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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL MESTRADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL NA REDE PÚBLICA DE MANAUS AMANDA CARDELIS LINS MANAUS 2017

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL MESTRADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS

AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL NA REDE PÚBLICA DE MANAUS

AMANDA CARDELIS LINS

MANAUS

2017

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AMANDA CARDELIS LINS

AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL NA REDE PÚBLICA DE MANAUS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas em Convênio com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, para obtenção grau de Mestre em Doenças Tropicais e Infecciosas

Orientador (a): Profª Drª Flor Ernestina Martinez-Espinosa

Co-orientador (a): Prof° Dr. Bernardo Lessa Horta

MANAUS

2017

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Ficha Catalográfica

Lins, Amanda Cardelis Avaliação da atenção ao pré-natal na rede pública de Manaus:

Amanda Cardelis Lins; orientadora Flor Ernestina Martinez- Espinosa.- - Manaus, 2017. xv. 175f. Dissertação (Mestrado) apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas – UEA/FMT-HVD, 2017. Evaluation of prenatal care in the public network of Manaus.

1. Avaliação da qualidade dos cuidados de saúde 2. Atenção ao pré-natal 3. Doenças infecciosas 4.Condutas 5. Baixo peso ao nascer

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FOLHA DE JULGAMENTO

AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL NA REDE PÚBLICA DE MANAUS

AMANDA CARDELIS LINS

“Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em

Doenças Tropicais e Infecciosas, aprovada em sua forma final pelo Programa

de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do

Amazonas em convênio com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira

Dourado”.

Banca Julgadora:

______________________________________ Profa. Flor Ernestina Martinez-Espinosa, Dra.

Presidente

______________________________________ Prof. Wuelton Marcelo Monteiro, Dr.

Membro

______________________________________ Profa. Marianna Facchinetti Brock, Dra.

Membro

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DEDICATÓRIA

A Deus, pоr ser indispensável еm minha vida, autor dе mеυ destino, que me

permitiu chegar até aqui.

Aos meus pais, Ana Virgínia Cardelis Lins e Orlandino Ávila Lins Filho, pelo

amor, incentivo, compreensão, paciência e apoio incondicional.

As pessoas que terão acesso a estas informações, para que sejam agentes

de mudanças para a melhoria das condições de saúde da população da cidade de

Manaus.

Vocês foram meu alicerce e minha motivação nessa trajetória.

Estou feliz com o que fiz até aqui, espero fazer mais.

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AGRADECIMENTOS

À Deus pelo seu amor incondicional que me permite levantar todos os dias

com esperança de dias melhores repletos de amor.

À minha orientadora, Profa. Dra. Flor Ernestina Martinez- Espinosa, pela

amizade, orientação, paciência, incentivo, confiança, apoio e conversas francas

sempre que necessário, por compreender meu jeito particular de ser e realizar as

coisas.

Aos meus pais, Ana Virgínia Cardelis Lins e Orlandino Ávila Lins, pelo amor,

compreensão e apoio.

Aos amigos do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical, pelos

ótimos momentos que passamos juntos nos divertindo, adquirindo conhecimento,

sendo apoio e socorro nas horas difíceis, tenho orgulho de vocês e da nossa

turma.

À amiga Helen Maria, pelas palavras de apoio e incentivo nos momentos de

angústia, me fortificando e fortalecendo a minha fé.

Aos meus amigos, por compreenderem as minhas ausências.

À minha sobrinha Ayla Beatriz de dois anos, que mesmo sem compreender

foi inúmeras vezes minha terapia e reciprocidade de amor.

À amiga Brenda Hully, pelo apoio, ajuda, companheirismo e paciência,

presente de Deus nessa fase tão difícil.

Às minhas Chefes Delzuita Silva, Jocilane Vasconcelos da Secretaria

Municipal de Saúde (SEMSA) que sempre me estimularam e me ajudaram em

tudo que era possível para que eu concluísse este trabalho, sem vocês eu não

conseguiria.

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À Maria do Carmo, mais que uma colega na SEMSA, um anjo, que me

acolhia e me acalentava todas as vezes que a ansiedade e o cansaço apareciam.

Ao corpo docente do PPGMT / UEA pelos conhecimentos transmitidos ao

longo de cada módulo e aos secretários do programa, em especial a Sra. Maria da

Conceição dos Santos Tufic, Altariza e Dona Socorro, pela gentileza e paciência,

carinho e amor recíproco compartilhado.

Ao Prof. Dr. Bernardo Horta, pelas sugestões no transcorrer da pesquisa,

pela firmeza nas orientações, além das contribuições desde o início deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Wuelton Monteiro, pelas contribuições em sala de aula, durante

a qualificação e defesa do Mestrado.

À Profa. Dra. Marianna Facchinetti Brock, pelas contribuições na aula de

qualificação e defesa do mestrado.

À Profa. Dra Camila Bôtto pelas contribuições e ajuda na pesquisa.

À Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD)

e à Universidade do Estado do Amazonas (UEA), pela disponibilidade do espaço

físico e a oportunidade do desenvolvimento intelectual dos alunos.

Ao Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD), Fiocruz Amazônia, instituição

que originou o projeto.

À SEMSA pela autorização da pesquisa nas unidades básicas de saúde.

À Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) pela autorização do acesso ao

Sistema de Informação sobre os nascidos vivos (SINASC) e Sistema de

informação de mortalidade (SIM).

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Ao Instituto Nokia de Tecnologia (INDT), pelo suporte na utilização do

Software Microsoft Data Gathering (MDG).

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM,

pelo suporte financeiro para a realização do projeto de pesquisa.

A todos mesmo que não citados, mas que de alguma forma me ajudaram na

conclusão de mais uma etapa da minha vida.

Muito Obrigada!

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DECLARAÇÃO DAS AGÊNCIAS FINANCIADORAS

Este estudo foi financiado e autorizado pela Fundação de amparo à

pesquisa do estado do amazonas (FAPEAM) através do Programa de pesquisas

para o SUS (PPSUS- AM), através da chamada pública Nº 002/2012 decisão Nº

031/2013, processo Nº 062.011.022.013, com recurso de R$ 138.194,80 (centro e

trinta e oito mil cento e noventa e quatro reais e oitenta centavos). E fez parte de

um projeto maior intitulado: “Avaliação do controle pré-natal e do parto na rede

pública de Manaus, Amazonas”.

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“ Só quando se veem os próprios erros através de uma lente de aumento, e se faz

exatamente o contrário com os outros, é que se pode chegar à justa avaliação de

uns e de outros”

Mahatma Gandhi

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RESUMO

A atenção pré-natal tem um efeito substancial na mortalidade materna e infantil uma vez que permite acompanhar a gravidez e identificar situações de risco tanto para a mãe quanto para o concepto, corrigindo-as no período adequado, evitando desfechos negativos. Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade da atenção ao pré-natal nas unidades básicas de saúde (UBS) da rede pública de Manaus. Trata-se de um estudo transversal com amostra de 399 mulheres em acompanhamento pré-natal. Foram considerados indicadores de avaliação o rastreio oportuno, diagnóstico, tratamento e seguimento de cinco doenças infecciosas sífilis, hepatite B, HIV, (vírus da imunodeficiência humana), toxoplasmose, malária e uma não infecciosa – pré-eclâmpsia, utilizando como referência normativa os protocolos do Ministério da Saúde (MS). Além, da avaliação da cobertura pré-natal, tempo de início, qualidade do atendimento e identificação dos possíveis fatores de risco para baixo peso ao nascer (BPN). A cobertura pré-natal foi de 94,24%, 71,7% das gestantes realizaram seis ou mais consultas, 66,96% iniciaram pré-natal antes da 16ª semana, 48,12% das gestantes foram atendidas no mesmo dia/mesma semana em que procuraram a unidade para início do pré-natal, a média de dias que a gestante aguardou para receber avaliação dos resultados de seus exames foi de 35,79±18,07. A cobertura dos exames no pré-natal foram: para sífilis/trimestre 26,09% no primeiro, 25% no segundo e 17,22% no terceiro. Para o HIV/trimestre 23,08% no primeiro, 23,40% no segundo e 11,90% no terceiro, hepatite B 67,34%, toxoplasmose 65,38% e para malária 1,52%. A prevalência observada de sífilis foi 5%; para HIV 1,51%, toxoplasmose com infecção aguda 3,70%. Não houve positividade para hepatite B e malária. A pressão arterial foi aferida em 88,33% das consultas e esteve alterada em 0,92%. Quanto aos parâmetros de avaliação a cobertura dos exames foi insatisfatória excetuando-se as testagens para hepatite B e toxoplasmose. Para o procedimento de verificação da pressão arterial o mesmo foi considerado satisfatório. Quanto à adequação de condutas frente aos resultados alterados apenas uma 7,14% foi considerada adequada. O peso do recém-nascido foi considerado como desfecho para as gestantes atendidas no pré-natal da rede pública de Manaus, utilizando o Sistema de Informações sobre Nascidos vivos (SINASC) como fonte de dados. A hipertensão arterial, gravidez dupla e a idade gestacional no momento do parto foram identificados como fatores de risco, eventos já apontados pela literatura. A nota atribuída ao atendimento na consulta pré-natal foi reconhecida no estudo como fator de proteção que apesar de ser uma avaliação quantitativa foi estatisticamente significativa para o desfecho. Foi observado que o serviço público de Manaus oferta uma elevada cobertura pré-natal, porém fatores como início tardio, acesso aos serviços, baixa cobertura para rastreamento de doenças e controle de resultados de exames afetam a qualidade do pré-natal, evidenciando a necessidade de promoção de conteúdo quantitativo e qualitativo para a melhoria dos serviços de saúde à gestante e, consolidação da qualificação do cuidado na atenção básica. Palavras-chaves: avaliação da qualidade dos cuidados de saúde, atenção ao pré-natal, doenças infecciosas, condutas, baixo peso ao nascer.

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ABSTRACT

Prenatal care represents an important substantial impact on maternal and infant mortality since it allows the monitoring of pregnancy and the identification of risk situations for both the mother and the concept, correcting them in the appropriate period, avoiding negative outcomes. The purpose of this study was to evaluate the quality of prenatal care in the basic health units of the public network in Manaus. It was a cross-sectional study with a sample of 399 women undergoing prenatal care in Manaus who were attended at these units from June to July 2015. Evaluation indicators included timely screening, diagnosis, treatment and follow-up of five infectious diseases syphilis, hepatitis B, HIV, human immunodeficiency virus, toxoplasmosis and malaria, and a non - infectious - hypertension, using the Ministry of Health protocols as normative reference. In addition to the assessment of access, time of onset, number of consultations and prenatal care. The prenatal coverage was 94.24%, 71.7% of the pregnant women had six or more consultations, 66.96% started prenatal care in the recommended period, 48.12% of the pregnant women were seen on the same day / same week in which they sought the unit for the start of prenatal care, the average number of days the pregnant woman waited to receive an evaluation of the results of her exams was 35.79 ± 18.07. The coverage of prenatal exams was: for syphilis / trimester 26.09% in the first, 25% in the second and 17.22% in the third. For HIV / trimester 23.08% in the first, 23.40% in the second and 11.90% in the third, hepatitis B 67.34%, toxoplasmosis 65.38% and for malaria 1.52%. Blood pressure was measured in 88.33% of the visits. The observed prevalence of syphilis was 5%; for HIV 1.51%, toxoplasmosis with acute infection 3.70%. There was no positive for hepatitis B and malaria. Blood pressure was altered by 0.92% of the measurements. Regarding the parameters of evaluation, the coverage of the exams was unsatisfactory except for the tests for hepatitis B and toxoplasmosis. For the pressure verification procedure the same was considered satisfactory. The birth weight of the newborn (BPN) was considered as an outcome for the pregnant women attending prenatal care in the public network of Manaus, using the Information System on Live Births (SINASC) as data source. High blood pressure and double pregnancy were identified as risk factors, events already mentioned in the literature. The note attributed to the prenatal care appointment was identified in the study as a protection factor that despite being a quantitative evaluation was statistically significant for the outcome. In view of this, it was evidenced that the prenatal care in the city needs to promote quantitative and qualitative content for the improvement of the health services to the pregnant woman, and consolidation in the qualification of the care in the basic attention.

Keywords: de evaluation of the quality of health care, prenatal care, infectious diseases, ducts, low birth weight.

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RESUMO LEIGO O cuidado no pré-natal é importante para evitar a morte das mães e dos bebês. O acompanhamento correto facilita a realização dos exames e a identificação de problemas, realizando tratamento quando necessário. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a qualidade do pré-natal realizado nas casas de saúde em Manaus. Foi um estudo observacional onde 399 gestantes foram entrevistadas no momento do pré-natal. Avaliamos se a gestante começou o pré-natal no tempo certo, fez no mínimo seis consultas, se demorou para ser atendida e começar o pré-natal. Também procuramos saber se as grávidas fizeram os exames para HIV/aids, sífilis, toxoplasmose, hepatite B, malária, se foi medido a pressão arterial nas consultas e realizado algum tratamento para resolver o exame alterado e quanto tempo levou para retornar ao médico após receber os resultados dos exames. A pesquisa descobriu que poucas gestantes fizeram esses exames e que muitas não foram tratadas com remédio correto e nem no tempo certo para HIV/aids, toxoplasmose e sífilis. Para malária e hepatite B nenhuma das grávidas tiveram resultado positivo. A pressão arterial foi medida em quase todas as consultas sendo bastante satisfatório. Além disso, descobrimos que a pressão alta, a gravidez de gêmeos e aquelas que pariram mais cedo tem mais chance de ter bebê baixo peso. Mas as gestantes que disseram que foram bem atendidas na consulta pariram bebês com peso bom e no tempo certo. Após este estudo verificamos a importância de avaliar melhor o pré-natal para poder evitar as doenças e o baixo peso dos bebês.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Proporção de óbitos infantis, segundo tipo de evitabilidade e classificação

da evitabilidade, ano de 2013................................................................................. 12

Figura 2: Distribuição das gestantes de acordo com o trimestre de início do pré-

natal rede pública de Manaus- AM, 2015 ............................................................... 64

Figura 3: Tempo transcorrido entre o momento da procura e o atendimento para

início do pré-natal na rede pública do Município de Manaus- AM, 2015 ................ 65

Figura 4: Exames de HIV realizados no primeiro, segundo e terceiro trimestre

gestacional no pré-natal da rede pública do Município de Manaus- AM, 2015 ...... 66

Figura 5: Exames de sífilis realizados no primeiro, segundo e terceiro trimestre

gestacional no pré-natal da rede pública do Município de Manaus- AM, 2015 ...... 66

Figura 6: Exames de hepatite B realizados no pré-natal da rede pública do

Município de Manaus- AM, 2015 ............................................................................ 67

Figura 7: Resultados de sorologias para toxoplasmose realizados no pré-natal da

rede pública do Município de Manaus- AM, 2015 .................................................. 68

Figura 8: Exames de malária realizados no pré-natal da rede pública do Município

de Manaus - AM, 2015 ........................................................................................... 69

Figura 9: Acesso para início do pré-natal da rede pública do Município de Manaus-

AM, 2015. ............................................................................................................... 71

Figura 10: Avaliação das gestantes quanto ao atendimento durante a consulta de

pré-natal na rede pública Manaus- AM, 2015......................................................... 72

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição de gestantes do estudo de acordo com a tipologia das

unidades em que realizaram atendimento pré-natal na rede pública Manaus- AM,

2015 ....................................................................................................................... 58

Tabela 2: Características sociodemográficas das gestantes entrevistadas nas

unidades de saúde durante a atenção pré-natal na rede pública Manaus- AM, 2015

............................................................................................................................... 59

Tabela 3: Alterações obstétricas na gravidez anterior, das gestantes entrevistadas

nas unidades de saúde durante a atenção pré-natal na rede pública Manaus- AM,

2015 ....................................................................................................................... 59

Tabela 4: Complicações da atual gravidez das gestantes entrevistadas nas

unidades de saúde durante a atenção pré-natal na rede pública Manaus- AM, 2015

............................................................................................................................... 60

Tabela 5: Distribuição proporcional de serviços assistenciais, realizados nas

gestantes estudadas durante a atenção pré-natal na rede pública Manaus- AM,

2015 ....................................................................................................................... 61

Tabela 6: Custos da atenção pré-natal das gestantes entrevistadas nas unidades

de saúde durante o pré-natal na rede pública Manaus- AM, 2015 ......................... 61

Tabela 7: Cobertura do SINASC de acordo com número de consultas de pré-natal

realizadas na rede pública de Manaus, 2014 ......................................................... 63

Tabela 8: Cobertura da atenção pré-natal segundo número de consultas das

gestantes entrevistadas nas unidades de saúde durante a atenção pré-natal na

rede pública Manaus- AM, 2015 ............................................................................. 63

Tabela 9: Itens de avaliação da adequação das condutas registradas nos cartões

de pré-natal nos casos em que houve diagnóstico de infecção nas unidades de

saúde durante a atenção pré-natal na rede pública Manaus- AM, 2015 ................ 70

Tabela 10: Características dos recém-nascidos segundo SINASC ........................ 73

Tabela 11: Fatores associados ao baixo peso ao nascer – variáveis categóricas . 74

Tabela 12: Fatores associados ao baixo peso ao nascer – variáveis contínuas .... 75

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Manifestações clínicas da Sífilis ............................................................ 18

Quadro 2 - Definição de caso de sífilis em gestantes ............................................ 19

Quadro 3 - Esquema de TARV na gestação .......................................................... 28

Quadro 4 - Interpretação dos exames para toxoplasmose no pré-natal e conduta 31

Quadro 5 - Esquema de tratamento da Malária na gestante .................................. 38

Quadro 6 - Alterações da pressão arterial e conduta ............................................. 41

Quadro 7 - Classificação das UBS quanto à tipologia, estrutura física e equipe de

trabalho que realizam atendimento pré-natal na rede pública de Manaus – AM. ... 46

Quadro 8 - Variáveis selecionadas para o estudo .................................................. 48

Quadro 9 - Parâmetro para avaliação quanto à cobertura e adequação de exames

e procedimento pré-natal na rede pública de Manaus ........................................... 54

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LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E UNIDADES DE MEDIDA

Aids Síndrome da imunodeficiência adquirida

APS Atenção primária em saúde

ARV Antiretroviral

AZT Zidovudina

ABO- Rh Tipagem sanguínea e fator Rh

ACS agente comunitário de saúde

Anti-HBs Anticorpo contra o antígeno de superfície do VHB

BCF Batimentos cardiofetais

CID Classificação Internacional de Doenças

CDC Centers for Disease Control and Prevention

CV Carga Viral

DASIS Departamento de análise de situação em saúde

DATASUS Departamento de informática do SUS

DESA Departamento de assuntos econômicos e sociais

DUM Data da última menstruação

DM Diabetes Mellitus

DST Doença sexualmente transmissível

DNV Declaração de nascido vivo

ESF Estratégia de Saúde da família

FMT-HVD Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado

GM/MS Gabinete do Ministro/ Ministério da Saúde

HBsAg Antígeno de superfície do vírus da hepatite B

HAS Hipertensão arterial sistêmica

HELLP Hemólise, enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas

hab Habitante

HIV Vírus da imunodeficiência humana

IgG Imunoglobulina da classe G

IG Idade gestacional

IgM Imunoglobulina da classe M

IST Infecção sexualmente transmissível

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ITU Infecção do trato urinário

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UTI Unidade de Terapia Intensiva

IMC Índice de massa corpórea

IVAS Infecção de Vias aéreas superiores

MS Ministério da Saúde

NV Nascidos vivos

OMS Organização Mundial de Saúde

ONU Organização das nações unidas

ODM Objetivos de desenvolvimento do milênio

OPAS Organização Panamericana de Saúde

PAISM Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher

PHPN Programa de Humanização no Pré- Natal e Nascimento

PE Pré- eclâmpsia

PA Pressão arterial

Pág. Página

RPR Rápido Reagente plasmático

RN Recém-nascido

RMM Razão de mortalidade materna

SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação

SINASC Sistema de Informação sobre nascidos vivos

SIM Sistema de Informação de Mortalidade

SEMSA Secretaria Municipal de Saúde

sem semana

SVS Secretaria de vigilância em saúde

SUS Sistema único de saúde

TARV Terapia antirretroviral

TCD4+ Leucócito que coordena a resposta imune

TMM5 Taxa de mortalidade infantil em menores de 5 anos

T. pallidum Treponema pallidum

TB Tuberculose

TV Transmissão vertical

TR Teste rápido

UI/L Unidades internacionais por litro

USG Ultrassonografia

UNICEF Fundo das nações unidas para a infância

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UBS Unidade Básica de Saúde

UBSF Unidade básica de saúde da família

UTI Unidade de terapia intensiva

VHB Vírus da hepatite B

PN Pré-Natal

VDRL Venereal Diseases Research Laboratory

WHO World Health Organization

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

1.1 Avaliação em Saúde ............................................................................................. 5

1.2 O Ciclo gravídico e a saúde da mulher no Brasil ................................................... 7

1.3 A importância do pré-natal .................................................................................... 9

1.4 O cuidado pré-natal e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio .................. 10

1.5 Doenças infecciosas e não-infecciosas na gestação .......................................... 14

1.5.1 Sífilis ................................................................................................................ 15

1.5.2 Hepatite B ......................................................................................................... 21

1.5.3 Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ........................................................ 23

1.5.4 Toxoplasmose .................................................................................................. 29

1.5.5 Malária .............................................................................................................. 33

1.5.6 Pré-eclâmpsia .................................................................................................. 39

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 43

2.1 Geral.................................................................................................................... 43

2.2 Específicos .......................................................................................................... 43

3 METODOLOGIA ................................................................................................... 44

3.1 Desenho de estudo ............................................................................................. 44

3.2 Tamanho da Amostra .......................................................................................... 44

3.3 Universo do estudo ............................................................................................ 45

3.3.2 População de Referência ................................................................................. 47

3.3.3 População do estudo ........................................................................................ 47

3.4 Plano de Análise ................................................................................................ 48

3.4.1 Procedimentos do Estudo ............................................................................... 48

3.4.2 Limitações metodológicas do estudo ............................................................... 49

3.4.3 Teste Piloto ...................................................................................................... 50

3.4.4 Análise dos dados e Estatística ........................................................................ 51

3.4.5 Definições de variáveis..................................................................................... 52

3.4.6 Definição de Indicadores .................................................................................. 53

3.4.7 Financiamento .................................................................................................. 56

3.4.8 Aspectos Éticos ............................................................................................... 57

4 RESULTADOS ...................................................................................................... 58

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4.1 Distribuição das gestantes de acordo com a tipologia das unidades de saúde... 58

4.2 Variáveis Sociodemográficas das gestantes ...................................................... 58

4.3 Variáveis obstétricas das gestantes ................................................................... 59

4.4 Custos da atenção pré-natal ............................................................................... 61

4.5 Descrição da assistência pré-natal ...................................................................... 63

4.5.1 Cobertura da assistência pré-natal ................................................................... 63

4.5.2 Início da atenção pré-natal ............................................................................... 64

4.5.3 Cobertura de exames pré-natal ........................................................................ 65

4.5.4 Tempo transcorrido para avaliação dos resultados dos exames ...................... 69

4.5.5 Adequação de condutas no pré-natal ............................................................... 70

4.5.6 Avaliação do acesso e da consulta pré-natal disponibilizado à gestante ....... 71

4.5.6.2 Avaliação da consulta pré-natal ................................................................... 72

4.5.7 Características dos recém-nascidos e fatores associados ............................... 73

5 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 76

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 89

7 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 90

8 ANEXOS .............................................................................................................. 112

Roteiro de abordagem na consulta pré-natal .......................................................... 112

Certificado de Aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa ................................... 127

Anuência da Secretaria Estadual de Saúde ............................................................ 129

Anuência da Secretaria Municipal de Saúde ........................................................... 130

Anuência da Fundação de Vigilância em Saúde ..................................................... 131

Termo de outorga e aceitação de auxílio ................................................................ 132

9 APÊNDICE ................................................................ Erro! Indicador não definido.

Instrumento de Coleta de dados .................................. Erro! Indicador não definido.

Termo de consentimento livre e esclarecido ........................................................... 141

Termo de assentimento dirigido a menores de 18 anos .......................................... 144

Carta de autorização ............................................................................................... 148

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1

1 INTRODUÇÃO

A atenção pré-natal constitui uma importante ação programática, uma vez que

permite acompanhar a gravidez da gestante e identificar situações de risco para a

mãe ou para o concepto, corrigindo-as quando necessário no período adequado,

evitando desfechos negativos, melhorando os resultados gestacionais. Isto se

expressa em termos de adequado crescimento intrauterino, maior peso ao nascer,

menor ocorrência de prematuridade, mortalidade neonatal, adoecimento e morte

entre mães (1-6).

Apesar disso, a redução global das mortalidades materna e infantil não tem

ocorrido de forma homogênea, mas, tem motivado o surgimento de políticas públicas

que contemplem o ciclo gravídico-puerperal. No entanto, essas políticas têm se

preocupado principalmente com incrementos da disponibilidade e do acesso à

assistência, despertando um interesse crescente pela avaliação do atendimento pré-

natal (7-11).

O enfoque mais tradicional de avaliação foi proposto por Donabedian, e está

baseado na teoria dos sistemas, que considera elementos de estrutura, processo e

resultados. A avaliação do processo refere-se às ações desenvolvidas nos serviços

de saúde, orientada para a análise da atuação profissional no cuidado do binômio

saúde/ doença da população. Avaliar o processo requer critérios que são

delimitados, geralmente, pela resolutividade das ações desenvolvidas (12).

A avaliação do pré-natal foi proposta por Kessner em 1976 e, em 1994,

Kotelchuck desenvolveu a (Adequacy Prenatal Care Utilization Index – APNCUI),

chamado índice de Kotelchuck. Usando as recomendações do ( American Congress

of obstetricians and gynecologists – ACOG) como referência, estes índices

consideram o mês de início do pré-natal, o número de consultas e a idade

gestacional (13-15).

Existem discrepâncias entre esses índices e as recomendações brasileiras do

Programa de Humanização do pré-natal e nascimento (PHPN), principalmente

quanto ao número de consultas recomendado. Habitualmente o que se faz na

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prática é adaptar aos padrões brasileiros da PHPN pois, não existe um padrão ouro

para avaliação pré-natal (16-18).

Nessa perspectiva, estudos demonstram a necessidade de avaliar não

apenas o número de consultas, e o mês de início do pré-natal, indicadores que tem

sido utilizado há décadas, mas também seu conteúdo (16-24).

Um ensaio randomizado realizado em 75 países da América Latina, Ásia e

África, demonstrou não haver diferenças significativas em relação ao resultado da

gestação entre mulheres com uma média de cinco consultas de pré-natal quando

comparadas àquelas com média de oito consultas (25).

Recentemente, pesquisa de âmbito internacional publicou uma revisão

sistemática que avaliou se haviam diferenças entre o pré-natal padrão versus pré-

natal com número de consultas reduzido, em países desenvolvidos e em países de

baixa e média renda Argentina, Cuba, Arábia Saudita, Tailândia e Zimbábue, sendo

modificado o conteúdo e número de consultas para que a avaliação fosse

direcionada a metas assistenciais. Houve variação no número de consultas no grupo

de pré-natal padrão. Nos países de baixa e média renda o número de consultas foi

menor que cinco, nos países desenvolvidos a média foi entre 8,2 e 12 consultas

(26).

Neste estudo, observou-se que a mortalidade perinatal foi maior nas mulheres

alocadas nos grupos como menos consultas em vez de pré-natal padrão, nos países

de baixa e média renda, a mortalidade perinatal foi significativamente maior no grupo

das gestantes com menor número de consultas, porém não houve clara diferença

entre os grupos. As mulheres preferem o pré-natal com número de consultas

padrão, em locais onde o número de consultas padrão é baixo, e o estudo

recomenda que não se deve reduzir ainda mais o número de consultas sem um

acompanhamento cuidadoso de indicadores (26).

Entretanto, não há um consenso quanto ao número ideal de consultas, visto

que está comprovado que poucas consultas realizadas de forma qualificada podem

ser tão eficazes quanto sua realização em maior número. Estes índices não

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conseguem avaliar a eficácia ou a qualidade da atenção, pois são índices

quantitativos (20,25).

Um estudo de âmbito nacional evidenciou cobertura da atenção pré-natal

elevada em quase todas as localidades brasileiras com níveis de 80 a 99% (3,19,

27-31).

E, embora a cobertura de atendimento seja alta em várias localidades do

Brasil, como estes estudos apontam, a mortalidade é desproporcionalmente alta

suscitando dúvidas quanto à qualidade e desempenho dos cuidados prestados

(3,19, 27-31).

O ministério da saúde (MS) de acordo com o PHPN recomenda o número

mínimo de seis consultas, com início no primeiro trimestre e realização de

procedimentos básicos, exames clínicos laboratoriais e obstétricos. Também são

preconizadas algumas intervenções qualitativas para melhorar a adequação pré-

natal como orientações sobre imunização, amamentação, para as gestantes (9,20).

Uma revisão da literatura seguindo o protocolo Prisma investigou a qualidade

da atenção pré-natal no Brasil por meio da produção científica dos últimos dez anos

(2005-2015), e constatou que dependendo do índice utilizado, existe grande

variação da adequação da assistência tanto para os critérios propostos por Kessner

quanto para Kotelchuck, ambos com padrão de consultas recomendado superior ao

preconizado pelo MS.

Nos países desenvolvidos o número varia de 7 a 14 consultas (3; 22-

23;27;37-38). Observou-se no estudo supracitado que a atenção quando analisada

somente em termos de início do pré-natal e número de consultas foi satisfatória e

apontam 50-75% de adequação, e realização de cinco a sete consultas (3,27-38).

Portanto, o início precoce permite acesso aos métodos diagnósticos,

enquanto que o número adequado de consultas permite a realização de

intervenções oportunas (39-41).

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Em contrapartida, foram encontradas elevadas taxas de inadequação

segundo as recomendações do MS, intensificando que o número de consultas e a

cobertura não assegura adequação da assistência oferecida, havendo significativa

diminuição quando se compara a qualidade não somente utilizando variáveis

quantitativas como também qualitativas, como a realização de exames

complementares, procedimentos básicos, orientações técnicas (30;33-35).

A elevação da inadequação e a redução da qualidade foram significativas na

maioria dos estudos ao incluírem o conteúdo qualitativo das consultas de 34 à 96%,

os quais a baixa realização dos exames e os procedimentos técnicos básicos

preconizados foram os fatores mais importantes para a inadequação. A adequação

esteve presente em 4,5% a 66,1% dos municípios analisados e em 21,6% a nível

nacional (27-37).

Diante do que foi exposto pode-se inferir que os indicadores qualitativos são

fundamentais na estruturação das ações da PHPN visando a qualidade da atenção

ao pré-natal (42-43).

As principais deficiências apontadas pela literatura em relação à qualidade de

assistência pré-natal referem-se ao não cumprimento das normas e rotinas por parte

dos profissionais e ao não preenchimento de registros de dados coletados na

anamnese, no exame físico e dos resultados de exames complementares. O

cumprimento das normas e regras da adequada assistência pré-natal pode melhorar

a qualidade da atenção quando o foco da análise é o processo, uma vez que

orientam os responsáveis pela assistência sobre o cumprimento de determinadas

práticas, que se incorporadas deverão garantir o melhor resultado possível (30-

36;42-44).

Assim, em virtude da necessidade de identificação dos percalços enfrentados

pela gestante para uma atenção pré-natal qualificada, carece-nos o reconhecimento

das fraquezas e fortalezas na rede de atenção à saúde da mulher quanto à

avaliação, diagnóstico, tratamento, adequação de condutas preconizadas e o

seguimento dos casos em doenças infecciosas e não infecciosas, possibilitando a

realização do diagnóstico situacional do município de Manaus e a análise das

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condições relacionadas à qualidade da assistência pré-natal no serviço público,

objetivando instrumentalizar a gestão e os serviços em saúde pública.

Com estas constatações, e em virtude da escassez de estudos que avaliam a

realidade da rede de atenção e a qualidade da assistência à gestante na cidade de

Manaus, justifica-se o interesse deste trabalho.

1.1 Avaliação em Saúde

A avaliação é um método que auxilia direcionando ou redirecionando a

realização de ações e atividades, contribuindo para o alcance de novas decisões e

um processo assistencial de qualidade (45,46).

A avaliação em saúde no contexto brasileiro tem se constituído como uma

ferramenta importante e indispensável para o planejamento e a gestão dos serviços

de saúde. Sua prática vem se fortalecendo desde a década de 1970, sendo

influenciada pelos movimentos de democratização da saúde e da reforma sanitária,

tendo como critério da qualidade as decisões, habilidades e competências da equipe

de saúde. No entanto, na década de 90, o processo de redemocratização do país e

o surgimento de movimentos de luta pelos direitos sociais e o acesso a políticas

públicas de saúde, as pesquisas de satisfação dos usuários se tornaram mais

habituais, constituindo-se um fator importante no processo de planejamento da

qualidade na área de saúde (47-49).

A avaliação de programas e políticas de saúde vem ganhando espaço no

Brasil e, destacadamente, as políticas de saúde materno-infantil. Além das

condições socioeconômicas, a qualidade da atenção pré-natal está diretamente

associada a melhores indicadores de saúde materno e infantil, contribuindo para a

redução das taxas de morbimortalidade materna e perinatal (50).

Após a implantação no ano de 2000, pelo MS, do PHPN, a qualidade da

assistência pré-natal tem sido objeto de estudo em várias regiões do país de acordo

com revisão sistemática (50).

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Embora a avaliação da qualidade do pré-natal esteja ocorrendo por meio de

critérios que julgam o acesso, também se deve considerar não somente o número

de consultas ou a idade gestacional de início do acompanhamento, mas também a

adequação do conteúdo da assistência prestada. Estudos demonstram que a

avaliação do processo da assistência pré-natal contribui para a melhoria da

qualidade dos serviços, analisa realmente o seu funcionamento, pois contempla os

cuidados efetivamente fornecidos e recebidos na assistência e constitui uma potente

ferramenta norteadora para gestores e profissionais de saúde. Assim, são

igualmente importantes tanto as atividades dos profissionais envolvidos no

diagnóstico e na terapêutica, quanto as atividades dos pacientes na procura e na

utilização dos tratamentos disponibilizados (12-13,24; 51).

No contexto dos estudos de avaliação em saúde, a comparação entre as

ações realizadas e as normas e procedimentos recomendados tem sido utilizados

para classificação da qualidade técnica científica da atenção à saúde. Tendo em

vista a qualidade definida a partir dos critérios e normas de atuação dos profissionais

(52).

A importância da avaliação em sistemas de saúde, para o contexto brasileiro,

vem sendo ressaltada em diversos momentos da discussão das políticas de saúde e

práticas em serviços (53).

A qualidade na área da saúde é determinada à medida que os serviços

satisfazem as necessidades, expectativas e padrões de atendimento dos usuários e

suas famílias, nas dimensões de resolutividade, eficácia, efetividade da atenção à

saúde e na humanização das relações entre usuários e os profissionais do sistema,

na qual a estratégia de atendimento é comparada com um modelo considerado ideal

(54,55).

Essa tendência se insere em um contexto mundial e, em alguns países, a

avaliação já se constitui em uma prática institucionalizada e seus resultados

contribuem para a formulação de suas políticas e práticas de saúde (56).

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1.2 O Ciclo gravídico e a saúde da mulher no Brasil

A gravidez, apesar de ser considerada um processo fisiológico, produz

alterações no organismo materno que o colocam no limite do patológico (57).

É sabido que este processo é influenciado por múltiplos fatores, desde os de

natureza biológica até características sociais e econômicas da população, além do

acesso e qualidade técnica dos serviços de saúde disponíveis à população (58).

A saúde das mulheres no ciclo gravídico está associada às condições de vida,

precária situação socioeconômica, baixo nível de escolaridade, dificuldade de

acesso a bens e serviços de saúde de qualidade, restrições à autonomia reprodutiva

e vulnerabilidade contra infecções sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada,

aborto e violência sexual dessas mulheres-mães (59).

Situações de vulnerabilidade têm a ver com a determinação social da saúde,

o que fica evidenciado na própria definição de vulnerabilidade compreendido como o

movimento de se considerar a susceptibilidade das pessoas ao adoecimento como

resultado de um conjunto de aspectos individuais e coletivos, os quais “acarretam

maior suscetibilidade à infecção e ao adoecimento e, de modo inseparável, maior ou

menor disponibilidade de recursos de todas as ordens para se proteger de ambos”

(60).

Nesta perspectiva, a proposição de ações para eliminar ou minimizar os

processos que vulnerabilizam as mulheres deve levar em conta aspectos individuais,

institucionais, coletivos e comportamentais, bem como as diferentes suscetibilidades

individuais, dos grupos e das populações. Além disso, tais ações devem ser

orientadas para práticas de saúde coletiva, desde o campo da organização da

atenção, promoção da saúde até a formulação de políticas públicas de saúde (61).

O MS vem implementando ações por meio de políticas públicas dirigidas à

saúde das mulheres, com vistas a incorporar a perspectiva de gênero na análise do

perfil epidemiológico e no planejamento das ações de saúde, investindo, assim, na

melhoria das condições de vida das mulheres. Tal investimento vem sendo

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desenvolvido, em uma série de programas de saúde das mulheres (em especial à

saúde das mais vulneráveis), entre os quais: o Programa de Humanização do Parto

e Nascimento; a Assistência Humanizada ao Abortamento; o Programa de Controle

das Doenças Sexualmente Transmissíveis; de Controle do Câncer Cervico Uterino e

de Mama; a Atenção Integral para Mulheres e Adolescentes em Situação de

Violência Doméstica e Sexual e a Atenção à Mulher no Climatério e Menopausa

(36).

Outra mudança substancial no perfil epidemiológico ocorreu na Razão de

Mortalidade Materna (RMM) que, nos últimos 20 anos, caiu cerca de 50%. Contudo,

apesar desta redução substancial, a RMM ainda se mantém em um patamar

considerado inaceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (62).

Além do grave problema das altas taxas de morte materna, a principal causa

de hospitalização de mulheres em idade reprodutiva são as complicações

obstétricas, as quais são responsáveis por 26,7% de todas as admissões (63).

Um estudo nacional baseado em dados secundários sugere que eventos

quase-mortais, ou seja, eventos em que a mulher esteve gravemente doente, mas

sobreviveu, afetam 4% de todos os partos, especialmente os partos relacionados a

infecções, à pré-eclâmpsia e à hemorragia. Essa taxa é cerca de quatro vezes maior

que as descritas em países desenvolvidos (63).

O MS em 2014, sem desconsiderar a singularidade de cada caso, evidenciou

que a maioria das situações de morbidade vividas por mulheres no ciclo gravídico

puerperal e de morte materna ocorrem por causas evitáveis, o que remete à análise

da qualidade da atenção em saúde ofertada às mulheres. As desigualdades de

cobertura e acesso à atenção em saúde encontram-se principalmente entre as

regiões Norte e Nordeste (64).

Desse modo, se a gestante não for adequadamente acompanhada,

notadamente quando já existe a superposição de estados patológicos prévios, o

processo reprodutivo transforma-se em situação de alto risco tanto para a mãe

quanto para o concepto (64).

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1.3 A importância do pré-natal

Tem sido constatado que, em nações desenvolvidas, as perdas perinatais

estão relacionadas principalmente a doenças de difícil prevenção como: más-

formações congênitas, descolamento prematuro de placenta e os acidentes de

cordão (38).

Apesar do importante papel que o cuidado pré-natal exerce sobre a saúde

materna e infantil, os países em desenvolvimento demonstram comprometimento da

qualidade dessa atenção, quando se mantém em níveis elevados os óbitos

perinatais por afecções passíveis de prevenção por meio de adequada assistência

pré-natal como a incidência de sífilis congênita e hipertensão arterial gestacional

que, quando não diagnosticadas e tratadas adequadamente podem desencadear

consequências indesejáveis para a gestante e seu concepto. Estes e outros eventos

gestacionais, com graus variados de sequelas, podem ser determinantes para o

óbito materno e neonatal, como malformações congênitas, infecções, pré-eclâmpsia

e eclâmpsia, ganho de peso fetal inadequado e o nascimento prematuro,

considerado internacionalmente um dos principais problemas de saúde pública da

atualidade (65-67).

O acesso ao pré-natal nos serviços de saúde permite que gestantes e

conceptos possam desfrutar de uma maior probabilidade de sobrevivência. No

contato com os profissionais de saúde e suas equipes, doenças e situações de risco

podem ser diagnosticadas e em seguida tratadas e minimizadas (68).

Revisões sistemáticas reiteram e demonstram a efetividade de diversas

práticas realizadas rotineiramente na assistência pré-natal para prevenção da

morbimortalidade materna e perinatal, tais como o diagnóstico e tratamento precoce

da hipertensão arterial, anemia, sífilis e infecção urinária bem como a

suplementação de sulfato ferroso e a vacinação antitetânica (69-71).

Em um estudo que avaliou os óbitos em menores de um ano no Brasil no

período 1997-2006, utilizando a lista de mortes evitáveis por intervenções do

Sistema Único de Saúde (SUS), encontrou-se redução de todas as mortes evitáveis,

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exceto aquelas relacionadas a uma adequada atenção pré-natal, sugerindo baixa

qualidade dessa assistência (72,73).

O conceito de morte evitável para este estudo refere-se às mortes que

poderiam ter sido evitadas (em sua totalidade ou em parte) pela presença de

serviços de saúde efetivos propondo uma lista com cerca de 90 causas. Inerente a

essa e outras definições que se seguiram, está o fato de que determinados óbitos,

no caso, relacionados à atenção pré-natal, não devam ocorrer, por ser possível a

prevenção e/ou o tratamento do evento ou da condição que o determina (74,75).

Na atenção pré-natal, desfechos maternos e perinatais resultam de uma

complexa rede de fatores que inclui determinantes socioeconômicos, biológicos, e

assistenciais principalmente no que se refere à detecção e tratamento de alterações,

contribuindo para resultados mais favoráveis ao controlar fatores de risco que

trazem complicações para a saúde da gestante e do concepto (74,75).

1.4 O cuidado pré-natal e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

O cuidado pré-natal é um dos principais constituintes do Pacto da Atenção

Básica do SUS e dispõe de indicadores formais para o seu monitoramento. A forma

como é desenvolvido em unidades de modelo tradicional, ou na Estratégia Saúde da

Família (ESF), pode ser indicativa da qualidade dos serviços de saúde e,

consequentemente, da avaliação do próprio modelo de atenção (76).

A assistência à saúde, desenvolvida nas unidades de atenção básica de

modelo tradicional, está, em geral, centrada na presença de especialistas, sendo

cada um deles responsável pelos problemas relacionados à sua área de atuação.

Com processo de trabalho muitas vezes centrado no médico, no modelo assistencial

curativo, além da sobrecarga a que esses profissionais, estão expostos,

frequentemente, observa-se o comprometimento das ações preventivas e de

promoção à saúde, ambas essenciais à atenção pré-natal (42).

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Para superar esse modelo, o MS propôs, em 1994, a ESF. Seu principal

objetivo é reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e substituir o

modelo tradicional, priorizando as ações de prevenção, promoção e recuperação da

saúde das pessoas, de forma integral e contínua. O atendimento é prestado na

unidade de saúde ou no domicílio, pelos profissionais que compõem as equipes.

Espera-se que profissionais e população criem vínculo de corresponsabilidade,

facilitando a identificação e o atendimento aos problemas de saúde da comunidade

(77).

A melhoria das condições de saúde, as reduções dos índices de mortalidade

e o aumento da esperança de vida estimularam os governos e a Organização das

Nações Unidas a criarem políticas com o objetivo de melhorar as condições de

saúde nos países em desenvolvimento (78).

As metas do milênio foram estabelecidas pela ONU em 2000, com o apoio de

191 nações, e ficaram conhecidas como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio,

ODM. Dentre estas metas, a quarta, quinta e sexta referem-se a: redução da

mortalidade Infantil, redução da mortalidade materna em 75% e o combate a Aids,

malária e outras doenças (79).

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem hoje uma RMM de 62 por

100 mil nascidos vivos que foi corrigida de 140 óbitos por 100 mil nascidos vivos em

1990, ou seja apresentou uma redução de cerca de 50% (80).

No Amazonas em 2013 a RMM foi de 64,7 por 100 mil nascidos vivos e

Manaus, uma RMM de 67,2 por 100 mil nascidos vivos (81).

A meta estabelecida até o fim de 2015 pelos ODM, da ONU, era chegar a

uma taxa de 35 mortes por 100 mil nascimentos. Porém, apesar do decréscimo

apresentado não foi possível atingir a meta e Manaus mantém índices de

mortalidade materna considerados inaceitáveis (81). Diante desse contexto,

também foram analisadas as taxas relacionadas à mortalidade infantil em menores

de 5 anos (TMM5), que corresponde ao número de óbitos menores de 5 anos de

idade por mil nascidos (82).

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12

Este indicador estima o risco de morte dos nascidos vivos durante os cinco

primeiros anos de vida e representa o desenvolvimento socioeconômico e de infra-

estrutura ambiental que condicionam a desnutrição infantil e as infecções a ela

associadas. Identifica o acesso e a qualidade dos recursos disponíveis para atenção

à saúde materno-infantil, que são também determinantes da mortalidade nesse

grupo etário, reconhecendo situações de desigualdade e tendências que demandem

ações e estudos específicos para os processos de planejamento, gestão e avaliação

de políticas públicas – sobretudo ações de saúde voltadas para a atenção pré-natal

e ao parto, bem como para a proteção da saúde na infância. Para melhor

esclarecimento pode ser observado na (figura 1) quanto as causas e as proporções

de óbitos infantis (82).

Figura 1: Proporção de óbitos infantis, segundo tipo de evitabilidade e classificação da evitabilidade, ano de 2013. Fonte: DASIS/SVS/MS. Resumo Executivo Saúde Brasil 2013: uma análise da situação de saúde e das doenças transmissíveis relacionadas à pobreza. Brasil, MS 2015 (82).

Ao observar o gráfico verifica-se claramente que 66% dos óbitos infantis

podem ser classificados como evitáveis e que 39% das causas de óbitos neste

grupo poderiam ser evitadas por adequada atenção à gestação, 27% à atenção ao

recém nascido, bem como 14% correspondendo adequada atenção ao parto no que

se refere principalmente às ações e serviços de saúde (82).

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13

Em nível mundial, a TMM5 diminuiu em 41% - de 87 óbitos por mil nascidos

vivos em 1990 para 51 em 2011. Apesar deste enorme avanço, seriam necessários

progressos mais rápidos de modo a atingir a meta de 2015 de uma redução de dois

terços na mortalidade infantil. Estima-se que, em 2011, morreram 6,9 milhões de

crianças – 19 000 por dia -, a maioria de doenças evitáveis. A esmagadora maioria

destes óbitos ocorreu nas regiões e países mais pobres do mundo e nas áreas mais

desfavorecidas dos países (82).

De acordo com a OMS, os países em desenvolvimento apresentaram em

2015 uma TMM5 de 49,5 óbitos por mil nascidos vivos (83).

No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) no ano de 2015 obtivemos uma TMM5 de 13,82 óbitos por mil nascidos vivos

(83).

No estado do Amazonas no ano de 2013, a TMM5 foi de 20,3 por mil

nascidos vivos e Manaus apresentou em 2013 segundo o MS – DATASUS

(Departamento de Informática do SUS), uma TMM5 de 17,7 óbitos por mil nascidos

vivos ao considerarmos este valor baixo ao analisar mortalidade infantil (83).

Para o objetivo que concerne ao combate às doenças infecciosas, número de

novas infecções pelo vírus HIV caiu cerca de 56% entre 2000 e 2015 no Caribe e na

América Latina, e novas infecções por HIV têm mostrado apenas um lento declínio

de 2000 para 2015, 44% das pessoas vivendo com HIV/Aids em toda a região

receberam terapia de tratamento antirretroviral, o maior número entre todas as

regiões em desenvolvimento (83).

No que tange ao sexto objetivo que diz respeito ao combate a Aids, malária e

outras doenças, a meta para HIV/Aids até 2015 era ter detido ou começado a

reverter a propagação da doença. A meta foi considerada atingida ao considerar-se

uma diminuição ou ter mantido o número de casos nos 3 últimos anos; em 2010, 897

casos; 2011, 887 casos e 2012, 870 casos para o município de Manaus (84). Para

malária não foi possível o alcance da meta, pois houve um significativo aumento no

número de casos de doenças transmissíveis por mosquitos nos últimos 3 anos (84).

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14

Diante deste fato, a redução destes índices podem ser positivamente

impactados com uma atenção ao pré-natal adequada como consequência,

diminuindo-se a morbi-mortalidade materna e infantil, desta forma, a atenção ao pré-

natal tem merecido destaque crescente e especial atenção em virtude dos índices

preocupantes destes indicadores adicionalmente já mencionados pela OMS

destacando o impacto que condições médicas preexistentes – como diabetes, Aids,

malária dentre outras doenças– têm sobre a saúde da gravidez (84-86).

1.5 Doenças infecciosas e não-infecciosas na gestação

O período gestacional não é isento de infecções que comprometam a saúde

da mãe e do concepto, de forma especial aquelas que se apresentam

assintomáticas ou subclínicas. Nessas situações, geralmente, o tratamento não seria

necessário. Entretanto, os riscos da transmissão vertical são fatores limitantes para

o desenvolvimento e vitalidade do futuro concepto (87,88).

É importante considerar que há uma parcela pequena de gestantes que, por

serem portadoras de alguma doença, sofrem algum agravo ou desenvolvem

problemas durante a gestação, com maior probabilidade de evolução desfavorável,

tanto para a mãe quanto para o concepto. Essa parcela constitui o grupo

denominado como “gestantes de alto risco” que surgiu para identificar graus de

vulnerabilidades relacionadas às alterações nos períodos de gestação, parto,

puerpério e vida da criança em seu primeiro ano (89).

No Brasil, doenças infecciosas durante a gravidez são relativamente

frequentes, afetando especialmente populações menos favorecidas. Tal situação

cria desafios à saúde pública, para planejar estratégias de triagem dessas doenças

de modo prático e abrangente, facilitando o manejo clínico das gestantes com o

diagnóstico desses casos. Tal alcance contribui na redução da morbi-mortalidade

materno-fetal e consequente melhora dos indicadores de saúde de uma determinada

região (87,88).

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Gestantes quando acometidas por infecções causadas pelos agentes

etiológicos, a exemplo do vírus da imunodeficiência humana, Treponema pallidum

hepatite viral B, Toxoplasma gondii e Plasmodium vivax podem ser responsáveis

pela gravidade dos efeitos adversos destas doenças na gravidez podendo estar ou

não relacionadas com a intensidade da transmissão da doença (87,88).

As infecções durante a gravidez são uma das causas mais importantes de

morbimortalidade e, embora as anomalias congênitas sejam raras, as infecções

contraídas no útero podem causar a morte do concepto (90).

O concepto pode ser afetado, não somente pela transmissão direta do

agente, mas também indiretamente pelas consequências da infecção materna, como

por exemplo, parto prematuro ou retardo do crescimento intra-uterino. A transmissão

da infecção durante a gestação varia dependendo do agente infeccioso, da idade

gestacional no momento da transmissão e do estado imunitário da mãe (89).

Em algumas infecções não se conhece a relação custo-benefício do

rastreamento de rotina. Em muitos lugares, os testes mais específicos e sensíveis

não estão facilmente disponíveis (90).

Se a infecção materna é confirmada, em geral é difícil confirmar a infecção do

embrião/feto. O rastreamento pré-concepcional e pré-natal da mãe, e neonatal da

criança, quando está disponível, tem uma importância fundamental para o

diagnóstico e tratamento precoce minimizando os malefícios à saúde do concepto

(90).

1.5.1 Sífilis

A sífilis na gravidez causa aproximadamente 300.000 mortes fetais e

neonatais/ano e coloca 215.000 recém- nascidos (RN) sob o risco de morte

prematura, baixo peso ao nascimento ou sífilis congênita (91).

A eliminação da sífilis congênita e da transmissão vertical do HIV constitui

uma prioridade para a região da América Latina e do Caribe. Pensando neste fato,

foi elaborado o documento “Estratégia e Plano de Ação para a Eliminação da

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Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis Congênita”, consonância com as metas

estabelecidas pela “Iniciativa de Eliminação” da OPAS e do Fundo das Nações

Unidas para a Infância (Unicef), que seria de redução da taxa de transmissão

vertical do HIV para menos de 2% e da incidência de sífilis congênita para menos de

0,5 caso por 1.000 nascidos vivos até 2015 (91) .

Com a ampliação da cobertura de testagem no pré-natal no âmbito da Rede

Cegonha, principalmente em virtude da disponibilização de testes rápidos, houve um

aumento na detecção de sífilis. Apesar destes esforços em 2013, foram registrados

pelo Sistema de Informação de agravos de notificação (SINAN) 21.382 casos de

sífilis em gestantes, com taxa de detecção de 7,4 por 1.000 nascidos vivos (91).

E, apesar destes esforços, a maioria dos casos continua sendo detectada

tardiamente. No ano de 2013, um total de 24,8% dos casos de sífilis do SINAN foi

notificado no primeiro trimestre de gestação, com 31,3% no segundo trimestre e

36,3% no terceiro. O Norte apresenta o maior percentual de diagnósticos no terceiro

trimestre de gestação, com 50,9% (29,0% no segundo e 14,7% no primeiro) e a

Sudeste, o menor, com 31,2% (30,9% no segundo e 29,9% no Primeiro) (91,92).

No entanto, houve aumento da incidência de casos de sífilis congênita, com

13.705 casos notificados em menores de um ano de idade, com taxa de incidência

4,7 por 1.000 nascidos vivos, apesar da existência da Portaria nº 3161/2011, que

dispõe sobre a administração da penicilina nas unidades de Atenção Básica à

Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde, e das estratégias do MS, em

articulação com estados e municípios, visando ao uso da penicilina para prevenção

da sífilis (91).

A sífilis ainda constitui uma doença com sérias implicações para a mulher

grávida e sua prole, podendo causar abortamento, morte intrauterina, óbito neonatal

ou deixar sequelas graves nos recém-nascidos (92).

Por essa razão, o Ministério da Saúde tem recomendado que o teste

diagnóstico da sífilis seja oferecido a todas as gestantes nos primeiros estágios da

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gravidez e tem realizado campanhas para a eliminação da sífilis congênita no Brasil

(93).

A sífilis é uma infecção bacteriana, causada pelo T. pallidum de caráter

sistêmico, curável e exclusiva do ser humano. Todos os profissionais de saúde

devem estar aptos a reconhecer as manifestações clínicas da sífilis, assim como a

interpretar os resultados dos exames laboratoriais que desempenham papel

fundamental no controle da infecção e permitem a confirmação do diagnóstico e o

monitoramento da resposta ao tratamento (91,93).

A infectividade da sífilis por transmissão sexual é maior (cerca de 60%) nos

estágios iniciais (primária, secundária e latente recente), diminuindo gradualmente

com o passar do tempo (latente tardia e terciária). Essa maior transmissibilidade

explica-se pela intensa multiplicação do patógeno e pela riqueza de treponemas nas

lesões, comuns na sífilis primária e secundária. Essas lesões são raras ou

inexistentes por volta do segundo ano da infecção (91).

A maioria das pessoas com sífilis tende a não ter conhecimento da infecção,

podendo transmiti-la aos seus contatos sexuais. Isso ocorre devido à ausência ou

escassez de sintomatologia, dependendo do estágio da infecção (91).

Em gestantes não tratadas ou tratadas inadequadamente, a sífilis pode ser

transmitida para o feto (transmissão vertical), mais frequentemente intraútero (com

taxa de transmissão de até 80%), apesar de também ocorrer na passagem do feto

pelo canal do parto (91).

A probabilidade da infecção fetal é influenciada pelo estágio da sífilis na mãe

e pela duração da exposição fetal. Dessa forma, a transmissão é maior quando a

mulher apresenta sífilis primária ou secundária durante a gestação gerando

consequências severas, como abortamento, parto pré-termo, manifestações

congênitas precoces ou tardias e/ou morte do RN (91).

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Classificação da Sífilis:

Sífilis adquirida recente - Menos de 1 ano de evolução; formas primária,

secundária e latente recente.

Sífilis adquirida tardia - Mais de 1 ano de evolução; formas latente e

terciária.

Sífilis congênita recente - Diagnóstico até o 2º ano de vida.

Sífilis congênita tardia - Diagnóstico após o 2º ano de vida.

Sífilis congênita precoce - surge até o 2º ano de vida, processo complexo,

com avaliação clínica, epidemiológica, laboratorial e de imagem criteriosa

(94).

Considera-se aborto (< 22 semanas de gestação ou peso < 500 g) ou

natimorto (> 22 semanas de gestação ou peso > 500 g) por sífilis, casos onde a mãe

portadora de sífilis não foi tratada ou foi inadequadamente tratada (86).

Para o reconhecimento adequado da doença é necessário identificar as

manifestações clínicas da sífilis conforme (quadro 1) abaixo:

Quadro 1- Manifestações clínicas da Sífilis Sífilis primária Surge entre 10 e 90 dias do contato como uma lesão única, ulcerada, de fundo liso, bordos endurecidos (cancro duro), geralmente em pequenos lábios, paredes vaginais, colo uterino ou região anal. Indolor, com adenopatia regional, móvel, indolor e múltipla.

Sífilis secundária Surge 6 a 8 semanas após o desaparecimento do cancro duro e caracteriza-se pela disseminação treponêmica com sintomatologia de poliadenopatia, cefaleia, artralgia, roséola, sifilides papulosas, alopécia e condiloma plano.

Sífilis tardia Manifesta-se entre 3 a 12 anos do contágio, com tubérculo sifilítico ou goma, artropatia de Charcot, aneurisma aórtico, tabes dorsalis e demência.

Fonte: Adaptado de Manual de Gestação de alto risco e de doenças infecciosas da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (95-96); Manual de Gestação de Alto risco e de Atenção ao Pré-natal de baixo risco do MS (97-98) e Linha Guia de Saúde Materno Infantil SEMSA (99).

O diagnóstico laboratorial da sífilis se faz por técnicas variadas e depende da

fase da infecção (86).

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A pesquisa direta do Treponema pallidum só se aplica à lesão da fase

primária e a algumas lesões da fase secundária (placas e condiloma plano). O

exame microbiológico pode também ser realizado na placenta, no cordão umbilical e

nas lesões cutâneo-mucosas da criança (86).

Os testes sorológicos dividem-se em dois tipos: treponêmicos e não

treponêmicos. Os testes não treponêmicos mais utilizados são o VDRL (Veneral

Disease Research Laboratory) e o RPR (Rapid Plasm Reagin), sendo quantitativos

(expressos em títulos: 1:2, 1:4 entre outros), importantes para o diagnóstico e o

seguimento pós-terapêutico. Estes testes tendem a se tornar reativos a partir do 14

dia após o aparecimento do cancro duro (sífilis primária), que ocorre de 10 a 90 dias

após o contato infectante, com média de 21 dias aproximadamente, e apresentam

titulações progressivas e elevadas na fase secundária da doença. Os títulos

passam a sofrer redução natural após o primeiro ano de evolução da doença (86).

Os testes treponêmicos detectam a presença de anticorpos anti-Treponema

pallidum e são específicos e qualitativos, confirmando a infecção. Portanto, não

distinguem se é uma doença ativa ou cicatriz sorológica. Entre eles estão o FTA-Abs

(Fluorescent Treponema Antibody Absorvent Test), o MH-TP (Micro-Hemaglutinação

para Treponema pallidum ou TPHA), o Elisa (teste imunoenzimático), o Western

blotting (WB) e os testes imunocromatográficos (testes rápidos) (86).

Para diagnóstico de sífilis em gestantes alguns critérios específicos foram

estabelecidos tanto para os casos suspeitos quanto para os casos confirmados, à

luz dos testes diagnósticos, conforme o (quadro 2).

Quadro 2 - Definição de caso de sífilis em gestantes Definição de caso

Caso suspeito: gestante que durante o pré-natal apresente evidência clínica de sífilis, ou teste não

treponêmico reagente com qualquer titulação.

Caso confirmado:

1 - Gestante que apresente teste não treponêmico reagente com qualquer titulação e teste

treponêmico reagente, independentemente de qualquer evidência clínica de sífilis, realizados durante

o pré-natal.

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2 - Gestante com teste treponêmico reagente e teste não treponêmico não reagente ou não realizado,

sem registro de tratamento prévio.

Fonte: Adaptado de Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis MS (91).

É importante lembrar que na primeira consulta de pré-natal, a realização do

teste rápido oportuniza a captação precoce dos casos suspeitos de sífilis. Quando

não disponível, deve ser realizado o VDRL e reforçar a necessidade para a gestante

sobre a importância da testagem do parceiro, por conseguinte após o diagnóstico

ambos devem ser tratados (91).

O tratamento da sífilis é dependente da fase de infecção da doença, assim

para:

• Sífilis primária: penicilina benzatina, 2,4 milhões UI, intramuscular, em dose única

(1,2milhão UI em cada glúteo);

• Sífilis recente secundária e latente: penicilina benzatina, 2,4 milhões UI,

intramuscular,repetida após 1 semana, sendo a dose total de 4,8 milhões UI;

• Sífilis tardia (latente e terciária): penicilina benzatina, 2,4 milhões UI, intramuscular,

semanal (por 3 semanas), sendo a dose total de 7,2 milhões UI (86,99).

Após o tratamento, poderá surgir a reação de Jarisch-Herxheimer que se

caracteriza pela exacerbação das lesões cutâneas, de febre e associação com

outros sintomas gerais (adinamia, artralgias, mialgia). Normalmente esta reação

apresenta involução espontânea em 12 a 48 horas, e não se recomenda a

interrupção do tratamento (86,99).

As gestantes com histórico de alergia à penicilina devem ser encaminhadas

para um centro de referência, para que se realize a dessensibilização uma vez que a

penicilina é a única droga que atravessa a barreira placentária e, portanto, trata

também o feto (86,99).

Assim para efeitos deste estudo considerou-se conduta terapêutica

inadequada:

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Terapia não penicilínica ou penicilínica incompleta, considerando a fase

clínica da doença;

Instituição ou finalização do tratamento há menos de 30 dias do parto;

Ausência de queda ou elevação dos títulos de VDRL após o tratamento

adequado;

Ausência de tratamento anterior documentado;

Parceiro sexual não tratado ou inadequadamente tratado (86,98).

E, para mesma finalidade considerou-se conduta terapêutica adequada:

Terapia penicilínica completa e adequada ao estágio da doença;

Parceiro sexual tratado concomitantemente;

Término do tratamento pelo menos 30 dias antes do parto (86,98).

É importante enfatizar que apesar de a sífilis ser uma doença de etiologia

conhecida e poder alcançar 100% de êxito em relação a prevenção, tratamento e

cura, e estes encontrarem-se ao alcance de todos, ainda é possível verificar um

recrudescimento da doença sendo um problema grave de saúde pública (100).

1.5.2 Hepatite B

O vírus da hepatite B (VHB) é a principal causa de hepatopatia crônica no

mundo. Admite-se que cerca de 400 milhões de pessoas estejam infectadas por

esse agente e que 15,0% a 40,0 % dos indivíduos com a infecção irão desenvolver

cirrose, insuficiência hepática ou carcinoma hepatocelular (101,102).

Dos muitos vírus que causam doenças humanas, poucos têm relevância

mundial como o VHB que hoje representa um quantitativo de mais de 2 bilhões de

pessoas que têm evidência sorológica de infecção passada ou presente, 250

milhões sofrem de infecção crônica e correm o risco de desenvolver hepatopatia e

atualmente, ocorrem mais de 4 milhões de casos clínicos agudos por ano e 1 milhão

de pessoas morrem anualmente de infecção crônica pelo VHB e suas complicações

como a cirrose ou câncer de fígado primário (103-105).

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Merece importante destaque a transmissão vertical que, em termos mundiais,

representa a principal via de disseminação do VHB nas regiões de altas

prevalências, elevando a probabilidade de uma infecção aguda no concepto

infectado se tornar crônica de 70–90% dos casos, reforçando a triagem da hepatite

B obrigatória no pré-natal (86,106).

Embora a transmissão vertical do VHB seja mais frequente nas regiões de

alta endemicidade, tais como alguns países da Ásia, da África e na Amazônia, os

dados epidemiológicos demonstram que essa via é responsável por 35,0% a 40,0%

dos novos casos de hepatite B no mundo e é através dela que o vírus é mantido na

população (102,107-109).

Segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC), toda gestante dever ser

rotineiramente testada para a hepatite B, por meio do teste de detecção do antígeno

de superfície do vírus (HBsAg), o mais cedo possível no pré-natal (visita do primeiro

trimestre), mesmo que tenha sido vacinada ou testada previamente. Mulheres que

não foram testadas durante a gestação, ou aquelas que possuam fator de risco para

a infecção, devem ser testadas novamente na admissão à maternidade para o parto.

Gestantes suscetíveis devem ser vacinadas durante a gravidez (110).

Nos Estados Unidos da América, o CDC, o ACOG e o MS, recomendam o

rastreamento sorológico para hepatite B de todas as gestantes, independente dos

fatores de risco. Esta medida permite aos recém-nascidos de mães positivas

receberem imunoglobulina anti-hepatite B associada à vacina, o que reduz

significativamente a transmissão vertical. Se tal procedimento for realizado nas

primeiras doze horas de nascimento, reduz-se em mais de 90% a transmissão

vertical. Além disto, o rastreamento pré-natal de gestantes permite realizar

imunização ativa (vacina) ou passiva (imunoglobulina) em mulheres suscetíveis,

além de prevenir a infecção neonatal pelo VHB em mais de 90,0% dos casos (102,

109, 111, 112).

A transmissão da hepatite B ocorre principalmente através da exposição

percutânea ou de mucosas a sangue ou fluidos corpóreos contaminados com o

vírus. As formas de contágio mais importantes são a via sexual, a inoculação

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percutânea através de objetos perfurocortantes e a transmissão vertical, seja por via

transplacentária, no momento do parto, ou durante o aleitamento materno e os

cuidados com o neonato (102,107-109).

Calcula-se que o risco de desenvolvimento do carcinoma hepatocelular nas

crianças infectadas por transmissão vertical pelo VHB é cerca de 200 vezes maior

que o da população geral, demonstrando a importância do diagnóstico pré-natal

(107).

Deve-se solicitar o rastreamento na primeira consulta e caso o resultado seja

negativo e não houver história de vacinação prévia a conduta recomendada é a

vacinação, que também deverá ser realizada no terceiro trimestre (113).

Quando a sorologia para hepatite B for positiva deve-se realizar o

aconselhamento pós-teste e encaminhar a gestante para o seguimento ao pré-natal

no serviço de atenção especializada em hepatites de referência (113).

Gestantes após o primeiro trimestre de gestação deverão ser vacinadas com

três doses com intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda e de 180 dias entre

a primeira e a terceira. Na impossibilidade de se realizar a sorologia anti-HBs, deve-

se avaliar o estado vacinal da gestante e vaciná-la, se for o caso (113).

1.5.3 Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)

A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e sua manifestação

clínica em fase avançada, ou síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids), ainda

apresentam grande relevância na atualidade sendo um problema de saúde pública

mundial em função do seu caráter pandêmico e de sua transcendência ainda nos

dias de hoje 30 anos após a descoberta dos primeiros casos da doença que

continua a fazer vítimas (114).

Os indivíduos infectados pelo HIV, sem tratamento, evoluem para uma grave

disfunção do sistema imunológico, à medida que vão sendo destruídos os linfócitos

T CD4+, uma das principais células alvo do vírus (114).

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Em virtude das inúmeras conquistas científicas alcançadas na última década,

a história natural dessa infecção vem sendo alterada por meio da prevenção da TV

pelo HIV, e, consideravelmente através do desenvolvimento da terapia antiretroviral

(TARV), na qual o tratamento eficaz com os antirretrovirais (ARV) durante a

gravidez, trabalho de parto / parto, e profilaxia neonatal, bem como à realização de

cesariana eletiva e evitar a amamentação são fundamentais para a prevenção

(quadro 3) (115-117).

O HIV pode ser transmitido por via sexual (esperma e secreção vaginal), pelo

sangue (via parenteral e de mãe para filho) e pelo leite materno. Desde o momento

de aquisição da infecção, o portador do HIV é transmissor (114).

Sendo importante destacar que os indivíduos com infecção muito recente

(“infecção aguda”) ou imunossupressão avançada têm maior concentração do HIV

no sangue (carga viral alta) e nas secreções sexuais, aumentando a

transmissibilidade do vírus (114).

Em 2012, foram notificadas 7.097 gestantes com HIV, correspondendo a uma

taxa de detecção de 2,4 casos por 1.000 nascidos vivos. Este número representa

um aumento de 4,3% em relação ao ano anterior 2,3 por 1.000 nascidos vivos (118).

Em relação à detecção de aids em menores de 5 anos, observa-se que no

Brasil houve redução de 35,8% (de 5,3 para 3,4 por 100 mil hab.), entretanto com

variações regionais importantes; nas regiões Sudeste, Centro- Oeste e Sul houve

decréscimo de 55,2% (de 6,7 para 3,0), 51,2% (de 4,3 para 2,1) e 41,4% (de 9,9

para 5,8), respectivamente, enquanto houve aumento nas regiões Norte (41,9%; de

3,1 para 4,4) e Nordeste (3,7%; de 2,7 para 2,8) (118).

Segundo o boletim epidemiológico IST/Aids do ano de 2015, chama a atenção

o fato de que, pela primeira vez em sete anos, a taxa de detecção por 100.000

habitantes caiu para menos de 20 casos, passando a ser a menor taxa de detecção

dos últimos 12 anos (19,7/100.000 hab.), a taxa de transmissão vertical do HIV caiu

ainda mais, reiterando o sucesso crescente da estratégia de trabalho junto ao

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serviço de pré-natal na identificação e acompanhamento correto de mães portadoras

do HIV (119).

No Brasil, desde 2000 até junho de 2015, foram notificadas 92.210 gestantes

infectadas com o HIV, a maioria residente na região Sudeste (40,5%), seguida pelas

regiões Sul (30,8%), Nordeste (15,8%), Norte (7,1%) e Centro-Oeste (5,7%). Em

2014, foram identificadas 7.668 gestantes no Brasil, sendo 35,1% na região

Sudeste, 28,1% no Sul, 20,0% no Nordeste, 11,2% no Norte e 5,5% no Centro-

Oeste (119).

A taxa de detecção de gestantes com HIV no Brasil vem apresentando

tendência de aumento nos últimos dez anos; em 2005, a taxa observada foi de 2,0

casos para cada mil nascidos vivos, a qual passou para 2,6 em 2014, indicando um

aumento de 30,0%. Esse crescimento também é observado entre as regiões do

país, salvo o caso da região Sudeste, que ficou estável, com taxa de 2,3 casos para

cada mil nascidos vivos em 2005 e em 2014. O aumento foi maior na região Norte

(211,1%), que apresentava uma taxa de 0,9 em 2005, passando para 2,8 em 2014.

Em 2014, a região Sul apresentou a maior taxa de detecção entre as regiões,

sendo aproximadamente 2,1 vezes maior que a taxa do Brasil (119).

Entre as unidades de federação, cinco apresentaram taxa de detecção de HIV

em gestantes superior à taxa nacional em 2014: Rio Grande do Sul (8,8 casos para

cada mil nascidos vivos), Santa Catarina (5,8), Rio de Janeiro (4,0), Amazonas (3,8)

e Pará (2,7). Desses estados, Amazonas, Pará, Amapá e Rio de Janeiro apresentam

tendência de aumento nas taxas de detecção nos últimos dez anos (119).

A taxa de detecção de aids em menores de cinco anos tem sido utilizada

como indicador para monitoramento da transmissão vertical do HIV. Tem-se

observado uma tendência de queda para o Brasil, que foi de 33,3% nos últimos dez

anos. No entanto, verificam-se diferenças importantes entre as regiões quanto a

essa tendência; nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste há uma tendência de

queda, com um percentual de 58,3%, 40,1% e 26,1%, respectivamente, de 2005 a

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2014. A região Nordeste apresentou uma discreta queda de 12,1%, passando de 3,3

em 2005 para 2,9 casos por 100.000 habitantes em 2014 (119).

Por outro lado, na região Norte, observa-se no mesmo período uma elevação

de 69,2% na taxa (de 2,6 para 4,4 por 100.000 habitantes). Considerando as taxas

de detecção em menores de cinco anos por Unidades da Federação no ano de

2014, observa-se que os estados do Rio Grande do Sul e Amazonas apresentam as

maiores taxas, 7,2 e 7,1 casos para cada 100 mil habitantes, respectivamente (119).

Destaca-se que os estados do Rio de Janeiro (9,5) e Amazonas (8,7)

representam o segundo e terceiro maiores coeficientes de mortalidade do país,

respectivamente. O estado do Rio de Janeiro não vem apresentando variações

expressivas, enquanto que o estado do Amazonas mostra tendência de aumento

(119).

A constatação deste crescimento referentes à infecção e ao óbito HIV/aids

também pode ser atribuída à probabilidade de transmissão vertical já está

estabelecida, sendo evidenciado que a maioria dos casos de transmissão ocorre

durante o trabalho de parto e no parto propriamente dito, e que o aleitamento

materno representa risco adicional de transmissão, de 7 a 22% (120-124).

Coincidentemente estes estudos apontam que a faixa etária que concentra os

maiores percentuais de casos de aids em mulheres é a de 25 a 34 anos, levando ao

aumento da transmissão vertical, pois estão em plena idade reprodutiva (125-127).

A gestante com HIV pode ser definida como toda mulher em que for

detectada a infecção por HIV, ou aquela que já tenha o diagnóstico confirmado de

HIV ou aids, no momento da gestação, parto, ou puerpério. A criança exposta é a

criança nascida de mãe infectada, ou que tenha sido amamentada por mulher

infectada pelo HIV (114).

Chama atenção nestes casos os benefícios de se esclarecer a gestante a

importância do diagnóstico precoce do HIV. Nesse sentido, os serviços de pré-natal

e de saúde da mulher devem disponibilizar o acesso ao teste anti-HIV e promover

ações de aconselhamento (114).

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Ressalta-se ainda a importância do conhecimento sobre os fatores

associados ao aumento do risco de TV:

virais (carga viral, genótipo e fenótipo viral e resistência viral);

maternos (estado clínico e imunológico, presença de IST e outras

coinfecções, estado nutricional);

obstétricos (duração de ruptura das membranas amnióticas, via do parto,

presença de hemorragia intraparto);

inerentes ao recém-nascido (prematuridade, baixo peso ao nascer);

aleitamento materno – as mulheres portadoras do HIV devem ser

aconselhadas a não amamentar e a lactação deverá ser inibida; o

aleitamento cruzado (amamentação por outra mulher) é contraindicado

(114).

Entretanto, para que essa indicação possa ser cumprida, recomenda-se a

triagem para detecção do HIV no primeiro trimestre da gestação. Contudo, quando a

gestante não tem acesso ao pré-natal adequado, o diagnóstico pode ocorrer no

terceiro trimestre ou até mesmo na hora do parto (128).

O início precoce da TARV é indicado em todas as gestantes, prevenindo a

morte em infectados, independente da contagem de T CD4+ (129). Nas gestantes

assintomáticas e com contagem de linfócitos T CD4+>350 células/mm³, deve ser

instituída TARV com três antirretrovirais de 2 classes diferentes, entre a 14a e a 28a

semana de gravidez até o parto. Nas gestantes com T CD4+≤ 350 células/mm³ ou

com manifestações clínicas graves, a TARV deve ser iniciada em qualquer período

gestacional e permanecer após o parto, com as adequações necessárias, conforme

(quadro 3) (98,130-132).

O esquema preferencial inicial é a associação de zidovudina (AZT) e

lamivudina, dois inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeo (ITRN),

com lopinavir (inibidor de protease) (IP). O esquema alternativo compreende a

associação de dois ITRN e um inibidor da transcriptase reversa não análogo de

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nucleosídeo (ITRNN). A nevirapina é o ITRNN de escolha uma vez que o evafirenz é

contraindicado em gestantes, mas deve ser utilizado com cautela nas mulheres com

T CD4+≥ 250 células/mm³ pelo risco de hepatotoxidade (98,130-132).

As recomendações e os esquemas para profilaxia da transmissão vertical do

HIV e TARV em gestantes estão descritos no (quadro 3):

Quadro 3 - Esquema de TARV na gestação

Preferencial

Classe

Fármacos

1ª escolha 2ª escolha

2 ITRN

Zidovudina + Lamivudina

(AZT+ 3TC)

Didanosina entérica +

lamivudina (ddI EC + 3TC)

Estavudina+ lamivudina

(d4T+3TC)

1 IP Lopinavir (LPV/r) Saquinavir (SQV/r)

Alternativo

Classe Fármacos

2 ITRN Zidovudina + Lamivudina (AZT+3TC)

1 ITRNN Nevirapina (NPV)

Legenda: ITRN – Inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeo; IP inibidor da protease; ITRNN – inibidor da transcriptase reversa não análogo de nucleosídeo. Fonte: Adaptado do Manual técnico de Gestação de alto risco e Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para adultos vivendo com HIV/Aids (98,131); e Linha Guia de Saúde Materno Infantil SEMSA (99).

Destaca-se que toda parturiente soropositiva deve receber o AZT endovenoso

no início do trabalho de parto até o nascimento do bebê (133-135).

A disponibilidade dos exames para o diagnóstico de infecção retroviral reflete uma

melhoria na atenção pré-natal, bem como a disponibilização de insumos como testes

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rápidos, exames de seguimento, medicamentos antirretrovirais e corpo técnico

profissional competente (133-135).

1.5.4 Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial causada pelo

Toxoplasma gondii (T. gondii), protozoário intracelular obrigatório e parasito de

humanos, pássaros, roedores e outros animais (hospedeiros intermediários) e de

felídeos (hospedeiros definitivos) (136).

Os coccídeos possuem um ciclo de vida complexo e diversos mecanismos de

transmissão, sendo o principal deles a ingestão de oocistos infectantes provenientes

de fezes de gatos ou a ingestão de carne crua ou mal cozida contendo cistos

teciduais (136,137).

A prevalência da toxoplasmose varia de 20 a 90% na população humana

mundial, com algumas diferenças relacionadas a aspectos geográficos (138).

Observa-se que em diferentes países a prevalência desta infecção adquirida

no decorrer da gravidez varia de 10,3% a 75,2% (139-142). Contudo no Brasil, a

soroprevalência de anti- T. gondii anticorpos IgG varia de 49,2% para 91,6% (e a

incidência de toxoplasmose congênita varia 0,3-5,0 por 1000 nascimentos (143–

148).

A infecção pelo T. gondii atinge o concepto por via transplacentária e embora

seja geralmente assintomática nos indivíduos imunocompetentes, em gestantes,

pode ocasionar aborto espontâneo, nascimento prematuro, morte neonatal, ou

sequelas severas no feto (por exemplo, a clássica Tríade de Sabin: retinocoroidite,

calcificações cerebrais, hidrocefalia ou microcefalia), caso a infecção seja adquirida

durante a gestação, principalmente durante os primeiros dois trimestres (149,150).

Porém dependendo da virulência da cepa do parasita, e da capacidade da

resposta imune pode resultar em morte fetal (149,150).

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A gestante com infecção toxoplásmica aguda deve ter um aconselhamento

sobre os riscos de infecção congênita e suas possíveis sequelas clínicas (151).

O tempo de gestação no qual a mulher se encontra quando adquire a

infecção pelo parasito é muito importante para a patogenicidade da infecção. A

incidência da infecção congênita quando a gestante adquire a toxoplasmose durante

o primeiro trimestre é bem pequena 4,5% e aumenta nos últimos dois trimestres

17,3% e 75% respectivamente (152).

A infecção fetal no início da gestação é pequena e tende a estar associada ao

aborto ou a sequelas mais severas, enquanto que a infecção tardia, embora seja

mais frequente, gera danos relativamente menos severos e o recém-nascido

geralmente apresenta sinais clínicos leves ou ausentes (152,153).

A melhor forma para a prevenção da toxoplasmose congênita é utilizar

medidas de prevenção primária e educação em saúde, envolvendo a promoção do

conhecimento sobre os meios de evitar a infecção pelo T. gondii (152,153).

É importante destacar que as gestantes, mulheres que desejam engravidar e

familiares devem ser orientados às medidas de prevenção primária da

toxoplasmose. Desta forma, é importante lavar as mãos ao manipular alimentos,

lavar bem os vegetais e as frutas antes de consumi-los, proteger verduras, frutas,

legumes e outros alimentos de insetos, não consumir leite e derivados crus e não

pasteurizados, preparar a carne antes dos outros alimentos e após seu manuseio,

lavar as mãos, os utensílios, a pia e a mesa de preparo com água e sabão, evitar

consumir carne crua, mal cozida ou mal passada (principalmente de porco e de

carneiro), inclusive embutidos, evitar contato com fezes de gatos e se não for

possível, usar luvas para manusear materiais contaminados com as mesmas,

alimentar os gatos com carne cozida ou ração e evitar contato com terra de jardim e

solo ou usar luvas e lavar as mãos após esta atividade (99).

A transmissão materno-fetal pode ser evitada se a gestante for tratada

precocemente, e as sequelas severas da toxoplasmose congênita podem ser

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reduzidas se a infecção fetal for detectada e o tratamento específico iniciado de

imediato seguindo as recomendações adequadas (quadro 4) (154-157).

E neste particular, destaca-se que a sorologia deve solicitada na primeira

consulta pré-natal, porém é importante identificar se o exame é repetido no decorrer

da gestação. O acompanhamento sorológico e a vigilância epidemiológica são

essenciais para a redução da toxoplasmose congênita (154 -157).

A sorologia possibilita classificar a gestante e o período de realização orienta

a interpretação de resultados e as condutas a serem adotadas (154 -157).

Segue (quadro 4), com a interpretação dos exames de toxoplasmose no pré-

natal e conduta (154 -157).

Quadro 4 - Interpretação dos exames para toxoplasmose no pré-natal e conduta (continuação)

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Legenda: 1 se imunodepressão presente devido a HIV, quimioterapia ou uso de ou corticoides, há risco de reinfecção ou reativação de toxoplasmose. Repetir exame no 2º e 3º trimestres. Fonte: Adaptado de Manual de Gestação de alto risco e de doenças infecciosas da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (95); Manual de Gestação de Alto risco e de Atenção ao Pré-natal de baixo risco do MS (97-98) e Linha Guia de Saúde Materno Infantil SEMSA (99).

RESULTADO CLASSIFICAÇÃO CONDUTA

1º exame

IgG não reagente IgM não reagente

Suscetível Prevenção primária e repetir exame no 3º trimestre.

IgG reagente IgM não reagente

Imune, infecção antiga Não é preciso repetir o exame

1.

IgG não reagente IgM reagente Repetir exame em 21 dias IgG reagente IgG não reagente

Provável infecção recente ou IgM falso positivo. Confirma infecção Não confirma infecção

Referir ao serviço de infectologia, iniciar espiramicina. Manter espiramicina ou introduzir esquema tríplice (≥ 30 sem). Interromper espiramicina e repetir exame de 3/3 meses

IgG reagente IgM reagente Teste de Avidez de IgG Fraca Forte ≤ 16 semanas Forte > 16 semanas

Provável infecção recente Infecção recente Infecção anterior à gestação Não descarta infecção adquirida na gestação

Referir ao serviço de infectologia, iniciar espiramicina Não é preciso repetir o exame1. Referir ao alto risco, iniciar espiramicina ou esquema tríplice (≥ 30 sem) e monitorar com USG.

Exames subsequentes de gestante previamente suscetível (IgG e IgM não reagentes)

IgG não reagente IgM não reagente

Suscetível Repetir exame no parto.

IgG reagente IgM reagente

Infecção com certeza

Gestação < 30 semanas: - iniciar espiramicina. - USG mensal e manter tratamento se normal ou alterar para esquema tríplice se alterada e gestação > 18 semanas. Gestação ≥ 30 semanas: - iniciar esquema tríplice. - USG mensal.

IgG não reagente IgM reagente

Repetir exame em 21 dias IgG reagente

IgG não reagente

Provável infecção recente ou IgM falso positivo. Confirma infecção Não confirma infecção

Referir ao serviço de infectologia, iniciar espiramicina. Manter espiramicina ou introduzir esquema tríplice (≥ 30 sem). Interromper espiramicina e repetir exame de 3/3 meses.

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As gestantes que apresentarem confirmação de infecção aguda antes da 30ª

semana, deve-se manter a espiramicina na dose de 1g (3.000.000 UI), de 8 em 8

horas, via oral, continuamente até o final da gravidez. Se a infecção ocorrer após a

30ª semana, recomenda-se instituir o tratamento tríplice materno: pirimetamina,

25mg, de 12/12 horas, por via oral; sulfadiazina, 1.500mg, de 12/12 horas, por via

oral; e ácido folínico,10mg/dia, este imprescindível para a prevenção de aplasia

medular causada pela pirimetamina (86).

Na toxoplasmose adquirida após a 30ª semana da gestação, o risco de

infecção fetal é alto o suficiente para dispensar procedimentos de diagnóstico fetal e

indicar o início imediato do tratamento em esquema tríplice (pirimetamina,

sulfadiazina e ácido folínico) (86).

E neste particular destacar a necessidade do conhecimento detalhado sobre a

prevalência e os fatores de risco de infecção com T. gondii na gravidez, assim como

a incidência de toxoplasmose congênita, custos financeiros com rastreamento da

infecção materna e tratamento dos infectados, visando elaborar medidas de

prevenção adequadas contra a infecção materna durante a gravidez e desta forma

evitar a transmissão congênita (158).

1.5.5 Malária

As mulheres grávidas são vulneráveis à malária porque o seu estado de

imunidade se modifica durante a gestação, tornando-a mais suscetível às alterações

no curso da gravidez (168).

O fator de risco para a malária é qualquer variável ou conjunto de variáveis

que tenham relação direta com a incidência da malária, ou seja, qualquer condição

que aumente a probabilidade de surgimento, agravamento e morte pela doença num

determinado momento. Os fatores de risco podem ser classificados como:

Biológicos – relacionados à população suscetível, agente etiológico e

presença do vetor;

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Ambientais – modificações do meio ambiente, temperatura, umidade e

presença de criadouros;

Econômicos – relacionados à baixa renda, ao desemprego e as condições

de trabalho, moradia e migrações;

Socioculturais – relacionados ao nível educacional, hábitos e costumes

culturais e religiosos;

Infra-Estrutura de Serviços de Saúde – relacionados a insuficiência de

serviços de saúde (159).

A sazonalidade da malária é diferente em cada estado da Região Amazônica

e está relacionada com precipitação, temperatura e nível da água que são fatores

que afetam a proliferação de mosquitos nos criadouros. De forma geral, há um pico

sazonal de casos de malária no período de transição entre as estações úmida e

seca. A malária é uma doença com alto potencial epidêmico, sofrendo variações

bruscas de acordo com variações climáticas e sócio-ambientais, mas principalmente,

variações na qualidade e quantidade de intervenções de controle (160).

Os dados epidemiológicos demonstram que a doença atinge cerca de 500

milhões de pessoas anualmente, é endêmica em 107 países no mundo, sendo

responsável pelas mortes de dois a três milhões de pessoas, especialmente nos

países tropicais e subtropicais situados ao Sul do deserto do Saara, Sudeste

Asiático e regiões da América Latina e Caribe, particularmente os situados nas áreas

da Bacia Amazônica, onde apresentam condições altamente favoráveis à

permanência dos plasmódios caracterizando-se como região propícia para

criadouros naturais do vetor (161,162).

O Relatório Mundial sobre Malária OMS de 2011 refere 216 milhões de casos

de malária diagnosticados em 2010 (81% na África) e 655.000 óbitos (91% na

África) (163,164).

No Brasil, o maior número de casos (99%) é verificado na Amazônia Legal

(divisão política do território nacional que engloba nove Estados: Amazonas - AM,

Amapá - AP, Acre - AC, Maranhão - MA, Mato Grosso - MT, Pará - PA, Rondônia -

RO, Roraima - RR e Tocantins - TO), e três espécies estão associadas a casos

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autóctones em seres humanos: P. vivax, P. falciparum e P. malariae. Os casos por

P.vivax são predominantes no país, seguidos por P. falciparum (respectivamente

84% e 16% dos casos notificados em 2014) (165,166). É importante destacar que

em 2013, o Brasil alcançou o menor número de notificações dos últimos 33 anos

(167).

Em 2014 foram registrados 143.552 casos de malária, sendo 4.593 casos

importados de países que fazem fronteira com o Brasil e 32 de outros países (167).

O estado do Amazonas contribuiu com o maior número de casos (47%),

seguido pelo Acre (22%). Em 2014, houve redução no número de casos de malária

em todos os estados da região bem como diminuição no número de casos em todos

os agrupamentos de áreas analisadas: urbana (-22%), indígena (-22%), garimpo (-

43%), assentamento (-17%) e no restante da área rural (-11%) (167).

O número de casos autóctones de malária falciparum sofreu uma redução de

21% em 2014, passando de 28.203 para 22.179. O estado do Acre contribuiu com o

maior número de casos (42%), seguido pelo Amazonas (38%) (167).

Independentemente da área geográfica e do padrão de transmissão, a

densidade parasitária é mais elevada no sangue periférico da mulher grávida, em

comparação com a mulher não grávida. Principalmente pelo fato de que a placenta

constitui local propício para sequestração e multiplicação do parasita, tornando

gestantes mais vulneráveis à infeção, tendo maior risco de complicações (169).

Durante a gestação os mecanismos de adaptação imunológica, que são

influenciados por diferentes hormônios sexuais, tais como os estrógenos e os

progestágenos vão incrementando-se na placenta durante a gravidez e inibindo a

capacidade de resposta imune local aos parasitos que provoca uma menor ativação

do macrófago placentário e aumenta a suscetibilidade da grávida às infecções por

plasmódio. Além disso, há um aumento dos níveis séricos de cortisol, responsável

pela imunossupressão celular e desenvolvimento de infecções (170,171).

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Em consequência destes fatores, existe na gestante um quadro de

exacerbação dos sintomas e maior risco de complicações. Além disso, reitera que a

malária na grávida deve ser considerada potencialmente grave, especialmente se a

mulher for primigesta, não tiver história de malária prévia ou se o agente etiológico

for o P.falciparum (172,173).

Para fins de estudo, a malária gestacional é definida como a presença do

plasmódio no sangue periférico materno ou o achado do parasito na placenta, que

resulta numa vasta gama de consequências prejudiciais, aumentando o risco de

formas complicadas da doença, como anemia grave, ameaça de aborto, aborto,

ameaça de parto prematuro, parto prematuro, óbito materno, crescimento intra-

uterino restrito, baixo peso ao nascer, malária neonatal e natimortalidade (174-177).

O período de incubação da malária varia de 7 a 14 dias, podendo, contudo,

chegar a vários meses em condições especiais, no caso de P. vivax e P. malariae. A

crise aguda da malária caracteriza-se por episódios de calafrios, febre e sudorese.

Têm duração variável de 6 a 12 horas e pode cursar com temperatura igual ou

superior a 40ºC. Em geral, os paroxismos são acompanhados por cefaléia, mialgia,

náuseas e vômitos, e a febre pode passar a ser intermitente (178).

O quadro clínico da malária pode ser leve, moderado ou grave, na

dependência da espécie do parasito, da quantidade de parasitos circulantes, do

tempo de doença e do nível de imunidade adquirida pelo paciente. O diagnóstico

precoce e o tratamento correto e oportuno são os meios mais adequados para

reduzir a gravidade e a letalidade por malária (178).

Pela inespecificidade dos sinais e sintomas provocados pelo Plasmodium, o

diagnóstico clínico da malária não é preciso, pois outras doenças febris agudas

podem apresentar sinais e sintomas semelhantes, tais como a dengue, a febre

amarela, a leptospirose, a febre tifóide e muitas outras. Dessa forma, a tomada de

decisão de tratar um paciente por malária deve ser baseada na confirmação

laboratorial da doença, pela microscopia da gota espessa de sangue, hoje padrão

ouro para diagnóstico desta infecção, ou ainda por testes rápidos

imunocromatográficos (178).

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Visando à proteção da gestante e do concepto contra as consequências

citadas anteriormente, o MS preconiza como ação da Atenção Básica o diagnóstico

oportuno e o tratamento adequado da malária durante a gestação, considerando

essencial a realização do exame da gota espessa em todas as consultas de pré-

natal, para as gestantes dos estados da região Amazônica, e no momento do parto

(160).

Com o objetivo de garantir o acesso das gestantes ao exame de malária

durante as consultas de pré-natal, o procedimento da gota espessa foi incluído como

exame de rotina na nova Caderneta da Gestante, que passou a ser utilizada em

2015, e é um componente da Rede Cegonha que corrobora para a redução da

mortalidade materna e neonatal, de encontro com os ODM da OMS. Assim, a

abordagem da malária durante a gravidez deve incluir (160):

1) Orientação à gestante quanto aos efeitos da malária durante a gravidez,

enfatizando a importância de procurar atendimento o quanto antes, quando

apresentar sintomatologia sugestiva da doença;

2) Realização do exame da gota espessa em todas as consultas de pré-natal, nos

estados da região Amazônica;

3) Coleta da lâmina para o exame da gota espessa e encaminhamento ao posto

de diagnóstico mais próximo, caso o local em que a gestante esteja realizando o

pré-natal não tenha microscopista disponível. Testes rápidos para o diagnóstico da

malária poderão ser utilizados na impossibilidade da realização do exame da gota

espessa;

4) Disponibilização imediata do resultado do exame e do tratamento para malária,

em caso de resultado positivo, além do acompanhamento da adesão ao esquema

terapêutico recomendado pelo MS e registro no sistema de informações pertinente

ao agravo, conforme (quadro 5) (165).

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Um outro aspecto a ser salientado são as condutas terapêuticas adequadas a

serem adotadas, descritas no (quadro 5) abaixo:

Quadro 5 - Esquema de tratamento da Malária na gestante Tratamento para P.vivax, ovale ou malariae

Peso/idade Cloroquina cp 150 mg

Observações 1º dia 2º dia 3º dia

25 a 34 kg e/ou 9 a 11 anos

2 cp 2 cp 2 cp Via oral. Dose total de 25 mg/kg, dividida em 10 mg/kg (1º dia, 7,5 mg/kg (2º dia) e 7,5 mg/kg (3º dia). Tomar preferencialmente junto com a refeição, em dose única diária.

35 a 49 kg e/ou 12 a 14 anos

3 cp 2 cp 2 cp

>= 50 kg e/ou >= 15 anos

4 cp 3 cp 3 cp

Prevenção de recaída para P.vivax, ovale ou malariae

Peso/idade Cloroquina cp 150 mg Observações

25 a 34 kg e/ou 9 a 11 anos

1 cp por semana Via oral. Dose semanal de 5 mg/kg/semana. Dose máxima semanal de 300 mg. Tratar por 12 semanas. Em alguns casos este prazo pode se prolongar. Certificar-se que a gestante aderiu ao tratamento para iniciar este esquema.

35 a 49 kg e/ou 12 a 14 anos

1½ cp por semana

>= 50 kg e/ou >= 15 anos

2 cp por semana

Infecções não complicadas por P.falciparum

1º trimestre

Peso/idade Quinina

(cp 500 mg) Clindamicina (cp

300 mg) Observações

30 a 49 kg e/ou 12 a 14 anos

1½ cp manhã

1 cp noite Por 3 dias

1 cp 6/6h por 5 dias

Via oral. Tomar preferencialmente junto com a refeição >= 50 kg e/ou

>= 15 anos 2 cp manhã 2 cp noite por 3 dias

1 cp 6/6h por 5 dias

Fonte: Adaptado do Manual de ações de controle da malária para profissionais de saúde da atenção básica (179); Guia prático de tratamento da malária no Brasil (180) e Manual técnico de Gestação de alto risco (98); e Linha Guia de Saúde Materno Infantil SEMSA (99).

Infecções mistas por P.falciparum e P. vivax ou ovale

Opção 1 – Artemeter + Lumefantrina (cp 20 + 120 mg) Observações

25 a 34 kg e/ou 9 a 14 anos

3 cps 12/12h por 3 dias No primeiro dia, a segunda dose pode ser dada em intervalo de 8 a 12h. Via oral. Tomar preferencialmente junto com a refeição.

>= 35 kg e/ou >= 15 anos

4 cps 12/12h por 3 dias

Opção 2 – Artesunato + Mefloquina (100 mg + 200 mg) Observações

>= 30 kg e/ou >= 12 anos

2 cps ao dia por 3 dias Tomar preferencialmente junto com a refeição.

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1.5.6 Pré-eclâmpsia

A pré-eclâmpsia é uma doença que acomete de 3-7% das gestações e cursa

com alta morbidade e mortalidade em todo o mundo (181). A OMS chama atenção

para a estimativa da incidência desta doença de 5 a 15% nos países em

desenvolvimento e que representa um risco de mortalidade de 5 a 9 vezes

comparado com países desenvolvidos (182,183). Destacam-se estudos realizados

em 2014 que apontam gravidade do quadro em mulheres de descendência africana

(184).

As síndromes hipertensivas mantém-se na liderança das causas de morte

materna na América Latina e Caribe, sendo que no Brasil foram responsáveis por 20

a 30% desses óbitos, seguido pelas hemorragias e infecções com menos de 10%

das mortes (185).

Portanto o diagnóstico de pré-eclâmpsia é realizado conforme os critérios

definidos pelo National Hight Blood Pressure Education Program Working Groupon

High Blood Pressure in Pregnancy, sendo caracterizado pela elevação da pressão

arterial após 20 semanas de gestação (níveis pressóricos ≥ 140x90 mmHg em duas

aferições com intervalo de seis horas), acompanhada de proteinúria (1+ ou mais na

medida de proteinúria de fita ou proteinúria > 300 mg/ 24 h (186).

Nesse sentido, através da 10ª revisão da Classificação Internacional de

Doenças (CID-10), separa a hipertensão pré-existente (HC) da hipertensão

gestacional (HIG), assim:

Hipertensão gestacional sem proteinúria ou pré-eclâmpsia leve;

Hipertensão gestacional com proteinúria (pré-eclâmpsia moderada, grave

ou sem especificação);

Eclâmpsia (HIG acrescida de convulsões);

Distúrbio hipertensivo pré-existente com proteinúria superposta (HC

acrescida de proteinúria) (187).

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Os manuais do MS e de atenção ao pré-natal brasileiros, recomendam a

medida da pressão arterial (PA) em todas as consultas de pré-natal (86).

Para o MS hipertensão arterial sistêmica (HAS) na gestação é classificada

nas seguintes categorias principais (86):

Pré-eclâmpsia: caracterizada pelo aparecimento de HAS e proteinúria (>

300 mg/24h) após a 20ª semana de gestação em mulheres previamente

normotensas;

Eclâmpsia: corresponde à pré-eclâmpsia complicada por convulsões que

não podem ser atribuídas a outras causas;

Pré-eclâmpsia superposta à HAS crônica: definida pela elevação aguda

da PA, à qual se agregam proteinúria, trombocitopenia ou anormalidades

da função hepática, em gestantes portadoras de HAS crônica com idade

gestacional superior a 20 semanas;

Hipertensão arterial sistêmica crônica: é definida por hipertensão

registrada antes da gestação, no período que precede à 20ª semana de

gravidez ou além de doze semanas após o parto;

Hipertensão gestacional: caracterizada por HAS detectada após a 20ª

semana, sem proteinúria, podendo ser definida como “transitória” (quando

ocorre normalização após o parto) ou “crônica” (quando persistir a

hipertensão) (86).

As alterações hipertensivas da gestação estão associadas a complicações

graves fetais e maternas e a um risco maior de mortalidade materna e perinatal

sendo responsável por um grande número de internações em Unidades de terapia

intensiva (UTI) (86).

As gestantes com diagnóstico de pré-eclâmpsia leve ou grave deverão ser

acompanhadas no pré-natal de alto risco e na sequência, deverão ser internadas,

solicitados os exames de rotina e avaliadas as condições maternas e fetais (98).

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É necessário identificar a situação de saúde da gestante quanto à presença

de comorbidades associadas ao quadro e a avaliação da PA, presença de edema e

ganho de peso durante as consultas de pré-natal na atenção básica, para que os

profissionais possam adotar condutas mais adequadas para cada caso,

apresentadas no (quadro 6) (86; 98).

Quadro 6 - Alterações da pressão arterial e conduta SITUAÇÃO CONDUTA

HAS prévia moderada ou grave ou em uso de medicação anti-hipertensiva

Referir ao pré-natal de alto risco e compartilhar o cuidado.

PA > 160/110 mm/Hg mesmo em gestante assintomática.

Referir com urgência à maternidade de alto risco.

PA > 140/90 mm/Hg e proteinúria positiva e/ou sintomas de cefaleia, epigastralgia, escotomas e reflexos tendíneos aumentados.

Referir com urgência à maternidade de alto risco.

PA > 140/90 mm/Hg e < 160/110 mm/Hg, assintomática e sem ganho de peso > 500 g semanais.

Repetir a aferição de PA. Fazer teste rápido de proteinúria e agendar consulta médica imediata na UBS. Referir ao pré-natal de alto risco para avaliação e conduta das síndromes hipertensivas. Orientar a procurar UBS/maternidade de referência na presença de sinais de alerta-cefaléia, escotomas, epigastralgia, edema, presença de “espuma” na urina e redução de movimentos fetais.

Níveis prévios de PA conhecidos e normais. Manutenção de níveis Elevação da pressão basal com níveis de PA < 140/90 mm/Hg

Orientar medidas de prevenção primária – alimentação saudável, ganho de peso adequado e atividade física regular e manter calendário habitual de consultas. Suspeitar de pré-eclâmpsia. Reavaliar com frequência. Verificar proteinúria, peso e edema, agendar consulta médica. Orientar redução do consumo diário de sal, aumento da ingestão de água e repouso até reavaliação. Orientar a procurar UBS/maternidade de referência na presença de sinais de alerta-cefaléia, escotomas, epigastralgia, edema, presença de “espuma” na urina e redução de movimentos fetais.

Níveis prévios de PA desconhecidos e PA < 140/90 mm/Hg

Orientar redução do consumo diário de sal, aumento da ingestão de água e prática de atividade física.

Ganho de peso súbito > 500 g/semana e/ou edema generalizado em MMII, face e mãos, independente da elevação de PA

Suspeitar de pré-eclâmpsia, principalmente > 24 semanas de gestação. Realizar teste rápido de proteinúria, agendar consulta médica na UBS e monitorar frequentemente. Orientar sinais de alerta – cefaleia, escotomas, epigastralgia, edema, presença de “espuma” na urina e redução de movimentos fetais.

Fonte: Adaptado da Linha Guia de Saúde Materno Infantil SEMSA (99), Manual técnico de Gestação de baixo e alto risco (86; 98);Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (95).

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É importante destacar que durante a gestação, a introdução de medicação

anti-hipertensiva é recomendada quando os níveis de PA forem superiores a

150/100 mmHg. A droga de escolha para tratamento da HAS é a metildopa, por ser

considerada segura em relação ao feto (86; 95; 98). A posologia recomendada é de

500 a 2000 mg/dia, dividida em 2 a 4 doses. Outros fármacos considerados

atualmente seguros para o uso na gestação são os bloqueadores de canais de

cálcio e os betabloqueadores (86; 95 ;98).

Gestantes cuja HAS crônica era previamente tratada e controlada com

tiazídicos em baixas doses podem, eventualmente, ter o esquema terapêutico

mantido (86; 95; 98). Se a PA reduzir a níveis inferiores a 120/80 mmHg, é

recomendado reduzir ou interromper o uso de anti-hipertensivo e monitorar

frequentemente a PA.

Há de se considerar que as síndromes hipertensivas na gestação merecem

especial destaque no cenário da saúde pública mundial, principalmente porque

representam a terceira causa de mortalidade materna no mundo e primeira em

nosso país. Do ponto de vista prático, a pré-eclâmpsia continua sendo uma

síndrome que leva a graves repercussões maternas e fetais, e, em virtude de sua

importância tem-se discutido sobre os mais adequados cuidados, terapêutica e

abordagem nos diversos momentos do ciclo gravídico-puerperal (86; 99).

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2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Avaliar a atenção ao pré-natal na rede pública de Manaus.

2.2 Específicos

Estimar a proporção de mães com assistência pré-natal entre as gestantes e

o tempo transcorrido entre a 1ª procura e a 1ª avaliação pré-natal.

Estimar adequação do pré-natal no que diz respeito à realização dos exames

da rotina do pré-natal.

Estimar o tempo transcorrido entre a solicitação do exame e o controle com o

resultado.

Avaliar as condutas adotadas em consequência aos resultados de exames

(usando como indicadores cinco doenças infecciosas: HIV/aids, Sífilis,

Hepatite B, Toxoplasmose e Malária e uma doença não infecciosa: pré-

eclâmpsia.

Identificar possíveis fatores de risco relacionados aos desfechos negativos

fetais.

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3 METODOLOGIA

3.1 Desenho de estudo

Trata-se de um estudo transversal de uma amostra gestantes em

acompanhamento pré-natal, que foram recrutadas no período de junho a julho de

2015, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Manaus- AM.

3.2 Tamanho da Amostra

Para determinar o tamanho da amostra, foi utilizado o método de

amostragem aleatória simples, utilizando a seguinte expressão:

n= N(p(1-p))_____

(N-1) x (e/Z)2 + p(1-p)

N= tamanho da população

P= proporção considerada

e= erro de estimação

z= valor obtido da tabela da distribuição normal.

O tamanho amostral foi estimado usando como base os dados do ano 2010

quando foram registrados pelo Sistema de Informação sobre nascidos vivos

(SINASC) um total de 39350 nascidos vivos sendo estes procedentes da rede

pública em 75% dos casos aproximadamente. Considerando uma proporção na

população de 50% para dar o maior tamanho amostral possível com uma precisão

absoluta de 95% e um nível de significância de 5% usando a calculadora virtual

disponível no site (http://www.vsai.pt/amostragem.php); desta maneira foi estimado o

recrutamento de 381 mulheres que realizam o pré-natal na rede pública de Manaus.

Adicionalmente todos os tamanhos amostrais foram também estimados por

statcalc do Epinfo. Por serem as estimativas muito próximas a 400 optou-se por

deixar este número como o tamanho da amostra das gestantes em

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acompanhamento pré-natal. Deste total uma foi excluída por ausência do

questionário na conferência final.

A distribuição geográfica da amostra utilizou a mesma proporção que a

observada em gestantes que realizaram pré-natal em 2014 de acordo com

informações obtidas no Departamento de informação, controle, avaliação e

regulação (DICAR) da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) e desta forma

considerou-se para a zona leste 79 gestantes (19,7%), zona norte 140 gestantes

(34,87%), Zona Oeste 97 (24,1%), Zona Sul 75 gestantes (18,53%) e Rural (fluvial e

terrestre) 11 gestantes (2,75%). Deste total, a proporção de gestantes para a zona

Rural que deveriam ter sido entrevistadas foi desconsiderada em virtude da logística

de deslocamento dos entrevistadores, porém não foi alterado o total de gestantes. O

mesmo foi redistribuído proporcionalmente para as demais zonas geográficas.

A seleção das unidades de saúde para o alcance do tamanho amostral foi

aleatória, sendo as UBS sorteadas de acordo com zonas geográficas nas quais

estavam localizadas, baseando-se nas listas de estabelecimentos de saúde cedidas

pelos Distritos de Saúde da SEMSA.

Os dados foram obtidos entre Junho e Julho de 2015, variando o período em

cada unidade, onde cada entrevistador permanecia cerca de um dia naquelas

unidades sorteadas, migrando no dia seguinte para outras unidades previamente

determinada até esgotamento total da amostra por zona geográfica.

3.3 Universo do estudo

3.3.1 Local do estudo

Este estudo foi desenvolvido nas UBS da rede pública que realizam

acompanhamento pré-natal, no município de Manaus.

A Atenção primária em Saúde (APS) tem como objetivo resolver até 80% dos

problemas de saúde da população, sem que haja a necessidade de

encaminhamento para outros pontos de atenção (189).

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As UBS são unidades de atendimento que se caracterizam por ser a porta de

entrada do usuário no Sistema Único de Saúde SUS. Atualmente, em Manaus,

encontramos várias denominações para UBS como por exemplo: USA, Casinha,

Casona, unidade de horário estendido, módulo, posto de saúde, unidade de saúde,

porém a finalidade é oferecer atenção Primária à saúde para a população (189).

A Estratégia Saúde da Família (ESF) é uma estratégia de reorganização da

atenção primária à saúde no país. A equipe é composta por Agente Comunitário de

Saúde (ACS), técnico de enfermagem, médico, enfermeiro, cirurgião dentista,

auxiliar de saúde bucal (ASB) e agente de controle de endemias (ACE) (189).

O município de Manaus possui uma classificação das unidades de saúde que

são diferenciadas quanto à tipologia, estrutura física e equipe de trabalho, conforme

(quadro 7):

Quadro 7 - Classificação das UBS quanto à tipologia, estrutura física e equipe de trabalho que realizam atendimento pré-natal na rede pública de Manaus – AM.

Tipologia Estrutura/Equipe de trabalho

UBS Tipo I

Uma equipe ESF com ACS, técnicos de enfermagem, médico, enfermeiro, com estrutura física diferenciada que não se enquadra nos padrões IA e IB.

UBS Porte IA

Unidade de (32 m2), equipe composta por uma

equipe de ESF com ACS, técnico de enfermagem, médico, enfermeiro. Planta básica: um consultório, uma farmácia, uma recepção e um banheiro

UBS Porte IB

Unidade de (132 m2), composta por uma

equipe ESF com ACS, técnico de enfermagem, médico, enfermeiro, cirurgião dentista e ASB. Planta básica: recepção, dois consultórios de nível superior, consultório de saúde bucal com duas cadeiras odontológicas, sala de vacina, sala para os ACS, uma farmácia, copa, sala de nebulização e triagem.

UBS Porte II

Unidade composta por duas equipes de atenção básica de estratégia de saúde da família com ACS, técnicos de enfermagem, médico, enfermeiro e equipe de saúde bucal.

UBS Porte III

Unidade com estrutura ampliada, variando número de consultórios composta por três equipes básicas ESF com ACS, técnicos de enfermagem, médico, enfermeiro e três

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equipes de saúde bucal.

UBS Porte IV

Unidade com estrutura ampliada, variando número de consultórios composta por quatro equipes básicas de ESF com ACS, técnicos de enfermagem, médico, enfermeiro e quatro equipes de saúde bucal.

UBS Porte V

Unidade com estrutura ampliada, variando número de consultórios composta por cinco equipes básicas de ESF com ACS, técnicos de enfermagem, médico, enfermeiro e cinco equipes de saúde bucal.

UBS Tradicional Unidade de estrutura variada que não possui estratégia da saúde da família em sua composição.

UBSTradicional com ESF

Unidade de estrutura variada, com uma equipe de ESF inserida composta por ACS, técnicos de enfermagem, médico, enfermeiro, cirurgião dentista e ASB, complementada por outros profissionais da atenção básica.

Fonte: Intranet SEMSA. Disponível em: http://semsa.manaus.am.gov.br/unidades-de-saude/.

3.3.2 População de Referência

O objeto de estudo foi a população de mulheres grávidas que procuram

atendimento pré-natal nas UBS da rede pública de Manaus. A cidade está situada à

margem esquerda do Rio Negro, cujo município abrange uma área terrestre de

11.648 Km2.

3.3.3 População do estudo

A população desse estudo foram mulheres que procuraram atendimento pré-

natal nas unidades já mencionadas, compreendendo a faixa etária entre 10 a 49

anos, atendidas no período de junho à julho de 2015, atendidas nas UBS da rede

pública.

3.3.4 Critérios de elegibilidade

Foram incluídas no estudo mulheres:

Idade entre 10 a 49 anos.

Presença nas unidades de saúde para atendimento pré-natal.

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Assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) ou

termo de assentimento(TALE) e termo de responsável legal no caso de

menor de 18 anos.

3.4 Plano de Análise

3.4.1 Procedimentos do Estudo

Após a aceitação e inclusão da gestante como participante da pesquisa, foi

realizada entrevista com a aplicação de um questionário padronizado (APÊNDICE 1)

elaborado pela equipe de pesquisa especificamente para essa finalidade.

Os dados foram coletados por uma equipe de sete entrevistadoras,

previamente treinados, que visitou, as UBS incluídas no estudo. As gestantes foram

selecionadas por meio de amostragem sistemática. Foi aplicada uma entrevista

estruturada com questões fechadas às grávidas. O cartão da gestante foi

fotografado.

No que se refere aos dados diretamente relacionados aos objetivos da

pesquisa, aqueles especificamente direcionados para este estudo foram (quadro 8):

Quadro 8 - Variáveis selecionadas para o estudo Variável Fonte

Idade Entrevista

Escolaridade Entrevista

Estado civil Entrevista

Profissão/ Ocupação Entrevista

Paridade Entrevista

História de aborto Entrevista

Tipo de parto Entrevista

Número de gestações Entrevista

Doença crônica antes da gravidez (Diabetes, hipertensão, HIV, hepatite B, hepatite C, outras.)

Entrevista

Problemas de saúde na gestação anterior: Alteração uterina, alteração de peso, trabalho de parto prematuro ou gravidez prolongada, pré-eclâmpsia, amniorrexe prematura, hemorragias, incompatibilidade sanguínea, óbito fetal, malária dentre outras.

Entrevista

Problemas de saúde na gestação atual: contração uterina, sangramento vaginal, perda de líquido amniótico, ausência de movimentação fetal, cefaleia intensa.

Entrevista

Vacinação ( antitetânica e influenza) Entrevista

Cartão pré-natal

Vinculação à Maternidade Entrevista

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Cartão pré-natal

Custos da atenção pré-natal ( pagamento por exame, consulta, medicamento, internação/hospitalização, gasto para vir a consulta, gasto com cuidadores para filhos.

Entrevista

Idade gestacional de início pré-natal

Entrevista Cartão pré-natal

Tempo entre a procura do primeiro atendimento e quando foi finalmente atendida.

Entrevista

Exames realizados por trimestre: HIV, Sífilis, Hepatite B, Malária, toxoplasmose

Entrevista Cartão pré-natal

Aferição da PA nas consultas Cartão pré-natal

Tempo entre o resultado do exame e a consulta posterior com o resultado. Cartão pré-natal

Resultados positivos e condutas Cartão pré-natal

Nota de atendimento para a consulta pré-natal Entrevista

Número de consultas pré-natal SINASC

Sexo do RN SINASC

Idade gestacional no parto SINASC

Apgar no primeiro e quinto minuto SINASC

Peso ao nascer SINASC

Tipo de Gravidez SINASC

Tipo de Parto SINASC

Anomalia congênita SINASC

Apresentação do RN SINASC

Cesárea antes do Parto SINASC

Apresentação do RN SINASC

Fonte de dados: para o presente estudo foi previsto que a informação teria

como fonte primária de dados a entrevista com a gestante (segundo o instrumento

de coleta de dados) e o cartão pré-natal.

Bases de dados secundários: revisão das bases de dados do SINASC.

3.4.2 Limitações metodológicas do estudo

Podemos relacionar algumas limitações no que se refere a realização desta

pesquisa como por exemplo a exatidão das respostas obtidas no questionário, uma

vez que as entrevistadas podem ter omitido dados comportamentais em função de

constrangimento diante do profissional, ou entendimento do que foi questionado.

Outro aspecto a ser considerado diz respeito à compreensão dos profissionais

das unidades quanto a presença de outro profissional realizando perguntas sobre o

serviço prestado o que muitas vezes poderia estar impossibilitando a gestante de

responder aos questionamentos destes profissionais com fidedignidade.

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Também há de se considerar algumas barreiras logísticas por parte dos

profissionais das unidades que encaravam a presença do entrevistador como forma

fiscalizadora do serviço prestado, por parte dos diretores das unidades e

profissionais de saúde vinculados a estas unidades, muitas das vezes dificultando o

andamento das entrevistas.

A entrevista possibilitou mais informações que o SINASC para as mesmas

variáveis analisadas, o que reforça a importância do registro adequado bem como

alimentação deste sistema. Para as pacientes não encontradas no SINASC as

possíveis explicações podem ser atribuídas as pacientes que evoluíram para aborto

ou natimorto, além de gestantes que podem ter dado à luz em outro município e

assim terem sido registradas em outro banco de dados.

Além das limitações supracitadas, o uso do cartão da gestante para obter

informações sobre a atenção recebida durante o pré-natal considerando a qualidade

da informação que depende dos seus registros, pois se trata de um instrumento cujo

preenchimento é feito por diferentes profissionais na prática da atenção pré-natal.

Para algumas variáveis houve uma proporção importante de falta de registro, o que

dificultou o entendimento quanto a não realização do procedimento normatizado ou

a ausência de registro do mesmo.

3.4.3 Teste Piloto

Para verificar a validade e a aplicabilidade do instrumento, foi realizado um

teste piloto com 10 (dez) gestantes em junho de 2015, após aceitarem participar e

assinarem o TCLE.

A entrevista foi realizada utilizando um Smartphone modelo Nokia lumia 640

digital televisor (DTV), no qual havia sido instalado o Software Microsoft Data

Gathering (MDG), onde estavam armazenadas as perguntas do questionário, que

permitiria por meio de touch screen, viabilizando a coleta dos dados com rapidez a

partir do momento em que o entrevistador obtivesse a resposta da participante da

pesquisa, oportunizando qualidade das informações em tempo real através de um

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aplicativo gratuito disponibilizado, bem como a prévia estruturação de um banco de

dados com as informações coletadas.

Como nosso estudo previa as fotografias dos cartões pré-natais, e o

instrumento apresentava uma série de questionamentos, o Software apresentou

algumas falhas, no que tange à inserção de dados juntamente com as fotografias.

Torna-se importante ressaltar que a equipe foi auxiliada pelo suporte do Instituto

Nokia de Tecnologia (INdT) bem como assessoramento do online da Microsoft, no

entanto as falhas persistiram, impossibilitando a utilização do mesmo no decorrer da

pesquisa.

Diante deste fato, viabilizamos a impressão dos formulários para que não

comprometêssemos a continuidade da pesquisa e o seguimento do estudo.

Apesar disso, consideramos o uso do aplicativo de grande importância, e

contribuímos com a nossa experiência durante sua aplicação para reestruturação e

adequação do mesmo, o que permitirá seu uso em pesquisas de campo futuras com

grande economia de tempo no período de coleta e estruturação do banco de dados.

3.4.4 Análise dos dados e Estatística

Os dados coletados, após organização e tabulação foram analisados

utilizando os programas Excel 2010 e Epi info 7.1.5.

A seleção de variáveis e as análises dos dados foram realizadas também

utilizando-se o software Stata 13 (StataCorp. 2013. Stata Statistical Software:

Release 13. College Station, TX: StataCorp LP).

Para identificar os possíveis fatores maternos associados ao risco do recém

nascido apresentar baixo peso, foi utilizado um modelo de regressão logística

múltipla do tipo passo a passo (stepwise) com seleção para trás (backward).

A seleção de variáveis independentes para o modelo multivariado considerou

apenas aquelas relacionadas às mães da casuística do estudo e o sexo do recém

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nascido. Tais variáveis encontram-se descritas nas tabelas 11 (variáveis

categóricas) e 12 (variáveis contínuas).

A variável dependente (desfecho) foi atribuída observando-se o critério da

OMS (Peso menor que 2.500g). Os casos foram assim definidos, sendo os demais

nascidos vivos incorporados ao grupo controle.

3.4.5 Definições de variáveis:

Gestante: define-se para efeitos do presente estudo como a mulher que se

autodefine como tal antes da primeira consulta o que se confirma com USG,

BCF, BHCG.

Concepto: este termo refere-se a todos os produtos da concepção, da

fertilização em diante (o embrião ou feto) e suas membranas (por exemplo, a

placenta).

Cobertura pré-natal: distribuição percentual de mulheres com filhos nascidos

vivos segundo o número de consultas de pré-natal, na população residente

segundo SINASC.

Número de nascidos vivos: total de bebês nascidos vivos e registrados em

Manaus no ano de 2014.

Nascido vivo: é a expulsão ou extração completa do corpo da mãe,

independentemente da duração da gravidez, de um produto de concepção

que, depois da separação, respire ou apresente qualquer outro sinal de vida,

como batimentos cardíacos, pulsações do cordão umbilical ou movimentos

efetivos dos músculos de contração voluntária, estando ou não cortado o

cordão umbilical e estando ou não desprendida a placenta. “Cada produto de

um nascimento que reúna essas condições se considera como uma criança

viva”.

Primeiro trimestre gestacional: período compreendido entre a primeira

semana e a 13,3ª semana de gestação.

Segundo trimestre gestacional: período compreendido entre a 13,4ª semana e

a 26,6ª semana de gestação.

Terceiro trimestre gestacional: período compreendido entre a 26,7ª semana e

a 41ª semana de gestação.

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Apgar: É o método mais comumente empregado para avaliar o ajuste

imediato do recém-nascido à vida extra-uterina, avaliando suas condições de

vitalidade. Uma nota de 8 a 10 significa que o bebê nasceu em ótimas

condições. Uma nota 7 significa que o bebê teve uma dificuldade leve. De 4 a

6, traduz uma dificuldade de grau moderado, e de 0 a 3 uma dificuldade de

ordem grave.

Adolescente: idade em anos menor ou igual a 18 anos.

Baixo peso: peso menor que 2.500g.

3.4.6 Definição de Indicadores

A cobertura do pré-natal foi estimada a partir das informações disponíveis no

SINASC e calculada dividindo-se o total de mulheres que realizaram pelo menos

uma consulta pré-natal pelo total de gestantes. Aquelas gestantes em que a

informação sobre o número de consultas no pré-natal não estiver disponível,

foram excluídas desta análise.

Para determinar a proporção de gestantes que iniciaram o pré-natal no primeiro,

segundo e terceiro trimestre foram utilizados os dados do cartão pré-natal sobre

a data da primeira consulta. Para estimar este indicador, o total de gestantes

com informação válida sobre a data da primeira consulta foi usado como

denominador.

- Para avaliação deste indicador determinou-se como satisfatório, o início do pré-

natal até a 16ª semana gestacional de acordo com PHPN.

Para determinar o tempo transcorrido entre a primeira procura e a primeira

avaliação pré-natal, foram utilizadas as respostas obtidas através do

questionário aplicado às gestantes sobre a pergunta: 5.8. “Quanto tempo se

passou entre o momento que você procurou o atendimento na casinha/posto de

saúde e o momento em que você iniciou a consulta pré-natal” (APÊNDICE 1).

Para este objetivo determinamos a frequência das respostas obtidas quanto ao

tempo transcorrido a ser considerado: no mesmo dia, na mesma semana, com

mais de uma semana e menos de um mês, entre um e dois meses, mais de 2

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meses e não conseguiu atendimento para início do pré-natal, dividindo-se pelo

total de gestantes com informação válida.

- Para avaliação deste indicador determinou-se como tempo transcorrido

satisfatório apenas para as consultas que ocorreram no mesmo dia ou na

mesma semana.

Para estimar adequação do pré-natal no que diz respeito à realização dos

exames de rotina. Determinou-se a cobertura por exame de acordo com o

trimestre gestacional. Inicialmente foi calculado dividindo-se o total de exames

individuais realizados pelo total de gestantes do trimestre excluindo-se quem

não apresentava informações sobre os exames. Sob orientação normativa do

manual de atenção ao pré-natal de baixo risco do MS (86).

- Para este item foi determinado a cobertura por exame de acordo com o

trimestre gestacional, considerando-se as doenças infecciosas: HIV/aids, Sífilis,

Hepatite B, Toxoplasmose, Malária e medida da pressão arterial para a doença

não infecciosa conforme o (quadro 9).

Quadro 9 - Parâmetro para avaliação quanto à cobertura e adequação de exames e procedimento pré-natal na rede pública de Manaus

Exames/procedimentos Satisfatório Regular Insatisfatório

1. HIV ≥80% 50% a 79,9% <50%

2. VDRL ≥80% 50% a 79,9% < 50%

3. Hepatite b ≥80% 50% a 79,9% < 50%

4. Toxoplasmose ≥80% 50% a 79,9% <50%

5. Malária ≥80% 50% a 79,9% < 50%

6. Pressão arterial ≥80% 50% a 79,9% < 50%

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Fonte: adaptado de Alves MTSSB, Silva AAM. Avaliação de qualidade de maternidades: assistência à mulher e ao seu recém-nascido no Sistema Único de Saúde. São Luis: UNICEF; 2000.

Para determinar o tempo transcorrido entre a solicitação do exame e o controle

com o resultado, foi utilizado os dados do cartão pré-natal. Para este objetivo foi

determinou-se a diferença de dias decorridos entre a data do resultado do exame

registrado no cartão pré-natal e a data da consulta subsequente. Posteriormente

foi calculado a média de dias que as gestantes aguardaram para avaliação dos

resultados de seus exames.

- Para avaliação deste indicador determinou-se que o intervalo de tempo a ser

considerado satisfatório deve ser menor ou igual a quatro semanas, e para as

demais situações insatisfatório, excedendo o espaçamento de tempo proposto.

Para estimar a adequação das condutas adotadas em consequência dos

resultados dos exames de HIV/aids, sífilis, hepatite B, toxoplasmose, malária e

pré-eclâmpsia, utilizaremos os dados do cartão pré-natal. Este indicador foi

calculado dividindo-se número de condutas adequadas, pelo total de resultados

alterados excluindo-se os que não tiveram alterações nos exames e aqueles sem

informação para a variável estudada.

- Para as condutas adotadas, foram avaliadas como satisfatórias apenas quando

constem no cartão da gestante os itens: tratamento, tratamento do parceiro (quando

aplicável), avaliações de controle e registro conforme protocolo do MS para as

doenças infecciosas.

- Para identificar as alterações na pressão arterial e posterior avaliação das

condutas adequadas foram considerados os registros de PA ≥ 140X90 mmHg

definidos pelo National Hight Blood Pressure Education Program Working Groupon

on High Blood Pressure in Pregnancy.

Para a avaliação do desempenho dos canais de distribuição dos serviços nas

unidades de saúde que oferecem atendimento pré-natal, foi utilizado as respostas

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obtidas através do questionário aplicado às gestantes (APÊNDICE 1) para as

perguntas 5.9 Você precisou ir em mais de uma casinha/posto de saúde para ter

atendimento? e 5.17 Em uma escala de um a cinco que nota você daria para seu

atendimento durante a consulta pré-natal sendo: 1. Péssimo, 2. Ruim, 3. Regular, 4.

Bom, 5. Excelente. Desta forma foi determinado a proporção de gestantes que

procuraram mais de uma unidade de saúde pelo total de gestantes com informação

válida sobre a variável analisada. Adicionalmente foi estimado uma avaliação

qualitativa do atendimento pré-natal.

- Para avaliação deste indicador determinou-se satisfatório quando não houve

peregrinação da gestante, ou seja, foi atendida na primeira unidade que procurou

para iniciar o pré-natal.

- Para avaliação qualitativa considerou-se satisfatória a proporção de respostas

entre bom e excelente (melhores notas) e as demais piores notas.

Para identificar possíveis fatores de risco relacionados a desfechos negativos

fetais foi verificado se existiam associações dos possíveis fatores de risco maternos

e fetais (idade, ocupação, estado civil, escolaridade, existência de doenças prévias

em tratamento ou diagnosticadas no pré-natal, número de filhos, tipo de parto, sexo

do RN, presença de anomalia congênita, apresentação do RN e avaliação da

consulta pré-natal) quanto ao desfecho fetal (prematuridade e baixo peso ao

nascer). Para isto foi utilizado as informações contidas no questionário, no cartão da

gestante e no SINASC.

3.4.7 Financiamento

O projeto foi autorizado pela Fundação de amparo à pesquisa do estado do

amazonas (FAPEAM) através do Programa de pesquisas para o SUS (PPSUS- AM),

edital de chamada pública Nº 002/2012 decisão Nº 031/2013, processo Nº

062.011.022.013, com recurso de R$ 138.194,80 (centro e trinta e oito mil cento e

noventa e quatro reais e oitenta centavos).

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3.4.8 Aspectos Éticos

Este estudo faz parte de um projeto maior intitulado: “Avaliação do controle

pré-natal e do parto na rede pública de Manaus, Amazonas”, foi desenvolvido,

durante o período de 18 de junho à 13 julho de 2015, nas unidades básicas de

saúde e estratégias de saúde da família da rede pública do município de Manaus.

Todos os dados deste projeto foram coletados em forma prospectiva e

retrospectiva a partir de fonte primária e secundária. O mesmo foi submetido ao

Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira

Dourado (FMT- HVD), aprovado pelo parecer Nº 735. 837 e CAAE:

338.941.148.00000005, sob a coordenação da Dra. Flor Ernestina Martinez-

Espinosa. O trabalho obteve as anuências da Secretaria Estadual de Saúde

(SUSAM), Secretaria Municipal da Saúde (SEMSA), Maternidade Ana Braga,

Maternidade Balbina Mestrinho, Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) e Instituto

Nokia de Tecnologia (INDT) (Anexos).

Todas as gestantes que aceitaram participar do estudo assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido, conforme resolução n.º 466/2012 do Conselho

Nacional de Saúde.

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4.0 RESULTADOS

4.1 Distribuição das gestantes de acordo com a tipologia das unidades

de saúde

As gestantes do estudo foram atendidas nas UBS em diversos tipos de

unidades, como pode ser verificado na (tabela 1) abaixo, seguindo as características

citadas anteriormente no (quadro 7):

Tabela 1: Distribuição de gestantes do estudo de acordo com a tipologia das unidades em que realizaram atendimento pré-natal na rede pública Manaus- AM, 2015

N=399 gestantes

Tipologia n %

I 7 1,75

IA 19 4,76

IB 148 37,09

II 9 2,26

III 17 4,26

IV 2 0,50

Tradicional 143 35,84

Tradicional com ESF 54 13,54

4.2 Variáveis Sociodemográficas das gestantes

A média de idade foi de 25,39 ± 6,74, e 310 (77,69%) tinha idade maior que

18 anos. O número de gestações foi de 2,3 ± 1,7, sendo que 43,23% da amostra

eram primíparas, 19,48% das gestantes apresentaram história prévia de aborto.

A quantidade média de filhos vivos foi de 1,2 ± 1,5. Observou-se que 5,51%

tinham doença pregressa antes de engravidar, sendo hipertensão arterial 9 (2,26%),

HIV 1 (0,25%). A maior parte da amostra 76 (19,05%) havia realizado apenas uma

consulta antes da entrevista e a média de idade gestacional no momento da

entrevista foi de 27,7 ± 8,7 semanas. Aspectos sociodemográficos adicionais à

população estuda encontram-se na (tabela 2).

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Tabela 2: Características sociodemográficas das gestantes entrevistadas nas unidades de saúde durante a atenção pré-natal na rede pública Manaus- AM, 2015

N= 399

Gestantes

Variáveis n %

Faixa etária

14-17 49 12,30

18-29 246 61,60

30-45 104 26,10

Escolaridade

Não frequentou a escola 2 0,50

Primeiro grau incompleto (até 4ª série) 49 12,28

Primeiro grau completo ( até 8ª série) 67 16,80

Segundo grau incompleto 79 19,80

Segundo grau completo 147 36,84

Superior incompleto 35 8,77

Superior completo 20 5,01

Profissão/ocupação

Estudante 52 13,03

Do lar 224 56,14

Ocupações com renda 123 30,83

Estado Civil

Casada ou vive com companheiro 313 78,45

Solteira 83 20,80

Separada 3 0,75

4.3 Variáveis obstétricas das gestantes

As tabelas 3, 4 e 5 exibem as informações sobre as alterações obstétricas na

gravidez anterior, complicações relacionadas à gravidez atual e serviços

assistenciais realizados durante a atenção pré-natal respectivamente.

Tabela 3: Alterações obstétricas na gravidez anterior, das gestantes entrevistadas nas unidades de saúde durante a atenção pré-natal na rede pública Manaus- AM, 2015

N= 399 Gestantes

Variáveis n %

Alteração uterina anterior

Sim 7 1,75

Não 392 98,25

Trabalho de parto prematuro ou gravidez prolongada

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Sim 12 3,01

Não 387 96,99

Alteração de peso

Sim 26 6,52

Não 373 93,48

Pré-eclâmpsia/eclampsia

Sim 14 3,51

Não 385 96,49

Aminiorrexe prematura

Sim 16 4,01

Não 383 95,99

Hemorragias

Sim 13 3,26

Não 386 96,74

Incompatibilidade sanguínea

Sim 4 1,00

Não 395 99,00

Óbito fetal

Sim 12 3,01

Não 387 96,99

Malária

Sim 2 0,50

Não 397 99,50

Outras

Aborto 1 0,25

Óbito neonatal 1 0,25

Dengue 1 0,25

Diabetes 1 0,25

Gravidez anembrionária 1 0,25

ITU 7 1,75

Anemia 1 0,25

Sífilis 1 0,25

Toxoplasmose 1 0,25

Prematuridade 1 0,25

Nenhuma 383 96,00

Tabela 4: Complicações da atual gravidez das gestantes entrevistadas nas unidades de saúde durante a atenção pré-natal na rede pública Manaus- AM, 2015

N= 399 Gestantes

Variáveis n %

Apresentou contrações uterinas

Sim 101 25,31

Não 298 74,69

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Apresentou sangramento vaginal

Sim 340 85,21

Não 59 14,79

Apresentou perda de líquido amniótico

Sim 22 5,51

Não 377 94,49

Notou ausência de movimentação fetal por mais de 3 horas (N=386)

Sim 32 8,29

Não 354 91,71

Apresentou cefaléia intensa

Sim 167 41,85

Não 232 58,15

Foi encaminhada pelo médico e/outro profissional (N=398)

Sim 19 4,76

Não 379 94,99

Tabela 5: Distribuição proporcional de serviços assistenciais, realizados nas gestantes estudadas durante a atenção pré-natal na rede pública Manaus- AM, 2015

N= 399 Gestantes

Variáveis n %

Realizou vacinação antitetânica (N=359)

Sim 278 77,44

Não 81 22,56

Realizou vacinação anti influenza (N=362)

Sim 264 72,93

Não 98 27,07

Foi vinculada à alguma Maternidade (N=368)

Sim 83 22,55

Não 285 77,45

4.4 Custos da atenção pré-natal

Adicionalmente, calculou-se os custos da atenção pré-natal (tabela 6).

Tabela 6: Custos da atenção pré-natal das gestantes entrevistadas nas unidades de saúde durante o pré-natal na rede pública Manaus- AM, 2015

N= 399 Gestantes

Variáveis n %

Necessitou pagar por algum exame, consulta ou medicamento

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Sim 298 74, 69

Não 101 25,31

Pagou por exame

Sim 286 71,68

Não 113 28,32

Pagou por consulta

Sim 12 3,01

Não 387 96,99

Pagou por medicamento

Sim 113 28,32

Não 286 71,68

Pagou por internação/hospitalização

Sim 2 0,50

Não 397 99,50

Realizou algum gasto para vir a consulta ( você ou seu acompanhante)

Sim 64 16,04

Não 335 83,96

Houve algum gasto com cuidadores para seus filhos

Sim 19 4,76

Não 380 95,24

Quando questionadas sobre as despesas com a consulta pré-natal, as

gestantes entrevistadas 333 (83,45%) e seus acompanhantes, não apresentaram

nenhum gasto financeiro com transporte e 66 (16,54%) realizou gasto médio de R$

13,58. Em relação aos custos com alimentos, 29 (7,27%) das entrevistadas e seus

acompanhantes tiveram gasto médio de R$ 15,41.

No que se refere aos custos com cuidadores para seus filhos durante a

ausência materna para comparecimento à consulta pré-natal 6 (1,50%) da casuística

realizou gasto médio de R$ 22,50.

No que se refere ao valor financeiro perdido pela ausência nas atividades

laborais durante a consulta pré-natal, 12 (3%) das gestantes afirmaram perda média

de R$ 68,25.

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4.5 Descrição da assistência pré-natal

4.5.1 Cobertura da assistência pré-natal

A cobertura foi estimada usando como fonte de informação o SINASC de

2014 em que mulheres sem nenhuma consulta registrada foi de 6,05%, e sem

informações de 0,59% ( tabela 7).

Ao realizar cruzamento dos dados, observou-se inconsistência no registro de

consultas do SINASC, com o nosso banco de dados que constava registro de

consulta pré-natal para as gestantes informadas sem “nenhuma”; (tabela 8).

Tabela 7: Cobertura do SINASC de acordo com número de consultas de pré-natal realizadas na rede pública de Manaus, 2014

Consultas n %

1-3 5.219 12,19

4-6 16.944 39,58

7 ou mais 17. 804 41,59

39.967 93,36

Fonte: MS/SVS/DASIS – Sistema de Informações sobre nascidos Vivos – SINASC. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvAM.def.

Tabela 8: Cobertura da atenção pré-natal segundo número de consultas das gestantes entrevistadas nas unidades de saúde durante a atenção pré-natal na rede pública Manaus- AM, 2015

Consultas n %

Nenhuma 5 1,25

1-3 27 6,77

4-6 147 36,84

7 ou mais 197 49,38

376 94,24

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Quanto ao número de consultas 105 (28,23%) realizaram menos que seis

consultas e 267 (71,77%) realizaram seis ou mais consultas pré-natal.

Foram registrados 376 nascidos vivos. Os 23 (5,76%) sem informação considera-

se a possibilidade de abortos, natimortos ou nascimento em outro município, destes,

dois (0,5%) foram óbitos.

4.5.2 Início da atenção pré-natal

4.5.2.1 A distribuição das gestantes segundo o trimestre de início do pré-natal está

descrito na (figura 2), e a média de idade gestacional no dia da primeira consulta

pré-natal foi de 14,2 ± 5,97 semanas.

Figura 2: Distribuição das gestantes de acordo com o trimestre de início do pré-natal rede pública de Manaus- AM, 2015 (N=343)

A idade gestacional para início do pré-natal foi satisfatória para 229 (66,96%)

das gestantes e insatisfatória para 113 (33,04%).

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4.5.2.2 A descrição do tempo transcorrido entre o momento da procura e o

atendimento para início do pré-natal está descrito na (figura 3)

Figura 3: Tempo transcorrido entre o momento da procura e o atendimento para início do pré-natal na rede pública do Município de Manaus- AM, 2015 (N=399)

O tempo transcorrido foi considerado satisfatório para 192 (48,12%) das gestantes.

4.5.3 Cobertura de exames pré-natal

4.5.3.1 Cobertura por exame de acordo com o trimestre gestacional, considerando a

idade gestacional no dia da entrevista para as doenças infecciosas: HIV/aids, Sífilis,

Hepatite B, Toxoplasmose, malária e medida da pressão arterial para a doença não

infecciosa, descrito nas (figuras 4,5,6, 7,8).

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Figura 4: Exames de HIV realizados no primeiro, segundo e terceiro trimestre gestacional no pré-natal da rede pública do Município de Manaus- AM, 2015 (N 1° trim=20, N 2° trim=141, N 3° trim=210)

Para o parâmetro de avaliação estabelecido a cobertura de exames de HIV é

insatisfatória nos três trimestres gestacionais considerados. Foi encontrado

prevalência de uma (1,51%) gestante com HIV.

Figura 5: Exames de sífilis realizados no primeiro, segundo e terceiro trimestre gestacional no pré-natal da rede pública do Município de Manaus- AM, 2015 (N 1° trim=23, N 2° trim=140, N 3° trim=209)

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Para o parâmetro de avaliação estabelecido a cobertura de exames de sífilis é

insatisfatória nos três trimestres gestacionais considerados. Em relação aos exames

realizados foi encontrado uma prevalência de quatro (5%) casos positivos para

sífilis.

Figura 6: Exames de hepatite B realizados no pré-natal da rede pública do Município de Manaus- AM, 2015 (N=395)

Para o parâmetro de avaliação estabelecido a cobertura de exames de

hepatite B é regular para o número de gestantes considerado. Não houve resultado

positivo para esta avaliação.

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Figura 7: Frequência de exames e resultados de sorologias para toxoplasmose realizados no pré-natal da rede pública do Município de Manaus- AM, 2015 (N=387)

Para o parâmetro de avaliação estabelecido a cobertura de 253 (65,38%)

exames para toxoplasmose é regular para o número de gestantes considerado.

Das nove pacientes com infecção aguda, três (33,33%) realizaram teste de avidez.

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Figura 8: Exames de exames de malária realizados no pré-natal da rede pública

do Município de Manaus- AM, 2015 (N=394)

Para o parâmetro de avaliação estabelecido a cobertura de exames de

malária é insatisfatória para o número de gestantes considerado.

Quanto a frequência de verificação da pressão arterial, a mesma foi aferida

em 88,33% das consultas, considerado satisfatório.

Deste total nove (0,92%) estavam alteradas quanto ao preconizado pelo

protocolo.

4.5.4 Tempo transcorrido para avaliação dos resultados dos exames

A média de dias decorridos entre o recebimento dos resultados de exames e a

consulta posterior para avaliação foi de 35,79 ± 18,07 dias.

Foi encontrado percentual de gestantes que não se adequavam ao intervalo de

tempo para avaliação dos resultados dos exames, os principais motivos encontrados

foram (N=275):

A data do resultado do exame é a mesma da primeira consulta: dois (0,72%);

A data do resultado é a mesma da consulta posterior: três (1%);

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O resultado do exame antecedeu três semanas e seis dias da primeira

consulta: um (0,36%);

A data do resultado foi posterior a consulta de retorno 22 (8%);

Não realizou exame 34 (12,36%);

Não tem registro de consulta posterior: um (0,36%)

4.5.5 Adequação de condutas no pré-natal

4.5.5.1 Para este item foi necessário identificar e analisar as condutas adotadas

frente aos resultados de exames alterados conforme (tabela 9).

Tabela 9: Itens de avaliação da adequação das condutas registradas nos cartões de pré-natal nos casos em que houve diagnóstico de infecção nas unidades de saúde durante a atenção pré-natal na rede pública Manaus- AM, 2015

Doença Tratamento Tratamento do

parceiro Controle Registro Adequação

Sífilis SIM SIM NÃO SIM NÃO

Sífilis SIM NÃO NÃO SIM NÃO

Sífilis SIM NÃO NÃO SIM NÃO

Sífilis NÃO NÃO NÃO SIM NÃO

HIV NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO

Toxo** SIM NSA SIM SIM SIM

Toxo NÃO NSA SIM NÃO NÃO

Toxo NÃO NSA NÃO NÃO NÃO

Toxo NÃO NSA NÃO NÃO NÃO

Toxo NÃO NSA NÃO NÃO NÃO

Toxo NÃO NSA NÃO NÃO NÃO

Toxo NÃO NSA NÃO NÃO NÃO

Toxo NÃO NSA NÃO NÃO NÃO

Toxo NÃO NSA NÃO NÃO NÃO

**Toxo: toxoplasmose ***NSA: não se aplica

A adequação quanto às condutas frente aos resultados de exames para

doenças infecciosas foi satisfatória em apenas um (7,14%) controle pré-natal

realizado (tabela 9).

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Entre as que realizaram exame confirmatório para toxoplasmose uma conduta

(11,11%) foi satisfatória conforme protocolo.

Para malária e hepatite B não houve alteração nos resultados dos exames

realizados.

Quanto as condutas nas alterações de pressão arterial apenas uma (11,11%)

foi satisfatória adequado conforme protocolo.

4.5.6 Avaliação do acesso e da consulta pré-natal disponibilizado à gestante

4.5.6.1 Para descrição do acesso avaliou-se a peregrinação percorrida pela gestante

para início do pré-natal (figura 9).

Figura 9: Acesso para início do pré-natal da rede pública do Município de Manaus- AM, 2015.

O acesso da gestante foi considerado satisfatório para 328 (82,21%) das

gestantes do estudo.

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4.5.6.2 Avaliação da consulta pré-natal

4.5.6.2.1 Para descrição da avaliação da consulta pré-natal atribuiu-se (figura 10).

,

Figura 10: Avaliação das gestantes quanto ao atendimento durante a consulta de pré-natal na rede pública Manaus- AM, 2015

A avaliação do atendimento foi considerada satisfatória para 308 (78,19%)

das gestantes, ou seja, considerando-se as melhores notas atribuídas.

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4.5.7 Características dos recém-nascidos e fatores associados

A tabela 10 descreve as características dos recém-nascidos do estudo de

acordo com os dados fornecidos pelo SINASC.

Tabela 10: Características dos recém-nascidos segundo SINASC

Variáveis n %

Sexo

Masculino 204 54,40

Feminino 171 45,60

Duração da gestação

28-31 sem 3 0,82

32-36 sem 22 6,00

37-41 sem 330 89,91

+ 42 sem 12 3,27

Apgar no primeiro minuto

Sem asfixia (8 - 10) 357 89,48

Com asfixia leve ( 5 - 7) 14 3,51

Com asfixia moderada (3 – 4) 2 0,50

Com asfixia grave ( 0 – 2) 1 0,25

Apgar no quinto minuto

Sem asfixia (8 - 10) 370 98,93

Com asfixia leve ( 5 - 7) 3 0,80

Com asfixia moderada (3 – 4) 1 0,27

Com asfixia grave ( 0 – 2) 0 0

Peso ao nascer

< 1000g 2 0,53

1000g - 1999g 6 1,59

2000g - 2499g 13 3,46

2500g - 3000g 85 22,61

3100g – 3499g 139 36,97

≥ 3500g 131 34,84

Fonte: MS/SVS/DASIS – Sistema de Informações sobre nascidos Vivos – SINASC.

A Tabela 11, abaixo apresentada, resume os resultados das análises de

regressão logística univariada e multivariada para as variáveis categóricas.

No modelo univariado, apenas a presença de hipertensão arterial prévia

(OR=7,111, p=0,024) e a nota atribuída ao atendimento (OR=0,329, p=0,018) foram

estatisticamente significantes.

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Apesar disso, o tipo de gravidez (OR=8,972, p=0,079), a ocorrência de anomalia

congênita (OR=0,159, p=0,119) e a apresentação do recém-nascido (OR=4,573,

p=0,067) foram selecionadas para o modelo multivariado por apresentarem valores

de p menores que 0,2, conforme descrito nos métodos.

Ainda na tabela 11, as variáveis que apresentaram associação significante

com o desfecho na análise multivariada foram as mesmas que apresentaram

associação significante no modelo univariado, sendo o tipo de gravidez dupla

(OR=154,34, p=0,018) e presença de hipertensão arterial (OR=32,852, p=0,001)

fatores de risco, enquanto que as melhores notas atribuídas ao atendimento foi fator

de proteção (OR=0,254, p=0,01).

A tabela 12 apresenta os resultados das análises de regressão para as

variáveis contínuas. Para essas variáveis, o número de semanas de gestação

(OR=0,586, p=0,000) demonstraram associação com o desfecho e foram

selecionadas para o modelo multivariado.

Apesar de serem apresentadas em tabelas distintas, as variáveis foram

analisadas de forma conjunta no modelo, portanto, os valores encontrados de razão

de chances são independentes entre si para o modelo multivariado.

Tabela 11: Fatores associados ao baixo peso ao nascer – variáveis categóricas

Baixo peso ao nascer

Casos % Controles % OR bruto P OR

ajustado p

Escolaridade 1-3 anos 0 0 3 0.93 1 4-7 anos 2 10.53 60 18.58 748834.6 0.996 -- --

8-11 anos 11 57.89 224 69.35 1103129 0.996 -- -- mais 12 anos 6 31.58 36 11.15 3742647 0.996 -- -- Estado civil

Solteira 15 83.33 244 75.31 1 Casada 1 5.56 59 18.21 0.275 0.217 -- --

Separada judicial

0 0.00 1 0.31 -- --

União Estável 2 11.11 20 6.17 1.626 0.537 -- -- Tipo de gravidez

Única 18 94.74 323.00 99.38 1 Dupla 1 5.26 2.00 0.62 8.972 0.079 154.34 0.018 Parto

Vaginal 8 42.11 177 54.46 1

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Cesáreo 11 57.89 148 45.54 1.644 0.298 Sexo

Masculino 7 36.84 150 46.15 1 Feminino 12 63.16 174 53.54 1.478 0.424 -- -- Anomalia congênita

Ausente 1 5.56 3 0.93 1 Presente 17 94.44 321 99.07 0.159 0.119 2.232 0.101

Apresentação do RN

Cefálico 17 85.00 311 97.49 1 Pélvico 2 10.00 8 2.51 4.573 0.067 0.967 0.98

Transverso 0 0.00 1 0.31 -- -- -- -- Cesárea antes do

parto

Não 3 37.5 35 28.69 1 Sim 5 62.5 86 70.49 0.678 0.608 -- --

Doença prévia

Não 18 90 310 95.38 1 Sim 2 10 15 4.62 2.296 0.293 -- --

Has prévia Não 18 90 320 98.46 1 Sim 2 20 5 1.54 7.111 0.024 32.852 0.001

Abortos Não 4 20 62 19.08 1 Sim 16 80 262 80.62 0.947 0.924 -- --

Nota de atendimento

Piores notas 9 45 69 21.23 1 Melhores

notas 11 55 256 78.77 0.329 0.018 0.254 0.01

Tabela 12: fatores associados ao baixo peso ao nascer – variáveis contínuas

Variáveis (Média / Desvio padrão) OR bruto (CI

95%) p

OR ajustado (CI 95%)

p

Idade da mãe (Média= 26.08/ DP= 6.43) 0.987 0.723 -- --

Quantidade de filhos vivos (Média=1.61/DP=1.55) 1.041 0.812 -- --

Idade gestacional no parto (Média=38.9/DP=1.78) 0.586 0.000 0.747 0.208

Consultas (Média=6.76/DP=2.18) 0.765 0.399 -- --

Gestações ( Média=2.46/DP=1.76) 1.003 0.985 -- --

Quantidade de filhos vivos (Média=2.17/DP=1.47) 1.041 0.812 -- --

Número de partos normais (Média=1.37/DP=1.57) 1.006 0.973 -- --

Número de partos cesáreas (Média=0.61/DP=0.92) 0.913 0.800 -- --

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76

5. DISCUSSÃO

Para a avaliação da atenção ao pré-natal foi necessário conhecer a tipologia

das unidades de saúde do município de Manaus, pois a estrutura física, os recursos

humanos e materiais disponíveis no serviço são diferenciados, o que poderia

influenciar na avaliação, já que Manaus segue um modelo de estruturação e

organização próprio. Destacam-se como limitações a possibilidade de se

encontrarem vieses quando se analisam estudos que avaliam qualidade nestes

modelos de unidades de saúde.

Em relação às características sóciodemográficas, a média de idade das

gestantes foi de (25,39 ± 6,74), semelhante aos estudos realizados no estado do Rio

de Janeiro 24,6 e Recife (24,3 ± 6,33) considerando as mesmas faixas etárias

(21,27). Porém, quanto a doenças prévias, foi encontrada diferença entre este

estudo 5,51% e o realizado no Rio de Janeiro 8,0% (21,27).

Para o estado civil, 78,45% das entrevistadas declararam ser casadas ou

viver com companheiro, percentual semelhante aos estudos realizados no Rio de

Janeiro 70,0%, e em Recife 80,4% (21,27). Viver com companheiro esteve

positivamente associado ao início precoce da assistência pré-natal, indicando a

importância do suporte social para os cuidados com a gravidez.

Quanto a escolaridade, este estudo apresentou escolaridade igual ou superior

ao ensino médio em 70,42% contrapondo os resultados de 26,5% em Recife e 60%

da pesquisa em Juiz de Fora com elevado percentual de educação básica

incompleta (21,27,30).

Neste estudo 43,23% eram primíparas, resultado semelhante foi encontrado

em Recife 39,9%, São Luís 47,8%, e em outro estudo 46,9%, que avaliou o

processo de nascimento no Brasil. A principal diferença encontrada foi de 72,7% em

Teresópolis (27,190-191).

Estas pesquisas apontam elevada proporção de primíparas em virtude do

número de adolescentes nestes estudos. Porém, em nossa casuística 77,69% das

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entrevistadas tinham mais de 18 anos de idade não sendo consideradas

adolescentes. Os estudos supracitados, inclusive um estudo na Europa, têm

mostrado que as grávidas adolescentes iniciam mais tardiamente o pré-natal, e

utilizam inadequadamente os cuidados pré-natais, realizam um menor número de

consultas, quando comparada às mulheres adultas (27, 190-198).

Foi evidenciado elevado percentual de mulheres adultas, o que pode ter

influenciado no número de consultas realizadas e na proporção de gestantes com

mais de seis consultas pré-natal.

É importante destacar que o nível de escolaridade, o número de filhos e o

estado civil foram citados em vários estudos como características maternas e fatores

associados ao inadequado cuidado pré-natal para as gestantes com baixo nível de

escolaridade, elevado número de filhos e solteiras (3, 199-204).

Em relação à ocupação/profissão 56,14% das gestantes eram do lar,

diferentemente do que foi encontrado em Fortaleza 42,8% e na Austrália 27,7% (19-

20).

Porém, é importante considerar o entendimento da gestante em ser

“doméstica” e “do lar” pois grande parte das entrevistadas quando questionadas

sobre ocupação e profissão apresentaram as mesmas respostas, o que poderia ter

influenciado no elevado percentual de gestantes “do lar”.

A cobertura do pré-natal neste estudo foi de 94,24%, semelhante ao que foi

encontrado em Recife 96,21%, Pelotas 95%, Rio de Janeiro 96,1%, Juiz de Fora

99%, Criciúma 96,6%, Ribeirão Preto 97,4%, Nova Zelândia 99,1% e Finlândia 99%,

porém inferior ao observado em São Luís 89,5% (21,27,191, 208-211).

A média de consultas no estudo realizado em São Luís foi de 5,3 e o

percentual de gestantes que iniciaram pré-natal até o quarto mês foi de 38%, inferior

aos apresentados no presente estudo, onde a média de consultas foi 6,68 e 66,96%

que iniciaram pré-natal até o quarto mês, porém nas pesquisas realizadas em

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Pelotas 86% e Criciúma 83,2% constatou-se percentuais elevados para esta

avaliação (21,27,191, 208-211).

Um fato que reforça os dados encontrados no estudo é que o percentual de

cobertura do pré-natal representa o quantitativo de nascidos vivos em Manaus

fornecido pelo SINASC. E os registros destas consultas podem refletir a realização

de um número de visitas que não corresponda ao seguimento e acompanhamento

completo da gestação, mas que quantitativamente refletirão em um padrão de

consultas adequado pelo Ministério da Saúde.

Quanto ao início do pré-natal 66,96% das gestantes iniciaram no período

preconizado pelo MS, porém ao considerarmos a adequação por trimestre

gestacional apenas 48,40% encontrava-se no primeiro trimestre da gestação. Outros

estudos nacionais realizados em Recife 38%, Maranhão 64,6%, no Sudeste 29,7%

em 2002 e 51,5% em 2004, Rio Grande 77% e no Rio de Janeiro 74,4%, estes

estudos apresentaram média de realização de consultas satisfatórias e início do

acompanhamento no período recomendado (21,27-30,36).

O tempo transcorrido entre o momento da procura e o início do pré-natal foi

satisfatório para 48,12% das gestantes que foram atendidas no mesmo dia/ mesma

semana. Pesquisas realizadas em Recife e no Maranhão evidenciaram que após a

implementação da PHPN houve aumento do percentual de mulheres que tiveram a

marcação da sua primeira consulta agendada previamente. Essa evolução também

pode ser observada na marcação da consulta subsequente, estratégia importante

para garantir a continuidade da atenção e favorecer a adesão das mulheres ao pré-

natal bem como a realização de intervenções oportunas (27,212,218).

Estudo realizado nos EUA para avaliar o tempo de início do pré-natal em

gestantes adolescentes no período 1978 a 2003 evidenciou um aumento do início do

pré-natal no primeiro trimestre gestacional associado a expansão da cobertura

assistencial para esse grupo, sugerindo que a ampliação do acesso favorece o início

mais precoce dessa assistência. Resultado semelhante foi encontrado em relação

ao acesso a consultas, com maior número de consultas de pré-natal em mulheres

com alguma cobertura assistencial nos EUA (212-213).

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79

Este tipo de estratégia poderia ser otimizada pelo aumento da estratégia de

saúde da família, visto que a cobertura da atenção primária no município de Manaus

em 2015 foi de 52,03% e 2016 de 59,70% e para ESF em 2015 de 28,28% e 2016

39,32% (214). No entanto, é necessário avaliar o desempenho, a efetividade e

viabilidade da ampliação do programa, pois a figura do agente comunitário de saúde

e dos profissionais que compõem a equipe têm como uma de suas atribuições a

visita domiciliar e o agendamento de consultas conforme a necessidade da família

acompanhada. As barreiras no acesso muitas vezes estão relacionadas a

distribuição geográfica das unidades, disponibilidade de recursos humanos e

dificuldades no agendamento de consultas.

Quanto ao acesso, observou-se que 328 (82,21%) das gestantes do estudo

foram atendidas na primeira unidade que procuraram para início do pré-natal. Em

relação a esta avaliação, no Rio de Janeiro as dificuldades de acesso aos serviços

foram as razões mais relatadas para o início tardio do pré-natal (21).

Cerca de um terço das gestantes referiram ter procurado outro serviço de

saúde antes de conseguir atendimento no atual, retardando o início da assistência

pré-natal. Em aproximadamente 27% dos casos, a mudança foi motivada por não ter

conseguido atendimento na primeira unidade procurada e em 33% por ter sido

encaminhada, sendo 17% por situação de risco gestacional e 16% por motivo não

declarado (21).

Das gestantes com início tardio, aproximadamente 30% relataram problemas

no acesso ao serviço como razão para não ter iniciado o pré-natal mais

precocemente. Além disso, das gestantes que mudaram de unidade de saúde

durante o pré-natal, quase 50% mencionaram problemas no atendimento como

justificativa para a mudança (215).

O resultado mais relevante foi em relação à cobertura de exames para a

detecção de HIV e sífilis. Para o HIV no primeiro, segundo e terceiro trimestre não

realizaram nenhum exame respectivamente 20 (76,92%) ,107 (75,89%) e 184

(87,62%), evidenciando uma cobertura insatisfatória. Apresentou desempenho

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semelhante a cobertura para sífilis no primeiro, segundo e terceiro trimestre em que

não houve realização de nenhum exame para respectivamente 17 (73,91%), 104

(74,29%) e 171 (81,82%).

No entanto, há resultados discordantes na literatura. No Brasil, a cobertura

efetiva de sorologia para o HIV na gestação, considerando-se todas as etapas antes

do parto foi de 52% em todo território nacional. As maiores desigualdades foram

encontradas nas regiões Nordeste 24%, e Sul 72% (33).

Em relação a cobertura dos exames de sífilis encontrados no estudo “Nascer

no Brasil” foi de 89,1% (um exame) e 41,2% (dois exames) (216).

Em Vitória 10% das gestantes entrevistadas não realizaram ou não tiveram

acesso aos resultados dos exames de HIV e sífilis durante o acompanhamento pré-

natal. Neste mesmo estudo, mais de 20% das gestantes não realizaram sorologia

para sífilis e número ainda maior, cerca de 30%, não realizou o exame de HIV (217).

Quanto aos exames de repetição preconizados pelo PHPN, a adequação foi

de 30%. A reduzida realização da segunda bateria de exames é uma fragilidade

apontada pelo próprio Ministério da Saúde, embora um estudo realizado na região

Sul tenha indicado uma maior frequência daqueles realizados próximos à 30ª

semana de gestação do que dos solicitados na primeira consulta, cujos resultados

são inferiores a 40% (218).

Com relação as parturientes que satisfazem a todas as recomendações do

Ministério da Saúde relativas à detecção precoce da infecção pelo HIV (isto é, início

do pré-natal no período oportuno e conhecimento do resultado antes do parto), os

resultados são alarmantes: apenas 27% delas, no Brasil, atendem a todas as

condições, sendo que essa proporção varia de 10 a 42%, das regiões menos às

mais desenvolvidas (216).

A prevalência de sífilis na gestação encontrada neste estudo foi de 5%,

superior a encontrada na pesquisa “Nascer no Brasil” de 1,02%, e nos estudos

realizados em 2004 e 2006 do Sentinela Parturiente, 1,6% e 1,1% respectivamente;

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na região Amazônica 1,2%, Nordeste 0,9%, Sudeste 0,4%, Sul: 0,43%. A mais

elevada 1,9% no Rio de Janeiro, 2,69% no Mato Grosso do Sul (41,106, 217-222).

A prevalência de HIV neste estudo foi de 1,51%, superior a encontrada no

Maranhão 0,4%, e inferior a São José do Rio Preto 2,1%, e a Camarões 2,1% (223-

225).

A ausência de detecção precoce da infecção pelo HIV e Sífilis durante o pré-

natal representa uma oportunidade perdida de intervenção na gestante infectada,

limitando as possibilidades de redução da incidência por transmissão vertical.

Em relação a cobertura para rastreamento da hepatite B observou-se neste

estudo desempenho regular de 67,34% das gestantes avaliadas. A ausência de

resultado positivo é diferente da pesquisa realizada na FMT-HVD que encontrou

uma frequência de 0,7% para o HBsAg (106). A faixa de positividade para o HBsAg

em gestantes encontrada em estudos nacionais, fora da região amazônica, varia de

0,3 -1,7%, dados semelhantes aos encontrados em outros países, excetuando-se

regiões da Ásia e da África, onde a prevalência é de 15%(222-227).

A região amazônica é considerada endêmica para o VHB e representa um

grave problema de saúde pública (106). A cobertura vacinal, a diferença entre as

populações e a amostra estudada poderia possivelmente estar influenciando na

prevalência para HBsAg. Este fato não deve impossibilitar a oferta de exames na

gestação, pelo contrário, a identificação das gestantes positivas para o VHB é eficaz

para prevenir a transmissão do VHB, acredita-se que a adoção destas condutas

poderia estar limitando a propagação do vírus na população em Manaus.

Neste estudo observou-se uma cobertura de 65,37% para os exames de

toxoplasmose, não houve diagnóstico definitivo para 66,67% com infecção recente.

O resultado de prevalência quanto a exposição ao protozoário foi de 51,86%.

Estes achados foram compatíveis aos observados em outros estudos

epidemiológicos Florianópolis 41,9%, Sergipe 69,3%, Recife 74,4%, e na França de

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54%. A maior prevalência foi de 91,6%, encontrada no Mato Grosso do Sul (145,

228-231).

Todavia ainda há uma grande proporção neste estudo 44,44% de gestantes

susceptíveis, resultados heterogêneos foram encontrados em Sergipe 30,7% e

Recife 22,5%. Quanto à detecção de infecção recente, neste estudo foi de 3,7%,

resultado semelhante ao encontrado em Recife 2,8%, porém, diferente do observado

em Mato Grosso 0,4% (145,228-231).

Estes resultados revelam a necessidade de instituição de medidas que visem

à divulgação universal de informações sobre prevenção da toxoplasmose durante a

gestação, para que se evite a transmissão vertical do protozoário, além da melhoria

da cobertura e/ou avaliação adequada dos exames e manejo dos casos.

Em relação à realização do exame de gota espessa para rastreamento da

Malária a cobertura de 1,52% reflete uma inadequação no que foi preconizado pelo

protocolo da rede cegonha, que recomenda a realização do exame em todas as

consultas de pré-natal nos estados da Amazônia Legal (160).

Estudo realizado em Manaus na FMT-HVD incluindo 1.699 mulheres com

malária 11,7% destas estavam gestantes, outro achado nesta cidade evidenciou

uma prevalência de 6,1% de Malária em gestantes. Na colômbia um estudo

incluindo 582 mulheres com malária encontrou uma prevalência de 5,8% nas

gestantes (232). As mulheres grávidas são particularmente vulneráveis à malária.

Um estudo realizado em Coari, Amazonas, viu que a probabilidade de se adquirir

malária é cerca de cinco vezes maior em gestantes comparado com mulheres da

mesma idade não gestantes, reforçando o fato da testagem nas consultas de pré-

natal (170-173).

Entretanto apesar das implicações legalmente instituídas pelo MS é

necessário que se realizem pesquisas que comprovem a real necessidade e

possíveis implicações práticas no que se refere a real necessidade da realização do

exame da gota espessa em todas as gestantes, ao considerar a situação econômica

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vivenciada pelo país e a epidemia de outras doenças emergentes causadas por

vetores.

Para este estudo foi considerado como procedimento importante para

detecção da pré-eclâmpsia a aferição da pressão arterial das gestantes, avaliada em

88,33% das consultas. Outros estudos nacionais encontraram percentuais de

adequação semelhantes ao nosso, em Santa Maria 79% das consultas realizadas na

ESF e 70% nas UBS, em Vitória 93,1% 95,6%, 90,8%, 86,9% sendo o procedimento

relatado pelas gestantes como o mais realizado durante as consultas, e em Curitiba

98,7% na ESF e 97,4% nas UBS (33,233-234).

O manejo dos fatores de risco modificáveis que surgem durante a gestação é

de grande importância. Como exemplo, o controle do ganho de peso gestacional,

bem como o da pressão arterial são necessários, uma vez que a história de

hipertensão crônica ou o desenvolvimento de pré-eclâmpsia estão relacionados com

o baixo peso ao nascimento. Além disso, ainda é a hipertensão arterial na gestação

a principal causa específica de morte materna no Brasil (235).

Esses resultados sugerem na verdade que os percentuais de adequação

deveriam ser os mais próximos possíveis da totalidade, visto que este é um

procedimento básico e padrão nas consultas de pré-natal. Não somente a aferição

da pressão deve ser avaliada mais a adequação do manguito para medida fidedigna

e obtenção dos valores corretos.

Neste estudo foi avaliado o tempo que as gestantes aguardavam para serem

atendidas após os resultados dos exames. Encontramos que cada gestante

aguardou cerca de (35,79 ± 18,07) dias. Estudos que avaliam este aspecto são

escassos.

Um estudo realizado em Recife 13,5% das entrevistadas relatou que a

demora na entrega dos exames laboratoriais foi o aspecto mais negativo para a

avaliação do pré-natal (27).

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Há de se considerar que este intervalo de tempo que ultrapassa um mês do

resultado do exame, além de retardar a abordagem no tempo oportuno, interfere

negativamente no tratamento das complicações diagnosticadas no pré-natal,

colaborando para inadequação do pré-natal, desqualificação dos serviços, aumento

dos índices de doenças de transmissão vertical, por conseguinte elevando os

coeficientes de mortalidade materna e infantil.

Quando se analisa as condutas adotadas pelos profissionais, quanto aos

resultados dos exames obtidos no estudo, nitidamente, o mais relevante foi a

inadequação de 92,86% encontrada nas alterações dos exames e procedimentos

realizados no pré-natal.

E importante destacar as inconformidades nos registros e nos tratamentos

realizados, sendo necessária atenção especial à captação precoce da gestante para

o pré-natal, rastreamento da sífilis no pré-natal, ao esquema preconizado, o tempo

oportuno, o registro adequado das informações no cartão pré-natal, a adequação de

exames de acordo com o trimestre gestacional.

Nos casos positivos deve-se tratar as gestantes e seus parceiros para evitar a

evolução da doença, fazer o acompanhamento de cura e orientá-los sobre os

cuidados preventivos, garantir o atendimento no ambulatório de pré-natal de alto

risco, e o acompanhamento pela equipe da área de abrangência, inclusão do

parceiro nas consultas de pré-natal, monitorar os retornos no ambulatório de alto

risco, e enfatizar as visitas domiciliares mensais pelos agentes comunitários de

saúde e pela equipe, além da identificação do hospital de referência de alto risco

para o parto e agendamento da consulta de puerpério para a primeira semana pós-

parto a fim de reduzir a morbidade e a mortalidade materna e perinatal (85-86,188) .

Em relação à sorologia positiva anti-HIV de acordo com a CV e contagem de

T CD4+, a TARV já havia sido iniciada e deveria permanecer após o parto, porém,

não houve registro do esquema terapêutico adotado. Como a CV-HIV é detectável,

seria importante ter sido solicitada, a genotipagem (CV >1.000 cópias/mL)

principalmente para avaliar a adesão ao tratamento (91).

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É relevante destacar que a taxa de transmissão vertical é inferior a 1% em

gestantes em uso de antirretrovirais que mantêm níveis de carga viral abaixo de

1.000 cópias/mL, portanto, muito baixa quando a carga viral estiver indetectável,

contrapondo o que observou-se neste estudo que, apesar da realização de

tratamento para a doença, a carga viral estava elevada aumentando o risco de

transmissão vertical, bem como deterioração imunológica em virtude dos níveis de T

CD4+ ≤ 350 céls/mm3 (134).

A inadequação também foi observada na assistência oferecida pelo “Projeto

Nascer”, específico para acompanhamento e seguimento de cuidados para profilaxia

da transmissão vertical pelo HIV. Esperava-se adequado manejo e registro dos

dados no cartão da gestante vinculada ao projeto (236-237).

Um estudo realizado na Universidade Federal do Paraná em um hospital

universitário encontrou que os maiores fatores de risco para transmissão vertical

foram: a detecção do estado de infecção pelo HIV somente no parto, ausência de

atendimento pré-natal de alto risco, carga viral desconhecida e início tardio de

terapia anti-retroviral (238).

Este ano foi publicada uma revisão sistemática que resume as evidências

sobre a relação custo-benefício das pesquisas de rastreio pré-natal do HIV.

Constatou-se que as intervenções preventivas disponíveis são extremamente

eficazes, tanto para países desenvolvidos como em desenvolvimento (239-240).

No entanto, os estudos concordaram sobre os principais achados,

descrevendo a relação custo-benefício da triagem pré-natal universal e a nova

testagem no final da gravidez, bem como a importância do recrutamento das

gestantes, aumento na cobertura como prioridade mundial, tratamento adequado do

HIV na gravidez o que permite a otimização de sua saúde e acentuada redução da

taxa de transmissão vertical (239-240).

Sabe-se que com a plena realização das condutas padronizadas consegue-se

uma significativa redução da transmissão do HIV da mãe para o feto, na quase

totalidade dos casos, porém, é um grande desafio a organização da rede

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assistencial, incluindo serviços de referência e de contra-referência, na medida em

que há risco de perda de seguimento ou de demora nas tomadas de decisão quanto

a terapêutica ou profilaxia, colocando em risco o sucesso da prevenção da infecção

fetal.

Isso sugere que os principais fatores que dificultam a diminuição das taxas

nacionais de transmissão vertical do HIV são o diagnóstico tardio da infecção pelo

HIV na gestação, a baixa adesão as recomendações técnicas por parte dos serviços

de saúde como a oferta de sorologia para o HIV durante o pré-natal nos períodos

recomendados, e a qualidade da assistência, principalmente nas regiões com menor

cobertura de serviços e menor acesso a rede de saúde.

O manejo inadequado da toxoplasmose, como foi evidenciado neste estudo

sugere que sejam adotadas medidas que analisem a eficácia dos programas

implementados pelo MS. É importante destacar um estudo realizado em Goiânia no

período de 2003 à 2011, cujo objetivo era avaliar se o tratamento de mães para

toxoplasmose aguda e a falta de vigilância da conversão sorológica em gestantes

soronegativas afetavam seu prognóstico. Observou-se que o tratamento com

espiramicina diminuiu a possibilidade de infecção para o feto o que também foi

identificado em outros estudos (241-245).

A ocorrência de uma forma grave de infecção congênita permanece

importante no Brasil, apesar dos programas governamentais (241). A intensificação

dos controles das infecções, a vigilância efetiva da soroconversão para identificar

precocemente a infecção, o uso de medicamentos, a prevenção primária, ainda se

mantém como ferramentas fundamentais para redução da transmissão da doença e

prevenção de formas graves de infecção congênita.

Para a avaliação da consulta pré-natal, 78,19% consideraram satisfatório

(entre bom e excelente) a atenção recebida. Apesar de ser uma avaliação subjetiva

a realizada em nosso estudo verifica-se a necessidade da aplicação de instrumentos

direcionados para a avaliação qualitativa da atenção pré-natal que visem o

acolhimento, a humanização, a categoria profissional que realizou atendimento,

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procedimentos e as orientações, visando a qualificação dos processos que

envolvem a atenção pré-natal.

Em referência aos fatores de risco associados ao baixo peso, considerando

características maternas e fetais, para o modelo univariado, observou-se que a

presença de hipertensão arterial prévia (OR=7,111, p=0,024), nota atribuída ao

atendimento (OR=0,329, p=0,018) foram estatisticamente significantes. Já na

análise multivariada, a gravidez dupla (OR=154,34, p=0,018) e a hipertensão arterial

(OR=32,852, p=0,001) foram considerados fatores de risco e a nota atribuída ao

atendimento foi fator de proteção (OR=0,254, p=0,01).

Para este estudo a hipertensão arterial aumentou significativamente o risco de

baixo peso. Estudos nacionais reforçam estes achados quanto a hipertensão e

apontam outros fatores relacionados ao baixo peso ao nascer como a escolaridade

materna, idade da mãe, estado civil, paridade e menor número de consultas no pré-

natal (246-251).

Resultado semelhante foi encontrado nos EUA relacionando a hipertensão

arterial à prematuridade e ao baixo peso ao nascer (252-253).

Em relação a gravidez dupla, nossos estudos corroboram com os achados

encontrados na cidade de São Paulo e Campinas onde as gestações múltiplas

apresentam maiores riscos de ocorrência de BPN, com uma prevalência de 79,90%,

índice relativamente maior do que ao encontrado com peso normal. Outro estudo

nacional realizado em Maringá revelou resultados semelhantes, além do BPN

verificou-se que esses recém-nascidos apresentaram uma probabilidade de morte

mais elevada (254-258).

Quanto a nota de atendimento, estudos que utilizem este parâmetro de

avaliação são escassos. Porém, estes resultados sugerem que a nota de

atendimento possa ser considerada fator de proteção para 75% das gestantes, para

as melhores notas atribuídas. Um estudo realizado em Recife, a maioria das

mulheres classificou como "boa" a atenção recebida, e, 65,9% afirmou ter ficado

satisfeita com o atendimento prestado pelo médico 85,6%(27).

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Receber orientação e informações do médico, ou de outro profissional de

saúde, durante o pré-natal foi o principal aspecto positivo apontado pelas mulheres

51,6%(27).

Para as variáveis contínuas no modelo multivariado, apenas o tempo de

duração da gestação (OR=0,586, p=0,000) foi significativo para o desfecho

considerado.

Este resultado foi semelhante ao observado em Minas Gerais, onde os óbitos

ocorreram principalmente em recém-nascidos com menos de 37 semanas,

evidenciando estreita relação com baixo peso ao nascer (259-265).

A duração da gestação também foi uma das variáveis consideradas em um

estudo realizado em São Paulo, que identificou que os óbitos do período neonatal e

estiveram associados com o baixo peso ao nascer, situação também descrita em

outros trabalhos (259-265).

Os recém-nascidos prematuros e baixo peso apresentam alto risco para

mortalidade, além de importante vulnerabilidade a um amplo espectro de

morbidades (259-265).

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6. CONCLUSÃO

Estudos como este reforçam a necessidade de estabelecer protocolos de avaliação

que não focalizem apenas a cobertura e o número de consultas pré-natal como

padrão de qualidade nacionalmente aceito, pois não refletem a adequação do pré-

natal realizado considerando outros indicadores (acesso a exames, acolhimento e

orientações).

Identificou-se que o tempo para início foi oportuno e o número de consultas

adequado considerando os parâmetros estabelecidos pelo MS.

Foi encontrada inadequação significativa no que se refere a cobertura de exames

diagnósticos para as doenças infecciosas na gestação assim como para condutas

adotadas nos serviços de saúde diante das gestantes com resultados de exames

alterados. Destaca-se que o tratamento dos parceiros não foi considerado para o

tratamento destas doenças, apesar de sua elevada transmissibilidade e potencial de

reinfecção na gestação.

Há uma grande necessidade de promoção do conteúdo quantitativo e qualitativo

preconizado para essas consultas, e registro adequado pelo profissional

responsável.

O tempo decorrido para que o exame fosse avaliado foi insatisfatório e, é sabido que

o mesmo interfere no seguimento dos protocolos de tratamento, intervenção

oportuna e avaliação de controle, influenciando na sobrevida, desenvolvimento

intraútero do concepto e por conseguinte, na saúde materna.

Foi evidenciado como fator de risco para baixo peso ao nascer o histórico de

hipertensão arterial prévia, gravidez dupla e idade gestacional no parto e como fator

de proteção atendimento pré-natal entre bom e excelente na consulta pré-natal,

mesmo se tratando de uma avaliação subjetiva.

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8. ANEXOS

Roteiro de abordagem na consulta pré-natal

Entende-se por controle pré-natal (acompanhamento pré-natal, assistência

pré-natal, cuidado pré-natal, consulta pré-natal, atenção pré-natal) a série de

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entrevistas ou visitas programadas da gestante com integrantes da equipe de saúde,

com o objetivo de acompanhar a evolução da gravidez e conseguir uma preparação

adequada para o parto e os cuidados do bebê.

O controle pré-natal visa:

a detecção de doenças maternas subclínicas;

a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento das complicações da

gravidez;

a vigilância do crescimento e a vitalidade fetal;

a diminuição do mal-estar e sintomas menores associados à gravidez;

a preparação psico-física para o nascimento;

a administração de conteúdos educativos para a saúde, a família e os

cuidados do bebê.

Os quatro requisitos básicos para um controle pré-natal eficiente são:

Precocidade,

Completude;

Periodicidade,

Ampla cobertura.

Precoce: a primeira visita deve ser realizada, durante o primeiro trimestre da

gestação. Isto permite realizar oportunamente ações de promoção, proteção e

recuperação da saúde que é a razão fundamental do controle. Permite, ainda, a

identificação precoce das gestações de alto risco, o que possibilita planejar

eficazmente o cuidado de cada caso no que diz respeito às características da

atenção obstétrica que deve receber.

Periódico: a freqüência dos controles pré-natais varia segundo o grau de

risco que a gestante apresenta. As mulheres com gestações de baixo risco irão

requerer um número menor de controles (entre 4 e 6) que as de alto risco.

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Completo: os conteúdos mínimos do controle deverão garantir que as ações

de promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde sejam cumpridas

efetivamente.

Ampla cobertura: na medida em que a população controlada for mais alta,

maior será o impacto positivo sobre a morbimortalidade materna e perinatal. A

realização de um pré-natal que realmente seja efetivo, não são necessárias

instalações caras, nem laboratórios sofisticados, porém e importante que seja

realizada uma boa anamnese clínica focalizando precocemente a existência de

riscos maiores do que os esperados.

O controle pré-natal adequado em quantidade, qualidade, conteúdos,

oportunidade, diferenciado de acordo com o risco tem um potencial enorme para

contribuir para a melhoria da saúde familiar sendo considerado um exemplo claro de

medicina preventiva. Apresentando estas características e orientações, e quando

aplicado de forma rotineira e extensiva, juntamente com outras medidas de saúde

pública como a assistência ao parto, o emprego de critérios de risco, os níveis de

assistência e a atenção imediata dos recém-nascidos, contribui a evitar mortes,

lesões maternas e perinatais.

As barreiras para o controle pré-natal efetivo são:

a) quando não é gratuito para a usuária, o custo do pré-natal deve ser

acrescido das despesas com condução, com perdas de horas de trabalho;

b) inadequada capacidade (qualidade, tempo, etc.) da equipe de saúde;

c) problemas na organização para oferecer o controle pré-natal;

d) barreiras de tipo cultural;

e) inacessibilidade geográfica;

f) descrédito nos benefícios do sistema de saúde e na necessidade de

controle;

g) falta de divulgação nas comunidades e aceitação de sua importância.

Durante as consultas de pré-natal que podem ser realizadas tanto pelo

médico quanto pela enfermeira da unidade de saúde, deve ser seguido um roteiro

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desde a primeira consulta até as consultas subsequentes, o que orientará os

profissionais sobre a abordagem e as condutas adotadas para com a gestante

durante o pré-natal.

Na primeira consulta, são pesquisados aspectos socioepidemiológicos por

exemplo; (ocupação, grau de instrução, estado civil, número de dependentes,

condições de saneamento na residência), os antecedentes familiares (histórico de

HAS, DM, gemelaridade, TB, parceiro portador de HIV), os antecedentes pessoais

gerais (portador de HAS, DM, cardiopatia, desvios nutricionais, viroses, hanseníase,

TB, malária, sífilis), ginecológicos e obstétricos, além de informações sobre a

situação da gravidez atual. Os principais componentes são: data precisa da última

menstruação (DUM), regularidade dos ciclos, uso de anticoncepcionais, número de

filhos, intercorrências clínicas, obstétricas e cirúrgicas, detalhes de gestações

prévias, hospitalizações anteriores, uso de medicações, história prévia de doença

sexualmente transmissível, exposição ambiental ou ocupacional de risco, reações

alérgicas, história pessoal ou familiar de doenças hereditárias/malformações,

gemelaridade anterior, fatores socioeconômicos, atividade sexual, uso de tabaco,

álcool ou outras drogas lícitas ou ilícitas, história infecciosa prévia, vacinações

prévias, história de violências.

Na pesquisa de sintomas relacionados à gravidez também deverá ser

questionada a existência de náuseas, vômitos, dor abdominal, constipação, cefaleia,

síncope, sangramento ou corrimento vaginal, disúria, polaciúria e edemas.

As anotações deverão ser realizadas tanto no prontuário da unidade quanto

no Cartão da Gestante.

O Cartão da Gestante foi criado com o propósito de armazenar informações,

facilitando a comunicação entre os profissionais que realizam a assistência pré-natal

e o parto nas maternidades, pois fornecem informações para o planejamento dos

serviços pré-natais sendo reconhecido como um meio de comunicação entre os

níveis de atenção.

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Por isso, recomenda-se que nele deva conter o máximo de informações,

evitando que procedimentos ou exames que protejam o concepto e a mãe sejam

negligenciados ou repetidos desnecessariamente.

Neste momento também é realizado o exame físico geral, a solicitação dos

exames de rotina, realização dos testes rápidos, orientação sobre as consultas

subsequentes, as visitas domiciliares e as atividades educativas.

Os fatores de risco deverão ser identificados em destaque no cartão da

gestante, devendo ser reavaliado a cada consulta, uma vez que tal procedimento

contribui para alertar os profissionais de saúde que realizam o acompanhamento

pré-natal.

O Exame físico geral contempla:

Inspeção da pele e das mucosas;

Sinais vitais: aferição do pulso, frequência cardíaca, frequência

respiratória, temperatura axilar;

Palpação da tireoide, região cervical, supraclavicular e axilar (pesquisa

de nódulos ou outras anormalidades);

Ausculta cardiopulmonar;

Exame do abdome;

Exame dos membros inferiores;

Determinação do peso;

Determinação da altura;

Cálculo do IMC;

Avaliação do estado nutricional e do ganho de peso gestacional;

Medida da pressão arterial;

Pesquisa de edema (membros, face, região sacra, tronco).

O Exame físico específico (gineco-obstétrico):

Palpação obstétrica;

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Medida e avaliação da altura uterina;

Ausculta dos batimentos cardiofetais;

Registro dos movimentos fetais;

Teste de estímulo sonoro simplificado (Tess);

Exame clínico das mamas;

Exame ginecológico (inspeção dos genitais externos, exame

especular, coleta de material para exame colpocitopatológico, toque vaginal).

Conforme o trimestre de gestação existem os exames preconizados segundo

o manual de atenção ao pré-natal de baixo risco do Ministério da Saúde:

Exames determinados para o primeiro trimestre:

Hemograma;

Tipagem sanguínea e fator Rh;

Coombs indireto (se for Rh negativo);

Glicemia de jejum;

Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR;

Teste rápido diagnóstico anti-HIV;

Anti-HIV;

Toxoplasmose IgM e IgG;

Sorologia para hepatite B (HbsAg);

Exame de urina e urocultura;

Ultrassonografia obstétrica (não é obrigatório), com a função de

verificar a idade gestacional;

Citopatológico de colo de útero (se necessário);

Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica);

Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica);

Eletroforese de hemoglobina (se a gestante for negra, tiver

antecedentes familiares de anemia falciforme ou apresentar história de anemia

crônica).

Gota espessa.

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Exames determinados para o segundo trimestre:

Teste de tolerância para glicose com 75g, se a glicemia estiver acima

de 85mg/dl ou se houver fator de risco (realizar de preferência este exame entre a

24ª e a 28ª semana);

Coombs indireto (se for Rh negativo);

Gota espessa.

Exames determinados para o terceiro trimestre:

Hemograma;

Glicemia em jejum;

Coombs indireto (se for Rh negativo);

VDRL;

Anti-HIV;

Sorologia para hepatite B (HbsAg);

Repita o exame de toxoplasmose (se o IgG não for reagente);

Urocultura + urina tipo I (sumário de urina – SU);

Gota espessa

Bacterioscopia de secreção vaginal (a partir de 37 semanas de

gestação);

Considerações sobre os exames de rotina

Para o devido entendimento relacionado aos exames preconizados no pré-

natal de baixo risco, torna-se importante considerar o conceito grau de

recomendação como método utilizado na obtenção da informação ou a decisão

recomendada, dando maior ou menor credibilidade científica à referida informação.

Assim considera-se para este estudo:

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Grau de recomendação A: Grandes ensaios clínicos aleatorizados e meta-

análises, altamente recomendável.

Grau de recomendação B: Estudos clínicos e observacionais bem

desenhados, recomendável.

Grau de recomendação C: Relatos e séries de casos clínicos, sem evidência

a favor ou contrária.

Grau de recomendação D: Publicações baseadas em consensos e opiniões

de especialistas, desaconselhável.

Segundo as evidências científicas disponíveis, o rastreamento de condições

clínicas pode ser ou não recomendado rotineiramente durante o pré-natal:

• Vaginose bacteriana assintomática: não deve ser oferecido, pois as

evidências sugerem que a identificação e o tratamento dessa condição não

diminuem o risco de parto prematuro e outros problemas reprodutivos (grau de

recomendação A);

• Chlamydia trachomatis assintomática: não deve ser realizado, porque não

há evidência suficiente da sua efetividade e do custo/efetividade (grau de

recomendação A);

• Cytomegalovirus: a evidência disponível não embasa o rastreamento de

rotina;

• Estreptococcus do grupo B: não deve ser realizado, pois a evidência de sua

efetividade clínica permanece incerta (grau de recomendação A);

• Vírus da hepatite C: não há evidência suficiente da sua efetividade como

rastreamento de rotina (grau de recomendação C). Deve ser solicitado em situações

especiais de alto risco, como uso de drogas injetáveis, nos casos de parceiro

usuário, transfusões de sangue ou histórico de múltiplos parceiros;

• Vírus da hepatite B: o rastreamento sorológico deve ser oferecido para

mulheres grávidas, porque a intervenção pós-natal pode diminuir o risco de

transmissão vertical (grau de recomendação A).

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O rastreamento deve ser realizado na primeira consulta (grau de

recomendação A), pois se o resultado for negativo e não houver história de

vacinação prévia recomenda-se a vacinação, importante também que o mesmo seja

realizado no terceiro trimestre;

• HIV (A): deve ser oferecido na primeira consulta e no terceiro trimestre do

pré-natal, porque as intervenções podem reduzir a TV (grau de recomendação A);

• Rubéola: deve ser oferecido para identificar mulheres em risco de contrair

infecção e possibilitar vacinação no período pós-natal, protegendo gestações futuras

(grau de recomendação B);

• Sífilis: é recomendado na primeira consulta e no terceiro trimestre do pré-

natal. Se o resultado for positivo, recomenda-se tratamento imediato, já que o

tratamento durante a gestação é benéfico para a mãe e para o feto (grau de

recomendação B);

• A gestante deve ser orientada quanto aos efeitos da malária durante a

gravidez, com ênfase na importância de procurar atendimento imediato para realizar

o exame da gota espessa sempre que a paciente apresentar febre.

• O exame microscópico para malária (exame da gota espessa) deve fazer

parte dos exames de rotina do controle pré-natal em áreas endêmicas de malária e

deve também ser solicitado especialmente para as gestantes que apresentam

quadro febril, inclusive aquelas gestantes com quadro clínico sugestivo de infecção

urinária, uma vez que as duas doenças podem apresentar quadros clínicos

similares.

• A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, visando à

proteção da gestante e do concepto contra os efeitos deletérios da malária,

recomenda a realização do exame da gota espessa em todas as consultas de pré-

natal nos Estados da Região Amazônica. A leitura da lâmina deve ser feita no

mesmo dia e, caso o exame seja positivo, o tratamento deve ser iniciado

imediatamente.

• Ecografia obstétrica: poderá ser solicitada para a gestante quando houver

impossibilidade de determinação da idade gestacional correta e na presença de

intercorrências clínicas ou continuação obstétricas, assim como detecção precoce

de gestações múltiplas e retardo de crescimento intrauterino.

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Existem evidências de que sua realização poderá detectar malformações

fetais não suspeitas. Embora seja muito útil em diversas situações, não existem

dados até o momento que garantam sua recomendação como rotina (grau de

recomendação A). Se for solicitada, a época ideal seria em torno de 16 a 20

semanas de gestação, quando é possível detecção de malformações fetais e

calcular a idade gestacional (grau de recomendação A).

A Atenção ao pré-natal de baixo risco

É sabido que existem situações em que a equipe de atenção básica deve

considerar o encaminhamento ao pré-natal de alto risco e/ou à emergência

obstétrica para oportunizar à gestante e ao concepto o acompanhamento e manejo

clínico adequado. Para isso é necessário que se conheçam os fatores de risco que

permitem a realização do pré-natal pela equipe de atenção básica, os fatores de

risco que podem indicar encaminhamento ao pré-natal de alto risco, os fatores de

risco que indicam encaminhamento a urgência e emergência obstétrica, e os roteiros

da primeira consulta e das consultas subsequentes.

Fatores de risco que permitem a realização do pré-natal pela equipe de atenção

básica

Fatores relacionados às características individuais e às condições

sociodemográficas desfavoráveis

Idade menor do que 15 e maior do que 35 anos;

Quanto à ocupação, principalmente aquelas que exigem esforço físico

excessivo, carga horária extensa, rotatividade de horário, exposição a

agentes físicos, químicos e biológicos, estresse;

Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez, principalmente em

se tratando de adolescente;

Situação conjugal insegura;

Baixa escolaridade (menor do que cinco anos de estudo regular);

Condições ambientais desfavoráveis;

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Altura menor do que 1,45m;

IMC que evidencie baixo peso, sobrepeso ou obesidade.

Fatores relacionados à história reprodutiva anterior

Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado;

Macrossomia fetal;

Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas;

Intervalo interpartal(entre os partos) menor do que dois anos ou maior do

que cinco anos;

Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos);

Cirurgia uterina anterior;

Três ou mais cesarianas.

Fatores relacionados à gravidez atual

Ganho ponderal inadequado;

Infecção urinária;

Anemia.

Fatores de risco que podem indicar encaminhamento ao pré-natal de alto risco

O pré-natal de alto risco corresponde cerca de 10% das gestações e aumenta

nestas gestantes a probabilidade de intercorrências e óbito materno e/ou fetal. Por

esta razão deve ser destinado atenção especial a estas grávidas a fim de reduzir a

mortalidade materna e perinatal.

Fatores relacionados às condições prévias

Cardiopatias;

Pneumopatias graves (incluindo asma brônquica);

Nefropatias graves (como insuficiência renal crônica e em casos de

transplantados);

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Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus, hipotireoidismo e

hipertireoidismo);

Doenças hematológicas (inclusive doença falciforme e talassemia);

Hipertensão arterial crônica e/ou caso de paciente que faça uso de anti-

hipertensivo (PA>140/90mmHg antes de 20 semanas de idade gestacional –

IG);

Doenças neurológicas (como epilepsia);

Doenças psiquiátricas que necessitam de acompanhamento (psicoses,

depressão grave);

Doenças autoimunes (como o lúpus eritematoso sistêmico e outras

colagenoses);

Alterações genéticas maternas;

Antecedente de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar;

Ginecopatias ( por exemplo, malformação uterina, miomatose, tumores

anexiais);

Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção

pelo HIV, sífilis terciária ultrassonografia (USG) com malformação fetal) e

outras DSTs (condiloma);

Hanseníase;

Tuberculose;

Dependência de drogas lícitas ou ilícitas;

Qualquer patologia clínica que necessite de acompanhamento especializado.

Fatores relacionados à história reprodutiva anterior

Morte intrauterina ou perinatal em gestação anterior, principalmente se for de

causa desconhecida;

História prévia de doença hipertensiva da gestação, com mau resultado

obstétrico e/ou perinatal (interrupção prematura da gestação, morte fetal

intrauterina, síndrome Hellp, eclâmpsia, internação da mãe em Unidade de

Terapia Intensiva (UTI);

Abortamento habitual;

Esterilidade/infertilidade.

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Fatores relacionados à gravidez atual

Restrição do crescimento intrauterino;

Polidrâmnio ou oligoidrâmnio;

Gemelaridade;

Malformações fetais ou arritmia fetal;

Distúrbios hipertensivos da gestação, sendo necessário que haja evidência de

medidas consecutivas que sugiram hipertensão. Destaca-se que em casos

de suspeita de pré-eclâmpsia/eclâmpsia, deve-se encaminhar a paciente à

emergência obstétrica.

Infecção urinária de repetição ou dois ou mais episódios de pielonefrite;

Anemia grave ou não responsiva de 30 à 60 dias de tratamento com sulfato

ferroso;

Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção

pelo HIV, sífilis terciária (USG com malformação fetal) e outras DSTs

(condiloma);

Infecções como a rubéola e a citomegalovirose adquiridas na gestação atual;

Evidência laboratorial de proteinúria;

Diabetes mellitus gestacional;

Desnutrição materna severa;

Obesidade mórbida ou baixo peso;

Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC) III e nos casos de suspeita de câncer

de mama, sendo importante o encaminhamento ao oncologista;

Adolescentes com fatores de risco psicossocial.

Fatores de risco que indicam encaminhamento à urgência/ emergência

obstétrica.

Os profissionais de saúde dos hospitais regionais e da emergência obstétrica

deverão avaliar as gestantes encaminhadas e confirmar o diagnóstico inicial, assim

como determinar a conduta necessária; internação hospitalar, referência ao pré-natal

de alto risco ou contrarreferência para acompanhamento pela atenção básica.

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São fatores de risco: síndromes hemorrágicas (incluindo descolamento

prematuro de placenta, placenta prévia), independentemente da dilatação

cervical e da idade gestacional;

Suspeita de pré-eclâmpsia: pressão arterial > 140/90, medida após um

mínimo de 5 minutos de repouso, na posição sentada. Quando estiver

associada à proteinúria;

Sinais premonitórios de eclâmpsia em gestantes hipertensas: escotomas

cintilantes, cefaleia típica occipital, epigastralgia ou dor intensa no hipocôndrio

direito;

Eclâmpsia (crises convulsivas em pacientes com pré-eclâmpsia);

Crise hipertensiva (PA > 160/110);

Amniorrexe prematura: perda de líquido vaginal (consistência líquida, em

pequena ou grande quantidade, mas de forma persistente), podendo ser

observada mediante exame especular com manobra de Valsalva e elevação

da apresentação fetal;

Isoimunização Rh;

Anemia grave (hemoglobina < 8);

Trabalho de parto prematuro (contrações e modificação de colo uterino em

gestantes com menos de 36 semanas);

IG a partir de 41 semanas confirmadas;

Hipertermia (Tax > = 37,8C), na ausência de sinais ou sintomas clínicos de

Ivas;

Suspeita/diagnóstico de abdome agudo em gestantes;

Suspeita/diagnóstico de pielonefrite, infecção ovular ou outra infecção que

necessite de internação hospitalar;

Suspeita de trombose venosa profunda em gestantes (dor no membro

inferior, edema localizado e/ou varicosidade aparente);

Investigação de prurido gestacional/icterícia;

Vômitos não responsivos ao tratamento, com comprometimento sistêmico

com menos de 20 semanas;

Vômitos inexplicáveis no 3º trimestre;

Restrição de crescimento intrauterino;

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Oligoidrâmnio;

Casos clínicos que necessitem de avaliação hospitalar: cefaleia intensa e

súbita, sinais neurológicos, crise aguda de asma entre outros. Nos casos com

menos de 20 semanas, as gestantes podem ser encaminhadas à emergência

clínica.

Torna-se importante ressaltar após a abordagem destes fatores de risco que

a caracterização de uma situação de risco, não implica necessariamente referência

da gestante para acompanhamento em pré-natal de alto risco e que a UBS ou ESF

deve continuar responsável pelo seguimento da gestante que foi encaminhada a um

serviço de saúde diferente.

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Certificado de Aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa

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Anuência da Secretaria Estadual de Saúde

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Anuência da Secretaria Municipal de Saúde

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Anuência da Fundação de Vigilância em Saúde

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Termo de outorga e aceitação de auxílio

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APÊNDICE 1 Instrumento de coleta de dados CONTROLE PRÉ-NATAL

1. IDENTIFICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO

1.1. Número |___|___|___| 1.2. Nome do posto/Centro/Casinha ______________________________________ 1.3. O entrevistador teve acesso ao cartão pré-natal? 0.Não 1.Sim 2.Ainda não tem |___|

2. IDENTIFICAÇÃO DA GESTANTE

2.1. Bairro de Residência da entrevistada: _______________________________________

2.2 Que dia você nasceu (DN)?: |___|___|/|___|___|/|___|___||___|___|

2.3 Quantos anos completos você tem?: |___|___|

2.4. Número de SISPRENATAL |___|___||___|___||___|___||___|___|

2.5. Ocupação: Em que atividade (paga ou não) você ocupa a maior parte do seu tempo? _________________________________________________________

2.6. Profissão: Para qual atividade (paga ou não) você se preparou ou estudou? _________________________________________________________

2.7. Tem cartão SUS? 0. Não 1. Sim 2. Não sei |___|

2.8. Se sim, qual o número do seu cartão SUS? _____________________________

2.9. Qual (Estado Civil) melhor descreve sua situação conjugal hoje?: 1. Casada ou vive com companheiro(a) 2. Solteira 3. Separada 4. Viúva 5.prefiro não responder

|___|

2.10. Qual é a sua Escolaridade?: 1. Não frequentei a escola

2. Primeiro grau incompleto (até a 4 ª série) 3. Primeiro grau completo (até a 8 ª série) 4. Segundo grau incompleto 5. Segundo grau completo 6. Superior incompleto 7. Superior completo

|___|

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3. HISTORIA CLINICA PREGRESSA

3.1. Você tem alguma doença e está sendo acompanhada por um médico e/ou recebe tratamento médico atualmente? 0. Não 1. SIM

|___|

3.2. Você tem hipertensão arterial (com diagnóstico e tratamento iniciado fora da gestação)? 0. Não 1. Sim

|___|

3.3 Você tem diabetes (com diagnóstico e tratamento iniciado fora da gestação? 0. Não 1. Sim

|___|

3.4 Você vive com Hiv/Aids e está sendo acompanhada/tratada fora da gestação? 0. Não 1. Sim

|___|

3.5. Você vive com Hepatite B e está sendo acompanhada/tratada fora da gestação? 0. Não 1. Sim

|___|

3.6. Você vive com Hepatite C e está sendo acompanhada/tratada fora da gestação? 0. Não 1. Sim

|___|

3.7. Qual a doença que você tem e que vem sendo acompanhada/tratada fora da gestação? _________________________________________________________

4. HISTORIA OBSTÉTRICA

4.1. Lembra quantos anos você tinha quando teve a primeira menstruação? 0. Não 1. SIM

|___|

4.2. Se sim, quantos anos você tinha quando teve a primeira menstruação

|___|___|

4.3. Quantas vezes na vida você já esteve gravida? |___|___|

4.4. Você hoje está gravida? (0. Não); (1. SIM); (2. Não sei) |___|

4.5. Quantos filhos vivos você tem? |___|___|

4.6. Quantos filhos morreram depois de nascer? |___|___|

4.7. Quantos filhos nasceram mortos? |___|___|

4.8. Perdeu algum bebé na sua barriga antes de chegar a metade da gestação (Abortos)? (0. Não); (1. SIM); (2. Não tenho certeza)

|___|

4.9. Quantos filhos (abortos) você perdeu (teve)? ____

4.10. Alguma vez teve uma gravidez com mais de um bebê? (0. Não); (1. SIM) ( 2. A atual gravidez)

|___|

4.11. Quantas gravidezes com mais de um bebê você teve?

4.12. Quantos bebes nasceram daquela gravidez múltipla?

4.13 Já teve algum bebê com malformação? (0. Não); (1. SIM);

|___|

4.14. Já teve algum problema de saúde numa gestação anterior? (0. Não); (1. SIM);

|___|

4.15. Você teve hipertensão arterial crônica (0. Não); (1. SIM);

|___|

4.16. Você teve desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico

(0. Não); (1. SIM);

|___|

4.17. Você teve Trabalho de parto prematuro e/ou gravidez prolongada

(0. Não); (1. SIM);

|___|

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4.18. Você teve Ganho ponderal (de peso) inadequado (0. Não); (1. SIM);

|___|

4.19. Você teve Pré-eclâmpsia/eclampsia (0. Não); (1. SIM);

|___|

4.20. Você teve Amniorrexe prematura (a bolsa estourou precocemente)

(0. Não); (1. SIM);

|___|

4.21. Você teve Hemorragias da gestação (0. Não); (1. SIM);

|___|

4.22. Você teve Isoimunização (incompatibilidade sanguínea) (0. Não); (1. SIM);

|___|

4.23. Você teve Óbito fetal (0. Não); (1. SIM);

|___|

4.24. Você teve Malária (0. Não); (1. SIM);

|___|

4.25. Qual problema outro você teve:

5. ASSISTÊNCIA PRÉ- NATAL (REFERESSE À GESTAÇÃO ATUAL)

5.1. Onde você mora tem casinha/posto de saúde próximo de casa (0. Não); (1. SIM)

|___|

5.2. Algum membro da equipe de saúde (o agente comunitário de saúde/enfermeira(o)/Médica(o)) visitou sua casa no último mês?

(0. Não); (1. SIM)

|___|

5.3. Como você ficou sabendo que estava gravida a. A menstruação atrasou e procurou o posto de saúde para

confirmar b. A menstruação atrasou e fez um teste de farmácia antes de

procurar atendimento c. Você teve um filho recentemente e sua menstruação ainda não

está normal, mas você imaginou que estava gravida por que estava enjoando ou outro sintoma típico de gestação e procurou atendimento na casinha/no posto de saúde para confirmar,

d. Você teve um filho recentemente e sua menstruação ainda não está normal, mas você imaginou que estava gravida por que estava enjoando ou outro sintoma típico de gestação e fez um teste de farmácia antes de procurar por atendimento na casinha/no posto de saúde,

e. Você fez um ultrassom particular antes de procurar a casinha/posto de saúde

f. Se outro qual: __________________________________________

|___|

5.4. Foi você quem procurou por atendimento na casinha/posto de saúde? (0. Não); (1. SIM)

|___|

5.5. Foi alguém de sua família ou amigos que levou você a procurar por atendimento na casinha/posto de saúde? (0. Não); (1. SIM)

|___|

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5.6. Foi o agente comunitário de saúde/enfermeira(o)/Médica(o) que foi até sua casa para convidar você a procurar por atendimento na casinha/posto de saúde? (0. Não); (1. SIM)

|___|

5.7. Quanto tempo se passou entre o momento que você suspeitou ou soube que estava gravida e o momento que você procurou por atendimento na casinha/posto de saúde?

a. Na mesma semana em que procurou o atendimento b. Mais de uma semana, porém, menos de um mês antes de

procurar atendimento na casinha/posto de saúde c. Entre um e dois meses antes de procurar atendimento na

casinha/posto de saúde d. Mais de dois meses antes de procurar atendimento na

casinha/posto de saúde e. Não lembra

|___|

5.8. Quanto tempo se passou entre o momento que você procurou o atendimento na casinha/posto de saúde e o momento em que você iniciou o Consulta Pré-natal

a. No mesmo dia em que procurou o atendimento b. Na mesma semana em que procurou o atendimento c. Mais de uma semana, porém, menos de um mês depois de

procurar por atendimento na casinha/posto de saúde d. Entre um e dois meses depois de procurar atendimento na

casinha/posto de saúde e. Mais de dois meses depois de procurar atendimento na

casinha/posto de saúde f. Não lembra g. Você não conseguiu atendimento na casinha/posto de saúde que

procurou para atendimento do pré-natal

|___|

5.9. Você precisou ir em mais de uma casinha/posto de saúde para ter atendimento? (0. Não); (1. SIM)

|___|

5.10. Quantas casinhas/postos de saúde você procurou para ter atendimento no pré-natal

5.11. Se sim, qual foi a razão que lhe deram para procurar atendimento em outro lugar?

a. Porque a casinha/posto de saúde entraria em reforma e não estaria incluindo novas gestantes para iniciarem pré-natal

b. Porque já tinha na casinha/posto de saúde muitas gestantes fazendo atendimento e não havia vaga para você

c. Porque não havia na casinha/posto de saúde o profissional que você precisaria para lhe atender

d. Porque você morava em outro lugar e precisaria ir na casinha/posto de saúde que corresponde a seu lugar de residência (fora de área)

e. Se uma razão diferente, qual razão: ________________________________________________________

|___|

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5.12 Nesta gestação você já iniciou o Consulta Pré-natal? (0. Não); (1. SIM) (2. Hoje foi/vai ser a minha primeira consulta)

|___|

5.13. Quantas consultas (visitas) de pré-natal você fez antes de hoje? |___|

5.14. Nesta gestação você já fez ultrassom? (0. Não); (1. SIM)

|___|

5.15. Qual foi a data da primeira USG: |___|___|/|___|___|/|___|___|

5.16. Se SIM, Idade da gestação em semanas registrada nessa data?

|___|___|

5.17. Em uma escala de um a cinco que nota você daria para seu atendimento durante o Consulta Pré-natal, sendo: 1. Péssimo 2. Ruim 3. Mais ou menos 4. Bom 5. Excelente

|___|

5.18. Se esta não foi sua primeira gestação, lhe foi perguntado em algum momento se você guardou o cartão de pré-natal de uma gestação anterior? (0. Não); (1. SIM) NSA

|___|

5.19. Se lhe pediram o cartão pré-natal de uma gestação anterior este foi visto em alguma das suas consultas da gestação atual? (0. Não); (1. SIM); (2. Não se aplica porque esta e a primeira gestação).

|___|

6. COMPLICAÇÕES DA ATUAL GESTAÇÃO

6.1. Já teve contrações uterinas (sua barriga doía e ficava dura)? (0. Não); (1. SIM)

|___|

6.2. Já teve sangramento vaginal? (0. Não); (1. SIM)

|___|

6.3. Já teve perda de líquido amniótico (quando a bolsa das aguas estoura)? (0. Não); (1. SIM)

|___|

6.4. Já teve a sensação do bebê não se movimentar por mais de 3 horas? (0. Não); (1. SIM) (2. Meu bebê ainda não se movimenta)

|___|

6.5. Já teve dor de cabeça muito forte ou dor na boca do estômago? (0. Não); (1. SIM)

|___|

6.6. Seu médico ou outro profissional do pré-natal lhe encaminhou? (0. Não); (1. SIM)

|___|

6.7. Teve qual outra complicação? _______________________________________________

|___|

7. CUSTOS DA CONSULTA PRÉ-NATAL

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7.1. Durante o atual Consulta Pré-natal você já teve de pagar por algum exame, consulta com especialista ou medicamento? (0. Não); (1. SIM)

|___|

7.2. Você já pagou por Exames? (0. Não); (1. SIM)

|___|

7.3. Você já pagou por Consulta com especialista: (0. Não); (1. SIM)

|___|

7.4. Você já pagou por Medicamento: (0. Não); (1. SIM)

|___|

7.5. Você já pagou por Internação ou Hospitalização: (0. Não); (1. SIM)

|___|

7.6 Para vir a consulta hoje você (e/ou a pessoa que a acompanha) precisou fazer algum gasto?

(0. Não); (1. SIM)

|___|

7.7. Quanto você/ seu acompanhante gastará em dinheiro em transporte hoje? ____________________________________________

7.8. Quanto você/ seu acompanhante gastará em dinheiro em alimentos hoje: _____________________________________________

7.9 Quanto você gastará com cuidadores de seus filhos hoje:_______________________

7.10 Se trabalha, você deixará de ganhar pelo dia não trabalhado hoje? (0. Não); (1. SIM) (2.NSA)

7.11 Quanto deixará de ganhar pelo dia não trabalhado hoje? _____________________

8. INFORMAÇÕES A SEREM TIRADAS DO CARTÃO PRÉ-NATAL

TABELA DAS CONSULTAS (Foto desta imagem)

8.1. Quantos exames para o diagnóstico da SÍFILIS foram realizados no primeiro trimestre? a. 0 b. 1 c. 2 OU MAIS

|___|

8.2. Quantos exames para o diagnóstico da SÍFILIS foram realizados no segundo trimestre? a. 0 b. 1 c. 2 d. não se aplica porque ainda não chegou ao segundo trimestre

|___|

8.3. Quantos exames para o diagnóstico da SÍFILIS foram realizados no terceiro trimestre? a. 0 b. 1 c. 2 d. não se aplica porque ainda não chegou ao último trimestre

|___|

8.4. Algum exame para Sífilis do Pré-natal, foi positivo? (0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão) (3. NSA)

|___|

8.5. Se algum exame para Sífilis do Pré-natal foi positivo, recebeu |___|

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tratamento durante a gestação? (0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão)

8.6. Se algum exame para Sífilis do seu Pré-Natal foi positivo, o marido/esposo/companheiro também foi tratado? (0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão)

|___|

8.7. Quantos exames para o diagnóstico de HIV foram feitos no primeiro trimestre? a. 0 b. 1 c. 2 ou mais d. Não consta no cartão

|___|

8.8. Quantos exames para o diagnóstico de HIV foram feitos no segundo trimestre? a. 0 b. 1 c. 2 ou mais d. não se aplica porque ainda não chegou ao segundo trimestre e. Não consta no cartão

|___|

8.9. Quantos exames para o diagnóstico de HIV foram feitos no terceiro trimestre? a. 0 b. 1 c. 2 ou mais d. não se aplica porque ainda não chegou ao último trimestre e. Não consta no cartão

|___|

8.10. Algum exame para HIV do Pré-natal, foi positivo? (0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão)

|___|

8.11. Se algum exame para HIV do Pré-natal foi positivo, está recebendo tratamento durante esta gestação? (0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão) (3.NSA)

|___|

8.12. Se algum exame para HIV do Pré-Natal foi positivo, o marido/esposo/companheiro também está sendo acompanhado/ tratado? (0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão) (3.NSA)

|___|

8.13. Fez exames para diagnóstico da infecção pelo Vírus da Hepatite B no pré-natal? (0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão)

|___|

8.14. Fez exames para diagnóstico da infecção pelo Vírus da Hepatite B no pré-natal? (0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão)

|___|

8.15. Se sim, qual foi o resultado do exame para o diagnóstico da infecção para Hepatite B (HBsAg)? 1. Positivo 2. Negativo 3. Indeterminado 4.Não consta no cartão 5.Exame não realizado

|___|

8.16. Se teve um exame positivo para Hepatite B, fez o tratamento da profilaxia para redução da transmissão vertical do Vírus da Hepatite B durante o pré-natal? (0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão) (3.NSA)

|___|

8.17. Fez sorologia para Toxoplasmose durante o Consulta Pré-natal?

|___|

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(0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão)

8.18. Se sim, qual foi o resultado do exame para Toxoplasmose? 1. IgM negativa, IgG negativa 2. IgM positiva, IgG negativa/positiva 3. IgM negativa, IgG positiva 4. Não consta nenhuma informação no cartão 5. Exame não realizado

|___|

8.19. Se teve uma sorologia positiva para Toxoplasmose fez o quimioprofilaxia ou tratamento para Toxoplasmose durante o pré-natal? (0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão) (3. NSA)

|___|

8.20. Data da primeira sorologia para Toxoplasmose |_|_|/|_|_|/|_|_|

8.21. Foi realizado teste de avidez (0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão)

|___|

8.22. Se sim, qual foi o resultado do teste? _________

8.23. Durante a atual gestação, fez algum exame para malária? Não 1. Sim 2. Não consta nenhuma informação no cartão

|___|

8.24. Se fez algum exame de malária, algum foi positivo? 1. Não 2. Sim, mas não sabe qual 3. Sim, para malária vivax 4. Sim, para malária falciparum 5. Sim, para malária vivax e malária falciparum 6. Não consta informação no cartão. 7. Exame não realizado

8.25. Se recebeu tratamento para malária qual tratamento recebeu 1. Só Cloroquina 2. Só Primaquina 3. Cloroquina e Primaquina 4. Outro(s) antimalárico(s) 5. Não consta no cartão 6. NSA

|___|

8.26.Se recebeu outro medicamento para malária, qual foi: ________________________________________________________________________

8.27. Fez vacina antitetânica? (0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão)

|___|

8.28.Fez vacina para gripe (anti-Influenza)? (0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão)

|___|

8.29. Já foi vinculada a alguma maternidade (0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão)

|___|

8.30 Data da última menstruação (DUM) registrada no Cartão pré- natal

|_|_|/|_|_|/|_|_|

8.31. Data provável do parto (DPP) registrada no Cartão pré- natal |_|_|/|_|_|/|_|_|

8.32. Altura materna em centímetros |___||___||___|

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9. RESULTADOS DE EXAMES REALIZADOS NO PRÉ-NATAL

9.1 Resultados dos exames (Foto desta imagem)

9.2 Gestação é considerada de alto risco? (0. Não); (1. SIM); (2.Não consta no cartão)

|___|

APÊNDICE 2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

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Pesquisador coordenador: Flor Ernestina Martinez Espinosa Telefone de contato: (92) 99021158 Endereços: Instituto Leônidas e Maria Deane. Rua Teresina, No. 476 – Adrianópolis. Tel: (92) 36212424 Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado. Av. Pedro Teixeira No. 25 –Dom Pedro. Tel: (92)21273458. Projeto: AVALIAÇÃO (qualitativa e quantitativa) DO CONTROLE PRÉ-NATAL E

DO PARTO NA REDE PÚBLICA NO MUNICIPIO DE MANAUS Você está sendo convidada a participar de uma pesquisa que pretende avaliar o controle pré-natal e o atendimento do parto do Serviço Publico de Saúde em Manaus, porque você está gestante ou acaba de ter um bebe e é usuária da rede pública de saúde de Manaus. O Objetivo da pesquisa é conhecer e avaliar a atenção à mulher gestante, em trabalho de parto e à mãe e o bebe de até um mês depois do parto. Sua participação consiste em responder as perguntas do nosso questionário e nos permitir olhar os resultados dos seus exames, as receitas que foram feitas durante a sua consulta e o seu cartão do pré-natal. A nossa conversa pode durar cerca de 40 minutos. Como uma gestante não deve ficar em jejum prolongado, ofereceremos um lanche. Consideramos que o risco mais importante que você pode correr por sua participação no nosso estudo, é que as suas informações pudessem ser vistas por outras pessoas. Para evitar que isto ocorra, o seu nome só estará neste documento que será guardado pelo coordenador da pesquisa, em lugar diferente de onde estão depositados os dados relativos a você e sua saúde. Somente o coordenador da pesquisa vai conseguir ligar o nome ao código que identificará sua entrevista com os dados, assim evitaremos que as suas informações fiquem expostas. Todas as informações permanecerão sobe sigilo. Você possivelmente não tenha um beneficio direto com nossa pesquisa, mas nos ajudará a identificar os problemas que impedem que as gestantes do nosso Município tenham durante sua gravidez e com isto, em um futuro as autoridades de saúde poderão fazer correções que permitam uma melhor atenção a você e seu bebe. Ao longo da entrevista, você pode solicitar esclarecimentos ao pesquisador que está lhe entrevistando, sobre o conteúdo das perguntas. Você pode se recusar a responder uma ou varias perguntas com as que não se sinta confortável ou pode se recusar a participar do estudo como um todo sem que seja tomada nenhuma represália contra você. Embora você esteja sendo entrevistada na sua casa ou na maternidade ou no posto de saúde por ocasião das suas consultas, você tem direito a ressarcimento pelos custos gastos por você pela sua participação na nossa pesquisa como, por exemplo, um lanche. Se por acaso você vier a sofrer algum dano em decorrência da sua participação na pesquisa você também tem direito a Indenização pelos danos causados Para esclarecimentos e orientações, você poderá contatar a pesquisadora principal do presente estudo, Dra. Flor Martinez-Espinosa, cujo telefone aparece acima. Se tiver alguma duvida sobre o caráter ético desta pesquisa, você poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa. Endereço: Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado - CEP/FMT-HVD

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Telefone: (92) 2127-3572 e-mail: [email protected] NOME DA ENTREVISTADA Obrigatório* __________________________________ ASSINATURA DA ENTREVISTADA:

CÓDIGO DA ENTREVISTADA: Obrigatório*

DATA DA ENTREVISTA: Obrigatório*

ASSINATURA DO ENTREVISTADOR: Obrigatório*

CÓDIGO DO ENTREVISTADOR: Obrigatório* ____________________

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APÊNDICE 3

TERMO DE ASSENTIMENTO Dirigido a menores de 18 anos Projeto: AVALIAÇÃO DO CONTROLE PRENATAL E DO PARTO NA REDE

PÚBLICA NO MUNICIPIO DE MANAUS

Pesquisador coordenador: Flor Ernestina Martinez Espinosa

Telefone de contato 24 horas: (92) 99021158

Endereços: Instituto Leônidas e Maria Deane. Rua Teresina, No. 476 – Adrianópolis.

Tel: (92) 36212424

Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado. Av. Pedro Teixeira No. 25

–Dom Pedro. Tel: (92)21273458.

Você está sendo convidada a participar de uma pesquisa que pretende avaliar o controle pré-natal e o atendimento ao parto no Serviço Público de Saúde em Manaus, porque você está internada na maternidade para ter bebé ou para tratar de complicações relacionadas com sua gravidez.

O Objetivo da nossa pesquisa é conhecer e avaliar a atenção que é oferecida à

mulher gestante, em trabalho de parto e à mãe e ao bebe de até um mês, depois do

parto. Sua participação é muito importante mas não é obrigatória e consiste em uma

única entrevista pessoal, respondendo às perguntas do nosso questionário e nos

permitindo obter alguns dados do seu caderno de controle pré-natal e do Cartão do

bebe como são: os resultados dos seus exames, as receitas que foram feitas

durante a sua consulta. A nossa conversa pode durar cerca de 40 minutos. Como

este estudo pretende entrevistar mulheres tanto durante a gestação como na

internação por ocasião do parto, é possível que uma mulher que tenha participado

da pesquisa durante a gestação, seja também incluída na maternidade, mas isto não

acontecerá com todas.

Participar de um estudo como este pode trazer riscos fáceis de prever ou não. Nos

identificamos como o maior deles, a possibilidade de que as suas informações

pudessem ser vistas por outras pessoas. Para evitar que isto ocorra, o seu nome só

estará neste documento (TALE) que será guardado pelo coordenador da pesquisa;

todas as informações que você nos dê durante a entrevista não poderão ser

associadas ao seu nome, pois sua entrevista estará identificada com um número

que somente o pesquisador principal conhecerá, assim evitaremos que as suas

informações fiquem expostas. Todas as informações permanecerão sob sigilo e

serão confidenciais.

Você possivelmente não tenha um benefício ou ganho direto com nossa pesquisa,

mas nos ajudará a identificar os grandes acertos e também os problemas que as

gestantes que moram no nosso Município têm durante sua gravidez e com isto,

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ajudaremos para que em um futuro as autoridades de saúde possam fazer

correções que permitam um melhor atendimento às grávidas e seus bebes.

Ao longo da entrevista, você pode solicitar esclarecimentos ao pesquisador que está

lhe entrevistando, sobre as perguntas, ele responderá todas as suas dúvidas. Você

pode se recusar a responder uma ou várias perguntas com as que não se sinta

confortável ou pode se recusar a participar do estudo como um todo sem que isto

lhe prejudique de nenhuma maneira.

Embora você esteja sendo entrevistada no posto de saúde por ocasião das suas

consultas, se participar da entrevista lhe significa algum gasto, este custo lhe será

ressarcido, para tal você deve entrar em contato com o pesquisador principal que

aparece acima.

Se por acaso você vier a sofrer algum dano em decorrência da sua participação na

pesquisa você também tem direito a Indenização pelos danos causados.

Para esclarecimentos e orientações, você poderá contatar a pesquisadora principal

do presente estudo, Dra. Flor Martinez-Espinosa, cujo telefone aparece acima. Se

tiver alguma dúvida sobre o caráter ético desta pesquisa, você poderá entrar em

contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Fundação de Medicina

Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Um comité de ética em pesquisa está

composto de pessoas que em nome da sociedade vigiam para que nenhum estudo

possa prejudicar os participantes dela.

Endereço do CEP: Avenida Pedro Teixeira No. 25 –Dom Pedro Fundação de

Medicina Tropical Dr Heitor Vieira Dourado. Prédio de Virologia.

Horário de funcionamento de segunda a sexta das 08:00 às 13:00 horas.

Este documento será impresso em duas vias sendo ambas rubricadas e assinadas

tanto por você como pelo membro da equipe de pesquisa que realizou a entrevista,

sendo que uma das vias será entregue a você e a outra estará sob a guarda do

pesquisador principal. No seu caso, por se tratar de menor de idade, será necessário

que além do seu assentimento, seja assinado um termo de consentimento livre e

esclarecido pelo seu responsável legal.

NOME DA ENTREVISTADA Obrigatório* __________________________________ ASSINATURA DA ENTREVISTADA: _____________________________________ TELEFONE Opcional : _________________________________ CÓDIGO DA ENTREVISTADA: Obrigatório* _______________________________ DATA DA ENTREVISTA: Obrigatório* ____________________________________ ASSINATURA DO ENTREVISTADOR: Obrigatório* ________________________ CÓDIGO DO ENTREVISTADOR: Obrigatório* ____________________________

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APÊNDICE 4

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Dirigido a Responsável legal de menor de 18 anos Projeto: AVALIAÇÃO DO CONTROLE PRENATAL E DO PARTO NA REDE

PÚBLICA NO MUNICIPIO DE MANAUS

Pesquisador coordenador: Flor Ernestina Martinez Espinosa

Telefone de contato 24 horas: (92) 99021158

Endereços: Instituto Leônidas e Maria Deane. Rua Teresina, No. 476 – Adrianópolis.

Tel: (92) 36212424

Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado. Av. Pedro Teixeira No. 25

–Dom Pedro. Tel: (92)21273458.

A menor que você representa, está sendo convidada a participar de uma pesquisa que pretende avaliar o controle pré-natal e o atendimento ao parto no Serviço Público de Saúde em Manaus, porque ela está internada na maternidade para ter bebé ou para tratar de complicações relacionadas com sua gravidez.

O Objetivo da nossa pesquisa é conhecer e avaliar a atenção que é oferecida à

mulher gestante, em trabalho de parto e à mãe e ao bebe de até um mês depois do

parto. A participação dela é muito importante mas não é obrigatória e consiste em

uma única entrevista pessoal, respondendo às perguntas do nosso questionário e

nos permitindo obter alguns dados do seu caderno de controle pré-natal e do Cartão

do bebe. A nossa conversa com ela pode durar cerca de 40 minutos. Como este

estudo pretende entrevistar mulheres tanto durante a gestação como na internação

por ocasião do parto, é possível que uma mulher que tenha participado da pesquisa

durante a gestação, seja também incluída na maternidade, mas isto não acontecerá

com todas.

Participar de um estudo como este pode trazer riscos fáceis de prever ou não. Nos

identificamos como o maior deles, a possibilidade de que as suas informações

pudessem ser vistas por outras pessoas. Para evitar que isto ocorra, o nome dela só

estará neste documento (TCLE) que será guardado pelo coordenador da pesquisa;

todas as informações que ela nos dê durante a entrevista não poderão ser

associadas ao seu nome, pois sua entrevista estará identificada com um número

que somente o pesquisador principal conhecerá, assim evitaremos que as

informações fiquem expostas. Todas as informações permanecerão sob sigilo e

serão confidenciais.

Ela possivelmente não tenha um benefício ou ganho direto com nossa pesquisa,

mas nos ajudará a identificar os grandes acertos e também os problemas que as

gestantes que moram no nosso Município têm durante sua gravidez e com isto,

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ajudaremos para que em um futuro as autoridades de saúde possam fazer

correções que permitam um melhor atendimento às grávidas e seus bebes.

Ao longo da entrevista, vocês podem solicitar esclarecimentos ao pesquisador que

está lhe entrevistando, sobre as perguntas, ele responderá todas as suas dúvidas.

Você pode se recusar a responder uma ou várias perguntas com as que não se sinta

confortável ou pode se recusar a participar do estudo como um todo sem que isto

lhe prejudique de nenhuma maneira.

Embora ela esteja sendo entrevistada no posto de saúde por ocasião das suas

consultas, se participar da entrevista lhe significa algum gasto, este custo lhe será

ressarcido, para tal ela deve entrar em contato com o pesquisador principal que

aparece acima.

Se por acaso ela vier a sofrer algum dano em decorrência da sua participação na

pesquisa ela também tem direito a Indenização pelos danos causados.

Para esclarecimentos e orientações, você e/ou ela poderão contatar a pesquisadora

principal do presente estudo, Dra. Flor Martinez-Espinosa, cujo telefone aparece

acima. Se tiver alguma dúvida sobre o caráter ético desta pesquisa, vocês poderão

entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Fundação de

Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Um comité de ética em

pesquisa está composto de pessoas que em nome da sociedade vigiam para que

nenhum estudo possa prejudicar os participantes dela.

Endereço do CEP: Avenida Pedro Teixeira No. 25 –Dom Pedro Fundação de

Medicina Tropical Dr Heitor Vieira Dourado. Prédio de Virologia.

Horário de funcionamento de segunda a sexta das 08:00 às 13:00 horas.

Este documento será impresso em duas vias sendo ambas rubricadas e assinadas

tanto por você como pelo membro da equipe de pesquisa que realizou a entrevista,

sendo que uma das vias será entregue a você e a outra estará sob a guarda do

pesquisador principal. No seu caso, por ser responsável legal de menor de idade,

além do seu consentimento será necessário o assentimento da paciente.

NOME DO RESPONSÁVEL LEGAL ______________________________________ NOME DA PARTICIPANTE DA PESQUISA Obrigatório* ______________________ ASSINATURA DA ENTREVISTADA: ______________________________________ TELEFONE Opcional : ____________________________ CÓDIGO DA ENTREVISTADA: Obrigatório* ________________________________ DATA DA ENTREVISTA: Obrigatório* _____________________________________ ASSINATURA DO ENTREVISTADOR: Obrigatório* __________________________ CÓDIGO DO ENTREVISTADOR: Obrigatório* ____________________

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APÊNDICE 5

CARTA DE AUTORIZAÇÃO

Eu ___________________________________________________________,

responsável pela Divisão de Atenção à Saúde do Distrito de Saúde Leste - SEMSA,

autorizo a realização da coleta de dados do projeto de pesquisa Avaliação do

Controle Pré-Natal e do Parto na Rede Pública de Manaus, Amazonas, a ser

conduzido pelos pesquisadores responsáveis, os quais irão trajar jaleco branco com

identificação de pesquisador e crachá da instituição responsável pelo projeto. Fui

informado pelo responsável do estudo sobre as características e objetivos da

pesquisa, bem como das atividades que serão realizadas na instituição a qual

represento.

Declaro ainda ter lido e concordar com o parecer ético emitido pelo CEP da

instituição proponente, conhecer e cumprir as Resoluções Éticas Brasileiras, em

especial a Resolução CNS 466/912. Esta instituição está ciente de suas co-

responsabilidades como instituição co-participante do presente projeto de pesquisa e

de seu compromisso no resguardo da segurança e bem-estar dos sujeitos de

pesquisa nela recrutados, dispondo de infra-estrutura necessária para a garantia de

tal segurança e bem-estar.

Manaus,........ de.......................de 20.......

__________________________________

Assinatura e carimbo do responsável institucional