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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE CURSO DE PÓS - GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS ENDOMARKETING: FERRAMENTA DE PARCERIA COM O RH EM INSTITUIÇÃO PÚBLICA Por Marina Baptista Scudino Orientador Profº Nilson Guedes de Freitas Niterói 2009

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

CURSO DE PÓS - GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE

RECURSOS HUMANOS

ENDOMARKETING: FERRAMENTA DE PARCERIA COM O RH EM

INSTITUIÇÃO PÚBLICA

Por Marina Baptista Scudino

Orientador

Profº Nilson Guedes de Freitas

Niterói

2009

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UNIVERSIDADE CÃNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE

RECURSOS HUMANOS

ENDOMARKETING: FERRAMENTA DE PARCERIA COM O RH EM

INSTITUIÇÃO PÚBLICA

Monografia apresentada a Universidade Cândido Mendes

como pré requisito para obtenção do título de especialista

em gestão de recursos humanos.

Por: Marina Baptista Scudino

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UNIVERSIDADE CÃNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE

RECURSOS HUMANOS

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome do (a) aluno(a) : Marina Baptista Scudino

Monografia: ENDOMARKETING: ferramenta de parceria com o RH em instituição

pública

Orientador: Profº Nilson Guedes de Freitas

Niterói

2009

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por sua

infinita bondade, por me permitir chegar até

aqui, as minhas queridas irmãs, Minervina,

Marisa, Lourdinha e Lucinha pelo estímulo, a

minha filha Mayara pela compreensão pelos

momentos de minha ausência. Minha gratidão

aos queridos e inesquecíveis Mestres do Corpo

Docente do Instituto “ A vez do Mestre”, que me

mostrou o valioso e belo caminho a trilhar na

área de Recursos Humanos, como também as

minhas amigas de estudos Cleide Caribé , que

com meiguice, sempre esteve solícita, à Eliane

Telles, com sua colaboração nas horas certas ,

à Marcia Mello, com sua generosidade e

alegria, à Tânia Pinto com sua espirituosidade

e sabedoria no ouvir, e a minha ex chefe e

amiga Bernadete de Lourdes que muito

participou de minha busca para o

aperfeiçoamento profissional. Enfim , meu

reconhecimento a essas pessoas que estarão

sempre muito presentes em meu coração e na

minha mente, para quando o tempo passar,

possa eu relembrar o quanto foi bom,

divertido e especial.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a Nossa Senhora, Mãe

de Jesus, que em todos os momentos esteve a

minha frente, mostrando-me e orientando-me o

caminho a seguir. Obrigada Mãe Querida.

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EPÍGRAFE

“O impossível reside nas mãos inertes daqueles que

não tentam” (autor desconhecido).

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RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo apresentar o Endomarketing como parceiro na

área de recursos humanos com grande utilidade na gestão pública oferecendo

relevantes resultados ao desenvolvimento e sucesso.Está contextualizado no

cenário das organizações publicas no âmbito federal brasileiro.e contemplamos

pesquisas bibliográficas com alguns renomados teóricos como: Philip Kotler, Wilson

Cerqueira, Idalberto Chiavenato,Vinicius Carvalho, Gronroos, Bekin, Robert Henry

Shour, Fernando Motta e Miguel Caldas. Compõe-se de quatro capítulos: o

marketing está apresentado de forma conceitual, com citações que explicam o

marketing voltado para a sua clientela interna. Depois, no segundo seguimento

falamos sobre o endomarketing propriamente dito, também com conceitos que se

fazem necessários com suas principais premissas e explicamos que força interior

que nos move levará a cada um de nós a um estado de satisfação tão claro e

presente, que irá gerar em nós não apensa um leve envolvimento, mas um forte e

real comprometimento.Reação positiva que agrega integração na ambiência

organizacional sustentada por uma base motivacional voluntária e bem importante.;

já no terceiro capítulo abordamos como a cultura organizacional interfere na

ambiência, alterando por vezes comportamentos e valores e por fim apresentamos

atuais entendimentos sobre recursos humanos e gestão de pessoas, com o enfoque

de buscar a excelência, pois necessitamos resgatar o papel do ser humano a fim de

torná-los mais competentes e ágeis em suas atividades profissionais, dando espaço

para o surgimento de novos talentos e oferecer maior credibilidade na administração

pública federal brasileira. Estarmos comprometidos é contribuir, conciliar para

produzir e o endomarketing para ficar.

Palavras chaves: Endomarketing, Cultura Organizacional, RH estratégico na gestão

pública

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................9 CAPÍTULO I - MARKETING NO SÉCULO XX..........................................................10 CAPÍTULO II - ENDOMARKETING............................................................................19 CAPÍTULO III - CULTURA ORGANIZACIONAL........................................................33 CAPÍTULO IV - RECURSOS HUMANOS X GESTÃO DE PESSOAS.......................37 CONCLUSÃO.............................................................................................................49 BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................53 ANEXO I ....................................................................................................................55 ÍNDICE.......................................................................................................................60

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INTRODUÇÃO

A realização desta pesquisa sobre Endomarketing consiste em demonstrar,

que mesmo diante dos avanços tecnológicos, crises e da globalização, precisamos

de uma gestão que veja o Recursos Humanos com um olhar não somente técnico,

mas também humano em Instituições Públicas sustentáveis com ampla credibilidade

externa e interna em suas gestões..

O endomarketing não é uma novidade qualquer de práticas internas como

um modismo. É uma necessidade que vem sendo observada com grande interesse

pela administração pública oferecendo resultados muito positivos. É importante que

tenhamos consciência de estarmos diante de um constante mercado competitivo,

que prima pela qualidade dos serviços prestados à sociedade. Então, funcionários

que absorvem e praticam um endomarketing bem elaborado e executado muito

contribuirá para o sucesso institucional a qual pertence e estar em constante busca

pela excelência profissional.

Dentro desta perspectiva o endomarketing é de grande valia junto aos

recursos humanos, porque cremos, que as organizações mantêm estreita relação

com seu capital humano, como um dos alicerces de uma estratégia moderna voltada

em priorizar um conjunto de ações de marketing institucional, hoje um pouco

esquecido no âmbito público federal brasileiro.. Esta atividade precisa ser vista não

apenas como uma especialização no mundo acadêmico, mas principalmente ser

parte de um processo de gestão.

É imprescindível que esta ferramenta esteja junto ao RH de forma clara e

atuante, porque deste modo contribuirá para o resgate da auto-estima de seus

colaboradores ; fator este preponderante no comprometimento profissional e

humano, gerando assim sem dúvida alguma relevantes serviços prestados à

sociedade.Não podemos esquecer que estamos trabalhando com pessoas humanas

e não com instrumentos ou máquinas.

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Funcionários não se restringem a serem técnicos ou recursos. São seres

dotados de uma série de fatores, inteligência, razão, emoção, sentimentos, que

precisam ser mais valorizados no seu todo, ou seja, de forma integral, holística.

Estes colaboradores se vistos como parceiros, co-responsáveis pela Instituição a

qual pertence, produzirão muito mais e aí o Endomarketing entra como um forte

coadjuvante podemos assim dizer, junto ao RH de forma inteligente e de eficácia

clara e objetiva focando maiores resultados gerenciais e operacionais.

Por meio de pesquisas bibliográficas; Philip Kotler;Fernando Motta,

procuramos inicialmente definir o que é marketing contribuindo para uma melhor

informação de que a imagem corporativa está intimamente ligada aos desempenhos

de seus colaboradores, quanto mais transparente for esta imagem tanto ela afetará

positivamente as atitudes internas de seus funcionários, agregando bons

relacionamentos com seu púbico-alvo buscando motivadamente a qualidade em

seus serviços prestados à sociedade.

Em seguida apresentamos o endomarketing propriamente dito,

conceituando-o,Wilson Cerqueira, Vinicius Carvalho, Gronroos, Bekin, Philip Kotler;

inclusive linguisticamente para uma melhor compreensão do termo escolhido como

tema e identificamos as suas premissas essenciais que auxiliam muito este

entendimento na prática , pois são citadas as leis que norteiam um endomarketing

planejado e bem executado mostrando que colaboradores motivados e satisfeitos

produzem mais.

Dando seguimento, pesquisamos bibliograficamente; Idalberto Chiavenato,

Fernando Motta, Miguel Caldas e Robert Henry Srour, como a cultura organizacional

interfere na ambiência interna das instituições onde as culturas mais flexíveis são

mais propensas às inovações que o mercado indiretamente impõe , enquanto as

mais rígidas permanecem menos competitivas. Todo este contexto interfere no dia-

a-dia de seus colaboradores caracterizando e mantendo costumes e valores

arraigados .Pesquisamos como uma flexibilidade cultural impulsiona uma

organização que procura inovar, quanto mais solidez nesta busca maior o

comprometimento.

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Por fim, analisamos os recursos humanos diferenciando da gestão de

pessoas, dentro de um cenário atualizado com o reconhecimento no âmbito público,

onde fica claro que a gestão de pessoas é responsável pela formação do

colaborador que a instituição deseja, de modo que suas ações sejam dentro da

ética e do conhecimento da missão, visão e objetivos das organizações.

Logo,colaboradores públicos ou não, que recebam incentivos através do

endomarketing bem planejado e executado sentem-se motivados, produtivos,

distanciam-se do absenteísmo e permanecem mais comprometidos com o processo

já institucionalizado em atividades gerenciais, obtendo assim, ótimos resultados

econômicos, humanos e operacionais com reais evidências de uma maior

produtividade.É a busca pela excelência se fazendo presente na gestão pública

brasileira.

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CAPÍTULO I

MARKETING NO SÉCULO XX

Há inúmeras definições existentes sobre marketing. Philip Kotler e Sidney

Levy, ( 1969), defenderam o ponto de vista de que o conceito de marketing deveria

abranger também as instituições não lucrativas . Neste período afirmaram que o

marketing era uma atividade de longo alcance, que poderia ser aplicado em várias

vertentes como a de divulgar a imagem de pessoas ou de instituições, tornando-se

necessário ampliar o conceito de marketing.

Kotler (1994, p.25), definiu Marketing como "um processo social e gerencial

pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da

criação, oferta e troca de produtos de valor com outros." Houve controvérsia , pois

nem todos compartilharam com esta idéia de Kotler, por exemplo Luckl (1969)

acreditava que o marketing deveria ser mais restrito , não tão genérico, mas com

limites relativos a transações de mercado .Essa evolução se deu ao longo dos anos

aparecendo um marketing mais atualizado, num cenário onde a preocupação com o

humano fica mais evidenciado e alinhado a uma imagem corporativa, que sendo

positiva, a comunicação torna-se eficaz e as pessoas sentem-se impactadas sobre

as suas expectativas.

Assim, a imagem corporativa está diretamente ligada aos desempenhos de

seus colaboradores , quanto mais clara for esta imagem, tanto ela afetará

positivamente as atitudes internas de seus funcionários, agregando bons

relacionamentos com seu público alvo buscando motivadamente a qualidade dos

serviços prestados à sociedade.

Quando se usa uma definição gerencial, o marketing é frequentemente visto

como vendas. Não é o mais importante ! Vender é apenas a ponta do iceberg de

marketing .Dentro desta perspectiva , segundo Kotler (2000, p.30), Peter Drucker um

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dos maiores teóricos da administração, expõe da seguinte forma:

Pode-se presumir que sempre haverá necessidade de algum esforço de vendas, mas o objetivo do marketing é tornar a venda supérfula. A meta é conhecer e compreender tão bem o cliente que o produto ou o serviço se adapte a ele e se venda por si só. O ideal é que o marketing deixe o cliente pronto para comprar. A partir daí, basta tornar o produto ou o serviço disponível.

O marketing estratégico aqui se faz presente , uma vez que dá subsídios de

compreensão do que a sua clientela necessita e prefere. Logo, seu cliente é inserido

no contexto de maneira tão natural, que os instrumentos que se fizerem necessários

posteriormente ocorrerão num processo mais ágil e objetivo. É o marketing

oferecendo subsídios na gestão pública.

Observe-se que, exemplos de sucessos ocorreram quando a Sony projetou

seu walkman; a Nintendo com um videogame de qualidade superior no mercado; a

Toyota que lançou o automóvel Lexus. Estas se viram inundadas de pedidos, pois

haviam projetado o produto "certo" oferecendo serviços "certos" baseados num

cuidadoso estudo de marketing, criando trocas que satisfaçam metas individuais e

organizacionais.

Exemplo como INNMETRO (Instituto Nacional de Metrologia), IBMEP

(Instituto Brasileiro de Marketing e Estratégia Pública), vêm buscando a excelência

com muita transparência, com uma gestão estratégica no setor público, que nos faz

crer que é possível mudar e mudar para melhor.

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O planejamento e o comprometimento organizacional, ações estratégicas contextualizadas, a eficácia da implementação sustentável de projetos dirigidos às necessidades específicas e a qualidade na prestação de serviços eram características marcantes principalmente no setor privado. Contudo, tais características são atualmente, partes intrínsecas de um crescente perfil para o setor público visando à plena competência do gestor público tão como a satisfação do cidadão que por ele é servido. É neste contexto que os princípios e práticas do Marketing Público tornam-se instrumentos indispensáveis para a identificação das necessidades e desejos da sociedade. O objetivo maior é suprir estas necessidades e desejos através da competência da gestão pública, construindo a sustentabilidade governamental e satisfação comum.

Os novos desafios enfrentados pelo setor público demandando excelência na prestação dos serviços oferecidos requerem, da gestão pública, a utilização de ferramentas consagradas do Marketing Estratégico. Esta percepção mobilizou profissionais ligados ao setor público e de marketing bem como acadêmicos, para criar o "Instituto Brasileiro de Marketing e Estratégia Pública”.

Poderíamos contextualizar o marketing público dentro do seu público-alvo,

ou seja, é fundamental definir quem serão os consumidores específicos para que

possamos atraí-los e mantê-los na instituição. É de tamanha importância então, que

saibamos conhecer as necessidades e desejos de nossa clientela, onde possamos

mapear e desenhar os serviços a eles prestados de forma diferenciada e

customizadas.

Oferecer soluções atuais, relevantes, eficazes e sustentáveis à gestão pública, visando identificar e suprir necessidades e expectativas da sociedade, através dos instrumentos de capacitação, análise, planejamento, implementação e controle de ações estratégicas referentes ao marketing público. Construir uma reputação ética, respeitável e sustentável, tornando-se referência em gestão de marketing público nos cenários nacional e internacional.

Contudo, o lucro financeiro precisa ser visto como uma conseqüência do

marketing bem orientado para as reais pretensões de seu público-alvo, cujas

organizações crescem agregando além da receita, o valor de mercado e a

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credibilidade perante as pessoas, investindo em um relacionamento de confiança e

de satisfação mútua.

O marketing público adota os princípios, já consagrados, do planejamento considerando, a análise ambiental interna e externa, a elaboração de objetivos e estratégias, a criação de planos de ação para cada estratégia e o monitoramento e controle de todo o processo. Para que a implementação estratégica seja bem sucedida, é imprescindível que o processo, desde as primeiras etapas do planejamento, considere todos os setores envolvidos tão como os mais variados níveis hierárquicos. Muitos programas não saem do papel por que não atentam para os problemas de implementação relacionados à falta de integração, comunicação e sinergia. Projetos são elaborados sem considerar, em muitos casos, as pessoas que estão diariamente na linha de frente. No contexto público é um erro fatal propor ações estratégicas sem integrar os setores direta e indiretamente envolvidos tão como a sociedade que é o objeto final.

Este trecho foi extraído do artigo "O Marketing Público como Fator de

Integração e Gestão Eficaz" de Renato Debarba, um pesquisador de renome dos

aspectos culturais e éticos do processo de planejamento e implementação do

marketing público brasileiro. Atualmente é Presidente Executivo do IBMEP com

mestrado no Canadá e Inglaterra. ( www.ibmep.org.br).

O marketing estratégico normalmente existe numa estrutura organizacional,

seja no setor privado ou público. No marketing público a filosofia de trabalho

consiste na integração entre departamentos diversos visando a homogeneidade

futura, com objetivos definidos de satisfação tanto de quem recebem os serviços,

como para os que contribuem no processo de gestão. Portanto, é ter o

discernimento do que as pessoas precisam e valorizam.

Sendo assim, instituições públicas como as citadas acima vêm

demonstrando a capacidade de prestar excelentes serviços à sociedade,

proporcionando uma sinergia entre os setores públicos, privados e a sociedade em

geral de forma sustentável e ética, isso nos move a trilhar o caminho da excelência.

A economia de cada país, assim como a economia global, consiste em

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complexos conjuntos de mercados que interagem, ligados por processos de troca.

Podemos distinguir entre local de mercado( marketplace ) e espaço de mercado

(marketspace ). O primeiro é o espaço físico, uma loja no qual se vão fazer compras;

já o espaço de mercado é digital, como um site na internet podem-se fazer compras

diversas. Já existem observadores que acreditam, que um crescente volume de

compras passará do local de mercado para o espaço de mercado, dado as

facilidades, rapidez, praticidade, conveniência e economia.

O E-Commerce que são transações comerciais em tempo real via internet

vem crescendo em grande velocidade e podemos citar a General Eletric e também a

Amazon.com, Kotker (1994), como modelos on-line de negociação , um meio que

visa um empreendorismo moderno, eficiente e ágil. Uma forma de gestão

empresarial e gerencial, de cada vez mais adeptos com metas num futuro promissor.

Lenta mas sistematicamente, os consumidores estão deixando de ir aos

shopping centers e passando a utilizar a web beneficiando-se ágil e

confortavelmente estando em suas casas. E qualquer um que duvide do poder

potencial da locomotiva do e-commerce, ainda não compreendeu as vantagens tanto

para os consumidores quanto para as suas empresas ou organizações.

Podemos citar algumas destas vantagens como a conveniência, as

ciberlojas jamais fecham suas portas; a economia onde os clientes se beneficiam

vasculhando a web em busca de produtos e serviços que melhor lhes atendem; a

seleção onde o mundo é o limite para a web. Livre de fronteiras físicas, as ciberlojas

podem oferecer uma seleção quase ilimitada. Essa eliminação dos limites

geográficos também abre mercados em todo o mundo e faz com que não se possa

distinguir as empresas iniciantes das já estabelecidas.

A personalização também outra vantagem, cujo site web da CNN (Cable

News Network,(wiki/CNN),uma rede de televisão norte-americana pertencente ao

grupo Time Warner especializada na transmissão de notícias vinte e quatro horas

por dia, com sua base em Atlanta, desde o seu lançamento em 1980, a CNN

cresceu cada vez mais e hoje já são duas rádios, doze websites e vários canais de

TV a cabo e via satélite. É o canal hoje mais visto nos Estados Unidos. Isso permite

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que as pessoas criem perfis pessoais de seus interesses em notícias e os atualiza a

cada 15(quinze) minutos; também a rede de computadores Dell oferece a seus

clientes corporativos, páginas web customizados; as informações como outro

benefício se faz presente, embora ser verdade, que faz falta a interface humana na

web, isso é compensado pelo volume de informações disponíveis. Bons sites

fornecem muitas vezes mais informações e de maneira mais útil que um atendente.

Então, essas informações fluem nos dois sentidos. Toda vez que um

consumidor adquire um serviço prestado de um site, a empresa tem acesso a

precisas informações de pesquisa de mercado. Todas essas vantagens de um

marketing moderno tem um preço, é claro. Os mais ameaçados pela revolução do e-

commerce são os intermediários, como agentes de viagens, corretores de seguros,

revendedores de automóveis e até mesmo comerciantes tradicionais. Muitas

empresas temem o poder conquistado por consumidores, que podem exigir preços

cada vez menores. Por fim, as empresas estão aprendendo bem rápido que não

basta acrescentar "ponto com" ao nome da empresa ou organização, elas precisam

se reorganizar e se redefinir para seu sucesso on-line.

Em suma, as instituições, empresas e organizações enfrentam hoje grandes

desafios e oportunidades: a globalização com os avanços tecnológicos e neste

contexto o e-commerce encontra-se inserido num marketing inovador, alternativo,

apto a permanecer de maneira ativa e promissora para o novo milênio.

Um profissional de marketing precisa tentar compreender as necessidades

do mercado-alvo, seus desejos e suas demandas onde suas necessidades

descrevem exigências humanas básicas. As pessoas precisam de alimentos, ar,

água, roupas, abrigos, para sobreviver, bem como lazer, educação e entretenimento.

Essas necessidades se tornam desejos quando são dirigidas a objetos específicos

capazes de satisfazê-las. Um norte-americano necessita de comida, mas deseja um

apetitoso hambúrguer e batatas; um habitante de uma ilha precisa de comida, mas

deseja uma fruta não típica do local ou um refrigerante, portanto, desejos são

moldados pelo habitat em que vivem.

Demandas são desejos por coisas específicas apoiados por uma

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possibilidade de ter e pagar, por exemplo, muitas pessoas desejam ter um

mercedes, entretanto alguns podem e estão dispostos a comprar um. Os gestores

devem medir, estimar não apenas quantas pessoas desejam seus serviços, mas

também quantas efetivamente estão dispostas e aptas a adquirí-lo.

Embora, estas diferenças esclarecem a freqüente acusação de que os

profissionais de marketing criam necessidades, isso não procede. As necessidades

existem antes desses profissionais, que paralelamente a outras influências

tendenciam desejos. No exemplo dado é possível promover a idéia de que em um

automóvel como o mercedes satisfaz a necessidade de status social de uma

pessoa. Os profissionais de marketing não criaram, entretanto, a necessidade de

status social.

Quando todos os departamentos de uma organização trabalham em

conjunto visando atender a tal clientela, o resultado é o marketing integrado. Este

deverá ser incorporado pelos outros departamentos e principalmente pela alta

administração organizacional.

Assim, para estimular o trabalho em equipe entre todos os departamentos, a

instituição adota além do marketing externo, o marketing interno. O externo é

direcionado às pessoas de fora da organização. O interno é a tarefa de contratar,

treinar, motivando seus funcionários que desejam atender bem aos clientes

prestando eficientes serviços à sociedade. Na verdade o marketing interno deve

preceder o externo. Não faz sentido prometer um excelente serviço antes que seus

colaboradores estejam preparados, motivados e comprometidos para fornecê-lo.

Logo, a principal meta da orientação de marketing é auxiliar organizações a

atingir seus objetivos. No caso de empresas privadas, o objetivo maior é o lucro; no

caso de organizações sem fins lucrativos e órgãos públicos, é sobreviver e atrair

recursos suficientes para desempenhar um trabalho de real utilidade pública e de

maneira contínua. Desta forma, o endomarketing surge com o entendimento, de que

um marketing interno tem a capacidade de mobilizar, de aglutinar forças oriundas de

seus funcionários, que será melhor compreendido a seguir no próximo capítulo.

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CAPÍTULO II

ENDOMARKETING

O endomarketing é uma evolução conceitual de marketing interno e deve ser

compreendido como uma opção gerencial àquelas instituições, que têm o cliente

interno como um segmento de mercado que se adapta para motivar, encantar e

fidelizar seus colaboradores. Com isso as organizações tornam-se atrativas para a

sua clientela interna.Oferecer excelentes serviços está diretamente proporcional à

administração dos anseios e desejos de seus funcionários.

2.1. O que é endomarketing ?

Endomarketing – endo, do grego significa movimento para dentro e é o

nome recente dado à área de Recursos Humanos somada à de Relações Públicas

Internas.Uma ferramenta que impulsiona a comunicação, o relacionamento e

estabelece uma base motivacional para o comprometimento entre as pessoas e das

pessoas com o sistema organizacional , objetivando dentre outros fatores o

fortalecimento entre as relações internas da instituição.

O primeiro grande público de uma instituição são seus funcionários,

chamados hoje de capital humano.Parcerias internas, clientes internos, baseando-se

no princípio de que primeiro devemos vender nossos serviços ou produtos para

dentro e só depois para os clientes externos. Isso vem facilitar o entrosamento entre

seus departamentos e colaboradores, levando a idéia assim como a vontade de

estarmos comprometidos num determinado projeto que esteja sendo ou possa vir a

se desenvolver.

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Para que uma instituição pública possa prestar um bom serviço à

coletividade, é necessário ter pessoas motivadas em todas as frentes; é preciso ter

um marketing eficiente dentro da organização para que ele se espalhe como parte

do trabalho de todos, isso é o endomarketing.

Pode se dizer que o marketing interno envolve dois aspectos fundamentais :

O gerenciamento de atitudes que fica bem acentuada na importante integração entre

os departamentos visando a realização dos objetivos da organização, como também

estimulando intensamente o comprometimento de um número maior possível de

seus colaboradores, num processo de direcionamento permanente partindo da

própria instituição pública em direção ao mercado no qual pertence, assim como

numa possibilidade futura de se projetar fundamentado no gerenciamento de

atitudes.

O segundo aspecto que pode ser abordado é o gerenciamento da

comunicação, que abrange todos os níveis gerenciais no que diz respeito aos seus

serviços prestados, informações direcionadas ao seu público interno sem perder de

vista o seu público-alvo.

O marketing interno deve vir antes do marketing externo e o seu processo de

implantação deve ser precedido de um diagnóstico e de um plano de ação, partindo

das premissas de que o processo de envolvimento, comprometimento e de

valorização de seus colaboradores, deve primordialmente preceder o marketing

externo.

O endomarketing consiste em demonstrar, que mesmo diante dos avanços

tecnológicos, crises e da globalização, precisamos de uma gestão que veja o

Recursos Humanos tenha um olhar não somente técnico, mas também humano em

Instituições Públicas sustentáveis com ampla credibilidade externa e interna em

suas gestões de poder.

Dentro desta perspectiva cremos, que as organizações mantêm estreita

relação com seu capital humano, como um dos alicerces de uma estratégia moderna

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voltada em priorizar um conjunto de ações de marketing institucional, hoje um pouco

esquecido na administração pública em geral. Esta atividade precisa ser vista não

apenas como uma especialização no mundo acadêmico, mas principalmente ser

parte de um processo de gestão.

É imprescindível que esta ferramenta esteja junto ao RH de forma clara e

atuante, porque deste modo contribuirá para o resgate da auto-estima de seus

colaboradores ; fator este preponderante no comprometimento profissional e

humano, gerando assim sem dúvida alguma relevantes serviços prestados à

sociedade.Não podemos esquecer que estamos trabalhando com pessoas humanas

e não com instrumentos ou máquinas.

Funcionários não se restringem a serem técnicos ou recursos. São seres

dotados de uma série de fatores, inteligência, razão, emoção, sentimentos, que

precisam ser mais valorizados no seu todo, ou seja de forma integral, holística.

Estes colaboradores se visto como parceiros, co-responsável pela Instituição a qual

pertence, produzirão muito mais e aí o endomarketing entra como um forte

coadjuvante podemos assim dizer, junto ao RH de forma inteligente e de eficácia

clara e objetiva focando maiores resultados gerenciais e operacionais.

Colaboradores públicos ou não, que recebam incentivos através do

endomarketing bem planejado e executado sentem-se motivados, produtivos,

distanciam-se do absenteísmo e permanecem mais comprometidos com o processo

já institucionalizado em atividades gerenciais, obtendo assim, ótimos resultados

econômicos, humanos e operacionais com reais evidências de uma maior

produtividade.

Logo, o estudo que se empreenderá terá a sua contribuição no campo

acadêmico, social e institucional. Uma gestão atualizada, eficaz e continuamente

alinhada ao propósito da Organização.

O endomarketing chegou para ficar porque funciona na prática.

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2.2. Pontos estratégicos do sistema global do

endomarketing.

Cerqueira (1994), o endomarketing melhora a comunicação, o

relacionamento e estabelece uma base motivacional para o comprometimento entre

as pessoas e das pessoas com o sistema organizacional.

Os projetos e ações que uma instituição empreende consolidam a base

cultural do comprometimento de seus funcionários proporcionando e adequando

suas diversidades internas.

Todo ou quase todo projeto de endomarketing determina, fixa, um forte

componente de comunicação integrada que compõe uma sólida relação

interpessoal, um feedback, que estabelece nos dois sentidos, um desenvolvimento

de auto-estima das pessoas, facilita a prática da empatia e da afetividade. Esta

reunião faz com que haja uma sinergia do comprometimento para a qualidade, para

uma maior produtividade, para uma redução de custos se for o caso e para

racionalizar os sistemas.

Cerqueira(1994), enfatiza quatro pontos estratégicos: o primeiro “Sem um

sistema formal de acompanhamento, o endomarketing não dará certo”.Isso traduz,

que após um projeto ser implantado, este deverá ser acompanhado por um ou mais

orientadores que estarão atentos sistematicamente, que avaliarão de forma

periódica os resultados, podendo ser executadas através de reuniões e palestras.

Não basta escolhermos uma pessoa por ser ela simpática ou por mero

conhecimento pessoal nosso.Nesta escolha precisa estar presente uma metodologia

de acompanhamento, ou seja, um funcionário hierarquicamente mais alto ou não,

desde que, tenha os requisitos necessários para desempenhar com eficácia a

função de orientador constante do processo.É recomendável que os orientadores

tenham um nível adequado capaz de redigir um relatório por exemplo, que seja

eloquente numa palestra dada , que tenha a capacidade de liderança, de persuasão,

em fim que seja vivaz, que demonstre energia e vontade explícita de realizar algo

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novo pela melhoria da instituição sem no entanto se esquivar de suas funções

normais da empresa.

Então, torna-se importante haver um coordenador geral do endomarketing e

este sim deverá deixar as suas atribuições normais, cuidando exclusivamente da

estratégia e desenvolvimento de todo o processo.

O segundo ponto estratégico “A pressa é inimiga da perfeição e nada deve

ser improvisado”, ( CERQUEIRA, 1994, P.148).Devemos em princípio, fazermos um

planejamento das etapas que serão desenvolvidas por um período relativamente

longo, três a cinco anos por exemplo.Estabelecermos esta visão, nossos

funcionários terão tempo para assimilarem o projeto de endomarketing que estará

sendo executado , que oscilará conforme o grau do comprometimento da alta

administração, fato este essencial para um acelerado resultado prático positivo no

contexto organizacional.

Terceiro ponto estratégico “A orquestra não consegue produzir boa música

sem seu maestro regendo”, (CERQUEIRA, 1994 P. 149).

O líder principal de uma estrutura organizacional precisa estar alinhado aos

objetivos a serem atingidos.Numa Universidade por exemplo, o reitor que compra as

idéias, projetos, que vivencia as novas etapas de uma filosofia implantada, seja com

o seu exemplo pessoal de prática dos novos valores ou até mesmo de apoio, com

certeza a cultura desta instituição avançará, disseminando entre os setores e faz

com que novos valores sejam agregados em seus funcionários de maneira positiva,

clara e o mais natural possível.

A alta administração deve estar comprometida em realizar no dia-a-dia

atitudes que motivam seus subordinados e estes a outros sucessivamente, gerando

um efeito cascata junto a lideranças compartilhadas imbuídas de um senso

empreendedor, desejando de fato a excelência no exercício de sua profissão.

Bons maestros, líderes perspicazes e gestores competentes, poderíamos

entender que é uma das formas inteligentes de trilhar o caminho rumo à excelência.

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E por que não tentarmos? Isto é possível! .

O quarto ponto estratégico: “ Não existe cultura avançada sem base

restritiva definida”.(CERQUEIRA, 1994, p.150).

É essencialmente claro de que forma a cultura de uma organização deve

restringir as atitudes de envolvimento. Uma situação nova acarreta às vezes um

certo receio, porque saímos da zona de conforto na qual estamos. Neste contexto

torna-se aconselhável , que as lideranças fiquem em alerta e conseqüentemente

justas.

A democracia existe mediante controles restritos, ou seja, absoluto,

soberano das ordens dadas, do cumprimento dos princípios, valores e normas que

regem a cultura organizacional. Esta fiscalização exercida sobre as atividades de

pessoas, departamentos e órgãos é fundamental, para que não se desviem das

normas preestabelecidas.

Entretanto, não devemos confundir esta autocracia, uma imposição justa na

relação, muitas vezes necessárias nas diversas situações, com o autoritarismo que é

o exercício da autocracia exagerada, que acaba ferindo a auto-estima do

subordinado.

Uma liderança autocrata, é coerente, obtém o comprometimento dos seus

colaboradores; restringe sim, mas preserva a auto-estima e a dignidade humana.

Adotam a filosofia do diálogo, da comunicação afetiva com os seus subordinados

facilitando assim, uma maior conscientização para o comprometimento.

Logo, a explicitação de valores e o avanço cultural geram uma sinergia na

qual os funcionários absorvem mais rápido o comprometimento, fator este de suma

importância.

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2.3. Leis que regem o endomarketing

Este tema vem mostrando que funcionários tanto da gestão pública quanto

da iniciativa privada, somente almejam a excelência profissional, quando a

organização respeita seus valores e investem no desenvolvimento de modelos

gerenciais modernos e eficazes, acreditando e apostando no seu bem maior que é o

seu capital humano valorizando suas potencialidades.

O endomarketing não é nenhuma novidade no mundo empresarial. Muito já

foi falado sobre ele. E muito já foi feito sob o seu nome, de bom e de ruim. Mas este

processo de gestão existe, e está presente em muitas das organizações de sucesso.

Mais quais são realmente as suas premissas, conceitos, parâmetros, enfim, as

regras que ditam a sua atuação?

Como qualquer processo multidisciplinar complexo, o endomarketing possui

premissas constantes e imutáveis que o fundamentam, independente do tamanho,

perfil, ou área de atuação que uma organização possa ter. Após anos de

investigação e atuação prática, foram elaboradas as 25 Leis do Endomarketing, que

de forma direta e clara, apresentam e consolidam conceitos, desmistificam visões, e

acima de tudo, facilitam a compreensão sobre este tema cada vez mais presente em

nossas empresas. Podemos então aqui acrescentar e ilustrar as vinte e cinco leis

que norteiam um endomarketing bem elaborado, executado e humanizado com reais

resultados institucionais internos.

Assim, didaticamente para um melhor entendimento relacionaremos a

seqüência abaixo:

2.3.1. Lei do Diferencial Humano: As pessoas são a base de tudo. Saiba que

não importa qual o valor que pretende agregar ao seu negócio, sempre serão as

pessoas que o farão tornar-se realidade perante o seu cliente, quer seja de forma

direta ou indireta. Aceite isso e aprenda a utilizar toda essa força de trabalho ao seu

favor.

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2.3.2. Lei da Tomada de Decisão: As pessoas são contratadas para

tomarem decisões em seu quotidiano de trabalho. Da mais simples função

operacional até o mais alto executivo, todos estão sempre a tomar decisões que

estão interligadas entre si e influenciam no seu negócio como um todo.

Esta postura gerencial junto aos seus colaboradores desencadeia uma

autonomia que de fato funciona no cotidiano das pessoas que ali estão.

2.3.3. Lei do Sentido: As pessoas precisam compreender o sentido daquilo

que estão envolvidas para poderem dar mais de si. E no mundo do trabalho isso

ainda é mais latente. Sem perceberem a razão ( o lado pragmático) e a emoção (o

lado subjetivo) do que estão fazendo em seu quotidiano de trabalho, para além de

entenderem a sua conexão prática e a sua posição no conjunto estrutural de sua

empresa, jamais poderão dar tudo de si.

2.3.4. Lei do Reflexo: Simples assim: a qualidade da relação da empresa

com o seu mercado é um reflexo direto do relacionamento que ela tem com os seus

colaboradores. Tanto melhor for esta relação, mais respaldo competitivo e

legitimidade a organização terá em seu campo de atuação.

2.3.5. Lei do Desempenho Esperado: Quanto menos a empresa oferece em

troca do trabalho (e aqui não falamos apenas de dinheiro), maior será a diferença

entre o desempenho que ela espera e o desempenho que efetivamente recebe do

colaborador, pois a percepção deste quanto aquilo que provém da empresa tende,

na média (coletiva) e no longo prazo, a se configurar em injustiça quanto à sua

recompensa.

2.3.6. Lei da Motivação: A motivação é um bem exclusivo do indivíduo e que

não está de maneira alguma sob o controle da empresa. Uma vez que não pode ser

espontaneamente gerada ou atribuída somente à realização no trabalho, a

motivação pode apenas ser estimulada por uma série de fatores específicos que irão

aumentar a percepção do colaborador acerca do que o motiva no trabalho.

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2.3.7. Lei do Composto de Endomarketing: endomarketing não é o mesmo

que Comunicação Interna. É um processo gerencial, cíclico e continuado, formado

por um composto de quatro variáveis: a Empresa (o que entregamos aos

colaboradores), o Ambiente (tangível e intangível), o Trabalho (a moeda de troca do

colaborador), e por fim a Comunicação.

2.3.8. Lei da Escada Limpa: Em uma organização o endomarketing sempre

deve começar de cima para baixo: se o corpo diretivo não comprar a idéia, nada irá

mudar. Tente limpar uma escada começando pelo degrau mais abaixo e perceberá

que nunca sairá do mesmo lugar. O mesmo ocorre em uma empresa: procure

implantar qualquer iniciativa em sua empresa sem o apoio das chefias ou de suas

diretorias e perceberá que dificilmente conseguirá alcançar resultados satisfatórios.

Dentro de uma instituição pública é comum presenciarmos esta lei não se

fazer presente e por esta razão, a cada gestão que entra, quase tudo muda não

havendo continuidade nos processos de gestão. Neste contexto, é fundamental que

a alta administração queira de fato implantar um endomarketing com qualidade

visando resultados que satisfaçam os anseios da instituição e das pessoas.É o RH

atento na gestão gerencial sem esquecer de que será uma gestão com pessoas. É

preciso que o início conceitual desta lei seja em primeiro lugar encampada pelos

gestores da organização e só então ser disseminada entre seus funcionários.

2.3.9. Lei do Fluxo de Benefícios: A percepção da empresa ante o seu

colaborador é o fruto do conjunto dos fatores entregues em troca de seu trabalho, e

que é dado por um fluxo de benefícios específico, que resultará num valor percebido

da organização. O fluxo de benefícios engloba desde a remuneração financeira fixa

e variável, passando pelos benefícios tradicionais, até itens como acesso a desafios,

responsabilidade social, status, entre tantos outros possíveis. Este fluxo determinará

a solidez e o senso de justiça do colaborador para com a empresa.

2.3.10. Lei do Ambiente: Todas as trocas entre colaborador e empresa

ocorrem dentro de um ambiente, formado por uma parte tangível (as repartições,

móveis, equipamentos, etc.) e outra intangível (cultura e clima organizacional).

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Controlar este ambiente em suas duas variáveis e saber torná-lo um fator

motivacional é um espaço de atuação que deve ser ocupado pela sua empresa.

2.3.11. Lei do Trabalho: Quanto maior for o valor percebido pelo colaborador

em relação ao Fluxo de Benefícios da empresa, maior será o seu desempenho em

troca. O trabalho é o valor “pago” pelo indivíduo por aquilo que recebe da empresa,

e cabe a esta saber claramente o que espera das pessoas a partir daquilo que

oferece, e isso deve ser transparente às pessoas.

2.3.12. Lei da Constante da Comunicação: Mesmo que a empresa não

possua formalmente um processo de comunicação interna, ela sempre irá existir e

ser praticada pelos seus colaboradores por meio de canais informais, a famosa

“rádio corredor” ou “rede boato”. A empresa que não pratica a comunicação interna

está apenas deixando de participar de um processo que irá ocorrer da mesma

maneira, mas sem o controle ou a direção favoráveis.

A intranet aqui seria uma das maneiras eficazes, entretanto não havendo a

informalidade nos canais de informações é inevitável.Torna-se então importante

manter seus colaboradores num bom nível de satisfação para que os mesmos

transmitem conteúdos absorvidos a outros de forma positiva em relação à empresa

a qual se integram.

2.3.13. Lei da Gestão do Endomarketing: O endomarketing é um processo

gerencial, cíclico, contínuo, e baseado em ferramentas multidisciplinares de

ativação, com o objetivo de promover a motivação das pessoas com o seu trabalho

e garantir o seu compromisso com os objetivos estratégicos, contribuindo assim à

obtenção de melhores resultados a partir de desempenhos superiores.

2.3.14. Lei do Discurso Contraditório: A variação de desempenho de um

colaborador é o resultado direto da diferença entre o volume de comunicação que

orienta a sua tomada de decisão, normalmente gerada pela empresa, e o volume de

comunicação contraditória, que na maioria das vezes é gerada pela sua chefia

direta.

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2.3.15. Lei dos Pontos de Pressão: Numa organização sempre existem duas

concentrações de público interno que funcionam como grandes pontos de pressão

positiva e negativa, diametralmente opostos, e que agem sobre a massa de pessoas

em geral. Identificar estes públicos e promover o controle positivo sobre ambos é um

espaço de atuação que deve ser ocupado pela empresa.

2.3.16. Lei dos Cenários de Representação: As pessoas tendem a resumir a

empresa e o seu universo de existência e relações com base apenas nos cenários

onde atuam. Os colaboradores que trabalham em um sector desorganizado vêem

toda a sua empresa em estado de desordem geral. Cabe a empresa perceber estes

cenários e atuar sobre eles, o que reduz custos e aperfeiçoa investimentos.

Temos a tendência em generalizar conceitos na ambiência organizacional a

qual pertencemos. Neste contexto, é necessário estarmos devidamente motivados e

satisfeitos, para que possamos manifestar nossas concepções e experiências uma

vez mais positivamente.

2.3.17. Lei das Fases de Implantação: Todo processo de endomarketing

deve respeitar quatro fases distintas de implantação, e que estão determinadas de

acordo com a capacidade dos colaboradores de cada empresa em assimilarem os

conceitos (Fase do Despertar), saírem de suas zonas de conforto (Fase do

Envolver), e partirem para a ação (Fase do Construir) em busca de metas elevadas

(Fase do Superar).

2.3.18. Lei do Discurso Único: Toda empresa deve ter apenas um discurso a

ser comunicado aos seus colaboradores, forte o bastante para se manter vivo ao

longo do tempo, e com volume de conteúdo capaz de permitir desdobramentos e co-

relações com os demais temas que permeiam a organização.

2.3.19. Lei da Capacidade dos Canais Internos: O número de canais

existentes e de diferentes formatos em uma empresa não está diretamente

relacionado a qualidade da comunicação interna da organização. Cada canal interno

de comunicação possui uma capacidade limitada e específica de gerar relevância,

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transmitir informações e promover conteúdos, devendo a empresa perceber a sua

demanda ideal de canais.

2.3.20. Lei dos Tipos de Conteúdos Editoriais: o conteúdo presente em um

canal interno de comunicação sempre deverá possuir pelo menos um dos quatro

tipos de linha editorial interna (Estratégica, Informativa, de Serviço, Humana), ou

ainda a combinação entre elas de forma a complementarem-se e favorecerem a

relevância do canal de comunicação.

2.3.21. Lei da Estética e do Discurso: A estética e o discurso praticados pela

comunicação interna devem estar alinhados para o público interno ao qual se

destinam, e não para a instituição e a forma como esta e seus produtos se reportam

externamente. A exceção a esta Lei está nas áreas comerciais que tendem a

reproduzir os padrões e estilos dos clientes com os quais relacionam-se.

2.3.22. Lei do Referencial Externo: As pessoas trazem de fora da empresa

os seus referenciais de boa comunicação, e baseiam-se em suas experiências com

as mídias externas para relacionarem-se com os canais internos da organização. A

empresa, quando utilizar de canais e ações internas que possuem análogos

externos, deve seguir o formato já consagrado e consolidado pela comunicação

social.

Quando chegamos a uma empresa trazemos a nossa bagagem de conceitos

e de comportamentos daquilo que entendemos de uma comunicação. Neste

aspecto cabe aos gestores estarem atentos em ampliar e difundir o que surgir de

bom, assim como o inverso é verdadeiro no que se refere à uma comunicação

interna de má qualidade.Discernir e estimular o que poderá vir agregar de positivo

é fazer parte de uma gestão moderna e inteligente.

2.3.23. Lei da Segmentação Interna: Uma única estratégia de endomarketing

e comunicação interna não é capaz de atingir plenamente a todas as pessoas de

uma organização. Cada empresa possui um número próprio de segmentos de

público que devem receber a mesma mensagem que o restante da organização,

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mas através de estratégias específicas de ativação, quer na sua forma, estética ou

discurso.

2.3.24. Lei do Retorno: O aumento do desejo dos colaboradores em possuir

meios de dar retorno à empresa é diretamente proporcional ao volume de

comunicação interna praticada pela organização. Deve a empresa prever este

cenário inevitável, estando preparada para gerar um canal interno de comunicação

específico para tal, e principalmente possuir lideranças formados para o momento.

2.3.25. Lei da Oralidade: As pessoas preferem à comunicação oral e

esperam isso de seus lideres diretos. A evolução eficiente de um programa de

endomarketing está presente na diminuição gradual de material impresso ou que

utilize de outros meios de comunicação que não sejam a oralidade, em especial a

praticada por multiplicadores legitimados ou líderes diretos.

O RH precisa estar atento às novas comunicações internas que surgem ou

que já existem e que funcionam. Os murais poluídos de informações já não atendem

mais a todos. A oralidade coloca o endomarketing em evolução, por ser uma

ferramenta que possibilita o RH mover informações não só convencionalmente com

cartazes, mas também com àquela que proporciona e dissemina mais veracidade,

que é a comunicação oral repassada entre as pessoas, revelando um “feedback in

loco” sendo a lei da oralidade um canal de comunicação de fácil assimilação por

todos.

Podemos ainda enfatizar que “ O norte cultural que definirá o direcionamento

de todas as pessoas dentro da empresa é o do comprometimento ”, (CERQUEIRA,

1994, p.10) e sendo assim, há maneiras diferentes de respondermos aos estímulos

recebidos em nossas relações pessoais e profissionais. Em princípio concordamos

aparente e mecanicamente; “ ok “, “ tudo bem “ , podendo ou não estarmos de

acordo. Neste caso a adesão à ordem dada é superficial sendo uma concordância

meramente por conveniência, receios, obediência, etc. Nesta relação nossa

aceitação se dá no nível externo, que poderíamos chamar aqui de envolvimento com

tendência a relaxarmos na qualidade.

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Diferente quando recebemos um estímulo no qual há uma adesão interna a

respeito à idéia, à ordem ou pedido da hierarquia. Sentimo-nos motivados e se

estabelece uma relação positiva, de realizarmos com qualidade nossas tarefas.

A busca pela eficiência está relacionada estreitamente com a auto-estima

das pessoas, que deve ser desenvolvida sempre que possível. Assim, essa força

interior que nos move levará a cada um de nós um estado de satisfação tão

presente que irá gerar o comprometimento e não só o envolvimento.

Podemos compreender, quando há uma aceitação externa, superficial

quanto ao pedido, temos uma reação negativa e com pouca adesão. Isso é próprio

do ser humano, um processo natural de defesa psicológica que acontece nas

relações de trabalho.

Logo, havendo aceitação interna, surge o comprometimento; uma reação

positiva que agrega integração da pessoa na ambiência organizacional e motiva a

executar nossos trabalhos bem feitos. Sentimo-nos emocionalmente receptivos à

idéia, à proposta, à ordem, gerando em nós o compromisso por inteiro sustentado

por uma base motivacional voluntária e não imposta.

Ver o anexo referente às Leis do Endomarketing.

Estarmos comprometidos é contribuir !

No capítulo seguinte iremos abordar como a Cultura Organizacional interfere

no meio ambiente dos nossos colaboradores.

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CAPÍTULO III

CULTURA ORGANIZACIONAL

Os Recursos Humanos quando atento e inteligente percebe que seus

colaboradores paralisados em “platôs” profissionais estão suscetíveis, passíveis a

assumirem posturas que dificultam mudanças. As pessoas cada vez mais almejam ,

mas ainda não buscam claramente as sua autonomias, suas liberdades em suas

opções de carreira. As organizações precisam de pessoas com perfil empreendedor

com condições de interagir preservando a individualidade tanto da empresa quanto

de seus funcionários.

No Brasil estas práticas ainda são tímidas, pois aqui não fomos estimulados

a pensar de forma direta quanto ao nosso desenvolvimento profissional. É a

empresa quem direciona as ações de treinamento visando o desenvolvimento. É ela

quem mapeia trajetórias profissionais.

É um desafio ! Conciliar as expectativas das pessoas simultaneamente com

as das empresas de fato não é fácil, mas é sem dúvida alguma um norte de

sucessos futuros , que acarretarão envolvimentos e principalmente maiores

comprometimentos pessoais, profissionais e consequentemente produtividade de

melhores resultados.

Segundo Chiavenato, (1993, p.609) “ Todo povo tem a sua cultura própria

.E também toda organização tem a sua cultura.” A maneira como as pessoas agem

e interagem dentro de uma instituição é o que podemos chamar de cultura

organizacional, que tem como base um conjunto de valores, crenças, hábitos,

tradições, comportamentos e também de relacionamentos sociais bem

característicos em cada ambiência organizacional.

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O Recursos Humanos devem agregar valores para a organização, para seus

funcionários, para o seu público e para a sociedade em geral.

Chiavenato (2004), aborda importantes questões sobre o que significa o

valor para a organização, que devem ser observadas e analisadas “a priori”, tanto no

processo decisório , como também nas atitudes das pessoas dentro da organização.

Outro é o valor para as pessoas, que são as suas expectativas, os seus sonhos

mais prementes. É diferente do valor para o acionista, ou para uma empresa que

visa o lucro, pois o retorno que é percebido aqui é também avaliada as transações

financeiras que mantém com a organização. Já o valor para o cliente, este retorno

percebe e avalia em suas transações com a organização ao adquirir seus serviços

ou produtos.

O importante é que a organização saiba aumentar simultaneamente todos

esses valores para garantir a satisfação de todos os seus parceiros.

Este sistema não é estático e nem permanente. De acordo com as

condições internas e externas, ao logo dos anos a cultura organizacional vai

sofrendo mudanças, algumas com alterações muito significativas renovando sua

cultura, inovando, mantendo sua integridade e personalidade, enquanto outras de

forma mais lenta e resistente permanecem atadas a padrões bem arcaicos que

muitas vezes favorecem entraves na sua atuação no mercado.

Culturas que são maleáveis se adaptam muito melhor e ficam mais

suscetíveis às inovações e mudanças que se fazem necessárias num dado

momentos gerenciais, já as de difíceis adaptações, por sua rigidez permanecem

menos competitivas no mercado institucional ou empresarial. Essas se caracterizam

pela manutenção de costumes arraigados ficando no mesmo “status quo” anos e

anos seguidos.

Logo, a cultura pode ser flexível e impulsionar a organização, como também

pode ser rígida e travar seu desenvolvimento. Quanto mais sólida é a cultura, mais

intenso será o comprometimento entre os membros em relação aos valores e

consequentemente mais difícil de mudar.

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Chiavenato (2004), alerta que os padrões e estilos de atitudes dos

funcionários é o que fica mais em evidência e é o facilitador de uma possível

mudança. Entretanto, aqueles valores que foram sendo agregados com o passar do

tempo, esse fica mais invisível e por isso torna-se mais complexa a mudança, que

poderá ou não acontecer e sendo assim de uma forma bem mais gradativa.

A cultura organizacional pode ser um fator de sucesso ou de fracasso das

instituições e a cultura corporativa é um dos determinantes neste contexto, pois tem

um forte impacto sobre o desempenho econômico da organização a longo prazo.As

bem-sucedidas estão atualmente adotando flexibilidade e o entendimento de não só

respeitar, mas, sobretudo se sensibilizar no que se refere às diferenças sociais e

culturais de seus colaboradores.

Uma gestão tanto no âmbito público ou não é constituída de e com pessoas.

Portanto, humanizar é preciso.

Segundo Chiavenato (1993, p.608) “Toda organização atua em determinado

meio ambiente e sua existência e sobrevivência dependem da maneira como ela se

relaciona com esse meio”. Portanto, a cultura organizacional interfere internamente

na ambiência e sua estruturação deve estar alinhada às condições e situações na

qual ela está inserida.

Além da cultura podemos salientar o clima organizacional que constitui um

meio interno, uma espécie de termômetro que avalia características e necessidades

humanas essenciais de seus participantes. Esta ambiência pode ser bem elástica e

irá variar , conforme seus colaboradores se sentem em relação a instituição a qual

pertence. Porém, existem dificuldades em conceituar o clima organizacional , pois

esta ambiência é percebida de maneira diferente por também diferentes pessoas.

No entanto, a ambiência organizacional envolve vários graus, como o tipo de

organização, a tecnologia aplicada ali, as políticas de gestão, , os regulamentos

internos. Em fim, a cultura organizacional e o meio interno é um sistema e humano,

com características próprias, com sua própria cultura e seu próprio clima

organizacional. Todos esses mecanismos precisam ser continuamente observados,

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monitorados, analisados e aperfeiçoados para que gerem motivação e

consequentemente maior produtividade.

Chiavenato (2004,p.173) “Toda cultura organizacional representa as

percepções dos dirigentes e colaboradores da organização e reflete a mentalidade

que predomina na organização.” Essa cultura é percebida pela maneira como lida

com sal clientela, com seus funcionários, como ela negocia com seus fornecedores

se for o caso, a dimensão dada a autonomia em suas unidades de gerenciamento e

também pela fidelização de seus funcionários a respeito da empresa . A cultura

organizacional mapeia a realidade que impera no meio ambiente.

A cultura organizacional encontra-se num lugar privilegiado na instituição e

poderíamos até dizer que ela é a espinha dorsal que norteia o comportamento das

pessoas muitas das vezes de forma sutil , implícita, naturalmente incorporada no

dia-a-dia de um setor, departamento e até em toda a sua educação corporativa.É

por esta razão que algumas empresas têm sua marca tão forte no mercado, as

pessoas se reportam ao que ela tem de mais evidente e são essas peculiaridades

tão próprias que fazem com que seus funcionários fiquem impregnados de valores,

onde a cultura organizacional representa um universo simbólico que proporciona

referencial de comportamentos que acabam influenciando a assiduidade,

produtividade, pontualidade, na motivação em buscar a qualidade nos serviços

prestados ao seu público-alvo.

Assim, ao longo dos anos a cultura é transmitida, disseminada entre os

membros da organização, revelando a sua real identidade. Cada organização cultiva

e mantém a sua própria cultura.

A seguir abordaremos o quarto e último capítulo sobre Recursos Humanos e

Gestão de Pessoas.

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CAPÍTULO IV

RECURSOS HUMANOS X GESTÃO DE PESSOAS

A área de Recursos Humanos deixou de ser um mero departamento de

pessoal para se tornar o personagem principal de transformação dentro da

organização. Há pouco tempo atrás, o departamento de Recursos Humanos atuava

de forma mecanicista, onde a visão do empregado prevalecia à obediência e a

execução da tarefa, e ao chefe, o controle centralizado.

Hoje o cenário é diferente: os empregados são chamados de colaboradores,

e os chefes de gestores. Pode-se afirmar que gerir pessoas não é mais um fator de

uma visão mecanicista, sistemática, metódica, ou mesmo sinônimo de controle,

tarefa e obediência. É sim discutir e entender o disparate entre as técnicas tidas

como obsoletas e tradicionais com as modernas, juntamente com a gestão da

participação e do conhecimento.

A gestão de pessoas visa a valorização dos profissionais e do ser humano,

diferentemente do setor de Recursos Humanos que visava a técnica e o

mecanicismo do profissional.

É tempo de mudanças nas instituições públicas mudarem na forma de

governar, na forma de administrar, na forma de se relacionar no trabalho.

Estamos conscientes de que dentro desse processo de mudança de cultura,

em que valores ultrapassados são diariamente superados pela imposição de um

cenário caracterizado pela transparência e o inter-relacionamento, o serviço público

só poderá cumprir com perfeição o papel a ele atribuído se puder contar com um

modelo moderno de gestão.

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Nesse contexto, quanto mais integrada a pessoa estiver ao seu ambiente de

trabalho, maior e melhor será sua colaboração para o sucesso da instituição.

Segundo o dicionário Aurélio, a definição dos termos é a seguinte:

Recursos – são expedientes, um meio para resolver os problemas.

Humanos – pertencente ou relativo aos homens. Gestão – ato de gerir,

gerência.

Pessoas – homem ou mulher. Cada ser humano considerado na sua

individualidade física ou espiritual, portador de qualidades que se atribuem

exclusivamente à espécie humana, quais sejam, a racionalidade, a consciência de

si, a capacidade de agir conforme fins determinados e o discernimento de valores.

O termo recursos humanos era cabível quando as pessoas eram vistas nas

empresas e nas organizações como mão-de-obra. Considerar pessoas como

recursos devem ser revisto, uma vez que o indivíduo dispõe de uma autonomia

relativa em suas dimensões biológicas, psicológicas e sociais.

A gestão de pessoas é caracterizada pela participação, capacitação,

envolvimento e desenvolvimento das pessoas. Seu objetivo é conciliar e aproveitar

as competências de cada colaborador, isto é, o conjunto de conhecimentos,

habilidades e aptidões, para atingir os objetivos da instituição.

Hoje, muitas instituições públicas e privadas reconhecem que, para

atingirem os objetivos, as pessoas não podem ser consideradas como um mero

recurso a ser utilizado para atingir um fim, deve, todavia, ser tratadas como agentes

que não necessitam ser gerenciadas, mas lideradas, educadas e orientadas para

produzirem e contribuírem mais. O setor de gestão de pessoas é responsável pela

formação do colaborador que a instituição deseja, de modo que suas ações sejam

referendadas nos princípios da ética, do trabalho em equipe, do conhecimento da

missão, visão e objetivos da organização.

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Os resultados obtidos dependem, em boa medida, do comportamento das

pessoas no trabalho. Deste modo, alinhando as expectativas da pessoa com os

objetivos institucionais, o trabalho pode transformar-se, paulatinamente, numa

situação de ganho para ambos.

Vivemos na sociedade do conhecimento, onde o talento humano e suas

capacidades são vistos como fatores competitivos no mercado de trabalho

globalizado. Porém, esse talento e essa capacidade tem que ser vista com outros

olhos, olhos de colaboradores e não de concorrentes. Necessitamos assim, resgatar

o papel do ser humano na organização, a fim de torná-los competentes para atuar

em suas atividades como colaboradores. É com este cenário que as organizações

devem ter a visão de que o Capital Humano será seu grande diferencial.

Assim surge um novo conceito em gestão de pessoas, os avanços

observados nas últimas décadas têm levado as organizações a buscarem novas

formas de gestão com o intuito de melhorar o desempenho, alcançar resultados e

atingir a missão institucional para o pleno atendimento das necessidades dos

clientes. Nota-se também que o sucesso das organizações modernas depende, e

muito, do investimento nas pessoas, com a identificação, aproveitamento e

desenvolvimento do capital intelectual.

Observamos que existe um grande esforço no sentido de mudar do antigo

modelo burocrático para um modelo de gestão gerencial, que em muitos casos

grandes avanços aconteceram, como por exemplo, a introdução de novas técnicas

orçamentárias, descentralização administrativa de alguns setores, redução de

hierarquias, implementação de instrumentos de avaliação de desempenho

organizacional.

A real vantagem competitiva no mercado não está somente representada no

financeiro ou nos altos investimentos em tecnologia, entre outros exemplos que

poderíamos citar, mas sim nas pessoas que compõem a organização, que

movimentam tudo isto no cotidiano. A partir da década de 90, com as profundas

mudanças nos cenários nacional e Internacional como a globalização, tiveram a

necessidade urgente de buscar novos paradigmas de gestão.

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Assim, precisamos quebrar os velhos paradigmas para entender a empresa

e as pessoas como gestoras e colaboradoras bem como entender o novo conceito

de gestão de pessoas. Se analisarmos, perceberemos que o papel do colaborador é

mais participativo, ele tem maior autonomia em suas atividades, cooperação nas

decisões com seus gestores, facilidade na interação, aprendizagem, conhecem a

empresa e participam dos negócios.

Porém, o discurso tem que ser unido com a prática, ou seja, a gestão de

pessoas tem que efetivamente acontecer na prática. Entretanto, algumas questões

cruciais permanecem pendentes e precisam ser enfrentadas. Um dos caminhos que

poderão ser percorridos é o aprimoramento da gestão de pessoas, tendo como

premissas a valorização do capital intelectual e a modernização do processo

produtivo.

O setor de Recursos Humanos era um mero departamento mecanicista que

cuidava da folha de pagamento e da contratação do profissional que exigia desse

profissional apenas experiência e técnica, não havia um programa de capacitação

continuada do profissional.

A Gestão de Pessoas é caracterizada pela participação, capacitação,

envolvimento e desenvolvimento do bem mais precioso de uma organização que é o

Capital Humano, que nada mais são que pessoas que a compõe.

Cabe a área de Gestão de Pessoas a nobre função de humanizar as

empresas. um assunto tão atual na área de Administração, mas que ainda é um

discurso para muitas organizações, ou pelo menos não se tornou uma ação prática.

Compete ao Departamento de Recursos Humanos promover, planejar, coordenar e

controlar as atividades desenvolvidas relacionadas à seleção, orientação, avaliação

de desempenho funcional e comportamental, capacitação, qualificação,

acompanhamento do pessoal da instituição num todo, assim como as atividades

relativas à preservação da saúde e da segurança no ambiente de trabalho da

Instituição.

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O setor de gestão de pessoas tem uma grande responsabilidade na

formação do profissional que a instituição deseja, objetivando o desenvolvimento e

crescimento da instituição como o do próprio funcionário, tido como colaborador para

adquirir os resultados esperados.

Para isso a gestão de pessoas procura conscientizar esse colaborador de

que suas ações devem ser respaldadas nos seguintes princípios: Desenvolvimento

responsável e ético de suas atividades; Capacidade de atuação baseada nos

princípios da gestão empreendedora; Capacidade de realização de tarefas que

incorporem inovações tecnológicas; Capacidade de trabalhar em rede; Capacidade

de atuar de forma flexível. Conhecimento da missão e dos objetivos institucionais

das organizações em que atuam; Dominar o conteúdo da área de negócio da

organização; Capacidade de atuar como consultor interno das organizações em que

trabalham, entre outros.

Para desenvolver essas ações o gestor também deve ter: Visão sistêmica,

Trabalho em equipe, bom relacionamento interpessoal, Planejamento, Capacidade

empreendedora, Capacidade de adaptação e flexibilidade, Cultura da Qualidade,

Criatividade e comunicação, Liderança, Iniciativa e Dinamismo. O desenvolvimento

dessas habilidades e competências é importante, tanto para o gestor como para o

colaborador, pois envolvem elementos da personalidade das pessoas aplicados à

sua práxis profissional., representando então um processo de integração entre as

características individuais e as qualidades requeridas para missões profissionais

específicas.

A Instituição atualmente deve se preocupar, construir e manter

permanentemente um ambiente e clima de trabalho propício ao bem-estar, à

motivação e à satisfação de todos os servidores, através de sistemáticas próprias

objetivando o bem estar e satisfação dos colaboradores.

Existem algumas premissas básicas para um bom ambiente de trabalho que

devem ser fomentadas pela gestão de pessoas e desenvolvida por todos na

instituição: reconhecer o potencial humano como o recurso estratégico mais

importante para o desenvolvimento e sucesso institucional; envolver e comprometer

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todos os servidores no trabalho de melhoria do serviço público, com ênfase na

participação dos mesmos no processo de gestão; identificar que é necessário

capacitar e profissionalizar o servidor para que desenvolva e utilize seu pleno

potencial de modo coerente e convergente com os objetivos estratégicos da

instituição; manter todos os esforços para criar e manter uma cultura organizacional

que conduza à excelência do desempenho a ao crescimento individual e

institucional; reconhecer os elementos da sociedade: os cidadãos, considerados

individualmente ou em suas entidades associativas, e as instituições de direito

público e privado como clientes naturais da instituição; centrar o foco das atividades

das instituições nos cliente, conhecendo-os, relacionando-se com eles, medindo-

lhes o nível de satisfação e induzidos ao controle social.

A gestão de pessoas em geral, ainda está muito vinculada ao paradigma

mecanicista, tendo absorvido pouco do paradigma holístico, que abrange muito mais

profundamente as áreas de atuação humana.

O termo Holismo vem do grego holos, quer significa todo, tudo. É a idéia de

que as propriedades de um sistema não podem ser explicadas apenas pela soma de

seus componentes. O holismo é o resgate da dimensão ética no sentido mais

profundo. Consiste num compromisso com o todo, com o global, com a humanidade,

com a preservação da natureza e com o estabelecimento de uma relação

revolucionária entre homens, animais e plantas.

Todos elementos fazem parte de um grande corpo. O holismo traz uma

proposta de vida integral. Trata-se de um caminho que não é novo, haja vista que

encontra respaldo no pensamento dos pré-socráticos. Verdadeiramente, o holismo é

uma proposta que visa à superação das tradicionais relações de poder e de

fragmentação.

Com vistas à melhoria contínua do processo de Gestão de Pessoas que vem

sendo desenvolvido por varias instituições por meio do pensamento sistêmico,

promover maior integração entre os diversos grupos da organização; criar nas

equipes de trabalho uma consciência profissional, proporcionando meios para o

resgate da auto-estima; intensificar o treinamento; investir no desenvolvimento

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profissional e pessoal não só por intermédio de cursos, mas também de inovações

no sistema de trabalho; permitir que o funcionalismo busque o seu próprio

crescimento profissional; reconhecer por meio de prêmios ou simplesmente por

intermédio de elogio, oferecer feedback quanto ao desempenho; levar o funcionário

a interagir com a comunidade, enfatizar a responsabilidade social da organização e

do trabalho de cada pessoa., criar ambientes físicos de trabalho seguros e

agradáveis; avaliar constantemente o bem-estar e a satisfação pessoal dos

funcionários; disponibilizar recursos (materiais, tecnológicos equipamentos, entre

outros.) essenciais à execução do trabalho.

O trabalho humano em organizações tem merecido a atenção de muitos

estudiosos, tentando compreender os fatores que influenciam o desempenho das

pessoas no ambiente de trabalho. Isto porque tudo que uma organização é capaz de

realizar depende, em última análise, das pessoas com que conta

Planejamento, marketing, direção, controle, arrecadação de fundos e as

atividades fim estão diretamente relacionados aos conhecimentos, atitudes e

habilidades que as pessoas trazem e desenvolvem ao longo de sua vida pessoal e

profissional, nesse contexto a gestão de pessoas torna-se algo essencial na

instituição. Isto vale para todas as organizações, independente da atividade a que se

dedicam.

A peculiaridade está em dar aos recursos humanos um tratamento

adequado aos propósitos da organização e aos valores que ela expressa. Por isso,

não é raro encontrarmos autores que sustentam que o primeiro público a ser

considerado por uma organização é o público interno.

Em linhas gerais, uma organização não será capaz de demonstrar respeito

por seus consumidores se não praticar este mesmo princípio internamente, até

porque são os recursos humanos da empresa que possuem contato direto com os

públicos externos.

O que vem ajudar o desenvolvimento e o conhecimento da área de Gestão

Estratégica de Pessoas é a visão sistêmica e holística sobre os processos

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organizacionais e as pessoas na relação de trabalho, ou seja, uma visão integral. O

cartesianismo fragmentou a pessoa humana, dividiu em partes a educação, a

sociedade, a tecnologia e também a própria gestão de pessoas, que busca

atualmente uma unidade de pensar e agir, não necessariamente uma uniformidade.

Outro fator que ajuda a desenvolver um ambiente mais agradável na

instituição é refletir os aspectos estruturais, operacionais e comportamentais que

envolvam o gerenciamento de pessoas, isto é compreender a instituição e as

pessoas. Outro fator que contribui é instrumentalizar as pessoas para que viabilizem

a tomada de decisão mais assertivas, através do desenvolvimento de outras

práticas, tais como os valores humanos, moral, ético e a própria solidariedade.

Ao falar de gestão de pessoas em um primeiro momento lembramos de

recrutamento e seleção de pessoas, mas não é só isso, temos inúmeras atividades

que são desenvolvidas como: treinamento e desenvolvimento de pessoas, cargos e

salários, benefícios, questões trabalhistas, segurança do trabalho, entre outros. Os

objetivos da gestão estratégica de pessoas devem estar bem claros e definidos para

que haja definitivamente sucesso na empresa.

Um desses objetivos certamente é ajudar a empresa a realizar seu trabalho

com êxito, bem como possibilitar competitividade, colaboradores e não

simplesmente funcionários, mas essa relação tem que ser recíproca tanto do

funcionário quanto da empresa, assim ambos necessitam de motivação. A

motivação é o que vai garantir qualidade nas ações desenvolvidas, para isso faz

necessário refletir, tanto por parte da empresa quanto do funcionário se o serviço

desenvolvido é o serviço que lhe agrada, pois o que está em jogo é a própria

felicidade e realização pessoal e não apenas o emprego ou a função que

ocupa.Quanto a esse aspecto precisamos estar em alerta.

O gestor de pessoas deve ter sempre uma perspectiva daquilo que quer,

pensar no futuro, e para isso faz-se necessário um planejamento estratégico

organizacional, deixando os objetivos bem claros e como meta. Para isso acontecer

é necessária a participação e colaboração de todos na empresa, assim a

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responsabilidade são de todos, neste sentido o espírito de equipe é essencial. A

sinergia entre as equipes aqui funciona muito bem.

A superintendência de recursos humanos num órgão público por exemplo

pode em muito contribuir para o crescimento da instituição de diversas formas, a

mais importante considera-se a responsabilidade em ser técnico, especialista na

área que se propõe, ou seja profissional naquilo que faz, porém ser apenas

profissional não basta, tem que ser humano também, ou seja os valores humanos

contribuem significativamente para o crescimento e sucesso do órgão, bem como

ser parte integrante do planejamento estratégico da organização assim como

incentivar o alcance dos objetivos individuais e de todo o complexo organizacional.

Desenvolver a qualidade de vida vem sendo um dos grandes desafios da

atualidade em várias instituições e também nas próprias pessoas, visando não só a

produtividade e a motivação da pessoa humana, mas também o próprio bem estar

social que esta pessoa merece, ou seja, dignidade humana e reconhecimento não

só salarial, mas nas próprias ações trabalhistas e pessoais que desenvolve.

Entretanto, o individualismo é sempre criticado, porém se faz necessário

uma análise mais profunda sobre esta atitude, pois é um sinal de liderança e ao

mesmo tempo um potencial que precisa ser mais bem conduzido e explorado e não

simplesmente criticado, um individualismo no sentido positivo. Porém, quando

negativo não havendo espírito de equipe , sem tolerância, isso poderá gerar conflitos

diretos, se bem que, liderança em uma equipe não é algo para todos, existe um

perfil que surge no dia-a-dia de forma clara dentro do setor.

Outro fator é a particularidade que cada pessoa possui, também essencial

para o crescimento da instituição. Não podemos esquecer que vários gênios da

humanidade foram pessoas solitárias e com dificuldade de relacionamento, no

entanto deram uma grande contribuição social e científica para a sociedade e para

humanidade.

O gestor deve ter sempre um espírito crítico, uma opinião própria e uma

grande capacidade de flexibilização, tendo em vista as grandes e rápidas

transformações sociais que ocorre no mundo, como a globalização. Assim as

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soluções e procedimentos de problemas e conflitos é algo presente na realidade

gerencial e é necessário encaminhamentos imediatos a fim de que não tragam

novos problemas ,isto é, o governante, o gestor deve ter capacidade de prever os

fatos e encaminhar soluções para que tal fato não ocorra e se ocorrer a solução

deve ser rápida se não o fato pode ir aumentando de tal forma que não haja mais

solução.

Não podemos esquecer que a mão de obra são os seres humanos e não

simplesmente objetos de mais valia, são as pessoas que fazem a instituição

desenvolverem-se esses seres humanos é o que dinamiza a instituição, o que

impulsiona, sendo assim, devem ser sempre tratadas com respeito, afeto, tolerância,

solidariedade, formando um profissional humano e não apenas técnico.

Não só nas instituições, mas na própria vida, o comportamento ético vem

sendo muito requisitado, por questões simples, confiança e respeito, tal

comportamento é uma grande necessidade para crescimento de uma empresa e

também pessoal, tal atitude trás junto de si a questão da responsabilidade social,

também muito debatida, requisitada e presente na sociedade atual, a fim de evitar

conflitos pessoais que possam atrapalhar o bom andamento da vida da pessoa e

também da própria vida da empresa. O gestor na área de Gestão de pessoas deve

ser nesse sentido um facilitador para que as relações ocorram dentro dos princípios

e missão da instituição.

Certamente será este o diferencial que vai motivar a pessoa, que vai

fomentar nela o espírito de socialização, de trabalho em grupo e por ai vai, gerando

crescimento tanto pessoal como social e para a própria instituição também. Tal ação

vai fazer com que as pessoas se tornem parceiras e não apenas funcionários,

conduzindo a organização ao sucesso, criando ai laços pessoais, tornando ativa na

instituição e até mesmo na sociedade, enfim dando um novo sentido ao trabalho, a

vida e as coisas.que as rodeiam.

Um dos grandes obstáculos para o crescimento corporativo e

consequentemente da empresa é a falta de pessoas eficientes, a perda de

entusiasmo, a falta de motivação, que a meu ver em muitos casos pequenas ações

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de valorização do quadro pessoal já seriam significativo. Não podemos esquecer

que estamos trabalhando com pessoas humanas e não com instrumentos ou

máquinas.

Os funcionários não são apenas técnicos ou recursos, são seres humanos

dotados de uma série de fatores, inteligência, razão, emoção, sentimentos, que

precisam ser mais valorizados no seu todo, ou seja, de forma integral, holística.

Esses funcionários se visto como parceiros, co-responsáveis pela empresa, assim

terão maior produtividade e desenvolvimento, estarão preocupados e envolvidos

com as metas, com os resultados, com os clientes, com a empresa, com os colegas

de trabalho, com o próprio bem estar social, pessoal e dos demais ao seu redor.

Chiavenato (2002), enfatiza“ Vivemos na sociedade do conhecimento, onde

o talento humano e suas capacidades são vistos como fatores competitivos no

mercado de trabalho globalizado.”

Necessitamos resgatar o papel do ser humano na organização pública, a fim

de torná-los competentes e mais ágeis em suas atividades profissionais dando

espaço para que seus talentos sejam revelados.Isso não pode ser mais olhado

como algo bonito , mas distante da prática e sim com um olhar confiante de uma

gestão que se propõe a mudar, inovar e produzir. Isso implica às vezes grandes

riscos. É uma questão de postura de uma gestão ousada, que se arrisca sim com

propósitos de acertos, ajustes e com grandes chances de relevantes resultados.

Existem hoje no Brasil Autarquias Federais que estão no mercado brasileiro

e internacional, porque tiveram gestores audaciosos que primaram na busca

incessante pela excelência. O Endomarketing está lá de forma transparente, no dia-

a-dia de suas empresas movendo seus colaboradores, impulsionando-os, fazendo-

os a acreditarem que dentro de uma instituição pública também é possível e real o

tão importante comprometimento de todos os envolvidos.

Podemos e devemos compactuar com a tecnologia num mercado tão

globalizado, mas sem perdermos o foco humano. Será ele a mola mestra de

profundas mudanças e de novos paradigmas de gestão pública.

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Neste contexto um dos caminhos a ser percorridos é aperfeiçoar a gestão de

pessoas, tendo como premissas a valorização do capital intelectual e a

modernização do processo produtivo. O RH era um mero departamento cartorial que

ficava a frente da folha de pagamento, da contratação do profissional que exigia

desse profissional apenas a experiência e técnica, não existia a visão de que era

preciso capacitar e não um programa contínuo desta capacitação.

O RH Estratégico percebeu que era preciso avançar !! E avançou. É

atualmente caracterizada pela participação, pelo envolvimento e desenvolvimento do

bem mais precioso de uma organização, que é o seu capital humano.

Cabe à Gestão de Pessoas utilizando um Endomarketing como ferramenta

de gestão a busca por uma produtividade maior e também a nobre função de

humanizar as empresas mais especificamente órgãos públicos hoje um pouco

fragilizado e desacreditado diante da sociedade. É uma ótima parceria e

compreendermos RH x Gestão de Pessoas é um dos grandes desafios.

Por fim, compreendermos de fato essa relação entre recursos humanos e

gestão de pessoas, torna-se cada vez mais premente, para que possamos colocar

em prática tudo aquilo que percebemos que dá certo, que funciona. Uma área

atualmente muito rica por ter o capital humano a frente de todos os

empreendimentos, uma força que surge, move e age.

Esperamos ter contribuído com esses estudos mais um entendimento e que

este alimente cada vez mais o nosso futuro de grandes avanços tecnológicos hoje

tão globalizados, mas principalmente que tenhamos sempre em mente que somos

nós, os humanos, que fazemos e faremos o diferencial, em todos empreendimentos

e em todo o complexo organizacional que prima pela qualidade nas instituições

públicas brasileiras.

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CONCLUSÃO

Diante desses estudos sobre endomarketing, mostramos como fazer bem o

próprio marketing , por meio também de uma comunicação interna eficiente, de

trabalhos bem desenvolvidos entre seus colaboradores, integrando todos os

departamentos da organização.

Entendemos que o Endomarketing oferece resultados também à gestão

pública como parceira do Recursos Humanos, que com um planejamento bem

elaborado e executado, concluímos que o Endomarketing é uma ferramenta

verdadeira para buscar a excelência nos seus colaboradores internos. Estes se

sentirão tão comprometidos com a instituição a qual pertence, que essa busca pela

excelência tornará algo prazeroso e natural a todos participantes.

A cada dia mais o meio empresarial e institucional têm reconhecido a

importância de implantar um endomarketing. Já perceberam que diante de um

mercado tão competitivo os resultados são ótimos e eficazes. Sendo uma estratégia

gerencial inteligente com o foco principal em desenvolver nos colaboradores uma

consciência de melhor servir, de sentir-se de fato comprometido com a instituição a

qual pertence. Isso funciona.

É uma necessidade que emerge com força, crescente de se desenvolver e

de implantar um endomarketing. Esta necessidade não se deve só a busca da

eficiência do marketing externo, mas especialmente ao renascimento do ser humano

como a mola- mestra nos empreendimentos dentro do clima competitivo atual e

globalizado.

Uma proposta de mudanças muitas vezes está intrinsecamente ligada a

busca pela qualidade nos serviços prestados à sociedade, pois seus funcionários se

encontrarão envolvidos, comprometidos e motivados e isso alavanca o desempenho

de suas funções nas organizações.

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Assim, o endomarketing como parceiro dos recursos humanos precisa de

um acompanhamento sistemático, com avaliações periódicas dos resultados, que

inclusive poderá ser através de palestras informativas, reuniões, para que

obtenhamos a eficácia deseja. Este acompanhamento deverá ser feito por

orientadores capazes de diagnosticar pontos relevantes a serem corrigidos ou

ratificados.

A simpatia, ou o conhecimento pessoal deste pretenso orientador, não serão

requisitos para esta escolha, uma vez que esta pessoa necessitar ter ou aprender a

ter desempenhos adequados para tal função específica.de orientar.No entanto,

recomendamos que os orientadores tenham um bom nível de conhecimento em

redigir relatórios, uma boa eloqüência numa palestra dada, liderança, em fim que

venha interagir bem com seus funcionários.

Outro ponto de especial relevância é o endomarketing aliado à alta gestão

de uma organização, para que os objetivos sejam atingidos. As lideranças maiores

precisam crer nas propostas e projetos, precisam encampar as novas idéias. Isso

ocorrendo revela que os exemplos práticos primeiramente devem ser verticalizados ,

pois serão essas atitudes claras vistas e vivenciadas por seus colaboradores que

surgirão o efeito desejados por todos que compõe uma instituição pública,que

busca melhorias profundas.Todos deverão estar imbuídos do mesmo espírito, a alta

cúpula administrativa, seus departamentos, setores e servidores.

Neste contexto, a cultura organizacional avançará também horizontalmente,

disseminando internamente novos valores de maneira positiva, ágil e mais natural

possível. Esse conjunto de valores é bem dinâmico, porque as culturas que são

maleáveis se adaptam melhor e permanecem suscetíveis às inovações necessárias

ao longo do tempo. Entretanto, o inverso, ou seja, culturas muito rígidas acabam

ficando menos competitivas por não acompanhar as evoluções gerenciais e

estruturais que por ventura se fizerem necessárias no mercado institucional

brasileiro.

Atualmente, a administração publica mais especificamente na esfera federal,

vem fomentando a idéia de capacitar, qualificar e desenvolver seus servidores

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públicos. Percebemos que atos administrativos governamentais como estes que

vêm ocorrendo, torna-se bastante oportuno e o endomarketing vem atender em

vários aspectos não só gerenciais ,como também nos modelos modernos de gestão

que se caracterizam pela transparência gerando internamente uma maior

credibilidade e expectativas positivas em seus colaboradores

Diante disso, sabemos que mudar paradigmas não será uma tarefa fácil, ao

contrário, será árdua, mas que com permanência e afinco haverá grandes

probabilidades de ótimos resultados.num cenário público.

Cremos que um endomarketing planejado e executado facilitará o

entendimento dos seus colaboradores internos no sentido de compreender, almejar

e buscar a qualidade em seus próprios serviços prestados à sociedade.

Assim sendo, ressaltamos que gestões públicas ou não, são constituídas por

pessoas e como tal está ligada e alinhada a uma gerência competente de pessoas,

com acertos e falhas, mas com o firme propósito de inovar, progredir e realizar.

Portanto, será possível implantar o endomarketing numa organização

pública com poucos recursos financeiros Acreditamos nisso. A grande mola-mestra

que de fato move uma instituição é o grau de satisfação dos seus funcionários, do

orgulho de ser pertencente do meio. Os limites ficam pequenos quando nos

deparamos com colaboradores motivados e satisfeitos.

O que é priorizar primeiro sua clientela interna? É sem dúvida não apenas

ver, mas enxergar seus colaboradores como colaboradores na prática. É uma

atitude inteligente dos gestores que possuem esta visão, esses perceberam que

valorizar e dar subsídios de fato funciona.num cenário até então insosso, sem

sinergia entre as equipes. Tudo isso acoplado faz aumentar a produtividade e a

harmonia flui de forma tão natural, que diante das intempéries no cotidiano as

pessoas sentem-se imbuídas no sentido de ser não apenas título mas sim de serem

reais colaboradores

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Sugerimos que as gestões públicas passem a adotar essa ferramenta como

parceira de seu RH, que seja transmitido na prática aos seus colaboradores o

conhecimento de suas funções através de palestras informativas e por fim, que o

Endomarketing seja de fato implantado nas Instituições Públicas Brasileiras.

Temos condições de sermos excelentes? Podemos e devemos ir ao

encontro disso com amor, com profissionalismo, integridade e com sonhos que

possam um dia tornar-se belas realidades.

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CHIAVENATO, idalberto. Introdução à teoria Geral da Administração. São Paulo,

1993.

CHIAVENATO, Idalberto. Orientação das Pessoas, Editora Elsiever,2004.

CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: Edição Compacta. São Paulo: Atlas,

2002.

CREMA, Roberto. Visão holística em psicologia e educação. SP; Sumus, 1991.

KOTLER,P. Administração de Marketing.10ª ed. – p.50. São Paulo: Atlas,1994, e

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LARA, Consuelo R. Dutra de. A Atual Gestão do Conhecimento. São Paulo:

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LUCENA, M. Diva da S. Planejamento de recursos humanos. São Paulo: Atlas,

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MILITÃO, Albigenor. Jogos, dinâmicas e vivencias grupais. Rio de Janeiro,

Quality, 2006

MOTTA, Fernando C. Prestes e CALDAS, Miguel: Cultura Organizacional e

Cultura Brasileira. Atlas, 1997.

PEIXOTO, Paulo. Gestão estratégica de recursos humanos para a qualidade e a

produtividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1995

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RUANO, A. Gestão por competências. Editora Qualitymark, 2003.

SROUR, Robert Henry: Poder, Cultura e Ética nas Organizações: 2ª ed.-

Campus,1998.

VOLPI, Alexandre: Na Trilha da Excelência – Uma lição de relações públicas e

encantamento de clientes: 2ª ed.- Negócio Editora, 2002.

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ANEXO I

As 25 Leis que regem o Endomarketing

Elaboradas por Vinicius de Carvalho.

1. Lei do Diferencial Humano: As pessoas são a base de tudo. Saiba que

não importa qual o valor que pretende agregar ao seu negócio, sempre serão as

pessoas que o farão tornar-se realidade perante o seu cliente, quer seja de forma

direta ou indireta. Aceite isso e aprenda a utilizar toda essa força de trabalho ao seu

favor.

2. Lei da Tomada de Decisão: As pessoas são contratadas para tomarem

decisões em seu quotidiano de trabalho. Da mais simples função operacional até o

mais alto executivo, todos estão sempre a tomar decisões que estão interligadas

entre si e influenciam no seu negócio como um todo.

3. Lei do Sentido: As pessoas precisam compreender o sentido daquilo que

estão envolvidas para poderem dar mais de si. E no mundo do trabalho isso ainda é

mais latente. Sem perceberem a razão ( o lado pragmático) e a emoção (o lado

subjetivo) do que estão fazendo em seu quotidiano de trabalho, para além de

entenderem a sua conexão prática e a sua posição no conjunto estrutural de sua

empresa, jamais poderão dar tudo de si.

4. Lei do Reflexo: Simples assim: a qualidade da relação da empresa com o

seu mercado é um reflexo direto do relacionamento que ela tem com os seus

colaboradores. Tanto melhor for esta relação, mais respaldo competitivo e

legitimidade a organização terá em seu campo de atuação.

5. Lei do Desempenho Esperado: Quanto menos a empresa oferece em

troca do trabalho (e aqui não falamos apenas de dinheiro), maior será a diferença

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entre o desempenho que ela espera e o desempenho que efetivamente recebe do

colaborador, pois a percepção deste quanto aquilo que provém da empresa tende,

na média (coletiva) e no longo prazo, a se configurar em injustiça quanto à sua

recompensa.

6. Lei da Motivação: A motivação é um bem exclusivo do indivíduo e que não

está de maneira alguma sob o controle da empresa. Uma vez que não pode ser

espontaneamente gerada ou atribuída somente à realização no trabalho, a

motivação pode apenas ser estimulada por uma série de fatores específicos que irão

aumentar a percepção do colaborador acerca do que o motiva no trabalho.

7. Lei do Composto de Endomarketing: Endomarketing não é o mesmo que

Comunicação Interna. É um processo gerencial, cíclico e continuado, formado por

um composto de quatro variáveis: a Empresa (o que entregamos aos

colaboradores), o Ambiente (tangível e intangível), o Trabalho (a moeda de troca do

colaborador), e por fim a Comunicação.

8. Lei da Escada Limpa: Em uma organização o Endomarketing sempre

deve começar de cima para baixo: se o corpo diretivo não comprar a idéia, nada irá

mudar. Tente limpar uma escada começando pelo degrau mais abaixo e perceberá

que nunca sairá do mesmo lugar. O mesmo ocorre em uma empresa: procure

implantar qualquer iniciativa em sua empresa sem o apoio das chefias ou de sua

diretorias e perceberá que dificilmente conseguirá alcançar resultados satisfatórios.

9. Lei do Fluxo de Benefícios: A percepção da empresa ante o seu

colaborador é o fruto do conjunto dos fatores entregues em troca de seu trabalho, e

que é dado por um fluxo de benefícios específico, que resultará num valor percebido

da organização. O fluxo de benefícios engloba desde a remuneração financeira fixa

e variável, passando pelos benefícios tradicionais, até itens como acesso a desafios,

responsabilidade social, status, entre tantos outros possíveis. Este fluxo determinará

a solidez e o senso de justiça do colaborador para com a empresa.

10. Lei do Ambiente: Todas as trocas entre colaborador e empresa ocorrem

dentro de um ambiente, formado por uma parte tangível (as repartições, móveis,

equipamentos, etc.) e outra intangível (cultura e clima organizacional). Controlar este

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ambiente em suas duas variáveis e saber torná-lo um fator motivacional é um

espaço de atuação que deve ser ocupado pela sua empresa.

11. Lei do Trabalho: Quanto maior for o valor percebido pelo colaborador em

relação ao Fluxo de Benefícios da empresa, maior será o seu desempenho em

troca. O trabalho é o valor “pago” pelo indivíduo por aquilo que recebe da empresa,

e cabe a esta saber claramente o que espera das pessoas a partir daquilo que

oferece, e isso deve ser transparente às pessoas.

12. Lei da Constante da Comunicação: Mesmo que a empresa não possua

formalmente um processo de comunicação interna, ela sempre irá existir e ser

praticada pelos seus colaboradores por meio de canais informais, a famosa “rádio

corredor” ou “rede boato”. A empresa que não pratica a comunicação interna está

apenas deixando de participar de um processo que irá ocorrer da mesma maneira,

mas sem o controle ou a direção favoráveis.

13. Lei da Gestão do Endomarketing: O endomarketing é um processo

gerencial, cíclico, contínuo, e baseado em ferramentas multidisciplinares de

ativação, com o objetivo de promover a motivação das pessoas com o seu trabalho

e garantir o seu compromisso com os objetivos estratégicos, contribuindo assim à

obtenção de melhores resultados a partir de desempenhos superiores.

14. Lei do Discurso Contraditório: A variação de desempenho de um

colaborador é o resultado direto da diferença entre o volume de comunicação que

orienta a sua tomada de decisão, normalmente gerada pela empresa, e o volume de

comunicação contraditória, que na maioria das vezes é gerada pela sua chefia

direta.

15. Lei dos Pontos de Pressão: Numa organização sempre existem duas

concentrações de público interno que funcionam como grandes pontos de pressão

positiva e negativa, diametralmente opostos, e que agem sobre a massa de pessoas

em geral. Identificar estes públicos e promover o controle positivo sobre ambos é um

espaço de atuação que deve ser ocupado pela empresa.

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16. Lei dos Cenários de Representação: As pessoas tendem a resumir a

empresa e o seu universo de existência e relações com base apenas nos cenários

onde atuam. Os colaboradores que trabalham em um sector desorganizado vêem

toda a sua empresa em estado de desordem geral. Cabe a empresa perceber estes

cenários e atuar sobre eles, o que reduz custos e otimiza investimentos.

17. Lei das Fases de Implantação: Todo processo de endomarketing deve

respeitar quatro fases distintas de implantação, e que estão determinadas de acordo

com a capacidade dos colaboradores de cada empresa em assimilarem os conceitos

(Fase do Despertar), saírem de suas zonas de conforto (Fase do Envolver), e

partirem para a ação (Fase do Construir) em busca de metas elevadas (Fase do

Superar).

18. Lei do Discurso Único: Toda empresa deve ter apenas um discurso a ser

comunicado aos seus colaboradores, forte o bastante para se manter vivo ao longo

do tempo, e com volume de conteúdo capaz de permitir desdobramentos e co-

relações com os demais temas que permeiam a organização.

19. Lei da Capacidade dos Canais Internos: O número de canais existentes

e de diferentes formatos em uma empresa não está diretamente relacionado a

qualidade da comunicação interna da organização. Cada canal interno de

comunicação possui uma capacidade limitada e específica de gerar relevância,

transmitir informações e promover conteúdos, devendo a empresa perceber a sua

demanda ideal de canais.

20. Lei dos Tipos de Conteúdos Editoriais: o conteúdo presente em um canal

interno de comunicação sempre deverá possuir pelo menos um dos quatro tipos de

linha editorial interna (Estratégica, Informativa, de Serviço, Humana), ou ainda a

combinação entre elas de forma a complementarem-se e favorecerem a relevância

do canal de comunicação.

21. Lei da Estética e do Discurso: A estética e o discurso praticados pela

comunicação interna devem estar alinhados para o público interno ao qual se

destinam, e não para a instituição e a forma como esta e seus produtos se reportam

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externamente. A exceção a esta Lei está nas áreas comerciais que tendem a

reproduzir os padrões e estilos dos clientes com os quais relacionam-se.

22. Lei do Referencial Externo: As pessoas trazem de fora da empresa os

seus referenciais de boa comunicação, e baseiam-se em suas experiências com as

mídias externas para relacionarem-se com os canais internos da organização. A

empresa, quando utilizar de canais e ações internas que possuem análogos

externos, deve seguir o formato já consagrado e consolidado pela comunicação

social.

23. Lei da Segmentação Interna: Uma única estratégia de endomarketing e

comunicação interna não é capaz de atingir plenamente a todas as pessoas de uma

organização. Cada empresa possui um número próprio de segmentos de público

que devem receber a mesma mensagem que o restante da organização, mas

através de estratégias específicas de ativação, quer na sua forma, estética ou

discurso.

24. Lei do Retorno: O aumento do desejo dos colaboradores em possuir

meios de dar retorno à empresa é diretamente proporcional ao volume de

comunicação interna praticada pela organização. Deve a empresa prever este

cenário inevitável, estando preparada para gerar um canal interno de comunicação

específico para tal, e principalmente possuir lideranças formados para o momento.

25. Lei da Oralidade: As pessoas preferem à comunicação oral e esperam

isso de seus lideres diretos. A evolução eficiente de um programa de endomarketing

está presente na diminuição gradual de material impresso ou que utilize de outros

meios de comunicação que não sejam a oralidade, em especial a praticada por

multiplicadores legitimados ou líderes diretos.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ......................................................................................................2

FOLHA DE AVALIAÇÃO..............................................................................................3

AGRADECIMENTO......................................................................................................4

DEDICATÓRIA.............................................................................................................5

EPÍGAFRE...................................................................................................................6

RESUMO......................................................................................................................7

SUMÁRIO.....................................................................................................................8

INTRODUÇÃO.............................................................................................................9

CAPÍTULO I

MARKETING NO SÉCULO XX..................................................................................12

CAPÍTULO II

ENDOMARKETING....................................................................................................19

2.1 O QUE É ENDOMARKETING?..........................................................................19

2.2 PONTOS ESTRATÉGICOS DO SISTEMA GLOBAL DO ENDOMARKETING..22

2.3 LEIS QUE REGEM O ENDOMARKETING.........................................................26

CAPÍTULO III

CULTURA ORGANIZACIONAL.................................................................................33

CAPÍTULO IV

RECURSOS HUMANOS X GESTÃO DE PESSOAS..............................................37

CONCLUSÃO.............................................................................................................49

BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................53

ANEXO I ....................................................................................................................55

ÍNDICE ......................................................................................................................60