universidade cÂndido mendes faculdades ...que os medos e deficiências das crianças se tornam...
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UNIVERSIDADE CAcircNDIDO MENDES
FACULDADES INTEGRADAS A VEZ DO MESTRE
UNIDADE CENTRO ndash RJ
CURSO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO LATU-SENSU
ESPECIALIZACcedilAtildeO EM PSICOMOTRICIDADE
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA O ALUNO DEFICIENTE AUDITIVO COM IDADE ENTRE 02 A 06 ANOS EM SUA INCLUSAtildeO NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL
POR ALINE DA CONCEICcedilAtildeO ALVES
ORIENTADORA PROFordfMESTRE FAacuteTIMA ALVES
UNIVERSIDADE CAcircNDIDO MENDES
FACULDADES INTEGRADAS A VEZ DO MESTRE
UNIDADE CENTRO ndash RJ
CURSO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO LATU-SENSU
ESPECIALIZACcedilAtildeO EM PSICOMOTRICIDADE
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA O ALUNO DEFICIENTE AUDITIVO COM IDADE ENTRE 02 A 06 ANOS EM SUA INCLUSAtildeO NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL
Monografia apresentada agrave Faculdades Integradas A Vez do Mestre como exigecircncia legal para conclusatildeo do curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo Latu-Senso em Psicomotricidade
POR ALINE DA CONCEICcedilAtildeO ALVES
ORIENTADORA PROFordfMESTRE FAacuteTIMA ALVES
RIO DE JANEIRO 2011
AGRADECIMENTO
A Deus agradeccedilo o dom da vida e todo o meu
discernimento
A minha famiacutelia por me dar forccedilas para prosseguir e
realizar esse sonho
A professora Christie Capello da AVM que em
especial contribuiu para a minha formaccedilatildeo intelectual e
pessoal
A minha turma de Educaccedilatildeo Infantil que muito
contribuiu na realizaccedilatildeo de algumas atividades
psicomotoras
E finalmente aqueles que comigo estudaram e
dividiram esses momentos de emoccedilotildees
A todos muito obrigada
DEDICATOacuteRIA
Dedico a todos que me estimularam e por mim
torceram na realizaccedilatildeo de mais uma conquista
RESUMO
A presente monografia surgiu do interesse em saber como acontece agrave
educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes auditivas na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06
anos Ela tem por objetivo conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas
psicomotoras que facilitem o cotidiano das crianccedilas com deficiecircncia auditiva no
ambiente da Educaccedilatildeo Infantil na escola regular Meacutetodos e accedilotildees essas que
possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo profissional Para fazer essa anaacutelise foi
necessaacuterio realizar um estudo sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil a Histoacuteria
da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos assim como a Histoacuteria da
Psicomotricidade Atraveacutes desses estudos tornou-se evidente o
reconhecimento do deficiente auditivo como um cidadatildeo capaz de ter os
mesmos desenvolvimentos que os ouvintes soacute que para isso eacute preciso que
sejam oferecidas a ele as mesmas possibilidades de acordo com as suas
necessidades A pesquisa relatou os graus de deficiecircncia auditiva e os
meacutetodos possiacuteveis para se trabalhar com as mesmas dentro do ambiente
escolar Aleacutem de reconhecer a LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) como
sendo a primeira liacutengua dos deficientes auditivos jaacute que eacute atraveacutes da
linguagem corporal que as crianccedilas deficientes auditivas conseguem se
comunicar com as pessoas e com o mundo ao seu redor Eacute importante
ressaltar tambeacutem que ainda natildeo foi definido um meacutetodo o qual possa ser
considerado como meacutetodo especiacutefico da Educaccedilatildeo Infantil de crianccedilas
deficientes auditivas no entanto essa monografia buscou algumas accedilotildees
pedagoacutegicas que contribuem para o desenvolvimento motor da crianccedila
facilitando a sua integraccedilatildeo e convivecircncia social aleacutem de sua satisfaccedilatildeo
pessoal
METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em uma abordagem qualitativa com referencial
teoacuterico-bibliograacutefico Tendo em vista que a pesquisa qualitativa supotildee o
contato direto do pesquisador com o ambiente e a situaccedilatildeo investigada
Para a concretizaccedilatildeo desse projeto foram utilizadas referecircncias
conceituais teoacutericas e histoacutericas sobre a funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil a histoacuteria
da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos e a atuaccedilatildeo da psicomotricidade Aleacutem
de uma coleta de dados sobre os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras
usadas em sala de aula
Foram utilizadas contribuiccedilotildees teoacutericas de autores como Celso Antunes
Pilar Arnaiz Saacutenchez Marta Rabadaacuten Martinez Maria Carmem Craidy Aristeo
Leite Filho dentre outros que desenvolvem estudos e pesquisas acerca do
tema abordado nesta pesquisa
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
CAPIacuteTULO II
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
CAPITULO III
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06 anos e os
Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
INDICE 47
8
INTRODUCcedilAO
Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees
pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria
dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe
inclusiva
Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as
crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo
infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e
barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila
comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo
que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da
crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o
primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo
permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento
que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos
muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade
jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir
Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial
nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente
nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras
desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar
sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo
com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz
ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)
9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as
crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno
aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo
da vida escolar
As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem
trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento
motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na
comunicaccedilatildeo com o mundo
A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo
que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o
processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a
conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a
crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-
se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno
deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e
desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as
possibilidades do mesmo para poder se comunicar
Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de
vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia
da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do
professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de
inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio
em sociedade
Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e
conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o
cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da
educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo
profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio
bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos
10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente
Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil
A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo
perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um
aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de
aprimorar sua interaccedilatildeo
A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas
limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do
conviacutevio social
Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro
capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente
auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus
de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o
cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O
terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo
infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na
conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa
monografia
11
CAPIacuteTULO I
HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL
Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas
origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo
atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola
surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de
atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo
(escola de jogos) originado na Holanda em 1770
Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar
nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo
do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto
no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo
anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou
a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi
considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila
pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho
As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em
1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de
idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem
trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a
Escola Maternal francesa
Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New
Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus
operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo
Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente
assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente
da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -
ldquoKindergartenrdquo
12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de
Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas
das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que
marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)
De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da
crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do
homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela
jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e
posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial
Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos
que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-
escola preparatoacuteria1
A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas
possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais
econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca
Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do
rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para
que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um
depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida
esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas
fossem buscaacute-las
Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de
educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os
Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as
deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas
famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-
escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e
ambas ajudariam no problema do fracasso escolar
1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo
13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a
educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja
no controle motor psicoloacutegico social e afetivo
Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase
preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa
de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em
1979
ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)
Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os
problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo
como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie
Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo
simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas
interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e
contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si
mesma enquanto sujeito
Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil
isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo
que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente
ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior
autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para
si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila
natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da
vida
14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e
adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da
crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino
fundamental
Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e
necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor
aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda
crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo
educacional
As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e
deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam
proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com
deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua
especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo
de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo
social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre
o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-
capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo
11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo
Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e
descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo
havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo
havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que
os aceitasse em sua diferenccedila
O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado
logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum
tipo de deacuteficit de inteligecircncia
A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma
postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes
auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de
15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino
dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se
(Viana 2007)
Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade
de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no
monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o
referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute
que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande
repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo
dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam
esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero
comeccedilou a perder exclusividade na escrita
A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por
LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era
usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em
1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir
Surdos e Cegosrdquo
Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos
em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes
auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que
seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse
Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos
deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a
superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais
Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas
especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os
meacutetodos continuam sendo motivos de debates
No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs
Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o
Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857
mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de
Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
UNIVERSIDADE CAcircNDIDO MENDES
FACULDADES INTEGRADAS A VEZ DO MESTRE
UNIDADE CENTRO ndash RJ
CURSO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO LATU-SENSU
ESPECIALIZACcedilAtildeO EM PSICOMOTRICIDADE
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA O ALUNO DEFICIENTE AUDITIVO COM IDADE ENTRE 02 A 06 ANOS EM SUA INCLUSAtildeO NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL
Monografia apresentada agrave Faculdades Integradas A Vez do Mestre como exigecircncia legal para conclusatildeo do curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo Latu-Senso em Psicomotricidade
POR ALINE DA CONCEICcedilAtildeO ALVES
ORIENTADORA PROFordfMESTRE FAacuteTIMA ALVES
RIO DE JANEIRO 2011
AGRADECIMENTO
A Deus agradeccedilo o dom da vida e todo o meu
discernimento
A minha famiacutelia por me dar forccedilas para prosseguir e
realizar esse sonho
A professora Christie Capello da AVM que em
especial contribuiu para a minha formaccedilatildeo intelectual e
pessoal
A minha turma de Educaccedilatildeo Infantil que muito
contribuiu na realizaccedilatildeo de algumas atividades
psicomotoras
E finalmente aqueles que comigo estudaram e
dividiram esses momentos de emoccedilotildees
A todos muito obrigada
DEDICATOacuteRIA
Dedico a todos que me estimularam e por mim
torceram na realizaccedilatildeo de mais uma conquista
RESUMO
A presente monografia surgiu do interesse em saber como acontece agrave
educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes auditivas na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06
anos Ela tem por objetivo conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas
psicomotoras que facilitem o cotidiano das crianccedilas com deficiecircncia auditiva no
ambiente da Educaccedilatildeo Infantil na escola regular Meacutetodos e accedilotildees essas que
possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo profissional Para fazer essa anaacutelise foi
necessaacuterio realizar um estudo sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil a Histoacuteria
da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos assim como a Histoacuteria da
Psicomotricidade Atraveacutes desses estudos tornou-se evidente o
reconhecimento do deficiente auditivo como um cidadatildeo capaz de ter os
mesmos desenvolvimentos que os ouvintes soacute que para isso eacute preciso que
sejam oferecidas a ele as mesmas possibilidades de acordo com as suas
necessidades A pesquisa relatou os graus de deficiecircncia auditiva e os
meacutetodos possiacuteveis para se trabalhar com as mesmas dentro do ambiente
escolar Aleacutem de reconhecer a LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) como
sendo a primeira liacutengua dos deficientes auditivos jaacute que eacute atraveacutes da
linguagem corporal que as crianccedilas deficientes auditivas conseguem se
comunicar com as pessoas e com o mundo ao seu redor Eacute importante
ressaltar tambeacutem que ainda natildeo foi definido um meacutetodo o qual possa ser
considerado como meacutetodo especiacutefico da Educaccedilatildeo Infantil de crianccedilas
deficientes auditivas no entanto essa monografia buscou algumas accedilotildees
pedagoacutegicas que contribuem para o desenvolvimento motor da crianccedila
facilitando a sua integraccedilatildeo e convivecircncia social aleacutem de sua satisfaccedilatildeo
pessoal
METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em uma abordagem qualitativa com referencial
teoacuterico-bibliograacutefico Tendo em vista que a pesquisa qualitativa supotildee o
contato direto do pesquisador com o ambiente e a situaccedilatildeo investigada
Para a concretizaccedilatildeo desse projeto foram utilizadas referecircncias
conceituais teoacutericas e histoacutericas sobre a funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil a histoacuteria
da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos e a atuaccedilatildeo da psicomotricidade Aleacutem
de uma coleta de dados sobre os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras
usadas em sala de aula
Foram utilizadas contribuiccedilotildees teoacutericas de autores como Celso Antunes
Pilar Arnaiz Saacutenchez Marta Rabadaacuten Martinez Maria Carmem Craidy Aristeo
Leite Filho dentre outros que desenvolvem estudos e pesquisas acerca do
tema abordado nesta pesquisa
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
CAPIacuteTULO II
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
CAPITULO III
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06 anos e os
Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
INDICE 47
8
INTRODUCcedilAO
Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees
pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria
dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe
inclusiva
Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as
crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo
infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e
barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila
comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo
que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da
crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o
primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo
permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento
que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos
muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade
jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir
Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial
nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente
nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras
desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar
sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo
com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz
ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)
9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as
crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno
aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo
da vida escolar
As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem
trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento
motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na
comunicaccedilatildeo com o mundo
A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo
que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o
processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a
conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a
crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-
se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno
deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e
desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as
possibilidades do mesmo para poder se comunicar
Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de
vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia
da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do
professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de
inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio
em sociedade
Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e
conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o
cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da
educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo
profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio
bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos
10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente
Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil
A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo
perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um
aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de
aprimorar sua interaccedilatildeo
A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas
limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do
conviacutevio social
Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro
capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente
auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus
de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o
cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O
terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo
infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na
conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa
monografia
11
CAPIacuteTULO I
HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL
Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas
origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo
atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola
surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de
atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo
(escola de jogos) originado na Holanda em 1770
Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar
nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo
do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto
no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo
anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou
a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi
considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila
pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho
As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em
1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de
idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem
trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a
Escola Maternal francesa
Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New
Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus
operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo
Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente
assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente
da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -
ldquoKindergartenrdquo
12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de
Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas
das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que
marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)
De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da
crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do
homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela
jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e
posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial
Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos
que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-
escola preparatoacuteria1
A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas
possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais
econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca
Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do
rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para
que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um
depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida
esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas
fossem buscaacute-las
Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de
educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os
Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as
deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas
famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-
escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e
ambas ajudariam no problema do fracasso escolar
1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo
13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a
educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja
no controle motor psicoloacutegico social e afetivo
Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase
preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa
de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em
1979
ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)
Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os
problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo
como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie
Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo
simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas
interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e
contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si
mesma enquanto sujeito
Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil
isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo
que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente
ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior
autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para
si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila
natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da
vida
14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e
adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da
crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino
fundamental
Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e
necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor
aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda
crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo
educacional
As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e
deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam
proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com
deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua
especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo
de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo
social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre
o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-
capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo
11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo
Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e
descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo
havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo
havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que
os aceitasse em sua diferenccedila
O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado
logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum
tipo de deacuteficit de inteligecircncia
A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma
postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes
auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de
15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino
dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se
(Viana 2007)
Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade
de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no
monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o
referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute
que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande
repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo
dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam
esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero
comeccedilou a perder exclusividade na escrita
A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por
LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era
usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em
1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir
Surdos e Cegosrdquo
Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos
em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes
auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que
seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse
Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos
deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a
superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais
Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas
especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os
meacutetodos continuam sendo motivos de debates
No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs
Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o
Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857
mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de
Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
AGRADECIMENTO
A Deus agradeccedilo o dom da vida e todo o meu
discernimento
A minha famiacutelia por me dar forccedilas para prosseguir e
realizar esse sonho
A professora Christie Capello da AVM que em
especial contribuiu para a minha formaccedilatildeo intelectual e
pessoal
A minha turma de Educaccedilatildeo Infantil que muito
contribuiu na realizaccedilatildeo de algumas atividades
psicomotoras
E finalmente aqueles que comigo estudaram e
dividiram esses momentos de emoccedilotildees
A todos muito obrigada
DEDICATOacuteRIA
Dedico a todos que me estimularam e por mim
torceram na realizaccedilatildeo de mais uma conquista
RESUMO
A presente monografia surgiu do interesse em saber como acontece agrave
educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes auditivas na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06
anos Ela tem por objetivo conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas
psicomotoras que facilitem o cotidiano das crianccedilas com deficiecircncia auditiva no
ambiente da Educaccedilatildeo Infantil na escola regular Meacutetodos e accedilotildees essas que
possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo profissional Para fazer essa anaacutelise foi
necessaacuterio realizar um estudo sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil a Histoacuteria
da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos assim como a Histoacuteria da
Psicomotricidade Atraveacutes desses estudos tornou-se evidente o
reconhecimento do deficiente auditivo como um cidadatildeo capaz de ter os
mesmos desenvolvimentos que os ouvintes soacute que para isso eacute preciso que
sejam oferecidas a ele as mesmas possibilidades de acordo com as suas
necessidades A pesquisa relatou os graus de deficiecircncia auditiva e os
meacutetodos possiacuteveis para se trabalhar com as mesmas dentro do ambiente
escolar Aleacutem de reconhecer a LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) como
sendo a primeira liacutengua dos deficientes auditivos jaacute que eacute atraveacutes da
linguagem corporal que as crianccedilas deficientes auditivas conseguem se
comunicar com as pessoas e com o mundo ao seu redor Eacute importante
ressaltar tambeacutem que ainda natildeo foi definido um meacutetodo o qual possa ser
considerado como meacutetodo especiacutefico da Educaccedilatildeo Infantil de crianccedilas
deficientes auditivas no entanto essa monografia buscou algumas accedilotildees
pedagoacutegicas que contribuem para o desenvolvimento motor da crianccedila
facilitando a sua integraccedilatildeo e convivecircncia social aleacutem de sua satisfaccedilatildeo
pessoal
METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em uma abordagem qualitativa com referencial
teoacuterico-bibliograacutefico Tendo em vista que a pesquisa qualitativa supotildee o
contato direto do pesquisador com o ambiente e a situaccedilatildeo investigada
Para a concretizaccedilatildeo desse projeto foram utilizadas referecircncias
conceituais teoacutericas e histoacutericas sobre a funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil a histoacuteria
da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos e a atuaccedilatildeo da psicomotricidade Aleacutem
de uma coleta de dados sobre os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras
usadas em sala de aula
Foram utilizadas contribuiccedilotildees teoacutericas de autores como Celso Antunes
Pilar Arnaiz Saacutenchez Marta Rabadaacuten Martinez Maria Carmem Craidy Aristeo
Leite Filho dentre outros que desenvolvem estudos e pesquisas acerca do
tema abordado nesta pesquisa
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
CAPIacuteTULO II
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
CAPITULO III
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06 anos e os
Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
INDICE 47
8
INTRODUCcedilAO
Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees
pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria
dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe
inclusiva
Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as
crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo
infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e
barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila
comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo
que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da
crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o
primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo
permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento
que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos
muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade
jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir
Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial
nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente
nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras
desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar
sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo
com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz
ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)
9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as
crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno
aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo
da vida escolar
As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem
trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento
motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na
comunicaccedilatildeo com o mundo
A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo
que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o
processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a
conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a
crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-
se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno
deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e
desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as
possibilidades do mesmo para poder se comunicar
Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de
vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia
da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do
professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de
inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio
em sociedade
Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e
conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o
cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da
educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo
profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio
bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos
10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente
Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil
A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo
perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um
aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de
aprimorar sua interaccedilatildeo
A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas
limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do
conviacutevio social
Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro
capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente
auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus
de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o
cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O
terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo
infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na
conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa
monografia
11
CAPIacuteTULO I
HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL
Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas
origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo
atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola
surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de
atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo
(escola de jogos) originado na Holanda em 1770
Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar
nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo
do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto
no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo
anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou
a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi
considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila
pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho
As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em
1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de
idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem
trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a
Escola Maternal francesa
Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New
Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus
operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo
Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente
assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente
da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -
ldquoKindergartenrdquo
12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de
Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas
das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que
marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)
De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da
crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do
homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela
jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e
posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial
Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos
que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-
escola preparatoacuteria1
A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas
possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais
econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca
Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do
rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para
que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um
depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida
esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas
fossem buscaacute-las
Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de
educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os
Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as
deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas
famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-
escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e
ambas ajudariam no problema do fracasso escolar
1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo
13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a
educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja
no controle motor psicoloacutegico social e afetivo
Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase
preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa
de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em
1979
ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)
Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os
problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo
como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie
Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo
simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas
interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e
contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si
mesma enquanto sujeito
Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil
isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo
que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente
ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior
autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para
si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila
natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da
vida
14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e
adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da
crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino
fundamental
Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e
necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor
aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda
crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo
educacional
As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e
deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam
proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com
deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua
especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo
de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo
social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre
o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-
capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo
11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo
Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e
descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo
havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo
havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que
os aceitasse em sua diferenccedila
O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado
logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum
tipo de deacuteficit de inteligecircncia
A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma
postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes
auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de
15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino
dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se
(Viana 2007)
Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade
de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no
monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o
referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute
que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande
repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo
dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam
esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero
comeccedilou a perder exclusividade na escrita
A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por
LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era
usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em
1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir
Surdos e Cegosrdquo
Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos
em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes
auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que
seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse
Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos
deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a
superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais
Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas
especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os
meacutetodos continuam sendo motivos de debates
No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs
Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o
Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857
mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de
Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
DEDICATOacuteRIA
Dedico a todos que me estimularam e por mim
torceram na realizaccedilatildeo de mais uma conquista
RESUMO
A presente monografia surgiu do interesse em saber como acontece agrave
educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes auditivas na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06
anos Ela tem por objetivo conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas
psicomotoras que facilitem o cotidiano das crianccedilas com deficiecircncia auditiva no
ambiente da Educaccedilatildeo Infantil na escola regular Meacutetodos e accedilotildees essas que
possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo profissional Para fazer essa anaacutelise foi
necessaacuterio realizar um estudo sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil a Histoacuteria
da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos assim como a Histoacuteria da
Psicomotricidade Atraveacutes desses estudos tornou-se evidente o
reconhecimento do deficiente auditivo como um cidadatildeo capaz de ter os
mesmos desenvolvimentos que os ouvintes soacute que para isso eacute preciso que
sejam oferecidas a ele as mesmas possibilidades de acordo com as suas
necessidades A pesquisa relatou os graus de deficiecircncia auditiva e os
meacutetodos possiacuteveis para se trabalhar com as mesmas dentro do ambiente
escolar Aleacutem de reconhecer a LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) como
sendo a primeira liacutengua dos deficientes auditivos jaacute que eacute atraveacutes da
linguagem corporal que as crianccedilas deficientes auditivas conseguem se
comunicar com as pessoas e com o mundo ao seu redor Eacute importante
ressaltar tambeacutem que ainda natildeo foi definido um meacutetodo o qual possa ser
considerado como meacutetodo especiacutefico da Educaccedilatildeo Infantil de crianccedilas
deficientes auditivas no entanto essa monografia buscou algumas accedilotildees
pedagoacutegicas que contribuem para o desenvolvimento motor da crianccedila
facilitando a sua integraccedilatildeo e convivecircncia social aleacutem de sua satisfaccedilatildeo
pessoal
METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em uma abordagem qualitativa com referencial
teoacuterico-bibliograacutefico Tendo em vista que a pesquisa qualitativa supotildee o
contato direto do pesquisador com o ambiente e a situaccedilatildeo investigada
Para a concretizaccedilatildeo desse projeto foram utilizadas referecircncias
conceituais teoacutericas e histoacutericas sobre a funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil a histoacuteria
da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos e a atuaccedilatildeo da psicomotricidade Aleacutem
de uma coleta de dados sobre os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras
usadas em sala de aula
Foram utilizadas contribuiccedilotildees teoacutericas de autores como Celso Antunes
Pilar Arnaiz Saacutenchez Marta Rabadaacuten Martinez Maria Carmem Craidy Aristeo
Leite Filho dentre outros que desenvolvem estudos e pesquisas acerca do
tema abordado nesta pesquisa
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
CAPIacuteTULO II
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
CAPITULO III
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06 anos e os
Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
INDICE 47
8
INTRODUCcedilAO
Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees
pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria
dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe
inclusiva
Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as
crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo
infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e
barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila
comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo
que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da
crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o
primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo
permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento
que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos
muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade
jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir
Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial
nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente
nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras
desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar
sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo
com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz
ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)
9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as
crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno
aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo
da vida escolar
As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem
trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento
motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na
comunicaccedilatildeo com o mundo
A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo
que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o
processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a
conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a
crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-
se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno
deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e
desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as
possibilidades do mesmo para poder se comunicar
Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de
vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia
da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do
professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de
inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio
em sociedade
Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e
conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o
cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da
educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo
profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio
bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos
10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente
Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil
A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo
perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um
aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de
aprimorar sua interaccedilatildeo
A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas
limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do
conviacutevio social
Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro
capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente
auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus
de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o
cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O
terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo
infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na
conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa
monografia
11
CAPIacuteTULO I
HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL
Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas
origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo
atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola
surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de
atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo
(escola de jogos) originado na Holanda em 1770
Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar
nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo
do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto
no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo
anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou
a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi
considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila
pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho
As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em
1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de
idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem
trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a
Escola Maternal francesa
Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New
Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus
operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo
Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente
assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente
da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -
ldquoKindergartenrdquo
12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de
Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas
das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que
marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)
De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da
crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do
homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela
jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e
posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial
Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos
que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-
escola preparatoacuteria1
A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas
possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais
econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca
Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do
rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para
que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um
depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida
esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas
fossem buscaacute-las
Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de
educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os
Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as
deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas
famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-
escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e
ambas ajudariam no problema do fracasso escolar
1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo
13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a
educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja
no controle motor psicoloacutegico social e afetivo
Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase
preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa
de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em
1979
ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)
Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os
problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo
como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie
Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo
simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas
interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e
contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si
mesma enquanto sujeito
Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil
isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo
que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente
ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior
autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para
si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila
natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da
vida
14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e
adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da
crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino
fundamental
Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e
necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor
aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda
crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo
educacional
As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e
deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam
proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com
deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua
especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo
de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo
social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre
o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-
capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo
11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo
Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e
descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo
havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo
havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que
os aceitasse em sua diferenccedila
O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado
logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum
tipo de deacuteficit de inteligecircncia
A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma
postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes
auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de
15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino
dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se
(Viana 2007)
Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade
de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no
monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o
referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute
que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande
repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo
dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam
esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero
comeccedilou a perder exclusividade na escrita
A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por
LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era
usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em
1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir
Surdos e Cegosrdquo
Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos
em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes
auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que
seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse
Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos
deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a
superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais
Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas
especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os
meacutetodos continuam sendo motivos de debates
No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs
Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o
Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857
mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de
Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
RESUMO
A presente monografia surgiu do interesse em saber como acontece agrave
educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes auditivas na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06
anos Ela tem por objetivo conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas
psicomotoras que facilitem o cotidiano das crianccedilas com deficiecircncia auditiva no
ambiente da Educaccedilatildeo Infantil na escola regular Meacutetodos e accedilotildees essas que
possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo profissional Para fazer essa anaacutelise foi
necessaacuterio realizar um estudo sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil a Histoacuteria
da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos assim como a Histoacuteria da
Psicomotricidade Atraveacutes desses estudos tornou-se evidente o
reconhecimento do deficiente auditivo como um cidadatildeo capaz de ter os
mesmos desenvolvimentos que os ouvintes soacute que para isso eacute preciso que
sejam oferecidas a ele as mesmas possibilidades de acordo com as suas
necessidades A pesquisa relatou os graus de deficiecircncia auditiva e os
meacutetodos possiacuteveis para se trabalhar com as mesmas dentro do ambiente
escolar Aleacutem de reconhecer a LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) como
sendo a primeira liacutengua dos deficientes auditivos jaacute que eacute atraveacutes da
linguagem corporal que as crianccedilas deficientes auditivas conseguem se
comunicar com as pessoas e com o mundo ao seu redor Eacute importante
ressaltar tambeacutem que ainda natildeo foi definido um meacutetodo o qual possa ser
considerado como meacutetodo especiacutefico da Educaccedilatildeo Infantil de crianccedilas
deficientes auditivas no entanto essa monografia buscou algumas accedilotildees
pedagoacutegicas que contribuem para o desenvolvimento motor da crianccedila
facilitando a sua integraccedilatildeo e convivecircncia social aleacutem de sua satisfaccedilatildeo
pessoal
METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em uma abordagem qualitativa com referencial
teoacuterico-bibliograacutefico Tendo em vista que a pesquisa qualitativa supotildee o
contato direto do pesquisador com o ambiente e a situaccedilatildeo investigada
Para a concretizaccedilatildeo desse projeto foram utilizadas referecircncias
conceituais teoacutericas e histoacutericas sobre a funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil a histoacuteria
da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos e a atuaccedilatildeo da psicomotricidade Aleacutem
de uma coleta de dados sobre os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras
usadas em sala de aula
Foram utilizadas contribuiccedilotildees teoacutericas de autores como Celso Antunes
Pilar Arnaiz Saacutenchez Marta Rabadaacuten Martinez Maria Carmem Craidy Aristeo
Leite Filho dentre outros que desenvolvem estudos e pesquisas acerca do
tema abordado nesta pesquisa
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
CAPIacuteTULO II
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
CAPITULO III
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06 anos e os
Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
INDICE 47
8
INTRODUCcedilAO
Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees
pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria
dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe
inclusiva
Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as
crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo
infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e
barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila
comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo
que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da
crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o
primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo
permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento
que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos
muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade
jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir
Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial
nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente
nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras
desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar
sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo
com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz
ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)
9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as
crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno
aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo
da vida escolar
As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem
trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento
motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na
comunicaccedilatildeo com o mundo
A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo
que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o
processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a
conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a
crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-
se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno
deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e
desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as
possibilidades do mesmo para poder se comunicar
Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de
vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia
da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do
professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de
inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio
em sociedade
Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e
conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o
cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da
educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo
profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio
bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos
10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente
Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil
A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo
perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um
aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de
aprimorar sua interaccedilatildeo
A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas
limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do
conviacutevio social
Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro
capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente
auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus
de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o
cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O
terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo
infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na
conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa
monografia
11
CAPIacuteTULO I
HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL
Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas
origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo
atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola
surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de
atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo
(escola de jogos) originado na Holanda em 1770
Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar
nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo
do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto
no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo
anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou
a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi
considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila
pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho
As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em
1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de
idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem
trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a
Escola Maternal francesa
Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New
Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus
operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo
Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente
assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente
da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -
ldquoKindergartenrdquo
12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de
Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas
das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que
marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)
De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da
crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do
homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela
jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e
posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial
Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos
que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-
escola preparatoacuteria1
A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas
possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais
econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca
Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do
rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para
que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um
depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida
esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas
fossem buscaacute-las
Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de
educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os
Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as
deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas
famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-
escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e
ambas ajudariam no problema do fracasso escolar
1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo
13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a
educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja
no controle motor psicoloacutegico social e afetivo
Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase
preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa
de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em
1979
ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)
Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os
problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo
como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie
Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo
simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas
interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e
contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si
mesma enquanto sujeito
Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil
isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo
que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente
ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior
autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para
si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila
natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da
vida
14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e
adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da
crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino
fundamental
Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e
necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor
aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda
crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo
educacional
As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e
deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam
proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com
deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua
especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo
de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo
social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre
o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-
capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo
11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo
Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e
descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo
havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo
havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que
os aceitasse em sua diferenccedila
O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado
logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum
tipo de deacuteficit de inteligecircncia
A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma
postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes
auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de
15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino
dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se
(Viana 2007)
Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade
de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no
monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o
referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute
que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande
repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo
dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam
esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero
comeccedilou a perder exclusividade na escrita
A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por
LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era
usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em
1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir
Surdos e Cegosrdquo
Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos
em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes
auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que
seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse
Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos
deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a
superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais
Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas
especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os
meacutetodos continuam sendo motivos de debates
No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs
Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o
Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857
mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de
Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em uma abordagem qualitativa com referencial
teoacuterico-bibliograacutefico Tendo em vista que a pesquisa qualitativa supotildee o
contato direto do pesquisador com o ambiente e a situaccedilatildeo investigada
Para a concretizaccedilatildeo desse projeto foram utilizadas referecircncias
conceituais teoacutericas e histoacutericas sobre a funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil a histoacuteria
da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos e a atuaccedilatildeo da psicomotricidade Aleacutem
de uma coleta de dados sobre os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras
usadas em sala de aula
Foram utilizadas contribuiccedilotildees teoacutericas de autores como Celso Antunes
Pilar Arnaiz Saacutenchez Marta Rabadaacuten Martinez Maria Carmem Craidy Aristeo
Leite Filho dentre outros que desenvolvem estudos e pesquisas acerca do
tema abordado nesta pesquisa
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
CAPIacuteTULO II
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
CAPITULO III
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06 anos e os
Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
INDICE 47
8
INTRODUCcedilAO
Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees
pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria
dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe
inclusiva
Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as
crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo
infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e
barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila
comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo
que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da
crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o
primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo
permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento
que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos
muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade
jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir
Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial
nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente
nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras
desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar
sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo
com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz
ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)
9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as
crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno
aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo
da vida escolar
As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem
trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento
motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na
comunicaccedilatildeo com o mundo
A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo
que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o
processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a
conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a
crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-
se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno
deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e
desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as
possibilidades do mesmo para poder se comunicar
Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de
vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia
da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do
professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de
inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio
em sociedade
Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e
conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o
cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da
educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo
profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio
bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos
10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente
Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil
A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo
perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um
aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de
aprimorar sua interaccedilatildeo
A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas
limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do
conviacutevio social
Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro
capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente
auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus
de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o
cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O
terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo
infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na
conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa
monografia
11
CAPIacuteTULO I
HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL
Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas
origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo
atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola
surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de
atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo
(escola de jogos) originado na Holanda em 1770
Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar
nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo
do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto
no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo
anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou
a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi
considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila
pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho
As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em
1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de
idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem
trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a
Escola Maternal francesa
Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New
Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus
operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo
Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente
assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente
da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -
ldquoKindergartenrdquo
12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de
Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas
das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que
marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)
De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da
crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do
homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela
jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e
posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial
Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos
que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-
escola preparatoacuteria1
A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas
possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais
econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca
Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do
rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para
que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um
depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida
esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas
fossem buscaacute-las
Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de
educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os
Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as
deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas
famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-
escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e
ambas ajudariam no problema do fracasso escolar
1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo
13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a
educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja
no controle motor psicoloacutegico social e afetivo
Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase
preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa
de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em
1979
ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)
Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os
problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo
como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie
Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo
simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas
interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e
contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si
mesma enquanto sujeito
Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil
isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo
que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente
ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior
autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para
si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila
natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da
vida
14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e
adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da
crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino
fundamental
Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e
necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor
aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda
crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo
educacional
As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e
deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam
proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com
deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua
especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo
de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo
social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre
o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-
capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo
11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo
Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e
descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo
havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo
havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que
os aceitasse em sua diferenccedila
O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado
logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum
tipo de deacuteficit de inteligecircncia
A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma
postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes
auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de
15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino
dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se
(Viana 2007)
Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade
de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no
monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o
referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute
que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande
repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo
dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam
esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero
comeccedilou a perder exclusividade na escrita
A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por
LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era
usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em
1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir
Surdos e Cegosrdquo
Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos
em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes
auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que
seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse
Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos
deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a
superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais
Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas
especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os
meacutetodos continuam sendo motivos de debates
No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs
Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o
Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857
mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de
Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
CAPIacuteTULO II
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
CAPITULO III
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil de 02 a 06 anos e os
Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
INDICE 47
8
INTRODUCcedilAO
Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees
pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria
dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe
inclusiva
Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as
crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo
infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e
barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila
comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo
que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da
crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o
primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo
permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento
que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos
muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade
jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir
Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial
nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente
nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras
desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar
sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo
com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz
ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)
9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as
crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno
aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo
da vida escolar
As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem
trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento
motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na
comunicaccedilatildeo com o mundo
A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo
que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o
processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a
conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a
crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-
se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno
deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e
desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as
possibilidades do mesmo para poder se comunicar
Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de
vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia
da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do
professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de
inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio
em sociedade
Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e
conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o
cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da
educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo
profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio
bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos
10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente
Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil
A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo
perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um
aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de
aprimorar sua interaccedilatildeo
A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas
limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do
conviacutevio social
Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro
capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente
auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus
de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o
cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O
terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo
infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na
conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa
monografia
11
CAPIacuteTULO I
HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL
Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas
origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo
atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola
surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de
atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo
(escola de jogos) originado na Holanda em 1770
Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar
nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo
do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto
no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo
anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou
a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi
considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila
pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho
As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em
1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de
idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem
trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a
Escola Maternal francesa
Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New
Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus
operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo
Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente
assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente
da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -
ldquoKindergartenrdquo
12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de
Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas
das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que
marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)
De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da
crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do
homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela
jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e
posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial
Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos
que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-
escola preparatoacuteria1
A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas
possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais
econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca
Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do
rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para
que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um
depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida
esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas
fossem buscaacute-las
Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de
educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os
Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as
deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas
famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-
escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e
ambas ajudariam no problema do fracasso escolar
1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo
13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a
educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja
no controle motor psicoloacutegico social e afetivo
Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase
preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa
de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em
1979
ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)
Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os
problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo
como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie
Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo
simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas
interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e
contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si
mesma enquanto sujeito
Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil
isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo
que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente
ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior
autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para
si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila
natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da
vida
14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e
adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da
crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino
fundamental
Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e
necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor
aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda
crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo
educacional
As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e
deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam
proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com
deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua
especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo
de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo
social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre
o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-
capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo
11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo
Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e
descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo
havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo
havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que
os aceitasse em sua diferenccedila
O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado
logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum
tipo de deacuteficit de inteligecircncia
A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma
postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes
auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de
15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino
dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se
(Viana 2007)
Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade
de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no
monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o
referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute
que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande
repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo
dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam
esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero
comeccedilou a perder exclusividade na escrita
A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por
LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era
usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em
1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir
Surdos e Cegosrdquo
Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos
em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes
auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que
seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse
Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos
deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a
superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais
Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas
especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os
meacutetodos continuam sendo motivos de debates
No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs
Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o
Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857
mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de
Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
8
INTRODUCcedilAO
Com a inclusatildeo dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil surgiu a necessidade dos professores conhecerem meacutetodos e accedilotildees
pedagoacutegicas psicomotoras que facilitassem a vida dos alunos Jaacute que a maioria
dos profissionais da aacuterea estatildeo despreparados para atuarem em uma classe
inclusiva
Acredita-se que com professores interessados e bem preparados as
crianccedilas deficientes auditivas se adaptaratildeo a qualquer classe de educaccedilatildeo
infantil jaacute que estaratildeo estimuladas e preparadas a enfrentar obstaacuteculos e
barreiras Pois eacute bem cedo no ambiente da educaccedilatildeo infantil que a crianccedila
comeccedila o seu conviacutevio social sem a presenccedila fiacutesica da famiacutelia natildeo dizendo
que a famiacutelia natildeo seja de fundamental importacircncia no processo escolar da
crianccedila a parceria com a professora eacute imprescindiacutevel jaacute que a famiacutelia eacute o
primeiro agente mediador da aprendizagem da crianccedila Poreacutem a mesma natildeo
permanece com a crianccedila na classe escolar a todo tempo e eacute nesse momento
que os medos e deficiecircncias das crianccedilas se tornam grandes obstaacuteculos
muitas vezes os isolando do resto da turma com sentimentos de inferioridade
jaacute que natildeo conseguem se comunicar e interagir
Dessa forma a atuaccedilatildeo da escola de educaccedilatildeo infantil se torna crucial
nesse periacuteodo pois como jaacute foi dito a famiacutelia natildeo estaacute presente fisicamente
nesse espaccedilo Satildeo fundamentais as accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras
desenvolvidas com aluno com deficiecircncia auditiva Eacute importante a escola estar
sempre em contato com a famiacutelia pois desta forma estaraacute agindo de acordo
com a Constituiccedilatildeo de 1988 Art 227 que diz
ldquoEacute dever da famiacutelia da sociedade e do Estado assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com absoluta prioridade o direito agrave vida agrave sauacutede agrave alimentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo ao lazer agrave profissionalizaccedilatildeo agrave cultura agrave dignidade ao respeito agrave liberdade agrave convivecircncia familiar e comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia e opressatildeordquo (Constituiccedilatildeo de 1988 apud CRAID e KAERCHER 2001 p 24)
9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as
crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno
aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo
da vida escolar
As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem
trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento
motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na
comunicaccedilatildeo com o mundo
A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo
que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o
processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a
conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a
crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-
se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno
deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e
desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as
possibilidades do mesmo para poder se comunicar
Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de
vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia
da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do
professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de
inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio
em sociedade
Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e
conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o
cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da
educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo
profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio
bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos
10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente
Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil
A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo
perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um
aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de
aprimorar sua interaccedilatildeo
A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas
limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do
conviacutevio social
Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro
capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente
auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus
de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o
cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O
terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo
infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na
conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa
monografia
11
CAPIacuteTULO I
HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL
Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas
origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo
atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola
surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de
atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo
(escola de jogos) originado na Holanda em 1770
Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar
nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo
do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto
no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo
anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou
a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi
considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila
pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho
As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em
1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de
idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem
trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a
Escola Maternal francesa
Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New
Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus
operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo
Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente
assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente
da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -
ldquoKindergartenrdquo
12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de
Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas
das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que
marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)
De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da
crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do
homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela
jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e
posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial
Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos
que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-
escola preparatoacuteria1
A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas
possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais
econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca
Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do
rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para
que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um
depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida
esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas
fossem buscaacute-las
Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de
educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os
Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as
deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas
famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-
escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e
ambas ajudariam no problema do fracasso escolar
1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo
13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a
educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja
no controle motor psicoloacutegico social e afetivo
Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase
preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa
de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em
1979
ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)
Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os
problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo
como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie
Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo
simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas
interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e
contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si
mesma enquanto sujeito
Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil
isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo
que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente
ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior
autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para
si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila
natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da
vida
14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e
adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da
crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino
fundamental
Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e
necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor
aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda
crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo
educacional
As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e
deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam
proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com
deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua
especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo
de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo
social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre
o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-
capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo
11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo
Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e
descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo
havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo
havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que
os aceitasse em sua diferenccedila
O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado
logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum
tipo de deacuteficit de inteligecircncia
A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma
postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes
auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de
15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino
dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se
(Viana 2007)
Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade
de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no
monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o
referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute
que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande
repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo
dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam
esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero
comeccedilou a perder exclusividade na escrita
A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por
LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era
usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em
1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir
Surdos e Cegosrdquo
Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos
em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes
auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que
seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse
Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos
deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a
superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais
Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas
especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os
meacutetodos continuam sendo motivos de debates
No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs
Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o
Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857
mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de
Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
9 Assim um dos papeacuteis do professor da educaccedilatildeo infantil eacute oferecer as
crianccedilas um ambiente estimulante e propiacutecio ao seu desenvolvimento pleno
aleacutem de contribuir para assegurar-lhes uma trajetoacuteria bem sucedida ao longo
da vida escolar
As habilidades psicomotoras satildeo aspectos indispensaacuteveis a serem
trabalhados com essas crianccedilas pois satildeo facilitadoras do desenvolvimento
motor global pelo fato de provocar situaccedilotildees que exercitem a melhoria na
comunicaccedilatildeo com o mundo
A psicomotricidade daacute suporte para o desenvolvimento motor deste corpo
que quer falar que quer se comunicar e oferece mecanismos que auxiliam o
processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao indiviacuteduo aprender a
conviver interagir trocar brincar e ser feliz pois ldquoeacute atraveacutes do corpo que a
crianccedila vai descobrir o mundo experimentar sensaccedilotildees e situaccedilotildees expressar-
se perceber-se e perceber as coisas que a cercamrdquo (ALVES 2007) O aluno
deficiente auditivo poderaacute estar tendo contato com situaccedilotildees que estimulem e
desenvolvam o conhecimento com o proacuteprio corpo descobrindo as
possibilidades do mesmo para poder se comunicar
Os alunos deficientes auditivos aparentemente satildeo capazes do ponto de
vista motor de realizar as atividades propostas nas aulas Poreacutem a ausecircncia
da audiccedilatildeo pode provocar dificuldade de compreensatildeo das propostas do
professor Devido a isto o professor deve proporcionar um ambiente de
inclusatildeo que ressalte em seus conteuacutedos valores pertinentes ao bom conviacutevio
em sociedade
Desta forma esta pesquisa teve como principal objetivo pesquisar e
conhecer os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas psicomotoras que facilitem o
cotidiano das crianccedilas portadoras de deficiecircncia auditiva no ambiente da
educaccedilatildeo infantil na escola regular que possibilitem uma melhor capacitaccedilatildeo
profissional A partir deste objetivo geral se fez necessaacuterio
bull Entender a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
bull Compreender a histoacuteria da Educaccedilatildeo dos Deficientes Auditivos
10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente
Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil
A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo
perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um
aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de
aprimorar sua interaccedilatildeo
A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas
limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do
conviacutevio social
Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro
capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente
auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus
de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o
cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O
terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo
infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na
conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa
monografia
11
CAPIacuteTULO I
HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL
Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas
origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo
atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola
surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de
atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo
(escola de jogos) originado na Holanda em 1770
Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar
nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo
do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto
no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo
anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou
a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi
considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila
pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho
As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em
1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de
idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem
trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a
Escola Maternal francesa
Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New
Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus
operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo
Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente
assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente
da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -
ldquoKindergartenrdquo
12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de
Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas
das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que
marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)
De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da
crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do
homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela
jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e
posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial
Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos
que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-
escola preparatoacuteria1
A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas
possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais
econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca
Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do
rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para
que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um
depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida
esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas
fossem buscaacute-las
Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de
educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os
Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as
deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas
famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-
escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e
ambas ajudariam no problema do fracasso escolar
1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo
13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a
educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja
no controle motor psicoloacutegico social e afetivo
Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase
preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa
de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em
1979
ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)
Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os
problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo
como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie
Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo
simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas
interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e
contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si
mesma enquanto sujeito
Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil
isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo
que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente
ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior
autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para
si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila
natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da
vida
14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e
adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da
crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino
fundamental
Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e
necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor
aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda
crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo
educacional
As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e
deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam
proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com
deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua
especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo
de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo
social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre
o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-
capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo
11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo
Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e
descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo
havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo
havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que
os aceitasse em sua diferenccedila
O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado
logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum
tipo de deacuteficit de inteligecircncia
A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma
postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes
auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de
15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino
dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se
(Viana 2007)
Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade
de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no
monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o
referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute
que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande
repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo
dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam
esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero
comeccedilou a perder exclusividade na escrita
A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por
LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era
usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em
1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir
Surdos e Cegosrdquo
Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos
em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes
auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que
seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse
Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos
deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a
superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais
Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas
especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os
meacutetodos continuam sendo motivos de debates
No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs
Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o
Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857
mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de
Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
10 bull Analisar a importacircncia da Psicomotricidade para o Aluno Deficiente
Auditivo e sua inclusatildeo na Educaccedilatildeo Infantil
A convivecircncia com os outros faz com que o aluno deficiente auditivo
perceba suas limitaccedilotildees e crie alternativas para se fazer entender diante de um
aluno ouvinte Atraveacutes de exerciacutecios constantes ele teraacute a oportunidade de
aprimorar sua interaccedilatildeo
A psicomotricidade permite ao aluno maior consciecircncia de suas
limitaccedilotildees aleacutem de aprender a lidar com esta deficiecircncia sem que se exclua do
conviacutevio social
Sendo assim esse trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos O primeiro
capiacutetulo se trata do histoacuterico da educaccedilatildeo infantil aleacutem da histoacuteria do deficiente
auditivo e da psicomotricidade O segundo capiacutetulo buscou conhecer os graus
de deficiecircncia auditiva os meacutetodos e accedilotildees pedagoacutegicas que facilitem o
cotidiano dessas crianccedilas na escola de educaccedilatildeo infantil de dois a seis anos O
terceiro capiacutetulo analisou a importacircncia da psicomotricidade na educaccedilatildeo
infantil de dois a seis anos e os direitos das crianccedilas deficientes auditivas Na
conclusatildeo foram trazidas as principais ideacuteias discutidas no transcorrer dessa
monografia
11
CAPIacuteTULO I
HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL
Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas
origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo
atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola
surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de
atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo
(escola de jogos) originado na Holanda em 1770
Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar
nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo
do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto
no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo
anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou
a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi
considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila
pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho
As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em
1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de
idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem
trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a
Escola Maternal francesa
Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New
Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus
operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo
Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente
assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente
da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -
ldquoKindergartenrdquo
12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de
Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas
das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que
marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)
De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da
crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do
homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela
jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e
posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial
Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos
que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-
escola preparatoacuteria1
A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas
possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais
econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca
Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do
rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para
que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um
depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida
esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas
fossem buscaacute-las
Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de
educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os
Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as
deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas
famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-
escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e
ambas ajudariam no problema do fracasso escolar
1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo
13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a
educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja
no controle motor psicoloacutegico social e afetivo
Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase
preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa
de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em
1979
ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)
Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os
problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo
como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie
Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo
simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas
interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e
contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si
mesma enquanto sujeito
Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil
isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo
que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente
ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior
autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para
si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila
natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da
vida
14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e
adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da
crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino
fundamental
Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e
necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor
aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda
crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo
educacional
As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e
deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam
proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com
deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua
especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo
de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo
social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre
o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-
capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo
11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo
Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e
descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo
havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo
havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que
os aceitasse em sua diferenccedila
O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado
logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum
tipo de deacuteficit de inteligecircncia
A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma
postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes
auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de
15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino
dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se
(Viana 2007)
Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade
de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no
monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o
referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute
que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande
repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo
dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam
esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero
comeccedilou a perder exclusividade na escrita
A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por
LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era
usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em
1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir
Surdos e Cegosrdquo
Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos
em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes
auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que
seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse
Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos
deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a
superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais
Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas
especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os
meacutetodos continuam sendo motivos de debates
No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs
Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o
Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857
mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de
Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
11
CAPIacuteTULO I
HISTOacuteRICO DA EDUCACcedilAtildeO INFANTIL
Para entender a Funccedilatildeo da Educaccedilatildeo Infantil deve-se partir de suas
origens ou seja do surgimento da Educaccedilatildeo Infantil ateacute os dias atuais
Durante o periacuteodo da Antiguidade a famiacutelia era a uacutenica responsaacutevel pelo
atendimento educacional das crianccedilas pequenas Entretanto a preacute-escola
surgiu no seacuteculo XVIII na Europa sendo as primeiras experiecircncias de
atendimentoeducaccedilatildeo de crianccedilas pequenas denominado ldquoSpielsschulerdquo
(escola de jogos) originado na Holanda em 1770
Com a necessidade das matildees operaacuterias francesas terem que trabalhar
nas faacutebricas surge na Franccedila em 1774 os ldquorefuacutegiosrdquo ou ldquoasilosrdquo Os ldquorefuacutegiosrdquo
do seacuteculo XVIII amontoavam vaacuterias crianccedilas em uma cozinha ou num quarto
no qual uma dona de casa denominada ldquoguardiatilderdquo as vigiavam Os ldquoasilosrdquo
anteriormente recebiam somente crianccedilas de famiacutelias abastadas mas passou
a aceitar tambeacutem as crianccedilas pobres crescendo rapidamente Esta foi
considerada a primeira experiecircncia mais formal de atendimento agrave crianccedila
pequena que mereceu registro na historiografia de acordo com Leite Filho
As creches estabelecimentos de beneficecircncia surgiram na Franccedila em
1844 com a finalidade de receber nos dias uacuteteis crianccedilas de ateacute 2 anos de
idade no periacuteodo em que suas matildees pobres trabalhadoras estivessem
trabalhando fora de casa No ano de 1848 as ldquosalas asilordquo constituiacuteram a
Escola Maternal francesa
Robert Owen em 1816 havia criado junto agrave sua faacutebrica tecircxtil de New
Lanark na Escoacutecia uma ldquoInfant`s schollrdquo para atender os filhos dos seus
operaacuterios Tendo por finalidade uma accedilatildeo de educaccedilatildeo e instruccedilatildeo
Pode-se perceber que na Franccedila neste periacuteodo a preacute-escola eacute totalmente
assistencial com uacutenica finalidade de liberar a matildeo-de-obra feminina Diferente
da Alemanha que em 1837 Froebel havia criado o primeiro Jardim de Infacircncia -
ldquoKindergartenrdquo
12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de
Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas
das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que
marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)
De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da
crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do
homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela
jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e
posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial
Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos
que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-
escola preparatoacuteria1
A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas
possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais
econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca
Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do
rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para
que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um
depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida
esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas
fossem buscaacute-las
Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de
educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os
Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as
deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas
famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-
escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e
ambas ajudariam no problema do fracasso escolar
1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo
13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a
educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja
no controle motor psicoloacutegico social e afetivo
Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase
preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa
de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em
1979
ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)
Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os
problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo
como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie
Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo
simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas
interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e
contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si
mesma enquanto sujeito
Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil
isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo
que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente
ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior
autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para
si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila
natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da
vida
14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e
adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da
crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino
fundamental
Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e
necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor
aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda
crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo
educacional
As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e
deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam
proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com
deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua
especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo
de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo
social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre
o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-
capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo
11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo
Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e
descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo
havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo
havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que
os aceitasse em sua diferenccedila
O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado
logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum
tipo de deacuteficit de inteligecircncia
A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma
postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes
auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de
15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino
dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se
(Viana 2007)
Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade
de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no
monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o
referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute
que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande
repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo
dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam
esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero
comeccedilou a perder exclusividade na escrita
A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por
LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era
usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em
1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir
Surdos e Cegosrdquo
Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos
em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes
auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que
seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse
Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos
deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a
superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais
Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas
especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os
meacutetodos continuam sendo motivos de debates
No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs
Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o
Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857
mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de
Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
12 Para Froebel (1837) as crianccedilas eram como plantas e o Jardim de
Infacircncia era o local onde essas plantas seriam cultivadas ou seja as almas
das crianccedilas Essa era uma proposta educativa Pedagoacutegica bem diferente que
marcou a histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil (Leite Filho 1997)
De acordo com Froebel (1837) eram nos primeiros anos de vida da
crianccedila que se detinham os meios para o completo desenvolvimento do
homem Ele afirmava que a crianccedila natildeo vem a ser com o passar dos anos ela
jaacute eacute jaacute deteacutem em si mesma tudo o que eacute preciso Poreacutem deve ser estimulada e
posta em condiccedilotildees favoraacuteveis que a ajude a desenvolver todo o seu potencial
Ateacute esse momento percebemos atraveacutes das propostas desses teoacutericos
que a educaccedilatildeo infantil possuiacutea duas funccedilotildees a preacute-escola guardiatilde e a preacute-
escola preparatoacuteria1
A Preacute-escola guardiatilde tinha como seu objetivo guardar as crianccedilas
possuiacutea caraacuteter assistencialista refletindo as transformaccedilotildees sociais
econocircmicas e poliacuteticas da eacutepoca
Devido agrave necessidade da matildeo-de-obra feminina e da melhoria do
rendimento masculino era preciso criar meios de ldquoguardarrdquo as crianccedilas para
que as matildees pudessem trabalhar E a preacute-escola guardiatilde era somente um
depoacutesito no qual as crianccedilas ficavam amontoadas a troco de comida
esperando que agrave hora de trabalho de suas matildees terminasse e as mesmas
fossem buscaacute-las
Jaacute a Preacute-escola preparatoacuteria estava mais de acordo com a ideacuteia de
educaccedilatildeo do que de assistencialismo Diferentes pensadores criaram os
Jardins de Infacircncia pelo mundo inteiro com a funccedilatildeo de compensar as
deficiecircncias das crianccedilas sua pobreza e a negligecircncia por parte de algumas
famiacutelias Podemos perceber entatildeo que haacute uma mistura entre educaccedilatildeo preacute-
escolar com a funccedilatildeo compensatoacuteria e a preacute-escola com funccedilatildeo preparatoacuteria e
ambas ajudariam no problema do fracasso escolar
1- Eacute importante mencionar que a funccedilatildeo da escola preparatoacuteria se confunde com a compensatoacuteria pois a Educaccedilatildeo Infantil passa a ser entendida como a instituiccedilatildeo que compensaraacute as desigualdades sociais da crianccedila das classes populares assim como as preparam para a alfabetizaccedilatildeo
13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a
educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja
no controle motor psicoloacutegico social e afetivo
Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase
preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa
de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em
1979
ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)
Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os
problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo
como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie
Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo
simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas
interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e
contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si
mesma enquanto sujeito
Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil
isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo
que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente
ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior
autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para
si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila
natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da
vida
14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e
adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da
crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino
fundamental
Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e
necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor
aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda
crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo
educacional
As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e
deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam
proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com
deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua
especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo
de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo
social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre
o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-
capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo
11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo
Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e
descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo
havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo
havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que
os aceitasse em sua diferenccedila
O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado
logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum
tipo de deacuteficit de inteligecircncia
A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma
postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes
auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de
15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino
dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se
(Viana 2007)
Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade
de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no
monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o
referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute
que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande
repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo
dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam
esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero
comeccedilou a perder exclusividade na escrita
A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por
LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era
usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em
1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir
Surdos e Cegosrdquo
Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos
em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes
auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que
seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse
Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos
deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a
superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais
Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas
especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os
meacutetodos continuam sendo motivos de debates
No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs
Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o
Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857
mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de
Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
13 Com o passar dos tempos e atraveacutes de pesquisas ficou provado que a
educaccedilatildeo infantil atualmente ajuda no desenvolvimento global da crianccedila seja
no controle motor psicoloacutegico social e afetivo
Atualmente a educaccedilatildeo infantil natildeo deve ser vista apenas como uma fase
preparatoacuteria para o ensino fundamental ela natildeo pode se tornar um programa
de preacute-escola compensatoacuteria conforme demonstrava a visatildeo do MEC em
1979
ldquoAs crianccedilas passam pela escola mas natildeo satildeo por ela influenciadas a natildeo ser por uma parca alfabetizaccedilatildeo e algumas informaccedilotildees desconexas Natildeo raro apresentam-se destituiacutedas das noccedilotildees de lateralidade de alto e baixo sem coordenaccedilatildeo motora sem vocabulaacuterio sem comunicaccedilatildeo e sem sociabilidade Isto obriga que as escolas quando bem orientadas o que ocorre em proporccedilatildeo aqueacutem do desejaacutevel percam alguns meses no iniacutecio do ano letivo na tentativa de compensar em parte essas carecircncias com a ministraccedilatildeo de atividades preparatoacuterias da alfabetizaccedilatildeo Eacute claro que o sucesso de tal procedimento deixa via de regra muito a desejar dada a irreversibilidade de certas deficiecircncias jaacute instaladas na crianccedila Eacute pois como terapecircutica de tatildeo dolorosas e inaceitaacuteveis realidades que se coloca a necessidade do fortalecimento e da difusatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar em todo o Brasilrdquo (MEC 1979b)
Neste sentido na deacutecada de 70 a preacute-escola serviria para prever os
problemas sociais das crianccedilas das classes populares e tinha como funccedilatildeo
como foi dito preparaacute-las para a alfabetizaccedilatildeo que ocorria na 1ordf seacuterie
Entretanto a crianccedila eacute marcada pela imersatildeo permanente em um mundo
simboacutelico e em um processo social contiacutenuo de dar e criar sentidos Nas
interaccedilotildees com os outros e com o mundo em um determinado momento e
contexto soacutecio-histoacuterico a crianccedila estaacute construindo seus significados e a si
mesma enquanto sujeito
Quando a crianccedila comeccedila a frequumlentar o ambiente da educaccedilatildeo infantil
isso tudo deve ser aguccedilado pelo professor Pois ao passar do tempo a relaccedilatildeo
que a crianccedila construiu com o adulto com outras crianccedilas e com o ambiente
ajudaraacute no desenvolvimento da sua criatividade e na construccedilatildeo de uma maior
autonomia devido neste momento a crianccedila estar completamente aberta para
si mesma para os outros e para o mundo que a cerca Assim sendo a crianccedila
natildeo teraacute medo de tomar decisotildees e iniciativas perante a algumas situaccedilotildees da
vida
14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e
adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da
crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino
fundamental
Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e
necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor
aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda
crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo
educacional
As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e
deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam
proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com
deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua
especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo
de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo
social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre
o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-
capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo
11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo
Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e
descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo
havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo
havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que
os aceitasse em sua diferenccedila
O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado
logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum
tipo de deacuteficit de inteligecircncia
A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma
postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes
auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de
15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino
dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se
(Viana 2007)
Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade
de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no
monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o
referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute
que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande
repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo
dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam
esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero
comeccedilou a perder exclusividade na escrita
A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por
LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era
usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em
1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir
Surdos e Cegosrdquo
Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos
em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes
auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que
seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse
Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos
deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a
superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais
Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas
especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os
meacutetodos continuam sendo motivos de debates
No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs
Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o
Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857
mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de
Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
14 A educaccedilatildeo infantil tem objetivo em si mesmo proacuteprio da faixa etaacuteria e
adequada agraves necessidades do meio fiacutesico social econocircmico e cultural da
crianccedila Devido a isto ela natildeo deve ser vista como ldquopreparatoacuterialdquo para o ensino
fundamental
Poreacutem consequumlentemente uma educaccedilatildeo adequada agraves caracteriacutesticas e
necessidades proacuteprias da crianccedila preacute-escolar pode contribuir para sua melhor
aprendizagem ao frequumlentar o ensino fundamental Entendendo-se que toda
crianccedila tem direito natildeo apenas ao acesso mas tambeacutem ao ecircxito no processo
educacional
As crianccedilas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos e
deveres que qualquer crianccedila dita ldquonormalrdquo precisando que lhe sejam
proporcionadas as mesmas condiccedilotildees de vida Dessa forma a crianccedila com
deficiecircncia auditiva tem o direito de ter uma educaccedilatildeo voltada para sua
especificidade O professor tem que estar preparado para mediar o processo
de ensino-aprendizagem de todas as crianccedilas independente de sua condiccedilatildeo
social religiosa cor da pele origem social ou deficiecircncia Todavia nem sempre
o aluno com deficiecircncia auditiva teve seus direitos assegurados o proacuteximo sub-
capiacutetulo versaraacute sobre essa questatildeo
11 ndash Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo
Na histoacuteria da educaccedilatildeo dos deficientes auditivos o preconceito e
descriminaccedilatildeo eram expressos de maneira absurda Ateacute o seacuteculo XV natildeo
havia nenhum interesse em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos deficientes auditivos Natildeo
havia direitos assegurados nem uma cultura suficientemente desenvolvida que
os aceitasse em sua diferenccedila
O deficiente que natildeo falasse era retirado da sociedade e assassinado
logo depois costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum
tipo de deacuteficit de inteligecircncia
A partir do seacuteculo XVI alguns importantes educadores assumindo uma
postura mais conscienciosa e humanitaacuteria tentaram ensinar os deficientes
auditivos Giralano Cardano utilizava-se de sinais e linguagem escrita poder de
15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino
dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se
(Viana 2007)
Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade
de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no
monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o
referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute
que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande
repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo
dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam
esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero
comeccedilou a perder exclusividade na escrita
A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por
LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era
usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em
1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir
Surdos e Cegosrdquo
Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos
em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes
auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que
seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse
Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos
deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a
superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais
Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas
especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os
meacutetodos continuam sendo motivos de debates
No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs
Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o
Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857
mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de
Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
15 meio comunicativo usado pela Igreja para conversatildeo de fieacuteis Poreacutem o ensino
dos deficientes auditivos se inseriu e novas propostas desenvolveram-se
(Viana 2007)
Por conta de um voto de silecircncio dos Monges Beneditini e a necessidade
de Ponce de Leon educar dois irmatildeos deficientes auditivos ele criou no
monasteacuterio o sistema de comunicaccedilatildeo manual A liacutengua hispacircnica era o
referencial dos sinais poreacutem agraves vezes havia desacordos na comunicaccedilatildeo jaacute
que a linguagem da eacutepoca natildeo era padronizada O sistema teve grande
repercussatildeo a ponto de influenciar outras pessoas responsaacuteveis pela educaccedilatildeo
dos deficientes auditivos Entretanto somente os filhos dos nobres possuiacuteam
esta educaccedilatildeo que soacute se expandiu para outras pessoas depois que o clero
comeccedilou a perder exclusividade na escrita
A primeira escola especializada em ldquosurdos-mudosrdquo foi fundada por
LrsquoEpeeacute em Paris no ano de 1770 Ele criou o meacutetodo de sinais que antes era
usado de modo livre e informalmente para completar o alfabeto manual Em
1776 LrsquoEpeeacute publicou um livro chamado ldquoA verdadeira maneira de Instruir
Surdos e Cegosrdquo
Em 1880 no Congresso Mundial de professores de Deficientes Auditivos
em Milatildeo na Itaacutelia chegou-se a uma conclusatildeo de que todos os deficientes
auditivos deveriam ser ensinados pelo Meacutetodo Oral Puro meacutetodo este que
seraacute explicado posteriormente Segundo Skliar (1997) apud (Viana 2007) esse
Congresso natildeo contou com a participaccedilatildeo e menos ainda com a opiniatildeo dos
deficientes auditivos ao contraacuterio um grupo de educadores ouvintes impocircs a
superioridade da liacutengua oral sobre a liacutengua de sinais
Foi a parti desse congresso que no iniacutecio do seacuteculo XX as escolas
especializadas se multiplicaram em todo mundo Todavia hoje em dia os
meacutetodos continuam sendo motivos de debates
No Brasil no ano de 1857 a convite de Dom Pedro II o professor francecircs
Hernest Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do paiacutes o
Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendendo a dois alunos Em 1857
mantido pelo governo federal a escola passa a se chamar Instituto Nacional de
Educaccedilatildeo de Surdos (INES) atendendo a crianccedilas e jovens deficientes
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
16 auditivos de todo o Rio de Janeiro Originou-se entatildeo a Liacutengua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) misturando a liacutengua francesa com a liacutengua regional
Em consequumlecircncia do Congresso de Milatildeo de 1880 muitas escolas
abandonaram o uso da linguagem de sinais considerando que a melhor forma
de educaccedilatildeo para os deficientes auditivos seria aquela que utilizasse
unicamente o oralismo Percebe-se aiacute mais uma vez a tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo afirmando que o deficiente para viver em sociedade deveria
conseguir ouvir e falar atraveacutes de exaustivos exerciacutecios como se fosse
ouvinte para soacute entatildeo ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social Em
decorrecircncia disto o INES estabeleceu o oralismo como meacutetodo de educaccedilatildeo
dos surdos (Viana 2007)
O professor do INES Moura e Silva em 1896 viajou para o Instituto
Francecircs de Surdos com a finalidade de avaliar a decisatildeo do Congresso de
Milatildeo Concluiu entatildeo que o Meacutetodo Oral Puro natildeo se adequava mais para os
deficientes auditivos Sendo assim foi a partir da deacutecada de 80 que o
Bilinguumlismo tambeacutem comeccedilou a ganhar forccedila Segundo esta filosofia o
deficiente auditivo deveria adquirir primeiramente como liacutengua materna a
liacutengua de sinais considerada a sua liacutengua natural somente como segunda
liacutengua deveria ser ensinada a liacutengua oficial do paiacutes O Bilinguumlismo percebe a
surdez como diferenccedila linguumliacutestica e natildeo como deficiecircncia a ser normalizada
atraveacutes da reabilitaccedilatildeo
O Meacutetodo Oral Puro tambeacutem se expandiu e com ele surgiram muitas
escolas especiais tais como Instituto Santa Terezinha para meninas
deficientes auditivas (SP) a escola Concoacuterdia (Porto Alegre ndash RS) a escola de
Surdos (Vitoacuteria) o Centro de Audiccedilatildeo e linguagem ldquoLudovico Pavonirdquo (Brasiacutelia ndash
DF) e outros
Em 1929 foi fundado o Instituto Santa Terezinha atraveacutes de duas Freiras
que eram especialistas na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes auditivas O
Instituto funcionava em regime de internato para meninas e a partir de 1970
passou a funcionar em regime de externato para meninas e meninos
Mesmo havendo escolas especializadas para crianccedilas deficientes
auditivas pouquiacutessimas eram matriculadas mas foram atraveacutes dessas
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
17 iniciativas que hoje muitas crianccedilas tecircm o direito assegurado ao que diz
respeito ao atendimento de acordo com as propostas educacionais
Entretanto com a inserccedilatildeo dos deficientes auditivos no processo
educativo compreendeu-se que eles em sua maioria natildeo tinham a
possibilidade de desenvolver a inteligecircncia em virtude de poucos estiacutemulos que
recebiam e que isto era devido agrave dificuldade de comunicaccedilatildeo entre deficientes
auditivos e ouvintes Criaram-se as leis mas as mesmas natildeo foram cumpridas
como deveriam ser
No seacuteculo XX a partir da deacutecada de 70 com a criaccedilatildeo da filosofia da
integraccedilatildeo pregava-se que todos os alunos tecircm direito a uma educaccedilatildeo o mais
ldquonormalizadorardquo sejam eles ldquoespeciaisrdquo ou natildeo Esta concepccedilatildeo eacute baseada em
criteacuterios de justiccedila e igualdade desta forma para esta filosofia
ldquoTodos os alunos tecircm direito de que lhes sejam oferecidas possibilidades educacionais nas condiccedilotildees mais normalizadoras possiacuteveis que favoreccedilam o contato e a socializaccedilatildeo com colegas da mesma faixa etaacuteria e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedaderdquo (MARCHESI e MARTIacuteN 1995 P 14)
Os autores expressam com muita clareza a importacircncia do conceito
normalizaccedilatildeo Ou seja natildeo eacute tornar o deficiente normal mas que seja
oferecida a eles condiccedilotildees de vidas as mais normalizadoras para que possam
ter as mesmas possibilidades de vida das demais pessoas
Em 24 de Abril de 2002 a lei nordm 10436 foi decretada reconhecendo a
LIBRAS como Liacutengua oficial da comunidade Deficiente Auditiva e garantindo a
LIBRAS nas escolas puacuteblicas como cumprimento do Paracircmetro Curricular
Nacional O Presidente da Repuacuteblica da eacutepoca Luiz Inaacutecio Lula da Silva
decretou no dia 22 de dezembro de 2005 a lei nordm 5626 que regulamentou a lei
nordm 10436
Assim sendo a educaccedilatildeo psicomotora deve ser uma formaccedilatildeo de base
indispensaacutevel a toda crianccedila Pois o movimento possibilita a crianccedila adquirir o
conhecimento do mundo que a cerca atraveacutes do seu corpo de suas
percepccedilotildees e sensaccedilotildees O proacuteximo sub-capiacutetulo relata essas accedilotildees
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
18
12 ndash Histoacuterico da Psicomotricidade
O termo ldquopsicomotricidaderdquo historicamente aparece de acordo com o
discurso meacutedico neuroloacutegico no iniacutecio do seacuteculo XIX quando se tornou
necessaacuterio dar nomes as zonas do coacutertex cerebral localizadas aleacutem das
regiotildees motoras Devido o desenvolvimento e as descobertas da
neurofisiologia comeccedila-se a constatar que existem diferentes disfunccedilotildees
graves sem que o ceacuterebro esteja lesionado ou sem que a lesatildeo esteja
visivelmente localizada Distuacuterbios da atividade gestual da atividade praacutexica
satildeo descobertos Sendo assim o esquema anaacutetomo-cliacutenico que determinava
para cada sintoma sua correspondente lesatildeo focal jaacute natildeo podia explicar alguns
fenocircmenos patoloacutegicos E eacute a partir da necessidade meacutedica de encontrar uma
aacuterea que explique certos fenocircmenos cliacutenicos que pela primeira vez no ano de
1870 o termo psicomotricidade eacute nomeado O campo psicomotor se origina nas
primeiras pesquisas que correspondem a um enfoque neuroloacutegico (SBP 2003)
A escola francesa norteou a psicomotricidade no Brasil ela tambeacutem teve
influecircncia mundialmente na psiquiatria infantil na psicologia e na pedagogia
Nas deacutecadas iniciais do seacuteculo XX eacutepoca esta da Primeira Guerra Mundial
quando as mulheres entraram firmemente no trabalho formal deixando suas
crianccedilas nas creches anteriormente mencionadas
A figura do neuropsiquiatra Dupreacute em 1909 eacute muito importante para o
acircmbito psicomotor afirmando a independecircncia da debilidade motora
antecedente do sintoma psicomotor de um possiacutevel correlato neuroloacutegico
Andreacute Thomas e Saint-Anneacute Dargassie nesta mesma eacutepoca comeccedilam a
estudar o tocircnus axial O meacutedico psicoacutelogo Henry Wallon em 1925 da uma
categoria fundante ao movimento humano como instrumento na construccedilatildeo do
psiquismo Wallon atraveacutes desta diferenccedila relaciona o movimento ao afeto agrave
emoccedilatildeo ao meio ambiente e aos haacutebitos do indiviacuteduo discursando sobre o
tocircnus e o relaxamento Em 1935 o neurologista Edouard Guilmain com a
finalidade de diagnoacutestico desenvolve um exame psicomotor de indicaccedilatildeo da
terapecircutica e de prognoacutestico Em1947 a psiquiatra Julian de Ajuriaguerra
redefinindo o conceito de debilidade motora afirma que ela eacute uma siacutendrome
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
19 com suas particularidades proacuteprias delimitando claramente os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neuroloacutegico e o psiquiaacutetrico Estudando o
diaacutelogo tocircnico Ajuriaguerra utilizou-se dos subsiacutedios de Wallon em relaccedilatildeo ao
tocircnus A relaxaccedilatildeo psicotocircnica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP 2003 e
ISPE-GAE 2007)
Atraveacutes destas contribuiccedilotildees a psicomotricidade adquire sua proacutepria
especificidade e autonomia diferenciando-se de outras disciplinas Na deacutecada
de 70 para a formaccedilatildeo de profissionais brasileiros foram convidados vaacuterios
profissionais estrangeiros a virem ao Brasil eacutepoca em que a psicomotricidade
era definida por vaacuterios autores como uma motricidade de relaccedilatildeo A partir de
1980 diversos encontros nacionais e latinos-americanos foram promovidos
pelo GAE Grupo de Atividades Especializadas fundado em 1977
Em 1979 eacute realizado o 1deg Encontro Nacional de Psicomotricidade Sendo
o GAE encarregado da parte cliacutenica e o ISPE Instituto Superior de
Psicomotricidade e Educaccedilatildeo responsaacutevel pela formaccedilatildeo de profissionais em
psicomotricidade inserindo o ensino de aplicaccedilotildees da psicomotricidade na
sauacutede e na educaccedilatildeo O ISPE-GAE realiza o viacutenculo cientiacutefico-cultural com a
Escola Francesa em 1982 atraveacutes da exclusiva Delegaccedilatildeo Brasileira da OIPR
ndash Organisation Internationale de Psychomotriciteacute ET de Relaxation Em 19 de
abril de 1980 foi fundada a SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
sem fins lucrativos entidade de caraacuteter cientiacutefico-cultural com interesse de
buscar a regulamentaccedilatildeo da profissatildeo unindo os profissionais da
psicomotricidade e promover congressos encontros cientiacuteficos e cursos que
contribuam para o avanccedilo da ciecircncia Inicia-se assim uma distinccedilatildeo entre
postura reeducativa e uma terapecircutica mostrando diferenccedilas em intervenccedilotildees
da psicomotricidade dando uma ampla importacircncia agrave relaccedilatildeo agrave afetividade e
ao emocional se desprendendo da teacutecnica instrumentalista e se ocupando do
corpo em sua globalidade A especificidade do psicomotricista encontra-se na
compreensatildeo da gecircnese do psiquismo e dos elementos fundadores da
construccedilatildeo da imagem e da representaccedilatildeo de si
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
BIBLIOGRAFIA
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
20 Cada autor coloca o seu olhar para definir a Psicomotricidade
encontramos assim vaacuterias definiccedilotildees A ISPE-GAE e a SBP definem
respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como
ldquoPsicomotricidade eacute uma neurociecircncia que transforma o pensamento em ato motor harmocircnico Eacute a sintonia fina que coordena e organiza as accedilotildees gerenciadas pelo ceacuterebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado Psicomotricidade eacute a manifestaccedilatildeo corporal do invisiacutevel de maneira visiacutevel Eacute uma ciecircncia terapecircutica adotada na Europa haacute mais de 60 anos principalmente na Franccedila que instituiu o primeiro curso universitaacuterio de Psicomotricidade em 1963rdquo (ISPE-GAE 2007) ldquoPsicomotricidade portanto eacute um termo empregado para uma concepccedilatildeo de movimento organizado e integrado em funccedilatildeo das experiecircncias vividas pelo sujeito cuja accedilatildeo eacute resultante de sua individualidade sua linguagem e sua socializaccedilatildeordquo (SBP 2003)
Sendo assim segundo Ajuriaguerra a Psicomotricidade conceitua-se
como ciecircncia da sauacutede e da educaccedilatildeo indiferente das vaacuterias escolas
psicoloacutegicas evolutistas geneacuteticas condutistas visando agrave representaccedilatildeo e a
expressatildeo motora utilizando-se do psiacutequico e do mental do ser humano
A partir de tudo o que foi dito neste capiacutetulo no proacuteximo seraacute
mencionado algumas das possibilidades pedagoacutegicas que podem facilitar a
aprendizagem dos alunos deficientes auditivos nas escolas de educaccedilatildeo
infantil
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
21
CAPIacuteTULO II
DEFICIEcircNCIA AUDITIVA E OS MEacuteTODOS
PEDAGOacuteGICOS
Em se tratando de deficiecircncia auditiva natildeo podemos dizer que todo
portador seja surdo De acordo com o BRASILMECSEESP (1994) eacute
considerado surdo o indiviacuteduo que possui audiccedilatildeo natildeo funcional na vida
comum e parcialmente surdo aquele que mesmo com perda auditiva possui
audiccedilatildeo funcional com ou sem proacutetese A deficiecircncia auditiva pode ser
congecircnita ou adquirida
Eacute congecircnita quando ocorre antes do nascimento ou em alguns casos
durante o parto e adquirida quando ocorre apoacutes o nascimento
O volume ou intensidade dos sons eacute medido por unidades chamadas
decibeacuteis (dB) Podemos verificar a partir da perda auditiva em decibeacuteis a
existecircncia de diferentes graus de Surdez
21 ndash Graus de Deficiecircncia Auditiva
Do ponto de vista educacional consideram-se dois grupos especiacuteficos
que se subdividem entre Parcialmente Surdos e Surdos conforme descrito a
seguir O grupo dos Parcialmente Surdos engloba os sujeitos com Surdez Leve
e os com Surdez Moderada
O aluno com Surdez Leve apresenta uma perda auditiva de ateacute 40
decibeacuteis Essa perda impede a percepccedilatildeo perfeita de todos os fonemas da
palavra mas natildeo impede a aquisiccedilatildeo normal da linguagem Pode no entanto
causar algum problema articulatoacuterio ou mais tarde dificuldades na leitura eou
escrita
O aluno com Surdez Moderada (Meacutedia) apresenta perda auditiva entre 40
e 70 decibeacuteis Esses limites se encontram no niacutevel da percepccedilatildeo da palavra
sendo necessaacuteria uma voz de certa intensidade para que seja claramente
percebida Esse aluno apresenta maior dificuldade de discriminaccedilatildeo auditiva
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
22 em ambientes ruidosos Ele identifica as palavras mais significativas mas tem
dificuldade na compreensatildeo de certos termos de relaccedilatildeo eou frases
gramaticais complexas
O grupo dos Surdos abrange os sujeitos com Surdez Severa e os com
Surdez Profunda O aluno com Surdez Severa apresenta uma perda auditiva
entre 70 e 90 dB Essa perda permite a identificaccedilatildeo de alguns ruiacutedos
familiares e apenas a percepccedilatildeo da voz de timbre mais forte A compreensatildeo
verbal vai depender da utilizaccedilatildeo da percepccedilatildeo visual e da observaccedilatildeo do
contexto das situaccedilotildees
O aluno com Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a 90
decibeacuteis Essa perda eacute muito grave e pode privar a crianccedila da percepccedilatildeo e
identificaccedilatildeo da voz humana impedindo-a de adquirir naturalmente a
linguagem oral
Os conhecimentos linguumliacutesticos dessas crianccedilas (especificamente dos
sujeitos com Surdez Profunda) podem apresentar seacuterias deficiecircncias no que se
refere ao domiacutenio de suas estruturas sobretudo na produccedilatildeo da escrita
Segundo Fernandes (1990) essas dificuldades podem ser demonstradas
por dificuldades com o leacutexico falta de consciecircncia de processos de formaccedilatildeo
de palavras desconhecimento da contraccedilatildeo de preposiccedilatildeo com o artigo uso
inadequado dos verbos em suas conjugaccedilotildees tempos e modos uso
inadequado das preposiccedilotildees omissatildeo de conectivos em geral e de verbos de
ligaccedilatildeo troca do verbo ser por estar uso indevido dos verbos estar e ter
colocaccedilatildeo inadequada do adveacuterbio na frase falta de domiacutenio e uso restrito de
outras estruturas de subordinaccedilatildeo
Levando em conta essas dificuldades apresentadas acima trecircs filosofias
educacionais se destacaram na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos ao longo da
histoacuteria e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituiccedilotildees
eou escolas que atendem alunos com essa deficiecircncia
De acordo com Dorziat
ldquoapesar das diferentes opiniotildees que dividem e subdividem as metodologias especiacuteficas ao ensino de surdos em termos de pressupostos baacutesicos existem trecircs grandes correntes filosoacuteficas a do
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
23 Oralismo da Comunicaccedilatildeo Total e do Bilinguumlismo (1997 p13 apud WWWprofalacomarteducesp8)
As quais veremos a seguir
211 - Oralismo
Essa concepccedilatildeo de educaccedilatildeo enquadra-se no modelo cliacutenico terapecircutico
da surdez impondo uma visatildeo patoloacutegica e um deacuteficit bioloacutegico os quais
seriam reparados eou corrigidos pelas estrateacutegias e recursos educacionais do
Oralismo
Dorziat (1997 apud wwwprofalacomarteducesp8) nos esclarece de que
a concepccedilatildeo do Oralismo visa agrave integraccedilatildeo dos surdos na comunidade de
ouvintes condicionando-os ao aprendizado e desenvolvimento da linguagem
oral Considera-se que para a boa comunicaccedilatildeo o aluno com deficiecircncia
auditiva deva oralizar bem sendo o principal objetivo dessa filosofia fazer uma
reabilitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva em direccedilatildeo agrave normalidade a natildeo
surdez
O Oralismo utiliza pressupostos e praacuteticas diferenciadas como
metodologias mas se unem no fato de acreditarem que a liacutengua oral eacute a uacutenica
forma desejaacutevel e efetiva de comunicaccedilatildeo do deficiente auditivo
Segundo Dorziat (1997 p13 apud wwwprofalacomarteducesp8) esse
meacutetodo procura assim reeducar auditivamente a crianccedila surda pela
amplificaccedilatildeo de sons juntamente com teacutecnicas especiacuteficas de oralidade
Autores e pesquisadores como Sacks (1998) e Dorziat (1997) dentre
outros na aacuterea de deficiecircncia auditiva avaliam que o Oralismo e a supressatildeo
de sinais tiveram como consequumlecircncia a deteriorizaccedilatildeo das conquistas
educacionais dos alunos deficientes auditivos e do grau de instruccedilatildeo
alcanccedilados por esses indiviacuteduos
Alguns oralistas tentam justificar os resultados negativos ou
incompreendidos do Oralismo de forma geral por aqueles que se contrapotildeem
agraves suas ideias Freeman Carbin e Boese (1999 p 145 apud
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
24 wwwprofalacomarteducesp8) fazem o seguinte comentaacuterio acerca dessas
justificativas
ldquoEm vez de questionar a sabedoria de sua abordagem restritiva os oralistas argumentam que os resultados de um treinamento oral reconhecidamente pobres originam-se do fato de natildeo se ter feito um diagnoacutestico o quanto antes de natildeo haver iniciado a amplificaccedilatildeo cedo de natildeo se dispor de um aparelho auditivo corretamente ajustado de natildeo existir pessoal adequadamente qualificado de natildeo se ter conseguido motivar os pais para que insistissem no uso constante do aparelho auditivo [] as condiccedilotildees para o sucesso satildeo objetivos ideais pelos quais alguns podem desejar lutar para alcanccedilar mas ao mesmo tempo essas condiccedilotildees satildeo uma desculpa pronta para o que os outros consideram insucessos na abordagem baacutesica do tratamento da crianccedila deficiente auditivardquo
Marchesi apud Chaves (snt) descreve que nos anos 60 ocorreu nos
Estados Unidos um novo movimento fruto da insatisfaccedilatildeo com os resultados
obtidos na educaccedilatildeo dos deficientes auditivos retomando assim as
concepccedilotildees que utilizavam a liacutengua de sinais enfatizando nesse primeiro
momento de transiccedilatildeo a Comunicaccedilatildeo Total sobretudo nas deacutecadas de 70 e
80
O grande meacuterito dessa concepccedilatildeo consiste em deslocar a liacutengua oral
como o grande e principal objetivo na educaccedilatildeo de crianccedilas deficientes
auditivas priorizando a comunicaccedilatildeo das mesmas O aluno deficiente auditivo
deixa de ser visto como portador de uma patologia e passa a ser
considerado como uma pessoa capaz
212 - Comunicaccedilatildeo Total
Em 1968 Roy Holcon daacute origem ao meacutetodo de Comunicaccedilatildeo Total que
como principal objetivo consiste na efetivaccedilatildeo dos processos de comunicaccedilatildeo
entre os deficientes auditivos e os ouvintes
De acordo com Denton (1976 p 4) apud Freeman Carbin Boese (1999
p 171) a definiccedilatildeo frequumlentemente citada eacute a seguinte
A Comunicaccedilatildeo Total implica em que a crianccedila deficiente auditiva
congecircnita seja introduzida precocemente em um sistema de siacutembolos
expressivos e receptivos os quais ela aprenderaacute a manipular livremente e por
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
25 meio dos quais poderaacute abstrair significados ao interagir irrestritamente com
outras pessoas A Comunicaccedilatildeo Total inclui todo o aspecto dos modos
linguumliacutesticos gestos criados pelas crianccedilas liacutengua de sinais fala leitura oro-
facial alfabeto manual leitura e escrita A Comunicaccedilatildeo Total incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audiccedilatildeo para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura oro-facial atraveacutes de uso constante por um
longo periacuteodo de tempo de aparelhos auditivos individuais eou sistemas de
alta fidelidade para amplificaccedilatildeo em grupo
Os maiores benefiacutecios da Comunicaccedilatildeo Total consistem no fato de que
esta encoraja a aceitaccedilatildeo da crianccedila deficiente auditiva como uma pessoa cuja
linguagem precoce pode crescer em resposta agraves necessidades crescentes
reforccedilando uma abordagem individualista de acordo com as habilidades de
cada crianccedila e de cada tipo ou grau de deficiecircncia auditiva
Autores como Sanches (1990) e Dorziat (1997) dentre outros dizem que
o grande problema desta filosofia eacute a mistura de duas liacutenguas (Portuguecircs +
Liacutengua de Sinais) o que resulta numa terceira modalidade que eacute o Portuguecircs
sinalizado onde ocorre a introduccedilatildeo de elementos gramaticais de uma liacutengua
na outra Essa praacutetica recebe tambeacutem o nome de Bimodalismo e inviabiliza o
uso adequado da liacutengua de sinais
De acordo com Dorziat (1997 p16)
ldquoComo natildeo existem na liacutengua de sinais componentes da estrutura frasal do Portuguecircs (preposiccedilatildeo conjunccedilatildeo etc) criam-se sinais para expressaacute-los Aleacutem de utilizar marcadores de tempo de nuacutemero e de gecircnero para descrever a liacutengua portuguesa atraveacutes de sinais Chamando isto entatildeo de Portuguecircs sinalizado Outra estrateacutegia utilizada pela Comunicaccedilatildeo Total eacute o uso de sinais na ordem do Portuguecircs sem no entanto usar marcadores como no Portuguecircs sinalizado Ocorrendo em ambos os casos um ajuste da liacutengua de sinais agrave estrutura da liacutengua portuguesardquo
Alguns autores acreditam que o uso dessa concepccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo
Total atraveacutes de seus procedimentos comunicativos serviu mais aos pais e
professores ouvintes do que aos alunos deficientes auditivos
A partir de discussotildees como as apresentadas acerca das praacuteticas ateacute
entatildeo utilizadas junto aos alunos deficientes auditivos surgiu uma nova filosofia
educacional apreendendo a liacutengua de sinais na sua forma genuiacutena eacute a
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
26 chamada Bilinguumlismo na qual foi difundida e apreciada a partir da deacutecada de
90
213 ndash Bilinguumlismo
Goldfeld (1997 p 38 apud wwwprofalacomarteducesp8) afirma que o
deficiente auditivo deva ser Biliacutenguumle ou seja deve adquirir como liacutengua
materna agrave liacutengua de sinais que eacute considerada a liacutengua natural dos deficientes
auditivos e como segunda liacutengua a liacutengua oficial de seu paiacutes Os autores
ligados ao Bilinguumlismo percebem o deficiente auditivo de forma bastante
diferente dos autores oralistas e da Comunicaccedilatildeo Total Para os bilinguumlistas o
deficiente auditivo natildeo precisa desejar uma vida semelhante ao ouvinte
podendo assumir sua deficiecircncia auditiva O Bilinguumlismo assume que a liacutengua
eacute uma importante via de acesso para o desenvolvimento do deficiente auditivo
em todas as esferas de conhecimento propiciando a comunicaccedilatildeo do
deficiente auditivo com os seus pais e com as outras pessoas dando suporte
ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social
De acordo com Sacks (1998 p 44) jaacute que a liacutengua de sinais eacute a primeira
liacutengua do deficiente auditivo ela deve ser introduzida e adquirida o mais cedo
possiacutevel senatildeo seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e
prejudicado Portanto o grau de deficiecircncia auditiva deve ser diagnosticado o
mais cedo possiacutevel As crianccedilas deficientes auditivas precisam ser postas em
contato primeiro com pessoas fluentes na liacutengua de sinais sejam seus pais
professores ou outros
A comunicaccedilatildeo por sinais pode ser aprendida fluentemente aos trecircs anos
de idade ocorrendo assim livre intercurso de pensamento livre fluxo de
informaccedilotildees aprendizado da leitura e escrita e talvez da fala Natildeo haacute indiacutecios
de que o uso de uma liacutengua de sinais iniba a aquisiccedilatildeo da fala Ocorrendo
provavelmente o inverso
Dessa forma percebe-se que na instauraccedilatildeo real do Bilinguumlismo a liacutengua
de sinais eacute importante e indispensaacutevel por possibilitar o domiacutenio linguumliacutestico e a
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
27 capacidade de expressar-se de forma completa e segura e a liacutengua oral ou
escrita em Portuguecircs possibilitaraacute a comunicaccedilatildeo com o meio
Segundo Goldfeld (1998) haacute duas formas distintas de definiccedilatildeo da
filosofia biliacutenguumle quais sejam a primeira acredita que a crianccedila deficiente
auditiva deve adquirir a liacutengua de sinais e a modalidade oral da liacutengua de seu
paiacutes sendo que posteriormente esta deveraacute ser alfabetizada na liacutengua oficial
de seu paiacutes Por outro lado existem aqueles que acreditam que os deficientes
auditivos devam aprender a liacutengua de sinais e a liacutengua oficial de seu paiacutes
apenas na modalidade escrita e natildeo na oral
De acordo com Bernardino (2000 p 29)
ldquoA liacutengua eacute considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento propiciando natildeo apenas a comunicaccedilatildeo do surdo com o ouvinte mas tambeacutem com o surdo desempenhando tambeacutem a funccedilatildeo de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social O Bilinguumlismo considera que a liacutengua oral natildeo preenche todas essas funccedilotildees sendo imprescindiacutevel o aprendizado de uma liacutengua visual-sinalizada desde tenra idade possibilitando ao surdo o preenchimento das funccedilotildees linguumliacutesticas que a liacutengua oral natildeo preenche Assim as liacutenguas de sinais satildeo tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral assim como do aprendizado da liacutengua oralrdquo
Tendo havido um reconhecimento geral da deficiecircncia auditiva e das
filosofias educacionais utilizadas ao longo da histoacuteria e tambeacutem um interesse
geral de determinados autores em relaccedilatildeo a cada uma delas podemos dizer
que estamos passando por um periacuteodo de transiccedilatildeo entre as ideacuteias oralistas e
aquelas que tecircm se baseado na utilizaccedilatildeo da LIBRAS
22 ndash LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais)
As liacutenguas de Sinais (LS) satildeo as liacutenguas naturais das comunidades
surdas
Ao contraacuterio do que muitos imaginam as liacutenguas de sinais natildeo satildeo
simplesmente miacutemica e gestos soltos utilizados pelos deficientes auditivos para
facilitar a comunicaccedilatildeo A LIBRAS possui estrutura gramatical proacutepria
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
28
LIBRAS - Matildeos que falam (wwwprofalacomarteduces)
Os Sinais satildeo formados por meio da combinaccedilatildeo de formas e de
movimentos das matildeos e de pontos de referecircncia no corpo ou no espaccedilo
Atribui-se agraves Liacutenguas de Sinais o status de liacutengua por que elas tambeacutem
satildeo compostas pelos niacuteveis linguumliacutesticos o fonoloacutegico o morfoloacutegico o sintaacutetico
e o semacircntico
Assim uma pessoa que entra em contato com uma Liacutengua de Sinais
poderaacute aprender outra liacutengua como o Francecircs e o Inglecircs
A Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi desenvolvida a partir da liacutengua
de sinais francesa As Liacutenguas de Sinais natildeo satildeo universais cada paiacutes possui
a sua sofrendo as influecircncias regionais e culturais
Segundo a legislaccedilatildeo vigente a LIBRAS constitui um sistema linguumliacutestico
de transmissatildeo de ideacuteias e fatos oriundos de comunidades de pessoas
deficientes auditiva do Brasil na qual haacute uma forma de comunicaccedilatildeo e
expressatildeo de natureza visual-motora
Os seus usuaacuterios podem discutir filosofia ou poliacutetica ou ateacute mesmo
produzir poemas e peccedilas teatrais
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
29 A Lei Ndeg 10436 no seu artigo 4ordm decretada e sancionada em 24 de abril
de 2002 diz o seguinte
ldquoO sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusatildeo nos cursos de formaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Especial de Fonoaudiologia e de Magisteacuterio em seus niacuteveis meacutedios e superiores do ensino da Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras como parte integrante dos Paracircmetros Curriculares Nacionais ndash PCNs (2002 Art 4ordm) conforme legislaccedilatildeo vigenterdquo
Os direitos humanos prevecircem que a crianccedila deficiente auditiva precisa ter
acesso a educaccedilatildeo na LIBRAS e eacute dever do Estado fazer com que isso
aconteccedila Como mencionado anteriormente o processo educacional ocorre de
acordo com a interaccedilatildeo linguumliacutestica e para que o professor seja um bom
educador de alunos deficientes auditivos ele deve dominar a LIBRAS Devido
a isto todos os conhecimentos escolares devem passar por ela Pensar em
formaccedilatildeo de cidadatildeos conscientes eacute pensar em diaacutelogo e em troca e com os
deficientes auditivos isso se faz atraveacutes da LIBRAS
Alfabeto em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) (WWWdidakocombr)
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
30 As crianccedilas deficientes auditivas desde cedo no ambiente da educaccedilatildeo
infantil aprendem melhor quando satildeo usuaacuterias da Liacutengua de Sinais vemos
isso claramente ao constatarmos que crianccedilas deficientes auditivas filhas de
pais tambeacutem deficientes auditivos tecircm melhores desempenho escolares e satildeo
mais equilibradas mentais e emocionalmente que crianccedilas deficientes auditivas
filhas de pais ouvintes (Fernandes 1990)
Assim sendo o capiacutetulo seguinte estaraacute analisando a importacircncia da
Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para as crianccedilas deficientes auditivas e
tambeacutem a LDB no que diz respeito ao direito da crianccedila e a sua inclusatildeo
assegurada
Numerais em LIBRAS (WWWdidakocombr)
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
31
CAPIacuteTULO III
A IMPORTAcircNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA
EDUCACcedilAtildeO INFANTIL PARA O ALUNO ENTRE 02 A 06
ANOS E OS DIREITOS DAS CRIANCcedilAS DEFICIENTES
AUDITIVAS
Para falar da importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
primeiramente devemos conhecer a Educaccedilatildeo Infantil pois sendo a primeira
etapa da Educaccedilatildeo Baacutesica eacute de suma importacircncia na vida da crianccedila Ela tem
por finalidade o desenvolvimento integral da crianccedila ateacute os seus 6 anos de
idade em seus aspectos fiacutesicos cognitivo psicoloacutegico e social assumindo
duas accedilotildees indispensaacuteveis como educar e cuidar comprometendo a accedilatildeo da
famiacutelia e da comunidade
A crianccedila passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de
agir que caracterizam suas relaccedilotildees com o mundo fiacutesico e social
31- A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil
para Crianccedilas Deficientes Auditivas
Os primeiros anos de vida satildeo os anos da educaccedilatildeo da construccedilatildeo da
inteligecircncia e da aquisiccedilatildeo da aprendizagem assim como a aquisiccedilatildeo de
habilidades de valores e das atitudes que satildeo desenvolvidas nessa fase e satildeo
levadas para a vida inteira
Os profissionais da educaccedilatildeo devem ver a psicomotricidade como uma
aliada pois ela auxilia o desenvolvimento motor e intelectual do aluno sendo
que o corpo e a mente satildeo elementos integrados da sua formaccedilatildeo De acordo
com Assunccedilatildeo e Coelho (1997 p108) a psicomotricidade eacute a ldquoeducaccedilatildeo do
movimento com atuaccedilatildeo sobre o intelecto numa relaccedilatildeo entre pensamento e
accedilatildeo englobando funccedilotildees neuroloacutegicas e psiacutequicasrdquo Possui tambeacutem uma
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
BIBLIOGRAFIA
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Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
32 finalidade dupla que aleacutem de assegurar o desenvolvimento funcional tendo em
conta as possibilidades da crianccedila ajuda sua afetividade a se expandir e
equilibrar de acordo com o intercacircmbio com o ambiente humano Atraveacutes da
accedilatildeo sobre o meio fiacutesico com o meio social e da interaccedilatildeo com ambiente social
ocorre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser Devido a isso a escola de
Educaccedilatildeo Infantil deve tornar acessiacuteveis elementos da cultura que enriquecem
o desenvolvimento e inserccedilatildeo social de todas as crianccedilas indiscriminadamente
A hora da grande festa na barraca das comidas a professora Margarida
entrega a Dayvid a laranja que ele pediu enquanto Joseacute Edson espera sua vez Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Para a crianccedila deficiente auditiva como para uma crianccedila ouvinte o
pleno desenvolvimento das suas capacidades linguumliacutesticas emocionais e sociais
eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para o seu desenvolvimento como pessoa
A educaccedilatildeo da crianccedila deficiente eacute um direito faz parte da sua condiccedilatildeo
como ser humano e o dever de educar eacute uma exigecircncia do ser humano adulto
do pai e do educador
Assim a Declaraccedilatildeo de Salamanca de 1994 ldquoProporcionou uma oportunidade uacutenica de colocaccedilatildeo da educaccedilatildeo especial dentro da estrutura de educaccedilatildeo para todos firmada em 1990 () Ela promoveu uma plataforma que afirma o princiacutepio e a
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do
Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
33 discussatildeo da praacutetica de garantia de inclusatildeo das crianccedilas com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagemrdquo (UNESCO 199415)
A Declaraccedilatildeo de Salamanca possibilitou perceber a verdadeira
importacircncia da inclusatildeo da crianccedila deficiente na educaccedilatildeo infantil pois seu
conviacutevio e aprendizado com outras pessoas soacute lhe traraacute benefiacutecios e
crescimento educacional como social Inclusatildeo significa responsabilidade
governamental bem como reestruturaccedilatildeo da instituiccedilatildeo escolar que receberaacute o
aluno com necessidades especiais tornando-se apta a responder agraves
necessidades de todos os seus alunos
Para que se possa realmente efetivar uma inclusatildeo satisfatoacuteria da crianccedila
deficiente auditiva na educaccedilatildeo infantil eacute indispensaacutevel se ter esta crianccedila
dentro da ambiente escolar infantil como tambeacutem se faz necessaacuteria a
capacitaccedilatildeo dos educadores em lingua de sinais Pois como visto
anteriormente a Libras deve ser a primeira liacutengua do a luno deficiente auditivo
Assim se diz verde na hora de decorar a sala de aula a turma conhece as cores
Foto Edson Ruiz (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Eacute de fundamental importacircncia sabermos que o que faz a diferenccedila na
educaccedilatildeo dos deficientes natildeo eacute se a escola eacute especial ou se eacute comum mas
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
34 sim como satildeo proporcionadas as atividades a estes alunos As escolas devem
estar preparadas para poder atender agraves necessidades dos alunos deficientes
auditivos
A aquisiccedilatildeo da linguagem em crianccedilas deficientes auditivas deve ser
garantida atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial no caso do Brasil atraveacutes da
LIBRAS Se a crianccedila chega agrave escola sem liacutengua eacute fundamental que o trabalho
seja direcionado para a retomada do processo de aquisiccedilatildeo da linguagem
atraveacutes de uma liacutengua visual-espacial
Desenvolvimento da coordenaccedilatildeo motora fina (WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
Portanto o mais importante eacute que a escola de educaccedilatildeo infantil consiga
meios de obter todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o aluno para que se torne socialmente ajustado pessoalmente completo autocircnomo e competente ou seja um cidadatildeo
Excursatildeo ao mercado municipal de Aracaju Loide ensina aos pequenos Joseacute Edson e Dayvid quais satildeo os ingredientes dos pratos tiacutepicos juninos
(WWWrevistaescolaabrilcombrinclusaoeducaccedilatildeo-especial)
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
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Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
35
32- A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na
Educaccedilatildeo Infantil
A Lei nordm 394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo (LDB) em seu artigo 4ordm-IV confirmou mais uma vez que o
atendimento gratuito em creche e preacute-escola eacute dever do Estado Deixou claro
tambeacutem que o atendimento a essa faixa etaacuteria estaacute sob a incumbecircncia dos
municiacutepios (art11-V) determinando que todas as instituiccedilotildees de Educaccedilatildeo
Infantil puacuteblicas e privadas estejam inseridas no sistema de ensino Como
parte integrante da primeira etapa da educaccedilatildeo baacutesica a Educaccedilatildeo Infantil foi
dividida em creche (zero a trecircs anos) e preacute-escola (quatro a seis anos)
conforme artigo 30-I e II da LDB96 Ela natildeo colocou a Educaccedilatildeo Infantil como
ensino obrigatoacuterio como no caso das crianccedilas a partir dos sete anos de idade
mas reconheceu a sua importacircncia ao defini-la como a primeira etapa da
educaccedilatildeo baacutesica e como direito de toda a crianccedila de zero a seis anos de idade
sempre que seus pais ou responsaacuteveis assim o desejarem ou necessitarem
Em relaccedilatildeo agrave inclusatildeo de alunos com necessidades especiais a
legislaccedilatildeo contida na Constituiccedilatildeo Federativa do Brasil de 1988 artigo 208
define que o atendimento aos deficientes deve ser dado preferencialmente na
rede regular de ensino Aleacutem disso a Lei de diretrizes e Bases (LDB) de 1996
(BRASIL 1996) tambeacutem prevecirc que a educaccedilatildeo seja a mais integrada possiacutevel
propondo a inclusatildeo dos alunos com necessidades especiais na rede regular
de ensino
Muito se discute sobre a inclusatildeo do deficiente auditivo em sala de aula
do ensino regular Sabe-se que constitucionalmente ele tem direito agrave
educaccedilatildeo e agrave sauacutede bem como a solicitar um inteacuterprete para auxiliaacute-lo em
aula traduzindo a liacutengua oral para a liacutengua de sinais Poreacutem no Brasil a
preocupaccedilatildeo em ampliar os serviccedilos prestados aos deficientes auditivos eacute
pouca Dificilmente os programas na televisatildeo apresentam exibiccedilotildees em
LIBRAS e ainda haacute descaso quanto agrave necessidade de inteacuterpretes Jaacute no que
diz respeito agrave abordagem educacional a ser adotada natildeo existe um consenso
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
BIBLIOGRAFIA
AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora
Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-
intervencao-profissionalhtm
ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash
Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03
2004
Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom
- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
Setembro de 1996 Editora do Brasil
CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te
quero Porto Alegre Artmed 2001
COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo
Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos
Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas
especiais Brasiacutelia CORDE 1994
httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp
http wwwdidakocombr
httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0
httpwwwprofalacomarteducesp8htm
45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-
traduzido-libras-424486shtml
LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa
Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert
PucRio 1997 pp 20-32
MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves
Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e
MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo
Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto
Alegre Artes Meacutedicas 1995
MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo
Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo
Paulo E P U 1986
NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983
NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas
Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis
Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos
MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004
ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed
Satildeo Paulo Cortez 2001
SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico
46
SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash
Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint
1996
VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS
analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do
Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
36 sobre qual delas (Oralismo Comunicaccedilatildeo Total ou Bilinguismo) deve ser
adotada
Os deficientes auditivos ainda satildeo marginalizados pela falta da oralidade
No entanto eles tecircm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes
Diante de tantos conceitos eacute importante salientar que para haver
inclusatildeo eacute necessaacuteria uma mudanccedila nos paradigmas na percepccedilatildeo do que eacute
educaccedilatildeo sendo que a formaccedilatildeo de novos valores deve partir do respeito agraves
diferenccedilas e do aprender a conviver com o diferente A igualdade natildeo eacute o
normal ou seja todos somos diferentes Devemos entatildeo ver as pessoas como
um todo respeitar as suas diferenccedilas e utilizaacute-las para a construccedilatildeo de uma
sociedade mais harmoniosa justa e feliz Assim sendo todos noacutes devemos
contribuir para a construccedilatildeo de uma nova sociedade A educaccedilatildeo inclusiva
deve ter como ponto de partida o cotidiano o coletivo a escola e
principalmente uma sala em comum onde todos os alunos com necessidades
educacionais especiais ou natildeo possam ter acesso ao conhecimento e agrave cultura
e progredir no aspecto pessoal e social
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de
Educaccedilatildeo Infantil que Estimulem o Desenvolvimento do Aluno
Deficiente Auditivo
As crianccedilas de maneira geral sejam deficientes auditivas ou ouvintes
adoram se movimentar e a todo o momento estatildeo se expressando com o
corpo o que possibilita direcionar esses movimentos a uma forma de
aprendizagem Pois a crianccedila que se harmoniza com seu corpo compreende o
mundo ao seu redor mais facilmente Portanto nos facilita acreditar que cada
crianccedila tem seu ritmo de aprendizagem e que esse tempo deve ser respeitado
devido ao fato de serem deficientes auditivas ou natildeo
E levando em consideraccedilatildeo a linguagem corporal os alunos deficientes
auditivos podem se comunicar da mesma forma que os alunos ouvintes atraveacutes
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
BIBLIOGRAFIA
AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora
Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-
intervencao-profissionalhtm
ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash
Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03
2004
Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom
- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
Setembro de 1996 Editora do Brasil
CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te
quero Porto Alegre Artmed 2001
COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo
Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos
Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas
especiais Brasiacutelia CORDE 1994
httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp
http wwwdidakocombr
httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0
httpwwwprofalacomarteducesp8htm
45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-
traduzido-libras-424486shtml
LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa
Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert
PucRio 1997 pp 20-32
MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves
Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e
MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo
Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto
Alegre Artes Meacutedicas 1995
MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo
Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo
Paulo E P U 1986
NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983
NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas
Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis
Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos
MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004
ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed
Satildeo Paulo Cortez 2001
SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico
46
SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash
Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint
1996
VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS
analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do
Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
37 de movimentos e expressotildees O nosso corpo eacute um instrumento de
aprendizagem
O ritmo corporal ajuda aos alunos deficientes auditivos a compreenderem
as relaccedilotildees espaccedilos-temporais a pensar de forma estruturada e precisa a
aprender a controlar seu corpo e a flexionaacute-lo a respirar harmoniosamente e a
projetar seu corpo no espaccedilo e no tempo por meio do movimento danccedilar fazer
muacutesica e em alguns casos ateacute falar Ritmo eacute uma palavra grega (rythmos) e
quer dizer movimento compassado E o ritmo existe de 3 maneiras distintas
que se interagem em harmonia o Ritmo motor o Ritmo auditivo e o Ritmo
visual
a)- Ritmo motor Eacute a causa da movimentaccedilatildeo As funccedilotildees do organismo
(pulmonar cardiovascular e digestivo) satildeo partes dele O ritmo motor relaciona
ao lado bioloacutegico e fisioloacutegico do corpo
b) Ritmo auditivo Estaacute relacionado com o mundo dos sons auxilia a ouvir
perceber e interpretar a fonte sonora Mesmo o ritmo auditivo sendo inato ele
se desenvolve com o decorrer dos tempos
c) Ritmo visual Eacute a dimensatildeo espacial A visatildeo nos possibilita a relaccedilatildeo com o
exterior ao nosso corpo
Desenvolver habilidades motoras baacutesicas para todos os alunos incluindo
assim os com deficiecircncia auditiva significa oportunizar as crianccedilas o
aprendizado das mesmas assim como uma vivecircncia ampla e diversificada de
forma que elas possam atingir progressivamente o estaacutegio definitivo de cada
uma das habilidades referidas
Sendo assim a escola possui um espaccedilo privilegiado para o
desenvolvimento de tais habilidades devido agrave intencionalidade pedagoacutegica das
atividades escolares serem uma forma de assegurar o pleno desenvolvimento
motor de todos os seus alunos poreacutem sabemos que esse desenvolvimento
natildeo se direciona apenas a escola Elas tambeacutem acontecem nos ambientes e
situaccedilotildees informais tais como na casa na rua no clube e outros Poreacutem a
escola continua sendo o melhor meio desse desenvolvimento motor devido a
algumas crianccedilas estarem privadas dessas experiecircncias motoras por estarem
inseridas em um contexto soacutecio-cultural diferente
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
BIBLIOGRAFIA
AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora
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Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo
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NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas
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1996
VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS
analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do
Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
38 Dessa forma eacute importante que o desenvolvimento das habilidades
psicomotoras esteja bem contextualizado nos conteuacutedos abordados pela
Educaccedilatildeo Infantil o jogo a ginaacutestica e as danccedilas (Coletivo de Autores 1992)
proporcionando um aprendizado significativo e prazeroso para os alunos
Desta maneira as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica no ambiente da escola de
Educaccedilatildeo Infantil natildeo devem se restringir as atividades e brincadeiras fiacutesicas
para ensinar as crianccedilas segundo o conceito tradicional ldquofiacutesicordquo O termo
ldquoeducaccedilatildeordquo eacute a palavra chave neste caso um programa de educaccedilatildeo fiacutesica
deve apoiar-se em conteuacutedos que datildeo ecircnfase ao movimento entendendo-se o
por que para que e como propor essa ou aquela atividade elaborando-se as
aulas com base nas crianccedilas e junto com elas estimulando assim o
desenvolvimento integral de todos os alunos e em especial o dos alunos com
deficiecircncia auditiva
A Educaccedilatildeo fiacutesica escolar ou Educaccedilatildeo Psicomotora utiliza como recurso
a atividade corporal Desta forma os conteuacutedos mais propiacutecios na educaccedilatildeo
infantil consistem em atividades fiacutesicas naturais com ou sem material
competitivos ou natildeo jogos atividades riacutetmicas com percussatildeo corporal ou
instrumental com canto ou muacutesica todos desenvolvidos com ludicidades
(alegre divertido e prazeroso) e recreaccedilatildeo (criar modificar e transformar)
gerando assim um processo educacional que objetiva promover o
desenvolvimento fiacutesico simultaneamente mental e afetivo-social do aluno ou
seja psicomotor
Segundo SOARES (1984) a crianccedila ateacute os seis anos eacute essencialmente
movimento por que
bull Eacute o movimento que permite a crianccedila desde pequena a viver pois explora o meio ambiente experimentando as coisas o mundo que a rodeia como a si mesma
bull Eacute principalmente pelo movimento que se expressa e se relaciona com sua famiacutelia seus amigos seu grupo e os outros
bull Eacute pelo movimento que experimenta suas potencialidades e os seus limites tentando ultrapassaacute-los
bull Eacute pelo movimento que exprime suas emoccedilotildees sentimentos e pensamentos
bull Eacute pelo movimento que estrutura seus pensamentos abstratos bull Ao dominar seu corpo em movimento e expressar diferentes
formas de movimentos e atividades progressivamente afirma-se
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
BIBLIOGRAFIA
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2004
Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom
- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
Setembro de 1996 Editora do Brasil
CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te
quero Porto Alegre Artmed 2001
COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo
Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos
Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas
especiais Brasiacutelia CORDE 1994
httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp
http wwwdidakocombr
httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0
httpwwwprofalacomarteducesp8htm
45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-
traduzido-libras-424486shtml
LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa
Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert
PucRio 1997 pp 20-32
MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves
Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e
MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo
Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto
Alegre Artes Meacutedicas 1995
MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo
Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo
Paulo E P U 1986
NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983
NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas
Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis
Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos
MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004
ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed
Satildeo Paulo Cortez 2001
SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico
46
SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash
Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint
1996
VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS
analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do
Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
39 como pessoa obtendo maior autoconfianccedila independecircncia autonomia e expressividade
bull Eacute com o corpo em movimento que a crianccedila elabora todas as suas experiecircncias vitais e organiza a sua personalidade (SOARES 1984 P13)
O corpo eacute instrumento de accedilatildeo e construccedilatildeo bem como meio de
comunicaccedilatildeo social E a aprendizagem eacute um processo de modificaccedilatildeo de
comportamento Assim sendo ela acontece quando percebemos a ocorrecircncia
de mudanccedilas comportamentais e tambeacutem na permanecircncia dessa mudanccedila
(Noda 1984)
Autores como Soares (1984) Negrine (1983) e Velasco (1996) afirmam
que o desenvolvimento motor da crianccedila eacute desenvolvido por condutas que se
caracterizam nas seguintes formas
Condutas de Base satildeo aquelas que se caracterizam de forma mais
instintiva ligadas principalmente ao desenvolvimento fiacutesico da crianccedila Tais
como
bull Coordenaccedilatildeo motora ampla eacute a possibilidade de executar movimentos amplos com todo o corpo de forma separada ou simultacircnea de forma estaacutetica ou dinacircmica como exemplos temos o andar correr trepar saltar arremessar e suas associaccedilotildees
bull Coordenaccedilatildeo motora fina eacute a possibilidade de movimentar os pequenos grupos musculares das matildeos dos peacutes e rosto Todo o ato de coordenaccedilatildeo motora fina possui de maneira impliacutecita uma preacutevia coordenaccedilatildeo visomotora como exemplos temos rolar a bola com as matildeos rolar um bastatildeo com os peacutes fazer caretas entre outros
bull Postura e equiliacutebrio a postura resulta do equiliacutebrio que eacute decorrente da estabilidade igual ou aproximada da accedilatildeo de grupos musculares antagonistas ou seja eacute a distribuiccedilatildeo do peso do corpo e dos objetos em relaccedilatildeo ao centro de gravidade do corpo Eacute a base para todas as tarefas motoras pode ser estaacutetico ou dinacircmico como exemplos temos imitar aacutervores muito grandes andar na ponta dos peacutes entre outros
bull Educaccedilatildeo da Respiraccedilatildeo a respiraccedilatildeo corresponde a duas fases a inspiraccedilatildeo e a expiraccedilatildeo para que ocorram eacute necessaacuterio que haja mobilizaccedilatildeo destas fases Caracteriza-se em uma accedilatildeo de vida pois promove o aproveitamento maacuteximo do oxigecircnio e a devida eliminaccedilatildeo do gaacutes carbocircnico Como exemplo temos as atividades de miacutemica do balatildeo e um passeio num jardim com muitas flores entre outros
bull Condutas Neuro-Motoras estatildeo ligadas ao amadurecimento do ser humano ou seja maturidade do sistema nervoso central
bull Esquema corporal eacute o conhecimento e tomada de consciecircncia da corporeidade quanto agraves diferentes partes usos utilidades e
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
BIBLIOGRAFIA
AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora
Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-
intervencao-profissionalhtm
ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash
Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03
2004
Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom
- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
Setembro de 1996 Editora do Brasil
CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te
quero Porto Alegre Artmed 2001
COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo
Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos
Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas
especiais Brasiacutelia CORDE 1994
httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp
http wwwdidakocombr
httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0
httpwwwprofalacomarteducesp8htm
45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-
traduzido-libras-424486shtml
LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa
Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert
PucRio 1997 pp 20-32
MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves
Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e
MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo
Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto
Alegre Artes Meacutedicas 1995
MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo
Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo
Paulo E P U 1986
NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983
NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas
Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis
Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos
MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004
ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed
Satildeo Paulo Cortez 2001
SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico
46
SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash
Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint
1996
VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS
analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do
Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
40 diferentes formas de expressar as partes do corpo em relaccedilatildeo a si proacuteprio ao outro e ao meio ambiente Como exemplo temos andar ao ritmo de uma muacutesica tocar em diferentes partes do corpo conforme o comando do professor De quantas formas diferentes pode-se movimentar a cabeccedila entre outras
bull Lateralidade eacute a capacidade de percepccedilatildeo integrada dos dois lados do corpo direito e esquerdo Eacute elemento fundamental de relaccedilatildeo e orientaccedilatildeo de si proacuteprio e com o meio ambiente Ser capaz de perceber a lateralidade isto eacute que os dois lados do corpo natildeo satildeo exatamente iguais que ocorre um maior domiacutenio em um lado eacute o iniacutecio da discriminaccedilatildeo entre direita e esquerda Somente aos 6 a 7 anos que se eacute capaz de distinguir Como exemplo lanccedilar bola com uma matildeo apoacutes a outra idem chutar rolar quicar entre outros
bull Condutas Perceptivo-Motoras estatildeo ligadas agrave consciecircncia e a memoacuteria satildeo as bases do comportamento intelectual expressando-se atraveacutes da fala dos gestos e movimentos Percepccedilatildeo eacute a capacidade do indiviacuteduo reconhecer e expressar estiacutemulos
bull Organizaccedilatildeo Espacial eacute a capacidade de percepccedilatildeo do espaccedilo significando a capacidade de situar e orientar a si proacuteprio em relaccedilatildeo aos outros e ao meio ambiente bem como a compreensatildeo de um objeto e do seu lugar no espaccedilo Percebe-se a integraccedilatildeo da noccedilatildeo espacial na crianccedila pelo vocabulaacuterio e accedilotildees como perto longe alto meacutedio baixo em cima em baixo ao lado maior menor e nas formas geomeacutetricas que organizam o espaccedilo Antes de trecircs anos caracteriza-se o espaccedilo topoloacutegico isto eacute particularizado vivido os pontos de referecircncia satildeo no proacuteprio corpo de trecircs a sete anos caracteriza-se o espaccedilo representado eacute o reconhecimento das diferentes formas e espaccedilos e os pontos de referecircncia natildeo satildeo mais exclusivos ao corpo e a partir do sujeito
bull Organizaccedilatildeo Temporal A organizaccedilatildeo temporal integra trecircs niacuteveis do tempo duraccedilatildeo ordem e sucessatildeo Por exemplo uma accedilatildeo leva certo tempo para ser realizada 10rsquo 20rsquo 30rsquo uma accedilatildeo pode ser feita primeiramente em forma lenta em seguida em velocidade meacutedia finalizando em velocidade raacutepida o reconhecimento da manhatilde tarde e noite ou os dias da semana entre outros
bull Estruturaccedilatildeo EspaccediloTempo eacute fundamental agrave sua percepccedilatildeo pois permite ao individuo natildeo soacute movimentar-se em diferentes tempos bem como reconhecer-se no espaccedilo de forma ordenada e sequumlencial Ou seja localizar partes do corpo e situaacute-las no espaccedilo coordenando e organizando a atividade em tempos diferenciados Este conhecimento leva a noccedilatildeo da lateralidade e direccedilatildeo O movimento enquanto organizaccedilatildeo humana manifesta-se num tempo e espaccedilo caracterizando o ritmo A estrutura do ritmo no movimento humano se daacute pela estruturaccedilatildeo temporal (andamento) simultaneamente pela estruturaccedilatildeo espacial (amplitude) O ritmo dos movimentos pode estruturar-se de forma espontacircnea ou meacutetrica eacute fundamental que se propicie a educaccedilatildeo riacutetmica do movimento humano atraveacutes de diferentes conteuacutedos predominantemente atraveacutes das atividades riacutetmicas (SOARES 1984 p16)
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
BIBLIOGRAFIA
AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora
Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-
intervencao-profissionalhtm
ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash
Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03
2004
Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom
- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
Setembro de 1996 Editora do Brasil
CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te
quero Porto Alegre Artmed 2001
COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo
Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos
Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas
especiais Brasiacutelia CORDE 1994
httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp
http wwwdidakocombr
httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0
httpwwwprofalacomarteducesp8htm
45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-
traduzido-libras-424486shtml
LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa
Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert
PucRio 1997 pp 20-32
MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves
Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e
MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo
Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto
Alegre Artes Meacutedicas 1995
MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo
Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo
Paulo E P U 1986
NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983
NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas
Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis
Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos
MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004
ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed
Satildeo Paulo Cortez 2001
SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico
46
SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash
Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint
1996
VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS
analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do
Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
41 As condutas mencionadas acima satildeo muitas vezes desenvolvidas pelo
ser humano considerando que satildeo integradas e relacionadas Entretanto o
educador infantil e o professor de educaccedilatildeo fiacutesica de crianccedilas pequenas devem
enfatizar uma dessas condutas como tema de aula de maneira especiacutefica e
devem tomar o cuidado para que a sua aula natildeo se torne repetitiva sem
nenhum atrativo para o seu aluno
Se o desenvolvimento psicomotor eacute muito importante no aprendizado da
crianccedila ouvinte ele se torna mais significativo ainda no que diz respeito agrave
crianccedila deficiente auditiva Pois atraveacutes do desenvolvimento corporal a crianccedila
adquiri maior liberdade mais espontaneidade nos movimentos e maior
criatividade Sabemos que a crianccedila deficiente auditiva fala atraveacutes do corpo e
quanto mais seus movimentos satildeo estimulados ela se comunica e interage
com todos ao seu redor com melhor habilidade na maneira de se expressar
facilitando assim a integraccedilatildeo e convivecircncia social e tambeacutem a sua realizaccedilatildeo
pessoal
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
BIBLIOGRAFIA
AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora
Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-
intervencao-profissionalhtm
ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash
Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03
2004
Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom
- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
Setembro de 1996 Editora do Brasil
CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te
quero Porto Alegre Artmed 2001
COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo
Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos
Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas
especiais Brasiacutelia CORDE 1994
httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp
http wwwdidakocombr
httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0
httpwwwprofalacomarteducesp8htm
45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-
traduzido-libras-424486shtml
LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa
Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert
PucRio 1997 pp 20-32
MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves
Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e
MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo
Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto
Alegre Artes Meacutedicas 1995
MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo
Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo
Paulo E P U 1986
NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983
NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas
Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis
Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos
MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004
ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed
Satildeo Paulo Cortez 2001
SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico
46
SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash
Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint
1996
VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS
analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do
Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
42
CONCLUSAtildeO
A crianccedila deficiente auditiva eacute um cidadatildeo e faz parte de uma
comunidade na qual devemos respeitar a sua linguagem e sua identidade em
formaccedilatildeo
Ao incluirmos essa crianccedila na Educaccedilatildeo Infantil devemos estar
preparados para agir como agentes facilitadores para que esse aluno possa se
sentir acolhido e ter as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os
alunos ouvintes Visando facilitar o aprendizado dessas crianccedilas foram
traccediladas nessa monografia algumas sugestotildees pedagoacutegicas para facilitar o
aprendizado das mesmas oportunizando a internalizaccedilatildeo das culturas e
identidades atraveacutes do domiacutenio da Liacutengua de Sinais
- atividades de rotina atraveacutes de sinais
- brincadeiras e jogos psicomotores utilizando os sinais
- realizaccedilatildeo de experiecircncias com sinais
- hora do conto atraveacutes de sinais
- passeio conduzido por adultos deficientes auditivos
- dramatizaccedilatildeo de histoacuteria usando os sinais
- atividades de esquema corporal
Estas satildeo algumas possibilidades de atividades a serem exploradas na
Educaccedilatildeo Infantil que podem contribuir para o desenvolvimento da crianccedila
deficiente auditiva Poreacutem devemos saber que na Educaccedilatildeo Infantil natildeo
importa se a crianccedila seja ouvinte ou deficiente auditivo o mais importante eacute o
olhar sensiacutevel do educador para compreender as necessidades dos alunos
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as
suas atividades a psicomotricidade pois fariam com que as crianccedilas tivessem
liberdade de realizar experiecircncia com o corpo sendo indispensaacutevel no
desenvolvimento das funccedilotildees mentais e sociais Desenvolvendo a confianccedila
em si mesma e o melhor conhecimento de suas possibilidades e limites para
uma boa relaccedilatildeo com o mundo a sua volta
Este trabalho me ajudou a refletir sobre a Histoacuteria da Educaccedilatildeo Infantil e a
Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo atraveacutes de muitas pesquisas pude entender
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
BIBLIOGRAFIA
AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora
Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-
intervencao-profissionalhtm
ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash
Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03
2004
Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom
- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
Setembro de 1996 Editora do Brasil
CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te
quero Porto Alegre Artmed 2001
COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo
Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos
Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas
especiais Brasiacutelia CORDE 1994
httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp
http wwwdidakocombr
httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0
httpwwwprofalacomarteducesp8htm
45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-
traduzido-libras-424486shtml
LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa
Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert
PucRio 1997 pp 20-32
MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves
Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e
MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo
Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto
Alegre Artes Meacutedicas 1995
MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo
Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo
Paulo E P U 1986
NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983
NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas
Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis
Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos
MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004
ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed
Satildeo Paulo Cortez 2001
SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico
46
SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash
Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint
1996
VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS
analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do
Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
43 a opiniatildeo de vaacuterios teoacutericos a respeito dos meacutetodos a serem desenvolvidos
com as crianccedilas deficientes auditivas visando estimular o seu desenvolvimento
motor Percebi tambeacutem que ainda natildeo se tem um meacutetodo definido a acerca de
qual seja o mais apropriado para a educaccedilatildeo das crianccedilas deficientes
auditivas Entretanto estaacute clara a importacircncia da Linguagem de Sinais
(LIBRAS) como sendo a primeira liacutengua da crianccedila deficiente auditiva A
LIBRAS soacute foi oficializada como Liacutengua prevista na lei de 10436 de Abril de
2002
Concluo essa monografia sabendo que todos somos diferentes e eacute nessa
diferenccedila que nos tornamos iguais por isso devemos ser respeitados em
nossas diferenccedilas
44
BIBLIOGRAFIA
AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora
Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-
intervencao-profissionalhtm
ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash
Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03
2004
Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom
- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
Setembro de 1996 Editora do Brasil
CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te
quero Porto Alegre Artmed 2001
COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo
Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos
Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas
especiais Brasiacutelia CORDE 1994
httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp
http wwwdidakocombr
httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0
httpwwwprofalacomarteducesp8htm
45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-
traduzido-libras-424486shtml
LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa
Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert
PucRio 1997 pp 20-32
MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves
Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e
MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo
Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto
Alegre Artes Meacutedicas 1995
MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo
Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo
Paulo E P U 1986
NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983
NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas
Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis
Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos
MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004
ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed
Satildeo Paulo Cortez 2001
SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico
46
SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash
Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint
1996
VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS
analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do
Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
44
BIBLIOGRAFIA
AJURIAGUERRA J Manual de psiquiatria infantil Satildeo Paulo Editora
Masson1983 In wwwefdeportescompsicomotricidade-historia-e-
intervencao-profissionalhtm
ANTUNES Celso O direito ao orgulho In Revista Construir Noticias ndash
Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos Maiojunho nordm 16 ndash ano 03
2004
Assunccedilatildeo e Coelho (1997p108) In WWWartigonalcom
- BRASIL LEI N 939496 Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
Setembro de 1996 Editora do Brasil
CRAIDY Maria Carmem e KAERCHER Glaacutedis Educaccedilatildeo Infantil Pra que te
quero Porto Alegre Artmed 2001
COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da educaccedilatildeo fiacutesica Satildeo
Paulo Cortez 1992 In httpwwwfaminasedubreniccvarquivostrabalhos
Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre necessidades educativas
especiais Brasiacutelia CORDE 1994
httpwwwdfjugorgDFJUGrybenarybena_historiajsp
http wwwdidakocombr
httpwwwpedagogiacombrartigoslibrasindexphppagina=0
httpwwwprofalacomarteducesp8htm
45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-
traduzido-libras-424486shtml
LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa
Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert
PucRio 1997 pp 20-32
MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves
Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e
MARCHESI Alvaro Desenvolvimento Psicoloacutegico e Educaccedilatildeo
Necessidades Educativas Especiais e Aprendizagem Escolar Vol 3 Porto
Alegre Artes Meacutedicas 1995
MENGA Ludke e MARLI E D A Andreacute Pesquisa em Educaccedilatildeo
Abordagens Qualitativas (Temas Baacutesicos de Educaccedilatildeo e Ensino) Satildeo
Paulo E P U 1986
NEGRINE A Educaccedilatildeo Psicomotora Porto Alegre Artes Meacutedicas 1983
NODA L MELCHERST E Caderno Pedagoacutegico de atividades Riacutetmicas
Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
PCNs Lei 10436 In httpwwwsociedadeinclusivapucminasbrleis
Revista Construir Notiacutecias ndash Circulaccedilatildeo Nacional inclusatildeo sem segredos
MaioJunho nordm 16 ndash ano 03 2004
ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed
Satildeo Paulo Cortez 2001
SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico
46
SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash
Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint
1996
VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS
analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do
Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
45 httpwwwrevistaescolaabrilcombrinclusatildeoeducaccedilatildeo-especialsatildeo-joatildeo-
traduzido-libras-424486shtml
LEITE Aristeo Filho Educadora de Educadoras Trajetoacuteria e Ideacuteias de Heloiacutesa
Marinho Uma histoacuteria do Jardim de Infacircncia no Rio de Janeiro Dissert
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MARCHESI Alvaro e MARTIacuteN Elena Da Terminologia do Distuacuterbio agraves
Necessidades Educacionais Especiais In COLL Ceacutesar PALACIOS Jesus e
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Curitiba PR Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
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ROSSETTI-FERREIRA Maria Clotilde Os fazeres na educaccedilatildeo infantil 3ed
Satildeo Paulo Cortez 2001
SBP 2003 e ISPE ndash GAE 2007 In wwwpsicomotricidadecombrhistorico
46
SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash
Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint
1996
VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS
analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do
Rio de Janeiro 2007
47
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
-
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SOARES CL Curso de Aperfeiccediloamento para professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica atuantes no 2ordm Grau ndash Habilitaccedilatildeo Magisteacuterio Curitiba PR Paranaacute ndash
Secretaria do Estado da Educaccedilatildeo 1984 (Apostila)
VELASCO CG Brincar o despertar psicomotor Rio de Janeiro Sprint
1996
VIANA Liacutevia Maria de Freitas A INCLUSAtildeO SOCIAL DOS SUDOS
analisando o papel do INES Pesquisa monograacutefica Universidade Federal do
Rio de Janeiro 2007
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IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
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IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
Histoacuterico da Educaccedilatildeo Infantil 11
11- Histoacuterico da Educaccedilatildeo do Deficiente Auditivo 14
12 - Histoacuterico da Psicomotricidade 18
CAPIacuteTULO II 21
Deficiecircncia Auditiva e os Meacutetodos Pedagoacutegicos 21
21 - Graus de Deficiecircncia Auditiva 21
211 - Oralismo 23
212 - Comunicaccedilatildeo Total 24
213 - Bilinguumlismo 26
22 - LIBRAS (Liacutengua Brasileira de Sinais) 27
CAPIacuteTULO III 31
A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para o Aluno entre 02
a 06 anos e os Direitos das Crianccedilas Deficientes Auditivas 31
31 - A Importacircncia da Psicomotricidade na Educaccedilatildeo Infantil para Crianccedilas
Deficientes Auditivas 31
32 - A LDB e a Inclusatildeo do Aluno Deficiente Auditivo na Educaccedilatildeo Infantil 35
321- Atividades Praacuteticas Desenvolvidas na Escola de Educaccedilatildeo Infantil que
Estimulem o Desenvolvimento do Aluno Deficiente Auditivo 36
CONCLUSAtildeO 42
BIBLIOGRAFIA 44
IacuteNDICE 47
- IacuteNDICE
- FOLHA DE ROSTO 2
- AGRADECIMENTO 3
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