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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE ISLEANIA MARIA MARQUES MOREIRA ROSA O IDOSO INSTITUCIONALIZADO: UMA AVALIAÇÃO COGNITIVA E FUNCIONAL MOSSORÓ, RN 2019

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE

ISLEANIA MARIA MARQUES MOREIRA ROSA

O IDOSO INSTITUCIONALIZADO: UMA AVALIAÇÃO COGNITIVA E FUNCIONAL

MOSSORÓ, RN

2019

ISLEANIA MARIA MARQUES MOREIRA ROSA

O IDOSO INSTITUCIONALIZADO: UMA AVALIAÇÃO COGNITIVA E FUNCIONAL

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Saúde e Sociedade da

Universidade do Estado do Rio Grande do

Norte como requisito parcial para a obtenção

do grau de Mestre em Saúde e Sociedade

Orientador: Prof. Dr. Fausto Pierdoná Guzen

MOSSORÓ, RN

2019

Dedico este trabalho aos meus familiares e a

cada idoso que visitei durante esta jornada.

AGRADECIMENTOS

A Deus, por estar sempre ao meu lado orientando meus passos e guiando todas as minhas

decisões;

Aos meus pais, Genésio e Iraci, pela base sólida, exemplos de caráter e por nunca medirem

esforços para que suas filhas pudessem alcançar seus objetivos;

A minha irmã, pelo amor e torcida;

A minha avó, pelos ensinamentos;

A minha sogra e ao meu sogro, pelo apoio que sempre demonstraram;

Ao meu esposo, pela compreensão e apoio e ao meu filho, Luiz Antônio;

A minha amiga e cuidadora da minha família, Naná;

Aos meus tios Iraneide e Wellington, como pais na minha vida;

Ao professor Dr. Fausto, pela oportunidade de crescimento e por compartilhar seus

ensinamentos, me fazendo acreditar que sou capaz;

Aos membros da banca do Exame de Defesa pela oportunidade de aprendizado;

Ao Programa de Pós Graduação em Saúde e Sociedade (PPGSS), a Universidade do

Estado do Rio Grande do Norte (UERN), colaboradores em geral, e em especial, Luiz e

Luzia, e a todos os docentes e colegas;

Aos meus amigos, Andreza, Alan, Mikaela e Rita de Fátima pelo apoio e incentivo;

As minhas amigas, Alini, Bianca, Ianara, Lana e Luciana;

Aos funcionários das ILPI, que me acolheram e me ajudaram, mesmo bem atarefados com

suas atividades profissionais;

A todos os idosos que conheci, muito obrigada;

A todos, o meu sincero e profundo agradecimento! Muito Obrigada!

―Cada pessoa deve trabalhar para o seu aperfeiçoamento e ao mesmo tempo, participar da responsabilidade coletiva

por toda a humanidade‖

Marie Curie

RESUMO

O processo biológico do envelhecimento humano envolve alterações na morfologia,

fisiologia e, por conseguinte, no sistema nervoso, que alteram o funcionamento dos

sistemas motores, sensoriais, emocionais e cognitivos, influenciando na percepção e

interação com o mundo. Este estudo transversal avaliou o estado cognitivo, a

funcionalidade global, a depressão e as características sociodemográficas. Os

instrumentos de coleta foram: questionário sociodemográfico e testes validados na

literatura (Mini-Exame do estado mental, Teste do desenho do relógio, Índice de

Katz, Questionário de Pfeffer e a escala de depressão geriátrica) em idosos

residentes em instituições de longa permanência (ILP) no estado do Ceará e no Rio

Grande do Norte. Na amostra prevaleceu a faixa etária entre 70 e 79 anos de idade,

cor de pele morena/parda e baixa escolaridade. Do total, 59,5% residem nas ILP por

até cinco (05) anos, e 21,5% residem na ILP por opção própria. Hipertensão,

diabetes, doenças osteoarticular, depressão, demência e doenças oculares são

prevalentes nesta amostra. No teste de exame mental, 55,4% dos idosos atingiram

somente a pontuação mínima. No teste do relógio, 5,8% dos idosos desenharam

corretamente o relógio. Na avaliação funcional das atividades básicas 56%

mostraram-se independentes para todas as atividades e nas atividades

instrumentais, somente 4,1% mostraram-se pouco dependente. Do total, 81%,

apresentaram quadro de depressão leve e 10%, depressão grave. A avaliação

cognitiva, assim como a depressão, mostrou diferenças estatísticas significativas (p<

0,05) entre os anos de escolaridade. CE e RN mostraram p<0,05 no mini-exame

mental, nas atividades básicas e na depressão. Entre as sete (07) instituições

obteve-se p<0,05 no mini-exame mental e nas atividades básicas. Concluimos que a

amostra é predominantemente com comprometimento cognitivo, funcionalmente

independente para as atividades básicas da e dependente para as atividades

instrumentais. A amostra mostrou-se depressiva.

Palavras-chave: cognição, demência, depressão, idoso, institucionalização

ABSTRACT

The biological process of human aging involves changes in morphology, physiology,

and therefore in the nervous system, which alter the functioning of motor, sensory,

emotional and cognitive systems, influencing the perception and interaction with the

world. This cross-sectional study evaluated cognitive status, overall functionality,

depression, and sociodemographic characteristics. The collection instruments were:

sociodemographic questionnaire and tests validated in the literature (Mini-Mental

State Examination, Clock Drawing Test, Katz Index, Pfeffer Questionnaire and the

Geriatric Depression Scale) in elderly people living in long-term institutions (LTI) in

the state of Ceará and Rio Grande do Norte. In the sample prevailed the age group

between 70 and 79 years old, brown skin color and low schooling. Of the total, 59.5%

reside in the LTI for up to five (05) years, and 21.5% reside in the LTI at their own

option. Hypertension, diabetes, osteoarticular diseases, depression, dementia and

eye diseases are prevalent in this sample. In the mental examination test, 55.4% of

the elderly reached only the minimum score. In the clock test, 5.8% of the elderly

correctly designed the clock. In the functional evaluation of basic activities, 56% were

independent for all activities and in instrumental activities, only 4.1% showed little

dependence. Of the total, 81% presented mild depression and 10% severe

depression. Cognitive assessment, as well as depression, showed statistically

significant differences (p <0.05) between the years of schooling. EC and NB showed

p <0.05 in the mini-mental examination, in basic activities and in depression. Among

the seven (07) institutions, p <0.05 was obtained in the mini-mental examination and

in the basic activities. We conclude that the sample is predominantly cognitive

impairment, functionally independent for the basic activities and dependent for the

instrumental activities. The sample was depressive.

Keywords: cognition, dementia, depression, aged, institutionalization

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Distribuição da população brasileira por gênero e grupos de idade pelo

censo demográfico de 2010 ...................................................................................... 19

Figura 2: Esquema da avaliação multidimensional no idoso ..................................... 43

Figura 3: Caracterização das ILP e número de idosos .............................................. 52

Figura 4: Dimensões avaliadas nos idosos e instrumentos utilizados neste estudo . 58

Figura 5: Detalhamento das variáveis do estudo ...................................................... 59

Figura 6: Distribuição da amostra por gênero ........................................................... 62

Figura 7: Distribuição da amostra por faixa etária ..................................................... 62

Figura 8: Distribuição da amostra pela cor da pele ................................................... 63

Figura 9: Distribuição da amostra pela escolaridade ................................................. 63

Figura 10: Distribuição da amostra por motivo da institucionalização ....................... 65

Figura 11: Distribuição da amostra por anos da institucionalização .......................... 65

Figura 12: Resultado da avaliação da cognição através do MEEM .......................... 68

Figura 13: Resultado da avaliação da cognição através do TDR .............................. 68

Figura 14: Resultado da avaliação das atividades básicas através do Índice de

Katz .......................................................................................................................... 69

Figura 15: Resultado da avaliação das atividades instrumentais através do QPAF .. 70

Figura 16: Resultado da avaliação do quadro depressivo através da EDG-15 ......... 70

Figura 17: Comparação entre valores e variações dos testes de MEEM(A), TDR(B),

Katz(C) e QPAF (D) e EDG-15 (E) em relação a amostra geral, CE e RN e nas sete

(07) ILPI..................................................................................................................... 77

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Caracterização sociodemográfica da amostra........................................... 61

Tabela 2: Caracterização da amostra relacionada a variáveis .................................. 64

Tabela 3: Condições gerais de saúde e hábitos de vida ........................................... 66

Tabela 4: Doenças prevalentes nos idosos avaliados ............................................... 67

Tabela 5: Análise estatística do MEEM em relação ao gênero e aos anos de

escolaridade .............................................................................................................. 71

Tabela 6: Análise de associação entre Teste do Relógio (TDR) e o gênero através

do teste qui-quadrado................................................................................................ 72

Tabela 7: Análise de associação entre Teste do Relógio (TDR) e os anos de

escolaridade através do teste Qui-quadrado ............................................................. 72

Tabela 8: Análise de associação entre índice de Katz com variáveis independentes

através do teste Qui-quadrado .................................................................................. 73

Tabela 9: Análise de associação entre o QPAF com variáveis independentes através

do teste Qui-quadrado ............................................................................................... 74

Tabela 10: Análise de associação entre a EDG-15 com variáveis independentes

através do teste Qui-quadrado .................................................................................. 75

Tabela 11: Análise estatística entre os testes realizados e os estados envolvidos no

estudo........................................................................................................................ 76

Tabela 12: Análise estatística entre os testes realizados e todas as unidades de ILPI

envolvidas no estudo ................................................................................................. 76

Tabela 13: Pontos de cortes do MEEM em diferentes estudos ................................. 85

LISTA DE ABREVIAÇÕES

ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APA: American Psychiatric Association

ApoE ε4: Apolipoproteína-E

AAVD: Atividade avançada da vida diária

ABVD: Atividade Básica da Vida Diária

AIVD: Atividade Instrumental da Vida Diária

AVD: Atividades de vida diária

BPSD: Behavioural and Psychological Symptoms of Dementia

CCL: Comprometimento Cognitivo Leve

CID-10: Classificação Internacional de Doenças

CNDI: Conselho Nacional de Direitos da Pessoa Idosa

CNAS Conselho nacional de Assistência Social

CNS: Conselho Nacional de Saúde

DA: Doença de Alzheimer

DCL: Demência com corpúsculos de Lewy

DSM-5: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders

EIAVD: Escala de Independência em Atividades da Vida Diária

EDG-15: Escala de Depressão Geriátrica

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ILP: Instituições de Longa Permanência

ILPI: Instituições de Longa Permanência para Idosos

IPEA: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

MEEM: Mini Exame do Estado Mental

MMSE: Mini Mental State Examination

MCI: Mild Cognitive Impairment

NPS: Neuropsychiatric symptoms

OMS: Organização Mundial de Saúde

OPAS: Organização Pan-Americana da Saúde

PNUD: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PACS: Programa de Agentes Comunitários de Saúde

PNAB: Política Nacional de Atenção Básica

PNSPI: Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa

PPA: proteína precursora da amilóide

QPAF: Questionário Pfeffer de Avaliação Funcional

RDC: Resolução da Diretoria Colegiada

SUS: Sistema Único de Saúde

SDH/PR: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

SCPD: Sintomas comportamentais e psicológicos da demência

SNP: Sintomas Neuropsiquiátricos

SNPDH: Secretaria Nacional de Promoção do Desenvolvimento Humano

TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TDR: Teste do Desenho do Relógio

TGI: Trato Gastrointestinal

TGU: Trato Genitourinário

TUG: timed ud and go

WFMH: World Federation for Mental Health

WHO: World Health Organization

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 18

1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 22

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 23

2.1 O PROCESSO DO ENVELHECIMENTO E A SAÚDE MENTAL ........................ 23

2.2 DEMÊNCIA E DEPRESSÃO NO ENVELHECIMENTO ...................................... 26

2.3 POLÍTICAS PÚBLICAS E O IDOSO NO BRASIL ............................................... 32

2.4 A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO IDOSO .............................................................. 37

2.5 A SAÚDE DO IDOSO E A AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DO IDOSO ....... 39

2.5.1 Avaliação da cognição ...................................................................................... 44

2.5.2 Avaliação da funcionalidade global .................................................................. 45

2.5.3 Avaliação da depressão ................................................................................... 46

73. OBJETIVOS ........................................................................................................ 47

3.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 47

3.1.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 47

4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 48

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO ..................................................................... 48

4.2 ASPÉCTOS ÉTICOS........................................................................................... 48

4.3 LOCAL DO ESTUDO .......................................................................................... 48

4.3.1 Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) envolvidas no estudo .. 49

4.4 SUJEITOS DO ESTUDO ..................................................................................... 51

4.5 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 52

4.6 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS .................................................. 53

4.6.1 Questionário de Pesquisa ................................................................................ 54

4.6.2 Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) ............................................................ 54

4.6.3 Teste do Desenho do Relógio .......................................................................... 55

4.6.4 Escala de Atividades Básicas de Vida Diária de Katz ...................................... 55

4.6.5 Questionário Pfeffer de Avaliação Funcional - QPAF ....................................... 56

4.6.6 Escala de Depressão Geriátrica (EDG) (15) .................................................... 57

4.7 VARIÁVEIS DO ESTUDO ................................................................................... 59

4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................................... 60

5 RESULTADOS ....................................................................................................... 61

6. DISCUSSÕES ....................................................................................................... 79

7. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 90

8. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 92

APÊNDICE A – TERMO DE ANUÊNCIA ILPI1 ....................................................... 118

APÊNDICE B – TERMO DE ANUÊNCIA ILP2 ........................................................ 119

APÊNDICE C – TERMO DE ANUÊNCIA ILPI3 ....................................................... 120

APÊNDICE D – TERMO DE ANUÊNCIA ILP4 ........................................................ 121

APÊNDICE E – TERMO DE ANUÊNCIA ILP5 ........................................................ 122

APÊNDICE F – TERMO DE ANUÊNCIA ILPI6 ....................................................... 123

APÊNDICE G – TERMO DE ANUÊNCIA ILP7 ........................................................ 124

APÊNDICE H – TERMO (TCLE) ............................................................................. 125

APÊNDICE I – TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............... 127

APÊNDICE G – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA .................................................. 128

ANEXO A – PARECER DE APROVAÇÃO .............................................................. 130

ANEXO B – MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM) .................................... 134

ANEXO C- TESTE DO RELÓGIO (TDR) ................................................................ 135

ANEXO D - ÍNDICE DE KATZ ................................................................................. 136

ANEXO E - QUESTIONÁRIO PFEFFER DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL – QPAF .. 137

ANEXO F - ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA ABREVIADA (EDG-15) ...... 138

ANEXO G – CERTIFICADO DE CAPACITAÇÕ DA PESQUISADORA .................. 136

18

1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento está relacionado com alterações progressivas que

ocorrem em todas as células, tecidos e órgãos desde o momento da concepção até

a morte. No entanto, acontece em ritmos diferentes (Prince et al., 2013).

A proporção de idosos na população mundial tem aumentado nos últimos

anos, especialmente por causa da explosão demográfica que ocorreu em décadas

passadas, da melhora na qualidade de vida e condições de saúde e da diminuição

da natalidade (Lin et al., 2012). Esse processo demonstra ocorrer de forma rápida,

demonstrando ser necessária uma reorganização ampla em vários segmentos,

como saúde, educação, bem como políticas públicas, como um todo. Neste

contexto, Alves et al. (2007) defendem a necessidade de uma reorganização,

sobretudo social e da área de saúde para atender as necessidades desta população,

tendo em vista que ocorre também mudança na prevalência das doenças, gerando

um aumento das doenças e agravos crônico-degenerativos e da incapacidade

funcional.

Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo de População

das Nações Unidas (UNFPA), o envelhecimento da população é um dos maiores

triunfos da humanidade e também um dos nossos grandes desafios. Em todo o

mundo, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais corresponde a faixa etária

que mais cresce. Em 2012, o número de pessoas idosas no mundo era

aproximadamente de 810 milhões, cerca e 11, 5% da população mundial. Projeta-se

que esse número mais que duplique até 2050, alcançando 2 bilhões (UNFPA, 2012).

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em

2017 a expectativa de vida dos brasileiros em geral é de até 75,8 anos. Para a

população masculina, 72,2 anos. Já para as mulheres, 79,4 anos. Neste contexto, a

população brasileira com 60 anos ou mais de idade passou de 14,2 milhões, em

2000, para 19,6 milhões, em 2010, devendo atingir 41,5 milhões, em 2030, e 73,5

milhões, em 2060. O último censo demográfico realizado pelo IBGE, em 2010,

registrou que os idosos acima de 60 anos representam 10,8% da população do país,

apresentando uma taxa exuberante de envelhecimento populacional (IBGE, 2013,

2015), como mostra a figura 1.

19

Fonte: https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=12#topo_piramide

Estima-se que, em 2025, o Brasil ocupará o sexto lugar quanto ao

contingente de idosos, alcançando cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou

mais. Em 2050, as crianças de 0 a 14 anos representarão 13,15%, ao passo que a

população idosa alcançará os 22,71% da população total (IBGE, 2013, 2015)

A Região Norte, apesar do contínuo envelhecimento observado nas duas

últimas décadas, ainda apresenta uma estrutura bastante jovem, devido aos altos

níveis de fecundidade no passado. A proporção de idosos nesta região, de acordo

com o último censo era de 4,6% em 2010. As Regiões Sudeste e Sul apresentam

evolução semelhante da estrutura etária, mantendo-se como as duas regiões mais

envelhecidas do País, indicando o impacto das sucessivas quedas da fecundidade.

As duas regiões tinham em 2010 um contingente de idosos com 65 anos ou mais de

8,1%. A Região Centro-Oeste apresenta uma estrutura etária e uma evolução

semelhantes às do conjunto da população do Brasil, 5,8%, de idosos em 2010. Na

região Nordeste, a proporção de idosos na população em 2010 era de 7,2%,

indicando que em 2010 a Região Norte era a mais jovem do país, seguida do

Nordeste. Sudeste e Sul são as que apresentam estruturas mais envelhecidas. O

Centro-Oeste tem uma estrutura intermediária, com distribuição etária próxima da

média do país (IBGE, 2011).

Figura 1: Distribuição da população brasileira por gênero e grupos de idade pelo censo de 2010

20

Quanto aos estados brasileiros envolvidos neste estudo, Ceará (CE) e Rio

grande do Norte (RN), estados pertencentes à região Nordeste do Brasil e cada um

possui respectivamente cerca de 909.475 e 342.890 pessoas idosas. Esses

números representam que em cada um destes estados, 10,8% da população tem 60

anos de idade ou mais, assim, respectivamente, CE e RN ocupam o sétimo (7°) e o

oitavo (8°) lugar no ranking dos estados brasileiros em percentuais de idosos (IBGE,

2018).

Segundo Brito (2008) e Kalache (2008) esse envelhecimento populacional é

considerado um dos maiores desafios da saúde pública, bem como, um dos

fenômenos estruturais mais importantes que tem impactado a economia e a

sociedade brasileira a partir da segunda metade do século XX.

Diante do aumento das taxas de envelhecimento populacional e aumento da

expectativa de vida, estudos mostram que fatores, como a redução expressiva na

taxa de fecundidade, associada à redução da taxa de mortalidade infantil, são

determinantes nesta transição demográfica (Moraes, 2012). Destacam-se também

as transformações através da Ciência e Tecnologia (C&T) que impactam

diretamente no cotidiano das pessoas, conforme Pedro (2013) e contribuem com a

incorporação de estratégias específicas para o suporte adequado à população idosa

crescente (Silva et al. 2014).

Com o aumento da expectativa de vida crescem as prevalências de doenças

crônicas, os riscos de limitações físicas, de perdas cognitivas, de declínio sensorial e

de propensão a acidentes e a isolamento social. Dentre as diversas doenças que

acometem os idosos, aquelas relacionadas à saúde mental merecem atenção

especial devido à prevalência e comprometimento clínico. Os transtornos mentais

acometem cerca de um terço (1/3) da população idosa, causando sofrimento

emocional, diminuição da qualidade de vida e da capacidade funcional (Abbott et al.,

2004; Clemente, Firmo, 2011).

Os quadros psiquiátricos nos idosos incluem, destacadamente, a demência,

estados depressivos, transtornos ansiosos e quadros psicóticos, sendo a depressão

e demência os transtornos mentais mais frequentes na terceira idade. A prevalência

de transtornos depressivos em populações urbanas idosas brasileiras varia de

19,8% até 38,5% (Ramos et al., 2009). A demência, por sua vez, apresenta

frequências de 4,2% a 7,2% nos idosos, em diversas regiões do mundo, tendo

21

prevalência crescente com o avançar da idade. Caracteriza-se por declínio cognitivo,

progressiva dependência e incapacidade, até a necessidade indispensável de

cuidadores ou de institucionalização (Scazufca, Prince, 2002; Freitas et al., 2007).

Conforme Silva (2008) o surgimento da velhice e da terceira idade pode ser

entendido como resultante de um processo complexo, que envolve a convergência

de aspectos políticos, práticas sociais e interesses econômicos. Nesta perspectiva

observa-se mudança no foco do cuidado com o idoso, antes exercido

exclusivamente pela família e, principalmente pela mulher, vem sofrendo mudanças

diante da realidade em curso, assim, diferentes esferas devem ser consideradas e

trabalhadas, como meios possíveis para prover o bem-estar do idoso. Nessas

mudanças sócio-culturais faz-se referência aos novos focos de atenção à saúde do

idoso, como a Instituições de Longa Permanência (ILP) (Cavalcanti, 2013).

A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da ANVISA/RDC nº 283, de 26

de setembro de 2005, ANVISA (2005) aprova o Regulamento Técnico que

estabelece as normas de funcionamento para as ILPI no Brasil e define estas

instituições como instituições governamentais ou não, de caráter residencial para

domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem

suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania. A resolução

classifica o grau de cuidado com o residente de acordo com o grau de dependência

do idoso no auxílio da realização de atividades da vida diária. Grau de dependência I

(menor dependência), grau de dependência II e grau de dependência III (maior

dependência). Essa classificação também estabelece o dimensionamento de

recursos humanos para cada tipo de cuidado de acordo com dependência do idoso.

Diferente dos hospitais, estas unidades consistem de residências coletivas,

com rotinas que variam de acordo com seu público. Cuidam de pessoas com

fragilidades físicas e cognitivas em diversos graus de severidade.

22

1.1 JUSTIFICATIVA

A caracterização da população residente em Instituições de longa

Permanência é fundamental para compreender a demanda, suas necessidades e

colaborar com a prevenção de doenças ou agravos. Partindo deste ponto, Ceará e

Rio Grande do Norte, estados federativos vizinhos, poderiam revelar importantes

perfis desta população em estudo.

O aumento da expectativa também é uma conquista, porém junto a isso os

estudos mostram um significativo aumento de doenças crônico-degenerativas

Envelhecer de forma saudável contribui para um bem-estar geral, porém,

quando o envelhecimento não é bem sucedido, o idoso tem grande tendência a

apresentar comprometimento cognitivo e outras doenças, gerando dependência total

de atividades básicas, como banhar-se e alimentar-se, podendo levar a um tipo de

cuidado específico, como a institucionalização (Duca et al., 2012).

Sabe-se que a população idosa vem crescendo no Brasil, em específico,

neste contexto, os idosos que vivem em instituições de longa permanência podem

tornar-se mais vulneráveis. Investigar importantes sinais e sintomas de demência e

depressão nessa população é um importante condutor para políticas públicas na

área da saúde e educação, além de auxiliar no prognóstico de complicações do

estado de saúde.

Diante do exposto, é fundamental que haja incentivo à educação e pesquisa

para que possamos colaborar com a elaboração e implementação de políticas

públicas de fácil aplicabilidade voltadas para os idosos, como os institucionalizados,

melhorando a qualidade de vida desta população e colaborando com os

profissionais envolvidos na assistência ao idoso, que são fundamentais nesta

realidade e devem ser capacitados para tal função, tendo em vista que realizam

intervenções específicas para esta população.

Além de uma realização pessoal e profissional em contribuir com dedicação

e profissionalismo para esta população, este trabalho tem como alvo contribuir com

a sociedade civil e científica, tendo em vista, que pesquisas sobre demência e

depressão envolvendo idosos institucionalizados ainda são escassas, principalmente

no Nordeste do país.

23

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O PROCESSO DO ENVELHECIMENTO E A SAÚDE MENTAL

O envelhecimento pode ser considerado o processo biológico pelo qual

ocorrem alterações nas características morfológicas e fisiológicas do organismo vivo

ao longo do tempo (Chaimowicz, 1997). Neste processo ocorrem mudanças no

sistema nervoso periférico e central, que podem alterar o funcionamento dos

circuitos motores, sensoriais, emocionais e cognitivos e influenciar a forma como os

indivíduos percebem e interagem com o mundo (Ribeiro, Cosenza, 2013).

São muitas as modificações esperadas com o envelhecimento. Entre elas

estão à diminuição da força muscular e lentificação motora, redução na acuidade

visual, auditiva, olfativa e gustativa, perda neuronal e alterações em uma variedade

de medidas cognitivas e comportamentais que ocorrem em variáveis taxas (Neri,

Neri, 2011). Nesse contexto, as doenças degenerativas passam a ter maior

relevância no conjunto da sociedade, pois se caracterizam por ter início insidioso,

serem de longa duração e evoluírem, frequentemente, com redução progressiva da

capacidade funcional, interferindo nas habilidades físicas e mentais necessárias à

independência e autonomia, prejudicando a qualidade de vida (Costa, 2006; Costa,

Silva et al., 2011). Por outro lado, a dependência física e/ou mental, relacionada aos

quadros demenciais, por exemplo, é um importante fator de risco para mortalidade

(Veras, 2009; d’Orsi et al., 2011). Dentre as doenças de caráter crônico, a demência

é uma das mais importantes causas de morbimortalidade, representando o problema

de saúde mental que mais cresce. Estimativas dessa condição crônica apontam que

sua prevalência aumenta exponencialmente com a idade, passando de 5% entre os

maiores de 60 anos, para 20% naqueles com idade superior a 80 anos (Machado et

al., 2007).

Os idosos representam uma população bem descrita na literatura com risco

para o desenvolvimento de síndromes demenciais, cuja prevalência dobra a cada

cinco anos após os 65 anos. Estimativas mostram que em 2010, 35,6 milhões de

pessoas viviam com demência em todo o mundo, sendo que 58% delas viviam em

países com baixa ou média renda. A previsão é que esses números dobrem a cada

24

20 anos alcançando 115,4 milhões de pessoas em 2050 (Scazufca, Prince, 2002;

Prince et al., 2013).

As demências são condições clínicas de natureza heterogênea, início

insidioso que comprometem o desempenho cognitivo, social e físico dos idosos,

sendo causa importante de dependência e institucionalização e representando um

impacto devastador para os indivíduos, as famílias e a sociedade (Freitas, Miranda,

2011; Ferri 2012). Subtipos de demência incluem a doença de Alzheimer, demência

vascular, demência com corpos de Lewy e demência frontotemporal (Walker et al.,

2002). As definições amplamente aceitas da demência nos idosos abrangem déficits

no âmbito social, ocupacional, em funções cognitivas e em atividades instrumentais

da vida diária, sendo caracterizada como uma síndrome com declínio da memória

associado a déficit de, pelo menos uma outra função cognitiva (linguagem, gnosias,

praxias ou funções executivas) com intensidade suficiente para interferir no

desempenho social ou profissional do indivíduo (Hancock, Larner, 2007; APA, 2013).

A cognição envolve todo o funcionamento mental como as habilidades de

percepção, evocação, raciocínio e resposta aos estímulos externos. Embora com o

envelhecimento os idosos tenham prejuízo no desempenho cognitivo, para um

grande número de idosos, as capacidades cognitivas permanecem preservadas,

embora se torne mais difícil armazenar e recuperar informações (Rabelo, 2009).

O estágio intermediário entre o envelhecimento cognitivo normal e a

síndrome demencial é definido como Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) ou

mild cognitive impairment (MCI). Designa um quadro clínico em que ocorre declínio

em um ou mais domínios cognitivos, o que pode levar a um relativo prejuízo da

capacidade de realização de atividades mais complexas (por exemplo, atividades no

campo profissional). Nesse estado há queixas de prejuízo do funcionamento

cognitivo (geralmente da memória) e apresenta alterações à avaliação

neuropsicológica, porém sem impedir que o mesmo execute as suas atividades de

vida diária e não preenche critérios diagnósticos para demência (Bottino, 1998; Stott,

Spector, 2011). A prevalência de CCL ainda não é clara e alguns subtipos vêm

sendo descritos e conforme estudos, a prevalência converge em 14% a 18% para

indivíduos com 70 anos de idade ou mais (Petersen et al., 2009). Pode ter diversas

etiologias, incluindo doenças clínicas mal controladas, polimedicação, depressão,

etc. Indivíduos com CCL podem apresentar melhora do quadro, estabilização, ou

25

progressão para demência, de acordo com a causa subjacente (Radanovic et al.,

2012).

Outro transtorno mental frequente entre idosos é a depressão, que tem sido

associada com o declínio funcional, hospitalização, admissão em instituições

asilares, também está relacionada com um risco elevado de suicídio e aumento da

mortalidade em idosos. Estima-se que aproximadamente 15% da população com

mais de 60 anos seja acometida por esta doença, chegando a atingir índices entre

20% a 22% em populações de idosos institucionalizados (Almeida, Almeida, 1999a;

Siqueira et al., 2009). Para Galhardo et al. (2010) e Souza, Paulucci (2011), cerca de

23 a 40% da população idosa em geral tem esse diagnóstico e em idosos

institucionalizados as taxas podem ser bem mais elevadas.

Uma em cada dez pessoas sofre de depressão grave e quase uma em cada

cinco pessoas sofreu esta desordem durante a sua vida. Em 2020, a depressão será

a segunda principal causa de incapacidade mundial e até 2030, poderá ser o maior

contribuinte para a carga de doenças (WHO, 2010).

A população idosa, muitas vezes apresenta mais sintomatologia depressiva

sem atender aos critérios diagnósticos para uma depressão. Esta condição é

freqüentemente referida como depressão subliminar e afeta quase 1 em 10 idosos.

Depressão sublimiar também tem um impacto importante na qualidade de vida dos

idosos, e é um importante fator de risco para um transtorno depressivo (Meeks et al.,

2011; WHO, 2014). Doenças crônicas podem predispor à depressão, agravando a

situação clínica. O quadro depressivo em idosos costuma ter apresentação atípica,

cursando, geralmente, com queixas somáticas inespecíficas, lentificação motora,

irritabilidade, sensação de desamparo e desesperança, queixas de memória,

sintomas ansiosos e preocupações excessivas (Nicolato, Alvarenga, 2013).

Durante o processo de envelhecimento ocorrem mudanças no sistema

nervoso periférico e central, que podem alterar o funcionamento dos sistemas

motores, sensoriais, emocionais e cognitivos e influenciar a forma como os

indivíduos percebem e interagem com o mundo (Ribeiro, Cosenza, 2013).

Estudos têm mostrado que os idosos sofrem perdas progressivas de

habilidades cognitivas e com o declínio da capacidade funcional (Lima-Costa et al.,

2011; Chaves et al., 2017).

26

Segundo Nunes et al. (2009) a capacidade funcional pode ser definida como

o potencial que os idosos apresentam para decidir e atuar em suas vidas de forma

independente no cotidiano. Prejuízos nesta função levam a um aumento da

dependência do indivíduo no seu dia-a-dia e na sua relação com o meio social

trazendo prejuízos para a qualidade de vida.

Depressão e demência têm incapacitado idosos em todo o mundo por

levarem à perda da independência e quase inevitavelmente, da autonomia (Gordilho

et al., 2000).

O processo natural de envelhecimento sofre variabilidade substancial de um

indivíduo para o outro e, apesar de não serem patológicos, servem de substrato para

a apresentação da doença e prognóstico do tratamento. Assim, faz-se necessária

uma avaliação minuciosa para distinguir as mudanças fisiológicas das patológicas,

bem como diferenciar precocemente alterações potencialmente reversíveis das

irreversíveis (Cançado et al., 2011).

2.2 DEMÊNCIA E DEPRESSÃO NO ENVELHECIMENTO

Sabe-se que o envelhecimento é um processo natural e que vem se

tornando alvo de diversos estudos atualmente.

Em relatório divulgado, a OMS aponta que a demência afeta mais de 47,5

milhões de pessoas em todo o mundo (WHO, 2017a). Estima também que o número

de pessoas com demência no mundo deverá ser de 65,7 milhões em 2030 e 115,4

milhões em 2050 (Prince et al. 2013).

O aumento da população idosa está associado à prevalência elevada de

doenças crônico-degenerativas, dentre elas aquelas que comprometem o

funcionamento do sistema nervoso central, como as doenças mentais e neste

cenário, destacamos a demência e depressão como os transtornos

neuropsiquiátricos mais comuns em idosos (Stella et al., 2002; Reys et al., 2006). A

demência aumenta de frequência entre a população com o avançar da idade,

tornando-se muito comum entre os idosos, sendo o maior fator de risco em quase

todas as demências a idade, risco esse que duplica a cada 5 anos após os 65 anos

(Prince, Jackson, 2009). Além disso, sabe-se que as demências apresentam maior

prevalência em países em desenvolvimento, considerada de alta prevalência em

países da América do Sul, (Kalaria et al., 2010; Wimo et al., 2010). As demências,

27

recentemente modificadas para a terminologia de Transtornos Neurocognitivos,

(NCD, pela sigla inglesa), proposta pela American Psychiatric Association

caracterizam-se como um conjunto de sinais e sintomas causado por uma série de

doenças, as quais comprometem a cognição do indivíduo. Com sua progressão, é

possível observar prejuízos na esfera funcional, social e profissional do paciente

(Peskind, Raskind, 1999; Canon et al., 2016).

Segundo o CID-10, a demência é uma síndrome devido a doença do

cérebro, geralmente de natureza crônica ou progressiva, onde ocorrem perturbações

de múltiplas funções corticais superiores, incluindo a memória, pensamento,

orientação, compreensão, cálculo, capacidade de aprendizagem, linguagem e

capacidade crítica. A consciência não se encontra obscurecida. Os déficits de

função cognitiva são geralmente acompanhados, e ocasionalmente precedidos, por

deterioração do controlo emocional, comportamento social e/ou motivação (WHO,

2010). Entre as mais comuns encontram-se a doença de Alzheimer e a Demência

Vascular, responsáveis respectivamente por 50-75% e 20-30% de todos os casos. A

demência também tem um enorme impacto econômico. Estima-se o custo mundial

de valores em torno de trilhões de dólares nos próximos anos. Isso nos mostra o

tamanho do desafio global da saúde pública e da assistência social (Prince, Jackson

2009; Prince et al., 2013).

Conforme Stella (2013) a�demência é um processo de comprometimento

mental que se caracteriza pelo declínio das funções cognitivas, com prejuízo da

capacidade da pessoa de organizar os próprios comportamentos e conduzir a

própria vida, podendo representar um processo lentamente progressivo ou abrupto,

dependendo dos fatores causais. As manifestações clínicas da doença interferem

significativamente nas atividades sociais�e ocupacionais do paciente, provocando

nele e em seus familiares grande sofrimento bem como elevado nível de estresse

nos cuidadores.�

As�demências são classificadas em primariamente degenerativas e

secundárias a vários processos patológicos, dependendo das causas e formas e

evolução. As degenerativas ou primárias são aquelas decorrentes de um processo

de atrofia cerebral progressiva, como a doença de Alzheimer (DA), e as demências

adquiridas ou secundárias são aquelas causadas�por processos infecciosos,

28

acidentes vasculares cerebrais, traumas crânio encefálicos, uso de substâncias

como álcool, e por outras formas de acometimento cerebral (Garuffi et al., 2011).

Caracterizada como uma síndrome, degenerativa, progressiva, irreversível e

multifatorial, a demência geralmente é acompanhada por distúrbios

comportamentais, também denominados behavioural and psychological symptoms of

dementia (BPSD) ou Neuropsychiatric symptoms (NPS), conhecidos como sintomas

comportamentais e psicológicos da demência (SCPD) ou Sintomas

Neuropsiquiátricos (SNP) da demência e o espectro inclui agitação, comportamento

motor aberrante, ansiedade, exaltação, irritabilidade, depressão, apatia, desinibição,

delírios, alucinações e alterações do sono ou do apetite e perda de memória,

sobretudo a memória recente do indivíduo. Estudos relatam que a prevalência de

BPSD nos lares de idosos é de cerca de 91-96% (Cummings, Cole, 2002; Lyketsos

et al., 2011; Cerejeira et al., 2012).

A neuropatologia da doença de Alzheimer (DA) envolve a presença de dois

biomarcadores: a formação das placas de proteína β-amilóide (Aβ) e os

emaranhados neurofibrilares (Bird et al., 1989; Ballard et al., 2011). Estas placas

protéicas resultantes do processo de quebra da proteína precursora da amilóide

(APP) resulta em disfunção neuronal e morte cerebral e a hiperfosforilação da

proteína Tau, formando emaranhados neurofibrilares que levam à progressiva

degeneração dos neurônios cerebral, resultando na morte não programada destes

neurônios (Selkoe, 2001).

A Demência Vascular (DV) é a forma de demência secundária mais

prevalente e a segunda entre todas as demências com detecção de placas

ateromatosas e estenoses vasculares e também possui importantes marcadores

diagnósticos baseados no beta-amilóide e na proteína Tau (Engelhardt et al., 2011).

A demência com corpúsculos de Lewy (DCL), a causa de 10% a 25% das

demências, síndrome com curso flutuante, alucinações visuais, sinais

parkinsonianos e hipersensibilidade a antipsicóticos, tem recebido crescente atenção

nos últimos anos. Apresenta-se um cerne denso circundado por halo de filamentos

radiados composto por duas proteínas: a ubiquitina e a alfa-beta-cristalina. Estas

parecem apresentar função citoprotetora (Byrne, 2001). O corpúsculo de Lewy (CL)

também é composto por proteínas dos neurofilamentos e enzimas como a protease

multicatalítica e a proteína precursora do beta amilóide. A alfa-sinucleína é também

29

uma proteína que compõe o CL, e parece exercer uma atividade antagonista à

ubiquitina (Tatsch et al., 2002). A constatação definitiva da demência é apenas

realizada por exame post mortem, contudo, a realização de um diagnóstico clínico,

aliado a presença de biomarcadores, tem sido bastante recomendada (Jack et al.,

2010).

Inúmeros fatores genéticos e ambientais estão em estudo para a definição

de um diagnóstico diferencial e preciso, visto que desordens como depressão,

deficiência de vitaminas e hipotireoidismo, por exemplo, podem contribuir para um

quadro de declínio cognitivo (Ballard et al., 2011).

A evolução da doença de Alzheimer pode ser resumida de acordo com as

seguintes fases: inicial, moderada e avançada (Brucki, 2000; Stella, 2006). Com

início insidioso e deterioração progressiva a DA possui duração de difícil precisão, o

curso da doença pode variar aproximadamente entre 5 e 20 anos. Conforme

(Peskind,Raskind, 1999), o primeiro sinal proeminente é o prejuízo na memória, que

com o avançar do quadro, torna-se mais severo, comprometendo outras funções

mentais, como as funções executivas, atenção e capacidade visuoespacial gerando

declínio cognitivo, sendo este mais significativo nos estágios iniciais da doença.

Nos estágios iniciais surge o comprometimento de diversas funções

cognitivas, como declínio da memória recente, dificuldade de orientação espacial e

temporal, dificuldade de nomeação de palavras de memória semântica,

comprometimento leve da atividade de cálculo, e pode apresentar indícios de

apraxia, agnosia ou afasia, mantendo as atividades sociais e ocupacionais básicas,

e algum prejuízo nas que exigem um maior nível de complexidade (Stella, 2006).

Na fase moderada, os sintomas acima acentuam-se e o paciente pode ter�

dificuldade significativa para a execução de tarefas, de acordo com o nível de

complexidade. Os déficits de memória, agravam-se, os sintomas de apraxia, agnosia

e afasia tornam-se mais evidentes e aumenta o comprometimento das funções

executivas.�Observa-se também o empobrecimento do pensamento lógico. O

sujeito perde grande parte da sua autonomia, necessitando de supervisão para

atividades simples como cuidar de si e das atividades cotidianas (Stella, 2006).

Na fase avançada, a doença assume proporções graves, perda da

capacidade de memória, incapacidade de desenvolver as funções executivas e

agravamento da apraxia, agnosia e afasia. Mostra-se incapaz de se comunicar,

30

podendo apresentar desorganização grave do comportamento. Apresenta alto grau

de dependência e necessita de supervisão constante (Stella, 2006).

Muitos fatores estão em destaque de estudos atuais para melhor

compreensão e diagnóstico da DA, tal como, quantificação de biomarcadores

verificadas in vivo através do método de extração de líquor, como em Perrin et al.

(2009) e Jack et al. (2010), além de investigações sobre a relação entre os

biomarcadores e DA, dentre eles fatores genéticos como a alelo ε4 da

apolipoproteína-E (apoE ε4), e citocinas pró-inflamatórias, como interleucinas e fator

de necrose tumoral (TNF) e verificar os efeitos do exercício físicos para estes

pacientes (Angelopoulos et al., 2008; Bermejo et al., 2008; Swardfager et al., 2010).

A depressão atinge, segundo estimativas da World Federation for Mental

Health (WFMH), 350 milhões de pessoas em todo o mundo. Transtornos

depressivos geralmente começam em uma idade jovem; eles reduzem o

funcionamento das pessoas e muitas vezes são recorrentes. Neste sentido a

depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo em termos de total

de anos perdidos devido a incapacidade. E a demanda para conter a depressão e

outras condições de saúde mental aumenta globalmente (WFMH, 2012; APA, 2013).

Cerca de 23 - 40% da população idosa em geral tem esse diagnóstico e em

idosos institucionalizados as taxas podem ser bem mais elevadas (Kwan, Petersen,

2010; Souza, Paulucci, 2011).

Sempre associada a um elevado grau de sofrimento psíquico, depressão é

um contribuinte significativo para a carga global de doenças e afeta pessoas em

todas as comunidades em todo o mundo e apesar de ser mais freqüente em adultos

jovens, a prevalência da depressão aumenta após os 65 anos e tem uma

importância particular, pois além de afetar funcionalmente, prolonga o tempo de

recuperação de outras patologias médicas (Ellison et al., 2012).

A depressão não se trata de uma única doença, mas um conjunto de várias

que incluem, segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM

5): a perturbação depressiva maior, distimia, distúrbio da desrregulação

perturbadora do humor, perturbação disfórica pré-menstrual, perturbação depressiva

induzida por substâncias ou fármacos, perturbação depressiva devido a outra

condição médica, outras perturbações depressivas especificadas e inespecificadas.

Sendo que o aspecto comum a estas doenças é a presença de humor deprimido,

31

irritado ou ausência de emoções, acompanhada por alterações somáticas e

cognitivas que afetam significativamente a capacidade funcional do individuo. O que

as distingue é a duração, data de surgimento ou a etiologia presumida (APA, 2013).

As causas de depressão no idoso configuram-se dentro de um conjunto

amplo de componentes onde atuam fatores genéticos, eventos vitais, como luto e

abandono, e doenças incapacitantes, fatores neurobiológicos, alterações

neuroendócrinas (redução da resposta ao hormônio estimulador da tireóide),

alterações de neurotransmissores (redução da atividade serotoninérgica e

noradrenérgica), alterações vasculares e processos de degeneração de circuitos

corticais e subcorticais responsáveis pelo processamento e elaboração da vida

afetiva e emocional, além da produção diminuída de serotonina pelos Núcleos da

Rafe e a diminuição dos receptores para estes neurotransmissores.

Comprometimento dos Núcleos da Base, particularmente do Núcleo Caudado e do

Tálamo, tem sido associado com depressão de início tardio e a hipofrontalidade,

constatada por neuroimagem, demonstrou redução da atividade cortical pré-frontal,

também tem sido correlacionada com depressão em idosos (Greenwald et al., 1998;

Stella et al., 2002).

Ainda conforme Stella (2002) a depressão ainda pode conduzir a alterações

das funções cognitivas temporariamente, muitas vezes dificultando o diagnóstico

diferencial entre este quadro e demência, além disso, o aparecimento de transtornos

depressivos em idosos tem sido considerado um fator de risco para o

desenvolvimento posterior de processo demencial.

O diagnóstico diferencial entre demência e depressão é freqüentemente

difícil e nem sempre excludente, o que evidencia a necessidade da utilização de

instrumentos que permitam, por meio da avaliação do estado cognitivo, distinguir

melhor ambas as condições. Estando frequentemente associadas, uma pode simular

a outra, o que ocasiona grandes dificuldades diagnósticas. A avaliação cognitiva

breve pode ser um instrumento útil na avaliação global do paciente idoso,

colaborando na diferenciação sindrômica, permitindo aos profissionais de saúde

obter informações que subsidiem diagnóstico, o planejamento e a execução das

medidas terapêuticas e de reabilitação a serem realizadas em cada caso.

Infelizmente, esta prática ainda deve se tornar uma rotina nos serviços de saúde no

Brasil (Reys et al., 2006; Scoralick, Pinheiro, 2013).

32

2.3 POLÍTICAS PÚBLICAS E O IDOSO NO BRASIL

O envelhecimento saudável deve ser o grande objetivo da senescência. As

políticas de saúde são fundamentais na contribuição para que mais pessoas

alcancem as idades avançadas com o melhor estado de saúde possível.

Estudos da Organização das Nações Unidas (ONU) (2002) considera o

período entre 1975 e 2025 como a Era do Envelhecimento. Nos países em

desenvolvimento, como o Brasil, esse envelhecimento populacional tem sido mais

significativo e acelerado: enquanto nas nações desenvolvidas, no período de 1970 a

2000, o crescimento observado foi de 54%, nos países em desenvolvimento esse

crescimento atingiu 123%.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) realiza planejamentos de ações já

bem definidos com o objetivo de promover o envelhecimento saudável e ativo. Em

2002, na Assembléia Mundial das Nações Unidas sobre Envelhecimento, realizada

na Espanha, a Unidade de Envelhecimento e Curso de Vida da OMS deixou

estabelecido novas diretrizes para a formação de projetos e políticas públicas

voltados ao envelhecimento ativo. Segundo a entidade, tais políticas devem seguir

uma abordagem baseada no reconhecimento dos direitos humanos das pessoas

mais velhas e nos princípios da independência, participação, dignidade, assistência

e auto-realização (WHO, 2005).

A OMS apóia os governos na meta de fortalecer e promover a saúde mental

em idosos e integrar estratégias globais efetivas a políticas e planos. Acordos

lançados em Assembléias Mundiais de Saúde objetivam alinhar os sistemas de

saúde às necessidades das populações mais velhas, tanto para a saúde mental

quanto física, assim, destacamos:

2013 - 2020: The Comprehensive Mental Health Action Plan for 2013-2020

2016 - 2020: Global strategy and action plan on ageing and health.

2017 - 2025: Global action plan on the public health response to dementia

2020 - 2030: Decade of Healthy Ageing (WHO, 2017a).

Estes compromissos de ações com planejamento global entre países são

fundamentais na garantia de ações específicas de promoção do bem-estar mental

das pessoas, incluindo os idosos, esta população que enfrenta situações especiais

33

de saúde física e mental e precisam ser reconhecidas, pois podem resultar em

isolamento, solidão ou sofrimento psicológico em idosos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) também considera que a saúde

mental desta população pode ser melhorada através de um envelhecimento ativo e

saudável e destaca que este envelhecimento é um processo de desenvolvimento e

manutenção da capacidade funcional que permite o bem-estar em idade avançada

através de ações de saúde pública abrangentes, sendo uma necessidade urgente

(OMS, 2015; WHO 2017b). No Brasil, Ministério da Saúde tem formulado políticas e

diretrizes com prioridades assistenciais para promover a inclusão deste grupo

populacional (Brasil, 1999, 2006a, 2014). Entretanto, apesar desses avanços, ainda

não se conseguiu efetivar com integralidade a assistência aos idosos. No Brasil,

destacamos os seguintes marcos legais:

Em 1994, o Programa Saúde da Família (PSF) adotado pelo Ministério da

Saúde (MS) como uma estratégia prioritária para a reorganização da Atenção Básica

e estruturação do sistema de saúde. Uma das atribuições dessa nova estratégia foi

desenvolver práticas interdisciplinares por equipes responsáveis pela saúde da

comunidade local na perspectiva de uma atenção integral humanizada,

considerando a realidade local e valorizando as diferentes necessidades dos grupos

populacionais;

Política Nacional do Idoso – Lei nº 8.842/1994, que prevê a garantia dos

direitos sociais à pessoa idosa;

Em 2002 foi criado o Conselho Nacional de Direitos da Pessoa Idosa (CNDI),

integrante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

(SDH/PR), que visa o fortalecimento e cumprimento dos direitos da Pessoa Idosa ao

cuidado integral de sua saúde;

Em outubro de 2003 foi instituído pela lei 10.741, o Estatuto do Idoso no qual

―é obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde,

mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento

saudável e em condições de dignidade‖ (Brasil, 2003);

Em 2005, o Ministério da Saúde, em setembro de 2005, definiu a Agenda de

Compromisso pela Saúde que agrega três eixos: o Pacto em Defesa do Sistema

Único de Saúde (SUS), o Pacto em Defesa da Vida e o Pacto de Gestão nos quais

34

foram pactuadas prioridades, com relação ao planejamento de saúde para a pessoa

idosa. São elas: a saúde do idoso, a promoção da saúde e o fortalecimento da

Atenção Básica;

Ainda em 2005, a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA) publicou, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 283, que

regulamenta e define normas de funcionamento para as ILPI de caráter residencial e

determina que as secretarias de saúde — estadual, municipal e do Distrito Federal

— devem implantar procedimentos para adoção do regulamento técnico, podendo

adotar normas de caráter suplementar, com a fnalidade de adequá-las às

especificidades locais. Esta RDC abrange todas as ILPI — governamentais ou não

governamentais — e se destina a normatizar a moradia coletiva de pessoas com

idade igual ou superior a 60 anos que possuem ou não suporte familiar (ANVISA,

2005);

Em fevereiro de 2006, a Portaria nº 399/GM, divulga o Pacto pela Saúde 2006

– Consolidação do SUS com seus três componentes: Pactos Pela Vida, em Defesa

do SUS e de Gestão, sendo saúde do idoso representada como uma das seis

prioridades pactuadas entre as três esferas de governo;

A Portaria nº 648/GM de 28 de março de 2006, aprova a Política Nacional de

Atenção Básica (PNAB) e revisa as diretrizes e normas para a organização da

Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de

Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Contribuindo para o desenvolvimento de

ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a

proteção à saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a

reabilitação e a manutenção da Saúde, tendo a saúde do idoso como uma das áreas

estratégicas para atuação em todo o território nacional (Brasil, 2006a);

Em 2006, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), pela

Portaria GM nº 2.528, de 19 de outubro de 2006, define que a atenção à saúde

dessa população terá como porta de entrada a Atenção Básica/Saúde da Família,

tendo como referência a rede de serviços especializada de média e alta

complexidade (Brasil, 2006b);

É importante destacar que a Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009,

aprova a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, classificando o abrigo

35

institucional para idosos, a Instituição de Longa Permanência para Idosos, como

Serviço de Proteção Social de Alta Complexidade (CNAS, 2009) e de acordo com o

Decreto 8242 de 23 de maio de 2014, estas instituições podem ser consideradas

como entidades beneficentes de assistência social;

A Lei nº 12.213/2010 Institui o Fundo Nacional do Idoso e autoriza deduzir do

imposto de renda pelas pessoas físicas e jurídicas as doações efetuadas aos

Fundos Municipais, Estaduais e Nacional do Idoso;

A Portaria nº 1.208/2013 do Ministério da Saúde dispõe sobre a integração do

Programa Melhor em Casa - Atenção Domiciliar no âmbito do SUS - com o

Programa SOS Emergências, ambos inseridos na Rede de Atenção às Urgências;

O Decreto Presidencial nº 8.114 /2013, que estabelece o Compromisso

Nacional para o Envelhecimento Ativo através de diretrizes com a participação das

três esferas de governo;

Em abril de 2018 uma iniciativa interministerial promovida pelo Departamento

de Atenção ao Idoso da Secretaria Nacional de Promoção do Desenvolvimento

Humano (SNPDH) / Ministério do Desenvolvimento Social, com o Ministério dos

Direitos Humanos e o Ministério da Saúde, e em parceria com a Organização Pan-

Americana da Saúde (Opas) e o Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (PNUD) com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de

São Paulo lançou a Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa, uma iniciativa

constituída por um Certificado com metas, voltada à oferta de melhores condições

de vida para a população idosa vulnerável, em particular, e, complementarmente,

para a população idosa em geral (Brasil, 2018).

Mesmo com avanços, a legislação brasileira relativa aos cuidados da

população ainda é falha entre as ofertas e as demandas, porém as orientações

previstas nas leis demonstram ser atuais e adequadas para serem aplicadas. O

Estatuto do Idoso traz uma conquista de direitos dos idosos, a ampliação da

Estratégia Saúde da Família e a criação da Política Nacional de Saúde da Pessoa

Idosa (PNSPI) também são fundamentais neste nestas conquistas.

A PNSPI em Brasil (2006a) traz como meta final ser uma atenção à saúde

adequada e digna para os idosos e idosas brasileiros, principalmente para aquela

parcela da população idosa que teve um processo de envelhecimento marcado por

36

doenças e agravos que impõem sérias limitações ao seu bem-estar. Tem como

finalidade recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos

indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse

fim, em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde.

Quanto às diretrizes desta Política são:

a) promoção do envelhecimento ativo e saudável;

b) atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa;

c) estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção;

d) provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da

pessoa idosa;

e) estímulo à participação e fortalecimento do controle social;

f) formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de

saúde da pessoa idosa;

g) divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa

para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS;

h) promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à

saúde da pessoa idosa;

i) apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.

Uma vez que o envelhecimento da população é um fenômeno global exige

ações nesta mesma proporção, assim os países podem custear o envelhecimento

se implementarem políticas e programa de ―envelhecimento ativo‖ que melhorem a

saúde, a participação e a segurança dos cidadãos mais velhos, baseando-se nos

direitos, necessidades, preferências e habilidades das pessoas mais velhas,

reconhecendo a importante influência das experiências de vida na forma de como os

indivíduos envelhecem (WHO, 2005).

São muitas as exigências com o propósito de garantir o bem-estar da

pessoa idosa, diante disso, não se pode deixar de pensar os lugares onde o idoso

recebe cuidados e vivencia sua velhice. Nesse estudo, direcionamos o olhar às

Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), que se constituem, cada vez

mais, como uma alternativa de moradia aos idosos. Estudos acerca de idosos

institucionalizados ou da institucionalização de idosos têm sido produzidos com

maior ênfase nos últimos dez anos (Souza, Inácio, 2017).

37

2.4 A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO IDOSO

O envelhecimento da população brasileira impactou trazendo mudanças no

perfil demográfico e epidemiológico em todo o país, gerando demandas que

requerem respostas das políticas sociais envolvendo o Estado e a sociedade,

resultando em novas formas de cuidado, em especial aos cuidados prolongados e a

atenção domiciliar (Vasconcelos, Gomes, 2012).

As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) são ―instituições

governamentais ou não, de caráter residencial, destinadas a serem domicílios

coletivos de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte

familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania‖(ANVISA, 2005). As ILPI

possuem, em seu escopo, o dever de assistir à saúde, de forma pública ou privada,

e garantir a atenção integral à saúde.

A denominação ILPI foi proposta pela Sociedade Brasileira de Geriatria e

Gerontologia (SBGG) em substituição às diversas nomenclaturas existentes – asilos,

abrigos, retiros, casa de repouso, termos fortemente marcado por preconceitos

historicamente constituídos. A nova denominação é derivada da expressão lançada

pela Organização Mundial de Saúde: Long-Term Care Institution, e deveria estimular

uma nova configuração de instituição para idosos, articulando rede de assistência

social e a rede de saúde, construindo um espaço multidisciplinar e integrado

(Camarano, 2010; Souza, Inácio, 2017). O atendimento aos idosos no Brasil de hoje

exige que a ILPI preste serviços tanto na área social quanto na área sanitária, sendo

assim objeto de ação de ambas as esferas. Pode-se, portanto, dizer que a ILPI é um

tipo especial de instituição de natureza sócio-sanitária. Essa natureza híbrida

demanda a criação de um modelo sócio-sanitário de assistência, que conjugue

valores e práticas de ambas as esferas (Pinto, Simson, 2012).

Mudanças nos rearranjos familiares, ausência de cuidador no domicílio, o

novo papel da mulher no mercado de trabalho e uma baixa na natalidade, resultando

em novos desafios a serem enfrentados no cuidado à população idosa, observando-

se nisso as Instituições de Longa Permanência (ILP) como meios possíveis para o

bem-estar do idoso, e levando-se em consideração a atenção àqueles com

comprometimentos e fragilidades (Cavalcanti, 2013).

A WHO (2017) destaca que os sistemas de cuidados de longa duração

(incluindo cuidados paliativos) são necessários em todos os países para atender às

38

necessidades das pessoas idosas. E enfatiza que cada país precisa de um sistema

de cuidados de longa duração ou permanência que seja sustentável e eqüitativo nas

diferentes formas, contexto cultural e econômico e que conceda às pessoas idosas,

o cuidado e apoio que precisam para viver vidas com dignidade e respeito, no

entanto, poucos países possuem sistemas adequados de cuidados de longa

permanência que atenda adequadamente às necessidades de cuidado e apoio de

suas populações, e com uma força de trabalho bem treinada e com o devido apoio

aos cuidadores. Destacamos que a OMS desenvolve diretrizes, fornecendo

orientação com base em evidências sobre como desenvolver, expandir e melhorar a

qualidade dos serviços de cuidados de longo prazo, com foco em ambientes com

menos recursos. Fornece assistência técnica e apoio aos países que estão

introduzindo e expandindo os serviços de cuidados de longo prazo, bem como

desenvolve ferramentas de treinamento para fortalecer cuidadores formais e

informais (WHO, 2018).

No Brasil, observa-se a institucionalização definitiva de idosos com baixos

níveis de dependência, em diferentes faixas etárias, entretanto, diferentes aspectos

são revelados na literatura internacional, que mostra a institucionalização de idosos

mais velhos ou acima dos 85 anos, vítimas de múltiplas perdas funcionais e

demenciados. Essa mudança de ambiente leva as pessoas a apresentarem menor

desempenho nas habilidades físicas e psicológicas, pois a maioria das casas de

longa permanência não possui recursos financeiros e humanos para oferecer ao

idoso uma atenção integral, ou seja, não consegue trabalhar o biopsicossocial do

indivíduo de maneira adequada (Born, Boechat, 2006; Smanioto, Haddad, 2011).

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostram o

resultado do mais amplo estudo que mostra o perfil das ILPI brasileiras. O número

de idosos institucionalizados no Brasil ainda é pequeno, havendo um número

reduzido de vagas e a quantidade limitada de instituições gratuitas, sendo que

atualmente cerca de 71% dos municípios não possuem uma ILPI, seja ela pública,

privada, mista ou filantrópica (Alcântara et al., 2016).

No Brasil, conforme Quadros e Patrocinio (2015), no período de 2007-2009

foram identificadas 3.548 instituições, nestas, residem cerca de 100.000 idosos,

representando menos de 1% da população idosa, ao contrário do que ocorre em

países desenvolvidos, o cuidador, comumente é um familiar, do sexo feminino e,

39

muitas vezes, é também idoso. Destas instituições, 6,6% são públicas ou mistas;

28,2% são privadas e 65,2% são filantrópicas. Aproximadamente dois terços das

Instituições de Longa Permanência (ILP) estão localizados na região Sudeste. No

entanto, observa-se uma super-representação das regiões Sudeste, Sul e Centro-

Oeste e uma sub-representação das demais. A região Nordeste concentra 24,7% da

população idosa brasileira e 8,5% das instituições.

As ILPI apresentam aspectos singulares e determinam, mediante normas

institucionais vigentes e práticas decorrentes de costumes institucionalizados,

condutas e comportamentos próprios com atividades realizadas num mesmo

ambiente e sob uma autoridade, com a rotina praticamente igual para todos.

Independentemente do sentido negativo e preconceituoso que as pessoas possuem

sobre a ILPI, ela talvez seja a alternativa possível para muitos idosos e suas famílias

(Oliveira, Rozendo, 2014).

Conforme informações colhidas através da Secretaria do Trabalho e

Desenvolvimento Social (STDS) do Ceará, bem como no Conselho Estadual dos

Direitos dos Idosos (CEDI-CE) existem cerca de vinte e duas (22) ILPI acolhedoras

de idosos, sendo seis (06) unidades na capital, Fortaleza. Cerca de 1030 idosos

residem nestas instituições.

No Estado do Rio Grande do Norte, através da Secretaria de Estado do

Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (SETHAS) também fomos

informados de que no Estado do Rio Grande do Norte há 26 (vinte e seis) ILPI em

vinte (20) municípios e acolhe cerca de 700 idosos, sendo seis (06) unidades na

capital potiguar. Nos dois (02) estados há unidades denominadas mistas, que

acolhem homens e mulheres.

2.5 A SAÚDE DO IDOSO E A AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DO IDOSO

O foco da saúde está estritamente relacionado à funcionalidade global do

indivíduo, definida como a capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo.

Abrange todas as funções do corpo, atividades e participação social. Neste aspecto

pode ser considerada saudável quando é capaz de realizar suas atividades sozinha,

de forma independente e autônoma, mesmo que tenha doenças (Costa, Monego,

2003; Moraes, 2010).

40

Ainda conforme o autor supracitado, o ponto de partida da abordagem

geriátrica é a avaliação da funcionalidade global, através das atividades de vida

diária (AVDs) através de informantes e instrumentos. Diversas escalas/testes estão

disponíveis. Em seguida, recomenda-se a avaliação da cognição, humor, mobilidade

e comunicação. Este processo envolve o idoso e a família e tem como principal

objetivo a definição do diagnóstico multidimensional e do plano de cuidados

(Moraes, 2012).

As tarefas do cotidiano nas quais o indivíduo cuida de si e de sua própria

vida são denominadas AVDs e por meio da realização destas atividades, estima-se

a capacidade funcional. As AVDs podem ser classificadas, conforme o grau de

complexidade, em básicas (ABVD), instrumentais (AIVD) e avançadas (AAVD).

Quanto maior for a complexidade da AVD, maior será a necessidade do

funcionamento adequado dos sistemas funcionais principais (cognição, humor,

mobilidade e comunicação), de forma integrada e harmoniosa (Moraes, 2012; Assis

et al., 2015). Descrevemos abaixo sobre as atividades e os instrumentos de

avaliação funcional amplamente utilizados.

As atividades básicas são fundamentais para o indivíduo e referem-se às

tarefas de cuidado com o corpo, como tomar banho, vestir-se, higiene pessoal (uso

do banheiro), transferência, continência esfincteriana e alimentar-se sozinho. As

atividades banhar-se, vestir-se e uso do banheiro são funções influenciadas pela

cultura e aprendizado, portanto, mais complexas. Atividades como transferência,

continência e alimentar-se são funções vegetativas simples, portanto, mais difíceis

de serem perdidas. caráter hierárquico das tarefas é útil e capaz de traduzir a

gravidade do processo de fragilização do indivíduo Escalas usadas: Índice de Katz,

descrita por Katz e índice de Barthel, monitorizar a (in)dependência dos indivíduos

para a realização das ABVD (Moraes, 2012).

As atividades instrumentais são mais complexas e indicam a capacidade do

idoso de viver sozinho na comunidade. Incluem atividades relacionados ao cuidado

doméstico, como preparo de alimentos, fazer compras, controle do dinheiro,

trabalhos domésticos, uso correto dos medicamentos e sair de casa sozinho.

Exemplos de testes utilizados: Escala de Lawton e Brody e Questionário Pfeffer de

Avaliação Funcional (QPAF) (Assis et al., 2015)

41

As atividades avançadas referem-se às atividades relacionadas à integração

social, englobando as atividades produtivas, recreativas e sociais, como trabalho

formal ou não, gestão financeira, direção veicular, participação em atividades

religiosas, serviço voluntário, organização de eventos, uso de tecnologias (uso da

internet, hobbies, etc.), praticar esportes, andar de bicicleta, cantar, viajar e dançar,

dentre outros. São atividades individualizadas e de difícil generalização. Não são

fundamentais para uma vida independente, mas podem indicar uma maior

capacidade funcional e melhor saúde física e mental, uma vez que tendem a variar

de acordo com a vontade e a motivação. Daí a importância do conhecimento prévio

da funcionalidade, para que se possa comparar o indivíduo com ele mesmo e

reconhecer a presença de declínio funcional (Duarte et al., 2007; Moraes, 2012).

Em Moraes (2012) e Arnau et al. (2016) há descrições sobre a

funcionalidade e os autores afirmam que esta representa a presença de autonomia

(capacidade individual de decisão e comando sobre as ações, estabelecendo e

seguindo as próprias regras) e independência (capacidade de realizar algo com os

próprios meios), permitindo que o indivíduo cuide de si e de sua vida. A

independência e autonomia estão intimamente relacionadas ao funcionamento

integrado e harmonioso dos seguintes sistemas funcionais principais:

Cognição: é a capacidade mental de compreender e resolver os

problemas do cotidiano. Exemplos de instrumentos de avaliação: Teste de fluência

verbal, Reconhecimento de figuras, Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e Teste

do Desenho do Relógio (TDR);

Humor: é a motivação necessária para atividades e/ou participação

social. Inclui, também, outras funções mentais como o nível de consciência, a senso-

percepção e o pensamento. Exemplo de instrumento: Escala de depressão;

Mobilidade: é a capacidade individual de deslocamento e de

manipulação do meio onde o indivíduo está inserido. Depende da capacidade de

alcance/preensão/pinça (membros superiores), postura/marcha/transferência

(membros inferiores), capacidade aeróbica e continência esfincteriana. Avaliação:

Teste de caminhada, Avaliações de membros e o teste timed ud and go (TUG);

Comunicação: é a capacidade estabelecer um relacionamento

produtivo com o meio, trocar informações, manifestar desejos, ideias, sentimentos; e

42

está intimamente relacionada à habilidade de se comunicar. Depende da visão,

audição, fala, voz e motricidade orofacial. Testes: Avaliação da voz, fala e deglutição

e teste do sussurro;

Os autores ainda ressaltam que o comprometimento dos principais sistemas

funcionais (cognição, humor, mobilidade e comunicação) gera as incapacidades e,

consequentemente, as grandes síndromes geriátricas: a Incapacidade cognitiva, a

instabilidade postural, a Imobilidade, a incontinência e a incapacidade comunicativa.

Além disso, desconhecer as particularidades do processo de envelhecimento pode

gerar intervenções capazes de piorar a saúde do idoso, conhecidas como Iatrogenia,

que se traduz nos malefícios causados pelos profissionais da área de saúde e pelo

sistema de saúde despreparado para dar uma resposta adequada aos problemas de

saúde do idoso. Nesta perspectiva, as funções do corpo, representam as funções

dos sistemas fisiológicos principais (sistema nervoso, cardiovascular, respiratório,

digestivo, gênito-urinário, locomotor, etc.) e mostram a perspectiva corporal da

funcionalidade. A avaliação destes sistemas corresponde à avaliação da

funcionalidade das estruturas e funções do corpo e a perda dessa função provoca

um nível de incapacidade denominado deficiência (perspectiva corporal da

incapacidade).

Dados referentes aos medicamentos (nome, dose, posologia, duração) em

uso pelo idoso têm um papel fundamental no tratamento das condições de saúde,

bem como, conhecer as propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas da

medicação amplamente utilizada é primordial. Destacamos também a relevância da

interações medicamentosas e da polifarmácia (≥ 5 drogas/dia) (Moraes, 2012).

Na avaliação da história pregressa deve incluir todas as informações

referentes aos diagnósticos prévios, internações, cirurgias e os procedimentos

diagnósticos. Deve ser investigada a presença de tabagismo, etilismo, sexualidade,

atividade física, direção veicular, imunização e uso de órteses ou próteses.

Os fatores contextuais incluem a avaliação sociofamiliar, avaliação do

cuidador e a segurança ambiental, conforme descreve abaixo Moraes (2012).

A dimensão sociofamiliar e a avaliação do cuidador são fundamentais na

avaliação multidimensional do idoso. A família constitui-se a principal instituição

cuidadora de idosos dependentes, assumindo todo o cuidado de longa duração.

43

Avalia composição e suporte familiar, sendo a rede de apoio ou suporte social

também decisiva para o envelhecimento saudável.

E por último, a avaliação ambiental, também considerada primordial.

Considera-se de fundamental importância que os espaços físicos sejam

aprimorados, aumentando suas qualidades funcionais, em conformidade com as

necessidades dos usuários residentes, considerando a segurança e a acessibilidade

fatores relevantes. Áreas de locomoção, iluminação, quarto de dormir, banheiro,

cozinha e escada devem ser priorizadas.

A figura 2 representa esquematicamente um modelo de avaliação

multidimensional do idoso proposta por Moraes, 2012.

Fonte: Moraes, 2012

Figura 2: Esquema da avaliação multidimensional no idoso

44

O comprometimento no desempenho das ABVD ou AIVD é determinante

para o diagnóstico de pacientes com síndromes demenciais (Freitas, Miranda,

2011). E os instrumentos utilizados para tais avaliações baseiam-se na simplicidade,

rapidez, portabilidade e fidedignidade dos resultados. Todos apresentam vantagens

e desvantagens e não devem ser utilizadas como critérios diagnósticos, tampouco

para definição etiológica, mas sim como indicadores da presença de incapacidades

(Moraes, 2010).

2.5.1 Avaliação da cognição

A cognição é um conjunto de capacidades mentais que permitem ao

indivíduo compreender e resolver os problemas do cotidiano. Formada pela memória

(capacidade de armazenamento de informações), função executiva (capacidade de

planejamento, antecipação, sequenciamento e monitoramento de tarefas

complexas), linguagem (capacidade de compreensão e expressão da linguagem oral

e escrita), praxia (capacidade de executar um ato motor), gnosia/percepção

(capacidade de reconhecimento de estímulos visuais, auditivos e táteis) e função

visuoespacial (capacidade de localização no espaço e percepção das relações dos

objetos entre si). É responsável pela nossa capacidade de decidir. Juntamente com

o humor (motivação), é fundamental para a manutenção da autonomia. A perda da

cognição ou incapacidade cognitiva é, portanto, o ―desmoronamento‖ ou o

―apagamento‖ da identidade que nos define como ser pensante (Moraes, 2012).

O declínio cognitivo interfere na realização de atividades sociais e

ocupacionais, evoluindo para a perda das capacidades funcionais ou da autonomia,

de acordo com o estágio da enfermidade (Almeida, Crocco, 2000).

Diversos instrumentos, como o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) e o

Teste do Desenho do Relógio (TDR) foram desenvolvidos, com o objetivo de auxiliar

na investigação de declínio cognitivo em indivíduos. O Mini-Exame do Estado Mental

(MEEM) é a escala mais utilizada para rastreamento do comprometimento cognitivo

e a versão original foi desenvolvido por Folstein et al. em 1975 nos Estados Unidos

da América (Folstein et al. 1975; Almeida, 1998; Gallucci et al., 2005), além disso há

inúmeras traduções difundidas e validadas por diversos países. O TDR também é

muito utilizado na avaliação neurológica, psiquiátrica e psicológica para avaliação

cognitiva de fácil e rápida aplicação ou screening do declínio cognitivo,

45

especialmente em idosos (Hubbard et al., 2008). Foi introduzido no início do século

XX como um indicador de apraxia construcional com estudos iniciais feitos durante a

II Guerra Mundial em soldados que sofreram trauma de crânio e apresentaram

anormalidades atribuídas a lesões focais dos lobos occipital e parietal (Critchley,

1953).

De maneira geral, o paciente é solicitado a desenhar um relógio de

ponteiros, com marcação da hora, seguindo as instruções gerais do avaliador que

segue um determinado método de um autor. Este teste avalia muitas habilidades

cognitivas, como funções visuoconstrutivas, funções visuoespaciais, representação

simbólica e grafomotora, linguagem auditiva, memória semântica e funções

executivas (Hamdan, Royg 2009).

Existem vários métodos bastante aplicados na clínica, como o elaborado por

Tuokko et al. (1992); Shua-Haim et al. (1997), Shulman ( 2000) e Lourenço, Veras,

(2006). Neste estudo utilizamos o modelo recomendado pelo Ministério da Saúde do

Brasil (Brasil, 2006a).

2.5.2 Avaliação da funcionalidade global

Avaliação funcional pode ser definida como uma sistematização objetiva,

sobre a capacidade de desempenhar de forma independente, ou não, determinadas

atividades ou funções em diferentes áreas, utilizando-se de habilidades para o

desempenho das tarefas da vida cotidiana, para a realização de interações sociais,

em suas atividades de lazer e em outros comportamentos requeridos em seu dia-a-

dia (Duarte et al., 2007).

Através desta avaliação busca-se verificar o desempenho dos idosos de

forma autônoma e independente, ou seja, sem a necessidade de adaptações ou de

auxílio de outras pessoas, permitindo o desenvolvimento de um planejamento

assistencial mais adequado.

A avaliação do estado funcional em pessoas idosas é comum através do uso

de questionários que avaliam as ABVD, AIVD e AAVD com uma hierarquia

crescente e respectiva de complexidade entre estas diferentes subdivisões (Assis et

al., 2013).

As Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD) são menos complexas e

referem-se ao autocuidado, como alimentar-se, banhar-se, vestir-se, fazer higiene,

46

locomover-se, tomar banho, usar o banheiro e controle dos esfíncteres (KATZ et al.,

1963). As Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD) são relacionadas à vida

independente e ativa na comunidade e estabelecem relação entre o domicílio e o

meio externo, executando as atividades rotineiras do dia a dia, usando os recursos

disponíveis no meio (Tirado, Barreto, Assis, 2011). Incluem, por exemplo, comprar e

preparar alimentos, tomar remédios, administrar finanças, cuidar da limpeza da casa

e da lavagem das roupas, sair de casa para atividades diversas, usar transportes e

telefone, como já mencionado anteriormente. A avaliação destas atividades permite

definir se o indivíduo pode ou não viver sozinho (Freitas, Miranda, 2011). Entre os

principais instrumentos de avaliação do estado funcional, destacamos o índice de

Katz (KATZ et al., 1963), a Escala criada por Lawton e Brody, (1969), e o

Questionário de Atividades Funcionais (Functional Activities Questionnaire – FAQ)

ou Questionário Pfeffer de Avaliação Funcional (QPAF) (Pfeffer et al., 1982).

2.5.3 Avaliação da depressão

Através da avaliação da depressão, avalia-se a dimensão humor e para isso,

há na literatura várias escalas desenvolvidas para avaliar sintomas depressivos na

população geral.

Descrita em língua inglesa por Yesavage et al. (1983) e traduzida para o

português e adaptada para aplicação no Brasil por Stoppe-Junior et al. (1994) a

Escala de Depressão Geriátrica (EDG) é um dos instrumentos mais freqüentemente

utilizados para o rastreamento de depressão em idosos tanto no contexto clínico

quanto em pesquisas. Estudos em diferentes culturas mostram que a EDG é um

instrumento com boa validade e confiabilidade (Montorio, Izal, 1996; Almeida,

Almeida, 1999; Chau et al., 2006; Onishi et al., 2006).

A escala original tem 30 (trinta) itens e foi desenvolvida especialmente para

o rastreamento dos transtornos de humor em idosos, com perguntas que evitam a

esfera das queixas somáticas. Conforme Paradela et al. (2005) são 30 (trinta)

perguntas com respostas objetivas (sim ou não). Entre as suas vantagens

destacam-se: é composta por perguntas fáceis de serem entendidas; tem pequena

variação nas possibilidades de respostas; pode ser auto-aplicada ou aplicada por um

entrevistador, porém, esta versão original vem perdendo espaço para as versões

reduzidas com 15, 10 e 4 itens (Van Marwijk et al., 1995; Almeida, Almeida, 1999b)

47

A versão curta, com 15 itens ou perguntas, também com respostas objetivas

(sim ou não) é preferida em ambientes clínicos pela rapidez de aplicação (Pinho et

al., 2009).

Vários estudos foram realizados posteriormente no Brasil, empregando-se a

tradução para o português da EDG em duas versões (30 e 15 itens) em diferentes

contextos clínicos tanto para idosos atendidos na comunidade de forma

ambulatorial, como em (Almeida, Almeida 1999), quanto em enfermarias de geriatria,

em asilos (Mossey, Gallagher, 2004; Koehler et al., 2005) e em idosos internados

em enfermarias gerais (Sousa et al., 2007).

3. OBJETIVOS

3.1.1 Objetivo Geral

Avaliar o estado cognitivo, a funcionalidade global, bem como, sinais e

sintomas de depressão de idosos institucionalizados analisando a relação com

variáveis sociodemográficas, clínicas, escolaridade, morbidades, hábitos de vida e

tempo de institucionalização.

3.1.2 Objetivos Específicos

Analisar a prevalência do déficit cognitivo e sua associação com outras

condições, sóciodemográficas e familiar (sexo, situação conjugal, cor da pele, idade,

escolaridade e renda) e condições clínicas (doenças prevalentes e estado geral de

saúde), associados ou não, à depressão;

Caracterizar sinais/sintomas demenciais e depressivos nos idosos residentes nas

ILPI envolvidas no estudo;

Descrever o perfil deste grupo populacional, contribuindo com a prevenção de

transtornos mentais.

48

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo transversal. Esse tipo de

estudo epidemiológico, também classificado de cross-sectional ou estudo de

prevalência, tem como objetivo principal medir a prevalência de um determinado

evento ou desfecho e trata-se de um dos estudos mais utilizados em epidemiologia

(Abramson, 1991).

O estudo avaliou sinais de déficit cognitivo, funcionalidade global do idoso,

condições sociodemográficas e epidemiológicas dos aspectos de saúde, e também

descreveu sinais e sintomas demenciais e depressivos na população envolvida.

4.2 ASPÉCTOS ÉTICOS

Este estudo seguiu as recomendações da resolução 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde (CNS) e dos demais atos normativos referentes à pesquisa com

seres humanos, incluindo a atenção à confidencialidade, o respeito à pessoa

humana, a autonomia, a beneficência e a não maleficência.

O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética (CEP) da

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e após o parecer de

aprovação (2. 536. 445/2018) (ANEXO A) foi iniciada a coleta de dados. Todos os

participantes assinaram voluntariamente o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) após serem devidamente informados sobre o estudo e

esclarecidos sobre possíveis dúvidas. As anuências das instituições estão nos

apêndices deste estudo (APÊNDICE A ao APÊNDICE G)

4.3 LOCAL DO ESTUDO

Este estudo foi realizado em Instituições de Longa Permanência (ILP) para

Idosos de dois (02) estados da região Nordeste do Brasil. Estado do Ceará e Rio

Grande do Norte.

Foram envolvidas sete (07) ILPI, destas, quatro (04) ficam localizadas no

Estado do Rio Grande do Norte, na Mesorregião do Oeste Potiguar, especificamente

uma (01) em cada uma das seguintes cidades: Mossoró, Areia Branca, Caraúbas e

49

Jucurutu e três (03) ILPI ficam localizadas no Estado do Ceará, duas (02) na capital

Fortaleza e uma (01) na cidade de Russas, na Mesorregião do Jaguaribe. A escolha

das unidades de ILPI deste estudo não envolveu análise probabilística, mas sim a

localização geográfica de proximidade entre as unidades, tendo em vista que

somente um (01) pesquisador realizaria os testes com os idosos.

4.3.1 Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) envolvidas no

estudo

- ILPI01/RN - Instituto Amantino Câmara (Mossoró-RN)

Conforme informações colhidas na unidade, foi fundado em julho de 1941

por Dom Helder Câmara com o objetivo de atender população idosa carente. Possui

administração privada de caráter beneficente e com convênio firmado com a

Prefeitura Municipal de Mossoró. Os idosos pagam mensalmente e recebem

atendimentos médico, cuidadores, enfermagem, assistência social, nutrição,

fisioterapia e psicologia.

- ILP 02/RN - Fundação de Apoio ao Idoso – Rita Fernandes de Souza (Areia Branca

– RN)

Fundado em 1985 por iniciativa de uma vereadora local, cujo o nome é o

mesmo da instituição. Hoje é administrado pela prefeitura municipal de Areia Branca.

A unidade possui cuidadores contratados e utiliza os serviços Atenção Básica do

Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimentos à saúde para os idosos.

- ILPI3/RN – Associação Filantrópica Jorge Gurgel Fernandes do Amaral (Caraúbas-

RN)

Fundada em 2001 por iniciativa particular trata-se de uma instituição

beneficente localizado na cidade de Caraúbas-RN. Possui cuidadores contratados e

os idosos também são atendidos pelos serviços do SUS.

- ILPI4/RN – Lar da Pessoa Idosa Pedro Epaminôndas Lopes (Jucurutu-RN)

Fundado em 1989 através de uma iniciativa particular e com contribuições religiosas

para atender a idosos carentes da região. A unidade possui cuidadores contratados

e utiliza os serviços Atenção Básica do SUS para atendimentos à saúde dos

residentes.

- ILPI1/CE - Unidade de Abrigo de Idosos Olavo Bilac (Fortaleza-CE)

50

Fundado em 1936 é destinado ao acolhimento de idosos com grau de

dependência para atividades de autocuidado na vida diária, abandonados pelos

familiares ou que não tenham condições de prover seu próprio sustento, a ILPI, cuja

capacidade de atendimento é de 80 pessoas, além de atendimento médico contam

com atividades pedagógicas e lúdicas, fisioterapia, educação física, artes e

musicoterapia. A unidade conta também com a parceria dos grupos voluntários.

A unidade atende idosos que recebem proteção integral e cuidados

especiais para a preservação de sua saúde física e emocional. A estrutura da

unidade conta com 26 dormitórios. Possui atendimento médico, enfermagem,

fisioterapia, odontologia, fonoaudiologia e refeitórios para idosos e funcionários,

além de cozinha industrial e almoxarifado. Além disso, a unidade conta com Bloco

de Lazer e Entretenimento, composto por salas, banheiros e auditório.

- ILPI2/CE - Recanto Sagrado Coração de Jesus (Fortaleza-CE)

Fomos informados pelo responsável da unidade que a fundação ocorreu em

1998. Localizado em Fortaleza esta instituição possui administração privada de

caráter beneficente. A unidade é administrada por irmãs Vicentinas e também acolhe

espiritualmente idosas, que são admitidas por iniciativa particular e até pelo

Ministério Público em situações de tramitações processuais, como nas outras

unidades. Oferece atividades nas áreas de fisioterapia, psicossocial, recreação e

lazer, cultura, assistência social e saúde.

- ILPI3/CE – Lar santa clara de Assis (Russas-CE)

Fundado em 2003 através de iniciativa civis junto à Ordem Franciscana

Secular da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, foi construída já para este

propósito acolhedor e esta unidade oferece serviços similares as outras unidades

descritas.

As unidades envolvidas neste estudo possuem características residenciais

coletivas, as quais oferecem serviços de assistência social e alguns cuidados de

saúde ao idosos em situações de vulnerabilidade social. Na unidade pública, os

serviços são totalmente gratuitos. Todas as unidades envolvidas encontram-se com

a quantidade de residentes em sua capacidade máxima.

51

4.4 SUJEITOS DO ESTUDO

Este estudo incluiu idosos (pessoas ≥ 60 anos de idade) conforme a World Health

Organization (WHO) (1995), com sinais de cognição normal ou de déficit cognitivo,

que fossem capazes e ouvir e entender o suficiente para participar do estudo.

Incluimos idosos residentes em ILPI, que após esclarecimentos acerca da pesquisa,

aceitaram voluntariamante participar da pesquisa e assinaram Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE H) / Termo Assentimento

Livre e Esclarecido (TALE) (APÊNDICE I).

Os critérios de exclusão desta pesquisa foram:

Idosos em condições graves de bipolaridade ou esquizofrenia e distúrbios

neuropsquiátricos, como agitação, irritabilidade, euforia, e outros, ou conforme

registros médicos em prontuário que impedissem a execução e/ou entendimento dos

testes;

Dificuldade/incompreensão do idioma português;

Idoso indisposto, ou com qualquer limitação clínica do estado de saúde que o

impeça de participar da pesquisa.

O tamanho da amostra deste estudo refere-se a todos os idosos disponíveis

em cada unidade ILPI envolvida e respeita os preceitos descritos acima. A figura 3

explica sobre a população de cada ILPI e a amostra do estudo.

52

ILPI ADMINISTRAÇÃO RESIDENTES PARTICIPANTES DA PESQUISA

ILPI 1 CE Abrigo de Idosos Olavo Bilac

PÚBLICA ESTADUAL

76 idosos 35 - Mulheres 41 - Homens

24 idosos 11 - Mulheres 13 - Homens

ILPI 2 CE Recanto Sagrado Coração de Jesus

BENEFICENTE E RELIGIOSA

35 - Mulheres

21 Mulheres

ILPI 3 CE Lar Santa Clara de Assis

BENEFICENTE E RELIGIOSA

21 12 - Mulheres

09 - Homens

8 idosos 05 - Mulheres

03 - Homens

ILP 1 RN Instituto Amantino Câmara

BENEFICENTE 70 idosos

40 - Mulheres 30 - Homens

32 idosos 13 - Mulheres 19 - Homens

ILPI 2 RN Fundação de Apoio ao Idoso Rita Fernandes de Souza

BENEFICENTE

17 idosos 09 - Mulheres 08 - Homens

12 idosos 08 - Mulheres 04 - Homens

ILPI 3 RN Associação Filantrópica Jorge Gurgel Fernandes do Amaral

BENEFICENTE

20 idosos 12– Mulheres 08 - Homens

11 idosos 07 - Mulheres 04 - Homens

ILPI 4 RN Lar da Pessoa Idosa Pedro Epaminôndas Lopes

BENEFICENTE

17 idosos 09 - Mulheres 08 - Homens

13 idosos 06 - Mulheres 07 - Homens

TOTAL 256 121

Figura 3: Caracterização das ILPI e número de idosos

4.5 COLETA DE DADOS

Inicialmente as secretarias Estaduais de Desenvolvimento Social de cada

Estado envolvido no estudo foi contactado para conhecimento das unidades ILP

para idosos no Ceará e Rio Grande do Norte. Em seguida, os responsáveis das

unidades eram contactados e esclarecidos sobre o estudo. Após a aprovação pelo

CEP – UERN foram realizadas visitas às unidades para organização da coletas de

dados e esclarecimentos a outros profissionais das unidades sobre o estudo. Os

idosos foram esclarecidos sobre a pesquisa e com a leitura dos termos necessários.

Riscos e benefícios também foram explicados de forma clara e objetiva, e em

seguida, conforme aceite, o idoso assinava os termos legais de pesquisa para

participar do estudo.

Seguimos de forma criteriosa para a fase de avaliação propriamente dita, na

qual, individualmente, coletamos dados fundamentais sobre aspectos

sociodemográficos, estado geral de saúde, doenças presentes através de um

questionário de pesquisa elaborado neste estudo, e em seguida foram utilizados os

53

seguintes instrumentos de avaliação: Mini Exame do Estado Mental (MEEM), teste

do Desenho do relógio (TDR), o Escala (Índex) de Katz, Questionário Pfeffer de

Avaliação Funcional (QPAF) para a avaliação funcional e a Escala de Depressão

Geriátrica (EDG-15). Informações complementares sobre medicações em uso e

morbidades presentes foram coletadas via prontuário médico do idoso.

Todas as entrevistas foram realizadas nas ILPI nas quais os idosos residem.

O ambiente para a realização da avaliação era decidido em acordo com o idoso e as

opções eram: sala de consulta ou na unidade (casa/quarto) onde o idoso reside. O

ambiente era mantido individualizado, arejado, com boa iluminação e sem ruídos

que atrapalhassem o estudo, respeitando e privacidade do participante. Cada

entrevista era realizada em tempo médio de 30 a 40 minutos.

A coleta de dados foi realizada no período de março de 2018 a outubro de

2019 e sempre respeitando uma sequência nas realizações das avaliações dos

idosos envolvidos: questionário de pesquisa, MEEM, TDR, Escala de Katz, QPAF e

a EDG-15.

4.6 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS

Neste estudo foram utilizados os seguintes instrumentos: questionário de

pesquisa (APÊNDICE J) com os seguintes dados: sexo, cor da pele, situação

conjugal, idade, escolaridade, atividades e visitas na ILP, renda, hábitos de vida,

condições de saúde, morbidades presentes e uso de medicamentos. Este

questionário foi elaborado para este estudo e baseado em formulários da Avaliação

Geriátrica Ampla (AGA), recomendada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e

Gerontologia (SBBG) (Costa, Monego, 2003). Utilizamos também os seguintes

testes recomendados pelo Ministério da Saúde brasileiro (Brasil, 2006). Mini-Exame

do Estado Mental (MEEM) (ANEXO B), Teste do Desenho do Relógio (TDR)

(ANEXO C). Instrumentos que representam diferentes aspectos da cognição, desde

medidas gerais até medidas mais específicas envolvendo a linguagem, memória,

habilidades visuoespaciais, atenção e funções executivas, como recomendado por

estudiosos (Salmon, Bondi, 2009; Weintraub et al., 2009). Escala de Atividades

Básicas de Vida Diária (EAVD) de Katz (ANEXO D), Questionário Pfeffer de

Avaliação Funcional (QPAF) (ANEXO E) e a Escala de Depressão Geriátrica (EDG) -

15) (ANEXO F) também são instrumentos de coleta deste estudo.

54

Para o uso correto destes instrumentos, a fim de minimizar os possíveis

vieses relacionados à incompreensão do teste por parte dos idosos, a pesquisadora

responsável foi capacitada previamente (ANEXO G).

4.6.1 Questionário de Pesquisa

As variáveis de dimensão social, demográficas e familiar (sexo, idade,

escolaridade, religião, estado civil, filhos, renda, motivo e tempo de

institucionalização e visitas) fazem parte da coleta de informações pertencentes a

avaliação multidimensional, uma importante ferramenta, que de forma interdisciplinar

determina as deficiências, identifica as incapacidades e desvantagens apresentadas

pelo idoso, objetivando o planejamento do cuidado e o acompanhamento a longo-

prazo (Rubestein,Rubestein 1998; Santos et al., 2010).

Dados sobre o estado clínico, como o estado geral de saúde, hábitos de vida,

morbidades presentes e medicações em uso também foram coletados através deste

instrumento. As informações colhidas por este questionário foram auto-declaradas

pelos idosos e o prontuário médico do idoso foi utilizado como complementar.

4.6.2 Mini-Exame do Estado Mental (MEEM)

Adaptado à população brasileira por Bertolucci et al. (1994) o Mini Exame do

Estado Mental (MEEM), ou Mini Mental State Examination (MMSE), como na versão

original, é composto por duas seções que avaliam as funções cognitivas. A primeira

seção contém itens que avaliam orientação, memória e atenção, totalizando 21

pontos e a segunda seção avalia a linguagem medindo a capacidade de nomeação,

de obediência a um comando verbal e a um escrito para redigir livremente uma

sentença e realizar uma cópia de um desenho complexo (polígonos), perfazendo 9

pontos., totalizando 30 pontos e sendo realizado em torno de 8 minutos (Melo,

Barbosa, 2015).

Utilizamos as seguintes notas de corte (pontuação mínima) sugeridas pelo

Ministério da Saúde do Brasil para a pontuação no MEEM: analfabetos = 19 pontos;

1 a 3 anos de escolaridade = 23 pontos; 4 a 7 anos de escolaridade = 24 pontos e >

7 anos de escolaridade = 28 pontos (Brasil, 2006).

55

4.6.3 Teste do Desenho do Relógio

Apesar da falta de um modo único padronizado de administração e correção,

o Teste do Desenho do Relógio (TDR) ou Clock Drawing Test (CDT) é amplamente

aceito como um instrumento de rastreio cognitivo. Assim como os outros, tem

limitações e, por si só, não é suficiente para o diagnóstico, porém, déficits em

habilidades de cognição, possivelmente, estão relacionados ao comprometimento

nos córtex frontal e têmporo-parietal (Atalaia-silva, Alves, 2008; Hamdan, Royg,

2009).

Este teste avalia a apraxia construcional, alteração ligada à função da região

parietal do cérebro, que ocorre em diversas doenças neurológicas como em

pacientes seqüelados de acidente vascular cerebral e, muitas vezes, precocemente

nas demências além de colaborar no acompanhamento de delirium, lesão cerebral

focal, doença de Huntington, esquizofrenia, hemi-negligência unilateral, esclerose

múltipla, entre outros (Goodglass, Kaplan, 1972; Freedman, 1994; Shulman 2000).

Na versão adotada pelo Ministério da Saúde o teste consiste em solicitar à

pessoa idosa que desenhe um mostrador de relógio com números. Em seguida,

solicita-se que sejam acrescentados os ponteiros do relógio, de horas e minutos,

representando ali um horário específico, por exemplo, 2 horas e 50 minutos. Na

avaliação dos resultados, se o paciente desenha um mostrador pequeno, onde não

cabem os números, já há evidencia preliminar de uma dificuldade com o

planejamento. Na negligência unilateral, os números serão colocados apenas na

metade do relógio. Pacientes com disfunção executiva (lesão frontal) podem

apresentar dificuldade para colocar os ponteiros (Brasil, 2006).

4.6.4 Escala de Atividades Básicas de Vida Diária de Katz

Uma escala muito utilizada para avaliar o desempenho nas atividades da

vida diária é a Escala de Independência em Atividades da Vida Diária (EIAVD), ou

Escala (Índex) de Katz que foi desenvolvido por Sidney Katz e, ainda hoje, é um dos

instrumentos mais utilizados nos estudos gerontológicos nacionais e internacionais,

embora tenha sido publicado pela primeira vez em 1963 (Katz, 1963; Duarte et al.,

2007). A Escala de Katz é composta por seis itens que medem o desempenho do

indivíduo nas atividades de autocuidado, os quais obedecem a uma hierarquia de

complexidade: alimentação, controle de esfíncteres, transferência, higiene pessoal,

56

capacidade para se vestir e tomar banho (Brasil, 2006; Evans, Crogan, 2006; Lino et

al., 2008). Também denominados como comportamentos vegetativos (alimentação,

continência e transferência) e aqueles culturalmente aprendidos: higiene, vestir-se e

banho (Katz et al., 1963; Assis et al., 2015).

Como na versão original, a versão adotada pelo Ministério da Saúde,

adotada também neste estudo, há uma classificação funcional para as pessoas,

como independentes ou dependente de acordo com o grau de dependência:

A — Independente para comer, ser continente, mobilizar-se, usar o

sanitário, vestir-se e banhar-se; B — Independente para realizar todas estas

funções, exceto uma; C — Independente para realizar todas as funções, exceto

banhar-se e outra função mais; D — Independente para realizar to- das as funções,

exceto para banhar-se, vestir-se e outra função mais; E — Independente para

realizar todas as funções, exceto banhar-se, vestir-se, usar o sanitário e oura função

mais; F — Independente para realizar todas as funções, exceto banhar-se, vestir-se,

usar o sanitário, mobilizar-se e outra função mais; G — Dependente para realizar as

seis funções e; Outro — Dependente para realizar pelo menos duas funções, mas

não pode ser classificado em C, D, E e F (Katz et al., 1963; Brasil, 2006).

4.6.5 Questionário Pfeffer de Avaliação Funcional - QPAF

O Pfeffer Functional Activities Questionnaire (PFAQ) ou Questionário Pfeffer

de Avaliação Funcional (QPAF) / Questionário de Pfeffer é um dos instrumentos

aplicados para avaliar o desempenho nas atividades da vida diária (AVD), foi

desenvolvido por (Pfeffer et al. 1982) e é amplamente utilizado em estudos

brasileiros envolvendo a população com demência (Nitrini, 2005; Laks et al., 2010;

Sanchez et al., 2011). O QPAF avalia o desempenho em AIVD que envolvem

também habilidades cognitivas: controlar as próprias finanças, fazer compras,

esquentar água e apagar o fogo, preparar refeições, manter-se atualizado, prestar

atenção em uma notícia e discuti-la, lembrar-se de compromissos, cuidar da própria

medicação, manter-se orientado ao andar pela vizinhança e ficar sozinho em casa.

Tais atividades são mais complexas, o que torna o QPAF uma ferramenta

diagnóstica para distinguir indivíduos com o envelhecimento típico daqueles com

demência e quando combinado com o MEEM, mostra-se mais específico para a

medida de declínio cognitivo mais grave (Brasil, 2006).

57

Na versão original, a avaliação é realizada através de 10 questões com

pontuação variando de 0 a 3, de acordo com a gravidade crescente e com

pontuação máxima de 30. Indivíduos com pontuação acima de 5 são considerados

com comprometimento funcional, ou seja com alta dependência (Pfeffer et al. 1982;

Laks et al. 2005).

Neste estudo foi utilizado o modelo adotado e recomendado pelo Ministério

da Saúde brasileiro, com a aplicação de 11 questões ao acompanhante ou cuidador

da pessoa idosa para avaliar sobre a capacidade do idoso no desempenho de

determinadas funções. A pontuação máxima é de 33 pontos.

As respostas seguiram o padrão estabelecido: sim é capaz (0); nunca o fez,

mas poderia fazer agora (0); com alguma dificuldade, mas faz (1); nunca fez e teria

dificuldade agora (1); necessita de ajuda (2); não é capaz (3). Os resultados são

avaliados de acordo com a pontuação. Quanto mais elevada, indica maior

dependência de assistência. A pontuação de seis ou mais é sugestivo de maior

dependência e a máxima é igual a 33 pontos (Brasil, 2006). Nesta perspectiva, nove

(09) profissionais cuidadores das instituições envolvidas neste estudo responderam

o QPAF correspondente ao idoso que ele realiza o cuidado.

4.6.6 Escala de Depressão Geriátrica (EDG-15)

A EDG com 15 itens (EDG-15) ou Geriatric Depression Scale (GDS-15) é

uma versão curta da escala original foi elaborada por Sheikh e Yesavage em 1986 a

partir dos itens que mais fortemente se correlacionam com o diagnóstico de

depressão (Yesavage, Sheikh, 1986).

Este escala é preconizada pelo Ministério da Saúde do Brasil e mostra-se de grande

valor na detecção de depressão geriátrica em diferentes contextos clínicos e alcança

importância cada vez maior na Atenção Básica à Saúde. Optamos por esta versão

para este estudo tanto pela facilidade de aplicação como pelas evidências sobre sua

validade para rastreamento de quadros depressivos. Este instrumento não substitui

a entrevista diagnóstica realizada por profissionais da área de saúde mental

(Nogueira et al., 2014).

A escala EDG-15 trata-se de um questionário de quinze (15) perguntas com

respostas objetivas (sim ou não) a respeito de como a pessoa idosa tem se sentido

durante a última semana. É uma ferramenta útil com objetivo de avaliação rápida

58

para facilitar a identificação de quadro depressivo em idosos. A cada resposta

afirmativa (sim) soma-se 1 ponto. As perguntas não podem ser alteradas, deve-se

perguntar exatamente o que consta no instrumento Quanto aos resultados: uma

pontuação entre 0 e 5 sim, se considera normal, 6 a 10 sim, indica depressão leve e

11 a 15 sim, depressão severa. Escores elevados sugerem encaminhamento para

avaliação neuropsicológica específica (Brasil, 2006).

A figura 4 detalha os instrumentos de coleta deste estudo.

Figura 4: Dimensões avaliadas nos idosos e instrumentos utilizados neste estudo

Fonte: Adaptado de Moraes (2012)

59

4.7 VARIÁVEIS DO ESTUDO

Detalhamos e classificamos abaixo, na figura 5, as variáveis estudadas nesta

pesquisa.

Variáveis

Demográficas, sociais e familiar

Idade Independente/Quantitativa/Contínua;

Sexo Independente/Qualitativa/Dicotômica; M/F

Faixa etária Independente/Quabtitativa/Categórica

Cor da pele Independente/Qualitativa/Nominal

Filhos Independente/Quantitativa/Dicotômica

Estado civil Independente/Qualitativa/Nominal

Anos de escolaridade Independente/Qualitativa/Ordinal

Religião/Crença Independente/Qualitativa/Nominal

Origem da renda Independente/Qualitativa/Nominal

Institucionalização

Atividades na ILP Independente/Qualitativa/Nominal

Visitas na ILP Independente/Qualitativa/Nominal

Motivo da ILP Independente/Qualitativa/Nominal

Tempo de ILP Independente/Qualitativa/Ordinal

Avaliação (ILP/Saúde) Independente/Qualitativa/Nominal

Saúde / Hábitos

Hábito de fumar Independente/Qualitativa/Dicotômica;Não/Sim

Hábito de bebidas alcoólicas Independente/Qualitativa/Dicotômica;Não/Sim

Hábito de uso de drogas Independente/Qualitativa/Dicotômica;Não/Sim

Principal Preocupação Atual Independente/Qualitativa/Nominal

Medicamentos em uso Independente/Quantitativa/Discreta

Doenças Independente/Qualitativa/Dicotômica;Não;Sim

Testes utilizados

Mini Exame do Estado Mental (MEEM)

Dependente/Quantitativa/Discreta (0-30 pontos.);

Índice de Katz Dependente/Qualitativa/Dicotômica (Independente/dependente na execução das ABVDs);

Questionário Pfeffer de Avaliação Funcional (QPAF)

Dependente/Qualitativa/Dicotômica (Independente/dependente na execução das AIVDs);

Teste do Desenho do Relógio (TDR)

Dependente/Qualitativa/Nominal (desenho correto ou não do relógio)

Escala de Depressão Geriátrica (EDG-15)

Dependente/Qualitativa/Categórica (0-5 normal,6-10 depressão leve, 11-15 depressão grave)

Figura 5: Detalhamento das variáveis do estudo

60

4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise estatística dos dados coletados foi realizada através do software

Statistical Package for Social Sciences (SPSS®) versão 20.0

Adotamos o nível de significância de 5% (p ≤ 0,05) (correspondendo a um

intervalo de confiança de 95%).

Os dados obtidos foram organizados, tabulados e analisados através da

estatística descritiva e serão apresentados nos resultados na forma gráficos e

tabelas, caracterizando a amostra estudada.

Realizamos os testes de normalidade Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk

que, resultou em dados com distribuição não normal. Em seguida realizamos testes

Qui-quadrado, Mann-Whitney e Kruskal Wallis, de acordo com o tipo de variável

analisada.

Elaboramos gráficos e tabelas das principais freqüências absolutas (n) e

percentagem (%) das variáveis deste estudo, bem como da análise do cruzamento

de dados destas variáveis.

61

5 RESULTADOS

Dos 121 idosos residentes em ILPI e avaliados, 71 (58,7%) dos idosos

avaliados eram do sexo feminino e 50 (41,3%) do sexo masculino, conforme a tabela

1.

Tabela 1: Caracterização sociodemográfica da amostra

VARIÁVEL n %

SEXO

Feminino 71 58,7 Masculino 50 41,3 FAIXA ETÁRIA 60 a 69 anos 26 21,5 70 a 79 anos 48 39,7 ≥ 80 anos 47 38,8 COR DA PELE

Branca 43 35 Morena/Parda 70 58 Outras 06 07 ESCOLARIDADE (ANOS)

0 33 27 1 a 3 anos 58 48 4 a 7 anos 22 18 >7anos 08 07 ORIGEM DA RENDA Aposentadoria 108 89,3 Outras 13 10,7 RELIGIÃO Católico 83 68,9 Evangélico 17 14 Outras 15 12,4 Nenhuma 06 05 Estado Civil

Solteiro 61 50,4 Casado 17 14 Viúvo 26 21,5 Divorciado 15 12,4 Não sabe 02 1,7 Filhos Sim 74 61,2 Não 47 38,8

62

As figuras 6, 7 e 8 exibem a distribuição da amostra, respectivamente, de

acordo com o gênero, faixa etária e cor da pele.

71

50

10

20

30

40

50

60

70

80

Feminino Masculino

mero

de i

do

so

s

Gênero

Distribuição da amostra por gênero

58,7%

41,3%

Figura 6: Distribuição da amostra por gênero

A faixa etária que prevaleceu nesta estudo foi a de 70 a 79 anos com 39,7%,

e a média de idade encontrada foi de 76,9, variando em mínimo e máximo,

respectivamente em 60 e 97 anos de idade.

21,5%

39,7%

38,8%

Distribuição da amostra por faixa etária

60 a 69 anos

70 a 79 anos

≥ 80 anos

Figura 7: Distribuição da amostra por faixa etária

63

Destacamos também outras variáveis autodeclaradas: sobre a cor de pele

morena/parda foi predominante em 70 (57,9%) dos idosos deste estudo, seguida

pela cor de pele branca com 43 (35,5%).

Figura 8: Distribuição da amostra pela cor da pele

O estado civil solteiro e a variável ter filho prevaleceram com os respectivos

valores 61 (50,4%) e 74 (61,2%). Idosos aposentados e que se autodeclararam

católicos também predominaram neste estudo.

A escolaridade de maior percentual foi o de 1 a 3 anos de estudo, com 58

(48%), e a média de anos de escolaridade foi de 0,63. O que corresponde a menos

de um (01) ano de estudo.

33

58

22

8

0

10

20

30

40

50

60

70

0 1 a 3 anos 4 a 7 anos >7anos

mero

de i

do

so

s

Anos de escolaridade

Distribuição da amostra por anos de escolaridade

27%

48%

18%

7%

Figura 9: Distribuição da amostra por anos de escolaridade

64

Com o questionário também registramos e analisamos variáveis

relacionadas à institucionalização e conforme os idosos responderam, o fato de ir

morar na instituição foi motivado por opção própria em 26 (21,5%) dos idosos, em

seguida, o motivo de serem ou morarem sozinhos anteriormente, conforme 25

(20,7%) dos entrevistados.

De acordo com nossos resultados, 72 (59,5%) dos idosos deste estudo já

moram nas respectivas ILPI por até 5 anos.

Quanto às visitas que recebem na unidade, 47 (38,8%) responderam que

são de familiares, 42 (34,7%) de não familiares, que envolve amigos e pessoas da

comunidade. Alguns idosos que recebem visitas de familiares e de pessoas não

familiares (associações) corresponderam a 29 (24%). Os residentes das unidades

que conforme respondido, não recebem visita são 3 (2,5%).

Do total, 75 (62%) idosos classificaram a unidade como boa e 17 (14%) em

muito boa. Como mostra a tabela 2:

Tabela 2: Caracterização da amostra relacionada a variáveis sobre a institucionalização do idoso

VARIÁVEL n %

MOTIVO DA INSTITUCIONALIZAÇÃO Opção própria 26 21,5 Doença 19 15,7 Sem cuidador 17 14 Ser sozinho 25 20,7 Sozinho e doente 10 8,3 Outros 24 19,8 TEMPO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO

Até 5 anos 72 59,5 6 a 9 anos 26 21,5 ≥10 anos 23 19 VISITAS

Familiares 47 38,8 Não familiares 42 34,7 Associações 29 24 Ninguém 3 2,5 AVALIAÇÃO DO IDOSO SOBRE A ILP*

Muito boa 17 14 Boa 75 62 Regular 24 19,8 Ruim 04 3,3 Não respondeu 01 0,9

65

A figura 10 detalha a amostra em relação ao motivo da institucionalização do

idoso.

21,5%20,7%

15,7%

8,3%

14%

19,8%

0

5

10

15

20

25

30

Opção própria

Doença Sem cuidador

Ser sozinho

Sozinho e doente

Outros

mero

de i

do

so

s

Motivo da Institucionalização

Distribuição da amostra por motivo da institucionalização

26

17

25 24

Figura 10: Distribuição da amostra por motivo da institucionalização

A figura 11 traz detalhes sobre o tempo (em anos) que os idosos da amostra

residem nas ILPI.

59,5%

21,5% 19%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Até 5 anos 6 a 9 anos ≥ 10 anos

mero

s d

e i

do

so

s

Anos de institucionalização

Distribuição da amostra por anos de institucionalização

26

72

23

Figura 11: Tempo (em anos) de institucionalização

Os idosos também responderam sobre o estado geral de saúde e 68

(56,2%) avaliaram a própria saúde como boa, muito boa 10 (8,3%) e regular 33

(27,3%).

Quanto aos hábitos de vida, quando perguntados sobre o consumo de

tabaco e de bebidas alcoólica atual e pregresso, respectivamente responderam que

66

sim 70 (57,9%) e 52 (43%). Praticantes de atividades físicas nas unidades 46 (38%)

e com relação aos idosos que fazem sessões de fisioterapias 29 (24%) responderam

que sim. Conforme mostra a tabela 3.

Tabela 3: Caracterização da amostra de acordo com as condições

gerais de saúde e hábitos de vida

VARIÁVEL n %

AVALIAÇÃO DO IDOSO SOBRE A PRÓPRIA SAÚDE

Muito boa 10 8,3 Boa 68 56,2 Regular 33 27,3 Ruim 10 8,3 TABAGISMO Sim 70 57,9 Não 51 42,1 ETILISMO Sim 52 43 Não 69 57 ATIVIDADE FíSICA

Sim 46 38 Não 75 62 FISIOTERAPIA

Sim 29 24 Não 92 76

Após esta etapa foram coletados via prontuário médico de cada do idoso,

informações sobre as doenças entre os idosos institucionalizados. Destacamos que

as doenças prevalentes (casos novos e antigos) foram: hipertensão, diabetes,

doenças oculares, osteoarticulares e neurovasculares, além da depressão e das

demências, conforme os registros em prontuários.

67

Tabela 4: Doenças prevalentes nos idosos avaliados

VARIÁVEL N(%)

Doença/Morbidade

Hipertensão Sim 59 (48,8) Não 61 (50,4) Diabetes Sim 34 (28,1) Não 86 (71,1) Dislipidemia Sim 10 (8,3) Não 110 (90,9) Cardiovascular Sim 5 (4,1) Não 115 (95) Neurovascular Sim 16 (13,2) Não 104 (86,2) Osteoarticular Sim 28 (23,1) Não 92 (76) Depressão Sim 18 (14,9) Não 102 (84,3) Demência Sim 12 (9,9) Não 108 (89,3) Parkinson Sim 7 (5,8) Não 113 (93,4) Esquizofrenia Sim 12 (9,9) Não 108 (89,3) Ocular Sim 21 (17,4) Não 99 (81,8) Respiratória Sim 2 (1,7) Não 118 (97,5) TGI Sim 3 (2,5) Não 117 (96,7) TGU Sim 3 (2,5) Não 117 (96,7) Câncer Sim 4 (3,3) Não 116 (95,9) *Nãoforam encontradas informações de um (01) idoso

68

Os nossos resultados a respeito da cognição avaliada através do Mini-

Exame do estado mental (MEEM) mostraram que de acordo com a classificação

considerada pelo Ministério da Saúde do Brasil, (2006a), a maioria dos idosos 67

(55,4%) somente atingiu a pontuação mínima de escores (≤19 pontos), 23 (19%)

fizeram entre 20 e 23 pontos e 20 (16,5%) dos idosos avaliados atingiram entre 24 e

27 pontos. Apenas 11 idosos (9,1%) atingiram a pontuação máxima (≥28 pontos).

55,4%

19%

16,5%

9,1%

Distribuição da amostra de acordo com a pontuação do MEEM

≤ 19 pontos

20 e 23 pontos

24 e 27 pontos

≥ 28 pontos

Figura 12: Resultado da avaliação da cognição através do MEEM

O outro instrumento que avaliou a cognição dos idosos foi o TDR (Teste do

Desenho do Relógio) e os resultados de frequência foram: 45 (37,2%) idosos não

desenharam o relógio, com motivos relatados de não saber ou recusa, enquanto 69

(57%) desenharam incorretamente o relógio e 7 (5,8%) dos idosos desenharam

corretamente o relógio conforme o teste (figura 13).

Figura 13: Resultado da avaliação da cognição através do TDR – Brasil, 2006

37,2%

57%

5,8%

Distribuição da amostra de acordo com o TDR conforme Brasil, 2006

Não desenhou

Desenho incorreto do relógio

Desenho correto do relógio

69

Na avaliação das atividades básicas da vida diária (ABVDs), 68(56%) dos

avaliados mostraram-se independentes para todas as atividades descritas na

avaliação (alimentar-se, banhar-se, vestir-se, fazer higiene, locomover-se, tomar

banho, usar o banheiro e controle dos esfíncteres), classificado como A.

Destacamos também que 37(30,5%) são dependentes em pelo menos duas funções

(categoria outro) que não se enquadram nas outras categorias.

68(56%)

6(5%) 3(2,5%) 7(6%)

37(30,5%)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

A B C G Outro

Distribuição da amostra de acordo com o Índice de Katz

A:Independente para todas as atividades B: Independente para todas as atividades menos umaC: Independente para todas as atividades menos banho e mais umaG: Dependente para todas as atividadesOutro: Dependente em pelo menos duas funções que não se classificam em C, D,E e F

Ao avaliarmos a dependência funcional do idoso em relação as AIVDs, os

resultados mostraram que apenas 5 (4,1%) idosos mostraram o menor grau de

dependência nas AIVDs e 95 (78,5%) apresentaram grau elevado de dependência

(≥ 13 pontos). Como mostra a figura 15.

Figura 14: Resultado da avaliação das atividades básicas através do Índice de Katz

70

5(4,1%)

21 (17,4%)

95 (78,5%)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 a 6 pontos 7 a 12 pontos ≥ 13 pontos

Distribuição da amostra de acordo com QPAF

Na avaliação do quadro depressivo obtivemos os seguintes resultados: 11

(9%) dos idosos apresentaram quadro de normalidade em relação aos sinais de

depressão, ou seja, com quadro depressivo ausente, enquanto 98 (81%) foram

classificados com depressão leve e 12 (10%) dedepressão grave. Como descrito na

figura 16.

11(9%)

98(81%)

12 (10%)

0

20

40

60

80

100

120

Normal Depressão Leve Depressão Severa

Distribuição da amostra de acordo com a EDG-15

Figura 16: Resultado da avaliação do quadro depressivo através da EDG-15

Com relação ao cruzamento de dados da amostra, ao analisarmos o déficit

cognitivo, avaliado pelo teste MEEM com as variáveis gênero e anos de

escolaridade obtivemos os seguintes resultados:

Figura15: Resultado da avaliação das atividades instrumentais através do QPAF

71

A análise estatística mostrou que não existem evidências estatísticas para

afirmar que o déficit cognitivo, avaliado pelo teste MEEM, difere entre os gênero (p=

0,726, p>0,05). Existem evidências estatísticas (p< 0,05) para afirmar que o déficit

cognitivo avaliado pelo MEEM difere entre os grupos de acordo com os anos de

escolaridade (p= 0,001). Conforme a tabela 5 abaixo.

Tabela 5: Análise estatística do MEEM em relação ao gênero e aos anos de escolaridade

MEEM

N % p-valor

Gênero Feminino 71 58,7

0,726 Masculino 50 41,3

Anos de Escolaridade

0 33 27

0,001* 1 a 3 anos 58 48

4 a 7 anos 22 18

mais de 7 anos 8 7

*p<0,05

Na análise do TDR em relação ao gênero, não existem evidências

estatísticas (p= 0,596, > 0,05) para afirmar que o TDR e o gênero dos idosos estão

associados, ou seja, estatisticamente, não difere entre eles. Como mostra a tabela 6.

72

Tabela 6: Análise de associação entre Teste do Relógio (TDR) e o gênero através do teste Qui-quadrado

Variável Teste do Relógio (TDR)

GÊNERO

Total p-valor Feminino Masculino

Não desenhou N 25 20 45

0,596

% 55,5 44,5 100,0

Desenho incorreto do relógio

N 42 27 69

% 60,9 39,1 100,0

Desenho correto do relógio

N 4 3 7

% 57,1 42,9 100,0

Total N 71 50 121

% 58,7 41,3 100,0

Ao analisarmos o TDR em relação aos anos de escolaridade visualizamos

diferenças em percentuais entre os anos de escolaridade e o teste do desenho do

relógio, além disso, encontramos evidências estatísticas de associação entre estas

variáveis analisadas (p= 0,04, < 0,05).

Tabela 7: Análise de associação entre Teste do Relógio (TDR) e os anos de escolaridade através do teste Qui-quadrado

Variável Teste do Relógio (TDR)

ANOS DE ESCOLARIDADE

0 1 a 3 anos 4 a 7 anos

mais de 7 anos Total p-valor

Não desenhou N 15 20 9 1 45

0,04*

% 33,5 51 20 2 100,0

Desenho incorreto do relógio

N 18 35 11 5 69

% 26 51 16 7 100,0

Desenho correto do relógio

N 0 3 2 2 7

% 0,0 43 28,5 28,5 100,0

Total N 33 58 22 8 121

% 27 48 18 7 100,0

*p<0,05

Analisamos a avaliação da dependência funcional das Atividades Básicas da

vida diária (ABVD) pelo Índice de Katz em relação às variáveis independentes (anos

de escolaridade, gênero, faixa etária, institucionalização, filhos, atividade física,

73

tabagismo, etilismo, avaliação sobre saúde, doenças prevalentes e doenças

diretamente referentes a saúde mental).

Nas análises encontramos diferença estatisticamente significativa (p<0,05) de

associação entre o Índice de Katz e as doenças neurovasculares (p=0,00), quanto

ao tipo de visitas nas ILPI (p=0,00) e em relação a doença de Parkinson (p=0,01),

como pode ser visualizado na tabela 8.

Tabela 8: Análise de associação entre índice de Katz com variáveis independentes através do teste Qui-quadrado

Indice de Katz p-valor

Anos de escolaridade

Gênero

Faixa etária

Tempo de ILPI

Motivos de ILPI

Visitas na ILPI

Atividades na ILPI

Filhos

Atividades Físicas

Tabagismo

Etilismo

Hipertensão

Diabetes

Osteoarticular

Neurovascular

Depressão

Demência

Esquizofrenia

Parkinson

0,830

0,378

0,182

0,792

0,994

0,000 *

0,703

0,361

0,522

0,147

0,829

0,628

0,890

0,05

0,000 *

0,09

0,972

0,784

0,01 *

Com relação à análise da avaliação da dependência funcional das Atividades

Instrumentais (AIVD) pelo QPAF com as mesmas variáveis analisadas

anteriormente, identificamos diferença estatisticamente significativa de associação

entre o QPAF e a faixa etária (p=0,03).

74

Tabela 9: Análise de associação entre o QPAF com variáveis independentes através do teste Qui-quadrado

QPAF p-valor

Anos de escolaridade

Gênero

Faixa etária

Tempo de ILPI

Motivos de ILPI

Visitas na ILPI

Atividades na ILPI

Filhos

Atividades Físicas

Tabagismo

Etilismo

Hipertensão

Diabetes

Osteoarticular

Neurovascular

Depressão

Demência

Esquizofrenia

Parkinson

0,329

0,760

0,03 *

0,712

0,926

0,576

0,630

0,687

0,09

0,529

0,446

0,628

0,890

0,528

0,945

0,976

0,395

0,185

0,358

Na análise da escala de depressão geriátrica (EDG-15) com as variáveis

independentes encontramos diferença estatisticamente significativa (p<0,05) entre

os anos de escolaridade, atividades realizadas na ILPI, e em relação à demência,

mostrando que há uma relação de associação entre estas variáveis. Da análise com

as outras varáveis, não houve diferenças estatísticas significativas. Como mostra a

tabela 10.

75

Tabela 10: Análise de associação entre a EDG-15 com variáveis independentes através do teste Qui-quadrado

EDG-15 p-valor

Anos de escolaridade

Gênero

Faixa etária

Tempo de ILPI

Motivos de ILPI

Visitas na ILPI

Atividades na ILPI

Filhos

Atividades Físicas

Tabagismo

Etilismo

Hipertensão

Diabetes

Osteoarticular

Neurovascular

Demência

Esquizofrenia

Parkinson

0,00 *

0,460

0,655

0,810

0,992

0,998

0,01 *

0,925

0,935

0,123

0,660

0,451

0,435

0,508

0,798

0,01 *

0,345

0,879

Analisamos as variáveis dependentes do estudo, os testes cognitivos

(MEEM e TDR), funcionais (KATZ e PFEFFER) e a escala de depressão (EDG-15)

em relação aos estados envolvidos e entre as sete (07) unidades envolvidas no

estudo.

Na análise entre as federações envolvidas neste estudo, Ceará e do Rio

Grande do Norte. Do total da amostra, 53 (43,8%) residiam no CE e 68 (56,2%)

residiam no RN consideramos cada estado separadamente, obtivemos diferença

estatisticamente significativa (p< 0,05) nos testes MEEM, Katz e EDG-15 em relação

às duas unidades federativas envolvidas no estudo e variações entre as médias das

ordenações (mean ranks). Não houve diferença estatística dos TDR e QPAF entre

os estados.

76

Os idosos residentes em unidades do Ceará apresentaram melhor

desempenho nos testes de MEEM, Katz e EDG-15.

Tabela 11 : Análise estatística entre os testes realizados e os estados envolvidos no estudo

ILPI MEEM TDR KATZ QPAF EDG-15

CE RN

0,019 *

0,335 0,003 *

0,108

0,006 *

p-valor

Considerando cada uma das sete (07) unidades ILPI envolvidas neste

estudo, na análise estatística destas com os testes realizados, obtivemos diferenças

estatísticas (p< 0,05) no MEEM e Katz. Na análise das médias das ordenações

(mean ranks) entre as sete (07) unidades, a ILP2CE apresentou média mais

elevada.

Tabela 12: Análise estatística entre os testes realizados e todas as unidades de ILPI envolvidas no estudo

ILPI MEEM TDR KATZ QPAF EDG-15

ILP1CE ILP2CE ILP3CE ILP1RN ILP2RN ILP3RN ILP4RN

0,002 *

0,073 0,001 *

0,761

0,081

p-valor

*p<0,05

Em relação ao MEEM, a média geral foi de 19,3 pontos e a mediana, 19,0

pontos. A média geral de QPAF foi de 18,9 pontos e a mediana de 20 pontos. E em

relação à EDG-15 mostrou-se uma média geral de 8,1 pontos e mediana de 8

pontos. Como se observa na figura 17.

77

Figura 17: (Continua) Comparação entre valores e variações dos testes de MEEM (A), TDR

(B), Katz (C) e QPAF (D) e EDG-15 (E) em relação a amostra geral, CE e RN e nas sete

(07) ILPI.

78

Figura 17: (Conclusão) Comparação entre valores e variações dos testes de MEEM (A),

TDR (B), Katz (C) e QPAF (D) e EDG-15 (E) em relação a amostra geral, CE e RN e nas

sete (07) ILPI.

79

6. DISCUSSÕES

Espera-se, de acordo com o estimado, um crescimento global da proporção

de idosos, junto a isso, aumenta a necessidade de cuidados de longa duração que

se apresenta diretamente associada à velhice (Hajek et al., 2015). Muitos fatores

relacionados à institucionalização vêm sendo estudado nas últimas décadas, porém

ainda são considerados, de fato, desconhecidos (Tsai 2013).

O processo de envelhecimento da população gera vários desafios que

afetam a saúde pública, como a manutenção da qualidade de vida, desta forma,

torna-se apropriado, a avaliação geriátrica multidisciplinar, operacionalizando a

atenção à saúde de idosos contribuindo com a redução de doenças (Freitas et al.,

2012; Jerez-Roig et al., 2016). No processo de envelhecimento ocorrem alterações

que podem resultar uma série de complicações à saúde comprometendo diversas

esferas, como as funções executivas, a memória e a perda cognitiva, que predispõe

o aparecimento de doenças neurodegenerativas (Ferreira et al., 2014).

O reconhecimento precoce do comprometimento cognitivo e da demência

permite intervenções oportunas para reabilitar e retardar a evolução da

sintomatologia e, assim, manter a melhor de qualidade de vida possível do paciente

e de todos os envolvidos nos cuidados (Oliveira et al., 2014; Shaik et al., 2016).

A literatura descreve muitos instrumentos descritos para triagem cognitiva

que facilitam a identificação precoce. Um teste de rastreio cognitivo eficiente deve

ser rápido, fácil de realizar, pontuar e reproduzir, confiabilidade prática, livre de

preconceitos culturais e altamente sensíveis, além de ter validade preditiva (Allone et

al., 2018).

A utilização de instrumento simples e útil pode auxiliar na definição de

estratégias de promoção de saúde para os idosos, visando retardar e prevenir

incapacidades acrescentando a esse grupo anos de vida com qualidade e dignidade.

(Nunes et al., 2009). A decisão dos instrumentos selecionados para este estudo foi

baseado nos critérios supracitados e em testes recomendados pelo Ministério da

Saúde (Brasil, 2006a).

Durante a busca pela seleção dos testes a utilizar para este estudo foi

possível visualizar na literatura a carência de testes neuropsicológicos com normas

para pessoas idosas institucionalizadas, questão também descrita por Gonçalves et

80

al. (2016), podendo gerar comparações com idosos que residem em comunidades e

o uso de traduções informais de testes.

Testes neuropsicológicos podem rastrear cognitivamente mudanças

cognitivas e funcionais auxiliando no processo de diagnóstico e no planejamento das

estratégias de tratamento e manejo da doença. São objetivos, seguros, portáteis e

pertinentes para medir a integridade funcional do cérebro. Os resultados destas

avaliações devem ser considerados no contexto da idade do paciente, educação,

status socioeconômico e histórico cultural, já que esses são fatores conhecidos que

influenciam o desempenho em baterias de teste (Chaves et al. 2011).

Em relação ao perfil dos idosos residentes em ILPI, obtivemos a

predominância do gênero feminino, porém vale ressaltar que uma das unidades

acolhe exclusivamente idosas, o que provocou o maior percentual do sexo feminino.

Destacamos que estudos sobre o processo de envelhecimento populacional

mostram sobre a feminização da velhice, como em Almeida et al. (2015) que

afirmam sobre o predomínio de mulheres na população idosa e que junto a isso traz

consigo diversos fatores positivos e/ou, negativos tanto para a própria mulher quanto

para a família, uma vez que a mulher pode estar associada a um maior risco social

e, ao mesmo tempo, que a mulher representa um importante elo para a rede de

apoio familiar. Conforme Nicodemo e Godoi (2010) as mulheres constituem a

maioria da população idosa em todas as regiões do mundo, vivendo em média, de

cinco (05) a sete (07) anos a mais que os homens, porém, junto a isso, podem

acumular desvantagens, como violência, discriminação, salários inferiores aos dos

homens, dupla jornada, baixa escolaridade, solidão pela viuvez, além de

apresentarem maior probabilidade pobreza e à solidão e que também detêm taxas

mais altas de institucionalização e mais condições de morbidade.

No estudo de Duca et al. (2012) um estudo de caso-controle, os possíveis

fatores de institucionalização foram identificados, sendo eles: gênero feminino, baixa

escolaridade, idade avançada, incapacidade funcional e solidão.

Na transição demográfica populacional destaca-se também o crescente

aumento da população com 80 anos ou mais é mostrado no último censo

demográfico pelo IBGE (2011) como representante de 14% da população idosa

brasileira, ao mesmo tempo que se trata de uma população mais suscetível a danos

ao bem-estar e saúde (Ekström, et al. 2012). Destacamos que em ordem

81

decrescente, as faixas etárias de maior prevalência em nosso estudo, 70 a 79 anos

e a faixa etária ≥ 80 anos, prevalecem também em outros estudos brasileiros com

idosos institucionalizados, Lini et al. (2016), no Rio Grande do Sul e Almeida et al.

(2015) em Minas Gerais.

Considerada uma variável sociodemográfica com um papel determinante no

processamento neuropsicológico, a escolaridade tem sua importância consolidada

em muitos estudos envolvendo cognição de idosos (Wolf‐Klein et al., 1989; Parente

et al., 2009; Sposito et al., 2015). Em nosso estudo obtivemos que o perfil da

amostra envolvida mostrou um baixo nível de escolaridade, o que se assemelha a

outros estudos, conforme Barbosa et al. (2014) e Rocha et al. (2014), bem como,

Brucki e Nitrini (2010) ressaltam que o baixo nível de escolaridade pode estar

associado com o declínio das funções cognitivas de forma mais acelerada na

velhice, resultando em um baixo desempenho cognitivo entre indivíduos analfabetos

e com baixo nível escolar, quando comparado com indivíduos escolarizados.

A influência da escolaridade na velocidade de processamento de

informações, atenção, funções executivas, memória e inteligência funciona como

estímulo das funções cognitivas e por isso contribui substancialmente para as

diferenças na performance dos testes cognitivos. Muitos anos de educação formal

podem proteger o cérebro e o tornam mais resistente e flexível diante dos efeitos de

doenças ou das alterações comuns causadas pelo envelhecimento (Avila et al.,

2009; Chin et al., 2012; Domiciano et al., 2014).

A análise de variáveis relacionadas à institucionalização pode ser

fundamental para que os familiares e os profissionais de saúde atentem às

possibilidades de prevenção e consigam identificar quando a institucionalização é,

de fato, indicada (Lini et al., 2016).

Quanto aos motivos que levam à busca pela instituição, os estudos mostram

resultados e discussões distintas, como: número reduzido de integrantes da família,

idade ≥ 80 anos, ausência de condições físicas, financeiras e psicológicas para

prestar o cuidado em domicílio e o desejo do próprio idoso em não incomodar seus

(Fonseca et al, 2011; Duca et al., 2012). Problemas de relacionamento com os

familiares, busca espontânea, viuvez, múltiplas doenças e síndrome demencial, não

possuir filhos, apresentar comprometimento cognitivo e dependência para as

atividades básicas de vida diária (Lini et al., 2016).

82

Um estudo no estado de Minas Gerais (MG) mostrou percentual maior, em

torno de 26% de idosos residentes em ILPI que decidiram espontaneamente residir

na unidade (Neto et al., 2011).

No nosso estudo foi observado um alto índice de idosos que recebem visitas

exclusivamente de pessoas não familiares, enquanto isso, estudos destacam a

importância sobre a percepção de adequado apoio familiar relacionada com o

aumento da sensação de segurança em relação à moradia do idoso fora do núcleo

familiar (Dantas et al. 2013) O apoio familiar é fundamental em ambientes

institucionalizados, facilitando a permanência das pessoas, bem como o

funcionamento das equipas de saúde, manutenção e integridade física e psicológica

do residente (Araújo et al., 2017).

Itens que podem indicar abandono familiar....sozinho.. sozinho e

doente..

Ainda sobre o processo de institucionalização, Souza e Inácio (2017)

consideram que idosos recém-chegados podem apresentam resistência em relação

à nova realidade, adaptação às normas e rotinas, já aqueles com mais tempo de

permanência mostram-se mais ajustados à dinâmica da instituição. A amostra deste

estudo mostrou-se em sua maioria residir na unidade pelo período de tempo de até

cinco (05) anos, o mesmo observado por Rosa et al. (2018) no sul do Brasil.

Na avaliação do idoso sobre a instituição, nosso estudo mostrou que um

elevado percentual referiu-se a unidade que reside como muito boa/boa, o que,

também conforme Souza e Inácio (2017) pode representar gratidão aos cuidados

oferecidos pelo abrigo, mas, ainda expressam o desejo de ir embora, permitindo

compreender que quanto maior o tempo de permanência no abrigo, maiores são os

efeitos da institucionalização.

A autoavaliação da saúde é uma medida global que capta o bem estar físico,

mental e social do indivíduo, por isso avaliada em nosso estudo. É recomendado

pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos indicadores mais

importantes para o monitoramento das condições de saúde da população, e muito

utilizada em estudos geriátricos (Jylhä 2009; Lima-Costa et al., 2011; Pagotto et al.,

2013).

Por ser uma medida de autodeclaração é objetiva, obtida de forma rápida,

acessível e econômica, pois é obtida por meio de uma única pergunta. Na literatura

83

visualizamos, assim como Pagotto et al. (2013) que os estudos enfocam na

avaliação negativa do estado de saúde, porém um estudo brasileiro entre 1998 e

2008 mostrou que a autoavaliação da saúde como boa ou excelente aumentou, o

que pode ser influenciado pelo uso de serviços de saúde (Lima-Costa et al., 2011).

Em nosso estudo um alto percentual de idosos residentes das ILPI declarou sua

saúde como muito boa / boa e um estudo em Minas Gerais, Machado et al. (2011),

70% dos idosos que residentes da comunidade também consideraram sua saúde

como boa, mostrando semelhança entre os resultados.

Analisar comportamentos e/ou história pregressa referentes a exposição ao

tabagismo e etilismo (atual ou precedente) podem colaborar na prevenção de

doenças e promoção da saúde de uma população, tendo em vista que muitos

estudos mostram os efeitos nocivos destas práticas.

O consumo de tabaco foi um comportamento tolerado e até exaltado ao

longo de décadas. A mudança do perfil de informação e propaganda, com o passar

do tempo, justifica-se no alto índice de morbimortalidade e atualmente, há ênfase

nos malefícios do tabagismo (Gus et al. 2015; Barbosa et al. 2018), que muitas

vezes é praticado como tentativa de enfrentamento e superação de muitas

situações, como, depressão, fragilidades e solidão, porém cobrando, porém, alto

preço pelo amparo e prazer proporcionados (Carvalho et al., 2013)

A junção de exposição ao álcool e ao fumo predispõe o indivíduo a

importantes alterações cognitivas, que causam sofrimento pessoal, familiar e alto

custo social (Lintzeris et al., 2016).

É comum nas ILPI ser proibido o consumo destas substâncias, como foi

observado durante as visitas nas unidades envolvidas neste estudo, porém ainda

obtivemos altos índices de idosos declarantes de tabagismo e/ou etilismo, quando

comparado a estudos em que 64% dos idosos declararam que nunca fumaram e

81% nunca beberam (Machado et al. 2011). Os índices de tabagismo e etilismo

encontrados em nosso estudo estão possivelmente relacionados com hábitos

precedentes. Outro estudo com idosos mostrou que 25,7% eram tabagistas

(Carvalho et al , 2013)

A literatura traz o uso excessivo de álcool associado a inúmeras doenças,

comprometimento cognitivo, distúrbios mentais e psicológicos e agravamento

associadas às condições crônicas, além do risco cardiovascular e morte por

84

neoplasias (Roerecke, Rehm, 2014; Shield et al., 2015). Condições vulneráveis que

devem receber atenção com ações voltadas para a saúde dos usuários destas

substâncias.

Ainda em relação aos hábitos de vida, a prática de hábitos saudáveis como

a de atividades físicas para promoção do envelhecimento saudável é complexo e

dinâmico devendo envolver governantes e sociedade em geral. A proporção de

inatividade física identificada nos idosos institucionalizados deste estudo corrobora

com outros estudos, como Duca et al. (2012) e Oliveira e Novaes (2013) no quais

também foram encontrados elevados percentuais de idosos institucionalizados

inativos. Muitos estudos mostram o impacto significativo de exercícios físicos na

melhoria do funcionamento cognitivo, comportamento e mobilidade funcional em

indivíduos institucionalizados com demência, Cancela et al. (2015) e outros estudos

mostram a inatividade física como um componente do declínio funcional e também

associada à institucionalização de pessoas idosas e demência (Lini et al., 2016).

A fisioterapia para os idosos também representa uma questão fundamental

para a mobilidade física para que possa preservar, manter, desenvolver ou restaurar

a integridade de órgãos, sistema ou função, tendo em vista que nos idosos, a

incidência de doenças crônicas e degenerativas é freqüente, se não forem bem

tratadas e conduzidas reverterão em incapacidades físicas para seu portador,

tornando-o dependente (Quadros, Patrocinio, 2015). Nesta conjuntura foi notória a

carência deste profissional nas unidades de ILPI deste estudo.

Na análise em relação às doenças prevalentes na população do estudo,

obtivemos como maior prevalente de acordo com registros médicos, a hipertensão,

em seguida diabetes, doenças osteoarticulars, oculares, neurovasculares,

depressão e demência. Em comparação, um estudo com idosos institucionalizados

destacou a prevalência de doenças do sistema nervoso (92%), aparelho circulatório

(72%), aparelho digestivo (62%) e doenças osteomusculares (56%) (Rosa et al.,

2018). Uma pesquisa em Taiwan destacou a prevalência de hipertensão, diabetes e

catarata, entre outras em idosos residentes em instituições de cuidados prolongados

(Tsai, 2013).

Um estudo brasileiro realizado em ILPI da região Sudeste e Centro-Oeste,

identificou que a dependência funcional, ou seja, a execução das atividades básicas

e instrumentais da vida diária, está associada a doenças crônicas, como,

85

hipertensão arterial, diabetes, problemas articulares e comprometimento cognitivo

(Mattos et al., 2014).

Em relação ao Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), mesmo validado para

uso no Brasil, as características psicométricas do MEEM precisam ser estudadas

nas diversas regiões, em razão da grande diversidade cultural, social e econômica

do país, sendo o ensino também bastante heterogêneo (Santos et al., 2010). Nesta

perspectiva, estudos, como Bertolucci et al. (1994), Almeida (1998) e Brucki et al.,

(2003) analisaram a confiabilidade do MEEM utilizando o perfil da população para

estimar a estabilidade do instrumento e considerando a escolaridade como um o

fator de maior importância para a determinação dos escores de finais de pontuação

do teste.

O impacto da escolaridade no MEEM tem recebido atenção especial, sendo

alvo de análises efetuadas com diferentes amostras, visando-se principalmente a

adequação dos pontos de corte e ainda há divergências quanto aos pontos de corte

para a presença ou não de declínio cognitivo / quadro demencial no Brasil. A tabela

13 mostra alguns dos estudos brasileiros de destaque.

Tabela 13: Pontos de cortes do MEEM em diferentes estudos

Escolaridade Analfabeto / sem escolaridade

Baixa escolaridade

Média escolaridade

Maior escolaridade

Autor

Bertolucci et al.(1994) 13(analfabetos) 18 (1-3 anos) 18(4-8 anos) 26(≥ de 8 anos)

Almeida(1998) 19(sem escolaridade) 23(com escolaridade) 23 23

Caramelli; Nitrini (2000)

Brucki (2003)

18(analfabetos)

20(analfabetos)

21(1-3 anos)

25(1-4 anos)

24 (4-7 anos)

26,5(5-8 anos)

26(> 7 anos)

28(9-11 anos

29 (> 11 anos)

*Brasil (2006)

Lourenço; Veras (2006)

19(analfabetos)

18(sem escolaridade)

23 (1-3 anos)

24(com escolaridade)

24 (4-7 anos)

24

28 (> 7 anos)

24

*ponto de corte utilizado no estudo

Também avaliamos que as pesquisas características psicométricas do

MEEM no Brasil são em ambulatórios de saúde mental ou em como clínicas e

hospitais Santos et al. (2010) e Melo e Barbosa (2015) mostrando a necessidade de

mais estudos voltados para ambientes de cuidados de longa permanência,

86

considerando que se trata de uma população com muitas características já descritas

como distintas e até mesmo agravantes.

Em nosso estudo na avaliação através do teste MEEM mostrou um elevado

percentual de idosos com comprometimento cognitivo, o que pode estar relacionado

com o perfil de baixa escolaridade da amostra e corroborando com outros estudos

envolvendo avaliação cognitiva em idosos residentes em ILP, com média do MEEM

de 18,9 em Nunes et al. (2014) e em Rezende et al. (2013) no qual idosos que

residem em seus domicílios, prevaleceram com média do MEEM inferior a deste

estudo.

Importantes aspectos são correntes na literatura, como o de que o

analfabetismo e baixos níveis educacionais são fatores de risco para declínio

cognitivo e demência, além de que muitos outros fatores podem ser ligados aos

altos índices de demência entre analfabetos: baixa reserva cognitiva, baixo controle

dos fatores de risco para doenças cerebrovasculares, dificuldades na avaliação

cognitiva e adaptação pobre dos testes neuropsicológicos para este tipo de

população, assim, estes funcionais devem ser acoplados aos testes cognitivos a fim

de aumentar a acurácia diagnóstica (Brucki, Nitrini 2010).

Na avaliação do TDR, muitos idosos recusaram realizar o desenho e um alto

percentual realizou o desenho de forma incorreta, conforme orientações do teste.

Apesar da falta de um modo padronizado de administração e correção, o Teste do

Desenho do Relógio (TDR) é amplamente aceito como um instrumento de rastreio

precoce de declínio cognitivo, especialmente na demência (Kørner et al., 2012).

Um estudo em São Paulo com idosos institucionalizados também mostrou

baixo índice do desenho do relógio correto junto ao baixo desempenho do MEEM,

portanto utilizou um sistema de pontuação do TDR através de escores (Melo et al.

2017).

A habilidade visuoconstrucional ou visuoespacial avaliada no TDR está

ligada aos lobos parietais sendo influenciada pela função executiva e motora, e é

analisada através da aparência geral do desenho, sua harmonia e simetria,

envolvendo a relação entre os números e destes com o círculo. Erros de

espaçamento entre os números, assimetrias entre as posições dos números e o

círculo desenhado, algarismos com dimensões variadas e desproporções entre os

87

elementos do desenho traduzem um possível comprometimento visuoconstrucional

(Aprahamian et al., 2009).

O modelo do TDR de Shulman (2000) usa um sistema de escores de

pontuação. É bem descrito na literatura e boa confiabilidade para população idosa

com escolaridade baixa, porém não validado no Brasil. Possui a seguinte

distribuição dos escores: 5 pontos para um relógio perfeito; pontuação 4 para

pequenos erros visuo-espaciais; 3 para representação imprecisa de 11:10 quando a

organização visuo-espacial bem feita; 2 para moderada desorganização visuo-

espacial de números e denotação precisa de 11:10 impossível;1 para um nível

severo de desorganização visuo-espacial e 0 para incapacidade de fazer qualquer

representação razoável de um relógio. Nesta forma de escores, os resultados o TDR

mudam, pois demonstra mais descrição do desenho de forma detalhada e clara na

avaliação do teste, indo além de informações limitadas de desenho correto ou

incorreto.

Na avaliação das Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD), pelo Índice de

Katz, a amostra deste estudo mostrou-se predominantemente independente, um

índice maior, quando comparado a estudo com idosos residentes de ILPI no Paraná,

no qual o índice de independência para todas as atividades foi de 33% para o grupo

A, considerado a categoria mais independente (Smanioto e Haddad 2011).

O índice de dependência pode ser influenciado pela concepção de que o

idoso possui autonomia reduzida e dependente em virtude das alterações

decorrentes do processo de envelhecimento e das doenças associadas. De acordo

com Lini et al. (2016), déficit motor, fraqueza muscular, comprometimento cognitivo e

doenças, bem como, atitudes profissionais de fazer pelo idoso, considerando a

demanda de tempo, também são evidentes e prejudicam a preservação da

autonomia e independência do idoso, por isso, preparar o profissional e o ambiente

é fundamental para a realização de um trabalho com qualidade.

Na avaliação das AIVD, este estudo mostrou alta prevalência de idosos

dependentes, e de forma geral, observou-se maior percentual de dependências nas

AIVD do que nas ABVD, que corroborando com outros estudos, Oliveira e Mattos

(2012) pode ser em parte, explicado pelo fato de que hierarquicamente, as perdas

ocorrem de AIVD para atividades básicas de vida diária devido às AIVD exigirem

maior integridade física e cognitiva comparada às ABVD (Millán-Calenti et al. 2010;

88

Barbosa et al. 2014b). Nosso estudo apontou diferença estatisticamente significativa

entre AIVD e as faixas etárias da amostra. Pereira et al. (2012) em um estudo com

idosos mostraram que com o avanço da idade, maior é a probabilidade de

dependência tanto nas AIVD quanto nas ABVD e um estudo em Cuiabá-MT mostrou

resultados indicando que as mulheres idosas são normalmente mais dependentes

nas AIVD que os homens (Oliveira, Mattos, 2012).

Um ponto que também destacamos é que o questionário de Pfeffer (QPAF)

que recomenda-se que seja realizado através de um informante, o cuidador, familiar,

ou outro responsável direto pela assistência, sendo o informante conhecedor do

desempenho atual do idoso, e, portanto, este tipo de relato é útil na avaliação.

Sampaio et al. (2008) reforçam que as informações repassadas pelo informante

podem representar um pilar importante para subsidiar não apenas o diagnóstico,

mas também para nortear o processo demencial e o desempenho cognitivo.

Estas diferenças entre os resultados de estudos provavelmente se devem às

diferentes realidades socioeconômicas e culturais como também à metodologia

utilizada, além da carga de condições de saúde como a demência, depressão e

déficit cognitivo.

É fundamental considerar que a demência caracterizada como perdas,

organicamente causadas de habilidades intelectuais são extensas para interferir no

funcionamento social e ocupacional do indivíduo e o declínio cognitivo (DC)

decorrente de processos demenciais envolve declínio de memória, julgamento,

habilidades de raciocínio abstrato e outras funções intelectuais superiores. A

memória é o declínio central, podendo ser responsável por grande parte dos

declínios em outras habilidades (Barbosa et al. 2014a). Nesse sentido, cabe

destacar que uma avaliação do funcionamento cognitivo e do desempenho em AVDs

são fundamentais para contribuir com o diagnóstico sindrômico de demência

(Fonseca et al. 2015)

A demência afeta pelo menos 80% dos residentes conforme Quince (2013) e

a maioria dos indivíduos são institucionalizados nos últimos estágios da demência,

quando os sintomas comportamentais e psicológicos da demência (SCPD) são

altamente prevalentes em casas de repouso já e impõem grandes demandas aos

trabalhadores de cuidados diretos da assistência que prestam o maior cuidado

prático a esses residentes (Barbosa et al. 2014a).

89

A institucionalização tem sua relevância e é apresentada em estudos

associada à redução do risco de morte para pacientes com demência ou

comprometimento cognitivo, porém mais estudos de longo prazo são necessários

para avaliar desfechos clínicos de cuidados domiciliares e institucionais para

pessoas com demência ou comprometimento cognitivo (Hung et al. 2017).

Na identificação de sintomas depressivos índices elevados de depressão,

classificada em leve e baixos índices de idosos com ausência de sintomas de

depressão, em comparação com outros estudos, quanto a depressão grave, nosso

estudo mostrou índice melhor, menor, quando comparado a outros estudos Frade et

al. (2015) em um estudo transversal em Portugal obteve 42% de idosos com

depressão leve e 39,5% com depressão grave. (Galhardo et al. 2010) em Minas

Gerais - Brasil também mostrou um maior percentual de idosos com depressão

grave (35%). Um quadro que interfere nas atividades de vida por gerar perturbações

físicas e mentais.

Em nosso estudo obtivemos diferenças estatísticas dos anos de

escolaridade em relação à depressão, porém, a amostra caracteriza-se por uma

baixa escolaridade generalizada, como no estudo em Portugal citado, de certa

forma, isso nos limita a outras conclusões que poderiam ser precárias.

Diante de tudo elencado deve-se considerar que o envelhecimento é

inerente à sociedade e que os residentes de ILPI demonstram ser mais expostos a

transtornos psiquiátricos, especialmente vulneráveis a depressão, sendo o risco de

depressão maior em idosos institucionalizados do que aqueles que vivem na

comunidade, com suas famílias (Runcan 2012). Cientes da importância deste

estudo, repassamos para os responsáveis das instituições os resultados gerais de

cada ILPI.

90

7. CONCLUSÃO

A partir dos resultados deste estudo podemos concluir que a amostra

demonstrou ser predominantemente com idade entre 70 e 79 anos, a maioria

declarou-se de cor da pele morena/parda, católicos, solteiros, aposentados, com

filhos e com baixa escolaridade.

Com relação às variáveis relacionadas sobre a institucionalização, os idosos

declararam de forma predominante e proporcional que residem na instituição por

opção própria e que prevalecem os que residem na ILPI por até cinco (05) anos.

Muitos idosos não recebem visitas de familiares nas onde residem.

Com este estudo também concluímos que a maioria da amostra envolvida

na pesquisa declarou que a unidade onde reside é muito boa/boa e em estado geral

da saúde os idosos se autodeclararam com saúde muito boa/boa. Em relação ao

tabagismo e etilismo (atual e pregresso) estes estão presentes na amostra em altos

índices e sendo o tabagismo em maior proporção.

As doenças prevalecentes nesta população confirmados com registros nos

prontuários foram: a hipertensão, diabetes, doenças osteoarticular, doenças

oculares, neurovasculares, depressão e demência, enfatizamos a importância dos

registros profissionais corretos e atualizados.

Na avaliação cognitiva pelo MEEM, os idosos apresentaram em sua maioria

com déficit cognitivo, destes, um grande percentual alcançou somente a pontuação

mínima do teste recomendado pelo ministério da saúde, no TDR, um pequeno

percentual da amostra desenhou corretamente o relógio, o que pode estar

relacionado com o déficit cognitivo, porém muitos idosos recusaram realizar o teste.

A escolaridade que já possui sua associação na cognição bem descrita na

literatura mostrou-se estatisticamente significativa em relação ao MEEM e ao TDR.

Na avaliação funcional a maioria dos idosos prevaleceu como dependentes

para as AIVDs de acordo com o questionário de Pfeffer e independente em relação

às ABVDs, pelo Índice de Katz.

91

No rastreio sobre a depressão a amostra apresentou-se depressiva.

Considerando as unidades federativas envolvidas no estudo, houve

diferença estatisticamente significativa no Teste do desenho do relógio (TDR) e no

questionário de Pfeffer entre os estados (CE e RN). E finalmente considerando as

sete (07) ILPI envolvidas obteve-se diferença estatística entre e MEEM e o Índice de

Katz.

O aumento da prevalência de transtornos mentais, como demência e

depressão na população idosa, deixam claro que é necessário proporcionar novas

perspectivas e práticas inerentes às instituições de longa permanência para idosos

(ILPI), aliando o incentivo à pesquisa, no sentido de transformar positivamente esses

espaços e oferecer ao idoso institucionalizado um cuidado que promova bem-estar

biopsicossocial, que em muitos casos representa a melhor opção de cuidado ao

idoso.

A função cognitiva demonstra relevante para manter a independência e

autonomia, diante desta necessidade, é fundamental preparar o ambiente e os

profissionais para ao cuidado adequado nas instituições. A participação social e a

perspectiva positiva do apoio familiar mostram se fundamentais na colaboração do

bem-estar do idoso.

Reconhecemos como limitações deste estudo, a baixa escolaridade e o

tamanho amostral embora muitos os idosos institucionalizados, muitos encontravam-

se incapazes de participar. O viés de memória, comum em pessoas longevas, bem

como a falta de registros médicos nos prontuários também são limitações. Mesmo

em acordo com estudos já descritos na literatura, recomendamos novos estudos de

acompanhamento desta população para uma melhor compreensão sobre o déficit

cognitivo e funcional e sua relação com quadros depressivos e demenciais em

diferentes populações residentes de ILPI.

Assim fica o nosso desejo para que este estudo seja estímulo para que

novos pesquisadores, profissionais e gestores possam acolher e compreender as

características dessa crescente demanda, ampliando os mecanismos de atenção e

cuidado com esta população, que ainda é muito carente de ações concretas para

melhorias na qualidade de vida.

92

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World Federation for Mental Health. Depression. A Global Crisis. 2012.

Yesavage JA, Brink TL, Rose TL, Owen L, Virwnia Huakc; MA. DEVELOPMENT

AND VALIDATION OF A GERIATRIC DEPRESSION REPORT SCREENING

SCALE : A PRELIMINARY. 1983;17(I).

Yesavage JA, Sheikh JI. Use of the Center for Epidemiological Studies-Depression

Scale with older adults. Clin Gerontol. 1986;5(1–2):119–36.

118

APÊNDICE A - TERMO DE ANUÊNCIA ILPI1

119

APÊNDICE B - TERMO DE ANUÊNCIA ILPI2

120

APÊNDICE C - TERMO DE ANUÊNCIA ILPI3

121

APÊNDICE D - TERMO DE ANUÊNCIA ILPI4

122

APÊNDICE E - TERMO DE ANUÊNCIA ILPI5

123

APÊNDICE F - TERMO DE ANUÊNCIA ILPI6

124

APÊNDICE G - TERMO DE ANUÊNCIA ILPI7

125

APÊNDICE H – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos Este é um convite para o(a) Senhor(a) participar da pesquisa “O idoso institucionalizado:

uma avaliação cognitiva e funcional” coordenada pelo Prof. Dr. Fausto Pierdoná Guzen e que

segue as recomendações das resoluções 466/12 e 510/16 do Conselho Nacional de Saúde e suas

complementares. Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade.

Caso decida aceitar o convite, o(a) Senhor(a) será submetido(a) a uma entrevista na qual serão

realizados 05 testes com perguntas para avaliação cognitiva e funcional e 01 questionário sociodemográfico, questões fundamentais para a avaliação de memória, depressão e da capacidade das

atividades cotidianas. A responsabilidade de aplicação é da enfermeira Isleania Maria Marques

Moreira Rosa, aluna do Mestrado em Saúde e Sociedade da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte. A entrevista será realizada na própria instituição onde o(a) Senhor(a) mora e será realizada em

cerca de 40 minutos. As informações coletadas serão organizadas em banco de dados em programa

estatístico (SPSS versão 15.0) e analisadas a partir de técnicas de estatística descritiva e inferencial.

Essa pesquisa tem como objetivo geral investigar sinais e sintomas de déficit cognitivo em idosos, sintoma de grande impacto sobre a qualidade de vida das pessoas.

E tem como objetivos específicos:

Analisar a prevalência do déficit cognitivo e sua associação com outras condições, sócio-

demográfica;

Caracterizar e descrever os sinais e sintomas demenciais e/ou depressivos nos idosos residentes na

Instituição de Longa Permanência (ILP) envolvida no estudo;

Analisar o uso dos serviços de saúde da ILP e sua dinâmica no atendimento ao idoso a fim de

fornecer subsídios para um redimensionamento das ações de saúde pública voltadas para este grupo

populacional;

Contribuir para o meio acadêmico através do processo de construção do conhecimento científico.

Os benefícios advindos desta pesquisa sustentam-se na possibilidade de melhorar a assistência

à população idosa. Poderemos posteriormente desenvolver ações de saúde voltados para a melhoria à

assistência ao idoso, contribuindo com a qualidade de vida dos idosos, e auxiliar o trabalho dos

profissionais de saúde e dos cuidadores, prevenindo agravos e outras comorbidades aos idosos. Os possíveis riscos mínimos que o participante da pesquisa poderá ser exposto são de

constrangimento e/ou incômodo. Esses riscos serão minimizados mediante a garantia do

anonimato/privacidade do participante na pesquisa, na qual não será preciso registrar o nome do participante. Após a aprovação pelo CEP e antes da coleta de dados, serão realizados alguns diálogos

com os residentes da instituição, através de visitas, isso possivelmente contribuirá para minimizar os

riscos deste estudo, conhecendo melhor a rotina, e criando vínculo de confiança. Para manter o sigilo e o respeito ao participante da pesquisa, apenas a pesquisadora Isleania

Maria Marques Moreira Rosa aplicará o questionário e somente a mesma e o pesquisador orientador

poderão manusear e guardar os questionários.

O sigilo das informações também será mantido por ocasião da publicação dos resultados, visto que não será divulgado dado que identifique o participante.

É garantido que o participante se sinta a vontade para responder aos questionários, da

pesquisa. Os dados coletados serão, ao final da pesquisa, armazenados em CD-ROM, pendrive e em

caixa arquivo, guardada por no mínimo cinco anos sob a responsabilidade do pesquisador orientador

na secretaria do Mestrado em Saúde e Sociedade (MASS), localizado na Rua Miguel Antônio da Silva

Neto, s/n, Aeroporto, Mossoró-RN, a fim de garantir a confidencialidade, a privacidade e a segurança das informações coletadas, e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os

participantes e o responsável.

Você ficará com uma via original deste TCLE e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para o pesquisador orientador e / ou pesquisador responsável.

Contato disponível ao final deste termo. Dúvidas a respeito da ética desta pesquisa poderão ser

questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP-UERN) -Campus Universitário Central - Centro

Pág. 01/02

126

de Convivência. BR 110, KM 48 Rua: Prof. Antonio Campos, S/N, Costa e Silva.Tel: (84)

3312-7032. e-mail: [email protected] / CEP 59.610-090.

A sua participação é voluntária, nada lhe será cobrado. Se houver gasto de qualquer natureza, em virtude da sua participação nesse estudo, é garantido o direito a indenização (Res. 466/12) –

cobertura material para reparar dano – e/ou ressarcimento (Res. 466/12) – compensação material,

exclusivamente de despesas do participante e seus acompanhantes, quando necessário, tais como

transporte e alimentação – sob a responsabilidade do (a)pesquisador(a) responsável Isleania Maria Marques Moreira Rosa.

Não pagaremos nenhuma gratificação por sua participação. Os dados coletados farão parte

do nosso trabalho, podendo ser divulgados em eventos científicos e publicados em revistas nacionais ou internacionais, sendo também divulgados para a instituição e pessoas participantes, respeitando os

créditos autorais.

O pesquisador estará à disposição para qualquer esclarecimento durante todo o processo de desenvolvimento deste estudo. Após todas essas informações, agradeço antecipadamente sua atenção e

colaboração.

Consentimento Livre: Concordo em participar desta pesquisa “O idoso institucionalizado: uma

avaliação cognitiva e funcional”. Declaro, para os devidos fins, que fui devidamente esclarecido

quanto aos objetivos da pesquisa, aos procedimentos da pesquisa e dos possíveis riscos que possam

advir de tal participação. Foram garantidos a mim esclarecimentos que venham a solicitar durante a pesquisa e o direito de desistir da participação em qualquer momento, sem que minha desistência

implique em qualquer prejuízo a minha pessoa ou a minha família. Autorizo assim, a publicação dos

dados da pesquisa, a qual me garante o anonimato e o sigilo dos dados referentes à minha identificação.

__________________________________________ Assinatura do Pesquisador

___________________________________________

Assinatura do Participante / Responsável Legal Impressão dactiloscópica

Mossoró RN,___/___/201__.

Isleania Maria Marques Moreira Rosa – Aluna-pesquisadora. Aluna do curso de Mestrado em Saúde e Sociedade do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade – PPGSS da Universidade

do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Faculdade de Ciências da Saúde - FACS / UERN (Rua

Miguel Antônio da Silva Neto, s/n, Aeroporto, CEP: 59607-360, Mossoró-RN). (84) 3318-3708. Tel. (84) 9 99080887 e- mail: [email protected].

Professor Fausto Pierdoná Guzen – Orientador da Pesquisa - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN- Faculdade de Ciências da Saúde – FACS, no endereço Rua Atirador Miguel

Antônio da Silva Neto, s/n, Aeroporto, CEP: 59607-360. Tel. 3315- 2248.

Pág. 02/02

127

APÊNDICE I – TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Declaro que estou ciente e concordo em participar do estudo: “O idoso institucionalizado:

uma avaliação cognitiva e funcional”, orientado pelo Prof. Dr. Fausto Pierdoná Guzen.

Declaro que fui devidamente esclarecido quanto ao objetivo geral: investigar sinais e sintomas de déficit cognitivo em idosos, sintoma de grande impacto sobre a qualidade de vida das pessoas. Quanto

aos objetivos específicos:

Analisar meu estado mental e funcional em associação com outras condições, como (sexo, situação

conjugal, idade, escolaridade, cor da pele, renda familiar), doenças crônicas e uso de medicamentos;

Caracterizar e descrever os sinais e sintomas demenciais e/ou depressivos;

Analisar o uso dos serviços de saúde da desta unidade na dinâmica no atendimento ao idoso a fim

de fornecer subsídios para um redimensionamento das ações de saúde pública voltadas para este grupo

populacional com base no princípio da integralidade do cuidado em saúde do idoso;

Contribuir para o meio acadêmico com novos estudos no processo de construção do conhecimento

científico. Quanto aos procedimentos, serei submetido serão: testes cognitivos e funcionais através de

entrevista com cerca de 40 minutos de duração, que serão realizadas na instituição em que moro, e as

informações coletadas serão organizadas em programas de computação e analisadas a partir de

técnicas de estatística. Os possíveis riscos de ordem emocional, constrangimento/vergonha que possam advir da

participação serão minimizados mediante: garantia do anonimato/privacidade do participante na

pesquisa, onde não será preciso colocar o nome do mesmo. Para manter o sigilo e o respeito aos participantes da pesquisa, somente a pesquisadora Isleania Maria Marques Moreira Rosa aplicará o

questionário e somente a esta pesquisadora e o pesquisador orientador poderão manusear e guardar os

questionários. O sigilo das informações por ocasião da publicação dos resultados será mantido, visto que não será divulgado dado que identifique o participante. Também é garantido que eu, como

participante, me sinta à vontade para responder aos questionários, mediante a anuência da diretoria da

Instituição para a realização da pesquisa.

Eu aceito participar da pesquisa, que tem o objetivo: analisar meu estado mental, cognição, memória, descrever possíveis sinais de demência e /ou depressão, analisar os serviços das instituições

de longa permanência e contribuir com novos estudos para ajudar com ações de melhorias. Entendi as

coisas ruins e as coisas boas que podem acontecer. Entendi que posso dizer “sim” e participar, mas que, a qualquer momento, posso dizer “não” e desistir sem que nada me aconteça.

Os pesquisadores tiraram minhas dúvidas e conversaram com parentes e/ou responsáveis.

Li e concordo em participar como voluntário da pesquisa descrita acima e autorizo a publicação.

Estou ciente que meu responsável receberá uma via deste documento.

__________________________________________ Assinatura do Pesquisador

___________________________________________ Assinatura do Participante / Responsável Legal Impressão dactiloscópica

Mossoró RN,___/___/201__.

Isleania Maria Marques Moreira Rosa – Pesquisadora. Aluna do curso de Mestrado em Saúde e

Sociedade do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade – PPGSS da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Faculdade de Ciências da Saúde - FACS / UERN (Rua Miguel

Antônio da Silva Neto, s/n, Aeroporto, CEP: 59607-360, Mossoró-RN). (84) 3318-3708. Tel. (84) 9

99080887 e- mail: [email protected].

Professor Fausto Pierdoná Guzen – Orientador da Pesquisa - Universidade do Estado do Rio Grande

do Norte – UERN- Faculdade de Ciências da Saúde – FACS, no endereço Rua Atirador Miguel

Antônio da Silva Neto, s/n, Aeroporto, CEP: 59607-360. Tel. 3315- 2248.

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128

APÊNDICE J – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

01. CÓD. UNIDADE:___________________ DATA:______________

02. IDADE: _____________ 03. SEXO: (1) F (2) M

04. Qual a cor da sua pele:_______________

05. Tem / Teve filhos? Quantos? (1) Não (2) Sim_______

06. Qual é seu estado civil?

Solteiro(a)

Casado(a) / companheiro (a)

Viúvo (a)

Desquitado/ separado/ divorciado(a)

07. Sabe ler e escrever? / Escolaridade:___________________________________

Não

Sim

08. Possui alguma religião?

Não QUAL:__________________

Sim

09. O que o Sr.(a)faz aqui?(Atividades na ILP) (até 3 alternativas)

01. Não faz nada

02. Realiza atividades domésticas

03. Realiza trabalhos manuais (croché, tricô,

desenho, pintura, jardinagem e outros)

04. Assiste TV

05. Bate-papo

06. Jogos

07. Ouve rádio/ música

08. Leitura de livros, revistas, jornais

09. Dança/ baile

10. Outra (descreva):

10. Quem visita o Sr.(a) na instituição? (Visitas na ILP) (até 3 alternativas)

01 Companheiro(a)

02 Filhos/noras/genros

03 Netos(as)

04 Irmãos/tios/ sobrinhos

05 Amigos

06 Pessoas da comunidade / Outros

07 Patrões

08 Associações

09 Ninguém

11. Por que o Sr(a). está nesta instituição? (Motivo da ILP)

01. Por opção própria

02. É sozinho

03. Estava doente

04. É sozinho e estava doente

05. Sem cuidador na família

06. Família sem condições financeiras de cuidar

07. Dificuldade de relacionamento familiar

08. Não sabe

09. Outros motivos (descreva):

12. Há quanto tempo está na instituição?

_________meses

13. O que o Sr (a) acha da instituição?

Ruim

Regular

Boa

Muito boa

14. Como o Sr(a) avalia a sua saúde?

Ruim

Regular

Boa

Muito boa

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129

15. Hábitos de vida (tipo / qtd / tempo)

01. Fumo (sim/não/anos/qtd)__________________________________________________ (0) não consumiu (1) consumiu pouco (2) consumiu muito 02 Uso de bebidas alcoólicas

(sim/não/anos/qtd)____________________________________ (0) não consumiu (1) por poucos anos (2) por muitos anos

03. Uso de drogas

(sim/não/anos/qtd)________________________________________________

04. Ativ. física/fisioterap.

(sim/não/tipo/núm.vezes/sem________________________________

16. Qual a sua principal preocupação hoje?

01. Não tem preocupações

02. Saúde

03. Família

04. Dinheiro

05. Qualidade da alimentação

06. É o dia de amanhã (Futuro)

07. Religião

08. Amor

09. Lazer

10. Independência/ autonomia

11. Segurança

12. Amigos

13. Nada é importante

14. Não sabe

15. Outras (descreva)

17. Qual a origem da sua renda: (Permite mais de uma alternativa)

01. Aposentadoria

02. Aplicação financeira

03. Pensão

04. Poupança

05. Ajuda de familiares

06. Não sabe

07. Outra (descreva):

18. Diagnóstico/ Medicamento (CONFERIR COM PRONTUÁRIO)

Doenças__________________________________________________________

Medicamentos_____________________________________________________

19. OBSERVAÇÕES / CONSIDERAÇÕES

INTERNAÇÕES_________________________________________________________

CIRURGIAS________________________________________________________

OCUPAÇÃO________________________________________________________

LEGENDA ANALFAB/ ESCOLA PRIMÁRIA INCOMPLETA

ESC. PRIMÁRIA COMPLETA/ GINÁSIO INCOMP.

GINÁSIO COMPLETO / COLÉGIO INCOMP. COLÉG. COMPLETO / ENS. SUP. INCOMP. ENS. SUP. COMPLETO CIGARRO: 1 CARTEIRA - 20 CIGARROS

FUMO: 1 SACO = 50 g COPO: 180 ml DOSE: 30 ml

1000ml= 33 doses 750ml=25 doses 1 cerveja=600ml

Pág. 02/02

130

ANEXO A PARECER DE APROVAÇÃO

UERN - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO

NORTE Continuação do Parecer: 2.536.445

Infraestrutura anuencia.pdf 19/06/2017 ROSA Aceito 00:37:41

Orçamento orcamento.pdf 19/06/2017 ISLEANIA MARIA Aceito 00:36:51 MARQUES MOREIRA ROSA

Declaração de declaracao_compromisso_pesquisador. 19/06/2017 ISLEANIA MARIA Aceito Pesquisadores pdf 00:36:12 MARQUES

MOREIRA ROSA

Folha de Rosto Folha_de_Rosto.pdf 19/06/2017 ISLEANIA MARIA Aceito 00:34:09 MARQUES MOREIRA ROSA

Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: Não

MOSSORO, 10 de Março de 2018

Assinado por: Pablo de Castro Santos

(Coordenador)

Endereço: Avenida Professor Antônio Campos, s/nº, BR 110, km 48 - Campus Central - UERN Bairro: Presidente Costa e Silva CEP: 59.610-090 UF: RN Município: MOSSORO

Telefone: (84)3312-7032 E-mail: [email protected]

Página 03 de 03

UERN - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO

NORTE

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DA EMENDA

Título da Pesquisa:O idoso institucionalizado: uma avaliação cognitiva e funcional Pesquisador: ISLEANIA MARIA MARQUES MOREIRA ROSA Área Temática: Versão: 3 CAAE: 69898517.6.0000.5294 Instituição Proponente: Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 2.536.445

Apresentação do Projeto: trata-se de uma emenda de projeto que visa acrescentar ao rol da pesquisa idosos curatelados. O

cronograma de pesquisa foi alterado para dar visibilidade ao novo quantitativo de sujeitos. Objetivo da Pesquisa: Investigar sinais e sintomas de déficit cognitivo e sinais de depressão em idosos residentes em uma instituição de longa permanência. Objetivos específicos -Analisar a prevalência do déficit cognitivo e sua associação com outras condições,

sóciodemográfica (sexo, situação conjugal, cor da pele, idade, escolaridade e renda) e

epidemiológica (doenças e uso de medicamentos), associados ou não a sinais e sintomas

de depressão; - Colaborar na organização de planos de cuidados que contribuam com a prevenção de agravos das

doenças em estudo e colaborem com o paciente, com o profissional de saúde e com familiares, na

manutenção de uma boa qualidade de vida do idoso; - Caracterizar e descrever os sinais e sintomas demenciais e/ou depressivos nos idosos residentes na ILP envolvida no estudo; - Analisar o uso dos serviços de saúde da ILP e sua dinâmica no atendimento ao idoso a fim de fornecer

subsídios para um redimensionamento das ações e estratégias de saúde pública voltadas para este grupo

populacional baseado no princípio da integralidade do cuidado em saúde do

Endereço: Avenida Professor Antônio Campos, s/nº, BR 110, km 48 - Campus Central - UERN Bairro: Presidente Costa e Silva CEP: 59.610-090 UF: RN Município: MOSSORO

Telefone: (84)3312-7032 E-mail: [email protected]

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131

ANEXO B – MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM)

1. Orientação

temporal (0 - 5

pontos)

Em que dia estamos? Ano

Semestre

Mês

Dia Dia da semana

1

1

1

1 1

2. Orientação

espacial (0 - 5 pontos)

Onde estamos? Estado

Cidade Bairro

Rua

Local

1

1 1

1

1

3. Repita as palavras (0 - 3 pontos)

Peça ao idoso para repetir as

palavras depois de dizê-las

Repita todos os objetos até que o entrevistado o

aprenda (máximo 5

repetições)

Caneca Tijolo

Tapete

1 1

1

4. Cálculo O(a) Sr(a) faz cálculos? Sim (vá para 4a) Não (vá para 4b)

4a/4b

4a. Cálculo OU 4b

(0 - 5 pontos)

Se de R$100,00 fossem

tirados R$ 7,00 quanto

restaria? E se tirarmos mais R$ 7,00? (total 5

subtrações)

93

86

79 72

65

1

1

1 1

1

4b Soletre a palavra MUNDO de trás para frente

O D

N

U

M

1 1

1

1

1

5. Memorização

(0-3 pontos)

Repita as palavras que disse

há pouco

Caneca

Tijolo

Tapete

1

1

1

6.Linguagem (0-3 pontos)

Mostre um relógio e uma caneta e peça ao idoso para

nomeá-los

Relógio Caneta

1 1

7.Linguagem (1 ponto)

Repita a frase: NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ.

1

8.Linguagem

(0-2 pontos)

Siga uma ordem de três

estágios:

Pegue o papel com a

mão direita

Dobre-o ao meio Ponha-o no chão

1

1

1

9. Linguagem

(1 ponto)

Escreva em um papel:

“feche os olhos”. Peça ao

idoso para que leia a ordem e a execute

FECHE OS OLHOS 1

10.Linguagem

(1 ponto)

Peça ao idoso para escrever

uma frase completa.

_____________ 1

11.Linguagem (1 ponto)

Copie o desenho

1

Fonte: Brasil, 2006 TOTAL:________

132

ANEXO C - TESTE DO RELÓGIO (TDR)

Solicitar:

desenho de um mostrador de relógio com números;

acrescentar os ponteiros do relógio, de horas e minutos;

representar o horário de 2 horas e 50 minutos.

Fonte: Brasil, 2006.

133

ANEXO D - ÍNDICE DE KATZ

Para cada área de funcionamento listada abaixo assinale a descrição que melhor se aplica. A palavra “assistência” significa supervisão, orientação ou

auxílio pessoal.

BANHO: avaliar em relação ao uso do chuveiro, da banheiraa e ao ato de esfregar –se em qualquer uma dessas situações. Nessa função, além do

padronizado para todas as outras, também são considerados independentes os idosos que receberem algum auxílio para banhar uma parte específica do corpo, por exemplo, a região dorsal ou uma das extremidades.

Não recebe assistência (entra e sai Recebe

assistência no banho so

do banheiro sozinho se essa é usualmente utilizado

para banho). I

Recebe assistência no banho

somente para uma parte do corpo

(como costas ou perna). I

Recebe assistência no banho em mais de uma

parte do corpo. D

VESTIR: avaliar em relação ao ato de pegar as roupas no armário, bem como o ato de vestir-se propriamente dito. Fechos e cintos estão incluídos. Calçar os calçados está excluído da avaliação. Será considerado dependente as pessoas que recebem alguma assistência pessoal ou que permanecem parcial ou totalmente despidos.

Pega as roupas e veste-se sozinho. I Pega as roupas e veste-se sozinho,

exceto amarrar os sapatos. I

Recebe assistência para pegar as roupas para

vestir-se ou permanece parcial ou totalmente

despido. D BANHEIRO: a função “ir ao banheiro” compreende o ato de ir ao banheiro para exceções, higienizar-se e arrumar as próprias roupas. Os idosos considerados independentes podem ou não utilizar algum equipamento ou ajuda mecânica para desempenhar a função sem que isso altere sua classificação. Dependentes são aqueles que recebem qualquer auxílio direto ou que não desempenham a função. Aqueles que utilizam “papagaios” ou “comadres” também são considerados dependentes.

Vai ao banheiro, higieniza-se e veste após as eliminações sem assistência (pode utilizar objetos

como bengala, andador, barras de apoio ou cadeira de

rodas e pode utilizar comadre ou urinol à noite

esvaziando por si mesmo pela manhã). I

Recebe assistência para ir ao banheiro ou para

higienizar-se ou para vestir-

se após as eliminações ou

para usar o urinol ou

comadre à noite. D

Não vai ao banheiro para urinar ou evacuar. D

TRANSFERÊNCIA: a função “transferência” é avaliada pelo movimento desempenhado pelo idoso para sair da cama e sentar-se em uma cadeira e vice-

versa. Como na função anterior, o uso de equipamentos ou suporte, o uso de equipamentos ou suporte mecânico não altera a classificação de independência para a função. Dependentes são as pessoas que recebem qualquer auxílio em qualquer das transferências ou que não executam uma ou mais transferências.

Deita-se e levanta-se da cama ou da cadeira sem

assistência (pode utilizar um objeto de apoio como

bengala ou andador). I

Deita-se e lavanta-se da

cama ou da cadeira com

auxílio. D

Não sai da cama. D

CONTINÊNCIA: “continência” refere-se ao ato inteiramente autocontrolado de urinar ou defecar. A dependência está relacionada à presença de incontinência total ou parcial em qualquer das funções. Qualquer tipo de controle externo como enemas, cateterização ou uso regular de fraldas classifica a pessoa como dependente.

Tem controle sobre as funções de urinar e evacuar. I Tem “acidentes” (perdas urinárias ou fecais)

ocasionais. D

Supervisão para controlar urina e fezes, utiliza

cateterismo ou é incontinente. D

ALIMENTAÇÃO: a função “alimentação” relaciona-se ao ato de dirigir a comida ao prato (ou similar) à boca. O ato de cortar os alimentos ou prepará-los está excluído da avaliação. Dependente são as pessoas que recebem qualquer assistência pessoal. Aqueles que não se alimentam sem ajuda ou que utilizam sondas para se alimentarem são considerados dependentes.

Alimenta-se sem assistência. I Alimenta-se sem assistência, exceto para

cortar carne ou passar

manteiga no pão. I

Recebe assistência para se alimentar ou é alimentado parcial ou totalmente por sonda

enteral ou parenteral. D

Fonte: Brasil, 2006.

134

ANEXO E - QUESTIONÁRIO PFEFFER DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL – QPAF

Fonte: Brasil, 2006.

1. (PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar do seu próprio dinheiro?

2. (PESSOA IDOSA) é capaz de fazer as compras sozinho (por exemplo de comida

e roupa)?

3. (PESSOA IDOSA) é capaz de esquentar água para café ou chá e apagar o fogo?

4. (PESSOA IDOSA) é capaz de preparar comida?

5. (PESSOA IDOSA) é capaz de manter-se a par dos acontecimentos e do que se

passa na vizinhança?

6. (PESSOA IDOSA) é capaz de prestar atenção, entender e discutir um programa

de radio, televisão ou um artigo do jornal?

7. (PESSOA IDOSA) é capaz de lembrar de compromissos e acontecimentos

familiares?

8. (PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar de seus próprios medicamentos?

9. (PESSOA IDOSA) é capaz de andar pela vizinhança e encontrar o caminho de

volta para casa?

10. (PESSOA IDOSA) é capaz de cumprimentar seus amigos adequadamente?

11. (PESSOA IDOSA) é capaz de ficar sozinho (a) em casa sem problemas?

135

ANEXO F - ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA ABREVIADA (EDG-15)

Brasil, 2006.

1. Está satisfeito(a) com sua vida? Sim ( ) Não ( )

2. Interrompeu muitas de suas atividades? Sim ( ) Não ( )

3. Acha sua vida vazia? Sim ( ) Não ( )

4. Aborrece-se com freqüência? Sim ( ) Não ( )

5. Sente-se bem com a vida na maior parte do tempo? Sim ( ) Não ( )

6. Teme que algo ruim lhe aconteça? Sim ( ) Não ( )

7. Sente-se alegre a maior parte do tempo? Sim ( ) Não ( )

8. Sente-se desamparado com freqüência? Sim ( ) Não ( )

9. Prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? Sim ( ) Não ( )

10. Acha que tem mais problemas de memória que

outras pessoas?

Sim ( ) Não ( )

11. Acha que é maravilhoso estar vivo(a)? Sim ( ) Não ( )

12. Sente-se inútil? Sim ( ) Não ( )

13. Sente-se cheio/a de energia? Sim ( ) Não ( )

14. Sente-se sem esperança? Sim ( ) Não ( )

15. Acha que os outros tem mais sorte que você? Sim ( ) Não ( )

136

ANEXO G – CERTIFICADO DE CAPACITAÇÃO DA PESQUISADORA