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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciências Sociais Faculdade de Administração e Finanças Evandro Ferreira Porto A Importância dos Controles Internos como ferramenta de apoio à gestão de Empresas de Pequeno Porte (EPP’s): um estudo de caso em uma empresa de alimentos Rio de Janeiro 2009

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciências Sociais

Faculdade de Administração e Finanças

Evandro Ferreira Porto

A Importância dos Controles Internos como ferrament a de apoio à

gestão de Empresas de Pequeno Porte (EPP’s): um est udo de caso

em uma empresa de alimentos

Rio de Janeiro

2009

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciências Sociais

Faculdade de Administração e Finanças

Evandro Ferreira Porto

A Importância dos Controles Internos como ferrament a de apoio à

gestão de Empresas de Pequeno Porte (EPP’s): um est udo de caso

em uma empresa de alimentos

Dissertação apresentada à Banca

Examinadora da Universidade do Estado do

Rio de Janeiro, como exigência parcial para

obtenção do título de Mestre em Ciências

Contábeis.

Orientador: Professor Livre Docente Julio Sergio de Souza Cardozo

Rio de Janeiro

2009

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CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ/FAF/BIBLIOTECA MCC

Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos , a reprodução total ou parcial desta dissertação. ___________________________________ _________________ Assinatura Data

P839i Porto, Evandro Ferreira

A importância dos controles internos como ferramenta de apoio à gestão para tomada de decisão em empresas de pequeno porte (EPP’s): um estudo de caso em uma empresa de alimentos / por Evandro Ferreira Porto – Rio de Janeiro: UERJ/FAF, 2009. 175 f.

Orientador: Prof. LD. Júlio Sergio de Souza Cardozo. (Dissertação) de Mestrado em Ciências Contábeis – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Administração e Finanças. Bibliografia: f. 143-148

1. Controle interno – Teses. 2. Pequenas empresas. I. Cardozo, Julio Sergio de Souza. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Administração e Finanças. III.Título

CDU 658.151

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Evandro Ferreira Porto

A Importância dos Controles Internos como ferrament a de apoio à gestão de Empresas de Pequeno Porte (EPP’s): um est udo de caso

em uma empresa de alimentos

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Contábeis.

Aprovada em 11 de março de 2009 Banca examinadora:_________________________________ ______________________

Professor Livre Docente Julio Sergio de Souza Cardo zo (Orientador) Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professor Dr. Francisco José dos Santos Alves Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professor Dr. Luis Perez Zotes Universidade Federal Fluminense

Rio de Janeiro

2009

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho

Especialmente a minha filha Victoria de Carvalho Fe rreira Porto, simplesmente minha vida.

A minha mãe Josefa Ferreira Porto, uma guerreira, sem ela não teria isso tudo

seria impossível.

A meu primo irmão Marcos Taylor Gentile, por tud o que fez por mim e pela minha família.

A minha namorada, Adriana Vieira de Carvalho por to do apoio e ajuda nas

pesquisas realizadas, além do incentivo e compreens ão dos momentos ausentes.

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AGRADECIMENTOS A Deus, em primeiro lugar, por estar sempre presen te nos meus caminhos. Ao admirável professor LD. Julio Sergio de Souza C ardozo pelo apoio, incentivo e orientação, os quais foram fundamentais para que este trabalho se concretizasse. Foi um privilégio e uma honra ter si do aluno de um grande e respeitável profissional. Ao especial professor Dr. Francisco José dos Santo s Alves, pelo apoio, incentivo, conselhos e por sua valiosa contribuição para que este trabalho se realizasse. Ao professor Dr. Josir Simeone Gomes, pela sua com petência na condução do mestrado e pela sua constante luta para tornar e ste curso uma referência, assim como é seu nome no meio acadêmico. Aos meus amigos e sócios Rogério Barbosa e Maurici o Marques pela paciência, incentivo e apoio. E a minha família, minha mãe e meus irmãos, pelo i ncentivo e todo apoio que me deram. Aos grandes professores: Álvaro Vieira Lima, Ferna ndo Pereira Tostes, Frederico Antonio Azevedo de Carvalho, Gilcina G. M achado, Jose Roberto de Souza Blaschek, Lino Martins da Silva e Luiz da Cos ta Laurencel, os quais foram, simplesmente, excelentes. E aos maravilhoso(a)s colegas de classe: Claudia F elix, Aline Moura, Anderson Fraga, Eliane Cortes, Melissa Moraes, Robs on Oliveira, Roberto Vieira, Maurício Almeida, Vania Silva, Renato Trisciuzzi, H eliton Ribeiro e Antonio Castanheiro.

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RESUMO

O presente estudo buscou compilar quais os benefícios dos controles internos para

a gestão de empresas. A maior parte dos trabalhos produzidos pela academia está voltada

para as médias e grandes empresas devido à complexidade que atingem em suas

atividades. O objetivo deste trabalho é avaliar a importância dos controles internos como

ferramenta de apoio à gestão de empresas de pequeno porte (EPP’s) através de um

estudo de caso em uma empresa de alimentos estabelecida na cidade do Rio de Janeiro,

com faturamento anual de, aproximadamente, seis milhões de reais. Uma das

características das empresas de pequeno porte é a administração exercida diretamente

pelos proprietários, que administram suas empresas com um misto de tino comercial, sorte

e oportunismo. Esses, com pouco conhecimento de gestão, veem os controles internos

apenas como um instrumento de combate a fraudes. Os escândalos contábeis ocorridos

nos Estados Unidos no início desta década originaram a promulgação da lei Sarbanes-

Oxley, cujo principal objetivo foi restaurar a confiança nos controles internos das

empresas. A partir desse evento, os controles internos passaram a ser tratados pela

imprensa, empresas e órgãos reguladores apenas como um instrumento de combate a

fraudes. Logo, essa é a visão que muitos empresários têm dos controles internos. O

resultado do trabalho constatou a ausência de controles, bem como a falta de

conhecimentos de gestão dos proprietários, e mostra que, se a empresa em estudo

adotasse os controles internos como ferramenta de apoio à gestão, conseguiria reduzir

seus gastos em aproximadamente 30% do seu faturamento, o que ajudaria a recuperar

suas finanças e com isso evitar sua possível falência. Também justifica a relação

custo/benefício satisfatória.

Palavras chave: Controles internos, gestão de empresas, tomada de decisão, empresas

de pequeno porte e fraudes.

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ABSTRACT

This study sought evidence to which benefits of internal controls for the

management of companies. The internal control is common in most medium and large

companies because of the complexity in reaching their activities. Most of the published

literature by the academy is directed to these companies. The objective of this study is to

analyze the importance of internal controls as a tool to support management for decision

making in small companies (EPP's) through a case study in a food service company

established in the city of Rio de Janeiro, whose annual billing is approximately 6 million

reais. One of the characteristics of small companies is that their management is done by

the owners and they manage their businesses with a mix of asset trade, opportunism and

luck to make things happen. They have little knowledge of management and internal

controls seen only as a tool to combat fraud. The accounting scandals that occurred in the

United States of America at the beginning of this decade, which led to the creation of a law

known as Sarbanes-Oxley Act which main objective was to restore the trust of the

companies. From this event, internal controls have been treated by the press, companies

and regulatory bodies solely as a tool to combat fraud. So this is the vision that many

entrepreneurs have of internal controls. The result of this work shows the lack of internal

controls and also the lack of entrepreneurs’ management knowledge and also shows that if

the company under study adopts internal controls as a tool to support management it could

reduce the spending of its turnover by approximately 30%, which substantially help its

finances in order to prevent its bankruptcy. The relation of cost / benefit was satisfactory.

Keywords: Internal controls, business management, decision making and fraud.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Modelo para controle de caixa......................................................................103

Quadro 2 – Modelo de fluxo de caixa financeiro.............................................................104

Quadro 3 – Modelo para controle de conta bancárias (Banco Conta Movimento)..........108

Quadro 4 – Modelo para reconciliação de contas bancárias com o livro razão (registro contábil)..........................................................................................109

Quadro 5 – Modelo para controle de fornecedores.........................................................116

Quadro 6 – Modelo para controle das contas a pagar.......................................................116

Quadro 7 – Modelo para controle de cartões de créditos..................................................122

Quadro 8 – Modelo para controle permanente dos estoques por mercadoria ou

produto acabado...........................................................................................125

Quadro 9 – Modelo para controle permanente dos estoques de mercadorias ou

produtos acabados.......................................................................................126

Quadro 10 – Modelo de ficha técnica de produto..............................................................131

Quadro 11 – Modelo para controle individual de itens do imobilizado...............................137

Quadro 12 – Taxas de Depreciação..................................................................................138

Quadro 13 – Modelo para controle total do imobilizado com o uso de planilha

Eletrônica......................................................................................................139

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

AAA - Associação Americana de Contabilidade

AICPA - Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CFC - Conselho Federal de Contabilidade

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

COSO - Committee of Sponsoring Organizations)

CRC – Conselho Regional de Contabilidade

CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social

CVL – Custo/Volume/Lucro

DRE – Demonstração do Resultado do Exercício

EPP’s – Empresas de Pequeno Porte

FEI - Instituto de Executivos Financeiros

FGTS – Fundo de Garanti por Tempo de Serviço

IBRACON – Instituto dos Auditores do Brasil

ICMS – Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IIA - Instituto de Auditores Internos

IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados

ISS – Imposto sobre Serviços

NBC – Normas Brasileira de Contabilidade

PCGA – Princípios Contábeis Geralmente Aceitos

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas

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SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT LISTA DE QUADROS LISTAS DE SIGLAS E ABREVIATURAS 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................14

1.1 Problema da pesquisa........................... .................................................................16

1.2 Objetivo da pesquisa........................... ...................................................................16

1.2.1 Objetivo geral............................................................................................................16

1.2.2 Objetivos específicos................................................................................................17

1.3 Justificativa da pesquisa...................... ..................................................................17

1.4 Relevância da pesquisa......................... .................................................................18

1.5 Organização do estudo......................... ..................................................................19

2 EMPRESAS DE PEQUENO PORTE – EPP’s................ ..........................................20

2.1 Definição e enquadramento de empresa de pequeno porte...............................20

2.1.1 Definição utilizada pelo BNDES................................................................................20

2.1.2 Definição utilizada pelo SEBRAE..............................................................................21

3 CONTROLES INTERNOS........................................................................................23

3.1 Definição de controles internos................ .............................................................23

3.2 Objetivos dos controles internos............... ...........................................................24

3.3 A importância dos controles internos........... ........................................................27

3.4 Ambiente de controle nas empresas de pequeno po rte.....................................28

3.5 Segregação de funções......................... .................................................................29

4 CONTROLES INTERNOS MÍNIMOS NECESSÁRIOS PARA EMPRE SAS DE

PEQUENO PORTE...................................................................................................31

4.1 Controles internos no caixa................... ............................ ...................................31

4.2 Controles internos nas contas bancárias........ .....................................................33

4.3 Controles internos nas compras e das contas a pagar.......................................36

4.3.1 Controles internos nas compras................................................................................36

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4.3.2 Controles internos das contas a pagar......................................................................37

4.4 Controles internos nas vendas e das contas a r eceber......................................38

4.4.1 Controles internos nas vendas..................................................................................38

4.4.2. Controles internos das contas a receber...................................................................40

4.5 Controles internos nos estoques e na produção. ................................................42

4.5.1 Controles internos nos estoques...............................................................................42

4.5.2 Controles internos na produção................................................................................46

4.6 Controles internos no setor de pessoal e na fo lha de pagamento....................49

4.6.1 Controles internos no setor de pessoal.....................................................................49

4.6.2 Controles internos na folha de pagamento.................. .............................................53

4.7 Controles internos nas atividades administrati vas.............................................56

4.8 Controles internos do imobilizado............. ...........................................................60

4.9 Controles internos contábeis.................. ...............................................................60

5 A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO....... ............................65

5.1 Gestão........................................ ..............................................................................65

5.1.1 Conceitos de gestão..................................................................................................65

5.1.2 Modelos de gestão....................................................................................................66

5.2 A Contabilidade como instrumento de gestão..... ................................................68

5.2.1 A importância da informação contábil.......................................................................69

5.2.2 Conhecendo o comportamento dos custos...............................................................70

5.2.3 Método de custeio.....................................................................................................71

5.2.4 Sistemas de acumulação de custos..........................................................................72

5.2.5 Como precificar?.......................................................................................................73

6 METODOLOGIA DA PESQUISA.......................... ...................................................75

6.1 Método de pesquisa............................. ...................................................................75

6.2 Seleção da amostra............................. ....................................................................79

6.3 Coleta dos dados............................... .....................................................................80

6.4 Análise dos dados.............................. .....................................................................80

6.5 Limitação do método de pesquisa................ ........................................................81

7 O ESTUDO DO CASO..............................................................................................83

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7.1 Considerações sobre a empresa ................. .........................................................83

7.2 Principais deficiências no processo de gestão.. .................................................84

7.2.1 Aspectos da administração do negócio.....................................................................84

7.2.2 Empresa “A”..............................................................................................................88

7.2.3 Empresa “B”..............................................................................................................91

7.2.4 Pró-Labore................................................................................................................93

7.2.5 Sistema de refrigeração............................................................................................94

7.2.6 Horário de funcionamentos do escritório e do restaurante.......................................96

7.3 Controles internos nas atividades administrativ as.............................................98

7.4 Controles internos no disponível (caixa e banco s)...........................................100

7.4.1 Controles internos no caixa.....................................................................................100

7.4.2 Controles internos nas contas bancárias................................................................105

7.5 Controles internos nas compras e das contas a p agar.....................................110

7.5.1 Controles internos nas compras..............................................................................110

7.5.2 Controles internos das contas a pagar....................................................................113

7.6 Controles internos nas vendas e das contas a re ceber....................................117

7.6.1 Controles internos nas vendas................................................................................117

7.6.2 Controles internos das contas a receber.................................................................119

7.7 Controles internos nos estoques e na produção.. .............................................122

7.7.1 Controles internos nos estoques.............................................................................122

7.7.2 Controles internos na produção..............................................................................127

7.8 Controles internos no setor de pessoal e na fol ha de pagamento..................132

7.9 Controles internos no imobilizado.............. ........................................................135

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................. .......................................................140

8.1 Características de empresas de pequeno porte... .............................................140

8.2 Resultado do estudo............................ .................................................................143

8.3 Conclusões do estudo........................... ...............................................................145

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................... ................................................147

10 ANEXOS.................................................................................................................153

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1 INTRODUÇÃO

Souza (2008, p. 31), citando a pesquisa do Sebrae/SP, mostra que a importância

que as empresas de pequeno porte têm na economia brasileira é muito grande, pois são

responsáveis pela maior parte da mão-de-obra empregada, gerando desta forma uma

melhor distribuição de renda e consequentemente melhores condições de vida. Diante

dessa importância, precisamos contribuir com temas que possam ajudar tais empresas a

melhor gerir suas operações de forma a manter sua continuidade.

Abordar controles internos para empresas de pequeno porte não como uma

ferramenta apenas para salvaguardar ativos, evitar erros ou fraudes e garantir a exatidão

dos registros de operações, e sim como ferramenta de apoio à gestão, não é uma tarefa

fácil, considerando que grande parte dos trabalhos publicados está voltada para empresas

consideradas de médio e grande porte.

Muitos dos empresários de empresas de pequeno porte conhecem os produtos que

pretendem vender, suas qualidades, seus benefícios, porém não têm conhecimento para a

correta identificação de resultado, desconhecem a correta formação de preço de venda de

seus produtos, desconhecem o ponto de equilíbrio, entre outros benefícios.

Desta forma as empresas que quiserem garantir vantagem competitiva em um

cenário socioeconômico cada vez mais dinâmico, de forma a enfrentar a concorrência,

bastante acirrada, em igualdade de condições, precisam desenvolver sistemas de

controles confiáveis e flexíveis. As empresas com estrutura de controles internos garantem

uma vantagem importante sobre aquelas que, ainda, não adotaram um processo

organizado e eficaz. E independentemente de seu tamanho ou de seu segmento,

processos bem controlados tornam-se condição indispensável como instrumento de

gestão.

Para isso as empresas precisam de um sistema de controle interno bem concebido

e eficientemente aplicado, que possa oferecer mais do que segurança razoável de que

erros possam ser evitados, minimizados ou descobertos no decorrer das atividades da

empresa, de forma que sejam corrigidos a contento. Ele também precisa oferecer

informações importantes para a tomada de decisão. No entanto, é preciso que um

satisfatório sistema de controle interno ofereça segurança de que as informações

coletadas, registradas e fornecidas mereçam confiança. Não obstante o uso generalizado

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de sistemas informatizados, muitos erros, quer por omissão, intenção ou imperícia, podem

ocorrer no curso das atividades das empresas, gerando informações contábeis, financeiras

e gerenciais incorretas e consequentemente levando o gestor a tomar decisões cujo

resultado pode não ser o esperado ou até prejudicar o negócio.

A estrutura dos controles internos varia de empresa para empresa, em razão das

características do segmento econômico de cada uma. Por isso, não existe modelo

preconcebido que se adapte às peculiaridades das empresas. Consequentemente, cada

uma deve desenhar sua estrutura de controles em consonância com as necessidades

específicas de sua administração.

O controle interno não é um evento ou circunstância, mas sim uma série de ações

que devem estar intrinsecamente relacionadas com as atividades de uma empresa, ações

essas inerentes ao modelo ou desenho que o gestor pode adotar na administração de

seus negócios e que todas as empresas deveriam implementar para assegurar a

condução ordenada, segura e eficiente de suas atividades. O gestor deve ser capaz de

implementar sistemas de controles de acordo com a sua sensibilidade do negócio e que

apresentem uma relação custo-benefício satisfatória para sua empresa.

Uma pesquisa foi realizada pelo Sebrae no primeiro semestre de 2007 (vol. I, p. 38),

cujo objetivo foi avaliar as taxas de sobrevivência e de mortalidade das pequenas

empresas brasileiras, bem como apurar os fatores condicionantes nas dificuldades no

gerenciamento delas, visando à atuação coordenada e efetiva dos órgãos públicos e

privados em prol da sustentabilidade e do fortalecimento das pequenas empresas em

atividade, evitando, assim seu encerramento precoce. Por meio de entrevistas aos

empresários/proprietários dessas empresas (2005, p. 39), foram revelados fatores

condicionantes ao insucesso do negócio, dos quais estão destacados os mais relevantes,

para que se possa fazer uma análise da relação desses fatores entre eles mesmos: “As

políticas públicas e arcabouço legal (54%); carga tributária elevada (43%); causas

econômicas conjunturais (62%); falta de capital de giro (37%); problemas financeiros

(25%) e falhas gerenciais (68%).”

De todos os fatores condicionantes levantados na pesquisa, cabe destacar o fator

“falta de conhecimentos gerenciais”, cuja participação foi de 13%, o que significa que a

maioria dos entrevistados considerou ter capacitação gerencial; no entanto, o fator

condicionante “falhas gerenciais” foi de 68%. O fato mostra que os entrevistados talvez

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não tenham compreendido bem essa relação ou não quisessem admitir a falta de

qualificação para administrar suas empresas, e como consequência desconhecem as

ferramentas e as práticas de gestão para a condução do negócio, sendo, talvez, o fator

condicionante mais importante para o fracasso dessas empresas. Portanto, ao contrário do

que se pensa, o que leva uma empresa ao fracasso não são os impostos ou a

necessidade de crédito, mas principalmente a falta de preparo, informação, planejamento,

controles e conhecimento específico sobre o negócio.

O mercado já reconhece a importância dos controles internos como um conjunto de

procedimentos que irão ajudar as empresas a atingir seus objetivos operacionais, de

mensuração e divulgação do desempenho financeiro, de cumprimento de leis e

regulamentos, bem como de proteção de ativos. Um controle interno adequado pode

sinalizar com informações confiáveis de que o negócio pode ou não ser vendido ou diante

de suas potencialidades contribua na realização da reestruturação na linha de produtos

com o objetivo de crescer ou se manter.

No entanto, não se pode atribuir unicamente aos controles internos a garantia de

que todos os problemas serão resolvidos e todos os objetivos e metas alcançados levando

a empresa ao sucesso no seu negócio. É preciso se levar em consideração que se está

tratando de uma ferramenta de apoio à gestão, e não sobre como o negócio é

administrado.

1.1 Problema da pesquisa

Neste contexto, caracteriza-se o seguinte problema de pesquisa: as empresas de

pequeno porte se utilizam de controles internos como ferramenta de apoio à gestão para

tomada de decisão?

1.2 Objetivo da pesquisa

1.2.1 Objetivo geral

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Pretende-se, com esta pesquisa, identificar o sistema de controle interno existente

em uma empresa de pequeno porte e a sua aplicabilidade como ferramenta de apoio à

gestão para tomada de decisão.

1.2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos da pesquisa são:

1 – Identificar a existência de sistema de controle interno na empresa pesquisada.

Espera-se que a resposta à questão possa fazer com que sejam detectadas as

principais deficiências tanto dos controles existentes quanto dos ausentes.

2 – Avaliar a importância do sistema de controle interno como ferramenta de apoio

à gestão para tomada de decisão e/ou como instrumento de combate a fraudes,

desvios e furtos.

Espera-se que a resposta à questão possa evidenciar os controles internos não

só como ferramenta de combate a erros, fraudes, desvios e furtos, mas também

como uma importante ferramenta de geração de informações úteis para o

processo decisório.

3 – Avaliar se a relação custo/benefício na implementação de uma estrutura de

controles internos justifica sua existência.

Espera-se que a resposta à questão possa evidenciar o retorno satisfatório que

os controles internos podem proporcionar no processo de gestão do negócio,

não só em relação ao combate de fraudes, desvios e furtos, mas também em

relação à melhora da eficiência nas atividades da empresa.

1.3 Justificativa da pesquisa

Com esta pesquisa, procura-se compreender se as empresas de pequeno porte

podem melhorar sua gestão com o uso dos controles internos. Os procedimentos de

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controle interno são comuns em empresas de médio e grande porte, e cooperam para que

os seus objetivos institucionais possam ser alcançados, acarretando maior confiabilidade

às informações necessárias ao processo decisório nessas organizações. Já para

empresas de pequeno porte, não há estudos na literatura investigando sua utilidade.

Quando se está envolvido com empresas de pequeno porte, é natural o despertar

de interesse em fazer um trabalho que possa contribuir com algo melhor para tais

empresas. Sendo assim, o objetivo deste estudo é mostrar quão importante é o uso dos

controles internos como ferramenta no apoio à gestão e justificar que a relação

custo/benefício é satisfatória. Os ganhos não são somente relacionados a evitar fraudes,

erros, desvios etc., mas também como precificar apropriadamente um produto, como

custear corretamente operações, melhorar a eficiência, entre outros benefícios. Portanto,

pesquisas que abordem essas questões podem incentivar a adotar uma estrutura mínima

de controles internos para atender às necessidades de informações para a gestão mais

eficiente, capacitando as empresas para atuar num mercado cada vez mais competitivo.

1.4 Relevância da pesquisa

Este estudo se torna relevante quando se observa que a maioria das empresas de

pequeno porte fracassa por falta de boa gestão e despreza completamente a importância

de uma estrutura mínima de controles e sistema de informação que ajudariam a entender

melhor seu desempenho e com isso ter o mínimo de informações que subsidie os gestores

na tomada de decisão.

É inquestionável a importância que devem desempenhar os controles internos nas

empresas. Entretanto, mesmo com o reconhecimento dessa importância, observa-se no

Brasil a escassez bibliográfica sobre os sistemas de controles internos voltados para

empresas de pequeno porte e sua utilização no processo decisório. Além disso, a carência

de verificações empíricas que possibilitem avaliar os sistemas usuais implantados é

notória, pois praticamente inexiste pesquisa na área.

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1.5 Organização do estudo

O presente estudo foi organizado de modo que, inicialmente, se pudesse ter uma

visão geral de sua importância, demonstrando quão essenciais são os controles internos

para as empresas, inserindo-se neste contexto as empresas de pequeno porte. São

apresentados também neste capítulo os objetivos do trabalho, a justificativa da pesquisa,

sua importância e organização.

O ponto de partida (primeiro capítulo) apresenta o problema que desencadeou o

estudo, assim como as questões levantadas.

O segundo capítulo apresenta a definição e o enquadramento de empresas de

pequeno porte.

Os capítulos 3, 4 e 5 apresentam as bases teóricas que fundamentam esta

pesquisa, enfocando-se as discussões dos autores sobre os diferentes sistemas de

controles e o uso deles no processo decisório. Também apresentam uma estrutura mínima

de controles internos que podem ser adotados por empresas de pequeno porte.

O sexto capítulo foi reservado para descrever a metodologia utilizada, apresentar a

forma de coleta de dados e as limitações do estudo.

O sétimo capítulo apresenta o estudo do caso com os resultados obtidos, de acordo

com as entrevistas realizadas e observações do pesquisador, descrevendo-se o caso

estudado. São analisados os resultados obtidos, confrontando-os com a literatura

referenciada nos capítulos 3, 4 e 5, sendo então discriminadas as deficiências detectadas,

suas possíveis consequências, assim como as possíveis soluções, de acordo com a

relação existente entre os controles internos implantados ou não na empresa e a literatura,

e o uso destes como ferramenta de apoio à gestão para tomada de decisão.

O oitavo e último capítulo apresenta as considerações finais da pesquisa e, em

seguida, chega-se a algumas conclusões.

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2 EMPRESAS DE PEQUENO PORTE – EPP’s

2.1 Definição e enquadramento de empresa de pequeno porte

Longenecker et al. (2007, p. 7) dizem que: “Entre as empresas de pequeno porte há

uma grande variedade de tamanhos.”

Diante da afirmação surgiu a seguinte pergunta: o que é uma empresa de pequeno

porte? Um salão de beleza, uma lanchonete ou uma papelaria podem ser considerados

empresas de pequeno porte; já uma empresa como a Petrobras é considerada de grande

porte. Alguns órgãos, como Sebrae, BNDES, Receita Federal, Junta Comercial etc.,

buscam definir o termo “empresas de pequeno porte” usando critérios próprios, como valor

total de receita auferida em determinado período, por quantidade de empregados, pelo

valor total de ativos ou outros, conforme definição por cada órgão. Não há uma definição

ou padronização única aceita. Os critérios utilizados em relação ao tamanho são, na sua

maioria, arbitrários, adotados para atender a um fim específico, conforme exposto nas

subseções 2.1.1 e 2.1.2.

2.1.1 Definição utilizada pelo BNDES

A classificação de porte de empresa adotada pelo BNDES e aplicável à indústria,

comércio e serviços, conforme a Carta Circular nº 64/02, de 14 de outubro de 2002, é a

seguinte:

• Microempresas: receita operacional bruta anual ou anualizada até R$ 1.200 mil (um

milhão e duzentos mil reais).

• Pequenas Empresas: receita operacional bruta anual ou anualizada superior a R$

1.200 mil (um milhão e duzentos mil reais) e inferior ou igual a R$ 10.500 mil (dez

milhões e quinhentos mil reais).

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• Médias Empresas: receita operacional bruta anual ou anualizada superior a R$

10.500 mil (dez milhões e quinhentos mil reais) e inferior ou igual a R$ 60 milhões

(sessenta milhões de reais).

• Grandes Empresas: receita operacional bruta anual ou anualizada superior a R$ 60

milhões (sessenta milhões de reais).

Observação

Na hipótese de início de atividades no próprio ano-calendário, os limites acima

referidos serão proporcionais ao número de meses em que a pessoa jurídica ou firma

individual houver exercido atividade, desconsideradas as frações de meses. Nos casos de

empresas em implantação, será considerada a projeção anual de vendas utilizada no

empreendimento, levando-se em conta a capacidade total instalada.

Quando a empresa for controlada por outra empresa ou pertencer a um grupo

econômico, a classificação do porte se dará considerando-se a receita operacional bruta

consolidada.

Os parâmetros do BNDES foram estabelecidos em cima dos parâmetros de criação

do Mercosul.

2.1.2 Definição utilizada pelo SEBRAE – Serviço Bra sileiro de Apoio às Micros e

Pequenas Empresas

O Sebrae e a Vox Populi, empresa contratada para realizar pesquisa de campo nas

26 Unidades da Federação e no Distrito Federal. Realizou um estudo por meio de

pesquisa de campo, feita no primeiro semestre de 2007, para apurar a taxa de

sobrevivência e de mortalidade das empresas constituídas em 2003, 2004 e 2005, ou seja,

empresas com até quatro, até três e até dois anos de atividade, identificando os fatores

condicionantes do fracasso e do sucesso das micro e pequenas empresas.

Para efeito desta pesquisa, se utilizará, também, o critério de classificação do

Sebrae segundo o porte de acordo com o número de empregados da empresa, sendo: 1)

microempresas: na indústria e na construção civil – até 19 empregados; e no comércio e

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serviços – até 9 empregados; 2) pequena empresa: na indústria e na construção civil – de

20 a 99 empregados; e no comércio e serviços – de 10 a 49 empregados.

Diante dessas diferentes visões sobre o conceito e enquadramento de empresas de

pequeno porte, julgou-se considerar nesta dissertação que as empresas de pequeno porte

são aquelas que têm um ou poucos sócios, segundo Longenecker at al. (2007, p. 7), uma

quantidade de funcionários inferior a 100 e com um faturamento até 10, 5 milhões de reais

ao ano.

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3 CONTROLES INTERNOS

3.1 Definição de controles internos

Existem diversas definições de controles internos. Para fins de fundamentar o

presente estudo, abaixo estão relatados os mais importantes.

O conceito mais usado é o do Comitê de Organizações Patrocinadoras (COSO -

Committee of Sponsoring Organizations) que representa um grupo de entidades

profissionais americanas tais como: O Instituto Americano de Contadores Públicos

Certificados (AICPA), a Associação Americana de Contabilidade (AAA), o Instituto de

Auditores Internos (IIA) e o Instituto de Executivos Financeiros (FEI), que assim define:

“O controle interno compreende o plano de organização e todos os

métodos e medidas adotadas na empresa para salvaguardar seus

ativos, verificar a exatidão e fidelidade dos dados contábeis,

desenvolver a eficiência das operações e estimular o seguimento das

políticas administrativas prescritas.”

O Conselho Federal de Contabilidade, através da NBC T11, afirma:

“O sistema contábil e de controles internos compreende o plano de

organização e o conjunto integrado de métodos e procedimentos

adotados pela entidade na proteção de seu patrimônio, promoção da

confiabilidade e tempestividade de seus registros e demonstrações

contábeis e de sua eficácia operacional”.

Araújo (1998, p.5), registra uma definição de Controle Interno emitida pelo AICPA:

“O controle interno compreende o plano de organização e o conjunto

coordenado dos métodos e medidas adotados pela empresa, para

salvaguardar seu patrimônio, conferir exatidão e fidedignidade dos

dados contábeis, promover a eficiência operacional e encorajar a

obediência às diretrizes traçadas pela administração da companhia.”

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Franco e Marra (2001, p.267), compreendem o controle interno como sendo:

“(...) todos os instrumentos da organização destinados à vigilância,

fiscalização e verificação administrativa, que permitem prever,

observar, dirigir ou governar os acontecimentos que se verificam

dentro da empresa e que produzem reflexos em seu patrimônio.”

O IBRACON (apud Antunes, 1998) definiu o controle interno como sendo:

“(...) o plano de organização e o conjunto ordenado dos métodos e

medidas, adotados pela entidade para proteger seu patrimônio,

verificar a exatidão e o grau de confiança de seus dados contábeis”.

Almeida (2003, p.63), discorre sobre o controle interno e sua relação com o

processo de geração de informações contábeis e gerenciais da seguinte forma:

“O controle interno representa em uma organização o conjunto de

procedimentos, métodos ou rotinas com os objetivos de proteger os

ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administração

na condução ordenada dos negócios da empresa”.

De acordo com as definições citadas, conclui-se quão importante é o controle

interno para o processo de gestão das empresas.

3.2 Objetivos do controle interno

Os objetivos podem ser estabelecidos para toda a empresa ou para atividades

específicas. Embora muitos objetivos sejam específicos para uma empresa em particular,

outros são bem comuns para outras empresas. Exemplos de um objetivo comum, que

pode ser adotado pela maioria das empresas, são: conquistar o mercado pela qualidade e

confiabilidade de seus produtos; elaborar demonstrações contábeis confiáveis para os

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usuários internos e externos para que possam extrair informações conforme os interesses

de cada um, bem como atender ao cumprimento das leis que as regulam.

Lopes Sá (1989, p. 15), descreve muito bem e com bastante propriedade os

objetivos e o papel informativo do controle interno:

“A finalidade do controle é a fidelidade da informação; a certeza de

que as coisas aconteceram tal como deveriam. (...) O controle é o

“olho” do dono, ou seja, a “presença”, através de instrumentos (que

podem ser aparelhos, impressos, pessoas etc.)”.

Dentro desse conceito estão relacionados quatro objetivos do controle interno:

• Proteger os bens;

• Conferir exatidão e fidelidade aos dados contábeis;

• Promover a eficiência operacional;

• Estimular a obediência às diretrizes administrativas estabelecidas.

Essa classificação permite separar assuntos que são de responsabilidade de

diferentes áreas, e também permite fazer uma análise dos resultados obtidos de cada área

do controle interno. De um sistema de controle interno espera-se que haja segurança

sobre a confiabilidade dos relatórios financeiros, da proteção dos ativos e do cumprimento

da legislação. Quanto à eficiência operacional, espera-se alcançar as margens esperadas,

linhas de produção bem executadas, etc., esses nem sempre estão sob o controle da

empresa. Para tais objetivos, o sistema de controles internos pode apenas contribuir, com

razoável segurança, com informações para que a empresa possa tomar as providências

necessárias o mais breve possível de forma a alcançar os resultados esperados.

Oliveira, Perez e Silva (2001, p.p. 84/85) definiram os principais objetivos do

conjunto de sistema de controle interno:

a) verificar e assegurar os cumprimentos às políticas e normas

da companhia, incluindo o código de éticas nas relações

comerciais e profissionais;

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b) obter informações adequadas, confiáveis, de qualidade e em

tempo hábil, que sejam realmente úteis para as tomadas de

decisões;

c) comprovar a veracidade de informes e relatórios contábeis,

financeiros e operacionais;

d) proteger os ativos da entidade, o que compreende bens e

direitos;

e) prevenir erros e fraudes. Em caso de ocorrência dos

mesmos, possibilitar a descoberta o mais rápido possível,

determinar sua extensão e atribuições de corretas

responsabilidades;

f) servir como ferramenta para a localização de erros e

desperdícios, promovendo ao mesmo tempo a uniformidade

e a correção;

g) registrar adequadamente as diversas operações, de modo a

assegurar a eficiente utilização dos recursos da empresa;

h) estimular a eficiência do pessoal, mediante a vigilância

exercida por meio de relatórios;

i) assegurar a legitimidade dos passivos da empresa, com o

adequado registro e controle das provisões, perdas reais e

previstas;

j) assegurar o processamento correto das transações da

empresa, bem como a efetiva autorização de todos os

gastos incorridos no período; e

k) permitir a observância e estrito cumprimento da legislação

em vigor.

Portanto, o controle interno é um instrumento importantíssimo para gerar

informações que subsidie a tomada de decisão dos gestores.

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3.3 A importância dos controles internos

Eventuais problemas relativos à efetividade dos controles internos implementados

podem estar em todas as áreas da empresa (produção, estoques, tesouraria etc.). Isso

significa que um adequado sistema de controle em cada uma dessas áreas assume

fundamental importância para alcançar resultados favoráveis, pois onde não existem

procedimentos de controles internos, são freqüentes os erros, desvios, desperdícios,

ineficiências etc.

Diante dos conceitos e objetivos citados que justifique sua importância, podem se

estabelecer os itens abaixo como elementos básicos para a implantação de um sistema de

controle e que contribuem para um bom sistema de controles internos de acordo com o

CRC/SP (1998) e Oliveira, Perez e Silva (2001) são:

• estabelecer organograma adequado em que as linhas de autoridade e

responsabilidade estejam mais bem definidas entre os diversos

departamentos, chefias, encarregados etc. – a responsabilidade deve ser

determinada, visto que se não existe delimitação exata o controle será

ineficiente;

• segregar funções de maneira a não permitir que nenhuma pessoa,

individualmente, tenha apenas sob sua responsabilidade o começo, o meio e

o fim de um processo – se possível, deve haver sistema de rotatividade entre

os empregados designados para cada trabalho, o que diminui as

oportunidades para que haja fraudes;

• estabelecer políticas e procedimentos claramente definidos que considerem

as funções de todos os setores da empresa, lembrando que os manuais de

normas e procedimentos fomentam a eficiência e evitam erros;

• efetuar exames e revisões periódicos nos controles internos para avaliar sua

eficiência e verificar a qualidade das normas e procedimentos existentes;

• garantir o perfeito conhecimento da importância dos controles por parte de

cada elemento executante, dentro da empresa e em sua área de ação –

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treinamento cuidadoso resulta em melhor rendimento, menores custos e

funcionários atentos e ativos.

A sofisticação do sistema de controles internos depende muito da estrutura

organizacional e do tamanho da empresa, bem como a natureza de atividade, a

complexidade das operações e os métodos utilizados para processar e gerar informações,

a questões legais exigidas etc. Todavia, ao planejar a estrutura de controles é preciso

sempre avaliar a relação custo–benefício.

3.4 Ambiente de controles nas empresas de pequeno p orte

Para o CRC/SP (1998), o ambiente de controle é o conjunto de condições em que

operam os sistemas de controle. A força do ambiente de controle varia de uma empresa

de pequeno porte para outra. Em algumas delas, existe um alto grau de envolvimento do

proprietário nas atividades do dia-a-dia da empresa. O proprietário participa de todas as

áreas de operação e administração da empresa.

Em uma estrutura de controle interno, um ponto importante a ser considerado é a

organização da empresa e a consequente distribuição de funções. O organograma é o

meio mais comum de demonstrar a distribuição das funções em uma empresa, de forma a

conhecer como estão estruturadas as linhas de hierarquias e consequentemente o

envolvimento de cada pessoa nas atividades dos negócios desenvolvidos. A alma de

todas as empresas são seus funcionários, portanto as pessoas. Isso inclui atributos

individuais, dentre eles: valores éticos, integridade e competência, além da influência que

o próprio ambiente de trabalho causa em cada um. As pessoas constituem a estrutura de

suporte, a base que sustenta o todo.

No entanto, essa pode não ser a realidade de todas as empresas, principalmente as

empresas de pequeno porte, cujo número de funcionários é bem menor em relação às

empresas de porte maiores, o que dificulta a segregação de funções, e diante de um

faturamento relativamente pequeno, o custo de ter ou manter alguns controles não

compensa ou não se justificam. Mesmo diante de limitações como estas, não há

justificativa plausível para a ausência de controles.

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3.5 Segregação de funções

A segregação de funções parte do princípio de que nenhum funcionário ou grupo de

empregados esteja em uma posição para cometer ou ocultar erros ou irregularidades no

curso normal de suas funções. Um controle sobre o processamento de uma transação não

deve ser executado pela mesma pessoa que é responsável pela contabilização ou pelo

relatório sobre a transação, por exemplo: quem emite a ordem de venda não poderá

aprovar o crédito. Outro exemplo é o funcionário responsável pelo registro da

documentação de despacho, que não pode ser o mesmo que custodia os estoques ou

autoriza sua baixa (CRC/SP, 1998).

É importante salientar que a existência de funções conflitantes não resulta sempre

em controles ineficazes. Poderão existir e devem existir outros controles que compensem

pelo conflito na segregação de funções identificada.

A estrutura de controles internos é construída, também, para assegurar que

fraquezas nos procedimentos, falhas humanas, de equipamentos etc. sejam detectadas

em tempo hábil durante a execução das funções atribuídas aos funcionários de uma

empresa.

A separação de uma atividade de outra serve para vários propósitos. Além de

atender aos objetivos de controle, a segregação de funções é um eficiente modo de

especializar as pessoas e as tarefas dentro da organização, mas considerando-se que o

volume de atividade justifique tais especializações. Por exemplo, geralmente, é melhor

selecionar e treinar uma pessoa para manusear dinheiro ou exclusivamente o estoque de

peças sobressalentes e outra pessoa para manter o registro do que tentar encontrar,

treinar e supervisionar algum indivíduo versátil o suficiente para manipular os ativos e

também manter os registros. Dessa forma, os benefícios de segregar funções sempre

incluem eficiências operacionais.

Todavia, os aspectos de controle de segregação de funções são tão importantes

que esse controle disciplinar sempre existe, independentemente de direcionar a uma

eficiência operacional. Uma análise do risco potencial de erros e a conversão fraudulenta

de ativos podem justificar a segregação de funções mesmo que, por outro lado, ela seja

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ineficiente. Por exemplo, o volume de transações e o montante de dinheiro que passam

pelos registros de caixa em uma loja de departamento podem justificar a existência de

uma pessoa que obtenha totais de uma registradora com propósitos contábeis e uma outra

que limpe a máquina para o próximo vendedor.

Se duas partes de uma simples transação forem executadas por diferentes

pessoas, uma serve de controle para a outra. Por exemplo, um contador pode processar a

receita de caixa recebida em um dia pelo correio e outra pessoa pode transferir os

recebimentos para os registros de contas a receber. Comparando o total das

transferências com o total dos recebimentos, é fornecida alguma garantia de que cada

operação foi executada com exatidão.

A segregação de funções também serve como meio de impedir fraudes ou tentativa

de esconder erros devido à necessidade de recrutar a cooperação de outra pessoa

(conluio) para fazê-lo. Por exemplo, a separação de responsabilidade para a segurança

física de ativos e seu registro de manutenção é um controle significante sobre a conversão

fraudulenta de ativos. Similarmente, o tesoureiro que assina os cheques não deve ser

capaz de encobrir um desembolso não autorizado por meio da habilidade de executar uma

falsa entrada nos registros de desembolsos. A execução do controle será mais adequada

se nem o tesoureiro nem o contador tiverem a responsabilidade pela comparação

periódica do dinheiro (em mãos e no banco) com o registro de caixa e tomarem a ação

adequada se ocorrerem diferenças.

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4 CONTROLES INTERNOS MÍNIMOS NECESSÁRIOS PARA EMPRE SAS DE

PEQUENO PORTE.

Segundo o CRC/SP (1998), existem controles internos de grande importância para

as empresas de todas as atividades. São os considerados controles básicos e que são

utilizados para controlar as seguintes operações: contas a receber e apagar, os estoques,

o imobilizado, as contas bancarias e os recursos em caixa etc. Assim como existem os

controles internos que são adequados para tipo de atividade os quais diferem de

empresas que atuam em diferentes atividades.

Para o CRC/SP (1998) os controles internos são classificados em controles

administrativos e controles contábeis os quais podem ser definidos como segue:

• Controles administrativos contemplam o plano de organização e de todos os

métodos e procedimentos ligados a eficiência operacional e ao cumprimento

das determinações administrativas;

• Controles contábeis contemplam o plano de organização e de todos os

métodos e procedimentos que estão relacionados diretamente com a

proteção de ativos físicos e com a fidelidade dos registros contábeis.

Para que as empresas de pequeno porte tenham condições de obter informações

confiáveis de suas operações deveria, pelo menos, adotar uma estrutura de controles

internos mínimos necessários, para dar suporte ao processo de gestão para tomada de

decisão, os quais sejam: controles internos no caixa, nos bancos, das compras e das

contas a pagar, das vendas e das contas a receber, dos estoques e da produção, de

pessoal e da folha de pagamento, das atividades administrativas, do imobilizado e

contábil.

4.1 Controles internos no caixa

Para o CRC/SP (1998, p. 51) o dinheiro que as empresas devem ter em seus

caixas, ou seja, em suas mãos devem restringir-se apenas ao montante suficiente para

pagamento de pequenas despesas, tais como refeições, condição etc., controlado, ou não,

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mediante livro caixa ou conforme modelo apresentado no quadro 1 apresentado na seção

7.4.1.

Existem empresas que adota o procedimento inadequado de registrar nos seus

livros caixa transações com bancos, clientes, fornecedores, empregados etc., tais como

recebimentos ou pagamentos, tanto de vendas quanto de compras a vista. Esses

procedimentos além de duplicar os lançamentos contábeis, enfraquecem os controles

internos dos recursos disponíveis de tais empresas.

Segundo o CRC/SP (1998, p. 52) existem dois tipos de sistema de caixa: rotativo e

fundo fixo.

a) Rotativo. Não é definido um valor mínimo ou máximo do numerário, sendo

que este deve ser suficiente para cobrir as pequenas despesas diárias e é

recomposto por meio de emissão de cheque. Este tipo de fundo requer

controle extra contábil mediante boletins de caixa; todavia, conforme

mencionado, não deve haver registros de operações com clientes,

fornecedores, bancos etc., sendo destinado apenas ao pagamento de peque-

nas despesas.

b) Fundo fixo. O sistema de fundo fixo oferece melhores condições de controle

e seu funcionamento é basicamente o seguinte:

• o responsável pela caixa firma um recibo pelo valor fixo recebido, que fica

sob sua responsabilidade;

• o valor do fundo fixo de caixa deve ser determinado pela administração,

com base na experiência adquirida quanto ao montante total dos

pagamentos que usualmente são feitos em dinheiro, dentro de um

limitado espaço de tempo;

• periodicamente, assim que o fundo em dinheiro ficar abaixo de um limite

razoável, faz-se seu reembolso, após a aprovação do boletim do fundo

fixo e respectivos comprovantes, emitindo-se um cheque nominal a favor

do responsável pelo caixa.

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Com este sistema, os controles internos sobre o numerário de caixa ficam

substancialmente simplificados, pois sempre ocorre que a soma do numerário

remanescente com os comprovantes de caixa é igual ao valor do fundo fixo

preestabelecido.

De acordo com o CRC/SP (1998), paralelamente a este esquema de

funcionamento, algumas outras providências devem ser tomadas, como segue:

• determinação de um limite máximo para pagamento em dinheiro; acima deste

limite, todos os pagamentos devem ser feitos por cheques nominais;

• depósitos integrais, no final de cada dia (ou no início do dia útil imediato), de

todos os recebimentos por caixa (vendas a vista e a prazo), os quais devem ser

discriminados num "boletim de recebimentos" (utilizado somente para este fim, e

não possuindo nenhuma vinculação com o boletim de fundo fixo de caixa). O

"boletim de recebimentos" com os respectivos comprovantes, bem como os de

depósitos bancários já autenticados mecanicamente pelo banco serão

apresentados diariamente à pessoa encarregada de revisar e aprovar as

operações de caixa.

Pode-se adotar um fundo fixo de caixa, já que o volume de numerário em poder da

empresa é relativamente baixo e deve ser suficiente para cobrir o pagamento das

pequenas despesas.

4.2 Controles internos nas contas bancárias

As empresas realizam diversas operações com os bancos que envolvem recursos

obtidos ou transferidos tais como:

a. disponibilidades;

b. contas de cobranças, vinculadas etc.;

c. aplicações financeiras;

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d. contas garantidas, empréstimos e financiamentos, descontos de

duplicatas, etc.

Com o avanço dos sistemas informatizados, as empresas podem realizar, tanto os

registros contábeis como os extra-contábeis, quanto às operações com bancos,

fornecedores e clientes são efetuados, um melhor controle de forma que mantenham

vigilância constante para salvaguarda de seus bens e direitos, e consequentemente

aprimorar cada vez mais seus sistemas de controles internos.

Desta forma, pode-se determinar a necessidade de implementar medidas de

controle interno relacionadas a:

a. recebimentos de recursos;

b. pagamentos de recursos;

c. saldos físicos.

4.2.1 Controles internos nos recebimentos de recurs os

A finalidade do controle interno sobre ingressos de recursos, tais como

recebimentos de clientes, resgates de aplicações ou ingressos de novos empréstimos, é

fornecer garantia de que todos os recebimentos quer via fundo de caixa, quer via bancos,

são imediata e integralmente creditados em contas bancárias pertencentes à empresa,

bem como corretamente registrados, de acordo com a origem, natureza e data dos

ingressos.

4.2.2 Controles internos nos pagamentos de recursos

O controle interno sobre as saídas de recursos tem a finalidade de garantir que

todas as saídas de recursos sejam:

• relativas aos negócios da empresa;

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• efetuadas de acordo com as diretrizes da empresa;

• registradas imediata e corretamente.

A fim de evitar que sejam cometidas irregularidades no processo de saída de

recursos, um bom sistema de controle interno deverá:

• dificultar pagamentos para fins pessoais;

• tornar difícil a dissimulação de pagamentos irregulares, por meio da

segregação de funções.

O objetivo da dissimulação em pagamentos é o de desviar recursos da empresa.

Por meio da manipulação, é possível preparar documentos falsos para fazer o pagamento

parecer correto, embora de fato não seja, ou o uso dos mesmos documentos para mais de

um pagamento.

Uma estrutura organizacional adequada exige a separação de responsabilidades

incompatíveis para fins de controle. A inexistência dessa separação de funções

incompatíveis enfraquece o sistema de controles internos, possibilitando condições para

erros intencionais ou não. A grande maioria de erros ou desfalques intencionais em

operações de pagamentos e recebimentos, e também na guarda de valores, é cometida

em razão do acúmulo de funções incompatíveis e da falta de verificação interna.

Sabe-se que a primeira condição para um funcionário cometer irregularidade é o

acesso às disponibilidades. O acesso aos ingressos de recursos inclui qualquer atividade

que permita a um funcionário utilizar os ingressos de recursos (numerário ou cheque) em

proveito próprio. O empregado que se dispõe a tal atitude precisa não somente ter acesso

aos valores, mas também a esperança de apropriar-se deles sem ser descoberto. Evitar a

descoberta pode ser possível ou porque ninguém toma qualquer medida para apurar se

houve irregularidades, improvável, mas não impossível, ou então porque o empregado tem

possibilidade de ocultar seu ato. A irregularidade, portanto, uma vez cometida, tanto pode

ser visível quanto oculta.

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4.3 Controles internos nas compras e das contas a p agar

4.3.1 Controles internos nas compras

Para o CRC/SP (1998) a função de compras, normalmente subordinada à

produção, relaciona-se com várias funções do sistema produtivo e financeiro dentro da

empresa. Além das operações de compras de insumos de produção, esta função também

se encarrega das compras de equipamentos, materiais de consumo interno, peças de

reposição, serviços de manutenção, que, em linhas gerais, seguem os mesmos

procedimentos das compras de matérias-primas e outras.

O processo de compras inicia-se na produção (ou em outro setor da empresa) com

a preparação e o envio de uma "requisição de compras". Neste ponto, é fundamental que

sejam estabelecidos critérios de aprovação de operações, de modo a assegurar que as

compras se destinam aos fins adequados e estabelecidos pela empresa e para evitar a

compra de itens em excesso ou desnecessários. Na maioria das empresas, as compras de

itens de estoques, como matérias-primas, são autorizadas por um nível hierárquico,

enquanto as aquisições de bens do imobilizado por outro. Por exemplo, compras de bens

de valor superior a determinado nível podem depender de aprovação da diretoria; itens

adquiridos com menor freqüência, como apólices de seguro ou contratos de serviços de

longo prazo, são aprovados por elementos específicos; suprimentos e serviços de preço

inferior a valor especificado são aprovados por supervisores ou encarregados; e matérias-

primas e insumos são requisitados automaticamente, sempre que os estoques atingem

níveis predeterminados.

Por meio de seu arquivo de fornecedores e também da avaliação de novos

fornecedores, o encarregado de compras efetua tomada de preços, evitando os

fornecedores que costumam atrasar suas entregas, não cumprir preços e condições

acertados, ou errar na especificação da mercadoria, entre outros problemas.

As requisições de compras incluem informações relativas à quantidade e qualidade

dos itens, quando devem estar disponíveis e quem as requisitou. É comum que se inclua

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no formulário de requisição uma coluna com a quantidade existente na empresa para que

o requisitante verifique se realmente necessita daqueles itens.

Não cabe à função de compras, todavia, a definição desse processo e tampouco

tem a autoridade para substituir os materiais indicados pela produção. Entretanto, compras

devem manter estreito contato com fornecedores, no sentido de se sugerir à empresa

matérias-primas alternativas que possam levar a preços melhores e custos menores.

Todas as transações de compras devem ser evidenciadas por ordens de compra

pré-numeradas, com cópia para o departamento de contas a pagar para que sejam

comparadas com as notas fiscais dos fornecedores e os relatórios de recebimento.

Para um bom controle interno, o departamento de compras não deve envolver-se

com o recebimento das mercadorias.

4.3.2 Controles internos das contas a pagar

De acordo com o CRC/SP (1998), os procedimentos do departamento de contas a

pagar devem garantir segurança de que não sejam feitos pagamentos sem a

correspondente documentação que comprove a existência de um passivo e que possa

evitas pagamentos em duplicidade.

A dívida decorrente da aquisição de produtos, bens, mercadorias ou serviços

recebidos pela empresa devem-se ser reconhecida e devidamente confirmada. Logo, o

departamento de contas a pagar tem a responsabilidade de verificar a adequação da

compra.

O reconhecimento e a aprovação de uma fatura e seu registro no contas a pagar

significa que:

• os itens constantes na fatura foram contratados, autorizados e recebidos;

• as quantidades e condições dos itens corresponde com as especificações

negociadas;

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• os preços, condições e valor do frete conferem conforme contratado.

Esses procedimentos podem ser determinados pela comparação entre a nota fiscal

e a ordem de compra e o relatório de recebimento.

Quando o processo de verificação de uma nota fiscal está completo, emite-se uma

ordem de pagamento com a aprovação formal pelos responsáveis por esta fase. Neste

momento, já se pode registrar o compromisso aprovado para pagamento. Esta é a fase

mais importante de todo o processo.

A segregação de funções neste processo é de suma importância, assim como o

ambiente de controle deve ser adequado de forma que o pessoal que registra aquisições

não tenha acesso à tesouraria.

Para que o controle seja eficiente e eficaz, é necessário que adote a prática de

conciliação mensal dos registros auxiliares de contas a pagar com os registros mantidos

pela contabilidade. Tais conciliações, necessárias para que sejam localizados quaisquer

erros no processo, devem ser documentadas para se manter evidência de que tal prática é

mantida. Além disso, a conciliação deve incluir o destaque das duplicatas pendentes,

investigando-se cabalmente qualquer discrepância.

Os controles sobre contas a pagar são completados com a emissão de relatórios

regulares (semanais ou mensais), que podem demonstrar, por exemplo, os saldos

provenientes do relatório anterior, os ingressos de novas contas a pagar, os pagamentos

efetuados.

4.4 Controles internos nas vendas e das contas a re ceber

4.4.1 Controles internos nas vendas

Segundo o CRC/SP (1998), as atividades que geralmente fazem parte do processo

de vendas e contas a receber e para que tais atividades se complementem os controles

internos ajudam na identificação das atividades e na interligação de vários setores, como

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vendas, faturamento, almoxarifado, fiscal, tesouraria e contabilidade.

O início de uma venda acontece quando a empresa recebe do seu cliente um

pedido de compra. Com base nesse pedido, o departamento de vendas emitirá um pedido

de venda, onde constarão: dados do cliente, quantidade pedida, data de entrega, preço

negociado e prazo de recebimento. Depois de concluído o processo de obtenção de dados

e conferência, o departamento de vendas emite a ordem de venda, que é enviada ao setor

de faturamento. Logo se faz a reserva da mercadoria solicitada para evitar

comprometimento de um mesmo produto em duas ou mais vendas;

Após a efetivação dos dados da venda deve-se dar início a execução dos seguintes

controles programados:

a. confronto do total da venda e saldo em aberto de valores a receber do

cliente com o limite de crédito;

b. análise de atrasos ocorridos no recebimento de duplicatas;

c. confronto do preço da ordem de venda com a tabela de preço;

d. confronto das condições oferecidas com os padrões da empresa, por

exemplo: prazo, encargos, descontos etc.;

e. confronto com as quantidades existentes no almoxarifado, suficientes

para suportar a quantidade vendida.

Nesse momento os pedidos de vendas já efetivados também devem alimentar o das

contas a receber, para que sejam aprovadas as ordens de vendas recusadas quando da

execução dos controles programados. O setor de faturamento confirma a aprovação do

crédito e libera a emissão da nota fiscal.

Para fins de certificação de que todos os processos foram alimentados com todos

os dados e de forma correta, o setor de faturamento poderá emitir relatórios diários de

vendas e enviá-los ao setor de crédito e cobrança e de vendas para que estes confirmem

que todas as vendas efetuadas no dia foram registradas no contas a receber pela

empresa.

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O setor de expedição deverá despachar a mercadoria para o cliente mediante o

recebimento de uma via da nota fiscal de venda a qual deve estar acompanhada de uma

nota de expedição que após a conferência e autorização faz-se a liberação.

Ao se fazer a entrega da mercadoria para o cliente, deve-se solicitar o

preenchimento do canhoto da nota fiscal, assinando e datando-o. Este documento é a

base para a comprovação da entrega da mercadoria e deverá ser colado na via da nota

fiscal em poder da empresa emitente.

4.4.2 Controles internos das contas a receber

Com a liberação da mercadoria para o cliente após a emissão da nota fiscal pelo

setor de faturamento, inicia-se o processo de registro nos livros auxiliares para controle de

recebimentos pelo setor de credito e cobrança e fiscal, sendo estes obrigatórios, para fins

de apuração de impostos.

O setor de contas a receber pode gerar diversas informações sobre a carteira de

clientes, as quais são utilizadas para controle e acompanhamento dos negócios efetuados.

É de fundamental importância à conferência, diária, semanal ou no mais tardar

mensal, do valor total das notas fiscais emitidas com o valor total inserido no sistema ou

nos controles de contas a receber, em empresas onde não existem sistemas

computadorizados complexos.

Para cobranças feitas através de bancos, o setor de crédito e cobrança enviará ao

banco as duplicatas contendo os dados para a cobrança bancária. Para controle das

duplicatas enviadas ao banco, a empresa poderá emitir o relatório de duplicatas em

cobrança bancária que será utilizado posteriormente para conferência das duplicatas

recebidas.

Quando do recebimento das duplicatas do banco e do boleto de cobrança, o setor

de crédito e cobrança registrará os recebimentos ocorridos efetuando a conferência do

relatório diário de baixas de contas a receber com o boleto de cobrança, e

consequentemente realizando a baixa no controle das contas a receber.

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O relatório de duplicatas por prazo de vencimento tem diversas utilidades, tanto

para o setor de crédito e cobrança quanto para outros setores. Além de ser manipulado

com o objetivo de controlar e analisar as duplicatas em atraso para comunicações com os

clientes complicados, serve também como suporte à contabilidade para definição de

estimativa contábil para previsão de perdas nas contas a receber. Tanto esse relatório

como o razão auxiliar de contas a receber podem ser a base para os controles de

conciliação do razão contábil objetivando a identificação de pendências nesses livros e a

investigação das diferenças e suas razões.

O setor de faturamento também deverá alimentar o setor fiscal que emitirá o

relatório diário de notas fiscais para proceder à conferência desse relatório com a nota

fiscal, enviada pelo setor de faturamento, visando assegurar que todas as notas fiscais

emitidas estão incluídas neste setor, bem como os valores, códigos, classificações fiscais

e cálculos estejam adequadamente registrados. Ocorrendo erro na emissão da nota fiscal

quanto à classificação fiscal, o setor fiscal deverá emitir uma carta de correção.

Outro controle importante a ser efetuado é a conferência da seqüência numérica

das notas fiscais para assegurar um corte adequado para balanço. Esse controle poderá

ser efetuado por meio do relatório diário de notas fiscais. Após todas as conferências, o

setor fiscal libera a emissão do livro de registro de saída, bem como o livro de registro de

apuração de impostos (IPI, ICMS e ISS) e o resumo de impostos. O livro registro de saída

poderá ser a base para conciliação do razão contábil.

Com o livro de registro de apuração de impostos (IPI, ICMS e ISS) se elabora as

guias de recolhimento do IPI, ICMS e ISS, sem deixar de considerar a compensação dos

créditos obtidos nas entradas do período. É importante a conferência da guia de

recolhimento com os livros de apuração e destes com o registro de saída para evitar

desembolsos a maior ou menor. Após essas conferências, as guias de recolhimento

deverão enviadas ao setor de tesouraria para o devido recolhimento.

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4.5 Controles internos nos estoques e na produção

4.5.1 Controles internos nos estoques

Para o CRC/SP (1998) os estoques é o principal setor de geração de receitas e que

desta forma está estreitamente ligado à principal atividade da empresa.

Souza (2008, p. 84) diz que:

“o controle dos estoques é de suma importância porque

envolve um "custo de aquisição, manutenção e

movimentação", ou seja, envolve todo o processo com a

conta mercadoria, desde o momento do pedido, compra,

recepção, acondicionamento, até a sua efetiva colocação

para a venda”.

De acordo com o CRC/SP (1998), os estoques terão características diferentes,

quanto ao controle e ao registro contábil, conforme o ramo de atividade da empresa. Como

exemplo, pode-se fazer uma comparação entre as atividades industriais e comerciais de

forma a as possíveis diferenças, quais sejam:

• Na atividade industrial, devido a complexidade ser maior em relação a

atividade comercial, o controle é mais abrangente, onde será preciso

controlar além da matéria-prima, a mão-de-obra, os custos indireto de

fabricação, o processo de produção e os produtos acabados.

• Na atividade comercial por ser mais simples, pois se adquire a mercadoria,

a qual deverá ser estocada adequadamente, para posterior revenda, onde

será preciso estabelecer o sistema de controle do estoque e do processo

de compra.

Como a atividade industrial é mais abrangente, podem-se definir os principais

aspectos que devem ser considerados determinação dos controles internos dos estoques,

os quais facilmente serão adaptados para outras atividades, quais sejam:

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• Características dos produtos.

• Os tipos de produtos e procedimentos de produção;

• Possibilidade de ser transportado ou mobilidade do produto;

• A relação de matérias, mão-de-obra e custos indiretos com o custo

unitário de estoque;

• A natureza sazonal dos produtos ou padrões de produção;

• Natureza do processo de produção;

• A complexidade do processo de produção;

• Sub-contratação de fases do processo produtivo;

• Característica do processo produtivo: por encomenda ou contínuo;

• O grau de automatização no processo de produção;

• A duração do ciclo de produção, e se os procedimentos de contabilidade

de custos, inclusive apropriação dos custos de mão-de-obra e indiretos,

são coerentes com o processo de produção;

Em uma economia saudável e uma forte demanda pelo produto podem gerar

problemas de fornecimento e condições de falta de estoque. Uma economia em depressão

pode resultar em um declínio das vendas e excesso de estoque.

Segundo o CRC/SP (1998), alguns controles internos devem ser analisados quando

se verifica a eficácia dos controles internos na área de estoques, independentemente da

natureza dos estoques, tais como:

• A extensão em que são usados orçamentos para previsões de vendas,

níveis de estoques, atividades de produção, mão-de-obra e custos

indiretos;

• Os procedimentos para comparação e acompanhamento dos resultados

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reais com os montantes planejados e orçados;

• Os procedimentos empregados pela administração para revisão e

acompanhamento de informações financeiras periódicas, relativas a

estoque e custo de produção;

• A extensão em que os relatórios administrativos e relatórios de exceção

são preparados para revisão incluindo:

- quantidades em estoques e custos padrão ou unitários;

- preço de compra, mão-de-obra e outras variações;

- despesas indiretas absorvidas a maior e menor;

- margens brutas;

- estoques obsoletos ou de pouca movimentação;

- estoque devolvido;

- ajustes de inventário físico;

- modificações nos custos-padrão.

• Os procedimentos para preparação de reconciliações dos registros

permanentes de estoques com as contas de controle no razão geral;

• Os procedimentos para a estimativa e contabilização de ajustes para

redução dos estoques a seu valor de realização ou de sucata e para

refletir itens de pouca movimentação, obsoletos ou de baixa possibilidade

de venda;

• As quantidades embarcadas são reconciliadas com os pedidos e as

faturadas;

• Os relatórios de recebimento, as requisições de materiais, os relatórios de

encomendas completadas e os documentos de embarque são

numericamente controlados e os documentos faltantes são investigados;

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De acordo o mesmo CRC/SP (1998), as empresas devem se atentar para alguns

aspectos quando da elaboração controles contábeis, tais como:

• “Existência. Se os estoques existem fisicamente e se há documentação

adequada relativa a sua propriedade;

• Cálculos. Se, por exemplo, os custos unitários (custos reais de materiais,

mão-de-obra e custos indiretos, conforme for adequado) e os valores

correspondentes estão adequadamente calculados de acordo com os

princípios fundamentais de contabilidade;

• Avaliação. Os saldos dos estoques refletem todos os eventos ou cir-

cunstâncias que afetam sua avaliação, de acordo com os princípios

fundamentais de contabilidade; os estoques estão demonstrados pelo

menor valor entre o custo e o de mercado, estando reduzido ao seu valor

estimado de realização ou valor de sucata para refletir os itens de

estoque de baixa movimentação, obsoletos, invendáveis ou não

utilizáveis, os lucros ou prejuízos entre as empresas ligadas estão sendo

eliminados;

• Contabilização. Todas as quantidades e saldos de estoques estão

adequada e integralmente contabilizados nos registros contábeis;

• Acumulação de valores. As quantidades e saldos de estoques estão

adequadamente acumulados nos pertinentes registros contábeis

correspondentes”.

Segundo Souza (2008, p. 84), salienta que as pequenas empresas que não

adotam a prática de controlar seus estoques pelo método permanente, sugerindo que se

adote este método de forma a ajudar na gestão e tomada de decisão.

Caso seja difícil para a empresa adotar o controle permanente dos estoques,

pode-se se fazer apuração definitiva dos estoques mediante contagem física dos mesmos,

no entanto, o controle permanente dos estoques é muito mais eficaz e não requer grandes

sacrifícios.

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4.5.2 Controles internos na produção

Para o CRC/SP (1998), a produção é o processo através do qual se criam

mercadorias e serviços. A administração da produção compreende a tomada de decisão

com relação aos processos de produção, de modo que a mercadoria ou o serviço

resultante seja produzido de acordo com as especificações, segundo as quantidades e

programas estabelecidos e a um custo mínimo.

4.5.2.1 Análise do custo de produção

O mesmo CRC/SP (1998) salienta que a análise do custo é o melhor método para

se avaliar o comportamento da produção. Ele apresenta-se sob muitas formas e baseia-se

num conhecimento do comportamento dos fatores de custo. A análise de equilíbrio

econômico utiliza as diferenças em comportamento de certos custos em relação às

variações de volume das operações. A análise de equilíbrio econômico ajuda a

estabelecer o volume de operações apropriado, diagnosticar os problemas e avaliar a

adequação de um processo de produção. Por esses motivos, a análise do custo é muito

importante, assim como as informações utilizadas para uma correta apuração destes

custos.

Pode-se concluir que a grande função do sistema de custos é o conhecimento do

que ocorre. Para se confiar num sistema de custos, deve-se preocupar com as origens das

informações que o alimenta, deve-se conhecer a origem de cada custo; se estão dentro

dos valores e limites que deveriam estar; se é possível ter rápido conhecimento quando

existe algum desvio do comportamento que deveria ter e se são tomadas atitudes para

corrigir esses desvios.

4.5.2.2 Principais informações para apuração dos cu stos

A matéria-prima é, geralmente, o principal componente do custo. As quantidades

solicitadas para produção devem possuir controles para se assegurar que as informações

base para formação do custo sejam perfeitas.

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O controle sobre os registros do estoque de matéria-prima implica as seguintes

tarefas, conforme salienta o CRC/SP (1998):

• assegurar que retiradas não autorizadas não aconteçam;

• assegurar o cumprimento da rotina do material em trânsito, sua adequada

identificação e sua estocagem nos lugares predeterminados;

• assegurar que todas as transações de entrada e saída sejam processadas, e

que o sejam com rapidez e precisão, e que a coleta dos dados seja feita com

correção e nos locais de origem;

• assegurar o rastreio das informações, para localização das causas dos erros

detectados;

• executar contagens físicas dos estoques, rotineiramente, e quando houver

suspeita de erros.

Os registros dos estoques são muitas vezes imprecisos, podendo ocorrer erros

quando do registro dos eventos. Por exemplo, o código do material pode ser assinalado

incorretamente e outras incorreções como entregas diretas entre departamentos da

produção sem o correspondente registro.

Para assegurar a qualidade dos registros dos estoques, devem-se fazer controles

preventivos quanto à existência de autorização prévia, existência de todos os dados

necessários e racionalidade do registro, assim como procedimentos corretivos, para acerto

dos erros verificados.

O controle preventivo quanto à existência de autorização prévia pode ser feito

através de regras tais como:

• As requisições não devem exceder às quantidades determinadas pela etapa

de planejamento chamada de liberação das ordens de produção.

• Os recebimentos de materiais não devem exceder às quantidades

determinadas pelos pedidos.

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Os produtos que se encontra em processo necessitam de acompanhamento para a

coleta dos custos inerentes a cada tipo de produto, cumprimento dos prazos de entrega,

controle do nível de estoque em processo, minimização do tempo ocioso dos recursos de

produção etc.

Para atingir este objetivo, as seguintes funções devem ser colocadas em prática.

• Programação da capacidade necessária por centro de produção e alocação

dos recursos de produção às necessidades decorrentes do Plano de

Produção.

• Controle do estoque em processo, programando adequadamente' a liberação

das ordens para produção.

• Programação de liberação antecipada de ordens de produção, para evitar

tempo ocioso.

Antes da liberação propriamente dita, as ordens de produção já foram submetidas à

programação da liberação. Periodicamente, a intervalos curtos (por exemplo, diariamente),

as ordens com liberação programada são submetidas à verificação das disponibilidades de

materiais e ferramentas, para sua liberação definitiva.

A liberação das ordens de produção deve ser feita para períodos curtos. Dessa

maneira, evita-se que materiais escassos sejam alocados a ordens de produção antes que

sejam realmente necessários, provocando faltas em outras ordens de produção. A

liberação de uma ordem não é feita se um ou mais materiais não estiverem disponíveis.

Dessa maneira, evita-se que materiais fiquem alocados a ordens que não podem ser pro-

cessadas de imediato, podendo provocar faltas em outras ordens.

Na liberação das ordens de produção, uma lista de entrega deve ser gerada para o

almoxarifado, discriminando os materiais necessários. Um documento para controle do

processamento da ordem deve conter a identificação do produto, através de código e

descrição, o número da ordem de produção e a quantidade a ser produzida.

Deverá haver uma supervisão da produção onde se baseia numa adequada e

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rápida comunicação, fornecendo informação seletiva a quem deva tomar ações especí-

ficas: operários, gerentes, máquinas, departamentos.

A supervisão da produção incorpora gente, computadores, formulários e

equipamentos de produção, para:

a. emitir diretrizes para a produção com base nas atividades planejadas;

b. coletar informações sobre o estágio das atividades na produção;

comparar o estágio real das atividades com o planejamento e identificar

exceções;

c. decidir ações corretivas a serem tomadas;

d. emitir novas diretrizes para a produção com base nas ações corretivas.

4.6 Controles internos no setor de pessoal e na fol ha de pagamento

4.6.1 Controles internos no setor de pessoal

Segundo CRC/SP (1998, p 101) diz o seguinte:

“para que haja uma administração de pessoal satisfatória, é importante

que existam controles rígidos sobre seus procedimentos e que estes

estejam contemplados em um manual de normas e procedimentos,

evitando assim a alegação de desconhecimento por parte dos

empregados. Outras medidas a serem tomadas para minimizar o risco

seriam a segregação e a rotatividade de funções”.

A segregação de função é a premissa básica do controle interno, na qual consiste

na separação das funções de preparo, aprovação e pagamento. Fazer a utilização

somente desse procedimento não vai evitar que haja fraudes ou desvios, entretanto, com

esse procedimento, diminui-se e muito as chances de ocorrer tais práticas, já que haverá

um número maior de pessoas envolvidas no processo, dificultando as possibilidades delas

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ocorrerem.

A rotatividade de funções é um importante meio de controle, assim como contribui

para um gerenciamento melhor de pessoal, estimulando os funcionários com mudanças de

suas tarefas, tirando-os de uma rotina e possibilitando-os a uma capacitação maior alem

de conhecerem o departamento como todo.

4.6.1.1 Admissão de empregados

É quando se contrata uma pessoa física para exercer uma função dentro de uma

empresa onde o empregador e o empregado possuem obrigações que devem ser

cumpridas para que tal ato seja considerado completo e válido.

Para evitar a contratação desnecessária de funcionários e até de funcionários

“fantasma”, é preciso que a solicitação de contratação de um novo empregado deva ser

feita por escrito, e esta deve ficar arquivada junto à documentação do empregado

contratado. Ela deverá conter os motivos da contratação e os requisitos necessários do

candidato para exercer as funções do cargo, para apreciação e aprovação.

É possível que haja adulteração de informações e fraude na admissão de

funcionários e como exemplo de uma situação como esta seria a apresentação de

documentos falsos e cadastramento do empregado na folha de pagamento ou o

cadastramento do empregado em duplicidade no sistema de folha de pagamento. Para

evitar que aconteça adulteração e fraude é importante fazer um controle da admissão

através dos seguintes procedimentos: solicitação do departamento requisitante para o

departamento pessoal através de formulário próprio; fazer o controle periódico dos

empregados alocados por departamento, através de um relatório que será conferido e

confirmado pelo responsável pelos departamentos e a distribuição mensal dos recibos de

pagamentos dos empregados pelo responsável do departamento e comunicação imediata

de qualquer divergência.

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4.6.1.2 Demissão de empregados

É quando uma das partes rescinde o contrato de trabalho. A todo empregado é

assegurado o direito de receber do empregador uma indenização, desde que a demissão

seja sem motivo (sem justa causa), cuja base para pagamento desta é a maior remune-

ração que o empregado tenha recebido na empresa.

A rescisão de contrato de trabalho, firmado a mais de 1 (um) ano de serviço, será

válido quando feito com assistência do respectivo sindicato ou perante a autoridade do

Ministério do Trabalho. O instrumento de rescisão, qualquer que seja o motivo, deverá

especificar a natureza de cada verba paga ao empregado. O prazo de pagamento desta

rescisão será: até o primeiro dia útil imediato ao término de contrato; ou até o décimo dia,

contado da data de notificação da demissão, quando da ausência do aviso prévio,

indenização do mesmo ou dispensa de seu cumprimento.

4.6.1.3 Férias

O funcionário adquire o direito de anualmente gozar um período de descanso, sem

prejuízo de sua remuneração e são concedidas pela empresa, em um só período, nos 12

(doze) meses subseqüentes à data em que o empregado foi admitido.

Para concessão de férias a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), estabelece

as seguintes normas:

a. que o empregado tenha completado o período aquisitivo (12 meses pós a

data de sua admissão);

b. que o empregador participe, por escrito, ao empregado, com antecedência

mínima de 30 (trinta) dias, o período que ele sairá de férias; dessa

participação o interessado deve obter recibo;c. que o empregado apresente

sua CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social) para que nela seja

anotada a respectiva concessão, que deve ser igualmente anotada na ficha

de registro de empregados;

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c. que a concessão ocorra em um só período, à exceção de férias coletivas;

d. que o pagamento das remunerações das férias seja efetuado até 2 (dois)

dias antes do início do respectivo período de gozo. O empregado deve

acusar o recebimento através de recibo assinado e/ou o empregador

deposita o valor em conta bancária do empregado;

e. que seu valor seja pago em dobro sempre que as férias forem concedidas

após o prazo legal (após o término do período concessivo).

Também existem formas de fraudar a empresa na concessão das férias, desde a

falta de controle ocasionando o pagamento em dobro das férias (quando a empresa não

as concede no período concessivo dentro do prazo legal), até seu pagamento em

duplicidade (quando o empregado recebe duas vezes pelo mesmo período concessivo),

devido à falta de registro ou a comprovação do pagamento.

Deverá ser confeccionado um mapa com base no registro do funcionário e deve

também conter as observações da chefia do empregado indicando o período que melhor

atenda aos interesses da empresa e do empregado. Essas previsões de férias devem ser

anualmente enviadas para o departamento pessoal para que o mesmo possa confeccionar

o mapa de controle; elas devem trazer a programação de férias do departamento

remetente com a devida aprovação.

Esse procedimento busca um controle efetivo dos períodos aquisitivos e de gozo de

férias, evitando que um funcionário tenha dois períodos vencidos, que goze ou receba

mais férias que o permitido por lei ou que as tire em período considerado impróprio pela de

forma a não atrapalhar o bom andamento do departamento. Esse controle ajudará também

na fiscalização do valor pago como férias, pois o valor constante no recibo ou do crédito

efetuado deve coincidir com o do mapa.

4.6.1.4 Processos trabalhistas

Quando o empregado ou a empresa se sentirem prejudicados recorrem à Justiça do

Trabalho, dando início ao processo trabalhista, para dirimir conflitos de interesses, através

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das Juntas de conciliações e julgamentos, onde, em um primeiro momento, na busca de

uma solução conciliatória dos conflitos. Não havendo acordo o juiz obrigatoriamente

arbitrará proferindo decisão na forma prescrita na Lei.

Sendo a empresa a ré do processo, ao receber a notificação deverá acionar seus

advogados, já que existem prazos a serem cumpridos. Este deverá solicitar as in-

formações necessárias e a documentação pertinente ao caso, para que seja feita a

defesa. Dentro do prazo estabelecido pela notificação, a empresa, ou seu preposto,

juntamente com o advogado, deverá comparecer à junta de conciliação munido da defesa,

para que os juízes apreciem o caso e profiram a sentença.

Uma forma que a empresa pode adotar para controlar os prazos do processo é criar

uma agenda, visando evitar a perda dos mesmos, que culminaria na perda da referida

ação por revelia. Além disso, a empresa, periodicamente, deverá solicitar aos seus

advogados relatórios informando a posição do processo e a possibilidade de ganho ou

perda, para estar ciente de uma possível contingência. Por fim, a criação de uma rotina

para verificação do valor efetivamente pago corresponde ao valor da causa, bem como

seus encargos.

4.6.2 Controles internos na folha de pagamento

4.6.2.1 Autorização para aumento salarial

Os aumentos de salário, que não seja concedido por dissídio coletivo ou acordo

entre sindicatos, deverá possuir uma autorização, por escrito, devendo ser requisitado pela

chefia do empregado, e ratificado pela direção da empresa. Tal prática se faz necessário

para evitar que sejam efetuados aumentos salariais sem o conhecimento prévio da direção

da empresa.

Este controle é necessário, pois a falta do mesmo poderá gerar os seguintes

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problemas à empresa:

a. aumento salarial acima do percentual pactuado;

b. promoções e/ou méritos que não condizem com a realidade;

c. dificuldade no cálculo do acordo ou dissídio coletivo da categoria, pois

não haverá diferenciação entre os adiantamentos de dissídio e os

aumentos de mérito e/ou promoções.

Deverá ser criado um formulário de autorização para aumento salarial, onde deverá

constar o motivo do aumento (promoção, mérito ou antecipação do dissídio coletivo). Esse

formulário deverá ser ratificado pelo responsável do departamento solicitante e pela

direção responsável e deverá ser arquivado no prontuário do empregado para futuras

consultas.

4.6.2.2 Horário de trabalho

Para as empresas com mais de dez empregados, será obrigatório a anotação do

cartão de ponto. Nele deverá constar o nome do empregado, horário de entrada e saída

bem como os intervalos de alimentação e/ou descanso. Com relação às faltas ou atrasos,

o empregado deverá justificá-las mediante apresentação de atestados (de acordo com a

legislação), para que empregador não as desconte e caso não as apresentem o

empregador poderá efetuar os devidos descontos no salário do empregado.

É bastante comum as empresas não possuírem um controle neste sentido,

propiciando assim erros nos descontos, ou não fazendo os descontos das falas. Os erros

mais freqüentes eu ocorrem relativos as faltas são os seguintes:

a. o não desconto das faltas nos salários dos empregados quando da

elaboração da folha de pagamento;

b. não fazendo o desconto sobre o repouso semanal remunerado

decorrente da falta;

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c. não havendo o controle sobre os cartões de ponto;

d. O não controle das justificativas das faltas.

Para que as empresas não sejam prejudicadas pelos empregados com relação à

faltas, estas deverão manter controles rigorosos sobe as mesmas, principalmente em

relação as justificativas as quais podem ser objeto de fraudes.

4.6.2.3 Benefícios

A concessão de benefícios sejam os legais ou os de incentivos a empresa deverá

ter um controle para cada um deles (vale refeição, plano de saúde, vale-transporte,

licença-maternidade, plano de previdência privada, seguro de vida etc.), com todos dos

documentos obrigatórios e necessários devidamente preenchidos de acordo com a

legislação.

Dentre os benefícios obrigatórios mais comuns e que é o mais utilizado pelos

empregados é o vale-transporte. Este benefício em que o empregador entrega ao

empregado o valor (por meio de um cartão) para que este o utilize para a sua locomoção

entre a sua residência e o trabalho e vice-versa, através do sistema público de transporte

coletivo e seja gerido diretamente ou mediante concessão ou permissão de linhas

regulares e com tarifas fixadas pela autoridade competente.

4.6.2.4 Encargos sociais e impostos sobre a folha d e pagamento

Estão incluídas neste item todas as contribuições e impostos que incidem sobre a

folha de pagamento e está sob a responsabilidade do departamento de administração de

pessoal. Como se trata do recolhimento destes impostos e contribuições e envolve muito

dinheiro, é preciso ter uma atenção especial, já que muitas empresas tiveram fraudes em

seus recolhimentos, e que, além de multas e problemas com órgãos fiscalizadores, ainda

ter que arcar com a perda do dinheiro desviado.

Dentre os desvios e fraudes mais freqüentes que ocorrem nos recolhimentos dos

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impostos e contribuições sobre a folha de pagamento, são:

a. emissão de cheque ao portador, para posterior nominação, ara

recolhimento dos encargos ou impostos, facilitando a utilização do mesmo

por parte do empregado responsável.

b. falsificação da autenticação bancária nos formulários de recolhimento.

c. apresentação de guias com valores acima do real para confecção do

cheque e posteriormente fazer uso da diferença entre o valor real e o

valor do cheque.

Para que se possa evitar que os atos acima sejam praticados pode-se adotar os

seguintes controles:

a. o pagamento deverá ser feito através de cheque nominal ao banco

arrecadador ou através de uma relação de débitos em conta corrente,

devidamente aprovada por duas pessoas, sendo uma o gerente e/ou

responsável;

b. a confecção dos documentos e seu pagamento deverão ser efetuados

por departamentos distintos, evitando assim a fraude;

c. o gerente e/ou responsável pela assinatura do cheque solicitar uma via

da folha de pagamento onde consta os valores das contribuições e

impostos, já os sistemas fazem tais cálculos e os demonstram na referida

folha, para uma ultima checagem.

4.7 Controles internos nas atividades administrativ as

Para Perez Junior (1998) os controles administrativos representam o plano de

organização e todos os métodos e procedimentos relacionados com a eficiência

operacional, bem como o respeito e a obediência às políticas administrativas.

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Nesse caso, o plano de organização e todos os métodos e medidas coordenados e

adotados em uma entidade para incrementar a eficiência operacional e promover a

obediência às diretrizes estabeleci das são referidos como controles administrativos.

Logo se pode entender que controle interno administrativo é o conjunto de

atividades, planos, rotinas, métodos e procedimentos interligados, estabelecidos com

vistas a assegurar que os objetivos dos departamentos sejam alcançados, de forma

confiável e concreta, evidenciando eventuais desvios ao longo da gestão, até a

consecução dos objetivos estabelecidos pela administração.

Segundo Ferreira (2005, p. 380) o objetivo geral dos controles internos

administrativos é o de evitar práticas irregularidades, através de princípios e instrumentos

próprios, onde destaca os objetivos específicos que devem ser atingidos, tais como:

1- observar as normas legais, instruções normativas, estatutos e

regimentos;

2- assegurar, nas informações contábeis, financeiras, administrativas e

operacionais, sua exatidão, confiabilidade, integridade e oportunidade;

3- evitar o cometimento de erros, desperdícios, abusos, práticas não

econômicas e fraudes;

4- propiciar informações oportunas e confiáveis, inclusive de caráter

administrativa e operacional, sobre os resultados e efeitos atingidos;

5- salvaguardar os ativos financeiros e físicos quanto à sua boa e regular

utilização e assegurar a legitimidade do passivo;

6- permitir a implementação de programas, projetos, atividades, sistemas e

operações, visando à eficácia, eficiência e a economia na utilização dos

recursos; e

7- assegurar a aderência das atividades às diretrizes, planos, normas e

procedimentos da unidade/entidade.

Para Ferreira (2005, p.p. 379/380), constituem-se no conjunto de regras, diretrizes e

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sistemas que visam a alcançar os objetivos específicos, como princípios de controle

interno administrativo, quais sejam:

8- “relação custo/benefício - consiste na avaliação do custo de um controle

em relação aos benefícios que ele possa proporcionar;

9- qualificação adequada, treinamento e rodízio de funcionários - a eficácia

dos controles internos administrativos está diretamente relacionada com

a competência, formação profissional e integridade do pessoal. É

imprescindível haver uma política de pessoal que contemple:

a. seleção e treinamento de forma criteriosa e sistematizada,

buscando melhor rendimento e menores custos;

b. rodízio de funções, com vistas a reduzir/eliminar possibilidades

de fraudes; e

c. obrigatoriedade de funcionários gozarem férias regularmente,

como forma, inclusive, de evitar a dissimulação de

irregularidades.

10- delegação de poderes e definição de responsabilidades - a delegação

de competência será utilizada como instrumento de descentralização

administrativa, com vistas a assegurar maior rapidez e objetividade às

decisões. O ato de delegação deverá indicar, com precisão, a

autoridade de quem delega, de quem é delegada e o objeto da

delegação. Assim sendo, em qualquer unidade/entidade, devem ser

observados:

a. existência de regimento/estatuto e organograma adequados,

onde a definição de autoridade e conseqüentes

responsabilidades sejam claras e satisfaçam plenamente as

necessidades da organização; e

b. manuais de rotinas/procedimentos, claramente determinados,

que considerem as funções de todos os setores do

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órgão/entidade.

11- segregação de funções - a estrutura das unidades/entidades deve

prever a separação entre as funções de autorização/aprovação de

operações, exe'cução, controle e contabilização, de tal forma que

nenhuma pessoa detenha competências e atribuições em desacordo

com este princípio;

12- instruções devidamente formalizadas - para atingir um grau de

segurança adequado é indispensável que as ações, procedimentos e

instruções sejam disciplinados e formalizados através de instrumentos

eficazes e específicos; ou seja, claros e objetivos e emitidos por

autoridade competente;

13- controles sobre as transações - é imprescindível estabelecer o

acompanhamento dos fatos contábeis, financeiros e operacionais,

objetivando que sejam efetuados mediante atos legítimos,

relacionados com a finalidade do departamento e autorizados por

quem de direito; e

14- aderência a diretrizes e normas legais - o controle interno

administrativo deve assegurar observância às diretrizes, planos,

normas, leis, regulamentos e procedimentos administrativos, e que os

atos e fatos de gestão sejam efetuados mediante atos legítimos,

relacionados com a finalidade do departamento”.

Os controles administrativos se diferenciam dos controles internos contábeis por ter

propósitos mais amplos. Embora alguns dos métodos e procedimentos relacionados aos

controles administrativos podem, todavia, estar interligados aos controles internos contábil.

Por exemplo, os saldos das contas de vendas e de custos classificados por produtos

podem ser usados para fins de controle contábil e, também, para tomada de decisões

administrativas referentes a preços dos produtos e relação dos custos com as vendas.

Outros controles administrativos podem estar suportados nas informações contábeis.

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Assim como alguns controles administrativos podem ajudar a satisfazer os objetivos do

controle interno contábil.

4.8 Controles internos no imobilizado

Segundo o CRC/SP (1998) é importante que se faça o controle dos bens adquiridos

pala empresa, pois fazem parte do seu patrimônio e são necessários para atividades

operacionais desta. Também é preciso saber qual é o valor monetário que eles

representam dentro da estrutura patrimonial, porque, em caso de captação de recursos

junto aos bancos, eles passam a ser uma segurança para o agente financeiro, sendo, na

maioria das vezes, são dados como garantia na operação, principalmente se o imobilizado

for um imóvel.

Segundo Souza (2008, p. 92), muitas das empresas de pequeno porte não

possuem controles internos que identifique seus bens e onde estão localizados além de

estarem atualizados.

Ainda de acordo com Souza (2008, p. 92) o controle do imobilizado torna-se

importante também para os casos onde há ingresso ou a saída de sócios, ou ainda,

quando a empresa encontre-se com excesso de imobilizado, tendo falta de capital de giro

próprio, precisando reverter esta situação.

Souza (2008, p. 92) diz que imobilizado sob controle proporciona informações

atualizadas, auxiliando na tomada de decisão presente e futura. O controle do imobilizado

se dá por fichas contendo o nome do bem, o número do documento original, fornecedor,

valor, localização, taxas de depreciação, entre outras informações úteis.

4.9 Controles internos contábeis

Segundo o CRC/SP (1998) os controles contábeis relacionam-se diretamente com

os registros e demonstrações contábeis. Visam fornecer à administração informações

claras, objetivas, confiáveis e em prazos adequados, para auxiliar na tomada de decisão,

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gestão e avaliação dos resultados obtidos. Garantem que as transações sejam registradas

em tempo hábil e de acordo com as normas e procedimentos geralmente aceitos. E ainda,

que os registros devem ser suportados por documentação legal e confiável.

Segundo Gomes (2000, p. 61), entende os controles contábeis como:

“(...) envolve aspectos de como são guardados os documentos de

suporte e como se dão o relacionamento das diversas áreas

“produtoras” destes com a contabilidade”.

São exemplos de controles contábeis: plano de contas e manual de funcionamento;

manual de rotinas contábeis contendo informações sobre análise e interpretação de

documentos ou transações antes de serem registrados; razões auxiliares, sempre

confrontando seus saldos com o razão geral e com o livro diário; verificação das

exigências extrínsecas e intrínsecas dos livros contábeis; emissão de balancete de

verificação em prazos estabelecidos; emissão de relatórios de análise para demais

departamentos.

O sistema contábil das empresas é composto por uma série de procedimentos

destinados ao registro das operações realizadas por estas. Controles internos contábeis

são procedimentos designados para assegurar a totalidade e exatidão dos dados

contábeis e para proteger os ativos. Os procedimentos e registros envolvidos na proteção

dos ativos e na confiabilidade dos registros das operações financeiras busquem fornecer

segurança razoável de que as transações sejam executadas de acordo com a autorização

da administração, bem como obedecendo as normas pertinentes, de forma que se possa

elaborar demonstrações contábeis em conformidade com princípios fundamentais de

contabilidade ou qualquer outra orientação aplicável a essas demonstrações e

conseqüentemente manter a contabilização dos ativos.

Após a contabilização dos ativos, estes deverão ser comparados com os ativos

físicos em períodos razoáveis, tomando-se as providências necessárias para a

regularização de quaisquer diferenças e que o acesso aos ativos seja permitido com a

autorização da administração.

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O objetivo do controle contábil, com relação ao registro de operações, requer que

elas sejam registradas pelos valores de sua realização, nos períodos em que ocorreram e

que sejam classificadas nas contas apropriadas.

As informações contábeis devem demonstrar a posição real do que está ocorrendo

na empresa para que o gestor possa fazer uma análise das entradas e saídas de recursos.

Por exemplo, os valores a receber que devem representar os montantes efetivamente

realizáveis, líquido da provisão para devedores duvidosos, para que ele possa analisar as

entradas de recursos esperados proveniente desta conta.

O objetivo de proteger os ativos físicos requer que o acesso aos mesmos seja

restrito ao pessoal autorizado, por meio da preparação ou processamento de documentos

que autoriza seu uso ou disposição. A limitação a pessoal autorizado é a restrição máxima

que se pode fazer para fins de controle contábil nesta área. O número e a categoria do

pessoal a que se permite o acesso devem ser determinados pela natureza dos ativos e

sua suscetibilidade a prejuízos.

De acordo com Souza (2008), as empresas de pequeno porte mesmo não adotando

um sistema sofisticado de controles, podem, através da contabilidade, extrair informações

necessárias por meio dos razões das contas para fazer os controles auxiliares das

seguintes contas:

a. Plano de Contas - é através do Plano de Contas que serão realizados os

registros das contas patrimoniais e de resultado, nos principais controles

auxiliares;

b. Controle de Caixa - é por meio deste relatório que serão registradas as

operações da empresa de pequeno porte quanto aos fatos patrimoniais, receitas

e despesas, pagamento de dívidas, recebimento de vendas à vista ou

recebimento de clientes;

c. Controle de Banco Conta Movimento - este controle registra todas as

movimentações feitas na conta bancária referentes a entradas e saídas de

recursos. Praticamente, funciona de forma idêntica à movimentação de caixa,

porém as transações são executadas pela conta bancária;

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d. Controle de Aplicação Financeira - caso a empresa realize operações

financeiras de curto ou longo prazo, deverá ser feita a escrituração deste fato

visando acompanhar a movimentação deste investimento;

e. Controle de Contas a Receber - tem por finalidade o registro da clientela em

razão das vendas realizadas a prazo, assim como sua baixa quando do

pagamento efetuado pelo devedor;

f. Controle Permanente dos Estoques - tem por finalidade o registro das

entradas, baixas dos estoques, custo médio dos preços unitários,

movimentação dos estoques;

g. Controle de Imobilizado - tem por finalidade o registro dos bens adquiridos

para compor o ativo imobilizado da empresa, assim como o acompanhamento

do valor da depreciação imputada a cada tipo de bem;

h. Controle de Fornecedores - visa controlar os compromissos assumidos com

fornecedores em decorrência da aquisição de mercadorias a prazo, assim como

a baixa em razão dos pagamentos efetuados pela empresa;

i. Controle de Contas a Pagar - visa controlar os compromissos assumidos com

fornecedores de outros bens e serviços que não sejam mercadorias, tais como:

fornecedores de energia elétrica, materiais de escritório, imobilizados etc.;

j. Controle das Provisões de Gastos - tem por finalidade registrar todos os

gastos que sejam pagos em períodos seguintes, onde são feitas as provisões

(estimados) no final de cada mês;

k. Controle de Receitas - tem por finalidade o registro das receitas oriundas das

atividades principais (vendas de mercadorias e/ou prestação de serviços) assim

como o registro de receitas secundarias (com aluguéis, rendimentos

financeiros);

l. Controle de Despesas - tem por finalidade o registro de despesas variáveis e

fixas que serão extraídas dos controles de caixa e bancos assim como do

controle das provisões de gastos.

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Para que os controles contábeis sejam confiáveis é preciso comparar os registros

contábeis com os ativos físicos para certificar-se de que os ativos existentes estejam de

acordo com os registros. Alguns exemplos típicos dessa comparação compreendem

contagens de caixa, de estoques e bens do ativo imobilizado. A adoção desse

procedimento garante ao gestor que os números que ele está analisando representam a

posição da sua empresa. Havendo informações incorretas pode induzir o gestor a erros na

tomada de decisão.

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5 A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO

5.1 Gestão

Para fundamentar o presente trabalho, também é preciso discorrer sobre os

conceitos básicos de gestão.

5.1.1 Conceitos de gestão

Para Iudícibus e Marion (2001, p. 101), gestão é “o processo de tomada de decisão

que inclui planejamento, execução e controle”. Já para Nakagawa (1993, p. 42), gestão é:

“Atividade de se conduzir uma empresa ao atingimento do resultado desejado por ela,

apesar das dificuldades.”

A gestão é a arte de pensar, de decidir e de agir, de fazer acontecer e de obter

resultados. Resultados que podem ser definidos, previstos, analisados e avaliados, mas

que têm de ser alcançados através de pessoas e numa interação humana constante.

A gestão existe simplesmente porque há atividades que uma pessoa não pode fazer

por si só. Necessita da cooperação de outros para uma ação coletiva na busca de um

objetivo comum. Para alcançar esse objetivo, existem meios que podem ser previamente

identificados como adequados para alcançar o mesmo fim.

Nenhum gestor sozinho pode satisfazer todas as demandas dos seus ambientes

interno e externo. Para a gestão eficaz, a empresa deve formar uma equipe de pessoas

líderes que, quando trabalham em harmonia, podem dimensionar o mais complexo e

dinâmico dos problemas.

Portanto, de acordo com a literatura, pode-se concluir que gestão abrange

fundamentalmente:

a. apreender e interagir com os fenômenos socioeconômicos internos e

externos;

b. administrar favoravelmente as circunstâncias e especificidades; e

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c. buscar informação para optar por decisões mais coerentes aos objetivos

empresariais.

As dificuldades existirão e a relação com elas determinará o diferencial do gestor,

que pode optar no zelo pelo controle interno suficiente para enfrentá-las. Logo, o controle

interno que abrange tanto informações socioeconômicas quanto patrimoniais e o suporte

ao processo de gestão figura como elemento de percepção, em um primeiro momento e,

logo após, como elemento informativo para a decisão mais adequada.

5.1.2 Modelos de gestão

Atualmente, principalmente pelo avanço da tecnologia, existem vários modelos de

gestão adotados em uma mesma empresa.

O modelo adotado geralmente está de acordo com o modo como os responsáveis

(gerentes) atuam na gestão da empresa ou de cada área dela.

Quando os gestores realmente entenderem a essência dos modelos e tiverem a

chance de colocá-los em prática em varias situações, podendo se livrar das restrições sem

perder de vista a premissa básica, serão capazes de julgar se um determinado modelo é

apropriado para um dado conjunto de circunstâncias e aplicá-lo, sem tornar a aplicação

um objetivo por si mesmo.

Assim, Figueiredo e Caggiano (1997, p. 30) fazem uma abordagem em que

definem:

“Um modelo de gestão poderia ser definido como modelo de

princípios e definições que decorrem de crenças específicas que

traduzem o conjunto de ideias, crenças e valores dos principais

executivos, impactando assim todos os demais subsistemas

empresariais; é, em síntese, um grande modelo de controle, pois

nele são definidas as diretrizes de como os gestores vão ser

avaliados, e os princípios de como a empresa vai ser

administrada.”

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Os autores fazem uma relação entre controle e modelo de gestão de forma que

essa relação fica contundente entre eles, quando dizem: “Modelo de gestão é (...), em

síntese, um grande modelo de controle.”

Para Santos, Schmidt e Pinheiro (2006, p. 32):

“O modelo de gestão tem seu input na identificação das crenças e

dos valores dos controladores da entidade; esses vetores geram a

missão e esta fundamenta a concepção teórica do modelo que

será operacionalizado nos três modelos apresentados na figura a

seguir. Dessa forma, o modelo de gestão será consubstanciado

no processo de decisão dos gestores da entidade. Esse modelo

pode ser dividido em três principais submodelos: decisão,

mensuração e informação, conforme evidenciado na figura a

seguir.”

Figura 1 – Modelo de Gestão

Fonte: Santos, Schmidt e Pinheiro, (2006, p.32)

Missão

Modelo de Gestão

Crenças e Valores

MODELO DE

DECISÃO

MODELO DE

MENSURAÇÃO

MODELO DE

INFORMAÇÃO

Planejamento

Execução

Controle

Avaliação

Entrada/Saída

Obter dados

Processar

Gerar Informações

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Para fins desse estudo, o modelo de gestão está satisfatoriamente definido. Cumpre

citar que sua definição pode ser tratada à luz de seus componentes: estilo de gestão,

processo de gestão, princípios da organização, princípios de comunicação/informação;

conceitos e critérios de avaliação dos gestores; avaliação de resultados (com finalidades

específicas de otimização); avaliação de desempenho; e conceitos de prestação de

contas.

5.2 A contabilidade como instrumento de gestão

A maioria das empresas de pequeno porte utiliza a contabilidade mais por razões

fiscais do que por razões gerenciais e de controle. A visão que os proprietários dessas

empresas têm com relação à contabilidade é que ela só serve para apurar impostos e

cumprir as exigências dos órgãos do governo, e não como uma fonte de informações que

auxilie na gestão do seu negócio, dispensando essa importante ferramenta não só para

controle, mas também para gerar informações que ajudem na tomada de decisões e no

gerenciamento da empresa.

Os controles contábeis estão diretamente relacionados com os registros das

operações e, consequentemente, com a elaboração das demonstrações contábeis, para

fornecer aos administradores informações com clareza, objetividade e confiabilidade, de

forma a ajudá-los nas análises dos resultados e no processo decisório. Os controles

contábeis são feitos através do plano de contas, dos razões auxiliares, sempre

confrontando seus saldos com o razão geral e com o livro diário, com os balancetes de

verificação e com as análises dos saldos das contas apresentados nos referidos

balancetes.

Gomes (2000, p. 61) diz que a compreensão dos controles contábeis:

“(...) envolve aspectos de como são guardados os

documentos de suporte e como se dá o relacionamento

das diversas áreas ‘produtoras’ destes com a

contabilidade.”

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Os relatórios contábeis devem demonstrar a posição real do patrimônio e dos

resultados da empresa em determinado período para que o gestor possa fazer uma

análise de cada conta apresentada e tomar decisões. Citando um exemplo: os valores

apresentados na conta “Clientes” devem representar os montantes efetivamente

realizáveis, líquido da provisão para devedores duvidosos, para que ele possa analisar as

entradas de recursos esperados provenientes das operações de vendas a prazo.

Sistemas de contabilidade gerencial efetivos podem criar valores consideráveis,

fornecendo informações tempestivas e precisas, contribuindo para o sucesso das

empresas atuais. Entretanto, a maior parte das empresas ainda prioriza a contabilidade

financeira em detrimento da gerencial, tendo em vista a necessidade de atendimento às

questões tributárias.

5.2.1 A importância da informação contábil

Segundo Atkinson (2000, p. 67):

“A Contabilidade Gerencial foi definida pelo Institute of

Management Accounting (IMA) como o processo de

identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação,

interpretação e comunicação de informações financeiras

usadas pela administração para planejar, avaliar e controlar

dentro de uma empresa assegurando o uso apropriado e

responsável de seus recursos.”

A contabilidade gerencial trata as informações contábeis desenvolvidas para

gestores dentro de uma organização que dirigem e controlam suas operações, com

enfoque e direcionamento desses dados para a tomada de decisão, e não apenas para

cumprir determinações legais e tributárias, como no caso da contabilidade financeira. A

informação gerencial contábil é uma das fontes primárias para a tomada de decisão e

controle nas empresas. Ressalta-se que identificar e mensurar informações são

reconhecê-las, avaliá-las, adequá-las, quantificá-las ou estimá-las, como transações e

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eventos empresariais que tenham ocorrido ou que possam vir a ocorrer, demandando

ações e tomada de decisões empresariais apropriadas.

A finalidade primordial das informações contábeis é auxiliar o usuário na tomada de

uma melhor e mais bem fundamentada decisão. Esses usuários estão dentro e fora das

empresas e todos as utilizam, porém de maneiras diferentes e de acordo com suas

necessidades.

Medidas da condição econômica da empresa, como as de custos e lucratividade

dos produtos, dos serviços, dos clientes e das atividades das empresas, são obtidas

através dos sistemas de contabilidade gerencial. Além disso, a informação gerencial

contábil mede o desempenho econômico de unidades operacionais descentralizadas,

como as unidades de negócios, as divisões e os departamentos. Essas medidas de

desempenho econômico ligam à estratégia da empresa a execução da estratégia

individual de cada unidade operacional.

Depois de acumuladas e registradas de forma consistente, as informações são

analisadas e, então, relacionadas a outros eventos circunstanciais. Elas serão

direcionadas aos usuários conforme sua relevância e finalidade. A informação gerencial

contábil é, também, um dos meios primários pelos quais operadores/funcionários, gerentes

intermediários e executivos recebem feedback sobre seus desempenhos, capacitando-os

a aprenderem com o passado e melhorarem para o futuro. A administração, de posse das

informações, deve estabelecer metas, avaliar as ações, implicações e tendências e

controlar o desempenho através de monitoramento e medição, induzindo ação corretiva

quando esta se fizer necessária.

5.2.2 Conhecendo o comportamento dos custos

Horngren et al. (2002) expõem que a chave para entender o comportamento dos

custos é distinguir os custos fixos dos custos variáveis. Os custos serão fixos ou variáveis

quando relacionados com alguma medida de produção, ou seja, quando relacionados com

algum direcionador.

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O custo fixo é assim determinado, pois não apresenta alteração imediata como

resposta às mudanças ocorridas nos direcionadores de custos. A titulação de imutável

para o custo fixo não pode ser considerada uma verdade inquestionável. Dentro de limites

consideráveis, o custo fixo não se altera com as modificações em seus direcionadores.

O custo variável tem seu valor total alterado à medida que ocorrem modificações

nos direcionadores de custo. Assim como os custos fixos, os variáveis também

apresentam uma faixa relevante, expondo a partir desta uma não-linearidade no

comportamento.

É importante frisar que, no momento de se escolher um sistema de gestão de

custos, é preciso que as empresas estejam atentas para a relação custo-benefício.

5.2.3 Método de custeio

A contabilidade de custos, ao longo dos anos, foi utilizada como mensuração dos

estoques e alocação de custos para efeito de resultado. Atualmente, esse instrumento

está sendo utilizado para a tomada de decisão nas empresas. Uma peça-chave para que

essa ferramenta seja usada com sucesso é a figura do contador. Ele deve possuir os

conceitos de custos fixos e variáveis bem apurados à realidade de seu trabalho. Qualquer

interpretação equivocada dos dados pode condicionar o gestor a decisões desfavoráveis.

Diversos cálculos podem ser feitos para se ter uma visão melhor do custo de cada

produto produzido. Um produto com maior margem de contribuição, sem qualquer variável

limitadora, pode ter a preferência no processo produtivo. Calcular o ponto de equilíbrio é

fundamental para o planejamento de produção e vendas. O conhecimento dos custos,

sejam eles indiretos ou diretos, é de extrema importância para viabilizar o

empreendimento.

Nesse contexto, Hansen e Mowen (2003, p. 65) explicam que um “princípio

fundamental da gestão de custos é 'custos diferentes para propósitos diferentes’. Assim, o

que o custo do produto significa depende do objetivo gerencial que está sendo atendido”.

Dessa discussão destacam-se duas opções de método de custeio, dentre outras, que são

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o custeio por absorção e o custeio variável, cuja principal distinção é a forma com a qual

tratam os custos indiretos de fabricação (CIFs).

O custeio por absorção é utilizado para a divulgação das demonstrações contábeis,

sendo seu uso obrigatório de acordo com a legislação tributária. Nele, todos os custos de

produção serão considerados para fins de mensuração no período do custo da produção,

do custo das mercadorias vendidas e dos estoques.

O custeio variável é utilizado para fins gerenciais, facilitando o processo de tomada

de decisão. Nele trabalha-se com o conceito de margem de contribuição (preço de venda

unitário menos custo variável unitário), por meio da qual é possível analisar a rentabilidade

de diferentes produtos.

Ao tomar suas decisões, é necessário que os gestores avaliem como um volume de

produção afeta as receitas, os custos e o resultado. Essa avaliação feita pelos gestores

pode ser conhecida como análise custo-volume-lucro (CVL).

Segundo Horngren et al. (2002), a análise mais básica de CVL calcula o ponto de

equilíbrio mensal em números de unidades físicas e unidades monetárias de vendas. O

ponto de equilíbrio representa o nível de vendas que iguala as receitas com as despesas,

obtendo um “lucro” zero. Aquele auxilia os gestores na análise de riscos, ao avaliar a

receita necessária para cobrir os custos e despesas de um produto.

5.2.4 Sistemas de acumulação de custos

Padoveze (2003, p. 324) alerta para a importância de não se confundir método de

custeio com sistema de acumulação de custos. Para o autor, o método de custeio “indica

quais custos devem fazer parte da apuração do custo dos produtos; o sistema de custeio

ou forma de custeio está ligado à dimensão da unidade de mensuração e indica as opções

de mensuração depois de adotado um método de custeio”. Os sistemas de acumulação de

custos mais utilizados são: por ordem de produção e por processo.

Segundo Jiambalvo (2001, p. 23), o sistema de custeio por ordem de serviço de

produção é usado quando a produção se destina à fabricação de produtos únicos feitos de

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acordo com as especificações dos clientes. Cada pedido é classificado como uma “ordem

de produção” e pode conter uma ou mais unidades; logo, os custos são acumulados para

cada ordem de produção, e o custo unitário é calculado pela divisão dos custos totais pelo

número de unidades produzidas.

Já o sistema de custeio por processo, Jiambalvo (2001, p. 23) define como o

sistema que é usado quando a produção se destina à fabricação de grandes quantidades

de produtos homogêneos. Logo, os custos são acumulados por departamento, por

período, e o custo unitário é calculado com base em unidades equivalentes de produção.

5.2.5 Como precificar?

A precificação dos produtos ou serviços é uma das mais importantes e difíceis

tarefas dos administradores. Essa complexidade gera dúvidas e discussões e está

relacionada com as diferentes decisões que devem ser tomadas. Decisões estas que

dependem das características do mercado enfrentado pela empresa.

Em consequência disso, erros na condução da formação de preços podem reduzir

consideravelmente os resultados de uma empresa e até inviabilizá-la. Tais erros podem

estar tanto na opção por um preço muito alto como por um preço muito baixo para o

produto.

Segundo Horngren (2004), existem duas abordagens de precificação que podem ser

utilizadas por empresas: precificação por custo mais margem de lucro e custeio-alvo.

Como a receita necessita cobrir os custos para que as empresas alcancem lucro,

muitas delas partem do custo para gerar o preço. Isto é, elas computam os custos dos

produtos e acrescem com o valor desejado de lucro. Normalmente existe uma base para o

custo e uma margem de lucro almejada. Conhecida como markup, essa margem é uma

porcentagem aplicada ao custo-base que contém o lucro desejado e quaisquer custos não

contidos no custo-base. A margem dependerá, na maioria das vezes, dos custos e da

demanda dos clientes.

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O custeio-alvo é uma ferramenta de gestão para obter reduções de custos como um

objetivo, por todo o ciclo de vida do produto. Esse objetivo pode ser determinado antes

mesmo de o produto ser inventado ou delineado. O custo é gerado através da

determinação do preço (preço-alvo) que os consumidores estejam propensos a pagar pelo

produto ou serviço.

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6 METODOLOGIA DA PESQUISA

Para atingir os objetivos propostos nesta pesquisa, escolheu-se o método de estudo

de caso descritivo. A escolha é decorrente da necessidade de aprofundamento no estudo

das práticas de controles internos nas empresas de pequeno porte e sua importância no

processo decisório, com vistas a compará-los com os referenciados na literatura.

6.1 Método de pesquisa

Para Collis e Hussey (2005, p. 61), metodologia “refere-se à maneira global de

tratar o processo de pesquisa, da base teórica até a coleta e análise de dados”.

Segundo Bastos et al. (1995, p. 4), o elemento básico de uma boa metodologia

consiste em um plano detalhado de como alcançar os objetivos, respondendo à questão

proposta.

Já Hegenberg (1976, p. 116) conceitua método como uma forma de selecionar

técnicas e de avaliar alternativas para a ação científica. Enquanto as técnicas utilizadas

por um cientista são decorrentes de suas decisões, o modo pelos quais tais decisões são

tomadas depende de suas regras de decisão. Métodos são regras de escolha; técnicas

são as próprias escolhas.

De acordo com Collis e Hussey (2005, p. 23), as pesquisas podem ser classificadas

de acordo com:

• o objetivo da pesquisa – os motivos para realizar a pesquisa;

• o processo da pesquisa – a forma como o pesquisador coletará e analisará

os dados obtidos;

• a lógica da pesquisa – se a pesquisa será desenvolvida do geral para o

específico ou vice-versa;

• o resultado da pesquisa – se a pesquisa tenta resolver determinado

problema ou fazer uma contribuição geral para o conhecimento.

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É sabido que toda e qualquer classificação se faz mediante algum critério. Com

relação às pesquisas, é usual a classificação com base em seus objetivos gerais. De

acordo com Gil (1991, p. 45), é possível classificar as pesquisas em três grandes grupos:

exploratórias, descritivas e explicativas.

A metodologia utilizada nesta pesquisa é a descritiva. De acordo com Marconi e

Lakatos (2006, p. 20), “a pesquisa descritiva delineia o que é e aborda também quatro

aspectos: descrição, registro, análise e interpretação de fenômenos atuais, objetivando o

seu funcionamento presente”.

Collis e Hussey (2005, p. 24) classificam, também, uma pesquisa descritiva dizendo

que:

“... é a pesquisa que descreve o comportamento dos fenômenos.

Sendo usada para identificar e obter informações sobre as

características de um determinado problema ou questão.”

Segundo Marconi e Lakatos (1996, p. 66), a pesquisa bibliográfica é realizada sobre

todo o conhecimento produzido e disponível ao público, correlato com o assunto em

estudo: boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material

cartográfico etc., até meios de comunicação orais, com a finalidade de colocar o

pesquisador em contato direto com o assunto.

Quanto à lógica e ao desenvolvimento da pesquisa, foi utilizado nesta pesquisa o

método dedutivo, que segundo Silva (2003, p. 40) “transforma enunciados universais em

particulares. O ponto de partida é a premissa antecedente, que tem valor universal, e o

ponto de chegada é o consequente (premissa particular)”. Esta pesquisa assemelha-se a

essa concepção, porque analisou a amplitude das fundamentações teóricas, considerando

as particularidades inerentes ao estudo do caso em questão (SILVA, 2003, p. 153).

Fundamentando-se no objetivo geral do estudo, decidiu-se pelo método do estudo

de caso, cuja metodologia permite a aplicação de diferentes técnicas de coleta e análise

de dados, nas quais se incluem a análise documentária, entrevistas e observação

(COLLIS e HUSSEY, 2005, p. 73).

Maior Filho (1984, p. 146) descreveu o estudo de caso como:

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“... os estudos de casos, além do reconhecido valor didático, têm

um papel importantíssimo a desempenhar em administração. Eles

permitem um maior aprofundamento nas pesquisas que visam a

uma compreensão de processos administrativos, tais como o

processo decisório, os quais são histórico-dependentes. Os

estudos de casos são aplicáveis tanto para os aspectos

descritivos como para os normativos.”

Para Maximiano (1987, p. 20), o método do caso pode registrar a história de uma

empresa ao longo de certo período, restringindo-se a descrever uma trajetória ou

segmento histórico, para que o leitor faça a análise a seu critério.

Gomes (1983, p. 62) afirma que:

“Uma das vantagens de se estudar diversos casos – além da

possibilidade de se criar tipologias – é que se pode identificar

diversas variáveis contextuais ou situacionais, permitindo

comparações com a teoria. Isto significa que os estudos de casos

(em geral estudo de processo) podem ser codificados em termos

de alguma teoria que especifica relações entre estrutura e

processo ou entre vários estágios no processo.”

Cooper e Schindler (2003, p. 130) definem os estudos de caso, nos quais colocam

mais ênfase em uma análise contextual completa de poucos fatos ou condições e suas

inter-relações. Embora as hipóteses sejam frequentemente usadas, basear-se apenas em

dados qualitativos torna o suporte ou a rejeição mais difícil. Uma ênfase em detalhes

fornece informações valiosas para a solução de problemas, avaliação e estratégia. Esse

detalhe é obtido de fontes múltiplas de informação.

E segundo Collis e Hussey (2005, p. 73), os estudos de caso descritivos procuram

descrever exatamente situações e práticas correntes, e destacam que é um exame

extensivo de único exemplo de um fenômeno de interesse e é também um exemplo de

uma metodologia fenomenológica.

A caracterização desta pesquisa também pode ser realizada pelo resultado da

pesquisa, uma vez que pode ser classificado como pesquisa básica, que segundo Collis e

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Hussey (2007, p. 27) “ocorre quando uma pesquisa está sendo conduzida basicamente

para aumentar nosso entendimento de questões gerais”.

Complementam ainda, que a “pesquisa básica é considerada a forma mais

acadêmica de pesquisa, visto que o principal objetivo é fazer uma contribuição para o

conhecimento, em geral para o bem comum, em vez de resolver um problema específico

para uma organização”.

Assim, de forma explícita em relação ao assunto, e tendo em vista o objetivo, o

processo, a lógica e o resultado da pesquisa, foi realizada uma revisão da literatura

pertinente ao tema. Na escolha do tema, considerou-se importante levantar a discussão

sobre o controle de gestão das organizações, para analisar a possibilidade de utilização de

uma ferramenta de gestão, sendo que o marco normativo aplicável a essa ferramenta de

gestão não preconiza sua relação, única, exclusiva e direta com o fenômeno estudado.

Diante das questões de melhoria dos controles internos em uma empresa

específica, foram levantados dados junto às bibliografias sobre o processo e o sistema de

controle interno em empresas, disponíveis tanto no Brasil quanto no exterior, e sobre a

ferramenta de gestão em questão. Decidindo-se pelo estudo de um caso específico, foi

selecionado para estudo o material disponível para análise e também dados internos da

empresa.

A pesquisa foi realizada no segundo semestre de 2008, sendo esta investigação ex

post facto, que segundo Vergara (2004, p. 48) refere-se a um fato já ocorrido, em que o

pesquisador não pode controlar ou manipular as variáveis.

Desta forma, considerando o objetivo estabelecido no estudo, esta pesquisa

detectou fatos que corroboraram a suposição inicial e as análises dos dados permitiram as

inferências sobre a importância dos controles internos em uma empresa de pequeno porte

para melhoria do processo de gestão do caso estudado.

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6.2 Seleção da amostra

Segundo Malhotra (2006, p. 66), a pesquisa qualitativa caracteriza-se por ser não-

estruturada, de natureza exploratória e baseada em pequenas amostras com o objetivo de

prover percepções e compreensão do problema.

Esta pesquisa contempla um estudo de caso único com a finalidade de evidenciar a

importância dos controles internos como ferramenta de apoio à gestão para tomada de

decisão, e consequentemente saber qual é a visão que os proprietários da empresa

estudada têm deles.

De acordo com Gil (1999, p. 73), o estudo de caso permite o exame aprofundado de

um ou de poucos objetos, fornecendo então conhecimentos amplos e detalhados sobre

ele.

Por motivos de conveniência, para desenvolver o estudo de caso único foi escolhida

uma empresa que atua no ramo de alimentos situada na cidade do Rio de Janeiro, de

forma que o pesquisador tivesse acesso fácil e rápido aos dados, para que pudesse

chegar a uma profundidade maior nos temas envolvidos. Essa é precisamente a ideia que

sustenta as amostras por conveniência.

Vergara (2004, pp. 50-51), quando afirma a possibilidade de utilização de amostra

não probabilística destacando aquelas selecionadas por acessibilidade e por tipicidade,

está alinhado com o entendimento acima. E define a amostra por acessibilidade como

“longe de qualquer procedimento estatístico, seleciona elementos pela facilidade de

acesso a eles”.

No entanto, por se tratar de um estudo de caso, alguns cuidados adicionais tiveram

que ser adotados nesse processo, a fim de ratificar a escolha feita, sem comprometer a

validade da pesquisa. Portanto, o método escolhido se ajusta perfeitamente à natureza

desta pesquisa, que busca estudar a importância dos controles internos como ferramenta

de apoio à gestão para a tomada de decisão em empresas de pequeno porte,

comparando-os com a literatura, e verificar empiricamente se os controles internos

fornecem efetivamente informações úteis e confiáveis à administração para a tomada de

decisão.

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6.3 Coleta dos dados

Os dados foram obtidos através de visitas in loco e de entrevista pessoal conduzida

pelo próprio pesquisador na empresa pesquisada.

Para as entrevistas, foi elaborado um questionário que possibilitasse respostas às

perguntas da pesquisa. No anexo I, encontra-se a cópia do referido questionário que fez

parte deste trabalho. As entrevistas foram feitas com os proprietários da empresa

pesquisada, porém algumas questões foram respondidas pelo contador.

Além dos dados obtidos através da entrevista, foram também coletadas

informações no âmbito da empresa pesquisada, mediante acesso à documentação e a

relatórios disponibilizados, como fontes primárias.

Como fontes secundárias, por meio da revisão bibliográfica realizada, que foi a base

teórica para a pesquisa, abrangendo os conceitos de controle interno, de gestão, com

seus objetivos, finalidades, importância, modelos e responsabilidades, bem como a

evolução histórica da contabilidade gerencial com seus objetivos e finalidades, os dados

bibliográficos foram coletados de forma organizada e previamente planejada.

As pesquisas, bibliográficas e documentais, justificam-se à medida que contribuirão

para o levantamento das possíveis convergências e divergências entre a teoria e a

situação do caso estudado.

Enfim, o pesquisador teve amplo acesso aos dados da empresa. Foram

consultados os dados financeiros, administrativos, operacionais e de pessoal, além de

relatórios impressos. Foram feitas também visitas às instalações da empresa. O prazo e o

acesso aos dados foram suficientes para embasar esta pesquisa.

6.4 Análise dos dados

Para que a estratégia da escolha do estudo de caso obtenha os resultados

necessários, existe a necessidade de se utilizar um instrumento orientador e regulador; o

instrumento é chamado de protocolo. Segundo Martins (2006, p. 74), “o protocolo constitui-

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se em um forte elemento para mostrar a confiabilidade de uma pesquisa”, isto é, garantir

que os passos utilizados na investigação possam ser reaplicados em outro estudo de caso

em condições semelhantes ao primeiro.

Neste trabalho foram feitas verificações da existência de controles internos na

empresa pesquisada, avaliação dos controles existentes, das possíveis consequências

decorrentes da ausência destes, assim como sugestões para solucionar as deficiências

detectadas tanto pela ausência de controles quanto para melhorar os que existem.

Além dos procedimentos citados, foi realizada avaliação para adotar uma estrutura

mínima de controles internos, conforme modelo sugerido pelo CRC/SP (1998) referente à

implementação de uma estrutura de controle interno para empresas de pequeno porte,

descrito no capítulo 4 desta pesquisa.

Todavia, para o entendimento da metodologia e dos resultados da pesquisa, é

imprescindível a definição das questões da pesquisa, conforme já exposto no item 1.2 –

Objetivo da pesquisa.

Todavia, Collis e Hussey (2007, p. 261) ressaltam que, seja qual for o método

adotado para análise dos dados, independentemente do quanto são bons os sistemas e

procedimentos que você adotar, a qualidade de sua análise dependerá da qualidade dos

dados coletados e de suas interpretações.

6.5 Limitação do método de pesquisa

O presente estudo, de natureza exploratória, foi realizado segundo a metodologia

sugeria pela literatura sobre métodos científicos em pesquisa social. Como o estudo foi

realizado em uma única empresa, limita os resultados obtidos ao caso estudado e impede

qualquer tentativa de generalização, devido à subjetividade na interpretação do

pesquisador sobre os textos analisados (Gil, 1987, p. 60).

A descrição do caso, resultante da entrevista, embora em parte calçada na

documentação disponibilizada (tais como: demonstrações contábeis, relatório financeiro

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etc.), decorre de respostas segundo a percepção dos entrevistados. Tal fato pode ser

considerado uma das limitações da pesquisa.

Finalmente, a carência de estudos sistemáticos e verificações empíricas sobre

controles internos para empresas de pequeno porte brasileiras pode ser considerada um

problema para a realização deste estudo.

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7 O ESTUDO DO CASO

7.1 Considerações sobre a empresa

A empresa objeto do estudo é familiar, constituída em novembro do ano de 1974,

atuando no ramo de alimentos (bar, lanchonete e restaurante), situada em bairro da zona

sul da cidade do Rio de Janeiro. A sociedade foi formada pelo patriarca detentor de 40%

das quotas do capital social, juntamente com seus dois filhos detentores de 30% do capital

social, cada um. Em abril de 1993, o sócio patriarca deixa a sociedade mediante a cessão

de 30% de suas quotas para a sua filha e 10% para sua esposa (matriarca), ficando assim

o quadro societário composto pela matriarca e seus três filhos. Com a saída do sócio

patriarca da sociedade, o filho mais velho assumiu a administração da mesma até outubro

do ano de 2006, quando faleceu. A partir de então a administração da sociedade passou a

ser conduzida pelos dois irmãos remanescentes, com o falecimento da sócia matriarca.

Cabe ressaltar que os dois irmãos assumiram a gestão da empresa; no entanto, a sócia-

filha não tinha nenhum envolvimento com o negócio e o sócio-filho, embora tivesse

envolvimento, não possuía nenhum poder de decisão e nenhuma função definida, já que a

empresa era comandada pelo sócio-filho mais velho.

Serão utilizados os termos “escritório”, para referir-se às áreas administrativa,

financeira e de pessoal e todas as rotinas correlatas, e “operacional”, para o restaurante

(composto por confeitaria, cozinha, salão, copa e estoques). Para referir-se aos

administradores serão utilizados os termos “sócio-filho” e “sócia-filha”.

Atualmente, o quadro societário da empresa é formado pela sócia-filha, detentora

de 70%, e pelo sócio-filho, detentor de 30% do capital social da sociedade. A sócia-filha

aumentou sua participação na sociedade herdando por testamento as quotas de sua mãe

e do seu irmão. Como a sócia-filha tornou-se a sócia majoritária, passou a dividir a

administração da sociedade com o sócio-filho, que ficou responsável pela área operacional

(restaurante, confeitaria, cozinha, estoques, compras etc.), sendo ela responsável pelo

escritório (áreas administrativa, financeira e de pessoal).

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É notável a forma como os sócios administram a sociedade. Cada um cuida de sua

área, praticamente, de forma isolada e independente, não havendo comunicação entre

eles no processo de tomada de decisão e condução do negócio. Eles ficam em espaços

diferentes: a sócia-filha no escritório e o sócio-filho no restaurante. Com isso, não sabem

e, também, não se inteiram sobre o que acontece na área do outro, resultando no fato de

que, em síntese, nenhum dos dois sócios tem uma visão global do negócio.

A falta de conhecimento e de experiência nas áreas administrativa, financeira, de

pessoal e operacional dos atuais gestores, uma vez que não participavam da gestão

anteriormente ao falecimento do sócio administrador, está contribuindo sensivelmente para

o estado crítico da empresa. Os diversos problemas existentes, atualmente, na empresa

são resultantes da gestão deficiente e descompromissada, ameaçando a continuidade do

negócio.

É uma empresa tradicional, devido ao alto padrão de qualidade de seus produtos,

sendo reconhecida pelas principais mídias especializadas, além de estar em localização

privilegiada. Apesar de todas as ameaças e de estar enfrentando forte concorrência, o

faturamento obtido no ano de 2007 foi de aproximadamente 6 milhões de reais e de

aproximadamente 3 milhões de reais no primeiro semestre do ano de 2008, o que dá a

média de faturamento mensal de aproximadamente 500 mil reais.

7.2 Principais deficiências no processo de gestão

7.2.1 Aspectos da administração do negócio

A empresa é controlada pelos membros da família, conforme descrito

anteriormente. Os proprietários já não têm mais a dinâmica na administração dos negócios

e seus objetivos pessoais não coincidem com os da empresa. Administram-na de maneira

informal, confundindo a vida pessoal com os negócios empresariais.

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A gestão do negócio é feita sem espírito de determinação, agressividade e

criatividade empreendedoras; o envolvimento efetivo dos proprietários no dia-a-dia da

empresa é muito pequeno e suas decisões são centralizadas, sem assistência de

terceiros: com estrutura informal e sem uma gerência média, com linhas de

responsabilidade ou autoridade mal definidas, com ausências de procedimentos formais

de aprovação e com grandes dificuldades em delegar funções de rotina.

A empresa também não possui métodos de produção e de marketing, nem técnicas

financeiras e administrativas. Está desprovida completamente de controles.

Apesar do pouco envolvimento dos proprietários, eles possuem o poder de anular a

maioria das decisões e funções executadas pelos membros hierarquicamente inferiores da

empresa, inclusive o registro de transações.

Os controles existentes na empresa, além de serem limitados e não apropriados,

são imprecisos e não confiáveis. Mesmo assim os proprietários têm dificuldades em

justificar para eles mesmos os custos associados a um sistema extenso e formal,

preferindo, ao contrário, confiar em seus próprios conhecimentos das transações do dia-a-

dia da empresa, embora esse conhecimento seja muito pouco. Dentre os controles que

existem, incluem-se: assinaturas de cheques e a distribuição de cheques para pagamento

de fornecedores, a preparação de conciliações bancárias e a salvaguarda física de

estoques, embora muitas vezes ineficientes.

Também não existem sistemas e controles de orçamento, relatórios gerenciais ou

financeiros. Os proprietários não contam com ninguém dentro da empresa a quem possam

consultar sobre determinados assuntos empresariais. Por essa razão, recorrem às

pessoas de fora da empresa para trocar ideias e se assessorar. Diante dessa

necessidade, terceirizaram a contabilidade, o departamento pessoal e o jurídico. No

entanto, eles não tomam as decisões com base no resultado dessa assistência;

geralmente, seguem seus próprios instintos, julgando o que acham ser o melhor para a

empresa, contrariando assim, muitas das vezes, as recomendações oferecidas.

Os sócios da empresa em estudo também têm participação em outras duas

empresas. Serão usados os termos empresa “A” e empresa “B” para se referir às duas

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empresas citadas. A empresa “A” atua no ramo de fabricação de um único alimento com

diversos sabores e a “B” atua no mesmo ramo da empresa em estudo. Embora sejam

empresas independentes no papel, o mesmo não acontece na prática, já que todos os

gastos necessários para manter a empresa “A” operando são realizados pela empresa em

estudo, assim como são feitos gastos para alguns materiais consumidos pela empresa “B”,

sem que esta faça o devido reembolso.

De acordo com o referencial teórico descrito nos capítulos 3, 4 e 5 e com a

aplicação do questionário constante do anexo I, foi possível verificar os seguintes

aspectos:

7.2.1.1 Principais deficiências detectadas na empre sa em estudo

• o ambiente de controle é bem fraco devido à falta de envolvimento

ativo dos proprietários;

• embora a estrutura informal permita que a empresa se ajuste

rapidamente às mudanças no negócio e no volume de trabalho, o

resultado é que está havendo a superposição de funções e a

ineficiência, devido à confusão por não saber quem é responsável

pelas funções ou pelo fato de duas ou mais pessoas estarem

executando as mesmas funções;

• do ponto de vista de controle, a estrutura está favorecendo a

execução de funções incompatíveis por uma mesma pessoa;

• por ter controles fracos, a eficácia dos controles individuais, mesmo

que aparentem ser fortes, está sendo prejudicada;

• ausência de segregação de funções;

• ineficiências operacionais;

• possibilidade de se cometer erros com frequência;

• ocorrência de transações entre partes relacionadas (princípio da

entidade);

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• desejos pessoais dos proprietários podem afetar a administração e a

tomada de decisões da empresa;

• centralização das decisões pelos proprietários, sem delegação;

• inexistência de procedimentos formais de aprovação;

• falta de gerência média;

• falta de treinamento especializado nas áreas de finanças, impostos e

contabilidade;

• alta rotatividade dos funcionários;

• falta de política de salários e benefícios.

7.2.1.2 Possíveis consequências das deficiências de tectadas

• possibilidade de existência de fraudes, desvios e furtos;

• as informações não são confiáveis;

• falta de agilidade no processo de tomada de decisão;

• acréscimos de custos no processo de admissão e demissão;

• empregados insatisfeitos e desmotivados;

• deficiências na apuração, retenção e recolhimento de impostos e

contribuições, gerando encargos de multa e mora;

• atrasos no processo de geração de informações e preparação de

relatórios de posição.

7.2.1.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotada s para sanar as

deficiências detectadas

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• maior grau de envolvimento dos proprietários nas atividades do dia-a-

dia, de forma que isso possa representar um forte elemento no

ambiente de controle e ser uma compensação pela falta de controles

rígidos;

• adotar a segregação de funções;

• privilegiar os interesses da empresa em detrimento dos interesses

pessoais;

• fixar valor para as retiradas do pró-labore dos sócios;

• descentralizar as decisões mediante a contratação de uma gerência

média;

• adotar procedimentos formais de aprovação;

• adotar meios para reduzir a taxa de rotatividade dos funcionários;

• implementar política de salários e benefícios;

• implementar método de produção, de marketing, finanças etc.

7.2.2 Empresa “A”

Os sócios da empresa em estudo são os únicos sócios da empresa “A”, que

também está situada em bairro da zona sul da cidade do Rio de Janeiro, onde produz um

único tipo de alimento de diversos sabores, para atender, exclusivamente, tanto a empresa

em estudo quanto a empresa “B”.

A empresa “A” é mantida pela empresa em estudo, pois esta é quem faz todos os

pagamentos necessários para sua operação. A empresa “A” fornece produtos para a “B”;

no entanto, esta não paga pelos produtos adquiridos.

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Atualmente os gastos para manter a empresa “A” funcionando são de

aproximadamente 40 mil reais por mês. Como só existe a unidade fabril, logo, todos os

gastos são atribuídos ao custo de produção.

Segundo a sócia-filha, a demanda do produto fabricado pela empresa “A” para a

empresa em estudo é de aproximadamente 1.000 litros por mês, ao preço de 8 reais por

litro. A capacidade ociosa da empresa “A” está estimada em 67%. Se esse produto fosse

adquirido de terceiros, a empresa em estudo pagaria o preço entre 8 a 10 reais por litro.

Sendo os gastos mensais de aproximadamente 40 mil reais, pode-se considerar

que o custo total de produção é de 40 mil reais; logo, o custo unitário de produção é de

aproximadamente 40 reais por litro. Como não se tem nenhum controle referente às

vendas desse produto na empresa em estudo e, sendo este utilizado muito mais para

fazer outros produtos do que para sua venda direta ao consumidor, não se sabe qual é o

lucro ou prejuízo obtido na venda do produto na empresa em estudo.

O sócio-filho diz que o produto é lucrativo, pelo fato de o preço de venda ao

consumidor ser bem superior ao preço de compra. A afirmação está baseada em seu

julgamento próprio, sem nenhuma base concreta de dados ou informações que suporte tal

afirmação.

Diante do fato, fica evidenciada, ainda mais, a falta de conhecimento no processo

de gestão e de controles. O proprietário faz uma ideia totalmente equivocada da formação

do custo do produto, o qual é bem superior ao que ele imagina ser. E mesmo que fosse

adquirido de terceiro pelo mesmo valor, 8 reais o litro, ainda assim teriam que ser

considerados outros custos, devido à utilização deste na produção de outros produtos. No

anexo II encontra-se um exemplo muito conhecido na literatura, o qual trata de um caso

semelhante, que é a falta de conhecimento, por parte do gestor, na formação de custo e

consequentemente na precificação do produto, levando-o a tomar uma decisão

equivocada, prejudicando o resultado da empresa.

De acordo com o referencial teórico descrito nos capítulos 3, 4 e 5 e com a

aplicação do questionário constante do anexo I, foi possível verificar os seguintes

aspectos:

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7.2.2.1 Principais deficiências detectadas na empre sa “A”

• precificação, baseada em julgamento desprovido de informações

confiáveis, leva à ilusão de lucro;

• capacidade ociosa muito alta;

• custos produtivos muito altos;

• falta de interesse dos proprietários pelo negócio, por desconhecimento

da real situação econômico-financeira;

• baixa produtividade em função de equipamentos

ultrapassados/defasados.

7.2.2.2 Possíveis consequências das deficiências de tectadas

• precificação, baseada em julgamento desprovido de informações

confiáveis, leva à ilusão de lucro;

• capacidade ociosa muito alta;

• custos produtivos muito altos;

• falta de interesse dos proprietários pelo negócio, por desconhecimento

da real situação econômico-financeira;

7.2.2.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotad as para sanar as

deficiências detectadas

• se desfazer da empresa “A”, adquirindo o produto de terceiros, dentro

das especificidades requeridas, cujo custo seria, muito

provavelmente, inferior ao custo atual de fabricação própria;

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• não decidindo pela venda, poderia vender sua produção para terceiros

utilizando assim sua capacidade plena, que atualmente é de

aproximadamente 5 mil litros por mês, e desta forma cobrir seus

gastos e consequentemente se tornar uma empresa lucrativa.

7.2.3 Empresa “B”

A empresa também está situada em bairro da zona sul da cidade do Rio de Janeiro

e usa o mesmo “nome fantasia” da empresa em estudo, como se fosse uma filial, embora

não seja, pois tem denominação social diferente. Os mesmos sócios da empresa em

estudo são, também, sócios nesta empresa, juntamente com outros membros da família.

Também se encontra em situação financeira difícil, de forma que sua continuidade está

ameaçada devido às dívidas bancárias. A gestão é feita por outro membro da família, o

qual exerce a função de gerente geral remunerado.

Como já citado anteriormente, esta empresa faz pedidos de alguns materiais à

empresa em estudo, ora adquiridos e pagos por esta, para suprir seus estoques, mediante

requisições para posterior prestação de contas e liquidação. Tais pedidos não são

registrados na contabilidade de ambas as empresas. A “B” não vem pagando esses

pedidos, de forma que o montante acumulado já é bem significativo, embora não se tenha

controle sobre essa conta-corrente. No entanto, mesmo diante da difícil situação financeira

que a empresa em estudo se encontra, ela continua fornecendo materiais para a empresa

“B”. Portanto, é mais uma situação em que está pressionando o caixa da empresa em

estudo.

De acordo com o referencial teórico descrito nos capítulos 3, 4 e 5 e com a

aplicação do questionário constante do anexo I, foi possível verificar os seguintes

aspectos:

7.2.3.1 Principais deficiências detectadas na empre sa “B”

• falta de registro e de controle formal dos pedidos;

• ausência de aprovação formal dos pedidos por parte dos proprietários;

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• falta de pagamento dos pedidos realizados;

• uso do mesmo nome fantasia;

• transferência das mercadorias sem a documentação legal (nota fiscal

e/ou nota de débito).

7.2.3.2 Possíveis consequências das deficiências de tectadas

• pressão sobre o caixa da empresa em estudo;

• o uso do mesmo nome fantasia pode comprometer a imagem da

empresa em estudo, um vez que as empresas são administradas por

pessoas diferentes; devido à falta de normas para se estabelecer

padrões a serem seguidos, a empresa “B” pode comprometer o

padrão de qualidade dos produtos;

• comprometimento das relações comerciais com seus fornecedores

devido à falta de pagamentos;

• risco de autuação devido à ausência de documento legal;

• perdas dos créditos fiscais pela falta do uso de documento legal;

• possibilidade de haver preços de transferências.

7.2.3.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotad as para sanar as

deficiências detectadas

• fornecer materiais mediante pagamento à vista e negociação do saldo

pendente;

• desvincular o nome fantasia da empresa “B” por meio de uma

reestruturação e nova administração, por exemplo, pois o mercado

associa as duas empresas como sendo uma só;

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• estabelecer normas ou procedimentos para serem seguidos, caso se

mantenha o uso do nome fantasia;

• adotar o uso de documento legal para a transferência das

mercadorias;

• adotar controle formal dos pedidos e de pagamentos;

• adotar os procedimentos para evitar que haja preços de transferência.

7.2.4 Pró-labore

Os sócios fazem suas retiradas de acordo com seus gastos pessoais, não havendo

um valor fixo e nem data para as retiradas. Os valores variam a cada mês e representam,

em média, aproximadamente 10% do faturamento mensal. Além das retiradas, algumas

despesas pessoais, bem como dos imóveis da família, são pagas através da empresa.

Conforme descrito no capítulo 4, foi possível verificar os seguintes aspectos:

7.2.4.1 Principais deficiências detectadas na empr esa em estudo

• desobediência às normas do contrato social;

• falta de um valor fixo e data para a retirada;

• falta de procedimentos para as retiradas;

• declarações dos valores às autoridades são diferentes dos retirados

efetivamente.

7.2.4.2 Possíveis consequências das deficiências de tectadas

• pressão sobre o caixa da empresa;

• risco de ser autuada em virtude de o montante retirado ser bem

superior ao declarado às autoridades tributárias.

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7.2.4.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotada s para sanar as

deficiências detectadas

• estabelecer valores condizentes com a realidade da empresa até o

ajuste de suas finanças, bem como uma data para sua retirada;

• declarar as retiradas pelo seu valor real, de forma a evitar a

contingência passiva a qual pode comprometer ainda mais a

continuidade da empresa.

7.2.5 Sistema de refrigeração

A empresa realiza gastos mensais com energia elétrica na ordem de 24 mil reais e

com água e esgoto na ordem de 4 mil reais. Os maiores consumidores desses insumos

são: os fornos elétricos, as luzes de néon e a torre de refrigeração do salão do

restaurante, sendo este último o maior vilão de todos.

De acordo com o eletricista, se fosse trocada a instalação da torre de refrigeração

por aparelhos mais modernos, haveria a redução de no mínimo 40% do consumo de

energia e de aproximadamente 50% do consumo de água, além de se reduzir

praticamente a zero o gasto com manutenção, tornando o sistema de refrigeração bem

mais eficiente.

Foram estimadas 4 unidades de 60 mil BTU’s cujo valor total seria,

aproximadamente, de 33 mil reais. Com a redução das contas de energia elétrica em

aproximadamente 40%, de água em 50% e de manutenção em 100%, ter-se-ia uma

economia mensal de aproximadamente 14 mil reais. Logo, a compra dos aparelhos seria

financiada com a economia obtida, de forma que esse ganho se reverteria para o caixa da

empresa após a liquidação da compra.

Conforme descrito no capítulo 4, foi possível verificar os seguintes aspectos:

7.2.5.1 Principais deficiências detectadas na empr esa em estudo

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• falta de controle no consumo de energia elétrica e de água;

• alto consumo de energia elétrica e de água por máquinas e

equipamentos ultrapassados e em péssimo estado de conservação.

7.2.5.2 Possíveis consequências das deficiências de tectadas

• aumento dos gastos com manutenção e reparos devido ao uso, além

da vida útil, dos equipamentos e do maquinário os quais já estão

totalmente ultrapassados, comprometendo a eficiência operacional;

• risco de o sistema de refrigeração parar de funcionar definitivamente

por não se ter mais conserto e, consequentemente, a perda de

clientes por falta de um ambiente agradável;

• risco de acidentes e de incêndio devido ao péssimo estado de

conservação da estrutura e das instalações;

• risco de multas por uso excessivo dos recursos (energia elétrica e

água) por parte das concessionárias, tendo em vista que elas têm um

padrão para controlar o consumo ideal para cada atividade, e esta

empresa vem ultrapassando o padrão determinado. Advertências têm

sido lançadas devido aos desperdícios causados;

• pressão sobe o caixa da empresa;

• ineficiência operacional;

• pressão sobre os custos dos produtos.

7.2.5.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotada s para sanar as

deficiências detectadas

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• realizar a troca da instalações antigas por novos aparelhos visando

não só à redução de gastos, mas também à eficiência da nova

instalação;

• planejar a substituição dos demais equipamentos antigos e defasados

por outros novos, mais econômicos e eficientes, visando à redução de

custo, assim como à eficiência operacional e eliminado os riscos de

acidentes e curtos-circuitos que podem causar incêndios.

7.2.6 Horário de expediente e funcionamento do escr itório e do restaurante

O horário de expediente do escritório é das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira.

Atualmente trabalham sete empregados, conforme composição detalhada no quadro do

anexo III, todos subordinados à sócia-filha. Como não há uma definição de atribuições

formal, e também a falta de uma estrutura de funções e hierarquias, consequentemente,

na ausência da sócia-filha, o escritório fica sem comando. A sócia-filha inicia seu

expediente a partir das 13h e, como não há controle de ponto, a maioria dos funcionários

inicia seu expediente a partir das 11h, tornando o período da manhã praticamente

improdutivo.

O horário de expediente do restaurante começa às 7h, abrindo para atendimento ao

público às 9h e encerrando, aproximadamente, à 1h da manhã do dia seguinte. Devido ao

longo período de operação, o mesmo funciona em dois turnos, de segunda a segunda,

365 dias do ano.

Atualmente trabalham aproximadamente 90 funcionários no restaurante, conforme

composição detalhada no quadro do anexo III. Existem funcionários trabalhando sem o

devido registro legal, os quais não estão contemplados no quadro abaixo. Nesta área há

controle de ponto apenas para cumprir exigências do Ministério do Trabalho.

O sócio responsável pela área operacional atua no restaurante somente no período

do dia (primeiro turno) e durante o período da noite (segundo turno) o restaurante fica sob

a responsabilidade dos gerentes, que são funcionários de confiança, por estarem

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trabalhando na empresa há muito tempo. Mesmo no horário diurno, o sócio responsável

pelo restaurante se ausenta, praticamente, durante a metade do tempo.

Conforme descrito no capítulo 4, seção 4.6.2.2, foi possível verificar os seguintes

aspectos:

7.2.6.1 Principais deficiências detectadas na empr esa em estudo

• ausência de controle de ponto;

• direção do restaurante entregue nas mãos de funcionários;

• falha no gerenciamento dos funcionários;

• ausência de atribuições formais;

• responsabilidades mal distribuídas;

• falta de descontos dos atrasos.

7.2.6.2 Possíveis consequências das deficiências de tectadas

• excesso de empregados devido à redução na carga horária do

expediente, acarretando um custo a mais com pessoal;

• relação custo-benefício prejudicada;

• possibilidade de autuação pela falta do controle de ponto;

• perda de produtividade.

7.2.6.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotada s para sanar as

deficiências detectadas

• criar um organograma definindo claramente funções e hierarquia;

• definir atribuições e responsabilidades dos funcionários de forma clara

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em um manual interno;

• instalar controle de ponto eletrônico;

• realizar os descontos dos atrasos;

• estabelecer prazos para execução das tarefas;

• segregar as funções.

7.3 Controles internos nas atividades administrativ as

A empresa não tem nenhum plano de organização e não segue nenhum método,

assim como não adota nenhuma medida para incrementar a eficiência operacional e

promover a obediência às diretrizes que deveriam ser estabelecidas pela empresa para se

ter os controles administrativos. Outra situação é a falta de definição dos procedimentos

sobre as principais atividades administrativas.

Caso a empresa desejasse analisar os saldos das contas de vendas e de custos

classificados por produtos, por exemplo, para a tomada de decisões relativas aos preços

dos produtos e relação dos custos com as vendas, isso seria impossível, visto que não

existe nenhum relatório que possa fornecer tais informações aos gestores.

De acordo com o referencial teórico descrito na seção 4.7 e com a aplicação do

questionário constante do anexo I, foi possível verificar os seguintes aspectos:

7.3.1 Principais deficiências detectadas em estudo

• ausência de planejamento estratégico, planejamento de vendas, de

controles orçamentários, relatórios financeiros e demonstrações

contábeis;

• ausência de plano de organização;

• ausência de organograma;

• ausência de um manual interno de atribuições e responsabilidades;

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• falta de procedimentos e política da empresa;

• falta de restrição ao acesso de pessoal aos ativos da empresa;

• ausência de supervisão das operações;

• ausência de autorização das transações;

• ausência de sistemas de informação.

7.3.2 Possíveis consequências das deficiências det ectadas

• ineficiência operacional;

• deficiências na segregação de funções;

• decisões prejudicadas e distorcidas.

7.3.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotadas para sanar as

deficiências detectadas

• implementar procedimentos e políticas da empresa de forma a

promover a eficiência operacional;

• segregar as funções adequadamente;

• implementar planejamento estratégico e orçamentário;

• elaborar demonstrações contábeis adequadas e confiáveis;

• restringir o acesso de pessoal aos ativos da empresa;

• criar cargo de supervisão das operações, autorizando as transações;

• implementar sistemas de informação.

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7.4 Controles internos no disponível (caixa e banco s)

7.4.1 Controles internos no caixa

Os controles existentes na empresa para o caixa e para as contas bancárias são

bastante vulneráveis e de fácil manipulação e adulteração.

A empresa faz transações com fornecedores, empregados, prestadores de serviços,

entre outros, tais como pagamentos de compras à vista ou a prazo, recebimentos de

vendas etc., através do caixa, o qual não se restringe apenas ao montante para

pagamento de pequenas despesas diárias. Desta forma, a empresa mantém em seu poder

um montante de numerário significativo, se comparado ao seu faturamento. O controle do

numerário em caixa é feito em uma agenda pela própria sócia-filha. Nessa agenda são

anotadas todas as entradas e saídas. Os sócios não fazem uso de sistemas

informatizados para as tarefas do dia-a-dia.

Também não adota outros procedimentos como: definição de um valor mínimo ou

máximo do numerário, de um valor fixo para cobrir as pequenas despesas diárias,

determinação de um limite máximo para pagamento em dinheiro, prática de fazer

depósitos integrais, no final de cada dia (ou no início do dia útil seguinte), de todos os

recebimentos feitos pelo caixa (vendas à vista).

De acordo com o referencial teórico descrito na seção 4.1 e com a aplicação do

questionário constante do anexo I, foi possível verificar os seguintes aspectos:

7.4.1.1 Principais deficiências detectadas na empre sa em estudo

• pagamentos feitos sem a obtenção de aprovação de pessoa

autorizada;

• falta de documentação hábil em certos pagamentos;

• documentos de caixa e anexos inadequadamente cancelados;

• acesso de pessoas não autorizadas ao recinto do caixa;

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• valores recebidos, e não pronta e integralmente depositados;

• proteção inadequada de valores não depositados;

• funções de controle de contas a receber e a pagar exercidas pelo

caixa.

7.4.1.2 Possíveis consequências das deficiências de tectadas

• risco de perda do numerário por ocasião de fatalidades, tais como

incêndio, desabamento etc.;

• risco de furtos e roubos na própria empresa ou em trânsito quando o

empregado sai para realizar os pagamentos;

• perda do poder de compra da moeda por expor a um ambiente

inflacionário.

7.4.1.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotada s para sanar as

deficiências detectadas

• estabelecer um fundo de caixa-pequena com a devida autorização;

• realizar contagem do fundo de caixa, de surpresa, periodicamente, por

pessoa independente do setor;

• realizar depósitos de fundos de caixa-pequena desnecessários ou

excessivos;

• estabelecer limites para pagamentos por caixa (a partir de

determinado valor, os pagamentos devem ser feitos em cheques);

• utilizar fundos de caixa-pequena apenas para compras de natureza de

emergência;

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• realizar pagamentos mediante apresentação de documentação hábil;

• aprovar e conferir reembolsos de caixa;

• acesso de pessoas autorizadas ao recinto do caixa;

• estabelecer normas para concessão de vales (aprovação, valores,

prazo de prestação de contas etc.);

• depositar os valores recebidos;

• funções de controle de contas a receber e a pagar não serem

exercidas pelo caixa;

• não deixar cheques assinados em branco em poder do caixa;

• registrar os recebimentos diariamente.

Para controlar as operações de caixa (recebimentos e pagamentos), podem-se

utilizar os modelos apresentados nos quadros 1 e 2, como sugestão. Os referidos modelos

podem ser feitos por meio de uma planilha eletrônica, caso a relação custo/benefício não

seja satisfatória na aquisição de sistemas mais sofisticados, tendo em vista que o volume

de operações das empresas de pequeno porte é relativamente pequeno, se comparado

com as movimentações feitas por empresas de médio e grande porte.

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Quadro 1 – Modelo para controle de caixa

Controle de Caixa – Mês: Janeiro de 20XX – Conta No .

Data Contrapartida Histórico Entrada Saída

1 Total da movimentação

do mês

2 Saldo anterior

3 Saldo Atual (1+2)

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Quadro 2 – Modelo de fluxo de caixa financeiro

Este modelo é para gestão do caixa, diariamente, fazendo as previsões e ajustando, em bases reais.

Real Real Real Real Previsto Previsto Previsto

01 jan 09 02 jan 09 03 jan 09 04 jan 09 05 jan 09 0 6 jan 09 07 jan 09

Empresa X

Seg Tec Qua Qui Sex Sab Dom

Total

Saldo Inicial 1.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5 .000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00

Entradas de caixa 10.000,00 10.000,00

Vendas a vista 5.000,00 5.000,00

Recebimento clientes 2.000,00 2.000,00

Empréstimos bancários 3.000,00 3.000,00

Saídas de caixa 6.000,00 6.000,00

Pagamento fornecedores 4.000,00 4.000,00

Pagamentos de despesas 2.000,00 2.000,00

Saldo Final 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00

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7.4.2 Controles internos nas contas bancárias

A empresa mantém relacionamento com duas instituições bancárias devido aos

recebimentos das vendas realizadas por meio de cartões de débito e de crédito, tanto o de

bandeira Visa quanto o de bandeira Mastercard, bem como vendas realizadas por meio de

cheques e de “tíquete-restaurante”, os quais são todos depositados nas contas bancarias

da empresa pelas administradoras. Ela não possui recursos aplicados e todos os seus

valores a receber já estão comprometidos com os empréstimos obtidos por meio de contas

garantidas.

Os procedimentos existentes na empresa para guarda, preparo e assinaturas dos

cheques são inadequados. Os cheques são acessíveis apenas às pessoas que os utilizam

no curso normal de suas funções e nem todos os emitidos são nominativos. Apenas a

sócia-filha os assina. Eles não seguem nenhum formalismo para serem emitidos, assim

como não existe sistema protetor para evitar que os valores sejam adulterados.

Os documentos comprobatórios dos pagamentos (ordem de compra, nota fiscal,

fatura, evidência do recebimento do bem ou da prestação do serviço etc.) acompanham os

cheques quando de sua assinatura. A sócia-filha também verifica a documentação

comprobatória dos pagamentos antes de assinar os cheques correspondentes. No

entanto, não cancela os documentos comprobatórios e nem os rubrica quando da

assinatura do cheque, a fim de evitar sua reapresentação. Após a realização dos

pagamentos, toda a documentação é encaminhada para o contador contabilizá-los. No

entanto, ele não o faz.

As conciliações das contas bancárias são feitas pelo funcionário cuja função é de

analista de sistemas, sendo ele um membro da família (sobrinho dos proprietários). Porém,

a contabilidade não realiza tal procedimento, tendo em vista que é mantida apenas para

fins fiscais, não tendo nenhuma outra função dentro da empresa.

Outro ponto é com relação aos juros bancários sobre empréstimos, os quais a

empresa não tem como testar se, quando debitados em suas contas, estão de acordo com

as taxas negociadas, tendo em vista que não há pessoal qualificado para realizá-lo.

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De acordo com o referencial teórico descrito na seção 4.2 e com a aplicação do

questionário constante do anexo I, foi possível verificar os seguintes aspectos:

7.4.2.1 Principais deficiências detectadas na empre sa em estudo

• extratos bancários e cheques cancelados acessíveis ao caixa;

• itens pendentes há longa data apresentados nas conciliações

bancárias não investigadas;

• acesso irrestrito a "senhas" ou terminais (microcomputadores,

terminais etc.);

• cheques e recibos de caixa em branco, inadequadamente protegidos

ou controlados;

• procedimento previsto para emissão de cheques não seguido,

cheques em branco ou obsoletos não destruídos;

• documentação para pagamento preparada por outros, não

funcionários autorizados;

• ausência de controle sobre cheques prontos e ainda não enviados ao

favorecido;

• delegação imprópria de responsabilidade para conciliações bancárias;

• falta de conciliações bancárias;

• acúmulo de “tíquete-restaurante” até atingir um valor relevante para

serem depositados;

• ausência de um fluxo de caixa financeiro.

7.4.2.2 Possíveis consequências das deficiências de tectadas

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• pagamento de juros acima do negociado, pressionando ainda mais o

caixa da empresa;

• as operadoras dos cartões podem não realizar os créditos

corretamente;

• desvios dos cheques não endossados;

• possibilidade de furto ou perda dos “tíquete-restaurante”.

7.4.2.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotad as para sanar as

deficiências detectadas

• investigação dos itens pendentes há longa data apresentados nas

reconciliações bancárias para regularização;

• acesso restrito às "senhas" (microcomputadores, terminais etc.);

• adotar procedimentos para proteger e controlar cheques e recibos de

caixa em branco;

• documentação para pagamento preparada somente por funcionários

autorizados;

• adotar procedimentos de controle sobre cheques prontos e ainda não

enviados ao favorecido;

• solicitar ao contador para elaborar as reconciliações bancárias

adequadamente;

• solicitar aos bancos a memória de cálculo dos juros debitados.

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Para controlar as operações bancárias, podem-se utilizar os modelos apresentados

nos quadros 3 e 4, como sugestão. Os referidos modelos podem ser feitos por meio de

uma planilha eletrônica, caso a relação custo/benefício não seja satisfatória na aquisição

de sistemas mais sofisticados, tendo em vista que o volume de operações das empresas

de pequeno porte é relativamente pequeno, se comparado com as movimentações feitas

por empresas de médio e grande porte.

Quadro 3 – Modelo para controle de contas bancárias (Banco Conta Movimento)

Controle de Contas Bancarias – Mês: Janeiro de 20XX – Conta No.

Data Contrapartida Histórico Entrada Saída

1 Total da movimentação

do mês

2 Saldo anterior

3 Saldo Atual (1+2)

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Quadro 4 – Modelo de conciliação de contas bancária s com o livro razão (registro contábil)

Razão Social

Conciliação Bancária – Banco X Conta Corrente nº.

Saldo de aplicações financeiras

1 Saldo depositado em conta corrente conforme extra to em:

2 Débitos no extrato não contabilizados:

3 Créditos no extrato não contabilizados:

4 Débitos no razão não compensados no extrato bancá rio:

5 Créditos no razão não lançados no extrato bancári o:

6 Saldo no razão em:

(2) Débitos no extrato não contabilizados: (3) Créd itos no extrato não contabilizados:

Data Histórico Valor Data Histórico Valor

Total

Total

(4) Débitos no razão não compensados no extrato

bancário:

(5) Créditos no razão não lançados no extrato

bancário:

Data Histórico Valor Data Histórico Valor

Total Total

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7.5 Controles internos nas compras e das contas a p agar

7.5.1 Controles internos nas compras

Neste setor não é aplicado nenhum procedimento adequado para a realização das

compras.

Os compradores elaboram um mapa, manualmente, com os itens que irão comprar

mediante solicitação dos estoquistas, que fazem uma relação do que estabelecem como

sendo necessário para reposição. No entanto, nem os estoquistas e nem os compradores

submetem seus “relatórios” ao escritório para a devida aprovação e planejamento

financeiro. Os setores, tanto o de compras como o de estoques, agem de forma totalmente

independente.

De acordo com o referencial teórico descrito na seção 4.3.1 e com a aplicação do

questionário constante do anexo I, foi possível verificar os seguintes aspectos:

7.5.1.1 Principais deficiências detectadas na empr esa em estudo

• o recebimento de materiais e de mercadorias é registrado no sistema

através das notas fiscais dos fornecedores, após serem conferidas

pelos estoquistas. Porém, a conferência é feita com as mercadorias e

a própria nota do fornecedor, e não com os pedidos de compras, ou

seja, os pedidos de compra não são verificados em face das entradas;

• os pedidos de compras não são submetidos aos proprietários para

aprovação das compras;

• as mercadorias devolvidas não são controladas com o objetivo da

obtenção do correspondente crédito;

• as notas fiscais não são assinadas ou rubricadas nem pelos sócios

nem por nenhum funcionário categorizado antes de serem

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contabilizadas;

• ausência de controles para assegurar que todos os fornecimentos

(mercadorias e serviços) sejam registrados;

• os setores da empresa não emitem requisição de mercadorias e de

materiais pré-numerada e prontamente aprovada para ser remetida ao

setor de compras;

• o setor de compras não mantém um cadastro de fornecedores

atualizado;

• é frequente a falta de cotação de preços;

• a formalização da compra é, em alguns casos, realizada verbalmente;

• o recebimento das notas fiscais dos fornecedores é centralizado;

• no momento da chegada das mercadorias e dos materiais, não é dada

nenhuma sequência numérica nas notas fiscais no ato do

recebimento;

• relação custo/benefício desfavorável.

7.5.1.2 Possíveis consequências das deficiências de tectadas

• possibilidade de haver compras falsas, existindo a nota fiscal e o

fornecedor, mas não existindo a mercadoria;

• quantidades compradas acima do necessário para o período previsto;

• compras de itens fora das especificações definidas;

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• possibilidades de desvios de numerários através de notas “calçadas” –

que é o ato de emitir a nota fiscal com todos os dados iguais em todas

as vias, exceto o valor, diferente na primeira via da nota fiscal.

7.5.1.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotada s para sanar as

deficiências detectadas

• o recebimento de materiais e de mercadorias é registrado no sistema

através das notas fiscais dos fornecedores, após serem conferidas

pelos estoquistas. Porém, a conferência é feita com as mercadorias e

a própria nota do fornecedor, e não com os pedidos de compras, ou

seja, os pedidos de compra não são verificados em face das entradas;

• adotar procedimentos para aprovação dos pedidos de compras pelos

responsáveis das áreas operacional e administrativa;

• adotar procedimentos de controle das mercadorias devolvidas com o

objetivo da obtenção do correspondente crédito;

• assegurar que todos os fornecimentos (mercadorias e serviços) sejam

registrados, pois não existem controles para isso;

• adotar procedimentos para o controle de assegurar que sejam

formalizadas apenas as compras previamente aprovadas e nas

melhores condições de mercado etc.;

• adotar o uso de requisição de mercadorias e materiais pré-numerada

e devidamente aprovada para ser remetida ao setor de compras;

• adotar procedimentos para conferência da sequência numérica das

requisições de compras e sua aprovação;

• adotar procedimentos para aprovação de compras que tenham

cotação de preços junto aos fornecedores, a fim de obter as melhores

condições comerciais;

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• a formalização da compra é, em alguns casos, realizada verbalmente.

7.5.2 Controles internos das contas a pagar

Como já foi citado, não existe um setor de contas a pagar na empresa. Essa função

é da tesouraria.

De acordo com o referencial teórico descrito na seção 4.3.2 e com a aplicação do

questionário constante do anexo I, foi possível verificar os seguintes aspectos:

7.5.2.1 Principais deficiências detectadas na empre sa em estudo

• não existe um setor de contas a pagar, cujo objetivo é habilitar notas

fiscais para pagamento, no momento sendo feito pela própria

tesouraria;

• na emissão de cheques nominativos, a favor de fornecedor, no verso é

feita declaração mencionando a duplicata (ou nota fiscal) a cujo

pagamento se destina;

• no momento da assinatura dos cheques emitidos, são juntados os

documentos comprobatórios, tais como: fatura, duplicata, nota fiscal,

documento de entrada;

• antes de liberar a nota fiscal para pagamento, o setor não confere o

documento fiscal com ordem de compra ou contrato e nem inspeciona

evidência do recebimento dos bens ou da prestação dos serviços;

• após o pagamento, os documentos não são cancelados de forma a

evitar a sua reapresentação;

• os pagamentos efetuados são registrados no sistema de contas a

pagar, feitos pela tesouraria, mediante os comprovantes pagos;

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• as conciliações bancárias são feitas de forma independente, sem

qualquer vinculação às pessoas que emitem os cheques e fazem os

pagamentos;

• a pessoa incumbida da emissão de cheques e de efetuar pagamentos

não tem acesso (ou correlação) a registros de entradas de

mercadorias nem à escrituração contábil;

• não existe segurança de que somente as compras efetivamente

recebidas são liberadas para pagamento;

• não é dada evidência no verso da nota fiscal de que o bem foi

recebido ou de que o serviço foi prestado;

• não há controles internos na empresa e nem procedimentos que

assegurem que os documentos sejam pagos na época devida;

• falta de verificação de notas fiscais e outros passivos;

• manutenção de registros auxiliares (razão auxiliar de contas a pagar

ou um sistema de contas a pagar) inadequados;

• ausência de preparação de lançamentos no diário que resumam as

transações de cada mês;

• falta de comparação das quantidades apontadas na nota fiscal com as

mostradas no relatório de recebimento e na ordem de compra.

7.5.2.2 Possíveis consequências das deficiências de tectadas

• possibilidade de registrar compras fictícias;

• possibilidade de haver pagamento de uma compra não autorizada;

• possibilidade de haver pagamentos efetuados e não serem

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registrados.

7.5.2.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotada s para sanar as

deficiências detectadas

• realizar a segregação de funções;

• adotar procedimentos para conferir o documento fiscal com a ordem

de compra ou contrato antes de liberar a nota fiscal para pagamento,

assim como inspecionar a evidência do recebimento dos bens ou da

prestação dos serviços;

• adotar procedimentos para cancelar os documentos após o

pagamento de forma a evitar a sua reapresentação;

• adotar procedimentos de controle para garantir que somente as

compras efetivamente recebidas sejam liberadas para pagamento;

• dar evidência no verso da nota fiscal de que o bem foi recebido ou de

que o serviço foi prestado;

• adotar procedimentos que assegurem que os documentos sejam

pagos na época devida.

Para controlar as operações com fornecedores (contas a pagar), podem-se utilizar

os modelos apresentados nos quadros 5 e 6, como sugestão. Os referidos modelos

podem ser feitos por meio de uma planilha eletrônica, caso a relação custo/benefício não

seja satisfatória na aquisição de sistemas mais sofisticados, tendo em vista que o volume

de operações das empresas de pequeno porte é relativamente pequeno, se comparado

com as movimentações feitas por empresas de médio e grande porte.

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Quadro 5 – Modelo para controle de fornecedores

Controle de Fornecedores – Mês de Janeiro de 20XX – Conta No.

Valor Pagamento Data Fornecedores

NF Vencimento

nominal acumulado Data Valor

Saldo

Acumulado

Quadro 6 – Modelo para controle das contas a pagar

Controle das Contas a Pagar – Mês de Janeiro de 20X X – Conta No.

Valor Pagamento Data Fornecedores

NF Vencimento

nominal acumulado Data Valor

Saldo

Acumulado

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7.6 Controles internos nas vendas e das contas a re ceber

7.6.1 Controles internos nas vendas

As vendas da sociedade são realizadas diariamente no salão, que se divide em

duas partes, uma para o atendimento dos pratos oferecidos no cardápio e a outra para o

atendimento de lanches e refeições rápidas, bem como por meio do sistema “delivery”.

Para receber as vendas realizadas, a empresa dispõe de quatro caixas, sendo dois para

os pratos oferecidos no cardápio e dois para os lanches.

Dos quatro caixas citados, dois não registram oficialmente as vendas, já que não

estão legalmente inscritos nos órgãos competentes. Desta forma, as vendas realizadas por

eles não são oficializadas, porém sem que os empregados saibam disso.

O único controle que a empresa tem de suas vendas é a conferência dos valores

das fitas (cupons) dos caixas com um formulário que os próprios empregados preenchem,

manualmente, fazendo um resumo, por natureza (cartão, dinheiro, cheques e tíquetes),

das vendas registradas nas fitas.

A empresa não tem nenhum controle que possa informar quais produtos foram

vendidos e nem as quantidades de vendas, pois ela não usa nenhum sistema que permita

fornecer tais informações.

O faturamento da empresa é composto da seguinte forma: aproximadamente 50%

das vendas são feitas em dinheiro, 45% em cartões (de débito e de crédito) e 5% em

tíquetes e cheques.

Para esse ramo de negócio, é de fundamental importância que a empresa possua

um sistema de ponto de venda (PDV), não só para se ter um controle eficiente das

vendas, mas também para atender às normas tributárias e ao cumprimento de obrigações

acessórias por parte das autoridades fiscais.

Como já foi visto anteriormente, não existe um setor de contas a pagar na empresa.

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A função é da tesouraria.

De acordo com o referencial teórico descrito na seção 4.4.1 e com a aplicação do

questionário constante do anexo I, foi possível verificar os seguintes aspectos:

7.6.1.1 Principais deficiências detectadas na empr esa em estudo

• não há controles para assegurar que todas as vendas efetuadas

sejam registradas;

• não existem controles que demonstrem que todas as vendas

registradas sejam contabilizadas;

• também não há controles para evitar o registro de vendas fictícias;

• as vendas efetuadas a dinheiro são conciliadas com as fitas de

máquinas registradoras;

• não existem controles que assegurem que todas as vendas sejam

imediatamente contabilizadas;

• não existem controles sobre as vendas à vista;

• as fitas de caixas registradoras não são enviadas para a contabilidade;

• a contabilidade não controla as fitas e nem checa com os recibos de

depósitos bancários.

7.6.1.2 Possíveis consequências das deficiências de tectadas

• possibilidades de furtos, desvios e manipulação dos registros das

vendas;

• possibilidade de alteração dos preços dos produtos pelos empregados;

• vendas sem o respectivo registro.

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7.6.1.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotada s para sanar as

deficiências detectadas

• implementação de um sistema de ponto de venda (PDV) para se ter

um controle melhor das vendas realizadas, inclusive o sistema

“delivery”, e também para atender as exigências fiscais;

• participação efetiva dos proprietários no dia-a-dia das operações da

empresa, inclusive no horário noturno, de forma a evitar ou reduzir

práticas de furtos, desvios, alteração de preços e/ou o não-registro de

vendas.

7.6.2 Controles internos nas contas a receber

As contas a receber que a empresa tem são decorrente das vendas realizadas com

cartões de crédito e de débito, os quais já estão todos vinculados aos empréstimos obtidos

junto aos bancos.

A empresa também não tem um setor de contas a receber. O analista de sistema é

quem faz a conferência dos recebimentos dos cartões de créditos e de débitos com os

relatórios das administradoras.

De acordo com o referencial teórico descrito na seção 4.4.2 e com a aplicação do

questionário constante do anexo I, foi possível verificar os seguintes aspectos:

7.6.2.1 Principais deficiências detectadas na empre sa em estudo

• a preparação dos registros iniciais de recebimento é conferida e

controlada por outros meios, relativos a cartões de crédito e débitos,

mediante processos como depósito direto no banco pela operadora;

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• os registros iniciais dos recebimentos não são somados, examinados

à procura de alterações, e adequadamente conferidos com os recibos

autenticados dos depósitos ou com os extratos bancários, por pessoas

que não manuseiam também recebimentos depois do registro inicial;

• as contas a receber, de qualquer natureza, não são periodicamente

verificadas e conciliadas com a escrituração contábil;

• os cheques recebidos são imediatamente cruzados, mas não são

endossados de forma que somente possam ser depositados na conta

bancária da empresa;

• os recebimentos em espécie não são depositados em conta-corrente

bancária, ou seja, são utilizados para efetuar pagamentos;

• o funcionário, independentemente daquele que manuseia os

recebimentos, não verifica se o valor total da fita da caixa registradora

concorda com os valores efetivamente depositados na conta-corrente

bancária, uma vez que a empresa não deposita tais recebimentos;

• não há controles que garantam que os recebimentos sejam

contabilizados na época devida.

7.6.2.2 Possíveis consequências das deficiências de tectadas

• as operadoras dos cartões de crédito e débitos podem fazer os

créditos e os débitos (comissões e taxas de administração) diferentes

dos valores reais;

• furto ou desvios dos cheques recebidos, mas não endossados.

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7.6.2.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotada s para sanar as

deficiências detectadas

• como meio de se ter maior controle, as contas a receber, de qualquer

natureza, deveriam ser conciliadas com a escrituração contábil;

• adotar procedimentos para que os cheques recebidos sejam

imediatamente cruzados e endossados, de forma que somente

possam ser depositados na conta bancária da empresa;

• depositar os recebimentos em espécie em conta-corrente bancária;

• adotar procedimentos para verificar se o valor total da fita da caixa

registradora concorda com os valores efetivamente depositados na

conta-corrente bancária;

• adotar procedimentos de controles que garantam que os recebimentos

sejam contabilizados na época devida.

Para controlar as operações de recebimentos (contas a receber), pode-se utilizar o

modelo apresentado no quadro 7, como sugestão. O referido modelo pode ser feito por

meio de uma planilha eletrônica, caso a relação custo/benefício não seja satisfatória na

aquisição de sistemas mais sofisticados, tendo em vista que o volume de operações das

empresas de pequeno porte é relativamente pequeno, se comparado com as

movimentações feitas por empresas de médio e grande porte.

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Quadro 7 – Modelo para controle de cartões de crédi tos

Recebimento Data No. de

Parcelas

CV Valor

Data Valor

Saldo

Acumulado

7.7 Controles internos nos estoques e na produção

7.7.1 Controles internos nos estoques

A empresa mantém seus estoques em espaços separados. As matérias-primas e as

mercadorias não perecíveis, tais como açúcar, arroz, óleo de cozinha, achocolatados em

pó etc., ocupam um determinado espaço; as bebidas (refrigerantes, água etc.) ocupam

outro espaço; as embalagens (copos, pratos, caixas etc.) também ocupam outro espaço

separado e, por fim, os alimentos perecíveis (carnes, peixes, aves, frutas, legumes etc.)

são estocados em frigoríficos.

Os funcionários desse setor trabalham somente no período diurno, das 7h às 17h,

sendo que, após esse horário até o fechamento do restaurante, aproximadamente 1h da

manhã, os estoques ficam sob a responsabilidade dos gerentes e supervisores sem que

haja nenhum tipo de controle do que foi ou não retirado durante esse período.

Os proprietários, quando comunicados de alguma situação irregular, não tomam

nenhuma providência a respeito, ignoram o fato.

Como exemplo de uma dessas situações, quando não é tomada nenhuma

providência citamos: todos os meses são comprados 2.000 quilos de açúcar para serem

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utilizados tanto pela confeitaria quanto pela cozinha, já que o salão do restaurante usa os

sachês, os quais são comprados separadamente. Segundo os empregados, a confeitaria é

a que mais utiliza o açúcar; eles produzem doces, tortas e salgados, e o consumo médio é

de 800 quilos por mês. Diante dessa informação, surgiu então a seguinte pergunta: se a

confeitaria é a que mais utiliza açúcar, consumindo em média 800 quilos, onde mais são

utilizados os 1.200 quilos restantes, além da cozinha? Tanto os empregados quantos os

proprietários não souberam responder e não fizeram nada a respeito.

Existem quatro funcionários trabalhando nesse setor para controlar e

operacionalizar os estoques.

De acordo com o referencial teórico descrito na seção 4.5.1 e com a aplicação do

questionário constante do anexo I, foi possível verificar os seguintes aspectos:

7.7.1.1 Principais deficiências detectadas na empr esa em estudo

• relação custo/benefício desfavorável;

• estoques descentralizados;

• ausência de formalidades nas requisições das mercadorias, matérias-

primas e materiais;

• abastecimento das seções do restaurante (cozinha, confeitaria, salão,

copa e refeitório), sem requisições;

• reposições de quantidades feitas por julgamento dos estoquistas, e

não por meio de um planejamento de consumo médio, por exemplo;

• estoques sem controles nos setores de confeitaria e cozinha;

• compras realizadas sem o conhecimento da área administrativa e

financeira e sem a respectiva aprovação;

• divergências entre a contagem física dos estoques e o respectivos

relatórios de controle;

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• o acesso aos estoques é irrestrito;

• ausência de inventário;

• falta de método de valorização.

7.7.1.2 Possíveis consequências das deficiências de tectadas

• possibilidade de furtos, desvios e avarias de mercadorias, matérias-

primas e materiais;

• pressão sobre o caixa da empresa;

• utilização de espaço desnecessário, gerando mais custo para

armazenamento.

7.7.1.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotada s para sanar as

deficiências detectadas

• reavaliar a relação custo/benefício para controlar os estoques;

• centralizar o máximo possível os estoques;

• criar formalidades para as solicitações das mercadorias, matérias-

primas e materiais;

• rever o procedimento para o abastecimento das seções do restaurante

(cozinha, confeitaria, salão, copa e refeitório);

• realizar o controle dos itens enviados às seções;

• elaborar um planejamento adequado para compras;

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• adotar procedimentos para evitar diferenças na contagem física com o

registro;

• restringir o acesso aos estoques.

Para controlar as operações com mercadorias (estoques), podem-se utilizar os

modelos apresentados nos quadros 8 e 9, como sugestão. Os referidos modelos podem

ser feitos por meio de uma planilha eletrônica, caso a relação custo/benefício não seja

satisfatória na aquisição de sistemas mais sofisticados, tendo em vista que o volume de

operações das empresas de pequeno porte é relativamente pequeno, se comparado com

as movimentações feitas por empresas de médio e grande porte.

Quadro 8 – Modelo para controle permanente dos esto ques individual de mercadoria/produto acabado

Controle Permanente dos Estoques – Mês de Janeiro d e 20XX – Conta No.

Mercadoria/Produto:

Dados Entradas Saídas Saldo

Data NF Quant. Valor

Unitário

Total Quant. Valor

Unitário

Total Quant. Valor

Unitário

Total

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Quadro 9 – Modelo para controle permanente dos esto ques geral de mercadoria/produto acabado

Este é um outro modelo que pode ser adotado para que se tenha uma visão geral de todo os itens estocados por natureza (matéria-prima, ou produtos em processo ou produtos acabados) em uma única planilha.

ENTRADAS SAÍDAS

Saldo Inicial Compras Devoluções

de Vendas

Total das

Entradas

Vendas Devolução

de Compras

Saldo Final

Descrição

dos

itens

Qua

nt.

C/u

nit.

Val

or

Qua

nt.

P/u

nit.

Val

or

Qua

nt.

C/u

nit.

Val

or

Qua

nt.

C/u

nit.

Val

or

Qua

nt.

C/u

nit.

Val

or

Qua

nt.

P/u

nit.

Val

or

Qua

nt.

C/u

nit.

Val

or

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127

7.7.2 Controles internos na produção

Os produtos oferecidos pela empresa são feitos nos setores de confeitaria e

cozinha. Eles não possuem ficha técnica ou qualquer outro meio em que se possa constar

a composição (receitas) para a fabricação. Em decorrência disso, a empresa não dispõe

de informações visando ao custeamento dos produtos, à margem de contribuição, à

correta precifcação dos produtos etc.

A empresa utiliza tanto o método de produção por processo quanto por encomenda,

sendo este último o de menor volume. As máquinas e equipamentos, tais como fornos

(todos elétricos), fritadeiras, fogões, frigoríficos etc., estão com suas vidas úteis

ultrapassadas, ou seja, todos já se encontram além do limite de sua capacidade de

produção, sendo feitos reparos constantemente, o que demanda um gasto muito alto com

manutenção. No entanto, segundo a empresa, não há como renová-los em face da

situação em que a empresa se encontra, como já mencionado anteriormente.

A empresa não dispõe de uma contabilidade financeira confiável, que esteja em

conformidade com os princípios de contabilidade geralmente aceitos, assim como não

dispõe também de contabilidade gerencial, de vital importância para a colheita de

informações antes do processo decisório. Sem utilização de informações geradas pela

contabilidade gerencial e também pela falta de conhecimento do assunto pelos

proprietários, a mensuração dos custos feita pelos gestores está totalmente equivocada,

criando distorção na lucratividade dos produtos. Devido à falta da ficha técnica dos

produtos, pode-se afirmar que os proprietários fazem uma mensuração errônea, mesmo

que tenham o feeling do negócio, já que a ficha técnica é imprescindível para o correto

apontamento dos custos ao produto.

Portanto, decisões de produzir ou não produzir, de substituir ou não substituir, entre

outras, não são possíveis de serem feitas devido à falta de informações satisfatórias.

7.7.2.1 Setor da confeitaria

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Ali são produzidos diversos produtos, entre tortas, doces e salgados, porém sem

nenhum planejamento. Como já citado, nenhum produto possui ficha técnica, sendo

produzidos de acordo com as informações que estão sob o conhecimento dos próprios

funcionários do setor. A decisão de quanto produzir e o que produzir é dos próprios

funcionários; os proprietários raramente visitam o setor. Vão lá apenas ver os produtos que

estão ou não nos balcões.

O setor é desprovido totalmente de controles, seja de matérias-primas, materiais de

uso e consumo, seja com relação à frequência/atrasos dos funcionários, seja com relação

ao uso dos equipamentos, ou às quantidades de produtos fabricados.

Com relação aos 800 quilos de açúcar utilizados pelo setor na produção de doces,

tortas e salgados, também não há nenhuma informação de quantas unidades dos produtos

são ou foram produzidas, assim como não há informação de quantas foram vendidas.

7.7.2.2 Setor da cozinha

De acordo com o cardápio, são produzidos diversos “pratos” e também não há ficha

técnica deles. Também não existe nenhum tipo de controle que permita saber, por

exemplo, qual o volume de matérias-primas, materiais e mercadorias consumidas por este

setor e nem quantos “pratos” foram produzidos e vendidos.

De acordo com o referencial teórico descrito nas seções 4.5.2 e 5.2 e com a

aplicação do questionário constante do anexo I, foi possível verificar os seguintes

aspectos:

7.7.2.2.1 Principais deficiências detectadas na emp resa em estudo

• ausência de controle dos produtos, pratos e lanches acabados;

• falta de ficha técnica de produto;

• estoques de matérias-primas e materiais;

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• equipamentos e utensílios em péssimo estado de funcionamento;

• acesso irrestrito aos setores;

• ausência de planejamento de produção.

7.7.2.2.2 Possíveis consequências das deficiências detectadas

• ineficiência operacional;

• furtos, desvios e desperdício de materiais e matérias-primas;

• possibilidade de ocorrer curtos-circuitos pelo péssimo estado das

instalações.

7.7.2.2.3 Possíveis soluções que poderiam ser adota das para sanar as

deficiências detectadas

• implementação de um sistema integrado ao sistema PDV para

controle da produção e dos estoques, além do fornecimento de

diversas informações conforme desejado;

• adotar ficha técnica de cada produto para se ter ou fazer o correto

custeamento do produto, a precificação adequada, conhecer a

margem de contribuição de cada produto etc.;

• restringir o acesso aos setores;

• implementar procedimentos para requisição de materiais;

• elaborar um planejamento eficiente visando à substituição dos

equipamentos e dos utensílios.

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Para controlar as operações de produção (custeamento), pode-se utilizar o modelo

apresentado no quadro 10, como sugestão. O referido modelo pode ser feito por meio de

uma planilha eletrônica, caso a relação custo/benefício não seja satisfatória na aquisição

de sistemas mais sofisticados, tendo em vista que o volume de operações das empresas

de pequeno porte é relativamente pequeno, se comparado com as movimentações feitas

por empresas de médio e grande porte.

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Quadro 10 – Modelo de ficha técnica de produto

Ficha técnica do produto

Produto: Date de fabricação:

Quantidade de produção: Lote de produção:

MATÉRIAS-PRIMAS

Custo da MP Descrição Consumo

Valor Unidade

Custo da MP

aplicado na

produção

Total

Total da MP

MÃO-DE-OBRA DIRETA

Função do empregado Hora por

unidade

Taxa de remuneração por hora Custo por hora Total

Total de MOD

CCUSTOS INDIRETOS DE FABRICACÃO

Direcionadores para rateios Descrição Valor

Descrição Quant./unid.

Total

Total dos CIF

Total do custo unitário de

produção

Custo variável unitário total

Custo fixo unitário total

Preço de venda unitário do produto

Margem de contribuição unitária (PVu – CVu)

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7.8 Controles internos no setor de pessoal e na fol ha de pagamento

Os serviços de departamento pessoal e a folha de pagamento são feitos por

empresa terceirizada.

De acordo com o referencial teórico descrito na seção 4.6 e com a aplicação do

questionário constante do anexo I, foi possível verificar os seguintes aspectos:

7.8.1 Principais deficiências detectadas na empres a em estudo

• contratação de empregados sem o devido registro nos livros próprios

e CTPS;

• ausência do controle de ponto;

• ausência de uma programação de férias, com empregados com mais

de um período vencido;

• os salários pagos são superiores aos salários registrados na CTPS e

nos livros próprios;

• a empresa não faz os descontos nos salários, tais como INSS, vale-

transporte, contribuição sindical etc.;

• não existe a prática de adiantamento de salários;

• as folhas de pagamento não são preparadas com base nas

informações dos registros de empregados, pois existem duas folhas,

uma oficial e a outra extra-oficial, e é com base nesta que a empresa

faz os pagamentos;

• as concessões de férias são autorizadas pelos próprios empregados

com cargos de chefia sem conhecimento e aprovação dos

proprietários;

• os pagamentos dos salários, férias, 13º salário, salário-família são

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feitos somente em dinheiro;

• a concessão do benefício do vale-transporte é feita em duas partes:

uma em dinheiro e outra através do programa “Rio Card”;

• não existem procedimentos para a concessão do benefício do vale-

transporte de forma a evitar fraudes e/ou a solicitação de valores para

trajetos diferentes do endereço dos empregados;

• não são evidenciadas e nem autorizadas, por escrito, quaisquer

mudanças no valor dos salários;

• não há aprovação prévia para as alterações da folha de pagamento

(admissões, demissões, horas extras, aumentos salariais etc.).

7.8.2 Possíveis consequências das deficiências det ectadas

• na ausência de controle de férias pode ocorrer que o empregado

acumule mais de um período de férias vencidas que receba mais que

o valor permitido por lei ou que o período pretendido pelo empregado

não atenda aos interesses da empresa;

• risco de autuação pelo Ministério do Trabalho devido à falta de registro

de empregados sem a CTPS assinada;

• risco de autuação pela Previdência Social pela prática de pagar

salários superiores aos registrados, ora não contemplados nas bases

de cálculo do INSS e do FGTS;

• a empresa está sujeita a ser questionada judicialmente por meio de

processos trabalhistas promovidos pelos empregados;

• pressão sobre o caixa da empresa pela falta de descontos na folha de

pagamento;

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• pagamentos feitos aos empregados somente em dinheiro permitem

que a empresa corra os seguintes riscos: furto ou roubo, falta de

assinatura dos recibos (de salário, férias, 13º salário etc.), diferenças

nos valores pagos etc.

7.8.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotadas para sanar as

deficiências detectadas

• não admitir empregados sem o devido registro;

• oficializar os salários reais e proceder com os descontos pertinentes;

• alterar a prática de se realizar o fechamento de duas folhas de

pagamento para uma só e passar a fazer adiantamento de salários, de

forma a reduzir o tempo de trabalho e, consequentemente, o custo de

processamento;

• implementar o controle de ponto eletrônico;

• realizar os pagamentos por meio de crédito em conta-corrente ou

através de cheques;

• montar um mapa de controle de férias;

• esse mapa deverá ser confeccionado com base no registro do fun-

cionário e deve também conter as observações da chefia do

empregado indicando o período que melhor atenda aos interesses da

empresa;

• as previsões de férias devem ser anualmente enviadas para o

departamento pessoal para que ele possa confeccionar o mapa de

controle. Deve-se também trazer a programação de férias do depar-

tamento remetente com a devida aprovação;

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• Criar um plano de cargos e salários de forma a evitar equiparações

salariais.

7.9 Controles internos no imobilizado

A contabilidade da empresa também é terceirizada. Embora o balanço patrimonial

demonstre saldo existente na conta de imobilizado, não há controle extracontábil que

permita identificar ou compor o saldo apresentado.

De acordo com o referencial teórico descrito na seção 4.8 e com a aplicação do

questionário constante do anexo I, foi possível verificar os seguintes aspectos:

7.9.1 Principais deficiências detectadas na empres a em estudo

• ausência de controle para o ativo imobilizado de forma a evitar a

contabilização ou a permanência de bens obsoletos, depreciados ou

sem valor;

• falta de verificação das entradas para determinar tratar-se de

reposição ou nova aquisição;

• as eventuais baixas, ou vendas, de bens do imobilizado não são

precedidas de autorização competente;

• ausência de levantamentos periódicos para verificar sua existência;

• falta de revisão periódica dos registros para investigar bens sem uso;

• sucateamento de equipamentos e utensílios;

• ativos obsoletos;

• gastos excessivos com reparos de máquinas e equipamentos.

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7.9.2 Possíveis consequências das deficiências det ectadas

• possibilidade de ocorrer furtos de pequenos bens;

• a falta de controles não permite realizar o cálculo da depreciação.

Consequentemente, o custeamento dos produtos fica prejudicado;

• compra indevida de itens para reposição, por não saber que existiam

em estoques: louças, talheres, utensílios etc.;

• consumo muito alto de energia elétrica: máquinas e equipamentos

antigos;

• ocupação de espaço pelos itens sucateados e obsoletos.

7.9.3 Possíveis soluções que poderiam ser adotadas para sanar as

deficiências detectadas

• implementar controle dos ativos;

• reconhecer a depreciação no custeamento dos produtos

adequadamente;

• planejar a substituição de equipamentos de alto consumo de energia

elétrica por equipamentos a gás, financiando-os com o valor da

redução obtida no consumo da energia;

• vender, doar ou jogar fora os itens sucateados e obsoletos.

Para controlar as operações com bens (imobilizado), podem-se utilizar os modelos

apresentados nos quadros 11,12 e 13, como sugestão. Os referidos modelos podem ser

feitos por meio de uma planilha eletrônica, caso a relação custo/benefício não seja

satisfatória na aquisição de sistemas mais sofisticados, tendo em vista que o volume de

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operações das empresas de pequeno porte é relativamente pequeno, se comparado com

as movimentações feitas por empresas de médio e grande porte.

Quadro 11 – Modelo para controle individual de iten s do imobilizado

Controle do Imobilizado – Moveis e Utensílios – Con ta No.

Fornecedor: Data da Compra:

Discriminação do bem: Local do bem:

Valor do Bem: Nota Fiscal No. Depreciação anual:

R$

Taxa:

Meses Valor Meses Valor Período Valor Período Valor

Janeiro Julho 1º ano 7º ano

Fevereiro Agosto 2º ano 8º ano

Março Setembro 3º ano 9º ano

Abril Outubro 4º ano 10º ano

Maio Novembro 5º ano

Junho Dezembro 6º ano

Total Total Total Total

Registro da Depreciação no Balanço Patrimonial – Conta:

Registro da Despesa de Depreciação no Resultado – Conta:

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Quadro 12 – Taxas de Depreciação

Bens Taxa anual Tempo de vida útil

Edifícios 4% 25 anos

Moveis e Utensílios 10% 10 anos

Máquinas e Equipamento 10% 10 anos

Instalações 10% 10 anos

Veículos 20% 5 anos

Equipamentos de

Informática

20% 5 anos

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Quadro 13 – Modelo para controle total do imobiliza do (bens tangíveis e intangíveis) com o uso de plan ilha eletrônica.

Por meio deste modelo pode se ter uma visão geral de todo os itens classificados no ativo permanente por sub-grupos (Investimentos, Imobilizado, Tangível) e por natureza (Imóveis, Moveis e utensílios, Veículos, etc.) em um único arquivo.

Bens

Depreciação

No.

Con

ta

Nom

e da

Con

ta

Qtd. Descrição D

ata

Aqu

isiç

ão

For

nece

dor

No.

da

Not

a F

isca

l

Valor

em

$

Tax

as d

e D

epre

ciaç

ão

ano

ano

ano

ano

ano

ano

ano

ano

ano

10º

ano

Acumu-

lada

Saldo

Atual

Móveis e Utensílios

Sub-total

Máquinas e Equipamentos

Sub-total

Total Geral

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo descreveu a importância dos controles internos para uma

empresa específica, destacando-os e focalizando-os como ferramenta de apoio ao

processo decisório. As considerações finais deste estudo estão apresentadas em três

tópicos: dois deles comprovados na empresa analisada e um último tópico, a conclusão,

com a opinião e considerações do autor deste estudo diante dos fatos e documentos

encontrados na empresa sobre o tema referenciado.

8.1 Características de empresas de pequeno porte

É necessário compreender as características da empresa a fim de identificar a

natureza de suas operações, sistemas de informações e controles.

As empresas de pequeno porte são controladas por um número limitado de

proprietários, algumas vezes pelos membros de uma família, conforme observado também

neste estudo de caso. Os proprietários são geralmente bem dinâmicos na administração

dos negócios quando seus objetivos pessoais coincidem com os da empresa; no entanto,

na empresa estudada não foi constatada essa característica. Essas empresas são

administradas de maneira relativamente pessoal, em que é mais provável a ocorrência de

transações de partes relacionadas e cujas características e desejos pessoais dos

proprietários podem afetar o negócio e a tomada de decisões.

A administração é quase sempre caracterizada por: espírito de determinação,

agressividade e criatividade empreendedoras; envolvimento efetivo do proprietário no dia-

a-dia da empresa; centralização das decisões pelo proprietário sem assistência de

terceiros; estrutura informal, caracterizada tipicamente pela falta de gerência média, que

resulta numa liberdade considerável da administração na conduta dos negócios da

empresa; inexistência de procedimentos formais de aprovação; dificuldades em delegar

funções de rotina e falta de treinamento especializado nas áreas de finanças, impostos e

contabilidade.

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As empresas de pequeno porte, na sua maioria, compreendem uma única unidade,

operando em um único local, fabricando ou vendendo uma gama limitada de produtos ou

serviços.

Outra característica das empresas de pequeno porte é com relação ao controle das

operações. O ambiente de controle é o conjunto de condições em que operam os sistemas

de controle. Ao se avaliar o ambiente de controle, leva-se em consideração o enfoque

dado pela administração aos controles, à organização administrativa e à estrutura para o

controle administrativo.

A força do ambiente de controle irá variar de uma empresa de pequeno porte para

outra. Em algumas delas, existe alto grau de envolvimento do proprietário nas atividades

do dia-a-dia da empresa. O proprietário participa de todas as áreas de operação e

administração, frequentemente em nível muito detalhado. Tal tipo de envolvimento pode

representar um forte elemento no ambiente de controle e ser uma compensação, em

muitas pequenas empresas, para a falta de envolvimento ou interesse da administração na

manutenção de controles rígidos.

Apesar do envolvimento do proprietário, o que pode ser uma característica positiva

de controle, deve ser notado que existem poucas limitações às suas atividades e que,

desse modo, eles possuem o poder de anular a maioria das decisões e funções

executadas pelos membros hierarquicamente inferiores da equipe, inclusive o registro de

transações. Sem o envolvimento ativo do proprietário, o ambiente de controle

provavelmente será fraco.

Além disso, a administração não se utiliza de uma estrutura formal para operar e

controlar a empresa. A estrutura organizacional é geralmente informal, com linhas de

responsabilidade ou autoridade mal definidas. Essa estrutura poderá permitir que a

empresa se ajuste rapidamente a mudanças no negócio e no volume de trabalho, mas, às

vezes, pode resultar em superposição de funções e em ineficiência, devido à confusão em

se saber quem é responsável pelas funções ou pelo fato de duas ou mais pessoas

estarem executando as mesmas funções.

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Os controles, em geral, são limitados nas empresas de pequeno porte, pois o

proprietário tem dificuldade em justificar para si mesmo os custos associados a um

sistema extenso e formal, preferindo, ao contrário, confiar em seu próprio conhecimento

das transações do dia-a-dia. Dentre os controles que realmente existem, estão,

tipicamente, a revisão das transações, a assinatura de cheques e a distribuição deles para

pagamento de salários, a preparação de conciliações bancárias e a salvaguarda física de

estoques. Apesar de propiciar certo grau de controle, esses controles muitas vezes não

operam de modo eficiente durante o exercício.

Os controles em empresas de pequeno porte são fracos, pois seus recursos

humanos limitados muitas vezes tornam extremamente difícil, senão impossível, a

segregação eficiente de funções incompatíveis. Controles fracos prejudicam a eficácia dos

controles individuais mesmo que aparentem ser fortes. Por exemplo, embora sejam

preparadas conciliações de extratos bancários, o indivíduo encarregado dessa tarefa pode

estar envolvido com funções relativas a desembolsos e recebimentos de caixa. Em outro

exemplo, o acesso às funções de processamento e respectivos bancos de dados não é

adequadamente controlado.

Reconhece-se que grande número de empresas de pequeno porte não tem,

necessariamente, sistemas e controles sofisticados de orçamento, relatórios gerenciais ou

financeiros. Entretanto, as empresas bem-sucedidas, tanto as grandes como as pequenas,

exigem bom planejamento, administração apropriada, informações operacionais e

financeiras e técnicas sólidas de administração. As empresas de pequeno porte com

recursos limitados têm que dar prioridade a enfoques compatíveis com suas necessidades,

tirando o máximo proveito de seus recursos para atenuar a sua suscetibilidade a fracassos

empresariais.

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8.2 Resultados do estudo

Ao estudar a empresa, constatou-se, entretanto, a ausência de controles mínimos

recomendados, porque, como constatado no presente trabalho, os sócios da empresa não

sabem fazer uso deles.

Quando o gestor tem em suas mãos controles internos confiáveis, ele tem maior

probabilidade de tomar decisões que possibilitem alcançar a eficiência e a eficácia

desejadas, não só para dar continuidade ao negócio, mas também para agregar valor à

empresa.

Com a análise das operações da empresa, foi possível identificar uma série de

gastos desnecessários, num montante de, aproximadamente, 110 mil reais mensais,

conforme adiante detalhados. São gastos feitos pela empresa todos os meses com

operações que têm ou não relação com a sua atividade e que poderiam ser eliminados

e/ou reduzidos.

Os principais gastos realizados pela empresa, conforme mencionado anteriormente,

são:

� despesas dos sócios e com seus imóveis, num montante de,

aproximadamente, 7 mil reais por mês;

� gastos com empregados cujas funções são incompatíveis com a

atividade principal da empresa (dois pedreiros e um eletricista), num

montante de, aproximadamente, 6 mil reais por mês;

� gastos com serviços prestados na preparação de relatórios

financeiros, os quais não são utilizados, sendo que poderiam ser feitos

pelo contador: 2 mil reais por mês;

� gastos com motorista, veículo, combustível, garagem, manutenção,

multas etc. cuja finalidade é tão somente fazer entregas de materiais e

mercadorias entre as empresas da família, num montante de,

aproximadamente, 4 mil reais por mês;

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� gastos para manter a empresa “A” operando, num montante de,

aproximadamente, 32 mil reais por mês;

� gastos com materiais fornecidos para a empresa “B” sem o devido

reembolso, num montante de, aproximadamente, 10 mil reais por mês;

� redução das retiradas dos sócios em, aproximadamente, 20 mil reais;

� redução no consumo de energia elétrica, água e manutenção em,

aproximadamente, 14 mil reais por mês;

� redução do quadro de funcionários da área operacional, que resultaria

numa economia de, aproximadamente, 10 mil reais por mês.

Além dos gastos citados, haveria mais reduções, principalmente, nos setores de

confeitaria, cozinha, copa e estoques, por meio do ajuste do consumo de matérias-primas,

da utilização eficiente de mão-de-obra, além de se evitar possíveis furtos, desvios,

desperdícios etc. Também é importante mencionar o que se conseguiria obter de ganhos

nos controles dos caixas e nas vendas realizadas através do sistema de entregas em

domicílios.

Outro interessante uso do controle interno seria no setor de produção/confeitaria e

cozinha, através do uso da ficha técnica de produto para apurar o custo dos produtos,

separando-os entre fixo e variável, assim permitindo encontrar a margem de contribuição

por produto e, consequentemente, o preço de venda mais correto. Com tais informações

poder-se-ia, também, controlar os estoques para planejar melhor as compras, além de

saber qual o consumo ideal de cada produto.

Para implementar uma estrutura mínima de controles internos na empresa, o custo

seria de aproximadamente ¼ do volume dos gastos reduzidos. Portanto, justifica-se sua

implementação.

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8.3 Conclusões do estudo

Pretendeu-se, com esta pesquisa, identificar o sistema de controle interno existente

em uma empresa de pequeno porte e a sua aplicabilidade como ferramenta de apoio à

gestão para tomada de decisão. O presente estudo objetivou mostrar a importância dos

controles internos para empresas de pequeno porte como uma importante ferramenta de

apoio à gestão, privilegiando a tomada de decisão.

São apresentadas, a seguir, as conclusões. Para tanto, devem-se resgatar as

variáveis do problema que originou este trabalho, conforme exposto no item 1.2 –

Objetivos de Pesquisa, em que foram apresentados os objetivos específicos. Esses

objetivos são analisados adiante:

1. identificar a existência de sistema de controle interno na empresa pesquisada;

2. avaliar a importância do sistema de controle interno como ferramenta de apoio à

gestão para tomada de decisão e/ou como instrumento de combate a fraudes,

desvios e furtos;

3. avaliar se a relação custo/benefício na implementação de uma estrutura de

controles internos justifica sua existência.

Através do estudo realizado é possível afirmar que o controle interno cumpre, com

bastante propriedade, o seu papel de gerador de informações confiáveis e precisas para

dar suporte ao processo decisório. É indiscutível o papel que o controle interno tem como

ferramenta de combate a fraudes, desvios e como detector de erros. No entanto, isso não

significa que sua falta estimulará a prática de fraudes.

Pela revisão bibliográfica realizada neste trabalho, ficaram evidenciadas a utilidade

e a importância dos controles internos para apoio à gestão de qualquer empreendimento.

A pesquisa constatou que a empresa em estudo não contempla um sistema de

controle interno como ferramenta de apoio à gestão e também não adota práticas de

controles compatíveis com a literatura disponível.

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Além de constatada a falta de controles internos, também ficou evidenciada a falta

de qualificação, comprometimento e experiência dos gestores para a condução do

negócio, tanto nas áreas operacionais quanto nas áreas administrativa, financeira e de

pessoal.

Também ficou constatado que a relação custo/benefício se justifica, visto que os

ganhos obtidos são maiores do que o custo que se teria para implementar uma estrutura

mínima de controles, conforme demonstrado na seção 8.2.

As conclusões, porém, devem ser vistas à luz das limitações deste trabalho, entre

as quais se destaca o fato de não serem conclusões generalizáveis estatisticamente.

Fundamentando-se nas provas documentais analisadas e respaldando-se no referencial

teórico selecionado, observa-se que a ausência de controles internos na empresa está

contribuindo para uma situação crítica na empresa estudada.

Complementarmente, ressalte-se, é necessária a implementação dos controles

internos sugeridos pelo estudo, em que se demonstram oportunidades de melhorias na

eficiência dos processos operacionais e na geração de informações para o processo

decisório.

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153

ANEXO I

ENTREVISTA NA EMPRESA

Este questionário tem como objetivo coletar dados sobre as características da empresa em

estudo como parte de um projeto de pesquisa na área de CONTROLES INTERNOS,

desenvolvido no curso de mestrado em Contabilidade da Universidade do Estado do Rio

de Janeiro – Faculdade de Administração de Finanças (UERJ – FAF)

Todas as informações prestadas nessa entrevista serão consideradas estritamente

confidenciais e o nome da empresa em pauta não será citado na dissertação, objeto final

deste trabalho.

Data: Rio de Janeiro, 17 de setembro de 2008

DADOS GERAIS

Razão Social da Empresa:

Endereço Eletrônico:

Endereço: CEP:

Bairro: Cidade: UF:

Telefone:

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NOMES DOS ENTREVISTADOS

Nome:

Cargo:

Grau de Instrução:

Tempo na Empresa:

Experiência anterior:

CONTEÚDO

1) Controles internos:

DOCUMENTOS SOLICITADOS

1. Organograma

2. Demonstrativos Financeiros

3. Plano de Contas

4. Outros

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1. Questões sobre procedimentos adotados para o cai xa pequeno da empresa:

1.1 O caixa pequeno destina-se, normalmente, somente a pequenas despesas?

a) Sim ( ) b) Não ( )

1.2 São feitos pagamentos a fornecedores, salários, comissões etc., pelo caixa

pequeno?

a) Sim ( ) b) Não ( )

1.3 O caixa pequeno funciona no sistema de fundo fixo?

a) Sim ( ) b) Não ( )

1.4 Os pagamentos feitos através do caixa pequeno têm comprovante formal?

Resposta:

1.5 Os comprovantes de pagamento são apresentados no momento de obter

reembolso?

a) Sim ( ) b) Não ( )

1.6 Os comprovantes de pagamento são cancelados por ocasião do reembolso, para

evitar reapresentação?

a) Sim ( ) b) Não ( )

1.7 Os cheques destinados ao reembolso são emitidos nominalmente ao responsável

pelo caixa pequeno, com anotação no verso do cheque, mencionando a finalidade?

a) Sim ( ) b) Não ( )

1.8 O dinheiro do caixa pequeno é conferido periodicamente?

a) Sim ( ) b) Não ( )

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1.9 A quantia do fundo fixo é estabelecida em nível razoável, levando em consideração

o movimento de despesas?

a) Sim ( ) b) Não ( )

2. Questões sobre procedimentos adotados sobre cont as bancarias:

2.1 Existem controles adequados na guarda, preparo e assinatura de cheques?

a) Sim ( ) b) Não ( )

2.2 Os talonários de cheques são mantidos em lugar seguro (cofre, por exemplo)?

a) Sim ( ) b) Não ( )

2.3 Os talonários de cheques são acessíveis apenas às pessoas que os utilizam no

curso normal de suas funções?

a) Sim ( ) b) Não ( )

2.4 Os cheques são emitidos somente para os documentos habilitados para pagamento

pelo setor de contas a pagar?

a) Sim ( ) b) Não ( )

2.5 Todos os cheques são nominativos?

a) Sim ( ) b) Não ( )

2.6 Os cheques são assinados por dois funcionários categorizados?

a) Sim ( ) b) Não ( )

2.7 Os documentos comprobatórios dos pagamentos (ordem de compra, nota fiscal,

fatura, evidência do recebimento do bem ou da prestação do serviço etc.) acompanham os

cheques quando de sua assinatura?

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a) Sim ( ) b) Não ( )

2.8 O signatário examina a documentação comprobatória dos pagamentos antes de

assinarem os cheques?

a) Sim ( ) b) Não ( )

2.9 O signatário cancela todos os documentos comprobatórios (rubricando- os, por

exemplo) quando da assinatura do cheque, a fim de evitar sua reapresentação?

a) Sim ( ) b) Não ( )

2.10 Todo o processo de pagamento é enviado para a contabilidade?

a) Sim ( ) b) Não ( )

2.11 A contabilidade exerce controle sobre a seqüência numérica dos cheques?

a) Sim ( ) b) Não ( )

2.12 A empresa prepara conciliações periódicas para todas as contas bancárias?

a) Sim ( ) b) Não ( )

2.13 Os cheques têm apenas uma assinatura, ou duas?

Resposta:

2.14 Quem está autorizado a assinar cheques é sócio-gerente ou procurador-

funcionário?

Resposta:

2.15 É utilizado um sistema protetor, para evitar que as quantias mencionadas nos

cheques sejam adulteradas?

a) Sim ( ) b) Não ( )

2.16 Quais os formalismos adotados para que os cheques sejam emitidos?

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Resposta:

2.17 Existe controle e conferência anterior e posterior à emissão?

a) Sim ( ) b) Não ( )

2.18 Quais os procedimentos para a distribuição dos cheques depois de assinados?

Resposta:

3. Questões sobre os procedimentos adotados pela em presa para vendas e

recebimentos:

3.1 Há controles para assegurar que todas as vendas efetuadas sejam registradas?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.2 Esses controles demonstram que todas as vendas registradas sejam

contabilizadas?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.3 Há controles para evitar o registro de vendas fictícias?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.4 A preparação dos registros iniciais de recebimento é conferida ou controlada por

outros meios, com respeito aos recebimentos significativos de:

3.4.1 Cartões de crédito e débitos - Mediante processos tais como depósito direto no

banco pelo operadora?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.4.2 Vendas a dinheiro e recebimentos diversos - Mediante procedimentos como:

registro automático por caixas registradoras observáveis pelo cliente?

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a) Sim ( ) b) Não ( )

3.5 Os registros iniciais dos recebimentos são somados, examinados à procura de

alterações, e adequadamente conferidos com os recibos autenticados dos depósitos ou

com os extratos bancários, por pessoas que não manuseiam também recebimentos depois

do registro inicial?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.6 As Contas a Receber, de qualquer natureza, são periodicamente verificadas e

conciliadas com a escrituração contábil?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.7 – Cheques recebidos são imediatamente cruzados?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.8 Posteriormente, esses cheques são endossados de forma a que somente possam

ser depositados na conta bancária da empresa?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.9 Esse endosso é feito prontamente?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.10 Todos os recebimentos (carteira, correio, cobradores, vendas a vista etc.) são

registrados prontamente e depois depositados intactos no banco?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.11 As vendas efetuadas a dinheiro são conciliadas com as fitas de máquinas

registradoras?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.12 Existem controles que assegurem que todas as vendas sejam imediatamente

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contabilizadas?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.13 É limitado o acesso dos funcionários aos recebimentos?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.14 Todos os recebimentos em espécie são logo depositados em conta corrente

bancária, ou seja, não são utilizados para efetuar pagamentos?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.15 Existem controles adequados sobre as vendas à vista?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.16 São utilizadas caixas registradoras observáveis pelos clientes ou recibos pré-

numerados?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.17 O funcionário, independente daquele que manuseia os recebimentos, verifica se o

valor total da fita da caixa registradora ou do somatório dos recibos (deve conferir a

seqüência numérica) concorda com os valores efetivamente depositados na conta corrente

bancária da empresa?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.18 Os controles atuais garantem que os recebimentos sejam contabilizados na época

devida?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.19 Os recibos pré-numerados ou fitas de caixas registradoras são enviados para a

contabilidade?

a) Sim ( ) b) Não ( )

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3.20 A contabilidade controla as fitas e a seqüência numérica dos recibos e checa com

os recibos de depósitos bancários?

a) Sim ( ) b) Não ( )

3.21 A contabilidade elabora conciliações bancárias em base mensal (poderia

detectar um recebimento não depositado - recibo de depósito falso - e até mesmo

omissão ou erro de contabilização)?

a) Sim ( ) b) Não ( )

4. Questões sobre os procedimentos adotados pela em presa para pagamentos:

4.1 São emitidos cheques ao portador? Nesse caso, no verso do cheque é mencionada

sua finalidade?

a) Sim ( ) b) Não ( )

4.2 Na emissão de cheques nominativos, a favor de fornecedor, no verso é feita,

declaração mencionando a duplicata (ou Nota Fiscal) a cujo pagamento se destina?

a) Sim ( ) b) Não ( )

4.3 No momento da assinatura dos cheques emitidos, são juntados os documentos

comprovantes (fatura, duplicata, nota fiscal, documento de entrada)?

a) Sim ( ) b) Não ( )

4.4 Depois do pagamento esses documentos são cancelados para evitar reapre-

sentação?

a) Sim ( ) b) Não ( )

4.5 Como são registrados os pagamentos efetuados? Quem os faz? Qual o documento

exigido?

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Resposta:

4.6 As conciliações bancárias são feitas de forma independente, sem qualquer

vinculação às pessoas que emitem os cheques e fazem os pagamentos?

a) Sim ( ) b) Não ( )

4.7 As pessoas incumbidas da emissão de cheques e de efetuar pagamentos têm

correlação ou acesso a recebimento de numerário ou manipulação de fundos?

a) Sim ( ) b) Não ( )

4.8 As pessoas incumbidas da emissão de cheques e de efetuar pagamentos têm

correlação ou acesso a registros de entradas de mercadorias?

a) Sim ( ) b) Não ( )

4.9 As pessoas incumbidas da emissão de cheques e de efetuar pagamentos têm

correlação ou acesso a escrituração contábil, principalmente do Razão?

a) Sim ( ) b) Não ( )

4.10 Existe segurança de que somente as compras efetivamente recebidas e de acordo

com seus instrumentos formalizadores são liberadas para pagamento?

a) Sim ( ) b) Não ( )

4.11 É dada evidência no verso da nota fiscal de que o bem foi recebido ou de que o

serviço foi prestado?

a) Sim ( ) b) Não ( )

4.12 Existe um setor de contas a pagar, cujo objetivo é habilitar notas fiscais para

pagamento?

a) Sim ( ) b) Não ( )

4.13 Esse setor, antes de liberar a nota fiscal para pagamento, confere o documento

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fiscal (incluindo somas, multiplicações etc.) com ordem de compra ou contrato e

inspeciona evidência do recebimento dos bens ou da prestação dos serviços?

a) Sim ( ) b) Não ( )

4.14 Os controles internos asseguram que os documentos sejam pagos na época devi-

da?

a) Sim ( ) b) Não ( )

5. Questões sobre os procedimentos adotados pela em presa para salários:

5.1 Existe comprovante do tempo trabalhado ou quantidades produzidas (ex. cartões de

ponto, ordens de serviço etc.)?

a) Sim ( ) b) Não ( )

5.2 Quaisquer mudanças no valor dos salários são evidenciadas por escrito e

autorizadas?

a) Sim ( ) b) Não ( )

5.3 Há conferência independente da exatidão aritmética das folhas de pagamento?

a) Sim ( ) b) Não ( )

5.4 As folhas de pagamento, quando prontas, são apresentadas ao signatário do

cheque, ou da autorização de pagamento, e por ele rubricadas?

a) Sim ( ) b) Não ( )

5.5 O cheque (ou autorização para crédito em conta bancária) é emitido pelo valor

líquido da folha? .

a) Sim ( ) b) Não ( )

5.6 As alterações da folha de pagamento (admissões, demissões, horas extras,

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aumentos salariais etc.) são previamente aprovadas?

a) Sim ( ) b) Não ( )

5.7 Os empregados marcam cartão de ponto (evidência de que estão trabalhando na

empresa)?

a) Sim ( ) b) Não ( )

5.8 As folhas de pagamento são preparadas com base nas informações dos registros

de empregados?

a) Sim ( ) b) Não ( )

5.9 As informações e os cálculos das folhas de pagamentos e outros relatórios que

determinam as quantias a pagar aos funcionários são conferidos?

5.10 Um resumo da folha é enviado para contabilidade?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6. Questões sobre os procedimentos adotados pela e mpresa para compras:

6.1 O recebimento de materiais e mercadorias é registrado num livro ou boletim de

entradas ou, no mínimo, a data da chegada é anotada na nota fiscal do fornecedor?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.2 A fatura é conferida com o livro ou boletim de entradas, ou a nota fiscal do

fornecedor, indicando a chegada da mercadoria?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.3 A aprovação dos registros iniciais de compras é feita com base em exame ou testes

adequados da documentação comprobatória (Pedidos de compra, Notas Fiscais, Notas de

Entrada etc.)?

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a) Sim ( ) b) Não ( )

6.4 Devoluções de mercadorias são controladas?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.5 As faturas e notas de crédito são assinadas ou rubricadas por um diretor ou

funcionário categorizado antes de serem contabilizadas?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.6 Há controles para assegurar que todos os fornecimentos (mercadorias e serviços)

sejam registrados?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.7 Os pedidos de compra são verificados em face das entradas (" casados") ?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.8 Esses controles demonstram que todos os fornecimentos são contabilizados?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.9 São eficientemente controladas as devoluções, com o objetivo da obtenção do

correspondente crédito?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.10 A contabilização desse crédito é verificada?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.11 As compras e vendas são autorizadas, mencionando-se vendedores ou

compradores e valores das transações?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.12 Existe custódia eficiente e em local adequado?

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a) Sim ( ) b) Não ( )

6.13 São feitas inspeções físicas periódicas e os seus resultados anotados?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.14 O sistema de controles assegura que sejam formalizadas apenas as compras

previamente aprovadas e nas melhores condições de mercado?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.15 Os setores internos da empresa emitem requisição de bens ou serviços pré-

numerada e devidamente aprovada e a remete para o setor de compras?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.16 O setor de compras confere a seqüência numérica das requisições e a aprovação?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.17 O setor de compras tem um cadastro de fornecedores atualizado por natureza de

bem ou serviço?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.18 É feita cotação de preços junto aos fornecedores, a fim de obter as melhores

condições comerciais?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.19 A formalização da compra é realizada por escrito (ordem de compra, contrato etc.)?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.20 Existe centralização no recebimento das notas fiscais dos fornecedores?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6.21 No momento da chegada do bem à empresa ou da prestação de serviços, é dada

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nas notas fiscais uma seqüência numérica pelo setor centralizador de seu recebimento

(emitindo um documento interno de recebimento pré-numerado ou aplicando sobre a nota

fiscal um carimbo datador - numerador)?

a) Sim ( ) b) Não ( )

7. Questões sobre os procedimentos adotados pela em presa para os estoques:

7.1 Os controles existentes são adequados para assegurar que todos os estoques

sejam incluídos nos inventários?

a) Sim ( ) b) Não ( )

7.2 E que pertençam efetivamente à empresa?

a) Sim ( ) b) Não ( )

7.3 Estoques já faturados, mas não entregues, sejam contados e, depois, segregados?

a) Sim ( ) b) Não ( )

7.4 Estoques entrados desacompanhados da Nota Fiscal do fornecedor sejam

identificados e segregados?

a) Sim ( ) b) Não ( )

7.5 Existe sistema de verificação dos estoques e dos registros, para detectar itens

imprestáveis ou danificados?

a) Sim ( ) b) Não ( )

7.6 As baixas são precedidas de cuidados apropriados para evitar desvios?

a) Sim ( ) b) Não ( )

7.7 Os sistemas de avaliação sofrem adequada revisão, para evitar distorções?

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168

a) Sim ( ) b) Não ( )

7.8 Os estoques estão armazenados em locais seguros, havendo adequada proteção

contra roubos?

a) Sim ( ) b) Não ( )

7.9 Os controles de entrada e saída dos estoques são eficientes, no sentido de evitar

desvios?

a) Sim ( ) b) Não ( )

7.10 Os registros de entrada e saída são periodicamente conciliados com as existências

e com a contabilidade?

a) Sim ( ) b) Não ( )

7.11 Os procedimentos de inventário são adequados?

a) Sim ( ) b) Não ( )

8. Questões sobre os procedimentos adotados pela em presa para o ativo

imobilizado:

8.1 Os controles existentes são adequados para evitar a contabilização, ou a

permanência de bens obsoletos, depreciados ou sem valor?

a) Sim ( ) b) Não ( )

8.2 As entradas são previamente autorizadas?

a) Sim ( ) b) Não ( )

8.3 As entradas são objeto de processos de verificação para determinar tratar-se de

reposição ou nova aquisição?

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a) Sim ( ) b) Não ( )

8.4 Esse processo determina o novo valor do bem e/ou do que é substituído?

a) Sim ( ) b) Não ( )

8.5 As eventuais baixas, ou vendas, de bens do imobilizado são precedidas de

autorização competente?

a) Sim ( ) b) Não ( )

8.5 São feitos levantamentos periódicos para verificar sua existência?

a) Sim ( ) b) Não ( )

8.6 Os ajustes são apropriados, depois de investigados?

a) Sim ( ) b) Não ( )

8.7 Há revisão periódica dos registros para investigar bens sem uso? .

a) Sim ( ) b) Não ( )

8.8 No caso de locação, há controle apropriado?

a) Sim ( ) b) Não ( )

8.9 As operações com esses ativos são verificadas?

a) Sim ( ) b) Não ( )

9. Questões sobre os procedimentos adotados pela em presa para controles

diversos:

9.1 Existe organograma definindo claramente funções e hierarquia?

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a) Sim ( ) b) Não ( )

9.2 Há seguro fidelidade para os funcionários que manuseiam e custodiam valores?

a) Sim ( ) b) Não ( )

9.3 Esses funcionários são obrigados a gozar férias todos os anos?

a) Sim ( ) b) Não ( )

9.4 A cobertura de seguros contra incêndio é revisada anualmente para adequação dos

valores?

a) Sim ( ) b) Não ( )

9.5 As atribuições e responsabilidades dos funcionários, seções, divisões, departa-

mentos, gerência e/ou filiais estão claramente definidas nos manuais internos de

organização?

a) Sim ( ) b) Não ( )

9.6 Os procedimentos sobre as principais atividades da empresa (vendas, recebi-

mentos, compras, pagamentos, salários, registros contábeis etc.) estão também definidos

nos manuais internos da empresa?

a) Sim ( ) b) Não ( )

9.7 A empresa utiliza um manual de contabilidade (estrutura das contas, quando cada

conta deve ser debitada e creditada, modelos padronizados das demonstrações contábeis

e relatórios gerenciais internos e as práticas contábeis utilizadas) a fim de permitir o

registro ordenado e consistente de suas transações?

a) Sim ( ) b) Não ( )

9.8 A empresa usa um sistema orçamentário (receitas, despesas, compras de matérias-

primas e bens do imobilizado etc.)?

a) Sim ( ) b) Não ( )

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9.9 São levantados balancetes mensais?

a) Sim ( ) b) Não ( )

9.10 As contas são conciliadas periodicamente?

a) Sim ( ) b) Não ( )

9.11 Há Plano de Contas para a contabilidade?

a) Sim ( ) b) Não ( )

9.12 Há manual para esclarecer e definir o funcionamento das contas?

a) Sim ( ) b) Não ( )

ANEXO II

Estudo de caso I – Pedido especial

Horngren (2004, p. 176) apresenta um caso, o qual é mundialmente conhecido, cujo

objetivo é mostrar, com bastante propriedade, uma situação em que os gestores tomam

decisões sem o devido conhecimento sobre o assunto. Trata-se de uma encomenda

especial.

A empresa Manteray Pen Company (MPC) apresentou a demonstração de resultado para

o exercício encerrado em 31/12/20X1, como segue:

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Vendas $ 10.000.000

Menos custos de fabricação dos

produtos vendidos $ (6.000.000)

Lucro bruto ou margem bruta $ 4.000.000

Menos despesas de vendas e administrativas $ (3.300.000)

Lucro operacional $ 700.000

Os custos fixos de fabricação da empresa eram de $ 2,4 milhões e seus despesas fixos de

vendas e administrativos eram de $ 2,5 milhões. As comissões de vendas, de 3% das

vendas, estão incluídas nas despesas de vendas e administrativas.

A empresa havia vendido dois milhões de canetas. Perto do fim do ano, a Pizza Hut

havia feito uma encomenda especial de 150 mil canetas. Para atender a encomenda, teria

que ser feito um prendedor especial com o logotipo da Pizza Hut para cada caneta. A

Pizza Hut pretendia usar as canetas em promoções especiais no início de 20X2.

Embora a empresa estivesse com alguma capacidade ociosa em sua fábrica,

suficiente para atender a encomenda, o presidente rejeitou a oferta da Pizza Hut de $ 660

mil pelas 150 mil canetas. E justificou sua decisão, afirmando o seguinte:

“A oferta da Pizza Hut é muito baixa. Não teríamos que pagar as comissões de

vendas, mas teríamos um custo extra de $ 0,20 por prendedor, com o emblema e sua

montagem nas canetas. Nenhum outro custo variável seria requerido. Se nossa empresa

vender abaixo de seus preços de venda normais dará início a uma reação em cadeia, com

os concorrentes baixando seus preços e os fregueses querendo negociar preços

especiais. Acho que nosso preço não deve ficar abaixo de uma margem de 8% calculada

sobre nossos custos totais de $ 9.300.000 / 2.000.000 de unidades = $ 4,65 por unidade,

mais os $ 0,20 adicionais por prendedor, menos o que economizaremos em comissões de

vendas”.

Após a projeção da demonstração do resultado com os dados do pedido especial o

resultado que seria obtido representaria um acréscimo no lucro final da empresa de 51%.

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Devido à falta de conhecimento sobre análise de custos e sua analise distorcida do

negócio, já que a Pizza Hut não é concorrente direta e nem indireta de sues clientes de

forma que não acarretaria uma reação em cadeia, levou-o a tomar uma decisão errada e,

portanto, prejudicial para os acionistas, os quais deixaram de receber mais de 50% de

dividendos.

(1) Pelo método do custeio Sem a encomenda Com a encomenda Diferença da

Variável ou Contribuição especial especial encomenda

especial

Total Unid.

Vendas 10.000.000 10.660.000 660.000 4,40

(-) Custos variáveis de fabricação (3.600.000) ( 3.870.000) (270.000) (1,80)

(-) Outros custos variáveis (800.000) ( 830.000) (30.000) (0,20)

= Margem de contribuição 5.600.000 5.960.000 360.000 2,40

(-) Custos fixos (2.400.000) (2.400.000) - -

(-) Despesas Vendas/Administrat. (2.500.000) (2.500.000) - -__

= Lucro operacional 700.000 1.060.000 360.000 2,40

ANEXO III

Quadro de Funcionários do escritório

Departamentos

Título registrado Quantidade

Funcionários

Função

Atividade exercida

Financeiro Aux. administrativo 02 Tesouraria: cuida dos pagamentos, envio da documentação para o contador, etc.

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Administrativo Aux. administrativo 01 Serviços gerais

Administrativo Aux. Administrativo II

01 Lançamento diário dos cartões de créditos e de débitos no banco de dados, cuida da compensação dos tickets restaurante, bem como providencia o “troco” para os caixas do restaurante.

Administrativo Analista Sist. Infom.

01 Analista de informática e conciliações de contas bancárias e de cartões de créditos e de débitos com os relatórios das administradoras

Administrativo Assistente de marketing

01 Cuida dos cardápios, anúncios, das embalagens, etc.

Administrativo Prestador de serviços

01 Implantação de controle de estoques

Quadro de Funcionários do restaurante

Setores Título registrado Quantidade Função

Confeitaria Confeiteiro Sr. 01 Produção de doces e salgados

Confeitaria Confeiteiro pleno 02 Produção de doces e salgados

Confeitaria Aux. Confeiteiro 01 Produção de doces e salgados

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Confeitaria Doceira 01 Produção de doces e salgados

Cozinha Cozinheiro 07 Produção de refeições

Cozinha Ajudante Cozinheiro

04 Produção de refeições

Cozinha Copeiro 05 Lava todos os utensílios

Cozinha Lancheiro 02 Produção de lanches rápidos

Cozinha Ajudante lancheiro 01 Produção de lanches rápidos

Cozinha Chapeiro 01 Produção de refeições e lanches

Cozinha Retalhador de Carne

01 Cortes de carnes, peixes e frangos

Cozinha Chefe de Copa 02 Supervisão da cozinha

Cozinha Cumim 02 Atendimento das mesas

Salão Garçom 15 Atendimento as mesas

Salão Atendente 18 Atendimento de balcão

Salão Recepcionistas 03 Recepciona os clientes

Salão Gerente 01 Gerencia o restaurante

Salão Sub-Gerente 01 Auxilia a gerencia do restaurante

Salão Supervisor 01 Auxilia a gerencia do restaurante

Salão Aux. Supervisor 03 Auxilia a gerencia do restaurante

Salão Caixa 02 Faz o recebimento das vendas e realiza pequenos pagamentos

Salão Estoquista 02 Recepciona e abastece as seções

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Salão Enc. Manutenção 01 Cuida dos reparos de todas as instalações, máquinas e equipamentos

Salão Aux. Serviços

Gerais

06 Cuida da limpeza do

restaurante

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