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Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” A melhoria continua no processo de plantio da cana-de-açúcar Fernando Ferraz Barros Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre em Agronomia. Área de concentração: Máquinas Agrícolas Piracicaba 2008

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Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

A melhoria continua no processo de plantio da cana-de-açúcar

Fernando Ferraz Barros

Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre em Agronomia. Área de concentração: Máquinas Agrícolas

Piracicaba 2008

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Fernando Ferraz Barros Engenheiro Agrônomo

A melhoria continua no processo de plantio da cana-de-açúcar

Orientador: Prof. Dr. MARCOS MILAN

Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre em Agronomia. Área de concentração: Máquinas Agrícolas

Piracicaba 2008

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP

Barros, Fernando Ferraz A melhoria continua no processo de plantio da cana-de-açúcar / Fernando Ferraz

Barros. - - Piracicaba, 2008. 78 p. : il.

Dissertação (Mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2008. Bibliografia.

1. Cana-de-açúcar 2. Plantio – Qualidade I. Título

CDD 633.61 B277m

“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”

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Dedico,

Ao meu pai Fernando e minha mãe “Dona Nininha” pelos

ensinamentos, formação de caráter e o famoso... “Vai

estudar menino”....

Minhas irmãs queridas Anna Flávia e Marina pelo

apoio moral. E em especial para minha esposa Camila, pelo

amor, cumplicidade, companheirismo,

compreensão nos momentos de ausência e

pela força inesgotável que você me deu nos

momentos difíceis.

Ao meu filho Rafael que promete ser igual

ao pai e com a força e garra da mãe.

Amo todos vocês...............

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AGRADECIMENTOS

À Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, local único para se

aprender e viver...................

Ao professor e orientador Marcos Milan por todos os ensinamentos, orientação e

apoio na realização deste trabalho.

A Pioneiros Bioenergia S.A pela oportunidade de realizar este trabalho e pelo

incentivo a pesquisa.

Aos professores Caetano Ripoli, José Paulo Molin e Casimiro Gadanha Junior

pela transmissão de conhecimentos.

Ao amigo e professor Gil Miguel de Souza Câmara pelos ensinamentos, apoio,

amizade e as palavras amigas nos momentos turbulentos.

Aos “Co-Orientadores” de plantão Marcos Antonio Matos (Larissa), José Vitor

Salvi, Gustavo Fontana e Cassiano Mota de Campos pela ajuda e conselhos.

Ao grande amigo e “cumpadi” engenheiro agrônomo Marcelo Francisco Coelho

pela amizade, companheirismo e momentos de descontração únicos.

Aos diretores da Pioneiros Bioenergia S.A, Celso Torcato Junqueira Franco,

Arnaldo Enomoto e aos eng. agrônomos Marco Antonio Silva e Ângelo Stafuzza. Ao

técnico agrícola Weslei Barroquela pelo apoio no campo. E em especial para os eng.

agrônomos Renam Milani Martins e Leandro Rebuá Rodrigues (....”eu não sou

louco”....).

Aos “Irmãos Cabeça” Marco David Molina Risco e Luiz Fernando Zinsly pelo

apoio e companheirismo ao longo destes dez anos de convívio e amizade verdadeira.

A república K-labouço, por todos os anos de amizade e ensinamentos. “Aquele

que segue a multidão, jamais será seguido por ela..........”

Aos colegas do programa de pós-graduação Paulo Peloia, Tiago Martins,

Fabrício Povh, Daniel Pauli, Ricardo Iglesias, Tiago Carletti, Étori Reynaldo, Flavia

Frasson e Marco Garcia pelos momentos de descontração.

Aos funcionários do departamento de Máquinas Agrícolas, pela dedicação e

apoio.

E a todos que apoiaram este trabalho.

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OBRIGADO..........

“Não há nada que seja maior evidência de insanidade do que

fazer a mesma coisa dia após dia e esperar resultados

diferentes......” (Albert Einstein)

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SUMÁRIO RESUMO.....................................................................................................................8

ABSTRACT................................................................................................................10

INTRODUÇÃO...........................................................................................................12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................14

2.1 Importância do plantio da cana-de-açúcar...........................................................14

2.1.1 Processo de plantio da cana-de-açúcar............................................................15

2.2A utilização do PDCA............................................................................................16

2.3 FMEA (Failure Mode and Effect Analysis ou Analise dos Modos de Falhas e

Efeitos).......................................................................................................................17

2.4 Qualidade.............................................................................................................18

2.5 Controle estatístico do processo (CEP)...............................................................20

2.5.1 Histograma........................................................................................................20

2.5.2 Gráficos de controle..........................................................................................21

2.6 Qualidade em processos produtivos....................................................................22

3 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................26

3.1 Etapa 1: Definição dos indicadores críticos para qualidade de plantio................28

3.2 Etapa 2: Avaliação dos itens e propostas de melhorias.......................................30

3.3 Etapa 3: Implantação e avaliação das melhorias de qualidade ..........................30

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................31

4.1 Etapa 1: Definição dos indicadores críticos..........................................................31

4.1.1 Fluxograma do processo de produção e do plantio de cana-de-

açúcar.........................................................................................................................31

4.1.2 Definição dos produtos, fornecedores e clientes de cada um dos

processos...................................................................................................................32

4.1.3 Identificação das possíveis falhas no processo de plantio de cana-de-

açúcar........................................................................................................................34

4.1.4 Seleção das possíveis falhas críticas para o processo qualidade do plantio de

cana-de-açúcar...........................................................................................................35

4.1.5 Definição dos indicadores críticos para a qualidade do plantio........................37

4.2 Etapa 2: Avaliação dos itens e propostas de melhorias.......................................39

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4.2.1 Paralelismo entre sulcos...................................................................................39

4.2.2 Profundidade de sulco de plantio......................................................................43

4.2.3 Gemas viáveis por metro...................................................................................46

4.2.4 Altura de cobrição das mudas...........................................................................49

4.2.5 Plano de melhorias para os indicadores críticos de qualidade........................51

4.3 Etapa 3: Implantação e avaliação das melhorias.................................................52

4.3.1 Paralelismo entre sulcos...................................................................................53

4.3.2 Profundidade de sulco de plantio......................................................................57

4.3.3 Altura de cobrição das mudas...........................................................................61

4.3.4 Segundo plano de melhorias.............................................................................65

4.3.5 Considerações Finais........................................................................................66

5 Conclusão................................................................................................................68

REFERÊNCIAS..........................................................................................................69

ANEXO.......................................................................................................................74

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RESUMO

A melhoria continua no processo de plantio da cana-de-açúcar

A cultura da cana-de-açúcar no Brasil teve na safra 2007/2008 um aumento de 7,4% na área de plantio, sendo o estado e São Paulo responsável por 67% deste aumento. Estabelecer estas expansões ou reformas de canaviais com qualidade se torna imprescindível, pois a cana é uma gramínea perene com ciclo de quatro a cinco anos. Uma das alternativas para melhorar esta qualidade é a utilização de ferramentas como o controle estatístico do processo (CEP) que vem apresentando bons resultados nesta busca. Devido a importância da cultura da cana-de-açúcar, o aumento considerável no plantio da cultura e a exigência pela qualidade no setor, o objetivo deste trabalho foi identificar os fatores críticos e analisar o processo de melhoria continua no plantio da cana-de-açúcar. O trabalho foi desenvolvido na usina Pioneiros Bioenergia S.A e contou com o apoio da equipe técnica da usina. Na primeira etapa selecionaram-se as principais falhas do plantio, que posteriormente foram classificadas de acordo com a severidade, facilidade de ocorrência e de detecção. Em seguida definiram-se seus respectivos indicadores críticos, sendo eles o paralelismo, a profundidade de sulco, número de gemas viáveis por metro e altura de cobrição. Na segunda etapa se utilizaram histogramas, gráficos de controle e Pareto para avaliar a qualidade operacional no plantio, que se mostrou com grande instabilidade e variabilidade. Elaborou-se então, um conjunto de ações para diminuir esta instabilidade, denominado de plano de melhorias. Com a implantação deste plano deu-se inicio a etapa três, onde se avaliou novamente os indicadores considerados insatisfatórios. O paralelismo e a profundidade de sulco apresentaram um aumento dos dados dentro das especificações técnicas, porém, a altura de cobrição sofreu influência da época seca desfavorável para esta operação, proporcionando um aumento da terra na cobrição das mudas. Elaborou-se novamente, um segundo plano de melhorias e para isso utilizaram-se as informações dos gráficos de Pareto. Concluiu-se que a etapa dois apresentou-se com grande instabilidade e fora dos padrões estabelecidos. Com a implantação do plano de melhorias, etapa três, estes se mostraram com melhor estabilidade e com mais dados dentro das especificações. A utilização das ferramentas do CEP e do gráfico de Pareto se mostrou de grande valor na diminuição da instabilidade e melhoria dos processos, bem como na elaboração de um segundo plano de melhorias. Palavras chave: Qualidade operacional; CEP; Cana-de-açúcar

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ABSTRACT

Continuous improvement of sugar cane planting process

The sugar cane cultivation in Brazil, during the 2007/2008 period, showed a planting area increase of 7.4%. Sao Paulo state was responsible for 67% of this increase. It is vital to conduct those sugar cane plantation expansions and renovations with high quality, because sugar cane is a perennial grass, with a cycle of four to five years. A good alternative to improve plantation expansion and renovation process is the use of Statistical Process Control (SPC). The application of this tool has showed good results. Taking into consideration the great importance of sugar cane cultivation, the increase of sugar cane cultivation area and demand for higher quality, the purpose of this project is to identify critical factors and study the continuous improvement of sugar cane planting process. This project was developed in Pioneiros Bioenergia S.A. sugar mill and had the support of plant technical staff. In the first phase, the main planting failures were selected and classified by severity, occurrence probability and detection easiness. The critical parameters of the selected failures were also defined: furrow parallelism, furrow depth, number of good gemmas per meter and soil covering height. In the second phase histograms, control graphs and Paretto charts were used to evaluate planting operational quality, which showed high instability and variability. An action plan was then developed to reduce that instability, named “Improvement Plan”. The third phase started with improvement plan implementation, including reevaluation of critical parameters. There was an improvement of furrow parallelism and an increase of furrow depth values in accordance with specifications, but soil covering height was negatively influenced by dry season, which makes covering soil excess more likely to occur. A second “Improvement Plan” was developed, using Paretto chart information. It was concluded that the instability and values outside the established pattern observed in phase two were reduced by the implementation of the improvement plans carried out during phase three, which has shown better stability and more values in accordance with specifications. The application of SPC tools and Paretto charts was very useful in the process of obtaining planting process stability improvement, including the development of a second “Improvement Plan”. Keywords: Operational Quality, SPC, Sugar Cane

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1 INTRODUÇÃO

Originaria da Nova-Guiné, a cana-de-açúcar (Saccharum ssp) foi introduzida no

Brasil pelos colonizadores portugueses, inicialmente nos estados de Pernambuco e

Bahia, através da criação de engenhos e atingiu São Paulo após o ano de 1615, sendo

esse estado, atualmente, o principal produtor da cultura no país.

No Brasil, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a

produção nacional de cana-de-açúcar destinada à indústria sucroalcooleira, para safra

2007/2008 em uma área de 6,96 milhões de hectares, é de 475 milhões de toneladas,

das quais 53% são destinadas para a produção de álcool e 47% para a fabricação de

açúcar. Na safra atual ocorreu um aumento de 10,5% quando comparada com a safra

anterior, sendo deste total de cana-de-açúcar produzido, o estado de São Paulo é

responsável por esmagar 58,55%. A área de plantio teve uma expansão de 7,4% em

relação a safra 2006/2007 com destaque para o estado de São Paulo responsável por

67% do aumento.

A cana-de-açúcar é uma gramínea perene com um ciclo econômico de 5 a 6

anos, portanto estabelecer novos plantios com qualidade é indispensável. De acordo

com CÂMARA (1993) a fase fenológica 1, brotação, é a base de uma boa cultura,

sendo essa fase responsável pelo estabelecimento inicial das plantas através da

brotação, enraizamento e emergência. Proporcionar as condições necessárias ao

desenvolvimento inicial da cultura, bem como o crescimento radicular e a brotação,

contribui positivamente para o aumento da produtividade e está diretamente relacionado

à longevidade do canavial.

Um bom desenvolvimento radicular inicial está relacionado a fatores genéticos,

intrínsecos a planta, e ambientais, como solo e clima. Em solos rasos, compactados e

com baixa fertilidade, o desenvolvimento radicular fica prejudicado, diminuindo assim a

longevidade da cultura e sua produtividade.

Estabelecer um bom preparo de solo, visando quebrar as camadas compactadas

que servem de impedimento para o crescimento das raízes da cultura e as correções de

fertilidade do solo, tem um alto custo. Isso ocorre devido a alta demanda energética e a

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grande quantidade de operações, necessárias para as correções nutricionais, o que faz

do plantio um processo com elevados custos.

Obviamente o plantio se torna muito importante, pois uma vez estabelecido com

baixa qualidade, o ciclo econômico pode ser reduzido para 3 ou 4 cortes (3 ou 4 anos),

diminuindo o retorno financeiro da cultura e aumentando o custo com a implantação de

novos canaviais, antes do previsto.

Melhorar a qualidade na implantação da cultura é a justificativa para otimizar os

custos, aumentando a longevidade dos canaviais e sua produtividade. Com isso, o

objetivo deste trabalho foi identificar os fatores críticos e analisar o processo de

melhoria continua no plantio da cana-de-açúcar.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

De acordo com MOZAMBANI et al (2006), os quatro grandes produtores

mundiais de cana-de-açúcar são Brasil, Cuba, México e EUA, sendo seguidos por Índia

e China. Para o Brasil, a crise do petróleo, na década de 1970, tornou intensa a

produção de etanol a partir da cana-de-açúcar para motores de combustão interna.

O Brasil se destaca pelo baixo custo de produção de cana-de-açúcar, o que o

torna competitivo na produção de álcool e açúcar. A utilização de novas tecnologias

para potencializar a produtividade da cultura e fornecer matéria prima de qualidade,

também, contribui para aumentar a competitividade em relação as outras nações

produtoras.

As ferramentas de gestão para a qualidade agrícola, podem representar um

excelente suporte administrativo para se obter uma melhor qualidade operacional e uma

maior lucratividade para o setor sucroalcooleiro.

2.1 Importância do plantio da cana-de-açúcar

Segundo VITTI E MAZZA (2002), o planejamento do plantio até a colheita, da

cultura de cana-de-açúcar, é muito importante para a otimização de sua exploração

econômica, norteando a escolha de uma série de técnicas a serem adotadas, como por

exemplo: insumos; máquinas e implementos; serviços, tipos de variedades e sua

distribuição nos solos; e épocas de plantio.

COLETI E STUPELLO (2006) abordam as principais atividades que envolvem as

operações de plantio da cana-de-açúcar, como espaçamento entre fileiras,

profundidade de sulco de plantio, época de plantio, quantidade de mudas necessárias e

os cuidados necessários que envolvem estas operações. Os autores salientam a

importância das operações para implantação da cultura que exige um bom

planejamento e muito conhecimento técnico, pois as tomadas de decisões no plantio

irão influenciar todo o ciclo da cana-de-açúcar..

BEAUCLAIR E SCARPARI (2006) apresentam as etapas do desenvolvimento

inicial da cultura, relacionando as necessidades fisiológicas da planta com as práticas

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usuais para a implantação. Para os autores, o plantio é a prática que mais envolve o

conhecimento solo-planta-atmosfera e a interação desses fatores pode ditar o sucesso

ou fracasso de todo o ciclo da cultura, que normalmente é de cinco a seis anos.

Para SCARPARI (2002), por ser a cana-de-açúcar uma planta muito eficiente em

armazenar energia solar, ela requer que a relação clima-planta se integre ao ótimo,

assim como os demais fatores responsáveis pelo seu desenvolvimento.

O plantio de cana-de-açúcar é feito tradicionalmente em duas épocas: dos meses

de setembro a outubro, chamada de cana de ano; e dos meses de janeiro a abril,

chamada de cana de ano e meio (BEAUCLAIR E SCARPARI, 2006; COLETI E

STUPELLO, 2006; VITTI E MAZZA, 2002).

Tecnicamente, o plantio mais recomendado é o de cana de ano e meio, pois ele

apresenta menores riscos de adversidades climáticas, principalmente, de a planta estar

no meio de seu ciclo, quando pioram as condições de umidade do solo, prejudicando o

seu desenvolvimento (BEAUCLAIR E SCARPARI, 2006). Os autores salientam também

que, com o plantio da cana-de-açúcar nos meses de janeiro a março, pode-se

aproveitar o terreno com outras culturas como soja e amendoim.

Para COLETI E STUPELLO (2006) o efeito a estiagem associada com a baixa

umidade do solo nos meses de abril a setembro, afeta sensivelmente a massa obtida do

plantio até o final do verão, acarretando em menores produtividades.

Uma das formas da planta superar as adversidades climáticas é desenvolver um

sistema radicular com distribuição ao longo de todo perfil do solo, pois a principal fonte

de captação de água da cana é o sistema radicular. Porém, para ocorrer este

desenvolvimento deve-se levar em consideração fatores genéticos e ambientais. A

umidade do solo e os outros atributos como porosidade, aeração e resistência à

penetração, estão interligados quanto á influência sobre o crescimento radicular. Pouco

adianta o alto teor de água no solo ser satisfatório se houver baixa aeração e alta

resistência à penetração (VASCONCELOS E GARCIA, 2005)

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2.1.1 Processo de plantio da cana-de-açúcar

A cana-de-açúcar é uma gramínea perene que perfilha abundantemente na fase

inicial de desenvolvimento, porém a competição por luz induz uma inibição do

crescimento e o perfilhamento. A parte aérea é formada por colmos (caule típico de

gramíneas), folhas e inflorescência (conjunto de flores arranjadas em uma haste), e a

parte subterrânea é composta por raízes e rizomas (fonte de reservas para a planta).

Suas raízes são do tipo fasciculada ou em cabeleira, sendo que 85% delas encontram-

se nos primeiros 50 cm e aproximadamente 60% estão entre 20 e 30 cm e profundidade

(MOZAMBANI et al, 2006).

O principal meio de propagação para plantios comerciais é de forma vegetativa,

através de colmos com idade não superiores a 12 meses, fracionados em rebolos

contendo de 3 a 4 gemas vegetativas, visando quebrar a dominância apical exercida

pela gema do ápice (SEGATO et al, 2006).

Após o preparo do solo, os rebolos são colocados em sulcos de 20 a 30 cm de

profundidade e cobertos posteriormente com uma camada de terra em torno de 5 cm.

Têm-se alocado 15 ou mais gemas por metro linear, para evitarem falhas de plantio.

Certas condições ambientais afetam a brotação das gemas, sendo as melhores

temperaturas para a brotação da cana-de-açúcar estão entre 27 e 32 oC

(CASAGRANDE, 1991).

Deve-se evitar efetuar a sulcação em solos com excesso de umidade para não

vitrificar as paredes do sulco, e nem sulcar em solos secos, pois este fato aumenta a

quantidade de torrões durante a operação. A distribuição da muda, picação e cobrição

devem ser feitas preferencialmente no mesmo dia da sulcação, o que garante melhores

índices de germinação a cultura (VITTI E MAZZA, 2002).

Para os autores BEAUCLAIR E SCARPARI (2006), o espaçamento entre sulcos

de plantio é de 1,40 m com uma profundidade média de 25 cm e a largura de acordo

com o ângulo de 45o, proporcionado pela abertura do sulcador. Em canaviais colhidos

mecanicamente o espaçamento de 1,50 m tem apresentado melhores vantagens

operacionais, evitando pisoteio das fileiras de cana. A densidade de plantio é em torno

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de 12 gemas por metro linear de sulco, sendo estes rebolos cobertos em seguida com

uma camada de terra levemente compactada, por volta de, 7 cm.

2.2 A utilização do ciclo de PDCA

De acordo com BONILLA (1994), na década de 30 surgiu um método gerencial

conhecido inicialmente como ciclo de Shewart. Após sua introdução no Japão por

Deming, ficou conhecido por ciclo de Deming, sendo atualmente conhecido como ciclo

de PDCA, onde P correspponde a “plan” de planejar; D refere-se a “do” de fazer ou

executar; o C é “check” de checar ou conferir; e o A de “action”, ação corretiva. Na

Figura 1 apresenta-se um esquema do ciclo de PDCA e suas respectivas etapas.

Ações de melhorias

Análise dos dados Coleta dos dados

Treinamento da equipe

Objetivo ou metas

Metodologia de coleta de dados A

C D

P

Figura 1 - Ciclo de PDCA adaptado de BONILLA (1994)

Para CAMPOS (1992), pode-se utilizar o ciclo do PDCA de duas formas. A

primeira, na manutenção do nível de controle, quando o processo é repetitivo e a meta

corresponde a uma faixa de valores aceitáveis e a meta está relacionada ao

cumprimento de procedimentos padrões de operação. A segunda corresponde a

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melhoria do processo, onde a meta relaciona-se a um valor definido e os métodos são

os necessários para cumpri-la.

2.3 FMEA (Failure Mode and Effect Analysis ou Analise dos Modos de Falhas e Efeitos)

De acordo com PALADY (1998), FMEA (Failure Mode and Effect Analysis ou

Analise dos Modos de Falhas e Efeitos) é uma técnica que oferece três funções

distintas. A primeira como ferramenta, onde apresenta baixo risco na prevenção de

problemas e identificação das soluções mais eficazes, a fim de prevenir esses

problemas. Como procedimento, oferecendo estrutura para a avaliação, condução e

atualização no desenvolvimento de projetos. E como diário, onde inicia-se no

planejamento do projeto ou processo e se mantém durante todo o período do produto,

onde qualquer modificação que afete a qualidade ou confiabilidade deste, deve ser

avaliada.

GARCIA (2000), com o objetivo de promover melhoria de qualidade, em uma

empresa de produção de leite longa vida, aplicou o FMEA para diminuir ou até eliminar

as falhas na etapa de esterilização do material de embalagem e do envase asséptico do

leite. De acordo com o autor a ferramenta permitiu evidenciar claramente as falhas,

suas causas e alternativas para impedir suas ocorrências, melhorando o processo e

solucionando problemas.

MATOS (2004) aplicou FMEA para a definição dos pontos críticos no processo

de beneficiamento de madeira em uma empresa de pequeno porte. Essa ferramenta

permitiu analisar o impacto de cada potencial falha crítica neste processo e propor

ações de melhorias.

CAMPOS (2007) utilizou a técnica FMEA para identificar dos pontos críticos na

produção de cana-de-açúcar. O autor apresenta dezessete variáveis críticas, sendo o

espaçamento irregular entre sulcos considerado o mais crítico.

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2.4 Qualidade

Os primeiros registros do termo qualidade foram encontrados nos séculos XIII ao

XV. Nesse período, os produtos eram fabricados de forma artesanal sob as supervisões

rígidas dos clientes, caracterizando-se por pequenos volumes de produção. Porém,

durante a Revolução Industrial, os bens passaram a ser produzidos em larga escala,

originando produtos baratos e populares (CUNHA E BARTHOLO, 1986 citado por

BONATO, 2004).

Na década de 20, o estatístico da Bell Labs, Walter A. Shewhart, marcou a

história da qualidade criando as cartas de controle. Com o intuito de garantir a

qualidade do material bélico produzido durante a Segunda Guerra Mundial, Shewhart

aplicou as cartas de controle com o objetivo de diminuir os defeitos das armas. Após a

guerra, especialistas como Deming, Juran, Taguchi, Ishikawa, entre outros, sempre com

o foco na qualidade e não na quantidade produzida, contribuíram para o

desenvolvimento e reconstrução do Japão. Em conseqüência, na década de 70, as

mercadorias japonesas foram consideradas entre as melhores do mundo, obrigando os

Estados Unidos a iniciarem na década de 80 uma nova fase produtiva com uma

mudança de foco para a qualidade e mais uma vez Deming foi a peça chave nesta

mudança (DAL’CORTIVO, 2005).

Vários são os conceitos de qualidade apresentados. Para CAMPOS (1992)

qualidade é um produto ou serviço que atende perfeitamente, de forma confiável, de

forma acessível, de forma segura e no tempo certo as necessidades do cliente. Uma

definição simples de qualidade é adequação ao uso (JURAN, 1990; VIEIRA, 1999).

KYAN (2001) define qualidade como fazer certo, ou seja, fornecer produtos ou serviços

que realmente são o que devem ser, livres de qualquer problema.

Qualidade é a chave para orientar qualquer empresa com o objetivo de

crescimento no mercado e lucratividade, sempre considerando o ponto de vista dos

clientes. A qualidade é o elemento que basicamente garante a sobrevivência da

empresa (GALUCH, 2002).

Para CAMPOS (1992), a qualidade vai além da satisfação das necessidades dos

clientes, dividindo o conceito em cinco dimensões: intrínseca, custo, entrega, moral e

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segurança. A qualidade intrínseca está diretamente ligada à satisfação das

necessidades dos clientes; o custo refere-se ao aporte de capital para produção do

bem; a entrega significa pontualidade nos prazos estipulados; o moral é o alicerce da

qualidade e reflete o ambiente de trabalho e comprometimento da equipe; e segurança

engloba tanto aspectos de segurança do processo, quanto de uso seguro do produto

pelos consumidores. Estas cinco dimensões são consideradas como “pilares” que

sustentam a sobrevivência da empresa, considerando a base para a qualidade total.

Segundo MILAN E FERNANDES (2002) uma definição aceita de qualidade é a

diminuição da variabilidade nos processos de produção que quanto menor, melhor será

a confiabilidade e a aceitação do produto e serviço final, ocorrendo assim, menor

desperdício de dinheiro, tempo e esforços.

De acordo com VIEIRA (1999) a qualidade deve ser vista sob dois aspectos: a de

projeto e a de conformação. Qualidade de projeto é responsável por diferenciar bens de

luxo dos bens populares e a de conformação verifica se os produtos estão de acordo

com as especificações de projeto. Dois produtos jamais serão idênticos em função da

variabilidade, a qual pode ser obtida pelo Controle Estatístico do Processo.

2.5 Controle estatístico do processo (CEP)

O CEP tem como definição um conjunto de técnicas de avaliação e redução da

variabilidade para obter-se uma melhor estabilidade do processo (MARSHALL JUNIOR

et al, 2003). De acordo com VIERA (1999) o CEP pode ser definido como um

procedimento para monitorar o desempenho, procurando sempre reduzir a

variabilidade. Para TRINDADE et al (2000), o objetivo do CEP é de manter as variáveis

dentro dos padrões técnicos estabelecidos.

A idéia principal do CEP é a de que melhoria dos processos, com menos

variabilidade proporcionam níveis melhores de qualidade nos resultados da produção

(SAMOHYL, 2005).

A teoria de controle estatístico foi desenvolvida, por Shewart, através da análise

de diferentes processos, onde se concluiu que todos apresentavam variação, sendo

uma considerada aleatória e a outra inerente (SILVA JUNIOR E OLIVEIRA, 2005).

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19

A variação observada em qualquer processo é sempre o efeito gerado pela ação

de causas, que podem ser externas (causas especiais), ou podem ser inerentes

(causas comuns). De maneira geral, as causas especiais são poucas e de fácil

identificação, apresentam efeito individual apreciável sobre o processo e provocam

variação instável no tempo. As causas comuns são muitas e de difícil identificação e

apresentam um pequeno efeito, provocando variação estável no tempo (LIMA, 2005).

O CEP envolve o uso de técnicas estatísticas da qualidade para medir e avaliar a

sistematicamente um processo. Caso um apresente uma situação indicativa de um

estado de descontrole, ações corretivas devem ser determinadas e executadas de

forma a restabelecer a estabilidade do processo (SOUZA, et al 1998 citado por

GARCIA, 2000).

2.5.1 Histograma

O histograma é um recurso gráfico composto por diagrama de colunas ou barras

que mostra com que freqüência os dados caem dentro de intervalos de valores

especificados. A construção de um histograma tem por finalidade identificar

anormalidade no processo e uma das vantagens é verificar a existência ou não do

processo em relação a média (GALUCH, 2002). Também permite observar o tipo de

distribuição da população que está sendo avaliada (TRINDADE et al, 2000).

Para SAMOHYL (2005) o histograma mostra as informações de uma maneira

mais clara e mais fácil de se visualizar em comparação a uma tabela. De acordo com

MONTGOMERY (1997) o histograma apresenta os dados visualmente e deve-se

considerar a forma, a tendência central e a distribuição dos dados. Uma simples

observação da forma do histograma permite concluir se a média e a freqüência mais

alta dos dados se encontram no centro do gráfico, sendo esta, a forma desejada nos

processos (VIEIRA 1999).

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20

2.5.2 Gráficos de Controle

Para CAMPOS (2007) gráficos de controle são considerados como uma das

principais ferramentas do CEP. De acordo com SAMOHYL (2005) o gráfico de controle

é utilizado na detecção de alterações inusitadas de uma ou mais características de um

processo ou produto, sendo uma ferramenta estatística que identifica a presença de

causas especiais grandes na linha de produção. De acordo com LIMA (2005) esses,

auxiliam a compreender quanto da variabilidade do processo decorre de variação

aleatória e quanto decorre de eventos incomuns ou de ações individuais. Isto permite

determinar se o processo está sob controle estatístico.

Os gráficos de controle analisam o comportamento do processo permitindo uma

atuação de forma preventiva, efetuando ações corretivas no momento em que

ocorrerem desvios, mantendo-o dentro de condições preestabelecidas. Também podem

ter um papel importante na aceitação do produto, pois o controle estatístico verifica a

estabilidade e a homogeneidade do produto ou serviço (GALUCH, 2002).

Basicamente exibe três linhas paralelas ao eixo x e os pontos que representam

as amostras coletadas em momentos diferentes, sendo usual unirem os pontos com

segmentos de reta para melhor visualizar a evolução das amostras (VIEIRA 1999). De

acordo com a autora, as três linhas paralelas representam o valor médio da

característica de qualidade analisada, a médias das amostras mais três vezes o desvio

padrão, chamada de limite superior de controle (LSC) e a média menos três vezes o

desvio padrão, chamada de limite inferior de controle (LIC).

2.6 Qualidade em processos produtivos

Foram feitos, ao longo dos últimos anos, estudos e experiências com a aplicação

dos conceitos e técnicas do controle da qualidade. Na fabricação do leite longa vida,

GARCIA (2000) utilizou ferramentas do CEP com o objetivo de melhorar a qualidade e

confiabilidade do processo. O autor verificou a estabilidade de algumas etapas do

processo de onde o pré-requisito de higienização e controle de temperatura são muito

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importantes para a garantia do produto. O uso do CEP gerou ações que eliminaram as

causas especiais de variabilidade.

GALUCH (2002) propôs um modelo de implementação de CEP em uma empresa

de móveis de aço de pequeno porte com o objetivo de melhorar a qualidade final do

produto. Para isso, foi feita a descrição do processo produtivo, analisando e

identificando os problemas detectados, e propondo alternativas para solucioná-los. Os

resultados mostraram que o produto final, mesmo apresentando pequenos defeitos,

satisfazia os clientes. O processo apresentou melhora significativa após a realização do

trabalho.

Em um estudo de caso para o processo de produção de aguardente MONTEIRO

et al (2002), utilizou a ferramenta de gráficos de controle e identificou quatro casos fora

dos padrões de qualidade, com os limites abaixo do mínimo para o grau alcoólico.

Analisando a contaminação de ferro no produto final de uma indústria química

LIMA (2005), afirma que a utilização de gráficos de controle se mostrou importante

ferramenta para avaliar a estabilidade de um processo, mostrando grande utilidade

quando aplicada de forma adequada.

DAL’CORTIVO (2005), na implantação de CEP em uma indústria de sistemas

eletrônicos, mostrou que, através da coleta de dados e analise da reação do sistema à

mudança nas varáveis, é fundamental para determinar como deve ser iniciada a

mudança no processo. O autor considera esta mudança organizacional e

comportamental de responsabilidade para toda a empresa, sendo o papel da diretoria,

fundamental no sucesso da implantação da melhoria e produtividade.

SILVA JUNIOR E OLIVEIRA (2005) verificaram o comportamento das análises

de metabissulfito de sódio em uma empresa de exportação de camarão, através da

utilização de gráficos de controle. Foi detectado inicialmente um processo fora de

controle, apresentando alta variação, apesar de apenas um lote estar fora dos limites.

Após a retirada desta causa especial, os limites foram recalculados e o processo

apresentou-se sob controle.

BONFIM et al (2006) monitoraram o processo de produção de álcool hidratado

utilizando gráficos de controle visando à otimização, a melhoria contínua na qualidade

do processo e, consequentemente, no produto final. Esta ferramenta facilitou para o

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corpo técnico da empresa observar as causas e pontos no processo fora de suas

especificações.

No setor agrícola LOPES et al (1995) controlaram a qualidade das operações

mecanizadas em cana-de-açúcar e concluíram que, apesar da média do espaçamento

entre sulcos estar próximo do desejado, o processo estava fora de controle.

No setor florestal JACOVINE (2000) avaliou a qualidade operacional da colheita

de madeira para saber se o corte das árvores atende as especificações técnicas

exigidas e concluiu este processo estava fora de controle estatístico e não atendendo

aos padrões exigidos. Na cultura do milho, MILAN E FERNANDES (2002) verificaram o efeito do

controle da qualidade aplicado a operações de preparo de solo, utilizando ferramentas

de análise de controle estatístico de processo (CEP). O controle das operações foi

viável e adequado ao sistema de produção, diminuindo a variabilidade dos processos

avaliados, obtendo-se resultados mais próximos do esperado pelo corpo técnico. As

operações de escarificação passaram de 34% para 55% dos dados dentro dos limites

especificados e para a gradagem ocorreu um aumento de 75% dos torrões aceitáveis.

FESSEL (2003) avaliou a qualidade dos plantios manual e mecanizado, e o

preparo de solo para na cultura de eucalipto utilizando como ferramentas os

histogramas, gráficos de controle e Pareto. No preparo de solo os indicadores avaliados

apresentaram-se fora de controle, sendo que as causas responsáveis pela variação

poderiam ser evitadas através de treinamentos dos operadores das máquinas e

regulagens dos implementos e tratores. E em ambos os sistemas de plantio

(mecanizado e manual) a qualidade foi considerada insatisfatória, sendo prejudicada

pela distância entre plantas incorreta, associado a presença de mudas não

padronizadas, ao treinamento da mão-de-obra e as condições climáticas.

BONATO (2004) concluiu que a implantação de um sistema de controle de

qualidade em operações agrícolas mecanizadas para a cultura do feno foi eficiente,

sendo possível identificar e quantificar os pontos críticos das operações, considerando

a sega e o enfardamento como críticos sob o ponto de vista qualitativo. A operação de

sega apresentou-se fora de controle com causas especiais atuando no processo e

apresentando uma tendência de encontrar valores acima dos limites estabelecidos.

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SALVI E MILAN (2004) utilizando ferramentas do CEP para avaliar as operações

agrícolas mecanizadas em preparo de solo e plantio de cana planta de ano, no sistema

convencional, concluíram que a aração e sulcação estão fora dos padrões desejados

pelo produtor com causas especiais presentes no processo. Os autores ressaltam ainda

que, na grande maioria dos casos, menos da metade dos dados ficam dentro dos

limites de especificação.

SUGUISAWA (2004) utilizou de ferramentas do CEP para avaliar a estabilidade

dos processos de produção e ao atendimento aos padrões especificados para a cultura

do trigo. O autor concluiu que todos os processos envolvidos no sistema de plantio

direto não atenderam aos padrões especificados. A profundidade de semente e o

fechamento do sulco sofreram ações do tamanho de torrão e de fungos patogênicos,

ficando fora de controle. A distribuição de fertilizantes também apresentou grande

variabilidade.

Para avaliar a qualidade da semeadura direta da cultura do milho, SOUZA (2005)

desenvolveu um índice para a qualidade do processo (IQP). Este índice era composto

por indicadores selecionados para avaliar a qualidade operacional, denominados de

Iind. Através do IQP foi possível identificar que o processo necessita de melhorias,

sendo considerado como lind: distância entre semente e fertilizante; profundidade entre

semente e fertilizante; distância entre sementes no sulco; solo mobilizado

apresentaram-se de forma irregular durante o processo prejudicando a qualidade da

semeadura.

SANTOS E MACIEL (2006), utilizando ferramentas da qualidade, elaboraram

uma metodologia para avaliar a qualidade em um processo de pulverização e

concluíram que essas ferramentas permitiram identificar quais fatores envolvidos no

processo de pulverização precisam ser melhorados.

Na analise da qualidade operacional da aplicação de herbicidas em lavoura de

trigo, SUGUISAWA et al (2007) concluíram que o processo de aplicação de defensivo

avaliado apresenta irregularidade e grande variabilidade, necessitando de melhorias. A

associação dos gráficos de controle, histogramas e SIG (Sistema de Informação

Geográficas) permitiram caracterização da variabilidade operacional e consideradas

eficientes ferramentas para análise da qualidade do processo.

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SALVI (2007) avaliou a qualidade do corte de base na colheita mecanizada ao

longo de uma jornada de trabalho, utilizando histograma e gráficos de controle. O autor

conclui que o processo de corte de base não está sob controle estatístico e que os

parâmetros qualitativos analisados não atendem aos padrões especificados pela usina.

CAMPOS (2007) avaliou a qualidade do espaçamento entre sulcos para dois

sistemas de orientação. Ambos apresentaram-se fora de controle e não atendendo as

especificações da usina.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido na usina Pioneiros Bioenergia S.A., sediada no

município de Sud Mennucci, no estado de São Paulo, na latitude de 20º41'27",

longitude de 50º55'26" e altitude de 386 metros. A classificação climática de Koeppen

para a região é o clima do tipo Aw, tropical chuvoso com inverno seco e mês mais frio

com temperatura média superior a 18ºC. O mês mais seco tem precipitação inferior a

60mm e com período chuvoso que se atrasa para o outono. Durante a safra 2007/2008,

a usina processou aproximadamente 1,35 milhões de toneladas de cana-de-açúcar,

tendo como principais produtos o álcool, o açúcar e a co-geração de energia elétrica a

partir da queima do bagaço da cana. Para atingir o objetivo proposto, o trabalho foi

dividido em três etapas, Figura 2: definição dos indicadores críticos; avaliação dos itens

e propostas de melhorias; implantação e avaliação das melhorias.

A etapa 1, definição dos indicadores críticos, Figura 2, consiste em 5 fases

iniciando-se com a caracterização do processo de produção e plantio da cana-de-

açúcar, realizado através da construção do fluxograma (1). A seguir, identifica-se a

relação cliente - fornecedor (2), levantando-se as possíveis falhas que poderiam ocorrer

no plantio (3), para posteriormente determinar os potenciais de falhas críticas (4). Com

base nessas falhas define-se os indicadores críticos do processo de plantio a serem

analisados (5).

A etapa 2 (6), avaliação dos indicadores e propostas de melhorias, Figura 2, é

fundamentada no ciclo do PDCA (ciclo de Deming). O P (plan) do ciclo significa

planejar, estabelecendo o objetivo, a metodologia e as metas serem atingidas. O D (do)

significa fazer ou executar, o C (check) checar, e o A (action) agir para corrigir ou

melhorar. Nessa etapa, o objetivo é a avaliação e análise dos indicadores estabelecidos

na fase 5, e para tanto é definida a metodologia para se atingir a esse propósito (P). A

seguir realiza-se o treinamento dessa metodologia, executando-a (D). A avaliação é

feita (C), com base nos dados coletados, utilizando histogramas e gráfico de controle

(ou de comportamento de processo). Posteriormente, elabora-se um plano de melhorias

para o plantio (A), visando melhorar ou padronizar essa operação.

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(1) (2) (3) (4) Fluxograma do

processo de produção de cana

e do plantio

Identificação de Fornecedores,

Clientes e Produtos

Levantamento das possíveis falhas para o processo

de plantio

Determinação dos potenciais de falhas críticas:

FMEA

(5)

Figura 2 - Seqüência das etapas de execução do trabalho

Para este trabalho, caso a etapa 2 indique um processo imprevisível dá-se inicio

à etapa 3 (7), implantação e avaliação das melhorias, Figura 2. Essa etapa, também é

baseada no ciclo PDCA e tem como objetivo (P) diminuir a instabilidade dos

indicadores, através das ações propostas no plano de melhorias, elaborado na etapa 2.

Definição dos Indicadores

Críticos

Avaliar os indicadores críticos selecionados

I Planos de Melhorias

Treinamento (Anexo)

Coleta de dados (Anexo)

I Plano de Melhorias

Analise dos Dados (Gráfico de Controle

e Histograma)

(6)

Diminuir a instabilidade dos indicadores

Treinamento (Anexo)

Coleta de dados (Anexo)

Analise dos Dados

II Plano de Melhorias

(7)

Definir a metodologia de coleta de dados P

D

A

C

ETAPA 2

ETAPA 1

ETAPA 3

A P

C D

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Essas ações são executadas (D) e analisadas (C). No caso do processo ser

considerado imprevisível, propõe-se outro plano buscando a melhoria do processo.

Para apoiar o desenvolvimento do trabalho foi formada uma equipe de

profissionais da empresa, denominada de equipe técnica. Esta equipe constituiu-se por

dois engenheiros agrônomos, responsáveis pelo suporte técnico da usina, e sete

técnicos agrícolas com as respectivas funções de coordenadores de: preparo de solo,

transporte, plantio e colheita mecanizada, plantio semi-mecanizado, operações com

piloto automático, adubação e tratos culturais e topografia.

3.1 Etapa 1: Definição dos indicadores críticos

Na etapa 1 (ver Figura 2), dividida em 5 fases, desenvolveu-se, através de

discussões e reuniões com a equipe técnica, um fluxograma de processo (1), para

facilitar e auxiliar na identificação dos indicadores críticos. A seguir, com base nesse

fluxograma identificou-se os fornecedores, clientes e produtos (2) para cada um dos

processos do plantio. A metodologia utilizada tem como base a proposta de CAMPOS

(1998). O fornecedor foi definido como sendo o responsável por entregar um trabalho

ou serviço na forma de produto para o processo seguinte, considerado como cliente.

Após essas fases realizaram-se reuniões com a equipe técnica para levantar as

possíveis falhas que poderiam ocorrer neste processo (3). Considerou-se como falha,

um fato que pode ocorrer no plantio, tendo como efeito perdas de qualidade,

produtividade na cana-de-açúcar, a não conformidade com as exigências técnicas e/ou

a insatisfação dos clientes destes processos. Para o levantamento dessas possíveis

falhas utilizou-se o “Brainstorming” não estruturado, onde todos os participantes da

equipe técnica têm oportunidade de contribuir com suas idéias de forma livre (Matos

2004).

Para auxiliar a seleção das falhas críticas que deveriam ser avaliadas, utilizou-se

uma adaptação do FMEA (Failure mode and effect analysis ou análise de modo e

efeitos de falha), onde, a equipe técnica determinou os potenciais das possíveis falhas

levantadas na fase anterior. Levou-se em consideração a gravidade ou severidade

desta falha no processo, a freqüência em que esta ocorre e a facilidade de sua

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detecção. Posteriormente, calculou-se o índice de prioridade de risco (IPR), equação

(1), classificando os índices em ordem decrescente.

IPR = Sv x Oc x Dt (1)

Em que:

IPR = Índice de prioridade de risco

Sv = Índice de severidade

Oc = Índice de ocorrência

Dt = Índice de detecção

A Tabela 1 apresenta os critérios e os índices para avaliação das possíveis

falhas, referentes à severidade, ocorrência e detecção.

Tabela 1 - Critérios e índices para avaliação das possíveis falhas

Critérios Índice Descrição 1 Sem gravidade 2 Pouco prejudicial 3 Prejudicial 4 Muito prejudicial

Sev

erid

ade

5 Altamente prejudicial 1 Difícil de ocorrer 2 Ocorre pouco 3 Ocorre com certa freqüência 4 Ocorre muito

Oco

rrên

cia

5 Ocorre com alta freqüência 1 Fácil de detectar 2 Detectável 3 Moderadamente detectável 4 Baixa detecção D

etec

ção

5 Muito difícil de detectar Todas as falhas com valores acima de 27 pontos foram consideradas passíveis

de serem analisadas. Este valor limite representa uma falha prejudicial (severidade),

que ocorre com certa freqüência (ocorrência) e moderadamente detectável (detecção).

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Em comum acordo com a equipe técnica utilizaram-se dois critérios para a

definição dos indicadores críticos a serem avaliados. O primeiro foi através da

pontuação do IPR (Índice de Prioridade de Risco) atribuídos às principais falhas críticas.

Com base nesses maiores índices selecionados, a escolha daqueles que seriam

avaliados foi feita levando-se em consideração o número e o tamanho das amostras, a

disponibilidade de mão-de-obra da empresa, o custo e o tempo necessário para análise

dos dados.

3.2 Etapa 2: Avaliação dos itens e propostas de melhorias

Após a definição dos indicadores críticos estabeleceu-se uma padronização na

forma de coletar os dados, sem interferir na execução das operações do plantio1. Como

padrão adotou-se uma rotina de 5 dias de trabalho, com jornada de 8 horas por dia.

A avaliação e analise dos dados coletados foi realizada de acordo com a

metodologia proposta por VIEIRA (1999), tendo como principais ferramentas os

histogramas e os gráficos de controle das amplitudes e médias.

Após a apresentação dos resultados referentes aos indicadores críticos,

definidos na etapa 1, para a equipe técnica, estabeleceu-se um conjunto de ações para

melhorá-los, denominado de plano de melhorias. Foram adotados como prioritários os

indicadores que apresentaram maior instabilidade no processo.

3.3 Etapa 3: Implantação e avaliação das melhorias

Com base nos resultados da etapa 2, definiu-se os indicadores críticos que

apresentaram-se insatisfatórios para a equipe técnica e, utilizando como metodologia as

ações do plano de melhorias estabelecido na etapa anterior, buscou-se diminuir e

melhorar a instabilidade desses indicadores. Semelhante a etapa anterior, avaliou-se a

rotina de uma semana de trabalho, com jornada de trabalho de 8 horas por dia. Em

seguida, procedeu-se com a análise dos dados, e posteriormente elaborou-se um

segundo plano de melhorias.

1 A metodologia para coleta dos dados será estabelecida após a identificação dos indicadores críticos.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo apresentam-se os resultados referentes às três etapas do

trabalho. Na primeira, o levantamento dos pontos críticos para a qualidade do plantio e

definição dos indicadores de desempenho. Na segunda, a avaliação e proposta de

melhorias. E na terceira, a avaliação das ações propostas na etapa anterior e um novo

plano de melhorias.

4.1 Etapa 1: Definição dos indicadores críticos

Nesta etapa são apresentados os resultados referentes ao mapeamento do

processo de plantio, a determinação das principais falhas críticas e a definição de seus

respectivos indicadores de desempenho.

4.1.1 Fluxograma do processo de produção e do plantio de cana-de-açúcar A Figura 3 apresenta o fluxograma do plantio associado aos processos primários

de produção de cana-de-açúcar. As setas representam as ligações diretas entre os

fornecedores de um produto com os seus respectivos clientes diretos.

O macro-processo de produção de cana-de-açúcar é composto pelas operações

de preparo de solo (1)2, plantio (2), tratos culturais (3) e colheita (4).

A sulcação (5), a distribuição (6), a cobrição (7), o transporte (8) e o corte das

mudas (9) representam as cinco operações do processo de plantio da cana-de-açúcar.

As duas últimas, transporte e corte de mudas, não tem ligação direta com a primeira,

sulcação. Isto ocorre devido ao fato da execução dessas operações não influenciarem

na sulcação e o inverso também é válido, porém são importantes para o plantio da

cultura.

2 Os números representam as operações no fluxograma da Figura 2

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Preparo (1) de solo

Plantio (2)

Corte das (9)

Mudas

Transporte (8)

das Mudas

Sulcação (5) Distribuição (6)

das mudas

Processos primários de produção de cana de açúcar

Figura 3 - Fluxograma de produção de cana-

A distribuição e a cobrição de muda

transporte e corte de mudas. Uma sulcação

feito de forma errada, uma palha não retirada

influenciam diretamente na qualidade e no

afetando diretamente a qualidade do plantio.

4.1.2 Definição dos produtos, fornecedore

Após a elaboração do fluxograma dos

os seus respectivos produtos, clientes e

discussões com a equipe técnica.

Para a sulcação (5) considerou-se com

presença de plantas daninhas, com ausência

nas dimensões definidas de: profundidad

distribuição (6), a cobrição de mudas (7), os

Tratos (3)

Culturais

Cobrição de (7) mudas

Fluxograma dpla

de-açúcar e de plant

s têm ligação dire

fora dos padrões es

de forma correta d

produto final das

s e clientes do plan

processos do plan

fornecedores fora

o produto um solo

de “torrão” e os su

e, largura e distâ

tratos culturais (3) e

Colheita (4)

o Processo de ntio

io

ta com a sulcação, o

tabelecidos, um corte

os colmos das mudas,

operações (6) e (7),

tio

tio de cana-de-açúcar,

m estabelecidos em

bem preparado, sem a

lcos de plantio aberto

ncia entre sulcos. A

a colheita (4) são os

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seus clientes. O seu principal fornecedor é o preparo de solo (1), sendo que, uma baixa

qualidade ou o fornecimento deste produto fora das recomendações agronômicas

estabelecidas e desejadas compromete totalmente o processo de sulcação e seus

respectivos clientes.

No caso da distribuição das mudas (6) de cana-de-açúcar, o produto é a muda

distribuída, acomodadas e fracionadas em rebolos dentro do sulco de plantio, com um

número gemas por metro linear que não proporcione falhas. Os seus clientes são: a

cobrição de mudas (7), os tratos culturais (3) e a colheita (4). Seus fornecedores são: o preparo de solo (1); a sulcação (5), o corte (9) e o transporte de mudas (8). Uma

distribuição de mudas fora do especificado afeta de forma muito grave o processo de

produção de cana, podendo comprometer a vida útil de 5 cortes de um canavial devido

a grande quantidade de falhas ou aumentar o custo de produção, devido ao excesso de

matéria-prima utilizada por unidade de área.

Considerou-se como produto da cobrição de mudas (7) um sulco de plantio, com

os rebolos de cana cobertos com uma camada de solo, de tal forma a não se deixar

rebolos, ou parte destes, descobertos, com ausência de “torrão” e sem presença de

plantas daninhas. Os rebolos devem, também, estar tratados com inseticidas. Esse

processo tem como clientes os tratos culturais (3) e a colheita (4). Os seus

fornecedores são: a sulcação (5), o corte (9), transporte (8) e a distribuição das mudas

(6) no plantio. De acordo com a equipe técnica, a cobrição das mudas é fortemente

afetada, se o produto entregue por seus fornecedores estiver com baixa qualidade ou

fora dos padrões de especificação, podendo acarretar em grandes prejuízos para o

desenvolvimento da cultura.

Em relação ao corte das mudas (9) os produtos desejados são os colmos

aleirados e amontoados, com altura padrão do ponto de corte no colmo até o solo

(altura de toco), sem as folhas dos ponteiros e sem danificar as gemas laterais. Os seus

clientes são: a distribuição (6), a cobrição das mudas (7), os tratos culturais (3), a

colheita (4) e o transporte (8). O seu fornecedor é o próprio processo de plantio, porém,

neste caso, ele é executado no ano anterior, e as mudas são retiradas com uma idade

de 10 meses.

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O processo de transporte de mudas (8) tem como produto os colmos de cana

carregados e transportados do local de corte até o plantio. Seus clientes são a

distribuição (6), a cobrição das mudas (7), os tratos culturais (3) e a colheita (4). O único

fornecedor é o corte de mudas (9). Para este processo busca-se que o corte das mudas

esteja, sempre, o mais próximo possível do talhão de plantio, evitando-se assim, altos

custos de transporte.

4.1.3 Identificação das possíveis falhas no processo de plantio de cana-de-açúcar

A Tabela 2 apresenta as possíveis falhas que podem ocorrer no plantio,

levantadas pela equipe técnica. Observa-se que os processos com maiores números de

falhas foram a sulcação, a distribuição e a cobrição das mudas, com 8, 3 e 3 potenciais

de falhas, respectivamentes. Das possíveis falhas levantadas para a sulcação, sete

foram atribuídas a regulagem dos equipamentos (falta de paralelismo entre sulcos;

profundidade, largura e distância entre sulcos errada; distribuição, direcionamento e

regulagem dos volumes de adubo errada) e uma às condições climáticas e

agronômicas para a operação (baixa umidade do solo). Para a distribuição das mudas,

duas das possíveis falhas estão relacionadas à mão-de-obra (ausência de gemas

viáveis por metro linear e excesso ou poucos números de cortes na cana no sulco de

plantio), e uma está relacionada ao erro de planejamento (cálculo errado de toneladas

de cana gastos por hectare de plantio). As falhas da cobrição relacionam-se a

regulagem dos equipamentos (altura de cobertura errada, porcentagem de cana

descoberta e volume errado de inseticida aplicado no sulco de plantio). Em relação ao

corte das mudas, a falha que pode ocorrer está relacionada à qualidade do viveiro de

onde se retiram as mudas (baixa quantidade de gemas viáveis por colmo de cana).

Para o transporte, a falha corresponde ao planejamento inadequado dos viveiros de

mudas (distância errada entre talhão de mudas e de plantio).

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34

Tabela 2 - Possíveis falhas que poderiam ocorrer no processo de plantio

PROCESSOS FALHAS NO PLANTIO

• Falta de paralelismo entre sulcos

• Profundidade de sulcos errada

• Largura de sulco errada

• Distância entre sulcos errada

• Distribuição de adubo errada

• Direcionamento do adubo errado

• Baixa umidade do solo

Sulcação

• Regulagem dos volumes de adubo errada

• Ausência de gemas viáveis por metro linear

no sulco de plantio

• Calculo errado de toneladas de cana

gastos por hectare de plantio distribuição de mudas

• Excesso ou poucos números de cortes na

cana no sulco de plantio

• Altura de cobrição errada

• Porcentagem de cana descoberta cobrição das mudas

• Volume errado de inseticida aplicado no

sulco de plantio

corte das mudas • Baixa quantidade de gemas viáveis por

colmo de cana

transporte de mudas • Distância errada entre talhão de mudas e

talhão de plantio

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35

4.1.4 Seleção das possíveis falhas críticas para o processo do plantio de cana-de-açúcar

Na Tabela 3 apresentam-se as notas de severidade, ocorrência e detecção para

as possíveis falhas no processo de plantio, bem como o índice de prioridade de risco.

Tabela 3. Possíveis falhas e suas respectivas notas de severidade ocorrência e

detecção.

Processo Potencial falha Severidade Ocorrência Detecção IPR Falta de paralelismo entre

sulcos 4,5 3,9 2,4 41,4

Profundidade de sulcos errada 3,6 2,9 2,6 27,4 Largura de sulco errada 3,5 2,8 2,4 22,9

Distância entre sulcos errada 4,5 3,5 2,7 42 Distribuição de adubo errada 4,5 3,1 2,8 38,7

Direcionamento do adubo errado 3,5 3,3 2,5 29,2

Umidade do solo errada 3,9 3 1,6 18,9

Sul

caçã

o

Regulagem dos volumes de adubo errada 4 3,1 2,3 28,7

Ausência de gemas viáveis por metro linear no sulco de plantio 4,6 3 2,1 29,5

Calculo errado de toneladas de cana gastos por hectare de

plantio 4,3 2,4 1,9 18,9

Dis

tribu

ição

das

m

udas

Excesso ou poucos números de cortes na cana no sulco de

plantio 3,3 2,6 2,7 22,9

Altura de cobertura errada 3,9 3,1 2,4 28,8 Porcentagem de cana

descoberta 3,9 3,3 2,3 28,3

Cob

rição

das

m

udas

Volume errado de inseticida aplicado no sulco de plantio 4,1 2,1 2,9 25,2

Cor

te d

as

mud

as

Baixa quantidade de gemas viáveis por colmo de cana 4,4 2,9 2,8 34,6

Tran

spor

te

das

mud

as

Distância errada entre talhão de mudas e talhão de plantio 4,3 3,9 1,5 24,7

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36

Na tabela 4 apresentam-se em ordem decrescente, as possíveis falhas e suas

respectivas notas do índice de prioridade de risco (severidade x ocorrência x detecção).

Tabela 4 - Possíveis falhas na ordem decrescente, em relação ao índice de prioridade

de risco

Potenciais de falhas IPR

Distância entre sulcos errada (S) 42,0 Falta de paralelismo entre sulcos (S) 41,4 Distribuição de adubo errada (S) 38,7 Baixa quantidade de gemas viáveis por colmo de cana (CorM) 34,6 Ausência de gemas viáveis por metro linear no sulco de plantio (DM) 29,5 Direcionamento do adubo errado (S) 29,2 Altura de cobrição errada (CM) 28,8 Regulagem dos volumes de adubo errada (S) 28,7 Porcentagem de cana descoberta (CM) 28,3 Profundidade de sulcos errada (S) 27,4 Volume errado de inseticida aplicado no sulco de plantio (CM) 25,2

Distância errada entre talhão de mudas e talhão de plantio (T) 24,7

Excesso ou poucos números de cortes na cana no sulco de plantio

(DM) 22,9

Largura de sulco errada (S) 22,9

Calculo errado de toneladas de cana gastos por hectare de plantio

(DM) 18,9

Umidade do solo errada (S) 18,9

S: Sulcação; DM: Distribuição das Mudas; CM: Cobrição das Mudas; CorM: Corte das

Mudas; T: Transporte das Mudas; IPR: Índice de Prioridade de Risco.

Das dez falhas selecionadas, seis referem-se à sulcação e estão associadas a

regulagem dos equipamentos (falta de paralelismo entre sulco; distância e profundidade

de sulcos errada; regulagem, distribuição e direcionamento do adubo errado). As falhas

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37

selecionadas de cobrição de mudas (altura de cobrição errada e porcentagem de cana

descobertas), também associam-se ao maquinário utilizado, diferente da distribuição

das mudas (ausência de gemas viáveis por metro linear de sulco de plantio) que refere-

se à mão-de-obra. A baixa quantidade de gemas viáveis no colmo de cana refere-se ao

corte de mudas e à qualidade do viveiro.

4.1.5 Definição dos indicadores críticos para a qualidade do plantio.

Após selecionar as possíveis falhas críticas do processo de plantio definiram-se

os seus respectivos indicadores de desempenho. Analisando-se a viabilidade,

praticidade e disponibilidade de mão-de-obra concluiu-se a impossibilidade de avaliar a

todos. Este fato ocorre devido a grande quantidade de tempo para se coletar os dados

no campo, o grande número de pessoas e os custos elevados para a sua implantação.

Após discussões e reuniões com a equipe técnica da empresa foram selecionados

quatro indicadores críticos, que representam as principais falhas críticas do processo de

plantio.

Tabela 5 - Indicadores selecionados para qualidade operacional do plantio

INDICADOR CRÍTICO FALHA CRÍTICA UNIDADE • Falta de paralelismo entre

sulco 1- paralelismo entre sulcos • Distância entre sulco errada

Metros

2- gemas viáveis por metro

• Ausência de gemas viáveis por metro linear de sulco de plantio

gemas.metros-1

• Porcentagem de canas descobertas 3- altura de cobrição

das mudas • Altura de cobrição das mudas erradas

Metros

4- profundidade de sulcos de plantio

• Profundidade de sulco errada Metros

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Dos indicadores selecionados na Tabela 5, dois se referem à sulcação, um à

distribuição e outro à cobrição das mudas. As falhas referentes à falta de paralelismo e

distância entre sulcos errada foram representadas pelo indicador de paralelismo. O

indicador de gemas viáveis por metro representa a falha referente à ausência de gemas

viáveis por metro linear. As possíveis falhas críticas, porcentagem de cana descoberta e

altura de cobrição das mudas errada estão sendo representadas pelo indicador altura

de cobrição. O indicador profundidade de sulco de plantio representa a possível falha

crítica de profundidade de sulcos incorreta.

Para a coleta dos dados referentes aos indicadores selecionados, Tabela 5,

utilizaram-se os procedimentos operacionais criados e descritos no Anexo 1. Os

mesmos foram executados por uma equipe composta por um técnico agrícola e dois

auxiliares de campo, devidamente treinados e acompanhados por um engenheiro

agrônomo da Usina.

Nesta etapa foram estabelecidos, também, os limites superiores e inferiores de

especificação, sendo estes baseados em fundamentos técnicos agronômicos e

desejados pela empresa. Estes limites estão apresentados na Tabela 6.

Tabela 6 - Limites de especificação utilizados nas avaliações dos indicadores

Limites de Especificação INDICADOR CRÍTICO

Superior(LSE) Inferior(LIE)

paralelismo entre sulcos (metro) 1,5 1,35

gemas viáveis por metro (gemas.metro-1) 20 18

altura de cobrição das mudas (metro) 0,12 0,08

profundidade de sulcos de plantio (metro) 0,20 0,30

4.2 Etapa 2: Avaliação dos itens e propostas de melhorias

Nessa etapa são apresentados os resultados referentes à avaliação dos

indicadores críticos para a qualidade do plantio, selecionados na etapa anterior.

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39

4.2.1 Paralelismo entre sulcos A Tabela 7 apresenta uma análise do indicador de paralelismo entre sulcos.

Observa-se que a média é de 1,40 m, semelhante à meta desejada pela empresa, com

a moda e a mediana apresentando 1,38 m. O coeficiente de variação foi baixo com

9,9% e a amplitude de 1,01 m, com valores máximos 1,96 m e mínimos 0,95 m.

Tabela 7 - Análise das amostras de paralelismo entre sulcos, sem interferir na

operação

Descrição AVALIAÇÃO Média 1,40 Moda 1,38

Mediana 1,38 Desvio Padrão 0,14

Variância 0,02 Máximo 1,96 Mínimo 0,95

Amplitude 1,01 Coeficiente de Variação 9,9%

O histograma do indicador paralelismo entre sulcos é apresentado na Figura 4.

Dos dados obtidos, 45,6% encontram-se dentro dos limites de especificação (1,35 a

1,50 m), sendo a classe de 1,35 a 1,40 m, com a maior freqüência, 24,5%. No caso de

espaçamentos abaixo do limite inferior de especificação (1,35m), encontrou-se 36,8%,

considerados prejudiciais para a cultura, apresentando como conseqüência um alto

índice de pisoteio quando se utiliza a colheita mecanizada. Acima do limite superior de

especificação (1,50m), observa-se 17,6% ocasionando uma diminuição do número de

sulcos de plantio por área (metros lineares).

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40

0,2%0,7%1,1%1,3%

10,6%

15,3%

24,5%

13,7%

7,4%5,6%

3,8%3,6%2,0%

1,1%0,2%0,2%0,2%0,4%0,2%

4,9%

2,7%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

0,80

- 0,

85

0,85

- 0,

90

0,90

- 0,

95

0,95

- 1,

00

1,00

- 1,

05

1,05

- 1,

10

1,10

- 1,

15

1,15

- 1,

20

1,20

- 1,

25

1,25

- 1,

30

1,30

- 1,

35

1,35

- 1,

40

1,40

- 1,

45

1,45

- 1,

50

1,50

- 1,

55

1,55

- 1,

60

1,60

- 1,

65

1,65

- 1,

70

1,70

- 1,

75

1,75

- 1,

80

1,80

- 1,

85

1,85

- 1,

90

1,90

- 1,

95

1,95

- 2,

00

2,00

- 2,

05

Classes do paralelismo - metros

Freq

üênc

ia re

lativ

a (%

)

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Freq

üênc

ia a

cum

ulad

a (%

)

freqüência relativa freqüência acumulada

LSE: 1,50 mLIE: 1,35 m

LSE: Limite Superior de EspecificaçãoLIE: Limite Inferior de Especificação

45,6%

Figura 4 - Distribuição dos dados de paralelismo entre sulcos sem interferir na

operação

A Figura 5 apresenta os gráficos de controle das amplitudes (A) e das médias (B)

para o indicador paralelismo ente sulcos. Nota-se que ambos apresentam-se não

previsíveis (fora de controle), caracterizando instabilidade para este processo. Nesta

etapa não foram identificadas as causas das amostras que ficaram fora de controle. Na

Figura 4 (B), também, verifica-se que a média corresponde exatamente a meta de

sulcação da empresa de 1,40 m de espaçamentos entre sulcos, porém com uma

distribuição irregular dos dados. O valor do limite inferior de controle (1,33 m), é menor

do que o especificado (1,35 m), mostrando uma tendência de sulcação mais estreita.

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41

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73 76 79 82 85 88

Amostras

Am

plitu

de -

met

ros

AMPLITUDE Limite Superior de Controle Limite Inferior de Controle MÉDIA

(A)

0,95

1,02

1,09

1,16

1,23

1,30

1,37

1,44

1,51

1,58

1,65

1,72

1,79

1,86

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73 76 79 82 85 88

Amostras

Esp

açam

ento

- m

etro

s

AMOSTRA Limite superior de controle (1,47 m) Limite inferior de controle (1,33 m)Méida das amostras (1,40 m) Limite superior de especificação(1,50 m) Limite inferior de especificação (1,35 m)

(B)

Figura 5 - Gráfico de controle das amplitudes (A) e das médias (B) para as amostras do

indicador de paralelismo entre sulcos sem interferir na operação

De maneira geral, o indicador paralelismo apresentou-se muito instável, com alta

variabilidade e tendência de sulcação mais estreita do que o desejado pela empresa,

apesar de apresentar uma média das amostras igual à meta. Este fato é indesejado e

necessita de melhorias.

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42

4.2.2 Profundidade de sulco de plantio

Na Tabela 8 apresenta-se uma análise para a profundidade de sulcação. Nota-se

que a média, a moda e mediana, ambas com 0,21 m, estão abaixo do desejado pela

empresa (0,25 m). O máximo encontrado foi 0,33 m e o mínimo 0,03 m de

profundidade, ocasionando uma amplitude de 0,30 m. Estes valores apresentam-se fora

do especificado pela empresa, com o coeficiente de variação de 20,9%.

Tabela 8 - Análise das amostras de profundidade de sulcos, sem interferir na operação

Descrição Avaliação Média 0,21 Moda 0,21

Mediana 0,21 Desvio Padrão 0,04

Variância 0,0020 Máximo 0,33 Mínimo 0,03

Amplitude 0,30 Coeficiente de Variação 20,9%

A Figura 6 apresenta o histograma do indicador profundidade de sulco. Pode-se

observar 55,3% dos dados dentro dos limites de especificação. Acima do limite

superior, 0,30 m, encontra-se 1,3% e abaixo, da especificação de 0,20 m, nota-se

43,3% dos dados, com destaque para a classe de 0,175 a 0,200 m apresentando

24,2%. Este fato mostra uma tendência e sulcação rasa para esse processo.

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43

3,4%

5,5%

10,4%

24,2%

20,5%

8,1%6,2%

0,8% 0,5%

20,5%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

0,07

5 - 0

,100

0,10

0 - 0

,125

0,12

5 - 0

,150

0,15

0 - 0

,175

0,17

5 - 0

,200

0,20

0 - 0

,225

0,22

5 - 0

,250

0,25

0 - 0

,275

0,27

5 - 0

,300

0,30

0 - 0

,325

0,32

5 - 0

,350

0,35

0 - 0

,375

0,37

5 - 0

,400

0.40

0 -0

,425

Classes de Profundidade - metros

freqü

ênci

a re

lativ

a (%

)

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

freqü

ênci

a ac

umul

ada

(%)

freqüência relativa freqüência acumulada

55,3%LSE: 0,30 mLIE: 0,20 m

LSE: Limite Superior de EspecificaçãoLIE: Limite Inferior de Especificação

Figura 6 - Distribuição dos dados para profundidade de sulco de plantio sem interferir

na operação

Na Figura 7 observa-se o gráfico de controle das amplitudes (A) e das médias (B)

para profundidade de sulco. Os mesmos encontram-se fora de controle apresentando

uma alta variabilidade e instabilidade, com 19,5% das amostras fora do controle

estatístico, Figura B. Nota-se, na Figura, uma tendência de sulcação rasa, com a média

das amostras, 0,21 m, próxima do limite inferior de especificação (0,20 m), e também

pelo fato do limite de controle (0,17 m), encontrar-se abaixo do especificado pela

empresa.

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44

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

0,350

0,400

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73 76

AMOSTRAS

Am

plitu

de -

met

ros

Amplitude Limite superior de controle Limite inferior de controle Média

(A)

0,1000,1200,1400,1600,1800,2000,2200,2400,2600,2800,3000,3200,3400,3600,3800,400

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70

Amostras

Pro

fund

iada

de d

e S

ulco

- m

etro

s

AMOSTRAS Limite superior de controle (0,25 m) Limite inferior de controle (0,17 m)Média das amostras (0,21 m) Limite superior de especificação (0,30 m) Limite inferior de especificação (0,20 m)

)

Figura 7- Gráfico de controle das amplitudes (A) das médias (B) para as a

profundidade do sulco sem interferir na operação

De maneira geral, a sulcação para o plantio está rasa e com

instabilidade, necessitando de melhorias. Esse fato pode proporcionar uma

da longevidade do canavial e a destruição das soqueiras de cana n

mecanizada, através do arranquio das soqueiras pela colhedora.

(B

73 76

mostras de

uma alta

diminuição

a colheita

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45

4.2.3 Gemas viáveis por metro

A Tabela 9 apresenta uma análise do indicador de gemas viáveis por metro. O

valor encontrado da média, de 18,7, está dentro do desejado. Os valores máximos e

mínimos foram de 42,3 e 4,7 gemas por metro, respectivamente, ocasionando uma

amplitude de 37,7 e o coeficiente de variação foi de 26,0%.

Tabela 9 - Análise das amostras de gemas viáveis por metro

Descrição Avaliação (gemas viáveis por metro) Média 18,7 Moda 16,7

Mediana 18,00 Desvio Padrão 4,9

Variância 23,5 Máximo 42,3 Mínimo 4,7

Amplitude 37,7 Coeficiente de Variação 26,0%

Na Figura 8 apresenta-se o histograma de gemas viáveis por metro. Observa-se

que, apenas 16,9% dos dados estão dentro dos limites especificados pela empresa (18

e 20 gemas viáveis por metro). Do total, 50,6% do número de gemas viáveis por metro

está abaixo do especificado e 32,5% acima. Não foi identificada a ausência de gemas

viáveis no sulco de plantio.

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46

0,3%

2,5%3,3%

10,2%

16,6%17,7%

16,9%

10,5%10,0%

5,0%

2,8%2,2%

0,3% 0,8% 0,8%

0,0%

2,0%

4,0%

6,0%

8,0%

10,0%

12,0%

14,0%

16,0%

18,0%

20,0%1,

0 - 2

,0

2,0

- 4,0

4,0

- 6,0

6,0

- 8,0

8,0

- 10,

0

10,0

- 12

,0

12,0

- 14

,0

14,0

- 16

,0

16,0

- 18

,0

18,0

- 20

,0

20,0

- 22

,0

22,0

- 24

,0

24,0

- 26

,0

26,0

- 28

,0

28,0

- 30

,0

30,0

- 32

,0

32,0

- 34

,0

34,0

- 45

,0

45,0

- 50

,0

Classes de gemas por metro

Freq

üênc

ia re

lativ

a (%

)

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Freq

üênc

ia a

cum

ulad

a (%

)

freqüência relativa freqüênca acumulada

LSE: 20 gm

LSE: Limite Superior de EspecificaçãoLIE: Limite Inferior de Especificaçãogm: gemas viáveis por metro

LIE: 18 gm

16,9%

Figura 8 - Distribuição dos dados para gemas viáveis por metro

O gráfico de controle das amplitudes (A) e das médias (B), apresentado na

Figura 9, mostra um processo fora de controle com alta amplitude (21 gemas). Os

limites superiores e inferiores de controle, 24,5 e 12,8 gemas viáveis por metro,

respectivamente, não atendem aos limites especificados de 20 e 18 gemas assumidos

pela equipe técnica.

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47

0,0

3,0

6,0

9,0

12,0

15,0

18,0

21,0

24,0

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70AMOSTRAS

Gem

as p

or m

etro

Amplitude Limite superior de controle Limite inferiro de controle Média

(A)

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

20,0

22,0

24,0

26,0

28,0

30,0

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70

Amostras

Núm

ero

de G

emas

viá

veis

por

met

ro

Amostras Limite superior de controle (24,5Gemas Viáveis) Limite inferior de controle (12,8 Gemas Viáveis)Média (18,6 gemas viáveis) Limite superior de especificação (20 gemas viáveis) Limite inferior de especificação (18 gemas viáveis)

(B)

Figura 9 - Gráfico de controle das amplitudes (A) e para as médias (B) das amostras de

gemas viáveis por metro

Uma das preocupações da equipe técnica é a ausência de gemas viáveis por

metro, pois, considera-se este fato, um dos principais responsáveis por falhas de plantio

ou ausência de brotação de cana. Neste caso, não constatou-se este tipo de ocorrência

durante a avaliação dos dados , porém estão sendo colocadas mais gemas do que o

necessário.

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48

4.2.4 Altura de cobrição das mudas

A Tabela 10 apresenta uma análise dos dados para altura de cobrição. Nota-se a

média, a moda e a mediana com o valor de 0,10 m, semelhante a meta da empresa. Os

valores máximos, 0,15 m, e mínimos, 0,04 m, estão fora do especificado. Para a

amplitude verifica-se um valor de 0,11 m, considerada alta pela equipe técnica. O

coeficiente de variação apresenta um valor de 22,5%.

Tabela 10 - Análise das amostras de altura de cobrição, sem interferir nas operações

Descrição Avaliação Média 0,10 Moda 0,10

Mediana 0,10 Desvio Padrão 0,02

Variância 0,00047 Máximo 0,18 Mínimo 0,02

Amplitude 0,16 Coeficiente de Variação 22,5%

No histograma do indicador altura de cobrição, Figura 11, observa-se a

freqüência de 68,6% dos dados dentro dos limites superiores e inferiores de

especificação, 0,12 e 0,08 m, respectivamente. Acima de 0,12 m encontrou-se 16,8%,

destacando a classe 0,12 – 0,14 m com 13,7%. Abaixo de 0,08 m observa-se uma

freqüência de 14,8% dos dados, com a classe 0,06 – 0,08 m apresentando maior

concentração, 11,9%.

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49

0,0% 1,0% 1,9%

11,9%

27,0%

41,3%

13,7%

2,4%0,6% 0,1%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

45,0%

50,0%

0,01

- 0,

02

0,02

- 0,

04

0,04

- 0,

06

0,06

- 0,

08

0,08

- 0,

10

0,10

- 0,

12

0,12

- 0,

14

0,14

- 0,

16

0,16

- 0,

18

0,18

- 0,

20

Classes de cobrição - metros

Freq

üênc

ia re

lativ

a (%

)

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Freq

üênc

ia a

cum

ulad

a

freqüência relativa freqüência acumulada

LIE: 0,08 m LSE: 0,12 m

LSE: Limite Superior de EspecificaçãoLIE: Limite Inferior de Especificação

68,3%

Figura 11 - Distribuição dos dados para altura de cobrição das mudas sem interferir na

operação

Analisando os gráficos de controle para as amplitudes (A) e das médias (B) do

indicador altura de cobrição, Figura 12, nota-se que o processo está fora de controle

apresentando uma alta instabilidade. Observa-se, na Figura 12 (B), que o valor da

média (0,096 m) está dentro do desejado pela equipe técnica, porém a distribuição das

amostras apresenta-se muito irregular, principalmente no início e no final das

amostragens.

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50

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

1 10 19 28 37 46 55 64 73 82 91 100 109 118 127 136 145 154 163 172 181 190 199 208 217AMOSTRAS

Am

plitu

de -

met

ros

Amplitude Limite superior de controle Limite inferior de controle Média

(A)

0,000

0,020

0,040

0,060

0,080

0,100

0,120

0,140

0,160

0,180

1 10 19 28 37 46 55 64 73 82 91 100 109 118 127 136 145 154 163 172 181 190 199 208 217

Amostras

Altu

ra d

e C

obriç

ão -

met

ros

Amostra Limite superior de controle (0,116 m) LIC (0,076 m)Média (0,096 m) Limite superior de especificação (0,12 m) Limite inferior de especificação (0,08 m)

(B)

Figura 12 - Gráfico de controle das amplitudes (A) e das médias (B) para as amostras

de altura de cobrição sem interferir na operação

O indicador de altura de cobrição mostrou-se instável, com valores fora do

especificado pela empresa e apresentando tendência de colocar pouca terra para cobrir

as mudas. Este foi considerado insatisfatório e necessitando de melhorias.

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51

4.2.5 Plano de melhorias para os indicadores críticos de qualidade

Analisando de forma geral, observa-se no plantio uma grande quantidade de

dados fora do especificado pela equipe técnica e uma alta instabilidade. A sulcação

apresentou-se mais rasa e com a distância entre sulcos menor. A cobrição das mudas

se mostrou falha, pois colocou uma menor quantidade de terra em cima das mudas e

não se detectou ausência de gemas viáveis por metro. Com isso, os processos

referentes aos indicadores paralelismo, profundidade de sulco e altura de cobrição das

mudas foram considerados indesejados pela equipe técnica, necessitando de

melhorias.

Após esta avaliação elaborou-se um conjunto de ações que buscam melhorar

esses indicadores, denominados plano de melhorias para a qualidade do plantio. Esse

foi constituído basicamente de três ações:

• controlar os indicadores no campo. Sempre que uma amostra apresentar valores

fora dos limites inferiores e superiores estabelecidos pela equipe técnica, interrompe-se

a operação para serem feitas as devidas correções, quando possíveis, e orientar os

operadores. Esta ação foi estabelecida buscando-se diminuir a instabilidade encontrada

na etapa anterior.

• detectar e anotar as causas que levaram as amostras a ficarem fora dos limites

de especificação, ocasionando perdas de qualidade.

• reavaliar as operações.

4.3 Etapa 3: Implantação e avaliação das melhorias

Nesta etapa, são apresentados os dados referentes à implantação do plano de

melhorias. O indicador gemas viáveis por metro não está contemplado neste plano. A

justificativa para isso seria a não identificação de ausência dessas gemas no sulco de

plantio, uma vez que sua seleção ocorreu para esta verificação.

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52

4.3.1 Paralelismo entre sulcos

Na Tabela 11 apresenta-se uma análise do paralelismo entre sulcos, após a

implantação das ações de melhorias. Observa-se que o valor da média e da mediana é

de 1,42 m. Para a moda, encontra-se o valor de 1,40 m, semelhante a meta de

sulcação da empresa. Encontrou-se, também, espaçamentos entre sulcos de 1,64 m

como máximo, e de 1,18 m como mínimo, ocasionando uma amplitude de 0,46 m.

Apesar de fora dos padrões estabelecidos, estes valores foram considerados melhores

do que a etapa anterior, pois proporcionaram espaçamentos mais próximos das

especificações e uma diminuição em 0,55 m da amplitude.

Tabela 11 Análise dos dados do paralelismo de sulcos com as melhorias

Descrição Avaliação Média 1,42 Moda 1,40

Mediana 1,42 Desvio Padrão 0,07

Variância 0,003 Máximo 1,64 Mínimo 1,18

Amplitude 0,46 Coeficiente de Variação 4,6%

Na Figura 13 é apresentado o histograma do paralelismo entre sulcos, após a

implantação das ações de melhorias. Observa-se 75,7% dos dados dentro dos limites

de especificação (1,50 e 1,35 m), um aumento de 30,1% após as melhorias. Abaixo do

limite inferior de especificação, 1,35 m, encontra-se uma freqüência de 16,9% dos

dados, com uma diminuição de 19,9% para esta etapa. Acima da especificação superior

de 1,50 m observa-se uma diminuição de 10,2%, passando de 17,6%, na etapa

anterior, para 7,2% dos dados.

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53

1,1%3,0%

26,5%28,1%

21,1%

6,1%

0,7%0,6%

12,6%

0,2%0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

0,80

- 0,

85

0,85

- 0,

90

0,90

- 0,

95

0,95

- 1,

00

1,00

- 1,

05

1,05

- 1,

10

1,10

- 1,

15

1,15

- 1,

20

1,20

- 1,

25

1,25

- 1,

30

1,30

- 1,

35

1,35

- 1,

40

1,40

- 1,

45

1,45

- 1,

50

1,50

- 1,

55

1,55

- 1,

60

1,60

- 1,

65

1,65

- 1,

70

1,70

- 1,

75

1,75

- 1,

80

1,80

- 1,

85

1,85

- 1,

90

1,90

- 1,

95

1,95

- 2,

00

2,00

- 2,

05

Classe do paralelismo - metros

Freq

üênc

ia re

lativ

a (%

)

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Freq

üênc

ia a

cum

ulad

a (%

)

freqüência relativa freqüência acumulada

LSE: 1,50 mLIE: 1,35 m75,7%

LSE: Limite Superior de EspecificaçãoLIE: Limite Inferior de Especificação

Figura 13 - Distribuição dos dados para paralelismo entre sulcos após a implantação do

plano de melhorias

A Figura 14 apresenta os gráficos das amplitudes (A) e das médias (B) para o

paralelismo entre sulcos após a implantação do plano de melhorias. Nota-se um

processo fora de controle, porém com uma menor instabilidade do que a etapa anterior.

Em relação aos limites superiores e inferiores calculados estatisticamente (1,45 m e

1,36 m), observa-se, na Figura 14 (B), que estes encontram-se entre os valores de

especificações (1,50 m e 1,35 m).

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54

0,000,050,100,150,200,250,300,350,400,450,500,550,600,650,700,750,80

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101 105AMOSTRAS

Am

plitu

de -

met

ros

Amplitude - metros Limite superior de controle Limite iferior de controle Média

30/04/07 02/05/07 03/05/07 04/05/07 05/05/07

(A)

0,951,021,091,161,231,301,371,441,511,581,651,721,791,86

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97AMOSTRAS

Espa

çam

ento

s - m

etro

s

Amostra Limite superior de controle (1,45 m) Limite inferior de controle (1Média (1,41 m) Limite superior de especificação (1.50 m) Limite inferior de especificaç

30/04/07 02/05/07 03/05/07 04/05/07

Descuido operador Regulagem do

equipamento

Curva de nível intermediária

Curva de nível intermadária Descuido do

operador

Declividade acentuada do

terreno

Curva de nível intermediária

Declividade acentuada do terreno e solo

com torrões

Curva de nível intermediária

Operador saiu da linha de orientação (parada

para orientação)

05/05/07

Curinte

)

Figura 14 - Gráfico de controle para as amplitudes (A) e das médias (B) do

entre sulcos após a implantação do plano de melhorias

Observa-se ainda na Figura 14 B, que nesta etapa identificou-se e q

as causas especiais que agem no processo, e estas apresentam-se na F

duas principais referem-se a uma curva de nível rebaixada construíd

terraços embutidos, denominada de curva de nível intermediária e a

operador durante a operação de sulcação. Juntas representam 75% das ca

(B

101 105

,36 m)ão (1,35 m)

va de nível rmediária

paralelismo

uantificou-se

igura 15. As

a entre dois

s falhas do

usas da não

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55

conformidade das amostras, com as especificações. Do restante, o declive acentuado

do terreno responde por 16,7% e a regulagem do equipamento representa 8,3%.

50,0%

25,0%

16,7%

8,3%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Curva de nível intermediária Operador Declividade acentuada doterreno

Regulagem do equipamento

Motivos da falha

freq

üênc

ia re

lativ

a (%

)

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

freq

üênc

ia a

cum

ulad

a (%

)

Figura 15 - Gráfico de Pareto para paralelismo entre sulcos

De forma geral, o plano de melhorias promoveu para o indicador paralelismo

entre sulcos uma diminuição da amplitude, que passou de 1,01m para 0,46m. Nota-se

um processo menos instável e com um aumento da freqüência dos dados dentro do

desejado pela empresa, em 30,1%. Considerou-se como principais causas especiais a

curva de nível intermediária e as falhas do operador.

A Figura 16 apresenta o processo de sulcação. Nota-se que o espaçamento

entre sulcos é menor em um dos pontos devido ao fato, de neste local, existir uma

curva de nível intermediaria.

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56

Espaçamento abaixo do

especificado

Espaçamento dentro do

especificado

Figura 16 - Processo de sulcação apresentando não conformidade

4.3.2 Profundidade de sulco de plantio

Na Tabela 12 apresenta-se uma análise da profundidade de sulcos após a

implantação de melhorias. Observa-se a média, a moda e a mediana com 0,26 m de

profundidade, próximo da meta de sulcação (0,25 m) da empresa. Verifica-se que os

valores máximos, 0,35 m, e mínimos, 0,15 m, são maiores do que nesta etapa,

mostrando uma sulcação mais profunda. A amplitude apresentou uma diminuição para

0,20 m após as ações de melhorias. Estes valores foram considerados melhores do que

na etapa anterior, porém ainda fora dos padrões estabelecidos.

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57

Tabela 12 - Análise da profundidade de sulco com as melhorias

Descrição Avaliação Média 0,26 Moda 0,26

Mediana 0,26 Desvio Padrão 0,03

Variância 0,00112 Máximo 0,35 Mínimo 0,15

Amplitude 0,20 Coeficiente de Variação 12,7%

A Figura 16 refere-se ao histograma da profundidade de sulco de plantio após a

implantação do plano de melhorias. Nota-se que 85,6% da freqüência dos dados está

dentro dos limites de especificação. Para os valores abaixo de 0,20 m observa-se

apenas 5,1%, uma diminuição de 38,2% em relação à etapa anterior. Porém,

encontrou-se 9,4% acima da especificação de 0,30 m, um aumento de 8,1%.

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58

0,4% 0,6%

4,1%

6,1%

25,2%

28,9%

6,1%

3,3%

25,4%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

0,07

5 - 0

,100

0,10

0 - 0

,125

0,12

5 - 0

,150

0,15

0 - 0

,175

0,17

5 - 0

,200

0,20

0 - 0

,225

0,22

5 - 0

,250

0,25

0 - 0

,275

0,27

5 - 0

,300

0,30

0 - 0

,325

0,32

5 - 0

,350

0,35

0 - 0

,375

0,37

5 - 0

,400

0.40

0 -0

,425

Classes da Profundidade - metros

Freq

üênc

ia re

lativ

a (%

)

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Freq

üênc

ia a

cum

ulad

a (%

)

freqüência relativa freqüência acumulada

LSE: 0,30 mLIE: 0,20 m

LSE: Limite Superior de EspecificaçãoLIE: Limite Inferior de Especificação

85,6%

Fig

Figura 16 - Distribuição dos dados para profundidade de sulco após a implantação das

melhorias

A Figura 17 (A) e (B) representa os gráficos das amplitudes e das médias,

respectivamente, do indicador de profundidade de sulco após a implantação de

melhorias. Observa-se uma melhor estabilidade do processo, em relação à etapa

anterior, apresentando os limites superiores e inferiores de controle (0,30 e 0,23 m

respectivamente) dentro das especificações técnicas (0,30 e 0,20 m), porém, com

tendência de sulcação mais profunda do que na etapa anterior. Para este processo o

aumento em relação à etapa anterior foi de apenas 1,9%, mostrando que este ainda

necessita de melhorias.

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59

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101 105

AMOSTRAS

Am

plitu

de -

met

ros

Amplitude Limite superior de controle Limite inferior de controle Média

30/04/07 02/05/07 03/05/07 04/05/07 05/05/07

(A)

0,10,120,140,160,180,2

0,220,240,260,280,3

0,320,340,360,380,4

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101AMOSTRAS

Prof

undi

dade

de

sulc

o - m

etro

s

AMOSTRAS Limite superior de controle (0,30 m) Limite inferior de controle (0,23 m)MÉDIA (0,26 m) Limite superior de especificação (0,30 m) Limite inferior de especificação(0,20 m)

30/04/07 02/05/07 03/05/07 04/05/07

Baixa Umidade do Solo

Curva de nível intermediária

Baixa Umidade do Solo

Curva de nível intermediária

Curva dinterme

Curva de nível intermediária

05/05/07

Parada para orientação do

operador

)

Figura 17 - Gráfico de controle das amplitudes (A) e das médias (B) para profu

de sulco após a implantação de melhorias

As causas especiais, responsáveis pela não conformidade das am

apresentadas na Figura 17 B foram quantificadas e apresentam-se na Figura 1

forma de um gráfico de Pareto. Verifica-se que a curva de nível intermediária r

a 57,1%, e a baixa umidade do solo a 28,6% destas não conformidades.

representam 85,7%, sendo considerados os mais prejudiciais ao processo.

causa refere-se a falhas atribuídas ao operador, com 14,3%.

(B

105

e nível diária

ndidade

ostras,

8, sob a

efere-se

Ambos

A outra

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60

57,1%

28,6%

14,3%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Curva de nível intermediária Baixa Umidade de Solo Operador

Motivos da falha

freq

üênc

ia re

lativ

a (%

)

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

freq

üênc

ia a

cum

ulad

a (%

)

Figura 18 Gráfico de Pareto para profundidade de sulco

Em uma análise geral para o indicador profundidade do sulco de plantio,

observa-se um aumento de 30,3% das freqüências dos dados dentro dos limites de

especificação da empresa, e uma diminuição da instabilidade do processo. Nota-se

também que os valores máximos e mínimos encontram-se maiores, proporcionando

uma sulcação mais profunda, porém este processo ainda necessita de melhorias.

4.3.3 Altura de cobrição das mudas

Na Tabela 13 apresenta-se uma análise para altura de cobrição das mudas após

a implantação de melhorias. Observa-se a média, a moda e mediana com valores de

0,10 m, é semelhante à meta da empresa. Porém, observa-se um aumento no valor

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61

máximo, para 0,20 m, e uma diminuição do mínimo, para 0,01 m, ocasionando uma

amplitude de 0,19 m. Semelhante ao espaçamento e à profundidade de sulcos,

considerou-se estes valores melhores do que a etapa anterior, porém ainda fora dos

padrões estabelecidos.

Tabela 13 - Análise dos dados de altura de cobrição com as melhorias

Descrição Avaliação Média 0,10 Moda 0,10

Mediana 0,10 Desvio Padrão 0,02

Variância 0,00035 Máximo 0,20 Mínimo 0,01

Amplitude 0,19 Coeficiente de Variação 18,3%

A Figura 19 apresenta o histograma do indicador altura de cobrição, após a

implantação do plano de melhorias. Observa-se 67,5% dos dados dentro do

especificado pela equipe técnica, uma diminuição de 0,8% para esta etapa em relação

à anterior. Abaixo da especificação de 0,08m encontra-se 5,5%, o que ocasionou uma

diminuição de 9,3% com o plano de melhoria. Porém, observa-se um aumento de

10,3% da freqüência acima de 0,12m, apresentando-se 27,1% dos dados, com a faixa

correspondente de 0,12m até 0,14m a que apresentou o maior aumento, passando de

13,7% na etapa anterior para 23,1%.

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62

0,1% 0,9%

4,5%

43,8%

23,1%

3,3%0,6% 0,1%

23,7%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

45,0%

50,0%

0,01

- 0,

02

0,02

- 0,

04

0,04

- 0,

06

0,06

- 0,

08

0,08

- 0,

10

0,10

- 0,

12

0,12

- 0,

14

0,14

- 0,

16

0,16

- 0,

18

0,18

- 0,

20

Classe de cobrição - metros

Freq

üênc

ia re

lativ

a (%

)

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Freq

üênc

ia a

cum

ulad

a (%

)

freqüência relativa freqüência acumulada

LIE: 0,08 m LSE: 0,12 m

LSE: Limite Superior de EspecificaçãoLIE: Limite Inferior de Especificação

67,5%

Figura 19 - Distribuição dos dados para altura de cobrição das mudas após a

implantação do plano de melhorias

Na Figura 20 apresentam-se os gráficos de controle, das amplitudes (A) e das

médias (B), para altura de cobrição. O processo apresenta-se mais estável, com o dia

03/05/2007 sob controle estatístico, Figura 20 (B). Em relação aos limites superiores e

inferiores de controle (0,123 e 0,079 m respectivamente), esses, encontram-se muito

próximos das especificações da equipe técnica (0,12 e 0,08 m). Nota-se que apenas

5,3% das amostras não estão sob controle estatístico, apresentando uma diminuição de

13,7% em relação à etapa anterior. Ainda nesta Figura, observa-se as anotações das

causas especiais responsáveis pela não conformidade das amostras.

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63

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

0,14

0,16

0,18

0,2

1 16 31 46 61 76 91 106 121 136 151 166 181 196 211 226 241 256AMOSTRAS

Am

plitu

de -

met

ros

Amplitude Limite superior de controle Limite inferior de controle Média

30/04/07 02/05/07 03/05/07 04/05/07 05/05/07

(A)

0,000

0,020

0,040

0,060

0,080

0,100

0,120

0,140

0,160

0,180

1 16 31 46 61 76 91 106 121 136 151 166 181 196 211 226 241 256 271 286 301 316AMOSTRAS

Altu

ra d

e co

briç

ão -

met

ros

Amostras Limite superior de controle (0,123 m) Limite inferior de controle (0,079 m)MÉDIA (0,101 m) Limite superior de especificação (0,12 m) Limite inferior de especificação (0,08 m)

30/04/07 02/05/07 03/05/07 04/05/07

Baixa umidade do solo Descuido do

operador

Muita palha dentro do sulco, e sulco

raso Regulagem do

implemento

Baixa umidade do Solo

Declividade acentuada do terreno Curva de

nível intermediári

05/05/07

Regulagem equipamento

Baixa umidade do solo

Declividade acentuada do

terreno

(B)

Figura 20 - Gráfico de controle das amplitudes (A) e das médias (B) para as amostras

do indicador da altura de cobrição das mudas após as melhorias

A Figura 21 apresenta um gráfico de Pareto sobre as não conformidades

encontradas no processo de cobrição das mudas. Nota-se que as principais causas das

não conformidades referem-se à baixa umidade do solo, com 45,2%, seguida da

declividade acentuada do terreno e uma regulagem inadequada do equipamento,

ambos com 15,4%. Juntas, as três causas representam 76%. As outras referem-se

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curva de nível intermediária, sulco de plantio com muita palha e falta de atenção do

operador, ambas as três com 7,7%.

46,2%

15,4% 15,4%

7,7% 7,7% 7,7%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Baixa Umidade doSolo

Declividade doterreno

Regulagem doequipamento

Curva de nívelintermediária

Sulco muita palha Falta de atenção dooperador

Motivos da falha

freq

üênc

ia re

lativ

a (%

)

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

freq

üênc

ia a

cum

ulad

a (%

)

Figura 21 - Gráfico de Pareto para altura de cobrição das mudas na semana 3

De maneia geral o indicador altura de cobrição apresentou-se mais estável e com

tendência a colocar mais terra em cima das mudas, porém, observa-se uma menor

quantidade de dados dentro das especificações técnicas, associando isto a quatro

fatores. O primeiro refere-se ao cobridor das mudas ser acoplado ao terceiro ponto do

trator, sem a presença de rodas guias. Estas rodas são responsáveis por diminuir a

movimentação lateral do equipamento. O segundo está associado ao deslocamento do

trator em uma pequena faixa de tráfego do rodado, em cima do lombo formado após a

sulcação. O terceiro relaciona-se à declividade mais acentuada do terreno. E o quarto,

ao solo arenoso apresentando baixa umidade.

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65

Na Figura 25 apresenta-se o processo de cobrição da mudas onde pode ser

observado o local onde o rodado do trator se locomove, mostrando a dificuldade da

operação.

Sulco de plantio

Rodado do trator fora do sulco de plantio

Figura 25 - Processo de cobrição de mudas de cana

A utilização das ações do plano de melhorias, no plantio, promoveu um aumento

da freqüência dos dados dentro dos limites de especificação da empresa para o

paralelismo e a profundidade de sulco. Não foi observado este fato para altura de

cobrição, pois essa foi prejudicada, principalmente, pela baixa umidade do solo,

associada ao tipo de operação (locomoção do trator fora do sulco de plantio) e local da

operação (solo arenoso com declividade).

Ocorreu, também, uma diminuição da instabilidade para todos os indicadores

críticos, podendo ser observado nos gráficos de controle das amplitudes e das médias.

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66

Nota-se que a altura de cobrição das mudas apresentou um dia com o processo sob

controle estatístico.

4.3.4 Segundo plano de melhorias

Nesta etapa apresenta-se o segundo plano de melhorias, elaborado a partir da

análise dos dados, após a implantação do plano de melhorias. A identificação das

causas de não conformidade das amostras, com os limites de especificação, mostrou-

se de grande importância para esta etapa.

Foi estabelecido dois grandes grupos de ações, um com influência geral no

plantio e o outro especifico para os indicadores críticos.

As ações de influência geral:

• analisar a viabilidade e necessidade técnica da curva de nível intermediária;

• elaborar cronogramas de plantio, de tal forma que se evite este processo em

períodos de baixa umidade dos solos que apresentam textura arenosa;

• treinar a equipe de plantio a executar as operações e a regular os equipamentos;

As ações de influência individual para os indicadores:

• profundidade de sulco de plantio: proporcionar um solo mais nivelado e com

menos irregularidades e evitar terrenos com grandes declividades, pois os sulcadores

possuem hastes fixas sem acompanhar esta irregularidade, aumentando assim, a

exigência de um melhor preparo de solo.

• altura de cobrição das mudas: montar um conjunto de rodas guias nos

equipamentos, para diminuir a instabilidade causada pela declividade do terreno.

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67

4.3.5 Considerações Gerais

Em reuniões e discussões com a equipe técnica concluiu-se que plano de

melhorias da etapa 2 mostrou-se muito positivo para a melhoria da qualidade do plantio.

Suas ações influenciaram o nível operacional, envolvendo encarregados e lideres de

campo.

No segundo plano de melhorias são necessárias ações de replanejamento das

operações e modificações nas estruturas das máquinas, que envolvem o nível

hierárquico tático (gerentes e suporte técnico). Associando este tipo de domada de

decisão ao fato do curto espaço de tempo para as mudanças necessárias. Não foi

possível dar continuidade ao processo de melhoria, permanecendo essas ações da

etapa 3 como sugestão para os próximos plantios da empresa.

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68

5 CONCLUSÃO

Foram detectados 16 fatores críticos com 4 considerados como passíveis de

avaliação, devido ao índice de prioridade de risco e a possibilidade de obtenção dos

dados.

Na primeira avaliação os 4 fatores foram considerados como não previsíveis.

Com a implantação do plano de melhorias obteve-se uma melhoria com relação

ao percentual de pontos dentro dos limites especificados, porem o processo foi

considerado como não previsível.

Um fato a ser notado é que para a altura de cobrição foi possível trabalhar

durante uma jornada com o processo previsível.

A principal causa que afetou o processo foi a curva de nível rebaixada construída

entre os terraços embutidos.

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69

REFERÊNCIAS

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73

ANEXOS

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74

ANEXO- A METODOLOGIA PARA COLETA DE DADOS NO CAMPO

1) INDICADORES AVALIADOS:

- profundidade de sulcação;

- paralelismo entre sulco;

- gemas viáveis por metro;

- altura de cobrição da cana;

2) METODOLOGIA PARA COLETA NO CAMPO

⇒ Coletou-se 15 amostras (no mínimo) de cada um dos indicadores, por turno de 8

horas de trabalho, sendo cada amostra composta de 5 sub-amostras.

⇒ Devido à falta de uma rotina de trabalho no campo, foi estabelecido que as

coletas devessem ser feitas em seqüência, com o tempo entre uma amostra e

outra, referente ao deslocamento de um ponto de amostragem até próximo,

exatamente onde estava sendo feita a operação no momento do término da

coleta anterior.

- profundidade de sulcação:

⇒ Para a coletada da profundidade do sulco foi ignorada a altura do “lombo”,

levando-se em consideração apenas a profundidade do nível inicial do solo até o

fundo do sulco (altura de corte do equipamento). Figura 1.

⇒ Para a coleta das sub-amostras o procedimento foi de chegar ao local, retirar a

primeira sub-amostra, dar dois passos (1,5 m), retirar a segunda, dar dois passos

(1,5 m), retirar a terceira e assim até chegar na quinta sub-amostra, como mostra

na Figura 2.

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75

“Lombo”

Profundidade

Figura 1 - Local de coleta da profundidade do sulco

1 2 3 4 5

Figura 2 - Seqüência da coleta das sub-amostras

- paralelismo entre sulco:

⇒ Foram medidas as distâncias entre os centros dos sulcos de plantio de duas

“passadas” do conjunto trator-sulcador (Figura 3)

⇒ Para as sub-amostras o procedimento de coleta foi semelhante ao da

profundidade.

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1a passada do trator (ida)

AMOSTRA

Figura 3 - Esquema da coleta do indicador paralelismo

gemas viáveis/metro:

⇒ Avaliou-se: a média de 3 metros lineares de sulco de plantio, composta de cinco

sub-amostras de 3 metros lineares de cinco fileiras paralelas (Figura 4)

⇒ Contou-se: número total de gemas e número de gemas viáveis.

1 2 3 4 5

AMOSTRA

1 2 3 4 5

2a passada do trator (volta)

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1

Figura 4 - Esquema da coleta de gemas/metro

- altura de cobrição da cana:

⇒ Foi amostrada a altura de terra que cobria a cana

equipamento de cobrição (Figura 5).

⇒ As sub-amostra foram retiradas da mesma forma do q

sulco.

Altura de cobrição

Figura 5 - Esquema da coleta de altura de cobrição

3) TEMPO ESTIMADOS DAS COLETAS

Profundidade e Paralelismo: 7 a 10 minutos.

Fileira

3 metros

2

3

4

5

Fileira

Fileira

Fileira

Fileira

após a passada do

ue a profundidade do

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Altura de cobrição: 3 a 5 minutos.

Gemas por metro: 10 a 15 minutos

Tempo de deslocamento para coletar a próxima amostra: 5 minutos