universidade cÂndido mendes faculdades ...que os medos e deficiências das crianças se tornam...

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES FACULDADES INTEGRADAS A VEZ DO MESTRE UNIDADE CENTRO – RJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU-SENSU ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA O ALUNO DEFICIENTE AUDITIVO COM IDADE ENTRE 02 A 06 ANOS EM SUA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL. POR: ALINE DA CONCEIÇÃO ALVES ORIENTADORA: PROFª/MESTRE FÁTIMA ALVES

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UNIVERSIDADE CAcircNDIDO MENDES

FACULDADES INTEGRADAS A VEZ DO MESTRE

UNIDADE CENTRO ndash RJ

CURSO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO LATU-SENSU

ESPECIALIZACcedilAtildeO EM PSICOMOTRICIDADE

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA O ALUNO DEFICIENTE AUDITIVO COM IDADE ENTRE 02 A 06 ANOS EM SUA INCLUSAtildeO NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL

POR ALINE DA CONCEICcedilAtildeO ALVES

ORIENTADORA PROFordfMESTRE FAacuteTIMA ALVES

UNIVERSIDADE CAcircNDIDO MENDES

FACULDADES INTEGRADAS A VEZ DO MESTRE

UNIDADE CENTRO ndash RJ

CURSO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO LATU-SENSU

ESPECIALIZACcedilAtildeO EM PSICOMOTRICIDADE

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA O ALUNO DEFICIENTE AUDITIVO COM IDADE ENTRE 02 A 06 ANOS EM SUA INCLUSAtildeO NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL

Monografia apresentada agrave Faculdades Integradas A Vez do Mestre como exigecircncia legal para conclusatildeo do curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo Latu-Senso em Psicomotricidade

POR ALINE DA CONCEICcedilAtildeO ALVES

ORIENTADORA PROFordfMESTRE FAacuteTIMA ALVES

RIO DE JANEIRO 2011

AGRADECIMENTO

A Deus agradeccedilo o dom da vida e todo o meu

discernimento

A minha famiacutelia por me dar forccedilas para prosseguir e

realizar esse sonho

A professora Christie Capello da AVM que em

especial contribuiu para a minha formaccedilatildeo intelectual e

pessoal

A minha turma de Educaccedilatildeo Infantil que muito

contribuiu na realizaccedilatildeo de algumas atividades

psicomotoras

E finalmente aqueles que comigo estudaram e

dividiram esses momentos de emoccedilotildees

A todos muito obrigada

DEDICATOacuteRIA

Dedico a todos que me estimularam e por mim

torceram na realizaccedilatildeo de mais uma conquista

RESUMO

A presente monografia surgiu do interesse em saber como acontece agrave

educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes auditivas na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06

anos Ela tem por objetivo conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas

psicomotoras que facilitem o cotidiano das crianccedilas com deficiecircncia auditiva no

ambiente da Educaccedilatildeo Infantil na escola regular Meacutetodos e accedilotildees essas que

possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo profissional Para fazer essa anaacutelise foi

necessaacuterio realizar um estudo sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil a Histoacuteria

da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos assim como a Histoacuteria da

Psicomotricidade Atraveacutes desses estudos tornou-se evidente o

reconhecimento do deficiente auditivo como um cidadatildeo capaz de ter os

mesmos desenvolvimentos que os ouvintes soacute que para isso eacute preciso que

sejam oferecidas a ele as mesmas possibilidades de acordo com as suas

necessidades A pesquisa relatou os graus de deficiecircncia auditiva e os

meacutetodos possiacuteveis para se trabalhar com as mesmas dentro do ambiente

escolar Aleacutem de reconhecer a LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) como

sendo a primeira liacutengua dos deficientes auditivos jaacute que eacute atraveacutes da

linguagem corporal que as crianccedilas deficientes auditivas conseguem se

comunicar com as pessoas e com o mundo ao seu redor Eacute importante

ressaltar tambeacutem que ainda natildeo foi definido um meacutetodo o qual possa ser

considerado como meacutetodo especiacutefico da Educaccedilatildeo Infantil de crianccedilas

deficientes auditivas no entanto essa monografia buscou algumas accedilotildees

pedagoacutegicas que contribuem para o desenvolvimento motor da crianccedila

facilitando a sua integraccedilatildeo e convivecircncia social aleacutem de sua satisfaccedilatildeo

pessoal

METODOLOGIA

O trabalho foi baseado em uma abordagem qualitativa com referencial

teoacuterico-bibliograacutefico Tendo em vista que a pesquisa qualitativa supotildee o

contato direto do pesquisador com o ambiente e a situaccedilatildeo investigada

Para a concretizaccedilatildeo desse projeto foram utilizadas referecircncias

conceituais teoacutericas e histoacutericas sobre a funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil a histoacuteria

da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos e a atuaccedilatildeo da psicomotricidade Aleacutem

de uma coleta de dados sobre os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras

usadas em sala de aula

Foram utilizadas contribuiccedilotildees teoacutericas de autores como Celso Antunes

Pilar Arnaiz Saacutenchez Marta Rabadaacuten Martinez Maria Carmem Craidy Aristeo

Leite Filho dentre outros que desenvolvem estudos e pesquisas acerca do

tema abordado nesta pesquisa

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

CAPIacuteTULO II

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

CAPITULO III

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06 anos e os

Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

INDICE 47

8

INTRODUCcedilAO

Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees

pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria

dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe

inclusiva

Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as

crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo

infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e

barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila

comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo

que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da

crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o

primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo

permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento

que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos

muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade

jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir

Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial

nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente

nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras

desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar

sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo

com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz

ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)

9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as

crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno

aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo

da vida escolar

As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem

trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento

motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na

comunicaccedilatildeo com o mundo

A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo

que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o

processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a

conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a

crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-

se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno

deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e

desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as

possibilidades do mesmo para poder se comunicar

Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de

vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia

da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do

professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de

inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio

em sociedade

Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e

conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o

cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da

educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo

profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio

bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos

10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente

Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil

A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo

perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um

aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de

aprimorar sua interaccedilatildeo

A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas

limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do

conviacutevio social

Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro

capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente

auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus

de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o

cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O

terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo

infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na

conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa

monografia

11

CAPIacuteTULO I

HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL

Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas

origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo

atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola

surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de

atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo

(escola de jogos) originado na Holanda em 1770

Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar

nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo

do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto

no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo

anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou

a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi

considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila

pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho

As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em

1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de

idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem

trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a

Escola Maternal francesa

Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New

Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus

operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo

Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente

assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente

da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -

ldquoKindergartenrdquo

12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de

Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas

das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que

marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)

De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da

crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do

homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela

jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e

posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial

Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos

que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-

escola preparatoacuteria1

A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas

possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais

econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca

Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do

rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para

que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um

depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida

esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas

fossem buscaacute-las

Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de

educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os

Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as

deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas

famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-

escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e

ambas ajudariam no problema do fracasso escolar

1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo

13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a

educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja

no controle motor psicoloacutegico social e afetivo

Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase

preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa

de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em

1979

ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)

Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os

problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo

como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie

Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo

simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas

interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e

contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si

mesma enquanto sujeito

Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil

isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo

que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente

ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior

autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para

si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila

natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da

vida

14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e

adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da

crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino

fundamental

Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e

necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor

aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda

crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo

educacional

As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e

deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam

proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com

deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua

especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo

de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo

social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre

o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-

capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo

11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo

Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e

descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo

havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo

havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que

os aceitasse em sua diferenccedila

O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado

logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum

tipo de deacuteficit de inteligecircncia

A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma

postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes

auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de

15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino

dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se

(Viana 2007)

Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade

de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no

monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o

referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute

que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande

repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo

dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam

esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero

comeccedilou a perder exclusividade na escrita

A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por

LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era

usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em

1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir

Surdos e Cegosrdquo

Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos

em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes

auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que

seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse

Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos

deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a

superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais

Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas

especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os

meacutetodos continuam sendo motivos de debates

No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs

Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857

mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de

Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

UNIVERSIDADE CAcircNDIDO MENDES

FACULDADES INTEGRADAS A VEZ DO MESTRE

UNIDADE CENTRO ndash RJ

CURSO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO LATU-SENSU

ESPECIALIZACcedilAtildeO EM PSICOMOTRICIDADE

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA O ALUNO DEFICIENTE AUDITIVO COM IDADE ENTRE 02 A 06 ANOS EM SUA INCLUSAtildeO NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL

Monografia apresentada agrave Faculdades Integradas A Vez do Mestre como exigecircncia legal para conclusatildeo do curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo Latu-Senso em Psicomotricidade

POR ALINE DA CONCEICcedilAtildeO ALVES

ORIENTADORA PROFordfMESTRE FAacuteTIMA ALVES

RIO DE JANEIRO 2011

AGRADECIMENTO

A Deus agradeccedilo o dom da vida e todo o meu

discernimento

A minha famiacutelia por me dar forccedilas para prosseguir e

realizar esse sonho

A professora Christie Capello da AVM que em

especial contribuiu para a minha formaccedilatildeo intelectual e

pessoal

A minha turma de Educaccedilatildeo Infantil que muito

contribuiu na realizaccedilatildeo de algumas atividades

psicomotoras

E finalmente aqueles que comigo estudaram e

dividiram esses momentos de emoccedilotildees

A todos muito obrigada

DEDICATOacuteRIA

Dedico a todos que me estimularam e por mim

torceram na realizaccedilatildeo de mais uma conquista

RESUMO

A presente monografia surgiu do interesse em saber como acontece agrave

educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes auditivas na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06

anos Ela tem por objetivo conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas

psicomotoras que facilitem o cotidiano das crianccedilas com deficiecircncia auditiva no

ambiente da Educaccedilatildeo Infantil na escola regular Meacutetodos e accedilotildees essas que

possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo profissional Para fazer essa anaacutelise foi

necessaacuterio realizar um estudo sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil a Histoacuteria

da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos assim como a Histoacuteria da

Psicomotricidade Atraveacutes desses estudos tornou-se evidente o

reconhecimento do deficiente auditivo como um cidadatildeo capaz de ter os

mesmos desenvolvimentos que os ouvintes soacute que para isso eacute preciso que

sejam oferecidas a ele as mesmas possibilidades de acordo com as suas

necessidades A pesquisa relatou os graus de deficiecircncia auditiva e os

meacutetodos possiacuteveis para se trabalhar com as mesmas dentro do ambiente

escolar Aleacutem de reconhecer a LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) como

sendo a primeira liacutengua dos deficientes auditivos jaacute que eacute atraveacutes da

linguagem corporal que as crianccedilas deficientes auditivas conseguem se

comunicar com as pessoas e com o mundo ao seu redor Eacute importante

ressaltar tambeacutem que ainda natildeo foi definido um meacutetodo o qual possa ser

considerado como meacutetodo especiacutefico da Educaccedilatildeo Infantil de crianccedilas

deficientes auditivas no entanto essa monografia buscou algumas accedilotildees

pedagoacutegicas que contribuem para o desenvolvimento motor da crianccedila

facilitando a sua integraccedilatildeo e convivecircncia social aleacutem de sua satisfaccedilatildeo

pessoal

METODOLOGIA

O trabalho foi baseado em uma abordagem qualitativa com referencial

teoacuterico-bibliograacutefico Tendo em vista que a pesquisa qualitativa supotildee o

contato direto do pesquisador com o ambiente e a situaccedilatildeo investigada

Para a concretizaccedilatildeo desse projeto foram utilizadas referecircncias

conceituais teoacutericas e histoacutericas sobre a funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil a histoacuteria

da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos e a atuaccedilatildeo da psicomotricidade Aleacutem

de uma coleta de dados sobre os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras

usadas em sala de aula

Foram utilizadas contribuiccedilotildees teoacutericas de autores como Celso Antunes

Pilar Arnaiz Saacutenchez Marta Rabadaacuten Martinez Maria Carmem Craidy Aristeo

Leite Filho dentre outros que desenvolvem estudos e pesquisas acerca do

tema abordado nesta pesquisa

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

CAPIacuteTULO II

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

CAPITULO III

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06 anos e os

Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

INDICE 47

8

INTRODUCcedilAO

Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees

pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria

dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe

inclusiva

Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as

crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo

infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e

barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila

comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo

que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da

crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o

primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo

permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento

que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos

muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade

jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir

Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial

nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente

nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras

desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar

sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo

com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz

ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)

9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as

crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno

aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo

da vida escolar

As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem

trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento

motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na

comunicaccedilatildeo com o mundo

A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo

que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o

processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a

conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a

crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-

se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno

deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e

desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as

possibilidades do mesmo para poder se comunicar

Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de

vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia

da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do

professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de

inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio

em sociedade

Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e

conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o

cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da

educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo

profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio

bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos

10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente

Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil

A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo

perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um

aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de

aprimorar sua interaccedilatildeo

A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas

limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do

conviacutevio social

Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro

capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente

auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus

de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o

cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O

terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo

infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na

conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa

monografia

11

CAPIacuteTULO I

HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL

Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas

origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo

atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola

surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de

atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo

(escola de jogos) originado na Holanda em 1770

Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar

nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo

do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto

no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo

anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou

a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi

considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila

pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho

As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em

1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de

idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem

trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a

Escola Maternal francesa

Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New

Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus

operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo

Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente

assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente

da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -

ldquoKindergartenrdquo

12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de

Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas

das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que

marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)

De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da

crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do

homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela

jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e

posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial

Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos

que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-

escola preparatoacuteria1

A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas

possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais

econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca

Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do

rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para

que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um

depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida

esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas

fossem buscaacute-las

Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de

educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os

Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as

deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas

famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-

escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e

ambas ajudariam no problema do fracasso escolar

1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo

13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a

educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja

no controle motor psicoloacutegico social e afetivo

Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase

preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa

de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em

1979

ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)

Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os

problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo

como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie

Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo

simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas

interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e

contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si

mesma enquanto sujeito

Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil

isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo

que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente

ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior

autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para

si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila

natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da

vida

14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e

adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da

crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino

fundamental

Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e

necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor

aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda

crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo

educacional

As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e

deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam

proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com

deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua

especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo

de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo

social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre

o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-

capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo

11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo

Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e

descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo

havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo

havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que

os aceitasse em sua diferenccedila

O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado

logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum

tipo de deacuteficit de inteligecircncia

A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma

postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes

auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de

15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino

dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se

(Viana 2007)

Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade

de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no

monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o

referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute

que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande

repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo

dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam

esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero

comeccedilou a perder exclusividade na escrita

A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por

LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era

usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em

1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir

Surdos e Cegosrdquo

Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos

em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes

auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que

seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse

Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos

deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a

superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais

Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas

especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os

meacutetodos continuam sendo motivos de debates

No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs

Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857

mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de

Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

AGRADECIMENTO

A Deus agradeccedilo o dom da vida e todo o meu

discernimento

A minha famiacutelia por me dar forccedilas para prosseguir e

realizar esse sonho

A professora Christie Capello da AVM que em

especial contribuiu para a minha formaccedilatildeo intelectual e

pessoal

A minha turma de Educaccedilatildeo Infantil que muito

contribuiu na realizaccedilatildeo de algumas atividades

psicomotoras

E finalmente aqueles que comigo estudaram e

dividiram esses momentos de emoccedilotildees

A todos muito obrigada

DEDICATOacuteRIA

Dedico a todos que me estimularam e por mim

torceram na realizaccedilatildeo de mais uma conquista

RESUMO

A presente monografia surgiu do interesse em saber como acontece agrave

educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes auditivas na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06

anos Ela tem por objetivo conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas

psicomotoras que facilitem o cotidiano das crianccedilas com deficiecircncia auditiva no

ambiente da Educaccedilatildeo Infantil na escola regular Meacutetodos e accedilotildees essas que

possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo profissional Para fazer essa anaacutelise foi

necessaacuterio realizar um estudo sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil a Histoacuteria

da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos assim como a Histoacuteria da

Psicomotricidade Atraveacutes desses estudos tornou-se evidente o

reconhecimento do deficiente auditivo como um cidadatildeo capaz de ter os

mesmos desenvolvimentos que os ouvintes soacute que para isso eacute preciso que

sejam oferecidas a ele as mesmas possibilidades de acordo com as suas

necessidades A pesquisa relatou os graus de deficiecircncia auditiva e os

meacutetodos possiacuteveis para se trabalhar com as mesmas dentro do ambiente

escolar Aleacutem de reconhecer a LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) como

sendo a primeira liacutengua dos deficientes auditivos jaacute que eacute atraveacutes da

linguagem corporal que as crianccedilas deficientes auditivas conseguem se

comunicar com as pessoas e com o mundo ao seu redor Eacute importante

ressaltar tambeacutem que ainda natildeo foi definido um meacutetodo o qual possa ser

considerado como meacutetodo especiacutefico da Educaccedilatildeo Infantil de crianccedilas

deficientes auditivas no entanto essa monografia buscou algumas accedilotildees

pedagoacutegicas que contribuem para o desenvolvimento motor da crianccedila

facilitando a sua integraccedilatildeo e convivecircncia social aleacutem de sua satisfaccedilatildeo

pessoal

METODOLOGIA

O trabalho foi baseado em uma abordagem qualitativa com referencial

teoacuterico-bibliograacutefico Tendo em vista que a pesquisa qualitativa supotildee o

contato direto do pesquisador com o ambiente e a situaccedilatildeo investigada

Para a concretizaccedilatildeo desse projeto foram utilizadas referecircncias

conceituais teoacutericas e histoacutericas sobre a funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil a histoacuteria

da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos e a atuaccedilatildeo da psicomotricidade Aleacutem

de uma coleta de dados sobre os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras

usadas em sala de aula

Foram utilizadas contribuiccedilotildees teoacutericas de autores como Celso Antunes

Pilar Arnaiz Saacutenchez Marta Rabadaacuten Martinez Maria Carmem Craidy Aristeo

Leite Filho dentre outros que desenvolvem estudos e pesquisas acerca do

tema abordado nesta pesquisa

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

CAPIacuteTULO II

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

CAPITULO III

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06 anos e os

Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

INDICE 47

8

INTRODUCcedilAO

Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees

pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria

dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe

inclusiva

Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as

crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo

infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e

barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila

comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo

que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da

crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o

primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo

permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento

que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos

muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade

jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir

Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial

nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente

nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras

desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar

sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo

com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz

ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)

9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as

crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno

aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo

da vida escolar

As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem

trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento

motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na

comunicaccedilatildeo com o mundo

A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo

que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o

processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a

conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a

crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-

se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno

deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e

desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as

possibilidades do mesmo para poder se comunicar

Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de

vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia

da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do

professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de

inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio

em sociedade

Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e

conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o

cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da

educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo

profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio

bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos

10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente

Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil

A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo

perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um

aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de

aprimorar sua interaccedilatildeo

A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas

limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do

conviacutevio social

Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro

capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente

auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus

de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o

cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O

terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo

infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na

conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa

monografia

11

CAPIacuteTULO I

HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL

Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas

origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo

atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola

surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de

atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo

(escola de jogos) originado na Holanda em 1770

Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar

nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo

do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto

no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo

anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou

a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi

considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila

pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho

As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em

1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de

idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem

trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a

Escola Maternal francesa

Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New

Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus

operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo

Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente

assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente

da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -

ldquoKindergartenrdquo

12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de

Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas

das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que

marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)

De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da

crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do

homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela

jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e

posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial

Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos

que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-

escola preparatoacuteria1

A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas

possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais

econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca

Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do

rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para

que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um

depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida

esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas

fossem buscaacute-las

Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de

educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os

Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as

deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas

famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-

escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e

ambas ajudariam no problema do fracasso escolar

1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo

13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a

educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja

no controle motor psicoloacutegico social e afetivo

Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase

preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa

de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em

1979

ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)

Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os

problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo

como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie

Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo

simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas

interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e

contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si

mesma enquanto sujeito

Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil

isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo

que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente

ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior

autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para

si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila

natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da

vida

14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e

adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da

crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino

fundamental

Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e

necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor

aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda

crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo

educacional

As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e

deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam

proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com

deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua

especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo

de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo

social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre

o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-

capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo

11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo

Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e

descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo

havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo

havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que

os aceitasse em sua diferenccedila

O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado

logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum

tipo de deacuteficit de inteligecircncia

A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma

postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes

auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de

15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino

dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se

(Viana 2007)

Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade

de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no

monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o

referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute

que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande

repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo

dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam

esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero

comeccedilou a perder exclusividade na escrita

A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por

LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era

usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em

1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir

Surdos e Cegosrdquo

Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos

em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes

auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que

seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse

Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos

deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a

superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais

Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas

especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os

meacutetodos continuam sendo motivos de debates

No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs

Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857

mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de

Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA

Dedico a todos que me estimularam e por mim

torceram na realizaccedilatildeo de mais uma conquista

RESUMO

A presente monografia surgiu do interesse em saber como acontece agrave

educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes auditivas na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06

anos Ela tem por objetivo conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas

psicomotoras que facilitem o cotidiano das crianccedilas com deficiecircncia auditiva no

ambiente da Educaccedilatildeo Infantil na escola regular Meacutetodos e accedilotildees essas que

possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo profissional Para fazer essa anaacutelise foi

necessaacuterio realizar um estudo sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil a Histoacuteria

da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos assim como a Histoacuteria da

Psicomotricidade Atraveacutes desses estudos tornou-se evidente o

reconhecimento do deficiente auditivo como um cidadatildeo capaz de ter os

mesmos desenvolvimentos que os ouvintes soacute que para isso eacute preciso que

sejam oferecidas a ele as mesmas possibilidades de acordo com as suas

necessidades A pesquisa relatou os graus de deficiecircncia auditiva e os

meacutetodos possiacuteveis para se trabalhar com as mesmas dentro do ambiente

escolar Aleacutem de reconhecer a LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) como

sendo a primeira liacutengua dos deficientes auditivos jaacute que eacute atraveacutes da

linguagem corporal que as crianccedilas deficientes auditivas conseguem se

comunicar com as pessoas e com o mundo ao seu redor Eacute importante

ressaltar tambeacutem que ainda natildeo foi definido um meacutetodo o qual possa ser

considerado como meacutetodo especiacutefico da Educaccedilatildeo Infantil de crianccedilas

deficientes auditivas no entanto essa monografia buscou algumas accedilotildees

pedagoacutegicas que contribuem para o desenvolvimento motor da crianccedila

facilitando a sua integraccedilatildeo e convivecircncia social aleacutem de sua satisfaccedilatildeo

pessoal

METODOLOGIA

O trabalho foi baseado em uma abordagem qualitativa com referencial

teoacuterico-bibliograacutefico Tendo em vista que a pesquisa qualitativa supotildee o

contato direto do pesquisador com o ambiente e a situaccedilatildeo investigada

Para a concretizaccedilatildeo desse projeto foram utilizadas referecircncias

conceituais teoacutericas e histoacutericas sobre a funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil a histoacuteria

da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos e a atuaccedilatildeo da psicomotricidade Aleacutem

de uma coleta de dados sobre os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras

usadas em sala de aula

Foram utilizadas contribuiccedilotildees teoacutericas de autores como Celso Antunes

Pilar Arnaiz Saacutenchez Marta Rabadaacuten Martinez Maria Carmem Craidy Aristeo

Leite Filho dentre outros que desenvolvem estudos e pesquisas acerca do

tema abordado nesta pesquisa

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

CAPIacuteTULO II

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

CAPITULO III

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06 anos e os

Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

INDICE 47

8

INTRODUCcedilAO

Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees

pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria

dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe

inclusiva

Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as

crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo

infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e

barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila

comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo

que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da

crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o

primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo

permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento

que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos

muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade

jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir

Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial

nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente

nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras

desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar

sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo

com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz

ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)

9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as

crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno

aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo

da vida escolar

As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem

trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento

motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na

comunicaccedilatildeo com o mundo

A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo

que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o

processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a

conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a

crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-

se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno

deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e

desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as

possibilidades do mesmo para poder se comunicar

Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de

vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia

da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do

professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de

inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio

em sociedade

Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e

conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o

cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da

educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo

profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio

bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos

10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente

Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil

A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo

perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um

aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de

aprimorar sua interaccedilatildeo

A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas

limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do

conviacutevio social

Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro

capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente

auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus

de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o

cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O

terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo

infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na

conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa

monografia

11

CAPIacuteTULO I

HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL

Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas

origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo

atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola

surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de

atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo

(escola de jogos) originado na Holanda em 1770

Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar

nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo

do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto

no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo

anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou

a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi

considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila

pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho

As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em

1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de

idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem

trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a

Escola Maternal francesa

Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New

Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus

operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo

Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente

assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente

da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -

ldquoKindergartenrdquo

12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de

Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas

das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que

marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)

De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da

crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do

homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela

jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e

posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial

Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos

que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-

escola preparatoacuteria1

A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas

possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais

econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca

Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do

rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para

que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um

depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida

esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas

fossem buscaacute-las

Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de

educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os

Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as

deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas

famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-

escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e

ambas ajudariam no problema do fracasso escolar

1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo

13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a

educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja

no controle motor psicoloacutegico social e afetivo

Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase

preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa

de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em

1979

ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)

Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os

problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo

como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie

Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo

simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas

interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e

contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si

mesma enquanto sujeito

Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil

isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo

que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente

ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior

autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para

si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila

natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da

vida

14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e

adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da

crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino

fundamental

Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e

necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor

aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda

crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo

educacional

As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e

deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam

proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com

deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua

especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo

de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo

social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre

o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-

capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo

11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo

Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e

descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo

havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo

havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que

os aceitasse em sua diferenccedila

O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado

logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum

tipo de deacuteficit de inteligecircncia

A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma

postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes

auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de

15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino

dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se

(Viana 2007)

Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade

de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no

monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o

referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute

que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande

repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo

dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam

esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero

comeccedilou a perder exclusividade na escrita

A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por

LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era

usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em

1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir

Surdos e Cegosrdquo

Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos

em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes

auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que

seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse

Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos

deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a

superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais

Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas

especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os

meacutetodos continuam sendo motivos de debates

No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs

Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857

mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de

Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

RESUMO

A presente monografia surgiu do interesse em saber como acontece agrave

educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes auditivas na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06

anos Ela tem por objetivo conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas

psicomotoras que facilitem o cotidiano das crianccedilas com deficiecircncia auditiva no

ambiente da Educaccedilatildeo Infantil na escola regular Meacutetodos e accedilotildees essas que

possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo profissional Para fazer essa anaacutelise foi

necessaacuterio realizar um estudo sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil a Histoacuteria

da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos assim como a Histoacuteria da

Psicomotricidade Atraveacutes desses estudos tornou-se evidente o

reconhecimento do deficiente auditivo como um cidadatildeo capaz de ter os

mesmos desenvolvimentos que os ouvintes soacute que para isso eacute preciso que

sejam oferecidas a ele as mesmas possibilidades de acordo com as suas

necessidades A pesquisa relatou os graus de deficiecircncia auditiva e os

meacutetodos possiacuteveis para se trabalhar com as mesmas dentro do ambiente

escolar Aleacutem de reconhecer a LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) como

sendo a primeira liacutengua dos deficientes auditivos jaacute que eacute atraveacutes da

linguagem corporal que as crianccedilas deficientes auditivas conseguem se

comunicar com as pessoas e com o mundo ao seu redor Eacute importante

ressaltar tambeacutem que ainda natildeo foi definido um meacutetodo o qual possa ser

considerado como meacutetodo especiacutefico da Educaccedilatildeo Infantil de crianccedilas

deficientes auditivas no entanto essa monografia buscou algumas accedilotildees

pedagoacutegicas que contribuem para o desenvolvimento motor da crianccedila

facilitando a sua integraccedilatildeo e convivecircncia social aleacutem de sua satisfaccedilatildeo

pessoal

METODOLOGIA

O trabalho foi baseado em uma abordagem qualitativa com referencial

teoacuterico-bibliograacutefico Tendo em vista que a pesquisa qualitativa supotildee o

contato direto do pesquisador com o ambiente e a situaccedilatildeo investigada

Para a concretizaccedilatildeo desse projeto foram utilizadas referecircncias

conceituais teoacutericas e histoacutericas sobre a funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil a histoacuteria

da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos e a atuaccedilatildeo da psicomotricidade Aleacutem

de uma coleta de dados sobre os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras

usadas em sala de aula

Foram utilizadas contribuiccedilotildees teoacutericas de autores como Celso Antunes

Pilar Arnaiz Saacutenchez Marta Rabadaacuten Martinez Maria Carmem Craidy Aristeo

Leite Filho dentre outros que desenvolvem estudos e pesquisas acerca do

tema abordado nesta pesquisa

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

CAPIacuteTULO II

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

CAPITULO III

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06 anos e os

Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

INDICE 47

8

INTRODUCcedilAO

Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees

pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria

dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe

inclusiva

Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as

crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo

infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e

barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila

comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo

que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da

crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o

primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo

permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento

que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos

muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade

jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir

Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial

nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente

nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras

desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar

sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo

com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz

ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)

9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as

crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno

aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo

da vida escolar

As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem

trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento

motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na

comunicaccedilatildeo com o mundo

A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo

que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o

processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a

conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a

crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-

se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno

deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e

desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as

possibilidades do mesmo para poder se comunicar

Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de

vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia

da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do

professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de

inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio

em sociedade

Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e

conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o

cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da

educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo

profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio

bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos

10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente

Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil

A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo

perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um

aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de

aprimorar sua interaccedilatildeo

A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas

limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do

conviacutevio social

Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro

capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente

auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus

de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o

cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O

terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo

infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na

conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa

monografia

11

CAPIacuteTULO I

HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL

Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas

origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo

atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola

surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de

atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo

(escola de jogos) originado na Holanda em 1770

Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar

nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo

do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto

no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo

anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou

a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi

considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila

pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho

As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em

1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de

idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem

trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a

Escola Maternal francesa

Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New

Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus

operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo

Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente

assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente

da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -

ldquoKindergartenrdquo

12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de

Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas

das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que

marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)

De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da

crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do

homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela

jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e

posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial

Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos

que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-

escola preparatoacuteria1

A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas

possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais

econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca

Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do

rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para

que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um

depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida

esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas

fossem buscaacute-las

Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de

educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os

Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as

deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas

famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-

escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e

ambas ajudariam no problema do fracasso escolar

1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo

13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a

educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja

no controle motor psicoloacutegico social e afetivo

Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase

preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa

de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em

1979

ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)

Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os

problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo

como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie

Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo

simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas

interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e

contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si

mesma enquanto sujeito

Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil

isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo

que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente

ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior

autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para

si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila

natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da

vida

14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e

adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da

crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino

fundamental

Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e

necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor

aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda

crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo

educacional

As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e

deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam

proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com

deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua

especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo

de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo

social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre

o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-

capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo

11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo

Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e

descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo

havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo

havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que

os aceitasse em sua diferenccedila

O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado

logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum

tipo de deacuteficit de inteligecircncia

A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma

postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes

auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de

15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino

dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se

(Viana 2007)

Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade

de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no

monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o

referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute

que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande

repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo

dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam

esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero

comeccedilou a perder exclusividade na escrita

A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por

LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era

usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em

1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir

Surdos e Cegosrdquo

Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos

em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes

auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que

seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse

Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos

deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a

superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais

Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas

especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os

meacutetodos continuam sendo motivos de debates

No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs

Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857

mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de

Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

METODOLOGIA

O trabalho foi baseado em uma abordagem qualitativa com referencial

teoacuterico-bibliograacutefico Tendo em vista que a pesquisa qualitativa supotildee o

contato direto do pesquisador com o ambiente e a situaccedilatildeo investigada

Para a concretizaccedilatildeo desse projeto foram utilizadas referecircncias

conceituais teoacutericas e histoacutericas sobre a funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil a histoacuteria

da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos e a atuaccedilatildeo da psicomotricidade Aleacutem

de uma coleta de dados sobre os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras

usadas em sala de aula

Foram utilizadas contribuiccedilotildees teoacutericas de autores como Celso Antunes

Pilar Arnaiz Saacutenchez Marta Rabadaacuten Martinez Maria Carmem Craidy Aristeo

Leite Filho dentre outros que desenvolvem estudos e pesquisas acerca do

tema abordado nesta pesquisa

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

CAPIacuteTULO II

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

CAPITULO III

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06 anos e os

Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

INDICE 47

8

INTRODUCcedilAO

Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees

pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria

dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe

inclusiva

Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as

crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo

infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e

barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila

comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo

que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da

crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o

primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo

permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento

que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos

muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade

jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir

Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial

nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente

nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras

desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar

sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo

com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz

ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)

9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as

crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno

aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo

da vida escolar

As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem

trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento

motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na

comunicaccedilatildeo com o mundo

A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo

que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o

processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a

conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a

crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-

se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno

deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e

desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as

possibilidades do mesmo para poder se comunicar

Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de

vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia

da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do

professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de

inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio

em sociedade

Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e

conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o

cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da

educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo

profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio

bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos

10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente

Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil

A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo

perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um

aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de

aprimorar sua interaccedilatildeo

A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas

limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do

conviacutevio social

Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro

capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente

auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus

de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o

cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O

terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo

infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na

conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa

monografia

11

CAPIacuteTULO I

HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL

Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas

origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo

atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola

surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de

atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo

(escola de jogos) originado na Holanda em 1770

Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar

nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo

do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto

no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo

anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou

a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi

considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila

pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho

As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em

1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de

idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem

trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a

Escola Maternal francesa

Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New

Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus

operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo

Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente

assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente

da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -

ldquoKindergartenrdquo

12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de

Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas

das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que

marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)

De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da

crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do

homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela

jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e

posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial

Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos

que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-

escola preparatoacuteria1

A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas

possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais

econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca

Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do

rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para

que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um

depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida

esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas

fossem buscaacute-las

Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de

educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os

Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as

deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas

famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-

escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e

ambas ajudariam no problema do fracasso escolar

1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo

13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a

educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja

no controle motor psicoloacutegico social e afetivo

Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase

preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa

de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em

1979

ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)

Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os

problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo

como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie

Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo

simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas

interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e

contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si

mesma enquanto sujeito

Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil

isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo

que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente

ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior

autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para

si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila

natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da

vida

14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e

adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da

crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino

fundamental

Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e

necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor

aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda

crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo

educacional

As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e

deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam

proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com

deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua

especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo

de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo

social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre

o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-

capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo

11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo

Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e

descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo

havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo

havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que

os aceitasse em sua diferenccedila

O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado

logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum

tipo de deacuteficit de inteligecircncia

A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma

postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes

auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de

15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino

dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se

(Viana 2007)

Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade

de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no

monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o

referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute

que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande

repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo

dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam

esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero

comeccedilou a perder exclusividade na escrita

A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por

LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era

usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em

1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir

Surdos e Cegosrdquo

Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos

em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes

auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que

seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse

Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos

deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a

superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais

Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas

especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os

meacutetodos continuam sendo motivos de debates

No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs

Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857

mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de

Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

CAPIacuteTULO II

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

CAPITULO III

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06 anos e os

Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

INDICE 47

8

INTRODUCcedilAO

Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees

pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria

dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe

inclusiva

Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as

crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo

infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e

barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila

comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo

que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da

crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o

primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo

permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento

que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos

muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade

jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir

Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial

nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente

nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras

desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar

sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo

com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz

ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)

9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as

crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno

aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo

da vida escolar

As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem

trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento

motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na

comunicaccedilatildeo com o mundo

A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo

que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o

processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a

conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a

crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-

se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno

deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e

desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as

possibilidades do mesmo para poder se comunicar

Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de

vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia

da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do

professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de

inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio

em sociedade

Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e

conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o

cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da

educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo

profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio

bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos

10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente

Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil

A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo

perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um

aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de

aprimorar sua interaccedilatildeo

A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas

limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do

conviacutevio social

Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro

capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente

auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus

de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o

cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O

terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo

infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na

conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa

monografia

11

CAPIacuteTULO I

HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL

Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas

origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo

atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola

surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de

atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo

(escola de jogos) originado na Holanda em 1770

Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar

nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo

do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto

no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo

anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou

a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi

considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila

pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho

As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em

1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de

idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem

trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a

Escola Maternal francesa

Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New

Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus

operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo

Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente

assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente

da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -

ldquoKindergartenrdquo

12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de

Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas

das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que

marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)

De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da

crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do

homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela

jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e

posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial

Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos

que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-

escola preparatoacuteria1

A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas

possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais

econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca

Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do

rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para

que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um

depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida

esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas

fossem buscaacute-las

Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de

educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os

Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as

deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas

famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-

escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e

ambas ajudariam no problema do fracasso escolar

1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo

13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a

educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja

no controle motor psicoloacutegico social e afetivo

Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase

preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa

de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em

1979

ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)

Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os

problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo

como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie

Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo

simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas

interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e

contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si

mesma enquanto sujeito

Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil

isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo

que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente

ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior

autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para

si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila

natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da

vida

14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e

adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da

crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino

fundamental

Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e

necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor

aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda

crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo

educacional

As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e

deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam

proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com

deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua

especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo

de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo

social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre

o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-

capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo

11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo

Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e

descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo

havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo

havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que

os aceitasse em sua diferenccedila

O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado

logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum

tipo de deacuteficit de inteligecircncia

A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma

postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes

auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de

15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino

dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se

(Viana 2007)

Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade

de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no

monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o

referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute

que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande

repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo

dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam

esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero

comeccedilou a perder exclusividade na escrita

A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por

LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era

usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em

1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir

Surdos e Cegosrdquo

Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos

em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes

auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que

seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse

Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos

deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a

superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais

Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas

especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os

meacutetodos continuam sendo motivos de debates

No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs

Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857

mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de

Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

8

INTRODUCcedilAO

Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees

pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria

dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe

inclusiva

Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as

crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo

infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e

barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila

comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo

que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da

crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o

primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo

permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento

que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos

muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade

jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir

Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial

nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente

nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras

desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar

sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo

com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz

ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)

9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as

crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno

aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo

da vida escolar

As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem

trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento

motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na

comunicaccedilatildeo com o mundo

A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo

que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o

processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a

conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a

crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-

se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno

deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e

desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as

possibilidades do mesmo para poder se comunicar

Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de

vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia

da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do

professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de

inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio

em sociedade

Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e

conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o

cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da

educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo

profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio

bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos

10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente

Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil

A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo

perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um

aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de

aprimorar sua interaccedilatildeo

A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas

limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do

conviacutevio social

Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro

capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente

auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus

de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o

cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O

terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo

infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na

conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa

monografia

11

CAPIacuteTULO I

HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL

Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas

origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo

atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola

surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de

atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo

(escola de jogos) originado na Holanda em 1770

Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar

nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo

do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto

no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo

anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou

a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi

considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila

pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho

As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em

1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de

idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem

trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a

Escola Maternal francesa

Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New

Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus

operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo

Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente

assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente

da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -

ldquoKindergartenrdquo

12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de

Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas

das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que

marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)

De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da

crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do

homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela

jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e

posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial

Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos

que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-

escola preparatoacuteria1

A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas

possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais

econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca

Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do

rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para

que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um

depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida

esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas

fossem buscaacute-las

Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de

educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os

Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as

deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas

famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-

escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e

ambas ajudariam no problema do fracasso escolar

1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo

13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a

educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja

no controle motor psicoloacutegico social e afetivo

Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase

preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa

de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em

1979

ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)

Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os

problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo

como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie

Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo

simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas

interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e

contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si

mesma enquanto sujeito

Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil

isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo

que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente

ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior

autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para

si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila

natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da

vida

14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e

adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da

crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino

fundamental

Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e

necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor

aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda

crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo

educacional

As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e

deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam

proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com

deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua

especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo

de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo

social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre

o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-

capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo

11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo

Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e

descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo

havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo

havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que

os aceitasse em sua diferenccedila

O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado

logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum

tipo de deacuteficit de inteligecircncia

A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma

postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes

auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de

15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino

dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se

(Viana 2007)

Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade

de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no

monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o

referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute

que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande

repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo

dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam

esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero

comeccedilou a perder exclusividade na escrita

A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por

LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era

usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em

1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir

Surdos e Cegosrdquo

Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos

em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes

auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que

seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse

Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos

deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a

superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais

Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas

especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os

meacutetodos continuam sendo motivos de debates

No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs

Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857

mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de

Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as

crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno

aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo

da vida escolar

As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem

trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento

motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na

comunicaccedilatildeo com o mundo

A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo

que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o

processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a

conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a

crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-

se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno

deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e

desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as

possibilidades do mesmo para poder se comunicar

Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de

vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia

da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do

professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de

inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio

em sociedade

Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e

conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o

cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da

educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo

profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio

bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos

10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente

Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil

A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo

perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um

aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de

aprimorar sua interaccedilatildeo

A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas

limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do

conviacutevio social

Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro

capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente

auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus

de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o

cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O

terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo

infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na

conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa

monografia

11

CAPIacuteTULO I

HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL

Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas

origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo

atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola

surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de

atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo

(escola de jogos) originado na Holanda em 1770

Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar

nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo

do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto

no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo

anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou

a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi

considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila

pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho

As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em

1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de

idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem

trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a

Escola Maternal francesa

Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New

Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus

operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo

Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente

assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente

da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -

ldquoKindergartenrdquo

12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de

Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas

das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que

marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)

De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da

crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do

homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela

jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e

posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial

Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos

que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-

escola preparatoacuteria1

A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas

possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais

econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca

Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do

rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para

que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um

depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida

esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas

fossem buscaacute-las

Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de

educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os

Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as

deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas

famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-

escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e

ambas ajudariam no problema do fracasso escolar

1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo

13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a

educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja

no controle motor psicoloacutegico social e afetivo

Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase

preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa

de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em

1979

ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)

Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os

problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo

como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie

Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo

simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas

interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e

contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si

mesma enquanto sujeito

Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil

isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo

que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente

ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior

autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para

si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila

natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da

vida

14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e

adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da

crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino

fundamental

Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e

necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor

aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda

crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo

educacional

As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e

deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam

proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com

deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua

especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo

de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo

social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre

o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-

capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo

11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo

Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e

descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo

havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo

havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que

os aceitasse em sua diferenccedila

O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado

logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum

tipo de deacuteficit de inteligecircncia

A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma

postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes

auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de

15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino

dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se

(Viana 2007)

Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade

de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no

monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o

referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute

que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande

repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo

dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam

esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero

comeccedilou a perder exclusividade na escrita

A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por

LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era

usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em

1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir

Surdos e Cegosrdquo

Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos

em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes

auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que

seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse

Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos

deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a

superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais

Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas

especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os

meacutetodos continuam sendo motivos de debates

No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs

Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857

mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de

Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente

Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil

A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo

perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um

aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de

aprimorar sua interaccedilatildeo

A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas

limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do

conviacutevio social

Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro

capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente

auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus

de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o

cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O

terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo

infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na

conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa

monografia

11

CAPIacuteTULO I

HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL

Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas

origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo

atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola

surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de

atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo

(escola de jogos) originado na Holanda em 1770

Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar

nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo

do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto

no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo

anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou

a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi

considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila

pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho

As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em

1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de

idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem

trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a

Escola Maternal francesa

Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New

Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus

operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo

Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente

assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente

da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -

ldquoKindergartenrdquo

12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de

Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas

das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que

marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)

De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da

crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do

homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela

jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e

posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial

Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos

que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-

escola preparatoacuteria1

A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas

possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais

econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca

Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do

rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para

que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um

depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida

esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas

fossem buscaacute-las

Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de

educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os

Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as

deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas

famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-

escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e

ambas ajudariam no problema do fracasso escolar

1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo

13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a

educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja

no controle motor psicoloacutegico social e afetivo

Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase

preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa

de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em

1979

ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)

Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os

problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo

como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie

Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo

simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas

interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e

contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si

mesma enquanto sujeito

Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil

isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo

que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente

ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior

autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para

si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila

natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da

vida

14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e

adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da

crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino

fundamental

Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e

necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor

aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda

crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo

educacional

As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e

deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam

proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com

deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua

especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo

de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo

social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre

o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-

capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo

11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo

Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e

descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo

havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo

havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que

os aceitasse em sua diferenccedila

O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado

logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum

tipo de deacuteficit de inteligecircncia

A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma

postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes

auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de

15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino

dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se

(Viana 2007)

Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade

de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no

monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o

referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute

que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande

repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo

dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam

esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero

comeccedilou a perder exclusividade na escrita

A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por

LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era

usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em

1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir

Surdos e Cegosrdquo

Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos

em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes

auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que

seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse

Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos

deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a

superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais

Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas

especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os

meacutetodos continuam sendo motivos de debates

No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs

Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857

mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de

Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

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Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

11

CAPIacuteTULO I

HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL

Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas

origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais

Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo

atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola

surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de

atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo

(escola de jogos) originado na Holanda em 1770

Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar

nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo

do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto

no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo

anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou

a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi

considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila

pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho

As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em

1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de

idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem

trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a

Escola Maternal francesa

Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New

Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus

operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo

Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente

assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente

da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -

ldquoKindergartenrdquo

12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de

Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas

das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que

marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)

De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da

crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do

homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela

jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e

posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial

Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos

que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-

escola preparatoacuteria1

A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas

possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais

econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca

Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do

rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para

que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um

depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida

esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas

fossem buscaacute-las

Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de

educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os

Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as

deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas

famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-

escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e

ambas ajudariam no problema do fracasso escolar

1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo

13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a

educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja

no controle motor psicoloacutegico social e afetivo

Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase

preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa

de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em

1979

ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)

Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os

problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo

como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie

Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo

simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas

interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e

contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si

mesma enquanto sujeito

Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil

isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo

que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente

ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior

autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para

si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila

natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da

vida

14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e

adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da

crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino

fundamental

Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e

necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor

aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda

crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo

educacional

As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e

deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam

proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com

deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua

especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo

de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo

social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre

o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-

capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo

11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo

Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e

descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo

havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo

havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que

os aceitasse em sua diferenccedila

O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado

logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum

tipo de deacuteficit de inteligecircncia

A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma

postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes

auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de

15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino

dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se

(Viana 2007)

Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade

de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no

monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o

referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute

que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande

repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo

dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam

esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero

comeccedilou a perder exclusividade na escrita

A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por

LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era

usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em

1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir

Surdos e Cegosrdquo

Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos

em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes

auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que

seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse

Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos

deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a

superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais

Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas

especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os

meacutetodos continuam sendo motivos de debates

No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs

Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857

mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de

Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de

Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas

das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que

marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)

De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da

crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do

homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela

jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e

posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial

Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos

que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-

escola preparatoacuteria1

A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas

possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais

econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca

Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do

rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para

que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um

depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida

esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas

fossem buscaacute-las

Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de

educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os

Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as

deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas

famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-

escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e

ambas ajudariam no problema do fracasso escolar

1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo

13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a

educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja

no controle motor psicoloacutegico social e afetivo

Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase

preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa

de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em

1979

ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)

Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os

problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo

como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie

Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo

simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas

interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e

contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si

mesma enquanto sujeito

Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil

isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo

que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente

ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior

autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para

si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila

natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da

vida

14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e

adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da

crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino

fundamental

Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e

necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor

aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda

crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo

educacional

As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e

deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam

proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com

deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua

especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo

de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo

social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre

o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-

capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo

11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo

Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e

descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo

havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo

havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que

os aceitasse em sua diferenccedila

O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado

logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum

tipo de deacuteficit de inteligecircncia

A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma

postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes

auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de

15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino

dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se

(Viana 2007)

Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade

de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no

monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o

referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute

que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande

repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo

dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam

esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero

comeccedilou a perder exclusividade na escrita

A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por

LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era

usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em

1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir

Surdos e Cegosrdquo

Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos

em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes

auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que

seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse

Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos

deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a

superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais

Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas

especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os

meacutetodos continuam sendo motivos de debates

No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs

Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857

mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de

Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a

educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja

no controle motor psicoloacutegico social e afetivo

Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase

preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa

de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em

1979

ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)

Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os

problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo

como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie

Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo

simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas

interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e

contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si

mesma enquanto sujeito

Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil

isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo

que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente

ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior

autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para

si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila

natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da

vida

14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e

adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da

crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino

fundamental

Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e

necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor

aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda

crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo

educacional

As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e

deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam

proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com

deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua

especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo

de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo

social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre

o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-

capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo

11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo

Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e

descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo

havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo

havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que

os aceitasse em sua diferenccedila

O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado

logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum

tipo de deacuteficit de inteligecircncia

A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma

postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes

auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de

15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino

dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se

(Viana 2007)

Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade

de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no

monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o

referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute

que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande

repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo

dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam

esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero

comeccedilou a perder exclusividade na escrita

A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por

LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era

usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em

1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir

Surdos e Cegosrdquo

Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos

em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes

auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que

seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse

Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos

deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a

superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais

Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas

especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os

meacutetodos continuam sendo motivos de debates

No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs

Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857

mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de

Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e

adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da

crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino

fundamental

Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e

necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor

aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda

crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo

educacional

As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e

deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam

proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com

deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua

especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo

de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo

social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre

o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-

capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo

11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo

Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e

descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo

havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo

havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que

os aceitasse em sua diferenccedila

O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado

logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum

tipo de deacuteficit de inteligecircncia

A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma

postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes

auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de

15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino

dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se

(Viana 2007)

Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade

de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no

monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o

referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute

que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande

repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo

dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam

esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero

comeccedilou a perder exclusividade na escrita

A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por

LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era

usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em

1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir

Surdos e Cegosrdquo

Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos

em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes

auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que

seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse

Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos

deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a

superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais

Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas

especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os

meacutetodos continuam sendo motivos de debates

No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs

Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857

mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de

Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino

dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se

(Viana 2007)

Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade

de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no

monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o

referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute

que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande

repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo

dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam

esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero

comeccedilou a perder exclusividade na escrita

A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por

LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era

usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em

1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir

Surdos e Cegosrdquo

Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos

em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes

auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que

seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse

Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos

deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a

superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais

Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas

especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os

meacutetodos continuam sendo motivos de debates

No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs

Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o

Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857

mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de

Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de

Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional

Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas

abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma

de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse

unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave

padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria

conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse

ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em

decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo

dos surdos (Viana 2007)

O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto

Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de

Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os

deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o

Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o

deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a

liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda

liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a

surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada

atraveacutes da reabilitaccedilatildeo

O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas

escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas

deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de

Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash

DF) e outros

Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras

que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O

Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970

passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos

Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes

auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz

respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais

Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo

educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a

possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que

recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes

auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas

como deveriam ser

No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da

integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais

ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em

criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia

ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)

Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito

normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja

oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam

ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas

Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a

LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a

LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular

Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva

decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei

nordm 10436

Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base

indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o

conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas

percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

18

12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade

O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o

discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou

necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das

regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da

neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees

graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja

visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica

satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava

para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns

fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma

aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de

1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas

primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)

A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve

influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia

Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial

quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas

crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas

A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o

acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora

antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico

Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a

estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma

categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do

psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave

emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o

tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a

finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da

terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra

redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o

diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao

tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e

ISPE-GAE 2007)

Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria

especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada

de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios

profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade

era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de

1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos

pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977

Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo

o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de

Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em

psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na

sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a

Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR

ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de

abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de

buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da

psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que

contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre

postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees

da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e

ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do

corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na

compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

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Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade

encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem

respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como

ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)

Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se

como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas

psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a

expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano

A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute

mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a

aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo

infantil

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

21

CAPIacuteTULO II

DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS

PEDAGOacuteGICOS

Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo

portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute

considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida

comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui

audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser

congecircnita ou adquirida

Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos

durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento

O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas

decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a

existecircncia de diferentes graus de Surdez

21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva

Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos

que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a

seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve

e os com Surdez Moderada

O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40

decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da

palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto

causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou

escrita

O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40

e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra

sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente

percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem

dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases

gramaticais complexas

O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com

Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva

entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos

familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo

verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do

contexto das situaccedilotildees

O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90

decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e

identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a

linguagem oral

Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos

sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se

refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita

Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas

por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo

de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso

inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso

inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de

ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter

colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de

outras estruturas de subordinaccedilatildeo

Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias

educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da

histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees

eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia

De acordo com Dorziat

ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)

As quais veremos a seguir

211 - Oralismo

Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico

da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais

seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do

Oralismo

Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que

a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de

ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem

oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia

auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma

reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo

surdez

O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como

metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica

forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo

Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse

meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela

amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade

Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre

outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo

de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas

educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo

alcanccedilados por esses indiviacuteduos

Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou

incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem

agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas

justificativas

ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo

Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos

Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados

obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as

concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro

momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e

80

O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral

como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes

auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo

deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser

considerado como uma pessoa capaz

212 - Comunicaccedilatildeo Total

Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que

como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo

entre os deficientes auditivos e os ouvintes

De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999

p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte

A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva

congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos

expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com

outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos

linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-

facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o

desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das

habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um

longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de

alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo

Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que

esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja

linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes

reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de

cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva

Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que

o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +

Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs

sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua

na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o

uso adequado da liacutengua de sinais

De acordo com Dorziat (1997 p16)

ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo

Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo

Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e

professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos

A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute

entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia

educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de

90

213 ndash Bilinguumlismo

Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o

deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua

materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes

auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores

ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante

diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o

deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte

podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua

eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo

em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do

deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte

ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social

De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira

liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo

possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e

prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o

mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em

contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais

professores ou outros

A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos

de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de

informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios

de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo

provavelmente o inverso

Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua

de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou

escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio

Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da

filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente

auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu

paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial

de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes

auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes

apenas na modalidade escrita e natildeo na oral

De acordo com Bernardino (2000 p 29)

ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo

Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das

filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse

geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer

que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e

aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS

22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)

As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades

surdas

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo

simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para

facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

28

LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)

Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de

movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo

Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem

satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico

e o semacircntico

Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais

poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs

A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua

de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui

a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais

Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico

de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas

deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e

expressatildeo de natureza visual-motora

Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo

produzir poemas e peccedilas teatrais

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril

de 2002 diz o seguinte

ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo

Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter

acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso

aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de

acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom

educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido

a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em

formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os

deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS

Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo

infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos

isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de

pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo

mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas

filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)

Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da

Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e

tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo

assegurada

Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

31

CAPIacuteTULO III

A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06

ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES

AUDITIVAS

Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira

etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem

por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de

idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo

duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da

famiacutelia e da comunidade

A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de

agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social

31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil

para Crianccedilas Deficientes Auditivas

Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da

inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de

habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo

levadas para a vida inteira

Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma

aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo

que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo

com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do

movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e

accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

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analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em

conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e

equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da

accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social

ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de

Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem

o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente

A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida

entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o

pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais

eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa

A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo

como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto

do pai e do educador

Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

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analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)

A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira

importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu

conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e

crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade

governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o

aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves

necessidades de todos os seus alunos

Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila

deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila

dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a

capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto

anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo

Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores

Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na

educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

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46

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Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem

estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes

auditivos

A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser

garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da

LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho

seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem

atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial

Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga

meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo

Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos

(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

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analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

35

32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na

Educaccedilatildeo Infantil

A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o

atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro

tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos

municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo

Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como

parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi

dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)

conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como

ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade

mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da

educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade

sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem

Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a

legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208

define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na

rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996

(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel

propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular

de ensino

Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula

do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave

educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em

aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a

preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute

pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em

LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que

diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora

Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-

intervencao-profissionalhtm

ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash

Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03

2004

Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom

- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional

Setembro de 1996 Editora do Brasil

CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te

quero Porto Alegre Artmed 2001

COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo

Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos

Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas

especiais Brasiacutelia CORDE 1994

httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp

http wwwdidakocombr

httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0

httpwwwprofalacomarteducesp8htm

45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-

traduzido-libras-424486shtml

LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa

Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert

PucRio 1997 pp 20-32

MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves

Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e

MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo

Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto

Alegre Artes Meacutedicas 1995

MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo

Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo

Paulo E P U 1986

NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983

NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas

Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis

Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos

MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004

ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed

Satildeo Paulo Cortez 2001

SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico

46

SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo

Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash

Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint

1996

VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS

analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser

adotada

Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade

No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas

oportunidades dos ouvintes

Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver

inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute

educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves

diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o

normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como

um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma

sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos

contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva

deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e

principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades

educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura

e progredir no aspecto pessoal e social

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de

Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno

Deficiente Auditivo

As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes

adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o

corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de

aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o

mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada

crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado

devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo

E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes

auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora

Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-

intervencao-profissionalhtm

ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash

Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03

2004

Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom

- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional

Setembro de 1996 Editora do Brasil

CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te

quero Porto Alegre Artmed 2001

COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo

Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos

Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas

especiais Brasiacutelia CORDE 1994

httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp

http wwwdidakocombr

httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0

httpwwwprofalacomarteducesp8htm

45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-

traduzido-libras-424486shtml

LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa

Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert

PucRio 1997 pp 20-32

MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves

Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e

MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo

Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto

Alegre Artes Meacutedicas 1995

MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo

Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo

Paulo E P U 1986

NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983

NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas

Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis

Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos

MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004

ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed

Satildeo Paulo Cortez 2001

SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico

46

SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo

Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash

Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint

1996

VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS

analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de

aprendizagem

O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem

as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a

aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a

projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer

muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e

quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas

que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo

visual

a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo

(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona

ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo

b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir

perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele

se desenvolve com o decorrer dos tempos

c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o

exterior ao nosso corpo

Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo

assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o

aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de

forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada

uma das habilidades referidas

Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o

desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das

atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento

motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento

natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e

situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a

escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a

algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem

inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora

Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-

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Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert

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Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e

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Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto

Alegre Artes Meacutedicas 1995

MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo

Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo

Paulo E P U 1986

NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983

NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas

Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

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SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico

46

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Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash

Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

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1996

VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS

analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades

psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela

Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)

proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos

Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de

Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas

para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo

ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica

deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o

por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as

aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o

desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com

deficiecircncia auditiva

A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso

a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo

infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material

competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou

instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades

(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)

gerando assim um processo educacional que objetiva promover o

desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou

seja psicomotor

Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente

movimento por que

bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma

bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros

bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los

bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos

bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes

formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

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2004

Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom

- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional

Setembro de 1996 Editora do Brasil

CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te

quero Porto Alegre Artmed 2001

COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo

Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos

Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas

especiais Brasiacutelia CORDE 1994

httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp

http wwwdidakocombr

httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0

httpwwwprofalacomarteducesp8htm

45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-

traduzido-libras-424486shtml

LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa

Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert

PucRio 1997 pp 20-32

MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves

Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e

MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo

Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto

Alegre Artes Meacutedicas 1995

MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo

Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo

Paulo E P U 1986

NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983

NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas

Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis

Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos

MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004

ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed

Satildeo Paulo Cortez 2001

SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico

46

SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo

Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash

Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint

1996

VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS

analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade

bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)

O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de

comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de

comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia

de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila

(Noda 1984)

Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam

que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se

caracterizam nas seguintes formas

Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais

instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais

como

bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees

bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros

bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros

bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros

bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central

bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora

Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-

intervencao-profissionalhtm

ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash

Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03

2004

Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom

- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional

Setembro de 1996 Editora do Brasil

CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te

quero Porto Alegre Artmed 2001

COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo

Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos

Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas

especiais Brasiacutelia CORDE 1994

httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp

http wwwdidakocombr

httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0

httpwwwprofalacomarteducesp8htm

45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-

traduzido-libras-424486shtml

LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa

Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert

PucRio 1997 pp 20-32

MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves

Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e

MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo

Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto

Alegre Artes Meacutedicas 1995

MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo

Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo

Paulo E P U 1986

NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983

NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas

Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis

Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos

MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004

ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed

Satildeo Paulo Cortez 2001

SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico

46

SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo

Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash

Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint

1996

VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS

analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras

bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros

bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos

bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito

bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros

bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora

Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-

intervencao-profissionalhtm

ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash

Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03

2004

Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom

- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional

Setembro de 1996 Editora do Brasil

CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te

quero Porto Alegre Artmed 2001

COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo

Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos

Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas

especiais Brasiacutelia CORDE 1994

httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp

http wwwdidakocombr

httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0

httpwwwprofalacomarteducesp8htm

45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-

traduzido-libras-424486shtml

LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa

Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert

PucRio 1997 pp 20-32

MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves

Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e

MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo

Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto

Alegre Artes Meacutedicas 1995

MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo

Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo

Paulo E P U 1986

NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983

NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas

Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis

Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos

MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004

ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed

Satildeo Paulo Cortez 2001

SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico

46

SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo

Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash

Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint

1996

VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS

analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo

ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o

educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem

enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e

devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem

nenhum atrativo para o seu aluno

Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da

crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave

crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila

adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior

criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e

quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage

com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar

facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo

pessoal

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora

Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-

intervencao-profissionalhtm

ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash

Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03

2004

Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom

- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional

Setembro de 1996 Editora do Brasil

CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te

quero Porto Alegre Artmed 2001

COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo

Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos

Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas

especiais Brasiacutelia CORDE 1994

httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp

http wwwdidakocombr

httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0

httpwwwprofalacomarteducesp8htm

45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-

traduzido-libras-424486shtml

LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa

Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert

PucRio 1997 pp 20-32

MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves

Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e

MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo

Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto

Alegre Artes Meacutedicas 1995

MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo

Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo

Paulo E P U 1986

NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983

NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas

Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis

Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos

MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004

ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed

Satildeo Paulo Cortez 2001

SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico

46

SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo

Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash

Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint

1996

VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS

analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

42

CONCLUSAtildeO

A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma

comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em

formaccedilatildeo

Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar

preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se

sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os

alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram

traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o

aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e

identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais

- atividades de rotina atraveacutes de sinais

- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais

- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais

- hora do conto atraveacutes de sinais

- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos

- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais

- atividades de esquema corporal

Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na

Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila

deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo

importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o

olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos

O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as

suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem

liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no

desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila

em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para

uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta

Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a

Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora

Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-

intervencao-profissionalhtm

ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash

Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03

2004

Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom

- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional

Setembro de 1996 Editora do Brasil

CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te

quero Porto Alegre Artmed 2001

COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo

Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos

Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas

especiais Brasiacutelia CORDE 1994

httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp

http wwwdidakocombr

httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0

httpwwwprofalacomarteducesp8htm

45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-

traduzido-libras-424486shtml

LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa

Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert

PucRio 1997 pp 20-32

MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves

Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e

MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo

Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto

Alegre Artes Meacutedicas 1995

MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo

Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo

Paulo E P U 1986

NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983

NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas

Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis

Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos

MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004

ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed

Satildeo Paulo Cortez 2001

SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico

46

SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo

Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash

Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint

1996

VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS

analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos

com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento

motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de

qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes

auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais

(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A

LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de

2002

Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa

diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em

nossas diferenccedilas

44

BIBLIOGRAFIA

AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora

Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-

intervencao-profissionalhtm

ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash

Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03

2004

Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom

- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional

Setembro de 1996 Editora do Brasil

CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te

quero Porto Alegre Artmed 2001

COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo

Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos

Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas

especiais Brasiacutelia CORDE 1994

httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp

http wwwdidakocombr

httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0

httpwwwprofalacomarteducesp8htm

45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-

traduzido-libras-424486shtml

LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa

Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert

PucRio 1997 pp 20-32

MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves

Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e

MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo

Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto

Alegre Artes Meacutedicas 1995

MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo

Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo

Paulo E P U 1986

NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983

NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas

Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis

Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos

MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004

ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed

Satildeo Paulo Cortez 2001

SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico

46

SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo

Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash

Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint

1996

VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS

analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

44

BIBLIOGRAFIA

AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora

Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-

intervencao-profissionalhtm

ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash

Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03

2004

Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom

- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional

Setembro de 1996 Editora do Brasil

CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te

quero Porto Alegre Artmed 2001

COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo

Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos

Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas

especiais Brasiacutelia CORDE 1994

httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp

http wwwdidakocombr

httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0

httpwwwprofalacomarteducesp8htm

45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-

traduzido-libras-424486shtml

LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa

Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert

PucRio 1997 pp 20-32

MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves

Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e

MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo

Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto

Alegre Artes Meacutedicas 1995

MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo

Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo

Paulo E P U 1986

NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983

NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas

Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis

Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos

MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004

ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed

Satildeo Paulo Cortez 2001

SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico

46

SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo

Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash

Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint

1996

VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS

analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-

traduzido-libras-424486shtml

LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa

Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert

PucRio 1997 pp 20-32

MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves

Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e

MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo

Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto

Alegre Artes Meacutedicas 1995

MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo

Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo

Paulo E P U 1986

NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983

NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas

Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

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Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos

MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004

ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed

Satildeo Paulo Cortez 2001

SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico

46

SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo

Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash

Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint

1996

VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS

analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

46

SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo

Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash

Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)

VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint

1996

VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS

analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do

Rio de Janeiro 2007

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IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3

47

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11

11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14

12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18

CAPIacuteTULO II 21

Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21

21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21

211 - Oralismo 23

212 - Comunicaccedilatildeo Total 24

213 - Bilinguumlismo 26

22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27

CAPIacuteTULO III 31

A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02

a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31

31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas

Deficientes Auditivas 31

32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35

321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que

Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36

CONCLUSAtildeO 42

BIBLIOGRAFIA 44

IacuteNDICE 47

  • IacuteNDICE
  • FOLHA DE ROSTO 2
  • AGRADECIMENTO 3