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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DO MARKETING SOCIAL Por: Priscila Snook Orientador Prof. Carlos Cereja Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO MARKETING SOCIAL

Por: Priscila Snook

Orientador

Prof. Carlos Cereja

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO MARKETING SOCIAL

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Marketing.

Por: . Priscila Snook

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AGRADECIMENTOS

A meu pai que sempre me estimulou e me

cobrou excelência

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DEDICATÓRIA

A minha família e amigos, pela compreensão e apoio.

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RESUMO

Busca-se com este trabalho entender a importancia do Marketing dentro de

empresas e como o marketing social pode ser desenvolvido, mostrando assim o

seu diferencial. Pretende-de discutir a evolução do conceito de marketing social

evidenciando o papel da comunicação integrada como parte constitutiva desta

ferramenta de gestão. Num mundo onde todas as faces se voltam para a

importancia das obras sociais e para a importancia da preservacao do meio

ambiente, creio que seja valido analisar mais profundamente o que pode ser feito

utilizando-se o Marketing Social como ferramenta para atingir de forma positiva

tanto seus funcionarios, como clientes e a propria sociedade. O Marketing Social

é uma estratégia empresarial na qual a empresa volta seus olhos para o ambiente

no qual está inserida, percebendo necessidades e interesses de seu público–alvo

e oferecendo soluções para as mesmas. As acoes da empresa ajudam a melhorar

sua imagem, apresentando assim uma maior visibilidade dos seus produtos ou

serviços oferecidos. Estabelecendo o Marketing Social como estrategia e

escolhendo ser uma empresa socialmente reponsavel, a mesma podera ter

maiores gastos a curto prazo, mas como pretende mostrar este trabalho, os frutos

sao colhidos a longo prazo

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METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizados livros de marketing

e estudo da teoria de diversos autores como Philip Kotler, Gary Armstrong e Mario

Kempenich, alem de teses de mestrados de diversos alunos.

Tambem foram utilizados textos de diversas revistas e dissertacoes, para

dar base a pesquisa qualitativa, onde nao foram analisadas pesquisas numericas

nem dados probabilisticos.

Utilizei-me de bastante leitura alem de busca de material na Internet e em

biblioteca. Assim foi desenvolvido o tema Marketing Social, analisando o papel do

Marketing dentro das empresas e o diferencial de quando aplicado a favor dos

consumidores, coloboradores e a sociedade como um todo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – Marketing no Cenario Atual 10

CAPÍTULO II – Marketing Social 24

CONCLUSÃO 41

ANEXOS 44

BIBLIOGRAFIA 48

ÍNDICE 52

FOLHA DE AVALIAÇÃO 53

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INTRODUÇÃO

Conforme já vinha ocorrendo nos EUA, desde os anos 70, as

organizações brasileiras começaram a perceber que o acesso aos meios de

comunicação não seria o único meio de facilitar a mobilização para a causa; o uso

das técnicas de Marketing também poderia contribuir para o aperfeiçoamento da

gestão e para a conquista da sustentabilidade almejada. Impunha-se, no entanto,

a seguinte questão: como admitir o uso de uma ferramenta tantas vezes criticada

pelos que atuam na área social? Seria necessário um outro tipo de Marketing —

supostamente mais “cidadão” — destinado a servir às causas apoiadas. Sendo

assim, o Brasil importa o conceito americano de Marketing Social, proposto por

Kotler e Zaltman (1973) que restringia às ações realizadas (em geral por governos

ou ONGs) com o objetivo de alterar o comportamento público, visando o bem-

estar social.

O conceito original de Marketing Social limitava-se essencialmente a

campanhas de conscientização, deixando de fora as ações de Cause Related

Marketing (que, daqui por diante, chamaremos de Marketing de Causa), de

Marketing Institucional, de Marketing Direto e do próprio Marketing Comercial

(para a venda de produtos e serviços), todas adotadas, na prática, pelas ONGs

brasileiras, visando, principalmente, a captação de recursos.

É interessante notar que, embora diversas organizações se utilizem

deste instrumental já há alguns anos, persiste, ainda hoje, certa relutância –

causada, provavelmente, por desconhecimento — em admitir o uso de técnicas de

Marketing no Terceiro Setor. Isto colabora para que as ações sejam realizadas de

maneira pouco consciente e, portanto, improvisada.

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Desse modo, é compreensível que mesmo a expressão “Marketing

Social” ainda seja vista com certa desconfiança e que prefira-se o termo

“comunicação” para legitimar as campanhas de divulgação, persuasão,

mobilização, captação e vendas que realizam, embora, quando analisadas mais

de perto, tais ações assemelhem-se a estratégias relacionadas ao que se conhece

como “P de promoção” ou de “comunicação de marketing”, sinalizando a adoção

de técnicas que vão muito além do que se costuma entender por comunicação

institucional.

Entender o que é marketing também é uma dificuldade, porque

marketing é uma coisa também que ninguém sabe bem do que se trata. O gestor

precisa entender o que é, para informar a sua equipe sobre o que é, porque as

pessoas têm muita desconfiança. A gente veio de um meio em que todo mundo

ainda olha para o Mercado meio “assim” — de cara torcida — e o Mercado

também olha para a gente meio “assim”. Tem uma série de questões ideológicas

aí. Então, essa também é uma dificuldade. Eu acho que as dificuldades maiores

passam por aí.

O que ainda parece não ter ficado muito claro é que o problema

principal não está na utilização gerencial do Marketing, e sim na lógica a partir da

qual ele é adotado. Ou seja, se as ações são planejadas e executadas de forma a

reproduzir a lógica do mercado — baseada apenas na busca de resultados —

desconsiderando-se a necessidade de desenvolvimento de um processo mais

adequado e participativo para o uso deste instrumental em uma organização

social, de nada adianta que ele seja chamado por outro nome, seja comunicação

ou marketing social.

O Capítulo 1 se dedica a teoria do Marketing como um todo e como ele

é utilizado na sociedade e empresas hoje em dia; enquanto no Capítulo II, me

aprofundo no conceito de Marketing Social, suas aplicações e diferencial.

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CAPITULO I

MARKETING NO CENÁRIO ATUAL

Segundo Kotler (1998) marketing é o desempenho das atividades de

negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor. Esse

conceito prevaleceu durante muito tempo, porém, tal definição não resistiu às

críticas de inúmeros praticantes de marketing e deu lugar a interpretações cada

vez mais voltadas para a responsabilidade das funções administrativas e para a

abordagem sistêmica que se preocupava com a integração ordenada entre seus

instrumentos.

Os aspectos filosóficos e práticos do conceito de marketing são

abordados por Kotler (1998), como uma filosofia empresarial que assume que a

chave para atingir as metas organizacionais consiste em ser mais eficaz do que os

concorrentes para integrar as atividades de marketing, satisfazendo assim as

necessidades e desejos dos mercados alvo. Na visão de Kotler (1998, p.14),

marketing é muito mais do que o departamento de vendas de uma

empresa. Marketing é um processo ordenado e criativo de pensar e

planejar para os mercados. Esse processo tem início pesquisando-se o

mercado para conhecer sua dinâmica. O processo de marketing por sua

vez, envolve a segmentação do mercado e a escolha daqueles

mercados-alvos.

Já na opinião de Bernett (apud KOTLER, 1998), Marketing é um

processo de planejamento e execução da concepção, preço, promoção, e

distribuição de idéias, bens, e serviços para criar trocas que satisfaçam os

objetivos dos indivíduos e das organizações.

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Ainda em relação ao conceito de marketing, Vavra (1993, p. 26)

destaca alguns elementos-chave, são eles:

1. Seleção de um mercado ou mercados-alvo;

2. Identificação dos desejos, necessidades e demandas de um grupo

selecionado de mercado;

3. Combinação de produtos, bens e serviços existentes ou novos para

atender esses desejos, necessidades e demandas;

4. Entrega de satisfação;

5. Estabelecimento e administração de um processo de mudança para

fixar preço, promover e entregar produtos, bens ou serviços

logisticamente;

6. Antecipação da mudança que ocorrerá no mercado-alvo e no

ambiente.

Esses elementos, segundo o autor, descrevem uma perspectiva que

pode ser chamada marketing de conquista. A partir dessa perspectiva Vavra

(1993, p.27) informa que as prioridades das empresas têm sido

identificar um mercado-alvo, determinar as necessidades dos

mercados-alvo, combinar um produto ou serviço que elas possam

produzir para atender as necessidades do mercado e atrair um número

máximo de consumidores no mercado-alvo para experimentar o produto

ou serviço.

Considerando o exposto, nota-se, que todos os autores fazem

referência aos três aspectos mais importantes do conceito de marketing:

orientação para o cliente, marketing coordenado e lucratividade. Alguns, enfatizam

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12 o aspecto filosófico/empresarial e outros buscam suas dimensões operacionais,

visando analisar os facilitadores e as barreiras à sua implantação, inclusive quanto

a estrutura e funcionamento da organização. Observa-se também, que o conceito

de marketing, surgido nos anos 50, foi sendo estruturado visando transformar-se

de uma proposição filosófica para um esquema conceitual que se refletisse em

práticas de marketing implementáveis. Consolidou-se, no inicio dos anos 90, nos

modelos que avaliam o grau de orientação para o mercado tomando como

parâmetro o grau de adoção e implantação do conceito de marketing.

Do grau de envolvimento que a organização tem com a tarefa de

conquistar e manter seus clientes, é que se aplicam os conceitos de marketing

(COBRA, 2000). Uma das ferramentas que as organizações fornecedoras podem

utilizar para atingir seu mercado-alvo e atender as expectativas de seus clientes,

são os 4Ps do Marketing, a seguir:

Produto: sob o ponto de vista do cliente, é algo que pode atender as

necessidades de preservação de seu capital financeiro

Ponto de distribuição: uma instituição de fornecimento de roupas precisa

estar onde os clientes estão, ou melhor, ela precisa ir até seus clientes.

(informática)

Promoção: promover vendas de produtos ou serviços pode significar um

esforço de adequar produtos ou serviços aos diversos momentos das relações

com a clientela, oferecendo vantagens exclusivas e atraentes.

Preço: é o valor atribuído a um produto ou serviço prestado a um cliente.

Cabe ressaltar que não se deve subestimar as variáveis do marketing

mix, e a empresa deve estar preparada para traduzir em todos os aspectos da sua

gestão a proposição de valor que o cliente entende e valoriza.

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13 1.1 MARKETING

Boa parte dos executivos se acha convencido de que o processo de

marketing se inicia com os serviços existentes e se encerra com sua venda, e de

que a existência de um conjunto de serviços representa apenas um dado para a

administração de marketing que, a partir dele, deveria desencadear todo o

processo de fazer o serviço chegar as mãos do consumidor, quando então

terminaria a sua tarefa.

Kotler (1991), define serviço como uma ação ou performance que uma

parte pode oferecer a outra, essencialmente intangível, e não resulta na

possessão de nada. Sua produção pode ou não estar relacionada a um produto

físico.

Nos ambientes altamente competitivos em que os serviços atuam, a

estratégia de diferenciação enfocando inovação e aspecto suplementares do

produto é a mais adequada, inclusive com benefícios para a construção de

reputação e de longo prazo.

Nota-se que ainda hoje as empresas e serviços estão, em geral, mais

orientadas para o “processo” do que para o consumidor. Uma conduta empresarial

voltada para o marketing possibilita as empresas de serviço agir mais rapidamente

no sentido de capitalizar novas oportunidades de mercado, em vez de se

concentrar na tentativa de criar demandas para os serviços já existentes.

A estratégia de serviços significa criar uma série de serviços que

ressaltem o relacionamento com os clientes. Uma estratégia de serviços não

apenas permite que a empresa diferencie sua oferta e crie um valor agregado para

seus clientes, mas também ajuda a manter os concorrentes longe desse

relacionamento com clientes.

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“Uma característica adicional nas interações entre o comprador e

vendedor de serviços é que os clientes participam da produção” (COBRA, 1992,

p.373). Além disso, por exemplo, o serviço que um cliente recebe utilizando um

ônibus de uma empresa de transporte de passageiros, pode diferir do “mesmo

serviço” recebido pelo próximo cliente porque, por exemplo, a segunda pessoa

pode estar habituada a andar somente de carro, assim, vai achar o serviço

recebido de má qualidade (com turbulência, demora, etc.).

Há também a crescente necessidade de informação dos consumidores.

Para Mckenna (1993), em quase todos os casos as informações sobre serviços

são um componente crucial do produto. Segundo ele, o novo marketing exige um

ciclo de feedback, conectado a empresa e o cliente.

As empresas que confiam apenas em diferenciar sua oferta de serviços

reduzindo custos e preços podem estar cometendo um erro. Primeiro porque um

produto “mais barato” ou com menos serviços adicionais do que os correntes é,

freqüentemente, qualquer outra maneira que não seja preço, perderá mercado

para o concorrente. E para obter essa diferenciação, a empresa pode lançar mão

de serviços agregados inovadores que aumentem a utilidade dos seus produtos e

serviços.

Um desses agregados que possibilita a diferenciação dos serviços são

os serviços de consultoria, referindo-se aos dados, sistemas de informação e de

orientação – e até publicações – oferecidos gratuitamente ou mediante uma

empresa. Dessa forma a empresa ajuda seus clientes a se tornarem mais

competitivos, o que aumenta a lealdade dos mesmos. Um sistema eficiente de

comunicação com os consumidores pode representar redução de custos no

atendimento aos clientes ou evitar retrabalho em razão de especificações de

serviços mal elaborados pelos clientes (STAN e COLLINS,1991).

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15 1.2 IMPORTÂNCIA DO MARKETING NO CENÁRIO ATUAL

Á medida que o ritmo de mudanças se acelera, as empresas não

podem mais confiar em suas antigas práticas de negócios para manter a tão

almejada prosperidade, pois o mercado não é a única coisa que vem mudando.

Os consumidores também estão mudando. Eles começaram a esperar e

demandar maior variedade de produtos e serviços que estavam comprando. Com

o esforço de marketing nas necessidades do mercado, os tipos e espécies de

produtos e serviços expandiram-se para melhor satisfazer essas necessidades

mais especializadas. KOTLER (1999, p. 18) compara os pressupostos e práticas

de antes nos negócios com aqueles mais utilizados hoje em dia – figura 1 (anexo).

Nota-se que a transição sofrida pelas empresas nos últimos anos,

provocou diretamente uma maior orientação para o marketing. Estas empresas

acreditam que a chave para atingir bons resultados nos negócios consiste em

determinar as necessidades e os desejos do mercado e satisfazê-las de modo

mais efetivo do que os competidores. Essa orientação passou a ganhar mais força

a partir da década de 90, em resposta ao imperativo posto às companhias de criar

e manter clientes cada vez mais exigentes num mercado mais aquecido pela

globalização. Para Levitt (1985, p. 13):

A orientação para a venda não é capaz de reter clientes. Pelo contrário,

o processo de venda carrega uma contradição insolúvel: o conflito de

interesses entre o produtor; que deseja ganhar o máximo na venda de

produtos que envolvam o menor custo possível, e o consumidor; que

deseja despender o mínimo na compra de produtos que tenham a maior

qualidade possível.

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Entende-se, portanto, que só o marketing pode resolver essa posição,

ao atrelar os lucros da empresa à satisfação das necessidades do consumidor, e

não à mera produção e venda de bens.

Porter (1996) considera que uma empresa tem uma boa estratégia de

mudança, voltada para o crescimento, quando tem pontos fortes que a diferenciam

da estratégia dos concorrentes. Consiste em desenvolver um domínio completo do

marketing direto, e conseguir convencer os clientes sobre a superioridade do seu

valor e se seu atendimento. Exemplo dessa estratégia em algumas empresas, foi

utilizar a Internet como canal de vendas. Hoje, se vende diariamente mais de três

milhões de dólares em computadores pela Internet. Contudo, é certamente

improvável que os profissionais de marketing já tenham competido anteriormente

em mercados como o de hoje, este é mais agressivo e composto de muitos

concorrentes, cada um deles oferecendo produtos ou serviços relativamente

equivalentes. Os consumidores, ás vezes caracterizados como volúveis, flertam

de uma marca a outra sem sentimento de "traição" a marca favorita ou temor de

perder valor ou mudar entre as marcas disponíveis.

Interpretando Clutterbuck et al. (1994, p. 23), na prática, uma

abordagem eficaz à mudança orientada para o cliente envolve três abordagens

conceituais: gerência de mudanças implementacionais, gerência de mudanças

políticas e gerência de mudanças culturais.

1. Gerência de mudanças implementacionais: melhor colocada na

expressão do autor "planejar, fazer, avaliar, corrigir." Pressupõe que a mudança

seja uma experiência linear, que o gerente ou a equipe responsável pela mudança

saiba exatamente o que quer fazer e porque, e saiba que as necessidades

permanecerão constantes durante o período de implementação.

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2. Gerência de mudanças políticas: negociação e criação de alianças

dentro da organização. Enfatiza o uso de poder e influencia, especialmente em

relação aos recursos e status do projeto.

3. Gerência de mudança cultural: o autor compara o ajuste culturas com

o grau de urgência ou crise. Qualquer que seja a comparação, quanto mais rápido

o ajuste à cultura existente na organização, mais fácil sua condução. Quando

ajuste não ocorre de forma satisfatória, é preciso criar outros mecanismos para

forçar a realização da mudança.

Assim, todas as empresas aspirantes ao sucesso na qualidade de

serviço devem seguir o mesmo padrão geral de gerência de mudanças, incluindo

uma visão clara de onde desejam chegar, uma compreensão correta e realista de

sua posição atual e um plano ordenado para mudança. Sendo que, desenvolver

relacionamentos é a base do sucesso da empresa baseada no marketing com

visão de futuro, que se alia ao relacionamento para fidelizar os clientes. Rapp

(2000), entende que no futuro o valor se dará pelo retorno do investimento que for

feito no desenvolvimento de relações com os clientes.

1.3 ESTRATÉGIAS DE MARKETING

Segundo Kotler (1998) marketing é o desempenho das atividades de

negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor. Esse

conceito prevaleceu durante muito tempo, porém, tal definição não resistiu às

críticas de inúmeros praticantes de marketing e deu lugar a interpretações cada

vez mais voltadas para a responsabilidade das funções administrativas e para a

abordagem sistêmica que se preocupava com a integração ordenada entre seus

instrumentos. Na visão de Kotler (1998, p.14),

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“marketing é muito mais do que o departamento de vendas de uma

empresa. Marketing é um processo ordenado e criativo de pensar e

planejar para os mercados. Esse processo tem início pesquisando-se o

mercado para conhecer sua dinâmica. O processo de marketing por sua

vez, envolve a segmentação do mercado e a escolha daqueles

mercados-alvos”.

Já na opinião de Bernett (1995), Marketing é uma estratégia de

planejamento e execução da concepção, preço, promoção, e distribuição de

idéias, bens, e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos dos

indivíduos e das organizações. Ferrell et al (2000) afirma que estratégia de

Marketing refere-se a como a empresa gerenciará seus relacionamentos com os

consumidores de maneira que obtenha vantagem sobre a concorrência. Para

Cobra (1986) a estratégia de Marketing deve ser o cerne da estratégia empresarial

da organização, não ao contrário. Para estabelecer um plano de marketing, é

preciso fazer analisar tais fatores:

- os pontos forte e fracos da empresa; a capacitação gerencial em

marketing e vendas; as ameaças e oportunidades aos negócios da

empresa; as vantagens competitivas.

O esquema de um plano de Marketing típico esta ilustrado abaixo,

segundo a percepção de Ferrell et al (2000, p.32):

ESTRUTURA DE UM PLANO DE MARKETING TÍPICO

I. Sumário Executivo

A. Sinopse

B. Principais aspectos do plano de marketing

II. Análise Ambiental

A. Análise do ambiente externo

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19 B. Análise do ambiente do consumidor

C. Análise do ambiente (organizacional) interno

III. Análise SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças)

A. Forças

B. Fraquezas

C. Oportunidades

D. Ameaças

E. Ajustando, convertendo, minimizando e evitando estratégias

IV. Metas e Objetivos de Marketing

A. Metas de Marketing

B. Objetivos de Marketing

V. Estratégias de Marketing

A. Mercado(s)-alvo(s)

B. Composto de marketing para cada mercado-alvo

C. Principais clientes e reações da concorrência

VI. Implementação de Marketing

A. Assuntos estruturais

B. Abordagem para a implementação

C. Marketing interno

D. Comunicação

E. Autoridade de tomada de decisão

F. Motivação dos funcionários

G. Atividades, responsabilidades e orçamentos

H. Programação da implementação

VII. Avaliação e Controle

A. Avaliação financeira

B. Controle de marketing.

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O primeiro passo para a realização do planejamento estratégico de

Marketing, é a decisão das variáveis que serão utilizadas para satisfazer as

necessidades dos consumidores-alvos. Conforme descreve Kotler (1998) o

professor McCarthy, em 1960, propôs um mix de marketing que consistia em 4Ps:

produto, preço, praça e promoção. Para o autor, produto é considerado a

ferramenta mais básica; o preço é considerado a mais crítica; a praça a

ferramenta-chave e, a promoção a que inclui todas as atividades desempenhadas

pela empresa para comunicar e promover seus produtos ao mercado-alvo.

Cada P, por sua vez, abrange várias atividades, conforme figura 2 em anexo.

Tais pontos básicos são variáveis gerais para qualquer tipo de

Marketing e organização. Estes fatores estão relacionados entre sim na medida

em que as decisões em uma área geralmente afetam as ações das demais. De

forma sucinta, Las Casas (1997) apresenta as funções da estratégia de marketing:

- estabelecer os objetivos da organização; escolher e estudar o

mercado selecionado e verificar as condições de atendê-lo;

desenvolver o composto mercadológico - produto, preço, distribuição e

promoção; implementar o plano - diagnosticar assessorar e avaliar;

controlar o plano para verificar se está alcançando seus objetivos.

Lidar com estes processos requer da empresa uma quantidade

considerável de trabalho e técnicas. A estratégia de marketing ocorre quando, pelo

menos, empresa ou cliente pensam em uma negociação. Marketing pode ser

considerado como uma arte ou como uma ciência da escolha do mercado-alvo

para captar, manter e fidelizar clientes por meio da criação, da entrega e da

comunicação de um valor superior (LAS CASAS, 1997). Ao ilustrar estratégia de

marketing, Churchill (2000) considera que, para criar valor aos clientes e alcançar

seus objetivos, inclui-se: entender clientes e mercados, desenvolver compostos –

produto, preço, distribuição e promoção – de marketing e implementar e controlar

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21 atividades. Segundo Las Casas (1994), o Marketing está sujeito a receber uma

série de interferências que provocam alterações no sistema mercadológico. Essas

interferências são representadas por variáveis que podem ser:

• controláveis: quando as empresas podem exercer sobre elas

quaisquer espécie de controle: preço, atendimento, pesquisas,

propaganda, promoção de vendas, produto, apresentação, serviços ao

cliente;

• Incontroláveis: quando independem da ação da empresa, mas

provocam substanciais alterações no mercado: legislação, política,

ética, cultura, sistema social, religião, comportamento, economia,

concorrência, tecnologia, climas.

A seguir, análise das principais variáveis incontroláveis:

a) Variáveis Econômicas – A demanda que ocorre num mercado sofre

influência direta dos acontecimentos econômicos que o afligem.

Assim, o crescimento da economia, o nível de emprego, o custo de

dinheiro, os planos econômicos etc., influenciam as atividades das

empresas e o comportamento do consumidor. Os padrões de gastos

do consumidor dependem, por sua vez, de uma série de fatores e

não exclusivamente da renda disponível. O fato de possuir renda

disponível não leva o indivíduo à prática do consumo, salvo em

produtos estritamente necessários a atender suas necessidades

básicas. O que o consumidor gasta ou pode gastar está ligado não

só ao seu ganho (renda) mas à sua capacidade creditícia e aos seus

ativos físicos e financeiros. O poder de compra é o reflexo da renda

disponível (ganhos líquidos).

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b) Variáveis Psicológicas – O mercado é, na realidade uma sociedade

de massa, um conjunto de indivíduos espalhados, em área

geográfica e que possuem interesses heterogêneos.

c) Variáveis Sociológicas – A sociedade moderna é uma estrutura

complexa, onde as pessoas estão permanentemente em confronto,

interligando-se, interdependendo-se. O homem é um animal gregário

e reflete isso na sua necessidade de permanecer a um corpo social.

Suas necessidades variam em função da conduta da sociedade a

que faz parte. A estrutura se desenha através do comportamento

funcional, dos extratos sociais e de “status”.

d) Variáveis Culturais – A cultura envolve valores compartilhados por

uma sociedade e transmitimos de geração a geração, dentro dessa

mesma sociedade (crenças, valores, arte, moral, hábito, tradições,

leis, costumes, atitudes, comportamentos, etc.).

e) Variáveis Demográficas – A população de um mercado se divide nos

seguintes segmentos: por sexo, por nacionalidade, por grupos

etários, por estado civil, por distribuição geográfica, alfabetização,

etc. O homem de marketing jamais deixa de considerar essas

variáveis no seu planejamento e nas suas ações.

A figura 3 (anexo) evidencia um sistema combinado de estratégia de

marketing integrada a estratégia empresarial da organização, segundo Weingand

Apud Amaral (2001, p.73).

Existem outras variáveis que também merecem cuidado na definição das

estratégias de marketing integradas a estratégia empresarial global da empresa.

Pode-se citar, entre outras, as variáveis religiosas, políticas, etc. Uma

empresa deve desenvolver estratégias que ajustem, as forças e as oportunidades,

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23 convertam fraquezas em forças, minimizem as desvantagens decorrentes das

fraquezas que coincidam com as oportunidades, (Ferrell et al, 2000), enfim,

desenvolver estratégias de marketing, iniciando com um exame exaustivo dos

ambientes interno e externo da empresa, que é depois usado para determinar

suas forças e fraquezas internas e oportunidades e ameaças externas.

A estratégia de marketing integrada a estratégia empresarial da

organização deve ser vista como um processo de construir relacionamentos ao

longo prazo com os consumidores e de se atingir os objetivos organizacionais.

Segundo Ferrell et al (2000), uma empresa orientada para o consumidor

concentra-se em descobrir o que os compradores desejam e atende a esses

desejos de maneira que atinja também seus próprios objetivos, considera o

Marketing como uma função essencial e usa a estratégia de marketing integrada a

estratégia empresarial da organização.

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CAPITULO II

MARKETING SOCIAL

KOTLER (1998, p. 36) define:

“Marketing é um processo social e gerencial pelo qual

indivíduos e grupos obtêm o que necessitame

desejamatravés da criação, oferta e troca de produtos de

valor com outros. Esta definição baseia-se nos seguintes

conceitos centrais: necessidades, desejos e demandas;

produtos (bens, serviços e idéias); valor, custo e satisfação;

troca e transações; relacionamentos e redes; mercados; e

empresas e consumidores potenciais”.

Desta definição, podemos destacar a “troca” como principal conceito de

Marketing, pois através dela, indivíduos, pequenos grupos, empresas, nações

inteiras conseguem obter o que precisam. Abrindo mão de algo, podem adquirir

outra coisa em seu lugar, motivada pelo maior valor do produto que se adquiriu em

comparação àquele do qual se desistiu (LAS CASAS, 1987).

Portanto, é necessário compreender, planejar e controlar as trocas,

através de pesquisa às necessidades da outra parte, projetando e comunicando

eficazmente uma oferta valiosa, a fim de atender essas necessidades, dentro das

circunstâncias adequadas. É o que podemos chamar de estar no lugar certo, no

tempo certo e com o produto certo. Tudo isso é resumido em outra definição de

Marketing: “O Marketing é a análise, o planejamento, a implementação e o

controle de programas cuidadosamente formulados e projetados para propiciar

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25 trocas voluntárias de valores com mercados-alvo, no propósito de atingir os

objetivos organizacionais”. (KOTLER, 1994, p. 20)

As trocas são provenientes das necessidades essenciais para a

sobrevivência do ser humano. As pessoas necessitam de alimentos, água,

vestuário e moradia para sobreviver. Possuem também desejos: recreação,

educação, conforto e outros serviços, que se tornam “demandas” quando

solucionados pelo poder aquisitivo (KOTLER, 1998).

Assim sendo, o mercado tem por objetivo criar e comercializar produtos

que incluem bens, serviços e idéias para a satisfação dessas necessidades e

desejos. A esses produtos é necessária a agregação de “valor” considerando-se

sempre o seu custo e nível de satisfação alcançado. É também indispensável no

Marketing o relacionamento saudável e satisfatório com partes-chave:

consumidores, fornecedores, distribuidores, funcionários, varejistas, agências de

propaganda, cientistas universitários e outros com a finalidade de reter sua

preferência e negócios a longo prazo, construindo sempre relacionamentos

comerciais mutuamente rentáveis (MANZO, 1996).

Diante desse pressuposto, o praticante de Marketing procura

consumidores potenciais no mercado, os quais devem estar dispostos e

habilitados a realizar troca de valores, satisfazendo suas necessidades e desejos,

visando ao lucro de ambas as partes. KEMPENICH (1997, p. 87) acredita que esta

seja a melhor visão do Marketing:

“Preciso conhecer o meu prospect. Antes dele, o meu

suspect – aquele que eu acho que consome o meu produto,

mas não tenho certeza. O meu prospect é aquele que

consome o produto que eu fabrico, mas também consome o

de outra empresa. Só quando ele consome um produto da

minha empresa é que se transforma num cliente”.

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As empresas precisam, hoje, compreender a ligação que existe entre as

preferências do cliente e a possibilidade de atender as suas necessidades. É

preciso traçar estratégias permanentes de acompanhamento das forças que

regem o mercado e que têm influência direta nas empresas.

Segundo KOTLER (1996), existem três forças que influenciam a

organização: a força do concorrente, a força do cliente, a força do fornecedor, a

força do entrante e a força do substituto.

A força do concorrente é determinada pelo preço, qualidade,

distribuição, atendimento e constância na oferta de seus produtos. A empresa

precisa conhecer a fundo a concorrência, inclusive seus custos, estrutura,

organização, sistemas e métodos para que possa competir no mercado.

A força do cliente é determinada pela sua necessidade, poder

aquisitivo, satisfação na compra e preferência pelo produto. Em outras palavras a

empresa precisa conquistar o cliente de maneira que o mesmo lhe seja fiel. O

fornecedor também deve ser observado, para que a empresa conheça seus

pontos fracos e vulnerabilidades perante o mercado, pois o fornecimento de

matéria prima ou qualquer tipo de produto não pode ser interrompido. É

aconselhável que a empresa possua mais de um fornecedor, porque na falta de

um, o outro suprirá suas necessidades.

O entrante é um potencial concorrente que não está no mercado, mas

tem potencial de entrada. A empresa deve ser vigilante e estar atualizada,

participando sempre de eventos, para conhecer as estratégias do novo entrante,

que pode inclusive, pesquisar novos produtos que venham substituir os já

existentes.

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Assim sendo, KEMPENICH (1997) define o Marketing como a

habilidade de conhecer o ambiente externo, no dia-a-dia e trabalhar com essas

forças exercidas sobre a empresa. A esta habilidade, podemos chamar de

inteligência competitiva. Para a American Marketing Association (1999, p. 6),

“Marketing é o desempenho das atividades de negócio que

dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor para o

consumidor. É o processo de planejamento e execução de

criação, estabelecimento de preço, promoção e distribuição

de idéias, produtos e serviços para criar intercâmbios que

irão satisfazer as necessidades do indivíduo e da

organização”.

SCHIAVO (1999), comunicador social e diretor da Comunicarte

Marketing Social e Cultural esclarece o que não é Marketing: Não é promoção ou

publicidade, não é aparecer na mídia, estas são apenas estratégias do Marketing;

Não é venda: um profissional de Marketing não é simplesmente um vendedor. Ele

tem que se responsabilizar pelo produto desde a sua concepção até a fase de

consumo final, considerando-se principalmente as preferências do consumidor.

Não é mágica: As soluções não são fáceis, de baixo custo ou de curto prazo. O

profissional de Marketing deve ser criativo, ao ponto de fazer sempre o melhor por

menos.

A expressão Marketing Social surgiu nos Estados Unidos em 1971, e foi

usada pela primeira vez por Kotler e Zaltman, que na época, estudavam

aplicações do marketing que contribuíssem para a busca e o encaminhamento de

soluções para diversas questões sociais. Naquele ano, eles publicaram no Journal

of Marketing, um artigo intitulado Social Marketing: An Approach to Planned Social

Change, no qual conceituaram o Marketing Social:

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“Processo de criação, implementação e controle de

programas implementados para influenciar a aceitabilidade

das idéias sociais e envolvendo considerações relativas ao

planejamento de produto, preço, comunicação, distribuição e

pesquisa de marketing”. (Kotler e Zaltman, apud SCHIAVO,

1999, p.3)

Em 1978, é publicado no Brasil o livro “Marketing para Organizações

que não visam o Lucro”, em que Kotler aborda de forma profunda a importância da

aplicabilidade do Marketing nas diversas áreas sociais: saúde, educação, serviço

público e política: “as organizações que não visam lucro estão envolvidas no

marketing quer estejam ou não conscientizadas desse fato” (KOTLER, 1994, p.

24).

“A razão básica de uma organização que não visa lucro interessar-se

pelos princípios formais de marketing é que eles permitem que a organização se

torne mais eficaz na obtenção de seus objetivos” (KOTLER, 1994, p. 24).

Kotler (1998) defende também a idéia de que uma organização social

deve ter no seu quadro de pessoal um profissional de Marketing, o qual teria as

atribuições de identificar o mercado, os públicos-alvo e os respectivos segmentos;

pesquisar, analisar e conhecer os comportamentos do público que se pretende

atingir; criar o posicionamento pretendido junto aos públicos-alvo; desenvolver

idéias (produtos sociais) indispensáveis para as mudanças comportamentais

pretendidas e não se esquecer do marketing mix que também deve existir na

organização – Produto, Preço, Promoção, Pontos de Distribuição, Públicos-Alvo e

Pessoal. Além disso, esse profissional deve também acompanhar e avaliar os

resultados obtidos, efetuando as modificações necessárias para o sucesso da

causa social desenvolvida pela organização.

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O conceito de Marketing Social definido no “Journal of Marketing” é

citado também no livro “Marketing Social: Estrtégias para Alterar o

Comportamento Público”. Neste mesmo livro, encontramos também:

“Marketing Social é uma estratégia de mudança de comportamento. Ele

combina os melhores elementos das abordagens tradicionais da mudança social

num esquema integrado de planejamento e ação, além de aproveitar os avanços

na tecnologia das comunicações e na capacidade do marketing”. (KOTLER e

ROBERTO, 1992, p. 25)

Em 1995, VAZ, no livro “Marketing Institucional: O Mercado de Idéias e

Imagens” define:

“Marketing Social é a modalidade de ação mercadológica

institucional que tem como objetivo principal atenuar ou

eliminar os problemas sociais, as carências da sociedade

relacionadas principalmente às questões de higiene e saúde

pública, de trabalho, educação, habitação, transportes e

nutrição”.

Afirma que os programas baseados no Marketing Social devem ser

trabalhos cuidadosos de pesquisa, que objetivam o planejamento de propostas e

implantação de campanhas, depois de identificados os problemas e os focos de

resistência às mudanças (RUSCHAMANN, 1999).

Uma interpretação mais recente identifica o Marketing Social como

sendo uma metodologia inovadora, no qual, um programa deve atingir uma grande

audiência em um curto período, assegurando, tanto as mudanças

comportamentais planejadas quanto a sua efetividade. Neste contexto, SCHIAVO

(1999, p. 7) conceituaram:

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“Marketing Social é a gestão estratégica do processo de

mudança social a partir da adoção de novos

comportamentos, atitudes e práticas, nos âmbitos individual e

coletivo, orientadas por princípios éticos fundamentados nos

direitos humanos e na eqüidade social”.

Esclarecem ainda que o Marketing Social apropria-se das técnicas do

marketing de negócios, adaptando e colocando-as a serviço da promoção e

difusão das inovações sociais, do desenvolvimento e bem-estar social. As

diretrizes e objetivos são claramente definidos, suas metas são mensuráveis,

efetuampesquisas e avaliações de natureza quantitativa e qualitativa, além de

visar ao desenvolvimento de produtos sociais destinados a segmentos

populacionais específicos (KOTLER, 1999).

No Marketing Social objetiva-se incutir no pensamento do público-alvo

as inovações que se pretende introduzir, a fim de satisfazer necessidades e

expectativas que não estão sendo atendidas pelo setor responsável. Na

terminologia do mercado de trabalho, o primeiro setor é ocupado pelo Estado, ao

qual cabe garantir por meio de diversos recursos, a educação, o trabalho, a saúde,

a habitação, o saneamento ambiental, etc. No entanto, há uma deficiência do

Estado em atender todas as necessidades sociais. Surgiu então, a participação

do segundo e terceiro setores que vêm se posicionando, a cada dia, com maior

intensidade no desenvolvimento de ações emitidas que visam diminuir os

problemas (KOTLER, 1994).

No segundo setor, o lucro é a missão primordial das empresas, a razão

de ser de qualquer negócio. O Terceiro Setor é o conjunto de iniciativas

particulares sem fins lucrativos com um sentido público, composto por formas

tradicionais de ajuda mútua, movimentos sociais e associações civis, filantropia

empresarial e ONGs. Considerando que no Brasil o Terceiro Setor movimenta

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31 doze bilhões de reais por ano, o Marketing Social começa a ser encarado como

uma nova área no mercado profissional e uma das mais eficazes ferramentas de

transformação comportamental, uma vez que a sociedade está se voltando cada

vez mais para a melhoria da qualidade de vida por meio das ações sociais

(KOTLER, 1998).

As empresas começam então a perceber o valor mercadológico de

associarse à causas sociais, buscando inclusive a certificação através de normas

internacionais que regem as questões sociais, tais como a SA 800. A SA 800 é

coordenada pela Social Accountability Internacional, uma organização não

governamental sediada nos EUA e surgiu para redirecionar a conduta de

empresas que ignoram o descaso de seus fornecedores em relação às condições

de trabalho oferecidas em suas fábricas (KOTLER, 1998).

A norma trata de questões da mão-de-obra infantil, segurança e saúde

do trabalhador, liberdade de associação e horas extras. A SA 8000 funciona como

um princípio ético regulador das ações e relações que a empresa trava com os

públicos com os quais interage: funcionários, consumidores, fornecedores e

comunidades (REVISTA EXAME, 2001).

Segundo dados da revista Exame, Guia da Boa Cidadania Corporativa

de Novembro de 2001, cerca de 70 corporações mundiais, instaladas em 19

países já são certificadas. No Brasil três empresas já possuem a certificação: a De

Nadai, Companhia Energética Santa Elisa e o Centro de Excelência para Sistemas

de Gestão (CESG).

O apoio a projetos sociais não é considerado como gasto, custo e nem

doação, trata-se de um investimento, portanto o que as parcerias com o Terceiro

Setor propõem são “trocas” e a sociedade ganha com recursos mobilizados em

benefício do bem comum. Estes benefícios dizem respeito a uma imagem

institucional positiva da empresa e tem como retorno de investimento o

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32 reconhecimento social que age, inclusive, como diferencial competitivo interno,

uma vez que pesquisas já registraram o alto grau de motivação dos funcionários

ligados à empresas que se empenham na realização de projetos sociais.

Motivados, os empregados aumentam a qualidade e a produtividade, além de

reduzir custos (REVISTA EXAME, 2001).

Além disso, com o avanço tecnológico, qualidade e preço deixaram de

ser um diferencial competitivo. O consumidor respeita, quer se relacionar e prefere

apoiar organizações que se destacam pela atuação social. Se a empresa não

promove nenhuma ação social, o consumidor compra daquela que gasta parte do

seu tempo e dinheiro em prol da comunidade. Isso significa que aquelas que não

se preocuparem com programas sociais estarão perdendo mercado para o

concorrente.

É importante ressaltar que Marketing Social não é trabalho voluntário,

não está ligado a entidades beneficentes e não se destina a apoiar instituições de

caridade. As idéias principais são as ações em que todos lucrem. A comunidade,

por receber apoio para resolver parte de seus problemas; o profissional de

marketing, que para promover o bem recebe um salário; e a empresa, que por ter

sua imagem associada ao bem estar comum, consegue grande admiração

pública, atrai consumidores e destaca-se da concorrência (KOTLER, 1998).

O Marketing Social coloca a marca nas empresas e as define como

organizações sérias, com conteúdo e integridade. A responsabilidade social

tornase, portanto, uma questão estratégica e de sobrevivência a longo prazo no

mundo dos negócios; atingir ou não a qualidade nas relações com a sociedade

está sendo um fator determinante para o sucesso. Há várias evidências disso,

uma delas é um estudo da Universidade Harvard que mostra que companhias

preocupadas em manter relações equilibradas com a comunidade, clientes,

funcionários e fornecedores crescem, em média, quatro vezes mais do que as que

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33 são focadas apenas em obter resultados para seus acionistas (WESTWOOD,

1992).

Após resgatarmos e refletirmos sobre diferentes conceitos do marketing

e sua atuação no social podemos constatar que é obvia a grande confusão

conceitual existente no Brasil, bem como as possíveis deturpações ao “marketing”

na área social, inclusive emergindo “sentimentos de intenções escusas ou

benefícios próprios em detrimento da coletividade” (MENDONÇA e SCHOMMER,

2000, p. 19)

Talvez numa tentativa de minimizar - ou quem sabe aumentar - as

discrepâncias, surgem novas opiniões e definições sobre o marketing social,

buscando inclusive associá-lo a outras práticas como a responsabilidade social e

outros “marketings”, que ora se contradizem e ora se complementam.

Pela revisão bibliográfica concordamos com os conceitos de KOTLER e

ROBERTO (1992) e SCHIAVO (1999) onde o marketing social é encarado como

estratégia de mudanças comportamentais e atitudinais, podendo ser utilizado em

qualquer tipo de organização seja pública ou privada, lucrativa ou não, desde que

tenha uma meta final de produção de transformações e impactos sociais. Porém,

observamos que a tendência é que no Brasil, o marketing social - ou pelo menos

tentativas de aplicação ou uso de forma leviana deste conceito - vem sendo

utilizado com maior freqüência pelas empresas privadas, devido a uma série de

questões. Dentre estas, percebemos o surgimento do grande “mercado de

excelentes marketeiros sociais”... Percebe-se também que na maioria das vezes o

marketing social é “vendido” muito caro por esta elite, contrariando com o perfil da

maioria das organizações do terceiro setor - que já enfrenta o grande desafio de

buscar e bancar sua sustentabilidade, ou mesmo existência - ficando mais viável

implantar programas deste tipo apenas em empresas ou no máximo em algumas

fundações e organismos internacionais de grande porte. Além disso, nas

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34 Organizações do Terceiro Setor observamos que o termo marketing social na

maioria das vezes vem sendo utilizado para designar as estratégias de

comunicação e divulgação.

Ao usarmos a metáfora de estarem tentando “assassinar” o marketing

social, podemos enfatizar que a banalização, o enfoque futilizado como vem

sendo tratado este conceito ou mesmo o seu desvirtuamento, traz um

enfraquecimento nos processos de transformação social. Pois, enquanto poder-

se-ia estar buscando uma complementaridade e soma de estratégias para as

soluções dos diversos problemas sociais, observa-se uma preocupação em

competir sobre os melhores conceitos e / ou hostilizar a todos eles (KOTLER,

1998).

Se o conceito de marketing social aplica-se ou não de forma purista a

realidade brasileira é uma outra questão. Trata-se de trilharmos uma longa

caminhada em busca de uma mudança de paradigmas. Trata-se de pegar todos

os conceitos de marketing social, responsabilidade social, mercado social,

filantropia estratégica, cidadania empresarial, entre outros, colocá-los num

liquidificador, depois peneirá-los e ter a sorte de extrair a essência da

transformação social. Trata-se de resgatar e limpar estes conceitos, clarificar as

intenções e entender as reais demandas sociais. Enfim, trata-se de não termos

como premissas básicas os extremismos, mas de conseguirmos unir os valores de

altruísmo e profissionalismo na busca de uma sociedade mais justa e igualitária.

Práticas de marketing comercial são amplamente difundidas e as

técnicas e metodologias utilizadas têm claras aplicações no campo social, mas

não explicam totalmente a atuação do marketing na área social. Kotler e Zaltman

utilizaram pela primeira vez a expressão “marketing social”, em 1971,

descrevendo-o como sendo o processo de criação, implementação e controle de

programas para influenciar a aceitabilidade de idéias sociais. Mais tarde, o próprio

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35 Kotler conceituou marketing social como sendo o emprego de princípios e técnicas

de marketing para a promoção de uma causa, idéia e/ou comportamento. Wasek

defende que marketing social “é um programa público do ponto de vista do

consumidor”, enquanto Atucha propõe a seguinte definição: “Marketing social é

uma ferramenta democrática e eficiente que aplica os princípios e instrumentos do

marketing de modo a criar e outorgar um maior valor à proposta social,

redescobrindo o consumidor por meio de diálogo interativo, gerando condições

para que se construa o processo de reflexão, participação e mudança social”

(Schiavo, 1999, p. 25).

Numa interpretação mais recente, os entrevistados Márcio Schiavo e

Miguel Fontes2 defendem que marketing social é a gestão estratégica do

processo de mudança social a partir da adoção de novos comportamentos,

atitudes e práticas, nos âmbitos individual e coletivo, orientadas por preceito ético,

fundamentadas nos direitos humanos e na equidade social. Essa concepção

enfatiza a questão de mudança de comportamento como uma estratégia de

transformação social.

Para Kotler (1978), a lógica do marketing tem uma unidade que

transcende a organização e produtos específicos, desta forma qualquer

organização pode utilizar o instrumental de marketing para promover mudanças de

comportamento, mas atentando para as especificidades de cada contexto. Assim,

quando o governo realiza uma campanha para prevenção da AIDS, procura

promover uma mudança de comportamento na população através do incentivo ao

uso de preservativos. Para tanto, utiliza promoção, distribuição e outros elementos

de um composto de marketing. Organizações do terceiro setor que se dedicam a

causas de proteção ambiental, por exemplo, procuram encorajar pessoas a se

engajarem em campanhas de reciclagem de lixo, instruindo comunidades sobre

como separar e selecionar materiais orgânicos, latas e plásticos para a coleta

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36 inteligente. Usam, portanto, ferramentas de marketing visando mudanças de

comportamento.

Conforme já colocado, apesar de utilizar um mesmo instrumental,

existem diferenças na implementação do marketing comercial e do marketing

social. Em uma abordagem convencional, as estratégias de marketing podem ser

direcionadas a segmentos específicos, de acordo com as características do

produto/serviço. Mesmo atingindo apenas uma parcela daquele segmento, o

resultado pode ser considerado satisfatório. Em ações que visam a mudança de

comportamento, essa flexibilidade nem sempre é possível, devido ao fato de que

os benefícios somente serão atingidos se uma grande parcela do público adotar a

mudança proposta (Rangan, 1996).

Além disso, a comunidade alvo pode se opor às mudanças. Mudanças

sociais geralmente envolvem mudanças de atitudes das pessoas, e muitas vezes

o objeto da campanha, ou “produto”, é um resultado a ser atingido no longo prazo.

Os custos de adoção de um determinado comportamento geralmente excedem os

benefícios tangíveis. O raciocínio do custo/benefício está sendo utilizado, só que

nesse caso o custo é imediato enquanto o benefício só será atingido no longo

prazo. Outro ponto a destacar é que os primeiros a adotarem uma mudança de

comportamento estarão mais vulneráveis a sofrerem perdas. Como exemplo, há o

caso das pressões para desestimular o uso de gás CFC - nocivo à camada de

ozônio. Em alguns segmentos industriais, as companhias que primeiro adotarem a

não utilização do CFC podem estar perdendo competitividade momentaneamente,

até que as outras sigam o mesmo caminho (Rangan, 1996).

Chama-se a atenção de que nas conceituações colocadas até aqui, o

elemento transformador é um dos objetivos desse campo. No Brasil, porém, o

termo “marketing social” está sendo utilizado, especialmente pela mídia, para

designar atuação empresarial no campo social com objetivo de obter diferenciais

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37 competitivos, sem que essas ações tenham o objetivo de influenciar em um

comportamento coletivo. Alguns artigos colocam que é crescente o número de

empresas que fazem promoções ou associam sua imagem a causas sociais, como

forma de estimular vendas ou agregar valor a sua imagem institucional. Essa

concepção, muitas vezes, refere-se apenas aos benefícios diretos à empresa, sem

relacionar essas ações a mudanças de comportamento.

Richers (2000) insere outro termo nesse sentido. É o marketing

comunitário, que envolveria marketing social, marketing cultural3 e marketing

ecológico, os quais, segundo ele, apelam para aquilo que o indivíduo valoriza

acima e além do consumo de bens. Richers (2000:48) define marketing

comunitário como: “a iniciativa que visa a incrementar os negócios de uma

empresa ou instituição através do seu apoio a atividades de ordem social, cultural

ou ecológica”. Ele diz que as áreas de atuação do marketing comunitário sempre

trazem benefícios à comunidade, mas destaca: “... é bom frisar, desde já, que isso

só funciona desde que haja um retorno para a empresa patrocinadora.” O retorno

pode não ser somente em dinheiro, mas também com benefícios para a imagem

da empresa.

Segundo Richers (2000), a área ecológica é a mais premente hoje, mas

nem todos os empresários estão de fato preocupados com o meio-ambiente.

Muitos são indiferentes ou descrentes da real importância de suas ações no

sentido de preservação. Diz, porém, que, mais cedo ou mais tarde, todas as

empresas terão que se preocupar com isso, seja por pressões da lei, dos

consumidores ou da própria natureza. Mas, acima disso, a ação de preservação

do meio ambiente pode ser um bom negócio. Ele acredita na natureza egoísta do

ser humano e diz que não fazemos nada sem estarmos convencidos de que

seremos “premiados” com isso.

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Fica evidente nessa concepção que o marketing é visto como

instrumento de negócio e não necessariamente como base de transformação

social, diferente das idéias colocadas anteriormente.

A partir dos anos 80, algumas empresas passaram a descobrir que com

as mesmas ferramentas de marketing utilizadas para aumentar vendas, poderiam

também promover um serviço público e, ainda mais, que os dois objetivos

poderiam ser complementares (Eisman, 1992, p. 25). Surgia o chamado marketing

relacionado a uma causa.

“Cause related marketing”, ou marketing relacionado a uma causa, foi

um termo registrado pela administradora de cartões de crédito American Express

para descrever uma prática utilizada pioneiramente pela empresa. O marketing

relacionado a uma causa baseia-se na premissa de que os consumidores

comprarão produtos ou serviços que ofereçam algum tipo de bônus emocional na

forma de uma contribuição para uma organização filantrópica (Corrêa, 1997).

O uso do marketing relacionado a causas sociais pode ser entendido

como um processo de formulação e implementação de atividades de marketing

caracterizadas pela oferta que a empresa faz de uma quantidade específica de

recursos a uma determinada causa social a cada vez que os consumidores de

seus produtos realizam uma troca econômica com ela, gerando com isso a

satisfação dos objetivos individuais e organizacionais (Varadorajan e Melon,

1988).

No Brasil, há exemplos recentes desse tipo de ação. A Embratel –

Empresa Brasileira de Telecomunicações - escolheu o Instituto Ayrton Senna

como parceiro, e cada vez que alguém faz uma ligação utilizando essa operadora,

uma determinada parcela de recursos é destinada ao Instituto, sem nenhum custo

adicional para o usuário. Os recursos são direcionados ao projeto Cidadão 21,

com programas para o desenvolvimento do potencial de jovens brasileiros.

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É possível identificar diferentes tipos de estratégias de marketing

relacionado a uma causa, que pode acontecer através da destinação de um

percentual sobre as vendas de um certo produto, da distribuição conjunta de

produtos ou informações sobre determinada questão, ou do licenciamento de uma

marca ou logotipo para alguma empresa comercializar (Andreasen,1996).

Na visão de Varadorajan e Melon (1988), marketing relacionado a

causas sociais é um programa que procura alcançar dois objetivos: melhorar a

performance organizacional e colaborar com causas sociais. Não é uma promoção

de vendas, pois os consumidores não recebem nenhum tipo de incentivo

financeiro (cupons, bônus) para adquirirem produtos ou serviços de dada

organização. Também não é filantropia, pois nesta os recursos são regularmente

doados em um orçamento à parte, não estando condicionados às vendas (Corrêa,

1997).

Stroup e Neubert (citados em Corrêa, 1997) consideram esse tipo de

ação empresarial como investimento e, como todo investimento, requer um

planejamento. Não é possível investir em ações de responsabilidade social de

maneira reativa, ao contrário, é necessário antecipá-las para que sejam

percebidas como socialmente responsáveis.

Ainda é difícil medir o impacto nas vendas de uma companhia em

virtude das ações de marketing ligadas a uma causa social. Há muitas que

consideram os efeitos dessas ações como de longo prazo, acumulativas e

indiretas. Essas ações não estão de modo algum afastando as organizações de

mercado do seu objetivo final: aumentar os lucros, mas atividades relacionadas a

causas sociais provavelmente aumentam o número de clientes e trazem

benefícios a causas ou entidades reconhecidas pelos consumidores.

Para que campanhas de marketing relacionado a uma causa sejam

bem sucedidas para todos os envolvidos, alguns requisitos são defendidos por

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40 diferentes autores. Alguns dos mais citados são a definição clara de metas e

objetivos, a regulamentação dessas regras, preferencialmente através de

legislação específica ou de um contrato formal entre as partes, e a definição clara

do papel e das responsabilidades de cada parte. A parceria entre organizações

com cultura organizacional e valores compatíveis também é importante tanto para

a empresa quanto para a entidade.

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CONCLUSÃO

A concepção de marketing social como um instrumento da

transformação social, porém, é questionável, especialmente quando refere-se a

sua utilização por empresas privadas com fins de lucro. Pode-se perguntar até que

ponto uma empresa age de acordo com uma visão de longo prazo, preocupada

com o interesse público. Exemplos recentes de fusões e demissões em massa em

nome da competitividade fundamentam essa reflexão.

Por outro lado, mesmo quando utilizado por organizações com objetivos

públicos, sejam do Estado ou do terceiro setor, as estratégias de marketing social,

por mais amplas e desenvolvidas que sejam, não são suficientes para promover

transformações profundas. Para alterar o status quo e tentar solucionar alguns dos

paradoxos com os quais a sociedade se depara é necessário bem mais que

apenas estratégias de marketing, mas, também, políticas públicas consistentes e

coordenadas, o fortalecimento da cidadania e da democracia em vários âmbitos,

e, principalmente, a redução das desigualdades econômicas e sociais.

O que se observa na argumentação de muitos autores que escrevem

sobre marketing é uma concepção totalizadora dessa função nas organizações,

envolvendo todas as suas estratégias. Em concepções de marketing social

também constata-se uma expansão demasiada do conceito, colocando-o como

um elemento de transformação social em si.

Em relação aos diversos conceitos e interpretações utilizadas para

associar marketing à área social, pode-se observar que alguns deles envolvem

noções contraditórias, mas também complementares.

A maioria das referências considera marketing social como a estratégia

de mudança de comportamentos e atitudes, que pode ser usada por qualquer tipo

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42 de organização e podendo atingir um impacto público mais amplo. O desafio,

especialmente no Brasil, é limpar o conceito, clarificar as intenções, já que o termo

vem sendo usado para referir-se a práticas diferentes, mas principalmente para

designar esforços de melhoria da imagem institucional através da adoção de

ações na área social.

Como destacado na análise dos casos estudados, as condições para

que relações de cooperação entre o empresarial e o social tragam bons frutos

para a sociedade devem ser desenvolvidas. É importante que as relações esteja

baseadas em valores éticos e coerentes com a cultura organizacional dos

envolvidos. Mas talvez seja melhor que as partes iniciem alguma forma de

cooperação e desenvolvam certas condições através do aprendizado com a ação.

Muitas vezes, percebe-se uma certa hostilidade ao termo “marketing”.

Associando-o ao social, emerge um sentimento de intenções escusas ou

benefícios próprios em detrimento da coletividade. É o que acontece, de certa

forma, com o termo filantropia, que também tem uma ressonância negativa em

muitos setores no Brasil.

Quanto aos motivadores das empresas em investir recursos em

questões sociais, é possível que grande parte esteja fazendo apenas com

interesses de curto prazo. Outras podem fazê-lo por perceberem a relevância

estratégica desses comportamentos no longo prazo para o desenvolvimento social

e econômico, e até mesmo, por uma questão de sobrevivência. O que hoje pode

ser considerado um diferencial competitivo, poderá tornar-se legalmente exigido,

especialmente no campo ambiental. Ou, ainda, se praticadas pela maioria das

empresas, podem levar a institucionalização da ação do privado no público. Seria,

então, uma transformação do comportamento dos empresários e consumidores,

gerando assim, uma transformação em um comportamento social.

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Enfatiza-se, porém, que a institucionalização da atuação empresarial no

campo do público não exime de responsabilidades o Estado na intervenção social.

Ser o principal agente de atuação no campo público é, aliás, a própria razão de

sua existência. Os desafios da atualidade exigem que agentes de todos os setores

da sociedade estejam envolvidos.

Fica como proposta uma aproximação entre pesquisadores da área de

marketing e da área social, para que compreendam melhor as especificidades de

cada campo. Assim pode-se chegar a redução de hostilidades, clarificação de

conceitos e desenvolvimento de práticas e projetos que aproveitem as

potencialidades do marketing na área social, para que os esforços sejam positivos

não só para a empresa, mas também para a sociedade como um todo.

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ANEXOS

Anexo 1>> Figura 1: Empresas em Transição

Anexo 2 >> Figura 2: Os 4 P’s do Planejamento de Marketing

Anexo 3 >> Figura 3: Sistema Combinado Estratégia de Marketing Integrada a

Estratégia Empresarial da Organização

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Figura 1 – Empresas em Transição

ANTES AGORA

Faz tudo na própria empresa Compra mais de fora (terceirização)

Melhora por si mesma Melhora por competição com os

concorrentes

Vai adiante sozinha Colabora em rede com outras empresas

Opera com departamentos divididos por função Gerência processos de negócios com

equipes multidisciplinares

Foco doméstico Foco global e local

Voltada para o produto Voltada para o mercado e o cliente

Produtos padronizados Produtos adaptados e/ou personalizados

Pratica marketing de massa Pratica marketing direcionado

Foco no produto Foco na cadeia de valor

Encontra uma vantagem competitiva sustentável Continua inventando vantagens

Desenvolve novos produtos vagarosa e

cuidadosamente

Acelera o ciclo de desenvolvimento de novo

produtos

Utiliza muitos fornecedores Utiliza poucos fornecedores

Gerência de cima para baixo Gerência para baixo, para cima e

transversalmente

Opera no mercado físico Opera também no mercado virtual

Fonte: Kotler, 1999, p. 18.

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Figura 2 – Os 4 P’s do Planejamento de Marketing

Fonte: Kotler (1998, p.97).

PLANEJAMENTO DE

MKT

PRODUTO

Variedade do produto Qualidade Design Características Nome de marca Embalagem Tamanhos Serviços Garantias Devoluções

Praça Canais Cobertura Sortimento Localizações Estoque Transporte

MERCADO-ALVO

Preços

Lista de preços Descontos Condições Prazo de pagamento Condições de crédito

Promoção

Promoção de vendas Propaganda Força de vendas Relações públicas Marketing direto

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Figura 3 – Sistema Combinado Estratégia de Marketing Integrada a Estratégia Empresarial da Organização

Fonte: Adaptado de Weingand Apud Amaral (2001, p.73).

MO�ITORAME�TO

AVALIAÇÃO

AUDITORIA DE

MARKETI�G

Determinar MISSÃO

Estabelecer OBJETIVOS

VISÃO FUTURA

Estabelecer METAS

mensuráveis

Formular PLA�OS DE

AÇÃO

Implementar ESTRATÉGIAS

AVALIAÇÃO (revisão e

atualização de objetivos, metas e propriedades

A�ÁLISE DA COMU�IDADE

(Ambiente externo)

AVALIAÇÃO DA U�IDADE DE

I�FORMAÇÃO (Ambiente Interno)

Produto/Preço

Praça (distribuição)

Promoção

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Marketing no Cenario Atual 10

1.1 – Marketing 13

1.2 – A importancia do Marketing no Cenario Atual 15

1.3 – Estrategcias de Marketing 17

CAPITULO II

Marketing Social 24

CONCLUSÃO 41

ANEXOS 44

BIBLIOGRAFIA 48

ÍNDICE 52

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Institudo A Vez do Mestre

Título da Monografia: A importancia do Marketing Social

Autor: Priscila Ivo S. Snook

Data da entrega: 26/03/2010

Avaliado por: Carlos Cereja

Conceito: