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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL Marcos de Melo Arruda INFLUÊNCIA DO TEOR DE UMIDADE DE SEMENTES DE Pterogyne nitens Tul. NAS ANÁLISES DOS TESTES DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA E DE GERMINAÇÃO Brasília-DF 2016

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Marcos de Melo Arruda

INFLUÊNCIA DO TEOR DE UMIDADE DE SEMENTES DE Pterogyne nitens

Tul. NAS ANÁLISES DOS TESTES DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA E DE

GERMINAÇÃO

Brasília-DF

2016

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

INFLUÊNCIA DO TEOR DE UMIDADE DE SEMENTES DE Pterogyne nitens

Tul. NAS ANÁLISES DOS TESTES DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA E DE

GERMINAÇÃO

Aluno: Marcos de Melo Arruda

Orientadora: Profa. Dra. Rosana de Carvalho Cristo Martins

Trabalho de Conclusão de

Curso apresentado ao Departamento

de Engenharia Florestal da

Universidade de Brasília, como parte

das exigências para obtenção do título

de Engenheiro Florestal.

Brasília, Julho de 2016

3

4

AGRADECIMENTOS

Primeiramente queria agradecer a Deus por me dar forças nos momentos mais

críticos em que eu necessitava.

Agradecimentos também a minha família, principalmente, ao meus pais e meu

irmão, que se não fossem eles talvez eu não estaria nessa caminhada tão longa e árdua,

sempre que precisei de apoio foram eles que me deram, por isso e por tudo eles

merecem o meu reconhecimento.

Agradecer a Professora Rosana, que me deu o total apoio nas horas em que eu

mais precisei, e mostrar toda gratidão a ela, pois me deu uma ajuda inexplicável.

Lembrar também dos técnicos do laboratório de sementes que me ajudaram bastante.

Por fim, não posso deixar de lembrar do meus colegas da faculdade, que sempre

ajudaram-me no dia a dia ao longo de toda a graduação.

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5

RESUMO

A secagem de sementes, tem aplicabilidade na conservação das espécies, além de

contribuir para a preservação da qualidade fisiológica durante o armazenamento. Na

escolha do método de secagem, a quantidade de sementes é limitante. O objetivo deste

trabalho foi testar diferentes metodologias de secagem, teste de condutividade elétrica e

teste de germinação em sementes de Pterogyne nitens Tul. Primeiramente houve a

secagem das sementes, realizando o método da estufa 105ºC/24h e depois foi realizado

a secagem pelo método do forno micro-ondas em diferentes tempos. Após a realização

da secagem, foi realizado o teste de condutividade elétrica e o teste de germinação para

os dois métodos citados acima, além de uma testemunha. Os resultados apresentaram

diferença significativa para todos os métodos, pela análise de variância a 5%. Os

métodos de secagem utilizados neste trabalho especialmente na maneira como foram

realizados não são os adequados para a espécie Pterogyne nitens Tul.

PALAVRAS-CHAVE: Amendoim Bravo, tecnologia de sementes, viabilidade de

sementes, vigor de sementes florestais.

6

ABSTRACT

The seeds drying has applicability in species conservation besides contributing for the

preservation of physiological quality during storage. By choosing the drying method,

the quantity of seeds is a limiting factor. The purpose of this research was test different

methodology of drying, electrical conductivity test and germination of the Pterogyne

nitens Tul seeds. First, the seeds was drying, performing the 105ºC/24h method, after

that, the drying was performed at the microwave in different times. After drying, the

electrical conductivity test and the germination test were performed by the two methods

mentioned above as well as a witness. The results present was a significant difference

for all of the methods by the variance analysis to 5%. In conclusion, the drying methods

used in this work were considered not appropriate for the species.

INDEX TERMS: Pterogyne nitens, seeds tecnology, seeds viability, vigor of

forestry seeds

7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplar da espécie Pterogyne nitens Tul. (Amendoim bravo) empregado na

arborização urbana do Distrito Federal ......................................................................... 18

Figura 2 – Frutos alados de Pterogyne nitens Tul. (Amendoim bravo) ........................ 19

Figura 3 – Sementes de Pterogyne nitens Tul. (Amendoim bravo) após seleção manual

........................................................................................................................................ 20

Figura 4 – Balança de precisão utilizada para a pesagem das sementes de Pterogyne

nitens Tul. (Amendoim bravo) ...................................................................................... 21

Figura 5 – Condutivímetro de bancada empregado nas análises de condutividade elétrica

de sementes de Pterogyne nitens Tul. (Amendoim bravo) ............................................ 22

Figura 6 – Distribuição das sementes de Pterogyne nitens Tul. (Amendoim bravo) no

substrato papel filtro empregado no teste de germinação .............................................. 23

Figura 7 – Sementes de Pterogyne nitens Tul. (Amendoim bravo) germinada ............ 23

8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Análise de variância aplicada à variável diferença entre os pesos iniciais e

finais dos tratamentos de secagem aplicados às sementes de Pterogyne nitens Tul. .... 24

Tabela 2 - Teste de Tukey, a 5%, aplicado à variável diferença entre os pesos iniciais e

finais dos tratamentos de secagem aplicados às sementes de Pterogyne nitens Tul. .... 25

Tabela 3 - Análise do Teste de Condutividade Elétrica para todos os métodos de

secagem e a testemunha, aplicados às sementes de Pterogyne nitens Tul. ................... 26

Tabela 4 - Teste de Tukey, a 5%, aplicado à variável condutividade elétrica dos

tratamentos de secagem em sementes de Pterogyne nitens Tul. ................................... 26

Tabela 5 - Resultado do teste de germinação aplicado às sementes de Pterogyne nitens

submetidas a secagem pelo método de estufa a 105ºC .................................................. 27

Tabela 6 - Resultado do teste de germinação das sementes de Pterogyne nitens Tul.

Submetidas a secagem pelo método do micro-ondas .................................................... 27

Tabela 7 - Resultado do teste de germinação de sementes de Pterogyne nitens Tul.

aplicado à testemunha .................................................................................................... 28

Tabela 8 - Análise de variância aplicada à variável sementes germinadas dos

tratamentos de secagem em Pterogyne nitens Tul. ........................................................ 29

Tabela 9 - Teste de Tukey, a 5%, aplicado às variáveis germinadas, mortas e dormentes

após o teste de germinação de sementes de Pterogyne nitens Tul. ............................... 29

9

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 12

2.1 Objetivo Geral .................................................................................................... . 12

2.2. Objetivos Específicos ........................................................................................ . 12

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 12

3.1 Técnicas de secagem de sementes ....................................................................... 12

3.1.1 Princípios da Secagem ............................................................................. .. 14

3.1.2 Métodos de Secagem ................................................................................. 14

3.2 Teste de condutividade elétrica ........................................................................... 16

3.3 Teste de Germinação ............................................................................................ 17

3.4 Espécie Estudada .................................................................................................. 18

4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 19

4.1 Coleta de sementes ............................................................................................... 19

4.2 Preparação dos lotes ............................................................................................. 19

4.2.1 Determinação do teor de umidade dos lotes ................................................ 20

4.2.1.1 Determinação do teor de umidade pelo método da estufa a 105ºC ...... 20

4.2.1.2 Determinação do teor de umidade pelo método do micro-ondas ......... 21

4.2.2 Análise de lixiviados pela condutividade elétrica ....................................... 22

4.3 Análises do poder germinativo das sementes ...................................................... 22

4.4 Análise experimental ........................................................................................... 24

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 24

5.1 Análise do Teor de Umidade pelos Métodos de Estufa e Micro-ondas .............. 24

5.2 Análise do Teste de Condutividade Elétrica ........................................................ 25

5.3 Análise do Teste de Germinação ......................................................................... 27

6. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 30

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10

INTRODUÇÃO

Uma maneira de elevar a qualidade de sementes é se fazendo o beneficiamento de

sementes. Ele abrange todas as atividades a que a semente está submetida, desde a

coleta até a embalagem. Representa todas as operações de preparação das sementes,

após a mesma ter sido colhida, por exemplo, manipulação, beneficiamento, secagem,

limpeza, classificação, tratamento e embalagem (GERMANA et al., 2011).

Segundo Cherobini (2006), a qualidade de sementes se dá por um somatório de

diversos fatores, tais como: qualidade fisiológica, sanitária, genética e física. Todos

esses têm sua importância; a sanitária, por exemplo, tem fundamental importância, pois

trata da associação entre os microrganismos patogênicos às sementes, influenciando na

qualidade da muda. A epidemia das doenças pode ser evitado com o tratamento das

sementes, pois o início delas podem ocorrer no inóculo contido nas sementes; além

delas serem um dos veículos mais importantes de transmissão do patógeno.

Em um sistema produtivo é comum ter o descarte de lotes de sementes que não

possuem os padrões mínimos de germinação para fins comerciais, especialmente

próximo à época de semeadura. Assim, é de suma importância que tenha uma

tecnologia capaz de possibilitar uma análise rápida e precisa da germinação e do vigor,

viabilizando a eliminação de lotes de sementes com baixa qualidade (AMARAL &

PESKE, 1999).

Uma tecnologia de rápida avaliação é o teste de condutividade elétrica, que é

considerado um dos testes mais importantes para estimar o vigor de sementes e permitir

agilização da obtenção de informações. Além disso, a objetividade, rapidez e facilidade

na execução deste teste o fazem um dos mais indicados. O teste está relacionado à

integridade das membranas celulares. A habilidade de reorganização e reparação dos

danos pelas membranas celulares é maior em sementes com maior vigor, em

comparação com sementes de baixo vigor (VIEIRA & KRZYZANOWSKI, 1999).

Entre os processos para elevar a qualidade das sementes estão a secagem e o

armazenamento. De acordo com Nunes (2010), o processo de secagem envolve a

retirada parcial de água da semente através da transferência de calor do ar para a

semente e de água, por meio de fluxo de vapor, da semente para o ar. Uma maneira de

explicar o transporte de água do interior para a superfície da semente durante a secagem

é o derramamento hidrodinâmico sob a ação da pressão total interna e/ou um processo

de difusão resultante de gradientes internos de temperatura e teor de água.

11

Além da secagem, outro procedimento que é de suma importância é o

armazenamento de sementes. O processo inicia-se quando estas alcançam o ponto de

maturação fisiológica. O teor de água das sementes no ponto de maturação fisiológica é

muito alto para que se a realização da colheita. As sementes tem que continuar no

campo, para que criem as condições intrínsecas da semente e do ambiente permitam a

colheita. As condições em períodos não favoráveis, é contra indicado para o

armazenamento, por isso as sementes devem ser retiradas do campo tão logo quanto

possível (NUNES, 2010).

A quantidade de sementes do lote é um fator limitante para se escolher o método

de secagem a ser utilizado. Para grandes quantidades de sementes é necessário que se

utilize a secagem artificial, pois os custos de operação estão relacionados com volume,

velocidade de secagem e temperatura do ar (GARCIA et al., 2004).

Durante o armazenamento, as sementes apresentam comportamento fisiológico

diferentes, sendo classificadas em três grupos: ortodoxas, recalcitrantes e intermediárias.

No primeiro grupo, as sementes podem ser desidratadas e armazenadas em baixa

temperatura. O segundo grupo não suporta desidratação, devendo ser mantido com um

teor de água relativamente alto, e podendo sofrer danos quando as sementes são

armazenadas em baixa temperatura. Já o terceiro grupo suporta níveis intermediários de

umidade, mas que também tem suas sementes danificadas pela baixa temperatura

(HONG & ELLIS, 1998).

A determinação de umidade é uma das medidas mais importantes e utilizadas na

análise de sementes. Ela pode ser feita de duas maneiras, através do método de estufa e

através do micro-ondas. O método da estuda é o oficial e padrão para determinação de

umidade das sementes e está dentro do grupo dos métodos diretos, que apesar de serem

mais lentos, são mais precisos e servem como referência para calibrar os equipamentos

baseados nos métodos indiretos (NOOMHORM & VERMA, 1981).

De acordo com os mesmos autores, outro método direto é o aquecimento por

micro-ondas, que é efetuado por radiações sobre as moléculas de água que se aquecem

pela oscilação a altas frequências. Pelo aquecimento seletivo e a remoção da água em

um curto período de tempo, é alegado que existe menos perda de componentes voláteis

do que em estufas convencionais.

12

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Comparar o método de secagem tradicional (estufa a 105ºC) e de micro-ondas

para determinação do teor de umidade de sementes de Pterogyne nitens; além de

verificar a influência do teor de umidade sobre as análises de vigor e de viabilidade de

suas sementes através do teste de condutividade elétrica e de germinação.

2.2. Objetivos Específicos

Determinar o tempo adequado de exposição ao micro-ondas para a

determinação do teor de umidade das sementes de Pterogyne nitens;

Comparar os métodos de estufa a 105ºC e do micro-ondas na

determinação do teor de umidade das sementes de Pterogyne nitens;

Analisar a influência do teor de umidade das sementes de Pterogyne

nitens na medição da condutividade elétrica; e,

Avaliar o efeito da secagem das sementes de Pterogyne nitens sobre a

germinabilidade das mesmas.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Técnicas de Secagem de Sementes

A secagem de sementes contribui para a preservação da qualidade fisiológica

durante o armazenamento e possibilita a antecipação da colheita. A colheita de sementes

com grau de umidade elevado, acontece como uma prática comum entre os produtores

de sementes, pois, as sementes permanecendo no campo após a maturidade fisiológica,

ficam expostas à ação das flutuações de temperatura e umidade relativa. Para evitar que

as sementes fiquem expostas, é necessário antecipar ao máximo o momento de colheita,

obtendo sementes com grau de umidade tal que ocorrerá a necessidade de secagem

13

imediata, porém é possível obter sementes menos danificadas e deterioradas (GARCIA

et al., 2004).

A diferença dos tempos entre o final e o começo da colheita para o processo de

secagem de sementes deve ser o menor possível, pois nesta fase do processo é onde as

sementes com umidade elevadas apresentam altas taxas de atividade respiratória e, o

consumo de reservas provoca um desgaste fisiológico que, produzirão baixos índices de

germinação e vigor no futuro (BERNARDES, 2011).

A secagem artificial vem sendo utilizada em grandes proporções nas empresas

de sementes, porém mesmo tendo várias vantagens, ela apresenta uma operação de

risco, que podem proporcionar danos irreversíveis se for feita sem os conhecimentos

específicos e sem os cuidados necessários, afetando assim a da qualidade das sementes

(CARVALHO, 1994).

Segundo Baudet et al. (1999), a secagem é um processo fundamental da

tecnologia para a produção de sementes de alta qualidade, pois pode reduzir a

quantidade de água aos níveis necessários para o armazenamento. Preserva as sementes

contra alterações físicas e químicas induzidas pelo excesso de umidade, e torna possível

a manutenção da qualidade inicial durante o armazenamento.

Na técnica de secagem, a temperatura alcançada pela semente e o tempo de

exposição a essa temperatura são os fatores que mais influenciam na qualidade final

destas. É imprescindível que a temperatura das sementes seja mantida dentro de limites

seguros (VILLELA & PESKE, 1997).

Tendo em vista a importância da secagem de sementes, buscar métodos

alternativos de secagem é uma solução para melhorar a produtividade, tais como,

substituição de combustíveis na busca de menor preço e baixa degradação ambiental e

melhorias nos sistemas em relação ao rendimento térmico, fazendo com que ao se

reduzir os custos de secagem obtenha-se uma eficiência energética no processo e na

preservação dos recursos naturais (GARCIA et al., 2004).

De acordo com Bernardes (2011), após a operação de secagem, as sementes que

ficam em contato com ambiente, apresentam oscilações no grau de umidade,

absorvendo ou liberando água para o ar, buscando um equilíbrio. Para que as sementes

não percam umidade, elas tem ser armazenadas em um ambiente onde a umidade

relativa do ar não oscile, sendo assim, não estarão sujeitas a perda de qualidade.

14

3.1.1 Princípios da Secagem

Segundo Garcia et al., (2004), o vapor d’água presente nas sementes tende a

ocupar todos os espaços intercelulares, gerando pressões em todas as direções. Porém, a

água presente no ar de secagem sob a forma de vapor exerce uma pressão parcial,

designada como pressão parcial de vapor d’água no ar. Para que tenha a retirada parcial

de umidade das sementes através da transferência simultânea de calor do ar para as

sementes de água por fluxo de vapor, é necessário que seja feita o processo de secagem.

Segundo Bernardes (2011, p. 7), “de acordo com as propriedades higroscópicas,

o fluxo de vapor de água ocorre no sentido da maior para a menor pressão parcial de

vapor; assim, o aquecimento do ar de secagem determina a redução da umidade relativa

e o consequente aumento do potencial de retenção de água. A secagem de sementes,

mediante convecção forçado do ar aquecido, estabelece dois processos que ocorrem

simultaneamente: transferência da água superficial das sementes para o ar e movimento

de água do interior para a superfície das sementes, decorrente do gradiente hídrico entre

estas duas regiões.”

3.1.2 Métodos de Secagem

Na escolha do método de secagem, o fator quantidade de sementes é limitante e,

quando necessitamos secar grandes quantidades, é imprescindível a utilização de

secagem artificial, cujos custos de operação estão relacionados com volume, velocidade

de secagem e temperatura do ar. Os métodos de secagem são classificados quanto ao

uso de equipamentos (natural ou artificial), à periodicidade no fornecimento de calor

(contínuo ou intermitente) e à movimentação da massa de sementes (estacionário ou

contínuo) (GARCIA et al., 2004).

De acordo com os mesmos autores em relação ao uso de equipamentos, o

método natural utiliza as energias solar e eólica para remover a umidade das sementes,

utilizando, por exemplo, lonas. Cuidados especiais devem ser tomados para que as

sementes não sofram aquecimento excessivo e que a secagem ocorra do modo mais

uniforme possível. Este método, em geral, é pouco suscetível a riscos de danificação

mecânica e térmica sendo, no entanto, dependente das condições psicrométricas do ar

ambiente, que muitas vezes não são adequadas para a secagem das sementes. É um

método adequado para reduzida quantidade de sementes.

15

De acordo com Maia (1995), a secagem natural é baseada nas ações do vento e

do sol para a remoção da umidade das sementes. Tal processo é limitado pelo clima,

quando as condições de umidade relativa do ar e temperatura não permitem, ou quando

se trata de maiores volumes de sementes.

No método artificial, a fonte de calor pode ser variável. O que caracteriza um

método como artificial é o fato de que o processo é executado com o auxílio de

alternativas mecânicas, elétricas, ou eletrônicas e o ar, que atravessa a massa de

sementes, ser forçado (CAVARIANI, 1996). Apresenta as vantagens de permitir o

controle da temperatura, do fluxo do ar de secagem e do tempo de exposição das

sementes ao ar aquecido, fatores fundamentais para garantir a eficiência do processo

(BERNARDES, 2011).

Quando o fator for a periodicidade no fornecimento de calor, Nunes (2010) diz

que a secagem contínua é realizada, em geral, nos secadores contínuos que são

formados, fundamentalmente, por duas câmaras, uma de secagem e outra de

resfriamento. O método contínuo consiste em fazer passar as sementes uma só vez pela

câmara de secagem, de tal forma que entrem úmidas no topo e saiam secas na base do

secador. Para que as sementes sequem em uma só passagem pelo secador, é necessário

que se eleve muito a temperatura do ar de secagem ou se retarde o fluxo das sementes

dentro da câmara de secagem, a fim de que permaneçam o tempo suficiente para

perderem o excesso de água.

Villela & Peske (1997) sugerem a elevação da velocidade do fluxo das sementes,

permitindo o aumento do número de passagens pela câmara de secagem, reduzindo,

dessa forma, o tempo de exposição ao ar aquecido e mantendo a temperatura da massa

de sementes em níveis não prejudiciais para manutenção de sua qualidade.

A secagem intermitente é caracterizada pela permanência das sementes em

contato com o ar aquecido por períodos curtos, intercalados por períodos sem exposição

ao fluxo de ar aquecido na câmara de equalização. O período de equalização possibilita

a redistribuição da umidade no interior das sementes, reduzindo os gradientes hídricos e

térmicos (VILLELA & PESKE, 1997). Na secagem intermitente, o período de

equalização permite aumentar a quantidade de água removida por unidade de tempo em

relação à secagem contínua. Isso decorre do fato da velocidade de secagem, após a

remoção de a água superficial ser determinada pela velocidade de transporte de água do

interior para a superfície das sementes (BERNARDES, 2011).

16

Baseado na movimentação da massa de sementes, a secagem estacionária ocorre

em camadas, em função da formação da frente de secagem, que correspondem às

regiões de intercâmbio de água entre as sementes e o ar. Na região anterior à frente de

secagem, as sementes permanecem secas e a temperatura é maior e, na região posterior,

tem-se sementes úmidas e baixa temperatura. Depende da arquitetura dos dutos, do

fluxo de ar, das características físicas da cobertura protetora das sementes, do volume e

arquitetura dos espaços porosos e da uniformidade da massa de sementes (MORAES,

2000).

A secagem artificial é uma operação que é danosa as propriedades das sementes

e o fluxo de vapor de água ocorre no sentido da maior para a menor pressão parcial de

vapor; ou seja, o aquecimento do ar de secagem determina a redução da umidade e o

consequente aumento do potencial de retenção de água (MIRANDA et al., 1999 apud

BERNARDES, 2011). Os danos térmicos podem não manifestar efeitos imediatos na

germinação; contudo, após um período de armazenamento, o vigor das sementes pode

sofrer reduções consideráveis (POPINIGIS, 1985 apud BERNARDES, 2011).

3.2 Teste de condutividade elétrica

Segundo (ARAÚJO et al., 2011) “a utilização de sementes de boa qualidade é

fundamental para o estabelecimento de populações adequadas em campo. Para uma

análise mais acurada da qualidade de sementes faz-se necessário complementar as

informações fornecidas pelo teste de germinação com testes de vigor, possibilitando,

assim, selecionar os melhores lotes para comercialização e semeadura. Dentre esses

testes, destaca-se o de condutividade elétrica.’’

O teste de condutividade elétrica baseia-se no princípio de que, com o processo de

deterioração, ocorre a lixiviação de constituintes celulares das sementes embebidas em

água, devido à perda da integridade dos sistemas de membranas celulares. Assim, baixa

condutividade elétrica indica sementes com alto vigor, e alta condutividade, ou seja,

maior quantidade de lixiviados, determina baixo vigor (ROSA, 2009).

O fato do vigor estar diretamente relacionado com a integridade de membranas

celulares classifica o teste de condutividade elétrica (juntamente com o teste de

tetrazólio) como um teste bioquímico, ou seja, o princípio do teste estabelece que

sementes menos vigorosas (ou mais deterioradas) apresentam menor velocidade de

17

restabelecimento da integridade das membranas celulares durante a embebição e, em

consequência, liberam maiores quantidades de solutos para o meio exterior (MARCOS

FILHO, 2005)

De acordo com Vieira (1994), vários fatores podem afetar os resultados do teste

de condutividade elétrica, tais como: idade da semente, genótipo, qualidade da água,

temperatura e duração do período de embebição, grau de umidade e número de

sementes, entre outros fatores.

A determinação da condutividade elétrica da água de embebição tem sido

proposta como um dos testes bastante sensíveis para avaliação do vigor (VANZOLINI

& NAKAGAWA, 1998; VIEIRA et al., 2002 e VIEIRA et al., 2004). Segundo Rosa

(2009), o teste de condutividade elétrica não oferece dados muito representativos da

perda de vigor, para sementes armazenadas em condições de baixas temperaturas, como

a 10 °C, por exemplo. Neste caso, novas medidas devem ser adotadas para esse teste,

como o uso de períodos de repouso das sementes após o armazenamento sob baixa

temperatura, visando ampliar seu potencial de identificação do comportamento

fisiológico de lotes de sementes.

3.3 Teste de Germinação

O teste de germinação apresenta-se como um método consagrado para se avaliar a

capacidade de uma semente germinar (MARCOS FILHO et al., 1987). A determinação

das condições mais adequadas à realização do teste demanda um volume considerável

de pesquisas relacionadas ao ambiente de germinação e à qualidade dos lotes no que se

refere à procedência e nível de deterioração. A temperatura influencia tanto a

velocidade de absorção de água como as reações bioquímicas que determinam todo o

processo germinativo (MARCOS FILHO, 2005).

Os resultados do teste de germinação são utilizados para comparar a qualidade

fisiológica de lotes, determinar a taxa de semeadura e servir como parâmetro de

comercialização de sementes. Para fins comerciais, a adoção de um procedimento

padrão na instalação, condução e avaliação dos testes permite a obtenção de resultados

comparáveis entre laboratórios de empresas fornecedoras e compradoras de sementes

(MARCOS FILHO et al., 1987; ISTA, 2004).

18

3.4 Espécie Estudada

Para este estudo foi escolhida a espécie Pterogyne nitens Tul. que pertence à

família Fabaceae, subfamília Caesalpinoideae e recebe os nomes vulgares de amendoim

bravo, amendoim do campo e outros. A árvore atinge cerca de 15 metros de altura,

apresenta ampla e descontínua dispersão, tanto na mata primária quanto em formações

secundárias, em vários estágios de sucessão vegetal (LORENZI, 1992).

O amendoim bravo ocorre desde o Ceará até o Paraná e também na região

Centro-Oeste do Brasil. É encontrado tanto em solos de boa como de má qualidade,

aparecendo frequentemente como árvore isolada em pastagens. Tem grande potencial de

uso como árvore ornamental e é utilizada também na recuperação áreas degradadas

(LORENZI, 1992). Além de ser é recomendada para arborização de vias urbanas e

rodovias e na reposição de mata ciliar em locais com inundações periódicas

(CARVALHO, 1994), esta espécie pode ser empregada para reposição de mata ciliar,

em locais sujeitos às inundações periódicas, de rápida duração, suportando

encharcamento moderado (BIRUEL et al., 2007).

A espécie Pterogyne nitens Tul. é perenifólia a semicaducifólia, heliófita, em

geral, as flores são bissexuais, porém mais comumente masculinas (Carvalho, 1994); o

sistema reprodutivo é, possivelmente, de planta alógama (Nogueira, et al., 1986); a

dispersão é anemocórica (Figura 1).

Figura 1: Exemplar da espécie Pterogyne nitens Tul. (Amendoim bravo) empregado na arborização

urbana do Distrito Federal.

19

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Coleta de sementes

Os frutos e sementes de amendoim bravo (Figura 2) foram coletados em 10

matrizes de diferentes áreas de cerrado localizado no Campus Darcy Ribeiro da UnB e

em quadras da Asa Norte de Brasília. A coleta dos frutos para posterior beneficiamento

e obtenção das sementes foi realizada diretamente na árvore, com auxílio de podão.

Figura 2: Frutos alados de Pterogyne nitens Tul. (Amendoim bravo).

4.2 Preparação do lote

No Laboratório de Sementes Florestais do Departamento de Engenharia

Florestal da Universidade de Brasília, os frutos foram abertos manualmente, as

sementes foram separadas e as alas eliminadas. Foi realizada uma seleção no lote de

sementes, obtido após a homogeneização das sementes de todas as matrizes coletadas,

eliminando-se as sementes danificadas, predadas, ou visivelmente comprometidas por

ataque fúngico (Figura 3).

20

Figura 3: Sementes de Pterogyne nitens Tul. (Amendoim bravo) após seleção manual.

4.2.1 Determinação do Teor de Umidade das Sementes de Pterogyne nitens Tul.

4.2.1.1 Método da estufa

A pesagem das sementes de Pterogyne nitens recém-colhidas foi realizada em

balança de precisão (Figura 4), para a determinação do peso da matéria fresca (úmida).

Em seguida, elas foram colocadas em recipientes metálicos (envelopes trifoliados –

papel, plástico, alumínio) e levadas para a secagem em estufa por 24 horas a 105ºC.

Após esse período, os recipientes contendo as sementes foram postos em um dessecador

com sílica gel durante 30 minutos para o resfriamento das mesmas: pesou-se então cada

amostra para a obtenção do peso da matéria seca das sementes. O grau de umidade das

sementes foi determinado de acordo com as Regra de Análises de Sementes (BRASIL,

2009). Foram 200 sementes no total, divididas em 10 recipientes metálicos com 10

sementes de amendoim bravo para cada um dos dois tratamentos.

21

Figura 4: Balança de precisão utilizada para a pesagem das sementes de Pterogyne nitens Tul.

4.2.1.2 Método do micro-ondas

Foi utilizado um aparelho de micro-ondas convencional da marca Philco na

potência de 1200 watts. As sementes recém-colhidas de Pterogyne nitens foram pesadas

e separadas em 10 recipientes plásticos (repetições) contendo 10 sementes e submetidas

a metodologia da Amostra Única descrita por Nery et al. (2004), com as seguintes

alterações: A mesma amostra (repetição) não foi utilizada para cada período de tempo

testado: 0; 2,5 e 5 minutos.

Para isso, os recipientes plásticos contendo as sementes foram inicialmente

colocados por 2,5 minutos em forno de micro-ondas, resfriados em dessecador por 2,5

minutos, sendo as sementes pesadas rapidamente. O mesmo procedimento foi adotado

para cinco minutos, com outras amostras de sementes da referida espécie. As sementes

do tempo 0 minutos são consideradas testemunhas. Foi necessário um recipiente de

plástico com água para que não comprometesse as sementes dentro do aparelho Micro-

ondas.

22

4.2.2 Análise de lixiviados pela condutividade elétrica

Após os tratamentos de secagem, as sementes foram submetidas ao teste da

condutividade elétrica, empregando-se o Método Massal – este procedimento consiste

em agrupar 10 amostras por recipiente e coloca-las para embeber por 0 e 30 minutos em

câmara de germinação com temperatura constante de 25ºC; e em seguida mediu-se a

condutividade elétrica do meio de embebição com auxílio de um condutivímetro de

bancada, marca QUIMIS (Figura 5).

Também foi efetuado teste de condutividade elétrica nas sementes que não

foram submetidas à secagem (testemunha). Para cada tratamento foram aplicados 10

repetições de 10 sementes.

Figura 5: Condutivímetro de bancada empregado nas análises de condutividade elétrica de sementes de

Pterogyne nitens Tul.

4.3 Análise do poder germinativo das sementes

Após a aplicação do teste de condutividade elétrica, as sementes foram

submetidas ao teste de germinação nas sementes. Empregou-se o substrato rolo de papel

filtro como substrato (Figura 6) e acondicionado em câmara de germinação de

temperatura constante de 25ºC, com fotoperíodo ajustado para 12 horas. Os tratamentos

foram distribuídos em 10 repetições, cada repetição com 10 sementes (as mesmas

submetidas ao teste de condutividade elétrica e, anteriormente, secas pelo método de

estufa e de micro-ondas, além da testemunha).

23

O critério adotado para verificação da germinação foi o critério botânico, onde é

considerada germinada a semente que tenha emitido a radícula com pelo menos 2,0 mm

de comprimento (Figura 7) conforme proposto por Ferreira & Borghetti (2004).

O objetivo da aplicação do teste foi obter um parâmetro da viabilidade do lote

coletado para traçar uma comparação com os resultados dos testes de condutividade

elétrica realizado após a secagem das sementes sob diferentes métodos, e na

testemunha.

Figura 6: Distribuição das sementes de Pterogyne nitens Tul. no substrato papel filtro empregado no

teste de germinação

Figura 7: Semente de Pterogyne nitens Tul. (Amendoim bravo) germinada.

24

4.4 Análise experimental

O delineamento estatístico adotado foi inteiramente ao acaso, onde os dados

produzidos foram avaliados pela análise de variância a 1% de significância. Para

comparar as médias dos tratamentos com diferença estatística, empregou-se o teste de

médias de Tukey, a 5%.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Análise do Teor de Umidade pelos Métodos de Estufa e Micro-ondas

Com o objetivo de reduzir o tempo necessário entre a semeadura e a emergência

das plântulas, e também aumentar a resistência das sementes aos diferentes tipos de

estresse ambiental, muitas técnicas têm sido propostas para realização de tratamentos de

sementes (SUÑE, 2002).

Efetuou-se a análise de variância à variável diferença entre os pesos iniciais e

finais dos tratamentos de secagem aplicados às sementes de Pterogyne nitens Tul.,

conforme se observa na Tabela 1.

TABELA 1: Análise de variância aplicada à variável diferença entre os pesos iniciais e

finais dos tratamentos de secagem aplicados às sementes de Pterogyne nitens Tul.

________________________________________________________________________________________

FV GL SQ QM F Probabilidade(%)

TRATAMENTOS 4 0,0474 0,0118 253,7357 0,0 **

RESÍDUO 45 0,0021 0,000047

______________________________________________________________________

TOTAL 49 0,0495

MÉDIA geral 0,0347

CV (%) 19,6981

______________________________________________________________________ FV = Fonte de variação; GL = grau de liberdade; SQ = soma de quadrados; QM = quadrado médio; **

Significativo a 1% de probabilidade.

Com base nos dados da Tabela 1, verifica-se que há diferença significativa entre

os pesos das sementes de Pterogyne nitens. O coeficiente de variação para a diferença

25

entre os pesos iniciais e finais dos tratamentos e da testemunha foi considerado

eficiente, pois ele está em uma faixa entre 10 e 20% de variação, indicando um bom

controle ambiental do experimento.

Assim, efetuou-se o teste de médias de Tukey a 5% conforme Tabela 2, abaixo.

TABELA 2: Teste de Tukey, a 5%, aplicado à variável diferença entre os pesos iniciais

e finais dos tratamentos de secagem aplicados às sementes de Pterogyne nitens Tul.

______________________________________________________________________

Estufa 30' 0,0815 a 1 0,0598 b

Estufa 0' 0,0598 b 2 0,0815 a

Micro-ondas 5’ 0,0216 c 3 0,0075 d

Micro-ondas 2,5’ 0,0075 d 4 0,0216 c

Testemunha 0,003 d 5 0,003 d

QMR: 0,00005 q: 4,8933 DMS: 0,01057

Com base na Tabela 2, verifica-se que o teor de água das sementes de Pterogyne

nitens variou entre os tratamentos. A comparação de médias dos pesos das sementes

indica que o método de estufa 105°C por 24 horas proporcionou maior perda de água do

que para o método do micro-ondas.

5.2 Análise do Teste de Condutividade Elétrica

Dentre os testes de vigor, o de condutividade elétrica, inicialmente desenvolvido

para sementes de ervilha (VIEIRA; KRZYZANOWSKI, 1999), se constitui em um

método rápido e eficiente de determinação do seu potencial fisiológico. Este visa avaliar

indiretamente a intensidade dos danos causados às membranas celulares resultantes do

processo de deterioração da semente (VIEIRA et al., 2002).

Segundo Marcos Filho & Vieira (2009), existem vários testes para sementes, mas

o teste de condutividade elétrica destaca-se e tem por objetivo avaliar indiretamente a

integridade dos sistemas de membranas celulares. Na Tabela 3, é possível observar os

valores encontrados no teste de condutividade elétrica para os métodos de estufa, micro-

ondas e a testemunha, aplicados às sementes de Pterogyne nitens.

26

TABELA 3: Análise do Teste de Condutividade Elétrica para todos os métodos de

secagem e a testemunha, aplicados às sementes de Pterogyne nitens Tul.

Condutividade Elétrica em µS cm -1 g -1

Estufa - 0' Estufa - 30' Micro-ondas 2,5' Micro-ondas 5' Testemunha

10,59 7,41 13,87 10,59 7,77

10,25 11,08 12,7 14,71 8,37

9,53 5,47 12,55 21,3 4,06

10,19 5,25 14 12,66 2,99

9,99 17,95 12,98 16,06 3,13

9,31 6,61 12,58 12,13 2,81

9,72 4,89 11,57 10,57 3,42

9,46 5,75 12,47 12,14 3,53

10,04 6,05 11,43 11,78 3,75

8,81 5,51 11,05 10,66 3,28

Ao realizar o teste de médias de Tukey a 5%, através do software GENES

(CRUZ, 2013), percebe-se que há relação entre a condutividade elétrica e a germinação

de sementes, ou seja, quanto menor a condutividade elétrica maior é a taxa de

germinação (Tabela 4).

TABELA 4: Teste de Tukey, a 5%, aplicado à variável condutividade elétrica dos

tratamentos de secagem em sementes de Pterogyne nitens Tul.

________________________________________________________________________________________

Estufa 30' 13,26 a 1 9,789 ab

Estufa 0' 12,52 a 2 7,597 bc

Micro-ondas 5’ 9,789 ab 3 12,52 a

Micro-ondas 2,5’ 7,597 bc 4 13,26 a

Testemunha 4,311 c 5 4,311 c QMR: 6,5848 q: 4,8933 DMS: 3,9707

Ao avaliar os resultados na Tabela 4, visualiza-se que não houve germinação de

sementes que apresentaram valores de condutividade elétrica maiores que 12,52 µS cm -

1 g -1.

De acordo com Nassif e Perez (1997), a exposição ao calor seco (exposição à

temperatura de 65ºC durante 24 horas), visando uma provável retração no tegumento

pela alta temperatura, não foi eficiente em promover a superação da dormência. Isso

justifica o fato do tratamento com a utilização da Estufa a 105ºC não ocorrer nenhuma

germinação, e ter praticamente todas as sementes mortas, conforme Tabela 5.

27

5.3 Análise do Teste de Germinação

TABELA 5: Resultados do teste de germinação aplicado às sementes de

Pterogyne nitens submetidas a secagem pelo método de estufa a 105ºC

A determinação do teor de umidade através do micro-ondas é uma técnica

considerada mais rápida, sendo assim, é uma alternativa testada com eficiência para as

espécies florestais (NERY et al., 2004). Segundo Luz (1998), com a utilização da

técnica do micro-ondas, a secagem é feita em tempos curtos quando comprados com

convencionais, e possibilita a determinação de umidade simples, precisa e mais rápida.

Porém, para a espécie Pterogyne nitens Tul. o método não foi eficaz, pois teve uma

baixa taxa de germinação, conforme pode ser visto na Tabela 6.

TABELA 6: Resultados do teste de germinação das sementes de Pterogyne

nitens Tul. Submetidas a secagem pelo método do micro-ondas

Método Micro-ondas 2,5'

Sementes: Germinadas Mortas Dormentes

TOTAL 5 48 47

Método Micro-ondas 5'

Sementes: Germinadas Mortas Dormentes

TOTAL 3 73 24

Assim sendo, verificou-se, base nas Tabelas 5 e 6 que os métodos de secagem

empregados neste trabalho com sementes de Pterogyne nitens não foram adequados,

atestado através da testemunha, com a maior quantidade de sementes germinadas, entre

os três tratamentos, conforme pode ser visto na Tabela 7.

Método Estufa 0' no teste de condutividade elétrica

Sementes: Germinadas Mortas Dormentes

TOTAL 0 96 4

Método Estufa 30' no teste de condutividade elétrica

Sementes: Germinadas Mortas Dormentes

TOTAL 0 100 0

28

TABELA 7: Resultados do teste de germinação de sementes de Pterogyne nitens

Tul. aplicado à testemunha.

Testemunha

Sementes: Germinadas Mortas Dormentes

TOTAL 13 11 76

Foi observado que no teste de germinação que as sementes que não foram

submetidas aos tratamentos (testemunhas), muitas sementes encontravam-se dormentes.

Essa dormência poderia ter sido quebrada com o tratamento de escarificação, que

segundo Nassif e Perez (1997) promove aumento da germinabilidade imediata das

sementes que apresentam dormência devido a tegumento duro (como o das sementes de

Pterogyne nitens). Porém, este tratamento não foi utilizado para não comprometer ou

mascarar os resultados dos tratamentos de secagem aplicados às referidas sementes.

Nos estudos relacionados à metodologia de germinação de espécies florestais,

Oliveira et al. (1989) recomendaram o uso de temperaturas alternadas, já que essas

simulariam o ambiente natural de florestas, onde as flutuações de temperatura ocorrem

principalmente pela abertura de clareiras, que estimula a germinação de espécies

pioneiras. Em determinadas regiões de ocorrência natural a espécie Pterogyne nitens

tem comportamento de pioneirismo. Entretanto, as Regras de Análise de Sementes

(BRASIL, 2009) destaca que a temperatura constante de 25ºC da câmara de germinação

favorece (ou pelo menos não compromete) a germinação das sementes da maiorias das

espécies tropicais, dentre elas a espécie objeto deste trabalho.

A análise de variância efetuada para a germinação de sementes de Pterogyne

nitens, após a aplicação dos tratamentos de secagem e de condutividade elétrica,

mostrou um coeficiente de variação muito alto, conforme Tabela 8; isso é passível de

ocorrência por se tratar de indivíduos vivos (sementes).

29

TABELA 8: Análise de variância aplicada à variável sementes germinadas dos

tratamentos de secagem em Pterogyne nitens Tul.

________________________________________________________________________________________

FV GL SQ QM F Probabilidade(%)

______________________________________________________________________

TRATAMENTOS 4 11,48 2,87 6,2391 0,043772 **

RESÍDUO 45 20,7 0,46

______________________________________________________________________

TOTAL 49 32,18

______________________________________________________________________

MÉDIA geral 0,42

CV (%) 161,48

______________________________________________________________________

Na Tabela 9 efetuou-se o teste de médias de Tukey, a 5%, para as variáveis

sementes germinadas, mortas e dormentes após o teste de germinação de Pterogyne

nitens. Verifica-se que a testemunha apresenta as maiores médias para as variáveis

sementes germinadas e sementes dormentes, e a menor média para sementes mortas,

indicando ser o melhor tratamento; ou, ainda, que os tratamentos de secagem aplicados

nas condições deste não foram adequados à espécie Pterogyne nitens.

TABELA 9: Teste de Tukey, a 5%, aplicado às variáveis germinadas, mortas e

dormentes após o teste de germinação de sementes de Pterogyne nitens Tul.

VARIÁVEL : Germinadas QMR: 0,46 q : 4,8933 DMS : 1,0495

___________________________________________________________________

Testemunha 1,3 a 1 0,0 b

Micro-ondas 2,5’ 0,5 ab 2 0,0 b

Micro-ondas 5’ 0,3 ab 3 0,5 ab

Estufa 0’ 0,0 b 4 0,3 ab

Estufa 30’ 0,0 b 5 1,3 a

_________________________________________________________________

VARIÁVEL : Mortas QMR: 2,6889 q : 4,8933 DMS : 2,5374

_____________________________________________________________________

Estufa 30’ 10,0 a 1 9,6 ab

Estufa 0’ 9,6 ab 2 10,0 a

Micro-ondas 5’ 7,3 bc 3 4,8 c

Micro-ondas 2,5’ 4,8 c 4 7,3 bc

Testemunha 1,1 d 5 1,1 d

______________________________________________________________________

VARIÁVEL : Dormentes QMR: 2,5178 q : 4,8933 DMS : 2,4553

30

______________________________________________________________________

Testemunha 7,6 a 1 0,4 c

Micro-ondas 2,5’ 4,7 b 2 0,0 c

Micro-ondas 5’ 2,4 bc 3 4,7 b

Estufa 0’ 0,4 c 4 2,4 bc

Estufa 30’ 0,0 c 5 7,6 a

___________________________________________________________________

6. CONCLUSÃO

Os métodos de secagem utilizados neste trabalho especialmente na maneira como

foram realizados não são os adequados para a espécie Pterogyne nitens Tul.

O teste de condutividade elétrica pode ser considerado um excelente método para

verificação rápida da viabilidade de sementes de amendoim bravo, em condições de

laboratório, atestado pela germinação das mesmas.

Recomenda-se que sejam testadas outras temperaturas para a secagem em estufa,

aumento do tempo para o método do micro-ondas, diferentes tempo de embebição no

teste de condutividade elétrica, e a utilização deste método para a referida espécie e

outras.

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