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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE
ISLEANIA MARIA MARQUES MOREIRA ROSA
O IDOSO INSTITUCIONALIZADO: UMA AVALIAÇÃO COGNITIVA E FUNCIONAL
MOSSORÓ, RN
2019
ISLEANIA MARIA MARQUES MOREIRA ROSA
O IDOSO INSTITUCIONALIZADO: UMA AVALIAÇÃO COGNITIVA E FUNCIONAL
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Saúde e Sociedade da
Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte como requisito parcial para a obtenção
do grau de Mestre em Saúde e Sociedade
Orientador: Prof. Dr. Fausto Pierdoná Guzen
MOSSORÓ, RN
2019
AGRADECIMENTOS
A Deus, por estar sempre ao meu lado orientando meus passos e guiando todas as minhas
decisões;
Aos meus pais, Genésio e Iraci, pela base sólida, exemplos de caráter e por nunca medirem
esforços para que suas filhas pudessem alcançar seus objetivos;
A minha irmã, pelo amor e torcida;
A minha avó, pelos ensinamentos;
A minha sogra e ao meu sogro, pelo apoio que sempre demonstraram;
Ao meu esposo, pela compreensão e apoio e ao meu filho, Luiz Antônio;
A minha amiga e cuidadora da minha família, Naná;
Aos meus tios Iraneide e Wellington, como pais na minha vida;
Ao professor Dr. Fausto, pela oportunidade de crescimento e por compartilhar seus
ensinamentos, me fazendo acreditar que sou capaz;
Aos membros da banca do Exame de Defesa pela oportunidade de aprendizado;
Ao Programa de Pós Graduação em Saúde e Sociedade (PPGSS), a Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte (UERN), colaboradores em geral, e em especial, Luiz e
Luzia, e a todos os docentes e colegas;
Aos meus amigos, Andreza, Alan, Mikaela e Rita de Fátima pelo apoio e incentivo;
As minhas amigas, Alini, Bianca, Ianara, Lana e Luciana;
Aos funcionários das ILPI, que me acolheram e me ajudaram, mesmo bem atarefados com
suas atividades profissionais;
A todos os idosos que conheci, muito obrigada;
A todos, o meu sincero e profundo agradecimento! Muito Obrigada!
―Cada pessoa deve trabalhar para o seu aperfeiçoamento e ao mesmo tempo, participar da responsabilidade coletiva
por toda a humanidade‖
Marie Curie
RESUMO
O processo biológico do envelhecimento humano envolve alterações na morfologia,
fisiologia e, por conseguinte, no sistema nervoso, que alteram o funcionamento dos
sistemas motores, sensoriais, emocionais e cognitivos, influenciando na percepção e
interação com o mundo. Este estudo transversal avaliou o estado cognitivo, a
funcionalidade global, a depressão e as características sociodemográficas. Os
instrumentos de coleta foram: questionário sociodemográfico e testes validados na
literatura (Mini-Exame do estado mental, Teste do desenho do relógio, Índice de
Katz, Questionário de Pfeffer e a escala de depressão geriátrica) em idosos
residentes em instituições de longa permanência (ILP) no estado do Ceará e no Rio
Grande do Norte. Na amostra prevaleceu a faixa etária entre 70 e 79 anos de idade,
cor de pele morena/parda e baixa escolaridade. Do total, 59,5% residem nas ILP por
até cinco (05) anos, e 21,5% residem na ILP por opção própria. Hipertensão,
diabetes, doenças osteoarticular, depressão, demência e doenças oculares são
prevalentes nesta amostra. No teste de exame mental, 55,4% dos idosos atingiram
somente a pontuação mínima. No teste do relógio, 5,8% dos idosos desenharam
corretamente o relógio. Na avaliação funcional das atividades básicas 56%
mostraram-se independentes para todas as atividades e nas atividades
instrumentais, somente 4,1% mostraram-se pouco dependente. Do total, 81%,
apresentaram quadro de depressão leve e 10%, depressão grave. A avaliação
cognitiva, assim como a depressão, mostrou diferenças estatísticas significativas (p<
0,05) entre os anos de escolaridade. CE e RN mostraram p<0,05 no mini-exame
mental, nas atividades básicas e na depressão. Entre as sete (07) instituições
obteve-se p<0,05 no mini-exame mental e nas atividades básicas. Concluimos que a
amostra é predominantemente com comprometimento cognitivo, funcionalmente
independente para as atividades básicas da e dependente para as atividades
instrumentais. A amostra mostrou-se depressiva.
Palavras-chave: cognição, demência, depressão, idoso, institucionalização
ABSTRACT
The biological process of human aging involves changes in morphology, physiology,
and therefore in the nervous system, which alter the functioning of motor, sensory,
emotional and cognitive systems, influencing the perception and interaction with the
world. This cross-sectional study evaluated cognitive status, overall functionality,
depression, and sociodemographic characteristics. The collection instruments were:
sociodemographic questionnaire and tests validated in the literature (Mini-Mental
State Examination, Clock Drawing Test, Katz Index, Pfeffer Questionnaire and the
Geriatric Depression Scale) in elderly people living in long-term institutions (LTI) in
the state of Ceará and Rio Grande do Norte. In the sample prevailed the age group
between 70 and 79 years old, brown skin color and low schooling. Of the total, 59.5%
reside in the LTI for up to five (05) years, and 21.5% reside in the LTI at their own
option. Hypertension, diabetes, osteoarticular diseases, depression, dementia and
eye diseases are prevalent in this sample. In the mental examination test, 55.4% of
the elderly reached only the minimum score. In the clock test, 5.8% of the elderly
correctly designed the clock. In the functional evaluation of basic activities, 56% were
independent for all activities and in instrumental activities, only 4.1% showed little
dependence. Of the total, 81% presented mild depression and 10% severe
depression. Cognitive assessment, as well as depression, showed statistically
significant differences (p <0.05) between the years of schooling. EC and NB showed
p <0.05 in the mini-mental examination, in basic activities and in depression. Among
the seven (07) institutions, p <0.05 was obtained in the mini-mental examination and
in the basic activities. We conclude that the sample is predominantly cognitive
impairment, functionally independent for the basic activities and dependent for the
instrumental activities. The sample was depressive.
Keywords: cognition, dementia, depression, aged, institutionalization
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Distribuição da população brasileira por gênero e grupos de idade pelo
censo demográfico de 2010 ...................................................................................... 19
Figura 2: Esquema da avaliação multidimensional no idoso ..................................... 43
Figura 3: Caracterização das ILP e número de idosos .............................................. 52
Figura 4: Dimensões avaliadas nos idosos e instrumentos utilizados neste estudo . 58
Figura 5: Detalhamento das variáveis do estudo ...................................................... 59
Figura 6: Distribuição da amostra por gênero ........................................................... 62
Figura 7: Distribuição da amostra por faixa etária ..................................................... 62
Figura 8: Distribuição da amostra pela cor da pele ................................................... 63
Figura 9: Distribuição da amostra pela escolaridade ................................................. 63
Figura 10: Distribuição da amostra por motivo da institucionalização ....................... 65
Figura 11: Distribuição da amostra por anos da institucionalização .......................... 65
Figura 12: Resultado da avaliação da cognição através do MEEM .......................... 68
Figura 13: Resultado da avaliação da cognição através do TDR .............................. 68
Figura 14: Resultado da avaliação das atividades básicas através do Índice de
Katz .......................................................................................................................... 69
Figura 15: Resultado da avaliação das atividades instrumentais através do QPAF .. 70
Figura 16: Resultado da avaliação do quadro depressivo através da EDG-15 ......... 70
Figura 17: Comparação entre valores e variações dos testes de MEEM(A), TDR(B),
Katz(C) e QPAF (D) e EDG-15 (E) em relação a amostra geral, CE e RN e nas sete
(07) ILPI..................................................................................................................... 77
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Caracterização sociodemográfica da amostra........................................... 61
Tabela 2: Caracterização da amostra relacionada a variáveis .................................. 64
Tabela 3: Condições gerais de saúde e hábitos de vida ........................................... 66
Tabela 4: Doenças prevalentes nos idosos avaliados ............................................... 67
Tabela 5: Análise estatística do MEEM em relação ao gênero e aos anos de
escolaridade .............................................................................................................. 71
Tabela 6: Análise de associação entre Teste do Relógio (TDR) e o gênero através
do teste qui-quadrado................................................................................................ 72
Tabela 7: Análise de associação entre Teste do Relógio (TDR) e os anos de
escolaridade através do teste Qui-quadrado ............................................................. 72
Tabela 8: Análise de associação entre índice de Katz com variáveis independentes
através do teste Qui-quadrado .................................................................................. 73
Tabela 9: Análise de associação entre o QPAF com variáveis independentes através
do teste Qui-quadrado ............................................................................................... 74
Tabela 10: Análise de associação entre a EDG-15 com variáveis independentes
através do teste Qui-quadrado .................................................................................. 75
Tabela 11: Análise estatística entre os testes realizados e os estados envolvidos no
estudo........................................................................................................................ 76
Tabela 12: Análise estatística entre os testes realizados e todas as unidades de ILPI
envolvidas no estudo ................................................................................................. 76
Tabela 13: Pontos de cortes do MEEM em diferentes estudos ................................. 85
LISTA DE ABREVIAÇÕES
ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
APA: American Psychiatric Association
ApoE ε4: Apolipoproteína-E
AAVD: Atividade avançada da vida diária
ABVD: Atividade Básica da Vida Diária
AIVD: Atividade Instrumental da Vida Diária
AVD: Atividades de vida diária
BPSD: Behavioural and Psychological Symptoms of Dementia
CCL: Comprometimento Cognitivo Leve
CID-10: Classificação Internacional de Doenças
CNDI: Conselho Nacional de Direitos da Pessoa Idosa
CNAS Conselho nacional de Assistência Social
CNS: Conselho Nacional de Saúde
DA: Doença de Alzheimer
DCL: Demência com corpúsculos de Lewy
DSM-5: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders
EIAVD: Escala de Independência em Atividades da Vida Diária
EDG-15: Escala de Depressão Geriátrica
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ILP: Instituições de Longa Permanência
ILPI: Instituições de Longa Permanência para Idosos
IPEA: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
MEEM: Mini Exame do Estado Mental
MMSE: Mini Mental State Examination
MCI: Mild Cognitive Impairment
NPS: Neuropsychiatric symptoms
OMS: Organização Mundial de Saúde
OPAS: Organização Pan-Americana da Saúde
PNUD: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PACS: Programa de Agentes Comunitários de Saúde
PNAB: Política Nacional de Atenção Básica
PNSPI: Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
PPA: proteína precursora da amilóide
QPAF: Questionário Pfeffer de Avaliação Funcional
RDC: Resolução da Diretoria Colegiada
SUS: Sistema Único de Saúde
SDH/PR: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
SCPD: Sintomas comportamentais e psicológicos da demência
SNP: Sintomas Neuropsiquiátricos
SNPDH: Secretaria Nacional de Promoção do Desenvolvimento Humano
TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TDR: Teste do Desenho do Relógio
TGI: Trato Gastrointestinal
TGU: Trato Genitourinário
TUG: timed ud and go
WFMH: World Federation for Mental Health
WHO: World Health Organization
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 18
1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 22
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 23
2.1 O PROCESSO DO ENVELHECIMENTO E A SAÚDE MENTAL ........................ 23
2.2 DEMÊNCIA E DEPRESSÃO NO ENVELHECIMENTO ...................................... 26
2.3 POLÍTICAS PÚBLICAS E O IDOSO NO BRASIL ............................................... 32
2.4 A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO IDOSO .............................................................. 37
2.5 A SAÚDE DO IDOSO E A AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DO IDOSO ....... 39
2.5.1 Avaliação da cognição ...................................................................................... 44
2.5.2 Avaliação da funcionalidade global .................................................................. 45
2.5.3 Avaliação da depressão ................................................................................... 46
73. OBJETIVOS ........................................................................................................ 47
3.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 47
3.1.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 47
4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 48
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO ..................................................................... 48
4.2 ASPÉCTOS ÉTICOS........................................................................................... 48
4.3 LOCAL DO ESTUDO .......................................................................................... 48
4.3.1 Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) envolvidas no estudo .. 49
4.4 SUJEITOS DO ESTUDO ..................................................................................... 51
4.5 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 52
4.6 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS .................................................. 53
4.6.1 Questionário de Pesquisa ................................................................................ 54
4.6.2 Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) ............................................................ 54
4.6.3 Teste do Desenho do Relógio .......................................................................... 55
4.6.4 Escala de Atividades Básicas de Vida Diária de Katz ...................................... 55
4.6.5 Questionário Pfeffer de Avaliação Funcional - QPAF ....................................... 56
4.6.6 Escala de Depressão Geriátrica (EDG) (15) .................................................... 57
4.7 VARIÁVEIS DO ESTUDO ................................................................................... 59
4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................................... 60
5 RESULTADOS ....................................................................................................... 61
6. DISCUSSÕES ....................................................................................................... 79
7. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 90
8. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 92
APÊNDICE A – TERMO DE ANUÊNCIA ILPI1 ....................................................... 118
APÊNDICE B – TERMO DE ANUÊNCIA ILP2 ........................................................ 119
APÊNDICE C – TERMO DE ANUÊNCIA ILPI3 ....................................................... 120
APÊNDICE D – TERMO DE ANUÊNCIA ILP4 ........................................................ 121
APÊNDICE E – TERMO DE ANUÊNCIA ILP5 ........................................................ 122
APÊNDICE F – TERMO DE ANUÊNCIA ILPI6 ....................................................... 123
APÊNDICE G – TERMO DE ANUÊNCIA ILP7 ........................................................ 124
APÊNDICE H – TERMO (TCLE) ............................................................................. 125
APÊNDICE I – TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............... 127
APÊNDICE G – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA .................................................. 128
ANEXO A – PARECER DE APROVAÇÃO .............................................................. 130
ANEXO B – MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM) .................................... 134
ANEXO C- TESTE DO RELÓGIO (TDR) ................................................................ 135
ANEXO D - ÍNDICE DE KATZ ................................................................................. 136
ANEXO E - QUESTIONÁRIO PFEFFER DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL – QPAF .. 137
ANEXO F - ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA ABREVIADA (EDG-15) ...... 138
ANEXO G – CERTIFICADO DE CAPACITAÇÕ DA PESQUISADORA .................. 136
18
1. INTRODUÇÃO
O envelhecimento está relacionado com alterações progressivas que
ocorrem em todas as células, tecidos e órgãos desde o momento da concepção até
a morte. No entanto, acontece em ritmos diferentes (Prince et al., 2013).
A proporção de idosos na população mundial tem aumentado nos últimos
anos, especialmente por causa da explosão demográfica que ocorreu em décadas
passadas, da melhora na qualidade de vida e condições de saúde e da diminuição
da natalidade (Lin et al., 2012). Esse processo demonstra ocorrer de forma rápida,
demonstrando ser necessária uma reorganização ampla em vários segmentos,
como saúde, educação, bem como políticas públicas, como um todo. Neste
contexto, Alves et al. (2007) defendem a necessidade de uma reorganização,
sobretudo social e da área de saúde para atender as necessidades desta população,
tendo em vista que ocorre também mudança na prevalência das doenças, gerando
um aumento das doenças e agravos crônico-degenerativos e da incapacidade
funcional.
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo de População
das Nações Unidas (UNFPA), o envelhecimento da população é um dos maiores
triunfos da humanidade e também um dos nossos grandes desafios. Em todo o
mundo, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais corresponde a faixa etária
que mais cresce. Em 2012, o número de pessoas idosas no mundo era
aproximadamente de 810 milhões, cerca e 11, 5% da população mundial. Projeta-se
que esse número mais que duplique até 2050, alcançando 2 bilhões (UNFPA, 2012).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em
2017 a expectativa de vida dos brasileiros em geral é de até 75,8 anos. Para a
população masculina, 72,2 anos. Já para as mulheres, 79,4 anos. Neste contexto, a
população brasileira com 60 anos ou mais de idade passou de 14,2 milhões, em
2000, para 19,6 milhões, em 2010, devendo atingir 41,5 milhões, em 2030, e 73,5
milhões, em 2060. O último censo demográfico realizado pelo IBGE, em 2010,
registrou que os idosos acima de 60 anos representam 10,8% da população do país,
apresentando uma taxa exuberante de envelhecimento populacional (IBGE, 2013,
2015), como mostra a figura 1.
19
Fonte: https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=12#topo_piramide
Estima-se que, em 2025, o Brasil ocupará o sexto lugar quanto ao
contingente de idosos, alcançando cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou
mais. Em 2050, as crianças de 0 a 14 anos representarão 13,15%, ao passo que a
população idosa alcançará os 22,71% da população total (IBGE, 2013, 2015)
A Região Norte, apesar do contínuo envelhecimento observado nas duas
últimas décadas, ainda apresenta uma estrutura bastante jovem, devido aos altos
níveis de fecundidade no passado. A proporção de idosos nesta região, de acordo
com o último censo era de 4,6% em 2010. As Regiões Sudeste e Sul apresentam
evolução semelhante da estrutura etária, mantendo-se como as duas regiões mais
envelhecidas do País, indicando o impacto das sucessivas quedas da fecundidade.
As duas regiões tinham em 2010 um contingente de idosos com 65 anos ou mais de
8,1%. A Região Centro-Oeste apresenta uma estrutura etária e uma evolução
semelhantes às do conjunto da população do Brasil, 5,8%, de idosos em 2010. Na
região Nordeste, a proporção de idosos na população em 2010 era de 7,2%,
indicando que em 2010 a Região Norte era a mais jovem do país, seguida do
Nordeste. Sudeste e Sul são as que apresentam estruturas mais envelhecidas. O
Centro-Oeste tem uma estrutura intermediária, com distribuição etária próxima da
média do país (IBGE, 2011).
Figura 1: Distribuição da população brasileira por gênero e grupos de idade pelo censo de 2010
20
Quanto aos estados brasileiros envolvidos neste estudo, Ceará (CE) e Rio
grande do Norte (RN), estados pertencentes à região Nordeste do Brasil e cada um
possui respectivamente cerca de 909.475 e 342.890 pessoas idosas. Esses
números representam que em cada um destes estados, 10,8% da população tem 60
anos de idade ou mais, assim, respectivamente, CE e RN ocupam o sétimo (7°) e o
oitavo (8°) lugar no ranking dos estados brasileiros em percentuais de idosos (IBGE,
2018).
Segundo Brito (2008) e Kalache (2008) esse envelhecimento populacional é
considerado um dos maiores desafios da saúde pública, bem como, um dos
fenômenos estruturais mais importantes que tem impactado a economia e a
sociedade brasileira a partir da segunda metade do século XX.
Diante do aumento das taxas de envelhecimento populacional e aumento da
expectativa de vida, estudos mostram que fatores, como a redução expressiva na
taxa de fecundidade, associada à redução da taxa de mortalidade infantil, são
determinantes nesta transição demográfica (Moraes, 2012). Destacam-se também
as transformações através da Ciência e Tecnologia (C&T) que impactam
diretamente no cotidiano das pessoas, conforme Pedro (2013) e contribuem com a
incorporação de estratégias específicas para o suporte adequado à população idosa
crescente (Silva et al. 2014).
Com o aumento da expectativa de vida crescem as prevalências de doenças
crônicas, os riscos de limitações físicas, de perdas cognitivas, de declínio sensorial e
de propensão a acidentes e a isolamento social. Dentre as diversas doenças que
acometem os idosos, aquelas relacionadas à saúde mental merecem atenção
especial devido à prevalência e comprometimento clínico. Os transtornos mentais
acometem cerca de um terço (1/3) da população idosa, causando sofrimento
emocional, diminuição da qualidade de vida e da capacidade funcional (Abbott et al.,
2004; Clemente, Firmo, 2011).
Os quadros psiquiátricos nos idosos incluem, destacadamente, a demência,
estados depressivos, transtornos ansiosos e quadros psicóticos, sendo a depressão
e demência os transtornos mentais mais frequentes na terceira idade. A prevalência
de transtornos depressivos em populações urbanas idosas brasileiras varia de
19,8% até 38,5% (Ramos et al., 2009). A demência, por sua vez, apresenta
frequências de 4,2% a 7,2% nos idosos, em diversas regiões do mundo, tendo
21
prevalência crescente com o avançar da idade. Caracteriza-se por declínio cognitivo,
progressiva dependência e incapacidade, até a necessidade indispensável de
cuidadores ou de institucionalização (Scazufca, Prince, 2002; Freitas et al., 2007).
Conforme Silva (2008) o surgimento da velhice e da terceira idade pode ser
entendido como resultante de um processo complexo, que envolve a convergência
de aspectos políticos, práticas sociais e interesses econômicos. Nesta perspectiva
observa-se mudança no foco do cuidado com o idoso, antes exercido
exclusivamente pela família e, principalmente pela mulher, vem sofrendo mudanças
diante da realidade em curso, assim, diferentes esferas devem ser consideradas e
trabalhadas, como meios possíveis para prover o bem-estar do idoso. Nessas
mudanças sócio-culturais faz-se referência aos novos focos de atenção à saúde do
idoso, como a Instituições de Longa Permanência (ILP) (Cavalcanti, 2013).
A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da ANVISA/RDC nº 283, de 26
de setembro de 2005, ANVISA (2005) aprova o Regulamento Técnico que
estabelece as normas de funcionamento para as ILPI no Brasil e define estas
instituições como instituições governamentais ou não, de caráter residencial para
domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem
suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania. A resolução
classifica o grau de cuidado com o residente de acordo com o grau de dependência
do idoso no auxílio da realização de atividades da vida diária. Grau de dependência I
(menor dependência), grau de dependência II e grau de dependência III (maior
dependência). Essa classificação também estabelece o dimensionamento de
recursos humanos para cada tipo de cuidado de acordo com dependência do idoso.
Diferente dos hospitais, estas unidades consistem de residências coletivas,
com rotinas que variam de acordo com seu público. Cuidam de pessoas com
fragilidades físicas e cognitivas em diversos graus de severidade.
22
1.1 JUSTIFICATIVA
A caracterização da população residente em Instituições de longa
Permanência é fundamental para compreender a demanda, suas necessidades e
colaborar com a prevenção de doenças ou agravos. Partindo deste ponto, Ceará e
Rio Grande do Norte, estados federativos vizinhos, poderiam revelar importantes
perfis desta população em estudo.
O aumento da expectativa também é uma conquista, porém junto a isso os
estudos mostram um significativo aumento de doenças crônico-degenerativas
Envelhecer de forma saudável contribui para um bem-estar geral, porém,
quando o envelhecimento não é bem sucedido, o idoso tem grande tendência a
apresentar comprometimento cognitivo e outras doenças, gerando dependência total
de atividades básicas, como banhar-se e alimentar-se, podendo levar a um tipo de
cuidado específico, como a institucionalização (Duca et al., 2012).
Sabe-se que a população idosa vem crescendo no Brasil, em específico,
neste contexto, os idosos que vivem em instituições de longa permanência podem
tornar-se mais vulneráveis. Investigar importantes sinais e sintomas de demência e
depressão nessa população é um importante condutor para políticas públicas na
área da saúde e educação, além de auxiliar no prognóstico de complicações do
estado de saúde.
Diante do exposto, é fundamental que haja incentivo à educação e pesquisa
para que possamos colaborar com a elaboração e implementação de políticas
públicas de fácil aplicabilidade voltadas para os idosos, como os institucionalizados,
melhorando a qualidade de vida desta população e colaborando com os
profissionais envolvidos na assistência ao idoso, que são fundamentais nesta
realidade e devem ser capacitados para tal função, tendo em vista que realizam
intervenções específicas para esta população.
Além de uma realização pessoal e profissional em contribuir com dedicação
e profissionalismo para esta população, este trabalho tem como alvo contribuir com
a sociedade civil e científica, tendo em vista, que pesquisas sobre demência e
depressão envolvendo idosos institucionalizados ainda são escassas, principalmente
no Nordeste do país.
23
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O PROCESSO DO ENVELHECIMENTO E A SAÚDE MENTAL
O envelhecimento pode ser considerado o processo biológico pelo qual
ocorrem alterações nas características morfológicas e fisiológicas do organismo vivo
ao longo do tempo (Chaimowicz, 1997). Neste processo ocorrem mudanças no
sistema nervoso periférico e central, que podem alterar o funcionamento dos
circuitos motores, sensoriais, emocionais e cognitivos e influenciar a forma como os
indivíduos percebem e interagem com o mundo (Ribeiro, Cosenza, 2013).
São muitas as modificações esperadas com o envelhecimento. Entre elas
estão à diminuição da força muscular e lentificação motora, redução na acuidade
visual, auditiva, olfativa e gustativa, perda neuronal e alterações em uma variedade
de medidas cognitivas e comportamentais que ocorrem em variáveis taxas (Neri,
Neri, 2011). Nesse contexto, as doenças degenerativas passam a ter maior
relevância no conjunto da sociedade, pois se caracterizam por ter início insidioso,
serem de longa duração e evoluírem, frequentemente, com redução progressiva da
capacidade funcional, interferindo nas habilidades físicas e mentais necessárias à
independência e autonomia, prejudicando a qualidade de vida (Costa, 2006; Costa,
Silva et al., 2011). Por outro lado, a dependência física e/ou mental, relacionada aos
quadros demenciais, por exemplo, é um importante fator de risco para mortalidade
(Veras, 2009; d’Orsi et al., 2011). Dentre as doenças de caráter crônico, a demência
é uma das mais importantes causas de morbimortalidade, representando o problema
de saúde mental que mais cresce. Estimativas dessa condição crônica apontam que
sua prevalência aumenta exponencialmente com a idade, passando de 5% entre os
maiores de 60 anos, para 20% naqueles com idade superior a 80 anos (Machado et
al., 2007).
Os idosos representam uma população bem descrita na literatura com risco
para o desenvolvimento de síndromes demenciais, cuja prevalência dobra a cada
cinco anos após os 65 anos. Estimativas mostram que em 2010, 35,6 milhões de
pessoas viviam com demência em todo o mundo, sendo que 58% delas viviam em
países com baixa ou média renda. A previsão é que esses números dobrem a cada
24
20 anos alcançando 115,4 milhões de pessoas em 2050 (Scazufca, Prince, 2002;
Prince et al., 2013).
As demências são condições clínicas de natureza heterogênea, início
insidioso que comprometem o desempenho cognitivo, social e físico dos idosos,
sendo causa importante de dependência e institucionalização e representando um
impacto devastador para os indivíduos, as famílias e a sociedade (Freitas, Miranda,
2011; Ferri 2012). Subtipos de demência incluem a doença de Alzheimer, demência
vascular, demência com corpos de Lewy e demência frontotemporal (Walker et al.,
2002). As definições amplamente aceitas da demência nos idosos abrangem déficits
no âmbito social, ocupacional, em funções cognitivas e em atividades instrumentais
da vida diária, sendo caracterizada como uma síndrome com declínio da memória
associado a déficit de, pelo menos uma outra função cognitiva (linguagem, gnosias,
praxias ou funções executivas) com intensidade suficiente para interferir no
desempenho social ou profissional do indivíduo (Hancock, Larner, 2007; APA, 2013).
A cognição envolve todo o funcionamento mental como as habilidades de
percepção, evocação, raciocínio e resposta aos estímulos externos. Embora com o
envelhecimento os idosos tenham prejuízo no desempenho cognitivo, para um
grande número de idosos, as capacidades cognitivas permanecem preservadas,
embora se torne mais difícil armazenar e recuperar informações (Rabelo, 2009).
O estágio intermediário entre o envelhecimento cognitivo normal e a
síndrome demencial é definido como Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) ou
mild cognitive impairment (MCI). Designa um quadro clínico em que ocorre declínio
em um ou mais domínios cognitivos, o que pode levar a um relativo prejuízo da
capacidade de realização de atividades mais complexas (por exemplo, atividades no
campo profissional). Nesse estado há queixas de prejuízo do funcionamento
cognitivo (geralmente da memória) e apresenta alterações à avaliação
neuropsicológica, porém sem impedir que o mesmo execute as suas atividades de
vida diária e não preenche critérios diagnósticos para demência (Bottino, 1998; Stott,
Spector, 2011). A prevalência de CCL ainda não é clara e alguns subtipos vêm
sendo descritos e conforme estudos, a prevalência converge em 14% a 18% para
indivíduos com 70 anos de idade ou mais (Petersen et al., 2009). Pode ter diversas
etiologias, incluindo doenças clínicas mal controladas, polimedicação, depressão,
etc. Indivíduos com CCL podem apresentar melhora do quadro, estabilização, ou
25
progressão para demência, de acordo com a causa subjacente (Radanovic et al.,
2012).
Outro transtorno mental frequente entre idosos é a depressão, que tem sido
associada com o declínio funcional, hospitalização, admissão em instituições
asilares, também está relacionada com um risco elevado de suicídio e aumento da
mortalidade em idosos. Estima-se que aproximadamente 15% da população com
mais de 60 anos seja acometida por esta doença, chegando a atingir índices entre
20% a 22% em populações de idosos institucionalizados (Almeida, Almeida, 1999a;
Siqueira et al., 2009). Para Galhardo et al. (2010) e Souza, Paulucci (2011), cerca de
23 a 40% da população idosa em geral tem esse diagnóstico e em idosos
institucionalizados as taxas podem ser bem mais elevadas.
Uma em cada dez pessoas sofre de depressão grave e quase uma em cada
cinco pessoas sofreu esta desordem durante a sua vida. Em 2020, a depressão será
a segunda principal causa de incapacidade mundial e até 2030, poderá ser o maior
contribuinte para a carga de doenças (WHO, 2010).
A população idosa, muitas vezes apresenta mais sintomatologia depressiva
sem atender aos critérios diagnósticos para uma depressão. Esta condição é
freqüentemente referida como depressão subliminar e afeta quase 1 em 10 idosos.
Depressão sublimiar também tem um impacto importante na qualidade de vida dos
idosos, e é um importante fator de risco para um transtorno depressivo (Meeks et al.,
2011; WHO, 2014). Doenças crônicas podem predispor à depressão, agravando a
situação clínica. O quadro depressivo em idosos costuma ter apresentação atípica,
cursando, geralmente, com queixas somáticas inespecíficas, lentificação motora,
irritabilidade, sensação de desamparo e desesperança, queixas de memória,
sintomas ansiosos e preocupações excessivas (Nicolato, Alvarenga, 2013).
Durante o processo de envelhecimento ocorrem mudanças no sistema
nervoso periférico e central, que podem alterar o funcionamento dos sistemas
motores, sensoriais, emocionais e cognitivos e influenciar a forma como os
indivíduos percebem e interagem com o mundo (Ribeiro, Cosenza, 2013).
Estudos têm mostrado que os idosos sofrem perdas progressivas de
habilidades cognitivas e com o declínio da capacidade funcional (Lima-Costa et al.,
2011; Chaves et al., 2017).
26
Segundo Nunes et al. (2009) a capacidade funcional pode ser definida como
o potencial que os idosos apresentam para decidir e atuar em suas vidas de forma
independente no cotidiano. Prejuízos nesta função levam a um aumento da
dependência do indivíduo no seu dia-a-dia e na sua relação com o meio social
trazendo prejuízos para a qualidade de vida.
Depressão e demência têm incapacitado idosos em todo o mundo por
levarem à perda da independência e quase inevitavelmente, da autonomia (Gordilho
et al., 2000).
O processo natural de envelhecimento sofre variabilidade substancial de um
indivíduo para o outro e, apesar de não serem patológicos, servem de substrato para
a apresentação da doença e prognóstico do tratamento. Assim, faz-se necessária
uma avaliação minuciosa para distinguir as mudanças fisiológicas das patológicas,
bem como diferenciar precocemente alterações potencialmente reversíveis das
irreversíveis (Cançado et al., 2011).
2.2 DEMÊNCIA E DEPRESSÃO NO ENVELHECIMENTO
Sabe-se que o envelhecimento é um processo natural e que vem se
tornando alvo de diversos estudos atualmente.
Em relatório divulgado, a OMS aponta que a demência afeta mais de 47,5
milhões de pessoas em todo o mundo (WHO, 2017a). Estima também que o número
de pessoas com demência no mundo deverá ser de 65,7 milhões em 2030 e 115,4
milhões em 2050 (Prince et al. 2013).
O aumento da população idosa está associado à prevalência elevada de
doenças crônico-degenerativas, dentre elas aquelas que comprometem o
funcionamento do sistema nervoso central, como as doenças mentais e neste
cenário, destacamos a demência e depressão como os transtornos
neuropsiquiátricos mais comuns em idosos (Stella et al., 2002; Reys et al., 2006). A
demência aumenta de frequência entre a população com o avançar da idade,
tornando-se muito comum entre os idosos, sendo o maior fator de risco em quase
todas as demências a idade, risco esse que duplica a cada 5 anos após os 65 anos
(Prince, Jackson, 2009). Além disso, sabe-se que as demências apresentam maior
prevalência em países em desenvolvimento, considerada de alta prevalência em
países da América do Sul, (Kalaria et al., 2010; Wimo et al., 2010). As demências,
27
recentemente modificadas para a terminologia de Transtornos Neurocognitivos,
(NCD, pela sigla inglesa), proposta pela American Psychiatric Association
caracterizam-se como um conjunto de sinais e sintomas causado por uma série de
doenças, as quais comprometem a cognição do indivíduo. Com sua progressão, é
possível observar prejuízos na esfera funcional, social e profissional do paciente
(Peskind, Raskind, 1999; Canon et al., 2016).
Segundo o CID-10, a demência é uma síndrome devido a doença do
cérebro, geralmente de natureza crônica ou progressiva, onde ocorrem perturbações
de múltiplas funções corticais superiores, incluindo a memória, pensamento,
orientação, compreensão, cálculo, capacidade de aprendizagem, linguagem e
capacidade crítica. A consciência não se encontra obscurecida. Os déficits de
função cognitiva são geralmente acompanhados, e ocasionalmente precedidos, por
deterioração do controlo emocional, comportamento social e/ou motivação (WHO,
2010). Entre as mais comuns encontram-se a doença de Alzheimer e a Demência
Vascular, responsáveis respectivamente por 50-75% e 20-30% de todos os casos. A
demência também tem um enorme impacto econômico. Estima-se o custo mundial
de valores em torno de trilhões de dólares nos próximos anos. Isso nos mostra o
tamanho do desafio global da saúde pública e da assistência social (Prince, Jackson
2009; Prince et al., 2013).
Conforme Stella (2013) a�demência é um processo de comprometimento
mental que se caracteriza pelo declínio das funções cognitivas, com prejuízo da
capacidade da pessoa de organizar os próprios comportamentos e conduzir a
própria vida, podendo representar um processo lentamente progressivo ou abrupto,
dependendo dos fatores causais. As manifestações clínicas da doença interferem
significativamente nas atividades sociais�e ocupacionais do paciente, provocando
nele e em seus familiares grande sofrimento bem como elevado nível de estresse
nos cuidadores.�
As�demências são classificadas em primariamente degenerativas e
secundárias a vários processos patológicos, dependendo das causas e formas e
evolução. As degenerativas ou primárias são aquelas decorrentes de um processo
de atrofia cerebral progressiva, como a doença de Alzheimer (DA), e as demências
adquiridas ou secundárias são aquelas causadas�por processos infecciosos,
28
acidentes vasculares cerebrais, traumas crânio encefálicos, uso de substâncias
como álcool, e por outras formas de acometimento cerebral (Garuffi et al., 2011).
Caracterizada como uma síndrome, degenerativa, progressiva, irreversível e
multifatorial, a demência geralmente é acompanhada por distúrbios
comportamentais, também denominados behavioural and psychological symptoms of
dementia (BPSD) ou Neuropsychiatric symptoms (NPS), conhecidos como sintomas
comportamentais e psicológicos da demência (SCPD) ou Sintomas
Neuropsiquiátricos (SNP) da demência e o espectro inclui agitação, comportamento
motor aberrante, ansiedade, exaltação, irritabilidade, depressão, apatia, desinibição,
delírios, alucinações e alterações do sono ou do apetite e perda de memória,
sobretudo a memória recente do indivíduo. Estudos relatam que a prevalência de
BPSD nos lares de idosos é de cerca de 91-96% (Cummings, Cole, 2002; Lyketsos
et al., 2011; Cerejeira et al., 2012).
A neuropatologia da doença de Alzheimer (DA) envolve a presença de dois
biomarcadores: a formação das placas de proteína β-amilóide (Aβ) e os
emaranhados neurofibrilares (Bird et al., 1989; Ballard et al., 2011). Estas placas
protéicas resultantes do processo de quebra da proteína precursora da amilóide
(APP) resulta em disfunção neuronal e morte cerebral e a hiperfosforilação da
proteína Tau, formando emaranhados neurofibrilares que levam à progressiva
degeneração dos neurônios cerebral, resultando na morte não programada destes
neurônios (Selkoe, 2001).
A Demência Vascular (DV) é a forma de demência secundária mais
prevalente e a segunda entre todas as demências com detecção de placas
ateromatosas e estenoses vasculares e também possui importantes marcadores
diagnósticos baseados no beta-amilóide e na proteína Tau (Engelhardt et al., 2011).
A demência com corpúsculos de Lewy (DCL), a causa de 10% a 25% das
demências, síndrome com curso flutuante, alucinações visuais, sinais
parkinsonianos e hipersensibilidade a antipsicóticos, tem recebido crescente atenção
nos últimos anos. Apresenta-se um cerne denso circundado por halo de filamentos
radiados composto por duas proteínas: a ubiquitina e a alfa-beta-cristalina. Estas
parecem apresentar função citoprotetora (Byrne, 2001). O corpúsculo de Lewy (CL)
também é composto por proteínas dos neurofilamentos e enzimas como a protease
multicatalítica e a proteína precursora do beta amilóide. A alfa-sinucleína é também
29
uma proteína que compõe o CL, e parece exercer uma atividade antagonista à
ubiquitina (Tatsch et al., 2002). A constatação definitiva da demência é apenas
realizada por exame post mortem, contudo, a realização de um diagnóstico clínico,
aliado a presença de biomarcadores, tem sido bastante recomendada (Jack et al.,
2010).
Inúmeros fatores genéticos e ambientais estão em estudo para a definição
de um diagnóstico diferencial e preciso, visto que desordens como depressão,
deficiência de vitaminas e hipotireoidismo, por exemplo, podem contribuir para um
quadro de declínio cognitivo (Ballard et al., 2011).
A evolução da doença de Alzheimer pode ser resumida de acordo com as
seguintes fases: inicial, moderada e avançada (Brucki, 2000; Stella, 2006). Com
início insidioso e deterioração progressiva a DA possui duração de difícil precisão, o
curso da doença pode variar aproximadamente entre 5 e 20 anos. Conforme
(Peskind,Raskind, 1999), o primeiro sinal proeminente é o prejuízo na memória, que
com o avançar do quadro, torna-se mais severo, comprometendo outras funções
mentais, como as funções executivas, atenção e capacidade visuoespacial gerando
declínio cognitivo, sendo este mais significativo nos estágios iniciais da doença.
Nos estágios iniciais surge o comprometimento de diversas funções
cognitivas, como declínio da memória recente, dificuldade de orientação espacial e
temporal, dificuldade de nomeação de palavras de memória semântica,
comprometimento leve da atividade de cálculo, e pode apresentar indícios de
apraxia, agnosia ou afasia, mantendo as atividades sociais e ocupacionais básicas,
e algum prejuízo nas que exigem um maior nível de complexidade (Stella, 2006).
Na fase moderada, os sintomas acima acentuam-se e o paciente pode ter�
dificuldade significativa para a execução de tarefas, de acordo com o nível de
complexidade. Os déficits de memória, agravam-se, os sintomas de apraxia, agnosia
e afasia tornam-se mais evidentes e aumenta o comprometimento das funções
executivas.�Observa-se também o empobrecimento do pensamento lógico. O
sujeito perde grande parte da sua autonomia, necessitando de supervisão para
atividades simples como cuidar de si e das atividades cotidianas (Stella, 2006).
Na fase avançada, a doença assume proporções graves, perda da
capacidade de memória, incapacidade de desenvolver as funções executivas e
agravamento da apraxia, agnosia e afasia. Mostra-se incapaz de se comunicar,
30
podendo apresentar desorganização grave do comportamento. Apresenta alto grau
de dependência e necessita de supervisão constante (Stella, 2006).
Muitos fatores estão em destaque de estudos atuais para melhor
compreensão e diagnóstico da DA, tal como, quantificação de biomarcadores
verificadas in vivo através do método de extração de líquor, como em Perrin et al.
(2009) e Jack et al. (2010), além de investigações sobre a relação entre os
biomarcadores e DA, dentre eles fatores genéticos como a alelo ε4 da
apolipoproteína-E (apoE ε4), e citocinas pró-inflamatórias, como interleucinas e fator
de necrose tumoral (TNF) e verificar os efeitos do exercício físicos para estes
pacientes (Angelopoulos et al., 2008; Bermejo et al., 2008; Swardfager et al., 2010).
A depressão atinge, segundo estimativas da World Federation for Mental
Health (WFMH), 350 milhões de pessoas em todo o mundo. Transtornos
depressivos geralmente começam em uma idade jovem; eles reduzem o
funcionamento das pessoas e muitas vezes são recorrentes. Neste sentido a
depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo em termos de total
de anos perdidos devido a incapacidade. E a demanda para conter a depressão e
outras condições de saúde mental aumenta globalmente (WFMH, 2012; APA, 2013).
Cerca de 23 - 40% da população idosa em geral tem esse diagnóstico e em
idosos institucionalizados as taxas podem ser bem mais elevadas (Kwan, Petersen,
2010; Souza, Paulucci, 2011).
Sempre associada a um elevado grau de sofrimento psíquico, depressão é
um contribuinte significativo para a carga global de doenças e afeta pessoas em
todas as comunidades em todo o mundo e apesar de ser mais freqüente em adultos
jovens, a prevalência da depressão aumenta após os 65 anos e tem uma
importância particular, pois além de afetar funcionalmente, prolonga o tempo de
recuperação de outras patologias médicas (Ellison et al., 2012).
A depressão não se trata de uma única doença, mas um conjunto de várias
que incluem, segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM
5): a perturbação depressiva maior, distimia, distúrbio da desrregulação
perturbadora do humor, perturbação disfórica pré-menstrual, perturbação depressiva
induzida por substâncias ou fármacos, perturbação depressiva devido a outra
condição médica, outras perturbações depressivas especificadas e inespecificadas.
Sendo que o aspecto comum a estas doenças é a presença de humor deprimido,
31
irritado ou ausência de emoções, acompanhada por alterações somáticas e
cognitivas que afetam significativamente a capacidade funcional do individuo. O que
as distingue é a duração, data de surgimento ou a etiologia presumida (APA, 2013).
As causas de depressão no idoso configuram-se dentro de um conjunto
amplo de componentes onde atuam fatores genéticos, eventos vitais, como luto e
abandono, e doenças incapacitantes, fatores neurobiológicos, alterações
neuroendócrinas (redução da resposta ao hormônio estimulador da tireóide),
alterações de neurotransmissores (redução da atividade serotoninérgica e
noradrenérgica), alterações vasculares e processos de degeneração de circuitos
corticais e subcorticais responsáveis pelo processamento e elaboração da vida
afetiva e emocional, além da produção diminuída de serotonina pelos Núcleos da
Rafe e a diminuição dos receptores para estes neurotransmissores.
Comprometimento dos Núcleos da Base, particularmente do Núcleo Caudado e do
Tálamo, tem sido associado com depressão de início tardio e a hipofrontalidade,
constatada por neuroimagem, demonstrou redução da atividade cortical pré-frontal,
também tem sido correlacionada com depressão em idosos (Greenwald et al., 1998;
Stella et al., 2002).
Ainda conforme Stella (2002) a depressão ainda pode conduzir a alterações
das funções cognitivas temporariamente, muitas vezes dificultando o diagnóstico
diferencial entre este quadro e demência, além disso, o aparecimento de transtornos
depressivos em idosos tem sido considerado um fator de risco para o
desenvolvimento posterior de processo demencial.
O diagnóstico diferencial entre demência e depressão é freqüentemente
difícil e nem sempre excludente, o que evidencia a necessidade da utilização de
instrumentos que permitam, por meio da avaliação do estado cognitivo, distinguir
melhor ambas as condições. Estando frequentemente associadas, uma pode simular
a outra, o que ocasiona grandes dificuldades diagnósticas. A avaliação cognitiva
breve pode ser um instrumento útil na avaliação global do paciente idoso,
colaborando na diferenciação sindrômica, permitindo aos profissionais de saúde
obter informações que subsidiem diagnóstico, o planejamento e a execução das
medidas terapêuticas e de reabilitação a serem realizadas em cada caso.
Infelizmente, esta prática ainda deve se tornar uma rotina nos serviços de saúde no
Brasil (Reys et al., 2006; Scoralick, Pinheiro, 2013).
32
2.3 POLÍTICAS PÚBLICAS E O IDOSO NO BRASIL
O envelhecimento saudável deve ser o grande objetivo da senescência. As
políticas de saúde são fundamentais na contribuição para que mais pessoas
alcancem as idades avançadas com o melhor estado de saúde possível.
Estudos da Organização das Nações Unidas (ONU) (2002) considera o
período entre 1975 e 2025 como a Era do Envelhecimento. Nos países em
desenvolvimento, como o Brasil, esse envelhecimento populacional tem sido mais
significativo e acelerado: enquanto nas nações desenvolvidas, no período de 1970 a
2000, o crescimento observado foi de 54%, nos países em desenvolvimento esse
crescimento atingiu 123%.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) realiza planejamentos de ações já
bem definidos com o objetivo de promover o envelhecimento saudável e ativo. Em
2002, na Assembléia Mundial das Nações Unidas sobre Envelhecimento, realizada
na Espanha, a Unidade de Envelhecimento e Curso de Vida da OMS deixou
estabelecido novas diretrizes para a formação de projetos e políticas públicas
voltados ao envelhecimento ativo. Segundo a entidade, tais políticas devem seguir
uma abordagem baseada no reconhecimento dos direitos humanos das pessoas
mais velhas e nos princípios da independência, participação, dignidade, assistência
e auto-realização (WHO, 2005).
A OMS apóia os governos na meta de fortalecer e promover a saúde mental
em idosos e integrar estratégias globais efetivas a políticas e planos. Acordos
lançados em Assembléias Mundiais de Saúde objetivam alinhar os sistemas de
saúde às necessidades das populações mais velhas, tanto para a saúde mental
quanto física, assim, destacamos:
2013 - 2020: The Comprehensive Mental Health Action Plan for 2013-2020
2016 - 2020: Global strategy and action plan on ageing and health.
2017 - 2025: Global action plan on the public health response to dementia
2020 - 2030: Decade of Healthy Ageing (WHO, 2017a).
Estes compromissos de ações com planejamento global entre países são
fundamentais na garantia de ações específicas de promoção do bem-estar mental
das pessoas, incluindo os idosos, esta população que enfrenta situações especiais
33
de saúde física e mental e precisam ser reconhecidas, pois podem resultar em
isolamento, solidão ou sofrimento psicológico em idosos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) também considera que a saúde
mental desta população pode ser melhorada através de um envelhecimento ativo e
saudável e destaca que este envelhecimento é um processo de desenvolvimento e
manutenção da capacidade funcional que permite o bem-estar em idade avançada
através de ações de saúde pública abrangentes, sendo uma necessidade urgente
(OMS, 2015; WHO 2017b). No Brasil, Ministério da Saúde tem formulado políticas e
diretrizes com prioridades assistenciais para promover a inclusão deste grupo
populacional (Brasil, 1999, 2006a, 2014). Entretanto, apesar desses avanços, ainda
não se conseguiu efetivar com integralidade a assistência aos idosos. No Brasil,
destacamos os seguintes marcos legais:
Em 1994, o Programa Saúde da Família (PSF) adotado pelo Ministério da
Saúde (MS) como uma estratégia prioritária para a reorganização da Atenção Básica
e estruturação do sistema de saúde. Uma das atribuições dessa nova estratégia foi
desenvolver práticas interdisciplinares por equipes responsáveis pela saúde da
comunidade local na perspectiva de uma atenção integral humanizada,
considerando a realidade local e valorizando as diferentes necessidades dos grupos
populacionais;
Política Nacional do Idoso – Lei nº 8.842/1994, que prevê a garantia dos
direitos sociais à pessoa idosa;
Em 2002 foi criado o Conselho Nacional de Direitos da Pessoa Idosa (CNDI),
integrante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
(SDH/PR), que visa o fortalecimento e cumprimento dos direitos da Pessoa Idosa ao
cuidado integral de sua saúde;
Em outubro de 2003 foi instituído pela lei 10.741, o Estatuto do Idoso no qual
―é obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde,
mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento
saudável e em condições de dignidade‖ (Brasil, 2003);
Em 2005, o Ministério da Saúde, em setembro de 2005, definiu a Agenda de
Compromisso pela Saúde que agrega três eixos: o Pacto em Defesa do Sistema
Único de Saúde (SUS), o Pacto em Defesa da Vida e o Pacto de Gestão nos quais
34
foram pactuadas prioridades, com relação ao planejamento de saúde para a pessoa
idosa. São elas: a saúde do idoso, a promoção da saúde e o fortalecimento da
Atenção Básica;
Ainda em 2005, a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) publicou, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 283, que
regulamenta e define normas de funcionamento para as ILPI de caráter residencial e
determina que as secretarias de saúde — estadual, municipal e do Distrito Federal
— devem implantar procedimentos para adoção do regulamento técnico, podendo
adotar normas de caráter suplementar, com a fnalidade de adequá-las às
especificidades locais. Esta RDC abrange todas as ILPI — governamentais ou não
governamentais — e se destina a normatizar a moradia coletiva de pessoas com
idade igual ou superior a 60 anos que possuem ou não suporte familiar (ANVISA,
2005);
Em fevereiro de 2006, a Portaria nº 399/GM, divulga o Pacto pela Saúde 2006
– Consolidação do SUS com seus três componentes: Pactos Pela Vida, em Defesa
do SUS e de Gestão, sendo saúde do idoso representada como uma das seis
prioridades pactuadas entre as três esferas de governo;
A Portaria nº 648/GM de 28 de março de 2006, aprova a Política Nacional de
Atenção Básica (PNAB) e revisa as diretrizes e normas para a organização da
Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de
Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Contribuindo para o desenvolvimento de
ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a
proteção à saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a
reabilitação e a manutenção da Saúde, tendo a saúde do idoso como uma das áreas
estratégicas para atuação em todo o território nacional (Brasil, 2006a);
Em 2006, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), pela
Portaria GM nº 2.528, de 19 de outubro de 2006, define que a atenção à saúde
dessa população terá como porta de entrada a Atenção Básica/Saúde da Família,
tendo como referência a rede de serviços especializada de média e alta
complexidade (Brasil, 2006b);
É importante destacar que a Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009,
aprova a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, classificando o abrigo
35
institucional para idosos, a Instituição de Longa Permanência para Idosos, como
Serviço de Proteção Social de Alta Complexidade (CNAS, 2009) e de acordo com o
Decreto 8242 de 23 de maio de 2014, estas instituições podem ser consideradas
como entidades beneficentes de assistência social;
A Lei nº 12.213/2010 Institui o Fundo Nacional do Idoso e autoriza deduzir do
imposto de renda pelas pessoas físicas e jurídicas as doações efetuadas aos
Fundos Municipais, Estaduais e Nacional do Idoso;
A Portaria nº 1.208/2013 do Ministério da Saúde dispõe sobre a integração do
Programa Melhor em Casa - Atenção Domiciliar no âmbito do SUS - com o
Programa SOS Emergências, ambos inseridos na Rede de Atenção às Urgências;
O Decreto Presidencial nº 8.114 /2013, que estabelece o Compromisso
Nacional para o Envelhecimento Ativo através de diretrizes com a participação das
três esferas de governo;
Em abril de 2018 uma iniciativa interministerial promovida pelo Departamento
de Atenção ao Idoso da Secretaria Nacional de Promoção do Desenvolvimento
Humano (SNPDH) / Ministério do Desenvolvimento Social, com o Ministério dos
Direitos Humanos e o Ministério da Saúde, e em parceria com a Organização Pan-
Americana da Saúde (Opas) e o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de
São Paulo lançou a Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa, uma iniciativa
constituída por um Certificado com metas, voltada à oferta de melhores condições
de vida para a população idosa vulnerável, em particular, e, complementarmente,
para a população idosa em geral (Brasil, 2018).
Mesmo com avanços, a legislação brasileira relativa aos cuidados da
população ainda é falha entre as ofertas e as demandas, porém as orientações
previstas nas leis demonstram ser atuais e adequadas para serem aplicadas. O
Estatuto do Idoso traz uma conquista de direitos dos idosos, a ampliação da
Estratégia Saúde da Família e a criação da Política Nacional de Saúde da Pessoa
Idosa (PNSPI) também são fundamentais neste nestas conquistas.
A PNSPI em Brasil (2006a) traz como meta final ser uma atenção à saúde
adequada e digna para os idosos e idosas brasileiros, principalmente para aquela
parcela da população idosa que teve um processo de envelhecimento marcado por
36
doenças e agravos que impõem sérias limitações ao seu bem-estar. Tem como
finalidade recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos
indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse
fim, em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde.
Quanto às diretrizes desta Política são:
a) promoção do envelhecimento ativo e saudável;
b) atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa;
c) estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção;
d) provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da
pessoa idosa;
e) estímulo à participação e fortalecimento do controle social;
f) formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de
saúde da pessoa idosa;
g) divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS;
h) promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à
saúde da pessoa idosa;
i) apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
Uma vez que o envelhecimento da população é um fenômeno global exige
ações nesta mesma proporção, assim os países podem custear o envelhecimento
se implementarem políticas e programa de ―envelhecimento ativo‖ que melhorem a
saúde, a participação e a segurança dos cidadãos mais velhos, baseando-se nos
direitos, necessidades, preferências e habilidades das pessoas mais velhas,
reconhecendo a importante influência das experiências de vida na forma de como os
indivíduos envelhecem (WHO, 2005).
São muitas as exigências com o propósito de garantir o bem-estar da
pessoa idosa, diante disso, não se pode deixar de pensar os lugares onde o idoso
recebe cuidados e vivencia sua velhice. Nesse estudo, direcionamos o olhar às
Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), que se constituem, cada vez
mais, como uma alternativa de moradia aos idosos. Estudos acerca de idosos
institucionalizados ou da institucionalização de idosos têm sido produzidos com
maior ênfase nos últimos dez anos (Souza, Inácio, 2017).
37
2.4 A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO IDOSO
O envelhecimento da população brasileira impactou trazendo mudanças no
perfil demográfico e epidemiológico em todo o país, gerando demandas que
requerem respostas das políticas sociais envolvendo o Estado e a sociedade,
resultando em novas formas de cuidado, em especial aos cuidados prolongados e a
atenção domiciliar (Vasconcelos, Gomes, 2012).
As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) são ―instituições
governamentais ou não, de caráter residencial, destinadas a serem domicílios
coletivos de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte
familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania‖(ANVISA, 2005). As ILPI
possuem, em seu escopo, o dever de assistir à saúde, de forma pública ou privada,
e garantir a atenção integral à saúde.
A denominação ILPI foi proposta pela Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia (SBGG) em substituição às diversas nomenclaturas existentes – asilos,
abrigos, retiros, casa de repouso, termos fortemente marcado por preconceitos
historicamente constituídos. A nova denominação é derivada da expressão lançada
pela Organização Mundial de Saúde: Long-Term Care Institution, e deveria estimular
uma nova configuração de instituição para idosos, articulando rede de assistência
social e a rede de saúde, construindo um espaço multidisciplinar e integrado
(Camarano, 2010; Souza, Inácio, 2017). O atendimento aos idosos no Brasil de hoje
exige que a ILPI preste serviços tanto na área social quanto na área sanitária, sendo
assim objeto de ação de ambas as esferas. Pode-se, portanto, dizer que a ILPI é um
tipo especial de instituição de natureza sócio-sanitária. Essa natureza híbrida
demanda a criação de um modelo sócio-sanitário de assistência, que conjugue
valores e práticas de ambas as esferas (Pinto, Simson, 2012).
Mudanças nos rearranjos familiares, ausência de cuidador no domicílio, o
novo papel da mulher no mercado de trabalho e uma baixa na natalidade, resultando
em novos desafios a serem enfrentados no cuidado à população idosa, observando-
se nisso as Instituições de Longa Permanência (ILP) como meios possíveis para o
bem-estar do idoso, e levando-se em consideração a atenção àqueles com
comprometimentos e fragilidades (Cavalcanti, 2013).
A WHO (2017) destaca que os sistemas de cuidados de longa duração
(incluindo cuidados paliativos) são necessários em todos os países para atender às
38
necessidades das pessoas idosas. E enfatiza que cada país precisa de um sistema
de cuidados de longa duração ou permanência que seja sustentável e eqüitativo nas
diferentes formas, contexto cultural e econômico e que conceda às pessoas idosas,
o cuidado e apoio que precisam para viver vidas com dignidade e respeito, no
entanto, poucos países possuem sistemas adequados de cuidados de longa
permanência que atenda adequadamente às necessidades de cuidado e apoio de
suas populações, e com uma força de trabalho bem treinada e com o devido apoio
aos cuidadores. Destacamos que a OMS desenvolve diretrizes, fornecendo
orientação com base em evidências sobre como desenvolver, expandir e melhorar a
qualidade dos serviços de cuidados de longo prazo, com foco em ambientes com
menos recursos. Fornece assistência técnica e apoio aos países que estão
introduzindo e expandindo os serviços de cuidados de longo prazo, bem como
desenvolve ferramentas de treinamento para fortalecer cuidadores formais e
informais (WHO, 2018).
No Brasil, observa-se a institucionalização definitiva de idosos com baixos
níveis de dependência, em diferentes faixas etárias, entretanto, diferentes aspectos
são revelados na literatura internacional, que mostra a institucionalização de idosos
mais velhos ou acima dos 85 anos, vítimas de múltiplas perdas funcionais e
demenciados. Essa mudança de ambiente leva as pessoas a apresentarem menor
desempenho nas habilidades físicas e psicológicas, pois a maioria das casas de
longa permanência não possui recursos financeiros e humanos para oferecer ao
idoso uma atenção integral, ou seja, não consegue trabalhar o biopsicossocial do
indivíduo de maneira adequada (Born, Boechat, 2006; Smanioto, Haddad, 2011).
Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostram o
resultado do mais amplo estudo que mostra o perfil das ILPI brasileiras. O número
de idosos institucionalizados no Brasil ainda é pequeno, havendo um número
reduzido de vagas e a quantidade limitada de instituições gratuitas, sendo que
atualmente cerca de 71% dos municípios não possuem uma ILPI, seja ela pública,
privada, mista ou filantrópica (Alcântara et al., 2016).
No Brasil, conforme Quadros e Patrocinio (2015), no período de 2007-2009
foram identificadas 3.548 instituições, nestas, residem cerca de 100.000 idosos,
representando menos de 1% da população idosa, ao contrário do que ocorre em
países desenvolvidos, o cuidador, comumente é um familiar, do sexo feminino e,
39
muitas vezes, é também idoso. Destas instituições, 6,6% são públicas ou mistas;
28,2% são privadas e 65,2% são filantrópicas. Aproximadamente dois terços das
Instituições de Longa Permanência (ILP) estão localizados na região Sudeste. No
entanto, observa-se uma super-representação das regiões Sudeste, Sul e Centro-
Oeste e uma sub-representação das demais. A região Nordeste concentra 24,7% da
população idosa brasileira e 8,5% das instituições.
As ILPI apresentam aspectos singulares e determinam, mediante normas
institucionais vigentes e práticas decorrentes de costumes institucionalizados,
condutas e comportamentos próprios com atividades realizadas num mesmo
ambiente e sob uma autoridade, com a rotina praticamente igual para todos.
Independentemente do sentido negativo e preconceituoso que as pessoas possuem
sobre a ILPI, ela talvez seja a alternativa possível para muitos idosos e suas famílias
(Oliveira, Rozendo, 2014).
Conforme informações colhidas através da Secretaria do Trabalho e
Desenvolvimento Social (STDS) do Ceará, bem como no Conselho Estadual dos
Direitos dos Idosos (CEDI-CE) existem cerca de vinte e duas (22) ILPI acolhedoras
de idosos, sendo seis (06) unidades na capital, Fortaleza. Cerca de 1030 idosos
residem nestas instituições.
No Estado do Rio Grande do Norte, através da Secretaria de Estado do
Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (SETHAS) também fomos
informados de que no Estado do Rio Grande do Norte há 26 (vinte e seis) ILPI em
vinte (20) municípios e acolhe cerca de 700 idosos, sendo seis (06) unidades na
capital potiguar. Nos dois (02) estados há unidades denominadas mistas, que
acolhem homens e mulheres.
2.5 A SAÚDE DO IDOSO E A AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DO IDOSO
O foco da saúde está estritamente relacionado à funcionalidade global do
indivíduo, definida como a capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo.
Abrange todas as funções do corpo, atividades e participação social. Neste aspecto
pode ser considerada saudável quando é capaz de realizar suas atividades sozinha,
de forma independente e autônoma, mesmo que tenha doenças (Costa, Monego,
2003; Moraes, 2010).
40
Ainda conforme o autor supracitado, o ponto de partida da abordagem
geriátrica é a avaliação da funcionalidade global, através das atividades de vida
diária (AVDs) através de informantes e instrumentos. Diversas escalas/testes estão
disponíveis. Em seguida, recomenda-se a avaliação da cognição, humor, mobilidade
e comunicação. Este processo envolve o idoso e a família e tem como principal
objetivo a definição do diagnóstico multidimensional e do plano de cuidados
(Moraes, 2012).
As tarefas do cotidiano nas quais o indivíduo cuida de si e de sua própria
vida são denominadas AVDs e por meio da realização destas atividades, estima-se
a capacidade funcional. As AVDs podem ser classificadas, conforme o grau de
complexidade, em básicas (ABVD), instrumentais (AIVD) e avançadas (AAVD).
Quanto maior for a complexidade da AVD, maior será a necessidade do
funcionamento adequado dos sistemas funcionais principais (cognição, humor,
mobilidade e comunicação), de forma integrada e harmoniosa (Moraes, 2012; Assis
et al., 2015). Descrevemos abaixo sobre as atividades e os instrumentos de
avaliação funcional amplamente utilizados.
As atividades básicas são fundamentais para o indivíduo e referem-se às
tarefas de cuidado com o corpo, como tomar banho, vestir-se, higiene pessoal (uso
do banheiro), transferência, continência esfincteriana e alimentar-se sozinho. As
atividades banhar-se, vestir-se e uso do banheiro são funções influenciadas pela
cultura e aprendizado, portanto, mais complexas. Atividades como transferência,
continência e alimentar-se são funções vegetativas simples, portanto, mais difíceis
de serem perdidas. caráter hierárquico das tarefas é útil e capaz de traduzir a
gravidade do processo de fragilização do indivíduo Escalas usadas: Índice de Katz,
descrita por Katz e índice de Barthel, monitorizar a (in)dependência dos indivíduos
para a realização das ABVD (Moraes, 2012).
As atividades instrumentais são mais complexas e indicam a capacidade do
idoso de viver sozinho na comunidade. Incluem atividades relacionados ao cuidado
doméstico, como preparo de alimentos, fazer compras, controle do dinheiro,
trabalhos domésticos, uso correto dos medicamentos e sair de casa sozinho.
Exemplos de testes utilizados: Escala de Lawton e Brody e Questionário Pfeffer de
Avaliação Funcional (QPAF) (Assis et al., 2015)
41
As atividades avançadas referem-se às atividades relacionadas à integração
social, englobando as atividades produtivas, recreativas e sociais, como trabalho
formal ou não, gestão financeira, direção veicular, participação em atividades
religiosas, serviço voluntário, organização de eventos, uso de tecnologias (uso da
internet, hobbies, etc.), praticar esportes, andar de bicicleta, cantar, viajar e dançar,
dentre outros. São atividades individualizadas e de difícil generalização. Não são
fundamentais para uma vida independente, mas podem indicar uma maior
capacidade funcional e melhor saúde física e mental, uma vez que tendem a variar
de acordo com a vontade e a motivação. Daí a importância do conhecimento prévio
da funcionalidade, para que se possa comparar o indivíduo com ele mesmo e
reconhecer a presença de declínio funcional (Duarte et al., 2007; Moraes, 2012).
Em Moraes (2012) e Arnau et al. (2016) há descrições sobre a
funcionalidade e os autores afirmam que esta representa a presença de autonomia
(capacidade individual de decisão e comando sobre as ações, estabelecendo e
seguindo as próprias regras) e independência (capacidade de realizar algo com os
próprios meios), permitindo que o indivíduo cuide de si e de sua vida. A
independência e autonomia estão intimamente relacionadas ao funcionamento
integrado e harmonioso dos seguintes sistemas funcionais principais:
Cognição: é a capacidade mental de compreender e resolver os
problemas do cotidiano. Exemplos de instrumentos de avaliação: Teste de fluência
verbal, Reconhecimento de figuras, Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e Teste
do Desenho do Relógio (TDR);
Humor: é a motivação necessária para atividades e/ou participação
social. Inclui, também, outras funções mentais como o nível de consciência, a senso-
percepção e o pensamento. Exemplo de instrumento: Escala de depressão;
Mobilidade: é a capacidade individual de deslocamento e de
manipulação do meio onde o indivíduo está inserido. Depende da capacidade de
alcance/preensão/pinça (membros superiores), postura/marcha/transferência
(membros inferiores), capacidade aeróbica e continência esfincteriana. Avaliação:
Teste de caminhada, Avaliações de membros e o teste timed ud and go (TUG);
Comunicação: é a capacidade estabelecer um relacionamento
produtivo com o meio, trocar informações, manifestar desejos, ideias, sentimentos; e
42
está intimamente relacionada à habilidade de se comunicar. Depende da visão,
audição, fala, voz e motricidade orofacial. Testes: Avaliação da voz, fala e deglutição
e teste do sussurro;
Os autores ainda ressaltam que o comprometimento dos principais sistemas
funcionais (cognição, humor, mobilidade e comunicação) gera as incapacidades e,
consequentemente, as grandes síndromes geriátricas: a Incapacidade cognitiva, a
instabilidade postural, a Imobilidade, a incontinência e a incapacidade comunicativa.
Além disso, desconhecer as particularidades do processo de envelhecimento pode
gerar intervenções capazes de piorar a saúde do idoso, conhecidas como Iatrogenia,
que se traduz nos malefícios causados pelos profissionais da área de saúde e pelo
sistema de saúde despreparado para dar uma resposta adequada aos problemas de
saúde do idoso. Nesta perspectiva, as funções do corpo, representam as funções
dos sistemas fisiológicos principais (sistema nervoso, cardiovascular, respiratório,
digestivo, gênito-urinário, locomotor, etc.) e mostram a perspectiva corporal da
funcionalidade. A avaliação destes sistemas corresponde à avaliação da
funcionalidade das estruturas e funções do corpo e a perda dessa função provoca
um nível de incapacidade denominado deficiência (perspectiva corporal da
incapacidade).
Dados referentes aos medicamentos (nome, dose, posologia, duração) em
uso pelo idoso têm um papel fundamental no tratamento das condições de saúde,
bem como, conhecer as propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas da
medicação amplamente utilizada é primordial. Destacamos também a relevância da
interações medicamentosas e da polifarmácia (≥ 5 drogas/dia) (Moraes, 2012).
Na avaliação da história pregressa deve incluir todas as informações
referentes aos diagnósticos prévios, internações, cirurgias e os procedimentos
diagnósticos. Deve ser investigada a presença de tabagismo, etilismo, sexualidade,
atividade física, direção veicular, imunização e uso de órteses ou próteses.
Os fatores contextuais incluem a avaliação sociofamiliar, avaliação do
cuidador e a segurança ambiental, conforme descreve abaixo Moraes (2012).
A dimensão sociofamiliar e a avaliação do cuidador são fundamentais na
avaliação multidimensional do idoso. A família constitui-se a principal instituição
cuidadora de idosos dependentes, assumindo todo o cuidado de longa duração.
43
Avalia composição e suporte familiar, sendo a rede de apoio ou suporte social
também decisiva para o envelhecimento saudável.
E por último, a avaliação ambiental, também considerada primordial.
Considera-se de fundamental importância que os espaços físicos sejam
aprimorados, aumentando suas qualidades funcionais, em conformidade com as
necessidades dos usuários residentes, considerando a segurança e a acessibilidade
fatores relevantes. Áreas de locomoção, iluminação, quarto de dormir, banheiro,
cozinha e escada devem ser priorizadas.
A figura 2 representa esquematicamente um modelo de avaliação
multidimensional do idoso proposta por Moraes, 2012.
Fonte: Moraes, 2012
Figura 2: Esquema da avaliação multidimensional no idoso
44
O comprometimento no desempenho das ABVD ou AIVD é determinante
para o diagnóstico de pacientes com síndromes demenciais (Freitas, Miranda,
2011). E os instrumentos utilizados para tais avaliações baseiam-se na simplicidade,
rapidez, portabilidade e fidedignidade dos resultados. Todos apresentam vantagens
e desvantagens e não devem ser utilizadas como critérios diagnósticos, tampouco
para definição etiológica, mas sim como indicadores da presença de incapacidades
(Moraes, 2010).
2.5.1 Avaliação da cognição
A cognição é um conjunto de capacidades mentais que permitem ao
indivíduo compreender e resolver os problemas do cotidiano. Formada pela memória
(capacidade de armazenamento de informações), função executiva (capacidade de
planejamento, antecipação, sequenciamento e monitoramento de tarefas
complexas), linguagem (capacidade de compreensão e expressão da linguagem oral
e escrita), praxia (capacidade de executar um ato motor), gnosia/percepção
(capacidade de reconhecimento de estímulos visuais, auditivos e táteis) e função
visuoespacial (capacidade de localização no espaço e percepção das relações dos
objetos entre si). É responsável pela nossa capacidade de decidir. Juntamente com
o humor (motivação), é fundamental para a manutenção da autonomia. A perda da
cognição ou incapacidade cognitiva é, portanto, o ―desmoronamento‖ ou o
―apagamento‖ da identidade que nos define como ser pensante (Moraes, 2012).
O declínio cognitivo interfere na realização de atividades sociais e
ocupacionais, evoluindo para a perda das capacidades funcionais ou da autonomia,
de acordo com o estágio da enfermidade (Almeida, Crocco, 2000).
Diversos instrumentos, como o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) e o
Teste do Desenho do Relógio (TDR) foram desenvolvidos, com o objetivo de auxiliar
na investigação de declínio cognitivo em indivíduos. O Mini-Exame do Estado Mental
(MEEM) é a escala mais utilizada para rastreamento do comprometimento cognitivo
e a versão original foi desenvolvido por Folstein et al. em 1975 nos Estados Unidos
da América (Folstein et al. 1975; Almeida, 1998; Gallucci et al., 2005), além disso há
inúmeras traduções difundidas e validadas por diversos países. O TDR também é
muito utilizado na avaliação neurológica, psiquiátrica e psicológica para avaliação
cognitiva de fácil e rápida aplicação ou screening do declínio cognitivo,
45
especialmente em idosos (Hubbard et al., 2008). Foi introduzido no início do século
XX como um indicador de apraxia construcional com estudos iniciais feitos durante a
II Guerra Mundial em soldados que sofreram trauma de crânio e apresentaram
anormalidades atribuídas a lesões focais dos lobos occipital e parietal (Critchley,
1953).
De maneira geral, o paciente é solicitado a desenhar um relógio de
ponteiros, com marcação da hora, seguindo as instruções gerais do avaliador que
segue um determinado método de um autor. Este teste avalia muitas habilidades
cognitivas, como funções visuoconstrutivas, funções visuoespaciais, representação
simbólica e grafomotora, linguagem auditiva, memória semântica e funções
executivas (Hamdan, Royg 2009).
Existem vários métodos bastante aplicados na clínica, como o elaborado por
Tuokko et al. (1992); Shua-Haim et al. (1997), Shulman ( 2000) e Lourenço, Veras,
(2006). Neste estudo utilizamos o modelo recomendado pelo Ministério da Saúde do
Brasil (Brasil, 2006a).
2.5.2 Avaliação da funcionalidade global
Avaliação funcional pode ser definida como uma sistematização objetiva,
sobre a capacidade de desempenhar de forma independente, ou não, determinadas
atividades ou funções em diferentes áreas, utilizando-se de habilidades para o
desempenho das tarefas da vida cotidiana, para a realização de interações sociais,
em suas atividades de lazer e em outros comportamentos requeridos em seu dia-a-
dia (Duarte et al., 2007).
Através desta avaliação busca-se verificar o desempenho dos idosos de
forma autônoma e independente, ou seja, sem a necessidade de adaptações ou de
auxílio de outras pessoas, permitindo o desenvolvimento de um planejamento
assistencial mais adequado.
A avaliação do estado funcional em pessoas idosas é comum através do uso
de questionários que avaliam as ABVD, AIVD e AAVD com uma hierarquia
crescente e respectiva de complexidade entre estas diferentes subdivisões (Assis et
al., 2013).
As Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD) são menos complexas e
referem-se ao autocuidado, como alimentar-se, banhar-se, vestir-se, fazer higiene,
46
locomover-se, tomar banho, usar o banheiro e controle dos esfíncteres (KATZ et al.,
1963). As Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD) são relacionadas à vida
independente e ativa na comunidade e estabelecem relação entre o domicílio e o
meio externo, executando as atividades rotineiras do dia a dia, usando os recursos
disponíveis no meio (Tirado, Barreto, Assis, 2011). Incluem, por exemplo, comprar e
preparar alimentos, tomar remédios, administrar finanças, cuidar da limpeza da casa
e da lavagem das roupas, sair de casa para atividades diversas, usar transportes e
telefone, como já mencionado anteriormente. A avaliação destas atividades permite
definir se o indivíduo pode ou não viver sozinho (Freitas, Miranda, 2011). Entre os
principais instrumentos de avaliação do estado funcional, destacamos o índice de
Katz (KATZ et al., 1963), a Escala criada por Lawton e Brody, (1969), e o
Questionário de Atividades Funcionais (Functional Activities Questionnaire – FAQ)
ou Questionário Pfeffer de Avaliação Funcional (QPAF) (Pfeffer et al., 1982).
2.5.3 Avaliação da depressão
Através da avaliação da depressão, avalia-se a dimensão humor e para isso,
há na literatura várias escalas desenvolvidas para avaliar sintomas depressivos na
população geral.
Descrita em língua inglesa por Yesavage et al. (1983) e traduzida para o
português e adaptada para aplicação no Brasil por Stoppe-Junior et al. (1994) a
Escala de Depressão Geriátrica (EDG) é um dos instrumentos mais freqüentemente
utilizados para o rastreamento de depressão em idosos tanto no contexto clínico
quanto em pesquisas. Estudos em diferentes culturas mostram que a EDG é um
instrumento com boa validade e confiabilidade (Montorio, Izal, 1996; Almeida,
Almeida, 1999; Chau et al., 2006; Onishi et al., 2006).
A escala original tem 30 (trinta) itens e foi desenvolvida especialmente para
o rastreamento dos transtornos de humor em idosos, com perguntas que evitam a
esfera das queixas somáticas. Conforme Paradela et al. (2005) são 30 (trinta)
perguntas com respostas objetivas (sim ou não). Entre as suas vantagens
destacam-se: é composta por perguntas fáceis de serem entendidas; tem pequena
variação nas possibilidades de respostas; pode ser auto-aplicada ou aplicada por um
entrevistador, porém, esta versão original vem perdendo espaço para as versões
reduzidas com 15, 10 e 4 itens (Van Marwijk et al., 1995; Almeida, Almeida, 1999b)
47
A versão curta, com 15 itens ou perguntas, também com respostas objetivas
(sim ou não) é preferida em ambientes clínicos pela rapidez de aplicação (Pinho et
al., 2009).
Vários estudos foram realizados posteriormente no Brasil, empregando-se a
tradução para o português da EDG em duas versões (30 e 15 itens) em diferentes
contextos clínicos tanto para idosos atendidos na comunidade de forma
ambulatorial, como em (Almeida, Almeida 1999), quanto em enfermarias de geriatria,
em asilos (Mossey, Gallagher, 2004; Koehler et al., 2005) e em idosos internados
em enfermarias gerais (Sousa et al., 2007).
3. OBJETIVOS
3.1.1 Objetivo Geral
Avaliar o estado cognitivo, a funcionalidade global, bem como, sinais e
sintomas de depressão de idosos institucionalizados analisando a relação com
variáveis sociodemográficas, clínicas, escolaridade, morbidades, hábitos de vida e
tempo de institucionalização.
3.1.2 Objetivos Específicos
Analisar a prevalência do déficit cognitivo e sua associação com outras
condições, sóciodemográficas e familiar (sexo, situação conjugal, cor da pele, idade,
escolaridade e renda) e condições clínicas (doenças prevalentes e estado geral de
saúde), associados ou não, à depressão;
Caracterizar sinais/sintomas demenciais e depressivos nos idosos residentes nas
ILPI envolvidas no estudo;
Descrever o perfil deste grupo populacional, contribuindo com a prevenção de
transtornos mentais.
48
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO
Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo transversal. Esse tipo de
estudo epidemiológico, também classificado de cross-sectional ou estudo de
prevalência, tem como objetivo principal medir a prevalência de um determinado
evento ou desfecho e trata-se de um dos estudos mais utilizados em epidemiologia
(Abramson, 1991).
O estudo avaliou sinais de déficit cognitivo, funcionalidade global do idoso,
condições sociodemográficas e epidemiológicas dos aspectos de saúde, e também
descreveu sinais e sintomas demenciais e depressivos na população envolvida.
4.2 ASPÉCTOS ÉTICOS
Este estudo seguiu as recomendações da resolução 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde (CNS) e dos demais atos normativos referentes à pesquisa com
seres humanos, incluindo a atenção à confidencialidade, o respeito à pessoa
humana, a autonomia, a beneficência e a não maleficência.
O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética (CEP) da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e após o parecer de
aprovação (2. 536. 445/2018) (ANEXO A) foi iniciada a coleta de dados. Todos os
participantes assinaram voluntariamente o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) após serem devidamente informados sobre o estudo e
esclarecidos sobre possíveis dúvidas. As anuências das instituições estão nos
apêndices deste estudo (APÊNDICE A ao APÊNDICE G)
4.3 LOCAL DO ESTUDO
Este estudo foi realizado em Instituições de Longa Permanência (ILP) para
Idosos de dois (02) estados da região Nordeste do Brasil. Estado do Ceará e Rio
Grande do Norte.
Foram envolvidas sete (07) ILPI, destas, quatro (04) ficam localizadas no
Estado do Rio Grande do Norte, na Mesorregião do Oeste Potiguar, especificamente
uma (01) em cada uma das seguintes cidades: Mossoró, Areia Branca, Caraúbas e
49
Jucurutu e três (03) ILPI ficam localizadas no Estado do Ceará, duas (02) na capital
Fortaleza e uma (01) na cidade de Russas, na Mesorregião do Jaguaribe. A escolha
das unidades de ILPI deste estudo não envolveu análise probabilística, mas sim a
localização geográfica de proximidade entre as unidades, tendo em vista que
somente um (01) pesquisador realizaria os testes com os idosos.
4.3.1 Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) envolvidas no
estudo
- ILPI01/RN - Instituto Amantino Câmara (Mossoró-RN)
Conforme informações colhidas na unidade, foi fundado em julho de 1941
por Dom Helder Câmara com o objetivo de atender população idosa carente. Possui
administração privada de caráter beneficente e com convênio firmado com a
Prefeitura Municipal de Mossoró. Os idosos pagam mensalmente e recebem
atendimentos médico, cuidadores, enfermagem, assistência social, nutrição,
fisioterapia e psicologia.
- ILP 02/RN - Fundação de Apoio ao Idoso – Rita Fernandes de Souza (Areia Branca
– RN)
Fundado em 1985 por iniciativa de uma vereadora local, cujo o nome é o
mesmo da instituição. Hoje é administrado pela prefeitura municipal de Areia Branca.
A unidade possui cuidadores contratados e utiliza os serviços Atenção Básica do
Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimentos à saúde para os idosos.
- ILPI3/RN – Associação Filantrópica Jorge Gurgel Fernandes do Amaral (Caraúbas-
RN)
Fundada em 2001 por iniciativa particular trata-se de uma instituição
beneficente localizado na cidade de Caraúbas-RN. Possui cuidadores contratados e
os idosos também são atendidos pelos serviços do SUS.
- ILPI4/RN – Lar da Pessoa Idosa Pedro Epaminôndas Lopes (Jucurutu-RN)
Fundado em 1989 através de uma iniciativa particular e com contribuições religiosas
para atender a idosos carentes da região. A unidade possui cuidadores contratados
e utiliza os serviços Atenção Básica do SUS para atendimentos à saúde dos
residentes.
- ILPI1/CE - Unidade de Abrigo de Idosos Olavo Bilac (Fortaleza-CE)
50
Fundado em 1936 é destinado ao acolhimento de idosos com grau de
dependência para atividades de autocuidado na vida diária, abandonados pelos
familiares ou que não tenham condições de prover seu próprio sustento, a ILPI, cuja
capacidade de atendimento é de 80 pessoas, além de atendimento médico contam
com atividades pedagógicas e lúdicas, fisioterapia, educação física, artes e
musicoterapia. A unidade conta também com a parceria dos grupos voluntários.
A unidade atende idosos que recebem proteção integral e cuidados
especiais para a preservação de sua saúde física e emocional. A estrutura da
unidade conta com 26 dormitórios. Possui atendimento médico, enfermagem,
fisioterapia, odontologia, fonoaudiologia e refeitórios para idosos e funcionários,
além de cozinha industrial e almoxarifado. Além disso, a unidade conta com Bloco
de Lazer e Entretenimento, composto por salas, banheiros e auditório.
- ILPI2/CE - Recanto Sagrado Coração de Jesus (Fortaleza-CE)
Fomos informados pelo responsável da unidade que a fundação ocorreu em
1998. Localizado em Fortaleza esta instituição possui administração privada de
caráter beneficente. A unidade é administrada por irmãs Vicentinas e também acolhe
espiritualmente idosas, que são admitidas por iniciativa particular e até pelo
Ministério Público em situações de tramitações processuais, como nas outras
unidades. Oferece atividades nas áreas de fisioterapia, psicossocial, recreação e
lazer, cultura, assistência social e saúde.
- ILPI3/CE – Lar santa clara de Assis (Russas-CE)
Fundado em 2003 através de iniciativa civis junto à Ordem Franciscana
Secular da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, foi construída já para este
propósito acolhedor e esta unidade oferece serviços similares as outras unidades
descritas.
As unidades envolvidas neste estudo possuem características residenciais
coletivas, as quais oferecem serviços de assistência social e alguns cuidados de
saúde ao idosos em situações de vulnerabilidade social. Na unidade pública, os
serviços são totalmente gratuitos. Todas as unidades envolvidas encontram-se com
a quantidade de residentes em sua capacidade máxima.
51
4.4 SUJEITOS DO ESTUDO
Este estudo incluiu idosos (pessoas ≥ 60 anos de idade) conforme a World Health
Organization (WHO) (1995), com sinais de cognição normal ou de déficit cognitivo,
que fossem capazes e ouvir e entender o suficiente para participar do estudo.
Incluimos idosos residentes em ILPI, que após esclarecimentos acerca da pesquisa,
aceitaram voluntariamante participar da pesquisa e assinaram Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE H) / Termo Assentimento
Livre e Esclarecido (TALE) (APÊNDICE I).
Os critérios de exclusão desta pesquisa foram:
Idosos em condições graves de bipolaridade ou esquizofrenia e distúrbios
neuropsquiátricos, como agitação, irritabilidade, euforia, e outros, ou conforme
registros médicos em prontuário que impedissem a execução e/ou entendimento dos
testes;
Dificuldade/incompreensão do idioma português;
Idoso indisposto, ou com qualquer limitação clínica do estado de saúde que o
impeça de participar da pesquisa.
O tamanho da amostra deste estudo refere-se a todos os idosos disponíveis
em cada unidade ILPI envolvida e respeita os preceitos descritos acima. A figura 3
explica sobre a população de cada ILPI e a amostra do estudo.
52
ILPI ADMINISTRAÇÃO RESIDENTES PARTICIPANTES DA PESQUISA
ILPI 1 CE Abrigo de Idosos Olavo Bilac
PÚBLICA ESTADUAL
76 idosos 35 - Mulheres 41 - Homens
24 idosos 11 - Mulheres 13 - Homens
ILPI 2 CE Recanto Sagrado Coração de Jesus
BENEFICENTE E RELIGIOSA
35 - Mulheres
21 Mulheres
ILPI 3 CE Lar Santa Clara de Assis
BENEFICENTE E RELIGIOSA
21 12 - Mulheres
09 - Homens
8 idosos 05 - Mulheres
03 - Homens
ILP 1 RN Instituto Amantino Câmara
BENEFICENTE 70 idosos
40 - Mulheres 30 - Homens
32 idosos 13 - Mulheres 19 - Homens
ILPI 2 RN Fundação de Apoio ao Idoso Rita Fernandes de Souza
BENEFICENTE
17 idosos 09 - Mulheres 08 - Homens
12 idosos 08 - Mulheres 04 - Homens
ILPI 3 RN Associação Filantrópica Jorge Gurgel Fernandes do Amaral
BENEFICENTE
20 idosos 12– Mulheres 08 - Homens
11 idosos 07 - Mulheres 04 - Homens
ILPI 4 RN Lar da Pessoa Idosa Pedro Epaminôndas Lopes
BENEFICENTE
17 idosos 09 - Mulheres 08 - Homens
13 idosos 06 - Mulheres 07 - Homens
TOTAL 256 121
Figura 3: Caracterização das ILPI e número de idosos
4.5 COLETA DE DADOS
Inicialmente as secretarias Estaduais de Desenvolvimento Social de cada
Estado envolvido no estudo foi contactado para conhecimento das unidades ILP
para idosos no Ceará e Rio Grande do Norte. Em seguida, os responsáveis das
unidades eram contactados e esclarecidos sobre o estudo. Após a aprovação pelo
CEP – UERN foram realizadas visitas às unidades para organização da coletas de
dados e esclarecimentos a outros profissionais das unidades sobre o estudo. Os
idosos foram esclarecidos sobre a pesquisa e com a leitura dos termos necessários.
Riscos e benefícios também foram explicados de forma clara e objetiva, e em
seguida, conforme aceite, o idoso assinava os termos legais de pesquisa para
participar do estudo.
Seguimos de forma criteriosa para a fase de avaliação propriamente dita, na
qual, individualmente, coletamos dados fundamentais sobre aspectos
sociodemográficos, estado geral de saúde, doenças presentes através de um
questionário de pesquisa elaborado neste estudo, e em seguida foram utilizados os
53
seguintes instrumentos de avaliação: Mini Exame do Estado Mental (MEEM), teste
do Desenho do relógio (TDR), o Escala (Índex) de Katz, Questionário Pfeffer de
Avaliação Funcional (QPAF) para a avaliação funcional e a Escala de Depressão
Geriátrica (EDG-15). Informações complementares sobre medicações em uso e
morbidades presentes foram coletadas via prontuário médico do idoso.
Todas as entrevistas foram realizadas nas ILPI nas quais os idosos residem.
O ambiente para a realização da avaliação era decidido em acordo com o idoso e as
opções eram: sala de consulta ou na unidade (casa/quarto) onde o idoso reside. O
ambiente era mantido individualizado, arejado, com boa iluminação e sem ruídos
que atrapalhassem o estudo, respeitando e privacidade do participante. Cada
entrevista era realizada em tempo médio de 30 a 40 minutos.
A coleta de dados foi realizada no período de março de 2018 a outubro de
2019 e sempre respeitando uma sequência nas realizações das avaliações dos
idosos envolvidos: questionário de pesquisa, MEEM, TDR, Escala de Katz, QPAF e
a EDG-15.
4.6 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS
Neste estudo foram utilizados os seguintes instrumentos: questionário de
pesquisa (APÊNDICE J) com os seguintes dados: sexo, cor da pele, situação
conjugal, idade, escolaridade, atividades e visitas na ILP, renda, hábitos de vida,
condições de saúde, morbidades presentes e uso de medicamentos. Este
questionário foi elaborado para este estudo e baseado em formulários da Avaliação
Geriátrica Ampla (AGA), recomendada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia (SBBG) (Costa, Monego, 2003). Utilizamos também os seguintes
testes recomendados pelo Ministério da Saúde brasileiro (Brasil, 2006). Mini-Exame
do Estado Mental (MEEM) (ANEXO B), Teste do Desenho do Relógio (TDR)
(ANEXO C). Instrumentos que representam diferentes aspectos da cognição, desde
medidas gerais até medidas mais específicas envolvendo a linguagem, memória,
habilidades visuoespaciais, atenção e funções executivas, como recomendado por
estudiosos (Salmon, Bondi, 2009; Weintraub et al., 2009). Escala de Atividades
Básicas de Vida Diária (EAVD) de Katz (ANEXO D), Questionário Pfeffer de
Avaliação Funcional (QPAF) (ANEXO E) e a Escala de Depressão Geriátrica (EDG) -
15) (ANEXO F) também são instrumentos de coleta deste estudo.
54
Para o uso correto destes instrumentos, a fim de minimizar os possíveis
vieses relacionados à incompreensão do teste por parte dos idosos, a pesquisadora
responsável foi capacitada previamente (ANEXO G).
4.6.1 Questionário de Pesquisa
As variáveis de dimensão social, demográficas e familiar (sexo, idade,
escolaridade, religião, estado civil, filhos, renda, motivo e tempo de
institucionalização e visitas) fazem parte da coleta de informações pertencentes a
avaliação multidimensional, uma importante ferramenta, que de forma interdisciplinar
determina as deficiências, identifica as incapacidades e desvantagens apresentadas
pelo idoso, objetivando o planejamento do cuidado e o acompanhamento a longo-
prazo (Rubestein,Rubestein 1998; Santos et al., 2010).
Dados sobre o estado clínico, como o estado geral de saúde, hábitos de vida,
morbidades presentes e medicações em uso também foram coletados através deste
instrumento. As informações colhidas por este questionário foram auto-declaradas
pelos idosos e o prontuário médico do idoso foi utilizado como complementar.
4.6.2 Mini-Exame do Estado Mental (MEEM)
Adaptado à população brasileira por Bertolucci et al. (1994) o Mini Exame do
Estado Mental (MEEM), ou Mini Mental State Examination (MMSE), como na versão
original, é composto por duas seções que avaliam as funções cognitivas. A primeira
seção contém itens que avaliam orientação, memória e atenção, totalizando 21
pontos e a segunda seção avalia a linguagem medindo a capacidade de nomeação,
de obediência a um comando verbal e a um escrito para redigir livremente uma
sentença e realizar uma cópia de um desenho complexo (polígonos), perfazendo 9
pontos., totalizando 30 pontos e sendo realizado em torno de 8 minutos (Melo,
Barbosa, 2015).
Utilizamos as seguintes notas de corte (pontuação mínima) sugeridas pelo
Ministério da Saúde do Brasil para a pontuação no MEEM: analfabetos = 19 pontos;
1 a 3 anos de escolaridade = 23 pontos; 4 a 7 anos de escolaridade = 24 pontos e >
7 anos de escolaridade = 28 pontos (Brasil, 2006).
55
4.6.3 Teste do Desenho do Relógio
Apesar da falta de um modo único padronizado de administração e correção,
o Teste do Desenho do Relógio (TDR) ou Clock Drawing Test (CDT) é amplamente
aceito como um instrumento de rastreio cognitivo. Assim como os outros, tem
limitações e, por si só, não é suficiente para o diagnóstico, porém, déficits em
habilidades de cognição, possivelmente, estão relacionados ao comprometimento
nos córtex frontal e têmporo-parietal (Atalaia-silva, Alves, 2008; Hamdan, Royg,
2009).
Este teste avalia a apraxia construcional, alteração ligada à função da região
parietal do cérebro, que ocorre em diversas doenças neurológicas como em
pacientes seqüelados de acidente vascular cerebral e, muitas vezes, precocemente
nas demências além de colaborar no acompanhamento de delirium, lesão cerebral
focal, doença de Huntington, esquizofrenia, hemi-negligência unilateral, esclerose
múltipla, entre outros (Goodglass, Kaplan, 1972; Freedman, 1994; Shulman 2000).
Na versão adotada pelo Ministério da Saúde o teste consiste em solicitar à
pessoa idosa que desenhe um mostrador de relógio com números. Em seguida,
solicita-se que sejam acrescentados os ponteiros do relógio, de horas e minutos,
representando ali um horário específico, por exemplo, 2 horas e 50 minutos. Na
avaliação dos resultados, se o paciente desenha um mostrador pequeno, onde não
cabem os números, já há evidencia preliminar de uma dificuldade com o
planejamento. Na negligência unilateral, os números serão colocados apenas na
metade do relógio. Pacientes com disfunção executiva (lesão frontal) podem
apresentar dificuldade para colocar os ponteiros (Brasil, 2006).
4.6.4 Escala de Atividades Básicas de Vida Diária de Katz
Uma escala muito utilizada para avaliar o desempenho nas atividades da
vida diária é a Escala de Independência em Atividades da Vida Diária (EIAVD), ou
Escala (Índex) de Katz que foi desenvolvido por Sidney Katz e, ainda hoje, é um dos
instrumentos mais utilizados nos estudos gerontológicos nacionais e internacionais,
embora tenha sido publicado pela primeira vez em 1963 (Katz, 1963; Duarte et al.,
2007). A Escala de Katz é composta por seis itens que medem o desempenho do
indivíduo nas atividades de autocuidado, os quais obedecem a uma hierarquia de
complexidade: alimentação, controle de esfíncteres, transferência, higiene pessoal,
56
capacidade para se vestir e tomar banho (Brasil, 2006; Evans, Crogan, 2006; Lino et
al., 2008). Também denominados como comportamentos vegetativos (alimentação,
continência e transferência) e aqueles culturalmente aprendidos: higiene, vestir-se e
banho (Katz et al., 1963; Assis et al., 2015).
Como na versão original, a versão adotada pelo Ministério da Saúde,
adotada também neste estudo, há uma classificação funcional para as pessoas,
como independentes ou dependente de acordo com o grau de dependência:
A — Independente para comer, ser continente, mobilizar-se, usar o
sanitário, vestir-se e banhar-se; B — Independente para realizar todas estas
funções, exceto uma; C — Independente para realizar todas as funções, exceto
banhar-se e outra função mais; D — Independente para realizar to- das as funções,
exceto para banhar-se, vestir-se e outra função mais; E — Independente para
realizar todas as funções, exceto banhar-se, vestir-se, usar o sanitário e oura função
mais; F — Independente para realizar todas as funções, exceto banhar-se, vestir-se,
usar o sanitário, mobilizar-se e outra função mais; G — Dependente para realizar as
seis funções e; Outro — Dependente para realizar pelo menos duas funções, mas
não pode ser classificado em C, D, E e F (Katz et al., 1963; Brasil, 2006).
4.6.5 Questionário Pfeffer de Avaliação Funcional - QPAF
O Pfeffer Functional Activities Questionnaire (PFAQ) ou Questionário Pfeffer
de Avaliação Funcional (QPAF) / Questionário de Pfeffer é um dos instrumentos
aplicados para avaliar o desempenho nas atividades da vida diária (AVD), foi
desenvolvido por (Pfeffer et al. 1982) e é amplamente utilizado em estudos
brasileiros envolvendo a população com demência (Nitrini, 2005; Laks et al., 2010;
Sanchez et al., 2011). O QPAF avalia o desempenho em AIVD que envolvem
também habilidades cognitivas: controlar as próprias finanças, fazer compras,
esquentar água e apagar o fogo, preparar refeições, manter-se atualizado, prestar
atenção em uma notícia e discuti-la, lembrar-se de compromissos, cuidar da própria
medicação, manter-se orientado ao andar pela vizinhança e ficar sozinho em casa.
Tais atividades são mais complexas, o que torna o QPAF uma ferramenta
diagnóstica para distinguir indivíduos com o envelhecimento típico daqueles com
demência e quando combinado com o MEEM, mostra-se mais específico para a
medida de declínio cognitivo mais grave (Brasil, 2006).
57
Na versão original, a avaliação é realizada através de 10 questões com
pontuação variando de 0 a 3, de acordo com a gravidade crescente e com
pontuação máxima de 30. Indivíduos com pontuação acima de 5 são considerados
com comprometimento funcional, ou seja com alta dependência (Pfeffer et al. 1982;
Laks et al. 2005).
Neste estudo foi utilizado o modelo adotado e recomendado pelo Ministério
da Saúde brasileiro, com a aplicação de 11 questões ao acompanhante ou cuidador
da pessoa idosa para avaliar sobre a capacidade do idoso no desempenho de
determinadas funções. A pontuação máxima é de 33 pontos.
As respostas seguiram o padrão estabelecido: sim é capaz (0); nunca o fez,
mas poderia fazer agora (0); com alguma dificuldade, mas faz (1); nunca fez e teria
dificuldade agora (1); necessita de ajuda (2); não é capaz (3). Os resultados são
avaliados de acordo com a pontuação. Quanto mais elevada, indica maior
dependência de assistência. A pontuação de seis ou mais é sugestivo de maior
dependência e a máxima é igual a 33 pontos (Brasil, 2006). Nesta perspectiva, nove
(09) profissionais cuidadores das instituições envolvidas neste estudo responderam
o QPAF correspondente ao idoso que ele realiza o cuidado.
4.6.6 Escala de Depressão Geriátrica (EDG-15)
A EDG com 15 itens (EDG-15) ou Geriatric Depression Scale (GDS-15) é
uma versão curta da escala original foi elaborada por Sheikh e Yesavage em 1986 a
partir dos itens que mais fortemente se correlacionam com o diagnóstico de
depressão (Yesavage, Sheikh, 1986).
Este escala é preconizada pelo Ministério da Saúde do Brasil e mostra-se de grande
valor na detecção de depressão geriátrica em diferentes contextos clínicos e alcança
importância cada vez maior na Atenção Básica à Saúde. Optamos por esta versão
para este estudo tanto pela facilidade de aplicação como pelas evidências sobre sua
validade para rastreamento de quadros depressivos. Este instrumento não substitui
a entrevista diagnóstica realizada por profissionais da área de saúde mental
(Nogueira et al., 2014).
A escala EDG-15 trata-se de um questionário de quinze (15) perguntas com
respostas objetivas (sim ou não) a respeito de como a pessoa idosa tem se sentido
durante a última semana. É uma ferramenta útil com objetivo de avaliação rápida
58
para facilitar a identificação de quadro depressivo em idosos. A cada resposta
afirmativa (sim) soma-se 1 ponto. As perguntas não podem ser alteradas, deve-se
perguntar exatamente o que consta no instrumento Quanto aos resultados: uma
pontuação entre 0 e 5 sim, se considera normal, 6 a 10 sim, indica depressão leve e
11 a 15 sim, depressão severa. Escores elevados sugerem encaminhamento para
avaliação neuropsicológica específica (Brasil, 2006).
A figura 4 detalha os instrumentos de coleta deste estudo.
Figura 4: Dimensões avaliadas nos idosos e instrumentos utilizados neste estudo
Fonte: Adaptado de Moraes (2012)
59
4.7 VARIÁVEIS DO ESTUDO
Detalhamos e classificamos abaixo, na figura 5, as variáveis estudadas nesta
pesquisa.
Variáveis
Demográficas, sociais e familiar
Idade Independente/Quantitativa/Contínua;
Sexo Independente/Qualitativa/Dicotômica; M/F
Faixa etária Independente/Quabtitativa/Categórica
Cor da pele Independente/Qualitativa/Nominal
Filhos Independente/Quantitativa/Dicotômica
Estado civil Independente/Qualitativa/Nominal
Anos de escolaridade Independente/Qualitativa/Ordinal
Religião/Crença Independente/Qualitativa/Nominal
Origem da renda Independente/Qualitativa/Nominal
Institucionalização
Atividades na ILP Independente/Qualitativa/Nominal
Visitas na ILP Independente/Qualitativa/Nominal
Motivo da ILP Independente/Qualitativa/Nominal
Tempo de ILP Independente/Qualitativa/Ordinal
Avaliação (ILP/Saúde) Independente/Qualitativa/Nominal
Saúde / Hábitos
Hábito de fumar Independente/Qualitativa/Dicotômica;Não/Sim
Hábito de bebidas alcoólicas Independente/Qualitativa/Dicotômica;Não/Sim
Hábito de uso de drogas Independente/Qualitativa/Dicotômica;Não/Sim
Principal Preocupação Atual Independente/Qualitativa/Nominal
Medicamentos em uso Independente/Quantitativa/Discreta
Doenças Independente/Qualitativa/Dicotômica;Não;Sim
Testes utilizados
Mini Exame do Estado Mental (MEEM)
Dependente/Quantitativa/Discreta (0-30 pontos.);
Índice de Katz Dependente/Qualitativa/Dicotômica (Independente/dependente na execução das ABVDs);
Questionário Pfeffer de Avaliação Funcional (QPAF)
Dependente/Qualitativa/Dicotômica (Independente/dependente na execução das AIVDs);
Teste do Desenho do Relógio (TDR)
Dependente/Qualitativa/Nominal (desenho correto ou não do relógio)
Escala de Depressão Geriátrica (EDG-15)
Dependente/Qualitativa/Categórica (0-5 normal,6-10 depressão leve, 11-15 depressão grave)
Figura 5: Detalhamento das variáveis do estudo
60
4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise estatística dos dados coletados foi realizada através do software
Statistical Package for Social Sciences (SPSS®) versão 20.0
Adotamos o nível de significância de 5% (p ≤ 0,05) (correspondendo a um
intervalo de confiança de 95%).
Os dados obtidos foram organizados, tabulados e analisados através da
estatística descritiva e serão apresentados nos resultados na forma gráficos e
tabelas, caracterizando a amostra estudada.
Realizamos os testes de normalidade Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk
que, resultou em dados com distribuição não normal. Em seguida realizamos testes
Qui-quadrado, Mann-Whitney e Kruskal Wallis, de acordo com o tipo de variável
analisada.
Elaboramos gráficos e tabelas das principais freqüências absolutas (n) e
percentagem (%) das variáveis deste estudo, bem como da análise do cruzamento
de dados destas variáveis.
61
5 RESULTADOS
Dos 121 idosos residentes em ILPI e avaliados, 71 (58,7%) dos idosos
avaliados eram do sexo feminino e 50 (41,3%) do sexo masculino, conforme a tabela
1.
Tabela 1: Caracterização sociodemográfica da amostra
VARIÁVEL n %
SEXO
Feminino 71 58,7 Masculino 50 41,3 FAIXA ETÁRIA 60 a 69 anos 26 21,5 70 a 79 anos 48 39,7 ≥ 80 anos 47 38,8 COR DA PELE
Branca 43 35 Morena/Parda 70 58 Outras 06 07 ESCOLARIDADE (ANOS)
0 33 27 1 a 3 anos 58 48 4 a 7 anos 22 18 >7anos 08 07 ORIGEM DA RENDA Aposentadoria 108 89,3 Outras 13 10,7 RELIGIÃO Católico 83 68,9 Evangélico 17 14 Outras 15 12,4 Nenhuma 06 05 Estado Civil
Solteiro 61 50,4 Casado 17 14 Viúvo 26 21,5 Divorciado 15 12,4 Não sabe 02 1,7 Filhos Sim 74 61,2 Não 47 38,8
62
As figuras 6, 7 e 8 exibem a distribuição da amostra, respectivamente, de
acordo com o gênero, faixa etária e cor da pele.
71
50
10
20
30
40
50
60
70
80
Feminino Masculino
Nú
mero
de i
do
so
s
Gênero
Distribuição da amostra por gênero
58,7%
41,3%
Figura 6: Distribuição da amostra por gênero
A faixa etária que prevaleceu nesta estudo foi a de 70 a 79 anos com 39,7%,
e a média de idade encontrada foi de 76,9, variando em mínimo e máximo,
respectivamente em 60 e 97 anos de idade.
21,5%
39,7%
38,8%
Distribuição da amostra por faixa etária
60 a 69 anos
70 a 79 anos
≥ 80 anos
Figura 7: Distribuição da amostra por faixa etária
63
Destacamos também outras variáveis autodeclaradas: sobre a cor de pele
morena/parda foi predominante em 70 (57,9%) dos idosos deste estudo, seguida
pela cor de pele branca com 43 (35,5%).
Figura 8: Distribuição da amostra pela cor da pele
O estado civil solteiro e a variável ter filho prevaleceram com os respectivos
valores 61 (50,4%) e 74 (61,2%). Idosos aposentados e que se autodeclararam
católicos também predominaram neste estudo.
A escolaridade de maior percentual foi o de 1 a 3 anos de estudo, com 58
(48%), e a média de anos de escolaridade foi de 0,63. O que corresponde a menos
de um (01) ano de estudo.
33
58
22
8
0
10
20
30
40
50
60
70
0 1 a 3 anos 4 a 7 anos >7anos
Nú
mero
de i
do
so
s
Anos de escolaridade
Distribuição da amostra por anos de escolaridade
27%
48%
18%
7%
Figura 9: Distribuição da amostra por anos de escolaridade
64
Com o questionário também registramos e analisamos variáveis
relacionadas à institucionalização e conforme os idosos responderam, o fato de ir
morar na instituição foi motivado por opção própria em 26 (21,5%) dos idosos, em
seguida, o motivo de serem ou morarem sozinhos anteriormente, conforme 25
(20,7%) dos entrevistados.
De acordo com nossos resultados, 72 (59,5%) dos idosos deste estudo já
moram nas respectivas ILPI por até 5 anos.
Quanto às visitas que recebem na unidade, 47 (38,8%) responderam que
são de familiares, 42 (34,7%) de não familiares, que envolve amigos e pessoas da
comunidade. Alguns idosos que recebem visitas de familiares e de pessoas não
familiares (associações) corresponderam a 29 (24%). Os residentes das unidades
que conforme respondido, não recebem visita são 3 (2,5%).
Do total, 75 (62%) idosos classificaram a unidade como boa e 17 (14%) em
muito boa. Como mostra a tabela 2:
Tabela 2: Caracterização da amostra relacionada a variáveis sobre a institucionalização do idoso
VARIÁVEL n %
MOTIVO DA INSTITUCIONALIZAÇÃO Opção própria 26 21,5 Doença 19 15,7 Sem cuidador 17 14 Ser sozinho 25 20,7 Sozinho e doente 10 8,3 Outros 24 19,8 TEMPO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO
Até 5 anos 72 59,5 6 a 9 anos 26 21,5 ≥10 anos 23 19 VISITAS
Familiares 47 38,8 Não familiares 42 34,7 Associações 29 24 Ninguém 3 2,5 AVALIAÇÃO DO IDOSO SOBRE A ILP*
Muito boa 17 14 Boa 75 62 Regular 24 19,8 Ruim 04 3,3 Não respondeu 01 0,9
65
A figura 10 detalha a amostra em relação ao motivo da institucionalização do
idoso.
21,5%20,7%
15,7%
8,3%
14%
19,8%
0
5
10
15
20
25
30
Opção própria
Doença Sem cuidador
Ser sozinho
Sozinho e doente
Outros
Nú
mero
de i
do
so
s
Motivo da Institucionalização
Distribuição da amostra por motivo da institucionalização
26
17
25 24
Figura 10: Distribuição da amostra por motivo da institucionalização
A figura 11 traz detalhes sobre o tempo (em anos) que os idosos da amostra
residem nas ILPI.
59,5%
21,5% 19%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Até 5 anos 6 a 9 anos ≥ 10 anos
Nú
mero
s d
e i
do
so
s
Anos de institucionalização
Distribuição da amostra por anos de institucionalização
26
72
23
Figura 11: Tempo (em anos) de institucionalização
Os idosos também responderam sobre o estado geral de saúde e 68
(56,2%) avaliaram a própria saúde como boa, muito boa 10 (8,3%) e regular 33
(27,3%).
Quanto aos hábitos de vida, quando perguntados sobre o consumo de
tabaco e de bebidas alcoólica atual e pregresso, respectivamente responderam que
66
sim 70 (57,9%) e 52 (43%). Praticantes de atividades físicas nas unidades 46 (38%)
e com relação aos idosos que fazem sessões de fisioterapias 29 (24%) responderam
que sim. Conforme mostra a tabela 3.
Tabela 3: Caracterização da amostra de acordo com as condições
gerais de saúde e hábitos de vida
VARIÁVEL n %
AVALIAÇÃO DO IDOSO SOBRE A PRÓPRIA SAÚDE
Muito boa 10 8,3 Boa 68 56,2 Regular 33 27,3 Ruim 10 8,3 TABAGISMO Sim 70 57,9 Não 51 42,1 ETILISMO Sim 52 43 Não 69 57 ATIVIDADE FíSICA
Sim 46 38 Não 75 62 FISIOTERAPIA
Sim 29 24 Não 92 76
Após esta etapa foram coletados via prontuário médico de cada do idoso,
informações sobre as doenças entre os idosos institucionalizados. Destacamos que
as doenças prevalentes (casos novos e antigos) foram: hipertensão, diabetes,
doenças oculares, osteoarticulares e neurovasculares, além da depressão e das
demências, conforme os registros em prontuários.
67
Tabela 4: Doenças prevalentes nos idosos avaliados
VARIÁVEL N(%)
Doença/Morbidade
Hipertensão Sim 59 (48,8) Não 61 (50,4) Diabetes Sim 34 (28,1) Não 86 (71,1) Dislipidemia Sim 10 (8,3) Não 110 (90,9) Cardiovascular Sim 5 (4,1) Não 115 (95) Neurovascular Sim 16 (13,2) Não 104 (86,2) Osteoarticular Sim 28 (23,1) Não 92 (76) Depressão Sim 18 (14,9) Não 102 (84,3) Demência Sim 12 (9,9) Não 108 (89,3) Parkinson Sim 7 (5,8) Não 113 (93,4) Esquizofrenia Sim 12 (9,9) Não 108 (89,3) Ocular Sim 21 (17,4) Não 99 (81,8) Respiratória Sim 2 (1,7) Não 118 (97,5) TGI Sim 3 (2,5) Não 117 (96,7) TGU Sim 3 (2,5) Não 117 (96,7) Câncer Sim 4 (3,3) Não 116 (95,9) *Nãoforam encontradas informações de um (01) idoso
68
Os nossos resultados a respeito da cognição avaliada através do Mini-
Exame do estado mental (MEEM) mostraram que de acordo com a classificação
considerada pelo Ministério da Saúde do Brasil, (2006a), a maioria dos idosos 67
(55,4%) somente atingiu a pontuação mínima de escores (≤19 pontos), 23 (19%)
fizeram entre 20 e 23 pontos e 20 (16,5%) dos idosos avaliados atingiram entre 24 e
27 pontos. Apenas 11 idosos (9,1%) atingiram a pontuação máxima (≥28 pontos).
55,4%
19%
16,5%
9,1%
Distribuição da amostra de acordo com a pontuação do MEEM
≤ 19 pontos
20 e 23 pontos
24 e 27 pontos
≥ 28 pontos
Figura 12: Resultado da avaliação da cognição através do MEEM
O outro instrumento que avaliou a cognição dos idosos foi o TDR (Teste do
Desenho do Relógio) e os resultados de frequência foram: 45 (37,2%) idosos não
desenharam o relógio, com motivos relatados de não saber ou recusa, enquanto 69
(57%) desenharam incorretamente o relógio e 7 (5,8%) dos idosos desenharam
corretamente o relógio conforme o teste (figura 13).
Figura 13: Resultado da avaliação da cognição através do TDR – Brasil, 2006
37,2%
57%
5,8%
Distribuição da amostra de acordo com o TDR conforme Brasil, 2006
Não desenhou
Desenho incorreto do relógio
Desenho correto do relógio
69
Na avaliação das atividades básicas da vida diária (ABVDs), 68(56%) dos
avaliados mostraram-se independentes para todas as atividades descritas na
avaliação (alimentar-se, banhar-se, vestir-se, fazer higiene, locomover-se, tomar
banho, usar o banheiro e controle dos esfíncteres), classificado como A.
Destacamos também que 37(30,5%) são dependentes em pelo menos duas funções
(categoria outro) que não se enquadram nas outras categorias.
68(56%)
6(5%) 3(2,5%) 7(6%)
37(30,5%)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
A B C G Outro
Distribuição da amostra de acordo com o Índice de Katz
A:Independente para todas as atividades B: Independente para todas as atividades menos umaC: Independente para todas as atividades menos banho e mais umaG: Dependente para todas as atividadesOutro: Dependente em pelo menos duas funções que não se classificam em C, D,E e F
Ao avaliarmos a dependência funcional do idoso em relação as AIVDs, os
resultados mostraram que apenas 5 (4,1%) idosos mostraram o menor grau de
dependência nas AIVDs e 95 (78,5%) apresentaram grau elevado de dependência
(≥ 13 pontos). Como mostra a figura 15.
Figura 14: Resultado da avaliação das atividades básicas através do Índice de Katz
70
5(4,1%)
21 (17,4%)
95 (78,5%)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 a 6 pontos 7 a 12 pontos ≥ 13 pontos
Distribuição da amostra de acordo com QPAF
Na avaliação do quadro depressivo obtivemos os seguintes resultados: 11
(9%) dos idosos apresentaram quadro de normalidade em relação aos sinais de
depressão, ou seja, com quadro depressivo ausente, enquanto 98 (81%) foram
classificados com depressão leve e 12 (10%) dedepressão grave. Como descrito na
figura 16.
11(9%)
98(81%)
12 (10%)
0
20
40
60
80
100
120
Normal Depressão Leve Depressão Severa
Distribuição da amostra de acordo com a EDG-15
Figura 16: Resultado da avaliação do quadro depressivo através da EDG-15
Com relação ao cruzamento de dados da amostra, ao analisarmos o déficit
cognitivo, avaliado pelo teste MEEM com as variáveis gênero e anos de
escolaridade obtivemos os seguintes resultados:
Figura15: Resultado da avaliação das atividades instrumentais através do QPAF
71
A análise estatística mostrou que não existem evidências estatísticas para
afirmar que o déficit cognitivo, avaliado pelo teste MEEM, difere entre os gênero (p=
0,726, p>0,05). Existem evidências estatísticas (p< 0,05) para afirmar que o déficit
cognitivo avaliado pelo MEEM difere entre os grupos de acordo com os anos de
escolaridade (p= 0,001). Conforme a tabela 5 abaixo.
Tabela 5: Análise estatística do MEEM em relação ao gênero e aos anos de escolaridade
MEEM
N % p-valor
Gênero Feminino 71 58,7
0,726 Masculino 50 41,3
Anos de Escolaridade
0 33 27
0,001* 1 a 3 anos 58 48
4 a 7 anos 22 18
mais de 7 anos 8 7
*p<0,05
Na análise do TDR em relação ao gênero, não existem evidências
estatísticas (p= 0,596, > 0,05) para afirmar que o TDR e o gênero dos idosos estão
associados, ou seja, estatisticamente, não difere entre eles. Como mostra a tabela 6.
72
Tabela 6: Análise de associação entre Teste do Relógio (TDR) e o gênero através do teste Qui-quadrado
Variável Teste do Relógio (TDR)
GÊNERO
Total p-valor Feminino Masculino
Não desenhou N 25 20 45
0,596
% 55,5 44,5 100,0
Desenho incorreto do relógio
N 42 27 69
% 60,9 39,1 100,0
Desenho correto do relógio
N 4 3 7
% 57,1 42,9 100,0
Total N 71 50 121
% 58,7 41,3 100,0
Ao analisarmos o TDR em relação aos anos de escolaridade visualizamos
diferenças em percentuais entre os anos de escolaridade e o teste do desenho do
relógio, além disso, encontramos evidências estatísticas de associação entre estas
variáveis analisadas (p= 0,04, < 0,05).
Tabela 7: Análise de associação entre Teste do Relógio (TDR) e os anos de escolaridade através do teste Qui-quadrado
Variável Teste do Relógio (TDR)
ANOS DE ESCOLARIDADE
0 1 a 3 anos 4 a 7 anos
mais de 7 anos Total p-valor
Não desenhou N 15 20 9 1 45
0,04*
% 33,5 51 20 2 100,0
Desenho incorreto do relógio
N 18 35 11 5 69
% 26 51 16 7 100,0
Desenho correto do relógio
N 0 3 2 2 7
% 0,0 43 28,5 28,5 100,0
Total N 33 58 22 8 121
% 27 48 18 7 100,0
*p<0,05
Analisamos a avaliação da dependência funcional das Atividades Básicas da
vida diária (ABVD) pelo Índice de Katz em relação às variáveis independentes (anos
de escolaridade, gênero, faixa etária, institucionalização, filhos, atividade física,
73
tabagismo, etilismo, avaliação sobre saúde, doenças prevalentes e doenças
diretamente referentes a saúde mental).
Nas análises encontramos diferença estatisticamente significativa (p<0,05) de
associação entre o Índice de Katz e as doenças neurovasculares (p=0,00), quanto
ao tipo de visitas nas ILPI (p=0,00) e em relação a doença de Parkinson (p=0,01),
como pode ser visualizado na tabela 8.
Tabela 8: Análise de associação entre índice de Katz com variáveis independentes através do teste Qui-quadrado
Indice de Katz p-valor
Anos de escolaridade
Gênero
Faixa etária
Tempo de ILPI
Motivos de ILPI
Visitas na ILPI
Atividades na ILPI
Filhos
Atividades Físicas
Tabagismo
Etilismo
Hipertensão
Diabetes
Osteoarticular
Neurovascular
Depressão
Demência
Esquizofrenia
Parkinson
0,830
0,378
0,182
0,792
0,994
0,000 *
0,703
0,361
0,522
0,147
0,829
0,628
0,890
0,05
0,000 *
0,09
0,972
0,784
0,01 *
Com relação à análise da avaliação da dependência funcional das Atividades
Instrumentais (AIVD) pelo QPAF com as mesmas variáveis analisadas
anteriormente, identificamos diferença estatisticamente significativa de associação
entre o QPAF e a faixa etária (p=0,03).
74
Tabela 9: Análise de associação entre o QPAF com variáveis independentes através do teste Qui-quadrado
QPAF p-valor
Anos de escolaridade
Gênero
Faixa etária
Tempo de ILPI
Motivos de ILPI
Visitas na ILPI
Atividades na ILPI
Filhos
Atividades Físicas
Tabagismo
Etilismo
Hipertensão
Diabetes
Osteoarticular
Neurovascular
Depressão
Demência
Esquizofrenia
Parkinson
0,329
0,760
0,03 *
0,712
0,926
0,576
0,630
0,687
0,09
0,529
0,446
0,628
0,890
0,528
0,945
0,976
0,395
0,185
0,358
Na análise da escala de depressão geriátrica (EDG-15) com as variáveis
independentes encontramos diferença estatisticamente significativa (p<0,05) entre
os anos de escolaridade, atividades realizadas na ILPI, e em relação à demência,
mostrando que há uma relação de associação entre estas variáveis. Da análise com
as outras varáveis, não houve diferenças estatísticas significativas. Como mostra a
tabela 10.
75
Tabela 10: Análise de associação entre a EDG-15 com variáveis independentes através do teste Qui-quadrado
EDG-15 p-valor
Anos de escolaridade
Gênero
Faixa etária
Tempo de ILPI
Motivos de ILPI
Visitas na ILPI
Atividades na ILPI
Filhos
Atividades Físicas
Tabagismo
Etilismo
Hipertensão
Diabetes
Osteoarticular
Neurovascular
Demência
Esquizofrenia
Parkinson
0,00 *
0,460
0,655
0,810
0,992
0,998
0,01 *
0,925
0,935
0,123
0,660
0,451
0,435
0,508
0,798
0,01 *
0,345
0,879
Analisamos as variáveis dependentes do estudo, os testes cognitivos
(MEEM e TDR), funcionais (KATZ e PFEFFER) e a escala de depressão (EDG-15)
em relação aos estados envolvidos e entre as sete (07) unidades envolvidas no
estudo.
Na análise entre as federações envolvidas neste estudo, Ceará e do Rio
Grande do Norte. Do total da amostra, 53 (43,8%) residiam no CE e 68 (56,2%)
residiam no RN consideramos cada estado separadamente, obtivemos diferença
estatisticamente significativa (p< 0,05) nos testes MEEM, Katz e EDG-15 em relação
às duas unidades federativas envolvidas no estudo e variações entre as médias das
ordenações (mean ranks). Não houve diferença estatística dos TDR e QPAF entre
os estados.
76
Os idosos residentes em unidades do Ceará apresentaram melhor
desempenho nos testes de MEEM, Katz e EDG-15.
Tabela 11 : Análise estatística entre os testes realizados e os estados envolvidos no estudo
ILPI MEEM TDR KATZ QPAF EDG-15
CE RN
0,019 *
0,335 0,003 *
0,108
0,006 *
p-valor
Considerando cada uma das sete (07) unidades ILPI envolvidas neste
estudo, na análise estatística destas com os testes realizados, obtivemos diferenças
estatísticas (p< 0,05) no MEEM e Katz. Na análise das médias das ordenações
(mean ranks) entre as sete (07) unidades, a ILP2CE apresentou média mais
elevada.
Tabela 12: Análise estatística entre os testes realizados e todas as unidades de ILPI envolvidas no estudo
ILPI MEEM TDR KATZ QPAF EDG-15
ILP1CE ILP2CE ILP3CE ILP1RN ILP2RN ILP3RN ILP4RN
0,002 *
0,073 0,001 *
0,761
0,081
p-valor
*p<0,05
Em relação ao MEEM, a média geral foi de 19,3 pontos e a mediana, 19,0
pontos. A média geral de QPAF foi de 18,9 pontos e a mediana de 20 pontos. E em
relação à EDG-15 mostrou-se uma média geral de 8,1 pontos e mediana de 8
pontos. Como se observa na figura 17.
77
Figura 17: (Continua) Comparação entre valores e variações dos testes de MEEM (A), TDR
(B), Katz (C) e QPAF (D) e EDG-15 (E) em relação a amostra geral, CE e RN e nas sete
(07) ILPI.
78
Figura 17: (Conclusão) Comparação entre valores e variações dos testes de MEEM (A),
TDR (B), Katz (C) e QPAF (D) e EDG-15 (E) em relação a amostra geral, CE e RN e nas
sete (07) ILPI.
79
6. DISCUSSÕES
Espera-se, de acordo com o estimado, um crescimento global da proporção
de idosos, junto a isso, aumenta a necessidade de cuidados de longa duração que
se apresenta diretamente associada à velhice (Hajek et al., 2015). Muitos fatores
relacionados à institucionalização vêm sendo estudado nas últimas décadas, porém
ainda são considerados, de fato, desconhecidos (Tsai 2013).
O processo de envelhecimento da população gera vários desafios que
afetam a saúde pública, como a manutenção da qualidade de vida, desta forma,
torna-se apropriado, a avaliação geriátrica multidisciplinar, operacionalizando a
atenção à saúde de idosos contribuindo com a redução de doenças (Freitas et al.,
2012; Jerez-Roig et al., 2016). No processo de envelhecimento ocorrem alterações
que podem resultar uma série de complicações à saúde comprometendo diversas
esferas, como as funções executivas, a memória e a perda cognitiva, que predispõe
o aparecimento de doenças neurodegenerativas (Ferreira et al., 2014).
O reconhecimento precoce do comprometimento cognitivo e da demência
permite intervenções oportunas para reabilitar e retardar a evolução da
sintomatologia e, assim, manter a melhor de qualidade de vida possível do paciente
e de todos os envolvidos nos cuidados (Oliveira et al., 2014; Shaik et al., 2016).
A literatura descreve muitos instrumentos descritos para triagem cognitiva
que facilitam a identificação precoce. Um teste de rastreio cognitivo eficiente deve
ser rápido, fácil de realizar, pontuar e reproduzir, confiabilidade prática, livre de
preconceitos culturais e altamente sensíveis, além de ter validade preditiva (Allone et
al., 2018).
A utilização de instrumento simples e útil pode auxiliar na definição de
estratégias de promoção de saúde para os idosos, visando retardar e prevenir
incapacidades acrescentando a esse grupo anos de vida com qualidade e dignidade.
(Nunes et al., 2009). A decisão dos instrumentos selecionados para este estudo foi
baseado nos critérios supracitados e em testes recomendados pelo Ministério da
Saúde (Brasil, 2006a).
Durante a busca pela seleção dos testes a utilizar para este estudo foi
possível visualizar na literatura a carência de testes neuropsicológicos com normas
para pessoas idosas institucionalizadas, questão também descrita por Gonçalves et
80
al. (2016), podendo gerar comparações com idosos que residem em comunidades e
o uso de traduções informais de testes.
Testes neuropsicológicos podem rastrear cognitivamente mudanças
cognitivas e funcionais auxiliando no processo de diagnóstico e no planejamento das
estratégias de tratamento e manejo da doença. São objetivos, seguros, portáteis e
pertinentes para medir a integridade funcional do cérebro. Os resultados destas
avaliações devem ser considerados no contexto da idade do paciente, educação,
status socioeconômico e histórico cultural, já que esses são fatores conhecidos que
influenciam o desempenho em baterias de teste (Chaves et al. 2011).
Em relação ao perfil dos idosos residentes em ILPI, obtivemos a
predominância do gênero feminino, porém vale ressaltar que uma das unidades
acolhe exclusivamente idosas, o que provocou o maior percentual do sexo feminino.
Destacamos que estudos sobre o processo de envelhecimento populacional
mostram sobre a feminização da velhice, como em Almeida et al. (2015) que
afirmam sobre o predomínio de mulheres na população idosa e que junto a isso traz
consigo diversos fatores positivos e/ou, negativos tanto para a própria mulher quanto
para a família, uma vez que a mulher pode estar associada a um maior risco social
e, ao mesmo tempo, que a mulher representa um importante elo para a rede de
apoio familiar. Conforme Nicodemo e Godoi (2010) as mulheres constituem a
maioria da população idosa em todas as regiões do mundo, vivendo em média, de
cinco (05) a sete (07) anos a mais que os homens, porém, junto a isso, podem
acumular desvantagens, como violência, discriminação, salários inferiores aos dos
homens, dupla jornada, baixa escolaridade, solidão pela viuvez, além de
apresentarem maior probabilidade pobreza e à solidão e que também detêm taxas
mais altas de institucionalização e mais condições de morbidade.
No estudo de Duca et al. (2012) um estudo de caso-controle, os possíveis
fatores de institucionalização foram identificados, sendo eles: gênero feminino, baixa
escolaridade, idade avançada, incapacidade funcional e solidão.
Na transição demográfica populacional destaca-se também o crescente
aumento da população com 80 anos ou mais é mostrado no último censo
demográfico pelo IBGE (2011) como representante de 14% da população idosa
brasileira, ao mesmo tempo que se trata de uma população mais suscetível a danos
ao bem-estar e saúde (Ekström, et al. 2012). Destacamos que em ordem
81
decrescente, as faixas etárias de maior prevalência em nosso estudo, 70 a 79 anos
e a faixa etária ≥ 80 anos, prevalecem também em outros estudos brasileiros com
idosos institucionalizados, Lini et al. (2016), no Rio Grande do Sul e Almeida et al.
(2015) em Minas Gerais.
Considerada uma variável sociodemográfica com um papel determinante no
processamento neuropsicológico, a escolaridade tem sua importância consolidada
em muitos estudos envolvendo cognição de idosos (Wolf‐Klein et al., 1989; Parente
et al., 2009; Sposito et al., 2015). Em nosso estudo obtivemos que o perfil da
amostra envolvida mostrou um baixo nível de escolaridade, o que se assemelha a
outros estudos, conforme Barbosa et al. (2014) e Rocha et al. (2014), bem como,
Brucki e Nitrini (2010) ressaltam que o baixo nível de escolaridade pode estar
associado com o declínio das funções cognitivas de forma mais acelerada na
velhice, resultando em um baixo desempenho cognitivo entre indivíduos analfabetos
e com baixo nível escolar, quando comparado com indivíduos escolarizados.
A influência da escolaridade na velocidade de processamento de
informações, atenção, funções executivas, memória e inteligência funciona como
estímulo das funções cognitivas e por isso contribui substancialmente para as
diferenças na performance dos testes cognitivos. Muitos anos de educação formal
podem proteger o cérebro e o tornam mais resistente e flexível diante dos efeitos de
doenças ou das alterações comuns causadas pelo envelhecimento (Avila et al.,
2009; Chin et al., 2012; Domiciano et al., 2014).
A análise de variáveis relacionadas à institucionalização pode ser
fundamental para que os familiares e os profissionais de saúde atentem às
possibilidades de prevenção e consigam identificar quando a institucionalização é,
de fato, indicada (Lini et al., 2016).
Quanto aos motivos que levam à busca pela instituição, os estudos mostram
resultados e discussões distintas, como: número reduzido de integrantes da família,
idade ≥ 80 anos, ausência de condições físicas, financeiras e psicológicas para
prestar o cuidado em domicílio e o desejo do próprio idoso em não incomodar seus
(Fonseca et al, 2011; Duca et al., 2012). Problemas de relacionamento com os
familiares, busca espontânea, viuvez, múltiplas doenças e síndrome demencial, não
possuir filhos, apresentar comprometimento cognitivo e dependência para as
atividades básicas de vida diária (Lini et al., 2016).
82
Um estudo no estado de Minas Gerais (MG) mostrou percentual maior, em
torno de 26% de idosos residentes em ILPI que decidiram espontaneamente residir
na unidade (Neto et al., 2011).
No nosso estudo foi observado um alto índice de idosos que recebem visitas
exclusivamente de pessoas não familiares, enquanto isso, estudos destacam a
importância sobre a percepção de adequado apoio familiar relacionada com o
aumento da sensação de segurança em relação à moradia do idoso fora do núcleo
familiar (Dantas et al. 2013) O apoio familiar é fundamental em ambientes
institucionalizados, facilitando a permanência das pessoas, bem como o
funcionamento das equipas de saúde, manutenção e integridade física e psicológica
do residente (Araújo et al., 2017).
Itens que podem indicar abandono familiar....sozinho.. sozinho e
doente..
Ainda sobre o processo de institucionalização, Souza e Inácio (2017)
consideram que idosos recém-chegados podem apresentam resistência em relação
à nova realidade, adaptação às normas e rotinas, já aqueles com mais tempo de
permanência mostram-se mais ajustados à dinâmica da instituição. A amostra deste
estudo mostrou-se em sua maioria residir na unidade pelo período de tempo de até
cinco (05) anos, o mesmo observado por Rosa et al. (2018) no sul do Brasil.
Na avaliação do idoso sobre a instituição, nosso estudo mostrou que um
elevado percentual referiu-se a unidade que reside como muito boa/boa, o que,
também conforme Souza e Inácio (2017) pode representar gratidão aos cuidados
oferecidos pelo abrigo, mas, ainda expressam o desejo de ir embora, permitindo
compreender que quanto maior o tempo de permanência no abrigo, maiores são os
efeitos da institucionalização.
A autoavaliação da saúde é uma medida global que capta o bem estar físico,
mental e social do indivíduo, por isso avaliada em nosso estudo. É recomendado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos indicadores mais
importantes para o monitoramento das condições de saúde da população, e muito
utilizada em estudos geriátricos (Jylhä 2009; Lima-Costa et al., 2011; Pagotto et al.,
2013).
Por ser uma medida de autodeclaração é objetiva, obtida de forma rápida,
acessível e econômica, pois é obtida por meio de uma única pergunta. Na literatura
83
visualizamos, assim como Pagotto et al. (2013) que os estudos enfocam na
avaliação negativa do estado de saúde, porém um estudo brasileiro entre 1998 e
2008 mostrou que a autoavaliação da saúde como boa ou excelente aumentou, o
que pode ser influenciado pelo uso de serviços de saúde (Lima-Costa et al., 2011).
Em nosso estudo um alto percentual de idosos residentes das ILPI declarou sua
saúde como muito boa / boa e um estudo em Minas Gerais, Machado et al. (2011),
70% dos idosos que residentes da comunidade também consideraram sua saúde
como boa, mostrando semelhança entre os resultados.
Analisar comportamentos e/ou história pregressa referentes a exposição ao
tabagismo e etilismo (atual ou precedente) podem colaborar na prevenção de
doenças e promoção da saúde de uma população, tendo em vista que muitos
estudos mostram os efeitos nocivos destas práticas.
O consumo de tabaco foi um comportamento tolerado e até exaltado ao
longo de décadas. A mudança do perfil de informação e propaganda, com o passar
do tempo, justifica-se no alto índice de morbimortalidade e atualmente, há ênfase
nos malefícios do tabagismo (Gus et al. 2015; Barbosa et al. 2018), que muitas
vezes é praticado como tentativa de enfrentamento e superação de muitas
situações, como, depressão, fragilidades e solidão, porém cobrando, porém, alto
preço pelo amparo e prazer proporcionados (Carvalho et al., 2013)
A junção de exposição ao álcool e ao fumo predispõe o indivíduo a
importantes alterações cognitivas, que causam sofrimento pessoal, familiar e alto
custo social (Lintzeris et al., 2016).
É comum nas ILPI ser proibido o consumo destas substâncias, como foi
observado durante as visitas nas unidades envolvidas neste estudo, porém ainda
obtivemos altos índices de idosos declarantes de tabagismo e/ou etilismo, quando
comparado a estudos em que 64% dos idosos declararam que nunca fumaram e
81% nunca beberam (Machado et al. 2011). Os índices de tabagismo e etilismo
encontrados em nosso estudo estão possivelmente relacionados com hábitos
precedentes. Outro estudo com idosos mostrou que 25,7% eram tabagistas
(Carvalho et al , 2013)
A literatura traz o uso excessivo de álcool associado a inúmeras doenças,
comprometimento cognitivo, distúrbios mentais e psicológicos e agravamento
associadas às condições crônicas, além do risco cardiovascular e morte por
84
neoplasias (Roerecke, Rehm, 2014; Shield et al., 2015). Condições vulneráveis que
devem receber atenção com ações voltadas para a saúde dos usuários destas
substâncias.
Ainda em relação aos hábitos de vida, a prática de hábitos saudáveis como
a de atividades físicas para promoção do envelhecimento saudável é complexo e
dinâmico devendo envolver governantes e sociedade em geral. A proporção de
inatividade física identificada nos idosos institucionalizados deste estudo corrobora
com outros estudos, como Duca et al. (2012) e Oliveira e Novaes (2013) no quais
também foram encontrados elevados percentuais de idosos institucionalizados
inativos. Muitos estudos mostram o impacto significativo de exercícios físicos na
melhoria do funcionamento cognitivo, comportamento e mobilidade funcional em
indivíduos institucionalizados com demência, Cancela et al. (2015) e outros estudos
mostram a inatividade física como um componente do declínio funcional e também
associada à institucionalização de pessoas idosas e demência (Lini et al., 2016).
A fisioterapia para os idosos também representa uma questão fundamental
para a mobilidade física para que possa preservar, manter, desenvolver ou restaurar
a integridade de órgãos, sistema ou função, tendo em vista que nos idosos, a
incidência de doenças crônicas e degenerativas é freqüente, se não forem bem
tratadas e conduzidas reverterão em incapacidades físicas para seu portador,
tornando-o dependente (Quadros, Patrocinio, 2015). Nesta conjuntura foi notória a
carência deste profissional nas unidades de ILPI deste estudo.
Na análise em relação às doenças prevalentes na população do estudo,
obtivemos como maior prevalente de acordo com registros médicos, a hipertensão,
em seguida diabetes, doenças osteoarticulars, oculares, neurovasculares,
depressão e demência. Em comparação, um estudo com idosos institucionalizados
destacou a prevalência de doenças do sistema nervoso (92%), aparelho circulatório
(72%), aparelho digestivo (62%) e doenças osteomusculares (56%) (Rosa et al.,
2018). Uma pesquisa em Taiwan destacou a prevalência de hipertensão, diabetes e
catarata, entre outras em idosos residentes em instituições de cuidados prolongados
(Tsai, 2013).
Um estudo brasileiro realizado em ILPI da região Sudeste e Centro-Oeste,
identificou que a dependência funcional, ou seja, a execução das atividades básicas
e instrumentais da vida diária, está associada a doenças crônicas, como,
85
hipertensão arterial, diabetes, problemas articulares e comprometimento cognitivo
(Mattos et al., 2014).
Em relação ao Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), mesmo validado para
uso no Brasil, as características psicométricas do MEEM precisam ser estudadas
nas diversas regiões, em razão da grande diversidade cultural, social e econômica
do país, sendo o ensino também bastante heterogêneo (Santos et al., 2010). Nesta
perspectiva, estudos, como Bertolucci et al. (1994), Almeida (1998) e Brucki et al.,
(2003) analisaram a confiabilidade do MEEM utilizando o perfil da população para
estimar a estabilidade do instrumento e considerando a escolaridade como um o
fator de maior importância para a determinação dos escores de finais de pontuação
do teste.
O impacto da escolaridade no MEEM tem recebido atenção especial, sendo
alvo de análises efetuadas com diferentes amostras, visando-se principalmente a
adequação dos pontos de corte e ainda há divergências quanto aos pontos de corte
para a presença ou não de declínio cognitivo / quadro demencial no Brasil. A tabela
13 mostra alguns dos estudos brasileiros de destaque.
Tabela 13: Pontos de cortes do MEEM em diferentes estudos
Escolaridade Analfabeto / sem escolaridade
Baixa escolaridade
Média escolaridade
Maior escolaridade
Autor
Bertolucci et al.(1994) 13(analfabetos) 18 (1-3 anos) 18(4-8 anos) 26(≥ de 8 anos)
Almeida(1998) 19(sem escolaridade) 23(com escolaridade) 23 23
Caramelli; Nitrini (2000)
Brucki (2003)
18(analfabetos)
20(analfabetos)
21(1-3 anos)
25(1-4 anos)
24 (4-7 anos)
26,5(5-8 anos)
26(> 7 anos)
28(9-11 anos
29 (> 11 anos)
*Brasil (2006)
Lourenço; Veras (2006)
19(analfabetos)
18(sem escolaridade)
23 (1-3 anos)
24(com escolaridade)
24 (4-7 anos)
24
28 (> 7 anos)
24
*ponto de corte utilizado no estudo
Também avaliamos que as pesquisas características psicométricas do
MEEM no Brasil são em ambulatórios de saúde mental ou em como clínicas e
hospitais Santos et al. (2010) e Melo e Barbosa (2015) mostrando a necessidade de
mais estudos voltados para ambientes de cuidados de longa permanência,
86
considerando que se trata de uma população com muitas características já descritas
como distintas e até mesmo agravantes.
Em nosso estudo na avaliação através do teste MEEM mostrou um elevado
percentual de idosos com comprometimento cognitivo, o que pode estar relacionado
com o perfil de baixa escolaridade da amostra e corroborando com outros estudos
envolvendo avaliação cognitiva em idosos residentes em ILP, com média do MEEM
de 18,9 em Nunes et al. (2014) e em Rezende et al. (2013) no qual idosos que
residem em seus domicílios, prevaleceram com média do MEEM inferior a deste
estudo.
Importantes aspectos são correntes na literatura, como o de que o
analfabetismo e baixos níveis educacionais são fatores de risco para declínio
cognitivo e demência, além de que muitos outros fatores podem ser ligados aos
altos índices de demência entre analfabetos: baixa reserva cognitiva, baixo controle
dos fatores de risco para doenças cerebrovasculares, dificuldades na avaliação
cognitiva e adaptação pobre dos testes neuropsicológicos para este tipo de
população, assim, estes funcionais devem ser acoplados aos testes cognitivos a fim
de aumentar a acurácia diagnóstica (Brucki, Nitrini 2010).
Na avaliação do TDR, muitos idosos recusaram realizar o desenho e um alto
percentual realizou o desenho de forma incorreta, conforme orientações do teste.
Apesar da falta de um modo padronizado de administração e correção, o Teste do
Desenho do Relógio (TDR) é amplamente aceito como um instrumento de rastreio
precoce de declínio cognitivo, especialmente na demência (Kørner et al., 2012).
Um estudo em São Paulo com idosos institucionalizados também mostrou
baixo índice do desenho do relógio correto junto ao baixo desempenho do MEEM,
portanto utilizou um sistema de pontuação do TDR através de escores (Melo et al.
2017).
A habilidade visuoconstrucional ou visuoespacial avaliada no TDR está
ligada aos lobos parietais sendo influenciada pela função executiva e motora, e é
analisada através da aparência geral do desenho, sua harmonia e simetria,
envolvendo a relação entre os números e destes com o círculo. Erros de
espaçamento entre os números, assimetrias entre as posições dos números e o
círculo desenhado, algarismos com dimensões variadas e desproporções entre os
87
elementos do desenho traduzem um possível comprometimento visuoconstrucional
(Aprahamian et al., 2009).
O modelo do TDR de Shulman (2000) usa um sistema de escores de
pontuação. É bem descrito na literatura e boa confiabilidade para população idosa
com escolaridade baixa, porém não validado no Brasil. Possui a seguinte
distribuição dos escores: 5 pontos para um relógio perfeito; pontuação 4 para
pequenos erros visuo-espaciais; 3 para representação imprecisa de 11:10 quando a
organização visuo-espacial bem feita; 2 para moderada desorganização visuo-
espacial de números e denotação precisa de 11:10 impossível;1 para um nível
severo de desorganização visuo-espacial e 0 para incapacidade de fazer qualquer
representação razoável de um relógio. Nesta forma de escores, os resultados o TDR
mudam, pois demonstra mais descrição do desenho de forma detalhada e clara na
avaliação do teste, indo além de informações limitadas de desenho correto ou
incorreto.
Na avaliação das Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD), pelo Índice de
Katz, a amostra deste estudo mostrou-se predominantemente independente, um
índice maior, quando comparado a estudo com idosos residentes de ILPI no Paraná,
no qual o índice de independência para todas as atividades foi de 33% para o grupo
A, considerado a categoria mais independente (Smanioto e Haddad 2011).
O índice de dependência pode ser influenciado pela concepção de que o
idoso possui autonomia reduzida e dependente em virtude das alterações
decorrentes do processo de envelhecimento e das doenças associadas. De acordo
com Lini et al. (2016), déficit motor, fraqueza muscular, comprometimento cognitivo e
doenças, bem como, atitudes profissionais de fazer pelo idoso, considerando a
demanda de tempo, também são evidentes e prejudicam a preservação da
autonomia e independência do idoso, por isso, preparar o profissional e o ambiente
é fundamental para a realização de um trabalho com qualidade.
Na avaliação das AIVD, este estudo mostrou alta prevalência de idosos
dependentes, e de forma geral, observou-se maior percentual de dependências nas
AIVD do que nas ABVD, que corroborando com outros estudos, Oliveira e Mattos
(2012) pode ser em parte, explicado pelo fato de que hierarquicamente, as perdas
ocorrem de AIVD para atividades básicas de vida diária devido às AIVD exigirem
maior integridade física e cognitiva comparada às ABVD (Millán-Calenti et al. 2010;
88
Barbosa et al. 2014b). Nosso estudo apontou diferença estatisticamente significativa
entre AIVD e as faixas etárias da amostra. Pereira et al. (2012) em um estudo com
idosos mostraram que com o avanço da idade, maior é a probabilidade de
dependência tanto nas AIVD quanto nas ABVD e um estudo em Cuiabá-MT mostrou
resultados indicando que as mulheres idosas são normalmente mais dependentes
nas AIVD que os homens (Oliveira, Mattos, 2012).
Um ponto que também destacamos é que o questionário de Pfeffer (QPAF)
que recomenda-se que seja realizado através de um informante, o cuidador, familiar,
ou outro responsável direto pela assistência, sendo o informante conhecedor do
desempenho atual do idoso, e, portanto, este tipo de relato é útil na avaliação.
Sampaio et al. (2008) reforçam que as informações repassadas pelo informante
podem representar um pilar importante para subsidiar não apenas o diagnóstico,
mas também para nortear o processo demencial e o desempenho cognitivo.
Estas diferenças entre os resultados de estudos provavelmente se devem às
diferentes realidades socioeconômicas e culturais como também à metodologia
utilizada, além da carga de condições de saúde como a demência, depressão e
déficit cognitivo.
É fundamental considerar que a demência caracterizada como perdas,
organicamente causadas de habilidades intelectuais são extensas para interferir no
funcionamento social e ocupacional do indivíduo e o declínio cognitivo (DC)
decorrente de processos demenciais envolve declínio de memória, julgamento,
habilidades de raciocínio abstrato e outras funções intelectuais superiores. A
memória é o declínio central, podendo ser responsável por grande parte dos
declínios em outras habilidades (Barbosa et al. 2014a). Nesse sentido, cabe
destacar que uma avaliação do funcionamento cognitivo e do desempenho em AVDs
são fundamentais para contribuir com o diagnóstico sindrômico de demência
(Fonseca et al. 2015)
A demência afeta pelo menos 80% dos residentes conforme Quince (2013) e
a maioria dos indivíduos são institucionalizados nos últimos estágios da demência,
quando os sintomas comportamentais e psicológicos da demência (SCPD) são
altamente prevalentes em casas de repouso já e impõem grandes demandas aos
trabalhadores de cuidados diretos da assistência que prestam o maior cuidado
prático a esses residentes (Barbosa et al. 2014a).
89
A institucionalização tem sua relevância e é apresentada em estudos
associada à redução do risco de morte para pacientes com demência ou
comprometimento cognitivo, porém mais estudos de longo prazo são necessários
para avaliar desfechos clínicos de cuidados domiciliares e institucionais para
pessoas com demência ou comprometimento cognitivo (Hung et al. 2017).
Na identificação de sintomas depressivos índices elevados de depressão,
classificada em leve e baixos índices de idosos com ausência de sintomas de
depressão, em comparação com outros estudos, quanto a depressão grave, nosso
estudo mostrou índice melhor, menor, quando comparado a outros estudos Frade et
al. (2015) em um estudo transversal em Portugal obteve 42% de idosos com
depressão leve e 39,5% com depressão grave. (Galhardo et al. 2010) em Minas
Gerais - Brasil também mostrou um maior percentual de idosos com depressão
grave (35%). Um quadro que interfere nas atividades de vida por gerar perturbações
físicas e mentais.
Em nosso estudo obtivemos diferenças estatísticas dos anos de
escolaridade em relação à depressão, porém, a amostra caracteriza-se por uma
baixa escolaridade generalizada, como no estudo em Portugal citado, de certa
forma, isso nos limita a outras conclusões que poderiam ser precárias.
Diante de tudo elencado deve-se considerar que o envelhecimento é
inerente à sociedade e que os residentes de ILPI demonstram ser mais expostos a
transtornos psiquiátricos, especialmente vulneráveis a depressão, sendo o risco de
depressão maior em idosos institucionalizados do que aqueles que vivem na
comunidade, com suas famílias (Runcan 2012). Cientes da importância deste
estudo, repassamos para os responsáveis das instituições os resultados gerais de
cada ILPI.
90
7. CONCLUSÃO
A partir dos resultados deste estudo podemos concluir que a amostra
demonstrou ser predominantemente com idade entre 70 e 79 anos, a maioria
declarou-se de cor da pele morena/parda, católicos, solteiros, aposentados, com
filhos e com baixa escolaridade.
Com relação às variáveis relacionadas sobre a institucionalização, os idosos
declararam de forma predominante e proporcional que residem na instituição por
opção própria e que prevalecem os que residem na ILPI por até cinco (05) anos.
Muitos idosos não recebem visitas de familiares nas onde residem.
Com este estudo também concluímos que a maioria da amostra envolvida
na pesquisa declarou que a unidade onde reside é muito boa/boa e em estado geral
da saúde os idosos se autodeclararam com saúde muito boa/boa. Em relação ao
tabagismo e etilismo (atual e pregresso) estes estão presentes na amostra em altos
índices e sendo o tabagismo em maior proporção.
As doenças prevalecentes nesta população confirmados com registros nos
prontuários foram: a hipertensão, diabetes, doenças osteoarticular, doenças
oculares, neurovasculares, depressão e demência, enfatizamos a importância dos
registros profissionais corretos e atualizados.
Na avaliação cognitiva pelo MEEM, os idosos apresentaram em sua maioria
com déficit cognitivo, destes, um grande percentual alcançou somente a pontuação
mínima do teste recomendado pelo ministério da saúde, no TDR, um pequeno
percentual da amostra desenhou corretamente o relógio, o que pode estar
relacionado com o déficit cognitivo, porém muitos idosos recusaram realizar o teste.
A escolaridade que já possui sua associação na cognição bem descrita na
literatura mostrou-se estatisticamente significativa em relação ao MEEM e ao TDR.
Na avaliação funcional a maioria dos idosos prevaleceu como dependentes
para as AIVDs de acordo com o questionário de Pfeffer e independente em relação
às ABVDs, pelo Índice de Katz.
91
No rastreio sobre a depressão a amostra apresentou-se depressiva.
Considerando as unidades federativas envolvidas no estudo, houve
diferença estatisticamente significativa no Teste do desenho do relógio (TDR) e no
questionário de Pfeffer entre os estados (CE e RN). E finalmente considerando as
sete (07) ILPI envolvidas obteve-se diferença estatística entre e MEEM e o Índice de
Katz.
O aumento da prevalência de transtornos mentais, como demência e
depressão na população idosa, deixam claro que é necessário proporcionar novas
perspectivas e práticas inerentes às instituições de longa permanência para idosos
(ILPI), aliando o incentivo à pesquisa, no sentido de transformar positivamente esses
espaços e oferecer ao idoso institucionalizado um cuidado que promova bem-estar
biopsicossocial, que em muitos casos representa a melhor opção de cuidado ao
idoso.
A função cognitiva demonstra relevante para manter a independência e
autonomia, diante desta necessidade, é fundamental preparar o ambiente e os
profissionais para ao cuidado adequado nas instituições. A participação social e a
perspectiva positiva do apoio familiar mostram se fundamentais na colaboração do
bem-estar do idoso.
Reconhecemos como limitações deste estudo, a baixa escolaridade e o
tamanho amostral embora muitos os idosos institucionalizados, muitos encontravam-
se incapazes de participar. O viés de memória, comum em pessoas longevas, bem
como a falta de registros médicos nos prontuários também são limitações. Mesmo
em acordo com estudos já descritos na literatura, recomendamos novos estudos de
acompanhamento desta população para uma melhor compreensão sobre o déficit
cognitivo e funcional e sua relação com quadros depressivos e demenciais em
diferentes populações residentes de ILPI.
Assim fica o nosso desejo para que este estudo seja estímulo para que
novos pesquisadores, profissionais e gestores possam acolher e compreender as
características dessa crescente demanda, ampliando os mecanismos de atenção e
cuidado com esta população, que ainda é muito carente de ações concretas para
melhorias na qualidade de vida.
92
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125
APÊNDICE H – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
Esclarecimentos Este é um convite para o(a) Senhor(a) participar da pesquisa “O idoso institucionalizado:
uma avaliação cognitiva e funcional” coordenada pelo Prof. Dr. Fausto Pierdoná Guzen e que
segue as recomendações das resoluções 466/12 e 510/16 do Conselho Nacional de Saúde e suas
complementares. Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade.
Caso decida aceitar o convite, o(a) Senhor(a) será submetido(a) a uma entrevista na qual serão
realizados 05 testes com perguntas para avaliação cognitiva e funcional e 01 questionário sociodemográfico, questões fundamentais para a avaliação de memória, depressão e da capacidade das
atividades cotidianas. A responsabilidade de aplicação é da enfermeira Isleania Maria Marques
Moreira Rosa, aluna do Mestrado em Saúde e Sociedade da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte. A entrevista será realizada na própria instituição onde o(a) Senhor(a) mora e será realizada em
cerca de 40 minutos. As informações coletadas serão organizadas em banco de dados em programa
estatístico (SPSS versão 15.0) e analisadas a partir de técnicas de estatística descritiva e inferencial.
Essa pesquisa tem como objetivo geral investigar sinais e sintomas de déficit cognitivo em idosos, sintoma de grande impacto sobre a qualidade de vida das pessoas.
E tem como objetivos específicos:
Analisar a prevalência do déficit cognitivo e sua associação com outras condições, sócio-
demográfica;
Caracterizar e descrever os sinais e sintomas demenciais e/ou depressivos nos idosos residentes na
Instituição de Longa Permanência (ILP) envolvida no estudo;
Analisar o uso dos serviços de saúde da ILP e sua dinâmica no atendimento ao idoso a fim de
fornecer subsídios para um redimensionamento das ações de saúde pública voltadas para este grupo
populacional;
Contribuir para o meio acadêmico através do processo de construção do conhecimento científico.
Os benefícios advindos desta pesquisa sustentam-se na possibilidade de melhorar a assistência
à população idosa. Poderemos posteriormente desenvolver ações de saúde voltados para a melhoria à
assistência ao idoso, contribuindo com a qualidade de vida dos idosos, e auxiliar o trabalho dos
profissionais de saúde e dos cuidadores, prevenindo agravos e outras comorbidades aos idosos. Os possíveis riscos mínimos que o participante da pesquisa poderá ser exposto são de
constrangimento e/ou incômodo. Esses riscos serão minimizados mediante a garantia do
anonimato/privacidade do participante na pesquisa, na qual não será preciso registrar o nome do participante. Após a aprovação pelo CEP e antes da coleta de dados, serão realizados alguns diálogos
com os residentes da instituição, através de visitas, isso possivelmente contribuirá para minimizar os
riscos deste estudo, conhecendo melhor a rotina, e criando vínculo de confiança. Para manter o sigilo e o respeito ao participante da pesquisa, apenas a pesquisadora Isleania
Maria Marques Moreira Rosa aplicará o questionário e somente a mesma e o pesquisador orientador
poderão manusear e guardar os questionários.
O sigilo das informações também será mantido por ocasião da publicação dos resultados, visto que não será divulgado dado que identifique o participante.
É garantido que o participante se sinta a vontade para responder aos questionários, da
pesquisa. Os dados coletados serão, ao final da pesquisa, armazenados em CD-ROM, pendrive e em
caixa arquivo, guardada por no mínimo cinco anos sob a responsabilidade do pesquisador orientador
na secretaria do Mestrado em Saúde e Sociedade (MASS), localizado na Rua Miguel Antônio da Silva
Neto, s/n, Aeroporto, Mossoró-RN, a fim de garantir a confidencialidade, a privacidade e a segurança das informações coletadas, e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os
participantes e o responsável.
Você ficará com uma via original deste TCLE e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para o pesquisador orientador e / ou pesquisador responsável.
Contato disponível ao final deste termo. Dúvidas a respeito da ética desta pesquisa poderão ser
questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP-UERN) -Campus Universitário Central - Centro
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de Convivência. BR 110, KM 48 Rua: Prof. Antonio Campos, S/N, Costa e Silva.Tel: (84)
3312-7032. e-mail: [email protected] / CEP 59.610-090.
A sua participação é voluntária, nada lhe será cobrado. Se houver gasto de qualquer natureza, em virtude da sua participação nesse estudo, é garantido o direito a indenização (Res. 466/12) –
cobertura material para reparar dano – e/ou ressarcimento (Res. 466/12) – compensação material,
exclusivamente de despesas do participante e seus acompanhantes, quando necessário, tais como
transporte e alimentação – sob a responsabilidade do (a)pesquisador(a) responsável Isleania Maria Marques Moreira Rosa.
Não pagaremos nenhuma gratificação por sua participação. Os dados coletados farão parte
do nosso trabalho, podendo ser divulgados em eventos científicos e publicados em revistas nacionais ou internacionais, sendo também divulgados para a instituição e pessoas participantes, respeitando os
créditos autorais.
O pesquisador estará à disposição para qualquer esclarecimento durante todo o processo de desenvolvimento deste estudo. Após todas essas informações, agradeço antecipadamente sua atenção e
colaboração.
Consentimento Livre: Concordo em participar desta pesquisa “O idoso institucionalizado: uma
avaliação cognitiva e funcional”. Declaro, para os devidos fins, que fui devidamente esclarecido
quanto aos objetivos da pesquisa, aos procedimentos da pesquisa e dos possíveis riscos que possam
advir de tal participação. Foram garantidos a mim esclarecimentos que venham a solicitar durante a pesquisa e o direito de desistir da participação em qualquer momento, sem que minha desistência
implique em qualquer prejuízo a minha pessoa ou a minha família. Autorizo assim, a publicação dos
dados da pesquisa, a qual me garante o anonimato e o sigilo dos dados referentes à minha identificação.
__________________________________________ Assinatura do Pesquisador
___________________________________________
Assinatura do Participante / Responsável Legal Impressão dactiloscópica
Mossoró RN,___/___/201__.
Isleania Maria Marques Moreira Rosa – Aluna-pesquisadora. Aluna do curso de Mestrado em Saúde e Sociedade do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade – PPGSS da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Faculdade de Ciências da Saúde - FACS / UERN (Rua
Miguel Antônio da Silva Neto, s/n, Aeroporto, CEP: 59607-360, Mossoró-RN). (84) 3318-3708. Tel. (84) 9 99080887 e- mail: [email protected].
Professor Fausto Pierdoná Guzen – Orientador da Pesquisa - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN- Faculdade de Ciências da Saúde – FACS, no endereço Rua Atirador Miguel
Antônio da Silva Neto, s/n, Aeroporto, CEP: 59607-360. Tel. 3315- 2248.
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APÊNDICE I – TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Declaro que estou ciente e concordo em participar do estudo: “O idoso institucionalizado:
uma avaliação cognitiva e funcional”, orientado pelo Prof. Dr. Fausto Pierdoná Guzen.
Declaro que fui devidamente esclarecido quanto ao objetivo geral: investigar sinais e sintomas de déficit cognitivo em idosos, sintoma de grande impacto sobre a qualidade de vida das pessoas. Quanto
aos objetivos específicos:
Analisar meu estado mental e funcional em associação com outras condições, como (sexo, situação
conjugal, idade, escolaridade, cor da pele, renda familiar), doenças crônicas e uso de medicamentos;
Caracterizar e descrever os sinais e sintomas demenciais e/ou depressivos;
Analisar o uso dos serviços de saúde da desta unidade na dinâmica no atendimento ao idoso a fim
de fornecer subsídios para um redimensionamento das ações de saúde pública voltadas para este grupo
populacional com base no princípio da integralidade do cuidado em saúde do idoso;
Contribuir para o meio acadêmico com novos estudos no processo de construção do conhecimento
científico. Quanto aos procedimentos, serei submetido serão: testes cognitivos e funcionais através de
entrevista com cerca de 40 minutos de duração, que serão realizadas na instituição em que moro, e as
informações coletadas serão organizadas em programas de computação e analisadas a partir de
técnicas de estatística. Os possíveis riscos de ordem emocional, constrangimento/vergonha que possam advir da
participação serão minimizados mediante: garantia do anonimato/privacidade do participante na
pesquisa, onde não será preciso colocar o nome do mesmo. Para manter o sigilo e o respeito aos participantes da pesquisa, somente a pesquisadora Isleania Maria Marques Moreira Rosa aplicará o
questionário e somente a esta pesquisadora e o pesquisador orientador poderão manusear e guardar os
questionários. O sigilo das informações por ocasião da publicação dos resultados será mantido, visto que não será divulgado dado que identifique o participante. Também é garantido que eu, como
participante, me sinta à vontade para responder aos questionários, mediante a anuência da diretoria da
Instituição para a realização da pesquisa.
Eu aceito participar da pesquisa, que tem o objetivo: analisar meu estado mental, cognição, memória, descrever possíveis sinais de demência e /ou depressão, analisar os serviços das instituições
de longa permanência e contribuir com novos estudos para ajudar com ações de melhorias. Entendi as
coisas ruins e as coisas boas que podem acontecer. Entendi que posso dizer “sim” e participar, mas que, a qualquer momento, posso dizer “não” e desistir sem que nada me aconteça.
Os pesquisadores tiraram minhas dúvidas e conversaram com parentes e/ou responsáveis.
Li e concordo em participar como voluntário da pesquisa descrita acima e autorizo a publicação.
Estou ciente que meu responsável receberá uma via deste documento.
__________________________________________ Assinatura do Pesquisador
___________________________________________ Assinatura do Participante / Responsável Legal Impressão dactiloscópica
Mossoró RN,___/___/201__.
Isleania Maria Marques Moreira Rosa – Pesquisadora. Aluna do curso de Mestrado em Saúde e
Sociedade do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade – PPGSS da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Faculdade de Ciências da Saúde - FACS / UERN (Rua Miguel
Antônio da Silva Neto, s/n, Aeroporto, CEP: 59607-360, Mossoró-RN). (84) 3318-3708. Tel. (84) 9
99080887 e- mail: [email protected].
Professor Fausto Pierdoná Guzen – Orientador da Pesquisa - Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte – UERN- Faculdade de Ciências da Saúde – FACS, no endereço Rua Atirador Miguel
Antônio da Silva Neto, s/n, Aeroporto, CEP: 59607-360. Tel. 3315- 2248.
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APÊNDICE J – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
01. CÓD. UNIDADE:___________________ DATA:______________
02. IDADE: _____________ 03. SEXO: (1) F (2) M
04. Qual a cor da sua pele:_______________
05. Tem / Teve filhos? Quantos? (1) Não (2) Sim_______
06. Qual é seu estado civil?
Solteiro(a)
Casado(a) / companheiro (a)
Viúvo (a)
Desquitado/ separado/ divorciado(a)
07. Sabe ler e escrever? / Escolaridade:___________________________________
Não
Sim
08. Possui alguma religião?
Não QUAL:__________________
Sim
09. O que o Sr.(a)faz aqui?(Atividades na ILP) (até 3 alternativas)
01. Não faz nada
02. Realiza atividades domésticas
03. Realiza trabalhos manuais (croché, tricô,
desenho, pintura, jardinagem e outros)
04. Assiste TV
05. Bate-papo
06. Jogos
07. Ouve rádio/ música
08. Leitura de livros, revistas, jornais
09. Dança/ baile
10. Outra (descreva):
10. Quem visita o Sr.(a) na instituição? (Visitas na ILP) (até 3 alternativas)
01 Companheiro(a)
02 Filhos/noras/genros
03 Netos(as)
04 Irmãos/tios/ sobrinhos
05 Amigos
06 Pessoas da comunidade / Outros
07 Patrões
08 Associações
09 Ninguém
11. Por que o Sr(a). está nesta instituição? (Motivo da ILP)
01. Por opção própria
02. É sozinho
03. Estava doente
04. É sozinho e estava doente
05. Sem cuidador na família
06. Família sem condições financeiras de cuidar
07. Dificuldade de relacionamento familiar
08. Não sabe
09. Outros motivos (descreva):
12. Há quanto tempo está na instituição?
_________meses
13. O que o Sr (a) acha da instituição?
Ruim
Regular
Boa
Muito boa
14. Como o Sr(a) avalia a sua saúde?
Ruim
Regular
Boa
Muito boa
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15. Hábitos de vida (tipo / qtd / tempo)
01. Fumo (sim/não/anos/qtd)__________________________________________________ (0) não consumiu (1) consumiu pouco (2) consumiu muito 02 Uso de bebidas alcoólicas
(sim/não/anos/qtd)____________________________________ (0) não consumiu (1) por poucos anos (2) por muitos anos
03. Uso de drogas
(sim/não/anos/qtd)________________________________________________
04. Ativ. física/fisioterap.
(sim/não/tipo/núm.vezes/sem________________________________
16. Qual a sua principal preocupação hoje?
01. Não tem preocupações
02. Saúde
03. Família
04. Dinheiro
05. Qualidade da alimentação
06. É o dia de amanhã (Futuro)
07. Religião
08. Amor
09. Lazer
10. Independência/ autonomia
11. Segurança
12. Amigos
13. Nada é importante
14. Não sabe
15. Outras (descreva)
17. Qual a origem da sua renda: (Permite mais de uma alternativa)
01. Aposentadoria
02. Aplicação financeira
03. Pensão
04. Poupança
05. Ajuda de familiares
06. Não sabe
07. Outra (descreva):
18. Diagnóstico/ Medicamento (CONFERIR COM PRONTUÁRIO)
Doenças__________________________________________________________
Medicamentos_____________________________________________________
19. OBSERVAÇÕES / CONSIDERAÇÕES
INTERNAÇÕES_________________________________________________________
CIRURGIAS________________________________________________________
OCUPAÇÃO________________________________________________________
LEGENDA ANALFAB/ ESCOLA PRIMÁRIA INCOMPLETA
ESC. PRIMÁRIA COMPLETA/ GINÁSIO INCOMP.
GINÁSIO COMPLETO / COLÉGIO INCOMP. COLÉG. COMPLETO / ENS. SUP. INCOMP. ENS. SUP. COMPLETO CIGARRO: 1 CARTEIRA - 20 CIGARROS
FUMO: 1 SACO = 50 g COPO: 180 ml DOSE: 30 ml
1000ml= 33 doses 750ml=25 doses 1 cerveja=600ml
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ANEXO A PARECER DE APROVAÇÃO
UERN - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
NORTE Continuação do Parecer: 2.536.445
Infraestrutura anuencia.pdf 19/06/2017 ROSA Aceito 00:37:41
Orçamento orcamento.pdf 19/06/2017 ISLEANIA MARIA Aceito 00:36:51 MARQUES MOREIRA ROSA
Declaração de declaracao_compromisso_pesquisador. 19/06/2017 ISLEANIA MARIA Aceito Pesquisadores pdf 00:36:12 MARQUES
MOREIRA ROSA
Folha de Rosto Folha_de_Rosto.pdf 19/06/2017 ISLEANIA MARIA Aceito 00:34:09 MARQUES MOREIRA ROSA
Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: Não
MOSSORO, 10 de Março de 2018
Assinado por: Pablo de Castro Santos
(Coordenador)
Endereço: Avenida Professor Antônio Campos, s/nº, BR 110, km 48 - Campus Central - UERN Bairro: Presidente Costa e Silva CEP: 59.610-090 UF: RN Município: MOSSORO
Telefone: (84)3312-7032 E-mail: [email protected]
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UERN - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
NORTE
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
DADOS DA EMENDA
Título da Pesquisa:O idoso institucionalizado: uma avaliação cognitiva e funcional Pesquisador: ISLEANIA MARIA MARQUES MOREIRA ROSA Área Temática: Versão: 3 CAAE: 69898517.6.0000.5294 Instituição Proponente: Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Patrocinador Principal: Financiamento Próprio
DADOS DO PARECER
Número do Parecer: 2.536.445
Apresentação do Projeto: trata-se de uma emenda de projeto que visa acrescentar ao rol da pesquisa idosos curatelados. O
cronograma de pesquisa foi alterado para dar visibilidade ao novo quantitativo de sujeitos. Objetivo da Pesquisa: Investigar sinais e sintomas de déficit cognitivo e sinais de depressão em idosos residentes em uma instituição de longa permanência. Objetivos específicos -Analisar a prevalência do déficit cognitivo e sua associação com outras condições,
sóciodemográfica (sexo, situação conjugal, cor da pele, idade, escolaridade e renda) e
epidemiológica (doenças e uso de medicamentos), associados ou não a sinais e sintomas
de depressão; - Colaborar na organização de planos de cuidados que contribuam com a prevenção de agravos das
doenças em estudo e colaborem com o paciente, com o profissional de saúde e com familiares, na
manutenção de uma boa qualidade de vida do idoso; - Caracterizar e descrever os sinais e sintomas demenciais e/ou depressivos nos idosos residentes na ILP envolvida no estudo; - Analisar o uso dos serviços de saúde da ILP e sua dinâmica no atendimento ao idoso a fim de fornecer
subsídios para um redimensionamento das ações e estratégias de saúde pública voltadas para este grupo
populacional baseado no princípio da integralidade do cuidado em saúde do
Endereço: Avenida Professor Antônio Campos, s/nº, BR 110, km 48 - Campus Central - UERN Bairro: Presidente Costa e Silva CEP: 59.610-090 UF: RN Município: MOSSORO
Telefone: (84)3312-7032 E-mail: [email protected]
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ANEXO B – MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM)
1. Orientação
temporal (0 - 5
pontos)
Em que dia estamos? Ano
Semestre
Mês
Dia Dia da semana
1
1
1
1 1
2. Orientação
espacial (0 - 5 pontos)
Onde estamos? Estado
Cidade Bairro
Rua
Local
1
1 1
1
1
3. Repita as palavras (0 - 3 pontos)
Peça ao idoso para repetir as
palavras depois de dizê-las
Repita todos os objetos até que o entrevistado o
aprenda (máximo 5
repetições)
Caneca Tijolo
Tapete
1 1
1
4. Cálculo O(a) Sr(a) faz cálculos? Sim (vá para 4a) Não (vá para 4b)
4a/4b
4a. Cálculo OU 4b
(0 - 5 pontos)
Se de R$100,00 fossem
tirados R$ 7,00 quanto
restaria? E se tirarmos mais R$ 7,00? (total 5
subtrações)
93
86
79 72
65
1
1
1 1
1
4b Soletre a palavra MUNDO de trás para frente
O D
N
U
M
1 1
1
1
1
5. Memorização
(0-3 pontos)
Repita as palavras que disse
há pouco
Caneca
Tijolo
Tapete
1
1
1
6.Linguagem (0-3 pontos)
Mostre um relógio e uma caneta e peça ao idoso para
nomeá-los
Relógio Caneta
1 1
7.Linguagem (1 ponto)
Repita a frase: NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ.
1
8.Linguagem
(0-2 pontos)
Siga uma ordem de três
estágios:
Pegue o papel com a
mão direita
Dobre-o ao meio Ponha-o no chão
1
1
1
9. Linguagem
(1 ponto)
Escreva em um papel:
“feche os olhos”. Peça ao
idoso para que leia a ordem e a execute
FECHE OS OLHOS 1
10.Linguagem
(1 ponto)
Peça ao idoso para escrever
uma frase completa.
_____________ 1
11.Linguagem (1 ponto)
Copie o desenho
1
Fonte: Brasil, 2006 TOTAL:________
132
ANEXO C - TESTE DO RELÓGIO (TDR)
Solicitar:
desenho de um mostrador de relógio com números;
acrescentar os ponteiros do relógio, de horas e minutos;
representar o horário de 2 horas e 50 minutos.
Fonte: Brasil, 2006.
133
ANEXO D - ÍNDICE DE KATZ
Para cada área de funcionamento listada abaixo assinale a descrição que melhor se aplica. A palavra “assistência” significa supervisão, orientação ou
auxílio pessoal.
BANHO: avaliar em relação ao uso do chuveiro, da banheiraa e ao ato de esfregar –se em qualquer uma dessas situações. Nessa função, além do
padronizado para todas as outras, também são considerados independentes os idosos que receberem algum auxílio para banhar uma parte específica do corpo, por exemplo, a região dorsal ou uma das extremidades.
Não recebe assistência (entra e sai Recebe
assistência no banho so
do banheiro sozinho se essa é usualmente utilizado
para banho). I
Recebe assistência no banho
somente para uma parte do corpo
(como costas ou perna). I
Recebe assistência no banho em mais de uma
parte do corpo. D
VESTIR: avaliar em relação ao ato de pegar as roupas no armário, bem como o ato de vestir-se propriamente dito. Fechos e cintos estão incluídos. Calçar os calçados está excluído da avaliação. Será considerado dependente as pessoas que recebem alguma assistência pessoal ou que permanecem parcial ou totalmente despidos.
Pega as roupas e veste-se sozinho. I Pega as roupas e veste-se sozinho,
exceto amarrar os sapatos. I
Recebe assistência para pegar as roupas para
vestir-se ou permanece parcial ou totalmente
despido. D BANHEIRO: a função “ir ao banheiro” compreende o ato de ir ao banheiro para exceções, higienizar-se e arrumar as próprias roupas. Os idosos considerados independentes podem ou não utilizar algum equipamento ou ajuda mecânica para desempenhar a função sem que isso altere sua classificação. Dependentes são aqueles que recebem qualquer auxílio direto ou que não desempenham a função. Aqueles que utilizam “papagaios” ou “comadres” também são considerados dependentes.
Vai ao banheiro, higieniza-se e veste após as eliminações sem assistência (pode utilizar objetos
como bengala, andador, barras de apoio ou cadeira de
rodas e pode utilizar comadre ou urinol à noite
esvaziando por si mesmo pela manhã). I
Recebe assistência para ir ao banheiro ou para
higienizar-se ou para vestir-
se após as eliminações ou
para usar o urinol ou
comadre à noite. D
Não vai ao banheiro para urinar ou evacuar. D
TRANSFERÊNCIA: a função “transferência” é avaliada pelo movimento desempenhado pelo idoso para sair da cama e sentar-se em uma cadeira e vice-
versa. Como na função anterior, o uso de equipamentos ou suporte, o uso de equipamentos ou suporte mecânico não altera a classificação de independência para a função. Dependentes são as pessoas que recebem qualquer auxílio em qualquer das transferências ou que não executam uma ou mais transferências.
Deita-se e levanta-se da cama ou da cadeira sem
assistência (pode utilizar um objeto de apoio como
bengala ou andador). I
Deita-se e lavanta-se da
cama ou da cadeira com
auxílio. D
Não sai da cama. D
CONTINÊNCIA: “continência” refere-se ao ato inteiramente autocontrolado de urinar ou defecar. A dependência está relacionada à presença de incontinência total ou parcial em qualquer das funções. Qualquer tipo de controle externo como enemas, cateterização ou uso regular de fraldas classifica a pessoa como dependente.
Tem controle sobre as funções de urinar e evacuar. I Tem “acidentes” (perdas urinárias ou fecais)
ocasionais. D
Supervisão para controlar urina e fezes, utiliza
cateterismo ou é incontinente. D
ALIMENTAÇÃO: a função “alimentação” relaciona-se ao ato de dirigir a comida ao prato (ou similar) à boca. O ato de cortar os alimentos ou prepará-los está excluído da avaliação. Dependente são as pessoas que recebem qualquer assistência pessoal. Aqueles que não se alimentam sem ajuda ou que utilizam sondas para se alimentarem são considerados dependentes.
Alimenta-se sem assistência. I Alimenta-se sem assistência, exceto para
cortar carne ou passar
manteiga no pão. I
Recebe assistência para se alimentar ou é alimentado parcial ou totalmente por sonda
enteral ou parenteral. D
Fonte: Brasil, 2006.
134
ANEXO E - QUESTIONÁRIO PFEFFER DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL – QPAF
Fonte: Brasil, 2006.
1. (PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar do seu próprio dinheiro?
2. (PESSOA IDOSA) é capaz de fazer as compras sozinho (por exemplo de comida
e roupa)?
3. (PESSOA IDOSA) é capaz de esquentar água para café ou chá e apagar o fogo?
4. (PESSOA IDOSA) é capaz de preparar comida?
5. (PESSOA IDOSA) é capaz de manter-se a par dos acontecimentos e do que se
passa na vizinhança?
6. (PESSOA IDOSA) é capaz de prestar atenção, entender e discutir um programa
de radio, televisão ou um artigo do jornal?
7. (PESSOA IDOSA) é capaz de lembrar de compromissos e acontecimentos
familiares?
8. (PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar de seus próprios medicamentos?
9. (PESSOA IDOSA) é capaz de andar pela vizinhança e encontrar o caminho de
volta para casa?
10. (PESSOA IDOSA) é capaz de cumprimentar seus amigos adequadamente?
11. (PESSOA IDOSA) é capaz de ficar sozinho (a) em casa sem problemas?
135
ANEXO F - ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA ABREVIADA (EDG-15)
Brasil, 2006.
1. Está satisfeito(a) com sua vida? Sim ( ) Não ( )
2. Interrompeu muitas de suas atividades? Sim ( ) Não ( )
3. Acha sua vida vazia? Sim ( ) Não ( )
4. Aborrece-se com freqüência? Sim ( ) Não ( )
5. Sente-se bem com a vida na maior parte do tempo? Sim ( ) Não ( )
6. Teme que algo ruim lhe aconteça? Sim ( ) Não ( )
7. Sente-se alegre a maior parte do tempo? Sim ( ) Não ( )
8. Sente-se desamparado com freqüência? Sim ( ) Não ( )
9. Prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? Sim ( ) Não ( )
10. Acha que tem mais problemas de memória que
outras pessoas?
Sim ( ) Não ( )
11. Acha que é maravilhoso estar vivo(a)? Sim ( ) Não ( )
12. Sente-se inútil? Sim ( ) Não ( )
13. Sente-se cheio/a de energia? Sim ( ) Não ( )
14. Sente-se sem esperança? Sim ( ) Não ( )
15. Acha que os outros tem mais sorte que você? Sim ( ) Não ( )