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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP ADRIANA RODRIGUES BALARDIM RELATO INTEGRADO: UMA VALIDAÇÃO DAS DIRETRIZES DO GLOBAL REPORTING INITIATIVE NAS EMPRESAS LISTADAS NO ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL DA BRASIL, BOLSA E BALCÃO MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS SÃO PAULO 2017

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC – SP

ADRIANA RODRIGUES BALARDIM

RELATO INTEGRADO: UMA VALIDAÇÃO DAS DIRETRIZES DO GLOBAL

REPORTING INITIATIVE NAS EMPRESAS LISTADAS NO ÍNDICE DE

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL DA BRASIL, BOLSA E BALCÃO

MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

SÃO PAULO

2017

ADRIANA RODRIGUES BALARDIM

RELATO INTEGRADO: UMA VALIDAÇÃO DAS DIRETRIZES DO GLOBAL

REPORTING INITIATIVE NAS EMPRESAS LISTADAS NO ÍNDICE DE

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL DA BRASIL, BOLSA E BALCÃO

Dissertação apresentada à Banca Examinadora

da Pontifícia Universidade Católica de São

Paulo, como exigência parcial para a obtenção

do título de Mestre em Ciências Contábeis, sob

a orientação do Prof. Dr. José Carlos Marion

SÃO PAULO

2017

Espaço para registro da ficha catalográfica

Autorizo exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial

dessa Dissertação de Mestrado por processos de fotocopiadora ou eletrônicos.

Assinatura ______________

Data _________

e-mail ________

Adriana Rodrigues Balardim

Relato integrado: uma validação das diretrizes do GLOBAL REPORTING

INITIATIVE nas empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial da

Brasil, Bolsa e Balcão

Dissertação apresentada à Banca Examinadora

da Pontifícia Universidade Católica de São

Paulo, como exigência parcial para a obtenção

do título de Mestre em Ciências Contábeis, sob

a orientação do Prof. Dr. José Carlos Marion

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. José Carlos Marion

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC SP

Prof. Dr. Fernando de Almeida Santos

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC SP

Prof. Dr. Cláudio José Carvajal Júnior

Faculdade de Informática e Administração Paulista - FIAP

Dedico este trabalho a todos que acreditam que

é possível uma economia mais justa com

empresas comprometidas e responsáveis com

seu impacto social, ambiental e econômico, que

considerem a sustentabilidade como um

princípio.

AGRADECIMENTOS

Gostaria de iniciar este agradecimento lembrando das instituições que fizeram parte da

minha formação, escolas públicas e privadas que contribuíram para a minha formação e são

responsáveis por eu estar concluindo mais esta etapa.

Aos meus gestores e colegas de trabalho por permitirem e entenderem minha ausência

nos momentos em que estive cumprindo os requisitos do curso e consequentemente estive

ausente em momentos importantes.

Meus amigos que estão sempre nas minhas lembranças e que compreenderam a minha

dedicação neste período em que a prioridade durante os finais de semana foram as pesquisas e

atividades acadêmicas.

A PUC São Paulo meu agradecimento mais que especial por me proporcionar este

enorme aprendizado e a oportunidade de conviver com os excelentes Professores que fazem

parte desta Instituição.

Em especial minha gratidão ao Professor e meu orientador José Carlos Marion que

muito me incentivou e contribuiu para a conclusão deste trabalho, ao Professor Fernando por

toda a contribuição neste momento e incentivo durante sua disciplina, abrindo minha mente

para as oportunidades da academia. A Professora Neusa pela sua dedicação e ensinamentos

dentro e fora da sala de aula e ao Professor Sérgio por demonstrar e me encantar com seu amor

e dedicação à profissão.

Aos meus sogros, José e Jocilda, meus segundos pais, que muito incentivam a minha

carreira e não medem esforços para me ajudar.

Aos meus cunhados Rafael e Fabiane que estão sempre presentes na minha vida e

contribuíram muito para a elaboração deste trabalho.

A minha irmã Carla, que mesmo longe, não mede esforços para participar de todos os

principais momentos da minha vida, me entende e divide comigo os melhores acontecimentos.

Além de estar sempre disponível para compartilhar conquistas, angústias e frustrações. Ao meu

cunhado Diego por fazê-la feliz e sempre me receber com toda a sua atenção e dedicação.

Aos meus pais Carlos e Diana, que participam da minha vida diariamente mesmo sem

que estejam fisicamente presentes, não economizam esforços para me ajudar e apoiar em todas

as minhas escolhas, sejam estas quais forem. Sem hesitar ou questionar, sempre confiaram em

mim e contribuem diariamente para que eu seja uma pessoa melhor e mais feliz.

Ao meu marido Eduardo que realiza este sonho junto comigo, sonhamos e nos

preparamos juntos para todas as etapas. Ele, sem dúvida, é a minha maior inspiração com sua

dedicação aos estudos e a sua profissão. Além de ser uma pessoa incrível que me motiva a ser

e buscar ser melhor a cada dia.

E em especial ao meu filho Pedro que está a caminho e desde o primeiro dia que eu

soube da sua existência é a minha melhor e maior motivação, por ele faço e farei de tudo para

ser um exemplo de honestidade, justiça, amor e dedicação.

RESUMO

A transparência e o comprometimento das organizações em relação à divulgação de seus

resultados, econômicos, sociais e ambientais, são cada vez mais importantes para atender às

necessidades dos stakeholders. Este estudo analisou os relatos integrados, também identificados

como relatório anual ou relatório de sustentabilidade, divulgados pelas empresas com o objetivo

de verificar se os Relatos Integrados estão de acordo com às diretrizes GRI, apresentou um

resumo com os pilares da sustentabilidade: econômica, social e ambiental e identificou a

aderência ao tipo de divulgação, Relato ou Relatório. A base de dados levou em conta

inicialmente 34 empresas, as quais estão listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial

(ISE) da B3. Dentre estas, 18 empresas foram analisadas, considerando aquelas que divulgaram

seus relatórios no período de 5 anos (2012 a 2016). O escopo da análise foi com base no

relatório divulgado em 2016 e concluiu-se que 14 empresas declararam que estão de acordo

com as diretrizes GRI, o que representa 41% do total da amostra e 78% do total de empresas

que foram analisadas. Isto foi constatado pelo parecer positivo do Relatório de Asseguração

Limitada emitido por órgãos independentes e identificou o tipo de publicação, Relatório ou

Relato descrevendo as características de cada um.

Palavras-chave: Relato Integrado; Sustentabilidade; GRI

ABSTRACT

Transparency and the commitment of organizations to the dissemination of their economic,

social and environmental results are increasingly important to meet the needs of stakeholders.

This study analyzed the integrated reports, also identified as an annual report or sustainability

report, published by companies with the objective of verifying adherence to the GRI guidelines

and presented a summary with the pillars of sustainability: economic, social and

environmental. The database initially considered 34 companies, which are listed in B3's

Business Sustainability Index (ISE). Of these, 18 companies were analyzed, considering those

that published their reports in the period of 5 years (2012 to 2016). The scope of the analysis

was based on the report released in 2016 and it was concluded that 14 companies declare that

they comply with the GRI guidelines, which represents 41% of the total sample and 78% of the

total companies that were analyzed. This was evidenced by the positive opinion of the Limited

Assurance Report issued by independent bodies.

Keywords: Integrated Reporting; Sustainability; GRI

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Os processos históricos que levaram ao despertar da governança corporativa ....... 21

Figura 2 - Uma organização interage com seu ambiente externo e usa e afeta os capitais para

criar valor no decorrer do tempo em curto, médio e longo prazo ........................... 38

Figura 3 - Diagrama expandido ............................................................................................... 39

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Usuários das informações contábeis ...................................................................... 20

Quadro 2 - Razões fundamentais do despertar e dos avanços da governança corporativa ...... 23

Quadro 3 - Uma listagem dos principais stakeholders, internos e externos, com que as

empresas interagem ............................................................................................... 25

Quadro 4 - Aderência das empresas listadas no ISE de 2012 a 2016 ...................................... 52

Quadro 5 - Caracterização das empresas ................................................................................. 65

Quadro 6 - Indicação do Relatório de Asseguração Limitada e Empresa responsável ............ 87

Quadro 7 - Indicação do Relatório de Asseguração Limitada e Empresa responsável ............ 88

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

B3 – Brasil, Bolsa, Balcão

IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

GRI – Global Reporting Initiative

IIRCC – International Integrated Reporting Council

ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial

IBCA – Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração

IFAC – Ética da Federação Internacional de Contadores

ONU – Organização das Nações Unidas

FMI – Fundo Monetário Internacional

GVCes – Centro de Estudos em Sustentabilidade

EAESP – Escola de Administração de Empresas de São Paulo

RTS – Retorno total dos Investimentos dos Shareholders

CEO – Chief Executive Officer

RH – Recursos Humanos

PPR – Programa de Premiação por Resultados

ONU - Organização das Nações Unidas

SRI - Stanford Research Institute

GSSB - Conselho Global de Padrões de Sustentabilidade

IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14

1.1 Problema de pesquisa ................................................................................................. 17

1.2 Objetivo ...................................................................................................................... 17

1.3 Delimitação do estudo ................................................................................................ 17

1.4 Relevância do estudo ................................................................................................. 17

1.5 Justificativa do tema escolhido .................................................................................. 18

2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 19

2.1 Importância da Contabilidade .................................................................................... 19

2.2 Governança Corporativa ............................................................................................ 20

2.2.1 O Desenvolvimento da Governança Corporativa ................................................... 22

2.2.2 Os Valores da Governança Corporativa.................................................................. 25

2.3 Ética ........................................................................................................................... 28

2.4 Desenvolvimento Sustentável e o papel das Empresas .............................................. 29

2.5 Teoria dos Stakeholders ............................................................................................. 33

2.6 Relato Integrado ......................................................................................................... 34

2.6.1 Relato e Relatório.................................................................................................... 39

2.7 GRI – Global Reporting Initiative ............................................................................. 40

2.7.1 Relatório de Asseguração Limitada ........................................................................ 43

2.7.1.1 NBC TO 3000 – Trabalho de Asseguração diferente de Auditoria de Revisão .. 45

3. METODOLOGIA ................................................................................................................ 48

3.1 Introdução à Metodologia Utilizada .......................................................................... 48

4. RESULTADO DA PESQUISA ........................................................................................... 51

4.1 Caracterização das Empresas ..................................................................................... 53

4.2 Análise dos Relatórios das Empresas......................................................................... 65

4.3 Análise do tipo de publicação realizada pelas empresas ............................................ 86

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 88

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 91

14

1. INTRODUÇÃO

A contabilidade, embora tenha sido definida como ciência do patrimônio, segundo

Iudícibus (2007), nasceu gerencial, isto é, o dono era também o administrador do negócio: cada

proprietário podia ter uma ideia diferente sobre o que constar no patrimônio e como avaliar. A

contabilidade pode ser encarada como linguagem universal dos negócios: ela proporciona a

tomada de decisões de investimentos, recursos, aplicações, entre outros.

Para Iudícibus, Martins e Carvalho (2005), a capacidade de capturar a ocorrência dos

eventos econômicos, depois precificá-los e, por último, comunicar seus efeitos, é o desafio que

a contabilidade está habilitada a enfrentar.

Existem várias normatizações, leis, pareceres, entre outros, que tornam a divulgação de

várias informações econômico-financeiras obrigatórias; no entanto, outras são de caráter

voluntário, divulgadas como conscientização da necessidade desta divulgação.

Quanto à quantidade e ao tipos de informações a serem divulgadas, para Iudícibus

(2015), existem 3 conceitos-base utilizados: evidenciação adequada, evidenciação justa e

evidenciação plena, que se refere ao detalhar o que está sendo evidenciado.

Para Yamamoto e Malacrida (2006), a evolução das sociedades capitalistas traz uma

nova relação entre as empresas e a sociedade como um todo, que culmina na segregação entre

os proprietários e seus administradores. Essa segregação pode provocar conflitos de interesses

entre acionistas, investidores e demais interessados. Neste contexto surge a governança

corporativa com o intuito de reduzir a distância existente entre proprietários e administradores

da empresa e a sociedade, assim as questões de governança ganham maior relevância com o

surgimento das modernas corporações, nas quais há separação entre controle e gestão.

Para o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, a governança corporativa é o

sistema que as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas,

envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de

fiscalização e controle e demais partes interessadas.

Em consequência destes relacionamentos, das responsabilidades da contabilidade

quanto às divulgações de seus relatórios, constata-se o crescimento das discussões sobre a

conduta ética. Como citam Alves et al. (2007), no Brasil, ainda que não existam normas que

obriguem à constituição de Códigos de Ética empresariais, na profissão contábil o exercício da

atividade profissional, seja como autônomo ou assalariado, é regido por um código de Ética

Profissional emanado do órgão de classe. A principal função é proteger a sociedade dos maus

profissionais que exercem funções de relevante interesse público.

15

O público de interesse das informações contábeis e de sustentabilidade das empresas,

de acordo com Claro e Amâncio (2008), estão cada vez mais presentes no ambiente empresarial,

a definição de sustentabilidade mais difundida é da Comissão Brundtland (WCED, 1987), que

considera que o desenvolvimento sustentável deve satisfazer às necessidades da geração

presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Esta definição deixa claro um

dos princípios da sustentabilidade, a visão de longo prazo.

As relações entre as organizações e a sociedade estão em constante modificação,

segundo Campos (2006), e os estudos organizações têm-se preocupado em entender e discutir

as implicações destas relações. Existem dificuldades conceituais e metodológicas para delimitar

a extensão da responsabilidade e a ação das organizações. As preocupações estão mais focadas

em alguns públicos de interesse. Por exemplo, consumidores, empregados, fornecedores,

acionistas e a comunidade, ou seja, os stakeholders.

No final do século XX os conceitos de prestação de contas e transparência ganharam

grande importância na conduta corporativa. Isto ocorreu em função de índices negativos quanto

às questões ambientais, de saúde, de segurança e relações de emprego; com isso, os relatórios

passam a englobar, além do aspecto econômico, questões sociais e ambientais da empresa.

As empresas, analisando este novo cenário, têm se mobilizado para melhorar o nível da

evidenciação das estratégias socioambiental, financeira e econômica, o que tem elevado a

necessidade na transparência e a publicação das informações socioambientais e financeiras.

Com o objetivo de elaborar e estruturar o Relato Integrado, foi criada a coalizão global

de reguladores, investidores, empresas, organismos de normalização, contabilistas e

organizações não governamentais, denominada de International Integrated Reporting Council

– IIRCC, (IR, 2013b). Eles posicionam que a comunicação sobre a criação de valor deve ser o

próximo passo na evolução da comunicação corporativa (IR, 2013b), atribuindo ao Relato

Integrado os seguintes objetivos:

• melhorar a qualidade das informações disponíveis para os fornecedores de capital

financeiro para permitir uma alocação mais eficiente e produtiva do capital;

• promover uma abordagem mais coesa e eficiente para relatórios corporativos, que se

baseia em relatos de diferentes vertentes e comunica toda a gama de fatores que afetam

materialmente a capacidade de uma organização para a criação de valor ao longo do

tempo;

16

• melhorar a prestação de contas e a gestão para a ampla base de capitais (financeiro,

manufaturado, intelectual, humano social e relacionamento, e compreensão natural) e

promover as suas interdependências;

• suporte integrando pensamento, tomada de decisão e ações que incidem sobre a criação

de valor ao longo do curto, médio e longo prazo (IR, 2014b).

O Relato Integrado não é apenas mais um relatório, é uma integração de informações

financeiras e não financeiras resultantes do efeito da utilização dos recursos pelas organizações.

É uma comunicação concisa sobre estratégia, governança, desempenho e perspectivas de uma

organização no contexto de seu ambiente externo, levando à criação de valor no curto, médio e

longo prazo (IR, 2013b). É uma demonstração fundada no pensamento integrado que resulta

em um relatório periódico de uma organização sobre a sua criação de valor ao longo do tempo

e suas comunicações relacionadas com a criação de valor (IR, 2013b).

O Relato Integrado divide seus conceitos em três perspectivas:

1- Capitais: financeiros, manufaturados, intelectuais, humanos, sociais e de

relacionamento e naturais.

2- Modelo de negócios da organização.

3- Criação no decorrer do tempo. A integração entre estes conceitos contribuem na

demonstração de como a empresa cria valor quando usa ou afeta os capitais ao seu

modelo de negócio.

Aumentando a atenção aos assuntos não financeiros, diversos modelos de relatórios

foram desenvolvidos como Global Report Iniciative (GRI), que está sendo utilizado para a

elaboração dos Relatos Integrados no Brasil e no Mundo. Assim, surge a possibilidade de

integração dos diversos relatórios corporativos. Chegou-se a um consenso sobre a criação de

um relatório que fosse capaz de alinhar as dimensões financeiras e não financeiras para criação

de valor de uma organização, surgindo então o conceito do Relato Integrado (RI) (IIRC, 2011).

Em um estudo divulgado, a EY cita que, nos últimos 40 anos, o processo de divulgação

de informações evoluiu; atualmente as organizações buscam atender às expectativas de

investidores por mais informações. No entanto, pesquisas indicam que os investidores sentem

que ainda há falhas neste processo, principalmente quanto à divulgação da estratégia, de riscos

e de desempenho futuro. Além disso, as informações não financeiras, divulgadas de diferentes

maneiras, não são facilmente comparáveis.

Com base neste contexto, chega-se ao problema a ser pesquisado.

17

1.1 Problema de pesquisa

As empresas possuem um papel importante nas mudanças propostas para transparência

na divulgação das Demonstrações Financeiras, de Sustentabilidade econômica, social e

ambiental e a aderência às melhoras práticas de governança corporativa, sendo decisões

estratégicas dentro da organização.

Considerando este contexto, o conteúdo do Relato Integrado apresentado pelas

organizações está de acordo com as Diretrizes da GRI evidenciando seu comprometimento com

as melhores práticas de Sustentabilidade?

E, qual é a nomenclatura utilizada pelas empresas para publicar seus Relatos nos últimos

5 anos?

1.2 Objetivo

Este trabalho tem como objetivo principal verificar a aderência das empresas brasileiras

na divulgação do Relato Integrado de acordo com as Diretrizes da GRI, analisando se as

demonstrações atendem aos princípios, conteúdos e critérios a serem aplicados para que a

organização elabore seu relato de sustentabilidade.

E como objetivo específico, identificar qual é o nome utilizado para publicação de seus

Relatos Integrados.

1.3 Delimitação do estudo

Este estudo delimita-se a analisar as empresas que publicaram seus Relatos Integrados

no período de 2012 a 2016. A análise será realizada com as empresas listadas no Índice de

Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3.

Apresentam-se também os conceitos ligados a Sustentabilidade Empresarial,

Governança Corporativa, ética, teoria dos stakeholders, Sustentabilidade Empresarial, Relato

Integrado.

Partindo destes conceitos e da análise das divulgações, busca-se trazer na análise

aderência às diretrizes GRI e aos princípios da sustentabilidade: econômica, social e ambiental.

E a aderência à correta nomenclatura da divulgação: Relato Integrado.

1.4 Relevância do estudo

18

Nos últimos anos, percebe-se que as partes interessadas no desempenho ambiental,

social e ético na comunicação corporativa têm aumentado significativamente. É possível

observar maior aderência à apresentação de relatórios de sustentabilidade, que contribuem para

que as empresas sejam mais transparentes em comunicar os aspectos não financeiros da gestão

de desempenho.

Com o objetivo de trazer transparência e legitimidade, as organizações tendem a

divulgar voluntariamente informações de sustentabilidade, de natureza econômica, ambiental e

social. Para isto, buscam adotar o modelo de relatório de sustentabilidade, a partir das diretrizes

do GRI, elaborado em 1997, que é considerado como modelo de relatório mais utilizado pelas

organizações com o objetivo de comunicação externa (NASCIMENTO et al, 2015).

Algumas ações buscam trazer transparência e credibilidade. Pode-se destacar a atuação

da Bolsa de Valores de São Paulo, que, com o apoio conceitual do Centro de Estudos em

Sustentabilidade (GVCes), da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) da

Fundação Getúlio Vargas, lançou, em 2005, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE),

objetivando instituir um ambiente de investimento compatível com as demandas de

desenvolvimento sustentável da sociedade contemporânea, bem como estimular a

responsabilidade ética das corporações (VASCONSELOS, SABES; JUNIOR, 2015).

1.5 Justificativa do tema escolhido

A proposta deste estudo é apresentar a aderência na divulgação do Relato Integrado e a

diferença entre os tipos de relatórios apresentados, como uma ferramenta aos stakeholders para

análise das ações realizadas pela empresa, garantindo a continuidade do negócio e seu resultado

econômico, mantendo a sintonia com o meio ambiente e a sociedade.

O tema tem um marco importante: em junho de 2012, ocorreu no Brasil a RIO+20,

Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que resultou em um

documento intitulado “The Future We Want” [O futuro que queremos], que reconhece a figura

do Relato Integrado. Com isso, pode-se acreditar que essa será a grande mudança na forma de

comunicação de uma organização perante seus stakeholders, incluindo, mas não limitando, os

relatórios financeiro-contábeis (CARVALHO; KASSAI, 2014).

19

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo apresenta a base teórica para entendimento do que é uma organização

sustentável: econômica, social e ambiental, com uma base histórica para conceituar de onde

viemos e para onde queremos ir.

Os principais conceitos que serão discutidos são: Importância da Contabilidade,

Governança Corporativa, Ética, Desenvolvimento Sustentável e o papel das Empresas, Teoria

dos Stakeholders, Relato Integrado e GRI – Global Reporting Initiative.

2.1 Importância da Contabilidade

Segundo Iudícibus (2007), a contabilidade nasceu gerencial. Antigamente, o dono era

também o administrador do negócio e cada proprietário/gerente podia ter uma ideia diferente

sobre o que constar e como avaliar seu patrimônio. Mais tarde, com a invenção das partidas

dobradas, o custo histórico e uma visão conservadora do que deveria constar no patrimônio

acabaram prevalecendo.

Com o passar do tempo, administrador, governos, fornecedores, clientes, empregados e

a sociedade inteira acabaram se interessando pelos números contábeis, cada um com seus

interesses específicos. Com isso, o campo de interesses e conflitos se ampliou e a contabilidade

passou a servir a vários senhores.

Para Marion (2012), a contabilidade é importante no processo de tomada de decisão

porque coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e

sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados.

Segundo Iudícibus, Martins e Carvalho (2005), a partir do que se conhece da evolução

da Contabilidade - primeiro como sistema de escrituração, evoluindo para os estados de ciência

- pode-se dizer que o surgimento tenha sido de natureza socioeconômica, ou seja, do espírito

capitalista, que surgiu da necessidade de acompanhar a evolução da riqueza patrimonial das

entidades.

É confortante poder expressar as dimensões atuais da Contabilidade como uma forma

eficaz de avaliação de desempenho econômico e financeiro (e social) das entidades e

gestores; como insumo essencial para a tomada de decisões econômico-financeiras;

como instrumento de accountability eficiente de qualquer gestor de recursos perante

a sociedade. Isso é um fato. Acredita-se que a Contabilidade possa evoluir muito mais,

mas a dimensão e a direção dessa evolução dependem de muitos fatores institucionais,

econômicos e sociais. (IUDÍCIBUS, MARTINS; CARVALHO, 2005, p. 8)

20

De acordo com Ribeiro (2012), a contabilidade possui três importantes funções:

identificar, mensurar e divulgar. A divulgação tem sido bastante tratada, com abordagem que

associa o nível de divulgações socioambientais, como volume de recursos à disposição da

empresa, desempenho no período, retorno sobre investimento, setor, tamanho etc.

Seguindo o pensamento de Ribeiro (2012), que considera a importância de identificar,

mensurar e divulgar, algumas empresas já demonstram entender que é importante prestar contas

sobre sua relação com o meio socioambiental; neste contexto, a contabilidade deve ampliar seu

campo de atuação, deixando de se dedicar apenas ao fluxo de eventos e transações tradicionais,

para incluir, também, aqueles que ocorrem rotineiramente, mas de forma “oculta”. As empresas

já não estão mais tão resistentes para a exposição pública.

No quadro 1 apresenta-se um resumo dos principais tipos de usuários de informações

contábeis, com a natureza básica das informações mais requisitadas por eles.

Quadro 1 - Usuários das informações contábeis

Fonte: Iudícibus (2015).

De acordo com Costa e Marion (2007), por se tratar de uma Ciência que tem por objeto

o patrimônio, a contabilidade precisa prestar informações dos fatos relevantes ao meio

ambiente, considerando que este patrimônio é de interesse de todas as pessoas.

2.2 Governança Corporativa

Segundo Andrade e Rossetti (2006), a transição para o capitalismo sustentável será uma

das mais complexas revoluções que a nossa espécie já vivenciou. Está embarcando em uma

21

revolução cultural global, que tem como epicentro a sustentabilidade. Ela tem a ver com

valores, mercados, transparência, ciclos de vida de tecnologias e produtos e tensões entre o

longo e o curto prazo. E as empresas, mais que governos ou outras organizações, estarão no

comando destas revoluções. Um comando que se exercerá pelos princípios da governança

corporativa.

A governança corporativa está há cerca de 25 anos entre os mais importantes desafios

da moderna gestão. Ela não é um modismo. Seus princípios são uma base sólida para o

crescimento econômico e para a integração global de mercados. As boas práticas de governança

são fundamentais para o controle dos riscos de investimentos nas empresas abertas.

Pode-se entender o emprego dominante do fator capital no processo produtivo, à

economia de trocas e a busca incessante dos benefícios privados daí decorrentes. Na figura 1,

pode-se visualizar três das mais reconhecidas concepções do capitalismo: a idealista de

Sombart, a racionalista de Weber e a crítica de Marx.

Figura 1 - Os processos históricos que levaram ao despertar da governança corporativa

Fonte: Andrade e Rossetti (2006).

22

Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, IBGC (2017), são 4 os

princípios básicos da Governança Corporativa:

• Transparência: disponibilizar para as partes interessadas as informações de seu

interesse e não apenas as impostas por disposições de leis e regulamentos. Não

se restringir ao desempenho econômico-financeiro, contemplando os demais

fatores que norteiam a ação gerencial e que condizem à preservação e à

otimização do valor da organização.

• Equidade: tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes

interessadas, levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades,

interesses e expectativas.

• Prestação de Contas (accountability): os agentes devem prestar contas de sua

atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo

integralmente as consequências de seus atos e atuando com diligência e

responsabilidade no âmbito de seus papeis.

• Responsabilidade Corporativa: os agentes devem zelar pela viabilidade

econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades negativas de

seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, no seu modelo de

negócios, os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano,

social, ambiental, reputacional etc.), no curto, médio e longo prazos.

2.2.1 O Desenvolvimento da Governança Corporativa

Segundo Rossetti e Andrade (2006), os conflitos da agência, tanto os derivados do

oportunismo de gestores quanto os associáveis a estruturas de propriedade acionária, são as

razões fundamentais do desenvolvimento da governança corporativa. Mas não são as únicas:

boa parte dos outros fatores encontram-se dentro das corporações, uns relacionados aos

conflitos de agência; outros a novas condições que se estabeleceram no mundo dos negócios e

que exigiram mudanças nas práticas de alta gestão. Nestes fatores internos acrescentaram-se

assim os que se formaram em um ambiente complexo, mutável e desafiante.

As razões essenciais estão resumidas no Quadro 2. Elas se distribuem em três conjuntos:

Relacionamento acionistas-corporação; Atuação da direção executiva; constituição de

conselhos de administração.

23

Quadro 2 - Razões fundamentais do despertar e dos avanços da governança corporativa

Fonte: Andrade e Rossetti (2006).

Anos de pesquisa em economia e finanças conduziram à comprovação de que, na

ausência de externalidades negativas ou monopólios, o interesse da sociedade como um todo é

maximizado quando cada empresa de dada economia maximiza a riqueza de seus proprietários.

Mas, em contraste, a abordagem mais recente dos múltiplos interesses propõe que os gestores

das empresas devem tomar decisões que maximizem não só a riqueza dos proprietários, mas de

todos os demais stakeholders. Vistas sob esta luz, a visão e a estratégia dos gestores já não

podem mais ignorar uma função balanceada de interesses, do ponto de vista da geração de valor

a longo prazo.

Para o IBGC (2017), o movimento que, por suas boas práticas, mostrou-se mais

dinâmico a partir das privatizações e a da abertura do mercado nacional nos anos 1990. Em

1995, aconteceu a criação do Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA)

que, a partir de 1999, passou a ser o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC),

24

com o objetivo de influenciar os protagonistas da nossa sociedade na adoção das práticas

transparentes, responsáveis e equânimes na administração das organizações. Ainda em 1999 o

IBGC lança seu primeiro Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa.

Ainda segundo o IBCG (2017), a partir dos anos 1990 têm-se modificado

substancialmente as relações entre o mundo corporativo e a sociedade, entre as empresas de

uma mesma cadeia de negócios e, dentro das companhias, entre os acionistas, os conselhos e a

direção executiva. Em contrapartida, nas economias de mercado, as empresas são constituídas

de pessoas que subscrevem e integralizam recursos exigíveis, assumindo um leque de riscos, o

prêmio pelos riscos envolvidos é o máximo de retorno de seus investimentos.

O Quadro 3 apresenta uma definição dos stakeholders, classificando-os em quatro

grupos: 1. Os sharesholders, denominação genética de proprietários e investidores; 2. Os

internos, efetivamente envolvidos com o monitoramento e a geração de resultados nas

companhias; 3. Os externos, integrados à cadeia de negócios; e 4. O entorno, que engloba

categorias não participantes diretamente das cadeias de geração de valor, mas também

alcançadas pelos objetivos corporativos e pelos critérios com que são tomadas as decisões para

maximizá-los.

25

Quadro 3 - Uma listagem dos principais stakeholders, internos e externos, com que as

empresas interagem

Fonte: Andrade e Rossetti (2006).

Segundo Andrade e Rossetti (2006), embora as relações entre as empresas e os

stakeholders que com elas interagem tenham se modificado nos últimos 20 anos, com pressões

para se materializarem em distribuição de benefícios, a tendência parece ser de reconhecer que

a linha focada no interesse dos proprietários é mais robusta, mas esta concepção não exclui

radicalmente outros interesses.

2.2.2 Os Valores da Governança Corporativa

26

Andrade e Rossetti (2006) destacam as mais importantes dimensões da governança

corporativa: os valores que lhe dão sustentação, amarrando concepções, práticas e processos de

alta gestão:

• Fairness: senso de justiça, equidade no tratamento dos acionistas;

• Disclosure: transparência das informações;

• Accountability: prestação responsável de contas, fundamentada nas melhores práticas

contábeis e de auditoria.

• Compliance: Conformidade no cumprimento de normas reguladoras, expressas nos

estatutos sociais, nos regimentos internos e nas instituições legais do país.

Esses valores estão presentes, explícita ou implicitamente, nos conceitos usuais da

governança corporativa. Mais que nos conceitos, esses valores estão expressos nos códigos de

boas práticas, que estabelecem critérios fundamentados na conduta ética que devem estar

presentes no exercício das funções e das responsabilidades dos órgãos que exercem a

governança das companhias.

Uma síntese conceitual das diversas dimensões da governança corporativa pode ser

resumida em 8Ps. Estes podem sintetizar o ambiente, o sistema, os pontos fortes, as fragilidades

e as situações críticas observadas nas empresas, as boas práticas de governança independente

da tipologia das empresas: privadas ou estatais, abertas ou fechadas, familiares ou de estrutura

societária consorciada não familiar, sociedades anônimas ou limitadas.

1. Propriedade: Atributo fundamental, tipologias:

• Familiar, consorciada, estatal, anônima.

• Fechada, aberta.

• Concentrada, pulverizada.

2. Princípios:

• Legados éticos dos fundadores.

• Código de conduta formalizado.

• Valores universais da boa governança.

3. Propósitos:

• Alinhamentos da Administração: Missão e Visão.

• Estratégia bem fundamentada para os negócios e a gestão.

• Maximização do retorno total dos investimentos dos shareholders (RTS).

• Conciliação dos RTS com os interesses de outros stakeholders.

4. Papéis: Clareza na separação dos papéis:

27

• Acionistas, conselheiros, gestores.

• Conselho de Administração e Diretoria Executiva.

• CEO.

• Alçadas e responsabilidades claramente definidas.

5. Poder:

• Estrutura de poder claramente definida, visível e aceita.

• Ausência de sinais de lutas pelo poder, de consequências destrutivas.

• Lideranças fortes, admiradas interna e externamente por estilos e competências

reconhecidas.

• Definição compartilhada de decisões de alto impacto.

• Planejamento das sucessões nos órgãos da administração.

6. Práticas:

• Não acumulação das presidências do Conselho de Administração e da Diretoria

Executiva.

• Conselho de Administração: dimensões, constituição, atribuições e focos

eficazes.

• Fluidez nos canais internos de comunicação e nas relações internas e externas.

• Gestão de conflitos de interesse, de transações entre partes relacionadas e de

custos de agência.

7. Pessoas:

• Gestão estratégica de RH.

• Clima organizacional avaliado com regularidade e com altos índices de

favorabilidade.

• Meritocracia, PPR – Programa de Premiação por Resultados bem definidos e

bem geridos.

• Processo sucessório para funções-chave da companhia.

8. Perpetuidade:

• Salvo em casos excepcionais, objetivo último das organizações.

• Presente em todas as empresas, com maior visibilidade nas familiares.

• Fortemente associável a:

✓ Ciclo de vida dos negócios;

✓ Coesão e alinhamentos internos;

✓ Direcionamento estratégico.

✓ Perspectivas promissoras de resultados.

28

✓ Atributos, posturas e qualidade da Administração.

✓ Atenção ao tripé da sustentabilidade: econômico-financeira, social e

ambiental.

2.3 Ética

A questão ética é tão decisiva que, mesmo que alguém fosse viver sozinho em algum

lugar, levaria os próprios conceitos (CORTELLA, 2015, p. 25).

Segundo Cortella (2015), a ética acontece sempre na relação - “Viver junto” -; há

situações em que segregamos, mas em boa parte do tempo nós congregamos, no sentido de

vivermos juntos. Isso significa que temos a necessidade de estruturar a nossa convivência, e ela

está ligada à ideia de liberdade. Se todos somos livres, é preciso entender como concertamos

essas liberdades de maneira a não produzir ruptura na vida, entender que as pessoas não nascem

prontas e que elas precisam ser orientadas a um tipo de formação, a educação.

Segundo Borges e Medeiros (2007), agir com ética é saber conviver em sociedade,

aceitando o conjunto como precedente à parte. Isto não significa perda de valores individuais,

mas o crescimento coletivo. Esse crescimento, obtido pela ação ética consciente, reveste-se

como indicador e diferencial indispensáveis não só na atuação das pessoas, mas de empresas.

A ética profissional pode ser conceituada como o conjunto de condutas técnicas e sociais

exigidas por uma determinada classe aos membros que a ela são ligados.

Segundo Iudícibus, na abordagem ética

A contabilidade deveria apresentar-se como justa e não enviesada para todos os

interessados. Deveria repousar nas noções de verdade e fairness. Ao mesmo tempo

em que todos concordam que a Contabilidade deveria ser “verdadeira”, “justa” e “não

enviesada”, é muito difícil, como afirma Hendriksen, definir, objetivamente, o que

vem a ser “justo”, “verdadeiro” ou “não enviesado”. (IUDÍCIBUS, 2015 p. 8)

Como qualquer profissão, a contabilidade é regrada por leis que norteiam a classe com

uma base sólida, designando procedimentos que podem ser executados, além de mostrar as

alternativas possíveis e legais, resguardando o contador em diversas situações. Como entidade

profissional, a classe resguarda responsabilidades perante a sociedade, que detém expectativas

sobre os trabalhos realizados pelo contador. Por meio destas expectativas a organização entre

os profissionais contábeis tornou-se sinérgica em busca de uma padronização para o resguardo

de seus trabalhos e padronização de seus procedimentos. Surge assim um Código de Ética que

Siqueira (2005) determinou como um acordo explícito com objetivo de explicar de que modo

29

aquele grupo social pensa e define sua própria política e social, e como este grupo se

compromete a realizar objetivos particulares de um modo compatível com os princípios

universais da ética.

O Conselho Federal de Contabilidade criou o Código de Ética desenvolvido com base

no Código de Ética da Federação Internacional de Contadores, que tem como missão servir ao

interesse público, continuar a fortalecer a classe contábil no mundo inteiro e contribuir para o

desenvolvimento de economias internacionais. Este código estabelece requisitos éticos para

contadores.

Os princípios fundamentais, segundo o Código de Ética são:

(a) Integridade – ser franco e honesto em todos os relacionamentos

profissionais e comerciais.

(b) Objetividade – não permitir que comportamento tendencioso, conflitos de

interesse ou influência indevida de outros afetem o julgamento

profissionais ou de negócio.

(c) Competência profissional e devido zelo – manter o conhecimento e a

habilidade profissionais no nível necessário para assegurar que o cliente

ou empregador receba serviços profissionais competentes com base em

acontecimentos atuais referentes a prática, legislação e técnicas, e agir

diligentemente e de acordo com as normas técnicas e profissionais

aplicáveis.

(d) Sigilo Profissional – respeitar o sigilo das informações obtidas em

decorrência de relacionamentos profissionais e comerciais; portanto, não

divulgar nenhuma dessas informações, nem usar as informações para

obtenção de vantagem pessoal ilícita pelo contador ou por terceiros.

(e) Comportamento profissional – cumprir as leis e os regulamentos

pertinentes e evitar qualquer ação que desacredite a profissão.

A ética e a transparência dentre as organizações são a base para o desenvolvimento

contínuo e sustentável.

2.4 Desenvolvimento Sustentável e o papel das Empresas

O conceito de desenvolvimento sustentável, para Bellen (2005), surge após um processo

longo, contínuo e complexo de reavaliação crítica da relação existente entre a sociedade com o

seu meio natural, apresentar progresso em direção à sustentabilidade é uma escolha da

30

sociedade, das organizações, da comunidade e de cada indivíduo, sempre com envolvimento de

todos.

Percebe-se que as partes interessadas no desempenho ambiental, social e ético têm

aumentado significativamente. Esse crescimento é observado quando notamos uma maior

apresentação de relatórios de sustentabilidade, que contribuem para que as empresas sejam mais

transparentes em comunicar os aspectos não financeiros da gestão e o desempenho (ERNST &

YOUNG, 2009).

Os conceitos de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade apresentam algumas

visões: uma refere-se ao desenvolvimento sustentável e como ele é associado à expectativa de

um país que entra em fase de crescimento e se mantém ao longo do tempo, outra como uma

capacidade de se autossustentar, em que uma atividade sustentável é aquela que pode ser

mantida por um longo período, apesar dos imprevistos que podem vir a ocorrer.

Segundo Barbosa (2007) os componentes fundamentais para o desenvolvimento

sustentável são o crescimento econômico, proteção ao meio ambiente e igualdade social. Estes

fundamentos deram origem ao Triple Bottom Line, mudança de paradigma das empresas que

tinham como único foco o lucro. A ideia do Triple Bottom Line é que o sucesso e a saúde de

uma empresa não devem ser avaliados somente por medidas financeiras tradicionais, mas

também por sua ética, responsabilidade social e seu desempenho ambiental.

Segundo Hart e Milstein (2004), a sustentabilidade global tem sido definida como a

habilidade de satisfazer as necessidades sem comprometer a habilidade das futuras gerações

para satisfazer às suas necessidades; é um processo para que se possa alcançar o

desenvolvimento humano. A empresa sustentável contribui para o desenvolvimento ao gerar

benefícios econômicos, sociais e ambientais.

Para tornar legítimo, as organizações divulgam voluntariamente informações de

natureza econômica, ambiental e social. Para isso, adotam modelos de relatório de

sustentabilidade criados a partir da gestão de problemas causados pelas empresas em seu

relacionamento com a sociedade em geral. Neste caso, cita-se o Global Reporting Initiative

(GRI), elaborado em 1997, considerado como o modelo relatório de sustentabilidade mais

utilizado pelas organizações como ferramenta de apoio à comunicação externa.

Para o GRI a sustentabilidade é entendida pelo atendimento nas complexas relações

atuais entre necessidades econômicas, ambientais e sociais que não comprometa o

desenvolvimento futuro. É um processo internacional de longo prazo, com participação ativa

de múltiplas partes interessadas (stakeholders), cuja missão é desenvolver e divulgar as

diretrizes para a elaboração de relatórios de sustentabilidade.

31

A Organização das Nações Unidas (ONU) realizou três grandes reuniões mundiais para

discutir problemas relacionados com os limites da natureza e com o futuro da humanidade: em

Estocolmo (1972), que reuniu em torno de 1.000 pessoas, no Rio de Janeiro (1992), que reuniu

22 mil pessoas e na Rio + 20 (2012), que contou 110 mil pessoas nos eventos oficiais, e mais

de um milhão de pessoas nos paralelos. Essas discussões eram restritas a grupos ambientalistas;

depois tornaram-se foco de discussões de políticas públicas e regionais.

Segundo Carvalho e Kassai as empresas estão se antecipando a essa mudança no

medidor de desenvolvimento dos países e começam a incluir em suas decisões não apenas os

aspectos econômicos; elas levam em consideração também as dimensões ambientais, sociais e

culturais. Já usada há anos, temos a expressão Triple Bottom Line (Planet, People, Profit) e há

métodos para evidenciar o desempenho e mensurar as externalidades nas dimensões

econômica-social-ambiental-governança. Por exemplo, do Bilan Social na França (1990), do

GRI (1997), da Demonstração do Valor Adicionado no Brasil e o Relato Integrado (2013).

Para os autores Freeman e McVea (2001), os gestores formulam e implementam suas

estratégias visando a satisfação de seus stakeholders, em vez de maximizarem os direitos de

um único grupo em detrimento dos demais.

Para evidenciar as ações sustentáveis das organizações, surge em 2005 o ISE, que tem

como objetivo ser o indicador de desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com

reconhecido comprometimento com a sustentabilidade empresarial. O Conselho Deliberativo

do ISE seleciona até 40 empresas para compor a carteira do índice (ISE, 2015). É uma iniciativa

pioneira na América Latina, que busca criar um ambiente de investimento compatível com as

demandas de desenvolvimento sustentável da sociedade contemporânea e estimular a

responsabilidade ética das corporações.

O ISE é uma ferramenta para análise comparativa da performance das empresas listadas

na B3 (Brasil, Bolsa e Balcão) sob o aspecto de sustentabilidade corporativa, com base em

eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa.

Para fazer parte do ISE, as empresas precisam atender aos quesitos do questionário

composto por:

• Dimensão Ambiental Grupo A: Aspecto Ambiental de Referência: Recursos

Naturais e Renováveis;

• Dimensão Ambiental Grupo B: Recursos Naturais Não Renováveis;

• Dimensão Ambiental Grupo C: Aspectos Ambiental de Referência: Matérias-

primas e insumos;

32

• Dimensão Ambiental Grupo D: Transporte e Logística;

• Dimensão Ambiental Grupo E: Serviços;

• Dimensão Ambiental Grupo IF: Serviços Financeiros;

• Dimensão Econômico-Financeira;

• Dimensão Geral;

• Dimensão Governança Corporativa;

• Dimensão Mudança do Clima;

• Dimensão Natureza do Produto;

• Dimensão Social.

Segundo Almeida (2002), as empresas que assumem e gerenciam sua responsabilidade

social têm um patrimônio extra para ser usado em momentos de crise. A sociedade -

consumidores, fornecedores, legisladores e administradores públicos - estará propensa a ser

solidária se a empresa tiver uma reputação socialmente responsável. Ser uma empresa

socialmente responsável é um fator de competitividade e sobrevivência que:

- permite alinhamento das metas da empresa com as metas da sociedade;

- garante que a gerencial perca o foco em atividades não essenciais pois reduz os riscos

e os conflitos;

- mantém a reputação da empresa.

- funciona como um seguro contra restrições a operações (por exemplo, novas leis e

regulamentações), facilitando a obtenção e a manutenção das licenças de funcionamento.

- facilita a obtenção de créditos e empréstimos.

Silva (2014, p. 13) cita que:

Nos últimos anos as empresas têm se mobilizado para melhorar o nível da

evidenciação das estratégias socioambiental, financeira e econômica. Este movimento

tem elevado a necessidade na transparência e publicação destas informações

socioambientais e financeiras, o que reflete a preocupação das organizações de serem

percebidas como entidades responsáveis perante a sociedade e o ambiente onde

desenvolvem suas atividades, uma vez que as relações são interdependentes.

De acordo com Hart e Milstein (2004), uma empresa sustentável é aquela que contribui

com o desenvolvimento sustentável, gerando, simultaneamente, benefícios econômicos, sociais

e ambientais, conhecidos como os três pilares da sustentabilidade. Os pilares da

sustentabilidade buscam atingir os públicos internos e externos de uma empresa. Este público

é denominado como stakeholders, que significa todas as partes interessadas nas ações e no

desenvolvimento da empresa.

33

2.5 Teoria dos Stakeholders

Segundo Freeman e McVea (2001), a primeira aparição do termo stakeholders no

campo da Administração deu-se em um memorando interno do Instituto de Pesquisa de

Stanford (Stanford Research Institute – SRI), em 1963. A ideia inicial da palavra era “todos os

grupos sem os quais a empresa deixaria de existir”, incluindo acionistas, empregados, clientes,

fornecedores, credores e sociedade. Os gestores deveriam entender as preocupações dos

stakeholders para desenvolver objetivos a serem apoiados por eles. Freeman definiu o termo

stakeholder como “qualquer grupo ou indivíduo que afeta ou é afetado pelo alcance dos

objetivos da empresa”.

Segundo Andrade e Rosseti (2006), stakeholders são pessoas, grupos ou instituições

com interesses legítimos em jogo nas empresas que afetam ou são afetados pelas diretrizes

definidas, ações praticadas e resultados alcançados.

Donaldson e Preston (1995) dividiram a teoria dos stakeholders em três abordagens,

sendo: descritiva, instrumental e normativa. Para os autores, os estudos enquadram-se na teoria

descritiva, pois descrevem ou explicam características específicas do comportamento das

empresas, instrumental quando buscam analisar o efeito das estratégias e políticas orientadas

aos stakeholders sobre a performance das empresas; já a teoria normativa é usada para

interpretar a função da corporação, a identificação da moral ou da orientação filosófica para o

funcionamento e a administração das empresas.

Para Clarkson (1995), os conceitos de stakeholders são primários e secundários à

sobrevivência da empresa. O primeiro representa um grupo cuja a participação é continuada; a

corporação não pode sobreviver como uma empresa atuante. E o segundo são aqueles que

influenciam ou afetam, ou são influenciados ou afetados pela corporação, porém não estão

envolvidos em transações e não são essenciais para sua sobrevivência.

Para Hart e Milstein (2004), para a maioria das empresas a busca pela sustentabilidade

é difícil de conciliar ao objetivo de aumento de valor para o acionista. A criação de um mundo

mais sustentável exigirá que as empresas sacrifiquem os lucros e o valor ao acionista em nome

do bem público.

Neste contexto surge o Relato Integrado, que apresenta aos stakeholders de forma

integrada as informações de desempenho econômico, social e ambiental.

34

2.6 Relato Integrado

O Relato Integrado surgiu, de acordo com Druckman (2013), na crise financeira global,

que afetou os maiores mercados de capital do mundo e iniciou a chamada nova economia

ortodoxa, focada em diferentes formas de pensar e fazer negócios com o apoio da governança

corporativa e estruturas de relatórios que ajudem os negócios a se tornarem imãs para

investimentos internos e mais resilientes. Instituições como o Fundo Monetário Internacional

(FMI) e o Fórum Econômico Mundial demandaram novos sistemas e modelos que atendessem

as demandas de um mundo em que os riscos e as oportunidades não podem ser isolados.

As preocupações de economia e sustentabilidade, de acordo com Araujo e Ramos

(2015), estão por trás de iniciativas de caráter supranacional, como a estratégia “Europa 2020”,

da Comissão Europeia (CE, 2010), a Green Economy Initiative, do Programa das Nações

Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), e a Green Grouth Strategy, da Organização para a

Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2011). O crescimento sustentável

tornou-se uma das principais bandeiras políticas da União Europeia e dos países da OCDE.

De acordo com Burgenmeier (2005), o conceito de desenvolvimento sustentável é

discutido em um processo de negociação entre organismos internacionais da ONU. As

estratégias de implementação, características das etapas de evolução do pensamento que as

orientou, culminaram na compreensão da integração das dimensões econômica, ecológica e

social e tentativas de modelização econômica. Os fundamentos teóricos são analisados por meio

da evolução do pensamento econômico em relação ao ambiente natural.

A Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, realizada em

junho de 2012 no Brasil, a Rio +20, resultou em um documento intitulado “The Future We

Want” e reconhece o Relato Integrado. Assim, segundo Carvalho e Kassai (2014), temos razões

para crer que essa será a próxima grande revolução na forma de comunicação de uma

organização perante seus stakeholders, incluindo, mas não se limitando, os relatórios

financeiro-contábeis.

Após o lançamento mundial da minuta sobre Relato Integrado em 2013, mais de cem

empresas em todo o mundo já haviam se candidatado para participar do projeto piloto, naquele

momento muitas empresas de capital aberto no Brasil já haviam elaborado algum tipo de

relatório nas normas GRI.

Com o objetivo de elaborar e estruturar os conceitos do Relato Integrado, foi criada uma

coalizão global de reguladores, investidores, empresas, organismos de normalização,

contabilistas e organizadores não governamentais, denominada de IIRC International

35

Integrated Reporting Council (IR, 2013b). Esses participantes partilham do posicionamento de

que a comunicação sobre a criação de valor deve ser o próximo passo na evolução da

comunicação corporativa.

De acordo com Silva (2014), o IIRC é uma coalização global de reguladores,

investidores, empresas, organismos de normatização, representantes do setor contábil e de

ONGs que compartilham uma visão de que os relatórios corporativos precisam evoluir para

proporcionar uma comunicação concisa sobre como a estratégia, a governança, o desempenho

e as perspectivas de uma organização, no contexto de seu ambiente externo, levam à criação de

valor no curto, médio e longo prazo.

Conforme Ruiz e Tirado (2016), as empresas estão em um mundo cada vez mais

globalizado caracterizado por recursos limitados, diferentes tipos de instituições estão se

juntando ao IIRC, que reconhece o Relato Integrado como o caminho para comunicar o

processo de criação de valor corporativo e contribuição para a sustentabilidade para as partes

interessadas.

O IIRC ressalta que esta informação é fundamental para entender a sustentabilidade no

longo prazo, por meio de estratégias para fornecer informações exigidas pelos investidores.

O Relato Integrado é uma comunicação concisa sobre estratégia, governança,

desempenho e perspectivas de uma organização no contexto de seu ambiente externo, levando

à criação de valor no curto, médio e longo prazo (IR, 2013). É um pensamento integrado que

resulta em um relatório periódico de uma organização sobre a sua criação de valor ao longo do

tempo e suas contribuições relacionadas com os aspectos de criação de valor (IR, 2013b).

Entre outros, o Relato Integrado possui os seguintes objetivos:

• melhorar a qualidade das informações disponíveis para os fornecedores

de capital financeiro para permitir uma alocação mais eficiente e

produtiva do capital;

• promover uma abordagem mais coesa e eficiente para relatórios

corporativos, que se baseia em relatos de diferentes vertentes e comunica

toda a gama de fatores que afetam materialmente a capacidade de uma

organização para criação de valor ao longo do tempo.

• melhorar a prestação de contas e a gestão para a ampla base de capitais

(financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social e relacionamento,

e compreensão natural) e promover suas interdependências;

36

• suporte integrando pensamento, tomada de decisão e ações que incidam

sobre a criação de valor ao longo do curto, médio e longo prazo (IR,

2014b).

O Relato Integrado fornece orientações baseadas em princípios para as empresas que

desejam preparar um relatório integrado. O objetivo é acelerar as iniciativas individuais ao

fornecedor como impulso para uma maior inovação em comunicação corporativa globalmente,

incluindo o aumento da eficiência do processo de comunicação (IR, 2013b).

Na estrutura do Relato Integrado aparecem seis categorias de capitais classificados

como: financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social e relacionamento, e capital natural;

isto não gera obrigatoriedade para a preparação de um relatório integrado (IR, 2013a).

Os fundamentos do Relato Integrado são divididos em três partes: os capitais, o modelo

de negócio e a criação de valor. Os capitais utilizados pelas empresas apresentam-se como

repositórios de valor que aumentam e diminuem ou se transformam por meio de atividades e

produtos da organização, e são representados como: capital financeiro, capital manufaturado,

capital intelectual, capital humano, capital social e relacionamento e natural.

Buscando superar a dicotomia entre relato financeiro e não financeiro, o IIRC definiu

seis capitais que passam pelas dimensões da sustentabilidade: financeiro, manufaturado,

humano, intelectual, social e de relacionamento natural (CARVALHO; KASSAI, 2014).

Esses capitais agregam em si os diferentes recursos dos quais uma organização depende

para engendrar seus produtos e serviços e/ou impactar com suas atividades.

Definições de cada um dos capitais, segundo Carvalho e Kassai (2014):

a. Capital Financeiro: investimentos ou ativos operacionais necessários na

atividade operacional, fundos que estão disponíveis para uma

organização usar na produção de bens ou na prestação de serviços obtido

pelo financiamento, como dívidas, ações ou subsídios, ou gerados por

operações ou investimentos.

b. Capital Manufaturado: bens tangíveis da firma, objetos físicos

fabricados, disponíveis para uma organização usar na produção de bens

ou na prestação de serviços. O capital manufaturado é muitas vezes

criado por outras organizações, mas inclui ativos fabricados pela

organização que está fazendo o relatório quando são retidos para uso

próprio.

c. Capital Humano: conjunto de competências, capacidades, experiências,

e motivações dos colaboradores para buscar melhoria contínua na

37

atividade operacional. Alinhamento e suporte à estrutura de governança

da organização, abordagem de gerenciamento de riscos e valores éticos,

capacidade de entender, desenvolver e implementar a estratégia de uma

organização.

d. Capital Intelectual: base de conhecimento em posse da empresa e a

capacidade da empresa em mantê-lo e expandi-lo. Com intangíveis

baseados no conhecimento, incluindo propriedade intelectual, como

patentes, direitos autorais, software, direitos e licenças, conhecimentos

tácitos, sistemas, procedimentos e protocolos, bens intangíveis

associados à marca e à reputação desenvolvida pela organização.

e. Capital Social e de Relacionamento: instituições e relações estabelecidas

dentro e fora da empresa. É alinhado pela ética e transparência. Este

capital inclui compartilhamento de normas, valores e comportamentos

comuns, os relacionamentos entre as principais partes interessadas e a

confiança e disposição para se engajar que uma organização desenvolve

junto as partes interessadas externas.

f. Capital Natural: recursos da natureza de posse da empresa, são os

recursos ambientais renováveis e não renováveis e processos que

fornecem bens ou serviços que suportam a prosperidade passada,

presente ou futura de uma organização.

Para Silva (2014), nem todos os capitais são igualmente relevantes, embora muitas

organizações interajam com todos em alguma extensão, as interações podem ser relativamente

pequenas ou tão indiretas que são consideradas imateriais.

Para Druckman (2013), os empresários acham que o IR está mudando os meios de

definirem valor e como ele está relacionado com o retorno financeiro, melhorando as

comunicações baseando-se não somente em extratos financeiros, mas também fornecendo aos

investidores indicadores para performance de longo prazo.

Silva (2014) cita:

Um relatório integrado resulta em uma explicação mais abrangente do desempenho

do que os relatórios tradicionais, descrevendo e mensurando, quando possível, os

elementos materiais de criação de valor e os relacionamentos entre eles. Em particular,

isso torna visível todos os capitais dos quais depende a criação de valor (passada,

presente e futura), como a organização usa esses capitais e seus efeitos sobre eles.

(SILVA, p.71)

38

O IIRC reconhece que o valor não é criado por uma organização apenas, mas

também:

(a) Influenciado pelo ambiente externo (incluindo condições econômicas

tecnológicas, questões sociais e desafios ambientais), que cria o contexto no

qual a organização opera.

(b) Criado pelos relacionamentos com outros (incluindo funcionários, clientes,

fornecedores, parceiros de negócios e comunidades locais).

(c) Dependente da disponibilidade, acessibilidade, qualidade e gerenciamento

de vários recursos.

(d) Como a organização interage com o ambiente externo e os capitais para criar

valor no curto, médio e longo prazo.

Figura 2 - Uma organização interage com seu ambiente externo e usa e afeta os capitais para

criar valor no decorrer do tempo em curto, médio e longo prazo

Fonte: Silva (2014).

Na Figura 3, os elementos de uma organização que interagem com o ambiente externo

e os capitais para criar valor no decorrer do tempo estão descritos no diagrama expandido.

39

Figura 3 - Diagrama expandido

Fonte: Silva (2014).

Conforme Silva (2014), no centro da organização está seu modelo de negócios, onde

está descrito seus diversos capitais, como insumos aos negócios e que, de acordo com seus

negócios, converte-os em entregáveis (produtos, subprodutos e desperdícios). As atividades da

organização e seus produtos levam a resultados em termos de efeitos sobre os capitais, sendo

que alguns pertencem à organização, enquanto outros às partes interessadas ou à sociedade de

modo geral.

Segundo Morros (2016), o Relato Integrado explica como a organização vai prospectar

no curto, médio e longo prazo, exige pensar além do lucro financeiro, pensando muito mais

sobre o que cria valor e o que apresenta risco de valor; é muito mais do que reunir relatórios

financeiros e de sustentabilidade. O Relato Integrado requer uma maneira fundamentalmente

diferente de pensar sobre o que faz uma organização ser bem-sucedida.

O Relato Integrado apresenta um desafio direto ao modelo de capitalismo dirigido pelos

acionistas que dominou mercados financeiros e o comportamento corporativo nas últimas

décadas. Estamos chegando a um momento em que o valor do negócio está sendo redefinido,

este valor tem sido um buzzword preferido por líderes empresariais e governos. Embora

amplamente utilizado, pode ser problemático porque a interpretação do valor é subjetiva nestes

casos.

2.6.1 Relato e Relatório

40

Este capítulo busca apresentar a diferença entre relato e relatório, com o objetivo de

esclarecer os dois modelos de divulgação. Ao divulgar seus relatórios, as empresas utilizam

nomenclaturas distintas - Relato Integrado, Relatório de Sustentabilidade e Relatório Anual -,

porém com objetivos semelhantes de divulgação.

De acordo com o dicionário Aurélio, um relatório é uma exposição escrita em que se

descrevem todos os fatos de uma gerência, os dados colhidos numa sindicância, os trabalhos de

uma comissão etc. Já o relato é o ato ou efeito de relatar, relação.

Segundo Ferreira (2017), o relatório e o relato são frequentemente tomados um pelo

outro, por causa da aproximação vocabular dos seus objetivos ou das situações comunicativas

a que pertencem; no entanto, há importantes características que os diferenciam.

Para Ferreira (2017), o relatório é encontrado em manuais de escrita sem muito

detalhamento, apesar de possuir diversas estruturas possíveis. Os objetivos e atividades a serem

relatados são, por exemplo: os relatórios empresariais, de inquérito, de rotina, de cadastro, entre

outros. De modo geral, é definido como um texto de estrutura adaptável cuja finalidade é

descrever fatos de uma pesquisa de forma objetiva, impessoal e neutra.

Para Jacobini (2011) como o relatório pode ser mais ou menos extenso, mais ou menos

complexo, dependendo do nível de pesquisa a ser realizada, é preciso refletir sobre a

necessidade desses elementos de cada caso.

Já o relato não é tão comum em manuais de escrita como o relatório, talvez devido ao

fato de o relato possuir uma escrita mais pessoal, autorreflexiva. O relato evidencia a autoria

do produtor por meio de descrição e análise dos fatos que ele viveu, no ambiente onde ele

estava, suas interações, suas observações. A subjetividade permeia as experiências e os fatos e

talvez seja a maior diferença entre o relatório e o relato, sendo o primeiro objetivo e impessoal

e o segundo subjetivo e pessoal. O produtor do relato não é alguém que olha objetivamente de

fora, ele é um sujeito ativo na prática.

2.7 GRI – Global Reporting Initiative

Após a confecção do relatório de sustentabilidade, a empresa pode autodeclarar um nível

para seu relatório. A GRI possibilita que a empresa relatora realize sua própria avaliação face

ao desempenho do conteúdo relatado. A GRI desenvolveu as diretrizes com a intenção de

proporcionar aos stakeholders um padrão de identificação quanto ao nível de transparência da

utilização das diretrizes GRI aplicadas em determinado relatório.

41

A GRI foi fundada em Boston, em 1997, com suas raízes nas organizações sem fins

lucrativos dos EUA, é uma organização internacional independente que ajuda as empresas, os

governos e outras organizações a compreender e comunicar o impacto do negócio sobre

questões críticas de sustentabilidade, como as alterações climáticas, os direitos humanos, a

corrupção e outros (GRI, 2017).

Segundo o site da GRI, a organização produz padrões confiáveis e amplamente

utilizados para o relatório de sustentabilidade, os Padrões GRI, que permitem às empresas medir

e compreender seus impactos mais críticos no meio ambiente, na sociedade e na economia.

O GRI tem sido pioneiro no desenvolvimento das diretrizes para os relatórios de

Sustentabilidade e está comprometido com sua contínua melhoria e aplicação no mundo todo e

sua completa compatibilidade com o Relato Integrado desenvolvido pelo IIRC. Sua estrutura

estabelece um conjunto de princípios e indicadores que as organizações utilizam para medir e

reportar voluntariamente sobre seus desempenhos nas dimensões econômica, social, ambiental

e de governança.

Segundo Silva (2014), a GRI produz a mais abrangente Estrutura para os Relatórios de

Sustentabilidade do mundo, proporciona transparência organizacional, inclui diretrizes para a

elaboração de relatórios, estabelece os princípios e indicadores para as organizações medirem

e comunicarem seus desempenhos econômicos, ambientais e sociais. Ela forma uma parceria

estratégica global com as seguintes organizações: Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico (OECD), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

(UNEP), e com o Pacto Global das Nações Unidas (UNGC).

As Diretrizes também mantêm conexões com o The Earth Charter Initiative, Corporação

Financeira Internacional, Organização Internacional para Padronização e com Conferência das

Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento.

No Brasil, a GRI conta com a parceria da UniEthos e do núcleo de estudos em

sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas, o GVces, e é também um núcleo oficial de

colaboração do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

De acordo com Faria e Nogueira (2012), a GRI é uma instituição multistakeholders com

o objetivo de colaborar com o desenvolvimento de normas globais de elaboração de relatórios

de sustentabilidade, busca assegurar o mais elevado grau de qualidade técnica e credibilidade

de seus métodos, a estrutura do relatório é analisada e melhorada continuamente, englobando a

participação de instituições compostas por profissionais de diversas áreas escolhidos a partir de

empresas, sociedade e institutos de pesquisas.

42

Em 2013, de acordo com o site do GRI, durante a conferência global, intitulada

“informação – integração – Inovação”, reuniu 1.600 delegados de 69 países, e neste momento

lançou a quarta geração de suas Diretrizes, G4, oferecendo Princípios do Relatório, Divulgações

Padrão e um Manual de Implementação para a elaboração de relatórios de sustentabilidade por

organizações de qualquer tamanho ou setor.

Neste ano a GRI também se uniu ao Pacto Global das Nações Unidas (UNGC) e ao

Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD) para

desenvolver a orientação do setor privado.

De acordo com o site, em outubro de 2016, a GRI lançou os primeiros padrões globais

de relatórios de sustentabilidade, os Padrões GRI permitem que todas as organizações informem

publicamente sobre seus impactos econômicos, ambientais e sociais, e mostram como eles

contribuem para o desenvolvimento sustentável. Os Padrões GRI incluem todos os principais

conceitos das Diretrizes GRI G4, aprimorados com uma estrutura flexível, requisitos mais

claros e linguagem mais simples. Os Padrões GRI serão utilizados para relatórios divulgados a

partir de 2018.

De acordo com Silva (2014), para a gestão da empresa, o relatório pode representar um

diagnóstico das principais fortalezas e debilidades sobre o seu desempenho socioambiental,

para a imagem pública, o relatório é a oportunidade de transparência, melhoria da reputação e

o aumento da fidelidade, motivação e compromisso de seus stakeholders. Dentre os benefícios,

podemos evidenciar os principais:

• Auxilia na redução de custo de financiamentos com bancos privados e

empréstimos subsidiados.

• Aumenta o valor da marca e a percepção perante aos consumidores.

• Ajuda os processos de Homologação e concorrências públicas.

• Contribui para o diagnóstico interno de economia de matéria-prima, água e

energia.

• Maior transparência, melhoria da reputação e o aumento da fidelidade,

motivação e compromisso de seus stakeholders.

• Gera comprometimento e fidelidade dos funcionários, fornecedores e clientes.

Segundo Baldissera e Mourão (2015), o relatório de sustentabilidade GRI apresenta-se

como potencial meio de comunicação para a sustentabilidade, se as diretrizes forem seguidas,

os públicos participarem dos processos comunicacionais e as informações apresentadas forem

43

verdadeiras, isto é, a sua potencialidade está na real participação dos públicos realizando

análises críticas e na circulação de informações claras.

A comunicação precisa focar no potencial de gerar compreensão. Mais que apenas

informar, precisa estar atenta para o que é dito tenha significação para os públicos e a sociedade.

O relatório de sustentabilidade GRI apresenta, segundo Baldissera (2015), a fala

autorizada da organização, normalmente produzida pelos profissionais da área; apresenta

potencial para qualificar-se como processo de comunicação para a sustentabilidade, a partir das

diretrizes GRI-G4. A construção dos relatórios exigiria relações de comunicação que

envolvessem diferentes públicos.

Uma das formas que as empresas buscam para identificar e evidenciar a o atendimento

às diretrizes internacionais do GRI é por meio da divulgação do Relatório de Asseguração

Limitada.

2.7.1 Relatório de Asseguração Limitada

O Comunicado Técnico emitido em 2012 pelo IBRACON tem como finalidade alinhar

as normas e os procedimentos a serem adotados pelos auditores, bem como uniformizar os

modelos de relatórios emitidos. De acordo com o comunicado os relatórios envolvem diversos

objetos suscetíveis à análise, bem como diversos padrões e uma extensa variedade de

abordagem a serem consideradas para fins de reporte.

Um dos critérios de avaliação mais conhecidos é o GRI, cuja principal proposta é

desenvolver e disseminar globalmente diretrizes para a elaboração de relatórios de

sustentabilidade. Os relatórios de sustentabilidade possuem características que o diferem de

uma demonstração contábil ou outras informações financeiras históricas e que afetam a forma

pela qual os trabalhos de asseguração são executados:

• São geralmente direcionados para um grupo mais amplo e heterogêneo de

usuários.

• Incluem informações qualitativas que são geralmente relevantes para uma

ampla gama de usuários.

• Informações quantitativas geralmente não são mensuradas em unidade

monetária, mas em unidades aplicáveis para cada indicador e que são

mutuamente independentes. As informações são usualmente derivadas de

sistemas de informações não integrados com os sistemas contábeis.

44

• Em algumas situações pode não existir sistemas de controles internos efetivos

sobre as informações incluídas nos relatórios.

• As informações relevantes para os relatórios podem ser obtidas de outras áreas

ou entidades sobre as quais a entidade que reporta possui diferentes níveis de

influência.

O IAASB International Framework for Assurance Engagements reconhece que os

objetivos de um trabalho de asseguração podem tomar várias formas, como:

• Desempenho e condições financeiras históricas e prospectivas.

• Desempenho e condições não financeiras, relacionadas à eficácia e à efetividade

das ações.

• Características físicas, como a capacidade de produção.

• Sistemas e processos da entidade.

• Ações de governança corporativa, conformidade com a lei e os regulamentos e

práticas relacionadas a recursos humanos.

As ações quanto ao desenho e à efetividade operacional dos controles internos

relacionados às informações não financeiras incluídas nos relatórios de sustentabilidade são

executadas somente na extensão necessária para o auditor independente obter evidência

apropriada e suficiente para suportar a sua conclusão sobre tais informações.

A asseguração em relatórios de sustentabilidade pode ser fornecida por outros auditores

independentes que não necessariamente os responsáveis pela auditoria das demonstrações

financeiras da entidade.

A evolução constante no nível de divulgação apresentado nos relatórios de

sustentabilidade, a falta de obrigação quanto à sua divulgação, bem como de critérios para

preparação de tais relatórios faz que a natureza e a extensão do envolvimento dos auditores

independentes variem significantemente. As organizações podem determinar o alcance e o nível

de asseguração, assim como o tipo de relatório a ser emitido.

O IBRACON entende que os trabalhos de asseguração devem ser feitos de acordo com

a NBC TO 3000 – Trabalho de Asseguração Diferente de Auditoria e Revisão, emitida pelo

Conselho Federal de Contabilidade – CFC e com a ISAE 3000 – International Standard on

Assurance Engagements, emitida pelo International Auditing and Assurance Standards Board

– IASB, ambas para trabalhos de asseguração que não sejam de auditoria ou de revisão de

informações financeiras históricas.

45

2.7.1.1 NBC TO 3000 – Trabalho de Asseguração diferente de Auditoria de Revisão

De acordo com o IBRACON, o objetivo da NBC TO 3000 é estabelecer princípios

básicos e procedimentos essenciais, além de fornecer orientação aos auditores independentes,

para a realização de trabalhos de asseguração, que não sejam de auditoria ou revisão de

informações financeiras históricas. Ainda, de acordo com a NBC TO 3000, o auditor deve

seguir o disposto nesta Norma durante a realização de trabalho de asseguração, que não se

constitua em auditoria nem em revisão limitada de informações financeiro-históricas de que

tratam as normas brasileiras internacionais de auditoria ou de revisão.

O auditor independente deve avaliar a adequação do objeto, nas seguintes

características:

• é identificável e passível de avaliação ou mensuração uniforme baseada em

critérios identificados;

• as informações sobre esse objeto podem ser submetidas aos procedimentos que

proporcionem evidência suficiente e que permitam conclusão apropriada, quer

se trate de Asseguração Razoável ou de Asseguração Limitada.

De acordo com o parágrafo 18 da NBC TO 3000, o auditor independente deve também

identificar as características do objeto que são particularmente relevantes para os usuários

previstos e que devem estar descritas no relatório de asseguração.

No parágrafo 8 da NBC TO 3000, o auditor independente não pode aceitar trabalho de

asseguração a menos que seu conhecimento preliminar das circunstâncias do trabalho indique

que o objeto é apropriado. Porém, caso o auditor, após aceitação do trabalho, chegue à

conclusão de que o objeto não é apropriado, ele deve emitir uma conclusão com ressalvas ou

adversa ou deve se abster de apresentar uma conclusão.

A NBC TO 3000 não exige que relatórios de trabalhos de asseguração tenham formato-

padrão, mas identifica no parágrafo 69 os elementos básicos que o relatório deve incluir:

• Título que indique com clareza que o relatório é relatório de asseguração independente.

• Destinatário.

• Identificação ou descrição do nível de segurança obtida pelo auditor independente sobre

o objeto ou sobre a informação do objeto.

• Identificação dos critérios aplicáveis.

• Quando apropriado, a descrição de qualquer limitação inerente significativa relacionada

à mensuração ou à avaliação do objeto de acordo com os critérios aplicáveis.

46

• Quando o critério aplicável for desenvolvido para um propósito específico, uma

declaração alertando os leitores para este fato.

• Declaração que identifique a parte responsável e o mensurador ou avaliador,

descrevendo as suas responsabilidades e as do auditor independente.

• Declaração de que o trabalho foi executado de acordo com esta norma ou outra norma,

quando exista outra NBC TO específica ao objeto.

• Declaração de que a firma, da qual o auditor independente é membro, aplica a NBC PA

01, ou outras exigências profissionais, legais ou regulatórias, que são tão exigentes

quanto a NBC PA 01. Se o profissional não for auditor independente, a declaração deve

identificar as exigências profissionais, legais ou regulatórias aplicadas.

• Declaração de que o auditor independente cumpre com os requisitos de independência

e outras exigências éticas do CFC.

• Resumo do trabalho executado pelo auditor independente que serviu de base para

fundamentar a sua conclusão. O resumo deve relatar que: os procedimentos executados

variam em termos de natureza e época e são menores em extensão que em trabalho de

asseguração razoável. E o nível de segurança obtido em trabalho de asseguração

limitada é substancialmente menor que aquele que seria obtido se tivesse sido executado

um trabalho de asseguração razoável.

• Conclusão do auditor independente.

• Identificação e assinatura do auditor independente.

A NBC TO 3000 utiliza os termos “trabalho de Asseguração Razoável” e “trabalho de

Asseguração Limitada” para diferenciar dois tipos de trabalho de Asseguração que o auditor

independente pode realizar.

A Asseguração Razoável tem como objetivo reduzir o risco do trabalho a um nível

aceitavelmente baixo, considerando as circunstâncias do trabalho, para que possa servir de base

para que o auditor independente emita sua conclusão de forma positiva. Já na Asseguração

Limitada, o objetivo é reduzir o risco do trabalho a um nível aceitável nas circunstâncias, porém

em um nível maior de risco que em trabalho de Asseguração Razoável, para dar suporte à

conclusão do auditor independente de nenhuma modificação relevante feita nas informações

sujeitas à Asseguração Limitada.

Em trabalhos de Asseguração Limitada, a conclusão deve ser emitida na forma negativa.

Exemplo: “Com base em nosso trabalho, descrito neste relatório, não temos conhecimento de

47

nenhum fato que nos leve a acreditar que os controles internos não são eficazes, em todos os

seus aspectos relevantes.

O objetivo desta norma é estabelecer princípios básicos e procedimentos essenciais, para

a realização de trabalhos de asseguração, que não sejam de auditoria ou revisão de informações

financeiras históricas, que não sejam as normas específicas.

48

3. METODOLOGIA

3.1 Introdução à Metodologia Utilizada

Este capítulo aborda a metodologia que será aplicada nesta pesquisa. Em uma pesquisa

científica, o pesquisador precisa determinar o assunto, o tema e o problema investigados e, por

fim, buscar informações para chegar a uma conclusão. As fontes são diversas, de acordo com a

necessidade do pesquisador.

Para Silva (2014), a metodologia utilizada deve servir como respostas para as

preocupações práticas, onde o pesquisador precisa determinar o assunto, o tema e o problema

que requeiram investigação, buscar informações suficientes para chegar a uma conclusão. A

pesquisa pode ser realizada por diversas fontes: livros, revistas técnicas, periódicos,

dissertações, internet, observação direta do fenômeno etc.

De acordo com Richardson (1999), “método” vem do grego méthodos (meta = além de,

após de + ódos = caminho). Com esta definição, método é o caminho ou a maneira para se

chegar a determinado fim. O método científico está fundamentado na observação de tudo que

está em nosso entorno, não apenas o que vemos, mas todos os sentidos. Estas observações

devem ser sensíveis, mensuráveis e passíveis de repetição, para que outras pessoas também

possam observar.

Quanto aos seus objetivos, este trabalho classifica-se como uma pesquisa exploratória e

descritiva quanto aos seus objetivos. Segundo Vergara (2000), a pesquisa exploratória é

aplicada quando há pouco conhecimento acumulado no assunto. Pela característica de sua

natureza de sondagem, não se aplica a formulação de hipóteses que, no entanto, poderão surgir

no decorrer da pesquisa. Já a pesquisa descritiva sinaliza características de determinado

fenômeno. Não tem a obrigação de explicar os fenômenos estudados, embora sirva de suporte

para a explicação.

Quanto à sua abordagem, trata-se de uma pesquisa qualitativa, uma vez que, segundo

Matias-Pereira (2012), ela foca na atribuição de significados e interpretação dos fenômenos.

Além disso, no método qualitativo as informações são analisadas de forma indutiva e os dados

não são quantificáveis.

De acordo com as características deste estudo, classifica-se como uma pesquisa

documental que, segundo Gil (2002), tem muitas semelhanças com a pesquisa bibliográfica; no

entanto, o que as diferencia é a natureza das fontes. Enquanto a primeira utiliza materiais que

não receberam tratamentos analíticos, a segunda utiliza contribuições de diversos autores sobre

determinado assunto e na grande maioria são materiais impressos encontrados em bibliotecas.

49

Além disso, na pesquisa documental, as fontes são muito mais diversificadas e dispersas, com

muitos documentos encontrados fora das bibliotecas.

A população deste estudo é formada por 34 empresas que estão listadas no ISE da B3.

Para dimensionar a amostra trabalhou-se com um tipo de amostragem não probabilística, e

como resultado a amostra deste estudo foi composta por 18 empresas.

A coleta de dados foi realizada no período de 2012 a 2016 no site de cada uma das

empresas pesquisadas; os documentos que serviram de base para a análise foram: Relato

Integrado, Relatório Anual ou Relatório de Sustentabilidade. Para análise dos dados foi

utilizada a técnica de análise de conteúdo.

Para atingir os objetivos propostos nesta pesquisa, foram definidas as seguintes etapas:

Etapa 1: Identificar as empresas que estão no ISE da B3 que publicaram o Relato

Integrado no período de 2012 a 2016.

Etapa 2: Dimensionamento da amostra.

Etapa 3: Caracterização da amostra.

Etapa 4: Análise e avaliação do relato integrado das empresas no ano de 2016 para

avaliar:

✓ Se o parecer da auditoria ou órgão certificador cita que a empresa atende às

normas GRI.

✓ Evidenciar o atendimento dos 3 pilares da sustentabilidade: econômica, social e

ambiental.

Etapa 5: Identificar a forma de divulgação, o nome utilizado para divulgar o Relato

Integrado nos últimos 5 anos e suas possíveis variações.

Etapa 1

Nesta etapa, foram apresentadas, de acordo com a lista apresentada no site da B3, todas

as empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial que estão ativas em 2017. Este

segmento, segundo Andrade (2008), corresponde a uma listagem destinada à negociação de

ações emitidas por empresas que se comprometem, voluntariamente, em adotar práticas de

governança corporativa e transparência adicionais em relação ao que é exigido pela legislação.

Etapa 2

50

Na segunda etapa, identificou-se, dentre as empresas listadas no Índice de

Sustentabilidade Empresarial, aquelas que divulgaram o Relato Integrado no período de 2012

a 2016 (Quadro 4 – Aderência das empresas listadas no ISE de 2012 a 2016).

Etapa 3

Nesta etapa foram caracterizadas as empresas que fizeram parte da amostra, de acordo

com as informações divulgadas em seus sites ao selecionar a opção “quem somos”, história,

entre outros. Ao final do capítulo, foi apresentado um quadro resumo com as principais

informações. Estas informações são importantes para esclarecer o ramo de atividade, o tempo

de mercado, os principais números que as caracterizam, entre outras informações relevantes

para que o leitor conheça todas as empresas da análise.

Etapa 4

Neste momento a análise de resultados evidenciou a aderência das empresas às diretrizes

do GRI – G4, por meio da divulgação do Relatório de Asseguração Limitada, emitido com o

“de acordo” no parecer de auditoria independente ou órgãos certificadores. Algumas empresas

declararam aderência às diretrizes, mesmo não havendo parecer de auditoria ou outro órgão

certificador.

A validação quanto a aderência às diretrizes GRI, nesta pesquisa, ocorreu por meio da

evidenciação da divulgação do Relatório de Asseguração Limitada, o que não significa dizer

que aquelas que não apresentaram não estão de acordo com a necessidade dos stakeholders

quanto às informações financeiras, sociais e ambientais, que são os elementos básicos da

sustentabilidade.

Para identificar o atendimento aos três pilares da sustentabilidade: Econômica, Social e

Ambiental, a análise dos resultados apresentou um resumo para cada empresa que busca

esclarecer as ações, projetos, propostas, entre outros, na aderência de cada um dos pilares.

Etapa 5

Nesta etapa, identificamos o tipo de nomenclatura utilizada para a divulgação do Relato

Integrado, por empresa no período analisado, o qual pode ser encontrado como: Relato

Integrado, Relatório de Sustentabilidade, Relatório Anual e Relatório Anual e de

Sustentabilidade.

51

4. RESULTADO DA PESQUISA

O resultado da pesquisa apresenta as empresas que divulgaram seus Relatos Integrados

por 5 anos consecutivos. A seleção ocorre com base nas empresas listadas no ISE em 2017.

Este critério busca analisar as empresas comprometidas com a sustentabilidade e que

utilizam critérios internacionais estipulados pelo GRI para trazer transparência e confiabilidade

em seus relatórios.

Inicia-se identificando as empresas que estão na carteira ISE em 2017

Fonte: Site BM&F Bovespa Seleção ISE 2016/2017.

Das empresas listadas destaca-se o ano de publicação do Relato Integrado com base nas

divulgações que são públicas em cada site. Aquelas que publicaram seus relatórios integrados

de 2012 a 2016 são a base para análise de dados.

52

Quadro 4 - Aderência das empresas listadas no ISE de 2012 a 2016

Fonte: Elaborado pelo autor (agosto, 2017).

O subitem a seguir apresenta uma caracterização das empresas destacadas no quadro,

sendo aquelas que possuem seus Relatos Integrados divulgados no site.

53

4.1 Caracterização das Empresas

A caracterização das empresas baseia-se em informações públicas e de acesso no site.

AES Tietê

Uma das maiores companhias privadas de geração de energia do País, atuando desde

1999. São 9 usinas e três pequenas centrais hidrelétricas no Estado de São Paulo que, juntas,

somam 2.658 MW de capacidade instalada. Isso significa 7,6% da capacidade estadual, capaz

de abastecer uma cidade de quase 20 milhões de habitantes em um ano.

Além dos produtos de pronta-entrega, a AES tem soluções sob medida, capazes de

garantir autonomia em energia para qualquer tipo de negócio. Projetos de geração distribuída,

conjugando soluções de energia solar, cogeração a gás e CHP, armazenamento de energia via

baterias (“Energy Storage”) entre outros.

Todas as decisões e ações, no Brasil e nos 17 países onde atua, são orientadas por um

padrão rigoroso de ética e transparência.

Cada um dos valores é compartilhado para conduzir com integridade e seriedade as

práticas dia após dia. Os colaboradores seguem os mesmos princípios e Valores, adotando um

Código de Conduta para garantir o mais elevado nível de integridade e ética junto a todos os

públicos de relacionamento.

A governança corporativa é um dos elementos fundamentais do modelo de criação de

valor. Adota uma estrutura de gestão descentralizada, por meio do relacionamento estreito entre

acionistas, administradores, auditores independentes e o conselho fiscal, alinhados às políticas

e decisões corporativas. Além da segregação de funções de presidente do conselho e diretor-

presidente e da existência de um canal de denúncia, entre outras medidas, cada ação tem como

princípio a ética e a transparência.

A ética é a conduta máxima quando o assunto é a relação da AES Tietê com seus

parceiros comerciais. Como parte do Programa de Ética e Compliance, antes de se engajar em

qualquer transação comercial, devem ser avaliados todos os riscos envolvidos em cada negócio

em potencial com parceiros, prestadores de serviços ou fornecedores. O mapeamento dos riscos

é feito de acordo com a legislação anticorrupção norte-americana Foreign Corrupt Practices

Act (FCPA) –, a Lei Anticorrupção Brasileira e todas as demais determinações e vedações legais

necessárias.

BRF

54

A BRF é uma das maiores companhias de alimentos do mundo, com mais de 30 marcas

em seu portfólio. Possui 54 fábricas em sete países: Argentina, Brasil, Emirados Árabes Unidos,

Holanda, Malásia, Reino Unido e Tailândia.

Nos últimos três anos, a BRF investiu mais de US$ 1 bilhão na aquisição e construção

de unidades e marcas. O investimento alterou o perfil da empresa de “grande exportadora de

aves” para “multinacional do setor de alimentos”. Anualmente, a companhia comercializa mais

de 4 milhões de toneladas de alimentos. São milhares de produtos que cumprem um objetivo

claro: alimentar o mundo.

O modelo de negócios é “global”, neologismo que nomeia o movimento simultâneo de

globalização e valorização das características de cada região onde a BRF atua.

Como parte do trabalho de disseminação da ética e transparência, existe uma Diretoria

de Compliance, responsável por estimular a cultura da ética presente em cada colaborador.

O código de conduta, denominado “Manual de Transparência BRF”, pode ser

visualizado no site onde existe um canal para reportar possíveis violações às diretrizes

estabelecidas no Manual de Transparência BRF.

O modelo de gestão adotado pela BRF em sua atuação global adequa processos e

produtos aos diferentes perfis e hábitos dos consumidores, respeitando as tradições culturais

dos locais onde a Companhia atua. Essa estrutura é chamada de “glocal” - um neologismo para

nomear esse movimento simultâneo de globalização e valorização das características de cada

região.

Copel

Copel - Companhia Paranaense de Energia, maior empresa do Estado, foi criada em 26

de outubro de 1954, com controle acionário do Estado do Paraná - abriu seu capital ao mercado

de ações em abril de 1994 (BM&FBovespa) e tornou-se, em julho de 1997, a primeira do setor

elétrico brasileiro listada na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Sua marca também está presente,

desde junho de 2002, na Comunidade Econômica Europeia, com seu ingresso na Latibex – o

braço latinoamericano da Bolsa de Valores de Madri. A partir do dia 7 de maio de 2008, as

ações da Copel passaram a integrar oficialmente o Nível 1 de Governança Corporativa da Bolsa

de Valores Mercadorias e Futuros – BM&FBovespa.

A Companhia atende diretamente a 4.478.767 unidades consumidoras em 395

municípios e 1.113 localidades (distritos, vilas e povoados) paranaenses. Nesse universo

incluem-se 3,5 milhões de lares, 82 mil indústrias, 382 mil estabelecimentos comerciais e 360

mil propriedades rurais.

55

Sua estrutura compreende a operação de:

- Parque gerador próprio composto por 30 usinas próprias e 11 participações, cuja

potência instalada totaliza 5.675 MW – 93% proveniente de fontes renováveis como hídrica e

eólica – e que responde pela produção de algo como 4% de toda a eletricidade gerada no Brasil.

- Sistema de transmissão formado por mais de 4 mil quilômetros de linhas e 45

subestações automatizadas.

- Sistema de distribuição com 195 mil quilômetros de linhas – a terceira maior do País

e 362 subestações automatizadas.

- Sistema óptico de telecomunicações com 30 mil quilômetros de fibras, atendendo a 49

mil clientes nas 399 cidades do Paraná e dois municípios em Santa Catarina.

Eletrobras

A instalação da empresa ocorreu oficialmente no dia 11 de junho de 1962, em sessão

solene do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica (CNAEE), no Palácio Laranjeiras,

no Rio de Janeiro, com a presença do presidente João Goulart.

A Eletrobras recebeu a atribuição de promover estudos, projetos de construção e

operação de usinas geradoras, linhas de transmissão e subestações destinadas ao suprimento de

energia elétrica do País. A nova empresa passou a contribuir decisivamente para a expansão da

oferta de energia elétrica e o desenvolvimento do País.

Empresa é líder em geração e transmissão de energia elétrica no país e contribui para

que a matriz energética brasileira seja uma das mais limpas e renováveis do mundo. Também

atua nos segmentos de comercialização, distribuição e eficiência energética, além de programas

como o Procel, o Luz para Todos e o Proinfa.

Maior companhia do setor elétrico da América Latina, uma empresa de capital aberto,

que tem como acionista majoritário o governo federal. Adota estratégias voltadas para

governança e compliance, excelência operacional e disciplina financeira e, por meio de suas

empresas e de seu centro de pesquisas, está presente em todas as regiões do Brasil.

Mais de 90% da capacidade instalada vem de fontes com baixa emissão de gases de

efeito estufa. Empresa líder em transmissão de energia elétrica no Brasil, com

aproximadamente metade do total de linhas de transmissão do país em sua rede básica, em alta

e extra-alta tensão.

Lucro de R$ 3,4 bilhões em 2016, após quatro anos de prejuízos.

Investimentos previstos de R$ 35,8 bilhões entre 2017 e 2021.

56

Ética, transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa são

os princípios que norteiam as práticas de governança.

Uma companhia de capital aberto, com ações negociadas no Brasil, nos Estados Unidos

e na Espanha, atende aos requerimentos da Comissão de Valores Mobiliários

(CVM)/BM&FBovespa, da Securities and Exchange Commission (SEC)/Bolsa de Valores de

Nova Iorque (NYSE) e do Latibex, da Bolsa de Valores de Madri. A listagem no Índice de

Sustentabilidade Empresarial (ISE) e no Nível 1 de Governança Corporativa, da

BM&FBovespa, reforça o nosso compromisso com as melhores práticas de gestão e com a

sustentabilidade.

A estrutura de governança corporativa é composta pela Assembleia Geral de Acionistas,

pelo Conselho Fiscal, pelo Conselho de Administração e pela Diretoria Executiva. Vinculados

ao Conselho de Administração, estão a Auditoria e os Comitês de Apoio.

CPFL

A Companhia Paulista de Força e Luz surgiu em 1912, com a fusão de quatro pequenas

empresas de energia do interior paulista.

Hoje, o Grupo CPFL Energia atua nos segmentos de distribuição, geração e

comercialização de energia elétrica e de serviços de valor agregado. No segmento de

distribuição, por meio de 9 empresas, a CPFL é líder com 14,3% de participação no mercado

brasileiro, atendendo a 9,1 milhões de clientes. Na geração de energia elétrica, é o terceiro

maior agente privado do país.

As Diretrizes de Governança Corporativa reúnem e consolidam um conjunto de

mecanismos que visam promover a interação entre os acionistas, o Conselho de Administração,

os Comitês e Comissões de Assessoramento do Conselho de Administração, o Conselho Fiscal

e a Diretoria Executiva da CPFL Energia S.A. (“CPFL Energia” ou “a Companhia”). Por meio

dessas Diretrizes, a CPFL Energia apresenta seu modelo de governança corporativa, o qual

orienta sua atuação e as práticas adotadas na Companhia e nas sociedades direta ou

indiretamente controladas, observados os respectivos Estatutos e Contratos Sociais.

Nas sociedades com controle compartilhado e coligadas, a manifestação dos executivos

indicados pela Companhia nas Assembleias Gerais de Acionistas e nas Reuniões do Conselho

de Administração devem observar as Diretrizes de Governança da CPFL Energia e enviar

esforços para que as decisões estejam alinhadas às melhores práticas de governança.

As Diretrizes de Governança Corporativa são aprovadas pelo Conselho de

Administração e, juntamente ao Acordo de Acionistas, o Estatuto Social, o Regimento Interno

57

do Conselho de Administração, o Regimento Interno do Conselho Fiscal, o Regimento Interno

dos Comitês e das Comissões de Assessoramento do Conselho de Administração, as políticas

emitidas e que vierem a ser emitidas em matéria de governança, tais como Negociação de

Valores Mobiliários, Divulgação de Ato e Fato Relevante, Gestão de Riscos, Anticorrupção e

o Código de Conduta Ética, delineiam o conjunto de práticas de governança adotadas pela

CPFL Energia.

Eletropaulo

Uma companhia que distribui a maior quantidade de energia no país e atende a cidade

de São Paulo e mais 23 municípios.

São mais de 1,5 mil unidades consumidoras por quilômetro quadrado – a maior

densidade entre todas as distribuidoras brasileiras.

A governança corporativa é um dos elementos fundamentais do modelo de criação de

valor, não só da AES Eletropaulo, mas de todas as empresas AES. Adotando uma estrutura de

gestão descentralizada, por meio do relacionamento estreito entre acionistas, administradores,

auditores independentes e conselho fiscal, alinhamos nossas políticas e decisões corporativas.

Além da segregação de funções de presidente do conselho e diretor-presidente, da existência

de um canal de denúncia, entre outras medidas, cada ação nossa tem como princípio a ética e a

transparência.

No caso específico da AES Eletropaulo, a análise e a tomada de decisões internas são

responsabilidade de seus órgãos sociais.

ItaúSa

A Itaúsa foi constituída para centralizar as decisões financeiras e estratégicas de um

conjunto de empresas, propiciando-lhes melhores condições de expansão. Operando nas áreas

financeira e industrial, a Itaúsa mantém ainda relevantes instituições de caráter social.

A história do Conglomerado começou com o primeiro banco de investimento a se

constituir no País. Denominado Banco Federal Itaú de Investimentos S.A., foi criado em 6 de

maio de 1966, logo após essa área de atividade ter sido institucionalizada pelo Banco Central

do Brasil. Surgiu como sociedade anônima de capital aberto, com o objetivo de realizar

operações de participação ou de financiamento, a prazo médio e longo, para suprimento de

capital fixo ou de movimento, mediante aplicação de recursos próprios, assim como angariação,

intermediação e aplicação de recursos de terceiros e outras atividades que viessem a ser

permitidas pelas autoridades monetárias.

58

As principais empresas controladas pela Itaúsa se destacam nos diversos setores de

negócios a que se dedicam: Itaú Unibanco Holding S.A. e suas controladas Banco Itaú e Banco

Itaú BBA, no segmento financeiro, e Duratex, Itautec e Elekeiroz, líderes de seus respectivos

ramos industriais.

Como holding pura de capital aberto, a Itaúsa concentra todas as decisões financeiras e

estratégicas, de forma que as empresas do Conglomerado tenham as melhores condições para

se aplicar em suas atividades e expandir seus negócios. Assim, as controladas conseguem

alcançar altos níveis de produtividade, capacitando seus colaboradores e desenvolvendo

tecnologia para aprimorar permanentemente os produtos e serviços que oferece ao mercado.

Esse modelo também garante que os princípios que regem a holding sejam

integralmente praticados nas empresas do Conglomerado. Valorização do capital humano, ética

nos negócios e geração de valor para os acionistas são os valores incontestáveis que norteiam

o trabalho dos colaboradores da Itaúsa e suas controladas.

Telefônica

Inicia no Brasil em 1998, quando a Telesp, companhia estatal de telecomunicações do

Sistema Telebrás, foi privatizada e adquirida pela Telefónica, da Espanha, formando a

Telefônica Brasil.

A empresa é referência de telecomunicações em São Paulo com uma trajetória de

expansão nos anos seguintes. Em 2010, a Telefónica adquiriu as ações da Vivo, que pertenciam

à Portugal Telecom, tornando-se líder do mercado de telecomunicações do Brasil. Em 2012,

utiliza Vivo como marca comercial em todo o País, oferecendo telefonia fixa e móvel, banda

larga e TV por assinatura. Na Espanha e países de língua espanhola a marca é Movistar e na

Alemanha, O2. Em 2015, a Telefônica adquiriu a GVT, reforçando a oferta de rede fixa fora do

Estado de São Paulo.

Atualmente, conecta cerca de 100 milhões de acessos à internet e telefonia móvel e fixa,

além de TV por assinatura.

Duratex

Maior produtor de painéis de madeira e louças e metais sanitários do Hemisfério Sul.

No entanto, ser líder de mercado vai muito além de fabricar produtos com tecnologia e

qualidade. É ser reconhecido por clientes, colaboradores, comunidades, fornecedores e

investidores por promover as melhores práticas de governança corporativa e sustentabilidade.

59

A empresa possui 11 mil colaboradores, espalhados por 22 unidades industriais e

florestais localizadas em oito estados brasileiros, além da sede administrativa, na capital

paulista. Possui três fábricas na Colômbia e escritórios comerciais nos Estados Unidos e na

Europa, o que permite que os produtos cheguem a mais de 50 países, além do Brasil.

Itaú Unibanco

O Itaú Unibanco é uma companhia aberta que, em conjunto com empresas coligadas e

controladas, atua no Brasil e no exterior, na atividade bancária em todas as modalidades por

meio de suas carteiras: comercial, de investimento, de crédito imobiliário, de crédito,

financiamento e investimento e de arrendamento mercantil, inclusive as de operações de câmbio

e nas atividades complementares, destacando-se as de Seguros, Previdência Privada,

Capitalização, Corretagem de Títulos e Valores Mobiliários e Administração de Cartões de

Crédito, Consórcios, Fundos de Investimentos e Carteiras Administradas.

Está presente em 18 países, além do Brasil, em atividades de banco comercial e

operações de clientes institucionais, banco de investimentos, atacado e private banking. A

atuação abrange a América do Norte, a América Central, a Europa, a Ásia e o Oriente Médio.

Possuía 94,8 mil colaboradores no final de 2016, incluindo mais de 13,9 mil

colaboradores em unidades no exterior.

O Mapa de Sustentabilidade age como um direcionador estratégico, orientando as

diversas áreas operacionais e de negócio a incorporar questões de sustentabilidade em suas

tomadas de decisão.

TIM

Operadora com presença nacional, busca inovação para potencializar a vida dos usuários

por meio da tecnologia. A companhia possui um portfólio completo, com telefonia móvel, fixa

e internet para que clientes individuais e corporativos estejam sempre conectados.

Telefonia móvel, fixa e acesso à internet via modem, tablet, celular, além da ultrainternet

fixa, são os serviços que fazem parte do portfólio da TIM.

A companhia também possui soluções ideais para pequenas, médias e grandes empresas.

A área de Soluções Corporativas oferece serviços fixos de voz e dados avançado para o

segmento empresarial, entendendo o perfil e a necessidade das corporações e trazendo mais

produtividade e competitividade com economia para os clientes.

Com mais de um século de experiência, o Grupo italiano de telecomunicações é um dos

líderes do setor na Europa e, por meio de suas subsidiárias, disponibiliza toda a gama de

60

serviços avançados de comunicações, oferecendo desde telefonia fixa, móvel e internet, até

inovadores sistemas e soluções corporativas e de mídia.

O Grupo Telecom Itália vem atuando no Brasil desde 1998, por meio da TIM Brasil

Serviços e Participações S.A., sendo uma das operadoras de celulares de maior destaque no

país, atendendo todos os estados brasileiros, por meio da TIM Participações.

Bradesco

O Banco Bradesco foi fundado em 1943 como um banco comercial sob o nome de

“Banco Brasileiro de Descontos S.A.”.

A composição de geração de valores é reforçada pela capilaridade. Eles têm à disposição

mais de 60 mil pontos físicos de atendimento e amplo leque de soluções em mobilidade e acesso

a produtos, serviços e transações em ambientes físicos ou digitais. Além disso, é atualmente um

dos maiores bancos no Brasil, em termos de total de ativos.

A empresa tem ainda o compromisso de criar e ofertar constantemente produtos e

serviços inclusivos, tornando possível o gerenciamento da vida financeira de pessoas com

deficiência.

Nesse contexto, a qualidade, a inovação e a eficiência, a gestão de riscos e

oportunidades, a conduta ética, a criação de valor compartilhado de longo prazo, a alavancagem

de resultados e o treinamento dos funcionários são elementos-chave que conduzem à

perenidade dos negócios. A geração de valor considera riscos e oportunidades relacionados à

responsabilidade socioambiental, que incluem iniciativas de ecoeficiência e investimentos

sociais na promoção de ações educativas, culturais, artísticas, esportivas e dedicadas à

preservação ambiental.

Cemig

Companhia de capital aberto controlada pelo Governo do Estado de Minas Gerais,

possui 127 mil acionistas em 44 países. Suas ações são negociadas nas Bolsas de Valores de

São Paulo, Nova York e Madri.

Hoje a Empresa é uma referência na economia global, reconhecida por sua atuação

sustentável. Há 17 anos consecutivos faz parte do Dow Jones Sustainability World Index (DJSI

World).

A atuação da Cemig estende-se a 22 estados brasileiros, além do Distrito Federal.

Tornou-se controladora da Light, ampliando participação na distribuidora que atende o Rio de

Janeiro e outras cidades fluminenses. Também possui participação em uma empresa

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transmissora de energia elétrica (Taesa), investimentos no segmento de gás natural (Gasmig),

energias renováveis (Renova), telecomunicações (Cemig Telecom) e eficiência energética

(Efficientia).

O modelo de governança corporativa da Cemig se baseia em princípios de transparência,

equidade e prestação de contas. Entre suas principais características está a definição clara dos

papéis e responsabilidades do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva na

formulação, na aprovação e na execução das políticas e diretrizes referentes à condução dos

negócios da Companhia, bem como do Conselho Fiscal, para fiscalização dos atos e das contas

da administração.

Engie

Atua na implantação e operação de usinas geradoras de eletricidade, sendo também

agente ativo na atividade de comercialização. Maior geradora privada de energia do Brasil, a

Companhia é sediada em Florianópolis, Santa Catarina, e suas usinas se encontram instaladas

nas cinco regiões do país, mais precisamente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina,

Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins,

Maranhão, Piauí e Ceará.

A ENGIE Brasil Energia conta com mais de 1.000 empregados e seu portfólio de

clientes é formado por distribuidoras, clientes livres e comercializadoras. Além da venda de

energia, a Companhia presta serviços associados, como a implantação de instalações de

cogeração, operação e manutenção de equipamentos de produção de energia e monitoramento

da qualidade da energia.

Seu controle acionário é detido pela ENGIE Brasil Participações Ltda, que responde por

68,71% do capital social da ENGIE Brasil Energia. A ENGIE Brasil Participações Ltda é

controlada pelo grupo franco-belga ENGIE.

A ENGIE desenvolve suas atividades (eletricidade, gás natural e serviços) em torno de

um modelo com base em crescimento responsável para lidar com os grandes desafios

energéticos e ambientais atuais: atender à demanda de energia, garantir a segurança do

suprimento, combater as mudanças climáticas e otimizar a utilização dos recursos naturais.

O Grupo fornece soluções altamente eficientes e inovadoras para pessoas, cidades e

empresas por meio de fontes diversificadas de fornecimento de gás, produção de eletricidade

flexível e com baixa emissão de CO2 e conhecimento técnico em quatro setores-chave:

produção independente de eletricidade, gás natural liquefeito, energia renovável e serviços de

eficiência energética.

62

Possui cerca de 153.090 colaboradores em todo o mundo e obteve receitas de 66,6

bilhões de euros em 2016. Cotado nas bolsas de Paris e Bruxelas, o Grupo está representado

nos principais índices internacionais: CAC 40, BEL 20, DJ Euro Stoxx 50, Euronext 100, FTSE

Eurotop 100, MSCI Europe, DJSI World, DJSI Europe e Euronext Vigeo (World 120, Eurozone

120, Europe 120 e France 20).

Natura

Uma empresa 100% brasileira que nasceu da paixão pela cosmética e pelas relações.

Está presente em sete países da América Latina e na França, é a indústria líder no mercado

brasileiro de cosméticos, fragrâncias, higiene pessoal e venda direta.

Busca criar valor para a sociedade como um todo, gerando resultados integrados nas

dimensões socioeconômica e ambiental. Acredita que resultados sustentáveis são alcançados

por meio de relações de qualidade; por isso busca manter canais de diálogo abertos com todos

os públicos.

Estimula o desenvolvimento pessoal, material e profissional das consultoras e

consultores, bem como a disseminação do conceito do “bem estar bem”, a fim de contribuir

com a construção de uma sociedade mais próspera, justa e solidária.

A visão de sustentabilidade está totalmente alinhada à estratégia do negócio e pretende

transformar a Natura em uma empresa geradora de impacto positivo em todas as dimensões de

suas atividades, o que significa que a atuação da companhia deve ajudar a tornar o meio

ambiente e a sociedade melhores, ultrapassando o atual paradigma de apenas reduzir e mitigar

impactos.

A nova visão reúne um conjunto de diretrizes estratégicas para a construção de impacto

positivo até 2050 para todos os negócios da empresa, bem como as ambições e os compromissos

que deverão ser alcançados pela marca Natura até 2020.

WEG

Fundada em 1961, na cidade de Jaraguá do Sul/SC. Produzindo inicialmente motores

elétricos, a WEG ampliou suas atividades a partir da década de 1980, com a produção de

componentes eletroeletrônicos, produtos para automação industrial, transformadores de força e

distribuição, tintas líquidas e em pó e vernizes eletroisolantes.

A trajetória da organização, idealizada por Werner, Eggon e Geraldo, é marcada pelo

êxito. O conjunto de valores, crenças e ideais sustentados pelos fundadores estão enraizados na

organização e ditam os caminhos vitoriosos pelos quais a empresa trilha sua história. A essência

63

destemida, dinâmica e grandiosa é a fonte que mantém a WEG funcionando em direção ao

sucesso.

Principais números:

- Faturamento de R$9,3 bilhões em 2016;

- Filiais em 29 países, fábricas em 12 países;

- Portfólio com mais de 460 linhas de produtos;

- Produtos presentes nos 5 continentes;

- Mais de 1 milhão de m2 construídos;

- Quase 30 mil colaboradores e mais de 2.700 engenheiros;

- 12.500 hectares de reflorestamento, sendo 50% composto de recursos renováveis e

50% de mata nativa intocada.

EDP

A EDP Energias do Brasil, controlada pela EDP em Portugal uma das principais

operadoras europeias no setor energético, é uma holding que detém investimentos nos

segmentos de Geração, Distribuição, Comercialização, Serviços de Energia Elétrica e

recentemente incorporou em seu portfólio o segmento de Transmissão.

No segmento de distribuição atua com duas distribuidoras nos estados de São Paulo e

Espírito Santo. No segmento de Comercialização negocia contratos de compra e venda de

energia com clientes distribuídos em todo território nacional, enquanto no segmento de

Serviços, por meio da EDP Grid, presta serviços técnicos e comerciais, incluindo sistemas de

transmissão, distribuição e manutenção para clientes corporativos, projetos de eficiência

energética e geração distribuída fotovoltaica.

Ao abrir o capital, em julho de 2005, aderiu ao Novo Mercado da Bolsa de Valores de

São Paulo – B3, que prevê regras rígidas de transparência e padrões mais elevados de

Governança Corporativa.

Fibria

Líder mundial na produção de celulose de eucalipto, a Fibria possui capacidade

produtiva de 5,3 milhões de toneladas anuais de celulose, com fábricas localizadas em Três

Lagoas (MS), Aracruz (ES), Jacareí (SP) e Eunápolis (BA).

Com uma operação integralmente baseada em plantios florestais renováveis localizados

nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e

64

Bahia, a Fibria trabalha com uma base florestal total de 969 mil hectares, dos quais 343 mil

hectares são destinados à conservação ambiental.

A Fibria tem o compromisso de adotar as melhores práticas ambientais, para sempre

inovar na promoção do desenvolvimento. Da floresta até a entrega do produto final, são

mantidos processos que beneficiam a natureza, como o manejo florestal, geração própria de

energia e processos de produção mais limpa.

É parte integrante desse compromisso o desenvolvimento de projetos e programas

ambientais que visam à melhoria de desempenho social e ecológico por meio da capacitação e

treinamentos de educação ambiental, conservação da biodiversidade e oportunidades de

parceria levando em consideração o desenvolvimento local.

As operações florestais e industriais são certificadas pelos mais rígidos padrões, como

o ISO9001, ISO14001, FSC® e Cerflor.

Os princípios que orientam o modelo de Governança Corporativa da Fibria são

transparência, clara definição de funções, independência da administração, alta qualidade do

corpo técnico e gerencial, equidade de tratamento aos acionistas, crescimento sustentável e

prestação de contas.

O Código de Conduta da Fibria é um importante instrumento de alinhamento

organizacional, que estabelece padrões éticos e normas de comportamento dos empregados da

empresa, em suas relações com públicos interno e externo.

65

Quadro 5 - Caracterização das empresas

4.2 Análise dos Relatórios das Empresas

Descreve-se abaixo uma análise do último Relato Integrado publicado das empresas

destacadas no Quadro 4: Aderência das empresas listadas no ISE de 2012 a 2016, que

publicaram seus relatórios pelos cinco anos consecutivos, identificando sua aderência às

normas internacionais do GRI e aos três pilares da sustentabilidade: econômica, social e

ambiental.

AES Tietê

Segue as diretrizes do GRI?

A conclusão do Relatório de asseguração limitada dos auditores independentes da

KPMG Financial Risk & Acturial Services Ltda, com base nos procedimentos realizados no

relatório, leva a acreditar que as informações constantes no Relatório de Sustentabilidade 2016

foram compiladas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com as Diretrizes para Relato de

Sustentabilidade da Global Reporting Initiative – GRI (GRI-G4).

Pilares da Sustentabilidade

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• Econômica

Atendendo à divulgação do desempenho econômico-financeiro, o Relatório apresenta

as principais informações relativas a Receita bruta e líquida, Custos e despesas

operacionais, Ebitda, Resultado financeiro e Distribuição do valor adicionado.

Inclui a análise da Gestão de Riscos que podem ter impacto sobre os negócios e as

Estratégias de crescimento, evidenciando seu comprometimento com o crescimento

sustentável.

• Social

O Relatório descreve as ações em relação aos públicos, descrevendo cada um dos

públicos e as suas ações:

✓ Colaboradores: existem políticas e práticas para apoiar o desenvolvimento e o

crescimento profissional. Por exemplo: investimento em programas de

capacitação, abrangendo aspectos técnicos e de segurança para o

aprimoramento das operações, temas para reforçar a cultura corporativa e o

desenvolvimento das lideranças. Em média foram 46,4 horas de treinamento

por colaborador.

✓ Fornecedores: desenvolvimento de relacionamento ético com os fornecedores e

planos de ação no relacionamento com o objetivo de classificar uma matriz de

criticidade de cada fornecedor que pondera possíveis riscos econômicos, sociais

e ambientais para o negócio.

Os contratos têm certo nível de criticidade e complexidade, os prestadores de

serviços para manutenção de usinas são gerenciados por meio do IDF (Índice

de Desempenho do Fornecedor), uma ferramenta que possibilita avaliar o

desempenho dos parceiros contratados de acordo com os indicadores e as

diretrizes estabelecidas previamente. Com o objetivo de estabelecer planos de

ação para aprimoramento dos fornecedores que não estejam atendendo aos

requisitos mínimos de qualidade, eficiência e performance socioambiental.

Entre os aspectos avaliados estão ética e compliance, respeito a direitos

trabalhistas, validade das licenças ambientais, práticas de investigação de

acidentes, entre outros.

✓ Comunidades Locais: nos municípios onde atua tem o objetivo de impulsionar

o desenvolvimento sustentável por meio da inovação social. O Instituto AES

gerencia a atuação social em três pilares: formação do cidadão, inovação para

67

o desenvolvimento social e empreendedorismo consciente. Também administra

16 projetos em que são apoiados.

• Ambiental

Os investimentos e programas para promover a biodiversidade em torno dos

reservatórios atendem às demandas legais e contribuem para o desenvolvimento

sustentável da região. Os resultados subsidiam políticas públicas direcionadas para a

proteção dos recursos naturais do país, gerando valor para a sociedade. Os programas

ambientais ocorrem para a conservação da Fauna avaliando os impactos das atividades

humanas sobre as condições e habitats dos animais.

BRF

Segue as diretrizes do GRI?

A empresa declara e detalha o atendimento às diretrizes internacionais do GRI por meio

de um sumário descrevendo Aspecto, Descrição e Página/Resposta/Omissão, detalhados da

página 167 até a 181 do Relatório.

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

A sustentabilidade econômica está detalhada com um resumo dos resultados

econômico-financeiros e operacionais para cada região global da empresa, separados

em: Brasil, América Latina, Europa/Euroásia, Oriente Médio e Norte da África, Ásia e

África.

A participação das regiões globais nos resultados da Companhia tem sido cada vez mais

equilibrada, com 54% da receita líquida vinculada aos negócios internacionais e 46%

ao mercado Brasil em 2016.

Os principais Indicadores Financeiros estão detalhados e comparados ao ano anterior,

com um detalhamento dos números e descrição dos principais acontecimentos.

Inclui estratégias de posicionamento e investimentos por marca, evidenciando o

objetivo de manutenção e crescimento do negócio.

• Social

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A empresa busca reunir e valorizar diferentes talentos e competências nas unidades de

negócio, o modelo de remuneração/reconhecimento é construído para que a empresa

seja capaz de atrair os melhores talentos do mercado. O Relatório detalha o número de

empregados por tipo de emprego e gênero.

As ações de diversidade abrangem políticas como inclusão de pessoas com deficiência

nas operações. O ciclo de alta performance propõe uma avaliação 360 graus, analisando

a aderência dos colaboradores à cultura organizacional. A companhia atua nas

comunidades visando dar impulso e propor soluções capazes de promover o progresso

local. O Instituto BRF beneficiou mais de 367 mil pessoas com ações sociais em 60

cidades de 9 países.

• Ambiental

Considera a relação com produtores integrados a comunidades e às ações voltadas ao

bem-estar animal com práticas que abrangem a criação, o transporte e o abate de

animais, com base em requisitos internacionais.

Realiza ações para otimizar o uso de recursos naturais e destinação de subprodutos com

o objetivo de conservar o meio ambiente, possui programas para aumentar a capacidade

de investimento em projetos ligados às iniciativas de sustentabilidade, os investimentos

ocorrem: na operação, gestão da água, eficiência e performance, efluentes, emissões,

energia e resíduos.

Copel

Segue as diretrizes do GRI?

A empresa declara e detalha o atendimento as diretrizes internacionais do GRI por meio

de uma tabela que apresenta os indicadores das diretrizes e a identificação de sua localização

ao longo do conteúdo do Relatório ou sua resposta direta.

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

Os resultados econômico-financeiros estão detalhados por: Receita Operacional

Líquida, Custos e Despesas Operacionais, Resultado Financeiros, Ebitda, Valor

Adicionado, Endividamento, Lucro Líquido, Inadimplência de Consumidores,

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Programas de Investimentos, Relacionamento com acionistas e investidores. Cada

informação é detalhada por meio de gráficos, tabelas e descritivos.

• Social

A gestão do capital humano é direcionada por estratégias de desenvolvimento,

remuneração e avaliação dos empregados. A gestão está detalhada com o quadro de

pessoal, gestão de desempenho, desenvolvimento profissional, programas de

capacitação, desenvolvimento e treinamento dos empregados. Os Indicadores de

Desempenho em Saúde e Segurança estão descritos e detalhados.

A gestão de Capital Social e de Relacionamento é detalhada pelo comprometimento de

ações com clientes e consumidores, fornecedores e as Comunidades Locais, detalhando

e analisando os impactos, investimentos com comunidades, educação e iniciativas

sociais.

• Ambiental

A gestão de responsabilidade ambiental é realizada por comitês para análises e ações

na adaptação às mudanças do clima, emissões de gases de efeito estufa, ecoeficiência,

consumo de água, consumo de energia elétrica e combustíveis, gestão de resíduos,

mitigação dos impactos causados por empreendimentos, compensação florestal e

preservação da biodiversidade, programas de florestas urbanas.

Eletrobras

Segue as diretrizes do GRI?

A conclusão do Relatório de asseguração limitada dos auditores independentes da

KPMG Financial Risk & Acturial Services Ltda, com base nos procedimentos realizados no

relatório, leva a acreditar que as informações constantes no Relatório de Sustentabilidade 2016,

foram compiladas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com as Diretrizes para Relato de

Sustentabilidade da Global Reporting Initiative – GRI (GRI-G4).

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

70

Os resultados econômicos-financeiros estão detalhados por Receita Operacional, custos

e despesas, participação societária, resultado financeiro, Demonstração do Valor

Adicionado e Ebitda. Estes números são apresentados por meio de gráficos, tabelas e

descritivos. A empresa também detalha o Mercado de capitais com o desempenho das

ações.

• Social

A empresa promove ações que objetivam a melhoria das condições de trabalho, o

desenvolvimento profissional e a qualidade de vida de seus empregados. Apresenta um

detalhamento do perfil de seus funcionários e as condições de saúde e segurança no

trabalho, carreira e desenvolvimento, remuneração e benefícios.

Quanto aos stakeholders, a empresa descreve ações realizadas com clientes,

fornecedores e comunidades, detalhando programas de engajamento e

desenvolvimento socioambiental.

• Ambiental

Para monitorar as ações, a empresa utiliza um sistema de gestão ambiental composto

por: política ambiental, comitê de meio ambiente e sistema de indicadores de gestão de

sustentabilidade empresarial. Esta estrutura acompanha a utilização racional de

recursos hídricos, ações para mitigar e monitorar o consumo de energia, mudanças

climáticas, controle de emissões de gases e destinação de resíduos.

CPFL

Segue as diretrizes do GRI?

A conclusão do Relatório de asseguração da empresa SGS (líder mundial em inspeções,

análises e verificações, que presta serviços de certificação de sistemas de gestão, auditorias e

capacitação nas áreas de qualidade, social e ética), com base nos procedimentos realizados no

relatório, leva a acreditar que as informações constantes no Relatório de Sustentabilidade 2016

atendem parcialmente aos requisitos do GRI G4, incluindo alguns indicadores do Suplemento

Setorial para o Setor Elétrico G4, com Opção Essencial e Princípios do Pacto Global.

Pilares da Sustentabilidade

71

• Econômica

Os resultados financeiros estão detalhados por Receita, custos e despesas operacionais,

Ebitda, Resultado financeiro e Lucro Líquido. As informações estão expostas por meio

de tabelas e descritivos.

• Social

A empresa apresenta ações para adequação do perfil dos funcionários com base na

capacidade técnica, diversidade, produtividade e cultura, gestão de talentos, gestão de

desempenho, desenvolvimento do capital humano e saúde e segurança.

A relação com os stakeholders ocorre por meio de gestão de relacionamento com as

partes interessadas, descrevendo o relacionamento com clientes, com as comunidades

locais em que ocorrem programações e ações nas comunidades e gestão de

fornecedores.

• Ambiental

A empresa atua no sentido de minimizar os impactos ambientais, promover a utilização

inteligente dos recursos naturais e contribuir com a preservação ambiental. Para isto

possui projetos para gestão de mudança do clima que inclui: grupo temático, energia e

clima do pacto global, precificação de carbono, riscos climáticos e desempenho de

gestão de emissões de gases de efeito estufa, além de projetos de gestão da logística

reversa e gestão de biodiversidade.

Eletropaulo

Segue as diretrizes do GRI?

A conclusão do Relatório de asseguração limitada dos auditores independentes da

KPMG Financial Risk & Acturial Services Ltda, com base nos procedimentos realizados no

relatório, leva a acreditar que as informações constantes no Relatório de Sustentabilidade 2016

foram compiladas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com as Diretrizes para Relato de

Sustentabilidade da Global Reporting Initiative – GRI (GRI-G4), com o suplemento setorial

“GRI Electric Utilities Sector Supplement” e com os registros e arquivos que serviram de base

para a sua preparação.

72

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

O desempenho econômico-financeiro está detalhado por meio de números e tabelas que

apresentam a Receita Bruta, despesas operacionais e Ebitda, resultado líquido e

Distribuição do Valor Adicionado.

Apresenta também uma gestão de riscos que podem ter impacto sobre os negócios e

que foram estabelecidos na Política de Gestão de Riscos, sendo eles: Risco de mercado,

risco de crédito e contraparte, risco de liquidez, risco regulatório e legal, risco

operacional, risco ambiental, risco de reputação e imagem e outros riscos financeiros.

• Social

O relacionamento com os stakeholders está detalhado em 4 públicos, sendo:

Públicos que influenciam: imprensa, agentes do setor elétrico, sociedade civil

organizada e comunidade;

Públicos que sustentam: colaboradores e acionistas;

Públicos que dependem/sustentam: fornecedores e clientes; e

Públicos que regulam/fiscalizam: poder público e órgãos regulatórios.

As ações com colaboradores, fornecedores e comunidades locais estão detalhadas e

destacadas por projeto e alcance.

• Ambiental

A gestão das operações busca minimizar os impactos ambientais e ampliar os

benefícios para a sociedade com os investimentos realizados para a preservação

ambiental. O sistema de gestão é certificado pela ISO 14001. As ações e o investimento

realizado buscam reflorestamentos em nascentes e acompanhamento da destinação e

recuperação ou reutilização de resíduos reciclados, entre outros.

Itaúsa

Segue as diretrizes do GRI?

A conclusão do Relatório de asseguração limitada dos auditores independentes da

PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes, com base nos procedimentos realizados no

relatório, leva a acreditar que as informações constantes no Relatório de Sustentabilidade 2016

73

foram compiladas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com as Diretrizes para Relato de

Sustentabilidade da Global Reporting Initiative – GRI (GRI-G4).

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

O desempenho econômico está detalhado, por meio de gráficos e tabelas, expressando

os resultados do ano de lucro líquido, despesas gerais e administrativas, resultado

financeiro, patrimônio líquido, lucro líquido, retorno sobre o patrimônio líquido,

resultado da equivalência patrimonial por áreas, principais indicadores por ação,

Demonstração do Valor Adicionado, remuneração dos acionistas e desempenho das

ações.

• Social

A empresa adota premissas e diretrizes que direcionam a construção de relações de

longo prazo com seus públicos de interesse. Para cada público de interesse estão

detalhadas as ações e normatizações que os atendem, sendo eles os acionistas com o

código de conduta de RI, os colaboradores em que a estratégia tem como base o

engajamento das pessoas à cultura corporativa e os valores éticos, além da promoção

de um ambiente que propicie e estimule o desenvolvimento profissional.

Para os investimentos sociais, as diretrizes de investimentos em projetos e ações sociais

têm como objetivo contribuir com a transformação e o desenvolvimento da sociedade.

Esse modelo é fortalecido por instituições reconhecidas: Fundação Itaú Social, Instituto

Unibanco, Itaú Cultural e Espaço Itaú de Cinema.

As empresas da Itaúsa possuem outros investimentos sociais para beneficiar as

comunidades; estes estão detalhados no relatório.

• Ambiental

Os investimentos em ações ambientais ocorrem nas empresas controladas: Duratex e

Elekeiroz com investimentos para redução no consumo de madeiras e derivados de

óleos vegetais, entre outros.

Telefônica

74

Segue as diretrizes do GRI?

A conclusão do Relatório de asseguração limitada dos auditores independentes da Ernst

& Young Auditores Independentes S.S, com base nos procedimentos realizados no relatório,

leva a acreditar que as informações constantes no Relatório de Sustentabilidade 2016 foram

compiladas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com as Diretrizes para Relato de

Sustentabilidade da Global Reporting Initiative – GRI (GRI-G4).

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

O Capital financeiro está detalhado por meio de gráficos e descritivos com: Receita

Líquida, Ebitda, lucro líquido, Distribuição do Valor Adicionado, endividamento,

mercado de capitais, desempenho das ações. Os resultados também são apresentados

por tipo de negócio: móvel e fixo.

• Social

No capital humano temos o perfil dos colaboradores por gênero, etnia e faixa etária,

dados de desenvolvimento e satisfação. Ações são realizadas para a promoção da

diversidade, treinamento e desenvolvimento, saúde e segurança do trabalho, capital

intelectual.

No capital social e de relacionamento temos o modelo de negócio, estabelecido com

relações e parcerias com diferentes públicos; o objetivo é focar a atuação nas

necessidades e expectativas dos stakeholders: o detalhamento acontece para as ações

realizadas com clientes, fornecedores, e a sociedade por meio da Fundação Telefônica

Vivo, responsável pelos projetos sociais e patrocínios.

• Ambiental

O capital natural contribui para os ODS: energia acessível e limpa, consumo e produção

responsáveis e ação contra a mudança global do clima. As ações vão além das

atividades da empresa; elas abrangem os fornecedores com seus impactos ambientais e

iniciativas para reduzir o consumo de materiais e o descarte de resíduos dos clientes.

Na empresa as ações são voltadas para o consumo responsável, venda sustentável,

logística reversa, monitoramento de emissões de GEE nas atividades, consumo de

energia e água e destinação de resíduos.

75

Duratex

Segue as diretrizes do GRI?

A conclusão do Relatório de asseguração limitada dos auditores independentes da

KPMG Financial Risk & Actuarial Service Ltda, com base nos procedimentos realizados no

relatório, leva a acreditar que as informações constantes no Relatório de Sustentabilidade 2016

foram compiladas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com as Diretrizes para Relato de

Sustentabilidade da Global Reporting Initiative – GRI (GRI-G4).

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

O desempenho econômico-financeiro está detalhado com a eficiência e a produtividade

da operação; está descrito e é complementado por gráficos e tabelas o desempenho por

meio da Receita Líquida, lucro líquido, despesas operacionais, gestão de custos, Ebitda,

Investimentos, Distribuição do Valor Adicionado e endividamento.

• Social

No relatório descrito como Pessoas, iniciando pelos colaboradores, onde estão descritas

as condições de trabalho e desenvolvimento, com ações para avaliação de

competências, diversidade e segurança. Com o público externo ocorrem ações de

engajamento de clientes e consumidores por meio de parceria com clientes,

capacitações, acompanhamentos. E com a comunidade o objetivo é o desenvolvimento

nas localidades em que a empresa está instalada.

• Ambiental

As ações ambientais têm como objetivo que a empresa continue crescendo com o

menor consumo de água e energia e menor geração de resíduos e efluentes, com as

melhores práticas de gestão ambiental para promover o uso eficiente dos recursos

naturais e minimizar os impactos ambientais. Estas ações contribuem para os ODSs:

água potável e saneamento, energia acessível e limpa, cidades e comunidades

sustentáveis, consumo e produção responsáveis e vida debaixo d’água. As diretrizes de

gestão ambiental são certificadas pela norma ISO 14001.

76

Itaú Unibanco

Segue as diretrizes do GRI?

As informações financeiras foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis

internacionais, IFRS. Os dados setoriais, projeções econômicas e indicadores de desempenho

são informações gerenciais em que a empresa não declarou a aderência as diretrizes GRI.

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

Os principais resultados do Capital Financeiro estão descritos e detalhados por meio de

gráficos em que apresentam: lucro líquido, receitas não decorrentes de juros, resultados

de juros e rendimentos, margem financeira, retorno sobre o PL e sobre os ativos médios,

índice de eficiência, margem de juros líquida e spread, índice de satisfação dos clientes,

demonstração dos fluxos de caixa, evolução do preço da ação, dividendos e JCP, lucro

por ação básico e dividendos por ação.

• Social

O Capital Social está detalhado pelo relacionamento com clientes, acionistas,

investidores, fornecedores, governo e com a sociedade, além das ações com a sociedade

para o desenvolvimento social, como educação financeira, cultura e mobilidade urbana,

em todas as comunidades onde existem operações.

O Capital Humano é composto pelo perfil dos colaboradores, perfil de diversidade,

gestão de pessoas (meritocracia, programa de gestão de performance, programa de

oportunidade de carreira, segurança e medicina do trabalho, saúde, treinamento e

desenvolvimento e benefícios).

• Ambiental

Compreende ações para recursos ambientais renováveis e não renováveis, consumidos

ou afetados pelos negócios. O gerenciamento é segregado por unidades administrativas

que trabalham em conjunto com a equipe de sustentabilidade. Os dados relacionados

ao consumo de água, energia, geração de resíduos, tratamento de efluentes, emissões

de CO2, são consolidados e as metas de redução e ações de melhorias são gerenciadas

77

em conjunto, buscando a maior eficiência no uso de recursos e um menor impacto

ambiental.

TIM

Segue as diretrizes do GRI?

A conclusão do Relatório de asseguração limitada dos auditores independentes da

KPMG Financial Risk & Actuarial Service Ltda, com base nos procedimentos realizados no

relatório, leva a acreditar que as informações constantes no Relatório de Sustentabilidade 2016

foram compiladas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com as Diretrizes para Relato de

Sustentabilidade da Global Reporting Initiative – GRI (GRI-G4).

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

O desempenho econômico está descrito e detalhado por meio de tabelas em que é

possível analisar a geração de valor (valores econômicos gerados e distribuídos),

distribuição do valor adicionado, os benefícios financeiros recebidos do governo. Além

de metas econômicas como receita líquida, Ebitda, Capex e eficiência em custos e

despesas operacionais separadas por tipo de negócio.

• Social

O compromisso com os stakeholders aparece detalhado por ações com clientes,

fornecedores, concorrência, órgãos de regulação ambiental, comunidade e

organizações da sociedade civil, público interno, acionistas e parceiros comerciais.

Quanto aos colaboradores, as ações de recursos humanos buscam assegurar a gestão e

o desenvolvimento das pessoas, o desenvolvimento do modelo organizacional e dos

macroprocessos empresariais. As ações estão esclarecidas por política salarial, análise

de desempenho, diversidade, inclusão social, qualidade de vida, pesquisas de clima e

saúde e segurança.

As ações com a sociedade buscam gerar valor por meio de benefícios para a população

e ações de inclusão digital. O instituto possui princípios e estratégias direcionados para

o ensino, aplicações (investimentos em soluções tecnológicas livres), trabalho e

inclusão.

78

• Ambiental

Na gestão do meio ambiente apresenta a gestão de impactos, a lista de certificações

ambientais com a área certificada e abrangência de cada uma. As ações com energia,

água, energia solar, gestão de materiais e resíduos estão detalhadas com o auxílio de

tabelas. Ainda apresenta os riscos e as oportunidades advindos das mudanças

climáticas.

Bradesco

Segue as diretrizes do GRI?

A conclusão do Relatório de asseguração limitada dos auditores independentes da

KPMG Auditores Independentes, com base nos procedimentos realizados no relatório, leva a

acreditar que as informações constantes no Relatório de Sustentabilidade 2016 foram

compiladas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com as Diretrizes para Relato de

Sustentabilidade da Global Reporting Initiative – GRI (GRI-G4).

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

O desempenho econômico-financeiro está apresentado com os principais indicadores

da Demonstração do Resultado, Balanço Patrimonial, indicadores de desempenho

sobre o lucro líquido, carteira de crédito, detalhamento do lucro líquido contábil.

Apresenta também a origem do resultado, lucro líquido e rentabilidade, Demonstração

do Valor Adicionado, margem financeira, receita de prestação de serviços, despesas

operacionais, demonstração das mutações do Patrimônio Líquido, demonstração do

fluxo de caixa e índices de inadimplência.

• Social

A política de gerenciamento dos recursos humanos busca a capacitação e o

desenvolvimento pessoal e profissional, investindo em programas da universidade

corporativa e do conhecimento. Gestão de saúde, segurança e bem-estar, voluntariado,

integração e clima estão consolidadas e detalhadas.

A gestão de fornecedores inclui o programa de responsabilidade socioambiental na

cadeia de suprimentos. Com os clientes o atendimento busca a satisfação e utiliza a

79

estrutura do Customer Relationship Management (CRM) para o relacionamento.

Outras ações personalizadas estão detalhadas de acordo com as necessidades

individuais, canais de ouvidoria, integração e indicadores de satisfação dos clientes são

as ações para este público.

O relacionamento com a comunidade inclui ações de inclusão financeira,

acessibilidade, educação financeira, contribuição social. A fundação é responsável por

ações de escola virtual, programas de educação, jovem aprendiz técnico, capacitação

de pessoas com deficiência e projeto de integração empresa escola.

• Ambiental

As ações ambientais estão detalhadas por meio de projetos de monitoramento de

mudanças climáticas, economia verde, Green Bonds (desenvolvimento de um mercado

de títulos verdes no Brasil), alinhamento ao CDP (Carbon Disclosure Project). Projeto

de ecoeficiência que vincula o desempenho ambiental ao financeiro por meio da

otimização de processos, reciclagem, inovações tecnológicas e economia no uso de

recursos naturais.

Cemig

Segue as diretrizes do GRI?

A conclusão do Relatório de asseguração da SGS ICS Certificadora Ltda, com base nos

procedimentos realizados no relatório, leva a acreditar que as informações constantes no

Relatório de Sustentabilidade 2016 foram compiladas, em todos os aspectos relevantes, de

acordo com as Diretrizes para Relato de Sustentabilidade da Global Reporting Initiative – GRI

(GRI-G4), incluindo alguns indicadores do Suplemento Setorial para o setor Elétrico G4, com

opção essencial e os princípios do Pacto Global.

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

Os resultados financeiros estão detalhados por meio de descritivos, gráficos e tabelas

em que é possível analisar o Lucro Líquido, lucro por atividades, Receita Operacional,

custos de despesas operacionais, Lajida, resultado financeiro líquido, liquidez e

recursos de capital, caixa e equivalentes de caixa, endividamento, Distribuição do

80

Valor Adicionado, Mercado de capitais e dividendos, valorização das ações, cotações

das ações, entre outros indicadores.

• Social

A gestão de pessoas inicia com o detalhamento do perfil do quadro de profissionais,

em seguida apresenta ações de remuneração, benefícios e preparação para a

aposentadoria, diversidade, igualdade de oportunidades e direitos humanos, cultura

organizacional, gestão de desempenho, aprendizado organizacional, segurança do

trabalho, saúde ocupacional e bem-estar.

A gestão da cadeira de fornecedores considera a declaração de princípios éticos e

código de conduta profissional e política antifraude, além de canais de comunicação.

A gestão de responsabilidade com a comunidade está detalhada pelas ações realizadas,

apresentando políticas e programas de patrocínios, e detalhando investimentos sociais

em saúde, cultura e esporte.

• Ambiental

A estratégia é equilibrar o desenvolvimento, a proteção ambiental, a preservação da

biodiversidade, a utilização racional dos recursos naturais e o atendimento à legislação

ambiental. Está separada em pilares, direcionadores e programas e iniciativas como

estratégia e desdobramento tático e operacional.

Engie

Segue as diretrizes do GRI?

A conclusão do Relatório de asseguração limitada dos auditores da Ernst & Young

Auditores Independentes S.S, com base nos procedimentos realizados no relatório, leva a

acreditar que as informações constantes no Relatório de Sustentabilidade 2016, foram

compiladas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com as Diretrizes para Relato de

Sustentabilidade da Global Reporting Initiative – GRI (GRI-G4).

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

81

O desempenho econômico-financeiro está detalhado por meio descritivo, gráficos e

tabelas, considerando informações de Receita líquida, Ebitda, lucro líquido, Valor

adicionado, indicadores financeiros de dívidas, caixa e equivalentes de caixa e ações.

Endividamento, investimentos, dividendos, mercados de capitais e desempenho das

ações também são indicadores que fazem parte do relatório.

• Social

A gestão social apresenta detalhamento sobre ações com os empregados, clientes,

fornecedores e comunidades.

Para os empregados, apresenta-se o detalhamento do perfil, programas de diversidade,

remuneração e benefícios, treinamentos, saúde e segurança no trabalho.

Os clientes possuem indicadores de pesquisa de satisfação e ações destinadas à

aproximação com o público.

A cadeira de fornecedores tem como foco o engajamento dos fornecedores, visando seu

alinhamento quanto à conformidade legal e aos compromissos socioambientais.

O relacionamento com as comunidades ocorre por meio de projetos em implantação e

processo de licenciamento ambiental. Os investimentos em responsabilidade social

estão mensurados por tipo de investimento (por exemplo, cultura, esportes, pessoas

com deficiências, entre outros).

• Ambiental

A gestão ambiental está detalhada em: biodiversidade, água, combustíveis, resíduos,

emissões e investimentos.

Cada indicador possui as atividades da empresa, as ações realizadas por unidade e os

indicadores de investimentos em ações com água, energia elétrica, resíduos,

combustíveis e emissões.

Natura

Segue as diretrizes do GRI?

A conclusão do Relatório de asseguração limitada dos auditores da Ernst & Young

Auditores Independentes S.S, com base nos procedimentos realizados no relatório, leva a

acreditar que as informações constantes no Relatório de Sustentabilidade 2016 foram

82

compiladas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com as Diretrizes para Relato de

Sustentabilidade da Global Reporting Initiative – GRI (GRI-G4).

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

O desempenho econômico-financeiro está detalhado por meio de indicadores

apresentados por descritivos e tabelas. Neles é possível analisar a Receita líquida,

Ebitda, lucro líquido, geração de caixa, volume de negociações de ações. A distribuição

de riqueza para: acionistas, lucro retido, consultoras, colaboradores, fornecedores e

governo. Investimento ambientais e sociais. Informações sobre o crescimento

consistente.

• Social

A gestão de pessoas apresenta indicadores de perfil dos funcionários, ações que buscam

capacitar os profissionais, avaliar seu desempenho, engajamento, diversidade com

informações sobre a proporção de mulheres, colaboradores acima de 45 anos,

estrangeiros, com deficiência, e programas de voluntariado.

O relato apresenta dados sobre o impacto com as consultoras mostrando a renda média

gerada, participação em treinamentos e atendimento. Quanto aos fornecedores, detalha

o acompanhamento com o impacto ambiental, consumo de energia, água, geração de

resíduos, o impacto com as práticas trabalhistas e na sociedade. As ações em

comunidades locais estão descritas por localidade onde atua, o instituto está voltado ao

apoio à educação de qualidade, que gerencia a aplicação dos recursos, os investimentos

estão detalhados com o total da arrecadação para cada projeto, município, escola,

professores, alunos etc.

• Ambiental

As ações de sustentabilidade apresentam uma visão para 2050, evidenciando as

dimensões de embalagens, mudanças climáticas, sociobiodiversidade, resíduos, água e

cadeias de fornecimento. O Programa Amazônia, devido à sua priorização, atende a 13

ODS: vida na terra, erradicação da pobreza, fome e agricultura sustentável, saúde e

bem-estar, educação de qualidade, igualdade de gênero, água potável e saneamento,

trabalho decente e crescimento econômico, indústria, inovação e infraestrutura,

83

redução das desigualdades, consumo e produção responsáveis, mudança global do

clima, parcerias para ampliação de impacto nos ODS. Inclui também um capítulo

detalhando a contabilidade ambiental e seus impactos.

Weg

Segue as diretrizes do GRI?

A empresa declara a opção “de acordo” para a elaboração do Relatório seguindo as

diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI) - na versão G4 na opção “essencial”.

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

Os aspectos econômico-financeiros estão detalhados apresentando a receita

operacional, o custo dos produtos vendidos, as despesas de vendas, gerais e

administrativas, Ebitda, receitas e despesas financeiras, estrutura de capital,

investimentos, lucro líquido, dividendos. Balanço Patrimonial, Demonstração do

Resultado, Demonstração do Resultado Abrangente, Demonstração das mutações do

patrimônio líquido, demonstração dos fluxos de caixa e demonstração do valor

adicionado.

• Social

A gestão dos colaboradores apresenta ações de avaliação de desempenho e

competências, programas de auxílio como escolar, treinamentos e qualificação. Para

lideranças ocorre a avaliação de potencial, planos de sucessão, coaching e seminário de

práticas de gestão. Além de indicadores de treinamento, clima organizacional,

detalhamento dos benefícios aos colaboradores e saúde e segurança.

A relação com fornecedores compreende a valorização do fornecedor local,

desenvolvimento de fornecedores, desenvolvimento de produtos, código de ética, entre

outros. O código de ética é aplicado às relações com o governo e a sociedade.

O relacionamento com as comunidades do entorno na qual está inserida ocorre por meio

dos projetos que procura atender às necessidades da população; este relacionamento

ocorre por meio de um grupo de investimento social que avalia os projetos.

84

• Ambiental

A gestão ambiental compreende projetos de eficiência energética, emissões

atmosféricas, gases de efeito estufa, consumo de água, resíduos sólidos. Certificações

ambientais: ISO 14001 e ISO 50001.

EDP

Segue as diretrizes do GRI?

A conclusão do Relatório de asseguração limitada dos auditores da KPMG Assessores

Ltda, com base nos procedimentos realizados no relatório, leva a acreditar que as informações

constantes no Relatório de Sustentabilidade 2016 foram compiladas, em todos os aspectos

relevantes, de acordo com as Diretrizes para Relato de Sustentabilidade da Global Reporting

Initiative – GRI (GRI-G4), com o suplemento setorial GRI Electric Utilities sector Supplement.

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

O desempenho econômico-financeiro está apresentado por meio do resultado

financeiro, lucro líquido, Ebitda, endividamento, desenvolvimento de novos negócios

e demonstração do valor adicionado, presença de mercado.

• Social

A gestão dos colaboradores é focada em segurança, respeito, igualdade,

reconhecimento e partilha de conhecimento. As ações estão embasadas em sete

diretrizes: consolidação e manutenção da cultura; valorização da diversidade; não

discriminação; zelo pelo princípio equilíbrio interno e remuneração; promoção da

segurança e do bem-estar aos seus colaboradores; estímulo à formação profissional e

ao desempenho contínuo dos colaboradores; garantia de perenidade do negócio a partir

das pessoas.

A gestão dos clientes possui ações direcionadas para a satisfação total, pesquisas de

satisfação, análises de qualidade no fornecimento.

• Ambiental

85

Com o meio ambiente e a comunidade as ações são direcionadas a processos e

procedimentos que avaliam, mitigam e compensam os impactos socioeconômicos e

ambientais de seus projetos e atividades, adequando-se às normas nacionais e

internacionais de responsabilidade social corporativa, gestão ambiental e saúde e

segurança operacional.

Fibria

Segue as diretrizes do GRI?

A conclusão da verificação independente realizada pela Bureau Veritas Certification

Brasil é de que os dados e informações apresentados no Relatório são aderentes aos princípios

de conteúdo e qualidade da diretriz GRI-G4.

Pilares da Sustentabilidade

• Econômica

A gestão econômica está detalhada apresentando os resultados por meio dos

indicadores de Distribuição de valor adicionado, investimentos, gastos com

fornecedores, controle acionário, produção e venda de celulose, valor gerado para a

sociedade, receita e lucro líquidos, ativo e patrimônio líquidos, Ebitda, dívida líquida,

valor da ação e de mercado, total de investimento e custeio com proteção ambiental.

• Social

A gestão com os empregados ocorre por meio de ações com o objetivo de

desenvolvimento profissional, programas de reconhecimento, desempenho e carreira,

gestão de saúde e segurança.

Com os acionistas, a empresa pratica e valoriza a transparência em todos os seus

relacionamentos. Para os clientes, a proposta baseia-se na busca contínua pelo foco do

cliente e um claro posicionamento em sustentabilidade. Com os fornecedores a

proposta inclui desenvolvimento nos municípios onde atua, gerando um ciclo virtuoso

para a economia local, os parceiros, a sociedade e a empresa. Aspectos tangíveis e

intangíveis compõem os critérios da escolha de um fornecedor; além do custo e da

qualidade, analisados segundo suas práticas de desenvolvimento humano e

socioambiental.

86

No relacionamento com o governo, a empresa procura contribuir com seu ponto de

vista por meio do contato direto com autoridades e políticos na participação em diversas

entidades representativas dos setores florestal e de celulose e papel às quais está

afiliada.

A relação com as comunidades locais ocorre por meio de programas de

desenvolvimento que buscam levar valor e fortalecer vínculos nas comunidades locais,

entre elas, rurais, colmeias, quilombolas, entre outras.

• Ambiental

A gestão ambiental ocorre por meio de indicadores e ações para gerenciamento dos

recursos, como: materiais usados, consumo de energia dentro e fora da organização,

intensidade energética, redução do consumo de energia, consumo de água por fonte,

volume de água reciclada e reutilizada, descrição de impactos significativos da

biodiversidade, habitats protegidos ou restaurados, emissões diretas e indiretas de gases

de efeito estufa, redução de emissão de gases, mitigação de impactos ambientais de

produtos e serviços, investimentos e gastos com proteção ambiental, entre outros.

4.3 Análise do tipo de publicação realizada pelas empresas

Descreve-se abaixo uma análise com o tipo de publicação realizada pelas empresas, o

nome utilizado para publicação: relato ou relatório, durante os 5 anos da análise, das empresas

destacadas no Quadro 4: Aderência das empresas listadas no ISE de 2012 a 2016.

87

Quadro 6 - Indicação do Relatório de Asseguração Limitada e Empresa responsável

O quadro apresenta uma aderência à divulgação por meio de Relatório, uma vez que

este foi publicado considerando um período. Os relatórios divulgam dados e relatos das

empresas no período em que está sendo publicado, com o objetivo divulgar aos stakeholders

todas as informações relativas ao comprometimento sustentável da empresa.

88

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As empresas têm demonstrado um interesse cada vez maior na publicação do Relato

Integrado, que muitas denominam como Relatório Anual ou Relatório de Sustentabilidade. Isto

pode ser notado por meio do aumento nas pesquisas e das divulgações a cada ano referente a

este tema.

É possível evidenciar este interesse nos resultados desta pesquisa, na qual obteve-se

uma amostragem com 34 empresas. Dentre estas, 33 publicaram o relatório em 1 ou mais anos

nos últimos 5 anos (de 2012 a 2016), sendo que a empresa que não publicou, a Lojas

Americanas, faz parte do Grupo de empresas B2W que publicou nos anos de 2015 e 2016.

Considerando este universo de 33 empresas, 18 delas publicaram durante os 5 anos

consecutivos, representando 53% da amostra.

Para demonstrar as aderências às diretrizes internacionais do GRI-G4, algumas

empresas publicaram em seus relatórios o Relatório de Asseguração Limitada. Um trabalho de

asseguração limitada consiste em indagações à administração e outros profissionais da

companhia envolvidos na elaboração das informações constantes no Relatório e pela aplicação

de procedimentos analíticos para obter evidências para concluir, na forma de asseguração

limitada, sobre as informações de sustentabilidade tomadas em conjunto. Um trabalho de

asseguração limitada requer a execução de procedimentos adicionais, quando o auditor

independente toma conhecimento de assuntos que o levam a acreditar que as informações

divulgadas, tomadas em conjunto, podem apresentar distorções relevantes.

Também com o objetivo de demonstrar a aderência às diretrizes GRI-G4, outras

empresas apresentaram um resumo de cada diretriz e demonstraram evidenciando, em seu

relatório, uma espécie de sumário.

Considerando estas formas de evidenciação ao cumprimento das diretrizes, a análise de

resultados apresenta 14 empresas que divulgaram seu Relatório de Asseguração Limitada,

sendo 41% do total da amostra e 78% do total de empresas que foram analisadas, aquelas que

publicaram o Relatório nos últimos à Auditoria Independente.

Complementando o quadro de Aderência apresentado no Resultado da Pesquisa, este

inclui a informação sobre a divulgação do Relatório de Asseguração Limitada e o nome da

empresa que, com base nos procedimentos, concluiu como “de acordo” com as Diretrizes para

Relato de Sustentabilidade da Global Reporting Initiative – GRI.

Quadro 7 - Indicação do Relatório de Asseguração Limitada e Empresa responsável

89

A validação quanto a aderência às diretrizes GRI, nesta pesquisa, concluiu que as

empresas que divulgaram o Relatório de Asseguração Limitada estão de acordo com estas

diretrizes, o que não significa dizer que aquelas que não apresentaram não estão de acordo. Elas

apresentam aderência com a necessidade dos stakeholders quanto às informações financeiras,

sociais e ambientais, que são os elementos básicos da sustentabilidade.

A pesquisa apresenta um resumo em relação à aderência das empresas no atendimento

aos pilares da sustentabilidade, que busca, de forma resumida, apresentar os principais

indicadores, projetos e ações para cada um.

A publicação é um ato voluntário das empresas, inclusive a sua aderência a alguma

validação ou certificação das informações; porém, o que concluímos é que aquelas que possuem

o comprometimento com seus stakeholders buscam a publicação e ainda a aderência de um

modelo.

A pesquisa também apresenta a forma de divulgação das informações, que estão

nomeadas como Relatório ou Relato. As informações divulgadas atendem a características de

um Relatório, uma vez que atende todos os fatos de uma empresa e os dados colhidos. Porém,

as informações constantes podem ser consideradas um Relato, uma vez que, possuem

características pessoais ou específicas de cada empresa, descrevendo análise dos fatos em um

ambiente mais subjetivo e pessoal.

Por outro lado, devido à não uniformização dos modelos e padronização dos relatórios,

é importante destacar a dificuldade para buscar dados que se assemelhem entre os relatórios;

90

apesar do cumprimento das informações constantes, nem sempre elas estão detalhadas com as

mesmas características ou formas de apresentação. Com isso a leitura dos números e das ações

evidenciadas por elas pode causar erros de interpretação aos usuários das informações, além de

algumas apresentarem um amplo detalhamento que muitas vezes pode vir a confundir ou

atrapalhar a conclusão dos fatos.

Percebe-se com isso que as empresas buscam, como é o objetivo do relatório, apresentar

todas as informações descritas e detalhadas em um formato que permita a interpretação de todos

os leitores, independentemente de seu conhecimento técnico sobre o assunto que está sendo

divulgado.

Para identificar o atendimento aos três pilares da sustentabilidade: Econômica, Social e

Ambiental, a análise dos resultados apresentou um resumo por empresa, que busca esclarecer

as ações, projetos, propostas, entre outros, na aderência de cada um dos pilares da

sustentabilidade.

Esta pesquisa analisou as empresas do ISE da B3 e a sua aderência as diretrizes GRI por

meio do Relatório de Asseguração Limitada. Esta análise poderia se estender com uma pesquisa

deste parecer em relação ao atendimento dos capitais que passam pelas dimensões da

sustentabilidade: financeiros, manufaturados, intelectuais, humanos, sociais e de

relacionamento e naturais.

91

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