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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Tecnologia e Ciências Instituto de Química Adriana Palmeiro de Vasconcelos Compostos de Enxofre em Misturas de Diesel e Biodiesel Rio de Janeiro 2008

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Tecnologia e Ciências

Instituto de Química

Adriana Palmeiro de Vasconcelos

Compostos de Enxofre em Misturas de Diesel e Biodiesel

Rio de Janeiro

2008

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Adriana Palmeiro de Vasconcelos

Compostos de Enxofre em Misturas de Diesel e Biodiesel

Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências, ao Programa de Pós Graduação em Química, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Química Ambiental

Orientador: Prof. Sérgio Machado Corrêa

Rio de Janeiro

2008

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CATALOGAÇÃO NA FONTE

UERJ / REDE SIRIUS / NPROTEC

Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta

dissertação.

____________________________________ _____________________

Assinatura Data

V331 Vasconcelos, Adriana Palmeiro de Compostos de enxofre em misturas de diesel e biodiesel /

Adriana Palmeiro de Vasconcelos. – 2008. 92 f.

Orientador: Sérgio Machado Corrêa. Dissertação (mestrado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Química. Bibliografia: f. 78 – 82. 1. Compostos de enxofre – Teses. 2. Biodiesel – Teses. 3. Ar – Poluição – Teses. I. Corrêa, Sérgio Machado. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Química. III. Título.

CDU543.632.461

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Adriana Palmeiro de Vasconcelos

Compostos de Enxofre em Misturas de Diesel e Biodiesel

Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências, ao Programa de Pós Graduação em Química, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Química Ambiental

Aprovado em: 21 de Julho de 2008.

___________________________________

Prof. Dr. Sérgio Machado Corrêa (orientador)

Faculdade de Tecnologia da UERJ

___________________________________

Dr. Cleber Vinícius Ursini

Petrobras

___________________________________

Profa. Dra. Mônica Regina Marques Palermo de Aguiar

Instituto de Química da UERJ

Rio de Janeiro

2008

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AGRADECIMENTOS

Agradeço de coração a todas aquelas pessoas que me apoiaram e contribuíram de

alguma forma para que esse trabalho fosse realizado. Impossível agradecer nomeando cada

um que me deu palavras de incentivo e torceu de maneira positiva, mas algumas pessoas

merecem citação especial.

Primeiramente, o meu marido Carlos Alberto, pelo incentivo noite e dia e pelo

“apoio logístico” fundamental quando se tem uma filha maravilhosa de apenas um ano e

meio em casa querendo atenção.

A minha filha Sophia por dar um novo e maravilhoso sentido à minha vida: ser

mãe.

Os amigos e a Chefia do laboratório LAQAM-INT, que sofreram e vibraram junto

comigo na reta final do trabalho, mesmo quando parecia que o tempo disponível não seria

suficiente para a conclusão da dissertação. Dentre esses amigos, quero agradecer

grandiosamente com carinho à Coordenadora e amiga Claudete por me apoiar, literalmente

“correr atrás“ do biodiesel e me dar oportunidades para a finalização do trabalho, à Camila

por me ajudar no preparo das misturas e estar sempre querendo fazer algo mais, ao “migo”

Mauricio (com suas palavras de fé sempre bonitas e tranqüilizadoras) e à Joice por se

dedicarem à bibliografia, e principalmente ao amigo Marcos por incontáveis vezes não

deixar minha deficiência nas ferramentas do Office ser tão evidente.

O meu orientador Sérgio que, mesmo com meus “sumiços”, acreditou, incentivou e

apoiou a conclusão do Mestrado. Se ele tivesse duvidado de mim em algum momento

(pelo menos não demonstrou!) eu teria desistido.

A Fatima Dutra, profissional de alto nível, hoje já mais do que amiga, do

Laboratório de Cromatografia Gasosa do Cenpes, por ter me dado a oportunidade de

assimilar um pouco do seu conhecimento para que eu pudesse chegar até aqui.

E principalmente a Deus, porque sem Ele guiando meu caminho, eu não estaria

aqui para terminar este trabalho.

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A satisfação está no esforço e não apenas na realização final.

Gandhi

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RESUMO

VASCONCELOS, Adriana Palmeiro de. Compostos de enxofre em misturas de diesel e

biodiesel. 2008. 92f. Dissertação (Mestrado em Química) – Instituto de Química,

Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.

É difundido na literatura especializada que o uso de misturas de biodiesel e diesel

de petróleo reduz as emissões dos compostos de enxofre. Esses compostos são

responsáveis por inúmeras enfermidades respiratórias, além de provocar danos ao

catalisador automotivo, contribuindo desta forma para a emissão de outros poluentes.

Neste trabalho fez-se uma identificação dos compostos de enxofre, antes da queima no

motor, presentes no diesel e em misturas de biodiesel/diesel de diferentes fontes. A

metodologia empregada foi a cromatografia de fase gasosa e inicialmente empregou-se um

detector de ionização por chama de hidrogênio para ajuste das condições operacionais, por

ser um detector considerado universal e capaz de identificar tanto os majoritários

hidrocarbonetos como os compostos de enxofre. Em seguida aplicou-se os parâmetros

operacionais obtidos a um cromatógrafo à gás acoplado a um detector seletivo para

enxofre, o SCD (sulphur chemiluminescence detector) para a identificação apenas dos

compostos de enxofre. Após a obtenção dos dados teóricos em laboratório, foi realizada a

análise de compostos mercaptídicos produzidas pelas emissões de um ônibus do Rio de

Janeiro abastecido com diesel puro e misturas diesel/biodiesel nas proporções (v/v) 2%

(B2), 5% (B5), 10% (B10), and 20% (B20). Os resultados indicaram uma redução dos

compostos de enxofre proporcional à adição do biodiesel tanto na teoria quanto na prática.

Palavras-chave: Enxofre, Diesel, Biodiesel.

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ABSTRACT

The mixing of biodiesel and petroleum diesel is being widely used as an attempt to

reduce the emissions of sulfur compounds. These compounds are responsible for pollution,

causing several diseases, as some breath problems. Sulfur compounds cause car catalyst

poisoning and deactivation of processing, contributing with undesirable emissions of other

toxic compounds. The goal of this work was to identify sulfur compounds in diesel and in

some biodiesel mixtures of different sources. Gas chromatography system coupled with

FID (flame ionization detector) was the methodology initially employed, for adjustment of

the operational conditions, since FID is a low selectivity detector capable of identifying

sulfur compounds and the majority of hydrocarbons. For the sulfur identification, a

selective detector for sulfur compounds was employed (SCD - sulfur chemiluminescence

detector). After the initial tests realized in the lab, analyses were carried out in a typical

Brazilian urban bus fleet, to quantify the presence of mercaptans. The bus was fueled with

pure diesel and with different biodiesel blends (v v) of 2% (B2), 5% (B5), 10% ( B10) and

20% (B20). The samples were collected from a real bus in use. Obtained results showed

that the addition of biodiesel decreases proportionally the presence of sulfur compounds.

Keywords: Sulfur, Diesel, Biodiesel.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1. EVOLUÇÃO DAS EMISSÕES VEICULARES E DA FROTA PARA A CIDADE DE SÃO PAULO (CETESB,

2006). ..................................................................................................................................................... 15

FIGURA 2. EFEITO DAS MISTURAS DE DIESEL / BIODIESEL NAS EMISSÕES DE CH4, SOX, HF, PM10 E CO (LIFE

CYCLE INVENTORY OF BIODIESEL AND PETROLEUM DIESEL NREL/SR-580-24089. ............................. 18

FIGURA 3. EFEITOS DO DIÓXIDO DE ENXOFRE ASSOCIADO AO MATERIAL PARTICULADO (MODIFICADA DE

MOORE E MOORE, 1976). ....................................................................................................................... 25

FIGURA 4. CICLO DO ENXOFRE NA ATMOSFERA (CORRÊA, 2005). .................................................................... 26

FIGURA 5. EVOLUÇÃO DA ESPECIFICAÇÃO DE ALGUMAS PROPRIEDADES DA GASOLINA BRASILEIRA

(DAUZACKER E PALOMBO, 2003). .......................................................................................................... 30

FIGURA 6. PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL ASSOCIADO. ...................................................................................... 36

FIGURA 7. PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL NÃO-ASSOCIADO............................................................................... 36

FIGURA 8. TRABALHOS PUBLICADOS DE 2000 ATÉ JULHO DE 2008, COM A PALAVRA BIODIESEL NO TÍTULO

(OBTIDO NO WEB OF SCIENCE................................................................................................................. 43

FIGURA 9. CONSUMO DE PETRÓLEO PARA DIESEL, B20 E B100 (LIFE CYCLE INVENTORY OF BIODIESEL AND

PETROLEUM DIESEL NREL/SR-580-24089)............................................................................................... 44

FIGURA 10. PLANTIO DE OLEAGINOSAS NO BRASIL (J. BRAZ. CHEM. SOC, 2005)............................................. 47

FIGURA 11. CROMATOGRAMA DO DIESEL OBTIDO NO FID. .............................................................................. 55

FIGURA 12. CROMATOGRAMA DA MISTURA DE PARAFINAS C5-C18 E C20, C24 E C28 NO FID. ...................... 56

FIGURA 13. CROMATOGRAMA DO DIESEL OBTIDO NO SCD. ............................................................................. 56

FIGURA 14. M ISTURA DE N-PARAFINAS NO SCD. ............................................................................................. 57

FIGURA 15. B100 GIRASSOL NO FID. ............................................................................................................... 60

FIGURA 16. B20 GIRASSOL NO FID. ................................................................................................................. 60

FIGURA 17. B100 ALGODÃO NO FID. ............................................................................................................... 60

FIGURA 18. B20 ALGODÃO NO FID. ................................................................................................................. 61

FIGURA 19. B100 PALMA NO FID..................................................................................................................... 61

FIGURA 20. B20 PALMA NO FID....................................................................................................................... 61

FIGURA 21. B100 SOJA NO FID. ....................................................................................................................... 61

FIGURA 22. B20 SOJA NO FID. ......................................................................................................................... 62

FIGURA 23. B100 SOJA INT NO FID. ................................................................................................................ 62

FIGURA 24. B20 SOJA INT NO FID. .................................................................................................................. 62

FIGURA 25. B100 MAMONA NO FID. ................................................................................................................ 62

FIGURA 26. B20 MAMONA NO FID. .................................................................................................................. 63

FIGURA 27. B100 PALMA NO SCD.................................................................................................................... 63

FIGURA 28. B100 SOJA INT NO SCD................................................................................................................ 64

FIGURA 29. B100 GIRASSOL NO SCD. .............................................................................................................. 64

FIGURA 30. B100 ALGODÃO NO SCD. .............................................................................................................. 64

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FIGURA 31. B100 SOJA NO SCD. ...................................................................................................................... 64

FIGURA 32. B100 MAMONA NO SCD................................................................................................................ 65

FIGURA 33. PADRÕES SULFURADOS ENCONTRADOS NA NAFTA NO SCD. ......................................................... 65

FIGURA 34. PADRÃO DE BENZOTIOFENO (BT) NO SCD. ................................................................................... 66

FIGURA 35. NAFTA CENPES INJETADA NA CONDIÇÃO DO DIESEL NO SCD. .................................................... 66

FIGURA 36. NAFTA CENPES INJETADA NA CONDIÇÃO DO DIESEL SOBREPOSTA AO DIESEL NO SCD. .............. 66

FIGURA 37. CROMATOGRAMA DO DIESEL IDENTIFICADO NO SCD.................................................................... 67

FIGURA 38. DIESEL PURO NO SCD. .................................................................................................................. 68

FIGURA 39. M ISTURA B2 MAMONA NO SCD. ................................................................................................... 68

FIGURA 40. M ISTURA B5 MAMONA NO SCD. ................................................................................................... 68

FIGURA 41. M ISTURA B10 MAMONA NO SCD. ................................................................................................. 69

FIGURA 42. M ISTURA B15 MAMONA NO SCD. ................................................................................................. 69

FIGURA 43. M ISTURA B20 MAMONA NO SCD. ................................................................................................. 69

FIGURA 44. M ISTURA B25 MAMONA NO SCD. ................................................................................................. 69

FIGURA 45. M ISTURA B50 MAMONA NO SCD. ................................................................................................. 70

FIGURA 46. REDUÇÃO PERCENTUAL DE ENXOFRE NAS MISTURAS DE DIESEL/BIODIESEL MAMONA. ................. 70

FIGURA 47. REDUÇÃO PERCENTUAL DE ENXOFRE NAS MISTURAS DE DIESEL/BIODIESEL DE SOJA..................... 71

FIGURA 48. REDUÇÃO PERCENTUAL DE ENXOFRE NAS MISTURAS DE DIESEL/BIODIESEL ALGODÃO. ................ 71

FIGURA 49. REDUÇÃO PERCENTUAL DE ENXOFRE NAS MISTURAS DE DIESEL/BIODIESEL DE SOJA..................... 72

FIGURA 50. REDUÇÃO PERCENTUAL DE ENXOFRE NAS MISTURAS DE DIESEL/BIODIESEL PALMA. ..................... 72

FIGURA 51. REDUÇÃO PERCENTUAL DE ENXOFRE NAS MISTURAS DE DIESEL/BIODIESEL GIRASSOL.................. 73

FIGURA 52. EMISSÃO DE MERCAPTANAS COM USO DE DIESEL. ......................................................................... 75

FIGURA 53. REDUÇÃO NAS EMISSÕES DE MERCAPTANAS NAS MISTURAS DIESEL/BIODIESEL DE MAMONA........ 76

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1. POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA EM ALGUMAS CIDADES DO MUNDO, 1995 (UG/M3).................................. 17

TABELA 2. QUANTIDADE DE ENXOFRE NO ÓLEO DIESEL E EMISSÃO DE POLUENTES. ........................................ 28

TABELA 3. ESPECIFICAÇÃO DA GASOLINA FUTURA EM ALGUNS PAÍSES DESENVOLVIDOS (DAUZACKER E

PALOMBO, 2003). ................................................................................................................................... 31

TABELA 4. ESPECIFICAÇÃO DA GASOLINA AUTOMOTIVA BRASILEIRA. ............................................................. 32

TABELA 5. ALGUMAS ESPECIFICAÇÕES DO QUEROSENE DE AVIAÇÃO QAV-1. ................................................. 33

TABELA 6. ALGUMAS ESPECIFICAÇÕES DO ÓLEO COMBUSTÍVEL. ..................................................................... 35

TABELA 7. ALGUMAS ESPECIFICAÇÕES DO GÁS NATURAL................................................................................ 37

TABELA 8. ESPECIFICAÇÃO DO ÓLEO DIESEL. ................................................................................................... 39

TABELA 9. ESPECIFICAÇÃO DA MISTURA ÓLEO DIESEL /BIODIESEL. ................................................................. 40

TABELA 10. EMISÕES PARA DIESEL, B20 E B100.............................................................................................. 46

TABELA 11. POTENCIAL DE ESPÉCIES OLEAGINOSAS PRODUTORAS DE BIODIESEL. ........................................... 48

TABELA 12. TEOR DE ÓLEO DE CADA ESPÉCIE OLEAGINOSA............................................................................. 49

TABELA 13. CONDIÇÕES CROMATOGRÁFICAS - DIC ........................................................................................ 55

TABELA 14. CONDIÇÕES CROMATOGRÁFICAS - SCD........................................................................................ 56

TABELA 16. COMPOSTOS MERCAPTÍDEOS ANALISADOS NAS EMISSÕES DE DIESEL E MISTURAS COM BIODIESEL.

............................................................................................................................................................... 58

TABELA 15. COMPOSTOS IDENTIFICADOS NO DIESEL X TEMPO DE RETENÇÃO .................................................. 67

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................13

1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................................20

1.1. Dióxido de enxofre.................................................................................................................................. 20

1.2. Mercaptanas............................................................................................................................................ 20

1.3. Origem dos combustíveis fósseis: Petróleo........................................................................................... 20

1.4. Importância do monitoramento de enxofre presente na atmosfera................................................... 22

1.5. Especificações dos combustíveis com base no teor de enxofre. ........................................................... 26

1.5.1. Gasolina.................................................................................................................................................28

1.5.2. Querosene de Aviação...........................................................................................................................31

1.5.3. Óleo combustível...................................................................................................................................34

1.5.4. Gás natural.............................................................................................................................................35

1.5.5. Óleo diesel.............................................................................................................................................38

1.6. Alternativas ao uso de combustíveis fósseis: álcool e biodiesel........................................................... 41

1.6.1. Álcool....................................................................................................................................................41

1.6.2. Biodiesel................................................................................................................................................42

2. METODOLOGIA .....................................................................................................................................51

2.1. Método Cromatográfico......................................................................................................................... 53

2.2. Método para analise de enxofre nas emissões. ..................................................................................... 57

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................................................60

3.1. Método Cromatográfico......................................................................................................................... 60

3.2. Avaliação das emissões. .......................................................................................................................... 74

4. CONCLUSOES .........................................................................................................................................77

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.....................................................................................................78

APÊNDICE ................................................................................................................................................ 83

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANFAVEA Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores

ANP Agência Nacional de Petróleo

CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

DENATRAN Departamento Nacional de Trânsito

DIC Detector de Ionização na Chama

FEEMA Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

FID Flame Ionization Detector

HC Hidrocarbonetos

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente

INT Instituto Nacional de Tecnologia

MP Material Particulado

MTBE Metil Tert Butil Éter

NOx Óxidos de Nitrogênio

PROCONVE Programa de Auto Controle de Emissões Veiculares

QAV Querosene de Aviação

RCHO Aldeídos

SCD Sulfur Chemiluminescence Detector

SOx Óxidos de Enxofre

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INTRODUÇÃO

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 03/90

“Entende-se como poluente atmosférico qualquer

forma de matéria ou energia com intensidade e

quantidade, concentração, tempo ou características

em desacordo com os níveis estabelecidos, e que

tornem ou possam tornar o ar: impróprio, nocivo ou

ofensivo à saúde; inconveniente ao bem-estar

público; danoso aos materiais, à fauna e flora;

prejudicial à segurança, ao uso e gozo da

propriedade e as atividades normais da

comunidade".

A poluição, especificamente a atmosférica, é um problema que se agravou no início

do século XXI, sendo um problema tanto em nível local, regional e global, resultado de

processos de difusão e mistura gasosa na atmosfera, mas não teve seu início nesse século.

A história antiga registra que em Roma, há 2 mil anos, surgiram as primeiras

reclamações a respeito do assunto. No século XIII (1273) foi proibido o uso de carvão com

alto teor de enxofre e também a queima de carvão em Londres, durante as sessões do

Parlamento, por causa da fumaça e do odor produzidos. Em 1300 foram fixadas taxas para

permitir o uso do carvão. Em razão da intensa queima de madeira que se seguiu à restrição

do uso do carvão, as florestas inglesas foram reduzidas rapidamente, o que levou

novamente ao aumento do consumo do carvão. Nos séculos XVII e XVIII surgiram os

primeiros movimentos para transferir as indústrias de Londres, onde os problemas

continuaram crescendo até que em 1911 ocorresse o primeiro grande desastre decorrente

de poluição atmosférica: 1.150 mortes provocadas pela fumaça produzida pelo carvão. Em

1952 ocorreu o evento mais crítico de que se tem notícia, quando cerca de 4.000 pessoas

morreram em Londres por causa da poluição do ar. Nos Estados Unidos o pior evento

aconteceu em 1948, na cidade de Donora, Pensilvânia, matando 30 pessoas e deixando

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cerca de 6 mil internadas com problemas respiratórios. Em 1963, na cidade de Nova York,

300 pessoas morreram e milhares tiveram problemas diversos causados pela poluição do

ar. Em certas cidades, como Los Angeles, São Paulo e Cidade do México, são conhecidos

os eventos críticos de poluição de ar provocados pelos gases emitidos por veículos

(BRAGA et al., 2005).

A utilização pelo homem das diversas formas de energia tem sido uma das

principais causas de danos ao meio ambiente, com destaque às fontes fósseis de energia, as

principais entre elas.

Os combustíveis fósseis são amplamente utilizados para diversos fins energéticos,

como geração de energia elétrica, transporte e indústria. Atualmente, mesmo com um

maior uso de outras fontes energéticas, os combustíveis fósseis têm se mantido como a

principal fonte. Os mais utilizados são o carvão mineral, os derivados de petróleo e o gás

natural.

Nos meios de transporte os derivados de petróleo (como gasolina e óleo diesel)

continuam sendo as fontes de energia predominantes, apesar de no caso específico do

Brasil haver um amplo uso do álcool etílico, tanto como combustível exclusivo quanto

misturado a derivados de petróleo como a gasolina. Recentemente nota-se também uma

expansão no uso do gás natural veicular, principalmente em veículos leves de uso intensivo

(táxis e frotas cativas) em grandes centros urbanos.

A qualidade do ar é o tema central que influencia a legislação de emissões

veiculares. A concentração de poluentes e as condições climáticas regionais ou

microclimas específicos são fatores críticos na magnitude do impacto dessa poluição sobre

a saúde e o meio ambiente. Além da quantidade emitida de cada componente, através dos

gases de descarga veicular, as suas características também são fundamentais, porque eles

podem reagir com outros elementos da atmosfera gerando outros gases indesejáveis, como

por exemplo, o ozônio na baixa atmosfera.

A preocupação mundial com o desenvolvimento sustentável torna as legislações de

emissões cada vez mais restritivas, fazendo com que os veículos poluam cada vez menos,

fruto do aperfeiçoamento contínuo das tecnologias automotivas e de combustíveis. O

desempenho ambiental dos combustíveis tem sido um fator de diferenciação da qualidade

em mercados competitivos. Vale citar, também, que em diversos países foram criados

programas de incentivos para reduzir os impostos dos combustíveis menos poluentes.

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A tendência mundial de controle das emissões veiculares, aliada à globalização da

economia e à necessidade de adequação do binômio veículo-combustível resultou, no

Brasil, na resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA 18/1986 - que

instituiu o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores-

PROCONVE. Essa resolução fixou as diretrizes básicas do Programa e estipulou os

primeiros limites de emissão. Em 28 de outubro de 1993, a Lei nº 8.723 endossou a

obrigatoriedade de se tomar as providências necessárias para reduzir os níveis de emissão

dos poluentes de origem veicular.

A coordenação nacional do programa ficou a cargo do IBAMA, com o apoio da

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB,

que atua como agente técnico conveniado, co-responsável pela implantação,

operacionalização e atualização técnica do PROCONVE. Para exemplificar, com o

PROCONVE, desde 1986 a emissão dos poluentes caiu 99%: passou de uma média de 54

g/km de monóxido de carbono para 0,3 g/km, como pode ser visualizado na Figura 1.

befo

re-8

0

80-8

3

84-8

5

86-8

7

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

0

10

20

30

40

50

60

g km

-1

CO x1 HC x10 NOx x25 RCHO x1000 EE x2

0

2000

4000

6000

8000

número de veículos

veículos

Figura 1. Evolução das emissões veiculares e da frota para a cidade de São Paulo

(CETESB, 2006).

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Entretanto, a redução das emissões veio acompanhada com expressivo aumento da

frota veicular, como apresentado na Figura 1, e um balanço aproximado leva a uma

condição de lançamento de poluentes totais para a atmosfera semelhante ao ano de 1983.

A evolução dessa legislação ambiental tem promovido o desenvolvimento e a

cooperação entre os segmentos industriais de motores e combustíveis, onde é fundamental

a adequação desses produtos para alcançar a redução desejada nas emissões.

Para o atendimento às novas etapas do Proconve, a ANP - Agência Nacional do

Petróleo tem legislação atualizada sobre as especificações dos combustíveis automotivos

no Brasil, após amplo processo de negociação com os diversos agentes desse segmento.

Entre os poluentes conhecidos emitidos pelos combustíveis, estão os poluentes

legislados (controlados - Res. 03 de 29/06/90) e os não legislados. Os principais poluentes

emitidos por veículos automotores são o monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio

(NOx), óxidos de enxofre (SOx), hidrocarbonetos (HC), material particulado (MP),

aldeídos (RCHO) e compostos de chumbo (Pb). Verifica-se também emissão de CO2 que,

embora não seja considerado um poluente clássico devido à sua baixa toxicidade deve ser

levada em consideração, tendo em vista ser um gás indutor do aquecimento global (GEE –

gás do efeito estufa).

A expansão das frotas circulantes, associadas às características tecnológicas dos

veículos mais antigos e dos combustíveis então em uso, acabou por provocar uma elevação

preocupante dos níveis de emissões automotivas. Esse foi e continua sendo um problema

apresentado não somente no Brasil, mas em todo o mundo, como mostra a Tabela 1.

Apesar de só representarem 5,9% da frota brasileira segundo dados fornecidos pelo

Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN 2006), os veículos movidos a diesel

muito contribuem para emissões poluentes devido a seus maiores fatores de emissão e as

maiores distâncias percorridas em comparação aos veículos leves, 167 km/dia e 36,7

km/dia respectivamente. Além disso, dados da ANP em 2006 mostraram que o diesel

representa cerca de 44% do consumo de combustível no Brasil (Corrêa e Arbilla 2007).

Como parte do compromisso de se reduzir a poluição atmosférica causada pela

queima dos combustíveis fósseis e com a necessidade de se buscar fontes de energia

renováveis, em 23 de dezembro de 2003, o Governo Federal instituiu, por meio de Decreto

Presidencial, a Comissão Executiva Interministerial encarregada de implantar ações

direcionadas à produção e ao uso de óleo vegetal – biodiesel, como fonte alternativa de

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energia. A Comissão se reporta à Casa Civil da Presidência da República e tem uma

unidade executiva coordenada pelo Ministério de Minas e Energia (Cadernos NAE 2004).

Tabela 1. Poluição atmosférica em algumas cidades do mundo, 1995 (ug/m3)

País SO2 MP NO2

Frankfurt 11 36 45

Tóquio 18 49 68

Cidade do Cabo 21 - 72

Nova Iorque 26 - 79

Mumbai (India) 33 240 39

São Paulo 43 86 83

Xangai 53 256 73

Moscou 109 100 -

Jacarta - 271 -

Fonte: Banco Mundial, World Development Indicators 2000 (Washington DC: 2000).

A partir de 1º de janeiro de 2008, o óleo diesel comercializado em todo o Brasil

deve conter, obrigatoriamente, 2% de biodiesel e mais recentemente 3% a partir de julho

de 2008. A nova regra foi estabelecida pela Resolução nº 5 do Conselho Nacional de

Política Energética (CNPE), de 8 de outubro de 2007, com base no artigo 2º da Lei nº

11.097/2005. A Lei nº 11.097, publicada em 13 de janeiro de 2005, introduziu o biodiesel

na matriz energética brasileira e ampliou a competência administrativa da ANP, que

passou desde então a denominar-se Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e

Biocombustíveis.

O biodiesel é um combustível produzido a partir de óleos vegetais ou de gorduras

animais que deve atender à especificação estabelecida pela Resolução ANP n° 7/2008. O

B2 - nome da mistura de 98% de óleo diesel derivado do petróleo e 2% de biodiesel - deve

atender às especificações técnicas exigidas pela Resolução ANP n° 15, de 19 de julho de

2006, e é obrigatório em todos os postos que revendem óleo diesel. Os 35 mil postos

revendedores do País estão sujeitos à fiscalização relativa ao cumprimento dessas normas.

A adição de 2% de biodiesel ao diesel de petróleo não exige alteração nos motores e os

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veículos que utilizem o B2 têm garantia de fábrica assegurada pela Associação Nacional

dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA).

A produção e o uso do biodiesel no Brasil propiciam o desenvolvimento de uma

fonte energética sustentável sob os aspectos ambiental, econômico e social e também

trazem a perspectiva da redução das importações de óleo diesel. A redução das

importações de diesel vai resultar numa economia de cerca de US$ 410 milhões por ano e

gerar divisas para o País, além de reduzir a dependência externa referente ao produto de

7% para 5%.

A dimensão do mercado no Brasil e no mundo assegura grande oportunidade para o

setor agrícola. Com a ampliação do mercado do biodiesel, milhares de famílias brasileiras

serão beneficiadas, principalmente agricultores do semi-árido brasileiro, com o aumento de

renda proveniente do cultivo e comercialização das plantas oleaginosas utilizadas na

produção do biodiesel. A produção de biodiesel já gerou cerca de 600 mil postos de

trabalho no campo, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

O benefício para a sociedade resultante da ampliação do uso do biodiesel é o efeito

positivo sobre o meio ambiente, uma vez que a queima desse combustível emite

quantidade menor de poluentes na atmosfera, em comparação ao diesel derivado do

petróleo (pág ANP acessada em 27/03/2008 www.anp.gov.br/biocombustiveis), conforme

Figura 2.

Figura 2. Efeito das misturas de diesel / biodiesel nas emissões de CH4, SOx, HF, PM10 e

CO (Life Cycle Inventory of Biodiesel and Petroleum Diesel NREL/SR-580-24089.

%

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Como o biodiesel é um produto naturalmente sem enxofre e compostos aromáticos,

tem a vantagem de gerar um combustível com baixos níveis de emissões desses

componentes. Em contrapartida, algumas pesquisas mostram que os níveis de óxidos de

nitrogênio (NOx) aumentam, assim como os compostos carbonilados (Corrêa e Arbilla,

2007).

Este trabalho procura mostrar a poluição atmosférica causada pelo enxofre e seus

compostos com a queima dos combustíveis fósseis originados do refino do petróleo, como

a gasolina e o óleo diesel, e analisar como o uso obrigatório das misturas de

diesel/biodiesel influencia a redução dessas emissões. Para isso, a primeira proposta é o

desenvolvimento de uma metodologia analítica para identificar os compostos sulfurados

em diesel e nas misturas de diesel/biodiesel antes da queima no motor, usando a técnica de

Cromatografia Gasosa de Alta Resolução com detector específico para análise de enxofre

SCD (Detector de Quimiluminescência de Enxofre). Essa metodologia terá como ponto de

partida o método já implantado no laboratório da parceria CENPES-INT para especiação

de compostos de enxofre em derivados leves de petróleo (naftas) ASTM D5623 e será

desenvolvida no laboratório de Química Analítica e Metrologia em Química - LAQAM do

Instituto Nacional de Tecnologia. Após essa etapa, será realizada a análise das emissões de

compostos mercaptídicos produzidas por um ônibus do Rio de Janeiro abastecido com

diesel e misturas diesel / biodiesel durante o uso normal para correlação com os dados

obtidos em laboratório.

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1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1. Dióxido de enxofre

O dióxido de enxofre (SO2) é um dos principais poluentes atmosféricos que afetam

a vida do homem. Sua presença na atmosfera resulta em danos aos vegetais, aos corpos de

águas superficiais, aos bens artísticos e arquitetônicos e à saúde dos seres vivos.

A principal fonte de emissão desse gás para a atmosfera é a combustão de materiais

que contenham enxofre em sua composição. Na maioria das vezes, o enxofre está presente

no material como contaminante.

É o caso do enxofre presente nos combustíveis fósseis, derivados de petróleo, como

gasolina e óleo diesel. Quando se queima um combustível que contém enxofre, forma-se o

dióxido de enxofre, que é emitido junto com os outros gases de exaustão.

1.2. Mercaptanas

Estudos reportam que mercaptanas (R-SH) têm níveis de toxidade similares ao

sulfeto de hidrogênio (H2S). Os compostos mercaptídeos afetam o sistema nervoso e

podem causar convulsão e narcose. Em concentrações elevadas podem paralisar o sistema

respiratório e em níveis mais baixos causam edema pulmonar (ACGIH,1978). Somente

uma pequena fração de compostos gasosos se dissolve na água enquanto a maior parte

permanece no ar. Os compostos mercaptídeos presentes na atmosfera sofrem foto-oxidação

e são convertidos em SO2, dimetil dissulfeto e outros poli-sulfetos (Haines et al., 1956;

Sheraton e Murray, 1981). Também podem ser oxidados por radicais de oxigênio

troposférico formando dimetil dissulfeto e outros compostos de enxofre (Nip et al., 1981).

Assim como acontece com SO2 , os compostos mercaptídeos são formados na combustão e

emitidos para a atmosfera.

1.3. Origem dos combustíveis fósseis: Petróleo

Petróleo, ou óleos minerais, são líquidos pardos e escuros, com reflexos azulados

na luz, de cheiro desagradável (devido a substâncias com enxofre), que queimam com

notável brilho. O petróleo consiste, essencialmente, em uma mistura complexa de

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hidrocarbonetos dos mais diferentes pontos de ebulição, contendo ainda, em pequenas

proporções, compostos orgânicos oxigenados, nitrogenados, sulfurados, água, sais minerais

e areia que são considerados como impurezas. A mistura de hidrocarbonetos compreende

desde aqueles de baixo ponto de ebulição, que seriam gasosos à temperatura ambiente, até

os de elevado ponto de ebulição, que seriam sólidos a esta mesma temperatura.

A mistura apresenta-se na forma líquida, devido à maior presença dos compostos

líquidos, que mantêm os gasosos e sólidos em solução.

No petróleo pode ocorrer a predominância de um tipo de hidrocarboneto sobre os

demais. O tipo predominante define a base do petróleo, que pode ser parafínica, naftênica,

aromática ou mista. Este é um critério de classificação de petróleos, utilizado pelo “U.S.

Bureau of Mines”.

Outro critério de classificação muito usado é o que leva em conta a faixa de

destilação e sua densidade, conhecido como fator de caracterização, ou KUOP.

Como citado acima, o petróleo também possui impurezas em sua composição, que

são agrupadas de acordo com as características principais:

• Compostos sulfurados

• Compostos nitrogenados

• Compostos oxigenados

• Compostos organometálicos

• Água – sais minerais – sedimentos

Dentre essas impurezas, os compostos sulfurados são os principais causadores da

corrosividade, mau cheiro e efeito poluidor dos produtos de petróleo. Aparecem

principalmente sob a forma de ácido sulfídrico (H2S), mercaptanas (R – SH), sulfetos (R –

S – R), dissulfetos (R – S – S – R), enxofre livre (S) e compostos cíclicos.

A ação corrosiva desses compostos depende de como o átomo de enxofre está

ligado às cadeias orgânicas. Quanto mais bloqueado estiver o átomo pela cadeia, menor

será o seu grau de corrosividade. Assim, a ação agressiva dos compostos de enxofre

obedece a seguinte ordem:

H2S > R – SH > R – S – R > R – S – S – R > compostos cíclicos

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Em frações pesadas, o enxofre é mais encontrado sob a forma de compostos

cíclicos, enquanto que em frações leves as formas predominantes são o H2S e RSH. À

medida que as frações ficam mais pesadas, a concentração de enxofre nos derivados

aumenta. Para alguns catalisadores de processos de transformação, os compostos de

enxofre são venenos e podem causar sua destruição, sendo necessária a sua remoção

prévia.

Entre as propriedades e características importantes para a especificação de venda e

uso do petróleo estão:

• Viscosidade

• Grau API

• Cor

• Ponto de fluidez

• Teor de enxofre

• Teor de sais e sedimentos

• Curva de destilação

Um elevado teor total de enxofre provoca uma alta corrosividade dos derivados. O

controle do teor de enxofre é necessário, pois uma concentração elevada desse elemento

leva à formação de óxidos de enxofre durante a combustão, podendo corroer as partes

metálicas dos motores ou turbinas, bem como contribuir para a formação de depósitos na

câmara de combustão. Os compostos mercaptídeos são conhecidos pela sua reatividade

com certos elastômeros. O limite do teor de enxofre mercaptídeo é especificado para evitar

tais reações e minimizar o odor inconveniente dos mercaptanas.

Outro aspecto importante é o efeito poluidor causado pela queima de produtos com

alto teor de enxofre, devido à toxicidade dos gases desse elemento. Assim, o preço de óleos

com baixos teores de enxofre alcança altos índices no mercado mundial. Quanto menor for

o teor de enxofre, maior será o preço do óleo cru (Vasconcelos, 2004).

1.4. Importância do monitoramento de enxofre na atmosfera.

Embora o enxofre se apresente na forma de diferentes compostos, a reação de

formação do enxofre na atmosfera pode ser representada pelas seguintes equações:

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S(s) + O2(g) → SO2(g) (1)

Como o dióxido de enxofre é solúvel em água, ele pode ser incorporado às

gotículas de água que formam as nuvens e aerosol, formando o ácido sulfuroso.

SO2(g) + H2O(l) → H2SO3(aq) (2)

Outras substâncias (R) presentes na atmosfera podem também ser incorporadas às

gotículas de água das nuvens e oxidar ou servir como catalisador para a reação de oxidação

do ácido sulfuroso a ácido sulfúrico.

H2SO3(aq) + RO2(oxidante) → H2SO4(aq) + RO (3)

A água oxigenada é um dos principais oxidantes que existe na atmosfera e participa

da formação do ácido sulfúrico. A reação pode ser representada pelas seguintes etapas:

H2SO3(aq) + H2O(l) → H2SO4(aq) + 2H+(aq) + 2e– (oxidação) (4)

H2O2(l) + 2H+(aq) + 2e– → 2H2O(l) (redução) (5)

H2O2(l)+ H2SO3(g) → H2SO4(aq) + H2O(l) (reação total) (6)

Existe também outro mecanismo muito importante que é o ataque do OH:

SO2 + OH� � HSO3 (7)

HSO3 + HO� � H2SO4 (8)

Estes são dois dos caminhos conhecidos para a formação da “deposição ácida”,

resultado final do processo que ocorre quando as gotículas das nuvens se juntam e formam

gotas pesadas o suficiente para precipitar como chuva ou sereno. A chuva ácida, mais

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conhecida atualmente como Deposição Ácida, é um problema de poluição que não respeita

estados nem fronteiras nacionais em razão do deslocamento de longa distância que sofrem

com freqüência os poluentes atmosféricos. Por exemplo, a maior parte da chuva ácida que

cai sobre a Noruega, a Suécia e a Holanda é originada dos óxidos de enxofre e nitrogênio

emitidos em outros países do leste europeu. De maneira similar, preocupa aos Estados

Unidos a importante poluição atmosférica que atingirá a região sudoeste originada das

novas usinas termoelétricas à base de queima de carvão, chamadas Carbono I localizadas

no México bem próximo ao sul de San Antonio, Texas. Estas termoelétricas lançam

dióxido de enxofre no ar porque seus gases residuais não são tratados antes da liberação,

ou o carvão não sofre beneficiamento prévio.

O enxofre está presente no petróleo cru em nível percentual, mas é reduzido a

níveis de apenas algumas centenas de ppm em produtos como a gasolina. A indústria do

petróleo emite enxofre no ar diretamente como SO2 ou indiretamente como H2S quando o

petróleo é refinado e o gás natural purificado antes da distribuição. Com efeito, o

componente predominante nos poços produtores de gás natural é algumas vezes o H2S em

lugar do metano. Quantidades importantes de sulfeto de hidrogênio obtidas de sua remoção

do petróleo e do gás natural são convertidas em enxofre elementar sólido, uma substância

benigna do ponto de vista ambiental, por meio do processo em fase gasosa chamado de

reação de Claus (Baird, 2002), além de possuir alto valor no mercado como matéria prima

para a indústria do ácido sulfúrico.

2H2S + SO2 → 3S + 2H2O (9)

Um terço da quantidade molar de sulfeto de hidrogênio extraído dos combustíveis

fósseis é queimado primeiro em presença de oxigênio para produzir dióxido de enxofre e

fornecer o outro reagente para esse processo.

É muito importante remover o sulfeto de hidrogênio dos gases antes de sua

dispersão no ar, pois se trata de uma substância altamente venenosa, mais do que o próprio

dióxido de enxofre. O sulfeto de hidrogênio é também um poluente comum nas emissões

da indústria de papel e celulose.

Vários outros gases de forte odor contendo enxofre em estado reduzido são

emitidos como poluentes atmosféricos nos processos petroquímicos; entre esses estão

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CH3SH, (CH3)2S e CH3SSCH3. O termo enxofre total reduzido é usado para referir-se à

concentração total de enxofre na forma de H2S e a esses outros três compostos.

Determinar a quantidade de dióxido de enxofre presente na atmosfera é uma forma

de conhecer quanto a atmosfera está poluída por gases provenientes de combustão de

combustíveis fósseis. O dióxido de enxofre, além de ser um formador da chuva ácida, pode

afetar a saúde dos seres vivos.

Quando no ar existe dióxido de enxofre e material particulado, forma-se uma

mistura que tem a propriedade de potencializar o efeito da poluição (efeito sinérgico). O ar

que contém dióxido de enxofre e material particulado possui um efeito adverso à saúde que

é, muitas vezes, maior que o efeito do ar que contém somente dióxido de enxofre ou

somente material particulado. Isto é, seus efeitos não se somam, mas se multiplicam.

Material particulado ou aerossol são poeiras e gotículas de diferentes tamanhos que estão

em suspensão na atmosfera (Cardoso e Franco, 2002).

A Figura 3 mostra essa característica com exemplos.

Figura 3. Efeitos do dióxido de enxofre associado ao material particulado (modificada de

Moore e Moore, 1976).

Na Figura 4 pode ser visto de forma simplificada o ciclo do enxofre. Pode-se notar

as relações na litosfera e hidrosfera, bem como os processos que se desenvolvem aeróbia e

anaerobiamente.

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Figura 4. Ciclo do enxofre na atmosfera (Corrêa, 2005).

1.5. Especificações dos combustíveis com base no teor de enxofre.

Como foi visto anteriormente, a concentração de compostos de enxofre no petróleo

e seus derivados tem uma relação direta com a qualidade e o preço de comercialização.

Acompanhando a tendência mundial, de maior preocupação com o meio ambiente e

a conservação de energia, as especificações dos combustíveis no Brasil estão evoluindo,

com o objetivo de possibilitar melhores rendimentos termodinâmicos e minimizar as

emissões de poluentes e as especificações da gasolina automotiva e do diesel projetam uma

redução significativa do teor de enxofre.

A partir da Resolução nº 315/2002, o CONAMA definiu as fases V e VI do

PROCONVE, que deverão entrar em vigor no período entre 2006 e 2009. Para atender a

essas novas fases, o segmento automotivo produzirá novos sistemas de injeção de

combustíveis que utilizem pressões elevadas.

Dentro do setor de agentes do mercado diretamente relacionados ao PROCONVE,

destacam-se a área responsável pela produção de combustíveis derivados de petróleo,

representada pela Petrobras, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos

Automotores - ANFAVEA e a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de

Veículos Automotores – ABEIVA, como os principais agentes diretamente envolvidos

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com o PROCONVE, visto que as regulamentações estabelecidas interferem diretamente

nas características de seus produtos.

Por conta do PROCONVE, a Petrobras instalou um laboratório de emissões onde

testa os seus produtos e avalia os efeitos dos combustíveis e outros parâmetros sobre a

emissão de poluentes. Embora as ações de redução do potencial poluidor dos combustíveis

sejam implementadas de forma lenta, há que se reconhecer que algumas das medidas

tomadas têm contribuído decisivamente para a redução das emissões de poluentes.

A primeira medida de destaque foi a proibição do uso na gasolina de aditivos

antidetonantes à base de chumbo em 1991. Isso viabilizou o uso de conversores catalíticos

em diversos modelos de veículos a partir de 1992, com resultados benéficos na redução das

emissões de CO, HC, NOx e aldeídos. A outra medida importante foi a redução, a partir de

1996, dos teores máximos de enxofre no óleo diesel de 1,0% para 0,5% e a criação de duas

versões de óleo diesel metropolitano, com 0,3% e 0,2% de enxofre, para serem utilizadas

nas 9 principais regiões metropolitanas do País. Em 2000, deixou de existir a versão com

0,3%. Essas medidas, além de contribuírem para reduzir a emissão de SO2 e de MP,

acabaram com os argumentos dos proprietários de veículos multados por emissão

excessiva de fumaça, de que o problema seria causado pelo desgaste prematuro de

componentes devido aos altos teores de enxofre presentes no diesel.

Apesar dos avanços ocorridos, há ainda outras medidas que necessitam ser tomadas

para a redução do potencial poluidor dos combustíveis e para possibilitar o uso de sistemas

avançados de controle de emissões, como a redução adicional dos teores de enxofre do

óleo diesel e o aumento do seu índice mínimo de cetana, além da diminuição dos teores de

enxofre, olefinas e aromáticos na gasolina.

O enxofre, além de contribuir para o aumento da incidência de doenças

respiratórias, através de sua emissão atmosférica, prejudica a eficiência de sistemas de pós

tratamento das emissões, como catalisadores e filtros, influenciando as emissões de

diversos outros poluentes. Dessa forma, a redução do enxofre dos combustíveis provoca a

redução de poluentes como HC, CO e NOx tanto na gasolina, como no diesel, sendo que

neste último ocorre também uma redução da emissão de particulados (World-Wide Fuel

Charter, 2000).

Novas tecnologias para sistemas de pós-tratamento das emissões para veículos

pesados já se encontram desenvolvidos para controle das emissões de particulados, e já em

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avançada fase de desenvolvimento no caso de sistemas para o controle de NOx. Deve-se

ressaltar que, no caso dos caminhões brasileiros a redução esperada de outros poluentes,

quando reduzido o teor de enxofre, ainda não se aplica devido ao fato de não estar

difundida aqui no Brasil a instalação de equipamentos de controle de emissões. Contudo, é

fundamental reduzir o enxofre, pois no médio prazo espera-se que todos os veículos no

Brasil possuam sistemas de pós-tratamento de poluentes.

A Tabela 2 apresenta resultados de diversos estudos relacionando a quantidade de

enxofre no óleo diesel e a emissão de poluentes.

Tabela 2. Quantidade de enxofre no óleo diesel e emissão de poluentes.

Quantidade de Enxofre (ppm) Redução de Emissão (%)

Alta Baixa HC CO NOx

450 50 18 19 8

382 18 9 9 10

600 30 32 55 48

630 30 32 46 61

197 21 55 51 77

Fonte: World Wide Fuel Charter, 2000.

1.5.1. Gasolina

A gasolina comercial é constituída pela mistura de 2, 3 ou mais tipos de naftas

produzidas pelos diferentes processos de refino, podendo ainda receber a adição de outros

componentes, como álcool, além de certos aditivos especiais com finalidades específicas.

No Brasil, é utilizada uma gasolina com características únicas em todo o mundo,

pois se trata de uma mistura de 76% de gasolina e 24% de álcool etílico (etanol). O teor de

álcool na gasolina é especificado pela Agência Nacional do Petróleo – ANP, e é objeto de

lei federal. Essa mistura é realizada pelas companhias distribuidoras, responsáveis também

pela comercialização do produto nos postos de serviço.

Desde 1992 a gasolina brasileira é isenta de chumbo, que era utilizado

mundialmente para aumentar a octanagem da gasolina, mas, por razões ambientais foi

gradualmente eliminado e este papel é realizado pelo etanol. Índice de octanagem é a

porcentagem, em volume, de isooctano que se deve misturar com heptano para se obter a

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mesma intensidade de detonação que a da gasolina em questão. A octanagem mede a

resistência da gasolina à detonação (“batida de pino”). A detonação é um fenômeno de

combustão anormal que depende de complexos processos físicos e químicos estreitamente

interligados com o projeto do motor e as condições de operação, que leva à perda de

potência e pode causar sérios danos ao motor, dependendo de sua intensidade e

persistência. Para exemplificar, uma gasolina com octanagem 100 equivale a 100% de

isooctano.

A estrutura química dos hidrocarbonetos do combustível tem grande influência

sobre a tendência para causar detonação. As parafinas de cadeia linear têm menor

resistência à detonação do que as parafinas de cadeia ramificada; as olefinas e os

naftênicos têm maior tendência à detonação do que os aromáticos. Assim, o poder anti-

detonante de uma gasolina dependerá fundamentalmente de sua composição química.

Atualmente, estão à disposição dos consumidores três tipos de gasolina: comum,

comum aditivada e premium. As gasolinas comum e aditivada diferem entre si apenas pela

presença de um aditivo, do tipo “detergente dispersante”, que tem a função de manter

limpo todo o sistema por onde passa a gasolina. Esse detergente dispersante é utilizado

porque, com o passar do tempo, as gasolinas sofrem um processo de oxidação natural, que

leva à formação de uma goma que vai se depositando lentamente no sistema de

alimentação do veículo. O acúmulo dessa goma acarreta aumento do consumo de

combustível e mau desempenho do motor, podendo causar falhas em seu funcionamento,

como entupimento dos bicos injetores, travamento da borboleta do carburador etc.

Para diferenciar as duas gasolinas, as distribuidoras usam um corante, cuja cor pode

variar de uma companhia para outra. A octanagem dos dois tipos é a mesma e é

equivalente à das gasolinas americanas e européias: 86 [(RON + MON)/2]. RON e MON

são siglas referentes aos métodos de ensaios utilizados para a determinação da octanagem

da gasolina. Já a gasolina premium possui maior octanagem, 91 [(RON + MON)/2], e pode

ser utilizada em qualquer veículo, mas não trará nenhum benefício se o motor não exigir

esse tipo de combustível, como aqueles com alta taxa de compressão. Pode ou não estar

aditivada, a critério da companhia distribuidora que a comercializa.

Inicialmente, o principal objetivo da especificação da gasolina era o de

proporcionar o bom desempenho e durabilidade do motor. Ultimamente, já foram

introduzidos limites para as emissões de vários compostos específicos, visando reduzir as

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emissões veiculares. Esses limites fazem parte de um conjunto maior de restrições que o

conjunto motor-combustível deve atender.

Embora diversas propriedades da gasolina estejam se tornando mais restritivas, a

concentração de enxofre é a que recebeu maior atenção e vem sendo reduzida

radicalmente, conforme ilustrado na Figura 5.

Figura 5. Evolução da especificação de algumas propriedades da gasolina brasileira

(Dauzacker e Palombo, 2003).

Observa-se, na Figura 5, que a concentração de enxofre praticada em 2003

corresponde a 50% daquela tolerada em 1994, e que em 2009 o valor especificado

corresponderá a apenas 2,5% daquele tolerado em 1994.

Essa restrição tão drástica na concentração de enxofre exigirá modificações no

esquema de produção com a introdução de processos de tratamento específicos para esse

fim.

O cenário para as futuras especificações da gasolina é bastante restritivo nos países

desenvolvidos, embora haja alguma variação nos limites das propriedades, conforme

ilustrado na Tabela 3.

A especificação atual para o teor de enxofre total na gasolina é de 1200 ppm,

futuramente será 300 ppm e mais posteriormente, 80 ppm.

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Tabela 3. Especificação da gasolina futura em alguns países desenvolvidos (Dauzacker e

Palombo, 2003).

A especificação atual da gasolina brasileira com os teores permitidos de enxofre,

constante da Portaria ANP- n° 309 de 27/12/2001, que estabelece as especificações para a

comercialização de gasolinas automotivas em todo o território nacional e define as

obrigações dos agentes econômicos sobre o controle de qualidade do produto, se aplica às

gasolinas classificadas como A e C e pode ser vista na Tabela 4.

Gasolina A - é a produzida no País, a importada ou a formulada pelos agentes

econômicos autorizados para cada caso, isenta de componentes oxigenados e que atenda ao

Regulamento Técnico;

Gasolina C - é aquela constituída de gasolina A e álcool etílico anidro combustível,

nas proporções e especificações definidas pela legislação em vigor e que atenda ao

Regulamento Técnico. É vedado ao Distribuidor vender gasolina que não seja do tipo C.

1.5.2. Querosene de Aviação

Querosene de aviação é uma mistura de hidrocarbonetos em que predominam

compostos parafínicos e que destila na faixa de 150° a 300°C. É uma mistura de

hidrocarbonetos na faixa de 9 a 17 átomos de carbono que apresenta composição

semelhante às da gasolina proveniente da destilação direta, porém com uma faixa de

destilação mais elevada. Hidrocarbonetos polinucleares, como o naftaleno, fenantreno e

seus derivados podem estar presentes na mistura.

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Tabela 4. Especificação da gasolina automotiva brasileira.

ESPECIFICAÇÃO

Gasolina Comum Gasolina Premium MÉTODO

CARACTERÍSTICA UNIDADE

Tipo A Tipo C Tipo A Tipo C ABNT ASTM

Cor — (1) (2) (1) (2)

Aspecto — (4) (4) (4) (4) visual (3)

Álcool etílico anidro combustível – AEAC

%vol 1 máx (5). (6) 1 máx.

(5) (6) NBR 13992

Massa específica a 20ºC kg/m3 anotar anotar anotar anotar NBR 7148

NBR 14065

D 1298

D 4052

Destilação NBR 9619 D 86

10% evaporado, máx. ºC 65,0 65,0 65,0 65,0

50% evaporado, máx. ºC 120,0 80,0 120,0 80,0

90% evaporado, Max ºC 190,0 190,0 190,0 190,0

PFE, máx. ºC 220,0 220,0 220,0 220,0

Resíduo, máx. %vol 2,0 2,0 2,0 2,0

Nº de Octano Motor - MON, mín.

— (8) (9) 82,0 (9) — — MB 457 D 2700

Índice Antidetonante - IAD, mín.(10)

— (8) 87,0 (8) 91,0 MB 457 D 2699

D 2700

Pressão de vapor a 37,8 ºC (11)

kPa 45,0 a 62,0 69,0 máx. 45,0 a 62,0

69,0 máx.

NBR 4149

NBR 14156

D 4953

D 5190

D 5191

D 5482

Goma atual lavada, máx. mg/100 ml 5 5 5 5 NBR 14525 D 381

Período de indução a 100ºC, mín.

min 360 360 NBR 14448 D 525

Corrosividade ao Cobre a 50ºC, 3h, máx.

— 1 1 1 1 NBR 14359 D 130

Enxofre, máx. (14) % massa 0,12 0,10 0,12 0,10 NBR 6563

NBR 14533

D 1266

D 2622

D 3120

D 4294

D 5453

Benzeno, máx. (14) %vol 1,2 1,0 1,9 1,5 — D 3606

D 5443

Chumbo, máx. g/L 0,005 0,005 0,005 0,005 — D 3237

Aditivos — — — — — — —

Hidrocarbonetos: %vol MB 24 D 1319

Aromáticos, máx. 57 45 57 45

Olefínicos, máx. 38 30 38 30

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Quanto à composição química, é desejável que o querosene seja parafínico e,

quanto mais o for, melhor será seu desempenho. O petróleo baiano, tipicamente parafínico,

fornece um excelente querosene.

No início da indústria do petróleo, era o derivado de maior importância, devido ao

seu emprego em lamparinas para iluminação (querosene lampante). Essa situação mudou

com o surgimento da indústria automobilística e do motor Diesel, dada a necessidade de

combustíveis para motores de combustão interna. Mais tarde o querosene voltou a ocupar

posição de destaque como combustível para aviões.

A Portaria ANP n° 147 de 12/5/2003 , que estabelece a especificação do querosene

de aviação QAV-1 (denominado internacionalmente JET A-1) destinado exclusivamente

ao consumo de turbinas de aeronaves, comercializado pelos diversos agentes econômicos,

em todo o território nacional, consoante as disposições contidas no Regulamento Técnico

ANP nº 1/2003, está na Tabela 5 e além do teor de enxofre total estabelece em separado o

teor de enxofre mercaptídideo permitido.

Tabela 5. Algumas especificações do querosene de aviação QAV-1.

CARACTERÍSTICAS UNIDADES LIMITES ABNT NBR

ASTM D

APARÊNCIA

- Aspecto claro, límpido e visivelmente isento de água não dissolvida e material sólido à temperatura ambiente normal

Visual- Visual/

4176

COMPOSIÇÃO

- Acidez total, máx. mg KOH/g 0,015 - 3242

- Aromáticos, máx (1) % volume 25,0 1319

Ou Aromáticos totais, máx. (1)

% volume 26,5 - 6379

- Enxofre total, máx. % massa 0,30

6563, 14875

- , 14533,

1266, 1552

2622, 4294, 5453

- Enxofre mercaptídico, máx.

% massa 0,0030 6298 3227

Ou Ensaio Doctor (2) - negativo 14642 4952

- Componentes na refinaria produtora:

Fração hidroprocessada (3) % volume anotar -

Fração severamente hidroprocessada (3)

% volume anotar

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1.5.3. Óleo combustível.

O óleo combustível é constituído por frações residuais de petróleo, obtidas por

vários processos de refino. Os hidrocarbonetos presentes são de elevado peso molecular,

possuindo razoáveis concentrações de compostos de enxofre, nitrogênio e oxigênio, além

de uma pequena quantidade de metais como o vanádio, níquel, sódio e ferro.

O óleo combustível é usado em um grande número de equipamentos destinados à

produção de energia ou calor, como fornos, caldeiras e secadores. São manuseados

geralmente aquecidos e devem ser homogêneos, livres de ácidos inorgânicos e isentos,

tanto quanto possível, de partículas sólidas ou fibrosas, partículas essas que determinam a

freqüência necessária da limpeza ou troca dos filtros de combustíveis.

Em função do petróleo que o originou e o método de refino, pode-se ter vários tipos

de óleos combustíveis, com alto ou baixo teor de enxofre e alto ou baixo ponto de fluidez.

A Portaria ANP n° 80 de 30/4/1999 especifica os óleos combustíveis de origem

nacional ou importados a serem comercializados em todo o território nacional. Segundo

essa especificação, mostrada na Tabela 6, ficam vedadas a comercialização e a utilização,

em todo o território nacional, de óleos combustíveis com teores de enxofre superiores aos

estabelecidos:

I - 1,0% em massa: nas regiões metropolitanas de São Paulo, Baixada Santista, Rio

de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre;

II - 2,5% em massa: nas demais regiões do País.

Também é ressaltado que os limites estabelecidos podem ser ultrapassados,

respeitado um teor máximo de 4% em massa, caso a utilização do óleo combustível

produza emissões de poluentes que atendam aos limites estabelecidos pelo órgão ambiental

da jurisdição, casos que deverão ser informados à ANP.

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Tabela 6. Algumas especificações do óleo combustível.

MÉTODO TIPO CARACTERÍSTICA UNIDADE

ABNT ASTM OCB1 OCA1 OCB2 OCA2

Viscosidade cinemática a 60°C, máx. ou viscosidade Saybolt Furol a 50°C, máx.

mm²/s (cSt)SSF

NBR 10441 NBR 5847 MB 326

D445/ D2171 D88

620 600

620 600

960 900

960 900

Enxofre, máx. % massa MB 902 D1552/ D2622/ D4294

1,0 2,5 1,0 2,5

Água e sedimentos, máx. % volume MB 37 e MB294

D95 e D473

2,0 2,0 2,0 2,0

Ponto de fulgor, mín. °C MB 48 D93 66 66 66 66

Densidade 20/4°C NBR 7148/ NBR 14065

D1298/ D4052

Anotar Anotar Anotar Anotar

Ponto de fluidez superior, máx. °C NBR 11349

D97 (3) (3)

Vanádio, máx. mg/kg D5863/ 200 200 200 200

1.5.4. Gás natural

O gás natural é um combustível fóssil encontrado em rochas porosas no subsolo,

podendo estar associado ou não ao petróleo.

Gás Associado (Reservatório produtor de óleo): é aquele que, no reservatório, está

dissolvido no óleo ou sob a forma de capa de gás. Nesse caso, a produção de gás é

determinada diretamente pela produção do óleo. Caso não haja condições econômicas para

a extração, o gás natural é reinjetado na jazida ou queimado, a fim de evitar o acúmulo de

gases combustíveis próximos aos poços de petróleo (Figura 6).

Gás não-associado (Reservatório produtor de gás): é aquele que, no reservatório, está

livre ou junto a pequenas quantidades de óleo. Nesse caso, só se justifica comercialmente

produzir o gás. As maiores ocorrências de gás natural no mundo são de gás não associado.

O gás natural não associado é mais interessante do ponto de vista econômico, devido ao

grande acúmulo de propano e de hidrocarbonetos mais pesados (Figura 7).

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Figura 6. Produção de gás natural associado.

Figura 7. Produção de gás natural não-associado.

Sua formação resulta do acúmulo de energia solar sobre matérias orgânicas

soterradas em grandes profundidades, do tempo pré-histórico, devido ao processo de

acomodação da crosta terrestre. É composto por gases inorgânicos e hidrocarbonetos

saturados, predominando o metano (>90%) e, em menores quantidades o propano e o

butano, entre outros. Permanece no estado gasoso sob condições de temperatura e pressão

ambiente. É produzido a partir do processamento de gás extraído de reservatório e

apresenta normalmente gases inertes, tais como nitrogênio e dióxido de carbono, bem

como traços de outros constituintes, como água e compostos de enxofre.

Mais leve que o ar, o gás natural dissipa-se facilmente na atmosfera em caso de

vazamento. Para que se inflame, é preciso que seja submetido a uma temperatura superior a

620°C. A título de comparação, vale lembrar que o álcool se inflama a 200°C e a gasolina

a 300°C. Além disso, é incolor e inodoro, queimando com uma chama quase

imperceptível. Por questões de segurança, o GN comercializado é odorizado com enxofre

(mercaptanas). A principal vantagem do uso do gás natural é a preservação do meio

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ambiente. Além dos benefícios econômicos, o GN é um combustível não-poluente. Sua

combustão é limpa, razão pela qual dispensa tratamento dos produtos lançados na

atmosfera.

A etapa de processamento do gás natural permite reduzir as concentrações de

componentes potencialmente corrosivos como o sulfeto de hidrogênio, dióxido de carbono,

além de outros componentes como a água e hidrocarbonetos mais pesados, condensáveis

quando do transporte e da distribuição do gás natural.

Os teores permitidos de Enxofre Total e Gás Sulfídrico são estabelecidos pela

Portaria ANP nº 104 de 8/7/2002, que traz a especificação do gás natural, de origem

nacional ou importada, a ser comercializada em todo o território nacional. Alguns

compostos de enxofre na presença de água ocasionam a corrosão de aços e ligas de

alumínio. O gás sulfídrico é o componente mais crítico no que se refere à corrosão. Sua

presença depende da origem bem como do próprio processo empregado no tratamento do

gás e pode causar problemas nas tubulações e nas aplicações finais do gás natural. Na

presença de oxigênio pode causar corrosão sob tensão, especialmente em cobre, podendo

ser nocivo aos sistemas de transporte e utilização do gás natural.

A Tabela 7 mostra algumas especificações do gás natural vendido no Brasil.

Tabela 7. Algumas especificações do gás natural.

LIMITE(2) (3) MÉTODO

CARACTERÍSTICA UNIDADE Norte Nordeste Sul, Sudeste,

Centro-Oeste ASTM ISO

Poder calorífico superior kJ/ m³

kWh/m³

34.000 a 38.400

9,47 a 10,67

35.000 a 42.000

9,72 a 11,67 D 3588 6976

Índice de Wobbe kJ/m³ 40.500 a 45.000 46.500 a 52.500 — 6976

Metano, mín. % vol. 68,0 86,0 D 1945 6974

Etano, máx. % vol. 12,0 10,0

Propano, máx. % vol. 3,0

Butano e mais pesados, máx. % vol. 1,5

Oxigênio, máx. % vol. 0,8 0,5

Inertes N2 + CO2 % vol. 18,0 5,0 4,0

Nitrogênio % vol. Anotar 2,0

Enxofre total, máx. mg/m3 70 D 5504 6326-2

6326-5

Gás sulfídrico (H2S), máx mg/m3 10,0 15,0 10,0 D 5504 6326-2

6326-5

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1.5.5. Óleo diesel

Óleo diesel é a fração de petróleo que destila entre 170 e 370°C. Os

hidrocarbonetos dessa mistura têm de 9 a 20 átomos de carbono, correspondendo aos

destilados médios de petróleo.

As aplicações dos motores diesel são bem conhecidas e variadas, como caminhões,

ônibus, tratores, centrais elétricas etc., pois são motores de combustão interna em que a

ignição se faz por compressão, não havendo necessidade de uma centelha (auto-ignição do

combustível).

A forte tendência mundial de exigências ambientais mais rigorosas com relação às

emissões veiculares gasosas e de particulados reflete em mudanças nas propriedades do

óleo diesel, basicamente nos teores de enxofre e aromáticos, como a produção de óleos

diesel com enxofre 500 ppm (2006) e 50 ppm (2009).

A Portaria ANP n° 310 de 27/12/2001 traz a especificação do teor de enxofre

permitido no óleo diesel automotivo destinado ao consumidor final, comercializado pelos

diversos agentes econômicos em todo o território nacional até janeiro de 2008, consoante

as disposições contidas no Regulamento Técnico ANP nº 6/2001 e podem ser observadas

na Tabela 8.

A partir de 1 de janeiro de 2008 passou a ser obrigatória a adição de 2% de

biodiesel ao óleo diesel comercializado em todo o Brasil, conforme a resolução n° 5 do

Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), de 8 de outubro de 2007, com base no

artigo 2° da Lei n° 11.097/2005. Essa nova mistura combustível deve atender às

especificações técnicas exigidas pela resolução ANP n° 15, de 19 de julho de 2006 e

podem ser observadas na Tabela 9.

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Tabela 8. Especificação do óleo diesel.

LIMITES MÉTODOS

TIPOS CARACTERÍSTICAS UNIDADES S500 (1)

Metropolitano (D) (2)

Interior (B)

ABNT ASTM

APARÊNCIA

Aspecto Límpido isento de impurezas Visual (3)

Cor ASTM, máx. 3,0 3,0 3,0 (4) (5) NBR 14483 D 1500

COMPOSIÇÃO

Enxofre total, máx. mg/kg 500 2.000 3.500 NBR 14875- NBR14533

D 1552,D 2622,

D 4294,

VOLATILIDADE

Destilação °C

50% vol., recuperado, máx. 245,0 - 310,0

85 % vol., recuperado, máx. 360,0 360,0 370,0

NBR 9619 D 86

Massa Específica a 20°C kg/m³ 820 a 865

820 a 865 820 a 880 NBR 7148,

NBR 14065

D 1298,

D 4052

Ponto de Fulgor, mín. °C 38,0 NBR 7974

NBR 14598

D 56,

D 93

D 828

FLUIDEZ

Viscosidade a 40°C, (mm²/s) cSt 2,5 a 5,5 NBR 10441 D 445

Ponto de Entupimento de Filtro a Frio

°C (6) NBR 14747 D 6371

COMBUSTÃO

Número de cetano, mín. (7) - 42 - D 613

Resíduo de carbono Ramsbottom no resíduo dos 10% finais da destilação, máx.

%massa 0,25 NBR14318 D 524

Cinzas, máx. %massa 0,020 NBR 9842 D 482

CORROSÃO

Corrosividade ao cobre, 3h a 50ºC, máx.

- 1 NBR 14359 D 130

CONTAMINANTES

Água e Sedimentos, máx. %volume 0,05 NBR 14647 D 1796

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Tabela 9. Especificação da mistura óleo diesel /biodiesel.

LIMITE MÉTODO

TIPO CARACTERÍSTICA (1) UNIDADE

Metropolitano Interior ABNT ASTM

APARÊNCIA

Aspecto Límpido isento de impurezas Visual (2)

Cor - Vermelho Visual (2)

Cor ASTM, máx. 3,0 3,0 (3) NBR 14483 D 1500

COMPOSIÇÃO

Teor de Biodiesel, (4) % vol. 2,0 2,0 Espectrometria de Infra-vermelho

Enxofre Total, máx. Mg/kg 500 2.000 NBR14875

-

NBR14533

-

D 1552

D 2622

D 4294

D 5453

VOLATILIDADE

Destilação

10% vol., recuperados Anotar

50% vol., recuperados, máx.

245,0 a 310,0

85% vol., recuperados, máx.

360,0 370,0

90% vol., recuperados

ºC

Anotar

NBR 9619 D 86

Massa específica a 20ºC kg/m3 820 a 865 820 a 880 NBR 7148,

NBR 14065

D 1298

D 4052

Ponto de fulgor, min. ºC 38,0 NBR 7974

NBR 14598

-

D 56

D 93

D 3828

FLUIDEZ

Viscosidade a 40ºC, máx. (mm2/s) cSt 2,0 a 5,0 NBR 10441 D 445

Ponto de entupimento de filtro a frio

ºC (5) NBR 14747 D 6371

COMBUSTÃO

Número de Cetano, mín. (6)

- 42 - D 613

Resíduo de carbono Ramsbottom no resíduo dos 10% finais da destilação, máx.

% massa 0,25 NBR 14318 D 524

Cinzas, máx. % massa 0,010 NBR 9842 D 482

CORROSÃO

Corrosividade ao cobre, 3h a 50ºC, máx.

- 1 NBR 14359 D 130

CONTAMINANTES

Água e Sedimentos, máx. % volume 0,05 NBR 14647 D 1796

LUBRICIDADE

Lubricidade, máx. (7) mícron 460 - D 6079

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1.6. Alternativas ao uso de combustíveis fósseis: álcool e biodiesel.

A partir do terço final do século passado, o planeta começou a ser alertado de forma

incisiva sobre os riscos de uma economia mundial fundada na utilização de energia fóssil e

finita, cujas reservas já tinham destino decadente previsto.

Não tem sido por acaso que, nos diversos fóruns mundiais sucessores da

Conferência da Terra do Rio de Janeiro – Rio 92, a recomendação básica é diminuir o uso

do combustível fóssil e substituí-lo por fontes renováveis de energia.

1.6.1. Álcool

O Brasil produz álcool etílico ou etanol combustível de dois tipos: hidratado e

anidro. O hidratado (com 4% de água) é utilizado para mover veículos a álcool e “flex

fuel”. O anidro, absoluto, sem água serve de oxigenante da gasolina em diversos países,

como alternativa a aditivos altamente poluentes como o chumbo tetraetila e o MTBE – éter

metil - terc-butílico, originário do petróleo.

O programa brasileiro do álcool carburante – Pró-Álcool - é o maior do mundo

quanto ao aproveitamento da biomassa. Trata-se de um modelo energético alternativo,

admirado por todos que o conhecem, tornando o País o maior produtor e exportador de

açúcar e álcool do mundo.

O uso do álcool combustível impulsiona a segurança energética, gera empregos,

evita a poluição local e contribui para a redução do efeito estufa.

Cada tonelada de cana-de-açúcar cultivada para a fabricação de álcool hidratado e

álcool anidro combustível economiza, respectivamente, a emissão de 0,17 tonelada e 0,25

tonelada de CO2 (dióxido de carbono, um dos gases responsáveis pelo efeito estufa), já

contabilizadas as emissões desse e de outros gases resultantes do processo (site UNICA).

A mistura do etanol anidro à gasolina, hoje feita na proporção de 24%, eliminou

totalmente os aditivos ambientalmente tóxicos (chumbo tetra-etila) da matriz brasileira de

combustíveis e contribuiu significativamente para a redução de poluentes, como o ozônio,

nos grandes centros urbanos brasileiros, em especial na cidade de São Paulo.

Assim como os demais combustíveis de origem fóssil ou da biomassa, a queima do

álcool e do bagaço de cana-de-açúcar libera CO2. Porém esse dióxido de carbono foi

anteriormente retirado da atmosfera pela cana-de-açúcar em seu processo de crescimento

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(fotossíntese). Do ponto de vista ambiental, outros benefícios podem ser observados,

como: a cultura não é irrigada; recicla todos os efluentes industriais, vinhaça, torta, cinzas;

utiliza em larga escala controles biológicos de pragas; tem conseguido reduzir o uso de

fertilizantes minerais e defensivos. Nas regiões de maior produção, estão em curso

programas para a redução gradual da queima da cana, e o mesmo deverá ocorrer com a

proteção de nascentes e a redução da captação de água para o uso industrial. A

experimentação com transgênicos é limitada pela legislação vigente (Cadernos NAE: nº2,

2004).

O álcool combustível não contém enxofre, gerando menores emissões de óxidos e

sulfatos e não inibe o uso de conversores catalíticos (Ometto, 1993).

1.6.2. Biodiesel

Biodiesel é o nome de um combustível alternativo de queima limpa, produzido de

recursos domésticos, renováveis. Não contém petróleo, mas pode ser adicionado a ele e ser

usado em um motor de ignição a compressão (diesel) sem necessidade de modificação.

Pode, ainda, substituir outros tipos de combustíveis fósseis na geração de energia, a

exemplo do uso em caldeiras ou em geração de calor em processos industriais. O biodiesel

é simples de ser usado, biodegradável, não tóxico e essencialmente livre de compostos

sulfurados e aromáticos.

O biodiesel é fabricado através de um processo químico chamado

transesterificação, onde a glicerina é separada da gordura ou do óleo vegetal. O processo

gera dois produtos, ésteres e glicerina (produto valorizado no mercado de sabões) e deve

ser produzido seguindo especificações industriais restritas, segundo a reação abaixo.

Óleo vegetal Metanol Biodiesel Glicerina

A diversidade de matérias-primas, óleos e as alternativas de processo levam a

diversos programas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Durante a década passada,

Catalisador (10)

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a Comunidade Européia aplicou cerca de €100 milhões no Projeto de Demonstração de

Biodiesel, considerado o mais relevante entre todos os programas europeus de bioenergia.

Em 2003 as Diretivas da Comissão Européia estimavam a concentração de 5,75% de

biocombustível na gasolina para 2010 e 20% de substituição de combustível fóssil por

combustível alternativo (biocombustível, gás natural, hidrogênio etc.) para 2020. O

Programa Americano de Biodiesel, de menor porte, também tem recebido expressivo

apoio. No curto período de 1992 a 1997, foram desenvolvidos cerca de 350 projetos de

pesquisa sobre biodiesel nos Estados Unidos, em um impressionante conjunto de estudos

sobre produção, comercialização, uso e suas aplicações.

Um exemplo da importância do biodiesel pode ser medido pelo número de

publicações no tema. Uma pesquisa realizada no Science Direct do Portal de Periódicos da

CAPES pode ser visualizado ao longo dos últimos anos na Figura 8.

Nos EUA o biodiesel é o único combustível alternativo a ter completa aprovação

no Clean Air Act de 1990 e autorizado pela Agência Ambiental Americana (EPA) para

venda e distribuição.

Figura 8. Trabalhos publicados de 2000 até julho de 2008, com a palavra BIODIESEL no

título (obtido no Web of Science).

Os óleos vegetais puros não estão autorizados a serem utilizados como óleo

combustível. De modo geral, pode-se afirmar que o biodiesel é um produto comercial. O

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custo não é competitivo com o diesel mineral, mas há contínuo avanço das tecnologias

para a produção (CNAE, 2004).

Energeticamente, 1.000 kg de biodiesel equivale a 0,869 kg de diesel. Para cada

litro de diesel substituído por biodiesel, são economizados 50,7 MJ/kg de energia originada

de fonte fóssil e 3,84 Kg CO2/kg nas emissões gasosas. Em 2006 o Brasil alcançou a auto-

suficiência na produção de petróleo. Entretanto, devido ao desenvolvimento do país, a

importação de diesel aumentou em 800 milhões de litros. Isto representou um dispêndio de

US$ 1,3 bilhões (aumento de 47% em relação a 2005). Este cenário favorece e justifica

uma aceleração na produção nacional de biodiesel (Biodiesel no Brasil- Resultados Sócio-

Econômicos e Expectativa Futura, 2007). A Figura 9 mostra a relação de consumo de

petróleo puro e a economia gerada pelo uso de biodiesel.

Figura 9. Consumo de petróleo para diesel, B20 e B100 (Life cycle inventory of biodiesel

and petroleum diesel nrel/sr-580-24089).

As características do nosso óleo mineral cru ensejam uma forte redução do enxofre

liberado no meio ambiente, evitando a proliferação de enfermidades respiratórias,

principalmente nas áreas urbanas. A redução do enxofre encontra no biodiesel um aliado

que, além disso, melhora as condições de uso do combustível para os motores.

DDiieesseell ddee ppeettrróólleeoo

óólleeoo

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As emissões de poluentes locais (controlados e não controlados) do biodiesel

variam em função do tipo da matéria graxa (Triglicerídeos e Ácidos Graxos) utilizada para

a produção do biodiesel, ou seja, o tipo de óleo vegetal (soja, algodão, mamona, palma,

girassol etc.) ou de gordura animal usados na produção do biodiesel. O biodiesel pode ser

produzido com os dois tipos de álcool: o metanol, proveniente do petróleo, ou o etanol,

proveniente da cana-de-açúcar. Hoje as empresas produtoras empregam o metanol. A

produção de biodiesel, com o uso do etanol, ainda está em estudo nas universidades e

centros de pesquisas. Na medida em que as pesquisas apontarem para a melhor viabilidade

do etanol para produção de biodiesel, não haverá nenhuma restrição ao seu uso – pelo

contrário, o Brasil, na qualidade de grande produtor de álcool combustível que é, deverá

ampliar seu uso. Quanto ao biodiesel ser um éster etílico ou metílico, a princípio não é

relevante quanto às emissões de poluentes locais.

O uso do biodiesel reduz as emissões do monóxido de carbono (CO), do material

particulado (MP), do óxido de enxofre (SOx), dos hidrocarbonetos totais (HC) e de grande

parte dos hidrocarbonetos tóxicos, que apresentam potencial cancerígeno. No entanto, as

emissões dos óxidos de nitrogênio (NOx) aumentam em relação ao diesel mineral, não

sendo, entretanto, impedimento para a disseminação do biodiesel devido às grandes

vantagens em relação aos outros poluentes. É um pequeno aumento se comparado com as

reduções de grande magnitude dos outros poluentes. O incremento observado nas emissões

deste poluente não é elevado, 2% a 4% para B20, mas deve ser considerado porque é um

dos precursores do ozônio troposférico, atualmente o mais grave problema de qualidade do

ar em São Paulo (NAE, pag 31). A mistura padrão B20 é uma mistura de 20/80 (v/v) de

biodiesel puro (B100) / diesel. Já existem resultados de pesquisas que indicam que essa

mistura combustível reduz as emissões de material particulado em 15-20%, enquanto

mantém as outras especificações correntes para o diesel puro, segundo a Portaria ANP nº.

310 (WAIN et al., 2005). Quanto a outros percentuais de mistura, ainda faltam estudos

para enquadrar as misturas nas especificações estabelecidas pela ANP e verificar a redução

exata dos poluentes por cada tipo de biodiesel usado, conforme Tabela 10.

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Tabela 10. Emisões para diesel, B20 e B100.

Poluente Diesel de

Petróleo

B20 B100

CH4 0.202839 0.201795 0.197616

NOx 5.00856 5.1423 5.67728

CO 1.26981 1.18219 0.831723

NMHC 0.131467 0.194075 0.44451

Hidrocarbonetos totais 0.249053 0.229605 0.151814

Benzeno 4.24E-05 3.43E-05 1.84E-06

Formaldeído 0.000568 0.000459 2.48E-05

PM10 0.084094 0.076589 0.046572

Particulados totais 0.130281 0.123891 0.098329

SOx 0.926335 0.911458 0.851949

HCl 0.003164 0.00325 0.003593

HF 0.000396 0.000383 0.000334

NH3 3.15E-08 0.014694 0.073471

Fonte: Modificada de Life Cycle Inventory of Biodiesel and Petroleum Diesel

NREL/SR- 580-24089 pag 251.

Existem alguns estudos em andamento visando a redução de formação do óxido de

nitrogênio pelo uso do biodiesel. Entre as várias estratégias possíveis estão a mudança do

tempo de injeção do combustível, a utilização de catalisadores adequados e como mais um

exemplo, a identificação da fonte ou propriedade do biodiesel que pode ser modificada

para reduzir as emissões de NOx (Grupo De Trabalho Interministerial – Biodiesel -

Relatório Final).

São reconhecidas as vantagens comparativas do Brasil quanto à qualidade de solo,

clima e disponibilidade de água para a produção agrícola. Nesse campo, o biodiesel surge

também com uma forte motivação social. Várias oleaginosas adaptam-se muito bem ao

semi-árido brasileiro, o que oferece uma opção econômica para as regiões pobres. A

utilização de áreas ociosas e a recuperação de áreas degradadas, somadas às ações do

programa de produção e uso do biodiesel, são um caminho de desenvolvimento. Esse

mapeamento é visto na Figura 11. Um exemplo prático é o dendê, que quando cultivado

pela agricultura familiar, pode usar as áreas de florestas degradadas, segundo o Código

Florestal. Isto significa que os assentamentos da região Norte, que herdaram um grande

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passivo ambiental, agora já dispõem de uma possibilidade de recompor estas áreas com

uma significativa geração de renda aos mesmos.

Figura 10. Plantio de oleaginosas no Brasil (adaptado de Pinto et al 2005).

Apesar da hegemonia da soja no curto prazo (o Brasil é produtor de 53 milhões de

toneladas de soja/ano), qualquer oleaginosa pode ser usada para produzir biodiesel e

algumas alternativas, como a mamona e o pinhão manso, estão recebendo muita atenção.

No médio e curto prazo estas culturas alternativas podem ser até mais vantajosas que a

soja, já que apresentam maior rendimento, são mais adequadas à agricultura familiar e não

competem com aplicações para consumo humano. Alguns estudiosos (Ferreira et al 2006)

apontam para o risco de concorrência na produção agrícola entre alimentos e energia,

afirmando que a produção, para fins de energia, diminuirá a disponibilidade de alimentos.

Essa tese vem sendo discutida na medida em que:

a) O óleo é empregado para produção de biodiesel e o que sobra do grão (chamado

torta ou farelo e rico em proteínas) é usado para ração animal ou para fertilizantes

naturais. O óleo representa entre 17 e 50% das diversas matérias-primas. Logo, no

mínimo, a cada tonelada de biodiesel que se produz, se produz também uma

NORDESTE mamona, palma, soja, algodão e babaçu

SUL Soja, girassol e algodão

CENTRO-OESTE soja, algodão, mamona e girassol

NORTE Palma e soja

SUDESTE Soja, mamona, algodão e girassol

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tonelada de torta para ração ou de fertilizante natural, aumentando a produção de

alimentos;

b) a produção de matérias-primas para biodiesel tende a empregar terras de menor

interesse econômico, como as do semi-árido, bem como usar aqueles períodos em

que as terras ficam ociosas, como por exemplo, plantando amendoim ou girassol no

período de descanso das terras da cana, ou mesmo plantando o girassol após o

milho; e

c) especialmente na agricultura familiar, há preferência pelos sistemas de plantio

consorciados, em que a outra cultura agrícola é um alimento. É o caso da mamona-

feijão, mamona-sorgo, dendê-banana e outros.

Independentemente da matéria-prima e da rota tecnológica, o biodiesel é

introduzido no mercado nacional de combustíveis com especificação única. Ainda que

cada oleaginosa tenha suas próprias características, tanto o biodiesel de mamona, soja,

palma, sebo ou de girassol são passíveis de atender à qualidade definida nesta

especificação definida pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

Na Tabela 11 estão apresentados o potencial de diversas espécies vegetais para a

produção de biodiesel e na Tabela 12 o rendimento de cada espécie.

Tabela 11. Potencial de espécies oleaginosas produtoras de biodiesel.

Cabe aqui ressaltar que o biodiesel só será efetivamente vendido aos consumidores

nos postos se atenderem às especificações técnicas exigidas pela norma brasileira. É

essencial assegurar a qualidade do combustível para o perfeito funcionamento dos veículos

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e a satisfação do usuário. Nesse aspecto, deve ser observado que a adição de 2% de

biodiesel ao diesel de petróleo não exigirá alteração nos motores, assim como não exigiu

nos países que já utilizam o combustível. Os motores que passarem a utilizar o biodiesel

misturado ao diesel nesta proporção têm garantia de fábrica assegurada pela Associação

Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), conforme manifestação

formal desta entidade ao Governo Federal.

Tabela 12. Teor de óleo de cada espécie oleaginosa.

Portanto, não se pode falar que o biodiesel de mamona é o de pior qualidade, ou

que essa matéria-prima é ruim. Apresenta sim característica distinta, em especial devido à

maior viscosidade do biodiesel de mamona, mas pode ser perfeitamente enquadrado dentro

da especificação de qualidade. Nessa linha de raciocínio, poderíamos lembrar que o

biodiesel de soja é um produto muito sujeito à oxidação. Isso nos levaria a ponderar,

erroneamente, que a soja não é adequada para produzir esse combustível. Porém, com o

devido processamento, atende também à especificação de qualidade requerida. Novamente,

cabe frisar que cada oleaginosa tem sua própria característica, mas isso não significa que é

pior ou melhor (Biodiesel no Brasil- Resultados Sócio-Econômicos e Expectativa Futura,

2007).

A Petrobras está desempenhando um papel fundamental na estruturação da cadeia

de biodiesel. Primeiro porque é praticamente a única compradora atual do biodiesel

comercializado por meio dos leilões. As compras de biodiesel da Petrobras, até o

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momento, somam o valor de cerca de 1,26 bilhões de reais (781 milhões de litros).

Segundo porque instalou 2.278 postos com biodiesel no país, respondendo à necessidade

de organizar a distribuição do B2. E terceiro, porque adotou a estratégia de também ser

uma produtora de biodiesel. A Petrobras vai inaugurar em 2008 três fábricas de biodiesel:

em Quixadá-CE, Candeias-BA e Montes Claros-MG. A Petrobras produzirá o biodiesel

com a agricultura familiar e a expectativa é que estas três fábricas resultem na inclusão

social de cerca de 75.000 famílias.

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2. METODOLOGIA

A grande maioria dos métodos disponíveis para controle da poluição atmosférica

avalia a composição dos gases poluentes após a queima dos combustíveis em motores. O

interesse vem crescendo na busca de metodologias analíticas que permitam conhecer a

composição detalhada dos combustíveis ainda no processo de refino para que medidas

operacionais possam ser tomadas a fim de se obter a especificação final desejada.

Freqüentemente, esses produtos contêm quantidades e tipos variados de enxofre e muitos

desses compostos podem ser corrosivos aos motores, inibir ou destruir os catalisadores

empregados nos processos de refino e dão desnecessário odor aos produtos finais. O

conhecimento apenas do teor total de enxofre proporciona pouca informação sobre a

melhor maneira de se processar um óleo ou até mesmo saber se um processo está

funcionando como proposto. Por exemplo, em um processo que converte mercaptanas em

dissulfetos, o teor de enxofre total pode não mostrar diferença entre o óleo e o produto,

enquanto uma identificação individual dos compostos sulfurados usando cromatografia

gasosa e um detector seletivo para enxofre mostra se a conversão química pretendida

ocorreu satisfatoriamente (Ionics Aplication Note, 2003). Com esse intuito a análise de

naftas pelo método ASTM D5623 para especiação de compostos sulfurados em frações

leves de petróleo tem sido bastante usada dentro do sistema Petrobras.

A principal fonte de enxofre na gasolina é a nafta de craqueamento catalítico

fluidizado (nafta de FCC). Teores maiores que 500 ppm de enxofre são esperados nesse

tipo de nafta, dependendo das propriedades da carga e da operação das unidades de FCC.

O conhecimento detalhado das espécies de enxofre é bastante importante tanto para a

determinação do ponto de fracionamento ideal da nafta de FCC quanto para o

entendimento dos mecanismos de reação e o efeito das condições de operação e

catalisadores nos compostos de enxofre residuais. Assim o ensaio de especiação de enxofre

na gasolina possibilita a aplicação correta das tecnologias existentes e sustenta o

desenvolvimento de tecnologias melhores de remoção de enxofre de forma rápida.

A necessidade ambiental levou ao surgimento de diesel com baixos teores de

enxofre e, analogamente ao processo de caracterização da gasolina, se torna necessário o

conhecimento detalhado dos compostos de enxofre presentes no diesel. Uma aplicação

pratica que esse conhecimento proporciona diz respeito à técnica de hidrodessulfurização

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usada para remover os compostos sulfurados presentes nos óleos. O composto

dibenzotiofeno (DBT) e seus isômeros são muito estáveis e difíceis de remover por esse

processo, e conhecer detalhadamente sua variação durante o processo garante um produto

final com a especificação desejada (HUA et al 2003). As refinarias, para realizarem uma

alta conversão por hidrotratamento, necessitam conhecer com detalhes os compostos

sulfurados presentes nos vários tipos de diesel processados e a análise quantitativa de

tiofenos, alquilbenzotiofenos e alquildibenzotiofenos é particularmente importante, já que

esses compostos são os de mais difícil tratamento nos cortes médios de petróleo (HUA et

al., 2002). Junto a essa identificação, a obrigatoriedade da adição de biodiesel ao diesel

definida pelo Governo Brasileiro a partir de janeiro de 2008, inicialmente na proporção B2,

gera a necessidade de se identificar esse novo tipo de combustível. Como já visto, o

biodiesel não contém enxofre em sua composição por ser de origem vegetal e é capaz de

reduzir as emissões de compostos de enxofre, sendo o SO2 o mais controlado, para a

atmosfera frente ao diesel puro. Com isso, o efeito esperado nas misturas biodiesel/diesel é

a diminuição das emissões de enxofre através da diluição. Porém esta redução pode não ser

acompanhada em uma redução em todos os compostos nas emissões, uma vez que o

biodiesel altera o mecanismo de queima, em função da alteração das propriedades físico e

químicas da mistura.

Neste trabalho é desenvolvida uma metodologia cromatográfica para identificação

dos compostos de enxofre presentes no diesel e nas misturas biodiesel/diesel com biodiesel

de diferentes oleaginosas, nas proporções B2, B5, B10, B15, B20, B25 e B50 antes da

queima nos motores.

Esse desenvolvimento parte do método ASTM D5623 já citado e atenderá à

demanda crescente de análises de identificação e avaliação do diesel possibilitando avaliar

a redução da quantidade de enxofre presente nas misturas biodiesel/diesel de maneira

efetiva antes da queima no motor.

O diesel utilizado nas análises de laboratório foi fornecido pela Gerência de

Combustíveis do CENPES e é o diesel comercial 500ppm de enxofre especificado pela

ANP. Os tipos de biodiesel trabalhados foram fornecidos pela Divisão de Energia do

Instituto Nacional de Tecnologia - INT.

Após essa etapa foi realizada a análise das emissões de compostos mercaptídeos

produzidas por um ônibus do Rio de Janeiro abastecido com diesel e misturas

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diesel/biodiesel durante o uso normal dentro da cidade do Rio de Janeiro, para correlação

com os dados obtidos em laboratório.

2.1. Método Cromatográfico.

A Cromatografia Gasosa com detector de quimiluminescência de enxofre (SCD)

proporciona um rápido e altamente específico meio de identificar e quantificar vários

compostos sulfurados que podem estar presentes em diferentes tipos de petróleo e seus

produtos, como gasolina automotiva, querosene de aviação e diesel. A capacidade de

especiar os compostos de enxofre nos produtos é considerada mais importante do que

simplesmente se conhecer o teor total de enxofre separadamente.

Diferentemente do detector fotométrico de chama (FPD) ou da variação com chama

pulsada (PFPD), o SCD tem resposta equimolar, linear e é muito menos suscetível à

interferência da matriz de hidrocarbonetos. Essas vantagens eliminam a necessidade de

linearização dos resultados ou de se determinar fatores de resposta separados para os

compostos de enxofre individualmente (Technical Overview Agilent Technologies, 2007).

O também muito usado detector de emissão atômica (AED) é um detector multi-elementos

seletivo e sensível e vem sendo usado com sucesso para quantificar compostos sulfurados.

Entretanto, para amostras com baixas concentrações de enxofre a detecção é limitada por

causa da interferência da matriz de hidrocarbonetos. As reações que ocorrem na

quimiluminescência é mostrada abaixo:

O método ASTM D5623-94 utiliza Cromatografia Gasosa de Alta Resolução e

Detector de Quimiluminescência de Enxofre (CGAR-SCD) e é aplicado a destilados,

gasolinas (inclusive as que contêm compostos oxigenados) e naftas com ponto final de

(11)

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ebulição em torno de 230°C ou menor, à pressão atmosférica, e aplica-se a uma faixa de

concentração de 0,1 a 100 ppmM em termos de espécies individuais de enxofre.

Inicialmente, a proposta era trabalhar com a condição de análise já conhecida do

diesel na coluna HP-5 30m x 0.32mm x 0.25um (temperatura do injetor: 350°C, split de

amostra: 1:8, volume de injeção: 1uL, temperatura do forno: 100°C por 3 minutos e rampa

de temperatura de 4°C/min até 250°C) e fazer a identificação dos compostos de enxofre

utilizando padrões e também a espectrometria de massas. Como o equipamento a ser

utilizado, o modelo SCD 355 Agilent disponível no laboratório de Analise de Petróleo do

LAQAM-INT, apresentou problemas desde que chegou ao laboratório do INT, o

cronograma do mestrado foi todo atrasado e a troca da coluna ficou incompatível com a

necessidade de testes do aparelho para implantar o método necessário, o ASTM D5623.

Diante dessa nova perspectiva, a idéia foi tentar desenvolver uma nova condição analítica

utilizando a mesma coluna do ASTM D5623, possibilitando só a mudança do método sem

a troca da coluna durante as constantes visitas dos técnicos.

Assim, devido à coluna em uso ter uma espessura de filme muito maior (30m x

0,32mm x 4um) e o diesel ser mais pesado do que a nafta, testes foram feitos com uma

coluna igual primeiramente no cromatógrafo a gás Agilent CG6890 com detector de

ionização na chama (FID) para ajuste da melhor condição de eluição do diesel. Para

controle do cromatógrafo, aquisição dos dados e avaliação dos resultados foi utilizada um

computador com uma estação de trabalho Agilent Chemstation A.09.01. A condição inicial

foi a do método ASTM D5623 (temperatura do injetor: 275°C, split de amostra: 10:1,

volume de injeção: 1uL, temperatura do forno: 40°C por 3 minutos e rampa de temperatura

de 10°C/min até 250°C por 6 min, pressão de gás de arraste: Hélio U.P 10 psi). A condição

trabalhada mais satisfatória está mostrada na Tabela 13.

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Tabela 13. Condições cromatográficas - DIC

COLUNA Metil silicone HP-1 30m x 0,32mm x 4um

CONDICOES ANALITICAS

Temperatura detector FID 300°C

Temperatura injetor split 275°C

Split da amostra 10:1

Gas de arraste Helio U.P

Pressão na coluna 20 psi

Volume de injeção 1 uL

Temperatura inicial do forno 40°C por 3 min

Programação de temperatura do forno 15°C /min

Temperatura final do forno 280°C

Tempo final do forno 20 min

A Figura 11 mostra o cromatograma identificado do diesel obtido no FID.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

pA

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

FID1 A, (14MAI08\006B0101.D)

Diesel S500

3.0

12 - C

6

3.6

57 4

.163

4.3

67 4

.522

4.6

87 4

.952

5.1

51 - C

7 5

.570

5.7

65 6

.155

6.3

23 6

.542

6.8

59 - C

8

7.4

01 7.7

71 8

.103 8.3

00 - C

9 8

.776

8.9

12 9

.128 9.4

45 9

.572

- C

10 9

.805

10.

060

10.

316

10.

726 - C

11 1

0.93

2 1

1.41

5 1

1.78

7 - C

12 1

1.97

2

12.

506

12.

777 - C

13 1

3.03

5 1

3.27

6 1

3.52

6 1

3.70

6 - C

14 1

3.99

2 1

4.27

5 1

4.57

6 - C

15 1

5.09

2 1

5.39

6 - C

16 1

5.80

5 1

6.17

5 - C

17 1

6.64

1 1

6.91

1 -

C18

17.

227

17.4

23 1

7.61

2 - C

19 1

7.91

4 1

8.03

9 1

8.28

0 - C

20 1

8.56

1 1

8.91

7 -

C21

19.

180

19.

575 - C

22 1

9.8

90 2

0.35

9 -

C23

20.

699

20.

939 2

1.3

05 -

C24

21.

691

22.

003

22.

459 - C

25 2

2.92

8 2

3.32

8

23.

871 - C

26

24.

434

24.

957

25.

614 - C

27

26.

295

27.

770 - C

28

28.

625

29.

307

30.

447 -

C29

31.

451

32.

297

33.

766 - C

30

35.

059 -

C31

36.

919 - C

32

37.

853 - C

33

Figura 11. Cromatograma do diesel obtido no FID.

Para marcar o tempo de retenção das normais parafinas do diesel, foi injetada uma

mistura de n-parafinas de C5-C18 e C20, C24 e C28 (AC Hight Temp SIMDIS

no.59.50.101A), mostrada na Figura 12.

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56

min5 10 15 20 25 30 35

pA

-50

0

50

100

150

200

250

300

FID1 A, (14MAI08\007B0101.D)

n-parafinas C5 a C20 em CS2

1.410

- C

5 1.7

98 - C

S2

3.021

- C

6

4.169 4

.964

5.153

- C

7

6.858

- C

8

8.299

- C

9

9.570

- C

10

10.72

1 - C

11

11.78

3 - C

12

12.76

9 - C

13

13.69

2 - C

14

14.

562 - C

15

15.38

3 - C

16

16.16

0 - C

17

16.89

8 - C

18

18.

269 - C

20

19.51

3 - C

22

21.29

3 - C

24

27.

758 - C

28

Figura 12. Cromatograma da mistura de parafinas C5-C18 e C20, C24 e C28 no FID.

Essa mesma condição foi aplicada no cromatógrafo com SCD para injetar o diesel.

As condições de operação do detector SCD estão na Tabela 14.

Tabela 14. Condições cromatográficas - SCD

Temperatura do forno (Burner) 800°C

Pressão do forno 392 torr

Pressão na célula de reação 53.4 torr

Vazão de hidrogênio

Vazão de ar sintético

45 ml/min

60 ml/min

O resultado cromatográfico foi muito bom, de acordo com o perfil esperado pela

literatura (Nylen et al., 2004; Yan 1999) e está mostrado na Figura 13.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

60

80

100

120

140

AIB1 B, (15MAI08\101F0101.D)

compostos sulfurados no diesel S500

Figura 13. Cromatograma do diesel obtido no SCD.

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57

A subida no cromatograma do diesel é devido aos isômeros dos compostos

organosulfurados (Lee e Ubanyionwu 2008)

Foi injetada a mesma mistura de parafinas de C5 a C20 no SCD para verificar a

interferência dos hidrocarbonetos e garantir que só está sendo detectada a presença de

enxofre, conforme Figura 14.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (12JUN08A\104F0401.D)

mistura de n-parafinas C5 a C20

Figura 14. Mistura de n-parafinas no SCD.

O pico que aparece é uma interferência do solvente isooctano. A linha base deveria

ser uma linha reta, mas o equipamento ainda esta precisando de ajustes. Como as misturas

de diesel/biodiesel serão feitas sem adição de solvente essa interferência não será relevante

para os resultados da dissertação.

Com a condição cromatográfica estabelecida, a próxima etapa será injetar cada

biodiesel puro (B100) e as misturas no SCD para avaliação do perfil e verificação da

redução dos teores de enxofre. Paralelamente, também será injetado o B100 e a mistura

B20 de cada biodiesel no detector FID para comparação do perfil.

2.2. Método para análise de enxofre nas emissões.

Após as análises de caracterização do diesel puro e das misturas com biodiesel

serem feitas no laboratório, a etapa seguinte foi verificar a concentração dos compostos de

enxofre nas emissões geradas por um ônibus durante o percurso normal. A linha utilizada

foi a do trajeto Nova Iguaçu – Centro do Rio de Janeiro estimado em 27 km.

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58

Durante a combustão da mistura no motor muitos compostos sulfurados são

emitidos, como H2S, SOx, tiofenos, sulfetos e mercaptanas entre outros (Du et al., 2004). O

grupo de compostos escolhido para a avaliação do efeito das misturas de diesel com

biodiesel nas emissões foi o das mercaptanas (R-SH) por ser um grupo ainda não muito

estudado quanto o SOx, mas importante de ser monitorado por ser um precursor do ozônio

formado na troposfera. Quatro tipos de mercaptanas (metil, etil, n-propil e n-butil) foram

analisados e a fórmula estrutural de cada um deles está mostrada na Tabela 16.

Tabela 15. Compostos mercaptídeos analisados nas emissões de diesel e misturas com

biodiesel.

Composto Sinônimo Estrutura

metil mercaptana metanotiol

etil mercaptana etanotiol

n-propil mercaptana 1-propanotiol

n-butil mercaptana 1-butanotiol

O teste no ônibus foi realizado abastecendo-se o tanque de combustível com diesel

puro e também com as misturas B2, B5, B10 e B20 de diesel com biodiesel de mamona. O

ar do escapamento do ônibus, após diluição com ar atmosférico cerca de 20-30 vezes, foi

coletado seis vezes para cada uma das misturas e para o diesel puro, totalizando 30

amostras. Dois cartuchos em branco foram usados para cada amostragem. Foi empregado

um tubo de diluição de cerca de 2,5 m de comprimento por 10 cm de diâmetro. O ar do

escapamento era inserido no tubo de diluição a uma vazão de 1,0 L min-1 por meio de uma

bomba de ar marca KNF modelo UNMP850KNDC. O ar de diluição era o ar ambiente que

era bombeado por uma bomba de ar marca KNF modelo UNMP830KNDC, a uma vazão

entre 20 a 30 L min-1. Antes de entrar no duto de diluição o ar ambiente passava por um

cartucho de carvão ativo para eliminar os hidrocarbonetos atmosféricos. As amostragens

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59

eram realizadas no final do tubo de diluição e este tubo ficava sob o banco dos passageiros,

sendo sua exaustão descartada na atmosfera.

As mercaptanas foram amostradas usando-se um filtro de fibra de vidro de 37 mm

impregnado com acetato de mercúrio e regeneradas do mercúrio mercaptídeo formado

usando-se uma mistura de ácido clorídrico e acetato de etila. Essa amostragem foi adaptada

do método NIOSH 2542, já que não existe um método padronizado para verificação das

emissões de marcaptanas para a atmosfera por não ser um tipo de poluente controlado. As

amostras finais foram analisadas por cromatografia gasosa (CG 6890N Agilent) acoplada

com detector de massas (5973N Agilent), nas seguintes condições analíticas: coluna DB-1

(30m x 0,25 mm x 0,25 um); vazão de gás de arraste hélio: 0,8 mL/min; temperatura do

injetor: 200°C; volume de injeção: 1,0 uL; temperatura inicial do forno: 35°C por 5 min;

rampa de temperatura do forno: 7°C/min até 130°C. A condição usada no detector de

massas usou a linha de transferência a 220°C e o modo de impacto de elétrons (EI) a 70

eV. A detecção foi feita no modo SIM usando os íons (m/z) 33, 45, 46, 47 e 48.

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60

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Método Cromatográfico

Após a condição analítica ser definida, 6 tipos de biodiesel puros (B100) de

girassol, algodão, palma (dendê), soja, soja da planta piloto do INT, mamona e as misturas

B20 (20% biodiesel e 80% de diesel) de cada um foram injetados no FID para avaliar os

perfis, mostrados nas Figuras 15 a 26.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

pA

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

FID1 A, (16MAI08\003B0301.D)

B100 GIRASSOL

Figura 15. B100 girassol no FID.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

pA

0

5000

10000

15000

20000

25000

FID1 A, (27MAI08\003B0301.D)

B20 GIRASSOL

Figura 16. B20 girassol no FID.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

pA

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

FID1 A, (16MAI08\004B0401.D)

B100 ALGODAO

Figura 17. B100 algodão no FID.

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61

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

pA

0

5000

10000

15000

20000

25000

FID1 A, (27MAI08\002B0201.D)

B20 ALGODAO

Figura 18. B20 algodão no FID.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

pA

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

FID1 A, (16MAI08\001B0101.D)

B100 PALMA

Figura 19. B100 palma no FID.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

pA

0

5000

10000

15000

20000

25000

FID1 A, (27MAI08\001B0101.D)

B20 PALMA

Figura 20. B20 palma no FID.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

pA

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

FID1 A, (16MAI08\005B0501.D)

B100 SOJA

Figura 21. B100 soja no FID.

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62

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

pA

0

5000

10000

15000

20000

25000

FID1 A, (27MAI08\004B0401.D)

B20 SOJA

Figura 22. B20 soja no FID.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

pA

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

FID1 A, (16MAI08\002B0201.D)

B100 SOJA INT

Figura 23. B100 soja INT no FID.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

pA

0

5000

10000

15000

20000

25000

FID1 A, (27MAI08\005B0501.D)

B20 SOJA INT

Figura 24. B20 soja INT no FID.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

pA

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

FID1 A, (23JUN08\002B0201.D)

B100 MAMONA

Figura 25. B100 mamona no FID.

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63

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

pA

0

5000

10000

15000

20000

FID1 A, (23JUN08\004B0401.D)

B20 MAMONA

Figura 26. B20 mamona no FID.

Pelas Figuras 15 a 26 pode-se observar que nas amostras de biodiesel puro é

possível identificar apenas dois picos representativos, que são os ésteres dos ácidos graxos

oriundos das oleaginosas empregadas na produção do biodiesel. A única exceção é a

amostra de biodiesel de palma, onde são observados 4 picos representativos. Também é

possível observar a redução por diluição nos picos das amostras de biodiesel quando se

analisa uma amostra B20, onde os picos correspondentes aos alcanos alifáticos se fazem

presente.

Com as análises no cromatógrafo com detector FID finalizadas, o próximo passo

foi voltar a atenção para o trabalho exclusivamente no cromatógrafo com detector SCD,

para obter os dados que mostrariam a redução das concentrações dos compostos de enxofre

nas misturas de diesel com biodiesel, objeto deste estudo.

No SCD foram injetadas as misturas propostas de B2, B5, B10, B15, B20, B25,

B50 e o B100 para biodiesel de soja, palma, girassol, algodão, mamona e soja da planta

piloto do INT e também o diesel puro para cada uma das seqüências. Nas Figuras 27 a 32

estão mostrados os cromatogramas de B100 para cada tipo de biodiesel analisado no SCD.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (16MAI08\101F0101.D)

B100 PALMA

Figura 27. B100 palma no SCD.

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64

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (16MAI08\102F0201.D)

B100 SOJA INT

Figura 28. B100 soja INT no SCD.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (16MAI08\103F0301.D)

B100 GIRASSOL

Figura 29. B100 girassol no SCD.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (16MAI08\104F0401.D)

B100 ALGODÃO

Figura 30. B100 algodão no SCD.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (16MAI08\105F0501.D)

B100 SOJA

Figura 31. B100 soja no SCD.

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65

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (11JUN08\101F0301.D)

B100 MAMONA

Figura 32. B100 mamona no SCD.

Podemos observar nos cromatogramas uma pequena resposta do detector SCD

para os ésteres característicos de cada biodiesel, quando comparados com os

cromatogramas obtidos no FID anteriormente, mas nas misturas com diesel estas

interferências são desprezíveis.

Para a identificação dos compostos presentes no diesel e nas misturas com

biodiesel, foi injetada uma mistura de padrões sulfurados conhecidos com ponto de

ebulição na faixa da nafta e o padrão de benzotiofeno puro (BT). Como os padrões na faixa

do diesel para a caracterização individual de cada composto ainda não estavam

disponíveis, foi feita a identificação dos principais grupos de compostos de enxofre

presentes no diesel baseados na literatura (NYLEN et al., 2004). Uma nafta fornecida pelo

CENPES também foi injetada na condição do diesel para identificar os compostos mais

leves do diesel. As Figuras 33 a 36 mostram os perfis obtidos.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

10000

20000

30000

40000

AIB1 B, (10JUN08\103F0301.D)

eta

notio

l D

MS

CS

2 2

-pro

pano

tiol

2M

-2pr

opan

otio

l 1

-pro

pano

tiol

etil

met

il su

lfeto

tio

feno

2M

-1pr

opan

otio

l 1

-but

anot

iol

2M

-2bu

tano

tiol

DM

DS

3M

tio

feno

2M

-1bu

tano

tiol

isop

ropi

lsul

feto

1-p

enta

notio

l 1

,2-p

ropa

notio

l D

ED

S s

ec-b

util-

sulfe

to is

opro

pild

issu

lfeto

ben

zil m

erca

ptan

pro

pild

issu

lfeto

ter

c-bu

til d

issu

lfeto

ben

zotio

feno

N-b

util

diss

ulfe

to

dife

nil s

ulfe

to

dib

enzo

tiofe

no

Figura 33. Compostos sulfurados encontrados na nafta no SCD.

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66

min0 5 10 15 20 25 30 35

15 uV

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

AIB1 B, (10JUN08\102F0201.D)

PADRÃO DE BENZOTIOFENO - BT

Figura 34. Padrão de benzotiofeno (BT) no SCD.

min5 10 15 20 25 30 35

15 uV

100

200

300

400

500

AIB1 B, (19JUN08A\101F0101.D)

BT

DFS

C1- BTs

C2- BTs

NAFTA CENPES

DBT

Figura 35. Nafta CENPES injetada na condição do diesel no SCD.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (19JUN08A\101F0101.D)

BT

C1- BTs

C2- BTs DBT

AIB1 B, (12JUN08\101F0101.D)

Figura 36. Nafta CENPES injetada na condição do diesel sobreposta ao diesel no SCD.

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67

Os grupos de compostos encontrados foram, na ordem de eluição: benzotiofeno

(BT), benzotiofenos com um grupo metil (C1-BTs), benzotiofenos com dois grupos metil

(C2-BTs), benzotiofenos com três grupos metil ou mais substituidos (C3-BTs +),

dibenzotiofeno (DBT), dibenzotiofenos com um grupo metil (C1-DBTs), dibenzotiofenos

com dois grupos metil (C2-DBTs), dibenzotiofenos com três grupos metil ou mais

substituídos (C3-DBTs +). Os compostos e os tempos de retenção estão na Tabela 15.

Tabela 16. Compostos identificados no diesel x tempo de retenção

Composto Faixa de TR (min)

Estrutura

Benzotiofeno (BT)

12,5

C1-BTs

13,3-16,05

C2-BTs 16,06-16,78 C3-BTs + 16,80-18,46 Dibenzotiofeno (DBT)

18,5

C1-DBTs 18,57-19,98 C2-DBTs 20,0-20,81 C3-DBTs + 20,84+

O cromatograma identificado do diesel no SCD está mostrado na Figura 37.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

AIB1 B, (27MAI08A\108F0801.D)

DIESEL S500

12.

005

-

BT

14.

036

-

C1-

BTs

16.

396

-

C2

-BTs

17.

611

-

C3

-BTs

+

18.

513

-

DB

T 1

9.2

21 -

C

1-D

BT

s

20.

354

-

C2

-DB

Ts

29.

909

-

C3

-DB

Ts

+

Figura 37. Cromatograma do diesel identificado no SCD.

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68

Após a identificação dos compostos sulfurados, foram criadas seqüências analíticas

para cada um dos 6 tipos de biodiesel fornecidos pelo INT. Cada seqüência era composta

da injeção das misturas B2, B5, B10, B15, B20, B25 e B50 e do diesel puro. Todas as

misturas foram identificadas segundo o cromatograma do diesel mostrado acima e todos os

perfis obtidos foram semelhantes independentemente da oleaginosa utilizada. Os

cromatogramas para o biodiesel de mamona estão mostrados nas Figuras 38 a 45.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (11JUN08\101F0201.D)

DIESEL PURO 1

4.04

0 - C

1-BTs

16.

423

- C

2-BTs

17.

630

- C

3-BTs

+

18.

522

- D

BT

19.

275

- C

1-DBTs

20.

403

- C

2-DBTs

29.

913

- C

3-D

BTs

+

Figura 38. Diesel puro no SCD.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (11JUN08\102F0401.D)

B2 MAMONA

14.

041

- C

1-BTs

16.

423 - C2-

BTs

17.

631 - C3-

BTs

+

18.

519

- D

BT

19.

276

- C

1-D

BTs

20.

404

- C

2-D

BTs

29.

909

- C3-

DBTs

+

Figura 39. Mistura B2 mamona no SCD.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (11JUN08\103F0501.D)

B5 MAMONA

14.

043

- C

1-BTs

16.

423

- C

2-BTs

17.

631

- C

3-BTs

+

18.

517

- D

BT

19.

276

- C

1-DBTs

20.

405

- C

2-DBTs

29.

911

- C

3-DBTs

+

Figura 40. Mistura B5 mamona no SCD.

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69

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (11JUN08\104F0601.D)

B10 MAMONA

14.

042

- C

1-B

Ts

16.

424

- C

2-BTs

17.

632 - C3-

BTs

+

18.

516

- D

BT

19.

277

- C

1-DBTs

20.

405

- C

2-DBTs

29.

910

- C

3-DBTs

+

Figura 41. Mistura B10 mamona no SCD.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (11JUN08\105F0701.D)

B15 MAMONA

14.

041

- C

1-BTs

16.

424

- C

2-BTs

17.

631 - C3-

BTs

+

18.

514

- D

BT

19.

276

- C

1-DBTs

20.

404

- C

2-DBTs

29.

906

- C

3-DBTs

+

Figura 42. Mistura B15 mamona no SCD.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (11JUN08\106F0801.D)

B20 MAMONA

14.

041

- C

1-BTs

16.

423 - C2-

BTs

17.

631 - C3-

BTs

+

18.

515

- D

BT

19.

276 - C1-

DBTs

20.

404

- C

2-DBTs

29.

906

- C

3-DBTs

+

Figura 43. Mistura B20 mamona no SCD.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (11JUN08\107F0901.D)

B25 MAMONA

14.

043

- C

1-BTs

16.

424

- C

2-BTs

17.

633

- C

3-BTs

+

18.

515

- D

BT

19.

278

- C

1-DBTs

20.

406

- C2-

DBTs

29.

908

- C

3-DBTs

+

Figura 44. Mistura B25 mamona no SCD.

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70

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (11JUN08\108F1001.D)

B50 MAMONA

14.

041

- C1-

BTs

16.

423

- C

2-BTs

17.

631

- C

3-BTs

+

18.

513

- D

BT

19.

276

- C

1-D

BTs

20.

405

- C

2-DBTs

29.

905

- C

3-D

BTs

+

Figura 45. Mistura B50 mamona no SCD.

Quanto às outras oleaginosas (soja, palma, girassol, algodão e soja INT), os

cromatogramas não serão apresentados como o foram para a mamona no corpo desta

dissertação e sim no apêndice.

Após todas as misturas serem injetadas e identificadas, as áreas foram calculadas

para cada grupo de compostos de enxofre.

Os resultados podem ser vistos nas Figuras 46 a 51, com a redução percentual das

concentrações de cada grupo de compostos em relação ao diesel puro em cada mistura.

Figura 46. Redução percentual de enxofre nas misturas de diesel/biodiesel mamona.

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71

Figura 47. Redução percentual de enxofre nas misturas de diesel/biodiesel de soja

Figura 48. Redução percentual de enxofre nas misturas de diesel/biodiesel algodão.

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72

Figura 49. Redução percentual de enxofre nas misturas de diesel/biodiesel de soja INT

Figura 50. Redução percentual de enxofre nas misturas de diesel/biodiesel palma.

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73

Figura 51. Redução percentual de enxofre nas misturas de diesel/biodiesel girassol.

Quanto à metodologia, a resolução do cromatograma do diesel puro e das misturas

de diesel com biodiesel nas variadas proporções ficaram satisfatórias, atendendo a

necessidade de caracterização do diesel. Após o recebimento dos padrões individuais no

laboratório, a metodologia será revista para ampliar e detalhar mais a identificação do

diesel. Embora não tenha sido o pensamento inicial, o fato da análise de diesel poder ser

feita na mesma coluna da nafta, sem a necessidade de esfriar e reestabilizar o equipamento

SCD, o que demora cerca de dois dias, vai facilitar bastante a análise nesse tipo de ensaio,

se tratando de um grande número de amostras em um futuro próximo.

Em relação ao equipamento utilizado no desenvolvimento da metodologia analítica,

o detector de quimiluminescência de enxofre (SCD 355 Agilent), como citado

anteriormente, ainda se encontra em fase de ajustes para operar normalmente. Como está

ocorrendo uma variação aleatória e indevida nas vazões dos gases que realizam a reação de

oxi-redução característica do aparelho, as áreas dos compostos nos cromatogramas gerados

também estão variando de modo aleatório. Essa variação tentou ser minimizada com a

injeção do diesel puro em cada seqüência, mas mesmo com isso alguns valores

encontrados nas análises das misturas de diesel com biodiesel estão fugindo da tendência

esperada, como no caso das misturas com biodiesel de soja, soja INT e girassol onde em

algumas proporções não foi observada redução e sim aumento dos teores de enxofre.

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74

Nesses casos os valores foram excluídos dos gráficos para melhor visualização das

reduções. E não é possível afirmar que a redução não esteja ocorrendo efetivamente,

principalmente porque a diminuição dos teores de enxofre se dá por diluição. Quando

observamos apenas a coluna do enxofre total vemos nitidamente a redução esperada de

modo crescente de B2 a B50 quando comparada com a concentração de enxofre do diesel

puro.

Paralelamente ao fato de que hoje o detector SCD usado nesse trabalho não está

operando nas condições ideais e ainda passará por novos ajustes, temos que considerar

também que quando adicionamos biodiesel ao diesel mudamos algumas características do

diesel como densidade, viscosidade e tensão superficial entre outras. Não existe na

literatura trabalhos usando detectores de quimiluminescência em matrizes esterificadas,

somente matrizes de hidrocarbonetos, e temos que avaliar se a presença de compostos

oxigenados pode estar afetando a queima no SCD e provocando uma oscilação no sinal

gerado.

A proposta inicial era fazer a quantificação em ppmS de cada composto usando um

padrão interno como no ASTM D5623, mas a atual situação técnica do detector não

permitiu. Essa quantificação será feita futuramente.

Para a realização da dissertação a melhor proposta foi verificar a variação das

concentrações dos compostos sulfurados das misturas de diesel com biodiesel em nível

percentual em relação ao diesel puro, aqui considerado como 100%.

3.2. Avaliação das emissões.

Os resultados obtidos para as emissões do diesel puro mostram na Figura 52 que o

principal composto emitido foi o metil mercaptana seguido pelos outros compostos mais

pesados.

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75

Figura 52. Emissão percentual de mercaptanas com uso de diesel.

Na Figura 53, os resultados para as misturas feitas com biodiesel de mamona

indicam que a concentração de metil mercaptana reduz proporcionalmente ao aumento da

adição de biodiesel ao diesel e que a redução é menor conforme cresce a cadeia das

mercaptanas. Os resultados encontrados para as mercaptanas mais leves já eram esperados

pelo efeito da diluição do diesel com biodiesel. Para as outras mercaptanas, pode-se

entender que a ruptura dos hidrocarbonetos durante a combustão nas misturas com

biodiesel segue um padrão diferente da combustão do diesel puro. Tudo indica que a

presença do biodiesel na mistura leva a uma nova cinética de combustão. Isto se deve à

alterações no processo de atomização da mistura no cilindro do motor, levando a um novo

perfil de queima. A entrada do biodiesel provoca alterações em propriedades físico-

químicas, como a densidade, viscosidade e tensão superficial, que pode levar a resultados

de emissões diferentes dos resultados encontrados nos processos de diluição somente. Isto

quer dizer que os compostos presentes na fase líquida podem ser completamente diferentes

dos encontrados na fase vapor das emissões. Na análise cromatográfica com detector de

massas acoplado foi verificada também a presença de mais seis tipos de mercaptanas, que

não foram identificadas e quantificadas nesse trabalho.

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76

Figura 53. Redução percentual nas emissões de mercaptanas nas misturas diesel/biodiesel

de mamona.

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77

4. CONCLUSÕES

A partir de B20, a redução na concentração dos compostos sulfurados é bem nítida,

para as várias oleaginosas estudadas, tanto na avaliação cromatográfica das misturas antes

da queima no motor quanto nos testes realizados durante o trajeto de um ônibus no Rio de

Janeiro. Na proporção em uso autorizada pelo Governo Brasileiro, B2 (a partir de 1°de

Julho de 2008 passou a ser obrigatória a adição de 3% de biodiesel ao diesel – B3), pode-se

observar que a redução das concentrações de enxofre quase não é notada e não podemos

dizer, hoje, que esteja ajudando, de maneira considerável, a reduzir as emissões de enxofre

para a atmosfera quando o combustível é queimado no motor. Podemos dizer que a

emissão de enxofre proveniente da queima dos combustíveis B2 é quase a mesma do diesel

puro. Mas de maneira nenhuma invalida todo investimento que vem sendo feito no estudo

do Biodiesel. Reforça a necessidade de se consolidar o mercado interno de produção de

oleaginosas para que maiores proporções de biodiesel possam ser adicionadas ao diesel e

de mais investimento em novas tecnologias para a redução contínua dos teores de enxofre

no processo de refino do diesel fóssil no intuito de se diminuir significativamente a

poluição atmosférica causada pelos compostos sulfurados. Cabe ainda mencionar que o

biodiesel é uma energia renovável, é benéfica no sentido de se evitar a dependência do

petróleo importado e na economia de divisas, além de todo um cunho social da fixação da

população no campo pela agricultura familiar e também extensiva.

Para um próximo trabalho, fica a sugestão de se fazer a identificação

cromatográfica detalhada dos compostos sulfurados do diesel e quantificá-los, e na parte

das emissões o estudo de um novo grupo de compostos não-legislados, como o tiofeno e

sulfetos. Uma outra possibilidade é o estudo dos mecanismos reacionais que levam a

formação dos vários grupos de enxofre nas emissões, assim mesmo como a pesquisa de

mecanismos das reações dos compostos de enxofre na fase gasosa.

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83

APÊNDICE

a) diesel puro; b) mistura B2 algodão; c) mistura B5 algodão; d) mistura B10 algodão; e) mistura

B15 algodão. f) mistura B20 algodão; g) mistura B25 algodão; h) mistura B50 algodão.

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

AIB1 B, (16MAI08\106F0601.D)

DIESEL S500

14.

129

- C

1-BTs

16.

394

- C

2-BTs

17.

607

- C

3-BTs

+

18.

512

- D

BT

19.

237 - C1-

DBTs

20.

357 - C2-

DBTs

29.

905

- C

3-DBTs

+

min0 5 10 15 20 25 30 35 40

15 uV

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

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a) diesel puro; b) mistura B2 soja INT; c) mistura B5 soja INT; d) mistura B10 soja INT; e) mistura

B15 soja INT. f) mistura B20 soja INT; g) mistura B25 soja INT; h) mistura B50 soja INT.

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a) diesel puro; b) mistura B2 dendê; c) mistura B5 dendê; d) mistura B10 dendê; e) mistura B15

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a) diesel puro; b) mistura B

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B15 S

OJA

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29.907 - C3-DBTs +

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

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min

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B50 S

OJA

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16.427 - C2-BTs

17.627 - C3-BTs +

18.504 - DBT

19.242 - C1-DBTs

20.367 - C2-DBTs

29.900 - C3-DBTs +

(f)

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(h)

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a) diesel puro; b) mistura B2 girassol; c) mistura B5 girassol; d) mistura B10 girassol; e) mistura

B15 girassol. f) mistura B20 girassol; g) mistura B25 girassol; h) mistura B50 girassol.

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AIB1 B, (21MAI08\102F0901.D)

DIESEL S500 PURO

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16.39

6 - C2-BTs

17.62

7 - C3-BTs+

18.511 - DBT

19.24

2 - C1-DBTs

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29.904 - C3-DBTs

+

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+B5 GIRASSOL

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+

B15 GIRASSOL

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