente voltado para os clientes e para o resultado proveniente

destes. Sabe-se que é o cliente que deve estar sempre em primeiro plano em todos os níveis da

organização. Para isso é necessário criar metas e estratégias rentáveis priorizando sua satisfação e

retenção. Tomar conhecimento e entender os motivos e razões, bem como as necessidades de compra

destes consumidores dentro de uma determinada região, por exemplo, é de fundamental importância

para o sucesso de um planejamento organizacional. Uma vez que o propósito do marketing centra-se

em atender e satisfazer as necessidades e aos desejos dos consumidores, torna-se fundamental

conhecer o seu comportamento de compra (KOTLER; KELLER, 2006).

As organizações devem propiciar também aos seus clientes um ambiente agradável, a fim de

maximizar suas expectativas e medir a satisfação após efetuar a compra para verificar se o serviço foi

oferecido seguindo um padrão de exigência adequado ao público-alvo. Considera-se, portanto, que os

clientes são por si só, fontes importantes de informação para a empresa, pois eles são a garantia de que

a organização irá prosperar e é principalmente a partir deles que se pode diagnosticar problemas e

melhorar os produtos ou serviços oferecidos. Diante disso, mensurar o grau de satisfação é, sobretudo

uma estratégia de gestão, agregando valor para o cliente e, muitas vezes, obtendo vantagem competitiva.

A identificação com o assunto e a ideia de trabalha-lo partiu da naturalidade pela qual foi

absorvida, por mim, esta área da administração durante todo o curso. Analisando sob a ótica profissional

posso afirmar que o anseio de conhecer ainda mais os conceitos e aplicações do marketing na busca

por novos clientes, na construção de relações estáveis e na retenção dos mesmos foram os motivos que

me levaram a dedicar meu esforço para este fim. Vale acrescentar ainda, o fato de esse tema ser pouco

explorado ainda que muito rico em informações. O presente estudo proporcionará ao fim deste trabalho,

uma oportunidade para a empresa de conhecer ainda mais o perfil dos seus clientes, seus hábitos,

preferências e os fatores que os levam a comprar seus produtos. Justifica-se ainda esse trabalho no

campo estudado por ampliar os conceitos de marketing de relacionamento e sua aplicação na definição

de estratégias de retenção e fidelização de clientes.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

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Para este capítulo, buscou-se relacionar o entendimento de diversos autores acerca do

Marketing de Relacionamento em sintonia com os objetivos propostos, no intuito de fundamentar os

resultados que consequentemente surgirão a partir da coleta e análise dos dados. O referencial teórico

nos permite confirmar o estado do problema que está sendo pesquisado através de outros estudos e

pesquisas já realizadas (LAKATOS; MARCONI, 2003).

2.1 Histórico do Marketing

Conhecer a história do Marketing é de grande importância, afinal entender o passado e o

desenvolvimento de qualquer assunto é, sem dúvidas, uma forma de dominá-lo. O marketing originou-

se da necessidade de incrementar vendas e ser um diferencial para atrair clientes, haja vista que tudo o

que era produzido antes, era vendido. Essa realidade acontecia em meados da década de 40 nos

Estados Unidos quando as empresas se depararam com crescimento e diversificação do mercado.

Entretanto, ainda que o reconhecimento do Marketing tenha ocorrido somente no século XX,

alguns autores, dentre eles Ambler (2004), sugerem um passado ainda maior:

O Marketing tem existido desde o início do comércio, sempre pensado, não era chamado desta forma. Mercadores não simplesmente compravam e vendiam; eles desenvolviam relacionamentos de longo prazo, o que agora seria chamado de equidade da marca. “Eles podem não ter sido introspectivos sobre seus métodos de negócios, mas se não tivessem conhecimento de como satisfazer seus consumidores, enquanto faziam lucro para eles mesmos, o comércio não teria sobrevivido” (AMBLER, 2004, p.3).

Seguindo esse conceito, autores como Milagre, (2001), Sandhusen (2003) e Las Casas, (2001,

p.21) que consideram: “a evolução do conceito de marketing a partir de mudanças na ênfase da

comercialização”, também concordam que o marketing despontou junto com o comércio, ainda que não

o identificassem sob esse nome ou fosse considerado uma área distinta no âmbito de mercado.

Ainda sobre o assunto, Las Casas, (2001) e Rocha e Christensen (1999) definem em três eras

a história do marketing como podemos observar no quadro a seguir:

Quadro 1: Fases da história do marketing

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FASE PERÍODO APROXIMADO ATITUDE PREDOMINANTE

Era da produção Antes dos anos 20 Demanda maior que a oferta

Era do marketing Antes dos anos 50

Primeiros sinais de excesso de

oferta. As empresas queriam se

“livrar” dos produtos em estoque

Era das vendas Segunda metade do século XX

Percepção dos empresários sobre a

importância da conquista e

manutenção dos negócios a longo

prazo e manutenção de relações

permanentes com a clientela

Fonte: Las Casas, (2001) adaptado pelo autor.

O breve resumo do surgimento do marketing até os dias de hoje tem o propósito de reforçar o

entendimento acerca dos movimentos teóricos e conceituais que o mesmo sofreu. Desta maneira,

diversas concepções começaram a serem discutidas, algumas divergentes, outras complementando,

contribuindo para o marketing que temos hoje; um conjunto de conhecimentos organizados e praticados,

reformulados paulatinamente desde o início do século XX.

2.1.1 Marketing Tradicional

São várias as definições acerca do marketing e sua aplicação quando se considera o contexto

do mercado no qual a sua eficácia é plenamente perceptível. Marketing é um mercado que, por

conseguinte, tem em sua composição, pessoas e também empresas que através de produtos e serviços

sanam suas necessidades e desejos (ZENONE, 2006).

Do ponto de vista de Gummesson (2010), marketing é uma espécie de processo criado e

desenvolvido pela própria sociedade e pelas organizações que visam tornar voluntaria e participativa a

troca de relacionamentos entre as partes envolvidas, de forma que isso se torne vindouro através de

ferramentas especiais que complementam os objetivos.

O entendimento de que Marketing é puramente uma troca também é defendida por Las Casas

quando o mesmo afirma que:

Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduo e

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considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade (LAS CASAS, 2001, p.26).

De acordo com Churchil e Peter (2003) a troca, é a essência do marketing já que no processo

de compra há a expectativa de satisfação e em contrapartida acontece, por parte da empresa, o anseio

pelo lucro da transação. Os autores ainda completam a ideia ao citarem “o processo de planejar e

executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de ideias, produtos e serviços

a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais” (CHURCHIL; PETER, 2003,

p.4).

Seguindo o mesmo raciocínio dos autores supracitados, Sobral e Peci (2008) confirmam a ideia

de uma relação de troca quando denotam o marketing como sendo um conjunto de atividades

desenvolvidas na organização a fim de criar e trocar valor com os clientes para atingir os objetivos

firmados pela empresa. Os mesmos autores ainda especificam três eixos para o marketing atual; a) o

foco na satisfação do cliente, b) interação e integração das atividades da organização na satisfação do

cliente e c) a realização dos objetivos da organização.

O marketing é um processo envolvendo ao menos duas pessoas e quando a relação é

puramente comercial (entre empresa e consumidor) há, normalmente, a troca de dinheiro por produtos

e/ou serviços com o objetivo de satisfazer o desejo do consumidor e do ganho de capital das empresas

com este fim. Portanto, o fabricante esforça-se para criar produtos que gerem valor para os consumidores

e, esses, pagam o valor estipulado pela pelas empresas. (Kotler; Keller, 2006).

Sobre o ponto de vista dos clientes, Kotler e Keller (2006) ainda afirmam que estes estão cada

vez mais seletivos e informando às empresas que tipos de produtos desejam. Os autores complementam

relatando que as empresas estão se distanciando da padronização dos produtos e serviços e investindo

seus recursos na customização. Percebe-se, portanto, que o marketing, claramente, tem se adequado

não apenas às mudanças de mercado como também às exigências dos consumidores que cada vez

mais intensificam o desejo de comprar sob um olhar mais seletivo.

No entendimento de Peters (2000, p.19) “o mercado atual não é homogêneo, ele é composto de

diferentes clientes individuais, sub mercados ou segmentos”. O resultado disso é que os clientes não

apenas passaram a exigir mais, como também passaram a requerer valor único no momento em que

compram. Frente a isso se supõe que as empresas precisam, além de entender as necessidades e

demandas dos seus clientes, firmar um propósito de entregar um valor superior a cada consumidor para

fazer valer um diferencial competitivo no mercado em que atuem.

Os autores Kotler e Keller (2006) fazem uma ressalva quanto à concepção mais conservadora

do marketing onde produto é produzido sem pesquisa de mercado ou desconhecendo os desejos do

consumidor, segundo eles este tipo de marketing só atinge o seu êxito quando a oferta de bens é

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escassa, pois, nesta situação os consumidores não levam em consideração a qualidade ou marca do

produto.

Percebe-se que os diversos conceitos citados acima sinalizam a mudança gradual e irreversível

que o marketing tem sofrido ao longo dos anos para se adequar ao tempo e ao modo como as pessoas

vivem, focando seus objetivos em valorizar o cliente de forma individual criando uma relação de

satisfação durável e conveniente para ambos.

O fato é que, em suma, as empresas estão deixando a visão antiga de marketing no qual a

finalidade é quase que completamente voltada para a venda e se dirigem para a ideia do marketing de

relação direta e individual com os consumidores que “enfatiza a manutenção de relacionamentos

lucrativos e duradouros por meio da criação de valor e satisfação superiores para os clientes” (KOTLER;

ARMSTRONG, 2000, p.431).

Autores consagrados da Administração de Marketing tais como Pepers e Rogerns (2000)

também defendem a concepção de que o marketing tradicional tem ficado obsoleto e perdido sua

eficiência por que a tendência atual é individualizar o atendimento aos clientes acumulando informações

sobre cada um deles. Tal declínio acontece desenfreadamente devido à “dificuldade da pratica de

Marketing não ajustado às necessidades de públicos específicos”, complementa (KOTLER, 1998, p.

226). Depois de verificadas tais constatações pode-se agora compreender melhor o conceito de

marketing de relacionamento.

2.2 Marketing de Relacionamento

Um campo de estudo relativamente novo, Berry (1983) foi o primeiro a utilizar a expressão

Marketing de Relacionamento, pois enfatizava assim, o relacionamento com os clientes. Nessa época os

autores já se preocupavam com a retenção dos clientes e isso perdurou até os dias de hoje como fator

motivador já que é sabido que reter consumidores é economicamente mais viável do que buscar outros

novos. Desde então, diversos autores manifestaram-se conceituando o marketing de relacionamento.

A ideia principal do marketing de relacionamento “consiste em manter clientes rentáveis e fiéis”

(BRAMBILLA, 2008, p.110).

Marketing de Relacionamento é “uma estratégia de marketing que visa construir uma relação duradoura entre cliente e fornecedor, baseada em confiança, colaboração, compromisso, parceria, investimentos e benefícios mútuos, resultando na otimização do retorno para a empresa e seus clientes (LIMEIRA in DIAS, 2003, p. 301).

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Entendimento semelhante e ainda mais enfático, podemos observar quando Borba e Campos

citado por Borba descreve que:

“Marketing de Relacionamento não são transações e sim novos conceitos e modelo de estratégia. É o gerenciamento do conhecimento em relação aos clientes e parceiros, constituindo-se em estratégia para identificar e personalizar o atendimento ao cliente. A fidelização de clientes integra o processo filosófico do Marketing de Relacionamento e, juntamente com o processo de parcerias estratégicas para a satisfação desta clientela, constitui o eixo central da instrumentalização desse desafio de conquistar e manter clientes” (Borba e Campos Apud BORBA, 2004, p.68).

Completando o entendimento, o mesmo autor afirma que o Marketing de Relacionamento

também se faz presente através de uma “empresa orientada para o mercado com diálogos com o cliente

e pesquisa qualitativa do relacionamento entre a empresa e os seus diversos clientes” (BORBA, 2004,

p.68).

Outra visão do Marketing de Relacionamento é “a prática da construção de relações satisfatórias

em longo prazo com partes-chaves – consumidores, fornecedores e distribuidores - para reter sua

preferência e negócios em longo prazo” (KOTLER, 1998, p.30). Inegavelmente, as empresas não

constroem sozinhas, valor para o cliente, para tanto, precisam de um conjunto integrado de forças que

garantem que esse processo apresente um resultado satisfatório.

O marketing de relacionamento é constantemente associado à ideia de criar valor em longo

prazo. Concomitante a isso, Vavra (1993, p.35), determina marketing de relacionamento como uma

“estratégia de longo prazo; seu objetivo imediato não é simplesmente disparar uma nova compra, mas,

em vez de disso, assegurar-se de que o cliente adquiriu o produto correto”.

O autor Kotler (2004) se posiciona também em relação ao Marketing de Relacionamento como

estratégia quando relata que o foco deve ser a valorização dos clientes como regra para não apenas

vender produtos e/ou serviços, mas, relacionamentos individuais. O conceito de relacionamento,

portanto, não é novo, entretanto, está se tornando muito mais popular em virtude da necessidade de

aproximar o cliente à empresa e também pelo aumento vertiginoso da concorrência, que é em alguns

casos torna-se global, entre as empresas.

Na opinião de Heitmann, Lehmann e Herrmann (2007) a abordagem desse tipo de Marketing

tem vistas à apuração dos resultados favoráveis diante da satisfação do cliente como o “boca a boca”

positivo e a lealdade.

Denota-se deste modo que é o elo criado em função da necessidade de manter clientes cada

vez mais fieis que faz com que as empresas vivenciem uma frequência de desafios que vão além do

simples ato de oferecer produtos ou serviços, o foco agora é inteiramente voltado para a satisfação dos

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clientes através desta ferramenta de marketing, chamada Marketing de Relacionamento. “Clientes

satisfeitos tem maior probabilidade de se tornar clientes fiéis, e clientes fiéis tem maior probabilidade de

dar à empresa uma participação maior em sua preferência” (KOTLER e ARMSTRONG, 2000, p.475).

A consciência da evolução e transformação do marketing da sua concepção até os dias de hoje

é abordado por quase todos os autores desta disciplina, muitas vezes comparando o marketing

tradicional com suas vertentes mais atuais, a exemplo, o Marketing de Relacionamento. Madruga

descreve essa comparação a partir de que:

assim como o marketing de massa foi a solução no século passado para levar o maior número imaginável de clientes, o marketing de relacionamento na atualidade privilegia a interação com o seu cliente, com o objetivo de desenvolver, especialmente para ele, um conjunto de valores que levarão a satisfação e longevidade do seu relacionamento com a empresa (MADRUGA, 2004, p.20).

Para completar, o autor relata que o marketing de massa tem o foco nos produtos e não no

relacionamento com clientes. O quadro a seguir mostra, sob o ponto de vista de Kotler e Keller (2006),

outro resumo da diferença entre marketing de massa e marketing direcionado para o cliente, também

chamado de Marketing um-a-um:

Quadro 2: Marketing de massa versus Marketing um-a-um

MARKETING DE MASSA MARKETING DE RELACIONAMENTO

Cliente médio Consumidor individualizado

Cliente anônimo Consumidor com perfil definido

Produto padronizado Oferta sob medida

Produção em massa Produção sob medida

Distribuição em massa Distribuição individualizada

Propaganda em massa Mensagem individualizada

Promoção em massa Incentivos individualizados

Mensagem em direção única Mensagem de duas direções

Economia de escala Economia de escopo

Participação do mercado Participação do consumidor

Todos os consumidores Apenas consumidores rentáveis

Atração do consumidor Retenção do cliente

Fonte: Kotler e Keller (2006,p.152)

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Entende-se que a ideia principal deste modelo de negócio deve ser sempre o cliente na forma

de estabelecer a melhor forma de relacionamento, de maneira individual e usando informações obtidas

para tratá-los de forma diferenciada. Deste modo acontece uma troca entre cliente e empresa onde um

oferece as informações necessárias e o outro, o serviço ou produto atendendo às suas expectativas.

Outro autor que trouxe conceitos relevantes no âmbito do relacionamento entre empresas e

clientes foi Gummensson (2005) quando afirma que o Marketing de Relacionamento está alicerçado sob

três premissas: o relacionamento, redes e interação. Nota-se que a perspectiva do autor foge um pouco

de alguns conceitos anteriores que dirigem o olhar diretamente para o cliente como ideia principal sobre

Marketing de relacionamento. Ele, por sua vez, considera outros elementos com características próprias

que tem por objetivo beneficiar não apenas os clientes, mas todas as partes envolvidas.

Bem antes disso, Gummensson (1998) já evidenciava a qualidade no atendimento e no serviço

para os clientes como geradores de satisfação e rentabilidade e sugere um círculo que une a aplicação

dos recursos financeiros e humanos da empresa com os clientes que, quando bem atendidos, tornam-

se fiéis e por consequência a organização reinveste tais recursos obtidos com essa “troca”.

O círculo virtuoso que o autor denomina ciclo de vida do relacionamento com cliente pode ser

compreendido a partir da figura a seguir:

Figura 5: Ciclo de vida do relacionamento com o cliente

Fonte: Gummensson (1998)

Analisando o ciclo proposto por Gummensson (1998), Dantas comenta que para conhecer o

cliente não é suficiente apenas obter informações sobre ele, se faz necessário um esforço por parte da

empresa e de seus colaboradores em criar e manter ações, de fato, concretas. “Criando a predisposição

para satisfazer as expectativas e anseios dos clientes e, desta forma, praticar o marketing numa

perspectiva mais adequada à sua teoria” (DANTAS, 2006, p.56).

Empregados satisfeitos

Retenção de empregados

Boa qualidade

de serviços

Boa qualidade de serviço interno

Alta

rentabilidade

Retenção de clientes

Clientes satisfeitos

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Apesar da comprovação da existência do ciclo de relacionamento e sua aceitabilidade, não se

pode esquecer que, por insatisfação de alguma das partes (empresa ou cliente) ou pela contabilidade

dos custos financeiros se mostrarem ineficientes, a qualquer momento o fim desta relação pode

acontecer. Por isso a discussão acerca desse tema é constante e evolutiva à medida que as teorias se

tornam defasadas.

Ainda citando Gummensson (2005), o mesmo defende que identificar as propriedades dos

relacionamentos é fundamental no Marketing de Relacionamento quando se pretende tomar decisões e

planejar. Considerando tal necessidade ele listou trinta tipos de relacionamentos, conhecidos como os

“30 R’s” de Gummensson que podem ser aplicadas a um único negócio bem como ser contínua. Ainda

sobre o assunto o referido autor reforça que o conteúdo de uma relação de negócios é na verdade uma

troca econômica, afinal, um dos lados fornece dinheiro enquanto o outro emprega produtos ou serviços,

ou seja, os bens e serviços empregados na transação vão por um lado e a corrente financeira em outra.

De acordo com esse entendimento a nova teoria de marketing descreve o relacionamento como uma

interação e criação de valor em conjunto, ideias sustentadas por autores citadas nesse trabalho.

É importante salientar que o modelo de Gummenson (2005), com exceção do primeiro

relacionamento, não segue uma ordem de classificação entre o fornecedor e o cliente podendo variar de

acordo com o mercado e as empresas e está dividido em quatro tipos de relações. O modelo dos 30

“R’s” pode ser visto no quadro abaixo:

Quadro 3: Os 30 relacionamentos do Marketing de Relacionamento.

RELAÇÕES DE MERCADO CLÁSSICAS

R1 Relação entre empresa e cliente

R2 Relações entre empresa, seu concorrente e o consumidor

R3 Relações entre empresa e seu canal de distribuição

RELAÇÕES DE MERCADO ESPECIAIS

R4 Relações entre profissionais de marketing, os que trabalham na área, e os que trabalham diretamente

no departamento de vendas.

R5 A interação entre consumidor / cliente e os prestadores de serviço.

R6 Relacionamentos entre muitos indivíduos. Multifacetado.

R7 Relação entre a empresa e o consumidor final.

R8 Relacionamento próximo versus o distante.

R9 Relação com o cliente insatisfeito.

R10 Relacionamento monopolizado entre a empresa e o cliente.

R11 Relação com o cliente como pertencente a um grupo especial ou de fidelidade.

R12 Relacionamento eletrônico, através da internet, redes sociais, e-mail.

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R13 Relacionamentos parassociais: com marcas e objetos.

R14 Relacionamentos não-comercial: com órgãos públicos e cidadãos.

R15 Relacionamento verde: meio ambiente e saúde.

R16 Relacionamento baseado na lei.

R17 Relacionamento do crime organizado.

MEGARELACIONAMENTOS

R18 Relacionamento em redes sociais.

R19 Megamarketing: com permissão de governo e legisladores.

R20 Relacionamentos com firmação de alianças.

R21 Relacionamento do conhecimento

R22 Megaalianças: acima das organizações comuns

R23 Relacionamento da mídia de massa

NANORELACIONAMENTOS

R24 Relacionamento interno e externo: inserção de mecanismos de mercado.

R25 Relacionamentos com o consumidor interno.

R26 Orientação de relacionamento através da qualidade e o consumidor.

R27 Marketing interno: os relacionamentos com o mercado de funcionários.

R28 Relação entre gerenciamento de produtos e vendas.

R29 Relacionamento com provedores externos de serviços.

R30 Relacionamento entre financiador e proprietário.

Fonte: adaptado de Gummensson (2005).

Observa-se que a ótica desse conceito é considerar todos os relacionamentos que, direta ou

indiretamente, podem interferir na satisfação dos clientes. O objetivo de cada relacionamento, segundo

o autor, está intrinsecamente ligado aos desejos dos clientes e, consequentemente, aos recursos

disponibilizados pelas empresas para supri-los.

Por sua vez, Bretzke (2004) descreve alguns modelos de relacionamento que as empresas

costumam abordar em suas relações com clientes. Isso pode ser visto no quadro a seguir:

Quadro 4: Modelos de Relacionamento

MODELO FOCO

Recompensas Procura recompensar o cliente pela repetição da compra através de descontos,

prêmios e incentivos.

Educacional Baseia-se em um programa de comunicação com o cliente que coloca à sua

disposição materiais informativos da empresa, produto ou serviço.

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Contratual Reúne um grupo de clientes em um clube, onde uma taxa é paga para que o

cliente possa usufruir os benefícios exclusivos.

Afinidade Também tem como base a reunião de um grupo de clientes, mas desta vez,

reunidos de acordo com suas afinidades e interesses.

Serviço de Valor agregado

(ou adicional)

O cliente é premiado com algum serviço agregado ao produto ou serviço

adquirido.

Aliança Geralmente usado por empresas não concorrentes que se unem para prestar a

seus clientes comuns.

Fonte: adaptado de Bretzke (2004)

Para o Marketing de Relacionamento ter eficácia, segundo Madruga (2006), é necessário que a

empresa utilize ao menos seis funções essenciais:

1. Elaboração conjunta de uma nova visão e cultura empresarial voltada para os clientes e parceiros; 2. Construção de objetivos de marketing de relacionamento conectados à visão e sempre de natureza límpida; 3. Estabelecimento das estratégias de marketing de relacionamento voltadas para a criação de valores em conjunto com os clientes; 4. Implementação de ações táticas com foco no relacionamento colaborativo com os clientes; 5. Obtenção de benefícios mútuos, isto é, empresa e cliente tiram proveito da cooperação ocorrida em vários momentos de contato; 6. Direção da ação, capacitação e envolvimento dos colaboradores da empresa para relacionamentos superiores (MADRUGA, 2006, p.22).

É importante ressaltar que cada modelo, caso caiba aplicar mais de um, deve ser empregado de

forma específica para criar e manter relacionamento com seus clientes tendo como base o

reconhecimento individual. Assim a empresa passa a conhecer melhor o seu cliente e a partir de então

o reconhece pelo perfil e por suas expectativas (BRETZKE, 2004).

Em resumo, falar de Marketing de Relacionamento é entender que estratégias em longo prazo,

foco no cliente individual, retenção, fidelização e criação de valor para clientes são a base de sua

estrutura e caminho para o sucesso. Isto, naturalmente acontece desde que se considere os elementos

de comunicação e atendimento, (especialmente o pós-venda), bem como a garantia de investimento de

recursos para o reconhecimento e percepção dos clientes por longos períodos de tempo como

ferramentas indispensáveis.

2.3 Clientes

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A definição de clientes é de certa forma bastante abrangente, pois considera-se que estes não

estão restritos apenas a consumidores de produtos e de serviços. Sua significação se estende desde

conceitos de clientes internos a externos levando em conta o grau de importância no processo de

obtenção de resultados da empresa. O cliente é, portanto, o individuo que toma para si os ganhos desse

processo com o objetivo de satisfazer suas necessidades e como consequência promove a sobrevivência

de quem os fornece, ou seja, as empresas (LOBOS, 1993).

De acordo com Prazeres (1995, p. 74) “cliente é o consumidor final, usuário da produção ou

serviço, beneficiário ou parte interessada”.

Para Juran (1992), cliente é qualquer pessoa que seja alvo do produto ou processo. Porém, esse

mesmo autor define, em virtude desse conceito, dois tipos de clientes: cliente externo; este sendo

identificado como aqueles que são impactados pelo produto ou serviço oferecido pela empresa. Cliente

interno; são chamados de “clientes” mesmo não sendo no sentido estrito da palavra e são impactados

pelo produto, porém, este tipo de cliente também é membro da empresa que o produz.

A importância do cliente pode ser percebida segundo Kotler e Armstrong (2008), desde que a

empresa os considere como a tarefa crucial, atendendo suas necessidades e desejos e

consequentemente obtendo sucesso em seus negócios. Desta forma, torna-se absolutamente

necessária a valorização do cliente, o que exige a busca de informações sobre suas expectativas e seus

anseios. Incumbido dessa tarefa entende-se que o profissional responsável pelo marketing deverá

identificar as oportunidades que mais trarão ganhos para a empresa e aplica-la de forma que encante o

cliente oferecendo-lhe um valor maior.

Os meios de oferecer esse valor maior ao cliente só se dá por meio da integralização das “forças”

que compõem a organização, estas devem agir como uma equipe sólida e em função de um único

objetivo. “vários departamentos devem se engajar nas atividades desenvolvidas para conhecer as

necessidades atuais e futuras dos clientes e os fatores que as afetam” (BRETZKE, 2000, p.20).

2.3.1 Valor para o cliente

Para que se compreenda o significado de valor para o cliente é imprescindível, sobretudo,

considerarmos suas expectativas que naturalmente são formadas a partir da promessa do vendedor ou

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35

da empresa, dos seus desejos, suas necessidades, suas experiências passadas e até mesmo a

comunicação boca a boca (CÔRREIA, 2009).

Nota-se entendimento semelhante quando consideramos que:

O valor entregue ao cliente é a diferença entre o valor total para o cliente e o custo total para o cliente. O valor total para o cliente é o conjunto de benefícios que os clientes esperam de um determinado produto ou serviço. O custo total para o cliente é o conjunto de custos em que os consumidores esperam incorrer para avaliar, obter, utilizar e descartar um produto ou serviço (KOTLER, 2000, p. 56).

Sob a perspectiva do autor o valor para o cliente é construído diante da relação direta entre a

organização e o cliente de maneira que o valor deve ser percebido desde o atendimento, a entrega do

produto, no preço, no pós venda e ate mesmo na imagem que tem a empresa diante de suas

concorrentes. Portanto, o objetivo de qualquer empresa é solucionar o que diz respeito às necessidades

dos clientes de modo a satisfazê-los. “O cliente satisfeito não pedirá reparações, pois a transação em

particular atendeu a seus anseios”. (CÔRREA, 2009, p. 91).

Diversos autores argumentam sobre a importância de se conhecer as diferenças dos clientes

para que se crie uma relação de confiança e satisfação. “diferencie os clientes, não apenas os produtos”

(PEPERS; ROGERS, 1994, p. 89). Ainda sobre esse pensamento, Reichheld (1996) elenca regras para

a construção desses relacionamentos:

1. Alguns clientes são inerentemente previsíveis e leais, independentemente da empresa com a qual estejam fazendo negócio. Eles simplesmente preferem relacionamentos estáveis e duradouros. 2. Alguns clientes são mais rentáveis do que outros. Gastam mais, pagam as contas com maior presteza e demandam menos serviço. 3. Alguns clientes acharão seus produtos e serviços mais valiosos do que os de seus concorrentes. Nenhuma empresa pode ser tudo para todos. Seus pontos fortes específicos simplesmente serão mais adequados às oportunidades e necessidades de determinados clientes (REICHHELD, 1996, p. 69).

A percepção do referidos autores é simplesmente a de que a empresa precisa selecionar seus

próprios clientes e trabalhar suas expectativas e distinções e por fim escolher os mais lucrativos para o

contexto da própria organização. Este tipo de relação tem, para Gordon (1998, p.14), a definição de um

“processo contínuo de criação de valores com os clientes que empresa escolhe para atender”.

O profissional de Marketing, sob incumbência da empresa, pode oferecer valor maior para o

cliente por meio de estratégias, tais como: Aumento dos benefícios, redução dos custos, aumento dos

benefícios e redução dos custos, aumentos dos benefícios em proporção maior que o aumento dos

custos e redução dos benefícios em proporção menor que a redução dos custos (KOTLER, 2000).

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2.4 Atendimento

O atendimento nesses tempos de acirrada concorrência e busca constante pelos melhores

clientes é fator de vantagem competitiva entre as empresas. Esta é a forma pelo qual uma organização

pode se diferenciar de forma positiva das demais, voltando-se para seu público e produzindo altos valores

para os consumidores de seus produtos (KOTLER; ARMSTRONG 2007).

Gerson (1999) já tratava de atendimento ao publico sob o conceito e a importância da qualidade,

segundo ele o custo de um serviço de qualidade é infinitamente menor ou sequer existe se comparado

ao preço de um atendimento deficiente aos clientes. Isso porque clientes insatisfeitos estão mais

propensos a expressar seus desgostos construindo uma imagem negativa da empresa. Daí a importância

de treinamentos e capacitações com os colaboradores para eliminar os obstáculos existentes entre

clientes e aperfeiçoar o tratamento direto com os mesmos sem indiferenças. “Umas das chaves mais

importantes para o sucesso da empresa em longo prazo pode ser resumida nestas simples palavras:

atendimento de qualidade ao cliente” (LEBOUF, 1996, p.5, grifo do autor).

O atendimento ao publico é uma atividade complexa em que interagem diversos elementos. Para melhorá-lo é preciso que se tenha uma visão global e integrada de todos os aspectos considerados relevantes, mesmo que, num determinado momento, se opte por acatar um ponto determinado (DANTAS, 2004 p. 36).

Nickels e Wood (1997, p.205) contextualiza atendimento de acordo com a expectativa e uma boa

comunicação:

O cliente realiza a compra com uma expectativa de qualidade de serviço formada por experiências prévias, necessidades individuais e recomendações pessoais, assim como pelas comunicações da empresa. Após comprar e consumir o serviço, o cliente compara a qualidade real com a esperada. Neste momento pode ser percebida uma discrepância, ou defasagem do serviço, entre o desempenho de quem forneceu o serviço e as expectativas do consumidor.

O atendimento com primazia é sem dúvidas uma forma de estreitar a relação entre empresa e

cliente. “os clientes buscam no pessoal de atendimento alguém que queira e possa resolver seus

problemas” (Shiozawa, 1993, p.95). Essa preocupação com a qualidade do atendimento fica explícita

também quando se considera que:

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Atendimento de qualidade possibilita satisfazer as necessidades do cliente, no entanto, é necessário encantá-lo oferecendo-lhe sempre um algo a mais, um valor agregado ao produto e serviço oferecido, criando vinculo e proporcioná-los conveniente para a empresa diferenciar-se da concorrência. (SOUZA; RAVAZZI; SILVA, 2006, p.10).

Portanto, é a partir do primeiro contato com o cliente que a empresa deve preocupar-se em

estabelecer uma relação de comprometimento verdadeiro e atendimento eficiente, afinal de contas é

nesse momento que se começa a presumir a capacidade de solucionar os problemas e necessidades

das pessoas que saem das suas casas no intuito de ter seus desejos atendidos. No mais convém

trabalhar no que tange a relação de prosperidade e fidelidade entre ambos, empresa e cliente. A

qualidade no atendimento está estritamente ligada ao negócio ou venda que a organização pode ou não

realizar (CARVALHO, 1999).

2.5 Satisfação

A satisfação é verdadeiramente um requisito para que se estabeleça uma relação duradoura.

Esse é, indubitavelmente, o pressuposto para que se possa entendê-la como um objetivo a se buscar no

contexto comercial. Satisfação tem a ver com o conhecimento do cliente sobre a empresa seja através

da propaganda ou até mesmo da experiência de compras feitas ou não.

“[...] de modo geral, satisfação é a sensação de prazer ou desapontamento resultante da comparação entre o desempenho (ou resultado) percebido de um produto e as expectativas do comprador. Se o desempenho não alcançar as expectativas, o cliente ficará insatisfeito. Se alcançá-las, ele ficará satisfeito. Se o desempenho for além das expectativas, o cliente ficará altamente satisfeito ou encantado” (KOTLER e KELLER, 2006, p. 142).

Na opinião de Almeida (1995, p. 121) “a satisfação do cliente é uma relação entre o que ele viu

(percebeu) e o que ele esperava ser (expectativa)”. O mesmo autor ainda conclui, sobre o referido

assunto, analisando percepção e expectativa da seguinte forma:

Quanto maior for a expectativa (visão prévia do nível de serviço), maior também será a possibilidade de o cliente se frustrar, portanto, de ficar insatisfeito; Quanto maior a percepção (percepção positiva) do cliente, maior também será a possibilidade de o cliente ficar satisfeito. [...] A satisfação do cliente é diretamente proporcional á sua percepção, ou seja, quanto maior for à percepção, maior será a satisfação do cliente.

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A satisfação do cliente é inversamente proporcional a sua expectativa, ou seja, quanto maior a expectativa, maior a possibilidade de o cliente ficar insatisfeito ou frustrado (ALMEIDA 1995, p. 121)

Notadamente, entende-se que a satisfação está atrelada às promessas e expectativas que

devem ser correspondidas observando, não apenas a aquisição do produto ou do serviço, mas, o

momento que antecede a isso e o pós-venda, afinal o cliente espera a mesma qualidade do atendimento

mesmo depois de encerrada venda. O planejamento de uma empresa deve focar a relação vitalícia com

o cliente, caso contrário ele vai procurar outra que atenda às suas expectativas. Um cliente satisfeito com

um produto não significa, necessariamente, que será leal a empresa, ainda mais, um cliente nunca está

completamente satisfeito (COBRA 2009).

Na concepção de Las casas (2002), em mercados que crescem continuamente, substituir

clientes desleais pode ser muito difícil além de dispendioso, por isso convém investir na satisfação e

retenção dos já existentes. Raciocínio semelhante é defendido por Kotler e Armstrong (2003) quando

estes afirmam que as empresas, hoje, percebem o valor da perda de um cliente não apenas pelo fato de

deixar de realizar uma venda, mas, todas as vendas que poderiam fazer ao longo do tempo, mantendo

de alguma forma o cliente comprando.

Entendimento semelhante já havia sido apresentado por Troncoso (1993, p. 35) quando esse

assevera que “a estrutura organizacional da empresa com foco no cliente, tem de estar

permanentemente preparada para ouvir e para atender a requerimentos de clientes de forma continua e

dinâmica”.

Alguns benefícios da satisfação e da qualidade do serviço são elencados por Lovelock e Wright

(2001) que destaca a vantagem competitiva da empresa frente às suas concorrentes. A seguir a figura

demonstra quais e quantos são os benefícios segundo o autor.

Figura 6: Benefícios da Satisfação do Cliente e Qualidade do Serviço

Isola os clientes da

concorrência

Encoraja a clientela

constante e fidelidade

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Fonte: adaptado de Lovelock e Wright; 2001, p. 116

Vimos acima os benefícios do investimento humano e financeiro de uma empresa na satisfação

e fidelização de seus clientes. Ainda sobre o assunto vale ressaltar que essas relações somente são

úteis quando tais benefícios se fizerem para ambas as partes (SOBRAL E PECI, 2008).

Naturalmente, a satisfação é a condição principal para qualquer negócio dar certo, mas é o

cliente fiel que dá condições para que a organização conquiste o sucesso desejado. “Se clientes

satisfeitos são a alma de qualquer negócio bem-sucedido, clientes fiéis são essenciais para a

sustentação da liderança no negócio” (Jones, 2007, p.147).

2.6 Fidelização e Retenção de clientes

Na sequencia ou não do contexto de satisfação de clientes, a fidelização é uma etapa a ser

conquistada e mantida por longo prazo, tendo em vista os benefícios para ambos os lados (empresa e

cliente), Ou seja, é a consequência do valor, da confiança e dos benefícios desta relação. Conceito

defendido por Souza (2009) quando explica que:

assim, quando as necessidades, anseios, e desejos dos clientes são atendidos e monitorados pela empresa, a tendência é que após um relacionamento de interesses entre as partes nasça a possibilidade da fidelização. A satisfação e fidelidade dos clientes é o foco principal do relacionamento de marketing. Segundo o conceito de marketing, uma empresa, para ser bem sucedida, deve prover mais valor aos seus

Pode criar vantagem

sustentável

Amplia / promove o

boca a boca positivo

Reduz os custos de

falhas

Reduz custos de

atração de novos

Satisfação do Cliente e

Qualidade do Serviço

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clientes e satisfazê-los mais do que os seus concorrentes. Portanto os profissionais de marketing não devem apenas visar às necessidades dos consumidores alvo: devem também alcançar vantagens estratégicas, posicionando suas ofertas contra as de seus concorrentes (SOUZA, 2009, p. 43).

A fidelização resultante, obviamente, do marketing de relacionamento também cria valor para o

cliente e define estratégias em uma nova abordagem do marketing na empresa. Hoje as mudanças no

conceito de relacionamento tem se alterado de forma gradativa, deixando de lado a orientação para a

produção e passando para a relação duradoura com o cliente. O vendedor nesse caso não apenas

“empurra” para o cliente os produtos, mas, ele precisa estabelecer uma relação duradoura de confiança

(CLARO, 2006).

Na visão de Lovelock a fidelização pode ser interpretada da seguinte forma:

[...] em um contexto empresarial, tem sido usada para descrever a vontade de um cliente de continuar prestigiando uma empresa durante um período prolongado de tempo, comprando e utilizando seus bens e serviços em uma base repetida e preferivelmente exclusiva, e recomendando voluntariamente os produtos da empresa

a amigos e colegas (Lovelock, 2001, p.150).

O determinante é que a satisfação não está necessariamente interligada à fidelização, pois, a

primeira pode ser obtida apenas pelo fato de o cliente ter atendido as suas expectativas enquanto que a

segunda só pode ser vista em longo prazo. “Nada garante que um cliente satisfeito recusará as ofertas

da concorrência. Já um cliente fiel pensará duas vezes antes de trair” (MOUTELLA, 2003, p.03).

As formas para a conquista da fidelização dependem de um vínculo, uma proximidade que

ultrapasse o simples ato de vender. O cliente fiel é aquele presente, que mantém consumo frequente e

que tem a escolha da organização bem definida quando procura por produtos idênticos (BOGMANN

2000).

A razão do sucesso de uma empresa em qualquer ramo de negócios depende do grau de relacionamento da empresa com seus clientes. Essa integração depende do adequado atendimento da clientela. Portanto, prestar serviços de qualidade significa estreitar com os clientes um importante elo (COBRA 2000, p. 53).

O mesmo autor da citação acima ressalta ainda que no âmbito empresarial o objetivo do

marketing de relacionamento é a fidelização dos clientes. Confirmando este pensamento e

contextualizando, Moutella (2003) acrescenta que a fidelização tem como meta principal reter os clientes

existentes para que não mudem para a concorrência, pois clientes fiéis geram aumento das vantagens

financeiras para as empresas.

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Entendimento equivalente, podemos perceber quando Dias (2003, p.300) une as duas

ferramentas do marketing conforme descreve que “Fidelizar ou reter o cliente é o resultado de uma

estratégia de marketing que tem como objetivos gerar frequência de compra dos clientes, aumentar as

vendas por cliente e recompensar o cliente por compras repetidas”.

O autor ainda destaca diferentemente da opinião dos anteriores, que a fidelidade é o primeiro

nível do marketing de relacionamento e tem como segundo o marketing individualizado, onde cada cliente

é tratado individualmente e o produto ou serviço que a empresa oferece é ofertado de forma

personalizada a esse cliente. Ele ainda relata que ao final será perceptível uma fidelização ou retenção

através de ações contínuas de comunicação e até mesmo de promoção que geram repetição de compra

por parte desses clientes e ao mesmo tempo recompensas para os mesmos.

Brown (2001, p.53) corrobora com esse acerto e complementa afirmando que “a fidelidade do

cliente é o resultado real de uma organização criando benefícios para um cliente, para que ele mantenha

ou aumente suas aquisições junto à organização. A fidelidade do cliente é criada, quando ele se torna

um defensor da organização, sem incentivo para tal”.

Presume-se, portanto, que fidelização é uma estratégia de retenção de clientes e esta se baseia

em um estado mental positivo dos clientes frente ao produto ou serviço oferecido pela empresa. Convém,

obviamente, ressaltar que essa ferramenta do marketing de relacionamento difere do conceito de

satisfação no que tange especialmente ao tempo e sua importância para a empresa, e só pode ser

alcançada em longo prazo, por meio de uma relação de confiança e benefícios mútuos e sendo possível

apenas, tendo conhecimento e informações substanciais de cada cliente (KOTLER; KELLER, 2006).

Acerca da retenção, sabe-se que é o trabalho constante de superação das expectativas dos

clientes que uma determinada empresa almeja. Trata-se, portanto, do resultado das ações contínuas que

a organização desempenha em virtude da criação de valor superior ao esperado pelos clientes,

convidando-os a se manterem fiéis à empresa (BARNES, 2002).

Conforme Lima (2012) a concorrência está ainda mais poderosa hoje em virtude das inúmeras

possibilidades de escolha que as empresas colocam a seus clientes provocando entre si um índice cada

vez maior de custo de conquista e criação de valor os mesmos. O autor afirma que essa conquista de

valores para os clientes é apenas o começo de um processo de retenção e consequente fidelização que

aumentara a rentabilidade, pois o mesmo, assim como outros autores, entre eles Kotler e Armstrong

(2007), também defende o entendimento de que manter um cliente é mais barato para a organização do

que conquistar outros novos.

Em suma, os esforços de marketing e vendas devem sempre buscar a conquista de novos clientes, mas não podem se esquecer daqueles que mantêm negócios

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regulares com a empresa e tampouco dos que estão deixando de fazer negócios sem um motivo justo. (LIMA, 2012, p.7).

A definição de estratégias que objetivem a manutenção dos clientes leais visando uma relação

mais recíproca e duradoura com a empresa requer tecnologias que envolvam o estudo das informações

dos mesmos bem como seu monitoramento (KOTLER, 2000).

Sabendo que o objetivo principal da fidelização é a retenção e continuando nesse sentido, Kotler

(2003) diz que a satisfação é condição imprescindível, mas não suficiente, para retenção de clientes.

Esse indicar é apenas uma pista tênue da capacidade de retenção dos clientes em mercados altamente competitivos. [...] Contudo, até mesmo altos índices de retenção podem ser enganosos, pois às vezes resultam do hábito ou da falta de alternativas. As empresas devem almejar marcas ambiciosas de fidelidade e de comprometimento dos clientes (KOTLER, 2003, p.204).

No entendimento de Day (2001) para a manutenção desses clientes leais se faz necessário criar

uma vantagem no relacionamento. Deste modo, os clientes estarão plenamente satisfeitos e reforçarão

continuamente os vínculos com a empresa, que por consequência, será capaz de obter informações

sobre estes consumidores e desenvolver aptidões que a concorrência não conseguira igualar. O autor

propõe um ciclo virtuoso para que se crie vantagem nessa relação, como podemos ver a seguir:

Figura 7: ciclo virtuoso de lealdade para criação de vantagem no relacionamento

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Fonte: Adaptado de Day (2001, p. 150)

Para ofertar valor superior as empresas precisam desenvolver relacionamentos personalizados

para os clientes. A partir de então, como visto na figura acima, os clientes que estão plenamente

satisfeitos estarão prontos para reforçar os vínculos, (lealdade) com a empresa e esta, por sua vez, se

torna capaz de obter informações de seus consumidores, dificultando a situação da concorrência que

tente equipará-los (DAY, 2001).

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Investimento contínuo em

aptidões difíceis de igualar

Aumentar a lealdade

dos clientes

Reforçar vínculos

Demonstrar integridade

Aumentar a satisfação

dos clientes

Oferecer valor

superior

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Neste capítulo apresenta-se a metodologia aplicada ao estudo, isto é, os procedimentos

adotados à sua condução, coleta, tratamento e análise dos dados. Desta forma o direcionamento objetivo

dessa pesquisa é permitir o entendimento e a compreensão do trabalho em questão. Para Lakatos e

Marconi (1996, p. 15) “Pesquisar não é apenas procurar a verdade; é encontrar respostas para questões

propostas, utilizando métodos científicos”. Os mesmo autores consideram que dentre as diversas

abordagens conceituais acerca da metodologia destaca-se o entendimento de que a mesma corresponde

às atividades racionais e sistemáticas e permitem segurança e economia ao alcance dos objetivos da

pesquisa, informando o caminho a ser seguido bem como a detecção de erros e o auxilio nas tomadas

de decisões (MARCONI; LAKATOS, 2006).

Sobre o conceito de pesquisa, Santos (2012, p.196) destaca como sendo “[...] o processo, a

forma, a maneira, o caminho, seguidos para alcançar resposta para uma duvida sobre um problema, um

fato, obedecendo a princípios, normas e técnicas”.

Desse modo buscou-se no desenvolver desse trabalho a coleta e a analise de dados de forma

concreta e em consonância com os objetivos propostos através de observações bibliográficas, pesquisas

em livros, redes eletrônicas e outros meios acessíveis à sociedade em geral.

3.1 Tipo de pesquisa

Com base nos objetivos propostos, o presente estudo identifica-se, quanto ao tipo de pesquisa,

como sendo de caráter exploratório e descritivo. Vergara (2007), apresenta dois critérios básicos para

definir os tipos de pesquisa, estes são descritos quanto aos meios e aos fins. Quanto aos fins este estudo,

portanto, caracteriza-se como exploratória por ser realizada em um ambiente ou área onde há pouco ou

nenhum conhecimento acumulado e sistematizado. Deste modo, o trabalho realizado na Comercial J.

Chaves, por não ter encontrado evidencias de pesquisas anteriores sobre estratégias relacionadas ao

marketing de relacionamento buscou explorar essa perspectiva.

Ainda sobre pesquisa exploratória Gil (2008, P.27) relata que:

Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis.

O estudo é também descritivo, pois, através dele foram apresentadas e discutidas as

características dos clientes, bem como sua percepção sobre a as estratégias de relacionamento que a

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empresa utiliza para com os mesmos. Procurou-se também, junto à gestora analisar o marketing de

relacionamento e sua aplicabilidade na comercial J. Chaves

No que concerne à pesquisa descritiva Vergara (2007, p.47) explica que:

A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve,

embora sirva de base para tal explicação.

Quanto aos meios a pesquisa distingue-se como sendo um Levantamento, que na concepção

de Gil (2008, p.50) caracteriza-se por ser “[...] uma interrogação direta com as pessoas cujo

comportamento se deseja conhecer”. O autor ainda ressalta que nesse tipo de pesquisa a coleta das

informações pode abranger todos os participantes de um universo ou de uma amostra, entendido assim

como um senso e uma amostragem, respectivamente.

No tocante a abordagem da pesquisa, esta se classifica como quanti-qualitativa de acordo com

a utilização dos instrumentos de coleta. A pesquisa qualitativa segundo Marconi e Lakatos (2007),

considera a existência de uma relação dinâmica entre mundo real e sujeito. Para esta buscou-se por

meio da aplicação de uma entrevista com a gestora (proprietária) conhecer as estratégias de marketing

de relacionamento utilizado pela empresa atualmente e se estas estão voltadas, de fato, para a

fidelização de seus clientes.

A pesquisa quantitativa teve como intuito conhecer as características compartilhadas pelos

clientes, analisando o perfil e apresentando suas opiniões sobre diversos elementos que evidenciam as

vantagens ou desvantagens de serem clientes na J. Chaves. Lakatos (2003) considera que a motivação

para se conduzir uma pesquisa quantitativa é descobrir quantas pessoas de uma determinada população

partilham, entre si, um perfil, uma característica ou um conjunto de características.

3.2 Universo e amostra

Sobre o a temática, Marconi e Lakatos (2006, p. 41) atestam que “universo ou população: é o

conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”.

Já a amostra “é uma porção ou parcela, convenientemente selecionada do universo (população); é um

subconjunto do universo”.

Vergara (2007, p.50) corrobora com o entendimento dos autores mencionados quando afirma

que:

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Trata-se de definir toda a população e a população amostral. Entende-se aqui por população não o numero de habitantes de um local, mas um conjunto de elementos que possuem características que serão objeto de estudo. População amostral ou amostra é uma parte do universo (população) escolhida por algum critério de representatividade.

Sob esse entendimento e de acordo com o trabalho realizado, o universo dessa pesquisa se

caracteriza pelos clientes externos da loja J. Chaves, convenientemente, um total de 350 clientes ativos.

Considera-se para todos os efeitos como clientes ativos aqueles que retornaram à loja em um período

correspondente a um ano. A amostra utilizada para aplicação do instrumento de coleta de dados junto

aos clientes foi obtida pela formula a seguir proposta por Gil (1999, p. 107):

𝑛 =𝜎2 p.q.N

e2 (N−1)+σ2.q

𝑛 =22 50 ∗ 50 ∗ 350

102 (350 − 1) + 22 ∗ 50 ∗ 50

𝑛 =3.500,000

44.900

𝒏 = 𝟕𝟕

Onde:

n = tamanho da amostra; o2 = nível de confiança escolhido, expresso em numero de desvios – padrão; p = porcentagem com que o fenômeno se verifica; q = percentagem complementar; N= tamanho da população (universo); e2 = erro máximo permitido;

Por conseguinte, a amostra correspondente à porcentagem de clientes do universo totalizam 77,

deste modo, foi aplicado esse valor de questionários aos clientes da loja.

3.3 Coleta de dados

Para a coleta de dados foram utilizados dois instrumentos, junto aos clientes e a gerente da Loja.

A aplicação aos clientes se deu por meio do uso de um questionário (APÊNDICE A) entre os dias

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02/05/2015 e 10/05/2015, constituído por 13 perguntas abertas e fechadas dos tipos dicotômicas e de

múltipla escolha com vista a traçar o perfil social, econômico e pessoal dos pesquisados e os fatores que

influenciam suas compras na loja. Contudo, anteriormente a data citada, foi realizado um pré-teste no

dia 15/04/2015 constituído de 5 questionários para averiguar se a ferramenta de coleta estava em

conformidade com os objetivos pretendidos.

Essa etapa corresponde à aplicação dos instrumentos de coleta de dados. Que de acordo com

Gil (2008) é uma das etapas fundamentais em uma pesquisa. Na opinião de Vergara (2007) a coleta de

dados se forma no momento em que o criador da pesquisa apresenta as ferramentas que ele fará uso

para obter as informações que responderão aos objetivos e a problemática do trabalho.

A cerca do questionário, Severino (2007, p.125) descreve como sendo um “conjunto de questões,

[...] articuladas, que se destinam a levantar informações escritas por parte dos sujeitos pesquisados, com

vistas a conhecer a opinião dos mesmos sobre os assuntos em estudo”. Sobre a importância do pré-

teste, Gil (2002, p.119) entende que “pré-teste não visa captar qualquer dos aspectos que constituem os

objetivos do levantamento. Não pode trazer nenhum resultado a esses objetivos. Ele está centrado na avaliação

dos instrumentos enquanto tais, visando garantir que meçam exatamente o que pretendem medir”.

Com vistas a atender ao terceiro e quarto objetivos propostos nesse trabalho, foi elaborado um

roteiro de entrevista semiestruturada (APÊNDICE B) realizada junto à gestora (proprietária) no dia

25/04/2015 com o intuito de estabelecer o entendimento das praticas de marketing de relacionamento

utilizadas pela empresa. Sobre essa forma de coleta de dados, Santos (2012, p.261) afirma que “qualquer

que seja o tipo de entrevista deve haver um planejamento prévio, obtenção dos dados em conformidade

com os objetivos do trabalho e registro seguro dos dados colhidos”.

De todas as técnicas de interrogação, a entrevista é a que se mostra mais flexível, pois, pode

assumir diversas formas, uma conversação informal, semiestruturada, focalizada e totalmente

estruturada (GIL, 2002). O mesmo autor ainda ressalta que “nos levantamentos que se valem da

entrevista como técnica de coleta de dados, esta assume forma mais ou menos estruturada. Mesmo que

as respostas possíveis não sejam fixadas anteriormente, o entrevistador guia-se por algum tipo de roteiro,

que pode ser memorizado ou registrado em folhas próprias” (GIL, 2002, p.117).

3.4 Tratamento dos dados

A etapa de tratamento dos dados consiste na análise e interpretação dos valores coletados

buscando produzir resultados e inferências para os objetivos propostos. Para esse estudo, os dados

foram tratados por meio da análise e conversão desses valores em métodos simples de porcentagens e

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48

apresentados por meio de gráficos no Microsoft Excel. Foi usado, por fim, uma análise de conteúdo para

os dados obtidos pela abordagem qualitativa referente à entrevista aplicada à gestora.

Deste modo, os dados utilizados na primeira forma foram aplicados para apoiar as interpretações

subjetivas feitas por meio de uma observação e analise das informações colhidas na entrevista

(VERGARA 2007). Análise de conteúdo é uma técnica de pesquisa que descreve de forma objetiva,

sistemática, e qualitativa o conteúdo proveniente da comunicação entre entrevistador e entrevistado

(MARCONI; LAKATOS, 1999).

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados e analisados, através de gráficos, os dados colhidos por meio

do questionário e da entrevista aplicada à gestora da empresa J. Chaves. O intuito é de que os resultados

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49

tabulados forneçam informações relevantes e suficientes para responder a problemática, bem como

alcançar os objetivos propostos neste estudo.

Para tanto, será analisado a relação dos dados obtidos com cada objetivo apontado na pesquisa

e separando por seções conforme veremos a seguir.

4.1 Conhecer o perfil dos clientes da empresa

As seis primeiras questões visaram indicar um conhecimento inicial do perfil dos clientes que

compram na loja e que foram pesquisados, sendo destacados quanto ao gênero, faixa etária, grau de

instrução, estado civil, número de filho e renda.

Gráfico 1 – Classificação por gênero

Fonte: dados da pesquisa (2015)

De acordo com o disposto no gráfico, identificou-se que a maioria dos entrevistados é do sexo

feminino, correspondendo a cerca de 73 % contra 23% dos pesquisados do sexo masculino, totalizando

100% da amostra.

Estes valores indicam que há uma distinção expressiva entre homens e mulheres que compram

na loja. Esse contexto pode ser compreendido por fatores que se somam, como a habilidade que a

mulher possui para comprar produtos para o lar, tendo em vista que isso se comprova quando o resultado

desse trabalho também aponta para móveis e eletrodomésticos como os produtos mais comprados e,

embora a loja ofereça um mix de produtos masculinos, as esposas e companheiras são as responsáveis,

na maioria das vezes, pela compra.

27%

73%Homens

Mulheres

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50

Após entrar de vez no mercado formal de trabalho, a mulher “além de controlar o orçamento

familiar, com mais renda, começa a ter somas vultosas de dinheiro para gastar consigo mesma, criando

grandes oportunidades de mercado” (PETTERLE; MALETTA, 2010, p.50).

Essa segmentação por sexo pode resultar em ações de marketing amplamente diferentes, tendo

em vista que cada gênero pode ter comportamentos de consumo distintos em relação a um determinado

produto ou serviço, aponta (ROCHA; CHRISTENSEN, 1999).

Em relação ao poder de compra feminino:

No mercado brasileiro as mulheres já respondem pelo consumo de 94% do mobiliário doméstico, 45% dos carros novos, 92% dos pacotes de viagens e 88% dos planos de saúde. São donas de 50% dos cartões em circulação no país e movimentaram 57,9 bilhões de reais em compras no ano passado, 30% a mais do que em 2.004, de acordo com a pesquisa de indicadores do Mercado Meios Eletrônicos de Pagamento, realizada pela Credicard. (SIMÕES, 2006, p. 46)

O mercado feminino tem sofrido contínuas transformações pelo fato das mulheres exercerem

cada vez mais e de maneira significativa seu papel dentro do seio familiar. Kotler e Keller (2006) afirmam

que por esse motivo as empresas de modo geral e definitivo estão direcionando suas estratégias de

marketing para o público feminino por se tratar de um grupo bastante comprador. Isso porque o “seu

processo de decisão de compra é oposto e elas respondem de maneira diversa às mídias, mensagens,

linguagem e visual utilizados pelo marketing.” (SIMÕES, 2006 p.53).

Segundo os dados dispostos no gráfico 2, abaixo, inferimos que entre os entrevistados poucos são os

jovens que buscam fazer compras na empresa objeto desse trabalho, fato esse, explicado por estes

estarem entrando no mercado e esforçando-se pela estabilidade financeira. A seguir percebemos uma

diversidade significativa na carteira de clientes da loja bem como uma certa paridade entre o público de

idade média, 31 a 40 anos, e os consumidores com idade superior a 50 anos. Sobre o público em geral

com idade menor que 50 anos, que somados formam a maioria dos clientes, pode-se entender que isso

decorre da vida financeira ativa e de sua própria estabilidade. Entretanto os números que representam

os clientes acima de 50 anos podem ter sua origem atrelada aos benefícios referentes à idade, como a

aposentadoria.

Gráfico 2 – Faixa etária

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Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Esse tipo de resultado sugere que a empresa em questão amplie seus esforços para identificar

as necessidades dos seus clientes no sentido de potencializar o relacionamento entre os mesmos já que

cada perfil de cliente exige tratamento diferenciado. Essas necessidades devem ser tratadas

especialmente pelos colaboradores responsáveis pelo atendimento, desde que capacitados para isso, já

que são os primeiros a lidarem com os desejos de cada cliente.

O perfil dos consumidores se alterna de acordo com a idade, pois desejos e habilidades variam

de acordo com o ciclo de vida e as próprias empresas definem suas estratégias dessa forma para

poderem atingir melhor o público-alvo (KOTLER; KELLER 2006).

Ideia semelhante é proposta por Bretzke (2003, p.62), quando também afirma que “as pessoas,

ao longo de sua vida, além das mudanças de hábito e novas expectativas advindas com a maturidade,

passam a comprar diversos produtos, como roupas, remédios, e serviços, de acordo com sua idade”.

O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição de clientes da Comercial J. Chaves segundo o

critério de escolaridade. Nele é possível perceber que os que responderam possuir ensino superior

completo foi maior que os demais (32%). Esse resultado indica um grau de instrução elevado dos

consumidores da empresa. Logo após, se percebe que mais de ¼ de seus clientes possuem nível médio

completo. Os demais resultados variam e, individualmente, não ultrapassam 12% do total de

pesquisados.

Gráfico 3 – Grau de instrução

2%

22%

28%

23%

25%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

Até 20 anos de 21 a 30 anos de 31 a 40 anos de 41 a 50 anos Acima de 50 anos

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52

Fonte: Dados da pesquisa (2015)

A atuação da empresa, portanto, atinge todos os níveis de escolaridade de seus consumidores,

constatação que remete a uma sólida participação de mercado no qual está inserida. Nesse sentido

quanto mais aprendizagem, maior a experiência e por consequência as atitudes do consumidor acerca

do processo de escolha dos produtos e da empresa mudam substancialmente. Entende-se Sob esse

contexto que as pessoas com níveis diferentes de escolaridade também têm preferências distintas por

produtos e serviços (KOTLER; KELLER, 2006).

Vale ressaltar que essa variação no grau de escolaridade dos clientes não interfere,

necessariamente, na clareza das informações e da escolha por parte dos consumidores, especialmente

se os mesmos forem acompanhados de um bom atendimento por parte da empresa, pois suas

necessidades e exigências independem de grau de instrução.

Gráfico 4 – Estado civil

Fonte: Dados da pesquisa (2015)

12%

5%

4%

26%

15%

32%

6%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

Ensino fundamental incompleto

Ensino fundamental completo

Ensino médio incompleto

Ensino médio completo

Ensino superior incompleto

ensino superior completo

Outro

26%

66%

4% 4%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Solteiro Casado Divorciado Viúvo

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No gráfico 4 observa-se o estado civil dos clientes entrevistados. Nele o percentual de clientes

de união estável abordados corresponde a mais da metade do total da pesquisa, 66% do total.

Comparando com o resultado apresentado no gráfico anterior onde as mulheres são a maioria dos

clientes, a partir deste presume-se que estas são também casadas. Seguindo essa linha de raciocínio

“os membros da família podem influenciar bastante o comportamento do comprador” (KOTLER;

ARMSTRONG 2003, p. 124).

Este entendimento leva a afirmação de que “a família é a mais importante organização de compra

de produtos de consumo na sociedade, e seus membros constituem o grupo de referência primário mais

influente”, afirmam Kotler e Keller (2006, p. 177).

O percentual de solteiros apresentado é, de certa forma, relevante. Denota, sobretudo, que a

independência financeira aliada à busca por melhores condições sociais e realização profissional antes

de constituir família, faz com que os jovens assumam cada vez mais a responsabilidade de morarem

sozinhos. Embora estes jovens não possuam poder aquisitivo alto devido aos ganhos de inicio de

carreira, pagamento de estudos e diversos fatores que tem relação com a sua idade, tornam-se clientes

ativos numa loja de móveis e produtos para o lar.

O estilo de vida, isto é, o padrão de vida manifestado pelas opiniões e interesses, seja do perfil

jovem dos consumidores solteiros ou dos indivíduos casados que possuem poder de compra, são para

as empresas uma referência no que tange a associação desse padrão de vida com seus produtos com

a finalidade de se posicionarem no mercado (KOTLER, 1998).

Gráfico 5 – Número de filhos

Fonte: Dados da pesquisa (2015)

16%

23%24%

16%

21%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

1 filho 2 filhos 3 filhos 4 ou mais nenhum

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No que tange ao número de filhos dos clientes abordados pela pesquisa, o gráfico 5 apresenta

percentuais semelhantes e variáveis. Os entrevistados que responderam não ter filhos somam 21 %, ou

seja, cerca de 17 pessoas do total de 77 pesquisados. É um dado interessante haja vista que o percentual

de casados como visto em gráfico anterior é bem superior aos demais, com isso pode-se chegar a

conclusão de que uma boa parte dos consumidores casados não possuem filhos .

A quantidade de filhos também varia bastante sendo que a maioria respondeu ter 3 filhos,

seguido de perto pelos que indicaram 2 filhos como resposta para o questionamento. Os números

apresentados condizem com o resultado de uma pesquisa realizada em 2013 pelo IBGE (Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado no final de 2014 no qual aponta para uma redução no

numero de filhos por mulher de 2,39 para 1,77 entre os anos 2000 a 2013.

Observando as informações apresentadas no gráfico a seguir, referentes a renda individual dos

clientes, poderá ser visto que os entrevistados no qual possuem renda entre 1 e 2 salários mínimos

correspondem a 43%, isso é um pouco mais que o dobro das respostas individuais a outros quesitos.

Posto isso, a maioria dos clientes entrevistados, embora tiverem declarado possuírem nível superior, a

renda mensal predominante é de até 2 salários mínimos, informação compreensível por se tratar de uma

pesquisa feita numa loja em uma cidade deveras pequena.

Gráfico 6 – Renda

Fonte: Dados da pesquisa (2015)

De acordo com Kotler e Armstrong (2003, p.125) “a situação financeira de uma pessoa afetará

sua escolha pelo produto”, indicando que o poder aquisitivo é responsável pela aquisição de produtos ou

serviços de alta ou baixa qualidade. Entretanto, o próprio Kotler (2005) ressalta que apesar da

16%

43%

21%

20%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%

Até R$ 788,00

Entre R$ 788,00 e R$ 1.500,00

Entre R$ 1.500,00 e R$ 3.000,00

Acima de R$ 3.000,00

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segmentação demográfica utilizar bastante o fator renda, ainda assim é difícil identificar os melhores

clientes através da renda para determinados produtos.

Evidentemente o fator renda é determinante para comportamento de compra dos consumidores,

considerando essa afirmação, o resultado da pesquisa indica que este comportamento pode estar

circunscrito, isto é, limitado. Isso acontece por que os consumidores normalmente só adquirem produtos

de acordo com o que podem pagar (KOTLER; KELLER, 2006). Contudo, pode ser apenas reflexo da

preferência dos clientes de poder aquisitivo baixo pela loja J. Chaves em virtude das ações realizadas

especificamente para esse público.

Entendimento atual sobre o assunto considerando a realidade no país percebe-se a seguir:

Num novo cenário econômico brasileiro, a classe C consome mais e com qualidade e o abismo social tem ficado menor. A visão de “rico cada vez mais rico e pobre cada vez mais pobre” não é mais inquestionável e pela primeira vez na história a renda da classe C aumenta mais que das classes A e B. Graças ao crédito, o consumidor das classes “menos favorecidas” mostra que tem grande potencial. O Brasil não deixou de ser um dos piores países em distribuição de renda, mas depois de quase uma década e meia de aumento do abismo social, uma transformação sutil, porém importante vem ocorrendo, no sentido oposto (FLAUZINO, 2008, s/p).

Uma pesquisa realizada por Alves e Goedert (2009) resultou no conhecimento de que os fatores

que normalmente determinam a satisfação dos clientes podem ser reflexo da classe econômica a que

pertencem. Com outras palavras, a empresa precisa também estar atenta ao fato de que produtos de

qualidade e bom atendimento precisam estar atrelados a prática de preços acessíveis, especialmente

quando o seu público for de maioria de estratos sociais menos favorecidos.

4.2 Identificar os fatores que influenciam na compra dos produtos na empresa

Os gráficos abaixo investigam os elementos que influenciam a compra dos produtos na loja J.

Chaves e os aspectos da relação entre a própria empresa e seus clientes. Os resultados serão expostos

de maneira detalhada, especialmente no que tange a essência do marketing de relacionamento e seus

efeitos na lealdade dos consumidores pelo estabelecimento no qual fazem suas compras.

Gráfico 7 – Período em que compra na loja J. Chaves

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Fonte: Dados da pesquisa (2015)

O gráfico 7 trata dos questionamento sobre o tempo em que são clientes na empresa, cerca de

31 entrevistados responderam comprar na J. Chaves entre 1 e 5 anos. Isso é o dobro dos clientes que

compram a menos de 1 ano. Resultado como esse aponta para um crescimento contínuo da carteira de

clientes considerando a regularidade deste percentual ao longo do tempo. Sugere-se como argumento

para a retenção dos clientes praticado pela empresa a oferta de produtos atrativos, o atendimento de

qualidade, incluindo o pós-venda, promoções e brindes para os clientes mais rentáveis, tornando-os

desse modo, leais e compradores regulares.

Em síntese pode-se afirmar que para a manutenção dos seus clientes, a empresa aprende com

eles identificando suas necessidades e desejos e usando essas informações para conhecê-los sempre

mais. Para que isso tenha de fato uma relevância deve-se perceber que:

...a fidelidade não é uma questão de jogar dinheiro em programas de marketing, produzir revistas, criar clubes ou lançar cartões de crédito na vaga esperança de que a fidelidade seja estabelecida. A fidelidade será desenvolvida ao longo do tempo, se os parâmetros do relacionamento forem planejados e implementados corretamente (STONE, 1998, p.95).

Sobre esse assunto Kotler e Armstrong (2008), enfatizam que as empresas utilizam instrumentos

de promoção como propaganda, venda pessoal, promoção de vendas, relações públicas e marketing

direto, no sentido de alcançar e tornar leais os consumidores. Destaca-se nesse sentido, a promoção

como o principal instrumento utilizado por empresas desse porte na interação “vantajosa” entre ela e o

cliente.

20%

40%

21%19%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

Até 1 ano Entre 1 e 5 anos Entre 5 e 10 anos Mais de 10 anos

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O gráfico apresenta ainda percentuais consideráveis de clientes antigos que retornam à loja. Do

total de 77 clientes pesquisados, cerca de 15 responderam ter mais de 10 anos que fazem compras na

empresa. Denota-se assim a representatividade da loja para esses clientes no decorrer do tempo mesmo

com o aumento da concorrência e outros fatores que continuamente afetam o poder de decisão dos

consumidores. Convém, nesse sentido, ressaltar a perpetuidade desses consumidores em fazer compras

na mesma loja, o que pode ser entendido, possivelmente, através das estratégias de retenção aplicadas

pela empresa.

Manter clientes pode ser um desafio, mesmo que o profissional preste serviços de qualidade. Os clientes que recebem o que desejam tendem a ficar satisfeitos; não obstante, existem certas indicações de que até mesmo o cliente satisfeito pode procurar outro prestador de serviço (KOTLER; HAYES; BLOOM, 2002, p. 43)

Gráfico 8 – Frequência de compras no estabelecimento J Chaves

Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Perguntados acerca da frequência que fazem compras na loja, 46% dos clientes entrevistados

responderam que costumam comprar 1 vez por ano o que representa absolutamente 35 pessoas.

Enquanto que 31 pessoas (40%) indicaram comprar 2 ou 3 vezes. Os demais resultados que

responderam ao questionamento de comprar mais de 3 vezes e em promoções não ultrapassaram 15%

dos respondentes.

Nesse sentido entende-se que, por ser uma loja essencialmente de móveis e eletrodomésticos,

sendo estes, normalmente bens duráveis, acredita-se que não haja a necessidade da aquisição de novos

46%

40%

7%

2%

6%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

1 vez por ano 2 a 3 vezes porano

3 a 5 vez por ano Mais de 5 vezespor ano

Somente naspromoções

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produtos com frequência, outro fato importante remete ao costume de as pessoas comprarem mais em

fim de ano por ocasião do recebimento de vantagens trabalhistas como o 13º salário, o que concorda

com o resultado obtido onde a maioria compra uma vez ano.

É importante salientar que os dados obtidos com esse questionamento não consideram as vezes

em que o cliente frequentou a loja para pagamento de produtos, tendo em vista que a maioria de seus

clientes incorporam a chamada classe C, o que sugere poder de compra à vista diminuído em relação

aos demais níveis sociais.

Com relação ao assunto, o processo de compra começa quando o consumidor reconhece um

problema ou uma necessidade. O consumidor, portanto, verifica uma diferença entre a situação existente

e a desejada (BOONE, KURTZ, 2009).

Gráfico 9 – Produtos mais vendidos na loja J. Chaves

Fonte: Dados da pesquisa (2015)

O gráfico 9 permite apresentar os produtos disponíveis para compra na loja J. Chaves. Do total

de 77 entrevistados, cerca de 57% disseram que tem preferência na compra de móveis, seguidos pelos

clientes que são favoráveis a compra de eletrodomésticos corresponde a aproximadamente a 32% ou

seja 1/3 das vendas. Os demais produtos somados representaram 11% do total de vendas.

Pode-se deduzir que a empresa consegue obter os resultados que se propõe buscar, ou seja,

tem seus principais produtos como os mais vendidos, mesmo que os eletrodomésticos estejam em

posição ainda bem inferior se comparado com os móveis. Fator determinante para as vendas de móveis

superarem os demais produtos é o empenho da empresa em realizar eventos promocionais onde se

coloca à venda, por preço muito abaixo da média de mercado, móveis de boa qualidade e indispensáveis,

como cama e guarda roupa que não foram vendidos em determinado período de tempo.

57%

32%

8%

3%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Móveis Eletrodomésticos Aparelhos eletrônicos Produtos deinformática

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59

Em contrapartida, se a empresa pretende de fato, ampliar o leque de produtos, deve estar atenta

em investimento para criar estratégias de divulgação para os mesmos haja vista que são um pouco

menos procurados pelos clientes da loja.

Nesse contexto Kotler (1998, p. 232) define que para o desenvolvimento dessas estratégias se

faz necessário, sobretudo, criar “objetivos, orçamento, mensagem, mídia e, finalmente, avaliação dos

resultados”. Entendimento semelhante, porém mais específico, pode ser percebido quando Cobra (1997

p.180) define que “a identificação do posicionamento do produto no mercado é muito importante para

que se analise a percepção do consumidor com relação ao lugar que o produto ocupa em um dado

mercado e, sobretudo compará-lo com os produtos concorrentes”

Gráfico 10 – Como conheceu a loja de móveis J. Chaves

Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Conforme os dados analisados no gráfico 10, observam-se dois fatores determinantes para o

reconhecimento da loja por parte dos clientes. Sendo que 42% dos clientes pesquisados disseram que

souberam do estabelecimento por parte de amigos e familiares, enquanto 37 % dos pesquisados

tomaram conhecimento da empresa através de anúncios em panfletos ou jornal de ofertas. Somados,

esses dois percentuais equivalem a aproximadamente 60 entrevistados. Anúncios em rádios e outdoors

representam 16%, 3 vezes mais que o último percentual.

O índice mais expressivo indica que a loja obtém êxito no processo de divulgação de seus

produtos, sobretudo através dos seus próprios clientes. Essa espécie de divulgação é concebida como

marketing boca a boca. O marketing boca a boca acontece quando os clientes procuram outros,

principalmente amigos e família para opinarem sobre produtos e serviços (ENGEL, 2000).

Seguindo esse raciocínio Solomon (2002, p.422) complementa que “como ouvimos informações

de pessoas que conhecemos, o boca a boca tende a ser mais confiável do que as recomendações que

5%

42%

37%

16%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45%

Já era cliente

Amigos ou familiares indicaram

viu anúncios em panfletos ou jornal de ofertas

anúncios em rádios/carro de som/outdoors

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obtemos através dos canais de marketing formais”. Infere-se, portanto, que esse resultado, além de

positivo e bem sucedido, denota clientes satisfeitos que indicam os produtos da loja a outras pessoas.

Evidentemente o marketing boca a boca só irá funcionar se a empresa oferecer produtos de qualidade e

bons serviços (SERNOVITZ, 2012).

Os anúncios em panfletos e jornais de ofertas tem participação significativa e evidenciam

também um lado que além de positivo é importante na divulgação dos produtos da empresa. Em

contrapartida, os anúncios em rádios e outdoors, que normalmente são essenciais no segmento de

varejo, deixam a desejar e exigem uma estratégia mais elaborada para que os clientes conheçam a loja

por meio destes canais.

De acordo com Dias (2006, p. 74), “as pessoas estão sujeitas, diariamente, a muitos estímulos,

originados em mídias como televisão, rádio, jornais, revistas, outdoors, painéis e internet, que levam a

mensagem das empresas para seus clientes”.

A eficácia da divulgação da propaganda está intimamente relacionada com a escolha correta da

mídia pela qual será o veículo de informação, evidencia Bona (2007). A importância de se definir os

meios ideais resulta em conhecer as variáveis que levam a notícia. Como complemento pode-se citar

Paixão (2009), quando este menciona que os meios mais adequados para serem utilizados devem estar

em consonância com o perfil da empresa, dos produtos oferecidos e da clientela visada, daí a importância

de um processo mais criterioso e rigoroso na escolha dos meios de divulgação.

Gráfico 11 – Expectativas de atendimento

Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Os dados constantes no gráfico 11 que analisa a satisfação percebida do atendimento na hora

da compra na loja, revelam que 64% do total, isto é, 50 entrevistados afirmaram que o atendimento

satisfaz as expectativas. Seguido por 31% que responderam que suas expectativas são superadas pelo

31%

64%

5%

0%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Supera as expectativas

Satisfaz as expectativas

Satisfaz parcialmente as expectativas

Não satisfaz as expectativas

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atendimento que recebem. Por fim, as expectativas dos clientes são parcialmente satisfeitas para 5% e

nenhum cliente se manifestou quanto a não terem seus desejos atendidos.

Considerando que os resultados da pesquisa quantitativa apontam sempre para as

consequências positivas do atendimento na J. Chaves. Dessa forma, denota-se que o mesmo vem

sendo, sem dúvidas, o diferencial para desempenho da empresa no ramo em que atua. Os resultados

expressos neste gráfico mostram, em outras palavras, que a empresa se preocupa em oferecer um

atendimento de excelência ainda que isso não seja unânime na opinião dos clientes pesquisados como

demonstrado em 5% deles. O fato é que deste modo há uma tendência de que esses clientes se tornem

fiéis. A satisfação é obtida a partir do momento que suas percepções satisfazem ou excedem suas

expectativas (HOFFMAN; K. DOUGLAS 2003).

É indubitável a estreita relação entre o atendimento e a satisfação do cliente. Las Casas (2007)

entende e destaca a importância de se ouvir os clientes, isso, porém, é algo que pouco acontece devido

ao fato da baixa manifestação espontânea, por isso é fundamental que o funcionário saiba compreendê-

los e escutá-los. Para descrever essas expectativas de forma mais profunda devemos entender que “os

modelos de satisfação dos clientes costumam ser bastante complexos, mas todos definem as

expectativas deles segundo as características esperadas, para que estejam relacionadas tanto com a

qualidade quanto com o valor” (SCHNEIDER; BOWEN 2000, p. 66).

Por fim, levando em conta o assunto tratado, Gonçalves (2007) ratifica que a simpatia de quem

atende é o grande diferencial nas organizações, posto que o preço justo e a qualidade superior são

considerados como condições básicas desejadas.

Gráfico 12 – Pretende continuar comprando na J.Chaves

Fonte: Dados da pesquisa (2015)

O gráfico 12 apresenta percentuais significativamente maiores quando questionados se os

clientes pretendem continuar comprando na loja. Do total de entrevistados 91 % responderam que

91%

0%9%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Sim Não Talvez

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62

planejam comprar mais vezes na empresa, enquanto que 9% expressaram a eventualidade disso

acontecer.

As respostas dos clientes permitem concluir principalmente, que não há indícios de insatisfação

acentuada com loja J. Chaves, já que a imensa maioria mantém-se motivada a comprar novamente, e

paralelamente a isso, os resultados indicam mais uma vez a garantia de satisfação com os produtos e o

atendimento oferecido.

O retorno do cliente à loja pode caracterizar a sua fidelização e sobre o assunto Bogmann (2002,

p.85) relata sobre o cliente leal à loja, ou seja, o consumidor sabe qual é a loja na qual ele pode sempre

encontrar o produto que lhe agrada e toda vez que o mesmo encontra o produto sua fidelidade e

reforçada.

A relação de confiança e lealdade é dever da empresa para com o cliente e isto deve ser

construído de modo gradual e em consonância com os resultados obtidos. “A fidelidade do cliente é o

resultado real de uma organização criando benefícios para um cliente, para que ele mantenha ou

aumente suas aquisições junto à organização” (BROWN, 2001, p.53).

Gráfico 13 – Maior vantagem da loja J. Chaves

Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Para esse questionamento foi feita uma pergunta aberta com o intuito de obter respostas mais

flexíveis e informações mais precisas que corroborassem ou não, com o instrumento aplicado. O

resultado foi uma variação no percentual de respostas como: preço, localização, variedade e pós venda.

Destes, o preço foi citado por 15 clientes, ou 20%, enquanto que os demais apresentaram percentuais

entre 11% e 12%. Contudo, o diferencial das respostas mais uma vez está relacionado ao atendimento,

que representou 45% do total e, portanto, mais que o dobro dos que escreveram o preço como maior

45%

12%

20%

11% 12%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

Qualidade noatendimento

Pós venda Preço Localização Variedade dosprodutos

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vantagem de ser cliente na J. Chaves. A qualidade no atendimento é o melhor que empresa pode fazer,

o padrão mais elevado de desempenho (MAXIMIANO, 2007).

“logo na recepção percebemos um clima amistoso, um sentimento de amizade para com a gente, inclusive no atendimento pós venda. Eles transmitem respeito com os clientes e temos muita atenção dos donos e funcionários. Posso afirmar que a satisfação de ser bem atendido é a maior vantagem” (ENTREVISTADO 1).

Entende-se que a prática de atender e recepcionar bem representa o diferencial no trato com os

clientes, “o vendedor é um dos atores mais importantes no teatro do varejo [...]” (SOLOMON, 2011, p.

392). Contudo, isto demanda uma preocupação por parte da empresa não apenas em manter este nível,

mas, em adequar de forma continuada o atendimento às necessidades individuais, bem como aos gostos

de cada cliente. “O atendimento estabelece dessa forma uma relação de dependência entre o atendente,

a organização e o cliente”. (CARVALHO, 1999, p. 233).

O segundo critério mais observado pelos clientes tem sua importância destacada quando Kotler

e Armstrong, (2004, p. 270) entendem que “No final, quem decide se o preço de um produto está correto

é o consumidor. As decisões de preço como as outras decisões de mix de marketing, devem ser

orientadas ao comprador”.

Considera-se, portanto, quanto aos critérios de precificação, que a loja de certa forma atinge sua

meta, pois o reconhecimento por parte dos clientes é notório e faz a diferença. A politica de preços de

um varejista deve ser delimitada em conformidade com o seu mercado alvo e posicionamento, sua

variedade de produtos, de serviços e também da concorrência (KOTLER; ARMSTRONG, 2008).

Acrescentando, Churchill e Peter, (2007, p. 164) ponderam que “muitas vezes, os consumidores dão

preferência a um produto mais barato”.

Observa-se que a coleta de dados mantém uma relação fidedigna com os resultados de cada

questionamento, ou seja, não apresenta traços de discrepância relevante entre as respostas para cada

item. A respeito das informações apresentadas no gráfico, nota-se que a empresa tem seu

reconhecimento pautado no atendimento de qualidade não deixando, contudo, de adequar os outros

critérios para conquista e consequentemente a fidelização de clientes.

Sobre a importância dos assuntos tratados acima, Kotler (2000) ainda assevera que o segredo

para se gerar um bom nível de fidelidade é entregar um alto valor para o cliente. Este valor superior,

portanto, pode considerar a qualidade na prestação do serviço como: um bom atendimento, produtos de

qualidade e variedade dos produtos. Estes e outros elementos definem a permanência das empresas no

mercado.

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Em suma, sabe-se que o marketing de relacionamento está, através de vários canais,

diretamente ligado à fidelização seja investindo na manutenção dos seus clientes cativos ou ainda na

conquista de outros clientes (LAS CASAS 2007).

A tabela a seguir apresenta um resumo dos resultados mais relevantes obtidos na pesquisa.

Tabela 1: Resumo da análise dos questionários

QUESTIONAMENTO RESPOSTA

PERCENTUAL EM

RELAÇÃO AO TOTAL

DE 77 ENTREVISTAS

QUANTIDADE DE

ENTREVISTADOS

Classificação por gênero Feminino 73% 56 clientes

Faixa etária De 31 a 40 anos 27% 21 clientes

Grau de instrução Ensino superior completo 32% 25 clientes

Estado civil Casados 66% 51 clientes

Numero de filhos 3 filhos 24% 18 clientes

Renda Entre R$ 788,00 e R$

1500,00 43% 33 clientes

Compra de algum produto até

a data da entrevista Sim 100% 77 clientes

Tempo em que é cliente na

loja Entre 1 e 5 anos 40% 31 clientes

Frequência que com que faz

compras na loja 1 vez por ano 46% 35 clientes

Produtos mais vendidos Móveis 57% 44 clientes

Motivos que levam os clientes

a comprarem na J. Chaves Atendimento 36% 28 clientes

Como tomou conhecimento

da empresa

Amigos ou familiares

indicaram 42% 32 clientes

Sobre as expectativas do

atendimento Satisfaz as expectativas 64% 49 clientes

Pretende continuar

comprando na empresa Sim 91% 70 clientes

Maior vantagem da loja J.

Chaves Qualidade no atendimento 45% 35 clientes

Fonte: Autor da pesquisa (2015)

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O intuito da tabela acima é enfatizar as informações mais relevantes colhidas com a pesquisa quantitativa

para servir, de maneira célere, na identificação e parâmetro entre os objetivos propostos neste trabalho e a

realidade da empresa percebida pela abordagem e questionamento de seus clientes.

5 ENTREVISTA

Nesta seção serão apresentados os resultados da pesquisa qualitativa feita através de uma

entrevista semiestruturada à gestora e proprietária da Comercial J. Chaves. Porém, antes disso irei

descrever na primeira parte o perfil da empresária considerando os critérios de estado civil, idade, grau

de instrução e renda mensal.

No intuito de atender ao terceiro e quarto objetivos do trabalho, a entrevista que foi realizada no

dia 25/04/2015 deverá corresponder à análise do marketing de relacionamento que a empresa utiliza

bem como as estratégias que a gestora utiliza para fidelizar os clientes, respectivamente.

5.1 Parte l – Perfil da gestora

Aldeane Melo Moreira declarou idade de 33 anos, casada, possui nível superior incompleto e

renda mensal acima de 4 salários mínimos.

5.2 Marketing de Relacionamento Utilizado pela empresa

Depois de passar pela era do Fabricante e pela Era do Varejista, o varejo de modo geral está

aderindo à Era do Consumidor, ou seja, o foco é produzir resultados para o cliente de maneira

individualizada, respeitando suas particularidades e desejos (ROJO, 2003).

É nesse contexto que o Marketing de Relacionamento se insere. “É o gerenciamento do

conhecimento em relação aos clientes e parceiros, constituindo-se em estratégia para identificar e

personalizar o atendimento ao cliente” (BORBA; CAMPOS, 2003). Kotler (2000), por sua vez, determina

que o principal objetivo do Marketing de Relacionamento é firmar uma relação satisfatória, mútua e de

longo prazo entre as organizações e seus clientes.

Assim, a importância desta ferramenta é inegável e absolutamente viável em qualquer empresa

que busque conhecer seus clientes, identificar os fatores que os influenciam a comprar e implantar

estratégias de diferenciação que tenham como foco promover a satisfação e obter a lealdade de seus

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consumidores. “em um mundo no qual o cliente tem tantas opções, mesmo em segmentos limitados,

uma relação pessoal é a única forma de manter a fidelidade do cliente” (BORBA, 2004, p.68).

As questões a seguir visam interpretar o marketing de relacionamento usado pela Comercial J.

Chaves de modo a evidenciar a interação da empresa com seus consumidores através das informações

que obtém dos mesmos.

Perguntada sobre quais as ferramentas utilizadas pela empresa para identificar as necessidades

dos clientes antes da aquisição do produto, a empresária relatou que observa o que os clientes mais

procuram e a partir daí a mesma faz os pedidos aos fornecedores, caso na loja não tenha, e passando

deste modo, a conhecer de certa forma o perfil do cliente.

“se o cliente é fiel e compra um guarda-roupa, eu já sei que o guarda roupa ele tem, então eu vou procurar vender a sala pra ele, depois da sala vou procurar vender a cozinha e é assim que identifico os meus clientes, é através do acompanhamento” (GESTORA DA LOJA).

Observa-se que a empresa não utiliza ferramentas para identificar os fatores que influenciam

seus clientes e seu consequente potencial tais como: fatores sociais, culturais, pessoais e psicológicos

trabalhados por Kotler (2006), entretanto, a orientação para tal propósito é um misto de seriedade,

qualidade de atendimento e criatividade. Sobre esta última, a criatividade produz, de forma contínua,

entes, experiências e situações sem quaisquer precedentes. É um ininterrupto avanço para o novo. A

criatividade não apenas mantém o que já existe, mas também produz formas completamente novas

(BARRETO, 2004 p.90).

Entende-se que essa forma de conhecer os anseios dos clientes é também uma forma de atraí-

los. Essa relação de marketing é compreendida por Kotler (2000, p.25) como “Marketing empreendedor:

A maioria das empresas é fundada por indivíduos perspicazes. Eles percebem uma oportunidade e saem

batendo de porta em porta a fim de chamar a atenção para seu produto”.

A segunda pergunta buscou conhecer se a empresa possui um atendimento diferenciado para

os clientes mais lucrativos e se a resposta for positiva, apresentar a forma acontece esse atendimento.

“Tem brindes para os clientes fiéis e o aconchego, afinal de contas o cliente que chega na loja pela primeira vez é sempre bem atendido, mas aquele cliente que está sempre na loja já tem um abraço, ainda mais atenção, já é amigo” (GESTORA DA LOJA).

No sentido de aperfeiçoar a proximidade entre cliente e empresa Dias (2003, p.300) assevera

que "fidelizar ou reter o cliente é o resultado de uma estratégia de marketing que tem como objetivos

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gerar frequência de compra dos clientes, aumentar as vendas por cliente e recompensar o cliente por

compras repetidas". Essa concepção caracteriza-se puramente como uma forma de estreitar a relação

com o cliente já que o “marketing de relacionamento é baseado na premissa de que os clientes

importantes precisam receber atenção contínua” Para Kotler (1998, p.619).

A respeito de brindes, Marques (2011, p.21) afirma que “há ainda administradores que pensam

que fidelizar clientes é aumentar os gastos da empresa com a distribuição de brindes e descontos, porém

isso constitui um efeito em curto prazo e não prolonga os clientes na organização”. No mesmo texto, o

autor traz como fator imprescindível para a fidelização o atendimento de qualidade e o armazenamento

de informações dos clientes. Ficou claro, porém, na análise dos resultados da pesquisa quantitativa que

essa receptividade acontece e é o diferencial na garantia de fidelização dos seus clientes.

5.3 Estratégias que a gestora utiliza para fidelizar os clientes

Conhecer seus clientes estabelecendo vínculos, construindo valor através da medição de

satisfação, fazendo dessa forma a manutenção destes, são estratégias usadas pelas empresas para

tornar seus clientes leais de maneira que suas expectativas não apenas sejam alcançadas como também

superadas. Basicamente, a partir daí cria-se a possibilidade de gerar uma relação personalizada, além

da conveniência do cliente em continuar comprando na empresa e, por conseguinte, a inconveniência

deste em mudar para a concorrência. Os clientes são notoriamente diferentes e desconsiderar isso não

os torna iguais. Este é o entendimento que traz à tona o Marketing one-to-one, no qual tem como objetivo

proporcionar meios para a relação individualizada com os clientes, um de cada vez, podendo assim

identificar e tratar suas necessidades (PEPERS; ROGERS, 2000).

As últimas questões da entrevista propõem-se a identificar tais estratégias utilizadas pela gestão

da Comercial J. Chaves no que tange a importância da fidelização e os métodos para sua conquista de

acordo com o conhecimento de seus clientes.

O terceiro questionamento indagou a gestora acerca do que ela considera de fundamental

importância na fidelização dos clientes.

“Primeiro é a atenção, uma atenção de forma diferenciada, uma conversa, e escutá-lo. É realizar o sonho dele, por isso a nossa missão é realizar sonhos. Se ele quer comprar um guarda roupa, não importa o preço, o que importa é

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que aquilo é o sonho dele. Então a forma de fidelizar nossos clientes é realizando sonhos”(GESTORA DA LOJA).

Na opinião deste autor, compreender as necessidades, os anseios e também os valores é fundamental para a construção da fidelidade. É ideal que tenha um conjunto de procedimentos que identifiquem e captem informações dos clientes (SANTOS, 2006).

A empresa interessada em estabelecer uma clientela sólida e fiel utiliza uma abordagem diferente daquela interessada simplesmente em aumentar sua participação no mercado. O estabelecimento da fidelidade exige que a empresa enfatize o valor de seus produtos e serviços e demonstre estar interessada em

estabelecer um relacionamento como o cliente (GRIFFIN, 1998, p. 21).

A manutenção da fidelidade observando esses elementos torna o relacionamento com o cliente

mais duradouro, a empresa vence a “guerra” pelo cliente e a satisfação atinge um nível maior. As

empresas podem adotar estratégias para sustentar a confiança de seus clientes, isso se faz por meio do

respeito à personalidade, os princípios e os valores de todos os seus clientes (NEGRÃO et al 2008).

Outro questionamento feito tratou dos métodos que a empresa utiliza para atrair os clientes,

tendo em vista que existem outras lojas do mesmo segmento e que trabalham com produtos

semelhantes. Como resposta, a gestora considerou:

“O método é trabalhar com o que a concorrência não trabalha. Trabalhar com produtos diferenciados, sempre mudando a arrumação da loja, realizando promoções de produtos ‘parados’ e colocando outro no lugar imediatamente e também a forma de abordar o cliente” (GESTORA DA LOJA).

Os concorrentes são as empresas que disputam os mesmos fornecedores ou os mesmos

clientes ou consumidores (CHIAVENATO, 2007). Portanto, é de suma importância que se conheça a

concorrência para que se identifiquem seus pontos fortes e fracos e a partir daí criar estratégias de

diferenciação a fim de superá-la. E as empresas que desenvolvem liquidações buscam, além de vender

o que já é antigo, atrair a atenção do consumidor para a empresa com a utilização dos próprios descontos

(ROJO, 2003).

Acerca do ambiente interno do estabelecimento, Kotler (1998) já afirmava que o ambiente é um

aspecto importante em uma loja e o seu layout físico pode tanto ajudar como atrapalhar o processo de

compra dos clientes. As lojas devem criar um ambiente que se adeque ao seu público-alvo.

Aliada à localização, a qualidade das mercadorias, conhecimento e habilidade da equipe de

vendas, a imagem da empresa forma uma impressão geral usada pelos clientes para fazerem seus

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julgamentos (SOLOMON, 2002). O mesmo autor também concorda que o ambiente físico, assim como

a decoração, os aromas e até mesmo a temperatura podem intervir no consumo.

A empresa, de acordo com sua gestora, realiza ainda promoções para dar destino aos produtos

que ficaram “parados” e por esse motivo convém criar meios para escoar esse estoque e ao mesmo

tempo divulgar a empresa e seus produtos que por vezes são novidades. Em contraponto, Kotler (2000)

aponta que não há muitas vantagens na realização de ofertas e promoções, pois as estratégias de preços

promocionais costumam ser nulas.

O ultimo questionamento propôs que a gestora acrescentasse algo a entrevista de maneira que

correspondesse ao contexto das perguntas e, logicamente, do assunto tratado. Nesse sentido a

empresária ponderou sobre o comprometimento praticado pela loja ao cliente.

“Uma das nossas diferenças é a sinceridade com quem lidamos no ato da venda. Não nos preocupamos somente em vender, muitas vezes o cliente chega na empresa e diz que só compra se a entrega for efetuada no mesmo dia, nesse caso a resposta é sempre sincera. Se der pra entregar hoje tudo bem, senão, somente no outro dia, não adianta mentir para o cliente. Ainda assim, 99% desses clientes fecham a venda porque sabem que estamos sendo sinceros e o 1% que não comprar, posso estar perdendo a compra naquele dia, mas não perco o cliente, porque ele viu que eu fui sincera e vai voltar para olhar. Caso eu não consiga cumprir com o prometido ele não voltará. Então um dos principais focos da Comercial J. Chaves é o comprometimento com o cliente” (GESTORA DA LOJA).

A Comercial J. Chaves é genuinamente caracterizada como empresa familiar. Nesse contexto,

observa-se uma resposta que apresenta de certa forma um caráter de pessoalidade, algo particular aos

valores que são praticados pela empresa. Necessariamente isso não significa disparidade ou

exclusividade em relação às outras, porém, considerando a importância e o empenho em trabalhar tais

valores organizacionais observa-se estes são típicos deste perfil de empresa. Em se tratando

especialmente de empresas familiares, o limiar dos valores desta uma organização é influenciado pelos

valores pessoais e familiares que os gestores levam para a empresa (OLIVEIRA, TAMAYO, 2004).

6. CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

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O propósito deste capítulo é apresentar um desfecho para o presente trabalho de modo que seu

objetivo principal seja correspondido desde o referencial teórico até suas análises quanti e qualitativa,

ponderando o relacionamento da empresa com seus clientes por meio das ferramentas utilizadas e

discutidas no âmbito organizacional.

Esse desenlace trata, além das conclusões, sugestões para a própria empresa estudada

considerando o assunto tratado para fins de aperfeiçoamento das próprias funções de marketing e

recomendações para o meio acadêmico acrescido da importância do trabalho no desenvolvimento ou

até mesmo consulta acerca do Marketing de Relacionamento.

6.1 Conclusão

O trabalho em questão buscou analisar o Marketing de Relacionamento como diferencial na

satisfação bem como na fidelização dos clientes da empresa de móveis e eletrodomésticos J. Chaves

em Pau dos Ferros – RN. Deste modo apresentou-se uma revisão teórica acerca do assunto,

expressando, na prática, a realidade da organização com ênfase no tema e obedecendo criteriosamente

os objetivos propostos sem, contudo, deixar de observar os aspectos que caracterizam a empresa como

sendo fundamentalmente familiar.

Neste contexto e considerando o objetivo de identificar o perfil dos clientes da empresa, a análise

do questionário demonstrou que estes são, em sua grande maioria, do gênero feminino e de faixa etária

jovem, não podendo, porém, deixar de ressaltar o alto percentual da clientela com idade acima de 50

anos. Ainda sobre o resultado, verificou-se que a maioria possui nível superior, ainda que a empresa

consiga atingir todos os níveis de escolaridade. São casados, têm filhos e detêm uma renda que varia

entre 1 e 2 salários mínimos. Isto é, são pessoas que compram quando de fato necessitam e por assim

ser, naturalmente pesquisam marcas e até mesmo na concorrência. Vale ressaltar que essas pessoas

de renda inferior indicam ter suas preferências pela loja em virtude de estratégias da própria organização

em alcançá-los.

Atendendo ao objetivo de identificar os fatores que influenciam na compra dos produtos da

empresa, a análise das respostas dos clientes aponta para uma fidelização determinada, sobretudo, pela

satisfação no atendimento, inclusive identificada como maior vantagem em comprar na loja.

Consequentemente, suas expectativas sanadas, a frequência de compra, tempo que em que são clientes

na loja e a positividade sinalizada quando a pergunta indagou sobre o retorno à empresa pelo cliente

também se configuram como fatores determinantes para tal proposito. Além do atendimento, principal

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diferencial da loja segundo os clientes, estes enxergam também o preço como um fator relevante que os

motivam a seguirem comprando na empresa.

Algumas informações como produto mais vendido e a forma de como os clientes tomaram

conhecimento da loja denotam que esta segue obtendo os resultados pretendidos. Ainda assim, deve

estar sempre atenta à melhoria dos canais de marketing responsáveis pela divulgação de seus produtos,

haja vista que o meio mais indicado na pesquisa foi o marketing boca a boca, ou seja, por mais

interessante que seja essa forma de divulgação, se faz necessário o complemento, pelo menos na

mesma proporção, com os demais.

A etapa qualitativa evidenciou o Marketing de Relacionamento praticado pela empresa, bem

como as estratégias utilizadas para fidelizar os clientes, ambos objetivos deste trabalho. A entrevista com

a gestora buscou explorar de maneira sucinta esses assuntos tornando ainda mais definida a realidade

da loja.

Neste sentido a pesquisa obteve bons resultados quando se observou métodos criativos de

acompanhamento do cliente com a finalidade de identificar suas necessidades, assim como brindes e

atendimento diferenciado para os clientes mais lucrativos. A entrevista revelou que a empresa empenha-

se em oferecer, com qualidade, o serviço ou o produto no qual a concorrência tem deficiência e preocupa-

se com o ambiente interno assim como em dar “saída” aos produtos encalhados no estoque por meio de

promoções.

Observa-se, portanto, que a empresa não utiliza um plano de marketing de relacionamento

formalizado, desenvolve ao invés disso, métodos efetivos de atendimento e acompanhamento de seus

clientes mais fiéis. E isso se deve muito em virtude da empresa estar localizada em uma cidade pequena

onde seus clientes se familiarizam com os próprios colaboradores ao invés da marca J. Chaves, a relação

nesse caso torna-se mais estreita. Por esse motivo as estratégias de fidelização baseadas praticamente

no bom atendimento e um preço acessível, assim como no layout da loja, tem se mostrado eficientes na

manutenção positiva da carteira de clientes, sendo que uma possível expansão irá demandar de

estratégias mais técnicas e modernas.

O entendimento de novas estratégias se dá essencialmente pelo fato de que o foco no

Relacionamento é algo inevitável em tempos de inovações tecnológicas, mudanças repentinas de

mercado e crescimento vertiginoso da concorrência. As empresas precisarão de muito mais que oferecer

bons produtos, devem estar aptas a personalizar o atendimento de forma individual ofertando assim

atenção e comodidade aos clientes que a cada dia ficam mais exigentes. Este fortalecimento na relação

é o que conduz à fidelização e esta por sua vez, facilita a retenção dos consumidores de seus produtos.

Por fim, verifica-se que os objetivos deste trabalho foram alcançados, pois a pesquisa e os

questionamentos aplicados propiciaram o encadeamento das variáveis e elementos que constituem o

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Marketing de Relacionamento, bem como permitiram o estudo dessa ferramenta no âmbito da própria

empresa, identificando e analisando o desenvolvimento das atividades inerentes à relação com seus

clientes. Constatou-se ainda que a coerência das respostas aos questionários são notórias entre si ao

passo que contribuem para o entendimento da problemática desse estudo.

6.2 Sugestões

Sabe-se que sempre existe uma grande concorrência entre as organizações em todos os

segmentos e gerenciar um relacionamento positivo com seus clientes é fundamento indispensável para

a permanência da empresa no mercado. Em se tratando de clientes, evidentemente é correto afirmar

que apenas suprir suas necessidades não basta, é preciso encantá-los.

Para tanto é necessário que estes clientes sejam identificados e reconhecidos individualmente

para sua próxima compra, comunicados com frequência, questionados sobre sua satisfação em relação

à empresa e correspondidos. Faz-se necessário, portanto, a percepção de suas expectativas e o

monitoramento de sua satisfação com a finalidade de sempre superar suas necessidades.

A partir desse entendimento podem-se sugerir estratégias futuras para o aprimoramento do

relacionamento com os clientes através do Marketing por banco de dados ou (database marketing como

é conhecido), esta ferramenta é uma evolução do marketing direto que se caracteriza basicamente por

a empresa ter que ouvir o cliente de forma individual e a partir disso desenvolver meios de personalizar

o seu atendimento. Com o database é diferente, a empresa se permitirá, nesse caso, guardar dados de

cada cliente e acessá-los quando for conveniente.

É importante ainda salientar que a tecnologia de banco de dados, ou seja, o conjunto de

informações individuais dos clientes da empresa contendo, nome, endereço, número de telefone, pedido

de compra, informações da ultima compra, entre outras, é uma lista que a qualquer tempo pode ser

atualizada, é crescente e seus benefícios são diversos.

Contudo, essa ferramenta aliada à tecnologia de CRM, (Customer Relationship Management) ou

simplesmente gerenciamento do relacionamento com o cliente, torna a empresa diferente, aproxima

ainda mais seus clientes e o retorno financeiro aumenta. Essa tecnologia usa os dados que a empresa

dispõe possibilitando, deste modo, conhecer e até de prever o comportamento de seus clientes.

Conceitualmente é um software que trabalha a comunicação entre a empresa e o cliente de

forma automática, especialmente na área de vendas, marketing e suporte ao cliente. Torna-se, portanto

um conjunto de estratégias de relacionamento que vai além da tecnologia quando integralizado a cultura

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da organização. Considerando o contexto financeiro e estrutural das pequenas e médias empresas estes

instrumentos precisam de uma adequação, ainda assim é válido e tornam-se diferenciais absolutos.

Além destes, é interessante que o atendimento pós-venda seja capaz de estabelecer uma

comunicação eficaz e, sobretudo que o cliente perceba o valor oferecido através dele. Ou seja, é

necessário que esse processo seja eficiente mantendo o cliente satisfeito fazendo com que o mesmo

ajude a construir seu próprio relacionamento com a empresa.

No quadro baixo serão apresentadas as ações de marketing citadas acima e seus principais

objetivos.

Quadro 5: ações de marketing sugeridas

AÇÕES DE MARKETING

RESULTADOS ESPERADOS

Suporte no pós-venda Retorno do cliente a loja;

Satisfação do cliente;

Forma de fidelização;

Fixação da marca na mente do cliente.

Database Marketing

Melhor gerenciamento das informações sobre os

clientes e do próprio mercado;

Proporciona ações estratégicas mais seguras

CRM

Conhecer melhor as necessidades dos seus

clientes e desenvolver uma relação mais próxima

com eles;

Fechar as vendas de modo eficiente e eficaz;

Permitir aos clientes efetuar transações facilmente

e de forma rápida;

Disponibilizar a mesma informação ao cliente,

independente do canal de contato.

Fonte: elaborado pelo autor (2015)

Deve-se entender que o monitoramento dos clientes é uma prática necessária para empresas

que buscam estarem à frente da concorrência, melhorando o relacionamento com seus clientes,

tornando-o rentável e vantajoso para ambas às partes. A constante proximidade com seus clientes

através das ferramentas supracitadas são essenciais para que os mesmos sintam-se como parte da

empresa.

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Finalmente, convém sugerir que o índice de satisfação dos clientes seja o principal indicador de

desempenho da empresa e que esta determine uma meta para que seja alcançado. Deste modo as

ações de marketing realizadas pela empresa serão sempre pautadas na satisfação atual de seus clientes.

Ainda sobre o assunto, é importante que esta medição seja feita periodicamente para fins de verificação

do impacto destas ações, fazendo, quando for necessário, suas devidas correções.

5.3 Recomendações

No que tange a recomendações, a pesquisa realizada oportuniza, no âmbito da empresa,

perspectivas para outra investigação de forma a proporcionar um domínio maior das informações dos

clientes e da própria loja. Assim como os trabalhos futuros podem utilizar ainda os dados apresentados

neste estudo para servir de contraponto às próprias análises.

Recomenda-se ainda que trabalhos pósteros realizem uma pesquisa com os clientes internos,

isto é, os colaboradores da empresa, para que se obtenha o conhecimento destes acerca do tema tratado

e da importância da construção de um relacionamento de longo prazo com os clientes externos.

Quanto ao campo acadêmico o trabalho apresenta um aprofundamento no estudo do Marketing

de Relacionamento aplicado à fidelização de clientes e, portanto, serve de referência nesta área

considerando, obviamente, que os resultados alcançados não são definitivos tampouco absolutos. Neste

sentido o trabalho contribui para a construção de novas hipóteses que levem a estudos mais detalhados

sobre o tema.

REFERÊNCIAS

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75

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APÊNDICE A – questionário a ser aplicado aos clientes da comercial J. Chaves

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia – CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Coordenação de Estágio Supervisionado - CES

Prezado (a) senhor (a) Solicito a vossa colaboração no preenchimento desse breve questionário, cujo fim é exclusivamente acadêmico. A sua ajuda será importantíssima, por isso solicito que as respostas sejam o que melhor espelhe a realidade, sabendo-se que esse conteúdo será mantido em absoluto sigilo, conforme preconiza os preceitos da pesquisa acadêmica. Desde já agradeço, a vossa atenção e contribuição.

Manuel Wlycys Holanda Monteiro Aluno Pesquisador

QUESTIONÁRIO

1- Gênero

( ) Masculino ( ) Feminino

2- Idade

( ) até 20 anos ( ) de 20 a 30 anos ( ) de 31 a 40 anos ( ) de 41 a 50 anos

( ) Mais de 50 anos

3- Nivel de Escolaridade

( ) Ensino fundamental incompleto ( ) Ensino fundamental completo

( ) ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo

( ) Superior incompleto ( ) Superior completo

outro ____________

4- Estado Civil -

( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo

5- Numero de filhos

( ) 1 filho ( ) 2 filhos

( ) 3 filhos ( ) 4 ou mais ( ) Nenhum

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6- Renda mensal

( ) até R$ 788,00 ( ) entre R$ 788,00 e R$ 1.500,00

( ) entre R$ 1.500,00 e R$ 3.000,00 ( ) acima de R$ 3.000,00

7- Há quanto tempo o (a) senhor (a) faz compras nesta loja?

( ) até um ano ( ) de 1 a 5 anos ( ) entre 5 e 10 anos

( ) acima de 10 anos ( ) mais de 10 anos

8- Com que frequência o (a) senhor (a) faz compras nessa loja?

( ) 2 a 3 vezes por ano ( ) 3 a 5 vezes por ano ( ) mais de 5 vezes por ano

( ) 1 ou mais vezes por mês ( ) somente nas promoções

9- O que o (a) senhor (a) mais compra na loja?

( ) móveis ( ) eletrodomésticos ( ) aparelhos eletrônicos

( ) produtos de informática

10- Como o (a) senhor (a) tomou conhecimento da loja?

( ) Já era cliente ( ) anúncios em rádios / carro de som/outdoors

( ) amigos ou familiares indicaram ( ) viu anúncios em panfletos ou jornal de ofertas

11- O atendimento prestado pela loja satisfaz as suas expectativas?

( ) Supera as expectativas ( ) Satisfaz as expectativas

( ) Satisfaz parcialmente as expectativas ( ) Não satisfaz as expectativas

12- O (a) senhor (a) pretende voltar a fazer compras na J.CHAVES?

( ) Não ( ) Talvez ( ) Sim

13- qual a maior vantagem que a senhora considera em ser cliente da empresa J Chaves?

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APÊNDICE B - Roteiro de entrevista estruturada a ser aplicada ao Gestor da J. Chaves

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia – CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Coordenação de Estágio Supervisionado - CES

Prezado gestor da Comercial J. Chaves. O roteiro de entrevista abaixo criado tem por finalidade obter

dados a serão utilizados como fonte de pesquisa no trabalho de conclusão do curso de Administração

pelo aluno Manuel Wlycys Holanda Monteiro, orientado pela Profa. Francisca Joseanny Maia e Oliveira

(UERN). Os referidos dados serão utilizados somente para esse fim e suas informações serão de

fundamental importância para o desenvolvimento dessa pesquisa.

Entrevista

Parte l - Perfil do gestor

1. Gênero

( ) Masculino ( ) Feminino

2. Idade

( ) entre 21 a 30 anos ( ) entre 31 a 40 anos ( ) Acima de 40 anos

3. Estado Civil

( ) Solteiro (a) ( ) Casado (a) ( ) Divorciado (a) ( ) Viúvo (a)

4. Grau de Instrução:

( ) Ensino fundamental incompleto ( ) Ensino fundamental completo

( ) ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo

( ) Superior incompleto ( ) Superior completo

outro ________________

5. Qual sua renda mensal:

( ) Apenas 1 salario mínimo ( ) 2 Salários mínimos ( ) 3 Salários mínimos

( ) 4 Salários mínimos ( ) Mais de 4 salários mínimos

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Parte ll – Relação entre empresa e clientes

6. Quais as ferramentas utilizadas pela empresa para identificar as necessidades dos clientes

antes da aquisição do produto?

7. A empresa possui um atendimento diferenciado para com os clientes mais lucrativos? De que

forma acontece esse atendimento?

8. Que aspectos a senhora considera de fundamental importância na fidelização dos clientes?

9. Quais métodos a empresa utiliza para atrair os clientes, tendo em vista que existem outras

franquias na cidade que trabalham com produtos semelhantes?

10. Há algo que sua pessoa gostaria de acrescentar a esta entrevista?

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