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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE DA FORMAÇÃO ACADÊMICA DO FISIOTERAPEUTA: PERSPECTIVAS ATUAIS Por: Ronaldo Gonçalves Lage Junior Orientadora Profª. Mônica Ferreira de Melo Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

DA FORMAÇÃO ACADÊMICA DO FISIOTERAPEUTA:

PERSPECTIVAS ATUAIS

Por: Ronaldo Gonçalves Lage Junior

Orientadora

Profª. Mônica Ferreira de Melo

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

DA FORMAÇÃO ACADÊMICA DO FISIOTERAPEUTA:

PERSPECTIVAS ATUAIS

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes – Instituto A Vez do Mestre, como requisito

parcial para obtenção do grau de especialista em

Docência do Ensino Superior.

Por: Ronaldo Gonçalves Lage Junior

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por todas as oportunidades,

por me dar saúde e forças. A minha família

que está sempre ao meu lado; ao meu querido

amigo Sergio Palhas Aguiar e sua esposa

Alessandra. Agradeço também, em especial a

uma pessoa que sempre foi exemplo e

referência em minha vida Julio Cesar e o

Barrachina.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos que me ajudaram ao longo dessa trajetória, em especial ao meu querido “Tio Saro” que me incentivou a romper as barreiras, que estavam em meu caminho.

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RESUMO

Este estudo apresenta como foco o desenvolvimento do profissional de

fisioterapia e a formação acadêmica oferecida nas universidades. Nessa

perspectiva, o presente estudo tem como objetivos analisar a necessidade de uma

formação de qualidade dos fisioterapeutas, buscando-se compreender os desafios

que serão enfrentados no mercado de trabalho e identificar as formas de melhorar a

qualidade do ensino nos cursos de Fisioterapia. Pretende-se ainda identificar a

importância da necessidade de qualificação na formação do acadêmico de

Fisioterapia e descrever os principais fatores que podem dificultar a formação

acadêmica do fisioterapeuta. Apresentou-se na revisão de literatura uma revisão

conceitual sobre o saber em Fisioterapia e como ocorre esse processo de formação.

Entende-se ser este estudo apenas uma partida inicial que irá propiciar novas

discussões e pontos a serem melhores desenvolvidos pelos Fisioterapeutas-

educadores.

.

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METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, descritiva e,

tem como proposta descrever a importância dos saberes e valores dos enfermeiros

para o trabalho docente dos cursos superiores de enfermagem.

Segundo Rudio (2004, p.71) a pesquisa descritiva deseja conhecer a

natureza do fenômeno, assim como sua composição e os processos que o

constituem ou nele se realizem.

A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de

referências teóricas publicadas, buscando conhecer e analisar as contribuições

culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema

ou problema.

Diante disso essa pesquisa será realizada a partir de fontes já elaboradas

como trabalhos publicados, livros, monografias, teses, artigos científicos e bancos de

dados. (ALVES, 2003).

Nesse sentido, a pesquisa é uma atividade voltada para a solução de

problemas utilizando um método para investigar e analisar essas soluções,

buscando também algo novo no processo do conhecimento. Nessa perspectiva, são

formas de pesquisas: consultar livros e revistas, examinar documentos, conversar

com pessoas, perguntar para obter respostas, dentre outras.

Já Marconi; Lakatos (2001, pág. 44) ressaltam que a busca nestes tipos

de documentos serve para colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que

foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto.

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Para a realização deste levantamento foram percorridas bibliotecas em

busca de revistas e artigos científicos, livros, e consultas às bases de dados como a

BIREME – Biblioteca Virtual em Saúde, LILACS - Literatura Latino-Americana e do

Caribe em Ciências da Saúde e SCIELO - Scientific Electronic Library Online,

utilizando como palavras chave: fisioterapia, ensino superior e educação.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................. 09

CAPÍTULO I ASPECTOS HISTÓRICOS SOBRE A FISIOTERAPIA................................ 12

CAPÍTULO II O ENSINO EM FISIOTERAPIA NO PAÍS .................................................... 18

CAPÍTULO III REPENSANDO OS NOVOS RUMOS PARA A FISIOTERAPIA E A FORMAÇÃO DOS NOVOS PROFISSIONAIS..............................................

27

CONCLUSÃO................................................................................................ 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS............................................................. 40

ÍNDICE.......................................................................................................... 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO.............................................................................. 44

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INTRODUÇÃO

No século XIX, os recursos fisioterápicos faziam parte da terapêutica

médica, e assim há registros da criação, no período compreendido entre 1879 e

1883, do serviço de eletricidade médica. Na década de 30, Rio Janeiro e São Paulo

possuíam serviços de Fisioterapia idealizados por médicos que tomavam para si a

terapêutica de forma integral, experimentando recursos físicos que outros médicos, à

época, não ousavam buscar para minimizar as sequelas de seus pacientes. Esses

médicos eram distintos dos outros por estarem preocupados não apenas com a

estabilidade clínica de seu paciente, mas com sua recuperação física para que

pudessem voltar a viver em sociedade, com iguais ou parecidas funções anteriores

ao agravo da saúde. Essa visão ampla de compromisso com o paciente, engajando-

se num tratamento mais eficaz que promovesse sua reabilitação, uma vez que as

incapacidades físicas por vezes excluíam-no socialmente, levou aqueles médicos a

serem denominados médicos de reabilitação (GAVA, 2004).

No Brasil, especialmente nas últimas décadas, o ensino de Fisioterapia,

tem passado por muitas modificações em meio aos movimentos sociais. O ensino

sistematizado ainda é muito recente, contando com um pouco mais de algumas

décadas. Antes disso não havia propriamente escolas de Fisioterapia, e sim técnicos

que realizavam a ação da prática e não obedeciam a nenhum programa formal. O

aprendizado dava-se empiricamente, pela imitação dos superiores e dos já iniciados

na arte (GAVA, 2004).

O interesse por este tema surge a partir da reflexão sobre o

desenvolvimento do profissional de fisioterapia e a formação acadêmica oferecida

nas universidades, uma vez que se pretende ter a docência como área de atuação.

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O objeto deste estudo foi o acadêmico de fisioterapia e suas

necessidades e valores relacionados com a formação acadêmica, já que este deve

buscar qualificação de acordo com as novas tecnologias e os novos conhecimentos,

visto que, a formação, o desempenho e o desenvolvimento profissional têm sido

objetos de análise e de estudos a partir do movimento de transformação do ensino

superior no Brasil.

Como problemática para nortear o desenvolvimento deste estudo se

propôs investigar: será que os profissionais formados pelos cursos de fisioterapia

atualmente saem qualificados para enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais

competitivo?

Nesse sentido, esta monografia objetiva analisar a necessidade de uma

formação de qualidade dos fisioterapeutas, buscando-se compreender os desafios

que serão enfrentados no mercado de trabalho e identificar as formas de melhorar a

qualidade do ensino nos cursos de Fisioterapia. Pretende-se ainda identificar a

importância da necessidade de qualificação na formação do acadêmico de

Fisioterapia e descrever os principais fatores que podem causar dificuldades na

formação acadêmica do fisioterapeuta.

Para que o fisioterapeuta desenvolva suas atividades profissionais com

competência é necessário que tenha tido formação adequada que o capacite a

exercer funções complexas nos sistemas de saúde, bem como dar continuidade à

sua formação, através de aprimoramentos e atualizações constantes. Pra tanto,

torna-se Importante, a inclusão nos currículos universitários mais atualizados de

disciplinas que capacitem devidamente os fisioterapeutas, preparando-os para

atuarem no mercado de trabalho, com a competência que a função requer.

Para atingir o objetivo proposto foi realizada uma pesquisa bibliográfica,

por entender que a formação acadêmica nas universidades é um tema relevante

para a Fisioterapia. Esta é descrita como busca de informações sobre um tema ou

tópico que resuma as situações dos conhecimentos sobre um problema de pesquisa.

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É notória a contribuição que a Fisioterapia vem dando ao campo da saúde

em nosso País, devido à sua versatilidade, dinamicidade e principalmente

necessidade. O Fisioterapeuta tem buscado e ocupado seu espaço profissional junto

a creches, hospitais, centros de terapia intensiva, ambulatórios, clínicas geriátricas,

entidades de excepcionais, clínicas especializadas, centros desportivos, clubes,

instituições de ensino, postos de saúde, centros médicos, associações de pessoas

portadoras de necessidades especiais, empresas, linhas de produção e instituições

de ensino (SANCHES,1984).

A educação em saúde se apresenta como um desafio ao profissional de

fisioterapia juntamente as ações concretas de educação sendo importante criar

processos educativos em que haja interação de conhecimentos e que despertem

nos acadêmicos a consciência critica, de tal forma, que seja também uma

consciência autocrítica sem perder a identidade cultural. A idéia central é a interação

de saberes, capaz de produzir a reconstrução de conhecimentos das pessoas,

potencializando a capacidade reflexiva e critica da realidade. Para tal, é necessário

que o profissional de fisioterapia tenha noções das teorias e clássicos da educação

e do processo de ensino-aprendizagem, pois antes de tudo saber apreender é um

dos caminhos para a aprendizagem.

O estudo justifica-se e se faz relevante, em virtude da necessidade de

qualificação dos profissionais de fisioterapia que diante do crescimento pela procura

do curso, se formam em volume absurdo sendo “despejados” a cada semestre pelas

universidades, sem a preocupação por parte destas instituições em direcionar o

ensino para a pesquisa e aprimoramento, buscando assim um novo paradigma no

atendimento fisioterapeutico e uma prática mais consciente voltada para qualidade

do serviço oferecido. A efetivação de melhor qualidade na formação acadêmica é

fundamental para conseguir-se que este profissional seja valorizado e inserido com

maior facilidade no mercado de trabalho.

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CAPÍTULO I

ASPECTOS HISTÓRICOS SOBRE A FISIOTERAPIA

A Fisioterapia é a ciência aplicada que tem por objeto de estudos o

movimento humano em todas as suas formas de expressão e potencialidades, tanto

nas alterações patológicas quanto nas repercussões psíquicas e orgânicas. Pode-se

dizer que é a ciência que estuda os movimentos do corpo humano e as formas de

tratar as doenças que acometem estes movimentos ou que é a disciplina da área da

saúde que estuda e aplica recursos físicos (tais como luz, calor, movimento e as

propriedades físicas da água) na prevenção, recuperação e tratamento das doenças

ou ainda que a fisioterapia atue na “saúde funcional” das pessoas, o que significa

que ela investiga os distúrbios que podem afetar o bom funcionamento dos órgãos e

sistemas que compõem o corpo humano e as formas de tratá-los. Todas estas

definições dão conta do que é a fisioterapia e do que ela faz. Na verdade, a

fisioterapia é tudo isso. Como toda ciência na área de saúde, seu campo de estudo

e de aplicação é complexo e comporta muitas facetas diferentes (BRASIL, 1978).

1.1 DEFINIÇÃO

De um modo geral, pode-se dizer que a fisioterapia aproxima-se de todas

as outras profissões da saúde (tais como medicina, enfermagem e odontologia para

citar alguns exemplos) em seus objetivos que são prevenir, promover e restaurar a

saúde das pessoas, mas diferencia-se de todas as outras em seu enfoque particular

que é sobre a saúde funcional, ou seja, a saúde da função e do movimento dos

órgãos do corpo e também em seus métodos, pois não utiliza medicamentos ou

cirurgias, mas sim de um cabedal de técnicas e métodos que lhe são próprios e que

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incluem os usos dos exercícios terapêuticos, dos aparelhos geradores de correntes

elétricas terapêuticas, das propriedades da água, do calor e do frio, entre outros.

COFFITO - Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional

(1984) - A Fisioterapia previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes

em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por

traumas e por doenças adquiridas. Fundamenta suas ações em mecanismos

terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da Biologia, das ciências

morfológicas, das ciências fisiológicas, das patologias, da bioquímica, da biofísica,

da biomecânica, da cinesia, da sinergia funcional, e da cinesia patologia de órgãos e

sistemas do corpo humano e as disciplinas comportamentais e sociais. Essa ciência

tem por proposta a formação de profissionais capazes de atender as necessidades

de saúde e a prevenção de doenças causadas por acidentes, má formação genética

ou vícios de postura da população.

A Atividade é regulamentada pelo Decreto-Lei 938/69, Lei 6.316/75,

Resoluções do COFFITO, Decreto 9.640/84, Lei 8.856/94 e Portarias do Ministério

da Saúde.

A Fisioterapia é um exemplo de carreira que se adaptou rapidamente às

mudanças da vida moderna. Há menos de uma década, sua função era

primordialmente ajudar na reabilitação de doentes, idosos e crianças com problemas

neurológicos. Hoje, caminha cada vez mais para a prevenção de doenças e para a

melhoria da qualidade de vida. Por isso, não estranhe se encontrar um fisioterapeuta

ajudando gestantes a aprender a contrair e relaxar os músculos durante o parto –

outra novidade na fisioterapia. Ou então trabalhando com reeducação da postura

global (RPG) em grupos de idosos ou mesmo em empresas.

O Fisioterapeuta é o único responsável legalmente por suas ações e

autorizado a avaliar, prescrever e induzir fisioterapia em seus pacientes, bem como

a estabelecer critérios de alta. Todas essas prerrogativas são garantidas pela

legislação brasileira, particularmente o Decreto-Lei 938/69, a Lei 6316/75, a

resolução COFFITO-8 e a resolução COFFITO-80. É muito importante ressaltar o

atual estado da fisioterapia no Brasil e na maior parte do mundo porque muita

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confusão ainda se faz. Sendo assim, se torna importante reafirmar que o

fisioterapeuta é um profissional autônomo que responde por seus atos, legal e

eticamente. O fisioterapeuta pode receber seu paciente por encaminhamento de

outros profissionais ou de forma direta (sem a necessidade de prescrição médica).

Fisioterapeuta é um profissional da área de Saúde, a quem compete

executar métodos e técnicas fisioterápicas, com a finalidade de restaurar,

desenvolver e conservar a capacidade física do paciente (Decreto Lei n. 938, de 13

de outubro de 1969) (DEMANBORO, 2003). O COFFITO completa e reintera a

definição:

Fisioterapeuta é o Profissional de Saúde com formação acadêmica Superior, habilitado a: construção do diagnóstico dos distúrbios cinéticos funcionais (Diagnóstico Cinesiológico Funcional), prescrição da conduta fisioterapêutica, sua ordenação e indução no paciente bem como, o acompanhamento da evolução do quadro clínico funcional (BRASIL - COFFITO, 1984, p. 86).

Na verdade, os fisioterapeutas que desenvolvem pesquisas, assim como

outros profissionais de saúde pesquisadores, são profissionais que buscam soluções

efetivas para os problemas de saúde, no campo da saúde funcional e não meros

alívios paliativos. Em outras palavras: a fisioterapia pode sim e comumente resolver

inúmeros problemas de saúde. O que acontece é que, dada a complexidade dos

problemas que afetam o ser humano, muitas vezes o envolvimento multidisciplinar é

requerido, sendo necessária a conjunção das abordagens médica, fisioterapêutica,

psicológica, nutricional e etc. Nestes casos, em que muitos profissionais são

requeridos para resolver um caso, não há um profissional que “manda” e outros que

“obedecem”, mas sim um trabalho conjunto, integrado, no qual todas as abordagens

do problema são intercomplementares, ou seja, complementam-se entre si, sem que

uma predomine.

É necessário para exercer a profissão de fisioterapeuta diploma de curso

superior em fisioterapia podendo o curso ser realizado no período médio de quatro a

cinco anos. Para a especialização, que valoriza o profissional, existem cursos que

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levam entorno de dois anos, podendo ser estas especializações em: ortopedia,

neurologia, cardiologia, pneumofuncional, oncologia, geriatria, neonatologia,

desportiva e acupuntura além de tantas outras. É recomendável também que estes

profissionais participem de congressos para manterem-se atualizados. O

conhecimento e domínio de língua estrangeira, aumenta as chances do profissional

de trabalhar no exterior (ALMEIDA,1999) .

Segundo Demanboro (2003) no Brasil, é o fisioterapeuta que define qual

tipo de tratamento fisioterapêutico o paciente irá precisar e por quanto tempo. Esse

profissional é livre para exercer sua profissão e não está vinculado a qualquer outro

profissional da área de saúde. Sua autoridade vem da legislação e dos seus quatro

a cinco anos de formação nos bancos de uma universidade.

1.2 O APARECIMENTO DA PROFISSÃO

Rodrigues (2002) refere que Napoleão Bonaparte acabou por contribuir

indiretamente com o desenvolvimento dos primeiros serviços organizados de

Fisioterapia no Brasil, ao invadir Portugal e fazer com que a família real portuguesa

desembarcasse no país em 1808. Com os monarcas, vieram os nobres e o que

havia de recursos humanos de várias áreas para servir à elite portuguesa, de

passagem por estas terras. Dentre todas as contribuições do reinado, o surgimento

das primeiras escolas de ensino médico, destacam-se como a grandiosa obra dos

portugueses no país, em particular os avanços obtidos na cidade do Rio de Janeiro.

No século XIX, os recursos fisioterápicos faziam parte da terapêutica médica, e

assim há registros da criação, no período compreendido entre 1879 e 1883, do

serviço de eletricidade médica, e também do serviço de hidroterapia no Rio de

Janeiro, existente até os dias de hoje, sob denominação de "Casa das Duchas". O

médico Arthur Silva, em 1884, participa intensamente da criação do primeiro serviço

de Fisioterapia da América do Sul, organizado enquanto tal, mais precisamente no

Hospital de Misericórdia do Rio de Janeiro.

São Paulo não ficou atrás e o médico Raphael Penteado de Barros é

fundador do departamento de eletricidade médica, no que hoje pode ser considerada

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a USP, nos idos de 1919. Dez anos após, em 1929, o médico Waldo Rollim de

Moraes coloca em funcionamento o serviço de Fisioterapia do Instituto do Radium

Arnaldo Vieira de Carvalho.

Na década de 30, Rio Janeiro e São Paulo possuíam serviços de

Fisioterapia idealizados por médicos que tomavam para si a terapêutica de forma

integral, experimentando recursos físicos que outros médicos, à época, não

ousavam buscar para minimizar as seqüelas de seus pacientes. Esses médicos

eram distintos dos outros por estarem preocupados não apenas com a estabilidade

clínica de seu paciente, mas com sua recuperação física para que pudessem voltar a

viver em sociedade, com iguais ou parecidas funções anteriores ao agravo da

saúde. Essa visão ampla de compromisso com o paciente, engajando-se num

tratamento mais eficaz que promovesse sua reabilitação, uma vez que as

incapacidades físicas por vezes excluíam-no socialmente, levou aqueles médicos a

serem denominados médicos de reabilitação. GAVA (2004).

As faculdades de Medicina lhes eram úteis para embasar cientificamente

sua prática médica, pelo acesso ao conhecimento adquirido pelos cientistas

europeus sobre fisiologia humana e o emprego crescente dos recursos hídricos,

elétricos e térmicos. Através de trabalhos e apresentações de teses, criou-se uma

cultura de atenção diferenciada às deficiências não apenas físicas, mas também

mentais e sensoriais. Esse foi um período valioso no sentido de tornar possível

recuperar funções de seres humanos que, em período não muito distante, não

tinham perspectiva de melhora das suas incapacidades.

À medida que as sociedades evoluem, surge a preocupação real com a

educação e com a saúde. Nas sociedades ditas modernas, realmente existe uma

necessidade de manutenção das condições de qualidade de vida e principalmente,

de saúde. Esta preocupação que se manifestava, inicialmente, apenas na fase

terciária e secundária, vai se transformando com o tempo e demonstrando uma real

intervenção no aspecto primário da saúde.

Gava (2004) diz que, a Fisioterapia é uma ciência ainda em construção,

cujos paradigmas se encontram abertos e em franca evolução, sempre em busca do

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conhecimento científico revertendo-o em prol de uma comunidade menos favorecida

e carente de uma intervenção de saúde. A cada dia, cada vez mais, a Fisioterapia se

solidifica e se enraíza através de uma base científica, firmando-se como Ciência, se

expandido na busca do oferecimento de uma atenção à saúde com qualidade e

dignidade, caracterizando um novo perfil profissional nessa área de conhecimento

humano, o qual, hoje se destaca em termos de atuação e interesse.

É notória a contribuição que a Fisioterapia vem dando ao campo da saúde

em nosso País, devido à sua versatilidade, dinamicidade e principalmente

necessidade. O Fisioterapeuta tem buscado e ocupado seu espaço profissional junto

a creches, hospitais, centros de terapia intensiva, ambulatórios, clínicas geriátricas,

entidades de excepcionais, clínicas especializadas, centros desportivos, clubes,

instituições de ensino, postos de saúde, centros médicos, associações de pessoas

portadoras de necessidades especiais, empresas, linhas de produção e instituições

de ensino (SANCHES, 1984)

A Fisioterapia, enquanto profissão, cada vez mais tem adquirido

importância significativa na área das Ciências da Saúde nas sociedades modernas.

Enquanto ciência tem avolumado conhecimentos e experiências diversas,

resultantes de investigações e pesquisas teóricas e práticas nas suas diferentes

áreas de atuação. Isto vem ao encontro à sua consolidação como Ciência da Saúde,

mostrando o seu real valor e necessidade como interventora no processo de

promoção, manutenção e recuperação das condições de saúde da população. Outro

fato a destacar é a sua natureza de ciência biopsicossocial, caracterizando-a como

área de estudo e atuação que promove e possibilita uma interface com várias outras

profissões da área de saúde. Entre elas citamos algumas: Medicina, Odontologia,

Educação Física, Psicologia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Nutrição,

Enfermagem, Bio-Engenharia, etc.

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CAPÍTULO II

O ENSINO EM FISIOTERAPIA NO PAÍS

As primeiras escolas formadoras de fisioterapeutas, no cenário

internacional, iniciaram suas atividades no final do século XIX e início do século XX;

sendo a Inglaterra (1895) precursora seguida da Alemanha (1902). Desde então,

novas instituições foram sendo criadas em outros países da Europa, Estados Unidos

da América do Norte, Canadá e Austrália ( BARROS, 2008).

Refere o autor que na América Latina, as primeiras instituições

formadoras de fisioterapeutas foram criadas nas décadas de 1940 e 1950. Foi o

caso da Colômbia, em 1952 – 53, com a Escola Nacional de Fisioterapia e do Chile,

com a Escola de Fisioterapia da Universidade do Chile, criada em 1956. Na

Argentina, um dos primeiros serviços especializados, que incluía o treinamento

profissional em fisioterapia, foi o Instituto Municipal de Radiologia e Fisioterapia,

criado em 1925 em Buenos Aires.

Afirma ainda que as primeiras instituições de ensino a formar

fisioterapeutas regularmente no país, antes mesmo da regulamentação da profissão,

foram a Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro, em 1956, o Instituto de

Reabilitação de São Paulo, em 1958, e a Faculdade de Ciências Médicas de Minas

Gerais (Fundação Arapiara), em 1962. A antiga Escola Nacional de Educação Física

e Desportos da Universidade do Brasil - ENEFD (atualmente Escola de Educação

Física e Desportos da UFRJ) e a Escola de Educação Física do Exército (ambas no

Rio de Janeiro) ofereciam disciplinas de fisioterapia na formação de educadores

físicos e de médicos especializados em medicina desportiva.

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A marcha da expansão do ensino superior é constante e crescente, mas a

partir de 1960 acelera-se, e o ensino superior dá um verdadeiro salto. Esse surto

após 1960 sofreu por certo a influência da nova Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, que acentuou a cooperação da atividade privada no campo da

educação. Observa-se que a expansão se deu tanto no ensino público quanto no

privado. Ocorreram expansões de matrícula e se diversificaram os cursos

oferecidos, notam-se certas tendências que esclarecem o sentido desta expansão. A

procura pelo ensino superior mudou de foco, o ensino em carreiras longas e

tradicionais se juntou às novas carreiras de média duração, como por ex: a de

Enfermagem e Fisioterapia (esta muito recentemente). De 1995 a 2001, a

Fisioterapia foi a carreira da área de saúde que proporcionalmente mais cresceu, de

63 para 210 cursos.

2.1 A EXPANSÃO DO ENSINO EM FISIOTERAPIA

Segundo o Ministério da Educação e Cultura - MEC (2008), os 233% de

aumento só são superados por turismo, que cresceu 794% (de 36 para 322). Esses

cursos que representam o acréscimo inovador ao antigo sistema tradicional,

conseguem se distinguir entre os que apenas conservaram a antiga cultura

humanística e os que implantaram estudos científicos, conciliam e implementam os

estudos científicos e a humanização, atendendo melhor a demanda do mercado de

trabalho e da sociedade atual.

As instituições de ensino superior têm apresentado dificuldades em

incorporar conhecimentos científicos na formação do Fisioterapeuta, assim as

disciplinas muitas vezes são oferecidas baseadas na formação do professor e não

na necessidade de atuação profissional. Como resultado, não existe um

planejamento dos conceitos a serem ensinados. A distribuição da carga horária das

disciplinas é aleatória e não existe uma integração entre elas. O resultado é um

programa sem estrutura que não cumpre o seu objetivo de formação (TEIXEIRA,

2007).

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É importante neste contexto levar-se em conta a multiplicação das

universidades. Não se trata somente de um aumento de matrículas em

universidades experimentadas e consolidadas, com professorado competente, mas

de maior matrícula devido à criação de universidades sem tradição e com

professorado improvisado. O país que só amplia o ensino com a criação de novas

universidades constitui um exemplo típico e melancólico da asserção, tantas vezes

repetida, de que mais educação significa pior educação. Devemos examinar melhor

essa problemática e a crescente ansiedade por uma reforma.

Nessa fase de renovação e reconstrução é que está imersa nos dias de

hoje a universidade do Brasil. São hoje incontáveis as universidades brasileiras,

todas mergulhadas em uma aguda crise de crescimento; a sua mocidade estudantil

e o seu professorado tomados do espírito de reforma; o governo sensibilizado pelo

movimento, tem nos levado a crer que os próximos 10 anos serão a década da

transformação da universidade, da racionalização de sua organização institucional e

da implantação da escola pós-graduada para a pesquisa, para a tomada de

consciência da cultura nacional e para o desenvolvimento econômico do país.

(TEIXEIRA, 2007).

2.2 A ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO DE FISIOTERAPIA

A estrutura curricular do curso segue as normas e recomendações das

Diretrizes Curriculares Nacionais para Cursos de Graduação em Fisioterapia

implantadas em 1999. A Reforma Sanitária dos anos 90 ajudou a promover uma

reestruturação da educação em saúde no País. Após longos debates sobre a

formação em fisioterapia durante os anos de 1998 e 1999, a Comissão de

Especialistas de Ensino de Fisioterapia (CEEfisio), em parceria com o Conselho

Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), Conselhos Regionais de

Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITOs), Coordenadores de Cursos,

docentes, discentes e outros interessados, apresentaram novas propostas

curriculares a serem apreciadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). Esse

documento foi aprovado oficialmente em 2001, quando teve início um processo de

adequação curricular em todas Instituições de Ensino Superior (IES) que mantinham

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a graduação em fisioterapia, o que também foi justificado pela articulação entre o

Ministério da Educação e o Ministério da Saúde, os quais propuseram ações que

estabelecessem compromissos de parcerias nos setores da educação e da saúde

em relação à formação de profissionais da área (PAULA, et al., 2007).

Referem os autores que esses dois Ministérios até hoje desenvolvem um

processo de parcerias para incentivar transformações na graduação de profissionais

da saúde, com o objetivo de contemplar a consolidação e o desenvolvimento do

Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo uma atenção à saúde sob a forma de

integralidade baseada nas demandas sociais da região e nas políticas vigentes.

Esse novo sistema de assistência pretende priorizar ações de prevenção de

doenças e de promoção da saúde, o que exige uma organização curricular voltada

aos princípios e diretrizes estabelecidas pelo SUS, como descentralização,

universalização, eqüidade e integralidade.

Sendo assim, em 2001, surgiu um novo currículo mínimo, especificaram-

se diretrizes curriculares, conceitos, princípios e objetivos da saúde, perfil do

profissional fisioterapeuta, competências e habilidades (gerais e específicas),

conteúdos curriculares, estágios e afins, agraciou os profissionais fisioterapeutas

com a organização pedagógica centrada do curso e com atividades

complementares. Com duração de 4 a 5 anos, o curso tem disciplinas específicas

como Anatomia, Bioquímica, Biofísica, Histologia, Embriologia, Fisioterapia,

Metodologia, Prática Desportiva, Psicologia, Fisiologia, Microbiologia e Imunologia,

Patologia, Primeiros Socorros, Saúde Pública, Cinesiologia e Cinesioterapia

(ALMEIDA, 1999).

Ao mesmo tempo em que o campo de atuação de fisioterapia se ampliou,

o número de escolas também. Portanto, a concorrência por um posto de trabalho vai

aumentar. Em geral, o curso é realizado em horário parcial podendo ser também

administrado em horário integral. A formação específica traz massoterapia,

termoterapia e a cinesioterapia como principais disciplinas. O curso também é

composto por uma cargo horária de estágio obrigatório na própria universidade e

ainda em clínica ou hospital.

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Um currículo que molda o comportamento do individuo não permitindo

que ele interaja, modifique, fabrique, construa, a sua forma de agir e pensar, não

está contribuindo para a construção de sujeitos na sociedade, e sim, está

contribuindo para formar mentes envoltas em nuvens, ou cabeças submissas. Isto

porque a forma de organização do currículo é individualista e de relações de poder,

na qual predomina a relação vertical e a educação torna-se produto. Submissa, ela

corre atrás dos objetivos propostos por um grupo idealizador. Nessa corrida é

esquecida a parte mais rica e mais importante do sujeito (aluno) o desenvolvimento

de suas capacidades e habilidades, uma vez que o professor o submete a atividades

rotineiras e mecânicas sem fornece-lhes oportunidade de analise crítica acerca do

que está sendo transmitido.

Segundo Moraes (2007) o mundo em que vivemos é simbolicamente

construído pela mente por meio das relações interpessoais. Não há mundo social

pré-estabelecido. O currículo não pode ser um veículo que transmite ou revela

informações pré-constituídas, mas um processo de constituição de idéias dos

indivíduos na sociedade que vai sendo transformada.

Diante disso há necessidade das Universidades reverterem essa situação

de modo a contribuir para a construção de mentes mais abertas, com visão holística.

Mas para isso a idéia de construção de conhecimento deve estar associada a uma

perspectiva crítica de currículo, na qual tenha possibilidades de desenvolver suas

competências e habilidades. (BRASIL – MEC, 2008).

O professor precisa, pois, juntar cultura geral, a especialização disciplinar

e a busca de conhecimento articulados à sua matéria, porque formar cidadãos nos

dias atuais é também, capacitá-lo para lidar com problemas que surgem nas mais

diferentes situações tanto no trabalho, quanto sociais, culturais ou éticos. Então,

questões geradoras integradas nas quais são incorporadas situações do dia a dia, a

fim de que o aluno seja colocado diante de situações-problema, que o levem a

discutir, a partir de diferentes abordagens. Para isso todas as disciplinas do currículo

devem estar associadas a conteúdos, valores sociais, que desafiam a postura do

cidadão. Essa nova maneira de ensinar requer um esforço conjunto de toda a

sociedade, no sentido de juntos, com as pessoas envolvidas, se organizem e

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elaborem o que estão realmente necessitando para que tenham atuação no mundo

em que vivem.

O currículo em estudo tem sido revisado constantemente, para a

qualificação na contribuição e construção de modelos de ensino e de assistência,

pois aprofunda o conhecimento profissional e acadêmico, possibilitando o

desenvolvimento das habilidades para a execução de pesquisas.

Isso nos fez caminhar no sentido de propor uma ação inovadora que

trouxesse outro significado à formação acadêmica para a educação profissional em

saúde, no campo da fisioterapia, compatível com a prática que se espera dos

fisioterapeutas professores e que, na realidade, guarda os mesmos princípios

esperados na prestação do serviço em saúde.

Humanização, o conhecimento científico e conscientização do dever são

os requisitos mínimos que um profissional fisioterapeuta deve possuir para trabalhar

com o outro, respeitando e sabendo avaliar as ações do dia-a-dia. Encerrando as

considerações, cabe destacar o dizer de Bonfim e Torres (2004, p. 34) quando

afirmam que:

“atuar na área de fisioterapia exige requisitos profissionais mínimos; trabalhar nessa área sem qualificação torna-se impossível. Significa situar-se de forma marginal para a própria sociedade. Formar trabalhadores sem qualificação, em última análise, não só a finalidade de proteger àqueles que precisam de serviços de saúde, no sentido de garantir-lhes um atendimento sem riscos, mas de reconhecer social e profissionalmente esses trabalhadores”.

Há a necessidade de um ensino de competência, para o exercício

competente do professor e o aprendizado efetivo do aluno.

2.3 ASPECTOS LEGAIS E ÉTICOS

O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - COFFITO é

uma Autarquia Federal criada pela Lei nº 6316, de 17 de dezembro de 1975; com

objetivos de normatizar e exercer o controle ético, científico e social das atividades

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da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional e das empresas prestadoras de tais

tipicidades assistenciais ao meio social. A legislação que regulamenta a atividade de

fisioterapia é o código de ética.

Obteve seu desvinculo institucional do Ministério do Trabalho em 18 de

setembro de 1995, através da Lei nº 9098, tornando-se então órgão de última

instância recursal. (BRASIL ,1978; COFFITO,1978; BATTISTI, 2006).

Entre outros, são da sua competência exclusiva:

§ Exercer função normativa e o controle, ético, científico e social do

exercício da fisioterapia e da terapia ocupacional em todo território

nacional;

§ Baixar todos os atos normativos necessários à correta interpretação e

execução da Lei nº 6.316/1975;

§ Supervisionar e Fiscalizar o exercício profissional das profissões em

todo o território nacional, estimulando e zelando pelo prestígio e bom

nome daqueles que a exercem, através do estabelecimento de

princípios de controle, capazes de fundamentar a promoção de uma

assistência profissional independente, científica, ética e resolutiva;

§ Funcionar como Tribunal Superior de Ética nas demandas que

envolvam profissionais Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais.

DECRETO LEI N. 938 - DE 13 DE OUTUBRO DE 1969

DOU nº 197 de 14/10/69 - retificado em 16/10/1969 Sec. I - Pág. 3.658

Provê sobre as profissões de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional, e dá

outras providências. Os Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e da

Aeronáutica Militar, usando das atribuições que lhes confere o artigo 1º. do Ato

Institucional nº. 12, de 31 de agosto de 1969, combinado com o parágrafo 1º. do

artigo 2º. do Ato Institucional nº. 5, de 13 de dezembro de 1968, decretam:

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Art. 1º. É assegurado o exercício das profissões de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional, observado o disposto no presente. Art. 2º. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional, diplomados por escolas e cursos reconhecidos, são profissionais de nível superior. Art. 3º. É atividade privativa do fisioterapeuta executar métodos e técnicas fisioterápicos com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente. Art. 4º. É atividade privativa do terapeuta ocupacional executar métodos e técnicas terapêuticas e recreacionais, com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade mental do paciente. Art. 5º. Os profissionais de que tratam os artigos 3º. e 4º. poderão, ainda, no campo de atividades específicas de cada um: I - dirigir serviços em órgãos e estabelecimentos públicos ou particulares, ou assessorá-los tecnicamente; II - exercer o magistério nas disciplinas de formação básica ou profissional, de nível superior ou médio; III - supervisionar profissionais e alunos em trabalhos técnicos e práticos. Art. 6º. Os profissionais de que trata o presente Decreto-lei, diplomados por escolas estrangeiras devidamente reconhecidas no país de origem, poderão revalidar seus diplomas. Art. 7º. Os diplomas conferidos pelas escolas ou cursos a que se refere o artigo 2º. deverão ser registrados no órgão competente do Ministério da Educação e Cultura. Art. 8º. Os portadores de diplomas expedidos até a data da publicação do presente Decreto-Lei, por escolas ou cursos reconhecidos, terão seus direitos assegurados, desde que requeiram, no prazo de cento e vinte dias o respectivo registro, observando-se quando for o caso, o disposto no art. 6º. Art. 9º. É assegurado, a qualquer entidade pública ou privada que mantenha cursos de fisioterapia ou terapia ocupacional, o direito de requerer seu reconhecimento, dentro do prazo de 120 (cento e vinte) dias, a partir da data da publicação do presente Decreto-lei. Art. 10. Todos aqueles que, até a data da publicação do presente Decreto-lei, exerçam sem habilitação profissional, em serviço público, atividades de que cogita o artigo 1º. serão mantidos nos níveis funcionais que ocupam e poderão ter as denominações de auxiliar-de-fisioterapia e auxiliar de terapia ocupacional, se obtiverem certificado em exame de suficiência. § 1º. O disposto no artigo é extensivo, no que couber, aos que, em idênticas condições e sob qualquer vínculo empregatício, exerçam suas atividades em hospitais e clínicas particulares. § 2º. A Diretoria do Ensino Superior do Ministério da Educação e cultura promoverá a realização, junto às instituições universitárias competentes, dos exames de suficiência a que se refere este artigo. Art. 11. Ao órgão competente do Ministério da Saúde caberá fiscalizar, em todo o território nacional, diretamente ou através das repartições sanitárias congêneres dos Estados, Distrito Federal e Territórios, o exercício das profissões de que trata o presente Decreto-lei. Art. 12. O Grupo da Confederação Nacional das Profissões Liberais, constante do Quadro de Atividades e Profissões, anexo à Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei no. 5.452, de 1 de maio de 1943, é acrescido das categorias profissionais de fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e auxiliar de terapia ocupacional. Art. 13. O presente Decreto-Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário (BRASIL - DECRETO LEI N. 938 - DE 13 DE OUTUBRO DE 1969, p.1-2).

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A história da profissão de fisioterapeuta no país tem sido objeto de estudo

de professores e pesquisadores, principalmente fisioterapeutas vinculados a

programas de pós-graduação em áreas como saúde coletiva, educação e na própria

fisioterapia. Diversos trabalhos têm abordado períodos recentes da

profissionalização da fisioterapia, tendo o Decreto-lei nº 938 como ponto de partida

de suas análises, passando pela criação dos Conselhos de Fisioterapia e de Terapia

Ocupacional nos anos 1970 e utilizando, por vezes, a história como pano de fundo

para suas produções acadêmicas (BARROS, 2008).

Embora seja consenso entre todos os autores que o Decreto-lei no 938

seja um marco institucional importante para o estabelecimento da profissão de

fisioterapeuta no país, pouco se produziu sobre as décadas que o antecederam e

processos que o viabilizaram.

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CAPÍTULO III

REPENSANDO OS NOVOS RUMOS PARA A FISIOTERAPIA

E A FORMAÇÃO DOS NOVOS PROFISSIONAIS

3.1. O DESENVOLVIMENTO DO MERCADO DE TRABALHO

O fisioterapeuta hoje deve possuir uma reflexão crítica e ser habilidoso

no planejamento e gerenciamento das ações humanizadas. O mercado de trabalho

para o fisioterapeuta continua em crescimento. Ele poderá atuar em serviços de

saúde, hospitais gerais e privados e empresas.

Teremos ou não emprego nesta profissão? Sem dúvida, uma pergunta

importante que o profissional acadêmico deve fazer-se, mas de difícil resposta. Por

quê? Entende-se por mercado de trabalho, a venda e a compra da força de

trabalho (BOCK et. al. 1997, p.268). Quando se diz que o mercado de trabalho de

uma determinada profissão está saturado, está-se querendo dizer que o número de

profissionais procurando vender sua força de trabalho (oferta) é maior que o número

de empregos (procura).

Os fatores que determinam o mercado de trabalho (a relação entre a

oferta e a procura) são fundamentalmente relacionados à política econômica de um

país. Assim, num momento de recessão econômica ocorre uma diminuição de

investimentos - ou seja, a produção, ao invés de aumentar, se equilibra ou diminui -

e o mercado de trabalho, em geral, se retrai. Em conseqüência, ocorre não só a

expulsão de trabalhadores já empregados como também a não-absorção de novos

trabalhadores.

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Quando acontece essa retração do mercado, há, concomitantemente, um

aumento dos requisitos necessários para a ocupação dos cargos. Por exemplo,

passa-se a exigir um grau de escolarização superior ao que se exigia anteriormente,

um número maior de anos de experiência naquele tipo de trabalho.

Outro fator que acompanha o aumento da oferta de mão-de-obra e a

diminuição da procura é o rebaixamento salarial. O mercado de trabalho, portanto,

não é algo estável. Assim, no momento em que o jovem se coloca esta questão, o

mercado de determinada profissão pode ser promissor, mas em pouco tempo esta

situação poderá ter-se invertido. Por isso, a pergunta é se teremos ou não emprego

é de difícil resposta (BOCK, 1997, p. 268, 269).

Sarmento (2007), afirma que a especialização em uma determinada área

é muito importante para o sucesso do profissional. Nos últimos cinco anos, o

mercado está exigindo que o fisioterapeuta seja especialista e isso requer que ele

faça cursos de pós-graduação, práticos e teóricos, para se tornar habilitado nas

diversas novas áreas que surgem.

Essa exigência ocorre porque o mercado, principalmente na região

Sudeste, não tem condições de absorver todos os fisioterapeutas que se formam por

ano. Nas outras regiões do Brasil, a demanda é maior e há opções também no

exterior. Segundo Sarmento (2007), o fisioterapeuta brasileiro é muito bem visto e

recebido nos Estados Unidos, um país carente na área. Por ter vários campos de

atuação, o salário também varia muito. A tendência é que esse quadro melhore nos

próximos anos. Os dois profissionais afirmam que, em dez ou 15 anos, a profissão

estará estabilizada, com as áreas de atuação bem definidas e a autonomia

necessária. Gomes (2005) ainda acredita que a ajuda do governo (municipal,

estadual e federal) é fundamental para a abertura de vagas e o atendimento

adequado da população. Atualmente a iniciativa privada é que faz a Fisioterapia

existir. O governo deve e precisa abrir vagas, principalmente para a área de atenção

a crianças.

Makovics (2006), completa que: “o mercado de trabalho está carente de

profissionais comprometidos e com formação não apenas prática, mas também

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teórica”. A evolução é constante e há necessidade de entrosamento entre prática e

teoria. Adquirir conhecimento, alcançar e superar metas são pontos fundamentais na

busca de ser e/ou fazer sempre melhor e, com isso, obter sucesso. A convicção é de

que estamos diante de uma oportunidade histórica que poderá levar à criação de

condições para consolidação e expansão qualificada e inclusiva da educação

superior no Brasil.

As especializações ampliam a sua inserção no mercado. Segundo Glenia,

(2004) fisioterapeutas brasileiros estão sendo solicitados para suprir a carência

desses profissionais no exterior, mais especificamente nos Estados Unidos e

Portugal. São oportunidades para aqueles que dominam a língua inglesa.

Considerado um campo ainda promissor, o mercado de trabalho para o

profissional de fisioterapia, vem testemunhando um cenário de ampliação das

ofertas de emprego. O quadro é de expansão, e é amparado principalmente no

dinamismo da área, exemplificado na possibilidade da participação desses

profissionais em diversas especialidades, como auditoria, cardiovascular, homecare,

área de ensino e pesquisa, dentre outras. A fisioterapia é um campo novo de

atuação na área da saúde e é necessário tempo para que a profissão ocupe todos

os espaços no mercado.

Porém, com a revolução introduzida pela era da informação os nichos

profissionais da fisioterapia tendem a serem ocupados rapidamente. Enfim, temos

um mercado em expansão, porém com uma capacidade já instalada de formar mais

de 8.000 alunos por ano, representada pelos mais de 160 cursos em funcionamento.

Estes dados projetam uma grande saturação de mercado em curto prazo se não

forem tomadas medidas disciplinares. Por outro lado, se assumirmos uma média de

20 professores fisioterapeutas por curso teríamos um mercado para 3200

professores. Existe uma cobrança do MEC para que as Instituições de Ensino

Superior (IES) contratem professores titulados em cursos de pós-graduação Stricto-

Sensu. No Brasil temos apenas um curso de Mestrado Acadêmico e um de Mestrado

Profissionalizante em fisioterapia, aprovado pela CAPES e relacionados com a área

da fisioterapia. Neste sentido, existe uma demanda muito grande por cursos de pós-

graduação Strictu-Sensu em fisioterapia no Brasil ALMEIDA (1999).

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Para Flores (2003), é indiscutível que o bom profissional se faz pelo

conhecimento técnico. E para isso a atualização é feita de forma permanente porque

ela não se esgota. Mas, não basta ter todo o conhecimento e ser inacessível. O

mercado de trabalho quer um profissional completo que também tenha desenvolvido

a área comportamental valorização das relações interpessoais é necessária quando

se pensa em saúde. A patologia pode se mostrar sempre igual, mas reflete de forma

diferente em cada indivíduo. O profissional que apresentar um autoconhecimento

estará mais preparado para perceber as diferenças entre um paciente e outro. E

desta forma será mais flexível no planejamento terapêutico e obterá resultados mais

próximos a realidade. Este comportamento é extensivo com os familiares que

carregam uma grande carga emotiva. É necessário saber ponderar para que eles

sejam um aliado no tratamento e expressem carinho e compreensão com o doente.

3.2. O FISIOTERAPEUTA E O PAPEL DO ENSINO

Segundo Athkinson (1989) alterações de saúde provocam mudanças no

estilo de vida da pessoa. Tais mudanças levam os pacientes a buscar novas

maneiras de melhorar ou manter seu estado de saúde. O indivíduo que precisa de

cuidados de saúde é a figura central no processo de ensino-aprendizagem. Tendo

como preocupações principais a manutenção da saúde e a prevenção da doença, a

educação do paciente é uma habilidade vital para o sucesso do profissional de

enfermagem.

Para Atkinson (1989) quase todas as situações que envolvem a

assistência a pacientes apresentam potenciais de ensino. Via de regra, a(o)

fisioterapeuta está interessado em ajudar os pacientes e seus familiares a aprender

como manter a saúde, como restaurá-la ou adaptar-se, com uma independência

máxima, a níveis alterados para a saúde. Os estudantes de fisioterapia podem

descobrir que algumas de suas primeiras experiências na assistência a pacientes

envolvem dispensar-lhes alguma forma de ensino. As habilidades e a confiança

necessárias para ser um bom professor vêm com o conhecimento, a experiência e a

habilidade de arriscar-se e tentar novas coisas.

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Muito tem sido discutido sobre a profissão de fisioterapeuta, seu

conhecimento, sua relação com a realidade, bem como a sua contribuição na

transformação dos padrões de atenção à saúde das populações. Trata-se de uma

prática de prestação de serviços considerada essencial para a sociedade, e

reconhecida por esta. A fisioterapia, ao longo do tempo, vem construindo e

consolidando o seu próprio corpo de conhecimentos, através da produção de

pesquisas, construção de teorias, realização de extensas reflexões, análises e

avaliações sobre o seu papel, a sua atuação e seu comprometimento social.

Hoje, podemos afirmar que o conhecimento de Fisioterapia vem

crescendo e se entrelaça com outras áreas do saber humano, interligando conceitos,

relacionando-se com teorias que explicam situações de crise na área de saúde e

orientam as medidas e as ações a serem tomadas por outros profissionais

A fisioterapia inseriu-se como uma área de conhecimento no setor saúde,

amparando-se nas ciências já estruturadas, desta vez na busca da construção de

conhecimento próprio, de forma sistematizada, melhorando a prática, fomentando,

em alguns países, o ensino e a educação em todos os níveis na sua área de

abrangência. E ela não chega a esse lugar sem uma produção que demonstre à

comunidade científica a pertinência de sua contribuição na resolução de problemas

de saúde vivenciados pelo ser humano.

A educação hoje em qualquer área significa fortalecer o indivíduo, para

que ele aprenda a operar a mente das pessoas, junto com a outra, para que possam

administrar competências. O fisioterapeuta precisa colocar-se no lugar do outro

(paciente), para poder pensar, sentir e agir, e saber realmente o que quer. As

responsabilidades e a competência do fisioterapeuta tem que caminhar juntas com a

equipe. Ter essência contexto e lucidez, otimizando os conhecimentos e sendo

solidário. É necessário construir aprendendo com os outros. Até mesmo com a dor

do próximo. É preciso partir da premissa da necessidade de aprender a pensar

primeiramente, despertando e enfatizando esta ação para a construção psíquica do

educando, onde pensar é peça fundamental para a construção do conhecimento.

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Segundo Mourin, (2002 p.39)

A educação deve favorecer a aptidão natural da mente em formular e resolver problemas essenciais e, de forma correlata, estimular o uso total da Inteligência geral. Este uso total pede o livre exercício da curiosidade, a faculdade mais expandida e a mais viva durante a infância e a adolescência, que com freqüência a instrução extingue e que, ao contrário, se trata de estimular ou, caso esteja adormecida, de despertar (MOURIN, 2002, p.39).

Na missão de promover a inteligência geral dos indivíduos, a educação do

futuro deve ao mesmo tempo utilizar os conhecimentos existentes, superar as

antinomias decorrentes do progresso nos conhecimentos especializados, e

identificar a racionalidade. Conforme Perrenoud (2000, p.55):

Para que cada aluno progrida rumo aos domínios visados, convém colocá-lo. Com bastante freqüência, em uma situação de aprendizagem ótima para ele. Não basta que ela tenha sentido, que o envolva e mobilize. Deve também solicitá-lo em sua zona de desenvolvimento próximo (PERRENOUD 2000, p.55).

A formação e a reorganização de saberes com relação à cidadania é

poder colocar-se no lugar do outro, implicando numa reflexão sobre a aquisição

desses saberes, para que possamos mudar os paradigmas pessoais nos processos

de desenvolvimento, para emergir e mergulhar em metodologias que caracterizem

um bem comum, um interesse público, uma autonomia pessoal.

É imperativo repensar a formação docente quanto à construção de

conceitos e metodologias ultrapassadas. Conforme Perrenoud (2000, p.65):

Toda competência individual constrói-se, no sentido de que não se pode transmiti-la, de que só pode ser treinado, nascer da experiência e da reflexão sobre a experiência, mesmo quando existem modelos teóricos, instrumentos e saberes procedimentais. No domínio em questão, as competências a construir não são inteiramente identificadas, porque os dispositivos de diferenciação ainda são bastante sumários, frágeis e limitados. Construir competências individuais nesse domínio é, portanto,

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participar de um procedimento coletivo que mobilize os professores inovadores e os pesquisadores (PERRENOUD 2000, p.65).

É nessa perspectiva, que o processo ensinar/aprender deve se fundir em novos

paradigmas que expliquem a relação saúde, totalidade social e o entendimento

dessa relação com a formação do fisioterapeuta, as políticas de saúde e a Docência.

Saber ser fisioterapeuta e saber ser professor requer aprender a buscar

os conhecimentos de várias áreas, que permitam a análise das práticas em saúde e

educação, transformando o conhecimento já produzido em saber disponível para

pacientes e alunos, usando formas de cuidar e ensinar adequadas. Afinal, quando

se atua em uma sociedade marcada pela exclusão, as práticas sociais de educação

e saúde têm que ser formas de enfrentar e superar as desigualdades e não de

acirrá-las (BRASIL, 2003).

Um novo perfil desenha-se para o docente: eterno aprendiz com a clara

compreensão da complexidade do ato educacional, disposto a negociar currículos

flexíveis e adequados aos seus alunos e ao contexto em que vivem. Espera-se do

professor um compromisso político pedagógico que independa dos recursos

didáticos de que ele disponha. Um compromisso que o leve a desenvolver

habilidades e conhecimentos indispensáveis ao atendimento daqueles alunos que

conquistarão seus direitos sociais e exercerão sua cidadania (ABIGAIL apud

RAMON, 1997).

3.3. O FUTURO DA PROFISSÃO E DA QUALIDADE EDUCACIONAL

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)1992, esta média

deveria ser de 1500 habitantes por fisioterapeuta, o que projetaria um mercado

brasileiro de 110 mil fisioterapeutas. Como apenas 50% dos fisioterapeutas

habilitados estão exercendo a profissão deve existir uma demanda reprimida muito

grande no país. Acredita-se que esta demanda reprimida se deva ao poder aquisitivo

da população e ao fato dos fisioterapeutas ainda não terem mostrado as suas

diversas aplicações no mercado brasileiro (ALMEIDA, 1999).

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Existem hoje no Brasil mais 160 cursos de fisioterapia, sendo que a

grande maioria foi aberta nos últimos cinco anos. Estes cursos já formaram mais de

40 mil profissionais e estima-se que 50% destes profissionais estejam atuando no

mercado de trabalho como fisioterapeutas. Isto é, existe uma média de 8250

habitantes por fisioterapeuta no Brasil, se considerarmos os que estão atuando no

mercado.

Fisioterapeutas são profissionais da Saúde, comprometidos com a

Saúde Funcional da população brasileira; deve-se deixar para trás a idéia de que a

Fisioterapia (com fisioterapeuta) é elitizada, restrita aos que podem pagá-la.

Atualmente, é real a possibilidade de inserção dos fisioterapeutas em todo o Brasil,

num verdadeiro processo de interiorização da Fisioterapia, como por exemplo, o

fisioterapeuta dentro do Programa Saúde da Família, se o ministério da saúde for

sensível a essa necessidade social.

Para Ploszaj (2000), é essencial que os fisioterapeutas de todo o país se

unam, independente de sua área de atuação, para que possa existir uma construção

de alicerces sólidos no presente, para que o futuro dos fisioterapeutas como também

da Fisioterapia, não seja apenas uma utopia. O crescimento da profissão depende

de pessoas que lutem por um bem comum, que tenderá a beneficiar a todos da

classe e inclusive à sociedade brasileira. O mundo está sofrendo mudanças que

estão interligadas a Fisioterapia, o desenvolvimento da profissão depende também

de fatos sócio-político-econômicos.

É importante rever as condutas atuais para que se possa contribuir para o

fortalecimento e reconhecimento verdadeiro da Fisioterapia, é preciso dar um passo

à frente na maneira de pensar, a Fisioterapia é a profissão do futuro e hoje essa

construção se baseia em excelência de ensino, cientificidade, ética, união e amor à

profissão.

O futuro é construído do presente, então nós somos os responsáveis pelo

futuro da profissão. Nota-se que a Fisioterapia, em 30 anos de reconhecimento legal,

teve um crescimento notável em vários aspectos; existem pontos que devem ser

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trabalhados no presente, para que no futuro tenhamos uma maior autonomia e

respeito dentro da sociedade.

A discussão acerca da qualidade do ensino superior no Brasil iniciou-se

em meados da década de 1980. As propostas de avaliação partiram inicialmente dos

pesquisadores e não das instituições de ensino. Todavia, foram determinadas

algumas iniciativas que visavam à implementação de avaliação para todo o sistema

de ensino superior.

Durante algum tempo, o grau de titulação dos docentes foi o parâmetro

mais marcante para a avaliação das instituições. Entretanto, no inicio dos anos 90,

algumas instituições privadas deram início à questão, incluindo em seus projetos

educacionais o tema melhoria da qualidade.

Atualmente, estamos diante de uma realidade onde a competitividade é

marcante e por isso aumentou o grau de exigência. Entre os cuidados necessários,

está o preparo adequado do individuo para competir em condições de igualdade na

sociedade capitalista.

Hoje existem critérios objetivos para avaliar até que ponto as

organizações estão preparadas para enfrentar os desafios do mundo globalizado.

A educação parece estar constantemente em crise. Problemas nesta área

são muito comuns de serem citados por professores, pais e alunos que, por outro

lado, buscam encontram os caminhos certos para alcançar os propósitos almejados.

Se, em termos gerais, existem problemas é porque cada um possui a sua parcela de

responsabilidade, neste caso, cabe à instituição promover alternativas que possam

romper as velhas barreiras do tradicionalismo para que a qualidade educacional

torne-se realidade (ROGERS, 1978).

Ploszaj (2000) ressalta que a essência do desenvolvimento hoje é a

educação. Mas a educação não é um produto que se ofereça, e se exponha em uma

vitrine como faz um comerciante. A educação não pode ser comercializada e muito

menos banalizada, como querem alguns. Nem mesmo, pode o professor subir em

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um pedestal e passar a distribuir sabedoria, sem se preocupar com o que é

esperado pelo aluno e pelo que é por ele assimilado. Na construção do saber, na

produção do conhecimento, o educador é aquele que aprende a ensinar e ensina a

aprender. A experiência e a vivência do aluno são a mais rica fonte de

aprendizagem e podem auxiliar na fixação dos alicerces do conhecimento. O

educador, entre outros misteres, disponibiliza domínios de conhecimento.

Teixeira (2007) cita Edgard Faure, quando fala que a educação do nosso

tempo tem como objetivo formar o homem completo. Trata-se de não mais adquirir,

de maneira exata, conhecimentos específicos, mas de se preparar para elaborar, ao

longo de toda uma vida, um saber em constante evolução, que ele denominou de

''aprender a ser''. E esse ''aprender a ser'' é justamente a necessidade de que o novo

homem seja capaz de compreender as conseqüências globais dos comportamentos

individuais, de conceber prioridades e de assumir as formas de solidariedade que

constituem o destino da espécie. Diante desse quadro, estamos todos frente a uma

nova necessidade: dimensionar a universidade de acordo com seu papel histórico

como centro de produção científica de alta tecnologia e, principalmente, de formação

de cidadania. Integrar cultura, ensino e pesquisa é um desafio que não pode ser

esquecido. Os que hoje iniciam a caminhada, os que nela prosseguem, estudantes e

professores, sabem que devemos preocupar-nos com o essencial, não com o

episódico. Somos protagonistas do permanente, mas sempre atentos aos agentes

do transitório. Pensando assim, a universidade tem que necessariamente voltar-se

para a pesquisa, e sobre ela ordenar a busca da sabedoria. Não se pode mais

conceber a universidade como simples receptora de inteligências para moldá-las

profissionalmente ao cabo de certo tempo, devolvendo-as à sociedade para o

exercício de habilidades formalmente adquiridas.

Para Almeida (1999) atualmente, constatamos deficiência na formação

dos profissionais de saúde em função de que o currículo dos cursos deixa muito a

desejar, além de outros fatores que comprometem a qualidade dos mesmos. Caso

seja efetivada a redução de horas pretendida, nós iremos vivenciar uma situação

catastrófica no ensino das áreas de saúde. O próprio futuro dos segmentos de

Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia estará sendo colocado em

“xeque”, comenta a professora Denise. Em sua opinião, tal medida faria com que os

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recém-formados recorressem maciçamente aos cursos de pós-graduação, gerando,

com isso, grande mercantilismo por parte de instituições de ensino. E mais: com

apenas 3.000 horas/aula, um curso não caracteriza o formando como bacharel e sim

como tecnólogo,o que não lhe permite fazer um Doutorado ou Mestrado.

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CONCLUSÃO

Entendo ser este estudo apenas uma partida inicial que irá propiciar

novas discussões e pontos a serem melhores desenvolvidos por nós

Fisioterapeutas-educadores. Estive longe de esgotar nesse trabalho de conclusão

de curso a reflexão sobre a Educação na Fisioterapeuta tenho em mente que

qualquer proposta que seja apresentada sobre essa questão não se constituirá,

isoladamente, numa solução definitiva para a educação. Necessitamos de uma

política educacional que garanta uma formação inicial eficiente, sem que tenhamos

que abrir mão da formação contínua como mecanismo de permanente atualização

de profissionais comprometidos com a luta pela transformação da realidade.

Para que possamos evitar recuos devemos discutir diferentes propostas,

analisar interesses, necessidades e possibilidades, respeitar essas várias instâncias

para que seja possível lograr êxito na transformação de nossa realidade

educacional. Apenas o diálogo permanente poderá levar-nos a um acordo sobre o

que pode e deve ser feito no sentido de superar as deficiências hoje observadas em

nosso cenário educacional (MENEZES, 1996).

Portanto devemos nos preparar enquanto docentes e profissionais de

saúde, para aliar as novas tecnologias, aos novos paradigmas da educação,

permitindo que aplicações educativas sejam desenvolvidas constituindo um

ambiente de ensino-aprendizagem interativo com alternativas de solução para os

diversos problemas educacionais; mostrando também que todos estes recursos

reservam ao professor a oportunidade de revitalizar seu papel, trazendo novas

dimensões e perspectivas para o trabalho do mesmo.

O futuro da educação na fisioterapia no Brasil ainda não pode ser definido

claramente, no entanto, as universidades e centros de pesquisa desempenham

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papel fundamental na consolidação e desenvolvimento desse modelo. As

universidades brasileiras têm uma responsabilidade bastante grande na criação e

disseminação do conhecimento no país, porém apenas universidades de vanguarda

e com visão de futuro vão procurar desenvolver programas de qualidade. Nesse

processo, órgãos reguladores de educação no Brasil como o MEC, por exemplo, têm

um papel importante a desempenhar para incentivar uma educação de maneira

responsável.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ÍNDICE FOLHA DE ROSTO......................................................................................

02

AGRADECIMENTO..................................................................................... 03

DEDICATÓRIA............................................................................................. 04

RESUMO...................................................................................................... 05

METODOLOGIA........................................................................................... 06

SUMÁRIO..................................................................................................... 08

INTRODUÇÃO............................................................................................. 09

CAPÍTULO I

ASPECTOS HISTÓRICOS SOBRE A FISIOTERAPIA................................ 12

1.1 Definição........................................................................................ 12 1.2 O aparecimento da profissão........................................................ 15

CAPÍTULO II

O ENSINO EM FISIOTERAPIA NO PAÍS ................................................... 18

2.1 A expansão do ensino da Fisioterapia.......................................... 19 2.2 A estrutura curricular do curso de Fisioterapia.............................. 20 2.3 Aspectos legais e éticos................................................................ 23

CAPÍTULO III

REPENSANDO OS NOVOS RUMOS PARA A FISIOTERAPIA E A FORMAÇÃO DOS NOVOS PROFISSIONAIS..............................................

27

3.1 O desenvolvimento do mercado de trabalho................................. 27 3.2 O fisioterapeuta e o papel do ensino............................................. 30 3.3 O futuro da profissão e da qualidade profissional......................... 33

CONCLUSÃO................................................................................................ 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS............................................................. 40

ÍNDICE.......................................................................................................... 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO.............................................................................. 44

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes – A Vez do Mestre

Título da Monografia: DA FORMAÇÃO ACADÊMICA DO FISIOTERAPEUTA:

PERSPECTIVAS ATUAIS

Autor: Ronaldo Gonçalves Lage Junior

Data da entrega: 24/11/2010

Avaliado por: Conceito: